Vous êtes sur la page 1sur 21

1

UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS

MBA EXECUTIVO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS

PRÁTICAS DE GESTÃO EM COOPERATIVA

Estudo de caso de uma cooperativa de transportadores autônomos de cargas da região


do Alto Tietê/SP

Marcelo Tomio Ueda

MOGI DAS CRUZES/ SP


2016
2

FOLHA DE APROVAÇÃO

Marcelo Tomio Ueda

Práticas de gestão em cooperativas

Artigo apresentado ao Curso de MBA Executivo em Gestão de Negócios da Universidade


Braz Cubas, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Gestão de
Negócios.

______________________________________________________

Eliziane Jacqueline dos Santos (Orientadora/ Coordenadora)

Mogi das Cruzes, 23 de Fevereiro de 2016.


3

RESUMO

O presente trabalho procurou entender as práticas de gestão aplicadas em uma cooperativa.


Para isso utilizou um estudo de caso em uma cooperativa de transportadores autônomos de
cargas da região do Alto Tietê/SP, utilizou a pesquisa de campo, quantitativa e qualitativa, de
caráter exploratório e descritivo, com os 25 sócios cooperados. A pesquisa identificou que a
empresa esta a mais de 20 anos no mercado, a média de idade de seus cooperados são de 56,4
anos, são profissionais com muitas experiências. O resultado mostrou que 60% dos
cooperados não tem uma participação constante na gestão da cooperativa, e 56% priorizam
apenas o interesse pessoal, encaram a cooperativa como sendo uma empresa comercial
comum. Já os dirigentes são pessoas que conhecem e aplicam as leis do cooperativismo,
proporcionaram aos cooperados todos os recursos necessários para uma vida profissional
competitiva e o bem-estar pessoal. Podemos deduzir que a cooperativa mesmo não tendo uma
participação ativa de todos os sócios suas práticas de gestão são eficientes e eficazes,
tornando-a uma empresa respeitada e competitiva a mais de 2 décadas.

Palavras-Chaves: Cooperativismo, transportador autônomo de cargas, gestão de cooperativas.

ABSTRACT
This study sought to understand the management practices applied in a cooperative. To that utilized a
case study on a cooperative of independent carriers loads of the Alto Tiete region / SP, used the field
of research, quantitative and qualitative, exploratory and descriptive, with 25 cooperative partners. The
research identified that the company is more than 20 years in the market, the average age of its
members is 56.4 years old, are professionals with many experiences. The result showed that 60% of
the cooperative does not have a constant participation in the cooperative management, and 56% only
prioritize self-interest, perceive the cooperative as a common trading company. Since the leaders are
people who know and apply the laws of the cooperative, the cooperative provided all the necessary
resources for a competitive professional life and personal well-being. We can deduce that the
cooperative while not having an active participation of all members of its management practices are
efficient and effective, making it a respected and competitive company for more than 2 decades.

Keywords: Cooperatives, autonomous cargo carrier, cooperative management.


4

1. INTRODUÇÃO

Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas unidas voluntariamente para fazer


frente às suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais comuns por meio de
uma empresa de propriedade conjunta e democraticamente controlada. Conceito definido pela
ACI – Aliança Cooperativista Internacional
A união de pessoas em torno de um negócio (atividade econômica) de interesse
comum é o que faz surgir um empreendimento cooperativo. A cooperativa é um sistema
diferenciado e democrático de organização social que busca melhorar as condições sociais e
econômicas.
O tema da pesquisa é a práticas de gestão em cooperativas, estudo de caso de uma
cooperativa de transportadores autônomos da região Alto Tietê/SP, para isso, o objeto a ser
pesquisado era uma Cooperativa de trabalho de transportadores autônomo que neste trabalho
se deu o nome de Cooperativa N. O problema de pesquisa estudado é: como se desenvolve a
gestão de uma cooperativa de transportadores autônomos que representa grande importância
para a região do Alto Tietê/SP.
O objetivo do estudo é identificar o modelo de gestão que é aplicado e desenvolvido,
e qual a participação dos cooperados nesta gestão. Mas especificamente, analisar a
compreensão dos cooperados e gestores a respeito do significado de uma organização
cooperativa.

