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Técnico de Serviço de Restaurante e Bar

Tecnologia Alimentar

Módulo 2: Segurança e Higiene

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1. Apresentação

Pretende-se com este módulo que os alunos identifiquem e analisem alguns princípios
de prevenção dos riscos profissionais associados à profissão de Técnico de Restauração.
Através da análise da influência do mundo microbiano e a sua incidência nos alimentos
frescos, transformados e confecionados, pretende-se que os alunos identifiquem as
principais causas de toxi-infeções alimentares, que adotem comportamentos de
minimização do risco e que conheçam os modos de atuação em caso de intoxicação
coletiva. Para tal, deverão ainda conhecer os princípios do HACCP e identificar os
pontos críticos de controlo e as formas de atuação.

2. Objetivos de Aprendizagem

 Reconhecer a importância da Segurança, Higiene e saúde no trabalho como fator


da promoção da qualidade de vida e de trabalho;
 Identificar as causas da sinistralidade em Portugal;
 Tomar conhecimento da legislação portuguesa, comunitária e da OIT no
domínio da Higiene e Segurança no Trabalho;
 Seguir as normas em relação à saúde, higiene e segurança;
 Identificar os principais grupos de microrganismos e os fatores que influenciam
o seu crescimento;
 Seguir regras de higiene para diminuir o risco de contaminações;
 Seguir as normas relativas à saúde e higiene alimentar;
 Identificar os princípios básicos da norma HACCP;
 Analisar e seguir um código de Boas Práticas de Higiene na Restauração.

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3. Âmbito dos Conteúdos
1. Tipos de higiene
1.1. Higiene pessoal e formação
1.1.1. Higiene pessoal
1.1.2. Formação
1.2. Mãos e pele
1.2.1. Quando Lavar as Mãos:
1.2.2. Como Lavar as Mãos
1.3. Vestuário de proteção
1.4. Saúde Pessoal
1.5. Higiene das instalações e equipamentos
1.5.1. Limpeza e desinfeção
1.5.2. Produtos de Limpeza
1.5.3. Detergentes
1.5.4. Desinfetantes
1.5.5. Utensílios de limpeza
1.6. Processo de higienização
1.6.1. Procedimentos de limpeza das instalações
1.6.2. Procedimentos de limpeza dos equipamentos e utensílios

2. Sinalética de utilização de equipamento, de risco e emergência


2.1. Prevenção de acidentes no sector da hotelaria e restauração
2.2. Possíveis acidentes de trabalho
2.3. Legislação
2.4. Trabalho antissocial no sector da hotelaria e restauração
2.5. Sinalização de segurança
2.5.1.Sinalização
2.5.2. A Quem Compete Sinalizar
2.5.3. Formação e Informação aos Trabalhadores
2.5.4. Sinalização de segurança
2.5.5. Classificação dos Sinais de Segurança

3. Higiene dos alimentos


3.1. Controlo de pragas
3.2. O que são pragas?
3.3. Controlo preventivo
3.4. Programa de Controlo de Pragas
3.5. O Programa de Controlo de Pragas deve ter em consideração os seguintes aspetos, devidamente
documentados:
3.6. Monitorização
3.7. Uso e armazenamento dos pesticidas
3.8. Dispositivos de combate a insetos voadores

4. Fatores de desenvolvimento de baterias, bolores e micróbios


4.1. Os microorganismos
4.2. Quais são os alimentos mais perigosos?
4.3. Quais são os fatores que condicionam o desenvolvimento dos microorganismos patogénicos?
4.4. Quais são os pontos críticos de controlo do consumidor?
4.5. Microorganismos patogénicos associados a alimentos

5. Tipos de contaminação
5.1. Contaminação dos Alimentos
5.2. Tipos de contaminação:
5.3.Contaminação por manipuladores de alimentos
5.4. Contaminação por equipamentos e utensílios
5.5. Contaminação por cruzamento de alimentos
5.6. Contaminação por lixo
5.7. Contaminação por pragas
5.8. Outros comportamentos para evitar a contaminação dos alimento

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6. HACPP
6.1. O que é o HACCP?
6.2. Objetivo primordial do HACCP
6.2.1. Origem do sistema HACCP
6.2.2. História
6.2.3. 0s 7 princípios HACCP para a produção de alimentos
6.2.4. Aplicabilidade
6.3. HACCP – Benefícios e Malefícios
6.3.1. Quais os benefícios
6.3.2. Quais os aspetos negativos (malefícios)
6.4. Os Pré-requisitos para a implementação do sistema
6.5. Elaboração de um plano
6.6. Análise dos pontos críticos
6.6.1. O que são os PCC (Pontos Críticos de Controlo)
6.6.2. Medidas de prevenção
6.7. Conceitos gerais
6.8. Conclusão

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1. TIPOS DE HIGIENE

Os manipuladores de alimentos devem entender a higiene como uma forma de proteger


a sua própria saúde e a de todos os consumidores.

1.1. Higiene pessoal e formação

1.1.1. Higiene pessoal

Cada indivíduo é responsável pela sua saúde. Os manipuladores de alimentos


representam o principal veículo de contaminação por microrganismos que vivem e se
desenvolvem em certos locais do organismo, nomeadamente cabelo, nariz, boca,
garganta, intestinos, unhas e pele.

A higiene pessoal é muito importante para manter os alimentos em boas condições


sanitárias. A má higiene pessoal e a falta de métodos de trabalho são suscetíveis de
provocar toxinfeções alimentares. Por estes motivos, a boa formação relativamente à
higiene e princípios básicos de microbiologia de todos os profissionais que lidem direta
ou indiretamente com alimentos é essencial para minimizar ou evitar os perigos que
surgem neste ramo de atividade.

1.1.2. Formação

A formação é um elemento fundamental no sentido de fornecer aos empregados o


conhecimento necessário para cumprir os seus deveres, alertá-los sobre as suas
obrigações e responsabilidades e melhorar as suas qualidades. Os empregados devem
perceber como podem contribuir para a segurança alimentar, de modo a que possam
lidar com os perigos alimentares. Nem todo o pessoal necessita do mesmo nível de
formação ou instrução. Isto dependerá dos alimentos manuseados e dos trabalhos que
têm que realizar.

A Portaria n.º 149/88 de 9 de Março, que fixa as regras de asseio e higiene a observar na
manipulação de alimentos estipulou que o pessoal deve manter apurado o estado de
asseio, cumprindo cuidadosamente os preceitos elementares de higiene,
designadamente:

a) Ter as unhas cortadas e limpas e lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou
soluto detergente apropriado, especialmente após as refeições e sempre que utilize as
instalações sanitárias;
b) Conservar rigorosamente limpos o vestuário e os utensílios de trabalho;

c) Reduzir ao mínimo indispensável o contacto das mãos com os alimentos, evitar tossir
sobre eles e não fumar durante o serviço nem cuspir ou expetorar nos locais de trabalho.

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As jóias e outros adornos, unhas pintadas e fumar, não devem ser permitidos em locais
onde os alimentos sejam armazenados, manipulados, preparados e servidos.
Os manipuladores de alimentos não devem usar perfumes ou loções de barbear fortes,
uma vez que os alimentos captam facilmente os odores exteriores.
Os anéis, brincos, relógios, pulseiras, etc., alojam um número elevado de bactérias,
logo, são grandes fontes de contaminação, para além do perigo de caírem no alimento e
constituírem um perigo físico. Por isso a única jóia permitida (por razões morais) é a
aliança de casamento.

Os manipuladores de alimentos não podem fumar e comer nas áreas alimentares, pois
enquanto fumam ou comem, tocam na boca e como já descrito anteriormente, a boca é
um local de grande alojamento de bactérias, que posteriormente podem ser transmitidas
aos alimentos. Outra forma de contaminação dos alimentos é através das cinzas e do
filtro do tabaco que podem cair para o alimento. Além de que o ato de fumar favorece a
tosse ou expetoração.

Lista não exaustiva de procedimentos incorretos aquando da manipulação dos


alimentos, que devem ser evitados, pois podem levar à contaminação dos mesmos:

 Colocar os dedos na boca, nariz, olhos e ouvidos;


 Comer;
 Fumar;
 Espirrar ou tossir sobre os alimentos;
 Mascar pastilha elástica;
 Mexer em dinheiro (quem o manipular não pode tocar diretamente com as mãos
nos alimentos)
 Mexer no cabelo;
 Roer as unhas
 Usar qualquer tipo de acessórios (anéis, relógios, brincos, fios), principalmente
em zonas de confeção/fabrico em especial do pão;
 Usar unhas compridas e com verniz
 Usar vestuário inadequado e com pouca higiene;
 Soprar ou meter as mãos dentro dos sacos de acondicionamento para os abrir
mais facilmente;
 Tomar ou guardar medicamentos.

Deve-se ter em consideração os seguintes critérios quando a formação for planeada:

 Cada funcionário deve ser convenientemente informado de todas as regras e


instruções de trabalho da entidade empregadora, devendo ter conhecimento da
respetiva documentação, que deverá ser elaborada e organizada por técnicos
habilitados para o efeito.

 Cada funcionário deve ser formado após o recrutamento, e tantas vezes quantas
as consideradas necessárias, para que a higiene seja entendida como um modo
de estar e não apenas como um conjunto de regras e obrigações.

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 Deverá existir um suporte que comprove a realização da formação ou
aprendizagem e a eficácia da mesma deve ser monitorizada recorrendo à
observação visual no local de trabalho ou elaboração de questionários dirigidos
aos manipuladores.

 Noções básicas em higiene alimentar deverão incluir: padrões de higiene pessoal


e comunicação de doenças, conhecimentos de perigos alimentares associados à
atividade desenvolvida, medidas preventivas de controlo de pragas,
armazenamento correto dos alimentos, incluindo controlo de temperatura.

