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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA


CASSIANO VICTOR DE OLIVEIRA
GERALDO MAGALHÃES

AVALIAÇÃO DA ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA EM UM SISTEMA


DE BOMBEAMENTO ACIONADO POR CONJUNTO CONVERSOR DE
FREQUÊNCIA - MOTOR DE INDUÇÃO

BELO HORIZONTE

JUNHO/ 2014
Cassiano Victor de Oliveira
Geraldo Pereira Magalhães

AVALIAÇÃO DA ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA EM UM SISTEMA


DE BOMBEAMENTO ACIONADO POR CONJUNTO CONVERSOR DE
FREQUÊNCIA - MOTOR DE INDUÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca


avaliadora do Curso de Engenharia Elétrica do Centro
Universitário Newton Paiva, como requisito parcial
para conclusão da formação como bacharel em
engenharia elétrica.

Área de concentração: Engenharia Elétrica

Orientador: Prof. Marcos Isoni, Engenheiro Eletricista,


Especialista & MScEE

BELO HORIZONTE
JUNHO/ 2014
Cassiano Victor de Oliveira
Geraldo Pereira Magalhães

AVALIAÇÃO DA ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA EM UM SISTEMA


DE BOMBEAMENTO ACIONADO POR CONJUNTO CONVERSOR DE
FREQUÊNCIA - MOTOR DE INDUÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca avaliadora do Curso de Engenharia Elétrica do


Centro Universitário Newton Paiva, como requisito parcial para conclusão da formação como bacharel em
engenharia elétrica.

___________________________________________________________________
Prof. Marcos César Isoni – Newton Paiva (Orientador)

___________________________________________________________________
Prof. Adelino Pinheiro Silva – Newton Paiva

___________________________________________________________________
Prof. Edgard Cardoso – Newton Paiva

BELO HORIZONTE
JUNHO/ 2014
RESUMO

Bombas centrífugas são equipamentos amplamente utilizados em, praticamente todos


os processos industriais. De extrema importância nos processos, são responsáveis pelo
transporte de fluidos entre pontos distintos. Possuem uma característica na qual a
potência útil efetivamente necessária para o bombeamento de fluidos varia, conforme a
teoria, de forma cúbica com a variação de sua velocidade de rotação, o que, em tese,
possibilita um grande potencial de economia de energia.
Este trabalho apresenta, dentro de bases realísticas, uma análise comparativa e a
quantificação da possível economia de energia gerada a partir da substituição do
controle de vazão de um fluido por meio de válvula automática na tubulação de
recalque pelo controle de vazão através da variação da velocidade de rotação da
bomba centrífuga, a partir da inserção de um conversor de frequência atuando na
variação da velocidade do motor de indução acoplado a ela.

Palavras-chave: Bomba centrífuga. Conversor de frequência. Motor-bomba. Recalque.


Vazão.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Bomba centrífuga radial representada em corte, vista de frente. ............... 22


FIGURA 2 - Exemplo da utilização de uma bomba para elevação de fluido. ................. 23
FIGURA 3 - Rotor fechado (a), rotor semiaberto (b) e rotor aberto (c). .......................... 24
FIGURA 4 - (a) bomba com sucção positiva; (b) Bomba com sucção negativa. ............ 28
FIGURA 5 - Conversores de frequência Weg Automação S/A, série CFW-09............... 37
FIGURA 6 - Diagrama elétrico de um conversor de frequência genérico. ...................... 38
FIGURA 7 – Bloco retificador. ........................................................................................ 38
FIGURA 8 - Bloco do indutor no Link CC. ...................................................................... 40
FIGURA 9 - Circuito chopper e resistor de frenagem. .................................................... 42
FIGURA 10 - Circuito inversor ........................................................................................ 43
FIGURA 11 - IGBT's representados como chaves e o circuito equivalente para o motor.
....................................................................................................................................... 43
Figura 12 - Motor de indução trifásico WEG genérico. ................................................... 53
Figura 13 - Bomba centrífuga Meganorm genérica.. ...................................................... 54
Figura 14 - Esquema diagramático do processo. ........................................................... 55
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Carga do tipo torque com crescimento quadrático................................... 16


GRÁFICO 2 - Carga do tipo torque constante. ............................................................... 18
GRÁFICO 3 - Carga do tipo torque com crescimento linear........................................... 19
GRÁFICO 4 - Carga do tipo torque inversamente proporcional à velocidade. ............... 20
GRÁFICO 5 - Curva característica genérica do sistema (H x Q).................................... 26
GRÁFICO 6 - Curvas características de uma bomba apresentadas em conjunto. ......... 29
GRÁFICO 7 - Curvas características de uma bomba para diferentes diâmetros de
rotores. ........................................................................................................................... 30
GRÁFICO 8 - Ponto de funcionamento das bombas centrífugas. .................................. 32
GRÁFICO 9 – Controle de vazão de uma bomba pela alteração das perdas do sistema
utilizando válvula. ........................................................................................................... 33
GRÁFICO 10 – Efeito da mudança de velocidade da bomba para vazão, pressão e
potência. ......................................................................................................................... 34
GRÁFICO 11 - Formas de onda e momentos de condução dos diodos. ....................... 39
GRÁFICO 12 - Curva característica de Torque x Frequência/ Velocidade. ................... 48
GRÁFICO 13 - Medições de vazão no sistema de recalque da bomba. ........................ 57
GRÁFICO 14 - Curvas característica da bomba utilizada. ............................................. 59
GRÁFICO 15 - Potência na alimentação do motor de indução. ..................................... 65
GRÁFICO 16 - Variação da curva de operação HxQ da bomba em função da variação
da rotação. ..................................................................................................................... 70
GRÁFICO 17 - Média das vazões operacionais. ............................................................ 72
GRÁFICO 18 - Curva de operação da bomba para velocidade média operacional. ...... 73
GRÁFICO 19 - Curva de conjugado e corrente do motor 50 cv WEG. ........................... 76
GRÁFICO 20 - Curva de desempenho do motor 50 cv WEG......................................... 77
GRÁFICO 21 - Potência média medida na situação atual. ............................................ 79
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Resumo das vazões em intervalos de 30 minutos e respectiva abertura da


válvula. ........................................................................................................................... 58
TABELA 2 - Valores de vazão, pressão, rendimento e potência demandada. ............... 61
TABELA 3 - Medições das potências (kW) demandadas no circuito de alimentação do
motor. ............................................................................................................................. 64
TABELA 4 – Novos valores de velocidade e pressão considerando a atuação do
inversor........................................................................................................................... 67
TABELA 5 - Valores de rotação, vazão, pressão e potência médios da bomba. ........... 74
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1.1 Tema..................................................................................................................... 10

1.2 Problematização ................................................................................................... 10

1.3 Objetivo geral ........................................................................................................ 10

1.4 Objetivos específicos ............................................................................................ 10

1.5 Análise de situação ............................................................................................... 11

1.6 Justificativa ........................................................................................................... 11

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................ 14


2.1 As bombas hidráulicas ...................................................................................... 14

2.1.1 Carga com torque quadrático ..................................................................... 15

2.1.2 Outros tipos de cargas................................................................................ 17

2.1.3 Fundamentação teórica e análise das bombas centrífugas ........................ 21

2.1.4 Tipo de rotores............................................................................................ 23

2.1.5 Aplicação e dimensionamento das bombas centrífugas ............................. 25

2.2 Conversores de frequência na variação da velocidade dos motores ................ 37

2.2.1 Estágios do processo de conversão ........................................................... 38

2.3 Controle de velocidade nos motores de indução .............................................. 44

2.3.1 Princípios de funcionamento dos motores de indução trifásicos ................ 44

2.3.2 Modos de controle de velocidade do conversor de frequência ................... 46

2.3.3 Vantagens e desvantagens do uso dos conversores de frequência ........... 49

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 52


4 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 53
4.1 O sistema de bombeamento ............................................................................. 53
4.2 Situação de análise ........................................................................................... 55

4.3 Análise de dados e resultados .......................................................................... 80

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 81


6 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 83
9

1 INTRODUÇÃO

A economia de energia elétrica está atrelada ao conceito de eficiência energética,


associado ao uso consciente deste recurso, diretamente ligado à utilização de práticas
e equipamentos capazes de reduzirem o consumo e desperdícios. Neste trabalho de
pesquisa o enfoque será dado à energia elétrica, que tem papel essencial para a vida
cotidiana em todos seus aspectos.

Os avanços econômicos trazem consigo um aumento da demanda de energia elétrica


mundial, fazendo com que esta se torne cada vez mais preciosa e, portanto mais
onerosa para os consumidores. Dentro do contexto de consumo o setor industrial atua
como principal consumidor desta fonte.

Nas indústrias a principal força motriz se constitui de motores elétricos, em especial os


motores de indução, e nesses equipamentos, bem como nos sistemas a eles
associados, ocorrem as perdas mais significativas do processo devido a
funcionamentos de forma incorreta, equipamentos mal dimensionados e manutenção
precária. Os sistemas de bombeamento, foco deste trabalho, em geral são acionados
por motores de indução.

Devido a sua alta aplicabilidade, os sistemas de bombeamento exigem atenção


especial em qualquer programa de aumento da eficiência energética, pois há uma
intrínseca necessidade de se aplicar métodos e adotar práticas que permitam utilizar
estes equipamentos de forma mais eficiente, objetivando a redução do consumo e
aumento da produtividade.

Outro aspecto importante destes sistemas que os tornam propícios para uma análise de
redução e economia energética está relacionado às suas características de torque,
velocidade e potência, que, em tese, possibilitam uma alteração cúbica dos valores de
potência elétrica demandada da rede em relação a alteração da velocidade da bomba.
10

O presente estudo visa apresentar uma análise teórica de conceitos e definições


relativos a motores de indução, bombas e conversores de frequência, no intuito de
obter uma compreensão que possibilitará a interligação dos três sistemas na busca de
um aumento da eficiência energética de um sistema de bombeamento real.

1.1 Tema

Análise da economia de energia elétrica em um sistema de bombeamento acionado por


conjunto conversor de frequência – motor de indução.

1.2 Problematização

Qual a economia de energia elétrica efetivamente gerada em relação à potência


demandada da rede de alimentação, com a aplicação de um conversor de frequência
acionando o motor de indução de um sistema de bombeamento?

1.3 Objetivo geral

Desenvolver um estudo para análise e quantificação da economia de potência


demandada da rede de alimentação em um sistema de bombeamento com a aplicação
de um conversor de frequência no acionamento do motor de indução acoplado à
bomba.

1.4 Objetivos específicos

 Abordar as teorias e características dos conversores de frequência;


 Abordar os conceitos básicos do controle de velocidade em motores de indução;
 Caracterizar os sistemas de bombeamento e suas definições;
 Executar um estudo de caso real;
 Analisar os resultados do estudo de caso;
11

 Avaliar a economia de energia gerada após a inserção do inversor.

1.5 Análise de situação

O tema eficiência energética é altamente estudado, analisado e implementado no atual


cenário econômico mundial e principalmente nas indústrias. No Brasil, especificamente,
o Programa de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) em conjunto com grandes
empresas do setor energético e com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e
amparado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) desenvolvem estudos,
documentações técnicas orientativas e diagnósticos detalhados de acesso público com
o objetivo de disseminar o tema e traduzi-lo em práticas que possibilitarão o alcance de
metas estabelecidas no Plano Nacional de Energia 2030 elaborado pela Empresa de
Pesquisas Energéticas (EPE, 2007).