DESENVOLVIMENTO

A inspiração do cooperativismo segundo (CENZI, 2011) vem desde Platão, através da


sua obra denominada A República (Politeia), escrita provavelmente entre 380 e 370 a.C.,
Platão, originalmente, utilizou-se do método do diálogo para expor suas ideias sobre a
sociedade ideal. Nela, passa ideias de uma vida harmônica, fraterna, com domínio sobre as
dificuldades, sobre o caos e que essas ideias fossem a inspiração para a maioria dos
movimentos de reforma social.
O cooperativismo iniciou-se no ano 1844, na cidade de Rochdale, Manchester,
Inglaterra, através da iniciativa solidária de 28 tecelões. Que após um ano de reuniões e
debates, bem como com a contribuição financeira mensal de todos os sócios, fundaram à
primeira cooperativa de consumo, sua finalidade era a compra de produtos de consumo como
5

farinha, açúcar, manteiga e aveia. Chamaram de Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale
Ltda. (LIMA NETO, 2011).
De acordo com o mesmo autor, no século XIX, encontramos cinco modalidades ou
classes de cooperativas; cooperativas de consumo, cuja origem foi a de Rochdale,
cooperativas de trabalho, que tiveram seu primeiro impulso na França, cooperativas de
crédito, com surgimento na Alemanha, cooperativas agrícolas, com origem na Dinamarca e na
Alemanha, cooperativas de serviço, como as de moradia e saúde, que surgiram em diferentes
países da Europa.
Cooperativismo é uma forma de organização voltada à promoção, desenvolvimento
econômico e o bem - estar social. Sua base é moldada na união de pessoas com o mesmo
objetivo. Ele visa às necessidades do grupo e não ao lucro, busca a prosperidade conjunta e
não a individual. Por sua natureza e particularidades, o cooperativismo alia o economicamente
viável ao ecologicamente correto e ao socialmente justo. OCB (2015).
Para Frantz (2012), através do cooperativismo é possível mudar o modelo capitalista
de organização que a sociedade está sujeita. O cooperativismo é um movimento que acontece
ao redor do mundo, capaz de unir o desenvolvimento econômico com o bem-estar das pessoas
e necessita da colaboração e associação de pessoas com os mesmos interesses e tem como
principais referências à participação democrática, a solidariedade, a independência e a
autonomia.
O cooperativismo no mundo está representado pela Aliança Cooperativista
Internacional (ACI) e no continente americano pela Aliança Cooperativista Internacional –
Américas (ACI- Américas).
No Brasil, o movimento é representado nacionalmente pelo Sistema OCB, composto
da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da Confederação Nacional das
Cooperativas (CNCoop) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
(Sescoop), cada qual com um objetivo específico, mas todos voltados para o desenvolvimento
das cooperativas. (OCB, p.09 2015).
Segundo a OCB (2015), nos dias de hoje existem mais de 6.800 cooperativas no
Brasil, com 11,5 milhões de associados em treze setores da economia; Agropecuário,
Consumo, Crédito, Educacional, Especial, Habitacional, Infraestrutura, Mineral, Produção,
Saúde, Trabalho, Transporte, Turismo e Lazer.
Conforme a OCB (2015), o cooperativismo tem sete princípios básicos que são
adotados e seguidos pelas cooperativas, são eles; 1º Adesão voluntária e livre; 2º Gestão
6

democrática; 3º Participação econômica dos membros; 4º Autonomia e independência; 5º


Educação, formação e informação; 6º Intercooperação; 7º Interesse pela comunidade.
Schimidt e Perius (2003) afirmam que, seguindo esses princípios, as cooperativas
levam os seus valores a prática. Assim o cooperativismo tem sido a resposta aos problemas
impostos pela globalização.

Pela legislação brasileira (Lei 5.764/71), para uma cooperativa constituir-se são
necessárias 20 (vinte) pessoas que se obriguem a contribuir para o exercício de uma atividade
econômica de proveito comum, sem o objetivo de remunerar o capital de seus sócios, ou seja,
sem finalidade de lucro. A cooperativa é criada para gerar benefícios aos seus sócios, tendo
características legais e doutrinarias própria. (VIEIRA, 2014)

