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FICHA DE TRABALHO

Texto narrativo
Português – 9.º ano

Proceda à leitura cuidada e atenta do texto e responda aos itens que se seguem, de acordo com as
orientações dadas.
Parte A
A família moderna à mesa
O aumento das refeições familiares, nos agregados com filhos, já vai em 17 %, revela um estudo
por Luísa Oliveira
Despachar qualquer coisa num tabuleiro, em frente da TV: errado. Cada um comer em casa, a horas
5 diferentes: errado. O jantar, um qualquer pré-cozinhado, ser acompanhado pelo som do pequeno ecrã:
errado.
São estes, no entanto, os cenários em muitas casas portuguesas, quando chega a hora da refeição. Com
um prejuízo enorme para a comunicação e a qualidade nutricional. Mas eis que o estudo A família moderna
portuguesa: a refeição como um dos pilares da instituição familiar - encomendado pela Compal e
10 apadrinhado pela Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN) e pela Associação de Famílias Numerosas
(AFN) - vem mostrar que a realidade está diferente. Por força da necessidade de reajustamento nas finanças
domésticas, há mais 14% de portugueses a trocarem os restaurantes pelo conforto do lar. E esse valor cresce
para 17%, no caso dos agregados com filhos. Ainda há outra razão, que se junta à da crise: a valorização do
ambiente familiar.
15 Nuno Borges, da direção da APN, e Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da AFN, estão satisfeitos com este
retorno a casa, desejando que seja, também, um regresso à comida de tacho.
«Existem outros estudos, com abordagens diferentes, que provam ser as refeições em família as mais
saudáveis», nota Nuno Borges. Não comer isolado, partilhar a alimentação e socializar, melhora a saúde
mental e, consequentemente, o bem-estar geral.
20 O estudo sobre a família portuguesa não revela o que as pessoas escolhem para os seus pratos. Porém,
como a principal razão da mudança de hábitos reside na crise, corre-se o risco de as opções nem sempre
serem as mais adequadas. «A comida pré-cozinhada, por exemplo, é barata, mas contém muita gordura e
sal», avisa aquele nutricionista. Se as refeições familiares forem confecionadas com base em receitas
caseiras, então o reajuste será positivo.
25 A partir dos inquéritos efetuados, chegou-se à conclusão de que a duração média de cada refeição anda
à volta dos 40 minutos - quem come mais devagar é tendencialmente mais magro, logo, mais saudável.

«Logo ao jantar falamos»


Ana Cid Gonçalves está habituada a poupar, pois tem quatro bocas para alimentar. No início de cada mês,
30 elabora uma ementa, à qual todos podem acrescentar pratos. Uma refeição totalmente partilhada sai mais
barata. «Além disso, melhora a comunicação, o bem-estar e a qualidade da comida», insiste. Os Portugueses
sabem disso: mais de 70% consideram que a comida caseira é mais rica, saborosa, natural e equilibrada. O
estudo regista, igualmente, que 93% dos inquiridos se apercebem da importância das refeições familiares
para as crianças, 89% referem mesmo que são a oportunidade para se falar dos acontecimentos do dia e 88%
35 realçam o reforço dos laços afetivos. No fundo, trata-se de um balão de oxigénio para o asfixiante quotidiano
de pais e filhos.
Apesar de todas as vantagens desta reunião em torno da mesa da cozinha ou da sala de jantar, Ana Cid
não afasta a possibilidade de algumas idas ao restaurante, enquanto programa conjunto: «São até
desejáveis.» Estejam onde estiverem os membros de uma família, o importante é partilharem tarefas,
40 ouvirem-se uns aos outros, fazerem boas opções alimentares - longe do ruído de fundo de uma intrusiva TV,
por favor.
LUÍSA OLIVEIRA, Visão, n." 1030,29 de novembro a 5 de dezembro de 2012 (com supressões).

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1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) constituem as ideias-chave do texto de Luísa Oliveira.


Escreva a sequência de letras pela qual essas informações surgem no texto.
Comece a sequência pela letra (A).

