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Origem da denominação de alguns calibres

Segundo  o  Dicionário  Houaiss  da  Língua  Portuguesa,  a  palavra  calibre  vem  do  árabe  “qâlib”,  que
significa forma, molde, evoluindo para o francês calibre.

Em armas de fogo, calibre designa o diâmetro da alma do cano, o diâmetro externo do projétil ou o
peso do projétil . Esta palavra está presente em praticamente todas as línguas ocidentais de maneira
praticamente  idêntica;  inglês,  francês,  italiano,  espanhol,  alemão,  polonês  e  até  russo  e  todas
designam a mesma coisa, medida. Até em algumas línguas (inglês, italiano, espanhol) o instrumento
usado pra se tirar medidas (o nosso paquímetro) é conhecido como caliper, derivado de calibre.

A  razão  da  origem  árabe  é  simples  e  histórica;  foram  eles  quem  introduziram  as  armas  de  fogo  na
Europa e conseqüentemente a designação de calibre para o tamanho do projétil que elas disparavam.
As armas em si tinham vários nomes diferentes de acordo com o tamanho ou emprego ( Colubrinas,
Falconetes,  Falcões,  Bombardas,  etc.)  mas  todas  tinha  um  calibre  a  dimensioná‑las.  Mas  por  que
escolher essas medidas ”quebradas”, como .577 ou .38 ou .52? Por que os calibres de espingardas são
‘’invertidos’’, sendo o 12 maior que o 36? Por que calibre .69 e não .70 logo de uma vez?

Os calibres foram inicialmente baseados no peso do projétil, sistema que os ingleses mantiveram até
depois da WWII (vide o famoso canhão de 25 libras , que ainda dava tiros na Guerra da Coréia).
Bateria de canhões britânicos de 25 libras na Coréia em 1952.

Assim,  os  canhões  eram  classificados  como  de  8,  12,  16,  24  ou  mais  libras  de  peso  de  um  projétil
esférico, de ferro, de mesmo diâmetro do cano. A libra era a medida mais popular na Europa e uma
unidade que era fácil encontrar pesos de referência.

Se  os  canhões  eram  “calibrados”  em  libras,  o  mesmo  sistema  ficava  difícil  de  se  usar  em  armas
portáteis, pois os projéteis eram em fração de libra. Como os projéteis eram esféricos, convencionou‑
se especificar o calibre de tais armas como sendo o “número de esferas de chumbo de igual diâmetro
interno do cano que, somadas, perfaziam 1 libra de peso”.

Assim,  por  essa  nomenclatura,  um  calibre  12  significa  que  12  esferas  de  chumbo  que  tenham  o
diâmetro  interno  do  cano  perfazem  uma  libra  de  peso;  para  o  calibre  20  serão  20  esferas  e  assim
sucessivamente.  Em  outras  palavras,  ainda  usando  como  exemplo  o  calibre  12,  este  corresponde  a
1/12  avos  de  libra.  Por  isso  os  calibres  “de  espingarda”  parecem  ser  ‘’ao  contrário’’,  pois  para
conseguir  calibres  menores  é  necessário  dividir  a  libra  em  frações  cada  vez  menores.  Esta  medida
pode parecer estranha, mas naqueles tempos era o que se tinha em mãos para medir!
Aparências enganam: o cartucho no alto é um cal. 12, enquanto os demais abaixo são em cal. 4

Somente muito tempo depois é que se passou a usar uma unidade de comprimento como medida de
calibre.  Esta  unidade  foi  a  polegada.  Por  esta  razão  muitas  armas  de  pólvora  negra  têm  “calibres”
estranhos,  pois  mais  tarde  passou‑se  a  converter  essas  medidas  para  décimos  ou  milésimos  de
polegada.

Boa parte dos motivos de calibres com números “quebrados” é devida à lógica de pensamento anglo‑
saxã,  que  não  usa  o  sistema  decimal  de  medidas.  Um  pé  tem  12  polegadas  e,  em  termos  de
subunidades, usam‑se frações de polegada: se você for a uma loja de ferragens, pode pedir uma junta
de 3/4 de polegada que vão saber o que é. O mesmo se você pedir uma de meia polegada. O sistema é
extremamente complexo, indo a limites bem malucos, como no caso de brocas, que são vendidas com
base em medidas em 32 ou 64 avos de polegada (uma broca de 3/32 de polegada ou uma de 7/64 de
polegada, por exemplo). O famoso 6,35 mm , por exemplo, nada mais é do que um calibre com 1/4 de
polegada (.25). Aqui a coisa fica fácil para alguns calibres bem conhecidos: .25 é 1/4 de polegada; .50 é
1/2 polegada, mas mesmo assim o sistema continua confuso, pois há muitos ”intermediários”. O .22
corresponde a 7/32 avos de polegada; o .44 seria algo próximo de 7/16 avos.
12,7x108mm, o equivalente soviético do 12,7x99mm americano (.50 BMG). Exemplo de cartucho com ½
polegada de calibre.

