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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

AMANDA MARIA MACHADO DE OLIVEIRA


GABRIELA LIMA DE MIRANDA
LEONARDO VILARINHO ANTUNES JUNIOR
LORENA MONIQUE DA SILVA MELO
MANOELA COÊLHO FREITAS
PEDRO HENRIQUE CARVALHO PEREIRA

TRATAMENTOS TÉRMICOS PARA UM AÇO MÉDIO CARBONO

Marabá - PA
2016
AMANDA MARIA MACHADO DE OLIVEIRA Nº 201040606029
GABRIELA LIMA DE MIRANDA Nº 201140606029
LEONARDO VILARINHO ANTUNES JUNIOR Nº 201140606017
LORENA MONIQUE DA SILVA MELO Nº 201140606010
MANOELA COÊLHO FREITAS Nº 201140606013
PEDRO HENRIQUE CARVALHO PEREIRA Nº 201040606028

TRATAMENTOS TÉRMICOS PARA UM AÇO MÉDIO CARBONO

Trabalho apresentado como requisito


parcial de avaliação a disciplina de
Tratamento Térmico dos Metais, ao
curso de graduação de Engenharia de
Materiais, Universidade Federal do Sul
e Sudeste do Pará- UNIFESSPA.
Orientação: Prof. Jailes de Santana
Moura

Marabá - PA
2016
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01: Faixas de aquecimento dos aços para normalização. ............................................... 7


Figura 02: Têmpera em função do tempo e da temperatura. ..................................................... 7
Figura 03: Ciclo de têmpera e revenimento. ............................................................................. 8
Figura 04: Técnica de ensaio de dureza Rockwell. ................................................................... 9
Figura 05: Microestrutura da Austenita. .................................................................................. 10
Figura 06: Microestrutura da Ferrita (em cinza claro). ........................................................... 11
Figura 07: Dispositivo Jominy. ............................................................................................... 11
Figura 08: Dureza versus distância do corpo de prova............................................................ 12
Figura 09: Partes seccionadas do tarugo. ................................................................................ 13
Figura 10: Corpo de prova para ensaio Jominy. ...................................................................... 13
Figura 11: Microscópio Óptico. .............................................................................................. 14
Figura 12:Regiões desmarcadas para ensaio de dureza no corpo de prova Jominy. ............... 15
Figura 13: Mufla. ..................................................................................................................... 16
Figura 14: Corpo de prova de Jominy sendo resfriado ao ar após a normalização. ................ 16
Figura 15: Amostra 1 normalizada. ......................................................................................... 17
Figura 16: Ensaio do corpo de prova em dispositivo de Jominy. ............................................ 18
Figura 17: Microestrutura do aço médio carbono antes dos tratamentos térmicos (Ampliação
50x). .......................................................................................................................................... 18
Figura 18: Microestrutura do aço normalizado (Ampliação 20x). .......................................... 19
Figura 19: Microestrutura do aço médio carbono temperado (Ampliação 50x). .................... 20
Figura 20: Microestrutura aço médio carbono, temperado e revenido (Ampliação 50x) ....... 20
Figura 21: Curva de Jominy e comparação com as demais durezas obtidas. .......................... 21
LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Escala de dureza Rockwell. ..................................................................................... 9


Tabela 02: Tratamentos Térmicos para cada amostra. ............................................................ 15
Tabela 03: Média de dureza dos tratamentos térmicos. .......................................................... 22
Tabela 04: Resultados do ensaio Jominy. ............................................................................... 22
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 5
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 6
2.1 Influência dos elementos de liga .................................................................................. 6
2.2 Normalização ................................................................................................................. 6
2.3 Têmpera ......................................................................................................................... 7
2.4 Revenimento .................................................................................................................. 8
2.5 Ensaio de dureza rockwell ........................................................................................... 8
2.6 Martensita ..................................................................................................................... 9
2.7 Austenita ...................................................................................................................... 10
2.8 Ferrita .......................................................................................................................... 10
2.9 Método Jominy............................................................................................................ 11
3 METODOLOGIA ....................................................................................................... 13
3.1 Corpos de prova .......................................................................................................... 13
3.2 Análise metalográfica ................................................................................................. 14
3.3 Tratamentos térmicos ................................................................................................. 15
3.3.1 Normalização ................................................................................................................ 16
3.3.2 Têmpera ........................................................................................................................ 17
3.3.3 Revenimento ................................................................................................................. 17
3.4 Ensaio Jominy ............................................................................................................. 17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 18
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 23
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 24
5

