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(por favor dê o titulo)

Muito tempo atrás, mas bastante mesmo, muito mais do que esse
tantinho que você ta pensando. Bem, na verdade não é a taaaanto tempo
assim, mas mais do que isso ai é. Havia uma pequena vila, bem pequena,
pequenininha, quase sem ninguém. Tá não era assim noooosssaa é a menor
vila que eu já via, mas era pequenina. Nessa vila morava um jovem rapaz, na
verdade nem era tão jovem assim. Pensando melhor até que ele já era
velhinho. Ou será q era a roupa que era velha? Bem, ele a usava a tanto tempo
que ele, a roupa, os sapatos, já eram uma coisa só.
O nosso amigo – opa, desculpe a minha distração, estou chamando de
amigo alguém que ainda nem apresentei. O nome do rapaz era Francisco – um
bonito nome – e ele morava com mais cinco irmãos – para ser mais exato dois
irmãos e duas irmãs. A mãe dessa turma toda já estava a algum tempo doente.
Então cabia ao mais velho a responsabilidade de cuidar da casa. Adivinhe
quem carregava esse fardo em suas jovens e sujas costas? – Opz, peço que
me perdoe novamente. Como você poderá adivinhar se só sabe o nome de
Francisco? Vamos resolver isso. Os nomes são: Francine, Flavia, Fabiana,
Fernando e Fábio. Faziam fitas feias e fracas com facas finas. Mas isso não
importa. Não pense que me esqueci. Adivinhe qual deles era o mais velho e
considerado o responsável pelos outros todos. Fácil, o forte Francisco!
Naquele lugarzinho - não pense que me esqueci do nome do lugar. A vila
era tão pequena que fora decidido que seria desperdício usar uma palavra toda
só para ela. Que fique vila mesmo. As pessoas da vila sobreviviam de suas
plantações e dos poucos animais que criavam. Havia um bosque sagrado bem
perto do lugar, mas lá era proibido caçar – por que? Porque era sagrado oras.
A região em que a vila ficava era muito fria e escura. Dizia-se que
quando a deusa Freya estava feliz o sol aparecia como seu sorriso. Esse
sorriso é o que mantinha as plantações verdes e as pessoas também
sorridentes, afinal com fome os dentes se escondem na barriga. Freya morava
no bosque. Todos na vila eram seus seguidores.
Infelizmente veio um tempo difícil para a vila. Já havia muito tempo que
o sol não dava as caras por aqueles campos. As plantações não cresceram, os
animais domésticos acabaram, a fome começou bater a porta das famílias.
As pessoas se juntavam para rezar todos dias, afinal não tinha mais
nada para fazer mesmo. Francisco não. Ele não acreditava nessas besteiras de
deuses. Em uma dessas noites de solidão atéia o garoto encontrou um homem
muito bem trajado. Esse homem disse que Freya havia os abandonado ou ate
que talvez nem existisse. Segundo ele Chico deveria entrar no bosque sagrado
e buscar o alimento que sua família tanto precisava. Francisco concordou! Foi
para casa, pegou um pedacinho de pão, seu estilingue e se foi para o bosque.
Andou por horas sem encontrar absolutamente nada – bem na verdade
encontrou muita coisa: árvores, flores, pedras, mato, mas nada que pudesse
ajudar naquele momento. O dia já estava começando a clarear quando Chico
viu um coelho. Apontou seu estilingue, mas achou estranho ele não ter fugido.
Ao se aproximar percebeu que o animal protegia a sua ninhada de 15 ou 20
coelhinhos. Chico logo desistiu do plano anterior. Deu parte de seu pão ao
coelho que agradeceu com os olhos. Voltou Francisco para casa sem caça e
agora sem pão também.
Assim que saiu do bosque ele mal pode acreditar ao ver o sol que
brilhava sobre a vila. Foi uma festa! Todos correram para suas plantações e
hortas. A terra estava ansiosa como se fosse sua noite de núpcias.
Francisco ia todos os dias ao bosque levar comida para os coelhos.
Um dia, enquanto Chico alimentava os animais ouviu uma bela voz. Ele
se virou assustado e percebeu que a fonte da voz era ainda mais bela que o
som que fora produzido. Viu uma mulher – e só se sabe disso pelo corpo que
era apenas coberto por alguns trapos. Se o sorriso tivesse sido o único a ser
visto, provavelmente pensaríamos ainda hoje que se tratava apenas da mais
feliz das crianças. Tal moça desceu rapidamente da árvore. Ela era alta. Os
olhos eram verdes como as folhas presas no seus cabelos.

