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RESUMO
O presente artigo tem o fim de promover uma discussão/reflexão acerca da Cédula de Crédito
Imobiliário – CCI e de como este título de crédito contribui para o importante e expressivo
desenvolvimento do mercado imobiliário no Brasil, sobretudo o verificado nos últimos anos.
Para tanto, lança-se mão de pesquisa bibliográfica, de cunho exploratório, como forma de
subsidiar as discussões e análises. Estas, por sua vez, para que possam ser assimiladas de
maneira eficaz e produtiva, precederão de uma discussão conceitual a respeito do título,
passando por requisitos essenciais como sua origem, emissão e natureza jurídica e
desembocando na discussão propriamente dita sobre sua aplicação como importante
instrumento para alavancar o mercado imobiliário, principalmente no que tange sua
possibilidade de antecipação de receitas e o seu efeito multiplicador do crédito. Por fim,
proceder-se-á a conclusão, não com o fito de esgotar a discussão, mas como possibilidade de
instigar ainda mais o debate.
Palavras-chave: Título de Crédito. Cédula de Crédito Imobiliário. Mercado Imobiliário.
1 INTRODUÇÃO
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Graduando do Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. E-mail:
franklim.contag@hotmail.com
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Graduando do Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. E-mail:
jb.rezende@bol.com.br
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Graduando do Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. E-mail:
laercio_teodoro@bol.com.br
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Graduando do Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. E-mail:
luiz.tiago2006@hotmail.com
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Graduando do Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. E-mail:
william_mota@yahoo.com.br
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Doutoranda em Direito pelo Programa de Direito Econômico e Socioambiental da PUC/PR Puc-PR. Mestre em
Direito pelo Programa de Direito Econômico e Socioambiental da PUC/PR. Especialista em Direito Empresarial
pela FECAP/JUSPODIVM. Atua como professora do curso de Direito da Universidade Federal de Sergipe
(UFS). E-mail: fabiacarvalhodecarvalho.adv@hotmail.com
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para que as discussões e reflexões aqui suscitadas possam ser assimiladas o mais eficazmente
possível.
2 DESENVOLVIMENTO
Questão relevante é aquela que trata sobre a natureza jurídica da CCI. Conquanto
seja um título de crédito, por sua vez, regido pelos princípios de direito cambiário, constitui-se
um título classificado doutrinariamente como impróprio, devido ao fato de não se lhe aplicar
todos os princípios cambiários, a exemplo da cartularidade, haja vista a CCI, poder ser
emitida sem o título físico, isto é, de forma escritural (MAMEDE, 2013 p. 398). Além do fato
de ser título impróprio, a CCI ainda possui natureza de título executivo extrajudicial (FARIA,
2011 p. 66).
No que tange à sua emissão, tais títulos podem ser emitidos por diversas
instituições como: Incorporadoras, Bancos e quaisquer outras instituições financeiras que
possuam carteira de crédito imobiliário (BM&F BOVESPA – Folheto CCI - p 06). Ainda,
quanto aos aspectos específicos de sua emissão, merecem destaque as seguintes formas: a)
podem ser emitidas com o valor integral do crédito ou de forma fragmentada, desde que a
soma das emissões divisíveis não ultrapasse o valor total do crédito; b) Conquanto não esteja
vencido o crédito originário que representa, podem ser emitidas a qualquer momento, desde o
sua criação; e comportam garantias, que podem ser reais ou fidejussórias (MAMEDE, 2013 p.
397).
Tal possibilidade faz com que o resgate da dívida representada pela CCI possa
ser provado com a declaração de quitação emitida pelo credor ou na falta desta, por outros
meios admitidos em direito, facultando assim a apresentação da cártula.
Fonte: BMF&BOVESPA
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Para se ter uma ideia, apenas nos quatro primeiros meses de 2011, as construtoras
PDG, Cyrela, Brookfield, MRV e Rossi, conseguiram recursos superiores a um
bilhão de reais negociando tais títulos no mercado. Em 2010, o volume total de
emissões alcançou 7,3 bilhões de reais (MAMEDE, 2013 p. 397).
A securitização desses títulos, do mesmo modo, tem crescido bastante nos últimos
anos e numa escala exponencial, tanto as CCI’s como os CRI’s. Observem-se os gráficos
abaixo (OZENDA, 2013 p. 20):
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Tais gráficos foram elaborados pela citada autora tomando como fonte de
referência a CETIP S/A (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos) e
demonstram, conforme observação de Mamede (2013), o crescimento elevado de negociação
desses títulos, principalmente após 2004, ano de promulgação da lei que institui e regulamenta
esses títulos de crédito.
3 CONCLUSÃO
Por fim, a partir da análise dos dados, sobretudo dos gráficos de negociações
desses títulos no mercado, foi possível perceber que, desde sua criação em 2004, o mercado
não para de crescer, demonstrando essa ser uma viável alternativa de funding para o mercado
imobiliário e, consequentemente, para o aquecimento de toda economia.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FARIA, Amarildo Pereira de. Securitização Imobiliária: uma opção de funding para o
financiamento habitacional. Versão revisada de acordo com a resolução CoPGr 5890 de
2010. Piracicaba, 2011. Disponível em: <
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-19092011-101319/pt-br.php>.
Acessado em 06/10/2016
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 19. ed. – Rio de Janeiro:
Qualitymark Editora, 2014, p. 143/144, 301.
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2013.