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- UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

Faculdade de Engenharia e Arquitetura

Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho

Higiene do Trabalho
TRATAMENTO DO AR
VENTILAÇÃO
SOBRECARCA TÉRMICA
TEMPETARURAS BAIXAS

Prof. Milton Serpa Menezes

Passo Fundo - RS, junho/2009.


PLANO DE ENSINO
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

DISCIPLINA: HIGIENE DO TRABALHO (3a PARTE)


CÓDIGO: ESTP- 3
CARGA HORÁRIA: 40 HORAS/AULA
FREQÜÊNCIA EXIGIDA: 75 % (MÍNIMO)
PROFESSOR: MILTON SERPA MENEZES
DATA: JUNHO/2007
PERÍODO 19/06 A 11/07/2009

1- EMENTA
SOBRECARGA TÉRMICA: Conceitos gerais e ocorrência. Transmissão calor. Técnicas
de medição. Critérios de avaliação, medidas de controle. Laboratório de técnicas de medição.
Laboratório de avaliação e controle; TEMPERATURAS BAIXAS: Conceitos gerais e
ocorrência. Critérios de avaliação. Medidas de controle. Laboratório de avaliação; Trabalho
prático para medidas de controle de temperaturas baixas e sobrecarga térmicas. VENTILAÇÃO
aplicada à engenharia de segurança do trabalho, conceituação, ventilação geral, ventilação para
conforto térmico, ventilação natural, ventilação geral diluidora; ventilação local exaustora
aplicada ao controle de contaminantes dos ambientes de trabalho. Verificação de sistemas de
ventilação local exaustora, trabalho prático de ventilação, laboratório de avaliação de sistemas de
ventilação, Manuseio de aparelhos de medição, Medição de velocidade de ar e pressão estática
em dutos.

2 - OBJETIVO GERAL
Conscientizar os alunos do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho dos riscos nos
ambientes de trabalho relativos aos agentes térmicos (frio, calor e umidade) e os parâmetros
definidos pela legislação e normas vigentes. Da mesma forma, proporcionar conhecimentos com
relação as formas de tratamento do ar ambiente utilizando-se de sistemas de ventilação
adequados.
Permitir aos alunos do curso realizar estudos, dimensionamentos e aplicação nas áreas de
sobrecarga térmica, temperaturas baixas e solucionar problemas de contaminação do ar.
Possibilitar aos futuros profissionais o conhecimento de medidas de controle destes riscos no
ambiente de trabalho.

3 - METODOLOGIA DE ENSINO
A disciplina será ministrada através de aulas expositivas, onde se procurará estimular os
estudantes para efetuem leitura prévia dos temas, possibilitando a discussão em sala de aula,
aumentando assim sua participação e aprendizado. Se realizará a resolução de exercícios,
trabalhos individuais e em grupos. Também serão utilizados na medida do possível, elementos
audiovisuais para a ilustração das aulas.
Visando melhorar o aprendizado no início da aula se realizará relaxamento ou então a
apresentação de uma mensagem inspiradora. Durante a aula será utilizado som ambiente com
músicas clássicas.

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Na medida do possível se utilizará de equipamentos e instrumentos disponíveis, para
possibilitar aos estudantes o aprendizado da manipulação de equipamentos utilizados na medição
de agentes térmicos.

4 - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• GENERALIDADES
• PSICROMETRIA
• CONFORTO TÉRMICO
• CARGA TÉRMICA
• VENTILAÇÃO
• VENTILAÇÃO NATURAL
• VENTILAÇÃO MECÂNICA
• VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA
• VENTILAÇÃO LOCAL EXAUTORA
• PURIFICAÇÃO DO AR
• VENTILADORES
• BOCAS DE INSUFLAMENTO
• AR CONDICIONADO
• SOBRECARGA TÉRMICA
• TEMPERATURAS BAIXAS
• UMIDADE
• AVALIAÇÕES E MEDIÇÕES

5 - AVALIAÇÃO

6.1. Instrumentos:
Serão utilizados 2 instrumentos de avaliações, todos com pesos iguais, a saber:
Apresentação em aula de um trabalho prático de ventilação, aplicado no controle de
contaminantes do ar ou agentes térmicos em um ambiente de trabalho.
Elaboração de um PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais).
6.2. Critérios:
Cumprimento das tarefas de aula;
Participação nos trabalhos desenvolvidos em aula;
Assiduidade;
Aproveitamento, através do grau obtido nas provas, avaliações, projeto e etc.

6 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
O período letivo da disciplina terá início no dia 19 de junho de 2009 e terá seu término no
dia 11 de julho do mesmo ano.
No dia 11/07/2009 serão realizadas as apresentações dos trabalhos em aula. Sendo que a
entrega do PPRA deve ser realizada até dia 13/03/2010.

7 - BIBLIOGRAFIA

• ASHRAE. Handbook Of Fundamental


• BURGES, Willian A. Identificação de possíveis riscos a saúde do trabalhador nos
diversos processos industriais. Ergo, 1997.

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• CLEZAR, Carlos, A. Ventilação Industrial. Ed. Da UFSC, Florianópolis, 1999.
• COSTA, Enio Cruz da, Arquitetura Ecológica – Condicionamento Térmico Natural,
Edgard Blucher.
• COSTA, Enio Cruz da. Física aplicada à construção - Conforto Térmico, Edgard
Blucher.
• COSTA, Ennio C. Ventilação. Ed. Edgard Blucher, São Paulo, 2005.
• LEIS E DECRETOS. Segurança e Medicina do Trabalho/Brasil. Manuais de
Legislação Atlas 16. São Paulo, Atlas, 1.999.
• MACEDO, Ricardo. Manual de Higiene do Trabalho na Indústria. Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa.
• MACINTYRE, Archild Joseph. Ventilação Industrial e Controle da Poluição, Ed.
Guanabara.
• MESQUITA, Armando L.S. Engenharia de Ventilação Industrial. CETESB, São
Paulo, 1988.
• PERRY, Robert H. Manual de Engenharia Química, Ed. Guanabara Dois.
• STOECKER, Wilbert F. Refrigeração e Ar Condicionado, Mc Graw-Hill do Brasil.
• TLV's E BEI's 2002. ABHO - Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais. São
Paulo – SP.
• TORREIRA, Raul Peragalo. Segurança Industrial. Margus, São Paulo, 1999.

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ÍNDICE
1 GENERALIDADES ........................................................................................................... 7
1.1. Noções Básicas ........................................................................................................... 7
1.2. Transmisão de Calor ................................................................................................... 7
1.3. Vazão........................................................................................................................ 10
1.4. Velocidade................................................................................................................ 11
1.5. Índice de renovação de ar:......................................................................................... 11
2 PSICROMETRIA :........................................................................................................... 12
2.1. Carta Psicrometrica:.................................................................................................. 12
2.2. Linha de Saturação:.................................................................................................. 12
2.3. Umidade Relativa: .................................................................................................... 13
2.4. Umidade Absoluta ou Específica:.............................................................................. 13
2.5. Entalpia:.................................................................................................................... 14
2.6. Volume Específico:................................................................................................... 14
2.7. Temperatura do Bulbo Úmido:.................................................................................. 14
2.8. Fator de Calor Sensível: ............................................................................................ 15
2.9. Processos: ................................................................................................................. 15
3 CONFORTO TÉRMICO .................................................................................................. 19
3.1. Trocas térmicas do corpo: ......................................................................................... 19
3.2. Mecanismos de Termo-Regulação............................................................................. 19
3.3. As Variáveis de Conforto Térmico ............................................................................ 19
3.4. Índices de Conforto................................................................................................... 23
3.5. Zona de Conforto ...................................................................................................... 24
4 CARGA TÉRMICA ......................................................................................................... 27
Condicionamento de Ar ........................................................................................................ 27
Carga térmica de Aquecimentos: .......................................................................................... 27
4.1. Carga térmica pelo fechamento opaco ....................................................................... 28
4.2. Carga de condução pelo fechamento transparente (vidro) .......................................... 28
4.3. Carga devido a irradiação solar pelo vidro:................................................................ 28
4.4. Carga térmica devido à pessoas:................................................................................ 28
4.5. Carga térmica devido a iluminação: .......................................................................... 28
4.6. Carga térmica devido aos equipamentos.................................................................... 29
4.7. Carga devido ao ar exterior: ...................................................................................... 29
5 VENTILAÇÃO ................................................................................................................ 48
5.1. Conceituação ............................................................................................................ 48
5.2. Composição do ar ..................................................................................................... 48
5.3. Necessidades humanas de ventilação......................................................................... 49
5.4. Conseqüências da poluição do ar............................................................................... 49
5.5. Contaminantes do Ar................................................................................................. 50
5.6. Tratamento do Ar...................................................................................................... 56
5.7. Classificação dos sistemas de ventilação ................................................................... 67
6 VENTILAÇÃO NATURAL ............................................................................................. 69
6.1. Considerações gerais................................................................................................. 69
6.2. Dimensionamento ..................................................................................................... 70
6.3. Regras gerais............................................................................................................. 72
7 VENTILAÇÃO MECÂNICA........................................................................................... 73
7.1. Considerações gerais................................................................................................. 73
7.2. Ventilação geral para conforto térmico...................................................................... 73
7.3. Sistemas de ventilação mecânica............................................................................... 74
8 VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA ............................................................................ 76
8.1. Utilização da ventilação geral diluidora..................................................................... 77
8.2. Dimensionamento dos dutos...................................................................................... 79
8.3. Perda de Carga em Dutos .......................................................................................... 84
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9 VENTILAÇÃO LOCAL EXAUTORA ............................................................................ 89
9.1. Princípios de exaustão............................................................................................... 90
9.2. Captores.................................................................................................................... 93
9.3. Sistemas de dutos (dimensionamento) ..................................................................... 103
10 PURIFICAÇÃO DO AR............................................................................................. 104
10.1. Filtros.................................................................................................................. 104
10.2. Filtros de manga.................................................................................................. 108
10.3. Filtros de Carvão Ativado ................................................................................... 109
10.4. Coletores centrífugos ou ciclones ........................................................................ 109
10.5. Lavadores de gases.............................................................................................. 112
10.6. Seleção de Coletores ........................................................................................... 113
11 VENTILADORES ...................................................................................................... 115
11.1. Ventilador axial................................................................................................... 115
11.2. Ventiladores centrífugos...................................................................................... 116
11.3. Potência e rendimento ......................................................................................... 117
11.4. Dados necessários para a seleção correta de um ventilador .................................. 117
12 BOCAS DE INSUFLAMENTO E RETORNO DE AR............................................... 118
12.1. As grades de parede podem ser classificadas em: ................................................ 118
12.2. As grades de insuflamento de teto podem ser de diversos tipos............................ 118
12.3. Parâmetros de Insuflamento de ar........................................................................ 119
12.4. Procedimento para seleção e dimensionamento das bocas de insuflamento e retorno
de ar 120
13 AR CONDICIONADO ............................................................................................... 121
13.1. Definições:.......................................................................................................... 121
13.2. Aplicações: ......................................................................................................... 121
13.3. ................................................................................................................................... 121
13.4. Funcionamento:................................................................................................... 121
13.5. Qualidade do Ar Interior ..................................................................................... 122
13.6. Projeto: ............................................................................................................... 122
13.7. Manutenção e limpeza:........................................................................................ 123
14 SOBRECARGA TÉRMICA ....................................................................................... 126
14.1. Clima do Brasil ................................................................................................... 126
14.2. Conceitos Gerais ................................................................................................. 126
14.3. Avaliação de Sobrecarga Térmica ....................................................................... 127
14.4. Avaliação Quantitativa da Sobrecarga Térmica ................................................... 134
14.5. Questões Polêmicas............................................................................................. 134
14.6. Reações do Organismo ao Calor.......................................................................... 135
14.7. Problemas ou Doenças ........................................................................................ 136
14.8. Medidas de Controle ........................................................................................... 136
15 TEMPERATURAS BAIXAS ..................................................................................... 137
15.1. Conceitos Gerais ................................................................................................. 137
15.2. Avaliação:........................................................................................................... 137
15.3. Exposição Ocupacional ao Frio ........................................................................... 138
15.4. Avaliação da Exposição ...................................................................................... 138
15.5. Procedimento para monitoramento dos locais de trabalho.................................... 139
15.6. Efeitos do Frio .................................................................................................... 139
16 UMIDADE ................................................................................................................. 142
16.1. Avaliação Qualitativa.......................................................................................... 142
16.2. Conseqüências .................................................................................................... 142
17 AVALIAÇÕES E MEDIÇÕES................................................................................... 143
17.1. Monitoração de gases no ambiente ...................................................................... 143
18 EXERCÍCIOS............................................................................................................. 146

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1 GENERALIDADES

1.1. Noções Básicas


• Energia - Capacidade de produzir trabalho-Formas de Energia (Kgm, J, Kcal, BTU)
• Trabalho - É o produto da força pela (distância) deslocamento produzido por esta
força.
• Potência - Quantidade de energia utilizada ou um trabalho realizado em um período
de tempo. (W, Cv, HP)
• Temperatura - Medida do estado de agitação molecular de um corpo (intensidade de
calor).
• Escalas Relativas: Celcius – Fahrehneit
• Escalas Absolutas: No zero absoluto cessa o movimento vibratório molecular e as
partículas estão mais próximas (escala Kelvin).
• Conversão de Unidades:
Tc Tf − 32 Tk − 273
= =
• 5 9 5
• Calor: É uma forma de energia →kcal →BTU
• Frio: É uma relativa ausência de calor
• Calor Específico: É a energia necessária para elevar em 1 oK (ou oC) a temperatura
de 1g de uma substância.
• Entalpia: É uma propriedade das substâncias que indica sua quantidade de calor.
• Entropia: É a medida das trocas de energia de um sistema com o meio. É a medida
do grau em que energia de um sistema é imprestável.
• Calor Sensível: Calor que varia a temperatura.
• Calor Latente: Calor que varia o estado.

1.2. Transmisão de Calor


Transmissão de calor ocorre quando há passagem da energia térmica, chamada calor, de
um corpo para outro ou de uma parte para outra de um mesmo corpo. Essa transmissão pode se
processar de três maneiras diferentes: condução, convecção e irradiação.

1.2.1 Condução
Condução é o processo de transmissão de calor em que a energia térmica passa de um
local para outro através das partículas do meio que os separa. Na condução a passagem da
energia de uma região para outra se faz da seguinte maneira: na região mais quente, as partículas
têm mais energia, vibrando com mais intensidade; com esta vibração cada partícula transmite
energia para a partícula vizinha, que passa a vibrar mais intensamente; esta transmite energia
para a seguinte e assim sucessivamente. A condução de calor é um processo que exige a presença
de um meio material e que, portanto, não ocorre no vácuo.
Experimentalmente verifica-se, que o fluxo de calor φ através de uma placa é
proporcional à área da placa A, à diferença de temperatura ∆T entre os meios (1) e (2) que ela
separa e é inversamente proporcional à espessura da placa L.

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Onde C é o coeficiente de condutibilidade térmica do material da placa.
Os metais são muito bons condutores de calor, logo, têm C "grande".A madeira é péssima
condutora de calor, logo, tem C "pequeno".

1.2.2 Convecção
Consideremos uma sala na qual se liga um aquecedor elétrico em sua parte inferior. O ar
em torno do aquecedor se aquece, tornando-se menos denso que o restante. Com isto ele sobe e o
ar frio desce, havendo uma troca de posição do ar quente que sobe e o ar frio que desce. A esse
movimento de massas de fluido chamamos convecção e as correntes de ar formadas são
correntes de convecção.
Portanto, convecção é um movimento de massas de fluido, trocando de posição entre si.
Notemos que não tem significado falar em convecção no vácuo ou em um sólido, isto é,
convecção só ocorre nos fluidos.

1.2.3 Irradiação
Irradiação é o processo de transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas (ondas
de calor). A energia emitida por um corpo (energia radiante) se propaga até o outro, através do
espaço que os separa.
Sendo uma transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas, a radiação não exige
a presença do meio material para ocorrer, isto é, a radiação ocorre no vácuo e também em meios
materiais.
Entretanto, não são todos os meios materiais que permitem a propagação das ondas de
calor através deles.
Toda energia radiante, transportada por onda de rádio, infravermelha, ultravioleta, luz
visível, raio X, raio gama, etc., pode converter-se em energia térmica por absorção. Porém, só
as radiações infravermelhas são chamadas de ondas de calor.
Um corpo bom absorvente de calor é um mau refletor. Um corpo bom refletor de calor é
um mau absorvente. Todo bom absorvente é bom emissor de calor. Todo bom refletor é mau
emissor.

1.2.4 Mudança de Estado:


Evaporação
Sólido Líquido Liquefação Gasoso
Solidificação
Sublimação

1.2.5 Densidade e Volume Específico:


A densidade de um Fluido é a massa que ocupa uma unidade de volume. O volume
específico é o volume ocupado pela unidade de massa.

1.2.6 Lei dos Gases Perfeitos:


A lei dos gases perfeitos é a relação que define o comportamento de um gás ideal,
pV = (m/M)RT,

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onde p é a pressão do gás, V o seu volume, m sua massa, M sua massa molecular, R a
constante universal dos gases perfeitos e T a sua temperatura Kelvin.
Pv=RT
P = pressão absoluta (Pa)
v = Volume específico (m3/Kg)
R = Constante do gás = 287 J/Kg.K para o ar e 462 J/Kg.K para vapor d’água
T = Temperatura Absoluta

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1.2.7 Mistura de Gases:
• Em uma mistura de gases, desde que não haja afinidade química entre os
componentes, cada gás segue a própria equação de estado físico, independente da
presença dos demais.
• A pressão total de uma mistura de gases é igual a soma das pressões parciais de seus
componentes.
• Em uma mistura de gases, a soma tanto dos pesos como dos volumes de seus
componentes é igual, respectivamente, ao peso e ao volume da mistura.

Tabela 1 - Equivalência de Unidades:

1 TR = 3.024 kcal
1TR = 12.000 BTU
1TR = 3.516 W

1.3. Vazão
A vazão é o fluxo de um fluido na unidade de tempo. Esta vazão pode ser de dois tipos:

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• Vazão mássica: é a vazão em massa na unidade de tempo. Ex.: Kg/s
• Vazão volumétrica: é a vazão em volume na unidade de tempo. Pode ser, por
exemplo, um volume de ar que se desloca num ambiente ou numa tubulação na unidade
de tempo, sendo Vol - o volume medido em m3 (metros cúbicos) ou Ft3 (pés cúbicos) e o
T o tempo medido em: h (hora), min. (minutos) ou s (segundos).
Vol
V=
T
Dessa forma, a vazão será medida nas unidades: m3/h (metros cúbicos por hora) ou
Ft3/min (pés cúbicos por hora), também escrita sob a forma CFM (cubic feet per minute).

1.4. Velocidade
A velocidade é a taxa de deslocamento de um móvel na unidade de tempo.
d
v=
t
sendo d a distância medida em: m (metros) ou Ft (pés), e t o tempo medido em s
(segundos) ou min (minutos).
Dessa forma, as unidades de velocidade de um fluido será: m/s (metros por segundo) ou
Ft/min o (pés por minuto) também escrita sob a forma FPN (feet per minute)
Em ventilação a velocidade também pode ser obtida dividindo-se a vazão volumétrica G,
pela área S.
V
v=
S

1.5. Índice de renovação de ar:


Entende-se por taxa de renovação ou número de trocas de ar num ambiente o número de
vezes que o volume de ar desse ambiente é trocado na unidade de tempo
V
n=
Vol
sendo V a vazão e Vol o volume do ambiente.
A relação entre a vazão e o volume resulta em um número que depende somente do
tempo. Por exemplo, quando a vazão é expressa em m3/h e o volume em m3, resulta um número
n que expressa a taxa de renovação por hora.

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2 PSICROMETRIA :
Psicrometria é o estudo das misturas de ar e vapor de água. O ar ambiente é uma mistura
mecânica de gases e vapor de água, resultando daí a importância da psicrometria. Em alguns
processos a água deve ser removida do ar, e em outros adicionada.

2.1. Carta Psicrometrica:


A carta Psicrométrica inter-relaciona inúmeras grandezas da mistura de ar e de vapor de
água de grande aplicação em cálculo de refrigeração e ar condicionado. O uso destes diagramas
permite a análise gráfica de dados e processos psicrométricos facilitando assim a solução de
muitos problemas práticos referentes ao Ar, que de outro modo requerem soluções matemáticas
mais difíceis.

2.2. Linha de Saturação: Linha de


As Cartas Psicrométricas apresentam saturação Vapor
como coordenadas a temperatura t, no eixo
das abcissas e a pressão de saturação do vapor
da água Ps (provisoriamente) no eixo das  A
ordenadas.

B

Temperatura

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A presença de Ar no vapor de água não altera o comportamento deste. A região de
importância da carta será aquela limitada pelo eixos de coordenadas e a linha de saturação. Se o
estado da mistura se dá sobre a linha de saturação o ar diz-se saturado, significando que uma
redução adicional da temperatura causará uma condensação do vapor da água do Ar. À direita da
linha de saturação o Ar não é saturado. Se o
ponto A representa o estado do Ar, a
temperatura da mistura deverá ser reduzida até
a temperatura B para que a condensação
tenha início. Diz-se que o Ar no estado A tem
uma temperatura de orvalho B.

2.3. Umidade Relativa:


A umidade relativa, é definida como
sendo a razão entre a fração molar do vapor de
água no Ar úmido e a fração do vapor de água
no Ar saturado a mesma temperatura ou ainda
pela fórmula

Pressao parcial do vapor de agua


∅=
Pressao de saturacao de agua pura a mesma temperatu ra

2.4. Umidade Absoluta ou Específica:


A umidade absoluta, é a massa de água contida em um Kg de ar. A determinação da
umidade absoluta pode ser feita com a equação dos gases perfeitos:
P. V
m=
R.T
m vapor de agua Ps V / R s T P / Rs
W = = = s
m ar seco Pa V / R a T Pa / R a
Como Pt = Pa + Ps Pa = Pt - Ps
Ps / R s
W =
( Pt − Ps ) / R a
Onde :
W = Umidade Absoluta (Kg de vapor /Kg de Ar)
V = Volume da Mistura (m 3 )
Pt = Pressão Atmosféric a (Pa)
Pa = Pressão Parcial do Ar Seco (Pa)
Ps = Pressão Parcial do Vapor (Pa)
R a = Constante de Gás do ar Seco (287 J/Kg.K)
R s = Constante de Gás do Vapor (461,5 J/Kg.K)
T = Temperatua Absoluta (K)
Introduzin do os Valores teremos :
287 Ps
W=
461,5 Pt − Ps

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2.5. Entalpia:
A entalpia de uma mistura de ar seco e vapor de
água é a soma das Entalpias dos componentes.

h = c . T + Wh (kJ / kg)
p g

c p = Calor especifico a pressao constante do ar seco = 1,0 kJ / kg.K


T = Temperatura da mistura
h g = Entalpia do vapor saturado `a temperatura da mistura kJ / kg

2.6. Volume Específico:


A equação dos gases perfeitos pode ser
utilizada para a obtenção de volume específico
e é definido como o volume em m3 de mistura
por Kg de Ar, ou ainda, como sendo o volume
em m3 de Ar seco por Kg de Ar seco, uma vez
que os volumes ocupados pelas substâncias
individualmente são:

Ra . T R .T
v= = a (m 3 / kg )
Pa Pt − Ps

2.7. Temperatura do Bulbo Úmido:


A temperatura do Bulbo Úmido depende da temperatura do bulbo seco e da umidade
relativa do Ar, pois é a medida da relação entre as temperaturas de bulbo seco e a temperatura
do orvalho do Ar.

Quando o Ar não
saturado entra em contato
com a água, esta evaporará no Ar a uma taxa proporcional à diferença de pressão entre a pressão
de vapor da água, e a pressão do vapor do vapor de água no Ar. Por isso, quando um termômetro
de bulbo úmido é movimentado no Ar, a água evaporará do feltro refrigerando assim a água
remanescente no mesmo e o bulbo do termômetro, a alguma temperatura abaixo da temperatura
do bulbo seco do Ar.

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2.8. Fator de Calor Sensível:
O Fator de Calor Sensível é a relação entre o calor sensível e o calor total do processo.
Obtém-se a linha do fator sensível traçando uma linha paralela a linha FCS.

2.9. Processos:
Os processos com ar úmido podem ser representados graficamente em uma carta
Psicrométrica, onde podem ser facilmente interpretadas. Da mesma forma a carta pode ser
utilizada na determinação da variação de propriedades tais como temperatura, umidade absoluta
e entalpia que ocorre em processos, os processos mais comuns são:

I A
B
H

G C
D
F
E

AO –Umidificação sem Aquecimento: Se obtém através da injeção de vapor saturado.

OB - Umidificação com Aquecimento: Se obtém com a injeção de vapor superaquecido.

OC - Aquecimento Sensível: Pode ser obtido com a passagem do ar através de uma serpentina
quente, resistências elétricas aletadas, serpentina de ar condicionado funcionando em ciclo
reverso, estufas, etc.

OD - Desumidificação Química: O vapor de água é absorvido ou absorvido por uma substância


higroscópica.

OE - Desumidificação: É obtido com a combinação de dois processos OF e OC

OF - Resfriamento com Desumidificação: Pode ser obtida através da passagem do ar em uma


superfície (serpentina) com temperatura inferior ao ponto de orvalho.

OG - Resfriamento Sensível: Se obtém com da passagem do ar em uma serpentina com


temperatura superior ao ponto de orvalho (antes do início da condensação).

OH - Umidificação Adiabática: É obtido com a injeção de gotículas de água em um sistema


isolado, com a temperatura da água a temperatura de saturação Adiabática - Câmara de
Aspersão.

OI - Umidificação com Aquecimento: É obtido com a injeção de gotículas de água.

Mistura de Duas Correntes de Ar: Um dos processos Psicrométricos mais freqüentemente


encontrado, é a mistura de duas ou mais correntes de Ar com condições iniciais diferentes, em
tais casos, a condição da mistura resultante é prontamente determinada através do uso de uma

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simples comparação massa energia.


m



Por exemplo na figura a cima é mostrada a mistura de m1 Kg/s de Ar no estado 1 com m2


Kg/s de Ar no estado 2.
A mistura resultante encontra - se no estado 3, mostrado na carta Psicromértrica abaixo.
Aplicando-se as equações de conservação de energia e de massa
m1h1 + m2h2 = (m1 + m2 ) h3
o que mostra que a entalpia é a média ponderada das entalpias que se misturam. Para as
demais propriedades segue a mesma regra da conservação de massa do qual se obtém:
m1W1 + m2W2 = (m1 + m2 ) W3
m1T1 + m2T2 = (m1 + m2 ) T3

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EXERCÍCIOS
1) Determine a umidade absoluta de ar com 60% de umidade relativa e uma temperatura de
300C, para uma pressão barométrica padrão de 101,3 kpa.
2) Determine o ponto sobre a linha isoentálpica de 95 kJ/kg correspondente a uma temperatura
de 500C.
3) Uma amostra de ar apresenta uma temperatura de bulbo seco de 300C e uma temperatura de
bulbo úmido de 250C. A pressão barométrica é de 101 kpa. Usando as tabelas de vapor e as
Equações determine: (a) a umidade absoluta se o ar é saturado adiabaticamente, (b) a entalpia
do ar se este é adiabaticamente saturado; (c) a umidade absoluta da amostra (d) a pressão
parcial do vapor na amostra, e (e) a umidade relativa. Resp.: (a) 0,0201 kg/kg, (b) 76,2 kJ/kg,
(c) 0,0180 kg/kg; (d) 2840 Pa, (e) 67%.
4) Em um sistema de ar condicionado uma corrente de ar externo é misturada a outra de ar de
retorno à pressão atmosférica de 101 kPa. A vazão de ar externo é de 2kg/s e suas
temperaturas de bulbo seco e de bulbo úmido são iguais a 35 oC e 25 oC. O ar de retorno, a 24
0
C e 50% de umidade relativa, apresenta uma vazão de 3kg/s. Determine (a) a entalpia da
mistura, (b) a umidade absoluta da mistura, (c) a temperatura de bulbo seco da mistura.
Resp.(a) 59,lkJ/kg; (b) 0,01198 kg/kg; (c) 28,60C.
5) Um ar à temperatura TBS = 2 oC e umidade relativa de 60% é aquecido através da passagem
em uma bobina para TBS = 350C (Acréscimo de calor sensível). Achar: para TBS = 350C, a
temperatura TBU e a umidade relativa, bem como a quantidade de calor adicionada ao ar por
kg de ar fluente.
6) Um ar à temperatura TBS = 280C e UR = 50% é resfriado até a temperatura TBS= 12oC e
TBU= 11 oC.
Achar:
(a) o calor total removido;
(b) a umidade total removida;
(c) a razão de calor sensível no processo
7) Num ambiente condicionado, o ar deve permanecer a 26 oC e a Umidade relativa a 45 %.
Determinar a temperatura que o ar deixa o evaporador, supondo-se que seja saturado.

