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RESUMO
O ensino da literatura lusófona é garantido por lei nas escolas e universidades. A África
é uma grande produtora dessa literatura que valoriza suas raízes e seu povo com suas
histórias contadas, passadas de geração em geração. Mia Couto, autor moçambicano, é
um exemplo de escritor que traz para sua obra a oralidade tão presente na vida dos seus
conterrâneos, o autor faz a leitura de sua terra onde ele encontra material para o seu
trabalho, e nos faz refletir sobre a importância de se valorizar a comunicação oral, e
perceber sua relação com a escrita.
ABSTRACT
DIREITO GARANTIDO
1
Universidade Metropolitana de Santos
2
Universidade Metropolitana de Santos
MIA COUTO
Mia Couto, nascido António Emílio Leite Couto (Beira, 5 de julho de 1955), é
um escritor moçambicano, filho de portugueses que emigraram a Moçambique nos
meados do século XX. Nasceu e foi escolarizado na Beira. Com catorze anos de idade,
teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e três anos depois, em 1971,
mudou-se à cidade capital de Lourenço Marques (agora Maputo). Iniciou os estudos
universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano,
Antes da análise das marcas da oralidade presentes nos textos de Mia Couto,
objetivo principal da produção deste artigo, é importante primeiramente que se faça uma
comparação entre a enunciação falada e a escrita, através da citação abaixo de Urbano,
linguista que escreve sobre o assunto. Ele nos chama a atenção para o contexto não
“Na nossa terra, o sofrimento é uma nudez – não se mostra aos públicos.”, “...nossa
família é o lugar onde somos eternos.”
“Toda roupa recebe a alma de quem a usa.”
“A ilha é um barco e nós somos o rio.”
O que torna a oralidade tão importante, nas obras de Mia Couto, são as
lembranças de seus personagens, confessa o administrador, um de seus personagens em
O último voo do flamingo que diz: “Não sou mau lembrador. Minha única dificuldade é
ter que escrever por escrito.” (O último, voo do Flamingo, 2005, p. 71)
CONCLUSÃO
Para Mia Couto “existe uma grande fronteira entre o universo da escrita e o
universo da oralidade, e o universo da oralidade não é coisa menor.” Couto, 2007b, p.3).
Para ele, esse universo falado é uma fonte inesgotável de material para o seu
trabalho.
A lei nº 10.639/2003 é uma ferramenta que nos garante o aprendizado de uma
literatura que busca suas fontes na oralidade de seu povo e costumes de sua terra, com
toda sua riqueza literária e que não pode ser descartada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Ieda Maria. Neologismo, Criação Lexical. São Paulo: Ática, 1990.
_________________. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo:
Companhia das Letras, 2003.
FONSECA, Maria Nazaré Soares; CURY Maria Zilda Ferreira. Mia Couto espaços
ficcionais. Belo Horizonte: Atlântica, 2008.