Conforme o MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (2015), para que uma cooperativa


funcione bem e de grande importancia que todos os cooperados conheçam seus direitos e
deveres, citando como direitos, a utilização dos serviços prestados pela cooperativa e a
participação em assembleias gerais, discutindo e votando os assuntos nelas abordados.
Referente aos deveres cita a integralização das quotas-partes de capital, operação conjunta
com a cooperativa, obediência ao estatuto e respeito às decisões da Assembleia Geral.
Segundo OCB (2015), as cooperativas brasileiras geram hoje cerca de 340 mil
empregos formais. As cooperativas têm demonstrado significativa importância para a inclusão
social no Brasil. Se comparado ao total de habitantes no país, o número de associados a
cooperativas representa 5,7% da população brasileira. Se somadas as famílias dos cooperados,
estima-se que hoje o movimento agregue mais de 46 milhões de pessoas, ou 22,8% do total de
brasileiros.
Nosso objeto de estudo será as cooperativas de transportadores autônomos de cargas.
O ramo das cooperativas de transportadores autônomos de cargas é responsável pela
circulação de 330 milhões de toneladas de cargas, possuem movimentação econômica
superior a R$ 6 bilhões por ano, tendo importante papel para o escoamento da produção
brasileira. (OCB, 2015).

Transporte rodoviário e transportador autônomo de cargas.

O modelo de transporte rodoviário no Brasil iniciou-se no século 20, com apenas 500
km de estradas. Uma viagem de caminhão de São Paulo ao Rio de Janeiro durava 33 dias. No
ano de 1926, o discurso de posse do presidente Washington Luiz, foi “Governar é abrir
7

estradas”. Porém foi no governo de Juscelino Kubitchek (1956 - 1960), a partir do plano de
metas, chamado de “50 anos em 5”, que o modelo rodoviário deu um grande salto:
impulsionado pelas indústrias automotivas, que pressionavam o governo a construir estradas
e, ao mesmo tempo, estimulavam o uso de veículos. (UEDA, 2014).
Para que o progresso rodoviário desse certo, a cada dia foi surgindo empresas e
profissionais autônomos, “caminhoneiros”, incumbidos de levar, trazer, carregar, descarregar,
diversos tipos de produtos e pessoas.
Estes profissionais somente foram reconhecidos a partir a Lei 11.442, de 05 de janeiro
de 2007, que dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas, por conta de terceiros e mediante
remuneração; define o Transportador Autônomo de Cargas (TAC) como sendo, “a pessoa
física que tenha no transporte rodoviário de cargas a sua atividade profissional”. Em seu
artigo 4°, parágrafos 1° e 2°, a referida Lei reconhece “a existência de duas espécies de TAC:
Agregado e Independe”. Diário Oficial da União de 08 de janeiro de 2007
A fiscalização fica por conta da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT),
É necessário, estar legalmente cadastrado, e atender aos seguintes requisitos, Possuir Cadastro
de Pessoa Física - CPF ativo, possuir documento oficial de identidade, ter sido aprovado em
curso específico ou ter ao menos três anos de experiência na atividade, estar em dia, com sua
contribuição sindical (SINDICAM - Sindicato de caminhoneiros), ser proprietário,
coproprietário ou arrendatário de, no mínimo, um veículo ou uma combinação de veículos, de
tração e de cargas com Capacidade de Carga Útil - CCU, igual ou superior a quinhentos
quilos; registrados em seu nome no órgão de trânsito como de categoria “aluguel”, na forma
regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.

Gestão de cooperativas.
As mudanças econômicas, culturais e sociais, fazem com que as empresas e
cooperativas desenvolvam novos modelos de gestões, com a utilização de modernos
instrumentos administrativos. Os métodos que cada empresa utiliza variam de acordo com a
realidade e as suas necessidades.
Entretanto, não pode esquecer que esse processo de adequação é fundamental para a
qualidade final de aplicação do modelo, pois executivos e profissionais da
cooperativa serão obrigados a analisar e a pensar fortemente a respeito do modelo de
gestão e de cada uma de suas partes componentes. (OLIVEIRA, 2015, p. 41)

O modelo de gestão indicado a cooperativas é conceituado como o processo interativo


e consolidado de desenvolver as atividades de Planejamento, Organização, Direção e
8

Avaliação, com foco no desenvolvimento e oportunidades de mercado para a cooperativa


(OLIVEIRA. 2015).
As pessoas constituem, sem duvida, um dos ingredientes mais importantes no
cotidiano de todas as organizações. Afinal, uma empresa jamais existiria sem seu corpo
funcional. Elas representam a força motriz que impulsiona a organização rumo à realização de
seus objetivos e ao desempenho de excelência. (ARAUJO, 2011)

