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Pós-Graduação em Direito

Metodologia da
Pesquisa Jurídica

José Geraldo Castaldi


FAEL
Diretor Executivo Marcelo Antônio Aguilar

Diretor Acadêmico Francisco Carlos Sardo

Coordenador Pedagógico MIguel de Jesus Castriani

editora Fael
Autoria José Geraldo Castaldi

Projeto Gráfico e Capa Katia Cristina Santos Mendes

Programação Visual e Diagramação Katia Cristina Santos Mendes

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2015
Metodologia da
Pesquisa Jurídica

José Geraldo Castaldi1∗ dos conhecimentos válidos e verdadeiros,


observando-se acertadamente as metodolo-
RESUMO gias jurídicas de pesquisa, suas técnicas e fon-
tes bibliográficas, de campo, as costumeiras,
O presente artigo foi elaborado por meio as documentais e as culturais. Observou-se,
de revisão da literatura e com a intenção de ainda, que é necessário também considerar
contribuir com o pesquisador da ciência do o Direito na prática por meio dos acordos e
direito. Para tanto, e em primeiro lugar, dis-
acórdãos, os trazendo para o campo da pes-
correu-se sobre a teoria do conhecimento e os
quisa científica. Não obstante, mostrou-se
tipos de conhecimentos, popular ou cientifico,
que, para ser apresentada ao leitor, uma pes-
mas distintos pelo modo, método einstrumen-
quisa jurídica requer antes ser bem planejada,
tos aplicados na busca do saber da ciência,
como um sistema de conhecimentos sobre a passar por uma elaboração prévia, seguir eta-
realidade Jurídica e seus mecanismos de reno- pas de um passo a passo, se utilizar de fontes
vação. Esta produção atentou para que, numa divulgadas em variados meios; mas, todavia,
investigação científica é necessário se valer válidas. Para finalizar, este material apresenta
de métodos científicos, lançando mão de um a forma de construção de um artigo jurídico
conjunto de atividades sistemáticas em busca científico.

1 Mestre em Administração. MBA Executivo em Gestão Empresarial. Palavras-chaves: Ciência do Direito.


Professor Universitário. Consultor Empresarial. Metodologia Científica. Pesquisa Jurídica.

1. Teoria do conhecimento popular, também chamado de


vulgar, por vezes denominado senso comum,
Conhecimento não se distingue do conhecimento científico

e tipos de nem pela natureza do objeto conhecido, ou


seja, sua característica, e nem por sua veraci-
conhecimentos dade; mas, sim, pela forma, modo ou método
e instrumentos aplicados na busca do saber,
Diniz2 lembra que para se entender a ciên- como veremos. Dessa forma, dois aspectos são
cia jurídica, torna-se necessário compreender afirmativos: (a) a ciência não é o único cami-
que, fundamentalmente, ciência é conheci- nho de acesso à verdade e ao conhecimento;
mento, apontando para a figura do sujeito (b) um mesmo objeto, fenômeno ou processo
pensante e a do objeto de investigação, e afir- pode ser matéria de estudo tanto para o cien-
mando que “conhecer é trazer para o sujeito tista quanto para o homem comum ou leigo;
algo que se põe como objeto”. porém, o que diferencia o conhecimento cien-
tífico do popular é a forma de observação.
Conforme Marconi e Lakatos3, sobre o
conhecimento, sabe-se que podemos dividi- De acordo com as autoras, o conhecimento
-los em conhecimento popular e científico. O popular, aquele que se adquire no trato dire-
tos com as coisas e seres humanos e preen-
2 DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução á ciência do Direito: che a vida cotidiana, preponderantemente,
introdução à teoria geral do direito, à filosofia do direito, á sociologia jurídica.
22. ed. Revisada e atualizada São Paulo: Saraiva, 2011. p. 29.
conforme Ander-Egg4, possui cinco carac-
3 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos
de Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. Cap. 1: Ciência e 4 ANDER-EGG, Ezequiel. Introductión a las técnicas de investigatión
conhecimento científico, p. 15-21. social: para trabajadores sociales. 7. ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978.
terísticas, as quais são: (a) superficial, que que está baseado em hipóteses que não pode-
se conforma em comprovar apenas estando rão ser submetidas a observações, emergindo
junto das coisas, expressando-se por meio de experiências e não de experimentações;
dos “porquês” (eu vi, eu senti, me disseram, sendo assim, é (b) não verificável, todavia
todo mundo diz); (b) sensitivo, que se refere a não refutável; é (c) racional, já que tem um
vivência, estados de ânimo e emoções da vida conjunto de enunciados logicamente correla-
diária; (c) subjetivo, que é organizado pelas cionados; é (d) sistemático, uma vez que suas
próprias experiências e vivências do sujeito hipóteses e enunciados buscam uma repre-
quanto os “por ouvir dizer”; (d) assistemá- sentação coerente da realidade estudada,
tico, porque a organização das experiências tentando aprendê-la em sua totalidade; é
não visa uma sistematização das ideias, seja (e) infalível e (f) exato, pois seus postulados
da forma de adquiri-las, seja na tentativa de ou hipóteses, seja ao buscar a realidade que
validá-las e; (e) acrítico, pois a pretensão de abrange todas as demais, seja na definição dos
que esse tipo de conhecimento seja ou não instrumentos capaz de aprendê-las, não se
verdadeiro não tem sempre uma forma crí- submetem a testes decisivos de experimenta-
tica. Este conhecimento, conforme sistema- ção ou observação sensorial direta ou indireta.
tizado Trujillo5, se divide em quatro tipos:
O conhecimento religioso ou teológico
popular; filosófico; religioso e científico. O
consiste em revelações da divindade e a ade-
popular conta com as seguintes característi-
são das pessoas se dá por um ato de fé, de
cas: (a) valorativo, pois se fundamenta na sele-
crenças em um criador divino e as evidências
ção baseada em estado de ânimo e emoções,
para essa fé não são verificáveis. Desse modo,
onde de um lado temos o sujeito que tem a
esse tipo de conhecimento tem as seguintes
capacidade de conhecer, o cognoscente, e de
características: apoia-se em doutrinas com
outro o objeto conhecido, que, de certa forma
proposições sagradas, por isso é (a) valorativo;
é impregnado pelos valores do cognoscente;
por terem sido as proposições reveladas pelo
(b) reflexivo, pois, ainda que limitado pela
sobrenatural, é tido como (b) inspiracional;
familiaridade com o objeto, não se resume a
este ato resultou em verdades que o levam a
uma formulação geral; (c) assistemático, por-
consideração de (c) infalível; e indiscutível ou
que se baseia na organização particular das
(d) exato; como obra de um criador divino é
ideias próprias do sujeito cognoscente e não
um conhecimento (e) sistemático; suas evi-
na sistematização de ideias ou na busca por
dências não podem ser testadas, onde se torna
uma explicação geral sobre o fenômeno obser-
um conhecimento (f) não verificável.
vado, com isso dificultando, por causa desse
modo próprio de conhecer, a transmissão do Por fim, o conhecimento científico, cujas
conhecimento de uma pessoa para outra; (d) é características são: é (a) real por lidar com
verificável, uma vez que é limitado ao âmbito ocorrências ou fatos; é (b) contingente, porque
da vida cotidiana e ligado à percepção no dia- propõe hipóteses com veracidades ou falsida-
-a-dia do que se pode perceber; (e) falível e (f) des conhecidas por meio de experimentações,
inexato, no que se conforma com a aparência e além das razões inerentes; é (c) sistemático,
com o que se ouviu dizer a respeito do objeto por exigir lógica a partir de um sistema de teo-
observado, ou seja, não permite a formulação rias; se reveste de (d) verificalidade, uma vez
de hipóteses sobre a existência de fenômenos que afirmações não comprovadas não pode-
que estão além das percepções objetivas. rão ser consideradas no capo da ciência; é (d)
falível, já que não constitui posicionamento
O conhecimento filosófico se vale do
definitivo, absoluto ou final; assim sendo, é (e)
método racional e do processo dedutivo no
aproximadamente exato.
esforço da razão pura para questionar os pro-
blemas humanos com a intenção de discernir O Interessante na diversidade desses tipos
entre o certo e o errado, atuando sob algumas de conhecimentos é que o homem, apesar de
características: é (a) valorativo no sentido de suas diferentes escolhas, decisões e posicio-
namentos, consegue agir segundo os conhe-
cimentos provenientes do senso comum,
5 TRUJILLO, Alfonso Ferrari. Metodologia da ciência. 3.
ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. administrando cada necessidade que emergir

2.
de dada situação, seja como um cientista, que e stricto sensu, que significa conhecimento
busca razões no estudo da física, como um estrito e aprofundado sobre o objeto investi-
crente praticante ou súdito de dada religião gado, não referente a um conhecimento qual-
ou um filado a um sistema filosófico, mas nor- quer; mas àquele que captura ou registra os
teado pela apreensão da realidade do objeto fatos, os demonstra com base em suas causas
observado enquanto sujeito cognoscente. constitutivas, seus significados ou determi-
nantes.
2. A Ciência Quanto aos seus componentes, as ciências
do Direito possuem: (a) objetivo ou finalidade, ou seja,
têm preocupação em distinguir a caracterís-
A ciência do Direito, de modo geral, sim- tica comum ou as leis gerais que regem deter-
plista e posto de forma genérica, é entendida minados eventos; (b) função, que é a de aper-
como um sistema de conhecimentos sobre a feiçoar a relação do homem com seu mundo,
realidade Jurídica; todavia, esta é uma visão por meio do crescente acervo de conhecimen-
curta, inclusive acerca do próprio termo ciên- tos; (c) objetos material e formal, onde o pri-
cia6. Nessa direção, alguns autores tentaram meiro é aquilo que se pretende estudar, ana-
definir o que se entende por ciência; e, um lisar, interpretar ou verificar, de modo geral;
bem apresentado por Marconi e Lakatos7, a de e o último, que possui um enfoque especial,
Ander-Egg8, que é mais abrangente, explica devido as diversas ciências que possuem o
que a ciência se apresenta como um conjunto mesmo material.
de conhecimentos racionais, acerca de objetos
Existe certo acordo em classificar a Ciên-
de uma mesma natureza, sejam eles certos ou
cia do Direito entre as humanas; mas surgem
prováveis, mas que tenham sido obtidos de
alguns debates entre as diversas epistemolo-
maneira metodologicamente sistematizada e
gias jurídicas de existir, ou não, uma ciência
passiveis de verificação.
exclusiva do Direito, inclusive a de ser apenas
Outra definição ainda melhor considerada uma técnica ou arte, apenas fazendo parte das
é a de Trujillo9, mais sucinta; porém, serve ciências sociais10.
como ponto de partida: “a ciência é todo um
Conforme Diniz11, a ciência do Direito
conjunto de atitudes e atividades racionais,
tem o sentido amplo e o restrito. No sentido
dirigidas ao sistemático conhecimento com
amplo, o termo indica qualquer estudo teó-
objeto limitado, capaz de ser submetido à
rico, sistemático e fundamentado dirigido ao
verificação”.
Direito, o que abrange as disciplinas jurídi-
Tais conceitos defendem que a ciência cas tidas como ciência do Direito, tal como a
possui pensamento racional, objetivo, lógico e Sociologia Jurídica, a História do Direito. No
confiável, sendo-lhe peculiar o aspecto siste- sentido estrito, ela abrange a ciência dogmá-
mático, exato e falível, ou seja, não absoluto, tica do Direito.
final ou definitivo, devendo ele ser verificável
São muitas as considerações e
por meio de experimentação para a compro-
pressupostos quanto ao conceito da ciência
vação de seus enunciados e hipóteses, procu-
do Direito, sobretudo o objeto e o método
rando-se as relações causais, destacando-se,
dessa ciência. Considerando o desempenho
ainda, a importância da metodologia empre-
do jurista e seus trabalhos, a ciência jurídica
gada.
consiste no pensamento tecnológico que busca
Quanto à natureza, a ciência tem duas exibir as normas vigentes de determinado
significações: a latu sensu, que significa conhe- ordenamento jurídico-positivo, de forma
cimento amplo ou mais ao largo do objeto; metódica, sistemática e fundamentada, para
que se estudem os problemas relativos à sua
6 FERRAZ JR, Tercio Sampaio. A ciência do direito. 2. ed. São Paulo: interpretação e aplicação, em busca de solu-
Atlas, 2008. p.9.
7 Ibidem, LAKATOS; MARCONI, 2011, Cap. 1, p.22-25.
8 Ibidem, ANDER-EGG, 1978 10 Ibidem, FERRAZ JR, 2008, p. 9-10.
9 Ibidem, TRUJILLO, 1974. 11 Ibidem, DINIZ, 2011, p. 234.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

3.
ções viáveis para os possíveis conflitos, orien- baseados em observações e explicações da
tando, assim, os procedimentos cujo objetivo atuação dos diversos sistemas jurídicos, os
é decidir sobre as questões conflitantes. A quais se destinam à construção e aplicação do
noção da complexidade das relações sociais, direito. Sendo que o estudo do fenômeno jurí-
norteiam as concepções das ciências sociais, dico não pode deixar de aplicar os aspectos
e nisso se inclui a ciência jurídica contem- essenciais da metodologia jurídica.
porânea que apela para a razoabilidade, ao
Três grandes linhas metodológicas surgi-
conhecimento crítico e para a reconceituação
ram a partir da reação do tradicionalismo jurí-
do ato justo. Nesse sentido, os modelos analí-
dico formalista, superando a complexidade
tico, hermenêutico, empírico e argumentativo
contextual das metodologias puramente posi-
têm sido utilizados na produção do conheci-
tivistas, quais sejam: (a) a linha tecnológica
mento jurídico. Quanto ao modelo analítico
social científica, que converge o pensamento
com seu caráter formal, se dedica à sitemati-
jurídico e sua produção em uma tecnologia
zação de regras e normas; o modelo herme-
voltada para as questões sociais, substituindo
nêutico ou teoria da interpretação, busca por
os valores pelos fins e os fundamentos pelos
um sistema jurídico aplicado e compreensivo
efeitos; (b) sentido jurisprudencial, que se
das condutas humanas, se utilizando de ações
configura a partir de um novo modo de assu-
discursivo-interpretativas; o modelo empírico
mir metodicamente a dialética entre orde-
se põe a investigar normas de convivência,
namento e problema localizado, enquanto
dentro ou fora do ordenamento jurídico, para
não redutíveis do juízo jurídico; e, (c) crítico-
facilitar os procedimentos decisórios formais
-metodológico, que supõe uma teoria crítica
ou informais12.
da realidade, sustentando duas teses muito

3. Mecanismos de valorizadas pela ciência do Direito, seus fun-


damentos e objeto – o pensamento jurídico é
renovação da tópico e não dedutivo é problemático e não

Teoria do Direito sistemático, onde a decisão jurídica trabalha


com a razão prática e prudencial; o Direito é
uma rede complexa de linguagens e de signi-
A teoria do Direito decorre da renovação
ficados dentro da versão postulada pela teoria
constante do saber jurídico, e para tal feito tem-
do discurso e da teoria argumentativa13.
-se de lançar mão de vários mecanismos que se
valem de métodos científicos, seus processos e Duas vertentes teórico-metodológicas sur-
suas metodologias de pesquisas, e suas técni- giram a partir dessas três linhas metodológi-
cas, sobretudo as que frequentemente são apli- cas: (a) jurídico-dogmática, que desenvolve
cadas na busca do conhecimento jurídico. Por investigações em busca da compreensão das
fim, vêm as análises e interpretações do resul- relações normativas nos diversos campos do
tado de tais pesquisas que produzirão os pos- direito, avaliando as estruturas interiores ao
tulados e conclusões dos estudos almejados. ordenamento jurídico, restringindo a análise
do discurso normativo aos limites do orde-
Na ciência do Direito, busca-se sempre
namento; (b) jurídico-sociológica, que se pro-
aprender sobre um fenômeno jurídico, con-
põe a compreender o fenômeno jurídico no
siderado como objetivo da teoria geral do
ambiente social amplo, onde analisa o direito
Direito. Nessa esteira, a base é o estudo de sua
como variável dependente da sociedade, tra-
razão de ser, suas finalidades, conceitos funda-
balhando com noções de eficiência, eficácia e
mentais, utilização, instrumentos, métodos e
de efetividade das relações direito/sociedade,
outros mecanismos de renovação do conheci-
ou seja, o quanto alcança dos objetivos e metas
mento jurídico. Isso representa a necessidade
propostos pela lei, regulamentos de todas as
de construção intelectual; porém, de forma
ordens e de políticas públicas ou sociais, quais
metodicamente organizada sob fundamentos
os resultado alcançados e que imagem sobre
isso deixa para o público alvo de tal relação.
12 GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa; DIAS, Maria Tereza Fonseca.
(Re) pensando a pesquisa jurídica. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2013.
p.11-12. 13 Ibidem, GUSTIN; DIAS, 2011, p. 20-21