A motivação própria dos consumidores em reduzir seus custos, bem como o incentivo
oferecido por instâncias governamentais complementa as razões que tornam o tema
eficiência energética amplamente estudado. Dentro deste contexto são inúmeras as
fontes em potencial para serem utilizadas neste estudo, dentre as quais se destacam os
artigos científicos e dissertações acadêmicos, revistas especializadas do setor elétrico,
documentações de cunho governamental e livros técnicos da área.

1.6 Justificativa

Para acompanhar os avanços econômicos, há um aumento constante das demandas


energéticas mundiais, fazendo com que a energia para suprir estas solicitações torne-
se cada vez mais escassa e onerosa. Como o setor industrial brasileiro destaca-se pelo
aumento ano a ano de sua participação no consumo de energia elétrica nacional e por
outro lado a tarifa energética brasileira destaca-se por figurar entre as mais caras do
mundo, para as indústrias é essencial adotar medidas atenuantes que tornem seus
sistemas mais eficientes e promovam redução do seu consumo. Do outro lado, crises
12

no abastecimento de energia ocorridas no início do século XXI trouxeram aspectos


positivos, como a maior valorização e compreensão da importância de se utilizar
energia com eficiência.

Neste cenário, o tema proposto é uma tônica para consumidores industriais, em


especial, pois estes necessitam produzir mais, melhor e gastar menos com seus
insumos essenciais, bem como obter uma valorização de sua imagem frente a um
mercado que orientado a preferir produtos de empresas ecologicamente sustentáveis e
comprometidas com o consumo racional da energia. É estratégico e economicamente
relevante que os consumidores industriais tomem atitudes e programem ações práticas
para aumentar a eficiência energética dos seus processos, reduzirem seu consumo e
se fortalecerem frente a um mercado cada vez mais exigente.

A implementação de ações de aumento da eficiência energética de forma geral traz


ganhos intrínsecos com relação à economia de energia e redução dos impactos
ambientais gerados pela necessidade de expansão do fornecimento, mas atuar com
foco na força motriz das plantas industriais, que são os motores de indução, traz
resultados ainda mais substancias devido à sua grande aplicação.

Conforme dados da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) levantados em 2007,


44% da energia elétrica utilizada no país é consumida pelas indústrias, sendo que 60%
desta energia atende a motores de indução. Para os processos que utilizam motores
elétricos como força motriz, 18% deles estão empregados em sistemas de
bombeamento, fazendo com que esta aplicação se torne um ponto chave para análise
da economia de energia e os coloca foco deste trabalho.

Outro aspecto de grande relevância para determinação do tema, além da imensa


aplicação de sistemas de bombeamento nas mais diversas plantas industriais, está
relacionado à possibilidade de economia de energia oferecida pelos sistemas de
13

bombeamento quando alterada sua velocidade de operação, na qual a potência elétrica


absorvida varia de forma cúbica com a variação da velocidade.
Em termos acadêmicos, este trabalho pode servir como referência bibliográfica para
outros estudantes e profissionais da área, já que contempla sistemas base da
engenharia elétrica como motores de indução aliando sua utilização com conversores
de frequência que tem dominado os acionamentos industriais atualmente.

Por se tratar de um tema com foco na indústria, a pesquisa pode se tornar um


instrumento de consulta e fonte de ideias para novas aplicações, bem como reforçar a
importância do tema, reafirmando o conceito de eficiência.
14

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

Este referencial teórico se distribuirá em dois grandes temas: as bombas hidráulicas e


os conversores de frequência. Na primeira etapa serão apresentados os conceitos
gerais que regem as bombas, sua fundamentação teórica, equações básicas, curvas
características e correlações entre velocidade de rotação, pressão e vazão, sempre
com enfoque nas bombas centrífugas. Na sequência, será abordada a fundamentação
teórica dos conversores de frequência, bem como seus princípios de funcionamento,
etapas de conversão, modos de controle de velocidade e aplicação em motores de
indução aplicados a sistemas de bombeamento.

O estudo de caso se inicia a partir da concretização do referencial teórico, atrelado aos


conceitos e fundamentos apresentados, com o intuito se obter um encaixe fluido entre
teoria e prática.

2.1 As bombas hidráulicas

As bombas são equipamentos extremamente utilizados em vários segmentos da


sociedade, entre eles, abastecimento público de água, sistemas de irrigação e na
indústria de maneira geral. (SANTOS, 2007).

Ainda segundo Santos (2007), onde é desejável movimentar fluidos de um local a outro,
há uma bomba executando esta função e grande parte delas é acionada por motores
elétricos, o que torna atrativa a busca de soluções que visem o aumento da eficiência
energética destes sistemas e em consequência, obtenção de redução com gasto de
energia elétrica.
15

2.1.1 Carga com torque quadrático

Para o motor elétrico de indução as bombas são cargas no seu eixo e vistas como tal
apresentam uma característica extremamente relevante para análise de sua eficiência
energética, já que se enquadram no tipo de cargas que repercutem uma variação
quadrática do torque com a variação da sua velocidade de rotação. (MASCHERONI et
al., 2009).

Para Kosow (1993), o torque, ou conjugado, pode ser definido como um esforço
rotacional para obtenção de giro no eixo, no caso de motores elétricos. De forma
empírica é definido como:

𝑇𝑟 = 𝑇0 + 𝑇ú𝑡𝑖𝑙

Onde:

 Tr representa o torque no rotor, ou eixo do motor elétrico;


 T0 é o torque necessário para superar os atritos mecânicos;
 Tútil é o torque causador do giro do rotor.

Segundo Isoni (2014), o torque To praticamente não varia com a rotação e, em geral,
representa menos de 10% do torque útil, estando o motor em rotação nominal. O torque
útil varia em função da rotação do rotor e pode ser expresso por:

𝑇ú𝑡𝑖𝑙 = 𝑘 ∗ 𝑛 𝑥

Onde:

 k é uma constante ;
 n é a rotação do motor;
 x é um coeficiente exponencial que varia conforme o tipo da carga.
16

O coeficiente exponencial x pode assumir valores de inteiros fracionários dentro do


intervalo -1 a 2, que representam o comportamento do torque da grande maioria das
cargas mecânicas industriais típicas, podendo ser aproximado para -1, 0, 1 ou 2.

As máquinas de fluxo, estudo deste trabalho, possuem coeficiente 2.

Substituindo x=2 na equação de torque, tem-se:

𝑇𝑟 = 𝑇0 + 𝑘 ∗ 𝑛2

Como To e k são constantes, o torque resultante dependerá apenas da velocidade n e


do coeficiente x.

GRÁFICO 1 - Carga do tipo torque com crescimento quadrático.

Fonte: Mascheroni et al., 2009.

O GRAFICO 1 apresenta a curva de Torque x Velocidade, bem como a curva de


Potência x Velocidade. No caso das máquinas de fluxo o torque varia com o quadrado
da velocidade de rotação.
17

Ainda de acordo com Kosow (1993), a potência mecânica na ponta do eixo de um


motor de indução, pode ser definida como:

𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑟 ∗ 𝑛

Substituindo na equação de potência o torque já definido, tem-se:

𝑃𝑚𝑒𝑐 = (𝑘 ∗ 𝑛2 ) ∗ 𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑘 ∗ 𝑛3

Desta forma, pode-se perceber que a potência varia de forma cúbica em relação à
velocidade. Esta potência representa a potência mecânica que é refletida como
potência elétrica fornecida ao motor de indução, responsável pelo acionamento da
bomba em análise. (WEG, 2006).

Este aspecto do sistema bomba-motor de indução permite um alto ganho potencial no


consumo de energia através do controle de velocidade, já que dada redução nesta
componente trará uma redução cúbica da potência elétrica consumida pelo motor. Esta
relação cabe para bombas centrífugas, foco deste estudo, bem como para outras
máquinas de fluxo acionadas por motores de indução, tais como, exaustores,
ventiladores e compressores centrífugos. (ISONI, 2014).

2.1.2 Outros tipos de cargas

Como informações complementares, já que não fazem parte do escopo deste trabalho,
podem-se citar as cargas relacionadas aos coeficientes x, -1, 0 e 1.

Segundo Mascheroni et al. (2009), são elas:

a. Cargas com torque constante;


18

b. Cargas com torque linearmente crescente;


c. Cargas com torque inversamente proporcional à rotação.

2.1.2.1 Cargas com torque constante

Neste tipo de carga o torque exigido pela carga se mantém constante durante toda a
faixa de variação de velocidade e a demanda de potência cresce de forma linear
acompanhando a carga. (MASCHERONI et al., 2009).

GRÁFICO 2 - Carga do tipo torque constante.

Fonte: Mascheroni et al., 2009.

Para este tipo de carga, x=0, considerando T0 constante:

𝑇𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑛0
𝑇𝑟 = 𝑘

A potência será:
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑟 ∗ 𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑘 ∗ 𝑛
19

Obtém-se um torque constante e potência linearmente crescente, conforme GRÁFICO 2.

2.1.2.2 Carga com torque linearmente crescente

Já neste tipo de carga o torque exigido pela carga cresce linearmente acompanhando o
aumento da velocidade e a demanda de potência varia de modo quadrático.
(MASCHERONI et al., 2009).

GRÁFICO 3 - Carga do tipo torque com crescimento linear.

Fonte: Mascheroni et al., 2009.

Para este tipo de carga, x=1, considerando T0 constante:

𝑇𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑛1
𝑇𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑛

A potência será:
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑟 ∗ 𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = (𝑘 ∗ 𝑛) ∗ 𝑛
20

𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑘 ∗ 𝑛2

Obtém-se um torque constante e potência linearmente crescente, conforme GRÁFICO 3.

2.1.2.3 Cargas com torque inversamente proporcional à rotação

Por fim, para este tipo de carga o torque demandado pela carga varia inversamente
proporcional à variação da velocidade. Já a potência se mantém constante durante toda
a faixa da mesma. (MASCHERONI et al., 2009).

GRÁFICO 4 - Carga do tipo torque inversamente proporcional à velocidade.

Fonte: Mascheroni et al., 2009.

Para este tipo de carga, x=-1, considerando T0 constante:

𝑇𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑛−1
1
𝑇𝑟 = 𝑘 ∗
𝑛
21

A potência será:
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑟 ∗ 𝑛
1
𝑃𝑚𝑒𝑐 = (𝑘 ∗ ) ∗ 𝑛
𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑘

Obtém-se um torque inversamente proporcional à velocidade e potência constante,


conforme GRÁFICO 4.

A avaliação dos diversos tipos de carga reafirma o potencial das máquinas de fluxo de
gerarem economia de energia, pois se pode observar que nenhum tipo de carga
oferece variação igual ou maior que as cargas com torque quadrático. Revalidando a
escolha pela análise da eficiência energética nos sistemas de bombeamento.

Há uma grande diversidade de tipos de bombas existentes, porém, neste estudo será
dado enfoque às bombas centrifugas, por estas serem amplamente empregadas e
dominarem grande fatia do mercado. (MONACHESI, 2005).

