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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE LINHARES – ES.

Processo nº 0003563-83.2018.8.08.0030

WASHINGTON OLIVEIRA DE SÁ, brasileiro, casado, promotor


de vendas, portador do CPF nº 137.859.177-16, residente e domiciliado a Rua Paraju,
nº 138, bairro Movelar – Linhares/ES – CEP: 29906-080, vem, por meio de seu
advogado, respeitosamente a Ilustríssima presença de V. Excelência, requerer;

RESTITUIÇÃO DE COISA APREENDIDA (como depositário fiel)


pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS
No dia 13 de abril de 2018, por volta do meio dia, o requerente
atendendo um pedido de seu colega conhecido por BIEL, emprestou a este seu
veiculo CELTA placa HOD 4614 – MG, já que segundo BIEL, levaria sua esposa grávida
de 8 meses ao hospital por ela não se sentir bem.
Como o requerente estava em horário de almoço, e não poderia faltar o trabalho,
ao invés de ele levar, emprestou então seu veiculo para que BIEL levasse sua
esposa até o hospital.

No mesmo dia por volta das 16hs, o requerente enviou mensagem


de texto ao colega BIEL, dizendo que necessitava do seu veiculo, conforme doc.
Anexo.

Ocorre que BIEL não respondia as mensagens e também e seu


telefone só dava caixa postal, tendo o requerente descoberto mais tarde que seu
veiculo havia sido apreendido.

DA PESSOA DO REQUERENTE – TERCEIRO DE BOA FÉ


Conforme se nota nos documentos já anexos, o requerente é
pessoa honesta, casado, pai de uma filha, trabalhador de CTPS assinada, vivendo
unicamente de seu trabalho licito.
Corroborando o já exposto, o Requerente apresenta neste ato
documentos que comprovam que a compra do veiculo se deu por meios lícitos, com
valores obtidos de forma licita, comprado também de forma usual, sendo o veiculo
comprado da pessoa MARIA DE JESUS BARCELO, inscrita no CPF nº 930.472.317-53
conforme copia do CPF anexo.
Como se vê, o Requerente ganhou no processo judicial nº 0013924-
04.2014.8.08.0030 o valor aproximado de R$ 20,000,00 (vinte mil reais) sem
correções.
Logo em seguida o Requerente realizou a compra do veiculo, tendo
na oportunidade feito um TED no valor de R$ 13.600,00 (treze mil e seiscentos
reais) para a conta da proprietária do Veiculo, conforme documento também anexo.
Como se vê excelência, o Requerente adquiriu o veiculo de forma
licita e por meios lícitos.
DO DIREITO
DEPOSITARIO FIEL
Excelência, o Requerente é pessoa de bem, utilizava seu veiculo
para o trabalho e para o lazer de sua família, Jamais poderia ele imaginar que
usariam seu veiculo para fins ilícitos.

Levando-se em consideração que este é um processo com vários


réus, e que pode levar anos até que se tenha o final da instrução, o Requerente
pugna pela liberação de seu veiculo ficando ele na qualidade de Depositário Fiel
do bem.

É sabido que os veículos que ficam nos pátios das delegacias se


deterioram com facilidade, pois ficam expostas as intempéries do tempo.

Assim, ao final do processo, sendo reconhecido o Direito do


Requerente, pode ele sofrer prejuízos de difícil reparação, já que poderá receber de
volta um veiculo totalmente destruído.

