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Este guia teve como base o conteúdo do manual

preparado para intervenções na


Área Metropolitana do Valle Aburrá,
cedido mediante parceria estabelecida com a
ACODAL NOROCCIDENTE,
da Colômbia. Ministério do
Meio Ambiente
BANCO DO BRASIL WWF – BRASIL EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL
WWF - Brasil Vice-presidente de Agronegócios e Secretário Geral I&T GESTÃO DE RESÍDUOS
Micro e Pequenas Empresas Carlos Nomoto Coordenação Geral
Guia de Compostagem. Coordenação Geral de Tarcísio de Paula Osmar Fernandes Dias Tarcísio de Paula Pinto
Pinto, Supervisão Técnica de Luis Anibal Sepulveda Villada, Cola-
Superintendente Executivo de
Gerente Geral de Negócios Sociais e Políticas Públicas e Relações Externas Supervisão Técnica
boração de Piero Pucci Falgetano, Philippe Thibault, Helena Leite, Luis Anibal Sepulveda Villada
Desenvolvimento Sustentável Henrique Lian
Rafael Guiti Hindi, Wanderley Macedo dos Anjos. Asclepius Ramatiz Lopes Soares (Acodal Seccional Noroccidente, Colômbia)
Brasília: WWF-Brasil, 2015. Coordenador do Programa Água Brasil
Gerente Executivo Antonio Cristiano Vieira Cegana Colaboração
Wagner de Siqueira Pinto Piero Pucci Falgetano
104 p.: il; 21 x 21 cm Coordenadora do Programa de Helena Leite
Gerente de Divisão Educação para Sociedades Sustentáveis Rafael Guiti Hindi
ISBN: 978.85.5574.008.4 Márcio Luiz da Silva Gama Mariana Antunes Valente Wanderley Macedo dos Anjos
Superintendente Estadual do Acre Analista de Conservação Maria Stella Magalhães Gomes
1. Políticas Públicas. 2. Política Nacional de Resíduos Sólidos. 3. Marcolino José de Zorze Rodighero Philippe Thibault
Manejo de resíduos. 4. Compostagem (composto orgânico).
Projeto Gráfico
Flávio Quental Rodrigues Luiz Alexandre Lara
Assessor Técnico
I. Pinto, Tarcísio de Paula. II. Villada, Luis Anibal Sepulveda. Abílio Vinicius Barbosa Pereira
Rogério Fernandes Dias Imagem da capa
III. Título
Especialista de Conservação Ecocitrus, Cooperativa dos
Terezinha da Silva Martins Citricultores Ecológicos do Vale do Caí,
CDD: 628-4 ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
Analista de Comunicação de Montenegro/RS
Diretor - Presidente Adriana Rollemberg Mollo
Vicente Andreu Gillo Damaris Adamucci
Diretor Área de Gestão
Paulo Varella
Superintendência de Implementação de
Programas e Projetos
Ricardo Andrade
Guia para a Compostagem COBERTA
COBERTASEM
SEM
ODORES
ODORESSEM
SEM
LÍQUIDOS
LÍQUIDOSRÁPIDA
RÁPIDA

Apresentação
A compostagem é um processo na-
tural de decomposição da matéria
orgânica por micro-organismos em condições
ção e Engajamento, Mitigação de Riscos e Ne-
gócios Sustentáveis e está presente em todos
os biomas brasileiros, com projetos em sete
bem definidas. Matérias primas tais como re- bacias hidrográficas e cinco cidades. Estas cin-
síduos de cultivos, resíduos animais, restos ali- co cidades piloto - Belo Horizonte (MG), Caxias
mentares e os resíduos industriais apropriados do Sul (RS), Natal (RN), Pirenópolis (GO) e Rio
podem ser utilizadas para serem compostadas Branco (AC) foram selecionadas de forma a
e em seguida, serem aplicadas ao solo como contemplar as cinco regiões geográficas do
adubos naturais. país, e contemplar diferentes portes, para que
O tema “compostagem” tem crescen- as ações sejam replicadas em outros municí-
temente ocupado a atenção dos que vivem pios brasileiros.
nas cidades brasileiras e dos responsáveis por O Água Brasil vem tendo um papel fun-
sua gestão. Isto é decorrência das pressões damental no apoio a estas prefeituras munici-

S E M O D O R E S resultantes de ambientes urbanos cada vez


mais adensados e complexos, que resultaram
na definição recente de todo um conjunto de
políticas públicas, inclusive para o equaciona-
pais para a implementação da Política Nacio-
nal de Resíduos Sólidos (PNRS). A atuação do
Água Brasil no meio urbano tem como objeti-
vo estimular a mudança de comportamento e
mento dos problemas gerados por expressivos valores em relação à produção e destino dos
volumes de resíduos urbanos. Boa parte des- resíduos sólidos para diminuir a pressão sobre
tes problemas tem constituído a pauta básica os recursos hídricos e incentivar a estrutura-
do Programa Água Brasil, eixo Cidades Susten- ção da cadeia da reciclagem, com a inclusão
táveis. de catadores.
O Programa Água Brasil é resultante Foi no apoio às iniciativas de uma des-
da parceria entre WWF-Brasil, Banco do Brasil, tas cidades que detectou-se a necessidade
Fundação Banco do Brasil e Agência Nacional de preparação deste Guia de Compostagem.
de Águas. Está organizado em quatro eixos de O apoio dado pelo Programa Água Brasil à
atuação: Projetos Socioambientais, Comunica- construção do Plano de Gestão Integrada de

8 99
1Introdução
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

A Política Nacional de Resíduos Sólidos,


lei federal 12.305/2010, colocou como obrigatória
dade dos processos de compostagem, decor-
rente de constantes e significativos fracassos A compostagem tem uma significân-
cia especial para o Brasil, por nele
estarem concentrados 20% dos solos agricul-
nanciais e cursos d’água, alguns de importân-
cia nacional como o Rio São Francisco.
Nesse quadro, aponta-se a existência de uma
a adoção da compostagem dos resíduos orgânicos. das últimas décadas, surgiram recentemente
turáveis do planeta (BATISTA FILHO, 2007), o
novas práticas, mais organizadas e condizen- demanda mínima de 3,3 bilhões anuais de to-
tes com as condições de países de clima tropi- que, segundo a Associação Nacional para Difu- neladas de matéria orgânica para recupera-
Resíduos Sólidos do município de Rio Branco são de Adubos, posiciona o país como o quarto ção dos solos agriculturáveis nacionais (BEL-
cal. Este guia apoiou-se nestas novas práticas
colocou novamente à vista, e fortemente, a maior consumidor da indústria mundial de fer- TRAME, 2014), convivendo com uma oferta
e, ampliando a parceria para além das frontei-
importância da definição de soluções susten- tilizantes (BRASIL, 2015). São quase 330 mi- significativa de resíduos gerados em diversas
ras brasileiras, compôs parceria com a ACO-
táveis para os resíduos orgânicos. lhões de hectares, tratados em ampla maioria atividades e que, muitas das vezes torna-se
DAL NOROCCIDENTE, da vizinha Colômbia,
Na imensa maioria das cidades e regi- que gentilmente cedeu o conteúdo do manual com adubos químicos, dos quais, segundo esta inaproveitada.
ões brasileiras os resíduos orgânicos são fração preparado para intervenções na Área Metropo- associação, 70% dos insumos são importados, Uma dessas atividades é a própria vida
predominante entre os resíduos urbanos, e não litana do Valle do Aburrá como base para este a custos bastante elevados. Segundo um es- urbana, em cidades onde se concentra 85% da
há como avançar na aplicação das recentes po- trabalho. tudo do BNDES (DIAS; FERNANDES, 2006), a população brasileira (INSTITUTO BRASILEIRO
líticas públicas para resíduos, sem a definição importação de adubos respondeu por aproxi- DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011) e onde
No guia, ao lado das experiências sis-
de soluções efetivas para a redução de seus madamente 25% do déficit de US$ 8 bilhões são geradas, estimativamente, 29 milhões de
tematizadas pelos parceiros técnicos colombia-
impactos e sua eliminação dos aterros. na balança comercial dos produtos químicos toneladas anuais de resíduos orgânicos que
nos, estão presentes as valiosas informações
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, prestadas por parceiros de diversas instituições em 2005. Em 2014, a situação revelou-se mais são depositados em lixões, alimentando uru-
Lei Federal 12.305/2010, colocou como obri- brasileiras, aos quais cabem sinceros agradeci- preocupante pois este déficit subiu para US$ bus e outros vetores, ou dispostos em aterros
gatória a adoção da compostagem dos resídu- mentos pelo esforço no preparo e fornecimen- 31,2 bilhões, sendo os fertilizantes os princi- sanitários, gerando gases de efeito estufa e
os orgânicos. to de informações – Sérgio Pinheiro (SEMARH pais produtos químicos importados, com com- potencializando as mudanças climáticas.
Este guia, focado nos técnicos e outros -RN), Cristiano Iwai (CETESB-SP), Alice Libânia pras de 23,4 milhões de toneladas totalizando É clara e urgente a necessidade de res-
agentes locais dos municípios brasileiros, ado- (FEAM-MG), Rafael Volquind (FEPAM-RS), Ge- US$ 7,7 bilhões (GLOBALFERT, 2015). gatar estes resíduos, reduzindo seus impactos
tou como objetivo central auxilia-los a superar raldo Reichert (DMLU-POA), José Dantas de Segundo o Instituto Agronômico de e, valorizando-os, fazer com que encontrem as
o período de descrença com a compostagem Lima (EMLUR – João Pessoa/PB), Kátia Beltra- Campinas, cada um destes 330 milhões de demandas de um dos maiores produtores agrí-
e informa-los de novas técnicas e procedimen- me (MK2R), Marcos José de Abreu (CEPAGRO, hectares perde, ao ano, 25 toneladas de solo, colas do mundo.
tos, muito mais eficientes e efetivos para o Florianópolis/SC), Cláudio Spínola (Morada da carreadas por intempéries (BEZERRA; VEIGA, Nos últimos anos, um conjunto de leis
cumprimento de suas obrigações na destina- Floresta, São Paulo/SP) e às empresas de com- 2000). Perdem-se, além do próprio solo, os nacionais estabeleceu o marco regulatório
ção destes resíduos. postagem Vide Verde, do Rio de Janeiro, Pro- fertilizantes e a matéria orgânica imprescindí- para a gestão e manejo dos resíduos orgâni-
Contrapondo-se à descrença na efetivi- composto e Composul, de Santa Catarina. vel, impactando-se muitas das vezes os ma- cos e outros resíduos. Foram estabelecidas as

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rgânicos
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA
Resíduos O
TOTAL
51% DO rbanos
s Sólidos U
De Resíduo
OS
COLETAD
diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos, Clima (PNMC) definiu metas para a recupera- belecidos pela Lei 12.305 é a ordem de priori- partilhada pelo ciclo de vida dos produtos deve
por meio da Política Nacional de Resíduos Só- ção do metano em instalações de tratamento dade para a gestão dos resíduos, que deixa de estar presente no planejamento das ações e
lidos (Lei nº 12.305/2010), e para a prestação de resíduos urbanos e para ampliação da re- ser voluntária e passa a ser obrigatória: não nos planos municipais é exigido, clara e espe-
dos serviços públicos de limpeza urbana e ma- ciclagem de resíduos sólidos. Coerentemente, geração, redução, reutilização, reciclagem, cificamente dos titulares dos serviços públicos
nejo de resíduos por meio da Lei Federal de a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tratamento dos resíduos sólidos e disposição de limpeza urbana e de manejo de resíduos
Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007). O definiu entre os seus objetivos a adoção, o de- final ambientalmente adequada apenas dos sólidos: i) estabelecer sistema de coleta sele-
Brasil conta também, desde 2005, com a Lei senvolvimento e o aprimoramento de tecnolo- rejeitos – os resíduos para os quais não exis- tiva, e; ii) implantar sistema de compostagem
de Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/2005) gias limpas como forma de minimizar impactos tam processos viáveis dos pontos de vista tec- para resíduos sólidos orgânicos e articular com
que permite estabilizar relações de cooperação ambientais – tais como a compostagem. nológico e econômico. os agentes econômicos e sociais formas de uti-
federativa para a prestação desses serviços. O principal documento legal referente à Pela Política Nacional de Resíduos Só- lização do composto produzido (Art.36). Não
Especificamente sobre a relação entre gestão dos resíduos é a Lei 12.305, da Política lidos (PNRS) as coletas seletivas deverão ser poderia ser de outra forma, se na média bra-
resíduos e mudanças climáticas estão defini- Nacional de Resíduos Sólidos. Ela estabelece implementadas mediante a separação prévia sileira os resíduos úmidos superam 51% em
das, na Política Nacional sobre Mudança do princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes dos resíduos sólidos nos locais onde são gera- massa do total dos resíduos sólidos urbanos
Clima (Lei nº 12.187/2009), as diretrizes e ob- para a gestão integrada e gerenciamento dos dos, quaisquer que sejam seus tipos - úmidos, coletados.
Mudanças do Clima

jetivos que devem ser perseguidos. resíduos sólidos, indicando as responsabilidades secos, industriais, da saúde, da construção As ações para mitigação das emissões
Em alguns países, 20% da geração an- dos geradores, do poder público, e dos consu- civil etc. A implantação do sistema de coleta de gases são extremamente necessárias para
tropogênica do gás metano (CH4) é oriunda midores. Define também princípios importantes seletiva, responsabilidade compartilhada en- a minimização dos impactos no clima, que já
dos resíduos humanos. O metano, gás de efei- como o da prevenção e precaução, do poluidor tre todos os agentes, é instrumento essencial são claramente observados. Os municípios,
to estufa, é um gás com potencial de aque- -pagador, da ecoeficiência, da responsabilidade para a recuperação e valorização dos resíduos, desta forma, compartilharão com a União os
cimento global 21 vezes maior que o do gás compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, de qualquer tipo e origem. esforços para a efetivação dos compromissos
carbônico (CO2) e é emitido em grande escala do reconhecimento do resíduo como bem eco- A exigência do preparo de planos está internacionais já assumidos para redução das
durante o processo de degradação e aterra- nômico e de valor social, do direito à informa- presente em toda esta nova legislação. Na emissões nacionais.
mento de rejeitos e resíduos orgânicos. A alta ção e ao controle social, entre outros. PNRS são exigidos o Plano Nacional de Resídu- Entre estas ações deverão estar as re-
geração do biogás nos aterros - uma mistura Um dos objetivos fundamentais esta- os Sólidos, os Planos Estaduais, os Municipais lacionadas à compostagem (reduzindo-se a
de gases provenientes de material orgânico, e os Planos de Gerenciamento de Resíduos emissão de metano em aterros), mas também
que tem como principal componente o metano NÃO
Sólidos de alguns geradores específicos. Para aquelas que buscam redução do transporte de
REUTILIZAÇÃO TRATAMENTO
– ocorre normalmente durante um período em GERAÇÃO estados e municípios a ausência do planeja- resíduos em geral (reduzindo-se a emissão de
torno de 15 anos, podendo durar até 50 anos. mento veda o acesso aos recursos federais. CO2 pela queima de combustíveis), para a qual
DISPOSIÇÃO
O Plano Nacional sobre Mudanças do REDUÇÃO RECICLAGEM FINAL O princípio da responsabilidade com- colaborarão intensamente as ações de reten-
ADEQUADA

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2
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Panorama

ção de resíduos na fonte geradora, com uso de Panorama geral dos tagem; os 98,4% restante estão gerando im- também concentradas nas regiões sul e sudes-
composteiras locais. sistemas de compostagem pactos em lixões e em aterros sanitários. te (BELTRAME, 2014).
Mas estas iniciativas dificilmente têm no Brasil Há uma notável concentração das ini-
Análise pela
O
sucesso e se estabilizam se não são equacio- cenário atual e o histórico recente ciativas públicas na região sul e sudeste do
nadas as condições de gestão dos processos. país, com 200 das 211 instalações detectadas capacidade produtiva
dos esforços pela implantação de
Esta é uma fragilidade histórica dos municí- iniciativas de compostagem não são condizen- em 2008 (destas 78 em Minas Gerais e 66 no Sistematicamente as instalações públi-
pios, à qual toda a nova legislação deu aten- tes com a dimensão do desafio que é promo- Rio Grande do Sul). A Associação Brasileira das cas são de pequeno porte, processando parcela
ção significativa, avançando-se até a formula- ver a destinação adequada de 29 milhões de Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal pouco significativa dos resíduos urbanos gera-
ção da Lei Federal de Consórcios Públicos (Lei toneladas anuais de resíduos orgânicos. (Abisolo) aponta a existência atual de 189 dos, o que reflete uma descrença com a possi-
nº 11.107/2005). Por esta lei, os municípios empresas produzindo fertilizantes orgânicos, bilidade de sucesso neste tipo de tratamento.
As novas políticas públicas vêm impon-
pequenos quando associados, de preferência do melhorias, tal como a redução do volume
com os de maior porte, podem superar as fra- de resíduos dispostos inadequadamente, de- Figura 1: Presença das instalações públicas (PNSB, 2008) e privadas (Abisolo, 2015) nas UF.
gilidades da gestão, racionalizar e ampliar a tectáveis nas Pesquisas Nacionais de Sanea-
escala no tratamento dos resíduos sólidos, e mento Básico (PNSB) conduzidas pelo Institu-
ter um órgão preparado para administrar os to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
serviços planejados. Assim, consórcios que Entre a PNSB de 2000 e a de 2008 este volume
integrem diversos municípios, com equipes reduziu-se de 58 para 39%, e atualmente é
AM 1 PA 2 CE
técnicas capacitadas e permanentes serão os certamente menor. 1
PE 1 PE 1
gestores das instalações necessárias. AL 1
A alteração vem também ocorrendo no
A formação de consórcios públicos, número de instalações de compostagem em BA 1
MT 2 MT 2 BA 1
que vem sendo estimulada pelo Governo Fe- operação no país. As PNSB de 1989, 2000 e DF 1 DF 1

deral e por muitos dos Estados, ampliará a 2008 detectaram respectivamente 80, 140 e MG 78
GO 1
MG 7
possibilidade de superação da fragilidade de 211 instalações públicas - número muito aquém ES 2
SP 18 SP 38
gestão dos municípios, muito patente quando do necessário para a destinação de fração tão RJ 12 PR 12
PR 10
se analisa o histórico dos esforços pela com- importante dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) Instalações Instalações
Públicas SC 16 Privadas
postagem no Brasil, e permitirá que aconteça dos 5.570 municípios. Conforme estimativa do RS 66 RS 4
o necessário salto de qualidade na gestão dos IPEA (INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA (PNSB, 2008) (Abisolo, 2015)

serviços públicos, em prol do desenvolvimento APLICADA, 2012), apenas 1,6% dos resíduos
sustentável do país. orgânicos é levado ao tratamento por compos-