 A reciclagem deve incluir: microbiologia alimentar básica, incluindo causas e


prevenção de toxinfeções alimentares; armazenamento de alimentos, incluindo a
importância do controlo de temperatura; práticas seguras de preparação e
manuseamento de alimentos, incluindo prevenção de contaminação;
procedimentos de limpeza, utilização de equipamentos e manuseamento de
resíduos; medidas preventivas de controlo de pragas.

 Se algum funcionário novo não fornece provas documentadas de formação em


higiene alimentar, o gestor da unidade hoteleira deve assumir que este não tem
formação e, portanto, deve providenciar a formação adequada.

 Os cursos de formação para atualização ou reciclagem serão necessários de


acordo com o risco e a natureza do negócio. Estes cursos também se devem
realizar quando existirem mudanças nas operações ou práticas.

 Deve existir um plano de formação que identifique as necessidades de formação


para cada membro do pessoal.

 Deve-se manter registos da formação recebida por cada membro do pessoal.


Estes registos devem incluir a formação levada a cabo, quem recebeu formação,
data da formação e formadores.

 A formação deve ser revista regularmente.

Seja qual for a tarefa de um manipulador de alimentos, este pode ser responsabilizado
pelo não cumprimento das regras de higiene pessoal.

1.2. Mãos e pele

Na área alimentar, as mãos estão em permanente contacto com os alimentos, logo têm
de estar em perfeitas condições higiénicas a todo o momento. Não basta lavar as mãos
antes de iniciar o trabalho uma vez que, ao longo do dia, estas vão ficando
contaminadas, o que pode levar a contaminação cruzadas: quando o manipulador de
alimentos mexe numa substância contaminada e transporta as bactérias para um local,
ou superfície, que antes estava higienizada. Para evitar este tipo de contaminações e
consequentes intoxicações alimentares, deve-se ter o cuidado de lavar as mãos
frequentemente.
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1.2.1. Quando Lavar as Mãos:

a) Entre a manipulação de alimentos crus e cozinhados;


b) Depois de mexer no cabelo, boca, nariz ou pele;
c) Depois de assoar o nariz, tossir ou espirrar;
d) Depois de manipular os produtos de limpeza, contentores de resíduos, caixas
de cartão;
e) Depois de manipular os ovos frescos;
f) Depois de comer ou fumar;
g) Depois de utilizar as instalações sanitárias;
h) Depois de manipular alimentos deteriorados e desperdícios;
i) Antes de colocar as luvas descartáveis.

1.2.2. Como Lavar as Mãos

Molhar as mãos e os antebraços (até aos cotovelos) com água quente corrente;

1- Ensaboar bem as mãos e os antebraços com sabonete líquido desinfetante;

2-Lavar cuidadosamente os espaços entre os dedos, as costas das mãos, polegar


e unhas (usar uma escova adequada que deverá ser mantida limpa e seca entre as
utilizações;

3-Passar por água corrente quente.

4-Secar com toalhas de papel descartáveis de utilização única que devem ser
colocadas em recipientes próprio.

5-Desinfectar com uma solução própria, à base de álcool, que seque rapidamente
sem necessidade de limpar com toalhetes.

1.3. Vestuário de proteção

Os cabelos são bastante importantes ao nível da higiene pessoal. O cabelo está em


constante renovação, pelo que pode cair sobre um alimento.

O aparecimento de caspa também é bastante frequente, pelo que é necessário ter o


cuidado de lavar o cabelo regulamente com champôs anticaspa. Uma forma de evitar
que, tanto os cabelos como a caspa, constituam um perigo alimentar, é o uso de toucas
apropriadas que cubram completamente a cabeça, é desaconselhável a utilização de
ganchos para segurar o cabelo.

De modo a evitar a queda de um cabelo sobre o uniforme, a touca deve ser a primeira
coisa a colocar e só de seguida o fardamento, o qual deve ser adequado e de cor clara,
de preferência branco.

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O fardamento deve apresentar-se sempre em bom estado de higiene e de conservação e
ser de uso exclusivo do serviço.

Os trabalhadores devem usar calçado adequado, confortável e antiderrapante de uso


exclusivo nas instalações

O fardamento de trabalho deve ser usado sobre o vestuário próprio e não deve ser
utilizado fora dos locais de trabalho.

Deve existir uma máquina de lavar roupa.

1.4. Saúde Pessoal

Regra Geral: Mantenha um bom nível de higiene pessoal, vigie o seu estado de saúde e
respeite as boas práticas de higiene.

Antes de iniciar a sua atividade, o candidato a funcionário da empresa deverá preencher


um questionário médico.

É fundamental que os manipuladores estejam cientes que certas doenças podem


provocar a contaminação dos alimentos e, consequentemente, originar
TOXINFECÇÕES ALIMENTARES.

Sempre que ocorrer uma alteração no estado de saúde do funcionário, este deverá
informar o seu superior.

As feridas, pústulas, queimaduras, zonas de pele em descamação e outro tipo de lesões


cutâneas a descoberto (zonas de pele não protegidas por roupa) deverão ser sempre
totalmente protegidas usando-se para o efeito, consoante a zona ou extensão da lesão,
pensos estanques e impermeáveis de preferência de cor azul e luvas se necessário.

1.5. Higiene das instalações e equipamentos

1.5.1. Limpeza e desinfeção

Regras gerais

Para garantir um processo de limpeza e desinfeção adequado, tem de ser desenvolvido


(s) plano (s) de limpeza e desinfeção que devem ser levados a cabo de forma
sistemática, com a frequência planeada.

Os equipamentos, utensílios, contentores, loiças, instrumentos de corte, sondas para


controlo da temperatura, termómetros, etc.., devem ser limpos após o uso antes de
serem utilizados em alimentos prontos a consumir, ou diariamente, conforme
apropriado.

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A existência de instruções de limpeza e de um programa de limpeza, facilitará esse
processo.

Os panos da loiça devem ser desinfetados regularmente ou inutilizados depois do uso.

Deverá estar disponível uma cuba de lavagem adequada para a lavagem de loiça grossa
e peças de equipamentos.

Detergentes, desinfetantes e produtos químicos destinados à limpeza devem se


encontrar claramente identificados e armazenados fora de zonas alimentares.

A limpeza a seco, com varredura, deve ser evitada pois espalha poeiras e
microrganismos por superfícies que já se encontrem higienizadas mas isto pode não
fazer sentido ao ar livre em que o pó é arrastado pelo vento.

1.5.2. Produtos de Limpeza

Todos os produtos de limpeza devem ser adequados ao uso na área alimentar, e deverão
ter as respetivas fichas técnicas e fichas de segurança.

Os produtos de limpeza e desinfeção encontram-se comerciáveis no mercado, mas a sua


escolha deve ser adequada de forma a satisfazer as necessidades de higiene (Nota: a
escolha não deve depender do cheiro agradável ou do preço de valor reduzido, mas sim
da sua eficácia). Assim sendo, estes produtos devem ser escolhidos tendo em conta os
locais ou materiais onde vão ser aplicados, a sua eficácia e a relação preço/qualidade.

1.5.3. Detergentes

Um detergente é um agente de limpeza à base de sabão conjugado com outra substância


e apresenta como principal função a eliminação da sujidade. Sempre que se utilizar um
detergente, deve-se respeitar na íntegra as indicações fornecidas pelo fabricante de
modo a rentabilizar a eficácia do detergente em causa. Deve-se respeitar a quantidade de
usar, o tempo de atuação, as precauções que se deve ter em conta na sua preparação e
aplicação, as características como toxicidade, irritabilidade e corrosão indicadas.

A Leitura cuidadosa dos rótulos é muito importante e útil na utilização de detergente

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1.5.4. Desinfetantes

Um desinfetante é uma substância química que visa unicamente a eliminação de


bactérias. Um desinfetante é muito útil, visto que, a existência de bactérias é uma das
principais fontes de contaminação porque apresentam elevada resistência aos outros
produtos de limpeza. No entanto, nunca se deve esquecer que as gorduras e as partículas
de alimentos inibem a ação dos desinfetantes, logo é preciso lavar sempre antes de
utilizar um desinfetante.

Características de um bom desinfetante:

a) Ser eficaz nas doses indicadas;


b) Não ser tóxico;
c) Não ser corrosivo;
d) Não ser irritante;
e) Ser de fácil preparação e aplicação;
f) Ser económico.

Cuidados a ter na preparação e aplicação do desinfetante:

a) As soluções devem ser preparadas diariamente, porque se alteram com muita


facilidade;
b) As soluções devem ser elaboradas em recipientes limpos e adequados;
c) Deve ser sempre respeitado, o tempo de atuação indicado pelo fabricante

1.5.5. Utensílios de limpeza

Se não se efetuar a higienização dos utensílios de limpeza utilizados na higiene das


instalações, equipamentos e utensílios, como por exemplo, esfregões, escovas, etc.,
pode ocorrer contaminação das zonas onde são utilizados. É também essencial que estes
utensílios apresentem um bom estado de conservação e higiene.

Assim sendo, depois de utilizados, devem ser:

1-Lavados em água corrente;


2-Mergulhados numa solução de detergente/desinfetante;
3-Passados por água corrente;
4-Secos ao ar;
5-Guardados em armário próprio, separados dos restantes produtos, e nunca em
conjunto com produtos alimentares.

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1.6. Processo de higienização

O processo de higienização consiste em limpar e posteriormente desinfetar, como tal,


existem 6 passos que têm de ser rigorosamente seguidos:

1-Pré-limpeza: Eliminação da sujidade grosseira, mecanicamente (raspando) ou


por meio de um jacto de água;
2-Limpeza principal: Dispersão da sujidade por ação mecânica com o uso de um
detergente;
3-Enxaguamento: Eliminação do detergente e da sujidade, se necessário lavar de
novo;
4-Desinfecção: Destruição das bactérias através do uso de um desinfetante;
5-Enxaguamento final: Eliminação dos restos de desinfetante;
6-Secagem.

