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Problemas com o Método da TIR (Taxa Interna de Retorno)

Hoje vamos falar do método da TIR (Taxa Interna de Retorno) e de alguns problemas
que podem ocorrer quando utilizamos essa técnica na análise de investimentos.
Para ilustrar iremos analisar duas questões da prova da Telebras (Analista
Superior/Especialista de Gestão de Telecomunicações/cargo 6/Subatividades: Finanças)
aplicada pelo Cespe em 2013.

63. Para cada fluxo de caixa de um projeto, há apenas uma taxa interna de retorno
(TIR) a ele associada.

( ) Certo ( ) Errado

SOLUÇÃO:
Segundo Securato (2008, p. 53) “a TIR de um projeto é a taxa de juros para a qual o
valor presente das entradas iguala, em valores absolutos, o valor presente das saídas do seu
fluxo de caixa”. Ou seja, a Taxa Interna de Retorno (TIR) de um investimento é a taxa de
juro que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) do seu fluxo de caixa seja igual a zero.
A TIR representa o ponto de reversão da decisão de investir. Se a taxa mínima de
atratividade para o investimento for inferior a TIR, o projeto deverá ser aceito. Se a taxa
mínima de atratividade for superior a TIR, o projeto deverá ser rejeitado.

Taxa Interna de Retorno (TIR)


3.000.000

2.500.000

2.000.000

1.500.000
VPL = 0
1.000.000 TIR = 21,6%
500.000
VPL > 0
0
VPL < 0
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
-500.000

-1.000.000

k* VPL

Rua das Marrecas, 15 – Centro – CEP 20031-120. Rio de Janeiro – RJ. Telefax: (21) 2544-3752/2544-9202
O método da TIR, no entanto, é indicado para avaliação de investimentos cujo fluxo de
caixa seja do tipo simples ou convencional, cujo resultado seja uma única TIR. Isso porque, se
os capitais do fluxo de caixa apresentarem mais de uma mudança de sinal, ou seja, mais de
uma saída ao longo do período de análise, o fluxo de caixa poderá ter mais de uma TIR – o
que chamamos de Múltiplas TIR (ou Taxas Internas de Retorno Múltiplas)

Exemplo:

Anos Capitais
0 -1.000.000
1 2.550.000
2 -1.610.000

Vamos calcular a TIR do fluxo de caixa apresentado. Para facilitar o cálculo iremos
dividir os números por 1.000.000:
–1 + ((2,6 / (1 + TIR)1) – (1,68 / (1 + TIR)2)) = 0

Multiplicando os dois membros da equação por – (1 + TIR)2 teremos:


(1 + TIR)2 – 2,6 × (1 + TIR) + 1,68 = 0

Substituindo – (1 + TIR)2 por x:

x2 – 2,6x + 1,68 = 0

Ao resolver a equação de segundo grau, encontramos duas raízes: x1 = 1,20 e x2 =


1,40, ou seja, duas taxas de retorno: TIR1 = 20% e TIR2 = 40%.

Embora os dois resultados sejam aceitos como soluções matemáticas, não se deve
aplicar o método da TIR para avaliar projetos de investimento cujos capitais do fluxo
apresentem mais de uma mudança de sinal (- , +, - , +, ...).
Vejamos o Perfil do VPL desse investimento:

k* VPL Projeto F
0% -80.000
5% -47.619
10% -24.793
15% -9.452
20% 0
25% 4.800
30% 5.917
35% 4.115
40% 0
45% -5.945
50% -13.333

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Taxas Internas de Retorno Múltiplas
20.000
10.000 TIR 1 = 20% TIR 2 = 40%
0
-10.000 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%
-20.000
-30.000
-40.000
-50.000
-60.000
-70.000
-80.000
-90.000

k* VPL Projeto F

A TIR é representada graficamente pelo ponto em que a curva do VPL cruza a linha do
eixo x. Nesse exemplo, o eixo x é cruzado em dois pontos diferentes pela curva do VPL. 1

Gabarito: E
65. Para a tomada de decisão sobre investimentos mutuamente excludentes,
deve-se utilizar o valor presente líquido (VPL) como variável de decisão, em vez da
taxa interna de retorno (TIR).

( ) Certo ( ) Errado

SOLUÇÃO:
Projetos mutuamente excludentes

Frequentemente, as empresas precisam escolher entre investimentos concorrentes


(mutuamente excludentes). Diz que os projetos são mutuamente excludentes quando a
aceitação de um implica na rejeição de outro(s).

Para realizar a melhor escolha, dentre um grupo de projetos mutuamente excludentes,


é necessário que todos os projetos que estejam participando da seleção tenham o mesmo
prazo de análise.

