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CT - Centro de Tecnologia
Disciplina: DCO 1018 – Comunicações sem fio
Professor: Fred Sizenando Rossiter Pinheiro
Natal/RN,
Novembro/2018
SUMÁRIO
1. Introdução ...................................................................................................................... 3
2. Dimensionamento .......................................................................................................... 4
2.1. Estudo de visibilidade ............................................................................................. 4
2.2. Elaboração de plano de frequências ....................................................................... 6
2.3. Cálculo de desempenho e disponibilidade ............................................................ 10
2.4. Análise de interferência ........................................................................................ 13
2.4.1. Tipos de interferência ........................................................................................ 13
2.4.2. Metodologia de cálculo da interferência ............................................................ 16
2.4.3. Cálculo de atenuação total ................................................................................ 16
2.4.4. Polarização do sinal interferente ...................................................................... 17
2.4.5. Implementação do enlace ................................................................................. 18
2.4.6. Ferramentas para análise de qualidade da comunicação .................................. 19
Referências......................................................................................................................... 22
1. Introdução
Enlace de dados em telecomunicações se refere à ligação entre dispositivos
de comunicação em dois ou mais locais, o que possibilita transmitir e receber
informações. Quando essa comunicação se dá através da propagação de ondas de
rádio frequência pelo ar, ou seja, não se utilizam cabos, essa comunicação é
chamada de enlaces de rádio.
Os dois tipos de enlaces de rádio mais utilizados nos sistemas de
comunicação atuais são o ponto área e o ponto a ponto. O sistema ponto área é
utilizado em comunicações de sistemas celulares, onde uma Estação Rádio Base
(ERB) transmite simultaneamente sinais para várias estações móveis (celulares). O
sistema ponto a ponto é utilizado quando se deseja realizar comunicação entre dois
pontos fixos e distantes geograficamente, por exemplo comunicação entre Central
de Comutação e Controle (CCC) e ERB.
Neste trabalho será feita uma visão geral do procedimento necessário para a
realização de um projeto de sistemas de comunicação via rádio ponto a ponto, onde
serão mencionados os principais pontos, como: estudo de viabilidade, elaboração
do plano de frequências, cálculo de desempenho e disponibilidade e cálculo de
interferências.
2. Dimensionamento
Nesta seção serão será feita a análise das principais etapas de um projeto de
rádio enlace. Os pontos a serem explanados serão: estudo de viabilidade,
elaboração do plano de frequências, cálculo de desempenho e disponibilidade e
cálculo de interferências.
● Passo 1: deve-se aplicar o fator K com o valor do Kmédio para 50% do tempo, caso
não possa usar esse valor utilizar K=4/3.
● Passo 3: determinamos a altura das antenas para os valores obtidos nos passos 1 e
2 e a percentagem de raio de Fresnel em função da faixa de frequência de
operação.
● Passo 4: utilizar o valor maior obtido entre os passos 1 e 3 para as antenas das duas
pontas do enlace.
Para colocar ver isso em prática veremos o seguinte exemplo. Vamos considerar um
enlace de 34.29 Km operando na faixa de 5 GHz. A figura abaixo mostra a visada direta do
enlace sem correção de nenhum fator K.
Abaixo podemos ver o mesmo perfil com correção equivalente da Terra para K=4/3.
Para um K=2/3 temos o seguinte perfil.
E por último temos o mesmo enlace com a correção equivalente que segue a
recomendação 0530-9 do ITU-R em que aplicamos o K em função da distância resultando
num fator de Kmínimo de 0,75.
Agora iremos aplicar a altura das antenas e comparar o caso para um K = 2/3 e o
Kmínimo de 0,75 encontrado pelo 0530-9 do ITU-R, respectivamente.
Podemos ver que se utilizarmos o K=2/3 teremos uma antena na estação A de 40,1
metros e uma de 31,2 metros na estação B. Já se usarmos o K=0,75 obtemos uma de 35,5
metros em A e outra de 27,6 metros em B. Com isso podemos reduzir o custo de
implementação no caso de construção de novas torres como também em torres já
existentes por utilizar menos comprimento de cabo coaxial.
