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primeiros
socorros
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Índice
1. Definições
2. Abordagem da vítima
3. Asfixia
4. Parada Cardio-respiratória
5. Estado de Choque
6. Corpos Estranhos
7. Hemorragias
7.1 Hemorragia interna
7.2 Hemorragia externa
8. Emergências traumáticas
8.1 Ferimentos
8.2 Trauma Musculoesquelético
8.3 Queimaduras
8.4 Choque elétrico
8.5 Afogamento
9. Intoxicação e envenenamento
10. Animais peçonhentos
11. Emegências clínicas
11.1 Desmaio
11.2 Crise convulsiva
11.3 Edema agudo de pulmão
11.4 Infarto do miocárdio
11.5 Acidente Vascular Cerebral
12. Movimentação e transporte de vítimas
13. Teste seus conhecimentos
14. Referências bibliográficas
Introdução
Esse livro é fruto de intensa pesquisa sobre
diversas fontes de estudos na área de primeiros
socorros. Seu objetivo é apresentar ao leitor, de
forma simples e ilustrada, situações de
emergências - identificando sinais e sintomas - e
como proceder em um atendimento de primeiros
socorros. Essa publicação é direcionada ao
público geral e muitos de seus protocolos são
voltados ao socorrista leigo. Recomendamos ao
leitor, caso queira se aprofundar no assunto, que
faça um curso de primeiros socorros em
instituição credenciada - os exercícios práticos
são de grande importância para dominar técnicas
e simular situações que exigirão seu controle.
Por se tratar de um assunto de interesse geral,
essa publicação é livre para compartilhamento
e distribuição, inclusive para uso em cursos e
centros de treinamento. Seu formato foi
idealizado para melhor leitura em smartphones.
Avaliação da cena
Antes de se iniciar o atendimento, é fundamental
que o socorrista faça a correta análise do local do
acidente, a fim de identificar o número de vítimas,
os possíveis riscos, garantindo a sua segurança e
à das vítimas. O responsável pelas ações de
primeiros socorros não deve se expor a riscos
que podem torná-lo uma nova vítima. Essas
análises não devem tomar muito tempo e são
importantíssimas para que o auxílio à vítima seja
prestado de forma precisa.
Antes de atender a vítima, avalie a cena e seus riscos.
Gerenciamento de riscos
É uma avaliação minuciosa por parte do
socorrista em toda a cena de emergência,
possibilitando eliminar ou minimizar as situações
de risco existentes: incêndio, explosão, choque
elétrico, contaminação com produtos químicos e
agentes biológicos, intoxicação, asfixia,
atropelamento, ocorrência de novos acidentes
etc.
TELEFONES DE ATENDIMENTO A
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
SAMU: 192
Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma em
Emergências.
SIATE: 193
Definições do atendimento
Urgência: É uma ocorrência imprevista de agravo
à saúde com ou sem risco de morte, cuja pessoa
necessita de atendimento imediato.
Emergência: É a constatação de condições de
agravo à saúde que impliquem em risco iminente
de morte ou sofrimento intenso, exigindo
atendimento imediato.
índice
2. Abordagem da vítima
A abordagem tem como objetivo determinar a
situação atual da vítima. Para tanto, desenvolve-
se uma impressão geral, estabelecendo valores
para os estados respiratório, circulatório e
neurológico. Em seguida, são rapidamente
encontradas e tratadas as condições que
ameaçam a vida.
A - Airway
Abertura das vias aéreas
e controle da cervical
Valores normais:
Adulto: 60-100 bpm*;
Criança: 80-140 bpm;
Lactentes: 85-190 bpm.
Valores normais:
Adulto: 12-20 vpm*;
Criança: 20-40 vpm;
Lactentes: 40-60 vpm.
Temperatura
É a diferença entre o calor produzido e o calor
perdido pelo corpo humano.
Valores normais:
36,5 a 37,0 ºC – independente da faixa etária.
Pressão arterial (PA)
É a pressão exercida pelo sangue no sistema
arterial, que depende da força de contractilidade
do coração e a frequência de contração
(quantidade de sangue circulante no sistema
arterial e da resistência periférica das artérias). A
pressão é máxima ou sistólica quando o coração
está comprimido (bombeando o sangue),
geralmente entre 60 e 140 mmHg, e é mínima ou
diastólica quando o coração está relaxado
(recebendo o sangue), geralmente entre 60 e 90
mmHg. Para aferirmos a pressão arterial é
necessária a utilização de um aparelho chamado
esfigmomanômetro.
