Vous êtes sur la page 1sur 59

UNIVERSIDADE NILTON LINS

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE


MENTAL NO CENÁRIO BRASILEIRO

MANAUS
2018
RULIANE DE BRITO PAES

O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE


MENTAL NO CENÁRIO BRASILERO

Monografia apresentada a banca examinadora da


Universidade Nilton Lins, com exigência para
obtenção do grau de bacharel em Serviço Social.

Orientadora de TCC. Eliane Patrícia Rodrigues de


oliveira

MANAUS
2018
O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE
MENTAL NO CENÁRIO BRASILEIRO

Monografia apresentada como exigência para obtenção do grau de bacharel em


Serviço Social na Universidade Nilton Lins.

Aprovada em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________
Eliane Patrícia Rodrigues de Oliveira (Orientadora).
Esp. em Docência do Ensino Superior.

___________________________________________________________
(Membro).

__________________________________________________________
(Membro).
AGRADECIMENTOS

Gostaria inicialmente de agradecer a toda minha família, pelo apoio,


dedicação e amor incondicional ao longo desses anos.
Ao meu pai, José Rui, pelo orgulho que sinto do senhor, pela simplicidade,
honestidade e perseverança. Você é exemplo para mim!
À minha mãe, Erotilde, pelo incentivo, pelo reconhecimento e por estar
sempre o meu lado me dando forças quando a saudade de casa vinha com forca
total.
Às minhas irmãs, kerolayne e Jéssica, pelas conversas, pela força, pelo
auxílio, pela presença por estarem ao meu lado nessa etapa da minha vida. Eu me
surpreendo todos os dias com vocês e admiro cada uma com seu jeito de ser.
Vocês são a família que eu não escolhi, mas se pudesse escolheria porque
eu amo vocês infinitamente, além da minha vida, sem vocês nada disso seria
possível
Gostaria de agradecer a todos os meus amigos, até mesmo os que deixaram
de ser, aqueles que estão longe, os que estão perto, sem distinção; pelo apoio que
me deram, pelo incentivo, por acreditar em mim, por não me deixar desistir. Acredito
que nada é por acaso neste ciclo que chamamos de vida, existe muita magia e
mistério nos nossos caminhos, e cada presença é especial no todo. Obrigada por
cruzarem meu caminho e tantas vezes corrigir meus rumos. Um agradecimento
ainda a todos os colegas de graduação, que passaram diversos momentos comigo
ao longo desses quase cinco anos de curso.
Gostaria de agradecer as minhas amigas Thaisa, Martha e a Vanessa por
estarem ao meu lado nesses 4 anos e tenho certeza que estarão por muito mais
anos, obrigado meninas por fazer essa etapa da minha vida feliz mesmo com todas
as dificuldades que enfrentamos juntas.
Á dona Arlene Nunes por me acolher em sua família como uma filha obrigada
pela preocupação com meu bem-estar durante esse período.
Á dona Mariana e sua família por torcerem por minhas conquistas e por
cuidarem de mim tão bem muito obrigado por tudo.
Gostaria de agradecer também a todo pessoal do Centro Psiquiátrico
Eduardo Ribeiro pela experiência breve, mais repleta de conhecimentos, em
especial a minha supervisora: Heloisa Helena, pelas palavras, por me dizer
principalmente, que as vezes pode parecer impossível, mas não é, agora eu já sei,
parece, mas não é.
E um agradecimento especial a Professora Eliane Patrícia, que me orientou, e
por ter me encaminhado na direção certa e possível, pela liberdade que me deu,
pelo apoio, pela preocupação com o processo de construção deste trabalho e sua
orientação me deram a oportunidade de crescer.
Dedico esse trabalho primeiramente a Deus
por estar ao meu lado quando nem eu
mesmo acreditava que seria capaz de
conseguir, e a minha família por sempre
estar ao meu lado em todos os momentos.
“Não se curem além da conta. Gente curada
demais é chata. Todo mundo tem um pouco
de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam
a imaginação, pois ela é a nossa realidade
mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi
com pessoas muito ajuizadas”

(Nise da Silveira)
SUMÁRIO

INTRODUÇAO .......................................................................................................... 06

CAPÍTULO I - POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL: TRAJETORIA HISTORICA E


DESAFIOS CONTEMPORANEOS ........................................................................... 07

1.1. Conceito de Saúde..................................................................................


1.2. A trajetória histórica de Politica de Saúde no Brasil...............................
1.3. Os desafios contemporâneos da Politica de Saúde na Reforma
Psiquiatrica...............................................................................................

CAPÍTULO II - POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL NO CENÁRIO BRASILEIRO ......... 12

2.1. Uma breve história de Saúde mental.......................................


2.2. As politicas de Saúde Mental no Brasil......................................................
2.3. Serviço Social na Área da Saúde Mental no Cenário Brasileiro...................

CAPÍTUL IIl - RESULTADO DA PESQUISA .........................................................16

3.1. Meodologia............................................................................................................
3.2. Analise dos Resultados...........................................................................................

CONSIDERACÕES .................................................................................................. 19
REFERÊNCIAS..........................................................................................................20
INTRODUÇÃO

A escolha do tema se deu principalmente pela complexidade com que a


saúde mental se apresenta em nossa sociedade, associada ao estigma da loucura
enquanto doença, mascarando seu caráter social e disseminando saberes
controladores e normatizadores da diversidade humana. O interesse se deu ainda
pela importância da contribuição que o assistente social pode trazer para a área. A
aproximação com a temática surgiu a partir das experiências de estágio obrigatório,
onde foi possível a reflexão e um interesse crescente pelo exercício profissional,
advindos de constantes questionamentos a respeito da saúde mental. Ao longo do
processo de formação em Serviço Social o tema da saúde mental apenas era
abordado no conjunto das demais práticas da política de saúde, e em momentos
pontuais no currículo do curso. Entre os questionamentos e dúvidas presentes a
respeito da saúde mental, se sobressaem aqueles, inerentes ao exercício
profissional dos assistentes sociais na área.
Questionar a respeito dos desafios enfrentados por esses profissionais que
tem no seu Código de Ética, um compromisso com a democracia, a liberdade, a
cidadania, a igualdade e a justiça social. Portanto, a saúde mental configura-se
como um importante campo de inserção para o assistente social, e a sua
contribuição é latente, porém pouco se tem problematizado a respeito de sua
atuação, suas demandas e desafios. Isto sugere uma lacuna e dá relevância ao
presente trabalho, que visa, além de conhecer esse profissional, seu cotidiano, suas
demandas e limites no fazer dentro de cada campo de atuação, proporcionar um
momento de reflexão e problematização, contribuindo assim com um material
conceitual crítico e interventivo no espaço de formação acadêmica.
A intenção não é fragmentar o exercício profissional em saúde, nem
tampouco criticar os profissionais atuantes, mas trazer à tona a discussão do que se
tem feito em um campo que cresce no que tange a atuação do Serviço Social.
Diante do exposto, coloca-se a importância dos serviços de saúde públicos
para enfrentar a problemática social, que tem a loucura como objeto e que se
constitui na atualidade, enquanto saúde mental, no sentido de promoção da saúde,
negação da herança histórica de segregação e exclusão, e tratamento dos
sofrimentos vivenciados. É antes de tudo um espaço conquistado, de
reconhecimento social da saúde em seu conceito ampliado e enquanto direito de
todos e dever do Estado, dentro do SUS. Sendo espaço sócio ocupacional para os
profissionais do Serviço Social, destaca-se ainda a relevância do exercício
profissional em saúde mental, com a compreensão crítica do fenômeno da loucura,
da realidade social dentro do capitalismo contemporâneo e da produção de doenças
relativas ao seu modo de produção.
Enquanto objetivo Geral da pesquisa é enfatizar sobre a importância do
Assistente social na saúde mental diante do tema exposto, conhecer os desafios e
perspectivas do assistente social na saúde mental no cenário brasileiro. Onde se
busca conhecer os desafios e perspectivas.
No entanto a monografia desenvolveu-se a partir de uma pesquisa
bibliográfica que buscou de maneira clara apresentar tal problemática, através de
um embasamento teórico encontrados em livros e sites que abordavam do assunto
que se apresenta.
A pesquisa divide-se em três capítulos que abordam amplamente o assunto,
conceituando politica de saúde no brasil, enfatizando bem a trajetória histórica e os
desafios contemporâneos.
O primeiro capitulo iniciaremos conceituando o significado da palavra saúde,
para que possamos intender o significado real da palavra saúde, trazendo a
trajetória das políticas públicas de saúde e os desafios da reforma psiquiátrica.
O segundo capitulo abordaremos as politicas de saúde mental, relatando uma
breve história sobre o que foi saúde mental no passado, e enfatizando as politicas
de saúde e a inserção do serviço social na saúde mental.
O terceiro capitulo apresentara os resultados da pesquisa, trazidos por
autores que abordam diretamente essa temática, enfatizando o exercício profissional
do assistente social na saúde mental.
RESUMO

O objetivo deste trabalho tem como tema a temática: O exercício profissional


do assistente social na saúde mental no cenário brasileiro, analisando os desafios e
perspectivas da atuação do assistente social na saúde mental, tendo como objetivo
especifico comentar sobre a saúde mental no brasil, apontas as demandas
atendidas por esses profissionais e identificar as atribuições do assistente social na
saúde mental, usando uma linha metodológica bibliográfica onde os autores
abordam através de embasamento teórico explicar tal questão, trazendo respostas a
temática abordada. Contudo o resultado da pesquisa revela a importância da
atuação do assistente social na saúde mental que está inserido diretamente nesse
campo de atuação.

Palavras chaves: Serviço Social. Saúde mental. Prática Profissional.


ABSTRACT

The objective of this work is the theme: The professional practice of the social
worker in mental health in the Brazilian scenario, analyzing the challenges and
perspectives of the social worker's role in mental health, with the specific objective of
commenting on mental health in Brazil, points out the demands taken care of by
these professionals and to identify the attributions of the social worker in mental
health, using a methodological bibliographical line where the authors approach
through theoretical basis to explain such question, bringing answers to the thematic
approach. However, the research results reveal the importance of the social worker's
role in mental health that is directly inserted in this field.

Keywords: Social Work, Mental Health, Professional Practice


CAPITULO I - A POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL: TRAJETORIA HISTORICA E
DESAFIOS CONTEPORÂNEOS.

O capitulo abordara sobre o conceito de saúde, nesse sentido é muito


importante que possamos compreender o significado da palavra saúde, pois a
Organização de Mundial de Saúde define que saúde está relacionada tanto com o
estado de bem- estar físico, como mental e social de uma pessoa, pois saúde não
se limita apenas na ausência de doenças no corpo, como inclui a mente, emoções,
relação social e coletividade, existindo a necessidade de outros envolvimentos
sociais como a economia para que as pessoas possam de fato ter saúde.

1.1 Conceito de Saúde

Para delinear sobre a questão Saúde devemos fazer um traço na história


internacional e brasileira sobre suas concepções e percalços enfrentados até a sua
definição na contemporaneidade. Durante o século XIX a saúde é vislumbrada como
caso higienistico. O conhecimento científico desta época sobre as condições de
saúde encontrava-se na expressão do estudo da higiene e disciplina, que se forma
sobre a influência do intenso processo de transformações pelo qual passavam as
sociedades europeias com o advento da industrialização e da urbanização.

As bases epistemológicas da higiene, até a segunda metade do século XIX,


encontram-se no chamado neo-hipocratismo, "uma concepção ambientalista
da medicina baseada na hipótese da relação intrínseca entre doença,
natureza e sociedade" (Ferreira, 1996, p. 57).

Os métodos sobre a saúde na segunda metade deste século na Europa eram


baseados em pareceres ambientalistas sobre o julgamento das doenças, sendo
estas relacionadas com caráter originalmente de cunho natural e social.
Segundo (Lima, 2000), a imagem que associada ao Brasil em relação as
doenças era bastante fútil, tendo em vista que as doenças não tinham tratos
necessários pelas politicas publicas, assim, eram miradas pelo governo, que nesse
panorama eram consideradas como natureza transmissível, sendo realizado o
contagio a outro simplesmente por aproximação.
As principais cidades brasileiras passavam por esse cenário, o Rio de Janeiro
a capital do império até então, era considerada um lugar fértil quando se tratava de
do imaginário sobre a origem clinica das doenças, o que foi desmistificado pelo
medico Francisco de Mello Franco em sua pratica profissional vivenciada no ceio da
cidade dita por ele como maravilhosa, não mais vista do mesmo modo por ele, como
podemos observar pelo seu discurso:

Não só pelo que tenho observado por mim mesmo, mas segundo o que
tenho inquirido de médicos que, por muitos anos com grande reputação,
têm praticado nesta capital do Brasil, não se encontra febre alguma
contagiosa (...) o que na verdade maravilha a quem exercitou a clínica na
Europa, onde o contágio de algumas febres é conhecido até mesmo do
povo. (Ferreira, 1996, p. 96)

A história da saúde no Brasil enfrentou grandes combates aos surtos de


doenças, que tinham suas conflagrações principalmente em áreas urbanas, porém o
foco de contaminação era nas áreas rurais, com verdadeiras endemias de doenças
como a malária, e a doença de Chagas.
Com relação ao publico mais afetado pela contaminação das doenças, mostra
o contraste de como ocorreram às epidemias de febre amarela, que afetavam
principalmente os brancos e negros, sendo apontada como o principal fator
responsável pelo perfil apático do trabalhador brasileiro e pela "nacionalização" do
imigrante europeu.
Então pode-se afirmar que a célebre frase "o Brasil é um imenso hospital",
mensionada pelo médico Miguel Pereira, em 1916, foi uma crítica reação aos
discursos enaltecedores da força e da higidez dos sertanejos que, se convocados,
garantiriam a integridade territorial e política do país (Lima, 1999; Lima & Hochman,
1996).