1 INTRODUÇÃO

As ligas ferrosas são as mais utilizadas dentre todas as ligas metálicas. O ferro é um
metal de fácil processamento, abundante na crosta terrestre e caracteriza-se por ligar-se com
muitos elementos metálicos e não metálicos, o principal dos quais é o carbono [1].
A característica polimórfica do ferro é outro fator importante que explica a sua ampla
utilização em todos os setores da engenharia e da indústria. Essa propriedade permite que as
ligas ferrosas sejam submetidas a operações de tratamento térmico que modificam
profundamente as suas propriedades mecânicas e possibilita sua aplicação sob as mais
diversas condições de serviço [1].
A correta aplicação das ligas ferrosas exige um conhecimento adequado das suas
características estruturais e mecânicas e dos fatores que podem afetá-las, desde as condições
de fabricação, os elementos de liga básicos ou especialmente adicionados, até os efeitos dos
tratamentos térmicos a que são geralmente submetidos [1].
Tratamento térmico é um processo que visa aquecer e resfriar ligas metálicas,
buscando alterar as suas propriedades em três fases distintas: aquecimento, manutenção da
temperatura e resfriamento. Dependendo do componente metálico que está sendo tratado é
preciso configurar a temperatura de aquecimento, o tempo e a forma de aquecimento e de
resfriamento, de acordo com as condições requeridas, garantindo as alterações
microestruturais desejadas, uma vez que o resfriamento e o aquecimento dos aços nos
tratamentos térmicos têm influência direta sobre a mudança da microestrutura e,
consequentemente, sobre as características mecânicas da peça produzida [2].
No presente trabalho foi realizada a caracterização metalográfica, mecânica e
levantamento da temperabilidade de um aço médio carbono, visando a obtenção de suas
propriedades características, por meio de ensaios de dureza, análises microestruturais e pelo
ensaio de temperabilidade Jominy.
6

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Influência dos elementos de liga

Os elementos de liga, entre outros efeitos, têm influência na faixa de temperaturas de


formação da martensita e dureza da martensita. Os elementos químicos como cromo e
manganês podem abaixar as temperaturas da reação martensítica. O carbono é o elemento que
apresenta maior influência sobre a temperatura de início de formação seguido do manganês,
cromo, níquel, molibdênio e tungstênio. A distância das temperaturas de formação Mi e Mf
variam de 160ºC a 245ºC sendo a maior para os elementos manganês, cromo e níquel que têm
maior tendência de baixar temperatura final de formação da martensíta [3].
O Manganês, quando dissolvido na ferrita, aumenta bastante sua dureza e resistência
mecânica, reduzindo bem pouco sua ductilidade. Quando este elemento está dissolvido na
austenita, ele a estabiliza, aumentando a temperabilidade moderadamente. O cromo é um
elemento que forma carbonetos estáveis e muito duro nos aços. Ele tem maior tendência a
formação de carboneto que o manganês, sozinho, é um fraco refinador de grão da austenita [3].
No resfriamento do aço austenitizado, a transformação é retardada, formando-se
constituintes mais duros (aço com até 2% Cr tornam-se perlíticos e, com 2 a 5% Cr,
bainíticos). O molibdênio é formador de carbonetos, podendo ficar dissolvido no carboneto de
ferro, ou formando um carboneto complexo (Fe-Mo-C). No entanto, o molibdênio também
fica em solução sólida na ferrita. Ele é um elemento de liga que aumenta fortemente a
temperabilidade do aço. Não é eficiente para refinar o grão da austenita [4].

2.2 Normalização

Este tratamento térmico consiste na completa austenitização do aço, seguida de


resfriamento ao ar parado ou agitado, esta é indicada para o alívio de tensões e
homogeneização da estrutura após o forjamento e antes de têmpera e revenimento. A
normalização pode ser utilizada em prol do refino de grão e homogeneização da estrutura para
obter melhor resposta a têmpera e ao revenimento subsequente, da melhoria da usinabilidade,
[5]
do refino de estruturas brutas de fusão e para obter propriedades mecânicas desejadas .O
gráfico que determina as temperaturas de normalização para os aços com diferentes teores de
carbono pode ser visualizado na Figura 01.
7

Figura 01: Faixas de aquecimento dos aços para normalização.