Procedimento de abordagem
Ao chegar no local de um acidente, ou onde se
encontra uma vítima, deve-se assumir o controle
da situação e proceder a uma rápida e segura
avaliação da ocorrência. Deve-se tentar obter o
máximo de informações possíveis sobre o
ocorrido.
1.Prevenir
Afastar o perigo da vítima ou a a vítima
do perigo
2.Alertar
Contactar serviço de emergência
informando o tipo de acidente, o local,
o número de vítimas e o seu estado
3.Socorrer
Após as avaliações
índice
3. Asfixia
Asfixia pode ser definida como sendo parada
respiratória, com o coração ainda funcionando.
É causado por certos tipos de traumatismos
como aqueles que atingem a cabeça, a boca, o
pescoço, o tórax; por fumaça no decurso de um
incêndio; por afogamento; em soterramentos,
dentre outros acidentes, ocasionando dificuldade
respiratória, levando à parada respiratória.
Sinais de asfixia:
Dificuldade respiratória nas vítimas
inconscientes;
Falta de ar (conscientes);
Cianose acentuada do rosto, dos lábios e
das extremidades;
Dilatação das pupilas.
Sinais: cianose acentuada do rosto e extremidades,
pupilas dilatadas.
Se as funções respiratórias
não forem restabelecidas
dentro de 3 a 4 minutos,
as atividades cerebrais
cessarão totalmente,
ocasionando a morte.
Como proceder:
A primeira conduta é favorecer a passagem do
ar através da boca e das narinas;
Afastar a causa;
Verificar se a vítima está consciente;
Desaper tar as roupas do acidentado,
principalmente em volta do pescoço;
Retirar qualquer objeto da boca ou da garganta
da vítima para desobstruir a passagem de ar;
Iniciar a respiração artifical. Repetí-la tantas
vezes quanto necessário, até que a vítima dê
entrada em local onde possa receber
assistência adequada;
Manter o acidentado aquecido, para prevenir o
choque;
Não dê líquidos para a vítima enquanto ela
estiver inconsciente.
Respiração artificial
(respiração boca a boca)
Como proceder:
Abra as vias
respiratórias, virando a
cabeça da vítima para
trás e levantando-lhe o Vire a cabeça da vítima para
trás levantando-lhe o queixo
queixo;
Com uma mão, feche o
nariz da vítima e com
outra levante o queixo
dela;
Respire fundo e coloque
a sua boca sobre a da Feche o nariz da vítima.
vítima. Assopre
firmemente. Faça isso
duas vezes;
Observe se o peito da
vítima se eleva, sinal de
que o ar está indo para
os pulmões; Assopre e observe se o
peito da vítima se eleva
Se a vítima for um bebê, coloque sua boca
sobre o nariz e a boca da vítima, e sopre
firmemente por duas vezes, observando
também o tórax (respiração boca a boca-nariz);
Inspirar profundamente outra vez e continuar o
procedimento na forma descrita, repetindo o
movimento tantas vezes quanto necessário
(cerca de 15 vezes por minuto) até que o
acidentado possa receber assistência médica;
Se a respiração do acidentado não tiver sido
restabelecida após as tentativas dessa
manobra, ela poderá vir a ter parada cardíaca,
tornando necessária a aplicação de massagem
cardíaca externa.
índice
4. Parada Cardio-Respiratória
A parada cardío-respiratória é o exemplo mais
expressivo de uma emergência médica. A
identificação e os primeiros atendimentos devem
ser iniciados dentro de um período de no máximo
4 minutos a partir da ocorrência, pois os centros
vitais do sistema nervoso ainda continuam em
atividade. A partir deste tempo as possibilidades
de recuperação tornam-se escassas.
A parada cardio-respiratória pode acontecer em
decorrência de várias situações, como doenças
cardíacas e respiratórias, engasgo, choque,
afogamento, alergias e outras.
