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autor
LUIZ ALBERTO GRAVINA BELMIRO
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
isbn: 978-85-5548-117-8
cdd 658.15
Prefácio 7
2. Limites 27
Objetivos 28
2.1 Introdução ao Limite 29
2.1.1 O conceito intuitivo de limite 29
2.1.2 Funções contínuas 29
2.2 Análise Gráfica de Limite 33
2.2.1 Funções descontínuas 33
2.3 Como Calcular Limites 35
3. Derivada de uma função 37
Objetivos 38
3.1 Introdução à Derivada 39
3.2 O coeficiente angular 40
3.3 Interpretação gráfica da derivada 43
3.3.1 Derivada pela definição 43
3.3.2 Interpretação gráfica da derivada 44
4. Regras de Derivação 55
Objetivos 56
4.1 Regras de Derivação 57
4.2 Derivada de função 57
4.2.1 Derivada da função x n 57
Objetivos 78
5.1 Maximização do lucro de uma empresa 79
5.1.1 Maximização do lucro 79
5.2 Receita, Custo e Lucro Marginais 82
5.3 Ponto de Equilíbrio 85
5.3.1 Equilíbrio de firma (break-even-point) 86
5.3.1.1 Custo total 87
5.3.1.2 Receita total ou faturamento 87
5.3.1.3 Ponto de equlíbrio 88
5.4 Elasticidade – preço da demanda 91
Objetivos 94
6.1 Previsão e mensuração da demanda em marketing 95
6.2 Pesquisa de marketing 98
6.3 Mensuração do valor da marca 101
6.4 Gerenciamento de preços 105
6.5 PROMOÇÃO DE VENDAS/ DESCONTOS 109
6.6 Propaganda/ dispêndio de marketing 112
6.7 Orçamento de marketing 114
Objetivos 122
7.1 Medida da produtividade 123
7.2 Projeto e medida do trabalho 127
7.3 Medida da capacidade 130
7.4 Avaliação de alternativas de localização 135
Objetivos 140
8.1 Operações de armazenagem 141
8.2 Controle de estoque 146
8.3 Operações de transporte 150
8.4 Operações de movimentação e embalagem 153
8.5 Otimização de sistemas de transporte 154
9. Aplicações Matemáticas em Finanças 157
Objetivos 158
9.1 Risco sistemático e beta de carteira de investimentos 159
9.2 CAPM (modelo de precificação de ativos financeiros) 161
9.3 WACC (Custo de capital médio ponderado) /Obtenção de capital 165
9.4 Modelo de dividendos 170
9.5 Análise de investimentos 175
9.6 Alavancagem financeira 183
9.7 Medidas de liquidez, rentabilidade, estrutura de capital e de giro 187
Objetivos 194
10.1 Plano de Negócios 195
Prefácio
Prezados(as) alunos(as),
7
importantes desse tipo de função: funções custo, receita e demanda, além do
ponto de equilíbrio. O Capítulo 4 apresenta a função quadrática e sua aplica-
ções, com ênfase no estudo da receita, do lucro e da maximização do lucro. O
estudo da taxa de variação de funções matemáticas é abordado no Capítulo 5,
através da apresentação dos limites e derivadas de funções.
Mesmo considerando que apenas uma pequena parte das aplicações da Ma-
temática será aqui apresentada, estamos certos de que será de grande valia para
sua vida, tanto particular como profissional.
Bons estudos!
1
Revisão de Funções
e Gráficos
OBJETIVOS
• Compreender o que é uma função matemática;
• Reconhecer uma função do primeiro grau;
• Realizar cálculos de valores de função de primeiro grau e determinar sua raiz e intercepto;
• Esboçar e interpretar gráficos de funções do primeiro grau;
• Aplicar o conhecimento sobre função do primeiro grau em situações práticas do cotidiano.
10 • capítulo 1
1.1 Conceito
Em nosso cotidiano, mesmo sem perceber, estamos envolvidos por diversos ti-
pos de funções. A relação existente, por exemplo, entre o consumo de água em
nossa casa e o valor que iremos pagar, o tempo para cumprir um trajeto e a ve-
locidade desenvolvida, a quantidade de açúcar para adoçar certa quantidade de
suco, a quantidade de itens comprados e o valor a ser pago, entre tantas outras
situações em que há a relação entre duas (ou mais) grandezas, que chamare-
mos de variáveis.
Para muitos profissionais, determinadas variáveis necessitam ser analisa-
das com certa precisão. Considere, por exemplo, a quantidade de itens produ-
zidos que determina o custo total envolvido nessa produção; a receita total ob-
tida com a venda de uma utilidade que depende da quantidade vendida; o lucro
com a venda de certa utilidade que, entre outras coisas, depende também da
quantidade vendida; o volume de vendas (demanda) tem relação com o preço
praticado; a quantidade ofertada de certo produto, no mercado, relaciona-se
com o preço desse produto.
É lógico que tais relações não são exclusivas. Por exemplo, a quantidade
ofertada de certo produto, no mercado, tem relação com o preço que está sendo
praticado, mas também depende de outras variáveis tais como a taxa de juros
vigente, a quantidade de parcelas praticado nos financiamentos para aquisição
desse produto, os preços dos produtos similares concorrentes, entre tantas ou-
tras. No entanto, conhecer individualmente cada uma das relações entre a vari-
ável de interesse volume de vendas e as variáveis que, de certa forma, provocam
alteração de seus valores é imprescindível para se ter informações importantes
sobre a variável de interesse.
CONEXÃO
Um vídeo interessante sobre aplicações de funções está disponível no endereço:<http://
revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/vide-funcao-afim-resolucao-
problemas-604921.shtml>.
Ele apresenta a experiência de uma professora do ensino fundamental que trabalhou
com seus alunos aplicações de um tipo específico de função: a função afim. Vale a pena con-
ferir, pois nele são apresentados alguns procedimentos que faremos no estudo de funções.
capítulo 1 • 11
Neste capítulo estudaremos um tipo de função que conhecemos por função
do primeiro grau. É uma das formas mais elementares de função que existe,
mas que possui uma infinidade de aplicações.
1.2 Domínio
Uma ideia intuitiva de função que podemos ter é a de uma “máquina” que pro-
duz um valor y quando nela inserimos um valor x. Há uma “transformação” da
variável x para a produção da variável y. E isso acontece através de uma fórmula
matemática que relaciona valores de dois conjuntos.
Considere dois conjuntos A e B. Uma função matemática entre A e B, nes-
sa ordem, é uma relação que associa a cada um dos elementos de A um único
elemento de B. Há uma infinidade de tipos de função. Neste capítulo, estuda-
remos a função de primeiro grau, que é aquela que pode ser escrita na forma:
y = ax + b ou f ( x ) = ax + b
O coeficiente da variável x numa função de primeiro grau não pode assumir valor zero
porque, se isso acontecer, a função deixa de ser de primeiro grau para tornar-se uma
função constante (aquela cujo valor não varia mesmo quando alteramos o valor de x).
12 • capítulo 1
É comum utilizarmos as letras x e y para representar as variáveis em uma
função matemática. No entanto, podemos utilizar as letras que quisermos.
Quando, por exemplo, relacionamos o custo de produção de determinada utili-
dade com a sua quantidade produzida, utilizamos as letras C e q para represen-
tar tais variáveis.
Vamos ver, inicialmente, dois exemplos de funções do primeiro grau, cal-
culando alguns de seus valores e construindo seus gráficos. Mais adiante, vere-
mos algumas aplicações.
EXEMPLO
Considere a função f ( x ) = 2x + 3 .
Vamos determinar alguns de seus valores a partir dos seguintes valores de x: –2, –1, 0,
1, 2 e 3.
• Se x = –2, então f ( −2 ) = 2 ⋅ ( −2 ) + 3 = −4 + 3 = −1.
• Se x = –1, então f ( −1) = 2 ⋅ ( −1) + 3 = −2 + 3 = 1.
• Se x = 0, então f ( 0 ) = 2 ⋅ 0 + 3 = 0 + 3 = 3.
• Se x = 1, então f (1) = 2 ⋅1+ 3 = 2 + 3 = 5 .
• Se x = 2, então f ( 2 ) = 2 ⋅ 2 + 3 = 4 + 3 = 7.
• Se x = 3, então f ( 3) = 2 ⋅ 3 + 3 = 6 + 3 = 9 .
X F(X)
–2 –1
–1 1
0 3
1 5
2 7
3 9
capítulo 1 • 13
Note que os valores de x que escolhemos estão variando de uma em uma unidade. Já
os valores calculados de y variam de duas em duas. Isso já era esperado, pois o coeficiente
angular (a) da função dada é igual a 2. Ele determina qual será a variação de y cada vez que x
aumenta uma unidade.
Os valores da tabela representam apenas alguns pontos da função f(x) = 2x + 3 (ou
y = 2x + 3). Existem outros infinitos, mas eles já são suficientes para que possamos verificar
o comportamento do gráfico dessa função. Na verdade, como o gráfico de uma função é uma
reta, apenas dois dos pontos acima seriam suficientes.
É comum indicar os pontos de uma função através de pares ordenados (x, y). No caso
dos valores calculados para a função desse exemplo (tabela 1.3), temos os seguintes pares
ordenados: (–2, –1), (–1,1), (0,3), (1,5), (2,7) e (3,9).
1.3.1.1 Introdução
Vamos iniciar nosso estudo sobre função do segundo grau mostrando uma si-
tuação que exemplifica bem o surgimento desse tipo de função, a partir de uma
função de primeiro grau em que a variável independente x é função de outra
variável.
EXEMPLO
O proprietário de um restaurante que comercializa somente pratos executivos, todos com
o mesmo preço, resolveu realizar um estudo sobre a receita diária do estabelecimento e
como o volume de vendas varia em função do preço praticado. Para isso, realizou, durante
longo período, um levantamento comparando a quantidade x de pratos vendidos diariamente
e o preço p cobrado por unidade. Chegou, assim, ao seguinte modelo:
x = 100 – 2p
Notou, então, que, para cada real aumentado no preço da refeição, há uma redução de
2 unidades na quantidade vendida (pois o coeficiente angular da função é –2). Esse modelo
obtido permite também outras conclusões. Veja como ele pode influenciar a receita diária do
restaurante.
14 • capítulo 1
Como vimos em um dos exemplos do capítulo anterior, a função que fornece a receita
total y de uma utilidade em relação à quantidade comercializada x tem a forma:
y = p · 2p
x = 100 − 2p
2p = 100 − x
100 − x
p=
2
p = 50 − 0, 5x
p
y = ( 50 − 0, 5x ) ⋅ x
Note que o formato da função obtida difere daquele que vimos quando estudamos as
funções de primeiro grau. Temos, agora, uma função de segundo grau (pois a variável indepen-
dente aparece elevada à potência 2).
Vamos estudar algumas das características dessas funções. Podemos determinar, entre
outras coisas, qual deve ser a quantidade comercializada para que o valor da receita seja
máximo. Você pode pensar assim: quanto maior a quantidade vendida, maior será o valor re-
cebido (receita). Mas não podemos nos esquecer que, agora, para que a quantidade vendida
aumente, o preço deve baixar. E se o preço for muito baixo, mesmo com uma quantidade
grande, a receita pode parar de crescer. É isso que acontece em casos como o deste exem-
plo.
capítulo 1 • 15
Mais adiante, após estudarmos as características de uma função de segundo grau, reto-
maremos este exemplo para determinar “qual é a melhor relação preço versus quantidade para
que a receita seja a maior possível”.
EXEMPLO
São exemplos de funções do segundo grau:
a) f (x) = x2 – 6 x + 5, em que a = 1, b = – 6, c = 5;
b) g (x) = – x2 + 4x – 3, em que a = – 1, b = 4, c = – 3;
d) h (x) = x2 + 7, em que a = 1, b = 0, c = 7;
16 • capítulo 1
1.4 Funções crescentes e decrescentes
Associando cada valor de x a seu respectivo valor y (da tabela 1.3 – Valores da
função f(x) = 2x + 3), no gráfico, temos:
10
9 (3, 9)
7 (2, 7)
5 (1, 5)
3 (0, 3)
(–1, 1) 1
0
–3 –2 –1 0 1 2 3 4
–1
(–2 –)1
–2
capítulo 1 • 17
O mesmo acontece com relação aos outros pontos e em toda a extensão do do-
mínio da função. Por isso, após localizarmos os pontos calculados, podemos
ligá-los através de segmentos de reta.
10
0
–3 –2 –1 0 1 2 3 4
–1
–2
18 • capítulo 1
Embora a representação do gráfico da função f(x) = 2x + 3 da figura 2 limite-
se ao domínio (valor de x) de –2 a 3, poderíamos expandi-la infinitamente tanto
para valores maiores quanto para valores menores que os considerados na ta-
bela 1.3. Representamos a função de forma finita, mas não podemos esquecer
que ela é infinita.
Vejamos, agora, um exemplo em que o coeficiente angular é negativo.
EXEMPLO
Considere, agora, a função f(x) = – 2x + 3.
Vamos determinar, como no exemplo anterior, alguns de seus valores a partir dos seguin-
tes valores de x: –2, –1, 0, 1, 2 e 3.
X F(X)
–2 7
–1 5
0 3
1 1
2 –1
3 –3
capítulo 1 • 19
Nesse caso também, os valores de x escolhidos estão aumentando de uma em uma
unidade, mas os valores calculados de y, ao contrário do exemplo anterior, estão diminuindo
de duas em duas. Isso porque o coeficiente angular (a) da função considerada é igual a –2.
O intercepto, por sua vez, é o mesmo.
A partir dos valores calculados, podemos construir o gráfico da função:
0
–3 –2 –1 0 1 2 3 4
–1
–2
–3
–4
Nos dois exemplos dados, é possível perceber que, quando a > 0, a função é crescente
e quando a < 0, a função é decrescente.
20 • capítulo 1
1.5 Pontos de máximo e mínimo
1.5.1 Gráfico da função de segundo grau: a parábola
Vértice
Vértice
Se a > 0, a concavidade é voltada Se a < 0, a concavidade é voltada
para cima. para baixo.
Veja a figura.
Vértice
capítulo 1 • 21
Se traçarmos uma linha horizontal que cruze a parábola em dois pontos, o
segmento determinado por um desses pontos e a intersecção dessa linha com
o eixo vertical têm a mesma medida que o segmento determinado por essa in-
terseção e o outro ponto de cruzamento da linha horizontal com a parábola.
Para compreender melhor, considere que o eixo vertical da figura 5 é uma
dobra que você pode realizar. As linhas que determinam os dois lados da mes-
ma parábola vão coincidir após a dobra.
Já temos algumas informações interessantes que nos auxiliarão no gráfico
da função de segundo grau. Mas, ainda, há pontos importantes que devem ser
determinados através de cálculos: as raízes, o intercepto e o próprio vértice.
Assim como acontece com a função do primeiro grau, para calcularmos as
raízes da função de segundo grau (se elas existirem), devemos igualar a função
y a zero e resolver a equação resultante. Contudo, essa resolução não é, geral-
mente, tão simples como ocorre com as funções lineares. Só para relembrar,
as raízes (soluções) de uma equação de segundo grau, da forma ax2 + bx + c = 0
podem ser dadas pela fórmula de Bhaskara:
−b ± raiz de b2 − 4ac
x=
2a
em que Δ = b2 – 4ac.
1.6.1 Intercepto
22 • capítulo 1
1.6.2 Vértice da parábola
Como já vimos, o vértice está no eixo de simetria da parábola. Então, sua coor-
denada x pode ser obtida calculando-se a média entre as raízes (se elas existi-
rem). Mas há casos em que elas não existem e temos que recorrer a outro tipo
de cálculo. Portanto, para facilitar, podemos utilizar as fórmulas abaixo para
determinar as coordenadas x e y do vértice, que denotaremos, respectivamente,
por xv e yv:
b
xv = −
2a
∆
yv = −
4a
CONEXÃO
No endereço:<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/10956>, você irá en-
contrar um aplicativo que realiza uma simulação interativa com gráficos de funções do pri-
meiro e do segundo grau. Vale a pena conferir, pois através desse aplicativo, você poderá
compreender melhor o papel de cada coeficiente nesses tipos de função.
capítulo 1 • 23
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Esboce o gráfico da função y = x2 – 4x – 5 , identificando (e calculando) as raízes (se
existirem), o intercepto e o vértice.
Resolução
Temos a = 1, b = –4 e c = –5. Como a > 0, então concluímos que a parábola tem con-
cavidade voltada para cima.
O intercepto é o ponto (0, c), isto é, (0,–5).
As raízes são calculadas igualando-se y a zero e resolvendo a equação resultante:
y = 0 ⇒ x2 − 4 x − 5 = 0
Temos:
∆ = b2 − 4ac
∆ = ( −4 ) − 4 ⋅1⋅ ( −5)
2
∆ = 16 + 20
∆ = 36
Como o valor do discriminante ∆ é positivo, então concluímos que a função possui duas
raízes reais distintas. Vamos calculá-las utilizando a fórmula de Bhaskara:
−b ± ∆
x=
2a
− ( −4 ) ± 36
x=
2 ⋅1
10
x1 = =5
2
4±6
x=
2
−2
x3 = = −1
2
Quando obtemos as raízes de uma função quadrática, como no exemplo em que elas
são –1 e 5, significa que determinamos os pontos (–1,0) e (5,0), e não o ponto (–1,5).
Não se esqueça de que, para obtê-las, igualamos a função (y) a zero e elas indicam
onde ocorrem as interseções do gráfico com o eixo x. Portanto, de forma geral, consi-
derando que uma função tenha as raízes x1 e x2, os pontos por elas determinados são
(x1,0) e (x2,0).
24 • capítulo 1
As coordenadas do vértice são:
b −4 −4
xv = − =− =− = −( −2) = 2
2a 2 ⋅1 2
∆ 36 36
yv = − =− =− = −9
4a 4 ⋅1 4
8
7
6
5
4
3
2
1 x
0
–3 –2 –1–1 0 1 2 3 4 5 6 7
–2
–3
–4
–5
–6
–7
–8
–9
–10
capítulo 1 • 25
26 • capítulo 1
2
Limites
OBJETIVOS
Um dos objetivos deste capítulo é introduzir o conceito e cálculo do limite de uma função.
Ao ler este capítulo e resolver todos os exercícios, o aluno terá compreendido o conceito de
limite e estará pronto para adentrar a segunda parte deste capítulo, que tratará da função
derivada.
O estudo de limites de funções é importante e sua maior importância está no fato de
conhecê-lo para poder compreender a definição e o cálculo da função derivada.
A função derivada nos informa sobre o comportamento da variação de uma função, isto
é, sobre o impacto que a variável independente (x) tem sobre a função (variável dependente –
y). Como a próxima unidade nos apresentará a derivada como sendo um limite do coeficiente
angular, então devemos, agora, conhecer mais de perto o limite de funções.
Ao final deste capítulo, depois da leitura e da resolução dos exercícios (resolvidos e pro-
postos), o aluno terá aprendido:
• a noção e o conceito de limite de uma função;
• a calcular o valor do limite de uma função num ponto qualquer;
• a diferença conceitual entre o valor da função e o valor do limite num ponto.
28 • capítulo 2
2.1 Introdução ao Limite
2.1.1 O conceito intuitivo de limite
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Encontrar o limx → 2(3x – 1).
Resolução
Vamos calcular os valores que f(x) = 3x – 1 assume nas vizinhanças de x = 2. As duas
próximas tabelas apresentam resultados suficientes para que possamos verificar o compor-
tamento da função f(x) nas vizinhanças de x = 2.
X Y = 3X – 1 X Y = 3X – 1
–1 –4,00000 5 14,00000
0 –1,00000 4 11,00000
1 2,00000 3 8,00000
1,5 3,50000 2,5 6,50000
1,6 3,80000 2,2 5,60000
1,9 4,70000 2,1 5,30000
1,99 4,97000 2,01 5,03000
1,999 4,99700 2,001 5,00300
1,9999 4,99970 2,0001 5,00030
1,99999 4,99997 2,00001 5,00003
capítulo 2 • 29
Podemos observar que a função assume valores muito próximos de 5,0 nas vizinhan-
ças à esquerda de x = 2.
Tomemos, agora, as vizinhanças à direita de x = 2.
Podemos observar, também, que a função assume valores muito próximos de 5,0 nas
vizinhanças à direita de x = 2.
Podemos dizer, então, que o limite de f(x) quando x tende para 2 é 5, isto é, limx → 2(3x –
1) = 5.
Nesse caso, o valor do limite da função quando x tende para 2 se confunde com o valor
da função. Eles são iguais, pois a função é contínua em x = 2.
Desta forma: limx → 2(3x – 1) = f(2) = 5.
Para que exista o limite de uma função com x tendendo a certo valor x0, é necessário que
esta função esteja tendendo ao mesmo valor conforme x se aproxima de x0, tanto pela
esquerda como pela direita (tanto por valores menores que x0 como por valores maiores
que x0).
