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Matrícula: 17216090287
Pólo: PIRAÍ
RESUMO:
O Ensaio intitulado “Raça e História”, do antropólogo, etnólogo e filósofo francês, Claude Lévi- Strauss,
estabelece nova visão sobre a questão racial, apontando para uma nova conceituação de entendimento social
quanto a raça, povo, cultura e etnia.
Publicado em 1952, na França, pela UNESCO, aborda como eixo central, a questão concernente à noção
humana de raça. E esclarece, sob sua ótica, de que a existência do conceito generalizado de diversas raças é
errôneo e equivocado, devido ao fato de que biologicamente, todos os seres humanos possuem a mesma
constituição, a mesma estrutura genética, atacando e criticando as teorias evolucionistas, em especial o
darwinismo biológico e acrescenta que a noção de superioridade racial apenas foi criada para justificar formas e
ideais de dominação.
“Quando estudamos tais fatos - e outros domínios da civilização, tais como as instituições sociais, a arte, a
religião que forneceriam facilmente exemplos semelhantes - acabamos por perguntar-nos se as sociedades
humanas não se definem, face às suas relações mútuas, por um determinado optimum de diversidade para além
do qual elas não poderiam ir, mas abaixo do qual também não podem descer sem perigo.” ( Lévi-Strauss, Claude.
“Raça e História”, p. 3)
COMENTÁRIOS:
Levi-Strauss apresenta a proposta de que os humanos sejam classificados por suas respectivas
etnias. Entendido que Etnia, constitui um povo que se identifica por suas tradições culturais, políticas,
religiosas e sociais em geral e etnia pode ser classificada, sobretudo como o conjunto de determinadas
tradições culturais de determinado povo, declarando que quanto à noção de cultura, esta não é cultura é
estacionária, ou seja, elas estão sempre em constante desenvolvimento e esse desenvolvimento é
incrementado pelo contato com outras culturas. Teoriza também que não existem culturas em total
isolamento; em algum momento elas têm contato com outras etnias e é nesse momento que se dá o
progresso e a chamada alteridade. E eis que daí surge a identificação entre as etnias mutuamente, em
termos culturais, gerando uma visão etnocêntrica do mundo.
O etnocentrismo se define pelo ato de um determinado grupo étnico ou um isolado membro,
determinar que a sua cultura é superior e correta, e desse modo, julgar as demais baseando-se numa
análise unilateral. É deste ponto que derivam teorias evolucionistas e comportamentos dominadores, tal
como os regimes imperialistas impostos pela Inglaterra sobre a Índia; ou como os impostos por toda
Europa sobre o Continente Africano.
Portanto existe a crença de que uma postura relativista é imprescindível para que as sociedades
não tenham seu progresso impedido, entendido que o relativismo é o ato de respeitar o comportamento e
os conceitos étnicos de cada um, não tentando interferir ou julgar de acordo com seu próprio ponto de
vista a ética neles presente, já que a igualdade em termos culturais é extremamente contraditória, pois
cada etnia necessita manter sua originalidade cultural para que continue evoluindo, de modo que a
declaração dos direitos humanos é um entreposto entre a diversidade e o progresso, além de ser
fundamentada numa cultura puramente ocidental e embasada em critérios dominadores e etnocêntricos.
Além disso, a divagação sobre a ideia do progresso, que, segundo a opinião de Levi-Strauss, só se dá por
necessidade e contato intercultural.
REFLEXÕES SOBRE A OBRA: