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10/04/2018 [Modelo] Petição inicial ICMS na conta de energia elétrica

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jusbrasil.com.br
10 de Abril de 2018

[Modelo] Petição inicial ICMS na conta de energia elétrica

Modelo petição inicial.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO JUIZADO


ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO
SUL/RS

PEDIDO DE AJG

FULANO, qualificação, vêm, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio


do seu procurador signatário, conforme procuração anexa, o qual recebe
notificações e intimações em seu escritório profissional, situado na Rua Carlos
Trein Filho, nº 293, Centro, nesta cidade, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO-


TRIBUTÁRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face do ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, pessoa jurídica de direito


público inscrito no CNPJ sob o n.º 87.934.675/0001-96, com Procuradoria sito à
Rua Ramiro Barcelos, 1089 - Centro, Santa Cruz do Sul - RS, 96810-054, pelos
fatos e fundamentos que passa a expor:

I. DOS FATOS:

A questão jurídica examinada na presente peça, versa, inauguralmente, quanto à


(im) possibilidade de incidência de ICMS sobre os valores cobrados, do
consumidor final (ora demandante), para remunerar as atividades de
transmissão e distribuição de energia elétrica.

Nesse tocante, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tratou de


estabelecer, na Resolução nº 166/2005, “as disposições consolidadas relativas ao
cálculo da tarifa de uso dos sistemas de distribuição (TUSD) (...)”.

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10/04/2018 Referido tema já havia sido[Modelo]
tratadoPetição inicial ICMS na
anteriormente contaresoluções
pelas de energia elétrica
nº 666, de 29
de dezembro de 2002, nº 790, de 24 de dezembro de 2002 e nº 152, de 3 de abril
de 2003, conforme consta da Nota Técnica 302 /2005–SRE /ANEEL.

Mesmo que a responsabilidade de pagamento do ICMS seja inicialmente da


concessionária de energia elétrica, é fato público, notório e inegável que
todos os valores apurados a este título são integralmente repassados ao
responsável pela unidade consumidora (na qualidade de destinatário final),
que é quem, a bem da verdade, arca de fato e de direito com o ônus tributário sob
discussão.

O pedido é lógico, eis que, não podem integrar a base de calculo de ICMS a taxa de
transmissão e distribuição.

As atividades de disponibilização do uso das redes de transmissão e distribuição de


energia elétrica, remuneradas pela TUST e TUSD, não se subsumem à hipótese de
incidência do ICMS por não implicarem circulação da mercadoria.

Esses serviços tão e simplesmente permitem que a energia elétrica esteja ao


alcance do usuário. São, portanto, quando muito, atividades-meio, que viabilizam
o fornecimento da energia elétrica (atividade-fim) pelas geradoras aos
consumidores finais, motivo pelo qual não há como se vislumbrar a possibilidade
de estarem abrangidas pelo campo de incidência da referida exação.

Neste sentido, indevidas são as cobranças realizadas no período quinquenal ao


ajuizamento da presente ação.

II) DO DIREITO:

Como sabido, a matéria já é ventilada pelos Tribunais espalhados pelo Brasil com
julgados bastante distintos, porém, o que se conhece e milita é pela ilegalidade das
cobranças efetuadas.

De imediato já trazemos à baila Sumula do Superior Tribunal de Justiça, que diz:

Súmula 166: "Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de


mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte".

Tal súmula garante claramente que o ICMS deve excluir da base de cálculo os
custos de transmissão e distribuição do fornecimento de energia elétrica.

Neste contexto, segue recente julgado proferido pelo Colendo STJ sobre o tema:

“(...) É entendimento pacífico desta corte superior que não fazem parte da base de
cálculo do ICMS a Tust (Taxa de Uso do Sistema de Transmissão de Energia
Elétrica) e a Tusd (Taxa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica)[1].

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10/04/2018 De antemão, também já se [Modelo]
colacionaPetição inicial ICMS
diversos na conta
julgados com de entendimento
energia elétrica que

paira o defendido pelo autor, senão vejamos:

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO


OCORRÊNCIA. ICMS SOBRE "TUST" E "TUSD". NÃO INCIDÊNCIA.
AUSÊNCIA DE CIRCULAÇÃO JURÍDICA DA MERCADORIA.
PRECEDENTES.

1. Recurso especial em que se discute a incidência de Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços sobre a Taxa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD).

