Vous êtes sur la page 1sur 716

40 - 2.

M37
-
__________ ===- - -
"====

• . ------* .) ----

= … - H |-

(é…sãº:YESRaa # >>>>>>>T stººs. Geºs,


- - •

########*_*_*#######"
#**X&#2)çSººº &## }V, *9 I •

HISTORIA ##
S E R A FICA #
|DA ORDEM DOS FRADES |
M E NORES DE S. FRANCISCO
NA PROVINCIA DE PORTVGAL.

PRIMEIRA PARTE,
|QVE CONTEM SEV PRINCIPIO,

# }#
s"@Z_k\, '%rua
NoEL DA ES
POR FREI MANOEL EsPERANCA,
nataral da cidade do Porto, filho da melma Prouincia,
lá Leiturjubilado na fanta Theologia,&#Exami
nador das tres Ordens Militares.
$
# EM LISBOA. com tºdas as licenças necefárias: Na oficina Craesbeeckiana. Anno 1656.
----

(F63

! J" é º {{}}
- :
---- -- - - - - -- - - -- - -- -- - -- -
- -

·
\!\, ,----
-
|-º)-
·|- -••
·-|- |-
*
--·|-… •
|-*
-|-|---
|-----
·** ••
• • • .C`º
• •·----
-|-----
---------
…|---------~,••|-
-
|- ----|-|-
|-|-|-----•
|-|-----… •|-
|- ----+ · ·…---
- ,
----|--!*
----|-- : -- ~ !---- ----|-----~
") e,|-|-·|- ~~ .. !|- -~~
|-·|-|-|-|--·
-- :|-
·- …* -*|-· *|-•-→ ·
- - --|-|-----|-
• • •----|-|-|-.*·
- +|-|-|-|--
- -
…-----, ’-----
|-* -
|-|-1|------
-· ·|-. , •|-
* …·ſ.|-|-* ·^
.
·-|-→ !|-----|-„~~~
·----|-|-- ,*~----·
→, !|-• • •---------
-, ,- • ^----, ! , !' .|-+ · · ----- *|-
!----
:--- -
----- -|-|- ----- :|-
-•••• •|-*-|-· · · --- *… *• • •
----

·-----
|-- -|-|- • •-
------•
----|-|-----
, !|-|-·-- |---"
----, ,|-|-
-|-|-|-
*-- -- -|---· *
|-|-
----|-----
-|-
|-
-* -|-·----·…
----••• •• ••|-|-
, , ,·----· :* • • • • • •|-·|- -…
• •• •-;----·-|- -·- -
·|-1•••••|-|-* ,-•|-… *
|-|-
|-
|-|-|-·-··-|-
I --|-
-- -·• •r.- - -. -|-|-
|--
·• • -|-*----~|-
- *"

•-^;****}-
----
-|-
----~ !|-|-|-…" -
-
-·|--
|-|-
• • •---- -|-|-
----
---- _ -----·…* ,
|-|-„~~~~-
*… :(|------- *
-+·
!”· ·• • • •*------!()ſ.
|-|-
*··****…
|-. -- !-------* !! !!-----
|-|-*
}----·• (º.----|-
|-
·• •- - - -----|-
·•• • . |-|-••-----·
----••• • •·
·! -
|-- ----
… --
·|-
……*
- --

|-•
·----|-|-|--*
-- - -- -- - - - - --- * * * * * · ***- - - - -- - - - - ----- - -
----* • • • • • •• • •• • • •• • •• • • • • • • •_- - - - -- -- - - - -- - ---- ***** • • • •
* - -

----.* ****· · · -· · ·
- -

•- :· ·
{··
-

·~ !|-ae, -
· ·· *
------- - - - - ……* -- - - - - -~ - - - -* = … - , , !------ --- - - - - - -|-- -- ----|-- -----·
========

+ • ----

---- • 1 - • • A }

A O GRANDE
MONARCHA DOS MENORES.
SÃO FRANCISCO SER A FI CO,
E A o PRINCIFE DESTA SVA MoNARCHIA,
. . * * …º DE CAPIs T R A No.
>$ Vós, fantifimos Padres, vaibufcar
\#} efte amorofo parto de meus cança
*\#dos etudos. Não me negara de
AV, Pae, nem ºu poio enigitalo, pois
# em fi reprefenta minhas faltas: mas
- folicita briofo a grande etimação
de apparecer no mundo debaixo do vofo nome.
Eu me{moglorioto Patriarcha, fe o vira defcuida
do pelo amor, que
- "> #">
* *-*
lhetenho, ouuera de procurar
- * ** . • • •

|eta honra: porèm ele, que funda fua jutiça nas


rezões do nafcimento, vos diz confiadamente: In ºf….
te prºjedos funex uter ; que ja nafceo com eftrella de"
virá fervofo filho na adopção,&emparo, ,
""A materia de que fefez efte corpo: o sãgueno
bré, que lhe corre pelas veas: o epirito devida,
que o età animando: não he tudo ifto voffo, de
|pois da graça de Deos? Não fois vôs aquele "Pau-a, c.
que
lo,## plantáteseta agrada Prouincia no con-"
## nº i--->-.-' e…#-_1 = * *** … …e

uento de Bragança,fãntificando tambem com os "",""


|vofosfantos pés, todos impos detas poeiras dolº |
|mundo grande epaço da terrra pela qualife eften-] .
ldéo? Quaes forão ostdous Apollos, queaxierão •••••••••--

|- ----

regar comas aguas da doutrina, & exemplo, fenão


os votos difcipulos são Gualter, & são Zacharias,
os quaes vós de Italia mandates? Os admiraueis
augmentos na virtude, na qualidade, no numero
|(he verdade) de Deos forão: mas eu vos ouuidi
c. Fr. Luc.
zer, “Deus meus,83 omnia, que tambem era voto efe

torn. 1. 2n,
1 + O2. n. 1. Deos,nem vos querieis da terra outra coufa, fenão
Deos. E te a forma he minha,em vofia cafà lha dei,
empenhado da grande mercè do ceo em me fazer
voffo filho,& deflavofa Prouincia.
Não etranharéis o liuro, Bemauenturado Pa
dre, pelas feições do feuroto, debuxado com in
dI. 1. c. 14.
fignias Reaes,brazão da melma Prouincia, fe fanta,
r1.4•
"como fempre lhe chamarão, merecedora també
por efte, & outros títulos da nobreza de Rainha
entreas mais dos Eftados,&reino de Portugal. São
as filas finquo Quinas pelas quaes hevoflo irmão
em armas: quero dizer as Chagas do Redemptor,
abertas em vofacarne purifima com oburilpene
trante de fila Omnipotencia, etampadas no efeu
do detereino por graça particular. Só no Tym
bre conheceréis diferença, que vos ferá agrada
uel: defcifrada a Serpente no fantifimo Nome de
Hefu: maior gloria da vofia Ordem Serafica pelo
º zelo inflammado da fua veneração: a cujos pés as
"" ||Coroas fe humilhão: no qual vós achaftes tanta
e.Pifan.ín
Conformit,
Prolog. 2.
doçura, que depois de otomardes na bocca" fica
ueis por muito tempo lambendo os beiços depu #
rafuauidade. ! ! ! ! "… …i...
i_>. ... | f * * ". .. |-

º Patrocinado emfim detão vigentes rezões,vai


* * *
: : : → → →FI,
------ ---- -
-
!?!
----

==== • == == - |- -

pedir melhoramento. Ve, que he / meu Benoni, (#*#


quer fervofo Benjamin: demodo, que os traba
ihos,que elemetem cutado, lhe grangeem os fa
uores devofla mão poderofa. De quem fe ha deva |
ler,fenão de hum Pae benigno, que tem o peito
ragado, & o coração aberto pera recolher a to
dos? Sois Columna da Igreja, que por talvos fut
tenta até hoje Deos empè: húa noua Luzdo mun
|do: o Braço fortedo celetial Poder. Se lhe pozer
des os olhos, ferà vitofo, ninguem lhe darà olha
Achareis porcõpanheiro nefte fauor,que vos pe
de "aquelleRaio do ceo que luftrou a Igreja abral###
zando heregias, Inquifidor Apotolico geral no #
diftricto dos fieis: aquelle Sol das fciencias,aquem
as deu a beber por hum hum caliz de prata a Vir
gem Senhora nota: aquele valo riquífimo da di
una eleição,o qualfez mais manifeta a reuerencia
grande do fanto Nome de Iefu: o infigne Protec
tor da Chriftandade,que na virtude dete (obera
no Nome só com tres mil caualeiros da Cruzada,
cujo Prêgador auia fido,desbaratou cento,& vin
te mil Turcos na cidade de Belgrado: aquelle,que
nas obras milagrofasfoi hum prodígio raro: Defen|
forinexpugnauel, & duas vezes Vigairogéral,fem
primeiro, nem fegundo, do Eftado Obferuante na
vofia Religião Nito digo, São João de Capi/trano, que
bem conhecido he por todos eftes finaes. A efte
illutre Santo reconheço por fingular protector, o
affecto me inclina,por quem he,à fua veneracão: o
T[ 3 pezo
==- - -
|
}

pezo dos beneficios metraz muito obrigado. Pe s

dilhe ofeu fauorno principio da obra, fiz delle ex


periencia em grandes difficuldades, prometti con
fagrarlhe efte liuro: feria baixeta minha faltarlhe
com a palaura,motrando ingratidão.
Pelo que a vós ambos o ofereço agora,glorio
fiffimos Padres. A oferta não chega a o defejo:
mas támbem nenhúa pollo fazer, (e nãofor muito
piquena,digna de táta grãdeza. As maiores não fe
h.Quintus igualão com ella," nulla munera Alexandro digna fant : as
Curt in vita

|
Alex. menores,qual heefta,a que vos derdes o preço, pf
Alexandro confiarata, poderáõapparecer fobre o vof
fo altar. A feus pés o aprefento, & fevós o aceitar
des ficará merecedor de o trazerem nas mãos os
votos afeiçoados, pera gloria de Deos, louuor
voflo,& augmento da vofia Religião.

Vºfº filho,entre os Menores minimo.

Fr. Manuelda Efperança.


"A PPRO
----

* # \


-*

| UA. P?ÃOU.A.C.AO ZO ZEC/EZENZO P. FR. 2t_A\OEL ZO


Sepulchro,Leitor lubilado em Theologia,Guardião de São Fran
c/co de Santarém (Orc. |-

Or mandado de Nofo muito Reuerendo Padre Fr. Diogo


D Hyloria Serafica da Ordem dos Frades haenores de São Francifona |
do Saluador Minitro Prouincial &c. Vi efte liurointitulado:

Prouincia de Portugal. Primeiraparte. O qual efcreueo o muito *####


do Padre Metre Fr. Manoel da Eperança. E não fei certo de que
mais me admire,fe do trabalho do Author na infatigauelindagação
em bufcar tantas aguas perdidas, em dar e pirito de vida a tantos fec
cos ofos,em romper tam e pefas treuas, tirando a luz, & retituindo
| verdadeiras cores a tão amortecidos objectos : fe da felicidade da
Obra no acerto da empreza,na fertilidade da erudição,& na fuauida
de do etilo. Tudo he grande, tudo maior que todo o encareçimen
to. Nunqua tanto como neta occafião (prezandome eu fempre dif
fo) me valeo o auer fido difcipulo dete metre para ter aprendido
modetia,& não pafar a elogio de centura. Efta faço pela, que o He
breo Philo fez à primeira parte das Obras do Hexameron diuino, q
|fendo primeiro em ordem o primeiro dia,foi vnico em dignidade; fe
bem principio,& empenho de outras feguintes marauilhofas partes
da me{ma Obra. E afjulgo eta não sòizenta de tudo o que pode en
contrar a etampa, mas digna da maior poffinel breuidade della pera |
não te retardar mais o defejado fruito de tal Eperança. Em S. Fran
cifco de Santarém. 25 de Ianeiro de 1655.
Fr.»anoel do Sepulchro,
JAPP Rov. AC-40 z o PAzzz Fr. Ac_4NO E L 2.4
t/fitação,Leitor de Prima em Theologia, Qualificador
do Santº Oficio, grc.
Or commifão de nofo muito Reuerendo Padre Mette Fr.
Diogo de Saluador Leitor lubilado, Minitro Prouincial da
Prouincia de Portugal da regular Obferuancia de N. Serafico |
Padre S. Francifco. Viete liuro, cujo titulo he, Hītoria Serafica da Or
dem dos frades atenores de S. Francifona Prowincia de Portugal. Primeirapar
te. Author o muito Reuerendo Padre Metre Fr. Manoel da Efpe
rança, Leitor lubilado, & filho da me{ma Prouincia. N㺠contêm
couta algúa, que ofenda á pureza de N. S. Fê, ou bons columes,an
tes muitas merecedoras de toda etimação. O aflumpto he graus,mas
bem fe defempenha o Author motrando com tanta, & tam varia
P4 | eruº
- - - --
erudição como noíla Religião fagrada de feu principio atè os nofos
tempos fempre neta nofa Prouincia de Portugal produzio varões
infignes em fantidade, religião, & letras dando fingulares noticias,
tão verdadeiras como bem fundadas,& examinadas em fuas fontes,
tudo com boa repartição,com etilo fuaue, deleitofo, deuoto,& dou
to, em que refplandecem com o zelo,que o Author fempre teue do
culto da Religião, fuas muitas letras; & affi o julgo dignifimo de fe
imprimir.
1655.
Lisboa em São Francifco da cidade 9 de Feuereiro de

Fr. Yanoel da Ufração


L / CE N (, "A ZO YE/17'O ZEE/EZ E N 2) O P.A. 2) X E
• 2ánfiro Prouincial.
Itas as approuações,dou licença pera que ete liuro fé pofa
\} aprezentar na Mefa do Confelho geral do Santo Oficio,&
com fua licença, & com todas as mais neceffarias fe pofa
imprimir,vita a grande indutria,zelo,& trabalho, que o Autor teue
neta materia. São Francifco de Lisboa 12 de Feuereiro de 1 655.
|- Fr.Ziogo do Saluador ºtinjiro Prouncial.
PZ 13: EIRA (o.xxt ISSA O zºo (ONSELHO GERAL
do Santo Oficio.
O Oficio
Padre Doutor Fr. Gafpar dos Reis, Qualificador do Santo
veja o liuro,de que o fupplicante faz menção,& infor
me com (eu parecer. Lisboa 23 de Feuereiro 655.
Pantaleão Rodrigues Pacheco. Zugo de Soufa. Fr. Pedro de 2tagalhães.
P_AZECER, E INFOR.%_4C,_AO ZO ht&ITO ZEZ/ERENZO
padre xºfre Fr.}%" dos Reis Prouncial da/agrada Ordem de nofº
|- Senhora do Carmo,Z'outor em Theologia,
do fantº Oficio, grc. Qualificador • - -

I ete liuro,de que fala o depacho afima,intitulado Primeira


/ parte da Hioria Serafica de S. Francifona Prouincia de Portugal,
Author o muito Reuerêdo P.Fr. Manoel da Eperança, pef.
foa de grande talento,& letras,& não tem coufa, que feja contra nof.
fa fancta Fè, ou bons cotumes: antes muitos exemplos de virtude,
& fantidade,que podem,& deuem fer de grande motiuo pera as pe{-
foas, que os lerem,os imitarem,&{e melhorarem na vida,& cotumes;
& porque neta Hitoria faz o Autor menção de muitos Varões, &
muitas Seruas de Deos celebradas por virtude, aas quaes fe confor
- • •• • • - - - - - - IT)2

|
{

ma com o decreto de Vrbano VIII. & {ua explicação,de que faz fé


us protetos no principio,& fim, me parece,que fe lhe deue dar a li
cença,que pede pera fua imprefão. Carmo de Lisboa em 24 de
Abril de 1 655. - Zoutor Fr. Gafar dos Reis
• SEGUNZA CO%xt/SS_40.
Padre Doutor Luiz Rodrigues, Qualificador do S.Officio,
veja o liuro, de que fe faz menção, & informe com feu pare
cer. Lisboa 27. de Abril de 1 655..
Pero da Sylua de Faria. Pantaleão Rodrigues Pacheco. Ziegº de Sou/a,
Frei Pedro de 3tagalhães. lº - -

#P_A RECEZ, E 1?N FO2.3/AC_A O ZO 3t. R. P. Xt. L&//2


Rodrigues da fagrada Companhia de lº/a,ZDoutor em Theologia,
Qualificador dº S.Oficio,3-c.
I eta Hitoria Serafica da Ordem dos frades Menores de S.
| Francifco na Prouincia de Portugal. A primeira parte,com
pota pelo muito Reuerendo Padre Metre Fr. Manoel da
Eperança;& afi pela materia della, como pela erudição,com que fe
trata fem coufa,que encontre a Fé, & bons cotumes,entendo fer di
gnifima,que fe etampe. Lisboa em S. Roque 9 de Mayo 1655.
Zºutor Luiz Rodrigues
LICENC, -4 Z) O S ATITO O FFICIO.
• Itas as informações podefe imprimir ete liuro,cujo título
\} he,Hforta Serafica, Autor o P. Fr. Manoel da Eperança, &
depois de imprefo tornara a o Confelho pera fe cóferir có
o original,&fe dar licença para correr,&{em ella não correrà Lisboa
1 1 de Maio de 1 655. •

Pero da Sylua de Faria. Franciº Cardo/ de Torneo, Fr.Pedro de htagalhães,


- - LICENC_4 ZDO ORZDINARIO. -

P Odefe imprimir. Lisboa em 18 de Maio 655.O Zipo. de Targa.


• • • • • •• • *--*

/z/ 12 o , E AP? ROU A C-40 z, o x, R. P. ht, FR,


loão d'Andrada, Prouincial da sagrada Ordem da santifima Trindade,
- .3ífire em Theologia, Zispo eleitº de Tângere (grc.
, , SENHOR . :
I por mandado de V. M. eta primeira parte da Hitoria Se
+

-
- \ } "ráfica da Ordê dos frades Menores de S. FrãCifco na Prouin
cia de Portugal,a qual cõpóz o Metre Fr. Manoel da Eípe
rãça Leitor lubilado na fagrada Theologia, da me{ma Prouincia;& |
julgo cõ grãde fundaméro a obra Por digna de feu Authoráhe o 4 |
------------ — — 14 — "= --

* •••
—---

mais a pode engrãdecer, & q por fua religião, & letras tão couheci
das fe lhe pode accõmodar aquillo de Caffiodoro. Abundº cogno/atur
quisquis famatifie laudatur.Fama tua riquod lequeris,casaitianofira fine dub
tatione quod sentis. E quê ler efia Hitoria cõ a aduettécia,& cófidera
ção, q ella merece, poderá dizer cõ verdade a o Author,o q o Abba
| de Pedro Cluniacêfe diffe a Gilberto mõge auxliãdo a excelêcia de
|feus efcriptos. Tunec mortuus morieris, nec a vita deficiens a bono ºpere cefalus,
'dã ºperibus tui, mortuos ad vitam reuocas. Tantº tºpore pf mortétuam extidetur
lucrã ºperã tuorã. E na verdade, Senhor, as excelêcias,& raras virtudes,
é o Author neta obra nos inculca de Religiofos abalizados em vir
tude,as quaes etauão fepultadas nos fepulchros do efquecimêto, são
tãtas,& tão marauilhofas,q a o mefmo Author,ó as tirou cótãto tra
balho,& etudo a luz,& difpoz cõ etilo excellête, darão húa vida im
mortal na memoria dos vindouros. E mais quãdo acode á obrigação
de Hitoriador cõ tão grãde aduertécia,q né a afeição, né o odio o
moue a lizõgear os presétes,néa fazer pouca cõta dos pafados,6 he o
4Tacito no primeiro liuro de feus Annaes reprehendeo nos hitoria
deres de Tiberio,Caio,Claudio,& Nero, cujas acções Florênbus pf;
ob metäfa/e, pófiquâm verá occiacrã recétibus odus copo/resunt. Porêm o Au
thor deta Hitoria cõ grãde igualdade,& verdade trata de hús,& ou
tros fegõdo as coufas acõtecerão,sé fè lhe alcãçar,no q refere nê ain
da his lógºs de odio,ou aff.ição.Pelo q V. Mag. dene fer feruido de
lhe dar licéça perafe poder imprimir,&mãdar,q inºfensº decurrarpede,
| como S. Hieronymo diz das obras de S. Hilário, por fereta de grã
de edificação pera todos os etados, que de tal hiftoria podem tirar
grãdes documêtos de virtude, & sãáidade. Guarde Deos a Real pef
foa de V. Mag. por largos annos. Nete Conuento da Santifima
Trindade de Lisboa 8 de Iunho de 655. -

• O atº#re Fr. Jºão d'Andrada.


DICENC, A REAL 2.4 %ESA ZDO PAC,O.
Vefe pofia imprimir ete liuro,& depois de imprefo torne
a eta Mefa para fe conferir,& taxar,& femifo não correrá.
Lisboa, 1o de Iunho. 655. + - \,

7). Pedro Prefidente. . (azado. … Pacheco. Carvalhº/2


E Sta conforme com o original. Nefte conuento do Carmo de Lisboa, em }. de Outubro de |
1656. . O Doutor Fre Gapar dos Rey. . … º

• • *

Ito etar conforme com o original pôde correr efe liuro. Lisboa 3 de outubro de 1656.
- Pacheco. Diogº de Sou/a, . lu, Alaarez da Rocha.

Axão efteliuro em oitocentos reis em papel. Lisboa 16 de Oitubro de 1656.


| Ma/fa/Cazado Iacome. Francilco de Carualho. Fernão de Mato de Caruaho/2.
Perº Fernandez Monteirº. Diogº Marchão 7hemudo.
DECLA
-*- - - - - -- - - - - - - - - --* - - -- - - - • • • --+=
—="— ---- →… == "___=-— * * * * * *

| • + ·

DECLARAC,õES IMºstANTEs,
aos que lerem eta obra. *

Cito confiada entra pelo theatro do mundo fla Historia Serafica: mas
sº afua materia alenta a confiança,porque vêm a relatar a origem, @
progrejas d'hia Prouincia im/gne na Ordem de S.Franci eo,cujº ven
B)
tur% nome folicita geralmente deuotifíimos applaufos. Esta he a Pro
uincia chamada de Portugal, ñ começou em 3ragºça a nascer nos bra
os puros do mesmo Santo Serafico: que se criou ao peito dos dous Zis
cipulos santos, os quaes ele lhe mandou: que crescendo em admirauelgrandeza, depois de se
dilatar em Portugal,Croalgarue,maior que ambos os reinos poucou algüas terras de Afri
ca,muitas ilhas do Oceano profundo, a cºfia do Oriente sem parar,nem descançar, senão é
portas da impenetrauel China, nos progrejas de seu efiranho augmento. Alcançou com efia |
sua grandeza aquela benção de Zeo, º Et videas filios filiorum tuorum, de fiar # *
agºra vendº com muita gloria/ua hua larga defendencia de Prouncias, @ (ufadas gra-3."
uÁumas,as quaes della procederão,como direi a seu tempo, •

2. Ze mºdº, que º tendo humpe nº mar, ºutrº na terra fia Prouincia Angelica da-, a O

"gritos que chegaúão aº ceoconuertendo infinidade de almas aº serviçº de Zeo. Planta-|#


da,ê transplantada áquem, @ álem do mar º fla aruore da vida daua frutos de santi- #
dade infigne cada anno, cada mez, cada dia, @ cada hora. Zeu iluir/imos ºartyres, …..
gloriosos Confº/ores,C/arões muiafinalados, muitas háulheres de excelente virtude. (jo.
uºrnou muitos annos por seus filhos os Efiados difereno : log ou nele, @ na Ordem os] |
seus melhores lugares,serundo tambem a Pontifices, @ Reis nas commiÁões mais häradas.
.3ías toda efagrandeza,Gr ºfia gloriagrande, por não ter a vida da imprefão,
efaua amortalhada no maior esquecimento. Querião ºs efirãpeiros certificarte da fama, (27 | |- }
não ouue natural, que lhes de/e rezão della; nem lha derão cabalmente aquelesfamosos fi || |
hos defia propria Prouincia, frei Xarcos de Lisboa, @ frei Lucas Vºadángº, que leuã.
tando duas nºtaueis tatuas,hum nas Chronicas, @ º outrº nos Annaes à no/a Keligião,
nellas mesmas eternizàrão seus nomes. Porque o padrefrei 3 arcos, fêm tratar defunda- F

fães,ºccupou ofeu deuoto ºfitritº em referir sãridades,não só de hãa Prouincia,fenão de to


da a Ordem, @r querendo acodir ao comum cortou de neceÉdade por muitos par
tículares: demais que,ºpoucos annºs adiante do de 15 zo acabou ºfeu trabalho. O padre & Pi .
frei Lucas depois de efiarem Roma,quando quiz pegar da penna não teue que efêreuer defia #
mãe,que º criou em ºfeu nºuiciado, or lhe deu nº fiado a doutrina,álem das bulas -Apo-lº".
foliras,que a ela pertencião, fenão aquelas notícias, que º padre Gonzaga lhe exhibio no feu
hºro,todas curtas,Grytriadas algãas. As outras,em que eupera ele trabalhei,não lhe deu
ão/ºr dadas,por quanto não apparecem em todo ºs sete tomos, que entregºu 4 fiampa. |-

| 4 %"goauame ºfte no/a desemparo: º desjuu, , que alguem nos abrife fiº fºlhe $#*)
que "" }\!

que// defenuoluendo a mortalha do/gredo; que torne/e a dar vida às cou/as desta Pro
uncia, (3# áhumrada memoria de tanta gente lufre, como era º/quecida: mas não fato ao |
campo nem hum Leão animº/0,nem hum Cordeiro/ºfrido, que quizºfe emprender difficul.
dade tão grande. Por outra parte tambem não cuzaúão os Prelados (fe aflotinhão tem
brança) a metter nela os fubditos, ou porque duuidauão das vontades, podendo acharta
lentos, ou porque o bom fucci/o no meio de tantas treuas efiaua defconfiado. E não fºi
que efirito me deu,ainda que fiou certo em não fºr rfpeito algum humano de louvor, ou
interje,fenão so hum zelo puro da honra defia?rauncia, @ da gloria de Zeos, o qual a
engrandeceo; porque quandº os fludos theologicos depois de larga idade, (27 quinze ame de
Lente me concedião ja fertas, eu me fºnt abrazado em hum dº/jo notauel de tomar à mi
» , • *-* •

nha conta femmenfatrabalho. É fingindo a minha inclinação em hum ca/0, que carece
de my/terio, nouas rezões de empenho, no ponto que me confiou como º padre Gorzaga impri
mio a fua obra, @r as do padrefrei Xarcos/irão afegunda tez do prelo no anno, em que |
nºfi, tão mº/mo me accendeo mais o zelo: não, que tenha prefinção deos/eguir apa/ochco,
mas sómente hum pen/amento humilde de ºfereuer o que eles nos deixarão, ou ainda nos/eus
/Deca
tempos não corria. Pelo que,/º me faltou a virtude do preceito brifa n fies encontros, tue

da 1. por mim apromptidão natural, que imitando a terra, comº aduertio o grande f/2o de
na De
dicat.
{Zarros, mais fácilmente produz os efeitos voluntarios, do que a ºbrigação o que lhehe en
commendado. +

g e º. 5 Com efiare/olução, @ lembrado do dito do santo lub, & Trabitur autem fapi
v. 18.
entia de occultis, comecei a cauar até o centrº da me/ma antiguidade de/cobrindo muitas
minºspreafs á ela nos occultaun Keului muitos cartorios aflber todos os defia Prouncia,
Ç; da de Santo_Antonio: grandeparte dos q pertencem ás outras, chamadas da Piedade,
o Algarueg; da Arrabida: alguns dos padres Terceiros,Or defreiras, que não inã
na no/Sa obediencia: das fantas Sès de Coimbra, da Guarda,Cr de Lemego: da Real Colle
grada na vila deQuimarães, @ d'algias Igrejas particulares: dos moiares d'Alcobaça,
@Santa Cruz de Coimbra: da X(fa da confiencia: º do reino, que hea Torre do Timbe;
@ finalmente das Camaras de Lisboa, @r do Porto. Em a reu/la dos nº/os andaua tão
aduertido, que não buffaua/omente os papeis,Grpergaminhos, mas tambem os luros da li
uraria commum, refeitorio, @r coro, onde encontrei com memorias de mão, que fireuião os
frades quando ºfer curi% não era aualado por ofensa da virtude.
º 6 z)e huros impre ºs tocantes áno/a Ordem, às outras Religiões,a diferentes Es
tados,gra duersas materias tenho "fio hãa multidão notauel, cºmo dirão os queforem re.
feridos,sem alegarmos a todos, no discurso da ///toria . Zos outros, que são os ma- }
nuscriptºs, pºfei hña grande copia, @r deles, os principaes, ou mais caseiros são fies.
Tres Catalogos dos bispos de Coimbra,da Guarda,ºr de Cliseu: Chronicas d alguns Reis
de Portugal: duas das ditas Prouincias Piedade, (3) Arrabida: hum Xemorial da do
-Algaruegrº Cartorio de Santº Antonio(aff, chamão etes luros): alguns fritos dos
nofos frades na Inda: Fundação da Prouincia de S.loão Euangelfia nas Ilhas 7erceiras,
| @r 2anarchaser fica porfrei Paulo de S.Pedro. Sº ºfia n/a Prouncia não tinhahoro
f0
fo E |- •

*== • ----—
tolturo,do quatme pº/a valer. Vi tambem 7ratados,(} Relações de pe/joas,(3 cofas por
ticulares: feitas hias por Autores timoraros: outras por autoridade publica; 3; outras r

jujificadas por tefiemunhas de credito, ou pelos inºfinos Prelados: Zemais ditofiz muitas
informações, @ "purei tradições, que erão communicadas de hum; a outros, mas todos fer
uos de Zeos,e gente religio/a, cujº dito valpor muitos tºftemunho; em fêmelhantes mate.
rias. Con/ultei finalmente a ºs defios da Prouincia, Or eruditos do reino com aquela coºfi.
arçº, que podia ter quem daua/uas achegas pera fêrem ºjentadas em lufirofos, mas alheos,
edfictos. Tudº tiofacilitou o meu zelo,procurando, que voa/epelo mundo nas azás de ou
tras pennas º louuor das obras/antas, que hos podi㺠honrar. 3ías ninguem/epet/uada,
que a todas da alcance, por quanto a maior parte dos muitos Sertos de Zeos, @; dos cºfos
merecedores defama,que lográrão df nº/os Padres antigos, emparticular nas tres primei
ras centurias mais valentes em obrar,que eloquentes nofalar, nãofe rºgatou ainda do trfte
fuecimento, ao qualfêm rezão foi condimnada. + • • •

7 Recolhido com º ditº tabedal que não foi depoucos annos, @ começando a númeçar
a Historia enriquetida tum ele, a # obediência, que não era féu piloto, lhe defutou as
aguas a outra parte, câindo eu com *força da corrente em ópegº procellº/ do gournô, do
qualpor outras vezes faira fim defeontos de naufrágio. Porem aquele Senhor, que pe
netra ºs corações,º Scrutans corda,&renes Deus, me pôde ferifiemunhado que lhe h Pfº.
confiou do meu, quando vi pofio º fim a os cançados cuidados de XInfiro da Prouincia. v. 1 o.
Senfuelmente me achei de afogado d'hãa núútm talginº/agr trife, a qual me acompanha
usem rezão de ºfia com foiolencia apartadº do meu centro. E digo fio somente por dif
culpara tardança difa obra, cuja fama (fênifo não halizonja) antes de elanº/cer fer
tou muitos defios de averem fampada. Agora receberá º e/pirito de vida, com o/auor
dos Prelados, a quem o Senhor do ceocommunicou fa graça; Grfº tambem a achar na
afeição do Leitor, d'aqui lheprometto hãa notauel ventura: mas quandº ºfia lhefalté,não
lhe ha de faltar muitºgrande paciencia. ! # * 1 • •

| 8, Zºuhe nome de Hitoria, deixandº º de Annaes, 9 de Chrónica, por ficar


com liberdade de não ir difiedaçando por muitos amºs nºtícias, qué tinuem andarem jun
tas. Ze mºdº, que arei o meu caminho pela frada do tempo, ainda que muitas vezes
ºnde faltarem memorias hide faltaralguns annos; & quando me encontrar com al.
gum Varão migne, pe/oacaº/iderauel, ou fundação de conuentº, figurei fas vere
das, dizendo deles as cou/as, que lhespertencem,ate depois méricólher 4 firada. Z'ºs con.
uentos eomeçarei a falar no tempo dasfundações,quando delas me confiar : das peÉoas,ºn
de auer mais certeza, @rferê, ou noanno, em que alcançárão nome pºr cau/ defeus off
cios,/* nã% ouwer ºutra rezão em contrario: ou no annº, em que º eternizér㺠trasladados
desta vida. É com fionão sºmenteficará inteira 4 relação, mas também o Leitor,
|femfºcãçar em revoluer muitos hurºi,eu capitulos, 4chará n㺠lugar quanto pretende
/aber. ó apelid, Serafica tem ela de Jua cºfa, por ser causa que toca º nºfo |
|Padre Santiôme, º qual pelº me/mo titulo henº mundº conhecido. Nºutro da Or
dem dos frades Menores é inculca a materia mais principal, de que trata, a qual hº
4 f%ê4
e …! Ê 1 — ….…--- …--•••••• _>
------ - - - - - - • --- - - - - - - - - - -- -

a mesma.O dem,C} cuja he a Prouincia,acompanhada porem das Ordens defanta Clara,C}


- "... …} | // }
lerar……… }pendente della no g"ca"…g
• • •

prºgrejas. A-"

9 Não digo so,que corre fia Hifloria pelos termos do reino de Portugal,senão pe
los campos dilatados da Prouincia,que dele tomou o nome porque com efia largueza tenho
aberta a porta pera falar de tudo o que he seu por algum d'aqueles tuulos,que lhe concedem
direito: a saber,do que pº/dio no reino,do que obrou nas conqu/as (?) do que deu a outras
muitas Prouinctas, gy a diferentes terras. Aquelles, que intitu ferafora depois de os ter
| criado,como he/anto Antonio: quantos vierão guernar,ou exercitar ºficios,quaes forão os
Zipos, Jr Commjºarios,não auendo então no rarº outra Prouncia: os que morrerão por
(hrift, em 3íarrocos, @ em Seita, dentro do seu territorio, todos efies lhe pertencem: O{
primeiros,comº filhos por causa da profºro: os segundos,em rezão do domicilio: os terceiros,
por e cafão da morte, pela qual no seu diritto nascerão segunda vez gloriosos pera Zeos.
Por parte da dignidade farão tambem j ("//j /4A fº/7'46"3 0$ prelados trangeiros.Os milagres to
cºntes á nºja Ordem,que succederão no reino quando ela se igualaua com ele,quem auera,
que lhos nºgue? º uito menos os conuentos,que ela edificou @;pq/uía muitos annos,não ºlfã.
te que agora os lagrem outras Prouincias. E pofio quemuitº afo pº/e/emo seu fiado de
Culio ha, @ Cuílodias,elas mesmas com efias prerºgatiuas lhefoi ao organizãao o corpo,que
formado em Preuncia tudo recolheo em/ @tudo me ºferecepera a sua Hyloria, %s se
alguem me notar,que estendo a relação das pe/oas, cujas vidas andão japublicadas, @ im
prias: respondo primeiramente,que eu não fiz%; luros, nem eles mepedem numquam
bargar os meus escritos. E seria dura cousa terem os outros licença pera e praiarem tantº
- - - O • • + • • • • • | | • ••

na vida dº santo Antonio (ponho fia por exemplo): os efirangeiros,ºbrigados de suas raras
|wirtudes: os Portuguezes,pelo credito da patria: os Franciscanos,em rezão de ele ser frade

nº/ºsg que relat㺠eu as ditas de sua mãe,a qualhe ºfia Preuncia,nãopº/a manifflar
, , . * .* .. - \ . --• - … - ••• • •• • • •

|às grãezas de seu filho. Zºrº que diga menos,G & menºs palavras, do que deuia dizer.
1o Zºponho a narração cõ preludios damaneira,que Zaronio, Vuaddingo,(2; outros
sºbre Apparatos grandes leuantarão suas machinas,pera mostrar a grandeza da mate!
ria,que tenho 4 minha conta@r também perafe fazer mais hzo (3 mais corrente o fio dei
fia //fioria,a/entando algias cou/as primeiro,as quaes depois podião embaratilo. E nefe
#ltimo pontº andaua eu tão fºlheito,quepela me/ma rezão deixo de dizer no texto os lugares
dos Autores,que aponto,º muitas vezes nem osféus nomes declaro, remettendemeámar.
#m. Zºe mais afloraramente me detenho em conferir Eras com amnos na data das escritu:
fras, suppondo a conferencia,gres-reuendo o anno.»tas nem ºf hepºfiudir?tmpre a mar
| ração enfia la pelo perigo, que correrá o seu credito,se não prauare #diz onde amerdade não
for muitº manifeta,ou à mentira fuer autorizada. Pelo que jºnfesta * #hcença a Hi.
" 5 . .. * • /*.. • - * * - * * #- .… • • •• V • v, • • •

faria perº (poder armar das regras da Zialética, 3 de/atar, quando não corte,co elas es
nos das dificuldades maiormente nas cou/as grandes, Cºraras,queperfefazem difficul
tosas de crer,arrycando/eus Autores à me{ma opinião,4ue setem dos 'Pintores@y Poetas,
-1* * * * * * . * * • - • • • * ** * * * , \l * *-* - … " " … (-2.
dos quaes pragueja º mundo ,que todos pintão C07770 querem. Nesta conta tinha Seneta a E
|-

_Iphoro,quando com duas palauras achou,que desbaratau, a sua autoridade, as que fºrãº
• •

- -- - * --- •

dizer.-----
---- "-"------ - - - ---------- ---… --- ..
- - - - - • - - |- -

|
"digrdele,que era Histºriador: "Nec magna molitione detrahêda cItãUão iras
Ephoro. Hitoricus et. Porêm se elefahauaem ºfereutra verdade,que he alma dah
fioria,não merecia tal nome,ou quando muito lhe pode tão chamar, Hitoriador sê alma:
11 , Farei muitº por exmir efia obra defemelhante calinia dº prof/ar inteiramente
verdade,cujº zelo,gramar defua honra me fruirà de defaulpa no exce/iuo cuidado de con
uncer muitos erros, é intento de ºfender os autores. Quefe eles examinarão melhor º que
dé depº/egíliures estauão de nãqua os argüiri@ Jº també ºs nºfos antipº/ados não nos
ºfenderão tudo,não me duertira eu com quefimes,nº co afurfos. Por onde em muitaspartes
a relação do antigº) a tecida depedaços de bulas,prouisões,g frituras, as quaes todas,/*
| depois não afinar º archiue, d'agora as ºfereçº nos mº/mos duntos, que cºelas/e ilufirão.
No moderno concorre ºs documentos,que ajuntou meu trabalhº, @; eu declarei «Éma, onde
…Fastfemunhas deyfia são como ºutra joritura,a qualno, merece credito, é pela mais abo
|nar a certeza,com que falo, chego com fa Hyloria, onde/o me importa, até a nº/a idade,
fêm timer algãa nota dos que vium (2 tem vífio cºm feu, olhos o que aqu/e freue,por
que a minha verdade tem muito de confiada, - •" •• • •

12 Não dou rezão do ºfilo,(9r só digº que defeja declararme afetando breuidade,(}
não/ei/e todos quererão adiurnhar, 3as aduirto,que numeio cã diferentes vocabulos as ca
fas de freiras,ê de frades perfer fla a lingoagem fada nos Annaes da nº/a Ordem, @
nas bulas dos Pontífices. Zigo Moteiro defreiras (o qual nome nafia orige grega/gni
fica folidão,eu º lugar folitario),por refeitº da claufura, em que viu?/paradas ao co
mercio humano. Zigo Conuento defrades,em rezão de eles fiarãjuntos dentro das fuas
paredes. Efe ainda na terrar/u/citar o fpirito de Zuarte?Nunes dº Leão,quemães/ºfe
melhante "argúio,Q) cem/urou afrei lo/eph7eixeira,refiondo que ºf como o nome Cidade /cenf.
hias vezes quer dizer º lugar,(} edificios: outras vezes a gente,que neles mora: do mº/mo *jº

modo Conuento não somente fignifica os religiº/os juntos,mas também a cº/a, @ o lugar,
onde eles fe ajuntão.E dife/egundo/ignificado,que he o da controuer/a (alem" dos Coca mXim.
bularios nos quaesfé acha exprejº)/ºu º santo Pontifice Innocencio/V. numa º bula, que cab. Ec no Vo

começa, Pro vetro collegio,dizendo fias palauras,Extra conuentus,feu loca ve clef,


tra. Pelo que em outra º bula, cujº princípio he, Cum tanquam veri; ordenou que as n. Bul. I 2, 3

nº/as igrejas/e chamem Conuentuaes, , .* - - pudBo


13 …A Hfioria vai diurdida empartes confo me a os ºfiados,que a Prouincia teue. O drig. fºl. 0,

primeiro.fende hãa sò Cufodia chamada de Portugal. Ofegundo, fiandoja multiplicada 15.ibid .


em tres,cujºs appelidos erão de Coimbra,de Lisboa, 2 de Euora. O terceirº,depois
defeauerkuantado cõ todas fias (uflodias,gr cão nome primeirº de Portugal em Prouin
cia difinita, Gr/parada das outras. O quartoºltimamente quando de todo logrou a fanta
reformação da regular Ob/eruancia. Ze todos fies fiados, º primeirº fº ha de ver nesta
parte (?) nas/eguintes os outros, pelos quaes sem parar vai discorrendo apenna tão ligeira,
comº póde depois de fiar cançada,pera que em breue tempo tenhão luz da impreºao. Al
cançarâmeu trabalhº grande premia se nº/ Padre Serafico me aceitar fiº piquenº ser
viçº, @ seus filhos,Ordeuntos com ele se melhorarem.
, -- Pretefta
r s .
Paulaç㺠dº Autor "

• •
- - -

Porque o fenhor Papa Víbano VIII. ordenou por hum


decreto a 13.do mez de Março de 1625, º qual depois
confirmou em 5 reuelações,
do mez de Iulho de 1634,
né milagres que algüa,
de pefoa n㺠fel •
|

imprimão
ainda que vidas,
muito celebre por fama de fantidade, ou mar
tyrio,que não for canonizadº,ºu beatificada pela fanta Sé Apotoli
|ca,nem tambem fauores, & beneficios, que Deos por fua intercefão
fizefe aos mortaes,(e primeiro o Ordinario n㺠º tíuer approuado:
> proteto firmemente como filho obediente,&º fervo da fanta Igreja a. RegFr.
Min.c.1a.
| de Roma,que a minha tenç㺠he venerar, & obferuar neftes cícritos
o fobredito decreto,femnifo prejudicar a ºs Seruos dº Senhor, que
tem legitima pote de feremja venerados, os quaes o me{mo Ponti
|fice exceptuou deta lei. Nos cutros guardarei a fua expofição, que
deu a o proprio decreto em 5 do mez de Iunho de 1 631: a faber,6 | '
nem admittantur elºgia San&tivel Beatial/ºlutéQr que cadunt/uperperfonam:| -
bene tamen ea, que cadunt fuper mores, @ ºpinionem cum protºfiatione in prin
-

cípio,quódiis nulla adit auforita: ab Eccleia Romana,/edfides tantúm/ penes |


Caufierem. Pelo que torno de nouº º protetar,que a etes Seruos do |
Altiñmo Senhornem
não pretendo
os quero qualificar por Santos, por Beatos, ºu
attribuirlhes culto: nem intento ir | ||
por Martyres :
difpondojua canonização, ou beatificação: nem quando delles dif
ler poretas,eu f melhantes palauras, queforão gºzar da cópanhia de Zeus,
as e{creue"; com certeza, mas sò mente conforme a o
. * . * * # pieda
de chriftâm, que affi fala na morte d'aquelles.que viuem bem. E fi
nalmente não he aminha tenção introduzir por approuado da fanta
Sè Apotolica o que delles e{creuer: mas deixandoos no me{moek
tado, em que os tenhº achado,o que agora difer fundarfeha tão sò.
mente na humana autoridade,que não pafla dos limites de prouauel,
né chega á verdade da Diuina,º Ecclefiatica, a qual sò com certe
lza infalliuel nos declara a qualidade dos Santos.

* * *

Fr.»anuelda Efrança.
———

}
Pag 1.

PRELVD IOS
FVNDAMENTA ES
D A H I S T O R I A.

P R E L VDI O P R I M E IR O.

Como Deus inuiu a o mundo nºfº Padre São Francifo pera


columna da Igreja,&# alento da virtude.
*$##### HEGA DO ja aquelle ditofo tépo, em que
# Deosauia de cófolar, & emparar a Igreja mili
+
# tãte em fuas tribulações, "pez os olhos no mais
-> • - • • Aº Aº •
a. Ifuia (6.
V. 2,
>}} pobre,humilde,& obediête feruo, que então ti
}
### nha no mundo,pera lhe encommédar eta illu.
º tre empreza, cõfiado em que elle não auia de
faltar na execução de fua fanta vontade. Foi éte feruo entre to
ides efcolhido, o Patriarcha dos pobres, Francifco ferafico, "em b.F.Luc.
baxador de Chrito, & feu Legado de lutere por teftemunho au inMin.annal.
|rentico do Papa Gregorio IX. defpedido, ann.& inuiado do cora 1 228. Se
1 •

dul. in
são do meino Chrito pela porta do feu lado, donde faio aruo elog.
"rando o eftendarte da Cruz,como vião alguns contemplatiuos,
& fantos. E ainda que o inundo, º o qualjº antigamête era indigº #*c. 1.adv.38.
Heb.
||
|no dos patriarchas , & profetas , que o ceo lhe inuiaua, não me
| recia agora hum Varão tão excelente, esforçou Deos o braço de |
fua mifericordia, & atropelando as ingratidões dos hom ens lhes
mandou(por merce,& graça particular)efte (eu embaxador pera
: paz da terra,luz das gentes, confolação dos chriftãos,retaurador
da virtude,firme columna da fee,& emparo da Igreja. Pela qual
rezão dappareceo muitas vezes fobre a fua cabeça hum letreiro, dº Pifan.]
que dizia: Efe he a graça de Zeos. Pera o ceo comito nos declara 1 confor
mit. 1.
como ete infigne Patriarcha naõ foi premio de merecimentos
humanos,fenão graça,& mercé de grande fauor diuino.
2 Có tanta abundancia o encheo de feus fauores o Pae das mi
e S. Bon,
fericordias, que afogados os feníuaes appetites nas aguas de fua de vita S.
diuinagraça,a me{ma carne, que cotuma defcompornos, & em
&\, , • • … • • . - • •
Franc. c.
14.
baçarnos em o feruico de Deos,nelle não sòmente obedecia li
…, • A gelta
–+

2 Preludos a bifloria Serafica —

geira aos feruores da alma, mas tambem queria anticiparfe aos |


faltos aprefados de feu efpiritu ferafico. Tendo fopeados os im
/,drºn fºº etimulos de átátas vezes nos queixamos/como filhos
4."? de Adão,& poto pela mão Omnipotéte emetado ditofo nas mi
###" ferias

humanas, ainda q cõpoto de carne,& {angue, não parecia |
hon é da terra,(enão ferafim do ceo,abrazado no amordiuino,pu
rificado na virtude.Tudo nelle, pera maior otétação da piedade
. Aº lºº Deos, erão milagres, aflombros, &prodigios defua omnipoté
##|cia,como º Alexandre IV, diffe, qualificando com etes infignes
" |titulos feus procedimentos,& acções. Das quaes tambem admira
* c. 6. | do

o feraficoesdoutor
& admiraçõ "S. Boauêtur
do múdo,por a efêreueo,
á muitas 4 pareciãotudes
de fuas grãdesvir epantos,
mais
erão afombros raros pera efpantar,do q exemplos ordinarios,que
fe pudefem imitar. Mas o fello detas nouas marauilhas,& por
tentos foi a imprefsão das chagas do Redemptor em fua carne
fantifima: milagre grande, & fingular das marauilhas de Deos,
Ale rv. por fentença, da fanta See apotolica: prodígio de todos os pro
# digios, na opinião do "Cardeal Bellarmino: particular priui-|
,\_ O DC, 1Íl • • •

dominic. legio dete illutre Patriarcha, do qual nenhum outro na mef.


# p|ma forma gozou, como affirma com muitos "fanto Antonino
* #;"| Arcebipo de Florença,& tocha replandecente da Ordê do glo
&# | riofo S. Domingos. • #

##nfer:3 Dete modo o foi Deos habilitando pera famofas empre-| ". [
#"> zas,& empenhando pera maiores feruiços. E querendo perfuadir].
""" aos homens quanto póde a fraqueza humana confortada do au-| | |
|xilio diuino,lhes propoz ete viuo exemplar, em quem a virtude
| da graça obrou tanto, que a natureza fe epantaua de fi me{ma || ||
Pelo que vendo o Santo,que à fua vita fe auião de animar os co
uardes no feguimento da Cruz,trabalhou por ir diante co a ban }
deira da fagrada penitencia, mortificando cõ tanto rígorfeu cor-| |
po,que elcrupulofo de o ter tratado mal, lhe pedio na hora de
fua morte perdão. º -


4 Quiz tambem o me{mo Deos defcobrir o caminho da |
perfeição euangelica,º qual ja etaua cego,& era pouco trilhado, . . ?
& tomou por intrumento ao dito Patriarcha,cuja vida apotoli
ca refu(citou as virtudes,que etanão efquecidas, como foi repre
…FMare fentado aº fanto Pedro Tecelão da fua ordem Terceira dos fecu-} .
nachron.]lares. "Vio ete feruo de Deos húa Igreja femeada de cinza #| -

*** | los anjos, & que entrando pela fua porta Chrifto deixou manife
fas, & imprefas as pizadas de feus pees atee fubir a o altar. E
Paísou ,
== -++++++++ •= - +
- • • | O ..., .\ ^ {

- - - ----
- - -
- -- -

dº Prouincia de Portugal. == 3
valiºu logo atraz delle a V Irgem Senhora notia , & depois os A
| | Potolos fagrados,feguindo todos cõ algüa proporção os pafos do
| Redemptor. Mas fobreuindo grande numero de fantos, que não
podião alcançaraquelles primeiros, & agigantados pafos, ficou |
tão cegº, & confufo o caminho,que muito malfe enxergaua por …
onde Chrito paísára. Nete ponto entrou hum pobre defcalço,
chagado,& remendado, figura de S.Francilco, cõ grande fequito | }
de frades, o qual fuando,foprando,& abanando cõ o habito,desé- }

terrou as pizadas apotolicas, que fepultaua a cinza,defcebrindo


| | | por myterio o caminho da perfeição euangelica, que o Metre
i|diuino com feus difcipulos nos auião enfinado.
5. De mais dito lhe encõmédou o Redemptor crucificado
pela bocca de húa imagem fua, a reparação da militante Igreja.»
que etaua arrifcada a cair; pera o que lhe entregou os finco ta
lentos de fuas chagas fantifsimas, com o cabedal das quaes fobre | #
pedra fortifima a tinhaja edificado.E tôpendo o Santo por mui |-

tas dificuldades,não sòmente a futentou a feus hôbros comoAt


• |lante do ceo, º conforme vio em húa reuelação o Pontífice Inno zºº
cencio terceiro: mas tambê º ordenou tres efquadrões de gente ? čo.
muito luzida,& alitada nas tresOrdé,4 ele intituío,perareba-|#**
te é fempre a força dos tres exercitos,q pela parte do múdo,dia
|bo,& carne dão a fua bataria. Etada etremecendo por todos os
quatro lados co aperto dos côbates o edificio fanto por occafião
das guerras,em é ardia o múdo:dos peccados, q nelle andauão fol
tos da malicia heretica,q leuãtauapoeiras cõtra os raios do Sol;& •

de quafi húgèral efqueciméto da paxão de Iefu Chrito cõ a qual


tribulação a virtude,& afee ameaçauão ruina. Mas tudo reme
deou ete fantífimo Padre,alferes do mefmo Chritto,alétando os
feus efquadrões briofos, q defendé atee hoje, fem cãçaré, a Igreja.
6 Ete foi aquelle Anjo da paz,4 pacificou o múdo,enchendo
a terra de tantes bês,como grangea a paz ? E ito prognoticaua | Marian.
nacidade de Afshã homemytérioto,que andando como extati "º"
cofempre,& arrebatado de fuperior epirito não dizia palaura al
gún,fenão etas: paz, @r bem; repetindoas contudo muitas vezes a
quantos o encontrauão. E no põro, que o Santo naquela me{ma
cidade começou a denunciar a paz do fagrado Euangelho, núqua
mais appareceo." Eite foio pégador da penitécia, º quem Deos].sn…..
elegeo por precurfor da fua fegunda vinda no vniúerfaljuizo,pe-improlog.
ra q lhe concertafe os caminhos,desfazendo as afperezas,& alti- •

baixºs dos peccados. " Efta foi a luminofa etrella, que ama º
cit.
Bon. .
A 2 | nhe


4 __ Preludos à hifüila Serafã T -

nheceo alegre aos q etauão cegos, & afs ôbrados co a trifteza da |


morte, aos quaes encaminhou de maneira, q illuftrados dos ref.
plandores do Solja podião atinar co as v erdades da fee.Pelo que
em figura de etrella foi leuada fua alma a oceofobre multidão
de aguas, q erão ºs muitas gentes,cõuertidas por ele ao feruiço de
sAnto. Deos. Eita era finalmente a Imagem de Ielu crucificado,que cõ
"º" os finaes das Chagas imprefas em fua carne,cõ os gemidos da al
ma,que penetrauão os ceos, com as lagrimas dos olhos,que lhe
tirarão a vita, renouou efficazm ente na memoria dos homens
fua morte,& paxão. , … " . .

l. PRELVDI o II.
Doferior, com que o Santofrafico pretendiafala fo mido
tudº,º quando inflituiu a fareligião.
#.
# •
I * Om muita jutiça diffe o vigairo de Chrifto-Leão deci
mo,approuando o q ja auião dito *S.Boauêtura, S.Ber
9. TO - • • •

# 3. nardino,& outros autores graues,q efte fanto Patriarcha


*** | fora o Anjo fellado com os finaes de Deos viuo, de quem falou o
relatern.
erm 6. - Dif feu Apocalipfe. Porque fendo ferafico
ipuloº amado CIT) O

####|na vida,etando ornado com os finaes das chagas doRedemptor,


\"#; tendo enfreado ja as tempetades,que batião a Igreja,cõ ardêtif
s# fimozelo foi imprimindo o myteriofo Zu, diuiza de penitétes,
#…" nas innumeraueis almas, que matriculou em oferuiço de Deos.
Ezech. | Forão etas em tam grande multidão,que depois de cõtar muitos
"" || milhares, ou milhoês o mefmo Euangelita, não pode fom mara
todas.E na verdade fó aquelle fapientifimo Senhor que conhece |
|as etrellas por feu nome,& daacõto ás areas mais meudas, pode
ciem.….|1á incluir nas regras da Arifmetica quantas almas efte Santo, ou
*** | Perfi,ou por feus filhos,té mandado ao ceo.Mas "fe Chrifto,cha
|gºdºem º madeiro da cruz,attrahio todo o mundo a fi, á menos
Podia ele fazer retratado pelas chagas em Francifco?
2. A efte fim tamhõrado de fe faluaréas almas,q redemio o mef.
tro Chrifto,encaminhaua o Sãto as acções de fua vida;oferucir da |
oração,origor da penitécia,odefejo doma rytio,o trabalho dasjor |
nadas, o zelo da prégação,o refbeito 4tinha aos prégadores,astres
grdés,q füdou:tudo foi pera qdeos Perdoafe ao múdo,& o múdo
fºcõute{eabeos. Afife entritecia no interior da alma,quãdo
••••• cuida na
*••••••••• ***
•#***** —º

"— da Prouintia de Portugal. } =

cuidaua que algüa (e poderia perder, que derretido em agrimas


diante do pae das mifericordias, não fazia outra couta, fenão ge.
mer&gritar;noites, & dias inteiros. E fe algueno reprendiado
excelsiuo rigor,com que fe mortificaua,repondia defculpandofe,
que era dado por exemplo aos outros, & não adia de faltar a etá
obrigação.*Nos feruores do efpirito, com que andaua pelo mú- , s ss.
do folicitando o martyrio,dizia abertámente,que não o faziatan | ? 3.
to por apurar o amor, com que tratana a Deos, como por obriga |
os homens com leu exemplo a que por efte caminho de fangue |
derramado bufcafem a faluação. * . * . * .….….……
3. No mefmo ponto,que teue dous companheiros no principio
da Ordem,logofe falo com eles aprègar por diferentes lugares, |
fem leuar em paciencia,que etitiefem cciofos. E chegando a fer
oito,partidos de dous em dous,forão feguindo as quatro partes do
mundo à femelhança de cruz,pera darem em todas hum temero
fo pregão dos tormentos eternos, com que Deos catiga os pec
cadores. Não o deixaua quietar efte zelo húa hora na claufura
dos conuentos,ou lugares folitarios. Difcorreo muitas vezes por
Italia,andou França, entrou pelos reinos de Catella,chegou a o
nofo Portugal.pretendèo paflar a Africa,embarcoufe peraSyria,
& fez outras
gião,qua ndo digrefoês (em alhe
ela começaua doer Pelo
nafcer. o defempar
que a feuo da fua reli-|
refpeito lhe •
| |
enbargeu cutras vezes as jornadas, & viagens a Majetade diui.
na,& quando muito confentio, pelo não defconfolar, que fofe
| ao Egipto, onde conuerteo o Soldão, & muitos de feus vafallos * --

à religião
jos chritaams."deComo
paños apresado varão ferião fermofoso,osembaxad
tam apotolic pees defcalços ,& [,...}
or da paz "… •

} do ceo,& dos bens da faluação! ……… … " .. .

| 4 Depois de chagado.&enfermo, qnão podia japór os me{


{mos pees no chão,fazia leuarfe num jumentinho pelos pouos, &
|lugares; & sò deverem ete raro espectaculo, Imagem viua de
} Deos morto,etremecia o mundo, homens,mulheres, & mininos:
i] & quando chegaua a dizer húa palaura pregando a penitencia, |- … -
não era menos,que húa feta aguda, ou hum raio de fogo, que raf | " "
i (gaua almas abrazando coraçoés. Era a fanta oração feuetudo |-

} ordinario, & oliuro principal, o Redemptor crucificado, ou, o .


|tranfumpto dete liuro, copiado co fangue das chagas do me{mo ! "…...
} Chrito no pergaminho fecco de fua carne purilsima. Aqui apré
; dia,quanto trabalho cutou ao Filho Vnigenito de Deos o reme-. .
|dio das almas, & quanto ele tambem auia de trabalhar pela fua * .

A3 falua-º
==
-

6 Preludios à bifloria Serafia


faluação. Donde tirou por cõequencia o admirauel repeito, que
tinha aos Prègadores,& Theológos, por ferem eles os minitros |
euangelicos, que nos communicão o efpirito da vida-:

Leuado dete feruorintituío as tres ordens, à honra da fan


étifima Trindade, cujos profefores occupa{sem as cadeiras das
celetiaes Hierarchias, que etiuefiem ainda por pouoar. E tecê
ldo todas jitas,fez dellashfia rede varredoura, a qualpetafeto.
da a cata de peixes, até aquelles, q ficauão no pego alto do mü
do atados à etado fecular,ou às leis do matrimonio. A primeira |
detas ordens,he a nofa religião dos Menores, chamada por ex
celencia a Keligião Serafica,& fem outro additamento a Ordem de S.
Francfo, na qual profefou,& viueo o me{mo Santo. A fegundá,
a religião das Domnas encerradas,ou freiras pobres, que hojefe
chama a Ordem de Santa Clara,por fer etafanta madre á fua primei
ra planta.A terceira,a Ordem da Penitencia, intituida pera gente fe
cular,que fem mudar o eftado defeja feruir a Deos, guardando a
regra dete fanto intituto. Em que tempo as fundou,iremos ma
nifetando onde ouuer occafião, a qual fe oferece agora pera tra
tar da primeira,objecto principal deta Serafica hitoria. .
6 - Deu principio o Patriarcha fantifiimo à nofa religião dos
Menores na cidade de AÍsis, donde era natural, quando (e quiz
conformar com o que tinha ouuido no fagrado Euangelho,em o
F. F. Marc.
p. 1.1.*.c.
anno de mil,& duzentos,& oito, "fegundo a melhor opinião,go
7. F.Luc.
tom. s. in
uernando neffe tempo a Igreja de Chrifto o Papa Innocencio
apparat.$.
terceiro, & a Monarchia Lufitana elRei Dom Sancho primeiro.
5.n. 16. &
an. I ao8.
No anno feguinte começou a ter corpo,&figura de religião Per
n.13.&an, feita,compota ja de cabeça,& de membros,de prelado,& de fub
1 a 1o.n.18
ditos. No outro mais adiante,de mil,& duzentos,& dez, foi apº
prouada de palaura pelo me{mo Innocencio terceiro, & confir
mada depois por húa Bulla de Honorio,tambem terceiro do no
\
1
me,a vinte,& noue de Nouèmbro de mil,& duzentos,&
tres. "…<… ".…… " . : • •• …
#:
/$. Anto.
p 3.tit. a4
7 Imaginanão algüstá adita primeira approuação,faládo propria
C. 7. méte,não ofora em rigor,fenão fóhúa fimples cõcefsão,ou permifº
F. Hiero.
Rom.en
são do Pontifice, que confentia efte modo de viuer, (em ainda o
la repub.
1.6.c.zo.
| approuar,nem declarar poretado religiofo,& firme. Mas enga
m.F.Luc. narão(e nito, º porque o Santo, & feus difcipulos logo profetá
C1t. 21h110
1 a 1o.n.16
| rão nas mãos do me{mo Papa todos os votosfolemnes,o que não
& an.izus | podia ferifenão em religião perfeita, & approuada, como na ver
n.33.
| dade era,& depois o declarou -no Concilio Lateranente, anno

de
mil.
*= *_*_*-*-
|

| _ da Praidade Portugal 7 - - --

- mil,& duzentos, & quinze, efte proprio Pontifice. A meñma de



ºlaração fez tambem o fobredito "Honoriº no anno de mil, &
• 1 |-

i|dezentos,& vinte numa carta º que mandou em nofo fauor aos


prelados de Françºzºa qual dizetas palautas. Onius/rativeira
*hmus efe nuum quád 0ráin" tahum de prºbatis habemus. Pelo que
confirmando depois ele anofia regrafº Ppoz primeiro,que já ef
*ºu**PPronada,&logº a confirmou pela maneirafeguinte: o. "
dinis vfirirgulamº bone memorie/nnocentio Papa,predecefore in%iro ºp-|
prºbatºmº"fritatewºhéºpºlica confirmamus De modo,que cítaBúl:||
la não fez a approuoção:corroborou a sómente , dando della ef
ta certidão autentica, a qual nam quiz tirar º principio nofo |
Serafico Padre,porque fe fiaua mais da prouidencia do Ceo, que [.
de papeis,nem Pergaminhos da terra, como tambem o motrou
inpjubileu da Porciuncula.
|- • •• •
;, , , •
, , , ...… * , !, • •
| …"
: , +, * * * * * # 1 – 1: 5: º i > >> "... - ;… : ''': ' . . . . . ? " = } "… }

| º PRELVDIO III º , ,
----
| | "> …….… — º * - -- º º * ** *

|2uanto ajulou o Patriarcha fantifimatum ofim, pera que |- . .


| Deus o folhe", afia religião,$dagrande pir- º
|
. * ** ** #
firãº, mutapa..…
- … …" "… , , , … .

"I
-
** * * .

renouar neta ordem dos Menores


Ntentou primeiramète
| | " o etado da primitiua Igreja, co a vida euangelica dos Apo-
, - ,

#
| | "-tolos de Chrito,fundãdo ame{ma Ordem fobre as pedras }
}}quadradas do fácrofanto Eaangelho,do qual ajudandoo tambem | º |, :
o Legislador diuino,copiou,& ajuntou a fanta regra,que nosdeu, "…
} dizendo no feu princípio. A regraigryida dos frades 2 enores he fia:
! | conuem afaber,guardar º/anto Euangelho denº/* Senhor lº/a Chryto,»iun.
} do em obediencia, pºbreza, (3 cºfidade. Mas cometa diftinção, que
! | húas coufas do fobredito Euangelho auemos nòs de guardar co
|mo preceitos,& outras como confelhos, com os quaes fortificou
os tres votos,ordenando húavida tam penitente,&fanta,que fer- |
: Juife de confusão ao mundo, & de motiuo aos frades pera pode
# |rem
em osdizer
ceos,copor
Apotolo
quantoS. nam quenaaterra
Paulo,tem fua conueraç
coufa algüa #
ão età toda • ;

# |ponhão feus cuidados,ou que ela lhes furte ofeu amor. Epecial
# [excelencia da nofia religião, na qual profefíamos a altifima po
i|breza em grao perfeito, & heroico, fem ter proprio particular, |-

- - - - --- - - . - A4 IlêIm _=_

--………… -- *
- - - --* --- - - - - - --->"… *******" "
8 Prelúdios à hifaria Serafica
* *nem commum, retendo ó o vío fimples das coufas precifamête
| , || neceffarias pera futentar a vida." A qual pobreza aficcmo da |
&# fua parte perfeitifsimamente nos defuia dos excefsinos cuidados
*up.regu. •

###] temporaes,em que o amor de Deos, & o do proximofe cofunãq


&t. , • •• • I" - |- - t\ i (º, º * . * ..…____" - - I"…..… -- :

#- afogar, també nos dipoem co a me{ma perfeição peracõeguir


#[efte amor; & pela me{ma rezão importa muito “pera fazer mais
"fº" perfeita na fubtancia a nofa religião; fe as outras nam lhe fizei | ;
ser ferrem ventagem em algum particular,o qual porém nam confeff
* #;"|* S Boauentura, nem º Policio, º Cordéua,/Miranda, º Herrera;
#- *Ximenes, Frei Artur, &cutros muitos. Mas nós que reconhel , !

# cemos bem a excelencia de todas, não queremosaueriguar efte |-

}&º." ponto. …" * # : . • ..……


* . * • •
. --
- -
-
-
|
- -
|-

####, º Proteguindo o intéto principal,de que no nofo efiado reno


**|uou o Patriarcha Serafico a vida fanta dos Apotolos de Chrito: •

#.…|afio diffe grauemente o Papa Nicolao terceiro na famofa De- }


##|cretal: "Exit,jufeminit:8: depois delle;"Leão decimo,cujas pala: #
####|uras porferê menos vulgares eícreueremos,& são etas.Hackfi* -

*#, g"fºnte: Immaculta, m4ua perfaulã/re macula zº?uri, contíplº:


@##|furprefência, vitº Chrift, geºffolorum #"""" , per quam pru,
rum Ecclfe Fundatorum ante ºculos Chrfiane plebis reducirur nºrma. E
: quiz dizer, que eta ordem dos Menores he aquella religião im:
maculada,& fanta, na qual, como em epelho muito limpo, e ef.
tá contemplando a prefença de Chriftonofo Redemptor: etáfe
vendo a forma,em que ele viueo, & vitierão os feus fagrados A
potolos, &tar bem fe propoem diante dos olhos dos chriftãos
a regra,que obteruàrão os primeiros fundadores da Igreja. Don
a gia.c. de veio a dizer o infigne Cardeal º Iacobo de Vitriaco,que nof.
sidº º | (o padre S. Francifco,falando em rigor, nam inúentou regra no
, lua, mas renouou a antiga, que os Apofiolos guardàtão. Num tan,
nouam regulam addidit,quâm veterem renouault. |-

|| 3 Eta vida euangelica, é profefamos á imitaçaõ de Chrifto, ;


# & de feus fantos Apotolos, he a vida mais perfeita,chamada mi.
fa, ou compota da contemplatiua,& da sétiua: a primeira, que •

fe occupa no amor de Deos: afegunda no do proximo;nas quaes *


jambas fe exercita a nofia ordem Serafica. Porque na contem
| platiua etamos ºbrigados pelo decimo capitulo da regra, a orar,
# &meditar com deuação; ao que fe ajunta ofeguimento do côro, :
| onde com os diuinos louuores fè accende mais adenação,do ef. |-

| pirito, imitando nam sômente aos anjos, que fempreeftão lou- :


# uando a córos a Majeftade diuina, mas tambem ao me{mo Re- #
|-
+ |-
*

demp
-
_ -

da Prwinia de Portugal. –-- — 9


demptor, o qual acabando a fua vitima cea, antes de entrar no
horto, º cantou hum hymno gratulatorio com feus fagrados dif. o. Matth,
cipulos. E por parte da actiua etamos penfionados nos exerci. 16. v. 3o.
vbi Text.
tios mais nobres dentro da fua esfera, como he prègar,& confef. Gra c. &
Maldon.
far,&outras occupações femelhantes, que tocão à faluação,& ar. Marci 14,
guem excelencia entre as ordens,que tem aflumpto aétiuo. De v. 26. vbi
Verfio Sy
mais que, eta nofla prègação, conforme a dita regra, he a mais riaca.
perfeita,& euangelica, em quanto conta de exemplo,& doutri. \,

na,obrando nós,& deuendo obrar o mefmo,que enfinamos, pera


virmos a fer grandes no reino dos ceos, como º dife o Redemp. p. Matth.
5. v.49.
tor. E porifo nofo Santisimo Padre declarou quafi por toda a :
regra as condições tocantes ao exemplo da vida, & no capitulo
nono as outras,que pertencem à doutrina, ordenando que vfem
os prêgadores de palauras examinadas,& catas, annunciãdo bre
uemente as virtudes,& os vicios: a pena,& a gloria,pera proueito
das almas. - - - • ---- •

4 Pelo que foi mui grande o engano de quem º diffe, que o


q. Monar
mefmo Santo ordenou, que os feus frades por via só depenitencia, % def ch.Lufit,
prezo das cou/as do mundo comuertºfem ºs fieis. Porque ainda que ele p 4.1.13.
C. 94
nos encarregou, como muito efficazes pera conuerter as almas,as
ditas duas virtudes,não nos excluio,nem podia excluir da prega
ção por palaura, & doutrina, fabendo exprefíamente por muitas
reuelações, que nella queria Deos fe occupafe,afsielle, como
tambem a fua religião. " No qual ponto foi tão grande a fua r.F.Marp.
obediencia, que certificado dito por relação de fanta Clara, & 1.1.2. c. 33
&l, 1.c.4o |
do fanto frei Syluefire, com quem o me{mo Senhor fe auia de
clarado,cruzou os braços, abaixou a cabeça,& diffe logo ao fan |->

to frei Maffeu. Cºamos,rmão,em o nome do Senhor@/gamos a/aa/anta |


vºntade. E entrando em o primeiro lugar pregou com tanto e/piri
to, que arratado o pcuo de fuas afetuoradas palauras fe queria
ir com elle. De modo,que o fim da nofa Ordem º he guardar,& s. Suar. fup
cit. n. 2.
juntamente piègar por palaura, & doutrina a perfeição euangeli
ca;ao qual modo de pregar etamos nòs obrigados em virtude
da regra,que nos deu o me{mo Santo, & da nofía profiÍsão. A[si
o difse o ferafico doutor" são Boauentura, & antes delle os Pon t. De vita
S. Franc. c.
tifices Gregorio nono, & Alexandre quarto: aquelle em "húa 3. & fup.
carta, na qual encommendou aos # das Igrejas, que nos reg.c.9.q.

deixafsem prêgar, & efte º efcreuendo fobre a me{ma materia a u. Bul. 1o.
apud Rod.
os bipos de Portugal, & de Leão. As palauras de Gregorio são x. Arth.de
efas. Adºficium predicaná, adquod funr exprofefone fui Ordins depu S. Franc,
I de Lisb.
tati, |
--

1 O , Prelúdios à hifaria Serafica.


• • T
t dtl, tenigne rectº e prºcureus - vi ex ore p/orum verbi Zet
• • % femen deuot?
--

/afplant. As d'Alexandre,etoutras Zildlifilj fratres Ordini, 2á.


norum à fui Ordints influutione ad hoc/e/pecialiter deueuerunt,yt/alutaribus
monitis,Cr exemplis reddant Zomino pºpulum acceptabilem. E por fere{te
o fim da nofa fagrada Ordem, logo quando a approuou o lobre
dito Innocencio terceiro,intituio em prêgadores apotolicos da
penitencia, a todos os frades della, encarregando tambem efte
proprio oficio a os frades leigos, a os quaes mandou abrir hüas
coroas piquenas na cabeça,pera com eta infignia, que he de ec
clefiaticos, exercitarem melhor a prègação euangelica. Donde
tambem procedeo, que fendo o nofo nome, Frades Atenores, in
uentado pela grande humildade do nofo fanto Fundador, o car:
deal de Vitriaco, que alcançou aquelles primeiros tempos, por
rezão do eftado nos chamou da Ordem dos verdadeiros pobres de lefa }

cru ficado, & por caufa do oficio da Ordem dos Prºgadores, pelas pa
lauras feguintes. Hec f religioverè Pauperum crucifixi, 3 ordo Pred.
catorum,ques Fratres ºtimores appellamus. - --

5 Noutro engano caio o mefmor autor, pera fundar o primei


y.Monarc.
Luft.cit.
ro, dizêdo q o nofo fanto Padre não curou,que ºs feusfradesfoube/em
letras: antes no capitulo decimo da regra mandou aos que não vierem áreligião
letrados,não fudem,nem aprendão nela. Ccmo auia de mandar ifto o
Santo,intituindo húa Ordem,que fofe de prègadores?Não feria
imprudencia fechar as portas totalmente ao etudo das letras,
fendo etas neceffarias pera o nofo miniterio? Foi tanto ao con
trario,que ele mefmo permittio as efcolas no feu tempo,& man
dou etudar fóra da Ordem a fanto Antonio, & outros de feus
difcipulos.E ainda que desfez alguns etudos,onde a vaidade co
mºçaua a reinar, não deixou de conferuar os que erão acade
mias humildes,& efcolas de virtudes,porque mais queria elle,que
x 1. edCor.
trataffem de fer fantos os feus frades, do que de ferem letrados.
8 v. 1. Pelo que conhecendo co * Apotolo são Paulo,o perigo, em que
fevè muitas vezes a deuação do epiritu entre as grandes fuma- }
çºs,que cotumão leuantarfe da fciencia, nos deixou encommen
dado no dito capitulo da regra: Et non curent nºjcientes literas,literas
difere; que não curem de etudar os que não fouberem letras.
º Exígt,
qui femi
Mas ito não he preceito, fenão hum puro confelho, como ja o
nat. de declararão º Nicolao terceiro, & º Clemente quinto; &ete ain
verb, fig da,por opinião de muitos, não foi dado em geral a todos os nof.
nific.
b. Exiuit
de parad.
fos frades fenão fómente aos leigos,os quaes o Santo queria, que
eod.tit. perfeuerafem (empre no feu etado humilde. E dete modo ºn
+=_
tendem
—T-
_"+_+••• •
---------—––– *

___ da Prouintia de Portugal. II


tendem Cordoua Hugo, & os autores daquelas tres expofições}
da me{mategra, chamadas: a primeira, à famílis patribus ordini, edi
ta: afeganda,/ue titulo: a terceira, fêrena confienta.Mas fe tambem
º quizermos etender aos demais religiofos, com eletratou de
mortificar em todos o appetite defordenado do efludo nofo Pa
drº amantifimo aduertindo que não o procurem elles, mas que
(e deixem etar à vontade dos prelados, por não virem a perder
º merecimento da fanta obediencia,& que etando em balança
o etudo das letras,& o exercício das virtudes,a ete fegundo nos
ºuemos de inclinar,como bem fe declarou pelas palauras, que fe
feguem. Sedattendant, quºd/peromnia defderare debenthalere /piritum
Zommi@re. Porêm nunqua nos prohibio os etudos, em que jun
tamente co afciencia fe aprende a virtude.

Do admirautlaugmentº da monarchia Frantifiana pel,


mundo. E declarafº o que he prouncia,
3 tu/tudia,
| I F 6?archaparticular benção de Deos cõcedida ao grande Patti.
dos Menores,que ele fofie o Abrahão da lei noua,
| ditofo pae de muitas gêtes, cujos filhos lutrofos na virtu
de como etrellas do ceo,montão tanto em o numero como areas
[do mar.E afi como forão milagrofos os principios da fua Ordem
ferafica,tambem o parecem feus augmentos. "Não auia mais de e, S Bon.
de vita S.
noue annos, que etaua approuada, & fem bulla, de que contafe Franc.c.4.
a fua approuação,& era ja tão crefcida pelo mundo, que no capi Pifan. corf
form. 24.
tulogêral,chamado º das fieiras, feachàrão prefentes mais de fin Hieron,
|quo mil religiofos,ficando outros muitos nos conuentos pera fer. Plati, c. iz

|uiço das fuas communidades. E neta occafião forão tantos os q


|pedirão o habito, que ferecebérão quinhentos nouiços, pera os
{quaes auia caías deputadas,onde elles fe criafem. _
|| 2 E creuem "commúmente os auétores, que eta fagrada b.Sabellic.
Ennead, 9
|Ordem encheo o mundo de conuentos, & pregadores euangeli l.6.
|cos;&falão com fundamento, porque não ha parte no deícuber
|to da terra, onde não fofem vitos, & ouuidos os frades de são |
Francilco. De marauilha fe acharà hum lugar,fe he capazuento,
r . .
de có
*–1– _== += __*_
- - •

I 2. Preludos à bifloria Serafica.


uento,no qual ella o não tenha. Nos defertos folitarios, & aípe
ros,que a me{ma natureza confignou pera morada das feras, ahi
viuem frades feruindo a Deos em alta contemplação. Em muitos
reinos,& fenhorios, dõde por nofos peccados età hoje deterra
da a religião catholica, nelles tem a Francifcana conuentos, &
prouincias inteiras,ou toleradas pelos me{mos infieis,ou confer
uadas a feu pezar por beneficio de Deos. Podemos dar portete
munhas as populofas cidades de Hierufalem, Contantinopla, &
outras do Otthomano imperio: Albania, Egipto, Argentina, &
muitas terras femelhantes, onde à vita dos inimigos de Chrifto
futentamos os conuentos. Puderão tetemunhar os reinos go
uernados por hereges,fe a fua violencia não lhes tapara a bocca:
mas por todos falará a catholica ilha de Ibernia, que quando ne
tes tempos procurou lançar de fio jugo pezado da fujeição An
|glicana,defembuçou de repente mais de feifcentos Francilcanos,
que encubertos affitião áquella chritandade, que por alto jui
zo de Deos tornou a ficar opprimida,como dantes. Creceo final
mente tanto eta grande monarchia, que a me{ma grandeza lhe
heja muito pezada,obrigandoa a fazer nouas prouincias,& mul
tiplicar prelados. E porque húa cabeça não podia gouernar tão
vato corpo, fe intituirão tres Geraes, a faber de Obferuantes,
Conuentuaes,& Capuchinhos,os quaes todos profefão,&gouer
não a nofa primeira Ordem,partida em tres familias, Smo dire
mos adiante, gouernando tambem a maior parte das freiras de
fanta Clara,Terceiras, Annunciadas,da Conceição immaculada,
& de outros intitutos, com alguns frades Terceiros, dos quaes
outros tem feu prelado geral. A rezão dete continuo,& numero
fo augmento da nofa Ordem ferafica, affi como he da nofa par
lººººte “a facilidade de principiar conuentos fem dote, nem renda,
1.des." fóà conta da diuina prouidencia tambem da parte de Deos he o
''#'...] interefe grande de multiplicar feruos fieis, os quaes com a fua
d. Bul. Etfi | -

### multidão,como difeo Papa º Gregorio IX. Po6m catholicam com/º-


de#" lantur Eccle/lim,confolão,& alegrão a Igreja militante. Por quanto
É… o mefmo foi,diz º Rafael Volaterrano,adiantarfe na multidão de
log. fujeitos a nofía religião,que lograr grandes ventagens na virtude,
& nas letras. —Autus exindepaulatim Orde, ( diz elle) vt cunflis potea
multitudine virorumprafiterit, @/acerdotío,êr dotirina,Orfantitate pre
celentium. : + • • . --
• -

3 He impoffiuel moralmente reduzir a certo numero efte


augmento, femelhante à infinito, affi por rezão das guerras, &
outra

da Prouincia de Portugal |- I 2

outras difficuldades, que impedem o comercio, como por cau


fa dos diferente, Tetrarchas, que tem entre f repartido o go
uerno. E falando da noísa primeira Ordem, a qual eflâ diuidida
nas fobreditas familias, temfe alterado muito todas as fommas,
que fez Pifano nas fuas conformidades, Gonzaga na origem
da religião Serafica, frei Vital de Algezira no feu epilogo, os ef
tatutos reformados em Segouea, & a hitoria do capitulo gé
ral, celebrado em Toledo no anno de 1 633 e{crita por frei Gaf.
par de la fuente: pelo que nôs recorremos á conta, q frei Pedro
de Alua faz no feu admirauel liuro das excelencias de nofo Pa
dre Serafico, chamado Portentº da natureza, @ Prºdigo da graça,
o qual imprimio no anno de mil,& fei(centos,& finquoenta,&
hum. Tinha pois a nofia familia Obferuante, / conforme às frab.I.
fuas contas, cento, & quarenta prouincias, ás quaes acrecenta
mos mais duas: húa, nas Ilhas Terceiras do appellido de são loão
Euangelfia, que lhe efqueceo a elle: outra, no Brazil, chama
da de fanto Antonio, a qual depois fe leuantou. A familia dos
Conuentuaes tem por eta me{ma conta trinta, & finquo
prouincias; & quarenta, & feis a outra dos Capuchinhos. E
fommando todas juntas , vem a fer duzentas, & vinte, &
tres prouincias, que ja hoje ferão mais: alèm dalgüas Vigai
rarias, & Cutodias feparadas, que tambem merecem o mefmo
foro. !! - - - - -

4 E por não ficar fufpenfoquem encontrar etes nomes,de


| claramos o que eles fignificão. Prouncia, he húa congregação
de muitos conuentos, que vnidos entre fi, fegouernão fem de
pendencia doutros, debaixo de hum prelado commum, que
chamão htmfirº prouincial, & elegem em capitulo. Cefodia, he
outra congregação de menos conuentos, os quaes não fepô
demgouernar bem (em algüa dependencia, cujo prelado com
mum, & immediato tambem fe chama Cuñodio. Mas entre
etas cutodias fe confidera diferença, porque húas são fepa
|radas totalmente do corpo das prouincias: outras, incorpora
|das com ellas. As primeiras, ou etão fubordinadas ao Minif
|tro gèral, ou à algúa prouincia, donde lhe vão os Cutodios, os
| quaes nellas celebrão os feus capitulos, elegendo diffinidores, &
prelados dos conuentos,& as gouernão como fe forão Minitros.
|Deta qualidade erão entre nós as tres cutodias da India, Ilhas
|Terceiras, & Brazil, & o foi nalgum tempo a do Porto. As
legundas , são verdadeiramente parte dalgúa prouincia, à
B qual
I4 Preludios a hiftuna Serafica
qual por tua grandeza não pode bem acudir o leu Minitro
prouincial, & portanto feditingue em comarcas, ou ditrittos,
que fenomeão (ufodias, afinando a cada qual hum Cutodio,
que affita á fua conferuação, & gouerno, em aufencia do fobre
dito Minitro, fetº prelado ordinario. Affi foi antigamente a nof
fa Cutodia, chamada de Portugal, & depois as tres Cutodias,
em que ella fe partio, por nome de Cºimbra, de Lisboa, 9 de Euara,
a refpeito da prouincia de Sant-Iago, com a qual etauão incor
poradas; & depois as mefmas tres em ordéánofa de Portugal,4 |
pelo tempo adiante com ellas (e leuantou, & diuidio da dita de
Sant-Iago.Taes forão tambem a repeito da me{ma nofía prouin
cia em quanto os Cõuentuaes agouernauão,a Cutodia do Porto
noutro tempo,& a de Beja,que fuccedeo à de Euora. Mas todas
as fobreditas cufkodias extinguio a Obferuancia. As Vigairarias
são femelhantes, às cutodias feparadas de prouincias.
5 Em numerar os conuentos,& religiofos delles corre mais
dificuldade por rezão de feu augmento continuo, & excefua
g.loco cit.
À. Chrono
multidão. Diffe & $abellico, que auia no feu tempo feffenta mil
log.l.4.fr religiofos, & º Genebrardo, porventura por erro do impref
Culo I 3.
i. Chronic. for, efereueo nonenta mil: o qual numero, tocando sò ás pef
P.4. l. i.
c.8.
foas, attribuio o padre Daça à multidão dos conuentos: mas
nem etes fão tantos, nem as pefoas tão poucas. Porêm nòs,
por falta de relações detes tempos,nem orçamento prouauel po
demos fazer agora.O fobredito frei Vital no feu epilogo,etam
pado ja no anno de 1 626. contou nas duas familias,Cóuentual,
#& Capuchinha, qual enta, & fete mil religiofos, em dous mil,&
oitocentos conuentos,& sò anofia, chamada da Olferuancia, con
forme à conta de frei Galpar dela fuente, tinha no anno de
1633, quatro mil conuentos, pouoados de cento,& nouenta mil
religiofôs. E fendo grande a fomma, que detas duas partidas fe
faz, ainda auemos da acrecentar os que podião crecer nas mui
tas prouincias, que fe fizerão de nouo; & ferá em quantidade
notauel. . - -. . . : |
6 Da Ordem de fanta Clara, fendo muito femelhante feu
augmento,temos a mefr na incerteza. Duzentas, & quarenta #
religiofas achou nella Thomas Bozzio pelos annos de 159o. co.
mo refere o padre Daça ; & deuia metter tambem neta conta
as que etauão fujeitas aos bipos. Nas que gouerna agora a nof
fa religião em todas as cres familias, andou curto o (obredi
to frei Vital, porque fó a nofia da Obferuancia tinha no anno
• • de
*> * *=m*…msm A
da Prºuinela de Portugal I5
de 1633, dous mil moteiros, & nelles nouenta mil religio
fas debaixo da fua obediencia. E não pareça excefo, porque ne
ta nofía prouincia de Portugal viuião 166o, no anno de 165o.
em que nós agouernamos. # 2 …::az: , , , . .

"7 Da Ordem Terceira no etado fecular, em que o fanto


Patriarcha a fundou, mais facilferia contar as etrellas do ceohüa
por húa, que dizer, quantos profesão eta regra; porque rara
mente fe ha d'acharhum lugar, em que não haja Terceiros, &
muitos fe acharàõ, onde os mais dos vizinhos são filhos da mef
ma Ordem." Dos religiofos della na Congregação de Lombardia +

efcreueo no anno de 1619. " frei Antonio de Sillis, que tinhão


cento, & quarenta, & tres conuentos em dezefeis prouincias, as 4In Expo
it. tertia |
quaes porêm ja no tempo do padre "Alua erão vinte. Tem regulto."
de mais tres prouincias em França, húa no nofo Portugal, ou lh.c. 1.
m. Tab,
tra na Andaluzia, com alguns conuentos fem prouincia, que
gouerna a nofa de Sant'Iago, na obediencia do Minitro géral |º }
da Obferuancia. ::: …i…" .………………. . . .. …

|
… ;


; ; , istº, … …3
|- |- •

PRELVDro V.
{ • •

"- -

+
••
"",
• ••
-
|-

-


-
|-
*

*
*

:
-
|
*

Quanto fºdilatuºfia mefina Monarchia no reinº de


Portugal,&#féus efiadas.… …..…,
, I * Aindo em Portugal ete grão piquenino de motarda,
4 pelo que tem de femente euangelica, produzio tão
grande planta quºácobrir a terra, ondenaceo nefte -

canto de Europa, dilatou muito viçofã feus ramos por todas as [


outras partes do mundo, Afia, America, & Africa. E poto que
muitas folhas caírão , & alguns garfos quebràrão, ficou contudo -, --*
* - -• • • •
',

tão fermofa, & tão copada, que nenhüa outra lhe faz fombra.
Té o piqueno ditritto da terra firme nete reino finquo prouin
cias da noffa primeira Ordem, com as quaes não efia menos hon

rado,que com as quinas reaes. . . … " . s . .

2 Aprouincia chamada de Portugal, gouerna trinta conuen


tos de frades,& vinte, & noue de freiras, mettendo quatro neta
| conta,tres de frades,& hum de freiras,fittuados na Ilha da Madei
ra. A da Piedade, tem trinta,& finquo conuentos, & todos eftes de
frades. A do Algarue, trinta, & tres de frades, & dezoito de
freiras. A da Arrabida, dezenoue conuentos de frades , &
B 2. húa
••••º ======= ===-->
" " *-**********-*
16 Preludios a hiftona Serafica
& húa vigarraria no hopital de Lisboa por occafião de curar
os feus enfermos. A defanto Antoniº, vinte conuentos de frades,
& tres Oratorios antigos. Hüa refidencia fundarão os Capu
chinhos de França netes tempos em Lisboa, que não pertence a
algúa das fobreditas prouincias. Alem dellas tem tambem
a ordem Terceira húa com dezafeis caías de frades, húa del
las em Angola, & dous moteiros de freiras. Na obedi
encia dos arcebipos, & bipos feachão oito moteiros da Or
dem de fanta Clara, tres de Terceiras, & hum da Conceição
immaculada,o qual pelo teor da fua regra pertencia ao gouerno |
da nofía religião. • • - ** * * * * * * * ** *

- Por etas côntas,que são certas, tem S.Francifco na terra |


firme de Portugal cento,& finquoenta,& quatro cafãs de frades,
& {effenta, & húa de freiras. E fenós aqui trataramos de often
tar multidões,bem podiamos contar algüas vigairarias de quatro,
fnquo,& feis religiofos applicados aos moteiros de freiras, que
facilmente paffarião por conuentos. Muitos mais ouuerão tam
bem de fer,fe nofos Padres antigos os quiferão aceitar,ou depois |
, não os largárão por não ferem jacõuenientes pera a nofa obter
dancia. Deta prouincia de Portugal podemos dar tetemunho,
que pela me{ma rezão, ou por não prejudicar a outras cafas, que
ja etauão fundadas, diffimulou neta nota idade com fete fun
dações, as quaes fe oferecião em Vianna, Aueiro, Soure, Villar
de paraito húa legoa do Porto, Meijão frio, Mirandella, & Pi
nhel. Dous moteiros de freiras defcalças aceitou, que fe auião
| de fundar em Vifeu, & Couilhaam, os quaes por falta de ca
lor etão ainda por nafcer. A fibfa gloria he, que não def
pimos as outras religiões pera vetirmos a nofa : mas ifso,
1ue ella logra, he batante pera que nete reino em parte fe
4. Cone. verifique o dito do Padre.: frei Luiz de Granada, a faber que
cit. a noísaOrdem tem por ventura tantas caías como as outras todas
Juntas. -
- * .*.*

4. Saindo agora das praias de Portugal pelos feus màres adi


inte,fe emproarmos na Ilha da Madeira, acharemos os tres con.
uentos de frades, & hum de freiras de fanta Clara, que ja etão
nomeados.Voltando dahi pera as Ilhas Terceiras, por outro no
me dos Açºres, veremos húa prouincia, chamada de são Jºãº Euan
gehta, com quatorze conuentos de frades, & feis moteiro, de
freiras, alem doutros da mefma Ordem de S. Clara,& da Cõcei.
*ção immaculada, é pertécé à jurifdição do bipo. O Maranhão tê
CO run (º
*= **
da Prouincia de Portugal. 17
começado a lograr os principios de húa cutodia. No Brazilfe
leuantou húa prouincia com o titulo de Santo Antonio,da qual,sé
do ainda cutodia,algüas caías os Olandezes occupàrão: mas cõ
outras,que fe fizerão de nouo, ficou reparado efte damno. E pois
a nauegação nos derrotou a etas partes, como fuccedeo aos pri
meiros Francifcanos,que de Portugal forão annunciar no Oriête
o fagrado Euangelho,em feu feguimento daremos tambemáve
la,& deixando em Angola hú conuento, q he da Terceira ordé,
dobraremos o Cabo tormétofo,ou de boa e perança. Em Moçã
bique auia húa refidencia da nofía religião. Os mares largos da |
India nos vão defcobrindo alem de muitos lug gares, onde ja eti
uemos de affento,duas prouincias famofas, de São Thome chamada
húa, outra da Xadre de Zeos. E da primeira efcreueo ha poucos c. Relac,
annos “Frei Miguel da Purificação, que tinha onze conuentos, defení.
tres vigairarias, feis collegios de doutrina, & cento, & quarenta trat. I.C. a
n. 8. & tra.
reitorias, poto que nete numero não età muito contante, on * c. 3. n. 5.
& na vida
de os frades fazem oficio de parrochos. A etas duas prouincias
pertencem as cutodias de Cochim,& de Malaca; & # os Olan euang p. 2
trat.3.c.3.
nº jº
dezes a etafegunda lhe cortàrão a cabeça,tomando a fortaleza
do me{mo appelido, não puderão decepalla, porque ainda na
cidade de Macao temos á vita da China hum conuento de fra
des,&hum moteiro de freiras de fanta Clara, o qual he o pri
meiro,&ovnico deta Ordem nas partes orientaes.
5 Tornando a Portugal apanharemos de corrida algüas fo
lhas,que cairão,ou feccarão a eta planta Francifcana. Em Lou
lee tem os padres Eremitas de fanto Agutinho hum conuento,o
qual primeiro foi nofo;&ito me{mo fe diz d'outro feu em Ca
| tellobranco,poto q ateegora não nos conta. Em Montfortinho
das Idanhas temos deixado húa caía, que nunqua mais fe po d.Fr.Ioão |
|
uoou. "Extinguiofe tambem em Tralosmontes húa cutodia de S. Ma
ria na chr.
fundada por alguns companheiros do feruo de Deos frei Ioão da prouin
cia de S.
Pafchoal,fertilifima raiz da prouincia de são Iofeph em Catel Iofeph P.
la: a qual tendo tres, ou quatro cafas, & húa detas em Al 1.1.*.c.34
gozo, villa do bifpado de Miranda, cujos vetigios ainda ago
ra fe vem, no anno de mil,& quinhentos, & feffenta, & tres
fe defempararão todas, porque aquella prouincia, á qual eta
uão vnidas, não podia conferuallas. Alguns moteiros de frei
ras fe (upprimirão pera elas depois fe melhorarem . Em
Tanger, Fez, Seita, C,afim, Marrocos, Arzila, & noutras
partes de Africa vizinhas a ete reino tiuemos conuentos,
B 3 que
• •• •• •• •• –=-=-"

I §— Preludos à hiftuna Serafica |


\

|
-

que erão praças de armas dos foldados euangelicos:#as huns de-1


truio a epada africana, outros deixamos quando osPortuguezes
largatão as fortalezas&de outros nos faímos,porque
-

# .. …"
não feruião
ja ao rigor
:: …
da. nota obferuancia. : i, ".
… * . * . .
… ………
, , , ; , 2-2 * * * * * # > . . . É " ".
.

º " …… ---- >> > #…: : : : # …


* RELV DIO VI."'; ***: * " |
…….…., : º

= "
- **

. . . . …; … ! ….… v | :: , # < c;
*2*1 + 1 . … • • } --

. Das tres familias,em que é 'd repartida ano[a Ordem : } |



e- , , ,º ferafica.
*: . , !
,,
E qualbe aprincipal? " " …",
, ; ; ; ;;">, , - ; , ; ; : ; * * * * * * * * * * * *f" ,
• - * . *.
** • - # • • ••• -- - # errº … -----

Aõera pofinal que em tanta multidão filtafem diui


{ões.&nouidades, porque alem do tempo as ir fazêdo,
també as cabíaua o epirito de maior reformação, pró
curando algús retaurar o qauia caído,ainda q era gafe a tunica
inteirifa da religião ferafica. E afife introduzirão nella tãtas di
uerfidades no nome, nos accidentes do habito, na fujeição dos
relados, & no modo de viuer,4 mais parece logo à primeira vi
italiaggregado de religiões dittintas;á húa sò,como he,na ver
dade& na efência. E eta religião, que ferue de jóia rica à Igre
a. Bul, Cú
ja militante, epofa do Redemptor, quando etámais enfeitada
facer. no |co as galas de muitas religiões, como diffe o Papa º Paulo II.
arch.de S. Tanquim rutilan; inamitiu Spoº/* carbunculus aut candiá margarita:"el
ranc. de
Alãquer. a me{ma diuidida em fi por diferentes familias, com tantava
" |b. Pfalm. riedade de habitos de burel, & de faial: com remendos, & fem
44 V. I.O.
Rodrig. " elles: imita pompofamente a fermofura defa propria Igreja.
qq. reg.
tom. 1. q
2. Foi continuando muitos annos no primitiuo rigor,em que
2*2. }. etaua fundada,com admiração do mundo,atee que os Pontifices
Romanos,que a trazão nos olhos, zelofos de feus augmentos, &
compadecidos de fuas necefidades,em particular nas cafãs gran
des,lhe concedèão priuilegios dipenfando em alguns pontos da
| regra, como era a pobreza em commum, & o vfo do dinheiro.
c {n Man
tom. 1. q
Anticiparão[e muito os padres" Miranda, & "Alaua,em affentar
I 2.2. I • a dita dipenfação no anno de mil, & duzentos,& vinte, & feis,
d En el
dotrin fa quando ainda etauão viuas as lembranças de nofo Padre fan
tisf. pun 6
C 5•
…fimo & o feruor de feus difcípulos, que zelanão a perfeita ob
.Gonzag fèruância. De mais que muito depois º pelos annos de mil, & co
P28.4. zentos,& quarenta,& quatro foi reclamada a difpenfação de In
rocencio IV, a qual porêm confirmou feu fuccefor Alexandr,
rambem o IV. do nome; &eta com outras difer (acões fiz à 3a
- r ": ' )
- ** -- • • - - - • *- - +" + * • • ---- * *
da Prouillia de Portugal. 19
} t㺠arreigadas, que cellas vsão atee heje os padres Conuen
[Ul à CS. # ' \ - º , º , "'"

Cuidão alguns, que lhes veio efte nome dos fobreditos |fFr Luc.
priuilegios dipenfatiuos da regra / porèm a verdade he,que lhes an11. 1 2 5 * ,
Fr. Ioão de
nafceo d'outro indulto honorifico, pelo qual o mefinos Innocen S. Marial.
cio,no anno de mil,& duzentos,& finquoenta,nos concedeo que cit.C. 5 -
g. Bul.1 #
chamandofe as cafas da nofia Ordem (onuentos, fechamafem Con apud Ro
uentuaes as Igrejas. E ete fauor nos fez, pera que tendo elas foro digº

de collegiadas, que vinha a fere mefmo, pudefemos guardar nel


las mefinas o fantifsimo Sacramento do altar,tanger finos,enter
rar defuntos,& víar d'outras liberdides,que os bipos não fofrão.
Donde tambem os frades,que moraujo nos conuentos, fe vierão
a chamar Conuentudes por diferença dos outros, que viuião apar
tados pelos montes, ou congregados alguns poucos em cafºs pi
quenas,& oratorios pobres. E pela mefina rezão de viuerem col
legialmente nos conuentos em claufura, lhes foi dado o outro
nome de Claufiraes, & não por terem clautros de exceffiua gran
deza, º como alguns imaginão. Em Portugal temos exemplo no
moteiro de fanta Cruz de Goimbra,onde auia dous Priores: hú; h.Rodrig.
tom cit.
q 4.3.1.
delles,que era o Z)?\i?rior, fendo prelado principal,não feguia de
ordinario as fuas communidades: outro,que viuendo das portas a
dentro com os conegos, tinha afeu cargo o gouernar a me{ma j, Arch de
cafà, & chamauafe Prior crºfieiro, ou claufiral. "Pelo que fazendo S. Clara de
Coimbra.
certo proteto D.Mór Dias, como veremos no moteiro de fanta
Clara d'quela me{ma cidade,em tempo do D.Prior Martim P
res, o qual eftaua aufente,dizem as certidões,que o fez caram prio.
reclaufirah, filice Petro Godini, diante do prior clautral, chamado
Fedro Gºdinho. E nos concertos, que depois a fua Vigaira fez com
os padres deta caía,conta a efcritura,que fe achárão prefentes Z).
Eleuão Jºnes Prior, ; Pa/choal Effieues Priol clafieiro. De modo que
etes dous appellidos (onuentuaes,& Claufraes,tiuerão entre nós hõ
rada occafião por caufa da dignidade,que gozauão as Igrejas dos
|nofos conuentos grandes, & do muito recolhimento, com que
neles fe viuia. Mas porque netes fe admittirão facilmente as
|ditas difentações, introduzio o cotume nomear com os mef. /F. Hiero.
|mos appelidos aos frades difgenfados;& !ó depois" que os fot㺠Rom. em
entendendo por ironia a refpeito da pouca claufura, & de outras la Repub.
chrift.c.3.
liberdades, começàrio a ferem mal recebidos. •

4 Em quanto pois os pontifices mitigau o com difpenta


ções que alguns frades aceitarão,o rigor da nofía regra,trabalha
B4. Li dO
2O Preludos à hi/toria Serafica.
uao outros pela guardar, & fazer guardar co a maior inteirez |
E affi introduzirão na Ordem muitas reformações, diffe étºs nos
efilos, & nos nomes por rezão dos Fundadores, ou dos lugares,
onde tomarão aflento,ou doutras particulares tenções: pelo que |
(e chamàtão dos (faremºs , Claremos, Collettaneos, Amadeus, Caperulos, da
capuchº, cu dº/antº Euangelhº, algüas das quaes expirar o breuemê
te: outras transformou em fi a reforma da nofía Obferuancia,
fem dellas ficar mais, que o feu nome, & effe efcrito em papel.
Foieta reformação Obferuante a mais ditofa de todas, porque |
Deos a profperou,& futentou com fortifimas columnas, como
|forão S.Bernardino de Sena, S. Ioão de Capitrano, S.Iacome da
Marca, S.Diogo, & outros muitos varões de fingular fantidade.
De maneira,que não tem ela ctado de prelados, & de fubditos,
de guardiaés,prouinciaes, &gèraes: leitores da fanta Theologia,
prègadores,& confeflores de feculares: facerdotes,coritas,& lei
gos; dos quaes todos, algum não efteja afientado pela Igreja no
cathalogo dos fantos.
Deulhe principio hum frade leigo,pera que a obra ficafe
fendo de Deos,de{preziuel na pefoa, mas illutre no fangue, &
famofo na virtude, chamado Frei Paulo de Jºincis, no anno de
1368, em húa ermida pobre, dedicada à S.Bertholomeu, no de
ferto de Bruliano, entre as cidades de Camerino, & Fulgino em }
m.Fr. Luc. Italia. Chamarãofe a principio "frades das
ermidas, porque nellas
an. 1375 º
viuião com etreitifima pobreza: como fizerão corpo,forão cha
mados frades da família; & depois, a refpeito da pureza, com que
guardauão a regra,lhes delão nome defrades da fireita ºbjeruancia,
ou regular ºbjeruancia,pelo qual fomos hoje conhecidos. Começá
rão na obediencia dos Conuentuaes, mas pouco, & pouco fe fo
rão liurando della, atee que no anno de 1 517 os izentou total
mente Leão X, concedendonos, que do corpo da me{ma Obfer;
a Bul. 1, &
uancia elege{semos minitros, gèral, & prouinciaes; aos quaes nó
a. apud me{mo tempo º transferio o fello da Ordem com aquelas pre
Rodrigº eminencias,de que gozauão os ditos Conuentuaes. E demais di
to declarou por fuccefsor verdadeiro,& legitimo de nofso Padre
S. Francifco na fuperioridade,& gouerno da fua religião a o nof.
fo Minitro gèral da Obferuancia, fubordinandolhe tambem o
prelado gêral dos me{mos Conuentuaes pera que o confirmafse
no oficio,poto que ja eta confirmação não fe vfa.
6 Delta familia da Obferuancia era o padre Frei Mattheus
de Bafchio, varão verdadeiramente apotolico, o qual correndo
O 2 [] -
**assassesasass=massassass= +
da Prouincia de Portugal. 2I
o anno de 1 526. "inuentou outra reforma com o capelo Pyra º Gonzag.
pagº 61.
midal,& agudo,que por eta rezão fe chamados Capuchinhos. E foi Daça l. 3.
tanta afua felicidade,que dahia dous annos, não fendo elles ain. c. 39.
Fr. Hiero.
| da mais de quinze, o elegerão feu Gèral por autoridade do Pon a Sorbo in
comp éd.
tifice. Inclinão(e muito etes padres na obferuancia da regra ao priulieg.
rigor das palauras, mas nem por ifo (e defuião das declarações
dos Papas, como difle º Paulo V. pelas quaes nòs tambem os …Bºas.
apud Ro
primitiuos
mos. obteruintei,
#
fem\_ admitir dipenfações nos gouerna
. * *__ / …" - . . . A 5
drig.

7 Etas são astres familias, que compoem o corpo da noffa


religião Francifcana, a faber de Ohieruntei,amentuaes, @ (apuchi
nhos, & cada húa com feu prelado gêral, independente dos ou
tros. A nofia da Obferuancia precede às outras }uas, & fómente |
- -

o feu prelado géral, como fucceffor do Patriarcha ferafico,ainda


que não gouerne as duas, he feu prelado habitual, & abfolutamé
te fe chama 2ánfiro geral de toda a Ordem dos frades.ºcenores de s㺠|
Francife. O Conuentual logo depois da nofá (eparação,feita pe
lo dito Leão X, tinha titulo de %fregeral: o Capuchinho, de
Cigar"geral; &poto queja agora por priuilegio ambos fecha
mão Xinjiros, fempre he com algum additamento, que modifi
que,&limite o tal nome,conuem a faber,dºs conuentuaes,ou dos Ca
|+• puchinhos. Contra o titulo do nodo por parecer muito largo,fe op
puzerão os Conuentuaes há poucos annos, diante do Papa Vr
bano VIII.mas forão vencidos por fentença da Congregação de
Ritibus, á qual o Pontifice remetteo eta demanda,em 22.de |
Março de 1631. O feu decreto foi efte. -

(um procuratºr generalis.fratrum 2ánorum Conuentsalium/antti Fran


cfé /ex. abhinc annis agrè ferret 2ániftrum generalem de Ob/eruantia in
preteritum jam fu/egy in prefêntiarum»ti título,$r/gilº cumin/criptio
-
me Minitri generalis totius Ordinis fratrum Minerum, recur/am
habuit ad Santífimum fapplicans mandari reformari huiu/mod titulum,
tanquim non legitimeditio 2ántrºgeneral de Ob/eruantia competentem. Et
/upplcationeper Santifíimum adhanc/acram Rituum Congregatiºnem remº
/a; eadem Sacra Congregatiº difeufonem huju, négory adreferendum VQue
de anno milimo/excente/mº vigº/mo qunte commy, eminentífimº, gr re
uerend/imo dominº Cardinal, háto,ceram que, firmato dubio de cº/en/ham
barum partium, an Titulus minitri generalis totius Ordinis fra
trum Minorum, quo infignitur Miniter generalis Obferuantiú,
fit reformandus?»traqueparte/epèfºrnº mfato, @ jure defºper infºr
mante,ºr audita, adrelationem eju/dem eminentfm. Cardinahs 3áuticau/*
- - 4Cºyº
- -----
= *********
\

— 22 Prelúdios à bifloria Serafita. __ 1


- acerrime implena congregation" d/cu/a, Sacra Kituam (………………… !
nihil innºundum, Crºáinifrum generalem de 04/ruantº legitime \fºm
fui/e, Cryti { atulº,g/glotum mºrphane Minitri generalisto- |
, , "tius Ordinis fratrum Minorum. Et ita/eruari mandanir de vige/mº }

fecundo 3ártj, milímºfêxtenuíno,trigº/mº primº. (aius Epikopus Por.


• turn/.…
• Cardim.
…? :Pius.
:) ?" …
. -… ! *# . : -
{ º" , "
* * * * "* …
…ºº | 2* * *

…… ……… , & ! PR ELVIDI O 1 VII." ……… |


_" ;_" - º X, …" . . " |
Comº diferem entre fios Olíruantigº dºs varios nomes } |
" de que vãº; é quais dinºs refºrmações , || ||
, , , , ... tem entrado nefte reino?
:: i ! " " …" … …! … , , , ,,,
. .
# …ºcº… ser ;
] ||-

r", Valfeja a perfeição do nofo efiado da regularobter-|


Q# me{mo nome o etá manifetando: que quem
- "> diz, frade Objeruantena Ordem de são Francife, quer dizer, |
|

frade pobre,de(calço,& penitente,humilde;& ajutado em tudo|


co as grandes obrigações de fua regra ferafica. Não tomamos |
|nós por ambição ete titulo, mas humildes o aceitamos, por emi
| penho de nofos procedimentos, da bocca dos Pontifices Ro
manos,& dos fagrados Concilios,dos Principes catholicos, & de |
toda a ă: reconhecendo fempre neta familia fan
ta os grandes feruiços, que faz á Majetade diuina, nos derão to
. Balva-do: tão honrado appelido, Donde veio a dizer o Papa" Eugeniº|
# IV.em dous breaes.humdelespera os fades detereino, que º |
pixel… nofo etado Obferuante,enriquecendo com feus defuelos a cata
???'#al de Deos,era exemplo fingular, & principal pera fefaluarem mui
Eico de tos: Singulare, #precipuum falutisplurimºrum exemplã. * ESixto tam
|#|bem o ÍV.dónome, que por auer profelsado entre os Conven
mººch tuaes, não nos era bem afecto no principio, depois de cairna có
: ta não ceísaua de nos lançarfua benção com entranhauel amor,
i & dizia muitas vezes: Sveira família non e/ºt, eam pf mºituerem, |
| que fenão achára ja fundada de muitos annos quando fubio á ca
! deira de S.Pedro,eta illutre familia, eleme{movendo feuzelo, |
| |&fantidade, a ouuera de fundar. " "… … |

; ; "2 - Mas fendo ella tão reformada,&fanta , ainda afi o efpiri


{ to do ceo, que efpertou antigamente a muitos pera a plantarem }
i , fanoísa religião, não deixou defcançar outros pelo tépo adiante,
— –="r . ":" - - - - • •• •• • •
inci.
• • • •- -

da Prouincia de Portugal. 23
incitandoos a tratar dentro dos limites della de nouas reforma
ções. Não falamos nos Capuchinhos agora,por quanto fe difmé
brárão do corpo deta familia, fenão das outras reformas,que fa
zem corpo com ella. Sairão logo os Recolleios a luz,chamados affi
pela obrigação, que tem de maior recolhimento, os quaesper
manecem na obedienciados Minitros prouinciaes da nofía Ob
feruancia antiga, & começàrão nefte reino em o anno de 1486.
à fombra deta prouincia de Portugal, como diremos a feu tem
p O.3 Apparecerão depois em Hefpanha tres cutodias,& todas

fundadas por Obleruantes da prouincia de Sant-Iago. As duas


primeiras,que fe chamanão da Luz,& dº/anto Euangelho, por outro
nome do Capucho a repeito dos feus capellos agudos, tiuerão por
principaes fundadores no anno de 15oo. aos veneraueis padres
frei Ioão de Guadalupe,& frei Pedro de Melgar,os quaes as plan
itàrão nas duas Etremaduras de Portugal, & Catella. E andados
alguns annos,(e fizerão dellas as duas grandes prouincias, da Pie
dade nete reino,desão Gabriel no de Catella, da qual tambem faio
outra em Andaluzia, chamada de são ZDiego. A terceira Cutodia
fundou no anno de 1517 na ilha de são Simão em Galiza,o fer
uo de Deos frei Ioão Patchoal que do me{mo Apotolo de Chri
to lhe deu ofeu appelido. Efendo depois alentada co epirito}
de vida,que recebeo de são Pedro d'Alcantara, chegou a etado
de prouincia,por nome de são lo/eph em Catella, da qual nafcèrão
affias duas prouincias de são loão 3aprifia, & são Paulº no feudi
tritto catelhano, como tambem a Cutodia de Tralesmentes ne-l'
te reino, a qual porém fe (upprimio, fegundo fica efcrito. E
continuando com o nofo Portugal,pelos annos de 154o entrou |
nelle o grande feruo de Deos frei Martinho de fanta Maria, que
deixando a prouincia de Cartagena em Catella,onde tinha pro
fefado, & fauorecendoo principalmente o Excelentifsimo fe
|nhor D.Ioão de Lancatro, Duque d'Aueiro, fez affento na fua
|ferra d'Arrabida, onde abrio os fundamentos doutra prouincia,
|intituida no anno de 156o. a qual tem o me{mo nome da ferra. |
|Correndo enfim o anno de 1 568.fe leuantou,a q chamão defantº
| Antonio, pelos Recollectos da nofsa de Portugal, varões de gran
de virtude,& muito exercitados no rigor da Obferuancia, , , …
*

4 - Todas etas prouincias da noua reformação, & outras


muitas detaforte, efPalhadas pelo mundo, obedecem ao nofso
Minitro gèral da Obferuancia. Os feus frades pera diftinção
dos
*--*== ********
24 Prelúdios à hi/toria Serafica.
dos Oberuantes antigos,chamão e Kºformados, em Italia: em Frã
ça,Kecollifos: em Catella,Zefcalçºs: em Portugal,Capuchºs. Mas cõ
tudo entre elles, & os antigos Obferuantes não ha diferença na
fubtancia, porque todos profefsão a me{ma regra fem dipenfa
ção algüa: todos a guardão à letra no sétido,que fuas palauras fo
frem; & todos admittem as declarações dos Papas, femfazerem
diftinção, na obferuancia da regra, fenão de mais, ou menos ri
gora qual he porêmaccidental, & não impede, que todos fejão
perfeitos obferuantes. Porque os nofos preceitos não são pontos
mathematicos,fenão preceitos moraes, que dentro dos feus limi
testem algüa extensão. E afi como não he neceffario,pera guar
dar o jejum perfeitamente, jejuar a pam,&agua, poto que feja
mais rigor: o me{mo nos póde acontecer na obfeluancia da re
gra. Damos o exemplo nos dous preceitos, de vetirmos panno
vil, & de andarmos defcalços; os quaes ambos perfeitamente
uardamos vetindo faial,que no preço, & na cor he panno vil,&
vfando de fandalhas abertas, as quaes não pertencem à calçado.
Quem quizer vetir burel, que he mais vil, & trazer os peesle
uantados da terra em tamancos, ou tambem andar fem elles: farà
maior penitencia, mas nem età obrigado a ifo,nem ferà na fub.
tancia mais perfeito obferuante.Não hajanito abutos,que a re
gra não pede maior aperto.
No particular dos nomes,que referimos afsima,o appelli
do de Ze/calços he tamantigo em nós, como he a nofia Ordem; nê
di S.Bona. contra ifo etá o vfo das fobreditas fandalhas, º porque as trouxe
fup.regul.
C» 2.
Chrifto Senhor nofo,os Apotolos fagrados,nofo Padre S Fran
Ximenez. cifco,& feus primeiros companheiros, & mais todos andauão afi
n. 8° 9.83
Cordub. defcalços. Pelo que no liuro dos obitos de Santa Cruz de Co.
q.*}. imbra he chamado,da ordem dos defcalços,de ordinedjeakeatºrum,
|Mirand.c.
$7. o gloriofo são Gualter,fundador do conuento,que temos em Gui
Alaua.pú.
. 14. Cs3.
marães. E por talfe nomeou frei Rodrigo, Guardião de S. Fran
Fr.Huan de cifco de Burgos, na certidão, º que pafou no anno de 131o.
S. Maria
P.".lf.c.4.
acerca do tetamento de D.Diogo de Haro, fenhor de Bifcaia,
e. Arch.da
See de Co
cuja execução e taua á fua conta, dizendo etas palauras. Sepan
imbra. uantos efia carta vierem, como yº fraí Rodrigo de la ordem defan Francifo,
de lºs frailes de/calços @rc. E affi he aggrauo, que fem jutiça fe faz à
antiga Obferuancia,quererem alguns,pera fua ditinção debaixo
da me{ma regra,appropriarem afete nome dezºfalçºs,em quan
to ella vía (ó das fobreditas fandalhas, as quaes tambem trazem
os mefmos,que fe glorião de defcalços. - rº

**=-=- 6 O
da Prouincta de Portugal. … === 25
6 O nome de Capuchos, pela rezão que temos dito dos capel
los agudos, fe introduzio em Portugal; & ainda que algúas pro
uíncias os trazem, ou mais, ou menos compridos, a da Piedade,
que foi a primeira nifo, muitos annosha, que os deixou, víando
sò dos redõdos. Outro nome vai agora praóticãio a fingeleza do
pouo em chamar a alguns padres, da Ordem defanto Antonio, fendo
aíli que o Santo não fez ordem, nem reformação, ou congrega
ção algüa na no Ia Ordem ferafica. E poto que feja titular de
conuentos,ou prouincias, como outros fantos são,nem porifo os |
religio(os dellas fão feus filhos,fenão sò de S. Francifco, como foi
o me{mo fanto Antonio, -

7 Dito ito acerca dos etados danofa religião os que della


entrárão em noffe Portugal, forão primeiramête aquelles padres |
antigos,do primitiuo rigor,4 fe criàrão nas efcolas vniuerfães das
virtudes co a fanta doutrina do Patriarcha ferafico. Etes (e forão
fazendo Cõuentuaes pelo difcurfo do tempo, & depois vierão os
Obferuantes, que tambem os reformátão. A nofía prouincia de
Portugal,& a outra do Algarue são da Obferuancia antiga,&am-}
basté Recollectos. As outras tres,são de Obferuantes modernos,
mais reformados,ou Capuchos,como lhe chama o pouo. Os Ca
puchinhos tem em Lisboa hum holpicio. As reformações anti
gas não entràrão nete reino.
\

PRELv Dro VIII


Comº todas as fibreditas familias compõem
hña s) religião.
I Vendo eta diferença de tantas reformações, & fami
lias,nenhüa dellas cótitue diftinta religião: mas todas
- cõuem,como partesintegrantes,cõ admirauel cõcordia
na cópofição, & extenção d'aquellavnica Ordem de frades Me
nores,que intituio N.P.S. Francifco.Porque todas fe conformão
em imitar a ete grande Patriarcha,que foi feu Legislador todas
profefão a regra,que ele me{mo nos deu: todas caminhão pera
o fim particular da vida mita, que ele nos enfinou; & todas
vsão dos meios, & exercícios determinados por elle, que são os
fubtanciaes, & principaes pera confeguir o dito fim. Nito tu
do em que confite a identidade, & fubtancia da nofía religião,
C COI]-
**a *esse…= * -*************
26 "Primina bifloria Serafica
conforme a doutrina dos - Theologos, conuem todas as lobre
a, D, Th. ditas familias fem quetão, nem controuerfia. O demais, em
2.2.q.188.
Suar. de que diferem, são accidentes fómente, que não mudão a fub
relig.to,4. tancia. -

tract 9. l.1 |
c. I. n. 8. || 2 ... He a primeira diferença a de alguns etatutos, que |
guardandofe em húas > não fepracticão em outras. Mas por
quanto não forão introduzidos na nofa religião, como addita
| mentos da regra, nem dos meios fubtanciaes, com que ella fe
exercita em ordem ao feu fim, ficão fendo accidentes, que não
fazem diftinção effencial. E conta ito pela natureza detes
mefmos etatutos, porque não são irreuogaueis, & contantes:
antes fe pódem mudar,& muitas vezes femudão nos capitulos,os
quaes não tem autoridade pera fazerem mudança no que per
tence à regra, ou aos meios fubtanciaes da nofia religião. De
mais que feaetes ditos meios pertencerão os nofos etatutos, o |
me{mo fora ordenar alguns de nouo, ou reuogar os antigos, que
mudar tambem o fubtancial da Ordem, paflando ella a outra,
que ja não fofe a me{ma: o qual ab{urdo ninguem deue admit
tir. Fazemfe pois os etatutos em ordem a o gouerno politico,
ou à perfeita obferuancia da regra: mas o gouerno,ou feja bom,
ou melhor, fempre he na efsencia o mefmo; & a dita obter
uancia, mais, ou menos rigorofa, inuolue (ómente diftinção ac
cidental,como deixamos efcrito no preludio paísado. O me{mo
dizemos dos diuerfos exercícios, & etilos das familias, que por
b.$uar. c. ferem º miudezas, ou terem a condição dos eftatutos, não paísão
cit.R.9.
de accidentes,nem multiplicão diftintas religiões.
Procede afegunda diferença da muita variedade na def
calcez,& no habito(infignia nobre da republica ferafica) a qual
porêm fe compadece co as permifóes da regra. Porque dizendo
sòmente, que não andemos calçados fem auer necefidade,
ella
* c2P, 8. * @ qui nece/State cºgumtur po/int portare calceamenta: ficou pel
mittindo o modo da defcalcez > de que quize rmos víar » Ou COS
pês nús pela terra, ou com tamancos de pao, ou com fandalhas
de couro; que tudo he andar defcalço. Determinando tam
bem a qualidade do panno, que auemos de vetir, dise fó, que
d Eod.c. feja vil: º veftimentis villbus induantur; & a o nofo juizo remet
teo a eleição do mais vil, ou menos vil: do burel, ou do faial.
De{creuendo finalmente a figura do habito exterior, não fez
mais que afinar húa tunica com capello, cingida com hum
e, Eod.c. cordão : º romam tunicam cum caputio, Or cingulum: & nos ter
In OS
*••••••••***m =T=
#*#*sem +--+

da Prouncia de Portugal. 27 |
mos de palauras tão géraes bem cabe hum cordão de linho,
ou doutra materia grofeira: hum capello redondo, ou agudo: [ -

húa tunica larga, ou etreita: comprida, ou curta: fe não ouuer { A

demazias. E que feja, ou não feja remendado ete habito, tam |


bem he liberdade, que etá em nófia mão,da qual podemos víar
conforme ao epirito, & deuação, que tiuermos, pelo teor detas |
palauras feguintes. / g pº/int ea repetiare ©rc. Pera o manto fºod.c. #
tambem,
não que introduzio
ha medida o vfoja
determinada, do tempo
& certa : masdefempre
N. P. Santifimo,
deue ficar , +

em húa mediania, que nem arrate pelo chão, como capuz


de enlutados, nem fe ponha em altura de murça de coni
gos, pera que não fe venhão a queixar, como ja os de Fran
ça fe queixàrão a o Papa. Pelo que todas etas differenças
são permittidas na regra, & conuindo na figura principal, de
terminada por ella, º fempre motrão ferinfignias de húa me{ma g. Suar.c
religião. - - " … - - àtina,
4 Confite a terceira diferença na multidão dos prelados
gèraes, que são tres nas tres familias, & nenhum fujeito a outro,
mas todos immediatos a o Papa. No qual ponto não podere
mos negar, que mais vnida etaua a nofia religião, quando toda
tinha (ó húa cabeça,&hum prelado geral:porém ainda permane
cem hús vetígios deta grande vnião na pefoa do nofo Minitro
gêral da Obferuancia, que a repeito dos outros he o fuccefor
legitimo de N. P. S. Francifco, a quem por dereito pertencia o
gouerno de toda a fua Ordem, & poto que não o exercitº nas
outras duas familias, ordenando o afi a fanta See apotolica,
nem por ifo perdeo a fua jurifdição, & autoridade radical, por
cujo repeito sò ele fechama General/Simo,& Xánfira geral de toda a
h. Prelu,6.
Ordem dos frades.htenores, como º temos declarado. E dado cafo, •

que não ouuera eta vnião habitual em hum prelado fupremo,


que he conforme ao epirito da "nofia regra ferafica, bataua a caps.
muita conformidade, com que as familias conuem na imitação |
de hum patriarchavnico, na vnidade da regra, na forma do ha
bito,& na fubtancia da ordem, pera dizermos, º como fe ha de 1/Suir cit.
dizer, não sò na fraze do vulgo, mas tambem na dos jurif |####,
tas, & letrados, que não obtante a multidão de géraes, todas e º "5.
formão húa fóreligião. Que dete modo as freiras de fanta Cla
ra,ou etejão fujeitas a os bipos, ou a os nofos prelados, todas
| são de húa Ordem.E tambem do mefmo modo os móges do Pa
triarcha S.Béto,affi em quãrofeus moteiros etiuerão feparados
C 2. 1] à
******--*-****-* * s+=">>>" F • —T-
28 Preludios à hi/toria Serafia
na obediencia dos bipos, como depois de vnidos em muitas cõ
gregações com diferentes Gèraes, fempre forão, & são ainda de
húa religião.
Fizemos ete difcurfo pera ficar entendido, que a nota
fanta Ordem dos Menores, Poto que partida antigamente nal
güas congregações, comº erão a do B. Amadeu, a dos Clare
nos, & outras; & diuidida agora nas fobreditas familias: em to
do o tempo foi, & he a me{ma religião, & hõa fé com vnidade
fubtancial, & moral, compota de todas ellas, como de partes
integrantes, fem algüa formar ordem particular, & diftinta.
Pelo que do me{mo modo com que chamamos Prºuincia à mul
tidão dos frades, & dos conuentos, que etão vnidos com hum
Minitro prouincial; chamamos Úngregação, & Familia a os que
eftão congregados com hum prelado gêral, femferem ordens
ditintas. E detes nomes varão tambem os Papas, a faber
m.Bul. 1. Leão X, na "bulla da vnião, que começa : Ite vos in vineam
apud Ro
drigº meam : o qual difmembrando dos Conuentuaes os frades da
Obferuancia, & vnindolhe a ella os Amadeus, & Clarenos,a ef>
tes declarou pelos nomes das fuas congregações, de cºngregatione
fratris Amadei, @ 4. Clarenis : & aos outros por frades da fami
lia Obferuante, de família de 04/ruantia. E Sixto V. falando dos
Capuchinhos, & doutros reformados entre os Conuentuaes, a
n.Bul.17. todos chamou de congregação: a os primeiros na "bulla, prºea,quam:
o Bul, 3.
p. Apvd a os fegundos na º bulla, apofiolici muneris. O qual titulo de (on
| Hieron. à
Sorbo in gregação deu depois a os me{mos Capuchinhos na fua e bulla, cu
comp. jo principio he:Zeat Francfºi, onde vai manifetando a perfeita
vnião de todas etas congregações, & familias em húa religião, a
qual he aquella mefma, que intituio o Patriarcha ferafico, pe
las palauras feguintes. 2". Francifi conf/oris fidalas ab como
Fundatore infituta , @ ad eumdem Zei finem ordnata , conius que
Seraphice religionis nominº nunchpata, in plures fidalitates, @ membra,
JApótolica permifone diuidiur. E por tanto vindo o dito Leão X.
a falar de todos juntos, que erão os Obferuantes, Conuentuaes,
Clarenos, & Amadeus, a todos chamon da me{ma Ordem, euf |
* Ordinis, & o me{mo difera dos Capuchinhos,feia então os ou
uera. Finalmente affi o motra ete titulo, 3anifier general, totius
Ordinis fratrum ºtinorum, do qual vía o nofo Minitro gèral
da Oberuancia, approuandoo em juizo contraditorio, comoja |
temos efcrito, a fanta See apotolica. De modo que a repeito
das fºbreditas familias, & de quantas reformações fe fize
r e no
••-- ••••-----
------- =>-- - -

da Prouintia de Pºrtugal 29
rem, & são feitas, fe chama 3ánfiro geral de toda a Ordem, & |
não de tºdas as Ordens,por quanto,ainda que diuidida, he húá fé, & |
não muitas. . . . - - - - - - . * * * >,

6 Ito mefmo foi fuppondo, & motrando o padre º Soa. 1. Loccit,


". Cit.C., 1.
res; & poto que diffe em húa parte,que parecião diuerías reli n. 7. - 2 , !
….… .
giões, nòs não tratamos de apparencias, fenão de realidades; & # Trat,8 |
quando º noutro lugar lhe efcapou eta propria palaura, logo a 1. * c.1, n.4
remediou dizendo, que, melhor fe chamarião familias. Pelo
que impropriamente diffe humº Autor dos nofos tempos, que t, F. Gil de
S. Bêto na
findº muitas as Ordens, que guardão a regra do Patriarcha são Zen fatisf. apo
to, não são menos as que guardão a dº ferºfico padre são Francfºo. loget.re
poft. 2.di-| |
Nós não falamos nas fuas benedictinas, porque fempre foi ulf. 13. :
perigo metter fouce em mèfe alhea: mas dizemos, que nas
nofas congregações, & familias, não ha mais que húa religião
Francifcana. : ' .. * . . . T, º - - - -

- - } : -. #…
: … … … or
• PR E L V. DIO : IX. :: - .
|-

- -- - - - - - - : -# - ; ".
Das Ordens, é Infitutos, que florecerão àfimbra da nº[a]
*# : ; ; ; " |
+

, , . " religião dos Menores."…"


º
* * º 1


- -
|-
-

} ' ' . -- …" - - > al +

#1 P# er grande Pae de muitas gentes o Patriarcha


ferafico, não foi nece{sario, que outras Ordens pro
*


*
- - -1

* fe{safiem anofia regra euangelica, porque bataua,


& ºbejana arara immenfidade das tres, que ele intituio, a cu-| ...}
ja fombra, em particular da primeira, & da terceira, nafcèrão | " |
muitas em a Igreja de Deos. Ouue porêm ainda húa, que acre
centando contituições á dita regra, como feus additamentos, &| |
variando o a{sumpte da nefsa Ordem dos Menores, formou di
uerta religião. Eta he a Ordem da A/en/aº,da qual fizerão memo a. Ani 223
ria os padres", frei Lucas, º frei Artur, & º frei Pedro de Alua. n. 14.
b.In addit.
Tratando poís das que fez o me{mo Santo,ou procedèrão dellas, ad Marty-f
apontamos as feguintes. 1 ::: ….ok. •
–4
rol.4.179.
c.Tab, a 2. !
2. A Ordem de fanta Clara foi fundada º pelo me{mo fan d Gózag.
to Padre, quando lhe vetio o habito na cidade de Afis, anno pag.3.
F.Luc.an
de Chrito 1211. Approuou a logo o Papa Innocencio III. no I a 17.
& 1 a 19.
mas a fua approuação mais folemne ficou referuada pera o
anno de 1219. & Pera Honorio HI. Etá hoje repartida em
| douseftados:hum delleshe o de freiras defcalças, que guardão a
fº C 3 pri
*** - - -
3o Preludios a hi/toria Serafica
|primeira regra , & tem feis moteiros nefte reino. Outro he das |
que fechamão Vrbanas, por rezão da regra, que lhes deu o Papa |
Vrbano
ros. IV, as|-quaes encherão o mundo de fantidade,& motei
- - - • • • • • • |- - ".. * "I • |-

e.F.Marc. 3 "A Ordem da Penitencia, ordenou a o º melmo Ianto Patriar


p.1.1.9.c.
1. & 4. "; chapera homens, & mulheres feculares de qualqueretado, & |
Fr.Lucan qualidade,que fejão;& porfer intituida depois das duas , de fra
no 1221.
des Menores,& freiras de fanta Clara, chamoufe Ordem Terceira, |
& os feus profeflores,7erceiros de são Francifo. Teue feu principio |
no anno de 1221. no qual tempo foi confirmada por Honorio |
III. & depois por outros Papas atee Nicolao IV que lhe concer
tou,& autenticou a regra em 16 de Agoto de 1289. conforme
lha tinha dado nofo ferafico Padre. Multiplicoufe em Portugal
- •- • - •

com etranha deuação. " " " :


4 A Congregação das Zomnas de Robando tene por feu fundador
no anno de 1275. a o venerauel padre frei Hugo de Dina, reli
giofo da nofía Ordem ferafica, varão pröfetico, & dotado de ex
celentes virtudes, que ajuntando contituições particulares á re
| { gra da Penitencia, ordenou etefanto intituto, no qual viveo cõ
fama de fantidade fua irmaam Dulcina, ou Dulcellina, na cidade
f P. al., \•
de Marfelha. Fazem memoria della os padres /frei Marcos, &
C. I»

ganazzº. freiº Lucas, ambos filhos deta prouincia de Portugal, & myte
& 1281,
riofos por rezão dos nomes perahitoriarem os fucceflos danofa
religião euangelica: " " * * * * * * ** * *
; A Ordem dos frades Yánimºs reconhece por fundador,& pa
. #F. Marc, triarchaasão Francilco de Paula em Calabria, "a quem feus paes
|
P.3.1.9.
C.6.
derão ete nome agradecidos á intercefsão de nofóPadre ferafi,
Fr. Hiero, co,que fendo elles eteriles, lhes alcançou-ete filho da piedade
Rom.l.6.
C»3º
de # Com etes mefmos empenhos recebeo o habito da nof
fareligião, & pedindo licença no fim donouiciado pera vificar
} (eu fanto corpo na cidade de Affis, quando voltaua da romaria |
quiz fazer húa Igreja no lugar de Paula; onde auia nafcido, no
} qual tempo lhe appareceo o Patriarcha ferafico, acontelhandoo
º que fizefe edificio mais amplo, porque da parte do ceo lhe pro
mettia fea fauor. Pelo que alentandole o Santo,na me{ma Igreja
| intituio a fua Ordem, a qual chamou defrades hammºs, a exem
plo da nota dos Xenores, cortando também o habito pera os feus
religiofos pela forma, & figura do que trazemos nofos mefnos
nouiços.Foi approuada no anno de 1 472 pelo Papa Sixto IV.
frade nofo, pera que em tudo entrafe à nófareligião." Tem a
*—

fua
|
---- -- - - - - • - - -

------ ----…><=== ---•••- - - - - - —


***********-*-- ……….…………… -- * * "……………-- •• <-- • •••••••••••• • ••••• • - *** …>-- ----

da Prouinciadº Portugal — 31
fua frades, & freiras: mas não achou affento ateegora nete rei
[]O, - -- . . . … | , ,

, 6 A Ordem das freiras da Conceição immaculada da Virgem Se .F.Marc. 1


nhora noísa," foi fundada pela ferua de Deos D. Brites da Sylua, p.3.1.8, c
Portugueza illutrifsima, por fer filha de D. Ifabel de Menezes,& }Gonzag.
1. & 1 1.'
de Rui Gomes da Sylua, Alcaide mór de Campomaior;& de Ou pag = i.
guela. Foiirmaam,no fangue, & navirtude, do varão de Deos frei Salazar em
la chron º
Amadeu,fundador de húa reforma,& não ordem, como álgüs ef de la pro
uincia de
creuerão,na noísa religião. Efendo dama do paço da Rainha D. Caftil. 1.8.
Iardim de
|Ifabel,mulher del-Rei Dom Ioão o II. de Catella, por feli Portugal.
|urar de defgotos fe recolheo a o porto da vida religiofa na cida pag.3 * **
de de Toledo. E indo ja caminhando lhe fairão ao encontro os
dous padres são Francifco,&fanto Antonio, que pera a confola
rem lhe falarão em Portuguez, & diferão como auia de fer mãe
de muitas filhas nobres,promettendolhe também, a fua intercef
são. Pelo que infiammado feu epirito fundou eta Ordem à hõ || ||
|ra da mãe de Deos,a qual no anno de 1489. foi approuada pelo |
:Papa Innocencio VIII. & confirmada pelo ceo com etranhas
marauilhas.Começou co a regra da Ordem de Citer,depois to -
• -

|mou a da virgem fanta Clara, & no anno finalmente de 1511. •


…; •

lhe deu outra particular o Papa Iulio II. ordenando que empré • tº "…nº .
* * ** *
mio do zelo, com que fempre defendemos a Conceição imma +

culada da Senhora, etiuefe fujeita à ogouerno dos prelados da


inofía Ordem ferafica. Tem grauífimos moteiros em Catella,
&ja ostem em Portugal, na cidade de Braga, & nas Ilhas Ter
céiras. , Ordem
* *
• …-
*
•• • • … … , "}, " ":" ";
• • - - - - :*, *iº
dasfreiras Annunciadas,por outro nome,dºs dizki.
- -
* * * ** * * * . ** * **



-* – e r, ir ": ….…. ; c.i) …." K51-.- - --- 1- 2 - r_2.232 2 |
** * *

hºplicitos, ou das dezyirtudes da Senhora, foi leuantada em Frán a pe 1.6 onzag.


###########
gem, & femelhante aos martyres no muito que padeceo vinte
# Ioán. Chel.
694. -

nü inchro
anhos em poder de Ludouico, # marido cu", olog Pa
"triarc. Bi
os aggräuos lhe afirão na confetuação da pureza virginal,que turic, pag. •

ofereceo a Deos. E fendbrepudiada por ele quando tomoupol. 1 **


> Fr. Elias ! :
reino , intitu fo eta Ordem dê primeiro intento péráfi.
fe do __…_gº.
|- _n -- … :: {a + 2 N. , "},t:31'#: :-22:12.211.2#" #1.2#:::.*?
de S. The
refin leg.
iras,& pera aquelles frades sòmente, que as pudefemferuir áhõ ecclef tT1
ra;&em nito
|çutando louvoro da
* * *
queAnnunciação
ela lhe tinhadapronóticado
: Virgem Senhoranofia,ex
*
em humºrpº-
</nºrº *> ;"i # - 1 1 - , , "r : "." (º-
• •• • • •- * .: "X ( |-
* * - *- …
** - :* * *
umph.l.z.
* C. 47/ •
c. 17
|- •
-11 **** . .

| recimento na idade de minina. Ajudóufe neta obra tão infigue


• : ". - - • • • … - … • • } * * ** * *** #$* , - - • ! #! | "> C.. > * ** * ** *
-crº ei
• ()* * * * *
dos confelhos,
1
&indutia de frei Gilberto Nicolao, fºu com ef
… 1 # ~3: rr. Aº a 5 = "_": "sii - - - - …" - 1*1^{1 #*: *"
-
• • • .*

fór& frade danoff Ôrdem, o qual lhe cãnoz em dez capitulo=|


*=====
— º "",
- -- ---- 94------------- a re----
*=isº mywam –= —=== • - " " ----

2 2 Prelúdios à hiftoria Serafica.


a regra, copiados pelas virtudes da melma Virgem fantifima,que |
- eftão efcritas no Euangelho;&indo a Roma pedir a confirma
ção, Iha cócedeo o Papa Alexandre VI. em 12 de Feuereiro de

. 15o I. Ete me{mo frei Gilberto a gouernou em fua vida, & de


pois foi entregue pela See Apotolica ao cuidado da noísa reli,
"Bººgião. "Paulo V. & " Gregorio XV. lhe chamão da Ordem de sãº
d R • I, • • 1 - # |- • • •

#"|Kaneja. Começou na cidade de Bourges, do Ducado de Berrí,


-

#…] donde feroicommunicando aoutras partes de França,


• . |- -
|# - ! " - - - -

Continuafº com efia mefina notícia. |


8 a Ordem de mulheres cºmunidas, fº não a fundou de nouo |
o nofsofrei loão Tifero, homem em tudo apotolico,
o, Geneb. º foi ao menos retaurada por elle, depºis de etar ex
##tinâa,na cidade de Pariz, pelos annos de 1493 Guardão º re
#" | gra de fanto Agutinho, que ele me{mo lhes deu, & là ficàr㺠|
14.
Fr Vital. I nefsas partes.
de Algez | part " " … • •
- -º
… hri -
-
- -
- -
ão da l , !

# [ 9 A Ordem militar,chamada.»álicia Chrfiaam emprotecç㺠da |


gº * [mmaculada (onceição da Virgem Senhora nefa, teue nafcimento illuf |
FR……. triffimo em dous Principes famofos,º a aber o Duque de Ne
#|uers em França,& de Mantua em Italia, & o Conde de Altan em
} Alemanha. Ó de Mantua, que foi o principal promotor, depois |
de fizer nouiciado no nofso côuento de Ara-coeli em Roma,pro
fefsou nas mãos do Pontifice Vrbano VIII. em 21 de Ianeiro de
|1624. Foi fundada eta Ordem com fubordinação,&dependen |


cia da noisa, por parte da qual affitioname{ma Curia ao fazer |
das fasconfinições o padre frei Ioão de são Bernardino, pro
… º curador géral, que era de toda a noísa religião,& benemerito Paz | • • • • •

"|dre deta fanta prouincia de Portugal.Tem por asumpto,defen


- - * - -- - -n + ''+ - , , r" _> .. … * * * * * * * * * *- . * … " " …" * "… ) , !

| der a Chritandade por mar, & por terra, de Turcos, Mouros, &# •

# , Coísairos.A fua diuiza,hehãa Cruz azul da feição da de Álcan F


tara,ainda que he mais larga,cercada de ráios douro: por otla o
… - | cordão de são Francifco, & timbre húa imagem # toraim
- 1 - - * * * * *>""
+ -- - - - , ! -* * *** " … - - -> " • • • • * ** ' • - -

| 16 Pudera aqui entrar a Ordem das feiras do Hºpital, ou de sãº


* * * *. * . . , ** - - - |- - - - •" - • •

| loão da penitencia, em quanto retaurad a nete reino, na villa de Ef.


1. Arch. tremoz pelos annos de 154o. Porque? em freiras de fanta Cla?
º '' * * * * * * ** * *** * *** * * * *r*. : -3 * * * *, * * * |
#"|'ra,fendo elas as primeiras, que vetirão ofeu habito, & no gre |
º l mio da nofsa Ordem ferafica fe fez a reftauração debaixo da |
-
. --— - - - - - …-, * + • *> -- -
== , | -- ---- - →=
!
-********e =#…

da Prouintia de Portugal. 33 -
obediencia do Minitro prouincial do Algarue, na qual o motei. |
ro ainda perfeuera. Mas o Infante D. Luis foi o autor deta obra,
& nós não tratamos dos moteiros d'outras Ordens,que começa
1ão dete modo por freiras de fanta Clara,como são em Portugal
o de fant-Anna em Viana, da Ordem do Patriarcha são Bento,& |
o da Encarnação de Cõmendadeiras d'Auiz, na cidade de Lil.
boa. Nem tambem reparamos nos moteiros de outras religiões,
que são gouernados pelos prelados da nofia, dos quaes na cidade
de Napoles ha dous da Ordê do grande padre fanto Agufinho,
cujas freiras em tetemunho de fua ebediencia, não trazem cor
•---

rea,(enão o nofo cordão.


11 Os exercicios fantos,& intitutos deuotos,que inuentou,
ou reformou a nota Ordem ferafica,não he poffinel contallos, & {
4
sò diremos alguns. O vfo das confrarias,& difciplinas em forma r.Fr. Hier.
de procisão,dado cafo que "fofie mais antigo na republica chri Roman. l.
taam: nós deemos a tudo vida,etando ja efquecido,& extinéto, cit.C. a 5.
4.Fr. Luc.
A "procisão dos difciplinantes em Italia pera applacarem a in anº. 1 2 2 5 * * .
dignação de Deos, traça foi de fanto Antonio, & de là (e eften n. 19.
Surius c 6
{

deo a outros pouos." As confrarias, que fe occupão em obras de Hift. eccle


fiaft. de
piedade à honra da Virgem Senhora nofia,o efpirito ferafico de Lisb. p. 2.
são Boauentura lhes deu ditofo principio: húa das quaes chama c 35.
t, Fr Luc.
da Confalonia, he muito celebre em Roma. "Das irmandades do an. A 2 74,
Buzz de
fantifimo Sacramento do altar, & da pompa, com que he vene úgas eccl.
rado nas Igrejas,& (e leua a os enfermos,foi inuentor o fanto frei 1.9. c. 5.
Cherubino,& por ifo fua imagem fe pinta com húa Cutodia nas u. r.Marc.
p.3. l. 7. ?
mãos. " A deuação da Coroa da Virgem Senhora noísa, que o C. 2. .. …
X.F.Marc.
ceo autorizou com muitos milagres e{critos hoje nos liuros do P cit.l. 1,
feu Rofario, a hum nouiço da nofia Ordem foi reuelada por eta C, 35.

me{ma Senhora,& fenôs a deixamos efquecer,feria porventura a


repeito de fugir de competencias. . . . . … . ,
12 A Companhia, ou y Irmandade de S. Hieronymo na ci y Fr. Luc.
an, I.447.
dade de Florença, cujo intituto era encaminhar ao feruiço de
Deos os feculares,que andauão efquecidos da faluação, & etra
|gados em vicios, foi fundada pelo venerauel padre frei Nicolao
Vzano, da qual tambem nós logramos o intere{{e maior na con |
aersão do grande feruo de Deos frei Thomas de Florença, varão
z.F. Marc.
infigne no efplendor de virtudes. * O Monte da Piedade pera P. cit.], $.t
remedio de pobres,tyrannizados com víuras, inuentou, & leuan c. 58. -

{ tou na cidade de Perofa,o ferno de Deos frei Barnabe de Iteran


na. A defensão da Conceição immaculada da Senhora Mãe de
- - - -- - Dcos,
*Teºr=#**>•••*****
34 Prelúdios à hittoria Serafica •

a. Vafq. in
Ucos, "empreza foi do Doutor Subtil Scoto, com tanta felicida.
3.P difp. de que he hoje applaudida em o mundo. A veneração finalmê
I I 7. C. 2.
b. Fr. Luc.
te do fantiffino Nome de Iefu, º são Bernardino de Sena a in-}
3n, 1427. cultou na Igreja ácuta de tantas perfeguições, & trabalhos,que
& 1432.
demais de etar prefo,foi arguido de herege, motrandolhe nitº {
a piedade de Deos,quanto elle deuia padecer pelo feu nome. E{ }
tas,& outras femelhantes, que agora não podemos relatar, forão
| fempre as notas occupações.
PR E L VDI O X.

2ue Ordens, 3 Inflitutos fundarão ºs Terceirºs fica


lares; E quando começou a religião da mefina
Terceira regra, }

!
I C Om o leite da doutrina da nofa religião dos Meno
res forão bebendo tambem os Terceiros feculares o
• • • • • + •

epirito ferafico de multiplicarem gente em o feruiço


de Deos, pera o que inuentárão outras Ordens, &Etados, que
| ainda florecem em grande opinião. Foi o mais proprio nelles a
fua religião de Terceiros regulares, a qual formátão por autoridade
apotolica, profeffando os tres votos folemnes debaixo da mef
ma regra, & transformandofe com ifo de feculares em frades.
} á7, tOfn, I, Mas não conta,em que tempo começou; nem o padre º frei An. }
praclud.3. tonio de Sillis, religiofo da me{ma Ordem, o defcobrio com cer
teza,poto que intêtou perfuadirnos,que d'algüas bollas, as quaes |

b.tom.a. ele copiou em" outra parte, fe pôde conjecturar, que fiorecia ja
nos tempos de Innocencio IV. Nicolao IV. Bonifacio ViII. &
Ioão XXI ou XXII. como fe diz vulgarmente, aquelle, que no
anno de 1316, tomou poffe da cadeira de S.Pedro.
e apud Sil. 2 Pera o tempo de Innocencio, alega com húá º bulla de
& apud
Rodrig.
Sixto IV, cujo principio he: Romani Pontificis, pela qual ete Vi
bul.4. gairo de Chrito confirmou,& ampliou a fujeição dos Terceiros,
que o dito Innocencio fizera, à direcção, &gouerno da nofa pri
meira Ordem. Mas he certo, que falauão sòmente dos feculares.
pois difunhão, que da nofia me{ma Ordem fofe o feu Confef.
for,o qual porêm naõ faltára entre eles,nem conuinha fer efira.
nho,fe foraõ religiofos, como entendéraõ bem Eugenio IV. &
- Nico
== Ferg+>
da Prouintia de Portugal. - - — 35
Nicolao V. que a etes o affinárão da fua Religião . E tudo o
mais,que contem a dita bulla,quadraua a os me{mos feculares: a
faber, dizerfe delles, como tambem fe difse na outra "bulla: Sa
Rodrig.
crº/antia Romana, que etauão dedicados,/ub religionis habitu, em ha bul. 31.
bito de religião a oferuiço de Deos; porque o feu vetido era ho
neto, reformado, & diftinto do que trazião todos os outros fe:
culares, com o qual feruião à Majetade diuína na obferuancia
e. Frácifc.
d'húa regra approuada pelos Papas,gozãdo, por opinião de, gra de plarea.
ui[fimos doutores,& declaração do me{mo Sixto, da immunida tract. de
excom, .
de,& foro ecclefiatico: fpelas quaes rezões, affi como os cleri S.Ioan. de
gos, falando largamente,fe chamão religiº/ºs, tambem elles po Capít.
tract de
dião ter ete nome, & o feu etado, chamarfe Religião. Efendo CXCOIT),

F. Bernar
elle deta forte,ordenado com regra,& intitutos, como declarou din. à Bu
* Nicolao IV, difephnis, 3 reguls informatam, com muita proprie fto tratt.
de imitat.
dade diffe aqui o dito Sixto,& diria Innocencio,que os intruiÍsé Chrifti.
Collector
na difciplina regular os nofos religiofos,vifitandoos,& reforman priuileg.
doos fegundo feus intitutos regulares. " verbo, .
Tertiari
3 Pelo que não fe collige da dita bulla de Sixto, queja em Il. 2 5 * *).

tempo de Innocencio auia Terceiros por profilsão folemne reli. fSur, de | infuper.
giofos. E muito menos fe poderà coligir, como quer o me{mo relig tom.
Sillis, da "bula, a4cvberes frutas, do Papa Clemente VII. por 3. tract,7.
l. 6, c. 1. n.
quanto não nomeou a o dito Innocencio, fenão pera derogar o 9. & 1o.
g. & apud
que tiuefe ordenado contra a fus prefente dipofição, como era Rodrig.
2 # dos Terceiros feculares a repeito da noísa Ordem bul. 8.
h. & apud:
ferafica, os quaes elle agora fubmettia á fua religião. Tudo ito eund bul.
fe confirma pelo que difse Leão X. na fua celebre bulla, que co $.

meça: Inter catera, Ito he, que auendo confirmado o Papa Nico
lao IV. a regra Terceira, por meio da qual são Francilco nolso
Padre procurâra a faluação dos fieis, duduw/quidem hulus gratia
Nicºlaus lVOrc. eles mefmos pelo ditcurto do tempo, veràm quiº
tempºris decurfa, vierão a profefsar religião debaixo da mefma re
gra. E como a morte de Innocencio precedeo á eleição de Nico
lao,mais de 33 annos,com cuidencia cóta,que eta Religião não |
alcançou os feus dias.
4 Donde tambem fe manifefta, alèm de outros motiuos,
que ainda não era intituida no tempo do dito Nicolao IV, pois
nunqua fez menção della, nem ordenou regra, que ouuefse de
|guardar,fendo ele o primeiro dos Põtifices, que pera os fecula
res a efcreueo em fuas letras apotolicas, difpõdo, & accomodan
do o que nella fe cõtèm a ofeu mefmo etado. Nem contra ito
EC {I}
- -- -
== ==

36 - Preludos à bifloria Serafica


| tem fundamento algum a conjectura,que tirou º padre Sillis das
i.loco cit. palauras do Collector dos priuilºgios,o qual diz que fóa os reli.
giolos deta regra, & não a os feculares, (e etende açõmunica:
ção dos priuilegios feita por ete Pontifice: donde veio a cuidar,
que no feu põtificado auia os ditos religiofos. Mas ouuera de adº
uertir nas me{mas bullas,que refere, que o priuilegio de izençãº,
& outros deta qualidade começàrão a cõcederfe a os ditos fecu
lares por Honorio III. & que etando cõmunicados depois a os
que fão religiofos,a etes côferuou em fua pose no cõcilio Late
<& apud
Rodrig.
ranenfe Leão X & " a os outros esbulhou, por não ferem onero:
bul. § 1. fos a os pouos,reuogando as fuas immunidades. Nos quaes ter
mos,conforme a oetado prefente, & não do tempo paflado, fa:
laua o Collector,como fe declarou adiante; & affi não diffe,nem
o podia dizer, que a religiofos deta Ordécõcedéra Nicolao IV.
algum dos feus priuilegios.
Pera o tempo de Bonifácio VIII. feremette o mefimo
xx.& apud
eund. ul.
Sillis a "bulla de Sixto IV, ad chrifii Vicarij, na qual ele sòmen
&$º
te determinou,& declarou por folemnes os tres votos dos religio
fos deta Ordem,não obtante o que o dito Bonifacio auia con
tituido. Mas ou ifo foffe prohibir religiões, que (e fizefem de
nouo,ou declarar que ainda não erão folemnes os taes votos,o q
fe collige he,que não auia então os ditos religiofos. Pera o tem
po finalmente do dito Papa Ioão faz recurfo à fua difoofição,que |
começa: Santa Romana. E não podemos negar que querendo elle
manifetar ao mundo, & impedir os couijs de gente perniciofa,
que fem legitimamente, & na verdade profeffareta venerauel
Ordem,co a fua capa fanta abonaua os excefos, ordenou que os
Terceiros não fize6em congregação,nem viuefem em cômum,
pera que à vita delles,fendo cordeiros innocentes,não tomafsem
algum alento os lobos. E deta prohibição deu teftemunho na
bulla, excitar arcanum, o Papa Paulo II, na qual porém não forão
comprehendidos religiofos folemnemente profefos, como nou
n. & apud
eund.bu, tra "bulla,cujo principio he, dudum perfelicis, declarou innocenº

cio VIII. mas os Terceiros feculares, que por fua deuação (e có
| gregauão fazendo vida cõmum; & sò etes fe collige florecerem
naquella occafião,
6 Desfeitas pois as cójecturas de Sillis, pera tempo mais
moderno auemos nós de trazer o principio deta fanta Religiãº
da regra Terceira da penitencia. O Papa Clemente VII. diz ó
mente, que começou antes de Eugenio IV. entrar no fummo
pon
swqswassessmºyºsamessa
********>

da Prouncia de Portugal.
C. 37
-

lumnio pontincado; & na verdade tão pouco era ainda feu alen.
| tonete tempo, que ali elle, como feu fuccefor Nicolao V. lhe
concedétão eleição de prelados fuperiores, cõ outras graças to
cantes ao gouerno, em Hefpanha, Italia, & Flandres. O pa
dre º frei Marcos affenta feu nafcimento pelos annos de 142 1. ... p.…...
mas ja ella florecia no de 14o 1. no bipado de Trajecto,confor-lº??
me a húaº bulla de Bonifacio IX. Pelo que mais fe chegou á p. Fr. Luc.|
an. 14o 1.
rezão os Autor da nota Chuonologia Hitorica legal, apontan 1. Pag 18
dolhe o anno de 1 397. Se bem ja no outro d'antes a 6. do mez
de Ianeiro etauão religiofos delta Ordem no moteiro de fanta
Catharina do Monte de faro em Galliza, quando o "Bifoo de r. Fr. Luc.
| Mondonhedo, Dom Lopo, lhe vnio a igreja de fanta Maria do 2n. 14.o 3.
in rege
Minho, pera que elles pudefem feruir, como deuião, a Deos, {to.
vt religi% thdem commorantes debitum Zeo pºfint impendere famula
tum. E fuppondo a opinião de muitos, que a ferua de Deos for
Angelina deu motiuo a eta reformação, começandoa pelas frei
ras na cidade de Foligno, ou Fulgino, fempre auia de fer depois
do anno de 1362. em que foi eleito o Papa Vrbano V. o qual
|lhe concedeo a licença, como conta de húa bulla de Eugenio
IV. copiada pelo nofío" Annalita. E por aqui damos fim a eta 4.2rege
m. 544o
in
trabalhofa diggresão, a qual fizemos por acclarar a verdade na flo.
origem deta Ordem, deixando o ponto fixo pera quém o alcan
çar; mas aduertindo tambem, que não confite o louuor de húa
|religião em a velhice dos annos, mas no feruor, & pureza, com |
que obferua as fuas obrigações: Guardão os frades, & freiras de- …"
|ta Ordem em Portugal, Catella,& França,a regra,que lhes deu | …
o Papa Leão X, em Italia tem outra. . . .
- Vão correndo, /lf fundações dos Terceiros
, ; ficulares. .. . .
7 "o"." (aridade dep" acei foi intituida no bif
?
t.F. Hiero.
Rom.l.6.
• pado de Chaalon em França por D.Guido fenhor do c. 25° }

Catello de são Iorge, & outro feu companheiro, am


|bos Terceiros feculares, os quaes efcolhèrão por afumpto cura
enfermos, & hopedar peregrinos. E fendo no anno de 1296 |
| approuada pelo Papa Bonifacio VIII, cõ a regra da mefma Ter
|ceira Ordem,tomou depois a de S. Agutinho. Não entrou em
| Portugaleta ordénéera eu o moteiro de Rates perto da Villº
D do
—T- * …==
º8 Pruudios à hi/toria Serafita
do Conde,cou o alguns imaginao, temão dos monges, charnados
da Caridade,que profefauão a regra do Patriarcha são Bento na |
reformação de Cluni, cuja caía principal em Leão de Fran
ça tinha o me{mo appelido, como fe vê pelo liuro dos obi
tos de Santa Cruz de Coimbra, onde etão etas palauras a 17
de julho: (immemoratio monachorum Clumacen/um mºnºfieri) de Cha.
ritate. No qual tambem fe faz memoria a 17 de Abril de
Dom Guilhelme; prior de Rates, & monge da Caridade. E
he certo, (em algúa controuerfia, que mais antigos forão em Ra
tes os monges,do que em França a origem da Ordem, de que tra
tamOS. . . " • • •• • • • •
-
* * * *

8. A Ordem defanta 2rizida, deulhe principio eta gloriof


#**"|Santa,
in o artyr.
infigne em reuelações,profecias,& virtudes, "fendo Ter
die 23. ceira francifcana. E como filha do Patriarcha ferafico, º foi
Marti].
x F. Luc. fepultada em Roma no moteiro de são Lourenço impanisperna,
a n. 1318.
& 1391.
da Ordem de S. Clara,anno de Chrito de 1 373. Tem hum de
feiras na cidade de Lisboa,às quaes affitem os frades da me{ma •

|religião. . º - : -

• 9 . . A Ordem de s㺠Huronymº em Pôrtugal, & Catella, teue


y. sAn por feus Fundadores" a huns difcípulos do grande feruo de Deos |
tonin p.3.Thomas Succo, admirauel em prodigios,todos da Terceira Or
#"…" dem. Sairão de Italia pera efperarem a myteriofa vinda do Ef.
fincan. pirito fanto,que feu metre lhes tinha prognoticado, & toman
##nal do afento em Hepanha, quando mais pendentes etauão detal
# fua efperança,foi feita a mão de Deosfobre eles, o qual os enca
### s. minhou a refufeitar de nouo a Ordem de são Hieronymo, que ja
*# 1..] etaua extincta. Os que ficàrão em Catella,abrirão feus funda
e 7.84º.] mentos no deferto de Lupiana com approuação do Papa Gre
|gorio XI. que lha concedee no anno de 1 373. E o venerauel
padre frei Vafco, que fe tinha patado a Portugal, onde auia
nafcido, tambem a principiou no moteiro, que chamão de
Pennalonga, junto da ferra de Sintra, approuandoo depois no an
º no de 1389. o Pontifice de Roma. Tem eta religião illutrifi
... ma no reino de Portugal oito moteiros com hum collegio de
frades: todos, efcolas perfeitifimas da regular obferuantia, &
amorofos hopicios dos frades de S.Francifco, imitandona #
etes veneraueis padres a ofeu fanto Patriarcha, tocha infigne
|-FMare da Igreja, o qual no ceo *he Protector da nofia Ordem Sera
Elº fica. - * * .* . * …"; " "
… :: : - *: *"
"" | 1o A Ordem dºs Ermitães de são Hierºnymo, foi fundada por D.
*>++ Carlos, |-
---- →R

X • -** - - - - +

da Prounda de Portugal. __39


Carlos Conde de Mõre Granell>& por eu cópanheiro Gualte a. Fr Lur,
2f]. I 4.O Y.
Marfo, ambos da OrdêTerceira, nos mõtes de Fefula, dous mil F. Hieron.
Rom. l.
paísos da cidade de Florença, em húa ermida de noísa Senhora cit.C 18.
do Sepulchro. Guardafe nella agora a regra de S. Agutinho,de Salazar
C1t D. I.
pois de fe deixar a Terceira, co a qual foi confirmada pelo Papa &#.
Gregorio XII. acerca dos annos de 14o 8.
11 O Graufmo mº/teiro de S.Francfca Romana,fundou a mefma
fanta em Roma," fendo profeísa da dita Terceira Ordépera ma b. F. Artur
tronas nobres,q debaixo da regra de S. Bento,na Cõgregação do cit. die 9
Monte Oliueti,fe oferecem a Deos. Neta obra lhe affittio com Martj.

faudaueis confelhos o padre frei Bartholomeu, feu confe{sor,


da nofsa religião;&tendoa Eugenio IV.approuado,ella depois de
viuua,feguindo a me{ma vida, no anno de 144o. foi gozar muito
alegre da outra vida eterna. •

12 A Congregação dos enfermeiros pobres,que fe chamão Obregões,


começou pelo feruo de Deos Bernardino de Obregon,o qual dif
pindo as infignias de caualleiro da Ordê de Sant-Iago,&vetindo
o facco da penitencia,lhe deu primeiro principio em Madrid, no
hofpital, chamado da (orte, cõ licença do Nuncio apotolico, no
anno de 1566 a 2o.do mez de Maio. E depois querendo autori
zar,& cõfirmar o Intituto,elle cõ feus cópanheiros aos 7.de De
zembro de 1589. profesàrão a Ordê Terceira dos feculares no
fobredito ho{pital. Veio tambem a ete reino cõ doze dos cõpa
nheiros, onde todos então prouárão bem a grande opinião, cõ 4
a fua caridade florecia; & algüs ficátão em venerauel memoria e, Chro
nol. mo
nos holpitaes de Lisboa,Villauiçola, & outras terras, que conhe naft, Lulit,
cérão o amor cõ que elles feruião a os enfermos: mas como não 1. ** C. E I,

tiuerão cafa propria, o mefmo tempo os foi lançando de húa par


te pera a outra. Fundou tambem em Lisboa hum recolhimento
pera orfans, que depois de padecer fuas mudanças veio a fazer afº
fento,onde chamão as 3áercès. Efcreueo a fua vida D.Francifco de
Herrera,& outros tambem celebrárão o feu nome.
13 Comete majetofo apparato,nos pareceo que cõuinha
receber em Portugal a nofo padre S. Francifco, o qual de Italia
vém lançar a fua benção no leito fanto, em que auemos de naf
cer. E tambem, pera que quando ouuirmos falar neta fua
numerofa,& illutre defcendencia,compcta de tan
tas cafas, familias,etados, & folares, a o me
nos pofamos conhecelos
pelos nomes.
D 2 L lVRO
- ……………………… - - , ! ………………-, …!!! !, ------
· · -

- - - - -
••• ••••••• •
-------------------------- - - - -- - ----- - - - - --- ------ --------- * *
·----- - -
- ----- - ·· · ·*… ~ !,
-|-|-·

- -|-• ¶-- ,
----|- - -
|-|- , -
···|- +- - -·
. -|-------------

-
- |--
|-
|-!----|-
|--
·· |-|-----


|----- - - -|- --|-*-----
\ ,·
· · · ·· · · · - -|-
----+·|-v
----. ,,|-
--
|------
|-,|-

••••- --- --• ••••••• •


----…
}· · · --- ----- -
-
! -: ~ ~ ~ . , , , ** …
----- -|- ----|--
·|- ~.· *· · · ·· ·* * ·----
· : .· · |-|-

· ·· · · • •• |-ae-
----- -· · ·
-----
- -
|-
|- Tº.. -
. .
---------- - -------
-- ---- ^ ' :~ ¡ ¿
·
------ - -·|-
----*
•|-|-----
• !---- ---- ----|-·|-*
·
--
----
-· • ¶
- -·----
---- - - ----
--
-→ ·|- •,,
|------
|- --|--
- - -
º----*: :-)-

-|- ^ • • •|- ---- - -* • •
.----|-|- -|-
----…|-----
- ·|-
|-|-
|- |-----·
·----- - -
· →
·----*--------
|-·---- -|-
|-· -----
|-- · *
· |- ~~------
|------
: ·• • •|-

----
-|--|- - -|-
-----·
|--·----|-|-
·
--------
-· ···
----|-- ----
|-
!- -
·- -
-- · -----
-i• • • • •|-
· · ·: * ,
|-|-- ----- ·|- ----- --------1
…* - · !|--
----,
-----
… *|- - --
:- · ----|- ·|-
----
----|- * .---- · -
|--
|-> < !·

* * * *
|-|-• • • •|-!
|- ----- - - !-------
-
----
|-----|----- ---------
|-- – !|-
|-----
|-, ,

••••••
- - |-----
|-·
·- ·----
-----
|-
••• .
,·----
----·|-, !
|--
-|------
-|-
- |-|--
|-----
·|-
… *
|-·!
· - ----
- -
|- - -… »
---- ·|-
*- |-|-

, ,-|-|-----
•-*
---- ----. t.|-
·|-
|----- „ “ !
|- -
|-
|-
|
·
|-|-
|-- - --- - …- - - - ----|-
- -- -- ---- ·
----

~ ,,
----·|-
·
•••
|-|-----
|-· - ---- . - - - - -
"… ; Cº: > > … |- • *>.*: . — •• •
-
|-

*

* * * .* . . .

***: * *:: : : : : : IN:\>"; º -- - - _ — -


|-

->

-
.
#:::: .:: Tº T T-
HIS * * *
3. : ;
*

D -

* =

— — — — —
-
º
*: *-*.*****-* *-
; " - . .*. -
IA *
|-

| 2: S ERA - - -
:
I C "A #D O S
{
|
|-
-

Af : "A
-

•• • |-
Ar -- …, …
{}
…; … • •
-


|-

|-

e ..
-
-

FR A D E S MEN o R E S NA
|-
, , ; "> * ** * - - -- - - -- - - - - -

"… PROVINCIA DE
|
PoRTVGAL … …
• - ---- - º - "" - -
** * • • • •• *** ** * •

CA PJ TVL O "I." ]
|
, -- - -" *
cuidado de Deos, por cujo amor
| andaua por terras alheas arrata
Como veio a Hepanha naf) |do. Efcolheo por companheiros
padre Jão Francifo pera pa á os veneraueis padres, frei Bar
determartyrio, & que ca nardo de Quintaual, feu primo
genito na Ordem,& frei Mafeu,
minho trouxe na vinda |de quem lhe tinha contado, fºr
a Portugal · a vontade de Deos, que fe occu - º "…" . .
** * *** -|paffe elle em a faluação das al
I 213. s? PERTA DO | mas. E pòtos a o caminho, era
#*# dos defejos de tanto o aluoroço do Santo por
#martyrio ete | chegar ao fim de feus defejos, q
# Serafim huma. alentando a fraqueza procedida
no, depediofe de fuas enfermidades, com o fer
de Italia pera prègar a fé de uor do epirito, vinha correndo
Chrito aos mouros de Marro. diante, & faltando de prazer.
cos, ou ao menos de Hepanhº, Atraueffou co eta preça por
deixando tão piquena a fua reli | França,cõuertendo de paffagem |
igião dos Menores , que quando muita gente para Deos, atè en
muito,teria finquo annos de ida trar em Hepanha pelo reino de
de, encommendada porèm a ol - -- - - Nauarra, onde o ceo lhe decla.
__…_____________*___*--******-*
_D 3 • *-*- -
---- roa, --- -

Y "…
42 T7TDTS-7777777;
rou,que não auia de ferviolentº| mouros a victoria das Nauas:
feu martyrio com efpada dety: em Leão, D. Afonfo o IX. & em
rãnos,fenão amorofo pelas mãos Portugal tambem. D. Afonfo o
do Redemptor. Mas temos mui. | II. - = - ,

| to grande fentimento de que, a 3 Entrou o Santo em Bur .Garibai.


uendo tantos Autores, que lhe gos, º onde el-Rei de Catella f}luacq.; 6.
cõtirão por Italia os pafos, não affitio depois da feta da Afcen {
| fizede algum delta fua jornada | ção do Senhor atè 24 de Noué
exprefo itinerario, , bro,em que tornou a Toledo pe
|-|-

2. No anno em que entrou rair continuando a guerra com|


| ||
|
em Hefpanha, etão difcordes os os mouros Andaluzes. Efendo
|principaes Efcriptores da noísa | lhe dada audiencia real, tratou
jaan vai?
n.6. & 59. religião, dizendo o "Annalita, fó; como preladófantifima, do {
!
bº F. Marc,
P.I. l. I •
que foi o de 12 13. o "Chroni: que conuinha à fua religião; &
C-43. íta,o de 1214, & opadre" Gon |de fundar naquele reino cóuen
| c-pag 6o6
|&918. zaga,afinando hum<outro em |tos, com os # fe ampliafe.
diferentes lugares.Confideran Peraito exhibio a fuá regra ap
do porém as grandes voltas, que | *#anºcenciº III. &
deu pelos reinos de Catella, de não por "Honorio tambem III. b.Gonzag.
Pag.917 }
| Portugal, & Galliza: a detença, do nome, o qual ainda nete té
que em muitas partes fez:otem | po não etaua na cadeira de são
po, que lhe gatou hùa doença Pedro. E alcançando bom del
|comprida: a cõjunção finalmen pacho, principiou hum conuen
te, em que chegou a Catalunha, to em etame{ma cidade, que
| voltando ja pera França, pelo he oprimeiro dos que temos em
| mez de Setembro, ou Oitubro| Hepanha.Daquife faio chama
de 1214.tudo ito nos etá per do de outros pouospera o mef.
fuadindo, que no outro anno |mo efeito,aos quaes deu fempre
| dantes feria a fua vinda, paísa |fatisfação com milagrofos fuc
} dos ja alguns mezes, que lhe le cefos atè feir entranhando pelo
uou húa doêça cõ outras occupa mais interior de Catella,que vi
ções antes de vir de Italia. Não zinhaua cos mouros, de cuja im
d.pag.917. etauão vnidos mete tépo os rei piedade efperaua o martyrio. }
e.cit. n.59
Mariana nos de Leão,& de Catella,como Mas Deos, que o preferuauape
de reb.
Hip.l. : 1, cuidârão os padres. Gózaga,&º rainelle oftentar as marauilhas |
|C. 3
ilhefe. n
frei Lucas, / mas diuididos em defua omnipotencia,lhe COTIO11
hift # dous primos, & ambos do me{- |de repente o caminho com húa
p.1].s. C#
vlt. mo nome,reinando em Catella |doença forte, pelo difcurto da
Monarch. D. Afonfo o VIII, chamado o qual allumiandoo tambem o fo
Lufit. p.44 2om. que alcançou contra os berano Senhor, comecou a en
l. 13. c.7. :
tender, |
*>…
=

AMenores na Prouintia de Portugal. 43 - |


téder, que não era eta a fua fan correpondencia das terras, que
ta vontade. E affi (e refolueo em pera gizar jornadas, & caminho
ir vifitar o corpo de Sant'Iago de quem fe defuia delle por re
em Galliza,pera que fe declaraf zões, que lhe occorrem. Demais
|fe Deos com ele por fua inter que o Santo não vinha em direi
cefsão. Muito foi, o que netas tura de Burgos, fenão ja d'outro
jornadas tão compridas padeceo lugar do coração de Catella,
fempre com pouca faude, a pè, onde eteue enfermo; & diz o
roto,&defcalço,pedindo de por padre "Gonzaga, que neta vin 1.Pag 103 |
|ta em porta, como difcipulo d'a- da entrou em Ciudad-Rodrigo,
quelle grande Senhor,que (e fez & principiou conuento. Daqui
{pobre na terra, pera depois nos o mettemos em Portugal facil
enriquecer no ceo. Grandes fo mente pela cidade da Guarda,
*|rão as conuertões,que obrou: eº donde irà a Guimaraês primeiro
tranhas as marauilhas,que fez;& que chegue a Sant-Iago, como |-
#
tanto o intere{{e dos deuotos, dão a entender mofas Chróni-| |
em quem achaua fauor,que pelo cas antigas, o padre "frei Mar-a.cit. c.
menos a dous delles celebráão cos, & o conigeº Gafpar Etiço ?",cap. 19.
F),

exequias os anjos em figura de nas fuas antiguidades. E quando


frades da nofia religião. Mascõ elle deer volta de Compotella,
uem cortar por tudo, por não fuf. tornara a Portugal, cõ forme ditº
pendermos mais o defejo, que fe" Gonzaga, & fundára o con- ###"
|temos de o ver em Portugal. uento, que nos deixou em Bra
4 Confefsão todos, & não gança. Eftafegunda entrada nos
o pódem negar, que no difcurfo obriga a confeflar o me{mo pa
deta fua romaria a Sant-Iago dre frei Marcos com as fobredi
entrou tambem nete reino: fe tas Chronicas, dizendo que de
foi contudo á ida, fe à vinda, ni Nonis foi o Santo a Orgonho;
to não conformão elles. Porque hoje chamado Orgem, os quaes | * *
i.an. 1 214. o padre frei Lucas, que o guar lugares, potos neta direitura a
n.11. & 44 dou pera a vinda,lá o leua de Bur os que veem de Sant-Iago, não
&an 1994.
n.8. gos a Compotella por fóra de os encaminhão pera ir a Guima
Portugal, & por terra de Ator raés, fenão pera Bragança, alèm |
ga, fem achar outro roteiro, fe de ficar mais perto. E dete mo
não as taboas da Geografia, as do , encurtando os rodeios a o |
quaes motrão fer aquelle o ca fanto Patriarcha,que andaua en
minho mais direito. Mas etas fermo, & cançado, dizemos, que
linhas lançadas affi,como ele as entrou em Portugal pela Beira,
lançou,mais feruem pera conhe. dahi foi a Guimaráês, deita villa |
cer a ditancia, vizinhança, & , Compotella, & tornando por
D4 Bra |- ----
*

Luro I. Da hi/toria Serafita dos frades {


b.na dedº
Bragança leuou o caminho di frei º Marcos com º Gregório cat, da 2.:
reito,que vai pera Catalunha. d'Almeida, ou quem foi autor p. na im
pref. anti
- **

do liuro intitulado Reisuraç㺠de gº.


| ... c APITVLo II. Portugal, que em Guimaraõs a c.P.I.C.10.

chou elle a Rainha D. VrrãCa,


Entra o Santo nefertinº, & mulher del-Rei D. Afonfo II, à
qual bufcou de propofito pera
prºfetiza a fia feparação: lhe
gião.encommendar a fua reli
• •• :

ref/cita hãa defunta, &#


… pa[a a vifitar Sant 2 Netas vitas lhe profeti
zou o Santo,ñ te reino de Portugal|
Iago em Gal nãquafºria juntº a os reinºs de Gºffel
liza. le, como o achou c{crito º dito
padre "frei Marcos, questambé d. p. 1.I. 1.
C-45 •
I Vando o Santo fera
o efcreueo. Efe Portugal tiuera
1214. Q
fico, deixando Ciu menos trabalhos dos que teue
..."> dad-Rodrigo, fe met netes tempos, não quuera quem
teo em Portugal, corria ja o an negafe a profecia, nem ela fe
no de 12 14. & he tradição con tiràra do feu liuro na impreísão
tante,que efteue em a cidade da catelhana, que fe fez em Sala e.an. 1 2 14
Guarda. Que caminho, faindo manca. Duuida contudo o "An n. 12. I 3.
14.
daqui,leuafe,não fabemos: po nalita, que o Santo falafe co a
fto que fe não ouuete rezão,pe Rainha, & muito mais, que lhe
la qual fedefuiase, fempre feria difeffe as fobreditas palauras;
o mais breue pera Compotella, tomando por fundamento, que
depofitària nobre do corpo de nem as chronicas do reino fize
Sant-Iago,de quem queria faber rão difo memoria, nem auia tão
a refolução do ceo acerca de feu fegura tradição, que o pudefe
*1.1.c.8. martyrio. "Ioão Mariana diz, in prouar, né o Santo deixára prin
ºultimam penetraut Luftaniam, que cipiado conuento, como ouuera > - - - -T - -
--

penetrou a vitima Lufitania. de fer,fe falara à Rainha. O que


Mas a verdade dito he,4 entrou toca à tradição lhe negamos,
em Portugal, vitima parte de porque cada hora he mais firme.
Hepanha, fem decer a Alan A falta de Efcriptores não def
quer, nem a Lisboa, que lhe fi true a verdade; que muitas cou
cauão muitológe, como alguns | fas deixarão em Portugal de ef
fem fundamento cuidauão. Pô creuer os antigos, as quaes hoje
de fer,que chegafie a Coimbra, defenterrão os prefentes da fe
londe a Corte etaua: porémito pultura do filécio.Quanto mais.
não nos conta, & diz o padre | que não era a vifita d'algum Mo:
= = <= ==
narcha
Menores na Prouincia dePortugal. 45
narcha do mundo, pera ficar ef que età profetizado, de tal Ino
crita em annaes, ou intrumen do, que faltando ella, tambem
tos autenticos, fenão de hum fra elle faltará. Efta não tem depen
de etrangeiro, & pobre, o qual dencia, mas em qualquer cafo,
em comuertação particular diria que haja, fempre ha de fucceder
ifio à Rainha. E quem diffe a ef. o que diffe o Profeta.
te me{mo autor, que elle trazia Vindo agora á profecia
fempre configo tanto fequito de de nofo Padre ferafico,podiafer
frades, que os pudefe largarto condicional, & leuar por condi
das as vezes, que lhe pedião cõ |ção, que fe os peccados delte
uento? • •

reino não merece{sé o cõtrario,


3 Pelo que etamos certos nunqua ele feria vnido a Catel.
no que efcreueo frei Marcos co la; & nete cafo faltando a con
as Chronicas da nofia Ordem | dição, & pedindo os peccados a |
|-
antigas, frei Ioão Baptita Moles |vnião, por maior que ella foffe,
-

no liuro das profecias do Santo, fempre ficaua em pè a verdade


o dito Gregorio d'Almeida, & | do Profeta. Dete modo dife |

outros, que não sòmente cófef Deos a (Ieremias, que talvez lferem.c. "
|{ão dizer elle à Rainha as fobre 18. v. 9 v.bi
prometteria a hum pouo,&ahú Lira, Ra
|ditas palauras, mas tambem fe reino fublimallos com grandes ban. &
rem elas verdadeira profecia. El roíperidades,mas que fe ele o p#
h à Cat.
alfi bem merecem a centura do |offendefem ingratos, reuogaria c. 18.n.3.

nofo me{mo Annalita, & a fua | a promefa. São fuas as palauras,


/inApoc. reprensão / Alcaçar, « Moura, | que fe feguem: Subitº lequer de
f) Of, * •

Proaern.
|&*Vilhegas,os quaes admittin |gente, @ de regnº, vi edificam, Qr
Sº Pufe. 1.
de incant.
de, que o Patriarcha fanto dife |plantam ilud - Si fecerit malum in
C
-*-e. 3.
ira etas palauras, negão nellas a || oculis meis,»t non audiar vocam meam,
n. a 3.
h, no Fl
| verdade do efpirito profetico, & | penitentiam gam/pºr bono, qualº
San ét. &” julgão que as diria de fi,& defua | cutus fum, ytfacerem eis. Do mef.
fefta da cabeça, parecendolhe que Deos mo modo tambem difse da par
Cºnceic.
lhe gouernaua a lingua, & nifo te de Deds o profeta "Ionas,que /. Ion.C., 3º
V.4.
(e enganâra. E por quanto o feu "Niniue féria fubuertida dentro
|fundamento he cuidarem que em quarenta dias: Adhuc quadrá
}tem ja fuccedido o contrario, ginta dies, @Nthiuefukuertetur. E
}dito me{mo queremos defenga fendo, a ónofso parecer,abfolu
|nallos, aduertindo que podia fer tas as palauras, tinhão eta con
a profecia condicional, ou ab{o: Edição que Deos não tinha ainda

luta. Aquella,
condição, (emprepelo
tacitamente inuolue Freuelado ao Profeta,quefº a cida.
me
de não fiz/epenitencia, fe fubuerte
nos, da qual depende º efeito, hia ela." " -

\— ----
-->r=
---- ----••••• •• • ••
}
46 Liuro I. Da hi/toria Serafica dos f7;
}
5 E le foi profecia abiolu ulão, & afinauão, por le moltra
{
} tº como nos parece fer,tambem rem Portuguezes. Com etas cõ
e à verificada, & comprida até dições, ratificadas nas Cortes, á
hoje. Porque o Santo não difse, em Thomar fe fizerão no anno |
que o reino de Portugal nunqua de 1 581. entrárão elles no go
feria fujeito aos Reis de Catel uerno dete reino; & quando ja
• la,na qual fujeição eteuefefsen parecia, que a vnião fe intenta
ta annos: mas difse,que nunqua fº ua, foi retituido totalmente à
ria junto(he o me{mo,que vnido) liberdade antiga no primeiro de
«os reinºs de CÊela. E efta vnião Dezembro de 164o.ficando fal
| não na ouue ategora,por quanto ua, & illefa em qualquer dos do
…º tranf ella" de fi (empre muda a con us fentidos a profecia ferafica.
iato de 6 Mas ou o Santo em Gui
conflit dição, & etado do fujeito vnido,
e recorét
e
*
º atu
transformandoo nas qualidades maraés a difeffe, ou noutro lu
º rn C Gath. do outro a que fevne. Affi o ve gar do reino , não deixa de fer|

! ou e it
V concl.
mos na vnião das igrejas, catel certifimo,que eteue nefsa villa.
* 4 *. los, territorios, & reinos, que no Não foi contudo pera vifitar a
Roman.
conf. 175.
ponto,em que fevnem a outros, são Gualter, feu difcipulo, como n. Hitec-i
|
n 4 . logo perdem os feus foros, & fi difse hum "Autor dos nofsos tê clefiaft.de

A ex cof, Lisb. P.-a.
1
+

+ º so.l. s. cão ujeitos a os alheos; o que pos, porque tinha ficado em Ita C. 17»
n.8.& 9. nós ainda não vimos em Portu lia, & não veio a Portugal, fenão |
- }
gal, porque até quando Catella dahia dous annos, no qual tem
o gouernaua, fempre conferuou po principiou o conuento. Seria
a fua forma,& majetade antiga. lua tenção ver a Rainha, feella
Ainda gozaua de feus priuile na me{ma villa etaua, ou Deos
gios, & leis: ainda futentaua os o leuou pera acreditar feu nome
feus mefmos tribunaes, Capella com o milagre feguinte, que foi .
Real,& oficios do paço,os quaes dos primeiros, em que motrou
sò os Portuguezes fazião, quan feus poderes fobre as forças da
do os Reis catelhanos fe acha morte. Tinhafe elle recolhido,
uão nete reino: ainda os natu como cotumaua (empre, num
raes de Catella erão tidos em hopital na companhia dos po
Portugal por etrangeiros pera bres,& obrigandoo hum deuoto
não lograrem nelle beneficios, a pouzar em fua caía, Deos: lhe
bipados, ou penfões: ainda nofº pagou breuemente pelas mãos
fas conquitas, & armadas fe (e- do me{mo Santo eta fua carida:
e.F.Marc.
parauão das que erão catelha de,porque "falecendo fua filha, & Fr. Luc.
nas;& effes Reis de Catella,nas a qual etaua enferma, foi reti cit.

prouifões tocantes a efte reino, tuída por feus merecimentos à


na nofia língua materna efcri vída. Comito fe imprimio tão
} •••••weew
notauel
• • •• • •
•••• •- -
→ — ••• . * * - * • •• ••• • •• •- -

Menores na Prouintia de Portugal.


notauel deuação, & afeição a ceos abertos, & appareceo hum
feu refpeito nos moradores da Anjo, o qual lhe fignificou co
villa, que ainda permanecem mo Deos era feruido de que tor
grandes veftigios della. Defpe. nafe a Italia,pera tratar do aug.
diofe finalmente entretendo as mento de fua Ordem ferafica. E
inftancias de lhes conceder cõ promettendolhe nito particula
uento, com húa promefa delle res fauores, tiuerão logo princi
pera quando ouuefe occafião;& pio na fundação de hum cõuen
feguindo feu caminho pela cida to naquella me{ma cidade. Os
de de Braga foi fantificando a padres da Ordem do Patriarcha
terra, que pizaua com os pês, & são Bento lhe concedèrão o fit
fazendo bem a todos. Alem de tio: elle os quiz reconhecer cada
Põte de Lima, em pouca ditan anno, tendo refpeito à fua fanta
cia, apparece húa fonte, chama pobreza, por direitos fenhorios
da de são Franc/co, onde dizem, é com hum cetinho de peixes do
de(cançou,& bebeo;& pôde fer, rio,que por allipafaua perto: o
| que por ido ali perto fe fundat ceo lhe reuelou pera as obras
fe o nofo conuento de Val de | hum thefouro efcondido debai
| Pereiras, antigamente de frades, xo da terra; & os fiades,que dei:
& hoje de freiras de fanta Clar xou por moradores Ila #
ra.Entrou em Galliza pela cida quelle tempo chegado em roma
|de de Tui, & chegou a Compo ria a o fanto Apotolo de Chri
|ftella, pera onde o leuaua o pezo to, como então vinhão algüs de
| da deuação. Italia. * . . . .::.:: …"
|-

#
-

2 * Feito ito,fe faio, com


c APITvlo III | || muita preça tão obediente a os
:
* * * |mandados de Deos,como alegre
Como o fanto Patriarcha; de lhe fer.ja manifeto ofetui
|ço, que lhe podia fazer; & tor
vindo da farmaria, fundou nou a entrar em Portugal por
-
conuento em Bragança, cu { || Bragança, caminho de Catalu
ja antiguidade fè toca, nha, onde queria defpeditfe de
|| Helpanha. Era villa Bragança
&# tornou pera • |
" || nete tempo, dadiecefe de Bra
• - - - }
ga: mas infigne por fua antigui
|dade, porque ainda alcançou o
• !. I

TV | Ometranha
dade vifitou ohumil
fanto | nome Zºrga, que por rezão do
quarto Rei de Hefpanha, cha
- " Padre o corpo de Sãt |mado Brigº,competia às cidades.
Iago, em cuja igreja lhe forão os | E fendo engrandecida depois
•••••• +
pelo
- - -- - ---- …………… ***
-

48 "T7 I. Da Ta SZ77 frã , º

pelo Imperador lulio Cearcha doo como a feruo de Deos, não


moufe lulio-3riga, como cidade de fofrião, que fe fofe fem deixar
Julio, protetando nete nome o hum companheiro, o qual o re
empenho de fuas obrigações. prefentafe. E pera facilitarem o
'ain Chro Affi o dizem º Iuliano Arcipre fauor,que pretendião, os princi
.nic.n.lo4.
*-P 1. pag. te de Toledo, o * Cathalago paes lhe oferecêrão logo fittio,
477. dos arcebipos de Braga, & A & grande ajuda pera fe fazer a}
Ibraham Ortelio no Thefouro cata. Não fe pode efcuzar o fan
geografico.E fe outros incluirão to Padre: mas dando fatisfação à |
nos limites mais etreitos da Lu (ua boa vontade,fez a planta do
fitania antiga a cidade dete no conuento pela traça, & medidas
c. refere me: º alguns lhe derão húalar da fua fanta pobreza, & deixou
Strabol.3 |
gueza tão grande, que chegaua hum cõpanheiro dos que tinha
a Entre Douro & Minho, & po achado em Sant-Iago,o qual fof
dia alcançar em Tralos montes fe correndo com etas obras até
|Bragança. Gatoulhe porém o elle encontrar coadjvtores,á lhe
tempo, que he roedor de tudo, a mandafe do caminho. E com
fubtancia,& nome,porque veio ito fedefpidio de Portugal,arrã
|a chamarte Zºrgantia, & em por cando cõ faudades os corações
tuguez Zragança, & os mouros a de feus deuotos, que não podião
aflolàrão de modo, que neceísi. largallo. Àas, ideembora nºfo Pa
|tou d'outro nouo nafcimento. dre amantifimº, pois Zeos he o que
Etáfittuada na prouinciadeTra vos chama. Porêm nós não vos auemos
losmontes, fronteira ao reino de de largar fêm primeiro nos darde, a
Leão, onde domina, & empara vº/a benção: @jeja benção de pae
com hum foberbo catello,obra amor%, 3; efimado de Chrfio, pera
del-Rei D.Ioão I a muitas terras, que crecendº nºs com º oruulho do ceo,
abundantes de quanto he nece[- não lancemos nº/as raízes na terra,
fario pera a vida humana.El-Rei mas /jimºs filhos vº/os nº amor da
D. Afonfo V. lhe retituio o feu, pobreza euangelica,Q} em todas as vir.
|foro de cidade, & fica hoje no tudes. * . *. i
bipado de Miranda. 4 Deta vinda a Bragança
3 Aqui chegou nofo padre do Patriarcha ferafico, & da fun
são Francifco,andados ja alguns dação detecõuento faz memo
mezes do anno de 1214, pera ria o padre Gonzaga, & com d.pag803 |
grande honra noffa, & confola ele º Alonfo Lopez de Haro em e.l.3.c.1.
- - e º** * •

ção de fua alma.Porque admira o feu Nobiliario. E não fabemos pag. só.
, dos os vizinhos deta villa de ve como o padre ffrei Lucas feat an. 1114.
rem nelle hum homem, que pa treueoa negar tudo, fendo filho º "?" |
recia mais que homem,veneran deta nofa prouincia, chamada

; •======
- -- - - - __ de Por

AMenores na Prouncia de Fortugal.
• • 49
de Portugal, que lhe deu o fanto leuãtar cô o nome de Prouincia,
habito,& lhe fez a profisão,que & fer mãe d'outras prouincias.
lhe concedeo etudo de Filofo
fia, & Theologia até o pór na C A PIT V L O IV.
claffe dos prégadores. Mas não
entrou em Bragança; que fe elle Quem concorreo na fundação,
lá chegàra,& vira a tradição an &# reparo defe conuento de
tiga,& cõtantifima de todo effe Bragança: da e/timação,
ditricto,que os paes cômunicão
aos filhos,pôde fer é cófeflafe o gue dele faz a cidade;
á aufente negou, porq as pedras & das mudanças
da rua fe auião de leuantar con
tocantes a feu
tra elle, como diz que receou de
outras terras, em cafo que não g"uermo.
quizeffe etar pelas fuas tradiçõ
|es. Vêm em fim a cõfeffar, ainda I Reuemente puzerão em
que muito tarde, que feria efte bõetado os moradores
conuento fundado depois do tê da terra as obras dete
po de nofo padre S. Francif cõuento no me{mo lugar, onde
co: mas nem Bragança lhe acei agora o vemos: fóra,mas júto da
ta o partido, né nós també que cidade,por fer mais accõmodado
|remos etar por elle; & quanto a o nofo intituto de procurar o |
l maior he em muitas coufas o de remedio das almas fem difpédio
femparo do conuento, mais nos das obrigações do coro.Etá fit
| obriga a rezão, & a jutiça a de tuado a refpeito da cidade pera a
|fender a fua antiguidade. E jun parte do nafcente,em correpõ
|tam éte fublimamos de caminho décia do moteiro das freiras de
| a maior felicidade,& hõra deta S. Clara, q fica da outra banda,
infigne prouincia entre todas as etendendote feguro entre etes
| outras dete reino, & muitas da baluartes, mas inclinádo algum
|chritandade, a qual foi nafcer tanto ao Sul; o corpo da propria
| em feu primeiro principio por cidade.Ete fittio,4hefrefco,ain
|

|rezão detecõuento nas me{mas da á afsõbrado co afoberba do


| mãos de feu cariffimo Padre o catello,nos derão algüs deuotos
| Patriarcha dos pobres,Pelo que da familia nobre dos 3áoraes, cu
| dete anno de 1214 no qual co |jos nomes não efcõde agora in
|meçou eta cafa de Bragãça, lhe gratidão,mas fepultou odefcuido;
iremos nós cõtando füa idade no] dos antigos,6 a o menos é papel,
etado de Cutodia,& de Cuto |quãdo não fora em brõze, os ou
dias,atè que chegue a tépo de fé uerão de efcreuer. Auia nete lu
E går
*>
*"**********************m *>
yo Lurº 1. Da bifuria Serafica dos frades
gar nua ermida de S. Catharina, & le não he majetofa, não con
q nos feruio de igreja,& ficando fentia então outra grandeza ma
depois incorporada na cafa fe ior o nofo humilde eftado. Po
transformou em capella do ca to que nunqua os Reis de Por
pitulo,onde por memoria da fan tugal fe izentàrão de lhe faze
tidade primeira muitos annosti rem mercês, & o primeiro,que |
uerão os feculares confraria em repartio em tetamento efmo.
louuor da Cruz de Chrifto. las pelos conuentos da noffa
2. A eta Virgem fantifima, religião, a faber Dom Afonfo
& illutrifima martyr tê grãdes III. no anno de 127 1. a efte
obrigações no reino de Portu tambem confignou o feu lega
gal a noffa religião, porque ella do. A Rainha fanta Ifabel lhe
nos emparou, recolhêdonos em teue fempre epecial deuação,
fua cafa húa vez,& muitas vezes, por fer elle o primeiro, em que
quando nós ainda eramos etran entrou nete reino,quando vinha
geiros, defconhecidos.& pobres, de Aragão;& ajudada da grande
Aqui em Bragança nos deu afua magnificencia del-Reifeu mari
ermida, &ito com tanto goto, do D.Dinys,deu nouo fer à igre
que nem o titulo quiz referuar ja,reparando juntamente todos
pera fi, confentindo que o con os mais edificios. Afi o tete.
uento fe chame de são Francifco. munhauão no forro da capella
Em Alanquer, pera fundarmos mór, a qual era obra fua, os
o fegundo, nos ofereceo outra retratos delles ambos, antes de
ermida. O terceiro na villa de húa ruina, com que ficáão en
Guimaraés nas raizes de húa terrados. Mas depois a tomou
ferra , chamada de fante Catha à fua conta a Serenifsima cafa
rina, teue o feu nafcimento, dos fenhores Duques de Bra
& quando depois fe trasladou gança, accumulando a ete cada
pera a villa , no dia da me{ dia outros fauores maiores. Ain
ma Santa tomamos poffe do da que eta cidade, affentando
hofpital, que pera iílo nos de o feu dereito na primeira fun
rão. ".
dação, afsi julga por feu todo
Mas tornando à funda o conuento, que tratando hum
|ção deta cafa, não elperou o guardião de encurrar a igreja
brio, & deuação de Bragança, á pera fegurar o frontificio, que
nas obras entrafe braço alheo, tinha arruinado , nunqua, lho
nem ainda da Majetade real, quiz confentir , nem fofrer,
encarregandofe dellas à cuta | que ficafem fôra della os of
das rendas publicas, & efmolas |fos de feus defuntos; & então
particulares, atè ficar acabada; } diferão os cidadaõs com hum
brio
*##aaaaaaaa…--••••
== == - …= = = = = = === == - - -

essassº —

- - - - --

Aleutes na Produtia de Portugal. } 1


brio generofo , que fe a cº/a de gança nos trata, motra bem a
tão Francfºo era grande , ainda el muita etimação, em que tem
} les por fua deuação a d%juuão ma ete conuento. Não sòmente
10)". na cidade, mas em todo o feu
4Ao lado direito da dita ca termo, quando vém hum fra
pella mòr fica outra daCóceição de de são Francifco, de tal mo.
immaculada da Virgem Senho do o fetejão, como fe fora o
ra nofa, obra grande,&infigne mefmo fanto Patriarcha. Auen
do Doutor Pafchoal de Frias,ab do duas parrochias, outra caía
bade deCarrazedo,affi em a ma ide religiofos, & dous moteiros
jetade, como no raro concerto, de freiras na cidade, nete con
cõ q a deixou ornada de muitos fuento prêgamos por fua conta,
quadros,reliquias,&laminas,que os fermões do Aduento,& Qua
ele trouxe de Roma. Aquietà refma; & depois,dia de Pafchoa
húa Cruz feita de ebano, pouco em procifsão folemne nos vêm
maior que hum palmo, na qual dar as boas fetas. No de fanta
fe vê reprefentada toda a vida Luzia, cuja reliquia temos, he
de Chrifto, em figuras de rele tão grande o concurfo da mef
uo, tão fubtijs, & tão miudas, ma cidade, & dos montes, que
que a vita mais aguda não lhes caufa admiração. Com os par
póde dar alcance, & por grande rocos etamos tão germanados,
marauilha fe vèm ver de muito que fem refpeitar izenções, obri
|longe. E tendo feito tambem a gação, ou dereito, hús, & outros
| cafa da liuraria, que proueo do
partimos liberalmente as ofer
neceffario, depois de morto fe tas dos defuntos,que nas fuas,ou ** * 1 *

|e(condeo na capella a os pès do na nofía igreja fe enterrão. E ef


|{eu altar, debaixo de húa pedra, ta conformidade não deixa de
na qual fe lem etas palauras. fomentar o amor,que géralmête"
| Hic iacet mortuus, qui perat /emper nos tê todos os ecclefiafticos, &
viuere: & he o mefmo que di ja chegou a etado,4 por não vir
|zer: Aqui jaz morto quem ºfera a faltar a nofia fuftentação,orde
wuer fempre. Pela volta do arcº nàrão algüs Bifpos de Miranda,
a. C. * >.
| efcréueo etapropria têção,dizê que na fua diecefe não pedifíem
v. 18. } do cofanto Iob, º como verteo frades catelhanos;& noutras oc
| Santes Pagnino : In nidulo meo cafiões os vífitadores dete pro
|moriar, Gr/cut phenix multiplicaba prio bipado,querendo alliuiar a
dies; & vem a fer: Eu morrere nº os frades do trabalho dos cami
meu ninho,gr como femzmultiplicarei nhos,elles me{mos tomauão àfua
} ºs dias. cõta a cobrãça das efmolas, 4 (e
5 … O amor, com que Bra pedião pelos mõtes pera as obras
F 2 (12
→ ====== --------=-=-
- • +

- -- -- -

52 - - - -
I=7T7 TS7 dos f7;
da caia. Mas també tudo era ne
cefario pera elles,ásão vinte,le C A PITV L O V.
uaré mais facilmente,afio rigor
do clima no etio, & no inuerno,
como a grande feparação, em á
De alguns religiofis, cuja ve
etá ocõuento,pela ditancia das nerauelmemoria pertence
| terras, do mais corpo da prouin a flefanto con
cia; & [e fó a rezão de bom go lº/ll().
|uerno, purificada de paxões, os
|lãçar por etas partes, menos te
rão que fentir em fe verem tão I Os conuentos, em que
longe de feus irmãos. o nofo defcuido tem
6 A mefma feparação dete feito maioretrago,ef>
cõuento na ditancia dos outros te he o que ficou mais ofendi.
foi caufa antigaméte pera feren do, porque fendo plantado pelas
cõmêdado a diferêtes cutodias, mãos de nofo Padre ferafico, o
á o forãogouernando,no ditrit qual logo nas raizes lhe infun
to da prouincia de Sãt-Iago, cu. dio com feu exemplo alentos de
jos termos també chegauão a ef. fantidade pera florecer viçofo,
te reino. Pelo q,fendo elle Portu toda efa fermofura da fua fan
guez no nafcimento,& do corpo ta primauera, & ainda dos mais
B. arch.de |
da cutodia antiga, chamada de tempos, età agora efcondida;
S. Frane. Portugal, º no anno de 1272. foi & pera nós falarmos nelle, com |
do Porto.
c. arch de
entregue á de Galiza: º no de tão pouco nos ajudou ofeu archi
S. Franc. 133o. etâua lançado co a na uo, que foi neceffario mendigar
de Lisb.
ção Leoneza,na cutodia de C,a etas noticias por liuros alheos,
d. Pifan.cõ
formitat.it
mora: º no de 1 385. o achamos & cartorios etianhos. A mef
outra vez retituido ao nofo ma queixa auemos ainda nou
Portugal,na cutodia,que fecha tras partes de fazer contra a
mou de Coimbra,& nella permane muita fingeleza dos nofos Pa
ceo atè quando todas as do mef dres antigos, que tratando de
|mo reino (e vnirão em prouincia fer fantos, comefmo efpirito de:
ditincta,que he a noffa, porno fugirem da vangloria, deixarão
me de Portugal. Pafou finalmente de publicar as virtudes de feus
muitos annoscos priuilegios, á proprios irmãos , cuja noticia
tinhão os padres Conuentuaes, hoje nos pudera e pertar, &
& foi dos vltimos, que no anno juntamente honrar. Mas e el
de 1 568.recebérão nefte rei les por humildes fe defculpão,
no a noffa reformação como o pôde fazer qué conhe;
Obferuante.
cédoete damno, nélhe procura
| - - - - - - - Termº
*******>>>*à

44enores na Prouincta de Portugal. $ “)3


remedio,nem aflite a fua reftau rão feus offos por não ficarem
|-

ração? No que toca a eta cafa, fujeitos a algüa indecencia, ou |


parece que de propofito fe con. furto: mas o lugar do depofito
juràrão as degraças contra ella, não nos era manifeto,ainda que |
porque atè o padre frei Lucas, fe dizia fer na parede da igreja, |
hitoriador graui/simo, dizendo entre a porta da fanchriftia, &
no anno de 1394, que o Papa Pulpito. Pelo que encõmenda
Bonifacio IX, fez commifairo mos, ja em ordem a eta rela
apotolico a hum dos feus guar }ção, a o padre frei Luis de fanto
diaésperacõpór certas conten Eteuão, guardião da me{ma ca
das,não declarou a materia, né as fa , que fizefe diligencia por
partes dolitigio. Achamos tãoê defcobrir ete thefouro efcon
por informação,que cõmettêdo idido, a qual ele fez pontual.
BenedictoXII. a reforma dos |mérea 2. de Feuereiro de 1646 |
comigos regulares das igrejas ca em prefença d'algüas pe{soas gra
thedraes de Portugal,&do reino ues,como foi o reuerendo vigai
de Leão a os priores de S. Cruz ro daquella mefma cidade, &
de Coimbra, & de S.Ifidoro da reitor de Crato d'auelaans, por
cidade de Leão, nefteçõuento, nome Francifo Pires de Soufa, &
r ficar nos cófins d'ambos os Duarte Ferreira Sarmêto,verea |
reinos, celebràrão húa junta; & dor no me{mo tempo, dos quaes
grande gloria he feruir elle pera ambos fazemos aqui menção a
ete miniterio. Porêm as mais repeito das certidões, q nos de
circunftancias,como outras mui rão do que paísou nete cafo.
rascoufas, temfe alongado tanto #3 … Rõpendo pois a face exte
| da memoria dos homens, que a rior da parede,appareceo húar
penna mais ligeira não as pôde co de pedra,dêtro do qual forão
- - -

alcançar.… 1 # ! . * . ** * .* . * … |vitos alguns ofsos de corparda;


- 1 ) O maior fentimento,4 nòs como de terra, & humiletreiro,
remos,he nãofe faber o nome, o |cujo fim jafehão lia;&começaua
particular da vida,né pelo menos | a dizer:Jºgutjazzºlfphabhade de
cõ certeza infalliuela fe ltura |{afira roupel, congº da Sède 3raga.
daquelleferuo deDeoscópanhei Picarão logo na parede mais aº
ro de nofo padre S. Francifco, baixo húa argamafia grofa, &
primeiro guardião, & fundador achàrão outros oísos tão aluos,
que parecião de neue, com
do conuento. A fama contante!#hüa caueira da me{ma cor , aº
o apregoa por fanto, & imitaria
nifo ao feu metre ferafico. Diz |companhada de dentes, & hum
tambem,que apertando as guer pedaço de cordão da nofsa Or
rasdos catelhanos feefcondê-] dem. Pelo que julgárão tcdos,
()
E 3 que
••••••••• ••••• …
$ 4. _Lurº I. Ta bifloria Serafica dos frades
que etes e ao os ofios do noflo a o nodo parecer,de fuperior im |
feruo de Deos: os outros, do fo pulfo. -
bredito abbade; a qual opinião 4 Quando a parede fe co
fe confirma com algüas conje meçou a abrir, faio hum cheiro
éturas. A primeira, deduzida da tão fuaue,& tão forte, que fe te
pintura, que na parede de den |ue a milagre,& certifica o fobre
trofe achou, poíto que fe fora dito Vigairo, que entrando pela
algum letreiro, ainda nos dera porta da igreja na me{ma occa
outra certeza maior.Etaua o de fião,lhe pareceº que ardi㺠muitos pi
funto pintado no nofo habito uetes,9rrafºulas. Diz tambem, q
co as mãos leuantadas a o ceo,& tomou pera fi hum nó do cor
logo afima delle dous anjos,que dão,achado entre os ofíos,& que
nos braços lhe recebião a alma. com elle faràrão muitos doentes
Affitião finquo frades,& não fe de maleitas. Deufê Duarte Fer
rião mais naquelle tempo,fazen reira Sarmento, ja referido affi.
do o oficio da encõmendação, ma,na certidão, que pafou, que
ou do enterro: hum delles com etando fua mulher enferma de
Cruz alçada;outro reuetido em húa perigola febre,no põto que
alua,& etola, com hum liuro nas lhe lançàrão hum offinho ao
mãos, que continha etas pala: peícoço, logº melhorou, ce/ando ºs
uras: Zeus Sion recipe animam fiam. crecimentos. Antonio Mendes cõ
As quaes querião dizer: Recebei, fefla publicamente, que tambem |
Zeos de Sion, eita alma. São as ou fua mulher com outro offinho,&
tras conjecturas, a tradição, que hum dente,que trazia a o pefco
auia de etarem neta parte ef ço, foi liure de huns accidentes
condidas etas veneraueis pren importunos, que lhe dauão mui
das: o aluoroço notauel, cõ que ta pena, & recebeo outros fauo.
todos feftejârão eta fua inuen res de Deos. Finalmente as reli,
ção: o afenfo géral,com que pu giofas do moteiro de fanta Cla
blicão fer efte o thefouro encu |ra tem tanta fênetes ofíos, que
berto, que pretendião lograr: o |os bebem desfeitos em pô mas
afecto pio, & deuoto, com que | fuas enfermidades, & publicão
os prefentes trabalhauão porto |grandes coufas. Mas o Senhor
mar algüa parte, & póde fer que | clementifiono, que manífeta as
o leuarão inteiro, felogo não fe |reliquias, & poderes de feus fer
tornára a fechar: a fê, com que |uos,quando lhe parece bem, nos
| agora applicão a os enfermos ef> dará, fe for feruido,outras maio |

tas proprias reliquias: as maraui res noticias. * #; gºl e º


lhas, que contão, obradas por 5 Aqui tambem acabou o |
| meio dellas; & tudo originado, ! feu deterro outroVarão apogo
lico,
*=………………== *>" Tr =
*wrº *== — — --------
:--.-
---- * * ** ==

AMenores na Prouincia de Portugal. 5;


lico,ornado de fingulares virtu- Ecõtrágido do preceito do pre"
des,entre as quaes lutrárão mui lado, qetranhaua etas fuas pre
to a pobreza, & humildade. Foi parações em faude, lhe reuelou
catelhano na patria, frei Hiero que muito cedo feria a fua mor
nymo no nome, & floreceo na: te, como na verdade foi. No
quelle tempo em que a cutodia principio da doença pedio a fan
de C,amora gouernaua o con ta Vnção; & vendo que o medi
uento. Poucos annosha,á abrin colha queria dilatar, diffe com
|do a fua coua no cemeterio cã. grande efpirito: 2em autados ºfta
mum, faio della grande cheiro; mos nòs,fe ºuuermos de efierar defen
& queira Deos, que já hoje não ganos da medicina nas coifas da falua
feja defconhecida, porque o nof fão. Eufê de certo o que me he necef
fo defcuido neta parte, por não faria. E dando outros exemplos
vir a defcair num total efqueci de virtudes chrittaans,& religio
mento, neceffita de muitas de fas,foi defcançar, como piamen-|
precações." . " " . . . te cremos, na companhia dos
6 … Deta cafa finalmente Anjos. s … -- • - --

no anno de 162o. foi gozar del z Dous fujeitos infignes deu


melhor vida o padre F.Francifco. etame{ma cidade à nofia Reli
de fanta Barbora, natural da ci gião, poto que noutras prouin
dade de Coimbra, cujozelo pô |cias, dos quaes aqui nos lembra
de fer que pera ca o deterrafe, mos, por quanto fendo mininos|
porque nunqua os zelofos tiue |nete conuento começàrão a a
rão muito defcanço. Mas elle prender as letras co a virtude.
purificando da efcoria de nofias, He hum delles o padre frei Fi a Daça p.
humanidades fuas virtudes co lippe Dias,º piègador apotolico, 4.1.4c. **
nhecidas na forja do foftimento, & metre dos prègadores do feu
abrio os olhos de modo, manife-l tempo, o qual depois de pregar
tandolho affi a Piedade diuina, quafi finquoenta annoscógran
que das portas da me{ma faude | de fruito das almas, ainda etá
enxergou, que o bufcaua a mor prègando, & pregarà pera fem
|te. Coeta certeza, ou defenga pre em oito tomos, que impri
| no pedio ao guardião, que fize{-| mio, de fermões: Faleceo com
|fe na fua cella vitoria pera jul fama de fantidade no conuento
|gar, fe etaua bem conforme à| famofo de Salamanca,da prouin
|pobreza francifcana, qlhe défe cia de Sant-Iago, onde tambem
| licença pera vfar do me{mo ha profefsou. Outro he o padre frei
|bito, com que andaua vetido, Luis da Cruz, cujas letras,virtu
} & lhe concedefe a fua autori des, & efcritos, alcançàrão em
| dade peracõ{efarfe gèralmente.
de p •
Roma grande nome na etima E

{ -cão
–a– —— ••••••

jó Tar,TT, Ta S #77; |
ção do Papa, & Cardeaes. Pro da Ordê le retirauao do cocurfo I.
fefsou na prouincia de S.Gabriel dos conuentos pera ermidas fo
em Catella, foi Minitro na da litarias, húas das quaes achauão |
Terra do Lauor,reino de Napo feitas,outras fazião de nouo, on
les, & vindo ao capitulo, que ti de feruião aº Deos em maior |
uemos em Toledo no anno de quietação do efpirito. Foi hum |
|
1633.acclamado por Gèral,em detes o padre" Fr. Manoel Cor a. Monar
C,aragoça de Aragão lhe ata uo, que morando neta-cafa de p.ch.Lufin.
s.l., 7.
lhárão os paísos. Dura coula,que Bragança, faio della a edificar C. I 2.

queirão os feculares executar em tempo del-Rei D. Ioão III.


| fua potencia em impedir o go húa ermida de nofa Senhora do |
|uerno das religiões fagradas, cõ Loreto no territorio delta pro
|rão grande damno dellas,&ma pria cidade. Deulheo fittio della |
|iores encargos de confeiencia, o licenciado Manoel Gomes
|alfinelles,como nos ambiciofos, Correa: elle com luas agencias
| que temerariamente follicitão leuantou o edificio,& impetran
feu fauor. Mas quando os ho do confirmação da fanta Sé a
mens lhe impedião a prelazia | potolica, ficou quieto na poffe,
| da terra, daquella me{ma cida |fetuindo a Mãe de Déos,&affei.
de o chamou Deos pera reinarr|çoando com exemplos de virtu
| em o ceo... Fez delle memoria o | de todos aquelles contornos, atè
k……. padre º frei Gapar de la Fuente | ame{ma Senhora lhe appremiar
na hitoria do fobredito capitu na outra vida etafua deuação.< |
lo gèral. * ; , , ; º f: ** ** * "… 2 " Outla. ermida, que he
: -
+
+ * *
-

| a… : : : :
- ; ;} :
. * * ___*__* * * *
| de fanto Antonio, no lugar de
|- … ! - º CAPITVLo VI , i | Coelhofo, reitoria de Parada;
*
! |r •

*_*CC"1". i : ; zo"; "...


