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BELO HORIZONTE
JUNHO/ 2014
Cassiano Victor de Oliveira
Geraldo Pereira Magalhães
BELO HORIZONTE
JUNHO/ 2014
Cassiano Victor de Oliveira
Geraldo Pereira Magalhães
___________________________________________________________________
Prof. Marcos César Isoni – Newton Paiva (Orientador)
___________________________________________________________________
Prof. Adelino Pinheiro Silva – Newton Paiva
___________________________________________________________________
Prof. Edgard Cardoso – Newton Paiva
BELO HORIZONTE
JUNHO/ 2014
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1.1 Tema..................................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO
Outro aspecto importante destes sistemas que os tornam propícios para uma análise de
redução e economia energética está relacionado às suas características de torque,
velocidade e potência, que, em tese, possibilitam uma alteração cúbica dos valores de
potência elétrica demandada da rede em relação a alteração da velocidade da bomba.
10
1.1 Tema
1.2 Problematização
A motivação própria dos consumidores em reduzir seus custos, bem como o incentivo
oferecido por instâncias governamentais complementa as razões que tornam o tema
eficiência energética amplamente estudado. Dentro deste contexto são inúmeras as
fontes em potencial para serem utilizadas neste estudo, dentre as quais se destacam os
artigos científicos e dissertações acadêmicos, revistas especializadas do setor elétrico,
documentações de cunho governamental e livros técnicos da área.
1.6 Justificativa
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
Ainda segundo Santos (2007), onde é desejável movimentar fluidos de um local a outro,
há uma bomba executando esta função e grande parte delas é acionada por motores
elétricos, o que torna atrativa a busca de soluções que visem o aumento da eficiência
energética destes sistemas e em consequência, obtenção de redução com gasto de
energia elétrica.
15
Para o motor elétrico de indução as bombas são cargas no seu eixo e vistas como tal
apresentam uma característica extremamente relevante para análise de sua eficiência
energética, já que se enquadram no tipo de cargas que repercutem uma variação
quadrática do torque com a variação da sua velocidade de rotação. (MASCHERONI et
al., 2009).
Para Kosow (1993), o torque, ou conjugado, pode ser definido como um esforço
rotacional para obtenção de giro no eixo, no caso de motores elétricos. De forma
empírica é definido como:
𝑇𝑟 = 𝑇0 + 𝑇ú𝑡𝑖𝑙
Onde:
Segundo Isoni (2014), o torque To praticamente não varia com a rotação e, em geral,
representa menos de 10% do torque útil, estando o motor em rotação nominal. O torque
útil varia em função da rotação do rotor e pode ser expresso por:
𝑇ú𝑡𝑖𝑙 = 𝑘 ∗ 𝑛 𝑥
Onde:
k é uma constante ;
n é a rotação do motor;
x é um coeficiente exponencial que varia conforme o tipo da carga.
16
𝑇𝑟 = 𝑇0 + 𝑘 ∗ 𝑛2
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑟 ∗ 𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = (𝑘 ∗ 𝑛2 ) ∗ 𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑘 ∗ 𝑛3
Desta forma, pode-se perceber que a potência varia de forma cúbica em relação à
velocidade. Esta potência representa a potência mecânica que é refletida como
potência elétrica fornecida ao motor de indução, responsável pelo acionamento da
bomba em análise. (WEG, 2006).
Como informações complementares, já que não fazem parte do escopo deste trabalho,
podem-se citar as cargas relacionadas aos coeficientes x, -1, 0 e 1.
Neste tipo de carga o torque exigido pela carga se mantém constante durante toda a
faixa de variação de velocidade e a demanda de potência cresce de forma linear
acompanhando a carga. (MASCHERONI et al., 2009).
𝑇𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑛0
𝑇𝑟 = 𝑘
A potência será:
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑟 ∗ 𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑘 ∗ 𝑛
19
Já neste tipo de carga o torque exigido pela carga cresce linearmente acompanhando o
aumento da velocidade e a demanda de potência varia de modo quadrático.
(MASCHERONI et al., 2009).
𝑇𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑛1
𝑇𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑛
A potência será:
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑟 ∗ 𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = (𝑘 ∗ 𝑛) ∗ 𝑛
20
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑘 ∗ 𝑛2
Por fim, para este tipo de carga o torque demandado pela carga varia inversamente
proporcional à variação da velocidade. Já a potência se mantém constante durante toda
a faixa da mesma. (MASCHERONI et al., 2009).