Para o modelo de gestão funcionar os conhecimentos e as estratégias da cooperativa


devem ser compartilhados e debatidos, valorizando a cooperação e não a competição entre as
pessoas, visando o trabalho em equipe como uma necessidade básica, pelo fato dos
cooperados precisarem de todos para poder agir coletivamente e melhorar seus processos
constantemente. Em contrapartida, precisa de uma diretoria administrativa com uma visão de
aumento dos lucros/sobras e não a redução dos custos. Focando-se na eliminação da restrição
para o lucro/sobra, o que consequentemente acaba impedindo a cooperativa de ganhar mais e
ter resultados interessantes.
A situação de o modelo de gestão provocar mudanças cooperativas deve ser
considerada um processo sem fim. Isso porque, com base nas mudanças efetuadas,
novos problemas devem surgir, o que exigirá novas soluções, as quais podem
necessitar de novas abordagens de modelos de gestão. Naturalmente, esse processo
não pode ser sintomático, mas sistemático, gradativo e acumulativo. (OLIVEIRA,
2015, p. 55)

O adequado desenvolvimento e a aplicação do modelo de gestão devem ser focados e


sustentados sistematicamente com métodos, expandindo barreiras e buscando a constante
qualidade total. Porém para ser posta em prática o modelo de gestão, exige certa flexibilidade
para poder ser aplicada em diferentes situações que irá encontrar no seu cotidiano. Conforme
afirma Araújo (2011, apud SENGE, 1990, p.250): “Empresa de sucesso é aquela que
consegue transformar-se em uma organização de constante aprendizagem organizacional, pois
assim é possível combater as muitas adversidades que se apresentam em um mundo em
constante e rápida mutação”.

Gestão financeira nas cooperativas


A análise financeira, e a forma mais detalhada de estudar os conceitos a serem
aplicados na estratégia que a cooperativa irá adotar na busca de seus resultados financeiros.
Carvalho (2011) diz que a exploração e a interpretação dos resultados torna possível o
direcionamento da cooperativa para realizar as ações, e toda a análise de resultado deve ser
repassado aos cooperados de uma maneira objetiva e simples para que haja fácil compreensão
9

do que acontece na cooperativa, contudo, a análise a ser feita não é uma tarefa de simples
execução e exige de quem a realiza, conhecimento amplo e aprofundado na área financeira,
contabilidade gerencial e cooperativismo.
Segundo o mesmo autor, existem diversas fórmulas e ferramentas para calcular e
apresentar os índices financeiros de uma cooperativa e permitir que sejam analisados os dados
da organização. Dessa forma, os dados que foram obtidos precisam de um tratamento especial
para sua interpretação, já que, o objetivo real das cooperativas não é lucros financeiros, mas
sim a valorização das pessoas. Apesar das cooperativas não visarem lucros, elas não podem
aceitar ter prejuízos constantes, pois isso afetar seus cooperados financeiramente.

METODOLOGIA

Para o embasamento metodológico do presente estudo, optou-se por uma pesquisa de


campo, quantitativa e qualitativa, de caráter exploratório e descritivo. De acordo com Andrade
(2010, p. 112) na pesquisa descritiva “os fatos são observados, registrados, analisados,
classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles”. A autora destaca que a
utilização de questionários é característica da pesquisa descritiva, a qual utiliza técnicas
padronizadas para a coleta de dados.

Para a coleta de dados que caracterizam as ferramentas utilizadas, na prática de gestão


em cooperativa, foram aplicados 25 (vinte e cinco) questionários, cada qual, constituído de 30
(trinta) questões, das quais; 27 (vinte e sete) fechadas, três (três) abertas. Os participantes da
pesquisa foram os atuais sócios cooperados da Cooperativa N da região do Alto Tietê/SP.

Conforme Marconi e Lakatos (2010, p. 184), “questionário é um instrumento de coleta


de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do entrevistador". Gil (2009, p. 41), define a pesquisa exploratória
como sendo “o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, que na maioria dos
casos envolve; levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos”. Deste modo, a
obtenção de informações a respeito, das práticas de gestão em cooperativas, foi através de
leituras, estatuto social da cooperativa N, do Diário Oficial da União, artigos científicos,
livros, leituras em sites e livros específicos ao assunto em questão.
10

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Cooperativa foi constituída em março 1995, com 101(cento e um) transportadores


autônomos “caminhoneiros”, estes profissionais foram apresentados no sistema cooperativista
como a grande oportunidade de criarem a própria empresa; aumentando seu frete, com a
quebra da cadeia; empresa, transportadora e transportador autônomo, passando a empresa e
transportador autônomo. (ESTATUTO SOCIAL, 1995)