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

São exceções as instalações de Brasília (256 (Cantagalo/RJ). Há um exemplo de instalação


e 124 t/dia de resíduos processados), de São coberta, de grande porte, operando com leiras
José dos Pinhais no Paraná (produção de 150 reviradas por equipamento mecânico (São José
t/dia de composto) e de São José do Rio Preto do Rio Preto/SP), um exemplo da sobrevivên-
em São Paulo (produção de 80 t/dia de com- cia de processo mecanizado, Dano, em insta-
posto). lação de Brasília e, além deles, um exemplo de
Entre as instalações privadas também compostagem acelerada, de grande porte, com
predominam as de pequeno e médio porte, inoculação de catalisadores (São José dos Pi-
voltadas ao atendimento do mercado de adubo nhais/PR). Há exemplos recentes de inovação
orgânico local. Há um número bastante signi- em processos convencionais, com processo a
ficativo de operações no interior de processos céu aberto, mas baseado em pilhas estáticas
industriais realizando tratamento de seus pró- preparadas sobre base de galharia que permita
prios resíduos. Quanto ao porte, são exceções ampliar a capacidade de aeração passiva (Flo-
algumas novas unidades (Montenegro/RS, Figura 3: rianópolis - UFSC e Comcap).
Figura 2:
Brasília, SLU-UTCL e Uberlândia/MG e Jundiaí/SP) que operam quan- Usina Ecocitrus, Montenegro/RS e
Usina em São José do Rio Preto/SP. tidades muito significativas, algumas acima de Tera Ambiental, Jundiaí/SP.
150 t/dia, a partir de resíduos da agroindústria,
colocando no mercado fertilizantes organo mi-
nerais.

Análise pelo tipo de


tecnologia adotada
Em instalações públicas há um predo-
mínio marcante do processamento em leiras
comuns, a céu aberto, com reviramento con-
Figura 4:
tinuado. Há alguns exemplos de instalações Processo UFSC, Florianópolis/SC (Cepagro).
de pequeno porte, cobertas, operando com
aeração forçada (Santa Maria Madalena/RJ) e Em instalações privadas também há um
também com recontaminação com o lixiviado predomínio do processamento em leiras co-

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

%
ApenSÍDaUsOS1OR,G6ÂNICOS
DOS RE
TA DOS POR
SÃO TRA
agem
CompoSsStO PAÍS
EM NO

muns, a céu aberto, com reviramento mecânico provavelmente ditou a pequena oferta de dis-
continuado. Há exemplos de instalações ope- positivos de compostagem no mercado nacio-
rando com aeração forçada e exemplo de ins- nal.
talação inovando na forma de apresentação do Exceção nesta situação é a iniciativa da
produto, produzindo fertilizante organo mineral administração de São Paulo que, após traçar no
na forma de peletes que ampliam o tempo de Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sóli-
disponibilização dos nutrientes para as culturas dos (PGIRS) a meta de retenção dos orgânicos
(Uberlândia/MG). gerados em 30% dos domicílios, em 20 anos,
iniciou programa com distribuição gratuita de
Análise pelo composteiras (duas mil iniciais) que resultará
tempo de existência em significativa redução dos custos de mane-
jo desta fração importante dos resíduos (SÃO Figura 6:
A história de fracassos é recorrente, Figura 5: Usina Belo Horizonte/MG (SLU, 1996) e
PAULO, 2014). Unidades de pequeno porte em Tibagi/PR e
em todos os estados brasileiros, mas há alguns Usina Porto Alegre/RS (DMLU, 2000). Biturana/PR.
exemplos de instalações que resistiram ao tem-
po - a de Brasília, operando desde 1963, a de Análise pela
Belo Horizonte operando desde 1996, a de Por- forma de gestão adotada
to Alegre operando desde 2000. Entre as instalações públicas que podem
No panorama nacional pode ser ressal- ser consideradas significativas, ocorre a gestão
tada a ausência de iniciativas públicas para a direta por prefeituras (Tibagi e Biturana, am-
retenção dos resíduos orgânicos junto às fon- bas no Paraná), por órgãos locais estruturados
tes geradoras. Não tem havido iniciativas além para o gerenciamento de resíduos (SLU de Belo
da defesa genérica, em vários municípios, das Horizonte, DMLU de Porto Alegre e Comcap de
vantagens da compostagem doméstica, o que Florianópolis), por Consórcio Público (Cigres, no

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Rio Grande do Sul) e por convênio com asso- Convivendo com alguns bons exemplos
ciação local de recicladores (Sauípe/BA, Santa de gestão eficiente, há um quadro significativo
Cecília do Sul/RS e Florianópolis/SC). de fracassos nas iniciativas por todo o país, com
Algumas das experiências públicas sig- perda de investimentos realizados. Os bons
nificativas devem parte de sua estabilidade à exemplos provêm de prefeituras compromissa-
sua integração com outras atividades de mane- das, de órgãos locais bem estruturados e, novi-
jo como a triagem de resíduos secos e o aterra- dade, da presença de consórcio público gestor
mento local de rejeitos. do processo. E há exemplo de gestão eficaz
É o caso de Rio Branco, no Acre, com promovida por associação local de recicladores
a compostagem inserida em uma Unidade de envolvida no processo. Conclui-se que consti-
Tratamento de Resíduos, de Catas Altas em Mi- tuir atualmente uma iniciativa significativa no
nas Gerais, operando ao lado do complexo de território nacional decorreu antes do mais, da
Figura 7:
valas que recebe os rejeitos locais, de Tibagi e Unidades integradas em Rio Branco/AC e presença local de solução de gestão que permi-
Biturana, no Paraná (Figura 6). Catas Altas/MG. tiu a eficácia e a sobrevivência do investimento,
independente da tecnologia utilizada.
A hipótese que pode ser lançada é que
perseguindo-se e privilegiando-se uma solução
estável de gestão, a opção por técnicas menos
complicadas de processamento dos resíduos
orgânicos possibilitará uma ampliação do grau
de sucesso destas iniciativas - este é o intuito
deste Guia de Orientação.

Figura 8:
Unidades abandonadas por incapacidade de gestão
(RIO GRANDE DO NORTE, 2012).

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

3 Legislação
Legislação, normas e
programas brasileiros
relacionados ao tema

N as últimas décadas o Brasil se


transformou de um país agrário
em um país urbano, concentrando, em 2010,
dições necessárias para uma reforma urbana
nas cidades brasileiras. Obrigou os principais
municípios do país a formular seu Plano Di-
posturas. Muitos estados brasileiros desenvol-
veram suas políticas estaduais refletindo o que
é exigido por essas leis federais, mas outros
aproximadamente 85% da sua população em retor visando promover o direito à cidade nos já haviam passado por este processo e, desta
áreas urbanas (INSTITUTO BRASILEIRO DE aglomerados humanos em vários aspectos: maneira, existem pontos divergentes que, ne-
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011). sociais (saúde, educação, lazer, transporte, cessariamente, deverão ser compatibilizados
O crescimento da maioria das cidades habitação, dentre outros), ambientais, econô- com o estabelecido nas políticas nacionais.
foi marcado pela falta de infraestrutura e ser- micos, sanitários etc. No Anexo é apresentada uma síntese
viços que atendessem às demandas necessá- Atualmente o Brasil conta com um ar- das normas e programas de interesse para o
rias ao saneamento básico, no qual se inclui cabouço legal consistente, com destaque para aproveitamento de resíduos em geral e dos
a gestão e manejo dos resíduos sólidos e da três leis que constituem o tripé fundamental orgânicos em particular, que se mostrarão
limpeza urbana. norteador das políticas públicas e outras res- úteis para a tomada de decisões que visem
O país observou uma ampliação de sua ponsabilidades relacionadas com o tema deste o aproveitamento dos resíduos, especialmente
economia sem que houvesse, conjuntamente, manual. São elas: Lei Federal de Saneamen- nos contextos urbanos. Nele estão presentes,
um incremento na capacidade de gestão dos to Básico (Lei n° 11.445, de 2007), a Políti- inclusive, as diretrizes do Ministério da Agricul-
problemas causados pela concentração da po- ca Nacional sobre Mudanças do Clima (Lei n° tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) refe-
pulação nas cidades. 12.187, de 2009) e a Política Nacional de Resí- rentes à produção e comércio de fertilizantes,
duos Sólidos (Lei n° 12.305, de 2010). corretivos, inoculantes ou biofertilizantes des-
Em 2001, com a aprovação do Estatuto
Mesmo existindo dispositivos editados tinados à agricultura.
das Cidades foram estabelecidos novos marcos
regulatórios de gestão urbana, como as leis de em anos anteriores, as três leis determinam
saneamento básico e de resíduos sólidos. O um novo marco legal para as iniciativas em
estatuto regulamentou os artigos 182 e 183 relação aos resíduos orgânicos (e a outros),
da Constituição Federal e estabeleceu as con- determinando em muitos casos a correção de

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

4 Princípios
presença de oxigênio) e demais parâmetros, entre Carbono e Nitrogênio, e granulometria de água arrasta outros compostos como NH3 e
desenvolvido em duas etapas distintas: uma (textura) transformam os resíduos degradá- SO4).
Princípios básicos da de degradação ativa e outra de maturação. A veis em um produto “estável” e higienizado, Calor
etapa de maturação é definida como o proces- aplicável ao solo como fertilizante ou substrato
compostagem Água CO2
so bioquímico de humificação (conversão do (YU; CLARK; LEONARD, 2008). Matéria Orgânica Matéria Orgânica
4.1. Definição de compostagem resíduo em húmus – componente orgânico do 4.2. O processo da compostagem Minerais Minerais
solo, de coloração marrom-escura). Água Água
A Política Nacional de Resíduos Sóli- A partir de uma quantidade adequa- Microorganismo COMPOSTAGEM Microorganismo
dos desde 2010 definiu entre seus objetivos a O mesmo documento define o produ- da de resíduos orgânicos, estarão presentes
adoção, desenvolvimento e aprimoramento de to final da compostagem como “composto”, a matéria orgânica, minerais e micro-organis-
Ar
tecnologias limpas como forma de minimizar um termo genérico usado para designação do mos para que nas condições de aeração e umi-
produto maturado (bioestabilizado, curado ou Matéria Orgânica Mesclada
impactos ambientais. Estabeleceu como res- dade apropriadas, se produzam as reações de
Figura 9: Processo de compostagem
ponsabilidade dos titulares dos serviços públi- estabilizado), proveniente da biodigestão da decomposição. (TRAUTMANN; KRASNY, 1997)
cos de limpeza urbana e de manejo de resídu- fração orgânica biodegradável. Reserva, no
Na pilha de resíduos, os diferentes gru-
os sólidos a implantação de sistema de coleta entanto, para os produtos da compostagem
pos de micro-organismos começam a trabalhar Durante o processo, como consequên-
seletiva (válida também para os orgânicos) e que atendem à legislação vigente (do Ministé-
rompendo as moléculas das mais simples às cia da oxidação do carbono sendo transforma-
de sistema de compostagem, articulando com rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)
mais complexas, transformando-as em com- do em CO2, se produz energia em forma de
os agentes econômicos e sociais formas de uti- o termo “composto orgânico” ou “fertilizante
posto. Trata-se de um processo natural, assim calor. Este calor é mantido na massa de resí-
lização do composto produzido. orgânico composto”.
como em uma mata as folhas secas se con- duos em transformação, aquecendo o material
A compostagem, juntamente com a Pela norma brasileira os processos vertem em húmus. O homem, pela composta- a temperaturas que podem alcançar 75°C nas
vermicompostagem (minhocultura) e a biodi- são classificados em “compostagem natural”, gem, somente trata de propiciar as condições áreas interiores da pilha de compostagem; a
gestão, se constitui em uma das alternativas método de compostagem que utiliza exclusi- adequadas para acelerar um processo que vai temperatura varia em função da dimensão da
para aproveitamento de resíduos orgânicos. vamente aeração natural, ou “compostagem gerar um produto de cor escura, de consistên-
pilha e do tipo de resíduo.
A norma técnica brasileira NBR 13591 (ASSO- acelerada”, método de compostagem que utili- cia leve e cheiro de terra, sem nenhuma simi-
za equipamentos eletro-mecânicos, objetivan- laridade com os materiais que o originaram. 4.3. Etapas da compostagem
CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
1996) define a compostagem como o processo do acelerar o início do processo biológico, com Preparação
Em termos de fluxo de materiais, com
de decomposição biológica da fração orgâni- a manutenção de um ambiente controlado. Os resíduos orgânicos excedentes dos alimen-
100kg de resíduos orgânicos se obtém entre
ca biodegradável dos resíduos, efetuado por São, de qualquer forma, processos que 30 e 40kg de composto, menos da metade do tos durante sua preparação: cascas de frutas,
uma população diversificada de organismos, pela ação de micro-organismos em condições material inicial; o resto se transforma princi- verduras, assim como as sobras sólidas de ali-
em condições controladas de aerobiose (com controladas de aeração, umidade, relação palmente em CO2 e vapor de água (o vapor mentos já preparados, de todo tipo de carnes

24 25
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

e outros, são separados e armazenados em cm (como um bagaço de laranja). Em geral, hemiceluloses. Esta fase dura de 12 a 16 dias, Refinamento
recipientes com tampa (estes resíduos nor- não há necessidade de picar os resíduos, salvo quando a temperatura começa a se reduzir. Se realiza com um peneiramento para
malmente são muito úmidos, com umidade na alguns de grande tamanho como a parte su- Decomposição Mesófila de homogeinizar e melhorar o tamanho de partí-
faixa entre 75 e 85%). Folhas de podas do jar- perior do abacaxi, cascas de melancia ou ma- Esfriamento culas do composto (sua granulometria), para
dim, flores e caules picados, também podem mões inteiros etc. regular a umidade a valores menores que 40%
Com a temperatura se reduzindo para
ser separados e armazenados. Estes resíduos, As fases a seguir correspondem ao de- e remover o resíduo não compostado ou impu-
menos que 40 ou 45°C reaparecem os fungos
antes que se inicie a compostagem, devem ser senvolvimento sucessivo de diferentes comu- rezas. Neste momento, quando necessário,
termófilos, que reinvadem a parte superior do
preparados para se controlar sua umidade (o nidades microbianas, essencialmente bacté- coletam-se amostras para análise de laborató-
resíduo (cobertura) e conseguem decompor

Figura 10: As fases da compostagem (TRAUTMAN; KRASNY, 1997).


excesso de água), para alcançar uma relação rias, fungos e actinomicetos. rio e controle de qualidade, e é realizado o
compostos como a celulose. Abaixo dos 40°C,
balanceada entre carbono e nitrogênio (C/N) Decomposição Mesófila empacotamento.
os mesófilos também reiniciam sua atividade
e para ter uma textura e tamanhos adequa- Na figura a seguir resumem-se as dife-
No início do processo, os resíduos as- e o pH do resíduo diminui ligeiramente. Esta
dos. Os plásticos, vidros, papéis e metais, ob- sim preparados estão à temperatura ambiente rentes etapas do processo e as variações típicas
fase dura de 15 a 20 dias.
viamente não devem ser misturados com os (menor que 40°C). Os micro-organismos cha- de temperatura durante a transformação e es-
resíduos orgânicos que vão para a compos- Maturação
mados mesófilos se multiplicam rapidamente tabilização da matéria orgânica biodegradável
tagem, uma vez que não são transformados e, com grande atividade metabólica (transfor- Se realiza expondo o composto à tem- em condições aeróbias, em função do tempo.
pelas bactérias e irão contaminar o composto mação de alguns compostos como açúcares e peratura ambiente e protegido da chuva. Em
produzido. aminoácidos), a temperatura sobe até 40°C pequena escala são suficientes FASE MESÓFILA FASE TERMÓFILA FASE MESÓFILA