8) As condições do ar exterior são: TBS 340C e umidade relativa 65%. . As condições a serem
mantidas no recinto são TBS = 260C e umidade relativa 45%. Se a vazão de ar é de 125 m3,
queremos saber a umidade que precisa ser eliminada dos equipamentos de refrigeração e a
capacidade deste equipamento.

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3 CONFORTO TÉRMICO
Conforto térmico é a sensação de bem estar revelada por uma pessoa ou um grupo de
pessoas, com relação as condições do ambiente térmico, temperatura de bulbo seco, e úmido.
Segundo a ASHRAE, Conforto Térmico é um estado de espírito que reflete a satisfação
com o ambiente térmico que envolve a pessoa. Se o balanço de todas as trocas de calor a que está
submetido o corpo for nulo e a temperatura da pele e suor estiverem dentro de certos limites,
pode-se dizer que o homem sente Conforto Térmico.

3.1. Trocas térmicas do corpo:


Uma vez que não só as atividades dos organismos animais, com também as condições
climáticas são altamente variáveis, necessitam lançar mão de um mecanismo de adaptação
térmica para proporcionar a sua sobrevivência este mecanismo é a regulação térmica.
A regulação térmica se verifica praticamente através de trocas térmicas, em forma de
calor sensível, Qs e calor latente Ql.
O homem como homeotermo (temperatura constante), para manter a sua temperatura
constante efetua trocas térmicas com o ambiente. Estas trocas podem ocorrer por radiação,
convecção e vaporação.

O movimento do ar acelera a perda de calor por convecção, auxilia o corpo a dissipar o


calor por condução, e aumenta a perda de calor por transpiração.

3.2. Mecanismos de Termo-Regulação


Reação ao calor
Com o verão existem dificuldades para eliminar o calor devido a alta temperatura do
meio. Desta forma, origina-se a vasodilatação. Esta aumenta o volume de sangue acelerando o
ritmo cardíaco provocando a transpiração.
Reação ao frio
Com o frio existem as dificuldades para manter o calor devido a baixa temperatura do
meio. Desta forma origina-se a vasoconstrição. Esta provoca a diminuição do volume de sangue
e do ritmo cardíaco. O arrepio e o tiritar provocam atividade, gerando calor.

3.3. As Variáveis de Conforto Térmico


As variáveis de conforto térmico estão divididas em variáveis ambientais e variáveis
humanas. As variáveis humanas são:
- metabolismo gerado pela atividade física
- resistência térmica oferecida pela vestimenta
E as ambientais são:
- temperatura do ar;
- temperatura radiante média;
- velocidade do ar;

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- umidade relativa do ar.
Além disso, variáveis como sexo, idade, raça, hábitos alimentares, peso, altura etc. podem
exercer influência nas condições de conforto de cada pessoa e devem ser consideradas.

3.3.1 Metabolismo Humano


É o processo de produção de energia interna a partir de elementos combustíveis
orgânicos, ou seja, através do metabolismo, o organismo adquire energia. Porém, de toda energia
produzida pelo organismo humano, apenas 20% é transformada em potencialidade de trabalho.
Os 80% restantes são transformados em calor que deve ser dissipado para que a temperatura
interna do organismo seja mantida em equilíbrio.
Isto acontece porque a temperatura interna do organismo humano deve ser mantida
praticamente constante em 37oC (variando entre 36,1 e 37,2oC). Os limites para sobrevivência
estão entre 32 e 42 oC.
Como a temperatura interna do organismo deve ser mantida constante, quando o meio
apresenta condições térmicas inadequadas, o sistema termo-regulador do homem é ativado,
reduzindo ou aumentando as perdas de calor pelo organismo através de alguns mecanismos de
controle, como reação ao frio e ao calor.
Quando o organismo, sem recorrer a nenhum mecanismo de termo-regulação, perde para
o ambiente o calor produzido pelo metabolismo compatível com a atividade realizada,
experimenta-se a sensação de conforto térmico.
A tabela 3.1 apresenta dados relativos ao calor dissipado pelo corpo em função da
atividade do indivíduo. O metabolismo pode ser expresso em W/m2 de pele ou em Met, unidade
do metabolismo cujo valor unitário corresponde a uma pessoa relaxada. Assim, 1 Met =
58,15W/m2 de área de superfície corporal.
Tabela 3.1 - Taxas de metabolismo por tipo de atividade
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/H
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE:
SENTADO, MOVIMENTOS MODERADOS COM BRAÇO E TRONCO
(EX.: DATILOGRAFIA) 125
SENTADO, MOVIMENTOS MODERADOS COM BRAÇOS E
PERNAS. (EX.: DIRIGIR) 150
DE PÉ, TRABALHO LEVE, EM MÁQUINA OU BANCADA,
PRINCIPALMENTE COM OS BRAÇOS 150
TRABALHO MODERADO:
SENTADO, MOVIMENTOS VIGOROSOS COM BRAÇOS E PERNAS 180
DE PÉ, TRABALHO LEVE EM MÁQUINA OU BANCADA, COM
ALGUMA MOVIMENTAÇÃO 175
DE PÉ, TRABALHO MODERADO EM MÁQUINA OU BANCADA,
COM ALGUMA MOVIMENTAÇÃO 220
EM MOVIMENTO, TRABALHO MODERADO DE LEVANTAR OU
EMPURRAR 300
TRABALHO PESADO:
TRABALHO INTERMITENTE DE LEVANTAR, EMPURRAR OU
ARRASTAR PESOS (EX.: REMOÇÃO COM PÁ) 440
TRABALHO FATIGANTE 550

3.3.2 A vestimenta
A vestimenta equivale a uma resistência térmica interposta entre o corpo e o meio, ou
seja, ela representa uma barreira para as trocas de calor por convecção. A vestimenta funciona
como isolante térmico, pois mantém junto ao corpo uma camada de ar mais aquecido ou menos
aquecido, conforme seja mais ou menos isolante, conforme seu ajuste ao corpo e a porção do
corpo que cobre.
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Em climas secos (desertos), onde se atinge elevadas temperaturas, poderia-se pensar que
a ausência de roupas poderia garantir condições mais confortáveis para os habitantes destas
regiões. No entanto, em climas secos, vestimentas adequadas podem manter a umidade advinda
do organismo pela transpiração e evitar a desidratação. A vestimenta reduz o ganho de calor
relativo à radiação solar direta, as perdas em condições de baixo teor de umidade e efeito
refrigerador do suor.
A vestimenta reduz também a sensibilidade do corpo às variações de temperatura e de
velocidade do ar.
Sua resistência térmica depende do tipo de tecido, da fibra, do ajuste ao corpo, e deve ser
medida através das trocas secas relativas a quem usa. Sua unidade é o clo, originada de clothes.
Assim: 1 clo = 0,155 m2.oC/W = 1 terno completo.
A tabela 2 apresenta o índice de resistência térmica (Icl) para as principais peças de roupa,
sendo que o índice de resistência térmica (I) para a vestimenta de uma pessoa será, segundo a
ISO 7730 (1994), o somatório de Icl (figura 3), ou seja,
I = ΣIcl

Tabela 3.2. Índice de resistência térmica para vestimentas segundo ISO 7730 (1994).
Vestimenta Índice de resistência térmica – Icl (clo)
Meia calça 0,10
Meia fina 0,03
Meia grossa 0,05
Calcinha e sutiã 0,03
Cueca 0,03
Cuecão longo 0,10
Camiseta de baixo 0,09
Camisa de baixo mangas compridas 0,12
Camisa manga curta 0,15
Camisa fina mangas comprida 0,20
Camisa manga comprida 0,25
Camisa flanela manga comprida 0,30
Blusa com mangas compridas 0,15
Saia grossa 0,25
Vestido leve 0,15
Vestido grosso manga comprida 0,40
Jaqueta 0,35
Calça fina 0,20
Calça média 0,25
Calça flanela 0,28
Sapatos 0,04

3.3.3 Temperatura do ar
A temperatura do ar é a principal variável do conforto térmico. A sensação de conforto
baseia-se na perda de calor do corpo pelo diferencial de temperatura entre a pele e o ar,
complementada pelos outros mecanismos termo-reguladores. O calor é produzido pelo corpo
através do metabolismo e suas perdas são menores quando e temperatura do ar está alta ou
maiores quando a temperatura está mais baixa.
A diferença de temperatura entre dois pontos no ambiente provoca a movimentação do ar,
chamada de convecção natural: a parte mais quente torna-se mais leve e sobe enquanto a mais
fria, desce, proporcionando uma sensação de resfriamento do ambiente.
A temperatura do ar, chamada de temperatura de bulbo seco, TBS, costuma ser medida
com a temperatura de bulbo úmido através do psicrômetro giratório. A temperatura de bulbo
úmido é medida com um termômetro semelhante ao usado para medir a TBS, porém com um

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tecido no bulbo do termômetro de forma que a umidade seja considerada. Este par forma o
psicrômetro giratório, ou par psicrométrico. O giro manual do psicrômetro, que pode ser
substituído por um pequeno ventilador, visa retirar a umidade excessiva do tecido que envolve o
bulbo de forma que TBU possa ser medida sob os efeitos naturais da perda de calor para
evaporação da água do tecido. Assim, a TBU é sempre menor que TBS.
Para o conforto, é interessante conhecer também a temperatura operativa ou efetiva. A
temperatura operativa resume as perdas da temperatura do corpo, que está submetido a um
ambiente real com efeitos desiguais por todos os lados. A temperatura operativa ou efetiva é uma
temperatura teórica que provoca uma perda de calor equivalente a todos os fenômenos que
provocam esta perda caso o corpo estivesse em um ambiente imaginário submetido apenas a uma
temperatura homogênea.

3.3.4 Temperatura radiante


A temperatura radiante média representa a temperatura uniforme de um ambiente
imaginário no qual a troca de calor por radiação é igual ao ambiente real não uniforme. A
temperatura radiante é medida com o termômetro de globo (figura 3.2)

Figura 3.2. Termometros de globo, utilizados para medição da temperatura de radiante.

3.3.5 Velocidade do ar
A velocidade do ar, que costuma ser abaixo que 1m/s, ocorre em ambientes internos sem
necessariamente a ação direta do vento. O ar se desloca pela diferença de temperatura no
ambiente, onde o ar quente sobe e o ar frio desce (convecção natural). Quando o ar se desloca
por meios mecânicos, como um ventilador, o coeficiente de convecção aumenta, aumentando a
sensação de perda de calor (convecção forçada). O deslocamento do ar também aumenta os
efeitos da evaporação no corpo humano, retirando a água em contato com a pele com mais
eficiência e assim, reduzindo a sensação de calor.
Há vários tipos de anemômetros para medição da velocidade do ar, como o anemômetro
giratório, formado por hélices que se deslocam com o movimento do ar (mais apropriado para
medir a velocidade do vento) ou o termo-anemômetro, mais sensível e recomendado para
medições de velocidade do ar no ambiente interno.

3.3.6 Umidade relativa do ar


A umidade é caracterizada pela quantidade de vapor d’água contido no ar. Este vapor se
forma pela evaporação da água, processo que supõe a mudança do estado líquido ao gasoso, sem
modificação da sua temperatura.

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O ar, a uma determinada temperatura, somente pode conter uma certa quantidade de
vapor de água. Quando chegamos a esse valor máximo dizemos que o ar está saturado.
Ultrapassado este limite, ocorre a condensação, no qual o vapor excedente passa ao
estado líquido, provocando o aumento da temperatura da superfície onde ocorre a condensação.
Estes processos dão lugar a uma forma particular de transferência de calor: um corpo
perde calor por evaporação que será ganho por aquele no qual se produz a condensação.
A umidade do ar conjuntamente com a velocidade do ar intervém na perda de calor por
evaporação. Como aproximadamente 25% da energia térmica gerada pelo organismo é eliminada
sob a forma de calor latente (10% por respiração e 15% por transpiração) é importante que as
condições ambientais favoreçam estas perdas.
À medida que a temperatura do meio se eleva, dificultando as perdas por convecção e
radiação, o organismo aumenta sua eliminação por evaporação. Quanto maior a UR, umidade
relativa, menor a eficiência da evaporação na remoção do calor. Isto mostra a importância de
uma ventilação adequada.
Porém, quando a temperatura do ar é superior a da pele, a pessoa estaria ganhando calor
por convecção. Mas, ao mesmo tempo se produz um fenômeno de efeito contrário, já que a
circulação do ar acelera as perdas por evaporação. No momento em que o balanço começa a ser
desfavorável, ou seja, quando apenas ganharíamos calor, a umidade do ar torna-se importante. Se
o ar está saturado, a evaporação não é possível, o que faz a pessoa começar a ganhar mais calor
assim que a temperatura do ar seja superior a da pele. No caso em que o ar está seco, as perdas
continuam ainda com as temperaturas mais elevadas.
Assim, a umidade absoluta representa o peso de vapor d’água contido em uma unidade de
massa de ar (g/kg) e a umidade relativa, a relação entre a umidade absoluta do ar e a umidade
absoluta do ar saturado para a mesma temperatura.

3.4. Índices de Conforto


Com o intuito de avaliar o efeito conjunto das variáveis de conforto térmico, alguns
pesquisadores sugerem diferentes índices de conforto térmico.
De forma geral, estes índices são desenvolvidos fixando um tipo de atividade e a
vestimenta do indivíduo para, a partir daí, relacionar as variáveis do ambiente e reunir, sob a
forma de cartas ou nomogramas, as diversas condições ambientais que proporcionam respostas
iguais por parte dos indivíduos.
Existem vários índices de conforto térmico, porém, para fins de aplicação às condições
ambientais correntes nos edifícios e para as condições climáticas brasileiras, será apresentado
apenas o voto médio predito.

3.4.1 O voto médio predito


Este método foi desenvolvido por Fanger (FANGER, 1972) e é considerado o mais
completo dos índices de conforto pois analisa a sensação de conforto em função das 6 variáveis.
Faz uma relação das 6 unidades com o voto médio predito (PMV – Predicted Mean Vote) deste
com a porcentagem de pessoas insatisfeitas (PPD – Predicted Percentage of Dissatisfied). É o
método usado na ISO 7730.
Este prevê o voto de um grande grupo de pessoas através da escala mostrada na tabela
3.3.
Tabela 3.3 - Escala térmica de Fanger.
Escala Sensação
+3 muito quente
+2 quente
+1 levemente quente
0 neutro
-1 levemente frio
-2 frio
-3 muito frio

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Porém, este índice deve ser usado apenas para valores entre –2 e +2, pois acima destes
limites teríamos aproximadamente mais de 80% das pessoas insatisfeitas (ISO 7730, 1984),
como pode-se perceber na figura 3.3.

Figura 3.3 - Relação entre a sensação térmica previsível e a percentagem de insatisfação térmica

Devido as diferenças individuais é difícil especificar um ambiente térmico que satisfaça a


todos, sempre haverá uma percentagem de insatisfeitos. Segundo a ISO 7730, um ambiente é
considerado termicamente aceitável quando PPD < 10%, ou seja, -0,5 < PMV < +0,5.

3.5. Zona de Conforto


A temperatura efetiva de máximo conforto está relacionada com as condições de despesa
mínima de energia do organismo, a qual, conforme vimos, se verifica quando o mesmo não tem
de lutar contra o frio ou o calor. Essas condições, ditas de neutralidade térmica, dependem dos
mesmos fatores que influem sobre o metabolismo, de modo que, na realidade, não podemos falar
de uma temperatura efetiva de máximo conforto, mas sim de uma zona de conforto. Assim, dá-se
o nome de zona de conforto ao conjunto de condições distintas do ar, caracterizadas na Carta
Psicrométrica, capaz de proporcionar sensações de bem-estar consideradas como ótima para a
maioria das pessoas. Tal zona, além de ter limites variáveis de pessoa para pessoa, só tendo
sentido como elemento estatístico, varia com o vestuário, atividade, clima, estação do ano, idade,
sexo, etc.

Figura 3.4 – Zona de Conforto na Carta Psicrométrica

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A zona de conforto, determinada
estatisticamente por vários
experimentadores, para os E.U.A., tem
como limites de temperaturas efetivas,
mínimo 18.5°C e máximo 24.5°C,
correspondendo o valor meio para o
conforto de inverno, a 20°C e o valor
médio para o conforto de verão a 22°C.
Quanto à umidade, o grau higrométrico
deve estar compreendido entre 40 e 60
% a fim de permitir uma boa regulação
térmica no caso de variação de atividade
orgânica.

Para a escolha da temperatura


efetiva de conforto para o verão deve
ser, entretanto, levado em conta ainda o
choque das pessoas ao entrarem nos
recintos refrigerados, devido à rápida
evaporação do suor acumulado nas
roupas e pele, devido ao calor e umidade
exteriores. Assim, além de uma
diferença de temperatura dos Figura 3.5 – Zona de Conforto
termômetros secos interior e exterior máxima aconselhável de 8°C, deve ser julgada satisfatória
para pessoas que permanecem no recinto por espaço de tempo pequenos, uma temperatura
efetiva superior à indicada como de máximo conforto, enquanto que, para pessoas que
permanecem no recinto por espaços de tempo superiores a 40min., a temperatura efetiva indicada
deve estar situada na zona correspondente ao máximo conforto.

Velocidade do ar
Sensação de resfriamento equivalente
m/s
0,1 0 oC (ar parado)
0,3 1 oC
0,7 2 oC
1,0 3 oC
1,6 4 oC
2,2 5 oC
3,0 6 oC
4,5 7 oC
6,5 8 oC
A figura 3.4 apresenta o gráfico que permite conhecer as zonas de conforto ou bem estar
no verão e no inverno, supondo o ar parado, partindo das temperaturas de bulbo seco e bulbo
úmido.
Também pode-se usar o gráfico de Houghten (figura 3.5 ) com o mesmo objetivo do
anterior.
Para o Brasil, onde o metabolismo, de um modo geral, é inferior ao verificado nos EUA,
a zona de conforto deve apresentar, para limite mínimo, uma temperatura efetiva superior, sendo
indicado pelas normas brasileiras NBR-6401.

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Figura 3.6 – Zona de Conforto

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4 CARGA TÉRMICA
Carga térmica é a quantidade de calor que deve ser retirada ou fornecida a um local ou
sistema, na unidade de tempo, objetivando a manutenção de determinadas condições térmicas.
No caso, como a obtenção das condições de conforto serão mantidas por sistema de
ventilação, serão consideradas apenas as parcelas de calor sensível: devido as Pessoas, Insolação
(radiação solar); Condução pelas paredes, pisos, janelas, tetos e etc; Iluminação; Equipamentos.

Condicionamento de Ar

• Insolação
• Condução
• Pessoas
• Infiltração de Ar
• Renovação de ar
• Iluminação
• Equipamento

Carga térmica de Aquecimentos:


• Condução
• Infiltração de Ar

• Parcela a Diminuir  P esso a s



(Que Ajudam no  I lu m in a c a o
Aquecimento)  E q u ip a m e n to s

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4.1. Carga térmica pelo fechamento opaco
Esta é uma parcela de calor sensível transmitido através das superfícies opacas que limitam
o ambiente por condução e insolação.
QFO = qFO × AFO
Onde
q FO = U (α .I .Rse + ∆T ) → [W / m 2 ]
AFO = Área total da superfície opaca em m 2

4.2. Carga de condução pelo fechamento transparente (vidro)


Esta é uma parcela de calor sensível transmitido através das superfícies que limitam o
ambiente por condução.
QA = q A × AA
Onde:
q A = U × ∆T → [W / m 2 ]
AA = Área total de Aberturas de Vidro em m 2

4.3. Carga devido a irradiação solar pelo vidro:


Esta é uma parcela de calor sensível devido a energia de radiação solar ganho pelo vidro.
QS = qS × AS
Onde:
q S = FS × I → [W / m 2 ]
AS = Área total de Aberturas de Vidro que recebe insolação em m 2

4.4. Carga térmica devido à pessoas:


Parcela de calor sensível e calor latente liberada pelos ocupantes do ambiente e que
variam com a temperatura e a atividade do indivíduo.
o
QO = qo × n n → n de ocupantes do ambiente (densidade de ocupação indicada na Tab. 2 da
Parte 3 da NBR-6401).
qo → calor liberado por pessoa e p/ hora (Tab. B.1 parte 1 da NBR-6401).

4.5. Carga térmica devido a iluminação:


Calor dissipado pelas luminárias. No caso da lâmpadas incandescentes é só somar a carga
total instalada de lâmpadas. Já para as lâmpadas fluorescentes deve ser usado as seguintes
fórmulas.
QI = Qr + Ql
Onde:
Qr = qr × z qr = Perda de energia nos reatores, ver tabela CT 01
z = Número de reatores
Ql = ql × x ql = Potência das Lâmpadas
x = Número de lâmpadas
(A Tab. B.2 da NBR-6401 traz taxas típicas de dissipação de calor pela iluminação para ambientes)

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4.6. Carga térmica devido aos equipamentos
A parcela de calor devido aos equipamentos é realizada somando-se a potência dos
equipamentos instalados (em W) e que normalmente permanecem ligados.
QE = q1 + q2 ... + qn
(Ver Tabelas B.3 a B.10 da NBR-6401).

4.7. Carga devido ao ar exterior:


É a parcela de calor trocado devido ao ar exterior que se introduz no ambiente através
das frestas; portas ou para renovação do ar no ambiente, sendo uma parte calor sensível e outra
latente.
QAR = V .γ .∆h
→Para ar condicionado a Portaria no 3523/98 do Ministério da Saúde fixa
renovação de ar exterior em 27 m3/pessoa. Ver Tabela 1 da Parte 3 da NBR-6401;
γ → Peso específico do ar ≅ 1,2 kg /m3
∆h→ É a diferença de entalpia do ar exterior e o ar interior do ambiente (através da
carta psicrométrica)

CARGA TÉRMICA TOTAL


A carga térmica total do ambiente será :

CT = QFO + QA + QS + QO + QI + QE + QAR

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Parâmetros de conforto fixados pela NBR 6401
Verão (roupa típica 0,5 clo)
Temperatura operativa e umidade relativa dentro da zona delimitada por :
⎯ 22,5 °C a 25,5 °C e umidade relativa de 65 %
⎯ 23,0 °C a 26,0 °C e umidade relativa de 35 %
A velocidade média do ar (não direcional) na zona de ocupação não deve ultrapassar:
⎯ 0,20 m/s para distribuição de ar convencional (grau de turbulência 30 % a 50 %)
⎯ 0,25 m/s para distribuição de ar por sistema de fluxo de deslocamento (grau de turbulência inferior a 10 %)
Inverno (roupa típica 0,9 clo)
Temperatura operativa e umidade relativa dentro da zona delimitada por :
⎯ 21,0 °C a 23,5 °C e umidade relativa de 60 %
⎯ 21,5 °C a 24,0 °C e umidade relativa de 30 %
A velocidade média do ar (não direcional) na zona de ocupação não deve ultrapassar:
⎯ 0,15 m/s para distribuição de ar convencional (grau de turbulência 30 % a 50 %)
⎯ 0,20 m/s para distribuição de ar por sistema de fluxo de deslocamento (grau de turbulência inferior a 10 %)

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Tabela D.3 - Transmitância, capacidade térmica e atraso térmico para algumas paredes.
Parede Descrição U [W/(m2.K)] CT ϕ [horas]
[kJ/(m2.K)]

Parede de concreto maciço


Espessura total da parede: 5,0 cm
5,04 120 1,3

Parede de concreto maciço


Espessura total da parede: 10,0 cm

4,40 240 2,7

Parede de tijolos maciços aparentes


Dimens. tijolo: 10,0x6,0x22,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura total da parede: 10,0 cm 3,70 149 2,4

Parede de tijolos 6 furos quadrados,


assentados na menor dimensão
Dimens. tijolo: 9,0x14,0x19,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm 2,48 159 3,3
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 14,0 cm

Parede de tijolos 8 furos quadrados,


assentados na menor dimensão
Dimens. tijolo: 9,0x19,0x19,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm 2,49 158 3,3
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 14,0 cm

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Tabela D.3 - Transmitância, capacidade térmica e atraso térmico para algumas paredes.
Parede Descrição U [W/(m2.K)] CT ϕ [horas]
[kJ/(m2.K)]
Parede de tijolos de 8 furos
circulares, assentados na menor
dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x20,0x20,0 cm 2,24 167 3,7
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 15,0 cm

Parede de tijolos de 6 furos


circulares, assentados na menor
dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm 2,28 168 3,7
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 15,0 cm

Parede com 4 furos circulares


Dimensões do tijolo: 9,5x9,5x20,0
cm
Espessura arg. de assentamento: 1,0 2,49 186 3,7
cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 14,5 cm

Parede de blocos cerâmicos de 3


furos
Dimensões do bloco:
13,0x28,0x18,5 cm 2,43 192 3,8
Espessura arg. assentam.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 18,0 cm
Parede de tijolos maciços,
assentados na menor dimensão
Dimensões do tijolo: 10,0x6,0x22,0
cm 3,13 255 3,8
Espessura arg. de assentamento: 1,0
cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 15,0 cm
Parede de blocos cerâmicos de 2
furos
Dimensões do bloco:
14,0x29,5x19,0 cm 2,45 203 4,0
Espessura arg. de assentamento: 1,0
cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 19,0 cm
Parede de tijolos com 2 furos
circulares
Dimensões do tijolo: 12,5x6,3x22,5
cm 2,43 220 4,2
Espessura arg. de assentamento: 1,0
cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 17,5 cm
continua

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Tabela D.3 - Transmitância, capacidade térmica e atraso térmico para algumas paredes.
Parede Descrição U [W/(m2.K)] CT ϕ [horas]
[kJ/(m2.K)]
Parede de tijolos de 6 furos
quadrados, assentados na maior
dimensão
Dimens. tijolo: 9,0x14,0x19,0 cm 2,02 192 4,5
Espessura arg. assentam.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 19,0 cm

Parede de tijolos de 21 furos


circulares, assentados na menor
dimensão
Dimens. tijolo: 12,0x11,0x25,0 cm 2,31 227 4,5
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 17,0 cm
Parede de tijolos de 6 furos
circulares, assentados na maior
dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm 1,92 202 4,8
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 20,0 cm

Parede de tijolos de 8 furos


quadrados, assentados na maior
dimensão
Dimens. tijolo: 9,0x19,0x19,0 cm 1,80 231 5,5
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 24,0 cm

Parede de tijolos de 8 furos


circulares, assentados na maior
dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x20,0x20,0 cm 1,61 232 5,9
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 25,0 cm

Parede dupla de tijolos de 6 furos


circulares, assentados na menor
dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm 1,52 248 6,5
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 26,0 cm

Parede dupla de tijolos maciços,


assentados na menor dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x6,0x22,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm 2,30 430 6,6
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 26,0 cm

continua

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Tabela D.3 - Transmitância, capacidade térmica e atraso térmico para algumas paredes.
Parede Descrição U [W/(m2.K)] CT ϕ [horas]
[kJ/(m2.K)]
Parede de tijolos maciços,
assentados na maior dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x6,0x22,0 cm
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm 2,25 445 6,8
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 27,0 cm