𝑇𝑟 = 𝑘 ∗ 𝑛−1
1
𝑇𝑟 = 𝑘 ∗
𝑛
21
A potência será:
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑇𝑟 ∗ 𝑛
1
𝑃𝑚𝑒𝑐 = (𝑘 ∗ ) ∗ 𝑛
𝑛
𝑃𝑚𝑒𝑐 = 𝑘
A avaliação dos diversos tipos de carga reafirma o potencial das máquinas de fluxo de
gerarem economia de energia, pois se pode observar que nenhum tipo de carga
oferece variação igual ou maior que as cargas com torque quadrático. Revalidando a
escolha pela análise da eficiência energética nos sistemas de bombeamento.
Há uma grande diversidade de tipos de bombas existentes, porém, neste estudo será
dado enfoque às bombas centrifugas, por estas serem amplamente empregadas e
dominarem grande fatia do mercado. (MONACHESI, 2005).
Ainda conforme Carvalho (1999), em uma bomba centrífuga o fluido entra pelo bocal de
sucção, é enviado para a parte central do rotor, entra em processo de rotação e é
impelido nas direções radial e tangencial pela força centrífuga, alcançando elevada
velocidade, depois circula pelo contorno da carcaça onde parte desta energia de
velocidade é transformada em energia de pressão e é expulso para fora da bomba pelo
bocal de descarga.
Segundo Carvalho (1999), o rotor é uma peça móvel da bomba que fornece energia ao
fluido. É acionado por um eixo, acoplado a uma fonte externa de energia. O fluido é
sugado por uma depressão em sua região central e recalcando por uma sobrepressão
periférica. É, em essência, um disco ou peça de formato cônico dotado de pás e que
pode ser classificado em grupos, segundo seu desenho mecânico:
a. Rotor fechado (FIG. 2a): possui além do disco onde se fixam as pás, uma coroa
circular também presa às pás. Pela abertura dessa coroa, o líquido penetra no rotor. É
normalmente usado para fluidos limpos, ou seja, para líquidos sem substâncias em
suspensão, pois está sujeito a entupimentos devido a sua geometria construtiva.
24
b. Rotor semiaberto (FIG. 2b): possui, além do disco onde se fixam as pás, uma tampa
traseira (coroa) também presa as pás. Usado para fluidos sujos ou com sólidos em
suspensão.
c. Rotor aberto (FIG. 2c): não possui uma coroa circular anterior, as pás são presas no
próprio cubo do rotor. Este rotor apresenta a desvantagem de possuir pequena
resistência na sua estrutura e isto faz com que seja necessária uma pequena parede
traseira quando as pás são muito largas. Está submetido a um desgaste maior devido a
recirculação do liquido no interior da carcaça, elevando os gastos com manutenção.
São encontrados em bombas que recalcam líquidos abrasivos ou em bombas
pequenas, de baixo custo.
O rotor pode ser considerado o principal componente da bomba, pois sua geometria e
diâmetro alteram suas características de pressão e vazão.
FIGURA 3 - Rotor fechado (a), rotor semiaberto (b) e rotor aberto (c).
(a) (b) (c)
A perda de carga é constituída por dois tipos de perdas: as perdas de carga distribuídas,
que ocorrem ao longo dos trechos da tubulação devido ao atrito e as perdas localizadas,
que ocorrem no momento em que o fluido atravessa os acessórios utilizados na
montagem da tubulação e no controle de fluxo, causando variação brusca da
velocidade, em valor e direção, aumentando a perda no ponto em que se localizam.
Cada acessório tem determinado valor de perda que é convertido em um valor
equivalente de comprimento de tubulação. (FOX et al., 2006).
As fórmulas e equações para cálculo das perdas não serão apresentadas por fugirem
ao foco deste trabalho.
26
𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝐻0 + Δ𝐻
27
Onde:
Os cálculos das perdas de carga envolvem dados e considerações que não fazem parte
do escopo deste trabalho.
Conforme Carvalho (1999) e pela análise da FIG. 4 abaixo, há dois tipos de sucção: a
positiva (FIG. 4a) e a negativa (FIG. 4b). Na primeira, a bomba se encontra instalada
em um patamar elevado em relação ao ponto de sucção, já na negativa, a bomba se
encontra instalada abaixo do ponto de sucção, sendo que o fluido chega à bomba
devido à atuação da gravidade.
28
FIGURA 4 - (a) bomba com sucção positiva; (b) Bomba com sucção negativa.