Fonte: [6].

2.3 Têmpera

O tratamento de têmpera consiste no resfriamento rápido do aço à sua temperatura de


transformação em um meio como ar, óleo, água ou salmoura, sendo o primeiro mais brando e
[5]
o ultimo o mais severo . O objetivo da têmpera é modificar substancialmente a estrutura
ferrítico- perlítico para austenítico após aquecimento e a seguir resfriamento brusco,
[7]
originando martensita . Desta forma a velocidade de resfriamento irá depender do tipo de
aço, da forma e das dimensões da peça. O resultado após este tratamento é um aço com maior
resistência à tração, menor ductilidade, tenacidade, aparecimento de tensões internas e
[5]
elevada dureza, sendo a última com profundidade determinada . Na Figura 02 pode-se
observar o gráfico que relaciona a temperatura com o tempo para que ocorra a têmpera.

Figura 02: Têmpera em função do tempo e da temperatura.

Fonte: [6].
8

2.4 Revenimento

A martensita é extremamente dura e frágil, uma vez que estas peças permaneçam
nessa condição de alta tensão interna o risco de trincar é grande. Por este motivo após a
têmpera recomenda-se a realização do revenimento que aquece uniformemente até uma
temperatura abaixo da austenitização, mantendo o aço por tempo suficiente para a equalização
[5]
da temperatura e obtenção do grau desejado de alívio de tensões internas . A Figura 03
ilustra o processo de revenimento realizado após a têmpera.
Como já citado anteriormente a martensita é uma fase metaestável, e uma vez
aquecida busca o equilíbrio. Esta metaestabilidade é caracterizada pela presença de átomos de
carbono nos interstícios onde se encontrava a austenita, com o acréscimo de energia para a
difusão, que é o revenimento, o carbono sairá da supersaturação e irá precipitar na forma de
carbonetos, este fato leva a diminuição da dureza [5].

Figura 03: Ciclo de têmpera e revenimento.

Fonte: [5].

2.5 Ensaio de dureza rockwell

O ensaio de dureza consiste na medida da resistência de um material a uma


deformação plástica localizada e é baseado em minerais naturais, com uma escala construída
em função da habilidade de um material riscar outro material mais mole [8].
O ensaio de dureza Rockwell é o método mais utilizado para medir dureza pois é
muito simples. Com este sistema, um número de dureza é determinado pela diferença na
profundidade de penetração resultante da aplicação de uma carga inicial menor, que aumenta
a precisão do ensaio, seguida por uma carga principal maior. As cargas principais para medir
9

a dureza Rokcwell podem ser de 60, 100 e 150 kg e cada escala é representada por uma letra,
que no caso deste tipo de dureza é de A a K [8]. Na Figura 04 e na Tabela 01 pode-se observar
as cargas e as letras, respectivamente correspondentes à determinação da dureza Rockwell.

Figura 04: Técnica de ensaio de dureza Rockwell.

Fonte: [8].

Tabela 01: Escala de dureza Rockwell.


Símbolo da escala Penetrador Carga principal (kg)
A Diamante 60
B Esfera com 1/16 in 100
C Diamante 150
D Diamante 100
E Esfera com 1/8 in 100
F Esfera com 1/16 in 60
G Esfera com 1/16 in 150
H Esfera com 1/8 in 60
K Esfera com 1/8 in 150
Fonte: [8].

2.6 Martensita

A estrutura obtida a partir da têmpera, nela tem-se a austenita não transformada em


grãos alongados sob a forma de agulha onde o carbono é retido sob a forma de impurezas
intersticial na estrutura cúbica de corpo centrado (CCC), formando uma estrutura tetragonal
de corpo centrado (TCC). A formação da martensita só depende da composição da liga e da
velocidade de resfriamento, pois no resfriamento rápido não se tem a difusão [6].
A presença dos elementos de liga cromo e molibdênio altera o posicionamento da
curva do diagrama TTT, propiciando que a transformação da austenita em perlita ocorra de
forma mais demorada a certa temperatura, favorecendo assim a formação da martensita.
10

A martensíta é estável com o tempo, mas com o aquecimento ocorrerá a


decomposição das fases α e cementita, que são mais estáveis. Sendo assim a martensíta é uma
fase metaestável [9].