2.1.3 Fundamentação teórica e análise das bombas centrífugas

As bombas centrífugas são máquinas que proporcionam energia ao fluido através de


forças centrífugas, devido à sua rotação a fim de promover seu escoamento. Estas
bombas transformam o trabalho mecânico fornecido por fontes externas em energia
cinética e de pressão, que são repassadas ao fluido. (SANTOS, 2007).

Para Carvalho (1999), as bombas centrífugas se enquadram na classificação de


turbobombas, que são aquelas que têm como principal característica a existência de
um rotor com palhetas que em contato com o fluido provocam uma diferença de
pressão entre a entrada e saída da bomba, gerando a aspiração do mesmo e
recalcando-o.
22

FIGURA 1 - Bomba centrífuga radial representada em corte, vista de frente.

Fonte: Poloni, 2007.

Ainda conforme Carvalho (1999), em uma bomba centrífuga o fluido entra pelo bocal de
sucção, é enviado para a parte central do rotor, entra em processo de rotação e é
impelido nas direções radial e tangencial pela força centrífuga, alcançando elevada
velocidade, depois circula pelo contorno da carcaça onde parte desta energia de
velocidade é transformada em energia de pressão e é expulso para fora da bomba pelo
bocal de descarga.

Portanto, a principal aplicação das bombas centrífugas é a de fornecer pressão aos


fluidos para que os mesmos alcancem alturas que não alcançariam normalmente, com
dada vazão, no intuito de suprir uma determinada demanda. (SANTOS, 2007).
23

FIGURA 2 - Exemplo da utilização de uma bomba para elevação de fluido.

Fonte: Isoni, 2014.

Com o objetivo de se suprirem condições especiais de bombeamento, as turbobombas


apresentam variações com relação aos seus componentes, em especial os rotores que
podem ser subdivididos em três grandes grupos.

2.1.4 Tipo de rotores

Segundo Carvalho (1999), o rotor é uma peça móvel da bomba que fornece energia ao
fluido. É acionado por um eixo, acoplado a uma fonte externa de energia. O fluido é
sugado por uma depressão em sua região central e recalcando por uma sobrepressão
periférica. É, em essência, um disco ou peça de formato cônico dotado de pás e que
pode ser classificado em grupos, segundo seu desenho mecânico:

a. Rotor fechado (FIG. 2a): possui além do disco onde se fixam as pás, uma coroa
circular também presa às pás. Pela abertura dessa coroa, o líquido penetra no rotor. É
normalmente usado para fluidos limpos, ou seja, para líquidos sem substâncias em
suspensão, pois está sujeito a entupimentos devido a sua geometria construtiva.
24

b. Rotor semiaberto (FIG. 2b): possui, além do disco onde se fixam as pás, uma tampa
traseira (coroa) também presa as pás. Usado para fluidos sujos ou com sólidos em
suspensão.

c. Rotor aberto (FIG. 2c): não possui uma coroa circular anterior, as pás são presas no
próprio cubo do rotor. Este rotor apresenta a desvantagem de possuir pequena
resistência na sua estrutura e isto faz com que seja necessária uma pequena parede
traseira quando as pás são muito largas. Está submetido a um desgaste maior devido a
recirculação do liquido no interior da carcaça, elevando os gastos com manutenção.
São encontrados em bombas que recalcam líquidos abrasivos ou em bombas
pequenas, de baixo custo.

O rotor pode ser considerado o principal componente da bomba, pois sua geometria e
diâmetro alteram suas características de pressão e vazão.

FIGURA 3 - Rotor fechado (a), rotor semiaberto (b) e rotor aberto (c).
(a) (b) (c)

Fonte: Indústrias Schneider S/A, 2001.


25

2.1.5 Aplicação e dimensionamento das bombas centrífugas

O objetivo de um sistema de bombeamento é recalcar, ou elevar determinado fluido a


certa altura com uma vazão desejável, a fim de cumprir a demanda solicitada. A
correlação destas variáveis é obtida através da análise das curvas características do
sistema atrelada às curvas da bomba. (CARVALHO, 1999).

2.1.5.1 Curva característica do sistema

A curva do sistema, obtida através de medições e cálculos, determina a necessidade


demandada pelo sistema, correlacionando a pressão, ou altura manométrica a ser
vencida pelo fluido com determinada vazão. É dividida em duas partes, onde a primeira
representa a altura de elevação em si, aquela medida do ponto de sucção onde a
bomba está instalada até o ponto de saída do fluido, conhecida como altura estática ou
altura geométrica. A segunda parte representa a soma das perdas de carga ocorridas
na instalação devido à influência do atrito do fluido com as paredes da instalação e
equipamentos que causam dissipação de energia, variam com o quadrado da vazão e
provocam abaixamento da pressão total ao longo do escoamento. (CARVALHO, 1999).

A perda de carga é constituída por dois tipos de perdas: as perdas de carga distribuídas,
que ocorrem ao longo dos trechos da tubulação devido ao atrito e as perdas localizadas,
que ocorrem no momento em que o fluido atravessa os acessórios utilizados na
montagem da tubulação e no controle de fluxo, causando variação brusca da
velocidade, em valor e direção, aumentando a perda no ponto em que se localizam.
Cada acessório tem determinado valor de perda que é convertido em um valor
equivalente de comprimento de tubulação. (FOX et al., 2006).

As fórmulas e equações para cálculo das perdas não serão apresentadas por fugirem
ao foco deste trabalho.
26

Desta forma, a curva do sistema representa a altura manométrica do sistema, ou a


quantidade de energia que o fluido precisa absorver para vencer o desnível da
instalação e as perdas de carga nas tubulações. (CARVALHO, 1999).

GRÁFICO 5 - Curva característica genérica do sistema (H x Q).

Fonte: Elaborado pelos autores.

No GRÁFICO 5 pode-se observar que a altura geométrica da instalação é fixa,


referindo-se ao desnível entre os pontos de sucção e abastecimento e as perdas de
carga variam com o aumento da vazão, compondo a curva característica do sistema.

Segundo Carvalho (1999), caso o sistema seja passível de variação na demanda de


fluido durante o funcionamento ao longo do dia, a vazão que deve ser levada em
consideração para dimensionamento da bomba será o maior valor. Por sua vez, a
pressão manométrica que deverá ser fornecida pela bomba dependerá da pressão com
que o fluido chega à bomba, das conexões e peças e das perdas de carga na tubulação.
A altura manométrica a ser considerada será:

𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝐻0 + Δ𝐻
27

Onde:

 Hman é a altura manométrica total;

 H0 refere-se ao desnível geométrico entre o ponto de sucção e o ponto de


abastecimento;

 ΔH representa as perdas de cargas do sistema e variam de acordo com o quadrado


da vazão.

Os cálculos das perdas de carga envolvem dados e considerações que não fazem parte
do escopo deste trabalho.

Já a questão da sucção apresenta dois modos que merecem atenção.

Conforme Carvalho (1999) e pela análise da FIG. 4 abaixo, há dois tipos de sucção: a
positiva (FIG. 4a) e a negativa (FIG. 4b). Na primeira, a bomba se encontra instalada
em um patamar elevado em relação ao ponto de sucção, já na negativa, a bomba se
encontra instalada abaixo do ponto de sucção, sendo que o fluido chega à bomba
devido à atuação da gravidade.
28

FIGURA 4 - (a) bomba com sucção positiva; (b) Bomba com sucção negativa.

Fonte: Carvalho, 1999.

2.1.5.2 Curvas características das bombas

As bombas centrífugas apresentam curvas características que retratam seu


comportamento, fornecendo inter-relação entre as grandezas associadas ao seu
funcionamento, sendo elas: a pressão desenvolvida (altura de recalque) a certa vazão,
o rendimento respectivo, a velocidade de rotação e a potência necessária para atingi-
las. (SANTOS, 2007).

Tais curvas são obtidas através de ensaios dos próprios fabricantes das bombas. Por
serem obtidas através de ensaios e testes, podem apresentar pequenas variações nas
aplicações reais.

De forma geral, as curvas são apresentadas na mesma escala, para que os valores
possam ser correlacionados de forma direta, assim como é apresentado no GRÁFICO 6,
abaixo:
29

GRÁFICO 6 - Curvas características de uma bomba apresentadas em conjunto.

Fonte: GRUNDFOS, 2005.

Nas curvas apresentadas no GRÁFICO 6, cada valor de vazão (Q) é associado a um


valor de altura manométrica (H), que se interceptam em um ponto de rendimento na
curva de velocidade na qual a bomba está operando. O eixo associado é o de potência
(P), fornecida em kW, que representa a potência necessária para acionamento da
bomba para cada ponto específico.

Estas curvas são denominadas curvas de iso-eficiência, já que para diversos pontos
dentro de uma área determinada, a bomba apresentará o mesmo rendimento.
(CARVALHO, 1999).

Em conjunto, as curvas de iso-eficiência revelam informações essenciais, pois a partir


dos valores de vazão a ser recalcada e altura manométrica que se deseja abastecer
pode-se determinar a bomba que apresenta o melhor rendimento, definindo portanto
sua aplicabilidade em cada situação e operação especifica, bem como potência
mecânica necessária. (CARVALHO, 1999).

Outra variável importante para as bombas está relacionada com o rotor utilizado. Cada
diâmetro de rotor apresentará resultados diferentes nos pares ordenados vazão e
30

pressão, bem como diferentes valores de potências necessárias para o acionamento.


(SANTOS, 2007).

GRÁFICO 7 - Curvas características de uma bomba para diferentes diâmetros de rotores.

Fonte: Isoni, 2014.

No GRÁFICO 7, pode-se perceber que, com a variação dos diâmetros dos rotores
obtêm-se valores diferentes de vazão, pressão, rendimento e potência.

A substituição de rotores para obtenção de novas condições de operação das bombas


é trabalhosa e pouco aplicada.

2.1.5.3 Dimensionamento da potência de acionamento da bomba

Para o correto dimensionamento de uma bomba, é necessário que se tenha os dados


referentes à vazão a ser recalcada e a altura manométrica da instalação a ser
abastecida. Com o conhecimento desses dados e através da utilização das curvas
características, pode-se determinar a bomba que atenda a estas variáveis de processo
com o máximo rendimento. (SANTOS, 2007).
31

Conhecendo-se o valor do peso específico do fluido (γ) a ser recalcado, pode-se


calcular a potência necessária ao acionamento da bomba. (ISONI, 2014). Dada por:
𝑄∗𝐻∗𝛾
𝐵𝐻𝑃 =
𝑘∗𝜂

Onde:

 BHP (Break horse power) representa a potência necessária para acionamento da


bomba;
 Q é a vazão (m³/h);
 H é a altura manométrica total (m.c.a. – metros de coluna de água);
 𝛾 refere-se ao peso específico do fluido recalcado (Kg/ m³ - peso específico);
 k é um fator para conversão de unidades, sendo que para BHP em cv (cavalos-vapor),
vazão (m³/h) e altura manométrica (m.c.a.), k=2700;
 𝜂 refere-se ao rendimento da bomba em porcentagem.

2.1.5.4 Ponto de funcionamento das bombas centrífugas

Ao inserir a curva característica da bomba referente à determinada velocidade e rotor


no gráfico da curva do sistema, desde que na mesma escala, obtém-se o ponto de
funcionamento da bomba. Este ponto representa a máxima vazão e máxima altura
manométrica fornecidas pela bomba naquele dado sistema. (FOX et al., 2006).
Conforme demonstrado no GRÁFICO 8:
32

GRÁFICO 8 - Ponto de funcionamento das bombas centrífugas.

