Vous êtes sur la page 1sur 3

A trajetória da unha na técnica violonística

por João Gabriel Caldeira Pires Ferrari

No século XIX foi desenvolvido o violão como conhecemos hoje e com o novo
instrumento se abriu uma gama de novas técnicas possíveis. Uma das principais mudanças do
instrumento foi a capacidade do instrumento de agüentar cordas de maior tensão, o que levou a
técnicas de performance que explorassem essas novas cordas com diferentes ataques.
Nas cordas de tripa a unha era pouco usada por ser muito agressiva à corda, portanto a
técnica de ataque à corda com a polpa do dedo era predominante, que passava pela corda com o
uso do apoio (dedo repousa na corda seguinte) ou sem apoio (dedo escapa da corda para fora do
violão).
Foi com Dionisio Aguado (1784-1849), compositor de transição entre o Romantismo e
o Classicismo, que foi desenvolvida e estruturada a técnica do uso da unha, aonde a polpa do
dedo é usada na corda e a unha raspa na corda, criando um timbre complexo e incorpado e de
maior facilidade no aprendizado. Além da técnica de unha, Aguado também incorporou o uso de
banco para apoiar o pé esquerdo e também um apoio para o violão chamado de trípodon.
Fernando Sor (1778-1839), contemporâneo de Aguado, notável compositor e
instrumentista, também desenvolveu uma técnica de mão direita, mas sua escola era marcada
pela falta de unha no ataque do instrumento. Sor não apoiava nem suportava o som produzido
pelas unhas, argumentando que as unhas não poderiam dar mais que poucas nuances ao som, e o
som piano provocado pelo uso da unha jamais seria “cantante”.
Francisco Tárrega (1852-1909) foi um dos instrumentistas que seguiu a corrente do
uso da mão direita sem unhas através da técnica de apoio, e isso é evidente por seu repertório.
Suas peças são tidas como leves, calmas e íntimas, o que condiz com o uso comum da técnica
sem unha. Suas apresentações eram sempre pequenas e contidas, o que alguns pesquisadores
atribuem à falta de volume da técnica sem unha, embora a técnica sem unha não influencie tanto
na capacidade do som, e sim em seu timbre e dinâmica.
Andrés Segovia (1893-1987), famoso instrumentista do século XX, dominou a técnica
de polpa e unha que o destacou dos demais instrumentistas da época por apresentar maior
projeção e não necessitar de força física e mais “bruta” através da mão direita.
Embora haja nuâncias na sonoridade, o fato é que ambas as técnicas possuem grande
capacidade estilística e expressiva e ambas as técnicas apresentam grande volume quando
dominadas. Atualmente a técnica de unha é mais predominante mas a de polpa também encontra
seus seguidores por razão estilística ou de tradição.

Palavras-Chave: “técnica violonística”; “violão clássico”; “violão romântico”;


Bibliografia:
KERR, Jason D. ; POWERS, Wendy.“The Guitar”. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The
Metropolitan Museum of Art, 2000-.
Disponível em: < http://www.metmuseum.org/toah/hd/guit/hd_guit.html>
ALMEIDA, Aristóteles P. “A sonoridade do violão na execução musical: um estudo sobre os seus aspectos
formadores e análise de duas gravações das Quatro Peças Breves de Frank Martin.” UFRGS, Porto Alegre, 2006..
Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/7376/000542998.pdf?sequence=1>
SPERB, Guilherme. “O Estudo do Método de Fernando Sor e sua interação com a construção de uma interpretação
para a sonata, op. 25”. UFRGS, Porto Alegre, 2012.
Disponível em:
< https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/55418/000857971.pdf?sequence=1 >
O violão, sendo considerado um instrumento nacional e de ampla variedade e uso,
possui suas raízes em diversos instrumentos de períodos passados. No renascimento o violão
encontrou seu antecessor na vihuela (séc.XV e XVI), instrumento de seis cordas duplas feitas de
tripa. Seu descendente, a guitarra barroca (séc. XVII e XVIII), também usava cordas de tripa,
com apenas cinco cordas duplas. Como conseqüente temos o violão romântico (final do séc.
XVIII e começo do séc. XIX), levemente menor que o atualFinalmente, no século XIX foi
desenvolvida o violão como conhecemos hoje e com o novo instrumento trouxe maiores
possibilidades. Uma das principais mudanças do instrumento foi a maior tensão possível de
cordas, e na guitarra moderna essas cordas diferenciadas possibilitaram
Sor ainda compara o uso de unha na mão direita ao uso sem unha com o cravo ao
pianoforte, aonde no cravo as cordas eram sempre pinçadas e em sons demasiados fortes se
ouvia o ruído das teclas contra a superfície de apoio das teclas que os sons das cordas do cravo.

Vous aimerez peut-être aussi