1.6.1. Procedimentos de limpeza das instalações

A Limpeza, lavagem e desinfeção das instalações devem ser efetuadas no final de cada
fase de trabalho e pelo menos uma vez por dia, com dispositivos adequados já
higienizados.

Um procedimento de limpeza deve contemplar as seguintes etapas:

1-Remoção dos resíduos sólidos, com o auxílio de utensílios adequados,


aspirador, escova;

2-Lavagem com água e de seguida com detergente;

3-enxaguamento com água corrente;

4-Aplicação de um bom desinfetante de acordo com as indicações do fabricante;

5-enxaguamento final com água corrente;

6-Secagem.

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1.6.2. Procedimentos de limpeza dos equipamentos e utensílios

A limpeza, lavagem e desinfeção dos equipamentos e utensílios devem ser efetuadas


após cada utilização, no final de cada fase de trabalho e sempre que se justifique.

O procedimento de limpeza deve contemplar as seguintes etapas:

1-Desmontagem dos equipamentos;

2-Remoção dos resíduos dos alimentos;

3-Lavagem com água e detergente adequado utilizando uma esponja, escova,


etc;

4-Enxaguamento com água corrente, de forma a remover os resíduos de sujidade


e dos detergentes;

5-Aplicação de um desinfetante, e deixá-lo atuar de acordo com as indicações do


fabricante;

6-Enxaguamento final com água limpa, para retirar restos de desinfetante;

7-Realizar por fim a secagem e proteger os equipamentos e utensílios de


sujidade, poeiras, insetos ou outros agentes de contaminação.

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2.SINALÉTICA DE UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO, DE
RISCO E EMERGÊNCIA

2.1. Prevenção de acidentes no sector da hotelaria e restauração

A entidade patronal tem o dever legal e moral de manter o local de trabalho seguro e
saudável. Além disso, dispõe de incentivos financeiros: perder um bom trabalhador
devido a uma lesão não só pode ser mau para a empresa, como o recrutamento e a
formação de alguém que o substitua custa dinheiro.

A maior parte dos acidentes pode ser evitada através de boa gestão e supervisão, aliadas
a uma formação eficaz. A prevenção de acidentes é parte integrante da gestão de uma
empresa bem-sucedida. A entidade patronal pode evitar a maior parte das lesões e das
doenças no local de trabalho, se identificar e, subsequentemente, eliminar ou, pelo
menos, minimizar os riscos no local de trabalho.

2.2. Possíveis acidentes de trabalho

a) Quedas devidas a escorregadelas e tropeções


b) Equipamento cortante e facas
c) Queimaduras e escaldões
d) Movimentação manual de cargas e lesões músculo-esqueléticas
e) Ruído
f) Substâncias perigosas
g) Gás comprimido utilizado em bebidas
h) Trabalho em ambientes aquecidos
i) Riscos de incêndio
j) Riscos psicossociais

a) Quedas devidas a escorregadelas e tropeções

Escorregadelas e tropeções que resultam em quedas são a causa mais comum de


acidentes no sector da hotelaria e restauração, especialmente nas cozinhas. São
causadas, principalmente, por superfícies que a água, resíduos de alimentos ou óleo
deixam escorregadias. O uso de calçado inadequado agrava o risco, assim como
caminhar demasiado depressa ou correr, a distração e a ausência de corrimões em
escadas.

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Que pode ser feito?

 Avaliar o risco da situação concreta, executar um plano tendente a eliminá-lo ou


a reduzi-lo e informar o pessoal.
 Manter as zonas de trabalho e de trânsito devidamente limpas e livres de
obstáculos.
 Usar calçado adequado.
 Iluminar convenientemente estes locais.
 Manter as portas dos fornos, das máquinas de lavar louça e dos armários
fechadas.
 Andar – não correr.
 Os escadotes devem ter a altura necessária para a tarefa a executar, e as
extremidades inferior e superior das barras laterais devem estar equipadas com
proteções antiderrapantes. Nunca utilize substitutos inadequados para os
escadotes, como cadeiras, caixas ou barris.
 As caixas das escadas devem estar bem iluminadas e equipadas com corrimões
sólidos.
 Utilize tapetes antiderrapantes.
 Coloque sinalização de segurança para recordar às pessoas os perigos.
 Preste atenção às zonas não visíveis, como congeladores, câmaras de
refrigeração e despensas, cais de carga e a zona por detrás dos bares.

Exemplo:

Uma jovem de 16 anos trabalhava num centro de restauração rápida, onde fritava
batatas numa fritadeira industrial. Escorregou em água que pingava de uma máquina de
fazer gelo e, instintivamente, estendeu os braços para amortecer a queda. Infelizmente, a
sua mão mergulhou na fritadeira, que continha óleo a uma temperatura de 182°C, o que
lhe provocou graves queimaduras na mão e no antebraço esquerdos.

b) Equipamento cortante e facas

Cortadoras, picadoras, misturadoras e facas são muito utilizadas em cozinhas


profissionais. A maior parte das lesões sofridas na cozinha são cortes, que ocorrem
quando se utilizam os equipamentos ou quando se procede à sua limpeza.

Que pode ser feito?

 Avaliar o risco da situação concreta, executar um plano tendente a eliminá-lo ou


reduzi-lo e informar o pessoal.

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 As facas devem estar afiadas e ser mantidas em boas condições. Lave-as
separadamente.
 Utilize uma faca adequada à tarefa que vai executar.
 Utilize uma prancha de corte adequada e não escorregadia.
 As facas devem ser guardadas num bloco para facas, numa prateleira para facas
adequada ou numa banda magnética fixada à parede.
 Forme os trabalhadores para utilizarem a maquinaria em segurança.
 Certifique-se de que todas as máquinas têm proteções integradas e de que todos
os trabalhadores as usam quando se servem do equipamento. As cortadoras
devem ter protetores de polegares e dispositivos para o final das peças.
 Os botões para desligar devem estar muito acessíveis.

c) Queimaduras e escaldões

Que pode ser feito?

 Avaliar o risco da situação concreta, executar um plano tendente a eliminá-lo ou


reduzi-lo e informar o pessoal.
 Use um tabuleiro ou um carrinho para servir líquidos quentes, travessas ou
utensílios.
 Advirta os empregados de mesa e os clientes da presença de pratos quentes.
 Coloque janelas na porta da cozinha, para garantir a circulação em segurança
dos empregados de mesa.
 Forme os trabalhadores sobre boas técnicas no manuseamento de peças quentes,
como, por exemplo, a de levantar as tampas dos tachos a alguma distância do
corpo.
 Mantenha as asas das frigideiras ou dos tachos viradas para o interior do fogão.
 Agarre as peças quentes com a ajuda de pegas de pano secas.

O óleo quente constitui um risco considerável para os trabalhadores que utilizam


fritadeiras. Os trabalhadores podem sofrer queimaduras graves se o óleo ou a gordura
não arrefecer antes de ser manuseado ou se não utilizarem o equipamento adequado.

O que pode ser feito para uma utilização segura das fritadeiras?

 Usar dispositivos de imersão automática dos alimentos.


 Deixar o óleo e a gordura arrefecerem durante a noite antes de os escoar.
 Certificar-se de que os recipientes são suficientemente grandes e resistem a
temperaturas elevadas.
 Usar equipamento de proteção individual adequado.

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d) Movimentação manual de cargas e lesões músculo-esqueléticas

Muitas atividades do sector requerem a movimentação manual de cargas: elevar tachos


e panelas e tabuleiros de máquinas de lavar louça, transportar pilhas de pratos, fletir-se
para limpar fritadeiras e aspirar. As lesões podem resultar de um único incidente grave,
mas, na maior parte dos casos, são consequência de stresse e de esforço durante um
longo período.

A elevação e o transporte de objetos pesados são uma das principais causas das dores
lombares, enquanto as atividades repetitivas ou que exigem esforço físico e uma postura
inadequada estão associadas a lesões dos membros superiores.

As lesões músculo-esqueléticas resultantes da movimentação manual de cargas e do


trabalho repetitivo são muito frequentes no sector da hotelaria e restauração. As lesões
músculo-esqueléticas constituem lesões de estruturas orgânicas, como os músculos, as
articulações, os tendões, os ligamentos e os nervos, relacionadas com o trabalho.

A maioria das lesões músculo-esqueléticas de origem profissional são perturbações


cumulativas resultantes da exposição repetida a esforços mais ou menos intensos ao
longo de um período de tempo prolongado. No entanto, podem também assumir a forma
de traumatismos agudos, como fraturas causadas por acidentes. Estas perturbações
afetam principalmente a região dorso lombar, a zona cervical, os ombros e os membros
superiores, mas podem afetar também os membros inferiores.

Os trabalhadores do sector da hotelaria e restauração podem incorrer num maior risco


de desenvolver lesões músculo-esqueléticas devido ao facto de o seu trabalho os
obrigar, frequentemente, a permanecer de pé durante longos períodos e a trabalhar em
posturas incorretas. Uma parte considerável do seu trabalho é fisicamente exigente e
stressante, para além de trabalharem muitas horas seguidas. Por último, muitos
trabalhadores sazonais e jovens não têm tempo para se adaptar às tarefas ou não estão
habituados a trabalhar arduamente.

Que pode ser feito?

 Avaliar todas as áreas de trabalho, a fim de identificar riscos de lesões músculo-


esqueléticas e, nomeadamente, de determinar se é possível evitar a elevação e o
transporte de cargas.
 Utilizar, sempre que possível, apoios mecânicos, como carrinhos de quatro rodas
ou carrinhos para o transporte de sacos.
 Adaptar a disposição do local de trabalho em acordo com os trabalhadores e
assegurar que os trabalhadores são instruídos acerca da forma de utilizar os
apoios mecânicos.
 Na elevação ou no transporte, colocar a carga tão próxima quanto possível do
corpo.
 Aprovisionar-se de cargas mais leves e de quantidades mais pequenas.
 Arrumar as prateleiras de forma segura.