Após nove anos de existência, no dia vinte de março de 2004 foram obrigados por
força de lei a mudarem a razão social, pois uma grande cooperativa de transportadores do Rio
grande do Sul registrou sua marca e patente, forçando inúmeras cooperativas com nome
parecido ou semelhante a mudarem suas razões sociais. A partir deste fato a cooperativa passa
a ser chamada de Cooperativa N este para o efeito do trabalho aqui apresentado. O número de
sócios que integralizaram as novas cotas foi de 25 (vinte e cinco). (ESTATUTO SOCIAL,
2004)

A aplicação do questionário foi com os 25 sócios cooperados, 94% são do sexo


masculino e 4% do sexo feminino, 88% são casados, 8 % são solteiros e 4% são separados ou
divorciados, 54% residem em Suzano, 24% de Mogi das Cruzes, 12% de São Paulo, 8%
Itaquaquecetuba e 4% são de Póa. A idade média entre os cooperados no ano de 2016 é de
54,6 anos.

O grau de instrução mostrou com os questionários que 32% possuem o ensino


fundamental completo, 54% ensino médio completo, 4% ensino médio técnico, 8% superior
completo, 4% superior incompleto. Dos 25 profissionais 88% consideram sua profissão de
transportador autônomo “caminhoneiro” como sendo boa e 12% como sendo regular. A
cooperativa N conta com frotas; própria, dos cooperados e de terceiros em diversas categorias
de caminhões para atender seus clientes em viagens municipais, intermunicipais, estaduais e
interestaduais. A frota dos cooperados e constituídas pelas categorias; Pick-up 4%, Leve 4%,
Toco 13%, Truck 57% e Conjunto Cavalo e Carreta 22%.

A cooperativa N conta com profissionais do volante com muita experiência, 88% estão
na profissão a mais de 20 anos e muitos já transportavam pelo nosso país antes de se
associarem a Cooperativa. Devido a este fato conhecem a lei 11.442/07 e sabem que precisam
estar em dia com as exigências da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
11

A cooperativa teve duas fases em sua existência e ao questionar como o cooperado


havia conhecido a empresa as respostas foram as seguintes; 44% das respostas abertas dos
cooperados da primeira fase foram que, conheceu o cooperativismo com sendo a grande
oportunidade de criarem uma empresa e quebrar a cadeia de lucro das transportadoras.
Passando a ser indústria e caminhoneiro, assim o lucro da transportadora passaria para os
caminhoneiros.

As respostas dos outros 56% foram; através de amigos, na porta de empresas


conversando com cooperados, da própria necessidade da cooperativa em aumento o número
colaboradores e após apresentar um bom serviço passando a ser integrado no quadro social.

Conforme afirma Frantz (2012), através do cooperativismo é possível mudar o modelo


capitalista de organização que a sociedade está sujeita [...]. “capaz de unir o desenvolvimento
econômico com o bem-estar das pessoas e necessita da colaboração e associação de pessoas”.
Foi exatamente a ação tomada pelos fundadores da cooperativa, se organizaram e mudaram o
modelo capitalista da época. Confirmando as respostas dos 44% sócios fundadores.

Segundo a OCB (2015), o cooperativismo tem 7(sete) princípios básicos; adesão


voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e
independência, educação, formação e informação, Intercooperação, interesse pela
comunidade. Conforme afirmam Schimidt e Perius (2003), seguindo esses princípios, as
cooperativas levam os seus valores a pratica. O gráfico 1 mostrou que 52% dos cooperados
nunca haviam ouvido falar sobre os 7 princípios básicos do cooperativismo e apenas 4% tem
como convicção estes princípios e 16% teve muita importância na decisão de se associar.

Gráfico 1 – Você conhece os 7 principios basicos do cooperativismo.

Fonte: elaboração do autor, 2016.


12

Questionados se conhecem a existência de uma lei especifica para as cooperativas e


que através destas leis e dos princípios básicos são elaborados os estatutos das cooperativas,
onde estão inseridos seus direitos e deveres o gráfico 2 mostrou que 96% sabem da existência
de lei especifica, exatamente a metade 48% a acompanha seus direitos e deveres e a outra
metade 48% não faz nenhum acompanhamento.