4.
Também entra no hall das preocupações da Nessa razão, a metodologia é um instru-
linha metodológica jurídico-sociológica a mento e uma forma de fazer ciência: “cuida
facticidade do Direito e com as relações con- dos procedimentos, das ferramentas, dos
traditórias que ele mesmo estabelece com os caminhos”18. Ela se vale de métodos para se
demais campos: sociocultural, político e antro- alcançar um objetivo desejado, onde:
pológico14. As duas vertentes podem originar
todo método é, em essência, ana-
tanto pesquisas de campo quanto teórica, com lítico ou sintético. Análise é a
raciocínios do tipo indutivo, dedutivo, hipoté- decomposição de um todo em suas
tico-dedutivo e dialético, os quais serão trata- partes, uma operação do espírito
dos mais adiante. em que se parte do mais complexo
para o menos complexo, ou, em
4. Método científico outras palavras, do todo para suas
partes19.
e seus processos
Vale lembrar que o homem vive o está-
Uma ciência, qualquer que seja, se carac- gio da precisão, da técnica, da previsão, do
teriza pela utilização de métodos científicos. planejamento, sendo que para avançar no
Todavia, nem todos os ramos de estudo que conhecimento é necessária a execução de pes-
se utilizem desses métodos são considerados quisa científica e esta calcada num conjunto
ciência, a exemplo de inúmeros e variados de métodos que lhe proporcione alcançar
estudos acadêmicos que, de uma forma ou seus anseios.
outra, objetivam demonstrar seus postulados.
Como a finalidade básica da ciência é a
Assim sendo, os métodos científicos não são
pesquisa científica, diferente da metodologia,
de uso exclusivo da ciência; porém, não haverá
que apenas é o instrumento para se chegar ao
ciência sem o emprego de métodos científicos.
conhecimento, o importante é construir a ciên-
Nesse contexto, método é, então, “o con- cia, mas tendo por base métodos apropriados.
junto das atividades sistemáticas e racionais
A pesquisa científica consiste na execu-
que, com maior segurança e economia, per-
ção de um conjunto de métodos e técnicas; ao
mite alcançar o objetivo – conhecimentos váli-
passo que método é o caminho que se segue
dos e verdadeiros –, traçando o caminho a
mediante uma série de regras para se alcançar
ser seguido, detectando erros e auxiliando as
dado resultado, a técnica é a forma utilizada
decisões do cientista”15.
para percorrer tal caminho.
Nessa mesma esteira, a respeito de meto-
Nesse sentido, uma série de métodos
dologia, pode-se afirmar que é um conjunto
podem ser propostos: (a) método analítico –
de etapas ordenadamente dispostas que
examina os componentes de um todo para se
devem ser vencidas na investigação de um
conhecer causas e natureza de um problema;
fenômeno16. Ela é, então, o estudo da melhor
(b) método indutivo – consiste em observa-
forma para abordar determinados problemas
ção rigorosa, concretas e suficientes de fatos
no estado atual do conhecimento, escolhendo
particulares para se chegar a conclusões
o melhor caminho para alcançar os objetivos
gerais da suposta realidade, uma postura bem
pré-estabelecidos e fundamentados nos ques-
adotada por positivistas e empiricistas; (c)
tionamentos das realidades teóricas e empíri-
método dedutivo – admite, para casos parti-
cas estudadas17.
culares, verdades tidas como gerais ou abso-
lutas para a obtenção de inferências e soluções
puramente formais; (d) método cartesiano –
14 Ibidem, GUSTIN; DIAS, 2011, p. 21-22 baseia-se na evidência, análise, síntese e enu-
15 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos meração de fatos necessários e suficientes; (e)
de Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. p. 83.
16 DA SILVA, Edna Lúcia; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da
Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005. 138p. 18 DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 13. ed. São
17 REIS, Linda G. Produção de Monografia da Teo- Paulo: Atlas, 1985. p. 19.
ria à Prática: O Método Educar pela Pesquisa. Distrito 19 GARCIA, Othon. Comunicação em prosa moderna: aprenda a
Federal, Editora SENAC, 2008, 152 p. p. 43. escrever, aprendendo a pensar. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1980. p. 317.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

5.
método estatístico – consiste em um conjunto quantitativas em qualitativas e; da negação
de técnicas e procedimentos que se apoiam da negação, processando-se em espiral, com
em probabilidades; (g) método econométrico a repetição em estágios superiores de certos
– envolve a estatística, a matemática e a teoria aspectos e traços dos estágios inferiores22.
econômica20.
Fenomenologia significa o que aparece e
Nas ciências sociais, na qual a Ciência do está claro diante de nossas vistas. O método
Direito se inclui, seus métodos de investiga- fenomenológico busca aprender sobre os
ção se dividem em específicos, que serão tra- fenômenos valendo-se da intuição, mas pro-
tados adiante, e em gerais. Os gerais procu- põe uma base segura, livre de pressuposições,
ram garantir ao pesquisador objetividade no para todas as ciências, não se prendendo algo
tratamento dos fatos sociais, assim oferecendo desconhecido que possa estar por trás do
soluções para os problemas epistemológicos fenômeno e só visa ao dado obtido sem deci-
da investigação científica, ou seja, problemas dir se ele é uma realidade ou uma aparência.
relacionados com a crença e o conhecimento, Ela não explica com base em leis ou deduções
sua natureza e limitações. São três os métodos baseadas em princípios, mas busca explicar
gerais mais adotados: hipotético-dedutivo, o mediante ao que está presente na consciência,
dialético e o fenomenológico21. ou seja, o objeto e tendendo ao objetivo. Por
ser uma atitude radical em relação à investi-
O método hipotético-dedutivo é uma ten- gação científica, não tem sido muito empre-
tativa de superação das limitações dos méto- gada na pesquisa social, porém sua reflexão
dos dedutivos e o indutivo, já mencionados. pode auxiliar o pesquisador na formulação de
No método hipotético-dedutivo, o cientista, problemas, apontamentos de hipóteses e nos
por meio de uma combinação de observações apontamentos dos conceitos sob a égide da
cuidadosas, de hábeis antecipações e de intui- fundamentação teórica23.
ção científica, alcança um conjunto de fatos
incontestáveis que governam os fenômenos No âmbito das ciências sociais, existem
pelos quais está interessado, assim deduzindo métodos específicos que visam oferecer, ao
as consequências observáveis, e verificando pesquisador, meios técnicos que assegurem
essas consequências por meio de experimen- precisão e objetividade no estudo dos fatos
tação, recusando ou substituindo postulados, sociais. Dentro desse espaço são utilizados
quando necessário, por outros e assim prosse- dois ou mais métodos combinados para orien-
guindo. Este método apresenta grandes limi- tar os procedimentos a serem manipulados
tações por ter ligações com experimentações, durante uma investigação, quais sejam, expe-
todavia é bem visto por autores para a cons- rimental, observacional, comparativo, esta-
trução de modelos lógicos de investigação em tístico e clinico, sendo que algumas técnicas
ciências sociais. como questionário, entrevista e testes são
utilizadas para operacionalizar as pesquisas
A dialética é contra todo conhecimento científicas.
rígido e milita contra a quantificação e mate-
matização, o positivismo e o empirismo, para Quanto ao questionário, é um instrumento
ela, sempre há algo que nasce e se desenvolve de coleta de dados contendo um conjunto de
perguntas a serem respondidas por escrito
e também há algo que se desliga e se trans-
pelo pesquisado sem a presença do pesquisa-
forma. O método dialético, enquanto método
dor, que envia o formulário ao informante e
de pesquisa, de acordo com a abordagem
o recebe preenchido24. O método do questio-
dialética, constitui-se em alguns princípios
nário é mais vantajoso em relação à entrevista
comuns: da unidade e luta dos contrários,
porque se utiliza menos pessoas, economi-
que constitui a fonte do desenvolvimento da
zam-se custos, tempo e deslocamento, obtém-
realidade; da transformação das mudanças
-se amostra maior e não há influência do
20 GARCIA. Eduardo Alfonso Cadavid. Manual de sistematização e
normalização de documentos técnicos. São Paulo: Atlas, 1998. p. 48. 22 Ibidem, GIL, 1995, p. 31.
21 GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. 23 Ibidem, GIL, 1995, p. 33.
São Paulo: Atlas, 1995. p.28. 24 LAKATOS e MARCONI, 1991, Ibidem, p. 201.

6.
entrevistador. Dentre as desvantagens desse pesquisador deve ter muito cuidado ao pro-
método, citam-se o baixo índice de devolução, por generalizações.
grande quantidade de respostas em branco, o
O alvo central da ciência é a verdade, e o
que pode levar a respostas equivocadas.
conhecimento científico gerado nessa busca
Quanto a entrevista, compreende de apli- é distinto dos demais devido justamente ao
cação de perguntas diretamente ao pesqui- compromisso e a possibilidade dele ser veri-
sado e pelo pesquisador, sendo que esse não ficado e identificado por meio das operações
poderá interferir ou influenciar nas respostas mentais e técnicas especificadas em seus
do pesquisado, agindo com total isenção. Os métodos.
tipos de entrevistas existentes são quatro:
entrevistas semi-estruturada ou focalizada, 5. Pesquisa jurídica e
entrevista estrutura ou padronizada, entrevis-
tas com recursos visuais e entrevistas identifi- suas metodologias
cadas e assinadas25.
O domínio das necessidades humanas faz
O método experimental consiste em sub- a história da humanidade e a insere num con-
meter os objetos de estudo ao efeito de certas junto de referências organizadas sobre aquilo
variáveis sob condições controladas pelo inves- que ela já conseguiu. Nesse meandro está
tigador a fim de observar os resultados pro- também o Direito que se apresenta como um
duzidos no objeto. O método observacional, conjunto de acordos mínimos de convivência
que está entre os mais utilizados nas ciências e garantia de justiça mínima para uma dada
sociais, é, ao mesmo tempo, considerado o mais sociedade26. Nessa esteira, a pesquisa cien-
primitivo e é o que possibilita o mais elevado tífica aparece como a ferramenta capaz de
grau de precisão para essa ciência. Enquanto cristalizar o conhecimento conquistado pelas
o cientista no método experimental produz ciências.
um fenômeno, no observacional ele somente o
Pesquisa pode ser definida como uma
observa sem nenhuma interferência.
atividade científica que descobre a realidade,
O objetivo do método comparativo é sendo que o cientista examina os fatos ou a
ressaltar a diferença e similaridades entre realidade analisando suas faces externa e a
indivíduos, classes, fenômenos ou fatos sub- interna. A pesquisa, sobretudo, é uma ativi-
metidos a comparação entre eles. Esse método, dade interminável que não conhece o defini-
se aplicado com rigoroso controle dos proce- tivo e segue um estado de buscas sucessivas
dimentos, pode proporcionar elevado grau de de aproximações.
generalização em certas situações tal como a
A pesquisa científica pode ser caracteri-
comparação entre grupo de teste e grupo de
zada como atividade intelectual de teorizar e
controle de indivíduos para um dado evento
levantar problemas no intento de gerar solu-
ou fenômeno investigado.
ções possíveis que visam responder às neces-
O método estatístico gera apenas uma sidades humanas ligadas à sua inquietude em
verdade provável, não sendo, então, absoluta- perceber-se incompleto e, com isso, precisar
mente verdadeira, todavia com probabilidade fazer algo consigo mesmo, em busca da sua
de o ser, com uma declarada margem de erro. realização, buscando contemplar-se em três
Situação muito aceita para pesquisadores com níveis básicos de carência, tanto no biológico,
preocupações de vulto quantitativo. quando no social e no transcendental27.
Principal ferramenta utilizada na pesquisa A pesquisa científica “pode ser enten-
psicológica, o método clínico consiste em uma dida como uma forma de observar, verificar
relação profunda entre pesquisador e pesqui- e explanar fatos a respeito dos quais o homem
sado. Este método se apoia em casos individu- necessita ampliar sua compreensão ou testar
ais e envolve experiências subjetivas, assim, o
26 SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia científica: a constru-
25 GRESSLER, Lori Alice. Introdução à pesquisa: Projetos e Relatórios. ção do conhecimento. 7. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, p. 23.
2. ed. São Paulo: Loyola, 2004. p. 165. 27 Ibidem, SANTOS, 2007, p. 17-18.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

7.
a compreensão que já possui a respeito dos meno, e, consequentemente, a sua previsão,
mesmos”28. Sendo que as pesquisas podem pois o objetivo da explicação é a formulação
ser caracterizadas de acordo com os objetivos de leis, se a investigação atingir estágios avan-
gerais, isto é, pesquisas exploratórias, pesqui- çados. Assim, a pesquisa explicativa pode ser
sas descritivas e pesquisas explicativas29. a continuação de uma pesquisa descritiva,
até porque essa última requer a identificação
A pesquisa exploratória tem por objetivo
dos fatores que determinam um fenômeno,
a familiaridade ou a primeira aproximação
suficientemente descrito e detalhado, se apro-
com o problema de pesquisa, visando torna-
funda no conhecimento da realidade e é, por
-lo mais explícito envolvendo, muitas vezes,
isso, complexa e delicada, donde o risco de
a necessidade de levantamento bibliográfico,
erros é considerável. Por conta de muitas difi-
entrevistas com os envolvidos nas experiên-
culdades da aplicação desse método de pes-
cias práticas do problema em questão e análise
quisa nas ciências sociais, recorre-se também a
de exemplos que ajudem na compreensão do
outros métodos, sobretudo ao observacional,
assunto em estudo. A pesquisa exploratória
já mencionado.
pode inclusive revelar ao pesquisador novas
fontes de informação, até então não conheci- A importância do método de observação
das; a pesquisa descritiva é interessante para para coleta de dados se dá a partir de quando
quem já teve uma primeira aproximação com se deseja conhecer os fenômenos que se podem
o problema e visa, então, descrever as carac- ver, sentir, tocar etc.30
terísticas de um fenômeno, uma população,
uma situação, um processo ou o estabeleci- Existem dois tipos de observação cientí-
mento de relações entre variáveis mediante fica: a sistemática e a assistemática. A obser-
um estudo realizado em determinado espaço- vação assistemática é aquela ocasional, que se
-tempo. Para tanto, esse tipo de pesquisa se realiza sem planejamento prévio, como decor-
utiliza de técnicas padronizadas de coleta de rência de fenômenos que surgem de impre-
dados, tais como questionários e a observação vistos. Já a observação sistemática, também
sistemática e procura explicar o que se está chamada de planejada, é a realizada em con-
descrevendo para criar uma teoria aceitável dições controladas, para se responder a pro-
e que preencha a realidade desse cenário. Faz pósitos anteriormente definidos. Ela requer
parte da pesquisa descritiva estudar as carac- um planejamento e necessita de operações
terísticas de um grupo, levantar opiniões, específicas para o seu desenvolvimento31.
atitudes e crenças de uma população. Pes- Quando falamos na observação
quisas que indicam relações entre preferência como fonte de dados para a pes-
também são alvo das pesquisas descritivas. quisa, queremos dizer que a partir
Algumas vezes o objetivo aprofundado de do momento em que o pesquisa-
uma pesquisa descritiva a leva mais próximo dor se interessa pelo estudo de um
dado aspecto da realidade, a obser-
do cunho da pesquisa explicativa e algumas
vação espontânea deve ser verifi-
vezes também a pesquisa descritiva se apro-
cada através da observação siste-
xima da pesquisa exploratória por levantar mática, para que se elabore então
um fato novo que ainda não se conhecia, assim o conhecimento científico, daquele
se tornando preferidas em estudos sociais aspecto do real que se quer conhe-
preocupados com a atuação prática, podendo cer32.
inclusive assumir a forma de levantamento de
dados e informações. No que tange ao desenho da pesquisa, ou
seja, para o seu delineamento, deve-se consi-
Por fim, a pesquisa explicativa, que na derar os procedimentos técnicos para a coleta e
sua maioria é classificada como experimental análise dos dados. As formas mais comuns de
e expo-facto. Esse tipo de pesquisa engloba a
explicação científica de um determinado fenô- 30 RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Loyola,
2005. p. 105.
28 GRESSLER, 2004, Ibidem, p.42. 31 RAMPAZZO, 2005, Ibidem, p. 107.
29 GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. 32 PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa.
São Paulo: Atlas, 2006. p. 41. 13. ed. Campinas: Papirus, 2007. p. 79.

