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Resposta Técnica
Assunto
Agricultura e pecuária

Palavras-chave
Composto; compostagem; resíduo florestal; cinza.

Identificação da Demanda
Gostaria de informações, tanto técnicas, quanto de legislação (ambiental principalmente) para investir num
negócio de compostagem deste produto.

Solução apresentada
COMPOSTO
O vocábulo “compost”, da língua inglesa, originou a palavra “composto”, para indicar o fertilizante orgânico
preparado a partir de restos vegetais e/ou animais, através de um processo denominado “compostagem”. O
nome “compostagem” é dado ao próprio processo biológico de decomposição da matéria orgânica contida em
restos de origem animal e/ou vegetal.

A compostagem é definida como um processo controlado de decomposição microbiana de oxidação de uma


massa heterogênea de matéria orgânica no estado sólido e úmido, passando pelas fases de fitotoxicidade,
bioestabilização e maturação. Durante o processo ocorre produção de calor e desprendimento de gás carbônico
e vapor de água. Neste processo é importante o controle da relação C/N (Carbono/Nitrogênio), que na madeira é
elevada. Este processo tem como resultado final um produto que pode ser aplicado ao solo para melhorar suas
características, sem ocasionar riscos ao meio ambiente. Além de condicionar o solo, o composto orgânico tem
várias características, tais como: melhoria das características físicas estruturais do solo com conseqüente
aumento da capacidade de retenção de água e ar do solo, devido à ação agregadora em solos com baixo teor
de argila; aumento no teor de nutrientes do solo contribuindo para a estabilidade do pH e melhorando o
aproveitamento dos fertilizantes minerais; ativação substancial da vida microbiana e estabelecimento de colônias
de minhocas, besouros e outros animais que revolvem e adubam o solo; favorece a presença de micronutrientes
e de certas substâncias antibióticas; além de auxiliar o desenvolvimento do sistema radicular, a recuperação de
áreas degradadas, ser utilizado em parques e jardins e como proteção de encostas, na produção de ração
animal, etc., e a aplicação adequada do composto orgânico permite, pela sua ação sinérgica, aumentar o
rendimento da adubação mineral de 30 a 70%.

A técnica de compostagem foi desenvolvida com a finalidade de se obter mais rapidamente e em melhores
condições a estabilização da matéria orgânica. Neste processo, os restos são basicamente amontoados,
irrigados e revolvidos, acelerando o tempo de decomposição. Há muito tempo a compostagem é praticada
utilizando-se de restos de vegetais e de animais. Pode-se, também, utilizar uma fração orgânica do lixo
domiciliar, desde que de forma controlada, em instalações industriais chamadas usinas de triagem e
compostagem.

Cabe ressaltar que os resíduos sólidos orgânicos destinados à compostagem, são classificados de acordo com
seus diferentes graus de biodegrabilidade, como:
- Facilmente degradáveis: materiais de origem biogênica;
- Moderadamente degradáveis: papel, papelão e outros produtos celulósicos;
- Dificilmente degradáveis: trapos, couro (tratado), borracha e madeira;
- Não degradáveis: vidros, metal, plástico.

O PROCESSO DE COMPOSTAGEM
A compostagem é a decomposição da matéria orgânica que ocorre por ação de agentes biológicos microbianos
e, portanto, precisa de condições físicas e químicas adequadas para levar à formação de um produto de boa
qualidade.

O processo de compostagem pode ocorrer por dois métodos:

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a) método natural: a fração orgânica do material é levada para um área ou pátio livre e é disposta em pilhas ou
montes de formato variável. A aeração necessária para o desenvolvimento do processo de decomposição
biológica é conseguida por revolvimentos periódicos, com auxílio de equipamento apropriado, conforme o
tamanho das pilhas e quantidade de material em decomposição. O tempo para que o processo se complete
pode chegar até 6 meses, conforme as condições ambientais;
b) método acelerado: a aeração é forçada por tubulações perfuradas, sobre as quais se colocam as pilhas, ou
em reatores rotatórios, dentro dos quais são colocados os resíduos, avançando no sentido contrário ao da
corrente de ar. Posteriormente, são dispostos em pilhas, como no método natural. O tempo de residência no
reator é de cerca de 4 dias e o tempo total da compostagem acelerada é de até 3 meses, conforme as condições
ambientais.