índice
6. Corpos estranhos
6.1 Obstrução de via aérea por corpo
estranho (OVACE)
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda
situação que impeça total ou parcialmente o
trânsito do ar ambiente até os alvéolos
pulmonares. A restauração e manutenção da
permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de
trauma são essenciais e devem ser feitas de
maneira rápida e prioritária. A obstrução de vias
aéreas superiores pode ser causada:
Pela língua: sua queda ou relaxamento pode
bloquear a faringe;
Pela epiglote: inspirações sucessivas e
forçadas podem provocar uma pressão
negativa que forçará a epiglote para baixo,
fechando as vias aéreas;
Por corpos estranhos: qualquer objeto,líquidos
ou vômito que venha a se depositar na faringe;
Por danos aos tecidos: perfurações no
pescoço, esmagamento da face, inspiração de
ar quente, venenos e outros danos na região.
Manobra de desobstrução
das vias aéreas
Em caso de vítima engasgada, iniciar a Manobra
de Heimlich. Como proceder:
Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em
torno do abdome;
Colocar a raiz do polegar de uma das mãos entre
a cicatriz umbilical e o apêndice xifóide;
Envolver a mão que se encontra sobre o
abdome da vítima com a outra mão;
Pressionar o abdome da vítima puxando-o para
si e para cima, por 5 vezes, forçando a saída do
corpo estranho;
Observar se a vítima expele o corpo estranho e
volta a respirar normalmente;
índice
7. Hemorragias
Hemorragia (ou sangramento) é a ruptura de
vasos sanguíneos, ocasionando a perda de
sangue. Pode ser externa ou interna.
2. Elevação
1. Pressão direta
3. Pressão digital
Choque hipovolêmico
Confortar a vítima, não dar líquidos ou
alimentos, mantê-la aquecida e elevar
membros inferiores.
Torniquete
Evite-o. Utilize apenas como último recurso!
Procedimento:
Elevar o membro ferido acima do nível do coração;
Usar uma faixa de tecido largo, com aproxima-
damente sete centímetros ou mais, longo o suficiente
para dar duas voltas, com pontas para amarração;
Aplicar o torniquete logo acima da ferida;
Passar a tira ao redor do membro ferido, duas vezes.
Dar meio nó;
Colocar um pequeno pedaço de madeira (vareta,
caneta ou qualquer objeto semelhante) no meio do
nó. Dar um nó completo no pano sobre a vareta;
Apertar o torniquete, girando a vareta;
Fixar as varetas com as pontas do pano;
Afouxar o torniquete, girando a vareta no sentido
contrário, a cada 10 ou 15 minutos.
7.2 Hemorragia interna
A hemorragia interna é resultante de um ferimento
profundo com lesão de orgãos internos. O sangue
não aparece. A vítima apresenta :
Pulso fraco;
Pele fria;
Sudorese abundante;
Palidez intensa e mucosas descoradas;
Sede;
Tonturas, podendo estar inconsciente (choque).
Procedimento:
Mantenha as vias aéreas liberadas;
Manter a vítima deitada em decúbito dorsal e o
mais imóvel possível - exceto em casos de
suspeita de fratura de crânio ou derrame
cerebral em que a cabeça deverá estar
levantada;
Tratar como se fosse estado de choque;
Colocar compressa de gelo sobre o local do
trauma;
Não dê nada para a vítima beber;
Procurar socorro especializado imediatamente.
índice
8. Emergências traumáticas
índice
8.1 Ferimentos
Os ferimentos são lesões que apresentam
solução de continuidade dos tecidos e provocam
o rompimento da pele e, conforme seu tipo e
profundidade, rompimento das camadas de
gordura e de músculo.
Todos os ferimentos, logo que ocorrem:
1. Causam dor
2. Originam sangramentos
3. São vulneráveis às infecções
Classificação
Ferimento aberto: é aquele onde existe uma
perda de continuidade da superfície cutânea.
Ferimento fechado: ocorre quando a lesão é
abaixo da pele, porém não existe perda da
continuidade na superfície, ou seja, a pele
continua intacta.
Tipos de ferimentos
Abrasão
Lesão superficial de sangramento discreto e
muito doloroso, causado por atrito em superfície
áspera. A contaminação da ferida tende a ser o
mais sério problema encontrado.