Fonte: GRUNDFOS, 2005.

Os fabricantes de bombas fornecem tamanhos de carcaça, potência e projetos limitados,


sendo que para se obtenham variações extras nas curvas características com o intuito
de se alcançarem novos pontos de altura manométrica (H) e vazão (Q), basta que se
variem a velocidade de operação da bomba ou altere-se o diâmetro do rotor dentro da
carcaça. (FOX et al., 2006).

A alteração da velocidade de operação da bomba requer a implementação de um


acionamento no motor acoplado à bomba ou instalação de um novo rotor impelidor
dentro da carcaça. De forma geral, utilizam-se estranguladores na tubulação,
compostos de válvulas reguláveis, manuais ou automáticas, que atuam alterando as
perdas de cargas do processo e consequentemente variando a vazão. Como a vazão
varia, mas a velocidade de rotação da bomba se mantém, há variação da pressão
(altura manométrica), fazendo com que o ponto de funcionamento da bomba se altere..
(ISONI, 2014).
33

Como pode ser observado no GRÁFICO 9, abaixo, o ponto de funcionamento caminha


na curva HxQ da bomba a medida que a válvula de controle é aberta ou fechada.
Estando o sistema com a válvula de controle totalmente aberta (System Curve with
Fully Open Valve), há uma vazão 1 (Flow 1). A partir do fechamento da válvula para 50%
de abertura, há uma nova vazão 2 (Flow 2), gerando uma variação da pressão do
sistema (Head Drop Across Half Opem valve). (ISONI, 2014).

GRÁFICO 9 – Controle de vazão de uma bomba pela alteração das perdas do sistema utilizando válvula.

Fonte: Isoni, 2014.

Em outra mão, podem-se obter variações de vazão e pressão através da alteração da


velocidade da bomba. No GRÁFICO 10 são apresentadas curvas características de
determinada bomba, nas quais são referenciados dois pontos de operação (Operating
points) que se cruzam em duas curvas distintas de velocidade, respectivamente 1480
RPM e 1184 RPM. Cada um destes pontos apresenta pares ordenados de vazão (Flow),
pressão (Total Head), vazão (Flow) e potência (Power) distintos, o que demonstra que a
variação da rotação fornece alterações nestas grandezas.
34

GRÁFICO 10 – Efeito da mudança de velocidade da bomba para vazão, pressão e potência.

Fonte: Isoni, 2014.

Como as curvas de velocidade apresentadas pelo fornecedor são limitadas, para se


obterem valores diferenciados para qualquer referência de velocidade, novas curvas
devem ser traçadas.

Conforme manual GRUNDFOS (2005), os traçados das curvas características das


bombas são concebidos a partir da variação do raio do rotor impelidor, de sua
velocidade de rotação ou de ambos. A alteração destas grandezas causa variações dos
pares ordenados HxQ e QxP. Portanto, é possível determinar diversas curvas
características para diversas velocidades, desde que conhecida uma curva específica.
As leis que regem este procedimento são denominadas leis de semelhança (ou Leis de
afinidade).
35

2.1.5.5 Leis de semelhança (ou Leis de afinidade)

As Leis de semelhança são expressões matemáticas que definem mudanças na


capacidade da bomba, carga e potência de entrada quando ocorrem variações na
velocidade da bomba, no diâmetro do rotor impelidor, ou de ambos. (FOX et al., 2001).

Para este estudo, em específico, serão abordadas apenas as equações que


correlacionam os efeitos da variação da velocidade do rotor nas grandezas vazão,
pressão e potência.

Para variação da rotação da bomba e de acordo com as leis de semelhança, as


equações, conforme Fox et al. (2006), são:

 Vazão: varia proporcionalmente de forma direta a variação da rotação:

𝑛1
𝑄1 = 𝑄0 ∗
𝑛0

 Pressão: varia proporcionalmente ao quadrado da variação da rotação:

𝑛1
𝐻1 = 𝐻0 ∗ ( )²
𝑛0

 Potência: varia proporcionalmente ao cubo da variação da rotação:

𝑛1
𝑃1 = 𝑃0 ∗ ( )³
𝑛0
36

Onde:

 Q1: vazão final, em m³/h;


 Q0: vazão inicial, em m³/h;
 H1: pressão final, em m;
 H0: pressão inicial, em m;
 P1: potência final necessária para acionamento, em cv;
 P0: potência inicial necessária para acionamento, em cv;
 n1: velocidade final de rotação da bomba, RPM;
 n0: velocidade inicial de rotação da bomba, RPM.

A partir das curvas características fornecidas pelo fabricante da bomba, podem-se obter,
através das leis de semelhança, curvas equivalentes e confiáveis para qualquer
velocidade desejada. (FOX et al., 2001).

Em termos de economia de energia e eficiência energética, torna-se plausível a análise


da potência necessária para acionamento da bomba através de um motor de indução,
que por sua vez pode ter sua velocidade controlada por um conversor de frequência, já
que a potência varia de forma cúbica em relação à variação da velocidade. Este fato
promove um cenário propício para economia de energia. (SANTOS, 2007).
37

2.2 Conversores de frequência na variação da velocidade dos motores

O conversor de frequência é um equipamento eletroeletrônico, que atua recebendo


variáveis de frequência e tensão fixas da rede de alimentação, convertendo-as em um
sinal de saída com amplitude e frequência variáveis, permitindo que seja efetuado o
controle das variáveis do motor a ser acionado, como torque e velocidade. (WEG,
2006).

FIGURA 5 - Conversores de frequência Weg Automação S/A, série CFW-09.

Fonte: <www.weg.net>.

O processo de conversão e controle possui três estágios distintos: circuito retificador,


circuito do link cc e o circuito inversor. O circuito retificador atua na conversão das
tensões e correntes alternadas provenientes da rede em tensões e correntes contínuas.
Na próxima etapa o link cc é responsável por filtrar as componentes alternadas
remanescentes da retificação, promovendo a linearização da curva. Por fim, o circuito
inversor, composto por transistores IGBT, converte as tensões e correntes contínuas
em alternadas através do chaveamento controlado dos interruptores, obtendo uma
frequência de saída definida pelo período do ciclo de chaveamento. (WEG, 2006).
38

FIGURA 6 - Diagrama elétrico de um conversor de frequência genérico.

Fonte: Chaves, 2012.

2.2.1 Estágios do processo de conversão

2.2.1.1 1º estágio – Circuito retificador

O primeiro estágio de conversão é responsável por transformar a tensão alternada


recebida da rede em uma tensão unidirecional, fornecendo uma onda apenas com
ciclos positivos. Os conversores comumente encontrados no mercado são constituídos
por diodos que formam um circuito retificador trifásico de onda completa de seis pulsos.
(PINHEIRO, 2014). Conforme FIG. 7 abaixo:

FIGURA 7 – Bloco retificador.

Fonte: Chaves, 2012.


39

Os diodos D1, D3, e D5 conduzem no semi-ciclo positivo da onda alternada fornecida


pela rede, sendo que os diodos D2, D4 e D6 conduzem no semi-ciclo negativo.
Os diodos são numerados de acordo com a ordem de condução, ocorrendo na
sequência D1 e D2, D2 e D3, D3 e D4, D4 e D5, D5 e D6 e D6 e D1, finalizando o
processo. Cada diodo conduz por 120º elétricos de acordo com que o par de fases a
eles conectado apresente o maior valor de tensão instantânea. A tensão resultante nos
terminais DC+ e DC-, VDC está indicada no GRÁFICO 11 abaixo:

GRÁFICO 11 - Formas de onda e momentos de condução dos diodos.

Fonte: Chaves, 2012.

2.2.1.2 2º estágio – Link cc (Link de corrente-contínua)

Segundo Chaves (2012), o segundo estágio da conversão é composto por um circuito


pré-carga, capacitores e indutores e um circuito chopper, formando o link cc, nome
dado pelo fator desse sistema conectar a entrada à saída do conversor e ser
responsável por efetuar a regulação e alisamento da tensão retificada. Mas neste
estágio cada conjunto tem uma função definida e específica:
40

a. Indutores

Os indutores em série tem a função de regular o valor da tensão retificada, não


permitindo que o valor médio seja reduzido. Ele também atua fazendo com que a
tensão não seja descontínua e passe a ser contínua. (CHAVES, 2012).

FIGURA 8 - Bloco do indutor no Link CC.

Fonte: Chaves, 2012.

b. Circuito de pré-carga

O circuito pré-carga é composto de resistores em paralelo com um contator de by-pass.


Sua função principal é limitar a corrente de energização do inversor. (CHAVES, 2012).

No momento imediatamente anterior ao da energização, a tensão nos capacitores do


link cc é zero, no instante seguinte ela passa a ser nominal. Uma taxa de variação
temporal tão elevada pode gerar altos valores de corrente que podem ser prejudiciais
ao conversor.

Em termos matemáticos a corrente nos capacitores se dá pela expressão:


𝑑𝑉
𝑖𝑐 = 𝐶 ∗
𝑑𝑡
41

Onde:

 ic representa a corrente no capacitor;


 C representa a capacitância dos capacitores;
𝑑𝑉
 representa a taxa de variação da tensão no tempo aplicada nos capacitores.
𝑑𝑡

A equação prova, portanto, que quanto maior for a taxa de variação da tensão nos
terminais dos capacitores, maior será a corrente nos mesmos.

No instante inicial da energização, o contator de by-pass encontra-se aberto, fazendo


com que a corrente circule pelos resistores e surja uma queda de tensão nos mesmos,
reduzindo-se a tensão nos terminais dos capacitores e reduzindo-se a corrente de pico.
Após este período transitório e carregamento completo dos capacitores o contator de
by-pass é acionado e retira os resistores, fazendo com que os capacitores sejam
alimentados com a tensão nominal e a corrente circule pelo caminho de menor
impedância.

c. Capacitores do link DC

Os capacitores do link DC tem a função de reduzir as ondulações da tensão


anteriormente retificada na primeira etapa. Fornecendo uma tensão praticamente
contínua pura para a etapa de chaveamento posterior. (PINHEIRO, 2014).

d. Chopper e resistor de frenagem

Segundo Pinheiro (2014), no momento em que ocorre a frenagem do motor acionado


pelo conversor de frequência, a velocidade do rotor ultrapassa a velocidade do campo
girante do estator e o sistema passa a apresentar um torque acelerante. O motor passa
então a operar como um gerador e o fluxo de energia se reverte para dentro do
42

conversor. O fluxo de energia regenerativo gera um aumento da tensão no link DC e


caso o limite máximo seja atingido, as proteções do inversor atuam, desligando-o.

Para que esta situação possa ser evitada, há a possibilidade de se conectar uma
resistência de frenagem nos terminais referentes ao circuito chopper. Este circuito atua
chaveando a corrente regenerativa gerada para os resistores de frenagem externos,
que consomem a energia excedente. (CHAVES, 2014)

FIGURA 9 - Circuito chopper e resistor de frenagem.

Fonte: Chaves, 2012.

2.2.1.3 3º estágio – Inversor

O circuito inversor, nos conversores de frequência mais comuns, denominados


conversores de seis pulsos, é composto por seis transistores IGBT – transistor bipolar
com porta isolada (Insulated gate bipolar transistor), conectados conforme FIG. 10.