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e) Ruído

Processos culinários ruidosos, sinais sonoros repetitivos, máquinas de lavar louça,


maquinaria, ventilação, moinhos de café, atividades domésticas, lavandaria, música nos
bares e, naturalmente, as conversas dos colegas ou dos clientes, tudo isto faz parte do
trabalho no sector da hotelaria e restauração.

Se tiver de levantar a voz para se fazer ouvir por alguém que esteja próximo de si, é
possível que haja um problema de excesso de ruído no seu local de trabalho. A
exposição repetida durante períodos longos pode afetar a audição.

Que pode ser feito?

 Avaliar o risco da situação concreta, executar um plano tendente a eliminá-lo ou


reduzi-lo e informar o pessoal.
 Elimine os ruídos perigosos no local de trabalho.
 Use equipamento de proteção auricular adequado.

f) Substâncias perigosas

As substâncias perigosas podem provocar lesões ou doenças, se as pessoas estiverem


em contacto com elas ou se não as utilizarem adequadamente. No setor da hotelaria e
restauração, muitas substâncias representam um risco sério para os trabalhadores,
incluindo líquidos de limpeza, detergentes para a máquina de lavar louça, produtos de
limpeza de canos, limpa-fornos, desinfetantes, produtos de limpeza das casas de banho,
lixívia, esterilizadores de água e descalcificadores. Os riscos mais comuns são o
contacto com a pele ou com os olhos, a inspiração ou a ingestão.

Muitos produtos de limpeza químicos são perigosos por serem corrosivos e poderem
provocar queimaduras da pele e dos olhos se os seus salpicos entrarem em contacto com
o corpo. Sem controlo adequado, alguns podem causar dermatite (pele seca, ulcerada,
com escamas) ou outras irritações da pele, asma e problemas respiratórios.

Outra das causas da dermatite é o contacto com alimentos: sumos de frutos e legumes,
proteínas do peixe, marisco, carne e farinha. Outras fontes de substâncias irritantes ou
prejudiciais são a emissão de vapores de cozinha e o fumo passivo.

18
Que pode ser feito?

 Avaliar o risco da situação concreta, executar um plano tendente a eliminá-lo ou


reduzi-lo e informar o pessoal.
 Os agentes de limpeza devem ser mantidos, exclusivamente, em recipientes cuja
forma ou designação não permita qualquer confusão com alimentos. Os
recipientes que contêm agentes de limpeza devem ser marcados para que o risco
possa ser reconhecido por todos os utilizadores.
 Quando são utilizados agentes de limpeza perigosos, deve ser usado
equipamento de proteção. O equipamento de proteção pessoal deve incluir
máscaras de proteção ou óculos de segurança, eventualmente uma proteção
contra a inalação, luvas de proteção, avental de borracha e botas de segurança.
 Devem ser fornecidas instruções de utilização que definam os riscos desses
agentes de limpeza perigosos para as pessoas e para o ambiente, bem como as
medidas de prevenção e as normas de conduta necessárias.
 A forma mais eficaz de proteger os trabalhadores do fumo passivo é a criação de
zonas para não fumadores. Se tal não for possível, devem ser instalados bons
sistemas de ventilação.

g) Gás comprimido utilizado em bebidas

No sector da hotelaria e restauração, o gás comprimido é amplamente utilizado na


preparação de bebidas. A sua instalação inclui garrafas de gás comprimido com tubos de
saída, bem como equipamento de controlo e de mistura. Em muitos restaurantes e bares,
as instalações de gás e as garrafas de gás comprimido estão colocadas em adegas mal
ventiladas.

Na preparação de bebidas, são utilizados o azoto, o dióxido de carbono e, em


determinadas circunstâncias, o ar comprimido. O dióxido de carbono, um gás inodoro e
incolor que desloca o oxigénio, é o gás mais utilizado.

Consoante a concentração do gás e a duração da exposição, os trabalhadores pode sofrer


de dores de cabeça, suores, respiração acelerada, aceleração do ritmo cardíaco, falta de
ar, tonturas, depressão, perturbações da visão e tremores. Em concentrações elevadas, o
oxigénio é deslocado, o que provoca carência de oxigénio, o que causa, por seu turno,
dificuldades de raciocínio, inconsciência e, mesmo, morte.

Exemplo:

Manuseamento do dióxido de carbono — consequências trágicas

Uma sala de um clube desportivo local foi utilizada para celebrar um casamento. Tendo
o patrão não regressado, após sair para mudar uma garrafa de dióxido de carbono
(CO2), a empregada de mesa foi encontrá-lo inconsciente na adega. Dois convidados, a
quem foi pedida ajuda e se deslocaram à adega, ficaram igualmente inconscientes. Dois
outros convidados que tentaram entrar na adega por outra porta saíram a tempo. Balanço
trágico: três mortos e dois feridos graves.

19
Que pode ser feito?

 Conhecer os riscos e proceder a uma avaliação dos riscos que abranja todas as
pessoas que entram ou trabalham em adegas. A entidade patronal deve
sensibilizar o pessoal para os riscos inerentes à utilização de gás.
 Instale novos depósitos de dióxido de carbono no piso térreo, em espaço aberto.
Sempre que possível, transfira os pontos de saída existentes para uma posição
acima do piso térreo.
 Sempre que haja a possibilidade de ocorrer uma fuga significativa de gás, prever
ventilação adequada, de modo a manter a atmosfera segura, e instalar um
sistema de monitorização do gás com alarme. Este sistema deve funcionar
permanentemente e ser concebido de modo a alertar as pessoas com um alarme
audível ou visível, antes de estas entrar na zona de perigo.
 Coloque sinalização de alarme adequada no exterior das zonas suscetíveis de
acumular elevadas concentrações de gás.
 Preveja iluminação adequada.
 Os acessos a espaços fechados devem ser limitados a pessoal autorizado. Os
trabalhadores que operam a instalação de distribuição de gás devem ser
formados para seguir as instruções dos fornecedores.
 Definir medidas de emergência e formar os trabalhadores para observarem os
procedimentos inerentes.
 As entregas devem processar-se de forma a reduzir ao mínimo o número e a
dimensão das garrafas de gás comprimido.
 Inspecionar e proceder regularmente à manutenção das canalizações, tubagens e
acessórios, e conserve o sistema de acordo com as instruções dos fabricantes.
Anualmente, deverá ser efetuada uma inspeção por um profissional contratado.

h) Trabalho em ambientes aquecidos

Os trabalhadores do sector da hotelaria e restauração correm riscos de stresse provocado


pelo calor quando descarregam mercadorias, trabalham em cozinhas e servem clientes.
Nas cozinhas, a confeção de alimentos torna o ambiente quente e húmido; no Verão,
essas condições podem agravar-se.

A exposição excessiva a um ambiente de trabalho muito aquecido pode provocar uma


série de perturbações. Erupções cutâneas e desmaios são os primeiros sintomas de
tensão provocada pelo calor. Se não for tratado nas primeiras fases, o stresse provocado
pelo calor pode ter efeitos graves sobre organismos, podendo originar colapso, exaustão
e cãibras induzidos pelo calor.

20
Que pode ser feito?

 Avaliar o risco da situação concreta, executar um plano tendente a eliminá-lo ou


reduzi-lo e informar o pessoal.
 Instale ventilação geral. O ar condicionado ou a refrigeração local do ar podem
ser úteis. Em cozinhas profissionais, a ventilação com circulação do ar afigura-
se a forma mais eficaz de reduzir a temperatura e os vapores de cozinha que
contêm substâncias perigosas.
 Cozinhe por indução, com ‘calor frio’ propagado através de campos magnéticos.
Não há chama viva.
 Reduza a humidade com recurso a ar condicionado e a desumidificadores, e à
diminuição das fontes de humidade; por exemplo, banheiras, esgotos e válvulas
de vapor com fugas.
 A climatização pode reduzir a tensão provocada pelo calor.
 Preveja períodos de repouso em zonas mais frescas para aliviar o stresse
provocado pelo calor.
 Devem ser reduzidas as exigências de esforço físico em ambientes de trabalho
aquecidos, evitando movimentações manuais de carga desnecessárias.
 Mantenha uma reserva de água fresca próximo da zona de trabalho, de modo a
que os trabalhadores possam repor os fluidos.
 Use equipamento de proteção individual. Deve ser usada roupa fresca,
confortável e transpirável, nomeadamente de algodão, que permita a circulação
do ar e a evaporação do suor.
 Instrua os trabalhadores acerca dos perigos de trabalhar com calor e dos
benefícios de aplicar os controlos e os métodos de trabalho adequados.

i) Riscos de incêndio

É significativo o risco de incêndio no sector da hotelaria e restauração, especialmente


em cozinhas, onde h gás, chamas, óleos aquecidos e substâncias inflamáveis.

Que pode ser feito?

 Avaliar o risco da situação concreta, executar um plano tendente a eliminá-lo ou


reduzi-lo e informar o pessoal.
 Mantenha o equipamento elétrico em boas condições e proceda regularmente à
sua verificação.
 Equipe as fritadeiras com termóstatos, a fim de prevenir o sobreaquecimento.
 Limpe as torneiras de óleo, exaustores e filtros.
 Assinale as saídas de emergência e mantenha-as desobstruídas.
 Coloque e verifique os extintores de incêndio.
 Instale sistemas automáticos de deteção de incêndios e de aspersão.
 Certifique-se de que os seus empregados frequentam formação de segurança
contra incêndios.

