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C A P ÍT U L O 11

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<ò OAãÁ/^-OA 7U U > m e^C M )W (/l> G 4A

Façam todo o possível para viver em paz com todos.


Romanos 12.18
^r^onheci M ark quando eu tinha apenas 15 anos de idade.
Ele tinha 17. Isso foi em 1976, e o país inteiro estava celebrando
o ducentésimo aniversário da nossa nação. Nossa cidade natal
Waco, no Texas, tinha decidido celebrar o bicentenário com
uma produção em toda a cidade de The M usic M an [ Vendedor
d e ilusões , versão brasileira], composta por um elenco de estu­
dantes de todas as escolas públicas da cidade.
Com um a cabeça lotada de sonhos sobre estar no pal­
co cantando, eu estava, junto com centenas de outras pessoas,
apertada em um a sala do coral de uma escola estranha, fazen­
do testes para papéis no musical. Eu apenas conseguia sonhar
em interpretar M arion, a protagonista. Como tinha apenas um
metro e meio de altura, eu tinha muito mais chances de ser
escolhida para o papel de uma das crianças ou como uma anã
no coral.
M eu nervosismo naquela noite não me im pediu de olhar
ao redor da sala e ver como os outros estavam indo em suas
audições. Porém, houve um jovem que atraiu meu olhar. Pensei
que ele seria o perfeito Harold H ill, o protagonista. “E não seria
engraçado”, im aginei, “fazer o papel de M arion e ter de beijá-lo
durante oito lentos compassos da música?”. M al sabia eu que
meu jovem Harold H ill também estava observando-me.
M ark pegou o papel do protagonista, e como suspeitei,
fiquei no coral — com um pequeno solo — mas tenho orgulho

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O que toda noiva precisa saber

disso. Como as semanas de ensaio transformaram-se em meses,


passei a conhecer “o homem da música” muito bem e desfrutei
de suas caronas para casa depois dos ensaios quase toda noite.
Nossa rotina era mais ou menos assim: ir para o ensaio, depois
levar outras crianças para casa (você sabia que é possível colocar
oito adolescentes em um Fusca 1962?), dirigir para m inha casa,
sentar no carro e conversar — e isso era apenas conversa, para
m inha decepção.
Uma noite, depois de horas escutando rádio com o motor
desligado, M ark tentou ligar o carro, mas nada aconteceu. A
bateria estava completamente arriada. Já passava da meia-noite,
mas eu sabia quem deveria chamar: o homem que sempre me
salvava das catástrofes: meu papai. M eu pai era gerente auto­
motivo da loja Sears e sabia mais sobre carros do que qualquer
um na cidade. Eu disse a M ark que apenas entraria em casa e
pedir ao Papai que viesse ajudar. Sem problemas. Então, fiz isso.
E Papai, d e fa to , saiu, parecendo-se com, bem, um pai à
meia-noite. Seu cabelo estava despenteado e ele estava usan­
do uma das suas camisas de gola V. Para ajudar o visual, ele
também usava um short de poliéster. M ark saiu do carro para
cumprimentá-lo. Papai deu uma olhada de desaprovação ao
adolescente que passara as últimas horas “conversando” no es­
curo com sua filha e pediu que M ark voltasse para o carro, que
obedeceu-lhe sem dizer uma palavra. A missão do papai era
fazer o carro pegar e fazer sua filha entrar em casa. Uma conver-
sinha com o menino não era uma prioridade.
O plano era: meu pai empurraria, e uma vez que o carro
tivesse um pouco de velocidade, M ark pisaria na embreagem.
O motor ligaria, e ele iria para casa. E foi exatamente isso o
que aconteceu. Morávamos em uma colina, o que significa
que papai não teve de empurrar muito. O carro logo pegou.

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Familiares: parentes, sogros e outros não mencionáveis

Eu estava radiante. Os dois homens mais importantes da minha


vida tinham finalmente se conhecido e realizaram com sucesso
seu primeiro projeto juntos.
Não sei como os pais sabem essas coisas, mas, alguns anos
depois, quando M ark pediu-me em casamento, papai disse-lhe
que soube — na noite da bateria arriada — que ele seria “o
escolhido”. Três anos e meio depois, atravessei o corredor da
First United M ethodist Church de braços dados com meu pai.
Quando chegamos à frente da igreja, um dos ministros fez a
grande pergunta: “Quem concede esta m ulher em casamento
a este homem?”.
M eu pai, que comumente guardava sua fé para si mesmo,
surpreendeu todos nós com essas palavras: “O Senhor Jesus,
que a deu para nós, sua mãe e eu”. N aquela noite ele, junto com
nossos outros pais, adicionou um novo título ao seu currículo:
sogro.