Estes transistores atuam como chaves, nas quais suas operações são controladas por
um microprocessador, que determinará o instante e o tempo de abertura de cada IGBT.
(PINHEIRO, 2014).
43

FIGURA 10 - Circuito inversor

Fonte: Chaves, 2012.

Dependendo da combinação entre chaves abertas ou fechadas, podem-se obter


diferentes formas de onda na saída do conversor. Esta técnica de controle é conhecida
como PWM (Pulse Width Modulation), ou modulação por largura de pulso e possibilita a
geração de uma tensão com caráter alternado, com frequência e amplitudes
controláveis. (MASCHERONI et al., 2009).

A FIG. 11 representa os módulos IGBT’s como chaves. Para o motor de indução,


representado pelos três enrolamentos U, V e W, a forma de onda aplicada dependerá
da interação das chaves.

FIGURA 11 - IGBT's representados como chaves e o circuito equivalente para o motor.

Fonte: Mascheroni et al., 2009.


44

Através destas informações, chega-se a um ponto onde é possível controlar a


frequência e tensão de saída pelo conversor de frequência. O próximo passo é
determinar como é possível alterar a velocidade do motor de indução aplicado ao
sistema de bombeamento com objetivo de reduzir o consumo do conjunto para se obter
um aumento da economia de energia elétrica e eficiência energética do mesmo.

Para isso analisaremos a teoria e conceitos básicos dos motores de indução,


objetivando-se a compreensão de como se dá o controle da velocidade nestes
equipamentos.

2.3 Controle de velocidade nos motores de indução

Para o acionamento de bombas centrífugas, objetos deste estudo, em geral são


utilizados motores de indução trifásicos, devido ao seu baixo custo, robustez e
simplicidade de acionamento. Por este motivo, serão apresentados os princípios de
funcionamento desta máquina.

2.3.1 Princípios de funcionamento dos motores de indução trifásicos

O motor de indução trifásico é constituído dois elementos fundamentais, responsáveis


pelo seu funcionamento: o estator e o rotor. O estator representa a parte fixa do motor,
sendo formado por três enrolamentos constituídos por um determinado número de
espiras, defasados mecanicamente em 120º elétricos que criam uma força magneto
motriz resultante, girante, centrípeta e constante, através da circulação da corrente
alternada trifásica proveniente da rede de alimentação. (FITZGERALD et al., 1975).

O rotor, que representa a parte móvel da máquina, é constituído de um eixo e


enrolamentos também com certo número de espiras, assim como no estator,
denominado rotor bobinado, ou ainda, pode ser constituído de barras condutoras curto-
circuitadas por anéis condutores. Sua função é girar através da atuação do campo
45

magnético do estator que induz tensão nos seus enrolamentos ou barras condutores
onde seu fechamento permite a circulação de uma corrente induzida, produzindo uma
força contra eletromotriz que interage com a força magneto motriz do estator e como
consequência gera o movimento de rotação no eixo. (KOSOW, 1993).

A velocidade do campo girante no estator pode ser definida pela expressão que
relaciona a frequência da rede de alimentação e a quantidade de pólos do estator,
sendo que os pólos são a quantidade de bobinas que constituem os enrolamentos
referentes a cada fase. (FITZGERALD et al., 1975).

𝑓
𝑛𝑠 = 120 ∗
𝑝

Onde:

 ns representa a velocidade síncrona do campo girante do estator;


 f é a frequência da rede;
 p é o número de pólos do motor.

O escorregamento é a diferença de velocidades entre o campo girante do estator e o


rotor, resultado da interação entre as forças magnéticas existentes e causadoras de
torque no eixo. (FITZGERALD et al., 1975). Pode-se definir a velocidade do rotor como:

𝑓
𝑛𝑟 = 120 ∗ ∗ (1 − 𝑠)
𝑝

Onde:

 nr representa a velocidade do rotor;


 f é a frequência da rede;
 p é o número de pólos do motor;
46

 s é o escorregamento.

Através destas equações percebe-se que para gerar variação da velocidade do motor
de indução, pode-se atuar na frequência aplicada aos seus terminais, já que as outras
variáveis da equação, p (número de pólos) e s (escorregamento) são fixas. O número
de pólos é uma constante mecânica, provém da fabricação e projeto do motor e o
escorregamento depende da carga aplicada ao eixo.

Como o foco deste trabalho busca determinar um aumento de economia de energia


elétrica e consequente aumento da eficiência de um sistema de bombeamento
acionado por um motor de indução controlado por um conversor de frequência, segue-
se a análise dos métodos de variação de velocidade destes equipamentos.

2.3.2 Modos de controle de velocidade do conversor de frequência

Os conversores de frequência podem variar a velocidade dos motores por dois métodos
de controle distintos, o controle escalar e o controle vetorial.

2.3.2.1 Controle Escalar

O controle escalar, também conhecido como V/f (tensão por frequência) se dá através
da manutenção da relação tensão e frequência constante. Segundo KOSOW (1993), a
equação de torque para os motores de indução pode ser descrita como:

𝑇 = 𝐾1 ∗ ∅𝑚 ∗ I2

Onde:

 T representa o torque mecânico no eixo do motor;


 K1 refere-se às constantes construtivas do motor;
47

 ∅𝑚 é o fluxo magnetizante;
 I2 representa a corrente no rotor.

E ainda, indica que o fluxo magnetizante citado, desde que desprezadas a atuação da
resistência e reatância estatórica na queda de tensão, será:

𝑉1
∅𝑚 = 𝐾2 ∗
𝑓1

Onde:

 K2 refere-se às constantes do motor;


 V1 é a tensão aplicada ao estator;
 f1 representa a frequência aplicada ao estator.

Pode-se perceber que para gerar alteração da velocidade do motor, alterando somente
a frequência, haverá sensível redução do fluxo magnetizante e por consequência,
redução do torque. Esta situação é indesejada, pois desde que a carga se mantenha
constante o torque deve-se manter constante.

Por este motivo, o controle escalar proporciona uma alteração simultânea na tensão e
frequência aplicadas, de modo que a relação se mantenha constante e não haja
redução do fluxo e consequentemente do torque. No controle escalar a curva de torque
por frequência possui duas regiões distintas, uma delas abaixo da frequência nominal e
a outra acima da frequência nominal, como pode ser visualizado no GRÁFICO 12
abaixo. (MASCHERONI et al., 2009).
48

GRÁFICO 12 - Curva característica de Torque x Frequência/ Velocidade.

Fonte: Chaves, 2012

A primeira região, anterior ao ponto de frequência nominal (fnnm) é a faixa de fluxo


constante, onde a relação frequência e a tensão é mantida constante, permitindo que o
torque também se mantenha constante. À medida que o valor da frequência é
incrementado, a curva de torque se desloca, acompanhando esta variação.

A partir da frequência nominal, devido às limitações de isolação da máquina, não é


aconselhado que haja variação da tensão, pois podem ocorrer perdas de isolação.
Desse modo, já que a variável tensão não pode ser alterada, a relação tensão-
frequência se altera. Com o aumento da variável frequência somente, o fluxo
magnetizante diminui, representado pela região denominada faixa de enfraquecimento
de campo, causando diminuição do torque.
49

Segundo Mascheroni et al. (2009) este método é aplicado em casos onde não há
necessidade de se obter respostas rápidas de torque e velocidade, como é o caso do
sistema de bombeamento em estudo neste trabalho.

2.3.2.2 Controle Vetorial

O controle vetorial é utilizado em aplicações de alto desempenho, nas quais é


necessário um controle fino de torque e velocidade. Neste tipo de controle o inversor
utiliza a modelagem matemática do motor de indução para calcular em tempo real a
corrente necessária para produzir o torque requerido no eixo. Os parâmetros utilizados
para efetuar os cálculos podem ser inseridos no inversor via programação ou podem
ser obtido através da utilização da função auto-ajuste, disponível em conversores de
frequência mais sofisticados. (MASCHERONI et al., 2009).

Para sistemas de bombeamento, geralmente o controle vetorial não é necessário, já


que os mesmos não requerem grande precisão na manutenção ou variação do torque.
(WEG, 2006).

2.3.3 Vantagens e desvantagens do uso dos conversores de frequência

A utilização de conversores de frequência apresenta-se como um método eficaz para


controle de velocidade em motores de indução, mas apresenta algumas desvantagens
que devem ser analisadas individualmente para cada sistema onde deseja-se aplicá-los.
Serão expostas as vantagens e desvantagens do uso de conversores de frequência
para controle de velocidade em motores de indução.

2.3.3.1 Vantagens na utilização de conversores de frequência

Segundo Mascheroni et al. (2009) uma das primeiras vantagens obtidas com uso de
conversores de frequência para acionamento de motores de indução se dá na corrente
50

de partida. Em geral a corrente de partida destes equipamentos, quando acionados


diretamente é muito elevada, o que pode causar danos à instalação e comprometer a
vida útil dos dispositivos instalados.

Com o acionamento do motor sendo executado pelo conversor, a partida se torna


suave, controlada por rampas de aceleração que permitem ao motor alcançar sua
corrente nominal sem que ocorram os picos de corrente. (MASCHERONI et al., 2009).

Em sistemas de bombeamento, devido ao controle de velocidade, os conversores


diminuem as perdas de carga na tubulação, que proporcionam uma operação em
grande parte do tempo no ponto de ótimo rendimento da bomba e do motor,
propiciando uma redução do consumo, economia de energia e recursos. (ISONI, 2014).

Ainda nos sistemas de bombeamento, a utilização de conversores permite que a


necessidade da planta seja atendida em tempo real, gerando diminuição das perdas e
do tempo gasto para ajustes. Outra vantagem se dá no controle à distância, sem que
seja necessário um operador se encaminhar ao local para ajustar qualquer variável, por
exemplo, abertura e fechamento de válvulas na tubulação, reduzindo sensivelmente
tempo e custos operacionais. (ISONI, 2014).

2.3.3.2 Desvantagens na utilização de conversores de frequência

De forma geral, motores de baixa tensão, alimentados por conversores de frequência


PWM, apresentam rendimentos desfavoráveis em relação àqueles obtidos estando o
mesmo motor alimentado diretamente pela rede, por uma senóide pura, devido
principalmente às perdas acentuadas no núcleo de ferro, decorrentes das componentes
espectrais de alta frequência presentes na tensão, corrente e fluxo aplicados ao motor.
(ISONI, 2006).
51

Um aspecto significativo, diz respeito à ventilação forçada dos motores, que em geral
está acoplada ao seu eixo, sendo diretamente proporcional à sua velocidade. Com a
utilização dos conversores, em algum momento o motor pode estar operando em
velocidades abaixo da nominal, o que faz com que os ventiladores também tenham sua
velocidade reduzida, diminuindo sua eficiência, elevando a temperatura do
equipamento e podendo causar a redução da vida útil. (MASCHERONI et al., 2009).
A quantificação desta perda de rendimento não será abordada neste trabalho, sendo
que para efeitos práticos no estudo de caso a seguir, serão estipulados valores com
base nas informações fornecidas por Isoni (2006) e CEATI (2009).
52

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho foi elaborado com base em pesquisa bibliográfica a respeito do assunto.
Foram levantados artigos técnicos, dissertações, guias dos fabricantes de
equipamentos e livros de referência como forma de se obter entendimento geral do
assunto.