2. Inexiste a alegada violação do art. 535 do CPC, pois a prestação jurisdicional foi
dada na medida da pretensão deduzida, conforme se depreende da análise do
acórdão recorrido.

3. Esta Corte firmou orientação, sob o rito dos recursos repetitivos (REsp
1.299.303-SC, DJe 14⁄8⁄2012), de que o consumidor final de energia elétrica
tem legitimidade ativa para propor ação declaratória cumulada com
repetição de indébito que tenha por escopo afastar a incidência de
ICMS sobre a demanda contratada e não utilizada de energia elétrica.

4. É pacífico o entendimento de que 'a Súmula 166⁄STJ reconhece que 'não


constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria
de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte'. Assim, por
evidente, não fazem parte da base de cálculo do ICMS a TUST (Taxa de
Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica) e a TUSD (Taxa
de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica)'. Nesse sentido:
AgRg no REsp 1.359.399⁄MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, julgado em 11⁄06⁄2013, DJe 19⁄06⁄2013; AgRg no REsp 1.075.223⁄MG, Rel.
Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 04⁄06⁄2013, DJe
11⁄06⁄2013; AgRg no REsp 1278024⁄MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 07⁄02⁄2013, DJe 14⁄02⁄2013.

Agravo regimental improvido.

(AgRg no REsp 1.408.485⁄SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA


TURMA, julgado em 12⁄05⁄2015, DJe 19⁄05⁄2015.)

PROCESSO CIVIL - TRIBUTÁRIO - AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


ESPECIAL - COBRANÇA DE ICMS COM INCLUSÃO EM SUA BASE DE
CÁLCULO DA TARIFA DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA - TUSD - INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO
ICMS - IMPOSSIBILIDADE - PRECEDENTES.

1. É firme a Jurisprudência desta Corte de Justiça no sentido de que


não incide ICMS sobre as tarifas de uso do sistema de distribuição de
energia elétrica, já que o fato gerador do imposto é a saída da
mercadoria, ou seja, no momento em que a energia elétrica é
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10/04/2018 [Modelo]
efetivamente consumida peloPetição inicial ICMS na
contribuinte, conta de energia elétrica
circunstância não
consolidada na fase de distribuição e transmissão. Incidência da
Súmula 166 do STJ. Precedentes jurisprudenciais.

2. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 1.075.223⁄MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA


TURMA, julgado em 04⁄06⁄2013, DJe 11⁄06⁄2013.)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ICMS. TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO


DE ENERGIA ELÉTRICA. SÚMULA 166⁄STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
MAJORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7⁄STJ.

1. O ICMS sobre energia elétrica tem como fato gerador a circulação da


mercadoria, e não do serviço de transporte de transmissão e
distribuição de energia elétrica. Desse modo, incide a Súmula 166⁄STJ.

2. Ademais, o STJ possui entendimento no sentido de que a Taxa de


Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica - TUST e a Taxa de
Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica - TUSD não fazem
parte da base de cálculo do ICMS.

(...)

7. Agravos Regimentais do Estado de Minas Gerais e da empresa não providos.

(AgRg nos EDcl no REsp 1.267.162⁄MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,


SEGUNDA TURMA, julgado em 16⁄08⁄2012, DJe 24⁄08⁄2012.)

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. OMISSÃO INEXISTENTE. LEGITIMIDADE


ATIVA. ICMS SOBRE "TUSD" E "TUST". NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA
83/STJ. 1. Não há a alegada violação do art. 535 do CPC, ante a efetiva abordagem
das questões suscitadas no processo, quais seja, ilegitimidade passiva e ativa ad
causam, bem como a matéria de mérito atinente à incidência de ICMS. 2.
Entendimento contrário ao interesse da parte e omissão no julgado são conceitos
que não se confundem. 3. O STJ reconhece ao consumidor, contribuinte de fato,
legitimidade para propor ação fundada na inexigibilidade de tributo que entenda
indevido. 4. "(...) o STJ possui entendimento no sentido de que a Taxa de Uso do
Sistema de Transmissão de Energia Elétrica - TUST e a Taxa de Uso do Sistema de
Distribuição de Energia Elétrica - TUSD não fazem parte da base de cálculo do
ICMS" (AgRg nos EDcl no REsp 1.267.162/MG, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/08/2012, DJe 24/08/2012.).
Agravo regimental improvido.