Nossos tribunais já decidiram favoravelmente em casos


semelhantes, se não vejamos:

TRF-1 - APELAÇÃO CRIMINAL APR 00241601620174013400


0024160-16.2017.4.01.3400 (TRF-1)
Data de publicação: 17/11/2017
Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. APREENSÃO
DE VEÍCULO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PROPRIEDADE
COMPROVADA. FIEL DEPOSITÁRIA. I - A finalidade da apreensão
deve ser bem definida, ou seja, o objeto deve ser relevante ou
imprescindível para a elucidação do crime, prova ou mesmo
defesa do réu. Na hipótese, o veículo apreendido não tem
relevância para o processo e sua proprietária figura como
terceira de boa-fé, não havendo indícios de que estaria
envolvida na trama criminosa. II - Correta
a restituição do veículo em comento por meio de depósito,
pois comprovada a propriedade, não há indícios de que tenha
sido adquirido como provento de qualquer infração, não
constituindo, em princípio, objeto, instrumento ou produto de
crime, tampouco é imprescindível para a elucidação ou prova
de prática de qualquer conduta delituosa. III - Apelação
parcialmente provida.
Encontrado em: A Turma, por unanimidade, deu parcial
provimento à apelação. QUARTA TURMA 17/11/2017 e-DJF1 -
17/11/2017 APELAÇÃO CRIMINAL APR 00241601620174013400
0024160-16.2017.4.01.3400 (TRF-1) DESEMBARGADOR FEDERAL
CÂNDIDO RIBEIRO

TJ-GO - APELACAO CRIMINAL APR 02169232220158090049


(TJ-GO)
Data de publicação: 03/03/2017
Ementa: Pedido de restituição de veículo apreendido em
flagrante por crime de tráfico. Indeferimento. Recurso
interposto pela genitora do denunciado requerendo
a restituição definitiva do bem ou a nomeação
como fiel depositária. 1 - A conclusão do inquérito policial e a
documentação acostada aos autos viabilizam a entrega do
automóvel apreendido à postulante, na condição
de fiel depositária, mediante advertência quanto aos encargos
inerentes ao depósito, tais como, a proibição de dispor do
objeto que lhe foi confiado e o dever de zelar pela sua
conservação, além da constituição de ônus perante o DETRAN.
CONCLUSÃO - Recurso parcialmente provido. Parecer acolhido.
Encontrado em: ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela
Quinta Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal, em
votação unânime, acolhendo o parecer ministerial de cúpula,
conhecer do apelo e dar-lhe parcial provimento, nos termos do
voto do relator, que a este se incorpora. Custas de lei. 2A
CAMARA CRIMINAL DJ 2221 de 03/03/2017 - 3/3/2017
APELANTE: ALBERTINA FOGACA DA SILVA. APELADO: MINISTERIO
PUBLICO APELACAO CRIMINAL APR 02169232220158090049 (TJ-
GO) DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JR

TJ-RS - Apelação Crime ACR 70059373167 RS (TJ-RS)


Data de publicação: 24/07/2014
Ementa: APELAÇÃO. TRÁFICO DE
DROGAS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE VEÍCULO APREENDIDO.
POSSIBILIDADE. CONDIÇÃO DE FIEL DEPOSITÁRIO. PRELIMINAR.
Não há nulidade pela suposta ofensa ao artigo 93 , inciso IX , da
Constituição Federal , quando a autoridade judiciária, ao
motivar sua decisão, reporta-se ao parecer ministerial. Apenas
deve-se resguardar o acesso e a exata compreensão das
razões de decidir. Nulidade rejeitada. MÉRITO. Não há ilegalidade
na apreensão, na medida em que esta se deu em observância
ao disposto no art. 62 da Lei nº 11.343 /06. O Código de
Processo Penal , em seu artigo 118 , é claro ao dispor que
"antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas
apreendidas não poderão ser restituídas enquanto
interessantes ao processo". Contudo, comprovada a
propriedade, considerando que não houve instrução do feito,
não existindo, por ora, comprovação da origem ilícita ou mesmo
da habitualidade no uso da prática delitiva, a fim de evitar dano
irreparável, razoável a devolução do veículo ao apelante, na
condição de depositário fiel, devendo ser anotada a restrição
de transferência no DETRAN, até o julgamento final do processo
criminal, quando será decidida a questão e o destino final
do veículo. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. O apelante teve
sua defesa patrocinada por advogado particular. Ademais, alega
o exercício de atividades lícitas, juntando documentos para
demonstração de recursos suficientes, inclusive para a suposta
aquisição do veículo objeto da presente pedido de restituição.
Demonstra, assim, condições suficientes de arcar com referido
ônus. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Crime Nº
70059373167, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Jayme Weingartner Neto, Julgado em 10/07/2014)
Encontrado em: Terceira Câmara Criminal Diário da Justiça do
dia 24/07/2014 - 24/7/2014 Apelação Crime ACR 70059373167
RS (TJ-RS) Jayme Weingartner Neto