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Vamos calcular os limites a seguir, apenas efetuando a substituição do valor mencio-
nado para x. Até o item (q), é possível determinar os valores dos limites dessa forma, pois
todas as funções apresentadas são contínuas para x = x0. No entanto, no item (r) isso não
ocorre. Vejamos:
a) limx → 1 (3x – 4)
limx → 1 (3x – 4) = f(1) = –1
b) limx → –2 (3x – 4)
limx → –2 (3x – 4) = f(–2) = –10
c) limx → 0 (3x – 4)
limx → 0 (3x – 4) = f(0) = – 4
30 • capítulo 2
d) limx → 10 (x)
limx → 10 (x) = f(10) = 10
e) limx → –4 (–x – 4)
limx → –4 (–x – 4) = f(– 4) = 0
f) limx → 2 (5)
limx → 2 (5) = f(2) = 5
g) limx → –3 (10)
limx → –3 (10) = f(–3) = 10
h) lim
x→
1 ( x2 )
2
1 1
lim 1 ( x2 ) = f 2 = 4
x→
2
i) limx → 1 (x3 – 1)
limx → 1 (x3 – 1) = f(1) = 0
j) limx → –1 (x3 – 1)
limx → –1 (x3 – 1) = f(–1) = –2
k) limx → 0 (x2 – 3x + 4)
limx → 0 (x2 – 3x + 4) = f(0) = 4
l) limx → –1 (x4 + 1)
limx → –1 (x4 + 1) = f(–1) = 2
m) 1
lim x →1 + 2 x
x
1
lim x →1 + 2 x = f (1) = 3
x
capítulo 2 • 31
n) 4
lim x → 2 3x − +1
x
4
lim x → 2 3x − +1 = f ( 2 ) = 8
x
o) limx → 3 4 x + 13
limx → 3 4 x + 13 = f(3) =5
limx → 2 3x − 4x a
2
p)
2x − 1
3x2 − 4x
limx → 2 18 − x
2x − 1
limx → 3 x − 4
2
q)
x −2
limx → 3 x − 4 = f(3) = 5
2
x −2
limx → 2 x − 4
2
r)
x −2
limx → 2 x − 4 = f(2) = ?
2
x −2
No item (s), observamos que a função no ponto x = 2 não existe, mas o limite existe?
Quanto vale?
Vimos, até aqui, que, se a função é contínua no ponto em que estamos querendo cal-
cular o limite, então o limite se confunde com o próprio valor da função neste ponto.
Como a função (item s acima) não é contínua no ponto x = 2, então sabemos que não
existe o valor da função nesse ponto, mas o limite existe? Como calculá-lo? Veremos que
32 • capítulo 2
o limite existe, sim, nesse caso (item s acima), apesar de não existir o valor da função no
ponto x = 2. Temos que recorrer ao conceito original do limite de vizinhança. O limite é
definido pela tendência da função em torno do ponto (nas suas vizinhanças), mas não nele
exatamente, isto é, precisamos descobrir o comportamento da função em torno do ponto
x = 2, mas não nele. Continuaremos com esta discussão.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Encontre o valor-limite:
x2 − 4
lim x →2
x −2
Resolução
Vamos calcular os valores que f(x) assume nas vizinhanças de x = 2.
x2 −4
X y =
x−2
–1 1,00000
0 2,00000
1 3,00000
1,5 3,50000
1,6 3,60000
capítulo 2 • 33
x2 −4
X y =
x−2
1,9 3,90000
1,99 3,99000
1,999 3,99900
1,9999 3,99990
1,99999 3,99999
Podemos observar que a função assume valores muito próximos de 4,0 nas vizinhan-
ças à esquerda de x = 2.
Tomemos, agora, as vizinhanças à direita:
x2 −4
X y =
x−2
5 7,00000
4 6,00000
3 5,00000
2,5 4,50000
2,2 4,20000
2,1 4,10000
2,01 4,01000
2,001 4,00100
2,0001 4,00010
2,00001 4,00001
Podemos observar, também, que a função assume valores muito próximos de 4,0 nas
vizinhanças à direita de x = 2.
Podemos dizer, então, que o limite de f(x), quando x tende a 2, é igual a 4, isto é:
x2 − 4
lim x →2
x −2
Neste caso, f(2) nem existe, ou seja, a função não está definida em x = 2 (f(x) é des-
contínua em x = 2), mas o limite existe e vale 4.
Vimos que obter o valor do limite num ponto (x), em que a função não é contínua, não é
34 • capítulo 2
uma operação difícil, mas sim trabalhosa. Porém, nos casos em que podemos fatorar a fun-
ção, a obtenção do limite é menos trabalhosa, conforme apresentado a seguir.
Outra forma de se obter o valor do limite da função no ponto x0 (descontínuo) passa
pela utilização do método da fatoração. Com a fatoração, podemos encontrar outra função
(g(x)) que seja contínua em x0 e que tenha exatamente o mesmo comportamento da função
original (f(x)) do nosso problema (que é descontínua no ponto x0). Se esta segunda função
(g(x)) apresentar o mesmo comportamento que a função original (f(x)), então os limites das
duas funções terão o mesmo valor, ainda que f(x) seja descontínua em x = x0, e o limite
será o próprio valor da função g(x) em x0.
O segredo está no fato de que devemos lembrar que o valor do limite depende única e
exclusivamente do comportamento da função nas vizinhanças do ponto x0, e não necessaria-
mente sobre ele. Assim, como as duas funções f(x) e g(x) têm o mesmo comportamento em
todos os pontos, então os limites das duas funções são os mesmos e assumem o valor de
g(x0). Vejamos o exemplo seguinte (ainda o caso do item s do exemplo 1 anterior).
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Encontre o valor-limite:
x2 − 4
lim x →2
x −2
Resolução
Já sabemos que a função não é definida em x = 2. Vamos, então, fatorá-la.
Fatorando a expressão do denominador (parte superior da fração), obtemos:
x2 − 4 ( x − 2 ) ( x + 2 )
= = x+2
x −2 x −2
capítulo 2 • 35
Temos, então, duas funções:
(I) A função original de nosso problema que não é definida (descontínua) em x = 2, que é:
x2 − 4
f(x) = x−2
x2 − 4
limx →2 ≡ limx →2 ( x + 2) = 4
x −2
36 • capítulo 2
3
Derivada de uma
função
O estudo de limites de funções é importante e sua maior importância está no fato de conhe-
cê-lo para poder compreender a definição e o cálculo da função derivada.
A função derivada nos informa sobre o comportamento da variação de uma função, isto é,
sobre o impacto que a variável independente (x) tem sobre a função (variável dependente –
y). Esta unidade nos apresentará a derivada como sendo um limite do coeficiente angular.
OBJETIVOS
• Relembrar o conceito e o cálculo do coeficiente angular como medida de variação no valor
da função (y) e como um impacto;
• na variação da variável independente (x);
• No conceito da função derivada como uma taxa “pontual” de variação da função;
• No cálculo da função derivada num ponto qualquer;
• No cálculo da função derivada analiticamente por meio de sua definição, utilizando o cál-
culo do limite.
38 • capítulo 3
3.1 Introdução à Derivada
A derivada de uma função é outra função que tem a característica poderosa de
nos mostrar o comportamento da função original. A derivada de uma função
nos mostra a forma de seu crescimento/decrescimento. Ela apresenta a taxa de
variação (crescimento/decrescimento) da função, isto é, o quanto a função (y)
cresceria ou decresceria se incrementássemos “um pouco” a variável indepen-
dente (x). Na natureza, temos alguns exemplos de derivadas.
A velocidade (função velocidade) é a derivada do espaço no estudo da
cinemática, pois é a velocidade que nos “mostra” como os espaços estão
sendo percorridos em relação ao tempo por um veículo. Se este veículo está
imprimindo grande aceleração, então, com o passar do tempo, a função es-
paço vai aumentando e a cada segundo o aumento é maior, isto é, a taxa de
aumento do espaço percorrido por segundo, por exemplo, vai aumentando.
Se, em contrapartida, o espaço percorrido aumenta, mas sempre numa mes-
ma taxa – por exemplo, 5 metros a cada segundo –, é porque a sua velocidade
(taxa de variação) é constante.
O exemplo mais comum na Administração Geral é o do custo marginal. O
custo marginal é a função derivada do custo em relação à quantidade produzi-
da de bens ou serviços. Sabemos que, para produzir certa quantidade Q de pro-
duto final, precisamos gastar cQ com matérias-primas, energia, capital, mão de
obra, transporte etc. Desta forma, para cada nível de produção Q, é conhecida a
quantia monetária para a sua obtenção, isto é, o custo.
O custo marginal, por ser a derivada do custo, apresenta-nos o quanto a em-
presa terá de gastar a mais (aumento no custo) para conseguir produzir “um
pouco” mais de produto final. Assim, o custo marginal mostra a taxa de varia-
ção do custo quando se altera o nível de produção de uma empresa ou de uma
linha de produção.
capítulo 3 • 39
3.2 O coeficiente angular
O coeficiente angular nos apresenta a variação no valor da função (y) como de-
corrência de uma variação na variável x (independente), isto é, ele nos mostra o
impacto provocado na função (y) pela variação em x.
Se a função é crescente, isto é, se um aumento em x provoca um aumento
no valor da função (y), então o coeficiente angular irá mostrar o quanto (Δy) a
função cresce provocada pelo aumento na variável x (Δx).
A forma utilizada para se determinar uma função derivada, que será abordada neste
capítulo, não é a mais prática nem a mais ágil, mas é necessária para que se compre-
enda o conceito de derivada. Na próxima unidade, veremos formas bem mais práticas
de obter tais funções.
∆y y 2 − y 1
m= =
∆x x 2 − x1
40 • capítulo 3
y
P2
y2
∆y
P1
α
y1
∆x
x
x1 x2
A utilização da letra grega delta maiúscula (D) seguida de uma variável (x, por exemplo)
indica a variação ocorrida nessa variável, isto é, Dx é uma forma de indicar um intervalo
da variável x.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Calcule o coeficiente angular entre os pontos abaixo, todos sobre a função y = 3x + 1:
a) x1 = 0 e x2 = 1
∆y y2 − y1 4 − 1
m= = = =3
∆x x2 − x1 1− 0
b) x1 = 1 e x2 = 2
∆y y2 − y1 7 − 4
m= = = =3
∆x x2 − x1 2 − 1
capítulo 3 • 41
c) x1 = 2 e x2 = 3
∆y y2 − y1 10 − 7
m= = = =3
∆x x2 − x1 3 − 2
d) x1 = 10 e x2 = 11
∆x y2 − y1 34 − 31
m= = = =3
∆y x2 − x1 11− 10
e) x1 = 0 e x2 = 10
∆y y2 − y1 31− 1
m= = = =3
∆x x2 − x1 10 − 0
f) x1 = 1 e x2 = 101
∆y y2 − y1 304 − 4
m= = = =3
∆x x2 − x1 101− 1
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Calcule o coeficiente angular entre os pontos abaixo, todos sobre a função y = x2.
a) x1 = 0 e x2 = 1
∆y y2 − y1 1− 0
m= = = =1
∆x x2 − x1 1− 0
b) x1 = 1 e x2 = 2
∆y y2 − y1 4 − 1
m= = = =3
∆x x2 − x1 2 − 1
c) x1 = 2 e x2 = 3
∆y y2 − y1 9 − 4
m= = = =5
∆x x2 − x1 3 − 2
42 • capítulo 3
d) x1 = 10 e x2 = 11
∆y y2 − y1 121− 100
m= = = = 21
∆x x2 − x1 11− 10
e) x1 = 0 e x2 = 10
∆y y2 − y1 100 − 0
m= = = = 10
∆x x2 − x1 10 − 0
f) x1 = 1 e x2 = 101
∆y y2 − y1 10 ⋅ 201− 1
m= = = = 102
∆x x2 − x1 101− 1
capítulo 3 • 43
A notação de derivada pode ser encontrada, entre vários autores, como
sendo:
y’; f’(x); dy ; ∆xy
dx
Todas estas notações dizem respeito à mesma função matemática: “a deri-
vada de y em relação a x”.
Voltando à definição de derivada, podemos dizer que ela é a mesma do coe-
ficiente angular entre dois pontos, porém com a única e importante diferença
de que o acréscimo na variável x, a partir de x0, é muito pequeno, tendendo a
zero (Δx → 0), conforme expressão abaixo:
∆y f ( x 0 + ∆x ) − f ( x 0 )
y = lim ∆x →0 = lim ∆x →0
∆x ∆x
44 • capítulo 3
f(x)
f(x0 + ∆x) P2
Reta tangente
a f(x) pelo
ponto x0
f(x0) P1 α
θ
(x0) (x0) + ∆x
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Encontre, pela definição, as seguintes derivadas, sendo y = 3x + 1:
a) y’(x0 = 1) ou y(1), que representam a derivada da função no ponto x0 = 1;
b) y’(2);
c) y’(0);
d) y’(x).
Resolução
a) y (1)
Vamos determinar, inicialmente, as expressões que representam f(x0)
e f(x0 + Dx):
f ( x0 ) = f (1) = 3 ⋅1+ 1 = 4
f ( x0 + ∆x ) = f (1+ ∆x ) = 3(1+ ∆x ) + 1 = 3 + 3∆x + 1 = 4 + 3∆x
capítulo 3 • 45
Agora, basta substituir as expressões equivalentes a e no limite, que é a definição da
derivada que desejamos calcular, e determinar seu valor, como apresentado a seguir:
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
y ’(1) = lim∆x →0
∆x
f (1+ ∆x ) − f(1)
= lim∆x →0
∆x
4 + 3∆x − 4
= lim∆x →0
∆x
3∆x
= lim∆x →0
∆x
= lim∆x →0 ( 3)
=3
CONEXÃO
No endereço:<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/11411>, você encon-
trará um interessante aplicativo (disponível gratuitamente para download), denominado “fun-
ción derivada”, que mostra o conceito de taxa de variação média e sua interpretação geomé-
trica, de taxa de variação instantânea, a função derivada e a derivada de função composta.
Também apresenta exemplos e exercícios que poderão auxiliar sua aprendizagem. O texto é
apresentado em espanhol.
b) y’(2)
Novamente vamos determinar, inicialmente, as expressões que representam f(x0) e
f(x0 + Dx):
f ( x0 ) = f (2) = 3 ⋅ 2 + 1 = 7
f ( x0 + ∆x ) = f (2 + ∆x ) = 3(2 + ∆x ) + 1 = 6 + 3∆x + 1 = 7 + 3∆x
Agora, vamos substituir as expressões equivalentes a f(x0) e f(x0 + Dx) no limite, que é
a definição da derivada que desejamos calcular, e determinar seu valor, como apresentado a
seguir:
46 • capítulo 3
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
y ’(2) = lim∆x →0
∆x
f (2 + ∆x ) − f(2)
= lim∆x →0
∆x
7 + 3∆x − 7
= lim∆x →0
∆x
3∆x
= lim∆x →0
∆x
= lim∆x →0 ( 3)
=3
c) y’(0)
Determinando as expressões que representam f(x0) e f(x0 + Dx), temos:
f ( x0 ) = f ( 0) = 3 ⋅ 0 + 1 = 1
f ( x0 + ∆x ) = f ( 0 + ∆x ) = 3( 0 + ∆x ) + 1 = 3∆x + 1 = 1+ 3∆x
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
y ’( 0) = lim∆x →0
∆x
f ( 0 + ∆x ) − f ( 0)
= lim∆x →0
∆x
1+ 3∆x − 1
= lim∆x →0
∆x
3∆x
= lim∆x →0
∆x
= lim∆x →0 ( 3)
=3
CONEXÃO
No endereço:<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/4998>, você en-
contrará um interessante aplicativo (disponível gratuitamente para download), denominado
“limits”, que calcula limites de funções.
capítulo 3 • 47
d) y’(x)
Determinando as expressões que representam f(x0) e f(x0 + Dx), temos:
f ( x0 ) = f ( x ) = 3x + 1
f ( x0 + ∆x ) = f ( x + ∆x ) = 3( x + ∆x ) + 1 = 3x + 3∆x + 1
Agora, vamos substituir as expressões equivalentes a f(x0) e f(x0 + Dx) no limite, que é
a definição da derivada que desejamos calcular, e determinar seu valor, como apresentado
a seguir:
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
y ’( x ) = lim∆x →0
∆x
f ( x + ∆x ) − f ( x )
= lim∆x →0
∆x
3x + 3∆x + 1− ( 3x + 1)
= lim∆x →0
∆x
3x + 3∆x + 1− 3x − 1
= lim∆x →0
∆x
3∆x
= lim∆x →0
∆x
= lim
m∆x→0 ( 3)
=3
EXEMPLO
Encontre, pela definição, as seguintes derivadas, sendo y = x2 – 2x + 1:
a) y’(2);
b) y’(x).
Resolução
a) y’(2)
Da mesma forma que no exemplo anterior, vamos determinar, inicialmente, as expres-
sões que representam f(x0) e f(x0 + Dx):
f ( x0 ) = f (2) = 22 − 2 ⋅ 2 + 1 = 4 − 4 + 1 = 1
f ( x0 + ∆x ) = f (2 + ∆x ) = (2 + ∆x ) − 2(2 + ∆x ) + 1
2
= 4 + 4∆x + ( ∆x )2 − 4 − 2∆x + 1
= ( ∆x )2 + 2∆x + 1
48 • capítulo 3
Agora, basta substituir as expressões equivalentes a f(x0) e f(x0 + Dx) no limite, que é a de-
finição da derivada que desejamos calcular, e determinar seu valor, como apresentado a seguir:
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
y ’(2) = lim∆x →0
∆x
+ 2∆x + 1− 1
( ∆x )2
= lim∆x →0
∆x
( ∆x )2 + 2∆x
= lim∆x →0
∆x
∆x( ∆x + 2)
= lim∆x →0
∆x
= lim∆x →0 ( ∆x + 2)
=0+2
=2
b) y’(x)
Nesse caso, para determinar as expressões equivalentes a f(x0) e f(x0 + Dx), devemos
substituir x0 por x e proceder ao cálculo do limite que define a derivada.
f ( x 0 ) = f ( x ) = x2 − 2x + 1
f ( x0 + ∆x ) = f ( x + ∆x ) = ( x + ∆x ) − 2( x + ∆x ) + 1
2
= x2 + 2x∆x + ( ∆x )2 − 2x − 2∆x + 1
Agora, basta substituir as expressões equivalentes a (x0) e f(x0 + Dx) no limite, que é a
definição da derivada que desejamos calcular, e determinar seu valor, como apresentado a
seguir:
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
y ’(2) = lim∆x →0
∆x
x2 + 2x∆x + ( ∆x )2 − 2x − 2∆x + 1− ( x2 − 2x + 1)
= lim∆x →0
∆x
x2 + 2x∆x + ( ∆x )2 − 2x − 2∆x + 1− x2 + 2x − 1
= lim∆x →0
∆x
2x∆x + ( ∆x )2 − 2∆x
= lim∆x →0
∆x
∆x(2x + ∆x − 2)
= lim∆x →0
∆x
= lim∆x →0 (2x + ∆x − 2)
= 2x + 0 − 2
= 2x − 2
capítulo 3 • 49
EXEMPLO
Encontre, pela definição, a derivada de:
a) y = 4x + 3;
b) y = 1 – 5x;
4
c) y= ;
x
d) y = x2
Resolução
Note que não está sendo especificado nenhum valor para x0. Dessa forma, iremos consi-
derar um valor genérico x0 = x. No mais, o procedimento é semelhante ao que já realizamos
nos exemplos anteriores.
a) y = 4x + 3
Temos:
f ( x 0 ) = f ( x ) = 4x + 3
f ( x 0 + ∆x ) = f ( x + ∆x ) = 4( x + ∆x ) + 3
= 4 x + 4 ∆x + 3
Substituindo as expressões equivalentes a f(x0) e f(x0 + Dx) no limite que define a deri-
vada, temos:
f ( x 0 + ∆x ) − f ( x 0 )
y '( x ) = lim ∆x →0
∆x
4 x + 4∆x + 3 − (4 x + 3)
= lim ∆x →0
∆x
4 x + 4∆x + 3 − 4 x − 3
= lim ∆x →0
∆x
4∆x
= lim ∆x →0
∆x
= lim ∆x →0 (4)
=4
50 • capítulo 3
b) y = 1 – 5x;
Temos:
f ( x0 ) = f ( x ) = 1− 5x
f ( x0 + ∆x ) = f ( x + ∆x ) = 1− 5( x + ∆x )
= 1− 5x − 5∆x
Substituindo as expressões equivalentes a f(x0) e f(x0 + Dx) no limite que define a deri-
vada, temos:
f( x0 + ∆x ) − f( x0 )
y ’( x ) = lim∆x →0
∆x
1− 5x − 5∆x − (1− 5x )
= lim∆x →0
∆x
1− 5x − 5∆x − 1+ 5x
= lim∆x →0
∆x
−5∆x
= lim∆x →0
∆x
= lim∆x →0 ( −5)
= −5
c) 4
y= ;
x
Temos:
4
f ( x0 ) = f( x ) = x
f ( x + ∆x ) = f ( x + ∆x ) = 4
0
x + ∆x
capítulo 3 • 51
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
y ’( x ) = lim∆x →0
∆x
4 4
−
= lim∆x →0 x + ∆x x
∆x
4x − 4( x + ∆x )
x( x + ∆x )
= lim∆x →0
∆x
4x − 4x − 4∆x
x( x + ∆x )
= lim∆x →0
∆x
−4∆x
x( x + ∆x )
= lim∆x →0
∆x
−4∆x 1
= lim∆x →0 ⋅
x( x + ∆x ) ∆x
−4
= lim∆x →0
x( x + ∆x )
−4
=
x( x + 0)
−4
= 2
x
CONEXÃO
No exemplo anterior, item (c), o mínimo múltiplo comum (mmc) de x e (x + ∆x) é igual a
x(x + ∆x).
d) y = x2
Temos:
f ( x0 ) = f ( x ) = x2
f ( x0 + ∆x ) = f ( x + ∆x ) = ( x + ∆x ) = x + 2x∆x + ( ∆x )
2 2 2
52 • capítulo 3
Substituindo as expressões equivalentes a e no limite que define a derivada, temos:
f( x + ∆x ) − f( x )
y ’( x ) = lim 0 0
∆x → 0 ∆x
x2 + 2x∆x + ( ∆x )2 − x2
= lim
∆x → 0 ∆x
2x∆x + ( ∆x )2
= lim
∆x → 0 ∆x
∆x(2x + ∆x )
= lim
∆x → 0 ∆x
= lim (2x + ∆x )
∆x → 0
= 2x + 0
= 2x
capítulo 3 • 53
54 • capítulo 3
4
Regras de
Derivação
OBJETIVOS
Depois de ler e resolver os exercícios deste capítulo, o aluno terá aprendido as regras de
diferenciação de funções e saberá rapidamente obter a derivada:
• de uma função potência f(x) = x n;
• de uma função multiplicada por uma constante k: k · f(x);
• de uma função constante f(x) = k;
• da soma (ou subtração) de duas funções: f(x) ± g(x);
• do produto de duas funções: f(x) · g(x);
f (x)
• da divisão de duas funções: .
g(x)
56 • capítulo 4
4.1 Regras de Derivação
Vimos, no capítulo 3, como calcular a derivada originalmente, isto é, pela
sua definição.