O grau de decomposição ou de degradação do material submetido ao processo de compostagem é indicativo do


estágio de maturação do composto orgânico: o aspecto do material – cor, odor e umidade – dá indicações.
Assim, a cor final deverá ser preta; o odor, inicialmente acre, passando para o de terra mofada; e a umidade
reduzida.

DETALHAMENTO DO MÉTODO ACELERADO


É realizado praticamente em duas etapas, sendo:
• Compostagem (Fase 1) – formulação e mistura do composto: Caracteriza-se por montagem da pilha,
adição de suplementos, umedecimento e homogeneização da massa do composto; condicionamento físico,
químico e biológico, onde ao fim da compostagem deve-se obter umidade do substrato em torno de 70%,
temperatura entre 65 e 750C, pH elevado (7,5 a 8,0), odor de amônia; apresentando homogeneidade em suas
características físicas.
• Compostagem (Fase 2) – esterilização do composto: Caracteriza-se pela esterilização (térmica e/ou
química) e condicionamento final do composto, em condições controladas. Objetiva:
- a erradicação total de insetos e outras pragas;
- promover temperaturas uniformes próximas a 600C no interior da massa do composto, garantindo a
decomposição do substrato pelos microorganismos termófilos;
- garantir a seletividade das populações microbianas, favorecendo aquelas não competidoras e benéficas ao
desenvolvimento do fungo;
- possibilitar o condicionamento químico, físico e biológico da massa do composto.

É importante, sobretudo, realizar a devida limpeza e profilaxia das instalações, para a detetização geral do
ambiente, objetivando eliminar qualquer foco de reprodução de organismos indesejados (bactérias, vírus,
parasitas, ovos, larvas, etc.). A compostagem deve ser efetuada preferencialmente em área coberta e piso de
concreto, onde ocorrerá a montagem da pilha ou meda de compostagem com os materiais volumosos (resíduos
florestais), as reviradas do material, o umedecimento e a suplementação (adição de esterco animal, farelo de
soja, sulfato de amônia, calcário, etc.) nas devidas proporções. Após ter passado por essa fase, o composto
deverá ser submetido a um processo de esterilização, que poderá ser químico (com uso de agrotóxicos) ou
térmico (com uso de vapor d’água). Um dos tratamentos mais utilizados é o térmico, através do processo de
pasteurização, com uso de altas temperaturas, que visa eliminar todos os organismos indesejáveis
(microorganismos patogênicos, vírus, ovos e larvas de insetos, etc.). O sistema mais utilizado para efetuar a
pasteurização do composto, é realizado, injetando-se vapor d’água diretamente na pilha do composto, através
do uso de tubulações (canos de PVC perfurados) colocadas abaixo da massa (no plenum). Para exterminar
todos os organismos indesejáveis, a temperatura do composto deverá ficar entre 60 e 650C, durante
aproximadamente 12 horas. Após a pasteurização, a massa deverá ser mantida durante cerca de 4 dias com 45
a 50oC. Ao final, a massa deverá ser esfriada até a temperatura ambiente (aproximadamente 28oC) e mantida
armazenada durante até 3 meses, conforme as condições ambientais.

As etapas básicas do processo de compostagem, encontram-se descritas a seguir:


-- Recepção da matéria prima;
-- Triagem e Formulação;
-- Trituração;
-- Esterilização e Armazenagem;
-- Empilhamento no pátio de compostagem (formação das leiras);
-- Reviragem;
-- Peneiragem;
-- Embalagem (envase) e Rotulagem;
-- Estocagem.

Especificamente em relação aos resíduos florestais, a grande vantagem desta matéria-prima é ser composta por
uma alta porcentagem de lignina, substância que é dificilmente atacada pelos microorganismos (fungos, vírus e
bactérias). Entretanto, trabalhos do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais – IPEF, indicam que a utilização

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de resíduos florestais de determinadas espécies de árvores, sem sua prévia compostagem e correção do pH,
não é favorável ao desenvolvimento das plantas.