Parede dupla de tijolos de 21 furos


circulares, assentados na menor
dimensão
Dimens. tijolo: 12,0x11,0x25,0 cm 1,54 368 8,1
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 30,0 cm

Parede dupla de tijolos de 6 furos


circulares, assentados na maior
dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x15,0x20,0 cm 1,21 312 8,6
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 36,0 cm

Parede dupla de tijolos de 8 furos


quadrados, assentados na maior
dimensão
Dimens. tijolo: 9,0x19,0x19,0 cm 1,12 364 9,9
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 44,0 cm

Parede dupla de tijolos de 8 furos


circulares, assentados na maior
dimensão
Dimens. tijolo: 10,0x20,0x20,0 cm 0,98 368 10,8
Espessura arg. de assent.: 1,0 cm
Espessura arg. de emboço: 2,5 cm
Espessura total da parede: 46,0 cm

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Tabela D.4 - Transmitância, capacidade térmica e atraso térmico para algumas coberturas
Cobertura Descrição U [W/(m2.K)] CT ϕ
[kJ/(m2.K)] [horas]
Cobertura de telha de barro sem
forro 4,55 18 0,3
Espessura da telha: 1,0 cm
Cobertura de telha de fibro-cimento
sem forro 4,60 11 0,2
Espessura da telha: 0,7 cm
Cobertura de telha de barro com
forro de madeira 2,00 32 1,3
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
Cobertura de telha de fibro-cimento
com forro de madeira 2,00 25 1,3
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
Cobertura de telha de barro com
forro de concreto 2,24 84 2,6
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura do concreto: 3,0 cm
Cobertura de telha de fibro-cimento
com forro de concreto 2,25 77 2,6
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura do concreto: 3,0 cm
Cobertura de telha de barro com
forro de laje mista
Espessura da telha: 1,0 cm 1,92 113 3,6
Espessura da laje: 12,0 cm
Rt(laje) = 0,0900 (m2.K/W)
CT(laje) = 95 kJ/(m2.K)
Cobertura de telha de fibro-cimento
com forro de laje mista
Espessura da telha: 0,7 cm 1,93 106 3,6
Espessura da laje: 12,0 cm
Rt(laje) = 0,0900 (m2.K/W)
CT(laje) = 95 kJ/(m2.K)
Cobertura de telha de barro com
laje de concreto de 20 cm 1,84 458 8,0
Espessura da telha: 1,0 cm

Cobertura de telha de fibro-cimento


com laje de concreto de 20 cm 1,99 451 7,9
Espessura da telha: 0,7 cm

Cobertura de telha de barro com


laje de concreto de 25 cm 1,75 568 9,3
Espessura da telha: 1,0 cm

Cobertura de telha de fibro-cimento


com laje de concreto de 25 cm 1,75 561 9,2
Espessura da telha: 0,7 cm

Cobertura de telha de barro, lâmina


de alumínio polido e forro de 1,11 32 2,0
madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
continua

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Tabela D.4 - Transmitância, capacidade térmica e atraso térmico para algumas coberturas
Cobertura Descrição U [W/(m2.K)] CT ϕ
[kJ/(m2.K)] [horas]
Cobertura de telha de fibro-
cimento, lâmina de alumínio polido 1,16 25 2,0
e forro de madeira
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
Cobertura de telha de barro, lâmina
de alumínio polido e forro de 1,18 84 4,2
concreto
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura do concreto: 3,0 cm
Cobertura de telha de fibro-
cimento, lâmina de alumínio polido 1,18 77 4,2
e forro de concreto
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura do concreto: 3,0 cm
Cobertura de telha de barro, lâmina
de alumínio polido e forro de laje
mista 1,09 113 5,4
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da laje: 12,0 cm
Rt(laje) = 0,0900 (m2.K/W)
CT(laje) = 95 kJ/(m2.K)
Cobertura de telha de fibro-
cimento, lâmina de alumínio polido
e forro de laje mista 1,09 106 5,4
Espessura da telha: 0,7 cm
Espessura da laje: 12,0 cm
Rt(laje) = 0,0900 (m2.K/W)
CT(laje) = 95 kJ/(m2.K)
Cobertura de telha de barro, lâmina
de alumínio polido e laje de 1,06 458 11,8
concreto de 20 cm
Espessura da telha: 1,0 cm
Cobertura de telha de fibro-
cimento, lâmina de alumínio polido 1,06 451 11,8
e laje de concreto de 20 cm
Espessura da telha: 0,7 cm
Cobertura de telha de barro, lâmina
de alumínio polido e laje de 1,03 568 13,4
concreto de 25 cm
Espessura da telha: 1,0 cm
Cobertura de telha de fibro-
cimento, lâmina de alumínio polido 1,03 561 13,4
e laje de concreto de 25 cm
Espessura da telha: 0,7 cm
Cobertura de telha de barro com 2,5
cm de lã de vidro sobre o forro de 0,95 33 2,3
madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
Cobertura de telha de barro com 5,0
cm de lã de vidro sobre o forro de 0,62 34 3,1
madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0 cm
Notas:
1) As transmitâncias térmicas e os atrasos térmicos das coberturas são calculados para condições de verão (fluxo térmico descendente).

2) Deve-se atentar que, apesar da semelhança entre a transmitância térmica da cobertura com telhas de barro e aquela com telhas de fibrocimento, o desempenho térmico
proporcionado por estas duas coberturas é significativamente diferente pois as telhas de barro são porosas e permitem a absorção de água (de chuva ou de condensação). Este
fenômeno contribui para a redução do fluxo de calor para o interior da edificação, pois parte deste calor será dissipado no aquecimento e evaporação da água contida nos poros da
telha. Desta forma, sugere-se a utilização de telhas de barro em seu estado natural, ou seja, isentas de quaisquer tratamentos que impeçam a absorção de água.

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Tabela CT 01– Perda de Energia em Reatores

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Tabela 4.7 – Valores médios de Carga Térmica por tipo de ambiente

APLICAÇÃO m2/TR
Escritórios grandes 23 - 27
Escritórios pequenos 20 - 24
Apartamentos (1,0 qto., 2,0 qto.) 25 - 32
Salas de aula 18 - 21
Lojas de departamento 16 - 20
Quartos de hospital 20 - 24
Quartos de hotel 20 - 24
Auditórios (TR/pessoa) 0,09 - 0,12
Bancos (área de público) 18 – 23
Confecção (indústria) 18 – 21
Igreja (TR/pessoa) 0,07 - 0,10
Boliche (TR/pista) 1,5 - 2,5
Motel (quartos) 18 - 21
Residências 28 - 39
Lojas de variedades 16 - 21
Supermercados 20 - 28
Salas de coquetel 13 – 18
Centro médico 20 – 24
Posto telefônico 14 – 24
CPD 4 – 14
Restaurantes 9 - 20

1TR = 3.516 W

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5 VENTILAÇÃO

5.1. Conceituação
Dá-se o nome de ventilação ao processo de renovar o ar de um recinto, podendo ter como
finalidade controlar a pureza e o deslocamento do ar, podendo também controlar a temperatura e
umidade.
Modernamente o conceito de ventilação está mais abrangente, com vistas a um controle
efetivo dos poluentizadores também em ambiente aberto ou não confinado.
No campo da higiene do trabalho, a ventilação tem finalidade de prover o conforto
térmico, evitar a dispersão, diluir a concentração e purificar o ar, de modo a minimizar o efeito
dos compartimentos aéreos. Assim sendo, a ventilação é um método de evitar doenças
profissionais oriundas da poluição aérea, mantendo os aerodispersóides nocivos em
concentrações baixas compatíveis com a saúde. Permite a manutenção da concentração dos
gases, vapores e poeiras explosivas ou inflamáveis fora das faixas de inflamabilidade e
explosividade.
A ventilação permite controlar, rigorosamente, a pureza, a velocidade e a distribuição do
ar, e, aproximadamente, a temperatura, umidade e as irradiações.
Além de remover ou atenuar os efeitos do elemento contaminante, o controle da poluição
por meio de ventilação requer o contaminante, muitas vezes, depois de captados, sejam coletados
dando o destino devido de modo a não contaminar a atmosfera, rios ou lagos.
Torna-se necessário insistir que a ventilação industrial não visa tão somente o controle de
confinados ou no limite dos mesmos. Objetiva também impedir o lançamento na atmosfera de
fumaças, poeiras, gases, material particulado sólido os quais podem contaminar o ar das
adjacências e até mesmo locais relativamente afastados.

5.2. Composição do ar
A composição aproximada do ar, sob três diferentes condições, é dada na tabela 5.1 a
seguir, considerando-se ar limpo e isento de poluentes em geral.
Tabela 5.1 – Composição do Ar
Componente Ar externo (seco) Ar interno Ar expirado
(21° C, U.R.50%) (36° C, U.R. 100%)
Gás inertes 79,00 78,00 75,00
Oxigênio 20,97 20,69 16,00
Vapor d’água 0,00 1,25 5,00
Dióxido de carbono 0,03 0,06 4,00

Geralmente o ar ambiente não tem a mesma composição do ar puro, podendo tornar-se


inadequados à respiração. Existem limites admissíveis do ar ambiente:
- Para pressões muito baixas (altitude de 3.300m) a respiração torna-se difícil.
- Devido ao desprendimento de calor e vapor de água efetuado pelo corpo humano e
outros equipamentos, aumento rapidamente e temperatura e umidade do ambiente,
dificultando o metabolismo humano.
- O índice de oxigênio recomendado para a respiração é de 14%, pois para 10% de
oxigênio verifica-se asfixia e com 7% a morte.
Existem várias causas da contaminação do ar:
- Pessoas e animais reduzem O2 e exalam microorganismo
- Combustão e iluminação consomem O2 e produzem gases
- Automóveis consomem O2 e produzem gases
- Fumantes
- Indústrias

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5.3. Necessidades humanas de ventilação
A ventilação de residências, espaços comerciais e escritórios e necessária para controlar
odores corporais, fumaça de cigarro, odores da cozinha e outras impurezas odoríficas e não para
manter a quantidade necessária de oxigênio ou remover o Dióxido de carbono produzido pela
respiração. Isso é verdadeiro, pois a construção padrão de edifícios para ocupação humana não
pode prevenir a infiltração ou a saída de quantidades de ar, mesmo quando todas as janelas,
portas e aberturas no forro estiverem fechadas.
O consumo normal de ar para um homem adulto com peso de 68,5 Kg é o seguinte:
Em repouso 7,40 l / min
Trabalho leve 28,00 l / min
Trabalho pesado 40,00 l / min
Um adulto, executando trabalhos pesados, respira até cerca de 40 litros de ar por minuto,
consumindo 02 litros de oxigênio e exalando 1,7 litro de Dióxido de carbono, aproximadamente.
Mackey ofereceu uma interessante análise sobre as alterações físicas e químicas que
ocorrem em ambiente interno como resultado da ocupação humana, qual seja:
Um adulto consome em um minuto 5,6m3 de oxigênio e produz cerca de 0,5 m3 de
Dióxido de carbono. A 21°C perde em uma hora cerca de 75 kcal de calor sensível e cerca de
0,045 kg de vapor de d’água.
Assumindo, para simplificação que essas taxas permaneçam constantes, pode-se imaginar
o seguinte caso:
“Um adulto confinado em um ambiente completamente vedado e isolado termicamente
com aproximadamente 30 m3, uma temperatura de 21°C, está em situação de repouso; em menos
de duas horas, modificará o ambiente de tal modo que a temperatura aumentará para 37°C”.
Na mesma situação serão necessárias 75 horas para reduzir o oxigênio à 16% e aumentar
o Dióxido de carbono para 5%, e, para o caso, a alteração física devido a temperatura é mais
perigosa que a alteração química.”
Uma redução de oxigênio para valores entre 16 e 20% ocasiona dificuldade de respirar;
entre 11 e 16% produz dores de cabeça, e entre 8 a 10 %, ânsia de vômitos e perda de
consciência.
O ar atmosférico contém, além de oxigênio, azoto, gases raros hidrogênio, Dióxido de
carbono e vapor d’água, materiais em suspensão. Os materiais em suspensão que se encontram
normalmente no ar é formado por pequena quantidade de poeira de origem mineral, vegetal ou
animal, além de bactérias e os chamados de odores, desagradáveis ou não ao olfato.
Acima de certa concentração, essas substâncias, passam a constituir os poluentes ou
contaminantes ocasionando prejuízos à saúde humana e danos ecológicos.

5.4. Conseqüências da poluição do ar


As conseqüências de uma poluição do ar em larga escala, dependendo evidentemente dos
poluentizadores, podem manifestar-se em forma de doenças graves entre as quais podemos
mencionar:
- enfisema pulmonar e outras afecções broncopulmonares
- hipertensão arterial
- doenças do fígado
- doença dos olhos e irritação de mucosas
- doença do sistema nervoso central
- dermatites
- câncer de pele
- câncer do sangue (leucemia)
- anomalias congênitas
- alteração de fertilidade no homem e na mulher
Os conhecimentos da Medicina estabelecem níveis de conforto, de poluição e dos limites
de tolerância do organismo para um grande número de substâncias, cabe a Engenharia encontrar
e explicar a solução adequada para que os limites de segurança sejam respeitados.

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5.5. Contaminantes do Ar
As partículas de materiais sólidos, líquidos e organismos vivos microscópicos, formam
com o meio gasoso o que se denomina de aerossol. Pode-se definir aerossol como um sistema
constituídos por meios de dispersão onde se encontram partículas sólidas, liquidas ou
microorganismos, sendo conhecido também aerodispersóides. São formados como resultados de
pulverização, atomização de sólidos ou líquidos, ou transferência de poeiras, pólen e bactérias,
para o estado de suspensão em virtudes de ação das correntes de ar.
Podem ser considerados como contaminantes, substancias que normalmente existem na
composição do ar, quando eles excedem determinados teores ou concentrações, passando a
oferecer risco maior ou menor à saúde daqueles que se expõem a tempo considerável ao ar que
as contém.

5.5.1 Principais contaminantes


5.5.1.1 Fumos
Os fumos são partículas sólidas, em geral com diâmetros inferiores a 10, chegando
mesmo a 1 (1 mícron = 0,001mm). Resultam da condensação de partículas em estado gasoso,
geralmente após volatilização de metais fundidos, e quase sempre acompanhada de oxidação. Os
fumos tendem a flocular no ar. É o caso dos fumos metálicos, como o cloreto de amônio, por
exemplo.
Quando o chumbo é derretido, o vapor de chumbo sublimado em contato com o ar se
transforma em óxido de chumbo, PbO, constituindo partículas sólidas extremamente pequenas
em suspensão no ar, isto é, aerossóis. Esses fumos de PbO são tóxicos, venenos acumulativos,
razão por que, nos linotipos, onde são fundidas ligas de chumbo antimônio, deve-se executar
uma instalação de ventilação adequada.
Os fumos de óxidos metálicos produzem a chamada “febre dos fundidores” ou “febre dos
latoeiros” que se manifesta acompanhada de tremores, algumas horas após a exposição ao
“fumo”.
5.5.1.2 Poeiras
Os aerossóis no caso são formados por partículas sólidas, predominante maiores que as
coloidais, com diâmetros compreendidos entre 1 e 100 (Segundo o Manual da Connor, variam de
1 a 10) Resultam da desintegração mecânica de substâncias inorgânicas ou orgânicas, seja pelo
simples manuseio (embalagem), seja em conseqüência de operações de britagem, moagem,
trituração, esmerilhamento, peneiramento, usinagem mecânica, fundição, demolição etc..
Exemplo: poeiras de carvão, sílica, asbestos, algodão, papel, fibras e outras. As poeiras de
dimensões maiores são às vezes designadas por particulados ou areias finas, ou ainda, material
fragmentado. As poeiras não tendem a flocural, exceto se submetidas a forças eletrostáticas. Não
se difundem; ao contrário, precipitam pela ação da gravidade.
5.5.1.3 Fumaça
As fumaças são aerossóis constituídos por produtos resulatantes da combustão
incompleta de materiais orgânicos (lenha, óleo combustível, carvão, papel, cigarro etc.).
As partículas possuem diâmetros inferiores a 1 (ou a 0,1, segundo o Manual de Connor).
5.5.1.4 Névoas
As névoas são aerossóis constituídos por gotículas liquidas com diâmetro entre
0,1 (ou mesmo 0,01) e 100, resultantes da condensação de vapores sobre certos núcleos, ou da
dispersão mecânica de líquidos em conseqüência de operações de pulverização, nebulização,
respingos etc. Exemplos: névoa de ácido sulfúrico, de ácido crômico, de tinta pulverizada, de
“spray” etc. As neblinas se acham compreendidas entre 1 e 50 e se classificam em mist e em
flog, sendo as partículas de fog (cerração, orvalho, dispersões de água ou gelo) menores que as
de um mist (pulverizados, atomizações, espirro de uma pessoa etc.). No mist ocorre uma baixa
concentração de partículas liquidas de tamanho “grande”. Em meteorologia, mist indica uma
leve concentração de partículas de água de tamanho suficientemente grande pra que caim. O
smong resulta de reações na atmosfera entre certos hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e o

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ozônio, sob a ação da luz solar. Provoca irritação nos olhos, dificuldades respiratórias e reduz a
visibilidade.
5.5.1.5 Organismos vivos
Os organismos vivos mais comuns são os pólen das flores (5 a 10), os esporos de fungos
(1 a 10) e as bactérias (0,2 a 5 ou mesmo até 20). Em circunstâncias especiais e em geral em
locais confinados, pode ocorrer a presença de vírus (0,002 a 0,05).
5.5.1.6 Gases e Vapores
Além dos aerossóis, deve-se levar em consideração os gases e vapores, que podem
ocorrer em certos ambientes ou processos industriais, como é o caso do NH3, SO2, CO, CH4, Cl
e CO2 (em excesso). São considerados por alguns autores como sendo também aerodispersóides.
Gás: É um dos estados de agregação da matéria. Não possui forma e volume próprios e
tende a expandir-se indefinidamente. À temperatura ordinária, mesmo sujeita a pressões fortes,
não podem ser totais ou parcialmente reduzidos ao estado líquido.
Vapor: E a forma gasosa da matéria, a qual, à temperatura ordinária, pode ser reduzida
total ou parcialmente ao estado líquido.
5.5.1.7 “Fly ash” (fuligem)
A fuligem é composta de partículas finamente divididas de produtos de queima de carvão
e óleo combustível e que são carregadas nos gases de combustão em geral de fornalhas e
queimadores de caldeiras.

5.5.2 Valores limiares da tolerância


Valor limiar da tolerância (V L T) corresponde a uma concentração média de substâncias
dispersas no ar de um certo ambiente de trabalho, em um determinado intervalo de tempo, e que
representam certas condições para as quais se pode presumir com certa segurança que quase
todos os trabalhadores possam estar expostos a esse ar sem que ocorram reações adversas aos
seus organismos.
5.5.2.1 T L V – TWA (Thershold Limit Value – Time Weighted Average)
Corresponde a concentração ponderadas pelo tempo, para uma jornada de trabalho de 8
horas e uma semana de trabalho de 40 horas para quais todos os trabalhadores podem ser
expostos repentinamente, dia após dia, sem efeito adverso.
5.5.2.2 T L V – STEL (Thershold Limit Value – Short Term Exposure Limit)
É a concentração para qual os trabalhadores podem ser expostos por um curto espaço de
tempo sem sofrerem:
- irritação das mucosas e da pele
- dano crônico ou irreversível de qualquer tecido
- narcose que impossibilite ou reduza a autodefesa
STEL se define como a concentração num intervalo de tempo de 15 minutos que não
pode ser ultrapassada em nenhum tempo durante um dia. As exposições correspondentes ao
STEL não devem exceder 15 minutos no máximo quatro vezes ao dia; deve haver no mínimo um
intervalo de 60 minutos entre STEL.

Tabela 5.2 - Limites de tolerância a contaminantes (segundo a NR-15):


Limites de tolerância
Agente químico
(ppm) (mg/m3)
Acetaldeído 78 140
Acetato de éter monoetílico de atileno-glicol (pele) 78 420
Acetato de etila 310 1.090
Acetato de 2-etoxi-etila 78 420
Acetileno Asfixiante
Aceta 780 1.870
Acetitrila 30 55
Ácido acético 8 20
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Ácido cianídrico 8 9
Ácido clorídrico 4 5,5
Ácido crômico (névoa) - 0,04
Ácido fluorídrico 2,5 1,5
Ácido fórmico 4 7
Acrilato de metila (pele) 8 27
Acrilonitrila (pele) 16 36
Álcool isoamílico 78 280
Álcool n-butílico- (pele) 40 115
Álcool isobutílico 40 115
Álcool séc-butílico (2-butanol) 115 350
Álcool terc-butílico 78 235
Álcool etílico 780 1.480
Álcool furfurílico (pele) 4 15,5
Álcool metílico (pele) 156 200
Álcool n-propílico (pele) 156 390
Álcool isopropílico (pele) 310 365
Amônia 20 14
Anilina- (pele) 4 15
Argônia Asfixiante
Arsenamina 0,04 0,16
Brometo de etila 156 695
Brometo de metila (pele) 12 47
Bromofórmo- (pele) 0,4 4
1,3-Butadieno 780 1.720
N-Butano 470 1.090
n-Butilamina (pele) 4 12
Butil-cellosolve (pele) 39 190
n-Butil-mercaptana 0,4 1,2
Chumbo - 0,1
Cianogênio 8 16
Ciclo-hexano 235 820
Ciclo-hexanol 40 160
Ciclo-hexilamina- (pele) 8 32
Cloreto de etila 780 2.030
Cloreto de metila 78 165
Cloreto de metileno 156 560
Cloreto de vinila 9pele) 156 398
Cloreto de vinidileno 8 31
Cloro 0,8 2,3
Cloro-benzeno 59 275
Cloro-bromometano 156 820
Clorodifluormetano (freon 22) 760 2.730
Clorofórmio 20 94
1-Cloro-1-nitropropano 16 78
Cloroprene- (pele) 20 70
Cumeno (pele) 39 190
Decaborano (pele) 0,04 0,25
Demet (pele) 0,008 0,08
Diborano 0,08 0,08
1,2-Dibromoetano (pele) 16 110
0-Diclorobenzano 39 235

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Diclorodifluormetano 780 3.860
1,1-Dicloroetano 156 640
1,2-Dicloroetano 39 156
1,2-Dicloroetileno 155 615
1,1-Dicloro-1-nitroetano 8 47
1,2-Dicloropropano 59 275
Diclorotetrafluoretano (Freon 114) 780 5.460
Dietilamina 20 59
2,4-Diisocianato de tolueno (TDI) 0,016 0,11
Diisopropilamina- (pele) 4 16
Dimetilacetamida 8 28
Dimetilamina- (pele) 8 14
Dimetilformamida 8 24
1,1-Dimetil-hidrazina (pele) 0,4 0,8
Dióxido de carbono 3.900 7.020
Dióxido de cloro 0,08 0,25
Dióxido de enxofre 4 10
Dióxido de nitrogênio 4 7
Dissulfeto de carbono- (pele) 16 47
Estibina 0,08 0,4
Estireno 78 328
Etano Asfixiante
Éter dicloroetílico (pele) 4 24
Éter etílico 310 940
Etilamina 8 14
Etilbenzeno 78 340
Etileno Asfixiante
Etilenoimina (pele) 0,4 0,8
Etil-mercaptana 0,4 0,8
n-Etil-morfolina (pele) 16 74
2-Etoxietanol (pele) 78 290
Fenol (pele) 4 15
Fluortriclorometano (Freon 11) 780 4.370
Formaldeído (formol) 1,6 2,3
Fosfamina 0,23 0,3
Fosgênio 0,08 0,3
Gás sulfídrico 8 12
Hélio Asfixiante
Hidrazina (pele) 0,08 0,08
Hidrogênio Asfixiante
Isopropilamina 4 9,5
Mercúrio - 0,04
Metacrilato de metila 78 320
Metano Asfixiante
Metilamina 8 9,5
Metil-cellosolve (pele) 20 60
Metil-ciclo-hexanol 39 180
Metil-clorofórmio 275 1.480
Metil-demet (pele) - 0,4
Metil-etil-ceta 155 460
Metil-isobutilcarbinol- (pele) 20 78
Metil-mercaptana (metanotiol) 0,4 0.8

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Monometil-hidrazina- (pele) 0,16 0,27
Monóxido de carbono 39 43
Negro-de-fumo - 3,5
Neóbio Asfixiante
Níquel tetracarbonila 0,04 0,28
Nitrato de n-propila 20 85
Nitroetano 78 245
Nitrometano 78 195
1-Nitropropano 20 70
2-Nitropropano 20 70
Óxido de etileno 39 70
Óxido nítrico 20 23
Óxido nitroso Asfixiante
Ozona 0,08 0,16
Pentaborato 0,004 0,008
n-Pentano (pele) 470 1.400
Percloroetileno 78 525
Piridina 4 12
n-Propano Asfixiante
Propileno (pele) Asfixiante
Propileno imina (pele) 1,6 4
Sulfato de dimetila 0,08 0,4
1,1,2,2-Tetrabromoetano (pele) 0,8 11
Tetracloreto de carbono 8 50
Tetracloroetano (pele) 4 27
Tetra-hidrofurano 156 460
Tolueno (toluol) 78 290
Tricloroetileno 8 35
Triclorometano 78 420
1,1,3-Tricloropropano 40 235
1,1,2-Tricloro-1,2,2-trifluoretano (Freon 113) 780 5.930
Trietilamina 20 78
Trifluormonobromometano 780 4.760
Xileno (xilol) (pele) 78 340

Tabela 5.3 - Limites de tolerância a contaminantes (ACGIH)


Limites de tolerância
Contaminante
(ppm) (mg/m3)
Acetato de amila 125 650
Acetato de n-butila 150 710
Acetato de butila sec 200 950
Acetato de hexila séc. 50 300
Acetato de isoamila 100 525
Acetato de isobutila 150 700
Acetato de isopropila 250 950
Ácido nítrico 2 5
Ácido oxálico - 1
Alcatrão, produtos voláteis - 0,2
Algodão, pó de - 1
Amino-piridina 0,5 2
Anidrido ftálico 2 12
Anidrido maléico - 8

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Anisidina (pele) - 0,5
Azinfos, metil (pele) - 0,2
Benzoíla, peróxido de - 5
Cádmio - 0,2
Carboril (sevin) - 5
Chumbo tetraetila (pele) - 0,075
Ciclopentadieno 75 200
Compostos de selênio - 0,2
Crotaldeído 2 6
Diazometano 0,2 0,4
Dibutil-fosfato 2 10
Dibutilftalato - 10
1,3-Dicloro-5,5-dimetil-hidantoin - 0,2
Dimetilamino-etanol 10 50
Dimetil-1,2-dibromo-2,2-dicloroetilfosfato - 3
Di-sec-octilftalato - 5
Éter fenílico 1 7
Etil-séc-amil-ceta 25 130
Eril-butil-ceta 50 230
p-Fenileno-diamina (pele) - 0,1
Ferro, óxido de - fumos - 10
Fibras de vidro - 5
2-Heptanona (metil-n-amil-ceta) 100 475
3-Heptanona (etil-butil-ceta) 50 230
Hexacloroetano- (pele) 1 10
Hexafluoreto de selênio 0,05 0,4
Hexafluoreto de telúrio 0,02 0,2
Iodeto de metila- (pele) 5 28
Isoamila, acetato de 100 525
Isobutila, acetato de 150 700
Isociamato de metila (pele) 0,02 0,05
Isopropila, acetato de 250 950
Ítrio - 1
GLP (gás liquefeito de petróleo) 1.000 1.800
Maléico, anidrido - 8
Metil-n-amil-ceta (2 heptanona) 100 465
Morfolina (pele) 20 70
Níquel - 1
Nítrico, ácido 2 5
p-Nitro-cloro-benzeno (pele) - 1
Oxálico, ácido - 1
Oxigênio, difluoreto de 0,05 0,1
Peróxido de benzoíla - 5
Pival (2-pivalil-1,3-indadione) - 0,1
Prata - 0,01
Ródio - 0,1
Selênio, compostos de - 0,2
Telúrio, hexafluoreto de 0,02 0,2
Tetrametil-sucinonitrila- (pele) 0,5 3
Trifluoreto de nitrogênio 10 29

Tabela 5.4 - Limites de tolerância a poeiras minerais (ACGIH)

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Poeiras minerais Limites de tolerância
(mppmc)
Óxido de alumínio 1.770
Asbesto 177
Cimento Portland 1.770
Poeira (sem sílica livre) 1.770
Mica (com menos de 5% de SiO2 livre) 700
Sílica (com mais de 50% de SiO2 livre) 177
Sílica (com 5% a 50% de SiO2 livre) 700
Sílica (com menos de 5% de SiO2 livre) 1.770
Carboneto de sílica 1.770
Pedra-sabão (com menos de 5% de SiO2 livre) 700
Talco 700

5.5.3 Efeitos prejudiciais dos agentes químicos


Entre os numerosíssimos produtos químicos capazes de causar danos a células, tecidos,
órgãos, aparelhos e sistemas do organismo humano, existem alguns que pelo seu largo emprego
devem ser mencionados como um alerta e um dado no estudo das condições de higiene industrial
e no projeto de uma instalação de ventilação adequada.
Existe uma idéia simplória, ingênua e às vezes irresponsável, de acreditar-se que, para
evitar danos aos olhos, basta colocar óculos especiais; para defesa dos sistemas circulatório e
respiratório, basta colocar máscara; e para proteger os tecidos cutâneos, são suficientes luvas
compridas. Esses recursos de defesa são necessários mas, dependendo o grau de poluição, podem
não ser suficientes para evitar que, embora mais lentamente, as doenças acabarem por se instalar
no organismo. Roupas especiais, tipo escafandro, podem ser necessárias numa emergência e em
trabalho de extremo risco, como no caso de haver radiações, mas não como indumentária para
um trabalho rotineiro prolongado. É necessário que sejam removidas do ar as substâncias tóxicas
por método que veremos adiante, de tal modo que o nível de toxidade fique baixo dos limites
considerados aceitáveis para que os operários que trabalharem sob aquelas condições não
estejam com sua saúde a sua vida ameaçadas. Em certos casos, mesmo com captação local do
poluente as operações podem exigir uso de máscaras, óculos e luvas, dada a proximidade do
operador com produtos tóxicos, sua manipulação e até mesmo o risco de uma eventual
paralisação no sistema de captores , por falta de energia elétrica. É o caso da decapagem de
metais, jateamento de areia e pintura a pistola.