(STJ - AgRg no AREsp: 845353 SC 2015/0319862-6, Relator: Ministro


HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 05/04/2016, T2 - SEGUNDA
TURMA, Data de Publicação: DJe 13/04/2016)

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10/04/2018 [Modelo]
Em ações da mesma natureza, Petição inicial ICMS na demandados
os Estados-membros conta de energiatêm
elétrica
defendido
que a cobrança é justificada na medida em que a mercadoria (energia elétrica) se
desloca da empresa fornecedora ao consumidor final (seja pessoa física ou jurídica)
utilizando-se de sistema de distribuição/transmissão de energia elétrica.

Aduz, também, que a tributação pode incidir quando da saída de mercadoria de


estabelecimento do contribuinte mesmo que seja destinada a outro
estabelecimento do mesmo titular, conforme disposto pelo inciso I do artigo 12 da
Lei Complementar nº 87/1996. Sustentam, por fim, que a tributação deve ocorrer
com base no preço final da conta de energia elétrica.

No entanto, especificamente quanto ao repasse dos custos de distribuição e


transmissão, apesar dos argumentos do ente público e da aparente complexidade
do tema sob análise, há entendimento virtualmente unânime comungado tanto
pela melhor doutrina quanto pela jurisprudência (tanto do STJ quanto do STF) no
sentido de considerar que, na forma em que desenhado na Constituição Federal, o
ICMS não pode incidir sobre o simples deslocamento de mercadorias de um
estabelecimento para outro do mesmo contribuinte.

O entendimento supra-alinhavado se encontra sumulado pelo Superior Tribunal de


Justiça desde 23 de agosto de 1996. Nesse sentido, dispõe a súmula nº 166 que
“não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte”.

É verdade que o verbete acima transcrito foi publicado anteriormente à edição da


Lei Complementar nº 87/1996 (de 13 de setembro do mesmo ano). No entanto,
tanto o Superior Tribunal de Justiça quanto o Supremo Tribunal Federal já
enfrentaram o tema em questão, reiteradas vezes, à luz do embate provocado entre
o texto expresso do artigo 12 da Lei Complementar e a já enaltecida súmula.

Mostra-se imperioso destacar a este respeitoso juízo, então, os precedentes que


comprovam o enfrentamento da tese por parte do Poder Judiciário e que
culminam em ganho de causa ao contribuinte – contrariamente, portanto, aos
interesses da Fazenda Pública Estadual.

Para tanto, transcrevemos abaixo trechos dos votos proferidos em dois julgados do
STJ:

(...) Em suas informações em sede contestações, aduzem preliminarmente sua


ilegitimidade passiva ad causam, sob o fundamento de que a competência para a
fiscalização da exigência do tributo é dos agentes fiscais lotados nas Delegacias
Regionais da Fazenda Estadual, e, no mérito, pela denegação da ordem, porquanto
desde o advento da LC n.º 87/96 incide o ICMS sobre a operação de
transferência de mercadorias de um estabelecimento para outro do
mesmo titular. (...) No que pertine à alegada violação ao art. 12, da LC

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10/04/2018 [Modelo]que
n.º 87/96, incumbe assentar Petição
o inicial ICMS na conta de
deslocamento de energia elétrica
mercadoria para
um outro estabelecimento do mesmo contribuinte não constitui fato
gerador do ICMS. (Súmula n.º 166, do E. STJ)[2]"

(...) A Fazenda Pública agravante reitera os termos de seu recurso especial,


alegando a nulidade do acórdão e a violação do art. 12, I, da Lei Complementar n.
87/96. (...) A transferência de mercadorias entre estabelecimentos de
uma mesma empresa, por si, não se subsume à hipótese de incidência
do ICMS, já que para a ocorrência do fato gerador deste tributo é
essencial a circulação jurídica da mercadoria com a transferência da
propriedade[3]".

A circulação que se pretende tributar, à luz do texto constitucional, é aquela


subjacente a um negócio jurídico pelo qual haja a transferência da propriedade de
mercadorias – ou seja, de bens destinados ao comércio, que constituam objeto das
atividades comerciais do seu proprietário.

O artigo 155 da Constituição Federal estabelece, em seu inciso II, ser de


competência dos Estados e do Distrito Federal a instituição de impostos sobre
“operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços (...)”. É exatamente o vocábulo “operações", limitador do
campo de incidência do ICMS, que impede que o imposto estadual
incida sobre saída que não esteja amparada por negócio jurídico
mercantil, ou seja, que não tenha conteúdo econômico que viabilize e
justifique a tributação.

