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The topic of organic networks derives from the confluence of two distinct bodies of research
that have been proceeding independently in the Media Lab for the past several years — ‘Viral
Networks’, which focuses on the enabling technology underpinning end-to-end, grassroots
communications systems, and ‘Influence Networks’, which encompasses ways that both first-
world and third-world societies bend the technology of easy connectivity to suit their own
economic, cultural and social interests. While the general method of research in the Media
Laboratory (semi-autonomous groups following largely independent research tracks) implies
that these two themes are somewhat segregated, their intersection carries implications and
lessons in and of itself that are too strong to be ignored — hence this co-ordinated set of
papers.
Uma das razões disto ter sido bem sucedido como um princípio foi que no início da
internet não havia ninguém com grandes investimentos em risco nesse sistema. Um
sistema de comunicações tão amplamente distribuído não tinha precedentes e seu
projeto era controlado pelos engenheiros que usavam o sistema. Contudo, a mesma
união entre inovação e distribuição havia começado na rede de telefonia dos EUA
com a promulgação da “Carterphone Decision”, em 1968, pela FCC, que controla as
comunicações naquele país. Até a data desta decisão, nenhum dispositivo, exceto
aqueles vendidos pela AT&T (Western Electric) poderiam ser conectados a uma rede
telefônica. A Carter Electronics havia planejado ligar sua rede privada móvel com as
linhas fixas, e a AT&T proibiu a empresa de fazê-lo.
Quando a proibição foi eliminada, a Western Electric perdeu o seu monopólio sobre
os equipamentos terminais, mas o volume de inovação na telefonia aumentou
tremendamente. Faxes, tecnologias modernas, secretárias eletrônicas e PBXs
particulares floresceram.
Da mesma forma, em 1978 existia uma grande força econômica por trás do setor de
computação de grande porte, ou mainframe. Quando o Apple II foi lançado naquele
ano, processamento de dados era um recurso escasso e poucas pessoas
vislumbravam que tivesse uso em massa pela população. Através da redução da
barreira econômica à inovação e através da adoção de uma arquitetura mais
modular e flexível, o processamento de dados ficou acessível a empreendedores,
pequenas empresas e, no final, consumidores.
Para melhor se ter uma idéia da atividade neste setor, basta olhar para o número de
participantes da SIGGRAPH, o principal ponto de encontro dos profissionais de
inovação em gráficos e sistemas interativos. Em 1974, havia 600 participantes; em
1985 este número havia crescido para 6.000; nos anos 90, este número foi para
60.000. Baldwin plotou a escala para todo o setor, e os resultados apontam para
crescimento da mesma ordem.
Embora a inovação não seja independente da economia, ela tem vínculos mais
próximos com a arquitetura.
Redes orgânicas
A Lippman e A Pentland
Redes orgânicas
Não obstante, restam obstáculos técnicos para que exista um sistema de rádio viral
útil. É importante ressaltar que nosso conhecimento das verdadeiras características
do canal é escasso. Engenheiros muitas vezes utilizam funções fixas de leis de
potência de energia para projetar os parâmetros, mesmo quando o sistema deverá
ser utilizado em uma cidade ou dentro de um prédio, onde o canal muda
continuamente (embora não arbitrariamente), quando os rádios ou os objetos se
movem dentro deste espaço. Ainda é um grande desafio construir um sistema de
rádio que se adapta em tempo real a parâmetros de sinal.
Redes orgânicas
BT Technology Journal • Vol 22 No 4 • October 2004 11
A abordagem tradicional para esta questão cita o fonógrafo, o telefone, o automóvel
e os primeiros rádios como exemplos. O primeiro foi inventado para ser uma mídia
de gravação de testamentos; o segundo, para ser um aparelho contra surdez; o
terceiro, para ser uma ambulância; e o quarto, para ser um sistema de comunicação
ponto-a-ponto para navios em alto mar.