Gráfico 2 – Como associado voce sabe que existe uma Lei especifica para as cooperativas?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

Conforme o MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (2015) para que uma cooperativa


funcione bem e de grande importância que todos os cooperados conheçam seus direitos e
deveres. O gráfico 3 indica 56% dos cooperados recebem uma cópia do estatuto da
cooperativa N, onde estão escritos seus direitos e deveres.

Gráfico 3- Ao associar-se você recebeu um estatuto da empresa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.


13

Apenas 16% dos cooperados tem participação regular na gestão e no funcionamento


da cooperativa como mostra o resultado gráfico 4. Segundo CARVALHO (2011), essa
participação pouco expressiva implica na debilidade de variáveis como: a comunicação, o
conhecimento, o relacionamento pessoal e profissional e, principalmente, a participação nas
tomadas de decisão.

Gráfico 4 - Como associado, você participa, regularmente, da gestão e do funcionamento da cooperativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

A falta de participação na gestão da cooperativa como mostrou o gráfico 4 e


confirmada comparando as respostas do gráfico 5. Pois 56% apenas utilizam a cooperativa N
por atender as suas necessidades pessoais e não pelo fato de saber que ele é dono ou ter
confiança no cooperativismo.

Gráfico 5 – Quais os motivos que estimulam a utilizar a cooperativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.


14

Araújo (2011), afirma que as pessoas constituem, sem duvida, um dos ingredientes
mais importantes no cotidiano organizacional e por consequência precisam estar informados
sobre os assuntos de sua organização. O gráfico 6 mostrou que as informações sobre a gestão
da cooperativa N chegam em 88% dos seus cooperados apenas uma vez por ano, ou seja, a
diretoria apresenta nas assembleias seguindo fielmente o estatuto.

Gráfico 6 - Como você é informado sobre a gestão da cooperativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

Os cooperados através do gráfico 7 responderam na porcentagem de 56% saber como


é formado a diretoria da cooperativa N. Conselho de administração/Diretoria é composto por,
03 (três) pessoas e seu mandato é de 04 (quatro) anos. Já o Conselho Fiscal é composto por 06
(seis) membros, sendo 03 (três) efetivos e 03 (três) suplentes, com mandato anual.

Gráfico 7 – Você sabe como é composta a diretoria da cooperativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.


15

De acordo com OCB (2015) a segunda lei básica do cooperativismo e a Gestão


democrática [...]. “as cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus
membros, que participam ativamente na formulação de políticas e na tomada de decisões, os
homens e as mulheres eleitos, como representantes dos demais membros, são responsáveis
perante estes”.

Seguindo este principio 48% dos cooperados acham que os lideres empregam um
estilo de liderança Democrática como mostra o gráfico 8, mas uma porcentagem 44% acha
que a liderança é Autocrática, os lideres não promovem a participação efetiva nos projetos,
toma sozinho a decisões e costuma oprimir seus subordinados enxergando neles concorrentes,
e não, colaboradores.

Gráfico 8 – Qual o estilo de liderança você encontra na cooperativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

As sociedades cooperativas são importantes organizações que executam estruturas


produtivas e de serviços eficientes, capazes de gerar renda e emprego, além de distribuir
igualmente as oportunidades o gráfico 9 mostra que 56 % dos cooperados priorizam somente
seus interesses e não pensam na igualdade de oportunidades que é à base do cooperativismo.
16

Gráfico 9 – Como cooperado o Sr(a) dá prioridade aos seus interesses ou aos interesses da cooperativa
como um todo?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

Encontramos novamente um baixo nível de interesse por parte dos cooperados em


relação à gestão da cooperativa N. Conforme o gráfico 10 existe apenas 28% participam
ativamente do planejamento, organização, direção e avaliação da cooperativa e 56% não tem
qualquer interesse em acompanhar a própria empresa.

Gráfico 10 – Como cooperado você participa do planejamento, organização, direção e avaliação da


cooperativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

Para o modelo de gestão cooperativista funcionar os conhecimentos e as estratégias da


cooperativa devem ser compartilhados e debatidos, valorizando a cooperação e não a
competição entre cooperados, o gráfico 11 mostra que 76% dos cooperados recebem
informações estratégicas somente quando há assembleias, um índice muito alto de
desinformação, devido o tempo que acontecer uma assembleia uma vez por ano.
17

Gráfico 11 – Como são compartilhadas as estratégias da cooperativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

Segundo Carvalho (2011) [...]. “a exploração e a interpretação dos resultados torna


possível o direcionamento da cooperativa para realizar as ações, e toda a análise de resultado
deve ser repassado aos cooperados de uma maneira objetiva e simples para que haja fácil
compreensão do que acontece na cooperativa”. O que acontece na cooperativa N quando a
Direção apresenta os resultados das contas e de sua gestão, nas assembleias é que 76%
participam, mas não entende a apresentação, apenas 16% respondeu que entende o que e
apresentado.