(A) Comer em frente à televisão é errado.


(B) Nuno Borges desaconselha a comida pré-cozinhada.
(C) A crise também levou a uma maior valorização do ambiente familiar.
(D) Apesar de tudo, Ana Cid não dispensa uma ida pontual ao restaurante.
(E) O som da TV prejudica a comunicação e a qualidade da refeição.
(F) Alguns estudos provaram que comer em família é mais saudável.
(G) A crise obrigou as famílias a fazerem mais refeições em casa.

2. Selecione, para responderes a cada item (2.1. a 2.4.), a única opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.
Escreva o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

2.1. A expressão «pequeno ecrã», usada no primeiro parágrafo do texto, diz respeito
(A) ao computador.
(B) aos videojogos.
(C) à televisão.
(D) ao telemóvel.

2.2. A palavra «Mas» (linha 8) indica que, em relação ao primeiro parágrafo, o segundo apresenta uma
(A) oposição.
(B) alternativa.
(C) explicação.
(D) finalidade.

2.3. A frase «[...] a comida caseira é mais rica, saborosa, natural e equilibrada.» (linhas 32 e 33) contém uma
(A) hipérbole.
(B) metáfora.
(C) comparação.
(D) adjetivação expressiva.

2.4. A expressão «balão de oxigénio» (linhas 35 e 36) significa que as refeições em família
(A) beneficiam se forem feitas ao ar livre.
(B) são um escape perante os problemas do dia a dia.
(C) servem para encurtar o orçamento familiar.
(D) contribuem para aumentar o conflito de gerações.

3. Selecione a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido do texto. Escreva o
número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

(A) «que» (linha 13) refere-se a «outra razão».


(B) «que» (linha 17) refere-se a «outros estudos».
(C) «que» (linha 32) completa o sentido de «regista».
(D) «que» (linha 34) completa o sentido de «mesmo».

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Parte B

Leia o texto de Eça de Queirós. Em caso de necessidade, consulte o vocabulário apresentado no final.

