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Conhecimentos Espercificos

1. (CETREDE Órgão: Prefeitura de Aquiraz – CE/ Guarda


Municipal)
DIREITO CONSTITUCIONAL Assim dispõe a Constituição Federal: todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
Dos direitos e deveres individuais e coletivos (Art. 5º) brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
Caput segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de I. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à II. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
nos termos seguintes: III. é livre a manifestação do pensamento, não sendo vedado o
anonimato.
Apesar de o art. 5º, caput, referir-se apenas a IV. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
“brasileiros e estrangeiros residentes no país”, há consenso na coisa, senão em virtude de lei.
doutrina de que os direitos fundamentais abrangem qualquer V. ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
pessoa que se encontre em território nacional, mesmo que desumano ou degradante.
seja estrangeira residente no exterior. Um estrangeiro que Marque a opção que apresenta as afirmativas CORRETAS.
estiver passando férias no Brasil será, portanto, titular de a) I – II – III.
direitos fundamentais. b) I – II.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e c) I – II – III – IV
obrigações, nos termos desta Constituição; d) I – II – IV – V.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer e) IIl – V.
alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento Art. 5º X, CF/88 –PROTEGE
desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo  O direito à intimidade e à vida privada. Resguarda,
vedado o anonimato; portanto, a esfera mais secreta da vida de uma
Trata-se da liberdade de expressão, que é verdadeiro pessoa, tudo que diz respeito a seu modo de pensar
fundamento do Estado democrático de direito. Todos podem e de agir.
manifestar, oralmente ou por escrito, o que pensam, desde que  O direito à honra. Blinda, desse modo, o sentimento
isso não seja feito anonimamente. A vedação ao de dignidade e a reputação dos indivíduos, o “bom
anonimato visa a garantir a responsabilização de quem utilizar nome” que os diferencia na sociedade.
tal liberdade para causar danos a terceiros.  O direito à imagem. Defende a representação que as
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao pessoas possuem perante si mesmas e os outros.
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
imagem;
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
Essa norma traduz o direito de resposta à manifestação caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
do pensamento de outrem, que é aplicável em relação a ou, durante o dia, por determinação judicial;
todas as ofensas, independentemente de elas configurarem XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
ou não infrações penais. comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos investigação criminal ou instrução processual penal;
locais de culto e a suas liturgias; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
assistência religiosa nas entidades civis e militares de estabelecer;
internação coletiva; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
No que se refere ao inciso VII, observe que não é Poder resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
Público o responsável pela prestação religiosa, pois o Brasil é profissional;
um Estado laico, portanto a administração pública está Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito
impedida de exercer tal função. Essa assistência tem caráter de acesso à informação (desde que esta não fira outros direitos
privado e incumbe aos representantes habilitados de cada fundamentais) e resguarda os jornalistas, possibilitando que
religião. estes obtenham informações sem terem que revelar sua fonte.
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se em locais abertos ao público, independentemente de
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e autorização, desde que não frustrem outra reunião
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, exigido prévio aviso à autoridade competente;
artística, científica e de comunicação, independentemente de XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
censura ou licença; vedada a de caráter paramilitar;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;

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XXI - as entidades associativas, quando expressamente XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados do pagamento de taxas:
judicial ou extrajudicialmente; a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (Direito de
2. (Banca: FGV – 2018) Pedro recebeu notificação da petição)
associação de moradores da localidade em que reside fixando b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para
o prazo de 15 (quinze) dias para que ele apresentasse os defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
documentos necessários à sua inscrição na referida pessoal; (Direito a obtenção de certidão)
associação. Ultrapassado esse prazo, Pedro, segundo a XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
notificação, incorreria em multa diária e seria tacitamente Judiciário lesão ou ameaça a direito; (princípio da
inscrito. À luz da sistemática constitucional, Pedro: inafastabilidade de jurisdição
a) está obrigado a atender à notificação, o que decorre do XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
princípio fundamental da ideologia participativa; jurídico perfeito e a coisa julgada;
b) somente está obrigado a se associar caso a notificação seja
O direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
judicial;
julgada são institutos que surgiram como instrumentos de
c) pode ignorar a notificação, pois ninguém é obrigado a
segurança jurídica, impedindo que as leis retroagissem para
associar-se contra a sua vontade;
prejudicar situações jurídicas consolidadas.
d) está obrigado a atender à notificação, mas só precisa
XXXVI
permanecer associado por um ano;
a) Direito adquirido é aquele que já se incorporou ao patrimônio
e) está obrigado a atender à notificação enquanto o Poder
do particular, uma vez que já foram cumpridos todos os
Judiciário não o dispensar dessa obrigação.
requisitos aquisitivos exigidos pela lei então vigente.
b) Ato jurídico perfeito é aquele que reúne todos os elementos
XXII - é garantido o direito de propriedade;
constitutivos exigidos pela lei; é o ato já consumado pela lei
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
vigente ao tempo em que se efetuou.
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por Ex. um contrato celebrado hoje, na vigência de uma lei X.
interesse social, mediante justa e prévia indenização em
c) Coisa julgada compreende a decisão judicial da qual não
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
cabe mais recurso.
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de
competente poderá usar de propriedade particular,
exceção;
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
dano;
organização que lhe der a lei, assegurados:
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
a) a plenitude de defesa;
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
b) o sigilo das votações;
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
c) a soberania dos veredictos;
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
o seu desenvolvimento;
a vida;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
pena sem prévia cominação legal;
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
XXVIII são assegurados, nos termos da lei:
réu;
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
direitos e liberdades fundamentais.
atividades desportivas;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
intérpretes e às respectivas representações sindicais e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
associativas;
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
Protege-se, por meio desses incisos, o direito do autor.
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
Perceba que, enquanto viver, este terá total controle sobre a
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
utilização, publicação ou reprodução de suas obras. Só após
omitirem;
sua morte é que haverá limitação temporal do direito.
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como
constitucional e o Estado Democrático;
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em
vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor;
XXXIII - Direito de Informação todos têm direito a
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;

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LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
3. (Banca: PROMUN – 2018) Assinale, entre as alternativas
A jurisprudência do STF considera que as prisões
abaixo, a única que NÃO contempla direitos e deveres
cautelares (prisão preventiva, prisão em flagrante e prisão
individuais e coletivos definidos pela Constituição Federal, em
temporária) são compatíveis com o princípio da presunção de
seu artigo 5º
inocência. Assim, é plenamente possível, no ordenamento
a) Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. jurídico brasileiro, que alguém seja preso antes de sentença
b) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o penal condenatória transitada em julgado.
anonimato. LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
c) A prática do racismo constitui crime passível de fiança e pública, se esta não for intentada no prazo legal;
prescritível. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
d) É garantido o direito de propriedade. processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do propriamente militar, definidos em lei;
patrimônio transferido; (princípio da transcendência das penas / LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
personalização da pena ) encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
e) cruéis; quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente
relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI
ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
do apenado; coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
que possam permanecer com seus filhos durante o período de corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
amamentação; ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito impetrado por:
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; a) partido político com representação no Congresso
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por Nacional;
crime político ou de opinião; b) organização sindical, entidade de classe ou
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus associação legalmente constituída e em
bens sem o devido processo legal; funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
LV - aos litigantes, em processo judicial ou interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela a falta de norma regulamentadora torne inviável o
inerentes; exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
por meios ilícitos; cidadania;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito LXXII - conceder-se-á habeas data:
em julgado de sentença penal condenatória; a) para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de

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registros ou bancos de dados de entidades constitucionais se forem aprovados, em dois turnos, em cada
governamentais ou de caráter público; uma das Casas do Congresso Nacional, pelo voto de 2/5 de
b) para a retificação de dados, quando não se prefira seus membros.
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou d) não expressos na Constituição Federal serão assegurados
administrativo; em território nacional apenas se constarem de tratados
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor internacionais que forem aprovados pela maioria absoluta dos
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio integrantes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e
público ou de entidade de que o Estado participe, à homologados por Decreto do Presidente da República.
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao e) somente terão aplicação, por meio de suas normas
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo definidoras, após a edição de lei complementar aprovada por
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 4/5 dos membros do Congresso Nacional.
sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e 5. (Banca: IBADE – 2018) O remédio constitucional cabível
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
fixado na sentença; cidadania, consiste no(a):
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
a) mandado de segurança.
pobres, na forma da lei:
b) habeas corpus.
a) o registro civil de nascimento;
c) ação popular.
b) a certidão de óbito;
d) mandado de injunção.
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e
e) ação coletiva.
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania.
6. (CONSULPLAN - 2016 - Prefeitura de Cascavel/PR -
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
Guarda municipal) - Nos termos do Código Penal, se o delito
são assegurados a razoável duração do processo e os meios
de violação do segredo profissional for praticado contra o
que garantam a celeridade de sua tramitação..
Prefeito municipal, dentre outras autoridades, a pena de
detenção é

a) acrescida de multa civil.


b) convertida em reclusão.
c) aumentada de um terço à metade.
d) aumentada de um terço a dois terços.
e) substituída pela suspensão dos direitos políticos.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA

§1º As normas definidoras dos direitos e garantias Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
fundamentais têm aplicação imediata.
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
§2º
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
também, ao seguinte:
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
I - os cargos, empregos e funções públicas são
Federativa do Brasil seja parte.
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso da lei;
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas II - a investidura em cargo ou emprego público depende
constitucionais. de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
4. (Banca: FCC – 2018) nomeação e exoneração;
À vista das disposições constitucionais, os direitos e garantias
fundamentais III - o prazo de validade do concurso público será de até
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
a) são apenas aqueles especificamente expressos na
Constituição Federal, no tópico a eles especialmente
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
destinado, podendo ser aumentados ou diminuídos por meio de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas
Emenda Constitucional.
ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
b) expressos na Constituição Federal não excluem outros
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
carreira;
dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
c) poderão ser assegurados em tratados e convenções
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
internacionais, que serão equivalentes às emendas

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comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, c) a de dois cargos ou empregos privativos de
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
assessoramento;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas,
associação sindical; sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos público;
limites definidos em lei específica;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá precedência sobre os demais setores administrativos, na forma
os critérios de sua admissão; da lei;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo XIX - somente por lei específica poderá ser criada
determinado para atender a necessidade temporária de autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
excepcional interesse público; sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio atuação;
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou
alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
data e sem distinção de índices; anterior, assim como a participação de qualquer delas em
empresa privada;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
cargos, funções e empregos públicos da administração direta, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação,
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito XXII - as administrações tributárias da União, dos
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa para a realização de suas atividades e atuarão de forma
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
Defensores Públicos; campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Poder Executivo;
§ 2º A não-observância do disposto nos incisos II e III
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de responsável, nos termos da lei.
pessoal do serviço público;
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor na administração pública direta e indireta, regulando
público não serão computados nem acumulados para fins de especialmente:
concessão de acréscimos ulteriores;
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, interna, da qualidade dos serviços;
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos informações sobre atos de governo, observado o disposto no
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, art. 5º, X e XXXIII;
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
III - a disciplina da representação contra o exercício
a) a de dois cargos de professor; negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública.
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou
científico;

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§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a I - polícia federal;
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na II - polícia rodoviária federal;
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal III - polícia ferroviária federal;
cabível. IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de permanente, estruturado em carreira, destina-se a:
ressarcimento.
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a como outras infrações cuja prática tenha repercussão
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
responsável nos casos de dolo ou culpa. segundo se dispuser em lei;

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência;
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus fronteiras;
administradores e o poder público, que tenha por objeto a
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
cabendo à lei dispor sobre: judiciária da União.