A umidade, que deve ser estabelecida em dois a três dias, e se produzem ácidos or- 15 dias de processo, que pode (10-40ºC)
60
(< 40ºC) (10-40ºC)

População mista de bactérias Predominância de actinomicetos,


na faixa entre 55 e 65%, pode ser controlada gânicos que fazem baixar o pH. se estender ao máximo de 60 Crescimento termófilas e actinomicetos, além de outras bactérias e de fungos;
exponencial de fungos mais tolerantes ao calor invertebrados colonizam
por meio da adição de serragem, aparas e ca- Decomposição Termófila dias quando tratados volumes de bactérias 50 o exterior da pilha
e fungos
vacos finos de madeira (maravalha), capim ou maiores, a depender do tipo de mesófilo
Nesta fase, a temperatura é superior a
grama seca, folhas secas moídas, composto resíduo. Durante este período, se 40

TEMPERATURA (ºC)
40°C e sobe até alcançar 60° a 65°C. Micro-or-
seco, ou uma mescla destes vários materiais. produzem reações secundárias
ganismos, chamados termófilos, transformam
A mistura, de extrema importância para a es- de condensação e polimerização 30
o nitrogênio (N) em amoníaco (NH3), alteran-
tabilidade do processo, deve ser feita na pro- do o pH para alcalino. Entre os 60° e 65°C, es- do húmus; o consumo de oxigê-
porção de 2 ou 3 volumes de alimentos, por tes fungos termófilos desaparecem e surgem nio diminui e a fitotoxidade do 20

um volume dos materiais indicados. os esporos bacterianos e os actinomicetos, composto deve estar controlada; Consumo
10
O tamanho das partes dos resíduos a que tem capacidade para decompor substân- a relação C/N baixa a valores en- dosacelerado
açucares
Quebra de proteínas, gorduras,
hemicelulose e celulose
Longa e lenta degradação da lignina e de outros
compostos de alta resistência; formação de

serem compostados pode estar entre 1 a 10 cias orgânicas como as ceras, as proteínas e as tre 15 e 20. e amidos
solúveis
mistura orgânica resistente chamada húmus

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
TEMPO (dias)

26 27
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Quanto maior é a quantidade de resí- e) manter uma temperatura adequada Figura 11: redução ou eliminação do revolvimen-
Importância do
duos que se composta, maior é a energia libe- (maior ou igual a 55°C). material to do material;
rada, favorecendo o aumento da temperatura. estruturante b) com reviramento manual: no caso
A mistura homogênea de diferentes ti- (TRAUTMANN;
Este ponto do processo é muito importante de se fazer leiras ou pilhas pequenas
pos de resíduos orgânicos equilibra a umidade KRASNY, 1997)
para que as altas temperaturas alcançadas hi- (comumente com 1,5m de altura e
do conjunto – os restos de cozinha, folhas e
gienizem o material (quando acima de 55°C), 2,5m de largura) se pode realizar revi-
outros materiais úmidos, devem ser mistura-
ou seja, sejam destruídos os patógenos, pro- ramento manual da pilha a cada 2 ou
dos com ramos, arbustos e outros restos de
tozoários e sementes que possam ser prejudi- 3 dias;
poda mais secos e estruturantes, com tama-
ciais para a saúde ou para os cultivos. fluxo de ar
nhos entre 2 e 6cm, ou ainda com serragem e c) com aeração forçada: instalações
Se o processo se desenvolve correta- aparas de madeira. partículas projetadas para tratar resíduos a partir
mente, quando as moléculas se decompõem, água de 1 tonelada diária, em pilhas mais
4.4.1. Aeração
a atividade microbiana diminue e volta a bai- elevadas (em torno de 2,5m de altura),
xar a temperatura do material até atingir equi- Com a finalidade de obter uma com-
líbrio com a temperatura ambiente. postagem em boas condições e que se realize
Existem várias alternativas de aeração Figura 12: Processos de aeração na compostagem
4.4. Condições do processo de maneira eficiente e rápida, evitando mau (Acodal Noroccidente, Acodal Noroccidente,
dos resíduos em compostagem:
odor, é imprescindível assegurar a presença de Geociclo, PM Catas Altas)
Os protagonistas da compostagem são a) por convecção natural: compos-
oxigênio, necessário para a evolução do pro-
os micro-organismos e para que estes possam teiras pequenas, de poucos litros até
cesso de decomposição aeróbia. O oxigênio
trabalhar nas melhores condições deve-se: 5m3, podem ser projetadas e produzi-
deve ser suficiente para manter a atividade
a) preparar uma mistura de resíduos microbiana e em nenhum caso deve se che- das de forma que:
homogênea e porosa; gar a condições anaeróbias, já que resultariam • se proporcione entrada de ar pelo
b) fornecer matéria orgânica de com- em uma queda no rendimento e gerariam mau piso – mantendo-o elevado, e usando
posição diversificada e na relação C/N odor. um piso perfurado ou com aplicação
adequada (em torno de 30); de uma tela;
Para conseguir uma boa distribuição de
c) dispor de oxigênio suficiente (ar oxigênio em toda a massa, se faz necessária a • se permita a aeração lateral – com
com teor de oxigênio igual ou superior adição de um material de suporte (folhas, tri- perfurações ou usando tela na constru-
a 10%); turado de poda ou de madeira, sempre secos) ção das composteiras;
d) contar com um teor de umidade que proporcione a estrutura e porosidade para Desta forma o ar penetra na massa de
adequado (em torno de 60%); os resíduos compostarem. resíduos misturados e isto permite a

28 29
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

podem ser aeradas por meio de uma (CO2) varia de 0,5 a 5%. Com o progresso da Outros sistemas requerem a aeração Em geral, os materiais que são verdes
bomba sopradora; a bomba deve ter atividade biológica, diminui a concentração ativa, com sopradores ou viradas da pilha. Na e úmidos tendem a ser ricos em nitrogênio,
capacidade de prover 500m3 diários de O2 e aumenta a concentração de CO2. Se Figura 13, observa-se a distribuição desigual e os que são marrons e secos são ricos em
de ar para cada tonelada de resíduo a concentração média de O2 no material for da concentração de oxigênio em uma pilha. carbono. Os materiais ricos em nitrogênio in-
misturado; menor que 5%, a decomposição do material cluem a grama, as podas de plantas e os res-
4.4.2. Relação
d) por meio de máquinas reviradoras, torna-se anaeróbia (SZTERN; MGA y PRAVIA, tos de frutas. Os materiais de cor café, tais
Carbono/Nitrogênio
especializadas neste serviço. 1999). como as folhas secas, as aparas de madeira,
Uma das primeiras tarefas para desen- serragem e o papel, são ricos em carbono.
As concentrações de oxigênio acima
No princípio da atividade dos micro-or- volver com êxito uma atividade de compos-
dos 10% são consideradas ótimas para manter Na Tabela 1 são apresentados os valo-
ganismos aeróbios, a concentração de oxigênio tagem é alcançar a correta combinação dos
a pilha de resíduos em um meio aeróbio. Al- res de carbono e nitrogênio para alguns resí-
ingredientes iniciais, especialmente a relação
(O2) nos espaços porosos é aproximadamente guns sistemas de compostagem podem man- duos sólidos orgânicos específicos e sua umi-
entre carbono e nitrogênio (C/N). A relação
de 15 a 20% (similar à composição normal do ter um nível de oxigênio adequado mediante dade típica, pelos quais pode-se ajustar uma
ideal é entre 25 e 30 por 1 e decrescerá a 15
ar) e a concentração de dióxido de carbono mecanismos passivos ou naturais de aeração. fórmula inicial. Estes valores são orientativos.
por 1 no composto final (a relação C/N dimi-
Para maior precisão, em aplicações industriais
nue 2/3 com o tempo porque parte do carbo-
Figura 13: Concentração de oxigênio em uma pilha de compostagem. onde é necessário calcular a relação C/N da
no se perde como CO2 durante o processo de
mistura a ser compostada, recomenda-se re-
compostagem). A relação entre carbono (C) e
2 alizar a caracterização dos materiais mediante
nitrogênio (N), se necessário, pode ser ajusta-
ensaios laboratoriais dos parâmetros mencio-
da com resíduos ricos em N, como o esterco
nados.
Altura (metros)

de galinha, cavalos e bovinos.


s
Uma relação mais baixa significa que o i descrito
18% 16% 20%
s p ro c e ssos aqu o de
nitrogênio estará em excesso e se perderá como O ã
m pela aç
1 amoníaco (NH3), ocasionando alto consumo de acontece nismos em
a
20% 12% micro-org controladas de:
oxigênio e, criando assim condições anaeró- d iç õ e s
18% con ,
10% bias na composteira ou na pilha, gerando mau - aeração
a d e , ênio,
14% cheiro. Relações mais altas significam que não - um id
C a rb o n o e Nitrog
- relação etria (textura).
20% 18% 20% haverá nitrogênio suficiente para o crescimen- - granulo
m
14% 10%
resíduos
0 to ótimo das populações microbianas; assim o tr a n s fo rmam os to estável
Qu e du
composto torna-se relativamente frio e a degra- g ra d á v eis em pro vel ao solo
-2 -1 0 1 2 d e
ado, aplic
á
to.
dação se processará a uma taxa lenta. e higieniz izante ou substra
Largura (metros) com o fe rt il

30 31
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Composição aproximada Tabela 1: 4.4.3. Teor de umidade


Material base seca Relação % Valores de referência de
orgânico C/N umidade carbono, nitrogênio, relação A umidade é um componente crítico situam o teor ótimo de umidade em torno de
% de carbono % de nitrogênio
C/N e umidade em matérias para alcançar a otimização da compostagem, 55 e 65% e consideram valores abaixo de 40%
Esterco de suínos 40 3,1 13 80
primas para a compostagem por ser este um processo biológico de decom- como condição de estresse hídrico (FINSTEIN,
Papel jornal 40 0,1 400 5 (RICHARD; TRAUTMANN; posição da matéria orgânica e a presença de 1985).
Resíduos de comida 35 1,9 19 69 KRASNY; FREDENBURG; água é imprescindível para
STUART, 2005)
Pó de café 40 2,0 20 60 as necessidades fisiológicas
(valores arredondados).
Restos de frutas 56 1,4 40 80 dos micro-organismos que
Casca de arroz 36 0,3 120 14 intervém neste processo,
Grama cortada 58 3,4 17 82 pois a água é o meio de
Folhas verdes 50 3,1 16 70
transporte das substâncias
solúveis que servem de
Folhas secas 49 0,9 54 38
alimento às células, assim
Esterco de bovinos 47 2,5 19 81
como dos produtos resul-
Esterco de equinos 48 1,6 30 72
tantes desta reação. Umidade ótima Excesso de umidade
Esterco de carneiros 43 2,6 17 67
A umidade pode ser um fator limitante Figura 14:
Esterco de galinha 45 7,0 7 68 Uma vez que se tenha do processo de compostagem – se baixar para Teor de umidade na massa do composto.
Serragem 40 0,1 400 10 as relações C/N para menos de 40%, a atividade microbiana torna-
Aparas de madeira
os materiais que se se mais lenta e, por outro lado, se exceder 65% 4.4.4. Temperatura
40 0,1 400 5
(cavacos, maravalha) planeja compostar, se se dificulta a circulação de ar pela massa (ver No processo de compostagem é uma
Ureia 0 46,0 - 0 pode utilizar a seguinte Figura 14) (DOMÍNGHUEZ; ELVIRA; SAMPE- das variáveis de maior importância, influencia a
fórmula para calcular a
DRO, 1996). Recomenda-se fortemente mistu- mineralização e o crescimento das populações
proporção da mistura
rar materiais secos com materiais úmidos para microbianas e estas, por sua vez, influenciam
em seu conjunto:
controlar a umidade excessiva e a presença de as reações exotérmicas de decomposição das
R = (Q1 (C1 x (100-M1))+Q2 (C2 x (100-M2))+Q3 (C3 x (100-M3))+...) líquidos lixiviados no processo de composta- cadeias de compostos orgânicos. A combinação
(Q1 (N1 x (100-M1))+Q2 (N2 x (100-M2))+Q3 (N3 x (100-M3))+...) gem. Os valores ótimos para a faixa de umi- dos fatores temperatura, umidade, aeração e
Onde:
R = Relação C/N da mistura de fertilizante.
dade encontram-se, portanto, entre 40 e 60% relação C/N definem a eficiência dos processos
Cn = Carbono (%) do material n.
Qn = Massa do material Nn = Nitrogênio (%) do material n. (CHIUMENTI; CHIUMENTI; DIAZ; SAVAGE; oxidantes da matéria orgânica biodegradável.
(ao natural, “peso úmido”) Mn = Teor de umidade (%) do material n. EGGERTH; GOLDSTEIN, 2005). Vários autores As faixas mais aceitas oscilam entre 50 e 60°C,

32 33
Guia para a Compostagem

ainda que alguns autores indiquem que a má- ção de amoníaco pela degradação das proteí-
xima produção de CO2 se dê entre 60 e 65°C, nas (DÍAZ, 2010). Valores de pH ácido indicam
o que resultaria na máxima velocidade de com- ausência de maturação devido, geralmente, a
postagem (EPSTEIN, 1997). um tempo de compostagem muito curto ou à
4.4.5. pH ocorrência de processos anaeróbios na massa.
O pH (potencial hidrogeniônico) é um O processo de compostagem se realiza
bom indicador da forma como evoluiu o proces- dentro de uma faixa ampla de valores de pH.
so de decomposição. Na compostagem, o pH Os valores ótimos para a mistura de início estão
normalmente baixa ligeiramente durante as pri- entre 5,5 e 8,0, levando em consideração que
meiras etapas do processo (em torno de 5) de- as bactérias preferem um pH próximo do neu-
vido à formação de CO2 e ácidos orgânicos. Os tro, enquanto os fungos preferem as condições
ácidos servem como substratos para as futuras ácidas (CHIUMENTI; CHIUMENTI; DIAZ; SAVA-
populações microbianas. Posteriormente, o pH GE; EGGERTH; GOLDSTEIN, 2005).
começa a subir, e pode chegar a níveis tão altos Em resumo, as melhores condições para
quanto 8 e 9, como consequência da liberação o desenvolvimento do processo são as sinteti-
de CO2, da aeração da biomassa e da produ- zadas na tabela a seguir.

Tabela 2: Níveis aceitáveis dos fatores físico químicos para a compostagem e os valores ótimos (CHIUMENTI;
CHIUMENTI; DIAZ; SAVAGE; EGGERTH; GOLDSTEIN, 2005).
Nº Fator considerado Intervalo aceitável Valor ótimo

1 Composição inicial da mistura, relação C/N (%) 25 a 35:1 30:1

2 Potencial de hidrogênio na mistura inicial, pH 5,5 a 8,0 7,00

Teorde umidade na mistura durante a


3 40 a 60% 60%
compostagem (%)

Teorde oxigênio no ar dentro da câmara de


4 5 a 15% mínimo: 10%
compostagem (%)

5 Temperatura na etapa termófila (°C) entre 55 e 65 60°

em geral de 1 a 5 cm e para
6 Tamanho das partículas do material (cm) 1 a 2 cm
materiais lenhosos, 1 a 2 cm
34
COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

5 Tipos
Tipos de compostagem

S ão diversos os tipos de composta-


gem. Alguns bastante antigos e já
inadequados para determinadas necessidades


5.1. Compostagem em
grande escala ou industrial
Existem diversos sistemas para levar
de um mundo muito urbanizado, com poucos a cabo o processo de compostagem em larga
espaços livres disponíveis, outros de desenvol- escala ou escala industrial. Para realizar uma
vimento recente, com mecanização total ou primeira classificação, podem ser estabeleci-
parcial dos processos. das duas categorias principais: sistemas aber-
Em grande, média ou pequena escala tos e sistemas fechados.
estão presentes soluções em pátios extensos a “A classificação dos sistemas se baseia no grau de
céu aberto, outras desenvolvidas sob espaços mecanização do método de compostagem e se expres-
cobertos, soluções de compostagem acopla- sa em uma ampla divisão de dois grandes grupos,
das a processos anaeróbios de biodigestão e que são: pilhas (abertos) e mecânicos ou fechados,
alternativas ancoradas na vermicompostagem com uma considerável sobreposição entre eles. Os no-
(minhococultura). mes são autoexplicativos, mas cabe ressaltar que os
Como são compreendidas cada vez sistemas de pilha podem ser mecanizados em grande
melhor as variáveis de controle do processo de parte e também podem ser parcialmente fechados. Os
compostagem, há um movimento perceptível sistemas de pilhas se subdividem em “estáticos” e
de evolução rumo à priorização dos processos “revolvidos”.
que operam em espaços fechados, que permi- (DÍAZ, 2010).
tem equacionamento seguro de aspectos que
sempre foram sensíveis na história da compos-
tagem – a geração de odores, a presença de Entre as maiores plantas brasileiras
lixiviados e o tempo do processo. predominam as que operam com pilhas em
forma de leiras, a céu aberto, com parte das
operações realizadas sob galpão e com aera-
ção por reviramento mecanizado dos resíduos.