Porém, a todo momento precisamos calcular derivadas e levaremos bastan-
te tempo resolvendo-as “pela definição” (usando o cálculo do limite). Este tema
traz, então, uma série de regras de diferenciação (derivação) para que o pro-
cesso de obtenção do cálculo seja bastante prático. O aluno aprenderá, neste
capítulo, as principais regras de diferenciação (ou derivação) de funções. São
regras bastante simples que permitirão ao aluno obter rapidamente a forma
mais simples da derivada de uma função sem ter que recorrer ao cálculo do
limite (derivada pela definição).
capítulo 4 • 57
Vamos então considerar y = xn. Daí, temos:
f (x0 ) = f (x) = xn
f ( x 0 + ∆x ) = f ( x + ∆x ) = ( x + ∆x )
n
= x n + nx n −1 ∆x + nx n −2 ( ∆x )2 +
+… + nx 2 ∆x n −2 + nx∆x n −1 + ( ∆x )n
f ( x 0 + ∆x ) − f ( x 0 )
y ( x ) = lim ∆x →0
∆x
x n + nx n −1 ∆x + nx n −2 ( ∆x )2 + … + nx 2 ( ∆x )n −2 + nx( ∆x )n −1 + ( ∆x )n − x n
= lim ∆x →0
∆x
nx n −1 ∆x + nx n −2 ( ∆x )2 + … + nx 2 ( ∆x )n −2 + nx( ∆x )n −1 + ( ∆x )n
= lim ∆x →0
∆x
∆x[nx n −1 + nx n −2 ∆x + … + nx 2 ( ∆x )n −3 + nx( ∆x )n −2 + ( ∆x )n −1 ]
= lim ∆x →0
∆x
= lim ∆x →0 [nx n −1 + nx n −2 ∆x + … + nx 2 ( ∆x )n −3 + nx( ∆x )n −2 + ( ∆x )n −1 ]
= nx n −1 + nx n −2 ⋅ 0 + … + nx 2 ⋅ 0n −3 + nx ⋅ 0n −2 + 0n −1
= nx n −1
EXEMPLO
Se y = x3, então y’ = 3x3–1 ⇒ y’ = 3x2.
58 • capítulo 4
EXEMPLO
Encontre a derivada de cada uma das funções apresentadas a seguir, utilizando a regra
da derivada da função y = xn.
a) y = x2 i) y= x
8
b) y=x
c) y = x10 j) y = x3
d) y = x100
e) y=x k) y = x5
f) 1
y= 3
x l) y=3x
g) 1
y=
x m) y = 7 x4
h)
1
y=
x10
Resolução
a) y = x2
Se y = x2, então y’ = 2x2–1 ⇒ y’ = 2x.
b) y = x8
Se y = x8, então y’ = 8x8–1 ⇒ y’ = 8x7.
c) y = x10
Se y = x10, então y’ = 10x10–1 ⇒ y’ = 10x9.
d) y = x100
Se y = x100, então y’ = 100x100–1 ⇒ y’ = 100x99.
e) y = x
Se y = x, então y’ = 1x1–1 ⇒ y’ = x0 ⇒ y’ = 1.
f) 1
y=
x3
capítulo 4 • 59
g) 1
y=
x
Se 1 , podemos escrever, de forma equivalente, y = x–1. Então:
y=
x
1
y ’ = −1x −1−1 ⇒ y ’ = − x −2 ⇒ y ’ = − , x ≠ 0.
x2
h) 1
y=
x10
Se y = 1 , podemos escrever, de forma equivalente, y = x–10. Então:
10 x
10
y ’ = −10x −10 −1 ⇒ y ’ = −10x −11 ⇒ y ’ = − , x ≠ 0.
x11
i) y= x
1
Se y = x , podemos escrever, de forma equivalente, y = x 2 . Então:
1 21 −1 1 −1 1 1
y’ = x ⇒ y’ = x 2 ⇒ y’ = − 1 ⇒ y’ = − , x > 0.
2 2 2 x
2x 2
j) y = x3
3
Se y = x3 , podemos escrever, de forma equivalente, y = x 2 . Então:
3 32 −1 3 1 3 x
y’ = x ⇒ y ’ = x2 ⇒ y ’ = , x ≥ 0.
2 2 2
k) y = x5
5
Se y = x5 , podemos escrever, de forma equivalente, y = x 2 . Então:
60 • capítulo 4
l) y=3x
1
Se y = 3 x , podemos escrever, de forma equivalente, y = x 3 . Então:
m) y = 7 x4
4
Se y = 7 x4 , podemos escrever, de forma equivalente, y = x 7 . Então:
4 47 −1 4 −3 4 4
y’ = x ⇒ y ’ = x 7 ⇒ y ’ = 3 ⇒ y ’ = 7 , x > 0.
7 7 7 x3
7x 7
EXEMPLO
Encontre as derivadas das funções seguintes, utilizando as regras de derivação que você
conhece:
a) y = 3x2 e) y = 100x100
b) x8 f) 5
y= y=
10 x
c) y = 100x3 g) 6
y=−
x3
d) x10 h) y =2 x
y=
10
capítulo 4 • 61
3
i) 25x3 k) 8x2
y= y=
3 2
j) y = 20 3x5 l) y=3
Quando encontramos, numa função, uma constante (k) que esteja multiplicando ou
dividindo outra função, então, se queremos aplicar a derivação, devemos nos preocupar
somente com a parte funcional (parte que apresenta o x), mantendo a constante intac-
ta, ou seja, da forma (multiplicando ou dividindo) como se apresenta na função original,
antes de começar a derivação.
Resolução
a) y = 3x2
Se y = 3x2, então:
y’ (x) = 3 · (2)x(2 – 1) = 6x1 = 6x
x8
b) y=
10
x8 1 8
Se y = , podemos escrever, de forma equivalente, y = x . Então:
10 10
1 1 8 x7
y’ = ⋅ 8 x8 −1 ⇒ y ’ = ⋅ 8 x7 ⇒ y ’ = .
10 10 10
c) y = 100x3
Se y = 100x3, então:
y’ = 100 · (3)x3 – 1 = 300x2
x10
d) y=
10
e) y = 100x100
Se y = 100x100, então:
y’= 100 · (100)x100 – 1 = 10.000 · x99
62 • capítulo 4
5
f) y=
x
5 1
Se y = , podemos escrever, de forma equivalente, y = 5 = 5 ⋅ x −1. Então:
x x
6
g) y=−
x3
6
Se y = − , podemos escrever, de forma equivalente,
x3
1
y = −6 = −6 ⋅ x −3 . Então:
x3
18
y ’ = −6 ⋅ ( −3) x−3−1 ⇒ y ’ = 18 x−4 ⇒ y ’ = .
x4
h) y =2 x 1
Se y = 2 x , podemos escrever, de forma equivalente, y = 2x 2 .
1 1 −1 −
1
1 1
y ’ = 2 ⋅ ⋅ x2 ⇒ y ’ = x 2 ⇒ y ’ = 1 ⇒ y ’ = .
2 x
x2
25x3
i) y=
3
3
Se y = 25x , podemos escrever, de forma equivalente,
3
3
25 ⋅ x3 5 ⋅ x 2 5 23 Então:
y= = = ⋅x
3 3 3
1 5
y = 20 ⋅ 3 2 ⋅x 2
1 −1 5 −1
y’ = 20 ⋅ 3 2 ⋅ 5 2
1 3
y ’ = 20 ⋅ 1
⋅x 2
3 2
1
3 2 32
y ’ = 20 ⋅ ⋅x
3
20 12 3 2
y’ = ⋅3 ⋅x
3
20 1
y’ = ⋅ ( 3 ⋅ x3 ) 2
3
capítulo 4 • 63
j) y = 20 3x5
Se y = 20 3x5 , podemos escrever, de forma equivalente, y = 20 · 3½ · x5/2
Então:
1 5
y = 20 ⋅ 3 2 ⋅x 2
1 −1 5 −1
y ’ = 20 ⋅ 3 2 ⋅ 5 2
1 3
y ’ = 20 ⋅ 1 ⋅ x 2
3 2
1
3 2 32
y ’ = 20 ⋅ ⋅x
3
20 12 3 2
y’ = ⋅3 ⋅x
3
20 1
y’ = ⋅ ( 3 ⋅ x3 ) 2
3
3
k) 8x2
y=
2
3 2
Se y = 8x , podemos escrever, de forma equivalente,
2
2
3
8 3 x2 2 3 x2
y= ⇒y= ⇒ y = x 3 . Então:
2 2
2
3
8 3 x2 2 3 x2
y= ⇒y= ⇒ y = x 3 . Então:
2 2
2 1
2 3 −1 2 − 2 2
y· = x ⇒ y· = x 3 ⇒ y· = 1 ⇒ y· = 3 .
3 3 3 x
3x 3
l) y=3
Como y = 3 é uma função constante, podemos escrevê-la na forma y = 3x0. E, aplicando
as mesmas regras que aplicamos nos itens anteriores, temos:
y’ = 3 · 0 · x0–1 = 0
Em situações como essas (de funções constantes), não é necessário que apliquemos
tais regras, pois, na próxima seção, definiremos uma regra para derivadas de funções cons-
tantes. Podemos dizer que a derivada de uma função constante é sempre igual a zero.
64 • capítulo 4
4.2.3 Derivada de f(x) = k
EXEMPLO
Encontre as derivadas das funções seguintes:
a) y = 3 d) y= 5
b) y = 10 400 e) y = p
c) y = 1 f) y = 53
10
Resolução
Todas as funções apresentadas nos itens de (a) a (f) são funções constantes. Portanto,
para todos esses casos, temos:
y’ = 0
É bastante intuitivo que a derivada de uma função constante seja nula, principalmente
quando nos lembramos de que a derivada é justamente uma medida de quanto a fun-
ção varia em decorrência de uma mudança na variável independente (x).
capítulo 4 • 65
EXEMPLO
Derive as funções seguintes, utilizando as regras de derivação:
a) y = 3x2 + 2x – 10
b) y = 3x2 + 4x – 5
c) x8
y= − 3x
10
d) y = 100x3 – 4x2 + 3x – 10
Resolução:
a) y = 3x2 + 2x – 10
Se y = 3x2 + 2x – 10, então:
y · = 3 ⋅ 2x2 −1 + 2x1−1 − 0 ⇒ y · = 6x + 2.
b) y = 3x2 + 4x – 5
Se y = 3x2 + 4x – 5, então:
y · = 3 ⋅ 2x2 −1 + 4x1−1 − 0 ⇒ y · = 6x + 4.
c) x8
y= − 3x
10
8
Se y = x − 3x , então:
10
8x8 −1 4 x7
y· = − 3x1−1 ⇒ y · = − 3.
10 5
d) y = 100x3 – 4x2 + 3x – 10
Se y = 100x3 – 4x2 + 3x – 10, então:
Para obter a derivada de uma função, que é a soma ou a subtração de várias funções,
é só derivar cada uma delas separadamente e depois somar ou subtrair as derivadas.
É bastante intuitivo que a derivada de uma função constante seja nula, principalmente
quando nos lembramos de que a derivada é justamente uma medida de quanto a fun-
ção varia em decorrência de uma mudança na variável independente (x)
66 • capítulo 4
4.4 Derivada do produto de duas funções: a
regra do produto
Para obter a derivada de uma função, que é a soma ou a subtração de várias funções,
é só derivar cada uma delas separadamente e depois somar ou subtrair as derivadas.
É bastante intuitivo que a derivada de uma função constante seja nula, principalmente
quando nos lembramos de que a derivada é justamente uma medida de quanto a fun-
ção varia em decorrência de uma mudança na variável independente (x).
EXEMPLO
Utilizando as regras de derivação, obtenha as derivadas de cada uma das funções se-
guintes:
a) y = x3 · (4x + 2)
b) y = (2x3 + 3x + 1) · (x – 3)
c) y = (100x3 – 4x2) · (3x – 20)
5x
d) y= ( 25x 2 − 4x + 2)
2
Resolução
a) y = x3 · (4x + 2)
Podemos observar que a função y é o produto de duas funções, que denotaremos, res-
pectivamente, por f(x) e g(x). Portanto:
y = f(x) · g(x)
capítulo 4 • 67
em que
f ( x ) = x3 ,
g( x ) = 4x + 2
f'( x ) = 3x2
g ’( x ) = 4
Para simplificar a notação, vamos denotar as funções f(x), g(x), f´(x) e g´(x) por f, g, f´ e
g´. Além disso, podemos suprimir o uso do sinal da multiplicação “·”, quando esta operação
estiver evidente.
y ’ = f' g + g ’ f
y ’ = 3x2 (4x + 2) + 4( x3 )
y ’ = 3x2 (4x + 2) + 4( x3 )
y ’ = 12x3 + 6x2 + 4x3
y ’ = 16x3 + 6x2
A regra do produto de duas funções não é tão intuitiva quanto a regra da soma (ou
subtração). Agora, a derivada de uma multiplicação não é simplesmente a multiplicação
das derivadas.
68 • capítulo 4
b) y = (2x3 + 3x + 1) · (x – 3)
Escrevendo a função y como o produto de duas funções, f e g, temos:
y = f · g,
em que
f = 2x3 + 3x +1
,
g = x − 3
f' = 6x2 + 3
g’ = 1
y ’ = f' g + g ’ f
y ’ = (6x2 + 3)( x − 3) + 1(2x3 + 3x + 1)
y ’ = 6x3 − 18x2 + 3x − 9 + 2x3 + 3x + 1
y ’ = 8x3 − 18x2 + 6x − 8
5x
f =
2 ,
g = 25x2 − 4x + 2
y ’ = f' g + g ’ f
y ’ = ( 300x2 − 8x )( 3x − 20) + 3(100x3 − 4x2 )
y ’ = 900x3 − 600x2 − 24x2 + 160x + 300x3 − 12x2
y ’ = 1200x3 − 636x2 + 160x
capítulo 4 • 69
d) 5x
y= (25x2 − 4x + 2)
2
Da mesma forma que nos casos anteriores, vamos escrever a função y como o produto
de duas funções f e g:
y = f · g,
em que
5x
f =
2 ,
g = 25x2 − 4x + 2
5
f' =
2 .
g ’ = 50x − 4
y ’ = f' g + g ’ f
5 5x
y ’ = (25x2 − 4x + 2) + (50x − 4)
2 2
125x2
y’ = − 10x + 5 + 125x2 − 10x
2
375x2
y’ = − 20x + 5
2
Note que, em cada um dos casos resolvidos anteriormente, poderíamos ter obtido a deri-
vada sem aplicar a regra do produto. Bastaria, para isso, multiplicar as expressões (utilizando
a propriedade distributiva), transformando cada uma das funções em polinômios (sem utiliza-
ção da forma de multiplicação). No entanto, haverá casos em que esse tipo de recurso não
será possível. Por isso, é imprescindível que se saiba aplicar a regra do produto.
CONEXÃO
No endereço:<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/6091>, você irá en-
contrar um interessante aplicativo que apresenta a aplicação da “regra do produto” (“the pro-
duct rule”) para a obtenção de derivadas de alguns exemplos específicos de funções. Você
70 • capítulo 4
mesmo insere a função produto que deseja derivar (a partir de algumas funções já predefini-
das) e o programa fornece o resultado da derivada, bem como apresenta uma representação
gráfica da função produto e de sua derivada. Para poder utilizá-lo, será necessário o plug in
“Mathematica Player”, que está disponível para download na mesma página.
f (x)
y=
g(x)
f' ( x ) ⋅ g ( x ) − g ( x ) ⋅ f ( x ) .
y =
[g ( x )]2
EXEMPLO
Aplicando as regras de derivação, determine as derivadas das funções seguintes:
4
a) y = 5x
3x2
b) 5x2 + 8x − 1
y=
2x − 3
c) x4 + 25
y=
x 3 − 4 x2
capítulo 4 • 71
Resolução
a) 5x4
y=
3x2
Note que essa função pode ser simplificada antes de ser derivada. Podemos escrever:
5x2 5 2
=y = ou y x ,
3 3
e, em seguida, derivá-la:
5 10x
y ’ = 2x2 −1 ⇒ y ’ =
3 3
Apenas para ilustrar e mostrar que, pela aplicação da regra do quociente. a derivada
obtida será a mesma, vamos determinar y´ dessa forma.
Vamos, inicialmente, escrever a função y como o quociente de duas funções, f e g:
f
y= ,
g
em que
f = 5x
4
,
g = 3x
2
f' = 20x3
.
g ’ = 6x
20 2 10 2
Aplicando a regra do quociente, temos: y ’ = ⋅ x ⇒ y’ = ⋅x
6 3
b) 5x2 + 8x − 1
y=
2x − 3
Escrevendo a função y como o quociente de duas funções f e g, temos:
f
y= ,
g
72 • capítulo 4
em que
f = 5x2 + 8x − 1
,
g = 2x − 3
f' = 10x + 8
.
g’ = 2
f' g − g ’ f
y’ =
g2
(10x + 8)(2x − 3) − 2(5x2 + 8x − 1)
y’ =
(2x − 3)2
20x2 − 30x + 16x − 24 − 10x2 − 16x + 2
y’ =
(2x − 3)2
10x2 − 30x − 22
y’ =
(2x − 3)2
x4 + 25
c) y=
x 3 − 4 x2
f
y= ,
g
em que
f = x + 25
4
g = x − 4x
3 2
f' = 4x
3
.
g ’ = 3x − 8x
2
capítulo 4 • 73
Aplicando a regra do quociente, temos:
f' g − g ’ f
y’ =
g2
4x3 ( x3 − 4x2 ) − ( 3x2 − 8x )( x4 + 25)
y’ =
( x 3 − 4 x 2 )2
4x6 − 16x5 − 3x6 − 75x2 + 8x5 + 200x
y’ =
( x 3 − 4 x 2 )2
x6 − 8x5 − 75x2 + 200x
y’ =
( x 3 − 4 x 2 )2
CONEXÃO
No endereço: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/6090>, você irá en-
contrar um interessante aplicativo que apresenta a aplicação da “regra do quociente” (“the
quotiente rule”) para a obtenção de derivadas de alguns exemplos específicos de funções.
Você mesmo insere a função quociente que deseja derivar (a partir de algumas funções já
predefinidas) e o programa fornece o resultado da derivada, bem como apresenta uma re-
presentação gráfica da função quociente e de sua derivada. Para poder utilizá-lo, será neces-
sário o plug in “Mathematica Player”, que está disponível para download na mesma página.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIANG, A. Matemática para economistas. Edusp/McGraw-Hill, 1982.
DANTE, L. R. Matemática: contexto e aplicações. 2. ed. São Paulo: Ática, 2005.
GOLDSTEIN, L. J. Matemática aplicada à economia, administração e ciências contá-
beis. Bookman, 1999.
GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Vol. 1. Rio de Janeiro: LTC, 1997.
LEITHOLD, L. Matemática aplicada à economia e administração. Harbra, 2001.
SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, H. M. Matemática: para os cursos de economia, admi-
nistração e ciências contábeis. São Paulo: Atlas, 1997.
TAN, S. T. Matemática aplicada à administração e economia. Pioneira Thomson
Learning, 2001.
WEBER, J. E. Matemática para economia e administração. Harbra, 1988.
74 • capítulo 4
4.6 Aplicação de Derivada para
Determinação de Máximos e Mínimos –
Problema de Otimização
O primeiro passo para resolver este tipo de problema é determinar, de forma
precisa, a função a ser otimizada. Em geral, obtemos uma expressão de duas va-
riáveis, mas, usando as condições adicionais do problema, esta expressão pode
ser reescrita como uma função de uma variável derivável e, assim, poderemos
aplicar os teoremas.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Aplicação de regra de derivação
O custo para produzir certo produto é dado por C(x) = x3/3 − 6 x2 + 30 x + 25.
Determine o lucro máximo se o preço do produto for R$ 10,00.
O lucro é dado por L(x) = R(x) − C(x), em que a receita é R(x) = 10 x; logo;
1
L( x ) = −x 3 + 18x 2 − 60 x − 75
3
Derivando e igualando a zero:
− 3 x2 + 36 x − 60 = 0 =⇒ x = 2 e x = 10.