I - o prazo de duração do contrato; § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
III - a remuneração do pessoal. estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas
e às sociedades de economia mista e suas subsidiárias, que § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais,
de custeio em geral. exceto as militares.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
a remuneração de cargo, emprego ou função pública, militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta execução de atividades de defesa civil.
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares,
forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se,
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em garantir a eficiência de suas atividades.
seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e
Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do conforme dispuser a lei.
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Segurança Pública

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:

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criminalizada, sob pena de ofensa ao princípio da legalidade.
Trata-se do princípio da taxatividade da lei penal.6
NOÇÕES DO DIREITO PENAL Entretanto, fiquem atentos! Existem as chamadas
NORMAS PENAIS EM BRANCO. As normas penais em
No que tange ao Direito Penal, a Constituição Federal traz branco são aquelas que dependem de outra norma para que
alguns princípios aplicáveis a este ramo do Direito. Vamos sua aplicação seja possível. Por exemplo: A Lei de Drogas (Lei
analisá-los um a um. 11.343/06) estabelece diversas condutas criminosas referentes
Princípio da legalidade à comercialização, transporte, posse, etc., de substância
O princípio da legalidade está previsto no art. 5º, XXXIX da entorpecente.
Constituição Federal: Mas quais seriam as substâncias entorpecentes
Art. 5º (...) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o proibidas? As substâncias entorpecentes proibidas estão
defina, nem pena sem prévia cominação legal; descritas em uma portaria expedida pela ANVISA. Assim, as
Entretanto, ele TAMBÉM está previsto no Código normas penais em branco são legais, não violam o princípio da
Penal, em seu art. 1º: reserva legal, mas sua aplicação depende da análise de outra
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há norma jurídica.
pena sem prévia cominação legal. Mas a portaria da ANVISA não seria uma violação à
Nas palavras de Cezar Roberto Bitencourt: reserva legal, por se tratar de criminalização de conduta
“pelo princípio da legalidade, a elaboração de normas por portaria? Não, pois a portaria estabelece quais são as
incriminadoras é função exclusiva da lei, isto é, nenhum fato substâncias entorpecentes em razão de ter sido assim
pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser determinado por lei, no caso, pela própria lei de drogas, que
aplicada sem que antes da ocorrência deste fato exista uma lei em seu art. 66, estabelece como substâncias entorpecentes
definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção aquelas previstas na Portaria SVS/MS nº344/98.
correspondente.”
Princípio da Reserva Legal A Doutrina divide, ainda, as normas penais em branco em:
O princípio da Reserva Legal estabelece que SOMENTE  Homogêneas (norma penal em branco em sentido amplo)
LEI (EM SENTIDO ESTRITO) pode definir condutas criminosas – A complementação é realizada por uma fonte homóloga,
e estabelecer sanções penais (penas e medidas de ou seja, pelo mesmo órgão que produziu a norma penal em
segurança). branco.
Assim, somente a Lei (editada pelo Poder Legislativo) pode  Heterogêneas (norma penal em branco em sentido estrito)
definir crimes e cominar penas. Logo, Medidas Provisórias, – A complementação é realizada por fonte heteróloga, ou
Decretos, e demais diplomas legislativos4 NÃO PODEM seja, por órgão diverso daquele que produziu a norma penal
ESTABELECER CONDUTAS CRIMINOSAS NEM COMINAR em branco.
SANÇÕES.
COMINAR SANÇÕES. Além disso, em razão da reserva legal, em Direito Penal é
proibida a analogia in malam partem8, que é a analogia em
desfavor do réu. Assim, não pode o Juiz criar uma conduta
CUIDADO! Há FORTE divergência a respeito da possibilidade de Medida criminosa não prevista em lei, com base na analogia.
Provisória tratar sobre matéria penal, havendo duas correntes.
EXEMPLO: João agride seu parceiro homossexual,
 Primeira corrente – Não pode, pois a CF/88 veda a Alberto. Nesse caso, houve a prática do crime de lesão
utilização de MP em matéria penal. corporal (art. 129 do Código Penal). Não pode o Juiz
querer enquadrá-lo no conceito da Lei Maria da Penha,
 Segunda corrente – Pode, desde que seja matéria pois esta Lei é clara ao afirmar que só se aplica nos
favorável ao réu(descriminalização de conduta por
casos de agressão contra a mulher. Aplicar a lei neste
exemplo).
Prevalece esta corrente no STF.
5 caso seria fazer uma analogia desfavorável ao réu, pois
a Lei Maria da Penha estabelece punições mais
gravosas que o art. 129 do Código Penal. Isso é
vedado!
Assim, é possível que haja violação ao Princípio da
legalidade sem que haja violação à reserva legal. Entretanto, Com relação à interpretação extensiva, parte da Doutrina
havendo violação à reserva legal, isso implica necessariamente entende que é possível, outra parte entende que, à
em violação ao princípio da legalidade, pois aquele é parte semelhança da analogia in malam partem, não é admissível. A
interpretação extensiva difere da analogia, pois naquela a
deste. Lembrem-se: Legalidade = Reserva legal +
previsão legal existe, mas está implícita. Nesta, a previsão
Anterioridade da lei penal. legal não existe, mas o Juiz entende que por ser semelhante a
uma hipótese existente, deva ser assim enquadrada. Cuidado
O princípio da reserva legal implica a proibição da com essa diferença!
edição de leis vagas, com conteúdo impreciso. Isso porque a Entretanto, em prova objetiva, o que fazer? Nesse caso, sugiro
existência de leis cujo conteúdo não seja claro, que não se adotar o entendimento de que é possível a interpretação
sabe ao certo qual conduta está sendo criminalizada, acaba extensiva, mesmo que prejudicial ao réu, pois este foi o
por retirar toda a função do princípio da reserva legal, que é dar entendimento adotado pelo STF (ainda que não haja uma
segurança jurídica às pessoas, para que estas saibam jurisprudência sólida nesse sentido).
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exatamente se as condutas por elas praticadas são, ou não,


crime. Por exemplo: Princípio da anterioridade da Lei penal
Imagine que a Lei X considere como criminosas as
condutas que atentem contra os bons costumes. Ora, O princípio da anterioridade da lei penal estabelece que não
alguém sabe definir o que são bons costumes? Não, pois se basta que a criminalização de uma conduta se dê por meio de
trata de um termo muito vago, muito genérico, que pode Lei em sentido estrito, mas que esta lei seja anterior ao fato,
abranger uma infinidade de condutas. Assim, não basta que se à prática da conduta.
trate de lei em sentido estrito (Lei formal), esta lei tem que
estabelecer precisamente a conduta que está sendo

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EXEMPLO: Pedro dirige seu carro embriagado no O P A! P E G A D I N H A
dia 20/05/2010, tendo sido abordado em blitz e
multado. Nesta data, não há lei que criminalize esta ATENÇÃO! No caso das Leis temporárias, a lei continuará
conduta. Em 26/05/2010 é publicada uma Lei a produzir seus efeitos mesmo após o término de sua
criminalizando o ato de dirigir embriagado. O órgão
vigência, caso contrário, perderia sua razão de ser. O caso
que aplicou a multa remete os autos do processo
administrativa da Multa ao MP, que oferece mais clássico é o da lei seca para o dia das eleições. Nesse
denúncia pelo crime de dirigir alcoolizado. A conduta dia, o consumo de bebida alcoólica é proibido durante certo
do MP foi correta? Não! Pois embora Pedro tivesse horário. Após o término das eleições, a ingestão de bebida
cometido uma infração de trânsito, na data do fato a alcoólica passa a não ser mais crime novamente. Entretanto,
conduta não era considerada crime. não houve abolitio criminis, houve apenas o término do
lapso temporal em que a proibição vigora. Somente
Houve violação ao princípio da reserva legal? Não, pois
a criminalização da conduta se deu por meio de lei formal. haveria abolitio criminis caso a lei que proíbe a ingestão de
Houve violação ao princípio da anterioridade da lei penal? bebidas alcoólicas no dia da eleição fosse revogada, o que
Sim, e essa violação se deu pelo MP, que ofereceu denúncia não ocorreu!
sobre um fato acontecido antes da vigência da lei
incriminadora. A legalidade (reserva legal e anterioridade) são garantias
Percebam que a violação à anterioridade, neste caso, se para os cidadãos, pois visam a impedir que o Estado os
deu pelo MP. Mas nada impede, no entanto, que essa violação surpreenda com a criminalização de uma conduta após a
se dê pela própria lei penal incriminadora. Imaginem que a Lei prática do ato. Pensem como seria nossa vida se pudéssemos,
que criminalizou a conduta de Pedro estabelecesse que todos amanhã, sermos punidos pela prática de um ato que, hoje, não
aqueles que tenham sido flagrados dirigindo alcoolizados nos é considerado crime? Como poderíamos viver sem saber se
últimos dois anos responderiam pelo crime nela previstos. amanhã ou depois aquela conduta seria considerada crime nós
Essa lei seria inconstitucional nesta parte! Pois violaria poderíamos ser condenados e punidos por ela? Impossível
flagrantemente o princípio constitucional da anterioridade da lei viver assim.
penal, previsto no art. 5º, XXXIX da Constituição Federal.
Assim:
O princípio da anterioridade da lei penal culmina no
princípio da irretroatividade da lei penal. Pode-se dizer, Legalidade = Anterioridade + Reserva Legal
inclusive, que são sinônimos. Entretanto, a lei penal pode
retroagir. Como assim? Quando ela beneficia o réu, NÃO SE ESQUEÇAM: Trata-se de um princípio com duas
estabelecendo uma sanção menos gravosa para o crime ou vertentes!
quando deixa de considerar a conduta como criminosa. Nesse
caso, estamos haverá retroatividade da lei penal, pois ela A Constituição Federal estabelece, em seu art. 5º, XLVI:
alcançará fatos ocorridos ANTES DE SUA VIGÊNCIA. XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
adotará, entre outras, as seguintes:
EXEMPLO: Imagine que Maria seja acusada em
processo criminal por uso de entorpecentes A individualização da pena é feita em três fases distintas:
(cocaína), fato cometido em 20.04.2005. A pena Legislativa, judicial e administrativa.
para este crime varia (apenas um exemplo!) de um a Na esfera legislativa, a individualização da pena se dá
quatro anos. Se uma lei for editada posteriormente, através da cominação de punições proporcionais à gravidade
estabelecendo que a pena para este crime seja de dos crimes, e com o estabelecimento de penas mínimas e
dois a seis MESES, essa lei é favorável à Maria. máximas, a serem aplicadas pelo Judiciário, considerando as
Assim, deverá ser aplicada ao seu processo, não circunstâncias do fato e as características do criminoso.
podendo Maria ser condenada a mais de seis meses Na fase judicial, a individualização da pena é feita com
de prisão. base na análise, pelo magistrado, das circunstâncias do crime,
Essa previsão se encontra no art. 5º, XL da Constituição: dos antecedentes do réu, etc. Nessa fase, a individualização da
Art. 5º (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar pena sai do plano meramente abstrato e vai para o plano
o réu; concreto, devendo o Juiz fixar a pena de acordo com as
peculiaridades do caso (Tipo de pena a ser aplicada,
Mas e se Maria já tiver sido condenada a dois anos de quantificação da pena, forma de cumprimento, etc.), tudo para
prisão e esteja cumprindo pena há mais de um ano? Nesse que ela seja a mais apropriada para cada réu, de forma a
caso, Maria deverá ser colocada em liberdade, pois se sua cumprir seu papel ressocializador-educativo e punitivo.
condenação fosse hoje, não poderia superar o limite de seis Na terceira e última fase, a individualização é feita na
meses. Como já cumpriu mais de seis meses, sua pena está execução da pena, a parte administrativa. Assim, questões
extinta. como progressão de regime, concessão de saídas eventuais
do local de cumprimento da pena e outras, serão decididas
Obviamente, se a lei nova, ao invés de estabelecer uma pelo Juiz da execução penal também de forma individual, de
pena mais branda, estabelece que a conduta deixa de ser acordo com as peculiaridades de cada detento.
crime (O que chamamos de abolitio criminis), TAMBÉM SERÁ Por esta razão, em 2006, o STF declarou a
APLICADA AOS FATOS OCORRIDOS ANTES DE SUA inconstitucionalidade do artigo da Lei de Crimes Hediondos (Lei
VIGÊNCIA, POR SER MAIS BENÉFICA AO RÉU. 8.072/90) que previa a impossibilidade de progressão de
regime nesses casos, nos quais o réu deveria cumprir a pena
Não se trata de um “benefício” criminoso. Trata-se de uma em regime integralmente fechado. O STF entendeu que a
questão de lógica: Se o Estado considera, hoje, que uma terceira fase de individualização da pena havia sido suprimida,
determinada conduta não pode ser crime, não faz sentido violando o princípio constitucional.
manter preso, ou dar sequência a um processo pela prática Outra indicação clara de individualização da pena na fase
deste fato que não é mais crime, pois o próprio Estado não de execução está no artigo 5º, XLVIII da Constituição, que
considera mais a conduta como tão grave a ponto de merecer estabelece o cumprimento da pena em estabelecimentos
uma punição criminal. distintos, de acordo com as características do preso. Vejamos:

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Art. 5º (...) XLVIII - a pena será cumprida em Art. 5º (...) XLVII - não haverá penas:
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
do delito, a idade e o sexo do apenado; termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
Princípio da intranscendência da pena d) de banimento;
Este princípio constitucional do Direito Penal está e) cruéis;
previsto no art. 5º, XLV da Constituição Federal:
Podemos perceber, caros concurseiros, que determinados
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do tipos de pena são terminantemente proibidos pela
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a Constituição Federal.
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da No caso da pena de morte, a Constituição estabelece uma
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, única exceção: No caso de guerra declarada, é possível a
até o limite do valor do patrimônio transferido; (grifo aplicação de pena de morte por crimes cometidos em razão da
nosso) guerra! Isso não quer dizer que basta que o país esteja em
guerra para que se viabilize a aplicação da pena de morte em
Esse princípio impede que a pena ultrapasse a pessoa do qualquer caso. Não pode o legislador, por exemplo, editar uma
infrator. lei estabelecendo que os furtos cometidos durante estado de
guerra serão punidos com pena de morte, pois isso não guarda
EXEMPLO: Se Paulo comete um crime, e morre em qualquer razoabilidade. Esta ressalva é direcionada
seguida, está extinta a punibilidade, ou seja, o Estado precipuamente aos crimes militares.
não pode mais punir em razão do crime praticado, pois A vedação à pena de trabalhos forçados impede, por
a morte do infrator é uma das causas de extinção do exemplo, que o preso seja obrigado a trabalhar sem
poder punitivo do Estado. remuneração. Assim, ao preso que trabalha no
estabelecimento prisional é garantida remuneração mensal e
Entretanto, como vocês podem extrair da própria redação abatimento no tempo de cumprimento da pena.
do dispositivo constitucional, isso não impede que os A prisão perpétua também é inadmissível no Direito
sucessores do condenado falecido sejam obrigados a reparar brasileiro. Em razão disso, uma lei que preveja a pena mínima
os danos civis causados pelo fato. Explico: para um crime em 60 anos, por exemplo, estaria violando o
princípio da vedação à prisão perpétua, por se tratar de uma
EXEMPLO: Roberto mata Maurício, cometendo o crime burla ao princípio, já que a idade mínima para aplicação da
previsto no art. 121 do Código Penal (Homicídio). pena é 18 anos. Logo, se o preso tiver que ficar, no mínimo, 60
Roberto é condenado a 15 anos de prisão, e na esfera anos preso, ele ficará até os 78 anos preso, o que significa, na
cível é condenado ao pagamento de R$ 100.000,00 prática, prisão perpétua.
(Cem mil reais) a título de indenização ao filho de
Maurício. Durante a execução da pena criminal, CUIDADO! Esta vedação é cláusula pétrea! Trata-se de
Roberto vem a falecer. Embora a pena privativa de direitos fundamentais do cidadão, que não podem ser
liberdade esteja extinta, pela morte do infrator, a restringidos ou abolidos por emenda constitucional. Desta
obrigação de reparar o dano poderá ser repassada forma, apenas com o advento de uma nova Constituição seria
aos herdeiros, até o limite do patrimônio deixado possível falarmos em aplicação destas penas no Brasil.
pelo infrator falecido. Assim, se Roberto deixou um
patrimônio de R$ 500.000,00 (Quinhentos mil reais), Princípio da presunção de inocência ou presunção de
desse valor, que já pertence aos herdeiros (pelo não culpabilidade
princípio da saisine, do Direito das Sucessões), poderá
ser debitado os R$ 100.000,00 (cem mil reais) que A Presunção de inocência é o maior pilar de um Estado
Roberto foi condenado a pagar ao filho de Maurício. Se, Democrático de Direito, pois, segundo este princípio, nenhuma
porém, o patrimônio deixado por Roberto é de apenas pessoa pode ser considerada culpada (e sofrer as
R$ 30.000,00 (Trinta mil reais), esse é o limite ao qual consequências disto) antes do trânsito em julgado se sentença
os herdeiros estão obrigados. penal condenatória. Nos termos do art. 5º, LVII da CRFB/88:

Desta forma, tecnicamente falando, os herdeiros não são LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
responsabilizados pelo crime de Roberto, pois não em julgado de sentença penal condenatória;
respondem com seu próprio patrimônio, apenas com o
patrimônio eventualmente deixado pelo de cujus. O que é trânsito em julgado de sentença penal
condenatória? É a situação na qual a sentença proferida no
CUIDADO! A multa não é “obrigação de reparar o dano”, processo criminal, condenando o réu, Não pode mais ser
pois não se destina à vítima. A multa é espécie de PENA e, modificada através de recurso. Assim, enquanto não houver
portanto, não pode ser executada em face dos herdeiros, ainda uma sentença criminal condenatória irrecorrível, o acusado
que haja transferência de patrimônio. Neste caso, com a morte não pode ser considerado culpado e, portanto, não pode sofrer
do infrator, extingue-se a punibilidade, não podendo ser as consequências da condenação.
executada a pena de multa. Este princípio pode ser considerado:

Uma regra probatória (regra de julgamento) - Deste


Princípio da limitação das penas ou da humanidade princípio decorre que o ônus (obrigação) da prova cabe ao
acusador (MP ou ofendido, conforme o caso). O réu é,
A Constituição Federal estabelece em seu art. 5º, XLVII, desde o começo, inocente, até que o acusador prove sua
que: culpa. Assim, temos o princípio do in dubio pro reo ou favor rei,
segundo o qual, durante o processo (inclusive na sentença),
havendo dúvidas acerca da culpa ou não do acusado, deverá o

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Juiz decidir em favor deste, pois sua culpa não foi cabalmente  Regressão de regime de cumprimento da pena — O
comprovada. STJ e o STF entendem que NÃO HÁ NECESSIDADE DE
CONDENAÇÃO PENAL TRANSITADA EM JULGADO
CUIDADO: Existem hipóteses em que o Juiz não decidirá de para que o preso sofra a regressão do regime de
acordo com princípio do in dubio pro reo, mas pelo princípio do cumprimento de pena mais brando para o mais severo (do
in dubio pro societate. Por exemplo, nas decisões de semiaberto para o fechado, por exemplo). Nesses casos,
recebimento de denúncia ou queixa e na decisão de pronúncia, basta que o preso tenha cometido novo crime doloso
no processo de competência do Júri, o Juiz decide ou falta grave, durante
contrariamente ao réu (recebe a denúncia ou queixa no o cumprimento da pena pelo crime antigo, para que haja a
primeiro caso, e pronuncia o réu no segundo) com base regressão, nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de
apenas em indícios de autoria e prova da materialidade. Ou Execuções Penais), não havendo necessidade, sequer, de que
seja, nesses casos, mesmo o Juiz tendo dúvidas quanto à tenha havido condenação criminal ou administrativa. A
culpabilidade do réu, deverá decidir contrariamente a ele, e em Jurisprudência entende que esse artigo da LEP não ofende a
favor da sociedade, pois destas decisões não há Constituição.
consequências para o réu, permitindo-se, apenas, que seja  Revogação do benefício da suspensão condicional do
iniciado o processo ou a fase processual, na qual serão processo em razão do cometimento de crime — Prevê
produzidas as provas necessárias à elucidação dos fatos. a Lei 9.099/95 que em determinados crimes, de menor
potencial ofensivo, pode ser o processo criminal suspenso
por determinado, devendo o réu cumprir algumas
Uma regra de tratamento - Deste princípio decorre, ainda, obrigações durante este prazo (dentre elas, não cometer
que o réu deve ser, a todo momento, tratado como inocente. E novo crime), findo o qual estará extinta sua punibilidade.
isso tem uma dimensão interna e uma dimensão externa: Nesse caso, o STF e o STJ entendem que, descoberta a
a) Dimensão interna — O agente deve ser tratado, prática de crime pelo acusado beneficiado com a
dentro do processo, como inocente. Ex.: O Juiz não pode suspensão do processo, este benefício deve ser
decretar a prisão preventiva do acusado pelo simples fato de o revogado, por ter sido descumprida uma das condições,
réu estar sendo processado, caso contrário, estaria presumindo não havendo necessidade de trânsito em julgado da
a culpa do acusado. sentença condenatória do crime novo.
b) Dimensão externa — O agente deve ser tratado
como inocente FORA do processo, ou seja, o fato de estar CUIDADO MASTER! Recentemente, no julgamento do HC
sendo processado não pode gerar reflexos negativos na vida 126.292 o STF decidiu (entendimento confirmado
do réu. Ex.: O réu não pode ser eliminado de um concurso posteriormente) que o cumprimento da pena pode se iniciar
público porque está respondendo a um processo criminal (pois com a mera condenação em segunda instância por um
isso seria presumir a culpa do réu).
órgão colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF
Desta maneira, sendo este um princípio de ordem relativizou o princípio da presunção de inocência, admitindo
Constitucional, deve a legislação infraconstitucional que a “culpa” (para fins de cumprimento da pena) já estaria
(especialmente o CP e o CPP) respeitá-lo, sob pena de formada nesse momento (embora a CF/88 seja expressa em
violação à Constituição. Portanto, uma lei que dissesse, por sentido contrário). Isso significa que, possivelmente, teremos
exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da (num futuro breve) alteração na jurisprudência consolidada do
sentença em primeira instância seria inconstitucional, pois a
STF e do STJ, de forma que ações penais em curso passem a
Constituição afirma que o acusado ainda não é considerado
culpado nessa hipótese. poder ser consideradas como maus antecedentes, desde que
haja, pelo menos, condenação em segunda instância por órgão
CUIDADO! A existência de prisões provisórias (prisões colegiado (mesmo sem trânsito em julgado), além de outros
decretadas no curso do processo) não ofende a presunção reflexos que tal relativização provoca (HC 126292/SP, rel.
de inocência, pois nesse caso não se trata de uma prisão Min. Teori Zavascki, 17.2.2016).
como cumprimento de pena, mas sim de uma prisão cautelar,
ou seja, para garantir que o processo penal seja devidamente Disposições constitucionais relevantes
instruído ou eventual sentença condenatória seja cumprida. Por
exemplo: Se o réu está dando sinais de que vai fugir (tirou Vamos sintetizar, neste tópico algumas disposições
passaporte recentemente), e o Juiz decreta sua prisão constitucionais relativas ao Direito Penal que são
preventiva, o faz não por considerá-lo culpado, mas para relevantes, embora não possam ser consideradas
garantir que, caso seja condenado, cumpra a pena. Vocês princípios.
verão mais sobre isso na aula sobre Prisão e Liberdade Vedações constitucionais aplicáveis a crimes graves
Provisória! Ou seja, a prisão cautelar, quando devidamente A CRFB/88 prevê uma série de vedações
fundamentada na necessidade de evitar a ocorrência de (imprescritibilidade, inafiançabilidade, etc.) que são
algum prejuízo (risco para a instrução ou para o processo, por aplicáveis a determinados crimes, por sua especial
exemplo), é válida. O que não se pode admitir é a utilização da gravidade.
prisão cautelar como “antecipação de pena”. Vejamos o que consta no art. 5º, XLII a XLIV:

Vou transcrever para vocês agora alguns pontos que são


polêmicos e a respectiva posição dos Tribunais Superiores, Art. 5º (...)
pois isto é importante. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
 Processos criminais em curso e inquéritos policiais imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
em face do acusado podem ser considerados maus XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis
antecedentes? Segundo o STJ e o STF não, pois em de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
nenhum deles o acusado foi condenado de maneira entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
irrecorrível, logo, não pode ser considerado culpado como crimes hediondos, por eles respondendo os
nem sofrer qualquer consequência em relação a eles mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
(súmula 444 do STJ). omitirem;

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XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a OUTROS PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
ordem constitucional e o Estado Democrático;
Princípio da alteridade (ou lesividade)

VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS A CRIMES GRAVES Este princípio preconiza que o fato, para ser
MATERIALMENTE crime, ou seja, para que ele possa ser
VEDAÇÃO considerado crime em sua essência, ele deve causar lesão a
IMPRESCRITIBILIDADE INAFIANÇABILIDADE DE GRAÇA E
ANISTIA
um bem jurídico de terceiro. Desse princípio decorre que o
DIREITO PENAL NÃO PUNE A AUTOLESÃO. Assim, aquele
Racismo Racismo Tortura
que destrói o próprio patrimônio não pratica crime de dano,
aquele que se lesiona fisicamente não pratica o crime de
 Ação de grupos Ação de grupos  Tráfico de
lesões corporais, etc.
armados, civis ou armados, civis ou Drogas
militares, contra a militares, contra a
Princípio da ofensividade
ordem ordem constitucional  Terrorismo
constituciona l e o e o Estado Crimes Não basta que o fato seja formalmente típico (tenha
Estado Democrático. hediondos previsão legal como crime) para que possa ser considerado
Democrático.  Tortura
crime. É necessário que este fato ofenda (por meio de uma
 Tráfico de Drogas lesão ou exposição a risco de lesão), de maneira grave, o bem
 Terrorismo jurídico pretensamente protegido pela norma penal.
Crimes hediondos Assim, condutas que não são capazes de afetar o bem
jurídico são desprovidas de ofensividade e, portanto, não
Assim: podem ser consideradas criminosas.
INAFIANÇABILIDADE — Todos
 IMPRESCRITIBILIDADE – Somente RAÇÃO (Racismo + Princípio da Adequação social
AÇÃO de grupos armados)
 INSUSCETIBILIDADE GRAÇA EANISTIA -TTTH (Tortura, Prega que uma conduta, ainda quando tipificada em Lei
Terrorismo, Tráfico e Hediondos) como crime, quando não afrontar o sentimento social de
Justiça, não seria crime, em sentido material, por possuir
Tribunal do Júri adequação social (aceitação pela sociedade). É o que
A Constituição Federal reconhece a instituição do Júri, acontece, por exemplo, com o crime de adultério, que foi
e estabelece algumas regrinhas. Vejamos: recentemente revogado. Atualmente a sociedade não entende
Art. 5º (...) mais o adultério como um fato criminoso, mas algo que deva
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a ser resolvido entre os particulares envolvidos.
organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa; Princípio da Fragmentariedade do Direito Penal
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; Estabelece que nem todos os fatos considerados ilícitos
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos pelo Direito devam ser considerados como infração penal, mas
contra a vida; somente aqueles que atentem contra bens jurídicos
EXTREMAMENTE RELEVANTES. Ou seja, o Direito Penal só
Sem maiores considerações a respeito deste tema, apenas deve tutelar bens jurídicos de grande relevância social.
ressaltando que o STF entende que em havendo choque entre
a competência do Júri e uma competência de foro por Princípio da Subsidiariedade do Direito Penal
prerrogativa de função prevista na Constituição, prevalece a
última. Estabelece que o Direito Penal não deve ser usado a todo
EXEMPLO: José, Deputado Federal, pratica crime momento, como regra geral, e sim como uma ferramenta
doloso contra a vida em face de Mariana. Neste caso, subsidiária, ou seja, deverá ser utilizado apenas quando os
há um aparente conflito entre a competência prevista demais ramos do Direito não puderem tutelar satisfatoriamente
para o Júri (crime doloso contra a vida) e a competência o bem jurídico que se busca proteger.
do STF (crime praticado por deputado federal). Neste
caso, o STF entende que prevalece a competência por Principio da Interversão Mínima
prerrogativa de função, sendo competente, portanto, o
próprio STF. Este princípio decorre do caráter fragmentário e subsidiário
do Direito Penal. Este é um princípio limitador do poder punitivo
estatal, que estabelece uma regra a ser seguida para conter
MENORIDADE PENAL possíveis arbítrios do Estado.
Assim, por força deste princípio, num sistema punitivo,
A Constituição prevê, ainda, que os menores de 18 anos como é o Direito Penal, a criminalização de condutas só deve
são inimputáveis. ocorrer quando se caracterizar como meio absolutamente
Vejamos: necessário à proteção de bens jurídicos ou à defesa de
interesses cuja proteção, pelo Direito Penal, seja
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de absolutamente indispensável à coexistência harmônica e
dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. pacífica da sociedade.
Embora não esteja previsto na Constituição, nem na
Isso quer dizer que eles não respondem penalmente, legislação infraconstitucional, decorre da própria lógica do
estando sujeitos às normas do ESTATUTO DA CRIANÇA E sistema jurídico-penal.
DO ADOLESCENTE. Tem como principais destinatários o legislador e,
subsidiariamente, o operador do Direito. O primeiro é instado a
não criminalizar condutas que possam ser resolvidas pelos

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demais ramos do Direito (Menos drásticos). O operador do tendo culpa, já que dirigia na expectativa de que os demais
Direito, por sua vez, é incumbido da tarefa de, no caso respeitariam as regras de sinalização.
concreto, deixar de realizar o juízo de tipicidade material.
Resumindo: O Direito Penal é a última opção para um Princípio da insignificância (ou da bagatela)
problema (Ultima ratio).
As condutas que ofendam minimamente os bens jurídico-
Princípio do ne bis in idem penais tutelados não podem ser consideradas crimes, pois não
são capazes de lesionar de maneira eficaz o sentimento social
16
Por este princípio entende-se que uma pessoa não pode de paz . Imagine um furto de um pote de manteiga, dentro de
ser punida duplamente pelo mesmo fato. Além disso, um supermercado. Nesse caso, a lesão é insignificante,
estabelece que uma pessoa não possa, sequer, ser devendo a questão ser resolvida no âmbito civil (dever de
processada duas vezes pelo mesmo fato. Daí podermos dizer pagar pelo produto furtado). Agora imagine o furto de um
que não há, no processo penal, a chamada “revisão pro sanduíche que era de propriedade de um morador de rua, seu
societate”. único alimento. Nesse caso, a lesão é grave, embora o bem
seja do mesmo valor que anterior. Tudo deve ser avaliado no
EXEMPLO: José foi processado pelo crime X. Todavia, caso concreto. Para o STF, os requisitos OBJETIVOS para a
como não havia provas, foi absolvido. Tal decisão aplicação deste princípio são:
transitou em julgado, tornando-se imutável. Todavia,
dois meses depois, surgiram provas da culpa de José.
Neste caso, José não poderá ser processado  Mínima ofensividade da conduta
novamente.  Ausência de periculosidade social da ação

CUIDADO! Uma pessoa não pode ser duplamente


 Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
processada pelo mesmo fato quando já houve decisão capaz  Inexpressividade da lesão jurídica
de produzir coisa julgada material, ou seja, a imutabilidade da
decisão (condenação, absolvição, extinção da punibilidade, O STJ, no entanto, entende que, além destes,
etc.). Quando a decisão não faz coisa julgada material, é existem ainda requisitos de ordem subjetiva:
possível novo processo (Ex.: Extinção do processo pela
rejeição da denúncia, em razão do descumprimento de uma  Importância do objeto material do crime
mera formalidade processual). para a vítima, de forma a verificar se, no
caso concreto, houve ou não, de fato,
Tal princípio veda, ainda, que um mesmo fato, condição ou lesão
circunstância seja duplamente considerado para fins de fixação
da pena. Na verdade, esse requisito não passa de uma análise mais
aprofundada do último dos requisitos objetivos estabelecidos
EXEMPLO: José está sendo processado pelo crime de pelo STF.
homicídio qualificado pelo motivo torpe. José é Sendo aplicado este princípio, não há tipicidade, eis que
condenado pelo júri e, na fixação da pena, o Juiz aplica ausente um dos elementos da tipicidade, que é a TIPICIDADE
a agravante genérica prevista no art. 61, II, a do CP, MATERIAL, consistente no real potencial de que a conduta
cabível quando o crime é praticado por motivo torpe. produza alguma lesão ao bem jurídico tutelado. Resta,
Todavia, neste caso, o “motivo torpe” já foi considerado portanto, somente a tipicidade formal (subsunção entre a
como qualificadora (tornando a pena mais gravosa – de conduta e a previsão contida na lei), o que é insuficiente.
06 a 20 anos para 12 a 30 anos), então não pode ser Este princípio, em tese, possui aplicação a todo e qualquer
novamente considerada no mesmo caso. Ou seja, como delito, e não somente aos de índole patrimonial. Contudo, a
tal circunstância (motivo torpe) já qualifica o delito, não jurisprudência firmou entendimento no sentido de ser incabível
pode também servir como circunstância agravante, sob tal princípio em relação aos seguintes delitos:
pena de o agente ser duplamente punido pela mesma
circunstância.
 Furto qualificado
 Moeda falsa
Princípio da proporcionalidade  Tráfico de drogas
Este princípio determina que as penas devem ser aplicadas
de maneira proporcional à gravidade do fato. Mais que isso:  Roubo (ou qualquer crime cometido com violência ou
Estabelece que as penas devem ser COMINADAS (previstas) grave ameaça à pessoa) 17
de forma a dar ao infrator uma sanção proporcional ao fato  Crimes contra a administração pública
abstratamente previsto. Assim, se o CP previsse que o crime
de homicídio teria como pena máxima dois anos de reclusão, e
que o crime de furto teria como pena máxima quatro anos de FIQUE ATENTO!
reclusão, estaria, claramente, violado o princípio da
proporcionalidade. CUIDADO! Em relação ao crime de descaminho há um
entendimento próprio, no sentido de que é CABÍVEL o
Princípio da confiança princípio da insignificância, pois apesar de se encontrar
entre os crimes contra a administração pública, trata-se de
Este princípio nem sempre é citado pela Doutrina. Prega crime contra a ordem tributária. Qual o patamar
que todos possuem o direito de atuar acreditando que as considerado para fins de insignificância em relação a tal
demais pessoas irão agir de acordo com as normas que delito? O STJ entende que é R$ 10.000,00, enquanto o STF
disciplinam a vida em sociedade. sustenta que é R$ 20.000,00.
Assim, exemplificativamente, quando alguém ultrapassa um
sinal VERDE e acaba colidindo lateralmente com outro veículo
que avançou o sinal VERMELHO, aquele que ultrapassou o
sinal verde agiu amparado pelo princípio da confiança, não

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CUIDADO MASTER! A reincidência é uma circunstância de Direito Penal, nos termos do art. 22 da Constituição.
que pode afastar a aplicação do princípio da insignificância. Vejamos:
Contudo, esse afastamento é discutido na jurisprudência. A
QUINTA TURMA do STJ possui entendimento no sentido Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
de que não cabe aplicação deste princípio se o réu é I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
reincidente (RHC 48.510/MG, Rel. Ministro FELIX
FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 07/10/2014, As fontes formais (também chamadas de cognitivas ou
DJe 15/10/2014). A SEXTA TURMA fontes de conhecimento), por sua vez, são os meios pelos
entende que a reincidência, por si só, não é apta a afastar a quais o Direito Penal se exterioriza, ou seja, os meios pelos
aplicação do princípio (AgRg no AREsp 490.599/RS, Rel.
quais ele se apresenta ao mundo jurídico.
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 23/09/2014, DJe 10/10/2014), havendo
decisões, contudo, no sentido de que a reincidência Podem ser IMEDIATAS ou MEDIATAS.
específica (ou seja, reincidência em crimes contra o
patrimônio) afastaria a aplicação do princípio (RHC As fontes formais imediatas são aquelas que apresentam o
43.864/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS Direito Penal de forma direta, sendo fruto dos órgãos
MOURA, SEXTA TURMA, responsáveis pela sua criação. No caso do Brasil, a única fonte
julgado em 07/10/2014, DJe 17/10/2014). formal imediata do Direito Penal é a LEI, Lei em sentido estrito,
O STF, por sua vez, firmou entendimento no sentido de que como sinônimo de diploma normativo oriundo do Poder
Legislativo Federal, mais especificamente a LEI ORDINÁRIA.
somente a reincidência específica (prática reiterada de
As fontes formais mediatas (também chamadas de
crimes da mesma espécie) afastaria a aplicação do secundárias) são aquelas que ajudam a formar o Direito Penal,
princípio da insignificância: de forma periférica, como os costumes, os atos administrativos
(...) Afirmou, ademais, que, considerada a teoria da e os princípios gerais do Direito.
reiteração não cumulativa de condutas de gêneros distintos,
a contumácia de infrações penais que não têm o patrimônio Assim, podemos esquematizar da seguinte forma:
como bem jurídico tutelado pela norma penal (a exemplo da
lesão corporal) não poderia ser valorada como fator
impeditivo à aplicação do princípio da insignificância,
Objetivamente, sugiro adotar o entendimento do STF:
apenas a reincidência específica é capaz de afastar a
aplicação do princípio da insignificância.

CONCEITO E FONTES DO DIREITO PENAL

Conceito

O Direito Penal pode ser conceituado como o ramo do


Direito Público cuja função é selecionar os bens jurídicos mais
importantes para a sociedade e buscar protege-los, por meio
da criação de normas de conduta que, uma vez violadas,
constituem crimes, sob ameaça de aplicação de uma pena.