A campanha pela reforma da saúde pública e pelo saneamento dos sertões


alcançou repercussão nacional com a publicação de uma série de artigos de
Belisário Penna no jornal Correio da Manhã, em 1917, reunidos
posteriormente no livro Saneamento do Brasil (1918). Tratava-se, segundo
expressão de Miguel Couto (apud Britto, 1995, p. 23), presidente da
Academia Nacional de Medicina, de lançar uma "cruzada da medicina pela
pátria"; ao médico cabia substituir a autoridade governamental, ausente na
maior parte do território nacional.

Podemos dizer que os estudos históricos sobre a constituição da área de


saúde no Brasil têm privilegiado o período da primeira república, que em parte pode
se explicada pela centralidade política que o termo recebeu e sua percepção como
problema-chave e vital, como denominou Monteiro Lobato. Que foi o período da
proposta da primeira reforma sanitária, cuja tônica radicava-se na crítica à
oligarquização do país e à ausência de uma ação coordenada em nível nacional.
A associação entre cidade grande e as patologias inerentes a elas eram
constante vistas com receio diante da desordem, neste momento via-se a
necessidade urgente de respostas baseadas em tratos de políticas públicas,
vivenciadas em diferentes países europeus, ainda que com significativa variação nas
propostas de reforma da saúde. A Alemanha levou o médico Rudolf Virchow a
propor ações baseadas na ideia da responsabilidade dos médicos, como advogados
dos pobres e na caracterização da medicina como ciência social.

Este ponto foi abordado de forma muito sugestiva pelo médico norte-
americano Cyrus Edson, que, em fins do século XIX, apresentou o micróbio
como "nivelador social". As ações públicas de saúde seriam uma
decorrência do encadeamento de seres humanos e sociedades reveladoras
da “dimensão socialista do micróbio” (Hochman, 1996, p. 40).

Percebe-se que o médico propõe que a saúde fosse baseada conforme seus
status social, usando o termo micróbio social, para traçar níveis sociais onde as
doenças eram observadas ou resumidamente identificadas, assumiram-se
campanhas de enfrentamento.
Conforme com Eliana Labra (1988), as suas principais características sobre a
crítica ao modelo campanhista e à inversão dos termos propostos pelo movimento
sanitarista da Primeira República que enfatizava o papel da saúde no progresso e na
própria formação da nacionalidade brasileira.

De acordo com ( Madel Luz 1979, p. 43), essa corrente conseguiu formular:
definições básicas sobre como deveriam ser os Planos de Saúde, tendo por
base uma filosofia de ação calcada na demonstração das relações entre
saúde e economia, necessidade de uma estrutura permanente de saúde,
definição de que essa estrutura deveria ser de responsabilidade municipal
embora com assistência técnica e mesmo financeira de outras esferas de
governo.

Surgem os primeiros modelos de Panos de Saúde, onde se relacionava de


maneira expressa a relação entre a saúde e economia. A saúde pública e coletiva é
marcada pela intensa discussão entre os conceitos da biológicos e sociais tendo em
vista que o processo de saúde e do adoecimento das populações estão
entrelaçados.
Acrescenta-se que esse movimento ocorreu no mesmo momento em que
ocorre no âmbito do campo disciplinar da biologia, a sua vertente molecular que
estimula o retorno às atividades experimentais no interior dos laboratórios, se faz
renascer a ideologia do "predomínio da biologia sobre o social e o cultural", portanto
na perspectiva crítica à concepção biologicista, o biológico como fenômeno mínimo,
segundo Mendes Gonçalves (1990) , que se desenvolveu um reposicionamento
teórico, revendo e (re) formulando vários dos conceitos que prevaleciam na área,
resultando no arcabouço conceitual da determinação social do processo saúde-
doença que influenciou todo o campo a partir de então.

A partir da década de 1970, a Medicina Social no Brasil postulou uma crítica


ao paradigma biomédico, preocupada com os determinantes sociais da
doença. Tratou-se de rever esses referenciais a partir da incorporação das
ciências sociais na compreensão dos processos saúde-doença. Num
momento de "profunda crise econômica e social associada à intensa
repressão política e ideológica, renasce o interesse pela determinação
social das doenças", afirma Barreto (1990, p. 24)

A promoção de saúde é uma proposta de política pública mundial


contemporânea onde na saúde pública ela é disseminada pela organização mundial
da saúde a partir de 1984.

A proposta da ‘promoção da saúde’ aprovada em Ottawa, na Primeira


Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, 1986, constitui-se em
um novo paradigma. Transcrevendo Kuhn: “considero ‘paradigmas’ as
realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum
tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade
de praticantes de uma ciência” (Kuhn, 1992: 13).

Com a extensão de um novo paradigma de saúde, que traz uma


incorporação dos conteúdos sociais nesta abordagem, como uma tentativa efetiva
dos atores sociais que pode ampliar a apropriação da interdisciplinaridade em seu
processo de trabalho cotidiano, que possibilita a compreensão de que o tema da
saúde é social e não somente uma questão técnica e está diretamente relacionado
com a forma de sociedade e de Estado.

Como afirma Henry Sigerist (apud Ferreira 2002: 3), ao propor a inclusão do
tema social nas discussões e práticas da saúde pública, a saúde promove-
se proporcionando condições de vida decentes, boas condições de trabalho,
educação, cultura física e formas de lazer [...] que se logra com o esforço
coordenado de políticos, setores sociais e empresariais, educadores e
médicos, cabendo a estes últimos, definir normas e fixar estândares.

Segundo Ferreira (2002) Henry Sigerist é considerado o mais importante


precursor da promoção da saúde, em sua acepção atual, inclusive por sua indicação
sobre a importância da intersetorialidade para a saúde.
Segundo a constituição de psicologia da saúde que tem como campo
autônomo de uma pesquisa a intervenção psicológica que ocorre efetivamente no
final da década de 70. Essa constituição é a criação da então associação de
psicologia da América, onde o presidente Joseph Matarazzo (1980) então apresenta
traz um comunicado a Divisão de Psicologia da Saúde na Reunião Anual da
Associação de Psicologia Americana (APA), na qual ele explica o modelo que
dominara a pratica no campo de atuação.

Psicologia da saúde é um agregado das específicas contribuições


educacionais, científicas e profissionais da disciplina da Psicologia à
promoção e manutenção da saúde, à prevenção e ao tratamento das
doenças e à identificação dos correlatos etiológicos e diagnósticos da
saúde, da doença e das disfunções relacionadas (1980, p.815).

A psicologia inserida junto ao campo de saúde ela tem como atenção prevenir
e diagnosticar os fatores que está fazendo uma pessoa adoecer, com isso fica claro
e também podemos percebemos que não é apenas o cuidar do corpo mais também
do psicológico para que possamos ter uma qualidade de vida melhor.
Alguns autores destacam que é fundamental importância à integração da
atenção à saúde. Dentre eles destacam-se, Souza e Moreira (2008).

Utilizam o conceito de integralidade da atenção à saúde como um princípio


norteador das necessárias transformações nas graduações em saúde,
orientando-as para as necessidades do SUS e da população. Essa
mudança nas graduações de saúde (…) deveria configurar-se como uma
política a ser assumida na interface entre setor da educação e setor da
saúde, dando lugar à humanização também na ordem da formação, não
apenas na gestão e atenção, como previsto na PNH. Essa consideração
contribui para ampliar a base conceitual da ação de cada profissional na
direção de uma configuração de equipe voltada para a
multiprofissionalidade e interdisciplinaridade, potencializando cada ação
(Souza e Moreira, p. 334).

O que o autor nos quer passar e que, se deve ter uma transformação no que
se refere aos alunos que estão no campo da saúde, para que eles possam perceber
as necessidades que o sistema único de saúde (SUS), enfrenta diante a toda uma
população que utiliza desse serviço, esse olhar voltado para essa transformação
tem como objetivo melhorar a ação desse profissional nesse campo de
multiprofissionalidade melhorando a ação desses profissionais da saúde.

1.2 A Trajetória Histórica da Política de Saúde

No período dos procedimentos autoritários no país no final dos anos 60 e 70


que tratou dos impasses de saúde foi ai que se constitui no esteio principio e
ideológica do pensamento medico social, foi à construção dessa abordagem
histórica e o arranjo dos impasses da saúde, que foi feito no núcleo do departamento
da medicina preventiva a sua base filosófica.
O pensamento de Marx se engendrou nas universidades a partir do intervalo
ditatorial, no universo universitário, onde de desencadearam ideias sobre as
condições sanitárias e de saúde da população:

Esse processo de desenvolvimento da abordagem marxista do campo da


saúde ocorreu durante a ditadura militar, através de uma prática política nas
universidades. Os Departamentos de Medicina Preventiva (DMPS) “foram a
base na qual se desenvolveu a produção de conhecimentos sobre o estado
de saúde da população e sobre a organização das práticas sanitárias,
produção está frequentemente articulada com modelos experimentais de
organização da prática médica, quer para efeito de demonstração, quer
para finalidades didáticas” (Donnangelo, 1983:26).

Nota-se a corrente filosófica marxista se apresenta no período ditatorial nas


praticas politicas universitárias, vislumbrado as circunstancias que envolviam a
saúde social, os DMPS foram desenvolvedoras de intelectualidade sobre a saúde
populacional foi durante a década de 60 que se deu o início a elaboração
fundamentações universitárias do movimento sanitário, pois foi através desse
movimento que se iniciou uma teoria social de medicina no Brasil.

Neste período, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estimulou


a utilização das ciências sociais aplicadas à saúde na América Latina. O
ano de 1975 seria o marco final (Paim, 1981:58), com as defesas das teses
O Dilema Preventivista, de Sérgio Arouca, e Medicina e Sociedade, de
Cecília Donnangelo.
Segundo Pierson (1995) Com a Constituição Federal de 1988, que foi o
grande momento de consolidação método de democratização política no Brasil,
onde foi adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) inspirado no National Health
Service, da Inglaterra, que foi fundado nos princípios da universalidade, equidade,
integralidade, com a gestão descentralizada e participativa. Pois foi nessa tentativa
de reproduzir esse modelo em uma federação em comparação uma nação unitária
como a Inglaterra, que se reveste de complexidade no caso, da produção das
políticas públicas a questão sobre “quem deve fazer” se sobrepõe à “o que fazer”.

Na verdade, a consciência da necessidade dessa regionalização existia


antes do surgimento dos efeitos fragmentadores da descentralização: esse
pressuposto técnico era parte de um estoque de conhecimento
compartilhado há muito tempo, pois constitutivo, por exemplo, do modelo de
saúde da Inglaterra, inspirador do SUS. No plano da formulação da reforma
da saúde, já havia a convicção de que a demarcação territorial na produção
da política deveria adotar a concepção estratégica de distritos sanitários,
como denota uma resolução da VIII Conferência Nacional de
Saúde, realizada ainda em 1986 (keinert, p. 21).

Como bem nos assegura Arouca (2003), pode se dizer que a reforma
sanitária brasileira se constituiu no procedimento de ampla mobilização da
sociedade brasileira pela redemocratização, que se expressou a indignação da
sociedade frente às desigualdades da fertilização da saúde. Segundo (Paim 2007, p.
21) surgiu no Brasil em meados do decênio de 70, com o deslocamento postulando
a democratização da saúde, justamente num período no qual novos sujeitos sociais
emergiram nas lutas contra a autocracia militar.
Foi durante a primeira década do então regime militar que se intensificou um
novo sistema de atenção à saúde, que era mantido pelos recursos da previdência
social aborda que era abordada pelo ministério da saúde.
Segundo (Almeida et al, 2002), os constrangimentos impostos pelo
desenvolvimento das políticas de saúde no Brasil durante a última década século 20,
o País conseguiu manter os instrumentos legais que asseguram o direito à saúde,
particularmente no que se refere à universalização da atenção à saúde.

Ao contrário de outras políticas sociais que, diante das restrições impostas


ao gasto público, apresentaram um caráter focalizado e seletivo, a política
de saúde manteve a sua abrangência “em razão da capacidade de
intermediação de interesses na arena setorial” (COSTA, 2002, p. 13).
Herz & Hoffmann, (2004) A firma que a Organização internacional funcional é
aquela dedicada a áreas temáticas específicas como podem ser a da Saúde, de
Comércio Exterior, de Energia Nuclear, entre outras. Para uma categorização das
organizações internacionais, bem como para uma introdução ao seu
desenvolvimento histórico.
A recém-criada Organização Mundial da Saúde (1948), a Opas emergiu do
pós-guerra, sob a direção do norte-americano Fred Soper, de 1947 a 1959, como
uma entidade institucional, financeiramente saudável e em com um franco processo
de expansão. A criação da OMS e o debate sobre o destino da Opas estão descritos
em Cueto (2004, p.74-79), OPS (1992, p. 41-47) e Siddiqi (1995, p. 53-86).

Para uma visão panorâmica da história da Opas, ver também Lima (2002).
Parte da história institucional da Opas na segunda metade do século XX foi
desenvolvida também em Pires-Alves, 2005, p. 22-26) e fração deste
trabalho foi retomada na elaboração deste capítulo. A saúde financeira da
organização no final dos anos 40, em que pesem restrições nas
contribuições por parte dos EUA, deveu-se principalmente à capacidade de
Fred Soper em mobilizar prestígio pessoal para a obtenção de recursos
complementares.

A construção da abordagem do histórico-estrutural dos problemas de saúde


foi feita no interior dos departamentos da medicina preventiva, que no processo de
críticas à medicina preventiva e à sua base filosófica, as ciências sociais positivistas,
Assim a crítica à medicina preventiva foi feita no interior dos próprios departamentos
constituídos para o seu ensino, e a crítica ao positivismo e às propostas
racionalizadora foi financiada pelos próprios organismos que as difundiam.

Esse processo de desenvolvimento da abordagem marxista do campo da


saúde ocorreu durante a ditadura militar, através de uma prática política nas
universidades. Os Departamentos de Medicina Preventiva (DMPS) “foram a
base na qual se desenvolveu a produção de conhecimentos sobre o estado
de saúde da população e sobre a organização das práticas sanitárias,
produção está frequentemente articulada com modelos experimentais de
organização da prática médica, quer para efeito de demonstração, quer
para finalidades didáticas” (Donnangelo, 1983, p. 26).

As políticas públicas em saúde e trabalho operam em conformidade com as


determinações do sistema capitalista brasileiro, em cada momento específico de
realização da acumulação (FALEIROS, 1992). Que por seu turno, a lógica
operacional das instituições governamentais atuantes na área de saúde do
trabalhador, como o Ministério do Trabalho e Emprego e o Instituto Nacional da
Seguridade Social (INSS), é marcada pela fragmentação e desarticulação, pouco
incidindo sobre as condições insalubres dos processos de trabalho (DIAS, 1994;
LACAZ, 1996; GOMEZ; COSTA, 1997; GALDINO; SANTANA; FERRITE, 2012).

A inovação impressa pelos programas de saúde do trabalhador na década


de 1980 é reconhecida por vários autores (OLIVEIRA, 1994; LACAZ, 1996;
LACAZ, 2007), sobretudo no que se refere a suplantar o assistencialismo
inaugurado no período Vargas (anos 1940), atrelando os sindicatos ao
Estado. "A pujança para tanto é dada pela renovação sindical de finais da
década de 1970, reposicionando o movimento dos trabalhadores na cena
política nacional" (MEDEIROS, 2001, p. 170).

Segundo GOHN (2004), ainda que parte da implementação da RSB possa


ser traduzida por políticas de saúde, a implantação do Sistema Único de Saúde
(SUS), sua concepção e sua formulação transcendem às políticas estatais. Desse
mesmo modo, apesar de ter como sujeito coletivo o movimento sanitário, as origens
e desenvolvimento da RSB não permitem enquadrá-la, facilmente, no conjunto de
pesquisas contempladas pelas teorias dos movimentos sociais.

O movimento sanitário não é um grupo de interesses e nem é formado por


grupos de interesses [...]. O que o caracteriza enquanto movimento é o fato
de ele aglutinar, além de indivíduos, entidades de diferentes naturezas
funcionais, organizacionais e políticas, com uma proposta ético-política
visando interesses coletivos [...]. O movimento se identifica como condutor
das aspirações de grupos de consumidores, de usuários dos serviços de
saúde enquanto cidadãos (VAITSMAN, 1989, p. 153-154).

De acordo com Gerschman (2001), nos anos 1990 foi marcado por diversos
avanços nas instituições responsáveis pelas políticas de saúde. As inovações
ocorreram, principalmente, no mecanismo de descentralização das políticas
públicas, pela busca pela organizaçao do sistema com centralidade nos princípios
do Sistema Único de Saúde (SUS) e nesse processo de descentralização das ações
nas três esferas de governo. Que se observa assim as mudanças importantes nas
formas de gestão e organização do sistema de saúde, remodelando a
operacionalização do SUS. Essas alterações institucionais buscavam descentralizar
e democratizar a gestão e o acesso a bens, serviços e ações de saúde em todo o
país. O objetivo era identificar como e em que medida as inovações decorrentes de
normas, regras e pactos, relativos ao princípio da descentralização, foram
incorporadas na esfera municipal na região de fronteira com o Mercosul, conferindo
padrões de institucionalidade passíveis de garantir ou não o direito à saúde.

Na análise de O' Donnell, as instituições são padrões regularizados de


interação que são conhecidos, praticados e aceitos regularmente [...] por
agentes sociais dados e que, em virtude dessas características, esperam
continuar interagindo sob regras e normas incorporadas (formal ou
informalmente) nesses padrões. Como espaços de interações sociais,
geram rotinas de comportamentos previsíveis, corporificando símbolos e
papéis. Ao agregarem interesses, organizam as formas de representação,
cuja legitimidade se dá na capacidade de garantirem acordos. Seu papel é
fundamental na organização de uma agenda pública comum influenciando
nos processos decisórios e sua efetividade. (O'Donnell, 1991, p. 32).

De acordo com Mackenbach e Kunst (1997), as desigualdades em saúde


definem-se pela prevalência ou incidência dos problemas de saúde entre os
indivíduos do mais alto e mais baixo status socioeconômico. Os autores destacam,
que as desigualdades se interligam ao status socioeconômico do grupo ao qual
pertencem os indivíduos.

Starfield (2001:53):

mais recentemente, discute o conceito indicado por Whitehead e propõe a


seguinte definição, por ela considerada alternativa, para eqüidade em
saúde: "Eqüidade em saúde é a ausência de diferenças sistemáticas em um
ou mais aspectos do status de saúde nos grupos ou subgrupos
populacionais definidos socialmente, demograficamente ou
geograficamente. Eqüidade nos serviços de saúde implica em que não
existem diferenças nos serviços onde as necessidades são iguais (eqüidade
horizontal), ou que os serviços de saúde estejam onde estão presentes as
maiores necessidades (eqüidade vertical).

A desigualdade social ela atinge a maior parte da população, principalmente


no que se refere ao atendimento a saúde. Pois as condições do acesso a saúde
refletem principalmente nas características da oferta dos serviços, pois assim ele
também pode dificultar na capacidade do individuo de alguma determinada
população na hora de utilizar os serviços que estão de acordo com a sua
necessidade. Um dos pontos pelo qual teve início a mudança da atenção gratuita à
paga foi o do atendimento médico previdenciário.
A política nacional de saúde enfrenta uma grande tensão entre a ampliação
dos serviços, e também as disponibilidades dos recursos financeiros, pois esses
interesses burocráticos entre setores como a estatal e ate mesmo o empresarial
medico e com a emergência do movimento sanitário.

Porem com as reformas realizadas na estrutura organizacional onde não se


consegui reverter a ênfase da politica de saúde, que se caracteriza com a
participação da previdência social, vem através do comando do então setor privado,
porem o junto com o ministério da saúde retoma as medidas da saúde pública que
apesar de estar de uma forma limitada elas aumentam a contradição do sistema
nacional de saúde

1.3. Os desafios contemporâneos da politica de saúde na reforma psiquiátrica

Para se compreender a politica de saúde mental na década de 1970 e


necessário retornar em 1940 ou exatamente no ano de 1940, quando Adauto
Botelho assumiu o então recém-criado Serviço Nacional de Doenças Mentais —
SNDM —, na estrutura do Ministério da Educação e Saúde pelo decreto-lei 3.171 de
24 de abril de 1941 (Beça, 1981). Botelho foi discípulo de Juliano Moreira, a figura
mais proeminente da psiquiatria brasileira no primeiro quarto de século, que buscava
conferir um caráter científico à psiquiatria.

Nessa época predominava os hospitais públicos, que eram responsáveis por


80% dos leitos nos hospitais psiquiátricos do país, os famosos chamados asilos,
como o como o Juqueri em São Paulo, o Hospital Nacional dos Alienados no Rio de
Janeiro e o São Pedro em Porto Alegre, onde se exercia um papel orientador da
assistência psiquiátrica consolidando a política macro-hospitalar pública como o
principal instrumento de intervenção sobre a doença mental. Havia sem dúvida
alguns hospitais privados, como a Casa de Saúde Dr. Eiras no Rio de Janeiro e o
Sanatório Recife, criado por Ulisses Pernambucano em 1936, e ambulatórios, que
em 1941 resumiam-se a apenas quatro em todo o país, portanto bastante incipientes
diante da pujança dos hospitais públicos (Medeiros, 1977; Sampaio, 1988).
Analisando-se tais dados, observa-se que, apesar do crescimento de leitos
privados no período de 20 anos, eles significavam apenas um quarto do total dos
leitos psiquiátricos do país. Mas quando se observam os números dos 20 anos
seguintes (1961 a 1981), percebe-se que o quadro se modificou completamente: em
1981 os hospitais privados eram responsáveis por 70,6% dos leitos, enquanto os
hospitais públicos possuíam apenas 29,4% (idem, ibidem; Nascimento,1991).

A contratação dos serviços de saúde da rede privada e a garantia da


cobertura previdenciária às classes trabalhadoras refletiram diretamente na
área da saúde mental: o período que se seguiu ao movimento militar de
1964 foi o marco divisório entre uma assistência eminentemente destinada
ao doente mental indigente e uma nova fase a partir da qual se estendeu a
cobertura à massa de trabalhadores e seus dependentes. Dadas as já
mencionadas precárias condições dos hospitais da rede pública, que
permaneceram reservados aos indivíduos sem vínculo com a previdência, e
a notória ideologia privatista do movimento de 64, alegando-se ainda razões
de ordem econômica, optou-se pela contratação de leitos em hospitais
privados, que floresceram rapidamente para atender a demanda (Rezende,
op. cit., p. 60-1).

Nota-se, inclusive, ao longo do percurso trilhado pela antipsiquiatria e pelo


movimento antimanicomial, a importância terapêutica de que o sujeito com
sofrimento psíquico seja visto como responsável, tanto quanto aos seus atos
passados, quanto pelo processo de tratamento e pelo seu futuro (CARVALHO;
WIGERT,2013).

A realidade nacional é muito diversa quanto à implementação da reforma


psiquiátrica, e o Distrito Federal apresenta-se em desvantagem importante, o que
convida a pensar a possibilidade de uma incongruência entre a proposta local e a
Lei Federal, nos sentidos político, prático e ideológico, o que resulta, dentre outros
fatores, de conflitos de interesses entre formuladores, gestores, profissionais,
familiares e usuários desses serviços.

Parte-se do pressuposto de que a saúde, sendo uma política social pública,


é produto de relações contraditórias entre cultura e história, Estado e
sociedade, capital e trabalho, liberdade e igualdade. Essa política é
entendida como mais do que provisão e alocação de recursos pelo Estado
para sua aplicação sobre a sociedade. É, assim, fruto de escolhas e
decisões que ocorrem na arena conflituosa de poder, tendo também, como
política de ação, perfil, funções e objetivos próprios (PEREIRA, 2008).

O movimento pela modificação do modelo de atenção à saúde mental no


Brasil teve início com a participação dos trabalhadores da área. Isso não se deu por
acaso. O ambiente manicomial tem-se mostrado um espaço de insalubridade e
incômodo para os pacientes - no sentido mais tradicional dessa palavra -, mas
também para os trabalhadores, pessoas que têm, no serviço de saúde, a
possibilidade de sustentarem a si mesmas e às suas famílias. Embora tenham sido
protagonistas do Movimento Nacional da Luta Manicomial, atualmente, são
sobreviventes de um modelo de atenção falido e, em outros casos, ainda defensores
insistentes de serviços humanizados que se recusam a se fixar na realidade do
Distrito Federal.