Incisão
Lesão de bordas regulares produzidas por
objetos cor tantes, que podem causar
sangramento variável e danos a tecidos
profundos, como tendões, nervos e músculos.
Lasceração
Lesão de bordas irregulares, produzida por tração
ou compressão.
Contusão
Lesão sem rompimento da pele decorrente de
trauma direto aos tecidos moles e que provoca
dor e edema (inchaço).
Avulsão
Extração ou arrancamento total ou parcial de uma
parte do corpo.
Perfuração
Lesão que avança através da pele e danifica os
tecidos em uma linha transversal. Podem ser
provocados por objetos pontiagudos e armas de
fogo. Uma lesão penetrante pode ser perfurante,
quando há um ponto de entrada e outro de saída.
Transfixação
Lesão similar a perfuração, mas o objeto
perfurante fixa-se ao corpo.
Evisceração
Lesão na região do abdômen em que as vísceras
ficam expostas.
Amputação
Tipo de avulsão em que membro ou sua parte é
totalmente arrancada.
Tratamento:
Ferimento fechado
Estas lesões podem variar desde lesões abaixo
da pele até lesões severas em órgãos internos.
Basicamente, o tratamento consiste em:
Avaliar o acidentado;
Identificar a lesão;
Tratar a hemorragia interna com imobilização da
região, prevenindo o estado de choque; e
Transportar a vítima para um pronto socorro.
Ferimento aberto
Tratamento básico:
Exponha o local do ferimento (se necessário,
corte as vestes);
Cubra o ferimento com um curativo estéril para
controlar sangramentos e prevenir a
contaminação;
Mantenha o paciente em repouso, tranquilize-o;
Previna o estado de choque.
Tratamento específico:
Abrasão: lavar o ferimento com água limpa
corrente;
Incisão: aproximar as bordas;
Transfixação: não remover objetos encravados.
Estabilize-os;
índice
8.2 Trauma musculoesquelético
O trauma musculoesquelético consiste em lesões
causadas por trauma que envolvem ligamentos,
músculos e ossos.
8.2.1 Fratura
É a ruptura total ou parcial de um osso, produzida
por trauma direto ou indireto. Podendo apresentar
lesões associadas a outros tecidos.
Classificação quanto ao ferimento
Fechada ou simples:
quando a pele não foi
perfurada pelas
extremidades ósseas.
Aberta ou exposta:
quando o osso quebrado
atravessa a pele ou
apresenta um ferimento
associado que se
Fechada Exposta
estende desde o osso
fraturado até a pele.
Sinais e Sintomas:
Deformidade: a fratura produz uma posição
anormal ou angulação, num local que não possui
articulação;
Sensibilidade: o local da fratura está muito
sensível à dor;
Crepitação: sensação audível e palpável causada
pelo atrito das extremidades ósseas fraturadas.
Este sinal não deve ser reproduzido
intencionalmente, porque aumenta a dor e pode
provocar outras lesões;
Edema e Alteração de Coloração: quase sempre
a fratura é acompanhada de certo inchaço, que é
provocado pelo aumento do líquido entre os
tecidos e por hemorragia. Esta alteração pode
demorar horas para aparecer;
Impotência Funcional: é a perda total ou parcial
dos movimentos das extremidades. A lesão
impede ou dificulta os movimentos, devido à dor
e à alteração musculoesquelética. A vítima
geralmente protege o local fraturado, pois
qualquer movimentação é difícil e dolorida;
Fragmentos Expostos: numa fratura aberta ou
exposta, os fragmentos ósseos podem se
projetar através da pele ou serem vistos ao fundo
do ferimento.
8.2.2 Luxação
É o deslocamento de um ou mais ossos de uma
articulação e pode envolver separação parcial ou
completa das superfícies de contato. Ocorrem
normalmente nas articulações móveis (ombro,
joelho, etc).
Sinais e Sintomas:
Deformidade acentuada na articulação luxada;
Edema;
Dor, principalmente quando a região é
movimentada; e
Impotência funcional, com a perda completa ou
parcial dos movimentos.
8.2.3 Entorse
É a torção ou a distensão brusca de uma
articulação, além do seu grau normal de
movimentação (amplitude).
Sinais e Sintomas:
São similares aos da luxação. Sendo que nas
entorses, os ligamentos geralmente sofrem
ruptura ou estiramento, provocado por
movimentação brusca.