1
Segundo a regra de descartes, o número de raízes reais positivas de uma equação algébrica é, no máximo,
igual ao número de inversões de sinais dos fluxos.
Para maiores informações a respeito, consulte o nosso livro: “Análise de Projetos de Investimentos”.

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Dessa forma, os critérios serão:

Para o Método do VPL


O projeto escolhido será aquele que apresentar o maior VPL.

É possível utilizar o método da TIR, mas, neste caso, é preciso fazer uma adaptação.

Para o Método da TIR

O projeto escolhido pode não ser o projeto com a maior TIR. Para que o método da TIR
possa ser utilizado, neste caso, deverá se aplicado o procedimento de análise incremental 2,
que irá ajudar a definir qual o melhor projeto.

Vamos entender melhor porque, no caso de projetos mutuamente excludentes, não


podemos simplesmente escolher aquele que tem a maior TIR.
Suponha que dois projetos são mutuamente excludentes, ou seja, a aceitação de um
projeto implica na rejeição do outro:

Projeto I Projeto II
VPL (k = 10 %) 512.363 547.469
TIR 23,20% 18,29%
Qual a melhor escolha?

Analisando o VPL e a TIR chegamos a recomendações contraditórias:

 o método do VPL nos diz que a melhor escolha é o projeto II;

 aplicando o método da TIR, o projeto I é a melhor escolha.

Sabemos que, de uma forma geral, o método do VPL não tem nenhuma restrição à sua
aplicação, ao contrário do método da TIR.

Então vamos entender qual a limitação natural do método da TIR para selecionar o
melhor projeto de um grupo de projetos mutuamente excludentes.

A tabela seguinte apresenta o perfil do VPL dos dois projetos, variando a TMA entre 0%
e 30% ao ano:

VPL VPL
k Maior VPL
Projeto I Projeto II
0% 1.100.000 1.500.000 Projeto II
5% 778.094 974.149 Projeto II
10% 512.363 547.469 Projeto II
15% 290.738 197.217 Projeto I
20% 104.167 -93.364 Projeto I
25% -54.240 -336.800 VPL < 0
30% -189.787 -542.576 VPL < 0

2
Para maiores informações sobre Análise Incremental, consulte o nosso livro: “Análise de Projetos de
Investimentos”.

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Analisando os resultados da tabela percebemos que:

 Se a taxa mínima de atratividade (k) estiver entre 0% e 10%, o VPL do projeto


II é maior que o VPL do projeto I.

 Utilizando uma taxa mínima de atratividade (k) entre 15% e 20%, o VPL do
projeto I é maior que o VPL do projeto II.

Portanto, observa-se que, a um determinado valor de taxa de juro, que está situado
entre 10% e 15%3, há uma alteração na recomendação do melhor projeto.

Além disso, podemos concluir também que o VPL apresenta uma sensibilidade à taxa de
juro, ou seja, seu resultado depende da TMA utilizada no cálculo. Já a TIR depende tão
somente do fluxo de caixa do projeto, não sofrendo qualquer alteração em função da TMA.

Ponto de Fischer
2.000.000

1.500.000
Projeto II

1.000.000 Ponto de Fischer (11,26%)

Projeto I
500.000

0
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

-500.000

-1.000.000

k*

Analisando o gráfico acima, é possível constatar que se a taxa mínima de atratividade


(k) utilizada for inferior a 11,26%, o VPL do projeto II é maior que o do projeto I; se a taxa
mínima de atratividade (k) utilizada for superior a 11,26%, o VPL do projeto I é maior que o
do projeto II.

A interseção do Perfil do VPL dos dois projetos em análise é denominada ponto de


reversão da decisão ou Ponto de Fischer4e representa a taxa de juro em que o VPL dos
dois projetos é igual. O valor do ponto de reversão, de 11,26% ao ano, é obtido com a análise
incremental.

3
O valor exato é 11,25974% ao ano
4
Em homenagem ao professor que o identificou.

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Ou seja, é possível escolher o melhor projeto apenas comparando os VPL dos
projetos avaliados. Mas não é possível realizar essa escolha por meio da simples
comparação das TIRs desses projetos. Portanto, para projetos mutuamente excludentes,
deve-se dar preferência ao método do VPL, que não possui restrição.

Gabarito: C

Até mais, pessoal!

Lissandra Bischoff

Referências Bibliográficas

SECURATO, José Roberto. Cálculo financeiro das tesourarias: bancos e empresas. 4. ed.
São Paulo: Saint-Paul Editora. 2008.
BISCHOFF, Lissandra. Análise de projetos de investimentos: teoria e questões
comentadas. 1. Ed. Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2013.

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