2.7 Austenita

É uma solução sólida de carbono em ferro gama. Somente é estável as temperaturas


superiores a 723 ºC, desdobrando-se por reação eutetóide, a temperaturas inferiores, em ferrita
e cementita. Somente pode aparecer austenita a temperatura ambiente nos aços austeníticos,
nesse caso, a austenita é estável a temperatura ambiente. É deformável como o ferro gama,
pouco dura, apresenta grande resistência ao desgaste, é magnética, e é o constituinte mais
denso dos aços e não é atacada por reagentes. A resistência da austenita retida à temperatura
ambiente oscila entre 80 e 100 daN/mm2 e alongamento entre 20 e 25 %. Pode dissolver até
1,7 – 1,8 % de carbono. Apresenta rede cristalográfica cúbica de face centrada [10]
. A
microestrutura da austenita é evidenciada na Figura 05 a seguir.

Figura 05: Microestrutura da Austenita.

Fonte: [11].

2.8 Ferrita

A Figura 06 mostra a microestrutura da ferrita. Este constituinte está formado por


uma solução sólida de inserção de carbono em ferro alfa. É o constituinte mais mole dos aços,
porém é o mais tenaz, e o mais maleável, sua resistência a tração é de 28 daN/mm2 e
alongamento de 35%. Sua solubilidade máxima é de 0,008 %. Pode também manter em
solução de substituição a outros elementos tais como Si, P, Ni, Cr, Cu, que aparecem nos
aços, bem como impurezas como elementos de ligação. A ferrita apresenta-se nos aços como
constituinte e misturada com a cementita para formar parte da perlita. Se o aço é muito pobre
em carbono, sua estrutura está formada quase que totalmente por grãos de ferrita cujos limites
11

podem ser revelados facilmente com o microscópio, depois de um ataque com ácido nítrico
diluído. Os grãos são equiaxiais [10].

Figura 06: Microestrutura da Ferrita (em cinza claro).

Fonte: [11]

2.9 Método Jominy

O ensaio de temperabilidade Jominy também conhecido como “ensaio de


resfriamento da extremidade” é o método mais utilizado em todo o mundo, pois com apenas
um corpo de prova é possível gerar uma ampla faixa de velocidades de resfriamento. Para
realizar esse procedimento o corpo de prova é austenitizado em condições definidas por
norma, após retirada do forno, a peça é resfriada a partir da extremidade por um jato de água
em condições controladas no dispositivo Jominy por 10 minutos, em seguida resfriada por
completo [12]. A Figura 07 como pode-se observar, exemplifica o dispositivo Jominy.

Figura 07: Dispositivo Jominy.

Fonte: [12].

Decorrido o tempo de resfriamento retifica-se a superfície longitudinalmente do


corpo de prova e realiza-se a medição da dureza obtida a partir da extremidade resfriada nas
distâncias especificadas pela norma. O resultado é que cada posição da superfície do corpo de
12

prova resfria com uma velocidade diferente e sofre diferentes transformações. A Figura 08
mostra as diferentes durezas superpostas a um diagrama TTT [12].
Para aços em que a curva Jominy é conhecida, é possível estimar, para determinada
posição em peça de dimensão e geometria conhecida, qual seria sua dureza na condição de
“como temperado” [12].

Figura 08: Dureza versus distância do corpo de prova.

Fonte: [12].
13

3 METODOLOGIA

3.1 Corpos de prova

O aço utilizado neste trabalho trata-se de um aço médio carbono. Foram retiradas de
um tarugo, duas amostras para que fossem realizados os tratamentos térmicos propostos, os
quais foram: normalização e têmpera e têmpera e revenido. A Figura 09 apresenta as duas
amostras que foram analisadas.

Figura 09: Partes seccionadas do tarugo.

Fonte: Autor.

Para o ensaio Jominy utilizou-se de um corpo de prova de acordo com as


especificações da Norma NBR 6339, podendo ser observado na Figura 10. O corpo de prova
passou por normalização e têmpera.

Figura 10: Corpo de prova para ensaio Jominy.