8.2.4 Tratamento de fraturas,
luxações e entorses
O tratamento consiste na imobilização do
membro que é imprescindível para aliviar a dor da
vítima, prevenir outras lesões de músculos,
nervos e vasos sanguíneos e para a manutenção
da perfusão no membro.
Imobilização da perna
utilizando papelão dobrado
e tiras de pano
Traumatismo da coluna
A lesão da coluna espinhal tem que ser presumida
em TODOS os casos de trauma. Ex: Acidente de
carro, queda de nível.
Diagnóstico Presumido
No traumatismo da coluna costuma haver perda
da sensibilidade e do tato e a perda da
mobilidade dos membros. Se o acidentado
estiver lúcido:
Questione se está sentindo os membros;
Solicite que movimente lentamente as pernas e
os braços. Nota: O dano na medula espinhal
pode causar perda da função de reflexo abaixo
do ponto da lesão, interrompendo funções
corporais como respiração, controle intestinal e
controle da bexiga;
Não tente levantar ou remover o acidentado;
Chame o socorro especializado, pois o
transporte errado do paciente poderá causar
danos irreversíveis para o mesmo.
índice
8.3 Queimaduras
índice
8.4 Choque elétrico
índice
8.5 Afogamento
Ao presenciar um afo-
gamento, evite abordar
diretamente a vítima.
Procure arremessar um
objeto flutuante para que
ela se agarre e retire-a
rapidamente da água.
Como proceder:
Limpe a boca da vítima de afogamento,
procurando desobstruir as vias aéreas;
Verifique sua respiração e o pulso;
Em caso de parada cardio-respiratória, inicie a
manobra de reanimação (RCP);
Em caso de vômitos vire a cabeça do afogado
para o lado a fim de evitar sufocamento;
Todo o afogado deverá ser encaminhado ao
hospital para avaliação, qualquer que seja a
gravidade, pois há risco de infecção pulmonar
ocasionada pela aspiração da água contaminada.
índice
9. Intoxicações e
envenenamentos
A presença de substâncias tóxicas estranhas ao
organismo pode levar a graves alterações de um
ou mais sistemas fisiológicos. Em geral, ocorrem
por acidente, podendo também ocorrer em casos
de tentativa de suicídio. Drogas e álcool, usados
de forma abusiva, podem provocar envene-
namento.
Veneno ou toxinas são substâncias que, se
introduzidas no corpo em quantidade suficiente,
podem causar danos temporários ou perma-
nentes. Os sinais e sintomas dependem da toxina
e do modo como ela penetrou no organismo.
Vias de intoxicação:
Ingestão
Inalação
Contato com a pele
Injeção
Ingestão
Agentes tóxicos causadores mais comuns:
alimentos estragados ou que sofreram
contaminação química; Produtos de limpeza;
Remédios - sedativos e hipnóticos; Plantas
venenosas; Alucinógenos e narcóticos; Bebidas
alcoólicas; Inseticidas, raticidas, formicidas;
Soda cáustica; Derivados de petróleo; Ácidos,
álcalis, fenóis.
Sinais e Sintomas:
Alterações respiratórias, náuseas, vômito, dor
abdominal, diarréia, salivação, suor excessivo,
lacrimejamento, irritação nos olhos, convulsões,
inconsciência.
Como proceder:
Ao confirmar que houve ingestão de substância
tóxica ou venenosa, verificar imediatamente os
sinais vitais e assegurar de que a vítima respira;
Dar prioridade à parada cárdio-respiratória.
Faça respiração boca-a-boca utilizando
máscara ou outro sistema de respiração
adequado que evite o contato direto;
Identificar o agente, através de frascos
próximos do acidentado, para informar o
médico ou procurar ver nos rótulos ou bulas se
existe alguma indicação de antídotos;
Não provoque o vômito se a vítima estiver
inconsciente;
Procurar transportar o acidentado imediata-
mente a um pronto socorro para diminuir a
possibilidade de absorção do veneno pelo
organismo, mantendo-o aquecido.
Como proceder:
Remover o acidentado o mais rapidamente
possível para um local bem ventilado;
Solicite atendimento especializado;
Verificar rapidamente os sinais vitais. Aplicar
técnicas de RCP se necessário. Utilize máscara
ou outro sistema de respiração adequada;
Manter a vítima imóvel, aquecido e sob
observação.