Paulo Amarante (1997), ao explicar a gênese do movimento conhecido por


Reforma Psiquiátrica, lembra que o contexto era de lutas contra a ditadura militar
brasileira e que, em 1978, era formado o Movimento de Trabalhadores da Saúde
Mental (MTSM).

Tatiana Ramminger (2005), ao estudar a influência do processo de reforma


psiquiátrica nos trabalhadores da saúde mental, e enfatizando os servidores
vinculados aos serviços substitutivos, em especial CAPS, verifica a
existência de um caráter peculiar da forma desses trabalhadores lidarem
com a própria saúde. A autora afirma que: as políticas públicas direcionadas
à saúde do trabalhador elegeram como foco principal os trabalhadores
vinculados às organizações privadas, deixando uma importante lacuna na
atenção aos servidores públicos e mais ainda para os trabalhadores da
saúde. (RAMMINGER, 2005, p. 72).

À medida que a eficácia das instituições asilares passou a ser questionada,


surgiram diversos movimentos que se refletiram na reforma psiquiátrica, a qual
consiste em um processo em construção, no Brasil e no mundo, e não ocorre de
forma consensual ou homogênea (Oliveira, 2002). Está relacionada às condições
econômicas, históricas, políticas e culturais que caracterizam as diferentes regiões e
países, determinando as práticas singulares. Pode ser entendida como um
movimento social, articulada a um conjunto de iniciativas operadas nos campos
legislativo, jurídico, administrativo e cultural, que visam a transformar a relação entre
a sociedade e a loucura. Enquanto prática social, esse movimento é construído
coletivamente, nas diferenças, nos conflitos e nas contradições.
Giovanella e Amarante (1994) lembram que o aparato manicomial não é o
hospital psiquiátrico, embora seja a mais expressiva instituição onde se exercita o
isolamento do doente mental. O aparato manicomial é o conjunto de gestos, olhares
e atitudes, que fundam limites e intolerâncias às diferenças. Em grande parte, esses
limites e intolerâncias, são informados pelo saber psiquiátrico, existente de forma
radicalizada no hospício, mas presente também em outras modalidades
assistenciais e no cotidiano das relações sociais.

Dessa forma, Costa-Rosa (2000, p. 57):

destaca que, para haver mudança radical em relação ao modo asilar, não
basta que haja variações nos dispositivos institucionais, é necessário que
eles superem qualitativa e quantitativamente os recursos asilares e que se
estruturem segundo uma lógica oposta à do hospital psiquiátrico: a lógica da
desospitaliazação e da inclusão socio-familiar.

Nesta perspectiva, há uma estreita necessidade de transformações no que


tange ao modo das praticas confinamentos, vista a suplantar as inevitabilidades no
trato com as condições institucionais e aos haveres asilares, superando a coerência
dos hospitais psiquiátricos, buscando o condicionamento em favor dos
fortalecimentos de vínculos familiares e comunitário.
De acordo com Alves e Guljor (2004, p. 227), esse novo modelo de cuidado
baseia-se em algumas premissas fundadoras: Liberdade: negação do isolamento – o
sujeito deve operar suas escolhas; Integralidade: em negação à seleção – o
deslocamento da doença enquanto centralizador do conjunto de fatores da vida;
Enfrentamento do problema e do risco social – ampliação do olhar sobre a rede em
que o sujeito se insere; e o Conceito do direito sobre a noção do reparo.
Esses princípios norteadores da saúde, visando primeiramente a liberdade do
sujeito como autor de sua própria história contrapondo as políticas de restrição,
trazendo a integralidade do sujeito como possuidor de direitos, trabalhando em rede
de atendimento para superação dos fatores de riscos que enfrentam. “Torna-se
necessário que os sujeitos conheçam e apreendam os princípios que os regem, já
que vivenciam em todas as suas expressões os dilemas e as potencialidades de um
coletivo (Ortiz, 2012, p. 18)”. Focalizando a importância do sujeito de se apropriar de
tais fundamentos.
Ao examina extensão referentes as relações das investigações sobre as
políticas públicas no Brasil, Celina Souza (2003) imputa consentimento a partir da
instrução da nova política institucional por parte da ciência política brasileira,
mencionando o fato de que as possibilidades para que essa área obtenha um maior
rigor teórico-metodológico, que de forma límpida são mais amplas atualmente do
que em um passado recente. Definindo política pública como: “o campo do
conhecimento que busca, ao mesmo tempo, colocar "o governo em ação" e/ ou
analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças
no rumo ou curso dessas ações (variável dependente) (2007, p. 69)”. Assim, as
politicas tem como proposição novas transfigurações as demandas sociais através
do Estado e ser o centralizador de serviços públicos.
Theodore Lowi (1985) aborda sobre as políticas públicas como prescrições
prescritas por alguma autoridade estatal e que tem por escopo influenciar a
idiossincrasia dos cidadãos, por intermédio de sanções negativas ou positivas. “A
produção de políticas públicas, sob a perspectiva neoinstitucionalista, passou a
constar da pauta central do sistema político brasileiro, em um contexto mundial de
revisão da concepção e do papel do Estado na sociedade e na economia
(PALERMO, 2000, p. 521)”, o que exprime a atribuição do Estado no compromisso
com as políticas dessa natureza.
As propostas de descentralização institucional e de desospitalização foram
bafejadas no processo de recomposição psiquiátrica da Itália, liderada por Franco
Basaglia, e que tinha por desígnio liberar a pessoa portadora de transtorno mental
da violações cometidas durante a permanência institucional, e que se configurava o
seu isolamento do convívio social, haja vista que os longos períodos de isolamento
familiar e social nas instituições que eram submetidas acabavam por agravar o seu
quadro clínico, além de atentar contra a sua dignidade, em face da privação indevida
da sua liberdade, com a consequente quebra dos laços familiares, afetivos e
comunitários, mantidos por ela.
Vislumbrado isso, alvidra-se em “destruir o manicômio e buscar meios de
reintegração social aos pacientes, considerando todas as contradições do mundo
extramural”, tendo em vista o bem-estar destes, pois eram tiradas de si o bem
inestimável que é a liberdade e a autonomias, e do convívio pleno com os familiares
e suas redes sociais. Esta proposição deve ser aplicada com o apoio efetivo da
sociedade em geral.
Foi a partir da exposição dos abusos que eram cometidos com os pacientes
internados nas casas manicomiais que vieram então surgir os movimentos de luta
antimanicomiais, que passaram a ideia de mudar os manicômios, alimentando assim
as dissecções em torno da reforma psiquiátrica.
Foi a partir do artigo 3º da Constituição Federal de 1988, para a viabilização
de uma sociedade justa, sei desigualdades e sempre promovendo o bem-estar de
todos, que se veio instituir o dever do Estado de promover os direitos das pessoas
com sofrimento mental uma vida digna na sociedade.

CAPITULO II - POLITICA DE SAÚDE MENTAL

Nesse segundo capítulo vamos abordar um pouco sobre a historicidade da


saúde mental visando conhecer um pouco como era vista essa doença alguns anos
atrás, assim abordaremos a politica de saúde e então trazer o serviço social inserido
na área de saúde mental no cenário brasileiro.

2.1- Uma Breve História de Saúde Mental

Pessoti (1986), afirma que em nenhum outro século o numero de hospitais,


destinado ao que eles chamavam de pessoas alienadas foi tão grande, trazendo
com isso a terapia da loucura onde se foi vinculada a internação, onde todos os
tipos de diagnósticos era uma justificativa para se internar, gerando número muito
grande de pacientes.

Não é evidentemente motivo de surpresa que a sensibilidade de Machado


de Assis tenha captado a perspectiva nova que se apresentava para os
destinos da loucura no século XIX e tenha se disposto a enfrentar o tema no
conto “O alienista”, parte da coletânea Papéis avulsos, editada em 1882.
Surpreendente é o teor da crítica machadiana que assume um tom quase
profético, antecipando um tipo de debate que só ganharia fôlego quase um
século depois, notadamente com a publicação do fascinante História da
loucura, de Michel Foucault. Como sugere (Cunha 2003, p.120).

A constituição do saber psiquiátrico, a forma como esse saber se organiza


diante do sofrimento mental concreto dos indivíduos e as propostas de reforma
assistencial pública estão diretamente relacionadas. A maneira como pensamos
essas relações definem posições, muitas vezes divergentes, sobre a mente, a
tipificação das pessoas e a concepção do diagnóstico, com consequências no
debate público, nas proposições de políticas sanitárias e nos modelos teórico-
assistenciais diversos.

Existem duas versões principais e antagônicas sobre a constituição do


saber psiquiátrico: a proposta por Michel Foucault (2005) e a proposta por
Marcel Gauchet e Gladys Swain (1999). As duas apresentam pontos de
vista que se opõem. A descrição foucaultiana considera a captura da
loucura pela psiquiatria uma perda, uma violência discursiva e institucional
que transformou a experiência trágica, mas significativa para a humanidade,
da percepção de uma doença.

Para o ocidente a interpretação de pessoas que agiam de forma estranha,


estava ligada a alusão a pactos com o demônio ou com tendência de animais
selvagens entre outros, para eles isto ocorria devido a característica central atribuída
ao Demônio que era a desobediência ao poder centralizador, Esta proibição foi aos
poucos sendo assumida e mantida pelo conhecimento científico e assim os seres
"transgressores" das normas morais passaram a ser considerados como pacientes
que necessitavam de tratamento médico.

Para que este conhecimento científico fosse possível foi necessária “toda
uma reorganização do campo hospitalar, uma nova definição do estatuto do
doente na sociedade e a instauração de uma determinada relação entre a
assistência e a experiência, os socorros e o saber; foi preciso situar o
doente em um espaço coletivo e homogêneo" (Foucault, 1980, p.226). Tal
parâmetro tem raízes históricas, pois a exclusão do doente, do diferente,
data da Idade Média. Primeiro foram os leprosos, que foram enclausurados
nos chamados leprosários, a seguir as pessoas com alguma doença
venérea que por necessitarem de tratamento também foram excluídas, e
pôr fim a loucura juntou-se a estas doenças que recebiam o ónus da
exclusão (Foucault, 1989).

Foucault (1961/1989), afirma que ao tratar da presença da loucura na arte


renascentista - através das figuras terríveis e animalescas retratadas pelos pintores -
afirmou que o homem se descobria a si próprio naquelas figuras fantásticas,
tomando contato com a natureza de seu desejo. Tratava-se, assim, do fascínio
exercido pela loucura:

a loucura fascina porque é um saber. É um saber, de início, porque todas


essas figuras absurdas são, na realidade, elementos de um saber difícil,
fechado, esotérico. (...) Este saber, tão inacessível e temível, o Louco o
detém em sua parvície inocente. Enquanto o homem racional e sábio só
percebe desse saber algumas figuras fragmentárias - e por isso mesmo
mais inquietantes -, o Louco o carrega inteiro em uma esfera intacta: essa
bola de cristal, que para todos está vazia, a seus olhos está cheia de um
saber invisível. (pp. 20-21)

O que é ser louco? No dicionário encontra-se as seguintes definições: "que


perdeu a razão; alienado; insensato; temerário, estróina; brincalhão; travesso;
apaixonado; furioso..."(Ferreira, 7 983, p. 746). Tantas dimensões para uma só
palavra. Nesse pensar do coletivo atual, louco é aquele que não tem razão, que dá
medo, que não controla seus próprios impulsos, escapando aos padrões sociais a
serem seguidos e mantidos, necessitando, então, de tratamento especializado.
O ser humano tem medo de ser louco, "pois ao ser considerada "louca", a
pessoa sequer tem consciência do que podem fazer com ela, o que conduz
à sensação desesperante de que não consideram que ela existe. Como
consequência, a pessoa não existe. É a "coisificação", a transformação da
pessoa em "coisa", em objeto" (Moffatt,1991, p.22).

No Brasil, a história da psiquiatria é "a história de um processo de asilamento;


é a história de um processo de medicalização social" (AMARANTE, 1994, p. 74),
tendo em vista que a psiquiatria aparece desenhada num projeto de reordenamento
do espaço urbano a partir da chegada da família real no Brasil, há 200 anos, o que
produziu importantes modificações de ordem social, política e econômica em nosso
país.
Com uma diferença em relação à realidade europeia, o hospital psiquiátrico
brasileiro é erguido no contexto em que operam não apenas o regime disciplinar de
controle dos corpos individuais, mas também outra tecnologia de poder que se
integra à disciplina, uma tecnologia que Foucault (1999) vai chamar de biopolítica.