Fonte: Autor.
14

3.2 Análise metalográfica

Fez-se necessário uma preparação das amostras, a fim de se obter a microestrutura


antes e após os tratamentos térmicos. Desta forma as mesmas foram lixadas manualmente
utilizando lixas d’água com granulometrias de 80, 100, 150, 220, 320, 400, 600, 1200 e 1500.
Após esse procedimento as amostras sofreram ataque químico com Nital 3% a fim de revelar
a microestrutura utilizando um microscópio óptico modelo Olympus U-TV0.5XC-3, que pode
ser observada na Figura 11.

Figura 11: Microscópio Óptico.

Fonte: Autor.

Para o corpo de prova de Jominy, o ensaio de dureza foi realizado apenas após o fim
do ensaio de Jominy, onde foram feitas quinze identações em quatro regiões. Estas identações
foram feitas da extremidade da peça à metade do comprimento do corpo de prova, ou seja, 50
mm. Foi utilizada também uma lima a fim de garantir uma superfície lisa e plana para a
realização do ensaio de dureza, esse procedimento pode ser observado na Figura 12.
15

Figura 12:Regiões desmarcadas para ensaio de dureza no corpo de prova Jominy.

Fonte: Autor.

3.3 Tratamentos térmicos

A Tabela 02 simplifica os tratamentos térmicos adotados para as três amostras


analisadas e para o Corpo de prova de Jominy.

Tabela 02: Tratamentos Térmicos para cada amostra.


Corpos de prova Tratamentos propostos

Amostra 1 Normalização e Têmpera

Amostra 2 Têmpera e Revenido

CP de Jominy Normalização e Têmpera


Fonte: Autor.

Para a realização dos tratamentos térmicos, foi utilizado forno mufla Magnus, que
pode ser observado na Figura 13.
16

Figura 13: Mufla.

Fonte: Autor.

3.3.1 Normalização

Na amostra 1 e no corpo de prova de Jominy foi feita a normalização, como


especificado na Tabela 2, a uma temperatura de 860° C por 1 hora com resfriamento ao ar. A
Figura 14 mostra o corpo de prova de Jominy após este tratamento e a Figura 15 a amostra 1
após a normalização.

Figura 14: Corpo de prova de Jominy sendo resfriado ao ar após a normalização.

Fonte: Autor.
17

Figura 15: Amostra 1 normalizada.

Fonte: Autor.

3.3.2 Têmpera

Para elevar a dureza do aço foi realizado um tratamento térmico de têmpera nas
amostras 1, 2 e no corpo de prova de Jominy, conforme já descrito na Tabela 2. A temperatura
utilizada para este tratamento foi de 850° C durante 1 hora com um arrefecimento em água,
para os corpos de prova.

3.3.3 Revenimento

Após o tratamento de Têmpera foi realizado o revenimento para alivio de tensões a


uma temperatura de 200 °C por 1 hora com resfriamento lento ao forno.

3.4 Ensaio Jominy

Utilizou-se o dispositivo para o ensaio de Jominy seguindo as normas estabelecidas


pela NBR 6339. Foi utilizado forno mufla para alcance e mantimento da temperatura visto
que foi indispensável o uso de termopar. O resfriamento no dispositivo durou por cerca de 10
min. A Figura 16 apresenta o corpo de prova sendo ensaiado.
18

Figura 16: Ensaio do corpo de prova em dispositivo de Jominy.

Fonte: Autor.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 17 é uma análise no microscópio óptico da amostra 1 de aço médio carbono


antes de passar por qualquer tratamento térmico, apenas tendo sua microsestrura revelada. É
verificada a existência de ferrita (partes claras) e perlita (partes escuras) [2].

Figura 17: Microestrutura do aço médio carbono antes dos tratamentos térmicos (Ampliação 50x).

Fonte: Autor.

O ensaio de dureza realizado em 5 pontos dessa amostra, nesta etapa, quantificou


uma dureza média de 100,42 Rockwell B.
19

A amostra 1 foi normalizada e a microestrutura obtida pode ser observada na Figura


18, na qual pode ser analisada um menor crescimento de grãos e uma microestrutura mais
homogênea, refinada e uniforme, facilitando a solução de carbonetos e elementos de liga [13].

Figura 18: Microestrutura do aço normalizado (Ampliação 20x).

Fonte: Autor.