5.6. Tratamento do Ar
A importância do ar para o homem é por demais conhecida, sob o aspecto da necessidade
de oxigênio para o metabolismo.
Por outro lado, a movimentação de ar natural, isto é, através dos ventos, é responsável
pela troca de temperatura e umidade que sentimos diariamente, dependendo do clima da região.
A movimentação do ar por meios não naturais constitui-se no principal objetivo dos
equipamentos de ventilação, ar condicionado e aquecimento, transmitindo ou absorvendo energia
do ambiente, ou mesmo transportando material, atuando num padrão de grande eficiência sempre
que utilizado em equipamentos adequadamente projetados. A forma pela qual se processa a
transferência de energia e que dá ao ar capacidade de desempenhar determinada função. A
velocidade, a pressão, a temperatura e a umidade envolvem mudanças nas condições ambientais,
tornando-as propícias ao bem-estar do trabalhador.
Evidentemente, o ar pode ser tratado, e um dos pontos que apresentam grande interesse
ao higienista é o tratamento do ar em ambientes confinados.
A movimentação do ar por meio não naturais, constitui-se de no principal objetivo de
assuntos especializados, tais como; ventilação, calefação e condicionamento de ar.
A transferência de energia de massa em ambientes e a forma pela qual se da variação
energética é que dá ao ar a capacidade de desempenhar determinada função. A temperatura ,

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pressão velocidade e a umidade do ar, envolvem mudanças nas condições ambientais, tornando-
as propicias ao bem-estar humano, seja no lazer ou em atividades laborais.
O tratamento do ar tem sido, continua sendo, a principal medida de controle efetivo para
ambientes de trabalhos prejudiciais ao homem. No campo da higiene do trabalho.

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Tabela 5.5 – Produção de contaminantes segundo a operação

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5.6.1 Qualidade do ar interior
A cada dia que passa, cada vez mais, o homem procura melhorar a sua qualidade
de vida, procurando desenvolver junto ao seu habitat e ao seu local de trabalho condições que
garantam esta melhor qualidade de vida, que pode estar ligada ao conforto, lazer, boa
alimentação, etc.
Não haveria uma boa qualidade de vida sem saúde. Por isso que tudo que possa afetar a
saúde de um indivíduo deve ser levado em conta para se garantir uma qualidade de vida. Como
através do ar que se respira pode-se ingerir muitos microorganismos e elementos danosos à
saúde, o ar deve estar limpo e oferecer as condições de pureza, temperatura e umidade
recomendados para tornar um ambiente saudável.
Numa sociedade que valoriza muito a produtividade, nós temos a afirmação do prof. Pavl
Ole Fanger de que uma qualidade de ar num ambiente de trabalho, aumenta em 6,5% a
produtividade dos funcionários.
Quando se pretende melhorar nossa qualidade de vida, é importante lembrar que
passamos de 80% a 90% do nosso tempo em ambientes fechados (quem mora e trabalha em
zonas urbanas); e quando nos elevamos a elevadas taxas de poluentes estamos agredindo nosso
organismo, sendo que a maioria das situações são totalmente contornáveis.
Antes de garantirmos uma melhor qualidade de vida ao homem, devemos conhecer seu
metabolismo. Devemos saber como ele se relaciona com o meio em que vive. O homem
comporta-se como um motor térmico no meio, recebendo uma parcela de calor proveniente da
queima de alimentos em suas células e liberando continuamente outra parcela de calor para o
meio em forma de trabalho e resíduos. Se não são controladas de modo adequado a temperatura,
umidade relativa e a velocidade do ar, não conseguiremos estabelecer o conforto térmico,
tornando o ambiente insalubre, já que a umidade relativa elevada facilita a proliferação de
microorganismos através do aumento da curva exponencial do crescimento micro-biológico. O
ar muito seco provoca o ressecamento das respiratórias e do globo ocular, além de permitir a
fácil dispersão dos materiais particulados (poeira).
Será importante esclarecermos a diferença entre higiene e conforto. Higiene é uma
conceituação que visa a defesa da saúde (ação preventiva de saúde pública), enquanto que
conforto é uma conceituação que visa ao bem estar físico (ação continua de promoção do prazer
e da produtividade). Ambos os conceitos determinam a qualidade de vida dos ocupantes de um
ambiente do interior.
Para alcançarmos um grau satisfatório de conforto térmico e adequadas condições de
controle de poluentes, quer eles sejam químicos, físicos ou biológicos, é imperativo a observação
da temperatura efetiva de um ambiente, como pré requisito de um programa de controle de
qualidade. Temperatura Efetiva é uma conjunção dos fatores que transmitem aos ocupantes de
um ambiente uma sensação térmica, sendo as variáveis de influência: temperatura de bulbo seco,
umidade relativa do ar e velocidade do ar.

5.6.2 Medidas necessárias


Entre as medidas de engenharia relacionamos com a ventilação industrial e controle da
poluição podem ser citadas; projeto adequado, substituição de materiais e processos,
umidificação do ar, confinamento, isolamento, ventilação de ambientes, separação e coleta de
poluentes.
5.6.2.1 Projeto, construção, manutenção de maquinaria e equipamentos industriais
Ao se projetar um edifício industrial, é preciso levar em cosideração a disposição geral
das máquinas, circulação do pessoal e altura (pé direito) visando possibilitar uma ventilação
natural pelas aberturas de janelas. Quanto as maquinas e aos equipamentos que poluem o
ambiente de trabalho, devem ser cuidadosamente projetados, prevendo-se enclausuramentos,
anteparos, mecanização e não permitindo que poeiras, gases, vapores, etc. sejam dispersos no
ambiente.

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5.6.2.2 Substituição de materiais nocivos por outros menos nocivos
A principio, qualquer material pode ser manipulado com segurança; no entanto, as
substâncias tóxicas ou prejudiciais ao ser humano podem ser substituídas por outras menos
nocivas.
Como exemplo temos:
- Nos trabalhos de pintura, o carbonato básico de chumbo é prejudicial ao organismo
- E pode ser substituídas de titânio e zinco.
- Como solvente orgânico o tolueno pode substituir o benzeno, por este altamente
tóxico.
- Utilização de abrasivos artificiais em vez de pedras naturais, que desprendem pó de
sílica, provocando a silicose no homem.
5.6.2.3 Modificação de processos e métodos de trabalho
A substituição de materiais nocivos ou tóxicos por outros de menor nocividade deve ser
tentado. Da mesma forma processos mecânicos geralmente poluem menos que os manuais;
exemplos:
- Fábricas de bateria: ajuste mecânico da pasta de óxido de chumbo para manufatura de
placas. Quando manual, o excesso caía no chão, e, depois de seco, liberava poeira para o
ambiente.
- Redução da evaporação de solventes nos tanques de desengraxamento, mediante
regulagem automática de temperatura do banho.
5.6.2.4 Umidificação
A umidificação do ar é muito usada quando há poeira. Aplicada na industria de cerâmica,
perfurações de minas, aberturas de valas em pavimentações de ruas, estradas, britagem de
pedras, pátios de carvão etc.
A umectação é um antigo método usado na industria cerâmica inglesa, permanecendo até
os dias de hoje, em que as peças de cerâmicas são molhadas, evitando-se a emanação de poeira
quando da sua manipulação.
Exemplo: perfuração de minas, britadores, moinhos, etc.
Em ambientes industriais em que são manipulados produtos considerados perigosos em
relação a combustão ou explosão, tais como processos industriais, depósitos, transporte, etc, é
necessário controlar a temperatura e a umidade relativa do ar. O ar condicionado atua nesses
ambientes, mantendo as condições exigidas para cada tipo de produto utilizado, agindo,
inclusive, como renovador de ar ambiental.
Entre as medidas de engenharia relacionados com ventilação industrial e controle da
poluição podem ser citadas; o projeto adequado, substituição de materiais e processos,
umidificação do ar, confinamento, isolamento, ventilação de ambientes, separação e coleta de
poluentes.
5.6.2.5 Confinamento
Usado no jateamento de areia, em pintura, trituração, moagem de cereais etc. a operação
é realizada em compartimentos que impeçam o escapamento das substâncias poluidoras para
outros ambientes.
5.6.2.6 Isolamento
Consiste na instalação do equipamento de uma unidade altamente poluidora em um
prédio separado do conjunto industrial. Recorrendo também à automação, consegue-se que, na
trituração, a poeira e, nas pinturas, a tinta só venham a alcançar os poucos operários
encarregados de sua “vitória” os quais, nas vezes em que operarem, irão devidamente protegidos.
5.6.2.7 Ventilação de ambientes
Para assegurar condições de conforto adequadas, de modo a remover do ambiente
contaminante provenientes de equipamentos e processo químico e industrial pode ser utilizada a
ventilação de ambientes, podendo ser utilizada a ventilação local exaustora ou geral diluidora.

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5.6.2.8 Separação e coleta dos poluentes
Executando-se a separação e coleta de poluentes, procedendo-se um tratamento, quando
necessário, e dando-se ao produto residual uma destinação que não prejudique as condições
ecológicas ambientais. É o objetivo do controle da poluição.

5.6.3 Quantidade de ar necessário a ventilação


O organismo humano em repouso consome 16l/h de O2 para o seu metabolismo básico.
Nem todo o O2 do ar é aproveitado, ou seja, apenas 5,5% do volume do ar respirado é usado.
Então conclui-se que consumimos 300 L de ar p/ h, na realidade dependendo da atividade do
indivíduo ou do tipo do ambiente pode ser 25 a 150 vezes à indicado acima.
Tabela 5.6 – Renovação de Ar Exterior
Recinto a ser ventilado Duração em minutos de cada Renovação de ar por hora
renovação de ar
Auditórios 5-3 10-20
Salas de conferência 2,4 – 1,47 25-35
Restaurantes 10-3 6-20
Escritórios 10-3 6-20
Oficinas 7,5-5 8-12
Cozinhas 3-2 20-30
Fundições 12-3 5-20
Casas de caldeira 3-2 20-30
Sanitários 7,5-3 8-20
Observação: Os valores mais elevados constantes desta tabela aplicam-se a casos em
climas quentes e onde haja fumaça de cigarros.
A tabela 5.6 relaciona valores para a renovação de ar exterior. A Portaria n° 3.523
do Ministério da Saúde exige um mínimo de 27 m3 /h de ar exterior por pessoa. Para melhorar as
condições de conforto térmico do ambiente pode ser adotada uma maior vazão de ar.
Requisitos de ventilação: várias medidas podem ser tomadas para evitar a exposição de
pessoas e a condições de alta temperatura. Por exemplo, enclausuramento e isolamento de fontes
quentes, vestimentas, barreiras protetoras, diminuição do tempo de exposição, etc.
Tabela 5.7 – Renovação de ar recomendadas (American Society of Heating and Air
Conditioning Engeeniring, Guide and Date Book)
Recinto a ser ventilado Renovação p/h CFM p/pessoa
Escritórios 6-20 10
Salas de conveniência 25-30 40
Pequenas oficinas 8-12
Salas de depósito 2-15
Cozinhas 10-30
Garagens 6-30
Equipamentos mecânicos 8-12
Fundições 5-20
Pinturas e polimentos 18-22
Restaurantes 6-20
Sanitários 8-20

Quando se trata de ventilação permanente de ambiente onde são produzidas grandes


quantidades de calor (salas de máquinas, de caldeiras, de fornos, churrasqueiras, cozinhas, etc.),
nos quais se deseja manter a temperatura do recinto, (Tr), pouco acima da temperatura exterior
(Te) a quantidade de ar necessária será dado por:
Q Q
V= ≅
γCp(Tr − Te) 0,288(Tr − Te)

Q = quantidade de calor a retirar do ambiente considerado.

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Quando se deseja garantir uma renovação de ar, em ambientes normais, ou seja, onde não
há contaminação de risco, poderão também ser adotados índices de renovação de ar:
- índice de renovação de ar para ventilação natural n = 1 a 2
- índice de renovação do ar para ventilação artificial n > 6
Na tabelas 5.7 e 5.8 são apresentadas as informações sobre a renovação de ar para alguns
ambientes.

Tabela 5.8 – critérios sugeridos para projetos gerais de ventilação de ambientes (ASHRAE
- American Society of Heating and Air Conditioning Engeeniring, Guide and Date Book).
Área Funcional Taxa de Renovação Ft3/min por pessoa
(troca por hora)
Hospitais (sala de anestesia) 8-12 -
Sala de animais 12-16 -
Auditórios 10-20 10
Hospitais (salas de autopsia) 8-12 10
Padaria e confeitaria 20-60 -
Boliches 15-30 30
Igrejas 15-25 5
Hospitais ( salas de citoscopia) 8-10 20
Salas de aula 10-30 40
Salas de conferência 25-35 -
Corredores 3-10 -
Hospitais (salas de espera) 8-12 -
Leiterias 2-15 -
Lavagem de pratos 30-60 -
Lavagem a seco 20-40 -
Fundições 5-20 -
Ginásios 5-30 1,5 por pé quadrado
Garagens 6-10 -
Hospitais (salas hidroterapia) 6-10 -
Hospitais (salas de isolamento) 8-12 -
Cozinhas 10-30 -
Lavanderias 10-60 -
Bibliotecas 15-25 10
Bibliotecas 15-25 10
Salas de depósito 2-15 -
Pequenas oficinas 8-12 -
Hospitais (suprimentos) 6-10 -
Berçários 10-15 -
Escritórios 6-20 10
Hospitais (salas de operação) 10-15 -
Radiologia 6-10 -
Restaurantes 6-20 10
Lojas 18-22 10
Residências 5-20 -
Equipamentos telefônicos 6-10 -
Salas de controle de tráfego aéreo 10-22 10
Toaletes 8-20 -
Soldas a arco voltaico 18-22 -

Nesta tabela foi prevista a remoção do odores corporais, nível de atividade do indivíduo,
bem como remoção de calor.

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5.6.3.1 Recomendações gerais
As trocas de ar até oito vezes por hora são suficientes para remover contamintes emitidos
por ocupante. O limite superior da faixa é recomendado para remover calor e vapor em zonas
temperadas. Em climas quentes, sugere-se o dobro dos valores da tabela 5.8.
Se ocorrer o uso do fumo, deve-se usar o dobro do valor da tabela.
Não se prevê o uso de equipamento de limpeza de ar. O espaço não deve ser inferior a
150° Ft3/pessoa ou 14 Ft2/pessoa.
O limite inferior é o mínimo e o limite superior é o recomendado (mesma referência).
Para certos produtos químicos pode haver o risco de inflamação quando se realiza um
estudo de ventilação. Alguns dados sobre a concentração máxima de alguns produtos são
apresentados na tabela 5.9.

Tabela 5.9 – concentração máxima C (em partes de 10.000 partes de ar) para exposição
prolongada (segundo Henderson e Haggard) (VDC)
Substância C
Amdrido sulforoso 0,1
Amônia 1
Anilina 0,1
Benzeno 1,5 a 3
Arsina 0,01
Sulforeto de carbono 0,2
Monóxido de carbono 0,5
Tetracloreto de carbono 0,5
Cloro 0,01
Clorofórmio 1
Éter (etílico) 4
Aldeído fórmico 0,2
Gasolina 10
Sulfato de hidrogênio 1
Vapor de chumbo 5-6
Metanol 2
Ácido hidrofluórico 0,03
Brometo de metila 0,5
Cloreto de metila 10
Fumos nitrosos 0,1
Fosgênio 0,01
Fosfeno 0,02
Tetracloroetano 1,5
Tolueno 2
Terebintina 2
Xileno 1

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Tabela 5.10 – Concentração máxima de alguns poluentes do ambiente interior -
(NBR – 6401)

5.7. Classificação dos sistemas de ventilação


Para a classificação dos sistemas de ventilação, é preciso levar em conta a finalidade a
que se destinam. Dessa forma, os objetivos da ventilação são:

5.7.1 Ventilação para manutenção do conforto térmico


Restabelecer as condições atmosféricas num ambiente alterado pela presença do homem.
Refrigerar o ambiente no verão. Aquecer o ambiente no inverno.

5.7.2 Ventilação para manutenção da saúde e segurança do homem


Reduzir concentrações no ar de gases vapores, Aerodispersóides em geral, nocivos ao
homem, até que baixe a níveis compatíveis com a saúde.
Manter concentrações de gases, vapores e poeiras inflamáveis ou explosivos fora das
caixas de inflamabilidade ou de explosividade.

5.7.3 Ventilação para conservação de materiais e equipamentos (por imposição


tecnológica)
Reduzir aquecimento de motores elétricos, máquinas, etc.
Isolar cabines elétricas, não permitindo entrada de vapores, gases ou poeiras inflamáveis,
com a finalidade de se evitar explosão, por meio de faíscas elétricas.

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Manter produtos industriais em armazém ventilados, com o fim de se evitar deterioração.

5.7.4 Tipos de ventilação


Os tipos de ventilação, empregados para qualquer finalidade, são assim classificados:
• Ventilação natural
• Ventilação mecânica
- ventilação geral diluidora
- ventilação local exaustora

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6 VENTILAÇÃO NATURAL

6.1. Considerações gerais


A ventilação natural é aquela que se verifica em virtude das diferenças de pressões
naturais (originadas pelos ventos e gradientes de temperaturas) existentes através das superfícies
que limitam o ambiente considerado, ou seja, é o movimento de ar num ambiente de trabalho,
provocado por ventos externos e/ou gradientes térmicos e que pode ser controlado por meio de
aberturas, como portas, janelas, etc.

Figura 6.1

Infiltração é o movimento do ar não controlado, de fora para dentro e de dentro para fora
de um ambiente, através de frestas de janelas e portas, de paredes, pisos e forros, e por outras
aberturas existentes.
O fluxo de ar que entra ou sai de um edifício por ventilação natural ou infiltração natural
ou infiltração depende da diferença de pressão entre as partes interna e externa e da resistência
ao fluxo fornecido pelas aberturas. A diferença de pressões exercida sobre o edifício pelo ar pode
ser causada pelo vento ou pela diferença de densidade de ar fora e dentro do edifício. O efeito de
diferença de densidade, conhecido como “efeito de chaminé”, é freqüentemente o principal fator.
Quando a temperatura no interior de um determinado ambiente é maior que a temperatura
externa, produz-se uma pressão interna negativa e um fluxo de ar entra pelas partes inferiores, o
que causa uma pressão interna positiva, e um fluxo de ar sai nas partes superiores do edifício

Figura XXX
Figura 6.2

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As janelas têm a vantagem de iluminar, bem como de ventilar, quando abertas. AS partes
móveis dessas aberturas permitem até certo ponto o controle da quantidade de ar que está sendo
movimentada; defletores podem ser usados para controlar a distribuição das correntes. As
aberturas no telhado são geralmente protegidas por uma cobertura, para impedir a entrada de
chuva e reversão do ar que sai. A quantidade de ar que passa através da abertura depende da
diferença de temperatura interna e externa.

6.2. Dimensionamento
A diferença de
pressão criada por uma
coluna de ar quente
(chaminé) A temperatura H
T2, colocada em um
ambiente A temperatura
inferior T1, depende
(princípio de Arquimedes)
das temperaturas citadas e
da altura da coluna (entre a
abertura de entrada e
saída).
Figura 6.3

A ventilação natural provocada por efeito de tiragem pode ser intensificada jogando-se
com os elementos que ocasionam a diferença de pressão estudada. Assim, aberturas permitem
uma ventilação adequada por simples diferença de temperatura. Como a diferença de nível entre
as aberturas é importante, a mesma pode ser aumentada por meio de canais de saída do ar
(chaminés de ventilação), técnica usual na ventilação de minas, túneis e mesmo ambientes
industriais (figura 8.4). Um eventual aquecimento adicional da coluna de ar da chaminé pode ser
adotado.

Figura 6.4
Soluções de
Ventilação Natural

Solução semelhante é a de colocar aberturas nas coberturas (residências, fábricas, etc.), as


quais além de ocasionarem substancial acréscimo da ventilação natural, arrastam, pela formação
de uma camada de ar móvel entre o forro e telhado, o calor de insolação (no verão) que,
incidindo sobre as telhas, aquece o forro. (Figura 6.4).
No caso de grandes ambientes – fundições, casas de máquinas, etc – onde o aquecimento
preponderante é o do próprio recinto (a insolação é pequena), o forro pode ser dispensado e, a
solução é a de disposição em Shede, a de lanternim simples, a de lanternim com proteção fixa ou

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mesmo com regulagem. Essa regulagem eventualmente pode ser feita nas janelas inferiores, por
meio de venezianas móveis.
O cálculo da ventilação natural por diferenças de temperatura consiste em identificar a
pressão disponível devida ao termossifão (equação a seguir):

T 2 −T1
∆p = Hγ o
T 2.T 1

∆p = diferença de pressão
H = altura média entre a aberturas
γ = peso específico do ar
T o = 273°
c = velocidade e
g = força da gravidade
λ1 = coeficiente de atrito (para veneziana = 1,5)
G = vazão
Q = quantidade total de calor a ser retirado do ambiente
S = área da abertura
CP = calor específico do ar
T2 = Temperatura interna
T1 = Temperatura Externa

Com as perdas de carga que se verificam no deslocamento do ar quente, perdas essas


constituídas normalmente pelas aberturas de passagem do ar (janelas, venezianas, lanternins,
etc.):

2 gH (T 2 − T 1)
c=
∑ λ1.T 1
No caso em que o aquecimento do ar é provocado essencialmente por fontes de calor
situadas no próprio ambiente (fundições, casas de caldeiras, etc.), a quantidade de ar de
ventilação é fixada pela elevação de temperatura máxima permitida para o mesmo. Assim,
chamando de T1 a temperatura externa e T2 a temperatura máxima admitida para o recinto,
podemos escrever

Q = G γ CP (T2 - T1)
E, como

G = 3.600.S

Podemos achar uma nova expressão para a velocidade de deslocamento doa r nas
aberturas (causa das perdas de carga):

G G
c= =
3600.S 3600.S .γ .CP(T2 - T1)
a qual, juntamente com a expressão anterior, nos permite calcular

S=
Q ∑ λ .T1 1

H (T2 − T1 ) 3 3600 .2 gγ 2C P2
2

Quando se deseja eliminar a calor da insolação sobre as coberturas por meio da


ventilação natural, é essencial proteger-se a ambiente por meio de forro, sobre o qual é

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canalizado ao ar que se desloca pelo aquecimento e, ao mesmo tempo, arrasta calor para a
exterior. Nesse caso, devem ser previstas aberturas na parte baixa da cobertura par a entrada do
ar e aberturas idênticas na parte alta para a saída do ar.
Caso o ambiente tenha grande concentração de pessoas ou outras fontes de calor que
possam levá-lo a uma temperatura superior à do ambiente externo, e interessante fazer com que o
ar de ventilação do forro passe pela zona habitada, caso contrário, não.

6.3. Regras gerais


Em resumo, os efeitos da corrente de ar num ambiente dependem dos seguintes fatores:
- movimento devido aos ventos externos;
- movimento devido à diferença de temperatura;
- efeito de aberturas desiguais.
As regras gerais para a construção de edifícios são:
- edifícios e equipamentos em geral devem ser projetados para ventilação efetiva,
independente das direções do vento.
- aberturas como portas, janelas, etc. não devem ser obstruídas.
- uma quantidade maior de ar por área total abertura é obtida usando-se áreas iguais de
aberturas de entrada saída.

Figura 6.5 – Exemplo de soluções de ventilação natural para ambientes industriais de


elevada carga térmica

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7 VENTILAÇÃO MECÂNICA

7.1. Considerações gerais


A ventilação mecânica ou forçada é aquela que ocorre quando a renovação do ar é
proporcionada por diferenças de pressões criadas mecanicamente. A ventilação forçada
possibilita o tratamento do ar e sua melhor distribuição. De acordo com o tipo de contaminação
do recinto e ventilação mecânica adotada pode ser local exaustora ou geral diluidora.
A ventilação geral é um dos métodos disponíveis para controle de um ambiente
ocupacional. Consiste em movimentar o ar num ambiente através de ventiladores.
Um ventilador pode insuflar ar num ambiente, tomando ar externo, ou exaurir ar desse
mesmo ambiente para o exterior. Quando um ventilador funciona no sentido de exaurir ar de um
ambiente e comumente chamado de exaustor.
Num ambiente, a pressão atmosférica comum, a insuflação e a exaustão provocam uma
pequena variação da pressão (considerada desprezível). Dessa forma, a insuflação é chamada de
pressão positiva e a exaustão de pressão negativa.
A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes métodos:
- insuflação mecânica e exaustão natural;
- insuflação natural e exaustão mecânica;
- insuflação e exaustão mecânica.
A insuflação mecânica, ventilando o ar externo num ambiente, nem sempre é
recomendável, uma vez que o ar externo pode estar contaminado de impurezas, ou ainda, com
temperatura e umidade relativa inadequadas.