Nas palavras de CAPEZ21:

“O Direito Penal é o seguimento do ordenamento


jurídico que detém a função de selecionar os Súmulas do STJ
comportamentos humanos mais graves e perniciosos à
coletividade, capazes de colocar em risco valores Súmula nº 09 do STJ — Assentava a ausência de violação
fundamentais para a convivência social, e descrevê-los ao princípio da presunção de inocência no que toca à exigência
como infrações penais, cominando-lhes, em de prisão cautelar (recolhimento à prisão) para apelar.
consequência, as respectivas sanções, além de Encontra-se SUPERADA. Hoje não se exige mais o
estabelecer todas as regras complementares e gerais recolhimento à prisão como requisito de admissibilidade
necessárias à sua correta e justa aplicação" recursal.

As fontes do Direito Penal são de duas ordens: material e Súmula nº 09 do STJ - A EXIGENCIA DA PRISÃO
PROVISORIA, PARA APELAR, NÃO OFENDE A
formal.
GARANTIA CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE
INOCENCIA.
As fontes materiais (substanciais) são os órgãos
encarregados de produzir o Direito Penal. No caso Súmula nº 444 do STJ — Em homenagem ao princípio da
brasileiro, a União (Pois somente a União pode legislar sobre presunção de inocência (ou presunção de não culpabilidade), o
Direito Penal, embora possa conferir aos estados-membros, STJ sumulou entendimento no sentido de que inquéritos
por meio de Lei Complementar, o poder de legislar sobre policiais e ações penais em curso não podem ser utilizados
questões específicas sobre Direito Penal, de interesse para agravar a pena base (circunstâncias judiciais
desfavoráveis), já que ainda não há trânsito em julgado de
estritamente local, nos termos do § único do art. 22 da sentença penal condenatória. Este entendimento fica
Constituição) é o Ente responsável pela “criação” das normas prejudicado pelo novo entendimento adotado pelo STF no
julgamento do HC 126.292 (no qual se entendeu que a

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presunção de inocência fica afastada a partir de condenação oportunidade na qual serão analisadas questões como
em segunda instância). progressão de regime, livramento condicional e outras.

Súmula nº 444 do STJ - É VEDADA A UTILIZAÇÃO DE Intranscendência da pena – Ninguém pode


INQUÉRITOS POLICIAIS E AÇÕES PENAIS EM ser processado e punido por fato criminoso
CURSO PARA AGRAVAR A PENA-BASE. praticado por outra pessoa. Isso não impede que
os sucessores do condenado falecido sejam
Súmula nº 492 do STJ — Trata-se de súmula que visa a obrigados a reparar os danos civis causados
privilegiar o princípio da individualização da pena. Por certo, a pelo fato.
medida socioeducativa não é pena. Contudo, se o princípio da OBS.: A multa não é “obrigação de reparar o
dano”, pois não se destina à vítima. A multa é
individualização se impõe em relação aos imputáveis, no que
espécie de PENA, e não pode ser executada
tange à pena aplicável, com muito mais razão deverá ser contra os sucessores.
aplicável aos inimputáveis em decorrência da menoridade, a
quem se aplica medida socioeducativa. Limitação das penas (ou humanidade) –
Determinadas espécies de sanção penal são
Súmula 492 do STJ - O ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO vedadas. São elas:
TRÁFICO DE DROGAS, POR SI SÓ, NÃO CONDUZ
OBRIGATORIAMENTE À IMPOSIÇÃO DE MEDIDA
 Pena de morte. EXCEÇÃO: No caso de guerra declarada
SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO DO ADOLESCENTE. (crimes militares).
 Pena de caráter perpétuo
 Pena de trabalhos forçados
Súmula nº 502 do STJ — Trata-se de enunciado de  Pena de banimento
súmula por meio do qual o STJ afasta por completo a  Penas cruéis
possibilidade de aplicação do princípio da adequação OBS.: Trata-se de cláusula pétrea.
social à conduta de expor à venda CDs e DVDs pirateados.
Trata-se de conduta típica, prevista no art. 184, §§ 1º e 2º do Presunção de inocência (ou presunção de não
CP. culpabilidade) – Ninguém pode ser considerado culpado se
Súmula 502 do STJ - PRESENTES A MATERIALIDADE E A
ainda não há sentença penal condenatória transitada em
AUTORIA, AFIGURA-SE TÍPICA, EM RELAÇÃO AO CRIME julgado.
PREVISTO NO ART. 184, § 2º, DO CP, A CONDUTA DE  Uma regra probatória (regra de julgamento) - Deste
EXPOR À VENDA CDS E DVDS PIRATAS. princípio decorre que o ônus (obrigação) da prova
cabe ao acusador (MP ou ofendido, conforme o caso).

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL  Uma regra de tratamento - Deste princípio decorre,
ainda, que o réu deve ser, a todo momento, tratado como
inocente.
Conceito Dimensão interna — O agente deve ser tratado, dentro do
processo, como inocente.
Normas que, extraídas da Constituição Federal, servem Dimensão externa — O agente deve ser tratado como
como base interpretativa para todas as outras normas de inocente FORA do processo, ou seja, o fato de estar sendo
Direito Penal do sistema jurídico brasileiro. processado não pode gerar reflexos negativos na vida do réu.

Possuem força normativa, devendo ser respeitados, sob OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da
pena de inconstitucionalidade da norma que os contrariar. Em pena pode se iniciar com a mera condenação em segunda
resumo: instância por um órgão colegiado (TJ, TRF, etc.),
relativizando o princípio da presunção de inocência (HC
Legalidade - Uma conduta não pode ser considerada 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016).
criminosa se antes de sua prática (anterioridade) não havia lei Desse princípio decorre que o ônus da prova cabe ao
formal (reserva legal) nesse sentido. Pontos importantes: acusador. O réu é, desde o começo, inocente, até que o
acusador prove sua culpa.
 O princípio da legalidade se divide em “reserva legal” Pontos importantes:
(necessidade de Lei formal) e “anterioridade”  A existência de prisões provisórias (prisões decretadas
(necessidade de que a Lei seja anterior ao fato criminoso) no curso do processo) não ofende a presunção de
 Normas penais em branco não violam tal princípio inocência
 Lei penal não pode retroagir, sob pena de violação à  Processos criminais em curso e inquéritos policiais em
anterioridade. face do acusado NÃO podem ser considerados maus
EXCEÇÃO: poderá retroagir para beneficiar o réu. antecedentes (nem circunstâncias judiciais
desfavoráveis) – Súmula 442 do STJ
 Somente Lei formal pode criar condutas criminosas e  Não se exige sentença transitada em julgado (pelo novo
cominar penas. OBS.: Medida Provisória pode
crime) para que o condenado sofra regressão de regime
descriminalizar condutas e tratar de temas favoráveis ao (pela prática de novo crime)
réu (há divergências, mas isto é o que prevalece no
 Não se exige sentença transitada em julgado (pelo novo
STF).
crime) para que haja revogação da suspensão
Individualização da pena – Ocorre em três esferas:
condicional do processo.
 Legislativa - Cominação de punições proporcionais à
gravidade dos crimes, e com o estabelecimento de penas OUTROS PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
mínimas e máximas.
 Judicial - Análise, pelo magistrado, das circunstâncias do Princípio da alteridade (ou lesividade) - O fato deve causar
crime, dos antecedentes do réu, etc. lesão a um bem jurídico de terceiro. Desse princípio decorre
 Administrativa – Ocorre na fase de execução penal, que o DIREITO PENAL NÃO PUNE A AUTOLESÃO.

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Fontes - são de duas ordens: material e formal.
Princípio da ofensividade - Não basta que o fato seja
formalmente típico. É necessário que este fato ofenda, de  Materiais - São os órgãos encarregados de produzir o
maneira grave, o bem jurídico pretensamente protegido pela Direito Penal. No caso brasileiro, a União é o Ente
norma penal. responsável pela “criação” das normas de Direito Penal.

Princípio da Adequação social – Uma conduta, ainda  Formais - Também chamadas de cognitivas ou fontes de
quando tipificada em Lei como crime, quando não afrontar o conhecimento, por sua vez, são os meios pelos quais o
sentimento social de Justiça, não seria crime (em sentido Direito Penal se exterioriza, ou seja, os meios pelos quais
material). ele se apresenta ao mundo jurídico. Podem ser
IMEDIATAS ou MEDIATAS.
Princípio da Fragmentariedade do Direito Penal - Nem
todos os fatos considerados ilícitos pelo Direito devam ser  Imediatas - São aquelas que apresentam o Direito
considerados como infração penal, mas somente aqueles que Penal de forma direta, sendo fruto dos órgãos
atentem contra bens jurídicos EXTREMAMENTE responsáveis pela sua criação. No caso do Brasil, a
RELEVANTES. única fonte formal imediata do Direito Penal é a LEI,
Lei em sentido estrito. Obs.: MP pode tratar sobre
Princípio da Subsidiariedade do Direito Penal - O Direito matéria penal, desde que não seja mais gravosa
Penal não deve ser usado a todo momento, mas apenas como (posição do STF).Mediatas - Também chamadas de
uma ferramenta subsidiária, quando os demais ramos do secundárias, são aquelas que ajudam a formar o
Direito se mostrarem insuficientes. Direito Penal, de forma periférica, como os costumes,
os atos administrativos e os princípios gerais do
Princípio da Intervenção mínima (ou Ultima Ratio) - Direito.
Decorre do caráter fragmentário e subsidiário do Direito Penal.
A criminalização de condutas só deve ocorrer quando se 1. (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA)
caracterizar como meio absolutamente necessário à proteção Relativamente aos princípios de direito penal, assinale a
de bens jurídicos ou à defesa de interesses cuja proteção, pelo afirmativa incorreta.
Direito Penal, seja absolutamente indispensável à coexistência (A) Não há crime sem lei anterior que o defina.
harmônica e pacífica da sociedade. (B) Não há pena sem prévia cominação legal.
(C) Crimes hediondos não estão sujeitos ao princípio da
Princípio do ne bis in idem — Ninguém pode ser punido anterioridade da lei penal.
duplamente pelo mesmo fato. Ninguém poderá, sequer, ser (D) Ninguém pode ser punido por fato que a lei posterior
processado duas vezes pelo mesmo fato. Não se pode, ainda, deixa de considerar crime.
utilizar o mesmo fato, condição ou circunstância duas vezes (E) A lei posterior que de qualquer modo favorece o
(como qualificadora e como agravante, por ex.). agente aplica-se aos casos anteriores.

Princípio da proporcionalidade - As penas devem ser 2. (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA) Em


aplicadas de maneira proporcional à gravidade do fato. Além matéria de princípios constitucionais de Direito Penal, é
disso, as penas devem ser cominadas de forma a dar ao correto afirmar que:
infrator uma sanção proporcional ao fato abstratamente (A) a lei penal não retroagirá mesmo que seja para
previsto. beneficiar o réu.
Princípio da confiança - Todos possuem o direito de atuar (B) a prática de racismo não é considerada crime, salvo
acreditando que as demais pessoas irão agir de acordo com as se a vítima for detentor de função pública.
normas que disciplinam a vida em sociedade. Ninguém pode (C) os presos têm assegurado o respeito à sua integridade
ser punido por agir com essa expectativa. física, mas não à integridade moral.
Princípio da insignificância (ou da bagatela) - As (D) a Constituição não autoriza a criação de penas de
condutas que não ofendam significativamente os bens jurídico- trabalhos forçados.
penais tutelados não podem ser consideradas crimes (em (E) as penas privativas de liberdade poderão ser impostas
sentido material). A aplicação de tal princípio afasta a tipicidade aos sucessores do condenado.
MATERIAL da conduta.
3. (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA)
Assinale a alternativa correta.
Pontos importantes: (A) Expirado o prazo de validade da lei temporária, não se
poderá impor prisão em flagrante àqueles que pratiquem o
 Descaminho – Cabe aplicação do princípio da crime após a expiração, mas ainda será possível a
insignificância. PATAMAR: O STJ entende que é R$ instauração de processo criminal.
10.000,00, enquanto o STF sustenta que é R$ 20.000,00. (B) Todos aqueles que praticaram o crime durante a
 Reincidência – Há divergência vigência da lei temporária poderão ser processados,
jurisprudencial. STF: apenas a reincidência específica é mesmo depois de expirado seu prazo de vigência.
capaz de afastar a aplicação do princípio da insignificância (C) Cessada a vigência da lei temporária, consideram-se
(há decisões em sentido contrário). prescritos os crimes praticados durante sua vigência.
(D) O princípio da ultra atividade da lei penal permite que
CONCEITO E FONTES DO DIREITO PENAL todos aqueles que pratiquem o crime no intervalo de três
anos a partir do fim do prazo de vigência da lei temporária
Conceito - Ramo do Direito Público cuja função é selecionar sejam processados criminalmente.
os bens jurídicos mais importantes para a sociedade e buscar (E) Terminado o prazo de vigência da lei temporária,
protege-los, por meio da criação de normas de conduta que, ocorrerá a abolitio criminis, libertando-se os que estiverem
uma vez violadas, constituem crimes, sob ameaça de aplicação presos em razão da prática do crime previsto nessa lei.
de uma pena.
4. (VUNESP — 2014 — PC-SP — OFICIAL
ADMINISTRATIVO)