Moça: Oi!
Chico: Oi!
Moça: veio alimentar os coelhos?

Francisco ficou assustado, pois fazia aquilo tudo escondido. Sabia que
era proibido entrar no bosque.

Chico: Você tem me seguido?


Moça: Sim.
Chico: Por que?
Moça: Porque acho divertido.
Chico: Pois saiba que eu não acho!

A moça soltou nesse momento uma gostosa gargalhada.

Moça: Vocês são estranhos mesmo.


Chico: Vocês?
Moça: Vocês homens!
Chico: e o que você sabe sobre os homens?
Moça: Nada. Por isso você vai me ensinar!
Chico: Como assim ensinar
Moça: Quero saber tudo sobre os homens. Tudo!

Daquele dia em diante todas as vezes que Chico ia ao bosque a


encontrava – ou melhor, ela o encontrava. Eles sentavam-se na beira do rio
com os pés na água e conversavam por horas e horas. Quando anoitecia viam
estrelas. A moça parecia intima das constelações.

Moça: Aquele é Orion. Mas eu não gosto dele.


Chico: Por que?
Moça: Porque ele é um caçador.
Chico: Mas as pessoas precisam caçar para alimentar suas famílias.
Mantê-las vivas.
Moça: mas que tipo de troca é essa? Matar vários bixos para alimentar
apenas um? Fosse melhor que morresse apenas um pela vida de vários.
Chico:.......
Moça: Bem, como eu dizia. Ali é um boi.
Chico: Onde?
Moça: Ali!
Chico: Onde??
Moça: Larga de ser bobo!! Não no céu.
Chico: como????

Ao se levantar Chico viu um touro enorme parado diante deles. O garoto


que acabara de se levantar caiu novamente de susto. A moça acariciou o
animal (o touro não o Chico) e subiu nele.

Moça: Amanha continuamos?


Chico: Claro. Ei qual seu nome?
Moça: Acho que é senhora. Sempre me chamam assim. Hahauah

E a moça partiu.

Chico: hehe..senhora.

Nunca houve ano de tanta fartura! Pessoas e depósitos estavam todos


cheios. Os moradores faziam templos para Freya e todos os dias muito era
ofertado para a deusa.
Chico ia diariamente ver... quer dizer...alimentar os coelhos – os quais já
nem comiam mais seus pães.

Chico: Você acredita em deuses?


Moça: Não.
Chico: Por que?
Moça: Porque eu não sei o que é isso.
Chico: uhf...deuses são seres sagrados.
Moça: Então sim.
Chico: Por que?
Moça: Porque eu acredito em coisas sagradas.
Chico: O que por exemplo?
Moça: A terra, a água, a vida. Vocês acreditam em deuses sagrados?
Chico: hehe. Sim. Acreditamos. Fazemos templos para eles.
Moça: Para água também? Hauahuahauh.
Chico: Não tem graça! Isso é serio!
Moça: Tem graça sim! hauahau
Chico: Bem, também consideramos essas coisas sagradas. Em nossa
vila as construções que tocam a terra são as mais honradas. Os pobres têm
que ficar em casas altas e andar sob pontes na cidade. Não somos dignos de
tocar a terra. Só nos campos para trabalhar. E os ainda mais nobres têm suas
casas tocadas pelo rio, mas isso é só para os sacerdotes.
Moça: Mas os que trabalham são os pobres?
Chico: Sim.
Moça: Por que?
Chico: Eles trabalham porque são pobres e não são nobres.
Moça: Mas como pode quem produz não possuir? E quem pode ser
mais nobre do que aquele que alimenta o seu povo?
Chico: hehe. É complicado.
Moça: Você ta rindo do que? Isso não tem graça! Vocês homens tem um
senso de humor estranho...

De volta a vila, Chico encontrou novamente o homem que havia dito


para ele ir caçar no bosque. Ele o chamou e disse que tinha algo muito sério
para dizer. Eles se sentaram em um tronco de árvore na entrada do bosque
para conversarem. Já era noite.