2.2. Elaboração de plano de frequências
A elaboração do plano de frequências é um processo fundamental para o
projeto do sistema de comunicação, pois é através dele que serão decididas as
frequências de operação do sistema. Uma boa escolha da frequência de operação
pode amenizar diversos problemas em um sistema de comunicação, dentre eles: as
interferências, as atenuações, e melhorar desempenho do sistema de modo geral.
Um dos procedimentos iniciais é a análise da topologia da rede, ou seja, de
sua disposição física atual. Esse processo é importante devido a necessidade de se
posicionar geograficamente onde ficarão as torres de transmissão que irão compor
o sistema. Escolher adequadamente onde as torres ficarão pode dar ao projetista
maior flexibilidade na escolha das frequências de operação, pois pode evitar sinais
interferentes vindos de outras torres já existentes.
Uma forma de saber como estão configurados os enlaces na região onde se
pretende fazer um projeto é a obtenção dos dados SITAR, obtidos via cadastro com
a ANATEL. Esses dados são as informações de todos os radio enlaces existentes
em uma região escolhida, e são obtidos em um formato texto (.txt). É necessária
uma filtragem dos dados, existirão enlaces que não exercerão grande influência no
sistema projetado, devido a frequência diferente de operação, ou devido a grande
distância até o ponto que se deseja posicionar uma torre.
Fonte: [1].
Como pode ser visto na Figura 2.2.1, no arquivo correspondente dos dados
SITAR, são obtidas informações dos enlaces existentes, como: entidade
responsável, posição geográfica, altura das antenas, e dados técnicos do enlace,
como polarização, frequência, ganho, entre outros.
Através da análise desses dados, é possível ao projetista decidir onde serão
posicionadas as torres de transmissão. Uma ferramenta bastante útil nesse
processo é o diagrama poligonal de rota, que pode ser visto na Figura 2.2.2.
Fonte:[1].
Fonte:[1].
Também é comum que haja ruídos de ignição em regiões mais urbanizadas, pois
carros e outras máquinas podem emitir sinal interferente na faixa de VHF até UHF
podendo dar uma queda na relação D/U em até 10dB.
2.4.2. Metodologia de cálculo da interferência
Analiza-se inicialmente quais são os fatores que possam prejudicar a
comunicação, tanto topologia quanto interferência.
São selecionados todos os enlaces nas proximidades do enlace projetado,
operando com a mesma frequência (co-canal) ou canal vizinho (canal-adjacente)do
enlace em questão.
Normalmente é descartado os enlaces com afastamento de dois ou mais canais de
RF, pois é pouco provável que vá interferir no sistema.
Calcula-se a relação D/U de cada fonte de sinal interferente, para verificar a
contribuição individual na degradação da margem do enlace.
Deve-se calcular o nível do sinal indesejado da mesma forma que se calcula o nível
do sinal desejado, considerando a potência de transmissão, ganhos de antenas,
perdas de cabos, perda de percurso, perdas por obstrução, diretividade de antenas
e discriminação do IRF.
É notável que modulações distintas têm índices com curvaturas distintas, visto que
existem filtros casados com pulsos diferentes dando essa particularidade para cada
uma.
Devido ao teorema da reciprocidade, essas curvas são tanto para transmitir quanto
para receber um sinal.
Diagrama de olho:
O diagrama de olho é fácil de gerar e permite o exame visual da gravidade da ISI e
da imunidade ao ruído. Outra facilidade do diagrama de olho é que ele pode ser
gerado em um osciloscópio simples, aplicando a sequência de pulsos na sua
entrada vertical e ajustando adequadamente sua base de tempo. A seção 7.6 de
Lathi,B. P., Sistemas de Comunicações Analógicos e Digitais Modernos - 4ª Ed,
LTC, 2012 traz mais detalhes sobre esse processo. A figuras a seguir mostra uma
representação do diagrama de olho, evidenciando o significado de alguns pontos de
inspeção visual.
É notável que há uma componente em fase e em quadratura. Isso implica que tanto a
interferência causou deslocamento na fase quanto na intensidade do sinal. Portanto
conforme a relação sinal ruído do sistema aumenta, mais o sistema erra.
Referências