Quanto ao uso de cinzas na compostagem, estudo disponibilizado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos
Florestais de Piracicaba/SP, através do site <http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr40.asp> indica que a cinza
proveniente da queima de madeira e casca nas caldeiras de biomassa são resíduos ricos em nutrientes para as
plantas. Os pesquisadores STAPPE & BALLONI, no ano de 1988, realizaram um experimento, onde cinzas
provenientes da queima de madeira e casca em caldeiras de biomassa apresentaram a seguinte composição
química:

COMPONENTES (%) CINZA

Ph (CaCl2 0,01M) 10,30

Umidade 27,57

Matéria Orgânica 46,43

Resíduo Mineral 26,00

Nitrogênio (N) 0,26

Fósforo (P2O5) 0,71

Potássio (K2O) 1,73

Cálcio (Ca) 4,82

Magnésio (Mg) 0,73

Enxofre (S) 0,13

Sódio (Na) -

P.R.N.T. -

Fonte: <www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr40/cap05.pdf>

Neste trabalho, todos os tratamentos utilizando cinzas, em diferentes dosagens, como suplemento nutricional em
mudas de eucalipto proporcionaram resultados positivos e disponibilizaram direta ou indiretamente maior
disponibilidade de nutrientes às mudas.

Quanto à legislação ambiental referente ao tema, podem-se citar algumas leis, que tratam do assunto no site da
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo:
SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Lei Federal Nº 4.775/65, com
alterações das Leis Federais Nº 7.803/89 e Nº 9.605/98. Disponível em:
<http://www.ambiente.sp.gov.br/leis_internet/flora/manejo_auto/areas_preserv/lei_fed477165.htm> Acesso em:
15 jul. 2005.
SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Lei Federal Nº 8.171/91.
Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/leis_internet/geral/politica_agr/lei_fed817191.htm> Acesso em:
15 jul. 2005.
SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Lei Federal Nº 9.605/98.
Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/leis_internet/geral/crimes_amb/lei_fed960598.htm> Acesso em:
15 jul. 2005.

Conclusão e recomendações
É importante testar a possibilidade de utilização do material decomposto após o processo de compostagem, sua
aplicabilidade e aceitação.
Recomenda-se, ainda, acessar todos os sites relacionados nesse documento, seguindo as instruções
observadas, assim como, buscar informações complementares através de material didático específico da área.

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Referências
CELULOSE ON LINE. Disponível em:
<http://www.celuloseonline.com.br/noticia/noticia.asp?pagina=2&idnoticia=3488&iditem=40>. Acesso em: 15 jul.
2005.

INSTITUTO DE PESQUISAS E ESTUDOS FLORESTAIS - IPEF. Disponível em:


<www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr40/cap05.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2005.

PAIVA, Vanda Luci Gomes. Processo de compostagem, partindo da matéria prima: cascas de pinus.
Serviço Brasileiro de Resposta Técnica - SBRT. Disponível em: <http://sbrt.ibict.br/upload/sbrt433.pdf>. Acesso
em: 15 jul. 2005.

REVISTA DA MADEIRA. Disponível em: <http://www.remade.com.br/revista/materia.php?edicao=77&id=467>.


Acesso em: 15 jul. 2005.

SANTOS, Geverson Lessa dos. Informações sobre cotações, compradores, produção, fornecedores de
composto e qualificação do produto. Serviço Brasileiro de Resposta Técnica - SBRT. Disponível em:
<http://sbrt.ibict.br/upload/sbrt611.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2005.

SANTOS, Geverson Lessa dos. Informações sobre compostagem de resíduos florestais (casca de pinus e
eucalipto), métodos e técnicas para elaboração. Serviço Brasileiro de Resposta Técnica - SBRT. Disponível
em: < http://sbrt.ibict.br/upload/sbrt840.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2005.

SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em:


<http://www.ambiente.sp.gov.br/>. Acesso em: 15 jul. 2005.

STAPPE, José Luiz; BALLONI, Edson Antonio. O uso de resíduos da indústria de celulose como insumos
na produção florestal. Limeira / SP. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais - IPEF. 1988. Disponível em:
<www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr40/cap05.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2005.

Nome do técnico responsável


Mauro Sander Fett – Engenheiro Agrônomo e Msc Economia Rural.

Nome da Instituição respondente


SENAI/RS – Departamento Regional.

Data de finalização
15/07/2005.

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