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Sobre Sudokus, Grupos e Grafos

About Sudokus, Groups and Graphs

Mateus Alegri
Universidade Federal de Sergipe(UFS), Departamento de Matemática (DMAI), Itabaiana, SE, Brasil
allegri.mateus@gmail.com

Wagner Ferreira Santos


Universidade Federal de Sergipe(UFS), Departamento de Matemática (DMAI), Itabaiana, SE, Brasil
wagnermaths@gmail.com

Samuel Brito Silva


Universidade Federal de Sergipe(UFS), Departamento de Matemática (DMAI), Itabaiana, SE, Brasil
s.complexo@hotmail.com

Informações do Artigo

Resumo
Neste trabalho abordaremos algumas conexões existentes entre a teoria
Histórico do Artigo matemática que abrange o jogo Sudoku, as teorias dos grupos finitos e
Submissão: xx de xxxx de 20xx. grafos. Na primeira seção faremos uma breve introdução do conceito de
Aceite: xx de xxxx de 20xx. quadrados latinos e quasigrupos finitos, estruturas matemáticas que gene-
ralizam jogos como o Sudoku. Na segunda seção exibiremos um critério
Palavras-chave que garante quando um quadrado latino seja a tabela de um grupo. Na
Sudoku última parte do trabalho estudaremos resultados envolvendo grafos, sendo
Quadrados Latinos
Grupos
alguns destes obtidos pelos autores.
Grafos

Abstract
Keywords
In this work we will discuss some connections between the mathematical
Sudokus theory that covers the Sudoku game, the theory of finite groups and graphs.
Latin Squares In the first section we will briefly introduce the concept of Latin squares
Groups and finite quasigroups, mathematical structures that generalize games like
Bipartite Graphs Sudoku. In the second section we will show a criterion that guarantees
Edges Coloring.
when a Latin square is the table of a group. In the last part of the work we
will study results involving graphs, some of them obtained by the authors.

1 Introdução

Nesta seção discutiremos ideias concernentes a matemática do popular jogo conhecido


como Sudoku1 . Este é um jogo bem simples, de raciocı́nio lógico, considerado um passatempo,

1
A palavra Sudoku é a abreviação para a frase: suuji wa dokushin ni kagiru, que em português significa: os dı́gitos
devem permanecer únicos.

REMAT, Bento Gonçalves, RS, Brasil, v. xx, n. xx, p. xx-xx, xxxx de 20xx.
Autor 1, Autor 2 (Apenas após aceite. Exemplo: João P. Silva, Maria A. Silva) 2

disponı́vel em meios como aplicativos de celulares, em páginas da web, entre outros. O jogo é
disposto de forma de um quadrado de números, variando de 1 a 9, onde um mesmo número não
se repita nem em linha, nem em coluna, adicionando a restrição da não repetição de numeros em
todo subquadrado 3 × 3. Este jogo foi inspirado em um conceito matemático chamado de quadrados
latinos. O primeiro matemático que publicou um artigo sobre quadrados latinos foi o norueguês Le-
onhard Euler em 1783, texto que se referia à aplicações à estatı́stica. O nome Quadrado latino se
deve ao fato de que Euler utilizou letras latinas em vez de números em suas representações. Hoje
em dia há diversas aplicações da teoria dos quadrados latinos que vão além de um simples jogo,
como por exemplo, teoria dos códigos corretores de erros, criptografia e estatı́stica.

Neste artigo exploraremos conexões entre grupos, grafos e quadrados latinos, de modo que
é requerido apenas ao leitor possuir conhecimentos básicos de grupos de permutação e grafos. Para
maiores informações, consulte [1] e [5].

2 Quasigrupos e Quadrados Latinos

Definição 2.1. Um quadrado latino de ordem n é uma quádrupla (R, C, S, L) onde R, C, S são con-
juntos com n elementos e L é uma aplicação L : R × C → S tal que para cada i de R e j de C, a
equação L(i, j) = x tem uma única solução, isto é, fixando qualquer duas coordenadas de (i, j, x)
encontra-se a terceira de forma única.

De maneira informal, um quadrado latino é uma maneira de dispor n × n elementos onde em


uma determinada linha i e coluna j o elemento i, j não se repete nesta mesma linha e na mesma
coluna.