A tecnologia biopolítica caracteriza-se pela gestão da vida incidindo já não


mais sobre os indivíduos (como no sistema disciplinar), mas sobre a
população que passa a ser controlada, regulada em seus processos
biológicos (tais como a reprodução, a natalidade, a mortalidade e o nível de
saúde). Há, então, uma segunda ordem de poder que é homogeneizante,
uma vez que forma "uma massa global, afetada por processos de conjunto
que são próprios da vida" (FOUCAULT, 1999, p. 289).

Em virtude da luta pela desinstitucionalização da loucura e com a


consequente substituição do sistema manicomial por redes de atenção integral em
saúde mental, questões como a legitimidade do saber médico-psiquiátrico e os
limites de seu poder sobre a loucura se colocam na ordem do dia. Com isso a
questão central é, certamente, o entendimento do modo como o discurso psiquiátrico
se constituiu como o saber por excelência sobre a loucura, adquirindo poder sobre
seu destino social.

Segundo Russo (1993, pp. 7-10):

a psiquiatria sofisticou-se com o passar do tempo, sem atingir, porém, seu


principal instrumento terapêutico — o manicômio —, que parece resistir a
qualquer processo de sofisticação. Para a autora, tais instituições, apesar
de sua proliferação pelo país inteiro, nunca deixaram de ser um mero
depósito de despossuídos de toda sorte, afastando-se, assim, do objetivo
invocado para sua criação: proporcionar ao chamado doente mental um
tratamento adequado em um ambiente terapêutico. De fato, os manicômios
ou hospícios se afirmaram não como espaço de terapia, mas como
instrumentos de pura exclusão, exclusão física que deu concretude à
exclusão simbólica do universo da cidadania.
Compreender a situação contemporânea da psiquiatria com seu correlato
institucional, que para autores como Michel Foucault (1989) e Robert Castel (1978),
é nada mais do que a radicalização de um processo de dominação do louco que
começou muito antes dela se constituir, onde se requer uma análise da história da
medicina mental.

Como afirmam Machado et alii (1978, p. 12):

a ida ao passado, o projeto de pesquisar as origens da psiquiatria e mais


globalmente da medicina como discurso e como práticas políticos, é, ele
próprio, esclarecido pelo presente, determinado pela exigência de
aprofundar sua crítica e fornecer elementos para a transformação das
condições atuais de seu modo de intervenção.

Segundo os autores como Machado et alii (1978) e Cunha (1986), o século


XIX marcou se a emergência de uma nova sensibilidade quanto à loucura. A
internação dos loucos, que era uma prática antiga, tomou nova forma: para se
realizá-la, passou-se a requerer espaços adequados, separando os loucos dos
demais desajustados sociais. O hospício então surge, como necessidade de uma
época histórica, lado a lado com outras transformações.
Para Augé (1986) as interpretações da doença devem conferir significados
que encontrem correspondências com as maneiras através das quais se pensa a
realidade e, ao mesmo tempo, devem satisfazer as exigências particulares do
indivíduo. Na interpretação, é preciso estar atento à particularidade, adentrando no
contexto local sem esquecer a universalidade que nele se abriga, movendo-se entre
o 18 universal e o particular, o individual e o social.
Por "desejos de manicômio", nos reportando à discussão de Machado &
Lavrador (2001), que ressaltam:

Eles (desejos de manicômio) se expressam através de um desejo em nós


de dominar, de subjugar, de classificar, de hierarquizar, de oprimir e de
controlar. Esses manicômios se fazem presentes em toda e qualquer forma
de expressão que se sustente numa racionalidade carcerária, explicativa e
despótica. Apontam para um endurecimento que aprisiona a experiência da
loucura ao construir estereótipos para a figura do louco e para se lidar com
ele. (p.46)

Paiva (2003) enfatiza que nos últimos anos, a de saúde mental tem sido
orientada com a seguinte direção:
Observamos, em todo o território nacional, que as mobilizações sociais no
campo da saúde mental são guiadas politicamente por uma luta de resgate
da cidadania e dos direitos humanos, especialmente por meio das práticas
de reabilitação psicossocial. Parte-se do pressuposto de que a operação
reabilitadora logrará restituir a cidadania plena a esses que foram excluídos
desse direito, desprezando um "paradoxo estrutural", como revela Birman
(1992, p.73).

Podemos enfatizar que através dos anos a saúde mental tem seguido uma
linha diferente do que era retratada no passado, pois quando esses indivíduos que
sofriam com esse transtorno mental era internados nesses antigos manicômios eles
eram tratados como animais onde não tinha importância para a sociedade, seus
direitos eram violados e muitas das vezes até mesmo abandonados por seus
familiares, mas hoje com a mobilização social de saúde mental apoiada por politicas
que lutam para o resgate da cidadania e dos direitos, onde tem o apoio principal do
psicossocial para reabilitar esse individuo e prepara-lo para ser inserido na
sociedade com todo seus direitos de cidadão possam hoje viver uma vida digna e
longe do preconceito de viver exilados em manicômios e abandonados por aqueles
que deveriam estão diretamente os apoiando para que pudessem fugir do
preconceito e dos mãos tratos que eram vivenciados nesses manicômios.
Hoje o tratamento e totalmente diferente as pessoas que sofrem com
transtorno mental são amparados e as leis os asseguram para que esses indivíduos
possam ter uma qualidade de vida melhor, do que era ofertada na época dos
manicômios onde eles sofriam todos os tipos de abusos tanto físicos como também
psicológico, não bastava apenas serem exilados da sociedade como também eram
muitas das vezes esquecidos pelos seus próprios familiares.

2.2. As Políticas de Saúde Mental no Brasil

No processo de implementação da Política de Saúde Mental no país, a partir


da promulgação da Lei n. 10.216 (BRASIL, 2001), o que se observa é o aumento
progressivo de uma cobertura assistencial em saúde mental extra hospitalar, de
base comunitária, mas aquém do necessário.

o direito do sujeito com transtorno mental de ser tratado em serviço


comunitário de saúde mental, com vistas à inserção na família, no trabalho
e na comunidade, como estabelecido pela lei, não é assegurado em sua
integralidade. Isto porque a cobertura dos serviços existentes assevera
tratamento a 57% da demanda da área (BRASIL, 2009).

A Lei da Saúde Mental n. 10.216 (BRASIL, 2001) dispõe sobre um novo


modelo assistencial de proteção e direito às pessoas portadoras de transtorno
mental. Nessa linha, o Ministério da Saúde cria linhas específicas de financiamento
para serviços substitutivos aos manicômios, como também gera mecanismos de
fiscalização, gestão e redução programada de leitos psiquiátricos em todo o país.

As ações do Governo Federal definem duas linhas de atuação: "a


construção de uma rede de atenção à saúde mental" para substituir o
modelo hospitalar e a "fiscalização e redução progressiva e programada de
leitos psiquiátricos" (TENÓRIO, 2002)

Os processos que levaram a mudanças na Política de Saúde Mental brasileira


têm como antecedentes os movimentos sociais pela redemocratização do país
ocorridos na década de 1970. Essa década é considerada por Pitta (2011), como o
período da denúncia da hegemonia asilo-manicomial na assistência aos doentes
mentais que sofreu grande expansão das internações, sobretudo em instituições
privadas conveniadas ao então Instituto Nacional de Previdência Social, criando
assim a era da indústria da loucura (PITTA, 2011; AMARANTE, 1995; RESENDE,
1987).

Nesse cenário, já próximo aos anos 80, foram deflagradas graves violações
dos direitos dos pacientes internados, que começaram a ganhar corpo nos
movimentos sociais de trabalhadores, usuários e familiares, mais tarde
intitulado Movimento pela Reforma Psiquiátrica brasileira, reunido em torno
da utopia de uma sociedade sem manicômios (AMARANTE, 1995;
LOBOSQUE, 2001).
Celina Souza (2003), reporta-se que à aceitação da literatura
neoinstitucionalista por parte da ciência política brasileira, mencionando o fato de
que as possibilidades para que essa área obtenha um maior rigor teórico-
metodológico são mais amplas atualmente do que em um passado recente. Embora
ela ressalte o fato de não haver uma melhor definição de política pública.
Segundo Theodore Lowi (1985), política pública é uma regra formulada por
alguma autoridade governamental tem por influenciar o comportamento dos
cidadãos, por intermédio de ações negativas ou positivas. essas regras, em
verdade, definem padrões de comportamento dos atores políticos e regem os
processos decisórios de políticas públicas. Essas mudanças efetivadas nas regras
redefinem padrões de atuação e alteram o modo de interação entre os Poderes
Executivo e Legislativo, responsáveis diretos pela produção dessas políticas, bem
como a forma pela qual os outros atores políticos atuam nos processos decisórios
de políticas públicas.
Segundo Ellen Immergut (1996), as decisões políticas em sistemas
democráticos supõem que um acordo acerca de vários pontos das cadeias de
decisões existentes, de modo que:

A sorte de uma proposta legislativa, como a que se refere um sistema


nacional de seguro saúde, depende do número e das oportunidades de veto
distribuídas ao longo dessa cadeia. Se os políticos que ocupam o Executivo
querem aprovar um novo programa de ação, eles têm de ser capazes de
reunir votos favoráveis em todas as instâncias de decisão dessa cadeia
(1996, p. 144).

O desejo da pessoa com transtorno mental de conquistar novos direitos e


criar novas relações com o meio social não pode ser completamente separado das
suas reivindicações de ser conhecido de modo específico pelos outros atores
sociais, o que pode também significar negação ou oposição. Assim sendo, esses
doentes mentais deverão buscar uma "afirmação de si", segundo os termos de
Habermas, e não apenas só no plano político-institucional, mas também na
sociedade plural, diante de focos de solidariedade, de resistência e de conflito.

Cada conflito que transgrede o sistema de regras compartilhadas,


independentemente de fazer referência a recursos materiais ou simbólicos,
é um conflito de identidade. Atores sociais entram em conflito para afirmar a
identidade que seus oponentes lhe negam, para areapropriar-se de algo
que lhes pertence porque são capazes de reconhecer como próprio
(Melucci, 1996, p. 74).

Tenorio (2002) afirma que a construção do campo de saúde mental esta


ligada a uma história de grandes divergências ao modelo psiquiátrico positivista,
nesse modelo os pacientes ficam muitas das vezes confinados a esses manicômios,
alguns até são abandonados, no brasil como uma política pública se direciona para
um campo de assistência, a saúde mental e m campo novo, com diversos serviços
de abordagem terapêutica.
A reforma psiquiátrica brasileira ela favoreceu uma grande estruturação para
um campo totalmente diferente, que abarca a clínica, a política, o social, o cultural e
as relações com o jurídico, e é obra de atores muito diferentes entre si (Tenório,
2002, p. 28).
Podemos reconhecer os pontos que respeitam os ideais da reforma: a
previsão de implantação de serviços não regidos pela lógica manicomial e a
sugestão para que o tratamento ocorra preferencialmente em serviços comunitários
de saúde mental.
Até meados da década de 80, a atenção a saúde mental no âmbito de saúde
publica no brasil acompanha um modelo que segundo Foucault (1972), se
predominou durante muitos anos em quase todo o ocidente: o chamado asilo.

Tal modelo consistia, quase que exclusivamente, na segregação de todos


aqueles que apresentavam "diferenças, desvios e divergências sociais e
culturais" (AMARANTE, 1995, p. 292), incluindo os chamados "loucos", que
eram internados nos manicômios.

No Brasil a pratica desse modelo se deu por meio de convênios do poder


público com os manicômios, nas quais o tratamento consistia na aplicação de
medicamentos e na utilização de medicamentos e na utilização de outros métodos
para assim trazer o paciente a normalidade.
Considerando as preocupações do Movimento dos Trabalhadores de Saúde
Mental (MTSM) que foram além daquelas manifestações pelo Movimento Sanitário.
Onde não se tratava apenas da reformulação dos sistemas de saúde como parte
integrante do processo de redemocratização do país, com ações de atenção,
assistência, prevenção, proteção e promoção de saúde.

Amarante (1995) afirma que.

[...] procurando entender a função social da psiquiatria e suas instituições


para além do seu papel explicitamente médico-terapêutico, o MTSM
constrói um pensamento crítico no campo da saúde mental que permite
visualizar uma possibilidade de inversão desse modelo a partir do conceito
de desinstitucionalização (p. 492).