8.
coleta de dados e informações são a pesquisa A pesquisa documental asseme-
bibliográfica, o levantamento e a pesquisa lha-se muito à pesquisa biblio-
experimental, que por sua vez se utilizam res- gráfica. A única diferença entre
ambas está na natureza das fontes.
pectivamente como fontes: a bibliografia; o
Enquanto a pesquisa bibliográfica
campo e; o laboratório. Os tipos de pesquisa
se utiliza fundamentalmente das
documental, pesquisa ex-post facto, pesquisa- contribuições dos diversos autores
-ação e estudo de caso são importantes varia- sobre determinado assunto, a pes-
ções das pesquisas bibliográfica e de campo33. quisa documental vale-se de mate-
riais que não receberam ainda um
A pesquisa bibliográfica se baseia prin- tratamento analítico, ou que ainda
cipalmente em materiais já elaborados como podem ser reelaborados de acordo
livros, teses, monografias, pesquisas, artigos com os objetivos da pesquisa34.
científicos, publicações periódicas, gravações
de áudio e vídeo, websites, relatórios de sim- Levantamento é uma estratégia de coleta
pósios e seminários, anais de congressos e de dados junto às fontes primárias, ou seja,
materiais cartográficos. A pesquisa bibliográ- aqueles que ainda são desconhecidas do pes-
fica permite ao pesquisador uma ampla cober- quisador. O levantamento desses dados geral-
tura de uma gama de fenômenos, muito mais mente se dá por meio de aplicação de ques-
ampla que ele poderia pesquisar diretamente. tionários ou entrevistas, podendo ser aplicado
Vale a pena lembrar que o pesquisador não por meio de censo ou então numa amostragem
deve se debruçar em uma coleção de citações significativa da população de indivíduos, cuja
e apenas repetir as teorias alheias, pois não percepção e comportamento se deseja saber
basta citar, é preciso também ter visão crítica após o tratamentos estatístico necessário dos
da produção científica. Na ciência do Direito, dados coletados, sendo esses procedimentos
são fontes usuais desse tipo de pesquisa as especialmente úteis para as pesquisas do tipo
legislações de todo tipo, tratados, doutrinas, exploratórias e descritivas.
obras de Direito de toda espécie (trabalhista,
A pesquisa experimental consiste em
didática, comentaristas etc.), gravações de
fazer a experiência de reprodução de um
depoimentos, sentenças, acórdãos, adágios e
fato, fenômeno ou processo, de forma contro-
aforismos jurídicos e objetos emblemáticos do
lada, sendo seu objetivo descobrir os fatores
Direito. Todos esses exemplos dados são fon-
que produzem o evento ou que por ele sejam
tes que sustentarão a pesquisa, e a partir delas
produzidos. Seu delineamento é muito pres-
será construído o referencial teórico, assim
tigiado pelos meios científicos, que consiste
sendo, sugere-se um levantamento criterioso,
essencialmente em determinar um objeto de
seleção e leitura atenta.
estudo, selecionar as variáveis capazes de
Quando fontes de informações bibliográ- influenciá-lo e definir as formas de controle e
ficas, ainda não receberam organização e tra- de observação dos efeitos surgentes na relação
tamento analítico para publicação, recebem causa efeito. Esse tipo de pesquisa pode ser
o nome genérico de documentos. Fontes de feito em qualquer lugar, mesmo fora de um
documentos são: tabelas e fontes estatísticas; laboratório, exigindo as seguintes proprieda-
relatórios de empresas; documentos infor- des: (a) manipulação – pelo menos uma das
mativos arquivados em repartições públicas, características dos elementos estudados tem
associações, igrejas, hospitais, sindicatos; foto- que poder ser manipulado pelo pesquisador;
grafias; epitáfios; obras originais de qualquer (b) controle – um grupo de controle deve
natureza; correspondência pessoal ou comer- existir para que o pesquisador introduza os
cial; diários; objetos etnógrafos; acervo de cos- controles na situação experimental; (c) distri-
tumes; definição de termos diversos; registros buição aleatória – os grupos experimentais e
textuais parlamentares; documentos jurídicos de controle devem ser aleatoriamente desig-
ou pessoais; atas; contratos; entrevistas; dis- nados35. Os testes de medicamentos novos se
cursos; entre outros.
34 Ibidem, GIL, 2006, p. 45.
33 Ibidem, SANTOS, 2007, p. 31. 35 Ibidem, GIL, 2006, p. 47-48.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

9.
utilizando de um grupo de pacientes tratados Nesse sentido, o estudo de caso se carac-
com o medicamento real e um grupo de con- teriza pelo estudo profundo e exaustivo de
trole utilizando um placebo do medicamento um ou de poucos objetos, de maneira a per-
verdadeiro é um exemplo clássico de aplicação mitir conhecimentos amplos e detalhados do
desse tipo de pesquisa. mesmo, sendo praticamente impossível tal
tarefa se utilizando de outros tipos de deline-
Ex-post facto significa “a partir de depois
amento. Assim, sendo, o estudo de caso pode
do fato”; assim, então, se põe a tentar explicar
ser aplicado para diferentes propósitos: (a)
um fato, fenômeno ou processo depois que ele
explorar situações da vida real, cujos limites
aconteceu, necessitando, eventualmente de
não estão claramente definidos; (b) preservar o
um experimento para entendê-lo.
caráter unitário do objeto estudado; (c) descre-
Sobre a pesquisa-ação, ela acontece ver a situação do contexto em que está sendo
quando da necessidade e do interesse coletivo feita determinada investigação; (d) formular
na resolução de um dado problema. Assim hipóteses ou desenvolver teorias; (e) explicar
sendo, ela “é uma forma de investigação-ação as variáveis causais que não possibilitam a
que utiliza técnicas de pesquisa consagradas utilização de levantamentos e experimentos40.
para informar a ação que se decide tomar para
melhorar a prática”36. 6. Pesquisa jurídica
A Pesquisa-acão, enquanto estratégia de bibliográfico/
pesquisa social, atua com base empírica (ação-
doutrinária,
documental/
-reação) estritamente associada com uma ação
ou com a resolução de um problema coletivo,
envolvendo tanto os pesquisadores quanto os
jurisprudencial,
de campo/
participantes da situação ou do problema de
modo participativo37. Esse tipo de pesquisa é
muito bem quisto por pesquisadores com ide- extrajudicial,
costumeiras
ologias reformistas e participativas.

e cultural/
O Estudo de caso é uma modalidade de
pesquisa cuja origem é bastante remota e se
relaciona com o método introduzido por C.C. internacional
Laugdell no ensino jurídico nos Estados Uni-
dos38. Este se dedica a um estudo intensivo A doutrina é o estudo científico realizado
sobre uma (ou algumas) unidade social, onde por juristas, com vistas na análise e sistema-
os casos podem ser únicos (uma só unidade) tização das normas jurídicas, elaboração das
ou comparativos (duas ou mais unidade definições dos conceitos jurídicos e intepreta-
sociais comparadas), e são validados por uma ção das leis. Sua finalidade é facilitar e orien-
variedade de fontes de dados. Seu deline- tar a aplicação do direito e a apreciação da jus-
amento é o mais indicado em dada situação tiça e dos dispositivos legais, adequando-os às
onde os limites entre o contexto e o fenômeno finalidades almejadas, emitindo juízo de valor
não são claramente percebidos39. sobre o conteúdo da ordem jurídica.

A doutrina também pode ser chamada


de Direito cientifico, e tem além da função de
esclarecimento e de sistematização do Direito,
36 TRIP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Tradu- o da apresentação da disciplinada do sistema
ção de Lólio Lourenço de Oliveira. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n.
3, p. 443-466, set./dez. 2005. p. 447. jurídico e das soluções por ele conceituado e
37 THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: que lhe compete integrar progressivamente.
Cortez, 1985. p. 14.
Muitos autores há que excluem
38 VENTURA, Magda Maria. Estudo de Caso como Modalidade de
Pesquisa. Rio de Janeiro, Revista Socerj, 2007; 20 (5): 383-386, 2007. p. a doutrina como fonte do direito,
384.
39 Yin, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2001. 40 Ibidem, GIL, 2006, p. 54.

10.
alegando que por maior que seja a Fontes de campo ou extrajudiciais do
dignidade de um mestre e por mais Direito são documentos como atas, contra-
alto que seja o prestígio intelectual tos, correspondências, entre outros documen-
de um jurisconsulto, seus ensina-
tos e fontes bibliográficas já elencadas que,
mentos jamais terão força bastante
para revelar a norma jurídica posi- ainda que não sejam fontes formais ou dire-
tiva que deva ser cumprida pelos tas, devem ser apresentadas num projeto de
juízes e pelas partes. A doutrina, pesquisa, pois, enquanto fontes indiretas, em
por conseguinte não é fonte do várias condições investigativas, contribuem
direito, mas nem por isso deixa de para a pesquisa jurídica da mesma forma que
ser uma das molas propulsoras, e a as diretas.
mais racional das forças diretoras,
do ordenamento jurídico41. Já o costume, é uma “norma jurídica obri-
gatória, imposta ao setor da realidade que
Noutro norte, a doutrina é uma fonte de regula, possível de imposição pela autoridade
Direito indireta, “pois a jurisprudência só pública e em especial pelo poder judiciário44”.
pode constituir uma fonte efetiva do direito se
a doutrina a conheceu, pois toda jurisprudên- “O costume deriva da longa prática uni-
cia não publicada ou publicada de maneira forme, da geral e constante repetição de deter-
confidencial e desprovida de valor norma- minado comportamento. Sua legitimidade
tivo42”. promana dessa reiteração, que produz a ten-
dência à conformidade geral, transformando-
A jurisprudência é um conjunto de deci- -a em ordem autoritária do ente coletivo45”.
sões reiteradas e constantes dos Tribunais a
O costume é uma forma típica de
respeito de um mesmo tema jurídico; é um
fonte de direito nos quadros da
conjunto de normas emanadas dos juízes em chamada dominação tradicional no
suas atividades jurisdicionais. sentido de Weber. Baseia-se, nes-
ses termos, na crença e na tradi-
A palavra jurisprudência pode ser enten-
ção, sob a qual está o argumento
dida como “a forma de revelação do direito de que algo deve ser feito, e deve
que se processa através do exercício da juris- sê-lo porque sempre o foi. A auto-
dição, em virtude de uma sucessão harmônica ridade do costume repousa, pois,
de decisões dos Tribunais”43. nessa força conferida ao tempo e
ao uso contínuo como reveladores
A jurisprudência, neste contexto, é uma de normas, as normas consuetudi-
fonte formal do direito que atua como norma nárias46.
aplicável a todos os casos que estiverem sobre
a sua proteção, enquanto não houver nova lei Diante disso, o costume é também uma
ou orientação jurisprudencial. Ela atua tam- importante fonte de pesquisa científica uma
bém como fonte alternativa de informação vez que reflete as necessidades jurídicas, que
para atualizar o entendimento da lei, ino- por sua vez possuem elementos para a inves-
vando em matérias jurídicas. Assim, como tigação do pesquisador.
fonte de pesquisa jurídica, a jurisprudência é
Quando o pesquisador se defronta com a
fundamental, pois as decisões uniformes dos
investigação de fenômenos jurídicos a partir
tribunais, sobre casos concretos, proporciona
das experiências jurídicas que corresponde à
ao pesquisador um melhor entendimento
comunidade internacional e seu ordenamento
relativo às matérias que envolvem o tema de
jurídico, ele deve buscar por fonte do direito
estudo escolhido.
internacional ou inter-nações. As fontes do
Direito internacional são os costumes, os atos,

41 REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paula: 44 RIZZATTO, Nunes. Manual de introdução ao estudo do direito. São
Saraiva, 2004. P. 176. Paulo: Saraiva, 2002. p. 130.
42 BERGEL, Jean-Louis. Teoria geral do direito. Tradução Maria 45 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: parte
Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 80. geral. São Paulo: Saraiva, 1967. p. 20.
43 REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paula: 46 FERRAZ JR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: téc-
Saraiva, 2004. P. 167. nica, decisão, dominação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 241.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

11.
os princípios gerais e os tratados internacio- sindicatos, instituições de ensino, academias,
nais, este sendo a principal fonte dos direitos condomínios, entre outros grupos sociais,
internacionais. Os tratados são fontes formais igualmente têm poder de instituir suas pró-
do Direito internacional, já que são prove- prias ordenações com objetivos culturais, eco-
nientes de acordos de convenções entre Esta- nômicos, políticos ou desportivos para regu-
dos soberanos e demais sujeitos do Direito lar a vida e a coexistência grupal, obrigatórios
internacional. Os tratados são firmados pelos para todos os seus integrantes, todavia essas
sujeitos do Direito internacional, onde suas ordenações devem manter conformidade com
normas emanam efeitos jurídicos sobre toda a ordenação da sociedade política.
a ordem, sob toda comunidade internacional.
Acórdão48 é uma decisão colegiada pro-

7. A pesquisa ferida por um tribunal de segunda instân-


cia, composta pelos votos de no mínimo três
jurídica e seus desembargadores, um relator e dois vogais,

fundamentos para onde os votos podem não coincidir com suas


argumentações e fundamentações. Há tam-
acordos, sentenças bém a estância especial, que é composta pelos
e acórdãos Tribunais Superiores e pelo Supremo Tribula
Federal, passiveis de atuarem em segunda
instância. É somente a partir do surgimento
O pesquisador deve considerar também os
de um conflito sobre um direito, sua formula-
acordos, sentenças e acórdãos como fontes de
ção para demanda jurídica e encaminhamento
pesquisa jurídica, pois neste meandro encon-
para julgamento em primeira instância, que
tram-se variadas realidades do direito jurídico
se poderá dar início e surgimento do acórdão;
na prática, as quais enriquecem a geração de
porém, um longo caminho deve ser percor-
conhecimento para a ciência.
rido até que este seja proferido. O quadro 1, a
Acordos constituem um poder negocial47, diante, apresenta a organização da Justiça no
a exemplo do contrato, pois este se manifesta Brasil.
pela vontade das partes envolvidas em direi-
Cada tribunal tem sua estrutura para os
tos objetivos. As normas contratuais desse ins-
acórdãos; mas é necessária a obediência ao
trumento utilizado para um acordo de vonta-
artigo 163, bem como ao artigo 458 do Código
des, considerando a paridade ou pelo menos a
de Processo Civil de 1973, que exige: (a) o rela-
proporção entre os partícipes e a exclusão de
tório conterá os nomes das partes, a síntese do
controvérsias, atuam como força geradora de
pedido e da resposta do réu e o registro das
normas jurídicas particulares e individualiza-
principais ocorrências havidas no andamento
das, vinculando-os nessa relação jurídica de
do processo; (b) os fundamentos, em que o
sujeitos as obrigações e deveres no exercício
juiz analisará as questões de fato e de direito
de negócios com fins lícitos. Dessa forma, o
e; (c) o dispositivo, em que o juiz resolverá as
contrato é um negócio jurídico típico, bilateral
questões que as partes lhe submeterem.
ou plurilateral, constituindo obrigações con-
tratuais previstos em leis que o disciplina, o A figura 01, a seguir, ilustra os caminhos
sanciona e o garante. mais comuns para se chegar a um acordão,
sendo que o hexágono representa um caminho
O tratado é semelhante ao contrato, onde,
que não leva à produção de um acordão, de
por sua vez, rege relações entre particulares e
forma que ele não poderá ser observado para
entre Estados. Quando cria normas gerais, o
tratado é denominado convenção internacio-
nal, podendo também criar normas jurídicas
individuais.
48 COACCI, Thiago. A pesquisa com acórdãos nas ciências sociais:
O Estado não é o único criador de normas; algumas reflexões metodológicas. Mediações – Revista de Ciências Sociais.
por meio de acordos também a igreja, clubes, In: Dossiê – Métodos e Fontes de Pesquisa em ciências Sociais. Londrina,
v.18, n. 2, p. 86-109, jan. 2013. Disponível em: <http://www.uel.br/revis-
tas/uel/index.php/mediacoes/article/view/17313/13803>. Acesso em: 04
47 Ibidem, DINIZ, 2011, p. 352-357. mai. 2015. p. 95-104.

12.
uma pesquisa com acórdão. Já os losangos representam um processo que chegou com sucesso a
um acórdão.