O assunto foi dividido em três grandes temas, bombas, motores de indução e conversor
de frequência. A fundamentação teórica de cada item foi explicada de forma a conectar
os três temas.

A partir da elucidação teórica, iniciou-se o estudo de caso com base em dados


fornecidos pela empresa Engeparc engenharia LTDA.

O estudo em questão visou fornecer uma análise teórica embasada em cálculos e


premissas com o objetivo de se avaliar uma possível economia de energia em um
sistema de bombeamento alimentado por conjunto conversor de freqüência e motor de
indução.

A análise do estudo de caso foi dividida em etapas, onde:

 Determinou-se a potência média requerida com o motor sendo alimentado


diretamente pela rede, com tensão senoidal;

 Determinou-se a potência média requerida com o motor sendo alimentado pelo


conversor de frequência, com tensão PWM, levando-se em consideração todos os
impactos de rendimento referentes à esta aplicação;

 Determinou-se a economia gerada com a aplicação do conversor.


53

4 ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso visa avaliar a economia de energia elétrica gerada pela
utilização de um conversor de frequência acionando o motor de indução de um sistema
de bombeamento.

Os dados e referências foram fornecidos e autorizados para divulgação pela empresa


Engeparc Engenharia LTDA.

4.1 O sistema de bombeamento

O sistema atual constitui-se de um motor de indução acionando uma bomba centrífuga


localizada nas adjacências de um reservatório de uma estação elevatória, distante da
planta. Seguem-se as especificações dos equipamentos utilizados:

 Motor trifásico de indução, fabricante WEG, potência mecânica 50cv, 2 pólos,


velocidade nominal 3.565 RPM, tensão de alimentação 440V, frequência 60Hz,
corrente nominal 59,4 A, razão da corrente de partida sobre corrente nominal
Ip/In=7,5, fator de serviço F.S.=1,25, regime S1, categoria N, rendimento para carga
nominal 100%=0,94 e fator de potência FP100%=0,87.

Figura 12 - Motor de indução trifásico WEG genérico.

Fonte: Catálogos motores elétricos WEG


54

 Bomba centrífuga, fabricante KSB, modelo Meganorm 65-200, vazão nominal Qn=135
m3/h, pressão nominal H=72 m.c.a., rotor de 204 mm, considerando o ponto de
máximo rendimento.

Figura 13 - Bomba centrífuga Meganorm genérica..

Fonte: Folheto de curvas características para bombas de uso geral KSB, modelo Meganorm.

O acoplamento do motor com a bomba é executado diretamente, sem utilização de


redutores.

O objetivo do sistema de bombeamento apresentado é elevar a água para um tanque


industrial em cota superior, com uma pressão de recalque (altura manométrica)
equivalente ao desnível geométrico a ser vencido (pressão estática) de 20 m.c.a.
acrescido das perdas de carga no sistema (pressão dinâmica, variável com a vazão). A
água é utilizada no processo produtivo, sendo que seu consumo é variável ao longo do
dia. O nível do tanque deve ser mantido em um determinado valor (pretende-se manter
o nível em valor aproximadamente constante).

O controle da vazão e, consequentemente, do nível do tanque é realizado por abertura


e fechamento da tubulação de recalque por meio de válvula automática. A faixa de
abertura da válvula situa-se entre 40,7 e 72,5% (dados obtidos a partir do sistema
supervisório existente). O valor médio de abertura é aproximadamente 57,3%.
55

A FIG. 14 apresenta o esquema diagramático do processo.

Figura 14 - Esquema diagramático do processo.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Os dados apresentados do sistema motobomba foram obtidos através de medições


contínuas realizadas através de registrador eletrônico, durante 12 horas em um dia de
operação típica e medições instantâneas, através de multímetro digital True-RMS, para
avaliações paralelas e complementares, além de medições de rotação, realizadas com
tacômetro digital a laser.

As medições realizadas no circuito hidráulico, tais como vazões de água foram obtidas
através da instrumentação da planta industrial e sistema supervisório e também foram
efetuadas com monitoramento contínuo, por 12 horas em um dia normal de operação,
no mesmo período de monitoramento contínuo das grandezas elétricas do motor.

4.2 Situação de análise

A análise de economia, objeto deste estudo, baseia-se na comparação das potências


elétricas demandadas da rede de alimentação pelo sistema em duas situações distintas:
56

sistema com controle de vazão através da abertura e fechamento da válvula


estranguladora e sistema com controle de vazão através da alteração da velocidade de
rotação do conjunto motor-bomba acionado pelo conversor de frequência, considerando
a válvula estranguladora totalmente abertura.

O controle da válvula, para o primeiro caso, é executado de forma dinâmica através de


sinal de nível do tanque. À medida que o nível de água cai, o sinal é enviado para a
válvula, que se abre fornecendo maior vazão. O inverso ocorre quando o nível do
tanque atinge níveis elevados, neste caso o sinal é enviado para o fechamento da
válvula, diminuindo a vazão.

Com a utilização do conversor de frequência, o sinal do tanque será enviado


diretamente para um das entradas analógicas do mesmo, atuando também de forma
dinâmica na frequência de alimentação do motor de indução acoplado à bomba, e
consequentemente, alterando sua velocidade de rotação e seus valores de vazão.

O GRÁFICO 13 apresenta os valores de vazão do sistema motobomba ao longo de 12


horas de operação normal.
57

GRÁFICO 13 - Medições de vazão no sistema de recalque da bomba.

Fonte: Fornecido pela Engeparc engenharia LTDA.

Dentro da análise dos dados do GRÁFICO 13 e TABELA 1, os valores de referência


obtidos são:

 Vazão média temporal, calculada excluindo-se o intervalo de tempo com vazão nula
(sistema fora de operação): 84,6 m3/h;

 Vazão máxima medida: 107 m3/h;

 Vazão mínima com o sistema em operação: 60 m3/h;

 Vazão mínima verificada: 0 m3/h (nessa situação, o atual sistema de controle desliga
o motor e o mantém desligado até que seja retomado consumo de água na planta
industrial, com a consequente redução do nível de água do tanque a níveis que
requeiram o religamento);
 Nível de abertura da válvula de recalque para a vazão média temporal (valor
interpolado): 57,3%.
58

TABELA 1 – Resumo das vazões em intervalos de 30 minutos e respectiva abertura da válvula.


Horário Vazão instantânea (m3/h) Abertura da
válvula (%)
14:27:26 90 61
14:57:26 98 66,4
15:27:26 95 64,4
15:57:26 96 65
16:27:26 98 66,4
16:57:26 99 67
17:27:26 100 67,8
17:57:26 105 71,1
17:42:40 107 (máxima) 72,5
18:27:26 97 65,7
18:57:26 103 69,8
19:27:26 99 67
19:57:26 95 64,4
20:27:26 64 43,4
20:57:26 70 47,4
21:27:26 69 46,7
21:57:26 70 47,4
22:27:26 74 50,1
22:57:26 77 52,2
23:27:26 0 ----
23:57:26 60 (mínima) 40,7
00:27:26 64 43,4
00:57:26 62 42
01:27:26 75 50,8
01:57:26 76 51,5
02:27:26 72 48,8
Fonte: Fornecido pela Engeparc engenharia LTDA.

Através dos dados de vazão, determinaram-se os respectivos valores de pressão,


rendimento e potência requerida através da averiguação das curvas características de
operação da bomba, conforme GRÁFICO 14, excetuando-se o período de desligamento
do sistema:
59

GRÁFICO 14 - Curvas característica da bomba utilizada.

Fonte: <http\\:www.ksb.com>.
60

 Para a vazão máxima demandada: Q=107 m3/h, H=77 m.c.a. (ver linhas vermelhas no
GRÁFICO 14, curva QxH de operação da bomba), operação na região de rendimento
mecânico da ordem de aproximadamente 77%. A curva do sistema, referente às
tubulações e acessórios está mostrada pela parábola na cor laranja;

 Para a vazão mínima demandada: Q=60 m 3/h, H=82 m.c.a. (ver linhas verdes no
GRÁFICO 14, curva QxH de operação da bomba), operação na região de rendimento
mecânico da ordem de aproximadamente 64%. A curva do sistema, referente às
tubulações e acessórios, está mostrada pela parábola na cor roxa;

Utilizaram-se os dados de pressão H (m.c.a.) pelas curvas características de operação


da bomba por não haver instrumentação instalada no circuito para monitoramento desta
grandeza para cada valor de vazão operacional.

Segundo a curva de potência mecânica solicitada pelo eixo da bomba (ver linhas azul
claro e azul escuro no GRÁFICO 14, curva QxP da bomba), haveria, em tese, a
necessidade de suprimento de aproximadamente 40 cv no eixo do motor para a
condição de máxima vazão demandada e de cerca de 29 cv para a condição de mínima
vazão. Por cálculo seriam obtidos os seguintes valores:

 Para a condição de máxima vazão:

107 ∗ 77 ∗ 981
𝐵𝐻𝑃 =
2700 ∗ 77

𝐵𝐻𝑃 = 38,9𝑐𝑣
61

 Para a condição de mínima vazão:

60 ∗ 82 ∗ 981
𝐵𝐻𝑃 =
2700 ∗ 64
𝐵𝐻𝑃 = 27,9𝑐𝑣
Onde:

  representa o específico da água = 981 kg/m3.

Os valores de potências demandadas no eixo da bomba, fornecida pelo eixo do motor


para cada valor de vazão apresentado na TABELA 1 podem ser obtidos a partir da
interpretação das curvas ou por cálculos, através das leis de semelhança.

A TABELA 2 abaixo apresenta os resultados obtidos pelos dois métodos.


TABELA 2 - Valores de vazão, pressão, rendimento e potência demandada.

Fonte: Elaborado pelos autores.


62

É importante indicar algumas considerações teóricas e limitações acerca das


metodologias adotadas na tabela anterior para cálculo das potências demandadas pela
bomba (solicitadas do eixo do motor).

Primeiramente, note-se que a curva da bomba, relativa ao rotor de 204 mm, bem
como todas as demais, referem-se a uma rotação de 3.500 RPM, conforme GRÁFICO
14. Tratando-se de uma rotação que difere das rotações operacionais do motor utilizado
para cada potência demandada em seu eixo (tais rotações oscilam em um intervalo
entre 3.565 RPM e 3.600 RPM (exclusive)), uma vez que, pelas medições, o motor
opera subcarregado, girando com rotações superiores à rotação nominal. Sendo assim,
a curva real de operação da bomba, levando-se em conta seu giro a uma rotação
superior a 3.500 RPM, estaria ligeiramente deslocada para cima no GRÁFICO 14,
pressão por rotação HxQ.

Devido a este fato, as pressões H utilizadas nas análises seriam, na realidade,


ligeiramente superiores, o que incorreria em resultados ligeiramente acima dos
calculados na TABELA 2 para a potência mecânica em cv solicitada pela bomba.

No que se referem às vazões operacionais, os valores utilizados são verdadeiros, já


que foram efetivamente medidos. O mesmo ocorre para as potências elétricas ativas
(kW), medidas no circuito de alimentação do motor.