+
1: : :


| pouco mais, ou menos de tresle
|Da fundaç㺠de duas goas ditante da
ermi-|gºasditan fobredita cida
{
+-

|-
"# … • • • •
teriofo
* *
principi
entrou efleton- | de, teue myteriofo principio
* • • • •

nete cafo, que fe fegue. Auia nel


|
• uento:hia de fanto An-2 | le hum mancebo, de idade de
1 tonio poroccafão | vinte annos muito amigo dos poi
• • •• • •

º l , - * ,
muito _nota- || bres, bem inclinado,& deuoto,o
* # :; , 1. * >, , ,,
qual algüas vezes iguardaua as
| - ucl. . . . |ouelhas defeu pae;& em quanto
*-* *

• - • . . . #: º " … -- : :
|ellas pafgião no campô,elletam
|| 1 T) Erfeuerando neta pro bem recreaua feu cípirito cobi
#" | "uincia os Conuentuaés | lição d'algum liuro, ou com ou
{| …" antigos,alguns delles cõ tro femelhante exercicio. Eftan |
il licença do Papa,ou dos prelados
#
do afilhã dia do annoder617 |
V 1O
-
|-
- -

Menores na Prouintia de Portugal.


vio de repente junto de fia hum uras: Louuado fºja o fantífimo Sa
fade,vetido no nofo habito, o cramento, Zeme a benção,fenhor re
qual lhe perguntou o que lia; & uerendo. He o modo de falar na
repondêdo o mancebo,que era gête d'aquelles montes pela ter
|
a vida de S. Francifco,lhe tornou |ra de Bragança quando nos bei.
a dizer o mefmo frade : Trabalha jão o habito.
2. Morr muito por fºr deuoto, @ imitar efe | 4 Intruido neta forma, ja
ch.taí.
Santo; @ não te dem muita pena as pelo mez de Dezêbro tornou a
. [p.íliº ouelhas, porque Zeos as guardarà.
C. Il. ver o me{mo frade defcalço,&cõ
Defapareceo no ponto,que difse habito portuguez, afi como nós
ito, & o pator admirado entre andamos, & faudandoo pelo mo
confufões, & ancias, procedidas do de á etaua aduertido,o frade
da vifão,foi á cidade bufcar nel feriu alegreméte, & o cófortou
la algüa pefsoa do&ta, a qual o dizendo: Não te inquietes,filho,por
# , & intruifse no q que eufel,que tufºte 4 cidade, Ç; em
deuia fazer são Francyco tensfalado com hum fra
3 Nete tempo fe achou na de, que fechamafrei Inacio. Zirlhe
cerca dete conuento o padre has agora da minha parte, que em re
frei Inacio d'Afsumpção, etu torno dos confºlhos,que te deu,º acon/e-
dando a o pè de húa aruore hum lho tambem, que guarde efias minhas
fermão,que auia de prêgar,quan, aduertencias. Erão tres,como elle
do da parte de fóra lhe lançàrão nos cótou, & todas encaminha
húa pedra,& vendo ele o fobre das á perfeição do feu eftado. E
dito mancebo afflicto,& derreti continuando co a pratica difse
do em lagrimas, mandoulhe,que | mais ao mancebo: Tufarás no teu
fofe à portaria pera poderem fa lugarhãa ermidaa/antº Antonio, Q}
lar. O pator lhe contou tudo,& dirá a 5/efrade, que pregue nafua
ele a principio não deixou de |fefia, encommendando muito a ºpouo a
recear algum engano, & illusão | deuação defie Santo. E depois de
do demonio, o qual transfigura lhe dizer o que conuinha a o
do em Anjo de luz,muitas vezes| bem de fua alma,& o deixar có
coete rebuço fanto engana os | folado, fe efcondeo dos feus o
ignorantes. Pelo que o foi 2 T lhos.
mando com alguns defenfiuos,& , ; , Tornou o pator a dar
| cautelas contra as atucias do ef.conta do que auia paflado, & có >1 *#

pirito maligno; & cingindolhe |jecturando por alguns efeitos,&


hum cordão da nota Ordem, o circunftancias o dito religiofo,
aduirtio finalmente que fe o fra que etas vilões não erão orde.
de outra vez appareceffe,lhe dif|lºnadas a mao fim, pera maior fe

•• • • •
** - - - - -

fefe logo fem medo etas pala. "gurança deu notícia de tudo ao
- -
-- - - - - --- -------
---- - -- - - - -
Bilpo • • ••• • ••
→m
— ...

58 Lar IDR 757 dos frades


Bipo de Miranda, chamado 2. } o temos etcrito,debaixo de jura
loão da Gama. E parece,4ja Deos mento. Ao pator, que tinha à
lhe tinha tocado o coração co a fua conta a obra da ermida, lhe
brandura de fua beneuolencia, appareceo o frade terceira vez,
porque approuando ele etes confortandoo mais no feruiçe
apparecimentos, ordenou que a deDeos,& fazendolhe promefa,
ermida (e fizeffe, & entre tanto que os lobos farião menos efira
que a imagem do Santo etaria go nas ouelhas d'aquelle feu lu
debaixo de hum Humilhadeiro, gar, do que d'antes tinhão feito.
como dizem os naturaes, o qual E bem podemos cuidar, que fof.
he a o modo de alpendre,leuan feelle o me{mo fanto Antonio,
tado em columnas,& aberto por cuja veneração a Majetade de
todas as quatro partes. Fez e a Deos nos inculcou muitas ve
feta com grande contentamen zes em faucr de feus deuotos,
to do pouo, & o dito frei Inacio Mas com ito nos faímos de Bra
prégou, o qual tambem muitas gança pera feguirmos os pafos,
vezes nos referio efte cafo, como 4 vai dãJo eta prouincia fanta.

DA VINDA DO SANTO
FREI ZACHARIAS, E DO
fanto frei Gualter a Portugal.
CAPITV Lo VII. |le, como tambem pela palaura,
| que tinha dado à villa de Gui
Quando ºs inuiou o Patriar ºnaraés. He certo,que lhos man.
cha ferafico;&# das muitas dou do primeiro capitulo gèral,
que celebrou em Afis, no qual
virtudes,&5 milagres, fez delles húa grande repartição
com que fizerão a pelo mundo, cujo remedio da
jornada. füa parte aprefsua quanto lhe
era pofuel; &ito executou no a an. 1 2 1 6

I
|anno de 1216 em que teue o
M Italia affitia com o
jn. 1.
b. in Mar
(obredito capitulo, conforme á ####
corpo nofo fantifimo |boas contas de "frei Lucas, frei inuar incó
imét. S. .
- Padre, mas o coração |Artur, & º Mariano de Florença e.l. 1. c. 11.
$. 1.
| etaua em Portugal, defejando |com outros muitos autores, con d. p. 1 l. 1.
• "

|inuiarlhe alguns frades, affi pela |tra "frei Marcos, & º Gonzaga, c. 48. \

deuação,& amor,que achou nel \, quaes referuáão tudo pera o * Pag.793 -

3 O IT O
AMenores na Prouincia de Por tugal.
y9
anno feguinte. Nefe tempo in do. Encommendouos tambem o amor
uiou a Portugal os fantos frei da/enhora Pobreza, @ quando vos
Zacharias, & frei Gualter com achardes mais "pertados da fome,4 lar. g. Pf $4.
outros dous companheiros, cu gal então yºfº cuidado a Zeos, º qual V.a.3.

jos nomes não fabemos: mas to vos/afientarà cº as migalhas da fia


dos na criação feus difcipulos,& meza,pois correis por conta dele. Ide,
dos varões mais infignes em vir filhos, cº a benção do Senhor, @r nada
tude, que fe achárão naquella vos embarace,porqueeia hea/aa/an.
congregação. E chamandoos di ta vontade. Em particular aduirtio
ante dos Padres della pera lhes a são Gualter, que fofse fundar
notificar a miísão, em os vendo em Guimaraês o conuento, que
obedientes,&promptos,lhes dif. lhe tinha promettido. E leuan
fe etas palauras, f que cotuma |tandoos da terra, onde etauão
f Fr. Luc. ua dizer nas me{mas occafiões.
lºn.cit. n. 5 protrados a feus pés, cos braços
2 Filhos,eu vos tenho destinados abertos os metteo no coração,&
pera prégarde, no reinº de Portugal. |co as lagrimas nos olhos e aca
Aneis de ir de dous em dous em nome Ibou de defpedir.
do .Altfmo Senhor, º qualvos guar Na me{ma hora fe puze
de, Qr ajude no caminho. E lembrai-| rão a caminho etes veneraueis
uos,que elevos encommenda a faluação padres à fombra daquelle feruo |
de muitagente. Pelo que trabalhai por
| de Deos,frei Bernardo de 111[]-
pregardes penitencia: masfjão vº/as taual, que vinha por prelado dos

palauras acompanhadas de ºbras, por conuentos de Hefpanha:todos a


que neste ca/o o exemplo monta mais, pè,& defcalços, fem alforje,nem
• • • • | |

que a doutrina. Ha defer tão humilde, | viatico, fenão ió a confiança em


@ tão fanta «»º/a …faç㺠, que Deos, & o merecimento da fan
quem vos virgrouur,em vºs mºymos ta obediencia, eferira em dous
glorifique a vº/o Eterno Padre. An dedos de papel,a qual trazião no
nuncia com alegria «paz do ceº, da feio, ou dentro do coração, jun
|qual/ois embaixadores, @ não fan tamente co a regra. Caminha
dalizeis nem ainda a º maiºrpeccador, |uão em filencio profundo, & al
… porque a todos deutmos/uauecorrefion tacôtemplação da primeira luz
dencia, Graqueles, que agora nºspa do dia até ahora de terça, & de

recem/equazes
poder㺠fer fºi,dodifcípulos de Chryia. } | pois tinhão licença pera poder"|
demoniº;amanhaam
conueríar nos myterios do ceo,
Leuai fimprepelos caminhos recºlhidas ou na conuersão das almas, fem:
vfas almas na contemplação de Zeus; |fe ouuir entre elles húa palaura }
qie dete modo viuireis em perpetua ociofa. Se no caminho achauão
claufura dentro da cella do corpo, fê º Cruz,ermida, ou igreja, logo fe
e/pirito não andar vagurando pelo mun-il ajoelhauão, & fazião oração di
zendo

-**

6o Luro I. Da bifloria Serafica dos frades


zendo etas palauras, que Ja ti
& que foliem embutteiros, &
nhão ouuido a feu metre. Ado hereges, como muitos, que na
|ramos vos,Senhor lfº Chrifo,aqui,(2) uelles trites tempos decião de
em todas asigrejas , que e?ão edifica Italia em chufmas. Em alguns
das nº mundo; @r vos damos muitas lugares os recebè1ão tão mal, á
graças, porque pela vºfafanta Cruz nem ás portas, pera pedirem ef
redemifies o mºfino mundo. Entrando mola,os querião confentir, afõ
nalgum lugar, primeiro que tu tando por ladrões a os que erão
do vifitauão a igreja, & depois dipenfeiros fidelifsimos das mi
tratauão do que conuinha. A o fericordias de Deos. Enetes a
pôr do Solfe punhão em oração, pertos não tinhão outro abrigo
& à meia noite,poto que falta{- pelo di'curto da noite nos luga
fe lume pera rezarem matinas, res, & nos montes, fe não era ou
nem por ifo deixauão de efper as portas das Igrejas, ou os alpé
tar, & de cantar louuores fantos dres abertos, ou o pauilhão do
à diuina Majetade. ceo. Porêm comó fe auião de
4 A quantos encontrauão laurar as pedras fundamentaes
nas ruas, ou nas etradas, fauda da nofía religião nete reino, fe
uão co aquelas fuauiffimas pala não foffe com o ferro d'etas, &
uras, que nofo Padre fantifsimo d'outras tribulações? •

lhes auia enfinado : O Senhor vos 5 Muitas vezes caminha


de º/apaz. E logo era tanto o |uão tão quebrantados da fome,
feruor, com que prêgauão, que & mais da fede,que sò o efpirito
todos etremecião. Dete modo lhes alentaua os corpos. Se bem,
vierão fempre caminhando, fem | nalgüas occafiões os recreaua o
perderem occafião de inuiar al: me{mo Senhor do ceo por me
güas almas ao ceo. *Mas como ios particulares,& efcõdidos, de
'arrive.
## parecião homens mortos por re fua grande clemencia." E aísiºr. Luc. C1t. 2:7 n.

.ns. | zão da penitencia, & vinhão a aconteceo paísarem hum dia en | "6",
mortalhados num pedaço de bu "…e
tre altiÍfimas ferras, onde os ra- antig.
rel, ete habito grofleiro, & re- ios do Sol, que etauão ferindo &siºnes, C.
" | mendado, o qual era etranho fogo; co a fraqueza dos corpos
em muitas terras,a huns caufaua por falta de mantimento, os ti.
| horror, a outros admiração. Al nhão desfalecidos, & chegando |
guns fe lhes motrauão deuotos, a húa fonte, o feruo de Deos frei |
| muitos os tinhão por loucos, & | Bernardo de uintaual lhes
outros fugião delles, receando mandou fize{sem todos febre
| que debaixo daquelas pelles de |ella o final da fanta Cruz, & lhe |
ouelha etiueffe embuçada a fe lança sem a benção, cuja virtu
reza d'alguns lobos carniceiros, de fentindo em fi a agua fe mu |
>
dou
*****…------
º Menores na Prouncia de Portugal. O I
dou logo em vinho,Beberão to | ecclefatica da Igreja de LEDO,
dos, & refazendo as forças pro diz, á vierão no anno de 12 12. |
feguirão a jornada até entrarem

1

em || "no qual anno ainda o fanto frei . Fr. Luc.


no ditrióto de Catella,onde fe | Zacharias tomou o habito em lºn.***…
|- I], 33º

deixou ficar o dito padre F.Ber Roma,& o fanto Patriarcha,q o 3


nardo co a fua commifaõ, & os mandou cõ S.Gualter depois de |
fantos F. Zacharias,& F.Gualter vir a ete reino,não tinha entra
decerão a efte reino. •

1 •
dº nelle. O autor da "Chronica , p., 1.
7.5.6. {
CAPITV Lo VIII. dos Padres Eremitas de S.Agof "º.
tinho,& da "Chronologia mona |
Em que tempo chegárão apor fica Lufitana depois de tirar in |
tugaleftes veneraucis Padres: jutaméte à nofia Ordê hü anno |
como forão recebidos, & que da fua antiguidade, efereuco no
de 12 18 a fua entrada em Portu
luiça tiuerão pera funda gal: mas não deuia faber como
7677 (0Ill/6/lt03.
I N muito de fuas tribu
Aõ fe melhoràrão
quatro annos antes a trouxe cófi
go, & a deixou no cõuêto de Bra
gãça N.fantifimo Padre;nétãbé
1216.
lações na primeira lhe cõtaria como antes defe tê
entrada dete reino os ditos fer po,4 apõta,a vierão vifitar,&aug
a. F.Mare.
|P, s.l. 1. c.
uos de Deos, º porque ainda a mêtar etes feus sãtos difcipulos.
|48.&l.6.
e, 27,
finceridade portugueza motra: Os padres Fr.Marcos,& Gözaga
F.Luc. an. ua temerfe delles, ainda lhes ef. referidos no capitpafado, & có
1 2 16,n.8.
tranhauão a lingoagé,& habito, elles ºf Monarchia Lufitana,pa / p al.,
&ania17. ainda erão ofendidos cõ defpre
n. 42, zerão a fua vinda no de 12 17. jºiº.
zos,ainda os não querião # porque cuidáuão que nefe pro
tir em fuas cafas, ainda fugião | prio anno fe celebràra o capitu
delles, ainda as caridades, & ef. logéral, dõde forão inuiados, &
molas lhes faltauão. Pelo q met nito fe enganátão, como ja te-| |
tidos netes apertos tratárão de mos motrado, & motra també
grãgear o emparo da RainhaD. a nofia<Chronologiahitorica le g Pºgro |
Vrraca, cuja grãde piedade lhes gal.O "Annalita finalmête,4 re h.cit.n.22.1.
tinha écarecido nofo feraficoPa prouou o fobredito engano,afé.
dre, & afi ordenàtão o caminho tando o capitulo, & miÍsão de
aCoimbra,onde a Corte etaua. tes veneraueis padres no anno
2 Facil fora afsétar logo o anno, antecedente de 1 2 1 6. ainda
emá elles entràrão neta cidade, afi não tratou do que elles ne
fe os efcriptores nete cafo não te reino começàrão a obrar, fe
falárão tantas linguas, q parece não no anno feguinte de 12 17.
{ê p. * c. 27 outra noua cófdsão." A hitoria } & {e nelle imaginou a fua entra
ln.
F da

–__
62 Lurº I. Da billuna Serafica dos frades
da no meimo reino, nao podera chegarão a alcançar a coroa do
ter deículpa.Porá forão defpedi martyrio erão sòmente pafados
dos do fobredito capitulo,o qual 16.dias de Ianeiro do anno,que
(e celebrou emAffisa3o do mez fefeguio. * -- #

deMaio, & largo tépo ficou pera -3 | Pelo á refoluemos, á etes


cà chegaré no mefmo anno, ca benditos padres,frei Zacharias,
minhando co a preça, q lhes da & frei Gualter,partirão de Italia
ua o feruor da fua obediencia, a no principio de Iunho de 1 2 1 6.
|qual fazia voar aquelles primei &nefe proprio anno chegárão a
ros padres. Afivierão voando os Portugal, auédo ainda tépo pera
finquo Martyres de Marrocos,6 poderé tratar das rezões da fua
faíndo da me{ma cidade de Af vinda. Entràrão pois em Coim
fis,noutro capitulogéral,celebra bra,onde el-Rei D. Afonfo II.os
do tãbé na feta do Péthecote, mandou examinar, fe erão fieis,
lhe foi forçado no caminho fa & religiofos:fe hereges,& inimi
zer algúas detenças,em Aragão gos da fê?E perguntados por feu
coa doéça do fanto F.Vidal, feu etado,& intêto,a tudo deião ba
cõpanheiro:em Coimbra,vifitã tante fatisfação,exhibindo tam
do a Rainha: em Alanquer, cos bê a regra, q profefauão, a obe
apretos da viagé em Lisboa,to diêcia,q lhes dera N.P.S. Frãei!
mando embarcação:em Seuilha, co,& jútamête húa carta do me{
prègando a fé de Chrito, pela mo Santo ferafico,das q ele ne{-}
qual etiuerão todos prezos: em tes cafos cotumaua inuiar pelos
|Marrocos, cõ tres prizões,& ou feus frades aos Senhores das ter
tros muitos fuccefos; & depois ras, na qual,traduzida de latim, # epift. 13.
de todas etas detenças, quando fe continha o feguinte. in opufc.
S Franc.
v4 todos os Potêtados,Guernadores,Confules,luízes,Q, quat/querou
tros Senhores,ñeitas nº/as letras virde, º vº/e/eruºpiquenino,(} humil.
de nº Senhor, frei Francycº de Afis,vos de/ja paz@faluação. Conf.
deral #já /* chega o dia da vº/a morte; (2) */#vos peço cõ toda a reuerécia,
4 nãquavos e/queçais do grãde Senhor do ceo,népor cau/a das vaidades do
mãao vos "parteis defeus preceitos.Porá «ueis de /aber,4 quê dele/eapar
ta,ºu e/quece,tãké/erá e/quecido,gramaldiçoado defua emnipºtencia; Gr
quãaº vier amorte ficarão defraudados ºs mundamºs do que agora poluem
na/ua ºpinião; @r aqueles, que feimaginão mais pºderofos, gr/abios na
fabedoria defe mundo, maiores penas hão depois de padecer no ab/mo
do infernº. Pelo que vos acom/elho, meus fenhores, que deixando efes
cuidados da terra, recebais deuotamente º/antifimo corpo, @ fangue de
// Chrifo, em memoria defua morte, Q, dolora/paxão. E tambem cã
muita infãetº ºs rogº,ãna terras devºfa jurídição t㺠hºra procureis
a e{} e
+ T
{
***

º Menºres na Prouncia de Portugal. O3


a este …Alujámo Senhor, que mandes todos os das à tarde denunciar pºr
hum pregao,ºu por outro/nalpublicº, que lhe de todo opouº muitas graças,
@r continuos louuores. Efe não fizerdes ifio, fai certos, que no dia do juiz?
lhe dareis freita conta 3ías quem guardar ºfia carta, lhe der perfeita
execução, abendiçºado/erºpera/impre do Clementifima Senhor.
4 Grande aballo fez eta carta 5 Auida eta licença, &
na Corte,confiderandofe nellaa defpedidos da Corte, logo allife
fingeleza do epirito ferafico: a apartárão ambos pera as fuas fú
humildade do etilo fem demõ dações. E não achamos rezão à
tração,nê põpa de humana elo hitoria "ecclefiatica da igreja {citn. 3.
:
quencia: o entranhauel afecto, de Lisboa, a qual arrimada por m. Cartor.
cõ que diligenciaua os louuores ventura a "hús efcritos de mão da prouin
cia C.I.,
do Senhor: o zelo incõparauel, da prouincia de fanto Antonio,
?
cõ q queria defenganar a os ho dife fem autoridade d'algum.
mês das vaidades do múdo:o de efcriptor antigo, que o padre
fejo de os reduzir ao feruiço de | são Gualter fora co fanto frei
Deos por meio da deuação;&ío | Zacharias bufcar a Infanta Do
bretudo odefapego etranho,cõ na Sancha na villa de Alanquer |
á tratando fóméte de fe faluaré | Porque, ou foi antes, ou de
as almas,nê dizia húa palaura em |pois de chegarem a Coimbra.
fauor dos portadores,nem ainda | Antes, não podia fer, pois en
encõmédaua a fua religião. Bre trando nete reino pela Beira,
lueméte fe afentou no Cófelho, muito mais perto lhes ficaua a
que eles erão feruos de Deos,& fobredita cidade, onde auião de |
icatholicos,& que béfe podíacõ} procurar as licenças, & onde fe]
fentir em Portugal eta Ordem, promettião o emparo da Rai
pois não trataua de fi, fenão fó nha,que nella achàrão certo. E}
méte de Deos,& da faluação do depois, etando ja defpachado |
proximo. A Rainha D.Vrraca, S. Gualter, não tinha necefida-:
inteirada de fua grande virtude, de de recorrer à Infanta, nê lhe |
| lhes affitia també cõefpecial fa cõuinha fazer tão grande rodeo,
uor,& adoptãdoos por filhos,co, dilatando cõ ele a fundação do}
mo mãe amorofa, q foi sépre da cõuento, que etaua afeu cargo.
nofareligião,gançou del-Rei Z.A. Por onde, d'aquife foi direito a
fonfº, fumaridº (dizem as nefas #Guimaraés, & a Lisboa o finto
chronicas antigas) que em Lisboa, frei Zacharias, poto que ao ca
@y Guimaraes pude/em auer dous lo minho lhe mandou rogar a dita
|- 1 -
. . .
}gares, em os quaes os fraires ,Jeruos 4 | Infanta,que fofe a Alanquer,no | | . * . .

- < * * |
Zeos, fº/em criadºs da dita Rainha, qual tépo,como fe collige do pa
ºficomo de madre. n.cit c.17.
** * # : ; … |dre" F. Marcos,& das chronicas
|-
F 2 anti
••••••

O4 | Luro 1. Da hi/toria Serafica dos frades


antigas, abendo ela luas virtu na preferir, antes de falar nos |
des por fama, não o tinha ainda outros,poz a fua fundação. E tá
vito. porêm em contrario o teor da
primeira licença, que el-Rei
cA PITVLo IX. lhes concedeo, & nòs deixamos
efcrita no capitulo paflado, con,
forme a nofas chronicas anti
Qual fºiº primeirº conventº, gas, S. Antonino,&fGözaga, na
e. p.3.tit
24 C.7.
f. pa3.
que fesfrus de Deus qual não fe acha nomeada eta 794

fundhrão em Por caía.E ainda q o argumento neº


tugal? gatiuo não feja fempre eficaz, a
qui parece ter força, porque de--
| clarando ella as fundações, que
Aõ duuidamos agora então fe concedião,o me{mo foi,
"N de qualprimeiro
feja nete rei
I]O O cõuento
não falar neta, q deixalla exclui |
da.Nem pera ifo faltaria funda
da nofía religião; que efe he o mento, ao menos da parte dos |
de Bragança,fundado por nofio me{mos feruos de Deos; porqja
Padre ferafico,como ja temosef trazião encômendada a caía de
crito. Mas queremos ver,qual foi Guimaraés, como 5 temos aduer g. cap.7.
|
depois o primeiro,a q derão prin tido,& por vêtura não quererião:
cipio etes veneraueis Padres; & ficar entre o trafego, & rebolli
não paísão do numero de qua ços da Corte:4 tambem o padre
tro, os 4 então em eta oppofiº frei Sueiro Gomes, o qual dahi
ção a faber,os côuentos de Alan a hum anno trouxe a Portugal|
quer, Guimarés, Lisboa,& Co. a Ordem dos Prègadores, tendo|
1 obra. Nenhti porém pode fun licerça do mefmo Rei pera le
dar feu dereito em dizer,4 algüs Luantar cõuêto,não ficou em Co
liuros o nomeão antes de nomea imbra,onde ela lhe foi dada,mas |
é os outros, porá muitas vezes pafou a viuer retirado na ferra |h.Monarc.
começa a péna a efcreuer aquil de Móte Iunto: "não,porá a di Lufit.cit.
lo, á lhe occorre, em attentar a ta Corte nefe tépo etiueffein C. 13.

precedêcias;&falãoonetes pro terditta, como teue pera fio pa i.na chro


e, p. 1.1.1. prios cõuétos os padres “F.Mar dre "frei Luis de Soufa, mas por |nic, de S.
c. 48. & 1.
6.c. 27. cos,"Rebolledo,&ºfrei Antonio outros repeitos,á então fe podi Doming.
b. p. 1.1.3. p. l.1. c.
c.48 &49. Brandão, pór diferéte ordem os ão aduertir.Eetas me{masrezõ. 1o.& 1 1.
e.p.41.13. nomeão em differentes lugares. es, fenão forão també outras, vê
c. 3. & 1.
14 C. 23.
2 Inclinado fe motrou o cerião a deuação da Rainha, da
dan. 1 a 17 padre "fiei Lucas a o conuento
Tlº à Av. qual podem os cuidar q motran
de Coimbra,& como quê o que do tito amora nofia religião, & |
—T

+– –a– a eftes
/ 44enores na Prouncia de Portugal. 65
a etes benditos religiofos, teria Marcos a eta opinião. Porque
grandes defejos de q algús ficaf fe el-Rei então os agazalhou junto
fem perto do paço, pera q o feu da me/ma cidade de Coimbra : foi
| exemplo a confortaíle em o fer ho/pedallos com refpeito em
uiço de Deos. Mas os principes quanto fe examinauão as rezões
prudentes não executão fempre da fua vinda . E fe tambem
logo o que querem, ou intentão, lhes deu licença pera morarem
& ella efperaria outra melhor em Coimbra, Guimarafs, Alanquer,
occafião, que não tardou muito @r Lisboa: a dete conuento de
tempo. * - -
Coimbra não entrou na primei
3 Donde formamos outro ra concefsão, nem tambem a d'
nouo argumento, o qual he, que Alanquer, que depois follicitou
auêdo alguns delles de ficar,por a fobredita Infanta.
füa cófolação deta deuotifima 4 Pelo cõuento de Lisboa
Princefa,etes auião de fer os ma età declaradamente o º padre f.cit.pag.
is graues,& mais fantos,quaes e Gõzaga,&nós côfefíamo,4 ele 794.

rão Fr. Zacharias,& Fr. Gualter; foi na tenção, & no teor da licê
& cõta, q ambos eles (e forão: ça o primeiro. Poré a ezecução,
hú,peraGuimaraés: o outro,pera retardoulha a ida do fanto frei
Lisboa,á qual cidade ele não ti: Zacharias à villa de Alanquer,
nha chegado,quando fe defuiou onde, antes de acodir à pretêsão,
do caminho pera a villa d'Alan & defejos deta nobilifima cida
quer. Efe aito nos quizerê re de edificou hum conuento.
plicar, que deixarião algum dos 5 Ficão agora em campo
feus cópanheiros: digãonostam ete me{mo cõuento d'Alãquer
bê, fe a Rainha fe daria coelles cõ o outro davilla de Guimaraós,
por cõtente, & fe então os aueria & cõ tanta igualdade de jutiça,
numa cópanhia tão piquena,co que ferà difficultofo desfazer ef
moeta; porá o me{mo F. Lucas ta contenda.Porque os feus fun
lan. 1216,
n.8,
efcreue em "húa parte, q porto dadores, ambos juntos negociá
dos erão tres:&º noutra,não af rão em Coimbra: ambos ferão }…
"..cit.n.zz
firma cõ certeza ferem mais. E juntamente depachados, & não
poto q foíséquatro, todos erão conta,que tambem não faifem
|P1, cit.c. 7.
necefarios pera iré de dous em ambos juntos, ou que algum no ----

dous pera as fuas fundações,"co caminho fizeffe maior detença:


modifemos,q N.P.S. Francifco | quafi na mefma ditancia a ref.
lhe tinha encõmendado. Pelo q | peito de Coimbra ficão etas du
ficamos liures de cõceder o pri às villas, & ambas recebèrão cõ
meiro cõuento a Coimbra,& fa applaufos a os padres Funda
º. nos
(..t.
C *D.
P cilmente traremos o padre º frei dores . Por onde com muita
F 3 difi
OO Lurº I. Da Tra Seraficados frades
dificuldade le pode confiderar Ienao fomente d'alguns dias, ou
algum grao de precedencia en fomanas. Nem tambem o conhe
tre eftes dous conuentos. Mas a cemos por tão velho, que feja o
fama vniuerfal dete reino, co a mais antigo de Hefpanha, no |
q na Chro qual fe conformânão ? Duarte qual foro o quiz pôr a, Monar C.9. f. P.Y. 19
nica del
Rei D.San
cho I.
Nunes doLeão, Iorge de Cabe chia Lufitana. Suppoto ito,&
r, de patro do,& outros autores graues, dà o obferuando eta ordem, que fe
Il2ts Cº2 e primeiro lugar a Alãquer.& []OS fegue: Alanquer,Guimaraé, Lisboa,
não lho queremos tirar. Não lhe (oimbra: de todos quatro iremos
damosporém humanno de mais dando noticia.
s.pag.795. idade, como o padre "Gonzaga,
&796.

EvNDAC,ão, E S vcCESS OS
do real conuento de São Francilco
de Alanquer.

cAPITV Lo X … renouada dos Alanos, que aqui


fe quizerão fazer fortes, & ref.
Dáfé noticia da Villa, & d taurar húa rota, que lhes tinha
fuccedido nos campos de Meri
fêr chamado a ella da In da, elles me{mos lhe puzerão o
fanta D. Sancha o nome de Alankerk, que vinha a
Janto frei Za fer, templo dos-Alanos,na lingua de
charias, Alemanha; a qual ethimologia,
que Damião de Goes tinha tira
do a luz,approuou Gerardo Mer
1 216. I Quella me{ma "Iera cador,no feu Attlante, por parto
a. Mariana brica,da qual Antoni de grande ingenho, & confor
l.$.c.a. no Pio fez menção me á verdade. Pelo difcurfo do |
Calep, in
diátion. em o feu itinerario, he hoje a tempo fe abemolou a voz, pro
Moral. l.11
C, 17.
villa de Alanquer, como motra nunciando brandamente …Alan
Brand p,3 a ditancia das trinta milhas, em quer, ou como ja diz o vulgo
l 1o. c. 34.
F. Luc.an. que elle a fituou a refpeito de Alenquer. Mas gloriandofe ella
1 a 17, n.23 Lisboa,porque repartidas a qua atê hoje do beneficio, que eles
tro milhas por legoa,não fe aca lhe tinhão feito, tem por armas
bão na villa de Pouos, mas che hum cão grande, que nòs cha.
gão a Alanquer. Sendo depois mamos.Alão, & he figura equi
UlOC2,
— }

→… … -- -
Menores na Prouincia de Portugal. 67."
uoca,que reprefenta Alano. Ou pos,& pomares: a fertilidade em
tro padrão de feu agradecimen todos os fruitos tanta, que sò de
to etá tambem leuantado fóra azeite, nos contou por relação
dos muros da cerca, & junto de imprefa no anno de 162o.aueri
hum potigo, pelo qual entran trinta lagares no feu termo.Per
do os portuguezes desbaratàrão tence de ordinario ás arrhas das
os mouros, que tínhão a poffe Rainhas dete reino,& a primei
della. E ete he a igreja de Sant ra pefoa da Cafa real, que teue|……
Iago Maior,em memoria do foc o feu fenhorio, foi a Infanta D.
|corro, com que o fanto Apoto Sancha,filha del-Rei D.Sancho | | |
lo ajudou no combate a os mef> I& de fua mulher a Rainha D. |
|mos portuguezes, pelejando co | Dulce. • . -

elles vifiuelmente atè lhes dar a || 3 Aquietaua a ferenifima


vitoria. -

|Infanta, quando lhe derão a no


2 Tem feu afento eta vil ua de ferem chegados a Coim.
la na ladeira de hum monte, à -bra os fantos frei Zacharias, &
banda do Oriente, cujas raizes frei Gualter, relatandolhe tam
refreíca, & fertiliza hum rio,que bem coufas etranhas no parti
|batando pera fazella alegre,lhe cular de feu etado, & vida. E
engrandeceo o nome co as gran como era grandemente inclina
des marauilhas,que nelle,&jun-| da à virtude,logo ferueo em de
to delle obrou a Rainha fanta | fejos de os ver, & de ouuir a fua
Ifabel, como diremos afeu tem fanta doutrina.Pelo que lhes in
po. O nofo conuento hoje,età| uiou húa carta, na qual lhes ro
poto fobre húa eminencia pera gaua muito,que a fofem vifitar,
a parte do Sul, fenhoreando o defpedindo com intrucção o
catello, que lhe refponde do| portador deta carta, que quan;}
|Norte;&com etas apparencias, do não fofiem ambos, lhe leuafº
ajudadas da vizinhança do rio, de pelo menos algum delles, Ai
profundidade do valle, corref chou ja ete recado na etrada a
pondencia dos montes,& outras] o fanto Zacharias, que com feu
coufas notaueis, tiuerão alguns | companheiro caminhaua pera
motiuo pera fe perfuadirem,que | a cidade de Lisboa: mas obriga
Alanquer fe afemelhaua muito] dos das inftancias, & refpeitan
co a fanta cidade de Hierufalê, do tão notauel deuação numa
& que o Monte Sion no nofo | pefoa real, deixârão o caminho #

conuento etaua reprefentado. || da fobredita cidade,&fe forão a


São os feus ares por etremo fau | Alanquer. . - |
daueis,& benignos: a vita, ale 4 A Infanta os recebeo co
gre,& dilatada por hortas, cam "mo a anjos do ceo: confiderou a
–1–
F 4 eRa •••• ••••
68 =T77TD7 T75777777;
leftranheza da vida, tentio em
| feu coração os fios agudos das C A PITV L O XI.
| palauras, que penetrauão as al
|mas; & admirada dete nouo ef.
pe&aculo,raro deprezo do mú Onde eficut primeiro o conuem
do, communicando com elles o to defla villa, & da fam
que tambem fentia em fua de
b. Fr.Marcº uota alma, º affi (e lhes foi afei. tidade dos religio
p. 1.1.6 c"
47.
Rebolled.
çoando,que nunqua os quizlar. fos dele.
p. 1.1,3. c. gar, antes lhes perfuadio, que
48. aqui à fua fombra aceitafem hú I Aõera ainda acaba 1 2 1 6.
conuento. Dizem as chronicas
do o anno de 1 2 16.
antigas,que nito a ajudou a Rai qua
ndo o fanto frei
nha D.Vrraca, fua cunhada; & Zacharias alcanç ou da deuotif
feria alcançandolhe del-Rei,feu fima Infanta húa ermida da vir
irmão,a licença,que lhe era ne gem,& martyr fanta Catharina,
cefaria, por não vir a ter outros na qual elle principiou o cõuen
de{gotos com elle, que pertur to.Ficauahum pouco abaixo da |
bafema paz,em que agora eta me{ma villa, junto da corrente
uão.E em quanto etas coufas fe do feu rio,& em batante ditan
| tratàrão,que foi breuifimamen cia pera viver recolhido,fem fal
te, fempre os teue no feu paço, tar a o bem cómum das almas,
logrando a grande felicidade de que trazia nas mininas dos feus
uem trata neta vida cõ os fan
olhos. Aqui ordenou hñas celli
tos. Mas elles, cujo animo hu nhas terreas,& pobres, cõ algüas
-milde fe ofendia da grandeza officinas, que pertencião a oi
| do me{mo paço, poto que reli. corpo do conuento, em particu
giofo, & fanto, lhe pedirão… lar o coro pera louuaré a Deos.
r mercè, que os deixaf = |Não auia neta morada de fan
. . (e etar nalgüa ermida …:: |tos, clautros grandes, nem va
pobre, & afio | randas, nem as muitas cafas per
#" | | alcançá didas, que fevem em outras par
#--- rão.
tes, afi pelo não fofrer a etrei
||teza do fittio , como tambem
porque aquelles béditos padres,
|primitiuos da nofa religião,não
querião maior caía da que bafº
taua pera feagazalhar a fanta Po
breza, que não achaua no mun
do quem a quize{se recolher. E |
def.
Memuns na Prouintia de Portugal. 69
dete modo fundauão os feus pes do mundo, que nito otétão
conuentos pobres, piquenos, & a fua felicidade.
humildes, nos quaes viuião co Neta ermida tão pobre
-

mo anjos, edificando os pouos, feagazalhou o fanto frei Za


confundindo as vaidades do mü charias mais alegre, & mais con
do, & motrando a grande eti tente do que os Reis pódem ef.
mação, que fazião de ferem na {2T IlOS # fumptuofos paços.
terra peregrinos, - - - E como trazião, elle, & feus cõ
2 He verdade,que eta tra panheiros os penfamentos no
ça não podia fer perpetua, por ceo, recolhidos com os corpos
que muitos padroeiros não qui netas cellinhas etreitas,paísea
|zerão regular fuas grandezas pe uão co efpirito em alta medita
|las nofas pouquidades, o cõcur ção pelas moradas dos anjºs.
fo da gente pedia grandes igre Corria por húa parte o rio, & a
jas, & a multidão dos frades, ne etrada por outra: do que elles
cefarios pera feruiço dos pouos, | tomauão occafião pera contem
requeria dilatados edificios. E plarem nas mudanças ordina
ja N.P.S.Francifco, fendo con rias do mundo,& na preça, com
a Pifan. fultado nete ponto por frei Le que todos caminhão pera a mor
cóformit. ão,feu cõpanheiro, º diffe aquel
1 6,
te:…Algüas vezes inflammados
Opufc.S. las palauras tão fantas, & tão no epirito fe faião à etrada, &
Franc.
tom. 3.
prudentes. Tenhão embora os meus vendo paísar alguem lhe pregü.
frades grandes cºfas, pois º tempo ºs tauão: Pera onde caminhais ºpera a
obriga: mas quero eu, que nelas guar Carte do teo, supera as couas de infer ** *

demaregra, fêm ºfenderem com al no? E difcorrendo nete thema,


gumpectado mortaladiuina 34 j%ia com tanto feruor falauão, que
de Ito dizia o feu epirito fera muitos defandauão o caminho
fico: porèm aquelles tempos dou de feus gotos, entregandofe a o
rados, em que os frades não fe feruiço de Deos. Quando fubião
punhão nefas triftes contingen ávilla pera pedirem efmola,def.
cias de quebrantarem a regra, pejauãofe as cafas, & enchiãofe
me fazem hoje (audades. E mui as ruas; que todos querião ver •
••

to melhor nos fora ordenar os etes nouos apatolos de Chrito,


conuentos em húa mediania, na os quaes tinhão entrado em A
qual fevife, como fómente de| lanquer pera faluação de mui
paísagem pouzaua neles gente
pobre, cuja vida não tem afsen 4 . Das portas a dentro do
to (obre a face da terra,que que conuénto tudo era fantidade, &
rer competir na grandeza,&has |igor. Mastinhão porggardião
riquezas da obra com os princi a hum Santo, qual era frei Zº.
charias,

Y
- - - -- • - … ----
----
-**=

7o LTDTS-777777
charias, que tudo facilitaua;&os galar, o fanto guardiao lhe refi
que fendo prelados não promo tio com valor,ficando ela mui
| uem co exemplo a virtude, mui to mais edificada, & elles conti
to apertadas contas pódem te: nuando co a fua apereza. …
mer diante do rigorofo luiz.
Acabados os exercicios da ora
CAPITVLo XII.
ção, & do coro, entrauão nou
|tros de muito maior trabalho,
# cauauão a horta, varrião Hafitdou efletonuento º pri
a cafa, remendauão os habitos, metro religio[, da Ordem de S. 4

|| & fazião quanto era neceffarioDomingºs, que veio a Portu- |

pera deterrar o ocio daquella


cafa de Maria , & de Martha. gal,önellefe apretarãopera
| Dormião na terra dura,& quan irem a Marrocos os primei
do muito fobre hum feixe de
vides, encotando a cabeça nu
ros finquo Martyres
| mapedra,ou num madeiro, fe o da mºfa Re
tinhão; &pera fe abrigarem do | , , ligião.
.
:
frio nos rigores do inderno,fe as … … …; ... "
mantas não abrangião a todos, 1 g | Vm anno auia, queja , .
com os feus mantinhos velhosfe "º nòs aqui etauamos,
cobrião. Eftas faõ as camas fan quando no de 12 17. | .……
|tas, nas quaes (e fonha cõ Deos, appareceo neta villa o venera-1 * *
#Genºº. &
V. I as
com os anjos,como
o Patriarcha "fonhauao uel padre frei Sueiro Gomes,ia
Iacob. Comião
aiado pelo grande Patriarcha S. -

pão,que pedião pelas portas,dan Domingos a plantar nefte rei- ;


|do em retorno delle o amor de no a faa Religião. Tinha licen
Deos, com que ficaua bem pa ga pera ido, que el-Rei lhe con
go, & feete lhes faltaua,tinha o cedera na cidade de Coimbra,
& ouuindo
ceo cuidado de os prouer,como tradas comonaa Corte, & nas
fobredita ef-
Infan- * #,

| ainda diremos. Era o maior tra


balho do fanto frei Zacharias li ta era mãe caritatiua dos pobres,
mitar a caridade da Infanta,por & auia recolhido com amor os * #"

| | |não vir a admittir algüa relaxa nofos frades, º veio tambem º #*


|gão. Dizem della as nofas chro| Alanquer demandar o feuem-º |ming.
*
nicas antigas, que até habitosa paro, do qual feaproueitou pera lºcº.&
|uia em fua cafa, pera nelles fe |fundar na ferra de Monte Iuhto"
|| mudarem os frades,quando che o feu primeiro cõuento,que traf
} gauão molhados. E porque tam: |ladado depois ávilla de Santa
|bem no conuento os queria re rem, creceo admirauelmente na
obter
/*

Memortsha Prouintia de Portugal.
obteruancia,& credito. Por eta da Rainha D.Vrraca,que aflitia |
occafião fe agazalhou ete gra em Coimbra, pera a dita Infan
uifimo padre no conuento dos ta, na qual lhe encommendaua,
ncílos religiofos, que achou na que pois etaua tão vizinha a
me{ma villa , alegrandofe em Lisboa, lhes mandafse apretar
Chrifto huns, & outros, por (e embarcação. Mas primeiro,que
verem aqui juntos depois delar fubi[sem ao paço, vierão ao cõ
gos caminhos com tão bom fuc uento pera dar obediencia a o
cefo das fuas religiões.E tratan. fanto guardião F. Zacharias,&p-
|dofe co aquela caridade, que fe ra fecõíolaré co a vita defeus ca
| deuião, como irmãos verdadei riffimos irmãos dos trabalhos do
ros,ratificarão entre fi a etreita caminho. Foi grande o aluoroço
b. Fr. Luc.
an. 1 a 16. "
amizade, º que no anno d'antes |nete primeiro encõtro,alegran
n. 16. tinhão intituido em Roma os dofe por etremo os moradores,
|dous fantos Patriarchas. Grande & os hopedes. Huns pergunta
|gloria,por certo,pera a villa d'A- uão as rezões deta jornada, ou
lanquer, que foffeella em Por tros pedião nouas de feu Padre
tugal a primeira, que vio etas S. Francifco, outros fe informa
duas Ordens juntas,& que a am uão do etado do conuento, &
bas recolhefe. E nós tambem |da nofsa Religião nete reino,&
nos podemos gloriar de hope todos não acabauão de darem
darmos nete nofo cõuentinho graças a Deos pelo que vião, &
Ollul2O.
eta Religião infigne dos Prê -

adores,fendo ella ainda etran 3 Quando a Infanta foube,


geira, & de lhe irmos facilitando que elles erão chegados, man
diante a morada em Lisboa, Por dou os logo chamar, & vendo
to,Coimbra,Guimaraés, & nou tantos finaes expreflos de fanti
tros pouos, onde primeiro fun dade, acompanhados do defejo
damos. •

de martyrio, notauelmente lhes


2 Dahi a dous ànnos,que ficou afeiçoada; & em quanto
ja fe contauão 1219. nos entrâ os teue em Alanquer fempre fe
rão por cafa outros hopedes de aproueitou da fua conuerfação,
c.F.Marc.
grande confolação, a faber º os melhorando ella, & o conuento
iP 1.1.4 c 4
|Rebolled. •
finquo fantos da nofa Ordem, tambem, com os feus fantos cô--
P. s.l. 3. c.
4 I. que depois padecêrão em Mar felhos na perfeição do epírito.
| Fr. Luc. rocos. Vinhão caminhando de Mas tratando juntamente dos
an. 1 a 19.
+
n. 51. Italia por mandado de nofoPa apretos da viagem, & fabendo
dre ferafico pera prègar a os que o metre do nauio em Lif
| mourosofagrado euangelho, & boa, por não ofender os mou
entrárão neta villa com carta ros, não os queria leuar com o
habito
+ Tºyº -

Liuro I. Da bifloria Sã7 fã"


habito patente, ordenou felhe primeiro conuento, onde fe deu
fizefem vetidos de feculares, efa noua,foi eftaferenifsima Se
com os quaes ele foffe encuber nhora, & efte domicilio ferafico,
d. Hitor,
to. Diz "Rodulfo,que etes vê logrando antes de todos ogo.
feraph.re tidos erão,como de peregrinos, to de feu martyrio. Elão onze
lig.l.n. ou romeiros,& ido pudera fer,fe horas da manhaam, a 16 de Ia,
os Santos forão em algüa roma neiro, de 122o. quando etes
ria: mas pera irem disfarçados, martyres de Chrito, na cidade
muito melhor lhes feruia o veí de Marrocos, acabàrão de ven
tido ordinario dos mercadores
cer a o tyranno, faindo fuas al
portuguezes, que cotumauão mas gloriotas dos corpos depe
cômerciar com os mouros.E pe daçados pera reinarem no ceo, |

… ! # 4
los ver à Infanta denotifima ar E etando em oração ne{se tem
mados ja caualleiros pera a fua po a Infanta, nos mefmos paços
victoriofa batalha, quiz que el d'Alanquer, donde os tinha def:
lles em húa das Íuas camerasto pedido, eles lhe apparecerão
mafem ete disfarce. Dete mo mais refplandecentes que a mef.
do fedefpedirão alegres,afsi del ma luz do Sol,co as infignias do
|la,como tambem do conuento, martyrio nas mãos, que não fe
que breuemente alcançàrão a rião efpadas banhadas em fan:
fatisfação do ceo pelos terem a gue frefco,como º alguns os pin a. Fr. Luc.
judado a confeguir a coroa do tárão, pelo horror, que poderião 2n, I.2.2O.

m 39.
martyrio. caufar: * fenão cruzes cercadas 8.F. Mare.

de refplandores, em cuja virtu p. 1.1.4. c.


17.

C A PITV L O XIII.
de, communicada da morte do Legenda
Martyr.
Redemptor, alcançárão a vito. em S Cruz
ria. Saudarão na cortezmente, & decomb.
Apparecemos fantos Marty difserão. Zeos vos/alue,iluir/ima |
resem Alanguerà Infanta na Princefa. Sabei,/enhora,que as vº/a,
caridades tem chegado ao ceo, @ que
hora do fêz martyrio, & por com elas fº/tes parte pera nos mere
caufa dele lança nºfº Pa cermos ºfia gloria. Agora acabamos de

dre são Francifoa vencer a mº/ma morte, @ mos»iuer


benção ao com eternamente na companhia de Zeos. E
porque vos nos recebelles aqui nefa
l/6/lt0.
Yº/a cº/a, @rdella nos inuifles a fia
batalha/anta, º mº/mo Senhor nos mã
I Primeita pefoa, dos da que vos demos fias nauas. Dadas
aufentes, que foube ellas, defaparecèrão logo,deixan
do feu martyrio, & o doa cófortada de tal modo em
o ter
-
=>-

*** –al

====…

Menores na Prouncia de Portugal.


573 |
o feruiço de Deos, que (e d'an Eulerão fºr frades, comprandº cº a {
tes trataua da fantidade, defe morte trabítoria os bens da vida eter
|tempo por diante fe exercitou na. Não etaua o fanto Padre em
mais nella. … •

Portugal nefe tépo, como infor


2. Por fua via fe foube no me{ màrão mala o padre º Gonzaga,
|mo tépo ete cafo no cõuento,o & muito menos na villa de Gui e pag.295 |
|qual por fermais interefado no maraés, fegundo outros efcreuê,
|bõ fuccefo dos Martyres,á del da qualja fe tinha ausêtado auia
le tinhão faido pera a terra dos mais de finquo annos: º mas an d. Fr, Luc.
4T1, 3 + 2O.
mouros, fez tambem cõ alegria daua por Italia, chegado de pou
maiores demontrações. E N.P. cos dias de prègar ao Saldão do
S. Francifco quando lhe chegou Egipto;&delà não cabêdo détro
a noua, não podendo encobrir em fi de prazer,lãçou a efte cõué
os fentimétos da alma, dizia por to,á os tinha ajudado pera a fua
muitas vezes. Seja Zeos muitº lou viagem, húa benção fuauifima,
uado,4ja tenho/inquo frades, ºs quaes º que he do teor feguinte.……… e opufc.
\ | B, Franc.
| tom, 3,
Domus fancta,aedicula facra: fpeciofa, &jó
| cunda floscella purpurei coloris, actuauitimi | * * "… ..." |
odoris perfanctum martyrium Deo pepelifti.
Hiprimitiaefunt, &gloriofiflores Minorum,
felicesjampofeflores regnicelorum. Nun
quam inte,domus Dei, deficiant perfectifra
tres,qui deuotifimèfânétum obferuenteuan
gelium. … …
E quiz dizer, em portuguez.
Cafà fanta, conuentinho/agrado: finquo flores piqueninas,
mas fermofas,Salegres,de torrafada,öflaufsimo cheirº
defe a Diospel, sãtomartyrio.Elas fias primitias,6 |
flores gloria/asdos Menores,quejapºflèventurºfas º reinº |
dos teos.Nãquaem ti tafa de Deus filipefitofadas,
os quaes deuotifimamente guardim o fanto tuangelo.
Coeta amorofa, & my II conuento, mas tambem a fa
teriofa benção abrangeo o fan-| milia dos frades, que nelle erão;
to Padre não fómente a o cor moradores . E neta exten
po, & officinas materiaes dollfö ha de ferinterpretada afi,
G porque A

essem…"-"
74 Liuru I. Da Tira Serafica dos frades
} porque os tauores te coltumão tos,pelas outras, adicula/acra. E
ampliar, como porque não he affi quando os fradesfe paísàrão
de crer, que fó as pedras, & pa dete primeiro pera o outro cõ
redes quizeffe abendiçoar, ex uento, em que agora etão, cóf
cluindo os filhos obedientes de goleuàrão a parte da fua béção,
tanta felicidade. Quanto mais, porque ainda que fe mudàião de
que affi o declarão as fuas mel fittio, fempre forão cõferuando
mas palauras, porque o nome a fua cõmunidade.Mas tambem
adicula quer dizer edificioipi. ificou afixa às paredes docõuen:
queno, ou ermida, & o ou to, donde então fe fairão, & on-l
tro nome domus, ou ca/a em de ha poucos annos ferenouou
portuguez, he equiuoco, que hum Oratorio em memoria do
hüas vezes fignifica o fobredito que foi nos tépos antepafados.
edificio da cafa, em que mora E dete modo huns,& outros lo
|mos ; outras vezes a familia, a grão a benção de feu fantiífimo
qual ferecolhe nella, ou a mul Padre:porêm cõ obrigação defe
tidão de gente aliada entre fi rem tão obferuantes da nofla re
por rezão do etado,parenteíco, gra euangelica, como elle defe- ! \
ou feruiço. E nefte fentido ef. Jaua. |- -

fc.1.v.a.7. 5 Em virtude detabéção,


creueo/são Lucas Euangelita,
|que o fantifsimo Iofeph, efpofo que participa feuspoderes da pie h. Hitec
| da Virgem Senhora noffa, era dade de Deos, º florefcèião até cle fiaft de
Lisb p. 2.
| de demo Zauid, da cafa, defcendê hoje nete fagrado cõuento reli C. 27,
|cia,& fangue del-Rei Dauid. O giofos de conhecida virtude, os
qual modo de falaretâpoto em quaes inteiramente cõferuão o
etilo,affi no texto fagrado,como efpirito natural da nofía Religi
nos liuros profanos,& ja é Virgi ão. Dõde toma motiuo não sò a
| lio diffe, que a cafa,ou familia,a gête da villa,mas tãbé de muitas
qual fechamana Sergia,de Serge partes do reino,pera cuidar, & di
|to, feu progenitor, tomâra efte zer,4 sépre aquife acha húfrade
appelido:Sergefius que,tenet domus fanto, & acõtece talvez,4 os vi
à quo Sergia nomen. zinhos o apõtão cõ o dedo. Poí
-

4 - Donde ficamos colligin to q,decer a hum fóno fingular,


|do,que eta benção ferafica a tu {erá aggrauo de outros,porque a
do fe etendeo:à cõmunidade,& muitos em plural (e cõmunica
familiados frades,que confortá efta mercè do Senhor, nunquam in
rão os Santos na pretensão do te deficiantperfeiti fratres, & mui
martyrio, em virtude das pala to, faõ de ordinario os que pre
uras, domus fanfia: a o edificio da tendem feruillo na obferuancia
| cafa,onde elles achárão eftes alé da regra. ', 1

C A
44enºres na Prouncia de Portugal. __75
cõpanheiros feus, como certifica
CAPITVL O XIV. o epitafio, ólàfe lhes efcreueo.
Mas achamos em huns efcritos |

Noticiadas memorias, quef de mão,únão fetiráão todos, fi


cando alguns no coração da pa
perdèrão nefia cafa,ê3 d. rede, porqfe temeo ruina auêdo
alguns companheiros do de arrancar cõ maior força efte
fanto frei Zacha riquiffimothefouro. Etes faõa
quelles feruos de Deos, cópanhei
rias filareci ros,& difcipulos de nofo Padre
dos porvir ferafico, herdeiros de feu epiri
tude. # -- to,cujo numero,nomes,& virtu
des,tudo età efquecido.
2 Auia antigamente hum
1 \ ^{Ete ponto começa liuro,no qual andaua efcrito quã |
mos a fentir o dam tos erão, que virtudes,& acções
no,que nos tem fei forão as fuas infignes, & que mi
to a omifaõ dos antigos,em não lagres tinha obrado por elles o
efereuerem,ou não faberé guar grande poder de Deos; & ito
dar as memorias dos fantos reli nos declarou a "Lenda dos fin 5. le&t. 5.
f.
giofos,que nos primeiros princi quo Martyres de Marrºcos, que
pios pouoärão eta morada de, feguarda no moteiro de Santa
Deos.Oue na verdade forão mui. Cruz deCoimbra,pelas palauras |
tos os difcípulos de N.P.S. Fran. feguintes. Quanta nimirum Zeus
cifco,&cõpanheiros do fanto F. |per co/lemfratres thidem miraculafe
Zacharias, q aquife defuelârão cerit; quot que Cºirifanítifimi, focy
a Chron. por feruirem cõtoda a perfeição | Patri, Francife,in eodem/int tumula
* # antig à Majetade diuina: º varões de | ti conuentº,in difuforifratrumprimi
F. Marc. p.

| dé-c.28. tanta virtude, que tinhão nome | tiuorum legenda: gefia eorum, /mul@
de Santos, & como de taes fee afius,qualafuerint,plenièsilidéaperte
leuàrão feus ofos na parede do legentur.Porém ete liuro ja hoje
cruzeiro da igreja, onde feve o não apparece,néfabemos q epi
altar da Cõceição immaculada rito maligno,ou q defatre do té
da Virgem S.N. & deta fua fe po nos afogou a memoria de nof
pultura tiraua o pouo terra, a fos antepafados em tão efqueci
qual era medicina de muitas en méto.Outra perda,&muito grã
fermidades. Na trasladação do de,tiuemos na de hú memorial,6
fanto F. Zacharias,dete proprio fez em todos os cõuêtos daObfer |
lugar pera a capela mór, forão uãçia no feu tépô o venerauel pa
leuados cõ elle os ofos de dous dre F.Ioão da Pouca,fendo della
| G 2 vigal
*=

76 T7TT bifloria S7 dos frades


vigairo prouincial, porque Pera aº [e abrazano/a humana fraqueza |
efta idade mais moderna nos ou co a muita connefação das mulheres;
uera de feruir. E fe nem co ef @r euport/fujº delas. No me{mo
tas faltas ficar muito efcure põto lhe virou també as cotas,
cida a relação dete conuento, ficando ela cõfufa deta fua ad
ifo fe deue a feus grandes replã uertencia, mas muito edificada
dores. da cautela,& virtude.
3 Efcapou detes naufragios, 4 Breuemente o cófummou
mas com o nome perdido,a me a Majetade diuina em húa grãde
moria d'hum defes primeiros | perfeição pera lhe cômunicar,co
padres,difcípulo em tudo de N. mo piamente cremos,a vita d'a-
Padre fantifimo, & cópanheiro quella “luz inaccefuel a os o c. 1. ad Ti
moth.6. v.
do fanto frei Zacharias, affi nos |lhos humanos,fe não forem ele. 16,
trabalhos da vinda a Portugal, aados, co a qual etão fermofos
como nozelo de fundarete cõ os eternos tabernaculos. E pera
uêto em perfeita fantidade. Vi demõtração de fua ditofa forte,
uia nelle, como móge folitario, na me{ma hora de feu tráfito re
abtrahido totalmente de cómu uerberou a dita luz cõ tão grãde
nicar cõ feculares,& muito mais claridade, q affio corpo morte,
cõ mulheres, pera as quaes não como todas asparedes do cõuêto
leuátaua os olhospelo perigo,quê ficàrão replandecêdo á femelhã
a fua cõuerfação. Mas impaciê ça do Sol.Ito virão os presétes,
te húa dama do paço da Infanta, & não fe pode efcõder a S. Anto
chamada ZD.%aria Garcia, ou Con nio,eftãdo ainda no moteiro de
rate,como dizé asChronicas an S. Cruz de Coimbra, ao qual foi
tigas,a qual defejaua acõ{elharfe també manifetado por Deos,co
cõelle pera atinar melhor cõ o mo a fua alma paísãdosò de cor
| caminho do ceo,fazia grãdesin rida pelo purgatorio, fora logo
tancias pelo ver, & elle muito defcançar na companhia dos an
maiores por não vir a encõtrarfe jos. Efe o teftemunho de fanto
cõella;& húdia,á não lhe pode Antão Abbade autorizou no jui
fugir, lhe rogou á lhe mandaffe zo da Igreja a fantidade de são
trazer húas palhas,ou etopas cõ Paulo ermitão,não merece nefte
hña vela acefa,& q depois lhe fa | cafo pouco credito o que deu o
laria.Vindo tudo,chegou o fogo nofo S. Antonio. Defta vltima
às etopas, que logo arderão cõ circuntancia fefegue, q acabou
grande impeto, & ele abrazado o deterro deta vida antes de fer|
no fogo de feu epirito lhe dife acabado o anno de 122o, no |
etas palauras. t/jtes»?s,fenhora, qual o melmo fanto Antonio |
C0%20 0fºgº fê ateou nas fiopas ? pois recebeo º nofo habito. E pera |
-
-+
nós
************ *#*> ----

Menores na Prouncia de Portugal. 77


nóshe grande confolação, en edificou. Tratou tambem, º & a Legend #
tendermos que o primeiro reli logo o poz por obra, de conuer
|
martyr. de
Marroçh.
giofo deta prouincia fanta, que | ter em igreja, pera fer mais ve F.Marc. p.
* 1.4 c. 17
abrio aos demais as portas da |nerada, a me{ma camera dos
morte temporal, por elas patou |leus paços, em que os vioglo
com tanta gloria pera a vida e riofos, ordenando junto della
terna : Etiuerão depofitados |o fegundo conuento, onde ago
feus ofos no me{mo fepulchro |ra etamos. Pelo que he alheo
-

do fanto frei Zacharias, & ago--| da verdade dizer º Pedro de b.dialog.»


rafe trasladârão com ele pera, Mariz, q ja o achárão os fobre
a capella mór, Celebrão fua me |ditos Santos feito quando vie
imoria nofías Chronicas antigas |rão de Italia; por quanto ainda
{ ta. 29 com os padres "frei Marcos,"| naquelle tempo a Infanta refi
# e.an.° 2. E 7 frei Lucas, f Mariano, º Gonza dia netes paços, & nelles os vio
n. 24
. l.1 c. = z ga, º Reboledo, "a Hitoria ec depois com coroas de martyrio.
| $.7.
+ jclefatica da Igreja de Lisboa, Mas tambem não he certo o
####??
6. p. 1-3 & outros graues autores. que “outros efereuèrão: a faber, c. F.Marc.|
1 cit.c4,
C. 49
i.P.* c. 4a.
que ella por fua morte, a qual Rebol p. 1
foi no anno de 1229, mandon i.3.C. § 1.
cAPITvlo XV. fazer eta obra. Que na verda
de não lhe fofreo feu efpirito
Como a Infanta trasladoupe tão dilatados vagares: antes lo
ra feus paços º conuentº, go nos largou a fua cala, & fe
pafou a viuer no fobredito mo.
8 quem depois tum teiro de Cellas, ou nas partes
º correu nas obras : de Coimbra . Ia no anno de
delle. 122.3. affitia na Íua villa de
Monte Mòr o velho,como con
ta da "Monarchia Luftana, & *p 4.1 14
C. 4
I Llumiada a Infanta antes difIo no anno anteceden
Dona Sancha com te nos tinha feito o conuento,&
tantas luzes do ceo, nòs etauamos nelle. Contaif
como lhe refplandecerão quan to não sòmente pelo dito dos
padres º Gonzaga, & ffrei Lu
do vio os finquo Martyres na e-pag.795 |
hora de feu martyrio, defcobrio cas: mas tambem por tetemu- f.nºan4o. e a * *
outro caminho pera feruir bem nho d'htia pedra,que etâna pa:
a Deos, o qual foi profetar re rede da igreja,na qual fele ofe
ligião no feu moteiro de Cel guinte.
las junto a Coimbra, que ella
== TT Ty, hiftoria Serafica dos frades
|-

--;

TÃTnfanta D. Sancha,filha del-Rei D.San->"|


! … - 4 …» * * * *: *"; , r. -->

cho, neta del-Rei D. Afonfo Henriques, … •

primeiro Reide Portugal,fundou eftelºcon * * * * * !C (1 :


| uento noanno de 1222. & : " 1. [.. e tº riº
2 Seis auia, que os religio-] hum caminho, que cingia pelas |
|fos etauão na ermida de fanta |cotas o conuento, & leuando a }
* Catharina, quando agora paísà |cerca pela ladeira afima atèche |
rão pera os paços reduzidos ja a gar a hum fittio,que chamamos
|etado
1 - - - de conuento, que pelo |3azagão, muito apraziuel pela
• • •• • • -

|fitrio,&por rezão da Fundadorá |largueza da vita, & deuñto por |


|era conuento real, poíto que a | caufa d'húa ermida do padre S: * ".
fua
termos capacidade não excedia os | Antonio.Mas ainda detasterras ***
da nofia limitação. E e{-| •

deixamos fôra muita parte, &


tranhandofe com o difcurto do | arrazamos algúas catas vizinhas
"|
tempo,& crecimento da mefma |pera que, retirandonos da villa
|-

lcõmunidade a etreiteza da cas | quanto nos era poísiuel, ficafe,


fa,& da cerca,que era muito pi como ficou, mais deuota,& d’al |
quena,tudo nos remediou a Ma gum modo folitaria a entrada
jetade realco a deuação do po do conuento. Pela qual rezão
uo. Do anno de 1 28o. atè os fim | não confeptimos depois que nº
quo feguintes fe conheceo com te fittio, cuidando a villa que
euidécia quantos fauores na gra era feu,fe fizefem certas catas;
ça dos feculares nos folicita nof no que tambem nos affitio com
fo bom procedimento,porque a amor a Rainha D. Catharina, a
Rainha D. Brittes, mulher del qual a nofo repeito lhe efere
Rei D Afonfo III. mandou cô ueo etas palauras com outras. |
prar húa terra, a qual fe metteo E lhes darei todo ºfauer, @r ajuda,
na cerca, obrigando feu exem que lhes comprir pera viuerem com a
plo a muitos particulares nos quietação,que he nect/aria a taes rel
fazerem femelhantes doações; a |gio/os,Q) como conuem a %a villa,que
os quaes fe ajuntou muitos an /efaça, pelos benficos, que todos deles
nos adiante D. Margarida Hen recebem.
|riques, Camareira mór da Rai. 4 Quafi pelo mefmo tem
nha D.Leonor, mulher del-Rei po, em que a o fictio fe começá |
D. Ioão II. fe a vltima em tem rão a lançar etas crecenças,teue
po, por ventura primeira na de tambem feu principio a refau |
“nação. ração dos edificios, & cficina |
3 Comito fomos tapando da cafa,a que fe deu nouo fer, ou F

2 O
TUF
=-=-=-=-=-=-=-=-
*Mawrºna Pr04htia de Portugal.
| ao menos outra grandeza;& for} : →= =
-

79 |
|de Sylues,etando em Alanquer.
|ma. A igreja tomou afeu cargo |Eficando imperfeita por rezão
|- fobredita Rainha. D. Brites, | de fuas aufencias, & morte, el
|mas ainda no anno de 1 29o.em |Rei D.Dinys,feu filho,lhe poza
que o Arcebipo defBraga Bom | vltima mão,acabando com brio
frei Tello concedeo 4o. dias de #generofo o q fua mãe auia prin ;
indulgenciana quem com fuas cipiado. Afi o dizem tres pe
| efmolas ajudaíe eta obra, etá dras, embutidas na fachada de:
|maella em efiado, que podemui. (te templo pouco aísima da por
|bem dizer; cum de novo inapiat/* ta. Na do meio fe vem as quinas
bricari,que então começauaa fa reaes em tetemunho de fer of
|zerfe. Depois delle concedeo a edificio real. Nas outras collate
me{ma graça pera o me{mo ef fraes,em húa dellas fe contem el !• • •

-feito D.loão Soares Alão, Bipo <tas palauras:º ºfi fº º , , , ,


-> ---- |- -

: : :…, …"? *** # : ; : ;


4 - … Efta Igreja fundou amuinobre Rainha D.


\

| Brites, & acabou a o muivirtuofofeu filho, * ** * * *


••

nobre Reide Portugal compridode virtu


de D.Dinys.…
• • |- : : :
… . : * }
:: :

• •

>";

Na outra etão dous verfos lati ||Chrito nofo Senhor, que em | !

nos,&o primeiro declara como |premio deta obra lhe dé os go:


o dito Rei acabou o me{mortem|itos do paraifó.… " :
|plo. No fegundo pedimos al
HoeperfeinimişincyteRe:Dionyfi
Quo virtus Chrifti tibigaudia det paradifi.
5 Na renouação do clau. | agencias corrèrão por contade
| tro,que he muito majetofo, fe. Antonio Saluago, thefoureiro
occupou a grandeza del-Rei D. da Rainha D. Maria, fua fegun
Manoel, como nos etão dizen da mulher, o qual a elas acre
do as fuas esferas, abertas pelos centou muito do feu cabedal.
cunhaes, no qual tempo fela No reinado del-Rei D. Sebafº
urou tambem o arco da cafa do tião, & cofauor de fua magnifi
capitulo, onde età venerada a cencia fe renouou o forro da
S. arch. de
Imagem da Virgem Senhora N. igreja, que agradecido o publí.
S Anton. que falou ao nouiço. - Efendo |ca, com etas breues palauras,
da Cata
nheira.
as principaes de{pezas foas, as ! regnante Schofiano. E finalmentº
----"
I] e [] i \t] (Y}
G4 –– •

"75
__*___ _=A=

vassessºr*

8o Limr IDZ hiftoria Serafica dos fr…


-
nenhum ouue, que não fizefe no qual fe fez fegundo outra
etimação de feus poderes reaes memoria, que d'antes etaua no
pera tambem os empregar nete coro velho. … … #
infigne conuento.
6 Muito antes que os fra cAPITvlo XVI.
destiuefem eta igreja, etanão
ja preparados pera a fua fagra
} ção com hum breue do Papa Defêreufê efte figundo con
| Alexandre IV. cujo principio | uento;&5 apontão/e as ma
|he: Santorum meritis, pelo qual a rauilhas do teo,que
2o. do mez d'Abril, anno de
Chrifto de 1257, cõcedeo cém lhe grangtão ref
dias de indulgencia a os que a peito.
vifitafem no dia daquella folê
| nidade,& no feu anniueríario,& I Elo que temos efcrito fe
nas fetas de N. P. S. Francifco, poderà entender a cor
fanto Antonio,fanta Clara, & pe repondencia, que faz
las fuas oitauas.Mas não chegou ete conuento à villa. Etá fun
| afagralla o Arcebipo D.F.Tel. dado junto della em lugar fupe
# Caths lo, porque º foi a fua morte no rior na ladeira de hum monte,
{'cg.dos
* . *
Ar anno de 1 292, & ella ainda não que, fendo ingreme,nete fittio
:ceUp. de
;3r3ga P. »
*
etaua acabada, mas começada lhe ofereceohüa planície capaz
c. 39. fómente, em 2o. de Feuereiro de feus edificios. Aqui deta emi
de 13o 5. no qual dia o dito Bif. nencia fenhorea a me{ma villa,
po de Sylues pafou a fua proui recompenfandolhe fua humilde
faõ,que affio manifeta, dizêdo: fujeição com húa majetofa fer
Cum mmenafterio fantti Francife de mofura.Participa nos ares mui
Alanqueria fit inchoatum quºddam ta beneuolencia do ceo, & fem
opus tam ecclefe, quam clawfiri, (rc. cobiçar coufa algüa da terra,põ
De mais que na liuraria da caía em os olhos a o perto em húa ri
età hum liuro compoto por beira frefca,& a o longe vai def
frei Leonardo de Vtino,nas co cobrindo tantas terras áquem, &
tas do qual achamos eta me àlem do Tejo, que a vita can
moria de mão, mais fuccinta do çada coetas grandes ditancias
que nós a defejauamos. Nº anno não lhes póde dar alcance.
do Senhor de 1547. fºi con/gradº 2 Os edificios da cafa ef.
&=) a.Fr. Luc.
efte muiiteiro d'Alanquer/endº guar tão ordenados por tal modo, & n . . . .
dião frei Antºnio Helemão. E defe tão conformes co a traça da boa "º
| tempo pera câ (e reza da fua de religião, que toda ella, & qual
| dicação em dia de são Mathias, quer das fuas partes recende a
fanti
*sassem
Menores na Prouincia de Portugal. 81
fantidade. E affi como a pedra faõ taes,& tão notaueis as mara
de ceuar por virtude occulta, q uilhas do ceo, que confideradas
lhe imprimio o Autor da natu bem de força hão de efpertar os
reza,attrahe a fio afo, també as corações mais efquecidos de fu
pedras, & paredes dete fagrado as mifericordias.
conuento penetrão os corações, | 3 No templo primeiramé
gerando nelles hüa noua deua te (e reprefenta a memoria da
ção,com que as almas fe inflam quelle Oratorio dos paços da In
mão no amor do Redemptor, E fanta D.Sãoha, onde ela vio aos
pôde fer, que eta melma virtu fantos finquo Martyres,vetidos
de felhes pegafe,por difpofição de gloria, na hora de feu martv
diuina , dos muitos feruos de rio;porque nefe me{mo fittio fi
Deos, os quaes viuos aquentà. cou a primeira igreja, & agora
rão as paredes, & mortos femeá |fe etende o cruzeiro da fegun
1ão na terra fantidade com feus da. Na capella môr apparecem
corpos. Os religiofos confefaõ as veneraueis reliquias do fanto
deuotamente, que nete fanto frei Zacharias, & de feus com
domicilio logrão a paz.&alegria panheiros, enthefouradas num
da alma, que não achão noutras |cofre, & numa imagem fua. O
partes, & os feculares,fe não an feu fepulchro antigo età na ca
dão do todo alienados, em fe vê beça dofobredito cruzeiro pera
do detas paredes a dentro pa abãda da epitola, entranhado
rece que fe fentem animados na parede, a qual por ete,& ou
d'outro epirito nouo,oqual lhes tios refpeitos, como ainda vere
melhora, & compoem os penía mos, fe chama parede fanta. No
mentos. Nunqua aquelle Arce me{mo cruzeiro da outra parte
bipo infigne de Lisboa, D. Mi (e motra húa imagem de nofía
guel de Catro entraua em Alã Senhora da piedade, perfeitifi
querque não viefebufcar logo ma em pedra,pela #
clemê
ete deuoto fantuario, onde opo |tilsima Virgem tem feito a feus
derofo Senhor fe motra Pae deuotos particulares fauores.
das mifericordias,& Deos deto Dizem della,que falou# mui
da a confolação. Rezaua á Se tas vezes a hum religiofoO de grã
nhora do capitulo, veneraua as de virtude,feu afeiçoado feruo,
reliquias do fanto frei Zacha etando em oração, que confor
rias, choraua diante do Crucifi tou com palauras faudaueis na
xo, que lhe falou antigamente, perfeuerança da vida religiofa a
& conuerfaua os religiofos com hum nouiço, tentado do demo
tantas demontrações de amor, nio pera fe fair da Ordem;& que
que não fepodia defpedir. Mas alentou outra vez a efte me{mo
* - - Ul() {l 1 -
=–––––
–+ –=L= - - - -

82 L7TDTa S7a ##
nouço, eitando desfallecido à os pafios da paxão de Chritto
fome, com huns bolos, que lhe nofo Senhor.
deu do feu altar. No coro, dedicado aos
4 Aqui perto fe oferece louuores de Deos,forão ouuidos
tambem cutro altar,onde età o os Anjos, não fómente cantar,
Crucifixo, que cotumaua falar mas tãbê tanger os orgãos;& al
| co fanto frei Zacharias. He de guns frades, q ja erão falecidos,
madeira eta fantifsima imagem, aqui declaràrão a os viuos no
como tambem os feus crauos,la tempo da oração o etado, que
| urada muito a o toÍco, & com a tinhão na outra vida. Saindo
cer tão efcura, que parece defu dete coro,&caminhando á mão
| mada:finaes claros de fua gran efquerda pelo clautro pera a
| de velhice. Tem dous palmos parte da capella mór, imos pi
de comprido,& tendo lado aber zando a terra fanta,digna da nof
to,que reprefenta a Chrito mor fa defcalcèz, a qual recolheo no
to,na qual confideração o enta coração muitos varões apotoli.
lhou o efculptor, os mais finaes cos, & grandes feruos de Deos,
são do me{mo Senhor viuo, co depois de acabarem efte deter
molhe a cabeça leuantada,olhos ro da vida, cujo cemeterio por
abertos, os dentes apparecendo, efa me{ma rezão fe vai agora
como de quem etá falando; & ornando com pedras nouas, &
dete modo, ficou depois que capella. Dobrando daqui à ou
| começou a conuerfar com o fo tra quadra do clautro, encõtra
bredito fanto, dandolhe muitos mos logo co a cafa do capitulo,
| confelhos por fua bocca purifi onde feve a facratifima imagé
ma, Influe a fua vita pauôr,de da Virgem Senhora noíla, que
uação, & reuerencia, como nos falou a o nouiço,encotada pela
| açontêCeO quando o quizemos banda de fóra à me{ma parede
ver pera notar o q aqui efcreue do cruzeiro , da qual difemos
mos.Eteue atè o anno de 1414 | chamarfe parede fanta. Mais adiã
dentro da cafa do capitulo,dõde | te entramos em outra cafa, que
étão foi levado ao coro,&depois antes de le fazerem nella algüas
| trazido pera a igreja áintãcia da cellas terreas, fechamaua O jui
villa,que o queria ter perto. Ef zº, porque aqui chamou Deos
tá porém com grande venera |antigamente a feu juizo hú fra
{ção fechado em hum facrario, o de viuo, no qual foi fentenciado
qual de marauilha fe abre,fenão por fua mifericordia a fazer (au
he a 3 de Maio por rezão da fua dauel penitencia. "

|feta, & na quarefma às fetas . 6 Deta cafa fe (obe pera o


feiras à tarde, quando fe correm dormitorio alto, & no topo da
*>
efcada
assº
=

• -- *>""

AAenores na Prouincia de Portugal.


efcada á mão efquerda achamos pera cautela dos outros, fe dei
húa porta,que he do nouiciado, xou enganar hum nouiço prefu
fobre a dita cafa do capitulo, & mido das mentiras do demonio. }
tambem o feu altar artimado ás Fica defronte a cafã do refeito
cotas da me{ma parede fanta.] rio, no qual por muitas vezes os
| Sò eta fala,de quantas a Infanta| frades virão anjos, que os fer
| teue primeiro nos feus paços, uião à meza, trazendo feitas as
conferua a fua forma antiga; & i}{uas reções da defpenfa do Se
*idem an. nella tem ja muitos aduertido, º |nhor. E caminhando pelo (obre
1219 n.5: que cheira fuauemente, & que | dito cláutro pera a porta do cõ
fendo pafado mais de quatro |uento , ahi permanece a memo
centurias de annos, etá ainda ria do anjo, que mandou cha
como nouo ofeu forro,limpo de mar a ella o fanto frei Zacha
teas d’aranha, & de outras im rias , & lhe deu os pães do ceo.
mundícias.Eta he aquella fala, Não damos paffo finalmête por
onde a fobredita fenhora rece todo ete conuento, que não to
beo os finquo Martyres,o fanto pemos cõ finaes, & vetigios de
frei Zacharias, & o padre frei algüa marauilha.
* - - - -
", { #
Sueiro Gomes, vindo todos de
Italia,&donde defpedio os mef
mos Martyres pera a terra dos cAPITVLo XVII.
| mouros. E fora muito mais pro
prio terfe pintado algum detes Dà Deus de comer algüas ve"
cafos agora no feu altar,& não o
apparecimento dos ditos Santos zes por mini/terio dos An
na hora do (eu martyrio, e qual jus a os religio/os
lhe foi feito no Oratorio, que fe deflatafa.
mudou em igreja.
7 No meio do dormitorio
fe encontra húa cella, morada 1 r Iuião nete conuento
trite,& e{cura,como dizem, do aquelles primeiros pa
demonio nouiço. Depois etá a dres tão efquecidos da
enfermaria, que foi tetemunha | terra, que não felembrauão de
verdadeira de muitas mortes di pedir o que era neceffario pera
tofas,& de grandiffimos fauores | futentar a vida, obrigando feus
no tempo dellas, da Piedade di | defcuidos à piedade de Deos, a
uina.E tornando a decer por ou cuja conta etauão, que muitas
tra parte, defcobrimes ja em bai vezes os proueffe claramente
xo a cozinha, onde nos querem por milagre. Não reparamos
dizer que, permittindoo Deos I agora no admirauel, & e{pecial
cuida
L_
*a*…>
–a–
* •••••> •+___=_*__ •

-*-*--*--*;;------ - -

*--*e… =

84 Liuro I. Da bifloria Serafica dos frades


cundado, com que ette Senhor prefentarem a fua neceflidade.
nos etá cada dia futentando, Acabada a oração entrarão no
fendo nòs tantos, & tão pobres, refeitorio, affentarãofe à meza,
que não temos nem hum sò pal & quando ja os dous pães fe par
mo de terra; por quanto ainda tião em fattias pera chegarem a
que pareça milagrofa eta fua | todos,tangeo á porta hum man
concion,
particular prouidencia, como o cebo, que mandandoo chamar
. de S. padre º frei Luiz de Granada |lhe entregou tantos pães, quan
12TC.2. 2.
aduertio, o fer muito ordinaria tos erão os religiofos, & logo no
lhe diminue o efpanto na opi mefmo lugar fe e{condeo da fua |
nião do vulgo, que não cotuma vita. O aperto daquella necef
admirarfe, fenão sò d'aquelles ca fidade,a occafiãe do tempo,abõ
fos, que raramente fuccedem. dade dos pães, que erão muito
Pelo que efe me{mo prudentif. mimofos, o numero delles cor
fimo Senhor referuou algüas o refpondente aos frades, a etra
bras, que vai fazendo fóra do nha fermofura do mancebo,que
curfo geral, quando affi o pedem os trouxe,& (obre tudo o repen
| as occafiões do tempo; pera que te, com que defapareceo, forão
etimandoas os homens,não por finaes manifetos de fer elle al
ferem as maiores, fenão por feré gum dos anjos do ceo,por quem
etranhas, louuem com maior ofoberano Senhor mandou pro
afecto fua immenfa caridade. uer o cõuento. Comèrão todos
Taes faõ as prouisões milagro com tanta confolação, & aluo
fas, com que ele muitas vezes roço das almas, que cõuertendo
nos acode dentio, & fóra dos o refeitorio em coro, louuárão
cõuentos affi por miniterio dos muito a Clemencia diuina,á nú
demonios pera fua confufaõ, co qua defemparou os feus pobres.
modos anjos do ceo,fegundo lo 3 Então fe vio outra gran
goveremos. ,
de marauilha, porque partindo
b. chronic,
antig.
-2 Era"guardião o fanto os pães fe forão multiplicando.
F.Marc. p. frei Zacharias, & fendo muitos de modo, que fe deu hum intei
1.1.6.c. 28,
F.Luc, an. os hopedes além dos feus mo to à Infanta D. Sancha, & mui
* 2 1 2. Il.

4O.
radores, não tinha mais que do tos pedaços a os deuctos da vil
us pães. Chegou a hora do jan la,& do termo. Daqui inferem
tar,& o fanto confiado no gran alguns,que itoacõteceo no pri
de Pae de familias, que não fo meiro cõuentinho de fanta Ca
fre perecerem os feus feruos,foi tharina, etando ainda nos feus
| com eles à igreja pera lhe daré paços a fobredita Senhora. Mas
as graças da pobreza,em que en não he cójectura infalliuel, por
tão fe achauão, & pera lhe re quanto podia etar nos outros
3
pº ços +
m=
"T"=mmm

A1cuores na Prouncia de Portugal.


paços da villa, ou acharfe nel
la na me{ma occafião, ou guar CA PITVLO XVIII.
daremlhe a fua reção os fra
des, que ela depois lhes man.
daria pedir. E quando lá fucce Leuantafe contra efte conuem
defe, á me{ma communidade, to o inferno rectºfº da fia
,
que ainda continúa fe fez o di fantidade,$pera o re
to fauor. Quanto mais, que no
fegundo conuento, onde agora laxar fºfaz hum
etamos, ouue outros femelhan demonio,no
c.Hitec tes, º & entrando muitas vezes
clefiaft de
digº.
Lisb p.2.
no refeitorio os frades pera da
c.17&42. rem graças a o ceo de não te
rem que comer, vinhão logo os I Vdadas do valle de S.
anjos atraz delles co as reções Catharina pera eta
nas mãos, & os feruião à me. terra noua do fegüdo
za. Outras vezes, apertando a conuento aquelas plantas fran
me{ma necefidade, tanto a tem cifcanas,breuemente florecerão,
po acodião as e{molas, que erão | produzindo muitos fruitos de
julgadas por milagrofas. E fe diferétes virtudes. Cõtinuauão
|auemos de dar credito a pef os primeiros exercicios, & acre
foas muito graues, ainda nos cétando outros viuião cõ grande
nofos tempos foi vito crecer| recolhimento,apereza,& filen
o trigo no celleiro, o vinho | cio;& affi como os homés no mú
} na adega, & o azeite nas ta |do fe enuergonhão de não ferem
|lhas, acontecendo outras cou muito ricos,elles fe prezauão de
fas que, com ferem miude feré pobres euangelicos,& de an
dezas, erão particulares … daré defcalços, & remendados.
fauores da piedade -> Mas o inferno, 4 cófideraua no
--... . de Deos. : , ; ; : ;
cõuento húa efcolavniueríal de
* - - - - -- -

virtudes, receofo ja deta nona


fortaleza cõtra ofeu principado,
gritando de pura raiua,tratou de
a detruir cõ mão armada, & cõ
uocou os demonios,que peta fa
zerem mal, todos femotrão ar a Chron.
Q{}L}{X.
}

dilofos, & folicitos. -

#
2. … Começou º eta guerra Martyr. de |
Marroch.
no principio por cõbates fecre le&t. 5. " |
tos,& inuifiueis, que são os mais F Mar. p. 1 ];
; 16. c. 28. } -

H 1 º ri
per
• =
86 LITT Dahlima Serafia dos frades
perigolos,tentando a os nouiços bete elle, como pae verdadeiro
co as lembranças do mundo pe da mentira, diffimular com tanta
| 1a deixarem o habito, & procu propriedade, que as apparencias
rando enfraquecer com deícui nete feu nouiciado erão de grã
dos os profeflos por não fubirem de epirito no feguimento do co
a o mõte da perfeição regular. E ro,oração, exercicios humildes,
aduertindo depois, que por eta caridade cos enfermos,& em to
via lograua mal feus intentos,en das as acções tocãtes a feu eta
trou por outro caminho de ma do Cöfelsauafe falfaméte,repre
ior perturbação,& affentou o ar fentando aquella dor dos pecca
raial tenebrofo á vita dos mel dos, q não cabe na fua obtina
mos frades,a os quaes a cada paf ção: porêm nãqua cõ{entio a di
fo,& por todas as partes do cõuê uina Majetade,á fua bocca mal
to (e atrauefsauão osefpiritos ma dita profanafse o mantimétodos
lignos em figuras horrêdas,& te anjos,bufcando elle embaraços,
merofas, pera 4,defcõpõdo pelo & allegãdo rezões de não cónú
menos eta moráda de Deos, fe gar, co as quaes parecia defcul
pareceffe co a fua,onde tudo he parfe.E depois q (e vio entabola
horror, & cófusão. Mas por meio do na opinião de todos (que fa
dasorações do S.F. Zacharias, me cilmente vêm a cair num enga
recimêtos de N. Padre ferafico. no quê não he maliciofo) logo
& intereeísão dos fántos Marty tratou de feu negocio, dandofe
res de Marrocos, protectores do a conhecer em muitas partes
cõuento,aproue à Majetade di por famofo herbolario,& medi
uina deterrar de fua cafa tão coco as curas,& medicinas, que
infernaes infolencias, enfreando fazia, julgadas por milagrofas.
em parte a os demonios, & re Aquife originaua a perdição do
pondo os frades na fua quieta cõuéto, acodindo infinidade de
ção. gête a pedir medicamêtos,ou pe
Contudo, como os maos lo menos receitas, cômunicar as
empenhados húa vez na perfe doéças, agradecer as faudes,offer
guição dos bons, nunqua deixão tar grofas efmolas; & com ito
eta teima,o inferno, ainda q fo fe alteraua a quietação da cafa,
peado pela virtude diuina, não afrouxando juntamente o rigor
defiftio de fua malignidade.Pelo da pobreza, & filencio. E vendo
b.Chronie.
antig.
4* ordenou a hú demonio,6 fin eta ruina o guardião, que era o
legê d.cit. gindofe mancebo,procurafse fer fanto frei Zacharias, recorreo á
lect. 4.
F. Marc. p. nouiço no conuento, & dete oração,na qualDeos lhe reuelau
1.1.1 o.c.14 modo fagazmente lhe fofse in os embutes do demonio. Pelo
troduzindo a fua relaxação.Sou que o mandou chamar á culpa,

- & def.
# Menores na Prancia de Portugal. 87 |-

& delpindolhe o habito afh o| ços, confortando os no amor da


| enuergonhou, & reprehendeo | vida
mãos.religiofa,os arrãoou de fuas
*> •

de fua temeridade, que nunqua |


mais appareceo. " - " …

4… Outro cafo d'hú nouiço,


enganada, por ete enganador CAPITVLo XIX.

acõteceo pelo tempo adiante na
#«.Chronic. nofía Religião,& poto q os “Au Como falou a hum nouiço hia
antigº
F. Marp * |tóres não lhe afinãe lugar certo, imagem da Virgem Senhora
-

14.c.38. dizendo sò é fuccedeo em Hef.


Fr. Luc.
an. 1.193. panha,nôs achamos húrumor de nº[a,ê3 mudou em proua
|-
n.3,
4 foi nete cõuento,& q por ifo | defia verdade º Mi
eteuena cozinha pintado algüs ninº Jef de hum
annos. E pera q não faltemos na
inteireza da hittoria, aqual here trar para
|-• •

ferir todos os cafos como forão, 0utrº... ...…


ou como fe diz que forão, tam
bem efcreuemos ete, & feruirá I º Omeção ja os fauo
de cautela, cõtra as malicias do res,& grandes miferi
|inimigo cõmum. Era o pobre cordias deta fantiff
|nouiço inclinado à virtude,mas ma Senhora por hum nouiço
não tinha fundamento,em á el innocente,cuja vida inculpauel,
la aflentafe, por fer mui altino, imitando na pureza os efpiritos
}&foberbo, q deprezãdo os bós do ceo, trazia afeiçoados os
|cófelhos do metrefeguia a feus corações do cõuento, que vene
|caprichos, que o forão defuian rauão a liga de tanta virtude, &
} do da vida dos outros religiofos. tãta finceridade. Cõnnetteo hüa
Etanto que o demonio o vio culpa muito leue d'aquellas, que
de{garrado do caminho, falfifi faõetranhadas nos nouiços,mas
cando em filmefmo cõ grande nele ditofa pelo fuccefe, q te
atreuimento a apparécia da Vir ue;por quanto o guardião,mou
gem Senhora nofa,lhe ordenou do, como fe cre, de fuperiorim
o precipicio. Acõ{elhoulhe,que pulfo, lhe mandou em peniten
pera ir ao ceo (e pregaffe numa cia,á fofe a o capitulo,& pedif
cruz,& elle foberbo, & ignorãte fe à Virgem S. N. lhe quizefe
affi o executou. Não fe glorie reuelar qual oração lhe era mais
porém, o tentador infernal de aggradauel, & que não fe faife
fabricar feu engano co efte dif. de feuspès, né come{se, nem be
farce fanto, porque a piedofa befse atè ella lhe fazer eta mer
Senhora a outros muitos noui cé. Duro preceito pera quem
--> H 1. (*\'3
-+

88 |- T77T Da hiftoria SZ77 -_-

.] era humilde: mas Preuaiecendo | d'Alãquer,4ja º temos referido. tºpº.


o feruor de fua obediencia,per E poto q os antigos não lhe das
feuerou de joelhos todo o dia, & | uão lugar certo em Hefpanha,to
grãde parte da nºite, rogãdo cõ dos ja obrigados da tradição, & |
muitas lagrimas à Fõte de pieda fama vniueríal apontão etecõ- -

de lhe defpachaffe eta tua peti uéto, no qual tambétõcordátão


|ção. E compadecida a Senhora | os nofos minitros, &cutodios
de tanta tribulação, & angutias hepanhoes,áfe achàrão prefen|.……
lhe declarou, que o hymno O tes na cógregação geral,celebra
gloriº/a ZDomina (o qual affi come da no anno de 1621. é a cidade
çaua antes de fer reformado por de Segouea,onde affio futenta
occafião do metro)lhe era fobre mos em cõclusões de differentes
todas as orações deta forte ma materias,repartidas pelohymno,
is aceito. E como me hão de crer? No tépo não ha certeza: pelo 4
lhe replicou o nouiço: a o que eícreuêdo a mudança do cõuêto
ella refpondeo. Crertehão por efie o Annalita no anno de 1222;
final, que deu inclinadº a teus rºgºs. logo fez dito memoria. Outros
Eis aqui mudo meu filho, º 2úninº faltão dous annos adiáte. As nof
lefa, de hum braçº pera outro, @r com fas chronicas antigas,6 pelo feté
f) acreditº a minha renelação. Aluo nos parecê as mais certas,entrão
roçado, & alegre o nouiço aui no generalato de frei Aymõ, do
zou o guardião do que auia paf anno de 39.atè 44. & frei Mar
fado, o qual reconhecendo o mi cos finalmente pafla a a de feu
lagrecem toda a cõmunidade ti fuccefor, frei Crefcencio, atè
uetão por certo o oraculo da 48. Nós detas variedades fica
Virgem acerca da oração,& por mos sò colligindo, que he muita!
elle lhe detão muitos louuores. a fua antiguidade. .. .
Mas o nouiço empenhado en 3 Eta facratifima,& mila
tre todos na deuação da Senho grofa Imagem, que chamamos,
ra,depois de gatar em feu ferui «Senhora do capitulo, por etar na ca
ço a vida,lhe deu venturofo fim fa delle, he de madeira,&não de
com opinião de fanto. edra, como vimos,& tocamos.
2 Fazé méção deta grãde ma Eftà afsétada em throno,& tédo
rauilha as nofas primeiras chro d’ãtes o Minino Iefu febre o bra
nicas,o Autor das cóformidades, ço direito, agora o té fuftentado
4. p. 1 l. 1. FºMarcos,º F.Lucas, a Hitoria no efquerdo. Mas na forma,em
c. 36.
b.an. * * * *. ecclefiatica da Igreja de Lif que no princípio o teue, acha
n. 41. -
r. p. 2. c.27
boa,º o Agiologio Lufitano,obra mos tambem nefte reino muitas |
d. Ianeiro grande,&digna de perpetuo lou imagens de vulto, as mais dellas
| 18-lit. c. uor, co a relação das grandezas milagrofas,em particular neftes
cõuen
•••
-•••••••••••- -" +=

Algures na Prºuincia de Portugal… 89


comentos leguintes da nofia Re: indecencias os defeitos milagro * *

ligião, São Francifco da Lisboa, fos, mandou reformar obraço,& | * * * *

Virtudes,S, Onofre,& Thomar, eltofar o regaço, contentandofe


Moteiró, Matozinhos, & Vir dã deixar efcrita nelle cóletras
anna; & nete de Alanquere{tá d'quro a verdade da mudança.
húa antiga de S. Antonio com o Nome{mo tempo (e inclinou a
mefmo Minino na mão direita. Senhora pera a parte direita por
A obra, não he muito delicada, fazer melhor lugar na efquerda
fupprio porêm luas faltas cosref| afeu filho amantifimo, ao qual
plandores da graça a mão do fo apertou tanto configo, ficando
berano Artifice.Pera proua,&lé ambos cõ os olhos hum no ou.
brãça do milagre, quãdo mudou tro, que parece auello ja enta
o Minino,lhe ficou adelgaçado lhado no me{mo tronco daquel
o dito braço direito, como fe o la, parte o primeiro efculptor,
cauacárão, & o regaço de pinta Etá fechada num facrario, cu
jas portas da banda de fóra re
do, em final de que alli etiuera.
Mas parte dito nos efcondeo ja prefentão o milagre em pintura.
neta nofía idade a deuação ina O nouiço faz de joelhos a peti • •

difcreta de quem, julgando por *ção neta forma. *. * * * # : ;

O MateróVirgo pia diciúpplicantiferuulo,


quetibifitvna exomnibus oratio gratifima.
A Senhora lhe concede º de pichº,dizendº etaplau…. … º

* •

Filimihivna exomnibus oratiogratifimaeft -

ille hymnus pulcherrimus, 0gloriº/a Domina.


4. He grande a deuação, é cõ muita folemnidade afua la
tem a eta Senhora,afios religio dainha,& o hymno com algúas
fos,como a villa, feu termo, & orações. A ellefe motrou affei: }
muitas partes do reino. No pri çoado o padre fanto Antonio,
meiro domingo depois da Pafº pelo á não fó na hora da morte,
choa fe celebra a fua feta,&nos mas tãbê no aperto, em 4 opez
fabbados á tarde pelo difcurto o demonio, quando o quiz afo
do anno junta toda a nofia cõ gar, com eta oração apraziuel à
munidade de joelhos diante do Senhora inuocou ofeu fauor.C5
feu altar,& dous nouiços fazêdo tudo não alcãçou etãºo em Por
o cficio de Cantores,lhe cantal tugalete cafo do nouiço, porá
H3 Ja
- - = • • • • •- -- - - "… - -- - - - - - - - ………
| || 9o Liurº I. Da bifloria Serafia dos frades
f Fr.Luc.
20Re = 2 3 *e
ja/ etaua em ltalia no anno de Perafe fair da Ordem, lhe pe
B. B. E º
1221.depois do qual o e{creué dio de joelhos, ºconfira te efema
os fobreditos autores, & fe Pafº trem, que motrafe nelle fua afº
fou alèm do de 39.nem co a vi feição de mãe. A o que lhe ref
da pode chegar a feu tempo. pondeo. Aconfira te efefilium;mo
Entre os grandes deuotos delta tratu q es meu filho. E cõ to
Senhora fantifima merece not (e lhe foi a tentação. No anno
fa memoria o illuftriffimo Arce de 1 643 era Nicolao de Car
bipo de Lisboa D. Miguel de ualho mordomo da fua feta, cu
Catro, o qual por feu repeito, jas veíperas lhe começárão a fer
& pera a vifitar muitas vezes en trites por rezão de húa enfermi
traua em Alanquer, etimando dade, a qual lhe daua garrote,
tanto o que cheiraua a etafan. apertandoo de modo na gargan |
ta Imagem, que em retorno de ta, que não podia refpirar. Mas
hü cabazinho de maçans enans, recorrendo,defconfiado dos me
criadas à fua vita no clautro,o
dicos,á botica da Senhora, que
menos que daua era hum moio he a fua alampada,co (eu azeite
de trigo; & fe alguem lhe que alcançou logo faude, & fetejou
ria ir à mão,repondia que o dei com mais goto o feu dia.
xafem futentar os capelães da
Senhora do capitulo. Co a me{- C A PITV L O XX.
ma deuação lhe inuiou de Ma
drid algüas peças de preço D.
Leonor Pimentel de Toledo, & Davida, & morte do fanto
em quanto pofuio o campo do frei Zacharias, funda
Rouxinol, paul d'Otta,& outras dardº/le con
rendas na villa, fempre lhe tri l/filt().
butou muitas efmolas, que com |
encargo de mifas, & d'outras
fantas pensões fazia a o conuen I Hegou o tempo das
(Os

Dos beneficios concedi


C que
faudades,&lagrimas,
deixou nete cõ
dos a etes me{mos deuotos, mui uento o fanto frei Zacharias co
tos fe cótão de grãde cófolação, a fua de pedida da terra pera o
4 por feré ordinarios,&não fair ceo. Em Roma,donde era natu.
mos dos termos da breuidade,dei ral, o recebeo à nofia Ordem o
xamos de efcreuer. He contudo Patriarcha ferafico,& com tan.
memorauel o q ouuimos a mui to cuidado o intruío na perfei
ta gente de credito, a faber,que ção da vida religiofa, que de
fendo tentado outro nouiço pois por fuas grandes virtudes
elle •
=
A

Menores na Prouincia de Portugal. 91 --- - -

elle era entre muitos ofeu dif> |zer affi nogouerno do conuen
cipulo amado. Quando entrou | to,como de fua pefoa. Ete era |
em Portugal,vinhaja pregador, | o leu tontemptus mund,o feu Def.
& facerdote,& do que temos e{-| prezo do mundo, o feu Etimu
crito lobre a fua jornada fe po lo do amor diuino, o feu Itine
derá entender como merecia bê | rario da alma pera o ceo, a fua
a afeição de feu metre. Abrio Dieta da faluação,a fua Politica |
tão altos os fundamentos da fan de Deos,o feu Gouernador chri |
tidade deta cafa, fendo o feu tão,finalmente toda a fua liura
fundador;&primeiro guardião, ria, onde aprendeo a fer guar
que ainda hoje aquellas raizes dião,& fanto. A ete Senhor e{-|
brotão cheiroías flores de virtu | colheo por feu prelado, cõ tanta |
des. No tempo de feu gouerno obediencia, q nunqua faio fôra |
alcançou grandes fauores do do conuento fem lhe pedir a li-|
ceo, porque recolheo os finquo cença; & quando tornaua, pri
Martyres,que da fua companhia |meiro q tudo lhe vinha tomar |
partirão pera Marrocos foi o pri abenção. Com ele confultaua
meiro prelado, que celebrou feu todas as fuas acções, os acertos |
martyrio : lançoulhe: por eta do oficio,o remedio das almas;
º , "|cauía fua benção ao conuento & afficonueríauão familiarmê
N.P.S. Francifco:vio illuftrada te ambos,como pôdem conuer
fua caía cõ refplandores de glo far os dous maiores amigos,ou
ria, quando a morte leuou della uindo a cada pafo o fanto mui
o primeiro de feus fubditos: an tos oraculos do ceo, que o Se
dou em campo com todo o in nhor por fua bocca lhe deu.
ferno junto, alcançando muitas, 3 Erão fuas prégações cheas
& gloriofas vitorias: os anjos do de efpirito, & abrafadas em ze
... lceo lhe trouxerão de comer a lo, quaes fempre cotumão fer
elle, & a feus frades, a os quaes | as dos minitros euangelicos, q|
tambem feruirão à meza, & fo |não pretendem applaufos de cõ
1ão vitas outras coufas, que fize | ceitos delicados, fenão conuer
rão venturofa, & muito fanta a | sões de peccadores contritos,& !
fua guardiania. … | dete modo foi infinita a gente,
2 Teue efpecial deuação |que conuerria a Deos. Achoufe
á imagem de Chrito crucifica hú dia no auditorio certo homé,
… 16. do,cuja noticia ja º dêmos,dian que andauavacillante acerca da
te da qual etaua de joelhos, sê prefença real de Chrifto nofo
fe poder apartar, dias, & noites Senhor no fantifimo Sacramen
inteiras, contemplando, & etu todo altar, & ferido co as fettas |
dando por ella o que deuia fa de fuas fantas palauras pedio que
=
H4 —
O ÇOn- - ...
- -

92 DEIDTESTE
o confeflatle. mas como oncuo
# - * * *
- -

| memoria aosao,de Ianeiro: cf.


jeiro da cegueira era grande, |te no cathalogo dos Santos,a 22
nunqua o Santo pode acabar cõ |d'Agoto, onde falou tão confus
- * •• • • •• • •

ele, que crefe inteiramente a | fo, que lhe trocou ofeu no:
verdade do myterio. Pelo que |meconhecendo a pedoa. Nós
|inflammado no efpirito lhe dif Por tradição, que º mek |
ife. Irmão; pºis não tres asfalºuras imo Senhor, cujas palauras
#
do Senhor,que eu da/ua parte te digº, muitas vezes o confolásão da
jºvem amanhaam ºuuir a minham/a, Cruz, no dia da fua Inaenção,
; @el efêrºfêruidº de te alumiarcam que he terceiro de Maiº, º
ha/antaprºfença. Entretanto foi chamou pera o ceo, & neleja
|communicar a o feu Crucifixo de tempos antiquiffimos fece
lefte cafo, & toda a noite lhe ef> lebra afeta d'ambos, Contu
teue pedindo com amargura de do não foi no anno de 123o.
lagrimas,que por fua piedade a | que lhe deu a * Chronologia b.lib. z.
brifle os olhºs daquele igno monatica lufitana , porque as|
lirante, & incredulo. No outro | fuas acções ainda vão adiante:
dia difemifa etando ele pre mas feria pelos annos de 1249.
fente,&ºptouue ao Senhor cle. como quer o * Vuaddingho, d', 3R. E 2 R $

imentiffino,que na hotia confa poto que não foi muito aduerº n. 4. & an.
A 249.n.7•
grada vife muito claraméte atê tido em dizer, que floreceo na
o tempo da communhão a fua cutodia de Coimbra; por quan
carne purifima. Comete mila to, nem ella chegaua, a Alan
gre fe conuenceo o incredulo, quer, nem ainda nefe tempo
alegrandofe por etremo o San etaua intituida ; & elle pet
to em o Senhor de lhe tornar a
maneceo na primeira, chamada
ganhar eta ouelha perdida. de Pºrtugal, que tiuemos mete
, 4 Tudo o mais,que foi mui. reino. Tratão defua vida" frei d p. 1.1.6.
• to,nos eftõdeo a incuria de noí | Marcos, º Gonzaga,/Rodul
• • " " " …" "
C. a 8.
*-pag.179.
fos antepafados, como febatá …fo, a 4 Hitoria ecclefati f.lib.I.
ira pera nós nos cõtentarmos dei| ca de Lisboa comº &º P. 2. c. 27
& 42.
#xarem eles efcrito,que
fantamente viuendo
morreo fantifima-||
- dº || … … :: os autores re-aza. à

*
feridos-pet...": |- +

mente. Do tempo de feu glo- [... -

-
-

• •
|-

|
* *
• • •

• •

*-
| "{". * . * … ::., 1.
|-


-

? — . --* * * * -

riofo tranfito não achamos cou •• -

|-
--• • •

|-
• • • "3"
|- •

fa certa. Frei Artur,& frei Filip |



… * # , !
• •• ••
* * *;">

-

ipe Ferrario,repartindo os Santos||


| pelos dias do anno, como me
|lhor lhes etauaraquelle no mar-||
*
tyrologio fácifcano, atentafia
--———— |-
- - - - - - -
: : : : :::, :: : : : : : : :: o
---- * *i - CAPI
• • •• ••••••••• """"">== *---- --- - - -
_Menores na Prouincia de Portugal. ---- 93
Ambrofio de lefu, tratou de o
|transferir pera outro lugar de
|maior veneração. E praticando
o cafo co infigne Arcebipo de
Sepultura, 83 trăsladação do Lisboa,D.Miguel de Catro,el
º mºfu fantº fiei Za
-1. ….! -- *: *"
le lhe applaudio o intento, mas
charias."
- - -

| com claufula, que primeiro lhe


- ". º "… : - |, , : -> …. * * leuafem os fantos ofíos à fobre
……oo …
:|dita cidade pera os ver, & con
I Aõ fofrerão as fuas | folarfe com elles,pois em Alan
| Ngrãdesvirtudes,ain quer não podia affitir à fua traí
«{ da naquelestempos ladação. Pera os gatos maiores
groteiros,que lhe defemfepul fe ofereceo o doutor Lopo de
tura no cemeterio cõmum, mas Bairros, corregedor da me{ma
foi poto em lugar muito honra villa, mandando tambem fazer
do, onde logo os fieis o começá hum cofre forrado de veludo
rão a bufcar, & venerar, pelas carmezim,no qual foi depofita
muitas marauilhas, queDeos por do ete thefouro riquiffimo, & |
|
a Hift. ec
clefiaft.de.
elle obraua, "& ainda vai obrã hum nicho de pedra com gra
lllll Lisb. cit. do, fem nunqua fe efgotar eta des fobredouradas no lado do
{r C.42.
fonte faudauel. Da primeira fe altar mór, da banda do euange
;* º b. F. Marcº,
{cit.c. 18.
pultura º tirauão terra os enfer lho, onde agora fe guarda. Da
mos,elpecialmente de maleitas, nofa parte, preparamos o mais,
| com que curauão as fuas enfer que fe auia mifter; & vindo o |
|midades. E depois de etar ele padre prouincial com algüs dos
|uado na parede do cruzeiro de prelados dos conuentos, & os
|ta fegunda igreja, onde feve o muficos melhores, que tinha o
| altar da Conceição immacula de Lisboa; o me{mo corregedor
| da da Senhora Mãe de Deos,ain ajudou a hopedallos com cari
da nete fepalchro tinha a me{- dade, & grandeza. Acodio tam
|ma virtude. Forão tantas etas |bem tanta gente de muitas par
fuas marauilhas, inculcadas por |tes do reino, que não cabia na
cit.n.7.
{ maior pelo nofo “Annalita,que |villa, efperando todos com al
din Marty como diffe º frei Artur cõ ellas, uoroço notauel por eta folem
rol franc.
die ao Ia & cos raios da fantidade da vida nidade. … ---- . .
nua".
illutrou todo o nofo Portugal, | 3 Deufe a ella principio no
chegando as fuas luzes tambem | fabbado à tarde depois da fe ta
a os e trangeiros. # da Pafchoa, 1 1. dias de Abril,
2. Pelo que,fendo nofo mi anno de Chrifto de 1 61 1., &
nitro prouincial, o padre frei nete tempo etaua ja colocado }
I]O
94 L7TDTS-77777;"
no altar da Senhora do capitu uores o padre frei Andre de j .
lo o cofre das fobreditas reli Guimaraés,guardião de S. FrãCif|
quias, donde (e leuou antes de co de Lisboa,& prêgador dos fa
ve{peras em procisão á igreja, mofos no feu tempo. E dando |
na qual eteue todos os dias, que fim a eta alegre feta, foi entre
a melma celebridade durou, en gue o cofre a ofacrario,em cujas
riquecendo o altar mòr. Pela pedras etá efcrito hum epita
menhaam no domingo foi ora fio,no dia afima dito,que decla
dor das excelencias do Santo, o ra o conteudo nete fagrado de
padre prouincial, & à tarde ole pofito, a faber os ofsos do bem,
uamos tambem em procisão pe. auenturado frei Zacharias, com
la villa,que affi o requereo pera panheiro do padre S. Francifco,
que lhe properafse as cafas, & & de dous feus cópanheiros ne
as ruas fua ditofa prefença. Na ta cafa d'Alanquer. O epitafio
fegunda feira repetio os feus lou lhe ete. - ,

Sepulchrum B. Zachariae, focij B. Patris :


Francilci,& duorum fociorum,ereótum 1 1:
Aprilisanno 1611.
Hía reliquia detas etâna fua no de 1 612 a capitulo geral, & -
1 2 4

imagem, que nos dias mais folê elle fendo aqui guardião, & natu
nesfe põem fobre o altar.Outra ral da me{ma villa, a deixou de
tambem num meio corpo do |pofitada nete fagrado cõuento.
mefmo Santo feguarda na capel
la mòr de S. Catharina, dentro CAPITV Lo XXII.
do feu fantuario.
4 Nas fetas, em que appa Dagloria defrei Pedro daEf
rece no altar a fobredita imagé,
lhe refponde d'outra parte húa trella,purgatorio de dous fra
de noíso Padre fantifíimo, glori. des, & intertefão porquantos
andofe de ter hum filho tão fá
bio,que foube amar a Deos. Tê nelepadecem da Virgem
no peito hum retalho do habito, Senhora ufā.
* * ** .

cõ que etaua vetido,quando re }


cebeo as chagas. O grão Duque I- V - Inha Deos tanto cui-l.
de Florença deu efta fanta reli dado de cõferuar em
quia a o padre F. Antonio d'Af virtude eta caía, que
cenfaõ indo por cutodio no an não sò a alentaua com os exem

plos
AMenores na Prouintia de Portugal. 95
plos dos viuos, mas tambem a dentro de quinze dias viria, en
fométaua cõ os auizos dos mor tretanto (e dipoz com orações,
tos.E affi permittio algüas vezes & vigilias pera ouuir as nouas
por fua mifericordia, que etes do outro mundo: mas quando
viefem denunciar as penas da vio, que fe paflauão os dias,&frei
outra vida,pera que co a noticia Afonfo não vinha, entrou em
dellas fe euitafem as culpas, q grandes receios, fem contudo
jutamente as merecem.E anda. remittir os primeiros exercicios.
uaito facilitado de modo, que Etando hüa noite no coro com
tomátão confiança algüs dos re etas ancias, theatro certo de fe
ligiofos pera pediré afeusamigos melhantes visões, aduertio que
enfermos na occafião da morte entraua frei Afonfo, o qual de
4,fe oSenhor lho cõcedefe tor. pois de fazer reuerencia profun
nafiem a auizallos do que lá lhes da a o fantifimo Sacramento do
fuccedia. Aconteceo, que falecê altar,fe foi direito a elle, defcul
rão dous juntos aos 4 de Abril, pando a tardança co a falta de
& ambos com boa opinião de licença. Quando o vio junto de
fua vida, & virtude. Hum delles fi, preguntoulhe. Que he isto, frei
|facerdote, & mancebo,o qual fe ·Afon/, º comº vos vai na ºutra vida?
| chamauafrei Afon/0, era dotado E elle lhe refpondeo.3em me vai,
| da pureza virginal, penitente,& por quanto tenho certeza de que algum
tão deuoto, que facilmente na diºhei de ver a ZDeos no ceo:mas entre
oração fe derretia em lagrimas: tanto vou pur andº minhas culpas,Gr
mas tudo ito desluftrauão feus debaixº defe habitº fiou ardendo em
arremeços colericos,& algúa al fogº; porquefeminhas virtudes, ajuda
tiueza, com que defetimaua os das da Piedade aluna, me lurèrão do
proximos.Outro era frade leigo, infernº,aJoberba,ç} a tolera me detem
chamado frei Pedro da Estrella, ainda no purgatorio, pofio que as ora
proueto ja na idade, & virtude, fães de minha mãe me alcularão mui.
callejado nos jejuns, difciplinas, ta. Perguntoulhefe lhe forão de
|| & cilicios, & muito exercitado proueito as mifias, que por elle
i no fofrimento dos oficios humil tinha dito; & aito repondeo.
|des. ... : - 1 . 3áuito mais ºuwerão daproutitarme/e
2 Tinha frei Afonfo hum vos as diferes com deuação,G# e/piri
particular amigo, que tambem tº: mas ajudarãome muito ºs mereci
trataua da faluação, o qual defe mentos de minha mãe, mulher fanta,
jofo de faber em que etado pa @r tambem de frei Pedro da Efirel.
raua a fua vida,lhe rogou,que fe la.
tiueffe licença lho vieffe reue Tornoulhe a perguntar.
lar. E promettendolhe ele,que E que he feito de frei Pedrº? A o
Que

96 "Trº T D7 T S7 dos frades


que lhe repondeo. É/eja fã no intancias,que o vietie conteiºr,
ceo, Grefaçamente pa/ou pelº purgº & fazer certo do que depois da
torto, comº ferta quefe dºpede do arcº, morte lhe fuccedefle.E confiado |
quando vierão os anjºs, acompanhados na promefa, que elle então lhe
dos padres são Francyco, fanto Antº fez, (e Deos lho quizeffe confen
inio,groutros/antos da nº/a Religião, tir, efperou por fua vinda alguns
@ º leuarão com/gºpera "gloria. No dias, atè que, etando no me{mo
me/maponto foou do ceo favoz. Ouuy coro em oração húa noite o vio
frades htenores, que fiais neº lugar, entrar pela porta, & combatido |
onde fepurgão peccados: por amor de: de fobre altos lhe diffe. Venhais
fie frade,que agora fabio aºparafº,vos embora, Irmão que nouas me trazeis de
perdoa Zeos a terça parte das penas, como tendes pa/ado?A o que lhe ref
que vº/fasculpas merecião. Pergun pondeo. Oh Irmão, que fireitas sãº
toulhe finalmente fe erão mui as contas, que o Senhor do ceo nos pede!
tos os frades,que etauão no pur Até as miudezas de que não fazemos
gatorio; & elle lhe repondeo. cº/0, são leuadas ajuizº, @ nellefe
}áuitos estão,mas fazem pouca deten examinão muito rigoro/amente. Torº
|fa,porque raros/añºs dias, em que n㺠|noulhe a dizer. Zizeime como zº;
|faião alguns, @r fesprºprios/antºs, vai ? E elle lhe repondeo. Eu f|
|quevos tenho nºmeado, ºs vêm bufêar tou nº purgatorio, onde padeçº grandes
pera os gº/tos eternos. Acabadas ºf penas, por quanto fendo prelado relaxei
tas praóticas defapareceo o frei| &#74 /perfuldades rigor da altífima
{}

| Afonfo, deixando a o amigo li: |pobreza, columinafirme da neºaZel


ure de feus fobre altos, mas mui-l gião, Gr por efia culpa são atormenta
to acautelado nos perigos da vir| dos muitos, a ºs quaes também aborre
|tude. E delle podemos cójectu cemuito são Franc/Can%?adre, Gr
| rar,que com tantas ajudas,como os lança deficam grande/anha. Pereza
| tinha no facrificio das mifas, fempre nºs fiá refrigerando º crualho
| nas orações de fua mãe, & nos |fauarauel da Senhora mãe de Zeos,e/
grandes merecimentos de frei pecial aduºgada dos frades.}{enores,
Pedro da Etrella, breuemente que pela tem duaçãº, @ japorque
-

fairia daquele penofocarcere |ainda ac{#idade|florece na nº/a Ordã.


| pera lograr por toda a eternida Dizendo etas palauras feefcon |
de a companhia dos anjos... | deo de feus olhos, & elle ficaria
4 - Forão aqui outros dous contemplando na prerogatiua
religiofos, muito amigos em Chri|grande detas duas illutrifimas
º #, que procuracão fegurar a fal| virtudes.A pobreza, que o fanto
º cão por meiº de boas obrasil Patriarcha veneraua com tanta
} 3: Eliando huº pera morrer, o
; |- • etimação, º que quando a via c.S. Ban. |

de vita S.
— lhe pedºg.com apertada defetimada no mundo então fe
= Franc c. 7,
\
** ** *…" daua
=
:

{ AMenores na Proancia de Portugal. 97


daua por muito mais ofendido, noísa fragilidade, mas pouco, &
A pureza,que fazendonos feme | pcuco enfraquecendo veio em
|lhantes a os anjos, nos grangea fim a aceitar os priuilegios, de |
|o emparo da Mãe da mifericor que os Clauftraes por fauor dos
* F. Marc. dia, º a qual fenes ve cair pela pontifices gozauão. Poto que
p.116.c. efcada vermelha da jutiça de com algüa repugnancia admit
|-

| 17.
|feu filho,então nos mette no ceo tio o feu modo de viuer , lem
pela efcada branca de fua inter brada por ventura da myterio
cefsão. - -

fa benção de N.P. S. Francifco,


/
Eftes dous cafos andão & dos infignes exemplos, q feus
efcritos pelas chronicas antigas difcipulos aqui nos tinhão deixa
no generalato do ferafico Dou do. E porifo no anno de 13o y.
tor são Boauentura, que correo &póde fer que muitos mais adi
entre os annos de 1 2 56 & 1272, ante, quandoja as diffentações
fazendo menção exprefa de a no artigo da pobreza etauão ge
uerem fuccedido neta cafa d'A- ralmente recebidas, não tinhão
lanquer.O primeiro etá també ainda entrado nella, mas a regra
C.34. •

referido pelos padres º frei Mar feguardaua é feu perfeito rigor,


dan. 12.7o cos, º frei Lucas,& - frei Artur, femauer coufa algúa,de q os fia
I]- 34.

e die 4: A-. poto que por omifsão de frei | des viuefem, fenão sò as efmolas
prilis,
Marcos, a quem os outros fegui | dos fieis. Ito motra, entre ou
rão, todos deixárão de e(creuer tros documétos,a prouisão de in
o fegundo, & exprimir no pri dulgêcias, á a refpeito das obras
meiro o conuento,onde ele acõ concedeo o Biípo de Sylues, co
{CCCO, |-

moja º temos efcrito, dizêdo nel a. Cap. 15.


la cõ intéto de facilitar as fobre
C A PITV L O XXIII. ditas efmolas, 4 cóforme à nofía
regra, & intitutos da Ordê não
podia ter renda, nem cabedal o
Em que tempo, & por quem cõuento pera as obras correrem.
fêreformou efic conuento Quas de regula,G, de Ordine diffifra
na regular olfêr tres habere nópo/unt. Sinal claro de
não etar até então recebida al
l/l/lCl4.
güa diféfação. Mas, como elas
entráão, de tal modo desfizerão
I Stando tão radicada,co o antigo,&fanto edificio da vida
E movimos, neta caía a religiofa,á tomou outra noua ap
primeira perfeição do patécia;& achamos em hús é no b.arch.de
S. Anton
ferafico etado, não foube refi tados de mão, que chegàra a fi. da Catan,
tir a os encontros do tempo a } car em poder de tres Clautraes,
I que
|
98 Liurº I. Da hiftoria Serafica dos77 -

que o tinhão abatido em º cre- he conferuar o que helicito,co


dito: fe bem,por fer a cafa tão mo dimittir aquillo,que não cõ
fanta, qualquer defeito nella fe} uem. Começaua a fua appella
etranharia mais. ção pelas palauras feguintes.

2 Contudo o efpirito do; Frater&alºjcus Rabiche»icarius fra


ceo, que no me{mo cõuento não trum 3ánorum de Ob/eruantia, qui
fe extinguio de todo, fempre ef morantur in monºfierijs de Alanque
teue gemendo com ete pezado rio,(3 de Lerena, grc.
jugo,& dentro de poucos annos 3 No anno afima dito de 1399.
o lançou fóra de fi, fendo elle o el-Rei D. Ioão I. que veneraua
primeiro, que aceitou em Por por fantas as paredes dete cõué
tugal a nofía reforma da Obfer to real, tratou da fua reforma
uancia. Foi eta celebre acção ção por meio d’aquelles béditos
«.arch.da
Infua. º no anno de 1399. do qual pou padres, q nas partes d'entre Dou
cofe apartão os que, fundados ro,& Minho tinhão plantado de
no que ouuirão dizer, lhe afi nouo o etado Obferuante. E
não o outro anno feguinte. No mandando os chamar,vierão el
de 1 4.o 7.a os 12 de Abril, quan les cõ tanto cõtentamento a ref
| darch, de do o "fyndico da cafa vendeo taurar etas quebras da regular e. 1. Efd. 1.
S. Clara de
Coimb.
certo oliual,cujo dereito perten difciplina, como "forão os prin V.js

|
cera primeiro a os Clauftraes, cipes do pouo de Ifrael cõ licéça
então fe acabou de apagar todo de Cyro Rei dos Perías, reparar
o ratro, que elles tinhão deixa em Ierufalem as ruinas do feu
do. Mas ja auia pouco mais dos templo. Erão tres os principaes
fete annos,que os nofos Obfer neta obra: hum natural das Af.
uantes etauão aqui d'affento, turias, chamadofre Ziogo Arias,
vnidos com os frades de Leiria, facerdote,& pregador: dous gal
& das caías dentre Douro, & legos, & frades leigos, a faber,
Minho, na obediencia do vigai frei Pedro de Alemancos,& frei
ro frei Vafco Rabiche, que os Garcia de Montãos;a os quaes fe
gouernaua conforme aos etilos ajuntârão outros alguns compa
da fua reformação. E nefe pro nheiros: todos varões apotoli.
prio anno, em que o fyndico vê cos,& zeladores perfeitos da ob
dera o oliual, appellou etevi feruãoia da regra, cuja noticia da
gairo a os 9. de Agoto da for remos no tépo,em q eles vierão
ça,que lhe fazia aqui o prior de aete reino. Co a vinda, q agora
fanáto Eteuão, em querer a fizerão a Alanquer, faíndo da
quarta parte das efmolas, & le etreiteza dos humildes Orato.
gados, que os fieis deixauão a o rios,onde ainda etauão encãto
conuento. Que tanta virtude ados, ficou mais etimada netas
partes

*–
*=

AMenores na Prouncia de Portugal. 99


Partes a nota Religião. Logo dre frei Diogo Arias, que por
tambem fe reformou a feu exé fua autoridade,& letras ordena
plo o cõuento de Leiria. E elles ua os e tatutos, & regimento da
depois de reformarem a ete fo cafa : guardião, o feruo de Deos
rão fundando as cafas da Cata frei Garcia de Montãos: os de
nheira, Vifeu,& Carnota; dando mais, erão feus coadjutores. E
em fim tantas forças à nofia fa bem feve,como nelles preuale
milia da regular Obferuancia, q cia o zelo da obferuancia, pois
pelo tempo adiante fe extingui nas fuas eleições pera fazerem
rão de todo em Portugal os abu prelado não attentauão,fe era fa
fos dos Clauftraes. cerdote, ou frade leigo: letrado,
ou homé fimples:amigo e{pecial,
CAPITV Lo XXIV. ou etranho: mas sòmétefe tinha
virtude,& partes cõueniétes pe
ragouernar os outros. E affi º a b.Gonzag.
Do rigor, & fantidade, em chamos naquelles tempos, é fo
P22. 2. 24.
| Fr. Lucan,
que efia reformação fê rão dous frades leigos na prouin 140 j.

fundou. cia de Tofcana vigairos prouin


ciaes de grande fatisfação: hum
I Vando os ditos refor dos quaes, chamado frei loão Kic
madores entrárão ne cie, gouernou tambem o motei
|
F
a.Fr.Marc
P.3. 1.1. C» te conuento,ja º elle ro dos Seruitas no mõte Sanario,
24. eftaua defpouoado dos Clauf & reformou os outros dous de
traes, que primeiro fe fairão do Valle vmbroía,& S.Saluiojunto
que os Obferuantes chegafiem. de Floréça,á petição dos feus mõ
E dete modo fem acharem ce ges. Em quãto nas eleições não
pa velha,que ouuefem d'arran ouuer outro repeito, q cheire a
car, sò cõ frades reformados plã carne, & a fangue, poderá per
tarão na me{ma cafa a vinha s㺠manecer o efpirito de Deos, &
ta do Senhor,formando cõmuni não irá defcaindo cõefcandalos,
dade de nouo,femelhante no ri & com perigo das almas a flor •

gor, & na pobreza às 4 etauão da religião.


fundadas nos primeiros Orato 2 Neftes primeiros princi
rios. Pelo q falãdo propriamête, pios da reforma Obteruante, sê
não reformárão fujeitos,6 fe pu do aqui muitas vezes guardião
defem lembrar das cebollas do húfrade leigo, quafitodos osfeus
Egipto, ou liberdades antigas: fubditos tinhão o mefmo eftado
mas sòmête reformarião a cafa, & chegando todos a numero de
& as paredes no q foffe neceffa trinta, ferião os facerdotes quan
rio. Superintendente era o pa do muito tres,ou quatro. Daqui
I 2 tal IT) -
"********mesmamassas………………………………
I OO Lurº I. Da bifuria Serafia do frades
c.arch da tambem . coltumá%"dizer mifia vendefe a fua prata, & fe gattaf
Carnota.
Fr. Marc.
nos oratorios da Catanheira,& fe o preço nas obras dete con
cit. Carnota,onde os frades cõ o mef uêto,&da cafa da Carnota,dõde
Gonzag
pag.796. mo epirito humilde feruião em lhe foi dada outra tão piquena,
grande recolhimento, &depre 4 teria quando muito fete mar.
zo do múdo á diuina Majetade. cos. De noite, & de dia era a
E he certo q os padres Gózaga, fua etancia na igreja, ou no
d an, 12 * *
n. 49.
& *F.Lucas fe equiuocarão am coro, & quando os fracos, ou
bos dizêdo,4 no anno de 14o8. os enfermos (e recolhião às cel
fe extinguio eta grande multi las pera dar algum alliuio a o
dão de frades leigos, porque nef corpo quebrantado,ficauão mui
fe me{mo tempo foi fundado o to contentes fe tinhão húa cor
oratorio da Carnota,aõde dete tiça com hum cabeçal,ou de fe
cõuento forão depois dizer mif no, ou de palha. Todos vetião
fa,não auendo nele mais,4 os di burel, & ete remendado quãdo
tos tres,ou quatro facerdotes, co era neceffario, / do qual foi a farch da
mo efereue frei Marcos,cujo nu vetiaria, que no anno de 1425. Catanh.
mero, confiderada bem a maior lhes deixou em tetaméto aquel
necefidade de acodir a o pro le Domingos Simões, que tinha
ueito das almas, fe foi depois dado o fittio da cafa da Cata
augmentando. nheira. Dete modo erão todas as
Sobre efte fundamêto de alfaias do cõuêto, cortadas húas
humildade profunda fe leuãtou á medida da pobreza do efpirito,
hum edificio grande de excellé. &outras feitas pera deterrar o o
tes virtudes. Não querião dete cio cõ o trabalho dos corpos. E
mundo aquelles béditos padres, como o regalo não tinha aqui
fenão sò paffagem liure pera o lugar,âs vezes fe efquecião de pe
reino dos ceos, & por ifo depre dir o q auião miter, acõtecêdo
zauão quanto auia na terra. De també enjeitaréas e{molas quã
pois de terem ja deterrado o 6 do lhes vinhão à porta.Mas folli
podia ofender a pobreza fran citos sòmente de alentarem as
cifcana, fofrerão por algum tem almas, pera dellas fazeré facrifi
po,ainda que muito mal,pera as cio immaculado a Deos, todo o |
fuas procifsões, húa Cruz gran feu cuidado era impetraré indul
de de prata: mas no ponto que tos da fanta Sé apotolica,em cu |
quebrou,ou a cafo, ou por traça ja virtude tiuefiem abfoluição
d'algum efpirito zelofo,como fe das centuras,& das culpas,ainda
teue por certo , nunqua mais que referuadas.
e.arch.da a concertarão: antes fe affen
Carnota. 4 Affi forão ordenando húa vi |
tou em capitulo, que o {yndico da tão perfeita, 4 parecia ter tor|
nado

–=
----

--
-- ===--- ……………………… T_T …

_41murº na Pruuncia de Portugal. f O I

tornado a o mundo a noffa ida como conta do feu decreto je


de douro,& que os tempos pre guinte. NouttiJ foium in denuentibus
fentes cõpetião cos paflados fo: Alanquerj , Lerene, @ Regio, ac in
bre a maior abteridade da nofia ºrator js/antii Zernardini, In/ulº
Religião.E porá nas outras caías nutríantur. E pela graça de Deos
da primitiua ObferuãCia (e fazia |fempre aqui quue nouiços, que
a me{ma vida, foi tal a opinião, depois forão julgados por filhos
g arch.da % de nôs cõceberão geralmente
de S.Francifco,como foi aquel.
Infua. os naturaes,& etranhos, é q por |le vario infigne, frei loão de A
excellençia chamauão Prouincia taide, cuja memoria noutro lu
fanta a eta de Portugal. Mas en "gar nos e/pera. E ainda que os
tre todos os cõuentos ete nofo |tempos gatão muito,nunquane
de Alanquer alcançou o melhor | ta fanta cafa desfaleceo o ri
nome;& pela me{ma rezão,anê gor, ou pelo menosa efperança |
do de pouoarfe a cafa de Va de maior reformação, como no |
ratojo,pegado a TorresVedras, anno de 1524. alegou a o Pa
á el-Rei D.Afonfo V.tinha mã. pa Clemente VII.frei Francifeo
dado fazer, deta quizelle é fof. de Ribeira nas palauras, que fe
fe toda a fua cõmunidade intei feguem. Cum tamentam conuentus i
ra,que cótou de guardião, & de fanti Francfºi de Alanquer, quâm
fubditos,como diremos a feu tê aha loca diffi Ordinis indifla proun
po. Por ete me{mo repeito os |tia foi, gr refºrmatº indies maio
iprelados zelofos, q não querião ribus al/leritatibus, @r nouis impofiliº
sò encher a prouincia de fra nibus reduci,3; reformar/perentur.
des,né cõ ifo acodir a fuas obri $ Pelo que batante rezão
gações,mas apurar os nouiçospe tiuerão os autores da relação,
ra ferem verdadeiros obferuan que ja" referimos duas vezes, & h.c. td.&

tes, na congregação do anno de tambem o do famofo! Agiolo 19.


i. Feuer. 24
15o3.auendo ja muitas cafas, & gio Lufitano: aquelles, pera di lit.a.

algúas,que por grandes querem zerem deta cafa que he feminario


aísõbrar as outras,sô a finquo,& de fantos viuos: & ete pera lhe
a eta em o primeiro lugar, afi chamar fagrado cemeterio de fan
nárão pera nelas fe criaré os fo tos religio/ºs. São quarenta, & |
breditos nouiços. Forão etas os algüas vezes mais, os que
tres cõuêtos d'Alanquer, Leiria, nella affitem de ordi
& Varatojo, q fe chamaua Real, nario,obrigados a
por cauía do fundador,& també o feruiço de
os oratorios de S. Bernardino d'- Deos.
Atouguia
fenão
,&
da IlhadedaCaminha
foi a Infua Madeira •

----
---- -

1o2 Liuro I. Da bifloria Serafia dos frades_


"luincial da fua melma retorina,
cAPITVLo XXV. [que conferuaffe feus etilos com
| caridade, & zelo, logo fato pela
Como a nº/a -

0hfruan . re-lº
* . tia l: itando
defensão., {folicitan
. llfua defensão do famo
fauo.
res, que abonafiem a caula, fo
conheceo em Portugal por
-
" . , {
bre a qual tambem efereueo em
taleça,&protetor a " 2.do mez de Ianeiro de 1446.8
2 – 1 *# :
|-

efte fanto fon- , -; otroPapa,


- -

& juntamente a o miniº


- - -

C # {

geral, fazendo sò em feu nó


… útnt0. . . …
me eta carta, porque tanto #
*
• •

I#
{
|- |-
2 -5
•••

- meio da fua reforma


elle

" + ,
• ••

por

portaua no juizo dos prelados,


& pontifices a fua autoridadesce
mó a de toda a Obferuancia jú.
: : : *ção na familia Obter ta.E dipondo os memoriaes, & |
uante,logº a poz em estado,que intrucções neceffarias,inuiou a
alcançou grande credito na opi Italia com todos etes recados
nião do reino, & quanto mais o dous frades feus moradores, os
venerauão os homens pelas vé quass breuemente impetrárão
tagens antigas,com que o ceº o de Eugenio IV.indulto pera fa
auia ennobrecido, tanto maior zerem capitulos,& elegerem vi:
etimação começárão a fazer do garros prounciaes. ----

nouo intituto, em que fe tinha 2. Pelo que no me{mobre


transformado. De mais difto,cõ ue,nomeandó as mais caías o foi
tanta propriedade lhe quadrou bredito Pontifice, hüas por feus
a dita reformação, que parecia nomes proprios, & as outras em
ter nacido pera metre das virtu commum, a eta porfer primei
des regulares,as quaes ele faci ra de todas, deu o primeiro lu
litandoas todas com eficazes gar co as palauras feguintes.
exemplos, as emparaua tambem zum preclara diliflorã filiorum fra
co a grandeza de fua autorida trum in Alanquerienfi, Leremen/, @
de. Não achou em Portugal a Setuulen/, nec non in Clifemf, g nã.
lfobredita familia outra columna
nulli, alijs dombus. O me{mo lhe
tão forte, que futentafe a fua deu tambem affi o diffinitorio
conferuação contra os Conuen no affento dos nouiços, como o
tuaes, que pelo menos a querião fobredito vigairo frei Vafco Ra
acanhar; porque todas as mais biche na fua appellação,que "ja
º cap. 13. :
cafas lhe erão inferiores na gran temos referido. E era tão ordi-l&
& 14.
deza, na opinião, no credito. E nario ete modo de falar,que ge
quando o feu remedio (e redu ralmente feguardaua em as bul
lzio a o Ponto de ter vigairo pro las apotolicas, em as prouisões
rráºs,
……………"T
*……………………>……-----
—+=-=-=-
à=== #=
---------
-_-
…Menores na Prouintia de Portugal.
---- ---- IO3
reaes,nas patentes dos prelados, 11 4 Por ifo tambem fe de
nos decretos da prouincia, inf| pofitárão, nella, como em ar
trumentos; & papeis particula }chiuo principal, pelos annos de
- • • • • -

- res, muitos dos quaes fachão | soº muitos papeis, quaes saº |
no feuarchiuo, não sò nos têpos | los que temos dito co as taboas |
antigos,mas tambem nos que fe |# capitulos geraes, & que im
forão chegando a etanofia ida portão, não sò a etaprouincia, | #
de. …irº, ai…] mas a outras dete reino, & a
* 3 º Donde veio, que cele toda a familia ferafica. As pri
brando os prelados prouinciaes meiras chronicas da nofía Or
feus capitulos onde o tempo dem; e critas de mão, que no
lhes dauá melhores commodi anno de 1466.entràrão em Por |
dades, quando porêm auião de tugal, a ela me{ma as deu o
confultar,ou affentar algüa cou venerauel padre frei João da
fa notauel, que pertencia a o Pouoa, o qual pera ella defeja
corpo da prouincia,aqui na ea | ua; como diz húa memoria no
|beça della fazião as fuas juntas. | remate detéliuro, todalas boas |
E por ifo auendo de eleger no cou/as honºfiamente a Gruifº do Se.
#
anno de 1447, o primeiro vi nhor. Afique, dete modo o |
|gairo prouincial na forma do letimauão, & futentarão os |-}•

|dito breue, neta caía fizerão a prelados nofeu foro até que de
|eleição. Aqui tambem no de pois do anno de 1517. etando
1486. fe ordenou a primeira ja feparada dos Clauftraes a Ob
recolleição da prouincia. Aqui feruancia, & reformado por el
| foi eleito no de 1518, o primei la o conuento de são Francif |
meiro minitro Prouincial, que co de Lisboa, aete, que juta
|ella fez cos feus votos, o qual mente o etaua merecendo, foi
|largando o fello, que os vigai transferida a honra de cabeça
ros d'antes tinhão, nefte con-| da prouincia. E sò quando *

|uento o deixou pera que víade depois as outrasfe diuidi- |


| dele, como vía até hoje, por * * rão,afficomo cada húa |
| memoria deta fua primazia. E "… … formou corpo,tam- |
- ainda depois que ito fe alterou, - bem leuantou º
a primeira congregação, que ti-|| fua cabe- |
|uemos com os votos do diffini-lº - "ga, ""
|torio fómente, neta cafa pe
| los refpeitos antigos de maior |-•

preeminencia a vierão cele # ….


| brar. •

777=
=

*r*TF

IO4 TTD775777777;
blica a fama, lhe era mais ordi
nario diante da fantífima ima
CAPITVL O XXVI.
gem de noíla Senhora da Pieda
de, da qual º fizemos memoria, a.cap. 16.
De alguns religiºfis deflata em cujo altar cotumaua dizer
fa dignos de venerauel mifia, gotando tanto do imma
memoria. culado facrificio, que apenas o
podia acabar. -

2. A fanta obediencia era


I Qui fe torna a reno fenhora, abfoluta de toda a fua
uar noíla magoa pela vida,& alfi nem daua pafo, que
noticia de muitos pa ella não regulafe primeiro,nem
drês grauitimos, que hoje etá faltou na maior difficuldade no
perdida. E daquelles, que nos que lhe era mandado, Pelo que
lembrão, os dous cófefores del não recufou fazer muitas,& tra
Rei D.Afonfo V. frei Ioão de S. balho(as jornadas, paflando tam
Mamede, & frei Afonfo Caeiro bem á India, fe por cutodio, &
no tempo do feu reinado hão de fuperior dos frades, como verda
entrar netes eféritos. Outrofe deiro fubdito, que não tinha
oferece agora, o qual ainda que mais vontade do que a de feus
|noutra cafa alcançou pela morte prelados. Efta fua humildade o
a coroa das virtudes, neta a me |fez tão aborrecido da foberba
receo muitos annos pelo difcur do demonio, que veio a padecer
fo da vida. He o padre frei Pe em fuas mãos cruelifimas, mui
| dro da Atouguia, cuja nobreza tos, & latimofos martyrios de
replandecendo muito nelle, as pedradas, pancadas, & arratões,
acções da fua vida na deuação, affi. no coro de S. Francifco de
& penitencia cheirauão a fanti Goa, como no dete conuento.E
dade. Todo o reto da noite de quando lhe perguntauão, quem
matinas atê romper a manhaam o tinha magoado,refpondia com
ardia em fua alma no coro,ou na muito contentamento: -%teus
igreja o incento da oração tão amigos mefizerão efe bem.Por outra
aggradauel a Deos,que em retor via o tentou o me{mo Deos, pe
|no dete cheiro fuauiffimo o re ra fua perfeição, com achaques,
galaua muitas vezes co as doçu & importunas doenças, pelas
|ras do ceo, as quaes o fazião fuf. quaes na maior força das dores
| penderfe,voando cos braços po fe motraua mais alegre,cantan
tos em cruz, & leuantado da do deuotamente o Te Zeum lau
| terra apoz da fonte perenne de damus, fé (e fartar de dar graças
# tantº flanidade. Ito, como pu á Piedade diuina. Era ja grande
a fama
Menores na Prouincia de Portugal. Ioy |
a fama,que tinha em Alanquer, feflauão fer elle o intrumento
& por fugir da vangloria tratou de fuas conualefcencias. Tendo
defe recolher na Cafa noua,cha finalmente junto no anno de
mada por outro nome nº/a Se 1 586.hum thefouro grande de
nhora do emparo,vizinha a Villa fantos merecimentos, paísou cõ
longa, arcebipado de Lisboa. E elle a viuer na cõpanhia dos an
ficando eta caía à prouincia de jos,como piamente cremos. Na |
fanto Antonio, quando ella (e lita dos defuntos do feu tempo
diuidio da nofa de Portugal, tã fe diz,que era tido por Santo.
bem elle ficou lá encorporado, 4 O padre frei loão Frei
& pafados quatro annos, no de re, natural da villa de Caminha,
1572. cheio de merecimentos | não deixou de fer teimofo na
fantos deu fua alma a Deos. |idade de mancebo em querer
Naceo o venerauel pa prouar ventura entre as ondas
dre frei Francifco de Rio-maior. do mar,nas quaes ela corre ma |-|-

num lugar do me{mo nome, no |iores perigos. Tres vezes (e em


termo de Santarem, & dete cõ |barcou pera as partes do Perú,
uento, onde tinha profefado, o |& tres vezes fe perdeo fem fal
!
*|-

inuioua morte pera o ceo. Sen uar fenão a fua pefoa, & efía
do humilde por etremo, ainda |por alguns meios, que parecião
era muito mais contemplatiuo, milagrofos. Pelo que tomou por
de modo, que quafi fempre an to na noffa fanta prouincia; &
daua como extatico em medita mudando o comercio tratou sò
ção altifima, cuja grande vehe de mandar pera o ceo muitos je
mencia o leuantaua no ar á vi juns, orações,& penitencias, nas
ta da Senhora do capitulo, da quaes ganhou cento por hum,
qual era deuoto particular, & Leuou fempre a fua vida muito i
noutras partes do clautro. Mas igual na virtude, & quando os
todos eftes fauores da Piedade achaques da velhice lhe impe •

diuina lhe erão mui neceffarios dião o ifeguimento do coro à


pera reparar os golpes do infer | meia noite, no mefmo tempo
nal inimigo,que o trazia em cõ defcia à capella da Senhora do
tinua batalha. Foi julgado na o. capitulo, diante da qual rezaua
pinião geral pelo frade fanto do muitas das fuas deuações. No
conuento na forma da benção faciificio da mifa fe desfazia
de nofo Padre, & era tanta a de: em lagrimas, fufpirando por ver
uação dos moradores da villa,& ja corrida a cortina, como fe cor
termo, que à força o arrancauão 're no ceo, d'aquelle Reiclemen
da fua quietação pera benzer os |tiffimo, que no altar apparece
enfermos, que agradecidos cõ lembuçado. Ouue fama de fºr
== * ==
muito
} |#
TETZ77T7 hi/toria Serafica 775
muito mimolo, & regalado do dia, que não o deixaíse morrer |
ceo: mas ele acautelado sò pe fem della fe defpedir. Não lho
ra figuardaua os feus (egredos, confentio a morte, que fempre
& quando muito reuelou pera foi efcaça de comprimentos,pe
| gloria de Deos, fendo confefor lo que tomando ele hum Cru
de fanta Clara de Santarem,que cifixo nas mãos lhe fez a me{ma
b. Pf I a.
dando o Viatico a certa religio petição, que fazia o "Palmita. V. S.
fa, a qual faleceo com opinião Illumina ºculos meos, nevnquam ob
de fanta,vira que hum anjo a co dormiam in morte. Allumiai, Se
roaua de flores, & lhe dèra húa nhor, meus olhos pera que não
palma. adormeça na morte. E tornando
5 No ponto que fentio a vi a dizer: º Zominui abytero vocaut e. Ifai.49.
zinhança da morte, não fe jul me: deventre matris mee recordatus
gando por digno de que Deos º nomini, mes; que Deos o tinha
facramentado o foffe bufcar à chamado do ventre de fua mãe,
cella,faío encotado a hum bor & que ja então felembrâra do
dão,& foi commungar na capel feu nome, faio da cadea corpo
la do capitulo. Depois nos dous ral em feguimento deta voz a
dias, que lhe retarão de vida, fua bendita alma no anno de
não fez mais, que repetir a con 1614. quando o coro dos frades
fifsão facramental muitas vezes, cantaua Te Zeum laudamus no dif.
ajuntando a ella deuotos, & a curfo das matinas.No da Cata
morofos coloquios. Quando nheira etaua em oração nefte
lhe dérão a Vnção fe ergueo tão
tempo húa religiofa de grande
grande planto, que rafgaria as
autoridade, a qual difse que vi
nuuens, porque ele chorando Fra entrar pela porta da igreja
húa luz muito fermofa, & que
pedia perdão a todos de culpas,
que não tinha commettido, & chegando a os pês da fobredita
os circuntantes fe desfazião em imagem defaparecera junto del
lagrimas, vendo tanta humilda la. Da parte de Deos fabemos
de fobre tanta innocencia. Auia nòs, que não cotuma fal
fido confeflor das freiras da Ca tar a os defejos pie
tanheira, onde tomou efpecial dofos de feus •

deuação a húa imagem da Vir feruos. . ..


gem Senhora nofía,a qual man ; ; ; , , !

dou renouar, & pór na capella


mór, & vendo{eja desfalecido
$*
das forças, rogou a hum amigo, *#
que lhe fizeffe em feu nome húa
carta, na qual faudofo lhe pe
VIDA –==
* * * * *
i!

Menores na Prouintia de Portugal. lo7

VIDA,padrefrei
• E AÇcôES AntonioDO VENERAVEL
de Chrito.

| CAPITVLo XXVII. | guimento do coro não podia fer


maior,porque em prelado,& em
fubdito: etando são, ou enfer.
Do entranhauelafão,com | mo;poto que ouuefe de prègar
que amaua a Deos.

logo na manhaam feguinte,nem }
de dia, nem de noite faltaua em
; "… I A Quelle Senhor do os diuinos louuores, fe não era
-

|-

" - º ceo,que não depen extrema necefidade. Todos os


de de tempos pera dias rezaua os oficios menores
fazer grandes fantos, dotou tam da Virgem Senhora nofa, do
bem de admiraueis virtudes a o fntifimo nome de Iefu,da Cruz
padre frei Antonio de Chrito de Chrifto, do gloriofo são Io. •

neta noffa idade chea de tantas feph, do Anjo da fua guarda, &
miferias. Naceo em Villar de outras muitas orações, que sò •

Mafadas, perto de Villa-Real, hum epirito deuoto,como o feu,


de paes honrados por natureza, pudera continuar. As manhaans
que não forão dos mais mimo todas inteiras gataua de ordi
fos da fortuna; & nete conuen nario na mifía, coro, & na ora
to veio morrer duas vezes a o ção mental, que tambem lhe le
mundo: a primeira, pela profif uaua tanta parte de todo o ou |-
são da nofia regra: a fegunda,pe tro tempo,
mente a fuacomo
vida. feeta fora fo •

lo fim de feu defterro. Muito tê


efcrito delle num tratado, que 3 Pera contemplar, tinha
atègora não vio a luz da etam ordenadas algüas meditações, &
pa, o padre frei Domingos da exercicios fantos, com os quaes.
Conceição: porêm nós,que ef fe inflammaua fua alma no me{-
creuemos de toda eta prouin mo amor de Deos. Era hum ra
cia, por maior renouaremos fó tificar a profisão cada dia antes
mente fua felice memoria. que difeffe mifa,repetindo mê. - •|-|-

2. Do grande amor, que ti talmente as orações, & ceremo


nha a Deos efte (eu feruo fiel,fo nias, com que ete acto fe cele
rão finaes manifetos a oração bra entre nós. E paflando daqui
quaficõtinua, na qual ocõmuni a confiderar, como os anjos do
caua, & o affecto deuoto, cõ que ceo afitem com reuerencia a o
fempre o pretendia feruir. O fe facrificio admirauel do altar, re
p à Í [ 1 d— -
—º
- -
•_La

To5"LTDTGSZ777777;
partia por elles os oficios, em q na gloria.Em começando a orar,
podião feruir, conuidando jun ou contemplar, de tal modo (e
tamente alguns fantos, de quem entregaua a Deos, que parecia
era mais deuoto, pera etarem ficar com os fentidos fufpenfos,
prefontes a efta folemnidade. A porque não via,nem ouuia a qué
noite, depois de alimpar fua al. eftaua junto delle, no qual tem
ma pela confifsão facramental, | po erão muitas as fuas confola
# humilmente a os pés ções, & ainda que ele as queria
da diuina Majetade fazia nouo encobrir, não podia efconder a
exame das acções d'aquelle dia, | inflammação do roto, tio acefo
& chorando cõ grande dor fuas algüas vezes faindo da oração,
culpas trabalhaua por formar | como fe então faira d'hña forna
verdadeira contrição,& de tudo |lha de fogo. Dizia delle o ve
fe confeflaua a Deos, em cujo nerauel frei Romão, que no co
nome (e abfoluia tambem, con ro de são Francifco de Lisboa o
fiado fempre em fua mifericor vira cercado de luz, fendo ain
dia. Apoz dito, meditando na da mancebo. Defabafaua de
| grande fuauidade do pão diuino, quando em quando com jacula
| como fe o tiuera prefente em torias deuotas as faudades do
fuas proprias mãos, epertaua os ceo, & na vltima idade,em que
defjos de o recolher na alma, efas o punhão em mais aperto,
& fazia quanto lhe era poffiuel cutumaua ir contando as horas
|por cõmungar em efpirito, com de feu defterro, & talvez dizia
etranha deuação. etas palauras. Quando fict iflud,
4 Bufcaua tambem intru quod tam frio ? tune/atiahor,cum ap
mentos, & motiuos, que fempre |parueritgloria tua. Era o mefmo,
lhe renouaflem a memoria do que dizer. Quandoferà fio,meu Se
ceo, com o qual intento trazia nhor, que tanto a minha alma defija?
de ordinario as contas na cinta, Então me/atisfarei,quandº vir aposa
ou no pefcoço; & nas bolas de loria. -

cera, com que curaua as fontes, 5 A efte Senhor facramen


nacidas de feus achaques,forma tado,era notauela deuação, que
ua nellas tres quinas, as quaes lhe tinha, & f efaua expoto,
lhe reprefentafem as tres pef não fe apartaua delle, nem co
foas da fantiffima Trindade. Ale mia,ou bebia,fenão era na quim
grauafe muito quando ouuia cã tafeira da Cea,por rezão da fua
tar, por fer efte e officio dos an folemnidade. Cotumaua reno
|jos, pera o que efpiritualizaua, uallopera ficar no facrario, di
ou glozaua algüas letras,que po zendo que tinha confolação de
defem imitar as que fe cantão |reformar as cadeas amorofis do
feu
|-
- -
----

- - --- -*-*--*

Menores na Pruuncia de Portugal · 1 O9


do feu preto, como elle lhe cha que mudaffe o toucado. Acha
maua. Pera etas, & outras oc uão alguns , que era dificultofº
cafiões femelhantesbufcaua por | em confeflar feculares, & que- |
feus amigos não sòmente corpo rendo difculparfe com huma
|raes, que repartia pelas igrejas migo lhe diffe, que não tinha
mais pobres, mas tambem cera coração pera ouuir tantas offen
fina,& preciofos aromas, que ga fas de Deos. Reprendia do pul
taua no feu culto. E tanto era o pito com tanto feruor os vici
repeito, com que reconhecia a os, que nalgüas partes lhe cha
fua real prefença, que não ou mauão por alcunha º Pregador |
zaua paffar por diante dos que das verdades. Pelo que achando
tinhão de pouco tempo com: a jugar as tabolas dous homens
mungado, venerando os como no adro d'húa igreja da Ilha da
facrarios viuos do foberano Sa Madeira, onde auia de prègar,
Cra IT) e ÍltO. - } * * etranhou aperamente o pou
6 Do mefmo amor lhe pro co refpeito, que fe tem a os lu
cedia tambem aquella impacien gares fagrados, no difcurfo do
cia grande, que lhe roia a alma, fermão. E aduertido depois
de ver ofendida por noflas in que eles o tinhão ameaçado,
gratidões a diuina Majetade; & tornando a prégar noutra igre
ja quem o conhecia, não tinha ja vizinha, diffe do pulpito co |-•

atreuimento pera murmurar, ou a mefma liberdade. Zizei vós a


jurar diante dele, nem ainda di efes ociofos, que fe eu os acho outra
zer húa palaura ociofa. E por Fez jugando, diante deles he defazer
que nas vaidades dos trajes, in o tabuleiro em pedaços. E fe ouuer
troduzidos nefte reino contra a algum Herodes, não faltarà hum
fua modetia portugueza, & an Zapifia, que queira morrer a fuas
tiga, confideraua algüa occafião mãos. Mas elles conhecen
de peccados, talvez arremetia do fua culpa venerárão
colerico contra quem lhe pare com humildade o
cia mais profano, gritando com zelo do prêga
liberdade chriftaam, á não que dor apoto- ,
rião fer fantos, nem honrados os - lico.
que defe modo fetrajauão. Vin
do vello na fua doença vitima
hum mancebo feu deuoto , &
mandando vifitallo húa domna # *##3
muito graue,a ambos gratificou ***
a vifita, aduertindoo a elle,que |
|-

fe prezaffe de modeto;& a ella,


K C A Pl
*> →=
-T- → → -

I IO ITTDT7 Serafica #fraã


agua,& a lenha a feus hombros,
CAPITv Lo XXVIII. & fazia finalmente quanto era
neceffario. ".…

2 Procurou introduzir com


Dacaridade ardente, com feu exéplo hum trato publico de
exercicios fantos, dizendo q fenº
que trataua
ximºs."prº •

tia grauemente andarem os vi


cios defaforados no mundo, & a
virtude enuergonhada pelos cã
I Eta virtude, heroica tos;& afi cõmettédo algüa falta, |
a.aad Co
rint. 11. V. imitou muito a o " poto é foffe (ecreta, ele me{mo
29.
- Apotolo das gentes feaccufaua,& cõdénaua no refei
ete venerauel padre frei Anto torio a penitencias publicas,fegü
nio de Chrito, tomando todas do os etilos da nofa Religião.
as cores, & vetindo as figuras, Pelo 4fe tinha fido apreçado no
que erão conuenientes a o ef. andar, entraua nelle peado: feti
tado dos proximos. Com os tri nha falado alto,leuauahum pao
tes era trite, com os enfermos na bocca:fe auia adormecido fa
enfermo , & muitos trabalhos zendo falta no coro, apparecia
alheos tomaua à fua conta pera com húa pedra nos hombros, &
defcançar os outros. Affitia cos etendido no chão co ela por
nouiços, fendo metre por ofi cabeceira,affi etapa reprefentan
cio, ou companheiro volunta do a culpa em quanto fe dilata
rio,em todos os exercicios de tra ua a reprensão do prelado;&hña
balho, deuação, & humildade, vez, que fe efqueceo de trazer o
pera que à fua vita (e fofem fa capello cozido a o habito, tam
cilitando;& muitas vezes debru bem o leuou em penitencia pen
çado afeus pês,ou em fua cópa. durado ao pefcoço.E cotumaua
nhia na prefença de feu metre fazellas não fémente pelos feus
confefaua feus defeitos, pedin defeitos proprios, mas tambem
do tambem que lhe pizafiem a pelos alheos:de modo,4 fe acha
bocca, ou pelo menos lhe dèf. ua algüa louça quebrada, leua
fem húa dura repren{ão. Se os ua a o pe{coço os pedaços, con
via quebrantados do trabalho, fefando em fi me{mo a culpa
encarregauafe dele, & madru de fe quebrar em plena com
gando alguns dias rogaua a o co munidade diante do guardião.
zinheiro que fefoferecolher,fi- Muitas vezes às fetas feiras do
cãdo elle cõ o pezo da cozinha, anno fazia a penitencia de pão,
a qual varria, & accendia o fo & agua debaixo das mezas,
go, concertaua a panella, trazia acompanhando os nouiços, &
"""Côr
-
=====
***

44enores na Prouncia de Fortugal. III


coritas, atè que o prelado dif fou na Ordem Terceira do Pa
penfaffe.E deta forte fe andaua triarcha ferafico, & faleceo em
arratando efte venerauel Padre poucos annos com grande opi
depois de diffinidor, & tres ve nião de virtude. Noutra villa
zes guardião, com intento de o bufcou húa mulher, que ten
facilitar o vfo das ceremonias tada do demonio (e queria ma
antigas da nota fanta prouin tar por fuas proprias mãos, &
C13, |-

etandoo ouuindo, tanta virtude


3 Não reparaua muito em poz Deos em fuas fantas pala
lhe verem o cilicio, nem ouui. uras, excitandoa tambem no in
rem a difciplina, dizendo que os | terior da alma,que ficou etreme
foldados briofos não fe hão del cida no corpo, & liure da tenta
-

enuergonhar das armas, com ção infernal. |

que entrão na batalha. E póde 4 As miferias alheas lhe raf |


fer, que tambem affectaffe al gauão o coração cõpaffiuo, obri
güa publicidade pera animar cõ gãdoo a excefos muito proprios
feu exemplo os fracos, como fa da caridade perfeita. E affi aos
zia no conuento de Lisboa, cor enfermos de cafa, empre os acõ
rendo de dia pela varanda do! panhaua, & feruia nos oficios
clautro as etações de joelhos. lhumildes: a os de fôra vifitaua
Sendo prelado poz em praótica] cõ amor, & feetes erão pobres,
nos fubditos º jeju das fete qua ou co a fua reção, ou com efmo |-

refmas mais principaes, que je las,que elle me{mo pedia,ajuda


juaua nofo padre são Francifco, ua a fua conuálefcencia. No dif
mas como fempre pretendia a eurfo da doença,que lhe acabou
diantarfe a todos,fe elles comião a vida,as fuas ancias erão faltaré
peixe, não comia mais que pão; a elles os regalos, com que o en |-•
|-

|& quandovio que alguns o imi fermeiro o queria alentar. Che •

tauão, deixou certos dias de co-]gou a tirar dos hõbros o feu mã


|mer até que de fraco não pode to,& dallo a outro religiofo, que
continuar. Cos feculares tinha | vio mais neceffitado. Foi guar
| o mefmo efpirito de chamallos, dião em tres partes,nas quaesto
& trazellos a oferuiço de Deos, das ficou viuo por obras de pie
edificando a os aufentes por car dade feu nomé. Na villa de
tas,por palaura os prefentes. Em Guimarãês futentou a muitos
húa villa dete reino o vifitou | pobres num anno de grande fo
hum homem nobre, cuja vida | me, fendo também o minitro,
era pouco approuada , & tal |que na portalhes repartia por
faio da fua conuerfação, qu: { [da flhamãosdaoMadeira,
fuas comer: no Funchal
ele me{mo
fez mudança notauel: profeº
|K 2 CU VOU!

- - T 12 - * Luro I. Da bifloria Serafica dosfrades


curou hum foldado, que pare adiante, lançárão de hombro a
cia leprofo, cuja faude comprou hombro os bordões, & netean
com húa graue doença: em San dor da caridade chriftaam o le
tarém finalmente vifitaua os en uârão afentado atè o lugar do
|fermos,que tinha o hopital, aos Pombalinho, que feria meia le
quaes fazia as camas,& cõcerta goa, onde o feruo de Deos o paí
ua os leitos.Sendo inimigo de le (ou a húa caualgadura, & leuan
uar pelos caminhos alforge, sò doo ao conuento de S. Onofre,
pera fazer efmolas mettia na mãvizinho da Golegaam,ahi o dei
ga algüa coufa; & nito fe fun xou encommendado a quem era
dou aquella fua acção,tão exem guardião.
* -
plar pera todos, quando acabou
déguardião do nofo conuento C A PITV L O XXIX.
de Guimaraés. Tinha entregue
a cata, & etandoja fóra da por
taria pedio a o prefidente, que Do rigor, & humildade,
ficaua gouernãdo, lhe defehum tom que femurti
pão por amor de Deos pera co
mer,ou pera o dar a pobres. Af
|
fraua.
fi faía ete infigne prelado das •

fuas guardianias, cõ hum pao na 1 - . A Sperrima foi emfi.


mão, huns ourellos por cordão />-\ perlatiuo grao a vi
no feu chapeo,&fem viatico, de da dete varão apof.
==

que pudefle comer..…., ..., tolico frei Antonio de Chrifto,


5. Pelas efiradas ele era º & mais ouuera de fer, fe affilho
|bordão, & alliuio dos pobres, | permittirão feus continuos ia
que fe os via cançados, os leua | chaques. Pafou dezefetean
|113 pela mão, & feião carrega nos fem ter nunqua outra cama,
dos, tomando os feus fardeis, os (e não erão hüas taboas, ou cor
|punha fobre feus hombros. Ca tiça no inuerno, & sò depois|
| minhando húa vez de Santarèm | defentir accidentes na cabeça,
|pera fima encontrou hum moço| lhe deu encoto num cabeçal,
pobre, nas barrocas da Rainha, vfando d'antes em feu lugar de
tão fraco, & tão enfermo, que | húa Cruz. Fazia todas as noites
não podia dar pafo;& no ponto, difciplina muito larga, & ás ve
| que o vio, logo o feu coração | zes com rofetas, que lhe raiga
|lhe começou a feruer, & diffe a | uão a carne, ou cócordas, ou cõ
o companheiro: Irmão,ajudaime a |cadeas de ferro. Ninguem aca
| leuar fiº carga do Senhor. Dito ito| bou com ele a repeito de fuas
] ficando hum atraz, & o outro Jenfermidades, que vetifle mais,
- -- -

que
==#=====

AMenores na Prouincta de Portugal. I I3


que habito, & tunica; & quan Chrifo, hum trago do mefino
do muito dobraua eta no peito fel. Nas outras fuas quarefmas,
pera alliuio das dores. Só no ci nas quaes o conuento come
licio admittio dipenfação, na carne, muitos dias fe não tinha
|fua vltima idade, por ordem do| outra coufa, húa tigella de cal.
cõfefor, & preceito do prelado, do era o feu mantimento. Conº }•
|de modo que {ómente pela Im2--| ete jantar tão limitado , &
nhaam o trazia atè horas de jan apero pafaua todo o dia fem
tar. O ordinario era feito de fios fazer à noite a collação, que
d’arame: mas nas vigilias das fe o cotume tem hoje introdu
|ftas mais principaes cingia hum zido, fenão quando o padre
rofario de cótas,ou húa cinta de efpiritual, por cujos confelhos
ferro, fobre a qual punha colle regulaua fua vida, lhe mettia em
te, & calções de fedas aperas, contiencia fazella, por não ex
apertãdo tambéafias curuas das tinguir as forças. " "" .
pernas,como os braços cõ bracel Mas pera elle chegar
letes de ferro;& então dizia afe a efte eftado de tão rara abti
us amigos,áfe armaua caualleiro nencia , primeiro atropellou
pera conquitar o ceo. húa grande repugnancia do feu
2 As outras armas, cõ que me{mo appetite, a o qual mor
entraua neta cõquita, era hum tificou matigando no principio
jejum quafi perpetuo, enfiando húas patilhas de azeure, & de
nelle fête quarefmas pelo difcur fel, & depois tremoços
- " - nº fec
*> ". . . "
ifo do anno cõ húa multidão grã cos por cortir. E com ito, ti
de de dias particulares.E apuran lrando merecimento da fua dif
do o rigor na quarefma da Igre ficuldade, affi fe facilitou no
ja, no Aduento, em todas as fe rigor da abtinencia, que mais
tas feiras, nas vigilias das fetas barato lhe era jejuar do que
| de Chrifto, da Virgem Senhora comer. Com outro inimigo
nofia, dos Apotolas fagrados, interior , & dometico teue •.

dos Santos da nofía Ordem, & tambem cruelifima batalha, do


d'outros muitos, a que tinha de qual pela graça de Deos fem
uação, em todos etes não co pre fºio vencedor. Era efte o
mia mais que pão, o qual era ou appetite irafciuel, cuja defor
boroa, ou de ralla, ou dos peda dem em nôs, originada de nof
ços mais duros da efmola do al fos primeiros paes, em quanto
forge. Na feta feira da Paxão fe não lhe dermos execução vo |-

abtinha totalmente de comer, luntaria , mais he degraça me


tomãdo algüas vezes em memo recedora de lagrimas, do que •

ria do fel, que dêrão na Cruz a culpa acompanhada de vicio.


K 3 *>
Mas

+
—=-

, 11 4 Livrº I. Da bifloria Serafica dos frades


{ | Mas porque crie icºz anual | beira das naos, pera o notio Có | -

que ia embrauece1fe, fem: uºrto. A fegunda em Coimbra,


pre oferuo de Deos apertando fendo elle Diffinidor da prouin
lhe a redea o trazia enfreado. |cia. Chegou hopede a o noff
E quando o zelo lhe accendia a collegio de S. Boauentura junto
|
| colera, muito maior era logo a, do de S. Cruz,& vendo que nel
}fatisfação,que daua, do que foral le faltaua agua, com húa quart.
o exceto Pelo que parecendo a foi bufcar a o chafariz da Se
lhe hum dia que auia fido alpe *Que mais podia fazer eta fua
ro em reprender os nouiços, cu humildade,que defprezar as me{
ja doutrina corria por conta del mas honras,que tantofe appets
le no conuento de Lisboa, cafti cem? Afio fez em Sintarém,
golfe em ºftará ua vita com onde gemendo,&lamentandofei
bum pao atrauefado, na bocca com o pezo do oficio;pedio por
} todo o tempo, que gatá,ão em algüas vezes abfoluição d'aquel
|rezar o oficio menor da Virgem la guardiania; & magoado de ef
Senhora nofía,& depois os obri talhe fer negada, eleme{mo fe
gou a lhe pizarem com os pès a priuou cortando hia aruore fern
me{ma bocca, que os tinha ma licença dos prelados, no qual ca
goado. … e a fo,confºrme a nofas leis, ha pe
.

: 4 , Era porém tão hamilde } na de prinação. : " " …"


|-

|que a cada pafo e efendia no | {

chão pelas portas da igreja, do | CAPITV Lo xxx .


refeitorio, & coro, pera que os
outros paflafem por fina delle. Defia morte, & translação
Não auia oficio na caía, ainda
} que muito baixo,o qual ele não de fusofºs: tom hum caf).
fizeffe quando era guardião,fer e melhoraul. ,
uindo tambem à meza, lauando
os pêsa os que vinhão de fóra, & | Iº Vebrantado de rigo
ajudando ás mifas com fobre | \_ / res, & achaques o fr
}pellz vetida como qualquer uo de Deos frei An
} dos irmãos. Forão notaueis nefte tonio de Chrifto, chegou a o
|genero aquellas duas acções, em fim da vida com hñu ditofa mor
1 que motrou a o mundo quão te. E muitas fufpeitas ouue de
pouco cafo fazia da fua etima-| que o me{mo Senhor o teria aui
{ ção. A primeira em Lisboa, on zado, affi pela noua alegria, que
Jefendo metre dos nouiços le
• • | todos notauão nelle antes da fua
juou cõ elles ás cotas os cauacos, | doença, como por ter dito a du
| due fe dauão por efrola nari. | as pefoas graues, aueria pouco
mais ….. .
• - -- - -

Menores na Prouintia de Portugal. II y


mais de quinze dias, que muito os religiofos,que fe acharão pre
| cedo auia de falecer. Acabaua | fºntes. Tambem lhes pedio per
nete- *:tempo de jejuar a quaref> dão de todos os feus defeitos,di
r. 1" - 3 L e ".… _i<_..._1_-
mado Epiritb fanto, quando no |zendo com muita refolução, &
coro etando às fuas veíperas o muito chritaam,que da fua par
derrocou humaccidente mortal, te não tinha que perdoar, por
|- primeiro golpe da fua enfermi. } que ninguem o aggrauàra. E fi }
| dade. E conhecendo aviólencia} malmente ténio dado inteira
della, antes detratar de medici. execução aos encargos daquel.
nas fe cófefou coguardião, pera livrim, hº", foi gºzar º pré
que o pator ficaffe bem infor mio de fuas fantas virtudes fab
\, •

mado do eftado da ouelha, dan bado à tarde,em 31.de Maio, no |


dolhe tambem noticia d'alguns | anno de 1636 do nacimento de
- - • ---- ?

| cafos,em que Deos o tinha fºi Chrift , 61. da fua idade, & 39.
recido como a filho mimofo; a de religião.
os quaes fe ajuntou o feguinte 3 Acodio grande numero •

de grande confolação
• * . * pera
- # : ; el
: de gente a ofeu enterramento,
- le. em tetemunho da deuação,que
2. Etaurangºtado cope. lhe tinhão , pedindo muitos as
rigo de não poder cômungar a contas,por onde ele rezaua, ou
| repeito dos feus vomitos: mas outra coufa do feu vfo, & todos
recorrendo à Piedade diuina, q. em geral o applaudião por fan
tantas vezes achára em feu fa to. Com etas acclamações o
uor,no me{mo ponto,em que pe forão acompanhando atè o lu
dio o Viatico do ceo, parou o gar da fepultura no cemeterio
impedimento. Pelo que reueti commum, na qual porêm fem
do doutro efpirito nouo,{entado prefe teue repeito,& aduerten |
no leito cõ hum cirio nas mãos cia de não lançar nella outro
(que não lhe dau, lugar perº ou corpo.E dete modo chegou a o
tras cortezias a fraqueza) efpe prefente anno de 1653.em que
rou a fua vinda; & cheo de aluo |fe trasladarão feus ofos, metti
roço fe abraçou co a Cruz, aju dos em hum caixão, a o lado ef
dou a rezar as orações daquelle querdo do altar, q (e fabricou de
deuoto aéto,& rendendo muitas nouo no cemeterio sãto dete fá
graças a Chrito fácramentado grado cõuêto, como ainda dire
lo recebeo com etranha alegria. mos. Fica o caixão nas entranhas
Depois dito, obrigado de feu da parede, fechado cõ hú1 porta
zelo, fez húa notauel praótica, | de pedra, na qual (ele o leguin. }
exhortando nella a oferuiço de ite epitafio. | •

Deos , & obferuancia da regra


K4 . O Ve
|
1 16 Ir TDT75777; frades
O venerauel padre frei Antonio deChrito,
auendo pafado quarenta annos de rigoro-. ";

fa, & continua penitencia, ornado de mui


tas, & exemplares virtudes,acabou feu cur
fo com grande opinião de fanto em 31. de
Maio de 1636. & foi trasladado a etelu
gar no anno de 1653. . . -

4 Tanta confiança tinhão da nofia prouincia : ele ficou


os fieis no muito,que ele mere dentro no cafco do barco co as
cia a feu juizo com Deos, que o contas numa mão, pelas quaes
inuocauão por interceforem fu ia rezando, & co a outra pegou
as necefidades, & depois apre de húa tr efia, que prendia as
goauão fuccefos, que parecem cauernas, & dete modo,pendu
admiraueis.Mas nete particular rado pela mão,com o corpo met
não tem ainda licença a nota tido todo no mar,& a cabeça fó
penna pera dizer o que ouue, & ra delle, efteue mais de duas ho:
o que fente. Hum (ó cafo efere ras. Ajudoufe das deuações, que
uemos, que por grande,& nota naquelle aperto lhe podião oc
uel não fofre efquecimento. correr,entre as quaes fe lembrou
5 No me{mo anno de fua felice de feu metre frei Antonio de
morte a 19. d'Agoto nauegaua | Chrito, cujo nome andaua mui
de Lisboa pera Santarém o pa celebrado, & diz agora que lhe
dre frei Manoel do Sepulchro, Parece que o vio junto de fi, &
feu difcípulo, que foi no nouicia que tambem o reprendeo de
|do, leitor então de Theologia, não etar animado, & confiado
hoje cutodio da nofia fanta pro na piedade do ceo. O ponto he,
uincia. E chegando à vita de Sa que eteue depois fempre com |
cauém ergueofe hum pè de ven o animo inteiro atè virem bar
to, com que fe virou o barco, cos pera leuarem ete á toa vira
mettendo ambos os bordos na do, como etaua. Gritou de den
agua co a bocca perá baixo, & tro em fentindo as pancadas,mas
deixando sò a quilha defcuber como o não ouuião, metteo a
ta. Afogarão(e finquo, ou feis mão co as contas por baixo de
homens:outros fe faluàraõ nadi hum dos bordos, pelo
& feruer
ta quilha cõ hum frade tambem da agua foi conhecido dos bar
=
queiros •
"

••

Menores na Prouincia de Portugal. 1 7=


queiros. Então lhe lançárão húal clarou, que ainda là ficaua den
corda, pegado da qual faio de||tro do leito do barco hum mam
| mergulho cõ admiração de to-|poteiro de S. Gonçallo d'Ama:
|dosó o fazião ja comido dos pei|rante, & foi tirado tambem com
| xes,ou pelo menos afogado. De-l'o me{mo artificio. . . . .
• - - - -
- - - - - - • • • • • |- • •

• -,…… , !} -- # :; tº cai - * * - - - * * * *;;


+ —

*
|-

VIDA, E VIRTVDEs D o SERvo


de Deos frei Chriftouão da Conceição.

. CAPITVLo xxx . |rio, ou quando menos fazer vi


da eremética. Mas porque a di
Dafia criação, peniten |oligen cia dos paes lhes embargou
defejo,na fua propria cala ?
tia,ê3 grande reco-, rão folitario retiro debaixo d'húa
, , lhimento. • •, | efcada, onde apartados da con

* * *
•• • • • • •
* *

|-

|- ….. ** * # : ; , , , , , , , , ||uerfação dos outros,quanto lhes


+

A cidade de Sylues, era pofuel, facrificauão a Deos - - -- - - - - - - -

menos populofa ho | no altar da oração pelas mãos


| *, *je do que foi anti | da penitencia fuas innocentes al

|gamente, em o reino do Algar | mas. De Sylues pafou a Euor


•• • •

i #
I ue,teue o patrio berço ete ve pera eftudar a Grammatica,
nerauel Padre, onde feus paes| Mufica,&dahi à cidade de Coi
ambos mpito virtuofos, o cria bra,na qual #
rão no fanto amos de Deos : & te atè idade de vinte, & oito an
Aofferecerão,fendo ainda minino, inos, em que Deos o tireu do
a húa imagem milagrº mundo, & deu à nofía Religião.
|fa Senhora da Cõceição, da qual ##21. Ne fim donouiciado afi
|elle depois, aceitandga por mãe, fº achou defpido da fua vontade
| tomou o leu appellido. Cioră propria,que #
|na mininice com húa irmaam imo entre nòs fe vfa, por vezes |-

|quafi da fua idade, que no mef guardião,fe queria proffarpe


|mo anno de feu venturo(o tran: ra frade leigº, fe.pera frade #
| fito faleceo na Eperança deLif coro, empre repondeo:O que ºf
boa com opinião de fanta: & ar fºrtuerencia quizer: & foi necefa;
| déndojana deuação, do epirito rio declarar da fua parte o mefi |
naquelles primeiros annos inté. tre,que pera frade do coro. Pro
tarão fugir pera padecer marty- fefoja, parecia ainda nouiço -

; º ---- - -- - -- - - "Irior- —— *
- - - - - -T-T----== * == …" •
-*

→=

"ITS Tr"TD: WilmaSerafica dos frades


mortificado, trazendo fempre o ura. Vindo tambem do Algarue
capello na cabeça, & cíta incli |aSão Francifco de Lisboa a vifi
nada com modetia, os olhos tallo feu Pae,poto que ele ofe-|
uafi fechados, os braços com tejou em o primeiro encontro
potos,& dete modo andauape com finaes de amor, & reueren
|lo conuento muito junto da pa cia, fempre efteue como mudo
rede,na qual confideraua aChri atè pafar o filencio,que guarda
to, arrimo de nofas almas. Di ua o conuento. Depediofeto
|zia algüas vezes. Agºra tragºmº: talmente de toda a correpõden
| nºs as mº/as cabeças baixas, pºrque cia, & conueríação do mundo,
ainda vir2 tempº,nº qual2cosmºlas fem querer ouuir nouas, nem a
| mande leuantar com aquelas faaui/#. quellas, que pertécião á Ordem.
mas palaurar: º Leute capitaveira, |É como trazia mortificados os
"] queman, aprºpinquatre ptiº "ve olhos, nem fabia quem maraua
fira. Em amanhecendo entrama | no conuento, nem conhecia a
na fancritia pera ajudar às mif quem etana junto delle, & dos
fas, acodindo depois ao feruiço prelados ainda fabia menos.
| da cafa,dos velhos, & dos enfer Quando etaua em cafa, o mais
| mos,& quando nito commettia do tempo gataua,ou na cella,ou
| algum defeito leuilfimo, poíto 4 |no coro, & quando faia fóra,re
| foffe fecreto, ele mefmo fem ef | tirado do cõpanheiro caminha
|perar catigo, ou remifaõ fazia | ua sò configo rezando , ou con
|à penitencia publica: , | templandó. Donde veio que,fen
|| 3 Tomou porèm hum ca do conuentual por etado,entre
|minho difficultofo a quem viue os trafegos,& occupações da faa
--
em companhia de outros, pera communidade fazia vida folita
fubir ao monte fublime da per ria, como fe fora anachorita, no
|feição, a que queria chegar. E |interior da alma. E pela me{ma
foi aquelle, que fechama "cirur |rezão ninguem tambem o buf
maisyu, caminho, & via de filé caua pera o inquietar, leuando
cio profundo pelas montanhas ele fêm alliuio, ainda doshone
da conuerfação humana. Pelo tos,que oferece o mundo, eta
que de tal modo fe retirou em fi fua folidão. º : #, º
me{mo,que raramente falaua, & * 4 ** Mas pera fe conferuar
| no ponto, que tangião afilécio, em tanta paz do epirito, trouxe
emmudecia de todo. Affi o expe fempre em quanto ás forças o a
|
rimétouhtireligiofo familiar, & judarão faminto,defcalço;&mal
amigo,a quê elle, vendoo quafi
vetido o corpo: apertado com
|fempre afeu lado pelo ditcurto #hum cilicio d’arame: ferido dos
de humanno,não difehtia pala gºlpe: das difciplinas, que lhe
chega- -
# Menores na Prounda de Portugal. _ 1 1 9
chegavão às cotas: quebranta prelados. …
do com abtinencias, & muitas 5 - Com eta vida tão dura,
|de pão,& agua. Quando muito & penitente chegou a aquelle
|lhe concedia por cama húa cor etado, do qual dife" S. Hierony|,
|tiça, mas co as horas tão limita mo: Omnes pene virtutes mutantur|epit,
| das de fomno, que por não ador infenibus, gr crº/cente/la/apientia
| mecer deixaua de encotarfe, ef decrºfºunt cetera. A faber,que nos
tando ou de# , ou em pé velhos quebrantados de acha
na oração. E fe a defconfiança ques, enfraquecédo todas as for.
da brandura da cortiça era gran }ças do corpo, com que d'antes
de, lançauafe no chão junto da fazião etremos de penitencia,
porta da cella pera efpertar a ma crefcem mais os feruores do ef
tinas mais de preça. Folgaua de pirito, apurando em oppofição
padecer os rigores doinuerno,& do me{mo impedimento da fra
lafi lhe cutou menos dar o man queza corporal o fanto amor de
to a outro religio(o etrangeiro, Deos, fabedoria perfeita. Elefte
o qual andaua fem elle. Foi ob Senhor,que conhece muito bem
feruantifimo de toda a nofía re o que melhor nos età, talvez
gra, & mais em particular dos nos toma a mão, exercitando co }
feus preceitos, que atirão a mor a fua por trabalhos,& doenças a
tificar o corpo, fendo configo erfeição da virtude, que as nofº
tão duro executor, que nem as # diligencias auião de procurar.
necefidades, que ella não com Affi foi pontualmente nete ve
prehende,queria exceptuar. Aº nerauel Padre,porque tendo cur
maua de coração a pobreza euã fado largo tempo epantofos ri
gelica, por cujo refpeito nunqua gores de penitencia, etes mef.
andaua contente, fe não quando mos ajudados dos achaques, &
trazia habito velho, & dizia que velhice o quebrantarão de mo
a húa mãe tão pobre, como he a do que à força defcançou contra
nofía Ordem,era juto alleuialla o goto, que tinha de padecer.
dos gatos. As alfaias da faa cella Admittio húa cama ordinaria,
| tambem fe recopilauão em húa que entre nós não he mimofa,
Cruz de pao, regitos de alguns & huns peñgos de panno, com
fantos, húa panella vidrada com que cobria os pés, os quaes bre
agua benta, huns liurinhos de ueméte tornaua a defcalçar,dizé
cafos de confciencia, & outros do q fem ete reparo paflauão os
de deuação; & ainda ete vfo tão Padres doermo as fuas neceffi
etreito o afligia de modo, que dades.No demais tocante a o ef.
parecia importuno em pedirpe pirito, fempre forão os feruores,
ra ele tantas vezes licença a os ou incendios laurando.
> -

CA
assº
-

Liuro I. Da hi/toria Serafia # fã —T=


→=

I 2O
da fua, & nella ficaua tão eleua
C A PITV L O XXXII. do,que parecia extatico. Dizem
huns, que o virão arrebatado no
ar: outros, cercado de luz: nôs
Dºferurna oração,&#fêm relatamos feus ditos fem affir
marcoufa certa, nem facilitar as
timentos defua de
uota alma. duuidas, que padece a fé huma
Il3. .. … - - . . . .
2 Era rara a deuação, que
I Squecido do mundo,& motraua a os fantos myfterios
E alleuiado muito nos do ceo,& affi todas as vezes, que
embaraços do corpo e entraua, ou faia do conuento,
te virtuofo padre freiChriftouão fempre tomaua abenção a o Fi
da Conceição,ficou mais habili lho de Deos facramentado, cujas
tado pera fe vnir a Deos co as ofenfas tambem o ferião de ac
prisões do amor. Meditaua, & cidentes mortaes. Pelo que fuc
oraua facilmente,porque trazen cedendo nefte reino certo cafo
do fechadas as portas dos feus lamentauel,foi tal o feu fentimé
fentidos, como ja temos efcrito, to, que andaua como louco no
não entrauão por ellas reboli conuento de Lisboa, onde era
ços etranhos, que diuertiflem a morador. E alèm d'outros excef
alma. Acabando de rezar algüa fos,que fez,entreu no coro quan
hora no coro, nelle ficaua largo do fe cantauão veperas em figu
tempo em a oração mental. O ra tão horrenda,vetido de facco
me{mo fazia atè as noue da noi com corda a opefcoço, que a
te, & depois de matinas atêas todos compungio. A onde quer
tres, ou as quatro da manhaam, que chegaffe, logo buícaua a
poto que algüas vezes fe reco igreja, & fenella auia de cantar,
lhia a cella pera ter mais liberda eftaua em oração de joelhos em
de de orar com os braços em quanto não começanão a mufi
cruz, & gatar aquele tempo ca. Encontrando algüa imagem
noutros fantos exercicios. Reza fanta, ou lhe beijaua os pès, ou a
ua todos os dias o oficio dos de
parede vizinha fe não chegaua a
funtos,o menor de nofa Senho-j jelles.Venerana finalmente com
ra, Pfalmos penitenciaes,& gra |tão intimos afectos as palauras
duaes,& deuações infinitas, pera fagradas,& euangelicas,que pera
as quaes fe feruia de húás contas ouuir fermão auia de etar em pê,
de cordel. Pera o fanto facrificio & fe achaua algúas e{critas em
| da mifa fe preparaua com gran papelinhos , e palhados pelo
de difpofição,ouuindo tres antes chão, affi os andaua apanhando,
& me
===-=-=-=

AMenores na Prouincia de Portugal. l 2 I Z

& melhoraua de littio, como fe hum dia a teus amigos. 0 ponto


forão as reliquias maiores. [he, emproar bempera que chegue a naº
Tudo Deos lhe ia perfua a ºporto, @y não fazer cafº algum das
dindo cos fauores de fua bene termentas. Cantando mais atura.
uolencia, communicados muitas do numas vefperas da Cõceição
vezes ao tempo da oração. Mas ímmaculada da Senhora Mãe de
elle, como prudente, os fechaua Deos, lhe diffe hum circunftãte:
no cofre do feu filécio,&húa vez, Reje fiº alia/obre ºferno. A o que
6 por defcuido, etando importu elle,diffimulando o agudo do re
nado, prometteo a hú amigo cõ moque,refpondeo com hum lou
tarlhe algüas coutas, no mefmo uor da Senhora. Afi he. Pulchra
ponto lhe leuantou a palaura, ef> »t luna, eletia »t/ºl. E quiz dizer:
cufandofe co a falta de memo Fermofa como a Lúa, efcolhida
ria.Contudo pelos finaes,& efeij como o Sol. .* .

|tos,que não podia occultar,fe en | 5 Depois que Deos o teue


tendeo feré varios os fentimen tão alentado, & prõpto afeu fer
tos de fua deuota alma. Porque uiço,começou a retirarfe,fufpen
| algüas vezes gemia, & muitas dendo o influxo das cófolações
cantaua: hüas fe desfazia em ri celetes, pera prouar com maior
fo, outras fe derretia em lagri merecimento a fua fidelidade, &
mas: requebrauafe em amoro cõito o deixou ir, defcaindo na
|fos coloquios com o diuino Ef quelle profüdo pego de trifteza,
pofo, & talvez tocando com os 4° em cafos femelhãres afligio a a, a ad Co
rint. 1. v. 8
dedos a caixa dos oculos, em fi muitos sãtos;& ele embaraçado Matt. 27.
gura de viola,daua muficas a o não fabia tomar pê. Achaua me v.S, 46.
Bernar
fanto Crucifixo do coro dete nos acõíolação antiga: parecia din Sen.
conuento com muita dipofição lhe q Deos o deséparaua: o ceo to.3, tract.
de B.Virg.
da garganta. Acontecia tambem lhe era efcuro,a terra trite, a vir fer.9. a 3.

desfechar fubitamente em rifo tude defabrida;&querêdo feu cõ Cºle

quando etaua rezando o oficio feforcõfolallo, lhe refpõdeo cõ


| diuino,& depois fedefculpaua,á fufpiros nafcidos do coração. Co
não era em fua mão impedillo me quer vº/a reuerencia que eu me não
por mais que febelifcafe,ou pu defenfºle , /e noutro tempo quando ia;
zefe o peníamento na paxão do | dizermifº me parecia que pizgua fio
Redemptor. … res entre caçoulas/uauffmas, @ "gº
4. Não lhe applaudião mui ra de tudo efioupriuadº? Affaltea
to etas myteriofas acções os fo rãono logo terribilifimos efcru
berbos,& ignorantes do mundo: pulos,reprefentandofenelles que -•

porém elle, armado de pacien "do,


por ventura não feria
ou que ferião bautiza
inualidas fuas •

cia,fe os ouuia calaua, & fó dife


I L CO Il
=>

122 | Lurº I. Da Ta Serafica dosfiadas


confifsões pafladas: pelo que ca outrº vocação. A os mininos, é
da hora as repetia de nouo, & ar encõrraua nas ruas, enfinauaos a
|timado a húa cruz de pao, que rezar, & leuantar as mãos a o
tinha na fua cella, por não lhe ºcº. A os outros accnfelhaua o
| faltar a fê,desfaziafe em lagrimas amor do Redem ptor,o qual lhes
| pedindo humilmente ao Senhor reprelentaua numa cruz pique
clementífimo que puzefe nelle |na, que trazia depois de velho |
os olhos de piedade. E approue configo. E poto que não tinha
a fua mifericordia, quando vio| letras, nem as fiores da humana
que era conueniente, desfazer ºloquencia, co as palauras fingel
etes neuoeiros triftes, ferenan las multiplicou fantos fuitos pe
dolhe as tempetades da alma lagraça do Senhor. |-

co a luz de fua primeira bene 2 Succedeolhe em Lisboa


uolencia. acõpanhar hum judeu,4 obtina
do na cegueira diabolica, antes
CAPITVLo XXXIII. queria arder viuo na profifsão de
feus.erros,comoja etana fenten
}
|Defias obras admiraueis, &# ciado, que cõfeffar as nofas ver
dades certas. E vendo ele eta
da fanta ºpinião, com maliciagrande,q não deixaua vê
que acabou a cerfe das rezões,& euidencias de
-•
vida. muitos religiofos letrados, os
quaes tambem affitião, em che
I Obrando pois nouos gando a o lugar do lupplício,po.
to de joelhos a teus pès,& co as
C brios de confiança cõ mãos leuãtadas lhe diffe etas pa
*" Deos efte feu deuoto lauras. Irmão, por amºr de ZDeos vos
|-*

feruo frei Chriftouão da Con Peçº, que não vos queirais perder.
ceição, foi feguindo, tão con Crede na Fé de le/ Christo, porque sò |
tente como d'antes, o caminho ela herverdadeira, @/m ela ninguã
da virtude. E querendo cõmuni
/* Pºde falhar. Deuia Deos fa
cara os outros a boa forte de fer
larlhe tambem na alma, fuore-}
|uir a tão benigno Senhor, não | cêdo efte feruor de epirito,por
sòmête ajudaua a futentar co a que virou em cõtinente o roto,
[uareção os pobres porcõta del & Perguntou a os eutros. Padres,
le, mas també encarecia a todos entendem vº/as reuerencias que you
a obferuancia de fua fagrada lei. /g"mºrrendº na Feded:#Eref|
Pelo que intentou paffaráIndia, Põdendolhe todos, q ló fiella hº
nem defiftio da viagem, fenão
fegurãça,verdade, & faluação,re
depois de entender, que tinha tratou publicamête fua cegueira
*--

Tië2
|
- - ----
">--> 3

_Menºres na Pºuncia de Portugal. 123


maligna,protetando que era, & /fanta cruz (obre as pernas, que
|que morria chriftão. tinha cheas de chagas; & elle de
{... 3. Na me{ma cidade lhe a: joelhos,motrando que as queria
conteceo tambem entrar na erbenzer, á força o abraçou,& lhe
|mida de N.Senhora do Emparo beijou as melmas chagas, das
|a tempo, q achou nella húa mu quaes o capitão depois dizia que:
-

*
|lher afombrada do demonio. A | amanhecèra no dia feguinte são.
pertárão os circuntantes cõ elle, Outra vez encontrou no termo |-
}
ue lhe fizeffe os exorcifmos,ou | da me{ma villa hum laurador
difefe húeuãgelho.E como a cai muito trifte pela perda de humi
ridade não fabe difficultarfe, mo boi, o qual etaua morrendo,
|uido de cópaxão, cíngiolhe a o & defejofo de atar as mãos á
pefcoço o alforge da e{mola,ále? morte co cordão, que leuaua na
luaua no feu hombro: inuocou o cinta, cingio a o animal em o no
|patrocinio da Mãe de mifericor- # me do Senhor... Contão muitos
dia; & mandou da fua parte a o q faràrão de inchaços, & ha pou
eípirito mao, que não afigifica cas pefoas em Alanquer , que
creatura de Deos, o qual con ! não refirão algum füccefo nota
| trangido finalmente dos pode uel. Fique a fé nos fus autores
|res da Senhora deixou a mulher em quanto recorremos a outra
liure do feu catiueiro. Por rezão maior alçada. Delle achamos
dete fuccefo lhe leuárão a o efcrito que, ficando d'húa do
conuento hum homem,enfermo ença inchado, com agua ben
|# do mefmo mal, & por mais que }ta fe curaua, dizendo etas pa
o demonio galanteou a princi |lauras: Aqua benedita / nobis/-
pio,pedindo ridiculos cõcertos, | lus, gr vita : que vem a fer
|não pode refitir á Majetade di em portuguez. A água bentanºs
|uina: mas faio violentado do cor de faude, gravida. Foi em fim
|po, em que fe fazia forte. |tão grande a fua fama, que a
| 4. Era grande o fentiméto, doecendo grauemente em Lil
| cõ que o atormentaua a doença boa ofereniffimo Principe Dom
} dos enfermos, mas tambem era Afonfo, Infante naquelle tem
muita a confiança, com que el po.filho del-Rei D.João o IV &
| les fe valião de fua interceísão, | da Rainha D. Luiza, nofos fe
| pedindo q os benzeffe, pera que nhores, que Deos guarde, ela
| Deos lhes outorgaffe faude. In o mãdou chamar pera á lhe af
do à efmola a o lugar de Pela fitifle na fua enfermidade, da
|ios, húa legoa d'Alanquer, ro qual por mercè do ceo no dia,
| goulhe o capitão Francifco Ta em que º vio, logo teue melho
|uares que lhe fizeffe o final da f1a. * .

L 2 5 DCC
—T-r
I24 Tm|TTD, bifloria Serafica dos frades
5 Depois de rettituido a el moria pela fua obferuancia, &,
ta fanta morada, tendo ja cóple pelo zelo de publicar ao mundo
tos os feus dias, que fazião 75. os feruos de Deos da nofa fanta
annos de idade, & 47.de religi prouincia coas grandezas dete
ão,cumulado de virtudes, & apu facro domicilio.
|rado a repeito dos achaques no
fogo da paciencia, na dominga C A PITV L O XXXIV.
infraoétaua da Conceição im
| maculada da Senhora, da qual Da imuenção admirautlae fia
1 era deuotifimo, 12. do mez de
Dezembro, anno de Chrifto de corpo na primeira fpul
1649, à húa hora da tarde fede tura, & trasladação
|-
fatou das prifoés do corpo pera a outro lugar mais
viuer melhor vida a fua deuota nobre.
alma. Pareceo conueniencia,por
efcufarem tumultos, e{condel
lo debaixo da terra naquella I Eruiofe a Majetade di
propria tarde : mas ainda affi uina de que o padre frei
foi tão grande a multidão de | " Dionyfio de sãoBoauen
ecclefiafticos, & feculares, & en tura tomafe à fua conta no an
tre etes os mais nobres,que com no prefente de 1653, lagear, &
algúa violencia lho arrancamos ornar com húa capella noua o
das mãos, & démos à fepultura, cemeterio fanto dos religiofos
tendolhe elles cortado o habito, deta cafa, & cauando no jazi
& tirado o cordão. Não fe farta go do dito varão de Deos frei
uão de vello:não cefauão de lhe Chriftouão da Conceição, foi
beijarem os pês: pedião as fuas achado neta forma. Etauato
contas,cruzes, medalhas,& regi do o corpo organizado, & arma
ftos, & confufas pela multidão as| do com os ofos vnidos huns a
vozes, o que melhorfe entendia os outros, cada hum em feu lu
erão encarecidos louuores de fu gar, exceptos alguns miudos dos
as obras,& virtudes.O reuerédo dedos,6ja fe tinhão defapegado.
Prior da igreja de S.Pedro, Ma A carne, que nas outras partes
noel Tellez Barreto, lhe mãdou | era comida da terra,etaua incor
finalar com azulejos a coua,&ho | rupta,& vetida de pelle, do pe{-
je,como tambem outros muitos, coço atè a cinta,co as entranhas :
apregoa marauilhas. Efcreueo, inteiras,feccas polêm,&myrrha
mas não imprimio, atequi a fua das,& tão tractâuel ainda, que fe'
vida o padre F.Domingos da Cõ lhe punhão a mão,a me{ma carne
ceição, digno de venerauelme fe recolhia, & depois tornaua a
feu
- -
_-"
- - - - -

, Menores na Prouincia de Portugal. 125


|fuTugar.Quando e abrio a co far cõ algüa declaração,ou em ê- |
ua, em defcobrindo o corpo fa da cõ o que o eferiuão queria ac
io delle muito cheiro, o qual tã cõmodarfe, & batendo cõ o de
bem (e pegou ás pefoas, que do nas cotas do papel faltàrão os
mais o manofearão, como foi o | borrões fóra (em deixarem algü
homem,que o arrancou da coua, final, ou indicio da tinta, mas o |- •

cujas mãos, dizia elle no outro papel muito branco, & fómente }
dia, que ainda lhe cheirauão. E a algúa humidade, como de agua
o padre frei Dionyfio, o qual fe crytallina.Pareceo etecafo ad
encarregou da fua guarda atèfer mirauel nos olhos dos á etauão
colocado onde agora età, lhe prefentes,do qualfe fez outro au
perguntou muita gente fe trazia |to, & ambos juntos (e guardão
configo flores,porque cheirauaa hoje em o archiuo da villa. !
ellas. : : : : " ." 3. Foi depois mettido em
2 Detainuenção, & chei hum caixão, affi inteiro como o
|ro mandou fazer auto em 9. do tinhão achado, & entregue ou:
mez de Maio do anno affima di tra vez a o feio d’aquella ditofa
to peragloria de Deos Luis Pa terra, pera que o guardaíle com
checo, & Mendoça juiz de fóra repeito a os pès da fobredita ca
da mefma villa d'Alanquer em |pella. Mas o Senhor,que o que
prefnça de Andre Barreto Coe| ria honrar, inípirou em feus de
|lho vereador mais velho, do fo |uotos, que o eleuafiem a outro
bredito prior da igreja de S. Pe lugar melhor no coração da paº
idro, D. Antonio de Menezes, rede, não obtantes algúas difi
Sebatião de Macedo Carualho culdades, que nella fe receauão.
& Menezes, Luis Pereira de Sá,} Pera ifo fe etreitou em fegredo
& doutras pefoas graues de am o caixão, por atalhar outro con
bos os dous etados.ecclefiaítico. |curfo de gente, como ouue quan
& fecular, o qual auto e(creueo do o defenterrárão, & quando fe
Hieronymo d'Araujo de Britto, fez em feu corpo o exame : cor
tabelião do judicial,, que em
• • • em tu-||tando
tu hurb pedreiro, o qual an
do interpeza fua fè, Eindo con daua nas obras,com tanta facili
tinuando com ele, ao lançar de |dade, & acerto a madeira, fem
area na # pagina pera vi |ter intrumentos proprios, que
rar a fol ia,depois de etar eferi feteue por epanto. Dete modo
ta,lhe cairão dous borrões de tin o colocárão em pé à mão direi
ta nas palauras finaes de duas re ta do altar, & diante delle húa
* *"
:
gras. Ouue voto,4fetrasladaffe pedra, que nos diz etas pala
tudo,& também,que poderia paí uras. "
-
-
... , , , • | * |- • • •
-
• ** * |
———— — –––––
|
- - N * -- - •--
L3
-->>>>*+++ |-
O DE
…e…
-

·==
••

} Tzõ TZ T DT Serafica dos frades - *=

O Deuotifimo padre frei Chriftouão da


Conceição, celebrepor fama de fantidade,
&milagres, pafou deta vida a 12 de De
} Zembro de 1649. Seu corpo, fendo acha
| do com o peito, & coração incorrupto, &
füauecheiro, foi trasladado a ete lugar no
anno de 1653.
4 A o tempo, que fe abrio Agoto com grandes demõtra
o caixão,lhe arrancárão duas co
ções de deuação, & applaufos,
|tas co a fua carne dellas, pera a remettédo o negocio a ofenhor -

|codir à deuação particular dos Bifpo de Targa D.Francifco de |


fieis, que fufpirauão por algúa Sotto maior, com intento de fer
|prenda fua,inuejando a boa forte mais autorizada a dita informa
d'aquelles que ja tinhão alcan çãº, a qual ele depois fez neta
çado alguns offinhos miudos. E villa d'Alanquer,motrando no
|diuulgando muitos delles gran |tamel goto das grandes coufãs,
des coufas a repeito da fua in
que todas as tetemunhas jura
tercefsão com o Senhor pode uão. Quererá a Majetade diui
roforenououfe juntamente com nº que nos venha approuada das,
admirauel calor a memoria das
mãºs do fobredito Cabido, a o
marauilhas antigas, que fe con qual fe entregou. |-

tauão do tempo da fua vida. Pe 5 . Na face do fobredito al


lo que affio nofo conuento, co tar, cujos lados de húa parte acõ.
mo tambem o Iuiz,& Vereado. panha ete Varão apotolico , &
res fupplicàrão a o reuerendo d'outra o grande feruo de Deos
Cabido,Sede vacãre, de Lisboa, frei Antonio de Chrito, como
que peragloria de Deos (e man. temos declarado,fe efêreuco em
daffe informar por ditos de tef |jaípe branco,guarnecido de ver
|-
temunhas do muito,que fe dizia melho pela traça de frontal,eta
Por fama. Repondeo em 29 d'l notauel memoria.

… Noto fºrafico Padre São Francito fi


|-

|
bendo,como a deuotifima Infanta D.San
cha recebera os finquo gloriofos Martyres
–-
---- -- - - ----
de -
_+"
- - ----- -- -

_Mºurº na Prouintia de Portugal. 127"


deMarrocos neta cafã,&que della fairãope
ra o martyrio, arrebatado em epirito lhe |
lançou füabenção rogando,& profetizan- |
do que nunquanete conuento faltarião re-º |-Y
}
ligiofos obteruantifimos defua regra euan
gelica, dos quaes muitos defcanção nefte
cemeterio, cujos nomes eftão efcritos em o .
- ; |-

liuro da vida. •

-
• , . .

, -
-

","1": :

!
| | , . e . . . .» - l;
CAPITVLo xxxv. a Deos, o qual inclinado a feus |
* #. rogos na morte bem afombra
Da irmaam Francifa de da,que lhe deu, executou as fuas |
mifericordias. ••
- *\
•• •

Meira prºfefa na º 2 Liure ella dete pezado


Terceira Or. encargo,recolhida com humir
dem. . mão facerdote, & entregando a
o mefmo Senhor todos os feus
. * *

penfamentos, foi feguindo a vir


I Ertence a fua vida à vil tude Pelos caminhos immacula

- -
P la d'Aldea-Gallega da dos do ceo. Era hum todos os
Merceana, onde affitio dias de cafa pera a igreja, onde
do berço até a coua: mas a me. gataua em oração as manhaans,
moria a efte fanto conuento de & ouuia quãtas mifas (e dizião |
Alanquer, cujos commifarios a A o fabbado vifitaua as cafas da |
vnirão, & conferuàrão no corpo Virgem Senhora nofa, da qual
da familia ferafica pela profifaõ era efpecialífima deuota. Nun
da regra. Sendo cafada leuou cõ qua largou as fuas cõtas da mão,
muito louuor o jugo do matri ou fiaffe, ou cozeffe, ou etiaefe
monio,grangeãdo paz fêm quei. | com outra occupação;& cõ ete|
xas por meio da paciencia,&pro | exercicio de rezar,tão ordinario
curando com amor, como boa , nella, veio a perder o modo co
companheira, a faluação do ma |tumado de falar. Frequentaua
tido. Quando o vio fujeito ja à |os facramentos da confiÍsão, &
mortal enfermidade,então aper communhão com tanta pureza
tou as diligencias. Acodia à igre 'de fua alma, que pera os confef |
ja,choraua, gemia, importunaua | fores chegarem a abfoluella, cõ
• - … -- L4 traba- "" |
T">

T 128 Laro I. Dahlfona Serafia # fraã;


trabalho achauão materia,recor modo engrandeceo o teu nome
rendo muitas vezes a algüa ve por toda aquella terra,que todos
--

nialidade pafada. Affi o júrou,


á tinhão,& acclamauão por fan
} & afirmou por efcrito D. Ma ta:todos dizião que por feus me
- noel de Noronha, prior da fua recimentos lhes futentaua Deos
igreja,cujo tetemunho pela no a villa: todos procurauão afua
| breza do fangue,grandes letras, interceísão. Os parrocos tinhão
1& prudencia he muito qualifica por grande ventura patorearem
do.E tudo fe pôde crer d'hüa vi. tal ouelha, & o padre Ioão Ma
da inculpauel, na qual não era noel, Cura da me{ma igreja, na
ouuida palaura efcandalofa, ou relação, que fez à nofía infan
queixa. -
cia, fe confefou por indigno de
, 3 Nos braços deta pureza efcreuer tão fanta vida. Logo
fe criou a profunda humildade, quando caio na enfermidade,
que em feus olhos a fazia pare foi tanta a gente em fua cafa, %
cer a criatura mais vil,que tinha não auia romper.Os pobres cho
o mundo todo. Encommenda rauão feu defemparo: os deuotos
uão(e muitos em as fuas orações, pedião a fua benção:huns lhe ro
aos quaes repondia humilmen gauão que no ceo tiuefe lem
|te, que era grande peccadora, & brãça delles: outros fe querião
indígna de pedir algüa coufa a | confolar, affitindo a ofeu dito(o
Deos: mas logo obrigada da ca tranfito ; & poto que a morte
ridade lhes tornaua a dizer, que não veio muito de preça, nem
não fe defcuidaria. Não fabiane porifo esfriou ete feruor. Ete-}
garefmola a pobres,& (e o irmão ue fempre alegre com húa rara |
não tiuera refguardo em fua ca compotura, como fegozâraja |
|- , breuemente ficára poto por |dos gotos celetiaes,& de quan
portas. Affitia às mulheres,que do em quando pedia a os prefen
tinhão parto trabalhofo, & em tes que lembrandolhe o nome
lhes pondo as mãos, Deos lhes de Iefu, a ajudafem tãbé a dizer
ldaua bom fuccefo. Configo exe o Pater nyter,o Credo,&outras mui
cutaua o odio, & tão desfeita an |tas orações.
…- - ) - • -

daua do jejum, & abtinencias, 5 Finalmente depois de fi


que não achando carne, que ga car algum e paço fufpenfa; dife];
tafe, a enfermidade vltima affi duas, outres vezes etapalaura:
|lhe myrrhou apelle fobre os of| Senhora; motrando no acento, & |
|ifos, que hum por hum fe pode no modo, com que a pronúciou,
rião contar. - |que repondia a quem chamaua |
4 Mas o Senhor que coroa
por ella, & todos entéderão que
aos humildes de gloria, detal feria a Virgem Senhora aoña |
• •
-

} -

- - - -
-—— __Nefte
-- -
AMenores na Prouincia de Portugal. I 29
Nefte ponto fe de{pedio do cor
po a fua alma pera a terra dos vi
CAPITVLO XXXVI.
uentes a 27 de Dezembro, fim
De alguns varões illutres ne
do anno de 1636.auendo 63.& fia tafa fpultados, com lãº
tres mezes, que o tinha informa breue noticia dos taualeiros da
de. Voou logo pelos lugares vi AMadreflua, & de Sant
zinhos a fama de fua morte, &
de todos concorrerão tantos ho Iagº da Efpada, }
mens, & mulheres a ver efte co I Randeméte follicitou
fre de virtudes, tocallo cos feus os corações dos fenho
rofarios,tirar delle algüa prenda, res dete reino a boa
que parecia efpanto. Alguns lhe opinião do conuento, encõmen
| cortàrão os cabellos da cabeça. dandofe huns nos tetamentos a
O illuftriffimo Prior D. Manoel os feus religiofos, outros encar.
de Noronha fazia etimação de regandolhes mifas,outros tomã
hum lenço, que tocàra no feu do fepultura entre elles, perato
roto, & depois lhe celebrou as dos lograré diante da Majetade
exequias com hum fermão elo diuina a fua intercefsão. Detes
quente,ornado de feus louuores, vltimos nomearemos algús,cuja
na igreja matriz de N. Senhora lêbrança poderà fer aggradauel.
dos Prazeres, onde età def 2 Do primeiro nos deu a
cançando na fepultura de füa noticia húa pedra, que acha
feus paes. mos arrancada da capella de fan
to Antonio, & pota ja a hum
• ## *
canto noutra parte; porque ate
|às pedras mais infenfiueis queré
alguns inquietar . E nella etaua
#* . o feguinte epitafio. • •

Em efte moiméto jaz Nuno Gonçalues de


Ataíde, caualleiro, & companheiro dos da
Madrefylua, & do confelho do muinobre
Rei D. Ioão, &gouernador da caía do In |-

fante D.Fernando feu filho. E finou em Lif •

boa em dia do Corpo de Deos,derradeiro


dia do mez de Maio da era do nafcimento
de nofo Senhor IefuChrifto demil,c.c.c.c.
&xx.& finquo annos,_
A efte
ISO Lim I Dahlima Serafia 7, fãs
A ette fidalgo, que era bem co tambem ouue efta, chamada da
nhecido, fez mercé o dito Rei Jatadrefylua, que não foi inferior
D. João I. do morgado de Dom no esforço. E pôde fer,que a am
Gnião na villa de Santarèm, que bas pretendefe cõtrapor el-Rei
ja hoje tem entrado por húa fua D.Ioão I. de Catella,com inten
neta n 1 illutrifima familia dos to de reftaurar as degraças da
ViÍcondes de Villanoua de Cer febredita batalha, as duas com
4.Chron.
ueira. O Infante, cuja cafago panhias, º que intituio nas fuas rm.f. del
uernou, com maior autoridade cortes de Segouea: húa de fidal Rei D.Io
-
aõ I p. a.
da que o Mordomo mór cotu gos, que chamou do E/piritº Santº: <C.141»
maternete tempo, foi aquelle, & outra de efcudeiros, com ap-}
que morreo no catiueiro de Fèz, pelido da Zº/a. Dete modo,fem
o qual chamamos º Santº. e{perarem affentamento de cor
Acerca da companhia, tes, fejuntarão alguns portugue
| chamada da Xadre/Slua, da qual zes esforçados, & tomando por
era caualleiro,confultamos a pel diuiza,& nome a 3fadreflua, pe
foas curiofas, de quem fe podia ra ferem conhecidos, grangea
efperar algüa informação, & tão rão tanta honra, que efte Nuno
etranha lhes pareceo a propo Gonçalues de Ataídefe prezana
ta, que atè o nome tiuerão por de fer dos feus companheiros. E
inaudito. Mas não fabião da pe fe o tempo os fora fauorecendo,
dra, em que etaua efcrito, nem delles fe pudera originar húa Or
a. fol. 116, que º Arnoldo Hermannio, no
dem, a qual ainda agora perma
er. Britto
theatro da cõuersão das gentes, neceffe, como he a de Auiz, º q na chron.
entre os canalleiros das Ordens começou do mefmo modo por de Cifter |
1- 5.C.11.
militares, que florecerão, & fio alguns auentureiros.
recem nefte reino, contou os da 4 Tres fepulturas,todas ra
Madrefylua, ou Syluenfes pelas zas co a terra, fevem na capella
palauras feguintes. Syluen/es inLu mòr, húa das quaes cobre os of
/tania. Começàrão em tempo do fos de Nuno Vaz de Catel-brã
me{mo Rei D. Ioão, quando os co,almirante detes reinos,mon
brios portuguezes andauão mais teiro môr del-Rei D. Afonfo V.
alterados por defenderem a pa & alcaide mòr deMoura. Achou
tria; & afi como na famofa ba fe com outros finquo irmãos em
talha d'Aljubarrota ouue húa a tomada de Seita, & foi depois
companhia, por nome dos Namo caualeiro da Ordem de Sant-Ia
zados, cujo alferes, Aluariannes go da E{pada, º q intituio o di
de Sarnache, jaz fepultado no to Rei. Porque ouuindo dizer, […
moteiro das freiras de Corpus que na torre da Menagem de
Chrifti em Villanoua do Porto: Féz pregara hum mouro bú ef
pºda
AMenores na Prouincia de Portugal.
I3 I .
pada, com prognotico de que foi aquelle fullano Chichorro,
quando algum chriftão a tirafe como diz frei Hieronymo Ro
(e acabaria o Africano imperio:
man, o qual não lhe foube o no
elle, que queria conquitallo co me,que tambem mereceo fer ca
| fauor de Sant-Iago maior,& aju ualleiro de Sant-Iago da E{pada,
da de caualleiros briofos,fundou efcolhido por el-Rei. Ete foi,o | .*

eta Ordem debaixo da protec que veio de C,amora a Mirãda, •

|ção, & nome do dito fanto Apo & atrauefiou em hum cauallo o A"
Douro pera auizar a o Principe •

|ftolo,dandolhe por particular di


uiza a me{ma e{pada atrauefada D. Ioão, filho dete me{mo Rei,
|na torre, pendente d'hum collar que não entrafe em Catella,
d'ouro, & por titulo Sant-Iagº da onde húa treição o etaua efpe.
|E/pada. Profefoua o me{mo Rei rando. Ete foi o que nos cercos
com o Principe feu filho, & vin de Alcacer Ceguer rebateo com
|te & fete caualleiros,os mais va eftranha valentia a infolécia dos
lerofos, que então auia em Por mouros, alcançando por etas,&
| tugal,nos quaes entrou efte Nu outras illutres obras,que fua fa
no Vaz de Caftel-brãeo,em me ma eteja eternizada nas "hito . Ressas
moria d'outros tantos annos,que rias do reino Intituio hum mornichºn |
el-Rei tinha de idade, quando gado com duas claufulas, mani- #
tomou Alcacer Ceguer. Mas cõ fetos argumentos da deuação, #"…,
|- •---D. Aguft. |-

elle começou,&acabou eta Or & confiança, que tinha com efte Manoelma |
dem. + -

nofo conuento. A primeira,que "#"


Outra fepultura he de Rui o feu pofuidor todos os annos # |-

Gomes d'Azeuedo, do confelho lhe de certa efmola de trigo, &#####,


del-Rei D.Ioão II. & ofegundo vinho. A fegunda, que extinguinídeº Pº
Alcaide môr, dete nome, da vil dofe a fua fuccefsão, os religio- ###
la de Alanquer.Era filho de Gõ em dele podiabomemiger,
foscabidohum & ,filho
homem,rico @ra- #
n, 14.
çallo Gomes d'Azeuedo, & de
D. Ifabel de Caftel-branco, ir bafado, de boa fama,(} nomeada, que {
maatm de Nuno Vaz de Cate tenha «adminfração dº dito morgada,
branco,que ja fica nomeado; cu O qual nos ha de dar outra efmo
jos fauores, & deuação nos obri la maior. E porque muitas vezes
gão a fazer eta lembrança. |auemos de encõtrar nomeações, fSanch in ?
decal. 1.6 #
6 . Na terceira fepultura def & eleições femelhantes, que nos & 4 1. # -

cançou Vafco Martins de Soufa são encõmendadas,faduertimos Rodrig.