Sogros

Eles podem ser intimidantes, irritantes e intrusos, mas também


podem trazer uma incrível e incomparável estabilidade ao casa­
mento. Na verdade, em algumas culturas europeias, a baixa taxa
de divórcio é devida, pelo menos em parte, à presença de uma
apoiante e extensa família cercando o casamento. Sogros podem
ser maravilhosos. Essas são as boas notícias. No entanto, esteja
ciente: o relacionamento entre você e seus sogros pode ser menos
do que suave e apoiador. Pais muito envolvidos ou, o contrário,
muito desapegados podem trazer estresse ao casamento.
Como estão começando sua nova vida, é imperativo
que você e seu m arido — e não os seus pais — estabeleçam os

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O que toda noiva precisa saber

padrões e os limites que serão mais favoráveis ao seu casamento


a longo prazo. Mas prepare-se. Fazer esses ajustes será, prova­
velmente, mais desafiador para você do que para o seu marido.

Um novo herói

Scott e Joan estavam tendo problemas na comunicação e preci­


savam de uma terceira parte objetiva para ajudá-los a resolver as
coisas. O tema da conversa virou-se para o pai dela. Seus olhos
brilhavam enquanto ela descrevia a força, a gentileza, e a dis­
ponibilidade de seu pai para com eles enquanto casal. Ela fala­
va com afetuosidade sobre como ele tinha vindo recentemente
para aparar os arbustos — sem sequer lhe pedirem — e como
havia comprado uma passagem de avião para que ela pudesse
participar do reencontro dos alunos do Ensino Médio.
Ela estava anim ada, e sua voz, empolgada e envolvente.
Mas o rosto de Scott revelava uma versão diferente. Quanto
mais ela falava em termos brilhantes sobre seu pai, mais o sem­
blante de Scott caía.
“M eu pai é meu herói”, Joan disse com um floreio en­
quanto terminava seus comentários.
Naquele momento, Joan também poderia ter marcado
nocaute e declarado Scott como perdedor. Ao invés de motivar
seu marido, sua admiração incomparável por seu pai desmora­
lizava-o e levava-o à indiferença e à apatia.
Após Bobbie e Robert casarem-se, ela e sua mãe con­
versavam frequentemente por telefone. Ela havia crescido
em um a casa na qual o ato de gastar dinheiro era celebrado.
Agora, recém-casada, ela estava encarando um a austeridade
que não conhecia. As conversas ao telefone com sua mãe com

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Familiares: parentes, sogros e outros não mencionáreis

frequência — e previsivelmente — tornavam-se assunto para


dinheiro. Bobbie era franca sobre o fato de ela e Robert não
poderem pagar, e sua mãe sempre oferecia “ajuda”.
Embora você pense que Robert poderia ficar feliz com o
dinheiro extra na conta, ele não estava. Na verdade, a aprecia­
ção de Bobbie pela “generosidade de sua mãe” tornou-se uma
competição injusta para seu recente marido. Foi quando Robert
finalmente pediu que a esposa parasse de falar sobre finanças
com sua mãe que ela começou a perceber o quão inseguro esses
presentes deixavam-no. E por mais doloroso que fosse desistir
dos presentes, ela concordou.
A lição a ser aprendida aqui é: quando você compara seu
marido — direta ou sutilmente — com algum dos seus pais,
seu casamento perde.
Com nada além de melhores intenções, pais podem sa­
botar a estabilidade de um jovem casamento. Quando uma
mãe ou um pai diz — com ou sem palavras — para um a filha
adulta: “Querida, se as coisas não derem certo, você sempre
pode voltar para casa”, sementes de insegurança matrimonial
são plantadas. A mensagem é essa: “Você pode estar casada com
esse homem, mas, no fundo, todos sabemos que, na verdade,
você ainda é nossa”.
M uito frequentemente, problemas com sogros são cau­
sados pelas boas coisas que eles oferecem: presentes, viagens,
refeições, cuidar dos filhos. No entanto, sem intenção, esses
presentes podem deixar culpa residual e incutir pressão para
“atuar”, como: aparecer para um encontro familiar, cear no
Natal, aceitar ou não um emprego particular. Então, natural­
mente, haverá momentos em que você se sentirá dividida entre
decepcionar seu marido ou seus pais — ou os dele.