21
j) Riscos psicossociais

Os fatores de risco psicossociais estão associados à organização do trabalho e às


exigências intelectuais do mesmo. Solicitações contraditórias, falta de controlo sobre o
trabalho e falta de apoio por parte dos colegas ou supervisores constituem outros tantos
fatores de risco consideráveis. Longos períodos de trabalho, frequentemente à noite ou
durante o fim-de-semana, são uma fonte de tensão para os trabalhadores do sector da
hotelaria e restauração. Também o contacto com clientes difíceis pode originar stresse e
até mesmo assédio ou violência.

2.3. Legislação

Os trabalhadores estão protegidos pela Diretiva 89/391/CEE (diretiva-quadro). O


princípio de base da diretiva consiste na prevenção dos riscos. Prevê que a entidade
patronal proceda a avaliações de risco e impõe-lhe a obrigação geral de assegurar a
segurança e a saúde dos seus trabalhadores no trabalho.

A diretiva-quadro é completada por outras diretivas, nomeadamente, a diretiva relativa à


organização do tempo do trabalho, a diretiva relativa aos locais de trabalho
(89/654/CEE) e a diretiva relativa ao ruído (2003/10/CE).

2.4. Trabalho antissocial no sector da hotelaria e restauração

 47,5% dos trabalhadores trabalham 10 ou mais horas por dia durante, pelo
menos uma vez por mês.
 Os trabalhadores trabalham uma média de 43,4 horas por semana.
 71% dos trabalhadores trabalham à noite, entre as 18 e as 22 horas.
 45% trabalham à noite, entre as 22 e as 5 horas.
 83% trabalham aos sábados e 69% aos domingos.
 36% afirmam que os seus horários de trabalho não são compatíveis com os
compromissos familiares ou sociais.

Fonte: Inquérito Europeu sobre as Condições de Trabalho, 2000 e 2002.

22
Que pode ser feito?

 Avaliar os riscos para a saúde e a segurança no local de trabalho e, em seguida,


se for caso disso, melhorar os níveis de segurança.
 Reduzir horários de trabalho longos e irregulares.
 Introduzir horários de trabalho flexíveis e guarda de crianças, a fim de permitir
uma melhor conciliação entre a ’ vida profissional e a vida pessoal dos
trabalhadores.
 Reduzir cargas de trabalho elevadas e reformular tarefas.
 Envolver os trabalhadores nos processos de decisão.
 Melhorar a segurança dos trabalhadores em contacto com o público e formá-los
sobre a forma de lidar com clientes difíceis e agressivos.

2.5. Sinalização de segurança

Objetivo: chamar a atenção das pessoas, de forma rápida e inequívoca, para as


situações que, nos espaços onde elas se encontram, comportem riscos para a sua
segurança.

A forma utilizada, a cor, o número e dimensão dos sinais de segurança dependerão da


importância dos riscos, dos perigos existentes e da extensão da zona a cobrir.

Deverá existir em todos os locais de trabalho, qualquer que seja a actividade e nos locais
públicos.

2.5.1.Sinalização

A sinalização estimula e desenvolve a atenção do trabalhador para os riscos a que está


exposto, permitindo-lhe ainda recordar as instruções e os procedimentos adequados em
situações concretas

Definição

Sinalização de segurança é aquela que está relacionada com um objeto, uma atividade
ou uma situação determinada, que fornece a indicação ou prescrição relativa à
segurança e/ou à saúde do trabalho, por intermédio de uma cor, um sinal luminoso e/ou
acústico, uma comunicação verbal e/ou gestual ou uma placa.

A sinalização de SST encontra-se legislada e regulamentada pelo DL 141/95, de 14 de


Junho, e pela portaria 1456-A/95, de 11 de Dezembro.

23
2.5.2. A Quem Compete Sinalizar

O empregador tem a obrigação de garantir a existência de sinalização de segurança e


saúde no trabalho, de acordo com a legislação em vigor, sempre que os riscos não
puderem ser evitados ou suficientemente diminuídos com meios técnicos de proteção
coletiva ou medidas, métodos ou processos de organização do trabalho.

2.5.3. Formação e Informação aos Trabalhadores

Antes de se aplicar a sinalização de segurança os trabalhadores devem:

 Ser consultados;

 Ter acesso à informação;

 Receber formação.

É fundamental que o empregador se certifique que TODOS os trabalhadores


compreendem o significado da sinalização. Alguns sinais implicam a adoção de novos
comportamentos gerais e específicos.

2.5.4. Sinalização de segurança

Forma

Cores

Perigo

Material de combate a
Proibição incêndios

Segurança em situação de
emergência

Obrigação

24
2.5.5. Classificação dos Sinais de Segurança

Sinais de Perigo

 Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no


sinal.

 São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos,


etc.

 Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo.

25
Sinais de Obrigação

 Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no


sinal.

 São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos,


etc.

 Têm forma circular, fundo azul e pictograma a branco .

Sinalização de Emergência

 Pictograma branco sobre fundo verde (a cor verde deve cobrir pelo menos 50%
da superfície da placa).

 Visam indicar, em caso de perigo, as saídas da emergência, o caminho para o


posto de socorro ou local onde existem dispositivos de salvação.

Lavagem de olhos Primeiros socorros

26
Sinais de Proibição

 Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no


sinal.

 São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos,


etc.

 Têm forma circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.

27
3. HIGIENE DOS ALIMENTOS

Os alimentos são como um combustível para o nosso corpo. São eles que nos dão a
energia necessária para desenvolver todas as tarefas do nosso dia-a-dia. Portanto, a
higiene alimentar é tão importante e isso envolve cuidados, como o prazo de validade
da comida que compramos, em quanto tempo vamos consumi-la, como manuseamos e
onde comemos.

Comer qualquer alimento sem nenhuma precaução, pode trazer algumas consequências,
como diarreias, vômitos, mal-estar, infeções e podem levar a morte. As principais
causas desses problemas são as comidas compradas nas ruas, pois é possível que elas
não se encontrem em bom estado de conservação, o calor pode gerar alterações
biológicas e fazer com que elas se deteriorem mais rápido.

O que costuma provocar infeções alimentares são micro-organismos, como bactérias,


fungos, vírus e alguns parasitas. Eles se multiplicam e devido à umidade e o calor, e
podem fazê-lo com muita rapidez. Ao ingerir uma comida contaminada, a pessoa passa
mal por causa das toxinas que os micro-organismos produzem, o que gera um
desequilíbrio gastrointestinal e, em alguns casos, febre.

28
3.1. Controlo de pragas

Os Operadores Alimentares devem implementar procedimentos adequados para


controlar as pragas em todas as fases da produção, transformação, armazenamento e
distribuição, para proteger os alimentos de qualquer contaminação que os possa tornar
inseguros para consumo humano, perigosos para a saúde ou contaminados de tal forma
que não seja razoável esperar que possam ser consumidos nesse estado.

3.2. O que são pragas?

Pragas são animais ou plantas que, se presentes no estabelecimento, poderão contactar


com os alimentos e contaminá-los, podendo levar à existência de produtos não seguros
para consumo humano. As infestações por pragas podem ocorrer em locais que
favoreçam a sua proliferação e onde existam alimentos. Podem entrar nas instalações
através das matérias-primas e materiais de embalagem, veículos de transporte,
equipamentos e funcionários.

3.3. Controlo preventivo

Deve ser definido e implementado um programa preventivo de controlo de pragas. Este


deve cobrir todas as áreas do estabelecimento, de forma a minimizar a infestação por
pragas. Devem ser considerados os aspetos a seguir descritos.

29
Regras gerais

1 - As instalações devem ser concebidas de forma a não permitirem que as


pragas entrem nem se instalem;

2 - Manter as instalações em bom estado de conservação e organização:


- Consertar vazamentos e infiltrações;
- Não acumular equipamentos e materiais no exterior das instalações;
- Vegetação exterior cuidada;
- Ausência de água estagnada no exterior.

3 - Manter as instalações adequadamente higienizadas. A higienização cuidadosa


elimina os restos de alimentos, destrói os ovos de insetos e reduz o número de
locais onde as pragas se podem instalar;
4 - Manter todas as aberturas para o exterior devidamente fechadas (orifícios,
drenos, ralos e outras possíveis entradas);

5 - As portas devem possuir molas de retorno e com ajuste perfeito às ombreiras


e pavimento. Se necessário, devem ser colocadas escovas por baixo das portas,
para seu isolamento;

6 - Reparar imediatamente todos os buracos, fendas e ranhuras, após a sua


deteção;

7 - Reparar os tetos e paredes (ex: azulejos partidos ou deslocados);

8 -Verificar se as portas fecham adequadamente, não deixando frinchas que


possibilitem a entrada de pragas. Manter as portas e janelas sempre fechadas;

9 - Colocação de redes de proteção contra insetos nas janelas e outras aberturas


de ligação exterior, facilmente removíveis para higienização;

10 - Manter as aberturas dos esgotos devidamente protegidas;

11 - Inspecionar, de forma adequada, os alimentos na sua receção. Rejeitar as


mercadorias que apresentem sinais de infestação por pragas, como marcas de
roeduras, fezes, urina, pelos;

12 - Acondicionar os alimentos sobre prateleiras ou estrados, afastados dos


pavimentos e das paredes;

13 - Manter um Plano de Higienização das instalações em funcionamento


adequado;

14 - Remover o lixo e resíduos adequada e rapidamente, colocando-os em


contentores fechados, dentro de sacos;

15 - Afastar os animais da área circundante e do interior das instalações de


processamento de alimentos;

30
16 - Sensibilizar todos os colaboradores para verificarem continuamente sinais
de presença de pragas. Estes devem informar o responsável se verificarem sinais
da presença de pragas e informarem o responsável se verificarem aberturas não
apropriadas, frinchas, vidros partidos, ou qualquer outro local por onde pode
haver entrada de pragas nas instalações;

17 - Manter os caixotes do lixo devidamente higienizados, em boas condições de


conservação e com tampas de acionamento não manual;

18 - Limpar rapidamente os derrames na zona envolvente aos caixotes do lixo;

19 - Manter as embalagens e resíduos recicláveis em contentores à prova de


pragas e afastados o mais possível das instalações;

20 - Colocar os alimentos recebidos, o mais rapidamente possível, no


armazenamento;
21 - Refrigerar os alimentos como leite em pó, cacau e nozes, após abertura.
Estes alimentos atraem insetos, mas muitos insetos tornam-se inativos a
temperaturas inferiores a 5ºC;

22 - Colocar as embalagens de cereais e farinhas noutros contentores com


tampas que fechem justas;

23 - Colocar em prática o PEPS (Primeiro a Expirar Primeiro a Sair), para que as


pragas não tenham tempo para se instalarem e multiplicarem;

24 - Colocação de vedantes nas fendas;

25 - Selagem de potenciais esconderijos nas instalações e equipamentos;

26 - Fixação de grelhas nos canais de escoamento das águas dos pavimentos;

27 - A remoção das instalações de material e equipamento não utilizados que


possam favorecer o alojamento de pragas no seu interior;

28 - A manutenção dos sistemas de drenagem devidamente limpos, por forma a


que não haja nenhum obstáculo que impeça o escoamento de águas residuais ou
pluviais, que permitam o refugio ou entrada de pragas.