7.2. Ventilação geral para conforto térmico


No campo da ventilação industrial e da não industrial, a ventilação destinada à de
conforto térmico é das mais importantes e possui tal extensão que constitui um capítulo especial.
Neste tópico serão abordados apenas conceitos básicos sobre o assunto e serão fornecidos alguns
dados preliminares para uma iniciação e elaboração de projetos, não se entrando, no entanto, nos
aspectos de condicionamento de ar. Em outras palavras, serão fornecidos alguns dados de
conforto ambiental, dados para cálculos de trocas (renovação), reposição e recirculação de ar em
ambientes, isto é, necessidades de ventilação conforme ambientes ocupados pelo homem, bem
como diminuição de fumos e odores por insuflamento de ar.
Temperaturas extremamente baixas não ocorrem com freqüência no Brasil, com exceção
de alguns casos esporádicos, em algumas localidades no sul dopais. Dessa forma, não nos
referimos, em parte alguma do texto, a aquecimento de ar para promoção de conforto térmico,
uma vez que a simples utilização da vestimenta adequada soluciona os problemas usualmente
encontrados.

7.2.1 Calor e conforto térmico


Aspectos gerais: o homem é um ser tropical por excelência, possuindo uma capacidade
bastante desenvolvida de: transpiração. Um grande número de indivíduos está, parte do tempo,
exposto a temperatura, mais altas que a temperatura ambiente principalmente em seu ambiente
ocupacional, onde uma série de fatores climáticos e não climáticos conduzem a um ganho ou a
uma menor dissipação de calor pelo organismo. A esse tipo de estímulo o organismo responde
fisiologicamente, refletindo a severidade da exposição ao calor, para cujo equacionamento
completo e adequado é necessário medir quantitativamente a ação do calor, bem como a resposta
do organismo, correlacionando-as; essa é uma tarefa difícil em função de vários para metros
intervenientes, tais como temperatura do ar, umidade relativa, calor radiante, velocidade do ar,
tipo de trabalho exercido, aclimatação, roupa utilizada e outros.
Dessa forma, torna-se necessária a fixação de critérios que permitem estabelecer os
limites de exposição ao calor em diferentes tipos de trabalho e a redução da exposição ára
respostas excessivas do organismo. Os critérios assim desenvolvidos devem levar em conta não

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só a resposta fisiológica, mas também a psicológica, a produtividade e a ocorrência de desordens
devido ao calor.

7.2.2 Distribuição do ar em recinto


As instalações de ventilação mecânica que se destinam ao conforto, geralmente são por
insuflamento onde o ar deve ser distribuído uniformemente sobre a superfície do local, devendo
ser evitadas as correntes desagradáveis, (V> o,25 m/s|) zonas de estagnações e os curto circuitos
A tabela x.2x (TAB. 13 da NBR 6401) apresenta as velocidades recomendadas nos sistemas de
distribuição de ar.

Figura 6.1 - Alternativas de insuflamento de ar em recintos

7.3. Sistemas de ventilação mecânica


A ventilação mecânica pode ser dividida em dois tipos: ventilação geral diluidora e
ventilação geral exaustora
A ventilação geral diluidora é o método de insuflar ar em um ambiente ocupacional, de
exaurir ar desse ambiente, ou ambos, a fim de promover uma redução na concentração de
poluentes nocivos. Essa redução ocorre pelo fato de que, ao introduzirmos, ar limpo ou não
poluído em um ambiente contendo certa massa de determinado poluente, faremos com que essa
massa seja dispersada ou diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração
desses poluentes. A primeira observação a ser feita é a de que esse método de ventilação não

Figura 7.2 - Exemplos de Ventilação Mecânica Exaustora e DiluidoraPágina 74 de 153


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impede a emissão dos poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente os dilui.
A alternativa a este tipo de ventilação é a ventilação local exaustora que capta os
poluentes junto à fonte de emissão, antes que sejam emitidos ao ambiente ocupacional. Este
último método é sempre preferível à ventilação geral diluidora, especialmente quando o objetivo
do sistema de ventilação é a proteção da saúde do trabalhador. Realiza-se com um sistema de
captação de ar junto a fonte poluidora, isto é, produtora de um poluente nocivo à saúde, de modo
a remover o ar do local para a atmosfera, por um sistema exaustor, ou tratá-lo devidamente, a fim
de ser-lhe dada destinação conveniente, isto é, sem riscos de poluição ambiental.

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8 VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA
Na ventilação geral diluidora o ar exterior de ventilação é misturado com o ar viciado do
ambiente conseguindo-se, com isso, uma diluição do contaminante até limites higienicamente
adminssíveis.

Figura 8.1 - Exemplos de Ventilação Diluidora

A ventilação geral diluidora é o método de insuflar ar em ambiente ocupacional, de


exaurir ar desse ambiente, ou ambos, a fim de promover uma redução na concentração de
poluentes nocivos. Essa redução ocorre pelo fato de que, ao introduzirmos ar limpo ou não
poluído em um ambiente contendo certa massa de determinado poluente, faremos com que essa
massa seja dispersada ou diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração
desses poluentes. A primeira observação a ser feita é a de que essse método de ventilação não
impede a emissão dos poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente os dilui.
A alternativa a este tipo de ventilação é a ventilação local exaustora (será vista no
próximo capítulo) que capta os poluentes juntoà fonte de emissão antes que sejam emitidos ao
ambiente ocupacional. Este último método e sempre preferível à ventilação geral diluidora,
especialmente quando o objetivo do sistema de ventilação é a proteção da saúde do trabalhador.
Então temos que a ventilação geral diluidora será feita por insuflamento quando o
ambiente for limpo e por exaustão quando a contaminação do ambiente for elevada, podendo se
adotar o sistema misto em situações especiais.

Figura 8.2 - Exemplo de ventilação diluidora mista

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Os objetivos de um sistema de ventilação geral diluidora podem ser:
- Proteção da saúde do trabalhador: reduzindo a concentração de poluentes nocivos
abaixo de um certo limite de tolerância;
- Segurança do trabalhador: reduzindo a concentração de poluentes explosivos ou
inflamáveis abaixo dos limites de explosividade e inflamabilidade.
- Conforto e eficiência do trabalhador: pela manutenção da temperatura e umidade do ar
do ambiente.
- Proteção de materiais e equipamentos: mantendo condições atmosféricas adequadas
(impostas por motivos tecnológicos).
Em casos que não é possível ou não é viável a utilização de ventilação local e xaustora, a
ventilação geral diluidora pode ser usada.

8.1. Utilização da ventilação geral diluidora


A aplicação, com sucesso, da ventilação geral diluidora depende das seguintes condições
poluente gerado não deve estar presente em quantidade que excede à que pode ser diluída com
um adequado volume de ar.
A distância entre os trabalhadores e o ponto de geração do polunete deve ser suficiente
para assegurar que os trabalhadores não estarão expostos a concentrações médias superiores ao
VLT (Valor do Limite de Tolerância).
- A toxicidade do poluente deve ser baixa (deve ter alto VLT, isto é, VLT > 500 ppm).
- Poluente deve ser gerado em quantidade razoavelmente uniforme.
A ventilação geral diluidora, além de não interferir com as operações e processos
industriais, é mais vantajosa que a ventilação local exaustora, nos locais de trabalho sujeitos a
modificações constantes e quando as fontes geradoras de poluentes se encontrarem distribuídas
no local de trabalho, mas, podem não ser vantajosa, pelo elevado custo de operação, sobretudo
quando há necessidade de aquecimento do ar, nos meses de inverno; contudo, seu custo de
instalação é relativamente baixo quando comparado com o da ventilação local exaustora. É
conveniente a instalação de sistema de ventilação geral diluidora quando há interesse na
movimentação de grandes volumes de ar na estação quente.
Diversas razões levam a não utilização freqüente da ventilação geral diluidora para
poeiras e fumos. A quantidade de material gerado é usualmente muito grande, e sua dissipação
pelo ambiente é desaconselhável. Além disso, pode ser muito tóxico, requerendo, portanto, uma
excessiva quantidade de ar de diluição.
O princípio usado para ventilação de diluição de contaminantes, com relação a aberturas
e colocação de exaustores, é sugerido pela American Conference of Governmental Hygienists,
comparando todas as formas possíveis (figura 8.3)

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Figura 8.3 – Norma ACGIH – princípios de ventilação diluidora

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8.2. Dimensionamento dos dutos
Um sistema de dutos para distribuição de ar em um sistema de ventilação ou ar
condicionado, consiste de trechos retos, cotovelos, ramificações de entrada e saída, registros,
difusores e bocas de insuflamento em geral.

Tabela 8.1 – velocidade do ar nos dutos e difusores


Designação Edifícios públicos (m.min) Indústrias (m/s)
Entrada de ar no duto 150-270 150-360
2,5-6,0
Filtros 90-110 110-120
1,8-2,0
Lavadores de ar 150-210 150-210
2,5-3,5
Aspiração do ventilador 250-300 300-430
5,0-7,2
Saída do ventilador 600-660 720-840
12-14
Dutos principais 390-480 540-600
9-10
Ramais horizontais 270-390 180-540
3-9
Ramais verticais 210-360 240-480
4-8
Difusores ou bocas de 30-120 60-300
insuflamento 1-5

Tabela 8.2 – Velocidades recomendadas e máximas para Dutos de Ar equipamentos de


Sistemas de Baixa Pressão (NBR 6401)
D e s i g n a ç ã o Recomendadas (m/s) Máximas (m/s)
Residências E s c o l a s , t e a t r o s P r é d i o s Residências E s c o l a s , t e a t r o s P r é d i o s
e edifícios público industriais e edifícios públicos industriais
Tomadas de ar exterior (1) 2,50 2,50 2,50 4,00 4,50 6,00
Serpentinas (1) Resfriamento 2,25 2,50 3,00 2,25 2,50 3,60
Aquecimento 2,25 2,50 3,00 2,50 3,00 7,50
Lavadores de ar - Borrifador 2,50 2,50 2,50 3,50 3,50 3,50
- Alta velocidade - - 9,00 - - 9,00
Descarga do ventilador mín. 5,00 6,50 8,00 - - -
máx 8,00 10,00 12,00 8,50 11,00 14,00
Dutos principais mín. 3,50 5,00 6,00 - - -
máx 4,50 6,50 9,00 6,00 8,00 10,00
Ramais horizontais mín. - 3,00 4,00 - - -
máx 3,00 4,50 4,50 5,00 6,50 9,00
Ramais verticais mín. - 3,00 3,00 - - -
máx 2,50 3,50 3,50 4,00 6,00 8,00
(1) Tomando como base a área da face e não a área livre.
Observação: para sistemas de alta velocidade consultar o ASHRAE HANDBOOK OF FUNDAMENTALS.

O dimensionamento de um sistema de dutos envolve um processo sofisticado onde


resultem razoáveis dimensões dos dutos e velocidades desejados. Os métodos de cálculo
adotados são: método da velocidade, método de igual perda de carga ou método da recuperação
da pressão estática.

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8.2.1 Método da velocidade:
O método da velocidade consiste em selecionar a velocidade (descarga do ventilador) e
escolher velocidades progressivamente menores, assim dimensionando seções dos dutos. O
ventilador deve ser selecionado de modo vencer as perdas de cargas do sistema.

8.2.2 Métodos de iguais perdas de carga


O Métodos de iguais perdas de carga consiste em adotar a mesma perda de carga por
unidade d comprimento para toda a canalização.

8.2.3 Método da recuperação de estática:


Método da recuperação de estática é a redução progressivamente da velocidade para
recuperar a pressão estática a fim de vencer as perdas de cargas. O princípio está em dimensionar
um trecho de dutos para que o acréscimo em pressão estática. Pode ser utilizada a equação das
pressões de Bernoulli para o cálculo da recuperação da pressão, ou então o diagrama duplo
esquematizado a seguir.

Figura 8.4

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Tabela 8.3 – Dimensionamento dos Dutos de insuflamento e retorno do ar

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Tabela 8.4 - Valores aproximados do coeficiente de resistência e do comprimento
equivalente

Figura 8.5 - Comprimento de reduções e ampliações

∆Η L
LR

L=7 ∆Η
LR= 4 ∆Η

Tabela 6.5 – Bitolas de Chapas para a Fabricação de Dutos Rígidos e Sistemas de Baixa
Pressão
Espessuras Circular Retangular
Alumínio Aço Galvanizado Helicoidal Calandrado com Lado maior
Bitola mm Bitola mm (mm) costura (mm) (mm)
24 0,64 26 0,50 até 225 até 450 até 300
22 0,79 24 0,64 250 a 600 460 a 750 310 a 750
20 0,95 22 0,79 650 a 900 760 a 1150 760 a 1400
18 1,27 20 0,95 950 a 1250 1160 a 1500 1410 a 2100
16 1,59 18 1,27 1300 a 1500 1510 a 2300 2110 a 3000

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8.3. Perda de Carga em Dutos
A perda de carga nas tubulações e elementos das instalações deve ser calculado a fim de
se dimensionar corretamente o ventilador. A seguir são apresentados resumidamente formulário
para este cálculo e ábaco.

8.3.1 Dutos Reto Circular:


l v2
∆P = f ρ
d 2
2
  ∆P = perda de carga Pa
  f= coeficiente de atributo
  l= comprimento
 1 
f =  d= diâmetro
   v= velocidade
d 9 ,3
1,14 + 2 log − log 1 + 


ε  Re ε
 d
( )
f 
 kg/m3
ρ = densidade do fluído (ar) em

ε = Rugosidade absoluta em metros


VDρ
Re =
M

8.3.2 Dutos Retos Retangulares:


b
l v2
∆P = f ρ
Deg 2 a

4.(área da sec ao transversal) 4.a.b 2.a.b


Deq = = =
perimetro 2.(a + b) a + b

8.3.3 Expansão brusca:


2
v1 ρ A
∆P= (1 − 1 ) 2
2 A2 1 2

8.3.4 Contração brusca:

2
v2 ρ 1 1
∆P= ( − 1) 2 o 2
2 Cc 2

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8.3.5 Curvas:
∆P = ρ v 2 .fator geometrico

8.3.6 Ramificações de Extração:

v 2j ρ vj m j
∆P = (0,4)1 − ( em Pa)
2 vm
b β

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8.3.7 Ramificações de Admissão:

m j

v 2j ρ  vm 2 
∆P = 1 − ( )  (em Pa )
2  v j 
v 2j ρ   Am  
2

∆P = 1,5  − 1
2   Ab  

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9 VENTILAÇÃO LOCAL EXAUTORA
A ventilação local exaustora tem como objetivo principal captar os poluentes de uma
fonte (gases, vapores ou poeiras tóxicas) antes que os mesmo se dispersem no ar do ambiente de
trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador. A ventilação de
operações, processos e equipamentos, dos quais emanam poluentes para o ambiente, é uma
importante medida de controle de riscos.

Figura 9.1 – Exemplos


de ventilação local
exaustora

De forma indireta, a
ventilação local exaustora
também influi no bem-estar,
na eficiência e na segurança
do trabalhador, por exemplo,
retirando do ambiente uma
parcela do calor liberado por
fontes quentes que
eventualmente existam.
Também no que se refere ao
controle da poluição do ar na
comunidade, a ventilação
local exaustora tem papel
importante. A fim de que os
poluentes emitidos por uma
fonte possam ser tratados em
um equipamento de controle
de poluentes (filtros,
lavadoras, etc), eles tem de
ser captados e conduzidos a
esses equipamentos, e isso,
em grande número de casos, é
realizado por esse sistema de
ventilação.

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Figura 9.2 – Exemplo de Ventilação Local Exaustora
Basicamente, um esquema de instalação de um sistema de ventilação local exaustora é o
seguinte:

9.1. Princípios de exaustão


Um sistema de ventilação local exaustora deve ser projetada dentro dos princípios de
engenharia, ou seja, de maneira a se obter maior eficiência com o menor custo possível. Por
outro lado devemos lembrar sempre que, na maioria dos casos, o objetivo desse sistema é a
proteção da saúde do homem; assim, este fator deve ser considerado em primeiro lugar, e todos
os demais devem estar condicionados a ele.
Muitas vezes, a instalação de um sistema de ventilação local exaustora, embora bem
dimensionada, pode apresentar falhas que a tornem inoperante, pela não observância de regras
básicas na captação
de poluentes na fonte.

Figura 9.3 – Esquema de um sistema de


ventilação local exaustora
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Figura 9.4 – ACGIH – Princípios de Exaustão
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Tabela 9.1 - Velocidade de captura para operações específicas
OPERAÇÃO VELOCIDADE DE OBSERVAÇÕES
CAPTURA (m/min)
Jato de areia
- em cabines 150 Captor envolvendo totalmente;
- em salas 18-30 fluxo de captação descendente.
Ensacamento de material
granulado fino
- com sacos de papel 30 Em cabine
- com sacos de pano 60 Em cabine
120 No ponto de formação (exaustão
local)
Enchimento de barris 22-30 No ponto de enchimento
Na mudança de material de uma 45-60 Face da coifa
correia transportadora para outra 60 Abertura no envoltório
Limpeza de fundição Fluxo de captação descendente
Corte de granito
- manual 60 No ponto de origem
- aplainamento 450 Coifa suspensa no ponto de
origem
Esmerilhamento Grelhas de fluxo descendente na
- disco fixo e portátil 60-120 bancada ou no chão
Fogão de cozinha 30-45 Na face da coifa
Coifa de laboratório 30-45 Na face da coifa
Porta aberta
37-60 Fluxo descendente, através de
grelha na bancada
Metalização (matérias tóxicas
requerem máscaras)
- tóxico (chumbo, cádmio, etc.) 60 Na face da cabine
- não-tóxico (aço-alumínio) 37 Na face da cabine
- não-tóxico (aço-alumínio) 60 Na face da coifa local
Forja (manual) 60 Na face do envoltório
Elevadores de grãos 152 Na face da coifa
Máquinas de empacotamento 15-30 Na face da cabine
22-45 Fluxo descendente

O enclausuramento de operações ou processos, a direção do fluxo de ar, entre outros


fatores, são condições básicas para uma boa captação e exausto dos poluentes.
Como exemplo, a figura 9.4, ilustra a maneira correta de se proceder, comparada com as
situações que tornam a exaustão inoperante, nos casos específicos de descarregamento de
correias transportadoras e tanques de lavagem.
A ACGIH possui padrões de exausto da maioria dos processos e operações industriais,
com forma e dimensões normalizadas.

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Tabela 9.2 Velocidade de captura de contaminantes v(ou ve) segundo o ACGIH Industrial
Ventilation Guide 1972
Condição de formação do Exemplos Velocidades de
contaminane captura m/min
Libertado sem velocidade Evaporação em tanque; 15 a 30
inicial, em ar parado desengraxamento; eletrodeposição
Libertado com velocidade Cabines de pintura à pistola; enchimento 30 a 60
baixa em ar em relativo intermitente de recipientes; transferência
repouso de material em correias transportadoras
de baixa velocidade (60m/mim);
soldagem
Produção ativa em zona onde Cabines de pintura; separação e limpeza 60 a 150
o ar se acha em movimento de peças fundidas por trepidação:
rápido britadores, peneiras; pontos de
transferência de esteiras transportadoras
com alta velocidade (maior que 60
m/mim) enchimento de barris
Liberado com velocidade Esmerilhamento; limpeza e jato de areia 150 a 600
inicial elevada em zona de
intenso movimento de ar
Máquina de empacotamento Na face da cabine 15-30
Com fluxo descendente 22-45
Aberturas no envoltório 30-120
Pintura a pistola Na face da cabine. Depende do tamanho 30-60
e da profundidade da cabine, do tipo de
trabalho, etc.
Cerâmica
- Misturador No ponto de origem 150
- Quebra do biscoito No ponto de origem 220
Solda de prata Na face da cúpula 30
Banhos
- Desengraxante No ponto de origem 15
- Decapagem No ponto de origem 22-30
- Eletrodeposição No ponto de origem 15-30
- Têmpera Na face da coifa 30
- Vapor No ponto de origem 23-30
Soldagem elétrica No ponto de origem (para coifa 30-60
suspensa) 30
Na face da cabine

9.2. Captores
São pontos de captura de poluentes, que, dimensionados convenientemente para uma
fonte poluidora, irão enclausurar parte da fonte e, com um mínimo de energia, consegue-se a
entrada destes poluentes para o sistema de exaustão.
Esses captures devem induzir, na zona de emissão de poluentes, correntes de ar em
velocidades tais que assegurem que os poluentes sejam carregados pelas mesmas para dentro do
captor.
Em casos especiais, formas de captores devem ser desenhadas. Usualmente as dimensões
do processo ou operação determinam as dimensões do captor e sua forma.
Vários tipos de captores são utilizados nas mais diversas aplicações industriais (vide
figura 9.5

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Figura 9.5 – Tipos de captores

9.2.1 Coifa comum


Na figura 9.6 é apresentado um modelo de dimensionamento de uma coifa comum
utilizada para fogões, mesas quentes, fervura e lavagem.

V = 1,4. v. P. H Figura 9.6 – Coifa tradicional


Onde:
V = Vazão em m3/h
K= Constante do tipo de boca = 1,25 a 1,4
v = velocidade de captação = 0,2 a 0,4 m/s
P = Perímetro da boca de captação em m.
H = Altura acima da fonte poluidora

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9.2.2 Para esmeril
A figura a seguir mostra em detalhes um captor enclausurante para trabalhos com
esmeris.
Para este caso, a ACGIH estabelece condições básicas, tais como dimensões em relação
ao disco e vazões de ar mínimas, sendo considerado péssimo o enclausuramento quando a área
do disco exceder a 25%.
Evidentemente, estes valores são obtidos a partir de dados experimentais e após
comparativos com inúmeros materiais de ensaio.

Figura 9.7 - Captor de disco de esmeril

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9.2.3 Exaustor portátil
Para o caso de soldagem elétrica,
por exemplo, poderíamos ter um
exaustor portátil como na figura 9.8

Figura 9.8 – Exaustor Portátil

9.2.4 Captor em forma de bico de pato

Figula 9.9 – Captor tipo cônico típico e sua instalação em uma bancada de trabalho

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Figura 9.10 – Captores com bocas retangulares largas

Figura 9.11 – Captores com bocas retangulares estreitas

Figura 9.12 – Captores com transição

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9.2.5 Captor com fenda lateral

G = 2,8.L.W.v
Ou
G= C.L.W
sendo C uma constante que
varia entre 50 e 250.

Figura 9.13 – Coifa com


fenda lateral

9.2.6 Pequenas cabines de pintura


G = 200 cfm/sq.ft

Figura 9.14 -

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9.2.7 Tanque de imersão rápida
G = 125 cfm por pé quadrado de tanque e superfície de dreno
12.2.8 Tanque de desengraxe

Figura 9.15 – Tanques de imersão

9.2.8 Tanque de desengraxe


G = 50.L.W

Figura 9.16 -

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9.2.9 Bancada de soldagem
G = 350 cfm por pé linear de captor

Figura 9.17 -

9.2.10 Serra radial


G = 500 cfm

v = 3.500 fpm

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Figura 9.18 – Captor para serra radial

9.2.11 Serra circular de Mesa


Para diâmetro até 16” vazão de 350 pés3/min; entre 16 e 24” 440 pés3/min e acima de 24”
550 pés3/min.

9.2.12 Serra fita

Figura 9.19 – Serra circular de mesa

Figura 9.20 – Fechamento em Serra Fita


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9.2.13 Lixadeira horizontal

Figura – 9.21 – Lixadeira de fita horizontal

9.2.14 Local de jateamento de areia

Figura 9.22 – Ventilação de


local de jateamento de areia

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9.3. Sistemas de dutos (dimensionamento)
Uma linha de dutos deverá ser instalada de acordo com o layout geral da fábrica,
interligando captores (coifas) ao sistema de coleta. Esta linha deverá ser do menor comprimento
possível, a fim de minimizar a pêra de carga, consumindo dessa forma menos energia. Isto
significa que o sistema de coleta constituído por um exaustor-coletor deverá ser instalado o mais
próximo possível dos pontos de captação (coifas ou captores).
Para o dimensionamento de dutos e captores, bem como das singularidades ao longo
deles, o projetista deverá levar em consideração as vazões necessárias para cada captor,
velocidade de transporte recomendada para o trecho principal dos dutos e as devidas perdas de
carga, a fim de determinar a potência do motor e ventilador, bem como das seções dos dutos.
Para tanto, a American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) e
demais literaturas a respeito possuem toda a informação necessária para o cálculo das perdas de
carga, expressas em milímetros ou polegadas de coluna de água. Por conveniência, podem ser
adotados:
- tubos: secção circular;
- cotovelos: 90°
- conexões: 30°
- raios de curvatura: r = 2d (duas vezes o diâmetro do duto)
É desaconselhável o uso de tubos de secção retangular para sistemas de exaustão, por
apresentarem cantos vivo, que facilitam a deposição de poeira, e que exigem, portanto, motor de
maior potência para manter a eficiência necessária; Além disso, haverá um maior desgaste dos
dutos, implicando em freqüentes manutenções. É interessante a adoção de valores fixos (por
exemplo, raio de curvatura r = 2d), o que significa que todas as curvaturas serão semelhantes,
dando um aspecto arquitetônico a instalação, mesmo com pequeno acréscimo de perda de carga.
A figura 9.23, a seguir, mostra uma instalação dutos interligados a um coletor e um
exaustor.

Figura 9.23 – sistema de dutos

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10 PURIFICAÇÃO DO AR

10.1. Filtros
São meios porosos capazes de deter e coletar partículas e névoas contidas no ar que os
atravessa. Em geral, os filtros são constituídos por material fibroso disposto sob a forma de
tecido ou compacto, formando placas ou painéis.
Os adotados normalmente nas instalações de ventilação diluidora são:
- filtros de tela galvanizada impregnada de óleo
- filtros de lã de vidro (em painéis ou em manta)
- filtros de pano
- filtros de material sintéticos
- filtros de carvão ativado
- filtros eletrostático
A seleção dos filtros de ar deve ser bastante criteriosa, onde uma das soluções baseia-se
no conceito de que a filtragem deve alcançar a qualidade que se teria, caso se tomasse 100% de
ar externo (assumindo que este atenda as recomendações ambientais).
Ao considerar primeiramente só as partículas em suspensão no ar, utiliza-se o quadro
abaixo, onde filtros grossos, finos e absolutos são listados conforme suas eficiências para um
único tamanho de partículas, onde foi escolhida o tamanho 0,3 µ m.

Tabela 10.1 – Eficiência de filtros para partícula de 0,3 µ m


Descrição do ASHRAE 52-76 ASHRAE 52-76 Efic. Efic. Final Efic. Média
filtro de ar Colorimétrico2 Graviométrico2 Inicial % % %
Média 25-30% 92%1 1 25 15
eficiência
Média 40-45% 96% 5 55 34
eficiência
Alta 60-65% 97% 19 70 50
eficiência
Alta 80-85% 98% 50 86 68
eficiência
Alta 90-95% 99% 75 99 87
eficiência
HEPA 95% - - 95 99,5 99,1
HEPA - - 99,97 99,97 99,97
99,97%

Tabela 10.2 – Classificação dos filtros segundo a ABNT 6401

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Tabela 10.3 - Classe mínima de filtragem

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Figura 10.1 - Filtos
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Mas a preocupação com a qualidade do ar interno não se restringe simplesmente às partículas em
suspensão, mas também como odores, microrganismos, compostos orgânicos voláteis, etc. Assim
se utilizam os filtros de carvão ativado que promovem a limpeza do ar por meio da absorção e os
filtros biocidas, que são filtros de ar em que se aplicam agentes bactericidas, fungicidas ou
algicidas.

Figura 10.2 - Filtros Eletrostáticos

Outros estudos que estão sendo apresentados em eventos internacionais têm apresentado
tecnologia de filtragens mais eficazes, como por exemplo, a utilização de radiação ultravioleta
nos dutos de ar, filtros bactericidas usando enzimas imobilizadas na superfície do meio filtrante,
filtros com eficiência aumentada através de um processo eletrostático no meio filtrante, etc.