Chich orro, quarto neto por feu
que não fazem prejuizo à pure.
• tom.», q ,
7o.a; a.
pae del-Rei D. Afonfo III. do za da nofia regra ferafica. Poró Cordub.
confelho del-Rei D. Afonfo V. a acção de nomear netes cafos in expoí.
regula: o #
& feu capitão dos Ginetes. Ete não fe funda em dereito,que haja 6.q. 18. }

"-…•••
----+

da.
punft. 2.
• … --•
} •

__ _________


==

I32 "I'm TDA hifona Serafia dos frades


da nofla parte, nem dà occafião
a litígios,nem com ella admini CAPITVL O XXXVII.
tramos pecunia: mas fómente
| he hum puro miniterio,&facto,
| mediante o qual são chamadas Do Imperio na fºfia do Epi
|à fucceísão pelo me{mointitui rito Santo,ê5 outras anti
|dor as pefoas, que nós pera ella guidades, que totão
[]OÍTIC2 II1OS.
(! 0 (0Illlº/lt0.
7 A capella do capitulo
| pertence a os Noronhas, entre
os quaes replandecem por vir I Muitas coufas nota
tude, & prudencia, como etrel ueis,em que teue boa
las fermofas,D.Leão,&feu filho parte a Rainha fanta
-

t). Thomas. Dete nos deu ja Ifabel, fez lugar a velhice deta
húa noticia graue o Licenciado cafa. Hña he a folemnidade do
Iorge Cardofo no primeiro to: Imperio, do qual ella,& feu ma
&º Ianeirº
18 lit.g. modo é Agiologio Lufitano, ef rido,pera celebrar a feta do Ef
plendor das Lufitanas virtudes, pirito Santo,forão os inuentores
& do outro tem promettido fa primeiros. E porque a feu exem
zella quando chegar o feu tem plo o me{mo Imperio fe vía em
po. No terrepleno do coro, on muitas partes,breuemente efcre
1 de muitos fenhores defejàrão fe reuemos as ceremonias delle.
|pultura, veio a alcançalla no an 2 Dia" de Pafchoa pela
a.arch da |
no de 1635. D. Maria de Caí manhaam entra na nofia igreja Gamara da
villa,
tro pera fi, & feu marido defun o que ha de fer Emperador, afi
to, D. Manoel de Menezes, ge tido de dous Reis, & todos acõ
neral das armadas dete reino | panhados da nobreza, & do po
E cauando, pera fe fazer carnei uo,com tres pagens,que lhes tra
ro, forão achados juntos muitos zem tres coroas, húa das quaes
ofos, que deuão fer trazidos da deixou pera ete aéto a me{ma
igreja velha, quando etafe fun Rainha fanta. Efendo primeiro
dou. Etão depofitados agora de oferecidas no altar a o Senhor
tras das cadeiras do me{mo coro dos fenhores, hum religiofo veí
pera a banda do clautro. E, tido em vetes facerdotaes coroa
comito fe acaba a nof com elas a todos tres, que afi
fa commemoração, coroados acompanhão a nofº
que fizemos dos procifão de Chrito refulcita
defuntos. do. No mefmo dia à tarde faie
da igreja do Epirito fanto o dito
Emperador com muitas fetas,
T *
pada,
-- -
,• •

Menores na Prouincia de Portugal. I $3


& trõbetas, grande multidão de 7. ta nas mãos, da qual fica ardê-lo
gente cõ canas verdes nas mãos, húa põra (obre o nofo altar,& o
& dous pagens adiante, hum del mais fe etende pela villa atèche
les com a coroa, o outro com o gar à igreja de nofa Senhora de
eftoque, & tornando a ete nof Trianna. Aqui ordenou a Sãta, q
fo conuento, nelle felhe faz a |toda fe enrolafe pera depois fé
me{ma coroação. O fancritão |gatar nos diuinos oficios,& mif
dâ ramalhetes aos nobres,& el. fas,ficando jacingido todo o cor
les cotumão aqui dançar com po da villacõo fio da fua interce!
duas donzellas de muita honef> são,ajudado por húa parte daEm
tidade,que atitulo de felhes dar peratriz dosanjos,&por outra do
parte do dote pera o feu caíamé Patriarcha dos#### -

to acompanhão o Emperador,& teceo,4abrazãdefe ete pouo em


fechamão fuas damas. Acabada cruelifima
* * *pete,
* * * * * *a
A - - * * me{ma
* * * * * * * cãJea
,; • •

eta feta torna elle à fobredita etédida pelas ruas lhe purificou
igreja, da qual primeiro faio, co o ar corrupto;&delterrou o cóta |
a mefma majetade, onde depois gio. Mashoje,alterada a lua dipo
de oferecer a coroa no altar,pe fição,a cãdea (e reparte pela noí
las mãos d'húfacerdote a recebe fa,&mais igrejas da villa; & a pro
outra vez.Logo feaféta em thro cifsão vai adiãte cõ ela até a cafa
no debaixo de hú docel, & os no do Epirito Sãto, onde logo febé
bres repetindo os feus bailes o ze a carne,&mais o pão,4 no dia
feftejão cortezméte. Erão tantos feguintefe hade gatar novodo. |-

os gatos em etas occafiões,qel. As marauilhas do ceo, q ja nito


Rei D. Manoel os limitou a duas forão vitas, pôde fer q noutra par
frutas,as quaes fe dão a quem fe te as conte eta hitoria. Doutras |
acha prefente. Dete modo con fetas não tratamos, porque não
tinua o Imperio pelos domingos ha nellas correfpondencia com
feguintes antes do dia da feta,& ete nofo conuento, k, arch º #
o vltimo,4por rezão das me{mas 4 Algüas preeminêcias "go côuet.tc ?
fetas entrarem muito pela noite |zou ele antigamente, & outrºs
neceffitana de luzes, ainda hoje | ainda logra,é arguem a muita aº
fe chama o domingº dosfgartos. toridade,çõ áfe fez defde moço
3 Solênizão(e as veperas co a refpeitado.Ouue tempo,em 6 de
procisão, nomeada da candea, da nhúa parrcchia fazia à noite final
| qual tãbé foi autora a me{ma sãta | de Auemarias, fem efperar que
Rainha. Saie do nofo cõuêto cõ começafe o fino de S.Frãeifco.
tºda a põpa,& grandeza do Im A nenhúa damos quarta funeral,
perio,acõpanhando hum homé, & por fentéças etamos defobri
q leua húas madeixas de cerabê gados. Mas deixando
M miudezas,
a pro •

-|-

"*=…msm…mwwwwwwww
*

i
…"

TITTTTTRS7ã EE *-

a procisão geral da feita de Cor


pus Chriftina nota igreja come | cA PITVLo XXXVIII.
ça,& nella vêm acabar.E porque
fe intêtou nouidade, a qual
A -
hoje
5 – r^-- Domonfirações,com que aCafa
terá menos fundamento, o Car
deal D.Henrique, Arcebipo de real, & reino protefiarão.
Lisboa,& Legado à latere, no anº a deuação defe ton
no de 1562. refolueo a cõtrouer uento de Alah
fia sê prejudicar á nofa poÍe, né || |
tambem ao repeito do Clero.E º quer
mandou,4ficando a procisão no
feu foro de fair, & tornar a o cõ I Omo a fua ventura o
uêto, onde fe faz o fermão,húre
ligiofo tire o Sãtifimo Sacramé
C fundação,&
fez cõuento Real por
reforma
to do facrario,& poto na cuto ção,em confequencia difío auião
dia o deixe em o altar. Daqui o tambem de fer grandiofas, &
tomão os clerigos,& leuauão em reaes as luas prerogatiuas. Não
charolla, como agora o leua em he pofuel dar noticia de todas,
fuas mãos o reuerendo Prior da porfer materia larga,mas de húas
igreja de S. Pedro, que he a nof fe colligiràõ as outras. " "
fã parrochia, o qual també o poé 2 El-Rei D. Afonfo III a qué
no mefmo altar,desfeita a procif outros imitárão, no feu tetamé
|são.E logo o dito religiofo,nafor to fe motrou lébrado delle. Sua
ma da prouisão ha de bézer cõ el mulher a Rainha D. Brites, & as
le o pouo,&fechallo no facrario. pefoas Reaes, que ja temos no
Outra procisão te cotu meado,nos edificiosdelle mette
maua fazer dia de Patchoa á tar tão muito do feu grãde cabedal.
de, na qual vinhão a o conuento Quando o Metre d'Auiz, q de
os oficiaes daCamara acõpanhãpois de Rei promoueo a fua refor
do cõ fetas o folar de galinhas,
mação, quiz apartar eta villa da
carneiros, & femelhantes pitan
afeição de Catella, aquife apo
ças,cõ que nos agradecião os fer
zêtou duas,ou tres vezes na cópa
mões da quarefma em todas as nhia dos frades,cujas orações jul
fetas feiras. E ainda que jaito |
gaua por importantes, & aqui
|fe cõmutou noutra efmola,fem tambem fe fizerão os concertos.
pre os tempos antigos, nos quaes A RainhaD.Leonor,mulher del
foi adeuação mais fincera, Rei D.Duarte, fendo fenhora da
merecem fer vene villa, lhe fez e{mola perpetua |
rados. dhüajugada em cada anno, on
de nós a efcolhermos, que faõ
OS
-- - - -
---- —T===T=

AMenores na Prouincia de Portugal. 135


os dereitos reaes das nouidades, Carnota,acabou a romaria. Afi
que pagão os lauradores do ter andauão etes Reis pelas ca

mo;a qual mercè foi depois mui


tas vezes confirmada.El-Rei D.
fas francifcanss , de que erão
particulares deuotos, alleuiando
|
Afonfo V.lhe concedeo liberda titezas,& fentimétos,nas quaes ••

de de pefcar no rio, quando lhe tambem deixauão perpetuada a


forneceffario, peta futento dos fua magníficencia, como foi em
fãos,ou regalo desenfermos.Deu eta de Alanquer,onde a me{ma }
lhe també priuilegio pera cortar Rainha libertou de fintas,& en
quãta lenha ouuer miter,na fua cargos do concelho o oleiro, q
mata de Ota.E dãdo ele a rezão nos der louça,& o guardião pera
detes fauores,declarou q o cõuê ifo nomear.
to era feu. Diuertido o trazião os 4 Da Rainha D. Catharina
cuidados da viagé, q fez a Fran ficou infigne memoria do anno
ça, com intento de melhorar a de 1 569.em q fugindo da pete,
fortuna: mas nem ainda então 4 ardia em Lisboa, fe recolheo
fe efqueceo de deixar defembar neta villa. Tomou cazas vizi
gado hum refiduo, afi pera as nhas a o cõuento pera ficar mais
fuas obras,como da caía das Vir fegura à fombra de S. Francifco,
tudes. - - - |-
dõde com tanto cuidado prouia
1 - 3 . Quándo a terra os feria a nofía cõmunidade, como a fua
• • |- . . A

cõ maiores fentimentos,aqui vi familia. Vinha ouuir na nofia


nhão eles bufcar a cófolação, & | igreja mifía cõ húa mantilha pe
alliuio do ceo. Pelo que magoa los hôbros (tal era aquelle tépo,
dos cõ excefo,muito igual à re alheo de vaidades) & depois má- |
zão, el-ReiD.Ioão II.& aRainha daua chamar os frades pera cõ
fua mulher D. Leonor pela mor uerfar cõ elles, & pera fe infor
te defgraciada do Principe feu mar de fuas necefidades. Nefte

filho, da queda de hú cauallo no tempo fez mercè a o cõuento de


a. Resêde
na chrom, | campo de Santarem: "ella, vifi tres peças dignas de fua grande
do me{mo tãao de caminho nofa Senhora za. A primeira, húa reliquia do
Reic 135
& 17o.
das Virtudes,nete cõuétoeteue fanto Lenho da Cruz, poíta em
mais deuagar confolandofe com | outra de prata guarnecida de ru
Deos,atê q, pera mais feretiraré, ||bijs. A fegunda,hum fio groflo

ia leuou el-Rei pera o outro con |ido cordão de N. P.S. Francifco,


uento,chamado de CZaratºjo. E a numa colúna de chrytal, enca
|
|doecédo elle,quando depois cô toada em prata. A terceira,hüa |-*

prio o voto de vir a pé a S. Anto cruz tambem de prata,que ferue |


nio da Catanheira, em S.Fran nas procisões; & foi muito en •

cifco d'Alanquer, pafando pela "graçada a rezão, porque a deu. •


|-

M 2 Tinha •

*=#=N=>++++++++++++>++>+++ Ewe->* •••••,


\,

T 136
Lurº I. Da hi/toria Serafica dos7.
Tinha o fancriitão bum etor de caridade.Fazemos porem me
| ninho,que enfinou a falar, & di moria de quem quiz perpetuar
zendo ella que o defejaua ver, depois da morte a, que tinha
porque lho gabauão muito, de exercitado na vida. He hum del
• *-

|nouo o enfinou a pedir húa cruz les Martim Lopes Alcoforado,o


pera os frades, & com etas liçõ qual agazalhando fempre em a
es lho leuou á fua cafa. Ele as villa da Arruda cõ grande amor
repetio de maneira, que a Rai os frades d'Alanquer, & da Car
nha feftejando eta graça, deu a nota, deixou por morte a fua ca
cruz,& tomou o etorninho. fa pera hopicio delles. Outro
5 A deuação,4 (e tem a ete foi no lugar dos Cadafaes,ja ne
fanto conuento, em particular na ta noffa idade, o padre Andre
villa, & no feu termo, excede a Fialho, que executou eta mef.
liberdade da mais larga eloquen ma piedade. Cujas almas, por
cia, & com eta confiÍsão, ainda obras tão virtuofas, queira Deos
qtão geral, declaramos o muito ter recolhido nas fuas eternas |
que fe póde prefumir d'htia grã moradas. Amen- -

• } -

RELAC. Ao Do convENTo |-

de São Francifco de Gui-º" • • • •



maraés.

* * - - 1

CAPITVLo xxxx. fanto frei Zacharias começou o


cõuento d'Alãquer, dõde agora
faímos ,deu principio a outro na |
Tucão/e as excelencias d'En
tre Douro,& Minho, on vila de Guimaraés feu cópanhei
ro S.Gualter. Età fittuada eta
de Guimarais re villa quafi no meio da prouincia
colheo a São d'Entre Douro,& Minho, a qual |
|Deos pela bõdade do clima,brã
Gualter dura dos ares,fertilidade da terra |
é criar dobrados fruitos,&por ou |
I NA "\[ O mefmo anno de tros muitostitulosfezPrinceza de
j mil, & duzentos, & prouincias. Qué notar a freícura
dezefeis, em que o
ambiciofa das aruores,qèlaçadas
c :

— _-
an
AMenores na Prouincia de Portugal. 137
entre fi,como arcos triunfaes, cõ zes lançou neles a virtude, q de
o fruito alegrão os lauradores,& | nenhüa outra parte detenofo
coa fombra deleitão os caminhã Portugal tem recolhido o ceo
tes.Quem cõtar no feu ditricto, | tanto numero de fantos, como
o qual quando muito tem doze | defte terrão fertil de toda a fan
legoas de largo,& dezoito de cõ tidade.
prido,pelo menos vinte,&finquo 3 Edícurando naquellas }
mil fontes: quê aduertir nos ou prerogatiuas, á tocão no me{mo
tros dotes, cõ q a enriqueceo o reino,deta terra tão piquena fai
Autor da natureza,alé das minas rão os primeiros, & os melhores
de ouro,& de prata,á os paflados foldados, q nascõquitas lhe fabri
logràrão; terà rezão pera dizer, càrão o fceptro. A cidade do Por
como ja muitos diferão, qnete to,chamada dos antigos Portuca
retrato do paraifo terreno etão le,lhe cõmunicou o nome de Por
os campos Elyfios, celebrados da tugal. A villa de Guimaraés lhe of #
nofía antiguidade. : : fereceo o berço pera nafcer, & |
2 E parece q, repartindo a criar{e o nofo primeitoRei.E fi
terra toda pelos homês o podero nalméte dos feus mótes,&dos fe
fo Senhor quiz deixar pera fief usvalles correo o sãgue illutre,
te pedaço,como herdade do ceo. é també nos outros reinos e tra
Porque a primeira prouincia do nhos hõrou a muitas familias, cu
ntido,depois de Iudea,Galilea.& }- jos folaresãrigos (e cófetuão atè
Samaria,onde mãdou promulgar hoje em algüas torres velhas, &
a.Monarc.
afua lei euágelica, "foieta felicif nobres quintas,6 por etaré offê
#Lufit. P.*. fima comarcaja qual da bocea de didas das injurias do tépo não dei
l. y.c.3. i Sant-Iago Maior, ouuio o fagra xão de fer'muito hõradas memo
Faria no
epithom, do euãgelho,& na cidade de Bra rias do natural replaador. Dete
P.
**C. 21.
g deu afetoäcadeira primacial põto da nobreza temos grãde tef
de Hefpanha,á ele intituío. Pe temunho" numa carta, q el-Rei 4. arch.dal:
Camara do}
ira as fuas igrejas referuou a ma D.Fernãdo efereueo deSãtaré ao
+ Porto.

#ior parte das rendas,& pera o feu | Porto em os 3. dias de Julho, da


feruiço leuãtou tãCosmoteiros, | era de 14o 6 que foi o anno de
4fendo dantes perto de cento & Chrito 1368.na qual diz á lhe
quaréta, ainda hoje he grandea | confirma alguns dos feus priuile -

multidão,na qual entra cóvinte gios, guard㺠comº em ja comarca


&finguo cafas a monarchia fera auia, %ha amaurparte dos fidalgº do
fica. As parrochias baptifma.es | meufenhorio:E vitas as fobreditas
paísão de mil&quatrocentas, a rezões, muita teue quê fez etã.
piedade chritaam parece nos par no fim do KalédarioGregoria
moradores natiua,&ltão altas rai no perpetuo húa aruore, coroada
M 3 pelo
|- 1 }8 Lurº 1. Da hi/toria Serafica dos frades
| pelo modo de rainha,& Illultra
| da do Sol, entre as correntes dos C A PITV L O XXXX.
dous rios, Douro,& Minho,com
eta letra à roda...%édia in ºtreque Onde fundou são Gualter o feu
gaudet virtus. Por quanto ou Íe conuento, & da caridade
ja a virtude natural de produzir,
ou a moral de proceder, na terra com que os religio/os
d'Entre Douro,& Minho ambas feruião nos buf
| tem o principado com particu
lar affittencia do ceo. . pitats.
4. No coração deta prouin
cia, que he a villa de Guimaraés, I As raizes d'húa ferra,
entrou o fanto frei Gualter pera chamada de fanta Catha
roubar os corações dos vizinhos, • rina, á vita de Guima
c.flift.ec
clefiaft de
Etauão ja º detafombrados do raés pela banda do Sulfe leuan
Braga.p.: trabalho, em que os aulão poto ta hum oitero, muito frefco, &
C. 2 I.
as contendas do Arcebifpo de alegre,como são todos os outros
Braga, D.Eteuão Soares da Syl á roda por rezão dos aruoredos,
ua,com os conigos da fua infig | que os vetem. Entre as fontes,
ne Collegiada; & afio clero,co de que fe acha regado, nafce húa
|mo o pouo, todos tiuerão lugar quafi meio quarto de legoa da
pera receberem com mais goto villa, a qual merecendo nome
a efte feruo de Deos. Vião nelle celebre pela bondade, & abun
que defe modo andaua, defcal dancia da agua, hoje fechama
ço, mortificado, & pobre, N.P.S. fonte/anta,ou fonte de São Gualter, a
Francifco quando na fua me{ma repeito das infignes marauilhas,
villa refufcitou a defunta, & affi que Deos tem obrado nella por
em fuas almas, quanto mais em fua intercefsão. Pera eta parte
|fuas caías, o querião recolher. fe retirou o me{mo Santo com |
Mas logo (obre o fittio, onde (e- feu companheiro naqueles pri
ria o conuento,fe moueogrande meiros dias,ordenãdo hüas chou
quetão, porque elles querião lo panas de ramos,como de homés |
grar de perto feus exemplos, & | paflageiros, que caminhauão da |
doutrina, & o Santo defejaua re terra pera o ceo. Comião das ef.
tirarte de concurtos;&em quan molas, com que vinhão vifital
to não fetomaua aflento, foi def. los os deuotos fem elles as procu |
cançar do caminho em hum rarem,& aproueitandofe da fon
lugar folitario, confor- ** : te,della bebião, & nella lauauão i
, , , me a feude- → , , as fuas tunicas em húa pia de pe
: … º fejo. cl; …
dra, a qualfe achou ha poucos
… */ 2 []- "
--FT
Menores na Prouincia de Portugal. I 39 }

annos, & ferue agora na me{ma!! de Miranda, outros, feita por -

fonte de tanque medicinal, on Fernão de Sela aos 16 de Iulho


de muitos enfermos febanhãrão, do anno de 1448. da qual cóta | •!

& alcançàrão faude. .. … como a herdade, chamada de |


2 Nete tempo {aio a refo Zorreirós, que entrou netas par
lução dos moradores da villa, a tilhas, & confinaco a fonte, foi |
qual foi que nem elle ficafetão demarcada pelas palauras feguin | }
longe como queria, nem o obri tes. Parte aº comº vai afehe de or
gafiem a fundar tão perto como redor do caminho taº ribeiro, que fe co
elles defejanão: mas que o con megafºb a dita febe, Gr/eva por hia
uento fe fizeffe mais abaixo pe fundo caminha dº pombal, que chamão
ra a parte da villa, quafi em dif. |desão Francife º velho. Donde fe
tancia igual entre ella, & a fon |ve, fer fundado o cõuento mui
ia na •
te. E pôde fer que Guimaraés fe to abaixo da fonte, cuja agua re
le S.
|

queixe agora muito de º auer colhe em fio (obredito ribei


ing
4-C- quem efereneffe, que pelo tratar ro. Teue affento num campo, o |
à }. com menos mimo do que tratã qual agora confronta por todas
ra depois a outros religiofos, o as quatro partes co a quinta de |
deixou ficar no campo, & a elles Villa-verde, campo, & deueza |
recolheo perto dos muros. Por do Minhoto,campo chamado dº
que a verdade he, que o Santo Cauallinha, & com o caminho pu
procurou a folidão,onde teue ca blico, que vai da fonte do Amor
fa propria; & os outros etiuerão pela porta da quinta do Aluim,
muitos annos,de empretimo nú no qual parece que ficana a en
|hofpital, como hopedes, até fa trada do conuento. Aqui numa
|zerem conuento. Pera o nofo eminencia feve ainda á dor da
nos derão logo hum campo, cu terra hum pedaço de parede, &
jo fittio, depois de fuas mudan noutras partes vizinhas defentra
ças, era pouco conhecido, cuí nha o arado alguns tijelds,& Pe:
dando alguns que fora junto da dras: argumentos claros de anti
fonte, contra as confrontações, go.edificio. Depois que nàs. O
que por maior afinárão o padre deixamos na mudança pera a vil
ºs 196, Gonzaga, º & o conigo? Eta la os feculares,a quem ficou efte
º tºp 19.
Ço. - , . . … keti co.
campo, fizerão hum pombalnel
* , "; •

3 Fazendo nós diligencia,o le, que por rezão do conuento e


licenciado Antonio da Cota de chamaua de são Francº antha. E
Miranda,natural da me{ma villa, | no anno de 1476, pafou coras
&digno deta memoria por fia | outras cafas, juntas, por doação
erudição, nos moltrou húa carta |d'Aluaro Gomes, & defua mu
de partilhas entre Gil Lourenço |lher Ifabel Mendes, à confraria
M 4 GOS ·

T
→ma

I4O Liuro I. Da bifuria Serafia dos fradas


dos lapateitos, em cujo archino hüa fama contufa, que nos agora
fe guarda a efcritura. Nòs dêmos não podemos explicar.
etas noticias, pera que não fe a Só a grande caridade, cõ
cabe totalmente a memoria d'hü que aquelles béditos Padres fer
dos folares, que teue a nofa Re uião a os enfermos da villa,ficou
ligião nete reino. liure detas treuas,porque foi cõ
4 Sinquoenta & finquo an tinuando ainda depois das mu
nos etiuerão da primeira vez, & danças do cõuento,que veremos
depois ainda etiuerão algum té adiante.Todos os hofpitaes eta
po, os nofos religiofos nefte cõ uão à fua cõta, não pera os gouer
uentinho fanto, & noutros tãtos narem,mas pera feruirem nelles
de filencio nos condemna a falta a os pobres do Senhor. Varrião
de informações daquella lua pri as fuas enfermarias, fazião as ca
mauera. Mas parecenos que,affi mas,curauão as fuas chagas,tem
como a villa deu o fittio, també perauão o comer, affitindolhes
promoueo as obras,as quaes não em tudo,o que era necefario,de
erão de cuto pela grande humil limpeza, & de regalo.E comito
dade,& pobreza, com que então facilitauão tambem a cura de fu
fe fazião as moradas francifca as almas, da qual mais folicitos
nas. Conforme á fantidade, que tratauão,confolando, & confor
vimos em Alanquer, auemos tã tando com amorofas palauras no
bem de medir a deta cafa,onde fofrimento das doenças a etes
são Gualter no me{mo tempo me{mos enfermos, & adminitrã
traçou os feus edificios,material, dolhes pelos fantos facramentos
& efpiritual:onde foi o primeiro as medicinas do ceo,fem nunqua |
guardião: onde enfimou as mate defempararé os mortos atè lhes
rias da regular difciplina; & on fer dada fepultura. Vierão contu
de viuo, & morto replandeceo do a fertantos os encargos deta
por milagres. Aqui floreceo tam fua caridade pelo difcurto do tê
bem com fama de fantidade o po,que necefitárão de coadjuto
companheiro, que trouxera de resnella, os quaes forão, como |
Italia: aquife criarão muitos va ainda diremos, os nofos irmãos
rões apotolicos, quaes cotuma Terceiros.E em quanto ogouer
ua no principio fazer a nofia Or no dos hofpitaes não fedipoz,
dem ferafica; & aquife experi noutra forma,nunqua nós
mentárão muitos fauores do ceo - º da nofa parte fal- … …
em remedio de fuas necefida- } > " " …r: tâUnOS....

:4
+ - •

des. Mas o tempo, quefe prezal .. . . . . * . *.


-
-
- -
-
-
* ** ** * *

• 2•
* • • •

-
• • • • •

• • • ••

de gatar a fubtancia, & memo •• • • •


-

-
• - |- - 4.

ria de tudo, não perdoou fenão a || * i , ! * ** *

+
|-
;

44enores na Prouincia de Portugal. {|


-

141
tado,o qual he de paflageiros pe
C A PITV L O XXXXI. la terra pera o reino da gloria.
Foi feita a doação pelo juiz Mem
Martins, & por todo o concelho
Da primeira mudança do a 23 de Nouèbro,anno de Chri
conuento pera humhºf to 1271. etando tambem pre
fentes o alcaide mòr Pero Ro
pitaljunto da drigues, Fernão Gonçalues Ca
}+
villa. dilho, & outros muitos homens |
bons, como então fe chamauão
I Oi entendendo Guima os honrados. E pera que nunqua
F
-
raés quanto melhor lhe fofe reuogada, o tabellião Vi
etaua a vizinhança do cent'Eannes inferio na efcritura
conuento, que a ditancia delle, notabilifimas penas contra qué
|| & afife refolueo em o trazer pe a encontrafe. Na me{ma ma
ra perto dos feus muros, donde nhaam antes da hora de terça de],
os religiofos mais facilmente a rão poffe a o dito guardião: po
codifiem às obrigações da cari rèm elle,que etaua magoado das
dade chriftaam. Ete foi o moti importunas opprefsões, que o
uo da mudança, & não por fer| Deão de Braga,por nome Fernam
doentio o lugar,onde etauamos, d'Eannes, fazia a o conuento, ap
º Gonzag. como "alguns por erradas infor pelou logo ante omnia: pera o
pag.797. SummoPontifice dos grauames,
F.Luc. an. mações efcreuerão ; porque na
12 17, n.2 5
verdade era frefco,& fadio, qua que de nouo lhe intétaffe fazer,
es são todos netas partes. Pelo ou á os feus bemfeitores, ou co
que, etando dete acordo ano adjutores nas obras, & na mu
breza, & o pouo, mandârão cha dança. …" .
mar à Camara o guardião frei 2 Etaua o hoípital junto
Miguel, & ahi lhe fizerão doa da villa,juxta villam, como diz o
ção d'hum hofpital, por outro auto da dita pode,à roda dos mu
nome Albergaria,no qualife reco ros della, circa murum ville con
lhião os pobres, que paflauão de forme à doação, prºpe portam,que
| caminho, & por fer adminitra vocatur de turre veteri, & perto da
| do pelo gouerno da villa fecha fua porta, chamada da torre velha.
| maua o ho/pital do concelho. E pare Etes muros erão aquelles anti
ce que em premio da nofa cari gos, que el-Rei D.Dinys mãdou
dade exercitada cos pobres, & | depois renouar, & D.Ioão I. for
| enfermos dos fobreditos hofpi. tificou com torres nouas, das |
taes, nos concedeo o ceo ete, quaes a que fuccedeo à outra, %
muito proprio do nofo fanto ef. fe chamaua a velha, ainda tem
efte
→=

142 Lurº I Dã hi/toria Serafã Zrfadº"


ete nome;& no alto oftenta húa procifsão, co a me{ma tolemni
| imagem de N.P.S. Francifco,ef. dade, & fetas os trouxerão pera
cudo mais fauorauel pera defen o feu hofpital. A entrada delle,
b.z.Reg.5 faõ da villa,do que erão" as figu & diante de todos lhe derão fe
v.6.
Rabbi Sa ras d’aquelles cegos & mancos, gunda poffe, fem auer quem re
lom. das quaes os lebufeus confiauão | plicafe, da qual fe aproueitárão,
Lyra,& A
bul.q.7. o emparo dos feus muros. Aqui tangendo logo o fino, cantando
| em húa planicie ficaua o holpi mifa,& prêgando. Do que tudo
| tal,pouco afima do fittio, onde fez hum auto o tabellião Vi
| agora etamos. E nete me{mo cent Eannes. Entre infinidade |
|lugar fe vai edificãdo outro mais de gente, que fe achou nefte ac
rico,& {umptuofo, que intituio, to, etauão tambem prefentes,
& fubordinou a o conuento na applaudindoo alegres, muitos
|forma,que adiante diremos,hum clerigos da terra, & com elles
|e[pecial deuoto do dito fantoPa Afont-Eannes, thefoureiro,Ete
triarcha; pera que o mundo aca uão Pires,& Vicent-Eannes,que
|be de entender, como não he efereuia os nofos requerimen
perdido o que fegata com elle, tos, conigos da infigne, & reál
pois em retorno d'hum hofpi Collegiada, dos quaes todos fa
tal, que nos deu a villa de Gui zemos eta menção, porque co
maraés, lhe tornamos a dar ou mo de là fe ergueo a tempeta
tro em tudo mais auentajado. de, que daqui nos lançou fóra,
3 Apertou a villa co guar alleulamos o fentimento faben
dião, que aproueitandofe da fua do que não concorrerão todos
boa vontade trouxefe logo os na noffa tribulação. A villa,
# frades,& que eta tranfmigração que nem com efte beneficio fe
",
fe fizefe tambem dahi a dous daua por fatisfeita, dahi a qua
dias, 25 de Nouembro,no de S. tro dias nos fez outra doação
Catharina, virgem & martyr, das herdades, & fazendas per
merecedora pelo que º temos no tencentes a o me{mo hof |
*Cap.4.
tado de lhe dar eta prouincia o pital, pera que fe def
foro de Padroeira. Chegado po pende{{em nas
is efte dia, a clerizia, & camara, nofias vtili
a nobreza,& o pouo, todos jun , dades.
tos pela voz do poderofo Senhor,
em cuja mão etão nofos cora
ções,fairão em procifsão com al
uoroço da villa pera o conuento
velho,onde os frades etauão, &
mettendo os configo neta fua
4Menoresha Prouintia de Portugal. 143 |

|
, zião intoleraueis aggrauos. Nem
CAPITv Lo xxxxII | ouue outro remedio, fe por ven
- -
,, . " ()
-

tura batou, que expedir duas |


Comº largamoso hºjital, G| bulas o Papa Gregorio IX, a os
6.dias de Agoto de 1238. pe #
nos tornamos a o primeiro |i|las quaes encommendou a o Bif. |
conuento apertadas de e |po, Deão,& Metr-efcola da fan
muitas per/gui- …, … |ta Sè de Ourenfe, que elles nos
\)
•emparafem, & a nofos bemfei.
- -

|
, fºi º 3 *** : -2 | tores. Começa húa das bullas,
,…}} },
fub religionis habituta outra,arbitran-} |
I Stando nós cófolados, ies indgnum. Não dizemos, que |

& quietos hete nouo etes atreuimentos corrião em |

domicilio, & a villa |Guimaraés, nem as bullas o de


" – •

mais contente co a noflavizi clarão: fenão, que o fogo da nof


nhança, leuantou o inimigo có fa tribulação andana mui ateado
mum húa tormenta tão forte, q no ditriéta Bracharenfe, & nós
nos foi neceffario deixallo,&tor muito callejados em padecer, &
nar a pouoar o antigo. Com al fofrer. Poto que o Papa Alexan
güa repugnancia efcreuemos ef dre IV. aos 9. de Dezembro do
te cafo, & as fuas dependencias: anno de 1258. (e queixou tam
mas pertence á verdade da hif bem do clero da me{ma villa,por
toria, & he juto que quem vir que com pretexto da quarta fu.
tantos applaufos comuertidos em neral nos leuauão ametáde dos
aggrauos, conheça a caufa del legados, que os de funtos deixa
les,pera que fobre trabalhos não uão em tetamento, obrigando a
nos impute por culpa as dema os feus executores co a epada da
zias alheas. - - Igreja por céluras, & pelo braço
2. Foi todo o fundamento, fecular com violencias; a o que
aquelle me{mo motiuo , cõ que fefeguia outro aggrauo maior,
ja em outras occafiões nos auião como era priuallos dos facramen
moletado na diecefe de Braga, tos em quanto não lha pagauão,
onde as coufas chegàrão a tal e{- ou não oferecião caução. E affi
tâdo, que não tinhão liberdade, cortado do fentimento remetteo
nem os frades pera pedirem ef. a o Deão de Lamego húa bulla,
mola, nem os deuotos pera aco cujo principio he, 44 nofiram no
direm a fuas necefidades. Huns, ueris, pera que os obriga se a
outrosafrõtados
& ainda aflictos,
ifomodo
erão por: de defitir da opprefsão,que nos da
que juão. • •

lhes furtauão as efmolas,& fefa-' ' 3 Não erão naquele tempo •

—-_-
-

– ***
tão }
••• •
I44 LZIDK Ta Serafia dos frades |

a Efaço tão "grofias, como sao hoje, as rimaz, D.Martinho" Giraldes, b.Hift.ec.
Q.35. cleiafi de
prebendas da real Collegiada, % | que faleceo em Viterbo,o qual Braga.p.1.
excedem a algüas Cathedraes.E ja em ordem a eta noísa mudam c3 I • }

como co a nefa vizinhança ef ça, que elle fauorecia, nos tinha


| pertou mais a deuação dete por dado as pedras d'hum edificio
uo que naturalmente nos era af velho pera fazer o Conuento; &
feiçoado,forãofe perfuadindo al o Deão, que queria impedillo,
guns dos reuerendos conigos, ánão fómente nos tomou as ditas
as nofas efmolas defraudauão | pedras, mas també dos quizlan
feus benefíes, & por ventura,co çar por força do hofpital.
mo pobres, vierão a reparar nas 4 Chouetão no me{mo põ
pouquidades, que liuremente fe to tantos trabalhos (obre nós, &
dadão a são Francifco. Que na lfobre a villa, que não fe pódem
verdade he tanta agora a dife dizer. Atropellou o dereito na
rença no reuerendo cabido, em tural,& fem receber appellação,
particular, & em commum, que nem aggrauo,foi procedendo ex
alem de nos amar, & honrar,paf abrupto fóra dos limites de fua ju
lfa de liberal muitas vezes em rifdição. Fulminou contra os fra
defpenderfuas rendas nas nofas des centuras,fendo que erão izé
necefidades.E as nuuens,que po tos: contrangia os feculares,que
derão efcurecer o paflado, não não nos de sem efmola, nem aju
fazem offenía à claridade prefen da pera as obras: apertaua cos
te, antes lhe dão certa graça co oficiaes, que não trabalhaísem
as fombras de fua efcuridão.Mas nellas, & fe algüa pedra chegaua
tratando do que foi, não do que a leuantarfe, logo era derribada,
he,recorrerão ao Deão da Sè de mouendo ele quantas podião
Braga, o qual temos nomeado, feruir pera noísa expulfaõ. Poz
fem elle nos merecer que lhe fai emfim ete negocio em termos
bamos o nome, pera que com o delefperados, & taes, que compa
poder de fuperior em Sèvagan decidos da noísa períeguição, &
te nos deterrafe da villa. E da fentimento do pouo o mefmo
quife receaua o guardião, quan juiz, & camara, que com tanto
do logo no tempo da doação ap goto tinhão dado o hopital,nos
pelou dos grauames, & molef vierão pedir que o larga(semes
tias, que elle, ou outra qualquer atè paísar a tormenta, eu el-Rei
pefoa, occafone eccle/fe/antie.htaria com o poder do feu braço nos
Vímaramen/s, a refpeito da Igreja conferuar na poíse delle. E os
de fanta Maria de Guimaraés lhe frades, queja etauão cançados
intentaffe fazer. Eteue a nofsa de fofrer tantas moletias, por
de{graça em faltar o Arcebipo grangearem tambem a quieta
Ç3O,
ir
____ *--
**…

44enores na Prouncia de Portugal. —14)


ção da villa, com etas condi tro de Portugal, fe motrou tão |
ções fe fairão pera o feu con ofendido , que nos mandou lo
uentinho. Mas de tudo (e fez go repor donde nos tinhão lan
auto pelo tabelião Vicent-E- çado . Mas não temos efcrituº
annes aos 3. do mez de Maio, ras, das quaes conte quando,
da era 131 o na qual corria o an nem como nós tornamos pera
no 1272. Donde conta, que o nofo hoÍpital: poto que fem
não etiuemos delta vez dous preferia com maior folemnida- }
annos no hofpital, como ef de,do que na primeira vez, triun
*pag. 797. creue º Gonzaga , fenão fó fando dos trabalhos,& contradi
finquo mezes, & noue dias, ções pafladas. E por húa doa
os mais delles calamitofos, & | ção de D. Alda, a qual a os 6
triftes. |-
de Iunho, do anno de 1 274.
/ nos fez efmola d'húas cafas, ad |
ve
CAPITV Lo XXXXIII |confirusionem ºperts,$r monºfierij
|firl,pera as obras do conuento, 4.
andauão entre mãos, parece que |
Tornamos a fazer contento ja os frades nefe tempo etauão
retituidos.
no hº/pital com efecia 2. Mas não faltauão embar
esfaures do Arte |gos, que retardafiem a obra, &
bifo de Braga,&# pera os desfazerem acodião os
da vila deGui guardiães a Lisboa, onde etaua
|el-Rei, que nos tinha recebido.
maračs. " ** * * debaixo do feu emparo. Elàfe |
* * * | achou no anno de 1277, aquel
T Vito mal fe recebe lefrei Domingos Migueis, que
rão etas extorsões fem temer prejudicar a os feus
requerimentos, º affitio nos que a Monarc || ;
no reino, & os me{- Lufit. p. 4
mos ecclefiaticos, com cuja vti fez a ete proprio Rei por par 1 * #c42. | •

lidade feus autores as querião te da fanta Sé apotolica o nof


palliar,etaulo da nofía parte.Foi fo frei Nicolao , inuiado por |
hum delles Martim Eannes, Rei feu Nuncio. Affi fomos naue
tor da igreja de são Cofmo da |gando pouco & pouco contra a
Lobeira, o qual no proprio anno força da agua, ajudados d'algum
nos deu húa almoinha junto da vento, atè que Deos foi feruido |
fonte da Cuba, que agora età de prouer na primazia de Bra
incorporada na cerca dos padres ga outro frade francifcano,
de são Domingos. E el-Rei D. | que fe chamou Zamfiei Telo, o
| Afonfo III, que lograua o fcep qual emendando os excefos do
N TDção | –== }
—=
=Try
- -
---- - "…
- -- - -
146 Lar TDã bifioria Serafica dosfiadas –=

Deão embainhou a fua efpada Fernando, que depois de aflitir |


das centuras, & abrio em nofo a eta pedra no anno, que nòs
fauor os thefouros da Igreja. lhe damos, º era falecido ja no aen sidou
la anti
Erão ja dezefete dias de Março de 1 286. & Dom Ioão Fernan uedad ui.
de

do anno de 1281. & a nota igre des Sottomaior,o qual gouerna


ja etaua por começar, como fe ua no anno, que Etaço apon
ve da prouisão, que nete dia tou. Os embargos, que alegou
pafou, concedendo quarenta o cabido, erão fundados em que
| de indulgencia a os fieis, que a nofía Igreja impedia a fua ter
co as fuas efmolas, ou trabalho uentia d'húa herdade, ou quin
ajudafiem eta obra, ou trouxef ta; & poto que veio refcrip
fem co feu carro a madeira, & a to do Papa Martinho Quanto,
pedra. não fe procedeo contra nós por
3 Veio depois a Guimaraés elle.
em pefoa, & na era de 132o. 6 4. . Ficando correntes as o
foi o anno de Chrifto de 1282. bras co a benção do Arcebifpo
a 22.de Feuereiro lançou a pri primaz, forão infinitas as efmo.
meira pedra com grande celebri las, que pera ellas federão,affi pe
dade nete venerauel templo. la grande deuação do pouo de
Etauão tambem prefentes oEif. Guimaraés, que nete particular
po D. Fernando, & o Metre ef. faz ventagem a cidades populo
chola D.Ioão Fernandes,ambos fas: como tambem por repeito
da antiga Sè de Tui: Dom Do do padre frei Affõío Rodrigues,
mingos Eteues Arcediago de neto del-Rei Dom Sancho I. o
Braga, Dom Pero Nunes Prior qual foi nete tempo alguns an
de são Torcade,o Dom Prior de nos guardião: Huns deixauão
Ròrís, & outros ecclefiaticos, & etender por fuas catas o con
feculares de muita autoridade. uento: outros no me{mo fittio,
Tudo ito relata a efcritura dos & fóra delle offerecíão herda.
embargos,com que veio o reue des: muitos pagauão os jornaes:
rendo Cabido,a qual nós vimos outros trabalhauão em pefloa,
de vagar no feu archiuo; &fe o ou ajuntauão as achegas. De mo
conigo Gafpar Etaço a lera com do, que fobre cafas, & terras,
4 cap. 29.
artenção, não viera a dizer º que que nos deu a piedade chrif
ete acto fe fez no âno de 129 o taam, aflentamos toda a planta
nem déra occafião pera cuidar do conuento, & lançamos hüa
c. p. 2.C. 39 o “ autor da hitoria eccle - cerca muito larga até o rio de
fatica de Braga , que nefte Couros, deixando na outra ban
tempo auia em Tui dous Bif da a quinta, que fechama a Xa. ]
pos: a faber, o fobredito Dom mada, & tambem nos pertencia.
|- ---- - - -

==>…se
- -- - -

www=rss…rººrrºw
---- --

w………->*----- E pa •
•a
-*-*== *****

AAenores na Prancia de *Fortugal. : 147 |


E parece,que com eta extenfaõ, belione Vimaramen/, como diz a ef
ia Deos preparando ja o fittio critura,& renunciando efte a fua
do terceiro conuento, onde a vida em nofo fauor cõ outro Gi
gora etamos, cuja fábrica foi raldo Dias, o reuerendo Cabido |
caufa de ficar liure fóra da nofº a todo mez de Setembro do an |
fã claufura, quanto vai d'hum no de 1285. dimittio o dereito |
edificio a outro, que he muito. fenhorio,& duas vezes pera ma
E demais dito, na cerca, que, ior fegurança nos mandou met-|
nos ficou, feleuantarão as caías, ter depoffe por dous dos feus ca
que da nota parte etão na rua pitulares na pefoa do nofo pro
de Couros, , , , , , , , | |curador, MetreDomingos, Árce |
| 5…, Netas doações da fazenda |diago de Braga º *, ,* … •

* * * * * *
|-

de raiz entrarão muitas pefoas * * * * ** **


* * . . . . . . . . .
de diferentes etados, porque to CAPITV LO XXXXIV. | ...
: : : -", . * * * * * *
dos concorrião na nofia confola e ". … -
-

,
••

e o , …
ção. O D.Abbade do moteiro |
de Põbeiro, côfirmando húá del
Defruido efe figundo conuen
las como dereiro Senhorio:Lou tºfundamºs º terreirº"utra
renç=Eannes d'Vigeles, fidalgo | parte 00hl. grandes ajudas
mui conhecido: D.Maria Rodri do braçº real, &#ca- ,
gues,filha de D. Rui Fafes: duas|| |
freiras de Arouca;& húa grande || … . ridade thrif- |
multidão de gente mais ordina-||
ria,cujosnomes,q nòs ainda acha || | " ., . . .. " l

mos nas efcrituras, de crer he, é || 1 A MAs ete conuento,fun |


Deos os té afétados em o feu li |- }\/| dado no hepital,que | •

uro da vida. Ajudarãonos també """ tãtas tribulações nos


os Bifpos do Porto, D.Vicéte,& |cutou, tantas depezas dos fe
feu fucceffor D. Sancho Pires. culares deuotos, tantas indul |-|-

Mas séfazermosaggrauo atão grã gencias do the{ouro da Igreja: |


des béfeitores,o fauor,qnòs sépre abendiçoado pelo Primaz de |
fobre todos etimamos,foi húdo Helpanha, fauorecido dos Reis, |
reuerendo Cabido, o qual gotã & defejado do pouo de Guima
do ja do cõuento, pretendeo ter raés, quando maior permanen |-

parte nelle, que affi vai Deos mu cia nos etaua promettendo, en {
dando muitas vezes as vontades: tão o vimos todo lançado por |
Pertencialhe o prazo de húa fa terra,humilhando hum defatino | |-

zenda boa,que trazia o dito co alheo etasúptuofa machina. Foi |


nigo, & tabellião Vicent-Ean o cafo, que o Infante D. Afon | |-•|-|-

nes, Vincentio Ioanne canonico,(ºrta fo (chamarfehia hoje Principe)"


** N2 rebel
|-

- - - --> --- *** - - -- - ----•••••• •


# 148 Luro I. Da hi/toria Serafita 7; -
*

rebellando contra feu pae Dom tigos, & as muitas confianças |


Dinys, tambem alterou o reino, dos modernos. Aquelles defaf |
combatendo alguns lugares, que | fombrauão os poñós de edificies
pretendia fazer da lua obedien grandes, á podião ferpadraftos:
cia. Comete intento poz cerco etes nos me{mes lugares osterº
a Guimaraós, que não obtante |não aleuântar. Quaes delespot.
defenderfe com valentia,&brio, são ficar defculpados,julgarà quê |
contudo da parte dos dous con ifto bê cenfidera os nofos réliº
luentos, São Domingos, & São | giofos , que virão efa degraça
Francifco, donde a gente do fo-||fatal,retirarãofe pera o baixo da
bredito Infante,chegada mais a | fua propria cerca , motrando
os muros, reforçaua os comba que antes feirião ehterrar, que
tes,fe vio em grande aperto. Paf ferem de prejuízoávilla. Dizem?
<code.D. (ou ito" no principio do anno | que certo fidalgo da familia dos
Pedro tit.
7.
de 1322. & ja o cerco (e auia | Cunhas lhes ofereceo as fuas cá
b. arch.da leuantado, º quando a 21 de Á fas pera entretanto formarem re|
camara de
Guimar. bril o mefmo Rei Dom Dinys | colhimento, mas não contado
• * * * * |- • }

e(creueo de Leiria húa carta, pe feu nome. A lembrança,que mel |


la qual etranhou a os conce |les etaua vida, das muitas def
lhos de Celorico de Bato, Frei pezas patadas os acanhou de má
tas,Trauaços,& Monte-longo,º neira,que pera abrirem obras foi
necefário animallos o pouo
omiísão, que tiuerão em foccor cõ
rerem a villa. grandiofas promefas. ** ***
2 Mem Rodrigues de Vaf | 3 Refolutos finalmente em
concellos, que gouernaua as ar continuar cõ elas, principiarão
mas, temendo outros encontros, |ete terceiro cõuento no mefmo
arrifcados,como ete,informou a |fitrio, onde agora età; &ás pri
el-Rei do perigo,em q então eti meiras enxadadas, que detão nos
uera pela muita vizinhança dos alicefes, em particular no da il:
fobreditos cõuentos. E logo lhe greja, de tal modo tocou Deos os
foi inuiada ordem pera os lançar corações dos fieis, q atè de mui
por terra, demarcando as ditan-i to longe fazião grofas efmolas
cias,& fittios, em que ambos po em dinheiro, ou fazenda, peia 6
derião edificarfe de nouo. Pelo fede{pendefe na fabrica. Pare.
que a rezão deta ruína, & trite cia, que fonhauão de noite com
#
|-
}
detruição não foi noua fabrica S. Francifco, porque nos vinhão
epºg 797.
dos muros,como efcreue º Gon amanhecer co as efmolas à por:
zaga, mas o perigo da villa nas ta. Os da villa, de que achames

occafiões de guerra. E são dig noticia, fuppomos por ordina.

• nos de notar os receios dos an |rios. Dos de fóra, apontamos
- - - - - - - - • •• • • • •--
- -- - -- - - -
dñr |-
AMenores na Prouncia de -
Portugal. I49 |
Fernand'Afonfo Correa da quin défem a agua de hüa fonte, a
|ta de Farellaês no julgado de qual fe achou na caua, que elle
Faria: Ioão do Outeiro, de Pon mandou fazer entre o cºfiello, @r a
te de Lima; & Gonçalo Gon porta do pofigo, & que a trouxe
çalues Peixoto, conigo de Bra: lemos por onde nos pareceffe.
ga, & abbade de Tolloés, o qual Eta agua ajuntamos à, que vi.
efereueo no tetaméto eta clau nha de fima da rua do Sabugal
fula. E por efio, que de mim ouue. por beneficio dos alcaides do
rão, como por efio, que lhes ora man catello. Efe trouxeramos pelo
do, reguem a Zeos por minha alma co cano da villa , a o menos co as
mºferuos,9r amigºs de Zeos, Qr/en. condições, que ella nos aponta
ta eu, que empregº bem º que lhes | ua, a da fonte da Cantonha, que |
fiz. os reuerendos páires de são |
Ajudarãonos tambem os Hieronymo,do moteiro da Co
dous braços, pontifical,& real: o ta nos tem dado, mais abundan
do Papa Innocencio VI. cõ qua te etiuera o conuento dete ele
rêta dias de indulgêcia pera qué mento frio. Mas nem fua incon
fauoreceffe as obras: o d'el-Rei tancia afega nofas lembran
D.Dinys cõ recõpenfas do dam ças, porque no lauatorio dos ha
no,4 nos auia caufado. Depois, bitos temos refcrito em pedra
el-ReiD.Fernando nos applicou o nome de Pero Vieira da
os refiduos dos tetamentos ne{- Maia, o qual fez os alguida
tavilla, & feu termo. E.D.Ioão res. … |
o I. não sòmente etendeo eta | #;" |
mercè por Entre Douro, & Mi
nho,& bipado de Lamego, mas A PITVLo
# • • - xxxxv. |
tambem recebe o o cõuento de
baixo de feu emparo. Efeito feu Reedificaf
;
em parte a igre
* ** * • % * * * * * * - --

Protector mandou tapar feruen ja com efiranho aluorºço


tías,& caminhos, q ainda nos de º da villa,ê5 mara
uadauão a cerca-pretendeo alar º uilhas do
-

gar alguns refios, defabafando a -} * * *


-

(60,
cafa, dos quaes nos etreitamos
depois defembargou a Igreja nº
anno de 14oo, cujas obras atè º rurº odos efies milagre
então não corrião a refpeito da , . de deuação, que dif |
fegurança da villa pera os tem cx * femos da villa de Gui
pos de guerra; & finalmente araés, ficão mais jutifica
no de 14o6 a 23. d'Agoto e{- dos com o que virão nofos o
creueo de Santarèm, que, nos |lhos quando a igreja agºra fe
••
N 3 repa
Iy o Tºm T D7 hi/toria Serafia
dos frades
a.Fafcicu
lus temp,
reparou. E ainda que os "Sabios Mendoça, taõ grandiolo, como
fol. 1 6. modernos, sò por tardarem no deuoto da nofsa Religião: mas
mundo perderão nelle a venera quando vio tal etrago numa ma
ção de Deozes, que a os primei china taõ grande, perdeo de to
ros tinha dado a cega gentilida do o animo, porque atè o desfa
de: nòs,que aqui notamos obras zer antes de entrar na obra pe
fem nos arétarmos a tempos, no dia muitas depezas. E atreueríe
me{mo etado pomos os prefen a tanto hum frade, fundado so
tes,& os pafados. He efte tem na confiança em Deos, clarohe
plo d'húa naue, & com demazia que por aqui andaua ete Se
largo: mas fabricado neta forma nhor.
pera que ficando defabafado, po 2 Era guardião no anno de
defe recolher parte da gente, 1627, o padre frei Manoel de
por fertanta nos oficios diuinos, Iefu, natural da cidade de Life
que tambem não cabia no alpê boa, & filho dete conuento, o
dre, poto que he muito grande. qual etando pera prégar a feta
Era etranha a fua architectura da Afumpção da Senhora na
por fóra, porque muito mais fu fua Collegiada, no me{mo pon
bia o efpigão do telhado,do que to,que fubia ao pulpito, fere{ol.
as paredes feleuantauão da terra, |ueo em declarar a o pouo a mui
& como ficaua ingreme, em ca ta necefidade de fe fazer eta o
Índo, ou quebrando algum dos bra. E o Senhor, que na bocca
telhões rafos, de que etaua co lhe enfinou as palauras, tocou
berto, com muita difficuldade tambem no coração os ouuintes,
tornauão a reformallo. Pelo que de maneira que acabado o fer.
as injurias do tempo o chegarão #### lhe forão of
a etado, que femimpedir a chu ferecer as pefoas, & agencias.
jua, mais parecia hum cadauer ruí Tres mil cruzados montarão as
nofo, que corpo de edificio viuo efmolas de dinheiro, alèm d'al.
com forma artificial. Mas nun güas achegas: a maior parte da
qua Deos confentio, que nelle villa,& do Cabido: o reto, dos
achafiem morte os deuotos, que abbades, & deuotos de feuter
à fua fombra procurauão o epi mo.Mas tudofo dependeo ago
rito de vida. E afi acõteceo mui toda melma villa, abatendo al
tas vezes caírem de fima telhõ gum tanto o telhado fem deter
es, & taboas inteiras em tempo rar os fobreditos telhões, né def:
de mais concurfo, (em em baixo fazer totalmente a figura.
perigar húa pefsoa. Muito defe 3 , Foi notauelo aballo,que
jou darlhe remedio o Arcebipo etas obras fizerão em toda a for |
de Braga, D. AfonfoFurtado de te de gente, vendo nós a olhos
- _______*_* * * *-*-*- - - - *******______ cla
{
==============---

AMenores na Prouincia de Portugal. IyI -

|
vinPf36. claros o que diz "S. Agutinho: ouuindolhe dizer, que era mui
• • fius fi charitatis.
//aber/emper condeA faber,que
det;cuplenumpe
[]\] []- to,replicou que infalliuelmente
os auia d'ajuntar. Tornando ja
qua á caridade lhe falta que pof pera cafa, cõtou o dinheiro,que
fa dar.Todos dauão efmola,ain trazia,â fombra de hfia aruore,&
daque fofem pobres,& o menos |vendo que faltauão tres patacas |
era dalla: a vontade com que a pera fazer a quantia, infitio em
oferecião, caufaua admiração. ir pedir num catal de pouca of
Chegou à porta do cõuento húa | tentação, que lhe ficaua defron
mulher,que no vetido,& no mo | te. Foi emfim, fem dizer mais
do parecia andar pedindo,& mã que falar nas obras de são Fran
dando chamar a o guardião dei | cifco. O láurador, que não fabia
xou com grande fegredo finquo do cafo, lhe deu as ditas patacas,
mil reis debaixo de húa pedra a | & todos renderão a o Senhor
4. -

té vir quem os cobrafe. Outra muitas graças. __ • •

pobre fe affoldadou com S.Fran 5 Pelo difcurto da obra fé


cifco por humannopera lhe dar virão muitas marauilhas. Hña
quãto ganhaffe em fiar linhas, ti foi que,etribando toda a machi
rãdo sò pera fias defpezas,& fua na do teólo fobre frechaes pof
futétação. E algüas,às quaes por tos em vão a o longo da parede,
ferem pouco honetas, nunqua & andando em fima vinte ho
fe pedio efmola, elas mefmas a mens, que o íaõ desfazendo, a
trazião,chorando, & latimando charão hum tão podre, & tão
fe de que lhes fechafem eta por gatado, que mettido no são ti
ta, pela qual entendião que, me nha pouco mais da grofura d'-
lhorando a vida, fe poderião (al |hüa linha, & comito futenta
Ul2f. ua muitos milhares de quintaes.
· 4 Nete tempo fuccedeo Outra foi que, abrindo humpe
hum cafo myteriofo, que com dreiro aparede pera ragar a ia.
outros deu motiuo pera dizer nella, que allumia o coro, húa
muita gente, que não fó trataua pedra fe arrancou, a qual o pre
Deos de acodir a eta necefida cipitaua.Gritou º me fmo pedrei
de, mas tambem de faborear o ro,& dife: Acodime, S.Fran
goto de quem nella trabalhaua. cyco. E nete ponto a
Saio hum dia da villa pera pedir pedra fe tornou
- 2 CIlC41X2I.
nalgüas cafas do termo o Arci
prete Balthezar de Meira,& per |
guntou a o me{mo guardião, o |
qual o acompanhaua, fe ficariº |
•=–
contente com trinta mil reis; &
***
-
N 4. 1
ÕA
=>

# 152 Luro I. Da biftoria Serafica dos frades


pouo recebeo muitos tauores de
c API TV Lo XXXXVI.| Deos. Hüa he de nofo Padre fe
rafico, feita em madeira, & de
| Daveneração, em que elià e/- grande etatura, mas de modo,
que lhe pôdem vetir habito de
te templo, fatrario de ima panno. E rara he a pefloa,que en
gens,&#corpos milagrº trando na igreja não lho beije,
fºs, & theatrº de - cobrindo com elle a cabeça, &
cingindo o pefcoço co a ponta
| hum taftigo do do cordão. Efte lhe furtauão tan
{{0. , ' -. |tas vezes pera o terem em cafa
como reliquia grande, que foi ne
* - E etranha a desição cefario lançarlhe hum cadeado.
| , H que neta villa fe tem
a N.P.S. Francifco, &
Etá fôra das grades do cruzeiro,
a onde todos lhe chegão, & que
fern nós violentarmos vontades rendo nós darlhe lugar no altar
a. Bul.8. executãdo a bulla" de Sixto IV. | mòr, por fera igreja fua, & fe
apud Ro
drig. o qual mandou por preceito fe chamar do Íeu nome, forão tan
guardaffe ofeu dia,ela o guarda | tas as queixas da gente amotina
|co as tendas, & oficinas fechar da por lhe tirarem daqui afua
|das, como na feta da Pafchoa. confolação, que a deixamos fi
|Pelo que tambem he frequenta |car. Deta imagem fe contão ma
|do quafi fempre ete venerauel ]rauilhofos fuccefos: nos fèferi
|templo de grande concurfo de mos sò ete. Leuantoufe na villa
|gente, a qual nelle, como em lu pelos annos de 16o 3. hum hor.
|gar tão fanto, efpera fer ouuida rendo, & miferauelincendio, o
|facilmente da diuina Majetade. qual tendo abrazado grande par
Nos tempos paflados era cafa de te d'húa rua, ainda ia voando, &
continua romagem, por rezão copuertendo em cieza quanto
do feruo de Deos, frei Rodrigo, achaua diante, com tal braueza,
em quanto aqui teuefepultura, & furia,que Guimaraês começa
& da fua fiel ferua,D.Contança ua a reprefentar em fia detrui-|-
de Noronha,a qual età na capel ção Troiana. A gritos do pouo a
la mór; & ainda o he hoje a ref. leuamos em os braços, & puze
peito de São Gualter, cujas fagra mos à vita das labaredas contra
das reliquias vão continuando ovento, que empuxaua o fogo, o
ategora co as fuas marauilhas. qual mudando o curfofe poz da |
2 Acrecentafe eta grande |parte do Santo, & fez tornar pe.
deuação co a prefença d'algüas |ra traz o me{mo fogo remo |
imagens fantas, pelas quaes ete lendo as cinzas no meioque
dellas fe.

- - - ---- - -
- - -
apagou __-"
|
--V=======

Menores na Prouinia dº Portugal. _153


apagou de repente. Mas pera dauão, que não fofe inimigo da
####| quanto fofle viuo (empre a uia! Mãe de Deos,repondeo que em
|lãças,lhe deixou ofeu
o rotocha: |-

mufcade. :-** * * * { de feguir eta contenda.Mas não


3 Outra imagem antiga do} quizo poderofo Senhor,que tão
padre fanto Antonio era aqui} mâ vida fofe muito prolongada,
muito bufcada a refpeito dos be | porque logo lha encurtou hum
neficios de fua intercefsão. E accidente mortal, & dentro de
porque os feus deuoros fe mafi poucas horas acabou mordendo
trarão faudofos quando nós lha | a me{ma lingua, com que tinha
tirames do altar, fubtituindo ou } blasfemado. Enterroufe em eta
tra noua mais pollida, neta (egú | nota igreja na fepultura de feus
da renouou os feus fadores pafa |paes, & dahi a trinta & tres an
dos a piedade do ceo. E afi he nos abrindo a fui coua, etaua |
infinita a gente, que reconhecem | ainda inteiro; que tinha nojo a
do o Santo por aduogado propi |terra de lhe comer o feu corpo
cio,em particular das nouidades, |blasfemo,& arrogante:poto que
&fruitos, lhe vèm dar as graças | ja lhe auia roído o gorgomillo |
com algúa oblação. Tambem | em detetação da foberba,& (o!-
|lhe mandão cantar o feu repon | tura, com que falou contra os
fo,que começa:S queris miracula: fauores feitos a lugares fantos.
| pelo qual eperão delle os mila Detemodo,encotado à parede,
|gres cotumados, Gregorio XIII | eteue em pè à vita do pouo to
|
priuilegiou o feu altar pera os fra do, como epectaculo da indig
des moradores no conuento. nação de Deos. Depois difío foi
4 Mas aqui neta me{ma of mettido outra vez na fua coua;
ficina das mifericordias deDeos, |& afi como " a terra da ilha de b.decad.
Barros

foi elle feruido de motrar fua }


1. à«

Camarão,no mar roxo, que imi 3.c. 3.


tiça na pefoa de Pedro de Oli tando o me{mo mar não queria
uàm, como fe conta no liaro dos confentir dentro em fi o corpo
| milagres de nofa Senhora da d'hum homem morto,& excom
Oliueira. Tomou teima ete mi mungado da armada de Afonfo
ferauel homem de encontrar, d'Albuquerque,o tornou a rece
quanto lhe fofe pofiuelas izen ber depois de etar abfolto: tam
ções,& liberdades,que por amor bem a deta igreja featreueria a
da fobredita Senhora concedeo gatar a de Pedro de Oliuàm
el-Rei D. Íoão I. à fua Collegia depois de fereuidente a o
da, & endurecido mais co as fan mundo como Deos
tas aduertencias de alguns capi o catigára.
tulares, os quaes lhe encommé
----

"---
VIDA

-*"

154_L>IDaIma Sarafa…fraãº
VIDA, E MILAGRES DE SAO
Gualter, Padroeiro da vila de Guimaraés,
fundador, &primeiro guardião de- º
fte conuento ……… - …

CAPITVLo xxxxvII. a graça do Senhor, lhe commu


| nicou tambem o ferafico eípiri
to. Era facerdote conforme à tra
Defia vida,ê3virtudes. dição vniueríal, & antiga, occu
pações de fua vida, & pintura de
I Sditos cafos, & mu-| tua fanta imagem, & comitofe
danças não alcãçou conuence o engano" de quem o b.arch. do
Orat. da
são Gualter, porque fez frade leigo. Noutro erro Infua.
do primeiro conuentinho, que cairão dous Portuguezes, dizen-,
c.H1 ft. ec
ele traçou,& ajudou a fazer, foi do “hum, que entrou em Guima cle fiaft. de
mudado pera os paços da gloria. raês antes que feu padre S.Fran Lisb P-4.
=
E o pouco, que nôs alcançamos cifco: & º outro,que efte feu fan- }C. 2-7
* #ronº
delle por culpa de nofos ante to Metre o trouxe configo, & o log:fit.1.*.
rnoma.
La
paflados, que podião dizer mui deixou neta villa.Porque a ver die z. Au
to, vai Deos ainda fuprindo coa dade he,como ja º temos motra gu fti.
e.c2P. *-7-
multidão de feus milagres, os do; que depois de recolhido de 8. 9
quaes entrão por eta nofia ida: Portugal a Italia nofo fera
de. Contendem primeiramente fico Padre o mandou a ete
fobre o feu nafcimento Inglater reino. E do grande cabedal de
ra,Italia,& França,pretendendo fantos merecimentos, com que
cada húa pela prefunção do no elle cachegou, dêmos batante |
me,que a todas he commum, fa noticia. Agora fe dirà o que fez
zello feu natural. Mas temos em Guimaraés pelo tempo adi
por verofinil que feria Italiano, 3f1fC.
como feu companheiro o fanto 2. Como o Santo teue cafa
frei Zacharias,na qual nação co muito humilde,& pobre, fegun
meçou a nofía Ordem, & della do o feu defejo, logo tratou de
faio a maior parte dos fujeitos, formar communidade com algüs
que ornarão a fua fanta origem. mancebos nobres, que lhe pedi
Foi difcipulo de nofo Padre fan rão o habito, os quaes elle dou
a 4.Reg. 2
tifimo,que como "Elias a Elizeu trinaua co exemplo de fua vida
co a capa francifcana, mediante purifima,que fempre foi enfiada
por –"
AMenores na Prouincia de Portugal. Iyy
por extremos de virtude. Acha traua maior brandura. Applica
mos efcrito,que em tudo era va ua os medicamentos ordinarios,
rão # E começando mas com elles, & fem elles daua
pela fua humildade,affi feimagi. fiudes milagrofas. Nunqua os
naua inutil, & peccador, que có defemparaua nem viuos , nem
grandes afectos da vontade pre mortos, & depois da morte fe
tendia, que todos o defprezaísé. abraçaua cõ elles pera os amor
Sendo fundador dete conuéto,talhar,& enterrar. E porque ni.
& primeiro guardião, tambem to tambem occupaua os feus
era o primeiro na oração, no co frades,tão affentado ficou nelles
ro,& no feruiço da cafa. Toma ete fanto exercicio, que muitos
ua o alforge, & pedia a efmola annos adiante o forão continuã
pela villa pera defcançar os fub do como ja fica efcrito. Daquife
ditos, & pera lhes regular o que paflaua às cadeas pera vifitar os
bataua nos limites da pobreza. prefos, & depois de os auer con
O feu mantimento mais ordina folado, corria logo as cafas dos
rio era hum sò pedaço de pão julgadores,eferiuães, & aduoga
com húa pouca de agua, & eta dos fem defcançar húa hora atè
tão moderada, que nem a fede os pôr em foltura. . . -

lhe mataua alguns dias.E fecuio 4 No remedio das almas


fo tambem das fontes celetiaes, era tanto o feuzelo, que andaua
onde os bemauenturados fartão pelas ruas enfinando a doutrina;
todos feus defejos, andaua como & {e achaua occafião de prègar, #
extatico, cheo do amor de Deos, nos mefinos lugares foltaualogo
arrebentando em lagrimas com a voz, que fazia etremecer, &
faudades da gloria. difcurfando pelo thema do Bap
3 Ardia nele a caridade tita,º penitentiam agite: fizei pec g Matth,3. V, Aº
dos proximos, em particular dos cadores penitencia: com tanto epi
enfermos,miferaueis,& leprofos, rito falaua, que os outuintes pe
nos quaes via a Chrito reprefen dindo perdão a Deos fe desfa
tado. E tomando o confelho,que zião em lagrimas. Se algum ob
fMatº. dera/ete Senhor a os fagrados { tinado nem com eftes fermões
| V. 1 & 8,
Apotolos,de curarem os fobre publicos, nem com auízos fecre
ditos enfermos, encaminhando | tos emendaua fua vida,diante de
a medicina dos corpos pera a fau todos o reprendia co aquella li
de das almas por meio da fé ca |berdade, que tem os prêgadores
tholica,entregoufe nos hofpitaes | zelofos.Outras vezes entraua por
a o feruiço dos doentes defempa | fuas catas gritando, como trom
rados,& pobres. Com aquelles, beta do ceo, que fizefem pè a-|
que erão mais afquerofos, mo. tras,fenão,que no inferno pararia |
--…"-
leu
-------
Ps:**** lºgº+PR =P…
→>-

156 TITID hi/toria Serafica # frades


feu caminho. E comito fez tal calceatorum. Do anno não tem os
mudança na villa, que etando tanta certeza: mas fabemos que
etragada por occafio de guer não foi o de 1 236, que a Chro
ras, & doutros femelhantes def nologia monaítica afina,porque
concertos, de mata braua em vi ainda então não etaua corrente
cios fe tornou hum jardim delei a fundação de são Francifco do
tofo em virtudes. Donde vierão Porto, na qual ellefe achou. E
a chamarlhe novº apofiolo de Chri. fe chegou co a vida a o de 1258
fio,mandado a Guimaraés, como como diz o Annalita, lugar te
à Niniúe Ionas, pera prêgar pe ue pera fazer muitos feruiços a
nitencia. E tão agradaueis forão Deos.
as fuas raras virtudes, que cati
uando os corações da me{ma vil
la,& termo, plantou nelles húa CAPITVLo XXXXVIII.
deuação notauel em fauor da
nofa Ordem,como em parte de Defias obras milagrºfas.
clarão etes e{critos.
Dete feu retiro numa fai I Ozãdo etauaja da luz
da,que fez, foi affitir nos princi eterna no ceo a alma de
pios da cafa de São Francifco do # são Gualter, & feu cor
Porto, & affentadas as fuas diffi
po ainda refplandecia com mi
culdades,acompanhado de pro lagres cá na terra.Em quanto el
digios fe tornou a Guimaraés,dó la o teue dentro de fuas entra
de em 3o.de Iunho cõ húa mor nhas,co a mefma terra, que feti
te fantifima foi pofuir a cadei raua da coua, farárão muitos en
ra, que Deos lhe preparàra no fermos; & depois que feus offos
º | ceo.Ete dia de feu gloriofo tran forão potes em hum fepulchro,
fito lhe dá o liuro dos obitos de de pedra, bataua tocar nelles
S. Cruz de Coimbra, o qual por com hum ponteiro de ferro, &
fua antiguidade, que alcançou ef logo tocallo em os doentes pera
te tempo, & por fere{crito em || que etes farafem. Muitos annos
Portugal,
4chron. | dito, que amerece nitodosmais
multidão cre-| etillou liquor,
"auto-juiffimo o me{mo fepulchro
o qual fua-| - |
era fauda- |

". [res naturaes, &' etrangeiros, os ||uel medicina.Outras vezes faião


#Gonzag. quaes applicando à morte o dia | delle chamas acefas de fogo,que
###] da fua feta antiga, de ambas fa-||de noite allumiauão a igreja, &
#...]zem memoriano fegundo de A. | conuento. Apagando e tambem |
mary:"|goto. As palauras do dito liuro|| a alampada do fantifimo Sacra
# são etas." Secundo Áalendº July Imento do altar, o nouiço, que a •

obje frater Gualterus exOrdine Zºf tinha a feu cargo, metteo nelle
} =>
*** * }* ----
–-"
|

—----- ———
*-+---- — |- – —N .

" - Mºugla Prouacia de Portugal. " I57 —


a ponta de húa vela, a qual e ac-||Tantos ferrasladarão a outro,to- \,

cendeo de repente.…… -. das feme{capar, fenão húá, e |


| 2 Etes, & outros milagres,6]] partirão em pedaços,çõos quaes |
erão muito cõtinuos,ºbrigarão º || trazidos ao pefcoço melhorá- |i
deuaçãfurto
intétarhü nobreºdas
º####d Gabidea
precio|| Santo hed:#
l danãoquenº ofin fingular adia E# •
:
+

|fas reliquias,quãio os frades pagado das maleiras, como efcféus,


fando de preça pera o feuhofpi-º frei Pedro #### ##### }
talas deixarão nº cônento, Pera|mitão feus poderes ao remedio ficci |
ito fe ajudou do filécio da noite, lidellas. E quando pareciso que fe]"|
entédendo, q guardariafegredo | tinhão egotado por filtà de no] |-

dando mais á eles||tan ta força de,


à alfa capacida ela trebordº
u com |I
güs capitulares, poro negocio
E encõmen fonté ####
fecãçarão,nãqua poderão ºbri || todo Entre Dºuro &# fili |
o milagrofo fepulchro,4 Deos felicou cheo de miligres.Muitos dell
chou co a chaue de fua omnipo:||lesfe prouarão em dous procefos | #
tencia. Pelo á tratarão de o le:|por autoridade públicanos ános |
uar inteirº como efaua; mas né|de 1621&# 625, no qual #3 ;
o braço de muitos homens pera |accedeã5 Outros cafão efeti- ;
## ## ##########| ||
tajuntºsdebois puxando todos|dos quaes Garciétéº-lhezar :
por cordas,foi batante pra lhe de Meira tinha em grande eti }
dar híaballo;&afiferecolherão|ma.E delestetemunhanão tam|
deséganados os conigos. No dial|béas mortalhas, Emuletºspe fnas,
feguinte,4fe diqulgou º cafo, a:|||&braços de madeira; cô outras
codirão o frades mais folicitos |muitas inignias, pentiradas pe; #

do á dantes cuidade(os,&comº|lo corpº da igreja, Nós aquire: | |--

joSanto não queria deixar a fui |lataremos algns PSrá glºria de : |-

|pobreza pelas riquezas da fal|Deos, º qualhe admirauel nos :


Collegiada,nome{mo põtº qlhe feus ºººº!, … .. ….…...… *, |
\

pozerão a mãº,
gre nouo,o por outro
leuantar mila |#4.
ão,& trouxe| na fonte,t himada#o# principio
E tomando # na
rão afeus hõbros. Foi vito ete|qual ele lauaua a fua funica; cõ 1.

milagre, como tambem 9 aduer|ete banha faudauel for㺠sãos :


tio frei Artur no fim do annode|nome tolhidos, & Alejados:
1271, no qual a primeira vez|ous quebradºs dous enfermos *

famos docõuento pera º hºpi ||de chagas ineufanº# hum,que


| tal,que nos concedeo a Villa..., | tinha. ##### do i
depoisdele
##3. As,pedras
(epulchro primeirº|us de inchºs disformes; fetº ] .
que ºs ofos de tumores&lobinho na becº,
- … - — ———O - --- - Il3S
\
|-

== *= ---- - - -
-**-**********--*-----+----><><> - - -
-
-- - ----

1 58 Luro 1. Dã httoria Serafica dosf77 -

nas ventans, & nos lagrimaes dos } Mas tambem os aufen


elhos:hüa mulher co a mão fe tes,que recorrião a elle,lograuão
meada de verrugas; & hum ho boa ventura por fua intercefão.
mem quafi cego. Diante do feu Contamos dous aleijados, tres |
fepulchrotiuerão tambem faude enfermos defconfiados do medi
dous afmaticos: húa furda: qua co, outro julgado por morto, os
tro cegos: hú mancebo,que não quaes todos lhe vierio oferecer|
via de hum olho por rezão d'hü, as muletas,& as mortalhas. Dous |
belida: htia moça derreada, que paralyticos,húdos quaes não da
andaua de gatinhas: húa mulher ua fopro, q podefe apagar húa
tolhida em todo o corpo; & ou candea,ficarão sãos em beijando {
tra d’ambas as mãos aleijada. a fua fanta imagem, que etaua |
Mais hum minino de dous an pintada no alpendre da igreja.
Vieião dous doétes vHitar o feu
nos, que nafcera cos pês pegados
às cotas, & co as mãos retorci fepulchro, & não sò lhes deu o
das, & fechadas, dêtro das quaes Santo faude, mas tambem pera
criaua bichos. Outro de oito an feus filhos,hum afmatico, outro
nos, o qual era paralytico, trou femelhante a leprofo, que lhes fi
xe fua mãe de Braga mettido nu carão em cafa. Cotumauão os I
ma canatra, & fazendo hún no. | romeiros, que o vinhão vifitar,
uena diffe com angutias da al leuarem agua da fonte, & nos
ma. Glorio/o são Qualter, ºu me que bebião della fe vião grandes
da faude a efe filho, ºu lhe dai marauilhas.Huns farauão de ac
lºgº a morte, pois fabeis que por cidentes mortaes, outros de fe
minha pobreza o não pº/ºfº/tentar bres ardentes. Pelo que foi tan:
E ouuindo fuas lagrinas o San to o aluoroço na villa de Epo.
o , o minino faltou fóra da zende,tornãdo com ella em mui
canatra. Outro, que era que tos vafos húas mulheres deta
brado, & feria de tres annos, fua romaria,que as outras lha pe
feu pae o lauou algúns vezes, dião,& bebião cometranha de.
na fonte;& hum dia, que elle uação. E vendo ito hum man
choraua muito, diffe com im cebo chamado -Antonio Rodrigues,
aciencia : Ou morto, ou são te como elle declarou noteítemu
he, de luar daqui. Mas compa nho, diffe zombando de todas.
|decido o trouxe a o fepulchro, Porventura /a agua ha de leuaruosa
| com o que fe foldou a quebra º ceo? Maslogo foi catigado,por
dura Hia mulher finalmente, q que outro,cõquem andaua brin]
| tinha o peito fecco,na fua prefen cando, o lançou no chão, & lhe
ça cobrou leite pera criar hum | quebrou húa perna. Econhecêdo
minino. _i a culpa, valeofe do mefmo Sãto,
por
–+
==

• 44curtº na Prouincta de Portugal. Iy9


{ por cujos merecimêros em pou: Triolo tranfito forão eleuadºs da |
icos dias foi são. "…: carº, atrial |terra, onde jazião, no primeiro
s 6 Quiza villa gratificareí{| conuentinho, pera o fepulchro,
+tas grandes marauilhas, com al-| que manando oleo refplandecia
|güas fetas publicas no anno del| cõluzes, & nele acompanhou a
162o.& ficou com outros empe os frades,como º Iacob a feus fi e, Gen.4;.
inhos nonº:Pºrqu: ue indoaViar # lhes na faida do Egipto, em to
}

na hum religio(o nofo procurar 1 # as mudanças, que elles de


|algüas coulas, 4featriã6 mifter; pois fizérão, & nós temos re
encontrou a galeota do fereniffi feridó. Vofobiedito conuento
imo Duque de Bragança Dom os foi buícar a o hofpital da vil
Theodofio II, que andaua sm la, deixando de iroces conigos,
guarda daquela cota, Chegºu gue o querião leuarpera a fua
|

labordo pera pedir húa efmolº) igreja. Daqui feitornou comº


de poluera,& abrindo o defpen"| iellespeta o me{mo conuento, : • \,

feiro pera lha dar o paiol, que ja }& \delle fez volta ao dito hof |
inefe dia não ouuera de abrir sê fria , donde na fua detruição |
lefta occafião, achou húmurrão veio pera eta cata; na qual a
iacefo entre os barrís,& frafcos,º gora etamos. Nella finalmen |
qual fe fora ardendo tudo aula "Refe guardarão muitos annos mo|
ldabrazar. Entêderão o capitão, me{mo cofre antigo luas fagra- ,
Y

i& foldados que por refpeito do |das reliquias até que (e fez fo
Santo
miferaue preferuar,a &
osl incendio Deos de lemne trasladaçãoáinfancia da |
afilhel •

villa... ….……rio 3 . ", º "… ::::


renderão muitas graças, cfe º sones
irecendo tambem no feu fepul chro oglariofothefouro, &pof. pag. 797*

chº.ºgºleotapin ada em hum | to em húáridor na primeira do | }


#
painelº. #a::, : irº - "…
__> "-". (
" •
O
|- minga de Agoto de 1577, foi, |
-

… oxi dob fºi..…… …, a f >"|


leuado em procifsão pelas ruas |
CAPITVLO XXXXIX...ai| coa maior grandeza,&apparato,
diar então fa-z]
– "...":" … o jºgais" : "; cºi |quei Guimaraós podi
#Defias traslada ções,ven tra zer.Foi nella o DõPrior cótodo
º A -5, f #if:.… º ob º ofeu Cabido,&Elbrizia, que erá
#…] o fenhor D. Fulgencio, filho do
i.

- 2:55, 2, …", º oir º oikº fereniffimo Duque de Bragança,


* NAT Em na coua, né depois D.Jaimes: os religiofos;á (e achar |
2: Aº no feudepulchro tive: | # minitros do goº
| | , a tão muito dekansº, os] erno: a nobreza;&o pouo : fa
ofios de são Gualter#Porque pat| zendo todos hum graue acompa |
fados poucos annes do {englo # o Sãto, como, eu !
|-

* •

+
- •
• • • • •
O 2 Pa
----
=*++

# I 6O Lam I. Da bifloria Serafica dos frades


}
Padroeiro merecia. Recolhida[ ma capella , leuantada em co • •

| | procisão IlC conuento,do qua |lumnas,que tambem a villa edi-li


4
|
1 auia faído, forão depofitadas |ficou. O frontificio della faz
|-
veneraueis reliquias noutro fe |grande otentação do letreiro,4:
| pulchro de pedra, douradº, Ilu \fefegue. C{1 2 *- ………….! 2
- * * *
* t rio" ? " ". [ 35, 12 t :, ; º : 2, dº |-
!


Diuo Gualtero D. F. D. Vimaran Patrono
- !" - º ** *..! !! * #•••• ' '+ 2 * * ***** Arº ( , "| f || || ||
inflauratifetivoto iii anno que M.D. • • • •
•• _
-
+

->

** ! LXXVII. P. V.F. C. …… . . ! … …!
!
… f. f. 2.21 (, ; , 2
, , . [ ; ,r …} • • |- |-

\; . ":"; ". -
----

-,1) #!
|-


- ""
! #
|
E quer dizer em portuguez. Nº "vez de renovar º fila fia. Ofe |
| annº de 1577 mundou fazer "po": pulchroetà poto no altar, & |
de Guimarães efia capela, g/puk | declara com ete verfolatino,co |
chro a São Gualter, difcipal, de são 'mo ele nos efconde os ofos do |
Francifo, @r Pad… dº mºnº venerauel Gualter. " ":" | - |- |- • - - - -

º quartº
vila pºr votº, que lhefez *** >2 . ", * * * # 1" 1 ; [f() (), (1 R.". …"
1} * -- … [ 7 , (:: , -., . [" , : : : : : #2: #;">
. * . * ………… º.……… … - 5 * * * * * * * * *
Gualt ritegithoc Venerabilis ofía fepulchrum
e |
:: ..." º : "…::: …? 22 º C… …" , , , ) "… i. :. I.11 v. ii, ol
Alguns cótudo feguardão num |peanha apparece húa pedra |
cofrinho, vetido de veludo do feu primeiro fepulchro en
carmezim, & chapeado de pra tre alguns varões de ferro, por |
ta; & a cabeça, num meio cor | memoria das marauilhas pafa
po, figura do me{mo Santo, a das. } --> … " ed...::.: {… :* --

qual fe deixa ver porhüarede de 3 … Reconhecendoas todas |


prata, conuidando a quem a ve | o pouo de Guimaraés, & que
com húa fragrancia notauel. A| rendo emparar(e debaixo da fua |
hum lado no fobredito altaref> interceísão, não (ómente o to
tà a fua imagem com etas duas |mou por Padroeiro da villa, mas |
infignias. Na mão direita, a | tambem por quatro vezesfez vo
figura do fepulchrogloriofo por to de celebrar fua feta. Affi o |
milagres: na efquerda, hum confefano (obredito letreiro, &
liuro-aberto,
-- - encotado a o pei poto q não declare as rezões de
** • • •

to, o qual motra a cordial af ifte empenho, fempre acia de fer


| feição, com que ele guardou |hia cófiança grande em os feus
|fempre o fagrado euangelho, merecimentos nalgüas neceffi.
pelas palauras feguintes. Euan. dades, as quaes tocafemato.
gelium in carde me feruaui. Na! dos Pelo que de tempos muitol
! # - {
|- ===----
anti
AMenores na Prouncia de Portugal. I 6I
antigos começou a fazer a dita TIÃTem deitas, que já elião em co
F.Marc.|feta º no fegundo dia de Ago- |fume, algúas acrecentão os de
* *{{to, & não tinha outro algum ||uotos gratificando beneficios cõ
onz.cit. mais alegre em o difcurfo do || elas, quaes forão húas famofas {
anno . Era de guarda, acom-| | no anno de 163o, que fez pe
panhado de fetas, & d'húa fei-||la faude d'hum filho Gonçallo
ragéral, que deu nome a hum Teixeira Coelho,& durarão fin
campo, chamado ainda hoje º quo dias. -

campo da feira, vizinho da mef. i 4 Finalmente os nobres da


ma vila. Auia nele tambem iterra,qne o querião feruir leuan
na nofia igreja o jubileu da Por-}|tarão em feu nome confraria,
ciuncula, & pera confolação | approuada, & confirmada pelo
da muita gente, que concor-i Papa Gregorio XIII. com hum
ria na ve{pera, primeiro dia do grande thefouro de indulgen.
mez, concedeo Bonifácio VIII. ||cias pera os mefinos confrades,
em Perofa a dez de Dezembro || & pera os outros fieis, que
de 1 298. por hum breue, que || no dia de fua feta vífitafem
começa: Splendor paterne gloria, la fobredita capella. Outras mui
indulgencia de dous annos, & ||tas lhes concedeo Gregorio XV.
de duas quarentenas. Na elei-||pera o tempo da vida, & da
ção dete dia não achamos fun-||morte, & mais em particular in
| damento, fe não he, que nelle | de festiuitatis eiu/dem fantii Qual
fe trasladârão a primeira vez || teri, no dia da feta do mefmo
da coua pera o fepulchro fuas Santo, pela bulla, que começa:
fagradas reliquias; ou que a ref: || (em/iderantes, & foi paflada em
peito do concurfo, que ha no || Roma a finquo do mez d'Abril,
nofo conuento por rezão da Por | de 162 I. Tambem outorgou
ciuncula,quizetão fazer com el- por fette annos indulgencia Ple-e. #
le maior a folemnidade. Agora || naria pera todos os tres dias #**
depois da translação, que fe fez |da me{ma folemnidade, nos Kº';
na primeira dominga do dito || quaes fe expoem em publico o lº"
mez de Agoto, nefe dia fece-|fantifimo Sacramento do altar, é "j".
lebra etafeta. E tendo della || a qual graça fe foi depois refor-Augui !
noticia, & dos milagres do San-||mando. Tratão delle não fó- ! #
…º arch, alto
da , no anno de 1621. a Majeta-||mente os autores que deixamos º
• Portug,dec. |fi

c.ma" de real º ordenou por carta fua, || allegados, & o dito "frei Mar-|####
| a qual foi na villa bem recebi-||cos em outras partes: mastam-|#*#
| a, que a procifsão fe faça co a Ibé/Mariano,º Ferrario,"Etaço, hião. Po}
me{ma celebridade, & fetas, º Antonio de Soufa de Macedo, " " |
com que a de (orpus Christi...", "Manoel de Faria, & a "hitoria |m.p.».c.
• • -õy- eccle. " #

*Tºrrr…TYYYY" =T= Pºrºwserem "Trºw…F#F"…"- -


I Ó2 Luro I. Da bifloria Serafica àsfrades
eccleliattica de Braga, entre os eícrito. Foi o côteudo n lla,que
quaes tem bom lugar aquelle em todos os fermoés das igrejas
doutor infigne, & natural deta da villa, & das outras perto del
villa, Agutinho Barbofa,queim la, que então (e declarâ1ão, in
primindo em Roma algúas das cluíndo neta conta a de fanta
Marinha da Cota, moteiro na
fuas obras, nellas fez etampar a
imagem dete gloriolo Santo, & quelle tempo de conigos regu:
tambem communicou a Ferra lares, ouueffe (empre entre am
bos os conuentos alternatiua
rio o que elle efcreueo.
igual,& que quando nalgum del
CAPITV L O L. les ouuefe fermão em certas fe- |
tas do anno, não otiuele o ou
[[O,
Concordatas amigautis, que fi 2 Tão luftrofa ficou eta
zemos com os padres de concordata, que dahi a muitos
annos a imitou o reuerendo Ca
são Domingºs, &
reuerendo Ca bido: mas depois d'alguns dego
tos, que magoarão a hum, & ou
bido. tro conuento. E na verdade an
dauão então os corações mui a
lI Epois que os nofosfia uefos, & as vontades alheas da
D des affitirão no holpi
tal fazendo o leu con
boa correfpondencia; porque ti
nhão as coufas chegado a tal ex
uento, tiuerão muita mais occa tremo, que nenhum religiofo
:
fião,de communicar á gente de dominico, ou francifcano entra
Guimaraés por meio da prega ua na fua Collegiada pera fubir
ção o epirito de vida,que febe a o pulpito, nem acõpanhar pro
be nas fontes do Saluador. E co
cifoés. No nofo particular tiue.
mo prégauão por doutrina, & mos mais que fentir, por quanto
exemplo, quafitodos os feguião. efcreuendolhe el-Rei D. Ioão I.
Por outra parte os padres de são que a troco de lhe dar outra fa
Domingos tambem erão ouui zenda, deixaffe etender por húa |
dos com muita fatisfação. E que vinha o adro, & refio do cóuen
rendo huns,& outros irmammê to, ele fe efcufou com taes re-}
te trabalhar na fanta vinha do zões, que o piedofo Rei lhas re
Senhor fem aquelas emulaçoés, prouou noutra carta,feita em Vi
& difcordias, que lhe feccão as feu a os 16 de Feuereiro. Não
raizes, inquietando o mundo, tinha era a copia, que nôs vimos
fizerão húa concordata, que no no archiuo do reuerendo Cabi
anno de 1297, fe confirmou por do: damos porêm húa claufula
pera
AMcurtº na Prouluia de Portugal. 163
pera que fe fique vendo quanto, Çr guardião de são Francfco, @ me
conuem a amizade na gente ec #re Afon/% da Ordem dos 2áenores;
clefiatica, diffimulando, & ata @rfrei João de Zºraga doutor,9% prior
lhando no principio arrufos, & do mº/teiro de são
Zemingos de Quina
faltas leues, que viráõ depois a rães,Grfrei Francfo,bacharelda Or
fer efcandalofos aggrauos. Ito dem dos Pregadores. O que affen
he o que el Rei e{creueo. E do tarão foi, que os dous cõuentos,
que dizedes da vinha, que quanto os tml guardando a fua alternatiua, da
gos/om mais alongados huns dos outros, rião os prègadores, affi à Colle
que tanto estão mais/eguros; a efio vos giada, como às outras igrejas, &
refiondemos, que tal imizade nom he, que em premio dito não paga
nem deuefer antre osfaires,C# os cre fem quarta funeral. Diferão ma
ligos: mais todos deuem fer em huma |is,que quando hüa igreja, ou cõ
mor, (Cy em hia concordia, C# fizer uento feftejafe algum orago dos
muito, que deem boo exempre de/ aos feus, nenhúa outra tiuefie na
leigos, @ àqueles,de que tem encarre quelle dia fermão. E dete modo
gº de cura das/uas almas. É muito de acordarão outras coufas, tocan
um de fazer, que antre eles nom aja tes às procifsões, & pregações.
|odio,nemºfcandalo nenhum,gr que hã; Chamauão então Orago à feta de
fportem os encarregos dos outros, cá qualquer fanto, que tinha igreja
mais honrada ferà efa egreja, quando propria, ou capella, ou altar, on
efesfraires do mfieiro de São Fran de no feu dia era mais folemni
cifco, @r de são Zºomingos a veherem zado, acodindo maior concurfo,
fertar 65 às prégações, come às pro de gente a orar, & p&ir II) CICCS
tifões, cà/e/eguir antre vos, @ eles | a Deos por fua interceísão. Da
coifa, per que eles hi nom venhão. E mos os nomes dos nofos por
bem poderia fer, que etas pala não fe perder em Guimaraés a
uras tão nobres,& tão chritaans memoria de todos,como ja a de
imprimifem nos corações o de uação de muitos fe acabou. Erão
fejo da concordia, que depois fei etes, são Ioão Baptita, & são
executou com grande goto de Ioão Euangelita,fanto Andre,&
todos. são Thome, são Martinho, são
No primeiro de Abril Marçal,fanta Inez, & fanta Iria,
de 1428.fe fez a compofição en com todos os fantos da nofia Re
tre as partes feguintes nomean |ligião. Mas delles,o do Baptita {
doas pelo mefino etilo da eferi tinha primeiro lugar, celebran
tura. Z)om mestre Afon/ prior da doo a villa com prociÍsão, & com
{
igreja de fanta 2taria de Guimarães, outras fetas publicas, das quaes
grºbantre,9 cabidº difamifina,com hojefónas vetperas [e achão al
*
os honrados religiofôs frei Luiz leitor,
-
guns veftigios. |
O4 4 Oi
-**

#|
164 Liuro I. Da hi/toria Serafica dos frades | }
|

4 Oitenta, & hum annos pode dizer, que heºfanta,& fau-a...Machº


11.v.46.
etiuemos neta paz, & amigauel dauel a nofia occupação de ro
concordia, que mais tempo fe ar a Deos com efta conformi
ouuera de lograrfe a humana mi dade pelas almas dos defuntos.
feria não fora tão incontante, é
ajudada tambem do inimigo das CAPITVLO LI.
almas faz cair algüas vezes a qué
mais feguro,& firme fe imagina.
Pareceo a o nofo guardião, que Vida, & fpultura do finto
o Cabido não guardaua as con frei Rodrigo.
dições affentadas, & daqui na{-
cerão grandes paxões, as quaes ja I Om muita rezão fe
o tempo fepultou, obrigandonos (
queixou o doctiffimo
agora, pela mudança que vemos, "Eftaço do grande ef a cap 4*,

a feftejar com applaufos agran quecimento, a que chegou de


de felicidade, da qual os prefen pois da morte efte infigne Va
tes gozão no amor, & irmanda rão, fendo em vida tão conheci
de,que no anno de 1608. affen do no mundo,que de longe o cõ
tou o reuerendo Cabido com o fultauão nos cafos de confcien
padre frei Antonio de Soufanof cia os Principes,encommendan
foMinitro prouincial.E porque, dofe em fuas fantas orações. E
pera maior confirmação, & em tambem não foi muito venturo
penho, pafarão de parte a parte fo em ter por primeiro relator b. confor
cartas,na Tua, que he bem enca de fuas obras a "Pifano, autor mit, 8 .&
recida, efcreueo etas palauras. das conformidades, que com fuc A 1- )

| Efempre os reuerendas padres do dito cinéto,&limitado etilo,feguido


conuentº acharão em nós amor de ver depois dos outros, não fez mais
dadeiros irmãos, por quantº ºs ama que affentar húas maximas, das
| mos muito. Em rezão deta boa ir quaes porêm fe collige húa fan
mandade não fómente nos eti tidade grande. Foi emfim admi
ma,&fauorece na vida, mas tam rauel no rigor, obferuantifimo
bem nos acompanha na morte o da pobreza euangelica, valente
reuerendo Cabido. Hú dos feus deprezador das vaidades do mü
capitulares encõmenda o defun do, efclarecido por milagres, il
to: dous delles cõ outros tantos lutre em profecias. E comitofi |
dominicos, & francifcanos ole camos dizendo tudo. •

uão nos hombros à fepultura; & 2 Leuantoufe no feu tem


todos juntos the fazem fuas exe Po o perniciofo (cifama da Igreja,
quias.Nós temos com elles a me{ que tambem diuidio a os Princi
ma correfpondencia; & bem fe pes chriftãos, entre Vrbano VI. __=-

& Cle

|
== — - _i • • • • -— r""-----

_44eurºs na Prouincia de Portugal. 165 | }


|& Clemente VII. aquelle.verda- Catella, pertinaz na afeição de
|deiro, & legitimo Pontifice:ete ||Clemente, depois de desbarata- |-

| Anti-papa,&intrufo. E queredo|do nos cãpos d'Aljubarrota, mor i

acertar no feguimento d'húdel-||reo em Álcalá de Henares da


lesa Rainha de Catella D.Ioan-||queda de hum cauallo: comprin
na viuua del-Rei D.Henrique º do Deos inteiramente as profe- |
lí: de mãe del-Rei D.Ioão o I. 4||cias de fanto: i … * * * •

nefe tempo reinaua; mandou || "3" Elle tambem a pouco té


. | perguntar a efte Seruo de Deos, ||po andado,defpindo o mortal pe
Hallumiado de ceo,a qual dos dilizo,foi defcançarpera fempre na
|tos Pontifices ella, & feu filho|companhia dos Anjos. Se lhe afi
f.2n, I … darião obediencia, Errou º Bzo ||finarmos mez, ou dia certo, co
#"|uio em chamar Catharina á Rai|mof fiei Artur & outros fazem,}. :
2.1. Inhº, &/gundº dº nºme a ófilho:|feria adiaínhar, porque nem do (####
#" mas não tomou etereiros de "|anno conta Masefienão podia
.." frei Marcos, como lhe impoem|fer o que º Gonzaga aponta an-krºssr,
: #
- feiº Lucas& outros, que fe en-||tes de 1384, no qual hecerto,4
|ganão com elle, porquanto não |faleceo a febredita Rainha,em
[declarou nome algum da Rai-||27 de Maio, cuja morte denun-| |
Jnha,nem deu numero de primei-||ciou a os feus embaxadóres. Pe
|ro,ou fegundo a o # mef ||lo que, ou ainda nete anno, eu
fageiros vierão a Guimaraes, & |nos primeiros feguintes deu fua
|antes de proporem fua caula ao atmá a Deos, viuendo ainda am:
|fanto frei Rodrigoja ele efaua |bos os ditos Pontífices, confor: -

|bem informado por reuelação di me a relação do "Pifano, Pontf-8…….}


|uina, & lhes repondeo tres cou:|tum, quinnéfºne,dos quaes Vrba "E".
|fas.A primeira,que a Rainha fal|no,que primeiro vio acabados os
|lecéra depois da fua partida. A |feus dias,no anne de 1389. che
fegunda, que feu filho feguiria ||goua o termo delles.""..", ?
as partes ao Antipapa Clemete, || 4 No lugar de fua tepultu- (:
mas que não ficaria em catigo, Irã nos lançou e pefas trèuas o |
A terceira, que tambem o Rei, fobredito Pifano, a quem feguio
de França, principal defenfor|| Mariano"Florentino,& Gonza #
| daquellefeifina, era morto,&ca-||ga, fe bem efquecido do queja|{P-scº
iftigado por Deos com grande fe- áuia" dito nete mefmo conuen. | .
ueridade. Cometa repota tor-|to de Guimaraes. E creue pois, º "|
nàtão pera Catella, onde acha || que efte feruo de Deos fecha-|"
irão fepultada em Toledo a Rai-|maua frei Rodrigº Rubiciº, mas que +

inha , & juntamente as nouas da || etaua fepultado num conuento,


morte do Rei de França. O del que elle edificára,na cufodia de | }{
, ! *-* === ==== - •• Coim-____ J - º
*
T__………--••••••

166 Lurº I Daltona Serafia dos frade;


| Coimbra, comº feiete frei Lu 1 tura, que true ne{te terceiro con.
gas,nº monte de Vakde-Aro, ou luento de Guimarães cuja fibrica
• • • - {

*Val-d'Aregº,fgando ele em | corria no feu tempo,cujogouer


ºutra Pastº lhe chama, o qual no pertencia à:{obredita culto
agºra és diz vulgarmente Vak | dia. No que tambem nos afite •

4…fragº e nos confins dos dous | ofeu me{mo appelido de Rºk-|


| Bifpados de Cidadº.Rodrigo, &# cie, Kalkh em portuguez, que ef
SeóCoria, Equinocoufe porém; taua em vlonetaprouineia, co
com outrº Varão infignº, que movimos em º frei Valço Rabi f.fup.c.*;
florecep.nçfe tempº, chamadº# che, que poucos annos adiant |
feiÁadigº……iníA hºra,㺠cõ |gonernou as caías da Obferuan
- - - -- - - -
|-

fundindo as diferenças de am: C13 * * * . *.* ,: ~},: -_ / ( , " - º

• bos fez deles hum^{uisitº,{en} 5a ; e Suppotoito, dizemos |


*Jdº dopi,cºmappelidos digeríºs | | com frei Marcos, que nete con
#…|9 de Lara muitos annos eféns!|uento de Guimaraõs lhe foi da
depofitado em Val-d'Arrºgºnº da a primeira fepultura,&depois |
convento de no# Senhºra dos | fetransferirão feus ofios, pera a
Anjos&#inda depois de trasla real Collegiada denoíla Senho
darem feu corpo aºsãº. Francifeº ra da Oliueira, como º eferene 7.798.cit pag.
de Campº, feach㺠pelº fi Gonzaga,Etaço, a hitoria se r.P.
|-
2. C, 27

naes.dº?afia Primeirº, ºpulfº; elefiatica de Braga, o Agielo-,., dei, litb, nCMTO


taparem de nofº Rºbiciº, né gio Lufitano,os quaes tem da fua
nºde ditº cºnpenço,nem nº ou: parte a tradição vniueifal, & çõ
treteu vizinha, por nome Sani tante, afi dos religiofos, como
a...]| Spiritus,hºmemoria ºu ratro de | do reuerendo Cabido, & da vik |
…. que neles chiueñº (Pultado. la, que nete cafolhe argumento
Nymifºfodia era fedefcança fortifimo.Tºdos dizem que em
uanacaºdia de Goimbra, a fegredo,& a furtofe fez a trasla
qual nunqua faio dos limites de: dação, & declarando Efaço cos
te reino ou em cafajque recebeí [eus equazes o modo, diz que
- -
+

16&leaanais depeno, porque quando os conigos intentarão le


as duas de Val-d'Arrego;ja no.|liar o corpo de são Gualter,ven:
….". . ########### do que ele não f deixauamo
| | pos da nota Religi㺠trazem a ||uer metterão todo o reto em le|
####"|{ua origem, como efereue"Gon Juarem as reliquias dete feruo do
#-lzaga,
*go | Zaga, &"frei
%"frei Ioão Baptita M95
Ioão Baptita Mosl|Senhor,
|| Senhor, oo qual
qual não
não quiz
quiz refitir
refif
** *|les no memorial da Prouincia de ja tanto exceto de denação. Mas |
são Gabriel,onde etão incorpo icontraito età a diferença de |
• radas.Pelo que nos fica º campº tempo,& do lugar, porque o ca
{ # fepul-1 fo de são Gualter foi no anno de
* - , irº, 3 I 27 I.
AMcMurts na Prouincia de Pol tugal. 1 67 - -

-
127 1. em o primeiro conuento, Ê achou dentro nele mais que |
ando # fe tinhão fai terra, & hum ofio. Na fancritia
do delle pera o feu ho{pital, & o (e guarda em facrario com gran
• * •- - … t.

fanto frei Rodrigo, alem de vi. de etimação húa cabeça, tida


uer ainda no de 1381. mete ter de todos por füa, que vulgarmen |
ceiro conuento, que nunquade te fe chama categº/ima, ou cabeça
femparamos, teue a fua fepultu 4/antº frei Kºdrigº, pela qua
ra. Por onde o que nos parece Deos obrando marauilho fau fas
l vai
| •

|
he,& affi o achamos por noticia, des,em epecial nos que fe achão |
que liberalmente dè mosa os re mordidoos de cães danados. Coê
uerendos conigos fuas fagradas tumã tocar co ella o mantim
|reliquias. Defejauão ter configo to do gado enfermo,que facilmé
algüa prenda fanta da noíla Re te conuale(ce. ** … . **
, !

ligião: não os deixaua a magoa +

de perderem o corpo de S.Gaal


ter : nós tambem pretendiamos
CAPITVLo LII.

a fua benéuolencia, & corria o


anno de 14o8, no qual fizemos
Perfºgue o inferno cruelmente a
com eles aquella compofição, bum vigairº do turo pela
* cap. { O• que ja" deixamos efcrita: o San guerra, que de noite -
to finalmente não etaua eleua
do do feu humilde jazigo pera a
lhe fazianas ma- "…
igreja grande, º cuja fabrica auia " … … timas.…… • • • -"

"cap.44, <! -

: ' #-
pouco tempo fetinha defembar " " 1. |- #

gado;& concorrendo todas etas || 1 (TV Ontinuauão os padres;


rezões juntas,largamos por noí | \ , d'aquelles tempos an
|fogoto ete thefouro riquiffimo |s. -- tigos, & ainda conti- -

pera comprarmos co elle a ami |nuão os prefentes com grande


zade dos conigos. . . … feruor o coro,imitando os ferar |
| 6 |
abrazados, º que com doce affaia 6. .h
Foi depofitado na dita | finsodi o
| Collegiada, em hum fepulchro mel a alternauã as vozes em v. 3,
| piqueno, mettido dentro de ar louuor da Majetade de asDeos.
|co,na parede da naue, que fe cha : Não feri ão as fuas afinad por
entos
acc iofos, uão
cur mas foa
|ma de lju, da parte do euange
|lho. E como ficaua baixo,teuelu pelo tom da deuação do epiri
gar a piedade do pouo pera o ir to,que efpertaua nas almas as far
depejando das veneraueis refi udades da gloria. Em particula
quias: de modo, que abrindofe à meia noite, quando fe dizem
por ordem do Arcebipo primaz matinas, affitião todos (empre,

D.frei Agutinho de Catro,não noto que fofe inuerno, conui


dados
•+
"-*-
-

-*

16STLEIDTSã7ã
dados da lembrança dos mytte fora hum trouão, ali os intimi
rios,que nella acontecerão: a fa dou, que diffe huma o outro.
ber, o nafcimento de Chrito na Eiles/rades louuão agºra e Zeus, 3 |
| lapinha de Beleem, a lua prizão | nós queremos ºfendella: nuhqui ele tal
no horto, a matança dos primo permitta. Edito itofe forão. . .
genitos Egipcios pelo anjo do Se | "3 Eta bataria grande, que
nhor, ficando viuos os filhos de damos a o inferno louuando a ef
Ifrael,em final de que,morrendo 'tas horas no coro o poderofo Sel
em nòs os vícios; hão de viuer 'nhor, quando porventura o of|
as virtudes. Dete modo,acompa # fende mais o mundo, confeflou
nhando o oficio diuino, antes & magoado hum demonio no col;
depois, com oração em filencio, ilegio do Populo, em Braga, da
fuftentauão os exercitos do ceo | Ordem defanto Agutinho, Co

contra o Principe das treuas, & meçarão º dous religiofos delle a c.arch do
encantauão co afua, armonia a praóticar nalguns lugares da fá###
de S. Fru
ferpente infernal, que perdendo || grada Efcritura (conueríação ef. étuofo.
o pafo a o fom detepfalteiro, | colatica;& bea) & diuertidos
– ** * * * * * * * *– \"" - º

4.1. Reg. como fe fora o de º Dauid;defaí das horas com o feruor da difpu
16. v. 23. fombrou muitas almas da ce ta chegàrão à meia noite. Nefte
gueira do peccado pera pode tempo tangeo o fino do nofo
rem atinar com o caminho
- - |-

* * * ** *
do eonuento de S. Fruétuofo, da prol
CCO. uincia da Piedade, & elles fere
2 Alguns cafos nos vierão colherão: mas entrando hum na .*.*.*.

{
à noticia,que por fecretos os en cella,fentio (obre fia mão peza
cobrimósagora: mas bem pode da do demonio, que lhe deuhfia
moscofitar, que paflando alguns pancada nas cotas, & diffe etas
\omens pelas pºrtas das nefas palauras: …)tais guerra, me fizer
igrejas do Porto, Lisboa, & San aqueles º as fasmativas, do que
tátèm a o tempo, que no corofe vós coas vejas dúputas. O outro
cantauão as matinas,co as vozes acodio ao eltrondo, X& ainda o
+
dos religiofos os deteue a Pieda achou e{morecido... Bhum dek
de diuina pera não executarem les publicou efte faccefo do pul }
feus deprauados intentos. Succe pito prégando nº fabredito cõ
deo tambem em Goa húa noite uento em dia do abf9fanto Pa:
|e[perarem dous homens outro triarcha, no anno de 1632, em
pêra lhe darem a mortejunto do| prefença do illutrifimo primaz
nofo conuento , & ouuindo a Dom Rodrigo da Cunha, a quem
voz do hebdomadario, que no depois declarou como auia pou
principio das matinas, entoaua, cos annos que tinha aconteci |-

} Zomine labia mea aperies, como fe" 5, 3 : :


***
--

| " #"
|

+,
/* * + •
#
* - -
·

4 Mas -+++=
…F ===

Menores na Prouincia de Portugal. 1 69


4 Mas o leão infernal, que me mas nefe põto fe leuantou
d'antes andaua muito raiuofo: contra ele a quadrilha do infer
pela guerra, á lhe fazia do coro. no,que toda junta o feria cruel
co as armas da oração, & deua mente. Gritou pelo nome de Ie
ção o exercito fagrado dete no fu, & com elle na bocca foi fu
fo conuento de Guimaraés, no gindo até o canto da fegúdava
feu vigairo, ou capitão quiz to randa, à qual chegou moído, & / __ --

mar cruel vingãça. Foi o cafo tão quebrantado de modo, é não fe


atróz, que fó pelo nome do ofi podia ter. Os religiofos,ó ainda |
cio, fem declararem o proprio,o | eftauão no dormitorio, acodin
derão a conhecer os antigos,dil do a os gritos, o leuantarão nos
zendo tambem q era hom é judi braços, & magoados do cafo o lã
| ficado na vida,incançauel na fre çarão em o leito. Porêm ele ale
quencia do coro, &muito zelofo |gre de padecer em odio da vir
do oficio diuino. Bramindo pois | tude às mãos do maior tyranno,
o demonio,co me{mo atreuimé-| em poucos dias deu fua alma a
to, cõ que efpancou algüas vezes | Deos,laureada a nofo modo de
a N.P.S.Francifco,& queria afo |falar com coroa de gloriofo mar
gar o padre S. Antonio, lhe poz tyrio. * * * *

tambem fuas mãos violentas, &| 5. Aconteceo efte cafo ppe


facrilegas. Bateo húa noite na jlos annos de 145o, em cuja de
porta da fua cella,& e{pertãdoo |tetação fe pafou a afitencia
diffe é fofe pera o coro, porque do coro pera a capella mór,&ahi | •

! não auia nelle qué rezaffe as ma |permaneceo muito tempo. No


tinas.Foi o vigairo correndo, & canto da fobredita varanda, por
achou tudo efcuro, fem diuifar não pintarem tão horrendo ef>
netas treuas mais á huns vultos pe&taculo, que caufaria pauor,
confufos, & mal diftinótos, dos foi pintada a Virgem Senhora
quaes cuidou á ferião os religio noffa com Chrito Iefu nos bra
fos potos cõ deuação de joelhos ços ao pè da fua cruz, & N.P.S.
como coflumão etar em quãto Francifco, em cujas chagas fan
não fe começão as horas.Mãdou tifimas muitos enfermos da vil
accender o candieiro, & pôr li* la, que por feus merecimentos |

uros na etante; & ninguem lhe e{perão conualefcencia, man


refpondeo. Tornou a dizer que | dão tocar a agua, que
acodifem á fua obrigação,&to fe lhes dà al
beber."
-? •

dos ficarão tão quietos como d'-


antes. Quiz finalmête pegar nú -

d'aquelles, q etanão em o lugar (*)


} dos irmãos, pera q trouxefe lu
*
P
F-- •
CA +
|
17 o Liars I. Da bifloria Serafica dos frades
lograo de fciencia, mas por re
CAP ITV L O LIII. zão do oficio,que tinha de enfi
nar, & dete nome vfouFernand
Afonfo Correa, quando no feu
Das nufãs occupações nas e/> tetamento de 14o 5. a 9.do mez
cºlas,no tempo da pe/ie, & de Maio elegeo executor da ca
nos augmentos do pella,qtinha intituido.Nomeou
reino. em primeiro lugar a mefire Afon
fºfare do ditº mofleiro, & depois
de fua morte a qualquer, é nelle
I
Aõ nos impedia as o f/* doutor.
N guimêto
bras de piedade o fe
do coro, mas
2 Neta efcola ouuio as pri
meiras letras aquelle frei Afon
affi como os Anjos à vita do pa fo de Guimaraés,o qual fendo ja
} tº Gen. 28, triarcha Iacob º fubião, & de doutor,cu lente no conuento de
{ V• 12 •
cião pela efcada do ceo,dete mo Coimbra affitio na acclamação
do nem faltauamos nos louuo felice del-Rei D. Ioão I. appro
res da Majetade diuina, nem os uando com fua autoridade efte
proximos nos achauão nunqua grauiÍfimo aéto. O Rei,que lhe
menos nas fuas necefidades. Da ficou obrigado, efcreueo a o feu
affitécia pelos hopitaes da villa almoxarife do Porto em 12. d'-
A
temos dito:do cuidado,cõ q nel Abril, anno de 1 385. dizendo
la tomamos coadjutores, adiáte etas Palauras. 2.andamos, que
fe dirâas outras occupações erão lhe dedes , @r paguedes em cada
varias, & muitas. Mais de duas hum anno dezoito aldas de panno
centurias de annos tiuemos efco perá feu aveffir, qual for pertencen.
las publicas,nas quaes felia Grã te pera o feu fiado. Era Alda hü,
matica, & cafos de confciencia medida, que corria no feu tem
|fem ordenado,etipendio, ou pre po, cujo nome, pouco ha, nos
mio, fenão sò o proueito dos dif repetio *hum poeta catelhano, b. D.Luy:
de Gong.
cipulos. Erão aulas nefe tempo romanceando difcreto a beatifi ol. 118.
nete terceiro conuento húas ca cação da madre S.Terefa, funda
fas com porta pera o adro, em q dora dos Carmelitas defcalços.E
hoje feve a enfermaria,& dellas fe o nofo francifcano não teue
falaua a e(critura do anno de outras mercès,bê podemos dizer
1553. pela qual hum guardião, dele, é hum pobre com pouco
(endo aindaClautral, emprazou {e cõtenta,& que o amor da pa
a Gõçalo Freire hia leira de chão, tria nunqua foi interefeiro. Pe.
que estaua ólongº do efiado. O me lo 4 tambem morando nete cõ
e.Lopesna
tre era chamado Zoutor, não pe uento F. loão da Ponte, º muitas
".
chron.p !
c. 15.& 16
veZeS -

–==
-

—º

Meure, na Picancia de Portugal... :


___ |- -171
vezes faio delle pera difpor a de fortuna no anno de 1 5o 5.
tomada de Ponte de Lima, on vierão a Guimaraés, onde elle,
de auia nafcido, que contumaz que era Minitro prouincial, fa
fuftentaua contra o dito Rei D. zia então capitulo, pera que os
Ioão o partido de Catella. Foi recolhefe debaixo do feu em
tratar com feus parentes o modo | paro. Recebeu os com caridade
cõ 4 a villa fe entraria : falou co de pãe, & fogo lhes affinou tres
Rei, o qual etaua no Porto; & consentos dos Clauftraes deta
pelas fuas me{mas traças y como inofa prouincia de Portugal, em
vafíallo fiel,lhe entregou ete Po que elles principiarão a fua : os
uo com muita facilidade. quaes forão S.Francilco de Cha
3 He nete particular me #ues,o Bom Jefu de Barcellos, &
morauela acção do padreF.João #Santa Sitta de Thomar. Depois
de Chaues, que defejofo de ver lhes acrecentou ja no anno de
triunfantes as bandeiras portu: |1518, no qual gouernaua sòmê
guezas nos muros de Azamor, te a ós ditos Clauftraes;o Cõuen |
|-

auendo fido Minitro prouincial to de Nofa Senhora dos Anjºs


deixou a confolação d'affitir ne em Zurara, junto de Vila do|
te conuento por acompanhar Conde;& de todos etés quatro, |-

ofereniffimo Duque de Braganº fó-Santa Sitta tornou pera nofia


ça D. Jaimes, a quema conqui |companhia. ** * *
fta etaua encomendada. Even ! #4 Quanto eta importe à
dOzor de
º reb. Em do "lá como o braço inuióto de villa de Guimaraés,conheceo el
manuel.
} 19. Portugal,fem dar golpe, tenho la mui bem nas occafioés de pe-|
|reaua cidades, ainda perfuadia fte, quando irado o ceoco a e{-|
brio(o que paflafem a Marro pada na mão feria grandes,& pi
cos. Tornoufe a Guimaraés,on quenos,matando huns, intimidã
de tinha deixado o coração, & do os outros, de tal modo, 4 os |
aqui foi eleito em Dom Prior. pães coreceio do contagio desé
do moteiro da Cota, fendo de parauão os filhos, & os filhos fu
conigos regrantes, & depois Bifº gião dos mefmos paes. Mas nef |
po de Vifeu, como auemos de fascalamidades os frades dete |
efereuer no feu tempo. Mas tem conuento pera todos erão filhos,
agora lugar, por fer caufa, que &pera todos erão paesicurando |
pertence a efte fanto conuento, com medicinas os corpos, cos |
a muita beneuolencia, de que facramentos as almas. Das occa-|
v(ou cos primeiros fundadores fiões antigºs fabemos ito por •

e chron. da Prouincia da Piedade. Auião maior:da vltima(& queira Deos,


|m. s.&me
imor. da fido º lançados dete_reino, & | que o feja) do anno de 1599 •

Prouinc.
da Pied. tornando pera elle melhorados | achamos noticias mais claras.
|
" *-
P 2 Abra
…TF *+++++++ —r
172 Lurº 1. Da hi/toria Serafia dos frades
Abrazauale a villa, & ardia o algã em tão fanto exercicio aca
conuento, no qual erão ja falle bou a fua vida, grande premio té
cidos finquo frades, & os outros hoje recebido do Senhor.
cõfeflores,que ficauão,erão pou
cos a repeito de tanta necefida
| de. O que vendo frei Ioão de S. CAPITVLo LIV.
Iofeph , & todos os facerdotes
mancebos,nos quaes feruia o fan
|Ajudifº 05. fala dos Ter
gue da caridade chriftaam,pedi teiros feculares, & dos ir
rão, & alcãçarão em 12.do mez mãos de são Francifº
de Iulho licença do Arcebipo
| de Braga pera adminitrarem a to nas obras de
os feridos todos os tres facramé pitdade.
tos da penitencia,eucharitia, &
vnção ; & rompendo animofos I. A occupação antiga
pelas e{padas da morte, afinal * * * de affitir pefoalmé.
villa , como na cafa da faude, ! # te no feruiço de to
#
que fe chamaua º monte, fize dos os hopitaes forão achando
1 rão grandes marauilhas. O: os frades algüas difficuldades,
juiz,& vereadores,que fe tinhão | & afi tomarão coadjutores, que
},…,
Carnar. no retirado, fetando juntos em ca |com o me{mo epirito os pode{
liuro dos
acord.
|mara, a 31. do dito mez, na er |fem defcançar. A os Terceiros
{
mida de nofa Senhora dos Re-li feculares encommendarão os
|-

{ medios, freguezia de fanto Ete leprofos: a os irmãos da confra


|
.
uão de Vlgezes;nomearão a frei ria de N. P. S. Francifco os po
Gapar das Chagas em prouedor bres,& peregrinos, que paflauão
|no temporal dos pobres, & dos pela villa. Auia nella duas caías
enfermos. E como etes erão dos fobreditos leprofos: htia de
muitos,por outro affento de 28. homens, chamada Santo Andre:
1
de Agoto,feito no (outo de An outra de mulheres, por nome
dre Vaz, freguezia de são Pe Santa Luzia; das quaes ambas fez
dro da Poluoreira,lhe mandarão menção Afonfo Pires º no feu tef e.liu da có
frar. de S.
entregar cada femana trinta al taméto, efcrito a 1o d'Agoto do Francifco,
queires de pão pera os pobres da anno de 1467 pelas palauras fe
villa, & cem alqueires com vin guintes. Àtando áOrdem de S._An
|te rezes pera os outros do mon Are, @ à Ordem de fanta Luzia pe.
te. Tudo ito procuraua,&repar rá/empre em cada hum anno diz/ºldos.
tia ete prouedor follicito em E/ºpor ventura não ouuer lazaras na
quanto os cópanheiros tratauão ldita Ordem de S.Luzia, mando que
do mantimento das almas, &fe lº dem por minha alma « proues.
Cha- -

*
---- ==&-
Menes na Prouncia de Portugal… 173
Chamou cº/as de ordem a eftes do | dado Eerstanta no hoIPIETJef
ushofpitaes, não porá a de S. La S.Andre a lua occupação,4 alem
zaro, da qual não achamos aqui de curaré dos leprofos,dauão ca
ratro, florecefie então nelles: fa,em q morafe o Tirador dos ga-|
pmas porá o feu gouerno andaua fos, como elles lhe chamauão:
bê ordenado,& parecião cõuenº, |feruião a confraria do me{mo |
tos de gente religiofa, o qual no |fanto Apotolo: adminitrauão a |
me de cõuêto lhe dão algüas das fazenda, que lhe etaua annexa; }#|
efcrituras antigas, por etaré os }&prouião na rua Caldeiroa húa .

|- leprefoscõgregados entre fi,$fe jalbergaria, na qual pouzauão al }


|
barch de parados do pouo.Húa he de 7 do guns pobres,que paílauão de ca i |- { •

S. Clarado *onn || minho: o que tudo nos contou


mez d'Abril,anno de 131 1.°o i
Porto. de diz Sancho Martins, tabelião|por "duas efcrituras,húa feita em d liu cit, fi
da terra da Maia, que ºs gºfosgy o primeiro de Julho de 1427, ou | | ,

gafasdo conuento da gºfaria d'Alfena, |tra do anno feguinte. Pelo que | |-



|-
|-

|-

duas legoas do Porto,fizerão cer| não podendo futentaritantos en.


• +
-

| to prazo de húa herdade fua.Ou cargos, fizerão ce{são deles nos |


e, arch. de tra" do anno 1313 a 27 de Ig. |confrades de N, P. S.Francifco, :
+

|8. Clara de
Santarém. ilho
relata, que º conurnte da gºfa & ficarão fómente com o traba
iria de são Lazaro, de Santarem ven |lho, & cuidado dos enfermos..
deo a xaria º artins de (oruche, |Damos os nomes daquelles, que |
#mm fizendº que |per
…/…lhe………deix aito concorrerão.) A faber |
feu pae ou em teta Luiz Zomingues da praça, Gonçalo |
méto. E como os leprofosforma |2tartins de Korys, Afon/4 Giralles, |
luão etes cõuentos, & fazião os (gr…Afons'Eannes: fratres da Terceira | | :
icontratos, finalhe4 não etauão |ºrdem dº átºmeieiro...….….
-*
- - -

--• • • • • • •

com elles religiofos da Ordem de | 5. Os outros coadjutores,que | |-


-

S.Lazaro,os quaes adminitran |totnamos nas obras de piedade, |


ido a fazenda tratafem da fua cu |forão os irmãos da dita cófraria
rapoto qugoshopiraes fofem |denofo ferafico Padre, na qual
|feitos debaixo do nome do mef. |os frades, pera que os efperta[sé
|mº San
# -*… ,
to. ….…
, …. 3.. .… |ávita de feu exéplo, fealitauão
******* . * . . … * * * ,* ,* *
- \ **
|| A- •

| 2. Mas tornando a os dous ||com eles, Era tal o cõpromifo,


• - *«… * ** \* - • > * * ","; | - |- • • •• — -- • }
--

} ide Guimaraés, não fómétefe po- |que podia feÉ regra de húa etrei
deiº chamarçº/as de ºrdem pela ||ta religião, & outro dete teor a- |-

-
rezão,4 difemos, mas
*** - - - - - tamb
é por || chamos també no cõuêto de Lif |
| , " " " * * •
…-

| - caufa
-- da refidencia, q nelles fa-|li|boa
• - .Profefa
" uão notauel reforma | - • . * - •
|-

+ Z12O OS nofos Terceiros fecula- { ição de cotumes,caridade, & hu-| {


| fres da Ordê da penitencia, a qué || mildade. A os pobres da villa da |
| inòs deixamos entregue etecui-|uão de comer em certos dias" :
#"——
. -.

-

.. …" == ……………----------
-

===
-

P 3
- -

-------F==
do
***
.
} •
#
-
174 Luro 1. Da bifloria Serafica Zfrades
do anno,principalmente na feita te herdeira vniuerflairmanda
ldo me{mo fanto Patriarcha,a os de das chagas de nofo Padre
|homens no clautro,& às mulhe fantifimo, dizendo que o fazia
|tes no adro. Pera os outros,que affi pela deuação,que/empre tiue à Or
paffauão,tinhão quatro alberga dem dº fêrafico Padre s㺠Francfco, dº
rias prouidas, nas quaes felhes qual/ou irmão. Os encargos fotão
daua o que auião miter.Erão ef. |etes. Humhopital pera cura de |
|tas,a da rua Caldeiroa,na Perro enfermos, o qual ella admini
ta, na rua do Gado, & junto da tra: o dote de duas orfans cada |
igreja de são Paio. Teue gran anno,em cuja eleição concorre
despriuilegios,com que fe foi au o guardião: hõa efmola de pão,
torizando de modo,que vnio a fi que por ordem do juiz da irman
|as confrarias de fanto Andre, de dade,& d'hum frade do conuen
| são Torcade, & outras; & quem |to (e diftribue pelos pobres. O |
queria perfeita execução da fua |hofpitalfe vai fazendo naquelle
vontade vltima, a ella encõmen |me{mo lugar,oude foi a nofía (e-
| daua tetamétos,& legados. Por: gúnda cata, recompenfando cõ
motrarmos a fingelleza daquel |elle as chagas de são Francilco o
les tempos antigos referimos ef outro, que então nos deu a villa,
ta claufula,q no anno de 1389. & dellas deuia fer por dereito o
a 13 do mez de Março notou | (eu titulo. Mas o pouo,confiado
Francifco Giraldes.htando a todos, na deuação,que nos tem,fez titu
que forem juizes da confraria de são lar a são Damafo,a quem por feu
Francifo,em cada humannofenhos pa |natural confefa obrigações. Lo
res de/paros, que me fação comprir gre ele muito embora eta fua |
efo, que mando à dita confraria. Terà confiança; que tambem entende
hoje trezentos annos de idade, rà, como os feus defempenhos a |
fe não forem alguns mais, & co | S. Francifco os deue. -
-


motão velha,ou decrepita, pare-||
ce, que vai ja acabando os feus- _>|-|
dias. • • ••
CAPITVLO LV. * **
|

4 Fica porém renouada a 2uando fº reformou efleton


caridade ferafica por meio dou
tro irmão de S. Francifco, cha uento,ê3 de dous religiojos, º
imado Lucas Rabello,& Abbade de dotados defingulares
fanta Comba de Rigilde no val-||
le feto de Vitella, o qual a 9. ||
de Junho de 1 619.leuantou húa || I A Muita difficuldade,
infigne memoria da piedade || | • que ouue em extin-}
chritaam. Intituio primeiramé | A guir nete reino os
- - - - -
"- - - ……… , = …- - -- efi-T |
AMenores na Prouincia de Portugal. - - -

17y
etilos dos Clauftraes, dilatou cordação. Trabalhaua (empre
tambem a reforma dete cõuen deterrando a malicia do ocio,
to,& doutros,que etauão na lua por guardar o paraifo da alma,no
obediencia. Porque ainda que qual entre varias virtudes flore
elles erão em parte difpenfados cia muito a rota da caridade. Te
nas obrigações da nota regra, ti ue graça de fazer relogios de fol
nhão contudo tão grande auto em pedra, & outras peças curio
ridade, que ela os futentaua. fas : mas fempre encarregaua a
Entrando porém, no anno de quem delle recebia algúa com li
1568. por todas as fuas cafas a cença dos prelados, que a efía
|nofía vida Obferuante,pafou ef. conta fizeffe e{mola a os enfer
ta de Guimaraós pela fieira das mos,& pobres.Com ete me{mo
|outras. E não obtante appellar, efpirito ajuntaua, & pedia mui
a nofo ver por comprimento, tos retalhos de panno, agulhas,
|em 28 de Feuereiro o guardião linhas,& didaes, & tudo ito an
|frei Francifco de Moraes,a refor daua offerecendo a os frades pe
|mação fe fez quietamente fem las cellas, pera que fe podefem
| contradição algüa, renunciando remendar. Foi deuotifimo de
o conuéto as graças, priuilegios, |húa fanta imagem de Chrito
& fóros, que não dizem bem co | crucificado,que etá no cruzeiro
a pobreza ferafica,por cujo amor da igreja, pelo qualfe defuelaua,
| perdemos as faudades da muita tratando de o feruir com jejuns,
|rêda, que neffe tempo largamos. |orações,& penitencias. Pedia o
E mais nos importa hoje pera o . azeite pera a fua alampada, con
|nofo futento, alem do credito | certaua,& varria a capella, orna
de viuer em obferuancia,a deua ua o feu altar, & nete retrete
|ção dos fieis, os quaes com (das fanto paflaua muitas horas de joe
|efmolas mantêm de ordinario a . |lhos na contemplação deuota de
trinta religiotos. Os que depois | fuas chagas. Ouue fama, que da
|florecerão cõ maior opinião em cruz lhe falou algüas vezes o a
o feruiço de Deos,& eu ainda al morofo Senhor,cuja immenfabõ
cancei, fendo por efpecial fauori | dade no anno de 1616. poz ter
do ceo nouiço nefte conuento, -mo a fua vida com húa mort
faõetes dous,que fe feguem.…º -fantifima, , - ,
- -

*** o primeira fe chamou , 3 Foi fegundo, o Varão de |


feizerthalamºu Rapf, facerdote Deos frei Xyto,filho de paes no
de veneranda velhice,na qual as bres em a cidade da Guarda,que
|fuas virtudes competião com os querêdo negociar pera fi os the
} ánnos, ornando de mão eõmum fouros ineftimaueis da gloria,tro
hum fujeito grande de fanta re-| cou os brios do fangue, & as ri
| "………==
- -
- - - -
P4 quezas
==

Z" TLT,TD, ITS7ã dos frades


quezas da terra pela humildade, das do conuento, debaixo d'húA
& pobreza de frade leigo na nof efcada do dormitorio grãde, ahi
fa religião. Crioufe em feus prin me{mo concedia algum defcan
cipios entre os fradesClautraes, ço ao corpo debilitado, & fraco
mas fempre obferuantifimo da pera depois continuar os defue
nofla regra ferafica, a qual, de los da fanta contemplação. Ne
pois de paflar pera eta reforma } te
n - tempo forão grandes os con
- •

da Obferuancia, guardou em to flictos, que teue por muitas ve


da a vida com admirauel pure zes com o principe das treuas, o
za,excedendo em ventagens co qual reuetido em figuras medo
nhecidas os rigores ordinarios. nhas, & apparentes vinha coel
Dos excefos da velhice cança le abraços, & poto que grauemé
da, & quebrantada nas forças fe te o feria, nem por ido ficaua vi
poderàõ arguir os feruores da étoriofo. Hüa noite lhe deu tan-,
idade de mancebo. Tinha perto tas punhadas no roto, que lhe
de cem annos, mas o efpirito tão vafou logo hum olho,& queren
viuo,que quando o maior frio fa do o guardião informarfe do de
zia tremer os outros,elle cospès fatre come{mo Seruo de Deos,
difcubertos, & co habito fingel correndo ele a mão pelo lugar
| lo fabre a carne fem tunica, ain. da ferida, & fubrindofe lhe deu
da lhe parecia que etaua abafan fóeta repota. Que heião ja tenhº
|do;& era fogo do ceo,que lhe ar menos hum olho? - - |-

dia na alma. Molhado, & enfo 4 - Triunfante affi da fober


|pado em agua nunqua defpia o ba do inferno,tambem (e fez vê
habito, mas no corpo o deixaua cedor do mundo, & mais da car
enxugar. No etio difcobria a ca ne: daquelle, com deprezo fe
{

beça a os raios mais abrazados nhoril: d'eta com maos tratamé


| do Sol, no inuerno fugia delles, tos.Sétia tão altamente do feu ef
| femfe chegar a o fogo, nem de tado de peregrino fobre a face da
# noite fe cobrir com húa manta terra, quaes deuem fer os frades
| muito velha,fe não era contran, de são Francifco, que nem da
|gido por fanta obediencia. Dete cella, que o prelado lhe daua, (e
| modo myrrhado,molhado,enre atreuia a víar, fó por ter nome de
gelado andaua com tanto con /ha. Depio de fi a lembrança
|tentamento, que fazia epanto, dos parentes com tanta refolu
& deuação. Nunqua dormia em | ção,que querendo elles commu
cama,mas depois de rezar a ma nicallo de perto com regalos na
ior parte da noite, onde o fomno velhice,pelos não vir a tratar fe
| o vencia, no taboado do coro, encerrou nete conuento. Erão |
| nos e trados da igreja,nas varan muitas das fuas deuações anima
dºs —
AMenores na Prouincia de Portugal.
177.
das da caridade cos pobres a exé bendo do Arcebipo de Braga,
plo do fanto Papa do feu nome,D. Martim Afonfo Pires,que in
em cujo dia tambem,o qual fem tentaua quebrarnos as nofas im
pre celebrou com demõtrações munidades, ordenou a o feucor
alegres, repartia por elles, & pe regedor de Entre Douro & Mi
los frades algüas efmolas,que lhe nho que lhas fizefe guardar, af
| dauão os fieis. E tendo ja purifi fi como fe continhão na "bulla, a.bul. 1,
cada a alma em exercicios fan interceteros ordines, de Benedicto apud Roº
tos, com tanta fuauidade fedef XI. Tambemlhe encõmendou, drig.
fez a vnião natural entre ella, &
que fempre o defendefe da mo
o corpo no mez de Ianeiro de letia mais leue co a efpada daju
1618. que muito tarde perdeo tiça, & co efcudo real. Mandcu
apparencias de viuo. Os pobres às fuas jutiças,qne no açougue,
o lamentarão: o pouo com gran & na praça nos fizefem logo dar
| de concurto lhe affitio nas exe com os melhores da vila quanto fof
quias: a villa toda o acclamaua fe neceffario, fem que nito nos
por fanto. - - precede{e alguem, nem ainda
do reuerendo Cabido. Cõcedeo
vltimamente a o nofo hortelão
CAPITVLO LVI. priuilegios larguiffimos, os quaes
depois etendeo ao nofo cozi
Cant㺠alguns faures,que nheiro, quando era fecular (que
teue efte conuento da hoje o são os frades) el-Rei D.
Afonfo V. Afio amauão as Ma
magníficencia real,
&5 da deuação jetades reaes,que defejãdo mui
to todas a fua reformação na po
do pouo. breza euangelica, em quanto e{-|
ta não teue a fua hora, nunqua
I Aõ repetimos agora chegarão a faltarlhe co as licen:
os queja ficão efcritos, ças, que feauião miter pera pof
nem tambem preten fuir a fazenda de raiz que os de
demos referir os outros todos, é uotos lhe dauão. Sinquo detas
faõ muitos: mas fómente fumma prouisões lhe cõcedeo el-Rei D.
|riamos huns poucos, que por fe Ioão III. outra el-Rei D.Sebaí
rem (obre materia noua cauía tião,gouernando por ele o Car
ráõ menos fatio. E começando deal D.Henrique, cujo zelo pro
pelos Reis, depois que D.Ioão e curou a fobredita reforma,q vio
I, recebeo ete conuento em a feita no feu tempo.
fua protecção, nunqua mais defi. 2 Nas efmolas, & merces
tio do feu emparo. Pelo que fa de cada dia não era mais limita
da ?
→=

178 Liuro I. Da biftona Serafica dos frades


da, do qu: nos ditos tauores a grangeão, coano e nella fómen
real munificencia: mas porque a te confitira toda a fua faluação.
memoria do dito Rei D. Afonfo Em Sernande nos doarão dous
nos he aggradauel,& alegre, sò deuotos,marido, & mulher, hüa
a ele nomeamos por rezão da e + morada de cafas pera hopicio
mola ordinaria, que aqui nos cõ dos frades quando por alliandaf
fignou no feu almoxarifado Aju fem nos petitorios,& ambos po
daua tambem muito a nofía fu zerão na doação eta claulula.
tentação, fendo fenhora da vil (om ºfie preito, @condiçam, que os/º- |
la, a Infanta D. Ifabel, mulher do #
breditos faires os hºjão par
Infante D.Duarte, filho del-Rei ceiros,9r irmãos da dita Ordem. Ou
D. Manoel. Os Arcebiípos de itra caía co a me{ma condição, &
Braga nos trazião no feu rol, & pera o me{mo vfo nos deu no lu
por dia de são Filippe, & Sant gar de Pento hum Bertholameu |
Iago mandauão a o conuento Afonfo. Nós as temos renuncia
trinta liuras cada anno. Do po do ja ambas como pobres euan
uo de Guimaraés, marauilhas (e gelicos,que não podemos pofluir
podião efcreuer das inuenções, nete mundo cafa propria: mas
que buícaua pera grangear fuf por cada hõa dellas nos prepara
fragios, remediando juntamente Deos hum cento,batendo nos co
a nofa necefilade. Ouue neta rações dos fieis,que nos recolhão
villa húa Senhorinha Vafques, a nas fuas; & nito fazem tambem
qual,fendolhe forçado tomar fe ventagem a muitos pouos os vi
pultura em Noff, Senhora da izinhos detas partes.
Oliueira, nos pedio em tetamé. 4. Poucos annosha que nu
to, que quando lá foffe a nofía |ma aldea dellas tiaerão compe
communidade lhe cantafe hum itencia dous homens, fobre qual
reponfo em fatisfação da efmo. auia d'agazalhar os frades dete
la annual, que deixou a os feus conuento. Allegaua hum,que era
herdeiros encarregada. Mas ef irmão antigo, & que etacarida
ta, & outras mandas deuotas foi de lhe ficàra por herãça de feus
fepultando o tempo com grande paes. O outro efperauacs frades
injuria das almas. na etrada pera os leuar configo,
3 He notauelentre a gente dizendo que a efmola era liure,
do termo o defejo de ferem no[- & não conuinha fazerfe dellas
* Collea. fos irmãos, conuidados por ven. etanque. Chegàrão em fim a
& Capuc. tura das muitas indulgencias, º termos, que armandofobre o ca
cin in cô
ped, verb;
que ganhão:& affi com tanto af fo demanda recorrerão com pe
*# fecto pedem húa carta de irman tições ao nofo guardião, o qual
I.m
quoad ae dade, & talvez com efmolas a
cul. 4. pera os compar partindo a con
- • tenda
|-
{

–"
AMenores ma Prouincia de Portugal.
179
itenda não teue pouco trabalho." lentifima Senhora dos Condes
| Efe elles gozarão em Portugal de Gijon,fenhores de Noruenha
dos priuilégios concedidos em
|nas Afturias, a faber D. Afonfo,
| Caftella, menos airofa ficara co filho batardo del-Rei de Caf
a fufpeita do intereffe humano tella D. Henrique o II & D.Ifa
efta fua pretensão mas fendo el bel, filha tambem ilegitima d
|la, como foi, defpida de ambi nofo Rei D.Fernando. Efebre |
ção, & cobiça, muitas graças a |eta afcendencia tão nobre, teue
uemos de dar a Deos,que tantos | em Portugal tres irmãos, do feu
brios tem dado á caridade. me{mo appellido de Noronha,
dos quaes fe podia honrar mui
CAPITVLO LVII. |to,& forão D. Pedro, quarto Ar
cebipo de Lisboa, D. Fernando,
{egundo Conde de Villa Real,
Virtudes,é fpultura da fi & D.Sancho, primeiro Conde
nhora D. Confiança de Noro d'Odemira. Com etas preroga
nha, primeira Duqueza tiuas, & com o dote amplifimo, *

de Bragança, & ir que lhe fizerão a natureza,&gra


ça: aquella,numa rara fermofu
maam Terceira da ra,& prudencia: eta,em grãdes
- Ordem de São virtudes; mereceo o cafamento
| com o fenhor D. Afonfo, Con.
. Francifco. de ainda de Barcellos, & viuuo
da Condefa D. Brites. Etando |-

|| I Oi efecial ventura da ambos cafados, lhes foi dado o


noíla Religião nefte titulo de Zuque; & portanto,fe
reino, fer ella a fiel de não teue filhos delle, como os
pofitaria, que guarde honrada ouue a fenhora D. Brites,da qual
mente os corpos das tres primei procede eta infigne familia, fi
ras pefoas da fereniffima cafa cou pelo menos co agloria de fer|
de Bragança. Porque o primei primeira Duqueza.
ro Duque D. Afonfo etá fepul 2. Tomando pois o jugo |
tado hoje em são Francifco de do matrimonio fanto não per
Chaues: fua primeira mulher a deo as faudades de feu diuino
Condefía D. Brites Pereira em Epofo, mas tratou de compor
fanta Clara de Villa do Conde: com admirauel prudencia os ob
& a primeira Duqueza D. Con fequios do Duque, & o feruiço | •

tança de Noronha, fua fegunda de Deos. Embuçaua co as galas



mulher,nete nofo conuento de o cilicio, cos achaques o jejum, |-|-

Guimaraés. Nafceo eta excel cos efilos da corte a deuação,&


••• -


Íem - -
+

= -

#|-
Igo Larº I Dahlima Seraficadº, fadas
fem ºfender a Majetade fupre | As fuas faídas erão pera a noffa
ma,afi foube grangear a afei igreja, confolandofe de affitir a
ção do marido, que etimandoa | os oficios diuinos, & de ver re
muito por feu refpeito amaua a |tratados no altar os Santos, que
feus parentes . Fauorecia com tinha no coração, diante dos
fingular piedade, afi os religio quaes derramaua fua alma em
fos, como os pobres de Chrifº afectos ardentifimos, cobran
to, aproueitandofe d'huns no fe | do muito vigor pera grandes pe
guimento do ceo com os feus nitencias, que excedião as pou
| fantos confelhos,& futentando cas forças de fua delicadeza,
| os outros com grandiofas e{mo Profetou a regra Terceira de
| las Floreceo no feu tempo aquel N. P. S. Francifeo com tanta ef>
le feruo de Deos,chamado Ioan itimação do feu habito humilde,
|- ne o pobre, que no termo de Bar que o trazia patente, & com el
cellos, junto a nofa Senhora da le appareceo depois de morta a
Varzea, fazia vida angelica em quem na doença inuocaua afua
etado eremitico, & ella o vifi interceísão. E como o me{mo
tou muitas vezes, logrando em habito lhe facilitana os aétos de
fua alma os intereffes de con piedade, não sòmente dipendia
uerfar gente fanta. Donde veio com os pobres a maior parte da
a aquirir húa grande conformi renda, mas tambem curaua por
dade co a vontade de Deos, por fuas mãos aos que erão enfer
cujo repeito a cortou menos o mos. Pelo que a fua caía mais
golpe da morte de feu marido era hoÍpital de miferaueis, do
na villa de Chaues, a o qual que paço de Senhora,& Duque
amaua muito. E affi com varo za. Mas pera dar algum disfar
| nil fortaleza, fazendo fuas exe ce à virtude de curar as fuas en
quias, lhe depofitou o corpo na | fermidades, que Deos lhe com
igreja matriz, como ele auia municaua, víaua de lauatorios,
determinado. Pelo tempo adi & cozimétos d'húa herua, a qual
ante fe trasladou pera o nofo nafcia no terreiro do mefmo pa
conuento,que os Clauftraes, co ço, & ainda fe chama, herua da
acap. 53, moja º temos efcrito, & não os Zuqueza fanta.
Obferuantes antigos,tinhão da 4 . Tendo ja completa a
do à fanta prouincia da Pieda mortal vida com virtudes im
de. mortaes, ordenado tetamento
Retiroufe a Duqueza a com muitos legados pios, inti
os paços deta villa, onde viueo tuído herdeiro a feu (obrinho
muitos annos no etado de viu D. Pedro de Menezes, primeiro
lua, com grande recolhimento. Marquez de Villa Real, com
*Tr = encar —
Menores na Pruuncia de Portugal. I8I
encargo de unifa quotidiana ne |
biterio da parte da epitola no
te conuento, em cuja execução qual á face da terra apparece fó
ouue notauel defcuido, deixan a pedra, com que etaua cober
do muitos exemplos a os fantos, to; & nella fe ve a fua figura |
a os pobres laudades, pelos an com habito, cordão, & toalha |
nos de 148o. foi gozar dos ri (obqueixada a o modo de Ter
quiffinos thefouros, que nas ceira, & hum liuro aberto entre |
mãos dos me{mos pobres inuia as mãos em final da deuação.Ve
ra a o ceo. Seu corpo fe fepultou fe mais neta pedra hum bura
|
na nofia capella môr, onde ef. co,pelo qual co as contas, & ou
taua o coro, entre a etante del tros taes intrumentos tocauão •

le, & os degraos do altar. Mas fuas reliquias;& numa taboa jun
pelas mudanças dete fe transfe to della ete diticho.
rio afepultura pera o feu pref

Alfonfi conjuxDucishocContança Noronha,


Regia progenies,conditurin tumulo.
Quer dizer. Z. Gºiança de No. | cAPITVLo LVIII
ronha, defendente dº Reis, @r mu
lher do Zuque, Zom Afonfº jaz ºf Contão/e algüas marauilhas
condida neite tumulo. E com ito,
juntas as duas efcríturas, que da venerauel Duqueza, &}
adiante auemos de referir, nas reftauração da Ordem
quaes fe declara o leu nome, fi Terceira nefa
ca conuencido o engano do pa villa.
|
b.pag.327
dre º Valconcellos, que cuidou |
fer eta a Condefia Dona Bri
|
tes. Tratão della com elogios 1 O a morte deta in
*pºsºs. de Santa “ Gonzaga ,º o Iardim figne Matronafe con
d.cap. 1oo.
e.p.A. c.58 de Portugal, º Hitoria eccle firmou o bom nome,
fIan. 26. fiatica de Braga,/Agio & opinião de fanta, que teue em
| litc.
logio Lufitano, & ||fua vida. Acodia muita gente
Oll[I OS 3ll[O- a vifitar feu fepulchro, trazi
res gra ão ofertas , mandauão dizer
11C S» lhe mifa, leuauão da fua terra, -

a qual lançauão a o pe{coço em


…#… nominas. Todos lhe chamauão
*#* Santa. Clamauão os cegos, coxos,
S que
182 Liuro I. Da hi/toria Serafica dos frades
quebrados, leprolos, & enfer lhe o mal por quanto te detcui
mos, que por feus merecimen daua d’hum voto de vifitar feu
tos lhes era dada faude. E que fepulchro, ficou faam no pon
rendo motrarfe agradecidos vi to, que o comprio. Hum mini
nhão depois oferecer as infig no paralytico de braço, & per
nias de fuas enfermidades, mui na, por quem fua auô lhe man
tas das quaes pendião em glorio dou dizer húa mifa: & outro,
(o trofeo fobre huns varões de quebrado d’ambas as verilhas,
ferro, qne pera ifo cercauão a o qual fua mãe lhe veio offere
(epultura. Zelando pois fua hon cer com húas bollinhas de ce
}
ra pera gloria de Deos, o guar ra: ambos forão tambem sãos.
dião frei Pedro, com outros re Em Bragança adoeceo graue -
ligiofos, pedirão a o juiz ordi mente Lopo Vaz, o qual fe
inario, chamado loão Afon/), que encommendou em os feus me
fizeffe inquirição por tetemu recimentos, & melhorando lo
nhas juradas a os fantos euan go pera poder vifitar o febre
gelhos das marauilhas, que fe dito fepulchro,junto delle fe vio
contauão da venerauel Duque liure da doença. Co a fua terra
iza. E feita a diligencia em 23. farou de fluxo de fangue Con
de Iunho de 1488. contou o tança Coelha : d'hum incha
que agora dizemos co a mefma ço incurauel , & aberto por
autoridade, que pode ter o pro muitas partes Inez Ribeira; &
outras muitas pefoas doentes de
| 2 Húa mulher vizinha de maleitas , & mortaes enfer -
| Guimarães, a qual tinha o rofº midades. Tiradas as tetemu
to como leprofo, & os olhos (em nhas mandou o juiz que dê{-
petanas, fonhou que ella a cu fe fee o eferiuão do etado, em
raua co a faliaa da bocca, & ou que vira o fepulchro, a qual
uindo pela manhaam, que na elle deu co as palauras feguin
quella mefma noite dèra a alma tes. A redor dele tudo estaua cer
a Deos , foi vifitar o feu cor cado de muitas ºfertas : a faber
|po. Tocou com o habito, em de cera, @panno delinho, @ biza
que etaua amortalhada, as ditas lhos de terra atados,Crmãos,ºrquei
|partes enfermas, & teue logo xadas,Or dentes de cera,$rpès,grou
fy"43 7721/ttá?$ 0ffê7"fá$. , ,
|faude. A outra, que era ator
mentada nalgúas partes do cor 3 Dete modo qualificou o
| po com agudifimas dores, cu Senhor a boa opinião de fuas
|rou a Serua de Deos appare raras virtudes, defpachando as
| cendolhe duas vezes vetida no petições dos deuotos, que a
{ mefmo habito. E repetindo tomauão por fua intercefsora.
E ainda
-A

AMenores na Proullicia de Portugal.


183
E ainda no anno de 1 523. no fa palma na villa de Guimarães,
qual Ioão Rodrigues Carreze & defcançando a terra alguns
do lembrou à caía de Villa Re annos tornou a dar copiofa no
al, que dède fatisfação à mifía uidade. No de 1 599. recebeo
quotidiana, fe vião grandes ma ete habito em Roma a irmaam
rauilhas, porque diz na fua car Ifabel de são Pedro, que por fua
ta, que a terra defua/pultura fazia deuação foi vifitar aquelles fan
então milagres nos doentes de febres, tos lugares,& os outros de Ieru
maleitas, @rfafio, que a trazão em falem, onde Chrito obrou o
panninhos atada a ºpe/coçº. Nefte
nofo remedio, & tornando pera
tempo hetida por aduogada nas eta fua patria viueo (empre em
me{mas enfermidades, & hum virtude com muito recolhimen
globo de chrytal, chamado ºpe. to. Jaz fepultada na igreja de
dradafafio, que ella deixou a ef. Nofa Senhora da Oliueira, on
te nofo conuento, por prenda de tambem depofitou húa cruz
fua,fe leua muitas vezes a os em de reliquias, que trouxe da ro
fermos da villa. Mas ja cefar㺠maria. Retauroufe depois a me{-
os prodigios, que lograuão o ma Ordem com grande fuito
nofos antepafados, & póde fer das almas pelos annos de 1615.
que fe feccafe a fonte pela gran fendo intrumento principal o
de detemperança da nota ingrº feruo de Deos frei Antonio
tidão. de Chrito, guardião
Outras plantas mais pi dete con
L]CI][Os
quenas da Ordem Terceira fio
recerão à fombra deta genero |

Q_2 LIVRO"

*
-----
… • ••• • • • …
…- -\
|-* *ae ... *
- ,• • itº.-
|-
----|-·º ae|
----|- ·í
!|- ----·-
-; : ----·}
-----
·*

|-

- ***
·
·~ ~… … •
· |---.· · ·|-
----|--|-- -
|:-…- ** ----
|-:
·„ , , , ,-
-
----
--------|-
|-·-
----
-----
-
-|-- -- - - - -----• • • ?
------------|-- --------|-|-
·- - -- - - - - -----|-·|------ …- , )
-·--· *·»}
|-!·* _ ·|-
-- - -* ., !… ** * ·
·----·
*----·----*
· · · · ·*…*!}
--|-----+
|-·|-·|-·!
|----
|-· · ·----·-
··

**-******++- - -
-----

*
* * . "
--


, ! , !

*
+
----|-
|-: |-·
•-*…----
----į*
-----*…*- -*----
• v.*
|-
----•
·
----|-
·
|-----\ - - --- - --
--
------ ---- *- - -- -- - -----
-|-·…
|-|-
------ - - - - - - -----|-! --- 7-- -- -|-|-! -~~ ~- - - - - - -- -
|
· · · · *|-- - -- - - -
|--
------ ----· - ------- - - -- - - --- - ----
-- ~~~~------ - ----- ----- - -- ----+ - ------ - - __-`--- -- - - -- - ~~~~!!!---* -- •. ------ |------- :- ***- -- -- - -
-|
|-
· · · · · ·|-- -- -
|-|
-| –|- |-• • ►----|-
| Livro SEGVNDo
DA HIST RIA
| S E R A FICA DOS

FR PROVINCIA E NPoRTVGAL
A D E S M DE O R E S NA •

| |-
ORIGEM
.
, EdeSvccessos
real conuento
- S. Francifco de Lisboa.D O • •
º

•••• - --
• * #: ; } - -- - -

C A PITV L O, , I. , , uiando do caminho, que pera el


--… ", la trazia, o fanto frei Zacharias,
Em que tempo começou efie cô &feudetendoo depois em fazer o
conuento. Crecia mais eta
º uento, & quanta parte do |magoa co a fama de fuas gran
| fittio largºu depois à desvirtudes, & co a ditofa forte
cidade pera fêem | da villa de Guimaraés, onde são
| Gualter etana fem alguem ole
-, - grandeter , uar a outra parte. Pelo que im
f . ! !!! ! ! portunado de fuas deuotas quei
#VEIxos Al
#$#\ \ & magoada ef.
xas o mefmo são Zacharias, co
mo teue frades,os quaes cada ho
FA
\#}&
*2* taua a ínfigne ra lhe chegauão de Italia, logo
cidade de Life
*--* ** * *
no anno de 12 17. veio com el
- - boa, por lhe fur-| les começar efte conuento. E
sar a fanta béção do Patriarcha nete proprio anno poem a fua
| .:rafico a villa de Alanquer def. fundação os padres" frei Mar
Q 3 cos,
186 Liuro II. Da bifloria Serafica dos frades
b.an. 1 a 17 cos, º frei Lucas, º Gonzaga, & sãto F. Zacharias, os moradores,
Il. 23
c , pag.794 º Reboledo, á os quaes não dei 4 muito o defejauão, lhe fizerão
d.p. 1.1.3. xa de affitir aº Hitoria ecclef - a võtade, inclinada à folidão,em
C.49.
e.p. * c.27. atica da,Igreja de Lisboa em a efcolha do fittio. E foi efte mef
n. 2. & 1 1.
quanto e{creue fer quafi contem mo, onde agora etamos, de{po
poraneo a o dito conuento de uoado nefe tépo, & apartado da
Alanquer, poto que a ambos dà cidade, [obre húa eminencia, da
mais idade do que nôs lhes con banda do occidête,chamada.»t;
cedemos. :
"frºgºfº, por rezão dos precipi
2. Mas eta, que ele tem, cios, é hoje ficão encobertos co
fen la o não quiz ainda o padre/Fr. Ioão as cafas. Achamos aquia venerã
rig. de los Marques que a lografe em paz. da ermida de Nofia Senhora dos
frailes H e
|- remit. c. 19 E fe o fez pera ficar realçando Martyres, junto da qual fizemos
S. I. a velhice do feu moteiro de
cafº,defempenhando com ella o
Nofa Senhora da Graça, ref reinº nº fatisfação d'húa promef
5.an, 1 172
ponda alguem por ele a os em fa del-Rei D. Afonfo Henriques,
n. 27. bargos do fobreditos frei Lucas, a faber" de fundar neta paragé, zza. Monar
h. hift.tri
1 part 1.1 .c.
"Pennoto, º Hitoria da Igreja donde també os chriftãos etian ch. Lufit.
P.34. IQ,
* 5.9.8. . . de Lisboa, & "Monarchia Lufi. geirºs º ajudarão a combater a c. 28.
i. p. 2. c.75 tana; que em quanto a demanda cidade fenhoreada dos mouros, Huft.eccle
/p, s.l, 17. fiaft.de Lif
C, $2. for correndo,(ó em tres deta ci hum convento de religiofos, em boa.p, 1.
dade reconhecemos mais ãnos: c. 33, n.6
que Déos foffe louuado, como
a faber S. Vicente, Santos o ve da outra parte fe fez o de S.Ví
lho, & Chellas fendo ainda de
cente. Por eta me{ma rezão, or
frades.Veio em fim a dizer, que denandoo affiel-Rei D. Afonf>
no anno de 1 272. começou a II nos cortarão tão largamente
cafa, que hoje temos. Não lhe | o campo pera edificios, & cerca =
contaua porém, como muitos que etendendofe depois nota
mais atraz fe fazia ja a igreja, uelmente a cidade, fem o cõuen —
cõforme à bula,que no capitulo º Perder a grande capacidade
feguinte auemos de referir. Né ººm que ainda recolhe a mais de
tambem confiderou que tendo cento,& trinta religiofos, a rece
dado el-Rei a licença no de beo em fua cafa. • • •••

1216, não te auia de retardar


4. Toda a horta, chamada
atê depois de fua morte a funda hoje do Z244ue, "fe dífmêbrou da Pãº- arch. de
==. Clarº de
TLisboa.
ção tanto tempo. E te falaua do nofº cerca nos annos de 1 joo. •

clautro, & outros nouos edifi * 1592. à intancia do ferenil


cios,não tirão efes a fua antigui. fimº Duque de Bragança D.Iai
dade. --

__3 Chegado pois a Lisboa o mº, º qual o foube agradecer


Emuito bé. No dito ãno de 15oz.
CIT] pra- _=*"
*>
AMenores na Prouncia de Portugal.
187
emprazarão os frades,fendo ain Tejo,cujo real etandarte, como
da Clautraes, q o podião fazer, elle e(creue, leuarão em procif
outro pedaço della a Afons Ean faõ, @r chegarão ataa aporta da ou -
nestabellião, & a outro Afons ra, que he junto com a beira d'agua.
Eannes piloto,pera nelle (e fazer Por onde não acertou quem, im
afia rua do facco, como as fuas primindo a fua chronica na lin
trauefas, mettendo por cõdição goagem antiga, vfou aqui da
no cõtrato,que nas catas não aue corrupção dete nome,que ago
ria janella, nem freta da parte do rafe praótica, dizendo porta do
nofo quintal,& horta. Cõdição ouro. Etaua no muro velho,que
tão mal guardada, é as moletias fez? el-Rei Dom Dinys naquel q. arch.da
prefentes nos diminuem o goto la banda do rio , em cujo lu Cam, do
Lisboa,
da caridade paflada. E com eta garfe abrio outra no nouo, cha
noticia fe poderá deterrar o ru mada arcº do ouro , pelo etilo
mor falfo,que diz,que pera fe ef. prefente. - -

tender a dita horta, tapamos, &


cortamos a me{ma rua do facco | CAPÍTV L o II.
O affento dos edificios, que cin
gem toda a nofá claufura por
hüa, & outra parte, como tam 2uem ajudou mais ºs primei
bem d'algüas cafas nas ruas da ros edifícios, & quaes
Figueira,& Ametade, retalhos erão os Clerigos
forão cortados das mangas de
são Francilco, que a todos aga •
del-Rei? .
} zalha. -

|º. arch.da
igreja de 5 De mais dito, º quando I Mefino Rei,que con
| Spirito S.
l de Lisb. |
quinze tanoeiros no anno de
1318.fe quizerão arruar cõ fuas
O cedeo a licença, in
º culcãoonos o fittio, º a. Hff.ec
clefiaft de
tendas,& cafas, nelles trafpafou deu abüdante ajuda pera correré Lisb. p. 2.
hum campo o nofo fyndico, q as obras, deixando també lugar C. 27, n. 1 1

foi dado pera nès continuarmos à deuação dos fieis, cujos nomes
as obras,o qual auião miter, na | o tépo nos efcõdeo. Começàrão
| ribeira do Tejo, a º pee da barroca, los edificios todos co aquella ef
alem da porta da Gura. Deta por treiteza;& humildade,4 então (e
ta com o mefmo appellido,deri víauão na nofía Religião, né ou
uado do nome latino dura, que |uerão de fair de feus limitados
quer dizer viração, fez memo termos, fe a multidão da gente,
lf Picio9 ria f Fernão Lopes de Catanhe ordinaria nos officios diuinos, |--•

da, falãlo d'hña armada, que el não pedira mais largueza. E por •

Rei D. Ioão I. leuantou no dito |


ifo ja no anno de 1246 etaua
Q_4 prin
--*
188 Liam II. Da bifloria Serafica dosfiades
prio piada não igreja maior, na || me allectifly minifier, @ fratres Or
qual o Summo Pontifice Inno-||dnisfratrum 2anorum Vybonen/ês
cencio IV, empregou boa parte||thidem,ficut accepimus, ecclºfam cum
do thefouro apotolico, conce-|| alijs edificjs fais rufibus portunis
dendo quarenta dias de indul-||caperunt confiruere. .
gencia a quem ajudaffe eta fa- 2 Do clautro,& outras
brica. Foi dada a fua bulla em º obras a efte templo annexas f:
Leão de França, a 2o. do mez | encarregou Ioão Moniz por fuz
de Iunho, anno terceiro do feu | efpecial deuação, como diz hún
pontificado, & vêm a fer o de, nemoria eternizada em brõze,
Chrito, que deixamos referido, º qual ele a merecia, que ainda
na qual declarou pelas palauras fe acha no me{mo clautro, em
feguintes como ja naquelle tem botida na parede,&he eta, que
po fe trabalhaua na fobredita Íe fegue.
igreja,& em outros edificios. Sa

Ad: honorem: fummi: Regis: & beatifime.


eius:Matris:&beatifimi: Nuncil: Gabrielis:
Archangeli.loannes Muniz Clericus:&The
faurarius.illutrifimi:Regis:Portugfecithoc.
clauftrum: capellam.&capitulum cuius: ani
ma: requiefcat.inpace: E:M: CCC:X:
uer dizer, loão 3toniz, Clerigº, terrou pelo tempo adiante o fa
@y Ihefoureiro do ilufir fimo Zet de mofo lob Oueimado de Vafcõ
| Portugal.fez este clauítro, capela, (37 cellos, que em fegundo lugar ar
capitulo á honra do Rei/upremo@ da uorou fua bandeira fobre os mu
muito bemauenturada/aa 21ãe, @r do ros de Socotorá, quando ella foi
muito beauenturado Embaxador º Ar entrada, merecendo que o grã
chanjº Gabriel. (uja alma defeance em de "Ioão de Barros lhe celebraf j = decidº
paz. Na era de 1 31o. E foi no an fefeu nome... " . s . , [ 1-*.**
no de Chrito 1272. Do clau 3 - Era Clerigo del-Rei D. Afon-f
tro,que ainda permanece, & do fo III, o dito Ioão Moniz, & po
capitulo nos conta. A capella to que efte nome pareça fer de
deue fer aquela me{ma, a cujo capelão, applicado a oferuiço
lado vemos pegada a lamina; & da capella,ou a o fanto facrificio |
muito poffiuelhe, que aqui ele. da mifía, conuinha antigamente
geffe fepultura: mas nella fe en a aquelles ecclefiaíticos, que fer 1
--+

AMenores na Prouincia de Portugal. 189 |


uião em outros miniterios. Afi em (eu fauor nos negocios do po
c.arch da o motra " o terceiro tetamen
|Mezeca uo,lhe deu priuilegio de vizinho
conícienc.
to del-Rei D.Dinys , feito em da fua mefma cidade, admittin
2o.de Iunho do anno 13:22, no doo com ifo nas repartições do
qual efereueo etas palauras. Fa feu ditrióto. Porém o cargo de
gº meus testamenteiros (alem dou Thefoureiro o metteo nos tra
tros) a Gonçalo Pereira , daião do balhos ordinarios em quem faz
Porto,meu clerigo,@frei Ioanne, non ete officio,porque el-Rei D.Di
ge de fantº Thyrfº, meu conf/or, @ nys,gouernandoja por morte de
meu capelãº. Onde vemos diftin feu pae, flhe confifcou a fazen
ótos eftes dous nomes: o de cd da atè fe fazerem contas da do tombo l.
dos myfti.
pelão, no monge, que era capel reino, de que etaua entregue. fol. 34. . .
lão mòr: o de Clerigo del-Rei, na Mas fempre ferião boas,que quê
pefoa do deão, que fendo de tã gataua o patrimonio tão fanta
ta autoridade não auia de feruir | mente com Deos, como auemos
na capella em oficio menor. Co efcrito, não auia de fer infiel a o
a me{ma diftinção º falou o Chã | feu Rei.
d. Mooar.c.
Luft. p. 5. tre de
Euora João Martins,quan
no appei do no anno de 1 316. intituío cAPITv Lo III.
fol. 314. capella com miíla quotidiana, &
dife. Leixº logº por capel㺠perpetuº
na dita capela afia vez Roy Vicente,
Quizel-Rei D. Manueldf
meu clerigo. De modo, que os del fazer a igreja de Nefa Se
Reinão etauão affixos à capella, nhora dos Martyrºs pera
nem tínhão por oficio exercita
rem as ordens: mas erão eccle-1
lufirar mais a nº[a,
fiafticos muito graues, & letra & nbs lhe fomos
dos, de quem os Reis fe feruião | • |-
- º à mão." #
* *.
em miniterios de honra, como | ""> :

era defpacharem em feu nome,


e, || 1 | "Endo ete grãde Prin
ou juntamente com ele os ne-|#º V cipe reformado o có +

gocios do reino; no qual officio | " uento na regular Ob


lhes tem fuccedido hoje os que | feruancia em o anno de 15 17.
letão nº defembargo, & em ou como elle defejaua,quiz tambem
tros tribunaes. reformar, ou renouar os edificios
-

: 4 Delles foi o nofoloão | velhos, & intentou húa coufa,


Moniz,& mais Thefoureiro môr que por etranha,ainda que grã
| do dito Rei D. Afonfo III, pef diofa , nós melmos lha impedi
º Monar e,
foa de tanta autoridade, que o mos. Pretendeo tranfplantar CIT) •

ir 1. a 6. c. " concelho e de Euora pera o ter outro fittio a igreja de Nofa Se


1 $ •
nhora
*->
à~=*

} I9o Tºm TI T7 Serafica Tirº


nhora dos Martyres, com tenção rº, & alguns morrerão alancea
de que, ficando de abafada a dos dos mouros, inimigos da hõ
nofa,a qual ele começaua a fa ra de Jefu Chrito, a cujos cor
zer, fofem fuas apparencias tão pos foi dada nete lugar fepultu.
fumptuofas,& graues,como que ra, vierão a chamarlhe: Nº/a
ria que fofle a me{ma obra. Não Senhora dos Yartyres, o qual titulo
tinha nefe tempo eta caía da tem hoje. Intituindo depois,
Senhora a perfeição, & grande pera melhor expedição dos fa
a. Monar.
Lufit. p.3.
za, que tem hoje: º mas era de cramentos, as tres primeiras par
1&o.c. 28.
Hift. eccl.
muita veneração, & hña das pri ! rochias o Bipo,tambem primei
de Lisb. P. meiras igrejas (São Vicente foi ro,D.Gilberto, aqui aflentou a
a.c.33.n.6
& P. 2. C. &
a outra) que el-Rei D.Afonfo principal: nas igrejas de São Vi
n.6, Henriques em quanto conqui | cente, & Santa Iuta as outras. E
taua a cidade fundou nos feus ar-| com ito concorda bem o letrei
rebaldes,dando a eta o nome da ro, que à vita de toda eta cida
Senhora, Mãe de Deos, auxiliar, de apparece na fua pia bautif
& benigna Padroeira dos Chri mal,fem auer quem lhe pozeffe.
tãos. E porque elles deta parte embargos,o qual diz.
pelejauão debaixo do feu empa-"

Eftahe a pia em que febautizou o primeiro


chriftão neta cidade, quando no anno de
1147.fe tomou a os mouros.
2 Sendo tantas,&tam dig | igreja parrochial de Santa Ma
nas de particular refpeito as pre ria dos Martyres, a qual fe diui
rogatiuas dete facrofanto tem dia sòmente com hum caminho
plo, dedicado à Imperatuiz dos etreito, lhe impedia a obra, &
Anjos, preualeceo na deuação mais as commodidades, affi dos
do dito Rei D. Manoel o amor | religiofos, como dos fieis chrif
de são Francifco. E refoluto no | tãos, que vinhão ao conuento
feu primeiro intento efcreueo a affitir nos oficios diuinos. E que
o Papa Leão X, encarecendo a tudo podia remediarfe com mu
afeição, que nos tinha, que na dar a outra parte a fobredita igre
| verdade foi grande, auizandoo ja dentro da mefma parrochia,
|tambem, que pela mefma rezão onde feria renouada na fua for
| pretendia renouarnos o conuen ma antiga,quando não foffe me
to, como ja começaua a fazer. lhor. Porque auendo eta mudã.
Mas que a muita vizinhança da ça, teria ele mais goto de ree
- - - T

dificar, *-*"
(Ngºy

––1
* * * *

• ••

AMenores na Prouincia de Portugal. 19 I - -

dificar, & ampliar o conuento: dada noticia, foi tãta a nota ma


efte luftraria mais, como tãbê a goa de fermos occafião pera que
igreja da Senhora, fe não etiuef fe desfize{se eta deuota igreja,a
fem juntos: os freguezes, & de cuja fombra nos recolhemos,fen
uotos acodirião a húa, & outra do ainda aqui hopedes, que o |
parte com muita facilidade. Pe me{mo Reife defcõtentou tam
dindo pois a mudança da fobre bem de o auer procurado. Pelo
dita igreja, o Papalha concedeo que defitindo do intento, lhe
co as declarações conuenientes deu honrada, & fecreta fepultura
a tão fagrado lugar,por hum bre na fua Torre do tombo, onde
ue,que foi paísado em Roma,de nós o achamos copiado no liuro
baixo do annel do Pe{cador, a [egundo detas bullas apotoli
8. do mez de Iunho, anno de cas. Mas pois o refu(citamos na
Chrito 1518. &fexto do feu põ memoria dos homens, que mui
tificado. tas vezes atè do certo duuidão,
-

3 Mas chegando a Lisboa motramos o feu tranfumpto.


fem o agenciarmos, nem nos fer

Chariffimo in Chrifto filio nofiro Emma


nueli, Portugaliae, & Algarbio
rum Regi illutri. -
L E o PAP A x
--Y Harfime in Chrifiofili nofier, falutem, @repostolicam benedi
, homem. Cum,/ cut 24airfias tua nobis exponfecit., pf zelo de
uotionis, quam ad2eatum Francifºum gerit,accen/a dumum eiu/
dem Santi Vixbon. Ordinis fratrum 3ánorum,nuper ad regularem ob- (
feruantiam apofiolica autoritate reformatam,infais fruturis, Gr «difi
cjs infaurare propºferir, prout td jamficere incapit: fedquiahuic tuo ,
laudabil incapto, @ tam diffe domu,0) fratrum miladegentiñ, quam
Chriftifidelium adeandem domum produinis audiends pro tempore.acce
dentium commeditatibus yehementer ol/tant edificia parrochialis eccle/ e
3.3áarie dos Xartyres ex ºppolito diffe domus,anguia interjeita via,
com/fientis;@r/edificia ecclfe huu/modifolo implateam redigendo equa
rentur, p/ que eccle/facum eius teluris fuperficie, @/pulturis in alium
locum, p/usecch/ieparrochianis magis commodum, gy cumparis/altem #

qualitatis edificjs,®r campanil,qualibus dista eccle/a adprefen, contat,



•• •
- - -

•••••••••
- -- --- - -

---- - - --•-
---

- -
-

-
- - tran/- —
T

I 92 Llarº II. Da hi/toria Serafica dos frades


transferreturprojecto acatetas tua captam perte dista domus refaura
tionem,$r ampliationem libentius profequeretur, @r ex hoc tam domui,
quâm ecclfe huufinod, cum fratrum, @parrochanºrum preditorum
commoditatibus, venufias, (3) decor accre/cerent. Quare 2tarefatis tue
nomine nobis humiliter/applicatum fuit,vt impremi/s ºpportuneprouide {
re de benignitate apoifolica dignaremur. Nos iguuryotis tua 3faifa
tis in hac partefauarabiliter annuentes, huiu/modifupplicationibus inch
nati Xtatº/latitue,vt eccleiam preditam in locum, cum campanili, @r
edificip huiufmodi.per 3áufatem tuam, vtpremittitur, «Ágnandum
transferre,GY tradutis prus teluris plus ecclefe tota/uperficie, Gr/e-
pulturis intra ilus ambitum exfientibus,in loco predito,poliquam confiru
fiusfueru, ibi debitº colocandis,dái e ecclfe edificia in diffi loti, siue de
mus fabricam conuertenda advnius platee, feu alium /um dirui facere,
Çr commutari pºfit auforitate apofiolica tenoreprefêntium concedimus.
Nomºl/antibus gc, Zat Rome apud S.Petrum/abannula Pycatoris,
àe 8. lunjamo 1518 pontificatus nºfriamno 6.
CAPITV L o IV. ha alguns vetígios, em particu
lar na fancritia, que ainda eftà

Do que alguns Reis, & feus nola entrada


fu primeiro affento, a o lado
da igreja, onde foi ca
vaÉal%s na reftauração da pella mór, & dentro della o co
ro. Mas faz proua euidente a do
igreja,& do tonuento ação do primeiro pedaço da nofº
obrarão. -
fa horta, que no anno de 15oo
a 2 1 de Iulho foi cortado pera o
1. Obra mais principal, Duque D. Iaimes, porque fe de
que emprendeo o di clara nella,que neta terra entra
to Rei D. Manoel ua º quintal do fancrifião,af comº ºfiá
foi fazer húa igreja de tanta of todo cercadº/ºbre si, ºr chega aº adrº
tentação, que nella apparecefe do dito mºfieiro, que fiº ante aporta,
a grandeza de feu animo. N㺠3rparte com a horta do dito mº/teiro.
lhe bufcou nouo fittio,como cui Efe pera eta banda,onde agora
4. an. 127 a daua "frei Lucas, mas no lugar feve a capella mór, ficaua então
n. 27,
da antiga fez a noua, virando fó a porta, clarohe que a igreja ne.
dos pès pera a cabeça o corpo te proprio lugar (e virou d'húa
do edificio, de modo que,tendo parte pera outra.
d'antes a porta da bãoa do Oc 2 Em quanto a velha fedef
cidente,hoje a tem, & feruentia fez, & a noua fe obrou, víamos
melhor à parte do Oriête. Dito em falta dellas do alpendre da
- - -
|- cafa __--"
m+m +
| Menores na Prouncia de Portugal. 193 |
caía da portaria,que fendo gran Itudo deixou por acabar fua mor
de pelo cotume antigo, età ho te, inimiga da nofa felicidade.
je transformado em hum clau O mefino nos fuccedeo com feu
tro curiofo. Mas porque alguns filho el-Rei Dom Ioão III, que
fe perfuadirão, que elta era a profeguia os intentos, & efpirito
|dita igreja velha, hum affento do pae. Applicou os donatiuos
da irmandade da Madre de d'aquelles, a quem daua titulo
Deos lhes darà o # dí # de ZDom : gatou de fua fazenda
zendo, que atè no me{mo tem muito ; & fazendo tambem o
po, em que por necefidade nos frontilpicio, como motra o feu
| feruia de igreja, conferuaua o nome, entalhado na volta d'-
nome proprio, com que nafeo, húa coroa de pedra (obre a por
- • ••• • 1 •• • • |- - - -

|de algendre. Foi eferito em caí ta principal, não chegou a co


telhano a 15. do mez d'Agoto roar efte téplo cõ o vltimo rema
|de 1559.fobre alguns gatos dos te. E affi Bete nofo deséparo I]OS
|irmãos, nos quaes tambem fe encampou os empenhos de dar
|
| contauão os que fe auião feito fim,fendo tão pobres, a o á Reis
| en la mudada de la imagem de nue/ poderofos começarão. O reue
|tra Sennora del alpendre, donde ºf rendo Cabido nos deu fittio, na
rawa , al cruzero deite monºferio azinhaga entre eta, & a igreja
nueuo em quantofº acabaua
pilla. - - -

-
"…nºstra ca

- |
* dos Martyres, pera algüas capel
• |-

las.Muitos fidalgos fe occuparão


3 Occupado em fabricar a nas fuas: outras pefoas cõcorre
j
igreja ete piedofo Rei, fabemos irão cõ efmolas, atè q cançados ja
*arch da que fez a capella mòr pelo º tef por falta de cabedal no anno de #
Efperança
de Lisboa.
tamento de Dona Ifabel de Mé 1569. dêmos a capella mór a os

danha feito a 2 1 de Oitubro de ofios de D.Manoel de Lima, cõ


#
1528, no qual diz etas pala, encargo de qÍeus tetaméteiros |-

uras. 3rando enterrar meu corpo m4 | gatarião na igreja o remanecéte


capela mór de são Francyco! de Lif | de toda fha fazenda. Na fepultu
boa, a qualme deu el-Kei Zom 24. ra fele, que forão mais de qua
noel, que fanta gloria haja , que elle |torze mil cruzados: mas abati
fez. Leuantou demais dito a | das as quebras; & os gatos da
machina grande do cruzeiro, |cobrãça em Seuilha, feria o que • • • • •

dando com ele principio às qual reftafe. , º .


• .

tro capellas colateraes, & a o} 4 Muitos fez, & todos bê em


corpo da igreja. Mas porque o | pregados, a irmandade da Ma
pezo de tanta obra caminhaúa |dre de Deos na fua grauifima
deuagar, & ele por muitas par |capella, cujo campo agora he o
| 1v. * * * * * ** P •- * *

tes acodia à retauração da cafa, de duas, que nós lhe dêmos na


*

- - - --- - - R -,
__ --• nefa –
…………………--
| | 194 Liurº II. Da Muna Serafica dos frades
c.arch.de noíla igreja velha:º hüa, de No!- /tria, @r ajuda pera elas. Donde
S Clara de
Lisboa. fa Senhora de Beleem; outra, de tomou confiança pera fe man
São Luiz, ou de Santa Cathari. dar pintar a os pés de fanto An
oa. E dº tempo,em que fe junta tonio no fobredito painel,abrin
são ambas , tetemunha hum do tambem fuas armas fobre a
afento deta mefma irmanda porta principalpotoque o def
de, feito a treze de Maio de cuido d'hum pintor lhe tem tro
1515. dizendo etas palauras. cado as cores. . . . .
…/{entarou em meza los hermanos, que 6 Numa pedra da enferma
/* derribºfon vmos arcos, y pared, ria achamos efcrito o que fefe
quepartial típla com la atra de mas gue. Esta enfermaria mandarão far |
baxo, y/e hizº/e ali em arco gran zer os muito honrados barões Fernão de |
|de, y/º derriba/ tal, l, de mas fa (filho, @ Ziegº de Torres@y-Alanjº |
|falos cimentos, y felleuantafe, y hi de Torres,feus genros, por/ua deuação.
zu/e em perfecion. O que bata Era 1523. Diogo de Torres era
pera desfazer os fumos de quem o que chamarão º velho, cuja fi
tinha pera fi, que a capella co lha Dona Antonia de Torres foi
meçara numa ermida contígua, cafada com Dom Rodrigo de
& que afi como a parede ferom Menezes, Trinchante del-Rei
|pera pera a banda da igreja,tam Dom Ioão III & Veedor da fa
| bem fe poderia tapar fem nofo zenda da Rainha Dona Catha
| confentimento. , rina,fua mulher. Afonfo de Tor
. .
|| 5 | Mas tornando á piedade, res fez tambem na igreja húa in
|& grandeza do me{mo ReiDom figne capella, chamada ainda
| Manoel; elle nos fez o refeito hoje por feu repeito do Torres, a
rio, de que ainda víamos, como qual foi vaida a São João de La
feve pelas quinas reaes, & pela terano em Roma com os mui
fua esfera fobre a porta trauefa, tos prinilegios, que tem. As ou
no painel, & nas vidraças anti tras obras foi fazendo o braço
gas do anno de 15 18.Tinha po de são Francifco pelos guardiaés
rèm humpriuado, que nunquaº da caía, & netes vltimos tem
defuieu, mas fempre o inclina pos nos derão grande ajuda
ua ao bem, & à virtude, o qual || pera ficar bem ornada
foi Antonio Saluago , Thefou e os nofos irmãos
reiro da Rainha Dona Maria, , , Terceiros.
darch, de
S. Anton. fua mulher, de quem "achamos º * - - (?),
|-
da Caft. e{crito,que fez muitas, @ grandes || •

ºbras, no conuento de são Francfo de | - -


" " …##s…
- 2ysºcygº • •

Lisboa, procurandº as finolas del-Kei | :.



|-
: , . - ( - - -
}
- -
, !

Z2. Xanoel, @r dando muita indu. -



- -
* *
|-

- *

----+
".. º CA
*>=
- *---- ----- - - -- ---…------ - - …>-- --- …+…+ + =*
AMenores na Proullitta de Portugal. 195
Deos (e cômunica, etimandoas ,
obre todos os tabernaculos, & |
CAPITVLo V. moradas de Iacob. O me{mo Se
nhor tambem, homem, & Deos
Excelencias da igreja defia facramentado,cuja prefença real |
tafa: proclfio antiga, que he a maior fermofura da militáte
fº fazia a ella,&tafos Igreja, neta età em dons alta
de S. Antonio. res cógrande veneração;&quã
do faie a publico no thronofa.
cramental,he tanta a majetade,
I Dificado, & poto em & põpa, que fe afemelha muito
- perfeição ete majeto co a grandeza do ceo.
fo téplo,fuccedeo ao㺠2 E fazendo allusão a o
e.Pí.86.
tigo nas fuas prerogatiuas, & al que diz" o Rei Profeta da cida cit, n.4.
cançou tantas ventagés, que fen de illutrifima de Deos, aqui ve
do d'antes a fua gloria grande, a mos em myterio as pefoas, &
prefente he maior. Em ambas as nações,de que elle fez lembran
4,PÍS6.
v. 1.
fundações fe podia dizer" delle, ça. A venturofa Rahab,que efca
que lançára as raizes no cora pou da morte em Iericò por me
ção d'hum monte fanto, por |io d'hum cordão vermelho, que
que etaua femeado dos offos lançou pela janella, nos irmãos
d'aquelles martyres, como os |t das chagas, & cordão de nofo
chama a piedade chriftaam, que Padre ferafico. A Babylonia |
morrerão gloriofos co a efpada fantamente conuertida, na lua
|dos mouros na conquita de Ordem Terceira da penitencia.
| Lisboa. He dedicado a Noffs #Os etrangeiros deuotos, nos
Senhora dos Anjos da Porciuncu "Helpanhoes, que primeiro le *

|la, a qual por fer Padroeira ti | uantarão a irmandade da Ma +

| tular tomou pera fi o retabolo dre de Deos , depois a de são |


maior, onde a vemos pintada, Diogo. Os Ethiopes tifnados,
| além d'outros dez altares, nos nos pretos, que feruem em con
quaes todos a feruê os feus deuo.fraria a Nofía Senhora de Gua-|-
tos noutras tantas confrarias. De dalupe. E finalmente os Prin.
modo que, fendo vinte & qua cipes, nos nofós Reis, & Rai
tro as capellas, & altares, os nhas, muitos dos quaes fe pre
onze são da Senhora; & ajun zauão de reftarem matricula.
tando o que das grades do coro dos nos liuros de algüas irmanda
com htía imagem fua dominato des. Foihtia aquella de são Fran
b. Apocal.| do o templo,nelles achamos *as |cifco, que no anno de 1445. d atch. d. |-•

C. & 1 • V, I.2.

doze portas do ceo, por onde º mudarão csi mercadores ºpera me{maigre
ja.
R2 a igre
----
-*-


196 TLTIDTASãTZ •

à igreja do Elpirito Santo, que zião finquo milias. A terceira,


tambem adminitrauão,ãqual os quando fe contauão quatorze do
Reis, como irmãos, confignarão mez d'Agoto, no qual dia fe
vinte cruzados cada anno na fua alcançou a vitoria, era procife
Cafa das carnes. Outra de fan faõ alegre, em que iaõ ja calça
to Antonio , que pela mefma dos com todas as fetas de Cor
rezão tinha delles ordinaria pus Chriti,a o conuento de Nof
de cera, & de dinheiro. Na de fa Senhora da Graça, onde de
Íefu os achamos tambem af pois de pregarem (e dizião fete
{"fentados por irmãos. Da Ma mifas em memoria dos fete go |
dre de Deos, & Ordem Tercei zos da Virgem. E fendo todas
ra diremos em feus lugares. Mas approuadas por carta del-Rei D. !
ete he o mais proprio da deua Ioão I. paflada em Guimarães a
ção, que motrou a Rainha D. tres do mez de Nouembro,anno
Luiza Francifca,que Deos guar de Chrifto 1385. em que el
de, em fer eta a primeira igreja le triunfou nos ditos campos,
de Lisboa, onde entrou co afua vierão a efquecer pelo difcurfo
familia Real em dia da Porciun do tempo, & a vltima sòmente
cula.….… * * * : età hoje renouada. Era a nofía
*3 - Nella me{ma afentou o imagem do Saluador hum Cru
| Senado deta inclyta cidade,que cifixo deuoto, o qual agora età
todos os annos fe vieffem dar na capella do cruzeiro, que he
| as graças ao Senhor, que repar de Pero Barriga,de quem apre
|te os imperios, pela infignevi goa húa pedra, que pelºjou contra
#
-
toria dos campos d'Ajubarro |wfieis quarenta annºs honradamente
|ta, porque decretando a ete |O Cardeal Rei Dom Henri
fim procisões,nas quaes concor que lhe tinha tanta deuação,
-
|ria o pouo coanobreza, as prin que celebraua no feu altar mui
[2S VEZCS, ** …; … - … : 1:. ::
{e.arch. da cipaes" forão tres, continuadas.
Camara de
Lisb. l. 2,
em tres dias fem auer interrup 4 Nete conuento fe depe
dos myfi. ção. A primeira fazião todos dio de Portugal o padre fanto
|dos Reis
fol. 139.
defcalços a o moteiro da Santif. Antonio, como tambem os fin
1
fima Trindade, no qual depois, quo Martyres de Marrocos efe
| do fermão fe celebrauão tres mit auião de pedido, quando atrás
|fas em louuor das tres Pefoas di deles fe embarcou pera Africa,
|linas. Na fegunda “vinhão à donde Deos o defuiou por efpe.
|nofa igreja; & todos tambem cial fauor, & o metteo em Italia; }
| defcalços, vifitarhüa imagem do E no dia,em 4 foi canonizado na #
Salaador, a cujas chagas fantil. cidade de Elpoleto, que os vizi
finas, acabado, o fermão, fedi nhos de Lisboa, arrebatados
< 5;
de -

A1g/wres na Prouncia de Portugal.


197 =>

de Iuperior impullo,fe pedião al altar, de venerauel a{pecto, a qual


|
uiçaras, repicandofe os finos por |
muitas vezes parece que repre
mãos dos Anjos com demonf fenta celetiaes replandores.Di
trações alegres, fem conhece zem algüis pefoas, as quaes tra
rem a caufa dete grande alvoro tão do epirito, que numas occa
ço, no mefino conuento, & nos fiões o virão com o roto carre
|{eus religiofos fez muito mais im | gado, & noutras com o femblãte
prefsão a virtude do Senhor, que alegre, declarando em fimefmo
| a todos enchia de alegria.Quan: o diferente fentimento,que me
do depois veio a noua, a elles fe rece a difpofição das almas,ou o
|

derão os primeiros perabens, & fetado do reino. No anno de


|
neta me{ma igreja fe leuantou a 1628. etando em oração húa
fua primeira imagem,que foi vi pefoa de conhecida virtude, cu
ta nete reino. Aqui tambem jo nome efcondemos por incul
obrou o Santo a maior parte dos cartão sòmente o patrocinio do
feus milagres antigos, que em Santo,quando mais fe eleuou fua
Lisboa fe virão. Breuemente alma,vio a Chrito Senhor nofo
lhe fizerão os deuotos irmanda com hum grande azorrague,que
de, que hoje anda nos nobres, & ameaçaua cõ açoutes a Lisboa.
liu da ir efa de tanto credito, / que no Queira ele por fua mifericor.
{# anno de 144o. intituindo hof dia,que não cheguem os que nôs
pital neta cidade Ioão Afonfo ilhe merecemos. Vio tambem,
d'Alanquer, Veedor del-Rei D. que o feu natural fanto Antonio { |
Ioão I. a os irmãos encommen protrado com humildade a os
dou a fua adminitração em fal pês do rigorofo Iuiz, lhe pedia,
ta de defcendentes. A ofeu altar & alcançaua, que por então fuf
g.arch. da
vèn < tambem todos os annos a pendefe o catigo. No me{mo, |--

mefma ca Camara por mandado del-Rei tempo fuou duas, ou tres vezes
II]àIâ» | D.Manoel agradecer com fuffra eta fua facratifima imagem tan
|
|
gios a dadiua grande do campº ta copia de agua, que não podia |
do Alqueidão,o qual rende mui. etancarfe. E poto que fe fecha
tas vezes perto de trezentos mo rão as portas por atalhar a tu
ios,&lho dotou D. Sancha, cu multos do pouo aluoroçado,
jo corpo jazia na noíla igreja ve a marauilha foi publica
Íha. Aífite no feu ofício com a muitos religio
fos diante de
trinta merceeiras, que pertêcem
feculares.
à capella. - -
Enuelhecida a primeira
imagem dete glorioto Santº, no (*) -
anno de 1576. (e poz outra no
R3 CA
- 198 Liuro II. Da bifloria Serafica dos frades
Sant-Iago Maior, 25 de Iulho de
CAPITVLO VI. 15o 2. congregados na nofía ca
fa do capitulo elegerão de com
De duas imagens milagrºfis mum confentimento os primei.
meiros oficiaes,que aulão de fer
| da Senhora, & hum trºfeo dos uir. Pelo que ainda hoje no mef
milagres de nºfº Padre fê mo dia feftejão húa imagem de
rafico, to a memória te fagrado Apotolo, que o dito
Pedro de são Pedro, indo depois
de hum religiº/9 em romaria, trouxe configo de
deu"to. Roma. A irmandade foi em tan
to crefcimento na opinião do po
| I E hña detas imagens uo,& no feruiço de Deos, que os
a qué nós chamamos Romanos Pontifices lhe conce
Xadre de Zeos,cuja oc derão muito grãdes privilegios.
cafião,& principio foi ete.Con E querendo muitas pefíoas de
corrião em Lisboa por rezão do uotas grangear o emparo da Se
feu comercio muitas nações ef nhora,na hora da morte fefazião
trangeiras, em particular as de feus irmãos. Outros, pera irem
| Hepanha, nas quaes algüas ve defcançados,lhe deixanão entre
|zesfe via muito grande defempa gue a fazenda com o defcargo
ro. Os prezos não tinhão fauor das almas, no que ella fe motra
pera o feu liuramento: os enfer tão põrual, que no difcurfo d'hú
nos morrião nas etalagens, & anno, quando nòs fizemos etas
i nauios fem auer quem os curaí memorias, tinha mandado dizer
fe: & a os mortos falta ua a cari 4779 mifas, entre cantadas, &
| dade dos viuos pera lhes dar cõ reza das.
ueniente fepultura. Confiderou 2 Mandarão trazer de Flã
| tudo ito hum ouriues da prata, dres a imagem da facratifima
por nome Pedro de são Pedro, Virgem, a qual etando num al
& compadecido de miferia tão mazem da cidade com muitas
grande intituto húa fanta irman | mercadorias,tudo amafiou o edi
dade, que tiuefe por oficio aco ficio,que de repente caio, & sò.
dir a eftas neceffidades.Os com mente o caixão, em que etaua
panheiros cue pera ifo bufcou, mettida, ficou inteiro, & são.
poto que affitião na cidade,qua Obrigado dete cafo, que parecia
| fitodos erão tambem etrangei milagre, o eferiuão da irmanda
tos, Bilcaínhos, & Caftelhanos.
de Metre Hieronymo,ilumina
| Etomando por proteótora a Se dor,&morador na rua noua, qual Reg.
<
2•

nhora Mãe de Deos, em dia de outro º Obededom, a recolheo ! --**


CTT)
_-"
-=====

Menores na Prouincia de Portugal. 199


em fua cafa, donde depois a con Infanta D.Maria,filha da mefus
duzimos em procifsão pera o nof D. Leonor; & a Rainha D. Ca
fo conuento, acompanhandonos tharina,mulher del-Rei D.Ioão
nella os padres de são Domin III. Todas quatro forão irmans
gos,da Santifima Trindade , & da Senhora na afeição, & no no.
do Carmo,com innumerauelgê me. Da Rainha D.Leonor Íe diz
te,cujos applaufos accendeo ain em particular,qne nunqua faltou
da mais hum elegante fermão,4 nas veíperas, nem na mifa do
no fim dete acto folemnifimo dia da fua feta,o qual hea quinze
prêgou o Metre frei Luiz de d'Agoto. Viuua do dito Rei,&
Raz, nofo Minitro Prouincial. cafada depois com Frãeifco, Rei |

Reprefenta deuação, & majeta de França, fempre de la lhe ref.


de no throno, em que eftà affen pondeo co as efinolas ordinarias.
tada, eta Senhora fantifina, & E vindo a Badajoz, viuua ja do
tem à parte direita o feu Minino Francez, pera fe ver co a dita fua
b.l. 1. C. 19 | Iefu, como ja º temos notado filha,dahi me{mo inuiou áirman
noutras imagens milagrofas. E dade húa carta com os quarteis
vendo o pouo a corrente de fias atrazados. Finalmente entrando
mifericordias, a ella vinha ofeneta cidade D. Filippe, o I. que
recer cada hora petições. A ci reinou em Portugal, foi feruido
dade tambem nos grandes aper de que tambem o feu nome fe
tos, ou fofem feus, ou do reino, efereneffe entre os outros ir
ou do elado catholico, a tiraua mãos. E com etas demontra
em procisão pelas ruas, rebaten ções, muito dignas de Principes
do comete impenetrauel efeu catholicos, ficou reprefentando
do as fetas, que do ceo fedefpe Lisboa º os piedofos obfequios, c. Baron.
dião. E erão tantos os fauores, tom. 5. an,
com que em Contantinopla de 431 º
que em tetemunho deles no fenderão incançaueis o nome de
anno de 1517. pendião do feu 2áãe de Zeos neta Senhora pu
retabolo muitos corpos, & mui rifima o Emperador Theodofio
tas partes de outros corpos de i o moço, & fua irmaam Pulche
.

prata, conforme a relação dos fria.


liuros da irmandade,pelos quaes 4 A outra imagem he de
tecemos eta hitoria. …º
Nº/a Senhora do Emparo, cuja pie
3 Pelo que forão fempre fin dade merece o appellido em re
gulares os afectos da deuação, zão das grãdifimas mercés, que
que lhe tinhão as Majetades nete tempo tem feito a muitos,
Reaes, auentajandoÍe muito as que fe valerão da fua intercusão
Rainhas D. Maria, & D.Leonor, Algüas dellas temos achado ef.
mulheres del-Rei D.Manoel: @ critas do anno de 1 631, até
\
R4 1 6 17.
2OO
Lurº II. Dahlbra Serafia dº fradº
. 1 637 no liuro da confraria mas a cata, que elle lhe fez na terra,o
por ferem ordinarias neta ofici" chamou pera a fua do ceo dia da
na fanta defuiaremos a penna Pe Purificação, como ele auia prog
ra o padre frei Manoel d'Amo noticado, 2.do mez de Feuerei
rím, que foi a occafião de fuas ro de 1 638. Os prêgadores do
miferic rdias. Era homem incli: conuento, que nefa manhaam
nado à virtude, & adornado de tinhão fermão na cidade, louua.
muitas na obferuancia da regra, rão muito tuas virtudes do pul
& na pureza da vida, que lutra pito.
uão grandemente co as fombras 2. No pateo da igreja acha
de fua finceridade; & feruendo mos, à mão efquerda de quem
}
na deuação da Senhora com to: entra, leuantada hüa Cruz por
da a alma trataua de a feruir. memoria dete milagre feguin
Tão defuelado o trazia ete pen te. No anno de 16o 2. partio a
famêto vnico, que atè de comer, nao São Francifco dete reino |
& vetir fe efquecia. O panno pera a India, & chegando ja à vi
das bragas,parte da fua reção,to ita da fortaleza de Coulão, vef>
das as velas de cera, que lhe da pera de S.Thome,ficou pregada
uão nos enterros,algüas e{molas, num fecco (em auer força huma
+|-
que pedia a deuotos: tudo ito ma,que por efpaço de finquo, ou
ajuntou em muitos annos com feis horas a podefe arrancar. Pu
|licença dos prelados,& com ete xaua o cabretante por poppa,
cabedal, ajudado da indutria, do etibordo trabalhauão por
lhe preparou apozento, qual cõ lhe dar muitos nauios reboque,
uinha a quem era Mãe de Deos. & ella rebelde a toda a violen
Concertoulhe a capella, fez re cia entre as treuas da noite mo
tabolo, deu ornamentos,& peças traua, que breuemente fe faria
curiofas,que feruem no feu altar, em pedaços. Nete tempo vindo
intituio confraria, & deixou a hum homem de terra encõtro La
em etado, que os fieis tiuerão outro na praia, que ele não co -
goto de a poderem bufcar em nheceo,o qual lhe diffe etas pa -
fuas necefidades, & ella occa lauras. Toma ele cordão de S. Franz —
fião de lhes dar o feu emparo. c/co, @ da nao toca cº ele º mar, que e
Com ito andaua tão confolado, logº ele andara. Affi o fizerão os
que ou na fua prefença, ou no marinheiros pela parte do bom —
coro,donde via a capella, fe não bordo,& no ponto que a ferafica
chegaua a eleuarfe no feruor da infignia tocou no elemento da
oração,pelo menos daua muitos agua, deu húa volta a nao per>
finaes difo. Querendo pois a fa eta me{ma banda contra a for —
cratifima Virgem fatisfazerlhe ça, que da outra lhe fazião, &
leuau-_-
Menores na Prouincia de Portugal.
Ieuando a amarra, fem leme, & io daObferuancia maiores fique -

sò co a feuadeira faltou do bai zas ficou herdando do ceo nas |


xo,em que etaua,no pego.O cor veneraueis reliquias de muitos |
dão fe depofitou depois no nofo fantos,& fantas, cuja morte auia |
conuento de Cochijm , onde fido preciofa em os olhos do Se |
Deos por meio delle fez outra nhor. A Rainha D. Catharina |
grande marauilha em frei Dio lhe deixou em tetamento hum!
go das Neues, de cuja vida def cordão de nofo padre são Fran:
confianão os medicos, por rezão cifco numa # nha de prata,
d'hüa doença mortal, & d'hum a qual depois le desfez pera obrar
accidente, que auia fete horas a cutodia, onde fe guarda a par:
lhe tinha prezos os fentidos,& a te, que lhe ficou na repartição,
lingua. Foilhe poto fobre o pei que fe fez delle,&era bem efeu
|to o milagrofo cordão, & de re fada. Húa partida grãde nos deu
pente ficou são co as forças tão Simão Ribeiro Gigante, & nós a
inteiras, que pode acompanhar elle é retorno húa capella na igre
os outros religiofos na procisão ja pera fua fepultura. Afaber,par
de graças, que logo fe fez atè o te do sãto lenho da Cruz, & reli:
coro. De húa,& outra couta for jquias do Apotolosão Bartholo
darch.de
mou "procefios em dez do mez meu, onze mil Virgens: marty
fia Prou. de Ianeiro de 16o 3: o Vigairo res Innocentes, Thebeus,& Mar
geral da fobredita cidade. Po chabeus : confeflores gloriofos
rèm os marinheiros da nao, que Antonio, Diogo, & Honorato:
nella tornarão a Lisboa, fazendo nha,&martyres
lantas s Mariº
& com ellas
Felícula;i&virgen hú •

d'hum matro eta Cruz, aqui


na porta de são Francifco a vie Sudario de Chrito,muito digno
rão aruorar,como trofeo glorio de grande veneração, por fºrte
|fo do milagre, que ele tinha o cado no proprio, que feguarda,
|brado, :: … º … , , , …..…"? [] em Saboia,& copiado por elle.
* \,

- .… i] … De Roma nos mandou


VII.…… | húa deuota Portugueza, chama
* * * ** . . ... ; || da Filipa Gomes, outras prendas
+ |
Dº grandº thfunderth- | do me{mo Maior,
são Bartholomeu, #
• •

Sant-Iago & dos fantos


º quias
* *
, que bgrafeº
*, 2….….
* |-
Lourenço, Vicente , & Cecilia.
….…….…."núclitº a < ..….… Aqui tambem feveio defobrigar
…; …, …; …!, …: 1:, …….! : , :-º hum peregrino do furto, que tiº

*"

@ #!
!