Sendo assim, é possível compreender porque as políticas públicas


decorrentes das proposições desse movimento tenham focalizado, primordialmente,
a atenção aos casos graves – especialmente as psicoses – a partir do
estabelecimento de uma rede substitutiva ao modelo asilar.
Rocha; Nunes (1993) fala que somente no século XX e que vai realmente
acontecer às ações sanitárias, mas porem ela e feita de maneira estratégica em
algumas cidades como em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro onde
ficavam localizadas as zonas portuárias do café, pois nessa época até então não se
existia uma politica de saúde no âmbito nacional, mais sim apenas eram feitos
atendimentos médicos individuais.
Nesse mesmo período, quem ficava responsável pela assistência individual
era as casas de misericórdia, pois algumas empresas tinham um atendimento
médico e também individual de base curativa.
Nos anos de 1945 até 1964, o Brasil passa, por um crescimento na
industrialização. Nesse mesmo período.

[...] grande parte dos sindicatos, sob a democracia populista, concentravam-


se na discussão de uma política nacional, submetendo as questões
específicas como, por exemplo, os problemas de saúde, a uma negociação
direta com o Estado. (Rocha; Nunes, p. 110).

Porem foi apenas no início dos anos 1960 que os sanitaristas começam
realmente começaram a formular as propostas para os serviços de saúde e tentar
mudar a realidade que o do Brasil vivenciava. Pois somente a expressão 'reforma
sanitária' vai aparecer no País apenas em 1973, pois antes disso era usada de
diversas formas.

2.3 Serviço Social na Área da Saúde Mental no Cenário Brasileiro

O Serviço Social é uma profissão de identidade histórica. Seus fundamentos


estão dinâmica societária, tendo como objeto de trabalho as múltiplas facetas
apresentadas pela questão social, inserida na divisão sócio técnica do trabalho.
A profissão busca por uma gama de conhecimentos socialmente acumulados
e produzidos por diversas ciências, para que possa ter os subsídios necessários
para o sua intervenção na dinâmica social. Trabalhando em conjunto com
articulação com outras profissões, vistas a superação de das violações e
transgressões de direitos dos sujeitos sociais de classes pauperizadas.

Consolidamos a nossa identidade profissional, fortalecemo-nos enquanto


seres humanos quando somos capazes de humanizar a nossa prática, pois
a substância do existir é a prática [...]. Só se é algo mediante um contínuo
processo de agir; só se é algo mediante a ação. [...] É na prática e pela
prática que as coisas humanas efetivamente acontecem, que a história se
faz. [...] por isso, a esfera básica da existência humana é a aquela do
trabalho propriamente dito, ou seja, é a prática que alicerça a existência
material dos homens. (Severino, 1995, p. 47-48)
O autor transmite a necessidade do Assistente Social pautar a sua ação, em
uma intervenção direcionada para a humanização, trazendo essa materialidade da
essencialmente humana para a sua intencionalidade, como algo concreto através da
pratica.
Em 1960, o Brasil entra em crise e luta na saúde mental, devido ao
fechamento dos leitos públicos e o apoio às clínicas particulares, desencadeando,
assim, uma onda privatista chamada pelos estudiosos do período de "indústria da
loucura. Com essa violenta privatização na saúde gerou "rebeldias e resistência”
dois movimentos organizados que surgiram concomitantemente no final dos anos
1970: o movimento de Reforma Sanitária e o Movimento de Reforma Antimanicomial
(Amarante, 1994; Amarante, 2007; Costa, 1989). Na década de 1970, em plena
Ditadura Militar, surgem os movimentos dos trabalhadores, usuários e familiares pela
a mobilização da luta antimanicomial e de reforma sanitária.

Pode-se dizer que o processo da Reforma Psiquiátrica Brasileira é


contemporâneo ao movimento sanitário, nos anos de 1970. Entretanto, é a
Reforma Sanitária que dá sustentação política à Reforma Psiquiátrica, até
que ela se firme como um movimento social independente. (Silveira, 2009,
p. 37)

Neste sentido, que a reforma sanitária foi um movimento importante para o


arrimo da Reforma Psiquiátrica. No Brasil, Reis (2000) aponta que o movimento
higienista na psiquiatria está articulado com o movimento de um ideal de noção na
perspectiva de um melhoramento da raça brasileira.

Em verdade, todos esses temas derivam daquele que é a obsessão maior


dos psiquiatras e médicos brasileiros (como de resto de toda a
intelectualidade) do período. Refiro-me ao tema do "melhoramento da raça
brasileira", visto como fundamental para o propósito de transformar o Brasil
numa autêntica Nação [...] Isso ocorreria, segundo os defensores da ideia,
devido à boa seleção natural e social que tomaria para si a tarefa de fazer
desaparecer a população negra pura e índia (pelo número de mortos
elevados, taxa de reprodução baixa e miséria física e moral), bem como
pela superioridade biológica dos brancos que em sucessivas gerações de
cruzamentos com mestiços não degenerados favorecia pouco a pouco a
criação de mulatos superiores, arianos pelo caráter e pela inteligência.
(Reis, 2000, p. 171).

O assistente social é reconhecidamente um profissional da saúde. As


Resoluções do Conselho Nacional de Saúde n. 218, de 6 de março de 1997, e do
Conselho Federal de Serviço Social n. 383, de 29 de março de 1999, além da
Resolução n. 196, de 1996, que trata da ética em pesquisa, envolvendo seres
humanos. (Rosa et al., 2006, p. 63-64) são expressões concretas desta afirmativa.
No âmbito desses marcos legal e normativo, torna-se indispensável
ressaltar a importância dos Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais
na Política de Saúde, elaborados a partir de ampla participação da categoria
profissional e promulgados pelo CFESS, com o objetivo de "referenciar a
intervenção dos profissionais na área da saúde" (CFESS, 2010, p. 11).

Critelli (2006) destaca que o trabalho profissional qualifica o compromisso de


cada dia.

é fonte de sentido para a vida humana, organiza nossa vida diária. Define o
tempo e a história humana [...] O trabalho nos revela para os outros e para
nós mesmos. Por meio dele construímos nossa identidade. A partir dele
descobrimos habilidades, poderes, limites, competências, alegrias, tristezas.
Criamos vínculos com as pessoas, com os ambientes, com a cidade e a
nação. O trabalho é o lugar privilegiado onde descobrimos, inclusive, para
que viemos e o que nos compete cuidar nesta vida. (Critelli, 2006, p. 2).

Na área da saúde, onde há múltiplas identidades em interação, se torna um


desafio cotidiano, que se transforma em um verdadeiro imperativo ético, pois o que
está em jogo é a construção de uma prática competente, onde o valor humano, a
qualidade de vida e a dignidade da morte, no caso dos pacientes fora de
possibilidades terapêuticas, tenham alicerces e objetivos comuns para toda a
equipe.

Aliás, para efeito de precisão, é importante esclarecer que para os


assistentes sociais que trabalham em cuidados paliativos, a expressão
correta a ser utilizada é que "o paciente está fora de possibilidade de cura e
não fora de possibilidade terapêutica - uma alusão à definição macro de
cuidados paliativos descritos pelo Ministério da Saúde: a cura científica para
este paciente não existe, mas terapêuticas de cuidado e tratamento sempre
são possíveis para proporcionar-lhe uma morte digna" (Sodré, 2005, p.
143).

Marques (2006) destaca que as concepções de educação a saúde estão


profundamente ligadas com os modelos de atenção à saúde que está constituída no
brasil, trazendo assim por sua vez, uma parte que entrega os processos sociais,
políticos e econômicos nos diferentes contextos históricos.
Segundo Yamamoto (2007), O assistente social realiza atividades que se
entrelaçam sobre o comportamento e atividade da população e tem um instrumento
de privilegio de sobre a ação.

O assistente social é proprietário de sua força de trabalho especializada. Ela


é produto da formação universitária que o capacita a realizar um "trabalho
complexo", nos termos de Marx. Essa mercadoria, força de trabalho, é uma
potência, que só se transforma em atividade — em trabalho, quando aliada
aos meios necessários à sua realização, grande parte dos quais se
encontra monopolizado pelos empregadores: recursos financeiros, materiais
e humanos necessários à realização deste trabalho concreto, que supõe
programas, projetos e atendimentos diretos previstos pelas políticas
institucionais (Iamamoto, 2007, p. 421).

Nesse processo histórico, Iamamoto (2007) acrescenta que o trabalho do


Serviço Social possui uma “sanção social e institucional", produzindo diversos
efeitos como porta-voz das políticas públicas, com uma possível "polivalência" ou
intervenção profissionalizada dentro dos aparelhos de Estado.

Em épocas de "capital fetiche", o que temos por pressuposto ao estudar o


processo de trabalho do assistente social no campo da saúde é que não
existe um processo de trabalho do Serviço Social, visto que o trabalho é
atividade de um sujeito vivo, enquanto realização de faculdades,
possibilidades e capacidades do sujeito trabalhador (Iamamoto, 2007). Isto
é, falamos de uma potência em ato. Existe, sim, um trabalho do assistente
social e processos de trabalho nos quais se envolve na condição de
trabalhador especializado. O trabalho, força de trabalho em ação, é algo
temporal, que só pode existir no sujeito vivo. É um movimento criador do
sujeito (Idem, p. 429).

Segundo Bravo, (2009) os assistentes sociais estão inseridos neste âmbito de


atuação e marcar seu posicionamento acerca da concepção de Serviço Social, faz-
se necessário indicar que essa profissão emerge no evolver da conjuntura de 1930 e
se consolida no Brasil a partir de 1945 em consonância com a expansão do
capitalismo no país.
De acordo com Bravo (2009), no Brasil, os assistentes sociais começaram a
ser requisitados no setor saúde a partir de 1945, no processo de expansão do
capitalismo e das mudanças internacionais geradas pelo fim da Segunda Guerra
Mundial.

Uma das consequências da adoção deste conceito de saúde foi a ênfase no


trabalho multidisciplinar, utilizado, dentre outros motivos, para preencher a
falta de profissionais e racionalizar o setor saúde. Com equipes compostas
por diversos "auxiliares", buscava-se disseminar informações com conteúdo
preventivista, ampliar a abordagem em saúde "e criar programas prioritários
com segmentos da população dados a inviabilidade de universalizar a
atenção médica e social" (BRAVO, 2009, p. 199).

A integração da prevenção, promoção e recuperação da saúde, contempladas


no acesso aos três níveis de complexidade do SUS, é um dos principais sentidos
dessa proposta.
Segundo Cecílio (2001, p. 116), a integralidade da assistência à saúde
apresenta diferentes dimensões. Uma delas é a "integralidade focalizada" que é
desenvolvida nos serviços de saúde por equipes multiprofissionais e pode ser
definida "como o esforço da equipe de saúde de traduzir, atender, da melhor forma
possível, tais necessidades [de saúde], sempre complexas, mas, principalmente,
tendo que ser captadas em sua expressão individual".

CAPITULO III- RESULTADO DA PESQUISA

3.1 Metodologia

A metodologia utilizada: foi realizada um levantamento bibliográfico,


possibilitando a observação da realidade a ser pesquisada. Observa-se que esses
levantamentos bibliográficos serão realizados através de revistas cientificas e
consultas nas LILACS e SCIELO, enriquecendo a pesquisa. A Metodologia é a
aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observados para construção
do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade nos
diversos âmbitos da sociedade.
O Método de abordagem será o dialético, o conceito de dialética é bastante antigo.
Platão o utilizou no sentido de arte do diálogo. Na Antiguidade e na Idade Média, o
termo era utilizado para significar simplesmente lógica. O método dialético, que
atingiu seu auge com Hegel (GIL, 2008), depois reformulado por Marx, busca
interpretar a realidade partindo do pressuposto de que todos os fenômenos
apresentam características contraditórias organicamente unidas e indissolúveis.
Lakatos e Marconi (2007) apontam as leis da dialética. A Ação Recíproca
informa que o mundo não pode ser entendido como um conjunto de “coisas”, mas
como um conjunto de processos, em que as coisas estão em constante mudança,
sempre em vias de se transformar: “[...] o fim de um processo é sempre o começo de
outro.” (LAKATOS; MARCONI, 2007, p. 101).
O método de procedimento será histórico, com foco na investigação de
acontecimentos ou instituições do passado, para verificar sua influência na
sociedade de hoje; considera que é fundamental estudar suas raízes visando à
compreensão de sua natureza e função, pois, conforme Lakatos e Marconi (2007, p.
107), “as instituições alcançaram sua forma atual através de alterações de suas
partes componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural
particular de cada época.”
O método monográfico tem como princípio de que o estudo de um caso em
profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de
todos os casos semelhantes (GIL, 2008). Esses casos podem ser indivíduos,
instituições, grupos, comunidade etc. Nessa situação, o processo de pesquisa visa a
examinar o tema selecionado de modo a observar todos os fatores que o
influenciam, analisando-o em todos os seus aspectos.
A abordagem da pesquisa será de pesquisa bibliográfica: quando elaborada a
partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas,
publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias,
dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de colocar o
pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da
pesquisa. Em relação aos dados coletados na internet, devemos atentar à
confiabilidade e fidelidade das fontes consultadas eletronicamente. Na pesquisa
bibliográfica, é importante que o pesquisador verifique a veracidade dos dados
obtidos, observando as possíveis incoerências ou contradições que as obras
possam apresentar.
3.2 Analise dos Resultados

3.2.1 Como se dá o Exercício Profissional do Assistente social na Saúde


Mental?