35
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

O tratamento por meio de pilhas es-


táticas (sem reviramento) utiliza sistemas de
injeção de ar por meio de bombas sopradoras
para maximização do processo aeróbio e pode
também recorrer a procedimentos simples de -
montagem das pilhas sobre galharia de forma d e co m p o st agem em am
a apenas favorecer a aeração passiva (INÁCIO; Os sistemasdos, com controle estrito dos
MILLER, 2009). Nesses casos, as alturas atin- bientes fecha cla, relação C/N, umi-
es
gidas nas pilhas são mais significativas, propi- parâmetros (m ra) e uso de enz imas
eratu
ciando redução dos espaços demandados para dade e temp guem aceleração da ati-
nse
as operações. Em várias localidades brasileiras
específicas, co na e permitem reduz ir
bia
vidade micro geração de lixiviados.
foram implantadas pequenas instalações com
baias operando com aeração forçada. a
significamente
Recentemente tem sido apresentada
a opção de compostagem em pátios, mas em
Figura 15: Instalações da Tera Ambiental (Jundiaí/SP); leiras com aeração forçada e cobertas com
da Ecocitrus (Montenegro/RS) e da Geociclo (Uberlândia/MG). lonas especialmente desenvolvidas para esta
Em alguns casos, mesmo que baseados em leiras aeradas por reviramento, os sistemas função.
evoluíram para ambientes fechados, com mecanização do reviramento, como ocorre em insta- Figura 17: Bioland (Piracicaba/SP), Comcap/Cepagro (Florianópolis/SC) e Gore Cover.
lação operante no município de São José do Rio Preto/SP (produção em torno de 80 toneladas
diárias de composto).
Figura 16:
Instalação em Barcelona,
Espanha,
e em S.J. Rio Preto/SP,
operando em pátio fechado

36 37
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Os processos em túneis e conteineres unidades conforme a necessidade. Nestes pro- tenção etc., podem ser controladas, dirigidas
são modulares e permitem ampliar a capacida- cessos, e nos baseados em reatores rotativos, e otimizadas. Isto implica numa degradação
de de tratamento, pois podem ser adicionadas é comum o uso da ventilação forçada. mais rápida e completa com mínima contami-
nação das áreas circundantes.
Esta evolução da compostagem para
sistemas fechados se manifesta também em
processos de média escala, vocacionados ao
atendimento das demandas de localidades
menores, como as soluções colombianas com
painéis padronizados que operam com aera-
ção passiva e aeração forçada, sempre sob es-
paços cobertos.
Figura 20: Processo de compostagem com
aeração mista, Earthgreen (Colômbia).

Figura 18: Sistemas de compostagem em túneis (Marseille, França) e em reatores rotativos (Maiorca, Espanha).

Os sistemas de compostagem em con- um avanço muito importante neste tipo de tra-


teineres podem incluir mecanismos de mistu- tamento, tanto do ponto de vista de processo,
ração interna, combinando as vantagens dos como pela qualidade do produto final.
sistemas de pilhas reviradas e de pilhas es- Os sistemas fechados favorecem o uso
táticas ventiladas ao incorporar também um da compostagem como tecnologia moderna de
Figura 19: Vista panorâmica de grandes instalações
sistema de ventilação para o fornecimento de tratamento da matéria orgânica dos resíduos
europeias de compostagem
oxigênio necessário aos micro-organismos; sólidos urbanos, inclusive quando antecedida
trazem, porém, um incremento significativo de processos de biodigestão anaeróbia.
em eventos de manutenção. As variáveis do processo, tais como
A evolução dos sistemas de compos- umidade, composição de nutrientes, tempera-
tagem a sistemas fechados tem representado tura, pH, quantidade de gases, tempo de re-

38 39
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

5.2. Compostagem 5.2.2. Compostagem doméstica les os resíduos, previamente mesclados, são
em pequena escala A compostagem doméstica é realizada introduzidos continuamente, conforme são ge-
no âmbito familiar, em jardins, terraços, áre- rados, até alcançar sua capacidade máxima.
5.2.1 Compostagem comunitária No recipiente pode-se encontrar resíduos fres-
as de serviço, hortas ou qualquer outro local
Pode ser considerada uma opção in- apropriado, com quantidades pequenas de re- cos, resíduos parcialmente decompostos e ma-
termediária entre a compostagem industrial e síduos e utilizando sistemas mais simples. terial completamente degradado, o qual pode
a doméstica, tanto quanto em relação ao vo- ser extraído ma-
Empreender a prática de composta-
lume de resíduos compostados (em torno de nualmente pela
gem doméstica significa uma contribuição
uma ou duas t/dia), como ao número de pes- parte inferior
importante tendo em vista a preservação do
soas envolvidas. Pode ser realizada em jardins em um procedi-
meio ambiente e traz, sem dúvida, uma satis-
ou área comum de condomínios, em espaços mento contínuo
fação pessoal, porque permite fechar o ciclo
livres em comunidades urbanas, unidades des- Figura 21: Pilhas estáticas em Florianópolis (Cepagro) de multiplicação
da matéria orgânica e colaborar com solução
portivas e recreativas, instituições educativas, e em Visconde de Mauá. das bactérias e
para um dos aspectos mais conflitivos do apro-
parques e jardins urbanos, entre outras. demais micro-
veitamento de resíduos.
Este tipo de compostagem constitui organismos de-
uma prática social interessante e educativa, 5.3 Tipos de composteiras compositores.
mas implica em certa organização de recur- para pequena escala
sos e pessoas. O composto produzido pode Para a compostagem em pequena es-
ser utilizado para a manutenção e cuidado das cala em residências e espaços comunitários
próprias zonas comunitárias. existe grande variedade de composteiras, de
Figura 22:
No Brasil, recentemente, grupos difu- fabricação artesanal ou industrializada, com os
Composteiras
sores de métodos de agricultura urbana apri- processos sendo desenvolvidos em recipientes construídas em
moraram um processo de compostagem em simples ou em dispositivos mecânicos ou auto- tela metálica
que as pilhas, estáticas, são montadas sobre máticos. (Morada da Flo-
5.3.1 Compostagem resta), madeira e
galharia ou outro material que permita e otimi- Estes sistemas, se expostos à chuva, têm al- em recipientes
ze a aeração passiva. São iniciativas bastante em recipientes simples plásticos com
guns riscos associados à falta de controle da
significativas, presentes em Florianópolis/SC e umidade, a formação de lixiviados, ao tempo Estas composteiras são feitas de plás- malhas e buracos
Visconde de Mauá/RJ, entre outras localida- tico, madeira, alvenaria ou metal, em diversos que permitam a
de biodegradação (90 a 120 dias) e presença
des. formatos. São dispositivos de baixo custo e ne- aeração passiva.
de vetores.

40 41
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Há ainda, para a compostagem resi- 5.3.2 Composteiras mecânicas


Figuras 23: Composteiras
plásticas de produção industrial dencial, a alternativa de vermicompostagem Estas composteiras geralmente são cilín-
(Tramontina, Trapp, Earthgreen) (minhococultura) em recipientes de diversos dricas e contam com um mecanismo manual,
tipos, alguns encontráveis no mercado. A ver- ou com motor, que permite o movimento para
micompostagem recorre à ação de minhocas, misturação do material.
preferencialmente as chamadas “minhocas ro-
Os resíduos são introduzidos conforme
xas californianas (Eisenia foetida)”. Os resíduos
vão sendo gerados, até alcançar a capacidade
levados ao processo devem ser selecionados,
máxima, ou a sua decomposição completa. A
de forma a evitar resíduos cozidos, entre ou-
extração é manual e a aeração do material se
tros, para que não haja prejuízo à multiplica-
realiza durante o movimento para misturação.
ção das minhocas. Após um período entre 3 e
4 meses, os resíduos resultantes do processo
são transformados e m húmus e é gerado um
efluente líquido com capacidade fertilizante.

Figura 26: Composteiras mecânicas para uso doméstico


Há, entre estes processos de compostagem, a alternativa de produção de fardos digestores
com auxílio de um molde externo, onde os resíduos verdes secos são compactados, preservando
um espaço interno onde os resíduos orgânicos gerados serão também prensados e posteriormen-
te cobertos com uma última camada de resíduos verdes. O processo de digestão que se estabe-
lecerá é denominado “fermentação alcólica sólida”, com baixa presença de oxigênio. Os fardos
digestores são utilizados em áreas ajardinadas, fornecendo nutrientes de forma continuada para
plantas que se multiplicam em sua superfície.

Figuras 25:
“Minhocário” individual
e em bateria
(Ecoisas, Morada da Floresta)
Figuras 24: Produção de fardos digestores (Acodal, Colômbia)

42 43
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

5.3.3 Composteiras automáticas São várias as formas em que são encontradas,


Estes são equipamentos de uso do- mas sempre a um custo elevado, pela sua so-
méstico e comercial e alguns modelos podem fisticação. Seu sistema de controle automati-
apresentar capacidade de tratamento dos resí- zado permite aerar o material, misturar e con-
duos gerados por várias famílias. trolar o excesso de temperatura.

Figura 27: Composteiras automáticas de baixa capacidade (www.naturemil.com e www.trasix.com.br) e alta


capacidade (www.jorabrasil.com.br).

44 45
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

6 Guia para o
aproveitamento

o st a g em em média escala:
a com p inha
Guia para o Soluções para em se desenvolvendo na viz cidade e
aproveitamento de prática que v ra que ao lado da simpli ixos.
resíduos orgânicos em onst te ba
projetos de pequena e Colômbia dem stos são significativamen
cu
média escala eficiência, os
6.1. Uma nova estratégia

N o cenário nacional são alguns pou-


cos, e restritos, os exemplos que
apontam saídas para a dimensão do desafio
ao evitar a coleta e transporte de resíduos à
plantas de tratamento, permitir a redução de
investimento em infraestruturas e do custo de
até mesmo para comercialização.
Há vários países e regiões europeias
in situ anteriormente descrita, podendo estar
acopladas a soluções com tratamento mecâni-
co biológico e biodigestão dos resíduos. Serão
com resultados muito significativos desta es-
brasileiro – prover de destinação adequada as tratamento. tratégia. soluções que demandarão investimentos, mas
atuais 29 milhões de toneladas anuais de re- Esta alternativa possibilita resultado Já para a compostagem em maior es- necessárias para o cumprimento da diretriz da
síduos orgânicos geradas nas cidades do país. significativo na redução de emissões de Gases cala, nas áreas de manejo a isto destinadas, política nacional de resíduos em relação à re-
Há, no entanto, e este guia pretende de Efeito Estufa, GEE, nestes tempos de mu- os custos operacionais, debitadas as receitas, dução do envio de orgânicos aos aterros.
apresentá-los, processos completamente se- danças climáticas, e brindará seus praticantes, vem se mostrando muito assemelhados aos Devem ser utilizadas todas as opções
guros, confiáveis, econômicos e eficientes para naqueles municípios que já aplicam a taxa de custos de disposição em aterros, solução esta possíveis para desenvolver um programa exi-
o aproveitamento de excedentes orgânicos em manejo de resíduos decidida pelo Congresso contrária às diretrizes da Política Nacional de toso de aproveitamento dos resíduos orgâni-
pequena escala em residências, condomínios, Nacional (Lei 11.445/2007), com uma redução Resíduos Sólidos. cos da cidade.
conjuntos habitacionais, mercados e centros significativa nos valores a pagar pelos serviços Inevitavelmente, nas nossas grandes O domínio que atualmente se tem dos
comerciais, parques e praças, instituições go- públicos. Estudos recentes vêm demonstrando metrópoles, terão que ser adotadas grandes projetos de compostagem local, e de compos-
vernamentais das diversas finalidades e, em uma relação 3:1 entre os custos convencionais instalações industriais com soluções automati- tagem em pequena e média escala, permitem
média escala, nas áreas municipais de manejo (coleta, transporte, aterramento) e os custos zadas de compostagem e, nos municípios polos conceber programas em grandes cidades que
de resíduos. municipais resultantes da doação de compos- regionais poderão ser consideradas soluções partem de sua combinação. A tabela seguinte
A compostagem in situ, em pequena teiras e assistência técnica aqueles que retém de compostagem um pouco mais simples, em ilustra esta estratégia de combinar em gran-
escala na fonte de geração, comparativamen- seus resíduos orgânicos. Os praticantes pode- túneis modulares, fechados. Em ambos os ca- des e médias cidades as alternativas de proje-
te à gestão tradicional de resíduos orgânicos rão dispor, ainda, do composto resultante, útil sos estas soluções devem conviver com solu- tos de pequena, média e grande escala, para
municipais, apresenta diferentes vantagens para as suas áreas verdes, hortas caseiras e ções em outras escalas como a compostagem aproveitar os resíduos orgânicos.

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Tabela 3: Combinação de diferentes dimensões, público alvo e exigências para definir Tabela 3 (continuação): Combinação de diferentes dimensões, público alvo e exigências
programas de compostagem de resíduos orgânicos separados na fonte. para definir programas de compostagem de resíduos orgânicos separados na fonte.

N° Dimensão do
sistema de
Aplicação e
área requerida
Exigências sócio ambientais e logísticas
N° Dimensão do Aplicação e Exigências sócio ambientais e logísticas
sistema de área requerida
compostagem compostagem
Compostagem na Residência,  Programas de segregação na fonte, coleta porta a porta, Compostagem Setores da cidade,
1
 Programas de segregação na fonte, coleta porta a porta e
fonte (in situ) em
pequena escala
condomínio, conjunto
habitacional, bairro,
cartilhas, manuais, minicursos, aplicativos em página Web,
divulgação de perguntas e respostas frequentes, programas de
3 coletiva em média
escala,
distritos, municípios
de 10 mil até 100 mil
instituição por instituição, cartilhas, manuais, minicursos, aplicativos
em página Web, divulgação de perguntas e respostas frequentes,
escola, colégio, radio e TV, concursos, mostras e feiras cidadãs, difusão das hab. programas de radio e TV, concursos, mostras e feiras cidadãs,
universidade, centros melhores práticas. difusão das melhores práticas.
1kg a 500kg/dia de saúde, de atenção 5t a 50t/dia
ao menor e à terceira  Assistência técnica para construção de composteiras com  Assistência técnica para construção de sistema de
qualidade técnica. Pesquisa da disponibilidade de áreas e do Área – 1.500 a
idade, hospital, hotel, 15.000m2 compostagem com qualidade técnica. Investigação da
parque, fábrica e investimento para adequação de espaços como centro ou sala de disponibilidade de áreas e do investimento para adequação de
outras. compostagem. espaços como centro de compostagem.
 Termo de compromisso de participação e uso adequado  Pesquisa de percepção e da disposição em participar,
das composteiras se forem cedidas pela administração municipal segregar na fonte e entregar com disciplina ao veículo coletor. Deve
Área - 1m2 a 300m2
ser feita amostragem por tipo de usuário.
Compostagem Grupo de bairros,  Programas de segregação na fonte e educação continuada,
2 coletiva na fonte comunidade,
distritos, bairros com
coleta porta a porta e instituição por instituição, cartilhas, manuais,
minicursos, aplicativos em página Web, divulgação de perguntas e 4
Compostagem
coletiva em grande
Setores da cidade,
municípios acima de
 Programas de segregação na fonte, coleta porta a porta e
instituição por instituição, cartilhas, manuais, minicursos, aplicativos
(in situ), escala, 100 mil hab. em página Web, divulgação de perguntas e respostas frequentes,
dificuldade de acesso respostas frequentes, programas de radio e TV, concursos, mostras
a serviços e feiras cidadãs, difusão das melhores práticas. programas de radio e TV, concursos, mostras e feiras cidadãs,
convencionais de difusão das melhores práticas.
0,5t a 5t/dia coleta, grandes  Assistência técnica para construção de sistema de 50t a 200t/dia Área – 15.000 a
compostagem com qualidade técnica. Pesquisa da disponibilidade 50.000m2  Assistência técnica para construção de sistema de
conjuntos compostagem com qualidade técnica. Investigação da
habitacionais, de áreas e do investimento para adequação de espaços como
centro de compostagem. disponibilidade de áreas e do investimento para adequação de
municípios até 10 mil espaços como centro de compostagem com operação mecanizada.
hab.  Termo de compromisso de participação e uso adequado
das composteiras se forem cedidas pela administração municipal  Pesquisa de percepção e da disposição em participar,
segregar na fonte e entregar com disciplina ao veículo coletor. Deve
Área - 300 a 1.500m2 ser feita amostragem por tipo de usuário.