31
3.4. Programa de Controlo de Pragas

1 - O estabelecimento deve contratar os serviços de uma empresa competente de


controlo de pragas para efetuar inspeções regulares e tratamento das instalações
para detetar e erradicar infestações por pragas. Os responsáveis da empresa
devem comprovar que são qualificados para as funções e dispõem de
equipamento adequado;

2 - Deve existir um contrato ou caderno de encargos com a empresa de controlo


de pragas. Este contrato deve definir claramente as atividades a realizar e a sua
frequência;

3 - A frequência das inspeções deve ser determinada através de uma avaliação


cuidada por pessoal competente e deve estar registada;

4 - As estações com iscos devem ser robustas, feitas com materiais não
violáveis, devem-se encontrar fixas e devidamente localizadas para prevenir o
risco de contaminação para o produto.

3.5. O Programa de Controlo de Pragas deve ter em consideração os seguintes


aspetos, devidamente documentados:

1 - Um plano/planta das instalações atualizado com a localização e numeração


dos dispositivos de controlo de pragas;

2 - A identificação dos iscos e/ou dispositivos de monitorização nas instalações;


3 - A definição clara das responsabilidades atribuídas ao responsável do
estabelecimento e à empresa contratada;
4 - Instrução para uma utilização eficaz dos produtos (pesticidas) utilizados no
controlo de pragas;

5 - Dispor das fichas técnicas e das fichas de segurança dos pesticidas usados e
conhecer a forma de atuação em caso de intoxicação (a ser fornecida pela
empresa de controlo de pragas);

6 - Dispor de uma cópia da autorização de venda dos pesticidas (a ser fornecida


pela empresa de controlo de pragas);

7 - Manter todos os relatórios das intervenções emitidos


pela empresa de controlo de pragas. O relatório deve ser
detalhado e incluir as seguintes informações:

- Ações de controlo preventivo;


- Pragas encontradas e em que locais;
- Descrição das ações corretivas a aplicar;
- Dispositivos onde foi colocado pesticida;
- Que pesticida foi colocado.

32
3.6. Monitorização

1 - Mensalmente devem ser verificados os seguintes aspetos relativamente aos


dispositivos de combate a pragas:

- Localização;
- Estado de conservação;
- Estado de limpeza;
- Desobstruídos;
- Sem água;
- Identificados/numerados.

No caso de ser detetada uma infestação por pragas, devem ser seguidos os seguintes
aspetos:

a) Identificar as pragas em causa;


b) Identificar quais as áreas em que se detetaram as pragas;
c) Identificar que método de intervenção irá ser adotado;
d) Avaliar a situação para estabelecer as ações corretivas para evitar repetição
da situação;
e) Avaliar se os alimentos foram contaminados e decidir o seu destino (ex:
reprocessamento, eliminação entre outros).

3.7. Uso e armazenamento dos pesticidas

A utilização de pesticidas (iscos tóxicos) é apenas mais uma das medidas de combate às
pragas que pode ser implementada pelos estabelecimentos. No entanto, estes apenas
devem ser colocados no exterior das instalações, devidamente assinalados. No interior
das instalações apenas deverão ser colocados iscos de deteção inertes, ou seja, são iscos
que dão indicação de presença de roedores, sendo úteis para a informação relativa ao
funcionamento do sistema de controlo de pragas implementado.

Caso se proceda ao uso e armazenamento de pesticidas no estabelecimento, deverá


respeitar as seguintes regras:

1 - Manter os pesticidas em armazéns exclusivos e fechados à chave, afastados


dos armazéns de alimentos e zonas de preparação;

2 - Manter os pesticidas na sua embalagem original;

3 - Cumprir as regras de armazenamento indicadas pelos fabricantes;

4 - Armazenar os aerossóis ou latas de spray pressurizadas em locais frescos. A


exposição a temperaturas elevadas (superior a 50ºC) pode causar explosão;

33
5 - Ler sempre os rótulos antes da utilização. Respeitar sempre as regras de
aplicação sugeridas pelo fabricante;

6 - Usar apenas pesticidas aprovados;

7 - Cumprir as regras de gestão das embalagens usadas de acordo com as


indicações do fabricante;

8 - Assegurar que a utilização dos pesticidas não causou contaminação dos


alimentos;

3.8. Dispositivos de combate a insetos voadores

Os dispositivos de combate a insetos voadores devem cumprir os seguintes requisitos:

1 - Serem colocados nos pontos adequados para que funcionem corretamente;

2 - Nunca serem colocados por cima de zonas onde se manipulem alimentos (ex:
bancadas de trabalho);

3 - Deixar sempre espaço suficiente à frente e acima do dispositivo para permitir


a sua remoção para manutenção;

4 - Colocar perpendicularmente às janelas, de forma a minimizar a competição


com a luz solar;

5 - Não colocar o dispositivo diretamente sobre fontes de calor;

6 - Não causar fragmentação nem projeção de insetos;

7 - Ter lâmpadas anti estilhaço.

34
4. FATORES DE DESENVOLVIMENTO DE BACTERIAS,
BOLORES E MICRÓBIOS

4.1. Os microorganismos

Os microrganismos estão por todo o lado. Nas nossas mãos e corpo, no ar, nos
utensílios de cozinha e mesmo nos alimentos que ingerimos. O facto de os alimentos
possuírem microorganismos não os torna impróprios para consumo.

O problema é que eles têm a capacidade de crescer muito rapidamente se as condições


ambientais o favorecerem e por isso a forma como manipulamos os alimentos é
essencial para assegurar a sua qualidade. Todos os anos existem inúmeros casos de toxi-
infeção alimentar.

A sintomatologia apresenta-se geralmente com vómitos, diarreia, dores de estômago,


febre, cãibras. A maioria destes casos pode ser evitada através de regras adequadas à
manipulação dos alimentos.

As principais causas que originam um alimento impróprio para consumo são:

 Temperaturas inadequadas a que os alimentos são sujeitos (ex: falta de


refrigeração ou de cozedura);
 Falta de higiene pessoal ou dos utensílios/equipamentos e ainda obtenção de
alimentos de fonte pouco segura.

4.2. Quais são os alimentos mais perigosos?

São aqueles que têm as melhores condições para o desenvolvimento dos


microorganismos (alimentos ricos em proteína com alto teor de humidade e baixa
acidez):
 Carne ovos
 Peixe mariscos
 leite e produtos lácteos

4.3. Quais são os fatores que condicionam o desenvolvimento dos microorganismos


patogénicos?

 Composição dos alimentos Acidez


 Temperatura Humidade
 Tempo Oxigénio

35
4.4. Quais são os pontos críticos de controlo do consumidor?

a) Comprar alimentos- ver os prazos de validade, não comprar embalagens opadas ou


defeituosas, separar a carne crua (aves, vaca etc) dos restantes produtos (ex: frutas e
legumes), deixar para o fim das compras os produtos que necessitam refrigeração
(carne, produtos lácteos) e os congelados (não os deixe descongelar!).

b) Armazenamento- o armazenamento adequado mantém a qualidade e previne


contaminações. Ao chegar a casa das compras, refrigere ou congele imediatamente a
carne, peixe, mariscos, produtos lácteos, etc. Evite que a carne ou peixe entre em
contacto com outros alimentos (coloque-os no frigorífico num prato para não
pingarem). Lave as mãos após o manuseamento deste tipo de alimentos. Guarde as
conservas em lugar seco, limpo e sem grandes variações de temperatura.

c) Preparação dos alimentos- evite as contaminações cruzadas (contaminação de um


alimento seguro por outro com microorganismos). Nunca deixar entrar em contacto a
carne, peixe ou mariscos crus com alimentos cozinhados ou que vão ser comidos crus
(frutas, saladas). Lavar as mãos, superfícies e utensílios imediatamente após a
manipulação dos alimentos. Descongele os alimentos no frigorífico ou no microondas e
cozinhe imediatamente.

d) Cozinhar- cozinhar bem os alimentos destrói as bactérias patogénicas. Evite


cozinhar descontinuamente. Nunca pré-cozinhar alimentos e depois acabá-los no
grelhador ou forno. Se cozinhar no microondas use recipientes apropriados e assegure-
se de que os alimentos foram suficientemente cozinhados no interior.

e) Servir- manter os alimentos quentes, quentes (acima dos 60 ºC) e os frios, frios
(abaixo 4 ºC). Lavar sempre as mãos antes de servir ou comer alimentos. Não deixar
alimentos deterioráveis, cozinhados ou não, à temperatura ambiente.

f) Manuseamento dos restos- arrefecer rapidamente (no máx. 2 horas após ter sido
confecionado) os alimentos cozinhados (é mais rápido em contentores pequenos).
Aquecer os restos a altas temperaturas e rapidamente antes de os voltar a servir.