Tais curvas são obtidas através de ensaios dos próprios fabricantes das bombas. Por
serem obtidas através de ensaios e testes, podem apresentar pequenas variações nas
aplicações reais.
De forma geral, as curvas são apresentadas na mesma escala, para que os valores
possam ser correlacionados de forma direta, assim como é apresentado no GRÁFICO 6,
abaixo:
29
Estas curvas são denominadas curvas de iso-eficiência, já que para diversos pontos
dentro de uma área determinada, a bomba apresentará o mesmo rendimento.
(CARVALHO, 1999).
Outra variável importante para as bombas está relacionada com o rotor utilizado. Cada
diâmetro de rotor apresentará resultados diferentes nos pares ordenados vazão e
30
No GRÁFICO 7, pode-se perceber que, com a variação dos diâmetros dos rotores
obtêm-se valores diferentes de vazão, pressão, rendimento e potência.
Onde:
GRÁFICO 9 – Controle de vazão de uma bomba pela alteração das perdas do sistema utilizando válvula.
𝑛1
𝑄1 = 𝑄0 ∗
𝑛0
𝑛1
𝐻1 = 𝐻0 ∗ ( )²
𝑛0
𝑛1
𝑃1 = 𝑃0 ∗ ( )³
𝑛0
36
Onde:
A partir das curvas características fornecidas pelo fabricante da bomba, podem-se obter,
através das leis de semelhança, curvas equivalentes e confiáveis para qualquer
velocidade desejada. (FOX et al., 2001).
Fonte: <www.weg.net>.
a. Indutores
b. Circuito de pré-carga
Onde:
A equação prova, portanto, que quanto maior for a taxa de variação da tensão nos
terminais dos capacitores, maior será a corrente nos mesmos.
c. Capacitores do link DC
Para que esta situação possa ser evitada, há a possibilidade de se conectar uma
resistência de frenagem nos terminais referentes ao circuito chopper. Este circuito atua
chaveando a corrente regenerativa gerada para os resistores de frenagem externos,
que consomem a energia excedente. (CHAVES, 2014)
Estes transistores atuam como chaves, nas quais suas operações são controladas por
um microprocessador, que determinará o instante e o tempo de abertura de cada IGBT.
(PINHEIRO, 2014).
43
magnético do estator que induz tensão nos seus enrolamentos ou barras condutores
onde seu fechamento permite a circulação de uma corrente induzida, produzindo uma
força contra eletromotriz que interage com a força magneto motriz do estator e como
consequência gera o movimento de rotação no eixo. (KOSOW, 1993).
A velocidade do campo girante no estator pode ser definida pela expressão que
relaciona a frequência da rede de alimentação e a quantidade de pólos do estator,
sendo que os pólos são a quantidade de bobinas que constituem os enrolamentos
referentes a cada fase. (FITZGERALD et al., 1975).
𝑓
𝑛𝑠 = 120 ∗
𝑝
Onde:
𝑓
𝑛𝑟 = 120 ∗ ∗ (1 − 𝑠)
𝑝
Onde:
s é o escorregamento.
Através destas equações percebe-se que para gerar variação da velocidade do motor
de indução, pode-se atuar na frequência aplicada aos seus terminais, já que as outras
variáveis da equação, p (número de pólos) e s (escorregamento) são fixas. O número
de pólos é uma constante mecânica, provém da fabricação e projeto do motor e o
escorregamento depende da carga aplicada ao eixo.
Os conversores de frequência podem variar a velocidade dos motores por dois métodos
de controle distintos, o controle escalar e o controle vetorial.
O controle escalar, também conhecido como V/f (tensão por frequência) se dá através
da manutenção da relação tensão e frequência constante. Segundo KOSOW (1993), a
equação de torque para os motores de indução pode ser descrita como:
𝑇 = 𝐾1 ∗ ∅𝑚 ∗ I2
Onde:
∅𝑚 é o fluxo magnetizante;
I2 representa a corrente no rotor.
E ainda, indica que o fluxo magnetizante citado, desde que desprezadas a atuação da
resistência e reatância estatórica na queda de tensão, será:
𝑉1
∅𝑚 = 𝐾2 ∗
𝑓1
Onde:
Pode-se perceber que para gerar alteração da velocidade do motor, alterando somente
a frequência, haverá sensível redução do fluxo magnetizante e por consequência,
redução do torque. Esta situação é indesejada, pois desde que a carga se mantenha
constante o torque deve-se manter constante.