Gráfico 12 - Você já participou de alguma apresentação de resultados das contas da cooperativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

Existem diversas ferramentas de apresentação que podem facilitar ou complicar uma


apresentação, quem prepara estas ferramentas precisa estar ciente do grau de conhecimento e
interesse de quem ira assistir. O que ocorre na cooperativa N foi 48% não compreende as
apresentações, mas gostariam que fosse melhorado e mesmo os que responderam entender
que são 40%, acham que poderia sim melhorar estas ferramentas.
18

Gráfico 13 – Você considera as ferramentas de análise financeria de fácil entendimento?

Fonte: elaboração do autor, 2016.

O cooperado ao ser questionado na seguinte questão aberta; Quais as facilidades que


encontraram por serem sócios da cooperativa responderam que é disponibilizado; oficinas,
eletricistas, bombistas, casas de peças, postos de combustível, troca de óleos, seguro de
caminhões, plano de saúde e liberação de empréstimo em nome da cooperativa para compra
de caminhão para o cooperado. As respostas das questões acima indica que os dirigentes
respeitam e tem pleno conhecimento da legislação cooperativista vigente, disponibilizam
todos os recursos necessários para o atendimento e bem estar dos cooperados.
Questionados se haviam participado de algum treinamento proporcionado pela
cooperativa, o gráfico 14 apresentou os resultados; 96% dos cooperados participaram e os
temas apresentados para 72% foram úteis em sua vida profissional e para 24% de cooperado
não trouxe conhecimento algum. O índice de participação indica que os dirigentes legalmente
eleitos para administram à cooperativa tem espírito cooperativista, consciência de sua
autoridade e responsabilidade, tanto do ponto de vista social como legai e disponibilizam aos
cooperados os recursos necessários para a sua qualificação profissional e seu o bem-estar
pessoal.

Gráfico 14 – Como cooperado já particiou de algum treinamento proporcionado pela cooparativa?

Fonte: elaboração do autor, 2016.


19

Buscando analisar as práticas de gestão de uma Cooperativa da região do Alto


Tietê/SP, verificaram-se variáveis importantes nos resultados levantados.

O Transportador Autônomo de Cargas da região do Alto Tietê – SP, em sua maioria


(78%) reside em Suzano, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba ou Poá. Quase a totalidade
(94%), é do sexo masculino com 54% apresentando ensino médio completo. Grande parte
destes, ou seja, 88% estão na profissão há mais de 20 anos, 88% são casados com média de
idade de 54,6 anos de idade.

O cooperativismo entrou na vida dos transportadores autônomos da primeira fase de


implantação da cooperativa em 1995, como a grande oportunidade para abrirem o próprio
negócio e aumentar o lucro. Para Frantz (2012) através do cooperativismo e possível mudar o
modelo capitalista atual.

Neste estudo pode-se notar a falta de conhecimento desses profissionais, em relação


aos princípios básicos que regem o cooperativismo, visto que 52 % nunca tinham ouvido
falar. A grande maioria dos cooperados, ou seja, 56% utilizam a cooperativa para atendimento
das necessidades pessoais, não participam da gestão, planejamento, organização e consideram
a cooperativa como sendo uma empresa comum.

Vale destacar que os dirigentes tomam ações com base no cooperativismo


proporcionam e disponibilizam aos cooperados insumos, ferramentas e treinamentos, ou seja,
72 % já participaram das ações e isso os mantém competitivos num mercado cada vez mais
exigente. Este resultado e comprovado com o tempo de vida da cooperativa, mais de 20 anos
no mercado, suas praticas de gestão mesmo não tendo a reciprocidade de todos os cooperados
demonstra trazer resultados a todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo de caso foi analisar as práticas de gestão de uma Cooperativa de
Transportadores autônomos de cargas da região do Alto Tietê / SP.
Percebeu-se que a falta de interesse em integrar o cooperativismo é muito grande por
parte dos cooperados; a maioria conhece a Lei especifica para o cooperativismo, o estatuto
social - tem cópia em casa para tirar dúvidas, participam de reuniões, mas não acompanham
20

