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NEUROCIÊNCIA

Entre só ouvir e cantarolar também


Suzana Herculano-Houzel

[...]
Ouvir música prestando atenção silenciosamente é uma
experiência bem diferente de ouvi-la cantarolando junto

Eu adoro cantarolar. Quando ouço músicas que conheço, então,


acho quase irresistível cantar junto. Outra noite, enquanto
jogávamos cartas, minha filha de oito anos pediu que eu colocasse
um disco do Tom Jobim. Queria ouvir -"qual é a faixa mesmo?"-
"Garota de Ipanema", de que ela "gosta muito". Fi-quei surpresa e
contente com sua erudição, e logo estávamos jogando cartas e
cantarolando junto. Meu marido, montando seu computador na
mesa ao lado, comentou, bem-humorado: "Vocês gostam de
atrapalhar a música, que engraçado!"

Ele, que já foi produtor musical, tem suas razões para achar que
cantarolar atrapalha a música -ainda que minha filha e eu sejamos
bastante afinadas. Quem se profissionaliza em ouvir as menores
distorções durante uma gravação não pode se dar ao luxo de se
distrair cantarolando junto. Sem contar que, para quem quer ouvir a
voz do cantor e apreciar as nuances da música em um show, o
vizinho cantarolando ao lado é tudo o que não se deseja. Mas, se
não há vizinhos querendo o seu silêncio e você não está analisando
a música, qual seria o problema em cantarolar junto com a música?

Do ponto de vista da neurociência, ouvir música prestando atenção


silenciosamente é uma experiência bem diferente de ouvi-la
cantarolando junto. Não existe uma área única responsável pela
música nem pela linguagem. A música, aliás, aproveita as mesmas
áreas do cérebro que nos permitem a linguagem -e temos, por
exemplo, uma especializada em ouvir letra e música, localizada no
lobo temporal; uma especializada em compreender os sons e seus
significados; outra no córtex pré-motor que se encarrega de
produzir palavras e melodia. Apreciar a música em silêncio envolve
apenas as primeiras; cantarolar junto recruta também a última.
A diferença explica, em parte, por que não damos a mesma atenção
à música quando cantarolamos junto: é preciso supervisionar vários
processos a mais, desde os que encontram as palavras da vez até
os que as pronunciam nas horas certas. Ocupado com isso, o
cérebro não consegue se dedicar a apreciar a música do mesmo
jeito. Se isso chega a atrapalhar? Não vou dizer que ouvir uma
música cantarolando-a seja um problema. É uma maneira diferente
de apreciá-la, certamente -mas, ainda assim, também é um prazer.
Ao menos enquanto não atrapalha o prazer dos outros...
SUZANA HERCULANO-HOUZEL, neurocientista, é professora da
UFRJ e autora de "O Cérebro Nosso de Cada Dia" (ed. Vieira &
Lent) e de "O Cérebro em Transformação" (ed. Objetiva)

suzanahh@folhasp.com.br

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1707200816.htm

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Livros publicados: SHH

 neurocientista: SUZANA HERCULANO-HOUZEL

Fique de bem com o seu cérebro (2007)


Por que o bocejo é contagioso? (2007)
O Cérebro em Transformação (2005)
Sexo, Drogas, Rock'n'Roll & Chocolate (2003)
O Cérebro Nosso de Cada Dia (2002)

Fique de bem com seu cérebro


Suzana Herculano-Houzel
Editora Sextante, 2007
208 p., R$ 19,90

Este livro foi escrito para quem deseja alcançar o bem-estar e torná-
lo algo cada vez mais intenso e freqüente em sua vida. Suzana
Herculano-Houzel mostra o melhor caminho para a conquista desse
objetivo: ficar de bem com o próprio cérebro, isto é, cuidar para que
ele funcione da melhor maneira possível − sempre.
Aqui você conhecerá uma série de descobertas recentes da
neurociência e saberá de que modo elas podem ajudar você a
manter o cérebro saudável. Com um texto claro e cativante, a
autora apresenta uma abordagem prática desse assunto, com dicas
que estimularão você a arregaçar as mangas e se dedicar a obter
mais paz e felicidade no dia-a-dia.
Cada um dos 15 capítulos deste livro contém informações a
respeito de um aspecto relacionado ao bem-estar. Entre outras
coisas, você aprenderá que é essencial:

- Cuidar bem da sua saúde física − o cérebro precisa do corpo.