Por este motivo, o controle escalar proporciona uma alteração simultânea na tensão e
frequência aplicadas, de modo que a relação se mantenha constante e não haja
redução do fluxo e consequentemente do torque. No controle escalar a curva de torque
por frequência possui duas regiões distintas, uma delas abaixo da frequência nominal e
a outra acima da frequência nominal, como pode ser visualizado no GRÁFICO 12
abaixo. (MASCHERONI et al., 2009).
48
Segundo Mascheroni et al. (2009) este método é aplicado em casos onde não há
necessidade de se obter respostas rápidas de torque e velocidade, como é o caso do
sistema de bombeamento em estudo neste trabalho.
Segundo Mascheroni et al. (2009) uma das primeiras vantagens obtidas com uso de
conversores de frequência para acionamento de motores de indução se dá na corrente
50
Um aspecto significativo, diz respeito à ventilação forçada dos motores, que em geral
está acoplada ao seu eixo, sendo diretamente proporcional à sua velocidade. Com a
utilização dos conversores, em algum momento o motor pode estar operando em
velocidades abaixo da nominal, o que faz com que os ventiladores também tenham sua
velocidade reduzida, diminuindo sua eficiência, elevando a temperatura do
equipamento e podendo causar a redução da vida útil. (MASCHERONI et al., 2009).
A quantificação desta perda de rendimento não será abordada neste trabalho, sendo
que para efeitos práticos no estudo de caso a seguir, serão estipulados valores com
base nas informações fornecidas por Isoni (2006) e CEATI (2009).
52
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este trabalho foi elaborado com base em pesquisa bibliográfica a respeito do assunto.
Foram levantados artigos técnicos, dissertações, guias dos fabricantes de
equipamentos e livros de referência como forma de se obter entendimento geral do
assunto.
O assunto foi dividido em três grandes temas, bombas, motores de indução e conversor
de frequência. A fundamentação teórica de cada item foi explicada de forma a conectar
os três temas.
4 ESTUDO DE CASO
O presente estudo de caso visa avaliar a economia de energia elétrica gerada pela
utilização de um conversor de frequência acionando o motor de indução de um sistema
de bombeamento.
Bomba centrífuga, fabricante KSB, modelo Meganorm 65-200, vazão nominal Qn=135
m3/h, pressão nominal H=72 m.c.a., rotor de 204 mm, considerando o ponto de
máximo rendimento.
Fonte: Folheto de curvas características para bombas de uso geral KSB, modelo Meganorm.
As medições realizadas no circuito hidráulico, tais como vazões de água foram obtidas
através da instrumentação da planta industrial e sistema supervisório e também foram
efetuadas com monitoramento contínuo, por 12 horas em um dia normal de operação,
no mesmo período de monitoramento contínuo das grandezas elétricas do motor.
Vazão média temporal, calculada excluindo-se o intervalo de tempo com vazão nula
(sistema fora de operação): 84,6 m3/h;
Vazão mínima verificada: 0 m3/h (nessa situação, o atual sistema de controle desliga
o motor e o mantém desligado até que seja retomado consumo de água na planta
industrial, com a consequente redução do nível de água do tanque a níveis que
requeiram o religamento);
Nível de abertura da válvula de recalque para a vazão média temporal (valor
interpolado): 57,3%.
58
Fonte: <http\\:www.ksb.com>.