Com base em tais considerações, conclui-se que os resultados apresentados na


TABELA 2 contemplam um pequeno desvio que não chega a afetar significativamente a
análise, mas que poderia ser corrigido, se desejado. Há métodos para tal. Porém, neste
estudo de caso, optou-se por manter os valores das pressões H (m.c.a.) adotados e
consequentemente, as potências (cv) calculadas, já que análises evidenciaram que a
rotação operacional média estaria situada em patamar cerca de apenas 2,5% acima da
rotação nominal da bomba, afetando o cálculo das potências em proporção um pouco
superior.
63

Tal desvio, na grande maioria das situações, não afeta significativamente uma análise
dessa natureza. Além disso, outra razão para que se mantenham os valores das
pressões H (m.c.a.) com base na curva da bomba para 3.500 RPM, reside no fato de
que a redução da rotação (situação a ser analisada quando das projeções para a
utilização de conversor de frequência no acionamento do motor) provoca a redução da
capacidade de pressão de recalque a ser provida pela bomba centrífuga. Sendo assim,
o ponto de referência inicial H0 (m.c.a.), a partir do qual as demais pressões reduzidas
serão calculadas, será cerca de 5% inferior ao H0 real. Esse fato agrega, naturalmente,
um maior grau de segurança no resultado final do estudo, pois o limite mínimo aceitável
para a pressão, decorrente de uma rotação mínima admissível, será determinado
conservativamente.

A TABELA 3 indica os valores de potência demandadas pelo motor a partir da rede de


alimentação, levantados por medição.
64
TABELA 3 - Medições das potências (kW) demandadas no circuito de alimentação do motor.

Fonte: Fornecido pela Engeparc engenharia LTDA.


65

GRÁFICO 15 - Potência na alimentação do motor de indução.

Fonte: Fornecido pela Engeparc engenharia LTDA.

O GRÁFICO 15 apresenta a energia demandada pelo motor de indução que aciona a


bomba ao longo do período de operação normal.

Nas análises comparativas entre a solução de controle da vazão por abertura e


fechamento de válvula automática dinamicamente (situação atual) e o controle da
vazão por meio da variação da rotação do motor (situação a ser avaliada), torna-se
necessário estabelecer um ponto de referência a partir do qual serão projetadas as
demandas (kW) na alimentação do motor para cada vazão típica de água.

Para a variação da rotação do motor e consequentemente da bomba, com vistas ao


controle da vazão, será avaliado o emprego de conversor de frequência para
acionamento do motor, estando a tubulação de recalque totalmente desobstruída, ou
seja, a válvula atual totalmente aberta. Portanto, o ponto de referência inicial ou ponto
de partida para as análises refere-se à situação em que haja vazão plena no recalque.
66

Para isso, torna-se necessário determinar a potência demandada pelo motor e sua
rotação operacional sob tal situação. Para a obtenção desses dados, optou-se pela
realização de um teste específico com o sistema motor-bomba em funcionamento,
operando-se a válvula em modo manual com abertura de 100% durante alguns minutos,
medindo-se a vazão efetiva através da instrumentação da planta, monitorando-se a
potência elétrica do motor e medindo-se a rotação em seu eixo simultaneamente com o
uso de um tacômetro.

Os valores obtidos durante o teste foram:

 Vazão Q=147 m3/h;

 Potência demanda da rede P=38,1 kW;

 Rotação do motor n= 3.572 RPM.

Com o valor da vazão em Q=147 m3/h, pelo GRÁFICO 14, na curva HxQ da bomba,
obtém-se a pressão H equivalente a 70 m.c.a.

Antes de se procederem às análises propriamente ditas é importante relembrar o efeito


da variação da rotação de uma bomba centrífuga sobre sua curva de operação.

No GRÁFICO 10, abordado anteriormente no capítulo 2, subitem 2.1.5.4, pode-se


observar que a curva de operação de uma bomba centrífuga desloca-se para uma
região inferior do gráfico perante a redução da rotação, perfazendo-se, para a vazão
requerida, um novo ponto de operação relativo ao novo par cartesiano HxQ sobre a
curva do sistema. A potência demandada no eixo do motor também sofre reduções.

Desse modo, a inserção do conversor de frequência para controle da vazão do sistema


através do controle da velocidade do conjunto motor-bomba fornecerá inúmeras curvas
67

características e novos pares ordenados de vazão e pressão. No caso da bomba em


questão neste estudo, as rotações requeridas para as vazões de um dia típico podem
ser determinadas por cálculos através das “Leis de semelhança” já abordadas no
capítulo 2, subitem 2.1.5.5. Da mesma forma os valores de pressão devem ser
recalculados com base nos novos valores de rotações.

A TABELA 4 indica os novos valores de velocidades do conjunto motor-bomba para


atender às vazões requeridas pelo sistema, bem como os respectivos valores de
pressão.

TABELA 4 – Novos valores de velocidade e pressão considerando a atuação do inversor.

Fonte: Elaborado pelos autores.


68

A TABELA 4 correlaciona todas as grandezas envolvidas, como vazões, rotações e


pressões. Pode-se observar que os valores assinalados em vermelho na última coluna
à direita são tecnicamente inviáveis por serem inferiores ao desnível geométrico a ser
vencido pela bomba que é equivalente a 20 m.c.a. Portanto, o conjunto motor-bomba
não poderá operar nas rotações relativas a tais pressões.

Para os valores de vazão requeridos, nos quais os valores de pressão não atenderiam
ao desnível geométrico mínimo necessário para recalque da água, o sistema será
automaticamente desligado e permanecerá neste estado até que

A operação é restabelecida no instante em que os sensores de nível do tanque superior


enviarem sinais que estejam relacionados à velocidades maiores que a menor rotação
permitida.

A menor rotação permitida deverá ser superior à rotação obtida a partir da própria lei de
semelhança relativa às pressões:

𝑛1
𝐻1 = 𝐻0 ∗ [ ]²
𝑛0

𝐻1
𝑛1 = √ ∗ (𝑛0)2
𝐻0

20
𝑛1 = √ ∗ (3572)2
83

𝑛1 = 1.752 𝑅𝑃𝑀

Essa rotação equivale a 49% da rotação de referência, 3.572 RPM. Dessa forma, pode-
se fixar que nenhuma rotação abaixo de, por exemplo, 50% da referência (ou seja,
abaixo de 1.786 RPM), deve ser permitida pelo sistema de controle.
69

A seguir apresenta-se o GRÁFICO 16, contendo a faixa ocupada pelas novas curvas de
operação da bomba para cada rotação requerida bem como a curva do sistema.

Para cada rotação abaixo da nominal, a curva original QxH da bomba (considerado o
rotor de  204mm) desloca-se paralelamente para baixo. Porém, obviamente, a curva
do sistema, referente às tubulações e acessórios permanece idêntica, pois o mesmo
não se altera fisicamente.

Portanto, cada nova curva QxH parte de um ponto H1 no eixo das ordenadas que é
calculado multiplicando-se a pressão original H0 (correspondente à vazão Q=0 m3/h)
pelo quadrado da variação da rotação, e o restante da curva desloca-se paralelamente
à curva original.

O gráfico a seguir mostra a faixa de variação das novas curvas QxH de operação da
bomba sob cada rotação necessária para a vazão requerida (mantido o mesmo rotor de
 204mm e considerando-se a abertura total da válvula da tubulação de recalque), e
destaca algumas curvas como exemplo. A curva do sistema é, obviamente, preservada
(no gráfico, o ponto de operação inicial/ referencial da curva do sistema se refere aos
valores de referência considerados para a vazão Q (147 m3/h) e pressão H (70 m.c.a.).
70

GRÁFICO 16 - Variação da curva de operação HxQ da bomba em função da variação da rotação.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A partir desse ponto, torna-se necessário tecer considerações acerca das


possibilidades de cálculo e análise para a definição da economia de energia elétrica em
potencial comparando-se a situação atual de controle de vazão pela abertura e
fechamento dinâmicos da válvula automática e a situação projetada de controle da
vazão por meio da variação da rotação do motor e, consequentemente, da bomba.
Nessa avaliação, duas possibilidades se apresentam:

a. Definir as potências operacionais da bomba (potências mecânicas demandadas do


eixo do motor) na situação projetada a cada intervalo de tempo ao longo de um ciclo de
operação e estabelecer, para cada intervalo, a potência elétrica demandada da rede de
71

alimentação (considerando-se o conjunto conversor de frequência – motor de indução).


A partir disso, comparar os valores obtidos com as potências elétricas operacionais
verificadas na situação atual para cada intervalo e calcular as diferenças (economias
em potencial), totalizando seu somatório para o intervalo considerado.

b. Determinar o valor médio das potências operacionais da bomba (potências


mecânicas demandadas do eixo do motor) na situação projetada em um ciclo de
operação e estabelecer a potência elétrica média demandada da rede de alimentação
(considerando-se o conjunto conversor de frequência – motor elétrico). A partir disso,
comparar o valor obtido com a potência elétrica média operacional verificada na
situação atual e calcular a diferença (economia média em potencial) no intervalo
considerado.

Ambas as metodologias conduzem praticamente ao mesmo resultado e optou-se,


nesse estudo de caso, por adotar a metodologia citada na letra b., acima.

Para a determinação do valor médio das potências mecânicas operacionais da bomba


(em cv), foram adotados os seguintes passos sequenciais:

a. Determinação da vazão média operacional, através dos valores de vazão Q1


expressos na TABELA 4, desconsiderando-se os valores de vazão para os quais as
pressões não são permitidas:
72

GRÁFICO 17 - Média das vazões operacionais.

120
Média = 93,18
Vazão Requerida (m³/h) 100
80
60
40
20
0

Horário

Fonte: Elaborado pelos autores.

A vazão média operacional, considerando-se apenas valores respectivos de pressão


permitidos foi de:
𝑄𝑚𝑒𝑑 = 93,18 𝑚³/𝐻

b. Determinação da rotação média operacional, considerando a vazão média


calculada, através da lei de semelhança:
𝑄0 𝑛0
=
𝑄1 𝑛1
𝑛0 ∗ 𝑄1
𝑛𝑚𝑒𝑑 = 𝑛1 =
𝑄0
3572 ∗ 93,18
𝑛𝑚𝑒𝑑 = 𝑛1 =
147
𝑛𝑚𝑒𝑑 = 𝑛1 = 2264,12 𝑅𝑃𝑀

c. Determinação da pressão relativa à rotação média operacional (ponto inicial da


curva de rotação média):

𝑛0
𝐻1 = 𝐻0 ∗ ( )²
𝑛1
73

2264,12
𝐻1 = 83 ∗ ( )²
3572
𝐻1 = 37,36𝑚

d. Inserção da curva de velocidade para a rotação média de 2264,12 RPM:

GRÁFICO 18 - Curva de operação da bomba para velocidade média operacional.

Fonte: Elaborado pelos autores.

e. Determinação da pressão média operacional através da curva de rotação média e


vazão média pelo GRÁFICO 17:
74

𝐻𝑚𝑒𝑑 = 33,8 𝑚

f. Determinação do rendimento médio operacional no ponto de vazão média, pressão


média e rotação média pelo GRÁFICO 17:

𝜂𝑚𝑒𝑑 = 66%

g. Determinação da potência média (cv) operacional da bomba com base nos valores
definidos para vazão média, pressão média e rendimento médio operacionais da
bomba, utilizando a expressão da potência no eixo da bomba apresentada no capítulo
2.2:
𝑄∗𝐻∗𝛾
𝐵𝐻𝑃 =
𝑘∗𝜂
93,18 ∗ 33,8 ∗ 981
𝐵𝐻𝑃 =
2700 ∗ 66
𝐵𝐻𝑃 = 17,32 𝑐𝑣

A partir do procedimento executado, obtêm-se os seguintes resultados

TABELA 5 - Valores de rotação, vazão, pressão e potência médios da bomba.