10.1.1 Precauções a serem tomadas


Deve ser previsto um estágio de filtro grosso para a tomada de ar exterior (de classe G1 a
G3). Limita a entrada de sujeira no prédio e protege os equipamentos do sistema d ar.
Quando o ar exterior não atender os requisitos mínimos em termos de gases, deve ser
selecionado também um estágio de filtro de carvão ativado, protegendo-o com uma pré-filtragem
classe G-3 contra a acumulação desnecessária de pó.
Nos filtros de carvão ativado a eficiência decresce com o tempo de utilização, por isto
deve ser utilizada a eficiência média para os cálculos de seleção.
Deve-se garantir acesso aos filtros, proporcionando espaço adequado para instalação e
trocas dos mesmos. Deve-se evitar a passagem de ar não filtrado por má vedação entre a moldura
e o quadro do filtro.
Os filtros necessitam de limpeza ou substituição periódica. Adotar sistemática para
acompanhamento da sujidade do filtro. Nestas fichas de acompanhamento devem estar
apontados os dados técnicos, perda de pressão final, nominal e do filtro em questão.
No momento da troca dos filtros é importante que seja realizada uma boa limpeza dos
quadros de fixação, estrutura, equipamentos e etc.

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10.2. Filtros de manga
Os Filtros de Mangas tem por finalidade
separar as partículas existentes no fluxo de gases
industriais.
A filtragem nos filtros de manga é
realizada pela passagem do ar carregado de
partículas através de mangas onde partículas
ficam retidas na superfície e nos poros dos fios,
formando um bolo que atua também como meio
filtrante. Para reduzir a resistência ao fluxo do ar
o bolo deve ser periodicamente desalojado.
Os filtros de manga podem operar sob
pressões positivas ou negativas. A pressão é
limitada pela perda de carga através das mangas
porque a descarga é diretamente enviada para a
atmosfera. A maioria dos filtros de manga
operam sob pressão negativa o que impõe um
dimensionamento exigente para o corpo que
enclausura as mangas, principalmente no que se
refere a vedação. Figura 10.3 – Filtro de mangas
A separação de partículas do fluxo de ar
gases industriais é frequentemente realizada por filtros de fibras naturais ou sintéticas. Estes
elementos filtrantes têm a forma tubular e ficam fixos em estruturas denominada corpo do filtro
de manga.
Existem defletores para direcionar o fluxo do ar para dentro ou fora destes elementos,
equipamentos para limpar as mangas e uma Tremonha para coletar e descarregar as partículas.
A versatilidade dos filtros de mangas tem proporcionado um uso cada vez mais
disseminado desse tipo de coletor de pó. As mangas filtrantes possuem esse nome, pois possuem,
em geral, um formato cilíndrico sendo dispostas em paralelo.
O arranjo mais usual é formar do tecido as “Mangas”, colocando-os sobre uma gaiola de
arames para manter a área para a filtragem. O Fluxo dos gases é dirigido da parte externa para o
interior da Manga, subindo para a “Caixa” da saída dos gases limpos.

Tabela 10.3 – Tipos de Limpeza de Filtro de Mangas


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10.2.1 Dimensionamento do filtro
Supondo que o filtro receba 60.000 m3/h de gás sujo e possua 1.000 m2 de área filtrante
total, então a sua taxa de filtração é de 1 m3/(m2.min), ou seja, é a razão da vazão pela área
filtrante total das mangas. Este é o parâmetro que define o dimensionamento dos filtros de
mangas. Ele também é chamado de relação ar-pano ou velocidade de filtração.
Basicamente, existem três tipos de filtros de mangas definidos conforme o seu sistema de
autolimpeza (vide Tab.10.3). Esta limpeza deve ser periódica para evitar que o elemento filtrante
entupa totalmente.
O filtro com limpeza de jato pulsante é o equipamento que demanda a menor área
filtrante, sendo portanto, o mais compacto. Sendo menor, consome menos material e, por isso, é
o coletor de pó mais econômico em comparação com os demais sistemas para um mesmo
volume filtrado.
Contudo, o valor ideal da relação ar-pano não é definido apenas em função do montante
de investimento, mas também em função dos parâmetros de filtração, como por exemplo: filtro
(emissão requerida, velocidade ascendente, perda de carga); gás (temperatura, composição
química e vazão); pó (concentração, densidade aparente, distribuição granulométrica, velocidade
terminal, abrasividade, aglomerabilidade) e, como foi visto acima, pelo tipo de sistema de
limpeza do filtro. Por isso, na prática, o valor praticado de relação ar-pano normalmente é menor
do que o citado na tabela acima.

10.2.2 Limpeza dos filtros de Mangas


A limpeza normalmente é efetuada mediante “jatos” de ar comprimido. Estes pulsos,
liberados mediante controle de válvulas tipo Solenóide – uma para cada fileira de Mangas – são
introduzidas pelo “Venturi” dentro da(s) Manga(s) gerando movimento de alta freqüência na
superfície das Mangas. Assim deslocamos o material acumulado, liberando a área para a
continuação da filtragem.
O ar comprimido injetado pelo pulso na câmara sairá pela câmara ao lado através de
dispositivo especial de escape.
O material “descarregado” desce por gravidade até o(s) cone(s) de coleta com válvulas
duplas tipo pêndulo de vedação e descarga. A freqüência da limpeza é ajustada para cada caso
específico.

10.3. Filtros de Carvão Ativado


Para retenção de uma grande gama de substâncias orgânicas e inorgânicas em forma
líquida ou gasosa utilizamos Carvão Ativado. O Carvão Ativado é uma substância
quimicamente inativa, numa forma de Carbono obtida pelo tratamento adequado, visando o
máximo aumento da porosidade, ou seja, aumento de sua área interna, a qual atinge normalmente
entre 500 a 1.400 m2/g!!
A separação das substâncias – geralmente tóxicas – obtemos via adsorção, ou seja, a
aderência das moléculas contidas no fluído na superfície do sorbente até atingir o equilíbrio.
A eficiência de retenção não é definida somente pela área interna do carvão, mas
principalmente pelo controle de acesso das moléculas do adsorbato a superfície interna do
sorbente. A adsorção no Carvão Ativado é – quase sempre – física, resultado das forças
atrativas conforme “van der Walls”.
Além das características do Carvão Ativado escolhido para a tarefa influímos a eficiência
pelo pH, Viscosidade e a Temperatura do Fluído e, principalmente, pelo tempo de residência.

10.4. Coletores centrífugos ou ciclones


Em sistemas de ventilação, com objetivo de purificar o ar, além de filtros podem ser
adotados outros elementos entre eles os chamados coletores centrífugos ou ciclones. Os ciclones
são utilizados para a coleta de material particulado ou fibroso.

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Tabela 10.4

O coletor centrífugo estabelece um movimento rotatório para o gás, de modo que a força
centrífuga aplicada às partículas, sendo maior que as forças de coesão molecular e da gravidade,
faz com que as mesmas sejam lançadas de encontro as paredes, retirando-os da massa gasosa em
escoamento. Para que seja alcançado este resultado, faz-se com que o ar penetre tangencialmente
à periferia da parte superior de um cilindro ou cone, de modo a criar um fluxo helicoidal
descendente, que ao atingir a parte inferior do cone, retorne como um fluxo ascendente central
até a boca de saída na parte superior do cilindro. As forças centrífugas decorrentes deste
movimento helicoidal projetam as partículas sólidas de encontro as paredes, de onde caem até o
cone inferior que as coleta e de onde são removidas.

Tabela 10.3

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Figura 10.4 – Ciclone cilindro-troncônico

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10.5. Lavadores de gases
Os lavadores de gases se destinam à captação de pó ou gases poluentes, mesmo em
temperaturas elevados. Quando se trata de captação de pó, a lama ou lodo que se formam são
removidos com facilidade. Tratando-se de gases solúveis, após a dissolução na água submete-se
cada gás a um tratamento químico apropriado a fim de ser removido.

Figura 10.5 – Lavador de gases horizontal

Figura 10.6 – Lavadores de gases verticais

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10.6. Seleção de Coletores
Na escolha de o coletor mais adequado para o sistema de ventilação deve levar em conta
todos os elementos que compõem a situação, ou seja, devem ser levados em conta os seguintes
fatores:
- Características do contaminante (tipo, estado, densidade, concentração, solubilidade,
adesividade, atividade química, resistividade, etc);
- Eficiência desejada;
- Granulometria e forma das partículas;
- Condições do efluente;
- Técnica de remoção e limpeza requerida;
- Perda de carga do processo;
- Custo de investimento e operação do sistema.
Tabela 10.5 – Seleção de coletores em função do tamanho das pertículas retidas
Tipo de coletor Tamanho mínimo da partícula coletada (µm)
Câmara de gravidade 200
Câmaras inerciais 50 a 150
Ciclones grandes 40 a 60
Ciclones pequenos 20 a 30
Rotoclones 15 a 30
Coletores úmidos 0,5 a 2
Filtros de tecidos 0,5
Filtros eletrostáticos 0,001 a 1

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Figura 10.6 - Diagrama de S. Sylvan
11 VENTILADORES
São os responsáveis pelo fornecimento de energia ao ar, com a finalidade de movimentá-
lo, quer seja em ambientes, quer seja em sistema de dutos.
A função básica de um ventilador é, pois, mover uma dada quantidade de ar por um
sistema de ventilação a ele conectado.
Assim, o ventilador deve gerar uma pressão estática suficiente para vencer as perdas do
sistema e uma pressão cinética para manter ao ar em movimento.
Basicamente, há dois tipos de ventiladores: os axiais e os centrífugos.

11.1. Ventilador axial


O ventilador de hélice (figura 11.1)
consiste em uma hélice montada numa armação
de controle de fluxo, com o motor apoiado por
suportes normalmente presos à estrutura dessa
armação. O ventilador é projetado para
movimentar o ar de um espaço fechado a outro a
pressões estáticas relativamente baixas. O tipo de
armação e posição da hélice tem influência
decisiva no desempenho do ar e eficiência do
próprio ventilador.

Figura 11.1 – Ventilador Axial

11.1.1 Axial propulsor


É tipo mais barato para mover grandes volumes de
Figura 11.2 – axial propulsor ar a baixas pressões, sendo freqüentemente utilizado para
circulação de ar ambiente.

11.1.2 Axial comum


Possui ampla calota central, que possibilita sua
utilização a pressões mais elevadas. É freqüentemente
usado em ventilação de minas subterrâneas e, em
algumas ocasiões, em indústrias. Nesse tipo de
ventilador, a forma das pás é muito importante, e eles
não devem ser usados onde haja risco de erosão e Figura 11.3 – Axial comum
corrosão.

11.1.3 Tubo-axial
Trata-se de um propulsor, com pás mais
grossas e mais largas, colocado dentro de um
tubo, o que permite direta conexão como dutos.

Figura 11.4 – Tubo axial


11.2. Ventiladores centrífugos

Um ventilador centrífugo (figura 11.5) consiste em um rotor, uma carcaça de conversão


de pressão e um motor. O ar entra no centro do rotor em movimento na entrada, e acelerado
pelas palhetas é impulsionado da periferia do rotor para fora da abertura de descarga.

Figura 11.5 – tipo de ventilador centrífugo

11.2.1 Centrífugo, pás para trás


Possui duas importantes vantagens: 1°
apresenta maior eficiência e auto-limitação de
potência. Isso significa que, se o ventilador está sendo Figura 11.7 – centrífugo com ´pás
usado em sua máxima potência, o motor não será para trás
sobrecarregado por mudanças de sistema de dutos. É
um ventilador de alta eficiência e silencioso, se
trabalhar num ponto adequado.

11.2.2 Centrífugo, pás radiais


Um ventilador robusto, para movimentar
efluentes com grande carga de poeira, poeiras
pegajosas e corrosivas. Apresenta maiores
possibilidades de “afogar”, sendo usado para
trabalhos mais pesados. A eficiência desse tipo de
ventilador é baixa, e seu funcionamento, barulhento.

Figura 11.7 – centrífugo com pás


radiais

11.2.3 Centrífugo, pás para frente


Mais eficiente, tem maior capacidade exaustora a
baixas capacidades, e não é adequado para trabalhos de alta
pressão nem para altas cargas de poeira, apresentando
problemas freqüentes de corrosão, se mal utilizado.

Figura 11.8 – Centrífugo, pás para


frente
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11.3. Potência e rendimento
A potência do ventilador nos é dada pela expressão:
V ∆PT
P=
75ηT
P = Potência em Cv
V = Vazão em m/s
DPT = Diferença de pressão total a ser vencida pelo ventilador
hT = Rendimento total do ventilador, o qual varia de 0,3 a 0,7, podendo se tomar como
médio o valor 0,5.

11.4. Dados necessários para a seleção correta de um ventilador


- Capacidade ou Vazão?
- Pressão Estática ou Total?
- Potência Absorvida?
- O ventilador será centrífugo ou axial?
- Pode ser silencioso, de médio ou de alto ruído?
- Vai aspirar ar limpo, sujo, com pós, fiapos ou corrosivos?
- Sendo corrosivo, quais são os agentes?
- Qual a temperatura do ar aspirado?
- Qual o diâmetro da peça onde vai ser ligado o ventilador, se for o caso?
- Trata-se de instalação de ventilação para fins de conforto ou para fins de aspiração de
poeiras, ou troca de calor, ou de ar condicionado, civil ou industrial , ou torres de arrefecimento
de água, ou de cabine de pintura?
- Não sabendo a capacidade, indicar o volume do ambiente, o número de pessoas
presentes, a potência instalada, os Kg/Hora de óleo queimado, etc.
- No caso de o ventilador ser centrífugo, indicar a posição da boca de saída, olhando do
lado do motor ou da polia.
- Qual é o diâmetro e o comprimento dos dutos onde vai ser ligado o ventilador?
- Quantas curvas têm esse duto?
- Esse duto termina na atmosfera ou dentro de uma máquina? Como se chama essa
máquina?
- Se vai aspirar de uma coifa ou captor, quais as suas dimensões?
- No caso de substituição de ventilador existente, indicar:
Motor: Potência ...... HP; RPM......; Volts......; Transmissão direta ou por polia? ......;
Material de que é feito......

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12 BOCAS DE INSUFLAMENTO E RETORNO DE AR
São as aberturas através das quais se introduz ou se retira o ar no ambiente, pode ser de
parede ou teto.

12.1. As grades de parede podem ser classificadas em:


- grades de palhetas horizontais e verticais fixas;
- grades de palhetas horizontais e verticais de simples deflexão;
- grades de palhetas horizontais e verticais de dupla deflexão.

Figura 12.1 – Grelhas – Grades de parede

12.2. As grades de insuflamento de teto podem ser de diversos tipos


os difusores de forro podem ser quadrados ou retangulares, semi quadrados ou semi
retangulares:
- difusor de placa perfurada
- grades que jogam o ar horizontalmente
- aerofusos S – difusores com anéis ou palhetas embutidas
- - aerofusos com saída central ou com iluminação
- - difusores com luminárias

Figura 12.2 – Difusores de insuflamento de teto

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Figura 12.3 – Registros para grades de insuflamento de ar

12.3. Parâmetros de Insuflamento de ar


Indução: é o fenômeno pelo qual parte do ar ambiente entra em movimento devido ao
choque do ar primário que ao ser insuflado no ambiente, perde velocidade e se mistura com o
mesmo.
Divergência: é o ângulo formado pelo fluxo de ar tanto no plano horizontal com vertical,
o qual devido a indução, cresce ao afastar-se da boca do insuflamento.
Jato: distância percorrida pelo fluxo de ar desde o seu lançamento até que sua velocidade
se reduza a um valor suficientemente baixo para que o choque do mesmo contra os obstáculos
não possa produzir correntes desagradáveis.
As velocidades terminais do jato são:
AMBIENTE VELOCIDADE TERMINAL
Indústrias, corredores, áreas de acesso 1 m/s
Escritórios públicos, lojas, restaurantes, igrejas, teatros 0,75 m/s
Escritórios particulares, residências, hospitais, quartos de 0,5 m/s
hotel
Mínima 0,25 m/s
K = Constante que depende da grade (ver tabela 11.xx)
K .G G = Vazão de ar
Jato =
Se Se = Área efetiva da grade

Tabela 12.1 – Informações sobre grades de insuflamento


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Figura 12.4 – Divergência em grades de insuflamento

12.4. Procedimento para seleção e dimensionamento das bocas de


insuflamento e retorno de ar
- Escolha dos pontos de insuflamento para uma distribuição uniforme do ar
- Escolha do tipo de boca a usar conforme a localização, forma e dimensões da área a
atender;
- Dimensionamento do difusor a partir do tipo escolhido, jato (ou alcance), velocidade
terminal recomendada, vazão. O dimensionamento pode ser feito através de diagramas ou tabelas
de fabricantes.

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13 AR CONDICIONADO

13.1. Definições:
Evidentemente, o ar pode ser condicionado artificialmente. Segundo definição da
American Society of Heating, Refrigeratind and Air Conditioning Engineers (ASHRAE),
“condicionamento do ar é o processo de tratamento do ar de modo a controlar simultaneamente a
temperatura, a umidade, a pureza e a distribuição, para atender as necessidades do recinto
condicionado”, ocupado ou não pelo homem.
Desta forma, visando garantir as condições de conforto em um ambiente são utilizados
sistemas de ar condicionado. Por definição, ar condicionado é o ar resultante do processo onde
são controlados simultaneamente, a temperatura, a umidade, a movimentação e a pureza do ar
em recintos fechados.
Ar Condicionado: É o ar resultante do processo de tratamento do ar
Condicionador de Ar: É o equipamento que realiza o condicionamento (tratamento) do
ar.

13.2. Aplicações:
As aplicações de sistemas de ar condicionado são inúmeras, podendo ser citadas, entre
outras aplicações, as seguintes:
a) Processos de fabricação de certos produtos que devem ser feitos em recintos com
umidade, temperatura e pureza controladas; por exemplo, fabricação de produtos farmacêuticos,
alimentícios, impressão de cores, indústrias têxteis, de solventes, etc.
b) Conforto do indivíduo e produtividade
c) Hospitais: salas de operação, sala de recuperação e quartos para tratamento de doentes
alérgicos, etc.
Desde a década de 30 os ambientes condicionados artificialmente foram colocados à
disposição da humanidade. Nesta época, a principal preocupação era manter a temperatura e a
umidade relativa dentro de parâmetros de conforto. Inclusive, até hoje, quando se fala em ar
condicionado, muitos pensam que o que importa é o controle de temperatura oferecido pelo
equipamento.
Na década de 60, a arquitetura mundial muda completamente as características
arquitetônicas das construções, tornado os ambientes interiores cada vez mais enclausurados, e
com uma linha extremamente variada de material de construção, acabamentos e mobiliário.
Quando o ar condicionado surgiu utilizavam-se grandes taxas de renovação de ar. Mas
com a crise do petróleo, na década de 70, a necessidade de economia de energia provocou a
redução das taxas de renovação de ar.

13.4. Funcionamento:
Basicamente, um
sistema de ar condicionado
funciona com insuflamento e
retorno do ar. Em outras
palavras, trabalha suprindo o
ambiente com determinada
vazão de ar combinada com
temperatura e umidade
calculadas, para que, ao
percorrer o ambiente, o ar
absorva os ganhos de calor e
a umidade ou então
compense suas perdas de
calor e umidade. Assim, ele

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mantém a temperatura e a umidade relativa do ambiente dentro da faixa desejável. Feito isso, o
ar insuflado assume as condições de temperatura e umidade do ambiente e deve, portanto, ser
retirado do local e substituído por nova razão para a manutenção do ciclo em operação. Esta
tomada de ar externo garante a renovação permanente do ar interno. Todo o ar suprido ao
ambiente deve passar por filtros. A eficiência de filtragem é determinada pelo tipo e grau de
poluição esperada, e pelo nível de qualidade desejada para o sistema.
Para evitar que o ar condicionado seja transformado no grande vilão propagador de
microrganismos causadores de doenças respiratórias são necessários alguns cuidados especiais
em relação ao projeto, instalação, manutenção, uso adequado, etc. Para isso, é importante
conhecer os princípios básicos de operação do sistema. Esse pode ser o primeiro passo para a
cura do prédio doente.

13.5. Qualidade do Ar Interior


Nos últimos anos, o tema “qualidade do ar interno” em ambientes climatizados tem
gerado calorosos e controvertidos debates, marcando ostensiva presença na mídia impressa e
televisiva. Percebe-se nesses debates, uma infeliz tendência de se identificar o ar condicionado
como o grande vilão e a principal causa do que se convencionou chamar de “Síndrome dos
Edifícios Doentes”.
É certo que uma instalação de ar condicionado mal projetada ou com manutenção
inadequada ou operada de forma incorreta pode potencializar o aparecimento de sintomas que
caracterizam uma edificação doente. Convém, entretanto, trazer à luz que o ar condicionado dói
criado e desenvolvido justamente para proporcionar aos usuários condições de conforto e bem-
estar, objetivando, sobretudo, a boa qualidade do ar interno e, portanto, o oposto daquilo que tem
sido injustamente criticado e condenado. A qualidade de um sistema de ar condicionado também
pode ser medida pela amigabilidade (facilidade de operar) de seus sistemas de controle e de
todas as interfaces homem-máquina.
O meio ambiente interior e a qualidade do ar interiores vem assumindo, cada vez mais,
importante papel na Saúde Pública e na Saúde Ocupacional. Diante disto, surge uma nova
ciência multiprofissional denominada de ‘Indoor Environmental”, que destina-se a estudar os
ambientes interiores (escritórios, fábricas, hospitais e domicílios) e as agressões provocadas aos
usuários. Muitos estudos estão sendo realizados por autoridades e instituições internacionais que
batizam normas internacionais cada vez mais exigentes. Estes novos critérios de conforto têm
servido de base para projetos de instalações de climatização na Europa e nos EUA.
Não há um sistema que seja “absolutamente ótimo”. Cada projeto tem suas exigências
específicas e tem de ser planejado e desenvolvido levando-se em conta suas condições
específicas. Desta forma, um bom sistema de ar condicionado deve iniciar por um competente
projeto, que consiste em conhecer as necessidades e as atividades a serem desenvolvidas no
local, o investimento financeiro necessário, e os custos operacionais envolvidos, cumprindo
rigorosamente as normas e recomendações técnicas pertinentes. Sendo muito recomendado que o
projetista de ar condicionado participe junto à equipe de projetistas desde a concepção
arquitetônica de todas as instalações com a construção civil. Isto possibilitaria a compatibilidade
do ar condicionado com a edificação e a elaboração de um projeto com a melhor solução. (30)
Dentro desta nova realidade, para prover a qualidade de ar em recintos fechados, deve ser
considerado que um sistema de ar condicionado é essencial, mas para isto ele deve ter sido
projetado corretamente, instalado, mantido e operado; deve-se promover um controle efetivo das
fontes poluentes; deve ser garantida uma provisão adequada de ar externo.
No BRASIL os padrões são estabelecidos por normas como a NBR 6401 – Parte 3 e
RESOLUÇÃO - RE Nº 9-2003 – ANVISA.

13.6. Projeto:
O projetista de ar condicionado deverá elaborar o projeto de acordo com a NBR 6401 da
ABNT para controlar os parâmetros que influenciam a qualidade interior:

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• Temperatura e umidade relativa do ar: Deve ser garantida a temperatura e umidade
uniformes em função do tipo de ambiente e atividades a serem desenvolvidas.
• Velocidade do ar e turbulência do ar: sistema de distribuição de ar adequada evitando
velocidades desconfortáveis e turbulências do ar.
• Renovação do ar: deverá ser garantida a qualidade e taxa adequada de ar exterior de
renovação.
• Filtragem do ar: seleção adequada de filtros.
• Manutenção: as instalações deverão oferecer fácil acesso e condições de manutenção
em todos os sues componentes.
• Ruído: as instalações de ar condicionado devem receber um tratamento acústico.

13.7. Manutenção e limpeza:


A manutenção de um sistema ou de equipamentos de ar condicionado deve seguir o que
estabelece a NBR 13.971 (ABNT) - Sistemas de Refrigeração Condicionamento de Ar e
Ventilação – Manutenção Programada; Também deve obedecer o estabelecido na Portaria
3.523/98 do Ministério da Saúde.
Já a limpeza e higienização deve obedecer a NBR 14.679 (ABNT) - Sistemas de
Condicionamento de Ar e Ventilação – Execução de Serviços de Higienização e Portaria
3.523/98 do Ministério da Saúde.
A manutenção normalmente tem por objetivo manter os equipamentos mecânicos e
eletro-eletrônicos em boas condições de operação, visando a dar uma maior vida útil ao sistema.
No entanto, em sistemas de ar condicionado a influência da manutenção na qualidade do ar
interior deve ser observada, pois o conjunto de equipamentos e subsistemas devem operar
harmoniosamente, devendo propiciar ao sistema de ar condicionado controlar a concentração de
poluentes em um ambiente através da filtragem e renovação do ar ambiente para diminuir a carga
sobre os filtros e para diminuir a concentração de poluentes não retidos pelos filtros
convencionais (odores, vapores, partículas sub-micrônica).
Uma manutenção adequada e constante que incluí, entre outras coisas, a limpeza
periódica das peças, é fundamental não só para garantir a qualidade do ar interno mas também
para assegurar a eficiência do sistema.
Um projeto de ar condicionado deve sempre prever o acesso fácil do técnico para realizar
a descontaminação interna do sistema, o que significa deixar portas de acesso bem localizadas e
dimensionadas, devendo ser deixado de lado uma prática comum, onde restava ao ar
condicionado os espaços que sobram.
A falta de manutenção ou uma manutenção mal feita pode, por exemplo, ocasionar a
saturação dos filtros. Filtros sujos podem se romper e soltar na corrente de ar os poluentes
retidos, por isso precisam sempre ser limpos ou substituídos.
Também é comum em instalações de ar condicionado o mau assentamento dos filtros em
suas molduras, gerando frestas largas que permitem a passagem de grande quantidade de ar não
filtrado. Os poluentes não retidos se acumulam em diversas partes do sistema, por exemplo, na
unidade condicionadora, onde aderem às aletas da serpentina.
A principal fonte de poluição biológica, em ambientes fechados e climatizados
artificialmente, é a bandeja de condensados das máquinas de ar condicionado, por acumularem
água, principal meio de multiplicação microbiana (fungos e bactérias), promovendo a instalação
de um complexo ecossistema, gerando a formação de biofilmes. Esta situação pode agravar-se se
o caimento da bandeja estiver incorreto, pois sem o escoamento perfeito da água, o depósito de
água é inevitável. Então esta matéria microbiológica é espalhada pelo ambiente através da
máquina de ar condicionado, que associada à baixa taxa de renovação de ar promove um
aumento no número de microorganismos no ambiente na ordem de 1.000 a 100.000 vezes maior
em comparação ao ambiente externo.
Existem, no mercado, alguns produtos químicos que mantêm a superfície das aletas das
serpentinas livre de depósito e também que combatem o crescimento de germes nas bandejas.