60
Para a vazão máxima demandada: Q=107 m3/h, H=77 m.c.a. (ver linhas vermelhas no
GRÁFICO 14, curva QxH de operação da bomba), operação na região de rendimento
mecânico da ordem de aproximadamente 77%. A curva do sistema, referente às
tubulações e acessórios está mostrada pela parábola na cor laranja;
Para a vazão mínima demandada: Q=60 m 3/h, H=82 m.c.a. (ver linhas verdes no
GRÁFICO 14, curva QxH de operação da bomba), operação na região de rendimento
mecânico da ordem de aproximadamente 64%. A curva do sistema, referente às
tubulações e acessórios, está mostrada pela parábola na cor roxa;
Segundo a curva de potência mecânica solicitada pelo eixo da bomba (ver linhas azul
claro e azul escuro no GRÁFICO 14, curva QxP da bomba), haveria, em tese, a
necessidade de suprimento de aproximadamente 40 cv no eixo do motor para a
condição de máxima vazão demandada e de cerca de 29 cv para a condição de mínima
vazão. Por cálculo seriam obtidos os seguintes valores:
107 ∗ 77 ∗ 981
𝐵𝐻𝑃 =
2700 ∗ 77
𝐵𝐻𝑃 = 38,9𝑐𝑣
61
60 ∗ 82 ∗ 981
𝐵𝐻𝑃 =
2700 ∗ 64
𝐵𝐻𝑃 = 27,9𝑐𝑣
Onde:
Primeiramente, note-se que a curva da bomba, relativa ao rotor de 204 mm, bem
como todas as demais, referem-se a uma rotação de 3.500 RPM, conforme GRÁFICO
14. Tratando-se de uma rotação que difere das rotações operacionais do motor utilizado
para cada potência demandada em seu eixo (tais rotações oscilam em um intervalo
entre 3.565 RPM e 3.600 RPM (exclusive)), uma vez que, pelas medições, o motor
opera subcarregado, girando com rotações superiores à rotação nominal. Sendo assim,
a curva real de operação da bomba, levando-se em conta seu giro a uma rotação
superior a 3.500 RPM, estaria ligeiramente deslocada para cima no GRÁFICO 14,
pressão por rotação HxQ.
Tal desvio, na grande maioria das situações, não afeta significativamente uma análise
dessa natureza. Além disso, outra razão para que se mantenham os valores das
pressões H (m.c.a.) com base na curva da bomba para 3.500 RPM, reside no fato de
que a redução da rotação (situação a ser analisada quando das projeções para a
utilização de conversor de frequência no acionamento do motor) provoca a redução da
capacidade de pressão de recalque a ser provida pela bomba centrífuga. Sendo assim,
o ponto de referência inicial H0 (m.c.a.), a partir do qual as demais pressões reduzidas
serão calculadas, será cerca de 5% inferior ao H0 real. Esse fato agrega, naturalmente,
um maior grau de segurança no resultado final do estudo, pois o limite mínimo aceitável
para a pressão, decorrente de uma rotação mínima admissível, será determinado
conservativamente.
Para isso, torna-se necessário determinar a potência demandada pelo motor e sua
rotação operacional sob tal situação. Para a obtenção desses dados, optou-se pela
realização de um teste específico com o sistema motor-bomba em funcionamento,
operando-se a válvula em modo manual com abertura de 100% durante alguns minutos,
medindo-se a vazão efetiva através da instrumentação da planta, monitorando-se a
potência elétrica do motor e medindo-se a rotação em seu eixo simultaneamente com o
uso de um tacômetro.
Com o valor da vazão em Q=147 m3/h, pelo GRÁFICO 14, na curva HxQ da bomba,
obtém-se a pressão H equivalente a 70 m.c.a.
Para os valores de vazão requeridos, nos quais os valores de pressão não atenderiam
ao desnível geométrico mínimo necessário para recalque da água, o sistema será
automaticamente desligado e permanecerá neste estado até que
A menor rotação permitida deverá ser superior à rotação obtida a partir da própria lei de
semelhança relativa às pressões:
𝑛1
𝐻1 = 𝐻0 ∗ [ ]²
𝑛0
𝐻1
𝑛1 = √ ∗ (𝑛0)2
𝐻0
20
𝑛1 = √ ∗ (3572)2
83
𝑛1 = 1.752 𝑅𝑃𝑀
Essa rotação equivale a 49% da rotação de referência, 3.572 RPM. Dessa forma, pode-
se fixar que nenhuma rotação abaixo de, por exemplo, 50% da referência (ou seja,
abaixo de 1.786 RPM), deve ser permitida pelo sistema de controle.
69
A seguir apresenta-se o GRÁFICO 16, contendo a faixa ocupada pelas novas curvas de
operação da bomba para cada rotação requerida bem como a curva do sistema.
Para cada rotação abaixo da nominal, a curva original QxH da bomba (considerado o
rotor de 204mm) desloca-se paralelamente para baixo. Porém, obviamente, a curva
do sistema, referente às tubulações e acessórios permanece idêntica, pois o mesmo
não se altera fisicamente.
Portanto, cada nova curva QxH parte de um ponto H1 no eixo das ordenadas que é
calculado multiplicando-se a pressão original H0 (correspondente à vazão Q=0 m3/h)
pelo quadrado da variação da rotação, e o restante da curva desloca-se paralelamente
à curva original.