Como R, C, S = X = {1, 2, . . . , n}, abreviaremos a quádrupla (X, X, X, ∗) para (X, .). A


seguir fornecemos um exemplo de um quadrado latino2 de ordem n é:

1 2 ··· n
2 3 ··· 1
L= . . .
.. .. . . ...

n 1 ··· 2

2
Note que esse quadrado corresponde a tabela de Cayley de (Zn , +), identificando k com k̄, para 1 ≤ k ≤ n .

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Tı́tulo curto do artigo 3

Um quadrado latino reduzido L de ordem n, que é um quadrado latino em que a primeira


linha e primeira coluna aparece na ordem natural: 1, 2, ..., n, como no exemplo anterior, para n = 3.

De fato, quadrados latinos apresentam uma estrutura matemática muito singular, e dela
derivam-se muitas propriedades e aplicações. Ademais, há resultados que são influenciados por
várias áreas dentro e fora da análise combinatória, como álgebra, geometria finita, estatı́stica dentre
outras, como veremos nas seções seguintes. A seguir fornecemos a definição de uma estrutura
algébrica que generaliza a teoria de grupos.

Definição 2.2. Dada ∗ uma operação binária em um conjunto Q, o par (Q, ∗) é um quasigrupo se
para todo par a, b ∈ Q, as equações a ∗ x = b e y ∗ a = b são unicamente solúveis para x e y em Q.

De fato, todo grupo G é um quasigrupo, pois, devido à lei do cancelamento (tanto à direita
quanto à esquerda), as equações a ∗ x = b e y ∗ a = b são unicamente solúveis em G, para tanto,
basta tomar x = a−1 b e y = ba−1 . Um exemplo de um quasigrupo é o par (Z, −), onde a operação −
é a subtração usual de números inteiros, outro é o conjunto dos números racionais não nulos com a
operação de divisão.

Considerando a tabela de operações de um quasigrupo finito, como os elementos do grupo


nunca se repetem nas mesmas linhas e colunas deste quadrado, podemos associar um quadrado
latino à uma estrutura mais simples que a de grupos. De fato, a partir da definição de um quasi-
grupo, podemos estabelecer que um quadrado latino L de ordem n é equivalente a uma tabela de
multiplicação de um quasigrupo (X = {1, 2, . . . , n}, ∗).

A proposição a seguir nos diz que o que difere um grupo de um quasigrupo é a associativi-
dade de elementos.

Proposição 2.3. Seja (Q, ∗) um quasigrupo. Se esta estrutura é associativa então (Q, ∗) é um grupo.

Prova. Primeiramente vamos provar que (Q, ∗) possui identidade. Sejam


e1 , e2 , x ∈ Q, tais que x ∗ e1 = x = e2 ∗ x. Então x ∗ e21 = x ∗ e1 = x, logo e21 = e1 . Se a ∈ Q é tal
que e1 ∗ a = x, então e2 ∗ e1 ∗ a = e2 ∗ x = x = e1 ∗ a, e assim e2 ∗ e1 = e1 = e21 , implicando em
e1 = e2 . Colocando e = e1 , temos que para qualquer y ∈ Q, e ∗ y = e ∗ y 2 , implicando que y = e ∗ y
e de maneira análoga obtemos y = y ∗ e. Devido a arbitrariedade das escolhas de x e y, podemos
estabelecer que e é a identidade em Q.

Provaremos agora que todo elemento de Q possui inverso em Q. Para todo x ∈ Q, existem
únicos a, b ∈ Q, tais que x ∗ a = e = b ∗ x. Então a = e ∗ a = (b ∗ x) ∗ a = b ∗ (x ∗ a) = b ∗ e = b, e
deste modo podemos denotar x−1 = a = b. 

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Autor 1, Autor 2 (Apenas após aceite. Exemplo: João P. Silva, Maria A. Silva) 4

Como todo grupo é um quasigrupo, toda tabela de Cayley de um grupo finito é um quadrado
latino, deste modo obtemos o seguinte resultado.

Corolário 2.4. A tabela de Cayley de um grupo de ordem n é um quadrado latino de ordem n.

Exemplo 2.5. Considere os dois quadrados a seguir.