- Identificar e cultivar os seus prazeres − eles são a base do bem-
estar.
- Ouvir as suas emoções − elas são imprescindíveis para as boas
decisões.
- Sorrir e buscar a felicidade − ela torna o corpo mais saudável.
- Saber a diferença entre tristeza e depressão − para respeitar a
primeira e tratar a segunda.
- Tirar proveito do estresse agudo − é surpreendente, mas ele tem
efeitos benéficos.
- Lidar com a ansiedade − em doses saudáveis, ela é uma benção.
- Fazer as pazes com os remédios − às vezes os medicamentos
são realmente necessários.
- Combater o estresse crônico − um vilão causador de muitos males
físicos e mentais.
- Exercitar-se regularmente − isso pode funcionar como um "exilir
da juventude".
- Dormir bem e bastante − descubra a importância das sonecas
para o cérebro.
- Cultivar os relacionamentos − o isolamento é um fator intenso de
estresse social.

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Por que o bocejo é contagioso?

e outras curiosidades da neurociência do cotidiano


Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2007

Há perguntas que nós fazemos todos os dias e, mesmo assim,


nunca conseguimos responder: por que sentimos medo de filmes de
terror? Por que suamos frio? Por que comer chocolate é tão bom?
Por que fui contar aquele segredo? O que não desconfiamos é que
as respostas para todas estas questões estão na neurociência.

Em Por que o Bocejo é Contagioso?, a neurocientista Suzana


Herculano-Houzel responde a 80 dessas perguntas que tanto nos
intrigam no cotidiano. Tudo isso de um modo simples, fácil de
entender e, ao mesmo tempo, de acordo com as pesquisas mais
recentes em sua área. A publicação inaugura ainda a série Ciência
da Vida Comum, nova coleção de divulgação científica da Zahar,
que apresenta para o leitor as aplicações da ciência e da tecnologia
em nossas vidas cotidianas.

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Cérebro em Transformação

Ed. Objetiva, 2005.

Cabeça de adolescente é um mistério: tédio, paixão, bobeira,


ansiedade, e muita, muita irresponsabilidade. Em O Cérebro em
Transformação, da neurocientista Suzana Herculano Houzel, você
vai descobrir que nem só de hormônio vive a adolescência. Na
verdade, tudo o que ocorre entre os 11 e os 18 anos é fruto de uma
grande revolução química e neurológica. Daí as súbitas mudanças
de humor, as inúmeras questões, a insegurança.
Numa abordagem original, Suzana Herculano revela que a
adolescência é um período necessário e desejável da vida. O que
acontece então na cabeça do adolescente é muito mais do que uma
simples enxurrada hormonal. Seu comportamento é fruto de um
cérebro adolescente, que passa por uma grande reformulação.

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Sexo, Drogas, Rock'n'Roll... & Chocolate

O Cérebro e os prazeres da vida cotidiana


Vieira & Lent Casa Editorial, Rio de Janeiro, 2003. 2a edição.

O que nos faz querer mais? Por que tudo o que envolve sexo,
música, comida e drogas dá prazer? O que todos os prazeres
cotidianos têm em comum? Respostas a essas e outras perguntas
você encontra neste livro, escrito em linguagem acessível e bem-
humorada.

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O Cérebro Nosso de Cada Dia


Descobertas da neurociência sobre a vida cotidiana
Vieira & Lent Casa Editorial, Rio de Janeiro, 2002. 8a edição.

A neurociência é o conjunto de áreas da ciência que se interessam


pelo sistema nervoso: como ele funciona, se desenvolve, evolui, é
alterado por substâncias químicas, e como resultado disso tudo
produz a mente e os comportamentos. Neste, que foi o primeiro
livro da neurocientista Suzana Herculano-Houzel, você descobre
como a neurociência explica vários aspectos da vida cotidiana, da
dificuldade de lembrar dos sonhos às vantagens cognitivas das
mães, passando pela razão da falta de originalidade da ficção
científica e pela descoberta intrigante das falsas memórias. Um livro
escrito em linguagem ágil, acessível e bem-humorada, para o leitor
não-especialista curioso com o que traz dentro da própria cabeça.

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