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Conforme reza a Constituição da República, a competência (D) O fato de a pena privativa de liberdade ter atingido
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida é do(a). apenas a pessoa do condenado com extensão, aos
a) juizado especial federal. familiares, da obrigação de reparar o dano, atende
b) júri. integralmente o que prescreve o princípio constitucional da
c) Juiz criminal de primeira instância. personalidade ou responsabilidade pessoal.
d) justiça militar. (E) O princípio da personalidade ou da responsabilidade
e) Ministério Público. pessoal é um princípio implícito na Constituição Federal
vigente.
5. (FUNCAB — 2010 — PM-GO)
O Artigo 5º, Inciso XL da Constituição da República prevê 10. (FUNCAB — 2014 — PC-MT — INVESTIGADOR)
que “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. O princípio da fragmentariedade do Direito Penal significa:
Tal dispositivo constitucional refere-se ao princípio da: a) que, uma vez escolhidos aqueles bens fundamentais,
a) individualização da pena. comprovada a lesividade e a inadequação das condutas
b) legalidade estrita que os ofendem, esses bens passarão a fazer parte de uma
c) retroatividade benéfica da lei penal. pequena parcela que é protegida pelo Direito Penal.
d) irretroatividade total da lei penal. b) que o legislador valora as condutas, cominando-lhes
e) aplicação imediata da lei processual penal. penas que variam de acordo com a importância do bem a
ser tutelado.
6. (VUNESP — 2014 — PC-SP — OFICIAL c) que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo
ADMINISTRATIVO) legal não será considerada típica se for socialmente
No direito brasileiro, é vedada a pena de. adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com
a) suspensão ou interdição de direitos. a ordem social da vida historicamente condicionada.
b) perda de bens. d) que as proibições penais somente se justificam
c) trabalhos forçados. quando se referem a condutas que afetem gravemente
d) privação da liberdade. direitos de terceiros.
e) restrição da liberdade e) que a lei é a única fonte do Direito Penal quando se
quer proibir ou impor condutas sob a ameaça de sanção.
7. (VUNESP — 2014 — PC-SP — OFICIAL
ADMINISTRATIVO) Segundo a Constituição Federal, para 11. (VUNESP — 2014 — PC-SP — DELEGADO)
que alguém seja considerado culpado é suficiente. Assinale a alternativa que apresenta o princípio que deve
a) condenação recorrível do Tribunal de Justiça do ser atribuído a Claus Roxin, defensor da tese de que a
Estado de São Paulo tipicidade penal exige uma ofensa de gravidade aos bens
b) sentença judicial criminal de primeira instância jurídicos protegidos.
recorrível. a) Insignificância.
c) decisão unânime do tribunal do júri da qual ainda b) Intervenção mínima.
caiba recurso. c) Fragmentariedade.
d) denúncia do Ministério Público recebida pelo Poder d) Adequação social.
Judiciário e) Humanidade.
e) sentença penal condenatória transitada em julgado.
12. (PM-MG — 2014 — PM-MG — OFICIAL)
8. (VUNESP — 2014 — PC-SP — OFICIAL Da conjugacão do direito penal com a Constituicão Federal
ADMINISTRATIVO) de 1988 pode-se extrair a conclusão da existência de
São penalmente inimputáveis os: princípios constitucionais penais. Alguns são explícitos e
a) maiores de dezesseis anos outros implícitos. Assim, com fulcro nessa assertiva,
b) menores de vinte e um anos. marque a alternativa que corresponde ao princípio da
c) maiores de vinte e um anos. ofensividade do fato:
d) menores de dezoito anos. a) Cada um responde pelo que fez, na medida da sua
e) maiores de dezoito anos. culpabilidade. Ninguém pode ser punido no lugar de outra
pessoa.
9. (FUNIVERSA — 2013 — PM/DF — SOLDADO b) O fato cometido, para se transformar em fato punível,
COMBATENTE) Sentença penal condenatória determinou a deve afetar concretamente o bem jurídico protegido pela
aplicação da sanção de pena privativa de liberdade ao réu e norma; não há crime sem lesão ou perigo concreto de lesão
a decretação do perdimento de bens que, nos termos da lei, ao bem jurídico tutelado.
acabaram por afetar seus familiares, exatamente no c) Somente os bens jurídicos mais relevantes devem
montante do patrimônio transferido pelo réu. Considerando merecer a tutela penal. Exclusivamente os ataques mais
essa situação hipotética e os princípios constitucionais que intoleráveis é que devem ser punidos penalmente.
regem o Direito Penal, assinale a alternativa correta. d) Ninguém pode ser punido pelo que pensa (mera
(A) A imposição da pena privativa de liberdade ao réu e cogitacão) ou pelo modo de viver. Só responde penalmente
não a seus familiares, que não praticaram crime, quem realiza um fato; está proibido punir alguém pelo seu
corresponde à aplicação integral do princípio constitucional estilo de vida.
da individualização da pena.
(B) A imposição do perdimento de bens aos familiares do 13. (PM-MG — 2013 — PM-MG — OFICIAL)
condenado acabou por não observar o princípio O Direito Penal tem como fim específico a proteção dos
constitucional da personalidade ou responsabilidade bens jurídicos essenciais ao indivíduo e à sociedade.
pessoal. Embora de caráter coercitivo, busca limitar o poder de punir
(C) A extensão dos efeitos da condenação, com a do Estado, procurando agir de acordo com os dispositivos
decretação do perdimento de bens, afetando os familiares constitucionais, sob pena de se tornar em um instrumento
do condenado não poderia ocorrer, em virtude da de opressão e violação de direitos e garantias. Sua
necessidade de se observar o princípio constitucional da aplicação, quando necessário, deve ser coerente e
legalidade estrita. utilizado como instrumento de ressocialização. Partindo
desse

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Constituição Federal, em seu art. 5o, inciso XLVI, 19. (COPS-UEL — 2013 — SEAP/PR — AGENTE
estabelece modalidades de “castigo” aos infratores da lei, PENITENCIÁRIO)
dentre os quais, “privacão ou restricão da liberdade, perda Analise as proposições abaixo.
de bens, multa e prestacão social alternativa”. I. A prática da tortura constitui crime afianc vel.
O dispositivo constitucional destacado expressa um II. O Tribunal do Júri é competente para julgar os crimes
princípio inerente ao direito penal, sendo CORRETA a dolosos contra a vida.
afirmativa: III. Aos presos não é assegurado o respeito à integridade
a) princípio da limitação das penas. física e moral.
b) princípio da individualização da pena. IV. A prática da tortura constitui crime inafiançável,
c) princípio da proporcionalidade. insuscetível de grac ou anistia. Assinale a alternativa que
d) princípio da fragmentariedade. contém todas as afirmativas corretas:
a) I e III.
14. (PM-MG — 2005 — PM-MG — OFICIAL) b) I e IV.
De acordo com o que prescreve a Constituição da c) II e IV.
República Federativa do Brasil, trata-se de crime d) I, II e III.
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos e) II, III e IV.
termos da lei, a prática de:
a) Racismo. 20. (COPS-UEL — 2013 — SEAP/PR — AGENTE
b) Tortura. PENITENCIÁRIO)
c) Tráfico ilícito de drogas. Sobre os tipos de penas proibidas no Brasil, considere as
d) Sequestro. afirmativas a seguir.
I. De reclusão.
15. (PM-MG — 2005 — PM-MG — OFICIAL) II. De caráter perpétuo.
A lei penal poderá retroagir quando beneficiar: III. De trabalhos forcados. IV. De banimento.
a) o réu. Assinale a alternativa correta.
b) a sociedade. a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
c) a vítima. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
d) o poder judiciário. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
16. (UEG — 2013 — PC-GO — DELEGADO DE e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
POLÍCIA)
Ana, menor de 17 anos de idade, contrariando proibição de
seus pais, procura Júlio para que este realize uma
tatuagem no seu ombro com aproximadamente 15
centímetros de diâmetro. Ainda que presente a tipicidade
formal, poderá ser aplicado o Princípio da Alteridade porque
a) não houve lesão efetiva ao bem jurídico tutelado.
b) a lesão foi irrelevante ou insignificante.
c) a lesão está dentro do que se considera como GABARITO DAS QUESTOES
socialmente adequado.
d) não houve lesão a bem jurídico de terceiro. 1 ALTERNATIVA C
2 ALTERNATIVA D
17. (UEG — 2013 — PM-GO — SOLDADO)
Sobre os princípios constitucionais do Direito Penal, 3 ALTERNATIVA B
verifica-se que o princípio da 4 ALTERNATIVA B
5 ALTERNATIVA C
a) individualização da pena tem por destinatário único o
juiz por ocasião da aplicação da pena. 6 ALTERNATIVA C
b) fragmentariedade indica que a intervencão penal 7 ALTERNATIVA E
somente deve ocorrer para tutelar bens jurídicos de
relevo para a sociedade. 8 ALTERNATIVA D
c) culpabilidade tem tradução na vedacão da 9 ALTERNATIVA D
responsabilidade subjetiva. 10 ALTERNATIVA A
d) intervencão mínima orienta para a aplicacão do direito
penal quando a lesão 11 ALTERNATIVA A
ou ameac de lesão ao bem 12 ALTERNATIVA B
jurídico for irrelevante.
13 ALTERNATIVA B
18. (UEG — 2013 — PM-GO — SOLDADO) 14 ALTERNATIVA A
Pelo princípio da presunção da não culpabilidade, 15 ALTERNATIVA A
conforme o direito brasileiro, tem-se que
a) a prisão provisória é absolutamente proibida. 16 ALTERNATIVA D
b) ninguém será considerado culpado até o trânsito em 17 ALTERNATIVA B
julgado de sentenc condenatória. 18 ALTERNATIVA B
penal
c) o Ministério Público deve provar a culpa do réu e o réu 19 ALTERNATIVA C
deve provar sua inocencia. 20 ALTERNATIVA E
d) a liberdade provisória é medida excepcional e só
poderá ser concedida após a solicitacão da vítima.

17
Curso Roni
Conhecimentos Específicos Estatuto da Guarda Municipal

ESTATUTOS DAS
GUARDAS MUNICIPAIS
Estatuto Geral das Guardas Municipais Legislação
Municipal - Lei nº1.694/17

Iremos estudar a Lei nº13.022/14 e a Lei nº1.694/17 ao


mesmo tempo, pois a abordagem separada dificulta a fixação
e o entendimento.

Fique atento!

Na lei nº1.694/17 há o acréscimo dos princípios da


Hierarquia, Disciplina, Moral e Ética. O restante dos princípios
Art.1º- Esta Lei institui normas gerais para as guardas são idênticos para as duas leis.
municipais, disciplinando o § 8o do art. 144 da Constituição
Art.2º- Incumbe às guardas municipais, instituições de
Federal.
caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em
lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas
Art.144 - Os municípios poderão constituir guardas
as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal.
municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a Lei. Padronização das Guardas
 Lei 13.022/14 Art.21 As guardas municipais utilizarão
Art.2º- Incumbe às guardas municipais, instituições de uniforme e equipamentos padronizados,
caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em preferencialmente, na cor azul-marinho.
lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas  Lei 1.694/17 Art. 35 - Os ocupantes dos cargos do Quadro
as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal. Efetivo da Guarda Municipal de Imperatriz deverão
desempenhar as funções que lhes forem atribuídas,
 Lei 13.022/17. Art.14 As guardas não podem ficar devidamente uniformizados e aparelhados, conforme
sujeitas a regulamentos disciplinares de natureza militar. dispuser o regulamento, que deve estabelecer ainda:
 Lei 13.022/17. Art.19 A estrutura hierárquica da guarda II – o padrão dos uniformes;
municipal não pode utilizar denominação idêntica à das
forças militares, quanto aos postos e graduações, Atividade Ostensiva
títulos, uniformes, distintivos e condecorações.  Lei 13.022/14, art.5º, II - Prevenir e inibir, pela presença e
 Lei 13.022/17, Art.22 parágrafo único. É assegurada a vigilância, bem como coibir, infrações penais ou
utilização de outras denominações consagradas pelo administrativas e atos infracionais que atentem contra os
uso, como guarda civil, guarda civil municipal, bens, serviços e instalações municipais;
guarda metropolitana e guarda civil metropolitana.
 Art.2º- Incumbe às guardas municipais, instituições de
caráter civil, uniformizadas e armadas conforme
previsto em lei, a função de proteção municipal
preventiva, ressalvadas as competências da União, dos
Estados e do Distrito Federal.