Vanto ellefe foi abra-| nha feito d'húa parte notauel da


gando mais co a por cabeça da gloriota fanta Barba
breza da terra por one- T4 numa villa do Bipado. o Sabiá

|i
}

— # —===---- -- .- --- - -- - ----> -- -, - -- - - - nenfe 1

--•••••- - -
* - - ----+---- -*-- -------• • •• • • -
Zoz Luro II. Da bifloria Serafica dos frades
nente em Italia. Deixou a nelte ferue de ornamento. Mas Tobre
conuento, o qual ajudado da tudo merece noffa memoria a ca
muita autoridade do Embaxador pella, que dentro da fancritia
loão Gomes da Sylua teue licen mandou fazer o dignifimo Mi
ça do Papa Gregorio XIII, pera nitro geral de toda a nofa Or
a poder lograr. O real moteiro dem,& Bipo de Vileu Dom frei |
de Santa Cruz de Coimbra nos Bernardino de Sena. Porque,
fez graça d'hüa cota dos nofos deixãdo o material da obra,nella
Martyres de Marrocos à intan feve húa imagê da immaculada
cia de frei Chriftouão Carnei Senhora da Cõceição,feita porhù
ro,prègador infigne daquelle tê frade nofo Caftelhano em Ma
o. Por outras vias alcançamos drid, com tanto primor da etculp
alguns depojos do noffo S.Luiz tura,& com tanta perfeição, que
Bipo, fanto Acacio, fanta Chri os Phidias, & Praxiteles antigos,
fina,& grande numero de feme os quaes forão afombros neta
lhantes penhores, a qne os San arte, fe poderião humilhar reco
tos no ceo tem vinculada a lem nhecendo ventagens. Ao menos
brança. . . . . , co as roupas fe tem enganado
Pera todos fe fizerão fu muitos, que as julgauão de feda,
|tinentes, & reliquarios confor fendo ellas de madeira. Età fo
me a o nofo cabedal, depofitan peando a hum globo marcheta
do grande parte numa capella ldo de reliquias, & outras são
|junto da fancritia,que pelo mef. tão batas por todo o feu reta
|mo refpeito fe chama a capela das bolo, que he hum puro reliqua
|reliquias. Muitas etão colocadas rio: ' " * * * "; .

|obre a grade do coro em boa 4 Temos aqui finalmente.


|difpofição,& concerto.Na capel |os etimaueis depejos daquel
|la dos Marquezes de Catel-Ro-. les-fete follados da milicia de |
|drigo (e guarda, efcondida em| Chrito, que até a morte pelle
|facrario, húa do dito Lenho da} jarão em Marrocos pela defen
| Cruz. No altar de são Diogo, |faõ da fé. Era hum, Fráncifco da
|outra fua num meio corpo de Eperança, o qual como rota en
|prata:a irmandade da Madre de | tre agudas e pinhas nafceó na
Deos tem fantuario das fuas: a | me{ma cidade de pae Elche, &
ordem Terceira poñue húa das mãe Moura. Os outros,erão ca
lanças, com que forão atrauetia-1 tiuos, & filhos de paes catholi
dos nas cruzes os nofos Marty cos: a faber,Simão de Freitas, &
res do Iapão; &bem podemos | Antonio da Sylua, naturaes da #

cuidar que, por fertãto de Deos]|villa de Setuual: Domingºs,da


eta cafa, a me{ma fantidade lhe de Gouuea: Francico Ginez, de
• • •- - --- - -- - -- --+--- - - -- ----
—*--*
….…- - - ------ -
!
1
Menores na Prouincia de Portugal. . 2o; |

Monção: Amaro Gonçalues,de tos com dous pannos, de linho


Collares: &Ioão,que nafceo em hum,de feda outro. Celebrão a | . :
| Pariz,&fe criou em Lisboa. Nel fua ditofa forte º Mendoça em a | a parte 3 |
|les todos obrou tanto a graça ce; jornada de Africa," Duarte Nu b.cap.62. |
*-pag. 159.
letial, que fendo moços na ida nes, e & Vafconcellos na defcrip |
|

de de doze annos atè vinte, nem ção de Portugal, "a Hitoria ec dp.c.91
e..] 2.c4 S.
|
|as delicias do paço, nem os fauo | clefiatica de Braga, º frei Ber 1.& c.9 S.
res do Xarife,nem as fuas amea | nàrdino de fanto Antonio no 2. & c. 12
§ 6.
|ças, nem açoutes, nem ainda o epithome das redempções ge
garrote os poderão apartar da | raes, & f frei Pedro Lopes na fl. 1-C.74
|caridade de Chrito,perdendo a |chronica da Ordem da Santifi
|vida temporal por ganharem a ma Trindade. - - - -- - - - -
--
}, * -

eterna, em glorio(o triunfo no * * * }

anno de 1 585 a 4 do mez de Iul CAP 1Tv Lo VIII.


lho. Seus corpos forão lançados
• • •

- "...f. * * **

• • • •

num poço, donde fecretamente


os ouue, pera os trazer configo, |D venerabalpadre fºi Ivă,

| D.Francifco da Cota, que neffe| … de Lisboa,com b㺠vi


|tempo refidia em Marrocos por || t | . fiõ my/terio/a
|###########|
|I.fobre o regate dosPortuguezes|| "}" : •
|
|catiuos. E atalhandoo a morte, | 1. \Os religiofos, que co
| ordenou o dito Rei, que em lugar feruor do efpirito aqué |
| do feu corpo, ou à fombra delle | primeiras pa
... " : tarão as
| os trouxefem a Lisboa, & depo redes deta cafa, não temos tan
|fitafem em ete nofo conuen ta noticia, como era neceffaria.
tO. Mas fabemos fer hum delles o
Etiuerão em hum cai Varaõ illuminado , frei loão de
xão na cafa da fancritia atè o an Lisboa, cuja vida admirauel em
no de 1641.no qual a 21 de Iu toda a perfeição o poz no etado
lho por indutria dos padres frei daquelles mimofos familiares de
Francifco de Iefu, & frei Chrif Deos, a quem elle communica
touão dasChagas:hã,guardião,& de mais perto, alleuiando feu de
o outro,sácritão:mettido em hú terro ca na terra com algüas só
nouo o fobredito caixão, forão bras dos gotos incomparaueis |
| afi colocados em hum nicho da do ceo. Era muito ordinario fa
capella de S.Ioão de Capitrano, zerlhe efte fauor nas fetas mais |
illutriffimo defenfor da Chriftã principaes,quando no tempo das ••

dade. Nete tempo forão vitos: ve{peras, ou matinas, ou mifía


muito aluos, cheirofos,& cºber condentual, effertando feu efpi.
* * * ** T1[O

=========
- -- - - - —
2O4 • Llarº II. Dahlma Sarı dos frades
— |
| rito com os diuinos louuores,co O qual trazia nas mãos húa pen
a 4.Reg. 3 co." Elifeu a o fom do feu píal. na de ouro,caniuete,& toalha, &
V. I $ • teiro, fe fazia mais capaz das di chegando ao pulpito, dõde hum
|uinas influencias. Chegou o dia religiofo etaua lendo à meza,
alegre do nafcimento do Baptif | |abriolhe co caniuete o peito, &
|ta, no qual ele,por fer fanto do | depois de lho lauar, & alimpar
feu nome, com maior confiança | muito bem,co a penna lhe efere
as etnua efperando. E vendo que ueo no coração etas palauras
|fe paffarão as horas,& que não ti feguintes. Ioannes /* nomen eius.
|-
nha os fauores cotumados,com Querem dizer: O feu nome he Jºão.
batido de fobrefaltos humildes, merecedor de andar fempre ef>
fe por ventura aueria commetti crito com letras douro,& de tra
| do algúa culpa, com que os def zermos nos corações a deuação
| mereceffe,poto que não era del dete Santo. Foi afi continuando
la fabedor, desfaziafe em lagri o Anjo, & depois de fazer ete
mas pedindo a Deos, que não o | fauor a os outros, tornando a o
defemparafe.Com efte requeri principio, a todos fechou com
mento fe deixou ficar no coro ambas as mãos o peito, dizendo
quando cs outros entrauão no | com alegria. Confirmatum finomen |
refeitorio, no qual tempo ouuio cius. Cºfirmado fiº ºfeu nome.Quiz
| húa voz, que lhe dizia: Leuantate| pafur fem e(creuer o fanto no
frei loão, Çr não cuides que es melhor| me no coração de tres delles: a
que os outros. Casa o refeitorio, @/e- fiber,o Leitor do conuento,por
gue as communidades. Enuergonha que em dia de tanta folemnida
do comito, & mettido em ma de faira fora,ainda que a pregar:
iores confusões abaixou a cabe & {eu companheiro, que fez a
ça, & foi pera onde o manda me{ma aufencia: mas a rogos do
uão. - - * venerauel frei loão lhes conce
2 . Mas eomo o intento do deo eta mercè O terceiro,a qué
Senhor não era defconfolallo, fe
totalmente a negou,foi hum no
| não motrarlhe que mais cer uiço,o qualetaua ja refoluto em
to he achallo pelo caminho tri deixar naquella noite o habito,
lhado da vida commum,que nos & porque era membro podre, &
retiros fingulares,como tambem feparado no animo da fanta cõ
|experimêtou o gloriolo "S.Tho
B.Ioan. 2o. munidade, núqua o Anjo o quiz
"jv 14 & 26. ne,logo lhe rettituío a grandei admittir na fua graça. Iuizos al
| S. Bernar,
ferm º de confolação, de que o tinha pri tiffimos do Senhor, que deuemos
Afcent,
undo. Efcaçamente fe affentou venerar, por quanto ete nouiço
no refeitorio quando vio os ceos era pefíoa de muita autoridade
i
Abertos,& que decia hum Anjo, no mundo, & trazendo à Reli
{ *> __gão –_-
*>=

Menores na Prouincia de Portugal. 2oy


gião co feu exemplo a outros,sô. fados, inculcando por maior
elle não foube perfeuerar. " grandes virtudes, que a fua bre
3 O Seruo de Deos,que tu uidade não deixaua dizer em par
do efteue vendo, alentado com íticular. Singularizão porêm nel.
1 - - - - - - - • • •

. eta, & outras muitas visões foi le extremos de penitencia, por


feguindo o caminho da virtude que nunqua trouxe mais que o
atè chegar aº ceo, no qual o habito fingello, com o qual ou |
mefmo Senhor fe reuela a os cobria o cilicio,ou co afua ape
fantos com o róto defcoberto. reza mortificaua a carne. Affi |
Trata delle frei Artur a 24 de paflaua os rigores do inuerno, fe |
Gean, 1249.
n. 7.
lulho, & “frei Lucas no anno malvetido no corpo, cõ os pés |
de 1249. poto que pelas chro mais que defcalços fem fanda
nicas antigas não he certo ete | lhas,nem tamancos. E futentam
tempo. Occuparão tambem cõ do a vida sòmente apão,&agua, |
dp.1.1.so.
e.36. ele as fuas pennas "frei Marcos, de tal modo o confortaua o po
e-pag.794.
fp.2. c.49
º Gonzaga, os Autores da fºHi!- derofo Senhor, que podia aturar |
I]. I I. toria ecclefatica de Lisboa, & os maiores trabalhos da noffa
4.1.*.in ap
pend. c.6. da * Chronologia monatica Lu Religião nas cozinhas, & no fer-|
fitana. º uíço da cafá, como frade leigo,
que era o feu etado. De noite,
cAPITVLo IX . quando ouuera de bufcar algum |
defcanço,gataua na oração grã
Dos feruos de Deos frei Mar. de parte, & derretendofe em la
grimas com o fogo do efbirito,
tinho Martins,&5 feiAp o rigor das difciplinas lhe der
paricio: com hummi ramaua muito fingue. Sendo |
idiota fabia tanto de Deos, que
lagre de fanto os metres famofos o vinhão
Antonio. º confultar nas difficuldades gran
->
des. E naquellas, em que feve
* I Loreceo nos me{mos atalhado o poder da natureza,
Tº primeiros tempos a obraua por fua mão o braço
quelle grãde Oraculo, Omnipotente marauilhas,& pro
ou Milagre da virtude, como al digios. - - - - -
güs lhe chamarão frei Martinho * Acõteceo quereré algús fecu
| Martins,do qual dizénofaschro lares nobres por füa muita deua
nicas antigas, que fºi perfeitº por ção játar cos frades hú dia,& mã
vida, em ºração mui alto, @ maraui dãdo vir de fuas cafas dá era ne
lho/ºpor milagros.Vfauão detas ma cefario, tudo (e entregou a ete
ximas geraes os nofos. antepaf feruo deDeos,6era o cozinheiro;
S & elle – —
*+===sussaum=ws meses@=
zoóTT, II. Dahliaria Serafia dos frades
& elle por não perder as deua 26.de Feuereiro:Vuaddingo no
ções cotumadas, deixou a cozi anno de 1 249, o nofo"Bifpo do
nha, & foife à oração. Chegou a, Porto depois de auer falado no # p.214. C» AQ,
+

hora de Terça, quãdo o guardi de 1279. poto que parece tar +

ão quiz aber oá tinha preparado, de: º Gonzaga, a "Hitoria da c.pag. 795


} & mãdandoo chamar, ávio ain. |Igreja de Lisboa, &“Marieta na #…
da o fogo por accéder,ficou mui dos Santos de Hefoanha.……… lel.3.c.",
to inquieto pelo efcãdalo,4 leua 4 O padre frei Apparicio,
rião os hopedes .Mas o fanto co fobrinho de S. Antonio, filho de
zinheiro o alleuiou,dizêdo: N㺠fua irmaam,& natural deta pró
/* afija padre,porque Zeos prºutrº a pria cidade faio dos carceres da
O{ feus pobres,que oferuem. Dito ifto,
morte, com encargo de fer frade,
encerroufe na cozinha,& efper
tando diante da Majetade diº
| pelas lagrimas da mãe, & grãdes
merecimentos do tio. Foi o cafo,
uina os incendios da alma em |4fendo minino de finquo annos
feruente oração, decerão anjos outros maiores o metterão confi-i.
do ceo em figura de mancebçs go em hum batel,o qual (e virou
"…

fermofiffimos, os quaes repartin | no Tejo,&faluãdofe todos sò ele


do os oficios,fizerão fogo, laua fe afogou. Acodirão os parêtes,&


rão a carne,cõcertarão a panella, fazêdoo tirar cõ hüas redes do pe
} & té perarão o comercõ tãta pre go pafladas mais de tres horas,
ça,á antes do tépo de jantarja tu nunqua a mãe confentio que o
do e taua feito. Béauenturada al foflementerrar, como eles in
ma,a quem os epiritos illutriffi tentamão. Abraçauafe co filho
mos do ceo vinhão feruir,& aju morto, não o queria largar, di
dar na cafa de S. Francifco em zia com muitas lagrimas. Ou
quãto ella etaua em oraçaõ.Mas vós tambem me aueis de fepultar na
muito mais venturofa quando /ua cuº, ºu ele não fairº difies
Deos a conuidou pera a cea da braçºs. Fazia exclamações or
a. Luc. 12. gloria,na qual º por fuas proprias dinarias num coração magoa
V. 37.
maõs nos reparte os lugares, & do, & dizia a o Santo : 3áeu
offerece as iguarias. irmão fantº Antonio , fe os males
Cõ grande honra lhe foi dºs franhos vos magoão, s? com
dada (epultura, porém as mudan vola irmaam aueis defer deshumanº?
ças da igreja nos tem tirado a | Affi eteue tres dias atê que inf
gloria de faber qual ella era. Daõ |pirada pelo ceo fez voto de que
nos notícia delle as ditas chro viuendo o dito filho feria fra
nicas antigas fem determinarem |de da nofa Ordem, que o San
tempo: º Martyrologio francif to profeflou. E parece que só
cano, & Agiologio Lufitano a lito e peraua o piedofo Senhor,
. --- --- - - - …F =
porque —=*"
---- L_
—**

AMenores na Prouincua de Portugal. 2o7


1 porque no me{mo ponto lhe re Dom Rodrigo da Cunha o qual |
tituio a vida. Elle em chegando nos deixou etcrito, º que viverão [º,| Hitec
a idade de conhecer beneficio fimpre nele fºjeitos de grandes prem Elefiaft. de
tão grãde entrou na Religião, & das, ºu os queiramos confiderar na Eisbp.ac,
à8.n. B &e

imitando a o tio quanto lhe era ºbferuancia de feu unfituto, eu nos


pofuel
reira defta
#
*fántamente a car
, cheo de muitas
talentos de letras, @ pulpitº. Fize
rão em todo º tempº grande cº/º ºs
virtudes. Nas noísas chronicas Summus Pontifices dºs feus guard
•º •

frr:Mare. afi antigas, como / modernas, º ães , commettendolhes negºciºs de


• P. I. l. { .C.
3a Annaes, & autores, 4 etreuerão importancia : O Reis deste remº ºs
&º Fr.Lue. do Santo,anda a fua memoria. e/colherão muitas vezes por confº/-
an. 1240
| R. 194
fores, @ pregadores fus, @ ºs
CAPITVLo x, nomearão em varias mitras, de
". - … ". C.: - -
que hãas rejeitarão, por wuerem na |
Dos grandes cargos, que tiu pobreza, que hãa vezefcolherão, ºu -
tras feruir㺠com admirauel pruden
|rão os frades delle tenuentº: ca, @ exemplo. A ete lugar to
dos fauvres, que mereceº a caua pera gloria do conuento,
os Reis,ê3 do bom lu em que fe tinhão criado,dar no
gar, que tem na ticia de todos:mas por não arrafº
ltarmos tantos cafos contra a or
Religião. dem dos tempos, em quáto elles
|
não chegão faremos fóhum tum
| 1 Yoi crefcÉdo o cõuento mario das occupações honrotas,
atè ter o maior dos nofº
em que feruirão a Deos,aos Reis,
fos em Portugal. E nef. & à fua Religião.
te etado não o julgamos agora 2 E tratando das commif |-|-|--
--•

pela fua grandeza de edificios, 6 sões apotolicas, sò finquo annos


faõ muito dilatados: nem pelo auia da fundação do conuento
numero dos frades,os quaesche. quãdo Honorio III.no de 1 222. || --

gão a cento & trinta, comº jate commetteo a o guardião, que


mos efcrito: né sòmête por rezão reforma{se certos abufos do cle
da fantidade, em q fempre fiore ro neta cidade, & na fua diece
cco,ainda quando o gonernauão fe. A pregação da Cruzada, de
Clauftraes; fenão pela multidão grande autoridade naquelles tê
de granifianos fujeitos,ódeo em pos antigos, fendo remettida
todas as fuas idades.E nete parti muitas vezes a os nofos mini
cular temoshüsteftemunha, ma-l tros prouinciaes, os frades dete
iºr que toda a exceição, no illu conuento lhe dauão execução.
trifimo Arcebipo de Lisboa, O me{mo foi na compofição
*>gamma
S 2 das
|-
== • • -
--—– →m

-2o8 Liuro II. Dahlftoria Serafita dos frades


das coulas malacquiridas, & na dos a frades delta prouincia. Do |
iconuersão do judaifmo. A co me{mo modo, qauia dengºs del- |
brança do fubfidio ecclefiatico Raaffixos afeu feruiço,comojas cap. • lº
} em fauor da Terra-fanta a frei temos efcrito auia tabéKades dºlf
| || Koão Martins por cutodio, & Rei,& outros Fades da Rainha, que
refidente deta cafa, lha encom
| pafauão Prouisões, & defpacha
mendou o Papa." Ete foi tam uão negocios, os quaes agora per
| bem o nofo primeiro Bipo no "tencé a diferêtes tribunaes; mas
| reino de Portugal, dos que nós né por ifo fazemos aquietãque #*.***
.*.***
| criamos nelle na fanta Religi } do 4 póde fer alheo, cópendiam
}ão. A outros cutodios, etando | do sòmente o q nos cóta perten * * *
*:• *"

ja feparados em Lisboa, & a os cer a efte fanto cõuento por feus ***

|feus guardiães intituio commil filhos, moradores, & prelados.


farios a fanta Sê Apotolica não | Que como ele vizinhaua co a
sòmente nas decisões de deman | Corte,pera onde cócorrião os fu.
das,& cafos particulares: mas tã jeitos mais luzidos, não era mui
bem na monitoria celebre cõtra to q fosé etimados,&bévitos
el-Rei D. Afonfo III. & depois Erão os feusguardiãescófelheiro.
na cõcordata, q em feu nome fi de etado.Muitos tiraridos Rei'
zerão cõ el-Rei D. Dinys fobre pera o feu defembargo, perajuis
as prolõgadas côtrouerfias da ju zes deputados em caufas particu
rifdição eccletiatica. Finalmête lares,Arcebipos, Bipos, Cõmé
lete conuéto fairão pera defen datarios em moteiros de outras
der a fè tres famofoslnquifidores religiões, pregadores feus, & cô
geraes: frei Martim Vafques,lei fefores, como tãbé de Rainhas,
itor de Theologia: frei Rodrigo & Infãtes, numa multidão nota
|de Cintra: & frei Afonfo d'Al uel Daquimãdarão embexadores
prão, Minitro prouincial. Dos a outros principes chriftãos, &
dous primeiros demosnós a o Au Theologos acõcilios geraes; &
tor da Chronologia monatica não faltou qué fofe por feu mã.
:Lufitana a noticia, que delles te dado pera defcobrir a terra do |
b.l. 2.an.
a 576.
ue, a qual porêm" viciou, como Abexim,como algüs trabalhauão | Y
ainda diremos. … " … em outros defcobrimétos. Delle |
3 , Vindo agora às nomeações tãbé efcolherão pera fitetamétei|
dósReis,cõ muita difficuldade fe ros,& procuradores em materias
achará hú officio honrado,4 pof muitograues,pertõcêtes ao reino.
fa conuir a religiofos, como he E tratãdo ja neta nofa idade de
Capellão mòr, Gouernador do mãdar reformar a Cafa do Por
reino,& os outros deta forte, no to,hum Bifpo profefo nete có
qual elles não tenhão ja occupa uêto, o qual era o illuftriffimo D.
__,_fiº
___
AMenores na Prouincta de Portugal.
209
frei Bernardino de Sena, foi de ra que ella os firua, & eles a au
tinado pera eta commiísão. torizem. E bata pera eta hon
| 4 Quando el Rei D. Afon tada correfpondencia, além de
fo III, quiz protetar que morria muitas rezões,a femelhança das
obediente a os mandados do Pa armas, que são as finquo cha
pa, a hum dos feus guardiães no gas de Chrito em húa , &
meou por tetemunha. Diante outra parte: no reino, reprefen
delles tambê (e jutificou el-Rei tadas nas quinas: na noffa Reli
D.Dinys em publico, que nun gião, imprefas em nofo Padre.
qua tratara de tirar a fucce{são fantifimo. De mais q as me{mas
a feu filho primogenito. Acha ciaquinas reaes ferué
de particular a etaprouin
brazão. •

mos de mais dito medianeiros


de pazes entre pefoas reaes, & 5 Recolhendonos tambem
delas pera o reino. Affitião em aos limites da noffa Religião,nel
tudo a oferuiço dos Reis na fau la foi, &he ete infigne cõuento
de, na doença (& ouue quem o principal nete reino. Não tra
foi feu medico) na morte,na fe tamos daquelle primeiro tépo,
pultura,no comprimento de fuas no qual etaua incorporado, co
vontades vltimas. Efe era necef mo os outros portuguezes, na
fario tomar armas pera defender prouincia de Sant-Iago femalgü
a patria, daqui falaõ foldados, ter o lugar de cabeça. Mas de
que epertauão os vizinhos da ci |pois q elesfe apartarão,intituin |
dade. Pelo que tanto amor lhe do a nota me{ma prouincia,cha |
tinhão os mefmos Reis, que não mada de Portugal, efe lugar lhe |
sòmente honrauão os fujeitos foi dado, & nelle feçõ{eruou em :
dotados de boas partes, mas quanto os Obferuantes etiuerão |
tambem engrandecião a cafacõ vnidos a os Clauftraes. Porá ain |-|-|-

Priuilegios, dos quaes gozaua da q tinhão Vigairo prouincial,


até o feu hortelão,azemel, cozi &o cõuento d'Alãquer, por prin |
inheiro,amañadeira, & outros mi |cipal da fua reformação,erão fub
nitros da me{ma forte. E por ordinados a o minitroClauftral,
derá duuidarfe, fe mereciamos &todoscópunhão de partes ethe
mais, fe excedião feus premios. rogenias o corpo d'húaprouincia,
Mas dizemos o que ja diffe frei cujo prelado maior era o dito mi
| Marcos a el-Rei Dom Ioão III. nitro,& cabeça ete proprio cõ
na Dedicatoria da fua primeira uéto de Lisboa,no qual tinha feu
parte das chronicas, tiradain affento.E quando o gouerno ab
jutamente deta noua impre! foluto com o titulo de Minitro
faõ; que a nefa Ordem prºpria (e encabeçou nos Obferuantes
mente he dos Reis de Portugal, pe por difpofição de Leão X. no
• S 3 me{mo
=T
- --

---- →=

2 IO. "I'm IIDAE Hina Serafica # ----

me{mo anno,que foi o de 1517.


fº reformou o conuento, porque CAPITV L o XI.
ela não mudafe de cabeça. A
gora,que ja são multiplicadas,té
o primeiro lugar na mais antiga Florecem muito nelta tafa, co-] . |

de todas:as outras formarão fias


mo em toda a prºuintia,
cabeças. - - -
6 Tem dado efte conuen
|-

|- as letras.
: to à fua Religião autorizados fu { judoufe grandemen- •

jeitos, como os deu ao reino.


Dos feus Minitros geraes, nafci |- te na boa reputação,
dos, & frades em Portugal, não que tinha efte conué
fabemos a o certo porque via to, das muitas letras,que nelle (e.
lhe pertença o primeiro, que fe profeflauão, as quaes afihonrão
•|-|-

#
chamou frei Gonçalo de Valbom. O a nota Religião,que tambem af.
fegùdo, & foi o padre frei Andre fitem viétoriofas no emparo da
da Infua, de mais de fer filho por Igreja.E ete me{mo epirito cor.
# criação, & profifsão deta fagra ria pelo corpo da prouincia, por
d.arch do
Orat. da da prouincia, º nete conuento| que alèm dos etudos, que leuou
Infua. moraua quando foi mudado pe a do Algarue na tua feparação,
ra o curfo, no qualfe originou a tinha outros neta caía de Life
fua grande ventura. O terceiro, boa,no Porto, Santarem, Coim
D.frei Bernardino de Sena, nel bra, & Guimarães, & onde auia
le me{mo foi nouiço, diffinidor, | algüa commodidade. Dos feus vº
guardião, minitro prouincial,& lentes actuaes, que no principio
afumpto pera fecretario geral | fechamauão ZDoutores dos conué
Eftes ambos forão tambem com-| tos,em que lião,achamos muitas
mifarios geraes. Deu finalmen memorias com ete proprio no
arch.dº
te no tempo, em que etamos, me,como he naº doação do mo 'a,me{mo
deixando o que virão os antigos, |teiro de fanta Clara deta cida-º
húm procurador geral na Curia de, que a fua fundadora D. Inez
Romana, a taber o padre frei no anno de 1 292, fez delle á
Icão de são Bernardino, que an nofia Ordem, na qual (e diz fer
tes aula fido fecretario geral: hã. húa das tetemunhas frei Aires,};Monarcº
Hífinidor geral da Ordem 2 trCS doutor de Lisboa. Mas affi como * #
fecretarios geraes; & dous com El-Rei D.loão III, tendo elcolas"
mifarios do reino: todos profef em Portugal, que podião fazer | }

fos,tirãdo hú,neta cafa, mas efe grandes letrados, futentaua em


| como os outros feu guardião, & Pariz fetenta & dous eftudantes
nofo minitro prouincial. " pera augmento das detras: do }

--

***
• _me{mo * - ---
1

Menores na Prouincia de Portugal


|
· 2fI ,
me{mo modo iaõ os nofos fra tempo del-Rei Henrique VIII. -

des confummarfe em Vniuer fi-l todos os liuros catholicos em |


dades etrãgeiras na fanta Theo. |húa fogueira publica,lhe chama | +

logia,pera o que os mefmos Reis irão as exequías de Scoto, pera mais |


lhes dauão muito fauor. E neta |folemnizarem eta acção infer
| catch.da
mesma Ca conformidade º ordenou por car inal. Achamos que curfou là frei]..
g.arch da | *

maranol. ta fua el-Rei D. Fernando à Ca Antonio de Lisboa, & que é lhe Efperança !
2. del-Rei
D. Fern. mara de Lisboa, etão em Euo deu a licença por voto dos difi de Lisb.
fol. 12.
ra, a 5. de Feuereiro do anno de inidores, & muitos metres, que
1 38o. que défe ajuda de cuto auia na prouincia,o minitro frei
a frei Rodrigo de Cintra , que Francifco Caldeira, a 22. d'A-
tudo lhe leuaria em conta. bril de 151o num capitulo, que
2 Cotumauão ir a Pariz ife fez em Santarem. O teor del
de ordinario, onde a nofia pro la he ete.Ex reuerendorum patrum
uincia, como as outras da Ordé, difinitorum, multorum que reuerendo
tinha certos lugares no nofo cõ rum facrarum literarum magfirorum
uento grande, os quaes fe ditri conflio, Gr ºfenºte promeu… ad le •

buíaõ entre todas as Cutodias. gendum fºntentias pro exercito per


d arch, de Pelo que º diuidindo(e no anno triennium in venerabili Valuefiate
S. Franc.
do Porto
de 1272.a primeira dete reino, 2
|-

chamada de Portugal, nas duas de º 3 : Netas academias fazião


Coimbra, & de Lisboa, logo tã curfo de leitura lendo os fenten
bem fe aflentou, que os ditos lu ciários, & affitindo a todos os
gates ferateafiem por ambas: actos publicos. Alguns fegra
3ágtendºprolefioribus Parfos per duauão também, precedêdo em |
cujodias eligantur. E continuando feus etudés;&exame aquelle in
atè o anno de 153o. ete louua uiolauel rigor; que no anno de
e arch.de uel cotume,º fez etatuto a pro 142o decretou o Papa Marti
íte conu. hbul. 2.
uincia, que fempre fe inuiafem nho V. na fma bula,que come apudRod. al
os etudantes melhores, & que ça: (um valde periculo/um. Outros i.fr Luc.
todos os triennios os fofem là nas nofas efcolas tomanão os an. 1385,
vifitar,ou elles vieffem dar con mefmos graos com os melmos h 3.

ta de feus progrefos. Tambem priuilegios por autoridade da fan


#iaõ a outras academias geraes, taSè apotolica, concedida a os •

como era em Inglaterra a de O: prelados,& capitulos geraes. Os


xonia, na qual o nofo Subtil graos erão de bacharel, licencia
Scoto,que nella foi lente, etaua do, & metre na sãtaTheologia, lSanch de
tão afamado por acerrimo defen o qual lhe o mefmo, que 2)outor matrim.l.$
( Ribada for da fé, que/queimãdo depois pelo eftilo de ,Coimbra. Outros d.34 n.5:
- • -- * • \ , , ** - • , ( * * * * -

a era p. 1 -
. --C. 4. inella
. . .os hereges lutheranos no [leção preféntados,
• S 4 & comeftes
todº, .
-------- -=--— -= *\
*******.
212. Liuro II. Da Tra Serafica dos# -

etes titulos temos encôtrado mui Vnueridade, & que pode{sem |-

tos em diferétes efcrituras. Mas graduarfe em Metres os feus lei


aquelles,que não recebião grao, tores,& etudantes,
(e tinhão curfos de leitura, fica } A multidão de letrados,
uão fempre com o nome de lei que aqui ne{se tempo refidião,
tores,que era habitual. Gradua fendo ainda Clauftraes, feverá c.arch,de
dos, & letrados dete modo tor por º duas efcrituras, as quaes S. Clara de
í.isboa,
nauão pera a prouincia cõ gran tambem nos declarão, que elles
de credito della, ou ficauão nas por ferem tantos fazião alguns
efcolas lendo as fuas cadeiras, oficios, que por ventura hoje
ou paflauão com o me{mo exer. não quererão aceitar.Em húa do
cicio a diferentes partes da nok mez de Maio de 149 5.fe diz é
fa Religião, como ainda vere no prazo d'húas calas na rua dos
[T]OS. Cabides feito a Ioão de Chaues
4 Deta felicidade de letras, Cefodiofrei -Antºnio d'-
affitirão º
& de letrados gozou muito ete -Arruda leitor, º guardião mfire Fer
nofo conuento de Lisboa, cujos nando da CZeiga,mºre Lºpº das 3 ar
etudos florétifimos etauão em tes, mºfire º artinho, º licenciado frei
m.Monar -
tanta opinião, que " leuantando João de Lisboa, º leitorfrei Pedro Ca
ch Luft. Vniuerfidade el-Rei D. Dinys racote, o leitorfrei Gonçalº das xar
cit.c.73. &
74 com licença do Pontifice,na fua tes vigairº, frei Pedrº de Villanowa
aula, & em são Domingos a{sem fancrfã,9r leitor,9 frei loão d'Al.
tou as licões da dita Theologia. fama leitor. A outra he tambem o
Quando depois a transferio a prazo da nofsa horta, que ofyn
Coimbra,lâ entregou etafcien dico fez a Martim Pires em 26.
cia a os dous cõuentos das me{ de Ianeiro de 1599, do qual
mas Religiões. E tornando ella a conta etarem prefentes os que
Lisboa em tempo del-Rei Dom agora fefeguem: Frei Pedro de|…
Fernando, com o mefmo encar -Ahrantes prefentado em fanta Theolo.
go tornou a ficarete conuento, gra, vigairo da prouincia nºfies reinos,
atè que reformadas as efcolas, & @r Cufodio na {"foda de Lisboa, frei
paísadas outra vez peraCoimbra Antºnio Franco bacharel, @guardião
por el-Rei D. Ioão III. nós tam difte conuento, metre Afonfº cºfielha
bem ja reformados na regular no, frei lºão Aranha bacharel, (ºr lei
Ob{eruancia fomos liures da di tor do dito conuentº, o leitorfrei Pedro
|ta obrigação.Mas em quanto el de Villanºua,º leiturfreilacome prºcu
n. Fr. Luc.
la corria por noísa conta, deter rador "os feitos do conuentº,º leitorfrei
14 3,
2T1, E minou o Papa º Nicolao V. que Gabriel eferiuão do conuentº, o littor
a 63.
o nofso etudo Theologico eti |frei Jordão fancrifiãº, @r o leitorfrei
ue(se incorporado na me{ma. Afonfº do Rio.
CA-
=-

= =-=-=-=-=- —_>-- -
*……………2

_Mºurei na Prºuincia de Portugal. "E 3


"-" ": ' | ' ||zer o contrario. Muita moleRia
*
CAPITV
* *
LO XII,
* * * * * * * *-* - -
nos deu eta nouidade, em ag-|
grauo tambem da liberdade do
24-brão?, #refaurifos pouo, que a tem pera vir às nof
priuilºgiaídas frades: s㺠lan fas igrejas nefes dias, que ele
lhe prohibio.Mas fomos diffimu {
ra" dº autºpelidº lando,por não chegarmos arom
pimento, atè que os padres de 5. 1
| feijão da patria, &#. Domingos nosos companheiros
… é recolhem com amor - - neta mefina afficção, fizerão
::: - º perfguidos," "
-,
queixa a o Papa Clemente IV.o
i
| i > , da fºrtu- = qual mandou logo ao Bipo que
reuegafse o que tinha ordena
| | | < … há..… =:--… …
… - - - do, ou, pelo menos o moderafse
| -- - * *… … ".
| , ! •

de modo, que nunqua podefe


| | | NT Aõefcapou ela caf, prejudicar a os nofsos priuile
| | | Nfendo tão autorizada, gios.Começa afua bula,cºnuevº,
| T. dos trabalhos, que a gr/ngul, dada em Pérola a 2;.
Jcarréta o tempo: mas também | de laneiro de 1266. Comitofe
|padeceo algüis tribulações, ori |compozerão as duuidas, tornan:
ginadas de mouimentes alheos, do as fiosas igrejas a gozar da
os quaes alteraua a paxão." De #|fua autoridade;& quando depois
| duas fómente, que mais em par | alguns parrochos com zelo pou
| ticular lhe chegarão; fazemos | co difcreto a quizerão abater, o !
}

..……. aqui memºria. Hüa foi º no go Arcebipo D.Fernando lhes ata +

*
&#…me uerno do Bipo de Lisboa, cha lhou feus intentos com húa pro
*****|mado 36Are_%tthews, mais ze uisão dada em no[so fator aos 6. #
lofo da fua jurifdição,que obter dias de Maio de 1 541. * * *
º juante das nofas immunidades, | 2. A outra tribulação teue
+
#

o qual as intêtou quebrantar cõ ||da nota parte muito honrado #


hüa contituição direitamente | principio no amor, com que fem {
| oppota a os nofos priuilegios. pre tratamos a os Reis, zelando -

| Ordenou fob pena de excõmu tambem os bons fuccelsos da pa +


|nhão, que #
ouuife mif | tria. Foi o cafo, º que el-Rei Dó b. Duarte
Nun na
|fa, nem affitife a os officios di Henrique o II. de Catella en chron, del
Rei Dora,
|uinos nos domingos, & dias fan trou nete reino com muitagen Fern.fol.
|tos, fenão nas fuas parrochias; & te armada, & etando em Santa 199.
|-

que quando depois de cair neta | rem o nofso Rei D. Fernando, |-|-•

centura pedifse abfoluição, lhe | quiz tomareta cidade. Os fra;


tomafsem juramento de não fá ldes dete côuento apertario cos |
* ------ = II) OT 3 - |
+ …rs………r_____=_
–1 = -

*---- = ** :/
|- •• • ••• *- --
2 14 Lurº II. Da bifloria Serafica dosfrades
moradores, que refittiflem, & fe dados faquear a fancritia, nun
pozefem em armas, oferecen qualho quiz confentir, pelo ref.
dofe tambem a pelejarem no peito,que fe deue aos lugares fa
campo; &elles enfraquecidos, grados. Defpedido finalmente
recolherãofe pera a cidade vs. era celebrar concertos com o
lha dentro da porta do ferro. dito Rei D. Fernando no me{mo
Tudo o mais o Catelhano a Tejo à vita de Santarem,torna
chou aberto, & liure, de modo rão os frades a ponoar o conuen
que neta cata fe veio apozentar, to, acompanhados da gloria de
& daqui do miradouro etaua auerem padecido pelo Rei,& Pe
vendo o que na guerra paflaua. la patria. * * **
|Vio,he verdade,valentias portu 4 E pronados com eta, &
guezas, que elle gabou, nalgüas OutIâ$ # , ficou mais
eícaramuças: mas viojuntamen corrente entre eles a compa
te o latimofo incendio das catas xão natural das miferias alheas,
mais vizinhas ao muro, que os a que tambem a piedade chrif
nofos queimarão, porque dellas taam os etaua inclinando. Por
recebião algum damno, & o ou onde não onue occafião, na qual
tro ainda mais lamentauel, com os moletados da fortuna bufcaí.
que os feus feramente abrazarão femete cõuento,que não achaí
todas as duas freguezias de são (em nelle emparo, & cidade de
Iião, & Magdanela, a Rua no. refugio. E são tantas as efmolas
ua, Iudiaria, & o melhor da ci ordinarias, que a relpeito da no
dade. fa muita pobreza fe julgão por
\

3 Nete tempolhe diferão milagrofas. Donde tomou con


(que fempre valerão os mexeri fiança pera recolherfe nelle "D.
cos) como os nofos frades amo Antonio de Noronha, fidalgo
tinanão o pouo, & tinhão toma bem conhecido,querendo antes
do armas com intento de que el etar à conta de S.Francifco,que
le não entrafe:Pelo que abraza dir a feus parentes, os quaes
do em paxão mandou mettellos póde fer que lhe faltafem,vindo
todos em duas barcas fem re
tão pobre da India, Potoque cõ
meiros, & que affios deixa fem grande honra, que não tinha cõ
entregues a os # do mar. que fe podefe futentar. Mas
Elles porèm enfinados da fua ne achou em Lisboa a hum Reitão
cefidade remarão valentemen benigno, como D.Ioão III. que
te,& pafarão o Tejo à outrabã o tornou a embarcar pera o mef
da. Teue contudo hum lanço moEtado, cheo de fauores feus,
muito proprio de Principe Ca & prouido em húa capitania.
tholico,porque querendo os fol Outro hopede de mais porte
veio
mawi…====-º
-,
-*-

*-- -

Menores na Prouincia de Portugal.


21 y
veio bufcareta cata, a faber o Francifco de Lisboa, que eraVi
fenhor Dom Antonio, Prior do | gairo dos Obferuantes, pera que
Crato, quando faío do cati agouernaffe com ete titulo no
'ueiro de Africa , &i mais tem uo de miniftro até ella com feus
po nos ouuera de honrarco afua votos eleger outro minitro triê
companhia feel Rei D. Henri. nal. E por fer ete conuento dº
que, porque ellefe motrou op tanta autoridade, no me{mo anº
pofitor ao reino, não o lançara no a 2o. do mez de Iunho lhe
da Corte. Neta occafiaõ juntas commetteo ofobredito Pontifi |
aqui pelos feus procu radores 2$ ce "por Humbreue, expedido à la.Torre do
tomb l. 4.,
villas, & as cidades pedirão ao inftancia del-Rei D.Manoel, que das bul.
me{mo Rei, que pois não tinha logo o reformaffe na regular Obi
filhos nomeaffe fucceflor, Don feruancia. Suaueméte (e fez a fia
defe ficou reualidando oºcotu. reformação,poto que por euitar
me, que aindade obferna, de fe mouimentos,que às vezes defcõ
congregarem nete conuento os poem húa acção bem ordenada, |- .
Pouos pera conferirem o que im lefperarão os Obferuantes que os ".
porta às Cortes.
• * '' ', , ,, ,
# Clauftraes faifem em procisão"
2.
",
** *

à cidade, & entrando nete tem


} |
CAPITv L o XIII. po fem etrondo no conuento,
|elles ferecolherão às cafãs, que
Reformafefletonuento nos ºf ainda pofuião nete reino. Lo |
go" no anno feguinte pelo mez March de
- «" • •

|-
tiles olfinuantes, &#florete. jde Ianeiro célebrou a prouincia?de *
|- Wifeu, •

} |capitulo, no qual o mefmo frei


hum frade leigo com
figulares vir |Francifco de Lisboa, vltimo Vi
gairo, & primeiro Minitro dos
tudºs.………… | Obferuãres foi eleito em primei
, ; " + * * * * * - r" - .
|ro guardião dete conuento de
1 T A netes vltimos cafôs, é pois da fua reforma. º
deixamos referidos, era "2 Comito tornarão a feus
- paflado o anno de 1517.
lugares as pedras do fantuario,
| no qual o Papa Leão X. feparou renououfe a cor do preciofo ine
| dos Clauftraes a noffa reforma tal, & lutrarão os refplandores
| Oberuante, trepafando nella |fermofos da profisão euangeli
{ as maiores prerogatiuas da Or ca. Coturnaua dizer o dito Rei
| dem, & contituindo em minif em quanto não nos teue por vi |-

|tros os feus Vigairos prouinciaes. zinhos, que fe achaua muito fó


Caio eta boa forte na nefa pro nos feuspaçºs da Ribeira, que
uíncia de Portugal a o padre frei ele edificou;& depois que jº nos
+ . . V1 O.
--
– ___*__ ___
—T-
••••--
4= =====

} | 2 16 - Tr T- Da hira Serafica 775 -,


vio Oberuantes dizia, que feti | Porteiro pedia a emola dos Teus
uera em Lisboa a são Francifco pobres defejaua arrancallo pera
por hofpede,neta cafa tão refor. lho dar a comer. Todo o pezo |
mada o auia de recolher a feu deta oficina grande tomaua à
goto. Forão muitos os Seruos de fua conta, & por mais que ma
Deos, que aqui replandecerão drugafie o nouiço,ou corita,que
era feu ajudante, ja as coufase -
como etrellas no ceo, huns dos
quaes forão depois defcançar tauão potas de modo,que podia
noutros conuentos,& dos que fi ouuir a primeira mifía. E onde a
carão nete, alguns etão hoje ef caridade leuantaua etes fogos,
quecidos por nofia culpa naquel como ania de fentir(e ardor al
|las couas do clautro interior, o gum do fogo material? Contão
|qual por repeito delles, & dos delle que co as mãos pegaua nas
| muitos da prouincia d'Arrabida, brazas viuas, que com ellas re
|

| que tambem aqui fe depofita uoluia ostições, q mettia os bra


c. Agiolog.
Luft. Ian. rão, º he chamado: Cemeterio com ços no caldeirão, quando etaua |
9.lit. f. no
comment,
mum de fantos. Fica perto hum car feruendo, & que nãqua padeceo
neiro, onde as fepulturas vizi a mais piquena lesão.
nhas, por fer o fittio humido, ef. 4 Depois detes trabalho.
| tillão agua chrytallina, q ja foi fos exercicios de dia, no princi
il medicinal a muitos doentes, os pio da noite retirado em a cafa
quaes a babem com deuação em do capitulo fazia húa difciplina,
fuas enfermidades. algüas vezes tão forte, que dei
3 - Etá porêm muito viua a xaua a terra enfopada no feu fan
memoria do venerauel irmão gue. Ficaua logo em oração mui
|frei Andre o Procurador, ou Co itas horas, na qual Deos lhe de
|zinheiro (que vinha a fer o me{- clarou quanto ganha quem ne
|mo) como lhe chama húa lita fta vida o ferue. E como lhe da
dos defuntos do feu tempo.Duas ua fim, co as contas numa mão,
virtudes competirão (empre nel. & hum hyíope na outra ía cor
le, fem nunqua fe excederem: rendo os clautros, rezando, &
| húa do oficio,a faber a caridade: lançando agua benta por todas
outra do feu proprio etado de as fepulturas. Mas não lograua
|frade leigo,que era a humildade. em paz etas fuas deuações, por
:|Tão alegre andaua trabalhando que o principe, das treuas com
na cozinha, que por marauilha figuras vifineis,&moletias o que
rara o faõ ver de propofito os iria perturbar. E afi acontecia,
outros religiofos. Tanta era a letando na oração, acharfe todo
| fua caridade natural,que a todos cercado de quantos bancos auia
| mettia no coração, & quando o pelo conuento, huns empinados
[]O$
2Menºres na Prºuca de Portugal. 217 "

nos outros. Porêm elle,que jazõ mortalha,nem/pultura entre º padres


baua de tudo,netes cafos dizia a dºfia cº/a: mas peçºpor amor de Zeos
o demonio com imperio de fan que me vfão º habito do meu padre
to. Andaipatife, (ºrpois trouxefes são Francifco, grque não me lancem
fêm propºfito os bancos, torna º leualles fºra nalgum menturo. Nefte ponto
aonde eles flauão. E logo no mef. fe defpedio fua alma pera enxu
mo põrofe desfazia a machina. gar os olhos,como deu a enten
Outras vezes, que o demonio | der,co as toalhas da gloria, onde
lhe prendia os pés quando anda não ha fentimentos, nem mole
ua correndo as fepulturas, não tias,que obriguem a chorar.
fazia mais que tirallos das fan
dalhas,& dizer: la que ºfi º que cAPITVLo XIV.
reis, ahi vos ficão as fandalhas, 3;
eu andarei cos pés pelas lagens. Hña
noite lhe appareceo hum ho: Do fêruo de Deos frei Ma
mem, cujo corpo jazia no me{ noel da Conceição.
mo clauftro, com grande capuz,
melancolico, & trite, o qual da Ntraua netelugar pelo
I

parte de Deos,que affio permit |- tempo do feu obito o


tio, lhe rogou que desfizeffe cõ padre frei Francifco da!
feus herdeiros hum erro, tocan Conceição,a o qual tambem fe
te a certas caías, das quaes ele guião os padres frei Pedro de
no tetaméto auia difpoto mal. Leiria, frei Diogo de fanto An
E depois que efte sãto Varão lhe dre , & frei Amador de são
fez a vontade nifo,noutra noite Francifco. Todos quatro, Mi
lhe veio render as graças veti nitros deta prouincia, verda
do de alegria, name{ma paragé, deiros paes dos frades, zelofos
& diante de hum frade, o qual o da Obferuancia,depidos de am
acompanhaua. -
bições infolentes, inimigos de
5 Tínha entrado o anno de fauores feculares, difpenfeiros
1571. quando Deos o chamou fieis,fem venderem a jutiça,dos
pera o ceo, & ele conhecendoo oficios da Ordé, efpelhos claros
na voz apretou deuotamète quã de toda a perfeição,temerofos fi
to era neceffario pera fazer a jor nalmente de caírem na indig
nada.Recebeo os facramétos,pe nação de Deos, o qual a ferro,&
dio perdão a os frades,&pregãoo fogo fe arma contra prelados fo
no guardião os olhos cheos de berbos, crueis, & efcandalofos |
lagrimas,lhe diffe entre foluços, Todos quatro,como infignespa
á parece lhe arrancauão a alma. triarchas,ou padres da nofía pro
Zemconheçº de mim, que não mereço uincia, defcanção nete cõuento,•••• -+

T • que

*=-
- -

Luro II. Da bi/toria Serafica 7 T; - -

que he a lua cidade de Hebrou: Pães por calas particulares,& to


mas a noticia delles nos efpera dos dizião q Deos lhos acrefcen
nos annos do Íeu gouerno. Ago taua. Depois de os regalar tam
ra fe oferece outro frade leigo, bem os lauaua,& cataua, curãdo
& verfcha que quando no corpo os enfermos com tãta fuauidade,
deta prouincia a cabeça era de que lhes beijaua os pès.
ouro,tambem os pés erao do me{ 3 Era côtudo rigorofo pera fi,
mo metal,preciofos na vida,&lu porá poucos dias deixaua de je
zidos na opinião do mundo. juar, & de tomar difciplina, nêjº
2 Ette he o feruo de Deos mais defpia o feu cilicio sé ficar
frei Manoel da Conceição, en cõ húa corda cingida. E dormin
tre nós mais conhecido pelo no do muito pouco pernoitaua é de
me de porteirº, q por outro ap uota oração, como tetemunhão
pellido. Nafceo na freguezia de o coro,& o capitulo, q atègora (e
Sãt-Anna de Vimieiro,termo da lebrão das muitas lagrimas, cõ q
villa de Barcellos: profeflou em alegrãdo os epiritos do ceo inci
S. Bernardino da ilha da Madei taua côtra fi os do inferno. Teue
ra,õde etau, muito frefca no feu | cõetes terribilfima guerra,por
tépo a memoria do angelico va qtrãsformados em figu asapparé
rão F.Pedro da Guarda,frade lei tes, & medonhas o querião def
go como elle;& depois de feguir uiar do caminho da virtude. Húa
em, muitas occupaço ºs o cami noite,4 do coro fe recolhia à cel
nho da sãta obediê, i.,veio parar lº,achou dentro hú demonio em
na porta dete cõuêto,na qual fer figura de bode,4 logo fºlhe deu
uío vinte annos de repartir a ef a conhecer nos faltos la ciuos, &
mola pelos pobres. Não ha mãe defcompotos. Mas pegando no
q tanto ame os filhos, como ele |cordão o ameaçou cõ elle,& fez
amaua os pobres de Jefu Chrito. • fy:de
fugir dizê lo etas
duas ha de/er palauras:
hia. Ou tuPerco,
te has
Não fofia,á lhe chamafe algué
pobres, fº não os nº/os irmãos da por de fairºu eu me tornareia o coro. Mui
ta.Sendo muita a efmola,á lhe da tas vezes ficaua alienado dos fen
ua o conuento, & quanto fobeja tidos na contemplação de Deos,
no refeitorio, ainda bufcaua cu quando os affectos mais vehemé
tras por fuas intelligencias, & jú tes da alma fe abraçauão com
tando o pão da fua reção, q não elle. Dete modo o achou hum
|

Partia pera fi tudo gataua com Inquifidor grauiffimo, encota


elles, & lhe parecia pouco.Sutê dº a húa columna da portaria
tana os pedintes ordinarios,dauavelha, cos olhos pregados num
meza das portas a dentro a os 6 Crucifixo, fem petanejar, nem
erão mais limpos,repartia muitos lfentir cou a algia ; o qual
admi
AAenores na Prouincia de Portugal.
admirado de o ver diffe a feus
- 219
companheiros. Zeixemºs ºferue CAPITVLO XV.
} de Zeos, que fácuidando no Senhor,a
quem defºja/eruir.
4 E querendolhe pagar o me{ De duas mºrtes notaueis , &
mo Deos feus feruiços no anno hia vida exemplar.
de 1581, começou por huã de
uota morte, qual podia e{perarfe I Cabou aqui tambem
de tão innocente vida. Conuo a multidaô de feus
cou tambem o pouo por interior dias no âno de 1 596.
impulso pera lhe fazer as hon o padre frei Gafpar de Cuba,cu
ras,& era tanta a gente,que pou jo nafcimento foi tres legoas de
cas vezes fe veria em Lisboa ou Beja, numa aldea de feu me{mo
tro cõcurfo maior. Batauão os appellido:cuja vida era muito in
pobres,carpindo feu defemparo, culpauel: cuja morte,pela fanti
pera abalaré a cidade cõetas la dade della, merece ter defejada.
mentações.Ninguem veio,4não Entendeofe que Deos (he reue
tocaffe nelle o feu léço,ou as cõ lou eta hora, porque não tendo
tas, q não procurafe leuar algüa doéça,mais que acha ques de ve
reliquia,& que podendo chegar, lho,hüa manhaam pedio ao guar
não lhe beijafie os pês. E afi cõ dião a fua autoridade pera po
o habito cortado atè os joelhos, der cõfeffarfe,& morrer. E ven
tem capello,& fem mangas, lhe do que ele reparaua nas pala
foi dada particular fepultura na uras declaroufe mais com etas.
capella dos Abranches.Aqui ef Peçº fiº a vºfa reuerencia , porque
teue em grande etimação atè o afi mo mandarão fia noite. Con
anno de 1 599, no qual auendo feflado, celebrou com muitas la
de enterrar(e na me{ma coua,co grimas, & dobrando depois da
mo o tinha pedido, o deuoto frei mifa húa veftimenta velha, que
Pedro do Rofario, forão tirados lhe tinhão afinado, diffe ao #
feus ofos, & potos em hum cai critão: Padre,ha trinta (ºr oito an
xão pera depois fe colocaré nou nos,que me fruº defas armas:agora as
tro lugar mais decente.Mas dila entregº, porqueja me não são necefa
tada eta obra pelos trabalhos da rias. Da sãoritia foi à cella,a qual
pete,que nefe tempo ardia,teue varreo,& cõcertou, como cotu
lugar a deuação dos fieis pera fé ma fazer qué fe muda de húa pe
furtarem todos, ficando nós caf ra outra: deu a chaue a o me{mo
tigados com esta perda tão gran guardião;& co a fua licéça telã
de pelo mal, que os guarda çou em hum leito dos enfermos.
II]O$. Não quiz que o vife medico,
T 2 [] e [I]
ass=www…= mesmº • • • •

}
22 O Liuro II. Da bi/toria Serafica dos frades
nem jantou coula algüa,elperan fiado dos medicos,& vigiado dos!
4. Luc. 11.
v. 16.

do pela º cea do grande Pae de frades,atè q tornou em fi,& vêdo


|familias : mas fufpenfo em alta em húa meza imagês fantas com
cõtemplação,& filencio profun algüas medicinas,á lhe ião appli
do atè as horas de vefpera, nefte cando, difle a os circunftantes:
tempo pedio a fantaVnção.Paf Padres, tirem tudo dahi, mas deixem fi
mauão todos das fuas refoluções, car os Santos, (ºr ajudemme coas/uas
não vendo finaes de morte, fenão erações,porque entro em grãde batalha.
os que ele nas palauras queria Bem (e entendeo, qual ella podia
reprefentar;&foi maior o efpan fer, & o mefmo enfermo nos ge
to co a pratica que fez, exhortá tos, & aficção de feu reto de
do todos a oferuiço de Deos,ve claraua o aperto, em q o demo
tida de tantas autoridades, & nio o punha cõ verdadeiras,&fal
exéplos,não fendo elle letrado,4 fas accufações. Pafaua tudo em
| parecia fua alma gozarja na def vifaõ, pera elle manifeta, mas a
pedida do corpo algüas fombras os outros occulta, q admirados
do claro lume da gloria. Apoz do cafo etiuerão de joelhos re
dito fez os actos de deuação, & zando as ladainhas com outras
humildade,cotumados étre nòs, muitas deuações em quanto du
&tamãdo hú Crucifixo nas mãos raua a guerra.Que hora tão aper
pediolhe cõ muitas lagrimas, q tada,perigofa,& terribelhe o ar
pois o tinha mettido no coração, tigo da morte? Como fe vem en
o recolhefe no ceo. E dete mo ganados os que primeiro não tra
do lhe entregou cõ grande paz o tão de algüa preuenção!
efpirito pera lograr melhor vida. Entrada pois a batalha, fi
2 Pouco tépo depois,ainda no cou fufpenfo o enfermo, motrã
me{mo anno,foi a morte admira do nos fobrefaltos que eflaua ef.
uel de F.Eteuão de S.Francifco, cutando o q alguem lhe dizia, &
natural da Epeciandeira no ter de quando em quando lhe daua
mo de Alanquer,obferuante, exé «ta repota: Heyerdade que eu fiz f
plar,&fobre modo zelofo, quãqo fº,mas fiou confº/ado, @ confio em
gouernou o coro, das ceremonias Zeos que me ha de perdoar.Tornaua
sãras, & bõ cõcerto no oficio di a ouuir, & reponder: / he mem
uino. E como trataua do á cõui tira; { não fiz tal. E fazendo fo
nha à alma,em fe védo cõbatido bre fi o final da fanta Cruz,daua
d'hú1 doéça mortal logo recebeo figas ao demonio dizendo: To
os facramétos cõ e tranha deua ma perco infame : por que mentes?
ção, preué do ja por vêtura hã ac Quatro dias eteue nete confli
cidête frenetico, q lhe tirou o jui cto fem comer, nem beber, nem
zo. Affieteue algús dias,defcon | fazer acção de viuo , fenão
quando
---- massasr-º-
•e

Mewies na Prouncia de Portugal. -


2.2 I
quãJoie lhe danão algias tregoas bre ele muitas vezes o epirito
breues,no qual tempo fe confef. doceo,como "Saul, qmettido cos b. 1,R
*P fg.
fou muitas vezes cõ abundancia profetas profetizaua cõ elles, affi iô.v.?+o.+

de lagrimas,medianeiros follici. tãbé à meia noite nas matinas en


tos dos fauores grandes, á Deos trãdo em coro cos facerdotes cã
lhe cõmunicou.Porque durando taua deuotasméte os louuores do
: ainda a força detes côbates deu Senhor. E feruendo no fogo da
motras de que a Virgem Santil deuação [12
fima o viera confortar, dizendo
# -

muitos annos,enfinaua aos noui


algüas vezes com os braços le ços, & coritas as ceremonias do
|uantados,& abertos: 3ánha Se |coro,& do altar cõ muitas regras
mhara,venhais embora,que a bom tempo da mufica. Foi d'aquelles frades
vindes:confiado faua eu em que vos leigos,qauia no feu tépo,cuja vir
me auieis de emparar. Tornaua a di tude edificaua o múdo: entre os
zer co a me{ma alegria: 3 deupa quaes era muito conhecido pelo
dre S.Francfo/jais bem vindº: acº etranho rigor dos jejüs, difcipli.
dja fiefilho, que/empre vos reconhe. nas,& cilicios. Conheciãono tã
ceo por pae. Quebrantado final bé por homé de alta cõtêplação,
mente do trabalho, mas alegre & de tãta oração,4 sépre trazia as
da vitoria rompeo num grito, fuas cõtas nas mãos ainda á traba |
que formaua etas vozes: A, meu lhaffe. Iubilado das cozinhas en
//h ! muitas graças vos fejão dadas. | trou na portaria dos pobres por |
Padres, demme e/e Crucifixo com faberé os prelados, q só a fua ca
- e/a vela aceza , que já me falta ridade encheria o lugar do infig
o alento. E derretido em lagri ne porteiro,& efmoler F. Manoel
mas pedio perdão à Piedade di daCõceição,do qual ja démos no
uina. Pondo tambem a bocca na ticia. E na verdade affi o arreba
cauerna amorofa do feu lado,on tou o cuidado detes pobres,6 né
de as põbas (em felfe cotumão comia, né dormia,nê cuidaua nou
recolher, repouzou nos braços tra coufa,fenão como poderia fu
dete Senhor,húa feta feira pela tentallos. Pelo á alterandolhe a
manhaam, dedicada à fua facra febre nu doença o juizo por al
tifima paxão. güs efpaços breues,fócõ elles ef |
< 4 Acõpanhou a etes dous teue sépre lidãoo,dizêdo etas pa
facerdotes no principio do anno lauras, q cotumaua dizer no re
de 1598.húfrade leigo,4fecha partir da efmola: Zaica a vº/a ti.
mou Floão,o qual por fua humil gela: tomai apão: fierai pela carne. -•

dade,temédo as grandes obrigº Ditofa alma, que nos maiores


ções do facerdociofanto,quiz fi delirios affi tinha concertados
car nefte etado. Mas decédo fo os penfamentos. Pafada eta

T 3 ---- tor dessa
222 Liuro II. Da bifloria Serafica dos 775 - - -

tormenta, & fereno o ditcurto almas entrarao laureadas de ri


da rezão, deu finalmente fua al quifimas coroas pela cidade do
e Matt. ºi ma a aquelle grãde Senhor, que CCO• : : : , : , ";" i}
v. 5.
e como interefado no remedio 2. Não faltarão occafiões a
dos pobres, por húa efmola tem Lisboa,em queetas fe podefem -

prometido hum reino. Seu cor merecer, quando ella abrazada


po, em final de reuerencia,foife no contagio maligno vio a fere
|pultado apar do dito frei Ma za da morte, que fem piedade
noel fóra do cemeterio commú, lhe degollaua o pouo. Nem era
|nacapella dos Abranches. ipoffiuel que, fendo os nofios fra
{
". * *
des em a feruir os primeiros,lhe
| CAPITVLo XVI. … faltafiem nele tempo à fua con
|folação:mas o que foi antigamé
te, età hoje efquecido, & fó das
|Dos muitos frades, que frui }petes mais chegadas a eta nof
| rão, & morrerão curando |fa idade temos algüa noticia.No
- -i … , ,
…; aos enfermos de • • • • • •
* - -- - anno de 1 569, a F5. do mez de
Maio começou a def&obrir(e a
}" - • - -,, . pete.
' - ;"
… • • • • ". -
- -
- -

+ "…
] que chamarão agººnde com tan
|| 1 4"N Vtro caminho de ca ta ferocidade, que durando nete
| "{ º ridade heroica toma lugar lóhum anno matou nelle
* uão quando cõuinha |a innumerauel gente, & vinte
|-os padres dete conuento, como dos nofos fradestalguns,a quem
|era feruir a os enfermos de pete, a morte bufcou: os mais delles,
|offerecendo as vidas a o cutello que por liurarem os proximos
cruel dete mal contagiofo Pera | não temerão metterfe em fuas
|faluarem as almas, & os corpos mãos. No de 1579. em dez do
de feus proximos. Acção de tan mez de Setembro (e ergueo ou
}-Ioan.
V. 13.
*s]to merecimento, que alèm º de tra corrupção petifera, da qual
} etar canonizada por grande na morrerão neta cidade pelo me-.
| opinião de Chrito, achou nella nos quarenta mil pefoas. Falle
É. Martyr.|fuficiente motiuo
nera º •
a piedade ca •
cerão tambem quinze frades do
|####|tholica pera º venerar com ap
| conuento, & quafi todos tão for
|Feb,
|Baron an.
|pelido de 2íartyres aos que mor tes na caridade, que acodindo á
-

|261, n. 15. rerão neta empreza. Pelo que faude, & faluação dos enfermos, |
& 16. :
lc.Fr. Marc.| tambem, ardendo Milão em pe
*. * * *
defprezarão as fuas proprias vi
•. • • " -

|p'…": te, de vinte religiofos, que aca das. Dizem alguns que por dia
25. & 1.3.
C 45.
barão a vida no nofo fanto con
de são Ioão Baptita no anno (e-
, ! • •aº •

#Arturia|uento, º vio, o guardião chama guinte fe acabou ete mal: mas |


{
|"##1 do frei Zºndilº, que todas as fuas] achamos num catalogo dos noí
: : : fos
* ++ "…==
====
" " \i
|-
|-

-
——____

Menores na Prouincia de Portugal :


••••• •• •• •
== - -
223 | ---- " i
|fos frades defuntos, que no prin | aperrimo rigor, & humildade 1

|cipio do anno de 1 581. faleceo||profunda. Andando com eta || ;


|freilorge de Lisboa confedor do | occupação de tanto merecimen-| :
| moteiro de Sant-Anná, & frei |to, & ferido do me{mo mal, que
Francifco de Leiria na Cafã da|i|curaua, no Março de 1599. en- {
|fude, onde etaua curando. Fi |tregou a vida por feus irmãos
|nalmente no de 1598 a 14 de em as mãos do Redemptor. Pe |
|
||
| Oitubro, feja não fºi em Nosé dio por fua contolação, que én
}
-
|
=

|bro, rebentou o terceiro inceh terrífem feu corpo na coua do i


|dio de pete, o qual entre mais |venerauel porteiro frei Manoel |
|
| de vinte & finquo mil pefoas, 4 da Conceição;& afi*lho conce 2cap.14;
|abrazou feramenté, nos cófamio derão como auemos efcrito, º
; treze frades. ******* * # ; "4 Quiz animar a cidade o
| 3 O primeiro, que faleceo| pouo defcónfolado com doença
|noconuento,foi o padre F. Mar-| tam comprida, leuantandolfie
|cial de Soufa, Minitro que fora | bandeira da faude no anno de
|prouincial, com o qual feimpe 16o2.mas o fogo, que ficaua ef
|dio frei Ioão Froes pera o poder | condido debaixo de fuas cinzas,
|facramentar, & curar, & comº tornou a laurar de modo, que fe
-1 * * , …, 1.° 1. , , …" … {

|me{mo epirito affitío depois em |abrio outra vez a dita caía da fa-|
la Caía da faude,que era o hofpi-} ude. E pela experiencia, que ti
| tal dos feridos. Foão com elle | nha de nôs o Prefidente da Ca
| tambem outros, cujos nomes fi. mara D.Ioão de Catro,veio com
|carão em o tinteiro a quem fez dous Vereadores, & outros tan
efta memoria,tirando frei Pedro tos Meteres pedir a ó guardião
| da Afcenfaõ, & frei Pedro dos frei Pedro de são Francilco, que
| Santos frade leigo. Ete vltimo, mandafe cultiuar pelos feus fra
depois de auer obrado grandes, des ete pedaço da herdade do
curas,& admiraueis por fuas pro Senhor, que perecia à mingoa.
prias mãos,alcançou o fauor,que |Era vepera de S. Iofeph, 18 de
e{peraua de Deos, morrendo en- : Março de 16o 3 & exhortando
tre os mefinos enfermos com|lo prelado aos fúbditos, fairão
opinião de fanto. Outro leigo |féis animofos, que ferntemerem
chamadofrei Pedro do Rºfrio, fe a morte quizerão mótrar o vá
offereceo com caridade norauel |lor da catidade." Confefajãofe
pera curar os doentes do cõuen. naquela noite geralmente, &
to, digno de muitos louuores |confortados com o pão celetial,
não sò por eta acção, mas tam: que commungarão na mifa, em
bem pelo deuoto difcurto de to |rompendo amanhaam deman
da a (a a vida , º c ompanhado de | darão a igreji de S. Sebatião da
=_— - —==
- -
T4
----* * ***** -
Pada
••••- - - - - ---- –
**
AL

- - 224 Lurº II. Dalbifloria Strafica dos#


| Padaria, onde o Prefidente com dre de Deos não te liurou das
| Camara os etaua efperando.] |feridas,& {ó o prouedor frei An
Aqui foi eleito em prouedor, & tonio de são Francifco nunqua
perdeo a faude, Ambos forão
enfermeiro mór frei Antonio de
são Francifco,& por infignia par] continuando eta grande carida
jticular do oficio lhe pozerão | de até fe fechar a Cafa logoem fin
| húa fetta de prata no peito à hõ-| quo do mez de Oitu bro, []O

|ra do dito Santo, Pafarão logo|dia feguinte à feta de nofo Pa


às cafas do Arcebipo D. Miguel | dre ferafico. E porque o prcue
il de Catro a pedirlhe fua benção, dor, perfeuerando o mal,fez vo:
} & entrando no trite amphithea | to em nome da Cidade de vifitar
|tro, em que o leão da morte an | o corpo de Sant-Iago , ella lhe
| daua encarniçado, depois de lhe | deu por companheiros pera eta
| tirarem das vnhas muitos cor romaria os medicos, cyrurgiões,
pos,& muitas almas, ficarão qua & barbeiros, que no tempo da
tro no campo perdendo eta vi-|| pete o tinhão acompanhado,
| da temporal por ganharem a com húa oferta grande de paí.
eterna em companhia dos anjos. tilhas,& piuetes. Foi depois vin
i|Morrerão frei Pedro de são Pau te & dous annos confeffer do
|lo, natural de Almeirim, frei| (obredito D. Afonfo Furtado de
|Cutodio, frei Gafpar de Monte Mendoça,em quanto elle logrou
-

Sion, & frei Gapar do Efpirito | as quatro cadeiras Pontificaes,


i|Santo, hum dos melhores fujei. da Guarda, de Coimbra, de Bra
|tos pera as letras, que neffe tem gº,& de Lisboa, com o gouerno
do reino . Send o final mente
|po auia neta prouincia. Tinha
| orado dous annos antes em ver confeflor do moteiro de Sant
|fo elegantifimo a o abrir das ef. Anna, que deixamos nomea
| colas da Vniuerfidade de Coim do, no anno de 1 637.
|bra por eleição do Reitor Dom acabou em boa ve
| Afonfo Furtado de Mendoça, lhice a carrei
|que o etimaua muito por feu || .. ra deta
vida.
fingular talento. Era tambem
|habilifimo Theologo, & etaua
|| a caber nas cadeiras dos leitores. | (…)
| Mas eta he, a boa Theologia,
|verdadeiramente praótica,faber |
|faluarte a fi, & trabalhar porque ##.
| os outros fe faluem. *#*
|| 5 Dos dous, que efcaparão
} da morte, frei Francifco da Ma-",
- - - CAE
=*
→ → - -

Menores na Prouintia de Portugal. 225 |


| carne, futentandofe com hum
cAPITv Lo XVII. pedaço de pão,que nas feitas en
fopaua no caldo pera celebrar
|aquella folemnidade. E comito |
De finquo religiofis eminentes de tal modo fe myrrhou, que ve
na virtude. Rido no feu habito fingelo, em
-

"I - |- - -
tunica,parecia húdefunto amor
- - -

1 Cº Aõ tantas as boas aruo talhado em pè, húa etatua do{


\º) res, que nefte jardim fe fos,hum efpirito fem carne. No
rafico derão fruito de fa anno de 1602, foi o feu ditofo
borolas virtudes, que por não tranfito com finaes de fantida
enfatiar a me{ma fuauidade, de. - * …
búas dellas auemos de efcõder, 2. Seguic{e hum frade lei
& as outras motraremos de paf go; pelo nome frei Eteu㺠do
fagem. Aqui entra o padre frei Epirito Santo: pela vida,apoto
Antonio de Serpa, cuja vida inº lico varão, & grande feruo de
nocente mais era de anjo puro, Deos. Totalmente fe negou cõ
do que de homem mortal. Tão tanto abatimento,&deprezo de
retirado viuia nete conuento, fi me{mo, que quando o afron
como fe etiuera nos defertos da tauão,então ficaua alegre. Pare.
Arabia. Não conuerfaua cos fra cialhe que era muito indigno de
des, não conhecia parentes, não | trazer o hoffo (agrado habito,&
trataua feculares, não faia à ci ou foffe humildade, ou affeição
dade com licença, que pediffe, da pobreza, nunqua vetiofenão
nem tinha outro alliuio, fenão o
os velhos,& rotos, que deixauão
da oração. Cotumaua dizer a os outros religiofos. A todos fer
primeira mida por anticipar ete uia como fe fora efcrauo, & ne
fanto facrificio, com o qual he te foro queria que o tiuefiem.
louuada a Majetade diuina, & Se alguem (e efpantaua detes
fe oferecem preces pelos pecca feus abatimentos, repondia con
dos do mundo. Pelo que madru alegria da alma: Que cou/a he hum
gaua cada dia, & efperando que frade logº, pera que tenha prºfunç㺠}
fe rangeffe o fino logo (e ia vef Apoz dito, leuantou febre feus
tir,depois de fe etar exhortando hombros húa cruz tão carrega
com fantas palauras a pafar a da de penitencias afperas,que pº -+|•

quelle dia em o feruiço de Deos. ra poder leualla em feguimento 1:


As ociofas não lhe faião da boc de Chrifto, era neceffario que
ca,nem fe lhe via acção, que me ele o ajudafe, confolandoo na
receffe centura. Era de oitenta oração muitas vezes. Trabalha
annos, & não comia peixe, nem |ua o demonio, mas debalde, por
–==
lhe
*--

226 Lturº II. Da Ta Serafia dosfrãº


lhe cortar o caminho, como foi petuola de Tagrimas, que The Ta
em certa noite,que vinha decem ião dos olhos, não cantaua: la
do porhüa parte e{cura,que cha mentaua o deterro defla vida,
| mamos arga vermelha, pera rezar as aufencias da outra. Retirou
pelos defuntos no clautro : A featè das fombras do mundo,fem
trauefoufe diante em figura de nunqua mais receber os recados,
torpitfimo montro, que lançaua & cartas, que vinhão de feus pa
pela bocca chamas acefas de fo rentes,nem chegar à portaria; &
go. E ainda que lhe fez algum abtrahido tambem da conner
pauor, nem lhe impedio o pafo, fação familiar dos outros religi
nem lhe acanhou o animo, com ofos affi viuia folitario , como
que veio a zombar de femelhá humanacoreta,fazendo fua mo
tes encontros. Tendo pois def. rada de noite, & de dia, ou no
baratado o mundo,a carne, & o coro, ou na cella, & fempre em
inferno em gloriotas victorias, oração . Erão taes as dores de
triunfou tambem da morte, no fua alma, & tantas as luas lagri
anno de 16 1o, paflando pera a mas chorando fempre peccados,
vida immortal em grande paz do ou fuípirando pelos deleites do
eípirito. - ceo,que etas ajudadas da velhi.
Da villa de Obidos,que foi ce lhe cegarão a claridade dos
patria do padre frei Thome Cor olhos: aquellas co a fua agude
rea, o tirou Deos pelo braço pe za lhe ferião o coração cruelmé
ra a Ordem da Santifima Trin te. E fe Deos algüas vezes por
dade: della pera a nofia família fua mifericordia não lhe diuerti
na prouincia d'Arrabida; & def 'ra pera outro objecto o penía
ta pera a nofa, chamada de Por. mento, cuidaua elle, como tam
tugal, onde lhe deu tantas voltas bem feu confeffor lho ouuio,que
na roda de fua mifericordia, que o me{mo coração auia de etal
formou nelle hum vafo,muito ri lar. Co a cegueira do corpo fe
co, da eterna eleição. Era infi lhe abrirão muito mais os olhos
gne na tecla, & na mufica,& del interiores da alma, & paflando
pois de empregar fielmente,fen com grande auteridade, & fo
do vigairo do coro, ambos etes frimento a vida até o anno de
dous talentos nos louuores do 1618, fez pauza nella com húa |
mefmo Deos, que lhos deu, fez |morte deuotifima, por meio da
no vltimo quartel húa notauel º qual os jutos vão gozar da luz
a.Pf.136. mudança. Supendeo "nos fal } CÍCII13,
gueiros melancolicos dos rios de
Babylonia a alegria dos orgãos,
& fentado fobre a corrente im-}
Conti
----

*-*1- -

AMenores na Prouincia de Portugal.


* *
227
tranho, que o eteue confortam
Continuão os ditos ferus do nas efperanças do ceo, o qual
pelos finaes,que deu delle,fe en
de Deos. º tendeo que feria o mefmo padre
são Domingos, a quem por fua
4 Vtro vigairo do coro, contemplação fe fazia etafeta.
-
O dequePadua,
fe chamou frei loão
nós tem da
E breuemente fe aufentou a fua
alma do corpo,em 29 de Iulho
do o Cartaxo, lugar ditante de de 1631. pera na outra vida fa:
Santarem duas legoas; & como ber quanto neta nos importa a
Deos o criºua pera efte minite veneração dos Santos, que rei
rio de cantar os feus louuores, não com Deos na gloria. •

que he proprio de anjos, tam 5 . Em o lugar de Vinhó,


bem lhe deu húa cõdição de an termo da villa de Gouueanafceo
jo,& hum epirito angelico. Ele o padre frei Simão do Epirito
foi o que compoz o Manual do Santo, a quem o me{mo Senhor
me{mo coro, por onde nos gouer deu graça particular de parecer
namos, zelando a obferuancia o que era, porque a modeítia do
das ceremonias fantas, que dão roto, a brandura das palaaras, a
lutre a húa communidade. Fa compofição do homem exterior
zia quanto lhe era pofuel por: manifetando as virtudes, que ti
imitar as virtudes de N.P.S.Frã nha em fua alma, prédião os co
cifco, a cujo exemplo tomou en raçoens dos que lhe punhão os
tranhauel deuação ao padre são olhos. E quando dizia mifa,acõ
Domingos: de modo que por me teceo muitas vezes rodearem o
moria da etreita amizade, com altar os feculares pera verem a
que elles em o Senhor fe ama fingular deuação, com que affi
rão, os mandou pintar a ambos (tia nete fanto (acrificio. Sendo
em hum painel, no lado da fua vigairo da cafa no conuente do |
cella (obre a efcada, que fcbe da Funchal em a Ilha da Madeira,
portaria. Pelo que, aggrauada importunado o guardião das pe.
muito a fua doença vltima, que |tições da cidade lhe mandou que
rendo da lhe algüa confolação | feffe benzer os canaueaes d'afu
conforme a feu epirito os outros | car, que fe comião com bichos,
religiofos, trouxerão húa reli & feruindo(e a Piedade diuina
uia do me{mo Santo angelico, de detruir eta praga, agradeci
& com ella no altar da enferma. do o pouo lhe chamaua depois ••

via lhe cantarão hña mifía. Em


o Padre bicheiro, em rezão do be
quanto durcu a fua folemnida neficio,& entrc nós a refpeito da
| de, lhe appareceo hum frade ef fua compofição,& modetia a os
- - - **** - • ••• • - - - -
que
*-* =
723 Luro II. Da bi/toria Serafia dos77.
que a imitauão vierão alguns a que te erguia, tornaua logo a fe |
l lhe chamarem tambem bicheiros. guir o coro encotado num bor
Foi metre perfeito por excel dão, & dizendolhe eu compa
lencia na criação dos nouiços, & decido que não fe cançaffe tan
| mito fou teftemunha, porque to, me repondeo fantamente: Se
me fez Deos mercè de me leuar eu cºmo º pão dos pºbres, não º mere
a ofeu nouiciado na caía de Gui cerei nalgüa cou/4? Todas as noi
marães, onde me forão notorias tes antes defe recolher, fe con
as fuas raras virtudes. Enfinaua fefaua primeiro eperando cada
por palaura, mas erão Palauras hora pela morte ; & hum dia,
viuas, que leuauão configº º que amanheceo co a lingua tão
exemplo da pefoa, na qual nos inchada, que não cabia na boc
reprefentaua as perfeições de ca,&lhe tiraua a fala, era tanta
hum frade na humildade de co a fua conformidade co a vonta
ração,no rigor da penitencia, na de de Deos, que leuantando as
|pobreza do epirito. Em muitas mãos lhe rendia muitas graças,
occafiões lauaua, a imitação de & com o roto alegre recebia a
|
Chrito,os pès a todos os feus dif quantos o vifitauão. Logo pe
cipulos, & erão tantas as lagri dio papel pera declarar, como
mas, que elas fem outra agua em virtude da licença geral ti.
batauão por lauatorio. Pelas nha empretado a outro religio
faltas alheas fe fazia deuedor, fo húa peça muito pobre do feu
& principal pagador, tomando v(o; & quem daua etas contas
a fua conta as penitencias pu tão miudas, pouco tinha,de que
blicas, ás quaes daua inteira fati! as podefe dar. Mas abrandando
fação. o mal, no anno de 1633. depois
6 E depois de ter andade de commungar com eftranha
muitos annos pelos caminhos deuação, te defpedio dete mun
de Deos, tratou o mefmo Senhor do fantamente com efperanças
de purificallo mais na fornalha de lograr os bens do cu
dos achaques, que a fua velhice tro,que não tem con
lhe tributaua. Pelo que lhe fuc tO , nº In
cedia etar mezes inteiros tolhi | fim,
do de pès,& mãos, & com dores
cruelfimas, que lhe caufaua a (?)
|gotta: mas com tanta paciencia,
que nunqua deu hum gemido,
nem fez húa leue queixa das fil
|tas,que cotumão padecer os en
fermos ordinarios. No ponto,
+

- ••• • T=T de F7 - - 25 ==
VIDA DO SERVO DE DE OS
frei Gapardo Epirito Santo,
CAPITVLo XVII. 1ção & penitencia,como erão dif
ciplinas,& cilicios,& húa caldei
Defia finferidade,& tari rinha d'agua bêta, cõ a qual encõ
médaua os defuntos. Ouue tépo,
dade illu/tradas com os em q não teue no dormitorio cel •

faudres do ceo.…… la, & recolhédofe numa cafinha


terrèajunto da porta dos pobres, |
1 /\ Quella ditofa terra,fer nãquafe deu por melhor accõmo
- tilifima de Santo,4fe dado. Era homé naturalinête fim
limita entre o Douro, gelfo, q tinha poucas palauras, & |
& Minho, nos deu tambem efte |detas,algúns,qnão declarauabé |
Varão apotolico, filho de paes pelo muito á calaua. Não era le
lauradores, numa aldea, que fe trado, né aprendeo ás rethoricas
chama Feridão , freguezia do do múdo, mas foube o principal
Saluador de Lufrei , annexa á das fciêcias, que toca à faluação.
Magdalena do Couello, junto à |Leuantãofe os idiotas na terra, &
villa de Amarante. E defengana co a fimplicidade nos arrebatão
do ele das vaidades da terra, o ceo, & os letrados foberbos, á
profe(sou em Couilhaam a hu não vsão bem das letras, com el
mildade do ceo no eftado dos | 1-sfe precipitão no lago trite do
frades leigos da nofsa Religião, inferno. Pera á são tantos defue
no qual Deos por meio de fua los,tátos etudos,tantas noites sé
graça o fublimou a grande glo dormir, tanto reuoluer de liuros,
ria. Logo forão agigantados os fenelles não aprendemos o que
paísos,á deu em a fua conuerfaõ, importa à alma?
sporque d'hum falto deixou atrás 2 Ete idiota fabio co a fua
quanto podia detello. Nunqua fingeleza intruída nosãto amor
tornou a o lugar do nafcimento: de Deos,deixãdo atràs o me{mo
os parentes lhe parecião etra entendimento, penetrou deuota
nhos,& fe algúsfe lhe dauão a co mente grandes fegredos do ceo,
nhecer por carta, ou cõ recado, q o Senhor prudêtífimo dilatão
repõdia q não fabia quem erão. a fua capacidade lhe queria reue
Neta altura fe poz em o defpre lar. Não tinha outro etudo, fe.
|zo do múdo, admittindo sòmente não o da oração, & falaua de mo
na fua cella intrumétos de dema. do na Theologia mytica,á algü.
V letrados
23O Lurº II. Da hira Seria Limã
letrados o ouuião com elpanto. dão as etmolas. Nefte tempo tão
VIaua tambem de aforifmos de comprido não veio pobre,4f9ffe
uotos, os quaes explicaua cõ mui defconfolado,porque da manhaã |
|ta propriedade. Intentandofe hù, atè a noite lhes fazia caridade. E |
cafo grãde no reino,veio primei dizendo hum religioto,que defe
|ro communicallo cõ ele hum fi por húa vez a efmola, & que fe
|dalgo illutriffimo, pera por fua | chaffe a porta, lhe repondeo cõ |
|via faber fe cóformauaco a von etas palauras fantas. Que herdefa
tade deDeos, a quê ele o propoz; zerfe são pobres como nos,Grzews fã
na oração algüs dias,& repõdeo bem nºs fi? cada hºra fºfientandº?
finalmente qfe pozeffe por obra, Chegado o tempo da e{mola or |
declarando obõ fucceflo,4 teue, dinaria,repartindo os pobres em |
| a certeza da repota. Húa noite, fileiras mandaua logo a os mini |
| q fazia difciplina junto da porta nos rezar as orações, á elle lhes |
| da igreja, vio no cruzeiro o ef í | enfinara, & depois daua dejãtar
rito maligno,que lá pretendia e{-| a todos.Muitas vezes paflauão de
| toruar a outro religiofo, o qual tã. |céto & vinte, alèm dos quaesti
|béfe difciplinaua, pelo # } nha outros, q por feu modo cha
tou dizendo: Não tema padre: và. maua os pobres vergonçantes, & a ef
por diante, porque he hã demºnio º que tes mandaua de comer afuas ca
º quer perturbar. Etando muito en | fas.Dete modo gataua todos os
fermo pelo tempo do Natal,lhe dias mais de finquoenta pães: vin
quiz dar hum feu amigo os para te & finquo, que o conuento lhe
bensja da morte co as palauras daua com os fobejos do refeito
{eguintes. Pareceme, que duemºs*de* *1 rio: os de mais lhe adminitraua
• - - -

ter boas feitas. A o que ele repli: o Pae das mifericordias. Mas pe
cou. Não hão defer ainda fas. E affi raido tambem muitas vezes não
2 COf){CCCO. 1.
comia: os outros religiofos lhe
3 Cõetas luzes do ceo ati largauão parte da lua reção; &
nou sé difcrepar no caminho da quando fe via nalgüa necefida
| fua vocação, feruindo nas porta de corria os dormitorios ajuntan
|rias,enfermarias, & cozinhas cõ do, como elle dizia, as efmolas
| caridade ardête,& igual obediê do Senhor. Dandolhe hum reli
cia,como foi nete cõuêto, onde giofo hüa panella de doce cõ cõ
43. annos gaftados na portaria dição, q a comeffe, logo lhe pe
} em o feruiço dos pobres lhe re dio licéça pera dalla a os pobres.
| matarão a vida.No principio fer A muitos daua camizas qpediana |
uia tãbé em a porta principal,mas cidade, & alguns de feus deuotos |
depois cãçado ja da velhice ficou lhe mandauão todas as fomanas |
sò cõ o cuidado da outra,onde fe pão,querêdo todos gozar do me-li
reci
I *+
---- *--*

— 44enores na Prouintla de Portugal. 23 I


*-*--*

recimento da efmola por fuas uia de dipenfa, virão muitos por


deuotas mãos. Era tão venerado fima dos parteleiros: do que ad
nete fanto miniterio, que alèm mirado ele,& mettido em gran
de frades, & feculares o ajuda de perturbação lhe ro ou de
rem quando feruia a os feuspo joelhos,que lhe guardafefegre
| | 1
bres à meza,algüas pefoas ouue, do.… * * * * * *

que por fua deuação disfarçados


co a capa da pobreza lhe vinhão | 2
e APITv L o xix
– … :* * * * - : -_ . :
pedir elmola. . ":"", ";
4 E o Senhor clementifimo, Defia grande penitencia, de
que não deixa perecer nem os
bichinhos da terta, tambem nos } uação,
• •.. &#fanta morte patro |
--> |- • -

apertos grãdes vfaua cos pobres, 1


; - -
cimadas de Deos.
- • • • • • • • •
|
que ele tinha a féu cargo, de • -

grande mifericordia. Sendo re 1# 4 Aá era ingrato ete|


* *

feitoreiro no conuento d'Alanº -

}.
Seruo fideliffino ao Se
quer lhe ferueo o azeite nas ta """";nhor foberano, mas
lhas em húanno,4 auia falta del quanto mais obrigado fefentia,
le. Aquineta portaria húa vez,4 com maior cuidado o defejaua |
era pouco o pão, & a gente era feruir. Trazia fobre a carne húa
muita,poto de joelhos diante do corda de efparto lançada a o
ceto, & cheo de confiança em pe{coço, a qual dobraua no
Deos lhe diffe etas palauras. Se peito a o modo de etola, & pe
nhor, bem vedes o meu aperto : eu las pontas fe cingia com ella em
benzerei º pão, mas vós º autis de muitas voltas. Comia pouco,
acrecentar. Dito ito,logo o foi re jejuando muitos dias, & detes a
partindo,& (obejou tanto,queen pão & agua as fetas feiras da
trou por outros dias. O me{mo quarefma, & todos os fabbados
lhe fuccedeo outra vez,bézendo pelo difcurto do anno com tão
o q tinha guardado na fua arca. grande obteruancia, que não
Abrindo també em outro dia a dipenfou configo na velhice,
porta,achou da bãda de fóra húa nem etando entreuado. Não
giga chea de pães fermofifimos, ouue nete conuento quem o
(em faber quem os trouxera: Hú vifle affentado, fe não foi no
religiofo finalmente lhe pedio,4 refeitorio; que fóra delle, ou
lhe dêfe algum doce pera huns etaua de joelhos, ou em pè, ou
enfermos pobres, a o qual ref andauapafeando, & depois de •

pondeo que o não tinha,mas que velho com hum bordão em a


daria outra coufa. E entrando mão.Em pêtomaua tambem al.
logo ambos na cafinha, que fer güas vezes o fomno, que lhe era
V 2. necefia
--+--------
---- –L== *_*_*

}
232_Lurº II. Da bifloria Seraficados frades |
necedario pera alentar as forças. 2 Era tanta a fua deuação | •

Defocupado no principio da noi que co as contas nas mãos, & o}


* - • • • - - • -

te de fuas obrigações faía primei, coração no ceo, rezãqo, & contê


• • • •

raméte da cella co a fua caldeiri plando andaua (empre bufcando


|nha d'agua bêta a rezar pelos de pelos cantos, & por todo o côuê |
funtos nos clautros.Tornaua de to o Senhor de fua alma. Não |
pois cõ húpenedo muito pezado paflaua pelo coro fem entrar, & |
nos braços,ou cõ húa cruz às co faudar as imagens, fazendo toda |
tas,& dete modo corria fete ve aquella detença,áfeu oficio lhe |
zes as etações da varãda,em ca podia permittir. De tràs da me{-|
da húã das quaes ajoelhãdo reza ma colina da portaria velha,on
ua.Quãdo tinha cópanheiro,co de difemos q foi achado fufpêlo
mo era muitas vezes o roupeiro o venerauel porteiro Fr. Manoel
• — - - - 1 - - - -

do cõuento F. Manoel de S. Dio daCõceição,també a elle o virão |


go,homé de grande epirito,com, algüas vezes em pé,& tão elena
húa corda a opefcoçº,pela qual do na fanta côtéplação, como ho
o outro ia puxãqo,fazia eta mef méinfenfiuel. Do me{mo modo]
madeuação. Depois dito reco foi vito por outras vezes na tri
lhendofe à cafinhados pobresto buna da varãda,q caie pera a igre.
maua húa difciplina Daqui pafia ja,cõ osbraços em figura de cruz,
ua à caía da portaria principal,& &elle á parecia fufpenderfe em|
diante de hús paineis,ou retabo o ar. Ajudaua a primeira mifía,q |
los fe arratana de joelhos cos fe diz em rompédo a manhaam,
|braços potos em cruz rezando & entrando o facerdote no Ca
| fuas orações. Dete lugar fabia none, ele ficaua tambem com
pera o coro, onde na me{ma pof os braços etédidos, tocando tão
tura oraua, & meditaua atè dar a fubtilmente, & femfe mouer,a o
meia noite, & então fe recolhia. leuantar a Deos, húa campai
Que noites tão bê gatadas a ref nha, que tinha entre os dedos,
peito do mal, á outros gatão as que alguns cuidauão fer tangida
fuas, cujos olhos abra Deos por pelos anjos. Na quinta feira da
fua mifericordia pera q não aca Cea, que por rezão do officio
bem de cegar co a fumaça eter commungaua na enfermaria,an
na. Erão també etas noites hor tes de chegar à meza pedia com
rendas a os demonios, por quan humildade Perdão de fuas fal
to tremião dele, como fe vio no tas a todos. E por fe não arrif
que achou affentado em hum car a commettellas na fanta
banco,que foi buícar a o capitu obediencia, ordenando os pre
lo. Mandoulhe que o leuaffe às lados , que quem abrife as
cotas,& ele obedeceo. portas vizinhas da portaria,
não
=>* ==T==
AMenores na Prouncia de Portugal. - __233
não deixafle entrar dêtrofe não Tcconuento o veio bufcar huTur
foffe pefoa de qualidade, nun co,refidente na cidade, pera que
qua quiz vfar de chaue, como lhe benzete húa chaga,a qual (e
os outros vfanão, fendolhe mais tinha por incurauel;& fendo fer
neceffaria. -
uida a Piedade diuina de lhe dar
3 Affi foi enfiando fua vida fäude nella, també o allumiou pe
por etremos de virtude cõ gran ra receber a fanta agua do bau
de paz do epirito, & fempre no |tifmo,& morrer cõ finaes de ver
me{mo tom, fem fe alterar,néle | dadeiro Chriftão.
uantar a voz nunqua,nem quan 4 - Como o Seruo de Deosfe
do ouuia os pobres,q não etauão vio na enfermaria, á caminhaua
cõtentes, né quando hum defal pera a morte, anticipou muitos
mado o tratou mal com palauras dias as fuas preparações,repetin
afrõtofas. Tudo (ofria,&tudo diffi do a cófisão, & cômunhão mui.
mulaua cõetranha paciencia,q tas vezes. Pedio perdão de feus
també nelle era virtude heroica. defeitos em cõmunidade publica:
Pelo á carregando na velhice os rogou a o guardião á lhe fizeffe
achaques:etãdo entreuado mui efmola de fepultura,& habito; &
tos mezes cõ húa chaga aberta, paflados algüs dias (parece q vio
em q lhe nafcerão erpes,& apoz o q auia de fer) pedio com muita
delles a morte: cortando na car intãcia q lhe trouxegé a sãraVn
ne viua o ferro por atalhar a cor ção.Depois de a receber lhe deu
rupção,que lauraua, não lhe faío hñ accidente mortal,que fem lhe
pela bocca húa queixa de homé fazer ofenfa no juizo,lhe derro
impaciente. Grande alma, que cou os fentidos, & a lingua.E de
tanto fe conformaua co a vonta te modo,encarcerada no corpo,
de de Deos! Mas tambem efte co as portas fechadas,a fua bem
Deos, grande Senhor, que por dita alma ficou mais liure pera
tantas vias engrãdeceo o feu no contemplar em Deos, o qual era
ne! Era tratado de todos cõ vene | a fua cõfolação. Oito dias primei|
rauel refpeito, & julgauafe dito ro é efpirafe, não quiz admittir
fo, quem tinha algüa parte em regalo, & fe à força lhe vetião
fuas fantas orações. Procurou vel camiza, co a me{ma violencia a
lo a Rainha nofia fenhora D. delpia,ou rafgaua. Queria efpe
rar nú na hora da morte a o ten
Luiza Francifca,que Deos guar
de;& indo elle por mandado dos tador das almas, pera que nem
Prelados, de tal modo edificou húa camiza, vetida com tanta
cô (eu exemplo o paço, que não necefidade, achaffe de que pe
deixou de motrar quanto fugia gar. Duas noites antes, quebran
de femelhantes applaufos. A ete do ofeu efpirito as ataduras da
V3 lingua,
à~*

234 Liuro II. Da bifloria Serafica dos frades |

lingua,por quatro, ou finquo ve: to,o qual era o teu nome,fenão o


zes diftinéta,& claramente inuo Porteiro/antº, ou "fanto frei Gº/par.
cou em (eu fauor o fantifimo Os religiofos não fe fartauão de
nome de Iefu.E fentindo logo o lhe beijarem os pès, & ainda as
auxilio do ceo, que fe entende ditas chagas, & procurando al
lhe trouxe o padre Santo Anto cançar algüa reliquia do feu cor
nio,tornou a foltar a voz dizen dão,ou do habito,paffarão aquel
do com humildade: Santo Ante la noite alegres em a fua com
no a mim? Santo Antonio a mim? Cõ panhia. No outro dia pela ma
ifto em mudecco outra vez, & nhaam às feis horas foi leuado à
leuantando os olhos co as mãos igreja com o capello cozido fo
pera o ceo, nos braços de feus bre o roto, como entre nós fe
proprios irmãos, que nefe tem vfa, & em quanto felhe dizião
polherezauão o oficio da ago as mifas, & no corofe cantaua o
nia,deu fua alma a Deos, às tres oficio, o deixamos no cruzeiro.
horas da tarde, 29 d'Abril de 2 . Mas acodio tanta gente
1648. tendo mais de nouentade de todos os etados,clerigos, re
idade. ligiofos d'outras Ordens, titula
res,fidalgos,& plebeos,que a fua
CAPITVLO XX. multidão os defcompunha. Ro
dearão o efquife, trabalhando
Das honras de feu enterra por lhe beijarem os pês, ou a o
menos tocaremno. Gritauão que
mento acompanhadas de defcobrifé o roto,porque o que
humnotaueljúc rião ver,& impacientes ja lhe raf
garão o capello em pedaços, cõ
teÉ0. tendendo entre fi (obre quem le
uaria maior parte. Appareceo
I O me{mo põto de feu tão fermofo,& alegre ofeu roto,
venturofo tranfito fe como fe fora de anjo, & acefo o
vio quanto Deos o ef pouo em deuação lhe cortou os
timaua, porque as me{mas cha cabellos da cabeça, & da barba,
gas podres, & canceradas com que leuaua crecida por rezão da
erpes, parece que etillauão pre doença prolongada, perfuadin
|ciofiffimo balíamo com tanta dofe muitos que elles crecião vi
fuauidade de cheiro, que eleuou fta a quantidade, que lhe auião
os fentidos. O feu nome, como cortado, E mettendo mais o fer
oleo cheirofo, fe derramou pela ro,cortarão vnhas, & carne, a
cidade de modo, q não lhe cha qual com os golpes lançou fan
mauão ja frei Gafiar dº Epiritº Sã gue. Cortarão tambem o cor
§=
*>
dão,
—T
==– • •- - * *

AMenores na Prouincia de Portugal. 27


| dão, pannos menores, & habito de homens, & de mulheres,que
dos pês ate os joelhos,& nem cõ vierão decendo fobre a noffa
ito fe fartaua a cobiça de reli igreja pera ficarem a o menos
|quias. Pelo que foi neceffario confolados de o ver. Mas ainda
porlhe guardas, & cobrillo com affi forão milhares, & milhares
o panno de veludo em que eta os de lenços, & de contas, que
ua oferetro, ficando fó o feu ronelle (e tocarão pela grade, de
fto defcuberto. Daqui do cruzei modo que etando ja na coua o
ro o metterão dentro de húa ca defcobrirão da terra por não fal
pella, onde hum pintor o retra tarmos à piedade, & deuação
tou à intancia d'hum grande dos fieis. Etaua o corpo tão
deuoto feu, a qual applaudirão brando, & tão tra&tauel, como
todos. •

fe ainda etiuera anímado ; &


Tudo ito fepafou, ef. aqui lhe vetirão outro habito
tando a nofía communidade can com o qual foi enterrado na co
tando o oficio no coro, & quan ua,em que jazia o padre frei Fi
do ela deceo pera lhe dar fepul lippe de Iefu, pregador del-Rei,
tura não podia ja romper pelo & nofo Minitro prouincial. Os
aperto da gente,quefe motraua frades,que vião ito,não cefauão
queixofa de não o lograr mais de darem graças a Deos por fuas
tempo. Com eta difficuldade, mifericordias; & affi naquelle dia
entre empuxões & gritos, foile entrando no refeitorio,cantou o
uado a o clautro, & mettido na ledor da meza verfos de feta,co
capella das Queimadas, pera q, mo he nofo cotume nas gran
fechada a fua grade,contra von des folemnidades; & quando fai
tade do pouo o podefem fepul rão delle forão cantando7e7'eum
tar. Efe a preça não fora tanta, laudamus em procisão à igreja.
ainda depois feria maior a diffi Na fepultura tem hoje o letrei.
culdade pela multidão immenfa ro,que fefegue.
Aquijaz.Fr. Gapar do Epirito Sáto, fradelei
go,& filho detaprouincia,natural do lugarde
Feridão junto ávila de Amarãte, Arcebipado |-:

de Braga,que foi infignenas virtudes da carida


de, oração,humildade, penitencia. Morreo cõ
opinião de grande feruo de Deos nefte con
uento de são Francifco de Lisboa em 29 de
Abril de 1648 annos.
V4 4. Não

|-
_236 Luro II. Da bifloria Serafica dos frades
4. Não pereceo co a morte lhimento,que tendo irmão,& pá
o feu nome: antes com ella foi rentes na cidade raramente os
feruendo a deuação da cidade vifitaua, feguindo fempre o coro
em motrar o muito, que vene de dia,& de noite,poto que prè--
raua as fuas grandesvirtudes.To gaffe de ordinario.Era finalmen
dos pedião,&buícauão algúa das te cófeflor do dito feruo de Deos
fuas prendas, etimando hum re frei Galpar do Efpirito Santo, q
talho do feu humilde faial (obre o fabia etimar por fua muita vir
a purpura dos Reis.Dizião publi tude; & achandofe prefente na
camente que não fó o feu corpo, enuolta, em que lhe cortarão as
& o habito, mas tambem os pan vnhas,& os cabellos,quiz també
nos menores, que lhe tocarão recolher algüa prenda maior.
nas chagas,lançauão de fifuaui - Cortoulhe hum dedo, que foi o
fima fragrancia. Publicauão fauo pollegar de hum pè,& em quan
res particulares de fua interce{- to fe feccaua o pédurou numa li
faõ,& com afecto os vinhão fol. nha,liurando nelle grande parte
}
licitar,& tambem agradecer jun da fua confolação.
to da fua (epultura. Mas etas de 6 Nete tempo, dormindo
mõtrações,oSenhor as fará mais elle húa noite, acordou etreme
euidétes, & certas quando julgar cido co a força de hum vento,ou |
que conuem. Hum sò cafo, que foffe reprefentado, ou verdadei
parece memorauel , e{creuere ro, que parecia leuar o nouiciado
|mos agora. - todo;&bufcando por feu empa
5 Era metre dos nouiços |ro o dedo,não o achou no lugar,
eta mefma occafião frei Anto onde o tinha deixado, quando fe |
nio de são Paulo, natural da fre lançou no leito, nem depois o
guezia de são Pedro de Serzedel vio mais na fua cella. E adorme
lo, Arcebifpado de Braga, comar cendo logo, defconfolado,& tri
ca de Guimarães: varão exem ifte, vio em fonhos o dito Seruo
plar na vida, cultiuada com cili de Deos, que lhe diffe etas pala
cios, jejuns,& difciplinas de fan uras. Não te dº/confoles,porque o dedo |
gue.Era fenhor de fi me{mo do ja ºfia em feu lugar; @r tu vaite prepa
minando as paxões, & leuando irando, porque a vontade de Zeos he, #
com igualdade de animo disfauo que muitº cedo fijamos ambos juntos,
res da fortuna,& aggrauos da ma Çr confolados. Acordou tão entra
licia. Era muito obferuante da | do deta fua aduertencia, a qual
} nofia regra ferafica, excedendo julgaua por certa, que logo fez o |
muitas vezes feu efpirito em o que conuinha fazer pera fua fal
comprimento della á me{ma o uação. Depediofe do irmão, a f |
brigação. Viuia com tanto reco quem contou o que tinha fucce.
dido;
----
* *

+---++=

----* Twº---

Menores na Prouincia de Portugal. 237.


dido; & paflando por caía d'húa por rezão da fepultura, & viuirá | |
|-

}
| pefoa deuota, co a qual (e auia o feu nome por etes nofos ef
concertado, que na vida, & na critos. He la primeira o grande |

imorte fe encommendafema a feruo de Deos frei loão da Bar


Deos ambos, rogoulhe q, fe não. |roca,Catelhano de nação, a qué

lfe vifem mais, lhe lembrafíca | o melmo Senhor inuiou a efte


promefa, Forão etas defpedidas | reino pera ajudar a rebater as
em hú1 quarta feira à tarde, &| inuafoês de Gatella, como º ti: a. Pf i o 4.
V. 1 7.
na feta, que erão 19 de Junho inha inuiado o Patriarcha Iacob,
do anno afima dito, o afalteou ipera difpor no Egipto o remedio.
B. Fernão
hum terribel accidente de dores, ida fome de feus irmãos, Elbaua º
Lop chro
infoportaueis, que na fua inten: emparedado; ou reclufo entre as nic.mf. P
faõ podião comprehender hum, |quatro paredes d'húa cafa na ci 1.C. - 3 - 24.
25.199. &
tormento prolongado, as quaes | dade de Hierofalem, fazendo vi P a.C.-17.
no proprio dia, tendo recebidº| da folitaria no meio-d’aquelles
com deuação os facramétos, lhe |fantos lugares, que confagrou º
arrancarão a alma, pera gozar Redemptor com fen precioío sãº
mais de preça a companhia da gue; & infpirandolhe o ceo que
veneraael perteiro frei Gafpar;| ite vieffe a Lisboa, tambem lhe
como elle lhe tinha prenuncia difooz a vinda, dizendo que no
do Efcreueo a fua vida frei Do porto de Iafà acharia húa nao, a
mingos da Conceição, á qual qual efaua à carga. Chegou a
nós acrecentamos particulares | eta cidade, & fem ter entrado
noticias. • • , …

* *
nella, allumiado por Deos, que
* *
tudo lhe declaraua, pedio a os
capitv Lo xxt ",
naturaes que então forão abor.
do, o trouxefem a húa barroca,
Memmia de F. Is㺠da Bar vizinha dete conuento, onde
roca: do efiado, que true; das queria defcançar. E efia he a re
zão do appelido que teue,de frei
peÉoas, que afauão o titu João da Farroca : como tambem
lo de Frei, & dos - húa rua, feita depois no mefmo
Terceiros Er fittio, he chamada dos pretentes
|| a rua da barroca. . … :)

, mitães. 2. Aquife fechou, ou entai


| pou em húa caf, etreita, da qual
1- Aremos agora conta, a feruentia maior não era pera a
como fieis depofita terra,mas pera a luz do ceo, que
{ rios, das pefoas infig quando muito achaua (ó húa frè.
nes, de que etamos entregues ta, por onde entrafe nella. E
ainda
*
238 Liam II. Dahlima Serafica dos fã -

| ainda que ette modo de vida, Inglaterra, veio primeiro con


|de gente emparedada, não era fultar a frei Ioão da Barroca, o
|etranho em Portugal,antes mui qual com rezões fundadas em a |
to ordinario nas villas,&nas cida vontade de Deos o obrigou a a
des, forão contudo notaueis to ceitar o gouerno. Peraito o ti
das as luas circuntancias. A fá nha Deos inuiado a Lisboa, pe
ber, o repente com que veio,não ra declarar a ete infigne Princi
|fendo eperado : a eleição da pe que conuinha fer Rei de Por |
barroca pera fe emparedar, não tugal,& defendello das armas de
tendo della noticia: a confiança Catella. E era tanta a fúa auto
em Deos, com que fechou todas | ridade, que o Doutor Ieão das
as portas a os cuidados,& proni Regras com ela jutificou em as
mentos da terra: o rigor, com q Cortes de Coimbra affi as acçoés
fe mortificaua em jejús, & peni. do mefmo Metre d'Aviz, como
tencias: a certeza finalmente, cõ | as caufas, que auia pera o reino |
que illutrada fua alma da luz in o jurar, & acclamar por feu Rei.
falliuel no eípirito profetico def E quando depois o nofo frei Pe
cobria os cafos muito ditantes, dro, ou frei Rodrigo na Santa Sè
& penfamentos occultos.E dan de Lisboa declamou em hum fa
do ito grande brado por toda ef mofo fermão a victoria d'Alju
ta cidade, não auia quem não vi |barrota recopilando as maraui
efe bufcallo como a Anjo do lhas do ceo, que fazião felice o
ceo, me{tre de raras virtudes:ou (eu reinado, entre elas apontou
como, a Oraculo diuino,por qué os bons confelhos dete Seruo de
Deos manifetaua o que auia de Deos dizendo o que te fegue.
|fer. Pelo que ouuindo huns os Qem mandou afrei João da 3arroca,
feus cõ{elhos deuotos,outros de nº/a vizinho,que mora all,que du/e/e a
fenganos certos, todos lhe dauão el-Rei quando lhe foi falar/endo Cáe
acclamaçoens de homem fanto, fire, que/º nompartife do reino, que a
| & de Profeta de Deos. Zeos praziafer ele Rei, @/enhor del
Aconteceo nete tépo ma le? Nas quaes palauras motrou,
ltar o Metre d'Aviz D. Ioão a ol que o Senhor lho auia infpira
| Conde d'Ourem D. Ioão Fer do. Sobre efte confelho de não
nandes d'Andeiro, & Lisboa a fe faír do reino,tambem lhe deu
pertar muito com elle, que tam boa traça pera tomar o catello
bem tomafe à fua conta a de da me{ma cidade de Lisboa,que
fensão, & o gouerno do reino. foi hum artificio de madeira, o
E confiderando ele as grandes qual fechamaua Gata, com que
| difficuldades, q nete cafo auia, ellefe rendeo. Tendo pois bem
poto que intentaua fugir pera lograda fua vinda na profperida
de
*##----
—\

- _Mºures na Prouincia de Portugal. 2.39


|de dete reino, cheo de muitas herdade, on de chamauão as Lif
virtudes, & etas na vida,& mor-} /entas em o termo de Leiria, que
|te acreditadas com marauilhas | fez a hum feu cafeiro D. Ifabel
do ceo,pelos annos de 14oo foi! de Cardona Abbadefa de fanta
|enterrado na igreja antiga dete | Clara de Coimbra em 2o. do
conuento, honrando fuas exe mez d'Abril,anno de Chrito de
|quias o dito Rei com os fidalgos 1 336, no qual afinou por tete
| da Corte. Mas como nem a elle, | munha frei Effeuão, Ermitão de fan
| nem a outros de femelhante vir 'ta Ofemia, Dos Terceiros damos
|tude fe leuantarão fepulchros,ef duas efcrituras. Pela primeira de
| condendoos sòmente em as en 13.do me{mo mez,porêm no an
tranhas da terra, não terà muita no de 144o. º emprazou a Ab d no mef f
| rezão quem nos quizer centurar badefa do íobredito moteiro, mo arch,

| de não dizermos agora quaes e D. Catharina Ferreira,hum chão


rão os feus lugares, pois esfriou a nas melmas Affentas afrei Afonfº
| deuação dos fieis, que os podera da Terceira Ordem de são Francyº,
| motrar, & tudo (e reuolueo na |morador na vila de Leiria, @ a fua
mudança da igreja. .. . mulher Zrites Annes. Na Íegunda,
4 Acerca do feu etado, di que foi feita em o primeiro de
zemos primeiramente que não Maio de 1 5o8, º declarou Jºão e, arch.de
foi religiofo; nem as chronicas -Andres,que/º era chama frei leão, gr S. Franc.
do reino, donde os de mais trasla | faa mulher Catharina Gonçalues, co de Carra.
dão, lhe tem dado efe nome: mo fazião doação a oconuento
mas sòmente de Zom homem, deu de são Francifco de Caria, de cer
to,devida emparedada,a qual naquel tos bens na aldea de Val-dela
|le tempo fazião muitos homens, drões,&termo de Marialua.On
& mulheres, fem ferem religio de vemos como os nofos Ter
fos. De mais que o prenome,& o ceiros,profeffando eta regra, sé
titulo de Frei, com o qual heno mudarem de eftado,tinhão titu
meado por frei leão da Barroca, lo de Frei, & algüas vezesfecha
mauão tambem Frades, no qual
não era antigamente tão proprio
de quem profefaua algúa Reli. ponto temos outra/efcritura do f. arch.de!
S. Clara de
gião,que tambem não pertencef anno de 1 373. porque nella fe Coimbra,
(e a Ermitães, & a os nofos Ter relata, que D.Inez Rodrigues de
ceiros, ainda que feculares, os Va{concellos, Abbadeísa no fo
quaes pela figura do habito, & bredito moteiro emprazou a V,
modetia da vida,com que imita cente. Annes,frade da Terceira Ordem
uão a gente religiofa, vierão a al de são Franct/co, @r a /ua mulher l/a-
c. arch, de cançar ete titulo. Dos Ermitães kel Cicente húa vinha na Copei.
S Clara de
| Coimbra.
dà tetemunho o º prazo d'hüa ['2.

•••
5 Rºta
"…___*
- -- -

24o Larº II. Da Wina Serafã dos frades -------- --


+

- Relta agora dizer, fe frei 6 E por elgotarmos duui


Ioão da Barroca foi Eremita, fe das,aduertimos º que era mui or h.F.Marc,
Terceiro francifcano. E nefte dinario nos Terceiros francifca p.2.1.1.c.
11.19. & 1
particular não falta quem nos ar| nos fazerem vida eremetica, & 1.6 c.24.
güa, de querermos que ele fofe viue é encerrados em cafas par
Terceiro, tendo as noflas conje ticulares alguns com tanto aper
cturas por leues, as quaes porém to, que a cella do fanto Viualdo
não vio todas, nem lhe contou | era o tronco vazio d'hum cata
do principal fundamento. Dize nheiro. Donde vierão a chamar
mos pois que foi Eremita,&jun feTerceiros Ermitães de são Francf.
tamente Terceiro. Eremita,pela co, conforme a húa "bulla do Pa i.Fr. Luc.
vida folitaria, que fazia tão re pa Eugento IV, que começa Pro. |tOm.$,
| 1438.
2R,

montada do mundo dentro de bate fidelitaris, a qual lhes dà efte


quatro paredes,como os Anaco nome. E conformandofe elles co
retas mettidos pelos defertos. a vida no feu habito, tambem
Terceiro, pelo etado & regra, ete era eremetico, do qual vía
que profeflou. Nito debate a raõ fendo d'antes feculares,& al
duuida: mas temos a tradição cõ gum tempo depois de ferem re
tante de toda eta prouincia, de ligiofos, como motrão duas bul
ºriuada dos paflados a os prefen las de Iulio II. & Paulo III, que
tes, que merece grande credito. refere "frei Antonio de Sillis. E /, tom. 1,
g. arch de Alèm de que é achamos húa me
S. Franc. por ifo" querendo Martinho P28. *
de Alanq. moria, feita quafi no feu tempo, V. que elles nas partes d'Anda #Lus
cujo Autor, que foi frade, lhe luzia fe ditinguifem no habito tom. C1t.
an. 1423,
chama o no/afrei loão: o qual no d'outros Ermitães, chamados os
me não lhe podia conuir, fe pelo Pobres da vida pºbre, os quaes ne
menos não fora nofo Terceiro. nhúa Religião profefauão,fegú
E fobre efte fundamento afen do fe diz na bulla, ordenou que
tão as conjecturas, deduzidas de os mefmos religiofos Terceiros
elle fe auer emparedado na cida pera fua differença trouxefem
de de Hierufalem à fombra dos e(capulario; do que fez executor
nofos frades, a quem tocaua a a o nofo frei Bernardo de la Pe
direcção dos Terceiros: de efco nha , o qual os congregou em
lher em Lisboa pera fua reclu Prouincia. Finalmente no mef.
faõ a barroca vizinha dete con motempo,em que ete frei João
uento,donde facilmente lhe fof> etaua na barroca entaipado, vi
fem os confefores, & de querer uião emparedadas na parte de
nete me{mo conuento a fepultu S.Vicente,onde chamarão a Cella
ra, como filho,que era, de S. Frã de Chrifi, , Margarida Annes, &
cifco. Maria Eteues, as quaes erão
Ter

–=
-__-_>===
***

Alehurts na "ruincia de Portugal. 24. I


*-*-

Terceiras fiãoifcanas,como ínas bras dignos de grá de meunoria.


fuccefloras no me{mo recolhi Era filho D.Ioão d'outro D.Ioão
a idé torn.
6.an.1466 méto," a quem o Papa Paulo II. Je Menezes, Senhor da Cafa de
fl, 2.js •
deu licéça no anno de 1466.pe Cantanhede,& de D.Leonor da
rateré capellão, & cófeflor. E Silua filha de Aires Gomes da
cõito deixamosafétado,4 ofer Silua Senhor de Vagos,& Alcai
uo de Deos fr. Ioão da Barroca foi de mor da villa de Montemor o
EremitaTerceiro de S. Frãeifco. velho. Foi º Gouernador da Ca
b D. Aug.
CAPITVLO XXII. |fa de dous Principes D. Afonfo, Man, na vi
da d’elRei
Zagrandespºjoas,que tuerão/ºpul & D. João: aquelle, filho delRei D.Ioão II.
tura na Igreja. -
D.Ioão II; efte, d’el Rei D. Ma 1. 5. Pag.
I ão pretédia com mais noel;a os quaes tambem feruio: * 36.
Qoes na
|N ancias a fepultura de de Aio ao primeiro; a ofegundo
feus paes na terra de de feu Camareiro mor. Foi aísõ
chron.de)
Rei D. Ma
no p. 1.
el P
& 2.
e Gen.49.
n. 49.
Canaan "o Patriarcha Iacob, | bro dos efquadrões Africanos Bar. dec. 2
quando fe vio no Egipto ja em combatendo, & defendendo a l, 3.c. 1o.

braços co a morte, do que nete cidade d'Azamor: foccortédo a


reino muitos nobres fufpirauão |feu cunhado D.VafcoCoutinho
or húa etreita coua à fombra |Conde de Borba, no cerco, que
de S. Francifco, conuidados da |os Mouros lhe pozerão em Ar
fantidade,& da honra do lugar. zilla:vécédo os Alcaides de Féz
Na capellamor da fua Igreja ve em feta feira de Endoenças,def
baratãdo com duzentos Portu
lhafe depofitou elRei D.Fernã
do atè fe trasladar o feu corpoguezes duas mil lanças,& oitocé
pera o nofo conuento da villa. tos peões, conquitando o cãpo
de Santarem. Aqui mefimo del de Duquella, auitando com fua
cançou a mãe d’el Rei D.loão I. géte a cidade de Marrocos a pe
chamada Z). Therja Lºurençº, co zar dos Mouros de Mõtesclaros;
motetifica hú epitafio breue no & fazêdo outras obras gloriofas
lado do altar mor (obre ºfeu em quanto gouernou as praças
presbiterio. Nella tãbem etaua ja nomeadas. Ele foi o que cor
depofitada,quãdo a démos a D. riacõ o fobredito Principe D.
Manoel deLima, húa Duázº da Afonfo, quando caio, & morreo
fereniffima Cafa de Bragãçº cujo da queda de húcauallo no cãpo |
nome não declarouac{criturado de Santarem;& por fer em terça
cõtrato,4 della nos deu noticia. feira,& a tépo, q hú moço,aca
2 Etão efcondidos nella D. bando de nadar, facodia a area !
Ioão de Menezes,& fua mulher dos fapatos, dizé qtomou agou
D.Itabel de Mendanha, fendo ro em húa & outra coufa, mas el
ambos pelo fingue, & Pelºso. le cõ feu valor,& prudécia vêcia
X a me{-

- - -- - - - - -
=\

242 =T= hiftoria Serafia dos frades 1

| a reelma luperitiçao;& éfim fal meiodetacapella debaixo d'hüa


|leceo em Azamor. A dita fua mu pedra, fé letreiro, cuja falta nos |
|lher D. Ifabel de Médanha era obrigou a darmos etas noticias.
filha de D.Inez de Benauides,& 3 No lado direito tem fe
de Pero dº_Auendanho,ou Méda pulchroleuãtado D. Manoel de
nha,_Alcaide mór de Catro Nu Lima,a quê o feu epitafio, ólo
uho, o qual,por feguir as partes go efereueremos o darâ accnhe
d'el Rei D. Afõío V.cõtra o feu cer. No pauimento jaz feu ir
Catelhano, fe pafou a ete rei mão Dom Antonio de Lima,a o
no. Edificounos dous cõuentos, qual hum feu genro,que també
no Cartaxo,& Villa do cõde, & aqui defcança,grangeou ete lu
deu hõrado principio a o illutte gartão honrado. E te foi D. An
moteiro da E{perãça é Lisboa. tonio d'Ataíde Conde da Cata
No tetamento q fez em 21 de nheira,Embaxador a Alemanhº,
Oitubro de 1528, maudaua tra & Gouernador do reino, a quem
zer o corpo de feu marido/ºcre com pretexto de adminitrar e/-
tamente fim fumos,nem honras,& vi. ta capella fe concedeo fó o direi
uendo depois difo algú tempo, to de nella fe enterrarem affi el
ela me{ma o fez vir por faa or le, como os feus fuccefores. O
dê, Ambos etão fepultados no epitafio, q promettemos,heete,
Aquijaz D. Manoel de Lima, filho de Diogo
Lopes de Lima do confelho dos Reis D.Ma
noel,& D.João,Senhor de Crato d'Airo, &
Alcaidemor de Guimarães;&de D.Ifäbelde,
CafroPereirafua mulher. O qual D. Manoel
| feruio 25 annosna India,quafitodos deCapi |
tão. Os esforçados feitos,que fez no cerco de
} Calecutina guerra de Cambaia,na grão bata-i
1) lha de Dio,&em outraspartes,as chronicaso
dizem Efta capella morhefüa.Témifíaquos:
tidiana cada dia por fila alma. E como rema…
necente defua fazenda, que forão mais de
quatorze mil cruzados, feacaboueta Igreja.
Faleceo a 14 de Março de 1568. :
- - - - - -

4: As quatro collateraesper | } milias, & fem darmos preferen.


tencem a outras nobilfimas fa cia,hia delas começou por Vafl |
** * * *-* - - - - q“Eannes -
-

— —=-=-–===
…………= _-_-_ --

- *Mºurº hºrroância de Pºrtugal. A ; 243s


tº #2". : ~ : ::: … :*-* == ' . …
q'Eannes Certe
Cer Real, fundador 1,
do morgado dete nome, Véder istocapitv: , …" * Loxxiii
} …". .. . . .|
# : ;,,, cº! …..…"
da fazenda delRei D. Manoel, +

onde tambèm felançou debai Dºutrºspelhas notºuci, en


xo de fino-já psD. Chriftouão | ; ".….....f;":#: r_n ::.*" |
ideMoura primeiroMarquez de interradas pel, tlaufirº.
--* * * *
••

……

-

|- … …" (…
Catel Rodrigofem letreiro, q |25218. :: .… .. . o , er; *
[de noticia dele. Offalteué #{"Nosmétima humildade,
feu principio em Mºftira Afonº "\_ que realçando nícimÉ|
fo de Sou à Senhor de Plado, & i-º" tos ilustrífimos, poeml
*Alcoentre Alcaide mor de Rio em maior confufõ as vaidades
maior;& Gouetnador da Índia, | do mundo, encontrambstam
pelo qual entrou na cafã dos Có bem no interiºr da cafã. Ao fair
desde Vimieiro. As outras duas da fancrítia fica pizada com os
são dos Condes de Villa franca, Fès de quantos padãá afepul
& do Monteiro mor do reino, tura de D. Fernando de Mêne:
inãs quãesambas; etando enter zes Capitão, & Gouernador dá
rados mui grandes merecimen-} Ilha de são Thome, & filho de
tosa todos etes occultão pedras D. Ioão de Menezes Senhor de
mudas em filencio. Pelo corpo | Cantanhede, a qual confefa q
dete templo em muitas partes eléporfia humildadef mandºu aqui
eftá a terra femeada de conhe lançãº. O me{mo efpirito, alheo
- cida nobreza, a qual por |ide prefunçõês, enterrou na via
#} !
|-

[de ter muita inueja à humildá |facra,mas etreita, & efcura, a


de, que protetão duas-campas 1 qual vai do cruzeiro ao clautro,
fóra da porta da Igreja. Hña de a bHenrique filho do primeiro |
Antonio Moniz da Fonfeca,Có Marquez de Villa Real,& neto,
imendador das Ordens de Chri | por fua mãe D. Maria de Mene
to, & Sant-Iago, Efcríuão da |zes,de D. Pedro de Menezes pri
Camara delRei D.Sebatião.& |meiro Conde de Cantanhede,
o primeiro, que feruio ete ofi | onde depois lhe fizerão:compa
: # Concelho fupremo de |nhia muitaspefoas nobilfimas,
Madrid em tempo de Filippe o |das quaes a Cafã da Feira contri |
K-o qual (egundo a pedra diz, !buio com algüis. Nos dous clau ! "
efolheo fielugar comº pecador, @ |tros entre raios de nobreza, &
indigno de outro. Motra a outra, q esforço,que por elles refPlande
ferue defepultura a Lºurençº
Geriz indignofacerdote,
de cem, acharão tambem lugar as
Primei
piedofastéções afid aquelles,q
|ro 2ánfiro
|rº Ordem penitenciada Tercei pera gloriafuanas mefinas pedras
neladaca/2._

• •

"fepublicão pordeuotos,&irmãos
X2 *- da
|
- _*_* * * * * • • •• • • ----
•****************-*-+---+--> …A
*=>

"ZITTTTDT>>>>>
xux, de7p777, Z i ê:
da noíla Ordem:como doutros,
q quizerão fazer celebre feu no a, eorum requiº/cantimpate, amen. E
me cõ declarar o dos filhos, que vem afer, que faleceº a 19, dº duº
tiuerão na me{ma Religião.Mas |mes, na era de 1345 (a qual caia
erão etes tão graues,que bépo no anno de Gºz)…As fas …
dião autorizar a féus paes: ham mas defencem empas, amen. A ou:
Bipo do Porto, D. frei Marcos tra campa nos metra o retrato |
ide Lisboa: outro Minitro deta ldhúa filha do mefmo Eteuão
prouincia,frei Galpar da Natiui }Annes, de cujo epitafio ficou fó
| dade; outro,frei Pedro d'Andra o que fafegue. Hicjacer Elaira
de, dos famofos pregadores, no Stephani, filia quandum Stephani.
*# 2 nº
}} , " " Iºãni: #p/uarp & Janitoris, grc.
<r: -

, 2 , No clautro maior, quafi, E o feufentido he…


Aquij%3}
a hum canto dellea (e defcobrÉ uma Efights, filha que fºi de Eiruãº
duas campas,mas ºfendidas do| Annes Ripuíteirº, @ Porteiro, grc.
tempo;& numa delas (evem as Todas etas tres, figuras eftão }
figuras de hum homem, & mu debuxadas ao modo francifcar:
lher, com húa parte do letreiro, no com habito, & cordão, pès
que età depedaçado,& come de(calços, mas metidos em fan
ga, Hic iacent Stephanus;/gannis Re-ii dalhas, & as maõs leuantadas al
pº/itar), @r lanitoris maioris iluirf lo ceo. Argumento, & finaes de
Ani Régis Zuny%4miºbíº zxyú de |auerem profefiado a regra Ter
menºs Nouembris, f.m.cce. Klij, E |ceira da Penitencia, porque ne
emendando-o folecifmo dos no ta forma fema ndauão, retratar
mes Rep%tarij (gre, que autädde, fantigamente os Terceiros mais
etar em nominatiuo; querdia. |deuotos,&nobres nasfepulturas,
: zer…Aquijazem Efiguão cºnff Krº |como vimos em Guimarães na}
pºteirº,(ºr Porteira mor do lufirfºi |Duqueza D. Contança de Nor
moÃei Z.Zinys, º qualfaleceo a 28. | ronha, & ja fe motrou em Roºf
de Nouembro, da Era de 1342; que |ma na cauía da nofia Rainha fan
foi o anno de Chrito, 1334 | ta Ifabel,da qualetes, que fer
4º Monarc.
Ete he º aquelle Eteu-Eannes, |uião no teu paço poderião apré
Eufit. p.f. que feruia ao fobredito Rei no der a deuação de S. Francifco..
* 16. c.14, me{mo oficio de Repoteiro 3 : Na parede, perto detas
}
mor,quando lhe derão cafafeus fepulturas,etàhüa memoria em
paes. Continuaua o letreiro, cõ | pedra, mas efcõdida parte della,
o nome de fua mulher,o qual fe| a qual diz que Maria Migueis |
quebrou da pedra, ficando fó al intituíonete comento fufra-f
noticia do tempo, em 4 morreo, gios. Não fabemos porèm
pelas palauras feguintes. Okyº | fºfoi ela a Ama de peito do •

- - dito
••• - == =+>
">->-……….»;…"#****
----------
-
- -
|-

Alguns na Prouincia de Portugal 24) ,


lito Rei Dom Dirys: Tea filha uernador dete reino. As famílias
e Miguel Fernandes, collaço illutres,humilhadas pela terra,
d'el Rei D. Aföfo III. & mulher são tantas, q húas fe embaração
de Nuno Rodrigues Bocarro, * có outras; & por não faltar nem
á matarão apar d'hüs moinhos nobreza etrãgeira, aqui jaz de
fobre Miranda do Douro:fe ou pedra, como ela o
baixo de hña
tra do me{mo nome. Ao fair pe cõfefa, Francifeo Zabello, a quem o
la porta trauefa do refeitorio,té Emperador (arlos V deu nobriza@;
tres pedras piquenas demarcado fez Caualeiro do Império.
no chão o lugar d'aquelle cego, 5 D'outros,ó feruindo a os
que fe chamaua 3contalto, cuja Reis feus naturaes ganharão hõ.
vea nos repentes de glozar hum ra,& fama, nos dão tambéas fuas
mote difficultofo parecia admi cãpas noticia. He hú delles Ioão
rauel. Melhor jazigo fe deu na de Figueiredo, q/e acheu no cerco
capella das Queimadas a Frãcif de Arzilla no anno de jo8, onde lhe
co Rodrigues Lobo, q morreo quebrarão hã olho,Q} defendeo a 7orre
afogado no Tejo depois de auer do Albaçar, tendo nela aruoradas qua
bebido na fonte das Mufas o ef tro bandeiras, não fiando outras em
pirito poetico, com á efcreueo toda a villa; em cuja memoria ElRei
varias Rithmas,& Eglogas, a o que 2.loão III lhe acrecentou em fias ar
ajuntou a Primauera, Pºfiorperegri mas a me{ma torre com as bandeiras. |
nº,
a 4orte na aldea.dº, o Condefiauel, &
o Zefengana •
Erão as armas, finquo folhas de
figueira em cãpo d’ouro, q cõ a
4 A caía, q nos ferue de ca noua infignia ficarão muito luf
pitulo,he infigne por rezão dos trofas. Outro he Francifco de
muitosTitulos,Tiaras,& Brazões Barros de Paiua, o qual/eruio na In
que té em fi recolhido ou como da com muitº esforçº, @ tres vezes
proprietaria, ou emforma de de em "Africa, @ em Alemanha, @ em
pofito. Mas fométe nomeamos a outras partes.Foi Capitão de S.7hume,
D.Hieronymo de Menezes, Bif. @r de 34zagão,(} *primeiro Gouer
po do Porto, por4% outros cõ en nador da Cofia da 3úna, onde/eruindo
gano efcreuerão que na capella valerº/amente faleceo a 13. de Junho
mor da Igreja o tinhão depcfita de 1 57o. O terceiro he Francif
do,antes de fer tresladado pera a co de Gouuea,queferuio a elRei/n
fua. Aqui, na parede em lugar fu queenta annºs em/aus reinos,(}/inho
perior leuantou trofeo afeus ir rios da India, Perfia, Africa,Guiné,Q}
mãos contra o efquecimento D. na Ilha de São 7home. Foi em Xarçº
Afonfo Furtado de Mêdoça, Bif de 1571, por Capitão, @ Governa.
| po de duas Igrejas, Arcebipo dor da gente,$rnoua ordé, 3 mandou |
d'outras tãtas,& de prefente Go dar no reino de Congº,º qualreduzio por
X3 traba |
-- - - - •- - • ___*> *-*

+ - 275 - T II. T T Serafica dos frades


trabalhos,perigo,
gº, fºr guerras definquo
grguerr qu | fignia prezada da Garrotea; &
annos «obediencia defua Alteza neua nete Reino, onde a patria lhe
mente com va/alagem,gº tributo;@r encurtou a ventura, fendo Capi.
acabada a jºrnada conforme a feufan tão do mar logrou a etimação
|ro intento tornou a efia cidade em 24. | d'el Rei D.Duarte,& do Infante |
| de Setembro de 1577, onde faleceo da D.Pedro feu irmão. Morreo cõ |
hi a 36, dias, de idade de 7o. annos. ete me{mo Infante no encõtro
Mas entre todos merece efclare latimofo,que tiuerão com as ar
| cida memoria Dom Hieronymo mas d’el Rei D. Afonfo V. em
| Coutinho, fe illutre pelo fan Riba Tejo, na trite Alfarrobei
gue, venerauel pela prudencia, ra.E ainda que "alguns ondtarão * D. Agut!
Nº-Ian navi
| que nelle fe conheceo no Con de mais valête, que deucto; não d= de Dom
Duarte de
|celho de Etado, na Meza do Pa |o podem arguir de deslealao Rei M-1enez.l.)
vito como afsitia por amor a hú n
|ço fendo Prefidente della , &||vito $$ .

| noutroscargos de hõra.Renouou |Infante leal, contra quem fó a |


} em hum carneiro o jazigo de paxão, atropelando repeitos de
|feus paes contra vontade de quê tio, tutor,&fogro,caufou eterõ.
|queria perfuadirlhe fepultura piméto. Etâfepultado no meio
mais pompofa, & fielle fereco deta capella debaixo de húape
lheo com dous filhos,& fua mu dra, na qual fevem etas letras.
lher D. Luiza de Faro.Falão po. JAquijaz. m Chrfião. Na parede
|rèm as me{mas pedras, & dizem futentauão dous leoês húa arca
que faleceº a 22, de lulho de 63o. piquena,ennobrecida com as ar
em idade de 75. annos, gafiados atè a mas dos Almadas, em que eta
vltima hora em /eruiçº do feu Zei. uão os ofos de feu paeloão Vaz |
6 Confina com eta cafa, d'Almada, & defeu irmão Pero
húa capella que foi de fanto An | Vaz d'Almada, e os quaes aufen
tonio,& fe chamou dos Abranches tandofe do reino por rezoés, que e Nunes",
defcrip.dº
por rezão de hum Conde dete pera ifo tiuerão, fóra delle fize Portug, C.
titulo, a faber D. Aluaro Vaz rão celebre (eu nome com mui B 7»

d'Almada, que nella jazfepulta tos feitos caualleirofos. E por


do. Delle dizia o Infante D.Hé quanto húa ruina do teóto a tem
|rique, filho delRei D. Ioão I. 4 feito em pedaços,& a me{ma cal
| não fomente Portugal,mas tam pella fe ha de incorporar em a |
| bem toda Hepanha podião ter| cafa do capitulo, com mais |
grande gloria de criarem tão fa goto deixamos efcrita
mofo caualleiro; porque a repei | eta memoria.
to de fuas obras heróicas lhe deu ||
o Rei de França o condado de |
Abranches: o de Inglaterra ain."
….… -- --- ………… .. … . KFTR _________--"
Menores na Proancia de Portºgºl. 2 +7
RELAC, A O DA SANTA ORDEM
| dos Terceiros feculares de N. P. S.
* . Francifco. .. . .
|- | CAPITV LO XXIV. tra pera fiadºs, & 3 fegundº pera
|— . . . . . K freiras, fundade agora eta pera
• 5.2. c3 principios,
| De feus.: primeiros ...::.:}" | |||gente fecular,4
tado viúefe femfantaméte
mais mudar dePe
ef.
• f…, épiu |
/ . - - -*
||lo qallumiado fomête da luz do
" |||" ", . * • 1- " " … . ,- -

gios antigº..… , || Ceofem ternaterra exéplo,4imi


: - , | tafe,& feguindo os cõ{elhos das
I = Amos noticia della en.|infpiraçoês de Bessiluentou e
tre as dete conuento. || ta Ordem veuerauel,como dife
, "porque nele fioreceo|]*S. Boauentura, Sieureum Spiritus hissas
"

.r…….…"notauelmente
"º eft nos tempos,em
nº estava # se4 ||Santiu,
i l rºta
edicult; Isºkº-…….….l:"4"
& depois: o Papa fºtº
Pºlº s. entamos. Fundou a nofo padre || Clemente VII. Spiritº Sani, ilu-|###
# São Francifco º em o anno de|minuiu. De forte que ele foi o
# … 1221, por occafião do grande|primeiro,que intituío Terceira |
*"", motim,que ouue nuñà villa de [[Ordem pera maior reformação |
| Italia, chamada (anariº, qüatro || dos feculares,que viuem em fuas […
[milhas da cidade de Ais, onde ||cafas, conformeja aduirtirão o º |, :,
|o pouo compungidº 6º às fias|| Collector dos priu ilegios de Mé #
pregaçoês e queria ir têm elle || dicantes, º Cordoua, f Bozzio, #
|pera fazer peñitehéia, defèmpa-||4 Miranda, & outros muitos au: ~'
rando os maridos às mulheres, tores a que fegue o Padre º Mö [[####
os paes os filhos,& todos as fuas teOlíueti,filhó da noff, pronin-k}}
cafas,pedindolhe com lagrimas, |cia nas deciloés,que efereueo, to "En l, ºs
que lhes afinafe algüa forma de cantes á melma Órdem. E por if ###
|vida,em que feruiñêm a Deos.E|fono oficio da fua feita, que ap-"
| o fanto Patriarcha communitá- fºi a fanta Sé Apotólica, o
do ao Senhor na oração ete éã-||louuamos deta fing ñº …
fo,elle então lhe defeifou o enig |fre; Ordines hicordinar, de intituir
ma de lhe ter mandado já por || três Ordens à imitação das tres |
| tres vezes reparar a fua cata, ou | celetiaes Hierarchias,em louuor
| Igreja militante, declarando co: || das tres pefoas da Santifima,
|mo auia de fer por meio de tres Trindade. . . . ":"
Ordens, intituídas por elle,& q || 2 Deulhes regra,que auião
# 1 pois auia fundado duas,a primei-" de guardar, & por fer crdenada
---- - - - -
X 4 ** ****___*_*_*_*_**___*__*
*=

248 Liuro II. Da bifloria Seraficados frades


a mortificar os vicios, chamou todos o vetirem, como elle de
lhe a Ordem da penitencia, qué nós fejaua. Pelo difcurfo do tempo
chamamos Terceira a refpeito das algúas mudanças ouue, ordena
outras duas,queja etauão funda das ámaior reformação, que ca
das. He eta regra tão propria da hum pretendia cóforme a feu
pera quem carregado de cuida eípirito. Donde veio, que huns
dos nauega com tormenta pelos vetião a modo de Ermitães, "fe capt4
mares dete mundo,que auendo gundo temos efcrito: outros tra
nella motiuos de fantidade não zião e(capulario fobre habito
tem preceito algum,fenão toca a comprido: outros vfauão certo
outra lei, cuja tranfgrefaõ feja modo de capello,como "S. Luis an.Fºtº:
1254.
0,
peccado. Accommodou a tam Rei de França, fanto Iuo, & o n. 19.130$
n. 12. &
bem pera todos os etados,de ho Blacobo de Catroplebe,todos 1304.R.I.
mens, & de mulheres: folteiros, Terceiros feculares. -

cafados,&viuuos: ecclefiafticos, Intituida affiefta vene


leigos,& religiofos d'outras Or rauel Ordem, logo foi approua *
dens. Que etes vltimos, nos da por Honorio III. como Gre
uaes fomente fe podia foípei gorio IX., que tambem a confir
tar algúa difficuldade, afi como mou, nos diffe na fua º Bulla, Ni rfim…
citc. a.
# Suar. de
relig.to. 2. podem validamente votar em mispatenter, dada a 26. de Maio, sim….
tract. devo materia, que for honeta,&lici anno de Chrito 1227. & pri |
tol. 3, c. 5
& 6. ta,em quanto não contradiz (eu meiro do feu pontificado. De
/, Monte
Oliueti
prelado: do me{mo modo º podé pois a autenticou, reformando
decif. 5 * tambem prometter que guarda lhe a regra, o Papa Nicolao IV.
rão os mandamentos de Deos, noutra Bulla, que começa, Supra |
& fatisfarão os defeitos commet montem, em 16. de Agoto de
tidos contra eta fanta regra no 1289. O me{mo fauor lhe fize
modo,que pelo fuperior lhes for rão muitos dos feus fuccefores,
dado, ( no qual ponto confite a enriquecendça todos com tão
profifaó) no que ele não repug grandes priuilegios, que alem
nar à obediencia do feu prelado. dos efpirituaes, os me{mos Ter
m.Fr.Marc Deulhes finalmente habito, " o ceiros erão, viuendo em fuas ca
fr. Luc. &
Miranda
cit.
qual fe entende fer o que trazê fas, como pefoas ecclefiafticas,
Colle&t. em Italia, onde fempre ficou vi que gozauão do priuilegio do
verb. cit. ua a memoria do que foi naquel foro, & do Canone, que com
S.quoads.
les primeiros tempos: a laber de }
pete aos clerigos , etando
cor de cinza, & com pouca dife izentos da jurifdição dos Senho
rença,na figura, do vetido ordi res feculares,os quaes não podião
nario,que vsão os outros leigos, conträgellos a feruir nos encar
por fer mais conueniente pera gos da Republica, nem perato
/ } In2rem
••••

44oorcrua Founcia de Portugal. 219


l marem armas. Mas P9:que Pa tros pelas ruas das cidades pre
| recião onerofos cometas immu |goauão fuas culpas; outros edi
|-
nidades, Leão X. lhas. reuogou | ficanão a gente com penitêcias

|á inftancia dos Principes s que | Publicas: outros viuião em po


não as fofrião bem, como ja em |breza voluntaria, fendo por ifo
rTT Te

1. Przlud.
* outra parte difemos, ficando | chamados ºs pobres de lº/a Chrfio:
1Q• elles fomente colas graças, que outros refidião em cõmum com
pertencem ao proueito das al grande obediêcia aos Minitros,
mas. Deta Ordem, como infig 4gouernauão as catas:outros fi
ne é a Igreja de Deos;efereuerão nalmente feguião outros cami
são Icão de Capitrano, frei Ber| .nhos conforme a o efpirito de
nardino de Buftis, Dionyfio Car Deos, o qual os encaminhaua.
|thufiano, Miranda,Torres,Car ::: 5 a Delta efcola fantifima
|rilho, & outros muitos: Douto fairão os Fundadores das muitas
|res: huns nas expofições da re Religiões,& familias,queja "te (cit prz
lud.io.
|gra: outros em particulares pon mos nomeado. Os feus Santos
tos,& diferentes materias. :: fazem hum numero grande, &
4 As primeiras pefoas, a -
portalfe pode ter o de trinta &
quem o Patriarcha ferafico ve-} hum canonizados, & beatifica
tio ete fanto habito, foi S. Lu. dos, dos quaes reza a Igreja vni
|cio,& depois fua mulher S.Bona uerfal, ou a noíla Religião dos
com auípicio felice de 4 pelaslu Menores, ou pelo menos, de
|-zesda nobreza,&bõdade da vir |tres a dos Terceiros regulares.
tude feria fépre honrado. Os Em | São etes os dezafete Martyres
|peradores,Reis,& Principes.Em crucificados no Iapão :S. Luis
peratrizes, Rainhas, & Prince |Reide França: fanta Ifabel, Rai
|zas: Grandes, Senhores, Bipos, inha de Portugal: outra S. Ifabel
Titulares, que profefarão eta filha delRei Vngria: fanto El
regra, com muita difficuldade fe | zeario,Conde de Ariano: fanto
poderião contar. Os exemplos Iuo facerdote: são Roque: são
de virtude forão taes, que pare. Lucio: são Conrado:fanta Mar
| cião afombros. Huns guarda garida de Cortona : fanta An
uão continencia,poto que foísé gela de Fulgino:fanta Rof : fan
| cafados: outros feruião nos hof. ta Collecta, que depois foi fei
pitaes: alguns fe entaipauão en ra defanta Clara: fanta Brizida,
tre etreitas paredes: outros vi. que fundou a fua Religião;& fan
|uião pelos defertos, onde mui. ta Francifca, que fez em Roma
hum moteiro d'outro nouo in
|tos paflauão em oração entala
dos no meio de dous penedos, | tituto. Os outros, de que rezão
ou no concado das aruores: on "Igrejas particulares, ou tem cr |
T.T. . . midas
- -- - - *++++++++++++++>
…………--
=
|
25 o Liuro II. Da biftoria S7dos #
midas, altares,& capellas algº regra.Temos tambem húa Bul- |
pouos, on gozão de tempos an la. do Papa Gregorio IX, que |- |
tigos o appellido de Zeatos, que | começa Gmillorã: dada em Rea º Archide
lhes deu por fua grande virtu te a 22. de Abril, anno 6. do #deNºme
Caria.
de a piedade chritaam, fazem | feu pontificado,& 1232. do naf
!

| notauel multidão. Cento & qua cimento de Chrifto, pela qual


ºtomº. l. torze contou ja o padre “Sillis, concedeo aos Terceiros de Hef| 3
z.P23.47. mas nós muitos mais temos aº panha, incluindo nefte nome tã
|
| chado, & por todos feja louuada | bem os de Portugal, que os ad
|
}
a Majetade diuina, que por fua ! mittifem nos oficiosdiuinos em
|
beneuolencia faz fantos,& com |tempo de interditto. E deta}
elles quiz honrar eta familia bulla, por tocar a efte reino ti-}
Terceira do Patriarcha ferafi. #rou depois húa copia autenticaf
CO, - . |frei Egas Guardião de Port'Ale
. . . …. :: : : :
". … #
CAPITV L "… " º : ,"[[gre
O XXV." ! em o primeiro de Maio de • -

1312, quanto à Era de Cefar,


}
( a a.
… , … ; ||& 1274 annos do nafcimento
…… : .……-- :, | •

>
#
{

24antº hinººm Fºrt%"|","rºmefistais…faze |
ºfia Ordem, é como depois | da virtude, & do fangue, com |
de ecchpfada tornou a tambem entre nòs replandeceo |
reta Ordem. Damos húa fita |
replandeter. breue das grandes pefoas, que
nos tempos mais antigos leuaião, |
|
|H | \ Sfentada a fua appro o feu caminho, com referua das}
uação por decreto da | acçoés particulares,fe ouuer oc
* , ' " fanta Sè Apotolica, | cafião, pera feus lugares pro |

começarão os nofos frades Me prios. A ella pertençem º qua. B. Pifan13,


nores a dar noticia della,&incul tro Reis, por ifo mefimo deve conform':
8.& 11,
candoa tambem em Portugal foi merauel memoria: D.Sancho II. }
!,
}
muita a gente, que nete etado |D. Afonfo FV. D. Pedro, & D.
encaminharão a Deos. Mas co Fernando... Tres Rainhas illu • . }
mo osTerceiros ficauão em fuas tres em piedade; fanta Ifabel,
cafas,& as efcrituras,que fazião D. Brites fua nora, & D.Leonor {

| na profifão,fe perderão, falta mulher d’el Rei D. João II. As # !


• t
hoje a memoria do ponto fixo, Infantas que fe (eguem:D.Con
em que tiuerão principio. Poto tança filha da dita fanta Ifabel,
que pera prouar a fua antiguida depois Rainha de Catella: fuas
de he batante a pefoa d'el Rei |metas, filhas d’el Rei D. Afonfo \ •

D.Sancho II, que profefou eta _IV,8 ambastambem Rainhas,


"D.Ma |
----+ •
4494015 ha 140alucia de FoRúgal. 23 J
|-

D. Maria,ue Caiell;& D.Leo | húa Ordem illutrifina, a qual |


nor, de Aragão. º Netta me{ma ettaua extinéta; fundar conuen |
conta mete fua irma um a Infan tos de S. Francifco, moteiros de |
ep.3. i. 2. ta D. Ifabelo padre é frei Paulo fanta Clara,& de fanta Ifabel,&
C» I • de são Pedro na Monarchia fe recolhimentos de orfans. Eftas,
| rafica, que deixou efcrita de & outras virtudes, com muitos
mão no conuento de Vifeu:mas exemplos de fantidade, que nòs
feella foi Terceira, feria muito imos relatando a feus tépos,erão
minina; de mais que não o mo muito manifetas. Mas aquella |
tra a figura, que vemos no feu | incontancia,que faz brio de re|
fepulchro. Mais etas duas In uoluer os etados,não quiz per- -
fantas D. Ifabel mulher do In doar a ete,ordindo feus priuile
fante D. Pedro, que foi Regente gios a me{ma perturbação. No
d tom, 1.l.
do Reino;& D.Catharina,a quê anno de 1 49 5. a 27 de Oitu
*Sillis chamouZ).Catharina de Por bromandou Alexandre VI à in
1.Pag48.
tugal, filha delRei D. Duarte. tancia d'el Rei D.Ioão II, que
Os mefmos pafos feguirão Mar os Terceiros regulares de fan
tim Afonfo Chichorro filho del ta Catharina de Santarem,&das
| Rei D. Afonfo III. D. Thereja outras cafas da me{ma Religião |
Marti ns mul herde Afon fo San. não defem o habito a Terceiro
ches,filho delRei D. Dinys: D. fecular fem efpeçial licença da
| Contança de Noronha primei fanta Sé Apotolica, cuja Bulla,
e.fr. Paulo ira Duqueza de Bragança; º D. f que começaua, Exhibitanºlis : fTorre do} :
• | - • • ---- -

tombo 1.1
*º** Betaça neta do- Emperador de veio remettida a os dous das Bul, .
C.39.
Contantinopla, & outrasmuitas Prelados de Braga, & de Coim
illutrifimas pefoas, às quãos bra,pera que fofem feus execu
fummamente agradou efte fan |tores. E reuogando depois dito
|-
*

to Intituto." …". * ** * *
Leão X. as fuas immunidades,
3 Os exercicios nelle erão &fores, pouco & poucofe forão
os me{mos, queja temos referir diminuindo de modo, que teue
• do no capitulo paflado. Porque occáfião o padre frei Marcos pe
també Portugal vio Terceiros pra nos deixar efcrito nas memo
continentes; mortificados com rias do conuento antigo de Vis
·

penitencias afperas; amadores lfeu, que fendo ele no anno de


da pobreza voluntaria;empare: 1557. Guardião da me{ma ca
dados em cafas particulares;met fa,a qual nefetempo era da no[.
tidos pelos defertos; & congre fa Prouincid,lançara o habito, 4
gados em commum. Tambem os primeiros Terceirosi, que tomarã,
os vio feruir em os hofpitaes; ºfia regra de São Francko em Portu
agazalhar peregrinos; retaurar gal, o que fe entende tão fométe
da
-

…== *

\,
{
\
2$ 2 Liuro II. Da hi/toria Serafica dos frades
da lua rettauração, E magoãao pois apalcentarão muitas almas,
fe emfim a nofia Religião dos | das quaes forão verdadeiros, &
Menores de que ella, florecédo folicitos patores: hum no Bif
em muitas partes do mundo cõ pado de Vifeu: outro no Orien
fruitos de fantidade,etiuefetão te em Goa. A os quatorze de Iu
g.Mirand. efquecida em outras, é ordenou lho de 1516. fe fizerão as pri
| en la dedi no capitulo geral celebrado em meiras profifoés, & no anno fe
# Salaz.enka Toledo no anno de 16o 6, que guinte foi eleito o feu primeiro
chron. de
ila Prºuin
em todas prègafem os nofos Minitro na pefoa doLicencia
lei, de Ca frades fuas grandes excellen do Lourenço de Geriz, Metre
full.6. c. 1 cias. -
das ceremonias da Sè, principiã
4 Pelo queja no anno de dofe nelle húa fuccefaõ conti
1615. appareceo em Lisboa a nua de Senhores, & fidalgos dos
quelle homem de Deos, efcolhi mais illutres do reino.
do por ele pera ete miniterio,
& chamado frei Ignacio Gar cAPITvlo xxvi.
cia, da prouincia de Malhorca,
o qual defenrolando nete con Do admirauel augmento, S3
uento do pulpito a bandeira da
fagrada penitencia alitou mui exercicios fantos defia
tagente na milicia ferafica pera … Ordem em Lisboa.
baterem o ceo. A os doze de Iu
lho lançou os primeiros habi 1 rºoi crecendo com ef}
tos, & affitindo neta cafa fete …" páto eta familia fanta, !
mezes recebeo mais defetecêtos alentada co a graça do || |
nouiços entre homés,& mulhe Senhor, cultiuada do zelo dos
res,aos quaes intruio nos exer Commifarios, em particular do
cicios fantos, que auião de fazer, padre frei Amaro da Efperança,
| affentando tambem a forma do que nito trabalha muito,& aju
feu gouerno. Mas porq outros dada da deuação dos Minitros.
reinos em Hepanha o etauão No anno de 1644, no qual nós
efperando,deixou entregue eta tomamos informação do feupre
fua mimofa Cógregação a ocui fente etado,parecia que ja eta
dado do padre frei Bernardino lua no auge, a que podia chegar,
de Sena, Guardião naquelle tê & depois fempre fe foi melho
po, que tomou pera feu coadju rando. Pafauão de onze mil os
tor o padre frei Francifco dos Terceiros, & Terceiras em Lis
Martyres,leitor deTheologia,os boa,& nos lugares comarcãos,é
quaes ambos a criarão combõ reconhecião por cabeça a eta
leite de faudauel doutrina,& de | Congregação. Moteiros intei
teiros
=
Mºuras na ProTã7F7…TT 355 —
ros (e fizerão dete modo fran | officios, tem appelido de 2ár: ,
cifcanos, fem deixarem a fua fa muitos Senhores de Terras: [
grada Religião: a faber o infig grande numero de fidalgos, no
ne conuento de Palmella com o bilifimos; & algús colas fuas fa- |
feuillutriffimo Dom Prior,cha milias inteiras de filhos, & fi
mado Zom Ziego Lºbo, digno da lhas,poto que fogem mininos.}
nofia memoria; & o moteiro |Finalmente fendo mui poucas
grauitimo das Commendadei as catas illutres, que não mili
iras de Santos: ambos eles da | tauão neta Ordem, muitas del
Ordem de Sant-Iago. O me{mo| las de fenhores atè criados erão |
aconteceo á os dous Recolhi fuas. :::: ……….……....…|
mentos do Catello,& das Mer : 3 Rematoufe eta gloria |
cès,& a muitas mulheres reco coas coroas infignes delRei D.
lhidas em diferentes moteiros. Hoão o IV. & da Rainha fua
# A multidão de Commendado mulher D. Luiza Francifca,noí
res, & Caualleiros das quatro fos fenhores, que Deos guarde.
iOrdens militares, com difficul Porque elle, reconhecendo fa
| dade fe poderia contar. . uor do Patriarcha ferafico em
……2 Da fanta Sè de Lisboa melhorar de graue enfermida
'dous Deães, hum Thefoureiro de,quãdo ouuio tãger o fino de
mòr, dous Arcediagos, quatro te conuento às matinas na noite
Conigos; & com eles, Benefi da fua feta do anno paflado
iciados muitos,Priores, & outras de 1 652, foi feruido de receber
pefoas graues do etado cleri o feu habito. Ella,pela rara de
cal. Tres Inquifidores, dous do uação, que tem ao me{mo San
Concelho geral: quatro Depu to, alguns annos antes auia ja
tados da Meza da confciencia: o profefado, trazendo com feu
Regedor da jutiça: muitos De exemplo a Deos muitas damas,
fembargadores,& dous da Meza | & fenhoras do feu paço. Outra
do paço;{em auer hum tribunal, coroa, que feia fabricando na
onde algum Terceiro não fe a pefíoa do fereniffimo Principe
chaffe. A nobreza era tanta,que D. Theodofio, de faudofame
a refpeito de Lisboa, maior e{- |moria, nos caio da cabeça nefte
panto fazia, do que Torres ad anno de 1 653. a 15. do mez de
uertio em a Corte de Madrid; Maio,quando ele trocou o rei
porque auia húa Duqueza: ou no da terra, do qual era futu
tra Marqueza: noue Condes, & ro fucceflor,pelo eterno do ceo,
doze Condefas:dous Barões,& a 4 etaua a caber por fuas grã
húa Baroneza:quafi todos, os 6 desvirtudes.Conheceo oetado
na cafa Real, por rezão de feus da doeça, a qual chamada a mor
- - -

Y te,&
== =T —-
2y 4 - - - Limo II. Da hiltona Serafica dos frades
te, & bulcãJo como prudeteto tro da portaria, donde alem to
dos os caminhos da vida, que dos juntos a rezar por feus ir-l
não tem fim, profefou com ef mãos, que jazem nelle fepulta
tranha deuação eta ferafica re dos. Tem (empre em fuas cafas |
|gra nas mãos do feuCômifario, pelo menos,dous,ou tres,entran
}& nos braços de nofo Padre do nuto as irmaans, oração, &
fantifino,o qualja o emparaua | contemplação perenne, confor
por filho,deu lua alma a Deos.]] me o Commitiario lhes ditri
4 As occupaçoés deta ve-| bue as horas,pedindo a Deos os]
nerauel Ordem aqui no nofo |bõs fuccefos do reino, & a con
conuento,{endo deuotas, & fan 'uersão das almas. Cotumão nal
itas, vão muito encaminhadas a quinta feira vifitar muitas igre
o fim do feu me{mo Intituto. jas em louuor do fantifimo Sa
Não efcreuemos ainda virtudes | cramento do altar: muitos, atè |
particulares de algum dos feus | trinta & tres: os que menos, não |
irmãos,fenão sò o etilo ordina baixão nunqua de fete;& depois |
rio,que pera todos he lei. E ne{ | 4 na de fanta Engracia, na noite
te foro età ozelo do Commif de 1 6. de Ianeiro de 163o.fuc
fario, que em praóticas repeti cedeo o trite cafo, que magoou
das na igreja os exhorta ao fer: a piedade chritaam, concorrê
# uiço de Deos:o concurfo dos á do a ela com mais feruor, algüs
feachão prefentes: o clamor dos fe difciplinão à fua porta de noi |
Zeladores, repartidos pelos bair te. Fazião todos os annos a eta|
| rosa modo de atalaias; & a vifi me{ma Igreja htia procifsão fo
ta geral,que fe faz todos os an lemne, onde tinhão o dia todo |
| nos pera emendar asfaltas. Cõ expoto o pão, que veio do ceo:
tinuão co as nofias difciplinas mas ja hoje das nofas portas a |
dos tres dias na fomana, & mais dentro fazem eta deuação.Nas |
em particular no Aduento, & fetas feiras,& fabbados,algús,q |
Quarefaa,cujas fetas feiras faõ por fua idade,& virtudes, ajuda
de grande deuação.Frequentio dos da graça celetial,tomão ef.
| os facramentos com grandiffi. ta confiança,vão por cafa de mu
|mo cuidado, & todos os mezes|lheres peccadoras, & deixando
| tem a communhão geral. Não lhes efmola pera o feu mantimé.
| sòmente nos dous tempos mo. to,lhes pedem, que pela morte
| meados da Quarefma, & Adué | de Chrifto,& pureza da Senho
to, mas tambem em muitos dias | ra,fua mãe,a o menos naquelles|
pelo difcurfo do anno fazem em | dias fe abtenhão de peccar.
cõmum larga oração mental, & | Outros de noite fe efpalhão
vocal nas duas capellas do clau pelas ruas da cidade encom
----
IT) (* []-
=-- - _>?
-

AMenores na Prouincia de Portugal. 2y y |

mendãJo as almas do Purgato lebrão mais o Mädato, na quin


rio,&os á eftão em mao eftado. ta feira da Cea em a cata do ca
5 pitulo lauando os pès a doze |
He notauel entre as fuas
acções a grande folemnidade pobres, a que dauão de comer,
dos quatro dias na entrada da com grandes exemplos de deu
Quarefma,do domingo antece ção. Muitas vezes nos derrete
dente atè a quarta feira de Cin mos em lagrimas vendo o feu
za. Em todos (e expcem o Sa Commifario, & o Minitro da |
cramento fantifimo cõ o maior Ordem, Titular,ou fidalgo illuf.
apparato, que nós podemos di trifimo, andarem ambos em
zer. As indulgencias,que impe corpo, co a cabeça defcuberta,
trarão,são muitas. A riqueza dos feruindo à meza os pobres de
vafos,&ornamentos: a perfeição Jefu Chrifto,& protrados a feus
do feruiço: a afitencia dos ir pês: mas tambéhe muito pro
mãos: as defpezas,que fazem de |pria nelles eta fanta humilda.
fuas cafãs neta, & noutras oc de, porque noutros actos publi
cafiões femelhantes;não são das cos, em que são amoetades,cõ
coufas vulgares. E com ito fe firmados nos oficios,& às vezes
entretem, & aparta muita gen reprendidos,atropelando o brio
te, naquelle tempo perigofo, de fe debrução em terra diante do
|offenderem a Deos. Na quarta Commifíario. No me{mo dia à
feira à tarde reprefentão à cida noite té diftiplina no clautro,
de numa procisão tão graue,co donde faiem em procisão á
mo deuota, a muita necefidade igreja com tantas infignias da
de fazermos penitencia, no fim paxão do Redemptor,tantas in
da qual,etando a ofermão, fe uenções de penitencias grandes,
virão jà efeitos grandes do au á a não fer de carne ete nofo
xilio duino. Defpirãofe galas, coração, de pedra q fora,a força
arrancarãofe os cabellos da ca do fentimento o fizera eftalar. |
beça,& desfeita eta roda de pa 6 A caridade he grande,&
uão,fófe ouuião gemidos de ro de irmãos verdadeiros, que fe |
las defconfoladas, & trites por ajudão por meio dos minitros
|auerem peccado contra a Maje deputados pera ifo em todos os
(tade do foberano Senhor. Acõ feus trabalhos. Os pobres tem
teceo vir hum homem defalma e{molas,medicinas os enfermos,
do feguindo húa donzella até fepultura, & fufragios os mor
entrar na igreja, & quando cui: tos. E he muito de notar o the
dou q a leuaua nas vnhas, caio fouro, donde faiem tãros gatos,
na rede de Deos com os recla como no culto diuinofe fizé,em
mos deuotos do pregador. Ce fabricar capellas,& cemeterios;
Y 2 []31S
T

256 Liam II. Dahlfona Seráfica dos frades


nas obras de piedade, n㺠que: a piedade de Deos, Autor de luas
rendo admittir eta venerauel | virtudes. De algús daremos com
Ordem adminitrações, fazendº ta, mas com muita breuidade.
fixa juros,rendas, né outrº coufa 2. A irmaam Briolanja Vo
alguá, de que fe pofia valºr. gada,por não perder o thefouro
Túdo fupre a deuaç㺠dos ir da pureza, que guardou toda a
mãos, que imitando na virtude vida, teue guerras cruelifimas
ofeu Pátriarcha pobre, parti cos efpiritos malignos, nasquaes
cipão com elle do cuidado, com a graça de De os a fazia vence
dora. Mortificaua tambem com
que o ceo o prouè. A feu exé.
plo reforgio em Portugal por to tanto rigor a carne, que pafla
das as villas, & cidades efte nº uão por muitas vezes tres dias
tituto fanto, acordando també fem ella comer bocado,defcan
outros do fóno, em que etauão, çando quando muito nas afpe
pera renouar o que era efqueci rezas do frio entre húas mantas
do. Mas por tudo, & em todos velhas as poucas horas do fom
feja Deos glorificado; que só ito no, que podia furtará fua huma
deuemos nòs pretender. |nidade. Sendo nobre, mas hu
milde por filha de são FrãCifco,
viuia, & juntamente ajudauaa
CAPITV L O XXVII. viuer os pobres de Iefu Chrito
co trabalho de fuas proprias mã
De alguns irmãosTerceiros, os. Teue grande deuação a húa
imagé da VirgéSenhora noff,4
auchtajados na vir na Sé deta cidade età muito
tude. venerada,&he aquella, que cha
mão de Zetantor, da qual dizem,
I Efta etrada real,&tão que muitas vezes (e lhe fazia
feguida de muitos fe prefente em manifetas vifcês,
- defuiarão algüs por a & que tambem lhe falou o feu
, a Cant. 4 talhos efcabrofos pera tomarem Minino Iefu, encaminhandoa
verí.6.
|aflento naquelle"mõte de myr ambos na perfeição da virtude.
tha,á leua os olhos,&o coração Outras coufas andão referidas
a Deos. Muitos ouue folteiros, | della, q faõ de grande momento
&cafados,á votarão continécia. | em fua abonação; cuja fama,
Algús prognoticarão o dia de a qual fe tinha por certa, obri:
fua morte: a outros fe vírão nel gou a muitas pefoas graues afº
la os cilicios cozidos co a carne; fitirem a feu tranfito, 6 foi no
& em muitos fe fétio fuaulfima anno de Chrito de 1623. Por
fragrãeia: realçandofe em todos ete me{mo refpeito a leuarão
CII)
A1enores na Prouincia de Portugal. 257.
em feus hombros, como a ferua cios, contas, habito, & manto:
de Deos,os padres do concento tudo ito lhe leuarão os deuotos
de fanto Antonio pera fe depo com pretexto de reliquias,publi
fitar na fepultura, que elles em cando, que por ellas recebião
fua cafa lhe derão . Faz della muitos fauores de Deos. Foi fe
muito hõrada memoria o "Agi pultada no cemeterio de fua
ologio Lufitano, merecedor de propria Ordem,porêm com grã
nofa etimação. *.* de refpeito,4 també feguarda à
3 Raro exemplo de duas fua coua, na qual ninguem mais
virtudes grandes, penitencia,& fefepultou.
paciencia nos deixou em fua vi Onze annos,com os quaes
da a irma am Iuliana de S. Fran fedefpedio dete mundo no de
cifco, conhecida,& etimada de 1632. militou debaixo deta bã
todos por elpecial ferua de De deira o irmão Manoel de Maga
os. Da primeira tetemunhão lhães, q deixãdo o vfo das letras,
feus cilicios,difciplinas,& jejüs, das quaes (e aproueitaua, come
em que nunqua guardou regra, çou a eftudar dias,& noites no li
nem limite moderado. Dafegü uro da faluação. Vetio fobre hu
da depoem o feu fofrimento de mildade as armas da penitécia,&
trinta annos continuos,com que com ellas obrou tantas valentias
alegre fempre leuou as agudifi em a cõquita do ceo, 4 de cami
mas dores, que lhe cauíauão as nho venceo os poderes do infer
fuas enfermidades, das quaes fó no,atropelando medonhas, & ef
nas fetas feiras,& domingos,em pátofas figuras, cõ q o intimida
que cotumaua cõmungar,fen ua. Dete modo foi perdendo o
tia algum alliuio, confortandoa medo també à morte, pela qual
a piedade de Deos à cuta dete fuspiraua cada hora, & quando
fauor, pera q fe refignaffe de to vio que chegaua, a faudou com
do em fua fanta vontade . Na etranha alegria. Seis annos de
oração, que era mui ordinaria, pois de feu corpo etar no feio
| a regalaua tambem como a ef da terra foi achado inteiro, &
pofa fua có muitas confolações, incorrupto, como fe não ouzara
as quaesella declarou aº Padre desfazer hú vafo de tantas mife-1
Commifario por não faltar no ricordias, quantas Deos obrâra
preceito de fua obediencia; & nele, atè q obrigada ja da lei, q
dizendo, é em húa feta feira no | fe guarda cô os mortos,o desfez
anno de 163o, auia de falecer, como confume os outros.
no mefino dia acabou o curío 5 Admirauel foi tambem
de fua vida com tanta opinião, em fua vida, & morte a irmaam
que as fuas difciplinas, & cili Luiza do Rotario, cuja idade
-- Y 3 de
258 Luro II Da hi/toria Serafica dos frades
de mais de fetenta annos, con marido,fe fugeitou ao gouerno,
fortada co a graça do Senhor, & leis deta venerauel Ordem.
aturou penitencias grãdifimas, Trazia fempre hum cilicio de
refitindo à braueza dos demo ferro, que tambem lhe alcança
nios,que andauão contra ella af ua os braços: andaua delcalça:
|anhados Repréfenauão vifoés,
jejuaua no anno feis mefes = pão
com que lhe fizefem medo:ou & agua, & nos outros não acreí.
tras vezes lhe metião fumaças centaua mais que catanhas, ou
pelos narizes,& chegarão a feril legumes mal guizados: fazia to
la: mas ellafempre immouel não das as noites duas difciplinas lar
largaua o poto da oração, na gas, & quebrantada dete traba
qual Deos acõíolaua,& lhe deu lho continuo, no chão paflaua o |
a entender muitas coufas, q não fomno, fº, não podia efcufar, |
podèra por outra via faber. Dõ vetida afi,como de dia andaua.
de lhe nafceo a fama de ter efpi Tinha muita oração,na qual pe
rito profetico pela muita certe dia a Deos que lhe defe a fen
za,que tinhão fuas palauras: co tir algüas das grandes dores,que
mo foi prognoticar que auia de padeceo na paxão. E fendo ou
morrer em feta feira, no qual uida pera feu merecimento, no !
dia fua alma defpio os mortaes ponto que contemplaua nefte
depojos no anno de 1637. à fantifimo myterio, parecialhe
me{ma hora, em que tinha por que agudiffimos crauos lhe fe
cotume meditar na fentença in rião a cabeça com tanta dor, q ||
jutifima, com que Pilatos con ficaua em accidentes mortaes |
denou à morte o innocéte Iefu. Não coube em Portugal feu ef-| |
Ficou com o roto fermofiffimo, pirito,mas deu configo em Roº
& fem os finaes da morte, que ma pera vificar aquelles fantos
os faz desfigurados, & depofita lugares , onde todos os dias
do feu corpo entre os outros ir defcalça, & com grande deua.
mãos, a deuação dos fieis, que a ção corria as Etações. Dahi paf|
/

tinhão em grande veneração,fol fou á cidade de Afsis no anno


licitou, &leuou as alfaias miu de 1 644. com intéto de ganhar
das de fua cafa,como fe forão re o jubileu da Porciúcula na me{-
liquias. ma Igreja, em queChrito o auia |
6 Outra mulhervaronil no ri concedido a Nofo P. São Fran
|gor da penitécia,chamada2/ar cifco. E feita eta jornada, fez a
garida das Neues, nos deu també outra, que nôs todos auemos de
a cidade de Lisboa, a qual de fazer,mas com muita confiança
pois de fever liure das prizões de fever com Deos na gloria, o
do matrimonio por morte defeu qual andaua bufcando portan:
…º
t23
–-"
_41"res na Prouncia de Portugal. 2y9
tas .… as cifra () na S. nitencia,que profefou neta OR
7 De Setuual,que foi patria dem,com hum cilicio apero, &
dº irmãam Maria da Adump. fobre elle camiza de etame
ção, a trouxerão feus parentes |nha. Dormia numa cortiça, fe
pera eta cidade em os feus pri | não era numa taboa: multipli
meiros annos, & nella fe confer cando difciplinas, fem reparar
uou largo tempo com opinião no perigo de fe ir fazendo ethi
de grande ferua de Deos. Con ca, como alguns a julgauão. Ie
fefaua por humildade notaueis | juaua muitas das noue quaref.
- -

mifericordias, que o Senhor có |mas de N.P.S.FrãCisco,& quafi


ella tinha vfado, fazendofe pre todo o anno: mas tão confortada
fente a feus olhos muitas vezes | do celetial alento, que quando
pera que a diuertife do que po. | deixaua de jejuar fentia maior
deria ofendello. Sendo inclina fraqueza.
da na mocidade a os *# 8 Foi mulher de oração fer
vaidades do mundo: viuendo uente, & muita contemplação,
depois de caíada em grandiffi. na qual lhe parecia que o Mini
ma pobreza a repeito do feu ef. no Iefufe feruia de fer feu me
|tado fendo combatida com da tre,como ella declarou a o con
diuas, & importunas promefas feflor, que a contrangeo a ifo,
| a violar a fê deuida a feu mari dando conta de alguns fauores
| do : fempre Deos a teue de fua notaueis, que agora não pode
" … i• - .* • «"

mão, remediandolhe a miferia mos referir. Com tudo aconte


por meios inopinados, atè lhe ceo porte ella de joelhos diante
trazer a cafa húa vizinha hone | d'húa pefoa,& pedirlhe coasla
}íta, que não (ó a confortou no a grimas nos olhos , que não co
|m9r da fantidade, mas tambem meteffe certa ofenfa de Deos,a
lhe deu batante fazenda pera qual ela começaua a difpor cõ |-

| viuer honradamente. Nefte tê tanto (egredo, que nunqua lhe


po, (em dar conta ao marido,fez pareceo,que naturalmente fe po
: voto de continencia conjugal: defe fuspeitar. Choraua com
cortou os cabellos, & refoluta amargura a paxão de Iefu Chri
em deprezar demazias,quando to,&levia algum carneiro, ou
|faia decaía, que era só à Igreja, morto, ou detinado à morte,cõ
|na detafua amiga trocaua fecre fiderando nele a o me{mo Re
|tamente os feus vetidos hone demptor, era cruel ofentiméto; •

tos por outros muito humildes, que lhe feria a alma. Pela grãde
| & pobres, com os quaes appare confiança,que tinha na piedade |
cia em publico. Como fe vio em de Deos, co feurofario, ou com
etado de viuua, vetiofe da pe agua benta,fem tratar algúns ve
Y4 2CS
──º

26o Liurº II. Dahloria Serafica dos Fã


zes de outros medicamentos, ||cendo perfeguições do demonio
curaua os feus achaques. Afivi co a graça do Senhor,& confer
ueo muitos annos em grande re uando honrada opinião até a ho
colhimento fem pafear pelas ra de fua ditola morte, a qual foi
ruas, nem andar pelos etrados, em 28 de Ianeiro de 16 jo, Def
edificando com fuas palauras cança nete couento,no cemete-}
fantas a quem a vinha buícar,vê rio da fua Ordem Terceira.

PRINCIPIO , MVD ANC, AS , E


cafos particulares do real conuento de São
Francifco de Coimbra.
{

C A PITV L O XXVIII. | os Clauftraes, magoados de nòs


lhes tomarmos feus conuentos,
detruirão os cartorios; porque
Em que fitio º primeiro conuen *do contrario em muitas partes

to fºfu ndou
zões ,ê3 porq
o tra/ ue re
ladarão nos conta, & no conuento de
| Seuilha, pelo qual elle diz ito, 1.png 94
a outro? dife o * padre Gonzaga,que hú
incendio fortuito abrazou o feu
archiuo. Sabemos porêm queja
I Ntramos nefte conué efte de Coimbra era fundado,
1 218.
E to com o maior defem
paro de noticias dome
& tinha commodidade pera re
ceber nouiços no anno de 122o.
ficas, do que crerão por ventu porque então entrou nelle fan
ra os que venerão as memorias to Antonio a fazer nouiciado;&
antigas. Húas nos afogou o Mõ poto que não começou a po
dego: outrase(perdiçou o deícui uoarfe no de 1116, no qual os |
fantos Zacharias,& Gualter,en |
do;porque auerà pouco mais de
trando em Portugal, derão a ou
trinta annos, que nàs vimos na |
: liuraria deta cafa hum feixe de tros principio, como deixamos
| Pergaminhos, os quaes não ti “e{crito: era tanta a deuação da ºlibºi.cº
#

Rainha D. Vrraca, cuja Corte |


;|nhão aflento, & quando depois
{
emprendendo eta obra,fizemos etaua neta cidade, que não fo |
s

| diligencia por elles, erão perdi freria bé paflar do anno feguin


4, e n lahi dos quafitodos. Pelo que fe º A te,ou quãoo muito do de 1218.
ftor.de Se vindo frades cada dia de Italia,
lonfo Morgado dete cafo,& de que
uilha 1.5.
os hantestiuera infor
o podião fundar. •

Cº 19, . muit femel


mação,não chegàra a dizer, que 2 O fitio, que por elli, & | |
|-
| \,
por —=•
Menores na Prouincia de Portugal. 26 I
|
por elRei eu marido nos foi da não conta (e fizerão os nofos
do,era húa ermida de fanto An fundadores antigos) onde tem
tão Abbade, que pertencia a o horta,& fonte. Os edificios erão
Cabido da Sé, a qual agora,lati terreios,& pobres: quaes cotu |
nizando o nome, ou a refpeito mauão fazer aquelles fantos va
do nofo fanto Antonio, que em rões,como ainda feve numa ca
ella profefou, & por rezão das pella do clautro, da qual dizem
oliueiras, que veítem aquelles que foi cella do dito fanto An
montes, he chamada geralmête tonio. E quando nòs nos lêbra
Santo Antonio dos Oliuaes. Fica le mos dete deprezo do mundo
uantada na defpedida d'hú del nos francifcanos antigos, maior
les, em ditancia da cidade por fundamento temos pera fazer
meio quarto de legoa,pera a bã pouco cafo das grandes machi
da do nafcimento do Sol, numa nas,que hoje leuanta a vaidade.
paragem alegre pela dilatada | Das depezas que fe fizerão nas
vita do que alcanção os olhos. obras,não ha liuro, nem memo
Daqui feve o Mondego, húale ria: mas fem offendermes a de
goa ja depois de ter venerado as uação dete pouo,que deuia cõ
portuguezas Athenas, humilde | correr,a Rainha como nofa Pa
agora a os pês da quinta da Gea droeira as tomou à fua conta, |
ria,onde alguns defejarão fabu ficando a cafa por eta rezão tã
lar os encontros de Hercules cõ bem no predicameuro de Real.
os irmãos Geriões, Por outras Nete hopicio pobre, de
partes fedefcobrem montes al baixo de telha vaam, fe agaza
tos,& ferranias foberbas, co as lharão em a nofa companhia
quaes o Autor da natureza pare os finquoMartyres de Marrocos
ce que pretendeo emparar, ou quando vinhão de Italia, primei
coroar eta cidade illutre,cujos ro que fofem a Alanquer, don
muros, amafados co o fuor dos de paflatão a Africa. Nelle ce
Catholicos em tempo dos Ar lebramos o feu ditofo triunfo
rianos, cercão hoje o kugar mais na occafião que fuas fantas reli
engraçado, & mais abundante quias fe trouxerão a Coimbra.
dos fruitos da terra, que temos Nelle vetinos o habito, & fize
em Portugal. Era com tudo efte mos profifaõ ao mefino S. Anto
affento da caía muito fecco, & nio; & nelle tambem moraua o
eteril; & porifo os padres da fanto frei Filippe, que o foi acõ
prouincia da Piedade, q depois panhando dete reino pera Afri
entrarão nella, forão leuando a ca,& dahi pera Italia. E ainda q
cerca pelas cotas do feu monte deixamos eta cafa paflando a
aiè hum valle vizinho (o que outros fittios, (e a dita das pare
des,
…e

→mº

262. "Laro II. Da bifloria Serafica dos frades


des, que recolhetão a todos, fi ma cata, a aceitar a deuação,có
cou nelas:a honra de hopedar, que o dito moteiro de Santa
& criar a tão illutres fujeitos, Cruz os curaua na fua enferma
nôs a trouxemos pera os outros ria. Demais dito a cidade, que
lugares, onde ategora por fuc da fua vizinhança (e promettia |
cefsão perfeuera a mefma com fauores particulares do ceo, fa
munidade; & da nofla prouin zia muito por ella , oferecendo
cia,chamada de Portugal, que en da fua parte ajuda, quanta lhe
tão era Cutodia, he fem quef. fofe poliuel. E concorrendo ef
tão eta gloria. tas com outras muitas rezões
4 Aqui viuião aquelles de teue efeito a mudança, como
uotos padres,mais retirados ain agora diremos.
- • • , -
: -
* * * * *

da com os corações, que com os


corpos,da Corte;& confideram CAPITVLO XXIX.
do nella as mudãças ordinarias, -* *

que precipitão a huns, & fazem Fundajewo conuenta junto da


voar a outros,leuantados muitas
vezes contra o proprio Deos:di ponte do Mondegº; &#decla
to me{mo tomauão occafião rafº, quem º fundou,83
pera pretenderem sò os bens fagrou?
eternos,que fão feguros no ceo.
Saião muitos a vellos, & con I T Eta fua primeira träf.
uerfallos de perto, tornando to
dos admirados de tanta pobre
TN migração de hum fit
tio a outro atrauefa
za,& de tanta penitencia. Não rão os frades pelo meio da ci
auia nefe tempo em Coimbra dade, & pafando a ponte do
outro moteiro de religiofos, fe Mondego,perto della, da outra
não o de Santa Cruz, pelo que banda do rio affentarão o con
era forçado virem tambem à uento, que pela me{ma rezão
cidade afia pedir e{mola,como l foi chamado de São Francyco da
a confeffar,&pregar: affitir cõ ponte. Não fizerão contudo eta
os doentes, & acodir a outras mudãça no anno de 122o, por
obrigações da caridade chrif. que ainda no outro anno feguin
taam. E comito começarão a te os deixou fanto Antonio na
fentir prejuizo da ditancia não cafa dos oliuaes,quando fe foi
sò no recolhimento, mas junta pera Africa. Nem tambem o
mente na cura dos feus enfer Infante D.Pedro, que nos trou
mos; a qual rezão obrigou em xe de Marrocos os corpos dos
algum tempo a os padres Pie lººd" Martyres, começou o
dofos, que agora refidé na mef conuento nefe tempocuida
como

| 44enores na Pruuuela de Portugal. 263 %
º Pag.8o1. cuidaua º Gonzaga, com quem |[melhorar de fitrio.T
5. Fr. Marc.
outros fe conformão, por quan … 2 Nete,diferão algüs que |
P. s.l. 4. c.
to" não veo enthefourar nefe auia hum conuento deTempla
2. I •
Nunes
tempo no cofre de Santa Cruz rios,em cujo lugar entrarão os
na chron. as fobreditas reliquias:inuiou as nofos frades; fem darem outra |
delRei D.
Sancho I.
de Atorga, & de là partio pera rezão,que verem arruinados em
Monarch. Aragão, onde gatou mui |parte, & muito enuelhecidos |
{ Lutjt.P. 4.
il. 13.c. 18. tos annos, pofuindo em al | todos os feus edificios: como fe{
*-
güs deles o condado de Vrgel, | não batarão pera ifo as enchê
reinando depois em a Ilha de ites do Mondego pelo difcurfo
| Malhorca. Mas nem portifo o de mais de trezentos annos,que
< • •

defraudamos da gloria, que o inôs etauamos nelle,quando vi


can. 11ao.
nofo “Annalita lhe tirou, de rão ete trite epectaculo.Quã.
lº… fer elle o primeiro Fundador to mais, que a Igreja, a qual era |
dete fegundo conuento; no que o principal edifició, &tambem
feguimos a tradição da prouin padeceo efte naufragio, no not
cia,húa memoria antiga, que tã fo tempo foi feita, como logo
|bem fe remetteo a Gonzaga, & fe dirà. E ouuerão de aduertir
|*Monarch. o parecer commum dos Auto os que fundarão no artão erra
cit.l.15. c. } resportuguezes."hús dos quaes da prefunção dete, & doutros
|3%. •

o dizem exprefamente: * ou conuentos, que quando entra


.

####
Lufit. 17.
tros confentem que nós aísi o mos nelles florecião os Tem
de Feu.lit.
id.no com. digamos, pois apontão quem plarios, & erão tão refpeitados,
e. Nunes
| cit, acabou etas obras,& não quem que ninguem os auia de lançar
as começou. Efuppoto que não defuas cafas contra a fua von
|lhe deu o principio no anno af tade. Efe eles nos largafema
|fima dito, nem em vida de N.P.] quieta pera efcolherem outra,
S.Francifco, como fe perfüadia algum vetígio della aueria em
Duarte Nunes do Leão;por an Coimbra, o qual porêm não fe
} .
dar neffe tempo aufente de Por. acha. Mas não fómente errarão,
# !
|tugal: não achamos occafião fenão que tambem fizerão errar
cit. P. f. l.
opportuna,fenão quando/pelos com elles o íobredito Gonzaga
|- 16. c. 11. annos de 1 247, veio emparar,& por eta falía informação, que
affitir a o Conde de Bolonha lhe derão,acompanhada d'outro
feu (obrinho D. Afonfo III. no engano maior. Porque, fendo
gouerno dete reino,no qual tê fagrada a igreja na era de 14oo.
po vendo ele a os frades ja def inuiarão lhe o anno de 1oo 4.do
contentes da cafa dos oliuaes nafcimento de Chrito: donde:
| pela deuação, que tinha aos fe forão feguindo muitos erros
#
·
fantos finquo Martyres,os quiz no feu liuro, os quaes ele occu
1
= *
–=-
—= Luro II. Da hi/toria Serafica dos frades
no me{mo anno a 8. do mez de
pado no gouerno da nolla Reli
gião não pode examinar, & nòs Agoto, conforme a o liuro dos
agora deixamos de repetir por obitos de Santa Cruz de Coim
não encruar a magoa de infor bra,& porque a dita obra, ainda
marem tão mal a hum Prelado affi ficaua enfraquecida por falta
de tanta autoridade. Pelo que de cabedal, correo com tantos
dizemos contantemente, que vagares, que no anno de 1 317.
não auia aqui tal conuento de a 24 de lulho não etaua acaba
Templarios, fenão fó o campo da. Conta ito da º doação de h. arch de
S. Clara de
limpo,fem edificios velhos, afi hum oliual, que nefe dia fize Coimb, |
como o criou o Autor da natu rão Maria Domingues, & Ma
TCZ3 e falda Domingues,ambas irmãas
3 Nelle nos fundou nouo no fangue, & profiísão da Ordê
conuéro pelos annos de 1247. Cifterciê{e no moteiro de Cel
ofobredito Infante, que auia fi las, a D. Maria Gonçalues Ab
do Rei, & tornou a reinar na badefa de fanta Clara neta pro
mefma ilha; & difpondo o que pria cidade,na qual entre os fi
conuinha pera a noffa mudan naes,que o dauão a conhecer, a
ça, breuemente lhe dêmos exe chamos efcrito ete. Em que era
cução. Mas porque fe aufentou brit㺠os frades ºferespedra pera a |
de Portugal outra vez, ficàrão /4 egreja. +

encarregadas as obras a fua Depois a fagrou D. Vaf.


meia irmaam D. Contança Sã co Arcebipo de Toledo em 2o.
ches, que andaua occupada em de Feuereiro da Era de 14oo.
nos fazer a igreja quãdo a mor 4 foi o anno de Chrito 1362.
te lhe impedio feus intentos. afsitindo com ele a eta folem
Deixou porém húa efmola de nidade dous bifposto de Vífeu,
dinheiro, com que fofe conti que fechamou Z.loão; & D. frei
nuando a fabrica.afaber trezen Gil,de Cirendone, ou Cirundê
i. Hit.ec
tas liuras pera a me{ma igreja,& fe, como talgús quizerão inter clef deli
| finquoenta pera hum altar de pretar. Do Arcebipo,& tempo boa p. *.*
fanta Catharina, como motra o da fagração auia húa memoria rosas.
g.arch. de
S. Cruz de º tetamento, que fez aos qua no nofo coro antigo: o demais
Coimb,
torze de Iulho, na Era 13o7.6 (e acha tambem em outra do ar
foi o anno de Chrito 1269. A chiuo de Santa Cruz de Coim
verba, que tocaua à igreja, he bra: não em o liuro dos Obitos, 1 Fr. Luis
de Souf,
eta. Quiafacu, Grprºponºpe fice a o qual fe (attribue,mas em ou na hit. de
|re,42eus voluerit, eccleiam fratrum tropiqueno, efcrito tambem de S.Domin
gos P. 1.l.
2%inorum Conimbricen/um, mando ei mão,que nóstiuemos nas nofás, 3.C.4.
dem ecclfe CCC. libras. Faleceo onde lemos o feguinte. Em a
Era
} *=
-- ----

Menores na Prouincia de Portugal. ……2 6y


- Er…com…dom">, 2olhas a cadeira de Ourèle: no qual p5-1
de Feuertire S. Francº de Cºimbra to falaremos quãdo vier a idade |
foi Agradaporfrere Lºfonfô de Noiga do dito D.Fr. Afonfö,que foi fra
2ífio dOrcelº qualfagraram Z, Vºfi | de da nofá Religião. Mas tam. |
cº_Arcºbôº dº Tibag, grº 3/pºde|bem lhe reprouanos dizer, que |
*[]a fagração,& morte do Arcebif |,
}

Vféu, @freigl2fo de Cirendonei $.i

Efeita a fagração faleceo o Ar po forão no anno de 1372.pôr "…


|-
•.
-1 . *

cebipo, como diz o mefinoliº que ele º no de 1 36o. foi déf. . * **


P. Fr. Luc.|.
* * * *

juro,em 7 do mez de Março d'a- |terrado de Catella por elRei


# cit,n,7o, º -

lquele próprio anno. gº"… |D. Pedro o Cruel, a qué D. Hé. * * *

# "Não deixamos de aduet |rique feuirmão depois de tomar |


tir nalgús erros da penna, 4 ef |o reino també lhe tirou a vida |
creneo,&trasladou doutra parte no de 1369 na villa de M5tiel;
a fobredita memoria.Os primei & não podemos cuidar, que vé-|
|

ros tocarão no #" & bif. dofe ete co a coroa,& fceptro o


pado de Fr. Afonfo,porque o feu: deixaffe ficar tres antios, & mor
nome era Pr. .…fonº d'Anata, ou |rer e no deterro, a o qual por |
4.Anhaia & bipado,o de Ourenfe. lhe fêrafeiçoado o condemnou |
Foi afegunda pennadá , dizer 4 | o Cruel,Pelo que tudo tem me
-

por ele foi fagrado o conuento, |lhor lugar no anno afima dito |
m. Fr.Luc, pois logo fe declarou; º confor de 135%: a aber a fagração da |
cit.n.70,
Gonz.Sou me à verdade da hitoria, é ifo igreja;& morte do Arcebipo,
fa. Agiolo.
Lufit.cit.
fizera o Arcebipo.Saluo, e quiz |em quanto as tyrannias,& difsé

eferecer que por ele affio agen"| {ões de Catella ainda perfeue-|
ciarfe fez eta fagração: mashe | rauão. E comito fe conclue fi- •

muito violêto o fentido, & mais | nalmente, que não podia efte
facil nos ferà emendar a palaura me{mo"Arcebipo adminitrar
por condertendoa em qde moda fete annos o bifoado de Coim
que venha a relação a dizer, é bra, como diffe o conigo Pe
num me{mo dia fº/gradº º comº dralures
uento,grfrei Afon/4 dºAnhaia Zifa na
Nogueira, & ferefere |
fobredita Hitoria." - º "|
|
d'Ourenfipilo ditoz). Vafiº:Arcebº | CAPITVL O XXX; }
pº de Toledo@rc. E afi o entend eo
a. cit. c.4.
o padre º frei Luiz de Soufacõ
Cafºs varios,&#algãs demuita |
…" -> >
outros antiquarios de muita au lhõra,defe tomuito da póte.
-

º.cit.c. 1oa toridade poto que o Autor da 1 TNT O primeiro podemos ;


• +

Hitoria da Igreja de Lisboa N confiderar a pruden


* *cia altífima com que
…. não quiz approuar o anno, que
, dêmos áfagração,por lhe pare Deos fuauemente dipoz na mu |
, cerá nefetépo não etauavaga |dança deta cata pera o lado da 1
… A f , -
- - -
==
Z__ ponte... -- --- ••••

*>
……………*** +
.… -----

266 Liuro II. Dahi/toria Serafica das frades


| ponte os meios, que preferuarão:]] como era o Primeiro,4 chegaua
de húa morte tyrannica o Efmo|a o forno,caio no laço,4 armâra |
ler da Rainha fanta Ifabel,juti-la o juto,ardendo no me{mo fo- |
ficando tambem contra faltas|lgo por fentença diffinitiua do |
prefunções a innocencia de am-lceo, que catigou rectamente a |
#bos. Fiauafe º delle por fuagrã-|fuatemeridade com pena deta
8.
'r.Luc.an.
de virtude nas efmolas,que fazia | lião.Com itoabrio os olhos el-|
em fegredo, eta amorofa mãi. |Reipera enxergarmelhor á vir
3 a 1. n. 11.
ardim de
Portug.fol.
dos pobres: mas a malicia dou |tude da Rainha, conhecendo jú |
13). tro criado do paço,o qualqueria |tamente que, nãqua ella em feu
valer ainda que lhe cutafe in
famar a maior honra, reprefen honeto,& virtuolo. 2 *## #"|
tou feamente a elRei D. Dinys : 3 Foi cõtudo ete Principe!
feu marido etes tratos,fendo el dos melhores,que ouue em Por |
les nos olhos de Deos fermolos. tugal.Fundou em Lisboa a Vni
E o Rei, pouco ditcío em trazer uerfidade, cõ4 hoje fe autoriza |
na fua cafa hum homem tão te o reino:mas affi como là não in
merario: precipitado em crer tituío cadeiras da fãta Theolo
efta falfidade grande: arrojado gia,o mefmo fez quão no anno |
em a querer catigar fem fazer de +3o8, a mudou pera Coim
algü exame, condemnou na fua bra, encarregãdo fuas lições em | ,
- - - -
.*.**

téção a fogo o Efimolerinnocé húa,& outrá parte a os cõuétos|


lº • • • •

te,mandando a hús forneiros de | Dominicos,& Frãeifcanos, que º


cal,queno diafeguinte lançaísé auia em ambas etas cidades, º
dentro do forno o feu primeiro por entender,que ja elles cãeta |
criado,que lhes fole perguntar fua doutrina fazião hum muro |
da fua parte, fe tinhão feito o 4 forte, prefidiado de valerofos |
elle ordenara- . . . . … guerreiros,cão qual a fé catho
2 Dipota afia cruel exe lica ficaua corroborada. Affi que
cução, inuiou o, como a outro nete conuento felia naquelle
Vrias,cõete me{mo recado; & tempo húa das cadeiras da dita |
ele q de caminho paflaua por Theologia, q tinha a Vniuerfi
efte nofo conuento, onde Deos dade,fem por ido lhe leuarmos
lhe auia preparado o remedio, etipendio. E poto q feus etatu
entrou na igreja, na qual fede |tos nouos,q refere'Iorge de Ca-

i.de patrº
… nat.ecclef.
|

teue ouuindo as mifas é fe dif bedo, não declarem quaes erão #5."
ferão. Mãdou logo o me{mo Rei etes cõuentos: os antigos, que |e.Monarc.|
atráz dellea ofeu accufador pe lhedeu º me{mo Rei, & andão Lufit. p. 5.
lib. 16. ca.
ra lhe trazer a noua de fua mor: na º Monarchia Lufitana, o di "##
te, o qual correndo com preça, zem /CX#3f im , .." :
# |
*Prefamente. —"#ppendic.

- *: … 1; •
|-


• Algum •

----+-+-+---- == ---- }
=–
*>
AMenores na Prouincta de Portugal. • •

- 267
4 Algum trabalho nos deu, frei Afonfo de Guimarães, de h.liu. 1.c.

quando Marte inquietaua o quê nòs falamos em outra parte. 53.


reino, a vizinhança da cidade, 5 Lograua o conuento tão
porque entre nòs fe vinhão apo boa opinião, que "ordenou por i. liu. dos

|zentar aquelles,que co as armas etatuto o reuerendo Cabido, 4 efatidaSe,

d. Conde a querião ofender. Daqui º or os feus Capitulares fofem con


| D. Pedro denaua feus combates o dito tados nas fuas diftribuições, co
| tir. 7.
Nunes na Rei D. Dinys ate reduzir á fua 1TYO pretentes no coro, quando
"chro d'el
Rei D. Di
obediencia o Infante D. Afonfo nele fe vieffem confeffar. Eta
nys foi. feu filho primogenito, que com liberdade,& outras lhes etão ti
114.
e. Nune ella fe auia leuantado. E preten radas hoje, recompenfadas po
na chron. dendo e tomalla elRei D. Henri rèm com vinte dias de ferias fo
delRei D.
Fern. fol. que o II. de Catella em tempo bre oitenta,que tinhão. Mas né
|199. de D. Fernando, aqui tambem por ifo deixou de nos dar mole
fe alojou o Infante D. Dinys fi (tia o Prior de S. Bertholameu,
lho delRei D.Pedro, com algús em cuja parrochia ficaua efte
feus camaradas, que feguião as cõuento, com os feus beneficia
bandeiras Catelhanas. Final dos.Quiz dizimarnos as hortas,
f chronic.
delRei D.
mente f curfando os mefmos & nós as quizemos defender cõ
loaõ I, p. 1.
fados contra o Metre d'Auiz, os nofos priuilegios: contudo
c.78. fobre toda a fortuna gloriolo, predaleceo o efpirito da paz cõ
nete conuento pouzarão na oc húa compofição, que de parte a
cafião, que a quiz fenhorear º parte grangeou muito louuor.
dito Rei de Catella, Dom João Largarão a pretenfaõ detes diº
Afonfö Cöde de Barcellos,Ioão zimos, ficando nós obrigados a
Rodrigues Portocarreirº , & dar pregador pera a fua igreja
loão Afonfo Cabeça de Vacca: quando fofe neceffario: & com
todos eles efquecidos do ref ito affentamos húa irmandade
peito,que fe deuia à patria. Mas fanta de affitirem huns nas exe
{obre etes trabalhos tiuemos quias dos outros. ElRei D.Pe
defpois agloria,a o menos de aí dro nos confirmou o contrato
fentaré em Cortes aqui na nof por carta fua, dada na villa de
fa igreja,fe nella també não foi Obidos, no anno de 1 357, a 8.
g. Mariz executada, como «algúsja dif: do mez d'Agoto. Ratificou o
dialog. 4. ferão,a felice coroação do me{ depois o Arcebipo de Braga D.
|mo Metre d'Auiz D. João º I. Guillelme a 13.do dito mez,ef.
dete nome. Concorrerão ne: tádo neta cidade.Tãto cabedal
te acto, como dometico nofio, mettemos na nofa quietação,fo
os letrados,é tinha então a cafa, licitãdoa (empre frei Aluaro, &
húdos quaes foi aquele Metre| mais F.Ioão Eteues: o primeiro,
Z z 1)outor
→7

268 L7TITZ Ta Saraña Tºfra…" |-


=*-

Doutor dete proprio conueto: (tituio de nouo, aindo do cor"


o fegundo, de S. Francifco do po da de Lisboa. O fegundo vi
Porto; que erão feus Leitores mos nos ja no terceiro conuêto,
a&tuaes. As hortas etão hoje em que o padre frei Bernardino
|fepultadas nos areaes do Mon de Sena fe abíolueo de Minitro
dego, & poto que com ellas fe da prouincia pera feruir à Ordé
(epultaua também a pensão do toda em Secretario geral, que
pregador,em certos dias lho da foi degrao pera os cargos maio
mos por conferuar em tudo in res. E poto que o cõuento, mais
teira a irmandade. por brio, do que por fua vonta
de,eteue lançado com os Clau
C A PITV L O XXXI. traes atè o anno de 1 568. no
qual fe paflou à Obferuancia,
Em que fora da provincia efia fempre honrou a prouincia com
ua efletonuento? &3 d'alguns fujeitos deletras,& de virtude.
2. Mas tambem reconhe
religiofôs infignes, & fecula cemos á me{ma cidade diuidas
res, que nellefrão fê pelas pefoas infignes, de que
nos enriqueceo: húas, que criou
pultadºs. ete proprio conuento: outras, 4
} Iuidindofe em duas a cos feus fantos exemplos (e af
primeira Cutodia,por feiçoarão, & dedicarão à nofia
nome de Portugal, que Religião. Forão etes frei Afon
tiuemos nete reino, d'húa del fo, frei Antonio, feu fobrinho,
las, a qual també fechamaua de frei Henrique Bifpo de Seita,&
Coimbra, & etendia feus termos frei Pedro Reformador do con
pela Beira,Tralofmontes,&En uento de Tauira: todos quatro
tre Douro & Minho, foi cabeça do appellido de Coimbra. Frei
ete conuento da ponte. Nefte Tritão de Pennacoua, frei Si
foro fe conferuou muitos annos
mão da Vifitação, Fr.Luiz Nor
afina obediencia da prouincia mão Bifpo de Martyria, & ou-|
de Sant-Iago, como depois da tros, que nos etão e(perãdo em
nofa de Portugal,até que fe ex outras occafiões. No liuro dos
tinguirão de todo as fobreditas Obitos do real moteiro de Sãta
Cutodias. Nelle celebraua Cruz vimos efcritos os nomes
muitas vezes feus capitulos húa, de frei Thomaz em o primeiro
& outra prouincia, dos quaes sò de Iulho, & de frei Francifco
de dous damos noticia. O pri de Coimbra a os 9 de Nouem
meiro foi no anno de 133o. no bro, que por ferem vnicos da
qual a Cutodia de Euora fe in noísa Religião com {ão Gualter
º=esmº= nete
_Mouras na Prouincia de Portugal # 2.69
nette famolo Catalogo, deuião pio de vida conforme àRafa.
fer de venerauel memoria. Cõ_ ma de Santo, º , !
outro nafcido neta cidade, & 4: O fegundo he frei Pe. -

|- profeffo em Ierufalem fe ençõ dro de Vou-Zela, nafcido nu


:#- trou na Ilha de Chipre º frei ma villa dete nome,do bipado|
- Pantaleão d'Aueiro, o qual de de Vifeu: homem de tanta vir
|
pois de vir alegrar, & confolar tude, que não parecia da terra,
fua patria fe tornaua pera mor fenão natural do ceo. E afi cru
rer naquelles lugares fantos,on cificado ao mundo,obediente à
de Chrito padeceo. , || vontade dos prelados, mortifi |
-

3 Aqui defcançarão dous | cado em todos os appetites fa


religiofos leigos:hum,Obferuã zia vida de Anjo, feguindo a
| te: outro, Clautral, & ambos Chrito pelo caminho da cruz,
'katch. de dignos de muita veneração. O | carregada de penitencias aípe
$#*nc de primeiro, "frei Ioão de Lame ras,& d'hum grande fentimento
Leiria, & | • •

# go,profefo no cõuento de Lei de ver na terra ofendida a Ma


| ria, & Fundador do de Santa jetade de Deos. Quando con
, || Chriftina,cujo fittio retirado da fideraua nos peccados, que fe
" …] conuerfação do mundo: cuja commettem no mundo, não
planta etreita,& limitada cujos auia nelle mais, que etalar, &
edificios humildes,& cozidosco morrer. Era porêm honetamé
a terra,como erão no principio, te alegre em fua conueríação,
motrauão bem as virtudes da coa qual por graça particular,
| fua me{ma pefoa. Foi infigne que Deos lhe deu pera ifo, ef.
| no epirito da oração, pobreza, taua perfuadindo a todos ar-|
& penitencia. Pelo que fendo dentifimos defejos de lograr os
3C,
Prelado deta cafa (& ele foi o grandes contentamentos, que
primeiro) lhe entregou o Se pofluem na gloria. De{pedido
nhor aquella lutrofa tocha,que pera elles do nofo valle de la
tanto allumiou eta (agrada Pro grimas pelos annos de 156o. Os
uincia,pera que a accendefe cõ vizinhos de Vou-Zela,que mui
fua fanta doutrina: a faber o grã too etimauão, o fizerão retratar
de frei João da Pouoa, fendo cõ outros dous Seruos de Deos,
ainda minino, que no feu noui naturaes da me fma villa, na me
ciado bebe o o leite da noffa Re za do fantifimo Sacramento dé.
| ligião. Veio curarfe nete con tro da fua igreja. Età no meio
o fanto frei Gil da Ordem dos
uento de húa enfermidade, po
rèm nelle o aguardaua a morte Pregadores: à mão efquerda, o
a os dez do mez de Maio de padre Simão Rodrigues da Cõ
145o. que lhe feruio de princi panhia de Iefu; & élle,à mão di
Z 3 reita,
- - -
=_____-_
_L- -

275 - Liam II. 57H757ã777ã


reita, com os braços cruzados, po amaua, & naquella me{ma
& cabeça inclinada, afi modelº noite foi trazido em fegredo, &
to,como andaua na vida. Dito fepultado em ete nofo conué |
fez informação á mofa intância to: Ha degraças, que por luas
O padre Antonio Barreiros em | circunftancias parecem myte
28 de Dezembro de 164r pela riofas, como eta, que fe julgou |
qual tambem contou, que al por catigo do aggrauo, que o
güs deuotos o inuocão em filas Bipo tinha feito aos Padres. [
necefidades, & o reconhecem | "6 Entendemos que tam
por interceforbeneuolo em º bem teue aqui fepultura a Con
remedio dellas. - - defa D. Leonor Afonfo filha
5 Dos feculares de nome, | delRei D. Afonfo III. & meia |
• | - ** - - -

que aqui fe fepultarão, sò de irmaam doutra dete nome,que


dous temos noticia, a qual nos foi freira em Santa Clara de |
derão dous liuros manufcriptos Santarem,como ainda diremos.
do dito moteiro de Sãta Cruz. Mandou no feu tetamento,que
Foi hum delles Manfredo de neta cidade fez º dia de fanto e. Monarc.
Alpoem, neto de Martim de Andre do anno de 1286, que a Luft. P. {»

Freitas, que tendo eta cidade enterrafem no conuêto da nofº |il. 16. C-5 I»

em guarda da mão delRei Dom fa Religião, mais vizinho do lu


Sancho II. nunqua quiz abrir as gar, onde morrefle;& nem fabe
portas a o Conde de Bolonha mosfe fez outro, pelo qual re }
feu irmão,o qual lhe tirou o go uogaffe eta claufula; nem a a
uerno dete reino, mas com ra chamos nalgum dos outros cô
ro exemplo de lealdade lhe foi uentos:& nete fabemos que re
entregar as chaues na Íepultura fidia, pera dar comprimento a
<? de Toledo. Hüa noite matarão fuas difpofiçõ
es, o padre frei A
ete Manfredo, fem nunquafe fonfo Rodrigues, feutio, & tel
faber o homicida. Outro foi hú tamenteiro, o qual no principio
fobrinho do Bipo Dom Aluaro do anno de 129 1. efcolheo jui
Ferreira, em tempo delRei Dõ zes arbitros na demanda, que |
Duarte,o qual morreo em Poia |lhe poz fobre a fua fazenda, auia |
res, quatro legoas de Coimbra,ja algum tempo, o Commenda
numa quinta dos padres de San dor de Leça. Donde podemos
ta Cruz, onde o tio entrou para cuidar que faleceo em Coim
pouzar húa noite contra vonta bra,& que nete conuento,
de do Quinteiro, quebrando as junto à mefma cidade,lhe
portas della Feita eta boa obra, -
foi dada fepultura.
etando ceando ambos, caio º º.
(?)
morto o fobrinho, a quem o Bil
C A

-
- - --- -• •
***********-*--
- >-------
----

AMenores na Prouincia de Portugal · 271 |-

• • … feruia de coro, & não lhes ferue | •

- : : : CAPITVLO XXXII.
• • = **•
|| e{paço.
a elles,reduzirão a outrómenor |}
, … … -- … -
|

Powada de mou a tafados


1/\l… … …………… * ... - .. … /"
… ## """##
| | 14 tota delte COnuentO
|
0luars,ti atamºs dº tiraref-
|-

da ponte as enchentes do Mon


ta da vizinhança do rio, | dego, que tendo o feu principio !
&} lá{principio à |fobre a Serrada efirella nafceo
outra - - *pera detruir com outros rios, qi |
- --… |de caminho recebe, o melhor |
: . 1 # : |deta cidade. Porque engrofan
| 1 M quanto ito paflaua || do no inuerno fuas aguas co as
, ]".

neteelle
te,& conuento da põ-||areas,
era Clautral, que fe
||tes depois quedepedem dos mõ.
eles começarão |

| defejarão alguns deuotos do pa-|| a laurarfe, detal modo entupio


| dre fanto Antonio,que de nouo|| a fua madre, que fica em partes
\, pouoafemos a cafa dos Oliuaes. fuperior a os campos,& facilmê

###
S.Franc. de ito mefmo "follicitou grande te tresborda, ragando fem pie
Leiria.
mente o Bipo D. Ioão Galuão, dade a hús, areando outros, & a
|promettendonos o fitrio,que pe fagando a todos. Pelo que fe o
la nota ausêcia tornara a o Ca: Egiptofe queixa de lhe enter
bido, & tambem o conuento rar o Nilo co as poeiras, que
|acabado, com tanto que fofe correm da Ethiopia,cidades grã
|dos Obferuantes. Mas recorda des, & pyramides julgadas por
das as rezões, por que fe tinha -marauilhas do mundo, as mef>
deixado, & o damno das efmo mas queixas tem Coimbra do
las,que refultaua a ete, no qual Mondego,que fendo feu natural
ponto fe deue ter aduertencia, lhe affola as terras, & edificios,
não quizemos aceitallo. E dete fem perdoar a os lugares fagra
modo deixamos o campo liure dos Afogou a ponte velha, que
pera depois entrarem nelle os elRei D. Afonfo Henriques no
padres da prouincia da Piedade, anno de 1 131. começou a fa
|filhos tambem do Patriarcha bricar;& da noua, que elRei D.
|b. arch.de ferafico, º em o anno de 1 539. Manoel no de 1 513, fobre ella
S. Anto
dos O
nio
liuaes.
auendo ja 292. pelas contas, á leuantou, o arco, que età mais
fizemos na nofa mudança, que defeuberto, não fofre ja que hú
etaua depouoado de frades. Fi barco paffe por elle,como pafla
zerão caía de noug,& conferuã ua,à vèlla. Da parte da cidade
do a igreja affi como a deixa tentulhou ruas inteiras desfazê

mos, sò a capella mór, quenos do fumptuofos edificios, & o


- - - ****-*- - -- - - --••••••••• ---- --Z 4 - … con-_.....

Liuro II. Da bifloria Serafica dos frades •

272
conuento de S. Domingos com ainda ficamos mergulhados em

elles. Da outra banda executou os charcos.
fua furia no moteiro das freiras 4. Depois dito f pelo dif. f arch de
} de Sant-Anna, as quaes agora curfo do anno de 1 594. fendo S. Fra nc-de
leftão fóra da Porta do catello: Minitro o padre frei Diogo de Lisboa,
| nos paços,& hopital da Rainha fanto Andre, refoluemos a mu
| fanta Ifabel:nete nofo conuen dança, & q foffe pera húa emi
to de S.Frãcifco; & no real mo nencia fobranceira a o rio, onde
teiro de Santa Clara, cuja mu chamão leniceca,fóra da Porta fo
dança fe difpoem pera outro, bredita do catello. Approuou a
que jà età começado. com tantas demontrações o
Não etaua efte nofo Bipo Conde D.Afonfo de Ca
tão baixo em feus principios, é tel-branco,que alem de nos dar
não ficafle fenhoreando o rio graças por ella,como fenifo fo
com mais de vinte degraos, que ra mui interefado, não sòmente
pera elle decião. Mas breue nos prometteo feu fauor, mas
mente fe vio afogado das enº tambem nos animou por húa
Cº cap. 29. chentes,& etando por acabar a notauel carta na confiança da
igreja no anno de 1317.° como deuação dos fieis, dizendo etas
deixamos efcrito, ja quando no palauras. E não podem os jºfos,
de 1311. fe intentou extinguir comº faz os de/familia de S.Francy
o primeiro moteiro de Santa co,recear que lhes falte o nece/ario na
Clara conforme à noticia, que terra, quando à tratão dos bés do ceo.
adiante daremos, nos foi dado o E etando juntamente applau
(eu fittio pera nos mettermos dida da cidade em hum affento,
nelle,apontando por rezão, co que fobreifo fe fez, nôs me{-
2. arch.de
S.Clara de mo diz aº efcritura; que o mºfeiro mos renunciamos o fittio, que
Coimbra. defes frades 3áceres faua em peri ficou pera os padres Carmelitas
gº de guizº, que osfrades não podião defcalços nelle fundarem colle
h morar figuros por razom das cheas gio,repudiando tambem outros
do riº, que en el entrauão amiude, @r lugares, a que algúsfe motra
o cercauão. E por quanto com o uão inclinados. Não tratamos
tempo ia crefcendo o damno das rezões, que nito fe aduerti
e.Torre do
elRei D.Manoel, que o quiz re rão,nem fe foi teima, ou brio o
tomb. l. 1. mediar,no anno de 1 506." ouue querer conferuar de algum mo
das bul.
hum breue do Papa Iulio II, pe do o nome antigo de São Fran
ra poder transferirnos, & a os cfco daponte. Mas emfim, fem
padres Dominicos a outros me tornarmos a pafalla pera abã
lhores fittios: mas elles (aindo da da cidade, fugindo do rio fi.
pera hum lugar mais alto, nòs zemos o pê atraz, & viemos del
cançar ----

AMenores na Prouincia de Pºrtugal.


_273
cançar em o lado de hum mon teiro de Santa Clara de Villa do }
g arch. da
teja o qual coroaua nefe tempo Conde, º o qual,por nos fer mui Encarna
húa ermida deuota de Nofa Se neceffario metter nelle hum ção de vil
la do Có
nhora da Efperança, & junto oliual foreiro a São Chrittouão, de.

della agora o nouo moteiro, 6 lhe recompéfou noutro o foro,


fe faz a fanta Clara. auantejado em quatro almudes
5 A eta benditifima Se d'azeite todos os annos de fafra; }
nhora me confefo obrigado por Lançou a primeira pedra o Bif |
rezão do apelido de E/perança, po Conde,queja temos nomea
que tenho,& d'hum grande be do, a os dous do mez de Maio,
neficio, que por ella recebi, do de 1 6o 2. etando prefente o pa-| {
-
* não quero me arguão de dre Prouincial frei Amador del
ingrato. Era o anno de 1621, S.Francifco, o qual por fua fin
em que a noíla, Prouincia cele ceridade (e enganouco a planta,
braua em Lisboa feu capitulo, parecendolhe que fairia a obra
& eu por Leitor dete conuen conforme a feu efpirito, & quã
to auia de prefidir em conclu do depois a vio ja leuantada da |
{ões theologicas. E paflando por terra lamentou, fem lhe poder i
aqui hum vogal, a quem deuia dar remedio, a fua muita gran
repeitos, que me quiz leuar cõ deza: ficando nós obrigados a
figo, deixei de acompanhallo, formar ete corpo de gigante cõ
porque dahi, quãdo muito atres | tantos vagares,& defpezas, que
dias, pregaua a fua feta na fo muito tarde terà figura perfeita,
bredita ermida. Defpediofe ca |fe primeiro não fe for desfigurã •

minho de Santarem, onde em do. Mas affi como età defcu


barcado com outros doze, & berto a os olhos da cidade, go
virandofe o barco à vita de Po zando da fua alegre vita, lhe |
uos,todos caírão no Tejo,& fal realça tambem afermofura, &
uarão (e na quilha atè feré fo graça. Começarão fuas obras a
corridos. Por rezão deta deté. correr com efinolas de todo o
ça não me achei no naufragio,4 nofo reino, pedidas por Mem
por ventura me fora mais peri poteiros à côta dos priuilegios, |
gofo, & efcapei pelo menos dos que os Reis lhes concedião; &
fobrefaltos,& trabalhos,que pa como etes faltarão, todo ope
decerão os outros. -

zo da fabrica fe encampou a os
6: Affentada neta forma a hombros dos padres Prouin
mudança, a nenhum particular ciaes. Encommendarão no prin
fabemos da nofia parte obriga cipio ao irmão frei Afonfo,fra
ção pelo fittio,porque todo foi de leigo, que pedifle madeira
comprado, fe não he a o mof pelos montes, & mais veio a
}

montar
274 Luro II. Da bifloria Serafica dos frades
montar fua agencia por ter ho de pedida o padre frei Chrif,
mem de fingulares virtudes, do touão Carneiro, que nafceo pe
que podia valer hum cabedal ['2 O palpito dicutando galáte,
muito grande.Aconteceolhe hú & doctamente fobre etas pala
dia não achar mais, que húboi, uras do capitulo 19. dos Iuizes.
| pera trazer húa carrada, & elle, Profetifumus de Zethleem luda, gr
que não cançaua com o jugo do perginus ad locum nºfirum, qui ? in
Senhor, metteo nete o pe{co lateremontis Ephraim. No que in
ço,& foi puxando pelo carro atè tentou dizer. Temos partido de 3e
que admirado do feu zelo hum lem de ludà, @r caminhamos pera º
deuoto, lhe offereceo os bois, nº/a lugar, que ela no lado do monte
que lhe erão neceffarios. Efraim. E tendoja fufpento o au
ditorio declarou,que fe elles vê
CAPITVLo XXXIII. do as difficuldades auião prog
noticado que pera o dio do jui
AMudão/e os frades ao tercei zo feria eta mudança, no me{-
|mo dia etauão,porque nelle re
rotoluento, onde algãs fedef prefenta a igreja as lembranças
pedem defie mundo tom grande defe Iuizo final. O guardião da
opinião,&bum Principe do cafa velha, que neta noua auia
de ter o mefmo officio, era frei
<reino de Ceitanaca Pedro das Chagas, doctifimo
tom eles, nas rubricas do Breuiario, Mif.
fal,& Pontifical Romano; & o
I Omo o conuento nouo primeiro tambem, que entre |
foi capaz de nos poder nós imprimio as folhas da reza
recolher, faímos em do oficio diuino. Masvio de fó
procisão pera elle do nofola ra, fem entrar, á femelhança de
go antigo, acompanhados d6 Moifes na terra da promifsão,
padre Prouincial frei Antonio porque etaua enfermo na hof.
de Soufa,& de muita gente no pedaria de Santa Clara, & de lá]
bre, na primeira dominga do foi chamado, como piamente
Aduento 29. de Nouembro,do cremos, pera morador do ceo.
anno de 1 6o9. & não de 1612. Os dete nouo conuento fão de
como ja anda efcrito. A cidade ordinario quarenta.
chorou a noffa aufencia, & pô 2 O velho, donde fatímos,
de fer que tambem etranhafe como tinha no Mondego o ini
o efcandalo de quê fe motrou migº de cafa, a poucos dias an
alegre por fuas comodidades. dados padeceo a final ditrui
Celebrou contudo eta noff, cão, & hum pedaço de parede,
que
·== …>…>…<>-- --- *****-**** - ---*
• |- * * ***
*
-
+ …--- …

| — _Menºres na Proania de Portugal 27#T


e por baixa, & cercada do |frei Manoel d'Añumpção matá
! entuiho feia têdo às aguas, nós | ral da villa do Beco, o qual clá
o vimos desfazer por dous pe. |mauá,dizendo que queria irou
| dreiros em Agoto de 1641 be | uilo de confifiá8, 8 depido do
modo que nem o campo, onde habito, sò com os pannos me-.
ja eficue Troia,fe conhece, por nores#foi oferecer pera ido a
que o tem areado o me{mo rio | o padre metre frei toão de lão;
ainda Gà nos perfºgue, & não | Bernardino, q era o Guardião.
Dupidou comº prudente o Pre
podendo chegar aºs nofos edi-||Dubidº
ficios,aos quaes lhe ficão maís |ladbnb princípio, e lhe daria
altos, na hortafe esbraueja, co | licença porque era achaçado: o
-

mofe vio em o anno de 1612 | perigo manifeto:as } águas anda


memorauel em Coimbra pela uão fehhoreâdo ócámpo: o mu
}
chea defanta Luzia, a qual lhe rotinha em parte caído: o epi
-

|
#
da:parede,
ir terra-grande parte gão da outra etaua quaficuber.
|- … -- ·, •, º * * *: *=
: " - l","sr" #f;" .23"." 2 * * ** **

to:à noite era horrenda: muitas
- 3 Nete tempo,ja de noite, as"lagrimas de compaixão nos
pretenderão quatro homensa outros religiofos, & tudo itofa
trauefar em hum carro o braço! ria encolher o coração mais di
impetuofo,que deitaua por fora | |latado,& forte, Deulhe com tu
da ponte, mais curta naquele | do a benção, & o merito da fan
tempo que hoje, defronte de S. ta obediencia; co as quaes ani
Clara; & as aguas, que corrião |mado, & intrepido fe foi arraf |
encanadas, derão com tudo por | tando pelo mefmo epigão até
hum boqueirão abaixo. Afoga chegar à efquina, donde lhe ou •

rão e tres homés com humiboi, uio a confiÍsão. Leuou tambem |


& hum galgo, & outro, que fe húa corda pera o alar a fi, o que |
falúou abraçado cos ramos de não pode fazer: mas eteue con
hum cinceiro, gritaua terruel fortãdoo por mais tempo d'húa |
mente, & feria ao ceo, que o te: Hora até que,dando as dez, che
medio da terra não parecia pof gou o barco, que o tirou das |
fueínaquela occafão. Acodi me{mas vnhas da morte. |
mosas janelas motrãdo luzes, #4 Nete anno em que fize.
|- & filandolhe pera que fe ani mos mudança, etreou as fepul |
mafe a eperar por hum barco, turas do conuento o padre frei
que ficara da me{ma bandamos Luiz do Satuador, a fcido nos
ditos Paços,
Paços por fima do dito mótei uilhaam tão & profedo&emobfr.
exemplar, Co •

to de fanta Clara, & nòs lho fo


mos bufar. Mas entretáto deu unte defuas obrigações, que ni-|
o efeiritó de Deos (obre o padre" to era julgado por muito eferu
- -
- - -- -****-****-* * *- … -- … ******
puioto.
===----
276 Luro II Dahl, a Serafica dos frades
pulolo.Sendo eltudante d'Artes | chegou a idade de madc=Epipa. }
| no conuento de Leiria, gruck | recia muito velho, pronectoja
| mente o períeguio o demºnio A]} na virtude. Trataua mui de pro
| fim de lhe peruerter fua incul
|pau-lvida flüstarde mettidaja #*#*#
tê â3alma,ainda que lhe cutafe |
| pela noite,que vinha do Regué rigorofas penitencias, comfiera |
|go de pedir a efmolado alfor hum cilicia aperrimo de cadei,
|ge,quando entrou no alpendre |nhas de afo,co pontas, retor- |
| da igreja lhe falo ao encontro 1cidas que lhe rafgauão a carne: }
|humanimal tão feo, & fiohor O me{mo cuidado tinha de traº!
|rendo,que bem pareciafer criar zer limpa a alma por virtude da |
do no inferno.… Outra vez,que graça facramental, pera o que |
fazia difciplina na capella, cha tinha cifradas num papelas ac
mada da Piedade, tornou a ver ções de fua vida, pelo qual e
outro, femelhante montro, o confefaua geralmente muitas|
qual lhe caufou pauor. Tinha vezes. Entendeofe que lhe reue
tanta caridade, que imitando a lara Deos a fuavltima hera,por
4.2.ad Co ºfão Paulofe fazia com os en que etando enfermo, muito an
rint. I I, v.
19»
fermos enfermo pera os alleuiar tes dos defenganos do Medico,
de fuas enfermidades; & adoe depois defe gonfeflar queimou
cendo hum de febre ethica, não o dito papel, dizendo que ja en
sòmente comia no mefmo prato |tão o podia e{cufar. E ouuindo
com ele, & bebia pelo me{mo |tanger, o fino da caía por frei
|pucaro com defejo de lhe tirar Antonio Rauaíco, que tambem
o fatio, fenão que encorporou faleceo no me{mo dia, diffe a os
em fi a me{ma enfermidade. circuntantes. V㺠dizera º Hor-|
| Remetterãono por incurauel à telão que,façº a coua grande , porque
natureza os medicos,na qual re me hão de enterrar tambem nela.Da
cebeo ordens de mifa,& tendo hia pouco pegou de hum Cru
dito a primeira por fua confola cifixo,& tendo com elle fuauifi-[
ção,lhe aceitou o Senhor o de mos coloquios lhe entregou
uoto facrificio de fua propria al feu epirito. Foi enterrado junta
ma,trasladandoa do corpo pera mente com o outro, como d'an
imelhor companhia. . tes tinha dito, deixando de fua
- 5 - No de 1639. em o dia vida tão boa opinião,que o pre
folemnifimo do nafcimento de lado,homem de grande virtude, |
|Chrito nafceo tambem pera el tomou por deuação pera fias} •

|le o padre frei Antonio do Cru fuas contas, & cilicios. * ºu o *** 1

cifixo, que auendo e criado em


{

Leça de Matozinhos quando. }ços da me{ma morte o Principe.