Ao fundo, e com um altar-mor, era o gabinete de trabalho de Jacinto. A sua cadeira, grave e abacial1, de
couro, com brasões, datava do século XIV, e em torno dela pendiam numerosos tubos acústicos, que, sobre
os panejamentos de seda cor de musgo e cor de hera, pareciam serpentes adormecidas e suspensas num
velho muro de quinta. Nunca recordo sem assombro a sua mesa, recoberta toda de sagazes e subtis
5 instrumentos para cortar papel, numerar páginas, colar estampilhas2, aguçar lápis, raspar emendas, imprimir
datas, derreter lacre3, cintar documentos, carimbar contas! Uns de níquel4, outros de aço, rebrilhantes e
frios, todos eram de um manejo laborioso e lento: alguns com as molas rígidas, as pontas vivas, trilhavam e
feriam: e nas largas folhas de papel watman em que ele escrevia, e que custavam quinhentos reis, eu por
vezes surpreendi gotas de sangue do meu amigo. Mas a todos ele considerava indispensáveis para compor
10 as suas cartas (Jacinto não compunha obras), assim como os trinta e cinco dicionários, e os manuais, e as
enciclopédias, e os guias, e os diretórios, atulhando uma estante isolada, esguia, em forma de torre, que
silenciosamente girava sobre o seu pedestal, e que eu denominara o Farol.
O que porém mais completamente imprimia àquele gabinete um portentoso5 caráter de civilização eram,
sobre as suas peanhas6 de carvalho, os grandes aparelhos, facilitadores do pensamento – a máquina de
15 escrever, os autocopistas7, o telégrafo Morse, o fonógrafo8, o telefone, o teatrofone9, outros ainda, todos
com metais luzidios, todos com longos fios. Constantemente sons curtos e secos retiniam no ar morno
daquele santuário. Tic, tic, tic! Dlim, dlim, lim! Crac, crac, crac! Trrre, trrre!... Era o meu amigo comunicando.
Todos esses fios mergulhavam em forças universais. E elas nem sempre, desgraçadamente, se conservavam
domadas e disciplinadas! Jacinto recolhera no fonógrafo a voz do conselheiro Pinto Porto, uma voz oracular10
20 e rotunda11, no momento de exclamar com respeito, com autoridade:
– Maravilhosa invenção! Quem não admirará os progressos deste século?
Pois, numa doce noite de S. João, o meu supercivilizado amigo, desejando que umas senhoras parentas
de Pinto Porto (as amáveis Gouveias) admirassem o fonógrafo, fez romper do bocarrão do aparelho, que
parece uma trompa, a conhecida voz rotunda e oracular:
25 – Quem não admirará os progressos deste século?
Mas, inábil ou brusco, certamente desconcertou alguma mola vital – porque de repente o fonógrafo
começa a redizer, sem descontinuação, interminavelmente, com uma sonoridade cada vez mais rotunda, a
sentença o conselheiro:
– Quem não admirará os progressos deste século?
30 Debalde, Jacinto, pálido, com os dedos trémulos, torturava o aparelho. A exclamação recomeçava, rolava,
oracular e majestosa:
– Quem não admirará os progressos deste século?
Enervados, retirámos para uma sala distante, pesadamente revestida de panos de arrás12. Em vão!
A voz de Pinto Porto lá estava, entre os panos de Arrás, implacável e rotunda:
35 – Quem não admirará os progressos deste século?
Furiosos, enterrámos uma almofada na boca do fonógrafo, atirámos por cima mantas, cobertores
espessos, para sufocar a voz abominável. Em vão! Sob a mordaça, sob as grossas lãs, a voz rouquejava, surda
mas oracular:
– Quem não admirará os progressos deste século?
40 As amáveis Gouveias tinham abalado, apertando desesperadamente os xailes sobre a cabeça.
Mesmo à cozinha, onde nos refugiámos, a voz descia, engasgada e gosmosa:
– «Quem não admirará os progressos deste século?
Fugimos espavoridos para a rua. Era de madrugada.
Eça de Queirós, «Civilização», Contos, Livros do Brasil, 2000

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Vocabulário
1 Abacial: como a cadeira de um abade (superior religioso).
2 Estampilhas: selos.
3 Lacre: mistura de uma substância resinosa com matéria corante que serve para fechar e selar cartas.
4 Níquel: moeda feita com este metal.
5 Portentoso: assombroso.
6 Peanhas: bases ou pedestais em que estão colocados objetos.
7 Autocopistas: aparelhos próprios para autocopiar.
8 Fonógrafo: instrumento que fixa e reproduz os sons.
9 Teatrofone: aparelhagem que transmitia diretamente de teatros, por meio de um telefone e de um microfone, peças musicais.
10 Oracular: profética, que antevê o futuro.
11 Rotunda: sonora.
12 Arrás: tapeçaria antiga para ornar paredes de salas ou galerias.

Responda, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem.

4. No primeiro parágrafo, o narrador descreve o gabinete de trabalho da personagem Jacinto. Indique os três
aspetos do gabinete do amigo que mais causaram admiração no narrador.

5. Identifique o recurso expressivo presente na frase «Mas a todos ele considerava indispensáveis para compor
as suas cartas […], assim como os trinta e cinco dicionários, e os manuais, e as enciclopédias, e os guias, e os
diretórios, atulhando uma estante…» (linhas 9 a 11) e explique a sua expressividade.

6. A partir de determinado momento é visível uma alteração na ação narrada. Descreva o acontecimento que
determina essa alteração.

7. Classifique o narrador deste excerto quanto à presença e à posição, justificando as suas opções e recorrendo
a exemplos textuais que as comprovem.