O Guarda Municipal tem direito ao Porte de Arma?

Sim. Dependendo da cidade onde o Guarda Municipal


atuar, ele terá direito ao porte da arma em serviço ou até
mesmo na folga. O porte de arma para servidores da
segurança pública é regulado pela lei nº10.026/03 – Estatuto
do Desarmamento.

1
Conhecimentos Específicos Estatuto da Guarda Municipal

Art.6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o Art.2º- Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter
território nacional, salvo para os casos previstos em civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a
legislação própria e para: função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as
competências da União, dos Estados e do Distrito Federal.
IV - os integrantes das guardas municipais dos
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de Art. 4o É competência geral das guardas municipais a
500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; proteção de bens, serviços, logradouros públicos municipais
e instalações do Município. Parágrafo único. Os bens
Art.6º- § 3o A autorização para o porte de arma de fogo mencionados no caput abrangem os de uso comum, os de
das guardas municipais está condicionada à formação uso especial e os dominiais.
funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino
de atividade policial, à existência de mecanismos de Código Civil
fiscalização e de controle interno, nas condições
1. Bens de Uso Comum - Ruas e estradas.
estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a
2. Bens de Uso Especial - Um prédio onde esteja instalado
supervisão do Ministério da Justiça.
um hospital público ou uma escola pública.
3. Bens Dominiais - Prédios públicos desativados.
Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que
integram regiões metropolitanas será autorizado porte de Art.5°- São competências específicas das guardas
arma de fogo, quando em serviço. Art.6º- § 7º da Lei municipais, respeitadas as competências dos órgãos federais
nº10.026/03. e estaduais:

Art.16. Aos guardas municipais é autorizado o porte Ao todo serão 36 incisos que versam sobre a
de arma de fogo, conforme previsto em lei. Suspende-se o competência das guardas, para lembrar na hora da prova
direito ao porte de arma de fogo em razão de restrição é preciso que você memorize as palavras chaves!
médica, decisão judicial ou justificativa da adoção da medida
pelo respectivo dirigente. Art.16, parágrafo único da lei
nº13.022/14.
Art. 36 - O porte de armas pelos ocupantes dos
cargos dos Quadros da Guarda Municipal de Imperatriz
deverá ser autorizado pelos órgãos competentes e obedecerá
aos critérios e procedimentos operacionais e administrativos
fixados na legislação própria e em regulamento municipal
específico.
Art. 36 - O porte de armas pelos ocupantes dos
cargos dos Quadros da Guarda Municipal de Imperatriz
deverá ser autorizado pelos órgãos competentes e obedecerá
aos critérios e procedimentos operacionais e administrativos
fixados na legislação própria e em regulamento municipal
específico.
Art. 36 - Parágrafo único – Para a utilização de arma por
ocupantes dos cargos dos Quadros da Guarda Municipal de
Imperatriz é indispensável a frequência e aprovação em
curso específico de capacitação e avaliação sócio-
psicológica, nos termos da legislação pertinente. Proteger o quê?

 Bens, equipamentos e prédios públicos do Município.


 Patrimônio ecológico, histórico, cultural, arquitetônico e
RESUMO
ambiental do Município, inclusive adotando medidas
educativas e preventivas.
 As pessoas, mediante a pacificação de conflitos que seus
integrantes presenciarem, atentando para o respeito aos
direitos fundamentais das pessoas;
 Atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-lo
direta e imediatamente quando deparar-se com elas;
 Encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante
delito, o autor da infração, preservando o local do crime,
quando possível e sempre que necessário;
 Segurança de grandes eventos e na proteção de
autoridades e dignitários;

2
Conhecimentos Específicos Estatuto da Guarda Municipal

 A realização dos serviços de responsabilidade do I - controle interno, exercido por corregedoria, naquelas
Município, no desempenho de sua atividade de polícia com efetivo superior a 50 (cinquenta) servidores da guarda e
administrativa; em todas as que utilizam arma de fogo, para apurar as
infrações disciplinares atribuídas aos integrantes de seu
Prevenir o quê? quadro; e
II - controle externo, exercido por ouvidoria, independente
 Pela presença e vigilância, bem como coibir, infrações em relação à direção da respectiva guarda, qualquer que seja
penais ou administrativas e atos infracionais que atentem o número de servidores da guarda municipal, para receber,
contra os bens, serviços e instalações municipais; examinar e encaminhar reclamações, sugestões, elogios e
 Atuar, preventiva e permanentemente, no território do denúncias acerca da conduta de seus dirigentes e integrantes
Município, para a proteção sistêmica da população que e das atividades do órgão, propor soluções, oferecer
utiliza os bens, serviços e instalações municipais; recomendações e informar os resultados aos interessados,
 Participar das campanhas educacionais relacionadas à garantindo-lhes orientação, informação e resposta.
Segurança Pública em todos os seus níveis.
 Atuar mediante ações preventivas na segurança escolar, § 1o O Poder Executivo municipal poderá criar órgão
zelando pelo entorno e participando de ações educativas colegiado para exercer o controle social das atividades de
com o corpo discente e docente das unidades de ensino segurança do Município, analisar a alocação e aplicação dos
municipal, de forma a colaborar com a implantação da recursos públicos e monitorar os objetivos e metas da política
cultura de paz na comunidade local. municipal de segurança e, posteriormente, a adequação e
eventual necessidade de adaptação das medidas adotadas
Cooperar com quem? face aos resultados obtidos.

 Os órgãos de segurança pública Federais ou Estaduais, § 2o Os corregedores e ouvidores terão mandato cuja
em ações conjuntas que contribuam com a paz social; perda será decidida pela maioria absoluta da Câmara
 Interagir com a sociedade civil para discussão de Municipal, fundada em razão relevante e específica prevista
soluções de problemas em lei municipal.
 Estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da
União, ou de Municípios vizinhos, por meio da celebração Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I do caput do
de convênios ou consórcios, com vistas ao art. 13, a guarda municipal terá código de conduta próprio,
desenvolvimento de ações preventivas integradas; conforme dispuser lei municipal.
 Com os órgãos municipais de políticas sociais, visando à
adoção de ações interdisciplinares de segurança no Parágrafo único. As guardas municipais não podem ficar
Município; sujeitas a regulamentos disciplinares de natureza militar.
 Com os demais órgãos de poder de polícia administrativa,
visando a contribuir para a normatização e a fiscalização
das posturas e ordenamento urbano municipal; QUESTÕES DE CONCURSOS
 Órgãos de defesa civil em suas atividades;
1. Com base no Estatuto Geral das Guardas Municipais,
Fiscalizar o quê? identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras ( V) ou
falsas ( F): ( ) A proteção dos direitos humanos fundamentais,
do exercício da cidadania e das liberdades públicas é um dos
 Exercer as competências de trânsito que lhes forem princípios mínimos de atuação das guardas municipais.
conferidas, nas vias e logradouros municipais, nos termos ( ) É competência geral das guardas municipais a proteção
do CTB ou de forma concorrente, mediante convênio de bens, serviços, logradouros públicos municipais e
celebrado com órgão de trânsito estadual ou municipal; instalações do Município.
 Definir e fiscalizar as aplicações de recursos financeiros ( ) Somente a União pode criar, por lei, a guarda municipal,
destinados ao desenvolvimento de programas de após analisar a situação de cada Município.
( ) A guarda municipal é subordinada ao chefe do Poder
segurança pública municipal;
Executivo municipal.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de
Art. 2º - A Guarda Municipal de Imperatriz, vinculada ao cima para baixo.
Gabinete do Prefeito Municipal, órgão de natureza a) F – V – V – V.
permanente, é responsável pelas políticas de segurança b) V – F – V – F.
urbana e prevenção da violência criminal, destinada à c) V – V – F – V.
proteção de bens, serviços e instalações públicas municipais. d) F – V – V – F.
e) V – F – F – V.
ÓRGÃO DE CONTROLE
2. Hércules Bustamante é Guarda Municipal do Município de
Suzano e praticou ato passível de aplicação de penalidade
Art. 13. O funcionamento das guardas municipais será
disciplinar. Segundo a Lei Complementar Municipal n°
acompanhado por órgãos próprios, permanentes, autônomos 190/2010 (Estatuto dos Servidores Públicos do Município de
e com atribuições de fiscalização, investigação e auditoria, Suzano), no tocante à aplicação da penalidade, é correto
mediante: afirmar que Hércules

3
Conhecimentos Específicos Estatuto da Guarda Municipal

a) não poderá sofrer influência em sua pena em razão de I. Possui poder de polícia, no âmbito municipal, apoiando os
seus antecedentes. demais agentes públicos municipais a fazer cessar, quando
b) terá sua pena atenuada se tiver cometido a infração para a no exercício da segurança pública, atividades que
preservação da ordem ou do interesse público. prejudiquem o bem-estar da comunidade local.
c) não terá redução ou aumento de pena em razão da II. Pode prender quem seja encontrado em flagrante delito,
intensidade do dolo ou o grau da culpa na prática da infração. fundado no Inciso LXI do Art. 5°, da Constituição Federal.
d) terá sua pena atenuada se a falta foi praticada perante a III. Apoia as atividades de socorro e proteção às vítimas de
presença de superior hierárquico. calamidades públicas, participando conjuntamente com a
e) poderá ficar isento de pena se tiver prestado relevantes Defesa Civil.
serviços para a Guarda Civil Municipal devidamente Em relação às afirmações acima estão corretas:
registrados em seu prontuário.
A. somente a I.
3. Nos termos da Lei n° 13.022/2014 (Estatuto Geral das B. somente I e II.
Guardas Municipais), é um princípio mínimo de atuação das C. somente I e III.
guardas municipais: D. somente II e III.
a) patrulhamento ostensivo e repressivo. E. I, II e III.
b) direito ao uso de armas letais e não letais.
c) função de assistência social à população carente. 9. Em relação à segurança patrimonial, na comunicação por
d) compromisso com a evolução social da comunidade. rádio, o que significa o código numérico 05?
e) comprometimento com a função de segurança pública.
A. Meliante.
4. Considerando a Lei 13.022, de 8 de agosto de 2014, B. Quadrilha
analise as seguinte afirmações: C. Funcionário.
I. Os cargos em comissão das guardas municipais deverão D. Assalto.
ser providos por membros efetivos do quadro de carreira do E. Acidente.
órgão ou entidade.
II. Aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de 10. Compete ao Guarda Municipal, EXCETO:
fogo, conforme previsto em lei.
III. É assegurado ao guarda municipal o recolhimento à cela, A. prevenir atos de vandalismo.
isoladamente dos demais presos, quando sujeito à prisão B. proteger funcionários públicos no exercício de sua função.
antes de condenação definitiva. C. organizar o público em áreas de atendimento ao público.
É correto o que se afirma em D. praticar segurança em eventos públicos e particulares.
A) I e II apenas. E. garantir a proteção aos serviços de transporte coletivos.
B) II e III apenas.
C) I, II e III. 11. Você está protegendo o prédio público da Prefeitura de
D) I e III apenas. Imperatriz MA, como Guarda Municipal. De repente, depara
com um deslocamento maciço de pessoas descendo a
5. Sobre a segurança pública, que é dever do Estado, direito Avenida Afonso Pena, sentido Praça Sete, ocupando uma
e responsabilidade de todos. Apurar infrações penais contra a pista da via Pública. Ao comunicar o fato, via rádio, com a
ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e Central de Operações da Guarda Municipal, você recebe
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e orientações de que a passeata é livre e não merece
empresas públicas é uma competência de qual órgão? intervenção, porque:
A) Polícia Militar
B) Ministério Público I. Não há outro evento previsto para o local.
C) Polícia Federal II. Houve comunicação oficial do evento ao Prefeito, com
D) Polícias Civil e Militar antecedência de 48 horas.
III. A passeata foi comunicada com antecedência de 36 horas
6. O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção ao Batalhão de Eventos da Polícia Militar.
administrativa civil e penal. Assinale a alternativa abaixo que IV. A passeata é pacífica e oferece risco mínimo à Segurança
não é uma dessas sanções: * Pública, pois ocupa apenas uma pista da avenida.
A) Demissão
B) Multa Marque:
C) Destituição
D) Repreensão A. Se apenas os itens I e II estão corretos.
E) Nula B. Se apenas os itens II e III estão corretos.
C. Se os itens I, II e III estão corretos.
7. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, D. Se todos os itens estão corretos
e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida
vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar 12. Um Guarda Municipal de Imperatriz foi alertado, por
fazer alguma coisa, é a configuração de qual crime? determinados moradores de um prédio, sobre a suspeita de
2 pontos maus tratos contra um idoso morador do condomínio.
A) Peculato Constatado o fato, o guarda municipal acionará um
B) Extorsão profissional de saúde que, obrigatoriamente comunicará a
C) Usurpação ocorrência a qualquer um dos seguintes órgãos:
D) Estelionato
A. Autoridade Policial, Ministério Público, Conselho Nacional
8. Em relação à atribuição da Guarda Municipal, analise as do Idoso, Conselho Estadual do Idoso ou Conselho Municipal
afirmações abaixo: do Idoso.

4
Conhecimentos Específicos Estatuto da Guarda Municipal

B. Autoridade Policial, Secretaria de Assistência ao Idoso ou 16. É correto afirmar a respeito do crime de disparo de arma
Conselho Municipal do Idoso. de fogo, previsto na Lei no 10.826/2003 (Estatuto do
C. Conselho Municipal do Idoso, Procuradoria Municipal da Desarmamento), que
Cidadania, Justiça ou Secretaria de Assistente Social. a)é inafiançável, de perigo abstrato e que não admite a
D. Conselho Nacional do Idoso, Conselho Estadual do Idoso, suspensão condicional do processo.
Conselho Municipal do Idoso ou Autoridade Judiciária. b) se trata de crime comum, de perigo abstrato e que não
admite a suspensão condicional do processo.
13. A Abordagem nada mais é do que o ato de aproximar-se c) se trata de crime próprio, afiançável e que admite a
e interpelar pessoa que apresente conduta suspeita, a fim de suspensão condicional do processo.
identificá-la e/ou proceder a busca, de cuja ação poderá d) não admite a suspensão condicional do processo, é
resultar a prisão, a apreensão de pessoa ou coisa ou simples afiançável e trata-se de crime de mão-própria.
advertência ou orientação. Portanto, podemos afirmar: e) é inafiançável, de perigo concreto e que admite a
suspensão condicional do processo.
I. O ato de abordar alguém, da forma como descrito,
demanda Poder de Polícia da Autoridade responsável pela 17. Em cumprimento de mandado de busca e apreensão no
abordagem. local de trabalho de João, que era um estabelecimento
II. A Segurança e Surpresa são fatores que não necessitam comercial de sua propriedade e de sociedade em que
ser considerados, haja vista o preparo técnico do grupo. figurava como administrador e principal sócio, foram
III. A abordagem a veículos e edificações possui exatamente apreendidas duas armas de fogo, de calibre permitido, com
os mesmos princípios da abordagem a pessoas. numeração aparente, devidamente municiadas. João
Assinale a alternativa correta: esclareceu que tinha as armas para defesa pessoal, apesar
de não possuir autorização e nem registro das mesmas.
A. somente as afirmativas I e III estão corretas.
B. somente a afirmativa I está correta. Diante disso, foi denunciado pela prática de dois crimes de
C. somente as afirmativas II e III estão corretas. porte de arma de fogo de uso permitido (art. 14 da Lei nº
D. somente a afirmativa II está correta. 10.826/03), em concurso material.

No momento de aplicar a sentença, o juiz deverá reconhecer


GABARITO DAS QUESTOES que:
a) ocorreram dois crimes de posse de arma de fogo de uso
1–C 2–B 3–D 4– 5– 6– 7– permitido (art. 12 da Lei nº 10.826/03) em concurso material;
8 – E 9 – D 10 – D 11 – C 12 – A b) ocorreram dois crimes de posse de arma de fogo de uso
13 – B permitido (art. 12 da Lei nº 10.826/03) em concurso formal;
c) ocorreram dois crimes de porte de arma de fogo de uso
14. Nos termos do Estatuto do Desarmamento (Lei nº permitido em concurso formal;
10.826/2003), a conduta de emprestar a terceiro arma de d) ocorreu crime único de porte de arma de fogo de uso
fogo, sem autorização e em desacordo com determinação permitido, afastando-se o concurso de delitos;
legal ou regulamentar, configura o crime de e) ocorreu crime único de posse de arma de fogo de uso
a) empréstimo ilegal de arma de fogo. permitido (art. 12, Lei nº 10.826/03), afastando-se o concurso
b) omissão de cautela. de delitos.
c) porte ilegal de arma de fogo.
d) comércio ilegal de arma de fogo. 18. Marque a alternativa CORRETA, tendo como base o
e) posse irregular de arma de fogo. Estatuto do Desarmamento:
a) É possível a comercialização de armas de fogo, acessórios
15. Josildo, titular e responsável legal de estabelecimento e munições entre pessoas físicas, desde que o comerciante
comercial, obteve o Certificado de Registro de Arma de Fogo fique de posse da nota fiscal, com nome completo e endereço
(CRAF), com validade em todo o território nacional. Nesse do adquirente.
sentido o CRAF engloba autorização para manter a arma de b) É proibido o porte de arma de fogo em todo o território
fogo, exclusivamente no nacional para os integrantes das Carreiras de Auditoria da
a) interior (ou dependências) de sua residência ou domicílio, Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho,
mas não, no seu local de trabalho, apesar de ser o titular e cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
responsável legal pelo estabelecimento. c) Compete à Polícia Federal, juntamente como o Ministério
b) interior (ou dependências) de sua residência ou domicílio, da Justiça cadastrar as armas de fogo produzidas,
ou, ainda, no seu local de trabalho, já que é o titular ou o importadas e vendidas no País.
responsável legal pelo estabelecimento. d) A autorização para o porte de arma de fogo das guardas
c) interior de sua residência ou domicílio, ou na dependência municipais está condicionada à formação funcional de seus
desses e levá-la consigo nos deslocamentos dentro do integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade
Estado em que reside e, também no seu local de trabalho. policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de
d) interior (ou dependência) de sua residência ou domicílio, e controle interno, nas condições estabelecidas pelo Estatuto
também em seu veículo nos deslocamentos, considerado do Desarmamento, observada a supervisão do Comando do
este como extensão do domicílio, mas não no local de Exército e da Polícia Federal.
trabalho, independentemente da função que exerça. e) O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade
e) seu local de trabalho, já que é o titular ou o responsável em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a
legal pelo estabelecimento, sendo vedado mantê-la no manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda,
desses. no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

5
Conhecimentos Específicos Estatuto da Guarda Municipal

19. Assinale a alternativa que possui um crime da Lei n°


10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) apenado com 23. Antonio, morador da zona rural, comprovou perante a
detenção. polícia federal a dependência de emprego de arma de fogo
a) Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. (caça) para prover a sua subsistência alimentar familiar,
b) Disparo de arma de fogo. adquiriu e obteve o porte de arma para tal finalidade. No
c) Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. entanto, em noites alternadas utilizava o armamento para
d) Comércio ilegal de arma de fogo. realizar a segurança de um fazendeiro local. Reagindo a um
e) Posse irregular de arma de fogo de uso permitido roubo na fazenda, realizou disparos com a arma de caça
obtida legalmente, vindo a ferir um dos ladrões. De acordo
20. Segundo o Estatuto do Desarmamento (Lei nº com a Lei n° 10.826 de 2013, que trata de registro e posse e
10.826/2003), é proibido o porte de arma de fogo em todo o comercialização de arma de fogo, Antonio estará sujeito a
território nacional, salvo para os casos previstos em responder
legislação própria e para a) que agiu em legítima defesa do patrimônio de outrem.
a) Analistas do Ministério Público do Estado do Rio de b) apenas por porte ilegal de arma e disparos de arma de
Janeiro. fogo de uso restrito e não incidirão tipificações do código
b) Deputados federais e Senadores da República. penal.
c) Procuradores-Gerais dos Estados Federados. c) pelo exercício ilegal de atividade de segurança privada que
d) Médicos legistas do Instituto Médico Legal. é exclusivamente desempenhada por agentes públicos de
e) Integrantes da Carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho. folga.
d) por porte ilegal de arma e disparos de arma de fogo de uso
21. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, independente de outras tipificações penais.
permitido, em todo o território nacional e após prévia e apenas pela lesão corporal, uma vez que o crime maior
autorização do SINARM (Sistema Nacional de Amas), é de absorve o menor.
competência de qual entidade?
a) Polícia Federal. 24. M.S, menor de 12 anos, apoderou-se da arma de fogo
b) Polícia Rodoviária Federal. calibre 38 que estava em sua residência, de propriedade da
c) Agência Brasileira de Inteligência. Guarda Civil Metropolitana do Município X, e disparou contra
d) Polícia Militar dos Estados-Federados. dois colegas durante uma aula, por vingança. Ambos os
e) Forças Armadas. colegas faleceram. Seu pai, Bruno, que exercia atividades de
guarda civil metropolitano, tinha a posse do aludido
22. Um Técnico Judiciário Especialidade Segurança do armamento em razão de suas funções e não adotou a devida
Tribunal Regional do Trabalho está portando uma arma de cautela para impedir o acesso do menor ao armamento.
fogo durante o seu serviço e reclama com um amigo da Considerando a Lei n° 10.826/2003, no tocante a posse do
periculosidade criminal de seu bairro, dizendo estar propenso armamento, Bruno, sem prejuízo de outras sanções, estará
a manter-se com a arma mesmo após o cumprimento de sua sujeito ao crime de
escala, a fim de se deslocar até a sua residência com a) omissão de cautela.
segurança. Nessa situação, é correto afirmar que b) homicídio culposo na condição de partícipe.
a) ele pode se manter com a arma, já que possui documento c) homicídio doloso na condição de partícipe.
de porte funcional. d) conduta atípica.
b) ele poderá se deslocar com a arma da instituição porque e) incitação ao crime praticado pelo menor.
seu bairro é perigoso.
c) ele deverá entregar a arma na seção responsável do 25. De acordo com a Lei 10.826/03, que dispõe sobre
Tribunal após o serviço, já que não possui autorização registro, posse e comercialização de armas de fogo e
expressa para carregá-la consigo para além das atividades munição e sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm
funcionais. compete ao Sinarm, dentre outras atribuições:
d) mesmo entregando a arma, ele poderá ficar com o porte
funcional para poder usar sua arma particular no I. Identificar as características e a propriedade de armas de
deslocamento. fogo, mediante cadastro.
e) ele poderá deixar de dar saída formal de seu turno de II. Cadastrar as armas de fogo das Forças Armadas e
serviço, justificando o deslocamento à sua residência Auxiliares, mantendo registro próprio.
armado. III. Cadastrar as apreensões de armas de fogo, exceto as
vinculadas a procedimentos policiais e judiciais.
23. De acordo com o entendimento da doutrina e dos IV. Cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como
tribunais superiores sobre o Estatuto do Desarmamento, conceder licença para exercer a atividade.
especialmente quanto às armas de fogo, Assinale a alternativa correta:
a) o crime de tráfico internacional de arma de fogo é
insuscetível de liberdade provisória. a Apenas II e IV estão corretas.
b) majora-se a pena em caso de crime de comércio ilegal de b Apenas I e IV estão corretas.
arma de fogo mesmo que se trate de armamento de uso c Apenas I e II estão corretas.
permitido. d Todas estão corretas
c) a arma de fogo desmuniciada afasta as figuras criminosas
da posse ou do porte ilegal, considerando-se que o objeto
jurídico tutelado é a incolumidade física.
d) o porte de arma de fogo de uso permitido com a GABARITO DAS QUESTOES
numeração raspada equivale penalmente ao porte de arma 14 – C 15 – B 16 – B 17 – E 18 – E
de fogo de uso restrito. 19 – E 20 – E 21 – A 22- 23 - 24 – 25 -
e) o disparo de arma de fogo em via pública e o porte ilegal
de arma de fogo de uso permitido configuram situações de
inafiançabilidade.

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