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História
No final do século VIII, os municípios da Marca de Gócia e a Marca Hispânica foram
estabelecidos pelo Reino Franco como vassalos feudais perto dos Pirenéus orientais
como uma barreira defensiva contra invasões muçulmanas. Os municípios orientais
dessas marcas estavam unidos sob o domínio do vassalo franco, o Conde de
Barcelona, e mais tarde passaram a se chamar "Catalunha". Em 1137, a Catalunha e o
Reino de Aragão foram fundidos após a união real entre a Coroa de Aragão e o
Principado da Catalunha. A região tornou-se a base do poder naval da Coroa de Aragão
e do expansionismo no Mediterrâneo.
Durante a Guerra Franco-Espanhola (1635-1659), a Catalunha se revoltou (1640-1652
– Guerra dos Segadores) contra uma grande e pesada presença do exército real em
seu território, tornando-se uma república sob proteção francesa. Num breve período,
a França assumiu o controle total da Catalunha, com um alto custo econômico para a
região, até que o exército espanhol reconquistasse a área. Nos termos do Tratado dos
Pirenéus, em 1659, que encerrou o conflito entre franceses e espanhóis, a Coroa
Espanhola cedeu as partes do norte da Catalunha, principalmente incorporadas no
condado de Rossilhão, para a França. Durante a Guerra da Sucessão Espanhola (1701-
1714), a Coroa de Aragão partiu contra o Bourbon Felipe V da Espanha, cuja vitória
subsequente levou à abolição de instituições não castelhanas em toda a Espanha e à
substituição do latim e outras línguas (como o catalão) pelo espanhol em documentos
legais.
No século XIX, a Catalunha foi severamente afetada pelas Guerras Napoleônicas. Na
segunda metade do século, a região experimentou uma significativa industrialização.
À medida que a riqueza da expansão industrial crescia, houve um renascimento
cultural juntamente com o nacionalismo incipiente, enquanto vários movimentos
operários apareceram. Em 1914, as quatro províncias catalãs formaram uma
comunidade e, com o retorno da democracia durante a Segunda República Espanhola
(1931-1939), a Generalidade da Catalunha foi restaurada como um governo
autônomo. Contudo, após a Guerra Civil Espanhola, a ditadura franquista decretou
medidas repressivas, aboliu as instituições locais e proibiu novamente o uso da língua
catalã. Do final dos anos 1950 ao início dos anos 1970, a região passou por um rápido
crescimento econômico, o que tornou Barcelona uma das maiores áreas
metropolitanas industriais europeias e transformou a Catalunha em um importante
destino turístico internacional. Com a redemocratização espanhola (1975-1982), a
região havia recuperado um alto grau de autonomia e era uma das comunidades mais
prósperas da Espanha.
Movimento de Independência
O movimento moderno de independência começou quando o Estatuto de Autonomia de
2006, acordado com o governo espanhol e aprovado por um referendo na Catalunha, foi
contestado na Suprema Corte de Justiça da Espanha, que determinou que alguns dos artigos
eram inconstitucionais ou eram para serem interpretados restritivamente. O protesto
popular contra a decisão rapidamente se transformou em exigências de independência.
Começando com a cidade de Arenys de Munt, mais de 550 municípios da Catalunha
realizaram referendos simbólicos sobre a independência entre 2009 e 2011, todos eles
retornando um amplo apoio ao "sim", com participação de cerca de 30% dos eleitores aptos
a votar. Uma manifestação de protesto de 2010 contra a decisão do tribunal, organizada pela
organização cultural "Òmnium Cultural", contou com a presença de mais de um milhão de
pessoas. O movimento popular alimentou os políticos; um segundo protesto de massa em 11
de setembro de 2012 (o Dia Nacional da Catalunha) exigiu explicitamente que o governo
catalão que começasse o processo de independência. O então presidente catalão, Artur Mas,
convocou uma rápida eleição geral, que resultou em uma maioria pró-independência pela
primeira vez na história da região. O novo parlamento aprovou a declaração da soberania
catalã no início de 2013, afirmando que o povo catalão tinha o direito de decidir seu próprio
futuro político.
O governo catalão anunciou um referendo, que seria realizado em novembro de 2014, sobre
a questão. O referendo iria fazer duas perguntas: "Você quer que a Catalunha se torne um
Estado?" e (se sim) "Você quer que este Estado seja independente?" O governo espanhol
então questionou o Tribunal Constitucional Espanhol, que o declarou inconstitucional. O
governo catalão mudou-o de um referendo vinculativo para uma "consulta" não vinculativa.
Apesar do tribunal espanhol proibir a votação não vinculativa, o referendo da
autodeterminação catalã prosseguiu em 9 de novembro de 2014. O resultado foi uma votação
de 81% para "sim-sim", com participação de 42%. Mas foi convocada outra eleição para
setembro de 2015, que seria um tipo de plebiscito sobre a independência. Os partidos pró-
independentes ficaram aquém da maioria dos votos nas eleições de setembro, embora
tenham ganhado a maioria dos assentos. O novo parlamento aprovou uma resolução
declarando o início do processo de independência em novembro de 2015 e, no ano seguinte,
o novo presidente, Carles Puigdemont, anunciou um referendo vinculativo sobre a
independência. Embora considerado ilegal pelo governo espanhol e pelo Tribunal
Constitucional, o referendo foi realizado em 1 de outubro de 2017. Numa votação em que os
partidos anti-independência pediram a não participação da população, os resultados
mostraram um voto de 90% a favor da independência, com participação 43% do eleitorado.
Também oferece serviços públicos, como saúde e escolas, além de ter "missões" no exterior
- pequenas representações diplomáticas para promover seus produtos e buscar
investimentos ao redor do mundo.
Os separatistas argumentam que a área tem uma cultura própria e paga mais impostos
proporcionalmente do que recebe em troca por meio de benefícios.
Outro ponto que pesaria contra seria uma dívida pública de € 77 bilhões (R$ 284 bilhões) - ou
35% do PIB local. O país também não participaria automaticamente da União Europeia nem
da zona do euro, grupos nos quais a Espanha já está inserida.
201002252849