O ensaio de dureza realizado em 15 pontos da mesma amostra, nesta etapa,


quantificou uma dureza média de 96, 91 Rockwell B. A dureza obtida será posteriormente
comparada com o do corpo de prova de Jominy que também foi normalizado, porém sua
dureza só foi retirada ao final do procedimento ao qual foi submetido.
A amostra 1 foi temperada e resfriada em água, este meio de resfriamento é
considerado moderado, pois retira calor da superfície do aço, gerando um gradiente de
temperatura do interior para a superfície das peças. Também devido à brusca transformação
de ordem estrutural de austenita para martensita, ocorre um acúmulo de tensões residuais na
microestrutura [14]. Na Figura 19 observa-se a microestrutura obtida após a têmpera em água.
20

Figura 19: Microestrutura do aço médio carbono temperado (Ampliação 50x).

Fonte: Autor.

Através da análise da Figura 19, observou-se a presença de martensita em forma de


pequenas agulhas e com base no meio de resfriamento pode-se afirmar que a peça possui
tensões internas, o que elava a dureza da mesma.
O ensaio de dureza realizado em 15 pontos dessa amostra, nesta etapa, quantificou
uma dureza média de 120, 27 Rockwell B. Este resultado está de acordo com a literatura, pois
o tratamento de têmpera eleva consideravelmente a dureza do aço.
Na Figura 20 pode se observar a amostra 2 temperada e revenida. A estrutura de
ripas, constatando a presença de martensita revenida e com base no meio de resfriamento
pode-se afirmar que a peça possui tensões internas assim como a amostra 1, porém neste caso
mesmo após o revenimento.

Figura 20: Microestrutura aço médio carbono, temperado e revenido (Ampliação 50x)

Fonte: Autor.
21

O ensaio de dureza realizado em 15 pontos dessa amostra, nesta etapa, quantificou


uma dureza média de 115, 9 Rockwell B.
O corpo de prova Jominy passou pelas etapas pertinentes ao método, já descrito
anteriormente, e dessa forma foi possível levantar a curva de Jominy para este aço e comparar
com as durezas obtidas nas amostras 1 e 2, conforme mostrada na Figura 21.

Figura 21: Curva de Jominy e comparação com as demais durezas obtidas.

Fonte: Autor.

A partir do gráfico é possível observar que a dureza nas amostras 1 e 2, se comporta


de maneira esperada, ocorreu o endurecimento tanto da superfície quanto do núcleo. Já o
corpo de prova Jominy apresenta uma diminuição na dureza ao longo de sua extensão, no
entanto observa-se alguns pontos discrepantes, devido o mesmo possuir uma cavidade no
centro a qual influenciou nos resultados obtidos. A dureza obtida no corpo de prova foi de
96,6 HRB.
A Tabela 03 apresenta todos os resultados obtidos por meio do ensaio de dureza após
cada tratamento térmico proposto.
22

Tabela 03: Média de dureza dos tratamentos térmicos.


TRATAMENTOS TÉRMICOS
Pontos Normalização Normalização e Têmpera e
Têmpera Revenido
1 97,6 117,1 112,1
2 97,8 119,4 118,7
3 95,1 119,3 117,7
4 96,2 118,0 117,3
5 96,4 119,2 117,4
6 96,8 129,3 117,5
7 98,6 120,0 116,1
8 95,1 120,1 116,2
9 95,5 120,2 117,6
10 95,9 121,4 117,2
11 98,2 119,6 116,8
12 98,1 120,7 115,4
13 98,7 120,2 113,5
14 97,2 120,5 110,3
15 96,5 119,1 116,1
Média 96, 91 120, 27 115, 9
Fonte: Autor.

Os resultados do Ensaio Jominy descritos na Tabela 04, apresenta as médias obtidas


nas regiões demarcas no CP de Jominy.

Tabela 03: Resultados do ensaio Jominy.

Ponto Lado 1 Lado 2 Lado 3 Lado 4 Média


1 105,7 117,4 116,8 119 114,7
2 108,3 104,2 111,9 116,7 110,3
3 101,8 99,1 103,8 110,9 103,9
4 98,7 97,4 98,5 107,7 100,6
5 84,8 101,4 90,3 103,3 94,95
6 87,8 88,7 90,3 100,6 91,85
7 75 93,4 97,1 100 91,4
8 92,5 94,9 95,1 100,4 95,7
9 91,4 88,1 90,5 97 93,25
10 108,7 83,5 80,1 97,4 92,4
11 92,6 93,9 92 98,6 94,3
12 93,4 106,6 91,8 100,4 98,05
13 90,3 85 94,7 96,7 91,7
14 85,5 87,6 89,3 95,2 89,4
15 86,6 74,9 89,6 94,8 86,5
Média 93,54 94,4 95,4 102,6 96,6
Fonte: Autor.
23

