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DIFERENCIAÇÃ O PEDAGÓ GICA E ISEC

INDIVIDUALIZAÇÃ O DO ENSINO Turm


a2

O ESPAÇO AO SERVIÇO DO DESENVOLVIMENTO E DA

APRENDIZAGEM

Marisa Paula, Maria Aurora, Célia Conrado Abril 2010


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INDIVIDUALIZAÇÃ O DO ENSINO Turma 2

INDICE

1. INTRODUÇÃ0........................................................................................................................3

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................................6

3. METODOLOGIA.....................................................................................................................9

4. REFLEXÃO...........................................................................................................................22

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................25

6. ANEXOS..............................................................................................................................27
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Célia Conrado
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É A UTOPIA QUE CONTINUAMOS A PERSEGUIR

E É ESTE MOVIMENTO INCESSANTE DE MUDANÇA,

DE AVANÇOS E RECUOS, QUE DÁ SENTIDO E ENCANTO

À NOSSA PROFISSÃO.
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1. INTRODUÇÃ0

Qualquer escola pretende proporcionar às crianças formas e meios de


aprendizagem, para que esta faça do seu dia-a-dia uma constante descoberta
de capacidades e motivações, capazes de a levarem sempre mais além no seu
conhecimento.

A criança é, desde que nasce, um ser activo. Age sobre si mesma e sobre os
objectos. Neste âmbito temos o currículo High-Scope que se situa numa
perspectiva desenvolvimentista iniciada por David Weikart, psicólogo
americano. Trata-se de um modelo piagetiano de orientação cognitivista e
construtivista visando a exploração e manipulação de novas experiências.
Piaget apresenta a criança como um ser que vai construindo o seu
desenvolvimento cognitivo através da acção sobre as coisas. É a criança que
vai transformar as explorações em aprendizagens significativas. O espaço é,
segundo o currículo High-Scope, um meio fundamental de aprendizagem. A
acção directa sobre os objectos, a reflexão sobre as acções, a motivação
intrínseca e o espírito de experimentação são, pode-se dizer, os pilares em que
esta pedagogia assenta, tendo pois, como cerne, a aprendizagem activa. A
importância que se dá a este tipo de currículo, pode ser reforçado pala citação
“As crianças aprendem muito melhor num ambiente estimulante mas
organizado, no qual podem fazer as escolhas e agir sobre elas.” (HOHMAN,
BANET Weikart, A Criança em Acção).
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Acreditando, pois, tal como o Currículo High-Scope, que o desenvolvimento e o


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conhecimento vão sendo construídos pelo sujeito a partir das interacções entre
ele próprio e o meio/ mundo que o rodeia (objectos e pessoas), parece
pertinente a preocupação de uma organização do espaço da sala de
actividades, proporcionadora de escolhas, potencialidade e geradoras de
oportunidades de aprendizagem natural. A sala deve ser dividida por áreas de
interesse bem identificadas, flexíveis para que a criança possa usá-las de

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maneiras diferentes, com materiais que reflictam o nível de desenvolvimento,
interesse e cultura das crianças, capazes de valorizar a experimentação, a
reflexão, a autonomia e a cooperação, permitindo à criança descobrir formas
alternativas de os usar e jogar com eles. A organização do espaço deve ser
pensada e feita de forma a permitir as interacções sociais e as acções sobre os
objectos.

Pretende-se com este trabalho reforçar a importância que a organização do


espaço na sala de actividades tem para o desenvolvimento da criança e para o
seu percurso no processo de aprendizagem. Deve-se envolver a criança nesta
organização do espaço, para fomentar o espírito de trabalho em equipa,
permitindo que façam as escolhas, a tomar decisões e a estimula-las a
conversarem e a ajudarem-se umas às outras.

Preparar um espaço para que todas as crianças possam construir e desfrutar


de um ambiente de aprendizagens activas, em que é a criança que descobre,
actua, manipula e experimenta, garantindo a igualdade de oportunidades e
tentando responder aos interesses e necessidades de cada uma, é o propósito
deste trabalho. O espaço estará, pois, ao serviço da aprendizagem.

“ O conhecimento não emerge dos objectos ou da criança, mas interacções


que se estabelecem entre acriança e esses objectos” (PIAGET, 1969).

Este trabalho tem a ele inerentes objectivos estreitamente ligados aos


princípios de Perrenoud. Assim, passa-se a explicitar:

 Pretende-se promover uma pedagogia activa, com significado para a


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criança, sendo através das experiências e motivações que ela poderá


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ser protagonista nos seus próprios projectos e aprendizagem;

 Vai-se valorizar o que o aluno já sabe e domina, dando assim


oportunidades de sucesso a todas as crianças, tendo sempre presente
níveis de desenvolvimento diferenciado;

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 Descobrir e investir em formas facilitadoras de aprendizagem, tendo
como principio a existência de diferentes ritmos de trabalho;

 Apostar numa avaliação formativa e formadora, com reorganização e


reformulação das práticas, dos planos de trabalho e de planos de
intervenção;

 Diferenciar e diversificar as práticas de ensino, de forma a ir ao encontro


das necessidades e capacidades de todas as crianças.

 Colocar a avaliação ao serviço da aprendizagem.

Depois de se ter feito uma pequena introdução ao que se pretende com


este trabalho, pondo em relevo alguns conceitos, teorias e currículos que de
alguma forma se achou como uma boa base para sustento teórico,
definiram-se os objectivos. Continuar-se-á coma fundamentação tórica
sobre como é que se aprende e avalia na sala de aula, tendo em conta uma
pedagogia diferenciada. Será apresentada a metodologia a seguir, e, como
resultado deste trabalho, será feita uma reflexão.