O pesquisador encontra os acórdãos por meio de busca de palavras chaves nos repositórios
online de jurisprudência dos tribunais ou por meio do acesso físico nos acervos de jurisprudência
dos mesmos, particularmente aqueles que ainda não foram digitalizados. Também podem ser
encontrados em revistas de jurisprudência tal como as Revistas dos Tribunais.
QUADRO 01 – Organização da Justiça no Brasil
Comum Especializada
Estadual Federal Estadual Federal
Juiz de Direito Juiz Federal Juiz Militar ou Conselho Conselho de Juiz do Trabalho Juiz
1ª (Comarcas) de Justiça ou Juiz de Justiça (Vara) Eleitoral
Instância Direito

Tribula de Justiça Tribunal Tribunal Militar Superior Tribunal Regional Tribunal


2ª Regional Tribunal Militar do Trabalho Regional
Instância Federal
Eleitoral
Superior Tribunal de Justiça Tribunal Superior Tribunal
do Trabalho Superior
Instâncias Eleitoral
Especiais
Supremo Tribunal Federal

Fonte: COACCI49, 2013

FIGURA 1 – Os Caminhos dos Acórdãos

Fonte: COACCI50, 2013

49 Ibidem, COACCI, 2013. p. 98.


50 Ibidem, COACCI, 2013. p. 100

Metodologia da Pesquisa Jurídica

13.
Os acórdãos são instrumentos importantes Além do tema e do problema, o projeto
para fundar e consolidar paradigmas jurídicos; de pesquisa tem outros elementos: hipóteses;
se tornado jurisprudências, podem ser referen- objetivos; justificativas; revisão da literatura,
ciados em outros acórdãos, sentenças, petições, metodologia; cronograma e; orçamento. Não
livros e artigos jurídicos. Acórdãos que vão ao perdendo de vista que qualquer projeto deve
encontro das argumentações do pesquisador, ter coerência no encadeamento lógico entre o
é uma importante fonte de pesquisa jurídica, tema escolhido, os objetivos perseguidos e a
possibilitando-se compreender como a reali- sua forma de execução.
dade tem sido construída na prática jurídica.
Todavia, é importante lembrar que a pesquisa Para melhor discorrer sobre o que é um
que tem por única fonte os acórdãos, os quais tema, um quadro simplório e sem interre-
possuem diversos termos técnicos, expressões lação cognitiva entre as áreas da ciência ou
latinas e expressões rebuscadas, cujo objetivo é sua interdisciplinaridade, representa-se a
garantir ao texto impessoalidade, neutralidade seguinte sequência construtiva: ciência - área -
e universalidade, não está diretamente aces- curso - disciplina - tema - problema - hipótese.
sando o acontecimento, ou seja, o julgamento Como se sabe, as ciências são divididas em
ou a própria situação que levou ao julgamento, grandes áreas de concentração: Exatas; Bioló-
em sua íntegra e riqueza de detalhes, mas sim gicas; Religiosas; e Sociais. Estas, por sua vez,
ao texto de terceiros, os magistrados que recon- são divididas em diversos cursos, como por
tam e analisa os fatos. exemplo, Economia, Medicina, Teologia e o
Direito, que, em seu turno, pode ser dividido
8. Projetos de em disciplinas como Civil, Tributário, Cons-

pesquisa jurídica
titucional, Penal, Comercial, Previdenciário,
além dos diversos Processuais, dentre outras.
e seus elementos Na pesquisa jurídica, é dentro de uma dessas

constitutivos
disciplinas que o pesquisador deverá buscar o
seu tema, ou “assunto que se deseja provar ou
desenvolver”52, ali delimitado na tentativa de
A pesquisa científica tem por caraterística uma contribuição significativa para o conhe-
a atividade intelectual, a qual visa a construção cimento.
do conhecimento, o que pode significar uma
descoberta ou o avanço da ciência, e se desen- Como sugestão para a escolha de um
volve através de etapas dentro de um método tema, é importante que o pesquisador tenha
ou caminho com vistas a facilitar seu processo. em mente atentar para o seu gosto pessoal
Tais etapas se iniciam pelo projeto da pesquisa, pelo assunto, preparo técnico e o tempo dis-
passa pela coleta de dados, a qual será abor- ponível que possui para a empreitada, o que
dada mais adiante, e pela redação do texto ou pode conspirar positivamente quanto a sua
conjunto de ideias pensado pelo pesquisador, perseverança, início bem sucedido nas buscas
ou seja, a produção do conhecimento. e continuidade do processo.

Um projeto ou planejamento de pesquisa O tema escolhido deve ter importância e


transforma um tema em objetivos para serem utilidade para a sociedade e a ciência. Além
raciocinados por meio de dados, informações disso, é essencial que haja fonte de dados e
e ideias coletadas nos moldes de levantamen- informações para se desenvolver a pesquisa,
tos da metodologia científica. Sendo que a no que sem eles não haverá raciocínio.
intenção de qualquer pesquisa é responder às
Um exemplo de tema delimitado pode ser
necessidades humanas concretas por meio de
o extraído de Welber Barral53: “A validade
uma atividade teórica e racional que deve ser
dos contratos de factoring após a Resolução nº
planejada, e o desafio está em identificar e pre-
X do Banco Central”. O tema se refere à vali-
parar um problema, a partir de um tema, para
ser raciocinado a partir da percepção e olhar
clínico do pesquisador51. 52 Ibidem, LAKATOS; MARCONI, 1991. p. 218.
53 BARRAL, Welber Oliveira. Metodologia da pesquisa jurídica. 2. ed.
51 Ibidem, SANTOS, 2007, p. 41-74. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2003. 208p. p. 67-73.

14.
dade dos contratos de factoring após uma ima- dor foi, então, que: “O BACEN não tem com-
ginária norma do Banco Central (BACEN), petência para emitir regras sob factoring”. Isso
que condiciona a validade de tais contratos ao porque a Constituição, as normas federais e
prévio registro no BACEN. suas normas constitutivas se referem à com-
petência sobre temas financeiros, o que não é
No que diz respeito ao problema de pes-
caracterizado no contrato de factoring. Toda-
quisa, este que é representado por uma per-
via, após muito estudo, o pesquisador cons-
gunta, é a especificação do trabalho, o qual
tata e conclui justamente o contrário, que cabe
direciona o enfoque a ser dado ao tema pro-
ao BACEN emitir regras para o dado fim. O
posto. Em síntese “a formulação do problema pesquisador não estava errado, pois se valeu
prende-se ao tema proposto: ela esclarece a de seus conhecimentos iniciais, mas sim sua
dificuldade específica com a qual se defronta hipótese estava errada. Cabe a ele agora, no
e que se pretende resolver por intermédio da papel de cientista, reconhecer as condições da
pesquisa”54. hipótese refutada.
Para o exemplo dado, a análise se con- Além da hipótese básica, pode-se identifi-
centrará no questionamento de competência car também algumas hipóteses secundárias57,
administrativa do BACEN para emitir regras as quais ocuparão uma subdivisão da básica,
sobre contratos de factoring, ficando, então, a o que se não acontecer é porque o pesquisador
pergunta do problema assim: Há competência quer incluir mais hipóteses e assim, por conse-
do BACEN em emitir normas que afetam os guinte, também outros problemas no mesmo
contratos realizados por empresas de facto- estudo, estendendo-o, talvez desnecessaria-
ring? Assim sendo, a pesquisa buscará escla- mente para o trabalho e pauta.
recer a questão levantada.
Ainda, com relação ao exemplo dado, as
Numa pesquisa, um papel do pesquisador, hipóteses secundárias podem ser: (a) incom-
e um dos elementos do projeto de pesquisa, é patibilidade das normas do BACEN com as
o de apontar uma resposta para a indagação normas constitucionais; (b) incompatibilidade
do problema apresentado, mesmo não pos- com as normas federais e; (c) incompatibili-
suindo inicialmente conhecimento aprofun- dade com as normas administrativas. Sendo
dado sobre o assunto, o que significa dar uma que uma hipótese secundária, da mesma
resposta “provável, suposta e provisória”55, forma que a básica, pode ser confirmada ou
ou seja, uma hipótese, na forma de uma afir- não. Assim sendo, a hipótese básica se con-
mação, seja ela positiva, negativa ou duvi- firmará também, mas em função de determi-
dosa, mas sempre uma afirmação, razoável e nada condição.
verificável com base em evidências56 que, ao
final do trabalho, terá de ser confirmada ou Algumas vezes, a hipótese de uma pes-
contrariada, justificando-se tal condição, de quisa exige que seja considerada no seu enun-
maneira isenta e fundamentada, ao rigor da ciado a sua relação com certas variáveis espe-
revisão teórica sobre os aspectos estudados cificas, o que acontece com maior frequência
e sob a égide dos conhecimentos postulados nas pesquisas das ciências sociais aplicadas.
As variáveis contêm ou apresentam valores
nessa revisão da literatura.
que variam, tal como quantidades, qualida-
No exemplo dado, o pesquisador, por des, características, magnitudes, traços, entre
somente ter um conhecimento superficial outros58. As variáveis podem ser componen-
sobre o assunto, apoiado em leituras breves tes determinantes de resultados, efeitos ou
e não especializadas, propõe como hipótese consequências. Um exemplo da relação da
uma afirmação negativa para o problema, variável numa hipótese pode ser: “A classe
como de fato em muitos projetos de pesquisa social da mulher influencia a frequência de
acontece na prática. A hipótese do pesquisa- divórcios”59. Aqui a classe social da mulher

54 Ibidem, LAKATOS; MARCONI, 1991. p. 220. 57 Ibidem, LAKATOS; MARCONI, 1991. p. 220.
55 Ibidem, LAKATOS; MARCONI, 1991. p. 220. 58 Ibidem, LAKATOS; MARCONI, 1991. p. 221.
56 Ibidem, SANTOS, 2007, p. 81-82. 59 Ibidem, GUSTIN; DIAS, 2011, p. 59.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

15.
é uma variável independente e determinante provação ou recusa da hipótese básica, assim
na frequência de divórcios, a qual deverá ser como as hipóteses secundárias se houver.
verificada e registrada quando da enquete de
Três passos são adequados na apresen-
pesquisa junto às mulheres divorciadas.
tação dos objetivos específicos, os quais, tal
Outro elemento do projeto, o objetivo do como o objetivo geral, são precedidos por um
estudo, vem logo após a definição do que será verbo intelectual, já que também são ativida-
estudado no trabalho, e esse deve ser escla- des intelectuais. O primeiro passo consiste em
recido no projeto de pesquisa, para tanto é levantar os componentes importantes do pro-
comum se utilizar de verbos como conceituar, blema, procurando neles divisões possíveis de
posicionar ou esclarecer um determinado aspectos considerados relevantes pelo pesqui-
problema ao lançar um olhar para a hipótese sador. O segundo passo é transformar cada
posta. aspecto escolhido em um objetivo, antepondo
a ele um verbo intelectual adequado à ativi-
No caso de pesquisa científica, a qual se
dade cognitiva exigida, considerando a natu-
caracteriza como ação intelectual, os verbos
reza do assunto, dentro da extensão e profun-
utilizados para apresentar seus objetivos
didade julgada necessária pelo pesquisador.
devem ser aqueles que indiquem atividade
Por fim, no terceiro passo trata-se de verificar
intelectual de um produto que se possa veri-
a suficiência dos objetivos específicos apon-
ficar, tendo por conteúdo a hipótese apre-
tados para se atingir o objetivo geral, toda-
sentada. Tal atividade intelectual é orientada
via dentro de uma melhor sequência lógica
por estágios cognitivos diversos, os quais
de execução.
são o conhecimento, compreensão, aplicação,
análise, síntese e avaliação, e que aumentam Para o exemplo apresentado, os objetivos
do anterior para o posterior, ou seja, para específicos ficariam assim: “(i) apresentar o
a atividade de avaliação, pressupõe-se histórico do instituto X; (ii) demonstrar a com-
necessária uma síntese, que pressupõe a patibilidade entre a regra Y e a Constituição
análise, que pressupõe compreensões, com ou Federal e; (iii) analisar os efeitos civis da pro-
sem aplicações, que pressupõe conhecimentos posta de mudança da lei W”.
ou posse inicial dos dados60. Uma lista mais
Quanto a justificativa da escolha do tema,
extensa de verbos intelectuais é bem apresen-
ela se apoia na relevância e importância do
tada por Bloom61, encontra-se no Anexo B.
assunto escolhido pelo autor para a ciência
Com base na hipótese dada para o exem- e para a sociedade, fundamentando todos os
plo adotado, o objetivo geral pode ser apre- motivos de ordem teórica e prática. Ao contri-
sentado como: “Afirmar a existência de buir com a sociedade para sanar ou ao menos
inconstitucionalidade na Resolução X do encaminhar a solução de uma necessidade
Banco Central, que exige a aprovação prévia concreta, o tema terá sua relevância ressaltada.
dos contratos de factoring”. Pode-se perceber, Academicamente o tema é relevante quando
aqui, que o contexto do objetivo está supor- contribui com o ensino e aprendizado. Ao tra-
tado pela ideia de avaliação, ou processo final zer benefícios em um ou em variados contex-
da atividade cognitiva. tos, o tema torna-se importante.

Assim, como no caso das hipóteses, o obje- Já a revisão da literatura ou bibliográfica,


tivo geral poderá necessitar subdivisões, cons- como apresentado por muitos autores da pes-
tituindo-se os objetivos específicos do projeto quisa jurídica, entre outras, não pode ser sim-
em forma de tópicos, que organizados bus- plesmente um amontoado de citações de auto-
cam o alcance do objetivo principal ou geral res que abordam o tema, mas sim um campo
do estudo por meio de seções ou capítulos rico de pensamentos pertinentes e devida-
que esclarecerão aspectos específicos na com- mente interpretados.

Apesar de não existir uma regra especifica


60 Ibidem, SANTOS, 2007, p. 84. para se utilizar citações, sejam elas diretas ou
61 BLOOM, Benjamin, et al. Taxionomia dos objetivos educacionais: indiretas, em textos acadêmicos, deve-se con-
domínio afetivo. Porto Alegre: Globo, 1972. siderar que o excesso de citações, com pouca

16.
ou nenhuma contribuição pessoal, causa a
impressão de “colcha de retalhos”, sendo 9. Pesquisa jurídica
assim: e suas etapas
é preciso usá-las com o senso.
Também se deve misturá-las com Uma pesquisa jurídica inicia quando um
argumentos próprios. Não é de pesquisador, professor ou profissional do
boa técnica fazer várias citações Direito se depara com um problema percebido
seguidas sem uma amarração em ralação ao postulado que determinada
pessoal intermediária. Nem é área de conhecimento atual defende, o que o
adequado apresentar um trabalho leva à inquietação frente sua discordância. Tal
com uma quantidade muito
condição percebida em forma de problema
grande de citações e uma pequena
contribuição pessoal. A exceção pode estar relacionada a lacunas, a indeter-
fica (...) para os textos analíticos/ minações teóricas, ou mesmo a dúvidas sobre
críticos de obras específicas a eficácia e validade de princípios, conceitos,
ou de produção científica de normas, regras ou teorias ao evolver normas
determinado autor. Neste caso são morais, sociais ou legisladas sobre o conteúdo
admitidas em maior número. As de um discurso. E, para superar sua agrura,
poucas citações ou a ausência delas
o pesquisador se põe a investigar o fato se
não é característico dos trabalhos
científicos. Nestes, espera-se que debruçando em pesquisas científicas, apoia-
a pesquisa bibliográfica feita das e suportadas por seus aspectos metodoló-
apareça no trabalho. Admite-se gicos próprios, especialmente com relação às
[entretanto], texto com poucas ou pesquisas jurídicas.
nenhuma citação em trabalhos
técnicos, cuja função é orientar Mas, não se esqueça de que uma pesquisa
a ação do leitor ou textos é condicionada a existência de três elementos
didáticos que buscam transmitir originais: o investigador; os meios materiais
conhecimentos diretos com de investigação e o objeto de investigação63.
simplicidade, e que demonstre a
experiência e/ou conhecimento O investigador é o indivíduo que tem uma
pessoal do autor62. visão compreensiva do objeto da investigação
e se põe a investiga-lo a partir de uma ordem
Quanto ao Cronograma, é a disposição das discursiva revestida pelo estatuto científico da
etapas do projeto de pesquisa posto ao longo produção do conhecimento, se utilizando de
de um calendário a ser seguido. Seu objetivo processos argumentativos amplos, inter ou
é prever uma divisão razoável do tempo de transdisciplinares dos meios de investigação,
pesquisa, mas realista em relação aos recursos o qual envolve considerações realistas sobre
disponíveis do pesquisador, impondo-lhe dis- as condições financeiras e de tempo por parte
ciplina no que ele mesmo propôs ser exequí- do pesquisador.
vel dentro da segurança prevista. Como todo
projeto tem seu custo, esse deve ser exposto Nesse sentido, a delimitação do tema, ou
em forma de orçamento. assunto, a ser pesquisado torna-se de grande
valia, juntamente com a do objeto de inves-
Acerca da metodologia adotada para um tigação, considerando-se que as pesquisas
projeto de pesquisa científica, esta seguirá devem ser limitadas a sua amplitude. Nessa
um conjunto das atividades sistemáticas e seara, é fundamental a habilidade do pesqui-
racionais, apoiado pelos tipos de pesquisa e sador em compreender campos de conheci-
suas técnicas e ferramentas, de tal forma que mentos conectados e inter-relacionados com o
vá ao encontro dos objetivos propostos pelo seu objeto de pesquisa, assim como ser capaz
trabalho, conforme já abordado nos capítulos de administrar sua aplicação e julgamentos.
anteriores. Na Ciência do Direito, o objeto de pesquisa é
o fenômeno jurídico do qual uma norma faz

62 NUNES, Luiz Antonio R. Manual da monografia jurídica: como se


faz uma monografia, uma dissertação, uma tese. São Paulo: Saraiva, 1997.
p. 89. 63 Ibidem, GUSTIN; DIAS, 2011, p. 32-34.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