Derivando novamente:
2 4 6 8 10 12
Disponível em: <http://www.ime.uerj.br/~calculo/Ecomat/cap7.pdf, pdf>.
Acesso em: 02 mai. 2015. Adaptado.
capítulo 4 • 75
76 • capítulo 4
5
Aplicações
Matemáticas em
Economia
OBJETIVOS
Ao final desse capítulo, o aluno deverá estar apto a:
• Entender porque as empresas precisam de funções que maximizem seus lucros;
• Aplicar seus conhecimentos a situações em que a tomada de decisão visa a elevar lucros,
sem descuidar do cumprimento de outras restrições próprias do ambiente de negócios;
• Calcular o ponto de equilíbrio de uma operação;
• Compreender a elasticidade - preço da demanda.
78 • capítulo 5
5.1 Maximização do lucro de uma empresa
5.1.1 Maximização do lucro
EXEMPLO
Encontre a quantidade e o preço ótimos, isto é, aqueles valores, respectivamente, que a
empresa deveria produzir e colocar no preço unitário do produto, de forma a maximizar seu
lucro, sabendo-se que a empresa apresenta custo fixo de R$ 1.000,00 e custo unitário de
produção de R$ 4,00. A empresa conhece a função (curva) de demanda de seu produto
(Q = 120 – p ou p = 120 – Q). Encontre também o lucro máximo.
Sugestão: obtenha as funções CT e RT e faça um gráfico.
Resolução
Custo total: CT = CF + CV = 1.000 + 4Q
Receita total: RT = pQ = (120 – Q)Q = 120Q – Q2
Note agora que a função receita total será uma parábola (função do segundo grau).
Lucro da empresa: L = RT – CT = 120Q – Q2 – 1.000 – 4Q, que simplificando resulta em
L = – Q2 + 116Q – 1.000
O valor máximo do lucro (Lucro máximo: Lmáx) ocorre no vértice da parábola:
−b − ∆ −116 −9.456
; = ; = ( 58; 2.364 )
2a 4a −2 −4
capítulo 5 • 79
que o preço seria, segundo a função da demanda, anterior: p = 120 – Q = 120 – 58 = 62,00
reais. Para compreender melhor, devemos raciocinar que a empresa colocaria o preço em
R$ 62,00 e, assim, as pessoas estariam interessadas em comprar 58 unidades do produto,
gerando, então, um lucro total (máximo) de R$ 2.364,00 para a empresa. Este é o ponto de
operação da empresa monopolista.
O gráfico a seguir representa as funções envolvidas nesse exemplo.
4.000 $
1.000
CT Q
0
0 20 40 60 80 100 120
–1.000 Qótima = 58
–2.000
EXEMPLO
Dadas as funções receita total RT(Q) = –Q2 + 200Q e custo total CT(Q) = 4.000 + 30Q, para
Q variando de 0 a 120 unidades, de uma determinada utilidade:
a) determine a quantidade para a qual essa utilidade proporciona receita máxima;
b) obtenha a função lucro total para essa utilidade;
c) determine a quantidade para a qual o lucro proporcionado por essa utilidade é má-
ximo;
d) esboce os gráficos das funções custo total, receita total e lucro total dessa utilidade.
Resolução
a) Como a função receita total é uma função do segundo grau, cujo gráfico é uma
parábola com concavidade voltada para baixo, então seu valor máximo (receita má-
xima) ocorre no vértice dessa parábola. Portanto, a quantidade que proporciona
receita máxima é dada pela fórmula:
80 • capítulo 5
−b
Qv =
2a
Note que, na fórmula mostrada, o valor que será obtido é referente à coordenada x do
vértice (xv).
Na função RT(Q) = –Q2 + 200Q, temos a = –1 e b = 200. Portanto, o valor da coorde-
nada Qv é:
−b −200 −200
Qv = = = = 100
2a 2( −1) −2
O resultado nos diz que o valor máximo de receita ocorre quando a quantidade Q vendida
(e produzida) é igual a 100. Caso seja necessário calcular o valor dessa receita máxima, bas-
ta substituir Q por 100 na função RT(Q) = –Q2 + 200Q e calcular o valor de RT.
Pode parecer estranho, mas, de acordo com a função, se a quantidade for maior que 100,
a receita começará a diminuir. Isso pode ocorrer na prática, pois há relação entre quantidade
e preço e, à medida que a quantidade aumenta, o preço pode cair. E lembre-se de que a
receita é obtida pela multiplicação da quantidade pelo preço. Portanto, mesmo a quantidade
aumentando, se o preço cair, o valor de receita poderá diminuir.
b) A função lucro total LT pode ser obtida pela diferença entre as funções receita total
RT e custo total CT. Portanto:
LT(Q) = RT(Q) – CT(Q)
LT(Q) = – Q2 + 200Q – (4.000 + 30 Q)
LT(Q) = – Q2 + 200Q – 4.000 – 30 Q
LT(Q) = – Q2 + 170Q – 4.000
Na função LT(Q) = – Q2 + 170Q – 4.000, que é do segundo grau, temos a = –1, b = 170
e c = –4000. Portanto, a coordenada Qv é dada por:
−b −170 −170
Qv = = = = 85
2a 2( −1) −2
capítulo 5 • 81
d) Os gráficos das funções lucro total, receita total e custo total são apresentados a
seguir. As linhas pontilhadas indicam o comportamento das funções apresentadas,
mas em uma região (domínio) que já não é mais válida para esta aplicação, pois no
enunciado há menção de que as funções receita e custo apresentadas, nesse caso,
são válidas para Q variando de 0 a 120 unidades.
12000
10000
8000 Custo
6000 Receita
Lucro
4000
2000
Quantidade
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
2000
4000
6000
8000
10000
12000
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Interpretação de dados em uma tabela – aplicação de custo fixo, variável, total, médio e
marginal.
82 • capítulo 5
01. Dada a tabela a seguir de custos de uma operação de produção de um bem, calcule e/
ou descreva:
a) o custo adicional (marginal) para a produção da nona unidade;
b) o lucro obtido para a venda das 9 (nove) unidades, ao preço unitário de R$ 10,00;
c) o lucro obtido com a venda de 10 (dez) unidades, ou seja, uma unidade adicional do bem;
d) em quantas unidades produzidas se dá a maximização de lucro dessa empresa na ope-
ração de produção analisada;
e) o que ocorre com os custos fixos, variáveis e totais médios de produção;
f) o que a empresa deve fazer em relação à tomada de decisão da produção da décima
unidade, caso a sua estratégia seja de aumento de participação de mercado.
CUSTO
CUSTO CUSTO CUSTO FIXO CUSTO CUSTO
PRODUÇÃO CUSTO FIXO VARIÁVEL
VARIÁVEL TOTAL MÉDIO MÉDIO MARGINAL
MÉDIO
0 15,00 0 15,00
1 15,00 7,50 22,50 15,00 7,50 22,50 7,50
2 15,00 12,00 27,00 7,50 6,00 13,50 4,50
3 15,00 15,00 30,00 5,00 5,00 10,00 3,00
4 15,00 16,50 31,50 3,75 4,13 7,88 1,50
5 15,00 18,00 33,00 3,00 3,60 6,60 1,50
6 15,00 24,00 39,00 2,50 4,00 6,50 6,00
7 15,00 30,00 45,00 2,14 4,29 6,43 6,00
8 15,00 37,50 52,50 1,88 4,69 6,56 7,50
9 15,00 46,50 61,50 1,67 5,17 6,83 9,00
10 15,00 57,00 72,00 1,50 5,70 7,20 10,50
11 15,00 69,00 84,00 1,36 6,27 7,64 12,00
Resolução
a) Conceito de custo marginal: observe-se que, quando se adiciona uma unidade ao
volume produzido, pode-se calcular quanto custa produzir esta unidade adicional (Marginal).
Assim, para o nível de produção de 8 (oito) unidades, o custo total foi de R$ 52,50 e, ao
mudar o volume de produção para 9 (nove) unidades, o custo total passa a ser de R$ 61,50.
Desta forma, ao se subtraírem esses dois valores, chega-se à conclusão de que a nona uni-
dade produzida custou R$ 9,00.
O uso do custo marginal é relevante, pois serve para calcular o ponto ótimo de produção.
b) Lucro obtido: supondo que o preço de mercado de venda para o seu produto seja
de R$ 10,00 por unidade e, se esta empresa estiver produzindo 9 (nove) unidades, a sua
receita será de 9 X R$ 10,00 = R$ 90,00
Por outro lado, seu custo total será de R$ 61,50, como informa a tabela do exercício.
capítulo 5 • 83
Por conseguinte, o lucro obtido será igual a receita – custo total = R$ 90,00 – R$ 61,50
= R$ 28,50
c) Se os gestores decidirem aumentar o nível de produção para 10 (dez) unidades, e
não mais 9 (nove) unidades, o custo total observado na tabela passará de R$ 61,50 para R$
72,00. Admitindo-se, naturalmente, que haja comprador para esta unidade adicional, a recei-
ta passará dos R$ 90,00 anteriores para R$ 100,00. Logo, obterá um lucro de R$ 28,00.
d) Conceito de maximização de lucro: percebe-se que, apesar do esforço produti-
vo adicional, o lucro apurado ao final do movimento de incremento da produção foi menor
(R$ 28,00 < R$ 28,50), o que faz pensar que, na estratégia de maximização de lucro, nenhu-
ma unidade adicional será produzida se seu custo marginal for inferior ao preço de mercado
de venda do bem ou serviço.
e) Pode-se observar na tabela que, quanto maiores forem os valores da coluna de
produção, menores serão os custos fixos médios.
Da mesma forma, visualiza-se uma redução inicial nos custos variáveis médios que, em
seguida, inicia uma trajetória de crescimento, mostrando um esgotamento da relação eficien-
te entre os fatores de produção fixos e variáveis.
Também, pode-se observar que o mesmo ocorre com os custos médios (totais médios)
só que em patamares produtivos mais altos.
Outra explicação que se pode dar para o comportamento desta variação nos custos mé-
dios diz respeito ao aumento de procura dos fatores de produção variáveis e que podem vir a
sofrer aumentos de seu preço devido ao aumento de sua demanda.
f) Genericamente, pode-se estabelecer:
Receita marginal > custo marginal
No entanto, percebe-se ainda que o custo médio para produzir 10 (dez) unidades foi de
R$ 7,20, que é inferior ao preço de venda, indicando claramente que ainda estamos na faixa
de lucratividade, mas não na de maximização de lucro.
Entretanto, caso a organização tenha por estratégia o aumento de sua participação no
mercado e não de maximização de lucro, ela deverá aumentar a sua produção.
Assim, fica demonstrada uma visão econômica dos custos, que inclui as variáveis micro-
econômicas e o ambiente externo do mercado.
Disponível em: : <http://estaciodocente.webaula.com.br/salaframe.asp?curso=686&A-
cessoSomenteLeitura=S&topico=766246&vzGestor=S>. Acesso em: 02 mai. 2015.
84 • capítulo 5
5.3 Ponto de Equilíbrio
Para operar na produção de bens ou serviços, toda e qualquer empresa neces-
sita empregar uma série de recursos, conhecidos como fatores de produção.
Os fatores de produção são utilizados com o objetivo de se conseguir produzir
certa quantidade de produtos ou serviços para oferecer à sociedade. Os mais
comuns são mão de obra, matéria-prima, energia (elétrica e/ou outras), trans-
portes, capital investido (financeiro ou imobilizado).
O conhecimento da função custo é muito importante para o administrador
no sentido de que lhe permite saber o quanto está gastando (com os fatores de
produção) para produzir certa quantidade de produtos (ou serviços). A função
custo pode ser dividida ou classificada em custo fixo e custo variável, dependen-
do de como varia, conforme a empresa queira produzir mais produtos. Assim, o
custo fixo, como o próprio nome diz, independe da quantidade produzida, isto é,
é um custo constante ao longo do tempo ao qual a empresa incorre, independen-
temente de quanto está produzindo, pois é decorrente da decisão que a empresa
toma sobre construir suas instalações prediais e adquirir equipamentos, veícu-
los, maquinários etc. Mesmo que a empresa não esteja produzindo nada, ela tem
de arcar com o pagamento ou a imobilização destes ativos (fixos) todos. Os custos
com mão de obra, matéria-prima, energia (por exemplo) são ditos variáveis por-
que dependem da quantidade produzida (de produtos ou serviços) pela empresa.
Conhecer e administrar estas funções custos é muito importante para o ad-
ministrador nos dias de hoje, em que é crescente o nível de concorrência entre
as empresas. O administrador tem de planejar e controlar suas operações da
forma mais enxuta e econômica possível, buscando, assim, a minimização de
seus custos e mantendo, é claro, o nível de qualidade de seu produto ou serviço.
Outra função muito importante na avaliação do desempenho das empresas
é a função receita (ou faturamento), que mostra o volume de recursos financei-
ros obtidos pela empresa com as vendas de seus produtos ou serviços. Por fim,
a função lucro, que a empresa obterá, é a diferença entre a receita e os custos.
O lucro representa a quantidade de recursos financeiros que realmente perten-
cem à empresa, isto é, representa o saldo para a empresa proveniente das ven-
das (receita) depois de pagos os fatores de produção envolvidos (custos).
Assim, ao final da leitura e com a execução dos exercícios deste capítulo, o
aluno terá aprendido:
capítulo 5 • 85
• a valorizar o estudo de funções matemáticas para o administrador empre-
gá-las como um ferramental de gestão, que o auxilie a medir e a avaliar o desem-
penho da empresa de várias maneiras;
• a criar aplicações de funções matemáticas aplicadas à administração;
• a obter (ou calcular) funções custo, como custo fixo e custo variável;
• a obter a função receita da empresa, proveniente das vendas de produtos
ou serviços;
• a calcular o lucro da empresa, empregando as funções receita e custo;
• a obter pontos de equilíbrio (break-even-point) em que a empresa começa
a ter lucro;
• a obter o ponto de operação de empresas, em que a empresa maximiza
seu lucro.
$
RT
CT
CF
CV
Q
Qe
86 • capítulo 5
5.3.1.1 Custo total
A função que fornece o custo total referente à produção de uma utilidade é dada
por:
CT = CF + CV = CF + cQ
em que:
RT = pQ
em que:
p é o preço do produto no mercado;
RT é a receita ou faturamento obtido com o total da venda das Q unidades do
produto.
capítulo 5 • 87
5.3.1.3 Ponto de equlíbrio
(Qe) ⇒ RT = CT
pQe = CF + cQe
então:
CF
Qe =
p−c
Quando definimos, na prática, uma função custo total, precisamos determinar para que
quantidades ela é válida, pois sabemos que, à medida que a produção aumenta, o custo
por unidade pode diminuir, em razão da possibilidade da negociação de compra de um
volume maior de matéria-prima, por exemplo.
EXEMPLO
Uma empresa de refrigerantes apresenta custo fixo de $100.000, custo unitário de $ 0,60 e
preço de mercado de $ 2,00. Sendo assim, monte as funções do custo total da receita total
e encontre o ponto de equilíbrio (Qe).
88 • capítulo 5
Resolução
Temos:
CF = 100.000
c = 0,60
p = 2,00
A função custo total é dada por: CT = 100.000 + 0,60Q.
Dado o preço unitário p, podemos definir a função receita total como RT = 2Q.
Para obter o Qe (quantidade do ponto de equilíbrio), podemos resolver a equação:
R T = CT
2Qe = 100.000 + 0, 60Qe
100.000
Qe =
2 − 0, 60
100.000
Qe =
140
,
Qe = 71.428, 57 reais
CF
Qe =
p−c
100.000
Qe =
2 − 0, 60
100.000
Qe =
140
,
Qe = 71.428, 57 reais
A receita obtida com a venda de determinado produto não é o mesmo que o lucro ob-
tido. Lucro é o valor da receita subtraído o custo desse produto.
A seguir, você tem o gráfico que representa as funções e o ponto de equilíbrio do exem-
plo trabalhado.
capítulo 5 • 89
200.000 $
180.000 RT
160.000
140.000 CT
120.000
CF
100.000
80.000
60.000
40.000 CV
20.000
Q
0
0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 90.000 100.00
Qe
Você dispõe também, logo abaixo, de uma tabela com alguns valores das funções apre-
sentadas nesse exemplo.
90 • capítulo 5
5.4 Elasticidade – preço da demanda
A curva de demanda nos mostra o estabelecimento do nível de preço (p)
no mercado frente à quantidade (Q) de demanda do produto pela sociedade.
A lei da demanda e da oferta é fundamental em economia e administração.
Aqui, aplicamos o lado da demanda (procura). O nível de preço influencia
negativamente a quantidade procurada de produtos, isto é, há uma tendên-
cia de as pessoas ficarem menos propensas a comprar (ou comprarem me-
nores quantidades) o produto quando seu preço aumenta.
EXEMPLO
Plotar as funções demandas pelos produtos A e B a seguir e observar a relação negativa
entre o nível de preço e a quantidade de demanda de produtos.
pA p
A: Q A = 50 − e B: QB = 80 − S
4 2
em que:
• pA é o nível de preço do produto A;
• pB é o nível de preço do produto B;
• QA é a quantidade de demanda do produto A;
• QB é a quantidade de demanda do produto B.
Resolução
A tabela seguinte apresenta alguns valores calculados para as duas funções.
DEMANDAS
PA QA PB QB
0 50 0 80
40 40 20 70
80 30 40 60
120 20 60 50
160 10 80 40
200 0 100 30
120 20
140 10
160 0
capítulo 5 • 91
De acordo com os valores apresentados na tabela anterior, podemos esboçar o gráfico
a seguir:
90
Q
80
70 Demanda do produto B
60
50
40 Demanda do produto A
30
20
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
p (preço)
CONEXÃO
Nas aplicações que você irá realizar das funções, é importante realizar a representação grá-
fica destas para melhor análise. Portanto, uma sugestão interessante e útil é que você realize
o download e instale em seu computador um aplicativo que, com certeza, será de grande
utilidade. Trata-se do “Plotfunção”, disponível no endereço: <http://objetoseducacionais2.
mec.gov.br/handle/mec/11400>.
92 • capítulo 5
6
Aplicações
Matemáticas em
Marketing
OBJETIVOS
Após a leitura deste capítulo o aluno deverá lograr entender a relação entre a matemática e
o (a):
• previsão e mensuração de demanda;
• pesquisa de marketing;
• mensuração do valor da marca;
• gerenciamento de preços;
• promoção de vendas/descontos;
• propaganda/dispêndio de marketing;
• orçamento de marketing.
94 • capítul6 1
6.1 Previsão e mensuração da demanda em
marketing
Definições
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. A demanda de carne depende da magnitude com que é consumida e do número de
pessoas que possam consumi–la. Assim, se uma pessoa alimenta–se em média de 0,5 kg de
carne por semana, ela estará comendo 2 kg de carne por mês (de 4 semanas).
Se uma cidade tiver uma população de 900.000 habitantes, consumindo esse produto,
qual a demanda da empresa fornecedora, supondo–se que sua participação de mercado seja
de 13%?
capítulo 6 • 95
01. Gabarito
13% de 900.000 habitantes = 117.000 habitantes
117.000 habitantes X 2 kg de carne/mês = 234.000 kg de carne ou 234 T
02. Na cidade de Ribeirão Preto, a empresa XZT tem demanda de 400.000 unidades do
produto P 1 e seu potencial de mercado é de 14,5%. Considerando estes dados, pode–se
afirmar que seu potencial de vendas de:
02. Gabarito
14,5% de 400.000 unidades = 58.000 unidades
X Y
1 28
2 40
3 25
4 32
5 27
6 41
7 34
8 37
03. Gabarito
Mm4 = 27+41+34+37 = 34,75
4
96 • capítul6 1
Admitindo que a demanda do 9º mês foi de 40 unidades, fazer a previsão da demanda para o 10º mês.
03. Resolução
Mm4 = 41+34+37+40 = 38
4
Usar as fórmulas
capítulo 6 • 97
= (342 – 1,030303 X 55)/10 = 28,5333335
Y = 28, 5333335 + 1,030303 X
98 • capítul6 1
Pretende–se saber quantos elementos ou quantas observações da variável
de interesse deve–se tomar da população ou universo amostrado. Este número
chama–se tamanho da amostra.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uma população consome três marcas de refrigerantes: A, B e C.
Feita uma pesquisa de mercado, colheram– se os resultados tabelados abaixo.
A 97
B 172
AeB 15
BeC 30
AeC 25
A, B e C 07
capítulo 6 • 99
50 pessoas consomem somente A.
120 pessoas consomem somente B.
90 pessoas consomem somente C.
15 pessoas consomem A e B.
25 pessoas consomem A e C.
30 pessoas consomem B e C.
07 pessoas consomem A, B e C.
110 pessoas não consomem nenhuma das três marcas.
O total de pessoas entrevistadas foi: 50 + 120 + 90 + 15 + 25 + 30 + 07 + 110 = 447.
100 • capítul6 1
03. Gabarito
Para Murilo: 51% está fora da margem de erro de 3% (que vai de 59% = 56% + 3%
até 53% = 56% – 3%)
Para Brito: 49% está fora da margem de erro de 3% (que vai de 47% = 44% + 3% até
41% = 44% – 3%)
capítulo 6 • 101
Realizando uma regressão linear com esses valores descritos no quadro 2,
pode–se realizar uma estimativa do valor contábil da empresa para o ano de
2010 com base nos valores do Patrimônio Líquido dos 11 anos anteriores. A re-
gressão linear resultou na equação demonstrada na figura 2, sendo que a escala
encontra–se em bilhões de Reais.