6. Aqui veio cair nos #
- -- - - ---

- - "." D.Fe-.
* ** * - - - - - -- -- - - ---- - |- •- - - - -
-"
--
–4–

–A _A **

Menores na Prouintia de Portugal. _2ZZ


D. Filippe do reino de Ceiraua
ca, neto do Rajú Pandar,
d'hum grande inimigo, que na |
ou c AprryLoxxxiv.
| Ilha de Ceilão tiuerão os Por
tuguezes. Andaua ainda nos
Contãºfidus furºs gâles,
• - - - - |

annos da puericia quando ja que afeus doutos fez o Pa


feus naturaes a exemplo do auð triarcha ferafito, Sas
o trazião no exercito contra o , virtudes de büafia
nofo efquadrão, & fendo def. º diuta.
baratado, &catiuo numa rota,
foi entregue a os frades da nofia
Religião, que lhe derão o bau t Quelle melmo Se
tifmo, & intruirão na fê, como---- II
nas primeiras letras, no collegio |
A 'nhor, por cujos fan
toscõfelhos N.P.S. |
de Goa. De là a chamou a ete | Francilco nos perfuadio a po
reino a Majetade real,onde paí. breza etreitifima, que nem no |
(ou alguns annos, fempre nos particular, nem ainda no com !, j , * ** * … - \ - - 4 - •

nofos comuentos, & à conta da mum,confente propriedade, vai


nofía mefina reção:primeiro,no dipondo com fua fabedoria os
de Lisboa: depois, nete de meios conuenientes pera q não |
Coimbra a repeito de profeguir venhamos a cair deta grande |
os etudos: mas no principiº def. perfeição por falta do necefa
les felhe acabou a vida, fendo a rio. E não contente de etar|
ihda #### em mouêdo a cada pafo o coração |
huã piquena coua; ém atè # dos fieis, & infieis pera que fe |
lograr o fimptuofo fepulchró, compadeção da nófa grande
queno nofo Oratorio da Porta} míferta, a his delles ca iga em •

do ceo,huã legoa de Lisboa, e cafos particulares, fe faltão na


dificou pera elle o fezdador da Biedade : & a outros fauorece,
me{ma cafa, a faber D. loão confentindo juntamente que o
Principe do reino de Candia na fanto Patriarcha fé motre agra
ººr…-----+---
dirá Ilha de Ceilão. Queira" decido, fenos fão afeiçoados.
<-- NC: — "… "
º Deos que haja algum Brio Não contaremos aqui faccéfos
----* • • • •

# -*-fo,o qual trasladeº ". |de outras partes,fenão sòos que Cº11#1 +\ {2_>1: * 1 * .* * •

| *º** #féusofos." ……… tocão a Coimbra. - - - -


# -n- i . Faz fºi? - em º * li#"No tempo, que é tidemos :
" " -> . #s. se º ... :* * * .." _i
na cafá dos Oliúães, antes de vir
&###" .
|-lº ..… #
*#
', º
# -- , º sistº… ……
#ºs." E-5 "…"
# S. G.; * 1925!
á. Ponte, aula neta cidade # rºº-]
* * * * * * * * * ** - a. chron. l.

{| … *
…" " "
: *, -
……… "
} •
"hum,ohomé muigrande
qual como Abra- #
outrodeuoto } IO. Cº

*** ==…
• … Aa mensam
hão

\* --
- *
-* ""

278" Liars II. Dahlia Serafia dºs frades_ |


hão vigiana os frades, que paísa ladadas. Neite moteiro de Seº
juão de caminho, pera os leuar a |mide foi Abbadefa perpetua D.
cafa, & nella os recolhia cõ en Contãça de Noronha, illutrif
tranhauel amor, fe não podião fima no fangue: dotada de tãras
pouzar no fobredito conuento, partes, que fendo profefsa em
lque ficaua defuiado. Agazalhou Odiuellas,& moça, là lhe forão
húa noite a dous delles,& depe encommendar o gouerno: chea
|didos, logo no dia feguinte lhe de tanta prudencia, que fez nel.
|pagou # fua caridade noíso le húa mitura fuaue de amor, &
fantifimo Padre; porque andan de rigor, co a qual futentou a
do brincando pela borda do | obteruancia; & fobreito mui
| Mondego húa filha fua, minina | deuot
deuota por etremo de nofo Pa
de poucos anno, , & caíndo na |dre fera f. Mandou pintar na
corrente, às aguas a foruerão de | igreja a fua fanta imagem: húa ••

tal modo,que a juizo de todosfe vez,que tambê o vio pintado de


tinha por afogada. Foi humbar nouo em húa cella, eteue por
co atráz della, & fendo achada imuitas horas chorando de ale
viua fobre hú penedo no meio gria,fem (e fartar de o ver: quã-|
do me{mo rio, perguntada por do via algum frade danosa Re:
quem alli a pozera, repondeo ligião, hopedanao cõ caridade
etas palauras. Aqueles dausfra ••• notauci perfer filho detal Par:
&o Santo, que etaua obrigado|
{##
neupat,me###
fº/tentarão###
na gua,##
Q: à lua boa vontade, no tempo da
fizerão nº pedra.Comete gran: morte, que fuccedeo em o anno:
de milagre crefceo mais a deua de 169olha veio agradecer,co
ção do melmo irmão da Ordé, mo he fama contante, at:

& de toda a cidade, quejadan | bre4.de Chegou


veneraueàl porta hum por •

*#*#*# desanº_ e de venerauelape&to, veti


3 Dasslegoas defeus mu do em roupas pardas,&achando |
ros no recoto d'húa ferra,lugar inquieta aº Porteira, por etar
frefco, apparece o moteiro de | morrendo a Abbade/sa,a confo
Semide de religiofas Bentas tão lou,$lhe difsc.2pxuairaus vai |
honrado porfua antiguidade: 4,
he muita:como pelogiãdebrio, vai pera º cro. Nito veio a Cellei
que nellas fe conheceo, quando reira,& perguntando donde era,
no anno de 16 ro. por não mu & como fe chamaua, repon
daremº habito, &#egrado feu | deo. Sou da cidade de −46is, grº
fanto Patriarcha, fe tornarãqa, eu nome he Francyto. Então
fair do moteiro nono de Sant} lhe deu finquo maçáans por ef.
- - - - -
- *****
Annapera onde etânãojä ttak h mola, das quaes ele tomou
-----*- - -
| ------------------------ ---…………… ----
* * • • •• • • •
----
duas
----- … --•

=V==
-- --> -- - - -
-

---- -
----+--+--+----- ----*

AMenores na Prouincia de Portugal.


279
duas, & lhe tornou a dar tres, di informação feita à nofia infan
|
zendo que as guardafe.E feito cia, alem de andar eférito affi b. em 5.de
não era inculcarlhe a grande no * Agiologio, como na º Be Ian.lit.h.
c. torn. 24
|veneração das tres pefoas da nedictina, ambos elles Lufi tract. 2. pº
Santifsima Trindade, da qual [31] OS» , , - 5.C.4. $.3.

foi em fua vida deuoto por ex 5 Agora damos lugar a húa


cellencia: feria encommendar mulher notauel, que fechamaua,
}
lhe a perfeita obferuancia dos .3%aria, por natural de Coimbra,
tres votos fubtanciaes, que auia & particular deuota de N.P. S.
|profefado. Deixou a conuería Francifco, fe por ventura nãº
ção , & varreo as efcadas da foi irmaam da nofía primeira
igreja,& alpendre, ou pelo cof Ordem,ou profefa na Terceira.
tume fanto, que teue de as var Foi vifitar a Terra fanta, onde
rer aonde quer, que chegaua: Chrito fenhor nofo por fua
| ou pera autorizar a humildade mifericordia nos regatou do
|deta mefma Abbadefa, 4 quã peccado, & fete, ou oito annos,
|do fentia por feu repeito def # nefas partes eteue, a todos
confolada algúa religiofa, lhe oi manifeto o defejo intenfifi
|varria a entrada do feu leito pe mo de morrer à fombra da fanta
|ra afife congraçarem. Depois Cruz do me{mo Filho de Deos.
|dito fe poz à corda do fino da Mas ordindo o demonio entre
|freguezia,o qual te tange de fó. ella, & certas mulheres Gregas
|ra, & no ponto que efpirou a húaquetão trabalhofa, o nofo
Prelada, antes de chegar a noua Guardião da cafa do Saluador, &
|à portaria, nem foarem os mais |netes cafos Commifíario do
finos do conuento,lhe começou Papa, a contrangeo a virfe pera
a fazer hum final muito com Europa. Nete tempo a achou
|prido.E em quanto a compoze na cidade de Afsis º frei Panta 4 ·º».
|rão,enterrarão,& cantarão o of. leão d'Aueiro em tanta etima
|ficio, eteue fempre de joelhos ção de todo aquelle pouo, que
|na igreja,& depois nem foi vil geralmente lhe chamauão a Se
|to,nem (e achou noua delle: fi nhºra Ataria, venerando dete
| cando perfuadido ete graui fi modo as fuas grandes virtudes,
|mo moteiro que o Santo, dif |& mais em efpecial a deuação
|farçado em a figura de pobre, ardêtifima, com que manhaam
que forão as fuas galas mais pre & tarde etaua todo o dia oran
ciofas no mundo, quiz honrar do na venturofa igreja, a qual
pefoalmente as exequias deta guarda inteiro, & incorrupto o
fua tão deuota Abbadefa . E corpo fanto do Patriarcha (e-
| tudo ito nos conta por húa rafico.
A 2 Tor
-
-


=SE Luro II. Da bifloria Serafica dºsf7;
6 - Tornou a lerulalem;que de Ramos pelos annos de 1 574.
| não podia fofrer as faudades de tomou húa cruz às cotas,& ca
uotas de tão fagrados lugares: &
minhando com ella pelas ruas
temos por coufa certa fer ella
de Herufalem,pregou com gran
aquella me{ma Maria, que lá de efpirito a Fè do me{mo Se
deu hum tetemunho grauiffi nhor reprouando a os Turcos a
mo em abonação das verdades cegueira, & torpezas do feu
euangelicas, porque affio per maldito Profeta. Elles abráza
|fuade o nome com algüas cir dos em paxão, depois de muitas
cunftancias, & não repugna o afrontas,que fofria com admira
tempo. E ainda que º Gonzaga uel esforço, affi viua a queima
*-gag. 114 chamou a eta a 2zaria Hºfanho. rão diante do fanto Sepulchro,
la,não exclue effe nome a noíla donde fua alma, apurada nete
Conimbricenfe,pois tambem o terriuele incendio, refufcitando |
B.Amadeu, nafcido em Portu com Chrito iria fentir o fuauif.
gal,fnas bullas apotolicas tem fimo fogo,em que ardem
Ál….….
1464.
nome de Hepanhºl . Ardendo os Seraficos Eípi
pois em o amor de Jefu eta in ritos.
figne mulher, numa domingº | (#)

cº-º!»
#
:

-* *

- TER EI R C) :

D

DA HISTORIA
|-

| SE R A FICA D O S || |
FR A D E S M E N o R E S NA
- - -

PROVINCIA PE porTvcal -

< CAPITVLo I. || cos, dos fantos Martyres de Marro


os quaes, tem outro lugar. { |
Infitnef. a Princiadº Hºf Foi inuiado tambem o primeiro
Minitro da Prouincia de Hef. ,
|
,
panha, é a Cufodia de Por panha,& intituída nella a Cu- ?
| tugal em parte do fêu. todia de Portugal. Não erão |

dÍnão ainda netes principios da Ordé


- * * * " .
• • •

tantos os nofos conuentos, que |


* #;"><>; HEGAMOS pedifíem em Hepanha multi- º|
* #@%ja,ainda que de plicadas prouincias, & affi todos |

i= # # vagar,a o anno etauão incorporados em húa,


. *# de 1219, cele: que pela me{ma, rezão tinha o
# : ;1-2
">-2 * *- -
--- -
-

-
berrimo nano!
• - - dito appelido, com o qual per
:
fã fanta familia, a o menos pelo
Aº - • * * *- - -
maneceo atè fe partir em ou
* fegundo capitulo geral, nomea: tras, como ainda diremos.
| do das Efeiras,que nelle (e cele z . Algúa ofpeita temos de |

brou. Forão notaueis os decre que foi intituída no primeiro. Frucº 1


tos,&fuccefos deta grauitima capitulo geral, celebrado º con. Chignolº: }

junta: mas nós tratamos sòmen forme á melhor conta em o an-83"#


te do que della a efte reino per no de 1216, porque nelle fe "º | {
tence: Primeiramente a miísão. tratou da erecção de prouincias.
* * Aa 3 " - Mas
• •••• - - - -
\ … -

==#=<-----

: Z37 Liuro III. Dahliana Serafica do; #"


Mas dado cato,que foãe, tão at todias contorme a oettilo anti
tenuada etaua ainda em efe tê go. Auia ja entre nòs aquelles
po,que não lhe derão Minitro, finquo conuentos, cujas funda
fenão fóhum Commifario, que ções motramos, & por etarem
teue o feu gouerno, & foi o fan num reino, & numa me{ma na
to frei Bernardo de Quintaual, ção, fe leuantou húa Cutodia
primogenito de nofo Padre (e- delles, chamada de Portugal; o
rafico.Depois,nete fegundo ca qual nometeue fempre na Pro
pitulo,& no anno fobredito de uincia de Hefpanha, & depois
12 19.quando ja fe via engrofa na outra de Sant-Iago,nas quaes
da de conuentos,& com efperá ambas fuccefsiuamente eteue
|ça de leuantar outros muitos,cõ incorporada, atè o vir a perder
os cem frades, que então lhe in no anno de 1 272, quãdo (e par
uiarão, juntamente lhe foi dado tio em duas, nomeadas de (oim
| na pefoa do padre frei João Pa bra, & de Lisboa. Conta ito da
b.na chro.|rente o primeiro Minitro pro fpatente deta me{ma diuilão, a f. arch de
S.Frãe, do
da prou. uincial. Nelle concordão "Sa qual diz, que a roborarão com Porto.
de Caft. l.
| | 1. C. 14. ! lazar, & *Vuaddingo, & fó dif feus fellos (que nòs ja achamos
|c.an. 1 a 14,
- & 1 219,
crepão no tempo. Aquelle, & menos) frei Paio, Minitro da
mais d Gonzaga affentão a fua prouincia de Sant-Iago, & os
|vinda na expedição do capitulo feus quatro Cutodios a faber de
+

| primeiro, o qual tambem enga C,amora,Salamãea, Portugal,&


| nados dilatarão a o anno de Galliza. As palauras fão etas, 4
# …» -1217. ete com o proprio"Gõ efcreuemos, Egº preditus frater
zaga, melhoradoja na fua opi Pelagus 3ínifier, @ quatuor Cufo
nião,lanção ito em o fegundo des nºfireprouinte: filcet Zamºren
capitulo, & no anno de 1219. /s,Salamantinus, Portugale%@y Gal.
que ja temos referido; & nós lecws/gla nºfira "ppendentiaprºfen
com elles feguimos a melma tinsrumento duximus ºpponenda,
* 3 | Nete tempo,em que foi
refolução. * -

4. He verdade,que antes da
diuifão a nomeåuão por de Lisbºa
intituida, ou pelo menos proui, alguns, como tambem a o Cuf|
da do feu primeiro Minitro a todio;porque o Papa Innocécio | Fr. Lu", •

fobredita Prouincia, etendião(e IV numa «bulla, que deu a frei É.. 114°. num»lº
feus termos por todos os reinos Defideriofobre o fubfidio das
de Hepanha,que etauão occu igrejas dete reino, fez menção
pados de chriftãos, entrando tã de frei Ioão Martins, Cutódio
bem o nofo de Portugal. E co | dos frades Menores de Lisboa:!
|mo era tão larga, pera fer bem Cufodis fratrum ºtimorum Vlixbº.
gouernada, fe repartio em Cuf ninfam. ED.Contança SãChez,
__--_-_-
filha –**
====== _______*.***_*__*

-
Menores na Prouincia de Portugal *** 28;
filha delRei D. Sancho I. diffe
h.arch. de
S.Cruz de
Coimbra.
no feu"tetamento,que deixaua cA e ITV L o II |
fetenta liuras a toda a Cutodia
de Lisboa: 2íando toti (w/inde
Vidado feru, de Deus Fali, •

Vixbonenúfptuaginta libras. Mas


não falauão pelo etilo da Ordé, | Parente primeirº Prouintial
que lhe deu o nome de Pºrtugal, de Hºfganha, |
| como à{# o de Hypanha,
| por fee enderem, ou poderem É O me{mo anno, em q 1219 |
etender repectiuamente nos começou a nota feli-|
|feús termos: fenão por rezões | cidade,logrando a tal |
particulares, que nito confide. prelado, damos noticia delle.
rauão,como era affitir em Lif Foi natural da cidade de Florê
boa quafi fempre o Cutodio, ça,filho de paes muito nobres,
| ou porq o côuento deta propria & elle ennobrecido co priuile
cidade era o mais conhecido, gio de Cidadão Romano,
•• ,
AT" - [\| *
que ana Cunha.
...", º...", chron,
|& maior do que os outros.E de tambem feetendia a ter voto #
Afonfo V,
|te modo;não auendo aínda pro actiua, & pafiuo nas eleições C.414

|uincia, chamada de Portugal, fe | dos Magiltrados. Seguio o ca


não a de Sant-Iago,que chegaua minho das letras, as quaes o #-1
|aefte reino,quando nelle encõ |zerão conhecido por grande lu
| mendarão a comuertão dos lu rifconfulto, ajudandoo no zelo,
|-deos,& pregação da Cruzada a | com o qual admínitrou intei
lo nofo Minitro prouincial os | ramentejutiça nalgúas judica
i.arch de Papas Nicolao III & IV, tam turas. E bem poderia fetº que
S. Franci
do Porto. rbos lhe chamarão"2únistrº pro cometa virtude tão excelente,
ruíncial na prouincia de Portu |al, co & mais neceffaria nos lulgado
monos conta por etas fuas pa |res,que todas merecete à Maje
|lauras,3ánfrºpruintial improuin (tade diuina liutallo dos rifcos, |
! # tia Portugalue; porque nelle & dos trabalhosºánnexos a efte
# (auia de executar as fobre cargo. Era luiz na cidade Caf=|
|-


ditas commií- " "
•• • •• • •
• ••
• •• • ••
• IA
- # - |- #
|- tellana, ou de Catello, quando
- •• •• • • • • • • • • • • * * e" - --*

\,
|vio angutiado hum homem, é {
"" || queria recolher a húa vara de

| i > ….…" e
}~ # ….…. … ; , … " |porcos,os quaes grunhindo, &
| … …º … …………… -- efpalhados não acabºuão de en
- - -- ##a. " trar, & ele defefgerado lhes dif:
lº.i e *#* …" [lfe etas palauras. Entra pºrcºs
«… . * * * * * * . . nefacórte, ficomº entr㺠os luizgs |
* ** * . * . * ** — nº inferno. Ito dito, abaixarão as
Aa4__.. orelhas, …..___
— 284 Liuro III. Da biftona Serafica dos frades
orelhas,& forão entrando todos Prouincial de Hefpanha, fujei
com húa tão grande furia, que | tandolhe tambem os conuentos
empuxauão huns os outros, & o dete reino, que onze annos o
Iuiz,que tudo confiderou, dif: lograrão no oficio, & lograrião
curfando na materia co a luz da mais tempo,fe não fora afump
graça celetial, refolueofe em to pera Minitrogeral. Mas a
deixar o mundo, & o oficio, de charão os vogaes congregados
ique ete fuccefo lhe daua tão em capitulo, que fô a capa de
trite informação. Entrou na fuas grandes virtudes poderia
nofía Ordem ferafica, & fazêdo encobrir as faltas de frei Elias,6
facrificio dobrado, & mais acei por elas auia fido priuado. Nú
to a Deos, trouxe configo hum oficio,& noutro nos motrou cõ
filho, que tinhavnico, herdeiro | feu exemplo o caminho euan
da fua caía. gelico,que nós fomos obrigados
2. O primeiro nome, de 6 afeguir; & achando alguns em
|wfou entre nòs, foi Fr.lo㺠de Flo baraços nelle, por não etarem
rença, que era a fua patria: mas ainda bem entendidos certos
depois, a repeito do entranha pontos da nofia regra ferafica,
|uel amor, com que trataua os defejofo de ferenar as confcien
fubditos, & procuraua augmen cias dos fubditos, fendo Miniº
tos à fua Religião, lhe vierão a | tro geral pedio a o Papa Grego
| chamarfrei lºão Parente, que no |rio IX, que todos os explicafe.
| latim quer dizer Pae; porque Vifitou fempre a Ordem a pè,&
| não etapadiato, difipador, ou | defcalço, pedindo pelas portas
| tyranno, fenão amorofo pae, & como pobre o que auia miter; ,
| Padre da me{ma Religião. Qu | & affi deixaua edificados, & ad-|| | |
tro nome tambem teue, a faber | mirados os pouos de muita par
| ºtfire das lágrimas, impoto com | te da Europa,que o virão cami
muita propriedade; por rezão | nhar com elta grande pobreza.
de que quando o apertauão as | Ditofo aquele tempo! Ventu
faudades do ceo, ou felembraua rofo Portugal, que tal Pae, &
de fua vida pafada,ou queria al Prelado alcançou!..…
leuiar os frades defconfolados, 3 Quanto Deos o etimaua
ou confortar a os fracoserão tã por fuas muitas virtudes fe vio
tas fuas lagrimas enfiadas pelos na occafião, em que na cidade
| olhos, que derretia corações | de Soria celebrauahum capitu
empedernidos, & a todos enfi lo. Ardião as fementeiras: abra
naua a chorar. Com oito annos zauão(e os campos: caião do fol
de frade,no de 12 19. o nomeou fettas acefas em fogo: o ceo du
N.P.S. Francifco por primeiro ro,& de ferro não etillaua húa
gotta
----
→…….…

_Menores na Prouincia de Portugal. 285 "

gotta de orualho, nem parece 4 Cançado porém co a


ue ouuia os gemidos do pouo carga do gouerno, que a muitos.
atribulado,que lhe pedia a chu infenfiueis he leue, e te famofo
ua de fua mifericordia. Pelo que Prelado,no anno de 1 236.con
vierão a o conuento rogarlhe uocou na cidade de Afis a ca
| com muitas lagrimas que també pitulo geral. Queria renunciar
| os ajudafe a inclinar a piedade o officio,mas não lhe deixoulo
de Deos. E ele compadecido | grar ete intento com goto a
fufpendeo as acções capitulares, ambição de frei Elias, que con
chamou os vogaes, que fe acha |fiado nos votos de muitos #
uão prefentes,& protrado com xonados (fempre tiuerão etes
todos elles em terra diante da os que são mais relaxados) tor
|Maj-tade diuina lhe fez oração nua a pretender o que aula por :
pelo aperto,em que etaua opo fuas culpas perdido,Elle cõtudo,
uo. Efcaçamente ainda come alentando a fua refolução co
çaua a chorar, quando as nuuês |perigo,em que via nas mãos def
fe desfizerão em agua, co a qual |tes temerarios a opinião da Or
refurgindo as fearas derão abun dem,deixoulhes o campo liure, #
dante nouidade. Encommen |& nelle o Minitrado. Pelo que
doulhe o dito Papa Gregorio, q |defpio o habito, & ficando em
reduzife á fua obediencia o Po-}|pan no menores, nú da cinta
pannos
uo Romano, que etaualeuan pera fima, poto de joelhos, &
|tado;& vendo ele a fua obtina derretido em lagrimas no meio
ção,que por teima queria fercõ |daquelle confitorio grauiffimo
-

|tumaz, ameaçou o com efpirito não sòmente renúciou o oficio,


|profetico, dizêdo etas palauras. mas tambem pedio perdão dos
|Euyos yinha ºferecer º amizade do defeitos,que nelle podia ter cõ
Papa-masja que vós a deprezais,mui |mettido. Feito ito,como pru
|-

to cedº fêntireis a mão de Zeos/endo o dente & fanto, por não ver algüa
75bre executor do cafgo; (2) entãope acção disforme, que magoafe
|4irei, com humildade o que agora por |feu zelo, logo faio do capitulo,
/berba engeirafts . Tudo affi fuc & bufcando hum retiro, onde
cedeo, & andados poucos dias | feruife a Deos,embarcoufe pera
|crefceo o rio de modo, que afo a ilha de Corcega, na qual plan
|gando muitos em tuas prºprias| tou em muitos côuentos a noff,
cafas, a os outros imprimiotan Religiaõ, que até aquelle tempo
to terror,
• ! # •
que melhorados de não tinha entrado nella. Aqui
- • • ••• • - ___A \lºr - Y -

[confelho pedirão perdão a o |padeceo intoleraueis trabalhos


| Papa, & lhe derão- } inteira
• * pbe |cos hereges, que trazião enga
* * * * *

!
> > 1,
• ", f,...".
diencia. __ lnada a efia barbara gente. Con-l
----

". •

- - … -- --- … --- - - - - - - -------+-- -----------* ****** • • .…………. r…- --> --- - ... __ller[CO
→=

1 286 Liuro III. Da hiftoria Serafica dos frades b. confor


uerteo muitos á Fê: a outros do primeiro de Ianeiro, como frei mit.8.

meticou na policia chritaam. Artur efcreue em o feu Marty e.p., 1. 1.


c. 2.3. & 4.
| | Eetando cheo de admiraueis rologio. Do anno não achamos dan.: 111.

virtudes, & prodigiofas obras, coufa certa. Tratão delle notas * 2 1 9.

} foi gozar do verdadeiro de(can-Chronicas antigas "Pifano, e fr. }


fo na companhia •- dos Anjos, aoll Marcos,& º frei Lucas. * * * 6.

Do GLoRioso TRIVNF o DE
finquo Martyres na cidade de Marrocos.
CAPITVLo III. viagem de Lisboa a Seuilha. A
quarta, porque a cidade de Mar
rocos,onde elles padecerão,caia
Dãof as rezões de pertence {

nos feus limites, &ito he o que


|rema efia nufa Prouintia, tº queria dizer o "Autor das Con
a relação da faa jornada formidades, quando diffe, que
dentro dos termos da Prouincia
a Portugal. de Sant-Iago confeguirão o mar
tyrio: in terminis Prºuintia Santii
122o."." \ Varnecemos as tèlas Iacobi, vidaicetim Atarrochia pº/i
pardas da nofa fanta fºnt. Por quanto eta Prouincia,
"Prouincia cõ etes fin fefe etendeo à Africa, foi por
quo rubis, que vierão de Italia, meio da nota dita &| &##
por muitas rezões forçofas. A das outras, em que ela fe diui
primeira, porque a ella, fendo dionete reino, a qual ficaua
ainda Cutodia, os remetteo nof mais perto daquelle ditricto
|fo ferafico Padre, pera que lhos barbaro, onde tambem a nota
inuiaffe a Africa,como efcreueo fanta Prouincia chamada de Por
|frei Marcos na Dedicatoria da tugal, pofuio muitos conuentos,
fua primeira parte, que femire como ainda diremos. A quinta,
zão falta agora neta noua im porque no coração, & no meio
| prefsão. A fegunda,porque em deta# Prouincia, a faber
| Coimbra, & dentro do feu dif na cidade de Coimbra, vierão
|tricto lhes reuelou o Senhora | de Marrocos de(cançar fuas fa
| cos
coroa gloriofa,
auião que emAMºrro
de alcançar.
• |gradas reliquias. Pelas quaes, &
tercei-||out •

outras muitas rezões contamos


ra,porque na me{ma cidade, &| por nofos,& deta nofia Prouin
depois em Alanquer fe forão| cia etes gloriolos Martyres, na
fazendo pretes pera feguir a qualcõra os teucopadre "Daça, %f
•• •- -

confor
• … -.- • - -- - - - - - -- --- --------- - -
=Y
*=<–>>>* * *

_Menores na Prouintia de Portugal. 287 |} -


conformandofe co as chronicas 1 mandoos tambem co exemplo
antigas, & muitos graues Auto de füa me{ma pefoa, que deter
"…."; " |
- -
* * *
TéS., - - -
minaua ir pregar a os Mouros |
2 Etão os feus nomes pro nas partes do Oriente. Eucom.
prios frei Zerardo, frei Pedro , frei mendoulhes a fraternal carida.
A curfio, frei 24/jutº, @frei Oi ho. ! de, virtude propria de gente re
São Berario era natural de ligiofa,& juntamente a pobreza
Carbio, no condado de Narni, eu ingelica, que faz fultrar na
pregador, & muito docto no Igreja a nota Religião; & pera
|idioma arabigo. São Pedro teue que não lhes faltafé nos cami
| o feu nafcimento na villa de São nhos o merecimento grande da
Geminiano,do Etado de Florê fanta obediencia,afinou por feu
|ça,& ainda que algüs o fingirão prelado ao padre frei Vidal,va |
facerdote,não era mais que dia rão de virtudes apotolicas. De
cono.Os fantos Accurfio,& Ad parte a parte fed fretião em la
juto,frades leigos; & S.Otho,fa grimas os fantos Martyres, pelo
cerdote. Que como Deos pre goto de terem occafio de mo
tem liá configrar com o feu fan trarem no martyrio quanto a
gue os fandamentos primeiros matão a Chrifo: & o Patriar.
da aofa Ordem ferafica, també chafanto, pela grande alegria
| neles ajuntou os tres etados,de de os ver tão promptos a feus
que ella (e compoem: facerdo. mandados. E quando vio, que
tes,& coritas,que não tem can elles felançádio a feuspès, pe
|tido mifa;&frades leigºs #que dindo com humildade os qui
não profef;ão d coro . Tratau, Zefe confortar co as fuas óra
o hoffo Padre fantifsimo na ex ções,potos os olhos no ceo lhes
|pedição do cápitulo geral, que diffe etas palaurás. Filhos eu não
fechamou dº Efeiras, no anne fisº que vºs mandº: Zeos heº que vas,
|-
|de 1 1 19 de repartir os feus fra müla, % ele vos ajudir} tambem. - -

ges pelo mundo pera reformar |##pera que não vos fake a minha
fieís, & cóátierterinfieis, & dei. |com|olução defilhº , @ a benç㺠de
xiiido o Senhor em fua difpºfi bar:Padre que decto/ºbre ºs fanto
#ção a efcolha dos fujeitos, fò à Apºfiolos, venha agora/ºbre vós, gy
jefles finquo detinou pera Mar: vos conforte-Amen. "…".
|rocos & claramente lhe diffe é "3 Defpedidos defua fanta
.

jelle ósítiº afe. Pelo que o finº preféça cão mefno viatico dos
| tóPadre comuocatidõos à todos, Apótolos de Chrifto; que era
depois de lhes intimara detina sö a côfiança em Deos,fem bol
{ção ditina, como amorofas pala fa,fem alforge,{em bordão, vie
Juras os extistou a jorrida, ani rão corredo leues fobre as azas

->+

dos
--+==
=*

|
288 | Luro III.Da bifloria Serafica dos frades
dos ventos com o impeto da poetaua em Alanquer pera que
fanta obediêcia;& depois de te por vizinha de Lisboa defse or
ré vito em muitos cafos da fua dem à fua embarcação. A Infan
necefidade milagres claros da talhes fez todos os apretos,
piedade diuina, a o entrar no *como deixamos efcrito; & el d1.1.e. !,

reino de Aragão (entirão o gol. les,alegrando com fua fanta pre


pe,4 mãís os mortificou. Adoe fença os conuentos, que netes
ceo frei Vidal de enfermidade tres lugares tinha ja a nota Re
larga, ficando eles mertidos em ligião,do de Lisboa (e embarca
dous apertos era hum,fufpende, rão contentes num nauio, que
rem a jornada por não virem a os leuou a Seuilha, theatro pri
faltar na fua cura:outro,deixallo meiro da lua fanta tragedia.
affi,poto que defemparado, &
{eguirem feu caminho. E con CAPITVLo IV.
cordando no vltimo, fubtituío
frei Vidal em feu nome por Pre Começão apadecer em Seui.
c. chron. lado ao fanto frei Berardo, ficã
antig. | do ele º enfermo,com efperãças lha,ê3 Marrocos efies glorio.
fr. Marc.p.
s.l. 4. c. 2.
fr.Luc, an,
fºs Martyres, confirmando
de vida: mas não fepultadoja,
Jº 19.
como algús efcreuerão. com milagresas verdades
| 4. Chegarão a Portugal ef.
|tes # Martyres, & fen tuangelicas. "
|
tindo mais de perto o cheiro do
facrificio fanto, que auião de fa 1 D stana Seuilha Senho
zer a o Senhor em feus corpos, . E, reada de Mouros,& em
andauão impacientes. na mais quanto os Santos fein
|breue dilação. Vificarão em formauão da terra, recolhêdofei
| Coimbra a Rainha D. Vrraca, em cafa de hum mercador chri
|pera aprefarem cofeu fauor a tão, defembuçarão os habitos, |
viagem, onde o me{mo Senhor que leuauão efcondidos, & oito
lhes reuelou o triunfo, que por dias inteiros pedirão a Deos cõ
elles efperaua em Marrocos, & orações,&jejuns,que os confor
juntamente a morte deta infig tafe naquella grande batalha.
ne Princeza na forma,que adiã Não confentia o hopede, que
te diremos. Ella emfim admira pregafema Fè de Chrito em
| dada fuá refolução, como tam publico, pela indignação dos
|

bem pezarofa de não lograr Mouros, em que poderião in


muitos dias feus exemplos, re | correr todos os outros Chrif |
metteo os à fua cunhada a In tãos. Mas elles rompendo por
fanta D.Sancha, que nefetem ete impedimento, fecretamente
(e lhe
44enores na Prouincta de Portugal.: |-

289
{e lhe fairão de cafa,& entrando reprouarão os erros da fua mal
-

na melquita defpregarão as bã dita lei, ameaçando o com os |


deiras da pregação Euangelica. catigos eternos fenão recebef.
Com efte repente fobrefaltados fe bem a embaxada, que lhe le |
os Mouros, às pancadas os lan luauão de Deos pera fe fazer |
çarão fôra dela, & com o mef. Chriftão. Porèm elle como ou-!
no furor os detiuerão, pera que tro Faraotremendo, mas obti |
não tornafiem a entrar.Os Mar nado,lhes apertou a prizão, or
tyres, encarniçados no fangue, denando que por onças fe lhes
que lhes corria do roto,quando |dèfle o comer. E chamando
virão cortado ete caminho, de | a confelho, onde rezões de
rão configo no paço,onde liure | Eftado montão mais do que as
mente arguirão, a o Rei de ce outras, affentoufe que naõ
go;& enganado nas materias da lhes défiem a morte, pois podia
alma: o qual, não podendo ta ofender a os Principes Chrií
parlhes nunqua a bocca com a tãos, mas que fofem deterra
meaças,nem promefas, mandou dos Apretaua nete tempo hña
que primeiro açoutados, lhes não pera Marrocos Dom Pedro
çortafemas cabeças. Os açou Fernandes de Catro, chamado
tes, lhes forão dados crueis; a ** Cafielão, ou º (afielhanº, o qual
mgrte fe fufpendeo à intancia por paxões, que tiuera em Hef
do Principe ; & entretanto os panha,(e patou à Corte do Em
matterão numa torre, que fe não perador de Africa. Ifio me{mo
a.Rebole
do.p.1.1.3. foi a que fechama “do ourº,perto | tinha feito,alem de outros fidal
C. 59.
b. Mattheo
do Guadal-quibir, ºferia outra gos, o nofo Infante D. Pedro,
Alem, na mais vizinha do Alcaçar. ; . ueixoto delReifeu irmão Dõ
vida de S.
Anton.l. 1. 2 Seruiolhes eta prizão de Áfonfo o II; querendo antes af
C.9. fokura a oferuor do epirito, fitir a os Mouros em deterro,
| porque fe fibirão ás ameas, & quefºi a patria offen
fazendo dellas pulpito gritarão | fas, das quaes elles não podião,
E3 fitO COIHEF3. O }alfo Mafamede, ou não querião vingarfe. A ete
] que chegarão fuas vozes a os | D. Pedro Fernandes forão en
ouuidos do Rei, & ele atordoa tregues os Martyres, o qual na
|do, carregandoos de ferros os lã paflagé,4 lhe fez,& na morte, é
|çou numa mafmorra, na qual depois teue por andar recolhê
1 não entraua luz do ceo. E quan do as fuas fantas reliquias, pur
do cuidaua,á os tinha quebran gou bê o diferedito,4 auia íncur
tados, então os achou mais for rido quando com húa manga de
c. Ezech.3.
V9. tes,que o duro diamante, porá, Mouros nos detrufo noflas ter
potos na fua prefença todos lhe ras de Thomar atè Abrantes.
— Bb Era
----
29o Luro III.Dahlfioria Serafica dos#
|T3 Era Maomad Emperador a o pão material a conferuação
de Marrocos,chamado 3áramu da nofa vida. : *

lim por appellido commum dos 4 Por ete tempo (e abra


outros Emperadores, o qual no zaua Marrocos com doenças,&
me, ó quer dizer Pae dos (rentes, calores excefiuos,que fe tinhão
efcolheo Aben-Ramon, quãqo por catigo do aperto, em 4 ef.
deterrado de Damafco pelos tauão os Martyres. O que vito,
Califas veio fundar feu imperio os tornarão a foltar, & inuiar do
netas partes Africanas.E faben mefmo modo pera fóra de feu
do o fobredito Infante de como reinc:mas tãbé não auia ter mão
erão chegados,leuou os à fuaca nelles,porque querião pregar,& |
fa, mas não pode diuertillos do morrer por IefuChrito.Fugirão
intento,que leuauão, de padece fegüda vez,& quando o Infante
rem martyrio. Antes elles,fem os engõtrou na cidade,à força os
difo lhe darem conta, fairão trouxe à fua cafa,põdolhes guar
|animofos a pregar pelas ruas da das també pera os ter mais fega
cidade atê encontrarem o mef. ros;& pela me{ma rezão fucce
mo Miramulim, a o qual notifi. dêdo logo acõpanhar o dito Em
. carão com etranha fortaleza os perador numa guerracõtra Afar
lenganos da fua errada feita, le ues,qandauão leuantados, os le
uantando mais a voz, quanto uou em a fua companhia. Elles
mais os crueis Mouros com bo contudo em húa certa paragem,
fetadas, & punhadas querião q onde os Mouros por falta de a
fecalafem. Parou então one gua fe abrazauão à fede,fairão da
|gocio em que,fendo julgados, & fua tenda,& correndo pelos feus
defprezados por loucos, os re alojamentos gritauão,que Deos
metterão com guardas pera ter lhes daria a agua pera beberem,
|ra de Chriftãos. Elles porêm do fe nella tambem fe quizefém
caminho lhes fugirão, & tornã bautizar.E o fanto frei Berardo,
do à cidade com tanto feruor pera cófundir a fua obtinação,
pregarão a Fê catholica de Iefu ferindo tres vezes a terra com
| crucificado,que ardendo o Em hum bordão em nome das tres
perador em colera os mandou Pefoas da Santifima Trindade,
metter em hum carcere efcuro, lhes deu húa fonte viua, da qual
cheo de bichos,& de outras im todo o campo bebeo, & elle le
| mundicias, no qual etiuerão |uantado,etancou. Depois difo,
: prezos vinte dias fem comer, & em tornando ácidade pregarão |
| fem beber, futétandoos fempre outra vez a Fè de Chrito com
co as migalhas do ceo aquelle tanta refolução, que tendo ito
grande Senhor,fque não limita | Miramulim por defprezo de ----

====
*_*_
fua

••
=

AMenores na Prouincia de Portugal. *


O Iuiz ouuindoito mãdou,29
queI. • •

(UToñãJE, os entregou a o
Prefidente da jutiça, pera que os açoutafem, & forão taes os
os mandaísejutiçar. E poto q açoutes, que os algozes cançan
os Chriftãos os tirarão da cadea do,& defcançando fe reuezauão
emfegredo, remettendo os pela hús a outros, & fobre efta cruel
via de Seita a Hepanha, logo dade com fal, & vinagre lhes
na manhaam fºguinte os acha falmourarão as chagas.Ora,San
rão pregando ja pelas ruas, & tos, ja começais a lograr o que |
elles melmos federão por (eu tanto defejaueis: mas ainda vos
goto à prizão... . . reta largo caminho. Quem ha
-

** *
+
* * *

de poder dizer o muito, que pa
decetes de tormentos,de afflic
cAPITv Lo v. ções, de afrontas? Porêm efas
coroas riquiffirmas,que vos e{pe-|
Tornão apadecer atè a morte rão na gloria, efte ferro, & etc
tom inunciuel esforço, confo fogo as auião de laurar.
landoos res
com0 feus fau tz No dia feguinte os en
• cê0. tregou o maligno Iulgador a o |
\
** * *
pouo,animalfero, & bruto,pera |
que vingando nelles os oppro
vºº …",

* V 7" Endo o poua ateima, brios,que lhes auia ouuido con


-- \/s com que os Santosin tra o feu Mafamede, executafe
… " , filtião em reprouar lua deprauada ira: Forão tirados
fua lei, ás pancadas fe leuantou do carcere,depidos,com cordas
contra elles;& feridos cruelmé. a opefcoço, as mãos atadas a
te os metterão na cadea. Daqui tràz, & dete modo os tornarão
os leuarão ajuizo diante do a açoutar publicamente cõ tan
|Prefidente, onde refponderão taindignação, que ragandolhes
com admirauel contancia às a carne apparecerão os ofos, os
perguntas, que então lhes forão quaes depois lhes lauarão, mul
feitas;&o fanto frei Otho, por tiplicando tormentos, não com |
cuja º bocca falana o mefino o oleo brando, mas com azeite
Deos, depois de lhe declarar a |feruente, & com vinagre falga
muita necefidade de receber |do. Apóz dito,forão logo arraf.
inofía fè,veio a concluir coas fe tados fobre pedaços de vidro, &
guintes palauras hum arrezoá |febre telhas quebradas atè que
corno mortos os tornarão a o
do docto. E portanto ovº/fa/º
Prafitavosleus configº «onfernºpe |carcere, fem nunqua os fantos
las muitas
pelos muitosmentiras,
pecada,aque
queco/nºw, Cr Martyres acabarem de louuar
drº *>fãº. •

| --
em altas vozes a Deos, que lhes |
"…
* * **
""" Bb = fazia
• •

- >

292. Lam IIIDã hina Serafã dos 57;


fazia unerce de os deixar pade grande bataria contra lua forta
cer pelo feu fanto amor. E quã leza inuincluel. Ellas, requeta
do no mais profundo da noite uão a os Santos pera paflatêpos
fe defuelauão em cantar eftes torpes:elle,lhes fazia força com
louuores, acodirão os Anjos ao promefas de honra,& de rique
fom da armonia,vetidos de húa za,pera que arrenegaffem;& el
luz mais fermofa que o fol., & les, como rochas bê fundadas,
miturados com elles afi ouuião que nunqua obedecerão às tor
as vozes,que tambem lhes ale mentas do inferno no difcurfo
grauão as almas. Que tormêto, do martyrio, vencerão tambem
que angutia os auia de apartar agora os affaltos do mundo, &
do amor de hum Senhor, que da carne, repõdendo com mui
tanto os confolaua? ta refolução. Não fabes, Empera
3 Quiz vellos, & ceuarfe dor,que tudo / defirezamos por amor
em feu fangue o Emperador no de Ijº crucificado? Ele he, o que nos
paço, a onde forão leuados por ha de honrar com coroas em º ceo, nas
muitas das ruas publicas affi def quaes/equeres ter parte, não te encar
pidos,mãos atadas, & cordas ao nices tanto em ºs deleites da terra,nem
pefcoço, como etauão no car /gas humfilho daperdição,fal %, @r
cere. Perguntoulhes, feerão,ou torpe Prºfeta,que a tantes tem lança
não erão feus amigos: a o que do aperder. Efeainda afi não tepa
lhe reponderão. Amigºs fomos, recemos bem,em teu poder tens: ºs cor
pois de tão longe te viemºs várar;@r pos,nos quaes te podesvingar. Aqui
por amigos tambem te defenganamos, fe embraueceo notauelmente o
que te perdes deixando a lº/a Chrfio | Barbaro: efcumaua pela bocca,
por amor de hum embufeiro. Como bramia como leão, & tomando
fetta o ferio eta liberdade fan o traçado,feito Verdugo de Prin |
ta,& o fez recolherfe pera den cipe, degollou por fuas mãos os
tro,ficando eles na fala em po Cordeirinhos de Chrifto, que
der de Minitros defalmados,hú
etauão de joelhos, & com as
|dos quaes, entendendo com o mãos leuantadas efperádo pelos|
fanto frei Otho,lhe deu húa bo golpes. Dete modo acabarão
fetada,fem fair da fua bocca, (e- eta terriuel batalha com glo
não etas fuauitimas palauras. |riofa vitoria em 16 de Ianeiro, |
7)eof te perdoe,irmão , porque não fa
de 122o ás onze horas da ma
bes º quefizefle: mas fequeres/gun-|| nhaam"; & voando triunfantes
dar, eis aqui a outra face pera ºutra | fuas almas pera o reino eterno,
bofetada. Nito tornou a fair o | vificarão de caminho,como" dei 4.1.*.*** :

me{mo Emperador com finquo||xamos efcrito a Infanta D. San


Jamas do "cºrºneuando final chansville de Aboader…_
. … … • Nos
==> > –
----- - -
* *


AMenores na Prouincia de Portugal. 29 3 *
4 Nos corpos executarão os
Mouros fereza tão infernal que CAPITVLo VI.
arratandoos logo pelas ruas da
cidade com opprobrios da reli Dos milagres, que fizerão de
gião Catholica, depois de def:
pedaçados os lançarão nos mon |Marrocos atè Coimbra os feus
turos. E mandando recolhellos veneraueis corpos, & do
húa noite por gente de fua cata aplufi,em que fo
o Infante D.Pedro, com o me{-
mo furor lhe matarão (eu fo rão recebidos.
* * * *
* * *
brinho D. Martim Afonfo Tel • / |-

lo, filho de fua meia irmaam D. 1 rºw Epois do Infa nte ajun
Thereja Sanches, & D. Pedro | tar em fua caía a car-l'
Fernandes de Catro, no qual ne,& ofios fantos, deu
auemos falado. Por eta occa ordem, que num eirado fe fec
|fião mãdou o Emperador quei cafem a o fol, & Deos tambem |
mar as fantas reliquias : mas o os começou a honrar cõ obra
fogo não lhe quiz obedecer, fu ço milagrofo de fua Omnipotê
gindo dellas com granditimo cia,enfinando juntamente a pu
repeito, ou elas fugindo delle, reza,com que era juto (e tratafº
como húa das cabeças, que ain fem. Porque fubindo pera o di
da fe vê hoje cos cabellos do | to eirado hum Pero da Rofa, o |
circilho em S. Cruz de Coim qual etana tocado da podridão
bra, a qual em a lançando nas fenfüal, ficou tolhido em os de-|
chamas tornaua a faltar fóra. graos da efcada; & querendo |
Enuergonhados comito, fegã-| outro homem, enfoualhado co}
da vez as elpalharão pelos luga a mefma immundicia, tocar as]
res immundos, vigiandoas-tei fantas reliquias, elas lhe fugi-}
{
nofos em quanto o ceo não del rão;&fe pozerão no ar: mas cõ
parou febre elles húa tempetá |fefandofe ambos,o primeiro te
de grofa de vento, trouões, & ue perfeita faude,o fegundo me
agua, a qual os fez efconder(e, receo tomallas em fuas mãos.}
deixando o campoliure pera é | Aqui na prefença delas refur
os Chriftãos recolhefem mui gio hum moço fidalgo do fobre
ta parte co a me{ma luz, que dito Infante,a quem hum caual
fcintillauão as nuuens. A outra lo tinha morto a os couces; &
lhe foi vendida pelos Mouros; faio o demonio do corpo de húi
que onde ha interefe, a Moura,que fe fizera Chritaam:
º religiãode.(e per-8 * * fararão muitos enfermos co a a
_> ", - - -- - •

gua purificada nete balfamo do


CCO;
_Bb 3__ ------- - ? - -# - -
=

25; Liuro III. Dahlima Serafia do frades


& fem fe. Na trauefa do Etrei
ceo, & forao vittos outros catos
admiraueis,que deixamos de cõ to,indo ja o nauio dar à cota cõ |
tar, por irmos encadeando fua o e(curo da noite, os marinhei
vinda milagrofa a Helpanha. ros,que inuocarão os Santos, vi.
2 Tinha mettido em dous tão húa luz do ceo, co a qual fe
cofres o Infante as reliquias pe liurarão do naufragio. Em Seui.
ra trazellas fecretamente confi lha finalmente por hum auizo
go, & foi milagre mui grande fecreto fugio do Rei Mouro, q
alcançar do Miramulim licença o quiz embaraçar. Continuan
pera fe vir, etando d'antes pra do depois a viagem com bonan
|&ticado no Confelho, que lhe ça,defembarcou em Galliza, &
tirafsem a vida. Outro foi, po na cidade de Aftorga,aonde foi
della executar depois de etar defcançar, pagarão por elle a
arrependido o me{mo Empera pouzada os efclarecidos Marty
dor. Continuando tambem pe res, dando faude a o hotpede, 4
los pafos da jornada etas mef. etaua tolhido de trinta annos.
mas marauilhas, numa parte do 3. O Infante,ainda que ma
caminho, onde fe vio rodeado goado dos aggrauos, que elRei
de leões raiuofos, & esfaimados: feu irmão lhe tinha feito, nem
ete foi o feu efcudo, a faber as affiquiz defraudar dete thefou
reliquias dos Martyres, que não ro a patria:antes lho inuiou por
os deixou chegar Noutra parte, algús fidalgos da fua caía. E che
em que os Mouros o etauão ef. garão a Coimbra no me{mo an
perando pera prendello, & tor no de 122o. pouco antes dos
nallo a Marrocos: eta nuuem tres dias de Nouembro, nos
caliginofa o e{condeo de ma quaes faleceo a Rainha Dona
neira, que etando junto delle Vrraca, que tinha acompanha
nunqua o poderão ver. Em húa do atè Santa Cruzetas fagradas
encruzilhada,onde não fe refol reliquias. ElRei fabendo da fua
uia, qual dos caminhos tomafe: vinda as faío a receber co a dita
a mula, que trazia fobre fia car Rainha, Infantes, & toda afua
gafanta,como fe fora a colum Corte, húalegoa primeiro que
|na,que guiaua o Pouo de Ifrael, entrafem na cidade:donde tam
o metteo por veredas efcondi bem as veio acompanhando a
das,& defuiou d'húa filada,que pè pelo campo de Bolão, co a
tinhão feito os barbaros. Che maior (elemnidade, & feta, que
gou a Seita, & com efte defen o tempo permittia. Era afua
fiuo e(capou do laço,que ahi lhe tenção depofitallas na Sé: mas a
armaua o dito Emperador, na mula,que as trazia,& (empre vi.
|
condição Africano,(em palaura, 'nha diãte,parou à porta do Real!
moltei _=*"
………………….>-- --
*--*

Meurtº na Prouintia de Portugal. 295


moteiro de Sãta Cruz, & aber tão encerrados logo em húa ar
ta a igreja entrou nella, onde fe |ca de pedra,a qual agora età na
poz de joelhos, fem núqua mais parede do clautro grande, que
fe erguer atè fer alleuiada da fe chama do filenciº. Deta arca | .
carga : motrando Deos nefte os trasladou pera hum cofre de
milagre tão claro fer aquelle o cedro, vetido de prata, no anno
|lugar, por fua religião illutrifi de 1459 o Prior D.Gomes, inf.
mo,em que os Santos defejauão tituindo tambem dous capelães
tomar vltimo affento. E na ver do moteiro pera a fua capella. E
dade fizerão boa efcolha pera por não fe extinguir eta obra
ferem venerados, & tratados cõ de tanto merecimento, dotou a
grandeza. Contudo o me{mo me{ma capella co as rendas da |
Rei quiz tambem enriquecer o igreja de Santa Olaia, que fen
| moteiro de Loruão, de freiras do d'antes do padroado da cafa,
Citercientes, onde tinha fua ir lhe foi vaida então por fuas in
maam a Rainha D. Thereja, cõ | telligencias. Tem aflento na
algúa parte dete thefouro riº | cabeça de hum monte, onde fe
a.fr. Marc. quilfimo. E dizem os "Efcripto acaba o que chamão de Guinhan
p. 1.l. 4. c.
A 2. res, que lhe inuiou hum corpo: das, leuantado como ilha fobre
f.Luc.an.
jº. nu.
porêm no fepulchro,que lá tem, campos fertilifimos, meia legoa
$44. • +
fe acharão mais reliquias, quan da villa de Montemòr o velho,
do o mãdou abrir a famofa Ab. | pera a banda do mar, onde os
|badefa D.Catharina d'Eça, pe antigos virão etar hum catel
radar hüa dellas a o noíso con lo, tãbem por nome Santa Olaia,
uento de Gouuea,como fevè da | que foi flagello dos Mouros, &
b.arch. do
conuento
* certidão, que pafou no anno eles o forão feu, que o pozerão
de Gou de 1515. a 9. do mez de Maio, por terra. Na dita trasladação
Ul C2,
foão Rodrigues Notario Apo deixou o Prior fóra do cofre
tolico,& Cónigo da fanta Sède duas cabeças dos Martyres, que |
Vieu,na qual diz etas palauras. fe guardão em meios corpos de |
Aceitemos as mãos em º áto relíqua prata,& húofo pera tocar nelle , .
rio,em o qualachamos quantidade de a agua, que fe da aos enfermos. | .
deus corpos. Denlhe mais húa das E porque tudo, o que pertence a
cordas, com que forão arrata | etes benditos Santos, (e tem a
dos em Marrocos, & cingíndoa |qui em muita veneração, na
no pefcoço húa feira, farou das fancritia etão alguns pedaços
alporcas, de que não tinha re de taboas, ferros, & couro dos |
medio. … *** . . •

caixões,em que vierão. Os mo


4 Os corpos,que deta par teiros principaes da me{ma Re:
tilha ficarão à Santa Cruz, fo ligião alcançarão fua parte das |
Bb 4 cabe
pº 296 Luro III. Da hiftoria Serafã dosf7;
cabeças. Agüs da nofa prouin habito pera feguir os feus pafos.
cia, como nelles declaramos, Muitos frades da nofía Religião
c.fr.Marc.
participão dos feus ofos; & o de feepalharão por Africa, onde
p.3.1. 6. c.
34. Valhedolid... polue tres intru ganharão as vidas fazendo en
mentos do gloriofo martyrio: a trega dellas à e{pada dos Tyran
faber hum azorrague, hum al nos. O Patriarcha S.Domingos,
d.fi. Luc.
fange, hum pentem d'offo, com alegre em o efpirito "exhortou 2n. 1 2 10.

o qual lhes foi rafgada a carne. grandemente os feus frades, nú n.$ 1.


Catil. l.1,
capitulo geral, a fazerem ete C.$ 1,

CAPITVLo VII. me{mo facrificio. E nofo Padre


|-

fantifimo não cabia de prazer,


Do alal,que efles Santo, fi feftejando a ventura de feus fi
lhos.Cuidão alguns,que inflam
zerão: na Igreja, tomartyrio: mado com efte exemplo delles
em Marrocos, com ta/ti pafou a o Oriente a bufcar ou
tra morte femelhante: mas he
gºs.com milagres,em
mui grande engano, porque
.Coimbra. º quando os inuiou a Marrocos
e fr Luc.
2n. 1119,
|ja tinha efe intento, & pera os n.48&49
I Ez maio grande eftrõ confortar lhes deu noticia del
-do por toda a Chritan le. De mais que,/ pouco depois fr.Marc
dade a noua dete mar de os auer defpedido, fez eta p.1.1.1. c.
$ 1•

|tyrio, accendendofe em muitos fua jornada, da qual tornou a fr. Luc. 2n,
1 a 19, nu,
hum defejo ardentiífimo de pa Italia logo no anno feguinte, $4. & 2n.
decerem por Chrito, como el donde nunqua mais faio. Daqui Qhronol, 1 10,

les padecerão. Frei Vidal,aquel me{mo, onde lhe derão a noua, hit, leg
leferuo de Deos,& companhei lançou aquella notauel benção, gºl.I.C.13.
pag.12.

ro dos Martyres, que elles dei que ja é deixamos efcrita, fobre


a.fr. Marc.
P.*.1.4.c.»
xarão enfermo em Aragão, cho o nofo conuento de Alanquer,
rou fempre atè a hora da morte que por ajudar os fantos Marty
b. fr. Luc. ia degraça de perder tão ditofa res a paffarem a Marrocos me
anº 1 a $ 1, . companhia, Santa Clara * não receo ete fauor. •

n. 14.
tinha quietação na claufura do| 2 . Lá etaua o cruel Mira
moleiro, magoada de que não mulim gloriandofe ainda dos
foffe poffiuel derramar tambem tormentos,& da morte; que nel
o fangue pela confiÍsão da Fé.O les auia executado,quando o ju
e sixt.IV.
bul. Cum Padre Santo Antonio, º quando to luiz,que aualia por proprios
alias. "[…vio em Santa Cruz fuas fagra os aggrauos de feus feruos, deu
| das reliquias, defpio a fobrepe. (obre elle co a vara do catigo,
liz, & murça, vetindo o nofo afligindoo de modo, & a todo o
feu
\,

Menores na Prºuintia de Portugal. 297 }


feu reino,que lhe vierão a pedir uernaffe, com tanto que fotle ---*

| mifericordia. Elle teuehum ac frade da noísa Religião; & que


cidente grandiffino, que o to nòs leuanta(semos conuento em
lheo da cabeça atè o pè, ficando Marrocos, & em todos os feus *

fecco o braço, com que fez a reinos, onde bem nos etiuefe.
brutal carniçaria. O ceo (e fe Tudo ito logramos por muitos
chou co as fuas influencias, & |annos,& de tudo nos priuou pe
não caio finquo annos húa got ||lo tempo a diante a fereza da- |
ta de orualho fobre a face da ||quelles barbaros ruticos, como [..
| terra, caufando eta defordem || iremos motrando. Os bipos "

| detemperada dos tempos mui-|fazião lá refidencia, dos quaes h. Alonfo


| ta; fomes,enfermidades,& mor-||tambem" fe lembrou elRei de Morg, na
tes afi em toda a gente, como || Catella D. Afonfo,a quem cha-|##e se
uill.z.cº.
tambem nos feus gados. E aísõ marão o Sabio, quãdo no anno de
brados os Mouros cõete gran 1 2 53. repartio por pefoas be
de catigo,arguíndo pelo nume nemeritas os depojos de Seui
ro dos annos, que lhes nafcia da lha, que feu pae tinha ganhado|
morte dos finquo Martyres(que dos Mouros. " " " |
afilho daua a entender a Pie 3 Netes tempos feruião |
dade diuini) tratarão de gran tambem os milagres em Coimº |
gear a fua intercefsão , pedindo bra nos que fe encommendauão |
erdão a Deos naquelles me{ a etes ínfignes Martyres, ouvi
|rnos lugares,em que o auião of: fitauão feufepulchro,ou bebião|
fendido com os tormentos dos a agua tocada em fuas fantas re
|Martyres. Comitoforão oudi. líquias. Cegos,furdos, quebra
|idos, & embainhando o mefirio dos tolhidos,aleijados, & enfer
| Senhor a epada do caltigo, a mos de diferentes doenças, to
brio a mão de fuas inifericor dos cobrauão faude. Muitos,das
| dias. Choueologofertilizoufe a portas da morte erão tornados
terra,melhoroufe afude, &el na à vida. Huns efcarrauão ofos,é
|les # a fazer tal eti garganta trazião atrauefa
|# Santos,que ófeu nu dos:outros pela bocca lançanão
mero definquº era tido entre el as fangdefugas, que tinhão be
les nas filasùpetições##- bido:óutros de repente conuale
quetes fºr muito myterioto. cião de mortaes enfermidades.
*Álem dito os Emperadores vir Foi galante o fuccefo de Ro
#ão a cóceder, que os Chriftãos (drigo Afonfo Aluete,que anda
*
em feu; teimos podefem publi rua cómo doudo com húa dor
fdefefeerada dos dentes. Vio em:
#prefeitar a Fé Cathor
- e -
--* -- - - - - - - … —

_lica,& ter bipo pera que os go "fbnhôs, q todos os finquo Mar


-------- ---••••••••••---- - == - == tvres,
mr=

T 298 Lam III Dã Ta Seraficados frades


tyres, a quem te encômendaua, nas reliquias dos Martyres. Fi-[
o querião confolar, mas que húzerão a romaria, & ele cobrou
lhe deu húa bofetada,& quando faude. Duas mulheres, afom |
acordou etaua de todo fão. | bradas do demonio húa da Ser
Erão os milagres tantos ainda ra da Etrella, outra do lugar da
dialogo a no tempo de Pedro de Mariz, Aguàda, no bifoado de Coim
que chegou a dizer "etas pala bra: fédo trazidas a o fepulchro
uras. O numero deles he quº/finfinito, dos Santos forão liures dos ef.
*#
@r /ua grandeza qu% miraculo/a. piritos malignos. Hum detes,
|Muitos efereuem os padres "frei que mais lhes obedecia, defco.
4. .
| Marcos, & "frei Lucas: outros brio tambem o furto do reli
V77, 2T}• I 2, 4 O achamos nas memorias do real quario de prata, no qual etaua
moteiro de Santa Cruz:nôs d’- hum ofío detes gloriofos Mar
algüs daremos aqui noticia: ou tyres, que cotumaua leuarfe a
tros ficão pera feus lugares pro os enfermos da terra. Etaua fa
prios. . . . . . . lando efte demonio pela bocca
de hum homem, & quando vio|
CAPITV Lo VIII. o ladrão, lhe diffe publicamente
que, pois o tinha furtado, o ref
tituife logo, fenão que ele lhe
Doutros milagres dos Santos, daria o catigo, que merecia o
&# da proci[são dos Nus, furto. "... . .
a qual/?faz no feu à # 2. Foi condemnado à mor
te Rui Lourenço das Põtes por
hum crime, que faltamente lhe
• * TAfeguezia de S. Pe punhão,&implorando ele afua
intercefsão, fe reuogou a fenté-|.
N dro de Pedrofo, mof ça. Pelo que, em faindo da pri
teiro antigamente do zão,cos mefmos grilhões, que
Patriarchas Bento dassego… | lhe deitarão nos pés,veio vifitar
do Porto, na etrada de Coim - a fua fanta capella. E pera elles
bra,mordeo hú Forão danado a motrarem, como da fua foltura
|hum mancebo, o qual fedefpe auião fido autores, acabandofe a
|daçaua com húa raiua terriuel. mifa, que lhes mandara dizer,
| E andando defconfolado feu os ferros,& os grilhões etalarão
|pae,vio em fonhos,que lhe dizia por fime{mos. Na porta deta
|hum frade de S. FrãCifco, fe não igreja quizerão matar hum ho
foi o me{mo Santo,o leuaffe cõ mem alguns inimigos feus, os
| figo à Santa Cruz, & lhe defse a quaes lhe forão correndo infi
| beber da agua, que fe tocaua "nitas etocadas, fem elle (e repa
- - --
----- -----

-- -
"rar, º —="'
• -
------
Aenores na Prouincia de Portugal 299
rar, fenão na protecção, & no gar pouco ditante, que fenão
emparo dos Santos. Deixado enfermo de gotta coral, foi cu
em fim por morto o metterão rado pelos Martyres. Hoje con
na igreja, pera lhe dar (epultu corrê, não sò os detas familias,
ra;& quando o defcobrirão da mas tambem os mais vizinhos
capa,em que etaua enuolto, el alfi da dita parrochia de S. Mar
la fe vio retalhada,& elle etaua tinho do Bipo, como da Igreja
vino, em feridas, nem ainda fi. noua,& Tâueiro:muitos homés
nal dellas. d'alguns lugares à roda: outros
3 A confa mais memorauel, da cidade, & arrebaldes; & com
que fe pode efereuer, he a pro elles grande fomma de mininos,
cifsão dos Nus, a qual fe faz no ou a pé fe tem idade,ou nos bra
feu dia. Teue principio por oc ços das mães,& das amas,que os
cafião da pete, que no anno de crião. A procifsão fe ordena ne
1423.abrazou eta cidade com ta forma.
todos os feus contornos, leuãdo, "4 Na manhaam de 16 de
não fó as cafas, fenão lugares in |faneiro, que he o dia dos Sãtos,
teiros. E vendo ito hum homê todos fe vão ajuntar na igreja
do lugar de Fala, freguezia de do nofo conuento de São Fran
S.Martinho do Bipo, por nome cifco da Ponte: hús ja defpidos:
Vicente htartins, & por alcunha º outros,que fe defpem nelle. Fi |--

Grangeiro,fez voto que fe os Mar cão nus dos joelhos pera baixo,
tyres o liurafem a elle,& a feus & da cinta pera fima, em cal |-|-

filhos d'aquele mortal côtagio, ções,& quando muito, húa toa


vifitaria com elles, nus da cinta hacingida. Algús fe confefsão,
pera fima,todos os annos no feu |& commungio;& acabada húa
dia o feu fagrado fepulchro. mifa, que cantamos, vai faíndo
Erão os nomes dos filhos: Efe a cruz da nota communidade
«ão, Aluaro,Afonfº, jonçalo, & loão; nas mãos d'hum religiofo, cujos
os quaes conformados co a pro lados acompanhão outros dous, |
mefa do pae, lhe derão execu que leuão ceroferarios. Seguê{e
ção. O Anjo percuciente, que fogo os Nus potos em duas fi
vio matizadas as portas da fia leiras,affi defpidos, & defcalços,
caíaco a virtude do fangue dos co as cabeças detcubertas, as
Cordeiros Francifcanos, não contas em húa mão, & húa vèla
ouzou a metter nella o feu cu na outra. Depois nos feguimos
tello da morte, que enfopaua dós, & ainda mais atráz outras
em a fua vizinhança. Juntoufe |fileiras de Nus, os quaes leuão |
depois a elles outro homem, afias varas do pallio, como to
chamado João Cabellos, d'hum luz chas,em companhia d'húa reli.
—+
quia
–1 =à
3OO Lturo III DTIra Serafica dos frades
quia dettes gloriolos Martyres. cs mais pouos, & so nelles-de
No anno de 1641, forão acha carregaua feus golpes. O Bifpo
dos por conta,feita à nofia intã tambem experimentou em fio
cia , mais de duzentos & vinte; ezo da mão de Deos,& mudã
& poto que não feja numero do de confelho permittio a pro
fixo,fempre he grande,& outras cifsão. Os lauradores ratificarão
vezes maior. Dete modo, & o voto de a fazer cada anno, &
a matança cefou. He preroga
nete dia, no coração do inuerno
atraueísão a ponte do Mõdego, tiua fua preferuarem do conta.
& duas ruas da cidade, as mais gio maligno, como confefa o
correntes, & publicas , atè che fobredito moteiro de S. Cruz,
garem a o real moteiro de San que por fer depofitario de feus
ta Cruz, recompenfando aglo preciofos corpos, bem lhes età
ria dete notauel triunfo as afrõ merecendo particulares fauores.
tas, & opprobrios, com que os Deuaffaua efte cruel inimigo,
inuiétos Martyres forão leuados, pelos annos de 1599, cidades,
defpidos,& açoutados pelas ruas villas,& lugares, & quafi todo o
de Marrocos da cadea atè o pa reino,fem perdoar a fagrado: ti
ço. Achão fempre o Pregador nha poto em afolação Coim
em o pulpito: alguns fe vetem bra: mas nunqua fe atreueo a
numa cafa feparada, como fazê chegar à lua porta, porque os
| oração: outros efberão,que de Santos lhe tomarão a entrada.
todo fe acabe o oficio diuino.
Na folemnifima noite do nafci
C A PITVL O IX.
mento de Chrito vão algús, tã
bem defpidos,vifitar etas fagra
das reliquias, mas com os rotos Da grande veneração, que
cubertos,ou por fua deuação,ou grangtarão tom milagres |
comprindo algum voto. efles ghriofôs Mar
5 Aconteceo,que hum Bif.
po de Coimbra, amigo de noui tyrºs.
dades, teue por mui indecente
eta procisão de Nus, mandãdo Hegauão ja a Coimbra
com graues penas,que não fe fi , os feus veneraueis cor
zefe mais; & os pobres Cam pos co a fama de excel
poneles, ficando defemparados lentes milagressa o entrar na ci
|-

- do efcudo, que tinhão nos fan dade obrarão outros de nouo:


| tos Martyres,logo naquelle mef continuauão com elles; & a de
mo anno forão feridos co a ef uação do pouo começou a ve
| pada da pete, a qual perdoou a nerallos. Erão inuocados nas
grandes *--*"
P• —

Menores na Prouincia de Portugal | 3o I


|
randes neceflidades: os fieis vi deuação o guardauão. Acõeceo
| fitauio feu gloriofo, fepulchro: nefe tépo,4ht homé mais gro
| offerecião mortalhas, & outras feiro no epirito,chamado zigº
muitas infignias de votos, ou de ?'ires, veio podar húa vinha por
milagres:dauãolhes tambem ap } detrâz do nofo cõuento velho,
plaufos de efclarecidos Marty |& andãdo cõeta occupação ou
res, infpirando em fuas almas o uio húa voz, q diffe,feliever a
ceo a hõra,á lhes fazião na ter | pefoa. Nãofabes,ã he hoje o dia dos
ra.Mas porque naquele tempo Santos 3íartyre? Repondeo. Que
não erão ainda efcritos pelo Vi van/, /* eles não fã de guarda? E
gairo de Chrito no Catalogº quãqo quiz continuar co a poda
dos Santos,húLegado Apotoli lhe deu hütremor no corpo, do
co, o qual fe achou prefête,quiz qual não tornou em fi,fenão na
prohibir ete culto, cõ que erão | fua capella, fazêdo primeiro vo
acclamados. E confiderada bé a to de lhes guardar o feu dia, &
muita antiguidade do cafo, po affitir nelle nos oficios diuinos.
deria fucceder a D. João Blfpo Mas contudo, das cepas, que ja
Sabinéfe,Cardeal,& Legado ne: etauão podadas, nenhüa na
te reino, é auia fido Conigo no quele anno deu fuito. "
me{mo moteiro de S. Cruz, & 3 Entabolado affio culto re
no anno de 1228, lhe fagrou a ligiofo detes heroicos Martyres
fua igreja velha. Atenção feria canonizou os Sixto IV, efereué.
boa,porém Deos lhe declarou,4 do jútamente os feus nomes no
muito maior repeito fedeuia a MartyrologioRomano;&depois
os Santos; porque nete me{mo | de cõceder por viue voci, oraculo,4
ponto caio morta às portas da |podefe rezar delles a nofía Re
igreja a mula,em á andaua; & ligião pafou bulla pera o me{mo
ele fe vio no me{mo perigo cõ efeito,a qualº começa:Cumahāsi ******
apud Ro
húa febre ardente, q o abrazaua | dada em Roma aos 7 d'Agoto, drig.
todo. Pelo que humilhado cõ o de 1481 annos. Muitas Igrejas
açoute do ceo fez voto a os Mar tambem rezão delles nefte rei
tyres diante do feu altar de pro no. Santa Cruz tem memorias,
mouer a fua veneração, a qual &lendas, que contão teus mila-|
Deos da fua parte com etes mi |gres, & martyrio. Dos Autores, |
legres acreditou. Largou o logo alguns temos referido: º outros'
|- a febre,& a mula returgio. , , , |etão nomeados pelo nofo"An b.an.
n.$1º
* * *o

2. Era em Coimbra tão folé. |nalita. No me{mo moteiro de " -

ne o feudia,ainda antes dos Bif | Santa Cruz,& num liuro do co


pos o mãdaré, por etatuto guar ro do nofo de Alanquer acha-|
dar,4 quafi todos na cidade por mos húa antifona com verfo, &
" ,

,
— Cc oração,
- -

==

• - - --

3o2 Liuro III. Da bifloria Serafica dos frades


oração,que nos tempos antigos dar dela a os que {ão feus deno
|-

fecantauão; & por não defrau-|ltos,oferecemos a copia. |-

O regnum Portugal e, quod vergis ad Occafum, te ditauir vºlti/imus


fângune quinque Fratrum. Rex impius Atarrochorum tihiper Petrum
obtuht thefºurum hunc2ánorum, quem Zeata Crux fºfºpit. Gaude il.
lorum méritis, º tamfelix Hipania;/ediu, jubila pra cateris,deuta
, plebs (alimbriana. . . -

-- *\
\ .
Letaminiin Zominº@exultatejufi.
Etgloriamni omnes retii corde.
* * * * **
|- - Oremus. … +=

Prafia nobis Zºominefidelibus tuis,»tfanfiorum.ºartyrum tuºrum,


quinque fratrum 3ánorum, Zerardi de Carbo, Petri de Geminianº,
"Accurfy, Adjuti,gr Othonis apud Yarrochumprotuinominis honore
- defumāorum, glorioi; meritis, gr exemplis, falutari, auxil) dexterapra
º tºgamur. Per Zºominum nºfirum, gre. , ," " -

* ** * . . ! ! ! r - - * *

GAprtv Lo x. em Portugal com D. Afonfo o


|| II.feu marido.Teue tres irmaãs,
Da morte da Rainha D. Vr que todas forão Rainhas:a (aber
em Leão,em Aragão,& em Frã
rata em comprimito da prº ça,das quaes eta vltima, que fe
ficia das Martyres, & das chamou Z.2ranca, foi Terceira
… nella lhe tele Francifcana, & mãe delRey fão
| Luiz, da me{ma Ordem Tercei
brarão os Santos da
- -

ra,& de fanta Ifabel, da Ordem


| *,
nu/a0rdem. ||de fanta Clara, beatificada pelo
Papa "Leão X. O pae da mofa apud a bul. vlt.
* os vindº de feus cor-|| Rainha foi o primeiro, que nos dríg. Ro
|-

( }###### reinos de Hepanha affitio com


; "çou mais a morte deta feu fauora nofo Padre ferafico,
inclyta Princeza, a qual pera & na cidade de Burgos lhe cõ
fair dete mundo por elles (ó ef cedeo a licença,com que fez as
peraua. Pelo fangue era filha nofas primeiras cafas, que tiue
delRei de Catella D. Afonfo o mos netas partes. Ela tãbê,co |
VIII, a quem chamarão o 3om, a me{ma deuação,foi a primeira
*> * * *.*
ou das Nauas, & da Rainha D. que introduziona defcendencia
" | Leonor; & pelos dotes da natu Real o entranhauel amor, com
reza, & graça: da fermofura do que fempre nos honrou. Affi |
corpo, & das virtudes da alma, amaua, & emparáua os frades,
Imuito dignado imperio é tCUC |como fe forão feus filhos. Os"
+ -, --
Tinquo E *> *
—--
—A
T-ar

Menores na Prouintia de Portugal, º 393 |


finquo conuentos, de queja te to pezão como ito os receo,
mos eícrito, co a fua protecção de morrer ainda naquelles, que
nafcerão mais alentados. Rece procurão viuer bem. Mas quem,
4,l-1.c. 2.8 beo em fua cafa aº N.P.S. Frã
IO, & l. 3. ha de refitir a os decretos do
C. 3" cifco,fão Gualter,fão Zacharias, ceo? Embaraçoufe o Rei na ca
{& os fantos finquo Martyres, ça de húa fera, que lhe faio no |
que morrerão em Marrocos,ou caminho, & patando entretam
*
juindo de fua bocca não fó con to a Rainha, quando fe vio co
felhos deuotos, mas oraculos di as fagradas reliquias, & que era.
|uinos, & merecendo particula a primeira, entendeo fer acaba
ires fauores, com que elles na do o curfo de fua vida, & admi-}
morte a ajudarão. rada dos juizos profundiffimos
…,

* Tratou muito do que de Deos tratou de fe conformar


mais conuem a todos, que era a com fua fanta vontade. Dete
faluação,&ja no anno de 1214. modo e(creueo ete, fucceflo
tinha feito tetamento, dipon º frei Marcos, feguindo a Lenda fp. 1.1.4 c. **
do nelle as coufas de fua alma.
de Santa Cruz, & as Chronicas |** -

Quando os ditos finquo Marty antigas da nota Religião.E ain


res a vierão vificar antes de irem |da que "frei Lucas duuidou ml, .an. 1 a 16.
|à Africa, vendo ela afuagranº algüas circuntancias, não fea
de virtude os apertou com iní treueo a tanto o "Autor da Mo-'. p.41).
|tancias, que lhe foubefem de narchia Lufitana, vendo a mui-º"
Deos, em que tempo auia de ta conformidade,com que etão
fallécer, pera fe ter preparado: recebidas. , , , , -

&o Senhor clementífimo lhes | · 3 A Rainha, que etaua ef. !


reuelou tres coufas na oraçãº,
das quaes eles tambem a certi
# ete auizo,pe
o recado do ceo pera fazer a
|ficarão. A primeira, 4 em Maiº jornadá,emlho dando foi gozar |
|rocos auião de padecer pela de melhor reino, como fe goza |
|pregação da FèA fegunda, que na gloria, húa noite, em que fe | #
feus corpos ferião trazidos a cõtauão os 3 dias de Nouèbro,
Coimbra. A terceira que quan no anno de Chrito de 12 lo.
do elles vieffem feria á fua mor que vinha a fer a Era de 1258.
|temas que della,& de elRei feu Eito me{mo fe diz no liuro dos
|marido, morreria mais cedo o Obitos de Sãta Cruz de Coim
á os vife primeiro. Chegou º bra pelas palauras feguintes.
|noua de queja etauão pertº & | Tertiº Nonas Neuébris Dina Vrraca |
jabalada a Corte para os ir efpe Portugal", Kgina,filisz). -Alfonfi
| rar, a Rainha fe deteue de pro Régis (fielle. Era 1258. Se foi lo:
| pofito atè elRei ir diante. Tan go naquela noite feguinte á
---- • ••••••••

"*…-- … Cc 2. chega- :
- -> - •+---
---- **-*.

# — Liuro III Dã Ta Serafia d; frais - -

chegada, & colocação das reli quepa/ados os trabalho, dºfia zãº,


quias dos Martyres no dito mo hoje 104 94/f/'á! • Aquele que
7"ff/04/770$

teiro de Santa Cruz: nenhum tu ves auentajadº nos re/plandores a |


liuro dos antigos o tem dito; todos, he frei Francyco, mº/o?adre, a
nem aquelle frade fanto, que vem de/javas ver.Os ºutros/nquo,
explicou a Dom Pedro Nunes ºrnados de/ngular fermºjara, são os
|-
a vilão,que nòs logo auemos de 3tartyres de htarrocos, cujºs cºrpo,
referir, lhe diffe, que naquelle dº/canção nefe mºfeirº. É nos todos |
me{mo dia forão alli coloca com particular licença da 3ayfade |
-

des,fenão,que fauão colocados, co diurna temos vindo a celebrar as exe


|
… mofeve detas palauras, f@r m quias da Rainha Zona Vrraca, que |
fo monºfiºria tumulati: o que mui faleceonºfia hora, ºbrigados do entra
to antes fe poderia fazer. Mas nhauel amor,cºm que nºfereno impa
poto que não etamos por ef rou a nº/a Religião. E cama tueres º
tas preças tão grandes, como feu Confeffer, a timº/no tomamos por
Deos defe tempo à Rainha pe tºfemunha dº nofº agradecimento. E
{ra dipor o que foffe neceffario, fcaras aduertido de que ela fºi reinar
|breueméte daria com fua mor com Zeos nº teo, Emprouad fiº te dou
te comprimento à profecia dos também pºrfinal, quelegº esféus cria
Martyres. - , dos te aurar㺠defua ditº/a morte.
" " .

• Na me{ma noite,em que Dito ito fe acabou a vilão, quã


ella faleceo, etaua em oração do ja tangião à portaria pera
na igreja de Santa Cruz hum trazerem a noua de como era
Conigo da me{ma cafa, eu con falecida. Dete modo acabou
|fefforda Rainha, & homem de hüa Rainha deuota de S. Fran
grandífima virtude, chamado cifco, que emparou os feus fra
Zºedro Nunes, o qual vio entrar des, & foube fauorecer a fua fa
| | no coroa nofo Padre ferafico, grada Ordem. Foi fepultada no g.Monarc.
que viuia em Italia,& ainda nef moteiro d'Alcobaça,onde é Luft. p.4.
ite tempo não auia recebido as mandado delRey Dom-Sebaf. l. 1 }.c.19.

chagas do Redemptor. Vinha |tião fe abrio o feu (epulchro, no


com ele húa procifião de fra ual a virão inteira: etaua po.
des,os quaes todos cômetranha º rém myrrhada,co a morta
melodia (que muito, feella era lha, & calçado,tudo ,
| do ceo) cantarão htias matinas. " …ito incor
O feruo de Deos Dom Pedro º º rupto. , , , , +

admirado do que via, & ouuia, • | >> … : ore.


|.* * •
(?) ºp - -
- -

perguntou a hum dos frades, 4. +

---- <
* * *. - |-
. . . . . ., , ,;• |-

my erio era efte, & elle lhe ref - } ** > >"; - ** #;


-* * *< * •
* *

*
*
*
* * *

*

+ ….… -- * - •

pondeo Nîm…f4 …,lE *-+--+- - -


* * •


** * * * . * . * . * # : ; …
••

-----
• • •+- - - ---- •••• -

C-A- •
-

- - - +…+ • *-* --- …>---- ----+--+>+=== * * ---- - -


|-
-- --
Menores na Prouincia de Portugal...) 3oj r

| … A ….……… … | tificado, o qual (começando a ; - . …

:| CAPITV Lo XI. : , ll contallo em Iulho do anno de | |-

lá ………….…..…… :" | (e º
Chrito de 1 216. *quando
|| Entommenda o Papa aos nºf| elegeo, & coroou º Pontífice)###
#""""""""""""""3 || ainda o dito mez de Dezembro ]*******
} Guardiãs a refor"{" | corria no fim do anno/de 122o. [...,
: … dalguns aluf, do Clero |poto que alguns por erro de có-| |
" | | | no bifadº de Life, * * tas lançarão a data della no cº
| "
|| " " " bºa. a… ", tro mais adiante. .
* * * * |}… .. ní: … !04- ..:. .: || , . Mas he muito de notar,
..., … | … __ ! ….… . , , , , , || que quando o Arcebipo com }
|| 1 | LT Mbaraçados por sete || tantas demontrações (e quei
***º | JL tempo andauão delRei |xaua dos Leigos aggrauarem, &
|| D.Afonfo II. & D. Ef|moletaremo Clero, nefe tem
|teuão Soares Arcebiípo de Bra|po os mefinos Ecclefiaticos os |
|gº,por rezão das ºppresões que|vexauão cõ exacções rigorolas,
| Padecia a gente. Ecclefiatica ||as quaes não dizião bem co feu 1.

|contra os feus priuilegios: Oletado,ºlheo de ambição. Conf.)


| Rei, que tinha maos confelhei- |trangião a todos os feculares, á
ros, daua muita liberdade nete fazendº tetamento, deixafem] |
| cafo a todos os feus minitros; o âs Igrejas a terça parte dos bês, .
|Arcebipo queria irlhes à mão, ou pelo menos outra grande
|pera conferuar a Igreja em feus quantidade; & {e elles faltauão
fóros,& quando vio,que não lhe|nete legado, tambem os Parro
era pofiuel, faièfe de Portugal; || chos lhes negauão os facramen
deixando excommúgado o Rei) ||tos, & talvez fepultura em fa
| & o reino interdicto. Os nofos|grado. Etauaito em praótica
frades tiuerão grandes trabalhos na cidade,&bifpado de Lisboa
por defender o repeito, que fe|no tempo,quegouernou o Bipo
deue ás centuras; & em quanto || D.Soeiro Viegas, a quem nós cõ
durauão etas contendas º Papa || muito goto defculparamos ago
a.:Monal c. Honorio III. mandou a o dito|ra,como o quiz defculpar of Aul? #…
Luficipai|| Reihfia grande reprensão, per- tor da Hitoria d'aquella mefmal"
* # : ; fuadindoo com granitimas pa [[Igreja, e a bulla, que logo aue
- # | lauras a emendaros excetos,de mos de referir , tendo paflada no
" | que fenotraua queixofo o Ar-|feu tempo não otiuera condem- :
cebipo. Foi feita a fua carta || nado. Porêm feeta impofição ;}
... | Vadermº Kalendas linur) pºntf-|não era fó por etilo, mas també :
"|catus nºfriam 5. afaber em 22 || por etatuto; & fe era vniuerfal •

de Dezembro,anno 5 do fea põ pelas outras diecefes dete rei: ;


} - - - - - - --- - - - Cc 3 I]O
- -

3o6 Liuro ITDT na Serafica ### ----


d. tom. 13. "no, como diz º Abraham Bzo parte Vnue/ratis,dada em Anag:
2nn. I * * *
fol.24o. uio:nem conta da dita bulla,né nia a 29. de Março, anno de
nòs o queremos afirmar, poto |Chrito, 1 222. & feito do feu,
- -- -
que hum mao cotume facilmé pontificado." … . . . . . }
te fe communica a outros.
- 4 Não tinha entrado neffe
1222. 1 3 Vendoito a cidade de tempo em Lisboa a Religião
Lisboa deu conta ao fobredito dos Pregadores como cuidaua
Papa Honorio III.fupplicando Vfrei Lucas, nem della auia no f
lhe, que prouefe de remedio feu bipado conuento fenão o g.35.Soufani.
mandando cefar tão indignas de Montejunto, º que ainda ef. hift, de S.
Doming.p,
|extorsões,detal modo, que os taua retirado naquella, fragola Ilic, º
| Parrochos fem conuenção de Íerra, ou de pouco fe auia tranf.
|etipendio adminitrafem os fa ferido pera onde chamauão
|cramentos, ficando com liber 3áontiraz, opè villa
a da de San
dade a deuação dos fieis, pera tarem. A nofa Familia ferafica
dar por fua morte à Igreja o que tinha ja os dous conuentos de
| cada hum quizeffe, conforman Lisboa, & d'Alanquer; &feto
|dofe nito com o cotume lou dos os Prelados, executores da
uauel, que auia na materia. O bulla, trabalharão por fua parte
e, fr, Luc.
2ñ» 1 24}<fl» Pontifice º commetteo ete ne na reformação detes abufos, o
36. gocio a os Prelados locaes da Guardião de Lisboa, onde o
Ordem dos Pregadores, & da Bipo refidia, muita força deuia
nofados Menores, que tiuefê pôr pera que fe arrancafem:
feus cõuentos neta melma die
mas foi com tantafelicidade
|cete,&juntamente ao Prior do ja hoje nos Ecclefiaticos,que
ne
conuento, que fe chamaua de nhum vetigio ha das antigas
| Santos,fendo ainda de Freires da demazias. 2. . -

Ordé de Sant-Iago em Lisboa,


&ito querem dizer as palauras CAPITV Lo XII.
que fefeguem. Zºllettisfilj Ordi
nis Predicatorum, fratrum.htmorã,
@r de Sanítis militie fantii Iacobi, Declatafº a pobreza fingular
Prioribus Ulixbonenfis diac%. A da "[a Ordem,com algüim)-
todos encommendou, que ou fitrios de nºfº Padrefêrá
|uindo primeiro as partes, jul ficofattedidos nefte
gafem a caufa conforme a o
feruiço de Deos, & difpofição …
* ** * *
tempo.
*

dos Canones,& reformafem os | * NT O anno de 1223 a 1223


| abufos, que etiuellem em pra-| LN 25 de Março tirou a
l ética. Começa afua bulla, Ex Li" º morte, que não per
_*Manutes na Prouncia de Portugal .
---- 3O7 |
dos aos maiores Monarchas,do Trilos, que contêm a meñafe.

* • throno Real pera húa (epultura ||gra. Mas porque frei Elias, & |;
' ' L
do moteiro d'Alcobaça a pe{- outros alguns Minitros etra" |
......…!
, ")
foa delRei D. Afonfo II. a qué nhaúão
chamarão º gºrdo. E ainda que
#|
féu rigor no elle, lhe
pobreza,angutiandofe •

algés ecclefiaticos viuião quei refpondeo o Senhor do meio de


xofos delle, a nofa Religião, á húa nuuem,ao qual todos ouui
qual deu entrada nete reino, rão. Zºe que te afíges, homenzinho?
lhe confefa mui grandes obri Não/ºu eu º que ordenei fies prece
| ções. Succedeolhe no reinado |tºs? Eufêi muito bem quantº pºdemºs
feu filho D.Sancho II por alcu |fºrças humanas, ajudadas da minha
'nha º Capelo : & pera nós forão graça.Se não ouuer homens no mundo,
todos etes annos de muita con que featreuão aprof/ar fia regra,
folação pelos fáuores, com que |das mº/mas pedras os farei. E tor E22: 2

* .* . * Deos engrandecia a nota fanta noulhe a dizer na me{ma occa- , ! * 2. ". "
* * --
| Familiados quaes nos contaua fião. Não querº,que ºs teus fradesfel
por auízos repetidos de Italia,& embaracem com ºs cuidades da terra.
por cartas de frei Elias, que go Eu me conflituo Preuedor defuas ne
lúernaua a Ordem. Mas como efiidades@y em quanto eles/econfia
ito era geral pera todos, dire rem de mim, guardando a regre, {
mos sò o que toca á fubtancia nunque eu lhes faltarei. . . .
da me{ma Religião, ou à pefoa 3 Eta pobreza altifima,
| do feu fanto Patriarcha, no que que nem no particular, nem no
| cada hum de nós muito em ||commum admitte propriedade,
i particularfe acha interefado. |nos deixou o fanto Padre por
.sa…] 2. No dito anno de 1223 ||fingular excelencia, maior or
# 4.S.Borf2 U", • ,º "." * ** • • ". -- 1 a

## aduertio "Chrifto nofo Salua-|namento, & incomparauel glo


#"|dor em visão myteriota ao me{|ia danofa Religião, pela qual {
#Li e mo Patriarcha, que reduziffe|fe ditinguife das outras, como
#een,]nofa regra a compendio antes|ja nos declarou o "padre freiº 6. Lee

º #
que o Papa Honorio III a con-||Íoão
confirmou• por ||geral,de dizendo
Muro, nofo
etas Minitro|#;"º
palautas.", |
bulla em 19 de Nouembro. E || Hacnos à relgioi, digernere cateris | " " }
o Santo jejuando apão & agua|comahafur. Porque,fem # : :
quareñtadias inteiros, & outras|argumento de perfeição a per
} quarenta noites, femfefaír da ||feição,que feria odiofo, & não
# d'húa altífima pedra, |noshe neceffario, conuindo a
foi efereuerido, & copiando do |nofsa Ordem co as outras na por ;
fagrado Euangelho, conforme ||breza particular das pefsoas, as
| Deos lhe diétaua, os doze capi- I quaes não tem domínio no que !
— —— — …Cc 4
-________>. vião: "___
*

== TTDTraSeraf㺅T
viãº: ainda nilfº diferinos, por 1 num,co a qual fe futenta sem, #{ |

baiº
lquanto o noíso, vío ha de fer como deu a entender Bonifacio lº 7. - } D
mais moderado: & o que toca a VIII. numa "bulla, que começa, # Rodr.
"It de R
dinheiro,ou pecunia nos efâto Adcom/equendum glorum, de cujo tt

italmente prohibido. No com teoro Papa / Clemente IV.ti fºi liv],
} thro
mum he clara a diferença, por nha cõcedido outra a os padres. |11
muel
que nôs não temos rendas, nem Pregadores, que com grande, msmº
redditos, com os quaes nos fuf. louuor guardauão efsa pobreza:
tentemos,como algüas pofluem; contudo, não sò podião licita-}} }{
jº, 0
| nem temos propriedade, ou do |mente v[arhuns, & outros da | (Ch0$ (
|minio algum nefsas coufas, que |pecunia; fenão, que o domínio | #Atu
|com o vío fegatão, ou nos con dos conuentos, & das coutas de |
uentos, & cafas, em que mora (eu vío e taua no commum das | | tra
Ictita
Suares fuas Religiões: & nada dito fei
m. 3. de mos: * o que porêm não deixa luia,
eli tract. de cõpetir às outras Religiões,6 acha na nofsa Ordem, Donde |-

\
g. l. 1, Mi
l,8.cl 17.
{ão pobres em commum. Mas veio a dizer o grande é Bartho noric.c.m, | W
ke
\
de tudo temos fomente o vío |lo, conformandofe com ele o
(X20
fimples de facto: ficando o do Cardeal "Zabarella, que de to k.mét.fup.cle:
|minio no dante, ou paísando à # Exiui
os Etados,quantos fe achão de verb, fig
|fanta Sé Apotolica,que difso fe o mundo: ou fejão de religio nific.
* - - - . .
-

}(AR
|fez fenhora, & por nós fermos {os,& ecclefiaticos ou fejão de Pri
t0
feus feruos, que pera ela pedi feculares catiuos por condição,
mos, & trabalhamos, deputou (eruos da pena, & deportados
Procuradores, ou Syndicos, os pera a Ilha,como fala o Dereito,
|quaesco efsas mefimas efmolas nenhum delleshe tão pobre co
| nos acudão em feu nome à nof mo o nofso Francifcano, nem
|fas necefidades. femelhante a elle. Zeys etiam,
-

|-.4 : Pelo que não podemos uiin Ecclefa Zei militauerunt, nullã
| approuar a igualdade, que fez, genus hominum reperio in tam firiia |
Facotado a os efcritos de outros, aupertate. E por fereta pobreza
na fatisfa
o apolo.
o padre "frei Gil de fão Bento mais etreita em commum, fin
soft. 2. dizendo,que os padres Eremitas gular prerogatiua da nofsa Reli
if. 13. : da illutrifima Ordem de fanto
*
gião, & tão illutre em a Igreja
! | Augutinho guardauão em feus de Deos,difpenfando o "Conci i.fef. 2. 5 - de
#

|principios tão fireita pobreza no lio Tridentino com todas as ou regular\>.


C-3 •
:|particular,
:
@r no cºmmum, como hoje tras Ordens pera poderem ter
{|prof/a a Ordem fêrafica do grande rendas, a ella exceptuou detal
|Patriarcha S. Francfco. Porque, lei. E portanto, fendo todas per
ainda que elles não tiuefsem rê feitifimas,& ornadas de eximias

|das fixas,nem fazenda em com virtudes,nete particular da po
=

•_

-
*;
-
, º
- - -
$. O
- -
+

- -

---- - -- - - --
breza"
4 enores na Prouintia de Pºrtugal_369 |
*

}
bºza não Teigualão com ela. ca, Togo na annoTeguinte de {
} 5 Daqui tambem fe con 1 224 reduzio o Patriarcha (an
'í, tom 4 de 'clue a pouca rezão, que teue o tifimo a da virgem fanta Clara
Re} tº act.
| *º* * c.3. padre"Soares pera querer aba a outros doze capitulos feme-| |
a 6 X 1.+
º-9.m.4.
tella no que toca às capellas, & |lhantes a os nofos; & tendoja |
annuerfarios perpetuos. Porque ordenada a Terceira, recolheo
nòs não temos nito proprieda fe pera o monte Aluerne, onde |
de algüa, dominio, adminitra Chrito em pefoa,transfigurado
ção, ou vfofruito:nem tambem | porém na forma de # cõ
temos direito pera pedir por juí forme afeu efnirito, poz o fello |
tiça em juizo, ou fóra delle o ef. em fuas raras virtudes impri
tipendio dellas, mas fempre o mindolhe as chagas nos pês,nas
aceitamos como e{mola volun mãos, & no lado. Obrou eta |
taria, & fimples, a qual porêm os portentofa marauilha o fobera
Minitros da jutiça por rezão no Senhor a 14 de Setembro,
de feu oficio poderão,& deuem º no me{mo dia da Exaltação da Piancó
executar, auendo algum defcui Cruz, que com ella ficou noua- #"#
do não como diuida feita à noí mente realçada. E víuendo o P*º*.
fa Religião, fenão por dar com Santo ainda depois dous annos #…
primento à vontade dos defun com o coração patente, que pa-"
tos, que aísio ordenarão. Efe a recia milagre, no de 1 116. a
pobreza euangelica não caie da quatro do mez de Oitubro foi
perfeição por pedir as efmolas fua alma purifima tomar pote
ordinarias a quem fabemos,que da
no cadeira,
coro dosdonde caío& Lucifer,
ferafins; a corpo, r

as da em certos tempos,ou man


dou a os feus Almoxarifes,& Ef que ficaua netas fuas de pedi- •

moleres,que as dem:não fica di das defpido fobre a terra nos .


minuída tambem quando nôs braços da fantifsima pobreza,
as chegamos a pedir a algú Ad etá ainda em pè no conuento
minitrador de capella, ou mor de Afsis, & etarà em quáto du
gado, pato que em confciencia rar o mundo, como columna |
{deua fatisfazer a vontade do feu contante, que ajuda a futentar |
Intituídor. Nem he inconue a Igreja. Foi canonizado pelo |

#
niente recebellas com o encar Papa Gregorio IX, co a maior |
go de mifas,pois femellefe pe folemnidade, que d'antes feti
dem, & fe aceitão;& mais quan nha vito, dentra Ha me{ma |
do fempre a nofo repeito fão igreja, onde etaua (epultado, kit.n.4:
é taº
"a os ró, de Iulho de 1228. "#re, }
- - -

liures,& puramente e{molas.


. 6 - Etabelecida dete mo Mas aísi como º Duarte Nunes
• * ** 1
# f>.
AflCl].,
do porbulla a nofia regra ferafi do Leão, não alcançou o anno"
? -->
T">T=T= = - - - - - - --- - - -- -

*
— – "

31 o Luro Ill. TraS7fica 777=


de fua noite, não foube tam foi efcrito no Catalogo dos I
bem quando depois o feu nome Santos. " • • . * * *

RELA CA O SVM MARIA D O ".


conuento realde S. Francilco de Euora. |

;
CAPITv Lo XIII. mais antigos nas ilhas Tercei |
ras, dos quaes (e compoem ago
Defia antiguidade, & fir ra a de São Ioão Euãgelita, que
neta nota idade fe difmêbrou.]
te[ºs no material da da do Algarue,nofos forão, & |
tafa. nôs lhes dêmos principio. E por
tanto,ainda que todos elles tem
1 224. I P Ertencião antigamente mudado de prouincia,pelo tem
" a eta noffa Prouincia;
-

po que etiuerão na nofia, pertê


chamada de Portugal,na cem tambem a eta fua Hitoria.
terra firme,conquitas,&fenho Mas paílaremos com preça, dei
rios do reino muitos d'aquelles, xando lugar pera que os feus
| conuentos,que hoje etão incor Chronitas das fobreditas pro
porados em outras,os quaes ella uincias de tal modo exornem o
edificou,& criou na fua obediê antigo,que foi nofo,que refirão
cia. E quando foi neceffario por o moderno,que he feu. _>
rezão da fua muita grandeza,ou 2 O primeiro deta claffe,
por caufas diferentes, que afsio que encontramos agora, he o
requerião,multiplicar as prouin conuento Real de S. Francifco
cias, ela a modo de mãe, que de Euora, que pode etar quei
dota a fuas filhas, lhes deu os xofo, como tambem outros fe
|mefmos conuentos, com que queixão, dos antigos deixarem |
|formarão feu corpo,& forãe in tão e(quecido o anno certo do|
tituídas. Duas detas fiorecem feu primeiro principio. Diz o
em Portugal, a faber a do Al • Autor da Monarchia Lufita-lº.Pº**
C• SO•
garue, & a de Santo Antonio: na, que neta nofa idade fea
outras duas, chamadas de S. Tho chou no feu alpendre a fepultu
me,& da 3adre dezeos, fe leuan ra de Giraldo Sem-pauor, que
tarão na India. Tambem a da no anno de 1 1.66. tomou aos
|-/|-

| Piedade;as primeiras cafas, com Mouros por netaueletratage


| que leuantou cabeça, paflados ma eta cidade de Eucra.E acre
} os feus trabalhos,da nofía as re-| centa dizendo,que bem poderia
|cebeo. Finalmente os cõüentos | ferntítelugar fepultado, fede
**_*_*_*_i - *_*______
*=#====à++s*=+=_>

! +
\


Menores
pus #TObrei na Proul
ra facção | de Portugal. "
viveRencia . 311 |
liza pera lhe darem
ainda finquoenta, ou feffenta Eão tres em myterioto nume |
#
annos atè alcançar com eles a | to,& feria pelos annos de 1424.
fundação do condento. Contus ||fe não foi nalgú primeiro,quan
do ete difcurto não conclue ! do eles fairão a dilatar por etas
couta certa, porque não afenta partes a hofa Religião. Even
em quantos annos viueo; &fe do como etaúá plantada na
" *- forão finquoenta, vinha afua Prouincia de Tralôímontes em
| morte afet no de 1 216. quan Bragança na d'Entre Douro &|-
.… do ainda os coriuentos de Galli Minho, na villa de Guimarães} ,
za, dondefe diz que viétão os na da Beira, em Coimbra: na Ef: |
| primeiros Fundadores, por aue tremadur
#...ma,em Alanquer;& Lif
. i ++ } }; ii.
tem começado no de 1114 ef. boa; paflando o Tejo, que ela
tauão muito em flor pera lança até ent㺠não tinha atrais fado,
|rem tão longe os Padres,que os vierão parar neta antiga cidade.
r-} criauão, "Se elle chegafe aos"|
Começarão o conuento pela
6o ja poderia ferifo: hág"fie traça da altífichá pobreza, que
porém infalliae, que videfe tã naquelles fantos têmpos era tiof
tos annos, & muito merios, que lfº Architecto; mas porque já
nefe tempo nos conferitifem daícia pera grande&real,como
os Parrochos fepultado em o motra o me{mo brazão do rei :
nodo cemeterio, como fe pode no que em muitas partes o en
!

julgar do que no anno de #33. nobrece agora, breueniente foi


auemos de referir. Pelo que,ou |cretendo atè ficar o maior da
. * * janòs aqui achamos etafua fe | região Trantagana. Dos anti
|pultura,ou ela depoisfe trasta gos, que concºrrerão nas obras, -

"#dou pera o nofo alpendre. E fabemos por hia #ra do clau


de Moraes,
fuppoto não auernete difcurto | tro,que D.Fernã4do3 de M
" | firmeza,não he bem que fande | Commendador de Montemor
moshüa machína tão grande fo | fabricou ete nobre edificio. A
bre terra Íeúadifa. - |Igreja tinha e tranhã grandeza,
", # : ; # 1, #4

3 Temos porém húá tradi- compota nauês, que pa-


ata de fete nau
*paloo). ção contante,que o padre "Gõ | recião feteigrejas píquenas; &
L2-L3 - r_.21'42" L'__*_____":
zaga não ouzou a reprodar, & | caindo(que tambem os grandes
• •• • ----* - "* * * "-- * **
\

| anda hoje efcrita num liuro do || sò


• com ##
caiem) ##
quão depois (e ergueo, + "\

coro, por ondefe cantão os ref; outra


pontos das horas menores no of::|rulha, que teue,pera depois e
ficio digino:a faber,que em vida | porem pé outra vez foi nece:
de N.P. fráficovierão hús feus fário ajudalla com fua mão por
Difcipulos dos cóuentos de Gal deroíá elRei D. A —
Mas
•• * ………- ----
………… ---------- ----------
= =* mass==
&messsss…rsrs>*--* => *> *>*

| 3.12 Liurº III. Dahluna Seraficados frades


{ |paflados todos etes infortunios, 1, e deue a os Principes, nos hon
| |alcançou tanta ventura com el-|rados he a maior violencia. Pelo
| |Rei D. Manoel, 4 por füa mag-||que, contrangido de ecrupulos
{ |níficencia grande he hum dos||2|dito Rei D.Ioão,impetrou cõ
maiores, & mais fumptuofos tê-||firmação do Papa Alexandre
| plos,que temos em Portugal, a | VI. com encargo de nos fazer
. 4, Em quanto os Reis eta- outras obras, que fofiem mais
{
F | uão aufentes # todos conui-|| nece{sarias,como diz a fua "bul-g
|nhão em fuas vtilidades;& ainda||la, dada em os 14 de Abril de
# que * D. Afonfo III, nas liuras, || 1495, anno terceiro do feupon
#*** que# morte lhe deixou, não |tificado. Seguiofe a fua morte
{ |lhe fez tantas ventagens, comº logº nomez de Oitubro, antes |
* |a outros da nofia, propria Ordé: # chegar a defempenharfe:
|D. Fernando, & D. Duarte lhe|fúprio porêm eta falta a gran
|derão terras & caías,pelas quaes deza delRei D. Manoel, º que #
| |##ndº ºutrºs cºm meiº#|#cºu º gºjº, º fez ºutro: …"
; |&prinlégiosº forão engrande-|edificias. Nelse tempo etaual
|
|-
# que o tratarãode|tado áo mito,o conuento, & º |
|Perto,ºs que erão mais denotos Paçº,que por tere portas fecõ|
| | & feus maiores amigos, pera fe]|municauão ambos; & poto que |
|accommodarem cortarão muito|nos faltafica nota quietação, o |
} por ele. Porque D.Afono V, Jamor era grande netes Princi
|- ######## ela, lhe|pes, que não querião outra ca
|pedio # as caías|pela real, fenão a noísa Igreja.]
|dos fenºtados psia delas fºi [[Nela/mandou celebrarómetgºº.
a o campo com mais preça, do|mo Rei D.Ioão as exequias da ….….".
i
| *# s Etaos, onde étaua|ferenitima Princefa D.Ioanna, "º
|pouzado;& como gotou dofit-|us irmam que faleceo em A-]
| |io,tornou a pedi grande pºrts|ueiro, Nela também fetau, fºiº
do conuento, & da horta pera|ouuindo mifia elRei D. Manoel |
• fazer ºs ºs Piços. Continuan-||quando lhe derão a noua dos i
do età obra elRei D. João II|Mouros terem entrado Arzila,
ainda nos pedio mais, & cotou|donde breuemente os tornou a .
|tão largamête, que ficamos fem|lançar fóra o braço inuião dos |
; Javitadorociºpolo em tanto|Portuguezes. " |
| apeito por falta de º ificinas,que || 5 | Mas nem porifio deixa
elRei D. Manoel veio depois a || uão de magoarte os frades afi || ||
nºs largara cozinha. Heyerda |dºfensatiucito como da liber-
de que a nota doação foi vol#|dade alhea em cortar pelo con.
||-


# º refeitº,filluentº: & aquelle, que eference |
— — — — —- - - - - - - - - - - - - - …………… no "
!— *--* * ………………… * … == ---***************** *** ** "* * ••••••- +…

"• "… • • • • >

• *****-***…——––>

AMeures na Prouintia de Portugal, º - -


______

313 |
no dito livro do coro as memo
rias, que nós imos referindo, a c APITv Lo xiv.
[crecentou etas palauras, que
forão julgadas de muitos por | Cafºs,ê3 toufas notaueis defe |
profecia. Quem viuer verà, que ºs
mortos, que fio derão a são Francifo, conuento de Eura: algãs del
hão de clamar,(}pedir jufiiça a 1)eos.
Adiuinha muitas vezes hum co
les ordenados à eftimação
ração magoado, & feelle età … " … do nºfofagrado : +
-

limpo da paxão, que inclina a •

vingança,na me{ma conuenien 1

|cia, & nas rezões de jutiça pa "I - r" Res fão as primeiras -

| rece que età vendo o que ha de " … tetemunhas, que de


fucceder. Neffe tempo não fo
• - - 1 * #* * poem da grande reli * .
-

mente amplificaua os paços o gião,pobreza,& humildade, cõ


| dito Rei Dom Ioão acanhãdo o |que nafceo eta caía; & todas
| conuento, mas tambem difpu tres os feus mefmos Fúdadores,
nha nelles húas fetas grandio |que por difcípulos do Mette
fas pera celebrar o calamento |infigne da fantidade, nofo fera
de feu filho o Principe Dom fico Padre, ainda hoje tão tidos |
Afonfo co a Princeza Dona Ifa em opinião de Santos.Mas o tê
bel, filha dos Reis de Catella;|! po,ajudado do nofo mefmo def: i
}& vendo ito o mefmo religio |cuido,não fomente nos efcõdeo
fo,tornoula dizer com agonías lo particular da vida, fenão ainda
da alma. E agora querem fazer ff los nomes. Preualecerão porêm a
itas,que fehão de tornar em prantº. É (epultura, & fama: aquella, que
|quem suerverà. Ainda mal,que em |fempre foi conhecida:eta, que
} menos de hum anno fe vio con
os dá a conhecer por Varões A
No annos,&
uertida em prantos,& em trite potolico de de1 629.fend o Guar-
virtude heroica. •

zas a alegria do reino pela mor


|te dete Principe da queda de dião da cafa o padre frei Diogo
lhum cauallo rios campos de de Monroy, fe trasladarão feus
Santarem. É defandando o tem ofos pera lugar eminente, den
|po, tudo qüanto fe tinha toma tro d'hum arto no clautro, on
do afão Francilco, foi depois de tambem etão retratados to Y

|- retituído a o con-" " dos . A etes feruos de Deas •

uento por in- - - ** • -


(e forão feguindo muitos de
– " " IC1[O. º
* * ** * * *
efclarecido nome, entre os
(?)
• • • |-

* * * *
- -
** * |-
-


quaes florecerão frei Anto
_* *
.nio de Santarem , que foi
• Dd aqui
•º

#--
3 IA" Liam III. Dahloria Serafiando frades"
aqui Guardião; & trei Afonio "em Montemoronou o hús ir-14.Chronic.
Caualleiro, Bipo Sardéfe: cujas mãos da noísa Ordé,em cuja ca mtg.
noticias guardamos pera feus tê # Mr cit.).
fa fe recolhião os frades quando, fr.Luc. 2n.
pos. E como Deos defejaua, que por alli Paflauão, q fendo muito : 148.n 18.
aquife guardafe a difciplina re deuotos,hú eu criado por nome | \

gular com toda a perfeição, affi lºão,o qual també affitia nas me{
o manifetou por ete cafo (e- mas occafiões, por ventura que
guinte. lhes fizeffeventagé. Chegando |
a. Chronic,
2 Etaua muito enfermo "frei ete à morte pedio com grandes
antig. Domingos de Lisboa, abrazado intancias, q lhe dê{semos o ha
fr. Marc. p.
2.1.4.c. * * *
de ardentifima febre,que fe ac: bito;& defenganado q não cof
fr. Luc: an, cendia mais com o calor do Ef tamaua darfe fenão a grandes
* 2.66.n. * *
tio. Pelo que defpio o habito,& |pefsoas,ou da primeira nobreza,
fem elle jazia lidando co a doê rogou muito, que pelo menos o
ça,a qual parece, que nete cafo |fepultafsé nete cóuento de Euo
o podia libertar do fanto rigor, ra:& iÍso lhe concederão.Mas o
que entre nòs fe pratica, de não Senhor, a quem eta deuação
|o tirarmos nunqua quando jaze era muito agradauel, na me{ma
|mos no leito, (e não he por gra coua lhe veítio o dito habito;&
|ue enfermidade. Porêm Deos,q com elle foi achado, paísados ja
|pera nofo exemplo quiz mof. quatro annos. Dõde veio a creí
|trar quanto lhe defcontentauão |cer notauelméte a deuação dos
| atè as fõbras de húa relaxação, fieis,muitos delles illutriffimos,
| permittio a os demonios hum | & dos melhores do reino,q nef
| atreuimento grande Pegarão no | te fanto lugar, abêdiçoado a fui
|leito,& leuantido o no ar junta juizo do ceo, efcolherão fepul
mente co enfermo, trabalhauão tura, pera nelle efperaré à fom
pelo lançarem por húa janella bra de noíso Padre fantiÍsimo a
|fó a Gritou o mefmº enfermo: refurreição final. …… * _{

|acedio o enfermeiro, que lhe 4 Mas nòs a dêmos por pri


; lançou em fima a vetidura fa mor, & piedade a D.Ioanna Pe
grada; & logo fugio a caterua res Ferreirim Abbadeísa do me
infernal. . . . . . - … teiro de S.Bento, de freiras Cl
- 3 Noutro cafo moftrou o tercientes, perto da me{ma ci
nefato Senhor quanto etima aº dade,a quem alguns defalmados
] quilles,6 por ganharem tão grã impiamente matarão na me{ma
de thelouro de indulgencias.co |occafião, em que elles preten
mo età concedido, debaixo da | diaõ alentar o partido do Mef
protecção de N.P.S. Francifco, tre d'Auiz, Gouernador dete
ferntertão no feu habito. Auia reino, contra o Rei Cafe"hºno.
---- - - - -

| -. * ** Supei

|

AMenores na Prouincia de Portugal. 1 #315


Sufpeitarão, que tinha o cora-||das virtudes,& das letras inéie
ção em Catella, & comuertidos|fe profefauão. Pelo que a hū dos
em feras, como fe o zelo de de-|fetis Gaardiães encommendou o
fenderem a patria permittife | Papa #
brutalidades facrilegas, (em ref. | {ão em fauor da Terra Santa; 4
peitarem a nobreza do feu fan-| no anno de 1268, auemos de
guera fantidade do habito:a in-|declarar. Cento & oitêta & tres
tercefão dos Gonigoso agrade || annos foi Cabeça da Cutodia,
da Sºa onde feacólheo: o vafo || 4tambéfenomeaua de Eura,os
da Communhão, e não foi a|quaes então acabarão, quando|
Cuílodia do fantifimo Sacra: || ele fereformou na regular Ob |
mento do altar, co a qual fea- feruancia,á extinguio as Cuto
braçou detoucada, & defcom-ll dias. Ó #
Gózaga affentou|f pag.
pota a arrancou da igreja eta | eta reforma no anno de 1 548.]" |
vihfima gente;& leuandoa com letâJoeilaja feita no de 1513 |...….
Evituperios à praça, não sòmente || em virtude d'húa *bulla, % expe-|####
|-lhe tirarão às cutiladas a vida, |dio Leão X. a 7 do mez de lu-lº."
| mas tambem depois de mortal lho. Etanta preça fe deu da fua "…
fói arratada pelas ruas,& lança- execução,que a os 3 de Oitubro
! > -

da no rocio num monturo. Que l|mandou elRei D.Manoela loão|* *


excefo não fará o pouo defen- ofórib.fuiz da me{ma cidade, q
"freado, em quem falta o juízo || fizeffe fair della os &##
era deter a paxão? Os frades| expulfos do conuento, quando
|deteconuento, que por leães al|nôs entramos nelle, não acaba
|o reino podião fer cófiados,tróu-|uão ainda de lhe perderé de to
|xerão de noite o teu corpo, & na || daas (audades.Cófiderando de
… [cafa do cápitulo lhe derão pie-| pois a nota me{ma Prouincia co
e Fernão do afepultura Fainda que os ||mo fua extenfão.&multidão de
#]"Chronitas do reino ou em | côneatos canfuão muito o go
li#, .hparte,ou em tudo nos defraudão gerno do Minitro, ordenou #
li#. |data gloria, pera a lograr intei-||etatuto, 4 em lugar dos Cu O- | * -

|, ||ra temosém nofo # dios ouuefem tres Cõmífarios, º


*"|ção da cidade, o "Autor do Iar-|os quaes nos cafos,q podião fuc-| |
##|dim de Portugal,&o padre Fr. | ceder,tiuese as fuas vezes, & hú
#;"|Bernardo de Britto, que deuia | delles, é pertencia às cafas d'A-
| examinar todas etas circutan-| lem-Tejo,& Algarue,etada ne- {
| ||cias,por fer o cafo tocante à fua | te côuento. Dipoz mais qnelle
Religião. : - "" ||fe curáfé os enfermos da me{ma
} ; ; ; Foi fempre ete conuéro | comarca de Alem-Tejo.E tudo
• " • * * * "> "[. arch de
• - a " nº

. | }I de
=muita autoridade por rezão "ito nos motrão
|- |- que ## |
Dd 2º os etatutos, C L1$

-", • |- - **…------ --> '


- - |-

----->,

— #" Liura III. Da TS-77777;"…<><><><>


| |4 {e fizerão, no anno de 1539, oauis, & centertando os Gathº
num capitulo,na villa de Santar licos, que profetauão a Fé, Pera
tem, & logo (e imprimirão, Net ifie deixarão crefcar a barba, &
|fte etado (e achaua o conuen embuçando o habito, em traje
to,quandº por decreto do sapi. de feculares-cãmunicauão goº
tulo geral, que Ír celebrou nº | liberdade a tedes e Maszinhão
anno de 1532. a Prouinciado | grande trabalheiaffi pelo sikº,
Algarue foi diuidida da nofia de que fuas vidas cofrãditante-gue
|Portugal, & leuandoo configº | tofem fentidoseºmorpela falta
|em companhia de outros fez | da que era neceMario à fita foi
|dele a muitastimação,4 deuia | tentação, porque astefatolákos
- • • • |- \, |-

t i , ; ) ºs ortº.….; … :) Rio Cegº, |dinarias, conforme ao coítume


…C #A PITVLo, q 8V, p. da terra; todas erão em dinhei
2 * i * ', ou e or : "…:-* #2 ro,o qual elles abião de açºitar,
Fui… Mar
f0hlfhtô th, ou, perecerem à fome. E conful
rºcos,65 harºbras de tarida tando o íobredito Pontifice, el
|- li { "", " " " . ", *, "
-! C:! •
lerçfpondeo, que tudo lhes era
{{0, a |licito,disfarçar o habito, & re
cebº º dinheiro, vita fiaba
- -

* * # : ; * * * * * . "…, o.:: …". O XJ |


•• •

1 /> Ombatida em Marro gefidade extrema, & o progrito


\ , cos a feita de Mafame das almas, pelo qüalfe defuel a
| ">" de pelos fantos finquo uão. Foi feita a{ua carta no an
|Martyres,que morrerão na con no de 1226 a 17 de Março...
|tenda como auemos, e(crito, , a 2, Nete anno fe acabaria
|| não ceflou a nofa Religião de os finquo, em que Deos foi caí
||inuiar outros foldados de Chrif; tigando a morte, idos finquo
|to, pera que acabafem de ren Martyres, como deixamosº eficipa.
|der efte catello foberbo, onde crito, & conhecendo o Rei, ou o : --- | * •

|fe fazia forte a cegueira Africa Emperador feu erro deu licença + .
G
- "

|na. Afiftianos tambem o Papa a os Chriftãos; pera terem nas


a.fr. luc. - Honorio III, que no anno de (eus reinos facerdºtes, & bipos
an.
n. 17.& 2n.
* * 25. 1225 mandou alguns pregado: da noíla Religião. Pelo que no
I a 16.n. 64 tes de muita fatisfação, afinof; mefino ponto {e deglararãe os lisº
• chacomo
|fos, angelico Patriar: frades,que andauão efcondidos!".
. Poièmdoaduertin:
da Ordem
| | | | & leuantarão igreja, chamada | …
1 } do eles na malicia do tempo, Santa 34aria de 34arrºcos, com
que não conuinha, dar os afal. cafas batantes pera feud reco
| } tos em publico, fecretamente || lhimento. Deta igreja,&tlete
| - | | fºzião {
entradas intruindo|feu rappellido fazê menção no
}^". | {ó os Mouros, que os querião Ilías Chronitas antigas, os padr i
…— — — — •****
]
==
Sw
Menores na Prouincia de Portugal. 3 17
#"|<feiMarcos, & "frei Lucas; &|| os quaes ambos tinhão foldados |
#…….]" Mattheo Aleman falando pro-l|Chriftãos , que de parte 3 parte {

"; Yid, priamente, a repeito da affité-lauião de pellejar;" & vendo os |


####|cia dos frades com prelado, &|nofos frades o perigo de mor
|"º | com fubditos, lhe deu nome de||rerem na batalha, procuraraõ fa
conuento. Pela rezão, q difemos, |zer pazes entre aquella gente |
affentamos feu principio nete | fera, confiados em que Deos os |
anno de 1226, no qual tambem|auia de ajudar. Com ete inten
fºi .../frei Artur nomea º primeiro|to fairão tres de Marrocos, & a
… º Bipo,que com o dito conuentº|eles hum leão a o caminho no |
| entrou na mefma licença. Não || meio de hum defèrto, por onde |
ferião os edificios grandes, mas |ja caminhauão,o qual efquecido |
a igreja era capaz, & batante|de fua ferocidade afâgandoos |
pera nôs celebrarmos os oficios||co a cauda, & cabeça como hú}
diuinos,& pontificaes os Bifpos. | cordeiro manfo, deu motras de |
Muitas vezes foifagrada com o || querer enfimarlhes o caminho |
fangue innocente dos nofos || Entenderão, que o ceo lho in
frades,que derramarão os Mou-|uiara,&indo no feu alcance caí
ros, & illuftrada cõ marauilhas||rão nas mãos de muitos faltea
do ceo, como em parte motra-|dores; que tratauão de os rou
remos adiante.Outro conuenti-|bar,& matar: mas o leão,que vi
nho fundamos tambem em Fèz, nha em fua guarda, os desbara
& ambos incorporados na nota|tou a eles,matando hús, fazen
fanta Cutodia, chamada de Pºr || do fugir a outros. Depois dito,
tugal." " " . é... s . . ...]] em chegando à cidade do Rei,
* 3 Em quanto nós refidi-||com quem ião fazer pazes, a a:
mos netas partes não tinhão os|| charão alterada com apparatos
|Reis outros vatallos melhores,l] de guerra,& grande alojamento
que tanto folicitafem a fua|de|foldados a o redor dos feus
proíperidade: não sòmente a. muros, pelos quaes não fe podia
perdurauel do cdo,por meio da pafar. Mas bramindº? leão af
|pregação: mas tambem a tram-|fi os intimidou, que fotos os ef
fitoria da terra, com os fuores]] quadrões, ficou a paflagéliure;
| dos Principes por nofas inter- & contando a o Rei # -
º , cefsões. Edito deu tetemunho|| tinha-pafado, não fomente os|''
|...|...] o Papa Gregorio IX, numa car-|recebeo;& venerou como à ho"
#… ta, que no anno, de 1 233. Caue- més de Deos : mas tambem fez
|#|mos de referir. Aconteceºº-los concertos, que elles folici:
|###|uer guerra entre o Rei de Mar-||táúão, nos quaes-d'antes não
|*** | rocos, & outro da me{ma feita, queria confentir
- • —== Dd ! 3 E quando fé __
depe-__
•=•

|
*-

!
7T7 Luro III. Dã TaSerafã dos frades
Jepelião, o meImoleão, que Tça no anno afima dito de 1226.
ainda os etaua e{perando, os ll no qual tambem º frei Artur ef-lº.die "4 |
tornou a trazer fem perigo all creueo, que fora feita pelo Papa "… !
} Marrocos. - |Gregorio IX, a eleição do pri- º
- 4 Succedeo ete admirauel|meiro Bifpo, chamado Zom frei | * *\,

| | cafo pelos annos de 1243. fen-||4gwello. Mas nem o recurfo a


do Minitro geral o padre frei|| Roma podia ter apreçado, nem |
| Haymon,que reformou por au-|ete fanto Pontifice começou a
toridade Apotolica muitas ru-||gouernar a Igreja antes de 2o. | … -
bricas,das que andão no Mifal. de Março de 1227. Pelo que
} O conuento permaneceo mui-nete anno affentamos a nomea-l
'tos annos adiante, mas em gran-||ção do Bifpo. Não feachão as|
de diuerfidade de tempos,: al-fuas primeiras bullas: temos po
güas vezes, alegres, & fauora-||rêm húa carta dete Papa, dada
| ueis: outras,calamitofos, & trif || em 27 de Maio de 1233. em a
tes:expoto fempre à ira daquel-||qual cõ amorofas palauras grati- |
les barbaros, que em fim execu-||ficaua a elRei de Marrocos os
{tarão a fua defruição, quando|fauores que fazia a ete proprio
tambem por extinguirem as|Bipo, & a todos os mais frades
|memorias Gatholicas expulfa- da nofla Religião, que andauão
irão aos Bipos, que agora ad-| nos feus reinos, como elle d'an
mittirão, , , , , , , , … , d, ||tes lho tinha encommendado.
… si, sim , , " " …| As palauras da fua carta fão ef.
, CAPITVLO I XVI., | tas. Proleo; quid fpecialiter venerabili
; ; , , , ,, , º "|fratrinºfirº Agnell, Fecemfi Epycºpo,
Inflituºf hifpado em Marro- (gr. ah, frainhº d. Ordine 3tinorã
tís para {'“","","",""
"g" fåde Fraifama,|"""""###"".
|| grºs,inquibus deter, habes prºpe».
tomeça pelº Bifu Dom |fus
21. -- cºmmendatos. # ….… #
| rºw, frei Agnello de vene- º |", º Chamoulhe2ipº de Fez,
F" " Adelmemoria. - **3 | cidade daquellemefino Estado,
…...…………………….… Sobem poderia fer,que efte fof
... iii ...fºi . , ; 25"... ||fe o titulo, com que o intituio:
|| 1 227. :
1,… A e Segunda liberdade, |mas na verdade era Bifpo de |
o : 4 o Senhor de Mar-||Marrocos,o qual nome deu ºde-* #Lug |
lei 4, º focos concedeo aos|pois o Papa Innocencio IV, ao ":""
#Chriftãos de feus reinos,foi que | Bipo D.frei Lopo, & dellego- ………
elestineflem Bipo, mas que |zarão fempre todos os feus fuc-| | | |
}
fempre foffe frade danofía Or-||cefores. Não erão Titulares e{-| … º
} Hemferafica.Foi dada etalicen. ItesBipos,fenão de propriedade,
- - -
*-

----- --- **
#
* * * *"
:
===
; –– com #
--r-- I \,
- -- ••---- - *: -••••••- - ………--+-----
}
— • •

----
*--*

AMenores na Prouincia de Portugal. -


• }

com actual juritdição, que elles | Gregorio IX o edificio deltain


exercitauão nos Chriftãos. que |
figne Igreja, fobre elle, como;
ou etauao catiuos,ou por algum pedra muito firme, o fundou.
infortunio (e paflauão á viuer Mettido entre os lobos de Afri
naquelas partes, como erão os ca apafcentou, & defendeo o
# que então affitião no bairro, in rebanho de ouelhas,que tinha à
titulado de Euora. Pelo q la fa fua conta, com incançauel cui
zião refidécia entre as fuas oue
dado. Foi rompendo aquelas
ilhas, como iremos motrando: incultas matas coarado da pre
de tal modo, que no anno de gação Euangelica , donde fez
| 1419 por etar aufente naquel grande colheita pera os celei
ile tempo o Bifpo D. Frei Pedro, |ros fantos de Chriftãos, que cô-| |
fez eu Vigairo geral,& Gouer fortou na virtude: de Mouros, q
inador da diecete o Papa, Martil comuertia à Fè. Por eta caufa
riho V. a frei Martinho de Car padeceo muitos trabalhos, nos
denas,q nefa occafião (e achaua quaes (e o fofriméto era de cor
em Marrocos.O bipado era po deiro manto, o brio era de hum
brg, (nem auia outra Sè, fenão a | leão generofo, q zelando a fal
nofía Igreja) trabalhofo,& arriº uação de feus fubditos, não re
cado, quaes forão os antigos da | ceaua romper por grandes dif
'; Religião Chritaam, mas pela ficuldades.Andando affi com ef
|-
me{ma rezão, paletra, & exer taoccupação, acompanhado de
# <icio de fantos merecimentos. fingulares virtudes, entre as
Demais dito os Minitros ordi | fuas ouelhas como Pator verda
narios, que affitião nas funções deiro, chorado dellas, & accla
Epikopaesierão fo os nofos fra mado por Santo, pelos annos de
des, moradores no fobredito 1246, o chamou a voz do ceo,a
| CQnuento,riº - fºi #;", º : ~ qual lhe prognoticaua felicida
m. 3: O primero detes bipos des eternas. Fazem delle muito
foi o venerauel padre D. frei honrada memoria os nofos
*19.
| Agnello, que quer dizer(ºrdeir ** Annaes dos Menores, & | n.3 a.&an;
|
C.217.1

nho: nome mui accommodado | #… Martyrologio francife º * *33.n.**


| com a fua pureza, & innocécia. * * * * C2I1O 3 OS 14 de -

|
|Tinha vindo a Hefpanha co sã … : iilºr… Março.
| • *

ro freitoão Parente, por mãda * . * … i., 1 * * * * * * * ** * * . .

do de nofo Padre ferafico, pera


plantarem a Ordem no reino de :: : : : :
: #
||-Aragão. Aqui grangeou tal no * * * * * * ** *
| me nas letras; & na virtude,que * < - •

}
querendo leuantar o dito Papa
|
- ___……………………--- ----******** ---- - –D-d4- ---- GO--- * -> ---
32O Luro III.Dahfloria Serafica dos frades
coRo A TRIvNFAL DE SETE!
\
Martyres em Seita.
CAPÍTV LO XVII., me{quitas em templos, os ritos
Mahometanos em ceremonias
Quandovierão de Italia, & Chritaans. Aqui padecerão pe
do que lhes faccedeo até la Fè fete gloriofos Martyres da
nofia Religião:aqurtiuemos de
a fua prifão. pois muitos annos hum conuen
I Omadas por eta vez toda nofia Prouincia, que cha
D? *
feras brauas de mão de Portugal: a eta cidade fe
eftendia tambem, como a Mar
"Marrocos, as da cida
de de Seita ficarão por aman #ocos, o ditrióto da Cutodia
far,& agora nos degollão cruel antiga, que tinha o me{mo tituº
mente fete cordeiros innocen lo,na qual fe originou a fobredi
tes do rebanho Francifcano. Té ta Prouincia; & húa vez, que o
affento eta celebre: cidade fo bem odo
lugar martyrio
forão era nofo, tã
os Martyres. •

bre a bocca do Etreito, pela


qual fe communicão dous ma
• |-
2 •
Tres coufas acerca del a.Chronol.
res,o Mediterraneo, & Oceano: ||les diffe hum º Autor moderno, monañig
naquela parte de Africa, que|as quaes não ouuerº de dizer, e *#
pertêce à prouincia de Habath, |lera a o menos o Martyrologio lºi.
húa das fete, em que o reino de Romano. A primeira, que erão
Fêz foi diuidido pelos Mouros oito em numero: "fendo tão fo
nalgum tempo. Chamoufe dos mentelete. Afegunda,que hum |
antigos E/Sil/a: agora fe chama delles fe chamoufrei.»anºeknão |
Seita por rezão dos fete montes, auendo ete nome entre todos.
que a cercão, os quaes por opi A terceira, que padecerão em
|nião d'algús Autores tão os mef. Iunho: auendo fido degollados
- - •\ - •

| mos, a que Plinio chamou ºs fete em Oitubro.Os feus nomes erão


Irmãos. Era afombro lamenta etes. Frei Zaniel, frei Samuel, frei
|uel de Hepanha, donde faio o Angelº, frei Leão frei Nicolas,frer
cutello Sarraceno,que nella exe Hugºlino, frei Domnulo,a quem cha.
|cutou a fua detruição: mas veio ma Zomno o dito Martyrologio.
| a humilharfe debaixo dos pês Sendo todos das partes de Italia, |-

do esforçoLufitano,4 depois de sò de dous fe fabe, onde nafce


a réder lhe imprimio o fanto fi rão: fão Daniel,em Beluedèr: &
|nal da Cruz, conuertendo fuas fão Nicolao, em Saxo ferrato na
i - - Lom
*

} >Mºrra Princia de Portugal: 321


Lombardia.O fanto frei Daniel emeñRãO PGFafento HeroT㺠li
era Miñitro da Prouihéia de|Religião, "o qual em mais de
juto, & de vi- #### ###
| dºCalaApºtbriaolic,homºsºemqual de prez5-||fuertos tempos"dó anno de
em

# # # # |f6f2?tè #### i##7.


maeluaecer, antesquiz renun-||affenta 6feu martyrio: Né quiz
cialis paramor de leu Chuito, Łº"# dife,
que conferuAllº com perigo de||4úéô Minifrögeral frei Elias,
| tua indignação. E aggregando a ferido Vigiraje ?NP,S. Fran
fios outros feis companheiros ||cifdo"; hes concedeo á licença.
de fêmelhaate-pirito; peyião||Háfnir filhºtal húmir,
todos licença à frei Elias. que patrífue Fan früntagente vices, :
gopernada a Ordem, pera pre-|ºbtenia fºi atég%.Porque a Re- :

garem em Africa o Euangelho|ligião, viuendo o Patriarcha fe-


fagrado; &elle lha concedeo. raficoºnunqualhe chamou #ti- f. |-
|
fr. Lucil º
Mas porque o fugouerno cor-lafré, 8 ainda que depois de fia #…
rso em vários tempos: antes,&lmorte fantifima veio ater ete, }
depois da morte de abdo Padre]|titulg,não deixou de fºr por fia }
ferafico:nã6 nós conta,em qualilfeu faccefor, & Vigairo; como" }
dellesºinuidá ºa *pade

cer etes!" Gregorio IX chamou a o Mi. m._us
* * *r**… i ! -:alº 2-2-2a, ….::. "2.-.
!
.
idéans , ---
glóríoíbs Martyres...", "" || nitrô, anti Paris Vicarium, que ####
"…… # str Perfua#6ísºfrei Lucas, {e aula de eleger por morte de •

*** | que foi quãdo gºvernou em vi-|frei Álberto. Ou digamos com


| 4 *A* * * · 7 * * *

|-da do fanto Padre;fubtítuido|frei Marcos, que fendo elle Vi-


|- - • • •• • • - - • • •

|
| emifeu Vigairo por elle,no anno gairo,nomeado pelo Santo, no -

| de 14 triã traz poretº fenten ||tempo de fua morte; antes do


| gá os dois Êreóiários,Bracharé- capitulo no inefmo anno o ele- !

|fe,& Francife#6;alem de algüs|ger em minitro,fizerão etaior


} } Áutores, a as quaes depois fe- |mada pera padecer pela Fe de |
. …} guia-frei Artur: Mas temps|[efu Chito. …" ". . .
riº dº por mais pregauê1, ferno anno || 4"Deipedidos de Italia ner
ºoº… de 112 zgouernando depois da |fte fobredito anno de 1 1 27, os i
2 … morte do salitó, tomo dizéneffarecidos Martyres chegarãº| . }
! #$% notas Chronicas antigas, "fan ||a Tarragona,cidade de Catalu
#**| to # nha,&achando nauio pera Sei
fºi boledo, «Rodafo?" Matiano, ta embarcarão(e algüs(que não |
### & freitoão das chagas;referido| poderão ir todos) & os outros A

| | " + | por frei Pedro de Álua no por-lefperarão por outra embarca


} | tentefo Prodígio. E nito com-lção funtos depois,húá feta fei- |
|- ! | corda ja o nofo dito Breuiario, ra,nos arrebaldes de Seita,em o } |

|
•"|
\
.* .

****-**

#
---------
• •

- , - ……………--- ….… …>-- -- → - +……………***********"""""


• •
ba1ITO.

-
- • \
""—

- - F
T

*****--* *

= = ----—
a===

322 "Lurº III.Dah/ioria Seráffica


a do frades
– a " • - * * . * ... -*-
|5ãIfõTãos Chriftãos, que tão] |- ** *** *
- * : "o;* ,

| comerciar com os Mouros,con || CAPITV LO XVIII…


| fultarão entre fi, fecretame nte, | t-siz.. ri a…foi # 3
| em que
.*.
dia, & de que modº en-1} é unith (frerã 2:l… ºk…a.0
| ""
trarião na cidade fem. acharem 6}
*> • • ** * - \ + + + • -

* - -- • • "frerão por C rift -

refitencia. E affentando, que


fizedem a entrada logº naquel fiquantotle na terra viei?
.… agi ;-G fºi dura
|le domingº#feguinte cºnforta
o com os fantos fa-|
# b; u", }

15 f} (}} ">{{{>

|Kramenófia Confiísão, & Gó zººie, ºs ao ital …….…o #


munhão, #
a Deos com | I () Ito dias etiuerão na
cadea fem comero &
intantes prações, que não os *P
#2C fem beber , fartos por
| defemparafe nos apertos da ba - , id

|alha. Ao fabbado celebrarão º |rèm de afrontas,açoutados cada


á imitação depão, |dia,e{pancados cada hora: mas |
-\,

|- •
Mandatohõ,
# |ceando pedacinhdeosChrito, contantes na pregação Euam
que pedirão por efmola, & là
:-•
|uando huns a os outros ºs pés |às quaes o pezo não dobra. Hña
|sºmamo tºhumil dade. Vº: noite,que mais aflictos etauão,
rão toda a noite, & rompendo a os confolou a piedade de Deos,
manhaam, co as cabeças cuber porque deceo fobre elles húa
|tas de cinza entrarão pela cida luz celetial, que alegrande fuas .…… ºk.…
e º

|de, dando a primeira aruorada almas lhes fez etalar as alge


da faluação aos Mouros, &gri mas,& grilhões. E elles,não po
tando que recebeffem o bautif, dendo efconder, no coração o
mo,&a fanta Fê Catholica, fefe feugoto,que tinhão depadece
|querião faluar. Eles afanhados rem por amor de Hefu Ghrito,
|comete feu defengano faltarão do me{mo carcere, efereuerão
|nos mefmos Santos, como feras húa carta aº Capellão dos Ge
carniceiras,por natureza crueis, nouezes, & a dous Religiofos: ..
& depois de fartarem, fua furia hum nofio, & outro Dominico:
nos açoutes, bofetadas, & feri
A que nefe tempo.fe achauão nos |
|das, que lhes derão,arratandoos arrebaldes de Seita,na qual lhes } *

| pelos cordões, com que etanão manifetauão etafua alegria, & | < * * *

.." ; º
| cingidos,os leuarão ao Reique, quanto atè então lhes auia fucº | , { *.O

|como outro Herodes a repeito cedido. Começa a carta com * * * * *


* **
- * \ •

de Chrifto, os aualiou por lou etas palauras do "Apotolo São 4.2.adCo


rint, 1, v.3.
cos mandando, que carregados | Paulo. Zemditº fejº Zeos, Pae de
"{" , -- * |-

de ferros os mettefem em pri no6ofenhork/ Chrifto, Pae das mife


• • • •

Z3lO.
# ^ 1
- 1
: " … : s. c. ;
- -

ilricordias@r Zeos de toda a cºlação,


-

; 1.
|

- * - -- -

__*__*
-
- -- -

………….…T … -- …….…… TT
o qual -

•••
--• •••••- - "" … …………………--- ** **********
Menores na Prouncia de Portugal _325.
º qual defe mã, nos confºla em nº/as de Satanas? Se queres gºzar das eter
kcap. cit.
tribulações. Diz o padre Rebol nos bens,recebe a Fe Catholica, @ deiº
ledo,que fe guardou muitos an xa o Alcorão de teu Prºfeta infame,
| nos no conuento de S. Francifco que nele recºpilou hãa femma de men
de Lisboa:mas hoje não ha no tiras, (3) enganºs. Com ito defe[-|.
.ticia della. . : perarão de poderem perpertel
2 Acabado ete trite oita fos à fua maligna feita,& foi da
uario de prizão, & de tormentos, da fentença contra elles, que
forão leuados a o paço, onde os morrefem degollados. … … :|
Minitros do Rei Mouro fize Ouuido ete decreto,não
rão com elles exquifitas diligen cabião de prazer.abraçauão hüs
cias,pera que fedefdufefem do os outros:chorauão cõ alegria:
que auião pregado.Promettião não cefauão de darem a Chrifº
lhes riquezas: ameaçauão tor to graças pelos fazer participá
mentos atè a morte: alleganão tes de fua pixão,& dores:exhor
lhes rezões palliadas,& fantati tauãofe com amorofas palauras
cas,& apartarão hús dos outros, a padecer o martyrio; &lança
pera que etando fós os comba dos aos pês do fito frei Daniel,
te{em melhor: porèm a fua cõ que era o feu Prelado, tambem
francia rebatia fortemente, to lhe agradecião encaminhallos -

das etas tentações. Pelo que de modo,que podefem com feu


tornando a ajuntallos, forão po | fangue declarar quanto amauao
ftos ajuizo, no qual fempre ref. a Deos. Não fe fartauão de lhe
ponderão, que a lei de Mafame beijarem a mão, & todos com
de era maldita, & torpe; & a de grande feruor diferão. Zanos,
Chrifto,fantifima.Nete tempo | Padre, vº/a benção, @licença perº
húm daquelles diabolicos Mi entregarmos nºfos corpºs à efiada dº
nitros inuetio co fanto frei Da Tyrannº por amor de 1% Chrifio ; que
nel,gritando que fe fizefe Mou comº pobres não quzamos dípor deles;
! ro,& deulhe húa grande cutilla ercomo filhos queremos que n㺠nos
da. Outro mais autorizado lhe falte agºra grande merecimentº da | .
,0

diffe com muita colera, que não | fanta ºbediencia. Aqui leuantou a
quizeffe perder por feguir a lefü voz o fanto frei Daniel,dizendo
Chrifto os deleites deta vida,& etas palauras. Ora,filhos,alegremº
da outra. E o Santo magoado nos em Zeus, que no deu fia confian
da blasfemia muito mais,que da cia, grnos efia e/perandº com corºas
Verida, sò a ela refpondeo: Oh em ºctº. Camos,filhos,ºr não tema.
| inalua", que difa/ºrte blasfemas do mos a morte, pela qual começa a no{a.
/#mº Filhº de Zeos,por nº/a amor en vida. Quando {e virão defpidos
carnadº, atèquandº has defºrcarinº | (em os habitos, co as mãos pre
73 S
**
–a ==
|-

|- E4 — TrTT D7 bifona Serafica dos frades -_-

zas atraz;& cordas ao pelcoço: acerto teria conduzillas a Euro


á os tirauão do paço pelas ruas |pa, pera a qual auia embarca
da cidade pera ferem jutiçados ções, que paflallas a Marrocos,
fóra della,com afrontas, & alga onde a Chriftandade nunciua fe
zâras de Mouros, começarão a deu por fegura.Outros Autores,
cantar,& cantando fempre mui que ele tambem refere, cem os
tos louuores a Deos chegarão a dous Breuiarios, Bracharente,&
o lugar do fupplicio, onde forão Francifcano,efcreuem que hum
degollados,& fuas almas fantifi Infante de Portugal as trouxe a
mas, coroadas de rubis, paflarão ete reino. Mas, ou niftofe con
a reinar eternamente na gloria, fundem cos corpos dos finquo
a dez do mez de Oitubro,do an Martyres, que o Infante D.Pe
no afima dito. Mas a furia dos dro trouxe de Marrocos pelo
Mouros, que com eta fua mor caminho, de Seita antes detes
te ficou mais encarniçada,delpe padecerem, fegundo ja efcreue
daçando as cabeças, efquartejá mos:ou a fua vinda foi em outra
do os corpos,não fomente os ar occafião.E vita a deuação, com
ratou pelas ruas, mas tambem q alguãs Igrejas de Entre Douro
os deixou pelos monturos. Far & Minho celebrão fua memo
c.Pfal. 17.
taiuos, fartaiuos cães no fangue ria, em particular a Sè de Braga,
V, II e dos innocentes; º que no voto que reza delles ja de têpos mui
lauarão elles as mãos quando fe antigos, bem podemos #
virem vingados em o juizo de que na mcfma Sè, cofre de mui
•• •

| Deos. …; º , :

*
• •

• * • • • - -

tas reliquias, ou naquella terra


|……4 Os mercadores Chriftãos fanta, & feminario de Santos te
cõprarão, & recolherão a maior mos hoje efte nofo thefouro ef
:
|parte de fuas fantas reliquias, fe condido. O Moteiro da madre
|pultandoas com honra no alma de Deos em Lisboa, que he de
zem de Marfelha,que foi depois freiras defcalças da gloriofa Sã
oficina de gloriofos milagres. ta Clara, º logra com grande vê-lº. Memºr. m.s da Pro
dan.saar Dete lugar,diz o padre "Vuad tura finco ofíos,&hum dente. • • • unc.do Al
|n,42 •
|dingo que fe trasladarão pera a 5. Forão tantos os milagres, gra.
|nofia igreja de Santa Maria de & tão applaudido o excellente
| Marrocos, & que lá fe virão lu triunfo detes inuinciueis Mar.
zes do ceo (obre elas. Equiuo tyres, é pouco & pouco os col
coute porêm no replandor del locou no altar, celebrando fua
tas luzes co aquelles finquo feta,a piedade Chritaam. Sò a
| Martyres, é nefa me{ma igreja nofia fanta Ordem, fenão mais
tiuerão o feu martyrio, como interefada, fe abtinha detas /Luc.refercit.n.
6.
ainda diremos. Demais á maior honras. Notoulhef Lourenço . 43.
* * *
Surib
____
__l__ +

Meures na Prouintia de Portugal : R25 |


Surio a fua muita cautela: mas de Rainha o etilo ordinario Gós *

nãqua vão a perder os 4 netas Portuguezes antigos.Ela me{ma


| materias tão graues fé motrão (e nomeou defe modo numa 4 P.4.1.14.
acautelados. Depois difo nos doação, que traz a "Monarchia c-9º
|cõcedeo Leão X. , 4 pofamos Lufitana: affi també a nomea o |
|rezar delles,& feítejar o feu dia liuro dos Obitos de Santa Cruz |
cõtoda a folénidade de Santos de Coimbra, q adiante auemos |
canonizados. A fua bulla come de referir;& Rainha lhe chamou |
|ça:Vrfrugifer Ordo: dada em Flo D. Ifabel de Auila, como a fua |
réça a 22 de Janeiro, de 1516, |irmaam D.Tereja,ambas fepul
E porqofeu martyrio fora a dez tadas no moteiro de Loruão,
de Oitubro,6 entra no oitauario quã do no anno de 148o dife]. <reh, da
l de N.P.S. Frãeifco, remettendo no feu º tetamenro. Xanda enter-sºnº de
Goudea.
|ellea o Capitulo geral a eleição rar º meu corpo ante as Rainhas. Pe
|doutro dia, aísêtoufe fua feta a lo q injutºmête cenfurou º frei a an.…g.
|13 do mefmo mez, no qual dia | Lucas a Tiferando por rezão de | T}. $ I •
-

eftão efcritos feus nomes no


|a tratar cóete (eu appelido.!
| Martyrologio Romano. |Outro tinhão os mefinos filhos |
- -
• • • • • • |- … ; *_
de Reis,4 hoje età em vfo,& e-|
º CAPITVLo XIX. ra o de Infantes, como nos diz
húa º carta delRei feu irmão e arch de
S. Clara da
AMemoria da Infanta D.San D. Afonfo o II., pela qual fez Porto.
do reguengo d'Entre
cha,Fundadora do con | mercê
Ambos os Rios á Condefa D. |
uentº de S.Francifco a Toda Palazim no anno de | •|-

d'Alanquer 1 2 17, na villa de Guimarães, & |


declarãdo quê cõcorreo na mer
1229. •
lebrard,
vê ainda eperegrina,
riºV deuação cè, nomeou não fomente a Rai
nha D.Vrraca,mas tábédous fi
f cõ q eta ferenifsima |lhos, &búa filha pelas palauras
* 1.1.c.ro.
& 14. Senhora º recolheo nos feuspa {eguintes,cõ o nome de Infantes.
ços d'Alãquer a nofa Religião, /freef cartha donationis, quam p/$
& cófiderar tãbé como em fuas fieri gº Alfonfus,Zel gratia Portuga
virtudesteue por metres a Sã de Rex,yna tãºxore mea Z), Vrraca,
tos da mefma Ordéjulgará é fe @rflys meis lnfantibus Z).Sancto,êr
|ria injutiça não entrar neta Z). Alfon/0,9% Z). Aleonor.
}}hitoria. Foi filha delRei D. Sã 2.Sendo pois Infanta, & pelo
|cho I.& da Rainha D.Dulce; & nome Rainha, eta denotifima
pela me{ma rezão, de fer filha Senhora,a virtude lhe grangeou
legitima de Reis, lhe deu nome outro titulo, q excede os da ter
—E=—# |
-<
……— - -
------
=
T= 3 26 Liuro III. Da bifloria Serafia # fra㺠•
• --> --------

}
ra: a faber, Eípola de letu Chril Menores, como auemos e Ícrito;
to, a o qual fez facrificio de fua & detas a noffa, ella me{ma a
| fãta pureza. Quizerão feus paes pedio, chanãdo o Sãto frei Za
caíalla, & núqua o confentio, di charias, q ia noutra derrota.Lar
zédo q ja tinha não sò marido, goulhefeuspaços pera fazermos!
mas filhos:etes, os pobres: aquel cõuêto;& nas efmolas, elle era o
ile,o me{mo Chrito. Cultiuaua 4 lhe punha limite com muita
etas açucenas brancas cõ o fan moderação. Recolheo em fua
to exercicio da oração, & lição cafa, & nella os apretou pera i
de alguns liuros deuotos,& tra réa Marrocos,a os nofos finquo
zêdoas cercadas cõ os efpinhos Martyres, os quaes agradecidos,
agudos do jejú,& do cilicio, dei à lua boa võtade lhe apparece
|tada numa cortiça,onde paflaua rão gloriofos na hora defeu mar
as noites, vigiaua,& fazia centi tyrio. Cõeta cõuerfação de re
| nella na guarda dete thefouro. ligiofos fãtosicõeta vifão dos e{-|
| Daquife erguia pera obrar cou clarecidos Martyres-cos conte
fas grãdes na imitação dos San lhos de N.P.S.Frãcífco, a quem
tos, em efpecial da V. Senhora ela deo cõmunicaua por cartas, fe
nofa,a qué feu efpirito etaua af accé fua alma em tãto amor
feiçoado.Seruia em pèâmeza,to de Deos, que mudãdo de etado
das as fetas feiras do anno, a 12 profefiou no dito moteiro de
mulheres pobres, às quaes daua | Cellasa vida religiofa. Mas poto
de comer,& logo ajoelhada lhes q efcolheo afão Bernardo por
lauaua com humildade os pés. pae, núqua deixou de fer mãe, &
3 A os que mais attendião irmaam dos Francifcanos.
a oferuiço de Deos,pera efes,q 4 Deta,& doutras virtudes,de
merecê o fauor, era mãe liberal, 6 etaua ornada, fazia Deos grã
} & amorofa. E afºiauêdo em Alã de cóta etimãdoa como a epo
quer hüas mulheres deuotas, a fa fua, por cujo repeito fez al
todas as futétaua, & a todas re güas marauilhas fôra da lei ordi
colheo no me{mo lugar,onde a naria. Quãdo (eu irmão, o dito |
gora età a ermida de Nº/a Se Rei D.Afófo,lhe quiz víurpar as
nhora a Redonda. Por eta me{ma terras, q feu paelhe tinha dado,
rezão fundoujunto de Coimbra cõbatédo por armas a villa de |
pera freiras da Ordé de Citer o Alanquer,onde a me{ma Infan
feu moteiro de Cellas, pera o tafe auia recolhido, em quanto
|qualle paffarão algúns Beatas do ella efteue em oração, os feus
dito recolhimêto.Na mé{ma vil foldados, fédo poucos , lhe
defenderão com valentia os mu
la emparou nos feus principios as
duas Religiões,de Pregadores,& ros; & as guerras pararão em feu |
-

r= *-+ +
fauor.
*=
=-
| —--*============== …

__*Maiores na Prouncia de Portugal. "


|# TNo moteiro de Cellas - reuerencia húa coifa de faces,
deu algüas fandes admiraueis: guarnecida de rendas d'ouro, &
no de Loruão, depois de morta, prata fobre húa fita parda, da
fararão muitas pefoas pelos feus | qualvfaua primeiro q foffe Re-}. p.4.4. •

merecimentos; em rezão dos ligiofa. Cornito fatisfizemos à ## 1.6.


quaesepera ainda a deuação. nofia obrigação, retnettendo o |w.na chroti
de Cift. 1
dos fieis, q fe efèreua feu nome. curiofo leitor a os padres "frei 6.«.34.
(, na deféf
no Catalogo dos Sãros. A mor | Marcos de Lisboa, fr, Berhardo da Monar. 1
refeifemelhante à vida,deuota, [] de Britto, "frei Bernardino da Luft. C41 |
n.p.4.l." <!
& exemplar. Etauão as circunfº. Sylua, "frei Antonio Brandão, c.9.1 o &
tantes rezando-a ladainha che l. 1 #c. to |
&º frei Luiz dos Anjos,que del b. no Iard
gar㺠sim plbrarem feu fauora la efereuem mais largamente. de Portug
67.
intercefsão de todos os Sãtos, &, :*, *, * * * *t, ** ***… & .…::: .:: - •

| Santas do ceo,dizen do etas par º CAPITV Lo XX.


- - --- * * * \> …
lauras:ºmmerSa»th, grSantia Dei 2i2 → Ci
+
º .*\…" |-

|
mºrtedteprºta, & naquelle me{-
mo nto,no qual arece elles il-iiº}} afim" pra Minha
|Hé fºi: 49.94.1, , ryº, 2.1

|| "f":""""##|# *Hjunha,
egaemala anufa Cu/lodia
toa alma do engatulo do corpº||4
} # da # º de Portugal é difeton- | |
|dos epiritos Ángelicos;á 13. ºllºººººººra, % anrra? * * •

| || .………#|#####uni |
|de 1129 conforme a oliurodos || r Tº Oitetemunha devita "123o.
i |Obitos de Santa Cruz " o anno
de Coim-|#', # 7-yla de 1 233.d'quel- **

• • |bra,contando dias pelos idus, & refolução, que fanta


} pela Era os annosferio Ilus2ár| mente tomou o Papa Gregorio
|- |rj Krgina Z Santia,filia Regis2.Sã-||1X em priuarafrei Elias do Mi. 1.
|chy Regina gºzºukie.Era 1267 || nitrado geral. Porque aínda q }
| Isaº irmaama Rainha D.Tereja, \l era homé prudête em os etilos |
{ |que lhe affitio na morte, kuoulEdô n ńdo de grãde authoridade, |
il pera Loruão ofeu corpo, onde |& etimado dos Principes: as
|lhe deu tepultura. É feellareí-|| quaes partes não tão muito ordi-lº
|taurara efia cafa, como cuidou narias:era menos reformado, do] …...
("chrº-\por engano fDuarte Nunes do || 4 c5minha à cabeça d'ht corpo
# Leão,a quem tegui 4 frei Hiero: il tão penitente;& pobre,domohe
###nymo Roman,muito mais culpaid a notia Ordê introduzindo (2O ta
li##dó fora no q també efereueo: }
mofo edificio da Igreja de Asis
| | " | }:aber,4 etáua fepultada no ditdi a mefna relaxação Demais dif.
| ! | moteiro de Sãra Cruz. No nofºll to trazia atropelados, & perfe- -

| || | |fo de Alanquer guardamos cºm liguidosos melhores/ajeitosaopé] |


|-— E_SE –
*
te=-=-=-*-

} 328 "L"TDT na Srafia…75


ele deuia mais eltinar, qual era pºrouincta,&o de 123o.no qual
fanto Antonio, & outros de fe foi afiúpto pera Minitro geral:
melhante virtude,que zelauão a o fegundo, quando agora fefez
perfeita obferuancia, em que fe eta fua promoção; & nete vlti
tinhão criado. O Pontifice era |mo põtoetão os Annaes corrê
tão afeiçoado a N.P.S.Francil. tes. Todos etes tres Minitros
co por luas raras virtudes, que prouinciaes de Hefpanha forão,
--

lhe chamaua few Padre, gloriah Varões muito infignes na noffa


| dote com fanta emulação de fer |Religião:os dous primeiros, am
mais feu,do quenofo,como nef bos depois Minitros geraes da |
4,friuc. (e melmo tempo" etcIeueo ao Ordéia faber,o padre fr:Ioão Pa|
|-

hoc.an.n. =
Capítulo, geral, dizendo etas rente,como afima difemos;&o |
palauras. Zeatum Francycum, Patrá padre fr Alberto, eleito name{-|
nº/truns,Gryfirüm: fortè autemma ma occafião, em q o dito Põtifi |

gs nºfirum,quâmv?rum. Pelo que ce tornou a priuar ao me{mo fr.


defejando confetuar o grande Elias do Minitrado geral.O ter
nome, & credito da noffa Reli ceiro,4he fr. Ioão de Plano, foi
gião, priuou do Generalato a o Embaxador do Papa a os Tar
dito frei Elias,em cujo lugar foi taros,como a feu tempo auemos
eleito pelos vogaes do Capitulo de efcreuer...::.::. ::', , ……
o fanto fr. Ioão Parente,do qual | 3 - Não nos gouernauaja as
ja º temos tratado, fendo Mini |calas de Portugal em os 14 de
tro prouincial de Heípanha,que Iunho de 1233.ete terceiro Mi
|continha nos termos do feu dif. nitro, porque nefe me{mo dia
tricto as cafas de Portugal. cõmetteo o dito Papa a outro, o
2. Mas agora nos importana qual chamanão fratzingº,oufrei
|faber,qual foi ofeu fucceflor na laçomenclatim frárilacebº, ab
fobredita Prouincia, & não te: foluefe d'húas centuras a elRei
mos mais roteiro,fenão osnofsos D. Sancho II, como então aue
Annaes,ó não fe declarão bédi mos de declarar. E por etano
{ 2fl. 1 2 II •
n. 5. &an. zendo em º húns partes,q fr. Al fa conta forão quatro os Minifº
1 239, n. 7. berto de Piza lhe fuccedeo no tros prouinciaes de Hepanha,
dan. * 1 3o.
n. 16. eficio;& "noutra,á freiIoão de cujogouerno chegaua a eterei
# Plano Carpim fora o feu fuccef no. Mas como no dito anno (e
|
for.Mas tudo podia fer,fe ditin diuidio a Prouincia em tres, as
guirmos os têpos,de modo 4am | quaes fechamão agora de Cfella, |
bos lhe fuccedeísé:a faber,o pri | de Aragão,de Sãr-fºgo,tãbé os Pro.
meiro,em algúa vacatura entre uinciaes, apartandó{e cada hüa
os annos de 12 19 em q fr. Ioão | cõ o feu, ficarão multiplicados,
Parente,começou a gouernar a ...A nofiaCutodia de Portugal foi
• ">
nefte
=+-
-!..
****** - -TT ----
Menores na Prouincia de Portugal. __ 329
dete tépo vnida à dita de Sant- mos pouco dando noticia dos
Iago;á ainda permanece, & po-nofos,que tiuemos na Prouin
iderà ter Chronitas,os quaes.cõ-||cia de Portugal depois della
{ • • • • • /\ • •

têteus Minitros;q nôs não fare-|| chegar a etectado.


: : :::: :: : : + •

: ::b c .. .. º , , , |-
, , , - ,, ,,… 2 -;

··· ·

VIDAMORTETR AS LADAÇÕES,
| | &prodígios de SAntonio de Lisboa.
….. …" … …" * * * *
--* 2 * . * ….…::
º CAPITVLo XXI. * #Trºja 7aueira,a os 15 de Ago
, ," . || to de 1195 dia contagrado à
Do fanto, é admiranel dif- Afumpção da Senhora, que o
*:: ---- # --> . .\ i . ,
adoptou por filho, como fe vio |
alí, defua vida atºvar | nos efeitos em muitas occa
, , , /l/l ufa Religião. º || fiões. No bautifmo lhe foi poto
f- - _>": , , , , , |o nome de Fernamb, & criandoo
Tº! Ete mar tão dilatado|feus paes depois que teue idade |
I 231. f: , , de virtudes, & mila- no fanto amor de Deos, a graça |
# " # ', , , "; gres, maior culpa ferá dete Senhorfe anticipou a el
nofa encalhar, ou lançar ferro, les, imprimindolhe na primeira
que largar todo o pãno etendê-mininife húadeuação notauela |
do a viagem. Efe outros a fize-||refpeito da fobredita Senhora.
rão porfeus interefles proprios | Porque nunqua em os fabbados |
da deuação, q tinhão a ete San-Jitomou o peito á Ama, fem que
to:fendo ele portuguez filho da |ella o leuafle cófigo à me{ma Sè,
|nofia Prouincia de Portugal no londe età húa fua facratifsima |
|etado de Cutodia: profeto na |imagem, chamada de Zetantor, |
nofia communidade de São Frã- diante da qual (e alegraua gran
cifco de Coimbra,poto que ef|demente o Minino, abalançãJo |
teja hoje mudada a otrofittio: || o corpo, & etendendo os bra
injutiça fora grande, & não sò ||cos, em final de a querer abra
ingratidão, negarlhe efte lugar, 1çar.Primeiro foube o nome fan-}
|ou darlho por comprimêro, fem to de 2ária, q os nomes de feus |
|olutrofo ornato de fuas Prero paes;& antes de falar bem,ja fá
| gatiuas. **, , , ", - bia a Aue *taria,t)epois de creí,
2 . Nafceo pois o grãde fan-||cer nos annos, os feus pafatemº |
|to Antonio na cidade de Lisboa, | poserão etar de joelhos diante
defronte da fua Sé, de paes no-|deta Senhora, & a ella ofere
bres na virtude, & no fangue, ||ceo por húvoto fua pureza vir
| chamados Atarum dezulhº#, & Ilginal.Seus paes tambem o ofe:
Ee 3 recerão, |
Isaaa…== ***
---- –== === X__"

33 O Liuro III. Da hiftoria Serafica dos frades


inteirar por fuas mãos o pote dº
recerão, como outro Samuel, no
me{mo templo a Deos, encom agua,que quebrara húa moça…"
mendando feu enfino a os reue , 4 . E como co a idadade co
rendos Conigos, com os quaes nheceo mais claramente os em
aprendeo,alem de muitas virtu baraços do mundo,em fendo de |
des,alér, efereuer, a grammati quinze annos fugio delle pera o
ca,& mufica; & çom eles can Sagrado fanto do reformadifi
mo moteiro de São Vicête, fó.
taua em o feu coro os louuores
do Senhor. ra da me{ma cidade, onde pro
-

3? Dito tomarão alguns | fefou a Religião illutre de Co


motiuo pera dizerem, que fora inigos Regulares do padre fanto
Moço do coro,& cõ pouco fun Agutinho;& acabados dous an:
damento, feattérarmos a oeta nos (e mudou pera o outro de
do pretente, no qual etes Mo Sãta Cruz de Coimbra, da mef.
ços hoje fão feruos, & mercena ma Ordem Canonica. Em húa,
rios, que feruem por etipendio: & outra parte, maiormente em
o que fanto Antonio,fendo feus | Coimbra, crefceo muito na vir
paes nobres,& ricos,não auia de tude,& nas letras, fendo epelho
fazer. Mas, aísicomo os paes de puriffimo,no qualfe represéfaua
fão Placido,& de fanto Thomas com todas as perfeições a vida
de Aquino, que erão ambos il religiofa. Eftão porêm efqueci
dos os cafos particulares; &cõ
lutres,fizerão delles oferta: do
primeiro,a fão Bento: do fegun municandonos os Padres do di
do," os monges do Monte Caffi to moteiro de Santa Cruz do
no, da fua fagrada Ordem: pera cumentos,& papeis em ordem a
q os doutrinafiem em fanta cã eta obra, só delle nos derão 2. Seita
uerfação,que tambem feria can pouca noticia. Mas ouue" quem ferm. 1.
de S. An
tar no coro: dete modo foi en efcreuefe,que etando certa ho. tOnla

tregue a os Conigos o fanto mi ra occupado no á lhe tinha mã


nino Antonio;& fe a repeito da dado a fanta obediêcia, a o tem
fua pouca idade lhe chamarem po, que na mifa conuentual fe
.3únino do coro, a ito não repug leuantaua a Deos, elle o vio cõ
namos. Lutrauão fuas virtudes fagrado em as mãos do facerdo
co fogo da caridade, que tinha te, penetrãdo a agudeza da vita,
pera os pobres, & fendo Minino eleuada do lume celetial, mui
fanto,tãbem era milagrofo. Afi tas, & grofas paredes, que lhe
o età motrando ainda hoje a ficauão em meio. .
Cruz, que abrio codedo em pe 5 Nas letras,foi admirauel
dravua na efcada, que fobe pe o muito, que alcançou co taléto
ra o coro; & affi o diz a fama de Peregrino,oração feruente,etu.
, ... :* O-"; |-

do
sem

|- - - - - *-**********---- "…--Rº.

AMenores na Prouincta de Portugal.


- - - - ---a-- • – -
3 34–
1# -

do continuado. Enthefourcuna]] pouco fazia cada húa em Iho ,


memoria húa multidão,no pare-|| querer conceder. E fenôs con
cer infinita, de autoridades fan || fºfamos ao illutre moteiro de ? •|•

tas affi dos dous Tetamentos da | Santa Cruz, que nolo deu ja le-,
E{critura fagrada, como dos Pa trado, & ja fanto, porá àuém) OS ;
dres antigos,& reduzindo à pra | de negar,que tambem nolo dê{->
xe a efpeculação dos myterios fe facerdote ? Não ficaua dimi
mais altos,allegorizaua tudo pe nuida com ito a nofa infigne.
raproueito das almas…Mas fem gloria de nos bufcar hum fujei
negar eta gloria ao Real mof. to dotado de tantas partes. E da •

teiro de Santa Cruz, que foi a do, que, nos faltaffe o gato de |

tua efcola, nem o Santo nefe lhe darmos o facerdocio-fanto,


tempo tratou muito de apréder recompenfado ficaua com eta
as fciencias humanas, né etaua confolação, de parecer tão airo:
cõ{ummado na Theologia myf (o no habito, pardo a N. P. S.
tica, como eteue depois á nof Francifco, que lhe chamaua meu
fo Padre ferafico o mandou ef Zipo Bem vemos, que tinha le
tudar co Abbade de Verceli, da tras,virtude, & a idade batante:
| Ordem dos me{mos Conigos. E mas tambem podia acontecer,
fè o curfo foi breue, penetrou que por fua humildade, ou co
muito mais nele co a pureza da tume d'aquelle tempo antigo(le
alma, & deuação do epirito, do então fe v(ou ito), ou outro im
que a outros importão etudos pediméto lhe dilataffem as Or
de largo tépo. De tudo nos deu dens, E alfi mais auemos de ad
km cºm º notícia o fobredito feu" Metrel|mittir nete cafo as tetemunhas
#### pelas palauras feguintes. guod || do facto,que fomente conjectu
pse" gregº m fantio Antonio de Ordine||ras. O padre º frei Marcos fe-ep….. ::
fairum.Yanorum experiufam, qu]|guindo huãs Chronicas antigas, #;"
cum ºfer minús imbutus literis fecu-||feitas fóra dete reino, Mariano ",

laribus,animpuritate, er mentis ar-||de Florença, & frei Peregrino


dore facceofus myfiicam Theologiam, || dizem, que ja era em Sãea Cruz ####
captum mentis excedentem,Crferuen-||facerdote. Contudo o Breniario #
ter defideraurºr abundanter hauí. Romano, do qual não fe aparta ;*
6. Se ele aqui tambem fe|| o nofo, no dia da fua feita, ##
ordenou de Sacerdote, ou de-||"Vuaddingo, º Pifano,/Surio, ####
pois na noíla Ordem: he ponto || Leandro Alberto, º Mattheo ""?!?
que mais toca na verdade da hi[-| Aleman, "a Hitoria da Igreja #
toria, do que em louuor algum ||de Lisboa, o Agiologio Lufira- {', # }
das duas Religiões.Porque feel ||no, todos dizem, que entre nºs lº: .
|le em ambas merecia eftegrao, "fe ordenou na cidade de Forli,
·-

Ee 4 Channa
324 | TTTD7 Mim Serafia #
chamada d'outros Forliulo. E diz tertou, declarandolhe tambem
o me{mo Leandro, que em Bo algüs fuccedes vindouros. Com
lonha de Italia cantou a primei ifto acabou de arrancar as rai
ramifa. Pelo que não a dizia, zes, que lançara naquelle fanto |
mas affitia a ella quando vio de jardim de virtudes peregrinas, |
Santa Cruz ir fubindo a o ceo & auida a licença do feu Prior,
com refplandores de gloria a chamado Z).leão Xáfire, deixan
alma do nofo primeiro frade, q do muito grande fentimento,&
morreo em Alãquer. E em quã fudades nos Conigos, fe paficu
to o {obredito Breuiario não a os nofos Francifcanos. Difse
| retratar o que diffe,etamos de lhe hum delles nefas fuas def
te acordo." "… * . pedidas,que auia de fertanto, a
º ? Nefte eftado viuia fanto o que repondeo como Profeta.
Antonio,melhorando cada ho Quando º vós cuuirdes,das muitas
|ra na fantidade da vida, & afpi graças a Zeos. O demais que fe
rando fempre à mais alta per paflou entre ambos, anda agora e Hift. Ec
feição,como bom religiofo. E º referido largamente; & nòs cleí.de Lif
boa p.….c.
fabendo por conuertação dos gabamos a memoria felice de 3.3 n. 13.
nofos, que morauão em Coim quem ainda (e lembraua detas
bra, & ião pedir e{molla a o feu fuas miudezas, não as achando
Real moteiro,fer fundada a nof efcritas poto que afirmou por
fa Ordem ferafica no altifimo falta della com erro, que nefse
defprezo de todos os bens do tempo era fºguida de poucos, nem
mundo por amor de Iefu Chrif tinha ºpprouação dºs Summes Ponti.
|to, de todo o coração (e afei fices a noísa Religião; por quanto
çoou a ella. Ferueo mais neta o contrario he certo,&ja o aue P. prelº.
a.& 4.
fua deuação, quando vio ferle mosº dito.
uada a o ceo a alma do dito fra
m.l.n.e. 14 defegúdo" temos efcrito. Aca CAPITV L O XXII.
bou de abrazarfe co a vita das
|reliquias fagradas dos nofos fã Saico Santo de Portugalpera
tos finquo Martyres, coroados
em Marrocos, determinando Africa, transformado noutro
tomar o feu proprio etado, & homem,83 continha em Ita
r =
|-
/ profefíar noffa regra pera ter a ha com fua vida +
#4

me{ma occafião de padecer pe
m, Marian. la Fé. E andando com efte fanto angelica. *

Florent.]. propofito,ºlhe appareceo N.P. | 1 Ezete notauel tranfito


* c. 16.
fr. Luc.an.
à 22.O, I) Ul ,
S.Francifco, o qual nefe tempo o padre fanto Antonio
*
|{{|

54.
refidia em Italia, & nelle o con- da cafa de Santa Cruz!
- -
== == " * ————****
--*-
- - -- - pera
—*"
| +++++++
• - *** **aa
- Menores#Prouisia de Portugal. # • #333
permancia de Santo Aarão dos duas Religiões de Pregadores,
Qiuaes, na qual então affitia & Menores, porque não conti |
mos,em Nouembro do anoo de nhão o decreto irritante,que de |

122o tendo elle 2 51& tres me || pois introduzirão" outras letras #


| zes de idade. E transformado |Apotolicas. E netes catos, rei &##.
noutro homem,vetido nonofio| núciando expretaméte o Noui- # |

hábito humilde, & penitente à| çõ;& a Ordem o comprimento, i

|imitação de Chrifto,até o nome| & inteirezado anno, que fe deu


trocou, deixando o de Fernandº, a fuor d’ambas as partes, em *

*
|| & chamandofer.Antoniaiporre qualquer dos doze mezesfe po
|zão do dito fanto Abbade, Ti dia profefsar. No padre fanto
tular da me{ma cafa. Aqui co :Antonio tinhaito mais lugar,
|meçou afernquiço,não fométe | porque nofsas…afperezas dizião
} no etado de frade de São Fran
|cofeu epirito, & a fua fantidade
}cifco, mas tambem nos exérci era fabidados frades; & por iíso

|cios
•cgra.fantos, que pedepenitencias,
Acrecentou a nofía re no principio do anno feguinte
de 1221.lhe dêmos a profiísão. }
} multiplicou humildades, amon Teue logo a licença pera ir pre
}
ktoou deuações; & quanto mais garem Africa, co a qual e def|
Falongado feivio das coufas do pedio de Coimbra, leuando por
mundo pela parte da pobreza companheiro ao lanto frei Fi
etreitifsima, que entre nôs fe Flippe. "… … …… . *** -->

profefa defcobrindo deta alta ir "} - Tomarão ambos o ca


eminencia mais claramente o minho de Lisboa pela parte de
|ceo, gatada o tempo mafua có Leiria,onde ha fama contante,
##plação. Elaserão as fuas grã que na paragem, junto da fua
}des delicias:feguir pobre a Chri retrada, em que agora feve húa
+
|-
to pobre pelo caminho da permida do me{mo finto Anto
| Cruz. Apertauao porêm aquelle Enio,etiuer㺠delcançando. Da
forte defejo de padecer por feu | quicortarão pela villa d'Alpe
amor em Marrocos, procurãdo driz,a qual em outra ermida cô
pera ifo a licença com tanto fetua eta memória, como tam
fetoor,& ancias,quebteuemen E bem dentro della a conferuaua
|te lhe fizerão profifão. no tronco de hum pinheiro, a
il, surde … 2 Cotumanão e ºetas pref cujo pèfe fentarão. E depois de
Relig. to.
3.1.5 c.*** fas naquelles tempos antigos, vificarem a milagrofa imagé de
” não obtante a{si a dipofição noísa Senhora de Nazareth,por
| da nota regraferafica,& do de caufa da qual fizerão eta dig-| |
;b fr. Luc.
lan. * * *o-n
reito Çanonico,como "húa bul |gre(são deuota, no cenmento de
-

|47. *"|la de Honorio III. dirigida às }São Francifco de Lisboa e pera



-

-.- rao
-
- — -

* *** *r***
---- - - --- - …--- - - ••••* ***
••
.………== — • • --------> →m.

334_Liuro III. Dahlforia Serafia dº frades


rão alguns dias naulo, q os pal- | olanto Patriarchateadoojº co
faíse a Africa. Vinha fanro An |nhecido em efpirito,agora difsi
tonio tao etranho no feu nome, | mulousem tratar, nem difpor
} wor".'} = }
|-

#
|- • •
r", # -* tão disfarçado no habito tão pe delle, por fazer experiencia de
.. oO C | nitente no roto, que a penas o | fua grãde virtude. Os Minitros,
* …!...): 11
, || …..1…"º conhecião os parentes, & ami que o vião encolhido, macilenº
gos, que d'antes o conuertauão | to, & com a cortdesbotada dos
|
|
*#

E venerãdoo todos porito me{-} jejuns, & da doença, julgandoo


|imo,que vião,o intento de ir pre |todos por inutel pera feruiros
gara os Mouros, & morrer em| conuentos,nenhum opediope
|{uas mãos, conuertia o repeito | ra a faa Prouincia, Ebortanto
| em grãde admiração. Porém ele rogou a frei Graciano, Minitro
quando, ja depois de ter faltado| da Romandiola, em feu nome,
em terra nos areaes Africanos, | & nb defeu companheiro, que
afiaua na pedra de feu efpirito a} os leuade configo. E aceitãdoos
lingua miraculofa, que auia de | elle , mandou a tanto Antonio
falar: então fe vio atalhado del pera o Monte defão Paulo, & o
repente com húa doença grãde.| fanto frei Filippe pera a cidade
Afilhe faltou a efpada do mar de Catello, onde o deixaremos
| tyrio, mas nem por ido deixou agora atè o anno de 129o, nos
de fer Martyr no defejo, refer renouar fua bendita memoria.
uando o com vida o alto poder … 5… Era o Monte de fão Pau
de Deos pera faluação de mui lo hum'Oratorib deuoto,ditanº
tos,& emparo da fua fãta Igreja. te húa milha de Bolonha,retira
Pelo que tornando a embarcar do do comercio dos homens, &
fe pera vir conualefcernete rei muito aceommodado pera tra
| no, & depois inuetir mais alen tar com os Anjos. Aqui gozaua
tado co aquellagente barbara,o o Santo da fua cõueríação, met:
mefino Senhor do ceo virou a tido em húa lapa, que lhe feruia
| proa da nao por meio d'húa tor de cella, paflando o tempo em
| menta, & deu coelle em a Ilha perpetuo filencio, cõ os joelhos
| de Sicilia,donde França, & Ita em terra,& os olhos derretendo
lia, como a feu Protector em a fempre lagrimas, pelas quaes viá
"pureza da Fé,oetauão e(perãdo. melhor os myterios, q contem
4. Aqui foube, # Pa plauano ceo. Defcalço, & enfreel.
| dre ferafico na feta o Penthe.
nhado num facco,golpeaua o do
|cote auia de ter hum Capitulo corpo à ponta da difciplina,del
|geral na cidade de Afis, & lafe pontandolhe os brios cojejum
i| foi prefentar diante dele, pera | de pão,& agua. O leito , em ue ] : ;
etar pelo á lhe ordenafe. Mas dormia,era a mefmaterra duraiol |
-

}—#—cabe
••••••• ---------------**** *****--*-+.…

}Teorema Prancia de Portugal ;;;



cabeçal, hua Pedra; da quãTcãºlhes o Guardião, que quizeitem
i ma v(ou fempre, como motra prègar, & confolar os feus fab
outra pedra, que por lhe auer ditos co a pilaura de Deos; &
feruido nete me{mo miniterio, efcufandofe todos, ele inouido |
W fr. Luc "età hoje coroando em a cida de infpiração do ceo mandou a
àn. 1263. de de Padua o arco da fua ca fáto Antonio, do qual não tinha
hº. pella mor. Comito enfraque tratado, por lhe parecer inutel
:
ceo de maneira, que pera fe ter pera ete miníterio, que fubife
em pè, auia de ler encotado às ao pulpito. E contrangido o
paredes. Seruia os outros frades Santo da virtude do preceito, q
nos oficios mais baixos da co venceo a humildade,rompendo .* … .

zinha, & da cafa; & cegandofe medrofamente as cadeas do fi


co a fua humildade,nem pera ef. lencio, depois de ter começado |
tes entendia que pretaua, nem o fermão, em foltando a o vento
aípiraua a otros. Dete modo (e do efpirito as velas da eloquécia,
foi desbatando,& polindo a co taes conceitos leuantou, cõ tan
lumna, que auia de futentar a tá propriedade, & concerto de
Igreja. Dete modo foi laurãdo palauras,com tanto feruor da aí
debaixo de pardas cinzas o fo ma, que admirados os ouuintes
go,que auia de abrazar corações conhecerão muito bem fer inf
enregellados. Dete modo fe foi trumento de Deos a fua bendita
enchendo das influêcias do ceo língua, a qual dantes por humil
o vafo da eleição do Senhor,que de etaua em mudecida. Deufe
communicou a muitos as fuas conta a nofo Padre ferafico, o
mifericordias. - - -
* como prelado muito zelo
o, que etimaua talentos ajuda-|…… | "." ":
cA PITV Lo XXIII. dos da virtude, ordenou á etu
daffe co Abbade de Verceli, hú | -
De fua miraculf fiencia, dos famofos Theologos, que ti
nha aquelle tempo.
prefença em duas partes, &# 2. No anno de 1 221. en
- + •

talentºpera "pulpito. trou nas fuas efcolas, nas quaes


|montou tanto no etudo co a
|! Hºgou o tempo de fe pureza da vida,que entendia os
, dar a conhecer efte Mi
• lagre do mundo, & foi myterios do ceo,como feos vi:
ratodos, & confefaua feu Mef>
quando na cidade de Forlicõ tre,que ele lhe declarara algúns
correo com outros frades, Do difficuldades, cuja expofição,
minicos, & Francifcanos, pera | reuoluendo muitos liuros, não
tomar ordens de mifa. Pedio podia alcançar. Pelo que em fe
| -

--.- --***--*-***-*-*-*--*--*****-* * *-* - ---… --•••---- • • •••• • • • • - Pallando ---- -


A _=_

Luro III.Da bifloria Serafica dos frades


a fr.Luc. patando º dous annos lhe deu Tuas occupações parece grande |
an. * * * *.n.
31. & 1 » 14. patente nofo fantiÍsimo Padre milagre poder elle tomar a pen
D.4.O. de Pregador, & Leitor da fanta na na mão, & efcreuer a menor
Theologia,a qual leoa os frades obra de todas. Porque como era
COII) grande opinião polfiuel, abtrahindo de mila
I1OS COI]-

uentos,que tinha a nofa Ordem gre, deixar tantos documentos


b Vuillot. em Mompelher, Padua, Bolo. de fua fabedoria em fete annos,
in Athen,
1Trithern.
nha, & Tolofa.E º quem diffe, que viueo,depois dos etudos de
de Scrip que lera netas cidades antes de Verceli, feguindo fempre o co
[OI",

Rodulph.
fer Frãcifcano, caio em notauel ro, lendo em quatro cadeiras,
fol.3o 8. erro, porque nunqua nefe tem confefando da manhaam até a
po (e aufentou dete reino. tarde,pregando todos os dias? E
3 Em tudo foi admirauel: (e juntarmos a ito os cuidados
na pregação, na leitura: na ca de Prelado, fendo Guardião de
deira, & no pulpito. O ingenho Puy,& Cutodio de Limoges:os |
era raro: o etudo,applicado: a grandes, & dilatados caminhos
fabedoria tanta, # acquirida, por Italia,& França o tépo per
como infufa do ceo, que ouuin dido em arribar fegunda vez á |
doo pregar o Papa Gregorio IX. Sicilia-os apretos da viagem,na
lhe chamou cõ muita proprie qual nouamente intentaua ir |
dade The/ouro das letras/gradas,9r pregar entre os Mouros: as dif
-Arca do Zºflamento.E{creueo com putas, que teue cõ os Hereges:
grande erudição fermões de Sã. os trabalhos, que na Ordem pa
c fr.Luc. tos, & de todas as Domingas. deceo com frei Elias: os conué.
in prolog.
adleót.
Compoz as Cõcordancias mo tos,que fundou; & outros diuer
Vuillot. cit raes da Biblia, & principiou as timentos, que acarreta o tempo:
Lucius Ma
1in. l.5. de outras, que feruem pera bufcar mal podera elle, fe não foffe por
Reb. Hiíp. os lugares da fagrada Efcritura, fauor particular do poderofo
as quaes depois acabou frei Ar Senhor,efereuer algüa coufa, né
loto de Prado, da nofia Reli. acodir a tantas juntas, andando
gião. Fez muitos,& doctifsimos em roda viua. E affi acontecia, !
tratados (obre diuerfas mate que os Anjos o leuauão pelos
rias, á frei loão de la Haye deu ares de húa parte a outra, ou
em parte à etampa. A ele tam Deos o multiplicaua em diffs
|bem feattribuem huns Cõmen} rentes lugares, porque ele não
tarios doctos de quafi todo o faltaffe onde era neceffario..
Tetamento velho, que fe a ca 5 Quatro cafos fe contão {
lo não fão feus, co a fua doutri neta materia. O primeiro: etá
na os teceo o Autor delles. do ele pregando em a Sè de

4. E confideradas bem as Mompelher appareceo no mef
[T] Q
|- *-77.TF… ------==Tr
- *-* - - - ** - - -
| /Menores na Prouin
77 ºortzoal
aula de Portugal. * --
__337 |
| | motêpo,fé (e apartar do pulpito, final. No pé da torre do relogio
no coro do feu conuento, & ahi etábñarco de pedra,& querem
cãtou húverfo, q tinha á fua có dizer alguns, á foi feito em me
ta.Ofegüdo:etãdo tãbê no pul moria dete infigne milagre, o
pito da Igreja de Limoges, ete S. naquella tarde eteue cõíolã
ue na me{ma hora cantãoo húa
do os parêtes, & o pae, faído ja
lição entre os frades no coro. O da cadea, & os Anjos logo na |
terceiro:affitindo em Italia, ou manhaam feguinte o tornarão a
Frãça,como fe diz variamête,no leuara o cõuéto de Padua.
|tépo, q em Lisboa os Cõtadores | 6: Mas fendo ele prodígiofo
d'el-Rei negauão certas pagas a | nos cícritos,na cadeira,& em tu
feu pae,que elle lhes tinha feito: do no pulpito era,hú grande ef.
appareceo de repete na fua Ca páto,hã aísõbro,hü portêto. Sa
fa dos Cótos, & referindo o que bia de cor a fagrada Efcritura,&
auia pafado, obrigou os a lhas cõbinãdo huns lugares cõ os ou
leuaré em cõta.O quarto foi ain tros, defêtranhaua ofétido alle
da mais famofo por rezão das gorico, & mytico, falãdo tão al
circunftãcias. Tinha a Iuítiça tamente,4 parecia menear à fua
|cõdénado ja á morte a ete mef lingua a mefma Sabedoria diui
mofeu pae por homicida d'hum |na Era própto no dizer, &largo
minino,é outro homé matara,&: na eloquécia cõ húa voz fonora,
por feliurar da culpa o auia en |&apraziuel: as palauras exami
terrado no feuquintal em fegre nadas, & puras:o difcnrfo erudi
do.OSãto, a qué Deos reuelou | to,adornado de fétéças, & péfa
lito em Padua, pedio licéça húa. métos profüdos:cõ tãrafuauida
tarde pera fôra da cidade, &na de,8czelo,4 catiuaua as almas,fe
quela me{ma noite o trouxerão | rindo os corações. Falaua o cate
atè Lisboa os Anjos,onde depois | lhana,frácez,& italiano,como o
de não poder cõuécer por falta | me{mo portuguez,em q fe tinha
detetemunhas na innocécia do criado.E quãJo o auditorio cóf>
|pae o Regedor da jutiça, e{pe taua de differ#tes nações:pregafº
roujúto da Sè, em cujo adroel feelleem qualquer das ditas lin
tauafepultado o minino,4elle | guas;á todos o entédião.Afilhe
pafafe a degollar. Mãdou então | acõteceo pregãdo em Roma,no d. Pifan. É
|a o morto,4 dife{e a verdade,o | portuguez como efcreue "hum conformit}
| qual (aindo da coua declarou, graue Italiano, & não no italia # 8 fol.48. ||
Huft.ec-|-
} como o dito feu pae não era na | no como dife" húPortuguez.E lefde |
|fua morte culpado, & depois de rão quafi infinitos os ouuintes de Lisb.cit.c.|
dar efte tetemunho, tornou a muitas partes do múdo,por cau.
34 n.6. |
comprir na fepultura fua fétéça fa d'hújubileu,& todos o entéde
Ff rão |

••••••••••••- - - - - -- --->
-

Tom TDA bifioria Serafia àsfrades ==


__>

rão admirados do lucceflo. Poito doas logo cõ faudaueis cauterios.


no pulpito, fe lhe dermos feme E fé temer carrãeas de Podero
lhãre,parecia húfão Paulo,hüE fos, ameaças de Tyrannos, ag
lias,hú Chiylofthomo; o qual de grauos de infolentes,a todos me |
pois de encantar o auditorio cõ dia (eu apotolico zelo por hfia |
fuaue eloquécia,o fazia etreme me{ma medida,v!ãdo nas repré
cer como trõbeta do ceo,é moí 5es de tãta feueridade, é o me{
trauaja prefête ovniuerial juizo. mo rigor depois de os cõuencer
Defte modo leuaua o mundo a os fazia emêdar.Os pregadores,
pòz de fi: fechauão(e os tribu 4 o vião tão intrepido,enuergo
naes,& as tendas, fêdo como dia nhados de fi, & de fua couardia
fanto a manhaã, em q pregaua. (e andauão efcõdendo pelos cã
Bipos, Pouos,Magitrados, Có tos.Porém Deos, q o tinha toma
munidades inteiras de madruga do por intrumétopera" trilhar, a. Ifsic.11
V. A j. }
do , à meia noite ião tomar feus & arrazar mõtes altos,afeus pès
lugares pera ouuir o fermão.Não lhe humilhaua as maiores fober
cabião nas igrejas,nê nas praças, bas,& majetades. Inuetio publi |
& no cãpo lhe leuãtauão o pul caméte co Arcebipo de Bour
pito,fêdo muito peraver mais de gesetranhãdolhe feus vicios, &
trinta mil pefoas péderé da fua quando deceo do pulpito, elle
bocca,fem ouuirem gemido, ou me{mo,tornado ja noutro homé,
mouimento, fe não era dos pec oveo tomar nos braços. Andaua
cadores,é conuettia a Deos.De defaforado o Tyrãno Ezelino
pois de pregar era tãto o côcur |por Italia,perfeguindo os verda
fo péra lhe beijar o habito, que deiros fieis, q feguião o Pótifice
não podia rõper: pelo q os mais de Roma, entre os quaes degol
valêtes o arrãeauão nos braços, lou fekêta frades da nofia Reli.
|ouelle não fefaia do pulpito em gião, q forão reinar cõ Deos co (

|quãto o auditorio o efaua e{pe froados de martyrio. Arcou o Sã


rando... " . : to cõ ele chamoulhe pefe malg
C A PITV L O XXIV.: ma,cão raiu%, inimigº da virtude; &
Zo ardentifiimº zelo,com 4 fazia tre quãdo todos cuidauão, q o fizef
percadores,Q}
mando
/776y"
ºs "faltos dohereges , contram
inferno,gr con- fe em potas,então o virão prof.

0
trado diãte delle, cõ o cinto no
firmando /ua doutrina com ad pefcoço,pedindo cõ humildade, D3
º • miraueis pertentºs. … . } que ou lhe defe garrote, ou lhe
| | 1 | Dº Ra a lingua do P.S. Anto pafafe perdão dos excefios,que
A- nio húa efpada de fogo, queria emendar.…… -

O afiombrados
que cortaua,& queimana 2. Ficauão tã •

as almas mais inféfiueis,remedian |lco as fuas repren{ões os maio


- - - - * ------
____ res

*>
*
1 Menores na Prouncia de Portugal. - ** • • 39

respeccadores, que perdião o || /pulou/ua alma nº infernº, @r o cº


- - - -

\
# grã - raçáficou no cofre do feu dinheiro. Fi
zerão experiencia, & neffe me{
Hes, as quaes ele com amor re
i. HiRec medeaua. Donde veio a dizer o mo lugar fe achou o coração. :}
lef de Lis
P.A.C. ) $ • º illutrífimo º D. Rodrigo da , 3 Não faria Ionas maior aba
D.4.
Cunha, Arcebipo de Lisboa, q º lo em Niniue, do á fez fito Anº.
" nete particularlhe fuccederão tonio nas cidades,& pouos,onde |
| muitos cafos tãofóra do que fe acha pregaua. Acabauãofe os odios, |
pelas legendas doutros Santos, quepa retituiãofe furtos, perdoauão(e|
rece não teus neles igual, Viofeito as diuidas, faião liures os prefos,
em hum mancebo de Padua, % emédauãofe as vidas, & não auia |
tinha dado hú couce á fua mãe. peccado, q achaffe valhacouto,
Difelhe fanto Antonio co afua | em o qual fedefêdefe. De mui
energia, que hum pè tão atreui | to lõge lhe trazia a Piedade de |
do, bem era que fe cortafe; & | Deos os peccadores rebeldes, |
elle etremecido o cortou com mandãao q o viefsé ouuir: a ou
hum machado: mas logo o me{- tros ia o me{mo Sãto bufcar, ap
mo Santo lho foldou por fuas | parecédolhes acordados, ou em
mãos.Outro homé, que o ouuira | fonhos, pera q fe cófefaísé com
pregar,defejando cófefarfe, era elle.Forão muitos,& admiraueis
tãta nelle a dor do feu coração, os cafos,q nito lhe fuccederão.
acompanhada de lagrimas, que Conuerteo hum magote de la
não podia dizer fomente húapa drões falteadores,a os quaes pro
laura.Pelo que lhe mandou,que fetizou que morrerião na forca
trouxefe os feus peccados ef. quãtos delles tornaísé a furtar,&
critos, & afi como o Santo os affiacõteceo. No feu tépo, & cõ
| foi lendo, & o peccador chorã fuas pregações fe facilitarão tãto
do, tambem elles fe forão apa: as penitêcias publicas,á relurgin
gando do papel em final de que do em Padua a procifsão dos Dif
Deos lhos auia perdoado. E qué cipl ináres, dahi f> foi efenden -
dete modo feria as confciêcias, do por toda a Chritandade. .
que muito era, que a os mortes : 4. Ajudauufe muito pera cõ
arrãoaffe os corações pera exé uerter as almas a fua bendita lin
plo dos vinos"Pregando Il2S CXC gua dos milagres do teu braço,4
quias de hum rico víurario, ex conhecido por forte,da eminen
c. Matth.
c.6.v. * * * pendeo etas palauras de Chriº | cia do pulpiro arrazaua os ba
to nofo Senhor, º ybi eff thefu. luartes do infernal Potentado E
rus tuus, h f @r cor tuum, & dife por foinquietädolhe en Fr㺅
em o feruor do efpirito. Vedes hüas rans o auditorio, mãdou é
vá. É corpº mºraneº 2 cobiça lhe calaísé,& logo em mudecerão. A

hum
34O Luro III.Dahlfona Serafica dosf7;
hum louco, que tambem o Per nos a vinha fanta do Senhor. I
turbaua, pera o fazer calar lhe Peraito jugaua dambas as duas
deu perfeito juizo. Armoulhe o e{padas, do faber, & do poder,
inferno fobre a fua cabeça no enfinando verdades, & fazendo
cãpo,onde pregaua, húa tépeta marauilhas. Donde lhe nafceo o
de trifte:mas elle co final da fãta nome de Cutello incançaueldos here
cruz ragou as nuuens de modo, ges: "indf/us hereticorum maleus, &Surius
4 chouédo rios d'agua à rodados porque a huns amafaua a cabe cap. 17.
feus ouuintes, nenhum delles fe ça em fuas opiniões, a outros ef
molhou. Outro dia foi rõpendo premia os feus erros,a todos en
pela gente hú demonio em figu uergonhaua em fua obtinação.
ra de correio pera dizer a húa Pelo que fugião delle os que e{-|
Senhora nobre, que hüfeu filho timauão mais as mentiras, do
era morto; & elle o definentio, que as nofas verdades,como foi
|declarando,que a noua era falfa. em a cidade de Rimine, fobre o
Em outra occafião,que o me{mo mar Adriatico, onde conuocou
epirito maligno tratou de o def os peixes pera ouuirem as fuas
compor derribandoo juntaméte fantas palauras, que os homens
| com o pulpito, ja o São o tinha deprezauão, os quaes acodindo
profetizado pera fua confufão:| em cardumes o ouuirão com
demais q não ouue perigo nito. muita quietação em quanto elle
Dete modo contraminaua as af pregou. Noutra parte lhe pro
| tucias do inferno o padre fanto metteo hum Herege, que logo
Antonio, acreditando cõ outros receberia a Fè fe húa mula de
muitos milagres o me{mo pulpi tres dias esfaimada, tendo dian
to,donde lhe fazia guerra. E afi te de fio Santifsimo Sacramen
aconteceo ouuillo húa mulher to do altar, & junto delle feua
legoa, como feetiuerajüto
tão claraméte pregar dahi a del-
húa da , deixaffe de comer eta, &

adorafe a Hotia.O Santo, que


le.Outra, que foi correndo com aceitou o partido, appareceo a
préça pera tomar bom lugar, feu tempo com Chrito (acra
caíndo no lodo ficou limpa co mentado nas mãos: os hereges
mo d'antes. Outras duas,á vindo trouxerão a feuada,& a mula; &
da pregação, acharão as fuas criá ella,mortificando a fome, vene
ças mortas,logo as virão refufci rou de joelhos o mantimento
das no põto, q inuocarão o Sãto. dos Anjos, que dos braços de
5 Hú dos feus afsúptos mais Antonio etaua fenho
principaes era fempre cõuencer reando as me{mas
a os hereges, que a modo de ra brutalidades.
pofas deftruem com feus enga
C A
=ê === *"

+ •

----

|- _Menores na Prouincia de Portugal. 34 I


"… º , . __ | cortauão húa feara, vizinha a o |
| CAPI TvLo XXV. | conuento; & defcobrir feus em
butes o me{mo fanto Antonio.
Da multfia, que lhe dadãos Demais que fugindo delle hum |- .
heregºs,& demonios dos faun nouiço temerario, o qual lhe |
leuaua furtado o feu Pfalteiro,
rts, que lhe fazia octo;&# …| mandou lógo atraz delle hum |
| º defuas proficias,83 demonio com hú machado nas
, prºdígios. . mãos, que o fez com ameaças
. . tornarfe a o conuento. Cõito |
ardião mais os efpiritos malig
I (TN Omito,que efcreue nos raiuando contra elle,&bra
A mos, andauão mais |mindo, porque os fazia ferpon
afanhados os here tuaes executores da fua me{ma |
ges,& demonios, apotados hús, ruina;& affietãdo é oração húa |
& outros a apagar eta tocha noite,hum delles, mais atreuido
| fermofifima, que cõ tanta eui o quiz logo afogar. Gritou o Sã
décia reuelaua feus enganos. Os to pela Virgem Mãe de Deos:
hereges, que não podião efcure acodio em pefoa a Senhora
cer com afrontas fua luz, com clementifsima; & o demonio |
peçonha o pretenderão matar, fugio. " # …
dandolha hfias vezes defeuberta 2 Detes fauores do ceo fo
em o prato, outras vezes efcon rão muitos, os que elle cada ho
dida.Comia o Santo o mortife ra recebia . Contemplando ou
ro veneno, conhecendo muito tra noite no nafcimêro de Chri
bem o que comia,por não faltar to, appareceolhe ete proprio
a.Marc. 16 ao credito do º fagrado Euange Senhor em figura de Minino, & |
v. 18.
lho;& Deos tambem,por lhe fer depois de fentarfe no feu liuro
fua vida neceffaria na pregação | fe lhe foi metter nos braços,co
Euágelica,o preferuaua da mor-f mo quem o bufcaua por cidade |
te em todos etes perigos.Os de de refugio, cujas letras, & fer
monios etáúão impacientes de mões co feu incançauel zelo o |
que ele não fomente defcobri! podião defender de ignorantes reban.
fefeus enredos, como em parte ingratos. Outra vez "o vifitou fºrm. #
| difemos:fenão, que fechaffe as a melma Virgem fantifsima, a- #
portas do feu inferno, defuiando companhada de muitos Anjos, é…
| as almas, que pera ele corrião. & Santos, diante dos quaes lhe #"
Aconteceolhes tambem,quere diffe etas palauras. Filhº: eu te &#x.
rem inquietar a os frades, fin tequerº certificar
a meu creditonuma cou/a,queperten
Saberà, comº na mi. | em 1º.c.
O

gindo que erão homens, & que


Ff3 - nha
<= •==
v=

=T=EETTEREFETZTI - !

|nha A/umpçãofui leuada em corpº, Domnã illutriísima , q andaua


@r em alma a o ceo, @ que ambos me inquieta com os receios do par |
acompanhão na gloria . Zeclara tu a º to,lhe diffe diftinótamente, que |
mundonosfermões fia verdade,pere pariria hum filho,o qual auia de |
que a confº/em os Catholicos. Noflo fer frade da nofa Religião, & |
padre fão Francifco, que fe glo | depois Martyr de Chrifto:o que |
riaua muito de chegar a ter tal | tudo,como elle profetizou, fuc
filho, tambem o autorizou pelo cedeo. Chamoufefrei Filippeete |
modo,que fe fegue,Pregaua em feruo muito fiel do Senhor, & |
Arles de França num capitulo moraua em Azoto;nas partes do |
dos frades efte Portuguez in Oriente, quando os Mouros en
figne, & quando (e poz no pul trarão naquella villa, Acharão |
pito,o Patriarcha ferafico, que dous mil Chriftãos, aos quaes |
etaua em Italia,appareceo jun oferecerão partido, que ou ne
to delle,leuantado em o ar, com gafiem a Fé, ou morreflem de
os braços etendidos à femelhã gollados. Refponderão, que fa
|ça de cruz,& neta potura fanta rião o que frei Filippe declarafe,
lhe ouuio o fermão todo, applau que conuinha; & elle abrazado
dindo os myterios profundos, no amor de Iefu Chrifto os con
que pregaua da me{ma Cruz do fortou de maneira, que aceita
Redemptor.Os Anjos finalméte rão a morte com ctranha ale #
lhe tinhão tanto repeito, que gria. Vendo ito o tyranno,nel
fazião honra de o andarem fer le enfopou as fettas, mas debal
uindo. Quizo Santo mudarie de,de fua paxão, & ira; porque
d'hum conuéto pera outro mais etando com ambas as mãos cor
quieto,& tendo feita a carta,pe tadas, esfollado da cabeça atè a
la qual pedia eta licença a o feu cinta,co a lingua arrancada, nú
Prouincial,em quanto fe deteue qua deixou de pregar, atè que,
pera bufcar portador, hum dos | inuiados todos os mais a o ceo,
Anjos lha .leuou,
licença. . & .tornou
. coa alcançou depois delles co a ca

beça cortada a coroa do marty


3 No epirito profetico o rio. O fegundo cafo foi, q quan
illutrou grandemente o lume do fanto Antonio encontraua a
Celetial, & affi conhecia os fe hum certo Eferiuão, lhe fazia
|-
gredos occultos, & mais ditan de joelhos húa grande reueren
tes,como fe forão presétes,Dous cia, & vendo, que elle defcon
cafos neta materia lhe fuccede fiaua detas fuas fubmifões, lhe
rão em Frãça fendo Guardião de diffe com epirito profetico. Ir
* *

Puy, pelos quaes fe podê julgar mão: eu não te refeito tanto pelo que
os outros.Oprimeiro:vifitãdo húal agora es,mas pelo que has defêr quan
do de
••••••••

*-- • —* —=#"…-- -

| _ " Menores na Prouincia de Portugal 34; "


* # por amºr de k/" | mulher os cabelos na cabeça,a |
Chriño. Correo o tempo, & indo quem feu marido os auia arran
âTerra fanta ete métmo Eferi |cado porque ela com amor, &
uão a pregar a Fè Catholica deuação feruia a o conuento,on
em companhia d'hum Bipo, os | de era Guardião o mefmo San
| Mouros o degollarão depois de to: Indo outra colherhortaliça
muitos tormentos. #
|pera comerem os feus frades a,
| 4 . A virtude de milagres, q | tempo,que o ceo fe desfazia em
Deos lhe communicou,o fez pa: agua, nem húa gotta a molhou.
recer no mundo hum Milagre, Não fe podem referir as mara
ou Prodigio. Afilhe obedecião|uilhas, que fez, & muitas, que
a morte, & mais a vida:os ele-| excedião os limites de milagres
"mentos,as doenças, & as criatu ordinarios nem etes aquife ou
Frastodas, como fe fora o feu fu uerão de dizer,fe não fôra inde
premo Senhor. Parece que não cencia falar em fanto Antonio,
abria a bocca, nem dauapafo, a quem Deos deu tanta parte do
né fazia a mais piquena acção, feu poder abfoluto, fem dar al
} que não fofe hum milagre; & gúa noticia das grandezas, que
| dete modo foi encadeando nel | obrou.
| , !
} iles o curto de fua vida. Ainda no +-+

ºs ºs tempo do padre “Gonzaga (e a cAPITv Lo XXVI.


!
chauão em Sicilia cypretes, &
|larangeiras,que ele tinha plan |Do fiu zeh tocante à ufa
|tado; cuja cafca era medicina
certa de muitas enfermidades: |Ordem,mortefanta,/epultura,
|Bafejando,& co as me{mas pala: xanonizaçãoJ S3 imagem *
}

*Ioanao. ruras, com que" Chrifto deu o |


*V. 1 2. todas theas de
Eípirito Santo a os fagrados A
|potolos,o communicou també my/terios.
|ete gloriofo Santo a hum noui-|| . .
• go,o qual andaua tentado pera || t Alaua a fanto Anto
i |fe fair da Ordem. Vetia a fila "nio apurar a paciencia
|| | túnica aos fracos de epirito nas|| "" nas tribulações dome{-|
{ [tentações fenfuaes, & deixauaos|ticas, que fão as mais perigofas:
| | armados pera refitir a todas |mas tambem não faltou hum f.
; Cingia o fu cordão aos loucos, Elias pera lhe dar, que merecer
| | | & cobrauão juizo. Erão dito- com fua perfeguição. Forão ef.
| | | fos com elte os feus mais afei-||tas controuerfias fobre a guarda
|| | geados, porque os fuorecia cõ da pobreza Euangelica,&fanta
} [etranha piedade. Soldoua húa regra da nota Religião,que fºi
1| … –-------------------- …Ef4 … Elias, – — ||
-<>
{

\
">


=> * *

---- # TTDTS…f=27; }
[Elias,Tendo GeraIrelaxaua, & o no leguinte (aio delle pera Pº
Santo pretendia : conferuar no | |-
dua,onde lhe pedirão com inftã:
feu primeiro rigor. Porque ainda
+

cia, que piègafe a Quareíma.


que nunqua intituio Etado, Era eta ja avltima, que auia de
Reformação,ou Ordem particu pregar, & como fe acabauaa
lar na nota fanta Familia,como tocha de fua vida, começou a
aº prelud.7
auemos º efcrito: nem atègora
| ouue frades em a Igreja de
| dar mais luz na opinião de te
dos . Então foi mais ardente o |
Deos,que fejão por profifsão fra feu zelo, maior o concurfo dos
des de fanto Antonio, fenão que ouuintes,a conuerfão dos pecca
efes, a quem o vulgo por rezão dores,a multidão dos milagres, a
dos feus conuentos, ou prouin inueja do inferno, a alegria dos
|cias,chamadas do mefmo Sãto, Anjos. Pregaua todos os dias,cõ
appellida dete modo, fão frades infinito trabalho por rezão de
de S. Francifco: contudo viuia feus achaques, fem comer atè a
|nelle o efpirito Serafico dete noite, occupado fempre em cu
grande Patriarcha, defejando q uir as confilsões,reponder aca
toda a fua Ordem perfeuerafe fos de confciencia, & remediar
|na pureza, & fanta fimplicidade, peccados.Continuou dete mo
| em que etaua fundada. A eta do muitos dias ainda depois da
| conta refitio com valor a frei Pafchoa: mas,chegado o tempo |
Elias, & apertado como outros, de colher as nouidades, delpe
que tinhão o mefmo zelo, de dio o auditorio, & pera fitomou
lha: perfeguições (tão antigo he ferias no campo,que dizião de S.
no mundo, ferem os bõs perfe ?edro,onde hum deuoto feu lhe
guidos) fugio pera o Pontifice ordenou tres cellas, ou tres ca
Gregorio IX. & diante do dito banas, repartidas com eteiras,
frei Elias lhe referio as fuas exor #
debaixo de húa aruore,pera elle,
bitancias; O Papa priuou a ete & pera feus companheiros. A |-

do Minitrado geral na forma, partado aquida conueríação do *#


b.cap. 2o. queja º difemos; & abíoluendo mundo,deufe todo aos cuidados
a o Santo dos officios da Ordé, do ceo. Tinhalhe Deos reuela
como elle lho pedio pera sò fe do o dia de fua morte, & ele o
occupar em a faluação das al encobria por não magoar os
|mas,muito contra o feu goto, q frades. Vendo porém d'hum oi
era tello na Curia, o deixou ir teiro o fittio apraziuel, & gra
pera o monte Aluerne co a bê ciolo de Padua, que por rezão
ção Apotolica. do feu corpo auia de fer honra
-

| … 2. Recolheofe nete fagra da, não pode pafar auante fem


º do retiro no anno de 1 2 3o. &
N— dizer etas palauras.Zeos te guar.
desfer •

=E=

•• •••• • ---- •••• • • • •• • ==


- • *sem
- massada*** *

----
AMenores na Prouintia de Portugal.
de fermº/ima cidade que grande glo: 1 T 34;
4 No mefmo #"|
ria te fã muito cedo ºferando!Breue gloriofo tratifito vitou vifiuel
mente te veràs engrandecida, vítada, mente a feu Mette o Abbade
@r …trada dos homens em muita ef de Verceli, a quem diffe que fe
timaçao. ia pera a patria, entendendo pé
3 Cortou o logo com tan rº a gloria; & tocandolhe na gar
to rigor o afalto da doença, que ganta o farou de húa enfermida
faltandolhe as forças fe fez tra de Seu corpo, poto que defani.
zer à cidade,& fem entrar ficou mado, etaua como vetido de
fôra dos feus muros, na cafa dos dotes Celetiaes: mais fermofo,
frades, qne affitião no moteiro que na vida: cheirofo,brando,&
das freiras de fanta Clara. Aca còrado. E em quãto os frades,
bou de confefarfe, & alegre feu que receauão tumultos, & alte
efpirito cantou em fazimento ração do pouo, tinhão ito em
de graças o hymno, que come fegredo, Deos o fez manifetar
çaua Oglorio/a ZDomina, à Virgem pela bocca dos mininos, os
Senhora nofía,tua e{pecial aduo quaes andauão gritando, & di
gada. Vio depois a feu Filho zendo pelas ruas. Hemorto º Pa
Vnigenito Chrito Iefu, que o dré/anto hemorto/anto Antonio. Al
chamaua pera o reino do ceo,& uoroçada a gente acodio a etes
defcançãJo e{paço de meia ho gritos, & daua outros mais for
ra, defpida fua venturofa alma tes,pera que lhe deixafem ver o
|da nofa mortalidade o acom Santo,beijarlhe os pês,tocar nel
panhou contente com vetidu Íe contas,lenços, cintos, quanto

ras de gloria. Faleceo a 13. do trazião nas mãos. Accefideofe
|mez de Junho,de 1231. annos, mais o fogo, & trocadala deua
r.fr.Mare.
no qual tempo conforme ás ção em paxão:diuididos em dous
P." .l. $. C• nofas contas, que º outros não bandos, & potos em armas to
|37,
Hit. eccl.
ajutarão, tinha 36 annos, me dos:os da cidade, pretendião fe
de Lisboa nos dous mezes,& dous dias, de pultallo em o conuento dos fra
'P.*.C. 36.
|n, 1 •
idade, & detes, pafou os pri des:os do arrebalde, no teu mof.
meiros quinze em a caía de feus teiro das freiras, onde a morte o
paes: dous no moteiro de São achara. Sínquo dias, que durou
Vicente de fóra: oito cõ alguns ete motim , eteue fempre o
mezes em Sãta Cruz de Coim corpo incorrupto, & cheirando.
bra: dez annos, & fete mezes, Três vezes fe apotarão a fur
todos cheos de prodigios, na tallo huns intrepidos, retolutos
nofía Religião. Era enuolto em em perderem as vid2, ou as fa
carnes,gentil-homem,& de boa zendas romperão pelosguardas,
etatura,como diz ofeu retrato. que o tinhão em cutodia:
=== •
que
brarão

E= *** msSy <=


→=Wr

•- _- = .……………… - - - - - - - - ----------------——----------------- e -- ….... "

346 Liurº III. Dahluna Serafica dos fradºs


brarão as portas, & chegando à louue enfermo, nem cego, nem | º
cafa, onde o Santo etaua allu-||aleijado, que não cobraffe fau. {
miado de luzes,nem o virão, né || de:huns, que lhe tocauão no fe- q
poderão dar dentro húa pafada. || retro: outros, que não podião
Não deixou de obrar muito em || chegar,nas praças,donde o vião, {

duertir defconcertos a pruden- ou dentro de fuas calas. Affi fo- }


|cia dos Magitrados, que região|rão chouendo as marauilhas, |
| a cidade : mas foi marauilha ||fem nunqua fe etancarem, & | 0

grande pacificarêfe animos tão || mais erão etas diante do feu fe


propenfos a etas refoluções. " || pulchro, do que as horas pelo :
5 Dada em fim a tentença || difcurfo do dia poto que regu- |
pelo Bipo, & pelo nofo Minif |larmente não alcançaua (eu mi- …
tro,que o fepulta{{em em o con-||lagrofo fauor, fenão quê primei- {
uento dos frades, foi leuado em ||rofe confefaua. E feita a mão {
rocifão folemniÍsima, cõ mui-||de Deos fobre os, pouos vizi- !
tas fetas, & mufica,fobre os hõ-||nhos, & apartados,vinhão cheas *
bros dos principaes da cidade.E ||as etradas de romeiros, & mui- *
• feitas fuas exequias pelo fobre-||tos com grandes cirios, que tra- 2

|d fr Luc." dito Bilpe, acharão com admi-||zião em carretas. Erão tantos, }d



#;" |dra,
| raçãoque
de todos º húa
não era arca de pe-||que
conhecida, nãopelas
&|Igreja, cabendo
ruas em o corpofazi-
da cidade da |
fora d'antes laurada pelos fan-||ão fuas vigilias cõ os cirios ace- |
# # tos Quatro Coroados,excelenº|fos,brilhando de noite Padua co |
"tes Efculptores, "os quaes, por |refplandor detas luzes,como as {
não quererem fazer as etatuas ||rodas do ceo,femeadas de etrel- {
dos Idolos, forão Martyres de |las. . . . . (

Chrito. Nete venerauel cofre | . z Nete tempo folicitaua |


fe depofitou o feu milagrofo | Italia,que o Papa canonizaffeo | |
corpo; que pera tanta fantidade |Santo,& pondo alguns Cardeaes |
tambem era neceffariofer a fe-embargos à eta preça, a hum |
pultura fanta. delles trocou Deos numa vifão |

6 Em quanto as contédas, de tal modo a vontade, que con


que temos dito, durarão fufpen-|uencendo os outros lhe procu
deo fito Antonio, por não atear ||rou etas honras. Pelo que com
o fogo, o curto de feus milagres. |vniuerfal applaufo, não fendo a
Mas no ponto,que elas (e com-||inda pafado hum anno de fua
pozerão, corrião com tanto im- || morte fantifima, no de 1 2 32. a
pcto, que no dia dete feu enter-||3o. do mez de Maio o efcreueo
ramento fugirão de Padua as]] o me{mo Papa Gregorio IX, na
_
aleijões,& doenças,—
—T-
porque não | cidade de Elpoleto,no Catalogo
• • •• dos } >
==> _fi • • Z

*

–* --*. -- A

"Mawns na Princia de Portugal. __347


dos Santos. Deulhe tambem o |, : , —
|titulo,&o nome dez autor, com | CAPITVLO. XXVII. |
que a Igreja Romana ofetejou |
| muito tempo, como vimos num | Da figurdui, º pº le
mifal, que foi imprefo no anno ||tema Chrifiandade, & traf |
de 1534. & com ele celebra a
fua feta ainda a nota Religião, []; ladações em Padua de

o reino de Portugal, & outras flas fantas reli.


muitas Igrejas. Nete dia fentio |
, em fi a cidade de Lisboa, fem quias.
"faber o que fentia,aquele admi
flº.cs. rauel aluoroço,quef noutra par 1 Anonizado o Santo, fi-l
te difemos. Cotumaua pintar-|| 1 - cou liure a deuação
fe antigamente a fua fanta Ima-| | " dos fieis nos extremos,
gem com hú coração nas mãos |que fazia em fui veneração. Na
ardendo em chamas viuas pelo | cidade de Roma, cabeça da
} zelo, que teue de fefaluarem as|Chritandade, hetanta a deuá
almas; ou com hum raio acefo, lção, que fubindº pera o nofio|
porferem tuas palauras abrazi- conuento de Araceli em º mó
doras dos vicios: ou tambem cote Capitolio húa efcada de cen-1
a Cutodia do Santisimo Sacra-|to & vinte & ºitº degraos, vai
mento do altar,por rezão domi-|porella de joelhºsº, maior par
'lagre que obrouáfua vita, co-te da gente nº diº da fua feta, |
mojaauemos dito, &finalmen-|vífitato (eu altar. Kataº fe |
ite cómhum peixe em memoria|verà húaigreja, que quando n㺠|
de ter a eles pregado. Agorafe|{ejafuas não lhe dº º imagé,
pinta com o Minino Iefú, por loucapella. A nota Religião lhe |
lembrança de que o teue nos dedicou muitas prouincias, &|
|braços: com hum Liuro, figura ínnumeraueis cafas, que fecha:
de fua fabedoria:& hum Lirio, mão do teu nome. O reino de |
que nos motra (ua virginal pu-|Portugal nos condentos,igrejas, 1

# reza:ou húa Cruz glorio- " ||ermidas, & confrarias, que lhe |
* * #,em cuja virtude = | tem oferecido,n㺠podeºr" |
fazia osteus mi || melhante. Com eté me{mºefl
| , : …:- lagres.. .…. . . "= |pírito
|pera osleuantou dous hofpitaes
feus Portuguezes, em •

| … ……….… : : " , Roma, & CIT) # co appel.


| || p -3, 4 ... . . . . || lido do feu nome. No primeiro, 4 cated.
| : ... "; *#* , - #…
! º que he do padroado # , fize.
|— — rão hum notaue compromido,"
• o qual -

–=*
==
—--
|
\
348 TLE III DTa S7 dos 7==
o qual depois imitarão muitas do calco em cofre tambem de
prata, & parte d'hum dedo em }.e fr Luiz
cafas de Catella, D. Jorge da
de Souf,
Cota, & D. Pedro Mafcare cutodia de ouro: aquella, º que na hift, de
nhas:ete,Embaxador; & aquel trouxe a efte reino o Infante D. S .Doming

le, Cardeal. • Pedro, filho d'el-Rei D. Ioão I. P. s.l,6, c.


* {º
2. A cidade de Lisboa, fua eta, que deu a Rainha D. Mar
mãe, lhe transformou em igreja garida,mulher de Filippe o III.
as cafas,onde nafceo, com tanta de Catella. Temos mais em
difoofição, que conferuando a Portugal parte de ht, braço,
fua porta antiga,a qual fô no dia º que alcançou da Senhoria de d.an.fr. 1463.
Luc,

da fua feta fe abre,o altar ficou Veneza el-Rei D. Sebatião de


lançado pera a banda da cama faudola memoria. -

},Goes na ra, em que ele teue o feu nafci 3 A cidade de Padua, que
chron d’º
el Rei D. mento. Foi empreza" del-Rei feve auentajada em os fauores
M. r.p 4. D. Ioão II. o quala encommen do Santo, tambem excede a te
c 85.
dou a el-Rei D.Manoel;& dete das em fer mais agradecida.
-*-
tambem,que lhe deu execução. Crefcerão os feus empenhos co
Affi nos diz o letreiro,que corre a fua liberdade, quando faio da
no arco da porta mais principal, lamentauel miferia, em q a auia
cujas letras, por ferem cortadas poto o Tyrãno Anfidifio, ou
com artificio nalguns pedaços! Anfelmo, Vigairo de Ezelino.
de ramos, & noutras figuras a Porque chorando ete aperto al
lheas da efcritura, não fão mui guns frades diante do feu fepul
to conhecidas, mas fôrmão ef chro ouuirão claramente, que |
tas palauras. Ioannes II Emmanuell lhes dizia o Santo. Não»os ºfijaes,
1. Reges hoc ºpus confiruxerunt. He |irmãos pelos trabalhos, que vede; nº/a |
por fua fundação do Padroado cidade. No dia oitavo da minhaffa}
real, izenta do Ordinario per refaurar à fagloria.Os Paduanos,
piuilegio da fanta Sè Apotoli que fe virão retituidos a ella ex
ca, & grauemente adminitrada pulfando o Tyrãno pelos feus
pelo Senado da Camara. O in merecimentos,leuantarãolhe na
terior do templo efperta a deua praça húa famofa Ftatua por
ção co a vita de feus famofos trofeo deta vitoria, & offerecê
milagres, pintados em muitos do húa cidade de prata, a elle o
quadros. Ardem hoje diante da | elegerão por Tutelar,& Protec /*

fua fanta imagem noue alampa. tor. As outras demontrações, q


das de prata, venerando junta | fizerão, & todos os annos fazé,
mente fuas fagradas reliquias, malfe podem referir. Mashe
mettidas em hum Sacrario no | muito pera ver no tempo da fua
lado do euangelhora faber parte feta o applaufo, com que vêm
oferecer
ES= =P=
————***— * * *_*_*_*________>__> *_* * * *** - -----
-

–=a…--

º Menores na Prouincia de Portugal |-


__--

–349.
|offerecer as bandeiras: a bizar o outro de chrytal. |-

} *Marc P. ria dos foldados, que guardão o 5 Em quanto as obras tar


* B49 c.ra. feu (epulchro:aº procińaõ gran dauão neta fua perfeição, tres
diofa do Clero, & da Republi translações fe fizerão dete fa:
ca:a grauidade do Pretito da fua grado depofito, cujas circñtam
Academia: a riqueza dos feus cias em parte não andão bê de
premiospera fetas de cauallo: claradas. A primeira foi na oita
a feira franca por tépo de quin: uada Pa{choa, em 7 do mez d'-
ze dias; & outros particulares, Abril de 1263 quãdo S.Boauê |
que faõ finaés euidentes d' hña tura nofo Minitro geral o trãf | •
*•
•••
V
,
- º

| deuação eftranha.” “… º ferio da igreja velha para o téplo|- • >


* * *-, ,

4 O templo, que tambem edificado de nouo. Cuidou o P |


: [ edificarão à hõra do mefmo Sã /F:Marcos, º Mattheo Alemão, fp.1.1. $ •
} to,he húa das marauilhas deto C. 31.
& "Rebolledo,enganados porvê &l.3.c4.
| da a Chritandade, a qual feti tura co a muita breuidade do º * P. 1.14.
C. 3.O. •

|uerigual,não auerâ outra maior. Pilano, q també nete acto con conform.8
Dentro delle eflâ a fua capella, correo o Cardeal de Bolonha;& |
.es: . s … "
cuja fumptuofa fabrica occupou Legado Apotolico, por nome * * 2. ". "
ingenhos nobres,cólumiogran Guido de 3átforte. Mas como po ** * *

de thefouro.Nas parèdes, q vê{- dia elle acharfe então prefétê,fe |


tê dejaípe fino,fevé de meio re o Papa Cleméte VI. o "qual lhe |*Platina d •

leuo cõ admirauel viueza algús deu o capello, no anno de 1 342 vit. Pontif. |-

cafos do feu poder milagrofo. foi eleito em Pótifice?E portão! |


No corpo dete Santuario infig sò a o dito Geral reconhece por
nefeleuanta em forma de altar autor da trãslação "S. Antonino m p. ).tit. a
ofeu notauel,&m ajetofo fepul cõ o nofo Breuiario. Auia 32. c.}. $6 }
chrofobre quatro colúnas curio annos,6feu fantifimo corpo e{-}
fãs,as quaes etão affentadas em taua na fepultura,& alingua Por
|fete degraos de porfido,comofaõ tugueza, q foube louuar a Deos,
| as columnas,& a arca,dentro da & procurou feus louuores, eta
| qualfe guarda outra de prata,& lua tão frefca, &inteira, como
neta as lacrofantas reliquias. E quando era viua." " •
*

|-

fendo toda a obra de grãde pri 6 Afegüda" celebrou o Geral n F.Lucan.


1 3 1 o n.6
mor, & cuto, o cheiro, 4 dellas F.Göçalo deValbom na fetado +

: |faie,parece Celetial,& peregri |Péthecote de 13 rotrasladido


| nona terra. A cabeça, & a lin feudepulchro da capella ao meio :
|guaieta,intrumento depurifi. da igreja. E neta occafião teue o Hift, eccl.
|-|-

| mas palauras:ãquella,officina de aqui o capitulo geral, q º alguns de Lisb.p =


| penfamentos deuotos: etão em fòra de tépo attribuem ao fera g.37, n.1, , !
|dous reliquarios, hú de prata, & fico Doutor na lua folénidade. * * *
"... - - -
#3o "TTD7777757 #
A terceira fez o dito Cardeal obra cada dia. Donde vierão
bid.an.1263
obrigado dos fauores, que rece a dizer º alguns Autores gra n. 13
Hift.ecclef
bera do Santo em o liurar por uiffimos, que não tem a Chrif de Lisb. p. 2
muitas vezes da morte, mudãdo tandade , depois da Virgem C. 37 m, 3

fuas reliquias pera hum cofre de fantifima, outro maior aduo:


t F.Lucan, prata,4 elle ofereceo, & f agora gado, nem fanto mais milagro
, 263 n. 1x fe encerra,cõforme temos eferi lo, que elle, por cujos mereci
to em húa arca de porfido, Q mentos ache mais liberal, & fa:
broufe eta mudança em 15. de uoranel a piedade de Deos. E
iFeuereiro, & não a os 25. como dº modo, que a refpeito de
qinCatalog.
SS.
efcreue º Ferrario, do anno de fuas raras virtudes º lhe cha e F. Lue cit.
an = 63 n.2
135o. no qual dia celebra afua mão os Paduanos por antono Soufa nas
|trasladação, confiderãdo també mafia º Santo (como fe elle fo Flores de
Hefp. ex
os myterios da primeira,a nota ra fó) tambem "outros lhe cha cel. o.
Ordé ferafica coas duas cidades marão por excelencia º Santo d Daça p.4
1.1. c.9.a.6.
[de Lisboa&dº Padua.Nome: dos milagres, por rezão de feus
imo dia fazem memoria della os perennes prodigios. Mas entre }
/* 2n, º 3foº nofos" Annaes dos Menores,& elles campea a fingular prero |
*8.& 1 331
Martyrologio Francifcano.…… gatiua fobre as coufas perdi
. 1 # ', # ' das, que o Minino Iefu, º To ev.Apocal *
x3 -

cha illutre do ceo, lhe deixou


** ******
|cAPITvLoxxvIII em fuas mãos, depois de auer/
fLuc. 19 |
V, I.O.
:
}
buícado a ouelha defgarrada, |-

Dafia graça efecialdemi


** y, " * "…:', 1 - - - - " " … … quando nellas defcançou. Seria
lagres, dous dos quac; /* coufa moleta querer contallos
e examinão,que totão a " aqui, etando os liuros cheos:
alguns porêm, que tocão a ete
-
Portugal
- - reino, fe dirão em feus lugares:
** *
• • •
outros,que pedem exame,ou faõ
* T TEgraçaparticulas menos conhecidos, efcreuere: }
. -- priuilegio grande no mos agora. .… …

padre S. Antonio a * 2; Dous cafos,como diftin- | :


{

|virtude de milagres, por etar étos, referem húas Chronicas


em hüperpetuo fluxo dentro, & antigas da inofia Religião,
fôra de Padua a fuor de feus donde os tirou 4 frei Marcos, g p.* 1 * c.
3 }.&l. 1o.
deuotos, não fomente nos calos 1& delle os trasladarão "Mat C º 6.
51.6, c.6.&
-

mais apertados, mas tambem | theo Alemão, & Rebolledo, 9• 1.4.


.* 1 *
em materias de goto: pelo que fem algum examinar as erradas • 1.p.".
i :.& 55. *
•4, C4

: a F.Lucan
º maior milagreferia deixar el circuntancias, com que ambos •

" | n 33 a.m." $ le de fazellos, do que faõ os que feefcreuem. O primeiro vêm a


- 4 fer,
*>

-- - - --•
==-\
Menores na Prouintia de Portugal. 35 IT ####

[fer,que húa Rainha de Leãona | no paço de Leão em prefença *2;


tural de Portugal,falecendolhe dº Rainha.
húa filha, minina de onze annos, 3 O padre "frei Lucas,que -

m.an. " 14o.


tres dias a teue por enterrar no afio alcançou, por não negar o n.46. & 17.
fen paço contravõtade do Rei; milagre, poem o cafo em D.San
|| & q pedindo a o Santo á lha tor cha, affentandoo no tempo, que
naffe à vida,elle lha deu refufci fua mãe foi a Valença do Mi
tada,mas com claufula de viuer nho pera fazer os cõcertos,qahi
{ómente por quinze dias. Porèm fe celebrarão fobre o direito de
ifto referido dete modo inuol tas fuas duas filhas a o reino de
ll Monarc. ue cõtradições,porqno reino de Leão pela morte de feu pae. Mas
Luft. p.4.1.
14.C. 12.
Leão" não ouue Rainha, natu ito não foi no anno de 1 2 3o.
ral de Portugal, que alcançaffe como ele efereueo,& sò poderia
o Santo, fe não foi D.Tereja, fi fer nos mezes vltimos do outro
lha del Rei D. Sancho I. & mu anno (eguinte,no qual não sòmé
n.Monarch
lher del-Rei D. Afonfo IX. Mas | te" faleceo o dito Rei, mas tã Luft.cit.
|

eta cafou com ele no anno de |bé S. Antonio, o qual então efpa
|
1 19o. & tendo ja duas filhas, a |lhou mais pelo múdo o feu nome |
faber D.Sancha, & D. Dulce;por por multidão de milagres. Po
outro nome Aldon/a,no de 12oo rém,ainda affi concordando ne
(feito não foi primeiro)tornou te tempo, he grande erro di
-

pera Portugal, apartada em di Zer, como diffe o me{mo pa


uorcio, por ferem muito paren dre F.Lucas,que nefa occafião
tes. Pelo que ainda S. Antonio, refurgio, eta Infanta pera viuer
o qual auia nafcido no anno de tão fométe quinze dias; porque
1195 etaua com feus paes em viueo no moteiro de S.Eufemia,
fua cafa, quando a dita Rainha do bipado de Palencia muitos
deixou o Rei, & o paço dei annos adiante. . . .
Leão,& tambem no tempo,que 4 Defpido pois efte caºdo -

as Infantas chegarão a onzean fobreditos enganos, pôde fer q


nos. De mais, que Dona San venha afeto me{mo co aquelle,
cha , a qual ficou em Leão, que logº auemos de referir, & q
quãdo fez eta idade ja fua mãe, ouuindo contallo o primeirº Ef.
etando em Portugal, não po criptor por differentes Palauras
dia affitirlhe na occafião da cuidade,que etão dous. E parece
morte; & D. Aldonfa, que veio fer afi,pois nete não declarou o
co a Rainha,não etaua lá qu㺠o nome da Infita; como ºfereaeo
fez os mefmos annos. E portan no outro Cótudo, por não negar
Aº - A •

to né Ito aconteceo a algüa das! mos sé fundamento mais claro


Infantas na fobredita idade, né. a fua verdade, ou diferença, de
Gg 2 ambos
• - - - --
-

3y2 "Tm TD7 hi/toria Serafica dosf7;


-

ambos, damos notícia delle, pu o Conde D.Henrique, trõco da


rificada dos erros. Foi pois a Cafa real, não sòméte precedeo
Rainha a Valéça no anno, que ao Sãto muitos annos,mas tãbé
temos dito, & a Infanta D. Al não teue filha, que fe chamafe |
donfa com ella. De Leão veio a Aldon/a. Era pois eta Infanta
outra,que fe chamou Z. Sancha, | irmaam da dita D.Sancha, filha
|| & el-Rei D.Fernãdo, feu meio da me{ma Dona Tereja Infanta
|irmão cõ ella, por quãto a todos | de Portugal, & Rainha de Le
tres pertécião os cõcertos. Nef. ão: feu pae fei tambem o mef.
te tépo faleceo a D.Sancha, & |mo Rei D. Afonfo IX. que ja
fua mãe impaciête não fofria, é temos nomeado. Adoeceo gra
lha tirafsé de cafa, né q fofele uemente na villa de Alanquer,
uada à fepultura. Clamaua por & feria naquella occafião,em q
S. Antonio, cuja fama de mila fua mãe º no anno de 1 2 34.fa *Mºnre
Cit.C.9.
gres andaua muito acefa,dizêdo io de Loruão, onde eftaua d'af
etas palauras : 2emauenturadº |fento, & foi bufcar húas mulhe
/anto,/º tantos fauores concedeis a os reshonetas de grãde recolhimé
- ºfiranhos , não vos lembrareis de |topera o moteiro illuftrifimo
mim, que/ou vº/a natural? E fen de Cellas,q fua irmaam a Infãta
do ouuida delle viologo refuf D. SãChajúto de Coimbra auia
citada a filha, mas queixofa de edificado.Aggrauoufe de talmo
| perder por então a companhia | do a fua enfermidade, q a poz
das fantas Virgens no ceo, da | em o artigo da morte,magoãdo
qual e taua gozando, como el mortalmente o coração da Rai
la confefou. Tornou porêm à| nha,q cõ lagrimas importunaua
merecella de nouo com obras o Santo pela faude da filha. E
de fantidade, acabando os feus |quando ja era julgada por mor
| dias no fobredito moteiro, on |ta,elle lhe appareceo,& lhe fal.
| deteue grande nome. - lou neta forma: Zeos me manda,
5 No fegando milagreef té diga difa parte, que folhas hãa
| creuerão os Autores afima ja defas : ou ir logo comigº pera o ceo, ºu
| nomeados,q a Infanta D. Aldõ ficar ca no mundo algum tempo por
1 . * * * " *-*" . •• • •

|fa, na qual o obrou fanto Anto confolação de tua mãe. Efcolheo


|nio, era filha de hú Rei de Por eta fegunda, & vendo como
tugal,& da Rainha fua mulher, lhe daua faude, & juntamente
| chamada Z).7ereja. E nito (e en: o feu cordão a beijar, pegou
ganarão, porqnete reino não dele, & gritou chamando pela
ouue nãqua Rainha, mulher de Rainha. Senhora : aqui fã fanto
| Rei Portuguez, que tiaeffe o tal Antonio, @ eu º tenho pref pilºfeu -

nome; & aquella, que cafou cõ cordão. "Apoz dito (e leuantou ----

----
muito ! •••••
→z- .
AMenores na Prouincia de Po tugal.
muito faam:prègoufe o milagre. |a o Papa Pio II.que era homem
pelas igrejas do reino:anda tam de fraco juizo, & pouca experi
p.R.Luc. bem referido nos nofos º An-li encia,
cin.s 7.
o inoffo Seruo de Deos
48 69. naes,& no º Iardim de Portugal; |frei leão da Pouca, que o con
& bem poderia fer, que por elle |uer fcu, & tratcu intimamente,
ne{\e reino começaffe o fanto |o" deixou acreditado com efte c, arch. de
S. Franc,
cotuitºgdas feculares nos

bei graue elogio. Era bem letrado em de Lelr.
jare o cordão, & habito, Canones, eloquente Orador, homem de
gan hando agora copiolas induk, grande juiz! em todas as matertas, @
, gencias. " " peÉoa de negocio, Jºgºz, prudente, Çr
fezudo,Q, muito amigº dos bons. En--
CAPITVLo XXIX. tre etes erão do feu coração os
|[frades de são Francifco, a os
Dafº noticia doutros mila quaes, como achamos efcrito no
conuento de Leiria, fazia mui
gres do Santº, & do Bipo de
| Coimbra D. Isão Galhão, tas efmolas. Ordêncu no fobre
dito moteiro de Santa Cruz,no
"fa particular Prior, que quan-}"
º |tempo que foipaflafem
do por ele os nofos
-

• •• • • • • •
frades,lhes defem aquella me{.
|mareção,que fe daua aos Coni
I. Loreceo em tempo del gos. E pelo grande amor, que
, º Rei D.Afonfo V.o Bif tinha ao nofo Eftado da Obfer
- ""; po Conde de Coimbra, uância, trabalhou que fizeffe
D.Ioão Galuão, feu particular mos conuento na cafa antiga de
|valido, ao qual o me{mo Rei fanto Antonio dos Oliuaes em
deu de juro pera elle,& pera fe Coimbra, que então etana def
lus fucceflores o condado de Ar pouoada, & poucatão depois
|ganil. Foi tambem Dom Prior muitos annes adiante, tendoa"
do real moteiro de Santa Cruz, nòs enjeitado,os padres da fanta
& de todos os tres titulos víaua Prouincia da Piedade. Faleceo
e arch.de
| ainda em 29 de lunho de 1486, em Lisboa a I 1.do mez d'Ago
S.Franc. de no qual dia corroborou º hum | to de 1485. & foi fepultado no
Alanq. tranfumpto de priuilegios apo nofo conuento de Santa Maria
tolicos,concedidos ánofía Re de lefu, que agora fe chama São
|ligião, efcreuendo efta firma: O Francº/co de Xabregas.
|Zipº,Cande, Prior. Não feliurou, ….… " Era deuotiffimo dete
b. HiR. nem fe podia liurar da lingua glorio(o Santo, & não ouue qué |
dos Arceb
de Braga dos maldizentes a lua muita pri nito o igualafe naquella fua.
p.ac.64. uança: mas fe elles º efcreuerão idade, fe não foi o me{mo Rei
n.°4& 15.
D. Afon-___ .
A+
Luro III. Da bifioria Serafica Enfrades F

354
D. Afonfo, contellando muitas d çarão leretta pedra d'húa ermi.
vezes, que por feus merecimen-i da antiga do padre fanto Anto"
tos recebia cada hora grandes |nio, o qual não era contente de -

fauores de, Deos. Forão dous || que ella feruife em outros víos.
particulares,o fair elle com vida. |Retituirãona logo: os cegos fo:
das me{mas unhas da morte, |rão tambem retituidos à vita:
| porque indo húa vez pera º |la ermida retºurada;& D.Mar»
paço, teus inimigos,inuejofos das | tinho, Capellão môr da armada • •••

priuança,lhe matarão hum cria jutificou o milagre... ela, %


do, que le chamada Zarradas, & 4 Em Lisboa º pozerão al
intentando tirarlhe tambem a |guns deuotos a fua fanta imagé
vida, fanto Antonio, o qual era, |pintada em "hum retábolo na

feu efcudo, o empateu de ma rua dos Conigos, fobre bum ar


neira, que as feridas não chegà co de pedra,em dia de são Mar{
rão a mortaes, & dellas conuar çal, 3o. de Iunho de 5614 &
lefceo breuemente. Outra vez, d.A.|quando contauão ja os 43
que elaua enfermo em Argº-ligoto, conhecerá º próueio
nil, tratárão finquo criados de o deta fua vizinhança…) porque |
• • ••

matar,& roubar; mas o Santo às |caindo hum raio, lògo motrou


primeiras punhaladas lho repre: claramente, que algüa virtude
fentou ja morto, pera que não fuperior otrazia acanhado. Co
infiltidem, etando ainda viuo; meçou a quebrar hñas adufas,
& definquo mil cruzados, que, &atear o fogo numa parede,
lhe fartarão em puro, prata, & & quando ouuio gritar: por fan
feda, quafi, tudo lhe ternou à to Antonio fugiopeia outra par
fua mão por meios,que parecião te. Indo ja comete medo, a o
• • •• •• • •
milagres....……. ::: .::…" */ entrar d'húa caía, onde encon.

Lançou ferro na Coru trou hum homem, que etaua


nha,perá darlatro a húa das fu affentado, & encotado a hum
as naos, aquella grande armada, guadamecimha parede;não fez
que no anno de 1588.fe deper mais, que queimarlhe o enco
dio de Hefpanha-contra Ingla to, & lançallo nofobrado fem:
terra rebelde a o Pontifice. E | lesão. Pafou entre dous mini
trazendo ja da praia hum batellinos, que dormião numetrado,
de pedra folta, os marinheiros | & perdoou áinnocência delles.
ficàrão de todo cegos,femfabe-||Rompendo por outra caía der
rem pera que parte (e auia de reteo todos os pratos detanho,
| remar. Acodirão outros, que o que etaua areando hüa moça, .
| leuàrão à toa, & feira informa (em lhe fazer outro damno,que
|gão por via dos naturaes, alcan deixalla a modo de afombrada:
T
|-

• •
• • • •
* * II) 35 -


--- --- -
44enores ht Proullula de Portugal.
–355
mas logo tornou em ti. Cança || & colocou (obre o muro da
• • • " - - -- -

do vltimamente defe andar e{-1 Fortaleza a fua fanta imagem,


brauejando,foi humilharfe a os pera que a defendefe. Cafo
pés da dita fanta imagem , onde | grande Deff pareceo daquel. 1. T_1 }': '? rs - º •

acabou com maior gloria, de le lugar o Santo, deixando nelle


* * * ***.*** * ** * * : --
lhe ter ete refpeito, do que fe | o Minino Iefu, que lutentaua * * * 1},.. : . - . ' ' - .
deixára tudo cõfilmido, & quei nos braços: foi intimidar vifi
mado. O reuerendo Cabido co uelmente o dito Eu perador: • - …"
...….".."

fuma folemnizarete cafo com fezlhe leuantar o cerco; &de- ………


| mifa cantada,& prêgação." pois de ter já o campo impo, "'
5 Damos fim a efte nofo tornou a apparecer a o pé do
| difcunfo, que de fi heinfinito,cõ [mef nó muro com o rotó letã.
******. * * * : , - */- - {1 *** * * * * * … 2 "!
ado pera fima, & os olhos ho
* * * * * |- .. ' + * ** * * * * #2, # 2 -

(abermos conferuar a protec feu Minino


". . Iefu.
-- r – * Daqui ólguà
(s - "}">.***.**/ •

|ção dete Santo, o qual afico f2O CII) - procifsão à g! • Ja; &fe
"- a . 1 # : -2 * * * * …" , - ; , ; ,, , ;
mo nos affite cõ e{pecial amor, eta deuação continuará em to *

|também fe retirara fe nos ef dos, por ventura que não eftiue


|quecermos dele. No
|- {…
-
No annº
antio de |ra hºje perdida a Fortaleza, a
- - |- TI • • - * * * *.* - - - - - - - •

164o a 1o. do mez de Nouem ual Deos nos retitua Por fua
|bro efêreueo º padre frei An mifericordia. , , , | •
* ** *
* *

tonio de Sant-Iago, Guardião]


da Madre de Deos de Goa, ao # CAPITVLo XXX.
padre frei Dionyio da Natiui +-+_ +

(dade, que tendo vindo da India | Da morteglºrifa pela pré


por Cutodio a capitulo geral,
| ficou em eta prouincia, o qual gação da Fé de finquo
me motrou a carta, que conti |-
frades em-- Marrocos. : :. ", º
nha o feguinte.Defceo o Empe
rador dos Arabes com grande 1 Ortentofo foio" anno. a.1 arch.de
2 32.
poder de gente, & poz cerco a #" de 1 2 32.com hum no S. Cruz de •

Mafate, onde os Portuguezes * tauel ecclypfe do Sol, Coimb,

começárão a refitir com valor; que e{cureceo a fama dos óu.


b. Nunes
mas por quanto erão pouco: , os tros, º que fuccedéão pelosão. •

na chron.
combates lhes quebrantauão as nos de 1199. & 1206 porque delRei D.
forças, & o temor de treição os numa feta feira 3o. de Maio, ,fol Sancho I.
é 1.
tinha muiacanhados. No meio fendo a hora de feita,fe cobrio #Marian.de
dete aperto recorreo a fanto | de luto efte alegre planeta, dei 1.reb.* 1. c.21.
Hifp.
i
Antonio, de quem era deuotifi xando brilhar, como em noite
ma, a mulher do Capitão, que profunda, a lua, & as etrellas.
fechamaua 2. Leºnor de Pangim,
N----
Por ete tempo tambem f_ião l
- - - -- - -
GE ITAT__ !
356 Lam III DT Serafã dos frades -

ja ecclyplando, ou minguando 1 de a matança, que fizerão: nos


na região dete noílo Portugal || finquo feruos de Deos,a os qua
as Luas Mahometanas, de que || es deixarão depedaçados, por
vsão por infignia os Mouros, cõ ||ferem os Capitães defla com
os fios da e pada del-Rei Dom || panhia fanta,foi maiora fua car
| Sancho II mais esforçado, que |niçaria. Mas Deos os acreditou,
• | ditofo na opinião dos homens, || pera confusão dos Barbaros, cõ |
………lº qual apertando a guerra lhes || milagrofos finaes naquela mef
|#}} quebrantaua as forças. Mas el-||ma igreja,em que tambem lhes
******] [as proprias Luas,que cafe efeu- foi dada (epultura;porque os fi
recião, la em Africa andauão || nos da caía fe tangerão per fi
{ | enfangoentadas, fazendo oppo-||me fmos: os Anjo, lhes vierão
|$ fição a o Solimmaculado cem || celebrar fuas exequias, cantan
2 F. Luc. tanta exorbitancia, º que perfe-|| do fuauemente, & muitas luzes
#* guitão com mortes, & exquifi-|| doceo,ao modo de alampadas,
I tos tormentos em odio da fanta ||arderão diante deles. O nofo.
Fé Euangelica a muitos frades || Martyrologio afenta a fua mor
da nofla Religião. | || te em 16. de Setembro; & as
2 Sinquo, que nefe tem-º Chronicas antigas, alguns 2f]-
* po morauão no conuento de j| nos depois do glorio(o triunfo
| Marrocos, a faberfrei Leão, fiei || dos fete Martyres de Seita: pelo
#### Rugo,frei Zomingos, º frei Ioão , (ºr || que no de 1232. lhes deu mui
lés º fre. Ele㺠(entilão tambem cru-|| to bom lugar o dito Martyro
º felmente {cbre fi o fogo de fua ||logio, & os Annaes dos Meno
ira. Trabalhauão como Varões || res. E{crcuerão tan bem delles •

Apotolicos por conferuar os || sãtor Antonino, º Mariano,º o|{###


Chriftãos em a pureza da Fè, || nofo Bipo do Porto. E efes # 1,
| conuertião alguns Mouros a o || são os Caualleiros illutifimos??.
|feruiço de Deos, & afanhados | de Chrito,Portuguezes,& Frã- ***
• os outros leuantarão hum mo-l|cifcanos, cuja infigne viétoria
| {tim, que cutou a todos finquo (tem efcrito por engano em dif |, cu.…
* a vida. Etauão na igreja do có-|ferente idade hum? Autor dos #
} [.l., 2.
Lu

uento celebrando os officios di || nofos tempos; porque nem as


uinos em prefença de muitº gê hitorias de Africa, nem as nof
te Catholica, quando entrou pe fas nos declarão, que no anno
la porta o inferno todo junto, de 1 yoo. o qual ele apontou,
cujos minitros maluados co {'padecefiem finquo juntos.
meçarão a matar quantos acha 3 Com eta perfeguição
uão diante, mulheres, homens, ficou muito opprimida a Chri
& mininos. Efendo muito gr㺠| tandade de Marrocos,fem auer
quem

-CD+++

Menores na Prouncia de Portugal.


quem tiuelle confiança pera tirou nofo Senhor de tanta tri
nomear a Chrifto, fe não foffe | bulação, porque o Rei, que não |
com certeza de perder logo a tinha concorrido no motim, al
|vida. O Bipo D. frei Agnello lumiado do ceo os fauoreceo |
cõ outros frades,á e(caparão da em publico com grandes de
morte, por não deixaré defêpara montrações de e{pecial amor, |
das as reliquias Catholicas, an pelas quaes o Papa Gregorio
dauão disfarçados em o habito, IX.lhe rendeo as graças em húa
confortandoas com faudaueis carta,que no anno feguinte aue
confelhos. Mas breuemente os mos de alegar.

FVNDAC, ÂO, E CASOS VARIOS


do real conuento de S. Francifco
de Leiria.

CAPITV L O XXXI. ros à femelhança de braços,cin


gindo,& abraçando com elles a
cabeça do monte, em que età
|Defêreuenfe a cidade, & cô fittuado. Etes muros, fe elles
uthto: tos principios da ermida faõ mais antigos, mandou forti
de nºfa Senhora da En ficar pelo menos el-Rei D.Fer
nando , como diz a fua carta, |
tarnação, na qual paflada em Alanquer a dous do
nºs tiuemos
mez de Abril,do anno de 1374. c.arch. de
parte. º pela qualizentou Santa Clara S. Clara de
Coimb,
de Coimbra de pagar pera as º
As "ruinas, que fi bras,9r cerca do muro da vila de Lei
1 2 32.
"º. Iacob.
Menzt. in
fchol.ad ll.
"D carão de Collipo,le ria, fem embargo de ter fazen
uantou el-Rei Dom da no feu termo, & diftrióto. Fi
Refêd.l.4. Afonfo Henriques no anno del caua antigamente cercada do
Monarch.
Lufit. p. 3. 1 135 pera afombro dos Mou-| me{mo muro, mas cançados os
"l.9.c. 23.&
bro, c.9
ros, que deuatauão aquela Ef vizinhos de fubirem, & deceré
tremadura, eta villa de Leiria; fizerão affento em as raizes do
|& duas vezes, que depois ade |monte, á banda do Oriente, ef.
truirão, húa a tornou a leuantar tendendofe quafi de Norte a
*p.4.1.17 o mefmo Rei: * outra, feu filho Sul, a onde o rio Liz lhes ofe-|
c. 56.
el-Rei D.Sancho I. Defcança o rece fuas aguas (as areas (e po
-

feu catellodonde hum penhaf.


(obreetende |dèrão efêufar) & defpedido ja
coforte, os mu- i delles, com vagarofo rodeio fe |
---- vai
• \

= — #8 Liuro III. Da hiftuna Serafica ados frades


vai encontrar co Lena,quecor Entre as muitas errńi
re da outra parte do monte, & das, que hoje a acompanhão,he
ambos juntos num corpo vão famofa por milagres, perfeita na
pagar ao mar o feu tributo. El obra, & apraziuel no fittio a de |
Rei D. João III. fez deta villa Nofía Senhora da Encarnação,
Cidade, erigindo tambem nella, que età à fua vita, leuantada
no anno de 1 545 por autorida num outeiro, da parte do nafci.
de do Papa Paulo III. cadeira mento do Sol. Deulhe principio
Epifcopal. He frefca,& abundan o nofo Bipo de Seita, D. frei |
te de todos os mantimentos. -- Aymaro, fendo Confeflor da
2 Quando elRei D. Afon Rainha D. Filippa, mulher del
fo Henriques a fundou, & tor Rei D.Icão I, no mefmo tempo,
nou a leuantar, referuando o que ella nos fez aqui a nofia
] téporal pera fi, deu toda a jurifº igreja. E como erão deuotos do
dição efpiritual, & ecclefatica Archanjo são Gabriel, que an
a o infigne moteiro de Santa nunciou à Virgem immacula
Cruz de Coimbra, affi na fua da a Encarnação de Deos em
igreja,como nas outras, que de fuas fantas entranhas, deixando
pois fe fizeffem no feu termo. ella memoria dete fagrado my
Pelo que na me{ma villa tinha terio na dita nofa igreja, con
o dito moteiro Vigairo geral, forme depois diremos, ele fez
que conhecia das caufas, o qual eta ermida, dedicada à me{ma
ainda no anno de 1542.feno Encarnação. Reformou a D. frei
meaua de Leiria, Vitoria, Paredes: Bras, primeiro Bipo de Leiria,
@rfeus termos. Vitoria he a villa, dos damnos da fua antiguidade;
que nôs chamamos Zatalha; & & dando a Senhora clementifi
Paredes era outra mais vizinha ma faude milagrofa a húa Sufan
|a o mar, que elleja fepultou en- } na Dias, aleijada de muitos an
tre as fuas areas. Tinha mais na
nos: efe milagre com outros
igreja do Catello hum motei e{pertou tanto a deuação dos | .
ro de Conigos da fua obedien fieis,que no anno de 1588 em }.
cia, chamado Santa Ataria de | 25 de Setembro felançou a pri
Leiria. Mas tudo fe acabou cola | meira pedra do (eu fumptuofo
entrada dos Bifpos, aos quaes | templo pelas mãos de D. Ma.
te transferio a fua jurifdição. E noel,Marquéz de Villareal. He
nós agora fizemos eta lembran cafa de deuação, & romagem
ça pera fe ver a rezão, ou o po conhecida nete reino, na qual
der, com que elles nos querião gozamos a gloria de aterprin
impedir a fundação do cõuento, cipiado..……
"como logo feverá.

4
• •
Saindo defa cidadepera){
-- - -

a banda
•• • • •- - ----
TTY" - = - - -- - - --

- AMenores na Prouncia de Portugal... # 3 $9


a banda do Norte em buíca do I fempre muireformado, atè no
arrebalde, o qüaleftá (eparado, tempo dos padres Cõuentuaes.
achamos à mão direita hum ro Foi tambem hum dos primei
cio,& nelle nos apparece o nofº ros,que oete reino receberão o
fo fanto conuento. Porêm, dos etado da regular Obferuancia;
|feus edificios: sò a igreja diflin & progenitor de graui(fimos fu
&tamente feve; que os outros jeitos, que a tem autorizado.
ou etão encubertos, & etcen; Mas o rio, não contente de nos
didos com aruores, ou lançados retalhar a horta, vai afogando a
à outra parte contraria. Asja: | cata de tal modo com tuas in
nelas do dormitorio, grande nundações, que lhe era muito
|
quebrão a vita da ladeira deb5 cedo necefario fugir, fe achar
| monte, que fica dentro da cer onde pofia tomarpe com algüa
caféuetido de mato eteril,mas | compenfação do feu, efplendor
apraziuel; & quando muito al antigº, ….…...…….. . .
canção o alto de outros montes, | …", ………:
• • • • - # --Triei: … e -º: º
Os baixos da nofia horra (aõ | CAPITVLo XXXII. .
cortados pelo meio co a corren |
* • •• •
º " * # : ; “ …, ….… - …r - • • • ••

te do Liz, mas ellefehhorçado | Dos trabalhos, quenos tufou


da foberba d'húa ponte,que une
os dous retalhos. No monte, a | a fundação difacafºi e
espés d'húa ermida de fanta | do flúºr tºm que º S㺠|
Catharina Virgem, & Martyr, …imo Pontifice nossº… * *

| arrebenta húa fonte, cuja agua **


" *****/
***** honryºn:2 . i ^#*
óu, "&#* #;
. "……. •

trázida a o contento por arcos |


de pedra, que atraueísão o rio,
| nos dous clautros, onde corre,
| ::::::……. 4
ºi *** * * * * #; te:
<2?


|l10……..ja
• • • •• ••
-

…ido
:::::.::.::.

…,

:
na cozinha, & noutras partes, || 1; I 2.32.
lhe dà grande ºfermolura. Qs |}. *>\\ 3.232. Entração em
edifícios;& oficinas da cata,fem • •• •
* * * * ** * *
• •

*.
|-

* Leiria, pera fundaré


extederem a mofamediania, té oconuento,os nofos religioios;
muita capacidade pera recolher &ja tinh㺠padecido # aggrºi
honetamente a mais dos trinta uos, & moletias, que logo aue
religiofos, que lhe taixou a Pro mos de referir, quando no anno
uíncia. Comito tudo fica fen-1 feguinte em 21, de Maio, como
- • - • |

do o conuento folitario,deuoto, tambem feverá, o Papa Grego. }…


& muito accommodado pera vi | rio Xaos pretendeo remediar.
uer no fanto ocio da contempla|Wi n ão chamades da villa, que
Vinh - - - • •• • • • •

ção do ceo, & feguimento do ||fempre foi deuotifima da nota}


|coro; & pela me{ma rezão foi Religão, & comitº obrigido s
" " "; •
-----
-da -------- - •

- -- - --------…-- -•
• ••- ---- -- -
|-
—*- •
***

!

7TDTSãZ77;
fombraua com feus milagres o
| da vontade do Pontifice, o qual
}
tinha ordenado,que em todas as mundo,os ter deixado a elles pe
partes da redondeza da terra ar la nofa companhia, facilitando
úorafemos, quanto nos foffe o me{mo tranfito com feu exem
pofuel, por meio da pregação, |plo em outros. Porque vita bê
&exéplo oetandarte de Chri efta rezão, maior fundamento
to contra os tres efquadrões da tinhão de feítejar, que fentir, o
|carne, do mundo, & do diabo. e{clarecido nome, que entre
} Acharão porêm notaueis difi nós alcançou etefeu cópanhei
|culdades, procedidas do illutrif ro,& irmão,a quem elles denião
}fimo moteiro de Santa Cruz defejar muitas ventagens Quã.
|de Coimbra , as quaes nòs não
|
to mais, que o Pontifice nos de
ouueramos de trazer aqui a pu clarou o motiuo, etranhando
|

|blico fe affi o permittira a intei grandemente dizer o feu Dom


{|reza da hitoria, & não fora ne Prior, que fe nós aqui ficafe.
cefario noticiar a origem do mos,toda a gente fe iria apóz de
conuento,& juntamente os tra nòs: Thras, ais,º mundusp% fratres b Iésn, sº
v. 8.
|balhos,que nos cutou a préga Atinores abut, / dimirtamus eas/k.
ção Euangelica atè naqueles E na verdade ifo era porque e{.
lugares, que fe declarauão mais | caçamente os frades entrarão
| por nofos afeiçoados. A efte em efta terra,quando o pouo os
|real moteiro côfefamos gran começou a feguir nos fermões,
|des diuidas, que nôs tambem. confilsões, & officios diuinos,
|lhe pagamos com grandiffimo etimandoos, & repeitandoos |
amor, & particular repeito, re como Varões Apotolicos. De
| conhecendo a fua reformação (emparauão todas as outras igre
* ••• +
| obferuãte por infigne é a Igreja jas, & não cabião em o nofo O.
} de Deos; & afilauamos a nofia ratorio. Donde tambem entrou
penna de offenías, & aggrauos, em defconfianças de perfeuerar
| dizendo fó o que foi no outro inteira co a nofia afitencia a
| tempo, f> nder o prefente füajuritdição, a qual porém nã.
-

| mais afeiçoado nofo,mais fan qua nós pretendemos quebran


* * *< -- , +
|to,mais liure de competencias. tar, ; ; "C
# -* * * * * * ** * * * - *
#

"2. Mas nem porifo fufpei



3 . Daquife originou a noí
• • •

a anºs).
|tamos dos pafados o que e(cre |fa tribulação, executandoa o D.
n. 3o. |ueo "frei Lucas: a faber,que el |Prior,que difemos: não, como
|les nos encontrauão a fundação. Senhor da villa,no que tambem |
| detaçafa pelo fentimento gran |fe enganou o dito padre º frei e an. 1168.
}de, com que ainda etauão, de Lucas: mas,como Prelado della n.9.

"fanto Antonio, o qual então aí. | "no epiritual sòmente, & em


T uorfa
-- - -
Menores na Prouincia de Portugal.
uor do moteiro,que aqui tinha : 123 3. cujo principio era: E?
fujeito à fua obediencia. O que nece/e: pera os Bipos de Vifeu,
nito fuccedeo iremos defentra-: & de Lamego;& pera oD.Prior
nhando das me{mas bullas do da villa de Guimarães,a qual el
Papa,fem referir, nem ponderar les auião de executar, conferuã
as palauras,com que ele repren ldo a os frades na pofé do feu éõ
ideo eta acção, & repetidas agõ| uento,& declarãdo por nullo tu |-

rº poderião magoar #Começa|do,quãto cõrra elles (e auía pro


rão pois de arguíra os frades, 4 efado. A outra era de noue do
não tinhão p er perhouuir cõ=| mez de lunho, & começaua: In:};
fiísões. Chamauão lhes profetas | teleximus cã dolore: pera o dito D.
falíos,enganadores,embuteiros, | Prior de Santa Cruz, pºis qual | -

&hypocritas; &paísãdo da afrõ--| o tratou aperamente, & cópa


..|ta das pefoas ao diferedito da |lauras pezidas, ordenando, que
nofa Religião, murmurauão, & ||não nos foffè moleto. As re
zõbauão dos milagres, cõ q ella, |zões,que pera ido aula,como el
fe dizia etarja appronada pelo |le apontou, & podião conciliar
|ceo. Conhecédo finalmente,co nos repeito,faõ etas,q efereue-{
| moito não bataua pera cairem | mos. A primeira fer a nofia fa
da boa reputação,em 4 os tinha. |grada Religião infigne no inti-ji
o pouo, arrancarão a epada das|tuto da vida.&famola por mila-|
centuras,cõminandoos a elles, q ||gres. A fegunda: ferem os feus
fe faifem da villa: a os fecula |profefores femelhantes a os An |
res, que não lhes defem efmo jos na pureza do ferafico etado: }
la, nem fe achafem prefentes | mébros nobres da Igreja militã
em fuas mifas,prêgações,& ofi |te: grande parte da fua confola
cios diuinos. E porque não fo }ção: confufaõ dos hereges atre-i
rão obedecidos (nem era bem, uidos: Caualleiros esforçados da |
que o fofíem) declararão huns, |foldade{ca de Chrito, os quaes |
& outros por incurfos nas fuás |em toda a parte futentão a fua |
excommunhões. * # : ;º, º |guerra, defendendo co as armas
4 a Defconfolados os frades cõ |da doutrina não fómente a vir -1

ete mao tratamento, & ainda | tude, mas tambem a Fé Catho


mais fentidos de teré por cõpa lica. A terceira tocana ao Pon
nheiros a feus deuotos, & bem |tifice, que fe deu por aggrauado |
feitores na me{ma tribulação, de que, fendo os ditos religiofos
derão conta ao Papa Gregoriod. | na fua etimação,& amor as mi
- •

dareh, do ininas de feus olhos: tendoos elº |


IX, o qual logo lhes remeteo • - - - - •

#[duas bulas, quinhão ferindo fo|le inuiado pelo mundo pera pro ;
«L\lC.Cit. - • •

#|go.Hña delas de 21 de Maio de | ueito das almas, aº menos nãº


º - . --—1---- - --

31 & 32. • Hh fo (sem


| - --- … --.- --————— ———— -*=+=.*** - -
362 Luro III.Dahlfiona Serafica dosfiadas
fofemporTeu repeito bem re denaré a caía pelapãº, q entã7
|cebidos de todos... . fe praóticaua, piquena, & mui
-

5 Chegãdo as ditas bullas, a | to pobre: Béauenturados tépós,


do D.Pricr logo lhe foi intima que ainda não gotauão das vai
da,& da outra pronúcioufe juiz |dades,que hoje andão validas!E.
o Bipo de Lamego, que fecha |poto que os antigos não deixa
maua D. Paio,pera lhe dar intei |rão em lébrança qué niño os aº
ra execução.Víou porêm da cor judou, a deuação dos vizinhos
tezia, 4 etaua merecédo affi o | de Leiria,digna de grãdes enco
dito Prior, como o feu illutrifi-| |mios, nos obriga a cuidar,quetu.
mo moteiro,auizãdoos do con ldo eles tomarão à fua côta. Nol }
|
téudo na cômifaõ do Pontifice. particular do fittio& confequé •

| Tambélhes encõmendou,4 não cias delle, em quatro erros caio | |


| nos côtrariafem a fundação do |o reuerédiffimo "Gõzaga por oca 4 pag 30o.
conuento,declarando ao pouo cafião das informações erradas,
(pois ellefe procedefe na caufa pelas quaes fegouernou;& del-º
o auia de fazer)como lépre forão le tambébebeo o me{mo enga
nullos todos feus procedimétos.} no afio padre º frei Lucas cõ ou
| Não nos cóta o q pafou depois tros que o feguirão,como o Au fº. 1168
dito,ainda q entédemos, 4 (Edo | tor de hum papel,tocante à fun
tão apertado o cafo,tão notauel. |dação deta cafa, que etá poto |!
fua muita piedade,facilmete cai (10 COTO.: ……… - • •• • •

rião na rezão. Em fim, nòs fica 2. O primeiro:foi dizer que o |


mos em Leiria, & o conuento | conuéto no principio eteue nou]
{e fez. , ..:. … ? " tro lugar, mais diftante da cida
|de.E feito affi fora,algum ratro |
de achar, o qual nòs |
cAPITVLo xxxIII. |fenãoouuera
pudemos defcobrir.Quize
rão alguns dizernos, que tuera |
Mofrafº,como nãquao comuê principio na ermida de fãto An |
dre,que fica no arrebalde: mas
to eficutem outro fittioitõ0de eta antigamente pertencia a os |
fingano dalguns trios, gafos, os quaes nòs nunquaa
tocantes às flas |uiamos de lançar da fua cafa;&}
obras." ||fe ahi refidimos algum tépo fe
||ria em quãto hopedes atè efco

. . . ……… " -r
|lhermos fittio,&paffaréastormé |
I P Añadacfia tornéia trata | tas,q nos trazião cançados.Elas |
*rão os nofos Padres, fun-t | porêm acabadas viemos tomar
dadores do cõuento,de orl affento nete proprio lugar,on
de
- - "." ..… __ V
*-*

AMenores na Prouincia de Portugal. 363


de agora etamos, junto do rio, tros temos batante exemplo,on
feparados da cidade: mas não de o braço Real leuantou igre
em tanta ditancia , como ef> jas nouas, & edificios grandes,
creue Gonzaga. Vefeito pela fem eles darê hú pafo, nem fai
doação da fonte, chamada da rem dos feus lugares antigos.
Carpinteira,que no anno de 1253 4 O terceiro detes erros ve
nos deu o Real moteiro de Sanio a topar no tépo, a faber no an
ta Cruz de Coimbra, & nòs de. no de 1 384,em á cuidão os fo
pois mettemos na nofia cerca, breditos Autores,que o Rei fez
como ainda diremos. Por quan a mudança. Mas efte engano no
to eta fonte nos foi dada pera tocante à tráslação do conuento |
trazermos a agua ao proprio cô ja fica bem reprouado, q fe elle
uento, onde então affitiamos, não o tirou do feu fittio, como
ur eum deriuent, @r durant addemos temos declarado, nenhum anno
fuas;& conta fere{te me{mo,no pera ifo lhe podemos afinar:
qual agora etamos,porque a el pelo que tó na obra da igreja, a
levém hoje a dita agua, & jà vi qual foi empreza fua,auemos de
nha não fomente de cem an bufcar tempo. Eite porêm não
nos,mas de tempo, que excedia dia fer o anno afima dito,por c.Lopes na
chron. m. 5.
a memoria dos homens, quando que nelle ardia o furor bellico, P. I 4
no de 1452,como então fe pro á trazia ao Rei totalm éte occu
uou,foi condemnado hum fapa ado co a defenfaõ do reino, re
teiro da villa pelo Corregedor frtindo às entradas,6 cada hora
Diogo Gomes d'Abreu por re fazião os Caftelhanos:cõbaten
zão de nos tomar parte della,ef do os lugares, q não lhe obede
tãdo ainda a fonte fóra da cerca. cião: prefidiãoo os outros:ordená
3 O Segundo foi dizer,4 el do gête , & apparatos de guer
Rei D.Ioaõ 1. o mudou pera e ra.Quéha de perfuadirfe á ele
| fittio, onde agora o vemos. Po não fendo ainda Rei,fenão Rege
rèim euidentemente fe manifef dor do reino: não etãdo quieto
|ta o erro,porque antes de nafcer no gouerno,néfeguro, fe appli
o dito Reija ele aquietaua,co |cafe a obras q não fofsé de guar
mo motra o q auemos efcrito; necer os prefidios?De mais dif
& affi nem o mudou, nem o po to,em fe fazer eta igreja he cer
dia mudar.He verdade, que ele to,4 cõcorreo(&por vêtura,á fof
fez a igreja, da qual agora ufa fe mais principal) a Rainha D.
mos: mas dito não fe infere que | Filippa, mulher dete mefnio
també trasladou a caía toda de Rei,o que feve pelas armas de
hñ fittio a outro.Nos conuentos les ambos,que etão no frontif.
d'Alanquer, de Lisboa,&em ou picio : as della à mão direita;
Hh 2 &
364 Luro III. Da bifurta Serafica dos frades
Ap 2. c 94 & como le receberão º no anno a o reino,como fora valido o di
Cunha c. 68
de 1 387.não podia eta obra le to feu cafamento. Ele tambem
uantarfe cõ o fauor da Rainha, as depachou neta forma, & {ó |
que ainda não o era, nem tinha mente renouou a me{ma graça
faído de Inglaterra, no de 1384. pera fepultar efcrupulos.Mas nê
que os Autores dete erro lhe af etas fuas letras, nem outras al
finão. Quanto mais, que elles güas o condemnão a edificar ou
mefmos afirmão, que o Rei edi Igreja, ou conuento.
ficou ete téplo em fatisfação da 6 Colligimos de quanto fi
culpa, q auia cõmettido em ca ca efcrito,que ete nofo cõuen
far,fendo profeffo na Ordé d'A- to não efteue noutra parte,nem
uiz,fem diípenfação do Papa cõ o fobredito Rei o mudou a o lu
eta me{ma Rainha.E fe ele nef| gar,em que agora o vemos: que
fe tempo não era ainda cafado, fez a nofia igreja na paragé, on
que culpa tinha cõmettido, em de achou a antiga: q depois do
que encargo etaua, que fatisfa anno de 1 387, principiou eta
ção deuia? -
obra;& feria por ventura quãdo
5 Ete he o quarto erro: a fez o conuento da Batalha a os
faber, que o Reicafou (em dif padres Dominicos: finalmête, {
pentação: muito mais intolera não o moueo a ifo penitêcia de
uel nos Autores Portuguezes, é culpas, fenão muita deuação, & |
ouuerão de fazer melhor exame, fua vontade liure, -

por não culparé cõtra jutiça hú


Principe tão catholico, q tanto CAPITVLo XXXIV.
fe conformaua cos decretos da |Dandua figura, que acofº •

fanta Sê Apotolica. A verdade


nito he,4 ele mandou pedir dif
peníação a o Papa Vrbano VI. |veítio em feus edifícios: com
&ete a concedeo por palaura a algias memorias dos Mar
os feus Embaxadores,poto é re
ceofo de offender a Catella não tyrºide Marrocos,& dos
lhe expedio as bullas. Com eta Reis de Portugal.
e. Lop.cit.p.
2. c. 123.&
certeza º de etarja dipenfado
celebrou o matrimonio,& falle { =\ Om etreiteza neta
nos feg.
Cunha cit.
C2D.
cédo o Papa fe tomou refolução uelferecolherão aqui,
Mariz dial. em Côtelho, q ao feu fuccefor -& viuerão muitos an
4.C, I. "
Bonifacio IX, não pedifíem ou nos os nofos Padres antigos:en
tra vez difpentação, pois e taua cãtoados em hú pedaço de terra,
concedida:mas sòmente as bul núa cafa tão piquena,á o melino |
las,que temos dito,pera contar efpirito daReforma Obferuáte,
• o qual
=>-
?

Menores no Prouincia de Portugal. __365


o qual refufcitaua no mundo o 2 Neta igreja Real fe exe
primitiua rigor da nota Religi cutou o breue do Papa Alexan
#ão, entendeo fer neceffario etê dre IV. que ele tinha pafado
der o campo,& edificios. Come pera fua agração reme{mo dia,
1çou pela igreja el-Rei D.João I. & anno, pelo me{mo teor, & co. … ,
& fua mulher a Rainha D. Filip as melmas indulgencias do "ou |alº-c. 13' }
pa ,4 a mãdarão fazer em maior |-

tro pera o téplo d'Alanquer. Sa


| capacidade, como motrão fuas | grou apoto q tarde,o nofo Bif
farmas logo na entrada della: as pode Martyria,D.F.Luiz Nor - |-

da Rainha, q foi principal nao | mão, cuja noticia daremos em


bra,no higir da mão direita:as do | outra parte,sêdo Guardião da ca
| Rei ;á mão e (que rda. No etcudo, fa F.Chriftouão de Couilhaã, &
tda Rainha fe côtém de húa par Vigairo Fr. Diogo do Funchal,
te as Quinas de Portugal:as fuas quarta feira,em 14 de Ianeiro de
#
#Flores Liz, & Leopardos, na 1562. Logo no dia feguinte bê.
coroa atrauefa | zeo tãbê os dous finos; o maior,
outra. , S obre a
hña faixa,á futêta ofeu timbre, | a que chamou S._Antonio : o me }
ou diuiza:afaber,o Archanjo S. nor, q chamamos Segundeira, a o
Gabriel annunciando à Virgem, qual deu nome de Sãra (atharina,
S. N. a encarnação do Filho de: Virgétnfigne,& Martyr.E quafi |
Deos em fuas purifimas entra tudo fe copiou numa pedra, pe
nhas. E por ella ferdeuota dete| gado à fua porta, pela memoria
|-

fagrado myterio, muitas vezes, |} antiga, quehum


efcrita em nòs ainda achamos •

{e Fenouou,& pintou na parede, el, º


onde etá o efeudo. De mais, que | 3 A capella mòr, fe chegára
|-

por fua côtéplação era muito ve a lograr a perfeição, ó lhe tinha


nerada neta propria igreja húa | prometido o Duque,Marquez de
imagé de Nofia Senhora do Anjº, á Villareal D. Manoel de Mene
qual os fiéis fizerão muitas ofer |zes,cõforme á planra,á pera ifo |
tas de joias, & de vetidos,em par fe fez, fora húa das melhores, q | |
ticular a fereniffima fenhora D. temos em Portugal.Etá fepulta
Ifabel, filha do Infãte D.Fernã do nella, como tambê o Duque
do;& mulher do Duque D. Fer Marquez (eu filho, D.Miguel, a
nãdo,o fegüdo do nome,de Bra o qual encarregou,4 pera eftelu |
gança. A infignia de deuação fo |gar trasladafe do nofo côuento
bre as armas del-Rei, he nofo de Santarèm as ofíadas de feus |
ferafico Padre recebendo pelas | antepafados, começãoo por feus |
mãos do Redemptor, transfigu terceiros auós D. Fernando de |
rado tãbé em forma de Serafim, Noronha,filho do Cõde de Gi-|
os finaes da redempção. l] jon,&D:Brites deMenezes,filha |
J
Hh 3. de___ - - -- -*- +

--•
-***

366 | Luro III.Da bifloria Serafia T= •

de D. Pedro de Menezes, pri tyres. Era primeira Oitaua da


|meiro Capitão da Fortaleza de feta do Penthecote de 1618 |
Seita.Trasladarãofe os ofíos, & no qual dia os lauradores do cã
b Apocal.
forão depofitados debaixo do po nos trazem por deuação a
6. v.9, altar, º paragem acommodada maior parte da lenha,que gafta
pera defuntos queixotos: mas a mos em o difcurfo do anno. El
obra da capella não chegou a porque o trabalho fora grande
ter principio,antes em 29 d'A- em agazalhar os hopedes,& ar
goto de 1641.fe degollou tº rimar eta machina,difpenfou e |
da a noffa efperança de o poder | Guardião nas matinas da meia |
alcançar. , •• •

noite feguinte. Humladrão,quei


4 Muito melhor forte te dito teue noticia,querédo apro
ue a dos fantos finquo Marty ueitarfe do tempo, entrou pelo |
res de Marrocos,que neta me{- { zimborio deta capella dos San |
maigreja edificou o muito deuo tos pera furtar a alampada de
to padre Manoel da Cota, Ab prata,que a ella pertencia. Ti
bade de S. Pedro da Teixeira, roulhe o vidro, defatou acorda, |
em o bifpado do Porto,cuja ca prendeoa com húa vide: mas |
(a entre aquelles montes a{pe quando fe quiz fair, & leualla,
ros, que atrauefa a etrada de tal medo lhe imprimirão os Mar |
Lamego a Amarante, era como tyres, que a largou aos pês do
atalaia,que vigiaua os frades pe 'feu altar, juntamente co a ta
ra conuidar,& recolhellos a to }boa,por onde tinha defcido; &
dos com etranha caridade. E elle nunqua foi vito. Em outra
por lograr com mais goto eta occafião, na qual o fauor do ceo |
fua deuação, tinha licença geral era muito neceffario à quieta
dos nofos Prouinciaes , pela ção do reino, fazendo o Guar.
qual obrigaua a defcançaré cõ dião a difciplina do conuento
ele todo o tempo, que queria, co as luzes apagadas, como he |
os que vinhão mais cançados. cotume nofo tres dias cada fo
Intituio hum morgado, que a{-{ mana, quando chegou a entoar
fite á capella em fua conferua a antifona, Zapacem Zumine,com
ção,cujas claufulas,como outras a qual pedimos a Deos a paz,fu
exprefas no tetamento, feito bitamente refplandeceo a igre
em 29. de Iulho de 1597. nos ja, apparecendo acefa a alampa
renouão cada dia faudades amo da dos Santos. Prègoufe em mui |
fofas de fua muita piedade. tas partes o cafo, que julgauão
5 Nete lugar fe virão algüas } por prognotico do defcanço,de |
coufas notaueis pelos grãdes me que ainda gozamos. A capella |
recimêtos dos efclarecidos Mar tem priuilegio perpetuo em fa.
-

—à _____uor
- - - --
AMenores na Pruuncia de Portugal. ______367 •

|
|uor das almas do purgatorio. fe de{cobrem abertas em dous .

• 6. Na Étrada do rocío,on
- - ,on-||efcúdos.
|de età o conuento, encontrão | 7 Nas outras obras do in
|logo os que faiem da cidade cõ |terior da cata, que toda fere
hum padrão del-Rei D. Mano nouou no tempo dos Obferuan
el obra curta a repeito das grã [CS , obrando muito o poder das
dezas, com que honrou etaca Majetades Reaes,fazepanto o
|fa, mas memoria eterna de fua que nellas auançou o braço dos
beneuolencia. Os que vêá, do Guardiães, De muitos nos dão
arrabalde achão ainda vetigios noticia as memorias antigas, &
daquelle recolhimento, em que mais em particular de F.Gõçalo
viuião húas mulheres virtuofas, Gago,natural doPorto,de quédi
& deuotas, das quaes a Rainha zem, que kuou com elas muito traba
e, arch, de
#S.Clara de
fanta Ifabelº e lembrou, como ]lho. Quafinete mefmotêpo.&
Coimbra. de outras, em dous tetamentos foi o anno de Chrito de 1476.
feus pelas palauras feguintes. começou a etender(e pelos do
Jºando a todas as Emparºdadas de us lados a cerca, desfazendo nòs
Lisboa, @r de Santarem, @ de Lei tambem algüas caías vizinhas,
ria,G de Ohidos, @rde (oimbra,dº que erão em detrimento da nof.
zentas libras. E poto que eta ca, fa quietação. O campo, & mon
fa não tocaua ao conuento, á te além do rio, donde feculares
fombra delle,& co a fua doutri deuaffauão o conuento, nos deu
na perfeuerou muitos annos cõ el-Rei D.Manoel por húa carta,
opinião, & credito. Chegando que foi paflada em Euora a 12. ||
mais à igreja, entramos no feu do mez de Maio, de 1 52o. em
alpendre, muito mais largo, que nome de feu filho o Infante D.
ella,repartido em tres naues,em Afonfo, Cardeal, & Comnen
o qual fe emparaua,ou reparaua datario do moteiro de S. Cruz
das a{perezas do tempo a gente de Coimbra , a o qual etas ter
innumerauel, que acodindo aos f3$ pertencião. É fechãdoas nòs
diuinos oficios não cabia den todas com parède, ficou den
tro da me{ma igreja. E affiacõ tro da claufura a dita fonte,
tecia em muitos dias de feta a chamada da Carpinteira. Deunos
uer dous fermões no mefmo té tambem a agua perdida de ou
po: hum nella, o outro nete tra fonte,por nome Olho de Pedro,
alpendre. Pelo padrão, que tem com que regamos a horta:na
à fua entrada, entendemos fer a dando fempre a cafa em
obra del-Rei D.Afonfo V.& da beneficios de
Rainha D.Ifabel, fua mulher, q Reis.
foiSenhora da villº,ºnias armas - ' - - - - -
•- - - #- Hh 4 - CA
- - - - ""
-—- - -*-

368 III DIEESTÃÃÃÃÃ"


CAPITVL O XXXV. | fedefmentidos os temorés, por ef
me{mo repeita de defender- |-

mosféus fóros, & juntamente


|Cotãº/fauns, quertakael por fua beneuolencia nos fez ef
mola o D. Prior D. Martinho
conuento dos Padres de S. com todo o conmentº da A #
lá.… Aº faar
Cruz, Salgiasmo- " ||gua da fontec amada da Carpin J

lfias,queiº/f-L | feira,cujo nome em outras gcca.


fiões deixamos ja repetido. E
… . llll o tempo. #… ... O | • {

A * * , , , , |por quanto o mõte,em que na{-


,{{ . _, "") {
• • ••

|- " i " " . É_> | cia,&o campo, que auia de cor


1 r"Tº Ornando ao princi tar pera vir ao conuento, não
| pio, breuemente co |erão ainda nofos, como forão |- -
* * *- * ** ** *-

* nhecerão os Padres de muitos annos adiante pormer rºº… "

Santa Cruz, que os nofos, mo. cè del-Rei D.Manoel, tambem


- - - - - -* * * * * * * . |- • • • - ••

… …)

radores neta cafa não merecião nos deu liberdade para #.


aggrauos, mas boa correpondê mosa agua pelas febreditas ter
cia. No particular de fua juri! rasfem perda fua, & por cami
dição, contra a qual receauão, nho direito. Foi feita a doação
que fofem pedra de efcandalo, no mez d'Abril, em Coimbra,
o me{mo tempo motrou ferem na Era de Celar de 1291, na
grandes defenfores,trabalhando qual corria o anno de 1253 do
quanto lhes era pofiuel por fe , nafcimento de Chrito;& he do
cóferuar aquelle Real moteiro teor feguinte. … "

em muita autoridade. Pelo que, -

- *: º
* *
{ *

. Nos M. Prior,& Conuentus Sanctae Cru


cis Colimbrienfis notum facimus vniuerfis
prefentes literas inípecturis, quodattendê
tes deuotionem, quam habentad nos fra
tres Minores de Leirena, & diligentiam,
quam exhibentjuxta poffe fuum circajura
notra nobis integrè conferuanda, damus,
& concedimus eifdem fontem noftrum,
quem habemus in loco, quidicitur Carpin
teira,vt eum deriuent, & ducantad domos
{
fuas.
-\

AMenores na Proullula de Portugal. 369


----

luas. Et concedimus, vrabípfolocovfque


addomos fuas recta linea faciantaque du
étum, & reficiantouaecunque necede fue
rint,fine notra injuria, veljactura. In cuius
reiteftimonium damus eifdem prefentes li
teras figillis propriis confignatas. Dat.Co
limbriae, mente Aprili, fub Era M. CC.
LXXXXI.

2 Tcda efta amizade vie · 3 Mas he duro querer le


rão a pertubar pelo tempo adi dantar cabeça a refpeito de qué
ante huns ciumes das nofias im eftâ poderofo,logrando de mui
munidades, parecendo que erão] to tempo a fua autoridade, co
em detrimento da fua jurifdi. mo aqui nos fuccedeo em Lei
ção. Donde nos nafcerão alguns ria, onde nofos priuilegios fe
trabalhos de nouo,os quaes quiz julgauão por aggräuos, & afe:
remediar o Guardião fiei Ioão quencia do pouo na nota igreja
Giraldes a 15. do mez de Maio, por deprezo, & injuria das eu
do anno de 1 299. intimando a | tras. Pelo que a 2. do mez de
o Prior de São Martinho, & às Setembro de 1419.° vierão fa r.arch. de
S. Cruz ele
"Specul,
Minor.traét
jutiças da villa a bulla, º Inter| zer a oncfo Guardião reque Coimbra. |
|
1 fol. 14.

cateros Ordines, pela qual Bonifa rimento de aggrauo Pere-Annes


} cio VIII, nos declarou
!

Fr Luc. an.
1295, in
por izen (como diz a e(critura)frade pro
reg. |tos, como feus anteceflores, da | f/o do mosteiro de Sãra Cruz de tem
|dita juri(dição, & opprefaõ dos bra, @ Vigairo em a dita vila de
|
Ordinarios. E não deuião aqui Leiria por a Priol do dito mofere;{};
parar as nofas moletias, porq outro/ João Lourenço Priol da -Agua
ainda no anno de 1 36o. a 12.de da, @ Reçoeiro em Santa ºtaria da
Feuereiro o nofo Miniftro da "Pennad flamºfma villa, @ Procura
| Prouincia de Sant-Iago, a quem dor do ditº Priolgr conuento. Onze
| o Tabelião chamou Z.freigo. artigos (e continhão no aggra
mes Paes, fez notificara o Prior ao, cuja materia ou tocaua à
| de Santa Cruz, D. Afonfo, outra nofa imir unidade, da qual po
bullaº de Benedicto XI. que diamos vfar: ou nafcia de falfas
b bul. I •
começaua tambem, hter cetero, informações contra o refpeito,
apud Ro
|ºrig. Ordines, em a qual nos cofirmou l& grãdeza d'aquelle Real mof
* * ** • • • • -

efta me{maizenção." … teiro, que nôs nunqua preten


demos ------
37O Liuro III. Da bifona Seraficados frades
demos ofender. E afli o decla qual nos defendemos. Porque o
rou o Guardião, que chamauão ZDoutor Luiz de Alarcão,Ouuidor na
fri Ziegº: fe com palauras grof. juri/dição Ecclfafica do Priorado de
feiras , como então fe ufauão, Santa Cruz,Cr C/fitador nas vilas
cheas porêm de efpirito, quebé de Leiria, Arronches, @rfeus termos
ojutificauão. Refpondemos (dife deu fentença em Ianeiro de
elle)a ofeu requerimento,Cr dizemos 1543 inhibindo a os Curas,que
que he injufio,Q, digno de todo defe, não procedefem contra pefoa
porque em ele faõ conteudas cou/as algüa,pois efte fauor nos etaua
nom dignas defºrem ouuidas,das quaes concedido pelos Vigairos de |
nºs/omºs innocentes, @r/om tº/temu Chrifto. Dahi a dous annos te
nhos falos anos a/acados.Zeosperdoe transferio nos Bipos intituídos
atodos aqueles,que nos dofão de tam de nouo a fua jurifdição ordina
tos do fios,($r falsidades.C3 ainda que ria, dos quaes ategora não nos
nosfe/emos os mais peccadores,Orde/ podemos queixar.
embºflados homens do mundo, nom fa
riamos taes cou/as. Atas todo º nº/ C A PIT V L O XXXVI.
defejo he faluar nº/as almas,Grrºgar
a ZDeos por afe Chrifiaam. Entre as
chamadas culpas,de que lhe fa Da infgnetaridade,humilda
zião cargo,húa era leuátar cruz do, &#pobreza, queflorece
nos enterros dos defuntos:a ou
tra não pagar quarta funeral.
rão nefefigrado
(0Illltlit().
Mas o primeiro he praóticado
no reino, & conforme a os noí
fos priuilegios: o fegundo intro Erra fanta, caroauel de º
duzio em Leiria o cotume, co virtudes foi em todas
mo tambem noutras partes. |- as idades eta caía de
4 Com eta repota deuia Leiria,cujo fittio retirado,& de
parar a caufa, poto que depois uoto recebendo, & conferuan
foi curfando a moletia, que nos do os celetiaes influxos, reuer
derão alguns Parrochos.Conde dece cada hora com flores de
nauão os freguezes,quenos do fantidade. Defcalços nella os
mingos,& fetas vinhão aqui ou nofos primeiros Padres, & de
uir mifa,& não nas fuas igrejas: pois feus fucceferes,muitas ve
allegãdo pera ifo contituiçoés, zes ouuião falar a Deos na mel
& vificaçõés do Priorado, fe el ma farfa do rigor , em que fe
las difpunhão tal. Contudo da exercitauão. Florecia muito nel
me{ma parte,donde fazião o ti les a caridade dos pobres de Ie
ro,faío o nofo efcudo, com o fu Chrito, aos quaestratauão —--****

COIT) O
"Menores na Prounda de Portugal." 37 I
como irmãos.Aqui os agazalha dos outros,vinos até hoje nelle,
uão,aqui comião,aquidormião,
|-
nem em toda a Prouincia, Mui-|
jaqui tambem fe curauão em tos finaes de probreza encontra
fuas enfermidades. Tanto era mos, & com ito entendemos,
hofpital delles a cafa,como cõ que nunqua quiz aceitar as dif
uento de frades, E confiderando penfações, & priuilegios,que no
| tudo ito o Bipo de Goimbra, me{mo artigo da pobreza em
D.João,toda a roupa dos leitos, commum receberão os ditos
| que tirou de húa albergaria, a Conuentuaes. Donde tambem
qual elle extinguio na parro procedeo a muita facilidade, cõ
chia de Vermoim, que hoje he que ele abraçou a regular Ob
do bipado de Leiria, trepafº feruancia, fendo nito, compa
fou a aete nofo conuento,pera | nheiro do conuéto d'Alanquer,
{ C0% ela acolherem os frade#Gr Otá &ambos em Portugal, os pri
tros pobres muitos, queno dito mofer. meiros depois d'algüs Oratorios,
ra/e acolhem continuadamente.Afio| ondenafceo efte fito intituto,4
diffe na prouifaõ,4íobre ifo paí deípindo a figura de Clºutraes
{ou a 8 de Feuereiro,de 1382. | tomarão a forma de Obferuñtes.
ordenando tambem nella, que Reformou o pelos - annos de
das rendas da dita albergaria 14oo" o padre frei João Xira, a.arch, do
Os at, da In
nos défem todos os annos, feis Confeflor d'El-Rei D. Ioão I. fua.

liuras: moeda daquelle tempo, hum dos fujeitos mais graues,


que fendo de ouro valia oito vin que teue eta Prouincia, & no
téis cada húa. Mas porque efte de 14o7 etaua ja no gouerno
nome de dinheiro foaua mal de frei Vaíco Rabiche, Vigairo
nos ouuidos daquelles bemdi. da Obferuancia, como auemos:|4.1.1.c. 23.
tos Padres,pedirão em lugár del e{crito em º outra parte. …..
le finquo almudes de vinho, & -3… Taõ affentado ficou com
dez alqueires de trigo pera fuf eta reformação o efpirito fera
tento dos pobres. - … ! . ] fico, que tudo era commum,fem
2 Deta pobreza fantifirma, | auer a diuitaõ detes nomes meu,
maior gloria,& cabedal nobilik |&teu,os quaes muitas vezes fa
fimo da noffa Religião, acha- zem as almas proprietarias. Não
-

mos muitos vetigios, & nenhü fe daua a frades particulares o


ratro contrario, ainda no tem ufo dos breuiarios, que ficauão
po,em que os Conuentuaes fio dos defuntos, fenão cem muitas
recião nete reino, gouernando cautelas,pertencétes á pobreza,
todos os nofos conuentos. Ne-li & concorrendo primeiro con |
nhum papel de fazenda,que per | fentimento geral de toda a com
tencefle a efte, achando muitos | munidade. Os que falta#ão no
-------- = T

cor.
=
- *---- ----- ----

372 Lam III DãTa Seññā dos # - -- - • <----

coro por luas neceffidades, ti tos louuores pelas obras de agü-}


nhão diurnal na fancritia, & lha, &broslados,que fazia nets |
breuiario no clautro,prezo por cafa, declarou por muito rice
húa cadea, pelos quaes fatisfa hum frontal , que tem ºs maneirº
zião o oficio diuino. Tudo o |braslados/ºbre pannº delinho verme:
mais paflauaaqui,
eira: tudo eta me{ma
por ainda fi lho, grafº, de eiiopa: "… #::
fi-|
que mui- •
………
4 . Fez{e em feu tempo o |
{

to pobre, parecia preciofo, ou | retabolo da capella mòr, pera o |


pera fere{timado, e conuinha à qual deu os bordos, & dinheiro |
nofia regra de peregrinosº no D.Ioão Galuão, Bipo Conde de
mundo: ou pera fedefprezar, fe Coimbra; & fendo a fua obra,& !
não dizia com ella . Tinhanos pintura tão humilde, queja ho. I
feito efmola D. Vafco de Ataí je ninguem farà cato della, o ef
de,Prior do Crato,de tres potes pirito deuoto dete Varão apo
de latão,os quaes vierão de Flã tolico a deferene, & encarece
dres, & como fe elles forão de de modo,que entendemos a jul
ouro finiffimo,os Padres daquel gaua por húa das marauilhas do|
le tempo os condemnarão a per mundo. Diz pois quando fala|
petuo deterro no conuento de nospaineis. Nepºmaro, fiº s㺠|
São Francifco de Salamanca,on Francifo com o Serafim (} 0 frade,
> -

de erão neceffarios. Não auia que dorme. No fegundo, fanta Xca


outra cruz,fenão húa de madei ria do Prante. Nº terceirº,fantºAnº
|ra, que fofe nas procisões, & tonio, com o Zifº rºgante, tirado pelo
porque hum Guardião mandou natural, no qual/antº Antoniº º duº
fazer outra de prata co as efmo 2ífio tem muitadéueçam Eitehe o
las de húa Contança Annes,foi dito Bipo D.Ioão,poto aqui de
tanto o fentimente do feruo de joelhos em memoria de comº
Deos frei Ioão da Pouoa, zela correr neta obra. E tratando
dor valente da Obferuancia, % |do Sacrario, o qual não he mais
centurou a tal obra por efcrito, de húa concauidade, que fe fez
dizendo etas palauras. Perdoe cha comporta de alçapão , ef
lhe Zeos; que afias hauia em hia creue etas palauras ope do re
cruz depao pintada, que ainda hrha, tabolo ºfià e Sacramento com mui bas
fºgundo nº/apreneza. Não acaba ºrdenança. Eis aquro efpirito de
ua efte venerauel Padre de ga |te venerauel Padre, que foi fete
bar nas memorias, que fez, os | vezes Vigairo Prouincial. Eis
nofos habitos pobres, humil aqui as riquezas, & as fabricas
des,& remendados, como então| d'aquelles dourados tempos, có
(e vfauão; & vindo a falar num |as quaes etauaõ muito conten
frei Eteuão, a quem deu mui tes os nofos Padres antigos.
==
/

Eis
*A

AMenores na Prouintia de Portugal. 373


Eis aqui os feus bordados de ou- | resporá a telha/e fez toda jñto dom ºf
ro fobre feda, & fobre tèla:{uas te apendre da igreja,3 h/e cozeo em
efculpturas nobres,fuas pinturas
häferno,4/pera ello fez, Za qualo
valentes, fuas obras curiofas. traficarão todos ºs freires Xefires
Que confolação teria a fantifi a amafargº fizer barro: efecialmen
ma pobreza de fever agafalha te frei Gonçalo de Lamegº, fabrinho de
da, & tratada a feu goto neftes frei Xartinho de Lamego,Sacerdote,
humildes apparatos! Aquella Confº/or,ç} Pregador.De modo, q
fereniffima Princeza, que anda etas erão as occupações dos fra
ua defualida pelo mundo,que ef des autorizados, que com letras,
tranhauão os hom és,que S. Frã & virtude honrauão tambem a
cifco recolheo na fua Religião! fua Religião.
Quem me dê a encontrar eta
Senhora pera me prender com CAPITVLo xxxvI.
ella;pera lhe beijar a terra, que
pizafe com feus pês,pera lhe pe De muitos Varões notaueis,
dir, que não nos defemparafe!
Occupemfe embora outras pen que nela tafa fº triarão, ou |
nas elegantes em defcreuer grã acabarão feus dias.
- ** t , * i * .
des machinas, & famofos edifi
cios, q a minha por etas noflas O cheiro fuauífimo d'ef
pobrezas fe vai recreando mais, - tas, & doutras virtudes
pela doçura, que fente no epi - corria de muito longe,
rito Serafico. # , . pera o gozar de perto, grande
"5 Comito erão os frades | multidão de frades, como acha
não só pobres,mas humildes,tra mos efcrito, Caftelhanos, Galle
balhando em o feruiço da ca gos,& Gatalães,á defejuão fer
fa, como feruos da fua cômuni uir perfeitamente a Deos nefte
| dade. Cauauão a horta, leuanta retiro fagrado. E pela mefira |
uão as paredes, cozião a fua rou rezão não só no tempo prefére,
pa,e(creuião,&trasladauão os li fenão tambem" no paflado,nel a 1.1.c. 14.

uros ou por falta de etampa, ou le (e criauão os nouiços co leite


por pouparé os gatos, á fazéas finto da Ordem, fendo ele |
imprefões, & não auia oficio, hum dos primeiros conuentos, {
emá eles não foísé oficiaes.Foi que a Prouincia pera ifo def
neceffario reparar o telhado da tinaua. Aqui profeffarão os do
igreja no anno de 1491. da qual usseruos do Senhor, frei Io
obra o dito feruo de Deos nos ão de Lamego, Fundador do
deixou efcrita eta lébrança. Jº conuento de S. Chriftina,& fiei
culou a fazer muitº trabalho dos frai Ioão do Põbal primeiro Vigairo
li da
374 Lurº III.Da bifloria Serafica dos frades
da regular Obferuancia em vir nos deu relação o Padre frei lo
tude da bulla Eugeniana: D.frei ão da Pouca: mas fe elle affi co
Rodrigo Bipo de Lamego, & mo fendo Vigairo Prouincial,
outros muitos de efclarecido no notaua em feus efcritos o ef
me. Aqui viuião os maiores de tado do convento, fora Chro
fenfores do etado Obferuante, o nita da vida fanta dos fubditos, |
dito frei Ioão do Pombal,& frei muitas couzas (e foubc1ão hoje
Rodrigo d'Arruda. Aqui erão delles,as quaes etão efcõ tidas.
Guardiães os mais zelotos, & re Deixou porem em lembrança
formados,& algüs de tãta autori hum frade leigo, que fe chamou
dade,4 quatro delles,a faber frei frei Diogº, Caftelhano de nação,
Ioão Xira, frei Afonfo Caeiro, & Roupeiro do conuento por
frei Ioão de São Mamede, & frei oficio, o qual floreceo no anno |
| Antonio d'Eluas, forão eleitos
de 1475, com grandes admi
em Confeflores de Reis. A hum rações de fua obediencia, &
dos outros antigos cometteo excellentes virtudes. A deuação
Clemente IV. a fuípenfão do era muita: o amor da pobreza en
interdito, que alguns Prelados tranhauel:o cuidado de feruir em
auião poto no reino cõtra El feu officio aturaua, fem cançar,
Rei D.Afonfo III. Quando em noites,& dias inteiros remendá
fim a Prouincia bufcaua algum do finalmête a roupa velha dos
fujeito capaz de lhe ferem en frades, foi fazendo pera fi a v.f-
cõmendados os negocios mais tidura da gloria, é o dito padre
graues,aqui encontraua muitos: Pouoa lhe def jaua, quando
hum delles frei Bras de Goes,af difí: etas palauras. Zeos lhe de o
fumpto dete conuento pera pri gualardão 4771673.
meiro Guardião de Santo Anto Deixounos tambem no
nio de Ponte de Lima, & ticia d'outro frade leigo, o qual
pera metter de pode de Santa fechamou frei Aluaro, cuja vida
Clara de Santarem o nofogo gatada em penitécias,acefa em
uerno da Obferuancia. E tu deuação, paflada quietamente
doito ainda nos efpera noutras em grandiffimo filencio, fem
partes. contédas, publicidades, nê quei
2. Dos primeiros, & mais xas,lhe poz o nome de Santo por
notaueis por fama de fantidade onde o conhecião. Depois de |
fão confufas as noticias, que te o ter purificado no feruiço |
mos; que onde os refplandores das cozinhas a fanta obedien
fão muitos, cõ grãde difficulda cia, entregoulhe o cargo da |
de fe diftingué húas etrellas das Sanctitia, na qual elle, alienado
outras. De algús mais modernos do múdo, & trásportado no ceo:
tem em
***
*@** *#*****

AMenores na Prouincia 4e Portugal.


__37)
temendo,& tremendo diante da |de (dete modo autoriza a virtu ||b.arch de S
majetade de Chrito que vene-|| ) que o Rei lhe º refpondeo | Franc. de {
de,
raua facramentado na terra cõ ||por lua propria mão,de Lisboa, Alanq.
admirauel pureza, pelos annos | a 7 do mez de Maio, de 1478.
de 1478 foi gozar da fua vita, || dando largamente a todos (ens |
defembuçada na gloria, Man e{crupulos inteira fatisfação, & |
dou o Guardião retratalo na fis] concluio dizendo etas pala-|
gura de hum dos fantos Apo{ uras.ca/siquefausfaço às vº/fasper |
telos, que hoje fevem pintados guntas com flas declarações. O Senhor
no retabolo da nofía capella Prazº,que vºº, haja em/uaguarda, ºr
mòr,junto a hum Ermitão de S. km em vº/as orações/jº encºmenda
Miguel, vizinho deta cidade, 4, er defes padres todos. Com
que naquelle me{mo tempo era | efte zelo, com eta opinião
tido em boa opinião. O primei de grande feruo de Deos aca
Apotolo da parte do Euange bou de encher de virtudes
lho repretenta a o dito Ermitão: os feus dias, começando me
o fegüdo,em figura macilêta, & des.
lhor vida, que dura eternida
- - - • |-

fé barba,a ete Seruo de Deos.


4 Era aqui nefe tempo mo|| 5 Pera ella foi caminhan
rador o padre frei Antonio Fal-|| do tambem por via da humil
cão,o qual por fua virtude era a dade o irmão frei Antonio dos
mado de Deos, & etimado dos Santos,frade leigo, & natural da |
homens. Oraua muito pelo po |Venda do Gallego, duas legoas
uo, pelas almas, pela faluação de Leiria, na etrada de Coim
dos Reis; & fendo ouuidas fuas bra.O nafciméto foi pobremas
lagrimas no ceo, víaua Deos cõ o cabedal riquiffimo, cõ q preté
os fees apadrinhados de grãdes deo a gloria...Vendeote todo a
mifericordias. Defejou certi Deos, no corpo, na alma, nos
ficarfe d'El Rei Dom Afonfo cuidados, nas agencias, pelo
V.fe etaua feguro na conícien preço,que o me{mo ceo (e com
cia a refpeito dos damnos, que pra. Defcalço, & roto mendiga
recebera Catella, em particu |ua pelos montes com o feu fac
lar Cantalapiedra na terra de co às cotas, pera futentar os
Salamanca, quando entrou com feruos dete Senhor, que o lou
mão armada pera conquitar o uauão no coro. No conuento os
reino,4 pertencia à Princeza D. feruia fielméte, jejuãCo pera fi,
Ioãna,com quem ellefe auia ef cozinhando pera elles. A cada
pofado. Pera ifso lhe efereueo paíso (e etendia por terra, pera
húa carta, chea de fantos confe 4 paísaísem por fima dele,ou o
|lhos, & era tanta a fua autorida pizafsé a os pês. Trazia fempre
li 2 o corpo
376 Luro TT blina Serafica dos frades
o corpo
mas magoado
ligeiro em rõperº pelos ef- |tras eleições, fe fofem como a
dos açoutes, •

fua,erão muito acertadas.Come


| pinhos da mais dura penitécia | çaua pela mifa,celebrando mui].
Os penfamentos, não os tiraua. |to cedo, as acções de cada dia, |
de Deos, contéplando nelle cõ|por ficar defoccupado pera fer-}
tanta applicação, q a alma mui | uir nos exercicios da fanta obe
tas vezes fe e{quecia do corpo,º diencia. Oraua, & contemplauá
: & ficaua fé o vio dos fétidos. Af com grandiffimo afecto, & quã
fi fe foi humilhãdo, & leuátãoo | do fe via sò,muitas vezes nome
fobre as coutas da terra,atê Deos aua em voz alta as pefoas, por
o fublimar,conforme á fama, á quê fazia oração.Na velhice car
teue de fantidade, no anno de regada de achaques, feelles, à
1582, numa cadeira da gloria." |meia noite lhe impedião a affité
6° Seguiofe o Padre frei An cia do coro,na mefma hora reza |
tonio Alemão,etrangeiro fomé ua matinas na fua cella,onde tãº
te no appelido, mas criado, & bé tinha oração métalatêo naf
nafcido em Leiria.Era hum An cer do fol. Nüqua porêm,poto4|
jo da paz, que pacificaua todos, muito enfermo;delpio no leito |
extinguindo grandes odios nos |o habito,né (ofreonelle léçoes;
pouos, onde moraua. Era como mas fomente por limpeza cozia |
hum dos Epiritos angelicos, o húa toalha, onde as chagas def
qual affitia fempre à Majetade | cançauão. Tene auizo do ceo a
de Deos, fem faltar húa só hora.
cerca da fua morte, pelo que ce.
no oficio diuino. Era na cafa |lebrou com muitas lagrimas, &
de Deos outro Elias no zelo de correndo pera a cella requereo
melhorar os conuentos, & os a o Prelado,é o mandaffe vngir.
|fubditos:etes,na virtude: aquel No me{mo ponto,acabada a vn
les, nos edificios. Sendo aqui çaõ,terminou em fúma paz o pe
Guardião, fez muitas obras grã riodo mortal, no anno de 1 584.
diofas. no conuento d'Alãquer, cõ acclamações de S. Acodio a
mandou figrar a Igreja: em San vifitar o feu corpo grãde parte |
ta Clara de Lisboa, onde era da cidade: o Duá Marqz de Vil|
Confeffor, ficou em memoria la real D. Manoel de Menezes,
feu nome, como de Varão in poto de joelhos lhe beijou a -

| figne. Quiz vello El-Rei Dom mão direita, pedindo as fuas cõ


Ioão III. em tempo de hum ca tas:o pouo co a me{ma deuação
pitulo,no qual foube, que o fa beijaua os pés, & tocaua os rofa
zião Prelado, & notando as rios. Foi fepultado com parti
virtudes, & modetia, que nelle cular repeito, à porta do Ca
refplandecião, diffe que as ou pitulo, na coua de hum feu
• = -- - -
paren
Menores na Prouintia de Portugal.
-- -

parente, por nome Zom Ziegº gular Obferuancia, que não fo


#Zias, Conigo dos antigos de fre etas honras. Mas entre nós |
:Santa Cruz de Coimbra, & feu foi Leitor de Artes por duas ve
Vigairo geral muitos annos em zes, de Theologia muitos an
|-

Leiria. •
*",
* •
nos;& tendo á fuá conta por mã

-
• - - |- - |-

. * *-* - , º - * ** * * * *<
|
dado do Minitro geral frei Frã
ic APITVLo xxxvIII. cifco de Tolofa, reformar as li-I:
urarías, em Thomar reformou |
Doutras religiºs digios a fua me{ma fciencia, paflando
*#*# … ;> » ; ;íliº."
*-
de húita memó-, .
* 2",
- {*--* - -

** *
|-
a ver no ceo, como piamente
cremos, o que na terra conhe
i
• # 2, fia... ….……
cil por enigmas.Não cõlentirão
".…. **
-

r. A T A cidade de Coim-|
… "
# *# :::… los Padres da Ordem iluftriffi ;
ma de Chrifto , que hum Va
º bra,mãe das letras, re |rão tão infigne fe curafe no #
º cebeo a vida, & o ta hopital deta villa, como elle | :
lento o Metre commum nos por humilde delejaua à imita
nofos tempos deta- fagrada | ção dos nofos frades morado
Prouincia, do qual agora def: | res em Santa Sitta, que ahi (e
cendem os lentes, &prègado coturnauão curar : mas leuan
res, que vão florecendo nella. doo a ofeu Real cõuento, balda
Ete he o venerauel padre frei dos pela força da doença etre
Simão da Vifitação,4 fendo co mos de caridade, da qual víarão
fre de fciencias, & grandes me com elle, forão tetemunhas da
recimentos, era daquelles le deuação,&eípirito em fua ditofa
trados, que nofo Padre queria morte a 1o do mez de Neuêbro
na fua Religião , tão deuoto, de 1 59o,no qual tambê o derão |
como docto: tão amigo do co Já fepultura no feu mefino ceme
|ro, como da fua cadeira: tão ob terio. Sêdo depois Guardião de
feruante da regra, como curio ta cafa de Leiria o padre frei
fo na fanta Theologia. Soube Chriftouão Carneiro, feu difci
muito dos myterios diuinos, & |pulo nas letras;& grauilfimo no
|por elles aprendeo a amar o pulpito,no anno de 16 e 8,3 24
Summo Bem, objecto beatifico jde Ianeiro, trasladou pera ella
das almas, & autor dos nofos |os feus ofos, que etão coloca
bens. Mereceo por feu talento dos na parede da igreja pera a
a cadeira, que lhe foi ofereci. banda do clantro com efte bre
da nas e{colas de Coimbra, & ue letreiro, que não diz mais do
••• • - •

ele renunciou por não ter con-|| que auemos efeito. …….……. • • • •• • * * + * ** * *
ueniente a o nofo eftado da re-l! - *
==r______
*t

1i 3 Com:
{ *
TrT IDT na Serafã dos frades
+ 378
Communis Magifter,P.frater Simona Vi- |
fitatione obiit die Io. Nouembris, anno ";
|•

159o, Thomar Illius ofia fueretranslata


a
adhunclocum die 2o. Ianuarij, 16o8. ab
…vnoextot filis. … . . * . * . * ** * * #
- - ! # ! " ". O

| 2 Deu motiuo eta acção tes, & querendo alcançar os qõ


|tão deuida,pera que afeu exem difcipulos, que ja lhe ião dian
|plo fe trasladafem a efte mel te, correo tanto no etudo, que
mo lugar as ofadas doutros do cançou, deflituido de forças, a |
us religiotos. O primeiro:frei faude eftragada. Mas ajutando |
Gafpar da Natiuidade,Minitro feu goto co a vontade diuina,
|prouincial, que fora de aprazi formando merecimentos na for {
uel memoria,nas Caldas da Rai ja da paciencia, alegre em o e{-}
nha,onde então fe curaua,no an pirito gatou a vltima noite com
no de 16oz. acabou o mortal quem o acompanhaua em col
curfo. O fegundo: frei Vicente |loquios deuotos, & depois de ef
da Conceição, Leitor de Theo tar hum pouco como fufpento,
logia, & Prègador celebrado, leuantou a voz,& diffe. Seja Zeos
morando em Santa Sitta no an muitº louuadº, que agºra mevier㺠ja
no de 1612, no fobredito con dhamar da fua parte. Perguntarão
uento da Religião de Chrito, a lhe,fe trouxera N. P. S. Francif |
o qual (e foi curar, pagou també co o recado,& a ito repondeo.
o tributo da nofía mortalidade. Entendo, que foi são Zºras, de quem |
Foi trasladado no anno de 1 617: fou muito deuoro, porque ºfimº pare
o padre frei Galpar,logo no ou ceo pelas roupas. Cheo então |
tro feguiute; & ambos tem epi d'húa noua alegria, & tomando
tafios, que os dão a conhecer. hum Crucifixo nas mãos,pedioli
- Mas tornando a tratar, a os circuntantes, o ajudafema |
dos que dentro das paredes de rezar o 7e Zeum laudamus em ac
ta cafa paffarão ao Senhor, en ção de graças a o Senhor.Quan |
contramos co irmão frei Do
do chegarão a overfo, que co
|mingos da Conceição, Corita meça: Te ergo quafamus tuis famahs |
de Euangelho, a quem a morte /ubuem , acefo mais no epirito |
na flor de fua idade,quando ella fez eta exclamação. Ah Senhor!
promettia fruito de grandes vir Que vunera de fer de mim, @r dos ou |
|tudes,aprefsada nos roubou. Foi tros percadores, fê não fora /e/angue |
mandado pera o curto das Ar de vofas chagas fanti/Simas? Seria |
nefe
Menores na Prouincia de Portugal. 379
nefe tempo meia noite, & pal que cobrião os ladrilhos. E de
fadas duas horas rogou, que re pois de perder as contas, não
zafem com elle os pfalmos do tratou de bufcar outras: mas pe
officio diuino da Prima atè a los dedos, & pelos nòs do cor
Noa. Era muito pera ver a con dão contaua as deuações, que
fiança, que tinha,& que motra auia de rezar. Negoufe a fi por
ua de ir reinar com Deos no hum modo peregrino, cegando
ceo, porque pedindolhe muitos, o entendimento com o véo da
que fe lembrafe là delles, a to humildade, porque fendo bom
dos promettia eta lembrança letrado, & grãde feruo de Deos,
tam certa,como feja a pofíuíra.não fó era idiota em lua opinião,
|Chegou a manhaam d'aquelle mas tambem fejulgaha pelo ma
*

dia, fegunda Dominga da # - ior peccador, & cõete appelli


refma de 1 6o8, & quando o fo! do fedaua a conhecer. Se al:
rompia, pondo ele a boccanos em o confultaua,ou lhe pedia
pès de hum Crúcifixo, imagem confelho, repondia neta for
|do Sol diuino, mas ecclypfado |ma. Eu fuiologyhum idiota @ ru
na morte, lhe entrou outra luz |es muito letrado, @ muito auzado. |
|por fua alma, co a qual fºio do Quando tambem fe encommeh
carcere, & efcuridão do corpo, danão em as fuas orações, daua
pera gozar alegremente dos eter a me{ma repota. Eu/supercador,
nos refplandores. Naquela mef @r hum talo, (2; tu fiºs à contade
ma manhaam fe prègarão pelos Zeos. Comito fedefpedia: mas
pulpitos, em particular na Sè, à depois, ardendo na caridade; fe
fombra de Chrito transfigura tinha occafião declaraua (eu pa:
do fobre o monte Tabor, etes, recer em fecreto, & não faltaua
& outros indicios de elle ter tam co as fuas orações. Affectaua de
bem glorificado no ceo a ete propofito algüas fimplicidades,
Seruo fiel. - pera que o depreza sem; & tal
4 Caminhou notauelmen he a malicia humana, que com
te pelo deprezo do mundo, & ellas alcançou o que queria.
abatimento proprio de fua mef | Não faltou quem lhe chamaíse, •

ma pefoa o padre frei Francif. | velho tonto,Q} doudo malicio/º: pa:


co Nogueira, por outro nome deceo mao tratamento,& algüis
frei Francifco Peccador.Negou afperezas: foi afinado na velhi.
o mundo com tanta refolnção, ce por companheiro perpetuo
que não queria aceitar coufa al dos prègadores, que ião pregar
güa, fenão fó o que lhe daua a na Sè, & tudo ito leuaua co"
fua communidade . Não tinha etranha alegria, recompenfim
na cella mais de húas taboas, dolhe Deos etes feus abatimé
1i4 tos

passwº

— 3 8o Liuro III. D7 hi/toria Serafica dos frades -

–*-

tosco a honra, que os Conigos •• • • -





* * {
na me{ma Sè lhe fazião. Era
muito achacado, & quafi cego:
CAPITV L o xxxx.]
mas por conferuar motiuos de
paciencia nem confultaua os me Da muita finação , que os |
dicos , nem trataua de reme - Reis, &#fcusva/Sallos a -

-

dios. 3… … , …… º fizerão defleton •• • •

• • •
;*
º 5, Sabendo ja, que o Se .… = }

nhor o chamaua pera fi, ouuio uthto. "; # * * • , |


• • •
* - - • * - - - --

mifia, & repetio deuotamente + ** * * ** * • •• •

tres vezes diante d'hum religio 1 T Vftraua muito, como |


|to, o qual tomou por itetemu " , joia de diamantes finif|
nha, a protetação da Fé. Pedio - *, !
fimos, a grande reli
logo ao Guardião licença, pera gião deta caía coas boas quali.
(e lançar na enfermaria,& quan dades dos fujeitos, que nella fe
do nella entrou diffe a o Enfer recolhião. Ito leuaua os olhos
meiro, que finquo dias sòmen a os Reis, & a os Principes, ref
te fe cançaria com elle. Affi ia peitandoa todos por fantuario |
contando os paflos de fua vida | nobre, & digno de feus fauores.
ete venerauel Padre, que fem Ia os antigos,como foi D. Afon
pre viueo, como quem. tinha fo III.na dipofição dos tetamé
por certo que auia de morrer, tos,& entre os feus legados tiue
ajutado afuas obrigações. E rão lembrança delle;& todos os
paflando todos aquelles finquo mais atè o vltimo lhe affitirão
çias em exercicios fantos,no vl com fingular afeição, fazendo
timo, que fechaua 25 de Mar grofas efmolas, concedendo pri
ço de 1699, rematou tambem uilegios, melhorando edificios: {
a vida com húa morte de juto, Algúas coufas tocantes a efte |
como na verdade era; & não deponto deixamos ja referido: ou |
maligno peccador , como elle tras diremos agora, ainda que |
por humilde fechamaua.Foi fe por maior: mas faõ tantas, que |
pultado em a caía do Capitulo, |ifo me{mo nos poderá defcul
| affitindo muitos Conigos, & os par de não as dizermos todas.
nobres da cidade, que nelle Por rezões particulares conta
tinhão particular |mos o que fe fºgue.
deuação. •Rainha fanta Ifabel
2 Sendo mandou,
Senhora da villa qa |

$$ todos os annos viefe à nofia a:arch. de |


igreja, º como veio muito tem. S. Clara de
*#* po, a procifaõ de Corpus Chrifi,
Coimbra.

poto
= -
-
**************as…

|- Menºres na Prouncia de Portugal. 381


poíto que algúas contradições capuz: tudo mandou entregar
tem quebrado efte louuauelcof| a frei Antonio d'Eluas,feu Con
tume, El-Rei D.Ioão I.nos met-l feflor,que jà temos nomeado;&
teo tambem em cafa a regular | fendo trazido a ete fanto con
|-

Obferuancia, porque agencian-| uento, fe fizerão veítimentas, q


doo elle, & nôs por lhe darmos fernião no facrificio immacula
goto,reforma nos taõ de prefa | do da mifIa... * *

o conuento como auemos eferi 3 Os priuilegios Reaes erão


to. El-Rei D. Afonfo V. appro tantos neta cata, que fomente
uando o morgado, que intitu |os d'El-Rei D.Afonfo podião en
io Brites Rodrigues, viuua de | cher hum linro. Foinos conce
Afonfo Martins . Euangelho, dido helles, que no rocio,junto
motfou quanto etimaua a frei | da nofía igreja, nunqua fè fize[-
Antonio d'Eluas, Guardião fem eiras,nem fe debulhaffe tri-l
dete conuento;porque à füa inf |go,nem felêuantafem cafas,por
|tancia, & fundado na fua infor que ferião em damno do nofo
mação, como ele declaroupe | recolhimento .Concederãonos
las palauras feguintes: com huma | etes catholicos Principes, que
Cá+'f4 defrei Antoniº, que me gêre. das fuas matas mandemos tra

uso lhe concedeo eta graça, sé| zer a lenha, quanta nos for ne
reparar nalgúas difficuldades, q | cefaria. Libertarão dos alar
etauão em contrario. A proui dos nas oitauas do Penthecote,
{ão foi pafiada em 28 de Setem & Patchoa a todos os laurado.
bro de 1463. & no morgado (e res, q por faa deuação nos trou
exprimio eta claufula: q quãdo |xefem nefes dias a madeira,ou
fe extinguir a fuccefão do pri-|| a lenha. Qualquer homem, que […
meiro pofuidor, o Vigairo gê feruife o conuento:o fapateiro,
ral,& o nofioGuardião nomeem que fazia as fandalhas: hum ho
ambos hum homem, o qual |mem d'Aljubarrota, que o Pre
com elles eleja quem ouuer de lado nomeafse pera tratar do q
fucceder. Finalmente El-Rei D. cõuinha à noísa communidade: :
Ioão II, pera fe purificar do fan todos tinhão priuilegio; & ete |
gue, que derramou matando ás era tão grande, que alèm de os
punhaladas em Setuual a o Du liurar dos encargos do reino, &
que de Vifeu,D. Diogo, ofere do Cõcelho, nem elles acompa
ceo a São Francifco chagado os nhauão os Reis,quãqo andauão,
vetidos de veludo,& de damaf na guerra, nem dauão roupa,
quilho preto, com qetaua veí. ou outra coufa algúa quando os
| tido quando fez o homicidio. mefmos Reis pouzauão nos feus
A camiza,o jubão, o pelote, o lugares. * * * * -

ERT
F=

382 Liuro TD, hi/toria Serafica dos # -* - -

4 Elta tua beneuolencia ja,& peças da Sancritia.


grande leuaua a poz de fina de Não motrarão mais cui
uação do conuento toda a fua fa dado os filhos de Ifrael na fer
| milia,& todo o reino junto. Dos moíura,& riqueza do antigo ta
bemfeitores, que achamos em bernaculo,do que nofos Portu
lembrança, batauão sò os feus guezes, dos Reis até os vafallos, |
nomes, pera delles fe fazer húa na etimação, & culto dete de- ;
grandeladainha. Por exceição uoto Santuario. Os prefentes,
nomeamos o Infante D.Fernan moradores em Leiria,& feuter
do que morreo no catiueiro de mo, facilmente fe leuauão da |
Féz, & as Infantas D. Ilabel, & muita religião, que nos frades
D Brites: aquella,mulher do In conhecião por feus olhosos au
fante D.Pedro, que foi Regedor fentes, pela fama etauão afeiço
do reino:efta,do Infante D.Fer ados. E porque o feu deprezo
nando,pae d'El Rei D.Manoel. do mundo era patente a todos,
Pelo me{mo priuilegio Real fa por fauon particular lhes pedião
zemos tambem memoria da Se muitas pefoas deuotas,que qui
nhora D.Ifabel,filha detes vlti zefem receber as efmolas, que:
mos Infantes, & mulher do Se lhes dauão, Ito fizerão (deixan
reniffimo Duque de Bragança do outros exemplos) aquelles
D.Fernando o II. Aquietão no dous moradores na villa do Lou
meadas Marquezas, Condefas, riçal, Rui Lopes, & fua mulher
& outras muitas pefoas de toda Catharina Annes, os quaes or
a qualidade,co a quella efpecial denando tetamento a 14 de
bemfeitora, D.Hfabel de Menda Abril de 1475. & deixando por
b.*.*.c.a.",
nha," que nos fundou dous con efmola os feus bens a efte fanto
uentos, & hum moteiro de frei conuéto,diferão etas palauras.
ras. E afi como feus nomes ef Erºgamos por amor de ZDeos aos fra
tão efcritos com agradecida pen des,9 homens bons do dito mºfeira, %
( na nos nofos memoriaes, tam ºs recebão (2 fação por nº/a almas,
bem Deos os terà no feu liuro comº eles querião, que Zeo fiz/epe
| affentados, onde regitra o pre las/nas. O nome de homens
jmio das obras de piedade. Mas bons nos etá manifetã.
não podemos dizer,que dotarão do a fanta opinião,em
o conuento de rendas, quintas, que o mundo os
ou herdades; porque etas nun tinha.
qualhas quiz aceitar a Serafica
pobreza: occupãdo(e fômente ##
|
na nofa futentação, co a fabri
cada cafa, ornamentos da igre
=
*H"
CAPIT

"F

Achows na Prouincia de Portugal. 383


filho fegúdo de D. Fernando de |
CAPITVLo xxxx. | Menezes Senhor da cafa de Cã-}
tanhede,& ele tambem Senhor
de Olineira, Mordomo môr da
Dalgias peºas nobres,fvul | Rainha Dõna Itabel, mulher de |
tadas nefa tafa: outras | El-Rei D. Afonfo V. & r feus |
da Terceira Ordem fingulares beneficies digno da
inoff, memoria. De unos noti
conhecidas por cia delle o Padre frei João da |
virtude. Pouoa,dizendo que jaz no clauf
| tro,da parte do Capitulo, a par
Vita gente,que por fan |de D.Fradique de Catro, cha
guere{plandecia no mú | mado o Tagarote, cuja (epultura |
do, fe quiz melhorar na de todos he conhecida. Da ou
morte neta morada de Deos. tra parte achamos numa capel
Parte della nos manifetão as la hum exemplo das matronas
Pedras, desfazê lofe em linguas: Portuguezas, & antigas,que per
parte etá efcondida (em letrei-|| dêdo os maridos fazião hôra de
ro pelos nofos cemeterios.Def | não tornar a cafar: celebradas
|ta forte por humilde fe quiz fa por ifío, a refpeito de fua honef |
|zer efquecido em as entranhas tidade, pelas pennas autorizadas
da terra D. Tello de Menezes, | do mundo.O epitafio diz. |-

* * -

Aquijaz a muito honrada Brites Gonçal


les do Quintal, donna viuua, que foi 48.
annos, que fe finou na era de 15 18. a

: * . * . . r" • -- - ]
26 de Abril. ; ,
2 Agora fe oferecemos | Epofa field. Chritº, ao qual
filhos Terceiros de nofo Padre (e dedicou em eftado de donzel
Serafico, que neta fua e{cola lá: Metra de muitas irmans do
profefarão a virtude, dando a } feu m:fino intituto, que com el|
feus Commifarios, & Confef. ? la aprendião a viuer conforme a |
fores inteira obediencia. Tem | o efpirito. Falaua netas mate-]
o primeiro lugar a irmaam Ioan | rias por altifimo etilo,fem etu
na de Iefu, natural da Barreira, dar pera ifo, fenão em a oração |
húa legoa de Leiria: chamada onde Deos lhe enfinaua a tua fi-li
a 2%ie dos pobres, pela grande ca bedoria,& (eu diuino amor. Cõ-| |
ridade, de que vfaua com elles: templaua nelle com tanta fuaui-lº
→IP
•••
→==

384 Liuro III. Dahlfona Seraficados 777;"


dade,q toda e derretia em lagri figura víruel a queria moletar:
mas,aguando,ou afogando com mas vencendoo #co a graça do
elas o goto, que o nofo appe Senhor em todas etas batalhas,
tite quer achar nas delicias da chegou triunfante a o tempo de
terra. Tomou ao comer talfaf alcançar a coroa. Confefloufe
tio, que paflaua muitos dias (em geralmente num domingo: def
neles metter na bocca mais á |pedio o Confefor, que defejaua
húa talhada de melão, ou outra | acharfe na hora de fua morte,de |
coufa femelhante, & quando à clarando como auia de fer na |
força queria comer hum ouo, o quarta feirafeguinte, & chega
etamago etragado dos jejuns |do efte dia, 26 de Fevereiro de
não o podia lograr. 1636. alegre, & confolada fe
3 Era neceffario refitir feu partio pera o ceo, deixando feu
Confeflora o impeto, com que | corpo fepultado na igreja do lu
fe precipitaua,debilitada nas for |gar, & os vizinhos faudofos de
ças,pelos penhafcos agudos de fuas grandes virtudes. ,
penitencias raras: mas quando | 4 Outra legoa,mas pique
|lhe impedião hum pafo, faltaua |na, de Leiria pera a banda do
por outro cõ ame{ma vehemen |camponem lugar, que he cha
cia, fem quebrantar o preceito. |mado "Aemór, floreceo o irmão
Pelo que mandando o Cõmifía | Sebatião de Ieu, manco de hú
rio,que não viefe defcalça, co pè, como o fanto Iaccb: mas li
imo cotumaua vir, á nofía igre |geiro no feguimento de Chrito
ja receber os Sacramentos, ou pelo caminho FranciÍcano, Fez
uir mifa, & as_*_praóticas do mef> voto de caftidade perpetua, que
• • • • |- }

mo feu Commifario,no que el guardou inteiramente:acrecen


la não faltaua, metia no calçado | tou afperezas a os rigores da fua
ihüas pedrinhas miudas, q ama Terceira Ordem: jejuana de cõ
goauão mais, do q o andar def: tino,entrefachando muitos dias
calça.Sendolhe tambem toma de jejum apão,& agua; com tão
do hum cilicio de ferro, bufcou | grande obferuancia em tudo dos!
}
outro de fedas,& arame, que era | feus preceitos da regra,que etã
muito mais alpero Columaua | do enfermo, & já nas pertas da
de noite recolherfe numa logea, [. morte, não quiz comer em fe
& depois d'húa larga difciplina | gunda feira carne,no qual diafei
andaua à roda della correndo os | prohibe a os fãos. Maderauafe
pafos de Chrito com hum pe com difciplinas de fangue: dor |
nedo ás cotas. Nefte, & noutros | mia em húa taboa:trazia fempre |
exercicios era muito perfeguida |filicio, & entrou em o confliélo
#

do infernal Tentador, que em " da morte cingido com hum de | |-

•••••••- -- -- - -- --
ferro,
dessamºsº E=>

AMenores na Prouincia de Portugal. 385 |


ferro, que auia quatro annos nú | Ifabel da Encarnação, tambem
quatirara do corpo. Grande era Terceira fecular. Sendo moça
ete rigor, & notauel: mas a ref leo as vidas dos Santos Anaco
peito da fraqueza natural, que retas, cujo exemplo fez nella
o ajudaua pouco, ainda era ma tanto abalo, que fugindo afeus
|ior. Retiroufe com licença de paes acompanhada d'outra don
feu pae a húa cafinha pobre,on zella do feu proprio efpirito, fe
de etaua folitario, pafando o faio de fua cafa, pera viuer nal
tempo na contemplação da glo gum monte,ou deferto retirado.
ria; & quando os outros no ma Tinha andado tres legoas, quan
is profundo da noite fe rendião do prefa a fizerão defandallas,
ao fomno, fala ele por todo o & tornar pera caía de feus paes:
(eu lugar encommendando as mas o feruor da deuação, que
almas. Aqui o bufcaua muita ainda ficou liure, tratou de con
gente attrahida da grande fua. tinuar a me{ma vida contem
uidade, cõ que falaua de Deos: platiua,& fanta,que com tanto
mas quando na expofição dal trabalho bufcara na folidão.
gum myterio as palauras lhe Fez voto de catidade perpetua,
faltauão, recorria aos liuros, a qual fempre conferuou entre
lendo por elles tão deuoto, que grãdes penitencias. Cançaua o
a todos confolaua. Frequentan corpo, alentauafe a alma: dizião
do finalmente de oito em oito feus confeflores, que não podia
dias, & nas fetas principaes os jejuar, & ella enganada do ef
Sacramentos fantifimos com ad irito (e desfazia em lagrimas.
mirauel feruor, foi bufcar o gua Affi fe foi confumindo, mas cõ
lardão das penitencias, que o ti fumando em muito grãdes vir
#
nhão acabado, a 14 de Setem tudes, fundadas em hum amor
bro de 1639. em idade de 24. ardentifimo de Deos, atè
4IlI1OS. affar deta vida no mez
5 Recolhendonos do ter de Iunho, de 164o.
mo pera dentro da cidade, da com opinião de
mos noticia breae da irmaam Santa."

LIVRO
-------+…………… ,

- - - - - - - - ------ - -
-- … -- --
- - -- -
- --

• ••••
* - - - |-·----·
|-}
- - - --------
|
|-|-|-
|-|--- -|-
· ------------|-
|-→ ·
• •
|- -(, , • ·
----|-·-

-|-

- -- -
-
-- - -
·
----
·:::*
----!
---- - -|- -|-- ----
* … ! … - ·
!•)
-
. .|- -*|-|
· *- -!•
• •·
|-
|-----
----~, `--º|-
~~~ ~

. . .·• •
·•
••
•·*
----·' ~·- - -|-
- -|-----
"- - -

---- ------
---- · AY- … * *- -··
-
-|-
•• • |-- ----------
-|-+
* --", “ –
|--

, ~ ~, !
-
----

- -
------ |--
----|-|-*-
- - --

----
·|-----→ ·- -
·|- ---- * ,-- - |-· |-|-

* * * * *****-* - -
·r|-|-|-|-
----.* |×-
· · ·· · · ·· · · · ·
-

·
• • •----3 ----|- ---*-*
----→ → → → |-
-|-
• • ” ’-\
·-----•
… ------
- i {• • • -
!|-|--- ----~
… ~~---- -- " -- |-… • • •- "-
-

-- -
• ••
---------, |-+ *|-• • • •, |-|-
•·
- … •• • • •• •----
,, ----… --·
• •• • • • |-•
-----
-
----- - ----→ ·
, ! (..* • • • •·-|-, - ):
- .
- -

|-· - ----|-|- • .---- |-•


- - |-|-|-
-- -- ( ) --------|-·|-
|-
---- …… ---- |-·|-
----… ~~- -… •
----
|-|-----|-
· ---- : -· |-----
-- - - -

- ~ !|-;

…--
-- - - -
-, ,|--·
----·

••••••••
----|-

----
|--
- -- .· · ·|-, , ,
|-
---- · · · - |-- - -|-:
+ -|-!· · ·* *
|-·----
----|-|-----·
|--·
-
----!|- ----••
---- ----|-|-*--
-------
-- .- …·-- - - - *

•- - - -
|------|-,
- -- - - ·|----- .|-
-- - -

---- * · * -*|-
|-----
----|-
·----
…- *** · · ··-----… * *·
- - - |---· · · *|-|-
--
-- -
. . - - - -·----. --|-!,
•|- ·|-·
- -

·|-·|-
- - -

• • •
·---- ----|-|-
-
|-.. ' •
-·|-
-- I • • • • • • •~----|---------·
-
-----
----
-,
|-
,|-·----
---- -
••|--
- ----·
* . :: -,---- -----|-
· · ·.
*
----|-·
*ae |-- - |-|-·
-
|- ----}-
|-·
-
- -|- |-|-
|-
|-
- -|-- ----- - - --
s** Géº
|-

LIVRO
--
- •
-
• •

DA HISTORIA
| SE RAFICA D O S.
FR A D E S M E N o R E S NA
proviscº de roºtvos.
| CA PITv Lo I. Porto: mas como ella padeceo
|- |- difficuldades, terá vltimo lu
Dos faures, que nele tempo||gar por n㺠dilatarmos tantº º
noticia das outras.
em Marrocos lograua a | 2 Florecia grandemente
-

nº/a Ordem,83 dos tra netes tempos a Chritandade


balhos,que tinha em em Marrocos, cultiuada com o
Portugal zelo incançauel dos filhos deta
gal. Cutodia. E promettendote a
- mefma felicidade o Papa Gre
N > }}">"; # VITOS
catos|||gorio IX nas outras terras de in
# É tocantes a efte || fieis por meio dos nofos frades,
# anno de 1233. || mandou nete anno muitos pe
# # no qual agora ||ra diferentes reinos, etcreuen
entramos, nos || do a os Principes, que os qui
* inculcão as bul || zefem ouuir, & receber a dou l
las Apotolicas, que nelle fe|trina, que prêgafiem.Foião ef.
expedirão.A primeira pertence ||tas cartas dadas pera o Patriar
à fundação de São Francifco do |cha de Contantinopla, Rei da
Kk2 Geor
-----

388 Luro IV. Da bifluna Serafia Zizãº


Georgia,Soldão de Damafco,Ca fo Portugal. Pelejana com-m
yfa de Baldac, Miramulim de tra nòs a inueja das efmolas,
Marrocos, & outros Senhores que nos fazião os pouos, das
| barbaros da feita de Mafamede. quaes elles, fé direito,prefumião
Mas porq do dito Miramulim á ficauão defraudados. E foi la
etauajà informado, que empa urando por muitas partes do mú
raua nos feus reinos os Catholi do etapete da cobiça, & inue
afr Luc 2T},
1 233, n. 28.
cos, lhe efcreueo, outra carta ja cõtanta deuaffidão, que o Vi
particular,que começa,In alus lit gairo de Chrito, Gregorio IX.
teris, em 27 de Maio, pela qual | no anno de 1 231. promulgou |
(e motrou agradecido ao fauor, contra ella húa bulla pera todos
ue fazia não sómente a o Bif os Prelados das igrejas, a qual de |
po D. frei Agnello,mas tambem pois renouarão Innocencio IV. |
a os outros Francifcanos, obrei & Alexandre tambem o IV. do
ros d'aquella vinha de Chrifto. nome;& hoje anda inferta em o
8. C. nimis
E defejando confirmallo na fua * Dereito a fua refolução. iniqua & c. #
beneuolencia lhe declarou,que 14. Não fe acabou comito ninis praua
de excefáb
os frades no amor lha etauão a nofía tribulação nete reino, & pra-lat,
merecendo,porque de tal modo | como as queixas feião multipli
lhe procurauão o ceo por meio cando,depedio o me{mo Papa º c.arch.de S.
Franc, do
da pregação, q també follicita outra bulla epecial pera elle, Porto,
uão diante do me{mo Papa os cujo principio he, Nimis int
augmentos de feu etado Real. qua, dada em Roma a 7. do
Diz affi o capitulo da carta.Vnde mez de Iunho, do anno pre
Epycopus, @fratres predith te in fente de 1233. Mas poto que
Chrfio fincerias diligentes, temporale, fe queixaua o Pontifice de coo
eternum commodum tuum apud perarem nas nofas perfeguiçõ
Zºominum,(@r Sedem Apofiolicam in es Bipos, Abbades, Priores,
def/opietatisfudio, Q amore/ata Prepofitos, Deães, Arcedia
gunt promouere. \ a> ' ' • gos, & outros Prelados de Por
Mas côrta o coração, cõ |tugal, per regnum Portugalie conf
fiderar que hum Mouro entre tituti, tambem diffe, @rf non om
barbaros fauoreça dete modo a mes, que nem todos etauão
nofia Ordem Serafica, & q nefe culpados nellas. Demais que
me{mo tempo a eftejão mole{- |cotejados os aggrauos conteu
tando os Catholicos, & algús| dos neta bulla com os outros
Ecclefiafticos no feio da Chri referidos na primeira, & ma
(tandade:como fe a barbaria de is geraes pelo mundo, ainda
Africa (e paflara a Europa, & os nofos, fendo grandes, foão
a fereza de Marrocos a o nof. menos. Damos noticia delles
----

affi
@=++>++>

AMenores na Prouincia de Portugal. ,


389
afi como erão feitos, porque, a | uinos. Falecendo algõ frade, qu
verdade não fofre paleações,né | fe auia de enterrar na fua igreja
os fuccefios antigos, fe mudaré | delles,onde també lhe fazião as
| de figura,ficarão muito airofos. exequias:ou primeiro, á lhe dèí
5 Não confentião os ditos Jºsé noutra parte (epultura, lho a
Ecºlefiafticos, que fundaffemos uião de leuar,& jútamente ofer
conuento nas cidades, & nas vil ta à fua me{ma igreja. Nella nos |
las populofas,ainda que nos cha obrigºuão por força a dizer as {
maísem, & quando o intentaua mifsas nouas, tomando pera fi o
mos, caião raios de centuras, cõ á fe oferecia;& das outras,á di
os quaes nos abrazauão anòs,& | ziamos dentro dos noÍsos conué
a quem nos recolhia. Querião tos, pretédião també as fobredi
mais, # lhes pagafsemos foro tas ofertas, fem nos quereré lar
das cafas,em q morauamos,dizé gar as efmolas,q os deuotos nos
do q fenellas morara outrapef | dauão pera ornamétos,ou perali
soa,ifso mefmo lhes auião de ré. uros do coro. E como o intere{
der. E nito nos igualauão cõ os (e os fazia embicar em tãtas cou
perfidos Iudeus, é por ferétole fas,cacacupiditate tradutti, em nós
rados co as fuas finagogas,cõef faltãdo nalgúa,logo nos ameaça
te& outros muitos tributos,afa uão cõ centuras, & expulfão dos |
d.arch de s ber "Siza judéga,Seruiço
Clara de Vi
nouo, conuentos excõmügauão aos no
lla do Códe Cabeças,&Genefim,como elles Ísos béfeitores, & a todos prohi
lhes chamauão,repondião a os bião á não nos cómunica(sem |
!Senhores das terras. Zehabitaculisnos fermões, & officios diuinos. |
fratrã, (refere o ditoPapa)#cur de 7. De muito dito nos tinha |
Judcorã domibus, contendam redditus jà izentado a fanta Sè Apof|
|extorquere. Mas q femelhança ti tolica: o demais era tão exorbi
nha à luz coastreuas, a virtude tante, que ela me{ma nos quiz |
cõ o vicio,os feruos fieis de Chri libertar agora.No ponto das fe-|
to cõ feus inimigos publicos,pe. pulturas,ete proprio Pontifice, |
| ra todos dete modo ficarem em Gregorio IX.nos auia º concedi Francifc.do *.arch de s
|
humandar? , "oi: :. -. #
do nete anno a 12., do mez de Porto.
6 Mais querião dizimar a hor Março, que a pode[semos dar |
taliça,& fruita das noflashortas. aos frades em, os nofos ceme ;
|Não fofrião,4 tiueísemos nas no | iterios, adºpus fratrum vº/trorum
(sas igrejas fino, né cemeterio duntaxat, (que pera os feculares
bento pera fepultar os frades, & tardou mais a conceísão). E |
º | menos os feculares.Eles mefmos letranhando todas etas de. |
| determinauão o tempo, no qual mazias (afo cola dita bulla, da |
| Jôs celebrafsemos os oficies di qual fez executores o Arcebipo
=
----- - - - -- -

- - - - - - de

* ---- --
** *** - --- ** ****** ***…--- ……………………… -- |-
390 Llúro lll. Da bifloria Serafíca dos frades --

de Bºga,& os Bipos de Vifeu, teo a fua abíoluição a o nofo


& de Lamego Farião eles o q Minitro Prouincial de Helpa
lhes fofe pofuel, ou pelo me nha, frei Diogo, ou frei Iacome
nos quizefem, por nos tirarem por húa "bulla,que começa, Ex |
de cariueiro tão trite: porêm a parte darfim, pafada a os 14 de ºfr.Luca
**33,
n.
n.45|
nofia moletia não acabou deta | Iunho, de 1 233 no qual anno
vez. * * * * * … , , || procede etahitoria. Afio moí
- CAPITV L O - II: . tra o fobre crito da bulla pelas
palauras feguintes. Fatri Iacobo,
Commette a o nºfº Prouintial 3tinifirº Ordins fratrum Xinorum
"Pontifice hiaalfluição d’El in Portugalia. Chamoulhe2.any:
tro em Portugal, porque ainda q
Rei D. Sãoho II. He diuidida} era Minitro Prouincial de Hel
a Prouintia de Hepanha, & panha, a ete reino tambem, no
qual tocaua a commifão,fe eté-|
ficana de Sant-Iagº a no dião os termos do feu prouinci
fa Cuílodia de alado. Diz o nofo Annalita,4 |
Portugal , era (eu Confefor, &bé o podia |
fer: mas não o contém a bulla,
. Ontinuaua em Portugal. motrando que pera fer Commi,
I 233 - nete tempo El-Rei D. fario do Papa em negocio tão |
" Sancho II. a guerra con graue; o talento da pefoa, & a
tra os Mouros com tantovalor, rezão do officio o tinhão habi _*

&brio, que ele me{mo muitas litado. . . . . … …


vezes fe achaua nas batalhas.Os 2. No tempo dete Mini
Clerigos, por defenderem apa |tro, & nete proprio anno fe par b. 1.3.c. 1o.
tria, tomando tambem as armas |tio em tres prouincias,como jà *
cotumauão ajudalloneta guer temos efcrito, num capitulo de
ra do Senhor. Acontecia porém, | Soria afobredita Prouincia, que
que ele os empuxaua, ou lhes | fechamou de Hepanha.Concorda r.pag. 7o.o

| daua cobatão quando nos grã-| mosnefte ponto com º Gonzaga | & 867.
des apertos queria difpor o cã-]] com muito maior rezão, da á te
d na Chron |
po,ou retirarfe a faluo.E poto4| ue "frei Pedro de Salazar pe da Prou, de
a tenção não era tratallos mal, radiferir até o anno de 1239. •
Cat.1.2.c.º.

mas sòmente rebater a força do| eta fua diuifão.Conta ito,por


inimigo,não deixou de tere{cru que o dito capitulo,que fe cele
pulo,fe aueria encorrido nalgüa brou em Soria,foi capitulo gé
excomunhão, & fupplicou a o | falou de todos os vogaes da not e. p. 2. 1.1.
Papa Gregorio IX, o quizeffe fa Religião, como dizem º frei C,3-

abíoluer. O Pontifice commer Marcos&ffrei Lucas:ou de húa; f hoc an.


—=

- - - - - - **-*** -• • •
— *F;
parte
—T
*>+++ * ***


AMenores na Prouincta de Portugal… 391
Parte della, como fente o (obre ventura pera ifo congregou, fe.
dito Gonzaga;& portal o nome diuidio a Prouincia. - }
ou o me{mo Papa Gregorio na 3 . As tres, em que ella foi
carta,que efereueo em os 6. dias partida, tem os nomes de Castella,
de Iulho a os feus capitulares, | -Aragão, 3; Sant-Iagº. Neta vlti
|
adgenerale capitulum congregatis.Pre ma,que nos era mais vizinha, fi
fidia tambem nelle o Minitro cou a nofia Cutodia, chamada
geral frei Ioão Parente, que auia de Portugal, & nella perfeuerou
|fido Prouincial de Hepanha, & muitos annos antes,& depois de
etaua bem lembrado das mui fe diuidir em tres,atê dellas fe fa |
tas difficuldades, & grandiffimo zer a noísa fanta Prouincia, que |
trabalho de gouernar hum Mi logra felicemête else mefmo ap| •

nitro nos termos d'hüa Prouin- | pellido. Tudo ito nos motrarà | " |
cia tantas caías, q cada dia cref a feus tempos o curto deta hif|…
cião, & em reinos tão ditantes. | toria...
|Pelo que nete capitulo, que por - -

# •º
-+

-

-*

- *: { - .
.
ORIGEM TRABALH .S E BOA| 3 :
|
º filda deles do Real conuento de São

{
! •
-- - - -5 * *

• ••
* ** *

Francifco do Porto. . *
• •- +
. *

| c AP 1Tv Lo III." catello da outra banda do Dou


ro,cujos fundadores (deixadas as
Dº principio, 83 nomes defia prefunções, que de tirão da
Íemelhança de nomes) o mais
|tidade da qualºtti",$ma verifime! he, que forão aquelles
is ano/a Prouintia toma Gregos, companheiros de Dio
| riº appelido, medes, o os quaes derrotados có
• • • • • º ": {
tormátas depois da guerra Tro:
"A S mefmas obrigações 4 iana chegarão a tomar porto nas
_{\ tem a eta cidade o rei praias, é feetendem por Entre
º no de Portugal pelo no Douro, & Minho. Aquifüdarão }
me, que lhe deu, lhe reconhece a cidade nobilifima de Braga,&
tambem, ainda que mais remo não cabédo nos limites detes ri
tas, a nofa fanta Prouincia, a os feu coração dilatado, a am |
qual tem o me{mo nome; & [e- bos atrauefarão,dãdo principio; |
ria ofendella, paffarmos aqui | alé do Minho a Tay:"alem do J.Monarch,
Luft. p.1),
por alto feu nafcimento, & prin-| Douro, a ete nofo catellona.
}
1. C. 1 tº

cipio. Foi feu antigo folar, hum! | cabeça de hum monte, veti Efaço.c.89
Kk 4""" do === **
|
→ = •• • •• •
-- - -
392 Liurº III. Da bifloria Srafia dos frades !

{ do de aruoredos,onde ficaua (e- Portuguezes, a quem nòs imos |d. Nunes) cit
guro, fenhoreãoo tambem com feguindo,os quaes" dizem, que cenf, z.
feu alegre afpecto as inunda auendo jà o fobredito catello
ções do rio. Por eta fua fermo no tempo, que os Romanos fe
fura, & bondade foi chamado nhorearão Hefpanha, a cidade
no principio kalºs,depois kale,de não tinha apparecido no mun
pois Caia, corrompendofe o dito do, nem elles a conhecerão; &
primeiro nome, que he Grego que º delle tão fomente nos deu e. EftaçQ.c.
como os feus fundadores,& quer noticia por efe nome de Cale o 73.
| dizer bem, @rfermo/6. Emperador Antonino Pio em o Agrolog cit
2 Crefcendo os morado feu Itinerario, por não auer en
Lopes na res,&º defejando alguns gozar tão cidade,que podefe nomear.
rom del- mais de perto dos intereffes do E não deixou a tardança de lhe
ei D. Afó{
lenriq. Douro,que tudo doura,como an feruir de proueito; que fe algús |
uartºº-]
l. fr. da em prouerbio, deixarão ou perderão muito, porque nafce

f Efaço c.
### tros em fima, & defcerão apo rão mais tarde:ella interefou, f 85. & nos fe
. & 2. guint.Catal.
efend. e uoar a ribeira, onde agora nos não fe achar nas hitorias, quan dos Bíp.do
à ad ke-lapparece a villa,que tem| o nome do não fejão patranhas, ques fe
ed.
Porto. p.1.
C, I.
de Gaia. Mas porque o lugar era contão dos tempos antepafla . Monarch.
giolog.lu-
#… fragofo, & pouco accommoda dos. #fit.p. 11.4.
6 It.js
do ás fuas embarcações, torna 4 São contudo os feus fun- #*#
& p. 2, l. 6.
rão a paflar o me{mo rio pera á damento O primeiro cui C-14,

banda do Norte, donde auião dar f{{### # O

faido,& fizerão (eu affento logo qual fe mudou em Cale, fignifica


na praia fronteira, que chama portº bom, fºfo, e figuro. Enito
mos.Xiragata, por fer melhor o fe enganou, por quanto he adje
feu porto, fem então fe chegaré ótiuo, que conforme o Dicciona
mais à barra. Pelo que em húa, rio Trilingue,& outros Vocabu
|| & outra parte fe chamou a fua larios quer dizer bom, (3 fermºfº,
pouoação Portu-Cale, a faber Por. fem determinar fujeito,como no
to de (ale, como tambem a Cida |latim,pulcher,et bonus, a qual deno
de, que della defcende hoje, fe |minação não he propria dos por
gundo logo veremos. " tos,mas tambemfe podia appli
'.cap.1, Mas não quer o « Autor cara o catello, que a repeito
dolardim de Portugal,que o lu do fittio engraçado,& alegre, fe
|gar chamado Cale fofeo dito caf chamou na lingua Grega ºfer
| tello,fenão fempre a cidade, & mofº, ou º bom por excelencia.
que ella nafcefe com ete nome || Donde veio,que querendo os an |
nas praias de Miragaia. E nito|tigos diftinguir a dita pouoação,
tem contra fi os mais doctos ifundada a par do rio à fombra
-

*--
"***-** --- -----------
–###" -
TdeIte
+

44"…na Frººmaa dº Portugal… _393 |


dete catello,juntarão o nome que foi S. Pedro de Rates, como |
Portus, & formando hum com teue tambem a cidade de Emi |
poto lhe chamarão Portu-Cale nio, hoje Agueda, mais mettida
como auemos efcrito. O fegun nº coração da Prouincia, que fe]
do: entender que no nofo idio chamou Lufania. E poto que |
|ma he Cale certa figura da terra nos fragmentos de fanto Atha |
eta, nafio, Bipo de C, aragoça em |
(alheta,
junto do mar,& dos rios: (alh
outra diuería; & q deta, & não Hefpanha, o dito Bipo de Cale |
de Gale procede o nome galá,que fechame2/pº dº Porto, Epycopum |
fe deu ao catello. Maspodera 'Portuenfim: ou o fanto Efcriptor |
aduertir, como os nomes pelo lhe quiz dar o appelido da po
difcurfo do tempo tem tomado uoação, que florecia a o pè do|
fignificações e tranhas, & que a feu catello: ou aquelle,q copi
dete tambem fe acha nas cales ou nete tempo feus efcritos, o |
dos moinhos, & telhados. Eno que temos por mais certo, o no-|
tocante á fua deriuação: afico meou pelo titulo, do qua l varão |
s
mo Portu-(ale (e conuerteo em depois feus fuccefore na Cadei|
Portugal, Portugaka,& Portugakdo ra da Cidade. . . . |
me{mo modo o (ale, appelido 5 Suppondo pois, como dei- -

do catello,fe mudou em Gale,& |xamos efcrit


o,que o catello de
Gaia,cõ muita fuauidade. O ter Cale era no monte de Gaia, & |
ceiro he dizer, que a cidade do 4 delle procedeo húa colonia |
Porto, & feus Bipos, caião na noua, a qual da outra parte do
Metropole de Braga, a qualvi Douro, onde vemos Miragaia,
nha fenecer em as ribeiras do fechamaua Portu-(ale, veio eta
Douro,& que o dito catello,por de tal modo a creícer em gente,
etar da outra banda, nos con-| & em riquezas,que mereceo fer
fins da Lufitania, pertencia á de cidade. E ficarlhe ha a gloria:,de *Jufinl1.
Merida. E nós tudo concede que as/Athenas fejadauão a
mos depois de auer a tal cidade, faber, que os teus pouoadores
& etarem demarcadas as pro não erão já auendifos doutras
h.Agiolog. uincias, & metropoles,º cuja di terras,fenão naturaes da fua. Mu
Clt,
uifão fe fez no concilio de Illi. dou de fitrio pera maior feguran
beri,pelos annos de 30o. Ifo po ça, efcolhendo por affento a ca
rêm não encontra a fundação beça de hum monte, o qual
mais antiga do catello no feu não ditaua muito, pela ri
beira afima, onde fempre con.
fittio,o qual antes das fobredi feruou o nome de Portu (ale. Mui
. Flau.Déx:
ter adan. tas partilhasteue Bipo, a faber
Chrift 36
Sand. []2S 2T} fão Bafileo, nomeado pelo pri to antes da irrupção dos Sueuos
#**imeiro Arcebipo Bracarenfe, alcançou eta ventura, porqu
Tuy. CO 1] C
-- … …………… … * * * * …>-- - - -- --• ••••••• - -

# 394 Liars IV. Dahfaria 57 Z777" —


começando eles a reinar por ef. ametade. E como ele procede
tas partes o mais cedo pelos an de Pºrtu-Cale, & não de Porto de
nos de 4o8.já ella no de 3oo, co | Gallos, ou Francezes, o qual no
mo conta do fobredito cõcilio, me nunqua teue a fobredita ci
era cidade Epifcopal. E affi não dade, prefunção ferà injuta per
acertou º quem os fez feus fun fuadiremfe elles, q concorrerão |
dadores, poíto que a fublimarão na origem do nome de Portu
em muito maior grandeza. Pa gal. Por elle fe daua a conhecer |
deceo finalmente as oprefões, a nofa fanta Cutodia,cujos fuc
& ruina,que outras tambem fen cefos agora imos contando, & |
tirão,no tempo dos Sarracenos; com ele fe intitula ainda eta |
& quando tornou a erguer ca fagrada Prouincia: húa, & outra |
beça, com ella refufcitou o feu | chamadas de Portugal, & tão in
nome antigo de Portu Cale, que fignes entre todas as da Ordem,
breuemente fe mudou em Pºrtu |-----=-
como he o mefmo reino em cõ*
………… * * * *
gale, & depois em Pºrtugal. E nef |paração do ºutros -
|-

" }•
ta conformidade (e diz numa
efcritura do anno de 9 25.a qual | CAPITVLo IV.…
** * — -

età no Moteiro de Arouca, q || . ' ' ".


os Condes D. Goterres, & fua | Das qualidades,&#fttiodif
mulher D. Aldara tenebant Portu ta cidade do Porto.
gale nete tépo gouernauão Por
tugal,que era eta cidade,& ma
is a fua comarca. 1. vãdo ela quiz pre
6 E faíndo os naturaes a gar, "pera que não
dilatar os feus termos pelas ter defandaffe, a roda da
ras, que tomauão a os Mouros, incontante Fortuna, que de pre
por todas ellas etenderão igual (ente a ía engrandecendo, fubio
mente o feu nome atê fundaré dos baixos de Miragaia pera o
hum reino, que tambem por feu | alto de hum monte, como jà te
refpeito fe chamou de Portugal, mos efcrito, onde ficaua fenho
& nòs todos Portuguezes. Dete ra da terra, & mais do rio. He o
modo tomarão feus appellidos monte por partes depenhado,
das cidades principaes todos os mas alegre, & muito accõmoda
reinos,de Murcia, de Leão, de do à defen{ão d'húa praça. Ain
Seuilha,de Toledo,de Granada, da hoje oftenta fobre a fua cabe
de Valença, & de Napoles: mas ça húa coroa de muros, cerca da
com eta diferença, que a cida cidade velha, abertos por qua
de do Porto,dando a o reino to tro portas com tribunas,& alta- *
do o nome inteiro,ficou sò com res,onde fe oferece a Deošacrif;
·==

ficio
*--* '
=
—= =
|| •

{
AMenºres na Prºuincia de Portugal. " + 395
feiº dº mil imma cula da hoff D.Afonfo IV. ajudando algüas.
tia. Em hum delles etâa venera | condenaçoés,& trabalhando na
uel imagem da Senhora de Van |obra os Concelhos, & Julgados
dema, a qualahi colocou D.O-] da comarca, por ella fer tão no
nego Bipo,ou natural da cidade |tauel, ainda El-Rei D. Afonfo
dete nome : em França, por | V, os achou por acabar. Con
memoria do fauor particular, &| correrão muitos em feu acreí
vifuel que ella lhe tinha feito, centamento com edificios nó
& aos outros Francezes,quando brcs, como foi El-Rei D. Ioão
por eta porta entrarão, & lan I. o qual fez a rua noua, a que
çarão fora dellaa os Mouros.Na chamaua aminha rua firmºf.Mas
| me{ma occafião foi achada num º remate de toda a fua gloria he|
Syluado outra imagemdeta Sc o brazão, que tem tomado por |
nhora purifima, que ficara do armas: a faber, húa imagem da
tempo dos Chriftãos, a qual fe | Senhora Mãe de Deos no meio
chama da Sylua,&na Sè,onde ef. de duas torres cometa letra à |
tà, a venerão os fieis por ima roda, Úuitas Virginis, ou Cidade dº
gem milagrofa. - &Zirgem,em portuguez. As rezã-}
2 Tomando depois co a esferião muitas, & por ventura
idade mais forças,defceo a oval todas juntas:ou a repeito das du |
le,& fubio por outro monte com as fantas imagens, de que fize
tanta conformidade da nature mos memoria: ou porque na lua
za, &arte, que tudo junto pare retauração lha # logo
cehum jardim de edificios, húa os mefmos retauradores: ou por} :
cidade de aruores. Defceo tam que por amor della,ºb amarem Ze-º. •

bem a vizinhar com o Douro, |atiÁme &/irginis ºtaria, deu o feu | ||


|
feu continuo minitro, em mui fenhorio a os Bipos a Rainha | {
tas embarcações, naturaes,&ef || D. ue.mulher do Conde
nriqa,
D.HeTerej • • •

trangeiras, de quanto he necef


fario pera a vida humana. Suas 3 : Debaixo do feu emparo,
"Refêd.l.» aguas º mais copiofas, do que as |
& protecção, clementifimalo
o
kSilius.Ital outras do Tejo," arratand nas|
ggra melhor o cuidado, que tem
l.i. areas grãos de ouro,cançadas de da me{ma cidade o Martyr fão
rodearem longas terras de Hef. Pantaleão, Medico nobre, que
panha,meia legoa abaixo,&não fora de Nicomedia & feu infig
mais, onde fazem húa barra, a ne Padroeiro, cujas lagradas re
melhor d'aquella cota, femif liquias feguardão na fua Sé,den
turão co asfalgadas do mar. Os tro d'hum cofre de prata, q "El ifua
• A- • chroa,º
á Gºe"
muros,com que agora fe cinge, Rei D. Manoel, côprindo o tef. p.…….
e areh, da
Camara .
}, começando a fazellos El-Rei tamento 'd'El-Rei D. Ioão II. l.
•••

ITh2Il
*** - •=
} 396 Liuro IV. Da bifloria Serafica desfrades •

|-
mandou fazer com efeito. Vi tras, de Lisboa, & do Porto. E
limosito pelos annos de 1599. | depois a etas cidades ambas, q
quando o reino ardendo todo | mais o tinhão feruido,auentajou
H
em pete: abrazandofe villas, & | á quantas ha nete reino nas
cidades: confumindofe, não fo | mercês,& priuilegios.…; …
ilimente os pouos vizinhos deta, | sty. Os fidalgos tambem, a
como erão Maffarellos, Gaia,&]] maior parte dos quaes nefetê
Villanoua, mas tambem os arrepo fe achaua por Entre Douro,
| baldes,que tocão em os feus mu & Minho nos feus folares, &
ros: impedidos húa vez, & ou intas, dentro della, querião
tra todos,por etarem enfermos |?" morada, conuidados das
dete mal contagiofo: ella fem muitas conueniencias de freícu
conferuou inteira fua faude |ra, & regalo. Mas aquellegran
pre
}por intercefão da Virgem Se de brio dos naturaes, & vizi
|nhora Mãe, & fantos merecimé nhos, com que f depois affola fLopes cit.
|tos do dito feu Padroeiro. rão no tempo do dito Rei Dõ C. 173.
4 Fizerão muito os Reis Ioão o feu catello de Gaia, don
por metterem na Coroa o fenho de tinhão procedido, por não
rio deta famofa cidade,& afio quererem fofrer as grandes ex
• |#### de largas eõ orbitancias, que a gente d'Aires
! tendas: mas
ma queijão ter por fua Gonçalues de Figueiredo, em
| húa cidade infigne no amor, & cujo podereftaua,fazia pelas al
lealdade,na nobreza, & comer deas: efe me{mo lhes embar
é, Lopes I14
cio. Por ifo foi das primeiras, º gou os intentos por meio d'hum
chron.m. 5.
P. s.c.46. que tomarão a voz do Metre priuilegio d'El-Rei D. Fernan
|47, 161.
Azurara na
d'Auiz, fendo Defenfor · do rei. do,que jà temos citado em sou- |J.1.c-39 |
tornada de
Seita c.35.
no, ajudandoo neta, & noutras traparte.Porque, pera futentar
36.
occaficês de todo o feu reinado, nobreza batauão as muitas ca
| como tambem a outros Reis, fas illutres, que auia na cidade;
i com grandiofas depezas de di & os fidalgos forateiros/gundº…}
{' nheiro, de nauios, de foldados. condiçom deles era, como diffe o
Eito tudo com tanta authori me{mo Rei, mais ofendião co
dade,que mándando o dito Me! as fuas liberdades,do que podião }

tre d'Auiz pedir fauor a El-Rei honrar co a faa afitencia. Pela


| de Inglaterra pera refitir às for qual rezão tambem os dous mof
{ças do Catelhano,tres procura teiros antigos da Ordem de fan
{ções batantes, em cuja virtude ta Clara em Villa do Conde, &

feauião de celebrar os contra
Entr-Ambos os Rios impetra
----

tos, que entregou a ofeu Emba rão femelhantes prouifões, pelas


*} xador, húa dellas era fua: as ou quaes fe ordenou, que elles nos
==

feus
|- - - -
-


= = ========--

=_a_>_r_i —+
***

Menores na Prouincia de Portugal.


__397 |
feus lugares não gaftafem mui 7. Se falara das virtudes,
tos dias. Mas jà ete priuilegio que tocão a o efpirito, como he
do Porto età reuogado por El: a deuação,piedade, & grande a
+

Rei D. Manoel. - …» mor de Deos, & daquelles, é o


6 Não daria Annibaes Car | ferué, por efe mefmo etilo ou
thaginenfes, e porque o feu fan uera de efcreuer. Recolherão
gue nunqua pode receber as tin | em treze cafas cõ grande bene
tas faltas de Africa: deu porém | uolencia as Religiões fagradas:a
Heitores Gregos, & famofos faber, noue de religiofos, quatro
b,Lopes cit Portuguezes. Muitos, viuem nas de religiofas; depois das quaes
c. 131&139 "hitorias do reino com efcla fe fídou húa de mininos orfãos.
Goes na
chron.d'El recido nome: outros andão ce E auétajando nito,como em tu
Rei D. Man
p. 1.c. 16. & lebrados no tetemunho da fa do a nofia Ordem ferafica,a ella
P.4.C.$ 2.
Andrada na ma. He impoffuelinomeallos deu dous cõuentos de frades, &
chron-d'El aqui tedos; & efcreuer só de dous moteiros de freiras, dema
Rei D. Ioão
P. a.C.
, 3.
huns, ferà ofenfa dos outros. is q ajuda a futentar com efiro
90. |Mas merece exceição o infante | la ordinaria outro conuento de,
Barros deca
• da.al.ac.8 D.Henrique, filho d'El-Rei D.
* - •
frades, o qual he a Conceição
Ioão I, que nafceo neta cidade, de Matozinhos." Da deuação
*. * . | onde (eu paefe ania recebido,&| particular, que nos tem, dire
| como ela tinha vindo a o múdo | mos em outra parte,
pera fenhora do mar, tambem |
elle, inclinado á fua nauega c APITv Lo v.
ção, fez defcobrir ilhas nouas,& - 4

| cotas defconhecidas,pelas qua Do muito, que padecemosna


|es (e foi achando a carreira tão
dilatada da India.E em deícer fundação do conuento,& do .
mosa outra pefoa, né cafo parti motivo da nº6a tri
|cular, pera credito de tudo da || bulação.
* •

|mos a graue fentença do doctif:


tºp 9). fimo º Ga{par Etaço, Conigo da Endotãta a piedade dos
|Real Collegiada da villa de Gui |
marães,o qual diz, q os naturaes 'Smoradores do Porto,pa 11.33.
N>) receria mais feo o traba
do Porto fão homés generofos,magni | lho,q tivemos na füdação deta |
sde alta virtude,(}/ingular valor, cafa,fe elles forão autores,& não
|4c5hãr%sfeitºs de prudencia,de juf{ nofos cãpanheiros na me{matri |
|tiça,defortaleza, @r de amor da pa bulação. Elles me{mos nos pedi |
iria acquirirão fimpre muitas qual rão o cõuêto cõ apertadas inftã
yades,
rão todoque aº nºme dohora,
o cabedalde importa cias, árédo lograr d'affèto a dou |
Portºpºfile.
A

trina,& exemplos, é lhes dauão |


L} de
*
----

- 398 Luro IV. Da bifluna Serafra dºs ficºs |

de eaminho os frades de Gui que tinnio to a noti- vizinhaça."


marães, & Coimbra, onde já 2 #Nefte eftado nos achon
auia calas, os quaes paflauão de ||hüa notauel tormenta,& das tra
húa a outra parte. E nòs rece iores, que fe virão na nofia Reli
ando por ventura o que depo gião. Heneceffario q contemos |
is fuccedeo, fóra do etilo d'a- a hitoria:mas ferà regulando as
|
quelles primeiros tempos, que palauras pelas bullas Apotoli. | i|
não tratauão de breues pera no cas. A poucos dias andados,o Dei
uas fundações, "impetramos ão, que fendo chriftão no nome,
hum a no do mez de Maio, an como dizem º graues Autores, º Gºm. pig
no de Chrifto de 12.33. cujo || não o motrou ter nas obras,acõ fr.lucanº
"' | +

principio era, Attendentes diletti panhado tambem de outros Cap……. lll |


filj, pelo qual o Papa Grego pitulares, aio contra nòs a cam-},
rio VIIII. encommendou, & po,magoandonos de modo com ."
mandou a o Bifpo, & Cabido, o fel da amargura, que nos che-| |
| que fe… alguem nos défe fitrio, gou às pefoas,âhonra, a o con-" , , • @- I 1

não nos negafiem elles a fua au uento.E começando a derramár …


|toridade, nem impedifíem ao |a peçonha,dizia que todos era ^ *.* * *

bra. Com efte faluo conduólo |mos ladrões, gente prejudicial


nos viemos breuemente ofere no mundo, & que pera gran
cer à cidade,a qual nos recebeo l de mal do Porto eramos vindos
| com applaufos, & chamando a | a elle. Agora lhe perguntamos,
concelho determinou o lugar, que furtos forão os nofos, que
que lhe pareceo melhor pera a fazenda lhe tomâmos, que he
nofia morada. Logo hú deuoto, rança pretendemos, á terra lhe
cujo nore não achamos referi aceitámos,ou que damno lhe fi
| donos deu por caridade o cãpo, fizemos netes 42o anhos, que ho
onde a cafa fe auia de fazer. E
|- / - • • +
Aje etão paflados no de 1653.

| compondo nós a noffa cõmuni depois de º nos receher em a


dade,leuantando igreja,& altar, fua companhia?Ha de dizer h5
tratamos de acodir a nofias obri |radamente,que nem hum palmo! "
gações.O Bipo chamadº Z). Pe|de terra lhe queremos receber,
| dro Salaador,etaua então aufente fenão as fuas efmolas. Serião os
| por rezão das controuerfias,que nofos furtos,da qual forte forão
} tinha com El Rei D.Sancho II. muitos,roubar almas pera Deos:
|fobre a temporal jurifdição da á o demonio d'antes lhe tinha
| cidade. Do reuerendo Cabido furtado;& affio afirmou o fobre
não fabemos, que nos pozeffe dito Pötifice pelas palaurasfe- -
embargos: antes todos geralmé guintes. Qu, animarã procurare fak
| te declarauão o grande goto, | tem,Portugaliam acceferunt. __* —--

"\-

*__*
******* - -
**i

AMenores na Prouincia de Portugal. TT


3 Dizia mais o Deão, ex praga geral de cobiça, &inueja \

aggerando afrontas, que não |das efmolas,que os fieis nos fazi


eramos catholicos, fenão he |ão, como jà temos º efcrito:pela
-

reges; profetas falfos, & en | qual rezão tambem ; os padres 4. Soufa na] !
ganadores da gente. Mas co de São Domingos tiueião depo: 1.1.3. e. 1o. fua chron p
mo-nos auião de chegar, pera is trabalhos,pollo que forão ma
mais merecimento, os oppro |is leues.Aito fe ajuntada oref>
brios, & afrontas de Iefu, que | guardo excefiuo dá füaºautori .0
forão muito maiores, fe não | dade nogouerno te tríperal,ten {
fofe dete modo? Entabola do por deforezo della,entrarmos . * >.* q

da afi a nofia tribulação, ar-| nós na cidade fem que elles nos!
rancarão da epada da Igreja, chamafem; & quanto mais
• • • º . o
O \ * . ** * …

excõmungando a todos, os que |Rei nos fauorecia,


#
º&ºella,
* - - - ..-…! nos • • ••

nos défem efmola, ou affittifº cmparaua, maiores contradiçõ


fem no conuento a os oficios les nos fizia o Cabido;& depois
diuinos. E apertando o garro nos fez o Bifpo. Demais que fo
te dete injuto tormento coní bre o mefino lugar, nomeado|
trangião a o nofo bemfeitor, o | Kedondela, no qual nos derão o
qual nos dêra o campo pera fittio, auia grandes contendas,fe
fazermos a cafa, que nos lan entraua no couto da Sè, ou ho
çafse fôra dele. E porque fua ditricto da Coroa. Os Reis di
muita piedade não o ouzaua fá zião, q os Bipos lho trazião vfur
zer, eles mefmos quizerão exe pado, "& affio informou por di darch. da
cutallo, & vindo com mão ar tos de tetemunhas a El-Rei D. Camara l.

mada contra os frades, que não Afonto IV, no anno de 1348 o #rande em -

tinhão outras armas, fenão as Tabellião Andre Doringues di


de lefu Chrito, o qual nelles zendo, que os limites do Bifpo
era então perfeguido, como dife não paflauão do rio da villa, q de
{e o Pontifice, ZDecano Portugalen. pois da cidade fe etéder pera a
{Chrfium in p/s adeo damnabiliter banda do mar, corre pelo meio
perfequente, tal bataria lhes de della. Mas na verdade la chega
rão, que não pararão em toda ua ofenhorio dos Bipos confor
|-

eta cidade, mas fugindo pera as me à doação da Rainha D.Tere


naos, que etauão ancoradas no ja, q nôs vimos copiada affi na e e.taes1. dos fo
velhos
feu rio, nem ahi (e dauão por | Torre do tôbo,como no farchi fol.75.v.
f. no l.cit.
bem feguros. uo deta propria cidade, na
4 E diuertindo o penfa qual a dita Rainha diffe, que
mento hum pouco atè cobrar lhes daua o burgo da Sè, &
mos alento pera ir continuando, outros algüs lugares, cum Ecclefa
foi todo o :-u motiuo aquella Vanth Petri,Qr Rotundela,co a Igre
__L12 -*-+-+-+=\s*===
ja
*

A
++++++=

— 4oo Liuro IV. Da bifuria Serafica dos frades ----

1
ja de São Pedro, & Redon.
dela, as quaes &
ambas
erão ficauão
coufas |ll CAPITVLo vi
* * ** . ** •

alèm do rio, {

diftintas:
l . - -
shber em
Miraga
agº ||
--- . Vão em traftimento as nef |
ia a igreja de São Pedro; & ||
Redondela, perto da cidade | fas pei/guições fim nºs
velha, onde età o conuento. |}. | valer aprotecção
pelo que não andão bem tra do Pontífite.
duzidas e na Monarchia Lufita-|| …
p.3.1.9.
P. a.C. 1° |na, º & Catalogo dos Bipos
do Porto neta forma as fobre
· 12 | Nformado dito o
º mefmo fanto Ponti
| ditas palauras: Com e Igreja de | fice, grandemente
}São Pedrº de Redondela: appli-||o efiranhou a 6 Bipo, º que já

| cando ºfte nome à Igreja, que | nefe tempo affitia na cidade,


he lugar feparado. & mandandolhe emendar as de
mazias pafadas,tambem lhe en
# 5. Porêm, que tinhão que
ver as competencias dos Bil cõmendou, que a os frades, &
|pos coanofa fundação ? Per conuento recebeffe debaixo de
tencefe a quem quizefem o feu emparo. Mas ele deprezã
|fenhorio da terra; que o fittio | do tão faudaueis confelhos, ef.
| nos daua o fenhor proprieta quecido de fua obrigação,deué
rio, que bem o podia dar. E | do curar as chagas, das quaes a
| pera o confentirem o Bipo, & inda corria o fangue frefco, em
o Cabido, não bataua man lugar de medicina as aggraucu
darlho affi com aperto o Pon com o ferro da fua perfeguição.
tifice? Per Apºfolca volis feri Efmorece o nofo entendiméto,
pra firmiter precipiendo mandantes. & paíma a piedade Chritaam
Em fim os frades, armados de quando confiderão o q aqui fuc
paciencia pera outros arre cedeo: nem o Vigairo de Chrif.
meços, fe tornarão dos na |to o acabaua de crer, lamêtando
uios à cidade e{perar o noflas magoas cõ o grande fen
remedio de fuas tri timèto,&eipanto, é motrão ef.
bulações, que tas palauras.Quispius adjia,fvert-l
dependia do tatº/punt,nem códuleat, @ miretur!
Papa. 2 Renouou primeiramen.
te as afrontas, que já nos auião
*# dito,deshonrandonos com inju
*#* riofos nomes de ladrões, here
ges, & indignos de viuerm os nel
te múdo. Mandou por excõmu
nhão
, AAenores na Prouincia de Portugal. 4o I
nhão, que ninguem viefe com bus ex elsdem fratribusperferulentes
municarnos,nem ainda nas cou fos /% ad effimem fanguints verbe
fas de fua alma; & a nòs expref ratis.E em Viterbo,onde teue ef.
famente,que nos faifemos logo tas nouas, fazia exclamações
da cidade, & feu termo. Aquelle prognoticando com etas fuas
homem de Deos, que nos deu a palauras grandes catigos de |
fua terra pera affento da cafa, Deos febre quem nos moleta
arrancou o de dentro d'hüa i ua. Quis corde relius ambigat, quod |
greja, fem lhe valer o fagra hec ab/que judiciº Regis eternjufuia
do, & carregado de ferros o pretermittar! *** * *

fez metter na cadea.Leuantou 3 E na verdade , contan


hum motim d'alguns vàdios, do sò os fuccefos, afem medir
os mais delles feus criados, os mos os juizos (oberanos do |
quaes difefem que nem a ci Senhor pelas fufpeitas do nof. |
dade nos tinha dado licença; fo entendimento, parece que |
fendo ito muito falfo. Final afi aconteceo, como ele auia
mente, depota a fua autori prenúciado.Porque a o motim,
dade, defceo do alto do monte, que o Bipo fez leuantar con
onde tinha fuas caías, com o De tra nós,refpõdeo breueméte có
ão, & Cabido,não pera curar en | tra elle outro maior da cidade, |
a.Luc.6.v.
*7.
fermos, º como fazia nofo fan |que aborrecida já do feu apero • |
to Redemptor: fenão pera ima--| gouerno * lhe negou a vafalla b Catalog.
dos Bifpos
goar, & ferir a os feus feruos, gem: "Demais dito, naquella do Porto P
2. Q. 1 Q. |
que vinhão remediar enfer me{ma parte da o outra banda
midades das almas. Mandou do Douro, pera, onde nos lan
faquearnos o conuento: tº çaua, como ainda veremos,
miou pera fio melhor, que nelle |fez d’ahi a poucos annosº El- #
* 1. c. 18. }|
vio;& tudo o mais,a caía, & as al Rei Dom Afonfo III. a pouoa- "#"
faias, abrazou num lamentauel ção de Villanoua, mandando q •

incendio. Pafaraito,ainda que nella defcarregafem, & pagafsé }


muito mal: ; no que fe fegue, feus direitos os nauios, & as bar
nos treme a nofía penna, re cas,em prejuizo dalalfandega do
ceando efereuello. Fugirão os Porto, que pertêcia a os Bifpos,
pobres frades, por não cairem na qual antes fe pagauão. Per
nas fuas mãos defhumanas, & derão vltimamente o fenhorio
facrilegas: & dous, que nellas da cidade, onde agora não que
ficarão, mandou os tratar tão rião confentirnos. " " "
mal pelos feus me{mos criados, 4. Os frades,que efperauão
que derramarão feu figue. Afio algum recurfo do Papa, ficarão
diz numa bulla o Põtifice. ZDuo-] na cidade efcondidos cafas
pelas •

* •

**aaaa
• •

=>*>
-

ausa
Ll 3
-
T= Lian IV DãImã Serããããã
calas dos deuoros, & da gente cer, nas noflas intercefões, nem |
principal, a os quaes fempre deferio á fantidade de hum,nem |
| acharão propicios com eftra repeitou a magetade do outro:
nha caridade,& quando affi era antes deu em húa traça, com á |
neceffario, apparecião em pu quiz jutificarfe na opinião dos
blico por acodirem às almas. homens. Foi eta pedir conué
Dete modo forão fempre refi |to da Ordem fagrada do Patri
dindo, & como a refidentes no archa S. Domingos, & darlhe
Porto, in ciuitate Pºrtugal e confi fittio muito vizinho do nofo,pe}
} tutos, os nomeauão as bullas,que ra, motrar a o mundo,que fe el
nete tempo vierão. Mas he mui le liuremente chamaua a eftes
to de notar a fua perfeuerança * rezões auia de ter pera
em infiltirem na fundação do nos repudiar. •

conuento, tendo ela contra fi | 5. Chegarão em fim duas


tão forçofos inimigos. A rezão bullas do Pontifice húa dellas,
porêm não era cobiça,ou ambi. | que era contra o Bifpo, come
ção de fazer mais húa cáfa, fe çaua, Non ºf Industria pafuraús:
não fomente o zelo de affitir a outra contra o Cabido, In honore || |
ete pouo,que por etremo lhes /ubdivis imperfº: a primeira, de 24
era afeiçoado, nem tinha hefe |de Maio: a fegunda, de 23 de
tempo religiofos alguns, os qua |Iunho; & ambas dadas no anno
| es o encaminhafem em oferui de 1237. Por ellas encõmen
ço de Deos. E pelas contradi |daua atres Prelados grauiffimos
ções entendião, que o demonio, a faber o Arcebipo de Braga,
principal autor de todas, recea & os Bipos de Vifeu,& de La
ua co a fua afitencia algüa grã mego, que defendefem os fra
" | detruina. Demais que,tão pene des, procedendo contra os feus
.

...] trados andauão do fanto amor aduerfarios, feelles fof{em tei


de vita S. diuino os nofos primeires Pa molos na fua perfeguição.Obra
ranc.1.1. dres, como dife"S. Boauentu rão porêm tão pouco, que re
', 4, n.7.»
ra,que tendo por grande gloria forçando intancias o me{mo
|padecer por Iefu Chrito, mais Papa Gregorio amoetou a o
querião etar onde erão perfe. Bifoo, & Cabido por cartas par
|guidos,que onde os repeitauão, ticulares, que tomafem bom
|Acodio de Guimarães o glorio confelho, defpindo os corações |
|fo S. Gualter a eta tribulação: da paxão. Mas duuidofo ainda
| El-Rei D. Sancho II.o qual era de elles fe emendarem, tornou
| Padroeiro do conuéto, efcreueo no anno feguinte a expedirou
| em fauor dellemas o Bifoo, fun trasbulas na cidade de Anag.
| dando maior jutiça, a feu pare nia, das quaes fez executores o
*

==
|- Arce
***
AMenores na Prouincia de Portugal = 4o 3. →-

| Arcebipo, Deão, & Chantre da cedimento, informandoo tam


Sè de Braga, pera que os confº, bem das vias particulares, pelas |
trãgeffem com o golpe das cen: quaes fua muita piedade nos po
|furas: a o Bipo em virtude de |dia (occorrer. Comito o ad
- • • • - • *

húa, cujo principio era, Zºileítifi uertirão, que pois os ditos Prela |
lj, dada a 4 d'Agoto: a o Cabi dos de Portugal, a quem ele cõ
do por outra, Quos diletti, de 7 do mettera eta caula, nos não vi
me{mo mez. E parecendolhe, nhão acodir, inuiaffe co a me{-
que já ito bataria pera fazer ma commifão o Arcebifpo de
imos conuento, tambem lhes en Compotella, porque fendo ef
cõmendou, que fe ainda o Blfpo | trangeiro cortaria fem refpeito
|
e.c. Piae. 16.
nos negafe a pedra fundamen | por onde foffe conueniente cor !
q.7. & feq. ital da igreja, a qual º auia por tar. O Pontifice, que sò ito de
dereito de benzer, eles a podef| fejaua, lhes mandou em repota
fem dar. Todas etas diligencias | húa carta tão honrada, que a ci
do Pontifice Romano fe logra dade a ouuera de guardar no feu |
irão muito mal, porque os ditos | thefouro,ou copialla pera eterna:
feus Commifíarios; ou por vizi memoria no mais fino,& precio:
nhos do Bifpo,ou por lhes faltar fo metal.Foi efcrita em Roma al
valor pera defêder humildes da 17 de Maio de 1241, anno 15:
'opprefão dos foberbos, ou por do feu infigne pontificado. Dizia
joutros particulares repeitos,no no fobre(crito. Zºileítis filis, Conct
etado,em que nos acharão, ne{- lo, @ Populo Portugaleofibus: aos 4.
|femelmo nos deixarão. . . . madºs filhas, o # @r Pou" da
cidade do Porto. E depois de lhes
# CAPITV Lo VII. louuar a caridade de nós terem
• ** *
|-

*>> > >> >


: "…:: ; - * * * * * * ** * recolhido: a eleição do lugar,
Procura nefa quietação a ti onde nos derão a cafa: o valor,
| dade, & tornamos a re com que fe punhão em campo
contra quem nos mettia em tan;
fazer º conuento onde º tas tribulações: por tudo oito
lhes rendia muitas graças,empe
.* ** uni㺠quinadº • • • ••
::,, :: - ;" , <
nhando fua lembrança, pera ou-]
+ V, 7- fão tudo os morado tras,que fofem muito maiores,

V res do Porto, & cho
" rando efte nofo def
(e o tempo lhe défe occafião.
Affi o diffe por etas tuas pala
emparo,etranhando a omilão uras, & ficarà affentado, como
dos Juizes Apotolicos, hña, & nunqua a Cidade concorreo nos
muitas vezes efereuerão a o Pa | aggrauos,que nos fazia o Bifeo.
lpa em abonação do modo Prº ZDe prºce/u laudabil habito circ afrº L] 4 tres
----
==
404 "Ir TVIDZ hi/toria Serafia dos frades
fy'f3 p/ºs deutunem vdiram dignis in fem da cidade, & foísem fundar
ZDomino laudibus commendamus. Nos conuento na villa d'El Rei, a
etiam vobis ex hoc ad grates prº ºp qual fe chamaua Qata, da outra
portunitate tenebimur. Encommen banda do rio. Nefte tempo foi
doulhes tambem, que pois elles eleito Innocencio IV. tão brio
lhe auião inculcado o Arcebif. fo pera logo fe fazer obedecido,
po de Compotella pera nos como deuoto da noísa Religião,
metter de poffe, agora, que o & tomando conhecimento da
mandaua, nos motrafem o caula,etranhou primeiramente
amor, com que d'antes nos tra com palauras muito afperas quã
tauão. E pera corroborar eta to auião obrado, affi no pouco
fua deuação, acrecentou outras refpeito dos mandados Apoto
palauras notaueis dizendo, que licos, como nas graues ofenfas,
nito ficafem certos: a faber, q & injurias dos frades. Reuogou
affi como os frades erão de Deos o fobredito concerto, ordenan
mais amados, por fuas grandes do a o me{mo Arcebipo, que
virtudes: tambem eles pelo fa viefse em pefsoa a o Porto: que
uor, que lhes dê{{em, acharião nos torna(se a por no lugar, don
mais propicia em os feus reque de nos tinhão tirado: que ben
rimentos a Magetade diuina. zefse a primeira pedra pera a
Scituri, quodper hoc eo leuhs ºmnium noísa igreja;&emparafse os fra
Conditorem poteritis habere propitum, des, o conuento, bemfeitores,
quó li dthfratres diletii fun pra quem trabalhaíse nas obras. Tu
pluribus, faciente maiori fufrago me doito (e continha numa bulla,
/lfô////70, •

que lhe inuiou de Roma em o


2 Inuiou juntamente com primeiro de Iunho, anno de
mifsão ao dito Arcebipo,a qual Chrito 1 244. & primeiro do
por então ficou fufpenfa pela feu Pontificado.Começaua def
morte do me{mo fanto Pontifi te modo. Zolentes accepimus,9r re
ce a 22 d'Agoto daquelle pro ferimus cum rubere. E vém a ferem
prio anno. E achandofe os fra portuguez, que fe magoaua de
des priuados do feu emparo:fem ouuir, & enuergonhaua de di
e{perança de terem outro tão ce zer o que o Bipo nos fez religio
do,porque Celetino IV.(eu fuc nis emulus,turbator quietis, achºnorã
cefsor immediato viueo,a o ma ºperum impugnator, in ºfen/am Zei
is, 18 dias,& a futura eleição pa non medicam,infratres 3ánores Por
recia vagarofa; cançados jà de tugalteremmorantes, patris charitate
padecer, & fofrer aceitarão o deferta, feuiés velut holis. Fiquem
partido,que lhes fazião o Bipo, porêm efcondidas no latim ef.
|& o Cabido. Ito era, que faif tas fuas reprenfões com tanto,
que
E=
Menores na Prouincta de Portugal · 4Oy
que e peruadão todos,como os dem prejudicar á noísa antigui |
nofos trabalhos não fórão por dade. Quanto mais,que nunqua |
culpa nofia,mas
2, …"
fomente por mal defemparamos ete pouo no me |
licia alhea. ; :
• a … : :
iodetes trabalhos.
-: :"… … : | º r|
. 3. Entendemos, que não | 5, Q (egundo mitura certas |
lhe darião tempo pera chegara| hitorias, que etes Padres tiue-|
|fazer execução, por quantº à tão com o Cabido fobre a con
efia bulla encontramos duplica: faria de lefu,que querião leuan
da no archiuo do conuento,que tar. E não etá nilso o erro,fenão
he final de não lhe fer exhibida, |sõem fazellas mais antigas, do ál
como tódas as mais forão a os fe na verdade forão, & acrecentar |
us Executores. E na verdade fe aito, que derão occafião pera |
ria pouco prudente quem efpe que os ditos Padres nos largafé |
raíse, que o Minitro d'hum Pa feu conuento, ou pelo menos fi
|- • • •• • •

pa tão refôluto o viese defcom- ze{seia-nofsa igreja quem os ti-


-
• •
"

por. Demais que, não parecia jà nha ofendido;catigando o com


tempo de brincar com São Frá efia pena o Papa: Parque as di
º fr.Marc. p
# 16.
cífco,que º degolla, quando-l he tas hitorias, conforme à fua elas e
he nece{sario, co a efiada deS. Chronica, começarão no anno"
Paulo a quê magóá féus filhos. de 1448& ne{seme{mo acaba
Deta forte triunfou com grande rão por meio de concordata, co
gloria de tantas perfeguições á || monosco
mt ntou de humºafen-2 **
nze|| toda Camara, feito a 16 de De
nosa Religião, exercitada onze
annos no foftiméto notauel dos | zembro;& nòs antes deíse anno,
f_breditos trabalhos; & em fim aula mais de duzentos, que eta
fizemos ete conuento onde fê uamos nete proprio cônuento
pre o intentamos fazer. " fegundo imos motrando; & a
4 Com ito defenganamos igreja, que temos ao prefente,
ao Vulgo de dous erros, é neta já no anno de 1383ia em mui
cidade correm em forma de tra ta altura, como cedo fe verá
dição. O primeiro he dizer, que paquife fegue tambem, que
os padres Dominicos fão mais não : o "mudou 5 de "fóra perº
antigos no Porto.Mas com mui. dentro da cidade no de 1404
ta euidencia fe conuence feren "El Rei D. foão 1. porque nã
ganó,porque nòs entramos nel: |" qua eteue noutro lugar,
|- b.Soufan } la no anno de 1233&º eles da º mas a cidade fe foi che
fua chron
"lº.c.9. &
p
hi a quatro. E poto que violen- | ** gando a elle, o que … …
10, cias nos detruírão a cafa, fendo || .… "...logo motra-º c. --
: º fernos. s … … "
elas reprouadas,como forão pe * * * , ----- \

| los Romanos Pontífices,mas po:


---- * ----------- = ……….… -
355 Im IVIDTSã777; —
1 - * ''' - 1# * *
<* . blicas, acompanhadas de cafas. T -

CAPITV LO VIII, i || || 2 He aprazinel por etre - - - - - * * * * "* * * * * * - « * { /* ' '| '


1 - … …..2 |mo ete fittio em rezão da fer
.

Dife noticia do conuento, & | em


molura,que lhe defcobre a vita
grãde parte da cidade,no rio |
da muita duação, que a
|-
|-
- -
* -- - -- : , " , |nas fuas embarcações, nos mõtes
"" -, tidade lhe tem. da outra bãda, notauelmète ale-li
-

|-
" " . ,
{ *

res. Não nos conta por papeis,


-

:}" > 1. , . . L … # ',


1
*",
" Stá, poto ete fagrado,
por fama,qnete
conuento na planicie, | lugar ouuete ermida de S. Se
# -

em que delcança hum |batião,cuja imagem temosho •

monte,perto das fuas raizes, pe je na nofia capel a môr . Outra |


ra a, banda do Sul,por onde o de S.Nicolao, que agorahe Par
} Douro corre. Era chamado Zel-| rochia, ficaua aqui vizinha, & |
monte, por fua grande freícura, & della temos noticia por húa car}
ainda nete tempo duas ruas, 6 | ta de venda, efcrita no mez de
o cortão, húa tem o feu me{mo. Iunho, do anno 1247 pela qual |
appelido: outra mais inferior,fe. os leprofos venderão aloão Pi
chama Rua das ryas. Quebraua res húa cortinha,que etaua na
por muitas partes ete pedaço ribeira, junto do caminho, per
de terra atè fazer figura quafire, quamaenium ad Santium Nicolaum, |
donda a qual não feve agora; 4 deta propria ermida.E aquipe
a encobrem as cafas: mas por if to,como motrão os indicios, ef
fo lhe chamauão Redondela, & no |tauão aquelas empatedadas,que
|-

latim Rotundela conforme à doa-| o "Catalogo dos Bipos deta ci ca, p.1-1,
ção da Rainha, & ás bullas dos dade foi lançar alèm do rio em
Pontifices, que jà temos referi OU1[T2 do mefmo Santo, onde
|do. Ficaua então fóra da me{ma a muita etreiteza daquelle fra
cidade, em ditancia de tiro de gofo monte não era capaz , de
bêta,perjatium arcus, como dife fazerem domicilios. "
| o dito?apa Gregorio na tua fe: … 3 Nete lugar de Redon
|gunda bula; & dilatandofe ella dela,onde nòs etiuemos a prin
}pera eta mefma parte, abraçou cipio, nos mandou metter de
| com os muros o conuento den pode o Papa Innocencio IV: 4
| tro do feu!coração. Ania neta já temos nomeado, pelas pala- |

| paragem grandes bofgues, & ar uras feguintes. // fratribus ade


|uoredos alegres,alguns dos qua umdem locum , quem prias habuerant,
| es forão nofos muitos annos, & | reuocais.Logo os fades começa -
b.Góz.png.
pag.803,
| depois os conuerteo a cidade cõ | rão o conuêto,que por ºfer fun Monarch,
+ Lufit. p.44

beneplacito nofo em ruas pu | dação d'El-Rei D.Sancho II era
== T=
14• C. 43°
-- COI)
"""""--- --- ---------- ----
|
-_- - - -_ -_-__- - --- * ___-
*>",
----
— —
Menores na Prouintia de Portugal: 497 |
|
| conuento Real. Tinhão ja no. ra, mas que a fua morada auia de |

| mefmo tempo o campo,que hú fer no ceo.E ainda 4a mudança ;


: deuoto lhes dera,& juntando ou|| dos tempos,fazendo maior grã- }

i], [tras terras fizerão capacidade deza, melhorou as oficinas, &


} … batante. No epiritual tiuerão leuantou dormitorios, nunqua !
|| …… por Fundador;& por Mette a o || lhe tirºu a graça de parecer {
# gloriofo SGualter,que vindo de Francifcanº, & muito religiofa.
| { Guimarães, affentou por etilo Corre nela em finquº partes a #
} | | húávida religiofa,& fanta,como || agua de húa fonte das melhores |-

lhe auia enfinado nofo feráfico || da cidade,que fão muitas. É tudo


| "Padre, cujo Difcipulo era. No [no feu concerto, & boa dipofiº
| | | tempóraffies affitia o Rei, aju-||ção da huas longes de alegria ;
| dândo as obras co as rendas da || do ceo, que efpertão os delejos #
} |Coroa, aínda que breaemente |da fua polfe eterna. Sòmente ao
{lhes faltou etaventura pela mul] que tocaua à deuação do eípili- *

; } dança fatal,que ouue no fed go || ro;& confolição do pouo corta- |


ijtierno. Aqui entrarão emão as||rão mais largamente,occupando
#efinelas dos deuotos, aos quaes|{{e depois em fazer outra igreja # .
- } {{deu mais alento ofôbredito Põ|notauel, que alèm de fºr capaz :
} | {tifice numa búlla, que começa, [[de grandes ajuntamentos,he mal :
{ }&anº dihih fily, de 15 do mez de jetofa na obra. " " |-

| | | Oitubro, no anno de 1249 Por=| … } Pera a fábrica delli, que


{ | que reprefentando a tolos com|já tinha começado º correr, ap
} palauras muito viuas, por Huma|plicou El Rei D. Fernando os
|parte a grande necellidade de refiduos dos tetamentos do Por
} | continuar as obras da igreja, &|| to em carta,que foi dada em Lis
| | conuento,4 etauão começadas:|boa a 7 do mez de fulho, de
|& por outra, a pobreza etreiti[-||1383, por Aluaro Gºnçalues, fu
{ |ma,que por amor de tefu Chri-|CZagalog Vedor defaufzendagr
# | to aqui guardauão os frades, ||por Z). Iulº, feu The/oureiro. Sua
} qui prºpter Chrisium extremº ferãt || mulher a Rainha D Leonor,tem -

{ quarentapaupertatis:concedeolhes
farinam ele falecido,
dias de indulgencia to|| adomercè e reungou …"
em 23 denoDezembro, @hch, dado

|das as vezes que eles nos ajudaí na Villa de Alanquer mas nem
Íem coas fuas caridades.……. por ifo futentou o feu gouerno,
*4 Não fiftão fumptuofos nem prendeo as mãos da deu 1-
• • - ! •| |- • • •
/

} os edificios interiores da cafa, ção dos fiéis, os quaes nos ajuda


por quanto aquelles Padres em
|
| rão de """ breuémente fe
tendião muito bem, que erão (ó fez o que ainda nos faltau, por
paflageiros,& Peregrinos na ter |- fazer. Pelo que quando o ºito
*_**_____> - ……………- ----+----------"""
-- --• ••••• -- … de …" ----
*--*- – -*
\
=

*>-->
ToS Liuro IV. Da bifloria Serafã dos frades
de Sylues, & Legado Apoltoli tanta gente a ouuir tua doutrina,
co, D. Aluaro, a 1o do mez de que á rua, por onde ella Paísaua,
Dezembro, de 1457,eteue nef chamarão Rua Francife. E Aqui
ta cidade, & concedeo pera fé etauão calas, a faber m rua,que arch.de S.
|pre cem dias de indulgencia a diatur Francfca, como diz fa E{ {Clara do
os, que nas fetas dos noflos pa critura, que vendeo Ioann-Ean. Porto,
dres S. Francifco,& S. Antonio nes a Domingos Bermudo no
vifitafé ete téplo, & defem tã. anno de 1243, em finquo do
bem efmola: vendo ele, que ef mez de Iunho. E agora, que a
taua acabado, não applicou as cidade tem cercado o conuen
eímolas pera fabrica, mas fómé to com muitas ruas inteiras, he
te à fua conferuação. Eifo que tanta a multidão que, nalguns
rem dizer as palauras, com que dias de jubileu, cu de fefla não
nos fez eta graça, & fão etas,6 | podião,fenão com muito traba
fefeguem. O monaferium fantii, lho,mais de vinte & finquo cõ
Francfºi Portugalenº, cum iluste fefsores acodir às confiísões. Eis
clºfia,manutentarur. , º aqui donde nafcia a toíse do in
fr.Luc.an.
1 268.n, 12.
6 Dete modo,& em tudo º fernal inimigo, que tanto nos
reprefenta o conuento húa ma perfeguio na fundação deta ca
"jetade religiofa,& graue,que o fa., Etaua adiuinhãdo eftes fer
faz amado, & venerado de to |uiços de Deos,& tua malignida
dos. A igreja co a fua grande de os queria impedir.
za,& fermofura,que ja hoje he
maior; co affeo dos altares: co CAPITVI o Ix.
feruiço de todas as confrarias: # 1, … :*
com hum thefouro de reliquias Contão/e alguns fauores Rea
fagradas,entre as quaes fão nota
ueis dous Efpinhos da Coroa de | es, & outros, que recebco o
Chrifto, & hum ofso de S. Bras: || toluento, com hum ca
(e arch.des co a enchente de graças e que jà fº merecedor de
Franc de
Guim,
corria em tempo do Papa Ale memoria,
|xandre IV, co a perfeição dos
oficios diuinos attrahe com tã
ta força a deuação dete pouo,4 | I Stimauão tanto efte có
o concurfo ordinario he nella
uento os Reis, affi por
muito maior, do que noutras cafa Real, como pela
em grandes folemnidades. Ef fama de fua religião, que não tê
caçamente os frades entrarão do cafãs grandes no nofo tem
nete lugar,fem ainda terem lan Poantigo, nem apozentos capa.
}çado raizes, quandojà acodia zes de fua 'foberania, nefes po.

bres
Menores na Prouincia de Portugal. … 409
bres, que achauão, (e recolhião do,& de D. João III, que elta a
mais contentes quando vinhão gua era compridoura «ele mº/mo Se
à cidade, do que em outros ma | "hor Ra, era feus filhos, pera quan.
•• ' + _ ••
*)

iores. Fazemos menção fomé. dºah pou/tuão, . . . - - -

te d'El-Rei D. Ioão I por fer o , 2 … Prodigamente a fomos


cafo mais digno deta lembran nòs repartindo (como pobres,6
ça Etaua determinado, q neta dão tudo) por hum nofo bem
me{ma cidade celebrafe fuas | feitor, chamado Atanoel (irme,pe
vodas co a Rainha D. Filippa, lo conuento de Santo Eloi, &
& tendo ela já vindo da ilha de pelo de São Domingos, & jà ho
Inglaterra, donde era natural; jetiuera outras fangrias, fe a cõ
#
hron.
Il2
P.s.
aqui, na nofía igreja, à fombra paxão, ou zele da nofa neceffi
de S. Francifco,naquella tarde, dade não defuiara a lanceta, que
.94.
> > >" * * * em que veio de Coimbra,o ete. lhe tocaua na vea. Pera tudo (e
*

.……--}
ue efperando. 'Pafadas as fuas | acharão particulares rezões, d'a-
Cunha, c. primeiras vitas," a Rainha fere qui tambem nos nafcerão nota
68, colheo pera as caías dos Bipos, ueis enfadamentos, nos quaes
onde etaua poufada: o Rei fi porêm conhecemos o cuidado,
|cou com os frades, & da fua cõ com que Deos algüas vezes por
panhia e foi receber com ella meios inopinados fauorece a juí|
pera grande felicidade, & glo tiça dos pobres, & innocentes.
ria do reino de Portugal. Por Corria pera huma detas partes
efta occafião tomarão tanto a mais agua, do que a fua: nôs fen
mor a efte fanto conuento, que tiamos a falta, não podiamos cõ
uando falauão nelle, hum, & tudo jutificar o aggrauo. Era Iu
outro lhe chamaua a minha cº/a <iz deta caufa o Doutor Gabriel
de S. Francfºo do Porto. E porque Pereira de Catro, Corregedor
eta fua hopedagem era muito do ciuel na Cafº do Porto,& no |
ordinaria, querendo elles ter a mundo por fuas letras bem co
gua em cafa, da qual podèfem nhecido de todos. Fez vitoria
beber, nos dêlão a d'húa fonte,4 na arca, examinou as prouas,que
| nafce fôra dos muros, & por ca | ria fazer jutiça, mas as fenten
nos (e trouxe a o conuento. Pe |ças,& {cbretentenças, todas e
rão contra nós. Durauão as nof
lo que també, começando d'El
Rei D. Afonfo IV. todos elles fas queixas, & elle bem enten
| tomarão muito a peito defendel | dia,que nôs tinhamos jutiça: o
| la como fua da mà paflagem, é feito porêm não lhe daua occafi
|lhe podião fazer as paredes, & ão pera mais. Nete tempo efi
|as aruores, exprimindo formal tando elle de noite lançado na
mente as prouifões de D.Fern㺠fua cama, vio hum frade Fran: •

+
• ••
. Mm clicano"
- - --
==
- - - - - * * T
-=-
-

4IO Lar IVIDE Wima Serafica do#=


cifcano,fegundo depois conta-II| teus priuilegios.El-Rei D. Afon |
ua,o qualihe pegou pelas corti-}|lo V, o tomou debaixº doleu
|nas do leito, & diffe etas pala-||emparo,mandando tãoé, 4 cada |--

|uras. Agua agua. Ficou atemori ||anno lhe dèfem quatro centos |
|zado, vendo també, como logo ||reis brancos de final ºrdenada.
feefcondeo dos feus olhos. Pelo || Affi forão todos multiplicando |-

| que em rompendo a manhaam ||fauores até motrarem efte a- |


foi fazer outra noua vitoria na ||mor,que nos tinhão, em quere
arca, que temos dito, & achou ||rem que dete conuento feja º
efcondido a hum canto o regi!-||Capellão da fua Caía da fuppli.
tro velho,que fetinha arranca: ||cação, quando ella foi mudada
} do, & era o da medida; 4 quiz ||de Lisboa a o Porto. . , , , ,
Deos o deixaffe quê poz o ou- 4 Deuemos á Sé de Braga a ..
tro mais largo,pera nos fer tete |piedade, cõ q os feus." Arcebífonekdes
munha da rezão, cõ q delle nos ||pos nos tinhão no rol das efmo: franciºs
queixauamos. Com eta demõ{-||las cotumadas. Dos Bipos do ºuim.
tração regulou pelo me{mo in{-||Porto,fendo muitos os 4 nos téjº"
| truméto a quantidade da agua, obrigado, nomeamos por nofia
[áania de correr, & reuogando | confolação a os tres fucceflores
as fentenças, afi o julgou por [[immediatos do nofo perfegui
outra em 26 de Dezembro de || dor,Dõ Iulião o II.DõVicente
1 6 1 1. • • • || Mendes,& D.Sancho Pires, *os d.Catal,dos
|| 3 Tornando a os fuores|quaes todos, como verdadeiros # #
{ |Reães,o me{mo Rei D.Fernãdo paes,depois de em vida etimaté ##
mandaua dar cada dia dez fol-}|o nofo procediméto, na morte
dos pera (atento dos frades.El-|| nos fizerão legatarios, de pias
Rei D.Ioão I.fendo Regedor,& || difpofições. Alguns degotos
Rei, confirmou eta mercè por || nos ia oferecendo a malicia
: cartas particulares. Demais dif || dos tempos por occafião de nof
;
|to,defobrigou de acodité à guer|fas immunidades, que por toca-|
# | ra todos os oficiaes, que feruif ||rem à Ordem toda, º não podia. Pena a
fem o conuento; & mandou, 6 || renunciar o conuento:mas a tu-daº "g"
nem a elles, nem ainda à nofia || do tem jà dado fepultura a nofía #"
# amafadeira, tomatem roupa ||jutiça, cu a nofia Paciencia; &
| algüa pera Minitros da jutiça, bem podemos dizer, que nãqua
| ou foldados: nem elles, em fu-||elle foi autor de controuerfias,
| as catas pouzafem. El-Rei Dõ|mas feminario de pazes, & ef. 1
{| Duarte,que o achou nete foro, cola de virtudes. E por ventura,
|| mandou às fuas jutiças, que [que a ito attentafe o Legado A
lhe fizedem guardar todos os "potolico, D. Aluaro, que jà - -
te
-

{. - * *
""""+… |-
- ITOS
- -- - -
*-*#p-

Menores na Prouintia de Portugal. 41 1


temos nomeado, no me{mo
tempo, que pretendeo con c APITv Lo x
cordar o Bipo co a Cidade,
da qual ele fe motraua ainda
mais ofendido por rezão de Da dignidade die infge |
hum affento, que tomara nef. conuento: da fia reformação
ta caía no ponto das defauen na regular 00/eruãncia,
fcatal cit,
C, 30.
ças. Veio f pouzar entre nòs, & de alguns feruos
& nete fanto conuento com
de Deos.
{ poz as coufas de modo, que os
deixou fatisfeitos. I \ Lcançou ete cõuento
5 Não defcemos a fin grande hõra nos limi
gulares noticias dos bemfeito tes da nota Religião,
res da cala, porque feria ne como foi fer Cabeça da Prouin |
|
cefario nomear húa por hú. cia, cõ ficarão em Portugal os |
|a, todas, quantas ha no Por Claufraes, quando no anno de |
to. He eta nobilifima cidade 15 17.(e fez entre nòs, & elles a
muito deuota da nofia Religi geral,feparação. Eles fizerão ca|
ão, & nella fe vem ainda huns beça nete conuento do Porto:
pertos da caridade antiga com os Obferuantes,em S. Francifco
que nos emparaua o mundo de Lisboa. Foi tambem Cabeça,
como a pobres de Chrito, e{- &Titular da Cutodia, q nefa
timandonos tambem como a occafião os ditos Clauftraes fi
feruos do me{mo grande Se zerão, incorporada porêm na
nhor. Com muito poucas a: fua mefma Prouincia, pera me
judas da comarca, ou do ter lhorgouerno das cafas de Tra
mo futenta honradamente a losmontes,& d'Entre Douro, & |
nofia communidade, que te Minho nas aufencias do feu Pre
rà de ordinário feffenta religi lado prouincial. E pota 4 ella,
ofos . He gèral a caridade em |tomando algüas vezes o appel
todos, & a todos nos acha lido da fua dita comarca, fecha |
mos ebrigados. Mas porque | mana e Gºodia de Entre Zourº, 3;
não nos arguão de que, ten 2tinhº: feu nome mais cômã, &
do publicado a parte da nof ordinario era o dete cõuéto. Af
fa agua,á leuou Manoeli Cir fio motra o "prazo de hú safal, a.arch.de $
ne, escondemos as rezões, pe 6 º 3acharel frei Frãeyes de 2áoraes Francifc.de
Guim,
|las quaes a mereceo: decla {"fiediº da(ºfiada dº Pºrtº fez no
ramos como deu pera a Igre anno de 1 548.a húa Maria Vaz
ja tres retabolos, & as vidra da freguezia de São Lourenço
ças, q mandara vir de Flandres. de Gulaês. | * *

Mm 2 _Nette
r .

}
}
, —==

#412 Liga 5. Labifona Serafica dºs frades


/

: 2 Nette efiado efteue ate o difiodores, Jubordinada porém


anno de 1568, no qual os Glau a eta nofia Prouincia,& expirou
traes fe tornarão Obferuantes, finalméte no anno de 1584 fa
& incorporados eles na nofia zêdofe nelle húa niftura gêial
fanta Preuincia, a fua fe extin de frades, & de cõuêtos como
guio cõ todos os feus Prelados. auemos de declarar neffe tépo,
Nefe anno, na terceira domin & então lhe detão por Guardião
frei Lopo de Catro, ófe auia
iga da Quarefma fe reformou o | | criad
: conuento cõ muita fuauidade, o entre os ditos Clauftraes.
porá jà os moradores, faudofos |Os prefétes fão Cômifarios no
de feus rigores antigos, füípira ditrião de Entre Douro, & Mi
juão pelo feruor Obferuante, o nho:o cõuento em rezão da dig
qual os refufcitaua. Abfolue |nidade, o fegúdo da Prouincia.
rãofe, no principio de tudo de | 3 Mas como auia elle de me
Prouincial, & Guardião dous recer eta honra, repondendo
firmãos, naturaes deta Cídade, às penfoés do nafcimento Real,
i que tinhão efes oficios: aquel. fe per fi não fe fizera illutre na
le, que fe chamaua frei Chrifiouão fantidade dos filhos, no cabe
do Porto; ete, frei Antonio Cabritº; tdal das fciencias, na profifão
& depois reformarão,$c concer |da…virtude ?. Poucas efcrituras
tarão cite lugar do Senhor feis achamos no feu archiuo, que
religiofos graues, que pera ifo não nos défiem noticias de
vierão da Conceição de Mato Metres, Doutores, Licenciados,
zinhos.Ham delles,natural tam & Bachareis, dos quaes titulos,
bem do Porto, chamado frei_An autorizando com elles os pro
tonio Pinto, q era o Prefidente, go feflores das letras, vfaua anti
juernou atè (e fazer capitulo pe gamente a Era Conuentual. Pre
º lafeta de S.Lucas,& transferi tendeo fazer collegio numa tor
idó a outro cargo, á lhe etaua re, que etaua, defronte da por:
melhor, entrou por primeiro taria, & tendo impedimento re
Guardião da Oberuãeia frei An forçou os feus etudos da cafi,4
tonio de Santaré, homé de grã florecião com credito, Mas não
desvirtudes, & de fingularta nos deixou memoria das coufas
lento. Tinhão pafado dous grandes, que lhe farão fucceden
bE annos, quando dos mefmos cõ |dóficulpa fital,& géral da noga
} - uentos,que eftauão reformados, | antiguidade; que pera darmos,
……" –
fe formou outra Cutodia, que |noticia: de alguns feruos de
pela me{ma rezão de ter aqui a |Deos, dos tempos prefentes nºs
cabeça ,teue por nome a Cuítoda |auemos de valer. , : ;:
dº Porto. Era feparada;&tinha | * #4 Não tratamos dos que
; > " - - 3. : ---- deu
*A

AMenores na Prouincia de Portugal. 413


deu eta cidade, fertilifima de mas filho detecõuêto, que dê
Santos. às outras prouinci. pois de fe cançar, neta idade al
as da nofia Religião, entre os güs annos,em feguimétodo mar |
quaes replandeceo, como fol tyrio pelas vatas regiões do Ori |-
b, Gonz.pag
a repeito das etrellas, o bem ente,foi defcançar de feus traba
104. & 1 »o3 auenturado º frei Paulo de A hos cõ opinião de fanto numa
Rodulf 1.*.
pag 306: zeuedo, que allumiando as ter ilha de Solar, mas todos elles
# de fig ras do Occidente com os ra pertencem a outros tempos.
nis ecclef,
| tom 1.1.*.*. ios de fua fanta doutrina, con 5 Dos que forão (epultados
fígn,57.f.** uertendo infinidade de Indios, neta cata o primeiro, q nos che
| Daça Pº 4.l.
2,c.69. arrazando Pagodes, & leuan gou á notícia,he o padre frei Pa
tando Igrejas, foi depois afe cifico de Vieu, muito digno def
teado na Noua Helpanha pelo ; te nome pela paz de tua alma,
Barbaro Gentio, mas repeita-||có 4 feruia a Deos. Prof.fou no
do das fêras, & honrado com || conuento d'Alanquer,& toman
marauilhas do ceo. Falamos só; do o caminho da virtude pelo
dos que ella entregou á nofia de; mais difficultofo, da negação de |
Portugal, ou efta cafa criou, fi me{mo, pafou facilmente a o
ou nella vierão delcançarem deprezo do múdo,& das delicias
o Senhor. Nete catalogo en delle.Não tinhavôtade propria,
trão, o venerauel padre frei fenão a de feus prelados, pela
Gonçalo de Valbom, Minitro. | qual fegouernaua,como bõ reli
geral da Ordem: Dom frei E |giofo: de modo á muitas vezes
gidio, Bipo Folienfe: frei An {uspendia as acções, ainda q vir
dre do Porto, Fundador do con tuofas em quanto o Guardião, a
|uento de fão Bernardino d'A- quem danacõta dellas, não lhas
touguia: aquelles nouos Apof mandaua fazer. Catiuou quanto
tolos do Oriente, frei Pantaleão lhe era pofuel por meio da pe
|do Porto, frei-Antonio do Por nitencia a carne a o efpirito fa
|to, &frei Antonio do Padrão, }zêdo dferta dete cada hora a o
que na India regarão com feu cee no fogo da deuação. Pelo q
fangue a femente Euangelica: os nos deixou º efcrito delle o fei e arch,do O
dois retratos da humildade (e- uo de Deos frei Ioão da Pouca, rat, da Infua
rafica, frei Amador do Porto, que fiefraire era de mm/anta vida.
l&frei Martinho do Porto, os Feriofe por defatre, desfazendo
quaes ficarão na Prouincia de hum madeiro em feruiço da fua
sãto Antonio quádo ella da no communidade na Côceição de
fafe apartou, & finalméte o grã Matozinhos,onde era morador,
dê Varão de Deos frei Frãeifco & vindo aqui curarie, depois de
das Chagas, natural de Lisboa, , ter recebido as medicinas da
Mm alma
*=++++++ IPs *- *>
414 Luro IV. Da bifuria Serafadosfalº
alma,que fão as mais importan ta vontade. E fentindo de repé
tes,foi conualefcer na Patria, on |te húa febre agudifima, ambos
ide (e gozão bens eternos, & fau fe forão lançar na enfermaria,
de perduranel, no oitauario do onde com grande cuidado dif
Nafcimento de Chrito, fim do pozerão o viatico de virtudes,& |
anno 1481, tendo fomente 33 graças facramentaes, que lhes e
de idade. Eflaua ainda efta cafa ra necefario pera a fua jornada.
no gouerno dos Clauftraes, & Ficauão em dous leitos,vizinho |
hum delles,por nomefrº Andre | huma o outro, & daquife eti
da Guarda, que fe achou no feu |uerão epertando todo o tem
tranfito,vendo tantos,& tão cla po, que lhes durou a doença,
|ros finaes de eterna faluação,lo no grande amor de Deos com
go naquelle Ianeiro fe pafou, fantas jaculatorias,falando fem
pera o nofo etado da Obter pre naquelles bens inefaueis, 6
uancia,do qual era frei Pacifico, o ceo prepara a feus mimofos.
& nelle foi depois Vigairo Pro Paímauão os circuntantes, os |
uincial. • - - -
| quaes acodirão muitos aver eta
6 Poucos annos adiante a marauilha da confiança e tra
cabarão juntamente a carreira nha, com que le perfuadiãoíe
deta vida dous Varões de fin |guros na poffe delles: fenão quã
gulares virtudes: a faber frei An do hum diffe etas palauras.Va
tonio,morador nete conuento; | mos, irmão, que os Anjos dºce", que
& frei Pedro, na Conceição de | nos efão ºferendº, nos querem arompa
Matozinhos. Erão ambos muito |nhar. O outro lhe repondeo.Va
tementes a Deos, contemplati moi, que tambem eu vou com eles. E |
uos, deuotos,penitentes, & folli. |nitofe depedirão feus epiritos
citos em fuas obrigações; & por alegres,& contêtes com tão boa
|ferem na vida tão femelhantes, |companhia. Os corpos forão jun
tambem fe amauão por etremo | tos numa me{ma fepultura, a
| no Senhor, cõmunicando entre| qual por defazo nofo não he
fi fauores, que recebião do ceo, hoje conhecida. º : -. -

& conferindo feruiços, que lhe


podião fazer. Frei Pedro adoe CAPITVLo, XI.
|ceo, & vindo a eta cata por efia *".
… …. .. … .* : ** *

| occafião, bufcou logo a o dito Dºfº conta d'outros Padres |


frei Antonio, & diffe etas pala
uras. Aparelhauos,irmão,porque»os venerautis. .- .
-
* .. *", " " «"- -

venho bufar, pera irmos ver as feitas 1 QN Endo curtas as relações,


grandes da gloria. Repondeolhe: , , \\ que achamos de muitos
aparelhado e/ou faça Zees afaefan Seruos de Deos no par
—Tã —

TI
********… ………. … ----
\

**a *à

AMenores na Prouincia de Portugal. - 4I y


ticular da vida, dos myterios da fauor de lua mifericordia. Pe-}
morte,pela qual as virtudes cof. dio logo húa vela, protetou a fê
tumão porfe em faluo, nos de catholica; & dizendo entre folu
rão maior noticia. Deta quali ços, & lagr imas: Senhor,mas vofas
dade he a memoria do padre mãºs entregº a minha alma; ella fe
frei loão de Palmella, o qual partio por cõta do me{mo Deos,
muitos annos caminhou por el no anno de 1596. pera a fua
te valle de lagrimas, chorando fanta gloria. ."

peccados, fentindo enfermida 2 Teue tambem eta ven


des, accumulando virtudes.Tra turofa forte o padre frei Anto
|balhou da fua parte por apurar o nio Leitão,que auendo profefa.
efpirito no fogo da penitencia: do nos Clauftraes, donde trouxe
mas Deos lhe tomou a mão, af ete me{mo fobrenome fecular
fligindoo pela fua na velhice có como nelles fe v faua, viueo mui
| achaquestão penofos, que pare tos annos entre nòs, na regular
|cia milagre a notauel alegria,cõ Obferuancia, com grande refor
que ele os leuaua. Não lhe fa mação. Foi pefoa de muita au
ião da bocca etas béditas pala toridade,Diffinidor,& Guardião
luras. O Senhor me deu a faude: º muitas vezes, honrando fempre
|me/mo Senhorma tirou:/eja ele portá por fua religião, & prudencia os
do muito louuado. Saudauel exem officios,com que outros femal
plo pera velhos,achaçados,& em guns merecimentos (e querem
fermos,os quaes affi como fe vão autorizar. Os º Fundadores do a.arch. do
chegando à morte,mais fofridos moteiro de Vinhò o chamarão me{mo
moft.
hão de fer pera que Deos escô como "pefloatão graue, fendo,
fole, como confolaua cada hora | nefe tempo fubdito, pera fea
a ete mimoto Seruo. Tiuerão char prefente quando delle fize
| todos por certo, que lhe reuer rão doação á Cuítodia do Por
|lou o ponto fixo de fua ditofa |to. Neta cafa, a qual tinha ef

morte, porque nayltima noite } colhido pera feu recolhimento,


dete tenebrofo mundo, ouuin | padou os vltimos annos por hú
do tanger a matinas, diffe aºs modo admirauel de deuação,&
|outros,que naquelle tempo lhe rigor, Chegou em fim a etado
auião d'affitir. Padres, vão/eto. de Deos o tratar como a feu fa
dos louuar a Zeus,que euferºpºr ek miliar, abendo delle a hora,co
les: mas comº là cabarem, tornem hgº, mo claramente diffe, em á auía
porque então ºs heim fier. Quando de morrer. Era a quinta feira da
tornarão à ele tinha hum Cru Cea,no anno de 1 597. & depo
| cifixo nas mãos, folicitando em is de fe auer confeflado, pedio a
- fuas chagas purifinas o grande o Guardião lhe mandaffe dizer
Mm 4. –1–**
mif{á
\ *_*_*_*_ =l____ *
416 Luro IV. Da bifloria Serafica dos frades +_>

miña, & darlhe a communhão te pera alliuio de trites, que a


na capella do capitulo, por não chando ou fatio na virtude, ou
podere{perar pela mifa do cõ grande defabrimento nos traba
uento. Commungou com mui lhos defta miferauel vida, defe
tas lagrimas; tornou a pedir, que jauão conformarfe co a vonta
lhe defem a vnção;& vendo, é de fuprema. Nunqua teue con
o Prelado lha negaua porq não fiança feu efpirito humilde pera |
era enfermo, faloulhe com ma fubir à dignidade do facerdocio
is clareza, dizêdo etas palauras; fanto, & affi o recufou em quan
Padre,eu fºi muito bem,que logº hei de to não foi vencido do preceito
morrer, gr não he juíto faltaremme dos prelados, que julgando por
com fia confºlação. A feus brados TI)111[O COI]UCI]1CI] [C 140 t2 V11 (Ul

o vngirão, & defpedindofe no de pera etado tão alto, o fize


me{mo ponto alegremente dos rão ordenar. Mas celebraua de
frades,co a vela numa mão,o ro pois com admirauel feruor, que
fario na outra, defcançou em , o nos meus primeiros annos, nos
Senhor com grande ferenidade quaes o vi dizer mifa, me cau
naquelle me{mo lugar, onde ti. faua deuação. Efta me{ma, em
nha ouuido mila, cºmmungº que ardia feu peito, procuraua
do,& recebido o faudauel Sacra accender nos corações dos fieis,
mento da Vnção. e… … conuidando os mininos, que a
3. O grande feruo de Deos chaua pelas ruas, pera ajudar á
frei Antonio Aluerne, que fe mifa: perfuadindo os grandes
quiz chamar affi por memoria 1 na frequencia da fagrada com
daquelle fagrado monte, onde munhão; & bufcándo Confef.
Chrito imprimio em nofo Pa |fores pera todos, com os quaes
dre fantifimo fuas preciofas cha. |fe alimpafem as almas. Era aqui
gas, tinha tanta deuação a ete |nete tempo Sancrítão, & todo
| fanto myterio, que a menor lé fedefuelaua no cõceito da igre
brança delle lhe cutana copio ja, no adorno dos altares, procu
fifimas lagrimas. Sendo muito |rando pera ifoas flores mais tê
penitente,nem por ifo desfigu |porans, os ornamentos mais lim
raua o roto como hypocrita trif pos,os cheiros mais preciofos, 4.
te, mas nelle reuerberauão as a julgaua por muito melhor gaf.
legrias da alma, na qual trazia a tados pelas mãos da deuação em
Deos: finaes claros da grande o feruiço de Deos, do que pela
confolação,que ete Senhor lhe vaidade em veneração dos Prin
daua, vifitandoo muitas vezes cipes. Em quanto andaua com
com os regalos do ceo. Por itoetas occupações, tinha particu
era amado, & bufcado geralmé. lares coloquios co as imagens
dos
-
- - - -
—––––rrr… r… " ":" –

AMenores na Prvancia de Portugal."' ? 4#7


<'

dos Santos,que etauão nos altar mais é derreterfe em Egna,


res, diante das quaes também || Mas acabada amtifica,abraçao.
|paflaua parte da noite em fer" || do configº a Biefmá imagem
uente oração. ||finta, espirou em paz nos bra
4 Nete etado de táto me ||ços do Redempto#{abbado de: |
recimento lhe foi cõcedido ver, ilpois da Pafchºa de 16o: "Nº
como piamente cremos,a fermo |ponto;á na cidade fe elpalhou
fura etranha da Igreja triunfan-leta houa, tambem logº fele
te. Adoecco mortalmente, & luantou ela vóz?" Falece, º Frade
depois de receber o fantifimo ||Santo, vamos - vello; Escodin oi
Vatico dife a o Enfermeiro?… |muita gente; foi tanto e pºzo
|dre nãº/ºcantº mais comigº,porque fºi della,que fuentetro ficou perg
de certo, que defia hel de morrer. Có.
feguinte. No domingo pe
lo diá
… [tinuou outras acções muito dig}{la manhãa o teusfão á Igreja,na
|nas do entranhauel affecto, cõ | qual era muito maiôr o cóncúri
que amaua a Peos, & inflimado fo; chorando de deuação,os que
|

|mais nele, fabendo como era joão {he podião chegar, nem bei
chegada a fua hora, pedio a oi jar os pès,& mãos;nenº aleãnçar
} Guardião, que lhe mandaffe cy- } húm retalho do leú habito de 4
itar por frei Manoel da Natiuia ||fizefem reliquias: Ouue fer
#dade, 4 tinha nome de mufico, mão; que tratou de feus lobuo
*I •

ti.……." o deuoto * Euangelho das daí ires, tão applaudidos do áudito


" , pedidas do aborolo [efa, o qual tio-todo,que d’ahi a oito dias,no
|ie canta na quinta feira di Cea-lime{mo púlpito fe tornou a falar
E porque já mete tempo os ouº | ne{{esc Com efte;efrendo fan
tros religiófos entrauão no refei|ito fºi dado à Íepultura,fieando
torio efeutandofe em parte com viua fua deuota memoría, a qual
ifio o Guardião lhe diffe etas|tibã fé efereneo no Agiolºgio
palauras. Eu ºfierarei, que eles/ai Lafitano,a 3 do trez de Iañeiro.
#

ião, mas vinhão logo, que n㺠pºººº **:: º , " : - , … …º


perár mais. #Affi, com eta certº º CA PfTV Los xii.…
za contaua as horas da fui pre- *::::: … :: … . …; se º . * . . ……

|########|#########"
| parão com cruz alçá da em forº || | r >> > "M.'./1# 2 . " aº 9. ...;
# } Cantor re-} Varies Apºfiolitos 1. &##
uetido em dalmática, jà etau, | milagres dos nºs 44ar
afientado no feu leito com hum || ">" tyres de Marrocos, …"
Efucifixo nas mãos, na qual po! | … .::.*. * ... :ºx ** * * * * * ** ** **

| 1tura foi ouuindo as palautas. E || rº: A Pós detes facerdotes |


Juangelicas,fem falar,nem #1 # A#\ flºreceo hum frade
-

<T-
{
7
— TI
- - - - -

…a ääääabia*
leigo =+++
----

=* *
418 Liuro IV. Da bifloria Serafica dos frades
leigo,por nome fa Onºfre de S. clarandame,quepela mercê de Zeus ca
…Antoniº, muito celebre nas vir minhaua pera a gloria. Àais me dife. !
tudes da vida religiofa. A fanta E vºs frei Onºfre, trata de efiar
Obediencia lhe punha azas nos preparado,porque º mº/mº Senhor vº: }
pés pera voar, fe o mandauão mandº dizer pºr mim, que atè dia de
com prefa,no comprimento da Reis fe acabara a vo/avida. Dizen
|
vontade dos prelados. E afia: do iíto o Velho deu hum nota
contecia caminhar vinte legoas uel gemido, & tornou a dizer ef
num dia, quantas vão do Porto tas palauras. E com te dº/enganº,
até Condeixa, a onde ía dor cºmº quereisvos, irmão, que me lem
|mir, aíndo dete conuento.Mas bre eu de comer, nem de beber? Pe
no meio detas prefas fempre diolhe então o me{mo Refeito
tomaua o tempo, q lhe era ne: reiro hum valo de barro, por
cefario pera rezar defcança onde elle bebia, a o que lhe ref.
|do afias obrigações, como tam pondeo. Quinte amºs ha que me
bem algúas das deuações, que /erue, @r comigº ha de morrer. Tudo
cada dia rezaua. E cotumaua affi fuccedeo, porque breuemen
dizer, que as orações quentes te enfermou, & etendendo por
na cama, ou ditrahidas por ca defatento o braço, caio d'hum
minhos não fão as que mais com banquinho,que tinha à cabecei
tentão a o Senhor. Teue com ra,o vafo,que fe partio pelo me
prida velhice, & muito bem ef. io. Chegou tambem a dita feta
treada, porque os religiofos O dos Reis no anno de 1609, pera
tratauão com amor,& todos os a qual o auião emprazado, &
feculares fe julgauão por dito fendo na madrugada lhe deu o
fos (e lhes entraua em cafi. Senhor as boas fetas na alma,
2 Tambem o Refeitorei | arrancandoa das miferias do cor
ro, pelo alentar nas forças, que po com grandes indicios de fer
}

já erão muito poucas, lhe fazia | a fua mudança pera reinar eter
pela manhaam caridade, & no | namente na gloria. Pela manhãa
tando como não ia buscala,lhe foi leuado à Igreja, & primeiro,
perguntou a rezão,ao q lhe diffe que lhe défem (epultura, o Prê
etaspalauras.Ora cotaruos heia uer gador, que tinha á fua conta os
dademas fºjacõcondição,㺠ningui º myterios da feta, deixando de
digais em quanto euforuiuo,que nãofe tratar delles, fe occupou em di
rāmuito tempo. Ha poucos dias, que hã zer fuas virtudes.
frade meu amigº, jà defunto, me appa 3 Doutro feruo de Deos,
receo na cella, o qual me deu cºnta dos ainda que etrangeiro, por etar
|gramáfimºs trabalhos,que teu nº "- enterrado no diftricto deta ca
tra»ida atè purgar as fezes difia,de fa, damos agora noticia. He o
venerauel
Ayass=== →
- { - =-=-=-=- i \ —---=
Menores na Prouincta de Portugal.
- - #
venerauei padre fei foio Paf icefidade. . # …" cº:...
coal, nafcido na Andalúzia, em || * 4: Fundou em pobreza el
Xerés dela fontera:profeto na | treitifi na a fobredita
Cotodia, •

Prouincia de Sant-Iago;&fun Por cujo refpeito de fua confer


dador da Cuítodia de S. Simão uação duas vezes foi a Roma a |
em Galliza, da qual (e originou pè,& defcalça,liurandog de grã
á?rouincia de 5.íofeph em Ca! des Perigºs em tempetades do
tella, mãe de outras affi em Hef mar a mão fauoragel do Pode
panha como tambem em as In rolo Senhor. E tendo jà leuan
dias. Chamou o Deos pera fi,ef. tado tres conuentos, a faberina
tando húas noite, encarniçado Ilha de SidSimão à vita de Re
no jogo,com as vozes do nofo dondela, em Vigo, &, em Baio
fino, que tangia a matinas, o na, fio daqui pera receber, o
qual tempo the ficou tão viuo |quarto, que lhe foi ofereciio
no coração, que nunqua depois onde chamão Loriana, no termo
de frade nos conuentos, & fóra de Badajóz,e Tornando deta
delles as deixou de rezar a etas jornada pera ofeu domicílio,na
horas. Paflado ito ficaua em o Arrifana de fanta Maria,finquo;
ração até fer tempo,em que dif. |legoas do Porto na etrada de
feffe a mifa, derramando nella Coimbra, fe achou totalmente
infinidade de lagrinas. As peni detituido de forças pera feguir
tencias grãdes o myrrharão de o caminho. Era vefpera do Na |
maneira, que feus braços pare tal,fim do anno de 15 jo, & dif
cião ofías feccos: as mãos-rai (e ao companheiro. Amanhã" | ... .
zes de aruores.Conferuou o the direi as tref m/#s, (} lºgº me parti- ••••••••

fouro da pureza com admirauel rei. Mas a fua tenção era da par
cautela,& (e achaua algüa alma tida dete mundo pera o reino
perdida,todo elle fe cançauape dos ceos. Pelo que acabando as |
Ia metter outra vez no rebanho mifias, que fe recolheo à cafa,
do Senhor.Por eta occafião pa onde etaua pouzado, pegou d
deceo muitos trabalhºs, como húa vela,& da Cruz, que cotu
foi a bofetada,que lhe deu hum maua trazer lançada a o pe{co
defilmado por elle o reprender: ço,& dormindo hum fomnole
mas logo o conuerteo co a fua ue da morte, logo caminhou ef
|paciencia, quando fe poz de jºe perto pera a terra dos viuos.
lhos pera lhe beijar os pés. Ti Deulhe fepultura na capella
|nha fama déeípirito profetico, inor da fua Igreja aquelle de
o qual manifetamente (e conhe uoto pouo; a fobredita cruz, cõ
| que auia vencido os inimigos da |
ceo nalguns cafos,em que Deos ----

remediou por milagre a fuºne. alma, foi pota como trofeo no



==
º remate
----
==, 4=9%
********-*-+---- +
}
|-

F …"
*
Tao TTDTS.777777T
remate do Sacrario do fantifi- | fa outra meia cabeça dos efcla=}
mo Sacramento do altar. Trata |recidos Martyres,que tanso au-ji
delle largamente, frei João de torizarão com feufangue a not
S. Maria na Chronica da Pro fa Religião. Affi o confefa a
uincia do glorioto fão Iofeph. " Villa nona de Gaia na procif |
3 "Voltando pera o Porto, {ão do feu dia, como tambem a
duas legoas andadas, encontra multidão de enfermos, que no
mbs o moteiro de fão Saluador difcurto do anno mandão tocar
| de Grijô, famofo não fomente nete celete antidoto a fua a
| por fua antiguidade, mas tam gua,que bebem, pera cobrarem
|b em pela grande obferuancia, faude. No de 16o 2. etauão fe
| em que viuem os feus Conigos chadas todas as fontes do ceo
Agutinhos Regulares. He en fem cair húa gotta de orualho,
tre elles celebrada por milagres que dèle vida à terra abrazada |
húa cabeça,ou parte della, dos com os calores do fol. Erão 16
nófos Martyres fantos de Mar de Iunho,&jà auia tres mezes,
rocos, cujas reliquias guarda o que as nuuens nos negauão efa
| moteiro de fanta Cruz de Co chuua voluntaria de Deos. Ar
imbra. Pelo que no dia da fua dião os campos, morrião as fe
feta a vifita em procifão mui menteiras,& etaua por hum fio
||tagête das freguezia s vizinhas, a nofia futentação: mas os pec
| pedindo mercés de nouo, ou pa cados do mundo enfurdecião o
|gando fauores já recebidos. A ceo, que não ouuia as procifoês
} arch, do conteceo , queimarfe o dormi dete pouo, co as quaes defejaua
me{momoR torio fem auer humana força, aplacar a fua indignação. Ven
: que podefe retardar as labare do efte defemparo o Guardião
| ! das do fogo. Os religiofos fe va deta caía foi pedir a os reuelen-| |
lerão da dita fanta reliquia: vie dos Padres,em cujo poder a re
liquia fe guarda,que lha deixaf.
|rão cóm ela a o lugar do incen
|dio: implorarão de joelhos feu fem leuar em procifão pelas ru
foccorro: forão ouuidos do ceo: as da cidade. E concedida a gra
enfreoufe o eleméto vorâz, cõ ça, defceo do alto da ferra com
tente só com aquillo, que auia grande pompa o preciofo pe
|abrazado, & logo fe confumio, nhor dos fantos Martyres, ferin
6 Chegando jà à cidade, do tanto o fol nas fete horas da
| defronte della, da outra banda manhãa, que já os feus raios mal
| do rio, apparece o majetofo fe podião fofrer. A nofia com
moteiro, chamado da Serra, da munidade o etaua efperãdo fl2
mefma Ordem Canonica, onde ribeira da outra banda do Por
he també julgada por milagro to, & d’ahi o trouxe em procif
- - -
|- _i
{ão
ê==
• ----+----

*=+$

...… Menores na Prouincia de Portugal. 42 I


são atè a nofía igreja, na qual güas gottas de agua, as quaes
lhe cantamos mifa, chorando | nos dias feguintes (e engrofa
també os corações magoados, é rio de modo, que farta toda a
nos feus merecimentos liurauão terra produzio abundante no.|
as efperanças. Foi Deos feruido uidade. Dete admirauel cafo
de nos querer admittir a fua in (e fizerão infºrementos, que nôs |
tercefsão, porque quãdo tornou achamos no fobredito notei-|
a fubir a ferra, ja os ceos lhe tol ro de Santa Cruz de Coim: *>
dauão o caminho, borrifando al bra.

RELA CÃO DO CONVENTO DE


São Francifco de Couilhám.
C A PITV L O XIII. |9, antigº lhe chamauão Xtons
Dàfe noticia breue da villa, Herminius, que quer dizer monte
83 da Serra da efirella: dos laapero,ºntrafiauel, grfrag%: nôs
Serra da efirella. E imaginão al
principios,83 mudançado guns, º que lhe derão ete nome 4.Refend,
de antiq.l. :
conuento,ê3 d'alguns por caufa de hum penedo, que Britto c.cit.
etaua no alto della, figurado co & na Mon.
fauores feus." mo etrella de pedra: mas nem Lufit p. 1.I.
4.C. às |-

I . Aprouincia,ou na par elle feve hoje, nem de là, fican


N nome
te detedereino,
• 3eira,"éderi
té o do tão defuiado, o auião de tirar c. Manoel
pera algum edificio. Pelo que º Botelh.nos

uado por ventura dos feus vizi fufpeitão outros,que feria por re |dialog.mf.
das anti
nhos antigos, a quem chamauão zão d'húa etrella notauel, ou da uid.de Vi
eu l, 1.ç.8.
Zerones, feleuãta húa ferra fobre primeira grandeza, a qual nafce •

todos os mais montes,cõpetindo (obre eta me{ma ferra a refpeito


co as nuuens, (e não he co as ef dos que ficão pera a banda do
trellas. Géra de fuas entranhas, Norte , na comarca de Vifeu,
como piedofa mãe, infinidade uando o folfe vai pondo nos |
de fontes, & tres rios de conhe mezes de Iulho, & de Agoto.
cida grandeza, Alua, Zezare, É affi como os pouos, que nos
Mondego. He nos fruitos ferti são orientaes, por contempla
{ liftima: abüdante de mantimen ção do Hepero , que acom
tos,& patos: pouoada de villas, panha no feu occafo o fol,
& muitos lugares nobres, & hof chamarão Hefneria à parte oc
pedeira benigna, pela deuação cidental de Hefpanha, tam
dos naturaes, da nofía Religião. bem pela dita caufa fe chamou
F--

Nn da
A

-

422 - -
Luro IV. Da bifloria Serafica dos frade—
da firella efta ferra. --

3 Toca muito em fua feli


2. No feu lado de Lefte cidade a doação, que lhe fez o
pera o Sul tomou lugar eminen Infante Dom Luis, d'htia nota
te a villa de Couilham por mui uel reliquia do fanto Lenho da
} tos titulos nobre, como he fer Cruz, que o ceo mais illutrou
tilidade da terra : grandeza do com o milagre feguinte. Fur
pouo: qualidade,& deuação dos tou a d'húa ermida do feu mef.
vizinhos. Como nobre tem por mo appellido, onde então fe
armas as me{mas uinas Rea
guardaua, hum ladrão, que ce
es: por diuiza, húa etrella fer biçou o preço do reliquario:
mola em memoria da ferra, don mas querendo efconderfe por
de lhe vém muito do feufplen entre os oliuaes, a virtude de
dor. Da me{ma diuiza vía tam te madeiro fagrado o prendeo,
bem no teu fello efte fagrado & defcobrio no meio das mef.
conuento: mas por armas o fan mas aruores atè entregar o fur
tifimo nome de Iefu, acompa to, que não foube refpeitar.
nhado de raios, gloria grande Sentio porém eta villa a gèral
da nofia Ordem ferafica.» Não calamidade da tyrannia dos
d Britto na
Monarc. p. faltou º quem cauaíle no feu no Mouros, que nos mefmos edifi
2.1.6, c. 3o. me o berço infauto da Florin cios a deixarão fepultada. El
e.Brid, na
da, a qual os Mouros chamarão Rei "DQm Sancho I. no anno Monarc. p.
por ignominia Caua, filha do de 1 186 com priuilegios gran 4. l.1 * c.3.
Conde Iulião, que traidor a feu despera feus pouoadores a tor
Rei os recolheo em Hepanha. nou a leuantar, os quaes lhe
E dizem, que Iulião deu prin derão principio mais abaixo
cipio à villa: que a Caua naf | donde agora età, na ladeira,
ceo nella, & que d'ambos felhe chamada de 3 (artim Collo,na qual
formou o feu nome, a faber ainda fe vem finaes de fabricas
Caua Iuliana,o qual traduzido em velhas, & juntamente igrejas:
Couliana, veio a fer Couilham. húas, em pè: outras, no chão:
Mas netas deriuações da feme outras, caindo por terra. Su
lhança dos nomes mais fufpeita bindo depois pera fittio mais
muitas vezes o ingenho, do que | alto, & por fe engrandecer con
a verdade fofre; &pera nos ad uidou por feus vizinhos a os fra
| mittirmos,neta villa, a qual naf des da nofía Religião. Dous con
| ceo em etrella de ditofa,a def uentos lhe tédado, fem recolher
graça de gerar a me{ma occa até hoje outra Ordem: o mais an
fião da ruína de Hefpanha, que tigo, do qual agora tratamos, a
foi Caua, não he eta a rezão, eta nofía prouincia: à da Pie
que nos ha de conuencer dade outro muitos annos adi.
2 T}{C
Menores na Prouincia de Portugal. 423
ante no de 1 553. 1285, celebrou certo contrato
4 Quando o nofo (e começou com Martim Eannes fobre a
a fazer, não nos conta com fonte da agua, que corre num
certeza, poto que ha tradição, chafariz no meio do nofo clau
& eta muito contante, appro tro, muitos erão os , que os
fGonzag. uada juntamente pelo / Bipo frades morauão ja neta ca -
Pa8 .804.
Mantuano, de que foi pouco fa. " … - - - |-

depois do fanto tempo de nof 5 . Entendemos que trarião


Padre ferafico; & como elle no faudades do feu conuentinho
anno de 1 226. encheo a fua pobre, onde primeiro fe 1'CCO•
idade,não fe faz muito fauor em lhèrão em companhia dos An-}
dar a fua noticia no de 1 2 35. jos, que coturnão gotar muiº |
affentãdo tambem nelle o tem to detes fantos tabernaculos; |
po da fundação: mas não (erá porque no fegundo, que vierão |
elle o vltimo, a quem fe fur pouoar, acharão ja edificios |
tem alguns, por falta de docu mais largos, & mais fumptuola |
mentos, da fua antiguidade. No fabrica. Se bem, noffa mefma |
de 1 246, motraremos por el caridade, & a deuação dos po
critura autentica a hum dos fe uos muitas vezes nos obrigão,
us Guardiães poto em campo como em outras partes dife
co as armas da Igreja, que erão mos, a eftender os conuentos,
excommunhões, contra a gen & igrejas com intento de não
te de Catella, a qual vinha in faltarem minitros, que acudio
quietarnos o reino. Fundoufe a o bem dos ditos pouos, nem
o conuento abaixo da villave largueza em os templos, onde
lha pera a banda, donde o Sol a gente affita nos oficios diui
lhe nafcia, porque dellefe ef nos. O affento da cafa, & a
tauão efperando luzes grandes de{peza da obra: tudo ito ain
de doutrina, & exemplo: na pa da hoje fe deue à notauel deua
ragem,onde agora (e acha hum ção dos moradores da villa, con
oliual, que tem nome de São tinuada atè o dia prefente em
| Franc/co º velho. Não fofreo po outras occafiões: poto que pe
rém a villa, que lhe ficafe tão ra fazer a igreja, por fera machi
longe, & affi o trouxe pera mais na grande, tambem os Reis con
perto, logo na fua entrada a ref correrão. Dom Pedro lhe con
peito dos que fobem pelo mon fignou os rendimentos d'hum
te. O tempo deta mudança fouto,os quaes importauão mui
tambem nos etá occulto , & to, entre os lugares do Fundão,
quando o Guardião frei loão & Alcangota, chamado do Al
soares a z, do mez de Maio de cambar : Dom Fernando nos
—=
Nn 2 CO Il
----

424_ Luro IV. Dahlfioria Serafica dos frades


confirmou a mercê;& Dom Io por outros, & muito bem em


ão o I. a ratificou por carta da pregada em etes nofos irmãos,
da a 6. de Oitubro de 1385, que em nome dos Pontifices af- ].
em a cidade do Porto , na fitem a nofias necefidades.
qual diz,que pela renda do fou Em memoria da piedade anti
to afima dito fe fizerão as paredes |ga damos eta de duas dipofi
da greja,que ainda estauãopor cobrir. ções, que etarão com o tem
E com ito deixamos defenga po fepultadas. Hña foi de Luiz
nado a quem fe perfuadia, que Fernandes de Gouuea, que dei
efte templo feruira aos Tem xou algüas propriedades pera
plarios, pois elles forão extinc cera do altar: outra de Domin
tos no tempo delRei D. Dinys, gºs Pirez, a qual mandou, que
& ele ainda agora etaua por a pela fua fazenda nos defemto
cabar. - -
dos os annos a noflavetiaria;
6 - De mais dito, nem a & fazendo Viñtador de húafua
grandeza Real, nem a muita capella na igreja de São Pedro
caridade dete pouo, infigne ao nofo Guardião, ordenou
na deuação dos frades de são que haja cada annº pela dita royi.
Francilco, nos faltarão atèho taç㺠vinte fºldesperº pitºngapuráfi,
je no futento ordinario de trin gres/eus fraires. . . …
ta religiotos. ElRei Dom Afon
(o III, lhe deixou em tetamen
to as fuas finquoenta liuras, co CAPITv Lo xiv.
mo a outros da nota Religião;
& Dom Afonfo V. por não per Da ganha… , que "fia
der o cotume de nos encher
de mercès, lhe confignou ca |vila fe faz do tonuento, &3
da anno quatrocentos reis bran Prelados; &5 de duas
cos de e/mola ordenada. Entre os | imagens mila- º
feus priuilegios 4 he amplifimo
o que toca a o Syndico , por - grofas.
- - -

quanto età izento das impofi


}ções, fintas, oficios, & en. * A Arvidos nós pera
cargos do Concelho: de dar IV mais perto da vil
| pouzada, nem roupa, nem ou . -
. - • la, teue ella o que
|tra coufa algüa pera aquelas muito defejana: a laber, hum
| pefoas, que apofenta a villa de templo fanto , no qual viffe que
|ir, ou feruir na guerra, fe o (e louuaua a Deos, & onde
me{mo Rei não for. Foi mercé fempre achaffe maiores com
de Dom João o II: ratificada modidades na confolação das
"T" almas."

-- ……--
•,

-

*= *|

Menores na Prouincia de Portugal. 425 |


almas. Nòs tambem,4 pretendi res. Donde veio a dizer Manoel …es.
amos e pertar etafuá deuação, Freire º nas informações tiradas Anton, de Ferreirim.
impetramos húa Bulla, que co à hünouiço no anno de 16o 3,4
meça,Santiorum meritis, pela qual frei Manoel dos Reis era Reitor
o Papa Alexandre 4. concedeo de S㺠Francºs de Couilham, fendo
copiofas indulgencias pera o dia elle Guardião,
da fagração da Igreja, & outros 3: Ha hoje na villa treze
particulares: poto que não fefa | parrochias, & auendo també nel
grou ategora. Mas etão duas la o outro dito conuento, ainda
imagens na Íua capella mór:hüa á defuiado, na igreja dete nof.
da purifima Senhora da Cons fo concorre com fingular deua.
ceição:outra de nofo Padre fan ção a maior parte do pouo. E
tifimo: ambas ellas milagrofas; uêdo ito o Infante D. Luiz, quã
& poucos annosfe tem, ainda do aqui affitio por Senhor da
pafado depois que húa mulher me{ma villa,permittindo,q nella
| afombrada do demonio, aqui ouuefe finta pera ter na qua
na fua prefença ficou liure do refma dous fermões , expreta
catiueiro cruel., , , , , mente mandou, que hum del |
2 Tem a immaculada Vir les faça ferpre hum prègador |
gem húa irmandade nobre, & deta caía,como ainda (e vía, na
dotada com grandiffimo thefou nota mefina Igreja. A ela cotu
|ro de graças, & indulgencias,as mão vir as procifões mais folê
quaes lhe communicarão dous nes, & nella també prègamos na
Cardeaes, Protectores doutras 4 fe fazem dia de Corpus Chril.E |
| duas, aggregandoa a ellas, em a por fer ete cõuento de grãde au
cidade de Roma:hum, Alexan toridade na etimação da villa,
dre Farnefio,Protector da Con tomou ella no anno de 1514.
ceição na Igreja de São Louren húmemorauel aflêto,pera o qual
|ço em Damafo: outro, Iulio An-|| cõcorrerão os luizes, Vereado.
tonio, Proteótor da Caridade. A res, Procuradores do Cõcelho,&
|bulla da Conceição, repeitädo muitos mebres em feu nome: pe
o zelo infatigauel,cõ que nôs de lo Clero,o Arciprete, & o Prior
fendemos efte fagradº myterio, de Sãta Maria;& cõ elles oGuar
chama Guardiães,como nòs cha dião,4 foi frei Pedro da Guerra.
mamos a os Prelados,lius Quar Todos jütos acordarão o feguin
diantºr (ºfratres,a os M. ºrdomos, te no põto das procifões, enté.
& oficiaes maiores.E aqui pelo dendo, como por elles foi dito,4
cõtrario a os nofos Guardiães, conuinha e º feruiçº de Zeos,
por rezão de regerê as cófrarias Çr bom Gauerno da vila. A fa
da cafa, algús lhes chamão Reito ber, que a Cruz da dita Santa
Nn 3
--•••••---- --- ---
Maria
------ ……--
420 TITUTIDÃ T57ã 775 -

Maria, por fer aparrochia mais feitodo fobre as fuas cabeças, a


graue,va atràs em o primeiro lu | mão de Deos os emparou de ma
ar: logo em o fegundo a noffa; neira que ficando enterrados no
& diante della as Cruzes de to entulho,fairão viños,& {ãos def.
das as mais parrochias. Determi ta me{ma fepultura, na qual pa:
narão també, que fofie o Guar recião mortos. Outra ruína da
dião mettido com os Priores, parede da Igreja vimos nòs de
(em lhe precederem mais, que pois no anno de 1 642.füccedeo
fó dous em cada ala.Mas porq a porêm a tempo,que nem na mef
nofía communidade, indo dian TT)2 # no coro, nem no
te do Clero, parecia como cor clautro achou pefoa algüa que
po fem cabeça,os Guardiães re podefe moletar. Mas fe etes
núciando cortezmente eta hon cafos da prouidencia, & cuida
ra, depois de terem a poffe, ja do efpecial do Senhor ouuefiem
hoje acompanhão os feus frades. defere{tritos, ferião largos os
Ete amor da gente ecclefiati contos. *
|
ca, que tanto nos delejaua con
figo em todos os actos publicos, CAPITVLo XV.
viue ainda naquelle fanto cotu
me de huns acompanharmos os De dous Bifos,ê3mitagen
outros no tempo da fepultura,
como irmãos , que não tratão te illutre, que e/ião/ºpultados
d'outro algüintereffe, fenão do
da caridade. • na Igreja do conuento. -
4 No cruzeiro da Igreja fe I Vitas pefoas illutres
acha húa capella, mais frequen; defcãção neta igreja,
tada da piedade do póuo, que ainda q não fabemos
lembrada de quem viue cõ em quaes fão cs Portuguezes famo
penhos de ornar a fua fabrica, fos, dos quaes efereue º Gonza-º pºstºs.
Tem húa fanta imagé de Chrif gafem referir os feus nomes,que
to morto , & outras de alguns ajudarão a lãçar dete reino a os
fantos, que affitem com elle em Mouros.Os que nàs ategora co
o fepulchro:as quaes todas e{per nhecemos,cuja relação tambem
tão notauelméte a deuação dos por ventura lhe foi dada, (e na
fieis. E nete lugar fagrado foi vi India,& Africa fe encontrarão
ta ha poucos annos húa grande com elles, não os alcançarão ja
marauilha, qfe julgou por mila nos termos de Portugal. Detes
gre. Etauahum Confeflor ou daremos noticia,preferindolhes |
uindo hum penitente, quando dous Bipos que o etão mere
defarmou o tecto, & amafando cendo pela lua dignidade.
• ••

* * *-* > De
Menores na Princia de Portugal "A Z
2 Dehum delles nos deu D.Ifabel de Gatco,& D.Ioanna
conta e ditó Luiz Fernandes de ######d9diº D. Ro
Gouuea em doação d'algüas pro digº dº Catro, & de fua mu
priedades, que fez a ete contié, lher 1). Maria Coutinho. A pri
to,no anno de 1471, a 2.5. de Iu | Ineira,pretendendo fèmenteau-|
nho,na qual declarando os en torizar o nome de feu marido
cargos, que punhada nofia par D. Fernando de Catro, Senhor
te, acrecentou tambem ete. E de Sita Cruz de Riba-Tamaga,
fação commemoraçom defenhor Zipo, de Lanhofo,& Cinfães, que os
que eñà meditemºsfieira.Mas feelle | Mouros lhe matarão em Arzilla, |
falaranito mais claro, nòs fou fò as fuas armas delle, que fão
beramos feu nome,feu bipado, treze arruellas, mandou por em
& lugar da Íepultura: ainda que | lugar poblico;&fazêJolhetam.
entendemos,feria Bipo da Guar bê húa fepultura nobre, & outra
|da. Do outro nos contou por pera feu filho D. Diogo de Caf
hüa inhibitoria do nofo Con tro, Alcaide mór detavilla,pera
feruador,em os 5. de Dezembro fiefcolheo o lugar baixo da hu
de 1 553 contra o padre Fernão || mildade da terra,onde jáz acom
Martins, Capellão de Santa Ma panhada de muita nobreza da
ria, porque nos tomou na praça fua me{ma familia. A fegunda,
as ofertas de hum filmento, quefe leuâdo outro caminho,não quiz
fez do fenhor Zupo Z).Crflowãº, que ceder na honra a o marido loão |
no dito mºfieiro jazia enterrado. Ete Fernandes Cabral, Alcaide môr
era o D. Chriftouão de Catro, de Belmonte, & Senhor de Zu
filho não legitimo de D. Rodri. rara na Beira:mas ficando hom
go de Catro, que chamarão de bro por hombro cõ elle,ambos
*ant fanto irmão de frei Henri. em fepulchros altos,pera fito
que de Catro, Prouincial dos mou a gloria de oftentar neta
nofos. Conuentuaes: Capellão obra fomente as fuas armas: feis
mór da Princefa D. Maria, filha arruelas do pae,finquo etrellas
d'El-Rei D. João III; & depois da mãe. Aquife guardão ta
Bipo da Guarda, donde veio ef em húa arca de pedra, que futen #
perar aqui na 'noffa igreja, & na tão dous leões, os mortaes def
capella dos Catros a refurrei. pojos de Iorge Cabralfeu filho,
|ção geral. o qual foi º Capitão môr de fin na4.Andra 1. ||
chron d'l,
3 Eta capella,& a outra,da quo naos pera a In lia: Capitão El Rei D.
loão 2. p.4.
qual ja démos noticia, manda de Baçaím, Gouernador daquel C 41. $ 7.
tão edificar nas cabeças do cru. le me{mo Etado : animofo, &
|zeiro duas irmans em o fangue, pru fête em todos etes officios.
$ 8.79. |
| mas oppotas no epirito:º aber Tinha_jà voltadº a Portugal,
*
Nn 4 quando
— 23TLERIVIDahina Serafia NiñãT
quãndo no anto de 1563, doze
do mez de Nouembro,dotou a c APITVí o XVI.
fua ermida de Nofia Senhora & *-* •

* da Efperança, que ele auia fei


to na Serra de Crefiadºs, perto do 2…fnf…diaa
r.arch. do
aiefmo con
dito Belmonte, a os padres da fa,& d'algunsfêruosde
: : : : {'a'
uento fanta Terceira Ordem,os quaes º Deos, que lhe per
• nella téleuantado húconuento: l. |- tentem.…….…--
:
1
mas feus ofos neta capella de
+ feus paes vierão enthefourarfe. 1. Mefma antiguidade,
4. Na parede da Igreja ef: |
tà hña pedra negra com o letrei
A
que logra etecon
usnto,

nos motra
ro feguinte. Aqui jaz º muitº hon afãtidade de feus primeiros prin
rado (aualeiro frei Zugalues da Cu cipios,poisainda alcãçou aquelle
nha,Commendador,4uefºi,de ("feliº, ditofo tempo dos difcipulos Se
@y Cafelnaus,º qualfo, nº tomada de raficos,os quaes fundauão as ca
Seita é º muito altº,gr muitº excellen fas pelas ordens de feu, Metre,
te@ muitº virtuº/º Senhor Rei 2. mais fantas, que as prefentes.
Jºão da boa memºria;&r foi nas Ilhas Mas vindo a conformarfe coef
de (anaria por mandado dº muitº hon tilo dos Clauftraes , que era o
rado Principe, gr muito virtuºfº Se mais commum: vnido fempre a
nhorº Infantez). Henriquefeu filhº:» o conuento do Porto, #
qual (efinou na Era de 146o annos.dete Etado: quando ele jà no
Eta conta età feita pelos annos | anno de 1 568. recebeo a regu
do nafcimento de Chrifto , & lar Obteruãoia, tambem lhe fez
fuas com médas erão da Ordem companhia na lua reformação.
do mefmo Chrito,cujos Caual Perecerão as memorias de mui
leiros ainda então no feu tempo tos Seruos de Deos, & detas,á
não cafauão, efcreuemos, nos cutou grande
5 A capella mór he nobre | trabalho defenterrarmos algüas.
depofitaria de muita gente illuf 2 He mui celebre a do pa
tre, em particular Alcaides mo dre frei João de Tauira, natu
res da villa, dos quaes porêm hú ral da cidade do feu nome em
fomente,& efte dos mais moder o reino do Algarue: homem de
|nos, conhecemos agora pelo, é | grandes virtudes: penitente, &
diz húa pedra. Sepultura de Aires deuoto: efpiritual,& docto:peri
Teles da Sylua, Alcaidemor, @r capi to em muitas linguas, & prèga
tão môr defia vila; Qr de 2./abel de dor na verdade Apotolico pelo
(efiro/ua mulher, @r herdeiros. Falle incançauel zelo de conuerter
cro a 14 de Feuereirº,de 16os. almas a Deos. No mefmo tépo,
ern
……… -
Menores na Pnuncia de Portugal 4 29
em que elle nete reino fe anda tantas luzes da graça por meio
ua entregádo a eta occupação, da humildade, oração, & abti
concorria muita gente de dife mencia, que nem o "padre Gon->pag.399.
rentes nações na cidade de Mid zaga, nem "frei Lucas o pode-"
delburg, no condado de Zelan rão declarar.Viuia de ordinario
dia, por caufa do feu comercio, em fuauiffimos raptos, gotando |
& por ferem etrangeiros não os de longe a doçura daquella
entendião bem os facerdotes da fonte perenne, que nunclua mº
terra: nafcendo dito hum desé tou a fede a os que bebem mais
paro gèral, em que muitos falle della: cujos pertos foi lograr pe
cião fem os fantos Sacramétos. los annos de 1 545. conforme à
Pelo que os mercadores de Por fama, que tinha de muito fanto.
tugal,& Hefpanha, que o conhe Tratão delle, além dos ditosau
cião de vita,ou pela fama, dan tores, º Barezzo, & º frei Artur, ##"
do delle virtuofa, & fanta infor com outros,que
não tiuerão os feguirão:mas
noticia de frus de- 4cembu
+De
mação a o Vigairo de Chrito,
Clemente VII. todos tambem uotos principios na nofia fanta
lho pedirão por Confeflor, & Prouincia. º
Capellão. O Papa lho conce 3: Pera outra nete reino, &
deo em hum breue, que come foi a da Piedade, faio tambem
ça, Ziliths in thrifia, a 29. de Ia deta cafa o padre frei Bertho
|neiro de 1527. & ele fatisfazê lameu de Braga, o qual nefa
do a eta fua mifsão,gatou algüs propria cidade, que lhe deu o
annos nella em feruiço do Se nafcimento, começou a gºtar
nhor. Mas tornando á fua quie mal em pafatempos alegres os
tação, & fanto recolhimento, annos da mocidade. Era incli
continuou neta cata coas virtu nado a cantar á viola,& conuer
des antigas em quanto os apº fando com outros da fua melma
plaufos do pouo, & da Prouin idade, que não fabião perder as
cia não o fizerão fugir pera on occafiões de goto, º antes co-esp.… º
de não fofetam conhecido. Cõ lhião astrofas, coroandofe com
eta refolução fe mudou pera a elas, primeiro que te murchaf
Prouincia de Andaluzia, deixan fem,nifo paflada as horas. Efã.
do o dito breue em penhor da do afiem flor, foi tocado pela
(audofa lembrança, que nos ef virtude do ceo, por não vir a dar |
taua deuendo.E retirado no cá mao fruito, & conuenteo em re
uento de Santa Eulalia, termo recrear os leprofos,os quaes lhe
da villa de Marchena, morada reprefentauão o Filho de Deos
| fanta de muitos Seruos de Deos,
|
| chagado, ofeu intrumento mu.
| |replandeceo efitre eles com Fico Apôs dito o futpendeo
•=#==
• pera
43o Luro IV. Da bifloria Serafica dos frades
pera fempre nos falgueiros me tuas do jardim celetial.
lancolicos deta trite Babylo 4 Ficounos aqui por noíla |
nia, & vetio o faial pobre, diui confolação o padre frei Manoel
zada penitencia, com intéto de de Azeuedo: no qual fe glorião
chorar toda a vida os feus de muito etavilla, & ete melmo |
feitos pafados . Affi ia ca conuento: ella, por lhe ter dado
minhando no fanto amor de o berço, em que nafceo: elle, a |
Deos, pontual no comprimento fepultura, & leito, em que mor
de fuas obrigações, quando ne reo. Foi grande religiofo,& ex
ta cafa o achou a fua reforma cellente prelado,ajutando com
ção, na qual ella, dimittindo as feus procedimentos o zelo, &
liberdades Clauftraes, aceitou a propondo em fime{mo a perfei
Obferuancia. E vendo, que as ção,&virtudes,que defejaua nos
} mudanças andauão facilitadas, outros. Mereceo co a fua peni
|tambem fe mudou pera a dita tencia, & ardente deuação, que |
Prouincia, deixando a me{ma | na vida,& na morte,a qual o but |
mãe, que o auia criado na fanta cou no anno de 1 599, fofie jul
Religião, por ter, que deixar no gado por Santo. Dõde procedeo |
mundo por amor de Iefu Chri a força, que fez todo ete pouo a
to, Leuaua boa doutrina, & a o Guardião da cafa, requerendo |
achou muita virtude: pelo que que não ficafe efcondido o feu
offerecendo a Deos na oração corpo no cemeterio commum,
|feu elpirito, mortificando a car fenão em lugar mais publico,
ne com penitencias aíperas, def dentro d'hüafepultura, que era
prezando o me{mo entendimé. de feus parentes, no cruzeiro da
to em humildade profunda, fo igreja. Vinte annos auia etado
frendo com paciencia motiuos nella, quando foi achado incor.
de grãde colera chegou a hum rupto, com o habito inteiro; &
etado mui alto da vida religio por lhe terem repeito, não fe
fa. Quinze dias antes, que faife enterrou então outra pefoa cõ
dete mundo, pelos annos de elle. Mas depois húa Branca de
1634 etando enfermo no con Barbedo, a quem pertencia eta
uento de Nofa Senhora da Ca : coua, defejando conferuar o
ridade,na villa do Sardoal,fem a … direito de cofre tampre,
doença caufarafco, fentia nota-| | ciofo,mandou efcre--. .
uel cheiro quem a elle fe chega uer o feu nome º
ua. E dete modo recendendo numa pe .
às virtudes a fua deuota alma, dra.
foi tran{plantada,como piamen
te cremos, entre as flores perpe | -, --

As…==
====== —=—

>>**** - - -

- -

_Menores na Prouincia de Portugal. 431

NoTICIA DO CONVENTO DE
| : ** *
São Francifco da Guarda. */

cA PITvlo XVII.
- ** . º
*.*. .
|apezar dos ditos Mouros :

que
querendo eles entralla,& profa |
Manif㺠algias afas nalla, hum, que poz a mão na
notautis da Sé,da cidade, porta, ficou com o braço fecco;
que hum Portuguez sòmête lhe
do conuento. fez roto, lançando eta barbata
* *
pelo fauor, q efperana de O:cs:
1236. I Eis legoas da villa de Aqui estou pera mil. Eu,& que por
+ Couilhám, donde agora efta rezão lhe chamão hoje, a Se
* faímos,no principio da nhora do 3ál,Eu.
dira Serra da etrella, da banda 2 Como a cidade por eta
do Oriente,auulta hum dos feus parte era a chaue do reino, o
montes, que,não fendo o mais al me{mo Rei, que a fez, lhe buf.
to, defce mais de húa legoa pera cou pouoadores, conuidandoos
chegar ás ribeiras do Mondego, com muitos, & liberaes priuile
que corta a mefma Serra. Nefte | gios de izenções, & nobreza,que
monte leuantou elRei D. Sãoho ainda muitas familias conferuão
[.a cidade nobilifima da Guar atè etes nofos tempos. E poto
da,a qual podefe guardar dos af que os inuernos neta terra fe
faltos ordinarios de Mouros to paísão aperamente, o verão he
das as terras vizinhas, & lugares regalado,& todo o anno nas qua
comarcãos. Auia ja nete fittio tro partes (ádio. Aqui tambem
húa torre de vigia, que tinha o foi colocada a cadeira Epifco
me{mo nome da guarda,& depois pal da cidade da Idanha,que def .
ue a cidade a fez forte, & en. truirão os Mouros: cujas rendas
# nos feus muros fe chama a affinos Bipos, como nos Capitu
Torre velha: a cuja fombra ficaua lares: cuja Sé no material da fa
no lado do mefmo monte hum brica,que os mefmos Bifpostem
lugar de pouca gente,do qual fe obrado a pedaços, como dizem
vem os vetigios, & ainda mais | os feus brazões nas paredes, são
4
abaixo hüa igreja da Virgem Se hoje das principaes dete reino.
nhora nofa, conhecida por mi Neta cadeira infigne (e affen.
lagres. Contão della grandes tou D. frei Vafco, primeiro Pif.
coufas naquelles têpos antigos: po, que teue em Portugal a no
a faber,que fempre permaneceo | fa Religião,& depois dele, mais |
dous:
----

432 Liuro IV. Da bifloria Serafica dos frades


dous: a faber D. frei João Mar défe de guarda o dia do dito
tins, & D. frei Bertholdo; dos | Santo, & elle, que affi o defeja
quaes todos noutros lugares aue ua, lhe dimitrio por aluiçaras o |
mos de dar noticia. He fama Synodal, com que todos deuião
muito contante, que ja a Sè da contribuir, tomando á fua conta
Idanha fe dedicou com o titulo depender outra tanta quantida
da Conceição immaculada da de de dinheiro em ornamentos
Virgem Senhora nota : donde da Sè. s - -

# poffiuel he, que nafcefe, fe não Neta cidade tem duas


foi tambem doutrina detes Bif. cafas a noffa fanta Familia, a
pos Francifcanos,o efpirito etra qual sò a acompanha; húa, dos
nho, com o qual eta Igreja fe nofos frades Menores, a outra
declarou por efpecial deuota de freiras de fanta Clara. Dos
dete fagrado myterio. Porque frades, fendo aqui mui antigos,
lo reuerendo Cabido lhe canta não te fabe em que anno come
todos os dias depois de matinas, çarão a fazer o feu pobre taber
& completa húa commemora naculo (obre efte monte,tão vi
ção: todos os fabbados mifía, a zinho dos palacios do ceo, pera
qual he de canto d'orgão no onde caminhauão como hope
principio dos mezes; & tem fei des na terra. No principio do
to etatuto, que guarda inteira anno de 1246. falo hum Guar
mente, de não dar pode a Capi dião deta cafa com outro de
tular algum fem primeiro jurar, Couilhám, como nefe tempo
que fempre defenderá a opinião, auemos de efcreuer, pera corta
| que diz ter concebida (em pec rem o pafo com os golpes das
cado eta Senhora purifima.E{ centuras às armas inquietas de
|te mefmo juramento fez em pu Catella, que vinhão entrando
blico com grande folemnidade por Portugal: mas ja então o
todo o Clero do Bilpado, fendo conuento tinha pelo menos to
junto em hum fynodo, que no da aquela idade, que lhe era ne
| anno de 1 634. celebrou com ceffaria pera formar o feu corpo
muito zelo o Bifpo D, frei Lopo de cabeça, & de membros: de
| de Sequeira. Outro lanço de no prelado, & de fubditos; & pera
|tauel piedade em feruiço do pa tambem fe fabricar a morada,
dre fanto Antonio auia tido pri em que todos refidião. Pelo que
meiro, em occafião tambem de julgamos por bem fundada a tra
fynodo, o Bipo D. Afonfo Fur dição da cidade, & pouos circñ
tado de Mendoça, famofo por uizinhos, a qual faz contempo
muitos titulos. Pediolhe aquelle raneos a etes nofos conuentos
ajuntamento tão graue, que fe 1 de Couilhàm, & da Guarda ; & i

As=~~~~
pela
=yes *-+-w-Y
*=>->-------
f
=====

AMenores na Prouincia da Portugal. _{33 |


pela me{ma rezão affi como nós gurança. Imprimia a imagem da |
abrimos os fundamétos daquelle |Virgem Senhora, nota com o
no anno de 1235. tambem os |Minino Jefu nos braços, & por
dete fe cauão no de 1 236.fem |baixo d'húa faxa, que feruia
ainda querermos prejudicar, fe | de peanha * a figura de nofo
ele for mais antigo, á fua priori |Padre fantifimo com os joelhos,
- -

dade. E menos dito batauape-| em terra, & as mãos leuantadas


ra conuencer o erro de quem in | ao ceo. Tomamos eta infignia. }
Gonzag, formou tão mal a oº Bipo Man |pera fermos conhecidos por
ag804.
tuano, como foi etc reuer elle é moradores na Guarda, a repei
os Templarios habitarão eta | to da milagrofa imagem deta
cafa, & que nós entramos nella | Senhora puritina, da Confolação |
depois de feré extinctos: a qual no appelido, que ficando (e-
extinção fe fez no anno 13xx, pultada do tempo dos Mouros
muito tempo adiante, as of nas ruinas, de húa capella fua
4 Etão porém (epultadas foi reuelada em fonhos a el-Rei
as memorias mais graues de fua D.Sancho II, o qual a mandou
antiguidade, & não faz maior | delenterrar, & lhe leuantou igre
etrago no ornamento das aruo ja, que feruindo antigamente
res húa tempetade fria, que lhe de Sé foi detruida, & depois
|epalha as folhas, do que nefte [de retaurada he nete tempo |
conuento obrou o defcuido de preferire a Cafa da fanta Mile
nofos antepafados, os quaes o ricordia, Mas florecendo de
|deixarão tanto à aruore fecca, | nouo a deuaçaõ do Baptita são |
que nem sô húa folha de papel, Ioão, cujo dia por caufa de húa
que nos ajude agora a vetireta feira he famofo neta terra a
|fua relação, temos encontrado| 24 de Iunho,reformado o con
nele. Epera fe por o fello a eta |uento na regular Obferuancia,
grande incuria, até aquelle anti tirou tambem do feu fello a }
}go,do qual o me{mo conuento, infignia primeira, toman
& os Guardiães vfauão,età hoje do em lugar della em
jefquecido; nem nòs fouberamos • • •

º memoria do Santo
delle, fe não andara imprefo na … … por feu brazão -
4. arch,do
Cabide. "doação do padroado da igreja …... a hum-Cor- , ,
do Rochofo ( agora (e diz Richo: , , , •
deiro.
1
fº), que no anno de 128é em o + |-
• • •

* -,
#

º

{

| primeiro de Março, transferio • -


, !

Domingas Hermigues no reue: ***: * "… -


-
#… •

|rendo Cabido roborandoa com


|- - …,
………… "$#* * * |

! o {obredito fello pera maior (e-


•• -

* * * * *:... *** ** *
—=

" , - - - - - Oo ÇA-T
TI=
----- : •••
-------- - - - -
I ***

434 TE T:DTa SãZ frades


==
-

cou nete conuento por eftar


capitvlo XVIII. afatado da muralha,& mais bai |
xo: verificandofe aquelle cele
}
Do filtio, tafs varios, é re bre dito, que não tem ºs humildes |
donde caião Efem duuida lhe vale |
ligofºs infigues defe rião tambem os grandes mereci
I
f0hllthl/). mentos de nofo Padre ferafico,
Ica eta cata muito per o qual na romaria, em que foi a
to da cidade, ainda que Sant-Iago, entrou por eta cida 4. ". ·
| •

fôra della, em lugar in de como ja difemos 1 em outra


ferior a os muros,onde tem fon parte, & defcançãdo aqui, onde
te,& horta. E não lhe feruio de vemos huns carnalhos junto do
pouco eta fua humildade, porá conuento, fantificou em pefoa
fielcapou da trite detruição, ete pedaço de terra, que feus fi
} que fentirão outros grandes edi lhos auião de pouoar, preferuan
ficios. Foi no tempo,que Henri doo co a fua fanta benção dos
que II de Catella,entrando por trabalhos, que no difcurfo do
|ete reino, faqueaua pelo menos tempo lhe podião fucceder.
alguns lugares notaueis; & que 2 Aqui també neta propria
rendo o nofo Rei D. Fernando parage forão vitos os poderes de
a arch. de
S. Clara da
fegurar eta cidade, º ordenou, fua interceísão,quando a vitima
Guarda. que fe lançafe por terra tudo, pete, 4 (e ateou no reino, quiz
quanto da parte dos arrebaldes accender o teu fogo neta cidade
lhe podia fer padrato. Forão lo da Guarda. Chegarão à vita de |
go arrazados o fanto templo da São Francifco húas cargas de fá
|Sè, & o moteiro das freiras de zenda, em que vinhão efcondi
fanta Clara, que agora fe achão das as faifcas do incendio: forão
identro dos muros: a igreja de fan muitos de parecer, que entraffé
ta Marinha, & outras fabricas votarão outros por infpiração do
nobres; em cujo lugar fe leuanta ceo, que logo as depediflem; &
| rão depois hum Seminario,a Ca fendo pafadas a outros pouos,
fa da fanta Mifericordia, & ou la fedefcobrio a chamma. A ci
tras cafas menores. Era latima dade empenhada cô efte fauor
ver eta detruição, que não che tão grande a o fanto?atriarcha
gou a fazer o poder do Cate declarou pór bom vizinho, &
]lhano, executalla o medo dos | Prouedor da faude,em 6 Deosa
} Portuguezes, cujo valerofo brio côferuana;& a S.Sebatião,aduo
co a e{pada na mão bem podera gado nete veneno mortal,leuã
atalhar ainda maiores damnos.
tou húa ermida não longe da
Mas eta fatal de graça não to nota caía.
T,TEIla
Menores na Prouincia de Portugal. 435 *#

Ella me{ma co as fuas ci |Vigairo de Chrito: mas depois


ridades nos fabricou o conuen | á lhe falteu no repeito de guar
{
to, capaz hoje dos vinte & oito dar os feus mandados, nete pro |

religiofos , taixados pela Prouin prio conuento acabou de publi]"
|cia.E quando depois no anno de car excommunhões córra ele of
-

|16oo a Majetade Real man nofo frei Nicolao, Legido da


fanta Sé Apotolica. Noutro ca
doulançar húa finta de cem mil
|rei, cºm os quaes fºrmºu "lººººººººººººº feitam
jigreja,o lançamento fez ell, em bem Com mifario do Papa hum! }
} fi me{ma, & no termo fen as | Guardião deta cafa : pôrêm ifto;
queixas ordinarias nos que de (e motrarà a feu tépo. Tres dias #
|- • + _> - * * *|
mandão fintar: mas com outras; } pelo difeurfo do anto,a fabet de
muito nouas, de fe arrifcar o crº] corpus Chrifi, são Marcos, & são |
i dito da deuação,& vontade.com| Bras; nos são aqui mui alegres,
|que pera a de p 2a elaua ofere|por rez㺠das procisões, q vém
{|cida. Antes diffe nos auia refaulià nof_igreja. Nas fetas detes
|rado a capella com muitas bem|dous Sãos fica o altar à cóta do
| feitorias D.Itabel de Pina, mere| reu tendo Cabido, & o palpito}
|cendo o jazigo, que lhe dêmos, à nota em todos etes tres dias,
|& à fua defcendencia, cuja data | como tambem o da Sè todo :

nos (erá de maior gloria, quando || o tempo do anno. Temos de }


|nella (e recolherem os ofos do|são Bras hía reliquia grande }
{
} }
Chronita Ruide Pini, que Si & outra do fanto Lenho da
|-

mão da Grma, feu quarto neto Cruz. …tº 1!* * * . } - - - … # {:• •• -- • |- • -

mandou trazer da igreja do Mer … 4~ O conuento depois de en


cado. No anno de 1642.fe diº trar no gºuºrno dosClºutrasº!
foz à translação: mas impedíºa nunquamais (e tirou delle atè o
o Parroco. Não fe. efquecião de anno de 1568, em que fe fez a |

.…

fte condento os lhe


Reis, nem geral reformação. Nefe tempo
• AfonformFique deixou as D.
fin|de|pio a f le velha da Clautrº, #

quoenta líuras, fe podia efque: vetindo o nouo homé ferafico #

&#dofetuiço;queihe fez aquel|mo faial da Oberuância nºssº !


ń Guardião, o qual pelo de preded innocétes; & purifimos |
fender no goderno dete reino cordeiros, que por obras virtuº "--" : > ---- • 2 - - - ••

| poz o peito às lançadas de Ca fis, ou pelos fios da efnada do | - -


| tella,fulminando raios de cenfu Tyrãno fizerão agraduel (acrifi
{
| ras contra OS feus efquadrões. cio de fuas almas a Deos. Dº
| Com efte brio de lealdade , &mos os nomes de finquo, naturº
zelo o ajudauamos nós em quan es deta cidade, pera que ellº
º clief motion obediente ao Itambem poretºs efeitºgozar
Pºlº
- - -…"--:--"+
=>
- •
OO 2
ń_ ***
---- ----------*-***********… #
=* #*______>

---- =
_}
----===
436 + Lurº IV. Dahlfona Serafica dos frades
: | gozar da grande gloria, que ca nòsfevía; & fenome{mo eta
be a o conuento.Etes são, o ve do chegaua a cafa de húa fua ir
nerauel frei Xito, de quem fa maam, nem os feus criados del
el.i.c., s. lamosº na cafa de Guimarães: os la queria, que lhos lauaífem.
|dous Martinhos da Guarda, que Difcorria pelos montes pedindo
na Índia morrerão pela confif. alegremente as efmolas dos fie
são da Fê, como ainda diremos: is, & tão contente entraua pelo
o B.frei Pedro da Guarda, cujas meio da cidade com o feu facco
marauilhas grandes, feitas na às cotas,como fe viera em hum
| Ilha da Madeira, & jutificadas lutrofo triunfo. Porêm etas
|ja por autoridade Apotolica pe humildades, que ele tinha por
rafer canonizado,nos e perão a honra,ofendião muito os olhos
feu tempo; & finalmente outro de feus parentes,os quaes cegos
| frei Pedro da Guarda, ou 23ote co as fumaças do mundo,funda
|lhº fegundo o appellido do pae, das em vaidade, não sòmente fe
de quem agora tratamos. dauão por afrontados, mas tam
; Foi frade leigo no eta bem lhe dizião palauradas de
- do, & Varão Euangelico na vi. de{prezo, que elle fofria com
da. Renunciou por amor de Ie fortaleza de animo: poto que
fu Chrito os brios nobres do defejando defuiarlhes fua
fangue, as vaidades da terra, as muita caridade eta pedra de ef
efperanças do mundo, & cruci candalo, delles (e defpedio di
ficado com ete mefmo Senhor zendo etas palauras. la que, vôs,
|a pé quedo futentou o jugo fua vºs frontaes de me verdes frade po
|ue da fanta obediencia. Sempre bre@r humilde por amor do meu Se
era o primeiro no trabalho, & nhor,eu me trei pera parte, ºnde não
oficios humildes, ardendo nel vos enuergonhe. E comito fe foi
|les no fogo da deuação, com |logo pera a Ilha da Madeira, na
| que feruia a Deos, & queria qual encastoado, & efquecido
izentar das me{mas occupações da patria, contante no feu pro
os facerdotes, que o louuauão pofito de feguir a humildade de
no coro . Nunqua confentio, Chrito,cheo de virtudes, & fan
que o feruife alguem, dizendo tos merecimentos partio deta
| por muitas vezes co as lagri vida pelos annos de 1549.
d Matth, ao mas nos olhos. O Filho de "Zeos
v. 18. com opinião de gran
veiº4 terra fomente pera feruir, Qr de Serua de . .
| eu hel de fer fêruido? Pelo que a * * … Deos. *{

fua gloria era lauar os pês a os


| outros, quando vinhão empoa-||
} dos do caminho, como entre |
, !
@=++>
uss㺅> •

AMenores na Prouincia de Portugal. __ 4.37


Íe fez aborrecida no mundo, &
C A PITVL O XIX. odiofa a Deos: poto que nun
qua Pode tirarlhe do coração o
Conutrief a Deos por inter entranhauel amor, que tinha a
osnofos sãros Padres FrãCifco, |
refsão de N. P. Serafia, 8 & Antonio, a quem fe encómé
|de S. Antonio D.Lopa de Li daua em todos osfeus trabalhos,
nhares, & he fepultada que não faltão aos maos,
nefte conuento da 2 Comete trite engano,&
infernal catiueiro chegou D. Lo
Guarda. . . paa o extremo da vida,& como
a remordia o bicho da confcien
| I Hü lado da me{ma Ser cia, era grande, & medonha a
. A# etrella,pera abã
*", "da do Norte, nos con
fua melancolia, do modo, que
muitas vezes fuccede a quê poé
fins do Bipado de Coimbra, a faluação netes rifcos,& defef>
quatro legoas da Guarda, età perada ja,por cõ{elho do demó
a villa de Linhares, Titular d nio,da mifericordia de Deos,né
hum condado nete reino, anti queria confefarfe,nem receber
gamente º cidade Epi fcopal,on
outro algum facramento. Nefte
de Deos manifetou as rique miferauel tranze lhe valeo a de
zas de fua mifericordia nefte ca uação dos fobreditos dous San
|fo admirauel. Era Senhora da tos, poré inclinâdo ambos com
|villa D.Lopa, mais illutre pela feus rogos, & grãdes merecimé
|nobreza do fangue, que por o tos a piedade do poderofo Se
|bras virtuofas; & permittio o nhor, tiuerão delle licença pera
|Altifimo Senhor por feus occu! viré reduzilla a melhor entédi
|tos juizos,que caife numa pro méto. Affi q entràrão por fua ca
|funda mileria, qual foi trazer fa etes dous infignes frades, 6
| configo por Aia a hum demo ella não conheceo, & depois de
|nio disfarçado em figura de mu a teré faudado, lhe propozerão
|lher. Reuetiofe neta forma o cõ palauras muito viuas a grãde
;}efpirito maligno,{em ella o en benignidade do clementifimo
|tender,pera ir precipitandoa de Iefu, que fechando feus olhos a
| maldade em maldade atè cair os maiores peccados, cõ q nôs o
* no inferno. Seruioa quatorze auemos ofendido, nos recolhe
: annos, nos quaes todos, gran em os braços,felhe pedimos per |
geando a fua beneuolencia, lhe dão: confortandoa cõ Ito na cõ
aconfelhou muitos peccados, fiança, que ela deuia ter em fua
excetos,& crueldades,com que mifericordia . E profeguindo
Oo_3__ N.
***
|

----
T

-
438 Luro IV. Da hiftuna Serafica dos frades
N. P. S.Francifco lhe falou de. della, como contou a hum ho
ta maneira. Sabei,/enhora,que a de mem nobre, que d’ahi a poucos
uma Clemencia he muito maior, do que dias caminhaua de noite pera |
os voºs peccàdos. Se vós ºs quizer eta me{ma villa. Ouuio húas
des confº/fºr, arrependendonos deles, vozes trites, as quaes parecião
eu tomº o perdão a minha conta. Tam de mulher, que fe carpia di
bem voº façº participante de todas as zendo: %fina de mim, que tão
boas obras,á nº mundº tenhº feitº (ºr mal prºveitei quatorze annos defêr
em virtude da paxão de lefa Chrifto uiçº! E cobrando ele animo,
vos prometto a vida eterna. feito o final da cruz, perguntou,
3 . A o tom detas palauras quem era,& que queria: a o que,
| lhe foou a voz diuina por meio lhe repondeo. Souhum demºnio,
da graça no interior da alma, que defejando de apartar z), Lºpa
que de loba deshumana a con do feruiçº do Senhor, quatorze annes
uerteo em cordeira;& derretida "fºruí em figura de mulher. E logo
em lagrimas mandou bufcar foi referindo o fuccefó pelo
)
Confeflor,com o qual fe confef modo com q nòs o efcreuemos,
fou, & recebeo deuotamente os acretentando mais ito. E agº
outros dous (acramentos da Có ra choro eu, porque quando estaua
munhão,& Vnção. Pedio tam mais confiado em dar com ela nº] …
bem a o fanto Patriarcha que, profundo do "fernº , vier㺠deus
pois era fiador da piedade de cºrºlados, frades Atenores, que ma
Deos,lhe vetife o faial da peni tirarão das vnhas por meiº da peni
tencia, peraque à vita delle (e tencia, @r leuar㺠configº pera * rio.
nação. Eainda
aplacaffe ficando a fua indi g|Úm
maisamortalhada | tudº por ja me fifizerãº
que me
} alma, que
perder, ganhe eu mºjia vila agºra
em vida,conhecendo pela voz o | duas: a da mulher d'hum Ferreiro,
folicito Pator, que a andaua . que ele matou, fiandº em mas ºf
bufcando, entrou com ele no |tº; @ º dº mºfinº Ferreirº,º qual
(eu rebanho eterno,onde por ef *{{perº, porque º hão de enforcar.
ta conuersão (e fazião grandes |Tudo ito achou o homem fer
fetas. Os dous Santos defapare certo, quando entrou em Li
cerão logo, fendo trazido, & fe nhares; & alfi età eferito nas
pultado (eu corpo nete conuen nofías Chronicas antigas , "em b.tpl. 1o.
to da Guarda,como ella dizia no] "frei Marcos, nos Annae, º
tetamento. … :: da nota Ordem pelos an-, "sº…
4 Magoado o demonio de nos de 1275& no *r d. cap.$1.
lhe fugir dentre as mãos eta
Iardim de Por. -
preza, andaua pelos montes, & tugal. _i r -

pelos valles chorando a perda


AMenores na Prouincta de Portugal: 439 |
__
- - Furtauão as efmolas,que os fieis |
CAPITVL O XX. | nos fazião, & a etes moletauão
• 7" * * * * # : ' . . porque tinhão cáridade.
nos era permietido pedir de Não
por-l
Afilcçoes,que ne/?e temp", 83 ta em #####
fl0l/t/05 padetto em Por- |gelicos: nem os nofos bemfei-
-

| - -

tugal anufa Re-


- |tores etauão em liberdade de
ligião.
gla0. ºº poderemHuns,
|| neceffario. valer&nooutros
que pa-2
era * # : ;
- … " || deciamos afrontas,& aficções: , ,
1238 | * Tempo, em que na nó porpobres;&elespºr ami ",
Beira fentia boas von-||gos da pobreza. E potoque os
.| " | tades na fundação dos|autores de tantas exorbitancias
fobreditos conuentos a noíla || nem erão muitos, nem pedoas |
|
| | Ordem ferafica,não lhe era mui || conhecidas pelo nome, cono o #
| benigno na diece{e de Braga. || Papa Gregório IX, com etas |
|Nem tambem as igrejas dete|fuas pálauras, à nannula, o quiz ;
#### reino - etauão desdombradas||dar a entender:#ntindo porem
#" de aggrauos,& moletias: antes || a nofia tribulação, inuiou duas , , , !
|padecião muitas na fua immu-||bullas, que ja" temos referido, #*#
nidade,priuilegios,& rendas,por | em 6 do mez de Agoto de fim de {
|quanto os Portuguezes, preten || 1238, ao Bipo, & algº Capi: º…
|dendo refazerfe do que gata-||tulares da fanta Sé de Ohrenfe, it
• uão na guerra ordinaria dosMou pera que nos emparafem; & #
*** | ros, mettião a mão pelo fanto pa|por então cefarão etassinole
trimonio de Chrito, como fe || tias.…. : #*# … *### |
elles forão os feus dipenfeiros, || "2 Outras,que erão contra- #
ou abfolatos fenhores. De mais || tias à nefa immunidade, &cin- …}
dito tomação outras licenças, ||dalos Apollolicºs fomos depoº ".";
nos foldados muito proprias, |ispadécendo pelo difcurso do |
que, n㺠tendo reprimida de tempoas quae aqui ajuntamos t: 1 |
quem tinha o gouerno, vinhão|| por nos de pedirmos logo neta
a ferinfolencias. E como a re-|| primeira centuria de afinós do i
uolta era grande, maiormente | etrondo de contèndês, que nos
pelo ditrião de Braga, onde o "#", a alma. A primeira nos |
"" | (eu Arcebipo {e motraua mais caufou aquela ieloluç㺠tão?
...] queixofonella tambem nos mer|uetº de Innocenciº IV que tê ;
teo a maliciados homens, pera || do fuorecido aº Religiões da i
termos nas ofeñfãs companhei || gradas com entranhauel Amor,
| ros dos outros Ecclefiafticos."] por rezão dalguns defgºtos
— Oo 4 - que
">===i* # …"
•=*******A

44o LZIVDAE bifloria Serafica dos7.


que teue com húa dellas, que por prêgadores de fama, ou ap
não foi a Francifcana, a todas re prouados por elles. E com ito
uogou feus priuilegios, reduzin fe perturbou o fobredito Põtifi.
donos tambem, tem termos cul ce, non immeritó ergº turbari potui
pa,à primeira fujeição de não po mus; porque,fendo nòs {##
dermos prégar, confeffar, ou ce. res Apotolicos por intituto da
lebrar os officios diuinos fem regra, & coadjutores dos Prela
dependencia dos Ordinarios,& dos em apafcentar fuas ouelhas
r.Thom. Cã Parrocos. E, foi mercé do Se co a doutrina de Chrifto,como
tip.de apib.
1.2. c. 1o. n. nhor não fazer eta grande no dife o me{mo Papa,não era cõ
A Ie uidade fenão nos vltimos dias ueniente, que elles nos impedif.
da vida,& do gouerno, por não fem a liberdade dete fanto exer
|vir a fentir outra, que em fauor cicio. Pelo que lhes mandou
das me{mas Religiões intenta etreitamente duas coufas fob
uão os Principes Chriftãos.Mas pena de fua indignação. A pri
falecendo aos 7. de Dezem meira, que reuogafiem qual
bro de 1 2 54 o Papa Alexan quer cótituição que nete pºr
|dre RV. que d’ahia 15. dias lhe ticular contra nòs ouuefem fei! ………
|fuccedeo na cadeira de são Pe to: afegundº,que admittifem
dro, obrigado da afeição, que a prègar todos os frades appro
nos tinha, não sòmente nos tor. uados pelos feus Prouinciaes,ou
, nou logo a dar os fobreditos Cutodios. Começa a fua "bul e. arch.des.
de
|priuilegios, mas tambem fe en la: Inter falutiferas: dada em A Francifc.
Lisboa.
|commendou por cartas em as nºgnia a 11 do mez de Março,
nofias orações. E porque alguns anno de Chrito 1261. & feito 1261.
prelados de Hefpanha ainda affi do feu"pontificado... ……..
nos querião acanhar, expedio 4 Depois dito (e fotão in
darch.des. contra elles (húa bulla, que co troduzindo no bipado de Lif |
rancife, do meça: Quedãwhoºpfelica Sede-da boa húas certas violencias, as
• Porto.
|da em Roma a 25 de Nouem quaes fazião os Parrocos, a os
1253. bro de 1255, nomeand o o Ar feusparrochianos contra nofos
la, &
cebipo de Compotel |priailegios, obrigandons a fatif
Bif.
|po do Porto pera feus executo |fazer o preceito de ouuirmitia
res,& nofos Gonferuadores: nas fuas me{mas igrejas, & não
. 3- Não ebtante eta # |nos nofos conuentos:mas a ifo | #8
de izenção, decretarão alguns |fobuiou no anno, de 1266., o /arch de$. #
de
Bifpos de 'Portugal nos feus fy 'Papa Clemente IV. Finalmen Francife
Alanquet,
nodos, que ninguem admittife te perteuerando alguns na tei 1 1 66.
a prêgar, fenão fó aquelles fra. ma de encontrarem as izençõ
|
des, que ja fofem conhecidos es, & fauores, que os Romanos
i =======

"… : ) -
- * *
Pon

{
Menores na Princia de Portugal. 441 |
Pontifices nos auião outorgado, a Rainha D. Brites tinhão feito
nomeou Martinho IV. por nofº || obras nele. O memorial manu
(o Conferuador o Arcebipo de|(cripto da Prouincia doAlgarue |
#*#*# Braga numa º bula,cujo princi-|deule por mui fatisfeito com di
Porto." [pio he: Inundans malturdada em ||zer, que foi fundado no gouer:
| Perofa, em o primeiro de Mar-ino do dito Rei D. Afonfo;& na
ço , anno do nafcimento de || verdade não o fazem mais anti
1284. Chrito 1284. E com ito faze-||go as noticias, que em elle fe cô
mos agora ponto na relação de|tém,como he o epitafio de Nu
aggrauos,obrigandonos a dizer | no Martins, fepultado no feu
quando for tempo os feruiços, || clautro na era de 1293, que
com que tambem nete reino || foi o anno de Chuito 1 2 55. &
merecemos a fanta Sê Apotoli || húa bulla do Papa Alexandre |
ca eta fua notauel beneuolen-|| IV, dada no anno de 12 58 a
cia. , , , , || qual ainda auemos de referir.
• • |- Mas temos outra memoria, que
C A PITV L O XXI. || lhe concede mais annos, a qual
, , ||ja, communicamos a outros, -&
Compendio do tonuento de ||lhe
çz, p.anzig, d,
aquela viñº, que lºgº º
contara,& muito fórº de tépo a
São Frafadº |efcreuerão, "frei Marcos depo.", p.2.1.1
E/tremóz. || is do anno 1248. em que freicº."
-} ** * * ** ** ** || Ioão de Parma entrou no Gene *

1239. |-1| TY Ela bondade do fittio, Iralato; & - frei Lucas, no de "" .
… :* grandeza da cata,& ou || 1293 que era ja muito tarde.
tras conueniencias, cõ-|Por quanto nofas Chronicas
| fiderando tambem as quali-|| antigas, donde todos traslada |-

| dades da villa, que a ennobre-||rão, affentão a fobredita visão |


cem muito, he hoje ete conué-| no gouerno doutro Minitro
| to hum dos graues,nas partes de ||geral, a faber de frei Haimon, o
Alem-Tejo, da nofia fanta Fa-||qual, fendo eleito no anno de
milia. Mas etá tão e{condido o || 1239 no de 1244, acabou coa
(eu primeiro principio, que névida o regimento da Ordem.
.……… o pºde "Gºnzagº, nem º pa-||No difcurto detes annos etana
####|dre
n. 8.
"Vuaddingo,
Autor nem defco-||
algum o poderão outro ||ja
dopouoado
fobre elleo conuento,
apparecerãoquan
as lu
.……..…. brir. Pouca idade lhe deu º qué ||zes, & por quantº n㺠e ºbe |
dalogos" começou a contalla no tempo || em qual delles folão vitas, dan-i-
d'el-Rei D.Dinys,porqueja feu || do nòs algum tempo Pera as º
pae D. Afonfo o III. & {ua mãe | bras, no primeiro ao menos rei:
** * - - - - - - - - - - - - - nando
•• ••• ------ ".……--••• ••• •*** - • • •• • • •• • ---- -** = |- "… … … … -- - ••• •• • - - -
*
44 2. - Liuro IV. Da T Sera#77
nando ainda el-Rei D. Sancho ribaua de noite. Recorremos a
II lançamos a fundação. o Papa Alexandre IV, reprefen
2 Das pefoas, que nella tandolhe queixas, o qual aos 13
nos affitirão,ou por fua deuação de Dezembro, de 1258, nome
fauorecerão a obra, não temos ou por húa fbulla o Arcebifpo farch.de S.
Francifc, de
outra noticia, fenão fomente a de Compotella peranofo Pro Euera.
quellas, que por efcritas em pe te&tor; & [ubdelegando ele fe
{dra efcaparão do diluuio do tri us poderes em hum Conigo de
te efquecimento. Na abobada Euora, chamado Vicente Pires,
do cruzeiro da igreja, etão na ete desfez a contenda. … :

chaue do meio as Quinas de Por Qual fofe a fantidade


tugal co a orla dos Catellos, & daquelles primeiros Padres,que
noutro fecho da banda do Euan morauão neta cafa,quanta apo
gelho as me{más Quinas Reaes breza, com que feruião a Deos,
co as armas de Leão, & de Ca qual o cuidado,com que ete cle
tella: etas da Rainha D. Brites: mentifimo Senhor nos cafos
aquelas del-Reifeu marido D. mais apertados acode a quem o
Afonto o III.os quaes ambos le bufca, nos declarão etes dous,
uantarão ete templo à Majeta que aqui acontecerão. Succe
de de Deos. O coro em que ele deo é não auer pão no conuen gChr.antigº
fr.Marc. cit,
auia de ferloquado no meio do to, nem efperança humana, don fr.Luc.cit.
n.6.
• eteue, templo,
|me{mo
", fizerão Afonfo Peres, &
onde primeiro de elle lhe vieffe. O Guardião, Agiol Luft,
que etaua confiado na piedade Feiº e º
fua mulher Contança Sanches do ceo,exhortou os frades, falan |
em fumptuofa grandeza. Edito do deta maneira. Irmãos já que os
dátetemunho hía pedra, que homens nos faltão, demos brados impor
| daquife arrancou pera hum ar tumãdo a Peos,que hóqueira fictorrer
|co debaixo do dormitorio, qu㺠por/urmfêricordia, Vamos todos ma
-

do fe desfez a obra. No tempo, is cedo fá noite a mºtinas,Grah der


[que as da caía corrião com mais "ramemos com duação no/fas almas
} calor, algum trabalho nos deu | diante dºpoderº/? Senhor ; que fi elle
|em impedir o feu curto o motei com efiranha piedade fiftenta aºs bi i
|ro de Auiz tão illutre pelo ef chinhº dá terra,có mais gºloprauerà
ifforço antigo contra Mouros, co a ºs feus fêruºsfets; Etando pois |
mo hoje por fua religião, & no em matinas como os corações no |
|tauel piedade,com que etima a ceo, péra onde os lenaua a mef.
nofa. Não gotaua dellas por re| manecefidade, tomou Deos.]
zões,que lhe ferião prefentes,&| por intrumento de fuas miferi
quanto por nofía parte (e traba * cordias a hum homem muito
lhaua de dia,tudo pela fua feder] } rico, mas tamberhauarento pot
"…
- - - - -

----- - - --- eftre


- -----+- - - - - - • •• •

- — * • - - *-- — - — -- -*- - — - - - - - - —
_Menores na Prouincia de Portugal. 443
etremo, & inimigo dos pobres, 5 Noutra tal necefidade,
em particular dos frades, aos em que o Refeitoreiro" não ti- *Gonzag.
quaes não podia ver dos olhos. nha húa fattia de pão, aflentoule pagLuc,cit.cit,
| Ábrio a fuâjanella,& olhando a penfatiuo, mas cófiado em Deos, his.
cafo pera a parte do conuento, Com ito adormeceo, & quan
viofobre o feu telhado vinte & do tornou do fom no vio as me
neue tochas acefas,as quaes or zas concertadas, & prouidas de
denadas em fileiras,como os mef todo o neceffario pelos Anjos,
mos frades no coro, reprefenta |dipéfeiros do Alti
uão em fi as ceremonias delle,
Senhor. • • fº
Comerão os frades, dando tam
inclinandofehüas,& leuantando bem com etas experiencias da
fe outras, ou etando quedas Piedade diuína refeição a fuas al
todas. º , mas;& ccs pedaços de pão, que .

| 4, Epantado com ito cha fobejarão da meza, cõuale(ce


mou por fua mulher, a qual era rão doentes de muitas enfermi
mais deuota, & ambos vierão a | dades.
| concordar em que etas lúzes 6 Grandemente folicita
declarauão a fantidade dos fra uão etas marauilhas ambas os
| des, & que neles a efmola feria corações dos fieis, fazendo eles
| bem empregada Rompeo a ma étimação fingular d'hum con
|nhàm, & vindo a o conuento, uento tão ditofo,que com ellefe
quando foube, q os moradores motraua facilitado o ceo em
delle erão tábem vinte & noue, tanta correfpõdencia. E por ifo
| corroborando a deuação, q ja querendo el-Rei D. Pedro en
Deos lhe tinha communicado, trar com mais confiança no de
não fó os remediou na mileria fio da morte, que o bufcou ne
prefente,mas tambem toda a vi "da vila deixou os paços Reaes, ) •

da foi fingular bemfeitor, & em que tinha em o catello, & reti


fua companhia elegeo a fepultu erado a eta fagrada caía efcolheo
ra.Efereuem alguns,que lhe chá |pôr feu padinho a noflo Padre
mauão?edro Zom:mas as, Chroni
• • " , ; 2 - , || ||
* - -
ferafico, a quem elle veneraua
- - -
corno filho & profefó na fuai
, cas antigas, das quaes os primei
º rostomarão eta noticia,por tres | Terceira Ordem. Aqui orderou
: jvezes lhe chamão Pedrº 2á.E fe| o tetamento, dipondo o é con
elles não fe tem equiuocado, fen juinha ao bem da faluação: aqui
do o feu appelido, ou a alcunha | tambem fe defpedio deta mile
dezoi,por ferhomem deshuma rauel vida, como direi a feu
no, & grofleiro: a caridade The | tempo;& abrindofe o corpo Peta
deu o nome de Zum,pelo qual he # nbalfamar;&
balfamar, leuara Alcoba] :
conhecido. """"""###" | ca, na capellan àr. febre os de
*, ,
--+++++++++. -- --•• -- - - - -- - - -• • •• • -- --- - - - - - - --
• _l=–*_*_
g! dºs ––
— —
> -
==
— 444, Liúrº IVDAETZS㺠dos frades
- grãos, da parte do Euangelho, diante. •
=
nos afirmão que ficarão enterra 7 Tinhafe ja conformado
das as entranhas. Mas he fabu eta caía com o modo dos |
la dizer, conforme alguns cuida Clautraes, em o qual fe confer
uão, q ito aconteceo à Rainha uou muito tempo debaixo da di
| fanta Ifbel, falecendo no fo recção danofia fanta Prouincia,
bredito catello, porque fem ef chamada de Pºrtugal. E quando
tes,nem outros preferuatiuos foi no anno de 1517.lhes tomamos |
leuada a ofeu Real moteiro de o fello, & ogouerno da me{ma |
Santa Clara de Coimbra, onde | Prouincia por parte da Obter
| ainda età incorrupta, & inteira. uancia,juntos eles em hum cor |
Fntre as pefoas de mais nome, po com os conuentos, que ti:
que jazem nefte conuento, tem nhão, tambem retiuerão ete na |
k=
4

Th2

Chr.pºl.c.72
lugar" Fernão Pereira, irmão do fua obediencia. No anno de
famofo D. Nun-Aluares Perei I j 2o. de pachou hùabulla Le
ra,a quem matarão com húa pe |ão X, co a qual rôs encontra
dra,da torre de Villauiçola,que mos na Torre do Tombo,perat bºda
rendo ele rendella à voz do que fe reformafe nas regras da "
Metre d'Auiz,que gouernaua o Obferuancia:mas" no de 1542. ". Gonzag.
reino, Na me{ma occafião,em q fe deu comprimento a eta refor ºf luº
era neceffario, que tambem fe mação. E como ja nefe tempo "
rendefe o catello deta villa, fe achaua no ditrióto da Prouin |
|quanto nifo trabalhou, pera fe cia do Algarue, que etaua diui |
{
fazer fem mortes, o Guardião dida da nota de Portugal, com |
frei Lourenço motraremos a ela fe ficou incorporando...
…º

NASCIMENTO, E PROGRESsos
do Real conuento de São Francifco … " | " " )

- - de Santarem. • • ..
-

.
*

". "
- -
";"
ir
7
; -
|

# … !!! • *-*

cAPITVLo XXII. tras - pennas,na ponta d'húa pla aLufit.


Monarch,

|nície,pouco ditante dos muros, p.3" so.c.**

|Defaulnza, antiguidad, temos hum graue conuento, Souf, na Hi


Roria de 8.
motrando fumptuofº majeta , Doming P.
|-

*
-

.*
• • •
* * * * * *-*

&#fabrica. ir …]] ºu
de não fomente he capaz de ma 1.1.1.c.º. • • – • • |-

___ . . . 2, ... ||ior numero,4/efenta religiofos, |


, | I Eta populofa villa, |como tem de ordinario: mas t㺠|
I242. cujas grandes excellé-l|bem precedendo a outros mui.
- cias deferenetão ou lºto antigos,tem o terceiro lugar
-- - - ------- - - -- "Tem
* --- --- --- - - - - -- - - - - - - - -- - - -----------
AMenores na Prouincia de Portugal. 445
em dignidade na nofa fãta Pro mais nella, que até o anno de
ruincia. Aconteceolhe porêm a 1 1 59 no qual fe paffarão todos
degraça,á não he fingular nel a o catello de Ceras, como {e
le, de não contar com certeza o ve claramente pela e Monar r"p. § .l. 1 O,

anno determinado, em que lhe | chia Lufitana. Demais diffo, ja c. 14,


demos principio. E não culpa nós º temos aduertido, como disc • &#
mos agora (ó o defcuido antigo entramos em Portugal pelo an .3.
de nofos antepaffados,mas hum no de 1 2 14. & º eles forão ex e, cap. 17.
terriuel incendio, que abrazou tinétos no de 1 3 1 1, em tempo
quantos papeis, & memorias a do nofo Rei D. Dinys. Pelo 4
fuia no feu archiuo,dos quaes não não foi feu efte conuento, mas
(e reformarão mais que algúns ef nòs lhe dêmos principio. •

crituras, cuja copia fe tirou dos 3. Bufcando pois a origem,


liuros das Notas,em que etauão nos faie a o encontro a concor
lançadas, por carta d'el-Rei D. data, que fez el-Rei D. Afonfo
Afonfo IV, dada em Coimbra a III & nòs ainda auemos de refe
13. do mez d'Abril, anno de rir,repartindo as igrejas, & ermi |
Chrifto 1338.E noutro fogo, q das deta villa entre o conuento
fe accédeo no anno de 16oo.tã de são Domingos, & ete de são
bem etas fe ouuerão de quei Francifco em ordem a os fermõ
mar,como arderão muitos pape es,que os frades d'hum,& outro
is mais modernos, fe quando o nellas auião de pregar pelo dif
conuento aceitou a regular Ob curfo do anno. Foi feita no de
feruancia não forão depofitadas 126o.& quem della arguio que
no moteiro das freiras de fanta o conuento foi fundado pouco anº
Clara,onde achamos muita par tes,melhor difera muito ãtes,pcis,
te dos principaes documentos, auia grangeado por tempo baí
que agora auemos de alegar. tante tão grande aceitação no
2 Detas treuas, em que ef. particular do pulpito, que os vi
taua a fundação do conuento,re lzinhos da villa leuantarão em
*Gonzag. fultarão as noticias erradas, que feu fiuoras (obreditas cõtendas,
, pag.8oo. federão a o "Bifoo Mantuano: queja auião curtado,& então fe
• a faber, que foi primeiro de Té. decidirão. Demais dito, ja no
plarios,& que etes em Portugal anno de 125 1. tinha o me{mo
fotão extinótos, antes que nele | conuento edificios, & horta,quã |
entrafe a nofia Religião.Mas tu | do no mez de Setembro hum
doito he falfo, porque os ditos |frei Vafco (não declarou, de
Templarios nem tiuerão em e{- que Ordé) lhe fez doação d'hú
ta villa conuento, fenão na igre loliual, onde dizem a Pedreira, é
ja de Alcaçoua: nem affitirão entetada co a fobredita horta. |-
Pp Quad.
446 Liuro IV. Da bifioria Serafica dos frades
Quod #circa demos fratrum 3ánº qual acabado efe tempo fevnio
rum in locº,quidicitar Petraria gr di ás rendas de Santa Clara. Era ir
uiduurper hortum fratrum 3úmerã. mão de frei Pedro Nouaes: am
Dete anno pera tras auemos de bos frades da nota Religião; &
ir bufcando o tempo da funda filhos da dita D. Tereja, & de
ção,& ainda q não temos efcri Afonto Nouaes,o velho:dos qua
tura, que nos guie, húa tradição estodos faz menção o 4 Conde
contante de fer el-Rei D. San D. Pedro, como de fidalgos co
cho II. feu principal fundador || nhecidos em nobreza . Outra
nos faz paffar pelo anno de efmola notauel, co a qual fere:
1146, no qual elle foi priuado parou o conuento,& fez de no.
do gouerno. Mas não podemos uo o clautro interior, derão
chegar a o de 1 240/em que as pelos annos de 1363 os tetan é
Emparedadas,ou beatas,que são teiros de Ioão Durão, (aualeiro,
freiras agora de são Domingos, | @ (hanceller , que fora del-Rei Z).
antes de nós tomarmos cafa co Afonº IV. E ainda que ela foi
meçarão a florecer neta villa.Pe liberal,& izenta de encargos, os
lo que dando a tudo inteirafatif frades por feu primor a fizerão
fação, no de 1242.principiamos onerofa, obrigandofe à certas
ete conuento Real, atè (e ofere miías cantadas com licença do
cer outra certeza maior. Minitro Prouincial, que cha
4. Não damos conta do á mauão 2), frei Gºmes, como por
então (e pafou, porque faltão as cortezia naquelles tempos an
memorias,&liuros,por onde el tigos, muitas vezes nomeauão
la fe nos podia pedir:mas de pre OS prelados, } … …
função podemos certificar, que 5 º Nete etado achou el
nem o braço do Rei, que fazia | Rei D. Fernando o conuento,
eta caía, nem a deuação do po quando o perfilhou por cafa fua
|uo, que fe contentaua della, nos Real, amplificandoa muito em
anião de faltar. Correndo depo todos os edificios affi de madei.
is as obras no anno de 131 sem | ra,como de pedra,& cal; & pera
tempo, que frei Martinho No | virem alguns dos materiaes, fe |
uaes cópria o tetamento de fua alargou, & calçou por feu man:
mãe D. Tereja Rodrigues de dado a calçada do Refíaio. Dito
Meira,applicou por algüs annos || nos datetemunho o auto da vi!
pera o muro da cerca, & pera | toria, que poucosannos adiante
húas capellas,que a dita tua mãe vierão fazer os Vereadores por
tinha na nofla igreja, o rendi petição das freiras de fanta
mento de húa herdade grot Clara, a fib Santa (lara, em no
fa no termo d'Euoramonte, a caminho , que ferrom novº pe
$"ffy"4-
= ••••a
- -
- - - - -· - - - … - --- - - - -- - - - • • •••
- - -
Menores na Prouincia de Portugal. —44Z
ra tragerem a madeira d'el-Rei, da | darão, ou reformarão de nouo,
Ribeira pera São Franciscº, como | ainda hoje conferuão a fua mar.
diz o me{mo auto, no lugar, on ca Real.Pera as portas da igreja
de ellas fe queixauão, que lhes | applicou D. Filippe, o primeiro
ião foblapando o moteiro tiran do nome em Portugal,algüas cõ
do do monte faibro. A igreja cõ demnações;& achandoa arruina
tudo nos parece mais antiga, da em parte feu filho Filippe II.
porque o coro, obra grande def no anno de 1 619. em q entrou
te Rei, não foi ligado com ella, nete reino, ajudou a leuantalla
mas fobrepoto às columnas de com húa efmola grande depois
tal modo, que desfazendofe elle de lhe fer notorio,que era igreja i. Cabede de
todas ficarão inteiras, ainda que fua tem ofenfa do º padroado, q patronat. c.
39, n. IQ,
|maltratadas algüas. Era ete coro tem nas da nofia Ordem a fanta
húa machina notauel, leuantada Sé Apotolica.
no meio da igreja em abobadas é No epelho detes exem
de cantaria polida, onde occu plos Reaes fe compunha a deua
|paua o efpaço de tres arcos, dos ção, & piedade do reino, leuan
finquo,que ella tem de compri tando pera fi muitos Senhores
ldo. Ficauão emfima as cadeiras, capellas, & pera nòs edificios. E
& os tepulchros Reaes, que adi poto que as memorias do qnif
ante auemos de declarar. Mas to nos pertence, fejão curtas:ou,
|porque nete lugar entri(tecia, tras, que fe fizerão em pedra,não
|&afombraua o templo, no an com letras, mas fométe co a figu
| no de 1588.fe encurtou na gran ra de feus illutres brazões, nos
deza, & foi poto fobre a porta declarão,quaes forão os fundado
|principal no feu lugar ordinario. res de duas quadras do nofo
A repeito detas obras tão fo clautro maior. Hüa dellas man
mente,deixando as mais antigas, darão edificar D. Duarte de Me
|"Dialys é pôde pafar o que dife? Pedro nezes, Conde de Viana, & fua
de Mariz, a faber, que efte Rei
mulher D.lfabel de Catro,filha
D.Fernando edíficou o conuen |de D. Fernando de Catro, Go
to, Por outras partes da cafa,cº uernador da Cafa do Infante D.
mo he na fancritia, entrada do Henrique, Os Senhores da Cafa
refeitorio,& pelas vidraças delle de Villa Real edificarão a ontra,
fevem as Quinas Reaes, & in & com ella o capitulo,que
fignias de Reis, motrando tam nalgum tempo lhes
| bem as fobreditas vidraças no feruio de ceme- ,
| anno de 1525.que nellas età ef : : : : terio. … - - |
crito,ferê obra del-Rei D. Ioão
", "_" ;

} III.E poto que etas cafas (e mull__


TP } CA
448 | D7TIDE hiftona Serafica dos frades
ço. Età outra do me{mo Lenho
cAPITV Lo XXIII. fantiífimo em húa cruz de chryf
tal,que hum Minino Iefu,o qual
Das reliquias fagradas, & reinou pela cruz, tem por feep.
tro em a mão . E tudoito, que
| imagens milagrºfas, que D. Anna Henriques recebeo de
honrão efte conuento,com. |feu irmão D. Jorge d'Almeida,
hum milagre nota- , Arcebipo de Lisboa, quis ella
|depofitar neta capella defeus
uel do padre fanto paes, pera ornato da purifima
Antonio. Senhora, com tanto affecto de
deuação, q mandando enterrar
*** | I Endo a igreja grande, fe a os pès do feu altar vetida
S4 de fabrica batante no nofo habito, ordenou 4 pôr
fima lhe veftifem também o da
- pera os tempos antigos,
não a fazem tanto feus edificios Conceição, ornamento fingular
celebre, como as graças do ceo, das veftiduras Seraficas. Outros
que nella nos refplandecê.Logo de{pojos fagrados enthefourou
á entrada pela porta principal nete lugar o conuento, fazen
| nos elpera com os braços eften do delle ame{ma etimação: hú
didos em a cruz húa imagem Epinho da Coroa de Chrito,
deuora de Chrifto nofo Senhor, no qual fetoca a agua,com que
a qual nos mandou fazer el-Rei | muitos enfermos tem faude mi
D.Ioão I. & dizem, que pela fua lagrofa: hum pedaço do joelho
medida. Poucos annos são pafla desão Iorge, & a cabeça de fan
dos, depois que hum homem to ta Aurea htia das onze mil Vir
lhido, & aleijado dos pès alcan gens, a qual deu por particular
çou faude diante do feu altar. fauóra Princeza D.Ioãna, mãe
2 Junto delle apparece a d'el-Rei D. Sebatião à D. Ber-|.………
capella da Cóceição immacula nárda Coutinho, mulher de D.
da da Virgem Senhora nofia, cu Francifco Pereira, Commehda-|
ja imagem por etremo fermofif dor do Pinheiro, da Ordém de
fima fe acha acompanhada de Chrito, & Embaxador do mef
dous facrarios nobres, & ricos mo Rei em Gatella, & ellès a
de preciofas reliquias . Muitas |entregarão a ete fanto cõüéto.
-

dellas fe contêm numa cruz de | 3: He infigne a imagem do pa


prata (obredourada,onde vemos dre fanto Antonio não fomente
lhüa Particula do fanto Lenho por fua antiguidade, que alcan
da Cruz,& outra da carne affada | gou a dete mefmo conuente:
do e{clarecido Martyr S. Louré | mas tambem por multidão de
mila
\

→=*
*

*
MS㺠Prºul㺠Fragal
=== … rs…». ---- |
- 19
[mil agreslhou
ques ão nelaºrdi ºtas Palaurus. Eu/ºu aquel.
nati: ziºhor, *!

os. Enta a em madeira com||Sen º quem rugragemente ºfen |


habito,&corda o Efculptor que|#####mper, minha "ficar.];
afez: masa deuação do pouo|44 perdarei frus percadºs, grie |
lquer#Jº fermolear a fia muita|{uriº glins, fºrm.fifa-|
velhice, lhe fôrma outros veti-|#㺠###res nº Tºp. Ficou a |
dos de pisotilha, de feda, & de|pobre mulher peruadida ne{-||
téla,com os quaes a vete ao mº|te, hor, inel engano, cuja exe
derno.Temas mãos,&ºlhos le:|Eução apredou o fentimento , |
juantados à ºcco com tantº vi |Hue, tene de lhe chamar feu |
ueza neles, & nas feições do # mulher endemoninhada. In: #
|feuroto qu; [upendendo as al:|do pºis pera fe lançar no pé |
[mas, accende # de|gº na manhãm de fanto Anto
[deuação.Tinhadátes as infigni|hio, antrou na fua capela cõ |
|as, com que agorafe pinta, as|defejos de faber, por fila via,
quaes largºu por ficar neta po|e era el a vontade dº Se=}
tura quando obrou o milagre, álnhor. E etando comete re-i
ogo auemos de referir, motran || querimento diante do fed al
dº como pedia a Deos ajuda doltar, o Santo, que não fofreo]
feu fauor pera fazer eta obra, perderfe ella no dia da fua fef |
ou como lhe daua graças pelo|ta, lhe mandou hum famno |
auer ajudado a fizella em reme ||leue, & logo tambem lhe appa
dio de hía fua deuota. |receo em íonhos, falando, def]
"ch". | 4. Foieta, húa" mulher vi-||ta maneira. Sabe, filha, que fiº |
#….|zinha de Santarém, à qual o de-||he engano da tentador ...7hma º}
#...monio trazº dº muitos anno, efêritº, que te du, 3 com ele/#|
####" no corpo, & nalma cruelmente ||r}; lure desta fºrte tentação . Aº |
# [maletadº. O maior tormentº|cordou, & vio, que tinhº a º}
*"" era,afearlhe detal modo os pec |pe{coço hum pergaminho ef|
cados da fua primeira vida, que ||crito com letras d'ouro, as qua-|
lhe metteo em cabeça fer impof|es compunhão etas palauras |
fidelfaluarte,fe ella não (e mataf|latinas . Ecce Gutem ZDomini: fu. i
(e pº: fuas proprias mãos. E foilgite partes aduelº. Chi Lº de
tal a fubtileza do maligno tenta ||tribu luda, radix Zauíd, Aleluia, |
| dor,que lhe fazia entender, que | Alelua. E querem dizer em Por |
o me{mo Saluador Chrito Iºfu |tuguez: Ei, aqui a Cruz do Senhºr |
lhe daua efe confelho. Mas det|Partes contrarias, fugi. Vittºº Le㺠|
façandofe mais,não temeo repre|da tribu de ludº,raiz de Zauld, Lºu-}
fentarlhe a figura do dito Filho]]uaia Zeos,louuai a Zeºs. . , , |
|de Deos, fingindo que ele diz! ; Côfortada a mulher cóete !
} - Pp 3 pre-_
- ••• -
} −_-_-_ •
- - -
-- ---- -- - -- ------

—T=

TA, SITLERTZ Dahlma Serafia da fra…


preferuatino foi liure da têtação bufcão fias grandes tribulções.&
-

# com|| necefidades publicas, & na fia


ola fua alma oferuiço do|| confraria feruem efé me{m
a a a o
Santo, por cujos merecimentos|| Senhor por obrigação deuota; |
receberafãtes fuores de Deos|femétrondos de paxões, & có.
El-Rei D.Dinys, em cujo tempo|petencias, que #####
aconteceo o milagre,pedia o di ||fendem a diuída Mºjetade.
to efeito pera o ter entre asfüas||Ráros são os enfermos áctavil
teliquias. E o demonio, que a|la,que não pretendáóledarfélhe •;

| achou defarmada dete fígrado|oféu habito, ou capelló;ou cor


|tícudo, a tornou a combater có]|dão com efperanças de alcança |
as melmas tentações, as quaes fo|rem faude com etas prendas do
|tão rebatidas com hum traslado|ceo.A ventura de muitos he hó
|lo fanto original, que os fiades||tauel.Acontece tambemfertão
lhe fizerão Vinte anhoso trou- #" o repeito,dedido à os en |
ke a opeícoço, viuendo fempre | fermos, &taes as fuas intânci.
com grande quietação em ofer ||as, q lhes leuamosa ineffia ima
tiço de Deos,q fobre eta mercé||gem fanta, & depois atornamos
lhe deu graçapera morrer fanta|| a trazer pera a # capela can
mente. Emúltiplicando em ou-||tando Te2'eumlaudahº ém ren
tros etes fauores,comete me{-|| diméto de graças pelas merces,
mo eférito, & com a copia delle|que deixa feito deterrando en
feita por algum religiófo fe vi-||fermidades mortaes. Fotão mui
rão muitos milagres em Santaré, tas as pefoas, q co a fua prefença
& noutras partes do reino, & mal nos nofos tempos tiuérão eftel…
is em particular nos doentes del fauoria faber D.Manoel de Sou
maleitas. * * * fa, Prelado de Thomar, etando
6 Defe tempo por diante| defconfiado dos medicos:fua ir
foi tida em grande veneração|mâm D. Anna Hériques,mulher
eta deuota imagem, & hoje età]] de D. Pedro de Menezes, cõ hta
fechada em facrario com fuas||rotura,q lhe tiraua a vida: Fran.
grades douradas. Os Reis lhe cõ-||cifco de Mello, Monteiro mór,
|fefão e pecial deuação oferecê-||deixado ja como morto com a
do cada anno duas tochas, ou ef||cabeça éuberta do leulençol;
mola pera elas.Os moradores da|Diogo de Saldanha, & Sandé,
villa, que entendem(&importa || poto no me{mo perigo, & fua fi
|muito o entender netes cafos) a|| lha sòr Maria Magdalena no
fingular piedade, com que Deos|| moteiro de Santa Clara, onde
entre as outras imagens do me{-| demais dito forão vitas muitas
mo Santo afite a etafüa, a ellall marauilhas grandes. E não no
- -- - -- - - -

- - - -- - - - - - - - - -.- fh C4 (TiOS. - - - -
• --•••••••••• • ••••••••• - - -

--—==
Menores na Princia de Portugal.º;

-

meamos mais,ãüendo outras pe{ # entramºs nós nefavilla: afi |


{óas, por não virmos entre elas lhe foubemos grangear fua von
a topar nalgüsingratidão. itáde com merecimentos fantos,
"7 Deuemos húa memoria | que em tudo nos queria auenta
à capella que hoje chamão di al jurº os outros Doº e veio que,
mas,&antigamente dos perdões,ou fêdo os padres de são Dºmingos -

indulgencias: Foi ditof, nóste mpos | mais antígos nefriterra, ella os


antepaflados em guardar o finto : quiz excluir do trabalho de prè.
corpo do ferúó de Deos F. Anto gir, entregandonos efé cuida-|
nio de Santarèm,& as bífidas # do; &hófita nas fias igrejas tô
lutres, q adiante ademºs de nb: das.Mas cômo eles pelas letras,
mear.Hoje fêve melhorada, não &#exemplo etauão acreditados, |
(ópelo edificio; mas por ter com | & tinhão detiotos feus, que tam
grande veneração # bém os defendião,por não vir a
facrario, alèm do óutro que età atearfé nas dias Religiões o fo
k Zach.9.
n. 17. " no altar mòr, "a principal fer go da competência,que sò aria
moídra da” Igreja militante, |nopo
no podo,
|Rei no anno
DºAfonfº III. defezrfina
• •
éo.cem
El º -tº * ___ !

| Chrifto Iefüfacramentado. He
priuilegiada pera as almas por que as ermi fº"
húa bulla amplifima do Papa luas, as, & igrej is, as quaes erão vin - +

Gregorio XIII, a qual dele impee |te & duas na villa, & arrebaldes,
• • ••• • • • • •• • •

trou em dous de Setembro de | fe partidem igualmente, & nas


1571. D.Ioão Tello de Mene duas ametades ouueffe alternati
zes, Embaxadºir por el-Rei D. | ua. A faber, que os padres Domi |
Sebatião. " nicos prêgafiem feis mezes em *
hú, parte, os Frantifcanos na ou |
cAPITvLo xxiv. tra;& que nos outros feis mezes
|fe trocafem os prêgadores, pera
+

Florece efe tinuentº na aceita que com eta variedade fe défe


fatisfação a ambos os auditóriós. | i
| fã dº pºu, tudo das letras, | 2 Em outra occafiãowithos
encargºs de confiança, 634 # tambem empenhada por defo
y, y ', /* * . . . . . . . fºi f** |

de disfujeitos, al"" refeito grande parte delta vila, |


&foi quando fuccedeo aquelle
• . *: :* :* •

guns des quats .……


* *
fº nomeão. letranho cafo,que ficou num per
fe nomeão. . º | petuo milagre. Pretendialiurar.
(e húa mulher do mao tratamen
1 rT, Ornando a o princi. to,que feu marido lhe dauaperá i
:* pio,com tantos applau o que efeondeo na beatilha da
* fos,& fatisfação do po cabeça a Particula fgrada que
---• • •-
-
* •
= -*

*+- ++ PP 4_aula ==---
==|-=****** - -

* #2 TD>IVIDÃÃÃSãZT
adia commungado. Mas primei | tana pera elesbña igreja tão grã,
|ro, q a fofie entregar a húa mal de, & foi necefario etender, #
-* --

}uada, & facrilega


deu ete
- confelho,judia,
peraque lhe
lhe,|dilatar
depois | o alpendreportodo ágle:
• • • ••

largo epaço, que ainda hoje ve


{vfar mal do Sacramento fantifi mos rodeado de pilares, atèche.
|mo,foi tanto o fangue,que delle, gar à efcada,que defce pera o cã
fe derramou:tantas as luzes, que po da feira, & entetar no con-|
nele relplandecerão: tão gran # Trindade |
| desas marauilhas em fua abona | Affinos conta do auto da vito|
|ção, que enuergonhada a mali: | tia, que le fez pela Intiça em|
ciajudaica
to temerarioem
nahúa, ambas re- | 16 de Iunho de 1282-fºbrehum
outra,o atreuimen - •• •• • • • • •• •

arçº dependerada de pregagm, que


conhecelão (eu erro, triunfando |e[rs frades Xeores querião leuantar
a verdade dete alto Sacramen 4…4 ano º esfrades da Trinda-|
iria Fi
to com abundancia de gloria. Fi]|4íto diz a efcritura) o qual ar
cou a fanta Particula com huãs | có então fedefembargou. E nef :
nodoas vinas nas partes,onde foi]. tas melmas palauras fe inculca
abocanhada, & afife conferua, | a rezão de intentarmos a obraia
| até hoje com o titulo de Santº (aber, pera que nete alpen dre (e |
Xálagre. E tratando a piedade da recolhefe agente, que vinha a
villa de a por numa igreja, na os fermões, & por ter muita em
qual (e lhe défe inteira venera | alguns dias de feta não cabia
ção, muita gente feinclinaua á| na igreja. Pelo que em muitos |
nofa, onde vião etar o culto di delles, & numa me{ma manhâm
|uinoleuantado no feu auge. Po-||
-
Po prégauão dous pregadores: hú, |
|rém em nofo fauor não auia ou | fôra: o outro, dentro;&ito vi -

tra rezão, fenão eta,& a fua de |mos ainda no anno de 1 6oo.em


uação: etando pelo contrario a | a procifão dos Pafos antes que
de ter commungado a mulher a deuação do termo esfriafe, ou
noutra igreja, & deueríe áfuá, fe diuertife por diferentes luga |
Parrochial, chamada Santo Efe. rês. Nefte alpendre" foi jurado 2:Chron.
Pins mf.
na
u㺠a guarda dete thefouro.Pe | em 1o. de Nouenbro de 1477. : 91 -

lo que nella lhe derão affento,


• - -- - - aflento, El-Rei D.Ioão II.na aufencia, 4
-

|ficando nos obrigados a fazer | fez a França (eu pae. Nele me .4. Arch. da
eta memoria da boa vontade, q moºordenou el-Rei D.Ioão III. Camara de }

Santarém nos motrou. |co Infante Cardeal D. Afonfº, Santarém. |

3 Tanta era a deuação, é |feu irmão,que os padres da igreja |


feus vizinhos nos tinhão cõ tan de Maruilla vieffem benzer os |

to feruor acodião quafi todos a | ramos hum anno, & o outro tã


los diuinos oficios, que não ba! bem no alpendre de São Domin
gos:
Menores na Prouincia de Portugal · 453
gos: deixando de os benzer no todos os mais titulos, que ja te
rocio das Donnas do me{mo San mos referido, & aqui lhe forão
to, fegundo d'antes vfauão. Mas dados: Etas regencias, & etes
ja hoje etá perdido efte cotu graos honorificos extinguio a
me antigo, como tambem o de humildade da noffa reformação
vir de dous em dous annosa pro Obferuante: mas não deterrou
cifião de Cºrpus chrift aetanofia de nós o amor, & o etudo das le
Igreja. - " - --
tras, que a fazem replandecer
4 Entre as rezões, porque gloriofa entre as luzes da Catho
ete nobre pouo nos era afeiço lica Igreja. Por onde he ordina
ado,montauão muito as letras,6 rio futentaremfe nefte conuen
profefou o conuento, fendo ele to etudos, & nelle leo tambem
Academia geral,onde os natura curfo de Artes aquelle frei Car
es aprendião as fciencias, & os los, que contrangido de rezões
frades felaureauão dos graos, áparticulares feaufentou pera Pa
as efcolas praélicão. Auia Mef riz com o fenhor D. Antonio,
tre, que enfinaua Grammatica, |Prior do Crato, onde feu nome
} Leitores de Filofofia,&fãtaThe ficou muito conhecido.
ologia, & fobre elles Regente, a 5… Daqui nafcia em parte a
cuja conta etaua ogouerno dos grande autoridade dos Guardi
etudos. E dete nos deu noticia ães deta caía,dos quaes fe fiarão
húa efcritura feita em 15 de Oi fempre muitos negocios, que
tubro de 149o. onde achamos erão de importancia . Duas
e{crito, que o Guardião fre, Pedro commifsões do Papa Clemente
d'Abrantes Leitor,grºtefire Fernã IV, motraremos a feu tempo.
dº de Figueiredº, ºtifireRegente nº di Os prouimentos de capellas, q
to conuento emprazarão hum oli lhes são encommendados (em
** **** -
ual, annexo à fancritia, a Mar prejuizo da nota fanta pobreza, [.. . * * * * *
tim Vaz na forma, que os Clauí fazem hum numero grande. Em …………
traes cotumauão emprazar, Al hüas proué o Guardião com ad
fiftião tambem, por autoridade | juntos as fuas mercearias em ou
das fobreditas efcolas,Bachareis, tras nomea adminitradores,quã
Licenciados, Prefentados, & do as capellas vagão, ou elles fal,
Metres, de cujos nomes andão tão em fuas obrigações: #
cheos ospapeis daqueles tem-| nomea onoffo Syndico, feguin
pos antigos, nos quaes muitas do porêm o voto do Guardião,
vezes, encontramos do anno || & étevifita outras,nas quaespo
1492. atè 1498, ao me{mo frei| de reformar o que for conueni
> • • • • • • • • - {

Pedro d'Abrantes, nomeado ente. Pera iluftiarmos etano.


não fomente por Leitor, mas cõ fa narração, damos noticia
dous
de •

*> * * * }
*
**************************** ----
-

***-*-*-* - ---……………- -- --- …………… ….


\

454 TºIVIDE hi/toria Sera# T {}}


dous Intituidores. Tem o pri em virtude, & em letras de hum
meiro lugar D. Leonor de Me freiVafco Soares,filho de Soeiro
nezes, filha do Conde de Viana Annes, & de D. Marinha,a qué
o "Conde D. Pedro deu tãbem 4 tiras,
D. Pedro de Menezes, & da
Condefa D. Margarida de Mi a conhecer. O me{mo nome dei
randa, fua primeira mulher; a xarão o Bipo D. frei Martinho
qual etá fepukada junto delles de Vafconcellos: o Inquifidor
no conuento de Santo Aguti geral frei Afonfo de Alpião:
nho,onde fundou a capella, veí o Confeffor de D.Fernando de
tida no nofo habito, & retrata Noronha, fegundo Conde de
da com ele na pedra da fepultu Villa-Real, que tinha nome frei
ra.O fegundo he o padre Diogo Lºpo: frei Lourenço de Santa
Vaz,Deão da Sè de são Thome, rèm, occupado no feruiço da Ra
& deuoto fingular da nofía Reli inha fanta Ifabel; & outros Va
12O. rões illutres: alguns dos quaes
6 Aitofe ajuntaua o gran não fe contentão ainda com eta
de merecimento de muitos reli declaração. A hú frei Martinho
giofos, que co a fua preséça auto fe confefaua obrigada a villa de
rizauão a cafa;& pela me{ma re Torres nouas pelo amor,com q
zão forão innumeraueis as ve elle,fendo valido d'el-Rei, agen
zes, que as pefloas maiores de ciou, que lhe fizeffe guardar to
Santarèm encõmendarão a pre dos os feus priuilegios. E quafi
lados, & a fubditos fuas vltimas em defempenho nos fez efmola
vontades no defcargo das conf. d'húas cafas a zo do mez d'A-
ciencias,execuções de tetamen bril,de 1392.João Pires,Caual
tos, & comprimento de legados. leiro,& morador na me{ma villa
e.arch.da
Demais dito, a hum delles, que dizendo, que nito confideraua
\

| Proued. de
(e chamou frei Fernando, º en º muitº/truiçº de Zºeos, que fe em ca
Santar.
cõmendou Duarte de Soufa ja da hum da faz.nº mºefieiro de Sãº
no anno de 15 11.a tutoria de fe Francifco de Santarém; g) ºutro",
as filhos, porfer homem muito como frei Xartinho, fraire do duomº
graue. Aqui ficou grande fama ºfieirº, he seruidor dife (oncelhº.
RELACão Do GRANDE SERvo DE
Deos frei Antonio de Santarem. * |- * ** * •

CAP 1TvLo xxv. Os padres antigos, os


Defia vida fanta, & obras "D desquaeshonrarão
com fuas virtu
e{te con
prºdigiofas. 'uento, não temos tanta noticia,
- -

como
------
-- .--
>

Menores na Prouincia de Portugal." 455"


como do feruo de Deos frei An fufpirão tão fomente, ou que de
tonio de Santarém, natural da tem fuípirar pelas moradas do
| me{ma villa, a quem feus proce ceo, Deufe muito a oetudo da
| dimentos detão titulo de Santo: oração, & das letras recolhendo
as obras, de Milagrofo. Sendo em fi mefmo as aguas muitas da
mancebo, & nobre paffeou húa | graça celetial, que depois auia
|fenhora dotada de muitas pren de repartir pelas charnecas mani
das, pera fe cafarem ambos; & nhas, de que Deos não recolhia
| apertando com ete requerimê fruito algum de virtude. E def
|to,ella o lançou de fi dizendo ef batando teu corpo coferro da |
|tas palauras. Comº vos no riº lordão penitencia, laurou nelle hum |
|vos lauardes muitº bí, estão fºrtismº intrumento perfeito, pera com
marido. Que não fará hüa cega elle obrar o mefmo Senhor mui
afeição,&hum amor abrazado? | to grandes marauilhas. -

Aceitou por condição de cafa 3 - Etando nefte etado de |


mento o que era zombaria: par homem fanto, & prêgador Euan
tio pera Paletina, & depois de gelico tornou pera Portugal por
felauar no rio afima dito em fatisfazer o nafcimento à pátria
cheo da fua agua hum vafo,com co thefouro de virtudes, 4 gran
o qual, & com outros tetemu geou fôra della. Pertêcião nefe
|nhos de fua fineza rara tornou a tempo à Prouincia de Sant-Iago |
folicitar as vodas,que defejºua. os conuentos dete reino: mas
Mas confeguindo feus amorofos como no corpo della etiuewão
intentos, não quiz Deos que os congregados em diferêtes Cuí
lografe, pelo terja detinado pe todias, não conta com euiden
ra fujeito notauel de fuas mife cia,em qual dellas floreceo o dito
ricordias.Pelo que em breues di Seruo de Deos. Cuidauão algús,
| as lhe faleceo a mulher;& com | que numa, que fe chamaua de El
ete defengano do pouco, q du uas:porêm tal Cutodia nunqua a
|rão todos osgotos do mundo,co ouue no mundo. O padre" frei *n.3.j. àn. 1470,

|meçou a empregarfe em amar o Lucas diz, que feria na de Euora:


| fummo Bem, & os deleites eter mas tambem fe enganou, porq
nos,que nanqua haõ de ter fim. elle floreceo na fua opinião pe
Renunciou os parentes, & ami los annos de 117o,& efia Culto
gosta fazenda,& a patria: as hon dia foi leuantada de nouo no de
ras,& paflatempos;& deterrado | f33o,como então motraremos.
de tudo por amor de le{u Chrif Efe he certo , que nefe tempo
to,entrou pelos reinos de Catel viuia, como tan bem te poderà
la, onde profetou a nota Religi arguír pelas Chronicas antigas,
ão de peregrinos na terra, que as quaes etreuerão dele no mi.
nitrado
–=+=_1_=_

456 Liuro IV. Da bifioria Serafica dos frades


nitrado geral de são Boauentu feu braço milagrofo a Majeta
ra, então não auia mais Cuto de diuina em confirmação das
| dia, a que ele pertencefle, fenão verdades,que dizia. Encontrou
húa, chamada de Portugal, & ef duas mulheres,as quaes etauão
| tédida por todo o nofo reino. E em odio, & elle quiz reduzir a
fe chegou a o anno de 1274 em amigauel concordia. Hña dellas
que o fanto Geral acabou o feu fe comuerteo facilmente: a outra
oficio: ou tambem a o de 1 278. máis emperrada nunqua quiz
.F.Marc.p. depois do qual o nofo º Bipo obedecer a os feus fantos confe
v. 4. c. 11. do Porto nos dà a fua memoria, lhos. Pelo que ardendo naquelle
17. &fegº
} na Cutodia de Lisboa o aue zelo,que noutra occafião foivif
mos defereuer, porque eta faio to no Apotolo º são Paulo, lhe c. 1. sdCor,
da de Portugal no anno de diffe etas palauras. Perdida,ºrdef. $, v },
1272. & comprehendia os con almada mulher, que mais queres dar
uentos de Santarèm,&de Euora, gº/toa º demoniº,que a º Filho de Zeos,
onde viueo,& morreo,na largue
za dos feus termos. •
º qualperdoou a quem ºpregºu na cruz!
Pois eu tambem em virtude do nome de

Mettido em Portugal e{- lefa Chrfiste entregº a efe mºfino de


te Varão Apotolico foi rompé monto, pera que te atormente no corpo,
do matas brauas co arado da @r a alma /ja falua. Cafo grande,
prègação Euangelica, regando & notauel! No me{mo ponto
do pulpito com húa corrente entrou nella o efpirito maligno,
larga de lagrimas a femente de & a foi affiigindo cruelmente,
virtudes,á lançaua nos corações atè que reconhecendo a culpa,
dos ouuintes. Erão fettas pene pedio o perdão, que d'antes não
trantes as fuas fantas palauras,& queria conceder. -

ferindo com elas as almas mais 4 Padeceo no principio


obtinadas, obrou pela graça de trabalhofas tentações dos infer
Deos admiraueis conuersões. naes inimigos, que o querião ti
Andaua de terra em terra por rar do feruiço do Senhor:desba
communicar a todos as miferi ratou os porèm em muitas occa
cordias innumeraueis do ceo,fiões, nas quaes eles em figura
trazendo fempre configo a o humana, apparente, & vifiuelo
menos hum Confeffor, que o vierão combater . Arremeteo
ajudafe a ouuir de confifão a húa vez, antes de vir de Catel
muita gente, que ele conuertia la, a hum demonio detes, & ar
nos fermões a oferuiço de Deos. rancoulhe hum olho. Affi o ma
Sepultou muitos odios antigos, nifetou a Domingos de são Ma
& innouou amizades, que pare chinete, do qual logo auemos
cião impolfiueis,affitindolhe cõ de efcreuer, ete proprio demo
–_> +L
nio,
T"
/

••••••••• •• ••••••••••••****-*

# Menores na Prouincia de Portugal. 4# 7


pio,&nãqua mais tornou a appa |" entabolado por Santo,
recer,fenão cõ o outro olho. Dõ hum famofo embuteiro, com !
de veio a fer pauor, & epanto quem lhe aconteceo o que ago.
defe tenebroto reino,que os ef |ra dizemos. Era hum Pator,que
piritos malignos gouernão, ou (e chamaua Zamingos,o qual mo
de{gonernão. Em cuuindo o feu lhando em húa fonte o pão, que
nome, defem parauão os corpos, ania de comer, ficou dos bra
de que etauão fenhores:em elle ços tolhido . Logo lhe appare
|
apparecendo,fugião de puro me ceo hum negro, que não ti.
do. Tambem lhe obedecião as nha mais d'hum olho, & nome
criaturas da terra, ainda que in andoo pelo feu proprio nome lhe
fenfiueis, reconhecendo o po falou deta maneira .… Queres
der do Criador, q ele lhe tinha feruirme, Zomingos, Ór eu te darei
dado pera grandes marauilhas. /aude . Tambem lhe diffe co
E affi entrando ele na cadea mo era o demonio, & quando
deta villa,não fez mais,que pôr vio,que o Pator fe calaua, deu
os olhos nos prezos, quando lo lhe húa bofetada, com a qual
o etalarão as corrêtes,as alge todo o deixou tolhido, & dif
mas,& grilhões dos que etauão fe etas palauras . Não ves, co
(em culpa:como fe leuara nelles mo te tenho debaixo da minha mão?
a virtude foberana do Senhor, º Se queres fºr meu criado, logº eu te
que defatou noflas almas das ca curari, 3 dipois fºras ricº, ºfit
deas do peccado co a vita amo mado nesta terra, @r venerado por
rota de lua milericordia. | Santo. Cõ[entio na tentação o mi
ferauel Domingos, dando a one
gro do inferno omenagé: fenão
cAPITv Lo XXVI. quando fe leuantou de repente
húa grande multidão de caual
leiros armados, os quaes quebrã
Do que lhe acontece com hum do as lanças, & jultando huns
| pator enganado do demo cos outros, dizião a altas vozes.
nio,&5 de fua fanta No/%he Zºomingos: nofo he Zomingos
de são Yachinete. Declarando po
: º morte,
rèm ele,que era fó do feu demo
nio torto,os mais defaparecerão.
1 QN Endo Guardião de São Apôz dito o leuou o tenta
Y Francifco de Euora ete dor a hum valle, onde o teue
Pregoeiro grãde da pie fete dias efcondido como
dade de Deos, falo a prègar morto , fem nelles lhe dar
pelo diftrióto de Eluas, onde nunqua a comer mais d'hum
Qq peda
- - -

Liuro IV. Da T775777;frades -

pedaço de pão,& efe ainda mui condera em tempo de Mouros


to grofleiro, & negro,mas dete hum Bipo fanto, martyrizado
modo regala a os,que melhor o por eles. Ele me{mo ajudado
feruem. Sendo achado neta fi do demonio leuantou húa das
gura de morto,& leuado a enter pedras, que muitos homens
arte em Eluas, leuantoufe gran não poderão abalar . Daqui
de contenda nos clerigos, fobre tirou o inferno o fruito, que
quem herdaria o feu gado. Ito e{peraua, a faber os aggrauos,
queria o inimigo commum: que recebeo hum Caualleiro
competencias,& cobiças na gen d'Alcantara por dizer, que eta
te ecclefiatica : & leuando adiã cruz era fua : as difIensões da
te o engano, que ja auia ordido, clerizia, & pouo em quanto não
mandoulhe, que fe pozefe em aflentarão onde ella fe auia de
pè como homem, que vinha do | guardar, & finalmente a grande
outro mundo, & diffefle certas veneração, com que ficou ete
| coufas,que parecerão profecias. feu Profeta falto, o qual, pera |
Tudo fez,& tudo diffe Domin mais endiozarfe, por confelho
gos, encommendando tambem, do demonio fe retirou a o cam
que leuantafem igreja a são po. Mas o pouo enganado,
Machinete, porque auião de ver em procifão o foi bufcar pera |
muitas marauilhas nella. Ven Eluas com tantas acclamações,
do depois,que auia dilação, ame que na igreja, como a Santo,
açou a o pouo que não choueria lhe fizerão apozento, & pelo
naquelle etio todo em quanto caliz fagrado lhe dauão o vinho,
não fe fizefe a obra. Defculpa. que auia de beber.. Então os
rãofe, que lhes faltaua a cal, enganou outra vez dizendo,
& então lhes defcobrio húa mi que pois o tinhão trazido con
.na de barro branco, o qual li tra a fua vontade, por mais
gaua melhor do que a propria guardas, que pozefém, os fe
cal. us Anjos o tornarião breue
2 Acabada a igreja, foile mente a leuar . E afi aconte
uado pelos ares a o conuento d'- ceo naqnella noite feguinte,
Alcâtara, & tornando com húa que os demonios o tirarão da
cruz de reliquias, que nelle ti. igreja, & o leuarão a o catel
nha furtado, depois de enterral. lo de Iurumenha, onde o buí
la com muitas pedras em fima, caua infinidade de gerte, &
mandou, que cauafem naquel. fazia muitos milagres fantaf
le mefmo lugar, porque nelle | ticos |-

acharião hum thefouro de re 3 Neta altura etaua a


liquias, dizendo que ali asel fua opinião, quando fe #
em
AMenores na Prouincia de Portugal. 459 |
em Eluas o feruo de Deos frei tas a o altar, & defuiando o ro!
Antonio de Santarém; & como todos frades (que não os podia
era allumiado do ceo, informan ver) tudo era queixarfe do
dofe primeiro do que tinha fuc aggravo : & força, que lhefa •

cedido, entendeo que tudo erão zião . O pouo tambem ainda


falfidades,& embutes.Pelo que etaua apaxonado por elle: mas
paflando a Iurumenha pera def o fanto frei Antonio com mui.
fazer eta torre de Babel,em fu tas rezões,que diffe, o obrigou
bindo a o pulpito defenganou a a benzerfe.
o pouo, que Domingos não era 4 Fazendo Domingos fo
profeta,nem fanto, nem milagro bre fi o fanto final da Cruz, co
fo,fenão sò enganador, & intru meçou o demonio a atormen
mento do demonio . Ouuin itallo de modo, que muitos ho
do ito a gente fe leuantou mens não podião ter mão nelle.
contra elle, afrontandoo de fra Sò frei Antonio, que o abra
de maliciofo, & inuejofo, que çou configo, chamando fém
queria deshonrar a quem fer }
pre pelo nome de lefu, nunqua
uia a Deos . Elle porém in o deixou fugir . Nito gritou
fitio, que o mandafem vir o demonio. Zeixame, frade ca-l
do campo, onde etaua efcon peludo, far dos poderes, que tenho |
dido, porque em virtude do mete meu feruo; fenão, a ti mº/mote |
nome de Iefu Chrito o faria porei nº feu fado. E vendo, que
confefíar publicamente como nem affi o largaua, deulhe hum |
as fuas acções erão infernaes afiombramento, que lhe poz º
enredos . Nette tempo lhe bocca á orelha com tanto pa
dife lá o demonio . Zomingºs, uor de todos, que até teu com
tu não vas a Iurumenha, porque panheiro fugio pera detrás do
vierão ahi por meu mal dous capel altar, ficando ele no campo à
ludos, @r grandes meus inimigos, braços com o demonio . Mas
hum dos quaes me quebrºu já efe confortado pela graça do SS
ºlho . Efe telenarem prezº, não nhor, & co final falutifero da !
te benzas, nem entres na igreja : fua Cruz preciofa, compozlo
fênão, lºgº te hei de tirar a vida. go a figura do feu roto, fez fu
Contudo veio por força, & met gira o demonio, & libertou a

tido na igreja co a me{ma vio Domingos de tão cruel catiuci
lencia, manifetou claramen ro,o qual confetou publicamête
te qual era o feu epirito. Não quãto auia Pafado, & por aqui
fe benzeo, né quiz tomar agua acabarão todos os feus milagres
benta, nem adorou a Cruz de faltos. Queixofo porém o inimi
| Chrifto : mas virando as cofº lgo maleuolo de lho tirarem das
*=

... Qq 2 s vnhas, {
4óo
----
ITTDTS-77777;
vnhas, o apanhou noutro laço, deira, no fundamento do qual
em que veio a cair. Appareceo foi achado o fepulchro, que pri
lhe coin hüas vaccas furtadas no meiro fe cobria com a fobreditº
campo de Badajóz, dizendo que pedra,& nella a cáueira,& os of
erão fuas,& rogoulhe q as lenaí fos miturados com califa: mas
fe,&védefe na cidade, cõprome{ tudo logo (e tornou a e{conder
fa de lhe pagar muito bé. Foi o debaixo do Sacrario do Sacra
trite enganado, & acodindo os mento Santifimo. Anda contu
donnos o arguirão de furto, & do referido o feu nome entre os
condemnarão á forca. Affi aca Beatos da nota Religião;& del
!bou o embuteiro Domingos, letratão tambem nofas Chro
em catigo de feruir a o demo nicas antigas, nofos Annaes, o b. Feb.19.
lnio: enforcado emBadajôz por nofo º Martyrologio, o nofo
ladrão.
Bipo do Porto,º o de Mantua, e.Gonzag.
5 O feruo de Deos frei An Pagºoo.
que por erro o nomeoufreixodri JPag.34.
tonio,triunfando do inferno re gº,as º Contituições do bipado
colheofe a o cõuento de Euora, de Eluas, a Hitoria do arcebií
&acabada a fua guardiania,ve pado de Lisboa, o Licenciado
io cumular a vida de fantos me Iorge Cardofo em o feu Agilo
recimêtos em efte de Santarèm.
a HiR.Eccl.
gio, & outros, alguns dos quaes |
de Lisb p.2. Daqui "fubio fua alma a o def deixamos ja alegados.,
c.49, n. 1o.
Agiolog L
canço do ceo, & aquide(cançou
fit, Ian. 1o. tambem feu corpo na capella, a
let.c.
que chamamos das almas. Ainda
hoje feve húa pedra leuadifa,q CAPITv Lo XXVII.
cobria os feus ofos, poto que
pelas mudanças, & nouidades, é Da grande refºrmaç㺠, que
ouue neta capella,etaua defco
nhecido o lugar proprio delles. |nºlia tafa (e fez: priuligios
Húa cabeça vimos nós fer vene
rada por fua entre algüas reliqui Reaes facceº de hum fra
as,a qual depois em fegredo en de, que não trabauti
terrou hum Guardião efcrupulo Xado, & fama
fo, [em ter repeito ao cotume fanta de ou
antigo,por lhe faltar autoridade
t/0J.
exprefa da fanta Sè Apotolica.
Tratãoo ja da imprefão dete li
uro fe desfez o altar deta capel
la, que era daluenaria, pera fa F Oipañndo et-consáo
bricarem outro melhor de ma * cõ os etilos da Clauftra
atê
*--* ********
• • • • •• • •

Menores na Prouincia de Portugal. - 46 *


até o anno de Chrito de 15 17. que nos quiz enriquecer o Se


no qual o fummo Põtifice Leão nhor em o etado da Clautra,pe
X. nos izentou da fujeição dos a que os bens, que São Francif|
Clauftraes,leuantando nete rei colargaua, aceitando nòs a ef.
no em prouincia ditincta, co treita Ob{eruancia, engrofa
mo fez por outras partes, todos fem, muito mais as rendas de |
os nofos conuentos da regular Santa Clara. - -

• * * -

Obferuancia.E querendo multi , 2 Ficou porêm tam lutro


plicallos comete,não fô em nu fo o conuento com os replan
mero, mas tambem em maior dores nouos da ferafica pobreza,
autoridade, paflou no mez de que querendo a Piouincia no
Maio hum bicue,pera que fere | anno de 153o. antes defe diui
formafe. A reformação fe fez lo dir em outras, ordenar os pri
go em Agoto,fendo Guardião o meiros e tatutos, que nella feim |
|Licenciado frei Sebatião, que primirão, º aqui os difpoz por a.arch de S.
Francifc, de
defitio do officio, & entregou o ordem,copiando deta cafa, co Lisboa,
conuento nas mãos da obedien mo de original,a muita reforma
cia de frei Francifco de Lisboa, ção, que defejana nas outras.En
rimeiro Minitro Prouineia! tão (e determinou, que fe viefé|
dos que forão Obferuantes.E ou curar nella os doentes de toda
ue tanto rigor em o deípir das | a Etremadura: Tão longe ete.
fuas difpentações,que não fomé. ue fempre de mandar os feus a
te lhe esfºlarão a pelle, fenão é os hopitaes: querendo antes
lhe efgotarão o fangue. Porque fujeitarfe a os gatos, que ás ve
as efmolas de dinheiro, que po zes excedem as noflas pofes,do
dia ter o Syndico pera acodir que faltarlhes a elles no tempo
com elas à nofía necefidade: as da fua morte co a prefença de
capellas, cujo vfo não nos era todos. Os Reis, que a virão po
prohibido,quãdo (e déffe a outré bre, lhe fizerão muito maio
a fua adminitração: os priuilegi res mercès. Dom Manoel or
os, as efcrituras, & titulos,que ef denou, que na praça, & açou
tauão no cartorio:tudo ito fe trã{ gue nos dem logo depois do
ferio pera o Real moteiro de Alcaide mòr, fem preferirem a
Santa Clara neta villa, que tam outrem, o que ouuermos mifter;
bem fe reformou no feu tempo. & ito ainda antes de etar almo
Pafamos por etas coufas, por taçado como é mãdou el-Rei D. b.arch.da
Camara de
que não haja ainda quem fulpi Ioão III. A lenha tãbem quãdo SantaIena,
re pelos alhos,&cebolas do Egip nos forneceffaria, nas fuas matas
to depois de etar mettido na da charneca d'Almeirim pode
terra de Promiflão.Mas parece, mos mandar fazella.
•• -

Qq 3 3 Hum
--------

462 Liuro IV. Da Tria Serafia dos frades


Hum cafo grande fucce pera a emfermaria, recebida em |
deo naquelles primeiros tem poucas horas a Communhão, & |
pos da Íua reformação,pelo qual Vnção, entregou muito conten
podemos irratrejando o cuida te a lua alma a Deos.Não pude
do,& defuelos, com que affite a mos alcançar, que falta ouue no |
nofo bem a piedade de Deos. feu primeiro bautilmo.
Morauão nete conuento dous 4 Por amor dete Senhor,
elpeciaes amigos,hum velho,ou que em rezão de nos faluar nof
tro de menosidade,os quaes en fas almas deu fua vida na Cruz,
contrandofe hum dia na caía do offerecerão tambem muitos reli
capitulo,etiuerão conherfando. giofos as fuas curando a os doen
O mancebo, que quiz alegrar o tes de pete, quando ella poz a
velho por fer homem de muita fogo eta populofa villa. Seis del
finceridade, contoulhe algüas les,que confumio o incendio pe
graças,às quaes elle refpondeo. los annos de 158o. achamos re
| Cou/as dizeis vós t㺠fora de ca minho, feridos por feus nomes numa re
que não parecem de homem haurizado. lação antiga mas não feepecifi
O outro lhe replicou. Não zombe ca quaes detes forão os dous, q
is muitº com / porque auerà tres nº por faluarem os outros fe entre
tes, que fenho, que o não/ou; grando garão à morte nete fanto exer
muinquieto.Tornou a dizer o ve cicio. No de 16oo. foi na Cafa
lho. Não creio nºs u/us/anhos: mas fé da faude admirauel por obras de
andais t㺠inquietº, porque não vos piedade o deuoto frei Berardo,
bautizais? A o que elle lhe diffe. cujas acções auemos de e{creuer
Se entendeis, que me conuem,bautizai |no conuento da Conceição de
me vós agora. E o velho mettendo Matozinhos,onde feu corpo def|
ambas as mãos na pia da agua cança.
benta, que ficaua junto del 5 Nefa cafa dedicada à pu
les,lançou hum punhado fobre riffima Senhora grangecuo pa
a fua cabeça,& diffe debaixo da dre frei Antonio de são Diogo
condição, fé não era bautizadº, as muitas das preciofas virtudes, á
palauras formaes dete fanto fa neta de Santarém commutou
cramento. O piedade immenfa com muito ganho pelas rique
do Altifimo Senhor! Segredos zas do ceo. Pòdefe honrar a ci
occultos de fua fabedoria! Qué dade de Coimbra fua mãe de
lhe ha de dar alcance a feus jui nos dar hum filho tão exemplar
zos profundos, a feus caminhos na pefoa,tão deuoto no epirito,
eternos ? Acabado o bautifmo tão penitente na vida , tão ze
lhe deu logo hum accidente lofo da fantifima pobreza, cheo
mortal, & leuandoo nos braços de tantas virtudes,& de tanta ca.
ridade.
Menores na Prouincua de Portugal.A ==
ridade. Sendo Guardião do fo perafempre. A etes brados pare
bredito conuento de Matozi ce,que a cordou o Senhor,gritã
nhos no anno de 1595. hum di do tambem por elle o Audito |

luuio do ceo, que caio por mui rio;porque fe à vinda diffimulou


tos dias,não fomente afogaua (e co as gottas de orualho,que def
menteiras,mas parece, que pretê pedião as nuuens, quando tor
dia tambem alagar o mundo to nou pera cafa no me{mo dia à
do, como no tempo de Noe. E |tarde, o follhe faio ao caminho
neta tribulação,ardendo ele no |mais claro,&mais lutrofo,do qê
c.a. Mach.1;
fogo da caridade, º feito outro muitas fomanas auia apparecido.
Ieremias fe desfazia em lagri Não tiramos,pera fe dar ao feruo, |
V.14s

mas chorando fempre a miferia a hõra a o Senhor: mas os clamo


do pouo, & rogando á Majeta res do pouo,4 o veneraua muito,
de diuina,que víaffe com elle de | derão també muita parte à fua in
fua mifericordia. Não deixaua a|tercefão. Depedido daquella
oração,& cada hora faia com al| guardiania,& de todas as digni
gía deuação, ou penitencia no dades da Ordem, fe recolheo nef
ua, a qual aplacafe o foberano | ta cafa pera guardar fomente o
Senhor . Chegou a tanto ete paraifo da alma, cultiuando as
aperto geral, que foi leuado em virtudes, que nella tinha planta
procifão da Igreja de Bouças a do, as quaes regaua com muitos
o Porto, epaço de húa legoa, o rios de lagrimas no tempo da ora
deuoto Crucifixo, que fabricou ção. Mas no anno de 1 598. foi
Nicodemus, & neta me{ma mudado dete trite vale delas
pera o monte da gloria, confor
Igreja hetido por milagrofo.
6 O Guardião o acompa me a o nome,que deixou. ,
nhou tambem com os feus reli , 7 Imitou muito a Chrito
giofos, defcalços todos, entoan na manfidão,& humildade, º de "…
do ladainhas,& derramandoma que ellefe prezaua, o irmão frei
is afectos, do q ainda palauras. Áluaro d'Áuelãs, frade leigo,
Chegarão á Sè do Porto: elle fu & natural de htia piquena villa,
bio ao pulpito pera repretentar | finquo legoas de Coimbra pelo
a ete mefino Senhor aquella ne caminho do Porto,que lhe deu |
cefidade.Gemia,choraua,falaua o appelido: O abatimento pro
com elle, & dizia muitas uezes. prio era nelle admirauel: abran
dPfal.43»
V.43.
Exurge, "quare ºbdormis Zumine? dura de fua conuerfação não pa
Exurge etne repellas infinem Itohe recia de homem, fenão de anjo
em portuguez. Leuantaius Senhor, do ceo. E afileuou fempre com
pºrque rezão dormistantº? Leuantº muita fuauidade o jugo fanto
uos, Senhor, @r não nos lanceis de vós dos preceitos Euangelicos fem
Q\q4 Tefcan-
*1-
— — —
464 | Luro IV.Da bifloria Serafica dos frades
efcandalo do proximo,com mui mos. Alfange, nafceo nofo irmão,
ta fatisfação da Majetade diui frei Romão, q aceitando as pri
na. Dizia algüas coutas, que pe zões do matrimonio, & feguin
lo fuccefo dellas parecião profe do a etrella de feu pae, barquei
cias, como tambem te julgou ro da carreira de Lisboa, mete
por ete cafo feguinte.Vinha de officio (e occupou alguns annos,
Sãto Onofre, onde era morador, Faleceolhe a mulher, & vendo |
&º * Reg I4.
pera fe curar aqui de húa enfer elle desfazer(e eta vida º como v. 14. |

midade,& porque de Santa Cla as gottas de agua, largou barco, |

ira nos mandauão as dietas,como & largâra tambem redes em ca


a fua condição fugia de dar mo. fo,4 astiuera, por teguir a Chrif|
letia, chegou à roda & dife. to pobre na nofía Religião. Mas
| 2fadres, eu me venho curar em São porque entraua em outros ma
Francfco: peçº muito, que não tenhão res,que nauegão da terra pera o
|djo pena, porque na fºfia de todos os ceo, por fegurar a viagem carre |
Santos teràfin ºfte trabalho. Falta gou opezo da humildade no laf
uão fó oito dias,pelo difcurfo dos tro do feu baixel, como era ne
quaes, attendendo fempre a obé cefario a oetado de frade leigo,
de fua alma, deu muitos finaes que profefou entre nós. Auen
de vir a fer hum d'aquelles me{-| do de fer Acolyto numas veípe
mos Santos, que reinão com ras cantadas do Na{cimento de
Deos na gloria. E quando che Chrifto, quãdo lhe diferão, que
gou o tempo, que tinha afinala fevetifle com amióto, & com
do, no anno de 1 6o8. rematou alua em rezão da fua folemnida
fua vida exemplar edificando ef de, replicou com muitas lagri
tranhamente a todos, em parti mas, que não era digno de por
cular as freiras de Santa Clara, % em fua cabeça as infignias fagra
pedirão retalhos do feu habito, das, de que v{ão Sacerdotes no
& os tinhão em muita etima altar; mas fobreuindo o preceito
ção. - do Prelado, o q d'antes recufaua
por humilde, ifo me{mo execu
CAPITVLo XXVIII. tou promptamente em rezão da
fanta obediencia. Foi tambem
|Doutros religiofis de fanta fingular neta virtude: de modo
que,fendo velho,& enfermo,fe o
| recordação. Vigairo da Cafa,a quem ito per
tencia, o mandaua no domingo
1 O pè dos montes de à efmola d'Almeirim, que feià
Santarèm, ribeiras do de Santarèm húa legoa, abaixa
Tejo, onde chama uº a cabeça, tomaua o alforge,
& ca
*ssassimassawsw=s&s=9
AMenores na Prouincta de Portugal.
% 465
& can inhaua alegre.Se o Guar eípirito no fogo da deuação.Re:
dião compadecido da fua muita colhiafe à noite em a capella das
idade ordenaua,que aão foffe,fi- almas,onde etana muitas horas,
caua co a me{ma alegria,refigna & defatando a fua em faudofos
do fempre no parecer dos prela fufpiros, com tanta força chora
dos. ua as aufencias de Deos, os dam
2 Foi muitos annos Portei nos de feu deterro,que no coro,
ro com grande goto dos po ficão o muito ditante, o ouuião
bres, que todos achauão nelle os outros religiofos, fentindo no
confolação, & emparo, & então coração marauilhofos efeitos
lhe fuccedeo ete admirauel ca do arnor do me{mo Deos. E ten
fo. Entrou na cozinha pera lhes do ja caminhado muitos annos |
leuar a panella do feu caldo, & por etes feus exercicios, hú del
vendo embaraçado o nouiço co les, & foi o da difciplina, lhe
zinheiro em tirar húa tanãz,que apreícua jornada, que defejaua
lhe caíra no fogo, lhe diffe etas fazer. Começou a corrõperfe a
palauras. (omo auels vos,irmão,de fo carne ferida,& pizada dos açou
fer 0 fºgº do Purgatorio, /e não vos tes: ele, por efconder a virtude
atreucis a tomar / tanăz? Pegou encobria o achaque: quando de
della, & tiroua pera fóra, dizen pois lhe procurou o remedio,era
do ainda mais.Se importar a oferu, o tempo pafado;& affi muito cõ
º de Zeus metter eu o braçº nº cal forme co a võrade de Deos, por
detrão, que ferue, fºi º hel de fazer. cujo amorfe tinha mortificado,
Metteo o braço, & nenhum dá faltou o pafo da morte no anno
no lhe fez.Tambem dizem, que de 1 61o, pera a banda da vida,
mereceo ver os refplandores do que età izenta de corrupções.
ceo,que cercauão hum religiofo Por termos fuperlatinos
no conuento de Lisboa,etando de pobrifümo,obedientifimo,&
em oração. Foi penitente na vi honeftifimo nos achamos obri
da, & de tanta a{pereza,que mui gados a falar no padre frei Luiz
tos annos nao comeo peixe, ne da Cruz, natural da cidade de
carne. Trazia fempre vetido Leiria, Foi Diffinidor, & Guardi
ham collete de cilicio, cõ húas ão de muitas cafas principaes:
bragas do mefmo:&todas as noi Confeffor dos moteiros da Efpe
| tes tomaua húa larga difciplina, rança de Lisboa, & Santa Clara
miturando co as lagrimas dos deta villa, do Bifpo da Guarda
olhos o muito fangue, que lhe D. Afonfo Furtado de Mendoça,
faia das veas. E (acrificando cõ & do Conde da Vidigueira D.
efte rigor a fua carne a Deos, tã Francifco da Gama, fendo Vi
bem lhe offerscia abrazado feu zo Rei da India: Commifario -----

geral"
-- -->

•••••am

466 Lurº IV. DTS…fã dosZ •••••

geral na me{ma India : Vífita uel affecto aquela grãde Senho


dor da Prouincia de S, Miguel ra(a Pobreza Euangelica),a qué
em Catella, & do bipado da o Padre ferafico tanto venerou
Guarda pelo fobredito Bipo.Pa no mundo: a quem elle trouxe |
rece, que de propofito obuíca fempre retratada em fua me{ma
uão as dignidades,& honras fen pefsoa,na dipofição da cella,no
do tão alheo dellas, que por vê manto velho. & no habito mais
tura mais penofo lhe era aceital remendado, ou roto. E ajuntam
las, do que a outros perdellas. do outra virtude a eta,elle mef
Em todos etes officios foube proprias mãos na di
mo por fuas
muito bem compor o rigor,& a taguardiania, & em todos os ma
# affi como zelaua a is cargos lauaua a fua roupa com |
honra,que nôs deuemos a Deos, etranha humildade.Bem podia,
na obferuancia da nofa regra,& ou bem deuia ir gouernar tal
guarda da fua lei, tambem coa Prelado, como foi por Cómifsa
natural brandura, ajudada mui rio geral,a Religião na India,on
tas vezes de prudente artificio, de fez coufas notaueis em o fer
grangeaua as vontades dos que uiço de Deos. Leuou o la a fan
eftauão queixofos. Tinha muita ta obediencia, que o tornou a
caridade,& no conuento do Por trazer, acompanhandoo fempre
to, fendo elle Guardião, nós o vi de Goa até Lisboa a fantifima
mos andar conuidando a os fub pobreza. E quando fe embarcou,
ditos com hum regalo, que lhe tão alleuiado vinha das riquezas
veio da cidade,fem o tomar pera do Oriente, tão confiado na diui
fi. Não fofria nem palauras mal na prouidencia,que não fez ma
foantes, nem ainda ociofas, que talotagem,ficando por eta mef.
logo não reprendefe,Oauio di ma rezão à conta do Vizo-Rei
zer a hum homem, gabando a (obredito, o qual depois afirma
húa mula, que era tão forte, & ua,á não auia achado outro frade
firme, como a mefma Igreja; & tão humilde,& tão pobre,como
faio como leão, etranhando a frei Luiz da Cruz, na Ordem de
blasfemia de modo, que o fez são Francifco. Etando vltima
por de joelhos,& retratar o feu mente neta villa por Confesor
dito. A outro, o qual dizia, que das freiras de Santa Clara no an
não faria certa coufa, ainda q o no de 1 631. fºi auizado por
mandade o Papa, lhe fez húa ad húa doença larga que a morte o
uertencia tão apera, que o dei bufcaua. Pelo q fe armou brio
xou emendado, & poto em cón famente com os fantos facra
fusão. mentos,& tomando por efcudo
4 Amaua com entranha hum Crucifixo deuoto a e{pe
|"O Úl
"R++>
AMenores na Prouincta de Portugal.
rou apè quedo. Teue com efte mos muitos indicios de grande
Senhor fuauitimos coloquios, autoridade, & credito na opini
beijando muitas vezes fuas fan ão do reino. Aqui dedicarão os fe
tifimas chagas, pelas quaes lhe us titulos a Deos as illutriffimas |
pedia, que lhe defe algüa parte Cafas de Viana, Villa Real, Re
em fuas mifericordias. Tomou dondo,Tarouca,& outras. Aqui
os oculos pera ver diftinótam é tomarão jazigos,& capellas mui
te a cauerna amorofa do feu la tas familias nobres. Aqui defcan
do, & sétindo, que lhe faltaua a çarão innumeraueis Varões, ef
vita, difle a os circñtantes. Ia ve clarecidos por fangue, por ar
jº poucº, e nylo conheço,que a morte mas,& por prudencia: huns co
ºfia perto. E repetindo outras ve nhecidos ainda pelos letreiros
zes as mefmas experiencias,veio das pedras, & femelhantes me
à braços com ella, dos quaes fa morias: outros e{condidos fem
io vencedor pera viuer em fanta pre em as entranhas da terra.
paz nos eternos tabernaculos. Aqui tambem entregou a me{-
| Foi trazido,& (epultado feu cor ma Cafa Real os defpojos morta
po no cemeterio dete fagrado es,affi d'el-Rei D. Fernando,co
conuento; & detes dous Seruos mo da infanta tua mãe D. Conf.
de Deos fez ja batante memo tança.
* Feb. 3, &
16.
ria o "Agiologio Lufitano. 2 Età o corpo do Rei em
arca de pedra branca,cujo pezo
CAPITVLo XXIX fuftentão alguns leões, & nella
apparecem entalhados huns ef
cudos de fuas Quinas Reaes: ou
Das (pulturas d'el-Rei D. tros das armas da fobredita In
Fernando, da Infanta D.Con/ fanta, a faber húa aza com efpa
tança,/ua mãe,83 dos pri da empunhada,& hum leão bata
lhante. Na cabeça (e acha repre
metros Senhores de Villa |fentada em figuras piquenas de
Reakfepultados releuo a imprefão, q fez Chrif
no coro defle to de luas chagas fantiífimas na
carne de nofo Padre ferafico,cu
conuento.
jo filho o me{mo Rei tambem
era,profefo na fua Terceira re
I E das (epulturas nobres gra. Tem hum letreiro à roda, o
ouuermos de arguir a qual não fele agora todo,poretar
{deuação, que os defun encotado à parede, & começa
tos tiuerão a o lugar, que pera deta forte. Aqui jaz º mui nobre
ellas bufcarão, neta cata acha Rei Z. Fernando, filho do mui nºbre
AõS Luro IV. Da bifioria SAraña";frades
| Kaz. Pedrº, gr da Infanta Z).Con/ dous reguengos da Toula,& das
tança. É taua antigamente no me Champas, com todas Íuas pertê
io do coro velho, & co a mudan ças. Efercueofe a doação em Al
ça delle fe atrazou pera o pè do mada, a o primeiro de Iunho de
elpelho da igreja, onde fica em 1383. no qual anno elle depois
muito melhor lugar,entre as ca faleceo,etando tãbem prefente
deiras dos Prelados como Prefi frei loão Rodrigues, Confº/or do ditº
dente delles. Foi aberta no tem fenhor Rei, & frade da nota Reli
po deta mudança, & achoufe o gião. Mas reformado o conuen.
|feu corpo em hum caixão de to na regular Obferuancia, os rel
madeira, afi como tinha vindo guengos por ordem d'el-Rei D.
do conuento de São Francifco Manoel paffarão a Santa Clara
de Lisboa,onde primeiro eteue com todos os feus encargos,a os
depofitado. Etaua todo inteiro, quaes por fua conta nós damos
vetido no nofo habito, & cor fatisfação. •

dão de linhas finas, muito aluas, 4 Pera o dito coro antigo " *Neneza !

com húa cota de armas em fima trasladou o me{mo Rei D.Ferná chron. del
Rei D fer
deta mortalha. A feus pès (e vi do os ofios de fua mãe a Infanta mando fol.
236.
|rão duas crianças, como ainda D. Contança,que muitos annos Mariz dial.
fe conta, enuoltas em huns pan eteue na capella mòr dos Pa 3.c.$.& 6.
nos de borcado. E tudo etaua dres de São Domingos. E ainda
cheo de faquinhos de canella, & la os tinhão no anno de 1 375.
de crano, & outras aromaticas quando o Prior Antão Garcia
e{pecies, que ajudauão a prefer lhes deu pode dos bens da fia
uar o corpo de corrupção. capella por parte do dito Rei atè
3 Mas porque as orações,& ferem transferidos pera o nofo
fufragios importão mais,4 fump. conuento,& delle tambem paffa
|tuofos fepulchros,intituío tam rão na nofia reformação pera o
bem nete conuento capella cõ me{mo moteiro das freiras de
mifas por fua alma,as quaes em fanta Clara conforme a húa car
todo tempo difefem os religio ta do dito D. Manoel, dada em
fos delle. E inclinoufe a elegel Lisboa,em 15 18. a vinte de Fe
los de outros,por auer bem enté uereiro.Tinha a Infanta particu
dido, como por e{crito diffe, que lar (epultnra,da qual não era ca
« Zeos mais compridamente /eruem. paz o coro feito de nouo, em re
Prouco a capella de ornamétos, zão de fe auer encurtado.Pelo q
& calices, que feruião no altar, não fibemos hoje della, nem po
& jacõ{umio o tépo; & pera os demos alcançar,fe he por vento
Capelãesfe poderem futétar,& ra húa, que fica à mão direita de
jñraméte a fabrica, dotoulhe os quem entra na igreja, efcondi
da,
++++ •=>
# Menores na Praiaia de Portugal. —469
da;& maltratada do tempo. Fo.. to de Leiria, onde êtão por lo-{
tão porém recolhidos os feus of grar os lugares, que etauão me
fos na fepultura do filho, que sé recendo, comoja "em outra par
prete conferuou em afua intei te difernos. se toº" *, #
reza. E ainda que eta refolução *** e * * * # : ;, s; o 1-3 : :
não tenha muita defculpa,algum || CAPITVL Ori, XXX t |
* el exemplo lhe deu noutra tal nes º sr… lo: 2. º º 2_>{{* #; i ***

#*#*#*#*#ades cº:||Dos
#…. º.à de Coimbra,miturando com os
Varõesilifins
do heft 84 fºpula: 2 2 * * * * ** **

******* | Reis D.AfonfoHenriques,& D. || 3 m latafº3 ##alguns | º

Sancho I.asofíadas das Rainhas {', , ! epitafios notáseis. a ºf


. fuas mulheres, & filhos,que d'an : , " " ":" " … f..…2 - …………

| tes tinhão particulares fepul * I" " - EÍcendo agora do


chros 3.2, … " " …" …
". . U coro pera a igreja, º
… 5 Cuidauão alguns, como ... T. na capella do appel | | |__
e, cit.c.6. refere? Mariz,que tambem aqui lido da almas e ajuntou?hfia "…

etauá em húa homrada ferultura a multidão notauel de Portugue-| |


Rainha D.Leonor, mulher d'el zes illutres, que por todos os ca|.
Rei D. Fernando : mas ella de minhos ennobrecerão a patria. :#
is de fe auer recolhido co as Aqui feve a memoria do famo- # ----

freiras do Tor-defilhas em Caf. fo D. Duarte de Menezes ter


tella, nunqua mais vina,né mor ceiro Conde de Viana, tronco
ta tornou pera Portugal; Etaua dos Condes de Tarouca, pri
porém feu neto,z). Fernãdº de Nº meiro Capitão de Alcaçar Ce
rºnha, primeiro Conde de Villa guer, & raio, que abrazaua os
Real, & Progenitor infigne dos exercitos de Africa. Aquelle,
Marquezes,& Duques deta Ca que de dez annos ja faia às lu
fa; & com elle defcançaua fua as efcaramuças, que com qui
mulher D. Brites de Menezes, nhentos foldados futentou o fo
|filha de D. Pedro de Menezes, bredito Alcaçar" contra "cem
Conde de Viana,primeiro Capi mil combatentes, que t&do mui
tão de Seita, & gloriofo por fa tos encontros fempre ficou ven
ma.Mas a mudança do coro,que cedor,& que veio a morrer com
perdeo o repeito à Infanta, não maior gloria na ferra" de Be
era pofiuel,que lho guardafe a nacofa por faluar apefloa do feu:
|elles; & afife trasladarão feus of Rei D.Afonfo V. que eteuear
fospera a caía do capitulo, que rifcado numa inuasão precipita
era deta Familia. Dahife leua da de Mouros.Neta capella lhe
rão co as ofíadas de alguns feus. leuantarão trofeo; & não dize
defcendentes a o nofo conuen mos/pukhra,porque não encerra

|-
- - - -- Rr ==
dentro, •••=
- - -


- • • •

47O Liaro HKDa bifloria Serafica dos frades_


} dentro,{enão fomente hum den || dor em Roma, pera impetrar có |
ts, que fua mulher nas defpedi || maior facilidade o infiguepriui
, º si\,
da guardºa: Confiás o princi ||legia das almas, queiogra efia
pal do trofeo numa figura depe || capella,todos etes depofitos de |
dra, que o reprefenta viuo,arma ||feus illutres antepafiadºs alle- |
do todo, deixado em húa faría ||gou à o Pontifice. Efeguindo ou
com os ramos de bolotas, apu-||tra linha do dito Conde Prior danzo é
nhando aspada;& coroado dellpor ku *#} ** *
louro & Não apparecem elo-linezes, o qualgouernou a Indiá, lºº.
gios nem filão as pedras mudas; ||aqui defcança.ícu neto D.Pedro "|
que não podia cifrarfe ainda em ||de Menezes, que desbaratouilé. | |
maior campo o menor de fua || do Capitão de Tanjar, tres mil |
gloria: mas falarão perafempre Mouros de cauallo.com.fetenta,
a cunhº nº]" as Efcrituras do reino, que ou oitenta Portuguezes.Seu bif.
$#$#\eelebrão o feu, nome . A di-l|neto D. Duarte de Menezes nu
Ness || taifua mulher, D. Ifabel de l|ma nobre fepaltura, encaixada | …….
#### &#"###""" |na parede Seus terceiros netos,
Flºrºsºf pês, debaixo de húa pedra, que |filhos dete Dom Duarte,a fabet }
###"|fomente pelo brazão de feu fan-||Dom Francifco, Dom Pedro;| i
*#*# gue, nos manifeta quem he. & Dom João de Menezes : o
vida.
; ;? Aqui o età acompanhã || primeiro, 4 foi Bipo de Leiria,
do húa larga, & illutre deícen"|& Algarue, em hum tumulo de
|dencia. Queremos dizer feufi-ljaípe no meio do pauimento: os
|lho DõIoão de Menezes Prior |outros tomarão à fua conta o or
|do Crato, Conde de Tarouca || nato da capella . A fombra º
| Aio & Mordomo mór do Prin-||detes Menezes ferecolheo tao- }

|cipe Dom Afonfo, que morreo||tagente affi da me{ma familia,


em Santarém da queda de hum |como doutras aparentadas por
cauallo; por quem diffe el-Rei || catamentos com ela, que não
| Dom, Ioão II, jutificando as|| pôde ter lugar nos termos deta
######## hitoria. …; … / > }

lº, pºrque mºfalaverdade, aindº que|| 3 Noutra capella do cru


me degºite,. Seu neto , por ||zeiro, que fechamou de kº, età!
ete filho, Dom Henrique de || D. Ioão Pereira, do Contelho
|Menezes Capitão em Tanjar, & || Real, com feu filho D. Franci|-|
Gouernador da Cafa do ciuel||co Pereira, o qual foi Embaxa
| em Lisboa: tão prudente na || dor delRei Dom Sebatião em | |
| paz. como valente na guerra. || Catella, Por fima de húa arca
| Seu bifneto D. João Tello del de pedra, qquatro leões futen
|Menezes,o qual fendo Embaxa-"'tão,fe motraoepitafio de Vafco
…— - • • - Gomes
==-=== —= ; - • --…………… –= N
••• -- -

# Menores na Prouintia de Portugal. - 471


- Gomes d'Abreu , do Confelho
fepulchro, que etaua efecndidº |
d'el-Rei D. Afonfo V. Em ou [*# reboco da parede, o qual foi
tros muitos lugares fe encontrão de Ioão Pires, pae de D. Eteuão
as memorias de pefoas illutrif Annes Bifpo da Sé de Coimbra,
fimas, que agora não podemos | Faleceo no mez de Iulho de
referir. Finalmente aqui na ca 129o. & tinha hum dilatado
pella mòr veio efperar a refur. elogio de
1 elogio de 24 verios leoni
fos leoninos ,pe
reição geral Francifco de Mello los quaes fe difcurtauão muitas
Monteiro môr do reino, Gouer de fuas virtudes,em particular a
nador do Algarue, & Embaxa deuação de nofo Padre ferafi
dor em França, cuja piedade co,& a grande caridade, q mof
rande de todos foi conhecida. traua a feus frades, como feve
Na capella de fanto Antonio. por eftes verfos feguinte.
fe achou ha poucos annos hum

Nobilis : o miles: Francifcum: femper: amati.


Pauperiem:fratrum:pro quo: crebré: releuafti.
4 Entre aquelles, que por ºfieirº dos frades 3ácores de San
falta de femelhantes memorias |
tarem, @r rogo a minha madre Z).
$_

fe deixarão efquecer, achamos (onfiança, que aduga º mais cedo,


D.Ioão Gil de Souerofa,&feu fi que ela poder, meu padre Z). João |
lho D.Martim Annes: o primei Qila soterrar nº dito mosteiro, segun
k. Conde D. ro,º cafado com D. Contança do como ela sabe que ele mandou, @
Pedro titlé foi
Gil, da illutrifima cafa dos de sa vontade.
Riba de Vifela: o fegundo, com | 5 Auia tambem my{
D. Betaça, neta do Emperado r teriofos letreiros, que ja hoje -

"arch, da Sé
deCoimb, de Grecia . Contoun os doº não fe achão, hum dos quaes |
tetamento do dito D. Martim nos inculcou o Bipo de Mon
Annes, feito no anno de 2295. donhedo º Dom frei Antonio dp 1 de las :
no qual foi tetemunha frei de Gueuara, & dizia neta for Epift.famil.

Abril, & executor frei Afonfo ma . Aqui jaz Vasco Figueira


Rodrigues, neto d'el-Rei D. muito contra sua vontade . E bem
Sancho I. & ambos frades da * fe podia crer, fe o amor deta
|

nofa Religião . Mandou nel vida tinha afogado nelle os


le enterraríe neta cafa, & trafº
ladar pera ella a ofíada de feu
| defejos da eterna, pela qual, &
pela voz da trombeta, q ha de
pae, pelas leguintes palauras. chamar a todos ao vltimo juizo,
xando meu cºrpo fºterrar nº mo: leftà ufpirando em a caf, do ca
Rr 2 . pitulo,
V
_472 ITTDTS-777;777;
| pitulo, debaixo de húa piquena
| pedra o padre frei Balthezar
| Curado, Minitro Prouincial. cA PITV Lo XXXI.
Angusto hoc loco, firma fide fenº Do … que trabalhou pelo
ufim am tuba vocem expetat frater
3alihazar (aratus, 3ónifier ºlim |lem da Chrifiandade º padre
Prouincialis. A entrada da igreja
feve húa campa grande com frei Ioão de Planº, Emba
bña cruz efculpida, & o letrei xador do Pontifice aºs
ro feguinte . Zomingºs Guedes, Tartaros.
que aqui jaz, futs armas despré
zando, @r a Chrifto muito amando,
a cruz por armas lhe apraz. Mas 1 M quanto os nof I 245.
fe deixou o brazão das finquo [º. fos frades fundauão
flores de liz, douradas em cam em Santarèm o fo
po vermelho, muito mais in bredito conuento, andauão mui
terefou em fe honrar da infig. tos feruindo por outras partes
nia chritám, co a qual feau com infinito trabalho á Catho
torizão coroas Imperiaes. No lica Igreja, & toda a Chrifº
alpendre fele hum fanto elo tandade , Tinhão faído os
gio, que abrirão os finzeis da Tartaros, partidos em dous
caridade a húa mulh deuo er exercitos, a deuatar as duas
ta na pedra da fua coua, for partes do mundo, que fe con
mando etas palauras . Aqui têm na Europa , & na Afia.
jaz 2faria Antunes, irmãm dos Os que entrarão por eta nof
frades, º amiga dos pobres. 2tor fa Europa com quinhentos
reo de pfle 3 dia de Sant
mil cauallos, detruírão grandes
Iagº de 1599. E ago reinos,cidades innumeraueis, &
ra viuirâ na compa prouincias inteiras, ameaçãoo ás
nhia de Deos, q outras hta ruína geral. E querê
he a me{ma
caridade.
do o Papa Innocencio IV.repri.
mir a fua furia, ordenou duas
mifões de Francifcanos, húa
(?) das quaes entregou a o padre
|frei João de Plano Carpim,

Minitro Prouincial º que fo a.l.].c.º.


| *## ra dos nofos conuentos de
###" Portugal, *a quem fez Emba- #
• - xador,& Legado Apotolico cõ |#
• poderes de ir affentar pazes cõ # *
elles
|- -
- - --— ---- == — —— --- •••••••• •• • ••• ••••••••• ••••••

Menores na Prouincia de Portugal. 473


elles em feu nome a fauor da formado em Lantifcia da fere
Chritandade. E na carta, que za, & da cobiça dos Tartaros, a
por elle inuiou a ofeu Empera os quaes sò interefe, & dadiuas |
dor, o qual fe chama Grão (áo, poderião amanfar, ajuntou al
defculpandole de não dar a em güas pelles de preço, que elles |
baxada a hum Prelado, ou tem em etima pera ornato das |
Principe, declarou, que a daua tendas, & vetido de fuas mel
a ete frade por fer letrado infig mas pefoas. Tendoja caminha |
ne, muito exemplar na vida, & do muitos mezes chegou no |
Varão obferuantifimo da fua principio da Quareíma a o pri
fagrada regra; & tambem por meiro prefidio deta barbara na
entender, que affi elle, como ção, &ir do atrauefando por el
os feus companheiros, fendo les achou hum de {effenta mil |
todos d'hum Eftado, no qual foldados, Neta praça, quando o |
fe imita muito a humildade de Gouernador das armas lhe con
Chrifto, não fomente importa cedeo audiencia, primeiro o aui
uão pera ete miniterio, mas zarão, que não pozefe o pé no |
tambem lhe ferião agradaueis. (eu lumiar da porta por fer tido
Ito he o que contêm etas fe entre elles em grande venera
guintes palauras. Quia»tiliores»o- ção. Noutra parte antes de lhe
bis fºre credimus, tanquam Saluate fer dada entrada o paflarão en
|ris nºfri humilitarem feitantes. Co tre algúas fugueiras, que ardião
meçaua deta maneira a carta, no caminho, pera fe purificar de
|{um nem falam homines, dada a |males contagiofos, (e os leuafle
finquo de Março , anno del configo. Foi paffando pelas ter
Chrito. 1245. na cidade del ras dos Cumanos, Kangiras, Ki
#Leão,onde em Frãça o Papa te taos, Bifenmios, & outras muitas
He nefetépo o Cõcilio primei nações,6 eles auião jadeítruido,
ro dos que forão Lugdunenfes. onde não vio fenão cidades caí
- 2 Deípedido cometa car das,catellos defertosipoupações
|ta de crença, & acompanhado arrazadaicó, os campos femea
dalguns frades o padre frei lo: dos de ófos,& de càueiras, tudº
1ão de Plano caminhou pelos memorias-trites de crueldades
reinos de Boemia, & Polonia: pafadas.Leuco tambem feuca:
pelo ducadº de Ruffia, & ou minhos pela Cadeira de Éolº,