Expõe-se que o assistente social é um profissional que exerce o seu trabalho


regulamentado pela Lei nº 8662 de 07 de junho de 1993, que torna apto a atuar
através da formação acadêmica em Serviço Social com o registro no Conselho
Regional de Serviço Social – CRESS. A partir do Movimento de Reconceituação, o
projeto hegemônico da categoria assume uma postura crítica a sociedade
capitalista, buscando fundamentos no pensamento de tradição marxista para o
rompimento com o conservadorismo da profissão. O profissional se insere em
diversos campos de atuação, entre eles um dos que mais empregam profissionais
de serviço social é a área da saúde. A Resolução do Conselho Nacional de Saúde -
CNS nº 218, de 6 de março de 1997, reconhece a categoria de assistentes sociais
como profissionais de saúde, além da Resolução CFESS nº 383, de 29 de março de
1999, que caracteriza o assistente social como um profissional de saúde.
As atribuições e competências dos profissionais de Serviço Social, sejam elas
realizadas na saúde ou em qualquer outro espaço sócio ocupacional, são orientadas
e norteadas por direitos e deveres presentes no Código de Ética Profissional e na
Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observados e respeitados,
tanto pelos profissionais quanto pelas instituições empregadoras. (CFESS, 2010).
Sinalizo que a opção de caracterizar o Serviço Social na área de saúde
mental partindo da Reforma Sanitária, dos pós Movimento de Reconceituação do
Serviço Social e da Reforma Psiquiátrica. Foi considerado um marco para o
debate, enquanto processo democrático que compartilham dos princípios que se
complementam, e caracterização do caráter universal e transformador da realidade
social. Ressaltando que nenhum dos movimentos foi homogêneo e relativo, e nem
está posto como acabado, de forma que a correlação de forças permanece ainda no
que cerne das tendências, ora dificultando a atuação conforme o projeto da
Reforma Sanitária, ou então exigindo dos profissionais uma atuação voltada para as
exigências do mercado, (projeto privatista) ou ainda com práticas de cunho
conservador. Esse projeto privatista traz as demandas como seleção
socioeconômica dos usuários, da atuação psicossocial por meio de aconselhamento,
ação fiscalizatória aos usuários dos planos de saúde, assistencialismo através da
ideologia do favor e predomínio de abordagens individuais. Já o projeto da Reforma
Sanitária busca a democratização do acesso as unidades e aos serviços de saúde,
atendimento humanizado, com a interação da realidade social, a
interdisciplinaridade, ênfase nas abordagens grupais, acesso democrático as
informações e estímulo a participação cidadã. (BRAVO E MATOS, 2009).
Anteriormente aos marcos citados, o Serviço Social sempre foi tido como um
profissional da área da saúde, tanto que sempre atuou no setor ao longo da história
da profissão no Brasil. Inicialmente não se tinha uma atuação expressiva, após
1945, com o aprofundamento do capitalismo no país, expandiu-se a contratação e a
saúde transformou-se no setor que mais absorveu os assistentes sociais. Bravo e
Matos (2009, p.199) acrescentam que:

Além das condições gerais que determinaram a ampliação


profissional nesta conjuntura, o “novo” conceito de Saúde, elaborado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1948, enfocando os aspectos
biopsicossociais, determinou a requisição de outros profissionais para atuar
no setor, entre eles o assistente social. Este conceito surge de organismos
internacionais, vinculado ao agravamento das condições de saúde da
população, principalmente dos países periféricos, e teve diversos
desdobramentos. Um deles foi à ênfase no trabalho em equipe
multidisciplinar – solução nacionalizadora-, que permitiu: suprir a falta de
profissionais com a utilização de pessoal auxiliar em diversos níveis; ampliar
a abordagem em Saúde, introduzindo conteúdos preventistas e educativos;
e criar programas prioritários com segmentos da população, dada a
inviabilidade de universalizar a atenção médica e social.

Esse novo conceito de saúde que é elaborada pela organização mundial de


saúde, enfoca diretamente nos aspectos do estudo sobre as causas e progressos
das doenças, que vem se utilizar dos fatores biológicos onde se determina a ação de
outros profissionais entre eles os assistentes sociais para que assim trabalharem em
conjunto com outros profissionais capacitados.
Daí vem a inserção do assistente social nesta área atuando inicialmente de
forma educativa e normativa em relação aos hábitos de higiene e saúde. Com a
consolidação da Política Nacional de Saúde, onde a Previdência Social era
responsável pela assistência médica de caráter excludente e seletivo, já que não era
universal, o assistente social atuava no nível curativo e hospitalar fazendo a
mediação entre instituição e população, viabilizando seu acesso. (BRAVO E
MATOS, 2009).
O conservadorismo na profissão já vinha sendo expressivamente discutido
desde 1960, todavia, no período da ditadura, o Serviço Social sofre profundas
transformações, baseando-se no tecnicismo, na burocratização, psicologização das
relações sociais e na concessão de benefícios, atuando massivamente na
assistência médica previdenciária. Abriram-se inúmeros serviços de atendimento
psiquiátrico na rede previdenciária, baseando-se na lógica da mercantilização e
onde os assistentes sociais atuavam com os trabalhadores para apaziguar a relação
entre capital/trabalho e na porta de entrada e saída dos serviços. (BISNETO, 2007).
Partindo-se então da década de 1980, o país vive um intenso período de
mobilizações políticas, o movimento da Reforma Sanitária, que já vinha sendo
construído desde meados de 1960, avança significativamente em seu projeto,
concomitante a esse processo, o movimento pela Reforma Psiquiátrica emerge com
os profissionais da saúde mental. A Reforma Sanitária consagrou na Constituição
Brasileira de 1988, a saúde como um direito de todos e dever do Estado, o que fez
com que fosse possível se criar um sistema universal no acesso, descentralizado,
com princípios de integralidade e de igualdade na assistência, e a participação do
conjunto da sociedade.
Partindo-se então da década de 1980, o país vive um intenso período de
mobilizações políticas, o movimento da Reforma Sanitária, que já vinha sendo
construído desde meados de 1960, avança significativamente em seu projeto,
concomitante a esse processo, o movimento pela Reforma Psiquiátrica emerge com
os profissionais da saúde mental. A Reforma Sanitária consagrou na Constituição
Brasileira de 1988, a saúde como um direito de todos e dever do Estado, o que fez
com que fosse possível se criar um sistema universal no acesso, descentralizado,
com princípios de integralidade e de igualdade na assistência, e a participação do
conjunto da sociedade.
Ao longo da história da profissão a saúde foi o maior empregador de
assistentes sociais, e com a implantação do SUS em 1990, através da Lei 8.080,
essa realidade se ampliou, até a aprovação do Sistema Único de Assistência Social
- SUAS, quando a saúde passa a ocupar o segundo lugar, como contratante da
categoria. Assim, com o reconhecimento da dimensão social da saúde, o número de
profissionais e de práticas multidisciplinares, interdisciplinares e intersetoriais,
tornou-se relevante na política de saúde brasileira. O assistente social que já tinha
seu espaço de atuação consolidado dentro do setor saúde, agora passa também a
ser requisitado para desenvolver ações não exclusivas da profissão. (KRUGER,
2010). O Serviço Social que tem no projeto ético político a direção da sua atuação
irá encontrar agora nos princípios do SUS e da Reforma Sanitária, ligação direta
para atuar concomitante com a garantia de direitos da classe trabalhadora,
direcionado a ampliação de políticas sociais universais que venham a contemplar a
efetivação da concepção de Seguridade Social.
Todavia, os avanços obtidos nos pós movimento de Reconceituação do
Serviço Social, não contemplaram inicialmente, práticas equivalentes no que tange a
área da saúde, pois enquanto vivia o processo de construção da hegemonia crítica,
esta parte da categoria esteve desarticulada da Reforma Sanitária. (BRAVO e
MATOS, 2009). No entanto as semelhanças entre o projeto da Reforma Sanitária e o
projeto político da profissão mostram que vem articulado ao propósito democratizado
do momento político da época.
A partir da consolidação da Reforma Sanitária e da implementação do SUS, a
Reforma Psiquiátrica foi implantada como política de governo, com suporte na Lei
10.216/2001. Com isso, os municípios integraram a assistência psiquiátrica na
atenção básica, e centralizaram os serviços de saúde mental com a implantação dos
CAPS, o que possibilitou, uma grande contratação de profissionais de Serviço
Social. Bisneto (2007) evidencia que foi a partir das conquistas do Movimento de
Reforma Psiquiátrica que abriu um vasto campo de atuação para o Serviço Social,
com a abertura de vários serviços alternativos a internação psiquiátrica. O campo de
atuação que vai tratar da loucura se ampliou para incluir outras áreas, com saberes
diferenciados daqueles inerentes apenas a psiquiatria, o que fez surgir a
obrigatoriedade de profissionais, incluindo o assistente social, para compor equipes
especializadas em saúde mental.
Com isso podemos dizer que o assistente social, se insere como parte
indispensável de técnicos que compõem as equipes multidisciplinares em saúde
mental, trabalhando com a importância da teoria crítica, para a compreensão do
caráter social do processo saúde/doença. Os serviços substitutivos a internação
psiquiátrica, obrigatoriamente passam a contratar assistentes sociais. Contudo, a
respeito das equipes multidisciplinares, em saúde mental, também houve grande
contratação de assistentes sociais, no período da ditadura. A demanda não era por
parte dos empregadores, nem dos usuários (embora houvesse essa demanda). O
grande problema para o governo da ditadura militar nos hospícios nesse período não
era a loucura (pois esta era controlada pela psiquiatria, pela medicação e pelo
aparato asilar). Era a pobreza, o abandono, a miséria que eram contestados pela
sociedade. Então o assistente social viabilizava o sistema manicomial em seu ponto
problemático, era demandado pelas elites, para atender os “necessitados”
(BISNETO, 2007). Assim é importante salientar que:
Historicamente, a entrada de assistentes sociais na Saúde Mental
foi sobre determinada pela criação de equipes multidisciplinares no
atendimento psiquiátrico. Essas equipes não se constituíram apenas porque
o Serviço Social seria uma nova forma de encaminhar o problema da
loucura, mas também porque o Serviço Social atuaria como “apaziguador”
das “questões sociais” emergentes na área manicomial e como barateador
dos custos em assistência em geral. (BISNETO, 2007, p. 50)

Diante do exposto podemos refletir que historicamente a emergência de


equipes multiprofissionais não eram tidas como indispensáveis pelo caráter
interdisciplinar do cuidado que supõe na contemporaneidade. Essa problemática,
por vezes ainda resiste na atualidade e tem se mostrado constante na interlocução
com diversas posições teóricas que acabam por paralisar a prática profissional,
colocando-o por vezes subalternizado, ou pouco atuante dentro da equipe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da análise de pesquisa ressalta-se que o Serviço Social no âmbito da


saúde mental tem trabalhado de forma a compor equipes multiprofissionais, com
práticas interdisciplinares, sem, contudo, perder de vista a particularidade do
exercício profissional do assistente social. Entretanto, ainda estão alocados
substancialmente na assistência direta aos usuários. Dessa forma limitando as
possibilidades de trabalhar na gestão, formação, planejamento, participação entre
outras importantes atribuições do assistente social.
Cumprindo aos objetivos da pesquisa, evidenciou-se que as demandas do
assistente social em saúde mental, são preponderantemente demandas
socioassistenciais e de articulação com a rede. Enquanto principal desafio destaca-
se a necessidade de sistematização do exercício profissional, como forma de
empreender a qualidade e intencionalidade da ação, produzindo informações,
indicadores transformando a demanda emergencial em demanda coletiva. Assim
como também a sistematização é forma de legitimar o exercício profissional, e
garantir uma maior resolubilidade, podendo levar a superação das ações
socioassistenciais como única frente de trabalho do assistente social.
Apesar de a garantia de direitos, ser usada comumente, pelas profissionais
para designar o trabalho realizado, ressalta-se que atuar na garantia de direitos dos
usuários dos serviços de saúde mental, requer um esforço em contemplar as demais
ações do exercício profissional do assistente social.
Identifica-se como conclusão, que cotidianamente o exercício profissional
esbarra na fragmentação e focalização das políticas públicas, na falta de estratégias
de articulação do trabalho em rede. Além de outros empecilhos como falta de
profissionais, de estrutura física e de acesso dos serviços, presentes no contexto
neoliberal. Os mesmos, entretanto, não se tornam justificativas para a não
realização do exercício profissional, concomitante com os princípios do Código de
Ética.