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:1
u ma relação 3 , zer
tes dem o n st r a m
nsporte im p o rtância de fa ando
Estudos recen convencionais (coleta, tra antes lt a d a a
Deve ser ressavas em várias escalas, so is, com
m
s lt
entre os custo os custos municipais resu cnica ti ca
conviver inicianas residências e outros loe manejo
e té
ater ramento) mposteiras e assistência os. os resultados desenvolvidas nas áreas d
co ic
da doação de retém seus resíduos or gân as práticas unicipais ou regionais.
àqueles qu e m

Soluções mais sofisticadas, em capi- de parques, jardins e áreas públicas. O uso dições gerais precisam ser estabelecidas para sala de compostagem; o local utilizado
tais e regiões metropolitanas, exigirão maior do composto orgânico resultante dificilmente se realizar o aproveitamento de resíduos orgâ- deve estar adequado, com boa drena-
investimento, mas para a compostagem em demandará mais que 5% das áreas agricultu- nicos de uma forma eficiente: gem e com fácil acesso; na pequena
média escala, objeto deste guia, a prática que ráveis do entorno consumindo-o em processos a) organizar um programa de orienta- escala, é recomendável uma superfície
vem se desenvolvendo na vizinha Colômbia produtivos. ção para a segregação de resíduos na plana, com cobertura, e preferencial-
demonstra que ao lado da simplicidade e efici- Novamente deve ser ressaltada a im- fonte e uso correto das composteiras; mente em jardins, hortas, terraços e
ência, os custos são significativamente baixos, portância de fazer conviver iniciativas em vá- o material para compostar deve ser áreas verdes;
inibindo os argumentos para não cumprimen- rias escalas, como demonstradas nos próximos adequadamente selecionado, sendo e) orientar o correto dimensionamento
to das diretrizes nacionais que já estão colo- itens deste guia, somando estrategicamente que a separação dos resíduos orgâ- do espaço para que seja suficiente para
cadas. Aplicável em várias escalas, atingindo os resultados conquistáveis nas residências e nicos na fonte é fundamental para a a quantidade de resíduos gerados (uma
com segurança as 30 toneladas diárias, pode outros locais retendo seus resíduos, com os al- obtenção de um composto de melhor composteira residencial? composteiras
ser solução para 90% dos municípios brasilei- cançáveis nas práticas seguras desenvolvidas qualidade; em condomínio? ou em comunidade?)
ros – aqueles com população até 75 mil habi- nas áreas de manejo municipais ou regionais. b) orientar uso obrigatório de recipien- e com uma área adicional para o mane-
tantes – e mesmo ultrapassar este limite, por 6.2 Condições para o te com tampa para armazenamento jo (mistura, estoques etc.);
meio de unidades descentralizadas. aproveitamento de resíduos dos resíduos separados na residência f) orientar para que os sistemas de
São processos que apontarão soluções orgânicos em pequena ou outro local de geração; compostagem sejam calculados com
seguras para dois tipos de resíduos bastante e média escala c) firmar termo de compromisso de funcionamento contínuo, de tal forma
problemáticos no ambiente urbano: o resíduo Com os métodos de compostagem participação e disposição à capacitação; que sempre se tenha espaço disponí-
orgânico componente dos resíduos domicilia- expressos neste guia, que não requerem re- d) estabelecer compromisso de ade- vel para tratar os resíduos que sejam
res e o resíduo verde gerado na manutenção viramento contínuo da mistura, algumas con- quar ou construir o ambiente para a separados no dia.

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FLUXOGRAMA DO PROCESSO

Contato com a administração dos


No fluxogra- condomínios/conjuntos habitacionais Banco de dados dos
empreendimentos
6.3 Resíduos orgânicos utilizados entre outros. Na maior escala estarão envolvi-
ma apresentado ao na compostagem de pequena e dos os resíduos coletados dos geradores e os
lado, se pode obser- média escala resíduos da manutenção de parques, praças,
var o passo a passo Interesse em
participar do
Não
Registro das informações
Base de dados de
empreendimentos No contexto urbano, estas matérias jardins e áreas verdes em geral.
projeto básicas do local
de um programa de atualizada
-primas se dividem em dois grupos principais: Nos contextos rurais e suburbanos,
pequena escala para Sim os resíduos produzidos na cozinha e os que amplia-se a lista dos resíduos orgânicos com
ser desenvolvido em Visita prévia e reunião
Não
Ata de reunião surgem nos jardins e hortas. Este processo resíduos de colheita e esterco de animais.
com os Não
um condomínio, bair- administradores
pode ser realizado com os resíduos gerados Os resíduos e o meio ambiente em ge-
ro organizado, praça Sim Apresentação em
nos setores residencial, comercial, institucional
Sim
assembleia do
ral já contêm os micro-organismos necessários
de alimentação, centro Assinatura da ata de condomínio Ata de compromisso de
compromisso
Não participação ativa
para a decomposição. Po-
comercial ou outros lo- Origem Tipos Principais características rém, caso a decisão seja
cais. Fim do processo
Sim Produzidos  Restos de verduras, hortaliças  Fornece carbono e nitrogênio pelo uso de inoculantes
na cozinha  Restos de frutas  Fornece umidade
 Restos de comida  Não proporcionam muita
com a intenção de ativar
Fluxograma do Processo

Adequação da Seleção do Planejamento das


 Restos de carne, pescado outro tipo estrutura e acelerar o crescimen-
estrutura física da sala
de compostagem
executor do
serviço
instalações  Cascas de ovo  Decompõem-se rapidamente to dos micro-organismos
 Borra de café e restos de infusões
Sim
 Guardanapos de cozinha sem material decompositores, o mais
Entrega de
composteiras
Cartazes de orientação
da sala de compostagem
sintético usual e econômico é adi-
Esterco  Equinos  Fornecimento de nitrogênio cionar, no momento da
Sim
 Suínos  Fornecimento de umidade
Capacitação dos  Bovino
mistura, o nosso próprio
Ata de capacitação do
operadores do sistema
de aproveitamento
operador
 Galinhas e outras aves composto maduro ou em
Sim
 Outros (com critério profissional) decomposição.
Produzidos Material  Folhas secas  Seco
Sensibilização porta a
Folheto informativo sobre
o processo de em jardins e marrom  Serragem  Fornece carbono
porta com os compostagem hortas  Aparas  Estrutura a mistura
moradores
 Erva seca  Decomposição lenta
Tabela 4: Resíduos orgânicos
Sim Não
utilizados na compostagem.
Figura 28: Registro de aproveita-
Fluxograma para
Separação na fonte
geradores de resíduos
mento do orgânico e Material verde  Poda triturada  Fornece nitrogênio Nota: excrementos de animais domésticos
monitoramento do
definição de orgânicos
sistema de compostagem  Grama  Umidade moderada (cães e gatos) ou mesmo de animais de
programa de  Dá pouca estrutura zoológicos podem ser compostados em pro-
compostagem de  Decomposição moderada a cessos independentes e o uso do composto
resíduos orgânicos Sim
Processo de Sim Monitoramento
Fim do processo rápida gerado deve passar por avaliação e ter
em condomínios. compostagem do processo
indicações de uso restritas.

ff
52 53
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

6.4. Materiais que não se pode Quando se trabalha com pequenos -los ao processo pouco a pouco, em uma mistura adequada dos materiais
incluir no processo de volumes, sem a segurança de alcançar altas função das necessidades; de acordo com suas propriedades, ga-
compostagem temperaturas durante a compostagem (acima b) os restos da cozinha devem ser in- rantindo-se a umidade adequada (en-
São os resíduos de origem inorgânica de 55ºC), pode ocorrer uma insuficiente hi- corporados ao processo o quanto an- tre 55 e 65%) e a textura interna que
ou não biodegradáveis e os que, mesmo sendo gienização e, nesse caso, devem ser evitados tes, já que se decompõem muito ra- permita acesso fácil ao oxigênio;
orgânicos, sejam uma possível fonte de con- os excrementos de animais domésticos. Eles pidamente e podem produzir odores e f) garantir a entrada de ar na base
taminação para o produto final que, em uso, podem conter patógenos que, se não houver atrair moscas; do dispositivo de compostagem, as-
será aplicado ao solo: uma boa descontaminação durante o proces- segurando uma boa circulação de ar
c) a correta mistura e a homogeneiza-
• vidro, metais, plásticos, embalagens so, causariam problemas na aplicação em mu- e portanto do oxigênio necessário ao
ção dos materiais configurará uma boa
multicamadas com papel e outros das de hortaliças e vegetais; por este fato, os processo.
estrutura e um processo mais eficiente
materiais; excrementos devem ser evitados.
e rápido; É essencial que o dispositivo de com-
• fraldas descartáveis e absorventes; d) para propiciar as melhores condi- postagem tenha uma boa solução de aeração
6.5. Considerações adicionais
• papel higiênico; ções do processo é importante que os e seja funcional, permitindo com facilidade a
para a compostagem doméstica
• excrementos de animais domésticos materiais tenham um tamanho de par- carga da mistura de resíduos e a retirada do
Antes de misturar os materiais e incor- tícula reduzido e homogêneo - com os composto. Para isso, será importante a orien-
(cães e gatos);
porá-los ao processo de compostagem, deve- resíduos orgânicos domésticos, geral- tação dos próximos itens.
• medicamentos;
se levar em conta os seguintes fatores: mente não é necessário reduzir o ta-
• filtro de cigarros;
a) os restos de jardim não se degra- manho da partícula;
• produto da varrição (exceto as dam facilmente, por isso podem ser e) para um processo mais rápido e com
folhas). guardados em pilhas para incorporá bons resultados, recomenda-se fazer

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

6.6. Sistemas de compostagem Na caixa reservada deve ser mantido


em pequena escala com aeração
passiva ou natural
Passo 1 Passo 2 o fundo, mas em uma
das laterais, no sentido
Observe, nos próximos itens, como Escolha das caixas plásticas Preparação das caixas plásticas do comprimento, deve
podem ser preparadas as soluções para uma ser cortada uma por-
compostagem coberta, sem odores nem líqui- ta para a retirada do
O sistema modular de compostagem Uma das caixas plásticas deve ser re-
dos impactantes. composto. Com o uso
com caixas plásticas vazadas pode utilizar cai- servada e das outras três deve ser retirado o
de dobradiças, a peça
xas novas ou reaproveitadas, em qualquer me- fundo. Como ferramenta pode ser utilizada
removida deve ser re-
6.6.1. Passo a passo dida, mas devem ter o mesmo formato. serra elétrica, serra
instalada, de forma a
Sistema modular de manual, ou mesmo
facilitar o fechamento e
compostagem com martelo e faca.
abertura do dispositivo.
caixas plásticas Figura 31: Preparação da porta na base.
Caixas plásticas vazadas são facilmen-
te encontráveis em qualquer região do país.
São baratas e possibilitam a construção de As caixas plásticas mais
composteiras bastante versáteis, que podem comuns no mercado são
atender desde uma única família até um con- as de 60x40x30cm.
domínio, com a construção de vários módulos.
Cada módulo pode utilizar
4 caixas plásticas
empilhadas, definindo
uma composteira com Figura 30: Abertura do fundo das caixas plásticas.
290 litros, suficiente para
Figura 29: várias residências.
Escolha das
caixas plásticas vazadas. Módulos menores poderão
ser executados com uso
de 3 caixas empilhadas
(no mínimo).

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Passo 3 Passo 4
Preparação da base Montagem do módulo

Para permitir a aeração passiva, as Montagem do módulo


caixas devem ser suspensas do piso, com a de caixas plásticas
fixação de dois caibros ou fixação de 4 rodí- Cada módulo será formado por 3 cai-
zios, que além de elevar o fundo permitirão xas sem fundo e por uma caixa com porta lat-
um transporte mais fácil para o conjunto. eral e elevada do solo. O número de módulos
dependerá do número de geradores a serem
A alternativa da compostagem atendidos. Reservando-se em torno de 10 li- Figura 33: Montagem dos módulos.
in situ (na fonte de geração), em tros por gerador, um
módulo pode atender
pequena escala, possibilita redução perfeitamente várias Sendo vazadas, as caixas per-
significativa nas emissões de residências e vári- mitirão a aeração passiva pelo
fundo e pelas laterais. No entan-
Gases de Efeito Estufa, GEE, os módulos poderão
to, é conveniente aplicar, em to-
atender um público
além das vantagens ao evitar a maior, em um prédio das as laterais internas, uma tela

Figura 32: Fixação de rodízios ou caibro na base.


coleta e transporte dos resíduos até ou condomínio. plástica “mosquiteira” para ga-
rantia de retenção dos resíduos.
locais de tratamento e reduzir o A união das
investimento em infraestruturas e caixas para formação
dos módulos deve
custo de tratamento. ser feita com para-
fusos, nas extremi-
dades, que garan-
tirão a estabilidade
do conjunto.
Figura 34: Fixação da tela.

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Figura 37:
Passo 5 Passo 6 Enchimento das caixas plásticas.

Preparação da mistura Enchimento dos módulos

Preparação Enchimento dos


e homogeinização da mistura módulos de caixas plásticas
Depois de executada a mistura, depo-

=
A mistura deve ser realizada na proporção 3 por 1 em volume.

+
sita-se o material na composteira, por cima,
com o cuidado de preparar uma camada pré- dias, o resíduo alimentado na parte superior.
via de material seco no fundo do módulo. Ao Se a função da composteira é atender
término do preenchimento, uma tampa deverá um prédio ou condomínio, ela deve funcionar
ser providenciada para que não exista risco de como um dos módulos.
Figura 35: Mistura de resíduos orgânicos e materiais secos. ingresso de chuva e vetores. A composteira
Devem ser preparados vários módulos,
deverá ficar em um local coberto.
Para cada Deverá ser adicionado preferencialmente 5 deles, para preenchimento
Se a função da composteira for o aten- de cada um semanalmente.
3 volumes de resíduos domésticos 1 volume de
dimento de uma residência, ela será preenchi-
(resíduos orgânicos das cozinhas) resíduo estruturante seco Ao esgotar-se o volume do quinto mó-
da pouco a pouco com a mistura, até atingir- dulo, a mistura colocada no topo do primeiro
(folhas e podas picotadas, serragem,
se o topo. Isto não poderá ocorrer antes dos módulo estará com quatro semanas de trata-
cavacos finos, maravalha etc.).
30 dias, aproximadamente. A partir do preen- mento, permitindo o esvaziamento de toda a
va r ia r u m pouco para chimento total, a porção inferior da mistura, primeira composteira com segurança. A partir
s podem íduo. a primeira recebida pela composteira, deverá
As proporçõuemidade excessiva no res
daí o ciclo deverá repetir-se, continuamente.
ser retirada pela porta preparada na lateral,
se evitar e v e s e r cuidadosa e O material retirado dos módulos deverá
a çã o d er criando-se novo espaço com o rebaixamento
A homogenelíizquido que exista deve .s
ser colocado em repouso para que se elimine o
Figura 36: da carga existente.
qualquer o com o material seco
Mistura e excesso de umidade e o composto se estabilize.
Em um ciclo contínuo, a composteira
homogeneização.
absor vid funcionará como um ambiente de tratamento
Este processo de maturação, também realizado
em caixas plásticas, em local coberto, deve ocor
do resíduo, entregando na base, depois de 30 -rer por um período mínimo de 15 dias.

60 61
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Um peneiramento pode ser feito com 6.6.2. Passo a passo


a própria caixa plástica, se for suficientemente
furada, ou com uma peneira comum.


Sistema modular
de compostagem
Passo 1 Passo 2
O material poderá ser embalado para com paletes reutilizados Escolha dos paletes Colocação da tela plástica
facilitar o armazenamento. Os paletes de carga, fabricados em
No local onde ficará a composteira de- madeira de reflorestamento, são de uso bas- Para a construção de um sistema de Colocação da tela plástica
vem ser previstos todos os espaços necessá- tante comum em várias atividades econômicas compostagem com paletes é recomendável nos paletes
rios para estas atividades. e facilmente encontráveis. utilizar, preferencialmente, peças com 1,0 m x A tela plástica deve ser fixada de forma
Em muitos casos transformam-se em 1,2 m e uma tela plástica (“mosquiteira”). a cobrir toda a área de uma das superfícies
resíduo incomodo, sendo benvinda sua reutili- Convém aplicar óleo queimado an- dos paletes.
zação. teriormente nos paletes, para obter-se uma A fixação da tela pode ser feita com:
Possibilitam a construção de compos- maior durabilidade da madeira. - grampeador industrial, ou
teiras baratas e de bom volume interno, que
- martelo e grampos;
podem ser utilizadas unitariamente, ou em
conjunto, atendendo a um bom número de Importante: reforçar com sarrafos
geradores. pregados às extremidades da tela plástica.

Figura 38:
Forma de disposição dos paletes
Figura 39:
Colocação da tela nos paletes

62 63
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Passo 3 Passo 4 Passo 5


Montagem da composteira Definição dos compartimentos Preparação da mistura

Montagem da composteira com Definição dos compartimentos e Preparação da mistura e


os paletes e reforço das ligações das portas da composteira homogeinização
Com a tela fixada, a composteira precisa O sistema de compostagem com pa- A mistura deve ser realizada de manei-
ser montada, considerando-se o volume neces- letes deve ser construído de maneira modu- ra adequada, segundo a quantidade de resí-
sário para atendimento aos geradores locais. lar, definindo-se compartimentos conforme a duos gerados, em uma proporção 3 por 1 em
Considera-se necessário reservar, em quantidade de resíduo a ser compostado. Os volume.
todo o dispositivo, um volume em torno de: compartimentos devem corresponder ao vo- Para cada:
-10 litros para cada gerador lume de resíduos gerados, por exemplo, em - 3 volumes de resíduos domésticos
atendido. uma semana, garantindo-se o número de (resíduos orgânicos das cozinhas);
compartimentos necessários para acomodar
No caso da composteira em paletes,
os resíduos durante 25 a 30 dias. Deverá ser adicionado:
a aeração passiva acontecerá pelo palete da
base e pelas paredes laterais, que já possuem
Cada compartimento deve ter uma - 1 volume de resíduo
porta independente para a retirada daquele estruturante seco
as aberturas necessárias a uma boa aeração
volume de composto no momento adequado. (folhas e podas picotadas, serragem,
dos resíduos.
A composteira deverá ser montada em cavacos etc.).
um local coberto, protegida da chuva e do sol Dependendo da umidade do resíduo,
demasiado. as proporções podem variar.
Devem ser previstos no local os espa- A homogeneização deve ser cuidadosa
ços necessários para a estocagem dos mate- e qualquer líquido que exista deve ser absorvi-
riais e as atividades nas diversas fases do pro- do com o material seco.
cesso (ver Figura 53). Figura 41:
Figura 40: Execução dos Mistura e homogeneização
compartimentos e
fixação das portas.