17.
parte, o que remete a algum tipo de inserção
cultural ou de contextualização social. 10. A validade,
Como já abordado, uma pesquisa tem seu
a divulgação
início a partir de um problema teórico ou prá- e o acesso às
tico percebido, contextualizado e desejado de
solução, o que remete à necessidade de um
pesquisas jurídicas
elemento que norteie o encaminhamento da
A pesquisa jurídica se fundamenta efeti-
solução desejada; este elemento será o de con-
vamente por meio de fontes bibliográficas,
trole, ou seja, o referencial teórico do estudo,
onde, por exemplo, um tema que se inclina
o qual trás as afirmações de autores, cuja legi-
a tratar sobre a constitucionalidade de uma
timidade científica se tornou válida para o
norma, terá por fonte primária a Constituição
desenvolvimento de pesquisas.
Federal ou uma referida Lei. As fontes de pes-
Para o desenvolvimento de uma pesquisa, quisa jurídica, como já abordado, são fontes
três principais etapas são desempenhadas: próprias do conhecimento jurídico.
(a) definição da situação problema, o qual
Constituem fontes de pesquisa jurídica
envolve o projeto de pesquisa e seu desenvol-
também as chamadas fontes secundárias, que
vimento, já tratados anteriormente; (b) desen-
são os comentários ou análises das fontes de
volvimento do projeto de pesquisa, o qual
pesquisa primária, a literatura sobre o tema, os
compreende da realização da pesquisa de
estudos publicados, palestras e conferências
campo, empírica, de laboratório ou bibliográ-
nas quais se colheu opiniões sobre o objeto
fica, para coleta e análise e interpretação dos
de uma determinada pesquisa, que servirão
dados e teste de hipóteses e; (c) sua divulga-
para contrastar o conhecimento contido em
ção e validação, por meio da redação e revisão
fontes primárias, prioritariamente esgotadas e
do relatório final do trabalho, que acontece
examinadas pelo pesquisador para atender ao
a partir da apresentação gráfica do trabalho,
objetivo e estudo do tema proposto.
dentro das normas específicas previamente
eleitas, e sua posterior publicação64. Os dados obtidos durante toda uma pes-
quisa devem ser confiáveis, completos e advi-
A regra da pesquisa na área jurídica é o
rem de fontes identificáveis. Tomar notas no
esgotamento no levantamento bibliográfico,
momento devido do levantamento dos dados
desde os documentos mais amplos como o
é fundamental para não se perder a origem ou
repertório bibliográfico sobre o tema pro-
a fonte da informação obtida, logo, é muito
posto, até os mais específicos como as revis-
importante sempre manter uma constante e
tas científicas, compêndios monográficos e
coerente forma de pesquisa se utilizando de
as referências bibliográficas neles contidos,
mesmo padrão de anotações, siglas e pesquisa
sentenças, tratados, acórdãos etc., incluindo-
bibliográfica.
-se, naturalmente, as legislações, doutrinas e
jurisprudências. Três formas básicas de acesso à pesquisa
bibliográfica têm seu lugar: a biblioteca, os
A análise das informações é a ordena-
fichamentos, os autos nos tribunais, autos
ção dos dados, as vezes tabulados, obtidas
digitalizados, Projudi, E-proc (dentro outros) e
na pesquisa, de campo, empírica, de labora-
a pesquisa pela Internet. No que diz respeito
tório ou bibliográfica, de forma a demons-
às buscas nas bibliotecas, em primeiro lugar, e
trarem um significado, para, a partir disso,
para se poupar tempo, deve-se ter em mãos a
serem interpretados, ou seja, uma aná-
referência do que se procura e somente depois
lise crítica interna à luz da revisão teórica
disso é que se poderá procurar por uma dada
reunida desde o projeto de pesquisa até a
publicação.
elaboração final do trabalho.
As obras de referências, como publicações
periódicas que trazem resumos de trabalhos
publicados, estão repletas de bibliografias
bem indicadas para as pesquisas jurídicas.
64 Ibidem, GUSTIN; DIAS, 2011, p. 35-41.

18.
Nos meios eletrônicos, os bancos de dados xx Informações concentradas sobre o
se põem como meios mais fáceis de busca, tal ramo do direito: <www.direitopu-
como CR-ROM, Catálogos e acervos de biblio- blico.com.br>.
tecas com acesso via redes de comunicação,
banco de dados do Senado Federal, o PRO- xx Senado federal: <www.senado.gov.
DASEN, e o sistema COMUT de intercâmbio br>.
de bibliotecas. xx Universidade de São Paulo - Bibliote-
Os fichamentos, físicos ou eletrônicos, são cas: <www.usp.br/fd>.
técnicas de pesquisa bem facilitadoras para se xx Biblioteca do Congresso dos EUA -
manter bem arquivadas as anotações das fon- Library: <http://catalog.loc.gov>.
tes primárias, como a legislação específica, a
obra examinada, a jurisprudência, Lei, acór- xx Fomento à pesquisa: <www.cnpq.br>;
dão, entre outros. <www.capes.gov.br>.

A Internet veio como uma revolução na xx Ministério da Educação - acesso à


vida do pesquisador, mas também promove informação: <www.mec.gov.br>.
riscos. O primeiro é a perda de tempo bus-
xx Ministério do Desenvolvimento -
cando referências em sítios eletrônicos desor-
acesso à informação: <www.mdic.
ganizados ou de duvidosa credibilidade e
gov.br>.
utilidade. Outro grande risco é o de a Internet
estar constantemente em mudanças e expan- xx Agência Nacional do Petróleo - acesso
sões, podendo certa informação não estar mais à informação: <www.anp.gov.br>.
disponível no futuro. Como qualquer pessoa
xx Legislação em vigor: <www.senado.
pode criar um sitio eletrônico virtual, também
qualquer informação pode ser colocada nele, gov.br>; <www2.planalto.gov.br>.
levando ao questionamento da credibilidade xx Jurisprudência - Supremo Tribunal
da informação. Assim sendo, é boa prática não Federal: <www.stf.jus.br>.
depender somente da Internet, sempre gravar
a imagem ou o arquivo disponibilizado pela xx Jurisprudência - Superior Tribunal de
fonte encontrada, buscar sempre por sítios Justiça: <www.stj.jus.br>.
eletrônicos oficiais, rotineiramente fazer as xx Conselho de Justiça Federal: <www.
pesquisas mais necessárias e usuais. Por tanto, cjf.jus.br>.
deve-se ter os aplicativos adequados, antivírus
atualizados e buscar por sites de discussão. xx Tribunal de contas da União: <www.
tcu.gov.br>.
Seguem alguns exemplos de sítios de
busca e informações disponíveis. xx Tribunais estaduais: <www.tjsiglado-
estado.jus.br>.
xx De busca: <www.google.com.br>;
<www.yahoo.com.br> xx Tratados e convenções: <http://
www.austlii.edu.au/au/other/
xx Alguns Portais jurídicos: <www.cade-
dfat/>; <http://www.state.gov/
jur.com.br>; <www.datalegis.inf.br>;
www/global/legal_affairs/tifindex.
<www.jus.com.br>; <www.direito.
html>; <http://legal.un.org/ola/>.
com.br>; <www.juridico.com.br>.
xx Direito internacional privado: <www.
xx Artigos e jurisprudências: <www.
iccwbo.org>; <www.state.gov>;
saraivajur.com.br>.
<www.uncitral.org>.
xx Direito tributário: <www.tributario.
Inumeráveis fontes eletrônicas estão
com.br>.
disponíveis ao redor do mundo e, na atuali-
xx Eventos da vida acadêmica: <www. dade, o acesso a elas é mais fácil e mais rápido
academus.pro.br> do que nunca antes foi. A palavra chave do

Metodologia da Pesquisa Jurídica

19.
sucesso em buscas na Internet é o “foco”. SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de
Entrar em sítios de busca e procurar por infor- 20 de janeiro de 1998. Lex: coletânea de legis-
mações não é o ”problema”, mas sim digitar lação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3,
no campo de busca a palavra certa do assunto
p.217-220, 1998.
daquilo que se deseja de informação. Por isso,
é essencial a leitura atenta das publicações que
BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de
se pode lançar mão de início, tal como livros,
compêndios, periódicos, resumo de eventos. 1943. Aprova a consolidação das leis do traba-
Não devemos nos esquecer dos princípios pri- lho. Lex: coletânea de legislação: edição fede-
mários: sítios confiáveis, com credibilidade, ral, São Paulo, v. 7, 1943. Suplemento.
úteis, organizados.
BRASIL. Código civil. 46. ed. São Paulo:
A apresentação das fontes pesquisadas
segue a postura metodológica da produção Saraiva, 1995.
acadêmica, ela consiste na listagem com as
informações sobre todas as fontes e autores BRASIL. Código Civil. Lei n.º 3071, 1 de
mencionados no texto, sendo ela obrigatória e janeiro de 1916. Das Pessoas. Da Divisão
sua elaboração deve seguir as orientações das de Pessoas. Das Pessoas Naturais. Disponí-
normas para a disposição gráfica escolhida. vel em: <http://www.dji.com.br/legis/cc/
65
A seguir , são apresentados orientações cc0002a0012.htm>. Acesso: 10 jan. 2001.
e exemplos de documentos jurídicos baseados
xx Decreto-Lei. LOCAL (País, Estado ou
nas normas da ABNT: NBR 6023:2002 - Infor-
mação e documentação - Referências - Ela- Cidade). Título (especificação de legis-
boração. E procedimentos: NBR 10520:2002 lação n.º, Data). Ementa./ Indicação
- Informação e documentação - Apresentação da publicação oficial, local, volume,
de citações em documentos; NBR 15287:2011 número, páginas, dia, mês, ano, seção,
- Informação e documentação - Projeto de pes- parte (caso houver).
quisa - Apresentação.
BRASIL. Decreto n.º 87.620, de 21 de setembro
10.1 Quanto a forma de 1982. Dispõe sobre o procedimento admi-
de referenciar nistrativo para o reconhecimento da aquisi-
ção, por usucapião especial, de imóveis rurais
Título do documento. Especificação do docu- compreendidos em terras devolutas. Código
mento (ex.: Diário Oficial, Código civil, Lex),
civil. 5. ed.
Local (cidade), numeração (volume, número e
páginas, conforme o caso), data. Decreto ou Lei em formato eletrônico.
LOCAL (País, Estado ou Município). Nome
Obs.: quando a referência for de Consti- da Corte ou Tribunal. Lei ou Decreto, nº, data
tuições e suas emendas, entre com o nome da
(dia mês ano). Ementa. Indicação de publi-
jurisdição e o título, acrescenta-se a palavra
cação oficial (título, local, volume, número,
Constituição, seguida do ano de promulgação
dia, mês, ano. Seção, parte, se houver). Dis-
entre parênteses. Por exemplo:
ponível em: <endereço>. Acesso em: dia, mês
BRASIL. Constituição (1988). Emenda consti- abreviado/ ano.
tucional nº 9, de 9 de novembro de 1995. Lex:
BRASIL. Decreto n.º 3667, de 21 de novembro
legislação federal e marginália, São Paulo,
de 2000. Concede indulto, comutam penas
v.59, p.1966, out./dez. 1995.
e dá outras providências. Diário Oficial da
65 OLIVEIRA, Adriana M. E. Martinez de; ORTEGA, Jakeline M. de União, Brasília, DF, 22 nov. 2000. Disponível
Queiroz; MOLOGNI, Michele. Normas e padrões para trabalhos acadêmicos em: <http://www.ibccrim.com.br/legislacao/
e científicos da Unoeste. 3. ed. Eletrônica. Presidente Prudente: Unoeste,
2015. desc-novembro.htm>. Acesso: 09 jan. 2001.

20.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei Penal Impugnação à sentença de liquidação. Tem-
Ambiental Brasileira. Lei n.º 9605 de 12 de feve- pestividade. Agravo de instrumento n.º
reiro de 1988. Dispõe sobre as sanções penais 3097/95. Agravante: Sindicato dos Trabalhado-
e administrativas derivadas de condutas e ati- res nas Indústrias de Papel, Papelão e Cortiça
vidades lesivas ao meio ambiente e dá outras Três Barras. Agravada: Companhia Canoinhas
providências. Diário Oficial da União, Brasília, de Papel. Relatora: Juíza Alveny A. Bittercourt.
DF, 12 fev. 1998. Disponível em: <http://www. Florianópolis, 18 de outubro de 1995. Disponí-
diramb.gov.pt/data/basedoc/FCH_8919_ vel em: <http://www.trt12.gov.br/revistas/
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BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. xx Doutrina (qualquer discussão técnica


Decreto-Lei, n.º 5452, de 1 de maio de 1943. sobre questões legais publicadas na
Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho. forma de monografias, artigos de peri-
Disponível em: <http://www.dji.com.br/ ódicos, papers, etc. A doutrina é referen-
ciada conforme o tipo de publicação).
legis/clt/clt0.htm>. Acesso: 11 jan. 2001.

xx Jurisprudência (Súmula, Enunciado, BARROS, Raimundo Gomes de. Ministério


Acórdão, Sentença e demais decisões Público: sua legitimação frente ao Código do
judiciais): Consumidor. Revista Trimestral de Jurispru-
dência dos Estados, São Paulo, v. 19, n. 139, p.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula 53-72, ago. 1995.
nº 14. In: ______. Súmulas. São Paulo: Asso-
ciação dos Advogados do Brasil, 1994. p.16. xx Parecer: AUTOR. Ementa. Tipo e
número do Parecer. Relator (se entrar
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Hábeas- pelo nome do órgão). Data do Parecer.
-corpus nº 181.636-1, da 6ª Câmara Cível do Tipo da publicação, número, página,
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, data da publicação que transcreve o
Brasília, DF, 6 de dezembro de 1994. Lex: Parecer. (Caso houver)
jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais BRASIL. Conselho Federal de Educação.
Federais, São Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240, Câmara de Ensino Superior. Parecer 380/91.
mar.1998. Relator: José Guimarães. 1 jul. 1991. Docu-
xx Jurisprudência (Súmula, Enunciado, menta, n. 367, p. 61, 1991.
Acórdão, Sentença e demais deci-
xx Código. LOCAL (País ou Estado).
sões judiciais) em formato eletrônico:
Título. Indicação de responsabilidade
LOCAL. (País, Estado ou Município).
(org.; trad. ; ver.; coord. etc). Edição.
Nome da Corte ou Tribunal. Ementa
Local: Editor, data.
ou Acórdão. Tipo e n.º do recurso
(apelação, embargos, habeas-corpus, BRASIL. Código civil. Coordenação de Mau-
mandado de segurança, etc.). Partes rício Antônio Ribeiro Lopes. 5. ed. São Paulo:
litigantes. Nome do relator precedido Revista dos Tribunais, 2000.
da palavra Relator./ Local dia mês,
ano do Acórdão. Indicação da publica- Código em formato eletrônico: JURISDI-
ção que divulgou o Acórdão, Decisão, ÇÃO (País, Estado ou Município. Nome da
Sentenças, etc. Disponível em: <ende- Corte ou Tribunal. Jurisdição e Órgão Judi-
ciário Competente). Título. Lei ou Decreto,
reço eletrônico>. Acesso em: dia, mês
n.º, data (dia mês ano). Ementa. Indicação de
abreviado, ano.
Responsabilidade (se houver). Disponível em:
BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho. (12. <endereço eletrônico>. Acesso em: dia, mês
Região). Execução. abreviado ano.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

21.
BRASIL. Código Civil. Lei n.º 3071, 1 de cia e Assistência Social. [S.l.]: DATAPREV,
janeiro de 1916. Das Pessoas. Da Divisão 1999. 1 CD-ROM.
de Pessoas. Das Pessoas Naturais. Disponí-
vel em: <http://www.dji.com.br/legis/cc/ BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula
cc0002a0012.htm>. Acesso: 10 jan. 2001. nº 14. Não é admissível, por ato administra-
tivo, restringir, em razão de idade, inscrição
xx Medida Provisória. LOCAL em concurso para cargo público. Disponível
(País, Estado ou Cidade). Título em: <http:// www.truenetm.com.br/juris-
(especificação da legislação, n.º, data). net/sumusSTF.html>. Acesso: 29 nov.1998.
Ementa. Indicação de publicação ofi-
cial, local, dia, mês ano. página. Ps. Para outras formas de referências, vide
o ANEXO A, neste artigo.
BRASIL. Medida Provisória n.º 1.986-11, de
26 de outubro de 2000. FGTS. Seguro-desem-
11. O artigo
jurídico/científico
prego. Empregado doméstico. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 27 out. 2000. p. 48.

xx Lista de Discussão no todo: TÍTULO da Artigo científico é um trabalho acadê-


lista. Indicação de Responsabilidade. mico desenvolvido por um ou vários autores
e segue as normas editoriais da revista onde
Disponível em: <endereço>. Acesso
será publicado, consistindo em um texto que
em: data (dia, mês abreviado, ano).
apresenta, discute e divulga ideias, métodos
ATÉ onde deve ir a imunidade parlamentar no e técnicas, processos e resultados de pesquisa
contexto de um regime político democrático? científica, seja bibliográfico, documental,
experimental ou de campo.
OABSP. Disponível em: <http://www.oabsp.
org.br/main1.asp?pg=1.3.2&pgv=a&id_ O artigo científico visa apresentar, de
forum=8>. Acesso: 11 jan. 2001. maneira completa, os propósitos e proce-
dimentos de uma pesquisa, a metodologia
Lista de Discussão em parte: AUTOR. empregada e os resultados obtidos no estudo,
Título. Denominação ou título e subtítulo do permitindo sua avaliação por pesquisadores
serviço (produto ou lista). Indicação de Res- que desejem replicar a experiência, confir-
ponsabilidade. Disponível em: <endereço>. mando ou não os resultados, então observa-
Acesso em: /data (dia, mês abreviado, ano). dos, para ampliar as discussões e conheci-
mentos sobre o tema ou, ainda, se sentirem
LIEMERT, D. M. A. Imunidade parla- inspirados para novas pesquisas.
mentar: escudo para criminosos. Fórum
de Discussão da OAB-SP. Disponível Um artigo científico, em geral, se põe a
divulgar resultados de pesquisas científicas,
em:<http://www.oabsp.org.br/main1.
todavia com variados motivos: (a) explorar
asp?pg=1.3.2&pgv=a&id_forum=8>. Acesso:
assuntos ainda pouco estudados, ou mesmo
11 jan. 2001. que já amplamente o tenham sido, busca por
uma solução diferente; (b) expor uma questão
Outros Documentos Jurídicos em Meio
antiga e conhecida de maneira nova; (c) somar
Eletrônico: Para este tipo de documento, o
materiais à pesquisa, os quais possam ainda
padrão de referência segue a norma indicada
não ser suficientes; (d) resolver de modo satis-
para documentos jurídicos (itens anteriores),
fatório ou refutar de forma conveniente, um
acrescentando-se as informações sobre o meio
erro detectado em assuntos controvertidos66.
eletrônico utilizado.
Além dessas motivações, alguns propósi-
BRASIL. Regulamento dos benefícios da pre- tos são bem justificados, tais como o estudo de
vidência social. In: Sislex: Sistema de Legisla- temas clássicos, porém sob uma perspectiva e
ção, Jurisprudência e Pareceres da Previdên-
66 Ibidem, LAKATOS; MARCONI, 1991. p. 242.