Entendemos ainda que este trabalho contribuiu positivamente para os que o


desenvolveram, Educadores actuantes e participantes com vontade de
mudança e de alcançar a utopia.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para a criança, espaço é o que ela sente, o que vê e o que faz nele. O espaço
é em cima, em baixo, é tocar ou não chegar a tocar. (ENRICO BATTINI, apud
FORNEIRO, 1998).

O espaço da sala reflecte o que se pensa sobre a criança e o que se pensa do


seu processo educativo. É tarefa de educador torná-lo um espaço desafiador,
com ofertas de actividades que propiciem aprendizagens significativas, de
forma lúdica, não esquecendo nunca as especificidades do alvo a que se
dirige.

O educador ao ser sensível à diversidade dos alunos com que trabalha, tem
consciência e acredita que essa diversidade é um potencial a explorar. Serão
as diferenças, interesses, saberes e problemas das crianças, que vão dar ao
educador a necessidade de uma variedade de estratégias e meios para melhor
desenvolver a sua actividade; a atitude reflexiva e crítica sobre o processo
ensino/ aprendizagem opõem-se à chamada por Paulo Freire de “educação
bancária”.

O professor ao questionar-se sobre as suas práticas numa dialéctica de


reflexão-acção-reflexão contínua e sistemática, esta a desencadear um
processo dinâmico, motivador e inovador.
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Pá gina

Pode-se dizer que a diferenciação que inclui, é aquela que parte da


diversidade, planificando e actuando em função de um grupo heterogéneo, com
vivências, ritmos de trabalho e níveis de desenvolvimento diferentes; é aquela
em que se criam situações de verdadeira aprendizagem cooperativa,
responsável e responsabilizante, em que se aprende no e com o grupo, de
forma a implicar a criança na construção do saber. Assim, tem-se um clima de
igualdade e oportunidades para cada um e para o grupo.
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Quando se fala no Movimento da Escola Moderna, seguidor das teorias de
Freinet, tem-se, necessariamente, de se falar em autonomia, em diferenciação,
em diversidade e em cooperação. A criança é autor da sua aprendizagem, mas
também parceiro do educador e dos seus pares. Estes princípios são também
defendidos por outros autores, como Perrenoud (1997), quando diz que
diferenciar significa:

Romper com a pedagogia magistral - a mesma lição, os mesmos


exercícios para todos ao mesmo tempo – pôr em funcionamento uma
organização de trabalho que integre dispositivos didácticos de forma
a colocar cada aluno perante a situação mais favorável.

Para Perrenoud é fundamental que se assegure ao aluno a possibilidade de


progredir consoante o seu ritmo na situação de aprendizagem mais favorável
para ele.

Sérgio Niza (1996,1997,1998,200) defende que só a partir de uma pedagogia


diferenciada centrada na cooperação entre professor e os alunos e destes
entre si, se poderão pôr em prática os princípios da inclusão, da integração e
da participação democrática.

A diversidade dos alunos que frequentam a escola exige diversidade de


respostas no processo de ensino/aprendizagem. Cada aluno tem
características próprias. Cada criança revela interesses e necessidades
diferentes; cada criança traz consigo uma herança de experiências e traços do
meio em que vive. Há que fazer uso de toda esta realidade “multicolor” para um
ensino de qualidade e globalizado.
7Pá gina

A negociação entre educador / alunos, é uma das formas de responsabilizar


todos os intervenientes deste processo. As regras devem ser bem definidas
desde o início do ano, podendo ser uma boa estratégia discutir com eles
“prémios” ou “penalidades”.

Uma reflexão sistemática feita em conjunto, crianças e educador, bem como


uma constante interacção e cooperação entre estes dois intervenientes no

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processo de ensino/aprendizagem, ajudarão a regular este binómio, estando
sempre flexível à reformulação, para se introduzir e eliminar o que se achar
melhor para uma adequação á situação ou momento que se vive na escola.
Um outro momento de reflexão será a avaliação. Avaliação do processo e do
produto. Abrir-se-ão novos caminhos ou apenas se continuará o que
anteriormente fora traçado.

A avaliação deverá ser sistemática e contínua. É importante que haja


interacção entre a auto e hetero–avaliação, pois assim a criança tomará
consciência daquilo que cada um já sabe e daquilo que tem de trabalhar
melhor; a avaliação não pode surgir como uma forma de classificar, discriminar,
seleccionar ou penalizar, mas antes como uma forma de ajudar a criança e o
educador a direccionarem a aprendizagem e o ensino no sentido de tomar
decisões e de encontrar respostas para as necessidades e dificuldades que se
encontrem. Assim, a avaliação será formativa e formadora, assumindo o papel
de regulação do ensino.

Formativa na medida em que ajuda a que o ensino se adeque às diferenças


individuais; apesar de considerar os resultados da aprendizagem, vai incidir
preferencialmente sobre os processos desenvolvidos pelo aluno face às tarefas
propostas; quando permite ao aluno compreendê-la e utiliza-la como
reguladora da sua aprendizagem. É interna ao processo de ensino/
aprendizagem.

Formadora, na medida em que a auto e hetero-avaliação, ou seja, a interacção


crítica consigo, com os outros, vai permitir à criança construir e reconstruir o
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seu percurso de aprendizagem. O aluno torna-se protagonista da sua


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aprendizagem.

Quanto melhor o educador conhecer as crianças com que vai trabalhar, melhor
poderá adequar as estratégias e os meios para uma diferenciação, atendendo
à diversidade com que irá lidar na sua sala de actividades.

“Diz-me e eu esquecerei,

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Ensina-me e eu lembrar-me-ei,

Envolve-me e eu aprenderei.”

Provérbio Chinês

3. METODOLOGIA

No início do ano, faz-se a proposta ao grupo de estruturar o espaço da sala de


acordo com o tema que iria ser trabalhado: as profissões.

Assim sendo, surge a necessidade de organizar várias áreas representativas


de algumas profissões e actividades e materiais a ela associadas.

As crianças sugeriram trazer de casa alguns objectos e brinquedos para


enriquecer os materiais das áreas. Assim, pediu-se a colaboração das famílias
para que, de alguma forma, participassem neste projecto.

Foram delineadas as áreas a escolher através de um questionário; o resultado


foi:

 Área das actividades plásticas


 Área da casinha
 Área da ludoteca
 Área dos blocos e construções
 Área da garagem

Perante a escolha feita, tínhamos ainda outras sugestões tais como: área da
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Pá gina

mercearia e área da saúde (que nos pareceu podermos acrescentar depois à


área da casinha, dando continuidade e, por outro lado, seria a forma de manter
estas actividades próximas umas das outras); assim, propusemos que estas
fossem depois acrescentadas de acordo com os materiais que
conseguíssemos e que estivessem com eles relacionados. Uma outra
sugestão, foi a área da natureza, esta foi feita por uma criança cujo pai é
biólogo e que se oferecera já a vir à escola organizar esta área.
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Desta forma, poder-se-ão associar estas áreas a diferentes profissões. Em
conjunto definiu-se que:

 A área das actividades plásticas incluiria, para além das várias


actividades neste âmbito, a pintura. Assim, poderíamos trabalhar várias
actividades profissionais, de onde destacámos o Pintor e o Decorador;
 A área da casinha, seria óptima para representar os trabalhos de uma
dona de casa, ou de qualquer Doméstica. Associando a esta a
mercearia, teríamos o papel de Vendedor; e ainda com a área da
saúde, representaríamos a profissão de Médico e de Enfermeiro;
 A ludoteca seria onde o papel de Bibliotecário estaria em evidência;
 A área dos blocos e das construções seria um local óptimo para
experimentarem a profissão de Construtor, de Pedreiro, e de Cientista
experimentador e criador;
 Na área da garagem, seria onde o Mecânico e o Condutor poderiam
“trabalhar”;
 A área da natureza, seria o sítio ideal para actividades e experiências
ligadas ao Jardineiro e ao Biólogo.

Todas estas áreas foram escolhidas pelas crianças, e, como podemos ver,
todas elas potenciadoras de inúmeras actividades profissionais, o que vai
permitir “alimentar” a actividade no dia-a-dia de diversidade e orientada para a
inclusão.

Descobrir o que cada criança é capaz de fazer no espaço que ajudou a


organizar, será um dos grandes desafios do educador e delas próprias; poderá
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ser uma forma de descobrir quais as áreas mais procuradas e, se de alguma


Pá gina

forma, essa procura estará relacionada com hábitos, gostos, sonhos,


apetências... (grelhas de observação poderão ser um bom instrumento de
avaliação a utilizar). Poderá ser uma forma do educador mais depressa se
aproximar das crianças, agora conhecedor das suas preferências ou
habilidades...

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Em grupo, concluiu-se que para este projecto prosseguir, era importante
estabelecer etapas. Partiu-se para a elaboração de uma lista de verificação,
onde cada criança iria registar se trouxe os materiais que ficou de trazer, e
outra para registar a participação diária neste projecto.

Decidiu-se também que depois de organizadas as áreas, se iria convidar o Pai


da criança que se ofereceu para desenvolver algo relacionado com a sua
actividade profissional: biólogo. Assim, passaríamos a ter também a área da
natureza, não necessitando de dispor de muito espaço para tal, podendo
aproveitar o parapeito da janela da sala que é bastante largo e comprido.
Assim, podíamos prosseguir com o nosso plano.

O trabalho que se segue tem como destinatários crianças de 5 anos.


Desenvolve-se no primeiro trimestre.

No início da semana, o educador planifica com as crianças o trabalho a


desenvolver durante esses dias. O tema proposto será “As profissões”,
explicando-lhes a pertinência face à necessidade de organizarem a sua sala de
actividades. Assim poderiam retratar várias actividades associadas às
profissões. No que se refere a aprendizagem das diferenças e diferentes
profissões, estabelecemos um fio condutor que nos pudesse orientar para a
diversificação dos trabalhos que poderíamos explorar nas diferentes áreas.

MOMENTO DA HISTÓRIA

DESTINATÁRIOS: crianças de 5 anos.


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INTERVENIENTES: crianças e educador.


Pá gina

MOMENTO: momento de grande grupo. Início da semana

ESTRATÉGIA:

Inicialmente decidimos por escolher uma história infantil, visto que nos oferece
variadas possibilidades de acção, pois desenvolvem o imaginário das crianças,

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aguçam a sua curiosidade, possibilitam o estabelecimento de relações entre o
imaginário e a vida e possuem vários conceitos como orientadores do tema.

A escolha recaiu sobre a história “ Bob o construtor”. Tal escolha foi feita pelas
próprias crianças, tendo conhecimento do tema que estávamos a tratar.

Foi em momento de grande grupo que o educador iniciou a actividade.


Escolhida a história, o momento é de silêncio. O educador conta a história,
fazendo pausas e adaptando a entoação ao texto que lê.

