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1. INQUÉRITO POLICIAL
1.1 Conceito
1.1 (a) Procedimento administrativo preliminar, (b) presidido pela autoridade policial, que tem por
(c) objetivo apurar autoria, a materialidade (existência do crime) e as circunstâncias da infração,
(d) com prazo, (e) que tem por finalidade contribuir na formação da opinião delitiva
(convencimento) do titular da ação. (Nestór Távora)
Advertência: Aury Lopes Jr. - O IP servirá ainda para fornecer lastro indiciário na adoção de
medidas cautelares ao longo da persecução penal.
1.3 Características:
d) Sigiloso: não é aplicável publicidade ordinária. Art. 93, IX da CF, cabendo ao delegado velar
pelo sigilo. Art. 20 do CPP. Delegado é o gestor do sigilo da investigação, em prol da eficiência
investigativa.
Obs: (Fauzi Hassan): Duas modalidades de sigilo: a) Sigilo externo – é aquele aplicado aos 3º's
desinteressados, como a imprensa; b) Sigilo interno – é aquele que seria aplicável aos integrantes ou
participantes da persecução penal. Frágil, pois não atinge o acesso aos autos. MP tem acesso; Juiz.
Obs2: Advogado ou Defensor Público, só podem acessar o que já foi documentado, que integra os
autos da investigação (direito retrospectivo); não o que está por vir, não contemplando as
diligências futuras. O direito do defensor e advogado está contemplado no art. 7º, XIV, EOAB;
LODP e Súm. Vinc. 14.
Havendo qualquer impedimento, direito liquido e certo foi violentado, logo, cabe MS. Nada
impede, tendo em vista presença de súmula vinculante sobre o assunto, que seja apresentada
Reclamação Constitucional no STF.
STJ entende ainda que pode ser impetrado até mesmo HC, pois a liberdade do indivíduo estaria em
risco, pois poderia ser preso (cautelarmente), processado injustamente e até mesmo condenado.
Obs3: Nas Certidões de Antecedentes eventualmente emitidas não constarão eventuais IPL's
instaurados, em homenagem à presunção de não-culpabilidade (Parag. Único Art. 20, CPP).
Obs4: Foco na vítima. O juiz poderá decretar o Segredo de Justiça da investigação, de forma que
informações não poderão ser compartilhadas com a imprensa, preservando-se a vítima na sua
Intimidade, Vida Privada e Família. (Art. 201, § 6º, CPP). A decretação do segredo não obsta o
acesso do advogado ou do defensor aos autos.
e) Unidirecional: O IPL é direcionado ao titular da ação, que formará a sua opinião delitiva quanto a
deflagração ou não do processo.
g) Indisponível: Em nenhuma hipótese o delegado poderá arquivar a investigação. (Art. 17, CPP).
Toda investigação iniciada deve ser concluída e encaminha à autoridade competente.
I) Inquérito Parlamentar: Elaborado pelas CPI's. Em tese, as CPI's investigam, logo, este
inquérito pode servir de base para a denúncia, podendo dispensar o IPL. Ao chegar no MP, o IP será
analisado em caráter de urgência ( art. 3º, Lei 10.001/00).
II) Inquérito Militar: Infrações militares. Será presidido por oficial da respectiva instituição
militar.
III) MP: Havendo indícios de que um membro do MP está envolvido em infração penal, a
noticia-crime ou os autos da investigação serão remetidos à respectiva Procuradoria-Geral.
IV) Membros da Magistratura: A notícia-crime ou os autos de eventual investigação serão
imediatamente encaminhados ao Tribunal competente para julgar o magistrado. (art. 33, parag.
Único, LC 35/1979) .
Conceito: Segundo Tourinho Filho, o IP tem valor probatório relativo, pois ele serve de base para a
deflagração do processo e para a adoção de medidas cautelares, mas não se presta sozinho a
sustentar eventual condenação (art. 155, CPP). Pois foram colhidos de forma inquisitiva, sem
contraditório e ampla defesa.
Elementos Migratórios: Aqueles produzidos na fase investigativa e que podem ser valorados na
futura sentença. Hipóteses:
a) Provas irrepetíveis: Aquelas de iminente perecimento, e que dificilmente podem ser refeitas na
fase processual. Ex: bafômetro.
b) Provas cautelares: São justificadas pelo binômio necessidade + urgência. Ex: Intercepção
telefônica.
Obs: a) e b): vale lembrar que na fase processual, elas serão submetidas ao exercício da defesa e ao
contraditório diferido ou postergado no tempo, pois foram colhidas de forma inquisitiva no IP.
c) Incidente de produção antecipada de prova: Mesmo durante o IPL, já está submetida a defesa e
contraditório. É instaurado perante o juiz e já conta com o efetivo contraditório e o exercício da
defesa, além da intervenção das futuras partes do processo.
Conceito: são os defeitos ocasionados pelo descumprimento da lei ou dos princípios constitucionais.
Consequências: Para o STF/STJ, os vícios do IPL estão adstritos à investigação e não têm o condão
de contaminar o futuro processo.
Advertência: De maneira excepcional, se os vícios retiram da inicial a justa causa, devemos
reconhecer que o processo deflagrado é nulo.
1.6 Incomunicabilidade
Conceito: Era a possibilidade do preso no IPL não ter contato com 3º’s. Por decisão do Juiz, pelo
prazo de 3 dias e sem prejuízo do acesso do advogado.
Delegado Federal: a) suspeito preso: 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias (15d + 15d); b) suspeito
solto: mesma regra da esfera estadual.
Legislação Especial:
I) Tráfico de drogas: a) preso: 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias (30d + 30d); b) solto: 90 dias,
prorrogáveis por mais 90 dias (90d + 90d).
Advertência: a prorrogação, na lei de tóxicos, pressupõe deliberação do juiz com prévia oitiva do
MP.