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O que toda noiva precisa saber

Assim, quando uma escolha é exigida, casais em casamen­


tos mais fortes escolhem d ecep cion a r seus pais. No entanto, fazem
isso de forma amorosa e respeitosa. Eles podem ter de repetida­
mente estabelecer limites para afirmar que sua lealdade é de um
para o outro e que seu am or e sua lealdade aos seus pais vêm em
segundo lugar.

Você e sua sogra

Lidar com sogros pode ser um im enso problema, especialmente


no primeiro ano de casamento. E isso não é um problema novo.
O primeiro livro da Bíblia, Gênesis, aconselha o homem a dei­
xar seus pais como um passo fundamental para a construção do
tipo certo de casamento: o h om em deixará p a i e m ãe e se unirá à
sua m ulher, e eles se tornarão um a só ca rn e? 0
Como muitas esposas, você pode achar que sua dificulda­
de mais aguda com seus familiares ocorre entre você e sua sogra.
Aqui está o motivo: tensões podem surgir pelo fato de vocês
duas estarem competindo — ainda que inconscientemente —
pela afeição do mesmo homem. E se ele não escolher, de modo
intencional, “deixar”, forçará sua esposa a competir com sua
mãe pelo restante de suas vidas.
Essa situação não resolvida pode prejudicar a construção
de um casamento forte:

^ Existe a nora que cronicamente sente que, aos olhos de


sua sogra, ela nunca será boa o bastante para o filho dela.
Existe a sogra que está “preocupada” porque seu filho
mudou desde o casamento, e ela teme ter “perdido seu
filho”.

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Familiares: parentes, sogros e outros não mencionáveis

Existem os sentimentos hipersensíveis da nora, que são


tão brutos, que tudo que a sogra faz é errado: se ela dá
um presente, é do tipo errado; se ela não liga, não se im­
porta; se liga, é intrusa; se dá dinheiro, é controladora;
se não dá dinheiro, é egoísta.

Questões inegociáveis deJason e Lynn

Quando ela e Jason decidiram casar-se, Lynn tinha visto


muitas amigas presas no trivial, em tensões desgastantes com
suas sògras. Por isso, ela determ inou que seu relacionamento
seria diferente. E então, antes do casamento, ela e Jason de­
senvolveram um a das estratégias mais úteis que já vimos para
prevenir tensões com sogros. Após horas de discussão, eles vie­
ram com esses cinco pontos inegociáveis:

1. Sempre falaremos e escutaremos com respeito nossos


pais e os pais do outro.
2. Quando as férias chegarem, nós decidiremos, sem culpa,
onde será o melhor lugar para nós dois irmos, uma vez
decidido, avisaremos aos nossos pais.
3. Colocaremos um limite justo em nosso tempo e em nos­
sa conversa com nossos pais, para que quando ligarem
ou visitarem-nos, possamos recebê-los de braços aber­
tos em vez de tratá-los como intrusos. (Não temos, por
exemplo, de atender ao telefone toda vez que ligam ou
dizer “sim” para todos os convites que fizerem.)
4. Cada um de nós concordará alegremente em comparecer
a três “apresentações de ordem” dos sogros a cada ano.
(Lynn pode dizer: “Jase, se é importante que eu vá com
você e seus pais ao festival polka, serei a primeira na pista

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O que toda noiva precisa saber

de dança”. E quando a dança acabar, Jason reconhecerá


que ele usou uma das apresentações de ordem de Lynn.)
5. Escolheremos nossas atitudes em vez de culpar os ou­
tros por nossas respostas. (Lynn reconheceu que ficar
magoada com seu relacionamento com sua sogra nunca
ajudaria seu casamento. Por isso, ela determinou que se­
ria ela quem decidiría como respondería à sua sogra. Ela
me disse: “Nunca direi ao meu marido: ‘Sua mãe deixou-
-m e tão irritada!’ Quero ser sempre quem escolhe minha
resposta a ela”.)