64 65
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Passo 6 Passo 7 Passo 8


Preechimento dos compartimentos Colocar em maturação Peneiramento e embalagem

Depois de realizar o processo de mis- O material retirado dos compartimen- O composto deve ser peneirado e o
tura, o material é depositado em um dos com- Figura 42: Preenchimento. tos deve: material mais grosso deve ser retirado e incor-
partimentos da composteira, com o cuidado de - ser colocado em caixas plásticas porado novamente ao processo de composta-
preparar uma camada prévia de material seco (ou recipiente similar); gem como material de mistura. Opcionalmen-
no fundo. É recomendável o preenchimento te, o material mais grosso pode ser moído para
- ser deixado em repouso para que
de um compartimento a cada semana; desta atingir a granulometria desejada.
diminua o excesso de umidade, dimi-
forma, os resíduos se decompõem uniforme- O peneiramento pode ser feito com a
nua a temperatura e o composto se
mente e o controle fica mais fácil. Terminado própria caixa plástica, se for suficientemente
estabilize.
o preenchimento do primeiro compartimento, furada, ou com uma peneira comum. O mate-
segue-se com o preenchimento do segundo e O processo de maturação, em local co- rial poderá ser embalado para facilitar o arma-
assim sucessivamente, em cada semana, até o berto, é recomendado por um período mínimo zenamento, se necessário.
término dos quatro compartimentos em torno de 15 dias.
dos 30 dias.
Figura 43: Esvaziamento do compartimento e estocagem Figura 44: Peneiramento.
Após os 30 dias, o primeiro comparti- para maturação.
mento deve ser desocupado, reiniciando-se o
preenchimento consecutivo, em um ciclo con-
tínuo.
Todos os compartimentos devem ser
fechados com tampas.
Convém realizar o controle dos mate-
riais envolvidos, pesando-se os resíduos ori-
ginais, a mescla e o produto final, realizando
um registro que auxiliará posteriormente na
tomada de decisões.

66 67
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

A tabela que segue pode auxiliar na 6.7. Sistema modular de precisam ser construídas para se estabelecer
definição das dimensões do sistema de com- compostagem em baias, um ciclo contínuo de tratamento que garanta
postagem em condomínios ou conjuntos habi- em média escala, sempre a capacidade de recepção dos resídu-
tacionais, considerando-se o número de usuá- Tabela 5: Parâmetros para dimensionamento com aeração forçada os gerados no dia. O passo a passo a seguir
rios a satisfazer. de composteiras (adaptados do catálogo de A aeração forçada, por meio de tubos apresenta a construção de uma pequena uni-
serviços Earthgreen Colômbia) e bomba sopradora de ar, possibilita o trata- dade, mas as baias podem ser dimensionadas
Total de Número Geração de Geração Volume para Volume total mento de volumes muito maiores de resíduos, para compostagem de dezenas de toneladas,
residências aproximado orgânicos em volume o material para 1 mês em pilhas estáticas. Em função da quantidade operando-se com equipamento mecânico de
ou de habitantes nas (litros/dia) mesclado (litros)
de resíduos a ser absorvida, baias modulares carga nas maiores instalações.
apartamentos residências (litros/dia)
(kg/dia) Figura 45: Compostagem em baias em municípios colombianos
3 10 1,5 3 5 120
10 32 5 10 16 400
25 80 12 24 40 1.000
50 160 24 48 80 2.000
75 240 36 72 120 3.000
100 320 48 96 160 4.000

Obs.: Adotada a massa específica aparente de 0,5kg/l para os resíduos orgânicos e 0,4kg/l
para a mescla dos orgânicos com material estruturante seco.

Um aspecto essencial no processo é o - pontaletes 10 x 10cm ou peça similar;


seu desenvolvimento sob cobertura, mesmo - tábuas de 25cm;
que executada em material leve como lona
(ambos tratados com óleo queimado)
plástica. As dimensões da cobertura e seu piso
são definidas pela quantidade de resíduos a - tela “mosquiteira”;
tratar, conforme orientação do item 6.8.2. - tubos de PVC;
Para a construção das baias modulares - conexões e bomba que deverão ser
com madeira são necessários esteios, como dimensionados de acordo com a quantida-
descritos ao lado: de de resíduos que será compostada.

68 69
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O piso deve ser plano, preparado para


dar suporte à atividade; se a quantidade a pro-
cessar implicar em manejo dos resíduos com
Passo 1 Passo 2
equipamento de carga, o piso deverá ser em Fixação dos esteios no piso Fixação das tábuas nos esteios
concreto armado dimensionado para este tipo
de operação.
Os esteios, com 1m de altura devem As tábuas devem ser fixadas em três
A área da operação deve ser preparada
ser firmemente fixados ao piso, distanciados linhas, entre os esteios, distribuindo-se o es-
para que ocorra o desvio de águas pluviais do
entre 1 e 1,5m. O melhor procedimento é fi- paçamento entre elas.
espaço coberto onde acontecerão as ativida-
xá-los após a execução de um painel inteiro da Em uma das laterais deve ser previsto
des.
baia. o acesso ao espaço interior da baia, para dis-
Não há necessidade de construir siste-
posição dos resíduos.
ma de captação de efluentes; a compostagem
coberta da mistura, na forma orientada nes-
te guia, permite evaporação e absorção dos
excessos de umidade e de todos os líquidos
formados.

Figura 46: Figura 48:


Montagem de Figura 47: Montagem das baias Montagem
baias piloto em das baias
Rio Branco/AC.

70 71
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Passo 3 Passo 4
Os tubos devem receber furos espaça-
Colocação da tela Preparação da tubulação
dos para a saída do ar.

Colocação da tela e Preparação da tubulação e A dimensão da baia é que determinará


preparação da porta montagem do sistema de o diâmetro dos tubos, o espaço entre os furos
As laterais da baia devem ser revesti- aeração forçada e a potência da bomba sopradora.
das do lado interno com a tela plástica “mos- Figura 49: Em baias pequenas:
Esta é uma etapa delicada da
quiteira”, para prover a área de ventilação Colocação de tela - tubos internos de 1½” com
construção do sistema.
necessária e evitar a saída dos resíduos do furos a cada 5cm;
dispositivo. Para aumentar a durabilidade do Deverá ser montada uma tubulação in- - tubos externos de 2” e;
sistema, as extremidades da tela podem ser terior e outra exterior, que ligará a primeira à - bomba com potência de ½ HP.
reforçadas com a colocação de sarrafos para bomba sopradora de ar.
São suficientes para um sistema
acabamento. Cada baia ou módulo de compostagem que trate até 15 toneladas diárias.
Uma porta deve ser preparada para o deverá possuir um ramal independente, com
perfeito confinamento dos resíduos e sua re- as tubulações externas instaladas na região Para sistemas com maior capacidade,
moção no momento adequado. O melhor pro- traseira da baia, de forma a não conflitar com uma assessoria especializada deverá ser con-
cedimento é executar dois trilhos para que a o processo de colocação dos resíduos na re- sultada para o dimensionamento da tubula-
porta funcione correndo verticalmente. Este gião frontal. ção, do distanciamento dos furos e especifica-
mesmo sistema pode ser aplicado a eventuais Os ramais serão comandados por re- ção da bomba sopradora, com o critério geral
divisórias internas. gistros individuais que só permitirão passagem de se prover 500m3 diários de ar para cada
do ar quando a baia estiver em uso. tonelada de resíduo misturado.
A tubulação interior pode ter formato Os furos podem ser abertos com fura-
quadrangular em baias pequenas e outros for- deira simples e a montagem do circuito pode
matos em baias maiores, sempre em circuito ser feita sem colagem dos tubos às conexões,
fechado e buscando-se uma boa distribuição permitindo assim a remodelação dos circuitos
do ar na massa de resíduos. conforme as necessidades de momento.

72 73
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dias. Com este procedimento se garante que,


Passo 4 (continação) Passo 5 Passo 6 ao término do preenchimento da terceira baia,
os resíduos alojados no topo da primeira já te-
Preparação da tubulação Mistura e homogeinização Preenchimento das baias nham sofrido decomposição por 30 dias.
Haverá então segurança para o des-
O sistema de aeração forçada pode ser Mistura e homogeinização Antes de realizar o preenchimento das monte da primeira pilha e retomada do ciclo
executado de forma a ficar embutido no piso dos resíduos baias, deve ser disposta uma camada do ma- contínuo. Da mesma forma, podem ser cons-
do galpão de compostagem, não impedindo a A mistura deve ser realizada na propor- terial estruturante seco, de forma a prevenir a truídas 4 baias para preenchimento de cada
movimentação dos equipamentos mecânicos ção 3 por 1 em volume. Para cada 3 volumes fuga de alguma umidade e também auxiliar a uma delas a cada 10 dias, ou 5 baias para pre-
de carga. de resíduos domésticos (resíduos orgânicos distribuição da aeração forçada. A última cama- enchimento a cada semana.
das cozinhas) deverá ser adicionado 1 volume da deve ser exclusivamente do material seco, Há a possibilidade ainda do uso de divi-
de resíduo estruturante seco (folhas e podas de forma a proteger os resíduos do contato sórias internas às baias, definindo-se módulos
picotadas, serragem, cavacos finos, maravalha com moscas e também prevenir o mau odor. As adequados às quantidades de resíduos que se-
etc.). Caso algum resíduo se apresente mais baias devem ser preenchidas com uma altura rão processadas.
úmido, a proporção de material seco pode va- mínima de 1m, para garantir plenas condições
riar, de forma a não permitir a fuga de líquidos. de elevação da temperatura interna da mistura.
Após o enchimento da baia, a bomba
sopradora deve ser ligada, liberando-se a pas-
sagem de ar pelo ramal específico que atenda
a baia. A bomba deve ser acionada durante 15
minutos a cada hora, podendo-se providenciar Figura 52:
um dispositivo temporizador para uma automa- Preenchimento
tização do processo. das baias
Num sistema como este, de média es-
cala, deve ser construído o número de baias
modulares necessárias para estabelecer um ci-
clo de compostagem de 30 dias. Por exemplo,
Figura 50: 3 baias idênticas, cada uma com capacidade
Preparação do sistema de Figura 51: Preparo da mistura
aeração forçada de recepção dos resíduos recebidos durante 15

74 75
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6.8. Organização dos


Passo 7 Passo 8

espaços para o
aproveitamento dos
Maturação do composto Peneiramento e armazenamento resíduos orgânicos
Em pequena ou média escala é impor-
O material retirado das baias deve ser Sempre que possível o composto gera- tante o planejamento prévio de como serão
organizado em pilhas, sempre sob a cobertu- do deve ser peneirado e o material mais gros- desenvolvidas as atividades, prevendo-se os
ra e sendo em quantidade considerável, deve so retirado e reincorporado ao processo, como espaços necessários, de forma a prevenir difi-
ser revirado a cada 3 dias, até que se com- material estruturante, podendo também ser culdades posteriores.
plete um período entre 15 e 60 dias, após o triturado e agregado ao composto restante.
que deve estar com menor teor de umidade O composto, depois de todas estas 6.8.1. Organização do ambiente
e com o processo de estabilização encerrado. etapas, armazenado sempre sob cobertura, para a compostagem em
Comumente, em instalações de média esca- estará pronto para uso no solo. pequena escala
la, 30 dias serão suficientes, mas o tempo de Os espaços serão diferenciados con-
maturação dependerá da quantidade e do tipo forme a compostagem se desenvolva em uma
de resíduo em processamento, e também da residência, um prédio, uma instituição ou con-
forma de controle adotada. domínio.
Devem ser previstos sempre os es-
paços para o preparo dos resíduos, para as
composteiras, para o preparo e estoque do
material de mistura, para a maturação e arma-
zenamento do que for produzido.
As atividades podem ser organizadas
em terraços, varandas, áreas de serviço, vagas
de garagem em subsolos e outros locais, mas,
quando ao ar livre, têm que ser cobertas.

Figura 53: Espaço para a compostagem, interno e


externo, em condomínios colombianos (Medellín)

76 77
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O diagrama a seguir indica como podem ser organizadas tes que rebaixem as temperaturas atingidas no
as atividades em uma “sala de compostagem” estabeleci-
C1 C2 C3 C4
processo. É conveniente garantir que, na fase
da em um condomínio, com piso e cobertura adequadas. ZONA ZONA termófila, a temperatura possa atingir os 60°C.

Zona 1 - armazenamento de resíduos e Figura 54:


1 4 Zona 4 - maturação e peneiramento
Áreas típicas do É nesta zona que o material retirado após o tér-
do material de mistura processo de mino do período de compostagem será coloca-
Nesta área se armazenam os resíduos orgânicos compostagem. ZONA ZONA ZONA do para secagem e maturação. É importante a
em recipientes com tampas e o material seco
de mistura (serragem, cavacos finos, marava-
lha, folhas, podas ou outros), preferencialmente
2 3 5 colocação do composto em caixas vazadas, aí
permanecendo por aproximadamente 15 dias.

sobre paletes. Ao final deste período, o composto estará


pronto para peneiração, removendo-se as par-
Zona 2 - seleção e mistura tículas maiores, que ficarão disponíveis para
Nesta área realiza-se a remoção dos resíduos É fundamental evitar a geração de lixiviados Para acelerar o início do processo de decom- retorno ao processo.
impróprios encontrados nos orgânicos (even- (líquidos originados na decomposição dos resí- posição, a mistura da primeira carga de orgâ-
tuais pedaços de vidro, plástico, metais, borra-
Zona 5 - armazenamento e embalagem
duos orgânicos). Para isso, deve-se: nicos pode incluir a adição de composto pro- do produto terminado
cha, pedras entre outros materiais). duzido em outro ciclo; por exemplo, adicionar
• garantir que a composteira não seja atin- Nesta última área, o material fino passado na
É nela que se realiza a mistura e homogeiniza- gida pela chuva, mesmo que lateral; o material grosso retido na peneiração, para
peneira pode ser armazenado, embalado na for-
ção dos materiais para o processo, garantindo que contamine o material novo.
• misturar intensamente os resíduos dema- ma mais conveniente para o uso a ser dado. Seu
a proporção adequada.
siadamente úmidos com o material seco de Após a colocação de todas as cargas previstas volume será em torno de 30% do volume inicial.
Zona 3 - compostagem mistura; para o módulo, deve-se agregar uma capa final
só de material seco misturado com o compos- ole do
Nesta área estarão organizadas as compos- • eliminar líquidos eventualmente presen-
a n te p ro m o ver um contr re-
tes nos vasilhames com orgânicos, mistu- to grosso retido na peneiração; isto permitirá interess eso dos
teiras ou módulos de compostagem. As qua-
o controle de moscas e odores, e com isso o Será sempre l nas diversas fases: o p ” e do
rando-os com materiais secos; ria stagem
tro ou cinco unidades devem ser preenchidas
processo de enchimento se encerra, providen- peso do mate n a “ sa la de compo após o es-
id o s
de forma sucessiva, estabelecendo-se o ciclo • aplicar uma camada de material seco na
ciando-se uma tampa para a composteira. síduos receb tura, o peso do composto peso do
is o
contínuo em período que não deve ser inferior base de cada módulo ou composteira, para material de m cada módulo e, por fim, es dados
d e E st
a 30 dias, quando se esvazia a primeira com- retenção de algum líquido que ainda se Deve-se cuidar para que o local onde estejam vaz iamento ó s a peneiração.
posteira e se retorna ao processo. forme. colocados os módulos não receba ventos for- produto fino
e gr o ss o a p
p ro ce ss o, su a melhoria e
o
ma revisão d ltados.
permitirão u os operadores com os resu
d
78 uma confiança 79
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