No final, depois de perguntar se gostaram mostra as imagens às crianças; as


questões destes vão surgindo, e o educador aproveita para colocar também ele
algumas questões de interpretação. Pretende com isto, não somente verificar a
atenção e compreensão da história por parte das crianças, como proporcionar
um momento de expressão oral; o educador não solicita a uma criança em
específico - dá sim espaço para que estas participem livremente, auto
corrigindo-se ou, por conflito entre elas, se hetero corrijam.

O educador vai indagar sobre quem conhece esta personagem: a história partiu
do interesse de algumas crianças, uma vez que se trata de uma personagem
principal de uma serie animada infantil. Propõe agora que cantem juntos e
ensinem a que não sabe a canção do “Bob o construtor”.

Chega agora o momento oportuno para trocarem impressões sobre as várias


profissões que conhecem; é então pedido para cada criança contar a todos
qual a actividade profissional dos pais (ou qualquer outro familiar com quem
viva) – tem-se aqui a preocupação de ter em conta a realidade de cada uma,
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bem como os conhecimentos já adquiridos por cada criança. O momento é rico


em exteriorizações, expressão oral e em troca de saberes.
Pá gina

O educador, pergunta então ao grupo o que gostariam de fazer agora, depois


de terem ouvido e trabalhado a história. Muitas sugestões poderiam surgir.
Cabe agora ao educador orientar de forma a que, aproveitando as sugestões e
respeitando o interesse das várias crianças, todos consigam consolidar alguns
dos conhecimentos vinculados por todos; não será tão importante se é um

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desenho, uma pintura, uma dramatização ou simplesmente um momento de
“faz de conta”; importante sim é que a criança se sinta livre, motivada e feliz por
poder aprender.

Outros exemplos de actividades

Área de Formação Pessoal e Social:

 Participação dos pais


 Participação activa do grupo
 Organização e exploração do espaço educativo
 Cartazes temáticos de cada profissão
 Canções
 Cumprimento de tarefas individuais ou de grupo

Área de Expressão e Comunicação:

 Dramatização
 Actividades com materiais de desperdício
 Técnicas de pintura com diversos materiais
 Actividades livres, individuais e em grupo
 Desenho, recorte e colagem
 Jogos de mímica
 Jogos de espelho (observar um desenho e depois reproduzi-lo)
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Área do Conhecimento do Mundo:

 Manusear diferentes materiais tais como: terra, barro, flores,


tecidos, embalagens, etc.
 Actividades livres, individuais e colectivas

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DRAMATIZAÇÃO DE ALGUMAS PROFISSÕES

O conhecimento do mundo que rodeia a criança é fundamental á construção de


saberes básicos congregados á vida em sociedade. As profissões e o papel
social de cada ofício, são conceitos que crianças em idade pré-escolar devem
adquirir na construção plena da sua cidadania. Esta actividade, inserindo-se na
área do Conhecimento do Mundo, pretende abrir o diálogo sobre esta temática.
Depois de acolher as crianças do grupo, discutimos sobre as diferentes
profissões e a sua importância. Cada criança disse a profissão dos seus pais,
familiares e amigos, descrevendo a sua importância. Depois de terminada esta
primeira aprendizagem, distribui-se várias actividades, com o intuito de
proporcionar ao grupo momentos de dramatização, estimulando a criatividade e
organizando espaços e materiais proporcionadores do jogo simbólico.

DESTINATÁRIOS: CRIANÇAS DE 5 ANOS.

INTERVENIENTES: CRIANÇAS E FAMILIARES.

MOMENTO: MANHÃ EM GRANDE GRUPO

ESTRATÉGIA:

A participação da família no Projecto Curricular de Turma assegurou que se


utilizassem as sugestões destes para melhorar e enriquecer a prática do
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educador. Assim, foi feita uma tabela para cada família marcar a apresentação
Pá gina

e dramatização da profissão escolhida; essa escolha seria livre; este trabalho


poderia ser preparado em casa, e apresentado na escola pela criança sozinha,
ou acompanhada por um familiar.

No dia marcado, a criança apresentaria a actividade profissional, preparada


com a família para todos os presentes na sala; ficaria de trazer o material e
roupas de apoio à sua dramatização da profissão escolhida.
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Outros exemplos de actividades

Área de Formação pessoal e Social:

 Dramatização: médico, professor, mecânico, etc


 Tabelas de: preferências, de responsabilidades
 Tomar consciência de si e do outr0
 Atribuir valor a comportamentos e atitudes suas e do outro
 Agir em conjunto e relacionar se com os outros
 Conhecer, reconhecer e diferenciar modos de agir

Área de Expressão e Comunicação:

 Teatro de sombras
 Teatro de fantoches
 Construir fantoches e sombras para especificar determinada
profissão
 Utilizar diferentes formas de mimar e dramatizar através do corpo
e da voz
 Dialogar com as crianças sobre o material necessário e como
adaptá-lo e transformar para recrear ou criar qualquer situação
 Actividades com materiais de desperdício (recolha de materiais
pela comunidade educativa
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 Técnicas de pintura com diversos materiais


Pá gina

 Representar graficamente as vivências individuais ou em grupo


 Possibilitar a planificação conjunta da forma como devem realizar
as actividades
 Desenvolver a imaginação e as possibilidades de expressão

Área do Conhecimento do Mundo:

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 Despertar a curiosidade e o desejo de saber, promover situações
de descoberta
 Promover actividades que se relacionem com domínios do
conhecimento: humano, biologia, geografia, etc.
 Realizar registos de histórias
 Ordenar imagens

REGISTO DAS ÁREAS ESCOLHIDAS PELAS CRIANÇAS

Segundo Vygotsky: “o ser humano cresce num ambiente social e a interacção


com outras pessoas é essencial ao seu desenvolvimento”. (apud DAVIS e
OLIVEIRA, 1993, p. 56). Portanto um ambiente estimulante para a criança é
aquele em que ela se sente segura e ao mesmo tempo desafiada, onde ela
sinta o prazer de pertencer à aquele ambiente e se identifique com o mesmo e
principalmente um ambiente em que ela possa estabelecer relações entre os
pares. Um ambiente que permite que o educador perceba a maneira como a
criança transpõe a sua realidade, seus anseios, suas fantasias.

DESTINATÁRIOS: CRIANÇAS DE 5 ANOS.

INTERVENIENTES: CRIANÇAS E FAMILIARES.

MOMENTO: MANHÃ EM GRANDE GRUPO

ESTRATÉGIA:
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Pá gina

Por questionário, foram identificadas algumas áreas com preferenciais para as


crianças; estas tinham consciência que não seriam espaços estanques e, que a
qualquer momento poderiam ser alteradas, ou até anuladas e trocadas por
outras.

As áreas escolhidas foram:

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Área da casinha
Área de actividades plásticas
Área da ludoteca
Área dos blocos e construções
Área da garagem

Chegou a altura de começar a preparar a identificação das várias áreas no


espaço da sala; juntos programam quais os espaços melhores para as áreas.
O educador sugere que as crianças se organizem em grupos, para que cada
grupo ilustre uma das áreas. É dado a escolher pelas crianças a área que
desejam “enfeitar” com a ilustração feita por eles. Os grupos são organizados
pelas preferências e interesses das crianças.

No fim, cada grupo, com a ilustração terminada vai identificar a área que
escolheu.

Outras sugestões de actividades:

Área de Formação Pessoal e Social:

 Tabelas de responsabilidades
 Recolha de materiais
 Arrumação e organização dos materiais das diferentes áreas
 Actividades de solidariedade
 Cumprimento de tarefas individuais ou de pequeno grupo
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 Relacionamento com os adultos


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 Arrumar a sala e respectivas áreas

Área da Expressão e Comunicação:

 Técnicas de pintura com diversos materiais


 Actividades livres, individuais e de pequenos grupos

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 Canções, poesias, lengalengas e músicas
 Fazer conjuntos com materiais: cor, textura, material e forma
 Efectuar seriações e classificações
 Jogos com conjuntos, comparação entre eles, tendo em atenção
o nº de elementos
 Ordenar imagens
 Identificar e descodificar os trabalhos realizados pelas crianças
 Contar histórias recorrendo a imagens, objectos e sons

Área do Conhecimento do Mundo:

 Envolvimento da comunidade educativa


 Manusear diferentes materiais: livros, símbolos, vestuário,
objectos, utensílios, etc.
 Efectuar visitas de estudos em locais em que estejam presentes
diferentes profissões

RECOLHA DE MATERIAIS E ORGANIZAÇÃO DOS MESMOS POR ÁREAS


DE INTERESSE

DESTINATÁRIOS: CRIANÇAS DE 5 ANOS.


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INTERVENIENTES: CRIANÇAS E FAMILIARES.


Pá gina

MOMENTO: MANHÃ EM GRANDE GRUPO

ESTRATÉGIA:

A ideia de recolha de materiais surgiu de forma espontânea, foi crescendo


através da necessidade de concretizarmos a actividade de, organização da
sala em áreas. A lista de materiais que as crianças poderiam trazer de suas

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casas foi crescendo e diversificando-se à medida que todos queriam equipar as
suas áreas de preferência. O educador sugeriu então que os materiais que
cada um trouxesse não fossem exclusivamente referentes à sua área, mas que
pudessem partilhar com todos, uma vez que as áreas seriam para todos
explorarem. Aproveitou para sensibilizar o grupo para valores como a
cooperação, partilha e solidariedade. A participação dos pais, familiares e
amigos foi fundamental, todos colaboraram com brinquedos, objectos e
materiais de desperdício.

Deu-se continuidade a esta actividade quando se organizaram os materiais nas


várias áreas: seleccionaram-se os materiais, fez-se a correspondência a cada
área; verificou-se quem ficou de trazer o quê e quem trouxe; distribuíram-se
funções a cada criança, responsabilizando-as e elas responsabilizando-se por
tarefas diversificadas.

Outras sugestões de actividades:

Área da Formação Pessoal e Social

 Agir em conjunto e relacionar-se com os outros


 Valorizar, escutar, estimular e encorajar as suas iniciativas
 Promover uma organização social participada
 Promover oportunidades de escolha e de responsabilização
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Pá gina

Área de Expressão e Comunicação

 Saber recrear experiências da vida quotidiana e situações


imaginárias
 Utilizar materiais, que ofereçam possibilidades do “faz de conta”
 Criar outras formas de expressão e comunicação

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 Representar graficamente as vivencias individuais ou de grupo
 Responsabilizar as crianças pelo material colectivo
 Desenvolver tarefas várias ligadas a conceitos matemáticos
como: seriação, correspondência termo a termo, classificação…

NEGOCIAÇÃO DE REGRAS

DESTINATÁRIOS: CRIANÇAS DE 5 ANOS.

INTERVENIENTES: CRIANÇAS E FAMILIARES.

MOMENTO: MANHÃ EM GRANDE GRUPO e em pequenos grupos.

