Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
e-mail:jorgealbertosoaresbarcellos@gmail.com
Direita ou não, Mônica Leal já faz parte da revolução democrática que encaminha
para o fim da dominação dos homens na Câmara Municipal. Sua posse significa
a recusa das mulheres de sua geração ao confisco da representação política
pelos homens ao nível local, esfera machista cuja cortesia com as mulheres é
sua maneira de considerá-las ...“apenas mulheres” e não dirigentes políticas.
Alimento esperança por sua gestão. A razão é que as mulheres na política não
têm exatamente as mesmas motivações que os homens: ao invés do carreirismo,
a defesa do pragmatismo; ao invés dos jogos do poder, a necessidade de fazer
passar suas ideias e ao invés de lutar por postos, a busca por avanços concretos.
Você não precisa concordar com as ideias de Mônica Leal para defender a
importância dela em assumir o maior posto político da cidade, o que fez
exatamente como se espera de uma presidenta: defendendo valores
democráticos, o bem comum e a valorização do servidor público.
Neste último aspecto, outra esperança. Mônica Leal, cujo partido integra a base
de governo, já manifestou que não concorda com tudo o que o Prefeito propõe.
Isso é bom para a democracia, para a cidade e para o serviço público cujo valor
Mônica reconhece - mas o Prefeito não. É inaceitável que, por ser mulher,
Mônica se curve durante sua presidência à dominação de homens e projetos dos
quais discorde. A autonomia é uma qualidade sua importante e foi-lhe ensinada
por seu pai, Pedro Américo Leal, que publicamente criticou a tortura durante o
movimento de 64 “sigo minhas ideias e convicções”, disse Mônica ao tomar
posse.