6.8.2. Organização da área de passará a ser o destino dos resíduos orgânicos pré-fabricadas com cobertura têxtil ou cober-
manejo para a compostagem em que não mais irão para o aterro sanitário. turas com maior vida útil, com estruturas me-
média escala O ”Galpão de Compostagem” poderá tálicas ou em concreto e telhas em fibrocimen-
Figura 54:
O primeiro passo para o sucesso do ser implantado em conjunto com outras ativi- to, todas facilmente encontráveis nas diversas Diversos tipos de cobertura
processo de compostagem em média escala, dades, constituindo um centro de tratamento regiões brasileiras. podem ser definidos para o
como parte do serviço público de manejo de de resíduos que concentre os impactos decor- Galpão de Compostagem
resíduos sólidos, é o planejamento da coleta rentes e que possibilite o compartilhamento
seletiva dos resíduos orgânicos. A segregação de equipamentos e pessoal. A área deve ser
dos resíduos na fonte geradora é um fator de cercada de maneira eficiente, impedindo a en-
sucesso reconhecido em todos os países que trada de estranhos e de grandes animais.
já praticam a compostagem em larga escala. O Galpão de Compostagem deve rece-
A implantação desta coleta diferen- ber os cuidados já descritos para o preparo do
ciada pode se iniciar naqueles geradores de piso e da cobertura, e que são imprescindíveis.
maior porte, como feiras e mercados, avan- Diferentemente dos antigos processos de com-
Galpão Galpão Galpão leve
çando depois para a coleta estruturada porta postagem com leiras a céu aberto, nesta nova cobertura têxtil em estrutura metálica em lona plástica
a porta, recomendando-se um planejamento estratégia todas as atividades são desenvolvi-
do avanço bairro por bairro. Logicamente ha- das longe de intempéries e em pilhas estáticas
verá a necessidade de equacionar localmente organizadas nas baias que serão construídas. A organização interna do galpão pode- produção, principalmente na época de chuvas
a forma de coleta dos resíduos secos e dos O piso deverá ser projetado e executado con- rá seguir basicamente a descrita no item ante- intensas.
rejeitos também presentes nos resíduos domi- siderando a presença ou não de equipamentos rior, definindo-se: Zona de seleção e mistura
ciliares. Estas decisões são inevitáveis diante mecânicos de carga, e com os cuidados ne- Zona de armazenamento dos A descontaminação dos resíduos orgâ-
das exigências da Política Nacional de Resí- cessários para que não ocorra a penetração de resíduos recebidos e do material nicos é necessária – quanto mais homogêneo
duos Sólidos. Em vários municípios brasileiros águas de chuva. estruturante estiver o material, maior será a facilidade de
vem tomando a forma de um Plano de Coletas A cobertura do galpão poderá ser exe- Nesta zona também poderá ocorrer colocação do composto produzido no mercado
Seletivas e de Redução de Resíduos em Aterro, cutada de diversas formas, conforme a decisão o picotamento de resíduos verdes recolhidos local. A mistura poderá ser feita de forma ma-
incorporado no PGIRS que os municípios obri- da equipe técnica local. Podem ser executa- em atividades públicas de limpeza urbana e nual ou mecânica, a depender da quantidade
gatoriamente têm que desenvolver. das, como apresentadas na Figura 55, cober- manutenção de áreas ajardinadas. O armaze- de resíduos que serão tratados. Há a possibili-
O segundo passo refere-se ao preparo turas leves, em lona plástica sobre estrutura namento deverá ocorrer prevendo-se material dade de uma melhor qualificação do composto
da área de manejo municipal ou regional que de bambu, madeira ou metálica, estruturas de mistura com folga para diversos dias de final agregando-se à mistura gesso e outros

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

minerais, ureia, estercos diversos e outros pro- rante o processo é ainda mais desejável, pro- Em todas estas etapas do processo pelo peso, principalmente dos resíduos orgâni-
dutos, que deverão ser definidos por um técni- videnciando-se a cobertura da baia com lona será sempre importante estabelecer um con- cos e secos entrantes, e do composto retirado
co local. caso a temperatura não atinja as faixas reco- trole das quantidades processadas, se possível da instalação.
Zona de compostagem mendadas.
É o espaço onde estarão instaladas as Zona de maturação População Quantidade Massa total Volume Área para Área para
e peneiramento urbana de de orgânicos em 15 dias resultante pilha de 15 3 pilhas em

Forma de
operação
baias, a tubulação e bombas para a aeração referência recuperada em 15 dias dias 45 dias
forçada. O projeto deverá decidir a disposição A maturação nesta escala deverá se (1) (2) (3) (4) (5)
3 2 2
das baias, definir o número delas para que se dar em pilhas e, para o rebaixamento da tem- hab t/dia t m m m

complete com segurança o ciclo com duração peratura e perfeita estabilização do material,

serventes serventes
2500 1,2 18,0 36 20 60

Operação manual (serventes)

até 2
mínima de 30 dias, decidir se as baias recebe- a pilha deverá ser revirada a cada 3 dias até 5000 2,4 36,0 72 40 119

rão divisórias internas, reservar os espaços ne- completar-se um período entre 5 e 30 dias 7500 3,6 54,1 108 60 179

cessários para a movimentação dos materiais para esta escala de projeto, podendo se esten- 10000 4,8 72,1 144 80 239

até 4
por via manual ou mecânica etc. der até 60 dias a depender do tipo de resíduo 12500 6,0 90,1 180 99 298
15000 7,2 108,1 216 119 358
Todos os cuidados já descritos para e do volume total.
17500 8,4 126,2 252 139 418
afastamento da operação em relação às chu- Após este período, o composto poderá

serventes
20000 9,6 144,2 288 159 477

até 6
vas têm que ser tomados. Quaisquer resíduos ser conduzido à peneiração, preferencialmen-
22500 10,8 162,2 324 179 537
líquidos que surjam devem ser transformados te mecânica, em equipamento que, em função
25000 12,0 180,2 360 199 597
em material sólido com uma mistura intensa da quantidade que será processada, pode ser
de material estruturante seco – o resultado mais ou menos sofisticado. O material grosso 30000 14,4 216,3 433 239 716

prever pessoal
será colocado na baia em operação. oriundo da peneira deverá ser reservado para

mecanizada
40000 19,2 288,4 577 318 955

Operação

de apoio
As bases das baias devem receber a uso nas atividades já descritas. 50000 24,0 360,4 721 398 1193
camada protetora de material estruturante, já Zona de armazenamento 60000 28,8 432,5 865 477 1432
descrita; da mesma forma se procede em rela- A forma de armazenamento menos di- 70000 33,6 504,6 1009 557 1670
ção às capas finais. Também na compostagem ficultosa é a colocação do composto em pilhas (1) taxa de geração de resíduos domiciliares adotada – 1,1kg diários per capita (IPEA, PNRS 2012);

de média escala será importante a junção de altas, em local ventilado e preferencialmente Tabela 6: (2) % de orgânicos presente – 51,4% (IPEA, PNRS 2012);

composto pronto na mistura da primeira cama- coberto. Os usuários do composto já devem Dados gerais para (3) % de orgânicos recuperada – 85%;

da, para provocar-se aceleração do processo. dimensionamento


estar previamente estabelecidos, para que rapi- das áreas de manejo (4) massa específica aparente do resíduo orgânico – 0,5t/m3;

Em instalações para compostagem em damente se dê vazão ao material, liberando es- municipais ou (5) área da base considerando pilha trapezoidal com largura em torno de 4,5m, altura total de 2,4m;

média escala, o controle de temperaturas du- paço de trabalho no Galpão de Compostagem. regionais. Obs.: Redução estimada do volume até final da maturação = 70%.

82 83
Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Deve ainda ser considerada a inclu- no local utilizado: para o sucesso desta nova estratégia de apro- cada etapa. Devem ser orientados também
são, a partir das informações da Tabela 6, das • Escritório – mínimo de 12m2; veitamento dos resíduos orgânicos: para:
áreas descritas nas zonas de trabalho já apre- • manter continuamente limpos o local
• Refeitório – prever no mínimo 1,0m2 Cuidado 1
sentadas, com as operações prévias e poste- de trabalho e os equipamentos;
por usuário, com instalação de pia, Sinalização das áreas do processo
riores ao processo em si de compostagem (ar-
bebedouro, aquecedor de marmitas e Como parte do planejamento das ati- • operar os equipamentos adequada-
mazenamento, mistura, maturação etc.); esta
fogão; vidades, as diversas áreas de trabalho devem mente e cumprir as exigências de se-
inclusão pode dobrar a área total de galpão
ser identificadas de maneira bastante visível gurança no trabalho (óculos de prote-
demandada pelo processo. • Sanitário e Vestiário: deve ser con-
no Galpão, para que se dê ordem e controle ção, avental, luvas e máscara);
Além deste conjunto de áreas, preci- sultada a NR 24/78 do Ministério do
ao processo. As áreas podem ser sinalizadas • realizar a manutenção preventiva e
sam ser providenciados os espaços para as ati- Trabalho e Emprego e observar-se os
como segue: corretiva da composteira ou baia, equi-
vidades de apoio, caso elas ainda não existam parâmetros da Tabela 7.
• Área 1 – armazenamento do material pamentos e demais dispositivos;
Tabela 7: Parâmetros para dimensionamento de sanitários e vestiários. estruturante seco; • informar sobre anomalias apresenta-
• Área 2 – de misturação; das na operação;
Equipamento Parâmetro Referência • Área 3 – de compostagem; • registrar a informação de entrada de
2 • Área 4 – de maturação; resíduos e de saída de composto nos
vaso sanitário 1 para cada 20 usuários box mínimo 1,0m
• Área 5 – de peneiração e empacota- formulários recebidos.
lavatório 1 para cada 20 usuários largura mínima 0,60m mento;
chuveiro 1 para cada 10 usuários - • Área 6 – de estoque do produto ter- Cuidado 3
2 minado; Monitoramento do processo
vestiário armários individuais 1,50m por usuário
• Área 7 – de ferramentas; O monitoramento do processo de com-
armário compartimento duplo h = 0,90m, l = 0,30m, p = 0,40m • Área 8 – oficinas; postagem deve ser realizado de forma contí-
• Área 9 – circulação interna; nua, controlando-se:
• Área 10 – circulação externa e esta-
• os processos de separação de resí-
Caso o porte da instalação determi- manutenção. Deverão ser consideradas ainda cionamento.
duos na fonte, retornando informação
ne o uso de equipamentos mecânicos para o as áreas de manobra e de trânsito de veículos
Cuidado 2 aos geradores para correção de proce-
manejo dos materiais (pá carregadeira, por e equipamentos.
Orientação aos funcionários dimentos;
exemplo), será necessário prever-se também Além dos cuidados para o dimensiona-
um espaço coberto para a guarda deste equi- • o armazenamento adequado e a ca-
mento e execução adequados do Galpão de Os funcionários devem compreender
pamento e execução de pequenas tarefas de tação interna dos resíduos orgânicos
Compostagem, outros devem ser tomados os motivos da organização e o objetivo de

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

eventualmente caídos para que se evi- • seu aspecto é homogêneo e não se- tada da área de peneiramento e prepa- obtido; deverão estar à disposição da
te atração de animais e maus odores; rão identificados os restos orgânicos ro do produto final, e deve incorporar fiscalização;
• o estoque adequado de material es- que foram incorporados; soluções para prevenir o risco de con- • as análises de laboratório para con-
truturante para apoio ao processo; • o produto é leve e fofo; taminação do produto final; trole de patógenos no produto final de-
• a penetração de chuvas ou a forma- • o produto esfarela facilmente nas • tomar medidas preventivas sistemá- vem ser realizados em um laboratório
ção de quaisquer líquidos; mãos e não se compacta ao ser pres- ticas contra roedores, insetos e outros certificado e devem ser arquivadas;
sionado. parasitas; para isto, deve-se desenvol- • os lotes de composto que não cum-
• o funcionamento das baias de com-
ver e aplicar um programa de controle pram as condições estabelecidas de
postagem com a medição de parâme-
Assim que se obtenha o composto ma- de pragas; higienização devem ser totalmente re-
tros como temperatura e umidade.
duro, é recomendável enviar amostras do pro- • garantir a presença de equipamentos processados, agregando-os a resíduos
Toda informação deve ser registrada duto obtido a um laboratório, com a finalidade e produtos de limpeza adequados; o recém recebidos na instalação.
em formulários específicos a serem prepara- de garantir, aos usuários, um produto descon- controle da higiene deve incluir inspe-
dos pela gerência do processo. taminado e de boa qualidade, que possa ser ções periódicas do entorno e diária do 6.9. Desafios e
utilizado com segurança. Qualquer anormali- Galpão de Compostagem; considerações finais
Cuidado 4 dade indicada por esta análise deverá implicar
Verificação do produto final • a manipulação e armazenamento do
em uma mudança de procedimentos para me- Este guia apresentou processos
composto pronto devem ser realizadas
O produto final deve estar completa- lhoria do processo. completamente seguros, confiáveis, eco-
de forma a evitar sua contaminação;
mente estabilizado. As características físicas nômicos e eficientes para o aproveitamen-
do material variam durante as fases do pro- Cuidado 5 • os processos devem ser organiza- to de resíduos orgânicos em residências,
cesso, adquirindo aspectos diferentes. Se re- Procedimentos para obtenção de dos de tal forma que todo os resíduos condomínios e conjuntos habitacionais,
conhece quando o produto está maduro pelos um produto de boa qualidade recebidos na instalação alcancem os instituições diversas e nas áreas munici-
seguintes aspectos: parâmetros de tempo e temperatura pais de manejo de resíduos.
Deve haver uma preocupação contínua
exigidos para alcançar a higienização;
• sua temperatura é a mesma do am- e disciplinada com os seguintes procedimentos: No entanto, a possibilidade de so-
biente e seu volume reduziu-se a um • recomenda-se medições sistemáticas luções simples e eficazes nada significará
• limpar os recipientes utilizados para o
terço do volume original; da temperatura em todas as baias; se não forem estabelecidas as condições
transporte de material não tratado em
• sua cor será marrom escuro ou pre- uma área especificamente designada • os registros devem ser anotados de gestão técnica perenizada dos proces-
ta e terá um odor agradável, parecido para isto; identificando as baias, as datas e ainda sos, superando aquilo que é uma fragilida-
com terra; • a área de mistura dos materiais (re-
os demais dados relativos aos resídu- de histórica dos municípios. Para isso, um
síduos e estruturante) deve estar afas-
os orgânicos recebidos e ao composto instrumento essencial será a aplicação da

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Referências
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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Tabela 1 (continuação)
Anexo Âmbito Federal
Normativo para a gestão e o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos no Brasil.

uma
c ia é a p resentada Leis Descrição
uên tão e
Nesta seq o r m a s para ges Decreto Federal nº 7.404, de Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política
s n s
síntese da d e re s íd uos sólido 23 de dezembro de 2010 Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política
ento l.
aproveitam o Âmbito Federa Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos
n
orgânicos Sistemas de Logística Reversa.
Tabela 1 Decreto Federal nº 8.059, de Altera o Anexo ao Decreto nº 4.954, de 14 de janeiro de 2004, que aprova o
26 de julho de 2013 Regulamento da Lei nº 6.894, de 16 de dezembro de 1980.
Âmbito Federal
Normativo para a gestão e o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos no Brasil.
Decreto Federal nº 8.384, de Também altera o Anexo ao Decreto nº 4.954, de 14 de janeiro de 2004, que
Leis Descrição 29 de dezembro de 2014 aprova o Regulamento da Lei nº 6.894, de 16 de dezembro de 1980.

Lei Federal nº 11.445, de 5 Estabelece Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, incluso o manejo Resolução Conama nº 404, Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro
de janeiro de 2007 de resíduos sólidos e a limpeza urbana. de 11 de novembro de 2008 sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos.
Lei Federal nº 12.187, de 29 Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC e dá outras ABNT NBR 13.591:1996 Objetivo: esta norma define os termos empregados exclusivamente em
de dezembro de 2009 providências. relação à compostagem de resíduos sólidos domiciliares.
Lei Federal nº 12.305, de 2 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras providências.
de agosto de 2010 ABNT NBR 10.004: 2004 Objetivo: esta norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser
Lei Federal nº 6.894, de 16 Dispõe sobre a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de gerenciados adequadamente.
de dezembro de 1980 fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes,
remineralizadores e substratos para plantas, destinados à agricultura, e dá Instrução Normativa SARC Dispõe sobre importações de fertilizantes, corretivos, inoculantes e
outras providências. (Redação dada pela Lei nº 12.890, de 2013) nº 14, de 16 de outubro de biofertilizantes, e suas respectivas matérias-primas.
2003
Decreto Federal nº 4.954 de Regulamenta a Lei nº 6.894, de 16 de dezembro de 1980, que dispõe sobre
14 de janeiro de 2004 inspeção e fiscalização para fertilizantes, corretivos e outros. Instrução Normativa SDA Aprova definições, especificações e as garantias dos fertilizantes orgânicos.
nº 23, de 31 de agosto de
Decreto Federal nº 7.217, de Regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece 2005
21 de junho de 2010 diretrizes nacionais para o saneamento básico.
Instrução Normativa SDA Dispõe sobre a importação ou comercialização, para produção, de
Decreto Federal nº 7.390, de Regulamenta os artigos. 6º, 11 e 12 da Lei n° 12.187, de 29 de dezembro de nº 27, de 05 de Junho de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes.
9 de dezembro de 2010 2009, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC. 2006

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Tabela 1 (continuação) Tabela 1 (continuação)


Âmbito Federal Âmbito Federal
Normativo para a gestão e o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos no Brasil. Normativo para a gestão e o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos no Brasil.