Homem: Eu não me apresentei ainda. Me desculpe. Meu nome é Loki.


Chico: Olá. Meu nome é...
Loki: Eu sei quem você é! A grande questão é a sua ignorância não a
minha.
Chico: Como??
Loki: Cale-se! Você sabe com quem você tem conversado?
Chico: .... Ela é por acaso sua filha ou esposa?
Loki: Não humano estúpido! Ela é Freya. Isso, a deusa da fertilidade.
Chico: Por favor!!
Loki: Cale-se! Eu sei que você a ama. Mas você, mesmo sendo um
idiota, sabe que vocês não ficarão juntos para sempre. Você vai envelhecer e
morrer. Você acha mesmo que ela amaria um mortal como você?
Chico:.....
Loki: Deuses não se misturam com mortais.
Chico: o que eu faço?
Loki: Eu posso ajudar. Porque eu gostei de você apesar de tudo. Escute
com atenção. Existe uma pedra que pode realizar qualquer desejo e eu a
tenho. Vou deixar você usá-la.
Chico: Certo.
Loki: Porém a uma questão muito importante. A pedra pede algo em
troca do desejo, sempre. Para você pedir sua imortalidade terá que dar várias
vidas para ela.
Chico: Como assim???
Loki: Calma, nada demais. Basta você matar todos os coelhos do
bosque.
Chico: mas...
Loki: Qual é? São só coelhos. Vão morrer de qualquer forma. É
inevitável. Agora para você a morte é evitável.
Chico:...mas eu não sei caçar.
Loki: escute, eu lhe darei esse cão. Ele te levará até os coelhos. E Aqui
está a pedra e a faca para os sacrifícios. A cada coelho morto ela se tornara
mais vermelha. Quando estiver cor de sangue, faça o pedido.
Chico: Certo, obrigado.

Então Chico entrou no bosque com aquele enorme cão negro de olhos
vermelhos. O último coelho foi morto ainda antes do primeiro raios de sol.
Chico estava exausto, mas agora era o momento do seu premio. Então ele
pegou a pedra que já estava cor de sangue e gritou: “Que eu seja imortal!!”. A
pedra voltou a cor anterior. Chico já não se sentia mais cansado, nunca mais
se sentiria assim, ele não tinha mais fome, nem sede. Ele correu pelo bosque
até encontrar Freya no mesmo lugar de sempre, a toca dos coelhos. No
entanto, dessa vez estavam todos mortos e Freya chorava sobre eles
desesperadamente.
Chico: Calma são só coelhos. Agora podemos ficar juntos para sempre.
Freya: SÓ COELHOS??? FOI VOCE!!!!!! VOCE ESTA LOUCO!!!!!! SAIA
DAQUI MONSTRO!!!!!!
Chico: Calma minha amada...
Freya: AMADA??? ALGUEM QUE FAZ ISSO É INCAPAZ DE AMAR! E
AGORA EU TAMBÉM SOU. SUMA DESSE LUGAR E NÃO VOLTE NUNCA
MAIS!!!!!! AGORA!!!!!!!!!!!

Chico sem saber o que fazer saiu correndo e chorando para fora do
bosque.
Daquele dia em diante o sol resolveu permanecer no conforto das
nuvens para sempre. Não mais havia plantações, nem hortas, nem animais. O
bosque começou a morrer por inteiro. Foi nessa época que Loki chegou a
cidade e prometeu salvação. Dizia ele que Freya havia abandonado aqueles
campos. As pessoas sem esperança construíram templos para o deus na beira
do rio. Todos os nobres se tornaram adoradores de Loki. Quem não o fosse
não poderia tocar o solo. O louvor dos pobres não valia de nada. Esses
ficavam cada vez mais alto. O templo de Freya não foi destruído, pior, foi
erguido junto às casas dos desonrados.
Vendo tudo aquilo Chico resolveu procurar novamente Loki.