22.
enfoque contemporâneos, e o de dar continui- que são discutidos em cada parte ou capítulo
dade e aprofundamento às análises, a partir de do texto escrito67.
novos enfoques e perspectivas dos resultados
Na introdução de um artigo, devemos
de uma dada pesquisa. Uma postura assim,
nos esforçar em situar o leitor para ele saber
objetiva pormenorizar ou discutir aspectos
o que vem adiante, mas esta é apenas uma
relevantes sobre conceitos, ideias, teorias ou
parte introdutória do artigo e sem aprofun-
até sobre hipóteses.
damentos, os quais têm seu lugar garantido
O primeiro contato que o leitor tem com em cada parte ou capítulo do texto escrito.
o artigo é o seu resumo, ou seja, a sua apre- A introdução precisa dar aquela vontade de
sentação inicial, que deve ter a fala concisa “quero mais” ao leitor. Leitores experien-
do autor dos pontos relevantes do trabalho, tes fazem suas buscas por artigos, em pri-
visando esclarecer o leitor sobre a conveniên- meiro lugar, por meio das palavras chaves do
cia de consultar ou não uma obra no todo. O assunto de seus interesses, e ao encontra-los
resumo deve ressaltar os objetivos, metodolo- leem rapidamente os resumos para, conforme
gia, resultados e as considerações do estudo, suas considerações e entendimentos que nesse
com uma linguagem clara, concisa e direta. artigo encontrarão a matéria procurada, irem
Deve ser indicativo ou informativo, redigido à introdução e terem certeza que realmente o
na terceira pessoa do singular na voz ativa, artigo encontrado é o desejado e contribuirá
em espaço simples, em uma única folha, num para a finalidade almejada. Daí o motivo de
único parágrafo. Devem-se evitar, no texto fazermos a introdução do nosso artigo, o mais
do resumo, abreviaturas, símbolos, fórmulas, abrangente, claro e objetivo possível, permi-
equações e diagramas que não sejam absolu- tindo, assim, que o leitor pesquisador ganhe
tamente necessários à sua compreensão, bem tempo e produtividade em suas buscas.
como comentários, críticas e julgamento pes- No desenvolvimento, por meio de capí-
soal de citações. tulos, seções e subseções, são apresentados os
O resumo de um artigo é como o cartão dados do estudo, explicando e avaliando os
de visitas do autor para o leitor, e é nesse pri- resultados, comparando-os com os de outros
meiro contato que se desperta o interesse ou estudos já realizados. Para isso, essa parte do
não do leitor pela leitura do trabalho, levando- artigo conta com: (a) referencial teórico com-
-o a leitura da introdução do trabalho e assim pleto da pesquisa; (b) os aspectos metodoló-
por diante. gicos (método, tipo e técnicas de pesquisa,
população e caracterização da pesquisa); (c)
Um artigo científico, apesar de ter propó- apresentação dos resultados e; (d) discussão e
sitos diferentes, deve apresentar em sua estru- análise.
tura básica três partes: introdução; desenvol-
vimento e; conclusão. A Introdução apresenta O referencial teórico e os aspectos metodo-
o tema da pesquisa, seus objetivos, a meto- lógicos já foram abordados anteriormente. A
dologia de pesquisa aplicada, a justificativa e apresentação dos resultados da pesquisa e sua
suas limitações. discussão e análise é o produto de uma pes-
quisa científica, onde muitas vezes o pesqui-
A finalidade da introdução é situar, com sador tem sua autonomia revestida do conhe-
clareza, o leitor no contexto da pesquisa e do cimento adquirido com a revisão bibliográfica
próprio texto escrito e deve apresentar: (a) que fez. Aqui a análise dos dados e informa-
indicação do objeto e do objetivo geral de pes- ções apresentadas, que foram obtidas por
quisa e seu campo de conhecimento; (b) o pro- meio de entrevistas, arquivos, jurisprudên-
blema e hipótese formulados para a investiga- cias e legislações, questionários, bibliografia,
ção; (c) a metodologia utilizada na pesquisa e entre outras fontes, devem ser interpretadas
as reformulações que se fizerem necessárias de forma crítica, mas sempre à luz do conhe-
em razão de condicionamentos e fatos não cimento contido na revisão da literatura feita
esperados; (c) divisão do trabalho em partes para a pesquisa científica ora apresentada.
gerais ou capítulos e as razões da escolha do
estudo apresentado e; (d) ideias e argumentos 67 Ibidem, GUSTIN; DIAS, 2011, p. 177.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

23.
A consideração é o resumo ou a síntese de xx desenvolvimento – parte do artigo,
todo estudo, realizando correlações entre os que contém a exposição ordenada e
resultados obtidos da pesquisa e os fundamen- detalhada do assunto tratado. Divide-
tos baseados nas teorias, doutrinas e contexto -se em seções e subseções, que variam
socioeconômico-cultural e jurídico. Na consi- em função da abordagem do tema e
deração destacam-se, de forma clara, as solu- do método;
ções do problema proposto para o estudo e sua
verificação; validades dos achados ou produ- xx consideração – parte final do artigo, na
tos da investigação, que apresentam relevância qual se apresentam as conclusões cor-
social e, ainda, se for o caso, o autor tratará da respondentes aos objetivos e hipóteses.
confirmação ou recusa da hipótese apresentada
xx Os elementos pós-textuais são:
no início do trabalho, inclusive com as devidas
justificativas, expõe-se as dificuldade e limita- xx referências – devem constar as referên-
ções encontrados no estudo, apontando para cias citadas no trabalho, e normaliza-
futuras pesquisas com sugestões de melhorias das conforme a solicitação da revista;
ou aprofundamentos. Na consideração, o autor
manifesta seu ponto de vista sobre os resulta- xx glossário – lista em ordem alfabética
dos obtidos, suas propostas e sugestões refe- de palavras ou expressões técnicas de
rentes aos dados coletados e discutidos. Pode, uso restrito ou de sentido obscuro, uti-
também, mencionar eventuais implicações, lizadas no texto, acompanhadas das
lacunas ou efeitos a partir do conteúdo apre- respectivas definições;
sentado, sugerindo a continuidade das discus-
xx apêndice (s) – texto ou documento ela-
sões a respeito.
borado pelo autor, a fim de comple-
Um artigo científico é apresentado mentar sua argumentação, sem preju-
graficamente, contendo elementos pré- ízo da unidade nuclear do trabalho;
textuais, textuais e pós-textuais, conforme as
instruções das normas ABNT, NBR 6022:2003. xx anexo (s) – texto ou documento não ela-
Os elementos pré-textuais são: borado pelo autor, que serve de funda-
mentação, comprovação e ilustração.
xx título e subtítulo, se houver, separa-

CONSIDERAÇÕES
dos por dois-pontos (:);
xx nome (s) do (s) autor (es);
xx filiação científica do (s) autor (es), em O presente artigo foi elaborado com a
intenção de contribuir com o pesquisador da
nota de rodapé (um minicurriculum);
ciência do direito e para tanto, procurou-se
xx resumo na língua do texto; construir sistematicamente a organização de
capítulos visando produzir efeito no que diz
xx palavras-chave na língua do texto;
respeito à produção de artigos jurídicos cientí-
xx título, subtítulo, resumo e palavras- ficos. Nessa esteira, entendeu-se que, a exem-
-chave em língua estrangeira con- plo da metodologia científica, esse trabalho
forme solicitação da revista à qual deveria seguir um conjunto de etapas organi-
artigo será submetido. zadas, e a melhor maneira de apresenta-lo foi,
então, a disposição de onze capítulos iniciando
xx Os elementos textuais são: pelo que trata sobre a teoria do conhecimento
xx introdução – início do artigo, onde e tipos de conhecimento. Nesse capítulo
devem constar: a delimitação do primeiro, verificou-se que ciência é conhe-
cimento e “conhecer é trazer para o sujeito
assunto tratado, os objetivos e outros
algo que se põe como objeto”68. Outrossim,
elementos necessários para situar o
tema do artigo;
68 DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução á ciência do Direito:
introdução á teoria geral do direito, à filosofia do direito, á sociologia jurídica.
22. ed. Revisada e atualizada São Paulo: Saraiva, 2011. p. 29.

24.
verificou-se que a ciência não é o único cami- em específicos e gerais, sendo que os métodos
nho de acesso à verdade e ao conhecimento, gerais se preocupam em garantir objetividade
pois, além do conhecimento científico, o qual ao pesquisador e são de três tipos: hipotético-
tem por características ser real, contingente, -dedutivo; dialético e; fenomenológico, e os
sistemático, verificável, flexível e aproxima- específicos visam oferecer ao pesquisador
damente zero, temos também o conhecimento meios técnicos para o estudo dos fatos sociais,
popular, o qual se pauta do senso comum, não sendo esses métodos o: experimental; obser-
obstante ter por características ser valorativo, vacional; comparativo; estatístico e clinico.
reflexivo, assistemático, verificável, falível
O quinto capítulo cuidou de falar sobre
e inexato, assim se distinguindo do conheci-
a pesquisa Jurídica e suas metodologias e o
mento científico, trás sua contribuição para o
capítulo seis apresentou a pesquisa Jurídica
conhecimento.
bibliográfico-doutrinária, documental juris-
O segundo capítulo desse trabalho tra- prudencial, de campo extrajudicial, costu-
tou da ciência do direito e o terceiro dos seus meiras e cultural internacional, como fontes
mecanismos de renovação da teoria do direito, do Direito, direta ou indiretamente que, por
onde verificou-se que a ciência do direito é conseguinte, são fontes da pesquisa jurídica.
um sistema de conhecimentos sobre a reali- Foi possível perceber que a pesquisa científica
dade jurídica, se utiliza dos modelos analítico, é uma forma de observar, verificar e explanar
hermenêutico e empírico para a produção do fatos para o conhecimento do homem. Elas
conhecimento científico e possui dois sentidos: são caracterizadas de acordo com seus objeti-
o amplo, que é sistêmico e fundamentado e; o vos gerais e podem ser do tipo exploratória,
estrito, que é dogmático. A ciência do direito descritiva e explicativa, e esta, que por ser
tem por objetivo geral da teoria do direito, complexa, requer outros métodos de pesquisa,
aprender sobre um fenômeno jurídico e como principalmente a observacional, que por sua
mecanismos de renovação do conhecimento vez se divide em sistemática e assistemática.
jurídico o estudo de sua razão de ser, de suas Verificou-se também que, no que tange ao seu
finalidades, dos seus conceitos fundamen- desenho, a pesquisa científica tem como for-
tais, utilização, instrumentos, métodos, entre mas mais comuns de coleta de informações a
outros, e possui três grandes linhas metodoló- pesquisa bibliográfica, o levantamento, a pes-
gicas para a construção intelectual organizada quisa experimental, a pesquisa documental,
e fundamentada: tecnológica social científica; a pesquisa ex-post facto, a pesquisa-ação e o
sentido jurisprudencial e; crítico metodoló- estudo de caso.
gico. Estas linhas metodológicas deram ori-
A pesquisa jurídica e seus fundamentos
gem a duas vertentes teórico-metodológicas:
para acordos e acórdãos foi observada no capí-
jurídico-dogmática e jurídico-sociológica.
tulo sete, no que se constatou serem também
O capítulo quarto tratou de métodos cien- importantes fontes de pesquisa jurídica, uma
tíficos e seus processos, onde percebeu-se vez que os tratados, os contratos e as decisões
que a ciência se caracteriza pela utilização de jurisprudenciais demonstram como o Direito
métodos científicos enquanto um conjunto de é na prática. O capítulo oito abordou sobre
atividades sistemáticas e racionais que traçam projeto de pesquisa jurídica e seus elementos
o caminho para o pesquisador, auxiliando as constitutivos, demostrando que um projeto
tomadas de decisão do cientista. Constatou-se de pesquisa se constitui por diversas etapas,
também, que para uma investigação científica sendo elas o tema, problema, hipótese básica e
é necessário escolher um método, o qual é tão hipóteses secundárias, objetivo geral e objeti-
somente o caminho a seguir pelo pesquisador vos específicos, justificativas, revisão da litera-
para o alcance de dado resultado almejado tura; metodologia, cronograma e orçamento.
por uma pesquisa científica, e entre os méto-
Pesquisa jurídica e suas etapas e a vali-
dos aplicados às pesquisas científicas estão o
dade, a divulgação e o acesso às pesquisas
analítico, indutivo, dedutivo, cartesiano, esta-
Jurídicas foram tratadas respectivamente
tístico e econométrico. Averiguou-se ainda,
pelos capítulos nove e dez. Nestes verificou-se
que nas ciências sociais os métodos se dividem

Metodologia da Pesquisa Jurídica

25.
que uma pesquisa necessita de três elementos: a ciência do direito uma ciência social, ela tem
o investigador; os meios materiais e; o objeto suas peculiaridades, a começar por seu objeto,
de investigação. E para o seu desenvolvimento o qual é a norma jurídica e os fenômenos jurídi-
se faz necessária a definição da situação pro- cos advindos da aplicação delas, o que parece
blema, o desenvolvimento do projeto de pes- não estar exatamente claro para a maioria dos
quisa e a divulgação e validação da mesma. autores em suas obras, inclusive referenciadas
Entendeu-se nesta oportunidade que a pes- nesse trabalho. Parece também não estar muito
quisa jurídica se fundamenta efetivamente claro para os autores de obras com conteúdo
por meio de fontes bibliográficas e que são acerca da metodologia de pesquisa do direito a
três as formas básicas de acessos à pesquisa condição fundamental sobre o que é uma fonte
bibliográfica: a biblioteca; os fichamentos e; a primária e uma fonte secundária de pesquisa,
pesquisa pela Internet. algumas vezes um assunto tratado de forma
confusa e até prolixa. Outra condição peculiar
Por fim, o capítulo onze coroou este
na pesquisa jurídica é a sua forma metodoló-
artigo, abordando sobre o artigo jurídico cien-
gica, que parece se valer, na maioria das vezes,
tifico, onde se depreendeu que o artigo cien-
de indução, dedução e suas variações, uma vez
tífico visa apresentar, de maneira completa,
que necessita se debruçar sobre a interpretação
os propósitos e procedimentos de uma pes-
direta das normas ou de seus doutrinadores.
quisa, a metodologia empregada e os resul-
Por causa dessa breve limitação, foi necessá-
tados obtidos no estudo, e sua divulgação se
rio lançar mão dos postulados e assertivas dos
dá por variados motivos, como o de explorar
autores tradicionais do campo da metodologia
assuntos ainda pouco estudados, expor uma
científica, seus arcabouços de conhecimento e
questão antiga e conhecida de maneira nova,
suas contribuições no processo da investigação
somar materiais à pesquisa, resolver de modo
científica, o que também parte dos autores de
satisfatório ou refutar de forma conveniente,
obras sobre pesquisa jurídica parece tê-lo feito
um erro detectado em assuntos controversos.
até o momento.
Constatou-se e entendeu-se também, que um
artigo científico é construído sobre três partes, Ainda dentro desse meandro, o que se
as quais são: a pré-textual; a textual e; a pós- propõe para superar tais limitações ou diver-
-textual. Na primeira parte aparece o resumo gências, se for o caso, é um esforço dos auto-
do artigo, que apresenta, em primeira mão, res, que se prontificarem a escrever e ensinar
o trabalho para o leitor, contendo uma visão sobre a produção do conhecimento científico
sucinta, mas completa do artigo, tendo grande do direito, no sentido de aplicar a maior inter-
importância para despertar o interesse por sua disciplinaridade possível, sobre tudo num
leitura. Na segunda parte, aparece a introdu- olhar mais interativo, participativo, coopera-
ção do artigo, que discorre rapidamente sobre dor e padronizador, tendo em vista o ganho
todas as partes ou capítulos do texto escrito, que o público leitor terá.
e tem também grande importância, no que
permite ao leitor se certificar que o trabalho REFERÊNCIAS
trás a matéria de seu interesse. Por fim, a ter-
ceira parte apresenta as conclusões, que além ABREU, A.F.C. de, SANDOVAL, E.M.S.
de “falar do que se falou” por todo o artigo, Metodologia de ordenação do acervo jurí-
defende ou refuta a hipótese apresentada no dico. São Paulo: Publishop, 1991.
início do estudo, quando o autor do trabalho
ainda não tinha conhecimentos o suficiente ANDER-EGG, Ezequiel. Introductión a las
sobre o tema proposto e sua problemática.
técnicas de investigatión social: para trabaja-
Durante a produção desse artigo surgi- dores sociales. 7. ed. Buenos Aires: Humani-
ram algumas dificuldades iniciais quanto ao tas, 1978.
repertório bibliográfico disponível acerca da
pesquisa jurídica e seus mais diversos compo- BARRAL, Welber Oliveira. Metodologia da
nentes. Parece que a pesquisa do direito pos- pesquisa jurídica. 2. ed. Florianópolis: Fun-
sui metodologia específica. Pois ainda que seja dação Boiteux, 2003. 208p.