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Esses produtos, segundo advertem os técnicos da área, não substituem a remoção dos depósitos e
devem atuar como coadjuvantes na limpeza.
A sujeira também pode se acumular nas paredes das tubulações da rede de dutos. Este
local é considerado um dos maiores proliferadores de microorganismos nocivos à saúde.
Responsável pela propagação de doenças entre os usuários de ar condicionado, pelo fato de
muitas vezes estarem colocados em posições pouco estratégicas que dificultam o acesso dos
equipamentos de limpeza, os dutos costumam ficar esquecidos por muito tempo, só sendo
lembrados quando o usuário começa a apresentar os sintomas provocados pela má qualidade do
ar.
A limpeza de dutos, como serviço profissional existe desde 1932, e durante mais de meio
século a limpeza de dutos de ar foi feita manualmente. O serviço adquiriu uma súbita
importância a partir de 1976, quando 29 pessoas morreram vítimas de uma bactéria originada nos
dutos dos sistema de ar condicionado central de um hotel na Filadélfia. Em 1989, a questão da
higienização de dutos atraiu a atenção de cientistas de todo o mundo, resultando na consolidação
do conceito de “Síndrome do Edifício Doente”. Em 1991 o parlamento sueco aprovou uma
legislação específica envolvendo verificação nos sistemas de ventilação dos edifícios. Neste ano
surgiram as técnicas de limpeza através de conjunto de equipamentos robotizados. A
higienização robotizada iniciou-se no Brasil no ano de 1994.
É justamente para evitar que a situação chegue ao ponto de difícil limpeza e remoção da
sujidade, que os fabricantes e instaladores de ar condicionados chamam a atenção para a
importância de uma manutenção periódica e correta, ou seja, atuar de forma precentiva para
evitar a corretiva.
Cabe a manutenção, portanto, a conservação das condições previstas em projeto,
podendo, portanto, intervir nos seguintes aspectos.
Filtragem – manter os filtros corretamente instalados e proceder a sua substituição ou
regeneração em tempo hábil. O melhor indicador do grau de carregamento de um filtro e
portanto de necessidade de sua substituição é a perda de carga do ar medida por manômetro
diferencial, já que a aparência não é indicação confiável do grau de carregamento.
Limpeza – a existência de filtros não garante a limpeza dos sistema e a boa qualidade do
ar, já que a maioria dos filtros permitem a passagem de grande parte dos poluentes carregados
pelo ar. Estes poluentes se acumulam nas paredes do condicionador, serpentinas, dutos, bandeja
do condensado, podendo formar lodo e se tornar caldo de cultura de microorganismos (fungos,
bactérias, algas, etc), os quais podem ser arrastados pelo ar e reintroduzidos no ambiente como
perigosos poluentes. É, portanto, responsabilidade da manutenção proceder limpeza escrupulosa
e periódica dos componentes dos sistema de ar condicionado, principalmente da bandeja de
condensado, utilizando, se necessário, produtos químicos adequados que combatem a formação
de lodo e a proliferação de microorganismos. A freqüência das limpezas será tanto maior quanto
menor for a efetividade de filtragem, cabendo analisar se menores custos de manutenção não
compensariam o maior custo de filtros de maior eficiência.
Renovação do ar – muitas vezes a taxa de ar exterior prevista no projeto não se efetiva na
prática, devido a: mudança de lay-out, tipo de ocupação do recinto, equipamentos poluidores não
previstos, filtros entupidos, etc. A equipe de manutenção deve conhecer o projeto e ter condições
técnicas de medir a renovação de ar exterior com o objetivo de apontar as eventuais falhas.
Hoje estão surgindo diversas opções com relação à ventilação, que trazem vantagens
sobre os sistemas tradicionais, diminuindo o fluxo turbulento, o consumo de energia para
movimentar o ar e etc.
Como muitas vezes são exigidas grandes vazões, estas ocasionam altas velocidades nas
zonas de ocupação e temperaturas desconfortáveis. Muitos contaminantes (odores, vírus, germes,
fumaça de cigarro, etc) são distribuídos por todo o ambiente, apenas mais ou menos diluídos pelo
ar exterior.
A seguir apresentaremos uma solução usada com sucesso há mais de dez anos na Europa
e no resto do mundo, tendo sido eficiente, independente das diferentes zonas climáticas e das
condições do ar exterior.

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O sistema de fluxo de deslocamento é basicamente um sistema no qual o ar é insuflado na
sala próximo ao chão a uma baixa velocidade. A temperatura de insuflamento é cerca de 4 a 5 °C
abaixo da temperatura da sala. Devido à baixa velocidade de entrada do ar, praticamente não há
indução, o que significa não haver mistura do ar primário com o ar secundário. O ar frio
insuflado se distribui uniformemente sobre todo o piso. Fontes quentes na sala tais como pessoas
e equipamentos, provocam uma corrente ascendente de convecção. Experiências mostram que a
perturbação causada por fumantes nas proximidades não afetam a pessoas em estudo. Na
verdade, as pessoas respiram apenas o ar que envolve o próprio corpo e não o ar a 10 cm de
distância ou mais. Desta forma, os fumantes deixam de ser um problema. Também a dispersão
de vírus e germes causadas por pessoas e fortemente reduzida.

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14 SOBRECARGA TÉRMICA

14.1. Clima do Brasil


No Brasil, predominam climas quentes, com temperaturas médias superiores a 20º C.
Contribuem para isso o fato de o país ter 92% de seu território na zona intertropical e relevo
marcado por baixas altitudes. Os tipos de clima presentes no país são equatorial, tropical, tropical
de altitude, tropical atlântico, semi-árido e subtropical. Clima equatorial – Domina a região
amazônica e caracteriza-se por temperaturas médias entre 24ºC e 26ºC. Clima tropical – Está
presente em extensas áreas do Planalto Central e das regiões Nordeste e Sudeste, além de do
trecho norte da Amazônia, correspondente ao estado de Roraima. As temperaturas médias
excedem os 20ºC. Clima tropical de altitude – Predomina nas áreas elevadas (entre 800m e
1.000m) do planalto Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo norte do Paraná e sul do Mato
Grosso do Sul. Apresenta temperaturas médias entre 18ºC e 22ºC. Clima tropical atlântico – É
característico da faixa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Paraná. As temperaturas
variam entre 18ºC e 26ºC. Clima semi-árido – predomina especialmente nas depressões entre
planaltos do sertão nordestino e no trecho baiano do Vale do Rio São Francisco. Suas
características são temperaturas médias elevadas, em torno de 27ºC. Clima subtropical –
Predomina ao sul do Trópico de Capricórnio, compreendendo parte dos estados de São Paulo,
Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por
temperaturas médias inferiores a 18ºC.

14.2. Conceitos Gerais


O ser humano mantém uma temperatura interna aproximadamente constante (em torno de
37ºC) seja qual for a temperatura externa (do ambiente).
Essa característica está ligada a existência de um mecanismo fisiológico de regulação da
temperatura interna do corpo, o qual é responsável pela conservação e dissipação do calor.
A temperatura da pele, para que se mantenha o equilíbrio térmico entre o corpo e o
ambiente, deve ser sempre menor do que a temperatura central do corpo em mais ou menos 1ºC.
O equilíbrio térmico entre o corpo e o ambiente baseia-se na igualdade:
Quantidade de calor recebida = Quantidade de calor cedida
As trocas de calor necessárias para que se mantenha essa igualdade dependem,
fundamentalmente, das diferenças de temperatura entre a pele e o ambiente e o da pressão de
vapor d’água no ar em torno do organismo, a qual, por sua vez, é influenciada pela velocidade do
ar.
É importante ressaltar que a troca de calor sempre ocorre no sentido do corpo com maior
temperatura para o de menor temperatura.
São quatro as formas pelas quais se procedem essas trocas:
Condução – pelo contato direto do corpo com objeto mais quente;
Convenção – através do ar ou outro fluido em movimento;
Radiação – através de ondas eletromagnéticas (normalmente o infravermelho).
Esses três processos podem ocorrer devido a existência de fontes externas com
temperatura mais elevada do que a da pele. Esse calor transferido é chamado de calor sensível.
Existe ainda um quarto processo que está ligado ao calor latente, utilizado para mudança
de estado (de água, em estado líquido para vapor d’água).
Evaporação – esse processo de troca acorre sem que seja modificada a temperatura.
Assim, o calor recebido pelo corpo, nos casos de exposição a temperaturas elevadas, é
utilizado pelo organismo para evaporar parte da água interna através de sudorese, não permitindo
o aumento da temperatura interna.

14.2.1 Fatores de influência


Para que ocorra a troca térmica, existem fatores de influência:

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• Temperatura do ar
Em função da temperatura ambiente, o organismo pode ceder ou receber calor contido no
ar através do mecanismo de condução-convecção, contribuindo nos casos extremos com o
esforço do organismo para compensar as diferenças;
• Umidade relativa do ar
Como a perda de calor sensível é conseguida através da perda de água, para resfriar a
superfície do corpo, se a umidade for elevada, haverá dificuldade em conseguir o débito ideal,
que é de 600 Kcal/h. Em alguns processos há uma significativa evaporação dos processos de
resfriamento, o que acarreta maior umidade interna e maior dificuldade de compensação do
individuo ao ambiente;
• Velocidade do ar
No mecanismo convecção-condução, a velocidade do ar é um elemento valioso, pois
ajuda pelo efeito de turbulência superficial a evaporar a água contida na superfície da pele,
provocando resfriamento.
• Calor radiante
Fontes consideráveis de calor radiante que acontecem na indústria, onde corpos
incandescentes emitem radiação, infra-vermelha para o ambiente, contribuição com um ganho de
calor, e que, dependendo de sua intensidade, poderão causar alguns problemas, como
queimaduras de pele, cataratas e casos extremos de lesões de retina;
• Atividade do trabalhador
Quanto mais intensa for a carga de trabalho do operário, tanto maior será seu gasto
metabólico e, conseqüentemente, maior a dificuldade de aclimatação ao meio ambiente.

14.2.2 Metabolismo
Como metabolismo entende-se o conjunto de fenômenos químicos e físico-químicos,
mediante os quais são feitas a assimilação e desassimilação das substâncias necessárias a vida.

Calor metabólico – é o calor produzido por esse conjunto de reações.

Quando o homem estiver em jejum e em repouso esse calor denomina-se Calor


Metabólico Basal.
A partir do próximo item, analisaremos as diversas formas de obtenção de índices ou
parâmetros utilizados como referencias na identificação do conforto do organismo humano
quando expostos ao calor nos ambientes de trabalho.

14.3. Avaliação de Sobrecarga Térmica


Os fatores que determinam a sobrecarga térmica são: a temperatura ambiente, a umidade
relativa, o calor radiante, a velocidade do ar e o metabolismo gerado no desenvolvimento do
trabalho/atividade. Por conseguinte, qualquer método de trabalho que vise a avaliação da
sobrecarga térmica deverá levar em conta os citados fatores.
Existem diversos métodos e estudos que pretendem avaliar, mediante a utilização de um
índice as características do ambiente, bem como, os limites aceitáveis de exposição ao calor aos
quais podem estar expostos os trabalhadores. No entanto, devido a grande quantidade de
variáveis envolvidas no processo não se conseguiu ainda nenhum método que reflita de maneira
fiel a avaliação da sobrecarga térmica.
Apresentaremos agora a fundamentação e método de alguns dos índices mais utilizados,
fazendo uma análise prática de sua aplicação no campo da Segurança e Saúde do Trabalhador.
Os métodos podem ser divididos em dois grandes grupos:

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• Métodos Fisiológicos (Empíricos)
Estes métodos estão baseados em estudos realizados com grupos de pessoas (grupos de
controle). A partir da analise dos dados estatísticos obtidos, são construídos gráficos e tabelas
que são utilizados como base para avaliação do problema.
• Métodos Instrumentais
Esses procedimentos procuram buscar um modelo físico/matemático que se assemelhe às
condições a que estariam sujeitos os trabalhadores, quando expostos aos fatores do ambiente que
influenciam a sobrecarga térmica.
Entre os métodos fisiológicos adquire importância o Índice de Temperatura Efetiva.

14.3.1 Índice de Temperatura Efetiva


Esse índice foi inicialmente proposto (1923) pela American Society of Heating and
Vantilantng Engineers (ASHRAE). Concebido a princípio como um critério de avaliação de
conforto térmico, o método está baseado no estudo das respostas de grandes conjuntos de
pessoas que trabalham em ambientes com diferentes com diferentes combinações de
temperatura, umidade e movimentação de ar. A idéia fundamental do método foi de reunir, em
uma única designação, ou seja, em um índice, todas as condições climáticas que produzem uma
mesma ação fisiológica.
Assim, por exemplo, as condições de temperatura do ar de 20ºC com umidade relativa de
100%, sem movimentação de ar (v = 0 m/s) corresponderá a uma temperatura efetiva de 20ºC.
Utilizando-se de dados obtidos com base puramente subjetiva serão verificadas outras
temperaturas que, para umidades relativas diferentes, provoquem as mesmas sensações de calor
que a temperatura efetiva de 20ºC.
Isso ocorre para as condições do ambiente com umidade relativa do ar de 20% e
temperatura de 24ºC (sem movimentação de ar).
Todas as respostas subjetivas podem ser plotadas em gráficos (diagramas psicrométricos)
e com eles obtidos os valores do Índice de Temperatura Efetiva.
O índice de Temperatura Efetiva é determinado através da utilização de ábacos, em que
três variáveis são plotadas:
- Temperatura de bulbo seco (Tbs)
- Velocidade do ar (Va)
- Temperatura de bulbo úmido (Tbu)
A temperatura de bulbo úmido incorpora a variável de umidade relativa do ar, necessária
ao cálculo da temperatura efetiva.
O Índice de Temperatura Efetiva perde representatividade quando aplicado em
exposições ao calor em condições distintas das de conforto térmico, já que não completa nenhum
fator para avaliação do metabolismo total.
Esse índice já foi adotado no Brasil para a caracterização de condições insalubres (TE >
28ºC – Portaria 491), tendo sido revogado quando da entrada em vigor da Portaria 3.214/78 –
NR – 15 – anexo 3 que instituiu o IBUTG como índice de avaliação das condições de
insalubridade.
Atualmente, o Índice de Temperatura Efetiva é adotado como parâmetro na determinação
de conforto térmico (NR – 17 – Ergonomia, item 17.5.2 – alínea “b”).
De posse desses valores, os mesmos devem ser comprados com àqueles especificados
pelas Normas Técnicas como limites de tolerância para conforto térmico.
O Índice de Temperatura Efetiva (TE) foi o primeiro dos índices empíricos estabelecidos
e até recentemente o mais largamente utilizado para a determinação da avaliação de calor nos
ambientes de trabalho.
A umidade absoluta do ar é responsável pelo controle da evaporação de suor gerado pelo
corpo. Uma umidade absoluta de ar elevada dificulta a evaporação do suor, e representa,
portanto, uma barreira técnica para o organismo eliminar o calor gerado pelo metabolismo.

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A atmosfera em que vivemos é uma composta de uma fase gasosa (21% de oxigênio,
78% de nitrogênio e 1% para outros gases) e vapor d’água. O ar não pode conter, a uma tal
temperatura, mais que uma certa quantidade de vapor d’água.

A umidade relativa do ar é definida como sendo a relação entre o peso de vapor d’água
contido em um dado volume de ar, e o peso do mesmo que saturaria a mistura a mesma
temperatura, em igual volume de ar.
Como a umidade relativa do ar é função da temperatura do ambiente, quando a
temperatura aumenta (umidade absoluta do ar constante), diminui a umidade relativa do ar. Com
isso diminui a influência da umidade no cálculo do índice, ou seja, o índice subestima a
importância da umidade do ar.

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Quando a temperatura do ambiente diminui (umidade absoluta do ar constante), aumenta
a umidade relativa do ar, fazendo com que cresça sua influência no cálculo do índice, ou seja,
nessa situação a importância da umidade do ar é superestimada.
Deve-se ainda acrescentar que podem apresentar-se duas situações distintas para
aplicação desse índice.
A primeira, refere-se as condições laborais em que o trabalhador encontra-se sem
vestimenta completa, ou seja, de dorso descoberto; a segunda refere-se àquelas em que o
trabalhador encontra-se com o dorso coberto.
Para a determinação do índice aplicam-se ábacos, que são construídos levando em conta
essas condições diferentes de troca de calor com o ambiente.
- na primeira com o dorso desnudo, a evaporação cresce com o aumento da área de
evaporação e, portanto, o Índice de Temperatura Efetiva é menor;
- na segunda, quando o trabalhador se encontra vestido, isto é, de dorso coberto, o
Índice de Temperatura Efetiva resultante será maior.
Outra restrição que se apresenta quando da aplicação desse índice é que o mesmo não
leva em conta a troca de calor devida a radiação. Quando existem fontes de calor radiante no
ambiente, as variáveis utilizadas não são suficientemente representativas das verdadeiras
condições de exposição ao calor.
Nesse caso, usa-se o Índice de Temperatura Efetiva Corrigido, que é obtido substituindo-
se nos ábacos a Temperatura de Bulbo Seco (Tbs) pela Temperatura de Globo (Tg) (que é
representativa do calor radiante) e, com auxílio de uma carta psicrométrica, determina-se a
Temperatura de Bulbo Úmido (Tbu) que o ar possuiria com a mesma quantidade de vapor d’água
(ou seja, com a mesma umidade absoluta) se esse ar fosse aquecido para a nova temperatura.
Para o caso de aplicação das grandezas descritas com vistas ao atendimento da NR – 17 –
Ergonomia, as condições limitantes são: além da temperatura efetiva entre 20 e 23ºC, a
velocidade do ar não podendo ser superior a 0,75m/s (1,5 pés/s) e a umidade relativa do ar não
podendo ser inferior a 40%.
Dentro desses condicionantes, sem existência de fontes de calor radiante no ambiente, a
temperatura efetiva é um índice razoavelmente representativo do conforto térmico. Não se pode,
entretanto, concluir que a inobservância desses parâmetros possa levara se considerar a
existência de condições de insalubridade por calor.
De qualquer forma o Índice de Temperatura Efetiva é mais representativo das condições
de conforto térmico do que o IBUTG.

14.3.2 Índice de Sobrecarga Térmica


O Índice de Sobrecarga Térmica foi desenvolvido, na década de 50,por Belding e Hatch
na Universidade de Pittsburgh e combinava os efeitos do calor radiante e de convecção com o
calor gerado pelo metabolismo.
O Índice de Sobrecarga Térmica (IST) é essencialmente uma decorrência da equação de
balanço térmico que inclui fatores metabólicos e ambientais.
Belding e Hatch partiram do princípio fisiológico de que o Maximo tolerável de
exposição a calor é aquele que em o equilíbrio térmico possa ser mantido (para determinada
carga de trabalho), que haja elevação excessiva da temperatura da pele. O valor do IST
representa a relação entre a quantidade de calor que um individuo, submetido a um ambiente
térmico determinado, necessita evaporar através da sudorese e a quantidade de máxima de calor
que pode ser eliminada naquele ambiente.
Em outras palavras o IST é quociente entre a evaporação requerida (Ereq) e a evaporação
máxima (Emáx), normalmente expressa sob a forma percentual.
IST = (Ereq/Emáx).100
O IST é um dos métodos que permite uma avaliação mais correta da sobrecarga térmica,
tendo em vista que contempla todos os parâmetros que influem nos ganhos e perdas de calor pelo
indivíduo. Seu principal inconveniente está na complexidade dos cálculos para determinação do
calor radiante e de convecção e na necessidade da exata determinação de todos os parâmetros
físicos e do metabolismo total que não são facilmente medidos de uma maneira exata.

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A evaporação requerida (Ereq) e a evaporação máxima (Emáx) podem ser avaliadas por
meio de equações empíricas desenvolvidas por Mc Karns e Brief mediante a utilização de um
nomograma. As equações utilizadas são as seguintes:
R = 17,5 (Tw – 95)
C = 0,756 VO,6 (Ta – 95)
Emáx = 2,8 VO,6 (42 – Pw)
Onde:
R = Calor trocado por radiação (Btu/h)
C = Calor trocado por convecção (Btu/h)
Emáx = Calor máximo perdido por evaporação (Btu/h)
Tw = Temperatura radiante média (ºF)
Ta = Temperatura ambiente (ºF)
V = Velocidade do ar (ft/min)
Pw = Pressão de vapor (mm Hg)
Cabe aqui informar que este índice é um indicador das condições de desconforto térmico,
o IST não é aplicável em condições de excessivo calor. O IST não identifica corretamente as
diferenças existentes em um ambiente quente e seco e outro quente e úmido.

14.3.3 Índice do Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG)


O Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG) é valor médio obtido através
do cálculo levando-se em conta a temperatura de bulbo úmido, temperatura radiante (do globo) e
temperatura de bulbo seco do ar.

CALOR

NR – 15 / ANEXO N° 3

IBUTG

AMBIENTES INTERNOS OU EXTERNOS AMBIENTES


EXTERNOS

SEM CARGA SOLAR COM CARGA SOLAR

IBUTG = 0,7Tbn + 0,3Tg IBUTG = 0,7Tbn + 0,1Tbs + 0,2Tg

IBUTG = Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo


Tbn = Temperatura de bulbo úmido natural
Tg = Temperatura de globo
Tbs = Temperatura de bulbo seco

A sobrecarga térmica está relacionada com o ambiente (exposição) e com a atividade


física do trabalhador (metabolismo).
O trabalhador pode alternar trabalhos em ambientes termicamente severos com locais
termicamente mais amenos, ou com descanso (sentados em repouso) no mesmo local.
Obs.: Os períodos de descanso são considerados tempo de serviço para todos os efeitos
legais.
A alternância de condições térmicas deve ocorrer em ciclos de no máximo 60 minutos.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇAO AO CALOR PARA REGIME DE TRABALHO –
DESCANSO, COM DESCANSO NO PROPRIO LOCAL DE TRABALHO ( VALORES DE IBUTG DADOS
EM ºC)
REGIME DE TRABALHO-DESCANSO
COM TIPO DE ATIVIDADE
DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE TIPO DE ATIVIDADE
TRABALHO (P/HORA)
LEVE MODERADA PESADA
TRABALHO CONTÍNUO ATÉ 30,0 ATÉ 26,7 ATÉ 25,0
45 MINUTOS TRABALHO
30,1 A 30,6 26,8 A 28,O 25,1 A 25,0
15 MINUTOS DESCANSO
30 MINUTOS TRABALHO
30,7 A 31,4 28,1 A 29,4 26,0 A 27,9
15 MINUTOS DESCANSO
15 MINUTOS TRABALHO
31,5 A 32,2 29,5 A 31,1 28,0 A 30,0
45 MINUTOS DESCANSO
NÃO É PERMITIDO O TRABALHO
ACIMA DE ACIMA DE ACIMA DE
SEM A ADOÇÃO DE MEDIDAS
32,2 31,1 30,0
ADEQUADAS DE CONTROLE
NOTA: A determinação do metabolismo é feita consultando-se a tabela Taxas de
Metebolismo por tipo de atividade.

LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR PARA REGIME DE TRABALHO


DESCANSO EM OUTRO LOCAL (DESCANSO TÉRMICO)
M(Kcal/h) MÁXIMO
IBUTG (°C)
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Onde:

M 1 × T1 + M 2 × T2 + ... + M n × Tn
M=
60

IBUTG1 × T1 + IBUTG2 × T2 + IBUTGn × Tn


IBUTG =
60
SENDO:
M1, M2, ... Mn – Metabolismo nos locais de trabalho
IBUTG1, IBUTG2, ... IBUTGn - Valor do IBUTG nos locais de trabalho.
T1, T2, Tn – Tempos, em minutos, que se permanece nos locais de trabalho.

NOTA: A determinação do metabolismo é feita consultando-se a tabela Taxas de


Metabolismo por tipo de atividade.

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TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO EE ATIVIDADE
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/H
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE:
Sentado, movimentos moderados com braço e tronco (ex.: datilografia) 125
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas. (ex.: dirigir) 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os 150
braços
TRABALHO MODERADO:
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas 180
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação 175
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma 220
movimentação
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar 300
TRABALHO PESADO:
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar 440
Pesos (ex.: remoção com pá) trabalho fatigante 550

Segundo a Legislação pertinente NR-15 – Anexo Nº 3, a exposição ocupacional ao calor


deve ser avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo” (IBUTG). Consta
ainda, na norma que “...os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de
bulbo úmido, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum...”.
O texto acima tem dado margem a discussões e posicionamentos contrários à utilização
de equipamentos eletrônicos na determinação do IBUTG. Tal situação é decorrente da falta de
atualização do Anexo Nº 3, da Norma Regulamentadora NR-15, o qual não sofreu qualquer
alteração desde a aprovação da Portaria Nº 3214, de 08 de junho de 1978. Uma revisão deste
anexo certamente incluirá além da especificação do conjunto convencional de calor, a
possibilidade de utilização de instrumentação eletrônica na determinação do IBUTG, pondo afim
a esse tipo de controvérsia.
Se analisarmos essa questão de um ponto de vista mais amplo e técnico, facilmente
concluímos que as idéias contrárias ao uso de sensores eletrônicos na determinação do índice
(IBUTG) caminham em sentido contrário da tendência natural e crescente da utilização de tais
equipamentos, tanto no Brasil como no resto mundo, em fase da tecnologia disponível.
A utilização de sensores na determinação da temperatura de bulbo úmido natural,
temperatura de globo e temperatura do ar está previsto na Norma Internacional ISO 7243
(Estimativa do stress térmico em trabalhadores baseada no Índice de Bulbo Úmido Termômetro
de Globo – IBUTG). Tal norma considera a possibilidade de utilização de qualquer dispositivo
na medição das temperaturas componentes do índice, desde que, após a calibração respeite-se as
características e tolerâncias especificadas pela norma. Outra importante fonte de referência, a
ACGIH – (American Conference of Governmental Industrial Hygienists), citada pela Norma
Regulamentadora NR-9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), permite também a
utilização de vários tipos de sensores de temperatura, que forneçam leituras idênticas aos
termômetros de mercúrio quando estiverem sob as mesmas condições.
O conjunto convencional de calor, como os medidores eletrônicos utilizados na
determinação do índice de sobrecarga térmica IBUTG, apresentam vantagens; muitas vezes eles
são substituídos indiscriminadamente pelo termômetro do globo úmido (TGU) somente nas
situações em que os trabalhadores executem tarefas em ambiente sob pressões anormais, em
trabalhos sob ar comprimido, ou trabalhos submersos. Nestes casos, a temperatura de globo
úmido (TGU) fornecida pelo Botsball, não poderá exceder a 27ºC no interior da campânula ou
eclusa da câmara de trabalho.
Sob o ponto de vista legal, não é valida a utilização do TGU para a avaliação da
exposição ocupacional ao calor, exceto para as condições especificadas anteriormente. Vários
estudos a respeito fornecem formulas de correlação entre os índices de sobrecarga térmica
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IBUTG e TGU, no entanto não devemos esquecer que os valores do IBUTG calculados à partir
da temperatura de globo úmido são simplesmente estimativos.

14.4. Avaliação Quantitativa da Sobrecarga Térmica


A Avaliação da exposição ao calor consiste na utilização do “Índice de Bulbo Úmido –
Termômetro de Globo” (IBUTG), previsto na Portaria n.º 3214/78 do MTb – NR/anexo n.º 3,
item 2.

14.4.1 Metodologia:
As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura da
região do corpo mais atingida. {Portaria n.º 3214/78 do MTb – NR/15 – anexo n.º 3, item 3}

14.4.2 Instrumentos de avaliação


Os instrumentos utilizados são conjuntos de Termômetros instalados em um pedestal
(tripé) composto de: Termômetro de Bulbo Úmido Natural, Termômetro de Globo e Termômetro
de Mercúrio Comum.
• Termômetro de Globo (Tg), composto de:
Um Globo constituído por uma esfera oca de cobre de aproximadamente 1mm de
espessura e com 152,4 mm de diâmetro, pintada externamente de preto fosco e com abertura, na
direção radial, através de duto cilíndrico de aproximadamente 25 mm de comprimento e 18 mm
de diâmetro, para a inserção e fixação de termômetro.
Um termômetro de mercúrio com escala mínima de 10ºC a 150ºC e precisão mínima de
leitura de +0,1ºC.
Uma rolha cônica de borracha, preferencialmente preta, com diâmetro superior de
aproximadamente 20 mm, diâmetro inferior em torno de 15 mm e altura na faixa de 20 a 25 mm
vazada na direção do eixo por orifício que permitia uma fixação firme do termômetro.
• Termômetro de Bulbo Úmido Natural (Tbn), composto de:
- Um termômetro de mercúrio com escala mínima de 10 ºC A 50 ºC e precisão
mínima de leitura de +0,1 ºC.
- Um Erlenmeyer de 125 ml.
- Pavio em forma tubular de cor branca de tecido de algodão com alto poder de
absorção de água, com comprimento mínimo de 100 mm (pode ser usado um cadarço
(cordão de sapato)).
• Termômetro de Bulbo Seco (Tbs), composto de:
- Um termômetro de mercúrio com escala mínima de 10 ºC a 100 ºC e precisão
mínima de leitura de +0,1 ºC.
• Equipamentos Complementares:
- Cronômetro de qualquer natureza com precisão mínima de 1 (um) segundo.
- Tripé do tipo telescópio, que atinja uma altura mínima de 1.700 mm, pintado em
preto fosco.
- Garras com mufa tipo pinça para fixação dos termômetros, do globo, Erlenmeyer.
- Mufas universais para fixação das garras com haste.
- Água destilada.
Nota: Os equipamentos de fixação descritos são apenas sugeridos sendo aceitáveis outras
formas de fixação desde que comprometam a utilização do termômetro.

