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A nossa intervenção vai para além de textos mais estruturados, como os que
habitualmente são publicados no blog e nos outros sites habituais. Decidimos proceder
a esta primeira coletânea de textos recentes.
D - O VATE E O OXÍURO
1 - Intróito
2 – Marcelo no Brasil
É que...foram os militares da ditadura brasileira que durou até 1985 que acolheram
nos braços o outro Marcelo, padrinho deste Marcelo. E isso o Marcelo atual não terá
esquecido. Comovedor.
Marcelo no Brasil teria de falar sobre qualquer coisa e, brilhantemente, lembrou-se que
a CPLP existe, para justificar a viagem. E levava preparadas duas horas de discurso
para sensibilizar Bolsonaro sobre a CPLP.
Não se sabe é se Bolsonaro sabe o que é a CPLP; ou, se tão focado que anda na
deslocação da embaixada brasileira para Jerusalém, não terá feito confusão entre
CPLP e OLP. E não obteria esclarecimentos dos seus ilustrados ministros…
Mal Marcelo começou a explicar a diferença, Bolsonaro já estava a dizer "Nexti" para
atender outro notável, alguém que estava na fila para lhe prestar a devida vénia.
Se não fosse ao Brasil Marcelo tinha de ir a algum lado para preencher um buraco na
agenda, coisa que ele não admite possa existir. E teria colocado os seus assessores,
a fazerem serão, a vasculhar no mapa mais locais para a veneranda figura ir, com um
bolo de vacuidades polvilhado de beijos e abraços.
É uma verdade incómoda para o regime pós-fascista que se diga que a figura do PR é
uma reminiscência monárquica e que não serve para coisa alguma de substantivo; e
que se mantém 109 anos depois do fim da monarquia!
5/1/2019
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Fala pouco mas diz sempre barbaridades. Na Europa há muitos países com
horários inferiores a 35 h e que não são ricos - Bulgária, Eslováquia, Eslovénia,
Espanha, Hungria, Rep. Checa, Roménia e Croácia.
Não diz o Ferra(braz que, segundo inquérito da Deco, 42% dos trabalhadores
trabalha mais de 40h/semana; e que 64% do total não recebe pelas horas
extraordinárias. Nem diz que o patronato – em conluio com os governos – deve de
contribuições para a Seg Social, o equivalente a 12 meses do total das pensões…
coisa inconcebível na Europa civilizada.
Se houvesse uma imprensa decente, tê-lo-iam confrontado com estas questões, não?
3/1/2019
2. Ninguém pense que a UE alguma vez vai ser democrática tal como o não são os
estados-nação componentes. Para que o sistema se vá reproduzindo, tem de
disfarçar o seu caráter oligárquico através de uma coisa designada “democracia
representativa” protagonizada por partidos de poder e outros – uns mais à direita,
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outros menos à direita – todos alegres convivas na mesa do respetivo orçamento.
Democracia não é possível em capitalismo.
4. A maioria dos portugueses, como a maioria dos europeus não vive satisfeita com
a UE; mas ou consideram-na como um mal menor ou anseiam um encerramento
nacionalista com cheiro a fascismo. Em Portugal, mais precisamente, há
saudosos do império colonial e os incapazes de perceber o declínio dos estados-
nação, mormente pequenos e médios, numa era de globalização de mercados, de
entrosamento de ideias, culturas e corpos.
5. A questão que hoje, se deve colocar é que o desastre teria sido muito maior sem
o euro. Vejamos porquê:
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Maiores dificuldades na colocação de exportações (o caso da Grã-Bretanha
será exemplar se o Brexit se verificar) e acesso a capitais. Teria efeitos
desastrosos no refinanciamento da dívida, com juros mais elevados;
No final do século XIX Eça dizia que Portugal era um sítio, mais relevante do que a
Lapónia que nem sítio era.
O autor destas linhas costuma dizer que Portugal é, no século XXI, um corredor
atravessado pelas redes das multinacionais e do capital mafioso.
Quanto à Europa, é preciso criar uma União dos Povos da Europa, sem capitalismo,
sem classes políticas ou exércitos. E com democracia, com decisões tomadas
diretamente pelas pessoas.
1/1/2019
D - O VATE E O OXÍURO
Há por aí um vate com voz de locutor de rádio, que tem mais tenças do que aquelas
que foram concedidas a Camões.
Esse vate nunca brilhou na política; sobretudo, quando depois de uma candidatura a
PR abandonou quantos o haviam apoiado.
Criativo, inventou uma nova rima, entre dois arrotos de caviar; conjugou democracia
com toiros feridos a saltar de alegria.
Tal nobre figura entendeu equiparar a carga fiscal sobre um espetáculo taurino à que
incide sobre o leite, a carne ou os livros. Mais dois arrotos de caviar!
Numa próxima campanha, o alegre pateta, defenderá o aumento do IVA sobre o leite
com a coleta a financiar as fatiotas dos artistas da tourada.
Teve a seu lado um oxiúro da Sophia, um idiota encartado, cujos livros adornam as
prateleiras dos supermercados
O oxiúro tem um ódio particular para com os professores; talvez porque nas aulas os
profs. não lhe concedem a honra de ensinar o que é um Enterobius vermicularis
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Mas tem uns milhares de toscos que se dignam ouvir as suas vulgaridades, os seus
ódios de estimação e assim permitir ao oxiúro uma vida confortável
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Um poeta que goza com o martírio de um touro, mostra sofrer de uma bipolaridade
que, dada a idade do Alegre, será incurável
Requiescat in pace!
16/11/2018
2 – Incentivos fiscais para o regresso dos imigrantes? Algum emigrante vai deixar o
trabalho que tiver para vir ocupar um lugar precário em Portugal? Os incentivos não
são eternos e nenhum regressado gostará de ser precário ou despedido, depois de
mais uma medida da corporativa Concertação Social para agilizar o “mercado de
trabalho”; e vir a arrepender-se de ter voltado à paróquia lusa.
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5 – Quem são os incentivados através do não pagamento de contribuições para a
segurança social, quando a dívida das empresas passou de 7721.5 M em 2011 para
11566.9 M em 2016? Uma prática que já vem de longe, do tempo do Cavaco; portanto
transversal a todos os gangs no governo.
A verdadeira questão não é o partido que tem a mão no pote. A verdadeira questão é
o regime cleptocrático e oligárquico que coloca a esmagadora maioria das pessoas
afastada das decisões sobre as suas vidas, monopolizadas pela classe política
amancebada com um empresariato tradicionalmente alapado ao subsídio e ao
incentivo público, como garantia de existência.
1/9/2018
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