ou contribuem com idéia, encaram a cooperativa como sendo uma empresa comercial
qualquer, deixam claro que desconhecem o seu verdadeiro papel perante a cooperativa.
Seus dirigentes são voltados ao cooperativismo proporcionam aos cooperados todos os
recursos necessários a sua sobrevivência e o seu bem-estar, respeitam os atos cooperativistas,
mas falham na comunicação dos resultados; mesmo estando de acordo como o estatuto, por
apresentar apenas nas assembléias... “uma vez por ano”.
Como empresa de transporte a cooperativa tem no mercado a confiança e o respeito
por mais de 2 décadas de seus clientes e profissionais, o seu tempo de vida indica que suas
estratégias alcançam seus objetivos.
Para o cooperativismo a situação torna-se um desafio muito grande, pois precisará
resgatar a cultura cooperativista que vem sendo esquecida pelos seus membros, dando lugar
para os interesses particulares.
Como indicação de estudos futuros fica a sugestão de pesquisa comparativa em outras
cooperativas do mesmo ramo, com o intuito de comparar suas práticas de gestão e se a
participação de cooperado e muitos diferentes do encontrado no trabalho.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE TERRESTRE (ANTT). Registro Nacional de


Transportadores Rodoviários de Carga. Disponível em: <http://www.antt.gov.br>. Acesso
em: 10 de novembro de 2015.

ANDRADE, M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Cientifico: Elaboração de


trabalhos na graduação. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ARAUJO, Luiz César G de. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão
organizacional. São Paulo: Atlas, 2010.

CARVALHO, Adriano Dias. O cooperativismo sob a ótica da gestão estratégica global.


São Paulo: Baraúna, 2011.

CENZI, Nerii Luiz. Cooperativismo - Desde a Origens ao Projeto de Lei de Reforma do


Sistema Cooperativo Brasileiro. Curitiba: Juruá,2011.

FRANTZ, Walter. Associativismo, cooperativismo e economia solidária. Ijuí: Unijuí, 2012.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
21

Lei Federal 11.442, de 05.01.2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/-


ato2007-2010/2007/lei/11142.htm.>>. Acesso em: 01 novembro 2015.

Lei Federal 5.764, de 16.12.1971. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5764.htm.>. Acesso em 01 novembro 2015.

LIMA NETO, Arnor. Cooperativas de trabalho- Intermediação de mão-de-obra e


subtração de direitos dos trabalhadores. 7 ed. Curitiba: Juruá, 2011.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia


científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Cooperativismo e associativismo. Disponível em:


<http://www.agricultura.gov.br/cooperativismo-associativismo> Acessado em: 26/09/2015.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. Agência Nacional de Transportes Terrestres. ANTT.


Disponível em: . Acesso em: 23 jun. 2015.

OCB. Cooperativismo: forma ideal de organização. Disponível em:


< http://www.ocb.org.br/site/cooperativismo/>Acessado em: 25/09/2015.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de gestão das cooperativas: uma
abordagem prática. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2015.

SCHMIDT, Derli; PERIUS, Vergílio. Cooperativismo e cooperativa. In: CATTANI,


Antonio David. (Org). A outra economia. Porto Alegre: Veraz, 2003.

UEDA, Marcelo Tomio., Manual de controle financeiro para o motorista autônomo de


cargas da região do alto Tietê/SP, Itaquaquecetuba, dezembro, 2014. p.73. TCC (Graduação
em Tecnologia em Gestão Comercial), Faculdade de Tecnologia de Itaquaquecetuba.

VIERA, Paulo Gonçalves Lins; PINHEIRO, Andrea Mattos. Cooperativismo Passo a Passo.
Curitiba: Juruá, 2014.

Agradecimentos

Agradeço a Deus por me dar sabedoria para superar as dificuldades diárias.

Ao meu orientador por acompanhar e orientar este artigo.

Aos meus pais, minha esposa e meus filhos fonte de inspiração e determinação para continuar o caminho traçado
e muito sinuoso.

__________________

Gerente Operacional – Cooperativa de trabalho dos transportadores autônomos de carga de Suzano. Graduado
em tecnologia em Gestão Comercial – Fatec Itaquaquecetuba. e mail: marcelotueda@bol.com.br

Vous aimerez peut-être aussi