14.5. Questões Polêmicas


Devem ser levadas em conta na aplicação do Anexo 3 da NR – 15 apenas as fontes
artificiais de calor e desconsideradas as naturais?
Atualmente a NR/15 Atividades e Operações Insalubres, em seu Anexo 3 Limites de
Tolerância para Calor, indica dois procedimentos para cálculo do IBUTG, um para ambientes
internos (sem carga solar) e outro para ambientes externos (com carga solar e Fontes Artificiais
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ou somente Fontes Naturais). Isto posto, dentro do que prescreve o diploma legal, devemos
aplicar os Limites de Tolerância para Calor seja o mesmo gerado por fontes naturais ou
artificiais.
Julgamos que a origem de tal dúvida decorre do fato de que anteriormente a entrada em
vigor da Portaria n.º 3.214/787, a portaria MTPS n.º 491 de 10.09.1965 então vigente,
determinava que a caracterização de insalubridade por calor ficasse restrita aos ambientes com
fontes artificiais, não levando em conta a contribuição decorrente da exposição a radiação solar.
Qual a metodologia a ser utilizada para a realização das avaliações de calor?
Atualmente a metodologia nacional mais utilizada é a NHT 01 C/E da FUNDACENTRO
que define os procedimentos básicos que devem ser seguidos quando da realização de avaliações
de calor.
A metodologia da FUNDACENTRO foi elaborada tomando-se por base a avaliação
executada com auxilio de “árvore de termômetros”. Na época da elaboração da metodologia o
número de equipamentos eletrônicos para a avaliação de calor ainda era muito reduzido.
Atualmente com o avanço da tecnologia digital os profissionais envolvidos contam com
equipamentos eletrônicos bastante precisos e repletos de recursos (armazenamento de várias
medições, impressão de resultados e outros), e ainda com a vantagem de serem equipamentos
portáteis bem mais fáceis de serem montados e transportados.
Será o IBUTG o índice mais adequado para avaliação de sobrecarga térmica no Brasil?
Obviamente, o IBUTG não é adequado para a nossa realidade, pois foi elaborado para as
condições americanas de tratamento militar. Para encontrarmos uma solução para esse problema
teremos que elaborar um novo índice ou adaptarmos o IBUTG às condições brasileiras.
Quais as medidas sugeridas?
Sem a realização de pesquisas especificas para as condições do trabalhador brasileiro,
ficamos sujeitos a copiar, e normalmente de maneira atrasada no tempo e defasada na qualidade,
as experiências americanas ou européias. E com a agravante que, para o caso brasileiro esses
limites adotados são utilizados para caracterização legal dos adicionais de insalubridade e com
reflexos até na concessão do beneficiamento da aposentadoria especial.
Necessitaria, portanto, a SSST, em conjunto com a FUNDACENTRO, Sociedades
Técnicas e Universidades iniciar uma ampla pesquisa e profunda das verdadeiras contribuições
das condições ambientais do calor para a saúde do trabalhador brasileiro.

14.6. Reações do Organismo ao Calor


Em função do tipo de atividade, temos um somatório de cargas térmicas sensíveis e
irradiantes que passam a competir com o trabalhador em seu meio ocupacional, e no caso de
extrapolarem os limites seguros, o organismo tem seus mecanismos de defesa que são:

14.6.1 Vasodilatação periférica de (para o frio)


Quando a quantidade de calor perdido pelo corpo é menor que o calor ganho, a primeira
ação de defesa é a vasodilatação periférica, que implica em maior fluxo de sangue na superfície
do corpo e num aumento da temperatura da pele. Estas alterações resultam em um aumento da
qualidade de calor perdido ou numa redução do calor ganho. O fluxo de sangue no organismo
transporta calor do núcleo do corpo para a superfície, onde acontecem as trocas;

14.6.2 Sudorese (para o calor)


Outro mecanismo de defesa é a sudorese, perda de calor através da transpiração. A
quantidade de suor produzido pode, em curtos períodos, atingir até dois litros de água por hora,
embora em um período de várias horas não excede a um litro quando um homem padrão perde
teoricamente para o ambiente até 600 kcal/h.

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14.7. Problemas ou Doenças
14.7.1 Exaustão do Calor
Uma baixa pressão arterial é o evento crítico resultante, devido, em parte, a uma
inadequada saída de sangue do coração e, em parte, uma vasodilatação que abrange uma extensa
área do corpo.

14.7.2 Desidratação
Em seu estado inicial, a desidratação atua, principalmente, reduzindo p volume de sangue
e promovendo a exaustão do calor. Mas em casos extremos, produz distúrbios na função celular,
provocando até a deterioração do organismo.
Ineficiência muscular, redução da secreção (especialmente das glândulas salivares), perda
de apetite, dificuldade de engolir, acúmulo de ácido nos tecidos irão ocorrer com elevada
intensidade. Uremia temporária, febre e morte ainda podem ocorrer.

14.7.3 Cãimbras de calor


Ocorrem espasmos musculares, seguindo-se uma redução do cloreto de sódio no sangue,
de modo a atingir concentrações inferiores a um certo nível crítico. A alta perda do cloreto é
facilitada pela intensa sudorese e falta de aclimatização.

14.7.4 Choque térmico


Ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal, que põe em risco algum tecido
vital que permanece em contínuo funcionamento. É devido a um distúrbio no mecanismo termo-
regulador, que fica impossibilitado de manter um adequado equilíbrio térmico entre o indivíduo
e o meio.

14.7.5 Exaustão
Insuficiência de suprimento de sangue no córtex cerebral, resultante da vasodilatação em
resposta ao calor. A baixa pressão arterial é o evento crítico desta situação;

14.8. Medidas de Controle


Antes de se adotar qualquer medida de controle, deve-se estudar bem a situação
analisando-se as alternativas possíveis e então se tomar as medidas mais recomendáveis para o
caso. Devendo-se sempre serem tomadas, primeiro, medidas de controle sobre a fonte, depois em
sua trajetória, para a seguir aplicar medidas de controle sobre os trabalhadores.
A primeira medida indicada sempre, é referente ao estudo do processo e dos
equipamentos dissipadores de calor no ambiente, procurando-se buscar uma solução com relação
a modificação do processo, ou então com o isolamento dos equipamentos que são grandes fontes
de calor em um espaço fechado evitando-se assim que se exponha vários trabalhadores ao calor.
Também se pode realizar isolamento térmico da superfície dos equipamentos dissipadores de
calor e proteger os trabalhadores da irradiação de calor com anteparos apropriados.
Uma das principais medidas de controle com relação a sobrecarga térmica está
relacionada com a adoção de sistema de ventilação adequado, que pode ser natural ou artificial.
Quando a utilização da ventilação for insuficiente para resolver uma situação de excesso
de calor no ambiente de trabalho, ainda pode-se adotar um sistema de refrigeração ou de ar
condicionado. O resfriamento de um ambiente ainda, pode ser obtido com a pulverização de
água sobre as superfícies do ambiente, pois a água ao se evaporar carrega o calor do ambiente.
O trabalhador deve usar roupas adequadas e no caso de calor por radiação também se
indica a utilização de óculos apropriados.
No caso de trabalho em locais quentes se recomenda-se pausas para repouso, limitação de
tempo de exposição, reposição hídrica adequada – beber pequenas quantidades de líquido
(0,25l/vez), freqüentemente, além do treinamento adequado.

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15 TEMPERATURAS BAIXAS

15.1. Conceitos Gerais


O organismo humano não se aclimata ao frio da mesma que o calor. Pouquíssimas partes
do corpo podem tolerar exposição ao frio sem a proteção de roupas adequadas, sob pena de
sofrer graves conseqüências, que afetarão a saúde, o conforto e a eficiência do trabalho.

15.1.1 Temperatura do núcleo do corpo


Temperatura a que estão submetidos os órgãos internos do corpo. Para que as
características funcionais orgânicas sejam preservadas esta temperatura deve ser mantida em
torno de 37ºC.
Corresponde à soma do calor produzido internamente, mais o ganho ou perda de calor do
ambiente.

15.1.2 Taxa de resfriamento pelo vento


Perda de calor por um corpo, expressa em W/m2, a qual é uma função da temperatura do
ar e da velocidade do vento incidindo sob o corpo exposto.

15.2. Avaliação:
15.2.1 Art.253 DA C.L.T.
“Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que
movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de uma
hora e quarenta minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de vinte minutos de
repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo”.
Parágrafo Único:
“Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for inferior, nas
primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, a 15º
(quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez
graus)”.

15.2.2 NR – 15 – Anexo 09
De acordo com a NR 15, Anexo 9, as atividades ou operações executadas na interior de
câmaras frigoríficas ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os
trabalhadores ao frio, se a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de
laudo de inspeção realizada no local de trabalho.
Portanto, esta portaria não fixa temperaturas limites para a caracterização da
insalubridade, deixando a critério técnico do perito, quando da sua inspeção no local de trabalho.

15.2.3 Critérios técnicos da FUNDACENTRO


O critério adotado pela Fundacentro embasado em estudos e pesquisas bastante
diversificados, tanto de âmbito nacional como internacional, é aquele que considera insalubre
uma atividade ou operação quando está for executada em desacordo com a tabela que segue. Está
tabela relaciona as faixas de temperaturas com tempos máximos de exposição.
A tabela fixa o tempo máximo de trabalho permitido a cada faixa de temperatura, desde
que alternando com recuperação térmica em local fora do ambiente considerado frio.
Limites de tempo para exposição a baixas temperaturas para pessoas adequadamente
vestidas para exposição ao frio.

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Limites de tolerância para exposição ao frio
Faixa de temperatura de Máxima exposição diária permissível para pessoas
bulbo seco (°C) adequadamente vestidas para exposição ao Frio
15,0 a – 17,9 (*) Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 horas e 40
12,0 a – 17,9 (**) minutos, sendo quatro períodos de 1 hora e 40 minutos
10,0 a – 17,9 (***) alternados com 20 minutos de repouso e recuperação térmica,
fora do ambiente frio.
-18 a -33,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas,
alternando-se 1 hora de trabalho com 1 hora de repouso e
recuperação térmica, fora do ambiente frio.
-34,0 a -56,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 hora, sendo
dois períodos de 30 minutos com separação mínima de 4
horas para repouso e recuperação térmica, fora do ambiente
frio.
-34,0 a -56,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 hora, sendo
dois períodos de 30 minutos com separação mínima de 4
horas para repouso e recuperação térmica, fora do ambiente
frio.
-57,0 a -73,0 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 minutos, sendo
o restante da jornada de trabalho cumprida obrigatoriamente
fora do ambiente frio.
(*) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o
mapa oficial do IBGE.
(**) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática subquente, de acordo
com o mapa oficial do IBGE.
(***) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de
acordo com o mapa oficial do IBGE.

15.3. Exposição Ocupacional ao Frio


15.3.1 Atividades exercidas ao ar livre
- Construção civil
- Agricultura
- Pesca
- Exploração de petróleo
- Policiamento
- Resgate e salvamento

15.3.2 Atividades exercidas em ambientes fechados


- Câmaras frias
- Câmaras frigoríficas
- Fabricação de gelo
- Fabricação de sorvetes

15.4. Avaliação da Exposição


15.4.1 Temperatura do núcleo do corpo
Medida com uso termômetro retal. Em hospitais, o termômetro esofegal é mais usado
para monitorar a temperatura interna.

15.4.2 Temperatura do ambiente


Medida com o uso de termômetro de bulbo seco, com capacidade para leituras de pelo
menos – 40C.

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15.4.3 Temperatura equivalente de resfriamento
Estima a capacidade relativa de resfriamento de uma combinação da temperatura do ar e
velocidade do vento.

15.5. Procedimento para monitoramento dos locais de trabalho


- Em locais onde a temperatura é inferior a 16ºC deve ser efetuada uma adequada
termometria.
- Sempre que a temperatura em um local de trabalho for inferior a –1ºC, a temperatura
de bulbo seco deve ser medida e anotada a cada 4 horas.
- Em locais de trabalho ao ar livre, a velocidade do vento deve ser anotada a cada
horas, sempre que exceder a 2 metros por segundo.
- Em atividades ao ar livre, a velocidade do ar deve ser medida e anotada juntamente
com a temperatura do ar, sempre que a temperatura for inferior a –1ºC.
- Em todos os casos onde são requeridas medições do movimento do ar deve-se usar a
temperatura equivalente de resfriamento, a qual deve ser anotados com os demais dados
sempre que for inferior a –7ºC.

15.6. Efeitos do Frio


Às baixas temperaturas o corpo perde calor, o que eventualmente conduz a um
decréscimo na temperatura corporal, a menos que alguns fatores compensativos entrem em jogo,
tais como, o aumento do calor metabolicamente produzido e a diminuição da circulação
periférica, isto é, uma menor quantidade de sangue levada para os vasos localizados logo abaixo
da epiderme.
A perda mais significante de calor pelo corpo no frio ocorre com a imersão em água fria
ou com a exposição a baixas temperaturas do ar com ventos fortes e usando vestimenta úmida.
Na exposição ao frio a manutenção da temperatura do núcleo do corpo ocorre através de:
- decréscimo da perda de calor (vasoconstriçao periférica)
- aumento da produção de calor (tremor)
- aumento da atividade física
Em exposição prolongada ao frio, ocorre a vasodilatação induzida pelo frio para preservar
as funções nas extremidades do corpo.
A título ilustrativo a seguir cita-se algumas lesões provocadas pelo frio:
- Endurecimento dos membros;
- Pés de imersão;
- Ulceração do frio;
- Doenças no Sistema Respiratório e Reumáticas.
Além desses fatores, o frio interfere decisivamente na eficiência do trabalho e na
incidência de acidentes.
A eficiência do trabalho é afetada pela tremedeira, evidentemente também pelo
considerável volume de roupas, luvas grossas e pelas paradas freqüentes para esfregar os
membros gelados.
A ocorrência de acidentes é devida principalmente pela diminuição da sensibilidade dos
dedos das mãos e da flexibilidade das juntas, o que ocorre a uma temperatura aproximada de 15
ºC ou abaixo (temperaturas das mãos).

15.6.1 Lesões não-congelantes do frio


15.6.1.1 Hipotermia
- Redução da temperatura do núcleo do corpo abaixo de 35ºC.
- Resulta da incapacidade do corpo de repor a perda de calor para o ambiente.
- Temperaturas do ar de até 18,3ºC Temperaturas da água de até 22,2ºC.
- Como a condutividade térmica da água é cerca de 20 vezes maior do que a do ar,
ocorre mais rápido em água fria.

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15.6.1.1.1 Sinais/Sintomas
Confusão, comportamento incomum, coordenação deteriorada, fala enrolada, sonolência,
letargia, inconsciência.

15.6.1.1.2 Tempo de Sobrevivência na Água Fria


TEMPERATURA DA ÁGUA (°C) TEMPO DE SOBREVIVÊNCIA (h)
>21,11 Indefinido
21,11 a 15,56 < 12
15,56 a 10 <6
10 a 4,44 <3
4,44 a 1,67 <1½
< 1,67 <¾

15.6.1.1.3 Sinais clínicos progressivos da hipotermia


TEMPERATURA SINAIS CLÍNICOS
INTERNA (°C)
37,6 Temperatura retal “normal”
37 Temperatura oral “normal”
36 Aumento da taxa metabólica para compensar a perda de calor
35 Tremor máximo
34 Vítima consciente e respondendo com pressão sangüínea normal
33 Severa hipotermia abaixo desta temperatura
32 Consciência nublada, dificuldade de obter a pressão, pupilas
31 dilatadas, mas reagindo à luz, cessação dos tremores
30 Progressiva perda da consciência, aumento da rigidez muscular,
29 pulso e pressão difíceis de obter, decréscimo da taxa respiratória
28 Possível fibrilação ventricular com a irritabilidade miocardial
27 Cessam movimentos voluntários, pupilas não-reativa à luz, reflexos
de tendões e superfícies ausentes
26 Vítima raramente consciente
25 Fibrilação ventricular pode ocorrer espontaneamente
24 Edema pulmonar
22 Risco máximo de fibrilação muscular
21
20 Parada cardíaca
18 Vítima de hipotermia acidental mais baixa
17 Eletroencefalograma isoelétrico
9 Paciente de hipotermia induzida artificialmente mais baixo

15.6.1.2 Geladura ou Queimadura do Frio


- Resulta da prolongada exposição ao frio úmido, e ocorre no dorso das mãos pés.
- pele avermelhada, inchada e quente
- vesiculação e ulceração
- formigamento, adormecimento e dor
15.6.1.3 Perniose
Forma severa de geladura caracterizada por escaras negras no dorso das mãos e pés,
associada a dores severes.
15.6.1.4 Pé-de-Trincheira / Pé-de-Imerção
- Causada pela prolongada exposição a água fria.

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- Afeta extremidades inferiores de trabalhadores relativamente imóveis, e que se
encontram imersos em água fria.
- Estágio isquêmico (duração de vários dias):
- Área afetada se apresenta inchada, fria, adormecida e branca ou cianótica.
- Estágio hiperêmico (duração de 2-6 semanas):
- Área afetada se apresenta dolorida e formigando, e com vermelhidão, inchaço,
vesiculação e ulceração.
- Estágio pós-hiperêmico (duração de meses):
- Parestesia, prurido, dormência, sensibilidade ao frio, pele cinza-azulada ou negra.

15.6.2 Lesão congelante


15.6.2.1 Congelação (“Frostbite”)
- Congelamento localizado e irreversível do tecido, envolvendo a formação de cristais
de gelo e ruptura das células.
- Comumente atinge as áreas mais periféricas do corpo (dedos, nariz, orelhas,
bochecha)
- A pele congelada em torno de –2,2ºC
- Congelação superficial (pele e tecidos subcutâneos): pele cinza-esbranquiçada, seca e
dura, perda de sensibilidade. Reaquecimento causa dor, vermelhidão, inchaço e
vesiculação.
- Congelação profunda (pele, tecidos subcutâneos e tecidos mais profundos, incluindo
músculos e ossos): área afetada pálida, fria e sólida. Formação de vesículas
hemorrágicas profundas, ulceração e necrose. Gangrena seca seguida de auto-
amputação.

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16 UMIDADE

16.1. Avaliação Qualitativa


Laudo de Inspeção realizada no local de trabalho. {Portaria n.º 3214/78 do MTb – NR/15
– anexo n.º10, item 1}
“As atividades ou operações executadas em locais alagados, encharcados, com
umidade excessiva, capazes de produzir danos a saúde dos trabalhadores, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho”.
UMIDADE

NR – 15 –
ANEXO N° 10

LOCAIS ALAGADOS LOCAIS ENCHARCADOS

16.2. Conseqüências
As atividades executadas em locais alagados, encharcados ou com umidade
excessiva, realizadas de maneira periódica e rotineira, sem a devida proteção ao trabalho, pode
provocar danos à saúde do mesmo, tais como problemas no aparelho respiratório e reumatismo.
Sempre que possível, em locais úmidos deve ser estudada a possibilidade de
existir, permanentemente, uma ventilação mecânica ou natural, para evitar o surgimento de
fungos, bactérias e microorganismos que proliferam nestes ambientes.
Nos casos onde o trabalho necessita ser realizado em local úmido é imprescindível
a utilização de equipamentos de proteção individual, tais como:
Calça-bota em PVC com costuras eletrônica;
Jardineira com botas soldadas;
Macacão para saneamento com zíper e fechamento até a altura do peito, permitindo entrar
em áreas alagadas até a altura dos membros superiores;
Vestimenta totalmente hermética com equipamento de respiração autônoma ou com ar
mandado.
Cada equipamento (E.P.I), obviamente, deve ser compatibilizado com as exigências do
método do trabalho, para obtenção da proteção contra a umidade e também o resultado esperado
de desempenho da produção.

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17 AVALIAÇÕES E MEDIÇÕES
Pode ser distinguida duas modalidades de medições: monitoramento de gases e medições
de grandezas físicas.

17.1. Monitoração de gases no ambiente


A monitoração de gases é uma operação de determinação, com aparelhos especiais, dos
níveis ou taxas de gases existentes no ar, a fim de que se possa verificar se os mesmos se acham
abaixo ou acima dos limites estabelecidos por lei ou recomendados em normas consagradas. Se
estiverem acima desses limites, providências devem ser tomadas.
Em alguns casos, a medição dos teores gasosos é realizada no recinto ou local onde
existem pessoas trabalhando nas proximidades do equipamento ou instalação que provoca a
poluição. Em outros, pretende-se conhecer os níveis de gases, particulados e vapores
externamente às edificações industriais, nas saídas de chaminés, nos limites da área industrial ou
fora dela, para uma avaliação dos riscos a que os empregados na indústria ou os moradores e a
população em áreas vizinhas possam vir a estar sujeitas.
Na medição de gases são utilizados diversos instrumentos dentre eles podemos destacar:
Higro-Termo-Anemômetro, Analisadores de Combustão, Analisadores de Chaminés (Stack
Meter), Analisador de Gases Tóxicos, Medidor de IBUTG, Termômetros, Bombas
Bravimétricas, Bomba para Tubos Colorimétricos, Amostradores para Particulados, etc...

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18 EXERCÍCIOS

1. Uma serralheria consome em soldas elétricas cerca de 40kg de eletrodos por dia de 8h de
trabalho. Calcular as condições mínimas de ventilação a serem adotadas para o recinto.

2. Calcular a ventilação geral diluidora (por exaustão) a ser adotada numa fundição cuja
capacidade é de 1t de ferro cinzento a cada 8h.

3. Dimensionar as aberturas para a ventilação natural por termossifão do pavilhão de uma aciaria
(Aços Piratini S.A.), cujas características são:
- entradas de ar pela parte inferior, por venezianas, com 70% de área livre;
- saídas de ar na parte superior por lenternins venezianados, com 70% de área livre;
- dimensões do pavilhão:
- comprimento, 163m
- largura, 107m
- altura média, 26m
- volume do ambiente, Va = 453.500 m3
- desnível centro a centro entre as venezianas inferiores e as venezianas dos lanternins
superiores, 28,6m;
- carga elétrica global do ambiente, incluindo insolação, ocupantes, iluminação e
equipamentos, 50.240.000 kJ/h (12.000.000 kcal/h).
-

3. Projetar um sistema de ventilação natural por termossifão para uma fábrica de calçados, cujas
características são:
- pavilhão industrial de 70 X 30 m, pé-direito de 6m até o forro, cobertura de telhas metálicas em
duas águas com 15° de inclinação, lenternim central duplo com proteção contra chuva de vento;
- os comprimentos 70 m das laterais podem ser utilizados na proporção de 80% para a colocação
de janelas tipo basculante com 50% de área livre para a entrada do ar de ventilação;
- como proteção contra a insolação da cobertura será usado forro simples, a fim de garantir
perfeito sombreamento da área de trabalho;
- rasgos no forro permitirão a circulação adequada de ar de ventilação junto às telhas, para
garantir o arrasto de grande parte do calor de insolação que incide sobre a cobertura (> 90%);
- carga térmica do ambiente constituída, além da carga térmica residual de insolação da
cobertura, que arbitraremos com segurança em 43 kJ/h • m2 (10 kJ/h • m2 ), pelas seguintes fontes
de calor:
Equipamentos:
- estufas de 80 kW com 10% de utilização = 28.800 kJ/h (6.880 kcal/h);
- estufas de 60 kW com 100% de utilização = 216.000 kJ/h (51.600 kcal/h);
- motores, total de 250 kW com 80% de utilização = 720.000 kJ/h (172.000 kcal/h);
- total, 964.800 kJ/h
(230.480 kcal/h);
Iluminação:
- 20 W/ m2 – 72 X 2.100 –
151.200 hJ/h (36.120
kcal/h);
Pessoas em atividade
média:
(400) – 400 X 420 =
168.000 kJ/h (40.000
kcal/h)

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4. Temos um pavilhão industrial (figura acima) de uma metalúrgica onde o calor é muito intenso
no Verão, devido a irradiação solar e a produção de calor interno na fábrica. Desta forma pede-se
para calcular a carga térmica das principais fontes, ou seja, devido a insolação e a dissipada pelos
equipamentos, que são os seguintes: Diversos motores elétricos, cuja a potência total é de 700
Cv, Além de iluminação e outros equipamentos elétricos que totalizam 80 KW. No pavilhão
ainda possui dois fornos à gás, que apresentam um consumo unitário de 50 Kg /h. Dimensione a
área de abertura necessária para a ventilação visando manter o ar no interior no máximo a 5oC
superior ao ambiente externo.

5. Projetar a instalação de ventilação do conjunto de escritório esquematizado na figura a seguir.


Trata-se de 100 m2 de escritórios esquematizados, com pé-direito de 3,6 (360 m2).

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800 m3/h

2,0 m
1.100
3
3
3600 m /h

3,0 m 2,0 m
2,0 m

850 m3/h
1,0 m

850 m3/h

6. Dimensione a rede de dutos de um sistema de ventilação, que apresenta a distribuição e o lay-


out acima, e alimenta um conjunto de escritórios.

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7. Selecionar os ciclones para separação de partículas de madeira de um sistema de
ventilação local exaustora cujas características que interessam são:
Vs = 3 m3 /s
Ym = 1.600 kgf/ m3 ;
d µm ≥ 20.

8. Selecionar o tipo de coletor mais indicado para a separação de poeiras industriais, efluentes
de um forno de calcinação, cuja concentração é de 15g m3, com uma granulometria média de
9 µ m.

9. Numa esteira transportadora de cereal (arroz) estão instaladas três campânulas, num total de
aberturas de 0,1 m2 em cada uma, de acordo com o esquema da figura a seguir. Dimensionar os
sistema de ventilação
local exaustora
correspondente, com
separação dos pós por
ciclone, uma
eficiência mínima de
85%.
Dados:
- Ym = 1.600 kgf/ m3 ;
- Granulometria:
20 µ m., 85%,
30 µ m., 85%,
40 µ m., 85%,

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10. Projetar um sistema de ventilação local exaustora para quatro banhos de 1,5x1,0 m de
superfície, destinado ao tratamento de chapas metálicas, com separação de gases e vapores por
um coletor úmido tipo orifício, obedecendo às dimensões mostradas na figura a seguir.

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11. Projetar um sistema de exaustão para um fogão de 2 X 1,2 m, localizado no centro de uma
cozinha de 8 x 8 5 m.

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12. Projetar o sistema de ventilação por exaustão para uma pequena cabine de pintura cujas
dimensões constam das figuras a seguir.

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13. Segundo a NR 15, em seu anexo 3, a exposição ao calor deve ser avaliada através do Índice
de Bulbo Úmido – termômetro de Globo (IBUTG). Um grupo de trabalhadores se expõe, durante
a jornada de trabalho, a ciclos de trabalho em local protegido e sem carga solar, conforme
expresso na tabela a seguir.

Assim, pede-se para calcular o IBUTG.

14. Numa empresa que trabalha com microfusão de metais, segundo levantamento e
medições realizadas, constatou-se que um grupo de trabalhadores realiza as atividades a seguir
especificadas, com sua duração e valor das temperaturas:
• Vazamento de metais (5 minutos por hora):
Tg = 68,0 oC;
Tbs = 42,5 oC;
Tbn = 26,4 oC;
• Outras atividades dentro do pavilhão (20 minutos por hora):
Tg = 37,1 oC;
Tbs = 31,2 oC;
Tbn = 22,6 oC;
• Outras atividades à sombra em outro local (o restante do tempo):
Tg = 26,1 oC;
Tbs = 24,1 oC;
Tbn = 16,9 oC;
Calcular o IBUTG e o metabolismo e realizar avaliação e análise da situação segundo ao
que estabalece a NR-15.

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