ESTRATÉGIA:

Com as áreas definidas e organizadas, chegou o momento de estabelecer


regras para a utilização das mesmas. O educador parte de um jogo de
movimento, em que existem dois veículos a circularem numa estrada (circuito
marcado por si num espaço exterior à sala).

No momento da partida, ir-se-á verificar que um dos veículos teve que alterar a
rota para não colidir com o outro veículo. O educador aproveita então a
situação para que sejam as próprias crianças a reconhecerem a importância de
regras na utilização de qualquer espaço. O grupo volta para a sala e em
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pequenos grupos vão escolher uma regra que achem importante para a
Pá gina

utilização das áreas. O educador vai registando o que cada grupo diz, pedindo
para explicarem o que se pretende com a regra. É depois feita para cada área
uma pequena tabela de utilização, bem como elementos referenciadores do
número de crianças que poderão partilhar a mesma área simultaneamente.

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JORNAL DE SALA

Com o espaço organizado, identificado, apetrechado e vivenciado (em


actividades diversas próprias de uma sala de pré-escolar e frequentada por
crianças de 5 anos), o educador transmite às crianças o seu desejo de fazerem
em conjunto um jornal de sala, onde iriam colocar aquilo que fizeram durante a
semana, e referir também o que mais gostaram de fazer e o que cada um
menos gostou. Foi posto em discussão qual a base que serviria para o jornal; a
decisão indicou uma grande tira de papel cenário, que o educador colou na
parede ao nível do olhar das crianças. Aqui cada uma iria desenhar ou pintar o
que transmitisse aquilo que pensava sobre cada item: que fizemos; o que
mais gostei; o que menos gostei.

Os instrumentos de avaliação (questionários, grelha de observação, lista de


verificação, registo de incidentes críticos…) serão agora complementados com
este trabalho. A auto e hetero avaliação, em grande grupo, será mais um
elemento de avaliação a juntar a estes.

Inúmeras são as actividades que se poderão fazer à luz deste tema; inúmeras
são também as capacidades e potencialidades das crianças com que se
trabalha; igualmente também deverão ser ilimitadas as formas, ideias,
estratégias e sonhos que o educador deverá ter para melhor diversificar a sua
prática e mais perto chegar ás crianças com que trabalha. Aqui ficaram apenas
algumas ideias em que a cooperação, a autonomia, a liberdade de escolha e
de expressão são fios condutores de uma aprendizagem activa e partilhada, e
21

de uma pedagogia interactiva, em que não se diz o que nem como fazer, mas
Pá gina

em que se põe a criança a fazer.

A avaliação e a aprendizagem estarão permanentemente interligadas e será


uma forma do educador utilizar os dados recolhidos pelos vários instrumentos
para poder regular a sua prática e obter e promover melhores resultados.

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4. REFLEXÃO

É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo


e as pessoas, transformando-o no pano de fundo onde se enquadram as suas
emoções. É esta qualidade do espaço físico que este se transforma num
ambiente onde se potencia o desenvolvimento integral da criança, propondo
novas habilidades e competências sejam elas motoras, cognitivas ou afectivas.

Cria-se oportunidades para a criança andar, saltar, subir, descer, através de


várias tentativas, assim a criança vai aprendendo a controlar o seu próprio
corpo, num ambiente que estimule todos os seus sentidos.

A criança que vive num ambiente construído para ela e por ela vivência
experiencias, emoções, interacções e aprendizagens que desenvolverão a sua
maneira de pensar, bem como a maneira como vive a sua relação com o
mundo, criando uma sensação de segurança e confiança, indispensável para a
sua estabilidade emociona.
22

As aprendizagens que ocorrem dentro dos espaços disponíveis ou ao alcance


Pá gina

da criança, são fundamentais para a construção e desenvolvimento da sua


autonomia, sendo a criança parceira na construção do seu saber. Saber este
que é potenciado em cada momento em que a criança tem a possibilidade de
poder explorar os espaços construídos por e para ela.

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A criança aprende a escolher e a tomar decisões, responsabilizando-se pelas
suas opções, contando consigo própria e com os seus pares e não apenas com
o educador. Os caminhos da aprendizagem estão nas mãos da criança.

A criança entra num jogo de perguntas e respostas, vai alterando a forma de


pensar e responder, organiza-se, escolhe a melhor resposta, testa, age, faz
tudo com a certeza e a consciência de que á sua frente estarão mais desafios.

Esta estrutura e organização da sala de actividades, favorece a interacção


entre as crianças, desenvolvendo um trabalho cooperativo que vai permitir ao
educador uma menor interferência directa, o que permite que este esteja muito
mais disponível para as crianças que mais necessitam do seu apoio, podendo
assim ir ao encontro das necessidades de cada crianças, diversificando e
diferenciando a sua intervenção a cada momento e em todas as actividades
apresentadas neste trabalho.

Assim o papel do educador é o de um parceiro mais experiente que promove


as interacções, que negocia a planificação e organização de actividades de
forma a explorar todas as áreas dentro da sala, contribuindo para o
desenvolvimento integral de todas as potencialidades de cada criança em
particular, tendo em conta os seus diferentes ritmos e competências.

Segundo Horn (2004) o olhar de um educador atento e sensível a todos os


elementos que estão na sala de aula, o modo como se organiza materiais e
móveis, a forma como interage com outros adultos e as crianças, é revelador
de uma concepção pedagógica.
23

O educador procura assim, observar as necessidades de cada criança,


buscando sempre melhorar a sua prática diária, regulando, reorientando a sua
Pá gina

intervenção de forma a ser facilitador das interacções e das aquisições do


grupo e de cada criança em particular. Por outro lado o educador por meio da
observação, percebe a maneira como a criança transpõe a sua realidade, os
seus medos, os seus interesses, as suas preferências, as suas fantasias.