O gráfico a seguir mostra a faixa de variação das novas curvas QxH de operação da
bomba sob cada rotação necessária para a vazão requerida (mantido o mesmo rotor de
204mm e considerando-se a abertura total da válvula da tubulação de recalque), e
destaca algumas curvas como exemplo. A curva do sistema é, obviamente, preservada
(no gráfico, o ponto de operação inicial/ referencial da curva do sistema se refere aos
valores de referência considerados para a vazão Q (147 m3/h) e pressão H (70 m.c.a.).
70
120
Média = 93,18
Vazão Requerida (m³/h) 100
80
60
40
20
0
Horário
𝑛0
𝐻1 = 𝐻0 ∗ ( )²
𝑛1
73
2264,12
𝐻1 = 83 ∗ ( )²
3572
𝐻1 = 37,36𝑚
𝐻𝑚𝑒𝑑 = 33,8 𝑚
𝜂𝑚𝑒𝑑 = 66%
g. Determinação da potência média (cv) operacional da bomba com base nos valores
definidos para vazão média, pressão média e rendimento médio operacionais da
bomba, utilizando a expressão da potência no eixo da bomba apresentada no capítulo
2.2:
𝑄∗𝐻∗𝛾
𝐵𝐻𝑃 =
𝑘∗𝜂
93,18 ∗ 33,8 ∗ 981
𝐵𝐻𝑃 =
2700 ∗ 66
𝐵𝐻𝑃 = 17,32 𝑐𝑣
Fonte: <http\\:www.weg.net>
77
Fonte: <http\\:www.weg.net>
Além disso, com base no guia WEG (2006) verifica-se que a diferença média entre o
rendimento de um motor alimentado em 60 Hz com tensão senoidal e 60 Hz com
tensão PWM é da ordem de 1%, considerando a mesma carga no eixo, ou seja, 0,01
P.U.. Portanto, conjugando-se ambos os efeitos aqui mencionados, pode-se considerar,
para fins de análise aproximada, que o rendimento do motor nesse caso específico se
reduza a algo da ordem de 0,89 P.U. para a rotação média referencial de 2.264 RPM.
Desta forma, o rendimento final projetado equivalerá, estimativamente:
17,32 ∗ 0,7355
𝑃(𝑘𝑊) =
0,74 ∗ 0,91
𝑃(𝑘𝑊) = 18,92 𝑘𝑊
𝑃𝑚𝑒𝑑 = 29,26 𝑘𝑊
35 Média = 29,264
Potência média medida
na situação atual (kW)
30
25
20
15
10
5
0
18:27:26
02:27:26
14:27:26
14:57:26
15:27:26
15:57:26
16:27:26
16:57:26
17:27:26
17:57:26
17:42:40
18:57:26
19:27:26
19:57:26
20:27:26
20:57:26
21:27:26
21:57:26
22:27:26
22:57:26
23:57:26
00:27:26
00:57:26
01:27:26
01:57:26 Horário
Comparando o valor medido na situação atual com os valores obtidos pela aplicação do
conversor de frequência obtém-se aproximadamente a economia provável
proporcionada para um dia de operação normal:
29,26 − 18,92
𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎% = ∗ 100
29,26
𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎% = 35,35%
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal fator que proporciona esta economia está relacionado ao caráter do torque
quadrático das máquinas de fluxo, para as quais o torque útil varia com o quadrado da
variação da velocidade e a potência mecânica útil necessária ao acionamento varia de
forma cúbica.
Outro ponto de vantagem refere-se ao desgaste das estruturas que, com a utilização de
válvulas estranguladoras, sofrem em relação ao aumento da pressão; com os
conversores este fato não ocorre, já que a alteração dos pares vazão e pressão se dá
de acordo com as curvas de velocidades. Isto proporciona um aumento da vida útil dos
equipamentos instalados.
6 REFERÊNCIAS
FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 5. ed. Rio
de janeiro: LTC, 2001.
HADDAD, Jamil; MARQUES, Milton César Silva (Coord). Eficiência Energética: teoria
e prática. Itajubá: Fupai, 2007, 224 p.
ISONI, Marcos César. Informações para execução do TCC. Belo Horizonte: Centro
Universitário Newton Paiva, 2014. 20 p. Gráficos e figuras para elaboração do TCC.
KOSOW , Irving L.. Máquinas elétricas e transformadores. Porto Alegre: Globo. 9. Ed.
1993.
84
SANTOS, Sérgio Lopes dos. Bombas e instalações hidráulicas. São Paulo: LCTE,
2007.