. 1 2 3 4 . 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 1 4 3 2
2 2 1 4 3 2 2 3 4 1
3 3 4 1 2 3 3 1 2 4
4 4 3 2 1 4 4 2 1 3

O quadrado latino da esquerda representa a tabela do grupo de Klein, V = Z2 × Z2 , que pode


ser vista através do isomorfismo f : {1, 2, 3, 4} → V , onde f (1) = (0̄, 0̄), f (2) = (0̄, 1̄), f (3) = (1̄, 0̄),
e f (4) = (1̄, 1̄). O quadrado latino da direita não é a tabela de Cayley de um grupo. De fato, sua
estrutura não é associativa, pois (1.2).3 = 1 e 1.(2.3) = 2.

Como vimos no exemplo anterior, a recı́proca do corolário nem sempre é verdadeira. O


próximo teorema fornecerá um critério simples que estabelece quando um quadrado latino é, ou
não, um grupo.

Considerando a tabela do grupo de Klein (V ), se tomarmos duas linhas quaisquer desta e


considerarmos estas como permutações, a composição destas linhas será uma linha da tabela de
V . Por exemplo se permutarmos a segunda e quarta linhas, temos

     
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
  ◦   =  
2 1 4 3 4 3 2 1 3 4 1 2

que é a terceira linha da tabela do grupo de Klein (V ). Podemos obter esta linha calculando
(2 ∗ 4) ∗ x = 2 ∗ (4 ∗ x), para todo x ∈ X = {1, 2, 3, 4}. De maneira equivalente, podemos realizar
esta tarefa calculando φ2 ◦ φ4 (x) = φ2∗4 (x), onde φg é a translação, φg (x) = g ∗ x. Em geral, para
todos os quadrados latinos em que a composição de duas de suas linhas é uma linha do quadrado,
teremos que este quadrado é a tabela de Cayley de um grupo, resultado que será demonstrado logo
a seguir, chamado de método de Siu/Suschkewitch. Este método é creditado ao matemático chinês
Man-Keung Siu em seu artigo Which Latin Squares are Cayley Tables?, [8] publicado na revista The
American Mathematical Monthly em 1991, baseado no trabalho de Suschkewitch [9].

Teorema 2.6. (Método de Siu/Suschkewitch) Um quadrado latino é a tabela de um grupo se, e


somente se, a composição de duas linhas é uma linha do quadrado.

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Prova. Por simplicidade considere um quadrado latino reduzido L de ordem n. Dado i ∈ Q =


{1, 2, . . . , n}, a linha li de L é dada por li = (i ∗ 1 i ∗ 2 . . . i ∗ n). Sendo L um quadrado latino
reduzido, obviamente, o elemento 1 é o suposte elemento neutro de Q, e a composição li ◦ lj é dada
por m = (i ∗ (j ∗ 1) i ∗ (j ∗ 2) . . . i ∗ (j ∗ n)). O único meio de que m seja uma linha de L é
m = li∗j = ((i ∗ j) ∗ 1 (i ∗ j) ∗ 2 . . . (i ∗ j) ∗ n), e isto é verdade se, e somente se, Q é associativo. 

Exemplo 2.7. Consideremos o quadrado latino L dado por

1 2 3 4 5 6
2 1 4 5 6 3
3 6 1 2 4 5
4 5 6 1 3 2
5 3 2 6 1 4
6 4 5 3 2 1

Calculando a composição da última e quarta linhas, denotada por l6 ◦ l4 , obtem-se:


     
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
  ◦  = 
6 4 5 3 2 1 4 5 6 1 3 2 3 2 1 6 5 4

Onde a permutação resultante não é nenhuma linha do quadrado latino, logo, pelo critério de
Siu/Suschkewitch, L não é a tabela de Cayley de um grupo.

Para mostrarmos que um quadrado latino de ordem n tem estrutura de grupo, pelo teorema
anterior, temos que testar as n2 composições possı́veis. Note que isto é muito mais simples do que
testar a veracidade de n3 equações do tipo:a ∗ (b ∗ c) = (a ∗ b) ∗ c. Na próxima seção forneceremos
duas condições necessárias baseadas em grafos, muito simples e úteis para decidir se um quadrado
latino é a tabela de um grupo.

3 Grafos e Quadrados Latinos

Nesta seção faremos construções de quadrados latinos utilizando grafos, e a partir des-
tas obter propriedades envolvendo grupos, quasigrupos e quadrados latinos. Para as primeiras
considerações utilizaremos uma famı́lia de de grafos bipartidos com arestas coloridas, muito úteis
na busca de soluções de problemas de correspondência3 . Nestes grafos os vértices podem ser

3
Um exemplo de um problema de correspondência é como o seguinte. Suponha que haja n candidatos e n empregos
distintos, onde cada candidato se candidatar a um emprego. Fazendo a correspondência entre a aresta que liga uma
pessoa à um emprego, obtemos uma solução para este problema de correspondência, que é representado por um grafo
bipartido.