26.
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Tradução Maria Ermantina Galvão. São Paulo: pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
Martins Fontes, 2001.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos
BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da Pes- de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
quisa Jurídica: Teoria e prática da monogra-
fia para curso de direito. 10. ed. São Paulo: GRESSLER, Lori Alice. Introdução à pes-
Saraiva, 2012. quisa: Projetos e Relatórios. 2. ed. São Paulo:
Loyola, 2004.
BLOOM, Benjamin, et al. Taxionomia dos
objetivos educacionais: domínio afetivo. GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa; DIAS,
Porto Alegre: Globo, 1972. Maria Tereza Fonseca. (Re) pensando a pes-
quisa jurídica. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey,
COACCI, Thiago. A pesquisa com acórdãos nas 2013.
ciências sociais: algumas reflexões metodológi-
cas. Mediações – Revista de Ciências Sociais. HENRIQUES, Antonio; MEDEIROS, João
In: Dossiê – Métodos e Fontes de Pesquisa em Bosco. Monografia no curso de direito: tra-
ciências Sociais. Londrina, v.18, n. 2, p. 86-109, balho de conclusão de curso - metodologia e
jan. 2013. Disponível em: <http://www.uel.br/ técnicas de pesquisa, da escolha do assunto à
revistas/uel/index.php/mediacoes/article/ apresentação gráfica. 4. ed. São Paulo: Atlas,
view/17313/13803>. Acesso em: 04 mai. 2103. 2004.

DA SILVA, Edna Lúcia; MENEZES, Estera LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina
Muszkat. Metodologia da Pesquisa e Ela- de Andrade. Fundamentos de Metodologia
boração de Dissertação. 4.ed. Florianópolis: Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
UFSC, 2005. 138p.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de
DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da Andrade. Metodologia Científica. 6. ed. São
ciência. 13. ed. São Paulo: Atlas, 1985. Paulo: Atlas, 2011.

DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Intro- LAMY, Marcelo. Metodologia da Pesquisa


dução á ciência do Direito: introdução á teo- Jurídica. São Paulo: Campus, 2011.
ria geral do direito, à filosofia do direito, á
LEITE, Eduardo de Oliveira. Monografia jurí-
sociologia jurídica. 22. ed. Revisada e atuali-
dica. 8. ed. Ver. São Paulo: RT, 2008. SANTOS,
zada São Paulo: Saraiva, 2011.
Antonio Raimundo dos. Metodologia cientí-
FERRAZ JR, Tercio Sampaio. A ciência do fica: a construção do conhecimento. 7. ed. Rio
direito. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. de Janeiro: Lamparina, 2007.

FERRAZ JR, Tércio Sampaio. Introdução ao MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de


estudo do direito: técnica, decisão, domina- direito civil: parte geral. São Paulo: Saraiva,
ção. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 1967.

GARCIA. Eduardo Alfonso Cadavid. Manual MOREIRA, Daniel Augusto. O método Feno-
de sistematização e normalização de docu- menológico na Pesquisa.  São Paulo: Thom-
mentos técnicos. São Paulo: Atlas, 1998. son Learning, 2004.

GARCIA, Othon. Comunicação em prosa NUNES, Luiz Antonio R. Manual da mono-


moderna: aprenda a escrever, aprendendo a grafia jurídica: como se faz uma monografia,
pensar. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1980. uma dissertação, uma tese. São Paulo: Saraiva,
1997.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

27.
OLIVEIRA, Adriana M. E. Martinez de; em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/
ORTEGA, Jakeline M. de Queiroz; MOLOGNI, a09v31n3>. Acesso em: 14 abr. 2014.
Michele. Normas e padrões para trabalhos
acadêmicos e científicos da Unoeste. 3. ed. TRUJILLO, Alfonso Ferrari. Metodologia da
Eletrônica. Presidente Prudente: Unoeste, ciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.
2015.
VENTURA, Magda Maria. Estudo de Caso
PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. como Modalidade de Pesquisa. Rio de Janeiro,
Metodologia da Pesquisa. 13. ed. Campinas: Revista Socerj, 2007; 20 (5): 383-386, 2007.
Papirus, 2007. Disponível em <http://sociedades.cardiol.
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RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica. 3. art10.pdf>. Acesso: 17 abr. 2015.
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Yin, R. K. Estudo de caso: planejamento e
REALE, Miguel. Lições preliminares de métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
direito. 27. ed. São Paula: Saraiva, 2004.

REIS, Linda G. Produção de Monografia da


ANEXO A
Teoria à Prática: O Método Educar pela Pes-
quisa. Distrito Federal, Editora SENAC, 2008, REFERÊNCIAS COM
152 p. NORMAS ABNT
RIZZATTO, Nunes. Manual de introdução ao
NBR 6023:2002
estudo do direito. São Paulo: Saraiva, 2002. (Adaptado de Oliveira et al, 2015)69.

SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodolo- Apenas 01 autor


gia científica: a construção do conhecimento.
ECO, U. (sobrenome simples)
7. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
CASTELO BRANCO, H. (sobrenome
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia composto)
do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cor-
MOREIRA JUNIOR, S. (sobrenome de
tez: 2007. 304p. família)

SPAREMBERGER, Raquel F. L. A Ciência Até 03 autores


do Direito: uma breve abordagem. Revista
direito em debate, Ijui, v. 9, n. 14, p. 87-96, Mencionam-se todos os nomes na
ordem em que aparecem na publicação,
2000, Disponível em: <https://www.revistas.
separados por ponto e vírgula.
unijui.edu.br/index.php/revistadireitoemde-
bate/article/view/803/521>. Acesso em: 12 LIMA, J.; SOARES, M.; SILVA, C.
mai. 215.
Mais de 03 autores
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pes-
Menciona-se apenas o primeiro nome,
quisa-ação. São Paulo: Cortez, 1985.
acrescentando-se a expressão et al.
TRIP, David. Pesquisa-ação: uma introdução GONÇALVES, E. L. et al.
metodológica. Tradução de Lólio Lourenço de
Oliveira. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.
31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005. Disponível 69 OLIVEIRA, Adriana M. E. Martinez de; ORTEGA, Jakeline M. de
Queiroz; MOLOGNI, Michele. Normas e padrões para trabalhos acadêmicos
e científicos da Unoeste. 3. ed. Eletrônica. Presidente Prudente: Unoeste,
2015.

28.
Obra constituída por vários trabalhos cação: Casa publicadora, Ano de publicação.
ou contribuição de vários autores Número do volume, número do capítulo e/ou
página inicial-final da parte referenciada.
Deve-se entrar pelo responsável intelec-
DEL NEGRO, G. Doenças produzidas por
tual com maior destaque (organizador, coor-
fungos. In: GUIMARÃES, R.Y.; GUERRA,
denador, tradutor, editor etc).
C.C. Clínica e laboratório: interpretação clí-
CUNHA, L. (Coord.). nica das provas laboratoriais. São Paulo: Sar-
vier, 1984. p. 272-275.
Obra sem autoria
Partes do livro sem autoria
A entrada é feita pelo título, colocando-se especial (trechos, fragmentos,
todas as letras da primeira palavra em maiús- volumes, capítulos, páginas etc.)
culo.
AUTOR DA OBRA TODA. Título da
UNIVERSIDADE e imprensa: como se
obra toda. Edição. Local de publicação: Casa
relacionar bem com a mídia.
publicadora, Ano de publicação. Número de
Obras de autoria coletiva - páginas ou volumes. Localização da parte
entidades/instituições referenciada.

SOARES, F.; BURLAMAQUI, C. Pesqui-


Têm entrada pelo próprio nome por
sas brasileiras 1º e 2º graus. 5. ed. São Paulo:
extenso, e em maiúsculo.
Artes Médicas, 1982. cap. 4: Desenho dental,
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. p. 71-84.

MODELOS: Publicação seriada (Revista) -


Publicação seriada no todo
Livro no todo
TÍTULO DA PUBLICAÇÃO SERIADA.
Local de publicação: Casa publicadora (enti-
SOBRENOME, Prenome do autor. Título:
dade responsável se não constar no título),
subtítulo. Edição. Local de publicação: Casa ano do primeiro volume e, se a publicação ces-
Publicadora, Ano de publicação. sou, também do último. Periodicidade. Notas
especiais.
DIAS, G. Conheça este poeta: poesias selecio-
nadas. 11. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1983. COLLOQUIUM. Presidente Prudente:
Unoeste, 1997-. Semestral.
LIMA, J.; SOARES, M.; SILVA, C. Química Publicação seriada considerada
aplicada. 2. ed. São Paulo: Globo, 1984. em parte (fascículo, suplemento,
número especial etc.)
GONÇALVES, E. L. et al. Manual de clínica
médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1980. TÍTULO DA COLEÇÃO. Título do fas-
cículo. Local de publicação: Casa publica-
Livro no todo em formato eletrônico dora, volume, número, mês abreviado ano.
Número total de páginas. Particularidades
POMPÉIA, R. O Ateneu. 16. ed. São Paulo: que identificam a publicação.
Ática, 1996. Disponível em: <http://www.
bibvirt.futuro.usp.br/index.html>. Acesso: 27 Exemplo 1: Número especial de revista:
jun. 2001.
CONJUNTURA ECONÔMICA. As 500
Partes do livro com autoria própria maiores empresas do Brasil. Rio de Janeiro:
FGV, v. 38, n. 9, set. 1984. 135 p. Edição espe-
AUTOR DA PARTE REFERENCIADA. cial.
Título da parte referenciada. In: AUTOR do
Exemplo 2: Suplemento de periódico:
livro. Título do livro. Edição. Local de publi-

Metodologia da Pesquisa Jurídica

29.
PESQUISA POR AMOSTRA DE DOMÍ- O PAÇO da cidade retorna ao seu brilho
CILIOS. Mão de obra e previdência. Rio de barroco. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6
Janeiro: IBGE, v. 7, 1983. Suplemento. mar. 1985. Caderno B, p. 6.

Exemplo 3: Fascículo de revista: CONSERVATÓRIO municipal agora é


Escola Municipal de Artes. Oeste Notícias,
DINHEIRO: revista semanal de negócios.
Presidente Prudente, 25 jan. 2001. p. 3.
São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000. 98 p.
Artigo de jornal em formato eletrônico
Exemplo 4:

No caso de periódico com título genérico, AUTOR./ Artigo do jornal. Título do jor-
coloca-se o nome da entidade ou editora, que nal, local de publicação, data da publicação
se vincula ao título por uma preposição entre (dia, mês abreviado. ano). Disponível em:
colchetes. <endereço eletrônico>. Data de acesso.

BOLETIM ESTATÍSTICO [da] Fundação CASTRO, D. Projeto obriga emisso-


Carlos Chagas. São Paulo, 1972-. Quadrimes- ras a exibir filmes nacionais. Folha de São
tral. Paulo, São Paulo, 10 jan. 2001. Disponível
em: <http://www.uol.com.br/fsp/ilustrad/
Artigo de revista inde10012001.htm>. Acesso: 11 jan. 2001.

AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Patente


Título da revista, Local de publicação,
volume, número, página inicial e final do ENTIDADE RESPONSÁVEL. Autor.
artigo, mês abreviado, ano. Título. Número da patente, datas de registro
(dia mês abreviado ano).
MARTINEZ, A. M. E. A evolução das
redes eletrônicas de comunicação e o uso EMBRAPA. Unidade de Apoio, Pesquisa e
estratégico da internet por unidades de infor- Desenvolvimento de Instrumentação Agrope-
mação. Informação & Informação, Londrina, cuária (São Carlos). Paulo Estevão Crunivel.
v. 5, n. 2, p. 81-92, jul. dez. 2000. Medidor digital multisensor de temperatura
para solos. BR n. PI 8903105-9, 26 jul. 1989, 30
METODOLOGIA do Índice Nacional de
maio 1995.
Preços ao Consumidor - INPC. Revista Bra-
sileira de Estatística. Rio de Janeiro, v. 41, n. Patente em formato eletrônico
162, p. 323-330, abr./jun. 1980.
ENTIDADE RESPONSÁVEL. Autor./
Artigo de revista em formato eletrônico
Título. Número da patente, datas de regis-
AUTOR. Título do artigo. Título da publi- tro (dia mês abreviado ano). Disponível em:
cação, Local, v., n., mês. ano. Disponível em: <endereço>. Acesso: dia mês abreviado. ano.
< Endereço eletrônico>. Acesso em: dia, mês, UNIVERSITY OF RYUKYU. Shigeo Non-
ano). aka. Agente para o tratamento de Leishma-
SOUZA, T. B. et al. Metadados: catalo- niose com um derivado de glicopiranose
gando dados na Internet. Transinformação, como ingrediente eficaz. Br n. PI 9814815,
Campinas, v. 9, n. 2, maio/ago., 1997. Dispo- 09 out. 1997, 08 out. 1998. Disponível em:
nível em: <http://www.pucamp.br/~biblio/ <http://www.inpl.gov.br/pesq-patentes/
tbsouza92.html>. Acesso: 09 jan. 2001. petentes.htm>. Acesso: 14 jul. 2001.

Artigo de jornal Bula de remédio

Título do artigo. Título do jornal, Local de NOME COMERCIAL. Responsável téc-


publicação, dia, mês abreviado, ano. Caderno, nico. Local: Fabricante, ano. Nota indicativa
seção ou suplemento, página. de bula.