A estratégia de Jason e Lynn é um ponto de partida. No


entanto, esse plano im pediu que ela ficasse irritada com sua
sogra? É claro que não; todavia, ele a ajudou a não reagir de
forma negativa ou infantil quando sua sogra magoava seus sen­
timentos de alguma forma.
Se entrar em seu casamento sem a proteção do seu próprio
acordo familiar — semelhante ao que Lynn e Jason estabelece­
ram — você pode estar indo em direção a anos de conflito e
frustração. Independente de achar que precisará deles ou não
algum dia, você e seu marido devem começar a estabelecer suas
próprias regras inegociáveis para que vocês tenham um plano
com o qual lidar no futuro. Se vocês prepararem o terreno no
primeiro ano de suas vidas como Sr. e Sra., isso dará a vocês um
recurso maravilhoso quando e se os dois conjuntos de seus pais
tornarem-se vovô e vovó.

A tensão do tempo

Para dar aos casais um a perspectiva sobre relacionamentos sau­


dáveis com sogros, M ark e eu tentamos ajudá-los a adquirir um

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Familiares: parentes, sogros e outros náo mencionaveis

senso claro de n orm a l — o que eles podem esperar um do outro


quando se trata de quanto tempo passarão com suas próprias
famílias e com seus sogros. Fazemos isso convidando os casais
para um pequeno jogo.
Explicamos que faremos duas perguntas, e que cada qual
requer um número específico como resposta. Pedimos também
que não compartilhem suas respostas em voz alta até dermos
um sinal. Quando temos certeza de que entenderam o proces­
so, perguntamos acerca da fam ília da noiva: “De quantos dias
— com ou sem o marido — essa noiva precisará com sua famí­
lia (pais, avós, irmãos, e outros familiares) em um determinado
ano?”. Enquanto eles começam a calcular suas respostas, lem­
bramos a eles que não falem até lhes darmos o sinal. Quando já
têm o seu número, contamos até três, e eles gritam em uníssono
seus números (algumas vezes m uito diferentes). Em seguida,
fazemos a mesma pergunta, porém, agora acerca da fam ília do
noivo: “De quantos dias — com ou sem a esposa — esse noivo
precisará com sua família em um determinado ano?”.
As respostas são geralmente fascinantes e m uito diverti­
das. E, quando, por exemplo, o noivo dá o palpite de que sua
futura esposa precisará ver sua fam ília 24 dias por ano, mas a
resposta dela é 240 dias, sabemos que encontramos algo sobre
o que conversar.
Não há qualquer regra absoluta aqui. Podem haver mo­
mentos — em que um pai está doente, ou você ou seu marido
trabalham nos negócios da fam ília, por exemplo — em que o
tempo com os pais pode ser excepcionalmente longo. Porém,
independente da sua situação, lembre-se do princípio básico
para se relacionar com sogros: decida logo proteger seu casa­
mento — mesmo que, às vezes, desaponte seus pais — em vez
de comprometer seu relacionamento.

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0 que toda noiva precisa saber

Fique conectada em primeiro lugar com seu marido

Sharon tinha uma frustração de pouco valor em seu casamento.


Ela não conseguia identificar o problema específico, por isso,
falou em generalidades em respeito à sensação de “estar des-
conectada” de seu marido. Fiz perguntas sobre o tempo que
passavam juntos, as conversas que tinham , e então perguntei
sobre os sogros. Sua voz dançou enquanto falava sobre o quão
bem ela e seu marido lidavam com os pais dela. “Na verdade”,
ela disse, “Converso com eles três ou quatro vezes por dia”.
“Três ou quatro vezes por dia?”, questionei em voz alta.
Depois de mudar-se para uma cidade que ficava horas de
distância de seus pais, Sharon tinha naturalmente substituído
o pouco frequente contato face a face pela m ultiplicação do
tempo ao telefone com eles. “M inha mãe é realmente a minha
melhor amiga”, ela ostentou. “Você não acha que há algo errado
no fato de conversarmos tanto assim, não é?”.
Eu propus: “Pergunto-me o que aconteceria se, pelos pró­
ximos 30 dias, você limitasse sua conversa com seus pais para
quatro vezes por semana”. Ela ficou incrédula, mas concordou
em tentar.
Sem contar ao marido o que ela estava fazendo, Sharon
informou aos pais sua decisão. Sua mãe e pai ficaram confusos e
um pouco magoados, mas confiaram em sua filha e respeitaram
sua perspectiva.
Depois de um pouco mais de um mês, Sharon e eu nova­
mente nos encontramos, e eu estava ansiosa para ouvir como o
experimento havia sido. Sempre meticulosa, ela apareceu com
algumas páginas de reflexões escritas. Ela relatou o seguinte:

As primeiras duas semanas foram horríveis. Eu estava


tão irritada com você por ter sugerido essa missão, que

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Familiares: parentes, sogros e outros não mencionáveis

muitas vezes pensei em ligar apenas para lhe dizer que de­
sistiría de tudo. No entanto, agarrei-me a isso, e aprendi
algumas coisas que jam ais esperei aprender, sobre mim
mesma, meus pais e meu casamento.
Fiquei esperando que uma lâmpada acendesse para
Chuck; que, de algum a forma, durante esse mês ele co­
meçasse a entender o que eu realmente precisava dele.
M as, constante e verdadeiro como sempre, C huck não
estava mudando. Ele manteve seu típico — porém,
algumas vezes, chato — estilo de comunicação. E quan­
to mais eu entrava nesse experimento, mais raiva sentia
dele. Percebi o tanto que ele me fazia falta e o quão
distante sentia-me dele. Finalmente, adm iti para mim
mesma o quão desonesta eu havia sido por não dizer a
ele o quão só eu me sentia.
Na terceira semana, eu sabia que tinha de dizer algo
a Chuck. Disse-lhe que precisávamos conversar. Desli­
gamos a TV. Disse a ele o quanto eu amava-o e quanta
falta eu sentia dele e como eu precisava que algo mudas­
se em nosso casamento.
Ele ficou pasmo. Ele não tinha ideia de que eu me
sentia daquela forma. Então, ele fez aquela clássica “per­
gunta de homem”: “O que você quer que eu faça?”. Eu
sabia que precisaria ter algo específico, então, preparei-
-me. Assim, disse-lhe: “Podemos cam inhar juntos e
conversar por 20 m inutos nas noites em que estamos
em casa?”. Ele respondeu: “Claro”, mas foi aquele sorri­
so caprichoso que me fez saber que ele queria amar-me
mesmo sem entender-me.
Acredito que não ter o cobertor da segurança emocio­
nal de conversar com meus pais três ou quatro vezes por

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0 que toda noiva precisa saber

dia despertou uma solidão em mim para a qual eu não


tinha palavras antes. Não estamos ainda fora de perigo,
mas decidi continuar a lim itar meu tempo ao telefone
com meus pais para dar a C huck a chance de suprir
algumas dessas necessidades.

Uma das suas principais tarefas durante o primeiro ano de


casamento é estabelecer um a nova “cultura” a respeito do que
é normal para vocês dois. Sharon tinha se acomodado em um
padrão de n orm al no qual suas conversas mais emocionalmente
envolventes eram com sua mãe e seu pai, e não com seu marido.
E como essas conversas pareciam seguras e m uito mais naturais,
ela evitou arriscar pedir a C huck a intim idade emocional que
desejava ter com ele.
Mas, é claro, os sogros nãos são as únicas interrupções do
seu recente casamento.

A prazerosa interrupção: filhos

Denise e Eric estavam mais do que pouco entusiasmados a res­


peito da chegada do seu primeiro bebê. Mesmo que fosse no
início do casamento, eles estavam prontos. Eles prepararam
tudo em que podiam pensar — tudo, isso é, exceto seu relacio­
namento.
Depois que Denise engravidou, Eric começou a sentir fal­
ta da “despreocupada” Denise. Por meses ela sofreu de enjoo
diurno que parecia durar 24 horas por dia. E o simples pensa­
mento de fazer amor já parecia enjoá-la ainda mais. Nos raros
dias em que ela sentia-se melhor, seu rosto parecia estar enter­
rado em uma revista ou em um livro sobre criação de filhos. Na
perspectiva de Eric, ela parecia ter tempo e energia para fazer

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Familiares:parentes, sogros e outros não mencionáveis