102 • capítul6 1
Com base no modelo 1 – Modelo de Avaliação Patrimonial – a Petrobras pos-
sui um valor de mercado de R$ 130 bilhões. Esse modelo não considera as con-
dições de mercado para a valorização dos ativos e amortização das dívidas, bem
como esse método não leva em consideração as necessidades de investimento
em capital de giro e imobilização para manutenção da capacidade competitiva
para o próximo período.
Utilizando–se da análise por meio dos valores dos dividendos pagos aos
acionistas, o valor de uma empresa pode oscilar com base no fluxo futuro de
dividendos. A tabela 2 expõe os valores pagos anualmente, do ano 2001 ao ano
de 2009, aos acionistas da Petrobras.
capítulo 6 • 103
Figura 3 – Crescimento dos dividendos pagos aos acionistas. Elaborado pelos autores
RESUMO
É importante notar que o valor da marca está inserido no valor patrimonial de mercado e
não deve ser adicionado ao mesmo.
104 • capítul6 1
O valor de mercado estimado da Petrobras de R$ 130 bilhões, em 2010, já embute o
valor citado (da marca) e, também, os riscos estimados.
O valor de uma marca é o valor presente dos fluxos de caixa estimados exclusivamente
por ela, excluídos os riscos envolvidos para os próximos anos.
O valor da estimação é feita por meio de cálculo indireto por consultorias.
Estas desenvolveram diversas metodologias para calcular o valor da marca.
Uma delas é estimar o lucro gerado por uma empresa forte e compará–lo ao de uma
empresa fraca. A diferença será a estimativa do valor da marca.
Outra forma é estimar uma taxa do royalty que a empresa não precisa pagar, por ser ela
mesma a detentora da marca, posto que não precisa licenciá–la.
Há, no entanto, discordâncias das estimações, conforme acima exposto, como por exem-
plo, que o valor da marca seja resultado da estimação dos seus fluxos de caixa. A empresa
pode estar em um momento de criação de base de clientes, assumindo prejuízos devido ao
seu investimento, para então em um segundo momento, explorar financeiramente essa base.
Usar a fórmula
capítulo 6 • 105
Preços na indústria, comércio ou serviços são calculados, mas contém di-
versos componentes intangíveis.
Tentará se demonstrar que preço não pode ser estabelecido puramente no
nível operacional (do supervisor de loja no comércio), pois diversas vertentes
estratégicas estão sempre incorporadas na visão do preço ideal.
Estas vertentes são:
a) base de cálculo científica;
b) posicionamento estratégico;
c) cadeia de valor;
d) redirecionador de custo;
e) produtos substitutos;
f) ciclo de vida do produto;
g) matriz de portfólio;
h) elasticidade da demanda.
106 • capítul6 1
A cadeia de valor trabalha para a qualidade das relações desde o produtor,
atacadista e distribuidor, comerciante varejista, cliente, mas não se limita a es-
tes, visto que credores, clientes internos (funcionários), acionistas são também
grupos de interesse envolvidos nos relacionamentos da empresa.
Não se atinge o preço adequado sem levar em conta a cadeia de valor (que
agrega valor pela qualidade das relações) em cada transação dentro e fora da
empresa envolvendo determinado produto, porquanto todos os interesses
acima mencionados devem ficar harmonizados. E o preço é a peça-chave para
que a receita viabilize ao menos o ponto de equilíbrio e, finalmente, o lucro da
empresa.
Redirecionadores de custo se deslocam de volume e escala para qualidade
(foco no cliente). Logo, os preços devem ser compatíveis mais com qualidade
percebida pelo cliente do que com escala de produção (foco no produto).
Os produtos substitutos (uma das forças descritas por Porter) tornam difícil
o cálculo da participação de mercado para cada produto.
Assim sendo, os preços devem levar em conta essa dificuldade, visto que um
ou mais concorrentes podem nem mesmo ser do ramo de produtos em que a
empresa opera. Como a participação de mercado é determinante da rentabili-
dade da empresa (Profit Impact of Market Strategy – PIMS), pode–se imaginar
o quanto é importante a determinação de preço que transpõe esta dificuldade.
O ciclo de vida de produto abordado anteriormente com as suas fases (in-
trodução, crescimento, maturidade, declínio e rejuvenescimento) tomadas em
conjunto com a matriz de portfólio delimitam quem são: “ralos” de caixa, ge-
radores de caixa, autossustentados, e tomadores de caixa. Os preços são decor-
rentes da análise de onde se encontram os produtos considerando o ciclo e a
matriz citada.
A elasticidade da demanda derruba qualquer hipótese de que o preço é ope-
racional e não estratégico.
Sem uma profunda análise da elasticidade pode se estar estabelecendo ní-
vel de preço mais alto ou mais baixo sem o devido proveito. O pior que pode
acontecer é utilizar a curva de elasticidade erradamente, isto é, considerar o
preço (porque não é possível prover todas as informações de mercado) mais
elástico, sendo o produto mais inelástico e vice-versa.
Todas as considerações abordadas são insuficientes para determinar qual
preço é mais adequado para os produtos; aqui não foram considerados aspec-
tos como tecnologia, oportunidade, cenários econômicos, forças da sociedade,
dentre uma infinidade de outros critérios.
capítulo 6 • 107
EXERCÍCIO RESOLVIDO
04. Suponhamos que você pague hoje R$ 1,00 (custo) no kg de tecido, o ICMS é de 17%,
PIS e Cofins 4%, comissão do vendedor 1,5%, despesas administrativas 4% e o lucro dese-
jado ante o imposto seja de 15%.
ESTRUTURA:
Preço de venda (PV) = 100,00%
ICMS na venda = 17,00%
PIS e Cofins = 4,0%
Comissões = 1,50%
Despesas administrativas = 6,00%
Lucro antes dos impostos = 15,00%
Total (CTV) – Custo total venda = 43,5%
108 • capítul6 1
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO:
Preço de venda (PV) R$ 1,77 100%
(–) Custos aquisição chapa (R$ 1,00) (56,5%)
(–) Icms (R$ 0,30) (17%)
(–) PIS e cofins (R$ 0,07) (4,0%)
(–) Comissões (R$ 0,03) (1,5%)
(–) Despesa adm (R$ 0,10) (6 %)
= Lucro R$ 0,27 (15 %)
capítulo 6 • 109
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uso de percentagem
110 • capítul6 1
Lojas se preparam para novo ipi e carro 1.0 pode ficar R$ 1.300 mais caro
Por Leonardo Feli. Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)
21/11/201414h53.
[...] “As fábricas tendem até a reter a produção de dezembro, para desovar de uma
vez o que estiver nas concessionárias e faturar as últimas unidades produzidas já com
o imposto novo”, declarou uma vendedora da Fiat. Não à toa, pelo menos três das qua-
tro representantes do quarteto de ferro (Chevrolet, Ford e Volks) anunciam em rádio,
jornais e TV que FARÃO PROMOÇÕES FORTES PARA ESTE FIM DE SEMANA –– o
mote é as ofertas só durarão até domingo. A GM foi além, e já confirmou participação
no Black Friday 2014, marcado para a próxima sexta–feira (28).
Para o especialista em mercado automotivo e blogueiro de UOL Carros, Joel Leite,
as fabricantes devem diluir o reajuste em doses “homeopáticas” no primeiro trimestre
de 2015.
“Fizeram o mesmo no ano passado, quando entrou em vigor a obrigatoriedade de
ABS e airbags, e o IPI também subiu um ponto”, lembrou. De fato, naquela ocasião
os preços subiram apenas 1,4% em janeiro, mas depois tiveram altas respectivas de
2,4% e 1,6% em fevereiro e março, segundo dados da AUTOINFORME.
A partir de abril, entretanto, o que se viu foi uma queda gradual nos valores, inter-
rompida só em julho. “O que é preciso ver é se o consumidor está disposto a pagar
por esse aumento. Parte da queda nas vendas este ano está atrelada ao aumento
dos preços nos primeiros meses. Ao perceberem isso, as montadoras começaram a
trabalhar com promoções e bônus, e o cenário passou a ser, quase sistematicamente,
de ligeira queda nos preços reais mês a mês. Pode ocorrer fenômeno parecido em
2015”, previu.
Disponível em:<http://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2014/11/21/lojas–se–preparam–
para–novo–ipi–e–carro–10–pode–ficar–r–1300–mais–caro.htm htm>. Acesso em: 19 abr.
2015.
capítulo 6 • 111
Conclusão sobre os textos apresentados anteriormente
O uso artificial de redução do IPI resultou, quando do realinhamento (retorno gradual do
IPI), em uma queda nas vendas, em parte compensada por promoções de vendas.
02. Em uma promoção numa concessionária de veículos, está sendo dado um desconto de
5% para pagamento à vista. Se um carro é anunciado por R$ 34.000,00, então qual será o
preço para pagamento à vista desse bem?
Gabarito
R$ 34.000 X 5% = R$ 1.700
R$ 34.000 – R$ 1.700 = R$ 32.300,00
03. Um bem durável teve seu preço acrescido de 8%. Tempos depois, esse novo preço
sofreu um desconto de 8%. Sendo Pi o preço inicial e Pf o preço final do bem, qual a relação
entre Pf e Pi?
Gabarito
P f = 99,36% de Pi
P f = Pi X 1,08 = 1,08 Pi
Cálculo do desconto:
1,08 Pi X 8% = 0,0864 Pi
Relação dos preços:
1,08 Pi – 0,0864 Pi = 0,9936 Pi ou 99,36% Pi
112 • capítul6 1
A fim de atingir este objetivo, solicita a uma agência uma campanha de
branding. O orçamento para esta campanha é de R$ 10.000,00 para ser investi-
do no site Y com CPM de R$ 10,00 (custo por mil impressões). Com este investi-
mento, pode–se comprar 1.000.000 visualizações.
Ao final da campanha, a agência de Marketing envia o seguinte relatório:
Impressões: 1.000.000 (1.000 visualizações x R$ 10.000/10)
Cliques: 250
CTR (taxa de cliques): 0,025% (cliques/impressões = 250/1.000.000)
calculando o cpc (custo por clique) temos:
CPC: R$ 40,00 (R$ 10.000,00/250 cliques)
Podemos observar também que de todos os cliques, poucos foram converti-
dos em matrículas. Supondo a seguinte conversão, vem:
Conversões: 3 (Qtd de matrículas efetivas no colégio, após clicarem no
banner)
Calculando o percentual de Conversões/Cliques, temos:
Taxa de Conversão: 1,2% (3 Conversões/250 Cliques)
Assim, podemos nos perguntar: Qual o custo por aquisição (CPA), recurso
financeiro que investimos para trazer as 3 matrículas para o colégio?
CPA (Custo/Conversões): R$ 10.000/3 = R$ 3333,33
Ou seja, para cada reserva feita no colégio, precisamos desembolsar R$
3333,33 em marketing.
Supondo que o valor médio da matrícula do colégio é de R$ 800,00, obtemos
o seguinte retorno financeiro:
Receita: R$ 2400,00 (R$ 800,00 x 3 Conversões)
Bom, vamos agora ao cálculo do ROI.
capítulo 6 • 113
perdeu-se ainda R$ 0,76, demostrando que a campanha de marketing foi um
fracasso.
Conversões: 18
Receita: R$ 14.400 = 18 conversões x R$ 800,00 (preço da reserva de
hospedagem)
Custo: R$ 10.000 (investimento no Google AdWords)
Calculando o retorno sobre o investimento, temos:
ROI = (Receita – Custo)/Custo
ROI = (R$ 14.400 – R$ 10.000 )/R$ 10.000
ROI = 0,44
ROI = 44%
O que quer dizer que para cada R$ 1,00 investido, ganhou-se R$ 1,44.
Pode–se dizer que a campanha foi bem sucedida, contudo deve–se conhe-
cer os custos operacionais e variáveis, para saber se haverá lucro liquido.
114 • capítul6 1
Aplicações de orçamento de despesas de marketing
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Estamos contratando um grupo musical para uma festa. O grupo tem três opções de
cobrança para o evento.
• Plano 1: CF = R$ 500 + CV = R$ 2 por pessoa presente.
• Plano 2: CV = R$ 5 por pessoa.
• Plano 3: CF = R$ 1.000
a) Calcule o custo total para os três planos, c/ frequência de 100, 500 e 1.000 pessoas.
b) Analise o risco e o retorno para os três planos, sob o ponto de vista do empresário que
contrata o conjunto.
Resolução
a)
GASTOS 1 2 3 TOTAL
CV R$ 3.000.000 R$ 2.500.000 R$ 2.500.000 R$ 8.000.000
CF R$ 500.000 R$ 500.000 R$ 500.000 R$ 1.500.000
Gastos Gerais R$ 120.000 R$ 100.000 R$ 100.000 R$ 320.000
Total R$ 3.620.000 R$ 3.100.000 R$ 3.100.000 R$ 9.820.000
capítulo 6 • 115
b) Previsão de fluxo de caixa para o programa.
DISCRIMINAÇÃO 1 2 3 TOTAL
Verba R$ 5.000.000 R$ 2.500.000 R$ 2.500.000 R$ 10.000.000
Gastos R$ 3.620.000 R$ 3.100.000 R$ 3.100.000 R$ 9.820.000
Saldo do mês R$ 1.380.000 R$ 780.000 R$ 180.000 R$ 180.000
Saldo acumulado R$ 1.380.000 R$ 2.160.000 R$ 2.340.000 R$ 2.340.000
Conclusão: Entre o orçado e o realizado houve uma diferença para menos de R$ 269.000.
Gastos
– Engenharia básica de externa:
3 operadores de áudio: R$ 3.000,00 cada operador por mês + encargos.
2 câmeras: R$ 2.500,00 cada por mês + encargos.
2 auxiliares de câmera: R$ 2.000,00 cada por mês + encargos.
2 operadores de vídeo: R$ 2.500,00 cada por mês + encargos.
1 geradorista com três auxiliares: R$ R$ 6.000,00 + encargos.
116 • capítul6 1
– Engenharia de estúdio:
4 Câmeras: R$ 2.500,00 Cada por mês + encargos.
2 Operadores de áudio: R$ 3.000,00 Cada operador por mês + encargos
1 Operador de cabo: R$ 2.500,00 Cada por mês + encargos.
4 Assistentes de iluminação: R$ 2.000,00 Cada por mês + encargos.
1 Eletricista: R$ 1.000,00 + Encargos.
1 Operador de equipamento de suporte: R$ 2.000,00 Cada por mês + encargos.
1 Operador de sistema: R$ 3.000,00 + Encargos.
1 Supervisor: R$ 5.800,00 + Por mês + encargos.
1 Operador de vídeo – R$ 2.500,00 Cada por mês + encargos.
1 Operador de vt – R$ 2.500,00 Cada por mês + encargos.
1 Assistente de estúdio (produção): R$ 3.000,00 Por mês + encargos
1 Diretor de corte (produção): R$ 10.000,00 Por mês + encargos
– Produção direta:
1 Assistente de base (produção): R$ 3.000,00 Por mês + encargos
1 Coordenador: R$ 7.000,00 Por mês + encargos
3 Assistentes de produção: R$ 2.500,00 Cada por mês + encargos
1 Auxiliar de produção: R$ 2.000,00 Por mês + encargos
1 Gerente de produção: R$ 10.000,00 Por mês + encargos
1 Diretor de produção: R$ 12.000,00 Por mês + encargos
– Produção de arte:
1 Produtor de arte: R$ 5.000,00 Por mês + encargos
3 Assistentes: R$ 2.000,00 Cada por mês + encargos
2 Contrarregra de cena: R$ 2.500,00 Cada por mês + encargos
– Cenografia:
1 Cenógrafo: R$ 5.000,00 Por mês + encargos
2 Assistentes – R$ 2.000,00 Cada por mês + encargos
– Figurino:
1 Figurinista: R$ 2.000,00 + Encargos.
2 Assistentes: R$ 1.000,00 Cada por mês + encargos
capítulo 6 • 117
– Continuidade (produção):
2 Continuístas: R$ 500,00 cada por mês + encargos
– Atores: 36 personagens
18 Atrizes: R$ 360.000,00 Por mês
18 Atores: R$ 540.000,00 Por mês
– Encargos trabalhistas 28% ao ano.
118 • capítul6 1
Gastos gerais extraordinários: R$ 200.000, R$ 600.000, R$ 600.000 E R$ 200.000.
Gastos reais: R$ 4.250.000, R$ 3.900.000, R$ 5.250.000, R$ 4.750.000.
DISCRIMINAÇÃO 1 2 3 4 TOTAL
CUSTOS VARIÁVEIS
ENGENHARIA EXTERNA
ENGENHARIA ESTÚDIO
PRODUÇÃO DIRETA
PRODUÇÃO DE ARTE
CENOGRAFIA
FIGURINO
ELENCO DE ATORES
CUSTOS FIXOS
GASTOS GERAIS
TOTAL
capítulo 6 • 119
b) Previsão do Fluxo de caixa para os 4 meses de programação.
DISCRIMINAÇÃO 1 2 3 4 TOTAL
VERBA
CUSTOS VARIÁVEIS
MARGEM BRUTA
CUSTOS FIXOS
GASTOS GERAIS
SALDO
SALDO ACUMULADO
120 • capítul6 1
7
Aplicações
Matemáticas em
Produção
OBJETIVOS
Ao final desse capítulo, o aluno deverá ser capaz de compreender as aplicações matemáticas
em:
• medida da Produtividade;
• projeto e Medida do Trabalho;
• medida da Capacidade;
• avaliação de alternativas de localização.
122 • capítulo 7
7.1 Medida da produtividade
Basicamente, têm-se dois tipos de medição:
O simples ou direto também conhecido como produtividade de fator único,
que será calculado pela seguinte fórmula:
OUTPUTS
PRODUTIVIDADE =
INPUTS
OUTPUTS
PRODUTIVIDADE =
INPUTS + CAPITAL + ENERGIA + DIVERSOS
Para entender melhor esta diferença, vamos fazer alguns exercícios para
melhor compreensão do que vimos em relação à aplicação desta medição da
produtividade.
EXEMPLO
Uma loja de fast food, dentro de um shopping, possui uma máquina de fazer sorvetes que
produz um total de 1.200 casquinhas de sorvete por dia. Considerando que a loja fique aberta
por 11 horas, diariamente, qual será a produtividade desta máquina por hora?
Basta utilizar a fórmula de produtividade de fator único, ou seja:
EXEMPLO
Uma refinaria produz em seu processo diário de refino do petróleo vários tipos de derivados
e, dentre eles:
250.900 litros de gasolina aditivada;
12.000 litros de querosene de aviação;
capítulo 7 • 123
120.000 litros de óleo combustível;
1.000 kg de asfalto.
OUTPUTS 250.900
=
PRODUTIVIDADE NO REFINO DA GASOLINA = = 10.454 litros/hora
INPUTS 24 horas
OUTPUTS 12.000
=
PRODUTIVIDADE NO REFINO DO QUEROSENE = = 500 litros/hora
INPUTS 24 horas
OUTPUTS 12.000
=
PRODUTIVIDADE NO REFINO DO COMBUST VEL = = 5.000 litros/hora
INPUTS 24 horas
OUTPUTS 1.000
PRODUTIVIDADE NO REFINO DO ASFALTO FABRICADO = == = 417 , kg/hora
INPUTS 24 horas
EXEMPLO
Uma pequena confecção possui quatro funcionárias: Sílvia, com salário de R$ 1.790,00;
Sandra, com salário de R$ 1.250,00; Renata, com salário de R$ 1.140,00 e Rosane, com
salário de R$ 1.030,00. Juntas, produzem 61.600 blusas por mês. A gerente deseja saber
qual a produtividade diária e também a produtividade por cada real pago de salário. Por essa
razão, contatou você como cronoanalista, para desempenhar a atividade de medir tempos de
fabricação e, em consequência, mensurar produtividades.
124 • capítulo 7
Para a primeira pergunta, basta utilizar a fórmula de produtividade de fator único, ou seja:
OUTPUTS
PRODUTIVIDADE =
INPUTS + CAPITAL + ENERGIA + DIVERSOS
61.600 blusas
PRODUTIVIDADE =
R$ 1.790,00 + R$ 1.250,00 + R$ 1.140,00 + R$ 1.030,00
EXEMPLO
Uma pequena indústria de marcenaria possui três vendedores, Jorge, Silvia e Sérgio. Em ja-
neiro, eles venderam um total de R$250.000,00 e, em fevereiro, um total de R$ 301.000,00,
sendo os produtos comercializados janelas e portas, cujos clientes são lojas de material de
construção. Os resultados das vendas foram os seguintes:
capítulo 7 • 125
JANEIRO FEVEREIRO
VENDEDOR JANELAS PORTAS
TOTAL DAS
JANELAS PORTAS TOTAL DAS
VENDAS VENDAS
R$ R$ R$ R$ R$ R$
JORGE 39.910,00 50.089,20 89.999,20 52.000,00 51.012,00 103.012,00
SÍLVIA 35.000,00 54.910,80 89.910,80 43.090,29 71.988,00 115.078,29
SÉRGIO 30.090,00 40.000,00 70.090,00 34.909,71 48.000,00 82.909,71
TOTAIS 105.000,00 145.000,00 250.000,00 130.000,00 171.000,00 301.000,00
OUTPUTS R$89.999,20
=
PRODUTIVIDADE = = R$ 2.903,20/dia
INPUTS 31 dias
OUTPUTS R$71.988,00
=
PRODUTIVIDADE = = R$ 2.571,00/dia
INPUTS 31 dias
OUTPUTS
PRODUTIVIDADE =
INPUTS + CAPITAL + ENERGIA + DIVERSOS
R$ 30.090,00 + R$ 34.909,71
PRODUTIVIDADE =
31 dias + 28 dias
R$ 64.909,71
=
PRODUTIVIDADE = R$ 1.101,69/dia
59 dias
126 • capítulo 7
Disponível em: <http://estaciodocente.webaula.com.br br>. Acesso em: 20 abr. 2015.
capítulo 7 • 127
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uso de percentagem
Calcular o tempo-padrão de uma tarefa da qual foram medidos 20 ciclos, obtendo-se
1,55 minutos como média. A operadora foi avaliada com tendo uma eficiência de 75%. A
tolerância habitual da empresa para fadiga e tempo pessoal (margem) é de 20% sobre o dia
de trabalho.