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particionados em conjuntos disjuntos U e V onde nenhuma aresta liga dois vértices em V ou em U .


Um grafo onde o número de elementos de U é igual ao número de elementos de V , n, onde todo
vértice de U é ligado por uma aresta a todo vértice de V é chamado chamado de um grafo com-
pleto de ordem n e representado por Kn,n . Para nosso estudo, as arestas do Kn,n serão coloridas
com n cores de modo que cada vértice possua uma aresta de cada cor incidente. Lembramos que
um 1-fator de um grafo (V, E) é um subgrafo de (V, E 0 ), cujo cada vértice tem apenas uma aresta
incidindo nele. Se E pode ser particionado em subconjuntos disjuntos de tal maneira que (V, E) se
decompõe em 1-fatores, dizemos que o grafo (V, E) é 1-fatorável. A partir da 1-fatoração de grafos,
podemos relacioná-los grafos e quadrados latinos.

Proposição 3.1. Um quadrado latino de ordem n é equivalente a um 1-fatoração do grafo completo


Kn,n .

Prova. Considere um quadrado latino de ordem n, L. Fixando cada sı́mbolo com uma cor, podemos
construir um grafo bipartido com vértices nos conjuntos disjuntos U e V da seguinte maneira. Se
na linha i e coluna j o elemento k figura em L, associamos o vértice i ∈ U ao vértice j ∈ V com a
aresta de cor k. Desde que os números em linha e em coluna do quadrado latino L não se repetem,
cada vértice em U é ligado a todo vértice em vez com uma aresta das k cores distinta das demais,
configurando assim um 1-fator de Kn,n . 

Exemplo 3.2. Nas figuras seguintes seguem a construção linha a linha do quadrado latino L e o
grafo representando o próprio L. Aqui a cor preta representa o número 1, as cores vermelho, verde
e roxo representam os números 2, 3 e 4, respectivamente.

. 1 2 3 4
1 1 2 3 4
2 2 1 4 3
3 3 4 1 2
4 4 3 2 1

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Tı́tulo curto do artigo 7

Figura 1 – Grafos representando linhas do quadrado L

Figura 2 – O grafo de arestas coloridas representando L

É claro que a representação de um quadrado latino via um grafo de arestas coloridas como
feito no exemplo anterior é única. A partir da associação de um grafo e um quadrado latino como
feita aqui vamos obter outra associação equivalente entre estes objetos, porém de maneira mais
simples, não utilizando cores. Esta nova representação, que é discutida em [3], será útil para obter
condições necessárias para que um quasigrupo seja associativo e obter subgrupos de um grupo
finito.

Seja L um quadrado latino de ordem n. Construı́mos o grafo h associado à L como um grafo


com (n + 1)n vértices, n2 arestas, constituı́do de n fatores, cada uma representando uma linha de
L. Rotulamos os vértices em um fator k de 1 a n de cima para baixo na ordem crescente, ou seja o
i-ésimo vértice no fator K é rotulado por (i, k). Neste grafo uma aresta ligando o vértice i ao vértice
j existe em um k-ésimo fator se na coluna i e linha k de L aparece o elemento j.Observe que se

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L é um quadrado latino, há somente duas arestas atingindo todo vértice do grafo h, e ainda esta
representação é única. Chamaremos a associação entre um quadrado latino L de ordem n e um
grafo como descrito acima como representação gráfica 2 de L.

Exemplo 3.3. Na esquerda da figura a seguir representamos o quadrado latino gerado a partir da
tabela de Cayley do grupo de Klein e no centro sua representação gráfica utilizando cores. Na direita
temos a representação gráfica 2 da tabela do grupo de Klein.

Figura 3 – Representações gráficas do grupo de Klein

Dado n um número natural, considere o conjunto Hn de grafos como descritos na representação


gráfica 2 de um quadrado latino. É fácil de ver que, devido a unicidade da representação abordada,
cada grafo de Hn representa um quasigrupo de mesma ordem, tornando verdadeira a seguinte
proposição.

Lema 3.4. O número de grafos elementos do conjunto Hn é igual ao número de quasigrupos de


ordem n, contando os possı́veis isomorfismos.