REFERÊNCIAS

SILVA, Alan Camargo; FERREIRA, Jaqueline. O que é saúde?. Interface


(Botucatu), Botucatu , v. 17, n. 47, p. 983-986, Dec. 2013 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
32832013000400022&lng=en&nrm=iso>. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0007>.Acesso em: 24/11/2018.

FINKELMAN, J., org. Caminhos da saúde no Brasil [online]. Rio de Janeiro: Editora
FIOCRUZ, 2002. 328 p. ISBN 85-7541-017-2. Available from SciELO Books.

IANNI, Áurea Maria Zöllner. Saúde Pública e Colonização da Natureza. Physis, Rio
de Janeiro, v. 19, n. 4, p. 1029-1050, 2009. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
73312009000400007&lng=pt&nrm=iso>. Disponível
em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312009000400007>. Acesso em:
21/11/2018.
RABELLO, LS. Promoção da saúde: a construção social de um conceito em
perspectiva do SUS. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2010. 228 p. ISBN: 978-85-
7541-352-4. Available from SciELO Books.

ESCOREL, S. Reviravolta na saúde: origem e articulação do movimento sanitário


[online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1999. 208 p. ISBN 978-85-7541-361-6.
Available from SciELO Books.

ROCHA, Carlos Vasconcelos. A cooperação federativa e a política de saúde: o caso


dos Consórcios Intermunicipais de Saúde no estado do Paraná. Cad. Metrop., São
Paulo, v. 18, n. 36, p. 377-399, dez. 2016. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-
99962016000200377&lng=pt&nrm=iso>. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/2236-9996.2016-3604>. Acesso em: 22/11/2018.

SOUTO, Lúcia Regina Florentino; OLIVEIRA, Maria Helena Barros de. Movimento da
Reforma Sanitária Brasileira: um projeto civilizatório de globalização alternativa e
construção de um pensamento pós-abissal. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 40, n.
108, p. 204-218, mar. 2016. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
11042016000100204&lng=pt&nrm=iso>. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/0103-1104-20161080017>. Acesso em: 22/11/2018.

PAIM, JS. Desafios para a saúde coletiva no século XXI [online]. Salvador: EDUFBA,
2006, 154p. ISBN 978-85-232-1177-6. Available from SciELO Books.

PIRES-ALVES, FA., and PAIVA, CHA. Recursos críticos: história da cooperação


técnica OpasBrasil em recursos humanos para a saúde (1975-1988) [online]. Rio de
Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2006. 204 p. ISBN 85-7541-102-0. Available from
SciELO Books.

MEDEIROS, Maria Angélica Tavares de et al. Política de Saúde do Trabalhador:


revisitando o caso do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de
Campinas.Rev. bras. saúde ocup., São Paulo, v. 38, n. 127, p. 81-91,
jun. 2013.Disponívelem<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S030
3-76572013000100011&lng=pt&nrm=iso>. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572013000100011>. Acesso em: 22/11/2018.

PAIM, JS. Reforma sanitária brasileira: contribuição para a compreensão e crítica


[online]. Salvador: EDUFBA; Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008. 356 p. ISBN 978-85-
7541-359-3. Available from SciELO Books.

AGUSTINI, Josiane; NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro. A descentralização da política


nacional de saúde nos sistemas municipais na linha da fronteira Mercosul. Serv.
Soc. Soc., São Paulo, n. 102, p. 222-243, jun. 2010. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
66282010000200003&lng=pt&nrm=iso>. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S0101-66282010000200003>. Acesso em: 21/11/2018.

VIANA, Ana Luiza d'Ávila; FAUSTO, Márcia Cristina Rodrigues; LIMA, Luciana Dias
de. Política de saúde e eqüidade. São Paulo Perspec., São Paulo, v. 17, n. 1, p. 58-
68, mar. 2003. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
88392003000100007&lng=pt&nrm=iso>. Disponível em:22/11/218
<http://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392003000100007>. Acesso em: 23/11/2018.

PAULIN, Luiz Fernando; TURATO, Egberto Ribeiro. Antecedentes da reforma


psiquiátrica no Brasil: as contradições dos anos 1970. Hist. cienc. saúde-
Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 241-258, ago. 2004. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702004000200002&lng=pt&nrm=iso>. Disponível em:22/11/218
<http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702004000200002>. Acesso em: 23/11/2018

ZGIET, Jamila. Reforma psiquiátrica e os trabalhadores da saúde mental: a quem


interessa mudar?. Saúde debate, Rio de Janeiro , v. 37, n. 97, p. 313-
323, jun. 2013 . Disponível em:22/11/2018
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
11042013000200013&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 01 out. 2018.

MACIEL, Silvana Carneiro et al . Reforma psiquiátrica e inclusão social: um estudo


com familiares de doentes mentais. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 29, n. 3, p.
436-447, 2009 . Disponível em: 22/11/18
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932009000300002&lng=pt&nrm=iso>. Disponível em:22/12/2018
http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932009000300002 >. Acesso em: 23/11/2018

PASSOS, Rachel Gouveia. CAMINHOS DA CONSCIÊNCIA PARA SI NO


MOVIMENTO DE REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA: NOTAS INICIAIS À
LUZ DE MARX E LUKÁCS. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro , v. 13, supl. 1, p.
11-22, 2015 . Disponível em:22/11/2018
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-
77462015000400011&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 02 out. 2018. <
http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sip00044>. Acesso em: 23/11/2018

SOUZA, Ernei de. Reforma psiquiátrica: um grande desafio. Psicol. estud., Maringá
, v. 5, n. 1, p. 45-63, mar. 2000 . Disponível em:22/11/2018
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
73722000000100004&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 02 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722000000100004
ALMEIDA JUNIOR, João Cauby de. Arenas de produção de políticas públicas: a
nova política nacional de saúde mental. Rev. direito GV, São Paulo , v. 9, n. 2, p.
659-680, dez. 2013 . Disponível em:22/11/2018
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
24322013000200012&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 23 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1808-2432201300020001

REIS, José Roberto Franco. O mentecapto de Itaguaí, história, loucura e saber


psiquiátrico: diálogos historiográficos em torno de “O alienista” de Machado de
Assis.Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 23, n. 4, p. 1095-
1112, dez. 2016 . Disponível em:22/11/2018
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702016000401095&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 02 out. 2018. Epub 26-Jan-
2016. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-59702016005000003

perspectivas antagônicas. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro , v.


19, n. 1, GAMA, Jairo Roberto de Almeida. A constituição do campo psiquiátrico:
duas p. 139-155, mar. 2012 . Disponível em:22/11/2018
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702012000100008&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 02 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702012000100008

AMORIM, Ana Karenina Arraes; DIMENSTEIN, Magda. Loucura e cidade: cenas


biopolíticas e incursões (des) institucionalizantes. Fractal, Rev. Psicol., Rio de
Janeiro , v. 21, n. 2, p. 319-335, ago. 2009 . Disponível em:22/11/2018
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-
02922009000200009&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em: 24 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1984-02922009000200009.

WADI, Yonissa Marmitt. Aos loucos, os médicos: a luta pela medicalização do


hospício e construção da psiquiatria no Rio Grande do Sul. Hist. cienc. saude-
Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, p. 659-679, fev. 2000. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702000000400008&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em: 24 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702000000400008.

BARROS, DD. Itinerários da loucura em territórios Dogon [online]. Rio de Janeiro:


Editora FIOCRUZ, 2004. Loucura & Civilização collection. 260 p. ISBN 978-85-7541-
332-6. Available from SciELO Books.

ALVERGA, Alex Reinecke de; DIMENSTEIN, Magda. A reforma psiquiátrica e os


desafios na desinstitucionalização da loucura. Interface (Botucatu), Botucatu, v.
10, n. 20, p. 299-316, dez. 2006. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
32832006000200003&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 24 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832006000200003.

OLIVEIRA, Edinéia Figueira dos Anjos; GARCIA, Maria Lúcia Teixeira. A política de
saúde mental no estado do Espírito Santo. Rev. katálysis, Florianópolis, v. 14, n.
1, p. 50-58, jun. 2011. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
49802011000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 04 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-49802011000100006.

VALADARES, Fabiana Castelo; SOUZA, Edinilsa Ramos de. Análise da inserção do


tema da violência na Política de Saúde Mental brasileira a partir de seus marcos
legais (2001-2011). Physis, Rio de Janeiro, v. 23, n. 4, p. 1051-1077,
dez. 2013. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
73312013000400003&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 04 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312013000400003

PAULIN, Luiz Fernando; TURATO, Egberto Ribeiro. Antecedentes da reforma


psiquiátrica no Brasil: as contradições dos anos 1970. Hist. cienc. saude-
Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 241-258, ago. 2004. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702004000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 04 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702004000200002

ALMEIDA JUNIOR, João Cauby de. Arenas de produção de políticas públicas: a


nova política nacional de saúde mental. Rev. direito GV, São Paulo, v. 9, n. 2, p.
659-680, dez. 2013. Disponível em:23/11/2018
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
24322013000200012&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 24 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1808-24322013000200012.

MAIA, Rousiley C. M.; FERNANDES, Adélia B. O movimento antimanicomial como


agente discursivo na esfera pública políticaO movimento antimanicomial como
agente discursivo na esfera pública política. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 17, n.
48, p. 157-171, fev. 2002. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
69092002000100010&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 24 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092002000100010.

PEREZ, Karine Vanessa; BOTTEGA, Carla Garcia; MERLO, Álvaro Roberto


Crespo. Análise das políticas de saúde do trabalhador e saúde mental: uma
proposta de articulação. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 41, n. spe2, p. 287-298,
jun. 2017. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
11042017000600287&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 04 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042017s224

SILVEIRA, MFA., and SANTOS JUNIOR, HPOS., orgs. Residências


terapêuticas: pesquisa e prática nos processos de desinstitucionalização [online].
Campina Grande: EDUEPB, 2011. 320 p. ISBN 978- 85-7879-063-9. Available from
SciELO Books.

MARTINELLI, Maria Lúcia. O trabalho do assistente social em contextos


hospitalares: desafios cotidianos. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 107, p. 497-508,
set. 2011. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
66282011000300007&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 04 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-66282011000300007

SCHEFFER, Graziela; SILVA, Lahana Gomes. Saúde mental,


intersetorialidade e questão social: um estudo na ótica dos sujeitos. Serv. Soc.
Soc., São Paulo, n. 118, p. 366-393, jun. 2014. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
66282014000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 04 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-66282014000200008

MIOTO, Regina Celia Tamaso; NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro. Política Social e
Serviço Social: os desafios da intervenção profissional. Rev. katálysis,
Florianópolis, v. 16, n. spe, p. 61-71, 2013. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
49802013000300005&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 04 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-49802013000300005.

RODRIGUES, William Costa et al. Metodologia científica. Faetec/IST. Paracambi, p.


2-20, 2007.

CARVALHO, Denis Barros de. Psicologia da saúde crítica no contexto


hospitalar.Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 33, n. 2, p. 350-365, 2013
. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932013000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 26 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932013000200008

MEDEIROS, Lucilene Martorelli Ortiz Petin; BATISTA, Sylvia Helena Souza da Silva.
Humanização na formação e no trabalho em saúde: uma análise da literatura. Trab.
educ. saúde, Rio de Janeiro , v. 14, n. 3, p. 925-951, dez. 2016 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-
77462016000300925&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 26 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00022.

BERNARDO, Marcia Hespanhol; GARBIN, Andréia De Conto. A atenção à saúde


mental relacionada ao trabalho no SUS: desafios e possibilidades. Rev. bras. saúde
ocup., São Paulo , v. 36, n. 123, p. 103-117, jun. 2011 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-
76572011000100010&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 26 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572011000100010.

PEREZ, Karine Vanessa; BOTTEGA, Carla Garcia; MERLO, Álvaro Roberto Crespo.
Análise das políticas de saúde do trabalhador e saúde mental: uma proposta de
articulação. Saúde debate, Rio de Janeiro , v. 41, n. spe2, p. 287-298, jun. 2017
. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
11042017000600287&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 26 nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042017s224.

BRASIL. Lei nº 8662 de 07 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de


Assistente Social e dá outras providências. Disponível em: <
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm> Acesso em: 01 mai. 2015.
BRAVO, M. I. e MATOS, M. C. Projeto Ético-Político do Serviço Social e sua relação
com a Reforma sanitária: elementos para o debate. In. MOTA, Ana Elizabete, et al
(org.). Serviço Social e Saúde. 4ª ed. São Paulo, Cortez, 2009

BISNETO, José Augusto. Serviço Social e saúde mental: uma análise institucional
da prática. São Paulo, Cortez, 2007.

Vous aimerez peut-être aussi