Fonte: Elaborado pelos autores.


75

Definida a potência mecânica média efetivamente demandada pelo eixo da bomba


(potência quantificada em 17,32 cv, solicitada do eixo do motor) sob rotação reduzida
(rotação média equivalente a 2.264 RPM, relativa a 38 Hz, representativa da faixa de
rotações operacionais em um ciclo diário de funcionamento do sistema), conforme
sequência apresentada anteriormente torna-se necessário avaliar a potência elétrica
efetivamente demandada da rede de alimentação considerando a presença do
acionamento do motor por conversor de frequência.
Quanto a esta avaliação, é importante salientar previamente, conforme o guia WEG
(2006, p. 11):

- O motor de indução, quando alimentado por um inversor de frequência PWM,


tem seu rendimento diminuído, em relação a um motor alimentado por tensão
puramente senoidal, devido ao aumento nas perdas ocasionado pelas
harmônicas;
- Em aplicações de motores de indução de gaiola com inversores de frequência,
porém, deve ser avaliado o rendimento do sistema (conjunto inversor + motor) e
não apenas do motor;
- Cada caso deve ser analisado. Devem ser consideradas as características do
inversor e do motor, tais como: frequência de operação, frequência de
chaveamento, condição de carga e potência do motor, taxa de distorção
harmônica do inversor;
-O aumento da frequência de chaveamento diminui o rendimento do inversor e
aumenta o rendimento do motor.
-Motores de alto rendimento alimentados por inversores de frequência mantêm
seu rendimento superior, em comparação com motores Standard alimentados
por inversores.

A bibliografia técnica aborda amplamente o assunto, havendo várias vertentes de


análise e considerações normativas abordadas nas normas NEMA e IEC aplicáveis ao
tema.

Portanto, para a determinação da potência elétrica provável a ser demandada da rede


na situação projetada, dois passos tornam-se necessários:

a. Definição do rendimento reduzido do motor para a condição de carga média


considerada, perante a alimentação pelo conversor (“inversor”) de frequência PWM;
76

b. Definição do rendimento do conversor para a mesma condição, já que o mesmo


também apresenta perdas próprias por condução e perdas por chaveamento ao
alimentar o motor.

Para isso é necessário determinar o rendimento do motor alimentado por conversor.


Por tratar-se de uma avaliação envolvendo ordens de grandeza aproximadas, optou-se,
nesse caso, por uma análise mais expedita, da seguinte forma:

a. Determinando-se, inicialmente, o rendimento esperado para o motor em questão


(motor WEG, 50 cv, 2 pólos, 3.565 RPM, 440 V/ 60 Hz, In=59,4 A, Ip/In=7,5, F.S.=1,25,
Regime S1, categoria. N, 100%=0,94, fator de potência FP100%=0,87) sob a condição de
carga média referencial para as análises, ou seja, 17,32/ 50 = 0,35 = 35%. Nesta
condição, observa-se um rendimento da ordem de 83% (ou 0,83), conforme pode ser
verificado pelas curvas típicas extraídas do catálogo eletrônico WEG (mais
precisamente a curva A, relativa ao rendimento, contida no segundo conjunto de curvas
apresentado a seguir):

GRÁFICO 19 - Curva de conjugado e corrente do motor 50 cv WEG.

Fonte: <http\\:www.weg.net>
77

GRÁFICO 20 - Curva de desempenho do motor 50 cv WEG.

Fonte: <http\\:www.weg.net>

b. Determinando-se a redução do rendimento do motor (valores em P.U.), devido à


alimentação por conversor de frequência PWM. Como são vários os fatores de
influência envolvidos, optou-se por utilizar resultados extraídos de análises
experimentais realizadas em bancadas de teste, conforme Isoni (2006).

Neste trabalho, o autor explora, dentre outros aspectos, a variação do rendimento de


um motor de indução e de um conversor de frequência PWM perante a simulação de
carga no eixo do motor com torque quadrático e com torque constante variando-se a
frequência de alimentação do motor na faixa de 60 a 20 Hz PWM (em degraus
sucessivos de 5 Hz) e consideradas as frequências de chaveamento do conversor
ajustadas em 2, 6 e 10 kHz em cada caso analisado. Estudando-se essa referência,
observou-se que, no caso de torque quadrático que é o tipo de torque compatível com a
natureza operativa da bomba centrífuga aqui abordada, o rendimento do motor para a
78

frequência de 40 Hz PWM, bem próxima aos 38 Hz aqui quantificados para o


estabelecimento da rotação média, reduziu-se a 0,9 P.U. do rendimento em 60 Hz PWM.

Além disso, com base no guia WEG (2006) verifica-se que a diferença média entre o
rendimento de um motor alimentado em 60 Hz com tensão senoidal e 60 Hz com
tensão PWM é da ordem de 1%, considerando a mesma carga no eixo, ou seja, 0,01
P.U.. Portanto, conjugando-se ambos os efeitos aqui mencionados, pode-se considerar,
para fins de análise aproximada, que o rendimento do motor nesse caso específico se
reduza a algo da ordem de 0,89 P.U. para a rotação média referencial de 2.264 RPM.
Desta forma, o rendimento final projetado equivalerá, estimativamente:

𝜂𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 0,83 ∗ 0,89


𝜂𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 0,74
𝜂𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 74%

c. Determinando-se o efeito das perdas do conversor de frequência PWM ou, em


outras palavras, considerando-se o rendimento do conjunto conversor-motor, segundo
Isoni (2006), observou-se que, no caso de torque quadrático (tipo de torque compatível
com a natureza operativa da bomba centrífuga aqui abordada), o rendimento do
conversor para a frequência de 40 Hz PWM, bem próxima aos 38 Hz aqui quantificados
para o estabelecimento da rotação média, reduziu-se a 0,95 P.U. do rendimento em 60
Hz PWM. Admitindo-se que o rendimento típico dos conversores de frequência sob
carga nominal e alimentação do motor em 60 Hz PWM seja da ordem de 96% conforme
CEATI (2009), pode-se considerar, para fins de análise aproximada, que o rendimento
do conversor nesse caso equivalerá a:

𝜂𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 = 0,95 ∗ 0,96


𝜂𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 = 0,91
𝜂𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 = 91%
79

Com essas definições, torna-se possível estimar a potência em kW demandada da rede


de alimentação operando-se o motor a 38 Hz (2.264 RPM), da seguinte forma:

17,32 ∗ 0,7355
𝑃(𝑘𝑊) =
0,74 ∗ 0,91
𝑃(𝑘𝑊) = 18,92 𝑘𝑊

A potência média medida na situação atual é:

𝑃𝑚𝑒𝑑 = 29,26 𝑘𝑊

GRÁFICO 21 - Potência média medida na situação atual.

35 Média = 29,264
Potência média medida
na situação atual (kW)

30
25
20
15
10
5
0
18:27:26

02:27:26
14:27:26
14:57:26
15:27:26
15:57:26
16:27:26
16:57:26
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17:42:40

18:57:26
19:27:26
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01:57:26 Horário

Fonte: Elaborado pelos autores.

Comparando o valor medido na situação atual com os valores obtidos pela aplicação do
conversor de frequência obtém-se aproximadamente a economia provável
proporcionada para um dia de operação normal:

𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 = 29,26 − 18,92


𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 = 10,34 𝑘𝑊
80

4.3 Análise de dados e resultados

Com base nos dados fornecidos a potência média de consumo do sistema de


bombeamento sendo acionado pelo motor de indução diretamente alimentado pela rede
e com controle de vazão por válvula foi de Pmed= 29,26 kW, considerando-se um
período de 12 horas de operação normal.

Já considerando a inserção do conversor de frequência na alimentação do motor de


indução, fornecendo um controle de velocidade para cada vazão requerida pelo sistema
ao longo de 12 horas de operação normal e estando a válvula completamente aberta, a
potência média solicitada para a rede seria de Pmed=18,92kW.

Os resultados demonstram uma economia percentual de:

29,26 − 18,92
𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎% = ∗ 100
29,26
𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎% = 35,35%

A economia de potência demandada da rede foi de 35,35%.


81

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os sistemas de bombeamento atuando com velocidade variável, através da aplicação


de conversores controlando a velocidade dos motores acoplados às bombas, pode
apresentar grande economia de potência para a instalação do ponto de vista
operacional, embora a implementação destes sistemas requeiram certos cuidados do
ponto de vista elétrico.

O principal fator que proporciona esta economia está relacionado ao caráter do torque
quadrático das máquinas de fluxo, para as quais o torque útil varia com o quadrado da
variação da velocidade e a potência mecânica útil necessária ao acionamento varia de
forma cúbica.

Em termos operacionais, os conversores proporcionam ampla gama de ajuste nas


velocidades das bombas de forma que a vazão do sistema possa ser regulada
dinamicamente, de acordo com a necessidade do abastecimento.

Outro ponto de vantagem refere-se ao desgaste das estruturas que, com a utilização de
válvulas estranguladoras, sofrem em relação ao aumento da pressão; com os
conversores este fato não ocorre, já que a alteração dos pares vazão e pressão se dá
de acordo com as curvas de velocidades. Isto proporciona um aumento da vida útil dos
equipamentos instalados.

No caso avaliado, a técnica de controle de vazão através do controle de velocidade se


mostrou cerca de 35% mais eficiente que o controle de vazão por válvula automática,
atingindo os objetivos deste trabalho.

Como para qualquer área do conhecimento outras investigações se fazem necessárias


no intuito de solidificar e complementar o conhecimento a respeito do tema, seguem
82

algumas opções de estudo para aprofundamento do tema e outras situações de


abordagem:

 Análises relativas ao consumo energético em relação à potência (kWh) do novo


sistema com acionamento por conversor de frequência;

 Análise da viabilidade da implementação do conversor de frequência sob aspectos da


aquisição, instalação e manutenção do painel elétrico de acionamento, modificação do
cenário atual e manutenção da válvula como controle alternativo;

 Avaliação da qualidade da energia do sistema derivada da instalação do conversor,


em relação aos distúrbios causados pela inserção de componentes harmônicas no
sistema e outros fatores referentes ao chaveamento dos componentes eletrônicos, bem
como quantificar o impacto da instalação deste novo controle no sistema elétrico da
planta industrial;

 Elaboração de estudos que quantifiquem a redução dos danos às estruturas e


tubulações e aumento da vida útil dos equipamentos devido à redução de pressão no
sistema graças a eliminação do estrangulamento da válvula.
83

6 REFERÊNCIAS

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Horizonte: Fumarc. 353 p.

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Engenharia Elétrica) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte,
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1993.
84

MANUAL PARA ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS


ACADÊMICOS: padrão Newton. Belo Horizonte: Centro Universitário Newton Paiva,
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MONACHESI, Marcelo Gaio. Eficiência energética em sistemas de bombeamento.


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Newton Paiva, 2014. 3 p. Anotações sobre aula de conversores de frequência. Notas de
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função "BOOSTER": comparativo com outros métodos, análise de investimento e
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