Por questões de facilidade, vamos estabelecer duas condições iniciais que serão utilizadas
neste trabalho.

1. A primeira linha l1 de L está em ordem natural, i.e., o quadrado latino L é reduzido.

2. Todo elemento i de um quasigrupo Q possui inversa, i.e., em uma coluna j e na linha i de L,


o elemento 1 aparece, bem como na linha j and coluna i.

Para o item 1. estamos cobrando que o quasigrupo possua elemento neutro(e assim Q é um
loop). A linha l1 é chamada de linha neutra, por que a composição de l1 com qualquer linha lj resulta
na linha lj . A fim de verificar o item 2., devemos apenas observar a posição dos 10 s no quadrado

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Tı́tulo curto do artigo 9

L de modo a garantir que o inverso à direita seja igual ao inverso à esquerda de do elemento da
primeira coluna de L.

No próximo lema vamos estabelecer que dado grupo Q de ordem n, o conjunto de linhas de
sua tabela de Cayley l = {l1 , l2 , . . . , ln } munido com a operação de composição de linhas também
tem estrutura de grupo. Obviamente, nestas condições, Q é isomorfo a l, e a operação ◦ em l é dada
por li ◦ lj = li∗j . O propósito em fornecer o seguinte lema é estudar condições nos fatores de um
grafo h ∈ Hn , representante gráfico 2 de um quadrado latino L, a fim de que L seja uma tabela de
Cayley de um grupo.

Lema 3.5. Tome l = {l1 , l2 , . . . , ln } o conjunto de todas as linhas de um quadrado latino L, tabela de
multiplicação do quasigrupo Q, respeitando as condições iniciais. O conjunto l munido da operação
de composição de linhas é um grupo, se e somente se, Q é um grupo.

Prova. Para a condição suficiente, note que a composição é fechada para os elementos de l, e
assim a associatividade está assegurada para os elementos de Q, provando que este tem estrutura
de grupo.

Reciprocamente, se Q é um grupo, então a composição de linhas é uma operação binária


para os elementos de l, sendo l1 o elemento neutro de l. Afirmamos que todos os elementos de l
possuem inversa em l. Com efeito, pela condição inicial 2., dada uma linha li de L, a sua inversa é
a linha li−1 , onde i−1 é o inverso do elemento i ∈ Q. De fato, sendo li = (i i ∗ 2 i ∗ 3 . . . i ∗ n) e
li−1 = (i−1 i−1 ∗ 2 i−1 ∗ 3 . . . i−1 ∗ n), em uma coluna k de L, temos pela lei da associatividade em
Q o seguinte fato: li ◦ li−1 (k) = i ∗ (i−1 ∗ k) = k, e então li ◦ li−1 = l1 . 

Dado uma linha li em um quadrado latino L, sabemos que esta linha é representada pelo
i-ésimo fator do grafo h ∈ Hn . A operação de composição de duas linhas li e lj , graficamente
pode ser representada pelos caminhos resultantes que partem dos vértices de li e alcançam os
vértices adjascentes de lj . No exemplo a seguir temos a representação da operação de composição
de fatores, que no caso representam a operação de composição das linhas l1 = (1 3 2 4) e
l2 = (2 4 3 1) gerando a linha (2 3 4 1).

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Figura 4 – A composição dos fatores à esquerda gera o fator à direita

Dizer que este i-esimo fator é inversı́vel é o mesmo que dizer que a linha li é inversı́vel em
(l, ◦). Graficamente um fator k é inversı́vel se existe um fator j em h tal que o caminhos saindo de
cada vértice i no fator k atinge o vértice i no fator j.

Exemplo 3.6. Na figura a seguir temos a representação gráfica 2 da tabela L do grupo Z5 . De-
notamos por l1 = (1 2 3 4 5), l2 = (2 3 4 5 1), l3 = (3 4 5 1 2), l4 = (4 5 1 2 3) e
l5 = (5 1 2 3 4).

Figura 5 – Representação gráfica 2 da tabela do Z5

Note que l1−1 = l1 , l2−1 = l5 e l3−1 = l4 . Na figura abaixo segue a representação gráfica da
operação de composição das linhas 2 e 5 do quadrado, via caminhos nos respectivos grafos.