30.
TYLENOL. Responsável Técnico Nilton tes níveis de Graduação e Pós-graduação
Azevedo. São José dos Campos: CILAG Far- (graus):
macêutico, 1998. Bula de remédio.
a - Trabalho de Conclusão de Curso (Gra-
RESPRIN: Comprimidos. Responsável duação)
técnico Delosmar R. Bastos. São José dos
b - Monografia (Especialização)
Campos: Johnson & Johnson, 1997. Bula de
remédio. c - Dissertação (Mestrado)
Norma técnica d -Tese (Doutorado, Livre-docência e
Exame de Titularidade)
ÓRGÃO NORMALIZADOR. Título:
número da norma. Local, ano. AUTOR. Título./ano de publicação.
Número de folhas. Categoria (Grau e Área de
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR- Concentração) - Nome da Escola, Universi-
MAS TÉCNICAS. Referências bibliográficas: dade. Local.
NBR 6023. Rio de Janeiro, 1989.
Exemplo 1:
Enciclopédia e dicionário
SILINGOVSCHI, R. R. L. A função peda-
Em obras de referência tais como: enci- gógica da biblioteca universitária enquanto
clopédias, dicionários, manuais, guias; que organização de espaço educacional: estudo
são apenas consultadas em determinados de caso. 2013. 161 f. Dissertação (Mestrado em
tópicos; a referência é feita apenas do verbete Educação) - Universidade do Oeste Paulista,
consultado. Presidente Prudente - SP.
Enciclopédia ou dicionário Exemplo 2:
sem autoria própria
OLIVEIRA, A. M. E. M. Implantação de
NOME da enciclopédia ou dicionário. intranet como mecanismo de transferência
Local: Casa publicadora, ano. volume, número de informação: aplicação na Rede de Biblio-
da página. tecas da UNOESTE. 1999. 39 f. Monografia
(Especialização) – Faculdade de Bibliotecono-
GRANDE Enciclopédia Delta Larousse.
mia, Universidade Estadual Paulista, Campus
Rio de Janeiro: Delta, 1974. v. 7, p. 2960.
de Marília - SP.
Enciclopédia ou dicionário
Bibliografia - Revista
com autoria própria
AUTOR. Título./ Nome da Revista,
AUTOR. Nome da enciclopédia ou dicio-
volume, número de páginas inicial e final,
nário. Local: Casa publicadora, ano. volume,
ano./ In: Nome da Bibliografia ou Abs-
número da página.
tracts, volume, número, página, mês abre-
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário viado ano.
da língua portuguesa. 2. ed. rev. aum. Rio de
PAPARELLO, S. F. Cutaneous reactions to
Janeiro: Nova Fronteira, c1986. 1029 p.
amoxicillinclavulanate among haitians. AIDS,
Verbete de dicionário v. 8, n. 2, p. 276-277, 1994. In: Index Medicus,
v. 35, n. 11, p. 298, nov. 1994.
POLÍTICA. In: NOVO dicionário da
Base de dados em CD-ROM
língua portuguesa. 2. ed. rev. aum. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, c1986. consideradas no todo

Monografia, dissertação e tese NOME DA PRODUTORA DA BASE.


Nome da base de dados. Local de publicação:
Observar a classificação dos trabalhos Editora, volume. ano. CD-ROM. Área de con-
correspondentes, de acordo com os diferen- centração.

Metodologia da Pesquisa Jurídica

31.
CAB INTERNATIONAL. Cab Abstracts. <Endereço eletrônico>. Acesso: data (dia mês
Estados Unidos: Silver Platter, v. 4, 1995. CD- abreviado. ano).
-ROM. Base de dados em Ciências Agrárias.
SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE
Partes de documentos em base EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, TRABALHO
de dados em CD-ROM E COMPETÊNCIAS, 1., 1988, Rio de Janeiro.
Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: SENAI,
AUTOR DA PARTE. Título da parte. In: 1998. Disponível em: <www.ciet.senai.br/
AUTOR DO TODO. Título do todo. Local: publica/pubanai.htm>. Acesso: 11 jan. 2001.
Editora, v., n., data, ano. Tipo de suporte.
Notas. Trabalho apresentado em evento
científico, publicado em anais
LADEIRA, M. M. et al. Consumo e diges-
tibilidade aparentes totais e parciais de dietas AUTOR DO TRABALHO. Título: subtí-
contendo diferentes níveis de concentrado, tulo. In: NOME DO CONGRESSO, número,
em novilhos Nelore. In: CAB INTERNATIO- ano, local de realização. Título da publi-
NAL. Cab Abstracts. Estados Unidos: Silver cação... Local de publicação: Editora, data.
Platter, v. 4, 1995. CD-ROM. Base de dados em
Página inicial final do trabalho.
Ciências Agrárias.
CASTRO, C. M. O secundário: esquecido
Base de dados online no todo
em um desvão do ensino? In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DA
AUTOR. Título. Local: Editora, v., n.,
EDUCAÇÃO, 1., 1995, Rio de Janeiro. Anais...
data. Disponível em: <Endereço>. Acesso em:
Rio de Janeiro: Fundação Cesgranrio, 1996. p.
dia mês abreviado. ano). Notas.
133-150.
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA
DO ESTADO DE SÃO PAULO. CENTRO Trabalho apresentado em evento
LATINO AMERICANO E DO CARIBE DE científico, anais em formato eletrônico
INFORMAÇÕES EM CIÊNCIAS DA SAÚDE.
SciELO: scientific electronic library online. AUTOR DO TRABALHO. Título: subtí-
Botucatu: FAPESP; São Paulo: BIREME, 2000. tulo. In: NOME DO EVENTO, número, ano,
Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso: 10 local de realização. Título da publicação...
jan. 2001. Local de publicação: Editora, data. Disponível
em: <Endereço eletrônico>. Acesso: data (dia
Anais mês abreviado. ano)

Quando aparecerem algarismos romanos PIEREZAN, C. C. et al. Escabiose ver-


em um evento, transformá-los nas referências rucosa em paciente transplantado renal. In:
em arábicos, seguidos de ponto. CONGRESSO BRASILEIRO DE DERMATO-
LOGIA, 53., 1999, Belo Horizonte. Anais ele-
Anais no todo
trônicos... Belo Horizonte: SBS, 1999. Dispo-
NOME DO EVENTO, número, ano, local nível em: <www.sbd.org.br/anais/vol_75/
do evento. Título da publicação... Local de edicao_1/não_socio?index.htm#escabiose>.
publicação: Editora, data. Acesso: 11 jan. 2001.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE Anais no todo, evento realizado


AVALIAÇÃO EDUCAÇÃO, 1., 1995, Rio de simultaneamente
Janeiro. Anais... Brasília: MEC, 1996.
NOME DO EVENTO, número., NOME
Anais no todo em formato eletrônico DO EVENTO, número., Título da publica-
ção... Local de publicação: Editora, data.
NOME DO EVENTO, número, ano, local
do evento. Título da publicação... Local de CONGRESSO BRASILEIRO DE PERINA-
publicação: Editora, data. Disponível em: TOLOGIA, 11., CONGRESSO LATINO-AME-

32.
RICANO DE PERINATOLOGIA, 4., Anais... socialmente crônicos. Revista de Psiquiatria do
Porto Alegre: Livraria do Globo, 1988. Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.7, n.3, p.199-
214, 1986. Trabalho apresentado no ENCON-
Anais no todo, evento
TRO DE SERVIÇOS DE INTERNAÇÃO PSI-
realizado simultaneamente
QUIÁTRICA DO ESTADO DO RIO GRANDE
em formato eletrônico
DO SUL, 1; Semana de Estudos do Hospital Psi-
quiátrico São Pedro, 2, 1985, Porto Alegre.
NOME DO EVENTO, número., NOME
DO EVENTO, número., Título da publica- Fita cassete, CD, LP
ção... Local de publicação: Editora, data Dis-
ponível em: <Endereço eletrônico>. Acesso AUTOR/EXECUTOR. Título. Local: Grava-
em: data (dia mês abreviado ano) dora, data. Número de unidades físicas (tempo
CONGRESSO BRASILEIRO DE PERINA- de duração): velocidade de execução, número
TOLOGIA, 11., CONGRESSO LATINO-AME- de pistas, número de canais sonoros; dimensões.
RICANO DE PERINATOLOGIA, 4., Anais Notas. Indicação de gravação de som.
eletrônicos... Porto Alegre: Livraria do Globo, LEE, R.; CARVALHO, R. Bombom. Rio de
1988. Disponível em: <www.ciet.senai.br/ Janeiro: Som livre, 1983. 1 cassete (37 min) : 3
publica/pubanai.htm>. Acesso: 11 jan. 2001. ¾ pps, estéreo. Gravação de som.
Artigo publicado em anais de eventos
Fita de videocassete
realizados simultaneamente
TÍTULO. Responsável. Local: Produtora,
AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Distribuidora, data. Número de unidades
In: NOME DO EVENTO, número, NOME DO
físicas (tempo de projeção), características
EVENTO, número, ano, local de realização.
de som, cor, dimensões. Notas. Indicação de
Título da publicação... Local de publicação:
filme cinematográfico ou gravação de vídeo.
Editora, data. Página inicial-final do artigo.
DEUS e o diabo na terra do sol. Dirigido
CARVALHO, A. B. R.; THOMPSON, Z.;
por Glauber Rocha. Rio de Janeiro: Copaca-
BRITO, A. S. J. Crescimento de crianças alimen-
bana Filmes, 1964. 13 bobinas (125 min) : son.,
tadas com leite materno exclusivo até 6 meses
b & p., 35mm. Filme cinematográfico.
de idade. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE PERINATOLOGIA, 11., CONGRESSO Diapositivo, slides
LATINO-AMERICANO DE PERINATOLO-
GIA, 4., ENCONTRO DE ENFERMAGEM TÍTULO. Local: Produtor, data. Número
PERINATAL, 8., Porto Alegre. Anais... Porto de unidades físicas: cor, dimensões. Notas.
Alegre: Sociedade Brasileira de Pediatria, Indicação de material iconográfico.
1988. p. 87.
EMBAIXADA dos Estados Unidos em
Trabalho apresentado em evento Israel. New York: APT, 1984. 1 diapositivo:
científico, apresentado em anais color.
e publicado em periódico
Transparência
AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo./
Título da revista, Local de publicação, / AUTOR. Título. Local: Editor, data.
volume, / número, / página inicial e final do número de unidades físicas: cor, dimensões.
artigo, / mês abreviado / ano. Notas. Indicação de material iconográfico.

Trabalho científico apresentado no NOME UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMI-


DO EVENTO, número, ano, local de realiza- NENSE. Orientação aos usuários das Biblio-
ção. tecas UFF: ciclo básico. Niterói, 1981. 15 trans-
parências: p&b. 35x22cm.
CASTELLARIN, Cassio. Avaliação de um
serviço de reabilitação de doentes psíquicos DVD

Metodologia da Pesquisa Jurídica

33.
NOME DO FILME. Direção. Produção. ALLTECH. Nutrição, saúde, desempe-
Intérpretes. Roteiro. Música. Local: Publica- nho...naturalmente. 2010. Disponível em:
dor, data. Notas. <http://www.alltech.com/pt/about/story/
Pages/default.aspx.> Acesso: 09 set. 2011.
MATRIX. Direção: Andy e Larry Wacho-
wski. Produção: Bruce Berman, Dan Cracchiolo TIPOS de células da epiderme. In: Toxico-
e outros. Intérpretes: Keanu Reeves, Laurence logia. [200-?]. Disponível em: http://Itc.nutes.
Fishburne, Carrie-Anne Moss e outros. Roteiro: ufrj.br/toxicologia/mll.pele.thm. Acesso: 19
Andy e Laryy Wachowski. Música: Don Davis. maio 2014.
Los Angeles: Warner Bros, c1999. 1 DVD (144
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento
min), widescreen, color. Produzido por Village
Agrário. Célula do Pontal do Paranapanema
Roadshow Productions.
– SP: acompanhamento e informação para o
Arquivo em pendrive desenvolvimento rural. Brasília, 2011. Dispo-
nível em: <http://sit.mda.gov.br/download/
AUTOR. Título. extensão assunto./ Local, ra/ra073.pdf>. Acesso: 06 jun. 2012.
data (dia mês abreviado ano). 1 pendrive, tama-
BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 4.504,
nho. Aplicativo utilizado.
de 30 de novembro de 1964. Dispõe sobre
UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA. o Estatuto da Terra, e dá outras providên-
Rede de Bibliotecas Unoeste. Unidade de cias. [1964]. Disponível em: <http://www2.
Informação 1. Internet.doc: apostila do trei- camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/
namento em estratégias de busca na Internet. lei-4504-30-novembro-1964-377628-normaa-
Presidente Prudente, 25 jul. 2000. 1 pendrive, tualizada-pl.pdf>. Acesso: 10 jan. 2014.
8MB. Word for Windows 7.0.
E-mail (comunicação eletrônica pessoal)
Mapa
AUTOR da mensagem. Assunto da men-
TÍTULO DO MAPA: Subtítulo. Local de sagem. [mensagem pessoal]. Mensagem rece-
publicação: editora, ano. Descrição física. bida por <e-mail do destinatário> em data de
Escala. recebimento dia mês abreviado. ano.
BRASIL: mapa físico. Santo André-SP: MAGALHÃES, M. Levantamento biblio-
Geomapas, 1995. 1 mapa, color., 33 x 47 cm. gráfico. [mensagem pessoal]. Mensagem rece-
Escala 1:5.000.000. bida por < bib3@bib.Unoeste.br> Acesso: 09
jan. 2001.
Página da Internet
Software
AUTOR./ Título. Informações comple-
mentares (Coordenação, desenvolvida por, TÍTULO DO SOFTWARE: subtítulo. Ver-
apresenta, etc...). Disponível em: < Endereço>. são. Local: Entidade, ano. Descrição física.
Acesso em: dia mês abreviado. ano).
MICROSOFT Project for Windows 95:
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Project planning software. Version 4.1. [S.l]:
Ambiente. Resolução n. 357 de 17 de março Microsoft Corporation, 1995. 1 CD-ROM.
de 2005. Disponível em: <www.mma.gov.br/
port/conama/res05/res35705.pdf>. Acesso: Entrevista
13 out. 2013.
ENTREVISTADO. Título [mês e ano].
ASSOCIAÇÃO PAULISTA DAS EMPRE- Entrevistador. Local: Editora, data. Tipo de
SAS DE TRATAMENTO E DESTINAÇÃO mídia. Descrição do veículo ao qual foi conce-
DE RESÍDUOS URBANOS. Disposição ina- dida a entrevista.
dequada do lixo causa problemas sanitários
DOMINGUES, C. Na Paulista piso tátil
e ambientais. 2009. Disponível em: <http://
acaba em parede e ‘oculta’ metrô [maio 2014].
www.apetres.org.br/residuos_problemasani-
Leandro Machado. Folha de São Paulo, São
tario. htm>. Acesso: 23 ago. 2013.
Paulo, 17 maio 2014. Jornal impresso.

34.
CRIANÇAS do Guarujá se preparam Palestra
para receber jogadores da seleção da Bósnia
[19 mai o 2014]. SPTV 1ª Edição, São Paulo, SOBRENOME, PRENOME. Título: subtí-
maio 2014. Jornal televisionado. Disponível tulo. Palestra, Local, data (dia mês abreviado
em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/ ano).
sptv-1a-edicao/t/edicoes/v/criancas-do-
FERREIRA, R.C. Projeto Saúde Visual
-guaruja-se-preparam-para-receber-jogado-
Escolar. Palestra proferida no Lions Clube
res-da-selecao-da-bosnia/3355094/>. Acesso:
Cinquentenário, Presidente Prudente – SP, (10
19 maio 2014.
jul. 2014).
Notas de aula
Partitura
SOBRENOME, PRENOME. Título: subtí-
AUTOR. Título: subtítulo. Local: Editora,
tulo. Data. Local. Total de páginas. Notas.
ano. Descrição física. Instrumento a que se
STRAUHS, F. Metodologias para ges- destina.
tão do conhecimento. 2005. São Paulo. 10 p.
BARTÓK, B. O mandarim maravilhoso.
Notas de aula.
Wien: Universal, 1952. 1 partitura. Orquestra.

ANEXO B
Relação de verbos intelectuais que podem ser usados na formulação de objetivos – Domínio Cog-
nitivo

CONHECIMENTO COMPREENSÃO APLICAÇÃO ANÁLISE SÍNTESE AVALIAÇÃO


Definir Traduzir Interpretar Distinguir Compor Julgar
Repetir Reafirmar Aplicar Analisar Planejar Avaliar
Apontar Discutir Usar Diferenciar Propor Validar
Inscrever Descrever Empregar Calcular Esquematizar Valorizar
Registrar Explicar Demonstrar Experimentar Formular Estimar
Marcar Expressar Dramatizar Provar Coordenar Medir
Recordar Identificar Praticar Comparar Conjugar Justificar
Nomear Localizar Ilustrar Contrastar Reunir Apreciar
Citar Transcrever Operar Criticar Criar Emitir
Subtrair Revisar Inventariar Investigar Construir Criticar
Descrever Reordenar Selecionar Debater Eleger Argumentar
Relacionar Desenhar Esboçar Determinar Organizar Atribuir
Distinguir Inferir Relacionar Examinar Dirigir Orçar
Enunciar Resumir Traçar Categorizar Narrar Computar
Listar Representar Classificar Inferir Concluir
Situar Incluir Resolver Descobrir Relatar
Reconhecer Assimilar Utilizar Verificar Redigir
Admitir Perceber Pontuar Discriminar Especificar
Diferenciar Abranger Transferir Desdobrar Produzir
Mencionar Organizar Proceder Combinar
Reestruturar Observar Deduzir
Destinar Decompor Grafar
Adequar Estudar Ortografar

Metodologia da Pesquisa Jurídica

35.
CONHECIMENTO COMPREENSÃO APLICAÇÃO ANÁLISE SÍNTESE AVALIAÇÃO
Adaptar Resumir
Abreviar
Substanciar

Adaptado de:
BLOOM, Benjamin, et al.. Taxionomia dos objetivos educacionais: domínio afetivo.
Porto Alegre: Globo, 1972.

36.

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