Gabarito
Tempo normal:
1,55 minutos X 0,75 (ou 75% de ritmo ou eficiência da operadora) = 1,16 minuto
100 100
Tempo padrão: 116
, minuto × = 1 ,16 minuto × = 145
, minuto
100 − m arg em 100 − 20
02. Qual o número de medidas a serem realizadas para uma operação de produção de pa-
rafusos, sabendo que uma amostra inicial de medidas forneceu a média de 7,35 minutos e
um desvio-padrão de 1,90 minuto. A precisão desejada é de 10% com um grau de confiança
de 95%.
Usar a fórmula a seguir
2
∑ ⋅σ
n = α /2
E
Onde
n : número de indivíduos na amostra
∑ α/2 : valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado
σ : desvio-padrão populacional da variável estudada
E : margem de erro ou erro máximo de estimativa. Identifica a diferença máxima
entre a média amostral (x) e a verdadeira média populacional.
n = 1,96 X 1,90 = 3,724 = 5 medições
10% X 7,35 0,735
128 • capítulo 7
03. Um cronoanalista anotou os tempos no formulário a seguir e calculou os respectivos
desvios-padrão para os três elementos constituintes de uma tarefa:
a) Qual o elemento que deve ser tomado como base para o cálculo do número de ciclos
a medir?
b) Quantos ciclos deverão ser medidos para uma precisão de 5% com um grau de con-
fiança de 99%?
Gabarito
c) O valor da média que está mais próximo da mediana é o ideal; valores muito altos e
muito baixos são expurgados nessa situação. Portanto, o valor ideal é o da média de
tempo igual a 5,85 minutos e desvio-padrão igual a 0,72 minutos
d) Usar a fórmula seguinte:
2
∑ ⋅σ
n = α /2
E
2
2, 58 ⋅ 0, 72
n= = 40
5% ⋅ 5, 85
04. Calcular o número dos ciclos necessários para que os tempos medidos atinjam margem
de erro estatística de 10% e confiança estatística de 95%.
ELEMENTO TEMPO (MINUTOS) DESVIO-PADRÃO (MINUTOS)
A 7,05 1,50
B 3,47 0,84
Gabarito
Elemento A = 18 ciclos
Elemento B = 23 ciclos
capítulo 7 • 129
7.3 Medida da capacidade
Capacidade é a quantidade máxima de produtos e serviços que uma em-
presa pode produzir durante um período de trabalho predeterminado, muitas
vezes medido por dia, mês ou ano. É função de duas variáveis: volume ou quan-
tidade e tempo.
Exemplos
• Uma rede de lojas de revenda de roupas mede a capacidade como vendas
anuais por unidade de negócio.
• Um cinema mede a capacidade como o número de assentos disponíveis.
• Um torneiro mecânico mede a capacidade como a utilização por hora/
máquina.
• Uma manicure mede a capacidade como a quantidade de clientes atendi-
dos por dia.
• Uma empresa de jardinagem mede a capacidade como o rendimento por
metro quadrado de grama cortado.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Em uma fábrica, a capacidade máxima da uma sopradora para moldar garrafas PET é de
15.000 unidades por dia (10 horas), sendo que, destas, 12.000 garrafas são envasadas com
granel líquido. Qual a taxa de utilização dessa máquina?
130 • capítulo 7
Resolução
Aplicação de percentagem
12.000
UTILIZAÇÃO = × 100 = 80%
15.000
02. Outra fábrica produz tampas que servirão para completar as garrafas citadas anterior-
mente. A capacidade máxima da injetora de tampas é de 120.000 unidades por dia (10
horas), sendo que são envasadas com granel líquido 12.000 garrafas que necessitam ser
tampadas pela rosqueadora.
a) Qual a taxa de utilização dessa máquina?
b) Essa máquina ficará parada quantas horas por dia?
capítulo 7 • 131
Resolução
Aplicação de percentagem
a) 12.000
UTILIZAÇÃO = × 100 = 10%
120.000
b) A injetora ficará parada 9 horas, pois sua produção horária é de 12.000 tampas,
ou seja, 120.000 / 10 horas. Assim, em 1 hora por dia a máquina atende toda a
demanda de tampas.
03. Uma empresa que faz travessia por ferry boat possui uma frota com dois barcos, realizan-
do 15 travessias diárias, cada uma com 90 carros e 650 pessoas.
Sabendo-se que a média de um mês fora da alta estação (fora das férias escolares, por
exemplo) é de 1.400 carros e 11.000 pessoas por dia, qual é a taxa de utilização diária dessa
empresa para transporte naquela época do ano:
a) de carros?
b) de pessoas?
Resolução
a) Capacidade para carros = 2 barcos x 15 travessias diárias x 90 carros/travessia =
= 2.700 Carros
Taxa de utilização para carros = 1.400 X 100 / 2.700 = 51,85%
b) Capacidade para pessoas = 2 barcos x 15 travessias diárias x 650 pessoas =
= 19.500 Pessoas
Taxa de utilização para pessoas = 11.000 X 100 / 19.500 = 56,41%
132 • capítulo 7
04. Para se produzir uma garrafa de óleo lubrificante, temos descritas algumas atividades
principais:
a) produção da garrafa,
b) fabricação da tampa,
c) colagem do rótulo e
d) enchimento da garrafa com o óleo lubrificante.
Considere que para a produção de uma garrafa levem-se 4 minutos; para uma tampa, a
produção é feita em 2 minutos; para a colagem de um rótulo, a tarefa gasta 5 minutos; e, por
último, para o enchimento da garrafa são necessários 30 segundos.
Fica fácil entender que o gargalo é a colagem do rótulo, pois não adianta produzir mais
tampas ou disponibilizar mais garrafas, se serão gastos 5 minutos na colagem.
Se, agora, dobrarmos a capacidade da máquina que cola o rótulo (rotuladora), baixando
o tempo pela metade, qual será novo gargalo dessa linha de produção?
Resolução
Uso de fração e comparação entre quantidades
Se dobrarmos a produção da rotuladora, ela passará a colar o rótulo em:
5 minutos / 2 = 2,5 minutos.
Na comparação com os outros tempos (4 minutos para a fabricação de uma garrafa, 2
minutos para a produção de uma tampa e 0,5 minuto para o enchimento da garrafa), verifi-
ca-se que o novo gargalo é o que tem o maior tempo, ou seja, a fabricação de uma garrafa,
passa a ser o novo gargalo.
capítulo 7 • 133
Uma empresa de calçados funciona 24 horas por dia, todos os dias do mês, incluindo
domingos e feriados. Analisando a operação de costurar cabedal, obtiveram-se os seguintes
tempos:
Resolução
Capacidade projeto =24 x 30 x 1.500 = 1.080 Milhões de pares de calçados por mês.
(100%)
Capacidade efetiva =((24 x 30) – 126) x 1.500 = 891 Mil pares de calçados por mês.
(82,5%)
Taxa de utilização = (((24 x 30) – 126) – 51) x 1.500= 814,5 Mil pares de calçados por
mês (75,4%, Resultado de 814.500 X 100 / 1.080.000)
134 • capítulo 7
7.4 Avaliação de alternativas de localização
Entre os fatores que influem na localização de uma empresa industrial, des-
tacam-se por sua importância os fatores de pessoal, quanto à disponibilidade
de pessoal qualificado e quanto à atitude sindical. De mesma importância, são
a localização dos mercados consumidores, a localização dos principais forne-
cedores e a qualidade da rede de transportes. De grande relevância, também,
são as facilidades oferecidas, como isenção de taxas e impostos e a oferta de
serviços específicos existentes no local, como água tratada, estação coletiva
para tratamento de esgotos industriais, energia elétrica, linhas digitais para te-
lecomunicação, escolas técnicas especializadas, hospitais, entre outros. Outros
fatores importantes são a qualidade de vida, os aspectos culturais da região, o
clima, a proximidade de empresas do mesmo tipo, o terreno, o construção, os
regulamentos ambientais e as atitudes da comunidade.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uso de função de primeiro grau
Aplicação de custos
Uma empresa reduziu a provável localização de sua nova fábrica a três localidades:
A, B e C. Com os dados de custos fixos e de custos variáveis, determinar a melhor locali-
zação, considerando que a capacidade da fábrica é de 20.000 unidades por ano.
Qual o custo total para a capacidade estimada de 20.000 unidades por ano?
Localidade A
Custo total = r$ 420.000 + 20.000 Unidades x r$ 150,00 = r$ 3.420.000
Localidade B
Custo total = r$ 800.000 + 20.000 Unidades x r$ 100,00= r$ 2.800.000
Localidade C
Custo total = r$ 1.200.000 + 20.000 Unidades x r$ 80,00= r$ 2.800.000
capítulo 7 • 135
O resultado foi um empate entra as localidades B e C, como as que tiveram menor custo
total.
Há necessidade de ponderar por outros meios.
FATORES
PESO FATOR NOTAS MÉDIAS POR FATOR
A B C
DISPONIBILIDADE DE PES-
20 SOAL
8 6 7
10 ASPECTOS SINDICAIS 9 5 8
25 RESTRIÇÕES AMBIENTAIS 6 8 9
10 QUALIDADE DE VIDA 10 6 10
15 SUPRIMENTO DE MATERIAIS 7 9 5
5 ISENÇÃO DE IMPOSTOS 4 7 9
DESENVOLVIMENTO REGIO-
15 NAL
6 8 5
TOTAIS 50 49 58
136 • capítulo 7
(6 X 20) + (5 X 10) + (8 X 25) + (6 X 10) + (9 X 15) + (7 X 5) + (8 X 15) / (20 + 10
+ 25 + 10 + 15 + 5 + 15) = 720/100 = 72
Sj
TijA
Nij = Ci × Pij
n Sj
∑
(T )
A
j= i
ij
capítulo 7 • 137
Tij = tempo que o cliente leva para ir de i até j
A = parâmetro utilizado para refletir o efeito que o tempo de viagem causa nos hábitos
de compra do cliente (normalmente A = 2)
Capítulo 2 – Localização – (Martins e Laugeni, 2000)
Consideremos uma situação em que há uma loja na localização 1 e uma segunda loja na
localização 3. Os clientes ocorrem nas 4 zonas e realizam 3.800 viagens por dia para suas
compras. Com a utilização do modelo mostrado, verificamos que a loja 1, a menor, atende
1.526 clientes (viagens) e a loja 2 atende os demais 2.274 clientes ao dia. O que ocorrerá se
uma loja 3 se instalar na zona 2?
Utilizando novamente o modelo, verificamos que a loja 1 atenderá 1.045 clientes, a loja
2 atenderá 1.606 clientes e a loja 3 atenderá 1.149 clientes por dia. O modelo permite,
portanto, verificar o impacto que um novo negócio acarreta a uma determinada região e
determinar o volume potencial desse novo negócio para que sua viabilidade possa ser con-
venientemente avaliada.
ZONA 4
LOJA 2
4 800 15 5 10
MATRIZ DE PROBABILIDADES P
LOJA 1 LOJA 2 LOJA 3
ZONA 1 0,580 0,130 0,290
ZONA 2 0,091 0,182 0,727
ZONA 3 0,257 0,515 0,228
ZONA 4 0,0425 0,7665 0,191
138 • capítulo 7
8
Aplicações
Matemáticas em
Logística
OBJETIVOS
O aluno, ao final desse capítulo, estará apto a compreender a aplicação da matemática em:
• operações de armazenagem
• controle de estoque
• operações de transporte
• operações de movimentação e embalagem
• otimização de sistemas de transporte
140 • capítulo 8
8.1 Operações de armazenagem
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Uso da regra de três simples
Resolução
6 caminhões 1 minuto
30 caminhões x minutos
30 × 1
x= = 5 minutos
6
Resolução
1 caminhão 20 minutos
x caminhões 120 minutos
capítulo 8 • 141
Logo, 2 caminhões ficarão sem descarregar.
Obs.: o tempo total não é afetado pela chegada dos caminhões, pois 1 caminhão leva 15
minutos para surgir na plataforma, que é um tempo menor que o tempo de descarga de 20
minutos. Dessa forma, mesmo se outro caminhão chegar, ainda restarão 5 minutos para o
caminhão que o precedeu descarregar sua mercadoria na plataforma.
Resolução
caminhões 1 minuto
10 caminhões x minutos
10 caminhões × 1 minuto
x= = 2, 5 minutos
4 caminhões
80 contêineres × 1 hora
x= = 3,63 horas
22 contêineres
142 • capítulo 8
o anterior já estiver com toda sua carga descarregada. Existem 16 caminhões e o terminal
aceita esperar todos os caminhões descarregarem suas cargas, mas com cobrança de horas
extras e outras despesas necessárias se precisarem estender o horário.
a) Quantos minutos demoraram o descarregamento de todos os caminhões?
b) Haverá necessidade de ultrapassar as 4 horas destinadas para a descarga dos cami-
nhões?
Resolução
a) Para 16 caminhões, teremos 8 operações simultâneas de descarga, já que 2 cami-
nhões são atendidos por vez para o descarregamento.
Logo, entre as 8 operações há 7 intervalos, em que os próximos caminhões deverão
chegar.
Como o tempo médio de descarga é de 20 minutos (para 2 caminhões) e o tempo
de chegada é de 30 minutos, sempre haverá uma espera de 10 minutos de gargalo
entre operações (= 30 minutos – 20 minutos). Assim, haverá 7 esperas (gargalos)
de 10 minutos cada uma.
16 caminh es × 20 minutos
x= = 160 minutos
2 caminh es
Os 160 minutos obtidos no cálculo anterior devem, agora, ser somados ao gargalo de 7
esperas de 10 minutos = 7 X 10 minutos = 70 minutos.
Total de tempo = 160 minutos + 70 minutos = 230 minutos
capítulo 8 • 143
b) Como 230 minutos é um tempo menor que 4 horas (ou seja, 240 minutos = 4 horas
X 60 minutos), o terminal não precisará estender seu horário de descarga.
Resolução
1,5 big-bag 1,5 t
1 big-bag yt
y t = 1 big-bag X 1,5 t = 1 t
1,5 big-bag
1t 1,5 minuto
xt 1 minuto
144 • capítulo 8
Resolução
Montando a tabela, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em
cada linha, as grandezas de espécies diferentes que se correspondem:
20 1
Horas Caminhões Volume 20 160 5 20 4
8 20 160 = = =
x 125 8 25 5
5 x 125 20 1
5 ⋅ 20
x= = 25
4
capítulo 8 • 145
8.2 Controle de estoque
Lote econômico de compras
É a quantidade ideal a ser adquirida a cada reposição de estoque, em que
o custo total de aquisição, bem como os respectivos custos de estocagem, são
mínimos para o período considerado.
FÓRMULA
LEC
2× D × Cp
Cm × Pu
D = demanda anual
C p = custo da emissão do pedido
C m = custo de manter o estoque
P u = preço unitário.
N = D / LEC
Ponto de ressuprimento
O ponto de ressuprimento é o nível mais econômico de reposição de um
item em estoque. É quando ocorre o estoque mínimo do período e temos
que obrigatoriamente fazer um novo pedido, para que não ocorra a falta do
material/produto.
Fórmula
O cálculo do ressuprimento é definido pela função:
PR = (Dméd x LT) + Eseg
146 • capítulo 8
PR = ponto de ressuprimento
D méd. = demanda média diária
LT = lead time ou tempo de ressuprimento em dias
E seg. = estoque do segurança
Emáx
ES
tempo
Fórmulas
capítulo 8 • 147
CP = custo do pedido;
C u = custo unitário do pedido;
D = demanda anual do item;
Q = lote de compra
CT = CME + CP
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uso da fórmula – Uso de operações aritméticas e expressões
Calcule o lote econômico de compra (LEC) de um produto XZT, sabendo que 20% é o
custo de oportunidade (para aplicação financeira) do investimento feito em estoque, o preço
unitário do produto é de R$100,00, a demanda anual é de 20.000 unidades e o custo de
fazer um pedido é igual a R$133,33.
Resolução
Resolução
148 • capítulo 8
O comprador de uma empresa deseja calcular o LEC para um item Y. A demanda anual
é de 1.000.000 unidades, cada uma custando $ 10 . O custo por pedido é de $ 80 e o custo
de manutenção de estoques é de 22% a.a. Calcule o lote econômico de compra.
Resolução
Resolução
capítulo 8 • 149
Resolução
TC =
2Do D2
+ +
Tp { }
Xq
Vo V2 {60}
TC = Tempo do ciclo de entregas
Do = Distância percorrida do depósito até a zona de entrega
150 • capítulo 8
Vo = Velocidade desenvolvida entre o depósito e a zona de entrega
D2 = Distância percorrida dentro da zona de entrega
V2 = Velocidade desenvolvida dentro da zona de entrega
T p = Tempo gasto em cada parada para entrega/coleta
q = Quantidade de entregas a serem executadas.
Fórmulas
M T M
NV = × t NV = ⇒ no caso de entregas di rias
NR 7 NR
N
M=
q
NV = número de veículos necessários na frota
M = número de zonas de entregas em que a região deve ser dividida
T = total de dias úteis / semana
t = intervalo de tempo entre visitas sucessivas - no caso de entregas diárias
t=1
NR = número de roteiros que cada veículo executa por dia
q = número de paradas (entregas/coletas) por roteiro
N = número total de paradas (entregas/coletas) executadas por dia.
capítulo 8 • 151
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uso da fórmula – Uso de operações aritméticas e expressões.
Um caminhão faz entregas em uma zona localizada a uma distância de 60 km do centro
de distribuição, utilizando velocidade média de 60 km por hora. Ao chegar à zona de entrega,
ainda percorre 2 km, à velocidade de 20 km por hora, levando 30 minutos em cada ponto
de entrega/coleta. Calcule o tempo do ciclo (TC) de entregas para 10 entregas executadas.
Resolução
TC = 2 X (60 km /60 km por hora) + (2 km/ 20 km por hora) + 0,5 hora X 10 entregas =
= 2 horas + 0,1 horas + 5 horas = 7,1 horas
Gabarito
M = 240/10 = 24;
NV = 24/8 = 3 veículos
Resolução
M = 420/7 = 60;
NV = (60/10) = 6 veículos
152 • capítulo 8
8.4 Operações de movimentação e
embalagem
EXERCÍCIO RESOLVIDO
04. Uso de percentagem
A empresa MKZ vende apliques para parede com lâmpada, sendo o seu valor unitário
R$ 80,00. A venda em 2014 foi de 10.000 apliques. Para o ano de 2015, estima-se um
crescimento de 15% das vendas. Atualmente, a empresa utiliza a embalagem A1, que custa
1,50/unidade. Utilizando esta embalagem, a empresa teve uma perda anual de apliques de
4% na armazenagem e 5% no transporte. Tentando diminuir estes elevados índices, a em-
presa estuda a possibilidade de adotar uma nova embalagem, a A2, que custa 2,00/unidade
e geraria uma perda anual de 3% na armazenagem e 4% no transporte.
A outra opção é a embalagem A3, que custa 2,50/unidade e geraria uma perda anual de
2% na armazenagem e 3% no transporte.
Desta maneira, qual embalagem eu devo utilizar em 2015: A1, A2 ou A3?
Resolução
Vendas 2014 = 10.000 apliques
Vendas 2015 = 11.500 apliques
R$
A3 11.500
28.750
2% 230 R$ 575,00 3% 345 R$ 862,50 R$ 30.188
A embalagem tipo A1 é a que, ainda, vai gerar menor custo total, portanto deve ser
mantida.
capítulo 8 • 153
05. Uso de percentagem
A empresa XZT vende garrafas de óleo lubrificante, sendo o seu valor unitário R$ 2,50. A
venda em 2014 foi de 150.000 garrafas de óleo lubrificante. Para o ano de 2015, estima-se
uma redução de 20% das vendas. Atualmente, a empresa utiliza a embalagem B1, que custa
0,20/unidade. Utilizando esta embalagem, a empresa teve uma perda anual de apliques de
4% na armazenagem e 5% no transporte. Tentando diminuir estes elevados índices, a em-
presa estuda a possibilidade de adotar uma nova embalagem, a B2, que custa 0,60/unidade
e geraria uma perda anual de 1% na armazenagem e 2% no transporte.
A outra opção é a embalagem B3, que custa 0,40/unidade e geraria uma perda anual de
2% na armazenagem e 3% no transporte.
Desta maneira, qual embalagem eu devo utilizar em 2015: A1, A2 ou A3?
Gabarito
Vendas 2014 = 150.000 garrafas para óleo lubrificante
Vendas 2015 = 120.000 garrafas para óleo lubrificante
A embalagem tipo A1 é a que, ainda, vai gerar menor custo total, portanto deve ser
mantida.