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Tı́tulo curto do artigo 11

Figura 6 – Representação gráfica da composição de linhas

Pelo lema 3.5 se um quadrado L satisfaz as condições iniciais 1. e 2. e uma dada linha
não possui linha inversa, a associatividade não está assegurada para os elementos de Q, mais
especificamente, existem i e k em Q, onde i ∗ (i−1 ∗ k) 6= (i ∗ i−1 ) ∗ k. Em seguida formalizamos
o chamado Teste da Linha Inversa que requer no máximo n operações de composições a serem
realizados.

Proposição 3.7. (A linha inversa )

Tome h ∈ Hn representando a tabela L do quasigroupo Q, satisfazendo as condições iniciais


1. e 2. . Se para um fator em h não existe o fator inverso, então Q não é associativo.

Neste segundo teste, o teste da Permutação Total, com apenas uma operação, se esta for
satisfeita, podemos afirmar que Q é não associativo.

Proposição 3.8. (A Permutação Total) Tome h um grafo de Hn representando a tabela de multiplicação


L de um quasigroupo Q. Partindo do vértice i no primeiro fator de h, considere um caminho no grafo
até o último vértice no último fator de h. Fazendo isto para todos os vértices do primeiro fator, se os
caminhos correspondentes não geram um fator do grafo h, então Q é não associativo.

Prova. Considerando os caminhos no grafo h, como descritos no enunciado da proposição, a


operação nos fatores de h é equivalente a se calcular n composições nas linhas de L, como
(. . . ((l1 ◦ l2 ) ◦ l3 ) . . .) ◦ ln , nesta ordem. De fato, se o correspondente fator neste processo, cha-
mado de Permutação Total, não forma um fator de h, então a composição de linhas não é fechada
em L implicando no fato de que Q não é associativo. 

Exemplo 3.9. Considere a tabela de um quasigrupo Q como mostrada na figura 7. As arestas


partindo dos números de 1 a 5 são coloridos com as respectivas cores: preto, verde, vermelho, ciano

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e amarelo, para fins de facilitar a vizualização. A permutação total fornece o grafo representado na
figura 8, que não é um fator do grafo da figura 7. A permutação total representada na figura 8 é
equivalente à permutação (3 4 5 2 1) que não é linha do quadrado L.

Figura 7 – A Tabela de L à esquerda e o grafo correspondente, à direita

Figura 8 – O grafo resultante da permutação total em L

Observação 3.10. As condições discutidas nesta seção são apenas suficientes. Segue abaixo um
exemplo de uma tabela L que não é tabela de Cayley de um grupo em que satisfazem o critério
da linha inversa e da permutação total. Note que o quasigrupo Q associado a esta tabela não é
associativo pois (2 ∗ 3) ∗ 4 = 3 6= 2 ∗ (3 ∗ 4) = 2.

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Figura 9 – Representação gráfica 2 de uma tabela de um quasigrupo

Baseado no critério de Siu/Suschkewitch [9] e [8], podemos encontrar todos os grafos em Hn


que representam tabelas de Cayley de grupos de ordem n.

Teorema 3.11. Seja Q um quasigrupo n com tabela de multiplicação L, sendo representado pelo
grafo h ∈ Hn . Se a composição de dois fatores quaisquer em h ainda é um fator de h então Q é um
grupo.

Exemplo 3.12. Na figura abaixo tem-se a representação do grafo h do grupo S3 , cuja tabela de
Cayley é exibida na esquerda desta. Note que o correspondente grafo h de S3 é fechado em relação
a composição de fatores. Na figura seguinte segue o esquema da composição dos fatores quatro e
seis de S3 , que representam as linhas 4 e 6 da tabela de Cayley do grupo, gerando o terceiro fator.

Figura 10 – Grafo of H6 representando a tabela do S3

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Figura 11 – graph representando a operação l4 ◦ l6

4 Subgrupos e Grafos

Nesta seção encontraremos condições gráficas para que dado um subgrafo h0 de h ∈ Hn ,


satisfazendo a condição do teorema 3.11, seja associado à um conjunto Q0 ⊂ Q, de modo que Q0
tenha estrutura de grupo.

Teorema 4.1. Seja G um grupo de ordem n com tabela L associado ao grafo h ∈ Hn . O subconjunto
G0 com n0 elementos em que 1 ∈ G0 é um subgrupo de G se, e somente se, o grafo h0 associado a
G0 é um subgrafo de h que há exatamente n0 fatores com vértices em G0 e n0 (n0 − 1) arestas, onde
todo vértice i é conectado em algum fator ao vértice 1.