Leis Descrição Leis Descrição


Instrução Normativa MAPA Aprova as normas sobre especificações e garantias, tolerâncias, registro, Instrução Normativa SDA Aprova as normas sobre especificações, garantias, registro, embalagem e
nº 35, de 4 de julho de 2006 embalagem e rotulagem dos corretivos de acidez, de alcalinidade e de nº 13, de 24 de março de rotulagem dos inoculantes destinados à agricultura, bem como as relações
sodicidade e dos condicionadores de solo, destinados à agricultura, na forma 2011 dos micro-organismos autorizados e recomendados para produção de
do Anexo a esta Instrução Normativa. inoculantes no Brasil, na forma dos Anexos I, II e III, desta Instrução
Normativa.
Instrução Normativa MAPA Aprova as definições e normas sobre as especificações e as garantias, as
nº 5, de 23 de fevereiro de tolerâncias, o registro, a embalagem e a rotulagem dos fertilizantes minerais, Instrução Normativa MAPA Estabelece as disposições e critérios para:
2007 destinados à agricultura. nº 53, de 23 de agosto de I - definições, classificação, registros, cadastros, procedimentos e outros;
2013 II - o credenciamento de instituições privadas de pesquisa; e
Instrução Normativa SDA Aprova os Métodos Analíticos Oficiais para Análise de Substratos e
nº 17, de 21 de maio de 2007 Condicionadores de Solos. III - requisitos mínimos para avaliação da viabilidade e eficiência agronômica
e elaboração do relatório técnico-científico para fins de registro de
Instrução Normativa SDA Reconhece os métodos analíticos constantes do anexo desta Instrução fertilizante, corretivo e biofertilizante na condição de produto novo.
nº 24, de 20 de junho de Normativa, conforme o art. 71 do anexo do Decreto nº 4.954, de 14 de
2007 janeiro de 2004. Resolução Anvisa RDC nº Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de
306, de 7 de dezembro de serviços de saúde, inclusive a possibilidade de destinação por compostagem.
Instrução Normativa SDA Aprova os métodos analíticos oficiais para fertilizantes minerais, orgânicos, 2004
nº 28, de 27 de julho de organominerais e corretivos, disponíveis na Coordenação-Geral de Apoio
2007 Laboratorial – Cgal/SDA/MAPA, na Biblioteca Nacional de Agricultura –
Binagri e no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
como Manual de métodos analíticos oficiais para fertilizantes minerais,
orgânicos, organominerais e corretivos. Atualmente o Brasil conta com um arcabouço legal
consistente, com destaque para quatro leis:
Instrução Normativa SDA Aprova normas sobre as especificações e as garantias, as tolerâncias, o
nº 25, de 23 de julho de registro, a embalagem e a rotulagem dos fertilizantes orgânicos simples, Lei Federal de Saneamento Básico
2009 mistos, compostos, organominerais e biofertilizantes destinados à agricultura. Política Nacional sobre Mudanças do Clima Políti-
ca Nacional de Resíduos Sólidos
Instrução Normativa MAPA Regulamenta o controle de qualidade do produto comercial, prevendo para Lei Federal dos Consórcios Públicos
nº 30, de 10 de novembro de tanto, metodologias específicas a serem realizadas pelos laboratórios
2010 certificados pelo MAPA.

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a
é a p re s entada um
uência vei-
Nesta seq o r m a s p ara o apro s
sn e do Tabela 2 (continuação)
síntese da u o s em geral
e re s íd dual. Âmbito Estadual
tamento d  m bito Esta Normativo para a gestão e o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos.
o s n o
orgânic
Tabela 2 UF Normativo Origem Descrição
Âmbito Estadual MS Resolução Semac nº Secretaria de Estado de Estabelece normas e procedimentos para o
Normativo para a gestão e o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos. 008, de 31 de maio de Meio Ambiente, do licenciamento ambiental estadual, e dá outras
2011 Planejamento, da Ciência providências.
UF Normativo Origem Descrição e da Tecnologia do Mato
AM Lei Estadual nº 3.219, Governo do Estado do Dispõe sobre o licenciamento ambiental no Grosso do Sul
de 28 de dezembro de Amazonas Estado do Amazonas e dá outras providências MS Lei Estadual nº 4.106, Governo do Estado do Dispõe sobre a agroecologia e a agricultura
2007 de 27 de outubro de Mato Grosso do Sul orgânica na agricultura familiar no Estado de
2011 Mato Grosso do Sul, dá outras providências.
ES Instrução Normativa Instituto Estadual de Dispõe sobre a exigência ou dispensa do RAP
nº 10, de 28 de Meio Ambiente e para aterros e usinas de reciclagem e PA Lei Estadual nº 6.918, Governo do Estado do Dispõe sobre a Política Estadual de
dezembro de 2010 Recursos Naturais do compostagem. 10 de outubro de 2006 Pará Reciclagem de Materiais e dá outras
Espírito Santo providências.
MG Lei Estadual nº 13.766, Assembleia Legislativa de Dispõe sobre a política estadual de apoio e PA Resolução Coema n° Conselho Estadual de Estabelece a alteração da tabela de
de 30 de novembro de Minas Gerais incentivo à coleta seletiva de lixo. 110, de 10 de outubro Meio Ambiente do Pará enquadramento das atividades sujeitas à
2000 de 2013 cobrança de taxas pelo exercício regular do
MG Deliberação Conselho de Política Altera os artigos 2º, 3º e 4º da Deliberação poder de polícia administrativa ambiental.
Normativa Copam Ambiental de Minas Normativa 52/2001, estabelece novas PA Resolução Coema n° Conselho Estadual de Dispõe sobre as atividades de impacto
nº118, 27 de junho de Gerais diretrizes para adequação da disposição final 116, de 3 de julho de Meio Ambiente do Pará ambiental local de competência dos
2008 de resíduos sólidos urbanos no Estado, e dá 2014 municípios, e dá outras providências.
outras providências.
PI Lei Estadual nº 6.140, Governo do Estado do Institui a Política Estadual sobre Mudança do
MG Deliberação Conselho de Política Fixa os custos médios "per capita" para de 06 de dezembro de Piauí Clima e Combate à Pobreza - PEMCP e dá
Normativa Copam nº Ambiental de Minas estimativa de investimentos em sistemas de 2011 outras providências.
428, de 28 de junho de Gerais saneamento ambiental previstos no Art. 4º da
PR Lei Estadual nº 9.056, Governo do Estado do Dispõe sobre o prévio cadastramento de
2010 Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009.
de 02 de agosto de Paraná produtores, distribuidores e a comerciantes de
MG Deliberação Conselho de Política Institui o Plano Estadual de Coleta Seletiva de 1989 fertilizantes, corretivos, inoculantes, ou
Normativa Copam nº Ambiental de Minas Minas Gerais. biofertilizantes, na Secretaria de Estado da
172, de 22 de Gerais Agricultura e do Abastecimento e adota outras
dezembro de 2011 providências.

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Tabela 2 (continuação)
Tabela 2 (continuação) Âmbito Estadual
Âmbito Estadual Normativo para a gestão e o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos.
Normativo para a gestão e o aproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos.
UF Normativo Origem Descrição
UF Normativo Origem Descrição
PR Resolução Cema nº Conselho Estadual de Estabelece diretrizes e critérios para o
PR Decreto Estadual nº Governo do Estado do Aprova o Regulamento da Lei Estadual n° 0094 - 04 de Meio Ambiente do licenciamento e outorga, projeto, implantação,
6.710, de 04 de abril de Paraná 9.056, de 02 de agosto de 1989. Novembro de 2014 Paraná - CEMA operação e encerramento de aterros sanitários,
1990 e dá outras providências.
PR Resolução Sema nº 31, Secretaria do Meio Dispõe sobre o licenciamento ambiental, RJ Instrução Técnica IT- Fundação Estadual de Instrução Técnica para requerimento de
de 24 de agosto de Ambiente e Recursos autorização ambiental, autorização florestal e 1318.R-2 Engenharia do Meio licenças para unidades de reciclagem e
1998 Hídricos do Paraná anuência prévia para desmembramento e Ambiente do Rio de compostagem.
parcelamento de gleba rural. Janeiro
PR Resolução nº 060, de 2 Secretaria da Agricultura Dispõe sobre análises periciais em RJ Resolução INEA nº Instituto Estadual do Estabelece os novos códigos para o
de setembro de 2003 e do Abastecimento do fertilizantes, corretivos, inoculantes e 52, de 19 de março de Ambiente - INEA enquadramento de empreendimentos e
Estado do Paraná biofertilizantes 2012 atividades poluidores ou utilizadores de
recursos ambientais.
PR Resolução nº 008, de 6 Secretaria da Agricultura Dispõe sobre as informações inscritas em
de fevereiro de 2006 e do Abastecimento do notas fiscais de venda e em rótulos ou SC Portaria nº 002, de 09 Fundação do Meio Disciplina o ordenamento e a tramitação dos
Estado do Paraná etiquetas de embalagens fertilizantes, de janeiro de 2003 Ambiente - FATMA processos de licenciamento ambiental e dá
inoculantes e biofertilizantes. outras providências.
PR Instrução Normativa Secretaria da Agricultura Normas sobre as especificações e as garantias, SP Resolução SMA nº 51, Secretaria do Meio Dispõe sobre a exigência ou dispensa de
nº 25, de 23 de julho e do Abastecimento do as tolerâncias, o registro, a embalagem e a de 26 de julho de 1997 Ambiente do Estado de Relatório Ambiental Preliminar - RAP para os
de 2009 Estado do Paraná rotulagem dos fertilizantes orgânicos simples, São Paulo. aterros sanitários e usinas de reciclagem e
mistos, compostos, organominerais e compostagem de resíduos sólidos domésticos
biofertilizantes destinados à agricultura operados por municípios.

PR Lei Estadual nº 17.441, Governo do Estado do Estabelece diretrizes para o desenvolvimento SP Resolução SMA nº Secretaria do Meio Dispõe sobre licenciamento das unidades de
de 26 de dezembro de Paraná de agricultura com baixa emissão de carbono 075, de 31 de outubro Ambiente do Estado de armazenamento, transferência, triagem,
2012 no Estado do Paraná. de 2008 São Paulo. reciclagem, tratamento e disposição final de
resíduos sólidos e dá outras providências.
PR Resolução Cema nº Conselho Estadual de Estabelece condições, critérios e dá outras
090, de 03 de Meio Ambiente do providências, para empreendimentos de SP Resolução SMA nº Secretaria do Meio Dispõe sobre dispensa de licenciamento
dezembro de 2013 Paraná compostagem de resíduos sólidos de origem 102, 20 de dezembro Ambiente do Estado de ambiental para as atividades de compostagem
urbana e de grandes geradores e para o uso do de 2012 São Paulo. e vermicompostagem em instalações de
composto gerado. pequeno porte, sob condições determinadas.

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ntados
u ê n c ia s ão aprese
Nesta seq s d e incentiv

ra m a ral.
bito Fede
pro g
m n o  m
ge
composta
Tabela 3 Tabela 3 (continuação)
Âmbito Federal Âmbito Federal
Programas de incentivo à compostagem Programas de incentivo à compostagem

Programas Instituição Descrição Programas Instituição Descrição


Programa Secretaria Nacional de Ampliar a cobertura e melhorar a qualidade dos Unidades Familiares Fundação Ação em parceria com o Ministério da Integração
Saneamento Saneamento Ambiental serviços de saneamento ambiental urbano. de Produção Banco do Brasil Nacional em nove estados do semiárido - AL, BA,
Ambiental Urbano SNSA Agroecológica CE, MG, PB, PE, PI, SE e RN - e com o Sebrae, em
Sustentável todos anteriores e mais ES, GO e MS. As UFPAS
Programa Secretaria Nacional de Incentivar a gestão adequada de resíduos sólidos buscam otimização do uso sustentável de recursos
Resíduos Sólidos Saneamento Ambiental urbanos, aumentar a eficiência e a eficácia dos naturais e socioeconômicos, respeitando a integridade
Urbanos SNSA serviços de limpeza pública, promover a inserção cultural local.
social de catadores, a eliminação dos lixões e do
trabalho infantil no lixo. Ação de Aplicação de Ministério de Busca garantir ao consumidor a identidade e a
Mecanismos de Agricultura, Pecuária e qualidade dos produtos orgânicos com certificação de
Programa Secretaria Nacional de Reduzir as vulnerabilidades socioeconômicas da Garantia da Abastecimento produtos de origem animal ou vegetal.
Desenvolvimento Saneamento Ambiental população das áreas do semiárido com incidência de Qualidade Orgânica
Integrado e SNSA seca.
Sustentável do Desenvolvimento da Ministério de Objetiva ampliar a oferta de insumos e de tecnologias
Semi-Árido-Conviver Agricultura Orgânica Agricultura, Pecuária e aos sistemas orgânicos de produção; viabilizar a
Pró-orgânico Abastecimento socialização de conhecimentos e a capacitação de
Pronaf Agroecologia Secretaria de Apoiar agricultores familiares no desenvolvimento de técnicos e produtores rurais; articular e aproximar os
Agricultura Familiar sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos. agentes da rede de produção orgânica.
Conservação, Manejo Ministério do Meio Apoiar produtores rurais, povos indígenas,
e Uso Sustentável da Ambiente comunidades tradicionais e locais, agricultores
Agrobiodiversidade familiares e assentados de reforma agrária na
conservação e uso sustentável dos componentes da
agro biodiversidade, visando a segurança alimentar, a
geração de trabalho e renda e a retribuição por
serviços ambientais.

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

tados
ê n c ia s ã o apresen à
u incentivo
Nesta seq a m a s d e
progr dual.
normas e n o  m bito Esta
gem
Tabela 4 composta Tabela 4 (continuação)
Âmbito Estadual Âmbito Estadual
Normativos e programas de incentivo à compostagem. Normativos e programas de incentivo à
UF Normativo/Programas Origem Descrição UF Normativo/Programas Origem Descrição
ES Lei Estadual nº 6.617, 06 de Governo do Estado do Cria o Programa Estadual de MG Lei nº 13.803, de 27 de Assembleia Legislativa Dispõe sobre a distribuição da
fevereiro de 2001 Espírito Santo Incentivo à utilização de dezembro de 2000 Minas Gerais parcela da receita do produto da
fertilizantes naturais, e dá outras arrecadação do ICMS
providências. pertencente aos municípios.
MG Lei Estadual nº 18.030, de 12 Assembleia Legislativa Também dispõe sobre a
DF Programa Abastecer Secretaria de Agricultura Implanta a Política de
de Janeiro de 2009 Minas Gerais distribuição da parcela da receita
e Desenvolvimento Integração e Regulamentação do produto da arrecadação do
Rural - SEAGRI dos Mercados de Orgânicos, ICMS pertencente aos
Flores e Pescado. municípios.
DF Programa Produzir Secretaria de Agricultura Implanta Programa de MG Programa Estruturador Fundação Estadual do Voltado à redução e valorização
e Desenvolvimento Desenvolvimento da Qualidade Ambiental Meio Ambiente - de resíduos, e à implantação e
Rural - SEAGRI Agricultura Orgânica. FEAM gestão do pagamento dos
serviços ambientais - Bolsa
ES Programa Vida no Campo Secretaria de Estado da Programa de Desenvolvimento Reciclagem
Agricultura, da Agricultura Familiar
Abastecimento, Capixaba PE Lei Estadual nº 12.432, de 29 Assembleia Legislativa Ajusta os critérios de
Aquicultura e Pesca - de setembro de 2003 Pernambuco distribuição de parte do ICMS
SEAG que cabe aos municípios.
PI Lei Estadual nº 5.813, de 03 Governo do Estado do Cria o ICMS ecológico para
GO Lei Estadual nº 14.385, de 09 Governo do Estado de Dispõe sobre a política estadual
de março de 2008 Piauí beneficiar municípios que se
de janeiro de 2003 Goiás para a promoção do uso de
destaquem na proteção ao meio
sistemas orgânicos de produção ambiente e dá outras
vegetal e animal. providências.
GO Decreto Estadual nº 5.873, Governo do Estado de Regulamenta a política estadual PR Decreto Estadual nº 5.631, Governo do Estado do Institui o Sistema de
de 09 de dezembro de 2003 Goiás para a promoção do uso de de 30 de Abril de 2002 Paraná Financiamento de Ações nos
sistemas orgânicos de produção Municípios do Estado do
vegetal e animal. Paraná-SFM.

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Guia para a Compostagem COBERTA SEM ODORES SEM LÍQUIDOS RÁPIDA

Tabela 4 (continuação)
Âmbito Estadual
Normativos e programas de incentivo à compostagem
UF Normativo/Programas Origem Descrição
PR Decreto Estadual nº 6.622, de Governo do Estado do Institui o Programa de
29 de novembro de 2012 Paraná Modernização da Infraestrutura
do Paraná – PROINFRA.
PR Decreto Estadual nº 12.431, Governo do Estado Institui o Programa Paraná
de 23 de outubro de 2014 do Paraná Agroecológico para promover e
apoiar ações integradas
referenciadas nos princípios da
agroecologia.
PR Programa Agroecologia – Governo do Estado Apoia ações fundamentadas nos
PAG do Paraná princípios da agroecologia,
visando ao desenvolvimento de
políticas públicas,
socioambientais, econômicas e
tecnológicas para a agricultura.
RJ Programa Cultivar Orgânico Governo do Estado Objetiva estimular a conversão
do Rio de Janeiro de práticas agrícolas
convencionais para a agricultura
orgânica e apoiar produtores
rurais que já trabalhem nesta
atividade.
RS Projeto de Unidades Secretaria do Apoia Unidades Produtivas de
Produtivas de Base Ecológica Desenvolvimento Agricultura de Base Ecológica
Rural, Pesca e (UPB’s) na produção e
Cooperativismo do agregação de valor à produção,
Governo do Estado inclusas melhorias ambientais da
do Rio Grande do Sul propriedade visando a transição
ou o redesenho de sistemas de
produção ecológicos.

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