Como se nota nas jurisprudências acima apontadas, é totalmente


cabível o pedido do Requerente para que seja lhe devolvido o Bem na qualidade de
Deposito, inclusive fazendo constar no DENTRAN a restrição para garantia do juízo.

DO PERICULUM IM MORA
Também se afirma que o Requerente esta sofrendo prejuízo sem poder
usar e gozar da coisa apreendida de sua propriedade, pois, necessita do veiculo
para o trabalho, já que é promotor de vendas em supermercados, trabalhando de
CTPS assinada, conforme documentos já anexos no pedido anterior, e utiliza o
veiculo para deslocamentos.

Dessa feita, é imperiosa a necessidade de restituição do veículo


apreendido e à disposição, sendo que, caso seja mantida a apreensão haverá grave,
evidente e irreversível prejuízo.

DO FUMUS BONI IURIS


O fumus boni juris consiste na plausibilidade do direito perpetrado
pela parte; ou seja na "fumaça do bom direito", que esta devidamente provada
através dos documentos juntados.
Oportuno o seguinte trecho extraído da obra "Tempo e Processo"
da autoria de JOSÉ ROGÉRIO CRUZ E TUCCI:

"(...) um julgamento tardio irá perdendo


progressivamente seu sentido reparador, na medida em
que se postergue o momento do reconhecimento
judicial dos direitos; e, transcorrido o tempo razoável
para resolver a causa, qualquer solução será,
de modo inexorável, injusta, por maior que seja o
mérito científico do conteúdo da decisão." (JOSÉ
ROGÉRIO CRUZ E TUCCI - Tempo e Processo - Uma
análise empírica das repercussões do tempo na
fenomenologia processual (civil e penal) - São Paulo -
Editora Revista dos Tribunais - 1997 - pág. 65 / Cf.
RAFAEL A. BIELSA e EDUARDO R. GRAÑA - El tiempo y el
proceso - Revista del Colégio de Abogados de La Plata -
1994 - pág. 190)

Na mesma obra citada:

"(...) é necessário que a demora, para ser reputada


realmente inaceitável, decorra da inércia, pura e
simples, do órgão jurisdicional encarregado de dirigir
as diversas etapas do processo. É claro que o excesso
de trabalho, a pletora de causas, não pode ser
considerado como justificativa plausível para a lentidão
da tutela jurisdicional."(JOSÉ ROGÉRIO CRUZ E TUCCI -
Tempo e Processo - Uma análise empírica das
repercussões do tempo na fenomenologia processual
(civil e penal) - São Paulo - Editora Revista dos
Tribunais - 1997 - pág. 65
DOS PEDIDOS
Por todo exposto, requer-se:
Na esteira passada em desfile e ao crivo do Nobre Julgador, após as luzes do Douto
Representante do Ministério Público, conforme o fundamento retro expendido,
consubstanciado no "fumus boni iuris" e o "periculum im mora", requer o
deferimento do pedido de restituição do veículo apreendido, mediante termo nos
autos, com a expedição de oficio a autoridade policial que realizou a apreensão, e se
necessário for seja DEPOSITADO o bem em poder do Requerente, até o final do
processo, por estar provado o direito a restituição de coisa apreendida, e não
pairar dúvidas sobre a propriedade do bem.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Linhares-ES, 26 de Novembro de 2018.

Marcos Soares Marques


Advogado
OAB/ES 25023

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