Contato com a pele
Algumas substâncias podem causar irritação ou
destruição tecidual através do contato com a
pele, mucosas ou olhos. Além de poeiras, fumaça
ou vapores pode ocorrer contato tóxico com
ácidos, álcalis e outros compostos. O contato
com estes agentes pode provocar inflamação ou
queimaduras químicas nas áreas afetadas.
Como proceder:
A substância irritante ou corrosiva deverá ser
removida o mais rapidamente possível. O local
afetado deverá ser lavado com água corrente,
pura, abundantemente. Se as roupas e calçados o
acidentado estiverem contaminados, a remoção
destas deverá ser feita sob o mesmo fluxo de
água da lavagem, para auxiliar na rápida remoção
do agente, e estes deverão ser isolados.
Não fazer a neutralização química da substância
tóxica. A lavagem da pele e mucosa afetada, com
água corrente, tem demonstrado ser a mais
valiosa prevenção contra lesões. Em caso de
contato com gases liquefeitos, aqueça a parte
afetada com água morna.
índice
10. Animais peçonhentos
São aqueles que possuem glândulas de veneno
que se comunicam com dentes ocos, ou ferrões,
ou aguilhões, por onde o veneno passa
ativamente. Exemplos: aranhas, escorpiões,
cobras, insetos e carrapatos.
Sinais e Sintomas:
Náuseas, vômitos, salivação, tremores e até
convulsão. Podem ocorrer alterações cardíacas,
de pressão arterial, respiratórias e choque.
Como proceder:
Lavar o local da picada de preferência com
água e sabão;
NÃO fazer cortes, perfurações, torniquetes,
nem colocar produtos caseiros;
Manter o acidentado calmo;
Levar a vítima rapidamente para o serviço
médico mais próximo;
Tente identificar o animal agressor, porém
lembre-se de que levar a vítima ao serviço
médico é a prioridade.
LEMBRE-SE: nenhum remédio caseiro substitui o
soro apropriado para cada espécie animal.
índice
11. Emergências clínicas
Condições de desequilíbrio do organismo que
não envolvem violência ou fatores externos como
causas que as originaram, cujos sinais e
sintomas identificam a necessidade de atendi-
mento médico imediato.
índice
11.1 Desmaio
índice
11.2 Crise convulsiva
É uma contração violenta, ou série de contrações
dos músculos voluntários, com ou sem perda de
consciência.
Causas:
febre muito alta devido a processos
inflamatórios e infecciosos, ou degenerativos;
hipoglicemia;
alcalose;
hipocalcemia;
traumatismo na cabeça;
hemorragia intracraniana;
edema cerebral;
tumores;
intoxicações por gases, álcool, drogas
alucinatórias, insulina, dentre outros agentes;
epilepsia ou outras doenças do sistema
nervoso.
Sinais e Sintomas:
inconsciência;
queda desamparada, onde a vítima é incapaz de
fazer qualquer esforço para evitar danos físicos
a si própria;
olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos;
suor;
midríase (pupila dilatada);
lábios cianosados;
espumar pela boca;
morder a língua e/ou lábios;
corpo rígido e contração do rosto;
palidez intensa;
movimentos involuntários e desordenados.
Como proceder:
Mantenha-se calmo;
Proteja a cabeça da vítima (remova os óculos,
se tiver);
Retire objetos próximos;
Lateralize a cabeça;
Afrouxe roupas apertadas;
Colocar a vítima em posição de repouso;
Permaneça ao lado da vítima até que ela retorne
a consciência.
índice
11.3 Edema agudo de pulmão
índice
11.4 Infarto do miocárdio
índice
12. Movimentação e
transporte de vítimas
A vítima não deverá ser movimentada, a menos
que exista um perigo imediato para ele ou para o
socorrista que está prestando os primeiros
socorros. Para tanto, é preciso avaliar
rapidamente a vítima, para que o socorrista tenha
condições de escolher a melhor técnica para sua
condição física e a condição de saúde da vítima.