Chico: mestre.
Loki: O que você quer humano.
Chico: Não sou mais humano.
Loki: Uma vez humano, sempre humano. Diga logo o que quer.
Chico: Quero lhe oferecer um favor.
Loki: Por que eu precisaria de você?
Chico: Sei que apesar de tudo sua inimiga ainda o amedronta.
Loki: ABSURDO! Ela nada pode presa naquele lugar. Só os farrapos
ainda são fieis.
Chico: Eu sei que você não pode entrar no bosque. E sei também que
você deve saber uma forma de acabar com isso de uma vez.
Loki: Como assim?
Chico: Exato! Mata-la. Ela destruiu tudo que eu amava. Eu a odeio. Não
posso existir enquanto ela existir. Maldita.

Pela primeira vez Loki ouvira uma proposta interessante de alguém que
já fora mortal. Não foi necessário muito tempo para ele aceitar.

Loki: Escute humano. A única coisa que pode matar um deus é a faca de
sacrifício que eu lhe dei naquela noite. Tome aqui a pedra e a faca. Você deve
desejar que a divindade dela acabe e depois mata-la. Mas diga. O que você vai
dar em troca disso?
Chico: A minha divindade.
Loki: há há hah uahauahauhau. Isso vai ser divertido. Agora vá e nos
liberte daquela praga!
Chico voltou à toca dos coelhos, lá estavam seus ossos ainda. O bosque
todo estava escuro e sombrio. Ele gritou: “Sei que você esta ai Freya!
Apareça!”
Nesse instante desceu de uma árvore rapidamente Freya. Seu rosto
estava deformado pelo ódio e tristeza.
Freya: Maldito!! O que você quer aqui?? Não há mais nada para se
matar aqui!!
Chico: Sim há!

Chico retirou a adaga e a pedra e antes que Freya conseguisse impedi-


lo a cravou no próprio peito e gritou: “Que a vida que destruí seja
reconstituída!!”
A pedra em um instante se tornou cor de sangue e dela emanou um
brilho que tomou todo o bosque. Chico havia oferecido sua divindade e sua
própria vida para que tudo que havia sido destruído fosse regenerado. Ele
sabia que a pedra sempre pedia mais do que havia dado.
Quando o brilho cessou Freya segurava o corpo de Chico nos braços e
olhando para ele com um dos seus sorrisos de criança disse: “Obrigado meu
querido. Agora posso amar novamente. Você também devolveu a minha vida”.
E já não conseguindo conter as lágrimas, ela concluiu: ”Te amo!!” , e o abraçou
forte.
Freya chorou, mas esse choro era cheio de amor e não ódio. Suas
lacrimas encheram o rio da vila de tal forma que todas as casas e templos que
ficavam junto ao chão desapareceram nas águas. Todos os que podiam tocar o
solo se afogaram. A terra dos campos nunca fora tão fértil. Loki ficou preso em
seu templo no novo fundo do rio. E lá esta até hoje.
Freya continuou sua vida até o momento em que percebeu que a família
de Chico já não mais precisava dela. Então ela pegou a pedra dos desejos que
havia escondido desde aqueles dias. Ainda havia nela uma parte da divindade
de Chico. Então ela juntou a divindade humana de Chico a seu dom de levar a
vida e a fertilidade ao mundo e desejou que seu poder fosse dividido entre
todas as pessoas. Agora os homens seriam responsáveis por fertilizar a terra
com seu amor ou destruí-la com seu ódio.
Por fim, Freya sabia que alguém que abre mão de sua divindade não
mais pode voltar a ser imortal. A deusa conhecia as regras e tais regras a
impediriam de ficar ao lado de Chico para sempre mesmo que ele
ressuscitasse. Então ela Fez um trato com o deus da Morte. Deu a ele a pedra
dos desejos em troca de um favor. O deus da morte prometeu que a cada mil
anos seria permitido que Francisco e Freya renascessem. Eles teriam uma vida
para se encontrar. E aproveitando a coincidência inicial, Feya pediu para que
seja quando ou onde eles nascessem seus nomes sempre começarem com a
mesma letra. Assim seria mais fácil deles se reconhecerem.
Freya não pode esperar. Acabou por perfurar o próprio coração com a
adaga do sacrifício.
Dizem que a última vez que eles voltaram se chamavam Kurt e Karen e
se encontraram apenas no final da vida. Mas ainda é lembrado que a morte
para eles foi feliz como se houvessem acabado de chegar ao mundo, e que
antes de fecharem os olhos para sempre naqueles corpos Karen disse:
“Trocaria milhares de eternidades para poder morrer ao seu lado”.

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