36
4.5. Microorganismos patogénicos associados a alimentos:

a) Salmonella spp. - Bactérias patogénicas,


encontram-se presentes em variados alimentos,
principalmente carne de aves (80% da carne de
frango crua tem esta bactéria), de porco e ovos
(quase todos os ovos têm Salmonella na casca e
alguns também têm no seu interior). Estas bactérias
se tiverem as condições adequadas (temperatura/
tempo, acidez) multiplicam-se facilmente.

Exemplos de medidas a tomar para evitar a salmonelose: limpar as cascas dos ovos
com vinagre (as Salmonella spp são sensíveis ao ácido acético). Consumir a maionese
(esta deve ser temperada com vinagre e não com limão), cremes de bolos, mousses
feitos a partir de ovos crus no próprio dia e manter sempre no frio. Separar as áreas onde
prepara carnes cruas das áreas onde estão alimentos que vão ser consumidos crus
(saladas, fruta, etc.). Cozinhar bem os alimentos (acima dos 70ºC esta bactéria morre).

b) Staphylococcus aureus - bactéria patogénica


que produz uma toxina que não é destruída a
altas temperaturas. Se dermos condições de
desenvolvimento à bactéria, esta multiplica-se,
mesmo que a seguir voltemos a ferver o
alimento, matamos as bactérias mas a toxina está
lá. Esta toxi-infecção alimentar encontra-se
geralmente associada a alimentos que são muito
manuseados (ex.: carne picada cozinhada,
alimentos feitos à base de carne e ovos etc.).

Exemplos de medidas a tomar para evitar o St. aureus: se estiver constipado evite
cozinhar ou então tenha cuidado para não contaminar os alimentos (muitas vezes esta
bactéria está presente nas mucosas de quem manipula os alimentos). Cozinhar bem os
alimentos. Não deixe os alimentos cozinhados mais de 2 horas entre os 4ºC e os 60ºC.

37
c) Campylobacter jejuni - bactéria patogénica,
cresce bem com pouco oxigénio. Esta bactéria
pode ser encontrada na carne de frango ou em
leite cru.

Exemplos de medidas a tomar para evitar o C. jejuni: cozinhar muito bem a carne de
frango e não usar leite cru.

d) Listeria monocytogenes - bactéria patogénica


resistente ao frio (cresce a 3ºC), secura e calor.
Esta pode ser encontrada no leite cru, vegetais,
peixe cru, carne crua, queijos etc.

Exemplos de medidas a tomar para evitar a Listeriose: lavar muito bem os vegetais
que vão ser consumidos crus (as cenouras têm muitas vezes esta bactéria que se
encontra na terra). Não consumir produtos refrigerados fora do prazo de validade pois
esta bactéria multiplica-se a baixas temperaturas.

e) Toxoplasma gondii - protozoário que se pode


encontrar por exemplo em gatos, principalmente
aqueles que têm acesso ao exterior. Este
protozoário pode viver no aparelho digestivo do
gato e na maioria dos casos não lhe provoca
doença. No caso dos humanos é especialmente
perigoso para as grávidas pois é abortivo e causa
anomalias no feto.

Exemplos de medidas a tomar para evitar a toxoplasmose: se estiver grávida evite


comer saladas fora de casa ou não coma saladas. Nunca coma alimentos preparados na
presença de gatos! Se tiver um gato não o deixe caçar!

38
5. TIPOS DE CONTAMINAÇÃO

Os alimentos podem ser contaminados por vários agentes que constituirão um perigo
para a saúde do consumidor. A ingestão de alimentos contaminados provoca geralmente
uma doença de origem alimentar.

5.1. Contaminação dos Alimentos

É a presença não intencional de qualquer material estranho nos alimentos, de origem


química, física ou biológica, que os tornam inadequados para consumo humano.

A contaminação dos alimentos pode ser causada por:


 Manipuladores de alimentos;
 Utensílios e equipamentos;
 Promiscuidade e cruzamento entre alimentos sujos e limpos, crus e cozinhados;
 Lixo;
 Pragas/infestações

5.2. Tipos de contaminação:

 Contaminação física – ocorre pela queda de um objeto estranho no alimento,


como por exemplo um cabelo, um inseto, pedaços de embalagens, etc.

 Contaminação química – ocorre quando qualquer substância química ou um


seu resíduo entra em contacto com um alimento, por exemplo por má utilização
de detergentes e desinfetantes.
Exemplos de perigos químicos:
 Aditivos alimentares, quando usados em concentrações excessivas (ex.:
corantes e conservantes);
 Pesticidas;
 Medicamentos veterinários;
 Toxinas naturais (ex.: cogumelos, peixes exóticos e marisco);
 Alérgenos (ex.: glúten e lactose);
 Substâncias naturais vegetais (ex.: solanina da batata);
 Químicos criados pelo processo (ex.: óleos de fritura) ou introduzidos
durante o processo (ex.: produtos de limpeza e desinfeção).

 Contaminação biológica – é aquela que ocorre pela atividade de


microrganismos, especialmente bactérias.

Independentemente da origem, é importante referir que o Homem, como manipulador


de alimentos, é o principal causador ou veículo de transmissão de doenças de origem
alimentar, quer por práticas de higiene incorretas, quer pela falta de conhecimentos
básicos sobre higiene e segurança alimentar, quer ainda por descuido.

39
5.3.Contaminação por manipuladores de alimentos

Como ocorre? Como se evita?


Através de:  Vestindo fardamento limpo e completo
 Farda suja  Lavando as mãos e antebraços, e escovando as
 Cabelo unhas frequentemente
 Mãos e unhas sujas  Protegendo o cabelo com touca adequada
 Ferimentos  Não roendo as unhas e mantendo-as curtas,
 Tosse, espirro, infeções da limpas e sem verniz
boca e nariz  Não limpando as mãos ao avental ou fardamento
 Uso de adornos  Mantendo uma higiene pessoal diária e cuidada
 Protegendo as feridas, golpes e queimaduras com
pensos estanques e de cor viva, e usando luvas ou
dedeiras de borracha (proteção dos ferimentos e
pensos)
 Não usando adornos

5.4. Contaminação por equipamentos e utensílios

Como ocorre? Como se evita?


Através de:  Lavando e desinfetando todos os utensílios antes
 Utensílios sujos e após a sua utilização
 Tábuas de corte sujas e não  Mantendo todo o material de trabalho em estado
desinfetadas impecável de limpeza
 Talheres sujos e não  Usando as tábuas de corte apenas de um lado,
desinfetados lavando-as e desinfetando-as após cada
 Equipamentos (incluindo as utilização
respetivas peças) sujos e  Lavando todos os equipamentos/máquinas após
não desinfetados a sua utilização, sendo os planos adequados de
higienização
 Guardando todas as peças, depois de lavadas, ao
abrigo de poeiras e outras sujidades
 Lavando "de novo" todas as peças dos
equipamentos antes de cada utilização

40
5.5. Contaminação por cruzamento de alimentos

Como ocorre? Como se evita?


Através de:  Impedindo o contacto ou proximidade de
 Contacto de alimentos alimentos sujos com outros alimentos crus ou
sujos com alimentos crus cozinhados
ou cozinhados  Impedindo o contacto ou proximidade de
 Contacto entre alimentos alimentos crus e cozinhados
crus e cozinhados  Mantendo todos os alimentos bem
acondicionados e devidamente protegidos

5.6. Contaminação por lixo

Como ocorre? Como se evita?


Por proximidade ou contacto Depositando o lixo em sacos próprios no interior de
entre lixos e alimentos contentores adequados, providos de tampa acionada a
pedal, que devem ser mantidos sempre fechados

5.7. Contaminação por pragas

Como ocorre? Como se evita?


Por infestações veiculas por  Efetuando a desinfestação periódica das
embalagens (cartão, instalações
madeira, etc.), sistemas de  Controlando as matérias-primas no momento da
saneamento, orifícios em sua receção
paredes e pavimentos,  Mantendo as janelas fechadas, que devem estar
janelas não protegidas, etc. protegidas com redes mosquiteiras de malha fina
 Garantindo a inexistência de fendas e orifícios
Nota: as pragas de roedores em paredes e pavimentos
e insetos (ratos, baratas,
moscas, mosquitos, etc.) são
portadoras de inúmeros
microrganismos prejudiciais
à saúde)

41
5.8. Outros comportamentos para evitar a contaminação dos alimentos

 Não comer, beber, mascar, fumar ou cuspir nas zonas de preparação e


armazenamento
 Não tocar nos cabelos, nariz, olhos ou boca, enquanto se manipulam alimentos
 Não tomar ou guardar medicamentos na zona de laboração
 Nas pausas de trabalho não deixar sujos os equipamentos, utensílios e
superfícies de trabalho sujos
 Não mexer em dinheiro
 Não humedecer os dedos com saliva para facilitar as tarefas, nomeadamente
separar toalhetes e folhas de papel vegetal
 Não espirrar, tossir, falar ou soprar sobre matérias-primas, produtos ou qualquer
tipo de material
 Manter os locais de trabalho sempre limpos e arrumados
 Utilizar o fardamento específico somente nos locais de trabalho e durante os
períodos de laboração
 Guardar a roupa e todos os pertences pessoais não utilizados nem necessários
para a laboração, nos cacifos existentes nos vestiários

42
6. HACPP

Todos os anos, milhões de pessoas adoecem devido à ingestão de microorganismos nos


alimentos e milhares, morrem com doenças provocadas por intoxicações alimentares.