GRUPO II

1. Considere o seguinte enunciado, retirado do Texto A:


«A comida pré-cozinhada […] é barata, mas contém muita gordura […]», avisa aquele nutricionista. Se as
refeições familiares forem confecionadas com base em receitas caseiras, então o reajuste será positivo.»
(linhas 22 a 24)
1.1. Associe cada palavra da coluna A à respetiva classe e subclasse na coluna B.
A B
a. «barata» 1. nome comum não contável
b. «contém» 2. verbo auxiliar
c. «muita» 3. adjetivo relacional
d. «gordura» 4. preposição simples
e. «familiares» 5. adjetivo qualificativo
f. «forem» 6. advérbio de predicado
g. «com» 7. verbo transitivo indireto
h. «receitas» 8. verbo intransitivo
i. «será» 9. determinante artigo definido
10. advérbio que quantidade e grau
11. verbo transitivo direto
12. nome comum contável
13. verbo copulativo

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1.2. Complete os espaços assinalados de (A) a (D), de modo a construir afirmações verdadeiras.

A oração «mas contém muita gordura» é uma oração ___(A)___.


A expressão «aquele nutricionista» desempenha a função sintática de ___(B)___.
Em «Se as refeições familiares forem confecionadas com base em receitas caseiras» estamos perante uma
oração ___(C)___.
Sintaticamente, o vocábulo «positivo» é um ___(D)___.

2. Selecione, em cada um dos itens (de 2.1 a 2.6), a única opção que permite obter uma afirmação adequada.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção correta.

2.1. O grupo nominal «serpentes adormecidas e suspensas num velho muro de quinta» (linhas 3 e 4)
desempenha a função sintática de...
(A) complemento direto.
(B) predicativo do sujeito.
(C) modificador do grupo verbal.
(D) complemento oblíquo.

2.2. A forma verbal «considerava» (linha 9) pertence à subclasse dos verbos…


(A) transitivos diretos.
(B) copulativos.
(C) intransitivos.
(D) transitivos predicativos.

2.3. O segmento «assim como os trinta e cinco dicionários […]» (linhas 10 e 11), representa uma oração…
(A) subordinada adverbial comparativa.
(B) subordinada adverbial concessiva.
(C) coordenada copulativa.
(D) coordenada disjuntiva.

2.4. O constituinte sublinhado em «[…] o fonógrafo começa a redizer, sem descontinuação,


interminavelmente, com uma sonoridade cada vez mais rotunda, a sentença o conselheiro […]» (linhas 26 a
28), desempenha a função sintática de…
(A) modificador da frase.
(B) modificador do grupo verbal.
(C) predicativo do complemento direto.
(D) complemento oblíquo.

2.5. A conjunção «ou» (linha 28) estabelece uma relação de…


(A) consequência.
(B) concessão.
(C) alternativa.
(D) oposição.

2.6. O segmento «para sufocar a voz abominável» (linha 37) é uma oração…
(A) subordinada adverbial causal.
(B) subordinada adverbial final.
(C) coordenada conclusiva.
(D) subordinada adverbial consecutiva.

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3. Atente na seguinte frase: «Quem não admirará os progressos deste século?» (Texto A, linha 21).

3.1. Reescreva-a de modo a que o constituinte que desempenha a função sintática de complemento direto
surja pronominalizado.

3.2. Reescreva-a na voz adversa àquela em que se encontra.

4. Complete cada uma das frases seguintes com a forma do verbo apresentado entre parênteses, no tempo e
no modo indicados (sempre na voz ativa). Escreva a letra que identifica cada espaço, seguida da forma verbal
correta.

Pretérito perfeito simples do indicativo


As personagens do conto de Eça de Queirós não ___(A)___ (“obter”) sucesso nas tentativas de “calar” o
fonógrafo.

Futuro simples do indicativo + Futuro simples do conjuntivo


Aquele ruído ___(B)___ (“trazer”) muitas dores de cabeça às personagens, se elas não ___(C)___ (“manter”)
a calma.

Pretérito imperfeito do conjuntivo + condicional composto


Se eles ___(D)___ (“propor”) destruir o fonógrafo, ___(E)___ (“ver”) este problema resolvido.

Pretérito perfeito do conjuntivo


Espero que ___(D)___ (“haver”) muitos e bons motivos para tal ato.

As Professoras

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