coisas que náo o incluíam, como: pintar o quarto, m anter a


casa impecável, escolher cortinas, fazer compras com sua mãe
e assistir a vídeos sobre pais; todavia, pouco tempo para ele e
nenhum interesse em romance.
Embora estivesse entusiasmado com o bebê, Eric come­
çou a afastar-se, protegendo-se de sentir-se rejeitado por sua
esposa. As vezes, ele ficava defensivo e áspero. Sem sentir-se
confortável em pedir o que ele precisava, Eric conformou-se
com a ideia de que havia perdido Denise.
“Não me leve a m al”, Eric disse a M ark depois que o bebê
nasceu. “Eu amo essa criança. M as algo definitivamente está
faltando entre Denise e eu. Ela costumava ser m inha parceira,
m inha m elhor amiga, m inha am ante — com quem eu queria
fazer tudo. M as agora, é como se ela tivesse encontrado outro
melhor amigo. Simplesmente não consigo competir com um
recém-nascido!”.
Vamos encarar isso. Com um bebê em casa, você também
pode jogar fora a ideia de “equilíbrio” em sua vida. Nada pode
perturbar o seu equilíbrio como ter uma nova responsabilidade
de 24-horas-por-dia que se recusa a encaixar-se perfeitamente
em sua programação.
Por isso, cuide de você mesma e não pare de cuidar do
seu casamento. Se o amor da sua vida e a vitalidade do seu
relacionamento não são nutridos, bem, seu bebê também não
será. Tomar conta do seu casamento é tomar conta do seu bebê.
Não há outro investimento mais importante que possa ser feito
no futuro do seu filho do que investir em seu casamento. Não
é uma proposição disso ou daquilo. Você não precisa escolher
entre amar seus filhos ou amar seu marido. A realidade é essa:
crianças vivem melhor em casas em que o casamento está em
primeiro lugar. Como pequenos satélites, as crianças orbitam

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0 que toda noiva precisa saber

ao redor do casamento. Se ele está instável, as crianças sairão


de órbita.
Crianças sempre mudam um casamento. Ou um bebê
aproximará você do seu marido ou será uma barreira entre vocês
dois. Por causa da nova ligação que Denise experimentava com
seu bebê, Eric recebeu a sonora e clara mensagem: “O amor está
em falta por aqui, e você está do lado de fora do círculo em que
o verdadeiro amor está”.
Deixe-me dizer-lhe o que seu marido se perguntará quan­
do o bebê chegar: “Ainda será a mesma coisa entre nós?”. A
resposta, é claro, é: “Não, nunca mais será”. Todavia, não signi­
fica que precisa ser pior.
Se chegar a época de vocês terem filhos, a coisa mais po­
derosa que você pode fazer é, de modo intencional, expressar
afeição e atenção ao seu marido. Quando ele sentir que há mais
amor do que o suficiente, ele será muito mais atento a você e
um parceiro muito mais feliz na criação dos filhos.

Uma palavra sobre os"ex"

Betsy e W illiam estavam em nosso grupo semanal de casados.


Esse era o segundo casamento de Betsy, e como teve dois me­
ninos em seu primeiro casamento, ela tinha de encontrar-se
regularmente com o pai deles. Embora ela tivesse, na maior
parte, superado a raiva e a mágoa do divórcio, quase sempre
que tinha de falar com seu ex-marido, as familiares emoções de
vergonha e tristeza novamente despertavam.
Quando nosso grupo conversou sobre princípios para
construir relacionamentos saudáveis com sogros, Betsy fez uma
observação perspicaz: “Sabe, parece que muitos dos mesmos

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Familiares: parentes, sogros e outros não mencionáveis

princípios para lidar com sogros sobre os quais temos conversado


também funcionam para um relacionamento com ex-marido”.
Inicialmente, o grupo riu. No entanto, pudemos perceber pela
expressão em seu rosto que Betsy não estava brincando. Você
podia ver os pontos de interrogação ao redor nas faces do gru­
po. M ark perguntou: “Betsy, você pode falar um pouco mais
sobre o que quer dizer?”.
Betsy foi rápida para responder: “Bem, primeiro, a grande
ideia sobre a qual temos conversado é que temos de ser cui­
dadosos para fazer do nosso casamento o centro, certo? Para
colocar nossas melhores energias emocionais nele. Com igo, não
é que eu me sinta ligada ao m eu ex-marido, mas posso ser pega
com m uita facilidade em conversas tão frustrantes com ele que
quando W illiam chega em casa, estou emocionalmente exausta.
Algumas vezes, tenho m uito pouca paciência com o homem
que amo”.
“O utra coisa”, ela continuou, “se não consigo perdoar
meu ex por algo que ele me fez, mantenho-me refém do res­
sentimento e da amargura. E como se eu não fosse capaz de
perdoar meus pais ou sogros. Todavia, a amargura mantém-nos
ligados à mesma pessoa da qual estamos tentando afastar-nos”.
Não só nosso grupo começou a ver como esses princí­
pios aplicavam-se aos sogros e a outras interrupções, mas os
comentários de Betsy lançaram luz sobre como o perdão pode
libertar-nos.

19T

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