Antes de remover um acidentado, os seguintes
procedimentos devem ter sido observados:
Restauração ou manutenção das funções
respiratória e circulatória;
Verificação de existência e gravidade de lesões;
Controle de hemorragia;
Prevenção e controle de estado de choque;
Imobilização dos pontos de fratura, luxação ou
entorse.
Transporte rapidamente quando:
Houver perigo de incêndio, explosão ou
desabamento, presença de ameaça
ambiental ou materiais perigosos.
Métodos de transporte
Transporte de Apoio
Indicado para: vítimas de
vertigem, de desmaio, com
ferimentos leves ou pequenas
perturbações que não os
tornem inconscientes e que
lhes permitam caminhar.
Transporte ao colo
Indicado para: casos de
envenenamento ou picada
por animal peçonhento,
estando o acidentado
consciente, ou em casos
de fratura, exceto da
coluna vertebral.
Transporte pelas
extremidades
Transporte ao colo
A vítima é abraçada e levantada, de lado, até a altura
do tórax das pessoas que a estão socorrendo. O
acidentado pode ser um fraturado ou luxado de
ombro superior ou inferior, e o membro afetado deve
sempre ficar para o lado do corpo das pessoas que
estão socorrendo, a fim de melhor protegê-lo.
Vítima traumática: transporte em prancha com
rolamento 90°
Para a mobilização do acidentado são
necessárias três pessoas agindo simulta-
neamente;
A primeira segura com firmeza a cabeça e o
pescoço da vítima, para evitar que dobre o
pescoço;
A segunda apóia a região da bacia;
A terceira segura pelos pés, evitando dobrar as
pernas da vítima;
Com um movimento simultâneo e sincronizado
retiram a vítima do chão e a colocam em uma
superfície plana e firme, imobilizando o
pescoço, os braços e as pernas, antes do
transporte.
O Rolamento 90º é uma técnica que requer
simulações e treinamento específico. Não tente
fazer se não estiver preparado. Aplicar a técnica
de forma desordenada poderá aumentar o trauma
da vítima.
Posição lateral de segurança
Esta técnica deve ser utilizada após a análise
primária e secundária, no momento em que o
socorrista observar que a vítima apresenta um
quadro estável e não possui nenhuma fratura ou
lesão de coluna cervical. Caso o socorrista
perceba que a possibilidade de uma lesão de
cervical existe, deverá deixar a vítima em decúbito
dorsal (ventre para cima).
índice
Previna os acidentes
Guarde produtos de limpeza e remédios em
prateleiras altas e fechadas (para evitar o
alcance de crianças);
Quando estiver utilizando o fogão, evite
distrações. Mantenha-se perto enquanto a
chama estiver ligada;
Ao sentir cheiro de gás não acione interruptores
nem acenda chamas (isqueiro, cigarros, etc).
Dependendo da concentração de gás poderá
ocorrer explosão com uma pequena faísca;
Na praia, lago, rio ou piscina nunca desvie sua
atenção das crianças. Fique próximas a elas.
Para haver um afogamento, poucos
centímetros de profundidade de água são
suficientes;
Faça manutenção elétrica regularmente.
Não deixe fios expostos. Se possui crianças
pequenas, coloque protetores de tomadas;
Ao vestir roupas e calçados, observe se não há
aranhas ou outro animal peçonhento abrigado;
Use EPIs (Equipamentos de proteção).
13. Teste seus conhecimentos
sobre Primeiros Socorros
Participe do quiz sobre o conteúdo apresentado
nesse MobiBook.
Clique no link abaixo para iniciar o teste.
Boa sorte! Agradecemos a sua participação.
? Teste
índice
14. Referências bibliográficas
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Manual de Primeiros
Socorros. Rio de Janeiro, RJ, 2003.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR-ES. CURSO DE
FORMAÇÃO DE BRIGADA DE INCÊNDIO. Vitória, ES,
2014.
DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO ESTADO DO PARÁ.
Apostila de Primeiros Socorros. Belém, PA, 2006.
American Heart Association, AHA Guidelines 2015, EUA
2015.
Paulo Frange, Manual de Primeiros Socorros. São Paulo,
SP, 2010.
ABIQUIM. Manual para Atendimento de Emergências
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índice
Créditos
Pesquisa, edição e ilustrações:
Rafael M.Gussella
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proximabooks@gmail.com
1ª Edição - Dezembro 2018