5 CONCLUSÃO

Com esta prática podemos observar o comportamento de um aço médio carbono nos
diferentes tipos de tratamentos térmicos realizados. Na normalização realizada na amostra foi
obtida uma microestrutura refinada como o esperado para que pudesse posteriormente receber
o tratamento de têmpera, por ser o mesmo material supõe-se que o corpo de prova Jominy,
que também foi normalizado, apresentou o mesmo tipo de microestrutura.
A amostra 1 normalizada e temperada apresentou uma dureza de 120, 27 HRB, a
amostra 2 temperada e revenida 115, 9 HRB, valor este abaixo valor obtido na primeira
amostra pode ser explicado pelo alívio de tensões do revenimento o que consequentemente
diminuiu a dureza da mesma.
Mediante a análise da curva de Jominy e desconsiderando os pontos discrepantes, tem-
se um comportamento esperado, visto que a dureza diminui ao longo da extensão do corpo de
prova devido justamente ao tipo de resfriamento direcionado da extremidade inferior para a
superior.
É importante destacar também que de acordo com literaturas consultadas, o aço
estudado apresenta semelhanças com os aços 1045 e 1644. Porém, não é possível afirmar com
grande certeza, pois para tal seria necessário uma ratificação através de análise da composição
química que neste trabalho não foi realizada.
A literatura descreve que para tratamento em têmpera deve-se normalizar
primeiramente o material a fim de se obter uma granulometria mais refinada e homogênea, e é
indispensável o tratamento posterior de revenimento, visto que a têmpera causa tensões
internas na peça. Desta forma a união destes três tratamentos é primordial e mais favorável
quando utilizado juntos. Mediante ao estudo dos três tratamentos propostos, foi analisado que
o tratamento de Normalização e Têmpera apresentou os melhores resultados relacionados ao
aumento da dureza do material, porém torna-se um material frágil. Mas vale enfatizar da
importância do revenido.
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REFERÊNCIAS

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[2] CORRÊA, F. J. et al. Comparação das propriedades mecânicas do aço AISI 4140 no
estado recozido e no estado normalizado. 2013.

[3] OLIVEIRA, B. O. S. R. Efeitos do revenimento realizado a baixa temperaturas na


resistência ao impacto em aços carbono e ligados temperados. 2011. 122 pags. Dissertação
de Mestrado.

[4] SOUZA, S. A., Composição química dos aços. 1ª edição. Editora Edgard Blucher LTDA.
São Paulo, 1989.

[5] SILVA, A. L. V. C. Aços e ligas especiais. 2ª edição. Editora Edgard Blucher. São Paulo,
2006.

[6] NUNES, L. P. Introdução à metalurgia e aos materiais metálicos. Editora Interciência.


Rio de Janeiro, 2010.

[7] RIBEIRO, L. P. P. G. Caracterização das propriedades mecânicas do aço SAE 4140


após diferentes tratamentos de têmpera e revenido. Pontíficia Universidade Católica do
Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós- Graduação em Ciência dos
Materiais e Metalúrgia, Rio de Janeiro, 2006.

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de Janeiro, RJ: LTC, 2006.

[9] SHACKELFORD, J. F. Ciência dos materiais. 6ª edição, Editora Pearson Prentice Hall.
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[11] SilideShare. Sistema Fe-C ou Fe-Fe3C e microestruturas que se formam no


resfriamento lento. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/alexpinto90/diagrama-de-fases-
fe-c> Acessado em 25 de Abril de 2016.

[12] OLIVEIRA, J. C. M. Levantamento da curva de temperabilidade e caracterização


metalográfica do aço SAE 1140. 2014, 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso - Faculdade de
Engenharia de Materiais, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá – PA, 2014.

[13] SANTOS, C. V. P. Metalurgia Física. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará,


Engenharia de Materiais. Marabá, Pará, 2014.

[14] SAPPER, C. B., PEIXOTO, L., ROHDE, R. A., HENNIG, V. Efeitos da temperatura
de austenitização do aço 4140. Curso de Engenharia Mecânica, Universidade Regional
Integrada do Alto Uruguai. Rio Grande do Sul.

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