Alimentos contaminados originam:


 Mal-estar generalizado
 Fatalidades evitáveis
 Dificuldades económicas evitáveis

Por esta razão utilizamos uma ferramenta de gestão alimentar “O HACCP”.

HACCP – Hazard Analysisand Critical Control Points (Análise dos Perigos e


Pontos Críticos de Controlo)

Definição

É um sistema baseado numa forma sistemática de identificar e analisar os perigos


associados com a produção de alimentos e definir maneiras para controlá-los
(STRINGER, 1994).

6.1. O que é o HACCP?

O HACCP é uma ferramenta de gestão alimentar. É baseado na prudência e controlo


dos perigos. Isto envolve:

 Ver de perto o que se passa na unidade, e avaliar o que pode correr mal.
 Identificar os “Pontos críticos de controlo” – Estes são os pontos onde se deve
focar para prevenir perigos ou reduzi-los para um valor aceitável.
 Implementar procedimentos – para ter a garantia de que os perigos são
controlados nos pontos críticos.
 Estabelecer medidas corretivas no caso de alguma coisa correr mal.
 Verificar os procedimentos
 Criar sistemas de registos para os controlos efetuados.

A maior parte das pessoas pensa que o HACCP é alguma coisa muito complicada, mas
não o tem de ser.

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E Porquê?

A Segurança Alimentar e a Qualidade são fatores de sucesso críticos; é uma obrigação


moral; e Legal.

Uma intoxicação alimentar surge depois de comer alimentos contaminados,


provocando, dores de estômago, diarreia, vómitos….

Existem algumas pessoas que representam um risco acrescido (chamados grupos de


risco):

 Crianças
 Idosos
 Grávidas
 Doentes (pessoas com sistema imunitário debilitado)

As Doenças provocadas por intoxicações alimentares, são evitáveis!


Dependem apenas do correto manuseamento e higiene.

Para evitar estas contaminações deve-mos respeitar o tempo e temperatura de confeção.

6.2. Objetivo primordial do HACCP

O objetivo do programa HACCP é prevenir o aparecimento de problemas, como as


intoxicações alimentares que possam apresentar algum risco para a saúde pública, sendo
que fatores económicos ou operacionais não devem interferir no desenvolvimento do
mesmo.

6.2.1. Origem do sistema HACCP

O sistema HACCP foi desenvolvido pela Pillsbury Company em resposta aos requisitos
de inocuidade impostos pela NASA em 1959 para os "alimentos espaciais" produzidos
para os seus primeiros voos tripulados.

Assim, com base neste tipo de análise de perigos, associada aos fatores de risco
específicos dum processo ou produto, passou a ser possível selecionar os pontos onde as
medidas pudessem ser tomadas, ou observações pudessem ser realizadas, para verificar
se o processo havia ou não sido controlado.

O HACCP foi desenvolvido para ser aplicado aos fatores associados à matéria-prima,
ingredientes, processo de produção, processamento e outros, por forma a prevenir-se a
ocorrência de contaminações e, assim, poder-se garantir a inocuidade final dos
alimentos.

44
6.2.2. História

 O haccp foi desenvolvido no final da década de 60, pela companhia americana


Pillsburyem conjunto com a NASA
 Inserido no projeto Apolo de forma a desenvolver técnicas seguras para o
fornecimento de alimentos para os astronautas da NASA
 Nos anos 70 foi aplicado à indústria conserveira americana
 Em 1980 a OMS recomenda a sua aplicação às pequenas e médias empresas
 Em 1993, o HACCP começa a fazer parte da regulamentação europeia
 Em 2006, é estipulado que todos os operadores do sector alimentar deveriam
criar, aplicar e manter um processo ou processos permanentes baseados nos sete
princípios do HACCP

6.2.3. 0s 7 princípios HACCP para a produção de alimentos

1.Análise de Perigos
2.Determinação dos pontos críticos de controlo (PCC)
3.Estabelecimento de limites críticos
4.Estabelecimento de um sistema de monitorização
5.Estabelecimento de ações corretivas
6.Estabelecimento de procedimentos de verificação (Análises microbiológicas
de superfícies, produto final,...)
7.Estabelecimento de documentação e registo

45
6.2.4. Aplicabilidade

Os sistemas de HACCP podem ser implementados em todas as fases relacionadas


com a produção de alimentos, desde a produção primária até ao fornecimento direto
de alimentos ao consumidor.

Estão também incluídas no âmbito do HACCP todas as atividades que forneçam


produtos/ materiais para alguma fase da cadeia alimentar

Assim evita-se:

• Mau funcionamento ou limpeza inadequada


• Uso de material não indicado
• Infestações
• Mau armazenamento

6.3. HACCP – Benefícios e Malefícios

6.3.1. Quais os benefícios

 O aumento da segurança do consumidor, com a análise dos perigos


que conduz à minimização da probabilidade da ocorrência de
situações que poem em risco esta mesma segurança.

 A redução de custos operacionais, diminuindo a necessidade de destruição do


produto final.

 O reforço da imagem da empresa junto dos clientes, na medida que transmite


uma maior confiança ao consumidor relativamente aos produtos postos à sua
disposição.

 Proporciona uma evidência documentada do controlo de processos no que se


refere à segurança alimentar permitindo demonstrar o cumprimento dos códigos
de práticas/legislação e facilitar o seguimento no caso de uma intoxicação
alimentar.

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6.3.2. Quais os aspetos negativos (malefícios)

Alguns dos problemas encontrados pelas pequenas indústrias na


implantação dos sistemas de HACCP são:

 Insuficiente suporte técnico,


 Concentração de funções,
 Disponibilidade financeira e de tempo para implementar a HACCP.

(KIRBY apud PETA & KAILASAPATHY, 1995).

6.4. Os Pré-requisitos para a implementação do sistema

Os requisitos para a implementação do sistema são:

 Limpeza e conservação de instalações hidráulicas


 Programa de qualidade da água
 Qualidade em termos de matérias-primas e ingredientes
 Higiene pessoal e corporal
 Controlo de pragas
 Projeto de equipamentos, prédios e instalações
 Manutenção preventiva dos equipamentos
 Treino periódico com os funcionários

6.5. Elaboração de um plano

As três etapas para a elaboração de um plano:

Análise dos perigos e determinação dos riscos associados com a


1ª produção/manipulação do alimento/bebida, em toda a sua cadeia
produtiva

Identificação de pontos críticos de controlo ao longo de toda a


2ª cadeia produtiva e distribuição do produto

Estabelecimento de um plano de monitorização de todo o sistema


3ª APPCCC

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6.6. Análise dos pontos críticos

Análise das etapas do processo de fabricação ou preparação do produto alimentar em


que se aplicam medidas preventivas de controlo com o objetivo de prevenir, reduzir a
limites aceitáveis ou eliminar os perigos para a saúde e segurança alimentar.

6.6.1. O que são os PCC (Pontos Críticos de Controlo)

“Qualquer ponto, operação, procedimento ou etapa do processo de fabricação ou


preparação do produto, onde se aplicam medidas preventivas de controle sobre um ou
mais fatores, com o objetivo de prevenir, reduzir a limites aceitáveis ou eliminar os
perigos para a saúde, a perda da qualidade e a fraude económica.”

Manuseadores

Equipamentos Instalações

Pontos
Críticos

6.6.2. Medidas de prevenção

Manuseadores: deve-lhes ser fornecida roupa de trabalho adequada e formação


apropria da em práticas de higiene e nos processos. É indispensável avaliara sua higiene
pessoal e ser efetuado o controlo da saúde;

Instalações: deve estar definida a conceção higiénica das instalações, assim como os
requisitos para os processos de limpeza;

Equipamento: O equipamento deve ter a manutenção adequada. O plano da qualidade


deve identificar os pontos de controlo para inspeções e ensaios a matérias-primas e
embalagem em curso e finais.

48
6.7. Conceitos gerais

Análise de Perigos: Processo de recolha e avaliação d informação sobre os perigos que


possam estar associados aos alimentos;

Fluxograma: Representação esquemática da sequência das etapas de um processo de


fabrico;

Limite Crítico: Valor/critério que estabelece a “fronteira” entre o aceitável e o


inaceitável;

Medida Corretiva: Ação ou procedimento a tomar quando ocorre um desvio dos


limites críticos;
Medida de Controlo: Ação que previne um perigo ou que reduz ou elimina a sua
ocorrência;
Monitorização: Sequência planeada de observações ou medição dos parâmetros de
controlo;

Ponto Crítico de Controlo (PCC): Etapa do processo onde pode ser aplica do um
controlo que seja essencial para eliminar um perigo ou impedir que este atinja um limite
crítico.

6.8. Conclusão

 O HACCP é um sistema de gestão de segurança Alimentar;


 Analisa as diversas etapas de produção dos alimentos determinando medidas
preventivas para controlar os perigos potencias à saúde dos consumidores.
 Tem diversas aplicações na indústria alimentar
 Se bem implementado garante a satisfação ao cliente e confiança na compra de
produtos alimentares e promovendo também uma eficiente gestão de custos
 Este cliente satisfeito é uma mais-valia para o operador, resultado num aumento
de receitas

HACCP é a prevenção e não a inspeção do produto final

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BIBLIOGRAFIA

https://osha.europa.eu/pt/sector/horeca/accident_prevention_html

http://www.cm-porto.pt/files/guia/files/controlo_de_pragas.pdf

http://avilandia.planetaclix.pt/Portugues/Artigos/FactoresDeterminamCrecimentoBacter
iano.htm

http://www.cienciaviva.pt/docs/MicroOrganismoPerigCozinha.pdf

http://www.saudepublica.web.pt/TrabClaudia/HigieneAlimentarCantinas_BoasPraticas/
HigieneAlimentarCantinas_guia.htm

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