.22 Remington Jet, cartucho com projétil de 7/32 de polegada.

.25 ACP, claro exemplo de cartucho com projétil de ¼ de polegada.

Outra  forma  arcaica  de  medir  calibres  é  por  ‘’linhas’’,  que  seria  uma  subdivisão  da  polegada.  O
problema é que a “linha” é uma medida arcaica e cada país tinha a sua. A linha russa usada no século
XX tem aproximadamente 2,54 mm , mas isso não quer dizer que a polegada russa tenha 25,4 mm .
Vale lembrar que a polegada portuguesa, de curso legal no Brasil até 1865, tinha 2,75 mm . A linha
francesa  era  de  1/40  de  polegada  francesa,  que  por  sua  vez  era  maior  do  que  a  polegada  inglesa.  E
assim por diante. Um outro exemplo é que tanto Brasil quanto Portugal nunca tiveram o “pé” como
unidade  básica  de  medida  (a  polegada  inglesa  é  1/12  do  pé,  a  jarda  são  3  pés  e  assim  por  diante).
Aqui se usava como unidade básica o palmo de 8 polegadas ( 22 cm ). Como pode‑se observar, não é
possível traduzir unidades de medidas de outros países e esperar que estas sejam as mesmas.

Uma  arma  que  utilizava  o  sistema  de  linhas  foi  a  Carabina  Estriada  de  7  Linhas,  Modelo  1843,  ou
Carabina de Lütich, uma arma belga que foi usada pelos russos na Guerra da Criméia. Seu calibre em
mm  seria  de  17,78  mm  ,  o  que  resultaria  em  .69  de  polegada.  Fato  interessante  é  que  o  sistema  de
”linhas”  foi  usado  na  Rússia  até  1917.  O  calibre  usado  por  eles  no  clássico  fuzil  Mosin‑Nagant  de
1891, o 7,62x54R mm, é um ”3 linhas”.

7,62x54R mm: exemplo de uma munição que foi primeiramente denominada no sistema de “linhas”.

Somente após a “Revolução de Outubro”, a então U.R.S.S. adotou o sistema métrico decimal. Com a
adoção do sistema decimal pela maioria dos países, a coisa começou a se padronizar, pois os calibres,
inclusive de canhões, passaram a ser medidos em milímetros, apesar de ainda existirem as diferenças
entre calibre real (nominal) e o calibre efetivo do projétil, que sempre será maior que o diâmetro real
nas  armas  de  retrocarga.  Por  exemplo,  um  8x56Rmm  Mannlicher  não  tem  realmente  8  mm  de
diâmetro de projétil, mas 8,36mm e um 7,62x63mm tem na verdade 7,82 mm .

Isso  acontece  para  que  o  projétil  seja  forçado  contra  o  raiamento,  permitindo  efetiva  vedação  dos
gases  da  queima  da  pólvora  e  também  para  que  o  projétil,  ao  se  moldar  às  raias  do  cano,  adquira
rotação.  Convém  lembrar  que  nas  armas  de  antecarga  geralmente  o  projétil  é  sub‑calibrado,  isso  é,

tem  um  diâmetro  menor  que  o  da  alma  do  cano,  para  que  possa  ser  introduzido  facilmente  pela
tem  um  diâmetro  menor  que  o  da  alma  do  cano,  para  que  possa  ser  introduzido  facilmente  pela
“boca” do cano. O fuzil Enfield 53, em cal. .577, por exemplo, usava projéteis de calibre .55.

Pacote original de cartuchos de pólvora negra onde se pode ler a diferença do calibre da arma (.577) e dos
projéteis(.55).

Como explicado no texto, o calibre do projétil é, na verdade, .631, para permitir sua fácil introdução
através do cano da arma.

Três exemplos de projéteis tipo Miniè calibre .69.

Em outros artigos presentes aqui no site nos aprofundaremos no tema e tentaremos esclarecer mais
detalhes quanto às diferentes formas de denominar cartuchos.

Artigo escrito por nosso colaborador José Renato Marini Figueira

Wrien by Carlos F P Neto

14/06/2017 às 14:15

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