154 • capítulo 8
Fórmula
Maximize: S1 x1 + S2 x2 mMaximize o lucro – esta é a “função objetivo”)
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uso da fórmula
Uma fábrica de tintas distribui dois tipos de produto: 1 tinta para interiores e 1 tinta para
exteriores. Para isso recorre a duas transportadoras, A e B, das quais possui, respectivamen-
te, 6 e 9 carros à disposição, disponibilidade essa que não pode ser reforçada. Para distribuir
uma tonelada de tinta interior são necessários um carro de A e dois carros de B. No caso
da tinta exterior, para distribuir uma tonelada são necessários um carro de A e dois carros
de B. Um estudo de mercado indica que a procura de tinta interior não excede em mais de
1 tonelada a de tinta exterior. O preço de venda da tinta interior é de R$ 30,00 por kg e o
da tinta exterior de R$45,00 por kg. Podemos dizer que a função objetivo do problema de
pesquisa operacional descrito é:
Resolução
Max Z = 30x1 + 45x2,
Z é o resultado esperado do lucro ou do custo, respectivamente, maximizado ou minimi-
zado; x1é a quantidade a ser transportada da tinta interior; x2 é a quantidade da tinta exterior.
Na equação, ainda segundo a fórmula, entram R$30,00/ kg, que é o preço de venda da tinta
interior, e R$45,00, que é o preço de venda da tinta exterior.
capítulo 8 • 155
produto com lucro unitário de R$1.000 por P1 (um dos dois tipos de caminhão); x2 é a
quantidade a ser distribuída de produto com lucro unitário de R$1.800 por P2 (o outro tipo
de caminhão).
Resolução
Max. Z = 1 x1 + 3 x2
Resolução
Max. Z = x1 + x2 +2 · x3
Acesso ao WEBAULA em 02/05/2015
156 • capítulo 8
9
Aplicações
Matemáticas em
Finanças
OBJETIVOS
O aluno ao final desse capítulo deverá lograr conhecer as aplicações matemáticas em:
• risco sistemático e beta de carteiras de investimentos;
• CAPM (modelo de precificação de ativos financeiros);
• WACC (custo de capital médio ponderado) / obtenção de capital;
• modelo de dividendos;
• análise de investimentos;
• alavancagem financeira;
• medidas de liquidez, rentabilidade, estrutura de capital e de giro.
158 • capítulo 9
9.1 Risco sistemático e beta de carteira de
investimentos
Tipos de risco
• Risco total do título = risco não diversificável + risco diversificável
• Risco diversificável: associado às causas randômicas, é atribuído a even-
tos específicos da empresa como greves, processos, ações regulatórias e perdas
de um importante cliente.
• Risco não diversificável (ou sistemático): é atribuído a fatores de mercado
que afetam todas as empresas e não pode ser eliminado por meio de diversifi-
cação. Fatores tais como guerras, inflação, incidentes internacionais e eventos
políticos motivam o risco não diversificável. Esse é o único risco relevante.
Risco da carteira Tkp
Risco diversificável
1 5 10 15 20 25
N de títulos (ativos) na carteira
o
Retorno de mercado
É o retorno da carteira de mercado de todos os títulos negociados.
Ex.: Índice Bovespa
capítulo 9 • 159
Fórmula
Prêmio pelo risco de uma ação = beta da ação x prêmio pelo risco de mercado
EXERCÍCIO RESOLVIDO
05. Uso de regressão linear
Uso da fórmula
Verificar, no gráfico, os betas das curvas dos ativos R e S e explicar qual dos dois é mais
arriscado.
Ativo S
(2006)
35 (2003)
30 (2005)
Ativo R
25
(2003) βS = 1,30
20
15
10 (2002)
5 βR = inclinação = 0,80
– 20 – 15 – 10 – 5 10 15 20 25 30 35
(1998)
– 10
– 15
– 20
– 25
Resolução
O beta mais alto do ativo S (1,30) em relação ao do ativo R (0,80) indica que o seu
retorno é mais sensível à mudança dos retornos de mercado. E, portanto, o ativo S é mais
arriscado que o ativo R.
Prêmio pelo risco de mercado representa a remuneração adicional que os investidores
esperam obter pelo fato de deterem ações ao invés de títulos de renda fixa. Esse risco de
mercado está relacionado ao risco de uma carteira amplamente diversificada de ações onde
não se corre riscos de problemas com uma empresa especifica, mas apenas de todo mercado.
160 • capítulo 9
Beta da ação
• Expressa o grau de risco de uma ação em relação a um portfólio de merca-
do (carteira de mercado)
• Se o retorno de uma ação flutua de forma idêntica ao retorno de mercado
→ beta = 1
• Se uma ação sobe ou desce 1,5% quando o mercado sobe ou desce 1%
→ beta = 1,5
• Uma ação pode subir ou descer menos que o mercado → beta < 1
Resolução
A ação da Cia. MKZ é a mais volátil das duas, pois possui um beta maior (1,5) quando
comparado a um beta de 0,5 da Cia. XZT.
Fórmula
capítulo 9 • 161
ß i = beta do ativo i
E (Rm) = retorno esperado sobre a carteira de mercado. O retorno que os
investidores esperam ganhar sobre um investimento patrimonial, dado o ris-
co a ele inerente, torna-se o custo do patrimônio líquido para os gerentes da
empresa.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
07. Uso da fórmula
Em dezembro de 2002, a Pepsi Cola Co. possuía um beta de 1,06. A taxa das Letras do
Tesouro, à época, era 3,35% a.a. Calcule o custo do patrimônio líquido, sabendo que o retorno
esperado para o mercado americano é de 9,76%?
Resolução
E(R) = Rf + beta do patrimônio líquido (E [Rm] – Rf)
E(R) = 3,35% + 1,06 (9,76% – 3,35%) =
= 10,15%
Resolução:
• 1º ano = 10,10%
• 2º ano = 10,08%
• 3º ano = 10,06%
• 4º ano = 10,04%
162 • capítulo 9
Linha do mercado
de capitais
bA bm bB
Risco do Projeto
EXERCÍCIO RESOLVIDO
09. Uso da fórmula
Aplicação de operações aritméticas e expressões – porcentagens
1. Uma ação possui um beta de 1,5 com taxa livre de risco de 8% e prêmio pelo risco
de mercado de 10,5%. Calcular o custo da ação ordinária.
2. Em dezembro de 2005, a MKZ possuía um beta de 1,05. A taxa das Letras Fi-
nanceiras do Tesouro, à época, era 16,0% a.a. Calcule o custo do patrimônio líquido,
sabendo que o retorno esperado para o mercado é de 19,0 %?
capítulo 9 • 163
3. Para o caso estudado no exercício anterior, calcule o patrimônio líquido para os
diversos anos, sabendo que a estrutura a termo das Letras do Tesouro é: ano 1 =
16,25%, ano 2 = 16,5%, ano 3 = 16,75% e ano 4 = 17,0%.
5. Calcule a taxa de mercado sabendo que o custo de capital próprio de uma empresa
é de 16,0%, seu beta é de 1,20 e a taxa livre de risco é de 12%.
7. Suponha que o retorno sobre a carteira de ativos de mercado seja de 17%, o co-
eficiente beta seja de 1,2 e a taxa de remuneração dos títulos públicos seja de 16%.
Pede-se: qual o retorno esperado da ação?
8. O rendimento dos títulos públicos é de 20%, uma ação média tem no mercado
uma taxa de 25% e o beta da empresa é de 1,2. Utilizando o modelo CAPM, calcule o
custo da ação.
9. Suponha que o retorno sobre a carteira de ativos de mercado seja de 15%, o co-
eficiente beta seja de 0,0 e a taxa de remuneração do ativo livre de risco seja de 9%.
Pede-se: qual o retorno esperado da ação?
10. Suponha que o retorno sobre a carteira de ativos de mercado seja de 10%, o co-
eficiente beta seja de –0,2 e a taxa de remuneração dos títulos públicos seja de 6%.
Pede-se: qual o retorno esperado da ação?
11. Uma ação possui um beta de 1,2 com taxa livre de risco de 10% e o prêmio pelo
risco de mercado seja de 12,5%. Calcular o custo da ação ordinária.
12. A taxa livre de risco fornecida pelos assessores de investimento da empresa XZT é
de 7%; o beta da empresa é igual a 1,50; o retorno de mercado é igual a 11%. Calcule
o custo da ação ordinária da XZT.
164 • capítulo 9
13. Se o custo de patrimônio líquido de uma empresa é de 13%, seu beta é de 1,50
e a remuneração de títulos públicos é de 7%, qual a taxa de retorno oferecida pelo
mercado?
Gabarito
01. 11,75%
02. 19,15%
03. 19,13%, 19,12%, 19,11% e 19,10%
04. 4,25%
05. 15,33%
06. 3,14
07. 17,2%
08. 26%
09. 9%
10. 5,2%
11. 13%
12. 13%
13. 11%
capítulo 9 • 165
WACC = custo de capital médio ponderado
Ke = custo do capital próprio
Kd = custo do endividamento após impostos
E/(E+D) = proporção em valor de mercado do patrimônio líquido em relação
ao valor do mix total
D/(E+D) = proporção em valor de mercado da Dívida em relação ao valor do
mix total
Concluindo Kb é o custo de capital de terceiros e Tc é a alíquota de Imposto
de Renda. Assim, Kd = Kb X (1- Tc)
EXERCÍCIO RESOLVIDO
10. Uso da fórmula
Aplicação de operações aritméticas e expressões – porcentagens
Qual o custo de capital médio ponderado da empresa?
A empresa tem:
• custo de capital próprio = 10 %
• custo de capital de terceiros = 20%
• alíquota do IR = 40 %
• patrimônio líquido = $ 8.000.000
• dívida = $ 10.000.000
WACC = 10% X [8.000.000/(8.000.000+10.000.000)] +
+ 12% X {[10.000.000/(8.000.000+10.000.000)] x (1 – 0,40) } = 4,44% + 4,00% =
8,44%
1. Uma empresa capta 10% de seus recursos em ações preferenciais, 40% em ações
ordinárias e 50% em obrigações. O custo de capital próprio é de 13%, das ações
166 • capítulo 9
preferenciais (quase capital de terceiros) é de 8% e de capital de terceiros é de 12%.
Calcule o WACC.
COMPOSIÇÃO CUSTO
AÇÕES PREFERENCIAIS 15% 10%
AÇÕES ORDINÁRIAS 60% 12%
OBRIGAÇÕES 25% 8%
capítulo 9 • 167
7. A Gama Co. possui uma estrutura de capital composta de 30% de ações ordiná-
rias, 10% de ações preferenciais e o restante em obrigações. Dado que o retorno das
ações ordinárias é de 15%, das ações preferenciais é de 9%, qual deverá ser o retorno
das obrigações para que o WACC seja de 16,5%? (Obs.: IR de 20%)
10. Se o custo da dívida após o imposto de renda é de 10% e o custo da ação ordinária
é de 12%, calcule o custo de capital médio ponderado do exercício anterior.
12. Com base nas seguintes informações sobre a empresa MKZ, responda qual o cus-
to de capital médio ponderado da empresa:
a) dívidas = valor de face $ 13.000, sendo o custo da dívida de 5%
b) ações ordinárias = $ 36.000, sendo o seu custo de 25%
c) ações preferenciais = $ 21.000, sendo o seu custo de 30%
168 • capítulo 9
13. A empresa Stotani apresenta a seguinte estrutura mostrada na tabela a seguir:
14. A partir das informações da empresa TATI, calcule a sua estrutura de capital:
16. Calcular o valor do WACC da empresa Sixel que compilou a informação mostrada
na tabela abaixo:
18. A Rigid Tool tem em seus livros os seguintes montantes e custos específicos (de-
pois do imposto de renda) para cada fonte de capital:
capítulo 9 • 169
Calcule o custo de capital médio ponderado, usando pesos baseados no valor contábil
e explique como a empresa pode usar esse custo no processo de decisões de investimento.
Gabarito
01. WACC = 10% X 8% + 40% X 13% + 50% X 12% = 12%
02. WACC = 10% X 8% (1-20%) + 40% X 13% + 50% X 12% (1-20%) = 10,64%
03. 20,5%= 5% X 22,5% + 40% X 16% + 45% X K = 1,125 + 6,4 + 45% K
K = 12,475/45% = 27,72%
04. 9,475 %
05. 19,8%
06. 16,64%
07. WACC = 30% X 15% + 10% X 9% X (1-20%) + 60% X 16,5% X (1 -20%) = 13,14%
08. 50% X 15% + 5% X 7% + 45 % X K% = 12,5%
K = 10,33%
09. Capital próprio = 14,28%; dívida = 85,72%
10. WACC = 10,28%
11. WACC = 8,29%
12. WACC = 22,78%
13. WACC = 10,44%
14. 45,45% de empréstimos a longo prazo; 38,96% de ações preferenciais; 15,59% de
ações ordinárias
15. 45,45% X 20% + 38,96% X 30% + 15,59% X 25% = 24,67%
16. 10,77%
17. 9,71%
18. WACC = 10,5%. A empresa deve aceitar qualquer projeto que dê retorno acima de
10,5%.
1.000 Perguntas de Finanças, Cláudio Maciel e Débora Vides, IOB Thompson, 2005
170 • capítulo 9
dividendos até o infinito.
Fórmula
Valor esperado da ação:
t =∞
DPS
∑
t =1 ( 1 + r )t
A equação mostra que, com crescimento zero, o valor da ação poderia igua-
lar-se ao valor presente de uma perpetuidade DPS1 unidades monetárias, des-
contada a taxa r.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
13. Uso da fórmula
Aplicação de operações aritméticas e expressões – Frações
Espera-se que os dividendos da Denham Company permaneçam constantes a $ 3 por
ação indefinidamente. Se o retorno exigido sobre suas ações for de 15%, o valor das ações
será:
Resolução
$ 20 = ($ 3/0, 15)
∞ ∞
P0 = DPS0 × (1+ g) / (1+ r ) + DPS0 × (1+ g) / (1+ r ) + ........... + DPS0 × (1+ g) / (1+ r )
1 1 2 2
capítulo 9 • 171
Se simplificarmos, a equação poderá ser escrita da forma a seguir, que é o modelo sim-
plificado de Gordon.
Fórmula:
P0 = DPS1/r – g
Sendo DPS1 = DPS0 x (1 + g)
Resolução
P0 = $ 1,50 / 0,15 – 0,07 = $ 18,75 por ação
Resolução
DPS0 (1+g) / r – g = P0
$ 4,50 (1+0,08) / 0,14 – 0,08 = $ 81
172 • capítulo 9
Resolução
P0 =
(
0, 5 1+ 0, 03 ) = 10 → r = 0, 0815 ou 8,15%
r − 0, 03
Taxa de
crescimento
decrescente Taxa de crescimento
estável
Resolução
Valor esperado da ação:
[$ 21 / (1+10,15%)1 ] + [ $ 27 / (1+10,15%)2 ] + [ $ 23 / (1+10,15%)3] +
+ [$ 25 / (1+10,15%)4] = = $ 19,06 + $ 22,25 + $ 17,21 + $ 16,98 = $ 75,5
capítulo 9 • 173
Valor da empresa
Fórmula
CF da empresa
Valor da empresa=∑ t
( )
t
1+ WACC
t variando de 1 até ∞
CF da empresat = fluxo de caixa da empresa esperado no período t
WACC = custo de capital médio ponderado
CUSTO DE
FONTE DE VALOR DE MER- PESO A VALOR CUSTO DE
CAPITAL APÓS PRODUTO
FINANCIAMENTO CADO EM MIL DE MERCADO CAPITAL
OS IMPOSTOS
12,28%
DÍVIDA 8.900 22,9% 12,28% (1 – 0, 40) = 1,69%
7,37%
PATRIMÔNIO 30.000 77,1% 18,83% 18,83% 14,52%
LÍQUIDO
TOTAL 38.900
CUSTO DE CAPI- 16,21%
TAL PONDERADO
174 • capítulo 9
Ponderação pelo valor contábil
CUSTO DE
FONTE DE VALOR DE MER- PESO A VALOR CUSTO DE
CAPITAL APÓS PRODUTO
FINANCIAMENTO CADO EM MIL DE MERCADO CAPITAL
OS IMPOSTOS
12,28%
DÍVIDA 9.000 58,4% 12,28% (1 – 0, 40) = 4,30%
7,37%
PATRIMÔNIO 6.400 41,6% 18,83% 18,83% 7,83%
LÍQUIDO
TOTAL 15.400
CUSTO DE CAPI- 12,13%
TAL PONDERADO
n CFj
VPL = ∑ − CF0
(1+ i)
j
j=1
EXERCÍCIO RESOLVIDO
19. Uso da fórmula
Seja o caso de uma empresa que possui um custo de capital de 10% e deseja aceitar um
de dois projetos, cujos padrões são apresentados (graficamente) como padrão de fluxo de
caixa convencional e padrão de fluxo de caixa não convencional, a seguir:
capítulo 9 • 175
- projeto (A) → anuidade
- projeto (B) → série mista
Entradas
de caixa $ 14.000 $ 14.000 $ 14.000 $ 14.000 $ 14.000
0 1 2 3 4 5
Saídas $ 42.000
de caixa
0 1 2 3 4 5
$ 45.000
Qual dos dois projetos (A) ou (B) deve ser aceito pela empresa e por qual razão?
Resolução
Cálculo dos VPLs para as alternativas de investimento:
Projeto A
Entrada de caixa anual $ 14.000
X FJVPA10%,5 3,791
Valor presente das entradas de caixa $ 53.074
- Investimento inicial 42.000
Valor presente líquido (VPL) $ 11.074
176 • capítulo 9
Projeto B
PELA HP 12 C
45.000 CHS g Cfo Concluindo:
28.000 g CFj Se o VPL for maior que zero, aceita-se
12.000 g CFj o projeto; se for menor, rejeita-se o projeto.
10.000 g CFj Se for maior que zero, obterá um retor-
10.000 g CFj no maior que seu custo de capital.
10.000 g CFj
10 i
f NPV
≈ 10.924
Assim, o projeto (A) deve ser aceito, por possuir um VPL maior que o do projeto (B).
n
FC1
$0 = II, tal que:
(1+TIR)
t
t=1
Período de payback
(simplificação para anuidade)
II
FJVPA(TIR, n) =
FC t
capítulo 9 • 177
20. Uso da fórmula
Baseando-se no exercício 1 da empresa que tem o custo de capital de 10%, entrada de
caixa anual de $ 14.000 e investimento inicial de $ 42.000, qual é taxa interna de retorno
do investimento?
Resolução
O passo a passo para encontrar a TIR (método de tentativa e erro) é:
Portanto, a TIR com a aproximação de 1% (aceitável) está entre 19% e 20%, estando
bastante acima do custo de capital de 10% da empresa.
Pela HP 12 C Concluindo:
42.0000 CHS g CFo Se a TIR for maior do que o custo de
14.0000 g CFj capital. aceita-se o projeto; se for menor,
5 g Nj rejeita-se o projeto.
f IRR
Período de payback
A sua principal deficiência é não se basear em fluxos de caixa descontados para verificar
se eles adicionam valor à empresa.
É, simplesmente, um período de tempo máximo aceitável quando o projeto alcança o seu
“ponto de equilíbrio”.
Falha ao deixar de considerar o valor de dinheiro no tempo.
Fórmula:
Custos do Projeto/Investimento
PB =
Entradas de caixa do per odo
178 • capítulo 9
21. Uso da fórmula
Considerando os projetos X e Y da tabela a seguir, qual deles deve ser aceito pela em-
presa XZT, levando em conta somente o período de payback.
Cálculo dos períodos de payback para dois projetos x e y que são alternativos
PROJETO X PROJETO Y
INVESTIMENTO INICIAL $ 10.000 $ 10.000
ANO ENTRADAS DE CAIXA
1 $ 5.000 $ 3.000
2 5.000 4.000
3 1.000 3.000
4 100 4.000
5 100 3.000
Resolução
O projeto X tem investimento de $ 10.000, sendo que as entradas de caixa dos anos 1 e
2, cada uma de $ 5.000, fazem com que o payback (período em que retorna o investimento)
seja de exatos dois anos.
O projeto Y, com o mesmo investimento de $ 10.000, somente terá o retorno do inves-
timento em três anos (a soma de: $ 3.000 do ano 1, $ 4.000 do ano 2 e $ 3.000 do ano 3).
O projeto X seria preferível ao Y, embora a abordagem ignore as entradas de caixa de,
apenas $ 1.200 de X, nos anos 3, 4 e 5, contra $ 7.000 de Y nos anos 4 e 5.
22. Os presentes exercícios tratam de valor presente líquido, taxa interna de retorno
e período de payback.
1. Utilizando a técnica do VPL, qual dentre os dois projetos A e B, a seguir, é o melhor?
O projeto A retorna uma entrada de caixa anual de $ 14.000 (utilize o fator de anuidade
FJVPA10%,5 = 3,791) e tem investimento inicial de $ 42.000.
O projeto B tem o mesmo investimento inicial do projeto A e retorna a seguinte série
de FCt : $ 26.000, $ 10.000, $ 10.000, $ 10.000 e $ 12.000 (utilize os fatores de valor
presentes FJVP10%,1 = 0,909, FJVP10%,2 = 0,826, FJVP10%,3 = 0,751, FJVP10%,4 = 0,683 e
FJVP10%,5 = 0,621).