Contudo, cada um destes exemplos deu guinadas bruscas à medida que a tecnologia
tornou-se mais acessível à população. Certamente, havia uma visão individual por
trás da indústria fonográfica e da radiodifusão, mas foi a resposta da sociedade como
um todo que ajudou a moldar o cenário. De fato, a mágica acontece quando o
desenvolvimento tecnológico acontece em sintonia com as necessidades ou desejos
sociais ou culturais. (O telégrafo ficou ocioso até que as ferrovias de longo percurso o
tornaram necessário para sinalização e programação de horários).
De uma maneira mais formal, uma rede orgânica é um sistema viral que obtém
impacto amplo derivado do conhecimento local. Além de ser um movimento popular,
reflete as necessidades e interesses de seus usuários locais e desenvolve um
comportamento emergente e global. O termo global significa que a rede se espalha
de forma universal, dentro de uma sociedade ou, literalmente falando, através de
todo o mundo.
Um excelente exemplo disto é o IEEE802.11, ou WiFi. O padrão técnico por trás disto
não é viral (o rádio em si não possui escalabilidade e um transmissor individual não
acrescenta capacidade ao sistema).
Contudo, tanto no impacto quanto na praticidade, este sistema é viral e orgânico. Por
exemplo, se lançarmos a hipótese que parte das pessoas que compraram uma placa
802.11 para seu laptop ou seu palmtop também instalar um ponto de acesso em sua
casa, então estas pessoas estão de fato acrescentando capacidade ao sistema
através do hotspot que criaram. Além disso, embora um número excessivo de nodes
possa, em análise final, saturar (ou pelo menos reduzir a velocidade) qualquer ponto
de acesso em especial, na prática isto não é observado por qualquer usuário fazendo
seu acesso padrão para navegar na internet ou pegar seus e-mails. Na verdade, a
capacidade é infinita porque é maior que a necessidade de cada usuário individual.
Uma rede hotspot ad hoc de WiFi, criada por um grupo de pessoas dispostas a partilhar o
acesso à internet, é construída através de um contrato social implícito. Negroponte já
comparou isto às singelas jardineiras. Mantidas pelo morador da casa, são para o
bem individual e para o bem geral. Estes tipos de redes construídas socialmente,
quer sejam tecnicamente virais ou não, o são na prática, e definem a rede orgânica.
A maior parte destas ferramentas está voltada principalmente aos profissionais, mas
o mesmo padrão de desenvolvimento ocorre além deste público. O mais inesperado
é a extensão destes princípios à esfera da educação, conforme explorado por Resnick
e Cavallo. A educação talvez sejam um sistema inerentemente viral, no qual a
inteligência está explicitamente situada nos nodes finais (os alunos) e o sistema é
projetado para funcionar em benefício deles. Contudo, nos últimos cem anos vem
sendo tratado como um problema de grande porte de infra-estrutura centralizada,
com todos os problemas e benefícios que acompanham este modelo.
3. Lições finais
Existe um pouco de verdade em cada uma destas visões, assim como existe também
uma certa dose de sonho, bem intencioado.
O desafio agora é que exploremos ainda mais estes dois processos de inovação e de
redes virais, de forma a melhor entender como projetar sistemas de comunicações e
de decisão vastamente superiores aos que temos atualmente.
Redes orgânicas
BT Technology Journal • Vol 22 No 4 • October 2004 12
O trabalho de Andrew Lippman no Media Lab vai de computadores que podem ser
vestidos pelo usuário até televisão digital global. Atualmente dirige o programa de
Comunicações Virais do Media Lab e é co-diretor do programa interdisciplinar Futuro
da Comunicação do MIT. Também dirige o consórcio Vida Digital, que trabalha para
criar um mundo em rede, onde as comunicações estarão totalmente presentes em
nosso dia-a-dia. Já escreveu artigos técnicos e para o público em geral sobre o futuro
digital e já fez mais de 250 apresentações sobre o futuro da informação e seu
impacto comercial e social. Obteve títulos de bacharel e de mestre em engenharia
elétrica no MIT, e PhD na EPFL, em Lausanne, na Suíça.