Na transferência de mercadorias entre estabelecimentos da mesma


empresa, não há qualquer negócio jurídico subjacente (até porque não
há, na legislação pátria, hipótese de existência de negócio jurídico de
uma pessoa consigo mesma).

Destarte, não há que se falar em incidência do ICMS nessas circunstâncias. O


Supremo Tribunal Federal é firme, há muitos anos, na defesa desse entendimento:

EMENTA: - IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS -


DESLOCAMENTO DE COISAS - INCIDÊNCIA - ARTIGO 23, INCISO II DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL ANTERIOR.

O simples deslocamento de coisas de um estabelecimento para outro,


sem transferência de propriedade, não gera direito à cobrança de ICM.
O emprego da expressão"operações", bem como a designação do
imposto, no que consagrado o vocábulo"mercadoria", são conducentes
à premissa de que deve haver o envolvimento de ato mercantil e este
não ocorre quando o produtor simplesmente movimenta frangos, de
um estabelecimento a outro, para simples pesagem. (AI 131941 AgR,
Relator (a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 09/04/1991, DJ
19-04-1991 PP-00932 EMENT VOL-01616-04 PP-00682).

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10/04/2018 [Modelo] Petição
EMENTA: TRIBUTÁRIO. AGRAVO inicial ICMS naEM
REGIMENTAL contaAGRAVO
de energia DE
elétrica

INSTRUMENTO. ICMS. MERA SAÍDA FÍSICA DO BEM. AUSÊNCIA DE


TRANSFERÊNCIA EFETIVA DA TITULARIDADE DO BEM. NÃO
INCIDÊNCIA DE ICMS. PRECEDENTES. ALEGADA VIOLAÇÃO AO
ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO. INOVAÇÃO DE TESE. IMPOSSIBILIDADE.
AGRAVO IMPROVIDO.

I - O acórdão recorrido encontra-se em harmonia com a jurisprudência da Corte no


sentido de que a mera saída física do bem, sem que ocorra a
transferência efetiva de sua titularidade, não configura operação de
circulação sujeita à incidência do ICMS. Precedentes.

II – A controvérsia referente à suposta violação ao art. 97 da Constituição não foi


examinada no acórdão atacada, tampouco foi sustentada no recurso
extraordinário, configurando, portanto, inovação em relação ao pedido inicial.
Precedentes.

III – Agravo regimental improvido. (AI 784280 AgR, Relator (a): Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 19/10/2010, DJe-218 DIVULG 12-
11-2010 PUBLIC 16-11-2010 EMENT VOL-02431-03 PP-00500).

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E
SERVIÇOS - ICMS. ENERGIA ELÉTRICA.

1. O SIMPLES DESLOCAMENTO DA MERCADORIA DE UM


ESTABELECIMENTO PARA OUTRO DA MESMA EMPRESA, SEM A
TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE, NÃO CARACTERIZA A
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA DO ICMS. PRECEDENTES.

2. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO AO CRÉDITO DO VALOR ADICIONADO


FISCAL. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DE NORMA
INFRACONSTITUCIONAL (LEI COMPLEMENTAR N. 63/1990). OFENSA
CONSTITUCIONAL INDIRETA.

3. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 466526 AgR,


Relator (a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 18/09/2012,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-195 DIVULG 03-10-2012 PUBLIC 04-10-2012).

São por tais razões que não podem fazer parte da base de cálculo do
ICMS as cobranças realizadas com o fito de remunerar os custos e
encargos oriundos da utilização do sistema de transmissão e
distribuição de energia elétrica. Vale colacionar, em complemento à
exposição acima, as premissas assentadas pelo Ministro Luiz Fux em
brilhante voto no AgRg no REsp 797.826/MT, julgado em 03/05/2007:

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10/04/2018 [Modelo] Petição
O consumo de energia elétrica inicial ICMSlogicamente,
pressupõe, na conta de energia elétrica
sua produção
(pelas usinas e hidrelétricas) e sua distribuição (por empresas
concessionárias ou permissionárias). De fato, só se pode consumir
uma energia elétrica anteriormente produzida e distribuída.

A distribuidora de energia elétrica, no entanto, não se equipara a um


comerciante atacadista, que revende ao varejista ou ao consumidor
final, mercadorias de seu estoque.

É que a energia elétrica não configura bem suscetível de ser" estocado


", para ulterior revenda aos interessados. Em boa verdade científica, só
há falar em operação jurídica relativa ao fornecimento de energia
elétrica, passível de tributação por meio de ICMS, no preciso instante
em que o interessado, consumindo-a, vem a transformá-la em outra
espécie de bem da vida (luz, calor, frio, força, movimento ou qualquer
outro tipo de utilidade).

Logo, o ICMS - Energia Elétrica levará em conta todas as fases


anteriores que tornaram possível o consumo de energia elétrica. Estas
fases anteriores, entretanto, não são dotadas de autonomia apta a
ensejar incidências isoladas, mas apenas uma, tendo por único sujeito
passivo o consumidor final.

A distribuidora, conquanto importante neste contexto, não é - e nem


pode vir a ser - contribuinte do imposto, justamente porque, a rigor,
não pratica qualquer operação mercantil, mas apenas a viabiliza, nos
termos acima expostos.

Obviamente, a distribuidora de energia elétrica é passível de tributação


por via de ICMS quando consome, para uso próprio, esta mercadoria.
Não, porém, quando se limita a interligar a fonte produtora ao
consumidor final. Este é que é o sujeito passivo da obrigação tributária,
na condição de contribuinte de direito e, ao mesmo tempo, de
contribuinte de fato.

(...)

A distribuidora, ao colocar a energia elétrica à disposição do


consumidor final, assume a condição de" responsável "pelo
recolhimento do ICMS. Melhor explicando, ela, no caso, paga tributo a
título alheio, isto é, por conta do consumidor final. Este, na verdade, o
contribuinte do ICMS, nas duas acepções possíveis: contribuinte de
direito (porque integra o pólo passivo da obrigação tributária
correspondente) e contribuinte de fato (porque suporta a carga
econômica do tributo). (Roque Antonio Carrazza in ICMS, 10ª ed., Ed.
Malheiros, p. 213/215).

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10/04/2018 [Modelo]
3. A regra matriz constitucional Petição inicialcomo
estabeleceu ICMS na conta de
critério energia elétrica
material da hipótese de
incidência do ICMS sobre energia elétrica o ato de realizar operações envolvendo
energia elétrica, salvo o disposto no art. No art. 155, § 2º, X, b.

Embora equiparadas às operações mercantis, as operações de consumo


de energia elétrica têm suas peculiaridades, razão pela qual o fato
gerador do ICMS ocorre apenas no momento em que a energia elétrica
sai do estabelecimento do fornecedor, sendo efetivamente consumida.
Não se cogita acerca de tributação das operações anteriores, quais
sejam, as de produção e distribuição da energia, porquanto estas
representam meios necessários à prestação desse serviço público.

4. Destarte, a base de cálculo do imposto é o valor da operação da qual decorra a


entrega do produto ao consumidor, vale dizer, o preço realmente praticado na
operação final, consoante estabelecido no art. 34, § 9º, do ADCT.

Ao final de sua lição, o eminente Ministro citou com propriedade o § 9º


do artigo 34 dos Atos e Disposições Constitucionais Transitórias, o qual
estabelece:

Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do


primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da
Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a
redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores.

(...)

§ 9º - Até que lei complementar disponha sobre a matéria, as empresas


distribuidoras de energia elétrica, na condição de contribuintes ou de
substitutos tributários, serão as responsáveis, por ocasião da saída do
produto de seus estabelecimentos, ainda que destinado a outra
unidade da Federação, pelo pagamento do imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias incidente sobre energia elétrica,
desde a produção ou importação até a última operação, calculado o
imposto sobre o preço então praticado na operação final e assegurado
seu recolhimento ao Estado ou ao Distrito Federal, conforme o local
onde deva ocorrer essa operação.

Conforme visto anteriormente, a melhor interpretação dada ao trecho


destacado do dispositivo acima colacionado estabelece que na base de
cálculo do ICMS deverá constar apenas o preço da operação final,
excluído o custo de eventuais operações anteriores com a produção e a
distribuição da energia elétrica.

Em outras palavras, é absolutamente pacífico na jurisprudência pátria


que o fato gerador do ICMS é o efetivo consumo da energia. Este é o
custo destacado nas contas de luz de todos os consumidores do país,

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10/04/2018 [Modelo]
geralmente sob a alcunha Petição inicial
“Energia”, ICMS na da
quando conta de energia elétrica
informação atinente à
composição dos valores cobrados.

Destarte, não apenas os custos relativos à distribuição e transmissão de


energia elétrica – conforme já largamente examinado acima – mas
também os valores cobrados do consumidor, separadamente, a título
de encargos / encargos setoriais / perdas / etc. (os quais compõe a base
de cálculo do ICMS), também deverão ser afastados já que não se
configuram como fato gerador do tributo, inexistindo, a rigor, hipótese
de circulação de qualquer mercadoria. Nesse mesmo sentido já decidiu o
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, em sede de reexame necessário nos
autos 1.0024.12.170238-5/001, com julgamento em 11/06/2013 e data da
publicação em 21/06/2013. Além disso, cita-se precedente do Egrégio Superior
Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


TRIBUTÁRIO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. TARIFAS COBRADAS PELO USO
DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO E PELOS ENCARGOS DE CONEXÃO. NÃO
INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO. PRECEDENTES.

1. A tarifa cobrada pelo uso do sistema de distribuição, bem como a


tarifa correspondente aos encargos de conexão não se referem a
pagamento decorrente do consumo de energia elétrica, razão pela qual
não integram a base de cálculo do ICMS. Nesse sentido: AgRg no REsp
1.135.984/MG, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 4.3.2011; AgRg nos
EDcl no REsp 1.267.162/MG, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de
24.8.2012; AgRg no REsp 1.278.024/MG, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
DJe de 14.2.2013.

2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1014552/MG, Rel. Ministro


MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/03/2013,
DJe 18/03/2013)

Conforme apontado no agravo de instrumento nº 2197935-29.2014.8.26.0000


TJSP, a questão já foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça que pacificou
entendimento no sentido de que o ICMS não incide sobre Tarifas de
Uso do Sistema de Transmissão (TUST) ou Distribuição (TUSD),
conforme exposto:

“PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO


OCORRÊNCIA. ICMS SOBRE" TUST E TUSD ". NÃO INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA
DE CIRCULAÇÃO JURÍDICA DA MERCADORIA. PRECEDENTES.

1. Recurso especial em que se discute a incidência de Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços sobre a Taxa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD).

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10/04/2018 [Modelo]
2. Inexiste a alegada violação Petição
do art. 535inicial ICMSpois
do CPC, na conta de energia jurisdicional
a prestação elétrica foi
dada na medida da pretensão deduzida, conforme se depreende da análise do
acórdão recorrido.

3. Esta Corte firmou orientação, sob o rito dos recursos repetitivos (REsp
1.299.303-SC, DJe 14/8/2012), de que o consumidor final de energia elétrica tem
legitimidade ativa para propor ação declaratória cumulada com repetição de
indébito que tenha por escopo afastar a incidência de ICMS sobre a demanda
contratada e não utilizada de energia elétrica.

4. É pacífico o entendimento de que"a Súmula 166/STJ reconhece que 'não


constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para
outro estabelecimento do mesmo contribuinte'. Assim, por evidente, não fazem
parte da base de cálculo do ICMS a TUST (Taxa de Uso do Sistema de Transmissão
de Energia Elétrica) e a TUSD (Taxa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia
Elétrica)".

Nesse sentido: AgRg no REsp 1.359.399/MG, Rel. Ministro HUMBERTO


MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 19/06/2013; AgRg
no REsp 1.075.223/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,
julgado em 04/06/2013, DJe 11/06/2013; AgRg no REsp 1278024/MG, Rel.
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/02/2013,
DJe 14/02/2013. Agravo regimental improvido.” (AgRg no REsp 1408485 / SC, rel.
Min. HUMBERTO MARTINS, j. 12.05.2015).

TRIBUTÁRIO. ICMS. DISTRIBUIÇAO DE ENERGIA ELÉTRICA."


SERVIÇO DE TRANSPORTE DE MERCADORIA ". INEXISTÊNCIA DE
PREVISAO LEGAL. CIRCULAÇAO DE MERCADORIA NA
TRANSMISSAO DA ENERGIA ELÉTRICA. NAO OCORRÊNCIA.
SÚMULA 166/STJ - PRECEDENTES - SÚMULA 83/STJ.

1. Inexiste previsão legal para a incidência de ICMS sobre o serviço de"


transporte de energia elétrica ", denominado no Estado de Minas
Gerais de TUST (Taxa de Uso do Sistema de Transmissão de Energia
Elétrica) e TUSD (Taxa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia
Elétrica).

2."Embora equiparadas às operações mercantis, as operações de


consumo de energia elétrica têm suas peculiaridades, razão pela qual o
fato gerador do ICMS ocorre apenas no momento em que a energia
elétrica sai do estabelecimento do fornecedor, sendo efetivamente
consumida. Não se cogita acerca de tributação das operações
anteriores, quais sejam, as de produção e distribuição da energia,
porquanto estas representam meios necessários à prestação desse
serviço público[4].".

https://felipehaas.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/419835211/modelo-peticao-inicial-icms-na-conta-de-energia-eletrica 11/14
10/04/2018 [Modelo]tem
3. O ICMS sobre energia elétrica Petição
comoinicial ICMS
fato na contaa de
gerador energia elétrica
circulação da"
mercadoria ", e não do" serviço de transporte "de transmissão e distribuição de
energia elétrica. Assim sendo, no"transporte de energia elétrica"incide a Súmula
166/STJ, que determina não constituir"fato gerador do ICMS o simples
deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte".

Agravo regimental improvido[5].

Ademais, a Súmula 166/STJ reconhece que “não constitui fato gerador do


ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro
estabelecimento do mesmo contribuinte”.

Assim, por evidente, não fazem parte da base de cálculo do ICMS a


TUST (Taxa de Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica) e a
TUSD (Taxa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica).

III) DOS PREQUESTIONAMENTOS:

Vão prequestionados todos os artigos de lei citados na presente peça portal, em


especial o:

- Artigo 34, § 9º dos Atos e Disposições Constitucionais Transitórias;

- Artigo 155, II da Constituição Federal;

- Sumula 166 do STJ;

IV) DOS PEDIDOS:

PELOEXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

1- A citação do requerido no endereço já mencionado na exordial;

2- A procedência da ação para condenar o réu a excluir da base de calculo do ICMS


incidente nas faturas de energia elétrica do autor, as tarifas de transmissão (TUST)
e de distribuição (TUSD) de energia elétrica e encargos setoriais;

3- A procedência da ação para condenar o réu ao pagamento em dobro do


indébito descontado no quinquênio, de forma corrigida com juros
legais e correção monetária a partir de cada pagamento;

4- Em sendo procedente a ação, requer seja oficiada a AES SUL, para apresentação
das notas fiscais / faturas dos últimos cinco anos de distribuição;

https://felipehaas.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/419835211/modelo-peticao-inicial-icms-na-conta-de-energia-eletrica 12/14
10/04/2018 [Modelo]
5- Declarar a inexistência de relaçãoPetição inicial ICMS na conta
jurídico-tributária de energia
entre elétrica
o autor e a ré quanto
ao recolhimento do ICMS incidente sobre os encargos de Tarifas de Uso do Sistema
de transmissão (TUST) e Distribuição (TUSD);

6-Seja concedida ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA para a parte


autora, uma vez que não possui condições de arcar com as despesas processuais
sem prejuízo de seu sustento, nos termos da Lei 1.060/50;

7-Requer a produção de todos os meios de provas admissíveis em direito,


especialmente a documental inclusa e apresentação de demais documentos que
forem ordenados, depoimentopessoaletestemunhal;

8- A condenação do réu ao pagamento de HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ao


procurador da autora, no percentual não inferior a 20% sobre o valor da
condenação e despesas processuais;

Dá-se à presente causa o valor de alçada, somente para fins fiscais.

Pede deferimento.

Santa Cruz do Sul, na data do protocolo.

ADVOGADO

OAB

[1] (...)”(AgRg no REsp 1.408.485, 2ª Turma, relator ministro Humberto Martins,


DJe: 19.5.2015

[2] (Recurso Especial nº 729.658 – PA, Primeira Turma, 04.09.2007, Relator


Ministro Luiz Fux

[3] AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº 1.127.106 – Segunda Turma - RJ,
06.05.2010, Relator Ministro Humberto Martins

[4] AgRg no REsp 797.826/MT, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em
3.5.2007, DJ 21.6.2007, p. 283

[5] AgRg no REsp 1135984/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA


TURMA, julgado em 08/02/2011, DJe 04/03/2011

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10/04/2018 [Modelo] Petição inicial ICMS na conta de energia elétrica

https://felipehaas.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/419835211/modelo-peticao-inicial-icms-na-conta-de-energia-eletrica 14/14

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