2. (Maciel, C. e Vides, D., 1.000 Perguntas – Finanças, Rio de Janeiro, Ed. Rio; IOB Thomp-
son, 2006)
Calcule o VPL para os projetos seguintes de 20 anos e comente a aceitação de cada um,
presumindo que o custo de oportunidade da empresa seja de 14%:
capítulo 9 • 179
2.1. Os fluxos de entrada de caixa são de $ 2.000 por ano e o investimento inicial é de
$ 10.000
(Use a HP12 C e registre os passos para o cálculo.)
2.2. Os fluxos de entrada de caixa são de $ 3.000 por ano e o investimento inicial é de
$ 25.000
(Use a HP12 C e registre os passos para o cálculo.)
3. (Maciel, C. e Vides, D., 1.000 Perguntas – Finanças, Rio de Janeiro, Ed. Rio; IOB Thomp-
son, 2006)
A empresa Mel está considerando uma nova máquina para misturar fragrâncias. A máqui-
na exige um investimento inicial de $ 24.000 e vai gerar fluxos de caixa de $ 5.000 ao ano,
por 8 anos. Calcule o VPL para o custo de capital de 10%.
(Use a HP12 C e registre os passos para o cálculo.)
6. A empresa XYZ tem um custo de capital de 10% e está avaliando, pelo VPL, se aceita
ou rejeita o projeto A, cujo investimento inicial é de $ 18.000 e os FCt , para os anos 1, 2 , 3,
4 e 5 são, respectivamente, $ 3.000, $ 4.000, $ 6.000, $ 5.000 e $ 1.000. Utilize os mesmos
fatores de valor presente do exercício 1.
8. Comente a decisão a ser tomada pela empresa XYZ, para aceitar um dos dois proje-
tos acima (A e B são mutuamente excludentes, isto é, aceitar um significa rejeitar o outro).
Considere, apenas para essa questão, que as duas técnicas de avaliação empregadas sejam
perfeitamente comparáveis.
180 • capítulo 9
9. Se houver interesse em continuar a avaliar somente o projeto B, utilizando a TIR (taxa
interna de retorno), a empresa XYZ deverá aceitá-lo ou rejeitá-lo?
Sabe-se que:
• anuidades = $ 6.000
• vida do projeto = 5 anos
• custo de capital = 10%
• fatores de anuidade FJVPA16%,5 = 3,274, FJVPA17%,5 = 3,199, FJVPA18%,5 = 3,127,
FJVPA19%,5 = 3,058, FJVPA20%,5 = 2,991
Comente sua decisão, aceitando a aproximação de 1% na taxa de retorno.
10. (Gitman, J., Princípios de Administração Financeira, São Paulo, Harbra, 2000) – Adap-
tado de:
A Fitch Industries está em um processo de escolha do melhor, dentre dois projetos – M
e N – de investimento mutuamente excludentes. Os fluxos de caixa relevantes para cada
projeto são apresentados a seguir. O custo de capital da empresa é de 14%.
Projeto M Projeto N
Investimento Inicial (II) $ 28.500 $ 30.000
Ano (t) Entradas de caixa (FCt)
1 $ 10.000 $ 11.000
2 $ 10.000 $ 10.000
3 $ 10.000 $ 9.000
4 $ 10.000 $ 8.000
capítulo 9 • 181
Comente a aceitabilidade de cada um deles.
Suponha que a empresa tenha um custo de oportunidade de 14%.
a) Investimento inicial de $ 10.000; entradas de caixa de $ 2.000 ao ano
b) Investimento inicial de $ 25.000; entradas de caixa de $ 3.000 ao ano
c) Investimento inicial de $ 30.000; entradas de caixa de $ 5.000 ao ano
Obs.: utilize no cálculo o fator de anuidade FJVPA14%,20 = 6,623
13. (Gitman, J., Princípios de Administração Financeira, São Paulo, Harbra, 2000) – Adap-
tado de:
A Neil Corporation tem três projetos em análise. Seus fluxos de caixa são apresentados
no quadro a seguir. A empresa tem um custo de capital de 14%.
Projeto A Projeto B Projeto C
Investimento Inicial $ 40.000 $ 40.000 $ 40.000
Ano (t) Entradas de caixa
1 $ 13.000 $ 7.000 $ 19.000
2 13.000 10.000 16.000
3 13.000
13.000 13.000
4 13.000 16.000 10.000
5 13.000 19.000 7.000
a) Calcule o período de payback para cada projeto. Qual deles é o preferido de acordo
com esse método?
b) Calcule o valor presente líquido para cada projeto. Qual deles é o preferido de acor-
do com esse método?
c) Comente os resultados obtidos em a e b e faça a recomendação do melhor projeto.
Explique a sua escolha.
Resolução
01. O projeto B é o melhor.
2.1 $ 3.246. O VPL é positivo; portanto, aceita-se o projeto. Os passos para o cálculo
são: 10.000 CHS g CF0; 2.000 g CFj; 20 g Nj; 14 i; f NPV.
2.2 -$ 5.130. O VPL é negativo; portanto, rejeita-se o projeto. Os passos para o cálculo
182 • capítulo 9
são: 25.000 CHS g CF0; 3.000 g CFj; 20 g Nj; 14 i; f NPV.
02. $ 3.947. Os passos para o cálculo são: 24.000 CHS g CF0; 5.000 g CFj; 8 g Nj; 10
i; f NPV.
03. $ 1.920. Os passos para o cálculo são: 24.000 CHS g CF0; 5.000 g CFj; 8 g Nj; 12
i; f NPV.
04. $ 117. Os passos para o cálculo são: 24.000 CHS g CF0; 5.000 g CFj; 8 g Nj; 14
i; f NPV.
05. Rejeitar A.
06. Aceitar A. O período de payback não leva em conta os fluxos de caixa descontados.
07. O VPL é uma técnica mais confiável, pois leva em conta os fluxos de caixa des-
contados.
08. Aceitar B. O projeto dá retorno entre 19% e 20%, que são taxas muito maiores que
o custo de capital da empresa (10%).
09. 1.1. 2,85 anos para o projeto M e 3 anos para o projeto N; 1.2. $ 640 para o pro-
jeto M e -$ 1.852 para o projeto N; 1.3. ≈15% para o projeto M e entre 12% e 13%
para o projeto N.
10. Por qualquer uma das técnicas empregadas, o projeto M é o melhor.
10.1. $ 3.246; b) -$ 5.131; c) $ 3.115
10.2. projeto C; b) projeto C; c) Em ambas as técnicas, o projeto C resultou me-
lhor; esse é um caso em que o apelo intuitivo do período de payback, resultando como
critério simplificado e básico de decisão, traria bons resultados como complemento a
técnicas de decisão mais sofisticadas (por exemplo: o valor presente líquido).
capítulo 9 • 183
pagos independentemente do montante de LAJIR disponível para pagá-los. O
exercício a seguir ilustra como funciona a alavancagem financeira.
Alavancagem financeira
A capacidade da empresa para usar encargos financeiros fixos a fim de maximizar
os efeitos de variações no lucro antes dos juros e impostos (LAJIR) sobre os lucros por
ação (LPA) da empresa.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
23. Aplicação da demonstração de resultado
A Chen Foods, uma pequena empresa de comida chinesa, espera lucros antes dos juros
e impostos de $ 10.000 no ano corrente. Ela tem um título de dívida de $ 20.000 com uma
taxa de juros anuais do cupom de 10% e 600 ações preferenciais em circulação, com $ 4 de
dividendo anual por ação. Possui ainda 1.000 ações ordinárias em circulação. Os juros anuais
sobre a emissão de títulos são de $ 2.000 (0,10X$ 20.000). Os dividendos anuais sobre as
ações preferenciais são de $ 2.400 ($ 4,00/ação X 600 ações). O quadro 1 apresenta os
lucros por ação correspondentes aos níveis de lucros antes dos juros e impostos de $ 6.000,
$ 10.000 a $ 14.000, supondo que a empresa esteja na faixa de 40% de imposto de renda.
Duas situações são ilustradas no quadro.
Caso 1 – Um aumento de 40% no LAJIR (de R$ 10.000 para $ 14.000) resulta num
acréscimo de 100% nos lucros por ação (de R$ 2,40 para $ 4,80).
Caso 2 – Uma queda de 40% no LAJIR (de $ 10.000 para $ 6.000) resulta num decrés-
cimo de 100% nos lucros por ação (de $ 2,40 para $ 0).
Resolução
LPA para vários níveis de LAJIR
Caso 2 Caso 1
– 40% +40%
LAJIR $ 6.000 $ 10.000 $ 14.000
Menos: juros (J) 2.000 2.000 2.000
184 • capítulo 9
Lucro antes do imposto de
renda 4.000 $ 8.000 $ 12.000
Menos: imposto de renda 1.600 3.200 4.800
(T=0,40)
-100% +100%
Fórmula:
Sempre que a variação percentual no LPA resultante de uma dada variação no LAJIR for
maior que a variação percentual no LAJIR, verifica-se a existência de alavancagem financei-
ra. Isso significa que, sempre que o GAF for superior a 1, há alavancagem financeira.
capítulo 9 • 185
24. Uso da fórmula
Aplicação de operações aritméticas e expressões – Frações e porcentagens
Aplicando a fórmula aos casos 1 e 2 do quadro LPA para vários níveis de
LAJIR, anterior, calcule o grau de alavancagem financeira de cada caso:
Resolução
+100%
Caso 1: = 2, 5
+40%
−100%
Caso 1: = 2, 5
−40%
Em ambos os casos, o quociente é maior do que 1 e existe alavancagem financeira.
Quanto maior for esse quociente, maior será grau de alavancagem financeira.
Uma fórmula mais direta para calcular o grau de alavancagem financeira a um determina-
do nível de LAJIR é dada na Equação 2, usando a notação do quadro LPA para vários níveis
de LAJIR. Note que na equação abaixo o termo
1
1− T
Fórmula
LAJIR
GAF em um determinado nível de LAJIR = 1
LAJIR − J − DP ×
1− T
186 • capítulo 9
= $ 2.400 e a alíquota do imposto de renda (T=0,40) na GAF a $ 10.000 LAJIR
$ 10.000 $ 10.000
= = = 2, 5
1 $ 4.000
$ 10.000 − $ 2.000 − $ 2.400 ×
1− 0,40
Liquidez
É a capacidade de transformar um bem ou uma obrigação em dinheiro.
Mede a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, de saldar seus compro-
missos de imediato, a curto prazo e a longo prazo.
Fórmulas
ATIVO CIRCULANTE
LIQUIDEZ CORRENTE =
PASSIVO CIRCULANTE
DISPON VEL
LIQUIDEZ IMEDIATA =
PASSIVO CIRCULANTE
capítulo 9 • 187
26. Uso das fórmulas – aplicação de frações
A partir dos dados da empresa a seguir, calcule os quatro índices de liquidez principais.
BP da empresa MKZ – Exercício findo em 31/12/2020XX
Resolução
$ 240.000 + $ 42.000
LIQUIDEZ GERAL = =12
,
$ 150.000 + $ 85.000
$ 240.000
=
LIQUIDEZ CORRENTE = 16 ,
$ 150.000
$ 240.000 − $ 90.000
LIQUIDEZ SECA = =10
,
$ 150.000
$ 20.000
=
LIQUIDEZ IMEDIATA = 0,13
$ 150.000
188 • capítulo 9
Estoque de Outras obriga-
262.500 483.203 188.379 299.367
mercadorias ções
Outras contas
133.262
a receber
Patrimônio
Permanente 200.952 384.826 417.379 514.588
Líquido
Investimento 50.585 33.416 Capital social 242.909 323.243
Lucros acumu-
Imobilizado 141.852 319.333 174.470 191.345
lados
Diferido 8.515 32.077
ATIVO TOTAL 775.021 1.089.177 PASSIVO TOTAL 775.021 1.089.177
Com base nos dados acima calcule os índices de liquidez Imediata, Seca, Corrente e
Geral.
1000 Perguntas de Finanças, Cláudio Maciel e Débora Vides, IOB Thompson, 2005
Rentabilidade
Indica qual o retorno que o investimento está propiciando.
Fórmulas
RECEITA LIQU DA
GIRO DO ATIVO =
ATIVO TOTAL
capítulo 9 • 189
28. Uso das fórmulas – aplicação de frações e de porcentagens
Com base nos dados anteriores da empresa MKZ e sabendo que o seu lucro líquido no
exercício de 20XX foi de $ 25.000 e a receita líquida no mesmo exercício foi de
$ 500.000, faça a análise dos quatro principais índices de rentabilidade.
Resolução
$ 25.000 × 100
RENTABILIDADE DO ATIVO = = 6, 9%
$ 360.000
$ 25.000 × 100
RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO = = 20%
$ 125.000
$ 25.000 × 100
MARGEM LÍQUIDA = = 5%
$ 500.000
$ 500.000
GIRO DO ATIVO = = 1, 38
$ 360.000
Estrutura de capital
Procura mostrar a política de decisões financeiras da empresa, em termos de obtenção
e aplicação de recursos.
Fórmulas
190 • capítulo 9
29. Uso das fórmulas – aplicação de frações e de porcentagens
Com base nos dados anteriores da empresa MKZ, faça a análise dos três índices de
estrutura de capital principais.
Resolução
$ 150.000 × 100
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO = = 63, 8%
$ 150.000 + $ 85.000
$ 78.000 × 100
IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO = = 62,4%
$ 125.000
COMPRAS L QUIDAS
GIRO DE FORNECEDORES =
CONTAS A PAGAR
capítulo 9 • 191
30. Uso das fórmulas – Aplicação de frações
Calcule o giro do estoque, o giro do contas a receber e o giro de fornecedores da empre-
sa XZT, cujos dados estão a seguir:
Resolução
$ 120.000
GIRO DO ESTOQUE= =8
$ 15.000
$ 200.000
GIRO DO CONTAS A RECEBER= = 10
$ 20.000
$ 180.000
GIRO DE FORNECEDORES = = 7, 5
$ 24.000
192 • capítulo 9
10
Matemática
Aplicada a Negócios
OBJETIVOS
Nesse capítulo, espera-se que (após a leitura) o aluno seja capaz de entender a aplicação de
matemática no plano de negócios.
194 • capítulo 10
10.1 Plano de Negócios
O plano de negócios é um meio para apresentar uma ideia de negócio, em geral,
visando obter financiamento para um projeto.
Trata-se de um instrumento de uso interno, possibilitando que o empreen-
dedor avalie a viabilidade de um negócio e siga o seu desenvolvimento.
Ele é composto de diversas etapas, na prática, para demonstrar tudo o que é
relevante e, assim sendo, merece ser acompanhado.
Composição societária
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Uso de porcentagem
Considerando que Alberto e Paulo pretendem formar uma sociedade limitada, cada um
com R$ 100.000,00 de capital subscrito e, posteriormente, integralizado, calcule a participa-
ção em cotas que cada um deve ter?
Gabarito
= (100.000,00 /
Alberto R$ 100.000,00
200.000,00) X 100 = 50%
= (100.000,00 /
Paulo R 100.000,00
200.000,00) X 100 = 50%
TOTAL R$ 200.000,00 100%
Dívidas
Uso de tabelas – Aplicação de juros
02. Em 01.01.2011, a empresa XYZ tomou emprestada junto à financiadora Cia. MKZ a
quantia de $ 50.000,00, à taxa de juros de 30% ao ano e com vencimento em 31.12.2011.
Um outro empréstimo foi feito junto ao Banco XZT, no valor de $ 100.000,00, com custo de
15% ao ano. Ambos os empréstimos foram feitos sem prazo de carência. Calcule o saldo
devedor a ser pago a cada financiador pela empresa XYZ e o total em 31.01.20X1.
capítulo 10 • 195
Gabarito
CAPITAL DE GIRO
ENCARGOS
DATA DATA CARÊNCIA SALDO
CREDOR FINANCEI- CAPITAL
CONTRATAÇÃO VENCIMENTO (MÊS) DEVEDOR
ROS
30,0% ao R$ R$ 50.000,00 +
Cia. MKZ 01/01/20X1 31/12/20X1 0
ano 50.000,00 R$ 15.000,00
Banco 15,0% ao R$ R$ 100.000,00
01/01/20X1 31/12/20X1 0
XZT ano 100.000,00 + R$ 15.000,00
R$ 175.000,00
TOTAL - - - - -
Investimento
Investimento fixo:
Ano atual = R$ 250.000,00; Ano 20X1 = R$ 60.000,00; Ano 20X2 = R$ 30.000,00,
sendo parte com:
1. Compra deterreno:
Ano atual = R$ 100.000,00;
Ano 20x1 = R$ 10.000,00;
Ano 20x2 = R$ 10.000,00,
2) Obras de construção civil:
Ano atual = R$ 100.000,00;
Ano 20x1 = R$ 10.000,00;
Ano 20x2 = R$ 10.000,00,
3) Instalação de máquinas e equipamentos nacionais:
Ano atual = R$ 50.000,00;
Ano 20x1 = R$ 40.000,00;
Ano 20x2 = R$ 10.000,00 ,
Investimento financeiro:
Ano atual = R$ 22.000,00;
Ano 20x1 = R$ 18.000,00;
Ano 20x2 = R$ 5.000,00,
196 • capítulo 10
Necessidade de capital de giro:
Ano atual = R$ 11.000,00;
Ano 20x1 = R$ 7.000,00;
Ano 20x2 = R$ 2.000,00 E
Recursos próprios:
Ano atual = R$ 235.000,00;
Ano 20x1 = R$ 45.000,00;
Ano 20x2 = R$ 29.000,00, Sendo parte em:
1. Patrimônio líquido:
Ano atual = R$ 135.000,00;
Ano 20xl = R$ 35.000,00;
Ano 20x2 = R$ 20.000,00 E parte em:
2. Aumento de capital:
Ano atual = R$ 100.000,00;
Ano 20x1 = R$ 10.000,00;
Ano 20x2 = R$ 9.000,00.
Recursos de terceiros:
Ano atual = R$ 50.000,00;
Ano 20x1 = R$ 41.000,00;
Ano 20x2 = R$ 10.000,00, Sendo parte com recursos:
1. Finame:
Ano atual = R$ 45.000,00;
Ano 20x1 = R$ 36.000,00;
Ano 20x2 = R$ 6.000,00 E parte com:
capítulo 10 • 197
2. Outros recursos:
Ano atual = R$ 5.000,00;
Ano 20x1 = R$ 5.000,00;
Ano 20x2 = R$ 4.000,00.
Preencha, a partir dos dados anteriores, a tabela de usos e fontes de recursos, inse-
rindo os totais do projeto.
Resolução
TOTAL DO PRO-
CONTAS ATUAL ANO 20X1 ANO 20X2
JETO
Usos
Fontes
198 • capítulo 10
Recursos de terceiros R$ 50.000,00 R$ 41.000,00 R$ 10.000,00 R$ 101.000,00
Resolução
ANO ANO 20X8 ANO 20X1 ANO 20X2 TOTAL
Faturamento R$ 1.000.000,00 R$ 1.100.000,00 R$ 1.250.000,00 R$ 3.350.000,00
Capacidade de pagamento
capítulo 10 • 199
CONTAS ATUAL ANO 20X1 ANO 20X2 ANO 20X3 ANO 20X4
Receita operacional R$ R$ R$ R$
R$ 1.700.000
bruta 1.500.000 1.600.000 1.600.000 1.800.000
Deduções de vendas R$ 75.000 R$ 80.000 R$ 80.000 R$ 85.000 R$ 90.000
Receita operacional
líquida
Cálculos
R$ 6.000
Outros custos variáveis R$ 5.000 R$ 5.000 R$ 5.000 R$ 6.000
Margem de contribui-
ção
Cálculos
200 • capítulo 10
Serviços de terceiros R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000
Resultado operacional
Cálculos
Cálculos
capítulo 10 • 201
Resolução
CONTAS ATUAL ANO 20X1 ANO 20X2 ANO 20X3 ANO 20X4
Receita
operacional R$ 1.425.000 R$ 1.520.000 R$ 1.520.000 R$ 1.615.000 R$ 1.710.000
líquida
= 1.500.000 = 1.600.000 = 1.600.000 = 1.700.000 = 1.800.000
Cálculos – (5% X – (5% X – (5% X – (5% X – (5% X
1.500.000) 1.600.000) 1.600.000) 1.700.000) 1.800.000)
CONTAS ATUAL ANO 20X1 ANO 20X2 ANO 20X3 ANO 20X4
Margem de
R$ 825.000 R$ 880.000 R$ 880.000 R$ 935.000 R$ 990.000
contribuição
= R$ = R$ = R$ = R$ = R$
Cálculos 1.425.000 – R$ 1.520.000 – 1.520.000 – 1.615.000 – 1.710.000 –
600.000 R$ 640.000 R$ 640.000 R$ 680.000 R$ 720.000
CONTAS ATUAL ANO 20X1 ANO 20X2 ANO 20X3 ANO 20X4
Resultado ope-
R$ 435.000 R$ 490.000 R$ 490.000 R$ 545.000 R$ 600.000
racional
= R$ = R$ = R$ = R$
= R$ 825.000
880.000 – 880.000 – 935.000 – 990.000 –
– R$ 300.000 –
Cálculos R$ 300.000 R$ 300.000 R$ 300.000 R$ 300.000
R$ 25.000 – R$
– R$ 25.000 – R$ 25.000 – R$ 25.000 – R$ 25.000
65.000
– R$ 65.000 – R$ 65.000 – R$ 65.000 – R$ 65.000
202 • capítulo 10
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capítulo 10 • 207
208 • capítulo 10