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Reconhecendo que a criança é fortemente marcada pelo meio social onde se
desenvolve e que também deixa as suas próprias marcas neste meio,
desenvolveram-se então as actividades tendo como referencial a família de
cada uma das crianças, isto porque se entende que se deve dar prioridade á
história da criança, promovendo troca se saberes entre si.

Nesta troca de saberes a criança brinca e brincar é principalmente estar


presente no seu espaço físico, constituindo-se como pessoa e compartilhando
os seus significados. Brincar num ambiente acolhedor, que retrate a identidade
de cada criança, e que lhe permita livre acesso às diferentes áreas é
fundamental, uma vez que assim se promove a interacção criança/criança,
criança/educador e até mesmo promovendo momentos em que a criança
prefere brincar, aprender sozinha, respeitando a sua individualidade.

Em jeito de conclusão, este trabalho procura ainda lembrar que, de nada


adianta o espaço mudar se a atitude dos educadores não mudar também, e
que é fundamental que estes coloquem o cerne da sua intervenção nas
crianças e não naquilo que é mais cómodo e acessível para si próprios.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Allal, Linda, Cardinet, Jean e Perrenoud, Philippe. (1978). Avaliação


Formativa Num Ensino Diferenciado. Coimbra: Livraria Almedina

Alarcão, Isabel. (1996). Formação Reflexiva de Professores. Estratégias de


Supervisão. Porto: Porto Editora

Freire, Paulo. (2003). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra

Graves, Lídia e Soares, Júlia. (2002). Diferenciação Pedagógica. Lisboa:


Universidade Aberta

Hohman, Mary e Weikart, David. (2009). Educar a Criança. Lisboa: Fundação


Calouste Gulbenkian (5ª ed.)
25

Horn, Maria da Graça de Souza. (2004). Sabores, cores, sons e aromas: A


organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed.
Pá gina

IIE.(1994). Pensar avaliação, melhorar a aprendizagem. Lisboa: IIE

Niza, Sérgio. (1996). O Modelo Curricular de Educação Pré-Escolar da escola


Moderna Portuguesa. In Modelos Curriculares para a Educação de Infância.
Formosinho,J. Porto: Porto Editora.

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Pais, Ana e Monteiro Manuela. (1996). Avaliação uma Prática Diária. Lisboa:
Editorial presença

Perrenoud, Philippe. (1997). Pédagogie Differenciée: des Intentions à L’


action. Paris: ESF éditeur

Perrenoud, Philippe. (2001). Dez novas competências para uma nova


profissão. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade de
Genebra. Suiça
Perrenoud, Philippe. Não Mexam na Minha Avaliação! Uma Abordagem
Sistémica de Mudança Pedagógica. In Avaliação em Educação: Novas
Perspectivas. Estrela, Albano e Nóvoa, António. Porto: Porto Editora

Piaget, J. Inhelder, B. A. (1993). Representação do Espaço na Criança. Porto


Alegre: Artmed

Rief, Sandra F. e Heimburg, Julie A.(2000). Como Ensinar Todos os alunos na


Sala de Aula Inclusiva, II Volume. Porto: Porto Editora

Sanches, Isabel.(2005). Compreender, Agir, Mudar, Incluir. Da Investigação-


acção é educação inclusiva. Revista Lusófona de Educação

Santana, Inácia. (2000). Práticas Pedagógicas Diferenciadas. Revista Escola


Moderna
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6. ANEXOS
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INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: alguns exemplos

Alguns dos instrumentos de avaliação que podem ser utilizados citam-se a


seguir:

 Listas de verificação
 Grelhas de observação
 Escalas de classificação
 Questionários na sala de aula
 Registos de incidentes críticos

Estes instrumentos podem ser usados pelo professor ou pelos alunos


facilitando assim formas de auto e hetero-avaliação. Quando utilizados pelos
alunos podem alterar de forma positiva as suas atitudes verificando-se que, por
iniciativa própria, eles corrigem ou alteram os seus comportamentos.
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1. LISTAS DE VERIFICAÇÃO

As listas de verificação destinam-se a registar a presença ou ausência de um


comportamento ou de um resultado de aprendizagem. Podem ser utilizadas por
professores, mas também por alunos, para registar comportamentos individuais

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ou de um grupo. O seu preenchimento é simples, sendo, por isso, um
instrumento de fácil aplicação e objectivo a nível da observação.

Sugestões para a sua construção:

 Identificar os comportamentos ou características importantes;


 Registar com clareza e objectividade cada elemento da lista;
 Colocar itens relativos às dificuldades mais frequentes;
 Colocar as acções previstas pela ordem que deseja que ocorram;
 Referir-se a uma só característica ou comportamento em cada item;
 Certificar-se de que só existe um modo de realizar o desempenho de
forma eficaz;
 Juntar à descrição, sempre que possível, o critério de um desempenho
aceitável;
 Elaborar listas curtas e de fácil manuseamento (por exemplo, não
ocupar frente e verso de uma folha).

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Nome:: ___________________________________Grupo : 5 anos


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Comportamento observado Sim Não Não obs.

     

Participa na recolha de materiais

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Ajuda os companheiros

     

Arruma o seu material recolhido

     

É cuidadoso com o material

     

Colabora na seriação dos


materiais

     

Deixa os colegas intervirem

     

Conclui as suas tarefas

Legenda: Sim Não


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Pá gina

2. GRELHAS DE OBSERVAÇÃO

As grelhas permitem registar a frequência dos comportamentos e observar a


progressão dos mesmos. Devido às dificuldades de utilização deste
instrumento é conveniente definir previamente o grupo de alunos a observar e

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seleccionar apenas os comportamentos que ainda não são, mas pretendemos
que venham a ser, típicos de uma turma.

Como têm normalmente de ser registadas em simultâneo com o que está a ser
observado, uma das melhores formas que os professores encontraram para
ultrapassar as dificuldades inerentes a esta simultaneidade tem sido o recurso
à auto-avaliação, o que não quer dizer que assim seja sempre.

Sugestões para a sua construção:

 Incluir apenas um número reduzido de comportamentos;


 Apresentar uma forma de registo rápida e simples;
 Ser fácil de manusear.
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Nome:__________________________________________ Grupo:5 anos

Comportamentos observados no 1º Período SET OUT NOV

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Respeita as opiniões dos outros      

Respeita os materiais da sala      

Segue as orientações que lhe são dadas      

É atento

Mostra capacidade para resolver problemas      

Explora as áreas disponíveis na sala      


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Legenda : Sim Não


3. ESCALAS DE CLASSIFICAÇÃO

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As escalas de classificação integram um conjunto de características ou
qualidades, distribuídas por níveis, que se pretendem avaliar. Dos vários tipos
de escalas, numéricas, gráficas e gráficas descritivas, estas últimas são as
mais indicadas em educação porque os vários níveis aparecem explicitados por
frases claras e concisas. Permitem, além disso, o esclarecimento de certas
opções do observador no espaço reservado aos comentários.

Sugestões para a sua construção:

Centro de Bemserem
 Para Estar Infantil do Movimento
instrumentos de dos Casais de adequados,
avaliação Santa Maria as escalas não

Nome:devem ter muitos níveis (os quais indicam o grau


__________________________________________ de5 Anos
Grupo. cada atributo);

1. Comportamento
Têm que estar adaptados
na sala de aula para registar a qualidade ou extensão de um
dado comportamento.

Está distraído e Na maioria das vezes Contribui para


Faz barulho está atento e não fala um bom
Prejudicando a com os colegas ambiente de
Aula de trabalho

Comentário:________________________________________________________

 2. Participação oral

Intervém sem Espera pela sua Respeita as


esperar a sua vez vez de falar intervenções
 troça das opiniões e opiniões
dos colegas dos colegas
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Comentário:___________________________________________________

3. Colaboração com os colegas

Nunca colabora Por vezes colabora Colabora com


  com os colegas com os colegas com os colegas
ajudando-os a
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Comentário:_________________________________________________________
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Instruções:

Coloque uma cruz ao longo da linha horizontal por baixo de cada nível. No
espaço para os comentários inclua elementos que clarifiquem as suas opções.

4. QUESTIONÁRIOS NA SALA DE AULA


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Um questionário é uma lista organizada de perguntas que visa obter
informações de natureza muito diversa tais como interesses, motivações,
atitudes ou opiniões das pessoas. Permitem recolher informação de um
elevado número de alunos, de forma rápida e podem até servir de instrumento
diagnóstico

Os questionários podem ser usados para obter informação acerca de hábitos


de estudo, da compreensão da utilização de determinado material/equipamento
ou do tempo dispendido num determinado desempenho ou tarefa. No entanto,
também podem ser usados para obter registos acerca do que os alunos
fizeram (ou fariam) numa dada situação.

Sugestões para a sua construção:

Ter o cuidado de não ser muito extenso, para não gerar desmotivação e
negligência nas respostas;

As questões devem ser claras, utilizando de uma linguagem acessível a todos;

Podem ser elaboradas questões abertas ou fechadas, lembrando que estas


oferecem maior fidelidade;

Deverá conter instruções quanto à forma de preenchimento e oferecer


garantias de anonimato e confidencialidade, caso as circunstâncias o
aconselhem.
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7. REGISTOS DE INCIDENTES CRÍTICOS


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Os registos de incidentes críticos consistem numa forma de descrever


comportamentos pouco habituais, negativos ou positivos, que se revelam
espontaneamente dentro ou fora da sala de aula. Os comportamentos a
registar devem essencialmente contribuir para aumentar o conhecimento dos
alunos e ultrapassar a impressão vaga e geral que muitas vezes formamos
deles. Desta forma, os dados de observação que vamos recolhendo tornam-se
mais precisos, sobretudo em domínios onde as técnicas objectivas ou são
inexistentes ou pouco adequadas. Tal situação verifica-se quando queremos
avaliar as relações sócio-afectivas, as atitudes e alguns traços da
personalidade do aluno.

Sugestões para a sua construção:

Como se trata de um instrumento de registo pouco estruturado e sem


mecanismos que possam controlar a subjectividade do observador, no sentido
de a diminuir, o incidente deve ser descrito com o máximo de rigor e detalhe e,
separadamente, interpretado, conforme foi sugerido no exemplo anterior.
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Nome: Marina e a Leonor

Grupo. 5 anos

Incidente:

Após a sugestão de o grupo se organizar em pequenos grupos para identificarem


as áreas a criar, o grupo que queria organizar a casinha era demasiado grande. A
Marina e a Leonor bateram nas colegas Luana e Sofia.

Interpretação:

Parece que os dois grupos de meninas estariam a disputar a casinha, e a Marina e


a Leonor achavam que tinham mais direitos que as outras meninas por terem
trazido mais matérias para esta área.

 
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