Prova. Seja h0 o subgrafo de h ∈ Hn satisfazendo as condições expostas no enunciado do teorema.


Como h é um subgrafo, afirmamos que h representa um quadrado latino L0 que é a tabela de Cayley
do grupo G0 . De fato devido a definição do subgrafo h0 , G0 é fechado em relação à operação herdada
de G e como todo vértice de h0 é conectado ao vértice i, então todo elemento de G0 possui inversa
em G0 , provando que G0 é um subgrupo de G.

Reciprocamente, dado um subgrafo h0 de h que representa o grupo G, satisfazendo as


condições do teorema, um fator qualquer de h0 possui inversa de acordo com a condição de que
todo vértice i ∈ h0 é conectado em algum fator ao vértice 1, de modo a garantir a existência de
inversos para todos os elementos de G0 ⊂ G. O fechamento em relação à operação herdada de G é
garantida pela própria construção do subgrafo. 

Exemplo 4.2. Seguem nas figuras a seguir os grafos h e h0 , que representam o grupo G = {1, 2, . . . , 8} ≡
Q8 , onde Q8 denota o grupo dos quatérnions seu subgrupo G0 = {1, 2, 3, 4} ≡ Z4 , respectivamente.

REMAT, Bento Gonçalves, RS, Brasil, v. xx, n. xx, p. xx-xx, xxxx de 20xx.
Tı́tulo curto do artigo 15

Figura 12 – Grafo de H8 representando a tabela de Q8

Figura 13 – Grafo representando a tabela de G0 ⊂ Q8

Considerando uma representação gráfica de um quadrado latino e utilizando arestas colo-


ridas para grafos espalhado em fatores, como os grafos do conjunto Hn , podemos encontrar uma
maneira simples de extrair subgrupos destes grafos observando colorações de suas arestas.

Dado um quasigrupo Q de ordem n, cuja tabela é o quadrado latino L, consideremos a


representação h ∈ Hn deste e um conjunto de n cores associado aos elementos de Q. Colorimos
as arestas de h de modo a passar a ser o grafo de arestas coloridas c da seguinte maneira. A aresta
ligando o vértice i ao vértice j possui a cor k desde que na linha i e coluna j do quadrado L o
elemento k apareça. Denotamos o conjunto destes grafos coloridos vinculados a quasigrupos de
ordem n por Cn e a representação gráfica de um quadrado latino L dada por um elemento c ∈ Cn
por representação gráfica 3 de L.

Teorema 4.3. Seja G um grupo de ordem n cuja tabela de Cayley é L e o seu grafo colorido repre-
sentante é c. O conjunto G0 = {i1 , i2 , . . . , im } ⊂ G, onde i1 = 1 é um subgrupo de G se em todos os

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Autor 1, Autor 2 (Apenas após aceite. Exemplo: João P. Silva, Maria A. Silva) 16

fatores k ∈ {i1 , i2 , . . . , im } de c, os vértices de G0 são ligados entre si possuem cores em associados


aos elementos de G0 .

Prova. Dado um subconjunto G0 de G, este sendo associado ao grafo colorido c, dizer que os
vértices de G0 são ligados entre si possuem cores em associados aos elementos de G0 significa que
a operação herdada por G é fechada para os elementos de G0 . Como 1 ∈ G0 e sendo G um grupo
e todo elemento i ∈ G0 é ligado a 1 no fator i, então todo elemento i ∈ G0 possui inversa em G0 ,
caracterizando que G0 possui estrutura de grupo. 

Exemplo 4.4. Como vemos nas figuras a seguir, temos uma representação gráfica da tabela do
grupo Q8 utilizando cinco cores e uma linha pontilhada para as arestas. O conjunto {1, 2, 3} forma
um subgrupo de S3 e é representado no grafo da figura 14 pelos vértices de mesmo número e
operações dadas pelas cores preto, vermelho e verde.

Figura 14 – Cor 1: preto, 2: vermelho, 3:verde, 4:roxo, 5:amarelo, 7:laranja, 8:cinza e 6:linha pontilhada

Os outros subgrupos próprios de Q8 são {1, 2}, {1, 2, 3, 4}, {1, 2, 5, 6} e {1, 2, 7, 8} que podem
ser observados facilmente na figura acima.

5 Considerações Finais

Referências Bibliográficas

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Tı́tulo curto do artigo 17

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