| tras grandes Étadoss, 2 onde Deos dos vintos por opini㺠er: |-

era recebido de todos es Prin rada da Gentilidade cegº,a qual


cipes Chriftãos como humAh era húouteiro naspraias dº mal;
-jo do ceo,que os ia redemir d'á- -qos Gregos chamão Braçº de#2
quellaiafauta tribulação. In| Jorge, dêtre de cujas entranhas

-*>"; , ">"? ----


#--RF3 →feruem" - - - ----
7. Im7TDTIma Serafica dos frades
feruem os ventos rijamente no mos, fe deixauão arratar em
verão, & no inuerno rebentão húas taboas,por fima da neue,&
por húa bocca etreita com peri caramelo, dos fobreditos caual
go, & horror dos caminhantes. los, por não perderem jornada.
Entrando finalmente pela patria | Sem alliuio algum leuauão efte
dos Tartaros antigos,os quaes fe trabalho, que perfiera immen
chamão ºtongallos,chegou à Cor fo;porque a agua,que bebião, fe
te do Grão Cão, depois de mui e{premia da neue: o comer não
itas jornadas, pela feta de fanta era mais d'húa tigella de milho,
Maria Magdalena,em 22.de Iu cozido em agua, & fal; & dete
|lho do anno feguinte de 1246. modo Pafarão a quarefma da
3 Nete caminho, em q gaf Igreja, todos os jejuns do anno,
tou o inuerno, elle, & feus com & quafitodo o tempo, Húas ve
panheiros padecerão innumera zes lhes faião a o caminho os
ueis trabalhos: caufados huns barbaros, outras dauão fobre el
das atròzes inclemencias do té. les no feu me{mo pouoado, &
po, outros da grande ferocidade em quanto não lhe enchião as
id'aquella gente brutal. Cami mãos nunqua tapauão a bocca,
nhauão a correr por fe acharem nem deixauão de ladrar, ' '
pretentes à coroação do nouo 4 Forão contudo bem rece
Emperador,& pera ifo tomarão bidos na Corte,& tratados com
os cauallos da Tartaria, que a mais honra a repeito dos outros
lem de ferem muito ligeiros, co Embaxadores de diferentes na
as vnhas defenterrauão de baixo ções, que paffarão de quatro
da neue a herua, que auião de mil em eta occafião. E concor
comer. E por fertanta a prefa, rendo entre elles o me{mo Du
finquo & feis vezes os mudauão que de Rufia dous filhos do Rei
cada dia, tomando pòtas de no da Georgia,alguns Principesin
uo, & fazendo tão compridas as sido #, &
jornadas, que por não batar pe outros grandes Senhores, carre
|ra ellas todo o dia inteiro,entra # de riquifimos pre
juão tambem por grande parte fentes: fó efesfades Francifcos,
| da noite. Muitos dias, ou fema que profefauão pobreza, forão
|nas caminharão com grandifi fempre admittidos ao tratado
|mo perige porfima de carame das Cortes dentro da tenda, em
|lo,que cobria grandes pegos, 6u que ellasºfe fazião, por ferem
entre ferras de neues Acontecia Embaxadores do Pontifice Ro
frºlº dº fraqueza, que a Pe mano. Forão tambem admitti.
nas (e tinhão em os catiallos.Ou dos nos banquetes, que os Se
'Hrras vezes, etando muito enfer lnhores & Capitães dº imperio
* - - - *: * - 4 > }. }
---•••••--- congre
Menores na Prouincia de Portugal. --… - • 475
congregados netas Cortes, de 5 Com etes de pachos, &
pois de gatarem nellas atè ho com húa purpura , & veftidura
ras de meio dia,fazião todas as de pelles,que deu a todos os fra
tardes: mas com tanta reueren des a mãe do Em perador,torna
cia da nofía fobriedade, & mo rão a defandar o caminho pela
detia Chriftàm, que nunqua os força do inuerno cor; as mef |
obrigarão a ferem bons compa mas tribulações,& apertes,com
nheiros em fuas voracidades, & que o tinhão andado.Mas premi
demazias brutaes.antes vendo,4 ando ja Deos co a gloria da ter
não gotauão do feu leite das ju ra atè chegar a do ceo, o feruiço,
mentas, o qual entre elles he re que elles auião feito à fua fanta
galo, lhes derão por mimo, pera Igreja, depois de virem entran
beberem, cerueja. Affitirão na do pelas terras dos Chriftãos,cõ|
coroação do dito Emperador, q repiques de finos, com fetas,&
fè chamaua Cºína:refaluando po procifões os recebião os pouos.
rém fempre o refpeito,que fe de Todos lhes dauão as graças de
uia a Deos, & a o Summo Ponti (erem viuos por elles,como a fe
fice, nem a elle adorarão como us redemptores. Chegando a o
outros,que lhe dauão vafallagé; ducado de Ruffia,acabou de con
nem ajoelharão nasladainhas,& cluir o padre frei Ioão de Plano
preces,que antes difío feus facer a vnião dos Ruthenos co a Igre
dores fizerão, por não virem a ja Romana, & trouxe configo
cair nalgüa fupertição.E contu Embaxadores, os quaes em feu
do o me{mo Emperador quando nome défiem a o Papa inteira
quiz publicar guerra contra o | obediencia. Defte modo:com ef
nofo Occidente mais por rezão ta felicidade, pafados mais de
| de etado,que com animo de lhe i dous annos no fim de 1247, fe
dar execução, não confentio, 4 pretentou a o me{mo Padre fan
ife achafiem prefentes, porque to Innocencio IV. o qual o ti
não videm na fua Corte acção, a nha mandado por Embaxador,
| qual lhes defe moletia. Deípar & Legado Apotolico. E vendo
ichou os finalméte em dia de são | agora tão venturofos fucceffos
Martinho com carta pera o Pa-||pera todos os Chriftãos, origina |
|pa,&grandes demontrações de | dos de fua rara prudencia, naõ
… + 11.4.muita beneuolencia, Quiz man | sò o leuou nos braços, mas tam
* * * * ** * dar Embaxadores: mas entem bem ºlhe diffe etas palauras. c. Paul. Pan
fa in vital a
dendo o padre frei Ibão, que fe 2enediusf, º zºomino@ a me pôs nocent. A V.
rião de mais danino,que prauei #Cicario:video enim inte compler, socê
to à Igreja,os impedio com cau filam "Sapientis. Sicurfingus nius in d. …

à 5, V. a 3. |
tela. … :-->: *,: *: * :* :* :* *:*#
* …;* …
* ! ".1 <ie me/,ita Legatus fidelisei,quimír
•és …as…
"Rr 4 eum,
eum,
|
••••••• • •• - - ••++"-"+
++
- ---- • • • •••••••••• -*- •
476 Lauro IV. Da hiftoria Serafita dos77.
eum, animã fus requiefere facit. As uentos Portuguezes, que mere
quaes querião dizer. Zemditº fºjas cerão a Deos ter ete Miniftrol
do podero/O Senhor, (gr do feu Cºiga Prouincial...
ro na terra, que fou eu,porque vejº, que
em ti ta comprida a voz do duino Sa C A P ITV L O XXXII. *>"

} bloque diz:…Afi como afrialdade da me


ue recrea os homens na força da maior
Dos feruiços, que fez à me/ma
calma quando fºfºga º trigº,defe modº
he grande confolação,$r de/cançº º Em Igreja nas partes do Oriente,
baxadorfieldaquelle,que o mandou. E & imperio dos Tartaros o Le
| congratulando feus fantos proce gado Apofiolico frei Louren
dimentos, alegre em o epiríto
acrecentou o feguinte. Euge ergo " ço de Portugal: com hia
e.Matth, 15.
fºrne bone, @rfidelis, quainpaucºfaif breue notícia dos Pe
u. 1 }.
tifidelis/pra multa te confituam intra nitenciarios do
ingaudium Zomin, tui. É vinhaito
a fer.Pelo que diligente,9rfielferuº pº Papa.
is nºfia ºccº/ião teouufes comº º/e/ºu
também te herde engrandecer. Entrº I Segunda mifão de fra
des da nofia Ordem,
124;
confiado nos gºfos de teu Senhor. En
tão lhe deu o Pontifice o arcebif " q fez pera etes Tarta
pado Antibarente, & mais lhe ros o fobredito Pontifice Inno
dèra ainda,fe nefe tempo tíuera «encio IV, na me{ma occafião,
occafião pera ifo. . . . . . foi a fim de poder amanfar fua
6 Defejou aproueitar(e ho. braueza ferina co a pregação
|gouerno ordinario de fua expe | Catholica do Euangelhofagra
dição & talento, & afi não con do.Entendeo o fanto Padre,que
|fentio, que le faife da Cutia por|(e eles recebetem a leide Chrif
efpaço de tres mezes. Mas fétin to Iefu, não fomente terião por
do os mouimentos fcifmaticos ||ta aberta pera fua faluação, mas |
do Emperador Frederico II.capil|tambem co adoçura da Fé def|
tal inimigo da Igreja, mandou|pirião aindomita féreza, que os
auizar por elle a são Luiz Rei| tinha incitado à crueldades de
de França, que em quanto affief | brutos. E e{colhendo minitros
tauão fufpenfos,& duuidofos não | fuficientes, "inuiou por Prega 4.fr.Lucanº;
paflaffe feu exercito em fauor da|dor Apotolico a frei Hourenço 245 nº I

* Terra fanta . Cheo finalmente li de Portugal, & com ele outros


: -17

" de gloriotas virtudes foi gozar lfrades


;
da Familia feràfica. 7…
: -r º e- 1 - +

º da coroa deuida a feus trabalhos, il… Era efte frei Lourenço



-

" | com grande confolação dos com º pela nação Portuguez,como diz
}- * **
------
\—
}
-*-
* • ------

Menores na Prºuincia de Portugal. TZ


| o appelião, & depois de profeº te-lhe affinou companheiros fe
far, & de viuer alguns annos na melhantes na profifão,& epiri
nofa Cutodia antiga, chamada to, mas
Gião Cão,tambem efcreueo
Emperador a o
da Tarta •

de Portugal, difcorreo por muitas


terras,como Varão Euangelico, ria, & a todos feus vafIallos, en
enfinando aos pouos o camiº comédandolhes muito da parte
nho da virtude co a fua prega | da Majetade diuina,que recebe{|
ção:Era tambem pefoa de grã fem o bautifmo, & a Fé de Iefu
de autoridade, muitas letras, & Chrito, a qual etes Francifca
exemplares virtudes,& fobre tu nos lhes auião de prègar. Come
do Penitenciario do Papa, con ça a fua carta, Zei Patri, immen/a
forme na fua bulla refere o fo benignitas,dada na me{ma cidade,
b. an. 1303. bredito Pontifice. Ito era, º fer no mefmo dia, mez,& anno, em
|tl 4.
Confeflor Apotolico,deputado. que a outra do padre frei Ioão
pelo Papa com efpeciaes pode de Plano, que foi em Leão de
res de abfoluer os penitentes de França,finquo de Março, 1245.
crimes exceptuados, & graues. annos. Não achamos referido o
Affitem hoje em Roma os, que | que ele trabalhou,& (ofeo nef.
tem efte officio, nas tres igrejas ta jornada: mas muito bem fe
maiores, & na principal de todas, pôde conjecturar pelo q temos
que he a Lateranente,os Penitê notado do dito padre frei Ioão,
ciarios da noffa Religião. Ha pois ambos forão mandados do
tambem na me{ma Curia hum Papa pera o me{mo imperio, no
tribunal pera expedir os negoci me{mo tempo, & co a me{ma
os fecretos, que tocão á confci demanda. E fabemos, que deta
encia,cujos minitros fe chamão fua fementeira Euangelica,& d'-
do mefmo nome,& o Prefidente outras,feitas tambem por frades
delles Penitenciario mór. Mas o Pa nofios,que fe feguirão a ella, º re c . Hieron.
dre frei Lourenço, & outros, que colheo o grande Pae de familias: #Pla. de Bo
no flat.relig
adiante auemos de nomear,erão abundantifimo fruito nos cellei 1. *, c.3o.
da primeira clafe, a fabet Con ros da Igreja militante pela mul
fefores Apotolicos. E poto q tidão de Tartaros" com o feu d.fr.Marc.p.
a.l. 1. c.33.
alguns delles o fofem tambem Emperador,que receberão a Fè.
dos Papas, o nome Penitenciario E como nas fuas terras florecia
tomado propriamente não o dâ a Chritandade, querendo nós
# a entender. # cultiuallaco a fagrada doutrina,
#
3 Tendo pois o Succefor muitos annos futentamos détro
de são Pedro, Innocencio IV. dos limites dellas º finquo conué
eleito a frei Lourenço pera efte
tos,vnidos em húa Vigairaria, os
grauitimo negocio, não fomen | quaes todos pelos peccados do
_> mun-_
ZSTIVIDITSZT ==

| mundo etão hoje detruidos. porêm das cautelas, que pedia


4 Andãdo cõ eta occupação o húa acção tão notauel. Nito paº
|religio(o padre frei Lourenço de rão todas as fuas memorias, me
Portugal, achou o me{mo Pon recendo andar efcritos em bron.
tifice,que conuinha à Igreja fer ze, ou noutro metal eterno os
• elle feu Legado Apotolico nas feruiços afinalados, que elle fez
Friº……. partes do Oriête,&fportalo no à Igreja. Suípeita o * Annalítal:
*****|meou naquelas terras vatifi fer ete o frei Lourenço, a quem
mas de Iconio, Chypre,& Tur o dito Pontifice proueo no arce
quia: Grecia, Babylonia,& Ar bipado Antibarente por morte
| menia: Maronitas, Netorianos, de D. frei Ioão de Plano, que o
| Iacobitas;& nos dous patriarcha logrou poucos annos, & não re
dos de Ierufalem, & Antiochia. pugna aifo nem a rezão,nem º
tempo. •• • •

| Concedeolhe autoridade plenil


fima affi pera reformar a Chriftã
dade, que netas partes achaffe, cAPITvLoxxxIII.
|como pera defender os Chri
|ftãos Gregos,q a o Papa de Ro Quanto ajudarão aº Conde
ma querião dar, ou dauão obe de Bolinha na entrada defle
diencia.Demais dito,por fubli
mar a fua autoridade, efcreueo reino frei Defidrio,Commi[a-
a todos os Patriarchas, Arcebi!- rio do Papa,ê3 os Guardi
pos, & Bipos, não sò Latinos, , āts de Ceuilham, &}
mas Gregos, que todos em feus
ditriótos guardafem,& fizefem da Guarda.
inteiramente guardar as centu
|ras, que elle em rezão detafua 1 \ T Aquelle me{mo Con
legacia chegafe a fulminar.Co N cilio,do qual fairão as
|meçaua eta carta,Cenfaram Eccle - fobreditas mifões,foi
Áafiicam, feita tambem em Leão priuado do gouerno dete reino
a os tres dias d'Agoto, anno de el-Rei D. Sancho II & {ubroga
| Chrito 1247 quinto do feupõ. do por ele feu irmão o Infante |
|tificado. Efabendo o muito,que D. Afonfo, Conde que era de |
trabalhaua por vnir co a Igreja Bolonha,Zilhon por outro nome,
Romana o Patriarcha dos Gre em França. Não tratamos das re
gos, & todos feus fuffraganeos, zões,que teue o fanto Padre In
por outra carta de 7 do dito nocencio IV. pera dar húa fen
|mez,cujo principio he,luxta dº tença tão noua: outros falarãoja
derium nºfºrum,lhe agradeceo ete nelas: a nós pertence fomente
cuidado, & zelo: aduertindoo efcreuer,& declarar, que figuras
fize
----

= • • -

* .………>">* 4 - .

Menores na Prºuincia de Portugã T _459


i Zerão os nofos frades neta tril |ºdemos de referir, as quaissaºj
ts, &latimoía tragedia. "… ºta datalheiauiou º Fººtifice.||
| | Paflada a bulla de pri. Fratri Zºfidertº de Ordine, fratrum
# 24 de Julho de 1245 |
foi chamado a Pariz o dito Con
º mºlmo,que dizer,sºfre 2%
3ánºrum, Penitentarumprs. É foi | |
e Infante pera receber o go deria da Ordem dºs frade: 24enºres, |
"l.
erno & adminitração do rei a Penitenstaria. *# …?»:rº: …
lla 9,6 juntamente jurar de com: 53; Apenas ele defembar
Piras condições, com que lhe cou em Lisboa,quando logo fez |
era entregue. Foi efte feu jura prelente a os Eftados do reino
| mento nome{mo anno a feis do i? Prouimentº,que º Papa,tinha
| mez de Setembro, no qual tam feitº na pedeá-lº infante, perº,

|bem fe acharão, como tetemu que lhe entregafiem ºggiºrnº,
… #. frades da nofía pondo também as cidades as
}

fy ião: frei Pedro de Poitiers, villas, & os catellos debaixo da |


| Cutódio doconuento de Paiz, |fua obediencia. Feito.ito, que i
**

& frei Domingos de Braga, fi não foi difficultofo pela muita |


lhada nofia Cullodia de Portu|dipofição, que achou nos cora
gal, que em rezão do Concilio ies dos wafallos,magoados ain, i
|-

andaua naquelas partes. O In da #dos de concertos do reino |


fante fe apretou breuemente, caminhou pera Coimbra, onde,
& ainda o anno não era bem | então el-Rei D. Sancho efaua,
acabado,quando ja etaua na ci reduzindo de paflagem alguns
dade de Lisboa. Trouxe confi |lugares a ete me{mo etado. E
go o padre frei Defiderio, a qué |como entrou na Corte, lhe foi
o Papa nomeou (eu Commita
- |- fa-|intimar em fua me{ma pefoa os
rio com todos os poderes, que | decretos Apotolicos,requerçº",
lhe erão neceffariospera o met.
|dolhe legundo a forma deles, |-

ter de poffe, & conferuar no go que defitife com efeito do ge, * * *

a. Monarch. 'uerno. Alguns, "que tratalão uernº, por quanto, feitinha jº,
Lafit. p.4.1.
14. c. 17. &
feguint.
ete ponto, não fizerão menção deuoluto a leu
|dele: "Mariana chamoélhe
####
# cit. a fr.
UC. 20n.Or Presbiterº fomente: "Duarte Nu
* * * * * *
# nes* # efcreueo, que era religiº de
|-
fºntençãºPontíficº,
- "... .…ce, ºcomodº * *** - -

na Chron. valor com que, # #


muita autoridade , mas não dife lha a notificar; & agliandos
• •• - * * * Índº
………… bº
delRei D.
Sancho II.
doit etiam de que Ordem: "Abrahão Bzo "# oder refitir,
C
ºf Luc. } uio parece que quiz fazello da|tomou por feu, vimº remedio| …
fua, porêm a nota etaua de po[-||valerfe das Catelhanºs si... ;] "
ife ######|""#####
| Bulls, que no annº de 1246.11Cafels Bºgin####inº,
… --— — — — — —=—- a quem º
*wgººgny *****# • --*-+-+w+<,

••••••• •••••••** ……………. «… … --••


- -

335 ---- Im T7 DZ #fora Serafica dosZ


a quem chamarão º Santº,& quã tãdo porém eles os mãdatos A-]
do o vio na Corte,que lhe pedia potolicos em rezão de impediré |
fauor, lho concedeo facilmente os males, que deta guerra podi
em rezão de emparar a hü Prin ão vir a o reino, fairão ambos a
cipe ofendido da fortuna,fe mif campo co as armas da Igreja, &|
to não concorrerão e peranças, achando refitencia nos balhã
ou promefas de pofuir algum es Catelhanos, que não querião
dia o reino de Portugal. Pelo q arar, cortarão briolamente por
começado ja o anno de 1246. elles, declarandoos por incurfos |
entrou nete reino pela Beira cõ nas centuras do Pontifice. Não |
muita gente armada o Infante dizemos, º que chegarão à villa# ##
Lufit Lcitc.!
primogenito de Catella D.Afó de Abiul:mas donde quer, que :
fo,pera o repor no feu etado Rel elles (e recolherão outra vez pe. *#
al, & comete penfamêto o trou ra Catella, não fizerão tão de "c.º.
xe tambem configo. Souberão prefa eta fua retirada, que pri
da fua vinda em Leiria a os dez meiro, como ainda "veremos, lºcºs.
de Feuereiro o Arcebipo de não fofem excommungados. O
Braga, & o Bipo de Coimbra, a nofo Rei fe tornou com elles!
quem o Summo Pontifice fizera pera Toledo, & feu irmão Dom
executores da fobredita fenten Afonfo ficou mais de(afombra
ça, os quaes logo commetterão do no gouerno dete reino.
fuas vezes aos nofos Guardiães * .

de Couilhãm,& da Guarda, pera CAPITv Lo xxxiv.


que ou perfi, ou pelos fubditos
osfofem embaraçar com centu
ras no caminho,requerendolhes He eleito em fegundo Bifo de
da parte da fanta Sè Apotolica, Marrocos D. frei Lºpo, Va
que não pafafemauante, & de rão fanto, & goza /ua
clarando por excommungados a
uantos fedefmandafiem. Duro Igreja de muita |-

lhes foi a os ditos Guardiães en º felicidade.


trarem nºta contenda,tão alhea
da noffa quietação,que o me fmo
1 Tº Lorecia netes tempos 1246.
pudRodrigº
Papa º porhtia bulla nos auiaizé • a Igreja de Marrocos,
• •

tado de fazer execuções. E po T ainda que muito trite


de fer, que attentando a eta feu pela morte do feu Bipo D. frei
fuccefor/Alexandre IV, nos li Agnello, do qualºja demos no-lºl, cas
bertafe exprefamente depois ticia. E tratando de fua confer
|das que tocão aos Principes | uação o íobredito Pontifice In
| por outra bulla mais clara. Acei nocencio IV. não (ómente a"
---- - +- - ---• • •- + ------ - - - -- quem
\+=>a
mass">
* - - ====== —#{
Menores na Prouincia de Portugal - 481 | #
{

prouéo doutro Pator, mas tam: dião em Africa, mandou duas,


| bem mandou com ele muitos | noticiandolhes nellas as gran
foldados de Chrifto, pera que a | desprendas do Bipo, & junta
defendefem: todos da nofia Fa mente mandando, que em tudo |
milia, homens jutos, que sôte |lhe defem inteira obediencia.
mião a Deos, fem nunqua (e | Pera o Rei de Marrocos foi
acanharem a inuetir co as na hüa muito notauel, cujo princi
ções mais crueis, na prègação pio era, Gaudemus in Zomino, na
Euangelica. Fezlhes o Papa a qual lhe encommendaua o Bif-},
}
:
todos, & mais em particular ao po, os frades,& toda a Chrittan
# Bipo, nomeado nete anno de dade. Gratificou lhe tambem os
{
1246, a melhor paflagem, que fauores que fazia a efia melma
|lhes podia fazer. Concedeolhe Igreja; porque imitando ele na
b.fr.Luc.an.
1146.3 n.9 . *a o Bifpo a me{ma autoridade, piedade a os feus antecedores,
| que tiuera o dito Predecefor, que a tinhão enriquecido, & jun
?
| com poderes de dipenfar, & tamente honrado, alem de a de
abfoluer os Chriftãos nos cafos, fender de muitos atreuimentos
que erão graues; & a ele abfol como Proteótor benigno, aug
ueo de vifitar os Santos Apoto mentaua feu etado com gran-}
los em Roma, por epaço de dez des immunidades em rezão de
annos. Demais dito efcreueo Bemfeitor liberal. Repetimos as
em feu fauor infinidade de palauras do Pontifice, pera que
cartas a tantas villas, & cida detes Reis Mouros os Catholi
|
des por Italia, por França, & cos aprendão o repeito, & fauo
por Helpanha :
- • a tantos Bif res, em que etão empenhados
# pos,& Prelados: a tantas Com no emparo das igrejas , 7"
| munidades: a tantos Reis He{- predece/srum turum imitandº "#"
panhoes, & Africanos, que gia , qui *arracht…m. Accle/am
|caula admiração poder ele at multis libertatis prutlegus munierunt,
tender com tanto cuidado en plurimºrumque honorum largitione do
tre os outros negocios a ete par tarunt, nem flum eam a comatibus,
ticular. Quatro dellas vierão a dr. incurfbus malignorum defen |
ete reino pera as duas cidades, difii, fed munificentia tua eidem im
& pera os feus dous Bipos, de munitates , @r libertates num mº
Lisboa, & do Porto, pelas qua dicas, contemplatione duini Numi.
es encommendaua, que lhes af nis, dextera contulu liberal . El
fiftifem muito afi na embar porque do conuento de Mar
|cação, como no mais necefa rocos fe auião de efpalhar
rio. -
muitos frades por outras terras |
2. A os Chriftãos, que refi de Africa pera dilatar a Fè,
S| - & IT
--• •- -

•-,

- 482
--
- - LZIVID; hifloria Serafiaa dos frades
1 & aflitir na; refidencias , quel tantas hõras, & fauores, como la
tinha a nofia Ordem , efcre |agenciou, pera afua Prouincia.
ueo o me{mo Papa a os Reis Mas pera fi não pretendeo outra
de Tunes, de Bugia, & de coufa, fenão sò húa licença do
Seita,
dade.
que lhes defem liber
*, , - ; º r
Papa, pela qual pode se ir •ificar!
os fantos lugares, onde o Filho
- 3 Ete Bigº,que agora foi | de Deos fez a nofsa redempção.
afumpto pera a Sè de Marro Nete tempo foube o melmo Pó
cos, era em fuccefsão o fegundo, tifice de como etaua vago o bif.
& no nome D. frei Lopo, illul pado de Marrocos, & negandoo
triffimo no fangue, ornado de a outros,que o defejauão muito,
muitas letras , & de infignesa elle o concedeo, que recufaua
virtudes, como efcreueo o fo a honra, dizendo #as palauras.
-

bredito Pontifice em húa das Só hum Pafior, que fendo lobo no nome].
|fuas cartas . Vir »tique Zeus ti. he cordeirº em a vida, pnderà ºpº
mens, im/gnis virtutibus, feientia centar comº conuem ºs lobos cruéis
decoratus. Temia a Deos, & de Africa . E commutandolhe
não podia deixar de fer perfeito neta ida a Marrocos a romaria
Prelado; que fe todos o teme de Ierufalem , o defpedio cos
rão, mais pontuaes alguns fo fauores, que ja temos apon
rão em fuas obrigações . Dei tado. ."
xou muito por amor de Iefu || 4 Mettido o fanto Bipo -

.Gonz.pagº Chrito, º & de Conigo, que no trabalho do gouerno, com


7O I.
era na Cathedral de C,aragoçagrandiffimo cuidado patoreou
no reino de Aragão, fe mudou as ouelhas, que tinha à fua con
em frade pobre, confagrando ta. A todas apafcentaua com os
Deos com elle o nofo nouicia fantos facramentos, & doutri
do do conuento daquella mef na Euangelica, & a todas em
ma cidade, onde foi o primeiro parauadáquelas feras famintas,
nouiço dos que nelle profefarão que não lhe fize{sem nellas al.
a fanta regra Serafica . Cha gúa carniçaria. Acrecentou o re
mauafe Lºpo Fernandes Zain, & banho do Senhor chorando tan
sò o feu nome proprio trouxe to de goto por hum Mouro, 4
configo do mundo, & efse tão conuertia à Fè,como de fentimê
apurado da afpereza de lobo, to,& magoa pelos muitos,que fe
que por fua manfidão,vetida de deixauão perder. Com efte zelo
|-

innocencia, lhe chamarão frei catholico de augmentar a fua sã


(ordeiro,ou frei_Agnº. Foi à Curia ta Igreja impetrou duas bullas
Romana por ordem de feus pre do Pontifice. e.AA pprimeira,#
pela ||
lados, que fe prometterão delle qual concedeo aos Chrift ?

* -->
Cl116
" …Menores na Prouincia de Portugal;
… "E", ".
• •
que paññema Marrocos, cola ferecido ao jugo, uauifino da
etiuefam em a fua companhia, noffa Religião. "E país à dos al
as graças,& indulgencias, que º
guns annºs d'htia vida femelhan
Concilio Lugdunente auia ja ite à dos Anjos,foi gozar das de
concedido a quantos foflem à licias do ceo, que o Senhor pre
guerra em fauor da Terra finta. patou antes de criar o mundo
A fegunda pera poder dipentir pera os feus efcolhidos. No de
cam (eu companheirº frei BR | 1'18é fettasiadou o feu corpo,} . .
nardo, o qual não era legitimo, que ainda etrua quafi, inteiro,
em ordem a ferprelado, »if | em companhia de cutro Seruo
po nas me{mas # de Deospera o condento hono,
finalmente com infinito defuelo | na qual translação:fevirão pelos
dez annos de refidencia, açodiº | (eds merecimentos duas grandes
à outra obrigação de vifitar os | maranilhas. Alcançou perfeiº
|Santos Apotolos em Roma,def: | }anda;&
tamita húa

cegamulher,
outra de finquoenta
que ti
pedindole deta lua amantifima
e{pofa, a Igreja de Marrocos, cõ nhe os olhos tortos, ficou comº
tanta magoa della, que apenas elles direitos. Celebrão fua me | -* *

o largou, Eja etaua na Curia molda "Gonzaga, º frei Lucas,f º.an.cit.


pag cit.
&.
do Papa Alexandre IV. quando freixArtur, é Marieta, & outros ºn. I 1.47. n.
27.& 1 257.
por fua commisão no annº de | graues Autores.… "… * * n. 8.
1 2 57.collou a Fernand Eannes, || f Mart. 14.
CAPITV L O XXXV. gl. 7.c 9.
Deão de Braga,Capelão do me{} - , ti -

mo Papa na igreja de Santa * * ** * * . ! ! ! f.. ** * * ** *

º 12i_i |
Maria de Catrelo do bipado|Das · Ap" |
de Ourenfe. . . . . ) .
5 Aqui o apertou qutra |que nefte tempo tiverão ºs hº/-
vez aquelle grande defejo, que|fºs frades, bum dos quar pºr

d'antes o trouxera Inquieto, , : - , ".

de pafar á Terra fanta pera fe | fia grande pureza huitº


fantar de ver os veneraueis, lu | ... a bia mulher
prefão

da "p-.
dade- º
gares, que Chrito fantificou ||
com (eu preciofo fangue ; Pe monio. . . .
lo que renunciou o bipado nas
mãos do me{mo Pontifice,& de
pois de fazer a romaria, cheo de || 1 Eultou do fobre di 1246. -

muitas reliquias,& fintos mere • to Concilio celebrado


cimentos deu volta pera o dito em Leão, que febuf |
conuento de São Francilco de | cafse remedio da lamenta - |
Caragoça, no qual fe tinha of uel miferia, em que a Terra
S[ 2 | fanta
/ – -=-
- -" " +----
----- … - -

484 Lurº IV. Da hifloria Serafica das frades_.


fanta etaua,opprimida cruelmé. elle fe dirigiõefta-balla, cola e cºpº.
}:
te cojugo dos Sarracenos: fegu: . me{ma aduettencia, que "noutra
rando por eta via tambem o im | parte notamos #
perio do Oriente, que pelas fuas | chamar. o Póntifice Xinjiro dº
inuasões não etanacmui longe | Portugal, por quan to a niaº-na
de fe perder. Tornou ito a feu
quele tempo não adia a Prouin
cargo o dito Papa Innocencio, cia, que hoje ternette titolo" é
& como efte remedio auia de não,hánfirº em Portugal(ilh o diz
| fer por armas, as quaes dependi o latim, Xtinistro in Portugal),
ão de gente, & deidinheiro, que | porque fendo ofeu nome 26
futentafem a guerra, de húa, &#rº de Sant-lºgº, afia juritdiçãº
outra coufa de quiz prouer o comprehendia támbeth os con
Pontifice,ajudandole dos frades
|-
luentes dete reino no qual acõ
da nota Ordem ferafica,querm | pofição e auia defazer

faz como de | •

todos os apertos da Igreja,& net | clarguo mefmo Papa, dizendé |


- «
|te ainda mais, a feruirão (empre efas palauras: Skaliumir Portº

} | • • • •- •• - . --> " • * * * |- #T * * * *

com grande fatisfação. Pelo que | valia imueneris. Foi da da em Leão


tres commifsões nos mandou a à fusbala; aos 4 de Dezembro;
{ Portugal, & todas encaminha- •

#os
la fe
fradiciºnel
ordenaua, que inquiride O , .. : " "… - fr ·
] das a ajuntar hum copiofo exer ... . . n = … --— "… *rrr… :* ---:-
|cito,que retaurafe aquélles fan Minitro, ou mandaffe inquirir |
|tos lugares. -

das pefoas, que tinhão fazenda


irch de S
| 2. A primeira dellas" foi a malácquirida, da qual não fou
ancifco pregação da Cruzada, muito ce | befém domno,& que com elas
: Lisboa.
lebre, nos tempos antepafados, fizefem compofição neta for
pela qual os prégadores fazião | ma, Cobrauão, & remettião a o
gente, que podefe pelejar, con Papa a maior parte da fazenda,
y

fortandoa co a virtude do fan-|| pera foccorrer 3 OS lugares fígra


!

gue de Iefu Chrito por meio dos: outra parte lhes largauão,
de indulgencias, as quaes lhe cõ taixada a feu arbitrio, abfoluen:
municauão. Mas deta occupa |doos com ito de fazerem mais
ção,que outras vezes nos foi da | retituição algüa. ".
• * - -

da nete reino, tornaremos em 4 A terceira,foi tambem a


arch, de
(eu tempo a falar. | cobrança do fübfidio, em que
. Francifco 3 A fegunda,foi º hõa com etaúão fintadas pera o mefino |
o Porto. , pofição, & cobrança das coufas foccòrro as igrejas dete rei. !
mal acauiridas, à qual o nofo no. Ito cometteo o febredito |
Minitro Prouincial,ou perfi,ou Pontifice a o padre frei João |
por feus fubditos, auia de darin Martins , nefe tempo (u?o.
teira execução . Pelo que a dio dos frades 2áenores de Lisboa
Il3
Menores na Prouincia de Portugal — 48 y
dl3.c. I. na forma, que "temos dito. E & excelente virtude, que não |
nete particular zelou tanto o só nos aparenta cos eípiritos do
feruiço da fanta Sê Apotolica, ceo, mas tambem nos faz fenho |
} que ella me{ma fe contentaua res da foberba do inferno ! Cha
> - • •

e cap.37. com menos, como "ainda aue marão logo o frade, diante do
mos de declarar... . qual não parou mais o demonio,
5 . No difcurto dete tem & a mulher ficou liure deta fua
po, & não nos conta do anno, opprefaõ. Dete modo anda ef.
fuccedeo nete nofo Portugal, | crito o cafo nas nofías Chroni
que húa mulher muito dada ás cas antigas,com as quaes fe con
vaidades dos mundo comprou formão, na fubtancia os padres
fp.2.1.1.
hum efpelho, pera nelle (e com /frei Marcos,& é frei Lucas, ain C.34.

por, ou defcompor, & pôde fer, da que entre fieftão difcordes g.an. 1453. [
d.43.
que menos profanamente, do no tempo. Nenhum delles nos
que agora fe vía.Viofe nelle;na difle o nome proprio do frade,
moroufe de fi me{ma, & ingrata do lugar, ou do conuento: nem
ao Senhor, que a criara fermo nòs també adiuinhamos agora.
fa, começou a defpenharfe com
penfamentos foberbos. E logo CAPITVLo XXXVI.
entrou por elles o demonio cru
el,que, permittindoo Deos, não Bondade, defgraças, &#pemi
fomente lhe afeou o feu roto, tencia d'el-Rei D. Sancho II.
mas també a pôz em grande tor da Ordem Terceira de nof
mento, que padecia no corpo.
Os parentes lhe procurauão re f) Padre fêrafico.
|medio por meio de romarias,
. orações,& exorcifmos;& elle ar I. Etirado à Catella,ºco
1248.
mado de fua malignidade, não mo auemos efcrito, o a cap. 33.
queria faírfe dete catello. Ven exetcito,4 vinha reti
dofe porêm húa vez mui aperta tuir o gouerno dete reino a el
do refpondeo,que ningué o po Rei D. Sancho II. elle tambem
dia lançar fôra, fe não fofe hum recolheofe á cidade de Tole
frade de são Francifco,o qual el do, muito melhor aconfelhado
le nomeou, & moraua ali per dos feus trabalhos prefentes, do
to.E perguntado, porque rezão que o foi dos priuados na fua
queria obedecerlhe, fe declarou proíperidade; porque etes o lan
dete mod o Porque,tentandº {'t/ //// çauão a perder, & aquelles lhe
ma torpeza da carne, merº/fio forte. derão occafião pera fe ganhar
mente, @r a fu4 cºfiidade me deixºu | com Deos . Partes teue de
mettido em confusão . Ditofa, bom Principe, mas faltoulhe a
S[ 3 VC [] [U] r2
486 Liuro IV. Da hi/toria Serafita dos frades
ventura de andarem a Íeu lado doação de muitos: a do padre
homens jutos, prudentes, & li são Domingos o teue por funda
ures de interefe, os quaes não dor em alguns dos feus conuen-|
vfafem mal da fua grande bon tos: a nofía de são Francilcofü
| dade.Quando entrou no gouer dou fete no feu tempo,dos quaes
|no,bem fe virão os intentos,que huns na fundação correrão por
tinha de acertar, compondo as conta delle, outros forão ajuda
controuerfias das duas jurifdiçõ dos do feu liberal thefouro. Co
es, Real, & Ecclefiatica, & dan mo Principe catholico foi fem
do fatisfação não fomente à Igre pre obediente à fanta Igreja de
ja Braccarenfe, mas tambem a Roma,fentindo tanto caír na fua
|[uas tias D. Tereja,& D.Sancha indignação, que contandolhe
pelos damnos, & aggrauos, que ter pafado húa bulla o dito Pa
| auião recebido no reinado de pa Gregorio, pela qual o commi
| feu pae. Dilatou por conquita naua, fe não pozeffe emenda
ete reino,ganhando muitas ter nalguns defmanchos do reino,
ras, que pofuião os Mouros nas de que fora accufado,fem efpe.
partes de Alem-Tejo, Riba de rar execução, logo por efcrito
Coa,& Algarue. Ele mefmo fe prometteo de comprir quanto
achaua nas batalhas,& gouerna elle ordenaua. Da deuação, &
ua com tanto feruor as armas, á propensão à virtude poderàtef> e, Agiolog.
'.cap, 3º
veio a tere{crupulo,conforme º temunhar º aquelle cafonotauel, Luft. Ian 4.
letc.no có
deixamos dito,fe aueria incorri-| que nós tambem temos lido em Incnt,

do nalgúa excommunhão por a cidade da Guarda num Catalo


empuxar,quando a guerra ardia, go manufcripto dos Bifpos da
a gente Ecclefiatica,que fe acha fua Sè, o qual nos communicou
ua no campo. E por fer tão vale o Conigo Simão Cardofo de São
rofo contra etes inimigos do no paio; que affi fe nomeaua em o
me de Iefu Chrifto, entenderão principio delle. Appareceolhe
os feus Vigairos na terra Hono em fonhos a Virgem Senhora
rio III. & Gregorio IX, que era nofía, ordenandolhe,que mãdaf
merecedor dos fauores,com que (e cauar debaixo de húas pedras
ambos ajudarão nete particular junto da mefma cidade,onde fe
feus defejos. •

ria achada húa fanta imagem


2 Teue muito de piedade fua, que os Chriftãos na perfe
chritâm,co a qual engrandeceo guição dos Mouros nefe lugar
as igrejas, & fantas religiões. A efconderão,& que depois lhele
Ordem de Sant-Iago lhe confef uantafe igreja. Afio executou,
fa,que defes me{mos lugares, q & affiaconteceo.
tomana a os Mouros, lhe fez 3 Outro teftemunho te
mos
- →- -

Menores na Prouincia de Portugal." 487 T


mos na deuação, & epirito,com is que não felhe poz a alcunha
que elle profeflou a regrada pe pelo que auia fido antes de en-|
nitencia,dos Terceiros feculares trar no reino, fenão sò pelo que ] *** |
de aofo Padre fantifimo. E dia
quientendemos,que lhe nafceo i º 4. Todas etas boas partes, |
a alcunha de ZD. Sancho (apello, C(T)
& todo ete talento te efcurece
rezão do vetido, que cotumaua rão muito quando já ofeu reina
trazer, o qual fendo honeto, & do começou a declinar, no qual |
quafi religiofo,tinha també cer tempo forão tantas as negligen
4}, 2.C. 24. ta forma de capello, como ja" cias,os males,& os efcandalos, q
efcreuemos que trazião os (obre o Papa Innocencio V, prefijin-|
ditos Terceiros,& como nome! do no Concilio Lugdunéfe, não |
mo, tempo o trouxe feu primo achou outro remedie,{enão pri
Rei de França são Luiz,profeffo uallo totalmente do gouerno. }
da me{ma Ordem. Eta propria Veneramos a fentença, que foi |
rezão,fundada fomente em o veí juta, bem fundada,& conforme |
e na Chton, tido honeto,deu tambem º Du a dereito.Não abíoluemos tam-}
do mefmo
Rei fol.71.
arte Nunes do Leão: mas pode bem de culpa o me{mo Rei, por |
ra efcufar de acrecentar outra quanto no que erão acções pro
dizendo, que por fer homem prias fe deuia ajutar co a rezão,
inhabel, & mais apto pera viuer | guardando a lei de Deos, & nas |
em moteiro, que gouernar hú |alheas, ouuera de ter valor pera |
# etado, lhe porião ete nome: emendar os erros de feus vafsal
porque na verdade o feu talen los,& não lhes dar nunqua mão |
to foi bom,& (e a malicia do tê por fua muita brandura, com 4 |
polho deixara bem lograr, com elles liuremente commere{sem |
muito louuer regèra elle o rei defconcertos. Mas teue pouca
fr…..… no . E por ifsofo Autor da Mo ventura em caír o feu gouerno |
C.I.
narchia Lufitana, que afio entã num tempo tão miferauel, que a .
deo, bufcou outro fundamento, guerra com qs Mouros facilita
o qual he,4 fÉdo minimo muito ua infultos fem temor de correil *

enfermo andou em habito de fra ção, & os aggrauos, que fentião |


de por deuação de feus paes, ou as igrejas, ja corrião do reinado
fofse da noísa Ordem,como af de feu pae, & não podérão parar
firmão alguns, ou dos Conigos em quanto (eu irmão, & fuccef |
Regulares de fanto Agutinho for gouernou. Foi degraça tam
fegundo outros diserão.Ito po bem fua não ter Minitros fieis,
têm não nos parece tão certo,co que trata$em da jutiça : nem
mo trazer vetidura com capello Confelheiros, & Priuados ami
no tempo,que gouernou: dema gos de fua honra, os quaes lhe
+-
º Sf4 dèf-m •
488 • Irã IV. DTa Senã77 ----

dêfem noticia dos males,que fe porêm companheiros nos grauif h.cit:1, 14.
fazião, & não approuafem cou fimos Autores da º Monarchia *

Hift.eccl.
e Lisb. P. a fas,que ele não deuia confentir, dete reino, "Agiologio Lufita 1.4
cit.
nos lug |
|

44.. m. A Q. & menos executar. Pelo que a no,&"Hitoria da Igreja de Lis


etes é imputou a maior culpa o boa,que por honra,& jutiça ef.
| Bipo de Lisboa D. Aires Val creuerão em fua abonação.…!
ques nas rezões, que propoz em 6 Vendote ele priuado do
feu fauor no Concilio, Bizendo feu reino temporal, applicoufe |
etas palauras. A e/es importa tirar todo a procurar o eterno,&emé |
dº lado, @r olhos d'el-Rei, @ não a • dar cõ virtudes pefoaes os defei
Rei dº. reinº,
fados. . que euue defeu, antepafº tos antepafados de Rei. Confor
: #; •

moufe quãto pode co avõtade di


5 Demais dito, nos capitu uina,fofrendo cõ admirauel conf
#
los, que contra elle federão a o tancia afi a mudança da fortu !1,
lin
Pontifice,não falou tanto o zelo, na,como o pouco refpeito, com
como pintou a paxão exaggerã que alguns o tratarão,fem ainda
do defeitos,& # 6 por defcuido lhe fair da fua boc
por ventura erão menos aggra ca húa palaura colerica, magoa
uantes. Efe effes, q agora cótãto da,ou queixota.Continuou coas
ardor pedirão a fua depofição, vetiduras aperas,acrecentando
follicitarão depois a emenda,que rigores, & oração prolongada.
não ouue no dito feu fucceflor, Vfando tambem de fua Real
poderiamos cuidar,que fazião fó grandeza, defpendeo em obras
a caufa da Republica, & não cõ pias os thefouros,que dete reino
ella a fua particular.Sobre tudo, leuara, com tanto goto de po
fuccedeoito em tépo, q conui der alleuiar na miferia os po
nha a o Papa priuar do imperio bres, que muitas vezes por fuas
a Frederico II. inimigo da fanta proprias mãos repartia as e{mo
| Sê Apotolica,& {cifmatico Ty las. Edificou a capella dos Reis
rãno, & depondo ele o nofo na fanta Sè de Toledo, & fazen
Rei do gouerno por culpas de do outras obras de piedade chri
menos porte, muito mais jutifi tàm,pelas quaes agradou ao Se.
}
| cada ficaua a priuação. Donde | nhor, que não depreza hum co
vimos a dizer, que não faltarão ração humilhado, alcançou de
nete Principe virtudes, as quaes fua mão liberal fauores particu
fe podão louuar, & que em os fe lares. Duas vezes" lhe appare m. Vafcone.
in Anaceph.
us trabalhos não concorrerão ceo o gloriolo são Lazaro,a quê pag.64. }
Mande Fa
só culpas, mas juntamente def tinha efpecial deuação: confo ria no Epº |
+

graças. Forão remifos nete põ lou o em fuas aduerfidades: aui p.3.cº;


to os Efcriptores antigos: temos zou o do dia de fua morte, pera
\ .
eftar
>T_>>>>>>>T__
••••

}
*
# Menores a Pºlicia de Portugal. _489
|
}
ff.….….5 %, <tar preusmido;& como feuadº de Couilhão,& da Guardamar
uegado também, Bella afilio.
"...
| Tinha feito tetamento a 3 do tro das nofias terras contra os
{

}
ghez de Janeiro de or 48 no mandados do Pontifice, que el
qual forão teterynobas frei Rº Eles lhes iatimatão. Pelo que ef>
drigo Guardião de conventoid -tes mefinos Guardiães,os decla
aquella mefina cidade;&feux㺠! farão por: incurtos nas centuras
|

panheiro fºi Vigente, quando "Apotolicas;&portaes forão jul


|
|

aº dia.ºrgºj ºse acabou dedº!- gados da Atgebifo dº Bragaºk


terro comifinaºs do Bipo de Coimbra, que erão
muito prouane
is de it-reinar, pera2fempre-ha os principaes Committarios. Nef
} Fifan con
companhia dos Anjºs.Q{eu cor testado,de publicos excommü,
form., 1. po, º vetido no nofo habito, & gados,tornarão pera Catella,on
Brand.cit.
C.I. *retratado com ele na pedra da |de não fome nte os viuos (e eui
º Rezend. ºfepultura.delcançauana fobredi |tauão, mas?tambem a os imortos
• •• - -- - • },
epifi. ad Ke
bed. | tá capela mas depois que fefez fé negansfepultura nas igrejas: |

nefe lugar o altar-mór da me{ E contando dito tbdó a 4Pa: b.fr Luc. #.
| na Sè, forão legados feus ofes pa-Innocencio IV,2% mandeu a* 1 148.n. *-
| pera outra, onde (e diz num le [fiei Defidério duas bullas, dadas & 3. +

treiro, como ele edificou a pri | em Leão de França a primeira,


meira. … c3 * * * …… . " ! que começa cum/kut intilexinus,
|em 25 de Haneiro: rafegunda,cu
CAPI TVLo axxxvii. jo principio he httleximus nupur,
|atrinta do me{mo mez, &anno
| c1248 pelas quaes lhe ordenou
Das commi Söts, que o Papa o feguinte. A faber, que decla
| mandouafrei Dfdrio, é rafe como o lnfante de Caftºl
dilirafº, quem |la D.Afonfo não auia incorrido
nas centuras, por quanto tinha
|

, , , era º 1
|| húa bulla Apotolica,em que ef
- º | || taua izento de cair por efecafo
|

1 N T Aõ acabauão de fair H nalgüa excommunhão. Mas os


. os Catelhanos dos la | outros, achando que foi ão bem
ços da confciencia, centurados, aos viuos abfoluef
em que os tinha mettido afua fe das centuras: aos mortos,fizef
entrada em Portugal com o dito |fe trasladar pera fagrado feus
Rei D. Sancho,quando intenta corpos, abfolvendoos primeiro,
rão,como auemos º e(crito, reti fe elles antes da morte tinhão
º cap.33. tairlhe o fceptro. Refitirão no dado finaes de penitencia. E tu
principio a os nofos Guardiães do executou o P.F.Defiderio.
1. Outra
•-> -T

-----_ -_ - -_-_*_*_*____ —=– • --*---- ----
- -

#go TE#IZ DEFSãFX#, 1


+

?
f

ii… comm … o Outra ifsão e lhe |


n.cit.,n-1*
| •

pinuiou em 28 do dito mez, &am #


(empre#
feria #
pefoa#
de muit#
a au
toridadeçfoi Penitêntiarioido …
{
}'no,o mefmo fanto Pontifibe, co
meçando a dizer, Eicêra nobi,mas | Papa: Commifário;& Legado
fuas letras Apofolicas. E foio || Apotolico: Veiº dar pode do
motiuo ete, que tendo encom reino ao conde de Belohha, &
# mendada a cobrança do fubfi Infante”DºAfonfos pacificou
i|dip das igrejas detereino pera | muitos lugares natua obedien
-

| Moccorrer à Terra faríta a o nofo ciá: foi feu Confelheiro, Prote


! | Cutódio de Lisboa, chamado -étor, & Confefor. Notificou a
}
frei João 3tartins, feguindo ele o el-Rei D.Sanchoa feitºnça,pe
} |feu me{mo regimento, apertaua la qual o priúarão do génerno:
| | com os Cabidos, & Clerigos de abfolded os Catelhanos da ex
}| Braga,& de Coimbra,que pagaf communhão,em que cairão pe-| "",
| |fem aquele anno prefente, & os lo faubri que lhe detão contraal, º
dous antepafados; &peto que me{ma fºntença: compozas dif |
| tódos feeteufauão co a pobreza ficuldades qué alegºuão os fo
, das rendas, & perturbações do breditos Cabidos em a pagá do
}

reiho,comé teus poderes erão sò fubfidio; & tádo ito são obras
|m6te de Collector;& mero Exe: de quem por füa virtude, valor,
lºcutor,infidia na cobrãça. Pelo 4 & talento era muito conhecido.
i +recorrerão a: o Papa, pedindo 4

| que a o menos lhes efperafema


dis tempo,o qual por füabenigni cAP fTVLo xxxvIII.
dedade mandou a frei Defiderio,
- que refoluefe à caufa com etas
declarações. A primeira, que os
He inuindº fiei Vafio a fie
4 pagamentos ordinarios (e fizef>
reino por Nuntio, & o Papa
º fem a feus tempos: afegunda, %. nos entõmenda porcartaos
} dos atrazados fe farião duas pa factº/s da Igreja.
gas por dia de são Miguel, húa
• no anno prefente, & outra em o 1 T) Ecolhia cada hora o
feguinte: a terceira finalmente, 14. 54.
|- dito Papa Innocencio
| que dando eles fuficiente cau — IV. abundantifimo
|ção os aboluefe a todos das cé ] fruito das mifões, & embaxa
-]{uras, que o dito frei Ioão Mar das, em que andauão occupados
tins tiuefe ja fulminado. muitos frades da nofia Religião,
->

a.fr.Lucan,
3 : Não temos outras me & " no anno de 1 2 54. lhe man 1 a 54. n.44.
: -
morias do padre frei Defiderio, darão Embaxadores os Tarta
o qual conforme a etas,&ás ou ros, & juntamente os Vngaros
fobre
y******* @*>
----
= =-

* >

- -
- - • |- - + • • ---- — —

Menores na Prouincia de Portugal.


fobre negocios graues, que eles farcos bipos, & outros ecclefiº
auião folicitado. Os primeiros aticos nas futpensões, & irregu
derão nouas, que o feu Empera laridades, que tiuefem incorri
dor, muitos Principes, & gente do por fulminarem excommu
innumerauela daquelle grande nhões verbalmente contra a for
| imperio fe conuertião à Fê pe ma dos decretos Apotolicos.
dindo prêgadores, & minitros Da caufa principal q teue a fua |
Euángelicos, que os conferuaf vinda, não alcançamos noticia,
fem nella. Eraito originado, de por quanto o bom fuccefo de
pois da graça de Deos, da agen pendia do fegredo, & por ifo o
cia dos padres frei Ioão de Pla Pontifice não afiou de papel, fe
no, & frei Louréço de Portugal, não da fua memoria,concedêdo
cuja noticia* dêmos, & tambem |lhe autoridade plenaria pera tra]
hºp.; lº &
}*.
de outros frades, os quaes traba tar com etes Reis ( o nofo era
lharão muito neta fanta conuerD.iAfonfo III.)os pontos da em |
são:Os fegundos oferecerão ao baxada, & tomarem aquela re
|Papa em nome d'el-Rei de Vn folução, que foffe conueniente.
gria, que julgafe a feugoto as |Ito dizem as palauras, que efere |
perigolas contendas, que entre ueoa o fobredito Reinafua car
elle, & el-Rei de Boemia anda |ta de crença. In eius ºre pº/aimus |
uão muito acefas. E eta compo quedam ad te perferenda fecretº, per
fição lhe fora perfuadir por ordé | p/ºm, Qr tecum etiam pertrailanda,
do me{mo Papa aquelle Varão Confiderando porêm as occafi
infigne,que fechamauafre, Vafº |ões do tempo, & os maiores cui
co, feu Legado Apotolico,& de dados que afligião o Papa enté
pois Bifpo da Guarda. Mas por demos, que o intento feria ligar
que o fanto Padre ainda por ou todos etes Reis em feu fauor cõ
tras partes fe achaua moletado tra Manfredo, filho batardo do
no gouerno da Igreja,inuiou no Emperador Frederico II.o qual,
uamente a Hepanha, por feu imitando a feu pae nas ofenfâs
Nuncio o me{mo padre frei Vaí da Igreja, fe auia leuantado por
CO. , | . * . * * * * | morte de Guilhelme H. com os
2. Em 29 de Maio do anno reinos de Sicilia,& Napoles,cu
afima dito lhe entregou intruc ja enuetidura tocaua à me{ma
ções, carta de crença, breues, & Sê Apotolica. E parece verifi
mais papeis neceffarios pera tra mileta nota prefumpção a ref.
tar com os Reis de Portugal, de peito do cabedal,que mettia o di
Aragão,& Catella os negocios, toSummo Pontifice, ajuntando
ue trazia a feu cargo. Deulhe hum copiofo exercito, & mar
tambem faculdade pera dipen chando em pefoa pera lhe tirar
---=- - - --• → - -- ----
o íceps
- ** - - - -
>

492 Luro IVT75 Araña T; -

º íceptro. Mas a morte, que cof. cebido da nofla Religião,não fo !


|| tuma desfazer as pretensões ma mente pretendeo fatisfazellos
is honradas, lhe impedio també com auentajado premio, mas tá
eta a os 7 de Dezembro, no an bem gratificar a deuação, que

no
dadeprefente de 1254. em a ci lhe tinha, entre os mais bemfei
de Napoles. - - -

| tores, a Rainha D. Mafalda, In


3. Em 21 dete fobredit fanta de Portugal.Foi eta deuo |
mez lhe fuccedeo na cadeira de tifima Princeza filha d’el Rei
1nuin, naS
Ot. 2
são Pedro o Cardeal* Orlando, | D. Sancho I. & da Rainha D.
[º que na fua coroação (e chamou Dulce, ou Aldonfa, cujos filhos
|-Alexandre IV. E vendo o etado honrarão com eftremado amor
da Igreja, opprimida com mui anofa Ordem ferafica. El-Rei |
tas aduerfidades, tratou logo de D. Afonfo II. a recolheo nefte
procurar o fauor da Majetade reino: o Infante D. Pedro depois |
diuina,que properafle os meios de nos trazer de Marrocos as re
de fua conferuação os quaesel liquias dos nofos fantos finquo
le applicaua. Pelo que efcreueo Martyres, *
principio a ofe
à nofia Ordem, encommendan gundo conuento,que em Coim
dolhe muito, que em fuas oraçõ bra tiuemos: a Infanta D. San
es, & {acrificios fantos fe lem cha fundou o de Alanquer: a
brafe deta necefidade geral. Rainha D.Tereja mereceo a sã
Chegarão a efte reino as cartas, to Antonio pela deuação, qué
& não faltamos na nofa obri tinha, que elle lhe refufcitaffe a
gação. - - * o menos húa filha;& D. Contã
ça Sanches,que era meia irmám
lo A PITV Lo XXXVIII. pela parte
a igreja dedeCoimbra.
feu pae,nos acabou •

|Gratifica o Pontifice à Rai 2 Eta piedade grande,que


parece natural, & como heredi
nha D. Mafalda o amor, que taria em todos etes irmãos, foi
tinha á naÉa Ordem; &} tambem muito notauel na di
D. Mafalda. Cafou com el-Rei
nos damos della húa
noticia breue. D. Henrique o I. de Catella,cu
ja morte em idade de minino
fem cõ{ummar matrimonio lhe
* Chando empenhada a deixou occafião pera defprezar
** 5 3 | - fanta Sè Apotolica o o mundo, confºgrando fua pu
fobredito Pontifice reza a Deos. Pelo que tornando
Alexandre IV. por refpeito dos a Porrugal recolheofe no motei |
fingulares feruíços, que auia re ro de Arouca , onde reformou
*

__r_
primei
AMenores na Prouincia de Portugal. . 493
primeiramente as freiras de S. . mada de Sant-lagº, que ella não |
Bento em Bernardas,& depois fe emparafe, & foccorreffe com
transformou de Rainha em reli caridade Real.Chegarão ao Pa
giefa daquelle me{mo etado Pa etas nouas, porque lhas da
com tanta graça do ceo, que te uão os frades, os quaes fabem
uenome de Santa por fuas gran etimar os fauores, que lhes fa
des virtudes . Era deuotifi na zem, & como nos nofos bens a.arch, de S.
não só da Sê Apotolica, mas tã etaua interefado, efereueolhe • Franc,do
bem da nofia Religião: virtude húa carta, em que lhe daua as Porto,

muito louuada, & importante | graças, encommendando de no


nos Principes. Mandaua chamar uo eta me{ma caridade, & igual
os frades pera os ver,& ouuir fa mente recebendo por fatisfa
lar de Deos. recebiaos como a ção de culpas a deuação,que nos
Anjos do ceo: communicaua cõ tinha, & o repeito, que guarda
eles as coufas de fua alma; & ua à fanta Igreja Romana.Foief |
com feus confelhos sãtos andou crita pelas palauras feguintes
muito na via da perfeição. Não em São Ioão de Latrão, a os 3o
tinha conuento a noffa Ordem de N, uenbro, anno de Chrifto
nos dous reinos de Portugal, & 1255; &primeiro do feupon
Leão, pelos quaes naquele tem tificado.
po corria a nota Prouincia,cha
ALEXAN DE R &c.
Charifimae in Chrifto filiae, illutri Reginae Ma
falde,nate clare memoriae Regis Portu
galiae falutem &c.
E;frequentirelatu diletorum filiorum 2ánfiri, grfratrum Or
dins Atinorum de regnis Legionis, @ Portugal e letanter acce
pimus, quád sacrosanilã Romanam Eccluíam Âncerº corde dili
gis,Grfratres efemfeues liberaliter beneficus ºpportunis. Ze hutu/mo
di quidem deuotionis, @ pietatis Hudio teprosequentes in Zomino plenis
«hombus gratiarum, Serenitatem tuam rºgamus, hortamur attenté,
in rem/sionem tibi peccaminum injungentes, quatenus prore deleffabili, gr
meritoria felicitatis eterne tibi conflituas, quád semper Grpreátiam
venereris Ecclesia, Qrpreditios fratres pro Ziuinihonorenominis de bono
rum tuorum ºffluentia insus nece/statibus consoleris (3-c. Zat. Laterani,
2. Chalendas Zecembris, pontificatus noiri annº prime.

3 Paí
Tt •
494 Liuro IV. Da bifloria Serafica dos frades
3 Pafou a viuer com Deos ]]ma, quando o Papa, imaginan
eta inclyta Rainha em o primei|doa viua, lhe mandou a dita car
ro de Maio, como achamos ef|ta. No me{moliuro dos Obitos
crito no liuro dos Obitos de San-leftà e{crita por erro a Era de
ta Cruz de Coimbra . (halendi || 1 264 em lugar de 1294 que vi
lºta), lufirfima Regina 2.3ahak|nha a fer o anno de 1296, o do 4.]

da faz Regis Santigº Regina 2. || qual lhe tem afinado a "Monar?" 3.Os

…F.66 | Dulcie. E cuidaua o "Iardim de chia Lufitana.Contudo o epita


* Portugal com o Catalogo dos|fio que nella fe copiou,lhe acre
Bipos do Porto,queito fora no ||centa hum anno;& por tãto nú,
anno de 12 52: mas feria impofilou noutro etá a conta errada.
uel não contar dahi a tres, & fe-|O epitafio diz. -

te mezes da fua morte em Ro

Mille ducentorum nonaginta fuit Era,


quinque quãdo adjunctis, cú tranfit feminamerè.
E vém a fer em portuguez. A || CAPITV L O XXXX.
## quepe/ou djie mundo famº Relação do fênuo de Deos fiti
er/antamente,foi a de 129 o acre- • •

centando mais finquo;na qual corria Antonio de Seguia.


o anno de 1257.No de 1616.fe \ ,
abrio a fepultura antiga, onde || I Mefma Religião de
-- acharão inteiro o feu corpo, en- Citer, que profef 11257.
uolto num fendal de tafetá par- - fou nas fuas freiras a
do; & conforme a o juizo, que || [obredita Rainha, nos deu tam
na HiR de fez o padre º frei Luiz de Soufall bem dos feus monges hum Va
# # noutro cafo femelhante do In-||rão muito infigne,o qual nella (e
fante D. Afonfo filho d'ElRei chamaua frei Gºnçalo, & depois
Dom Afonfo III. & fepulta na nota Ordem fe nomeou frei
do em São Domingos de |-Antonio de Segºuia, tomando o a
Lisboa, bem poderemos pellido d'húa cidade de Catel
dizer, que por deua la, dõde era natural.Sendo mãCe
ção do nofo ha bo, no tempo,4as neuoas do mú
bito pardo fe do o poderião cegar, conheceo
efcolheo ef allumiado dos replandores celef
t3 COT,
tes o perigo das vaidades da ter
|
ra,precipicios da alma, & a todas
(?) deu de mão.Renúciou a poffe de
- - - pra n

• • •

Menores na Prouincia de Portugal. _49í


grandes bens,a e perança de ou tudes), no qual elle defcançaffe
tros, os paes, os amigos, & a pa dos cuidados deta vida . Per
tria,& vindo a ete reino profe{- guntou cujo era o tal leito,& ou
fou no moteiro d'Alcobaça a uindo,que era de frei Francifco,
dita Ordem de Citer, no qual repondeo: Pois, eu tambem me qui
viueo alguns annos em tão gran «gra lançar nele.Acabou(e avi lão,
de fantidade,que muitas vezes o & andando penfatiuo em o myf.
vinha Deos confolar:mas como terio dellabreuemente entrarão
|queria encaminhallo pera nofº no feu moteiro os nofos primei
fa companhia, a ete fim em | ros, frades, que ahiapparecerão.
| pregaua o reto maior de fuas re Notou a forma do habito,o feu
|
|uelações. . | defprezo do mundo, a profifsão
#
| , , Não tinha ainda vito |da pobreza, a fantidade da vida;
os frades da nofa Ordem, por fe & vendo fer ete aquelle fanto
rem vindos de pouco a Portu |etadd,o qual Deos lhe tinhare
gal,quando hum dia etando em prefentado, conuidandoo CODI)

oração lhe appareceo hña don elle,defpio a cogulla branca,veí


zella, fermofa por excelencia, tio
ra aanofa parda, & pafou pe
tunicaFamilia. •

vetida de pardo, & cingida cõ |


cordão, a qual lhe rogou honefº 3 Sentirão muito eta mu
taméte 4 quizeffe aceitalla por ança os monges em rezão de \

epofa; & elle (obre altado lhe perderem hum fujeito, com que
repondeo efcufandofe (omopôde elles (e honrauão por fuas gran
i/ºfer,/ eu fou religiofº, @ fiz votº desvirtudes, a quem trazião def
de caítidade perpetua? A o que lhe tinado pera fero (eu Abbade;& •
*

"replicou. Eufêua fanta Religião dº afi Ppzerão todas as forças pera


7"f": Atenores,que muitº ce o tornarem à fua Religião,citan
do has de ver nºfemºfeirº, fidas com doo finalmente pera Roma, on
ºfe habita,ºs quaes imit㺠nºvidº ºle de correo a demanda. Açodio a
fº Crucificado, que pelo mº/mº refeito defenderfe, & porque fundauão
me tem fingular amor; (2) peratu º a fua cauta em dizer, que tinha
fêruires em pobreza fireitfima, conné deixado a fua Ordem, fendo de
muitº,que tomes# dito ií mais afpereza, fem licença dos
to,fe e{cõdeo de feus olhos. Pou prelados: contrariou dete modo
co depois tornou a ver em efpi em a prefença do Papa.Sant/mº
rito, como o fanto frei Guilhel Padre,eu tenho vindo dº reino de Portu
me diante de nofo Padre ferafi galº pèdº/calço, grpedindº pelas pºr
colhe etaua cõcertando hú lei tas confºrme à minha regra: dig㺠ºf
to rico (figura da me{ma Or tes Padres,fe a; fua os obriga a cam
dem, dotada de celetiaes vir nhar nºftaforma @r cõ ifto/e verà qual -

Tt 2 - - das

|
496 Liuro IV. Da hi/toria Serafica dos frades =*=

das duas hemais ºfiera. O Pontifi-] que falaua nos myterios diui.
ce, ouuindo etas rezões, appro nos, que muitas vezes parecia hú
uou fua mudança, & ordenou | dos fagrados Apotolos naquel
que ficafe nanofla Religião.Pela occafião,em que etanão che
lo que fe defpedio de Roma vi os do Eípirito Santo,o qual me
étoriofo, & caminhando por neaua fuas linguas, & o mundo
| França,ahife quiz efconder em defafizado, & tonto os julgaua
deterro voluntario por amor |por homens fartos de vinho. |
de Jefu Chrifto, fem tornar a | Tres cou/as, dizia elle, connem muito |
Portugal . Fez affento em a pera chegar h㺠almas fadºdeperfer
| cidade de Aquis no idioma lati ta. A primeira,conf/afº inteiramen
| no, ou de Aix em francez: não | te das culpas:_Afeganda,ºrar com fer
| naquela(são duas as dete nome) | wor,®r a uaçãº: trito:_Aterceira,
* do Etado de Proença, à qual ||fugir com cuidadº das palavras vºº.
# | Etrabão nomeou por vique|fas. Ito dizia, &ito me{mo
, p.1, º Sextia, como cuidauaº frei Mar- fazia, aborrecendo as fobredi
16. cos: mas na outra, chamada de ||tas palauras como pete da vir
Ptolomeo Aque # em as litude. Ouuindo contar hum dia
pºde Gafconha, fegundo o | certa hitoria, que prouocaua a
………. Annalita coas Chronicas an-||rifo, logo a moralizou, por não
tigas. ficar fem proueito, tirando del
4 Defiançada fua alma do la hum faudauel confelho, pera
etron do das fobreditas conten que os peccadores afoguem os
das, feruio pacificamente á diui feus peccados nas aguas da peni
na Majetade, concordando por tencia. Procuraua grandemente
| meio da penitencia, quanto lhe o remedio das almas, ardendo
era pofuela carne com o efpi fempre naquellefanto defejo de
rito.Não bebia vinho, nem cer que todos fe falaafem, pelo
ueja, imitando atè mito o gran qual regulaua as acções de fua
de Baptita; no comer era tão |vida pregando,& confefando di
parco, que parecia milagrota a |as inteiros quando era neceffa
| fua futentação. Gotaua sô das rio, & coturnaua dizer. No ceº,
| delicias do ceo, que Deos lhe que eu estiuera, fême chamafºmpera
communicaua, & o trazião co hãa cºnfºão, euuerº de faltar fºra º
mo homem tranportado, ef-| ºuuir º peccador . Em rezão def
quecido de fi me{mo; &ito de tas virtudes o fez Deos parti
puro goto, chorãdo femfe sétir, cipante de lua Omnipotencia,
né poder etancar a inundação obrando pelas mãos delle por
das lagrimas polos lugares mais tentofas marauilhas. Cõuerteo é
publicos. Era tanto o feruor, cõ certa necefidade a agua de húa
|
fonte
* --…"… ====== - -

Memora Princia de Portugal = -497 -

|
fonte em vinho, a qual dahi por to tambem difcrepão d'outros * aft. Marc.
P * 1 4.c. Aº
diante fechamou a fonte de fantº | Autores,aconteceo na cidade de
Lisboa hú cafo marauilhofo em
Fr.Lucan.
1 a 18, n.18.
-Antonio, & não tinha outro no
me. Morreo fantifima mente, & | fauor dos que são afeiçoados à
muitos annos depois foi achado. nofía Religião.Ouue nella hum]
o leu corpo inteiro,&incorrupro. mancebo,inclinado à virtude,&
5 No tempo, em que elle fio muito deuoto de nofo Padre
receo, não etão muito confor fantifimo, cuja regra defejaua
mes os padres frei Marcos, & profeffar, & profefêra fem duui.
frei Lucas, nem as Chronicas da fefeus paes,que nelle vião al
antigas concordão tambem com | güa fraq2a natural,& tinhão ou
eles. Mas nòs (eguindo a etas,6 | tro epirito,não o contrangerão
o merecê por caufa da me{ma an | a entrar na illuftriffima Ordem
|tiguidade,dizemos 4 fioreceo no | do Patriarcha são Domingos, & |
generalato do ferafico Doutor S. fazer nouiciado no fobredito cõ
| Boauentura,o qual começou no | uento. Mas nem por ifo perdeo
|
|
anno de 1256. & no feguinte da nunqua as faudades da mofa,an

mos a fua memoria, vito como, tes caindo numa deèça mortal
| ºlfendo ja prouecto em a idade, al fe declarou com feu Metre,que |
• • |- | . *"

cançou o principio da nofla Re morreria cõíolado,fe pelo menos


ligião nete reino.Solemnizão o o enterrafem vetido no nofo
|
e no Cata (eu nome, demais dos Autores habito, & afilho pedio cõ mui
referidos,º frei Gapar Martins, tas lagrimas. O Metre lhe ref|
log dos Var.
iluítr.
|4 || a.c. 16. 4 Mariano, º Marieta,o Martyro | pondeo,que não falafe mais nifº
*1.17. logio Francifcano no primeiro fo, porque alem de não etar em |
de Abril. ….…………… :º, cotume,lhe feria etranhado dos |
|outros religiofos; & falecendo |
o A PI T V L o : xxxxi. fantamente contante sépre nef
ta grande deuação, foi fepultado …

|Apparece na tua
***", "", vºfido
"/"" nº" || no habito da fua Ordem Angeli
naº habito hum muiçº de são | ca. Porêm N. P. S. Francilco,
9 4
Domingos de Lisboa,quejº em | em rezão detes defejos,os quaes |
etimaua muito, o adoptou por |
|temafºnel, é difas re feu filho,na me{ma coua,em que |
zões típcias, pera que os
,3
o depofitarão,lhe vetio o feu ha|
… ficulares oefielhão por bito (agrado, como a frade Me
nor, & cõ ele foi achado d’ahia |
| dous annos inteiro,sé corrupção* |'b. F.Lucan, •

1 Outro femelhante cato" | 1443,


1257] : N ditas Chronicas, é nif. acõteceo é Catella, vifitãqo os
Tt 3 | C() {} -
=
498 Liuro IV. Da bifloria Serafia das frades
conuentos da primeira Obfer-, fiuel viuermos nós, & mais elles
luancia o fanto frei Pedro de Re na profiísão d'húa regra, & d'hü
galada. Chegou a o lugar de habito,e se fora o feugoto; por i
| Quintanilha, do bipado de Pa que, não auendo diferença de
|lencia, onde morauahum man etado,nem de vida, ficaria mais]
| cebo,que lhe fez grandesintan fegura a vnião de vontades, que
cias, o aceitafe por frade. Não em todos defejana. E querendo
| tinha então defoccupado con | confirmar com feu exemplo eta |
"

uêto,pera onde o mandafe: mas irmandade fanta,pedio o cordão |


vendo o feu feruor acompanha ao padre são Francifco,que fem
do de lagrimas,lhe repondeo, 4 | pre trouxe debaixo do teu vene
d'aquella hora o recebia à Or |rauel habito, como nos deixou
|dem,& que quando tornafe lhe | e{crito o fanto frei Leão, compa
lançaria o habito. Entretanto Inheiro do me{mo Padre ferafico,
acabou o fobredito mancebo, Beffa,Mariano, Reboledo, Colº
fem perder a deuação,o curto de |uenerio, & outros Autores gra
fua vida, & foi enterrado num |ues, com os quaes os nofiosº An eR.an.
2,
219.

lençol na igreja do lugar. Tor |naes concordão. Outro empeº]


}nou o Seruo de Deos, & faben nho d'amor,& boaºcorre(pondé. d.1.*.fol.
cia diz "Rodulfo, Sedulio, & f 47. à
• •

do o que auia paísado difse com e, in Comct.


ad vitam 5.
grande epirito...Agora quero eu, Vuaddingo,que virão pefoas de TânC.

que vejaes todos o entranhauel amor, | muito credito na capella fubter fan **3o • +

n. 4.
que º Padre são Franci/co mº/tra a es| ranea, que ferue de fepultura a o
feus demorºsºfº este mancebº º difejanº|corpo

incorrupto odefanto
Francifco.…Etaua N. Padre
P. S. || …,
for pae, ele tambem º aceitou por feu |
flhº. Mandoulhe abrir a coua, &| em pé, os braços cruzados fobre
todos o virão vetido no nofsol o peito, as mãos mettidas pelas
habito,cingido com o cordão.…! |mangas do féu habito,o roto vi.
|- .. 3 - Não etranharião em rado à parte do Occidente com
Lisboa os padres de são Domin |os olhos abertos,&pregados em
gos acharfe o feu; nouiço veti o ceo. Defonte delle ficaua húa
do como frade Francifcano, po. figura notauelvetida no habito
is
& os
• fantos
noísa Patriarchas
Religião
|-
fe amauão cõ||| ddo gloriofo são Domingos,olhã
da fua, "mingºs,olha

opera os pés do me{mo Santo


|tão etreito amor; que cadas hõ||ferafico,& cõ as mãos leuãtadas,
teue (empre por feus filhos a os |como qué orava ouvinagraças
frades, que feguião o Intituto a Deos. Mas por agora não for

- * * *
do outro.Chegou a dizer o grã-|| mamos juizo, nem conjectura,
de padre são Domingos a feu fenão só que nem a morte aca
• •• • •

amigo Francifco, que fe forapo-libou de apartar etes admiraueis


San
-+-
Menores na Prºuincia de Portugal. 499 |
| Santos, & que não parece mal o fo trazia na recamara Real, &
habito de hum nos cemeterios com ete.arnez d'affo efperou a |
do outro. : - . pé quedo o feu golpe. Pretende
, 4 Muito bem podia fer, q 1ão os demonios leuahe a fuº
gºl.3.c. 14. e te cafo,& outros,os quaes é dei alma; que muitas vezes querem
xamos contados, e pertafem a furtar o alheo: mas nofo Padre, |
deuação dos fieis, que querendo por cujos merecimentos tinha
grangear o patrocinio grande de | alcançado da piedade diuina pe -

nofo Padre fantifimo fe man nitencia final, acodio briolo a }


dão amortalhar em o feu habito - defendella. Clamou, que era feu
fanto. E são tantos os motiuos, filho, & como tal falecera no
com que a nofia fagrada Religi feu habito, & com to o liurou |
ão os podia conuidar a efte fan dos algozes infernaes. Se aduer
to cotume,que não achamos re tirmos myterios, muitos encer
h. Soufa na zão" a quem quiz perfuadir,que ra eta veftidura fanta pela gran |
Hift. de S. da fua nafcera a deuação de os de femelhança, co a qual nos ef.
Doming.l.
3.c.41.
leigº fe mandarem enterrar cô |tà "repretentando a de Chrifto {Alauain
prodig-natu
o habito das outras. Porque fe |Senhor nofo,na vileza, & afpe… retit. I 5.
fr Lucan. |
tratarmos de exemplos em pef |reza dopanno, na cor de cinza, 12o8.n.7.&
foas muito grandes,logo nos no |na forma de cruz,nos remendos, 9. " ""
Rodulf, fol. |
fos principios ao fanto Patriar } no cordão,com que fe cinge, & 6. * .
p.
chapedio o habito, que leuou à | talvez" aconteceo apparecer o Reboled.
1.] * c.»9.
epultura, a infigne Matrona Ro||me{mo Chrito vetido do mef. &m. Sedul.
3o.
[.
ana Iacoba de Setefolios.Com | mºmodo, que são Francifco an tab.5. ! -

elefe enterrarão tambem o Pa daua. Demais dito, por ferelle |


pa:Gregorio IX, o Emperador hum facco de penitécia,tem vir
da Grecia D, Ioão de Brenda, & | tude,& graça particular, pera 4
el-Rei de Portugal D. Sancho i áfua vita (e abrande a indigna
II. Se ponderar mos faudres, vall|ção de Deos, Finalmente, fendo
# Pifan, com por muitos o que * contão d'el |habito tão pobre, he rico de in
form.t. 3. &
1 • Rei D. Fernando, chamado º |dulgencias, & tem per fiquanto
Emprezadº, IV. do nome em Caf |
auiamiter pera fer defejado,
tella: mas bem merecido delle …buíçado, & etimado fem …
{
{
• • •
- •

pelo amor,que motraua ánofia {…}.mendigar os exemplos,"


Religião. Nunqua falou a ºs , ; Nouabonações sai ,
fradesfem lhes beijar ofeu habi | , º ocºu alheas. … e º
to; & como fazia dele. deuota, "… o jo, a cº", º jºr, º |-
* * * * * * * * *
etimação quando a morte lhe | ….….…… …; …; , , .
quiz degollar a vida na cidade || | .….(?). |- * …*
• • … -• |-
-

de Iaen.vetio hum,que persif | •


-
TETTGAT •

| |
# +-T---------… - --*""""

----
-

-

- -
- ----
-
- - - - --
yoo Luro IV. Da hiftoria Serafica dos frades
| 2. Da muita fuficiencia, ta
C A P ITV L O XXXXII. lento,& boas partes dete bipo
* D.frei Branco nos da grande ar
De D. Frei Branco, terceiro gumento o cafo, que delle fez a
Bijo de Marrocos, & dous fanta Sê Apotolica em os feus
primeiros annos. Porque no de
| difipulos de N. P. Sera 1247, era Nuncio do fanto Pa
dre Innocencio IV.& Collector
fico,Jºpultados em
Abrantes. do fubfidio Ecclefiatico, pera
foccorrer a Terra fanta, no Eta
do d'Auinhão. Affi o diz húa e c fr Lucan,
1258. 1 y Agando pela renun bulla do me{mo fummo Pontifi | 1 a 17, n.16.
cia de D. frei Lopo, ce,dada em o primeiro de Iunho,
º cap.34 como º auemos eferi anno IV. do feu pontificado,pe
to, a cadeira Epifcopal de Mar la qual lhe ordenou, que mode
rocos, entrou nella D. frei Bran rafe a taxa, que corria nofobre
|co, terceiro Bipo daquela fan dito fubfidio, porque della {e
ta Igreja. E poto que não acha motraua queixofo, & magoado
mos as letras da fua nomeação, o Clero. Começaua a bulla pe.
b.fr.Luc.an.
.lº duas bullas do fuccefor D.frei las palauras feguintes: Fratri Zlá
1289, n.2 "
an. a 29o. m.
2o.&m Re
Rodrigo,que no anno de 1 289 | co de Ordinefratrum 3ánorum, Nuº |
get. & no feguinte lhe pafou Nico ciºnofire. Etas me{mas boas par
lao IV.nos dão noticia della.Na |
tes lhe grangearão tambem o
|primeira declarou, que lhe daua bipado de Marrocos, quando |
o bipado por vacatura do fobre nellefe prouião os homens mais
dito D. frei Branco;& na fegun-||eminentes em virtude, & em le
- * * *-*… *; 1 •• 2 •

da,que o fazia feu Legado Apof tras. E crecendo os encargos co


tolico nas partes de Africa, afi oficio, foifolicito Prelado, que
| • • •• • • • • • •

como a elle o tinha feito o Papa | ºfitio em pefoa muitos annos


Alexandre IV. Donde tambem, no gouerno d'aquellado,fanta e{po
fa de Iefa Crucifica regendo •

difcurtando no tempo de tua no |


meação, affentamos, que foi fei |fuas ouelhas comoPator ordina
ta entre o anno de 1 2 57, no rio,& acodindo a cafos particu
qual ainda D. frei Lopo retinha lares com os poderes, que tinha
a dignidade,& o de 1261. a 25 de Legado Apotolico.Mas por
de Maio,em que morreo Alexã. que o feu emparo dependia dos
dre, o qual o tinha prouido nef |Reis,& dos Principes Chriftãos,
te bifpado, & feguindo eta con pafou comete cuidado muitas
ta, no de 1258. fazemos della vezes a Hepanha,pera lhes per
mençao. fuadir, que quizefiem ajudallal
erry
**aa
----

Menores na Prouincia de Portugal. yo |


em fua conferuação. Numa del fizerão mais detença. E tendo ja |
d.arch.de las autenticou nete reino o "trã
S. Franc. de trabalhado alguns dias em feu
Guimar fumpto d'húa bulla do Papa Cle aproueitamento, comuertendo
mente IV. que começa: Virtute muitas almas a o feroiço de
confiicuos, dizendo etas palauras. Deos, ouuirão a voz do ceo, que
Nosfrater Zlancus diuina mi/eratione | os chamou pera nelle defcança
3tarrochanus Epycopus vidimus, (ºr tem.Com eterecado fepartirão
legimus ºmnia /upradlia Comito quafi,juntos, leuando configo os
{e nos acaba toda a fua memoria, applaufos, & os corações do po
atê do tempo da morte: mas ja uo,que os julgaua por fantos.Fo
quando o dito D. frei Rodrigo rão fepultados ambos em São
no anno de 1 289. lhe fuccedeo Vicente,igreja parrochial, onde
no bipado, distius víduitatis detri depois pelos annos de 16 o 1. os
menta/en/fuit, como diz a fua pri me{mos golpes dos aluiões,& en
meira bulla,muitos dias auia,que xadas, q abrião os fundamentos
elle etaua vago. da capella de fanto Antonio, del
3 Mais curtas são as noti cobrirão o thefoura de feus ve
cias, que pudemos alcançar de neraueis corpos, efcondido em
dous difcípulos de N. P. fantifi as entranhas da terra. E como a
mo,fepultados em Abrantes,por memoria de tuas grandes virtu
que nem nos conta de feus no: des duraua ainda na gente da
mes,nem do tempo, em que paf mefma villa, foi tanto o aluoro
farão à companhia dos Anjos;& ço,& tão aprefiada a muita vene
por ifo lhes damos ete lugar. ração de feus fagrados depojos,
Andauão prêgando pelos pouos que por atalhar exceflos fe tor
dete reino, como Varões Apofº narão a efconder como d'antes,
tolicos,& entrando na dita villa em quanto não fe feruir o Se
d'Abrantes, a deuação dos vizi- |
nhor de fazer pera feu credito
nhos os obrigou de maneira, 4) | algüa demontração. —

LIVROT
---- - - -
- -- --

--------
|--·
|---
------------
, ----, !
!|-

----·
-----
~);
-- --
--------
- -
••;:
----·----
^
|--
-
•----! »* --
* … … *- - -
·--------· · ·• • • •· ·· ·
---------- -*…
-

-·----
•----|-· -*·
----|-
·|-|-•
·-| -··
----|-|-|-·
- - |-
-!----
|-|-
·…
* …• .·----•
-
----··-*
|--|×
-
• • •--
·|-|-
· -|-
tae-·
--.
→ ·----
----·
|-
*
·
|-+
·-
, ,|-
----
-
→ ·-
* ·|-
|-|-·
·|-
--"-
|-|-
----
·|-●
·
·
-!
-!
•• • • • • • • •- * - -- - ---- ---- ---- ~- - --
·-
·-
|--
• •
--------- - -
-·-- → ←→ ·- ----- -- - -|-- -|-
- -- --
-* • ** - -- - - - - -- - ----+----
DA HISTORIA
S E R A FICA D O S
FR Provincia
A D E S M DE
E NPoRTVGA
o R E S L.NA •

Fv NDA C,ão, M v DAN CA. E


augmentos do Real moteiro de Santa
Clara de Santarém.
CAPITVLo 1.-- |leuantou, quafi,juntos, dous mof
teiros da fua fagrada Ordem a
Quem principiou em Lamegº deuação dos fieis.Hum delles na
cidade de Lamego, o qual logo |
efta tafa, & que fauores lhe foi mudado à villa de Santarèm:
fiz a fanta Sé Apºf outro no lugar d'Entrambos os
tolica. Rios, que pafados muitos an
nos (e trasladou a o Porto. A o
# Hegarão a efte primeiro julgou por menos anti
1258. # reino tão viuos tigo o padre "frei Luiz de Sou * na HiR de
5. Doming
os replando: fa,porque não o conheceo,fenão P. l.1.c. 23
\\ # res da gloriof sò em Santarèm, tendo ele naf
*****s, Clara, depo cido ja em Lamego, onde a fua
is de etar efcrita no catalogo idade (e começa a contar. E fa
dos Santos,quebreu emente lhe cilmente nos podera contar
della
…_*_*_*____ ===------
=m*-

_504 Liuro V. Da hi/toria Serafica dos frades


della,fe hoje apparecerão as fuas tioni vetra: non exfit accommodus.
primeiras bullas,em que a licen | Conta mais da bulla das indul
ça da fundação (e continha:mas encias,? com que ajudou
J as o- F
| nem etas feguardarão; nem fo bras,como elas etauão principi
rão dadas no anno de 1254, fe adas, & ião cõtinuando: cum ita
não alguns adiante,como mof | que domas,9r ºficinas edificare incº
tra o teor dellas,as outras feguin perint. Era o nome da cafa Santa
tes, que por erro de penna neffe %aria,gº Santa Clara,o qual tam
fOfT1.2 s tempº afétou o grauiffimo "Au bem fe pegou à outra de Santa
"at 2. P.$. tor da Benedictina Lufitana. A têm. Mas, em que fittio eteue,
cerca da fundação do moteiro quem foi o feu Fundador, quan
d'Entrambos os Rios achamos aldo fé principiou, quaes freiras o
güas bullas dos annos 1256. & pouoarão, & que obras fe fize
1 2 57. que quando delle tratar drão: nada dito fe alcança a o |
mos auemos de referir, & como | certo. E pode fer, que lhe firua
nos he occulto, fe forão dadas de mais gloria neta idade presé
| primeiro,ou depois da (obredita te, na qual etá fublimado com
licença do moteiro de Lamego, húa Real grandeza: porque nin
naquelas fométe,em que Alexã guem lhe dirà, que ja o vio mais
dre IV. mandou a ambos a re piqueno, & quanto menos labi
gra,que auião de guardar,bufca do o feu nafcimento for,mais ref
mos a preferencia. Forão pafía peitado,& etimado ferà.Cuidão
das no anno de 1 258:pera En alguns,que o fittio feria aquelle
trambos os Rios em 25 d'Abril: me{mo,onde agora os frades da
pera Lamego,em 2o de Feuerei nofa Ordem etão: porém ito
ro;& por rezão dos dous mezes, não pafla de prefunção. Outro
& finquo dias, que lhe leuou de moteiro de freiras,o qual fecha
ventagem, he tambem aqui pri ma das (hagas, fe fundou neta ci
[1]C1['Q),
dade,pafados ja 33o annos: mas
2 Entramos pois às efcuras não tem correfpondencia, nem
pela porta dete infigne motei. parentefco com ete,que logo fe
ro, & quanto nos feus principios extinguio,fe não he em profefiar
ouue, tudo età efcondido. He a me{ma Religião.
certo, que fe fundou em Lame 3 - Das primeiras Fundado
go,dentro da me{ma cidade, co ras,que nelle plantarão a vida re
mo feve da licença, q deu o di ligiofa, nos afirmou hum curio
to P5tifice,pera as freiras (e paf, fo, que forão freiras Francezas,
farem à villa de Santarèm, na as quaes, afogando no amor de
qual diz etas palauras. Locus, qué feu diuino epofo todo o medo
in cuitate Lamecemfi obtinetis, habita das tempetades do mar, vierão
a efte
|-
--------- +

Menores na Prouincia de Portugal ; by


a efte reino fundar nelle a fua ciplina regular : exercitadas
fagrada Ordem.Defembarcarão tambem na guarda da fua regra,
no Porto,& paflando a Lamego, eftatutos, etilos, & ceremonias
onde então fe achana el-Rei D. fantas da fua Religião, & ito
Afonfo III, o qual no tempo,em me{mo auião de enfinar ás que
ue eteue em França,auia fauo viefem de nouo. No qual cafo
recido efte Etado fantifimo, não tinhão necefidade as frei
principiarão moteiro debaixo ras, & Abbadefa de pedirem
do feu emparo.E feito affi fora, outras metras a o Papa Alexan
não ferião as primeiras,nem tam dre IV. que elle lhes concedeo
bem as derradeiras, que com ef numa bulla, do anno de 13.59.
te tão virtuofo intento fe deter em 29 d'Abril . Continha a

c. Sonz.pág.
rarão por outras terras etranhas. fua fupplica: (um cadem infituris
| 76o. Porque muito antes dellas º vie p/us Ordinis cupiant informar . E o |
fr.luc anno
# 1 a 29 n.32.
rão hüas difcipulas da gloriofa defpacho foi ete, remettido à o
& 1 1 33 n. nofo Minitro prouincial . a
fanta Clara, do moteiro de São
3 $.
d.Fuente
Damião em Affis,füdar em C,a-faber, que lhes mandafe d'-
} em la hift. mora, & Barcellona; & neta outros moteiros de Hepanha
del cap. de
Toledo fol. nofia idade, anno de 1621. " algúas religiofas, as quaes as po
| $9 faío de Toledo aquella mu defem doutrinar; & ifo dizem
lher infigne, fór Hieronyma etas palauras feguintes. Quate
d'Afumpção pera plantar dahi alguas religiofas mulheres "pfus
! mt/$

a finquo mil legoas,na cidade de Ordinis,prouidas,9 honeitas adidem


Manila, Etado das Filippinas, mºnºfierum definare prºcures, que,
efta generofa aruore do paraito Ibidem moram trahentes adtempus,êas
Serafico.Mas efte dito,de virem dem AbbatiÁam, @r conuentum infi
a Portugal as fobreditas Fran tutis psius Ordini, infruanº, @ in
cezas, não he mais, que de forment.
hum sò; nem etriba em tradi 4 Donde tambem colligi
ção, ou em fama; nem fe funda mos, que começou o moteiro
nalgüa necefidade de chamar por algüas mulheres deuotas, &
mos etrangeiras, que fizefem exemplares, as quaes afpirando
o moteiro, quando a deuação a mais perfeito etado fe vhirão
feruia nas Portuguezas de mo entre fi, & propozerão viuer na
do, que nete proprio tempo co Ordem de fanta Clara . E def: |
e Gonz.pag
meçou o d'Entrambos os Rios, te modo º começarão em Hef 7o9.
fr.Lucan.
& logo outros e forão edifican. panha os moteiros de Santa 1 à 18. R. 13.
do. Demais dito, efas France Clara de Burgos, Santa Cathe & 1234 n.
7. |-

zas,que os prelados mandaffem, rina de Caragoça, Santa Cla


auião de fer proueótas nas dife ra da Guarda , Conceição
Vu de
">
=
-*

yo6 Luro V. Da bifona Serafia inf7ET |

1 de Beja, & outros da mefma Or nalmête o moteiro debaixo do |-

| dé.Supplicarão etas deuotas mu feu emparo cõ tão grãdes, & cõ


lheresa o fobredito Papa, lhes tantos prinilegios, q feria muito |
défe a regra deta gloriofa San largo só o fummario delles,algü |

|ta, & elle lha cõcedeo por bulla dos quaes renunciarão as mef.
particular, como então (e víaua, mas religiofas, por não defcelê
cujo principio foi: Cum omnis vera húpõto da afpereza notauel, em
| Religio: efcrita a 2o de Feuereiro,
|
que queriao viuer. - -

de 1258. anno 4, do feu pontifi


1cado, na cidade de Viterbo. E C A PITV LO II.
|abrindo as mãos ambas de feu
paternal amor, no me{mo mez |São mudadas pera Santar?m
|outorgou cem dias de indul
gencia a quem vifitaffe em cer |asfreiras, furecidas dº Pa
tas fetas do anno a fua fanta pa,ºnde el-Rei lhes prºpa
igreja;& fujeitou o moteiro, co
mo as freiras pedirão, à nofa ra bifumptuofo mºf
obediencia, porque entende • teiro.
|rão ellas, que ito mais lhes I Ffeiçoado el-Rei à
conuinha pera irem melhoran boa opinião, & fãtos
do na perfeição, & rigor da procedimentos, em
vida religiofa. Afio motra a bul - que as religiofas florecião em La
la, dizendo etas palauras.cumf. mego,& defejando tambem dar
cut ex parte vºtrafuit prºpº/itum co gºto a o Pontifice, que com a
|rem nobis, General Ordinis, gr?ro |mor entranhauel lhas tinha en-} ,
uncial fratrum 3(inorum.}ánfiris commendado, tratou de as me
ilus prouincie defídererisproveira horar de terra, & de moteiro,
/alute committi. No mez feguinte autorizando cõ ellas a fua pro
de Março encommédou as me{- Pria Corte, q nefe tépoetaua
mas freiras,por cartas particula na villa de Santarém.E informa
res, a el-Rei primeiramente, a o do o Papa de feus intentos Rea
Bifho,a o Cabido da Sê,a o Cle| ºs,lhes concedeo a licença pera
ro, à cidade, & a o pouo de La Poderem mudarfe. Foi dada a
mego, perfuadindo a todos mof-| fua bulla na cidade de Anagnia é
tras grãdes de deuação,& fauor. 29 d'Abril de 1259. & porque
A o Bipo mãdou em efpecial,é |nella (e funda o ponto mais prin |
lhes benzeffe a pedra fundamen cipal de toda etahitoria, ofe
tal da igreja;& a todos os fieis,q recemos o principio,4 he do te
|ajudafé as obras, cõcedeo mui orfeguinte.Cum/curex parte vfra
tos dias de perdão. Recebeo fi /* propºlium caram nuli, , charf."
??rttf }
-

*>"
–"
Menores na Prouincia de Portugal : jo7
1 mus m Chryiofilius nºfer, Rex Pertu como Deos e{colhia a ette Real
gal e ilustris, habensivos ºbtentupre moteiro pera enfinar a quitos,
cum nºfirarum prºpenfú; commenda que reformou, & fundou, juto
tas,çuoddam monafierium adºpus»ef era, que elle em feus principios
trum in locº Sã8faremen/, facial de no ficafe bem dcutrinado . E
uo cºnfiru ºperefumptuºfo , iluddifo temendo o Fontifice,que por e
nen, Kºgia liberalitate dotare &c. zão da mudança (e quizeffe ef.
2 Em rezão deta, mudan cuzar do feu gouerno o nofo
ça lhes fez o me{mo Pentifice Prouincial mãdoulhe exprefia
notauelifimas honras, das quaes mente por fanta obediencia,
ellas fe auião de lograr na villa que não o defemparafe. Ito di
de Santarém. Confirmou todos zem etas palauias da bulla:Z)/
os feus priuilegios, & concedeo cretiam tue precipiendo mandamus,
outros nouos. Duas vezes as to quatenú, p/arum/olicitudinem geras. |
mou na protecção da fãta Sè A De modo, que as freiras procu
potolica. Efcreueo a o Bipo de rarão a fujeição, que nos deuem,
Lisboa,que além do feu empaio entregandoas a orgouerno da
lhes défe benta a pedra, em Ordem, por ºfer mais conueni a.Salaz na
chron.da
que o corpo da igreja auia de ente, a fanta Sê Apofolica, não Prou.de
eftribar. E fabendo muito bem | sò neta,mas tambem em outras Caft.l.$.c.
2. I ,
como as obras corrião pela fa occafiões, nas quaes nòs lhas en b.fr.lucan,
zenda Real, o feu zelo, que nas campamos, & ella cõ muitos ro * 163.n. 17.
& 1 a 64, n.
maiores certezas nunqua (e dà gos nos obrigou de nouo a acei 3•

por feguro, rogou a o dito Bil tallas. Em fim o fanto Pontifice


po, que ajudandoas ele folici as depedio de Lamego cheas de
tafe tambem no feu bifpado as tantos fauores, que claramente
efmolas dos fieis; & eta lem motrou o entranhauel amor,
brança fez à Clerizia da villa. que tinha à fua Ordem.
Mitigou nalgüas coufas o admi 4 O moteiro, que el-Rei |
rauel rigor, & afperezas da re lhes preparaua na villa de Santa
gra, quefarião com o feu pezo | 1èm,eftà fôra dos feus muros,nu
gemer a os gigantes robutos, ma das pontas,(& eta he a mais
quanto mais donzella fracas;& curta, )que faz o monte pera a
dipentando com elas no al parte do Tejo. Morauão nefte
tigo da pobreza pera poderem lugar húas Beatas de grande re
ter rendas, não acabou por en colhiméto, as quaes cõ fua virtu
tão,que elas o aceitafem. de dipozerão a morada dasãrida
Na me{ma occafião lhes de das freiras. He o fittio alegre,
affinou aquelas Metras daOrdé, &appraziuel na vita,deleitãoofe
das quaes fizemos memoria;que os olhos pela grãdeza da villa, pela
Vu 2 COT -
-- ---- - - - -- |- == - -

\,

} yo8 Lar VDATraSerafia### -"-"

corrente do rio, nas fuas embar 5 Era o templo magnifico,


cações, nos campos, que de per & nem os intentos nouos de re
to cingem o proprio rio, & nos formar pelo moderno a traça,
mótes,á a o lóge o cercão.Os e lhe desfizerão de todo a grauida
dificios todos,que etão defabafa de antiga,que hoje realça muito
dos,cãpeão notauelméte,otétã húa tribuna notauelfobre a gra
do por fôra apparécia. Real, & de do coro, onde fe celebra mif
eícõdendo por détro outra gran fa,& età depofitado,em facrario
deza maior, que pôde agazalhar patéte por húa, & outra parte, o
| oitéta religiofas. Primeiro,que o
mantiméto do ceo, que regala
Põtifice lhes cócedefe mudáça hoffas almas. E comitofe com
no anno afima dito,tinha El-Rei prirão os defejos dete deuoto
começado etas obras, como fe moteiro,o qual pera ter presète,
contêm neta claufula da bulla: fempre diante dos olhos, não só |
(um faciar de nouo construi; das qua na capella mór, mas també détro
esfe prezaua tanto, que as fez do coro o Sacramêto fantifimo,l
marcar por fuas com o final das auia ja imperrado no anno de |
fuas Quinas Reaes, que etão ap 1535.licéça da S.Sê Apotolica.
parecédo, abertas em húa pedra, || 6 - Mas fe as obras da cafal
|fobre o epelho grande na face corrião apafo folto pela deua
exterior da igreja. Falta nellas a ção do Rei, maior era o feu cui
e Monarch.
Luft.p.41. Orla dos Catellos, : qete pro dado de aprefar a jornada das |
1 $.C.34. prio Rei,no anno 1267, a repei filhas de fanta Clara, que eta
|to do reino do Algarue acrecen |uão em Lamego. E auendo de
|tou no efcudo: donde conta, co jterminado o Papa, que não vief.
mo nefe mefmo tempo as pare (em dela, fenão depois do mo
des paflauão deta altura.Quan |teiro etar feito, poiquim mºnºfie
to mais, que ja toda a igreja no |riumfuerir confirufiumelle lhe deu |
de 12 65. a dez do mez de Oitu tanta prefa, que no fim do mel
bro etaua em taletado,que bre mo anno 1259. em que fe deu a
uemente fe poderia benzer, con licença,ja ellas etauão em San
forme à relação,q teue Cleméte tarèm.Conta ito d'húa bulla do
IV.por parte das mefmas freiras, me{mo fanto Pontifice,o quala
cum ecclºfia eiu/démºns/terj proponã, uendo informação das muitas
inproximºfacere dedicarro qual pe necefidades, que etas feruas de
ra efe dia concedeo húa larga Deos,em rezão de ferem pobres,
indulgencia. E fe as obras dura paflauão na mefna villa, lhes |
rão atè 1272. (egundo alguns ef mandou que aceitaffé as rêdas,q
creuem, pera fabrica tão grande o Rei oferecia,como ainda dire
não forão muitos os annos. mos. Foidada a dita bola em
••
28 de
•____ - -

AMenores na Prouincia de Portugal. - fo9


*8 de Ianeiro, de 1 26o. depois
dellas etarem em Santarém, & CAPITV Lo III.
terem experimentado os apertos
da pobreza, cujas palauras são Dº admirauel rigor, &# po
etas (um vos prºptermultitudihem re breza efinitifima,em que as
ligiº/arum perfºmarum recipientium
eleemºynas ab incolis de Santarém, relgiºja, ufº multi
frequenter defetium grauffimum inne rº viuião.
|-

… *.
-

• •

cº/aris toleretis. Conta tambem -


- **
;

do que auemos efcrito, que no | I Yão defcobrimos me


anno de 1265.impetrarão indul | N morias daquelles tê
- - -

gencias pera quando a igreja fe pos antigos, em que |


benzeffe. E tudo ito manifeta tudo era fanto, mas encontramos
d.pag 3o2.
o engano dos padres"Gonzaga, a regra,que feguardou neta ca
e.an. 1 a 59.
n. 18. "frei Lucas,& / frei Artur,& do farfe pòta em pergaminho pela
fin Martyr.
|Nouèb 18. * Autor da Hitoria da Igreja de penna do Põtifice,efcrita nos co
&º P. a.C. 49
Lisboa, que no anno de 1272. rações das me{mas religiofas, &
pozerão afua vinda. ……… etampada també nas acções de |
7 Affentadas etas contas, fua vida. Era eta admirauel nos
fica fendo ete infigne moteiro olhos do múdo todo, & dos Vi
o primeiro de freiras, que ouue gairos de Chrito, q felatima
h. Soufa na
hift de S. | em Santarêm," poique as de São uão dellas, porque não fomente
Doming p.
1.1.5.cas.
Domingos,ainda que mais anti parecião gête morta, fenão tábé
gas noetado fecular de Empare |enterrada. E por ifo às nouiças,
dadas, por outro nome Zeatas,ou antes de lhes dar o habito,fe fa
Zecºlhidas,não chegarão a fer frei| zião manifetas todas fuas afpe
ras, nem votarão º fua Religião| rezas, em rezão de fe poder du
antes de correr o anno 129o! E uidarte aceitarião elas ete mo.}
(e as outras de Chellas nunqua do de viuer.""" " |
profefarão a mefma Ordem An 2 "Andauão todas defcalças, [
gelica,como té a febredita Hif permittindo àséfermas por efpe.
|toria;&º Monarchia Lufitána,tã cialfabrálgicalçado de páño. |

. | bem etas Francifcanas da villa Vetlio habito pobre; cingido |


* #1 de Santarèm té o primeiro lugar cóhtia corda, q parecia mºrta
- x2 == , º
+

gº entre todos os moteiros das


* * 1, 2:14
* * * "; lha:sértazetéoutra roupafegão
33 * * #:: | dicantes no reino de Portugal. sò hiatunica groteira debaixo
** * # Mas a boa preferencia não le domEfm6hábito com humificº
conta pelo numero dos an-, |co, e taménha ou cilicio, as que
-
º nos;fênão
-
sò #…"
+ 4-º title-12 * * * *dir ºf |quedistiazellº; &ito fibrº
|-
"carne.O mito não o tiradão dº
---- |-
Vu #----- bºm…——— }
___ L_
y Io Luro V. Dahiria Seraficadºsfrades
|hombros, fenão quando traba | Não andauão vagueando com
|lhauio, ou ele lhes impedia al os olhos pelo mundo,nem os deí
|fua occupação: mas nefletempo te maluado,&peruerfo tentador
ficauão com os feus efcapulari | lhes podião dar olhado, porque.
os. Os leitos erão aquelles,em q tudo lhes impedião affi os pan
fe faz penitencia, fem colchões, nos das grades,como os vèos do
# & fem lançoes: húa taboa fo feu roto, & outros acautelados
mente cuberta com húa manta, reparos. Só as vozes com que de
quando não fofe eteira; & por dia,& de noite louuauão a Deos
| mimo,hum pouco de fenofolto, no coro, fe ouuião na igreja,edi
| com hum cabeçal do me{mo fe ficando as almas co as lembram
no, ou palha, & húas cubertas ças do ceo . E por ete mefmo
| Pobres. Tal calçado,talvetido, molde de rigor, & de modetia,
|& tais camas,que regalos,ou que conforme à dita regra, erão cor-|
meza auião de procurar? Iejua tadas todas as outras acções. -
uão todo o anno inteiro, & tão 4 Tinhão tambem afepul|"
- rigorofamente,4 []2S vigilias dos tura,que fe dá à gente morta, no …
Santos, quatro dias na fomana grande recolhimento, com que
em a quarelma maior,& tres nas etauão encerradas dentro de
do feu Aduento, que começa na hñas paredes,das quaes não faiio!
feta de são Martinho, paflauão fóra,fe não era em rezão de fun!
com pão,& agua. No mais tem dar outro moteiro. As defuntas -
po pelo difcurfo do anno, às enterrauão(e no clautro, & não | | |
quartas, & fetas feiras não co |erão trazidas à igreja como en
mião, mais que pão com fruita, tão e vfama em outras Religiõ
*
ou algüas heruas cruas.
* * * * • • •
|es. As viuas, guardauão todas ef
•• • • *

3 Mortificadas affi,pareci |treitifima, & perpetua claufura:|


ão como mortas,porque não ou | vòte nouo,&notauel em a Igre
uião,nem falauão, não vião,nem ja de Deos,que nella introduzio
erão, vitas; mas recolhendo a agloriofa fanta Clara, & º de *fac.monial,
Clypeus |
lingua em perpetuo filencio, sò quem as outras freiras tomarão dub I -,
aquellas,que etauão juntamen ete exemplo, o qual, como im Mirand de
fac.monial.
te occupadas, podião falar nas portante às efnofas do Senhor, Q 1.3.1. •

confas }
feu oficio. As outras tem decretado por leio? Conci uet Monte Oli
na ex- ],

auendo de praóticar nalgüa occa, lia de Trento..….… .…..…. rs - G - ic da a reg.

|fião religiota,& fanta, empre era 4,5… Efmaltana * grande b 1.q4 | — — — —

# |

com licença da Prelada, & !em ornamento de fingulares virºu-ºssºs


pre tinhão ecutas peratetemu des hum admirauel amor da s㺠|
nho certo do epirito de Dros, tifima pobreza, a qual slas, co-li
que nelas falaua de ordinário. m filhas verdadeiras, & legiti-
- - -- -- - - - . ------
}

mas |

… -- -- * * * * -- - - -" T - T -*****-*-*=="…-- •

-
|-
•••* -----
-----+----

Menores na Prºuincia dº Portugal. __ 5 11


mas de tua Madre ferafica, tra |tranhado,receberão contrangi
zião em as mininas dos olhos.
das do preceito o dote, que tan-|
Não tinhão rendas, nem queri tas vezes por vontade erjeita:
ão aceitallas. Afua gloria era,fe rão. E dete modo entràrão no
rem pobres, & feguir a Chrito feu moteiro as rendas em com
pobre, liurando o feu remedio panhia de hún grande virtude, |
na clemêcia dete amorofo Pae, que foi a obediencia, a qual as
que por meio das efmolas dos multiplicou co abenção do Se
fieis,feu preciolothefouro,as auia nhor, & de tres Vigaires feus
| de prouer em fuas necefidades. Alexandre,Vibano, & Clemen
E quando etas as punhão em tetodos o quarto do nome, que
| mais aperto,então erão mais ale afio approuarão. "* * i

gres de poderem padecer algü


trabalho por feu diuino amor.
Tres vezes lhes concedeo o Pa -
cAPITvlo Iv.
• • ; ;* |-
|
pa Alexandre IV que podefem
pofuir as ditas rendas: duas, ain
ÀMo/trafe, tomo nunqua Pá
da na cidade de Lamego, a ter Clara, nem fuas fieiras vefí
ceira, ja em tempo, que tratauão rão o habito do Patriarcha S.
de vir pera Santarêm: mas ellas, Bento , nem derão |wledien |-

contantes fempre em o feu fan


to propofito, atè o dote, que el .*. . gião. Reli
tia àfia •

Rei fazia a o moteiro, lho ti


• ••

nhão renunciado. Pelo q o me{. * * . * #, 1 1

mo Rei auizou a o Pontífice, o * "T) Or rezão de hha clau


qual lhes mandou a ellas por fan fula, que tinha a ditare
ta obediêcia,que logo o aceitaf || ºº gra, etreueo o padre
1
fem. Começa a fua bulla:Charifi Metre frei Leão de fanto Tho
musin thrfiº filius:dada no anno, mas nos doustomos da fua "Be 4.tom, i, tra,
c.7.9.io &
e cap-tº 4ja º temos referido, de 126o. nedictina,q não sò mete motei|tom.a. tra, ti
& contêm etas palauras.Nos ita ro, mas tãbé no de Afs,chama P.j.c.8;
* pÁus Regipiispritibas famorthe do São Zamião, onde viueo lanta
-- --• • • Lipºfiolicafcriptain
neul,
per concurrentes,W.hiue-fitativefira
virtute obedi
Clara, & hos mais, que nalgum
tempo profetarão etá regra, (e
entie,difirlièprecipiendo,mandamus, guardaua juntamente a fua do
quatinús dium reduum,futurº al Patriarcha são Bento,& que por
que vº/irl Ordinismº" # recipere etere{peito todos então perten
finediluineºliquºfudais.Vendo, cião à faa Religião. E pera per
as feruas de Deos, que replicar fuadirnos, que hofo Padre fera.
ainda a tanta força lhes feria ef_ fico o aueria por bem, nos cont,
→-===
*_*_*_*
Vu 4 - alguns -

+--
5 I2 Liuro V. Da Ta Serafica dos frades
alguns fauores,que o Santo,& ef teiros: hum de frades: outro de
ta nofía Familia receberão dos
freiras, que fempre forão diftin
feus Padres. Nós lhe confefía
étos, & em cuidar o contrario fe
mos todos, & outros muito ma
equiuocou o {obredito Autor,
| iores, reconhecendo tambem como tambem noutras coufas.
auentajado empenho,do que el A primeira, em dizer que nete
le nos inculca, pelo moteiro de moteiro fe achaua ofyluado, q
São Cofmate em Roma, dos fe de repente deu rotas quando nel
|us monges antigamente,de fan le (e lançou nofo ferafico Pa
| ta Clara agora.Porque ele ima dre, porque etá em Afis,na ca
gina, que os monges nos derão |fa da Porciuncula. A fegunda, á 1.l.n.c 1, &
2. .

| sòhum moteiro, & que nofosã |o Santo ofereceo a o Papa etas r Lucan,
| to Padre, depois dos frades o te rolas,quando da parte de Chrif 11,2 1,2 fl,

** * *
rem,o largou pera as freiras: mas |to lhe pedio ojubileu do me{mo *".
1 nós dize mos auer rece bido dous: conuento da Porciunculafendo
| hum, que fempre foi de frades: o afi, # foina occafião, em que
| outro fempre de freiras. lhe fignificou, como o mefmo
* Ahitomia foieta;que os |Senhor o tinha ja affentado a 2
b.fr.Lucan, monges de são Bento º etauão
1 1 1 2. n.39.
do mez de Agoto, º
3: 1 a 19 n. em São Cofmate, & tinhão hú 3 Mas fuppondo, que aue
19. & 1 233. hofpital,vizinho dete moteiro, mos recebido etes, & outros
n.38.
á fe chamaua São Ziraz, no qual anoteiros da Religião fantifima
derão hum hopicio a N.P. S. do Patriarcha são Bento, nem
Francifco, onde elle,& os frades porifo auia de eperar,que N.P.
(e podefem recolher, quando S. Francifco lhe défe em recõ
| andauão em Roma,no principio penfa toda a Ordem de fanta
da Ordem.Depois,por intercef Clara,inteira. Doutro modo po
são do Papa Gregorio IX nos lar dia defempenharfe, que muitos
garão todo etehofpital,&nòs fa (e oferecé a quem he aggrade
bricamos nelle o cõuento de S.
cido.E tudo tambem lhe etaua
Francifco de Ripa, em as ribei merecendo a cordial deuação, ó
ras do Tybre,onde ainda morão nelle foi manifeta, & nos ficou
d fr.Lucan,
frades. Andados ja alguns annos, por herança. Chegou "a o mon 1 222.1.4.
no de 1233.fez fair o me{mo Pa te de Sublaco,onde o santo Ab
pa os monges de São Gofmate |bade,lançado entre elpinhos, 4
pera outros moteiros da fua Re lhe raígauão a carne,de{pontàra
ligião, & deu ete às freiras de sã co a fua agudeza as lanças do
ta Clara, as quaes nelle permane tentador infernal. E vendo aqlle
cem. De modo, que eta fagrada |ditofo mato, que fe regou do
Ordem nos deu aqui dous moí feu fangue, feruendo em deua
–_*______ _ção –=+
•••••••
+=++++
•••••• = - •---

" " Menores na Prºuincia de Portugal., #-


—————

ção fe abraçaua com elle, & lhe 2. (lara, %áter Ordini, º firia tem
lançou muitas bençãos. Donde | pore,que 2.Francucus ilã #flituuha
veio, que autorizando Deos a | buen durdipiº cigul, O de mais |
ambos os Patriarchas,o (yluado|feve pela outra bula de funca
|fe conuerteo em rotal,& as rotas|nonização. Vai tumº, um mãellº,
feruião de medicinas.Ete,& ou | de filhºspitº: húdºpannº conten
tros obfequios poderião obrigar|ta. Afi andou mui contente por
o gloriofo S.Bento pera nos fa-ll tºda a fua vida,& affi andão fuas
uorecer, em elperar mais retor-||freiras, fem mudar nonqua de
no. Mas porque não venha algúa || cor, nem vetir cºgulla preta,ou
penna,que rague mais largamé-||vetidora algúm que cheira ffe a
}

|te, antes de tocarmos no ponto || são Bento, como o dito padre f|f cit.css.
da controuetfia, affeotamos al- fei Leão, & todos os mais con- …
|güas verdades certas… ||feño. " ...….. […
# 4. O fingular intrumento, ;
Depois dito fe ajudou | ""
que o Senhor e{colheo pera tra-| nofo Padre da fua figrada Or
zer fanta Clara a o monte da | dem, quando recolheo a Santa,
perfeição Euangelica, foi fomen vetida ja no feu habito nºme!
tenofo fantifino
nella, como Padre, pedra,
em primeira o qual|teiro
poucosdedias
Sãoa mudou
Paulo, &a Sint-An
paíados •

quiz leuantar húa Ordem de gelo de Pãzo;á er㺠de mójas nº


mulheres,que nos rigores da vi-||gras da melma Religio. Mas ef
da imitafem a nofía Religião. te recolhinento não foi pera {er
| Elle lhe communicou com fua || nouiça, nem aprender os etilos […
|fanta doutrina o epirito de vida: || deta Ordem, uº nunquº a San \ +

| ele sò a fez fugir do mundo, & || ta auia de pra efar: [enão sò pe


da caía de feus paes: elle lhe vef|ra etar mais fegura em cutodia
tio o habito por fuas proprias (prº cujtadia colocaut, dife fanto
.…….…a mãos.Foiete habito "pardº, dei Antonino cótodos os mais An- -

# Ipanno vil,& grofeiro, como era |tores, que referimos à margem) #


# o do Santo; nem elle lhe podia || em quanto não acabaua a tor
# P…|lançar outro, fenão o da lua Or-|| menta, que feus paes, & feus pa- |
#1, e dem.Contaua inteiramente d'-||rentes leuantarão contra ela em -

#L. Lelhüatunica, manto curto,º co: rezão deta mudança. Pelo que ;
# "dão, que erão todas as galas def|cellando a tempetade,&agge
#… ta grande Penitente. Do cordão||gada a ella, que foi breuifima.
**ssinº, deu tetemunho o Papa Alexan || mente,fanta Inez fui irmã m, lo
dre IV. numa bulla, que no an go o fanto Patriarcha as tirou
no 1259 mandou a ete motei-|| aº bis de Panzo, & poz em São
| ro, dizendo etas palauras. (um || Damião, onde começarão a fus
. - - - vi-4a
— --• • • •• ----- -*-*y

' •+
==-
|-

•••• • • • •

5 14_ Ir VDTIma S7 Z •
-

vida angelica, principiando tam |


| bem a fua Religião, que por naf CAPITV L O V.
cer neta igreja (e chamou nal
gum tempo ZDamiana. E como a
fanta Madre o conhecia por Como nunqua fanta Clara, nê
pae, que a gerou no epirito, & fias freiras eftiuerão obriga
perfeição pera Deos, nunqua das à regra do grande Pa
tambem no feu moteiro conhe
dre São Bento. …** 1.
ceo outro prelado, fenão a elle
fomente,&a os feus fucceflores,
depois da Sê Apofolica; & alli I Inquo regras achamos
g.fr.Marc.
l cit.c 9.
F.Lucanno
o * publicou no principio da re
gra,que no anno de 1224.fe fez
S que forão dadas à Or
9 dédeta epofa de Chrif
1 224 m. 14. à fua infancia, onde diz etas pa to, fundadas húas em feu arden
lauras. Clara indignaferua de Chriño, te efpirito: nafcidas outras da
ºficomo no princípio da fua conuersãº, compaxão dos Pontifices,á que
Juntamente com/sas irmans prometteo rião temperar co a fraqueza hu
obediencia «frei Francifo, tambem mana as afperezas da vida . A
promette a me{ma inmolauelmente a primeira lhe deu nofo fanto Pa
feus faccº/ores. Todos os outros dre no anno de 12 12. logo quá
moteiros,poto que o Santo não do começaua a nafcer, ordenan
os queria reger,nem porifío en do feus preceitos na forma, que |
h.an. 1219, trarão no regimento de Religi mais conuinha a gente principi
n. 44. ões etranhas: º mas etauão no ante; & della nos dá noticia húa
a.F.Lucan |
gouerno do Cardeal Protector, º bulla do Papa Gregorio IX. a 1219, n.45.
até os Pontifices Romanos nos lém doutros documentos. A fe & 1138, n.
I As
darem efe trabalho. gunda,que começa, (um omnisve
6 Donde ficamos colhen ra Religio, lhe deu ete me{mo Pa
do,que nem a Virgem fanta Cla pa no anno 1219, fendo Protec
ra em a fua conuersão: nem ella, tor da Ordem,em tempo,queja
ou fuas freiras pela fundação da as freiras etauão mais callejadas
Ordem, qualidade do feu habi no caminho da virtude. E fup
to,& fujeição de fuas me{mas pe! pondo etas duas, as quaes na
foas pertencerão algum dia à Or verdade ouue, com pouca rezão
dem Benediótina. Se pela re diferão os nofos dous Portu
4.p.118.
gra, que guardarão alguns guezes, "frei Marcos,&º Monte C. 19.
e no prolºg. |
annos, tiuerão com Oliueti,que atè o anno 1245.ou da explic.
da 2.fcg
ela corre(pondé 1248.não ouue outra algúa, fe
cia,agora o de não eta,que fe fegue. A terceira
claramos. efcreueo o Patriarcha ferafico,
[]O
- - - -

—_* •

Menores na Prºuincia de Portugal.


no anno 1224 com o preceito principio della lhes mandou por
exprefio da pobreza em com autoridade Apotolica ete mef.
mum, tambem em doze capitu mo Protector, que em todas as
los,como a nofacõtêm. A quar mais coufas, que não lhe foffen
talhe foi dada, no anno 1247, contrarias, guardafiem a regra
por Innocencio IV.difpenfando do Patriarcha são Bento. Regulã |
na fobredita pobeza, & nalgúns beatifim Zenedith-wbis tradimus ch
aperezas, a qual elle à intancia Jeruandam in ºmnibus,in quibus eidem |
da Santa reuogou em breues di viuendiformule contraria minimê com
as. A quinta vltimamente orde prºbatur. Pelo que o Papa Alexan |
nou Vrbano IV. o qualqueren dre IV, o qual neta me{ma for
do vnir na profifao, & na vida ma mandou a regra a efte fanto |
todas as catas da Ordem, extin moteiro, nas bullas de protec
guio as outras regras no anno ção, que depois lhe inuiou, diffe |
de 1263& mandou,que feguar fer fua vontade,que fempre aqui |
dafe sò eta. Mas hojefe guar |guardafiem aquella Ordem mo
dão duas:a que fica afentada em natica, que nele me{mo etaua
o terceiro lugar, nos moteiros intituida fegundo Deos,& a re
das Defcalças: eta nos outros | gra de são Bento,intituição das
moteiros, cujas freiras por efte |freiras Encerradas no moteiro
me{mo refpeito tambem fecha de São Damião na cidade de Aí
mão Vrbanas. E comparandoas | fis,& pela forma de vida, a qual
ambasaquella, por mais antiga, Gregorio IX. (ete he o Protec
he chamada a Primeira:eftafe diz | tor)lhes tinhaja afinado.As pa
a Segunda. . . . . . | lauras, com que elle o ordenou,
. . . .

2. Em nenhüa detas regras forão etas. Imprimi, fiquidemfatu


|fe falou na de são Bento, fenão entes, vt Ordo monºfficus, que fecun
fomente naquella,que fez o Car áúm Zeum, gy beat/fim Zenedichre
deal Proteótor,&fe guardou ne{| gulam, atque infitutionem monialium
te moteiro por tempo de finquo inclu/arum Santii Zamiani A/sina
annos,contando os que correrão |tis, (ºr formulam vite ve/tre àfelicis
em Santarèm, & Lamego. Foi recordationis Gregorio Papa, prede
particular, & propria das freiras |cº/ore nofirº traditam-in eºdem locº
* . *_* * * * * * *. - * . .

de fanta Clara, queifonos fig | inflitutus e/e dignostitur,perpetuis bi


• |
nificão etas palauras feguintes, dem temportus nulabiliter ºbserue.
}

/camdum quem /pecialiter.»uere de ft/y". "

crewfis: tão etreita, & tão fanta, Donde veio a cuidar o |


*cºpy. como ja "temos e{crito; &ellas padre Metre “frei Leão, que a
a efcolherão pera poderem viuer fobredita regra tão particular,&
conforme a feu efpirito. Mas no propria das freiras de sáta Clara
- - - - -- - - - - ---- er3
Pu
• • …--- -- ---…………………………>- - ----+- + + …" - • ----
-------- - - • ••••••••••••••••••••• <- ***
516 Liuro V. Da bifloria Serafica dos frades
era como "firucçãº, infiltntos, ou ficão afima ditas, do Protector,
ºftatutºs do feu modo de viuer: & do Papa,parecerà que com el
entendendo,que a fua de são Bê las fe remata em feu fauora con
ro era a principal,& primeira, % tenda: mas/em materia de leis, fL. (cirele
cs.dele.
auião de guardar. O feu funda como eta, em que agora eta #
mento foi,fer chamada commü mos, mais auemos de notar o q
mente do Protector, & Pontifi queria dizer, que o que diffe o
ces forma de viuer, ou formula; no me{mo Legislador, & quando
que parece a diftinguião de re: nos conta qual foi a fua tenção,
gra. Ifto porèm he engano,porq por ella auemos de entender as
todos eftes nomes são finony palaurás, ainda que as tiremos
mos, que tem hum fignificado, do fentido, & etilo ordinario,
& o me{mo he formar, que re Nete cafo o Cardeal Protector,
ger nofas acções. Afio motra que ordenou efta regra,fendo de
a regra, que puzemos em º ter pois Summo pontifice,chamado
ceiro lugar, cujo principio he:| Gregºrio IX, ele me{mo declarou
Insipi: regula, erforma vitº Oráni: o que queria dizer,quando com
Sororumpauperum, & na quarta dif
etas palauras, Regulam beatfm
fe o Papa Innocencio: Kºgulam Zenediti &c. encarregou ás frei
wfiram, griundformam-duximus ras de fanta Clara a dita regra |
corrigendam. Quanto mais, que, do gloriofo são Bento.E não foi
neta da controuerfia, tendo fua tenção, que etinefem obri
motrado o Cardeal Proteólor, | gadas a guardar difpofição, ou
como era neceffario auer regra |preceito, nem coufa algüa della:
determinada, & certa na gente fenão fomente os votos fubtan
religiofa, conuer/ationsfue regulam: ciaes de obediencia, pobreza, &
|-

chamoulheforma quando a quiz | catidade,que a fua Ordem guar


dar às freiras: Religionis psiusfar da cónforme a me{ma regra, &
mam valis duzimus describendam. E são cãmuns às outras Religiões.
" * " - f. º |- T - - •

or tanto conuencido da rezão 5"Deta declaração tete


munhão dous Pontifices: humº *# …
o íobredito Autor concedeo, { a a43, n.33.
era regra: mas que della, & da Innocencio IV numa bulla,que
outra de são Bento fe compu mandou à B. sòr Inez filha d'el
nha húa total, & completa, que | Rei de Bohemia, & profefa no |
profefauão as freiras. *|| moteiro de São Francifco de
* [[Praga:outro, Alexandre també
Prºfeguimos a materia || oo ouuira
IV. do nome, o qual diz, que |
dizer a o me{mo Gre
4 S E nòs tomarmos em grof gorio IX. & affi o efcreueo às
*D fo as duas autoridades, á freiras dete moteiro, quando |
- - - -
---- - - -
ellas
-__-_*__*

Menores na Prouincia de Portugal. T 5.17.


elas ja tratauão de vir pera San pelo intento della não eltauão |
tarèm. Começa a fua bulla, Cum obrigadas as freiras de fanta Cla
vobuy cutceteris,& foi dada em A ra a obferuar os preceitos, conti |
nagnia a 11 do mez de Maio, |tuições,& leis defa regra de são |
de 1259 onde ele e(créueo o ál Bento: nem em fim a guardar a |
fefegue. Ple recordationis Gregºrius |melma regra, falando propria-|
|
:

Papa,predece/ir nºter,nºhisprºfintil mente, pois he certo,º que con n-14sar de f


Relig. tom. #
hus, tunc configuris tº minini ºficia, fite nas ditas leis,& preceitos,& 4.tract.8.l. #
da larant,/fcut gr nos declaramus; por elles he diferente das ou I.C.1.
quodpredita regula 3.2eneditivos |tras Etauão sò obrigadas a guar |
non ligatadaludºlf ad ºbedientiam, darem os tres votos, que nella
abdicationem prºprij, & sºftarem, | são cõteudos: mas effes não erão
que Julfantiala, cutushbet oprios feus,fenão tambem das |
Religiomi | prop
exfum" . E vito como aqui ap ####** detta me{-}
prouou, & innouou a dita ex ma das freiras. - :
plicação, por ella tambem aue <? … Diz o padre frei Leão, ],
mos de entender o que diffe, & 4 nalgüa couta as obrigaua a re
ja temos referido, nas letras de
- •
gra, pois a o menos nos votos |
protecção." ••• • •
** * * * * e …
•• •
--
• •
•••• •
-

i. certia a obrigação, como o fo-|


#6 - Nem a tal declaração bredito Pontifice Alexandre |
he_etranha, ou impropria, por declarou": ad alud vºs num h |
que na forma de vida, que af gas, má ad ºbedientiam &c. A o
nou pera as freiras, não apontou que lhe repondemos, que nua
os tres votos, fendo elles neceffa qua as obrigou como regra de |
rios, & pelas ditas palauras os são Bento,fenão sô como lei vni |
quiz dar a entender. Por onde uerial,que nella fe incluía,&cor |
nas outras regras, em que fe fez |re pelos etados da gente reli
menção delles, tambem elas fe: giofa, os quaes femetes tresvo
tirarão,porque erão e(cufadas. E tos, que são os fubtanciaes, não |
quando o dito Papa Innocencio podem chegar a ter forma de
IV. fubtituio no feu lugar eta Religião. E afi na Ordem de
claufula, Z. Francifºi regulam vºbis fanta Clara, mais lhe conuínha
|concedimuiºbºrumdum, qguardafé guardálos por rezão do fedef
as freiras a regra de sãe Francif tado, que era religiofo, do que
cologo diffe,queito feentédia, por algüa fujeição, que tiuefe
quantúmadtriº votº tantim,nº que à regra Benedictina, a qual
tocaua fomente aos votos fobre porém nunqua teue . A rezão
ditos, por quanto a outra verba, de fe falar aqui nella, foi que
regulam beatifiniZenedii, aflitábé rer facilitar na Ordem de #
(e deuia entender. De modo, q lta Clara a perfeita obferuancia
Xx - -

dos
--*-*** - - -
…=====---
} 18 Ivrº V. Dahiria Serafica dos frades
dos votos com os exemplos illuf ma: mas ito não foi batante
tres da notauel fantidade, que pera que ficafem fuas na pro
pelo me{mo caminho auia dado fifão, & etado; muito obriga
no mundo a Religião fagrada das,fi,& mnite agradecidas, co--
do Patriarcha são Bento; & affi | mo ainda fe ve nas dete fanto |
o diffe o Cardeal Proteótor pelasmoteiro. O que nellas he mui
palauras feguintes. Verum, vi ad to de etimar, porque quando |
exemplum,gº imitationem &c.Quiz. fe partirão de Lamego, ja vinhão |
tambem autorizar eta familia defenganadas em virtude d'a-
fanta das freiras Pobres, que quella declaração, que o Papa
então começaua a nafcer, à fom Alexandre lhes mandou, que |
bra do muito credito,em que el não etauão obrigadas a guar
taua a outra, declarando á Igre dar couta algüa das que dipu
ja que era Religião approuada, nha são Bento;& não tiuerão, a |
& que guardaua os votos, como regra, em que nelle (e falaua,
{e guardauão nella. E ito nos depois do anno 1263 no qual
quiz dizer o dito Papa Innocen o Papa Vrbano IV, lhes deu a
cio na fua explicação,4 mandou que hoje guardão, nem a gran
à B Sór Inez...tapium de B.Be de ferua de Deos D. Leonor |
nediai regula, º pºr p/ºm, qu% Afonfo, honra dete fantuario |
|precipuam de regulis «pprobatis, Real, profefou fenão com eta.]
veira Religiº authentica rediere. Faz myterio o fobredito Au
f{{y", : : "…
tor d'húa prouisão d'el-Rei D.
8 Pelo que não achamos Afonfo III. pela qual lhes deu
fundamento a efte metre doc licença pera poderem herdar, |
tifimo pera nos deixar e{crito, como herdauão os moteiros |
que a Ordem de fanta Clara de são Bento : mas ouuera de
pertencera nalgum tempo a são aduertir, que acrecenta tam
Bento, ajudando a compor o bem, comº os mºfieiros de fantº
corpo mytico da fua grande fa Agufinhº . As fuas palauras,
milia . Porque fe as freiras não fem, as cortarmos, são etas. |
trazião o feu habito, nem lhe Secundám quad gr alia monaferia |
etauão fujeitas, nem guardauão Ordinis fantii Zeneditii, gr famíli
lua regra, nem profefauão co -Augufini faccedunt in bons pater
mo feus, mas fomente como pro nis . Quiz o Rei por fua gran
prios,os votos fubtanciaes, com de deuação, & piedade conce
que parte tem entrado na fua der a eta cafa efte fauor das
compofição ? Receberão, he heranças, que outras Ordens |
verdade, grandes exemplos, & gozauão, & fe daqui não fe
credito defa Ordem illutrifi fegue, que ela tenha rezão cõ a
----
Ordem -


*
AMenores na Prouincia de Portugal. _j 19
Ordem de fanto Agutinho, o las rendofas d'el Rei D. Fe: nan
me{mo he da de são Bento,com do, da infanta fua mãe D. Conf
a qual não teue mais parenteíco. -tança,& doutras pefoas graues,
& oferecidas todas a efte Real
CAPITV L O VI. moteiro por mercê particu
lar do grande Rei Dom Ma .
noel. … . . ' '
Doações, & priuilºgios, com 2 Os Papas lhe concede
que fiº mºftiro/fºz grande, rão innumeraueis fauores:no ef. }
nas quats tambem fé co piritual, immunidades, indul |
nhece a deuação d'al º gencias, & graças no tenporal,
güafreiras. prinilegios em augmento da fa
zenda , na qual eftriba em
parte a fua autoridade. De tu.
I Al podèra eta cafa do o izentarão, afi de pagar
chegar a tanta gran o dizimo das fuas proprieda
deza, como fempre des, como de contribuir pera
foi logrando da hora, em que fintas, ou pedidos, ou fubfidi
nafceo, fe não fora ajudada dos os, poto que eftes felancem
Pontifices, dos Reis, & dos Se #por commísão Apctolica. Cõ.
nhores do reino com particular | cordou com os Pontifices a pie
amor. Os indultos Apotolicos | dade dos Reis, que tambem
são tantos, os priuilegios Reaes| o efeufauão de todos etes encar
tão amplos,& dilatados, as mer |gos, não fomente por papel em
cèstão grandiofas, & as doações | fuas cartas, mas por obra nas
tão largas, que repartido por ou |mefmas cocafiões, em que feus
tros efte exceffiuo numero, em Minitros pretendião a cobran
todos elles auia de fommar mui ga Alfi o fez D. Fernando,& D,
to . Mas quiz Deos, que tudo | Ioão o I. os quaes ambos, rendo
ito etiuefe aqui junto, pera |alcançado por duas vezes as de
mais engrandecer a primeira cimas dos beneficids, & rendas |
caía defa pillutre familia no | Ecclefiafticas, concedidas pelo
reino de Portugal. E aftiolhe |Papa, nunqua quizerão, que o
tambem nofo ferafico Fadre, || moteiro pagaffe. …….… -

que pordeixar bem herdadas ef|##3. Todos lhe derão licen


|tas filhas primogenitas, empo: ça pera poder pofuir a fazen
breceo a os filhos,que perto del da de raiz, que herdade, ou
las refidem, a os quaes forão ti comprafe; & nete particular
radas na fua reformação, º co |fecuue com tanto brio D. A
moauemos e{crito, muitas capel fonfo o III, que declarou por
# , Xx 2 inimi-_
• •••• •- +… - - -
j 2O Liurº V. Da bifloria Serafica dos frades
inimigo,& calumniador malici legados, que teue ete moltei- p.
ofo a quem quer, que lhe pozef ro, nem ainda as dos Principes:
fe, embargos. Foi dada em Lis mas he força, que tambem fai
boa a fua carta,a 8 do mez de Iu ba em parte o mundo,como ef
nho, anno de Chrito 1263. & tes o trazião fempre viuo na
| contém etas palauras. Quicunque lembrança. El-Rei D. Afonfo
|prºfatas Zominas impedieru, feuem III. que foi o feu Füdador,em
bargauerir, remanchtpromeo inimico, quanto o não dotou lhe dauato
calumniatore . Muitos o to dos os annos pera os feus ali
marão debaixo da protecção, mentos 366 liuras de ouro,
& do emparo Real; & alguns, que valião oito vintéis cada húa; }
que mais cuidauão em feus acre & era muito dinheiro naquelle
centamentos, não fe fiando do tempo antigo. Depois lhe fez
zelo das me{mas freiras,ordena o feu dote em cento & finquo-j.
rão, que fem faculdade fua não enta & tres Eftis de terra no c㺠|
alienafiem ellas nem ainda cer po, que difemos, da Vallada;|
tos moueis de (eu vío. Pelo que & alèm das mercès de cada dia |
mandou tambem D. Dinys por lhe deixou em tetamento ete
carta de 22 de Abril de 1 294. legado feguinte. Asfreiras%úne
que nenhum Tabelião fizeffe ritas de Santarèm cem libras . Nas
carta de venda às 2Domnas do meu doações de fua filha D. Leonor
mºfeiro de Santa Clara de Santarem, Afonfo, & freira na me{ma ca
como elle lhe chamou, fem lhe fa, as quaes ainda diremos, D. |
motrarem primeiro licença par Dinys,que na vida, & na morte
ticular . Era Real o moteiro, lhe fez as me{mas mercès, as
& os Reis como a feu o tratauão,
outorgou pera fempre. Dez foi
De modo, que atè os criados, & dos por cada dia lhe confignou]
cafeiros, que refidião nas quin D. Fernando : D. Afonfo V.]
tas, & no campo da Vallada, lhe deputou ordinarias: D. Ma
erão liures dos encargos do noel applicou outras; & D. Ioão |
Concelho, da guerra, de pedi o III lhe fez a grande mercè|
dos, & empretimos . E del do Hum por cento, que fe paga
tas immunidades cõ outras mui em Lisboa na Alfandega: mas |
tas gozauão feis homens, que não contente com ifo, lhe deu |
feruiflem o moteiro, merando mais em cada anno vinte & qua |
à roda delle pera o acompa tro mil reis no cofre das Obras |
nharem, por etar fôra da villa, pias. Nenhum finalmente ouue,
com fuas caías,& familias. que com elle defe finaes de ef: |
4 Seria larga, & importuna caço,fendo muitos grandiofos,&
hitoria efereuer as doações, & liberaes por etremo.
-A

=>
• 5 En Ess="},
Menores na Prouintia de Portugal. y21
5 Engrofou tambem na primeira vinculou etes encar
renda ete moteiro por via das gos: a faber, que fe défe húa |
me{mas freiras, que fendo de or pirança às freiras em dia de fan
dinario das melhor afazenda ta Clara; & que ouueffe húa a
das,& mais illuftres do reino,tra lampada acela na fancritia de
zião grandes heranças, as quaes dêtrºpera alumiar º corpo de Zeos,o
ellas ou em parte,ou em todolar | qual por deuação das mefmas
gauão ao moteiro.Mas porque religiofas nete lugar etaua fa:
etas heranças erão em rigor da cramentado . Na fegunda de
fua communidade, & não das clarou, que a daua a o moteiro
particulares, que não podião ter 4 honra de left Chrifº,que CO/0360 Cô77?
proprio,parecerâ alheo do feu ef ºfeus difficulas em dia de Laupês.
tado efcreuermos, que fazião do E querendo a Abbadefa mof.
ações, & celebrauão contratos. trarfe agradecida, fe obrigou ne{
Porêm nos tempos antepaffados, ta forma . E nos ordinhamos, (é
em que o voto da pobreza eta outorgamºs, que em ve/pera de Laua
ua mais mitigado, concedião os pès cantemºs hãa m/a de Requiem
prelados às mefmas particulares,
pela alma devº/a madre, @ os Jete
& muito mais (e erão pefoas nop/almos penitêciaes,Gr/aiamos febrella
bres, que podefé adminitrar a com amniuer/ario.Mas porque a frei
feugoto,& dipor das fobreditas ra em fua vida ficaua logrando
heranças. Pelo á cotumauão fa eta parte da fazenda, acrecen
zer prazos,doações, tetamento, tou eta claufula . E Zº. Clara
& cõtratos não fométeco as pe{- em / vida nos faça conhecença por 4
b. Suarde foas etranhas, mas tambê cõ o queldia de Lauapés, depão, @ sinho,
IRelig. tom.
} .l.8.c.7. moteiro, q affio approuaua. E º @r pº/cado, º que poder; @r º al,
como etas acções dependião da que ficar, que de em fias às pobres
vontade dos prelados, né as frei huvir por bem, grd pois de ia mortefi
ras ficauão proprietarias, né fal que este chual,9r todolos/eus bens pera
tauão a o voto da pobreza co a a enfermaria.
quela obferuancia, q lhe podia 7. Hum anno mais adiante
batar.Se elas víauão bem dete encontramos a memoria, noutra
fauor, & licença, as doações (e- doação deuota , de D. Maria
guintes o motrarão. Eteues Mafarra, filha de Ete
6 Herdou húa D. Clara no uão Annes, & neta de Ioão Ai
anno 1326. muita fazenda por res Durò, & de D. Maria Gon
morte de fua mãe, & fazendo çalues Mafarra, dos quaes os *.tit-44.

doação a o moteiro de toda, Conde D. Pedro tem eferito


arte lhe largou em vida, par em o feu Nobiliario . É feil
te pelo feu falecimento . Na lutre no sãgue, mais conhecida
Xx 3_anda. – —
•••

_y22 Liuro V. Da HoraSerafia dos frades -

ainda por fama de sãtidade. Fez 2. Pertencem a os primei- |

doação a eta cafa, onde tinhal ros etes tres nomes latinos 3áo a.Gellius l.
profeflado,da quinta de Monte nialis.htonacha,&ºSoror,todos tres *3.c. 1º,
junto, & doutra muita fazenda, myteriofos:aquelles,ambos que
perayºfharia das Zomnas em commã, rem dizer 3cmja : ete vltimo,
como ella declarou. E a Prelada Irmâm. E dete, abbreuiado em
ficou com obrigação de que Sºr, pera dizer em portuguez
por vº/pera de Pa/choa ajão as Zommas Sòrfulana, vsão ainda agora os
a Aleluia, ºficomo a da a dita ºta moteiros reformados.Erão tam
ria Efieues em fua vida. Ito he húa bem nomeadas no me{mo latim
pitança, que ella daua no tal dia Fratri/e, imitando o nofo nome
à honra da fua folemnidade. São de Fratres,que fignifica irmãos,co
deuações,& caprichos de mulhe mo o dellas Irmăns. Na me{ma
res afeiçoadas a Deos. imitação {e formarão os feus no
mes portuguezes:de tal modo,4
C A PITV L O VII. chamandonos no tempo pafla
do Fratres,ellas nefte fe chamão |
Do appelido de Domnas, agora Freiras; & fendo hoje nof|
Soutros varios nomes,que |fo appelido Frades, o feu era nos |
annos antigos Fradas.Dito acha
as freiras defe mº/ mos memoria numa º doação,4 b.arch, de
S. Clara de
feiro tiutrão. fez D. Eteuão Annes, fendo Bif Lisboa.
po de Coimbra,a 15 do mez d'-
Abril,anno de Chritto 1312.na
| I ão queremos colli qual diffe etas palauras. Zamos a
gir da multidão def vá, Confiança Efieues, frada da Ordé
|- tes nomes particu de Santa Clara de Lisboa a nº/a adega
lar excellencia nas freiras de fan patrimonial com/as cº/as, que auemos
ta Clara, mas fomente declarar na fregueza de São luião,em lugar, #
a muita variedade,com que erão chamão º Alamº. -

nomeadas afinete, como nos 3. Demais dito fe chama


outros moteiros da fua Religi uão na lingua latina Zomine, ou |
ão. Huns erão appellatiuos, que Zomne,fyncopandofe o nome, &
tambem conuinhão às outras na portugueza ZDomnas: os quaes
Ordens: outros proprios, que sè | todos são o me{mo que Senhoras. |
neta (e achauão;& de todos nos Introduzio efte nome entre nòs |
contou por diferentes e{critu o etilo cortezão, pera fe mof |
ras,de cujas allegações nos efcu trar com elle o repeito,com que |
fará em parte o docto,& confia erão nomeadas alfi as mulheres
do Leitor. nobres, eomo tambem as mu
• --* - - ---- * *>

lheres
----
=-=

*-r-

Menores na Prouincia de Portugal. __523


lheres virtuofas. E víando delta [to não reformou o etilo, que
[… faze difeo º Conde D. Pedro, corria nos leigos, & curiaes, que
| que Garcia Martins do Catal] | nem por efia rezão nos negauão
| auia fido cafado com húa boa]|ete titulo. Damos em propa do
Zomna de Santarem:ito he,com hãa]] us tetemunhos contetes, hum
boa fidalga. Do me{mo modo tam-|| do anno 13o 3. outro do anno
bem nomearão por boas Zonnas, || 1 3o 6. O primeiro, A d’hum Ef farch de 8
|amoradores
repeito de da
fua Guarda
honetidade, os|| criuão dedaCoimbra,
a hias||traslado licença,oque
qualtinha
num (Cºdecs
imbta.

Terceiras leigas, que tinhão ahi || D. Mór Dias pera fundar mof.
#<ch dºs aflento, numa "carta de 1344 ||teiro de fanta Clara naquella |
&###" em que as encommendauão na|me{ma cidade,declarou que lho
deuação dos fieis. Nas freiras era || pedira religio/us Vir zumnus frater
|ito ordinario em rezão de ellas|| Gonçaluus Ferdinandi,Quardianus&c.
ferem epcías de Iefu Chrito,& || Eito era dizer, º Varão religi%
profeffarem virtude na formado || Zºomfiel Gonçalo Fernandes Quará-|
feu etado. E pera fe diftinguiré || 3o. O fegundo d'outro Eferiuão
das fidalgas,&beatas,que tinhãº||do Porto,que fazendo º procura|..…… d.
o me{mo nome, muitas vezes fel|gão de D.Guiomar Annes pera scirido
chamanão zºommas de Ordem, co-||Garcia Paes lhe cobrar certa falº"
mo motra outra carta d'el-Rei ||zenda pelo termo de Leiria dil
D. Dinys, paflada em Santa1êm||fe, que etiuera prefente zºom
a 18 de Janeiro de 1 312, na ||frei Amado da Ordem de são Fran
qual elle ordenou, que não ob{-| cfco.. ;º #…
tante a lei, de não pofuirê herá-|| 5 | Mas tornando a falar
ças as Zemas das Ordins, podefe || nas freiras de fanta Clara; appel
ete moteiro lograr a que lhe || lidadas por Zommas apparecerão
cabia por Z), Zordia.%artins, Zº: || no mundo, porque na propria re|
naprofeº, grSoror no diafºumºf|gra,que lhes deu q Cardeal Pro |
teiro. - ||tector, & os Papas inuiarão a ef.
| 4 Por eta me{ma rezão,fun ||te,&a os outros moteiros, Hüas
dada em cortezia,entrou nos reli|vezes lhes chamão Zomina,& ou
giofos o appelido de Zom, q fig|tras vezes Sorores. E que aqui ef
nificaSenhor,o qual ainda confer-||tiuefe o me{mo nome corrente,
não algüasReligiões.Masanofia, | declarão as e{crituras, queja te
ó profefa fugir de toda a hõra,o |mos referido,&ainda alegamos
..….…Jaborrecia tanto,que º celebran.|Hña he o tetamento d'el-Rei
.………") do capitulo no anno 14:3o, pro-] D. Dinys, feito a 2o de lunho |
" [hibio ovio delle com muita fe- de 1522. no qual e(creuco ete |
ueridade:poto que o feu decre-l! legado. Xado aº moteiro das Zom
*-e- –
---- ==
-- -------- - - -
Xx 4
*…
nas =>$"
---- - -• •
*

! 524 TV DTFT Sã Z 777;


nas de Santº (lara de Santarem qua Zomnas encerradas,ou Freiras encer
| trocentas liuras: pera as obras, que radas, a refpeito da claufura, a
| corrião no feu tempo. E não era qual começou com ellas.ZDamia.
só appellido commum,defe cha nas,ou Freiras de São ZDamião, por
| marem todas Zºmmas: mas tam que na fua igreja fe Ieuantou em
| bem prenome antecedente,& ti Afiseta ferafica Ordem. Freiras
| tulo do nome de cada hú1. De
maneira, que como hoje dize
de Santa Clara, por fer eta fanta
Madre a fua primeira planta. E
mos Sörfulana, afi dizião antiga Freiras de São Francife,porque el
mente Zºomma fulana no falar re le fora o feu Fundador. Tinhão
|l, fr.Luc.an.
ligiofo . Contounos por húa" tambem outros nomes à imita
|| 1 238. n. 15.
procuração, que fanta Clara paí ção do nofo, que he de Frades
fou a D. Oportulo, dizendo ef .htenores,& cotumauão chamar
|tas palauras.Zomina (lara Abbati/ fe Freiras ºfenores,ou Yeores, 3á
fa prefentibus Zominabus,fine Soreri- -

noritas, 2ámºrfas, 3áenoretas,& xá


1 bus. $'; vem a fer em vulgar. eretas. Sirua de prona por tudo a
| Zomma Clara Abbadº/aem prºfença doação de hum campo, que fez
| das Zºomnas, ou das Sorores fez eta a ete moteiro o padre Ioão Ro
1 procuração.Mas agora, depois q drigues,Comigo Regular do mof
| as vaidades profanarão o fagra teiro de São lorge de Coimbra,
do,etando ja fepultado o appel corrêdo o anno do nafciméto de
| lido de Zºomna, que cheiraua a sã | Chrifto 1266, na qual diz co
tidade,nas cafas religiofas,a vai mo o campo etaua acerca do mºfº
dade do mundo pretende refuf | teiro das 3 (entretas. E não era ex
citallo pera abonar nobreza fim trauagante o nome,porque tam
igida, não conhecida.E por ventu | bem as freiras de são Domingos
ra querem na cafa de Deos leuã deta Villa que forão fundar no |

tarte a maiores com o titulo de Porto, por ferem da Ordem dos


Zomnas aquelas,que lhe tem ma | Pregadores ºfe chamauão Prega. i. Soufi na }
hit de 3 |
iores obrigações por quanto as ?"ºfá{ •

Doming, P,
1.16.c.º.
fez Sorores, nío fendo ellas Se 7° Mas affi como o folfz
nhoras, . . . efconder as etrellas, do mefmo
. .

6 O nomes proprios das modo o nome de fanta Clara luf


freiras de Santa Clara, que tam trou tanto em a Igreja de Deos,
bem aqui etauão em vío, & cõ ue efcureceo os outros. Even
que ellas fe diftinguião das ou do feus refplandores o Papa Vr
tras, são etes, que efcreuemos. bano IV. não formente reduzio |
#ZDomnas pobres, ou Freiras pobres, todas as regras a hú1,como vaue /cap.js
em rezão da pobreza etreitifi mos efcrito:mas tambem deter
ma, que guardauão em commú. rou os outros nomes ordenando,
que
*>
-*****
Menores na Prºuincia de Portugal. Ty2,
que fe chamafem fomente des? fenhoras o mundo,elquecendofe
ta (lara, fua Madre illutrifima.
dos paes, de quem tinhão recebi
Começaua eta bulla, Zeata Cla do o fangue mais apurado,por vi
ra, dada no anno de Chrito rem a fere{pofas do me{mo Fi
12 63.em 18 de Oitubro.Por ef lho de Deos, & filhas de fanta
ta occafião renunciarão as frei Clara. - •

ras o appellido de Zomnas, com 2 Nete paço Real, ou ce.


o qual tinhão nafcido, & outros leftial, fundado em Santarèm,fio
de muita honra: ainda que de va rece, & floreceo grandemente
gar o etilo ordinario do reino, a nobreza, imitadora por cata,
& dos minitros (e foi elquecen em quanto não degenéra,da per
do delles. feita fantidade. Aqui encontra
mos logo co afetua do Senhor
CAPITVLO VIII. D.Leonor Afonfo,filha d'el-Rei
D. Afonfo o III, cuja mais larga
noticia bleuemente fe dará. A
Da nobreza, que nefta tafa qui tambem fe oferecem as ne
florece, & de hum (pul tas do mefmo Rei por (eu filho |
thro nobre. Martim Afonfo Chichorro, das
* tít.ai,
quaes o "Conde D. Pedro diffe,
I ão heeta a nobre que forão religiofas, fem decla
za, fundada no fan rar de que Ordem: porém conf
gue digo, com que tanos, que nete moteiro forão.
eftão mais lutrofas as freiras de Húa dellas fe nos deu a conhe
fanta Clara, fenão outra de or cerem efcritura feita a 3 do mez
dem fuperior, que nafce da fanti de Ianeiro, anno de Chrifto
dade. Porque na caía de Deos 1337.dizendo etas palauras. Zº.
os fantos são os feus Reis, as fan *argarida,dmna do mfieiro de San
tas são as Rainhas, os virtuofos ta Clara de Santarém, Qr filha de
os Principes, & os jutos os Se *{artim Afonfºrm㺠do mui nºbre
nhores. Muitos Reis, que reina Z), Zinys em ºutro tempo Rei de Por.
rão em a terra, achamos nòs no tugal, 3 do Algarue, com licença
meados no º Liuro da geração da fua Abbadefa faz prazo a
a Matth.1.
V.j»
de Chrito filho de Deos : mas loão Durães de quatro Etis de
sò o fanto Dauld,por mais fanto, terra em o campo da Vallada.
& mais juto no gouerno, tem o 3 Pafados ja muitos an
titulo de Rei. Mas he argumen nos apparece a Princeza D. lo
to grande da perfeição, & ven anna filha dos Reis de Catella,
tura deta fantifima Ordem,dei Henrique IV.& Ioanna, Rainha
xarem por feu refpeito tantas que foi jurada do mefino reino,
— &#GT •=#
526 Im77 Da hiftoria Serafica dos frades
& elpotada com el-Rei D. Afó rações,que pertenção à carne,&
fo o V de Portugal. As defgra ao fangue. Daquelas, que nôs
ças da Fortuna lhe defpirão o ef zcuidamos etarem hoje efcritas |
utado com os titulos, & fomente no Liuro dos filhos de Deos, fe
lhe deixarão o nome de Excellen falarà adiante. -

te Senhora. E vendo ella incontã 5 Numa capella da igreja,


cia tão grande, neta cafa veio collateral à maior, & que agora
bufcar outro reino mais rico, & nos efconde a caía da fancritia,
mais honrado, qual he o reino etâhúa (epultura,da qual não fe
dos Ceos, que Deos nos defeja fabe domno. He húa arca de pe
dar. Começou nouiciado,& pof dra,affentada em leões,cõ tres e{
| to que obrigada da pete,que em cudos na face,4 motrão as Qui
tão abrazaua Santarèm, foi pro nas Reaes fomête,{em a Orla dos
feffar no moteiro de Santa Cla Catellos: obra tofca,& no pare
ra de Coimbra, pera ete fe tor cer antiga. Na pedra,com que fe
nou acabado o contagio,& nel cobre,età lançada húa figura de
le efteue muito contente em homem, esforçado pelas armas,
quanto os feus trabalhos lhe de mas muito religioto pelo modo
rão ete defcanço. Ainda hoje fe da mortalha.Vete habito fran
ve húa caía, que foi fua, onde fe cifcano, cingido com o cordão,
rezão matinas dos dias menos & (obre ele húa vetidura larga,
folemnes, a qual por etere{pei que acompanha a cabeça à ma
to he chamada º Corinho. Iaz fe neira de capello:tem tambem os
pultada em Santa Clara de Lis pés defcalços a mão efquerda a
boa, & noutra occafião auemos perta a baínha d'hum traçado: a
de etcreuer o que neta não di direita o arranca. E diÍcorrendo
2CII1OS. • |- -

por todos etas infignias, os ef


4 Abatendo a nofía penna cudos nos declarão etar aquife
feu voo do alto da Cafa Real,dâ pultada húa pefoa Real, daquel
com outras illutrifimas de Du | las que ainda alcançarão,a o me
ques, Marquezes, Condes, Se nos no tempo em que nafcerão,
nhores, & fidalgos, cujas filhas, as Quinas fem os Catellos, os
& parentas, como etrellas fer quaes, como jà auemos dito, D.
mofas, illutrão de notauel ref Afonfo o III. ajuntou no feu ef-| |
plandor eta esfera ferafica. São cudo.O traçado neta forma,he
tantas,que não fe podem contar, final de valétia. As vetes, & pés
affi no tempo prefente,como tã defcalços nos motrão, que foi
bem nos pafados. Demais que, deuoto de nofo Padre fantifi
| não he o nofo afumpto efere mo,ou pêra melhor dizer,profef
d uer Nobiliario, ou Liuro de ge fona fua Terceira Ordem, porá
- -- -
==
===-- etes,
==== – –----- …

_Mºuras na Prºuluia de Portugal: 527


tes, fendo nobres, e não vefil, cias.Os motiuos,que pera fofº [..
ão afi por rezão do feu efiado, Jofferecem,são etes. Ser (eu pae |
pelo menos dete modo fe man- primeiramente o Fundador do
dauão enterrar,& retratar nos fe | moteireiter nelle lua irmâm D.
cl.º,c. 23
pulchros, fegundo º temos eícri Leonor Afonfo,& fuas filhas tã
to, mas não fabemos, quem he. bem freiras,como auemos efcrí
Deuia ouuir alguem, que feria fi. ito. A o que, demais dito,o podia
lho do dito Rei D. Afonfo, & i inclinar o exemplo da outra fua
fingindo o nome de Z), Henrique irmâm,4 tinha o me{mo nome, |
em [ua me{ma cabeça neta for a qual nós" deixamos já fepulta-laicii.cji
ma fez efcreuer na pedra ete le da no conuento de Coimbra; &
| treiro...Aquijaz º Infante 2). Hen tambem a deuação, em que os
rique. Afonfo, filho a'el Rei Z). Afon criou a todos o padre frei Afon
/9/// @rfaa mulher a Infanta Z). J. fo Rodrigues, feu tio pela parte |
inez, Porêm entre todos os feus fi de féu pae. Por onde não era mui |
ilhos nenhum ouue dete nome; to,que elle foffe Terceiro,como |
nem o letreiro merece, que lhe na verdade foi,& quizefe neta |
| tenhamos repeito,porque he de caía defcançar, na qual tinha de |
letra noua,fuppoto,& feito mui mais perto as orações das filhas, |
tos annos adiante depois deta & da irmâm". E quem ainda affi |
fepultura, na qual não achoulu não fe motrar fatisfeito com e{-|
gar,que fofe accommodado, & te nofo difcurto: ròs pedimos,q |
affi ficou poto a hum canto. nos dê pera eta fe OU ET3 | #
6 O que nos parecehe, fer| pefoa Real, que tambem perten
o me{mo Martim Afonfo Chi ça a são Francifco pelo habito |
Terceiro, ..…
chorro, que ja temos nomeado, -

• • •

& de quem achamos aqui noti: + 1– "

D.Leonor Afonfo, filha del-Rei D. Afonfo III.


&religiofa detacafi.
CAPITVL o IX. te lagrado moteiro, he notauel
o defeuilo com que fe efcrue
Declarafi º fu nome, pºfia, della. No que toca a feu nome,
à
pe{oa, & etado em tudo acha
|-
&#efiado."
• , , ,," . - -
mos erros. Helena defanto --Antonio |54. Gonz pag
9% *

Endo eta denotifimal lhe chamou o nofo º Bipo de P. an: 1 259.

|S
•- - -
—=-=

-
Princeza tão infigne nef Mantua," frei Lucas, e frei Ar
• • • • • •••>> > > •-------+--+-- - -- - -
tu r;
n 18
c Nouenb.
18.

----
-+ ** *

} - - * j 28 Liuro V. Da hiftoria Serafica dos frades •

d 'n Anace de fanta Clara do mºsfieiro de Santa


tur, "Vafconcellos, º Barezzo,
Ph.de faem.
} * *.
&/Valerio.E outros,que quize rem, filha dº moi nobre Rei Z. Afon
rão dar faída a ete grande enga fº de Portugal, grdº Algarue, façº,
2. P.4 14.
c. 3 9 -
/ SS.fae no , como são os Autores da
Cc @ ordinº mêutºfamentºemºjiamunei •
• |-

nin. O run." & Monarchia, & * Benedictina ra ante do tempo, em que hei 4fizerpr0 :
Num 14.c.
+ O.
Lufitanas, da Hitoria Ecclefi f/on. No etado de profeta ella
ls P 4.1.14. atica de Lisboa, & do "Iardim tambem fenomeou dete modo, •

C.2.5.
º tom. 2.rr. de Portugal,diferão que por vé pedindo em húa (upplica cõto
...c.S $.3. tura mudaria nete nome o feu das as outras freiras certos juizes
ap.*
voium,
c.49.1, . •

proprio depois de religiofa.…… a o Papa Bonifacio VIII. & co


{ cap.8 a. 2 Contudo o certo he,que meçarão affi. Nos Abbatfºrton
nunqua tal nome téue; porque uentus monafierijsantarenenfis, @
fecular;&freira:nouiça,&ja pro .Alcenor Afºnfi,failuir fim Ke:
| k

fefa: viua, & morta; o feu nome |gis Pºrtugahe, monialis in monºfiertº
(empre foi Z). Leonor 04fºnfº. Tu /pradião. O me{mo nome lhe
do ito he patente por e(critu {deu el-Rei D. Dinys féu irmão,
ras autenticas, que letão nete #Quãdo a 15 de Março de 13o2.]
| certifica
moteiro.feu
Dopaeaffi
tépo deno
fecular nos |lhe quitou por hña carta, feita|
feuteta- •

o nouo;quinhen
em Montemôr
mento, como numa doação. |tas liuras, que lhe etaua deuenº
No tetamento efcredeo etele lo. E não vando de outro em to
gado:Xando Z). Alemºr, quã habui |da a fua vida, por elle tambem
-

* Elura Stephani hereditarem meam | depois da morte a nomeou o mof


de 3corrua aqua. E foio me{mo,4 |teiro em e{critura de 3 do mez
dizer:ZDeixo a 2D. Leonor, que eu te de Abril anno de Chrito 1319.
nho de Elura Efieues,º # herdá pela qual trocou por outra fizem
de de 3áortagua. Na doação lhe da com D. Maria, Afonfo, filha
dotou outra herdade na Azam do me{mo Rei D. Dinys, a terra
buja, que comprâra a Mé Pires, | de 20rt:-4gua,quefo) de Z). Leonor,
o Intrida por alcunha,& com pala |irmãm dº dito Senhor, @rdomna de 3 |
uras exprefas lhe declarou o for, Ordem com tidº ºfeufenhoriº, e jur.
brenome Afon/0, dizendo deta dição, como diz a efcritura,
maneira. Concedo Z). Aleonor. Al 3 Donde feve claramen
fonômee filº,quam egº habeº de Elui te, como nunqua fé chamou He
ra Sthephan, &c. Do tempo de no lena de fanto_Antonio, fenão ZD. Leo
uiça,ella me{ma o tem affi decla mor Afºnfi, formando appelido
rado no tetamento, que fez em: patronimico,fegundo então vis Aº

ordem à profifio, o qual come uão,do nome d'el-Rei (eu pae,4 |


ça pelas palauras feguintes. Eu fe chamaua Afon0. Pelo que tam |
2. Leºnor Afºnº, nauiça na Ordem. bem foi falta, efereuer o Autor"
do -
*--*****-*
— ===- —
* * * * ** *

| Menores na Prºhinia de Portugal. º 529


do {obredito Iardim,que feria o cafado. E pelá mefina rezão mui
|feu nome Z). Leonor de Portugal. E to impropriamente lhe técha
pera ficar mais clara eta verda mado fofanta," o qual nome não nº Monarch
de certifima, queremos manife{ conuinha fenão ás filhas legiti Lufit.p.3.
l,8.c.1 ** !

tar a origem do engano,em que mas, não sò o dito Iardim;& Be |


derão os Autores, que ja temos medictina Lufitana,mas tambem
referido pela fentença contra o epitafio nouo, que orna o feu
ria. Beberão todos na fonte do fepulchro. Porém aqlle Senhor,
dito Bifpo de Mantua, primei que cria entre efpinhas as rotas,
ro em publicar as virtudes def -& confentio entre os feus afcen
ta Eípofa de Chrito, & elle dentes alguns delles maculados,
equiuocoufe com outra religi nas virtudes deta Virgem de
ofa chamada do dito nome.Nas uotifima quiz motrar como
informações, que lhe forão in |ha filhos, que acreditão os pa
uiadas, cujo original età em C$» … - ºs - -

| nofo poder, fe contêm etas pá-|- 5 Età a difficuldade em


lauras. Foi h㺠hadre, que fº the declararmos agora, fe eta fe
maua, Helena de fanto Anto nhora foi aquella Condefa,
nio,muiperfeita religiofa . Eftafei | filha do próprio Rei, cha
hña, queestana muito mal, defcon mada do mefmo nome Zomma
fiada dos medicºs,quando levarão os of Leonor Afonfo , a qual primei
fºs da fênhora 2. Leonar à enferma ro cafou com Dom Eteuão An
ria, Orfe achou bem fºg㺠todas vimos. nes, depois com o Conde
Ito dizia a dita informação: mas Dom Gonçalo Garcia de Sou
| ele inaduertido applicou o no fa, & d ambos ficou viuua : ou,
me deta enferma à me{ma ferua |fe foi outra filha diferente.
de Deos D. Leonor Afonfo, em O Iardim de Portugalfe incli
cuja prefença, ou de feus fagra |na a que feria a me{ma: mas
dos ofios conualeíceo na fau o Autor da "Monarchia Lufi "cit.l. : s.
de. C. 29.
- 1
tana, approuado na Hitoria
4 Enganoufe demais dif. da Igreja de Lisboa, declarou
to, & com elle o padre Vuad na quarta parte, como era
dingo, em dizerem no tocan diferente ; & temos fentido
te á fua me{ma pe{oa, que era muito, ver retratada na º quin º.noprolog.
filha legitima do dito Rei Dom ta húa verdade tam certa. O
Afonfo : não fendo, fenão baf (eu maior fundamento confif.
tarda, a qual ouue de húa fe te nete difcurfo. A Conde{-
nhora nobre da villa de San fa Dõna Leonor fez tetamento
tarem, chamada Eluira Efieues, (como também ja º difemos) pi. 1.c.; º
com quem ele nunqua eteuel dia de fanto Andre, anno de
- - -
- - - -
Yy_Chrito
y 3o Luro V. Da bifloria Serafica dosTã
Chrifto 1.286. & nelle nome Ordem do Hopital, fobre os
* * * * * * , ,

ou a feu tio frei Afonfo Rodri bens, que ficarão por morte da
gues pera fer tetamenteiro. (obredita Condefa; que ifo
E a freira fez depois feu teta nos dizem etas palauras . Su
º mento, primeiro que profeflaf per omnibus koms, que fuerunt Z).
fe, a 2 o do mez de Março, anno Aleonora (mit/e , quedam filia 7).

| de Chrifto 1293, no qual met Alfonfi, lufris Regis Pºrtugalia, @


| teo eta claufula. E reungº a man -Algarhj. Queria difoor delles o
|da,que eu fiz que tem frei Afºnfº Kº padre frei Afonfo, como feu tef
drigues, meu tio. Do que tudo lhe tamenteiro;& o Commendador
| pareceo, que fe collige fer húa os queria pera fi, ou pera a fua
| me{ma pefoa, que depois de ter Ordem, dizendo que ela a auia
| feito no etado de viuua o pri profefado. Pelo que tomarão
meiro tetamento, entrou em Iuizes arbitros a D. Gomes Fer
Religião, & efcreueo o fegundo. nandes, Deão, & a D. Fernão
Mas ete difturfo então proua | Mattheus, Arcediago do Couto:
ria bem,fe o tetamento,que re |ambos em a Sé de Braga, & no
uogou a Nouiça,fora aquelle, q | dia, mez,& anno, que ficão afi
efcreueo a Condefa: ou,fe a me{ |ma ditos, efcreueo Martim Gar
ma Nouiça não tiuera ja idade cia a me{ma compofição na ci
era deixar feito outros, & frei dade de Coimbra. Mas dilatan
Afonfo Rodrigues, a quem el do o Commendador a caufa, tã
la os entregaffe, não fora tam bé os luizes alguns annos adi
bem feu tio: o que porém não ante dimittirão o arbitrio. Tu
(e motra, nem fe poderà moí do ito nos contou por húa fixa
[1'21".
de pergaminhos, cozidos huns
6 Co a maior euidencia, a os outros, que achamos no nof
que nito pode auer, auemos fo conuento da fobredita cida
de demontrar, que erão duas de de Coimbra;& parece,4 quiz
pefoas: a dita Condef[a,húa; & Deos referuallos do perigo, que
a nofa Freira, outra. A Con outros papeis correrão, pera que
defa, depois de ter feito o dito eta verdade fe manifefte ago
feu tetamento, era falecida ja f3. •

em 26 de Feuereiro, anno de 7 De modo,que a Condef


Chrito 129 1. no qual corria fa no dito anno 129 1. etaua
a Era de 1319. Conta ito de na outra vida, & a Freira no
húa compofição , que nefe de 1 293. ainda era nouiça, &
dia fizerão o mefmo frei Afon pelo menos viueo atè o anno
fo Rodrigues, & D. Garcia Mar | de 13o 2. no qual fenecem to
tins Commendador de Lèça,da das as fuas memorias . Suppoto
ifto
|-

AMenores na Prouintia de Portugal." 5.3 I,


ifo, defjaua eu faber, fe refur por humildade no efiado de Be
gio a Condefa pera fer nouiça, fatal: contudo, ito he falfo, [.
& freira nefte moteiro? Se ella por quanto do que età e{crito
não refurgio,he certo que forão nos conta, que foi freira, noui
duas irmâns, & filhas do me{mo ça, & mais profefla.
Rei, mas de differentes mães,
ambas do mefmo nome , &
do me{mo appelido. Nem
efta identidade de nomes fe
. CA PITVL o X.
poderá eftranhar , porque el Virtudes, marauilhas, &
| Rei Dom Sancho I. teue tam
bem duas filhas, que fechama translações da me{ma Ser
rão Terejas: húa legitima, mulher o : ua de Deos,
d'el-Rei de Leão:outra batarda,
que foi fegunda mulher d'Afon 1 . Or morte d'el-Rei feu |
|fo Tello de Menezes, pouoador – * # pae fugio dos atrcui
| d'Albuquerque. Dous filhos cha - mentos, & injutiças
mados Pedros, & duas filhas.»ta do mundo pera sete inexpug
|rias, todos batardos, el-Rei D, nauel fagrado a fenhora Dõna |
Dinys reconhecia por feus. E a Leonor Afonfo, & defprezan-|
Rainha D. Ifabel, mulher d'el do as vaidades da terra tratou |
Rei D. Afonfo V.pela deuação, de agenciar as honras, & os |
que tinha a são Ioão Euangelita, thefouros do ceo. Algum tem
tendo chamado João a dous fi po fe deteue no etado fecu
1.Hift. Ec lhos, & Ioanna a húa filha, º dizia lar pera ir tomando em leu e{-
clef de Bra
gº.p.a.c.$$,
que a vinte,que tiuefe, lhes dê pirito forças, que podefem a:
Fr. Hieron. ra o me{mo nome. - ,
branger a os encargos pezados
Rom.na
hift.da - 3 Deduzindo finalmente da vida religiofa; & depois de |
Princ. D. Io as qualidades do feu deuoto e{- andar muito no caminho da vir
Anna C. R.
tado dizemos, que não foi nem tude chegou a o monte alto, dõ
cafada, nem viuua : mas fem |de Chrifto a chamou pera fer|
pre perfeuerando em os foros |fua efpofa no dia da profifão.
de donzella, fez holocauto a Antes della ordenou feu teta |
Deos da purezavirginal na fan mento,pelo qualfe depedio das
ta Religião, & como tal a ve-| riquezas, que embaração a mui
nerão Gonzaga, frei Lucas, a tos, offerecendo a Deos tudo
quarta parte da Monarchia Lu aquillo, que por feu amor lar
| fitana, & a Hitoria da Igreja gaua . Deixou a ete moteiro |
} de Lisboa ... Hum rumor te - a terra de Mort-Agua com to
mos achado, que permaneceo do feu fenhorio, húa herdade |
Yy 2 ------
na
- -
y32 DEZ Da bifioria Straficados frades
na Azambuja, & outra, que fe não fe podião ganhar.……
chama a Toureira; nem tinha || E… dá sinados my
outros bens, alèm detes, de terios fagrados, & como vir
| raiz, que lhe podefe deixar, gem prudente , que queria a
Intituio por fua alma capella,
com húa mifa perpetua, pera oração confulcaua de dia, & de,
a qual deu tambem os orna noite a fua fanta vontade. A
mentos; & as peças neceffarias, execução. vinha afer.húa vila |
como foi húa rica veftimenta, admirauel, não sò no depre
que elabordou de aliofar por { zo, preprio , mas nos rigores |
fuas proprias mãos. Etende tambem, com que fe mortifi-|
o as finalmente aos pobres, caua. Nunqua quiz fer! Ab
mandando dar cada anno a o badefa, nem ter officio, no
| nofo conuento de São Francifº | qual fofe neceffario mandar
co húa efmola confiderauel de Arfua gloria era fer criada do
|trigo com encargo de lhe can conuento, fendo filha de hum]
tarem hum óficio os frades, & | Rei: andar na cozinha, feruir
de celebrarem todos no me{mo na enfermaria. Neta oficina
|dia por ella. É "|-
: de tanto merecimento lançaua}
|

- 2 Tratou com zelo gran: maiores chamas ofbgo da cariº


diffino de conferuar, & melho dade, que lhe atdia na alma.
rar no moteirolquanto (eu pae |Impoffiueis pretendia por alen
auia nelle obrado; & em rezio | tar as enfermis. :ofmas! Deos
das fuas obras, que forão mui lhos facilitauã com o braço ab
to lutrofas, fe podião enga foluto de fua dºmnipotencia #
nar aquelles, que efereuerão f> Antojoufe a húa,qºr tinha granº
ella a Fundadora. Aconteceo de fatio, defejar búas cerejas, "...
no feu tempo fairem dete mof não fendo o tempo dellas;3 & i
teiro tres freiras pera o outro |aqui em tamanho… impoffiuel | …
| de Còz, da Ordem de São Ber |ferueo mais o coração da deuo
| nardo , cujos nomes erão ef ta Enfermeira. Depachou pri
tes, Z). Eluira Ourgues, 2, Sam |meiramente toda a fua confian-j
cha Fernandes, Z). Eluirá 2 arting, ça, que foffe negociar o bom |
Ffendo ella contraria de fe dar fuccedo com Deos, & ella fe |
a conhecer, tanta força lhe fa: | foi á horta, onde etana quafi, |-

zia o zelo nobre da fua commu |fecca húa aruore, a qual d'-|
nidade, que efereueo a o Papa antes produzia º ete.ufruito.
Bonifácio VIII. & fez outras di Lançoulhe a luabenção, &, º.Num.17.
ligencias por não perder as he-||qual a vara de Aaron no an-Nº
ranças, fuppoto que as pefoas |tigo Tabernaculo , aísi aqui !
- ! : :: º efa
—T- *>sessº**************-* }
−======

Menores na Prouintia de Portugal. - 5 ; 3 ----


etaplanta de repente fe vio ve[-|. foi mandada a Roma. Dete |
tida de flores,de folhas, & de ce tempo por diante não acha- }
rejas maduras. Comeo a enfer | nos outra memoria della,
ma,& teue logo faude., "...
..., ...|{enão a os 3 d'Abril de 1319.
. 4. Doutras grandes maraui || quando o moteiro deu a ter.
lhas,& virtudes,que neta Serua |ra
|----de Mort-Agua, que auia fi
: " " *-*- - - * * ** *

de Deos erão muito ordinarias, do fua , a Dõna Maria Afon


leftaua cheo hum liuro, o qual fo, filha do me{mo Rei Dom
nos tempos antigos (e furtou da Dinys, fendo ella neffe tempo
fancritia. Mas não nos queixa falecida. :
mos mais do ladrão,que o leucu, 5 Foi fepultada no meio
que de quem não tratou logo de do coro baixo (nem ha outro
o querer reformar pela memo no moteiro ) onde Deos en
ria dos que etauão prefentes no grandeceo notauelmente feu
Jque nelle (ecótinha. E affe (e- nome, ajudado da deuação dos
pultou em muitas occafiões, a fieis. Encommendauãefe em
maior parte da gloria,com que a os feus merecimentos as freiras,
nofia Prouincia fora hoje mais & os vizinhos da villa: tirauão
lutrofa. Acabando finalmente o terra de dentro da fua coua, & |
deterro deta vida caminhou pe com ella farauão muitos enfer.
|ra o ceo, que he patria dos San mos. Pelo que lhe eleuarão
tos em 18 de Nouembro, feus ofos pera hum fepulchro
como e(creue, frei Artur em alto no mefino lugar da co
o feu Martyrologio . Os an ua, depofitando com elles
nos , em que foi freira, fe tres varinhas da cerejeira mila
começão - a contar no de grofa; & dete modo eteue por
1293. em o qual fendo noui mais de duzentos annos, atè que
ça ordenou feu tetamento pe o enterrarão por não fazer pre
ra fazer profifão. Por on |juizo a oferuiço do coro. Fi
b.lib.2.
de foi aprefado o "Autor da |cou porèm manifeta fobre a
Chronologia MonaRica Lu-|face da terra a pedra, que o
fitana em dizer, que fiore-||cobria, & fobre ela entalha
ceo pelos annos de 127o. No |da fua figura de vulto, combúas
de I3o2. e taua ainda vi- grades à roda, que ainda COI]-
Jua, quando a 15 de Março|feruauão a fua veneração. Ne:
• el-Rei Dom Dinys lhe quitou ||te tempo foião achados os ofios
*** º as ditas quinhentas liuras; || muito frefcos, & cheirofos, en
& a os 8 de Junho afinou|uoltos huma toalha laurada de
procuração cõ a fua Abbade{-||carmezim, que parecia fer feita
fa. Dõna Bibiana Pires, que ild'aquella hora. Fofão achadas \
|
* - - - - - - - - - - _Yy 3 tam- |
–1–

534_Lurº K Dabifuria Sãºfrades ----

tambem muito verdes as fobre le (e encerraua; & como Deos o


ditas varinhas, as quaes logo fe trazia nos feus olhos, então nos
partirão em pedaços pera conté! manifetou outras grandes ma
tar com elles a os deuotos, que rauilhas. A primeira, q o caixão
não podião alcançar outra reli de madeira, em que etauão os
|quia.Húa dellas lançou húas got | ofos dentro da arca de pedra,
tas d'agua muito mais medici foi achado todo podre,faluo nas |
nal, que o balfamo finifino; & partes, em que le vião pintadas|
lançados os pedaços na agua, % as fuas armas; que efas etauão
os doentes bebião,era nelles mui fans. A fegunda, que na me{ma
to certa a faude. Na me{ma oc podridão os ofos, & enuoltorio
cafião (e leuarão em procifão à delles não fomente apparecerão
enfermaria os feus veneraueis of izentos da corrupção, mas tam
fos,cuja prefença batou pera lo bem muito cheirofos. A tercei-|-
go (eleuantarem dos leitos quã ra, que fendo depofitados num
tas freiras jazião neles êfermas, almario do coro em quanto lhes
duas das quaes ja etauão defcon fazião nouo cofre, forão vitas
fiadas dos medicos. fobre elles muitas luzes, & ref.
6 Enterrado dete modo plandores do ceo. Daquife paf
eteue o feu fepulchro atè o an farão a hum tepulchrode pedra,
no de 1634, no qual fendo Ab leuantado em hum arco da pare
badefa a madre sòr Francifca de,onde tem o epitafio feguinte,
de Ielu tratou de melhorar de lu
que no Iardim de Portugal anda
gar o preciofo thelouro,que nel muito viciado.

Sepultura da Infanta D.Leonor Afonfo,filha


del-Rei D. Afonfo III. detereino, que fun
dou efte conuento,&o dotou com largas ré
das,&o ennobreceo com fua pefoa Real, &
virtudes. Forão trasladados os feus ofos na
Era de 1634.
Mas errou em duas coufas quem fendo a fundação de feu pae. Ou
affi o efereueo, como conta do tro nome de mais honra,que he
que auemos ja dito. A primeira, #" Leonor,lhe dão as religiofas,
em lhe dar nome de Infanta, o q 8& muita gente da villa, etiman
ella nunqua foi. A fegunda, em do tanto feus veneraueis depo
lhe chamar Fundadora de conuento, jos,que fe guarda no moteiro o
…==
*++>+
- - --- … -- . ._ ___. |- feu
mssysmºs"
==#=

AAenores na Prºuincia de Portugal. 535,


|feu queixo, cozido em veludo memorias, grandes coufas fuas
verde, entre as fantas reliquias. }nos contarião agora. Alfio mo!
Etas são húa particula do fanto tra a fama, que ainda nete tem
Lenho da Cruz, hum dente de po apregoa marauilhas: mas aper
| fanta Clara, húa cabeça das on tandoa, que nos declare algüa,
ze mil Virgens,& outras muitas, n㺠fabe dizer, fenão que era sã
que etão enthefouradas num re tífima, deuota por etremo do
liquario COIThInu II). | Apotolo são Bertholameu, &
muito mimofa fua. Nito parão
cAPITv Lo x. | as fuas exaggerações, & no ref
peito,que muitos annosfe teue à
De duas religiºfisiufgnes,6 pedra da fua coua, a qual etaua
no clautro mais leuantada de
hia minina,a quem chama todas. Neutra pedra, entranha
rão a Santa. da na parede à vita da me{ma
coua, etâ viua tambem a fua lê
1 Loreceo entre as frei brança. Reprefenta a figura do
ras antigas D.Sancha me{mo fanto Apotolo, com fim
Garcia do Cafal, filha quo flores de Lis, que feu paeti
de Garcia Martins do Cafal, cu nha por armas, & a Era de feu
jo nome ja dèmos em º outra gloriofo tranfito, a qual corria
ºcºp.7,
parte;& (e aquela idade não fo no anno de 1 346, nete letreiro
(a tão negligente em perpetuar feguinte.

Aquijaz Sancha Garcia do Cafaldomnadesã


ta Clara,deuota de São Bertholameu,que paf
fou dia defanto Andre,3o dias de Nouembro
da Era de 1384 cuja alma viua com Deos,
2 Em rezão detas neuoas! E nito nos iremos encotando
antigas, que tudo nos efcurecê, a húa informação,que neta cafa
tomaremos o caminho pelo tem fe fez, como em todas as mais,
| po mais chegado a etanofa ida no anno de 1 384, por mandado
de,na qual tambem fe enxergão do padre frei Francifco Gonza
as grandes mifericordias do po ga, nofo Minitro geral, co as
terofo Senhor, que pera fazer à quaes elle ornou o feu liuro dao
[ua vontade fantos não depende \rigem, & progredos da Religião
de conjunções, nem de tempos." "ferafica.Todas são de grande au
tori -
__*___*_ – _Yy 4 •* *
536 Liuro V. D7 bifuria Serafia das frades
toridade, & neta fe afinarão do as orações, que podia aprender,
ze religiofas grauitimas,contan & tambem o conuidaua co a
do a Abbadefa sòr Mecia da merenda, que fua tia lhe daua.
Conceição, que teue nome de Indo afi continuando co as fuas
Santa. 1.
fingelezas, húa dia lhe diffe a
3 Ouue pois húa mulher Mãe da Mifericordia. Filha quere:
na villa de Santarém, muito no ràs tu merendar em cºfa defe 3án |
bre, & muito rica, a qual pela no, pois tantas vezes º contudas ? Re {-
grande deuação, que tinha a sã pondeo,que era muito contente.
|ta Clara, lhe prometteo húa fi Pois alegrate,tornou a dizer a Vir
lha pera freira. Mas no comprir gem,porqueferà muito cedo Foi a mi
da promefa,não entregou a ma nina contallo logº à tia,&acaba
is velha, que fobre todas amaua, dos tres dias deu fua alma a Deos
fenão a terceira, & a vltima em em idade de feis annos, no de
idade de tres annos. Era porém Chrifto 15 12.Iulgarão todas, 4
a minina inclinada à virtude, & ifo era verdade, vita fua inno
cõ a boa doutrina d'húa tia,a cu cencia tão alhea de enganos,& a
ja conta etaua, fe criou em de morte aprefiada,que parecia cõ
uação, & longe das mininifes, á firmar as fuas me{mas palauras.
| permittem os feus annos.Tem o Pelo que nunqua mais lhe cha
| moteiro no coro hña imagé da màrão,fenão a 3únina fanta, nem
Virgem Senhora nofia, chama ja hoje he lébrado o feu nome,
da da Úºnceiçãº, a qual não tinha guardando tanto refpeito a húa
antigamente Minino,& defejan pedra piquena do clautro,a qual
do, que o tiueffe, as freiras che encobre ºfeus ofos, que irà mui
gou certo homem defconheci defcuidada a que por ella paf,
do á roda: perguntou fe compra far. * # : ; -. . . .
rião o feitio de hum Minino Ie 5. Perfuadiofe a mãe, que
fu, & como lho entregou pera 6 |nãoetaua defempenhada ainda
elas o viflem nunqua mais ap |co a virgem fanta Clara, &lar
pareceo. Detecafo fizerão gran goulhe a outra filha fegunda, Z,
des efpantos, & forão muito ma //akel por nome, que tambem fal
iores quando virão, que caíndo | leceo em poucos mezes.E vindo
das mãos da purifima Senhora a arguir, que elperaua Deos del
| o fobredito Minino, lhe ficàrão la ofeu idolo amado, a fua filha
húas pizaduras negras,á duràrão mais velha,que trazia em as mi
muito tempo. ninas dos olhos, eta lhe ofere
4. Com ete mefmo Mini. ceo com tanta aceitação da Ma
no era toda a fua conueração, jetade diuina, que viueo Giten. #
\,
etaua fempre com elle, rezaua "ta annos, & doze foi Abbadefa, !#
*.

"Cha
- -- - ***

Menores na Prouincia de Portugal. __7


Chamoufe for Vilante d'AÁump nitro prouincial frei Francifco
fão: mulher de raras virtudes, & lde Lisboa, o qual fubdelegou fu
de notaueleípirito: muito man |as vezes nas primeiras diligen
fa,muito humilde,deuota,aman- | cias em frei Braz de Goes,Guar.
tifima elpofa de Chrito (acra dião do conuento d'Alanquer,&
mentado,& qual ele nete eta |deulhe por teus adjuntos frei /

do pera fi a podia defejar; porá | Francifco Guardião do conuen


toda fe defpédèo em o feruir, & | to de Leiria , frei Antonio de
l ornar no altifimo facrificio da Penalua Guardião de Varato
| Mifa, os cuidados, as agencias, o |jo,frei Angeo,frei Iordão,& frei
|trabalho de fuas proprias mãos. | loão d'Alanquer. Chegárão a O
|
| * • -

|Acabou cógrãde credito aos 8 moteiro em 28 de Setembro |


de Nouèbro,de 1 583.name{ma ldo anna afima dito, .&o Vice.
occafião, em que sòr Bernarda |commifíario fez notificar a bul.
da Paxão, a qual nefa hora eta la á Abbadefa D. Brites de Me
ua em paflamento, fonhou que | nezes, que tomando muito mal|
pela enfermaria entraua húa pro |lo nome da noua reformação ref|
cifsão do fantifimo Sacramen }pondeo, que as freiras viuião re-| |
to do altar,como ella o contou. | ligiofameite;& appellou pera o |
#
* * * **
, º ", .::
,
. . 1-":
}.. . . ' , #" Pontifice depois de bé |
informado. Elle porém, não ob
*
CAPITvlo XII.
* * * * * * * •
|tantes as fuas appellações, que
|Reformafio mafieiro na rg:- |co as centuras até deixar, inter •
rejeitana por friuolas, procedeo
lar0/fruantia,& trºfem dito o moteiro,& ella de partici
* •

nele motiuos de de- : }


pantes. .……. ; ; a < * . *
| 2. No dia feguinte lhe deu
… ; ; : ;
•- "
|o Iuiz de fóra Lºurençº Rodrigues
: ! : : ; e ||Raw4/to, o auxilio do feu braço
\[ O tempo, que luc lecular, com que logo tomou
\| cedeo a oferta das, poffe da igreja em prefença dos
Yi fobreditas mininas, mais padres, que deixamos no
| ainda ete moteiro pertencia a | meados. Daqui romperão pelas
|oetado, &gouerno dos Clauf | portas do moteiro, & chegando
|traes, mas no anno de 1517,pa{-| muito pacificamente à cafa, que
| (ou húa bulla Leão X. à intan-| fechama do {apitulo, vierão treze
|cia de el-Rei D. Manoel, pera 4] freiras, & diferão, como ellas
|foffe logo reformado na regular querião etar na nofia obedien
.arch, de @bferuancia.Vinha",commet. | dia da regular Obferuancia. atè
S. Franc. de
.isboa. tida a fua execução a o hoffo Mi lchegar o Minitro, o qual lhes
• • • •" "
• *
daria
53 8 Liuro V. Da hiftoria Serafã dos frades
daria conta dos etatutos da me!
adjutoras. Depois dito vierão a
ma reformação, & elas verião, quellas noue da Ilha da Madei
{e comuinha aceitallos. Os feus ra, que tambem em Lisboa aui
nomes erão etes fegundo os ap ão de pouoar o nouo moteiro
pellidos,que fevíauão na Clauf da E{perança, & achando ainda
tra. Z'.*[abel d'_Abreu, Z). Catherina a cafa por acabar ferecolherão
d'Ataíde,Z). Leonor de Sà,Z).Ioanna no dito moteiro de Santa Cla
Coutinhº,Z).Guiomar, Clara Sodrè, Ele ra: donde o Prouincial, que en
774 Pereira, %cargarida d'Aguiar,Le tão era, as mandou continuar có
| pnor Vaz, /abel Caldeira,lfabel Zias, eta reformação. Trouxerão por
3rites de 3 (oraes,& Mabel dºAguiar. Abbadefa húa fua companhei
Com eta claufula lhes tomou ra, por nome ser Inez de Zeos, &
obediencia o dito frei Braz de acabados feis mezes fe forão à
Goes, & abíoluendo dos oficios E{perança, cujas paredes com
a Abbadefa,& oficiaes antigas, etranho aluoroço as etauão ef.
detas treze nomeou por Vigai perando. •

ra Prefidente à dita Clara Sodré, 4. Dete modo lançou aqui


|
& outras tres por Mordoma, Por profundifimas raizes a regular
teira, & Sancritam. Pafarão fi Obferuancia. Logo (e deixarão
nalmente a o coro, onde as de os appellidos fantaticos, tornam
mais etauão acatelladas, as qua do as freiras de Domnas a fer
es contudo, reconhecédo a voz Sorores,& efcolhendo cada húa.
do legitimo Pator, todas feren o fobrenome do Santo, a quem
derão logo como ouelhas man tinha deuação. Os rotos també
fifimas na forma, que as primei fe tornàrão a cobrir com o veo
ras; & com ito (e acabou a con da fanta honetidade,que conué
tenda. " " …# *
às efpofas do Senhor; &ito por
3 Breuemente acodio o pa |lei tão inuiolauel,que nem quã
dre Prouincial,que compozeta | do na grade (e fazião e(crituras,
mudança com admirauel prudê erão vitas, & ja nos Tabeliães.
cia, confentindo tambem nella |era etilo corrente darem fê, de
as me{mas religiotas com pouca como sò as ouuião. Imos dizen-| |
difficuldade. E querendo fundar do o que foi, & daremos muitas
bem efte fanto edificio da nona
graças a o ceo pelo que ainda
reformação, mandou trazer no for Cotumauão as preladas a v
ue freiras de Santa Clara de Lis farem deta firma: indgna Alha
|boa, que ja era obferuante: a fa defa: a exemplo dos nofos Pro
}ber a fua me{ma Abbadela fôr uinciaes, que cometa humilda
| Inez de são Paulo pera ofer ne{- de fe nomeauão tambem por in |
|ta cafa:as outras oito,por fuas co dignos do oficio, o qual eles
COUT
/

º Menores na Prºuincia de Portugal · 539


commummente merecião. Aff ça Apotolica pera poderem re
(e continha na patente do fobre zar da Transfixão,ou Angutias,
dito frei Francifco de Lisboa,pe que padeceo a Senhora em fua
la qual fubdelegou em frei Braz alma puriffima junto da cruz de
de Goes a reforma defta cafa di fen Filho, & deta folemnidade
zendo etas palauras. Frater Fran tinhão officio particular, & de
afeus Vy/panemô, indignus ºtinifier uoto. Celebrauafe depois da fef.
Prouincialis.E não permitta a Pie ta de Corpus (hrift, Imas entrOu em
dade diuina, que indignos, pera lugar della afeta da Piedade,
fazerem mais certa a fua con que he mais vniueríal. Tem ho
demnação,pretendão as dignida je irmandade das almas debaixo
des. Mas deixando eftes, & ou da protecção de nofa Senhora
tros etilos, que erão communs da E{perança, na qual em miías,
em todos os mais moteiros da & obras pias são os gatos excef
primitiua Obferuancia, nete le fiuos. Afiftem com ellas tres reli
introduzio de modo a perfeição giofos nofos,dos quaes o feu Có
no rezar o officio diuino, que to feffor tem voto nos capitulos da
das as fuas horas ainda hoje fe Prouincia, como os outros vo
dizem em os feus tempos diftin gaes,
étos. As marínas de ordinario fe
rezão à meia noite, ou tão tarde cAPITv Lo x.
pelo rigor do inuerno, que quafi
alcanção o me{mo tempo. Ne Dalgias fêruas de Deos il
nhña religiofa chega à porta,ou
roda, fenão as officiaes. Raramé lufires por fama de fanti
te admittirão nem minina edu dade. +

canda, nem freira alèm daquel


las oitenta,que entrão na fua tai 1 Rocedeo deta refor
x3;& afi tem de comer,com ou ma húa admirauel co
tros bens,que não lhes importão pia de religiofas perfei
pouco. tifimas na regular obferuancia,
5 Mettidas ellas nefte ca cujas vidas exemplares chega
minho tão fanto, bufcarão muirão a pofuir nome bemauentu
tos motiuos, que epertañem a rado. De algüas faremos aqui
deuação do epirito: pelo que memoria, mas ferà alleuiada da
impetrarão indulgencias,& gra relação importuna de jejuns, &
ças, que tambem os leigos ga penitencias, ou virtudes ordina
nhão vifitando a igreja em cer rias, que todas elas tiuerão, &
tos dias do anno. Com efte mef. muitas em grao heroico; & {up
mo intento pretenderão a licen pondoas fomente, contaremos o
=
que •*>
} 4O Liuro V. Da T7 Serafica 7. 775 _

que tor particular. ze annos,que feruia de Abbade |


·2 He a primeira aquella fa,mas nem affienfadaua.Vierão
bemdita Madre fór Inez de são todas as fubditas pedirlhe a fua
Paulo,que reformou eta cafa,sé benção, desfazendofe em lagri
do tambem a primeira Abbadef mas porque ficauão defempara
fa na fua reformação. Profefiou das.Então leuantou a mão direi
em Benalcaçar,da Prouincia dos ta,& diffe etas palauras. Filhas, a
Anjos, em Catella, donde veio benção, que eu vos deixo,he o amor de
rogada pelos prelados a refor lefº, o qualme fá chamandº F com
| mar Santa Clara de Lisboa, & ifto fe defpedio atráz delle, con
| feruindo neffe proprio moteiro uidada do cheiro de feus fauo.
fegunda vez de Abbadefía,com fCS

o me{mo cargo foi tirada pera 3 . Pouco tempo adiante


ete.Em húa,& outra parte mon pafou deta mortal vida sòr Ifa
| tou muito a graça e pecial, de bel da Conceição,de quem acha
que o ceo a dotou pera fer me{- mos eícrito,que etando entreua
tra perfeita da vida religiota.Era da cauira por muitas vezes na
muito prudente, & exemplar; & cella os oficios diuinos do mef.
| comito (e dipunhão as vonta mo modo, que no corofe canta
| des a receber com mais goto a uão:pelo que aos Anjos, que lhe
| fua boa doutrina. Obrigada do fazião prefente eta fanta melo
fanto temor de Deos frequenta dia, chamaua os feus Cantores.
ua a confifão muitas vezes, mas E com eta confiança, que ja ti
a fua humildade a retrahia de mo nha na Piedade de Deos, quan
do da fagrada communhão, que do em o vltimo alento lhe en
contrangida fomente do precei tregauão a véla pera protetar
to de feu Confeffor chegaua a a Fº, diffe, que a deixafem aca
commungar. Confeffoufe algü bar primeiro o feurofario,o qual
tempo com o padre frei Nuno etaua rezando, porque então
d'Aluerca,que foi Minitro pro morreria,& affiaconteceo.
uincial,homem de grande juizo, - 4 Pelos annos de 1 555.
& muita autoridade, com o qual foi o glorio(o tranfito da madre
abria o coração,dandolhe conta sòr Ifabel de são Hieronymo,
dos fentimentos da alma,& dos primeira do nome em compara
fauores do ceo.Ete depois affir ção de outra, que adiante aue
maua,que muito antes da morte mos de nomear, & quarta Abba
lha tinha Deos reuelado, decla defa depois da dita reforma.
randolhe a hora, a qual foi na Não trazia o feu fangue da Ca
Quinta feira da Cea de 1529. fa de Villa Real como e(creueo º apag803.
acabando o mandato. Auia ja do Gonzaga,nem a relação,que lhe
} On 3 n
=y==
Menores na Prouintia de Portugal. *4 I
mandarão, o diz: mas era muito |# Foto que alguns por er
illutre,& ennobrecida mais por ro lhe chamarão sór /abel d'Af
Quanto (e fumpção.
clariffirmas virtudes.
pode cuidar de húa freira perfei 5 Acompanhou a nas def.
ta da Ordem de fanta Clara, tu pedidas do mundo naquelle pro
do nella concorria . E como prio anno sò Clara da Trin
era amada de feu divino Efpo dade, exemplo grande de toda a
fo, ele lhe mandou dizer em q perfeição . Recolhida em fi
dia auião de celebrar as fuas vo me{ma com perpetuo filencio,
das no ceo. Entrou a vifitar sór quebrantada de jejuns, & peni
lfabel da Vifiração, mulher de tencias, cccupada quafi fempre
admirauel virtude, que nefa ho nos oficios humildes, & traba
ra etaua em paflamento, a qual |lhofos da cafa, nem de cia, nem
lhe diffe etas palauras. Irmam: de noite faltaua nunquano coro.
lºgº me hei departir, & vos alegrai Seruia d'Ama fadeira quando
uos muito, que daqui a trinta das ferà foube, como Deos a chamaua
a vºfa jornada . Dete dia por pera defcançar na gloria: pelo q
diante não fe lembrou de co fe depedio das companheiras,
mer,nem de beber, nem fez ma tendo perfeita faude, & encer
is, que fazer a cada pafo con roufe no leito perá tratar sò da
fifsão facramental, gatando alma, & logo no outro dia lhe
| tambem o tempo em fetuentes deu hum agudo pleoriz, que a
orações ; & quando ja o prazo, leuou em fete dias. Eteue
que o ceo lhe tinha dado, fe (empre louuãdo, fem dormir, né
b.Pfal. 1 38. lhe ia acabando repetia muitas defcançar, a Majetade diuina:
V, 44. vezes o, que diffe o " Pfalmif illutrada do lume celetial, que
ta. Et vide, f via iniquitatis in | lhe daua a conhecer muitas coul
me ? : Ór deduc me in via eterna. | fas, as quaes ella declarou pera
E era,como dizer : Vede,Senhor, gloria de Deos. No tempo, que |
/* ha em mim algum refiro de maldade, | lhe leuarão o Viatico fagrado,
pera que me perdotis, 2 encami leuantou a voz,& dife. Não vem,
uhei, pera a vida eterme... Com madres, as myericardias de Zeos?
etas palauras etalarão as ata |Não vem comº fua .34ãe pur/ma,
duras da alma, que lha pren @r muitagente do ceo acompanhão ºfia
dião no corpo, & o fino do mof| preci/ao? Ditoito,& commungã
teiro (e tangeo perfil pera apref do expirou em o Senhor. "
e, an. 1249.
far as nouas de ua felicidade. ||, 6 Seguiofe ja pelos annos
n. 18. Tratão della o fobredito Gon- de 1558, sòr Catharina da Ma -

d Nou. 28.
e.lan. 21.
| dre de Deos, cuja humildade
letr. C. "tu", "Agiologio Luftano, & | grande nem a muita qualidade
*

Zz da
*FF
••••••-*.

542 | Liuro V. Da hi/toria Serafica dos frades


da pefoa, nem o refpeito deui tres dias cada fomana o feria
do à dignidade de Abbadefa, 4 com difciplinas de fangue. Affi |
era, chegarão a desluftralla. Pe o amortalhaua num cilicio per
rafe lançar em cama quando ef etuo: affi o mortificaua,quando
taua doente (tanto foi o feu ri. elle auia de defcançar,offerecen
|gor), era neceffario que lho dolhe por leito húa taboa (em
mandafe a Prelada por fanta cubertas, & fem abrigo algum,
obediencia Andaua como com hum liuro de Vita (hrift, q
fufpenta, e{quecida da terra, & tinha á cabeceira. Nefta cama
eleuada no ceo . Numa feta dormia só duas horas, que erão
do Nafcimento de Chrito, do das dez atè as doze da noite, no
qual era deuotifima, os acha qual tempo começauão as ma
ques a detiuerão na cella, mas tinas, & depois de etar nellas fi
a grande piedade do Senhor, caua no me{mo coro (em fair da
que dá ouuidos a furdos, fez oração, fenão pelo meio dia.
os feus participantes do que fe Aqui era confolada,& illuftrada
cantou no coro . E etando do ceo com foberanos fauores,
com eta confolação diffe, ba que tambem reuerberauão no
nhada em lagrimas, a húa re exterior do corpo,como foi quã
ligiofa, que então a vifitou. do húa nuuem clara a cercou
Louuemos ambas «gora as mfericor de modo por tempo de meia ho
dias de Deos, º qual não defere ra,que a penas era vita. Em to
zeu meus defejos, antes me deu par da a fua vida nunqua teue defeu
te de féus duinos louuores . Aca vío,fenão hum habito pobre, du
bou de dizer, & acabou de vi as tunicas de etamenha, & dous
|uer, pera lograr melhor vida, capellos de canhamaformas def
que o Senhor tem guardada pera te modo, ou pelo menos honef.
los (eus efcolhidos. tamente,{e toucão as que fe pre
7. No anno de 1 56o, fei zão de efpofas do Filho de Deos
|entrando pela terra dos Viuen eterno, & sò a elle defejão pare
tes aquela infigne madre sòr cer bem. Teue grandes fentimé
Inez de Iefu, que deixou admira tos da Paxão do mefino Chrito,
|| do a todo ete moteiro de fuas chorando as fuas dores, & pedin
raras virtudes. Iejuaua o anno do que lhas defe a fentir.Enten
| todo a fio, fem comer coufa al deofe, que o Senhora ouuio,por
|gúa nas fetas feiras, em que ela que por epaço de humanno pa
commungaua, nem a os fabba deceo o tormento de hum can
dos mais que húa fattia muito |cro em o peito,& com tanta pa
piquena de pão. E trazendo ciencia,qquádo lho abria o Cy
#
dete modo debilitado o corpo, rurgião, leuãtauapera o ceo fuas
-P-
*—
-
mãos,
}
Menores na Prouincia de Portugal. |- 543
mãos,& por ilio lhe daua muitos quando mais a apertaua, o feu |
louuores . Aprouue porém à remedio era ouuir ler o pfal
fua mifericordia auizalla, trinta teiro da Cruz, ou os pafos da
dias antes, do fim dete penofo Paxão. Con ifto ficaua alle
martyrio, & alleuialla nos tres uiada: não ouuindo falar nel
vltimos de todas as fuas dores,
la, lhe repetião as ancias. É{
com o que faleceo mui confo tando ja co a candea na não,
lada, como em ve{peras claras que vio diante de fi o tenta
do eterno refrigerio.No/Agio dor infernal, arremeteo como
logio Lufitano, que ajuntou as hum tygre a elle, dizendo em
memorias dos fantos Portugue altas vozes: Que me queres leão
zes,fe acha tambem a fua. brauo ? Não ves tu , comº f
tou debaixº do emparo do Sonhor?
E tornando á fua quietação, def
C A PITV L O XIIII. cançou à fombra delle no anno
1561. -

Doutras religiofas telebradas 2 Outros fentimentos


grandes de amor do me{mo
porfingulares vir .Deos arrebatàrão da terra a
tudes. madre fór Maria das Chagas,
filha de Dom Pedro de Mene
- -

zes, terceiro Marquèz de Vil


| Antamente caminhou la Real, & da Marqueza Dom
S pelos atalhos deta vi
** da, chea de tantos pe
na Brites de Noronha. Sou -
be ella aproueitar a nobreza
rigos, sòr Ifabel da Paxão, mas do feu fangue, depontando
fempre foi encotada a o bacu lhe os brios em occupações
lo da cruz do amorofo Iefu. humildes, & apurando a con
Efte era o feu tormento maior, dição liberal em obras de cai
& ete o feu alliuio . Anda ridade . Ficou no andar das
ua, como paímada de cuidar criadas do conuento, feruindo
na paxão dete Senhor : cho a todas com alegria tão gran |
raua, gemia, & daua gritos, & de , que lhes roubaua os co
nem com ito podia defabafar rações, & as almas. Das en
das dores o coração . E como fermas era maiorio cuidado:
o fentimento lhe occupana a } nunquaja mais lhe faltauaçom
alma, em todas as outras pe a fua afitencia, & quanto ti-|
iras pe-||
nalidades de doenças, & tra nha tudo gataua com "efas, |
balhos parecia infenfinel. Pe ou com os pobres de Chrif-|
lo que na enfermidade vltima, to, ajudandote tambem do
\
* - --
== ==
--
–+ •• • • ••••--- ->
>…………-lº
Zz 2
---, --- .*.____________*-
-*******---->
que
-* * * •
- •"
544__Luro V. Da bifloria Serafia@frã
que poupaua configo nos mui atè que, correndo ainda o oi
tos jejuns do anno, & alguns tauario do Santo, húa doença
| apão, & agua. Defejaua gran mortal acabou de decepalla, a
demente, que o culto, & of qual tambem fejulgou por mui
|ficio diuinofe fizeffem co aquel
tomyteriota, porque dizião os
laperfeição, que nôs etamos de medicos, que mais procedia d'al
|uendo à diuina Majetade;& affi gum rapto violento, que de car
| nos dias de maior feta tomaua ga de humor. Contudo as dores
|à fua conta o trabalho do coro, erão intenfas,que ellaleuou com
|& dos altares, que muitas vezes igualdade de animo,& com tan
|era maior,que as forças. ta alegria,que quando mais ma
-- Nas noites anteceden goauão lhes dizia deta forte.
tes à fagrada communhão não fe Irmans dores, ajudaime a louuar o
lãçaua em cama, mas paffando meu Senhor, pois me faz tanta mer
as no coro em meditações deuo cè, que vos me purificaes. E ten
tas, chouião fobre ella as confo do com elas purificada a alma,
lações do ceo. Quando depois foi celebrar em idade de 39 an
fe chegaua à meza celetial,erão nos os etermos e/poforios com
|tantas fuas lagrimas,que parecia feu diuino Efpofo no me{mo
| a todas ter perdido o juizo. Def tempo, que húa mulher de vir
|te modo confefada geralmente tude mui notauel, recolhida no
|fe recolheo na capella de N.P. moteiro, fonhou que via dous
| S. Francifco numa noite da fua Anjos ir fubindo a efcada da
folemnidade,a o qual pedio com melma enfermaria, & que el
grande feruor acompanhado de | les lhe dizião a vinhão acom
lagrimas,lhe alcançafe de Deos, panhar . Fizerão della men
o fauor de fua graça pera não o ção "Gonzaga, º frei Lucas, º *pag.809.
ofender. Daquino outro diafa Barezzo, comº frei Artur: mas ban. 1139,
n. 18. |
io como mulher de todo aliena telete foubera do epitafio, que <P 4. l, 4.
|da, a quem algüa virtude fupe età na fepultura, não efcreuera C-39.
din Marty
rior, & occulta ditrahia os fen feu obito a 13 do mez de Julho. rol. Franc,
|tidos; & neta forma andou | O epitafio diz.

Sepultura de tororMaia desclagº, fila


do Marquéz de Villa Real D. Pedro III. & |
da Marqueza D. Brites. Faleceo a 9 de No |
uembro, de 1574. {

→_>
*_l-
FA, , º
•••
— *_ *_**___*__ -
–==

Menores na Prouintia de Portugal." _54j


. --' 4. Aos pares ia recolhendo dres, diagrande percadaré, 27 ro
Deos os fruitos de fantidade,cu guem a Zºeos por ella , porque lhe
ja criação lhe leuàra alguns an merecem fui percados, que a lance nº
nos,& no de 1 576 fairão mui mferno. E com etas humildades,
| to louuadas dete penofo deter & outras muitas virtudes alcan
|ro sòt ViolãCe de S.Bertholameu, [ çou grandes fluores, os quaes
• - |-

& sòr Leonor dos Reis. Ambas | motiárão ºfer ella dos e{colhi
|forão femelhãtes na deuação, & | de Deos pera as honras do ceo.
nos rigores da vida, &ambás tã Acabou eta carreira mortalve!
hé iguaes na hõra grande, q na |pera da Natividade da Virgem
-

morte recebèrão. Achamos ef>] Senhora nefa de quem era mui


crito dellas nas memorias anti deuota,&como fempre pedia;&
gas,6 no tépo defeu obito,quan abrindo fua coua, pafados jai
do as freiras choráuão fua aufen |# annos, foi admirauel o}
cia, os Anjos lhe vierão fetejar cheiro,que na terra, & nds offos
có # alegre eta{ua def fe{entio. * * * * * * |
pedida. Da fegüda fe efcreue ou 6 Sua companheira foi em o
tro admirauel cafo, o qual foi, q caminho da glória aquella ferua
tendo amortalhada cõ vêo preto de Deos sòrfoanna dos Anjos,
fobre o roto,como aqui fe cotu 4 pafleu toda a vida em fertêtes
ma, appareceo com elle branco orações, & afperezas continuas.
em tetemunho
pureza. y > de
, fua grande Por fuas raras virtudes andauio

em côpetêcias o inferno;&o ceo:


5 No anno feguinte leuàrão aquelle, machinando tentações,
os mefmos Anjos outras duas, q com que a embaraçafe: etein
ambas erão angelicas na vida, & nouando cada dia as tuas miferi
appellido, pera fua companhia. cordias, co as quaes a alentaua.
Hia dellas foi sòr Maria dos An | Caminhando húa noite pelo
jos, que teue merecimentos pera clautro pera entrar em o coro,o
fer tres vezes eleita em Abba demonio, que lhe quiz cortar o
defa, quando as eleições bufca pafo,lhe apagou o feu rolo,çõ4
uão a os melhores (em etrondo fe allumiaua: mas de repente faio |

de afrontofas agencias.Igualmé hüa luz do céo, a qual a encami


te legouernaua a fi, &gouerna nhou. Tres"dias antes de feu
ua as fubditas: a etas com tan venturofo tranfito a eteae con
to zelo, que viuião fantamente: fortando, & confolando a Vir
fua pefoa, com tão etranho ri gem Senhora nofia: no dia fe
gor, que elle lhe etragou a fau-º guinte a vifitou sãta Barbora, de
de. Andaua pelas cellas dizendo qué era deuota epecial; & alen
às outras freiras: Lembrem/emº tada cóetas cófolações, fabé{o}
\,
•>-- --
---—###--— jº-=-=-
… -*-
----

545 Livro V. Da bjna Serafia#75


}} qual era a lua hora,pedio com maior reuerencia a hum dos la
letranha alegria hüa imagem de dos do coro, da parte do cota
|Chrito crucificado, em cujos ção lhe nafceo, hús roteira, ta;
| amorofos braços defcançou das! qual,fe não fora arrancada por |
| miferias prefentes. . . . , . | tres vezes, mais tempo ondera
7 - Era ainda corrente, & lide floreder. Detaferaa dó"Se
. mui fibida a etrada deta cafa) nhor, & de Ioanna das Aajos te
pera a Corte doceo, quando nO: |ue algüa lembrança o "Agiolo?!.. Ian.7, 1.
-- …. * *_ •

E.&Feu,is
annº de 1578, fez ete melmo | gio Lufitaño. E por aqui te aca 1.F.
F }

caminho, como piamente creri|bão as informações antigas:mas


no pi-

| mos, fór Joanna da Madre de| começão as que fizemos de no


Deos, vafo rico em fingulares, uo com rigorofo exame,cuja co
|virrudes da eterna eleição.E por |pia também communicamosa
tal foi preferuada de manifeto outros,que della fe aproueitão.
perigo no terremoto notauel, 6 | «… . . , " > "" /. * * * * *
no anno de 1531. derribou nef. CA p ITVL o XV. º
ta villa muitas cafas, & edificios , , . .. i G :" … -…
nobres. Vinha caindo o tecto … " " *-*-*****… …"
|do dormitorio,& as freiras fugir Doutras efefas de Chrillo,
rão pera o coro. Ela sò, porque com deus ca/os, nos quaesº
etana dormindo,ficou entregue | ** #: ; .., a E, 2.72, º "":
à mortemas ofeu Anjo daguar elex.huafatlas
da,que andaua vigiando, a tirou Jura. .. …
do leito,& poz em parte,onde (e e º " ……….… ……… … ?
pode faluar. Daquilhe nafceo º TT). Efplandeceo como
- entranhauelamor, com que tra: K tocha fermofifima
zia irrpreto no coração a feudi … M-, N- no lugar das Abba
uino Epofo, o qual (e ferue dos defas a madre fôr Mecia da Cõ
Anjos,como motrão etes cafos, ceição, infigne pelasvirtudes de
&ambos myteriofos,hum na vi prelada,& de fubdita. A humil
|da,& outro na fepultura. O pri dade, oração, & penitencia orna
meiro, que mettendo no feio húa rão a fua vida:húa prudencia ra
particula do fanto Lenho da ra,brandura, & zelo honrarão o
Cruz, enuolta em hum papel, feu gouerno. Tão vnida a trazia |
quando depois o abrio achou Deos configo, que na oração eta F

etampado nele o final da me{-} ua como extatica, com o penta


ma Cruz.cõfinquo gottas de fã mento todo arrebatado no ceo,
gue, nas quaes fe reprefentauão (em lhe ficar o vío d'algum (enti
as chagas do Redemptor.O fegã do . Era contudo o fentimento
do, que etando enterrada pera tão forte,quãdo na hora de Noa
• - |- *{ |- On tº t t 1.
+
- - - - -- -- -- *** -+
- - - -

-----+- , -

__--- -

º Menores na Prºuincia de Portuga


{
|meditauanapaxão de Iela Chri! pante da coníolação eterna sòr
tº,que etremecia toda, enfopan } Briolanja de fanta Clara, a qual
| do com húa fonte de lagrimas a lhe fez fempre companhia nos |
terra,o habito,a toalha da cabe fentimentos da Cruz. Tantas
|ça. Em rezão defuas grandes vir erão as dores de tua alma, que
tudes foi eleita por Vigaira na de noite, nem de dia não etanca
reformação de Santa Clara do | não as lagrimas & muitas vezes
Porto,& tornando acreditada, & gritaua, como te andara louca,
rica de merecimentos nouos a dizendo etas palauras.…eu fºfa.
+

obrigou efta caf, a ferfua Abba | n㺠padecera eu alg㺠toºf dº muitº,
defa. Sentia polêmio pºzo, um que padecifes! E parece, que a ou
portunando a Deos, que à liber uio o Senhor, porque lhe nafce
tafe delle.pois as vontades da } 1ão muitos crauos na cabeça,a-
terra lhe faziao violencia;& fen gudos, & penetrantes, os quaes
|do ouuidado piedofo Senhor, el| todos tecendo húa coroa lhe de
|le me{mo a auizou do defpacho rão a entender o muito,4Chrif
pela maneira feguinte. Indohila to aueria padecido co a fua mãº
| noite a matinas,tres vezes lhe pe is cruel.O tormento era grande,
|garão pelo habito, & logo foou mas o goto o tinha alleuiado.
|húa voz,que dife. Éfiêpreparada, E tendo perdido efte por amor
porque dentre em tres da terà fim º do me{mo Chrito a tudo, o que
|guirabalhº. Com eta noualhe| he carne, não a comeo muitos
feruia o epirito, mas encobrin annos,antes nos vltimos quinze
|do o goto, por não perturbar o j de fua debilitada velhice em to
|coro,entrou nele,afítio deuota; das as letas feiras,& nas quareí
|mente a os divinos louuores, &| mas inteiras jejuou a pão, & a
| acabadas matinas fez capitu gua. Numa deltas fetas feiras, e{
lo às freiras,no qual lhes relatou] tando em paflamento, por teue
|por miudo o que auia paí rencia do dia não quiz tomar né
jChorauão todas, que não as de # hum caldo de gallinha, & aper
(emparafe:ella dizia,que a von tando com ela repondeo deuo
|tade de Deos feauia de comprir; tamente.Pera que ha de comerfja |
&largando o oficioferecolheo %iou conuldadº pera a cea da gloriº
ao leito pera tratar sô da alma. É dito ito (e foi afentar à me
|Chegou o terceiro dia no anno za,como deu a entender,do grã
de 1585. & foi gozar do defcan de Pae de familias, -
Çe inefauel,como d'antes lheti - 3 | Ardetido em caridade
nhão annunciado : ; pafou toda a carreira deta vida,
·2 Sinquo annos adiante, | & os apertos da morte só Gui.
no de 1 590 foi tambem partici mar dos Anjos, replandecendº
". …
- -
Zz 4 tam A

===-=-=-=----—>… __*_____*_*_
- -

… …………-- =>…--
----


\,
", 548_… …>…T
Luro V. Da bifloria Serafica dos frades
: tambem com outras muitas vir |mam Maria de Chrito, mulher
tudes.Tomou por aflumpto prº ldegrande exemplo, que etana |
| Prior mediar a os pobres,&nifº | efpirando... …" * " , , >" | |-

to e defuelaua, gatando com 4 "Nafceo na cidade de Lei


elles até a fua reção. Andaua ria a madre fôr Ifabel de são Hie
fempre pedindo e/mols ( dizia e ronymo, fegunda do nome, a
la) pera os pobres de{hryte, na cozi-l qual teue por irmão a frei &#
nha, no refeitorio, pelas cellas, touão Botelho nofo Minitro
por todas as oficinas. Algüas ve prouincial, & por irmans, de
zes parecia importuna, & leua quem fehonraua muito,as virtu
ua repotadas: mas calaua, ou des religiofas, & fantas,cujo fan
quando muito dizia. Seja por amor gue illutriffimo nos aparenta
de Zeos. Aue Xaria. Com ete cos Anjos.Em particular foi da
cuidado chegou às portas da da à oração pelos grandes inte
morte, lamêtando fempre o def. refes, que fempre della tiraua
| emparo dos pobres, & muitas pera concertar a vida,& acertar]
vezes repetio etas palauras, nogouerno. Era pedoa de muita
2teu Senhor,aparelhada*#aupera vºs autoridade,co a qualfe fez ama
ºbedecer: mas ºs meus pobres,quem me da,& refpeitada de todas:obter
ha de curar deles ? Eu volos encampo uante por etremo de fuas obri
4 vºfa mfêricordia. E foi feruida |gações,&dos etilos mºnafticos.
a Majetade diuina de motrar |Nunqua fecular lhe vio o feurof.
o muito, que lhe era agradauel to defcuberto,nem aquelles,que
eta fanta caridade,porque em a andauão no moteiro trabalhºn |
hora do feu tranfito, no anno de do Sempre o trouxe efcondido
1596.apparecerão tres luzes ref com húmivèo, & bem podera
plandecentes no alto da fua cel apparecer, pera gloria de Deos,
la. Mas tambem andauão mui a o fed toucado mais honeto, &
teadas nefe tempo por ete fan compoto do que alguns nos pa
to moteiro as chamas celetia recem. Aueria trinta annos, que
es,como fe manifetou a dous o moteiro de Villalonga etaua
dres da Prouincia d'Arrabida, á edificado em Terceiras regula
vinhão fubindo a calçada do Rel res pela madre sòr Brites de são
{aio. Virão labaredas grandes Francifco, que tambem era fua
faírem por hum telhado, & cor Abbadefa,como ainda diremos.
rerão pera a porta dizendo: Acu E pretendendo as freiras mudar
dãº, madres, que fºqueima h㺠ca/a. de profifaõ, & etado, tomando |
Acodirão as Porteiras, & não a a regra de S. Clara,eta foi a mef |
charão mais fogo,fenão o da vê tra, & Abbadefa, que os prela
la, que tinha em fuas mãos a ir dos lhes derão em rezão da gra
____@º pºr
—º

AMenores na Prºuincia de Portugal. 549,


ça particular, que Deos lhe com ra tão etimada de Deos,faleceo
municou pera doutrinar a mui do mefmo mal,& ficou enterra
tas em o caminho do ceo. De mo da em Lisboa.A Abbadefa en
do, que não foi Fundadora, nem riquecida com muitos dotes do
primeira Abbadefa, fenão a fe ceo,pelos annos de 1óoo, como . Feu.ar, }
gunda, & fua Reformadora. Fez tambem fe efcreue no "Agiolo letr.F.
efte oficio com tanta fatisfação, gio Lufitano, foi chamada de
que,contentando a Deos, infpi. (eu Epofo diuino pera as vodas
rou efte Senhor nas freiras de eternas.
Santarém, que fufpirafem por 6 Outro cafo fobre a mel
ella,& a chamafem peratua Ab | ma claufura, ainda q mais anti
badefa. Pota neta dignidade go, não cabe noutro lugar,&por
leuantou muito de ponto os co ifo lhe dou ete. Foi quando os
tumes, & ceremonias fantas da Catelhanos entrarão por ete
regular difciplina. reino pera metterem de polfe a
5 - Aconteceo no feu tem o feu Rei D. Filippe por morte
po, pelos annos de 1598. abra do nofo, & Cardeal D. Henri
zarfe a maior parte do reino, & que. E nefa occafião efpantadas
nelle a villa de Santarém com omuitas pombas innocentes pelo
fogo daquellapete terriuel,que etrondo das armas defempara
pela graça de Deos foi atègora rão os moteiros, nos quaes fem
a vltima;& a prudente Abbade{ pre etarião mais feguras, & fe
fa trabalhou o mais, que pode, forão efconder em as cafas de fe
por conferuar na claufura do us paes, onde o perigo auia de
moteiro as fuas religiofas. Al fer maior. Daquife fairão qua
güas,que temião o contagio, re tro, das quaes fe chamaua húa
quererão que as deixaffe fair pe só Antonia d'Anniciação,& por al
ra caía de feus paes: mas fempre cunha º Sabia em rezão de pre
lhes refitira fe não fora húa del uer algüas coufas,que fuccedião
las,que confiada nos refpeitos da depois como ella as tinha prog
nobreza atropelou o feu zelo, noticado. Efta me{ma etando
obrigandoa a conceder a licen húa manhám confetada geral
ça. Ella lha deu, mas contra fua mente, & tendo ja communga
vontade, & como profetizando, do lhe # outra freira de l
ou adiuinhando o que, auia de funta dete moteiro,& lhe dife
fer,lhe diffe etas palanras.ldeem o feguinte. Zeos me manda dizerte
bora, (ºr prazº a ZDeos, que tºrneis. da/da parte, que logo te»às metter nº
Finalmente não tornou,& só el |mºteirº, @ que ºfi o declares às cº
la de quantas então fairão, que tras,que andãofira,porque todas auts |
foi caufa de feromper a claufu ['breuémente de morrer. Afio execu.
- |- • [ Oll,
*********** *
• ••• • •• - - -
…………………- --- --- *-*
5_j O • Liars V. Da bifloria Serafia 777;
*-*…

tou, & entrando no moteiro, a quaes (aio do vale das lagrimas,


poucos dias andados paffarão | dizendo que caminhaua pera o
pelos rigores da morte, fatisfa monte da gloria.Na fegunda, q
zendo a pena de anteporem a foi dahi a tres annos, fe reprefen
vida,que não corria perigo,â per ta húa morte admirauel de sór
feita obferuancia do fanto reco Brites da Madre de Deos,perfei|
lhimento. tifima, & innocente pelo difcur
fo da vida.Acabando os feus coli
CAPITV L O XVI. loquios fantos fechou os olhos
por fuas proprias mãos: difetam |-

Dalgias religiofas de venera bem as palauras, que o "Amado | Apºca.


Difcipulo tinha ouuido do ceo, ".
uel memoria, & hia, que 2eatimortui,quim Zºomino mortuntur:
ito he, Zemauenturados são ºs mor
nºfia vida foi leuada a
tos,que morrem em º Senhor, & com
juiz". ito alcançou, fegundo cremos, a
forte ditofa delles, ficando feu
T ! Res memorias de roto por tempo confiderauel
muita confolação,4 vetido de húa luz tão clara,co
• . nòs daremos mais mo os raios do fol. A terceira, ja
breues,nos deixou aquella me{. do anno 16o 5.nos motra a grã
ma idade. A primeira he també de prefa,com que foi trafadada
do anno 16oo. & pertence a sôr dete mundo,antes delle lhe per
Antonia da Refurreição,filhados uerterbõsintétos,sòr Filippa de
Condes de Tarouca D. Duarte Hefu,filha de D.Manoel Maícare
de Menezes, & D. Leonor da nhas, & D.FrãCifca de Ataíde. Ef
Sylua: cuja vida parece, que en caçamente chegaua a hú mez
curtarão os feruores, com que de profifão quando Deos a con
amaua a Chrifto. Ouuio cantar uidou pera tua companhia,& co.
na noite da profifão, em conhe mo a taleípofa, dotada de inno
a. Pf.116. cer os cantores, º Laudate Zºomi cencia, lhe inuiou por hum An
V. I º , num omnes gentes: o que queria di jo húa palma triunfal com húa
zer: Todas as gentes louuai º vejº Se coroa,tecida toda de flores. Ito
nhor. E perfuadida, que erão An dizia, que vira quando lhe deu o
jos do ceo, & que lhe denuncia Viatico, o padre frei loão Frei
uão a grande obrigação,em que re, cuja verdade (e pode quali.
etaua a Deos pelo etado de frei ficar
CO.
do que º deixamos eferi-kli…"
• …
ra,nunqua fez mais,que chorar,
& renderlhe muitas graças por 2 Agorafe oferecem duas
e{paço de tres mezes,no fim dos irmáns na virtude, & no fangue,
filhas •
{

• • • • •----- --- ** -*-*-*******

Menores nãProuincia de Portugal. __* 5 5 1 —


filhas ambas de hum capitão da mente lhe encommé darão mui
Praia na Ilha Terceira, chama tos neta cata a criação das noui
} do_Antão 3tendes Homem,& de D. ças: mas tambem foi inuiada a re
Ioanna de Mendoça, fua ditofa formar Villalonga comete mef}
mulher. Sor Ataria da Columna fe mo oficio, & com ele por Vi
chamaua húa dellas, a qual ref gaira da cafa,& do coro.Retitu
pondendo bem a os empenhos ida em fim a efte fanto moteiro,
do nome, parecia húa columna no anno de 1 6o 5. a 16 de No
fortifima, que ajudaua a futen uembro caminhou em feguimé |
tar com feu exemplo, & zelo o | to de feu diuino E(pofo com tan
fanto templo de Deos, compoto | tos finaes de lhe fer mui agrada
de pedras viuas, que hão de fer uel, que muitos dias depois foi
colocadas em a cidade da glo chorada no conuento eta fua
ria.Etaua (empre immouel,prin de{pedida.
• No de 1 6o8, a treze do
cipalmente no coro, cõ os olhos|
baixos,& acabeça inclinada co mez d'Abril fedefpedio a traz
mo etatua morta,que sò em lou della a outra fua irmám, por no
uar a Deos motraua,que era vi me sor Filippa das Chagas, a quem
ua. Fóra do coro né falaua,nem |eta detença tão limitada, como
queria que lhe falafe alguem fe |era de dous annos, & finquo me
não foffe nas materias do ceo. zes, parecia eternidade compri
Quando era perguntada, & de da. Era nella ordinario meditar |
uia refponder, a fua repota era nas grandes mifericordias do po |
(, ou não, fem mais dizer outra derofo Senhor, & abrindo pela |
confa. Nas doenças, a qualquer manham a janella, que via a luz
religiofa, que vinha fazer vifita, do ceo, rompia netas palauras d...Pfr jo, |-

por feliurar de falar, & refpon do "Reifanto,& Pfalmita,Omnis v. 6.


der, dizia entrando ella: Xadre, fpiritus laudet zoºminum: as quaes |
leame hum poucº por e/e livro da pº nos querem dizer, Todº º fiiritº |
xão de Chrfio. Dete modo confer luue a º Senhor. Tres vezes pelo
uaua a fua quietação,fem tirar o difcurto do dia, além das outras !

penfamento das fantas contem do oficio diuino, entraua no co


plações, que a trazião ab{orpta. ro pera dar graças a Deos das |
Acabadas as matinas,que erão à muitas mercès,que fazia ao mú
|meia noite, ficaua no coroatêa do, & dizia a cada pafo. Seefas
hora de prima,no qual tempo re aues doctorem cuidado delouuuzemfeu
cebia muitos famores de Deos,q Criadores a mwfica: ºs homeni,titando |
fem ella os querêr manifetar, fe mais obrigados,não/ºrángratidão, que |
deixauão conhecer. Efendo tu sh; lhefähem niño? Foi fempre ob |
do a os preladês hotorio,não fô | feruantifima do que dipunha a |

- -- - --

•• • • • • •••
–r"""" …____…__-_----
regra, *y
| ! |5 | 2 TTTTDTFTS-77777;
regra,com tanta feueridade,que zo de sòr Ioanna da Cruz,a quê,
nem nas doenças graues defpia caminhando ja pera as portas da
nunqua o habito,ou tiraua o cor morte, antes de chegar a ellas
dão. Afiandaua de dia, afi dor pedirão etreita conta de toda a
mia de noite, afijazia enferma, fua vida. Sobreueiolhe hum pa
| affi e perou a morte.Nete ponto roxifmo notauel,do qual tornan
fe foi abrazando mais o defejo do em fi começou a falar,& a gri
intenfiffino, que tinha de vera tar. Valhame Zeos, que contas tão f
Deos,& a paflos contados,que fe treitas fetomão na outra vida ! Per
chegaua a hora, crefcião os feus guntauãolhe o que queria dizer,
fuípiros. As companheiras defe & ella só repondia.Zigº,que fui 4
:.Cát.a.v.) jauão entretella, & imitando a juize,9r que me pedir㺠conta de toda
M
quelas, º que affitirão à outra. a minha vida. Apertauãona, que
alma doen te da me{ma enfe rmi fe declarafe mais, & tornaua a
dade, lhe enramarão a cella, & dizer.Fui leuada ajuizº,não vi o luiz.
femearão o leito de rotas, & de nem ellef deixou ver: mas ouui afua
| boninas. Ella porém protetaua voz, quemefazia tremer, @ralimef.
feu amor,& fua fè com o Symbo zerão cargº d'hãas cou/as tão miudas,
lo de fanto Athanafio, que come que n㺠ºfideclarar,$r não me pergã
:ça: Quicunque vult/aluus e/*, & le tem mais . Eftaua como attonita
uantando depois ambas as mãos, nos tres dias, que lhe retarão de {

a o ceo, repetio algüas vezes por vida, chorando, gemendo fépre,


interuallos ditinótos as palauras, & pedindo com tufpiros, que v
que fe (eguem. Patren imme"/> fafe Deos com ella defuamife
maieftatis;& era, como dizer, Pae ricordia.Confefoufe muitas ve
de immenfa majºfiade. Coas quaes zes, recebend tamb
o em os ou
pronunciadas na bocca pafou a tros fantos facramentos, & foi
ver com os olhos, conforme a feruida a Piedade diuina de lhe
nefa opinião,fua Real Majeta dar húa morte tão quieta, ó dei
|de. Foi fepultada com parti xou confolado, & alegre a todo
cular repeito, como a fua ir ete moteiro.
imãm, & ambas tem epitafios, as * - - - …" ?
finda que muitºs curtos, & fo cAPITvlo XVII.
iméteem eles feelereuerem con * * ** * *

Hira o cotume ordinario achá


mos-grande myterio: por on Doutras fêruas muito fºi do
|-

|
i}
de tambem não os diremos ago- { à # ^ Senhor.
* -

……………… " …"


| ra, #### * … - - * * | ·· · -

4º Entre etas irmãs ambas,no i]-[ • •


H" dellas, & admirauel
| anno de 16a6. teue lugar o juiz ] C.; -

- 1 na vida foi sòrGenebra


- - - - - - - da
*** T__--
==
---- -- - - - - --- ----
= --- - - -" |-
-----

Menores na Prouincia de Portugal. 553 |


da Magdalena, porque fempre horrenda, que caio efmorecida.
|-

andou em húa guerra continua Outras vezes a epancarão no co


| contra os tres inimigos, que nos ro, & a fua companheira sòr An
detruem as almas. Contra todos tonia de Padua, mulher de gran !
pelejou, a todos desbaratou.Ré de efpirito.
deo o poder da carne com a{per 2 Húa noite,que ambas ef
tauão juntas, appareceo húa tro
rimos jejuns,& penitencias gran
des. Conquitou a vaidade,& a pa de montros, ou de diabos a
foberba do mundo com hum no meaçando ferezas nos vultos, &
tauel deprezo não só de fua pef nos etrondos, que tudo era hor
(oa, mas tambem de tudo,quan riuel; & ellas defanimadas fugi
to etima a terra. O abatimento irão pera a grade da fagrada COIT)
proprio era toda a fua gloria: a munhão, óde a fõbra do Senhor
pobreza etreitifima,a fua maior facramêtado as cófortou de ma
riqueza. Seruia nos oficios hu neira, que nunqua mais tiuerão
mildes, & todo o outro tempo medo de femelhantes visões. Pe
gataua na oração.Nunqua teue lo q em outra occafião,que o in
algúa chaue na cella, nem nella ferno motraua,que a queria co
auia coufa, que podefe cobiçar mer,sépre eteue contante féfa
fe. Vetida fempre em hum zer o pè atràz, nem dar finaes de
habitinho curto,grofleiro, & re pauor. Nito foou eta voz da
mendado parecia a me{ma fan parte dos tentadores: Não nos can
ta pobreza, que não fabe cortar cemos cººfia perra, porque ja nos per
largo pera fazer a mortalha.Té deo todo o medo. Mas nem por ifo |
do affi desbaratado com os foc largarão a fua teima,pretenden
corros do ceo o mundo, & mais do a o menos perturbar a gran
a carne, co inferno foi a guerra de confolação, com que feruia
mais acefa por toda a fua vida. a Deos . Cotumaua,ainda de
Saia algüas vezes efcalaurada,& pois de velha, etar rezando no
ferida; que affi a tratauão os ef coro das duas horas, paflada a
piritos maluados: mas fempre meia noite, atè chegar a ma
viétoriola pela graça do Senhor. nhâm, & pera ifo guardaua as
Começarão etes notaueis encõ chaues delle debaixo da cabecei |
tros logo nonouiciado, porqueja | ra. Daqui porém lhas furtauão
naquele tempo fazia grande e os demonios, ou com ellas fazião
panto à maldade dos demonios; tanto etrondo, que lhe quebra
& indo em a noite do Natal da uão o sõno. Affi foi cõtinuando
confifsão pera o coro, appare cõ etremado valor em quanto
ceolhe hum delles em figura Deos lhe dilataua a confolação
tão inedonha, & com a voz tão feguinte, 4 veio ja fobre outras.
2 — ----+--+ •

Aaa -- Etaua
=
—T-

#7 Liurº V. Da bifloria Serafia do frades -

Etaua em oração quando vio | jejum do Aduento, dandolhe tã,


fair do coro tres vèlas,todas ace bem principio na feta de To
fas, & que depoisfe apagarão no dos os Santos. Nos outros exce
clautro.E entendendo, que ito dia o etilo ordinario das nofas
era prefigio de falecerem tres communidades, porque nas fef.
freiras, preparoufe com todos os tas feiras do anno paflaua fem
facramentos,& com muitas de comer peixe, & na quarefma da
uações,pera ter tambem entrada Igreja jejuauaapão,& agua. Mui
na fua conta. Foi no primeiro lu tas vezes detemperaua o comer
gar a fobre lita fór Antonia de com agua fria, dobrando a abti
Padua: no fegundo, outra freira nencia. Na pobreza nos imitaua
de religiofa vida: ella entrou no | tambem quanto lhe era pofiuel,
terceiro, pelos annos de 1638. & peravetir hum dia habito no
|&nito não ha fallencia, perare uo, não auia ja de ter o velho por
ceber a coroa de feus certames onde fe remendafe. Aconteceo
paísados. Celebra fua memoria (que a tudo dão motiuo as mali
a Feu 3.
letr. L. o " Agiologio Lufitano. |cias do tépo) entéder a nofa fan
3 Por outro caminho, fem |ta Prouincia, que lhe conuinha
tentações, nem etrondos leuou largar o gouerno deta caía.Não
o Senhor do ceo a madre sòr [o quiz o ceo, que fe lografe afua
anna do Delerto,filha de D. Bri |refolução: mas ella a fentio tan
tes da Sylua, & D. Aluaro Cou |to, que logo adoeceo, & nunqua
tinho,Commendador do Caftel | mais melhorou co a faude per
lo d'Almourol. Foi húa das pef. | feita.
foas mais infignes em bõdade,& 4 Etimaua como cadeas
prudencia que teue ete motei. de ouro,que taes são as do amor,
ro. Tão deuota de N. P. S. Fran a prizão religiofa, com que por
cifco, que quando via a fua com ]amor de Deos fe auia encerrado
munidade,de joelhos,& derreti na perpetua claufura, & tendo
da em lagrimas lhe rezaua a an commodidades, & todas muito
tifona,que começa,Salue/antie Pa honradas pera etar fôra della na
ter. Não era a deuação por eta |vinda dos Catelhanos, & nas
de,mas natural,& chea de earida | duas petes, 4 abrazarão a villa,
de. Tudo daua, até a fua reção, núqua faio do moteiro,como al
por amor de são Francifco, & |güas fairão, por teria mais goto
mais em particular pera o noíso de morrer cõ Chrito é fua cata,
connéto,que lhe ficaua vizinho, que de viuer,& por vêturasÉ elle,
a o qual mãdaua muitas efmolas, é as caías dos parêtes. Da föte def
&ojantar nas fetas da noísa Or te amor lhe nafcia o fentiméto
dem.Tratou de nos imitar em o agudo de fua fanta Paxão, de tal
=L=
modo,
- -
-- --

|

Maiores na Prºuintia de Pºrã gal. 1 . ys# -

modo,que meditido, ou ouuinº Foi dada tendo mini… para ter


do falar nella, todas logo fedef |uir º cunhento pela Rainha D.
fazia em lagrimas. E como por Leonor, mulher de D. Manoel,
feu refpeito tinha debaixo dos qúe nella deuhüa joia de muito}
pès todas as coufas do mundo, preço a Chrito.Na estidade;na
foi muito difficultofo obrigalla deuação, na modeltii, 8 em to
a tomar o cargo de Abbadefa, das as virtudes era verdadeira
nem ella o aceitbufenão depois
do Preladolho mandar porfan,
ta obediencia, & dizer exprefá
mente e{craua dete Senhor. Ou
ue fama;&efa muito contante,
de 4 elle lhe motratia nos fauo
|
amente,que tomaua febre fiquã res particular afeição;& firãdo
tas faltas no gouerno cõmettef> com faude repentina d'hãa doê
fe. Mas porque né amaua o offi ca mortal,em queja ós remedios
cio, nem os intereffes delle,tra
humanos à tinhão defemparado,
tou sò de fua obrigação, & foi confefou pera gloria de Deos,
Prelada muito notaueljintrodu que a Rainha dos Anjos lhe ti.
zindo tambem nos encargos do nha apparecido;&lhe déra abe-|.
cõuêto os fufragios das freiras,& ber a {aude porhnm valo.Outra
feruidoras defuntas.Chegou em mercê lhefez no tépo da fua mor
fim a etado, q o pezo da velhi te o foberano Senhor,porque ef
ce, &multidão de achaques lhe tando tolhida por caufa d'hum
toldarão a memoria, contudo to accidente na fila , a lingua fe
das as vezes, quequeria commúl|foltou em quanto foi necedario
|gar,ou cófelsarfe,& no artigo da ||à confifião, & fagrada commu
morte eteue sépre, por maraui- nhão,&logo depois tornou a em
-

lha do ceo, em feu perfeito juizo. mudecer. Saio dela tride vida
, , >" * ** * - - "… \ , •

E afficumulada de virtudes ré no anno de 1582.com acclama


matou em fumma tranquillida- } ções de fanta. i "… #
de o curfo de fua vida aos 12 de | * •
, , …1 #
• •
: #; * * * *
* * -
}|
Nouembro de 1 63o. na me{ma CAPITVL XVIII. 1 |

hora de Noa, em que tinha por | |-º º 25: #cº , , , " . :


cotume meditar na Paxão ido
Redemptor: #;" ". .::: …
|Das quefr㺠refºrmar a f.
dar ºutros mºficinºs.
"5". Toda eta fermofura de
tanta gente illatre por fama de
| fantidade ficará mais engraçada |
" …o fiti rir… .
/fVitas achamos com |
# -,
«… } ', #
|-

|
-

cõete efmalterpreto de húa ne º


eta occupação, mas
graboçal, á chamandote no no * * * #affi o mereciara re
| me Francifra da conceição,não pare "gular, obferuancia , que nefte |
cia na vida,fenão húAnjo doceo.! fanto º moteiro etau a muito |
Aaa 2 floren
__

--***
_____ ____________ #*******
556 Linº KDa litura Serafia dos77, - - -

florente. Guidão alguns, que del o Infante D. Luiz.Era ofeu no


de firão as primeiras Fundado me proprio for. Antonia de são leão, |

ras de Santa Clara de Lisboa: & com outras,que vierão da Có


ito porém, não he certo . Di feita
ceiçãoobfetuancia
de Beja, intituio a per
dete illutre •

|zem tambem, que forão Re


|formadoras a hum moteiro de cehobio, dia "lobit", "…
|Xerês: mas em quanto não dife 5 Pelos annds de 152 ainhão
rem em qual dos pouos, que ho" ja principiado hüas freiras de
je tem ete nome,fizerão fuare Villa do Conde alreformação |
forma, nòs os deixamos co a me{ de Santa Clara do Porto,mas re
ma incerteza. O q não padece colhendofe ellas a o feu fanto
duuida he tudo, o q fefegue. , moteiro,dete (e mandarão feis,
: Quando do fobredito que acabarão a obra. Sòr Maria
2 :
moteiro de Lisboa fe manda do Prefepio feruia de Abbadef.
|rão finquo freiras pera reformar fa: sór Mecia da Conceição, de
lo outro de Santa Clara de Safra quem auemos falado, era afua
na Etremadura de Catella, cõ | Vigaira: sòr Maria da Encarna
|ellas forão tambem deta caía ção, & sòr Ifabel da Madre de
|-

sòr Mecia da Conceição, & ºr Deos,ambas irmãs,fobrinhas da



+

Mecia d'Afumpção porfuas co | Abbadefa,forão fuas cópanhei


adjutoras..… . . : ras. Das outras duas não lembrão

| | | 3. Tinhão vindº dº Fichel |hoje os nomes. * * * *

as Fundadoras primeiras da E!- 6 Tornarão a Santarém,


perãça de Lisboa,& depois de ef onde a dita Abbadela ja fazia
-

peraré alguns mezes neta cafa, | ete proprio oficio,quando ella, -

4 la fe acabafé as obras,notépo, |& mais as fuas fobrinhas forão


em 6 (e forão,leuarão també cõ |chamadas no anno de 1583-pe.
figo em foro de cópanheiras nef] ra fundarem o muito religiofo
|ta me{ma fundação, sór Inez do | moteiro de Sãta Martha de Lis

|Efpirito sãto,& sòr Ioanna de sá | boa. Neta noua füdação tornou


ta Clara,de cujas grandes virtu afer Abbade{a:húa fobrinha, Vi
desauemos de efereuernº dito gaira:Metra da Ordem;a outra;
moteiro da Eperança. " " & de todas daremos maior noti
4 … Demais diffo, neta ofi cia, feo Senhor for feruido de 4
cina fanta felaurou hña das pe nós cheguemos a efetépo. Foi
dras, fobre as quaes fe ergueo a mais por fua coadjutora sòr Frã
religiofa machina do moteiro cifcadoEfpiritoS.filha de D.Ioão
de São João da penitencia,da Or Pereira,& de fua mulher D.Gui
dem do Hofpital, na vila de E{-
/ • • |- - |
omar de Catro:{obrinha a me{-
tremóz, cujas paredes leuantou ma freira da Metra,&daVigaira.
-
7 Na
*--
. Menores na Prouincia de Portugal. 55 7
7. Naquela transforma ra, & Menezes, filha de Dom
ção, que fizerão de Terceiras | Manoel Marquêz de Villa Re
em Claritas as madres de Vil al, & da Marqueza Domna
lalonga no anno de 159 1. sòr | Maria da Sylua.Quiz no princi
Itabel de são Hieronymo, co pio, que fofe de freiras de Santa
mo auemos efcrito, feruindo de Clara; depois da Ordem da Con
Abbadefa as reformou nos ef. ceição; finalmente,de Defcalças
tilos, & ceremonias fantas da da me{ma madre fanta Clara;
fua Religião. Ajudou a nos of & como as mudanças forão tan
ficios de Vigaira, & de Me{- tas, tudo veio a fer nada . Mas
tra sór Maria da Columna, de damos eta memoria, por quan
quem ja demos noticia . Sór to na º bulla de Paulo V. dada a.arch.de S.
Franc. de
Ifabel da Columna, merece no anno 1617. na qual fe con Lisb.
dora de muitas por fuas gran cedeo a licença, foi ordenado
des virtudes, tendo cuidado da tambem, que fua tia sòr Ioanna
porta guardaua com vigilancia do Deferto, ja nomeada afima,
ete frefco paraito. foffe a principal Fundadora, &
8 Hüa fundação, que nun Abbadefa primeira . Tanto |
qua veio a luz, intentaua em valem os muitos merecimen
Aueiro Domna Brites de La tOS» -

PRINCIPIos, TRANSLAC,ão,
&differentes fücceflos do Realmofteiro de
fanta Clarado Porto.
CAPITVLo XIX. oladonome de 7ámºga, o qual do
direito, deixando atrâz o I
Dife conta de quê foi a Fur Norte, lhe faie a o caminho. !
dadora,ê3 das rezões, que te Em rezão dete encontro todas
as terras vizinhas de húa, & ou
aepera fazer o mº/leiro:cã trabanda do Tamaga, que che
a defêripção do fittio. gão à fua foz, & tocão no mef.
I Y Aminhando perafua mo Douro, fechamão d'Entram |
1258.
C# dentro do
* mar Oceano o famo
bos ºs Xios. Afua parte direita do |

me{mo Tamaga, q fica do Oc


(o rio Douro, feis legoas antes cidente,tem húa pouoação,cha
de ver a cidade nobilifima do mada hoje a Rua, por outro no
Porto, recolhe no coração ou me º Zurgº. A efquerda, a qual | ||
tro rio mais piqueno, que tem º lhe fica defronte, he húpedaço -

Aaa 3 de
----
→m

558. Liuro V. Da bifioria Serafica dos frades


de terra bem affentada,& fertil, letra Saqual lhe daua principio.
que propriamente he chamado neta forma, que fe fegue. Z).S.
o Torrão; & aqui em feus princi | Olisbonenfis Epycºpus.E dito conf
pios fe fundou ete moteiro. He ta tambem, que não era o feu no
o fittio,(e apertado dos montes, me Z). Pedro, nem ZD. 34attheus,
muito frefco, apraziuel, & mi como cuidauão alguns fenão, q
mofo affi dos fruitos da terra,co fechamana Sueiro.. º
mo do peixe dos rios, os quaes 3 Nete tempo etaua ef.
ambos fenauegão: o Douro, em ta paragem deípouoada,& sò, &
barcas grandes muitas legoas muito accommodada pera todas
afima:o Tamaga,mais a oper as maldades, que fe cotumão |
|to,& pelo menos no inuerno. He fazer nos lugares folitarios. Pelo |
tambem húa efcala, onde faiem que a fobredita Condefa fez
todos os barcos, & barcas pera húa albergaria, a qual foffe va
pagarem portagem,a qual ainda lhacouto dos pobres, que cami
pertence a o moteiro das frei nhauão. E fua filha D. Tereja
T3S. … …. Rodrigues,a quem veio ete pro
2 : Detas terras fez mercê] prio reguengo, mandou pouoar
el-Rei D. Sancho I. à Condefa | a dita Rua, ou Burgo, pera o q
D. Toda Palazim por carta fua, deu foraes: hum,em Agoto do
efcrita em Santarèm no prin anno de 1 231; outro,no mez de
cipio do anno 12 11.& D. Afon; , Abril de 1241, no qual demar
fo II., lhas confirmou por outra cou mais claramente o fittio; &
carta, paflada em Guimarães no ete vinha a fer d'hum catanhei|
Agoto de 12 17. conforme ás | ro, pegado à foz do Tamaga,pe
Eras,em que ambas forão feitas. la ribeira afima até chegar a on
Na primeira fe declarão as pe{- de chamão fºgueiros. Affi o diz o
foas,que concorrerão na doação foral comete latim tão barbaro.
com el-Rei: a (aberfeu filho, & Hectº cartha fori, quam egº Z). Ta
fucceflor D. Afonfo,com o titu rafia Roderici facto omnibus ilhs, qui
lo de Res: os outros filhos, pelo venunt populare Ruam de ribeira d'-
nome de Infantes:as filhas,intitu Entrambos rios, de lo caflinerto dafoz
ladas Rainhas:{ua nora D.Vrraca de 7 mega \/?ueadfnem,vel/mam de |
não fenomea aqui.Na fegunda, lugariis." ……….…
os dous filhos, & húa filha, que 4 Mas D.Châmoa Gomes | … . .

então tinha o Rei, todos fecha neta da dita Condefa,& filha da


mão Infantes, como ja notamos | mefma D. Tereja Rodrigues,
ºl.3.c. 19. em º outra parte. Confirmou en- | pofuindo etas terras, & refpei
tre os outros prelados o Bipo de itando a me{ma necefidade de as
Lisboa com o nome cifrado na "fazer mais (eguras dos males,
que
----•••• -----*- == •

# Menores na Prºuincia de Portugal. T555


que nellas (e comettião, fez ou-, º que eles andauão victoriolos.
tra pouoação de mais gloria, & 5 Foi D. Châmoa Gomes
maior merecimento, que conf nobiliffima no fangue, & natu
tafe de freiras de fanta Clara, ral do bifpado do Porto, nobilis
encerradas nete infigne motei mulier Portugalenfis diecesis, como
ro. Eta foi fua tenção, pera que, nos dizem as bulas do me{mo
o cheiro fanto das virtudes, que Alexandre IV. expedidas fobre {
recendia das feiras, afugentafe, eta fundação. Era º filha de D.
-
b.Conde D.
Ped, tit.37.
os epiritos malignos, que aqui | Gomes Soares, & da fobredita
andauão foltos emparando mal D.Tereja Rodrigues: neta tam
feitores, homicidas, & ladrões |bem, pela parte de feu pae, do |
falteadores do caminho;& tam Conde D. Soeiro Mendes Fa
bem pera que etes me{mos edi cha, & da Condefa D. Eluira |
ficios da cafa fofem couto dos Gonfalues da Faia;&pela de fua
paffageiros nefte pado perigofo. mãe,do Cende D.Rui Vatques,
Tudo ito (e nos conta na bulla & da Condela D. Toda Pala
de protecção dada a 13 de Ianei zim ja nomeada afima.O º Cata tipº.c. 1 2•

ro de 12 57 pela qual o Papa logo dos bipos do Porto lhe cha |


Alexandre IV gratificando feus mou por defcuido Z). Chama:mas | .
\intentos, a recebeo no emparo todas as efcrituras portuguezas,
da fanta Sê Apotolica. Os fo & latinas lhe dão o nome de chá
breditos excefos,que aquife co moa, que alguns Catelhanos té
mettião, nos dizem etas pala conuertido em (hamua. Foi cafa
uras.Vbihomicida,farta, rapine, ac da com D. Rodrigo Frojáz, mui
alia quâmplurima nºfaria pro tempore to illutre fidalgo em a terra de
patrabantur. Dos bens,que fua ten | Leão, cujo appellido temos vil
}ção bufcaua, nos dão étoutras | to alterado com grande varie
noticia.3fmafierycontruiu,ºrfº dade affi nas bullas do Papa, co
curitas strate. Itohe: auer caía, mo noutros pergaminhos. E vê
...jem que mulheres deuotas lou afer a mudança em lhe chama
ini. . . .
uafem fempre a Deos; &{egu- |-
- réhús, Flosio outros, Florie,outros
|rar a etrada debaixo da fua fam| Frailemuitos,Flores alguns, Froes: |
bra em fauor dos caminhantes. formando cada hum ofebreno
Onde vemos htiagrande, & fin me conforme à feu pâdar, fen
gular prerogatiua dete fagrado || do ele propriamente Frºjáz,pe
moteiro,a qual he, que foi fun |lo qual fenomeou na Íegunda
|dado

logodenoprefidio,&
ra feruir feu nafcimento pe '] doação, que fez a ete moteiro,
fortaleza
} & adiante (e porà. Não auia del |
} do ceo contra os infernaes e/- #les filhos, & quizerão perfilhar
| I quadrões no me{mo campo, em jas filhas de fanta Clara fazendo
| ** * Aaa 4 nellas
T==-
Liurº V. D. bifloria 57ã dosf7;
nellas outro morgado melhor fanta Clara, como em Santa- |
pera bem de fuas almas. rèm o motrou: pelo que també
aqui não cefaua de mandar to
C A PITVL O XX. das as bullas, & cartas, que lhe
fofem de proueito Logo no an

Quefieiras, & tm que tem no feguinte de 1257, deu as gra


ças a D. Rodrigo Frojàz pela
po cºmeçarão a poucar º promefa, que fez, encommen
mo/teiro? dandolhe muito, que não falta{
fe com ella: encarregou a o Bif
I Efoluta D. Chámoa po do Porto, que défe feu bene
em fazer efte feruiço placito:efereuco a o nofo Minif
a Deos, & regulando tro prouincial,que affitife à Fú
a obra porfeus generofos brios dadora no que fofe neceffario;
intentou edificar o moteiro, & & ito me{mo encommendou a
dotallo com tantafuficiencia, 4 os frades por outra carta geral.
| fofe acommodado pera cem re 2 Ella entretanto continu
ligiofas. Affi o mandou dizer ao aua as obras, & como teue ofi
. | Papa Alexandre IV.& ele o ef cinas,& claufura requerêo à Ab
creuço à Abbadefa de Salaman badefa de Camora lhe dèfe as
canuma bulla,que ainda feverá, doze freiras,que o Papa auia de
pelas feguintes palauras. Ita quád terminado.Mas deulhe fomente
centum moniales tui Ordinis po/int ibi tres,com as quaes (e aggregarão
dem perpetuº Zominefamulart.Con algúas donzellas nobres, & húas
fiderando porêm, que não bata Beatas de grande opinião, & def
ua per fi todo o feu cabedal, per te modo começou eta familia
fuadio o marido, que tambem a fanta. Chamamos 2eatas hoje ás |

ajudaffe, o qual tocado da mão mulheres feculares, que fendo


de Deos lhe prometteo ete fa mais reformadas na vida, & no
uor por efcrito. Dito tudo aui (eu habito parecem religiofas, º de
a.Marianº
reb.
zou a o Pontifice, que logo lhe o qual nome (e deu ja antigamé Hifpan, l%
concedeo a primeira licença da te no Concilio IX de Hefpanha, C.9.
fundação a os 18 de Março,an celebrado pelos annos de 655,
no de Chrifto 1 256. & com el às donzellas, que fe confagrão a |
la lhe inuiou hña carta, pela qual | Deos, & são bemauenturadas,
crdenaua á Abbadefa deC,amo por ete feu facrificio. Etas, que
ra,que lhe defe doze freiras pe aquife recolherão,erão húas feis
ira formarem conuento, & húa ou fete, que viuião em hum mõl
dellas,que feria a Prelada Era el te com grandiffimo rigor,aparta |
te Papa tão deuoto da Ordem de das do comercio humano, mas
*
– –

- entre ----


–_*_*-*. ------ *----
– ***>.……a
* -- -

Menores na Prºuincia de Portugal, ___* yÓ I


|- entre figermanadas em deuota pra he de 12 de Abril dirigida, |
|vnião. O monte pertence hoje à como todas,á Abbadefa, & frei |
freguezia de são:Vicente do Pi ras:ZDilekhsan Chélio filiabº, Jabbaty|
nheiro: ditante a tiro delepin- | /* monºfierij Saníte Clara de interam
garda da aldea,que fe chama Ou hos ruas,etus que fororibus:pela qual |
teiro das velhas: finquo legoas do as recebeo com todos os bens, |
Porto, & meia do lugar, onde (e de que etauão de pode, na pró
|

| fez o moteiro. Era a fua igreja tecção Apotolica, que affio diº
| húa ermida de fanta Iria, o reco zem etas palauras. Et quºcunque
|lhimento húas cafinhas terreas, hona idemminaferium imprºjentará
| acerca hüa parede de pedra mui p/det. A fegunda,de 25 do me{-
| to tofca,& enfofa,que guardaua momez de Abril, começa: Cum
eta morada tão pobre. E dito omnis»era Religio: & contèm a re
| dà teftemunho a tradição de togra da fua Religião. Na terceira,
| da aquella terra, onde muitos que heja de 29,lhes applicou to
homens etão viuos, que ainda dos os mal acquiridos,fe não fe
alcançarão algias detas caf foubefe domno; & juntamente
|nhas, & virãe dizer mifa na er as commutações dos votos, que
|mida: masja tudo età reduzido não fof{emt de vifitar a Terra
| sò a alguns montes de pedra,á o fanta: declarando, que as freiras |
tempo arrancou de feus lugares, afilho tinhão pedido, yefirisfup. -

como cotuma fazer,fe não acha plicationibus annuentes. Na quarta |


refitencia, em todos os edifici vltimamente,de 21 de Maio,in
OS. . ' ' -

formado das moletias, que fofri |


3 . Por ferem tão exempla. ão fobre a fua fazenda,como di
res, as trouxe a Fundadora pera zem etas palauras;Cum,ficut acce
ponoar com ellas, & coas outras | * .faper pffonilus/2; altis bonis -

|nouiças em companhia das tres fºi granespatianiur ºfurais com


freiras, q vierão de C,amora, ef. metteo a o Bipo de Cidad Ro
te deuoto moteiro. De modo,q drigo,que ele as emparaíse.
poucos mezes andados do anno 4 Donde feve claramente
| 1258, ania communidade perfei a pouca rezão,que teue o grauif
4.p 2. c. 1 * #
|ta de Abbadefa, & fubditas, a fimo "Autor do Catalogo dos
|qual algum tempo antes fe co bifpos do Porto pera notar de |
|meçou a fazer, Eifo me{mo nos engano o nolso º Bipo de Man «Gonzag. ,

motrão as bullas do fobredito tua, em quanto afsenta no dito pag 81 1.


Pontifice,que ele deu em Viter anno de 1258. a fundação do |
|bo no anno IV. de feu pontifica moteiro. Porque feios bipos
do,nas quaes tambem fe conhe daquella me{ma cidade lhe ne-|
Ice a fua beneuolencia. A primei | garão muitos annos a pedra ben
ta,fo --

*=-
+=__
*--*-
}

,,õ> - -
Liuro V. Da TS7ã 7;T —
ta, fobre a qual a igreja auia de tres religiotas: faltem tres altas de
leuantarfe,como ainda veremos, mºnialibus/pradºhibberuhter conce
ja nete agora etauão as freiras datis; & rogou à Fundadora, que
juntas em virtude da licença do com elas (e défe por fatisfeita.
\ }
Pontifice. . . Foi dada a fua bulla em Viterbo,
a 5 º Contudo a Fundadora a 22 de Setembro de 1261. no
não etana fatisfeita fomente có qual dia efereueo a o Minitro,
| as tres freiras,que vierão de C,a & frades da nofº me{ma Pro
imora,& renouando intancias, o uincia,que ajudafem em tudo à
febredito Pontifice lhe inuiou Fundadora, como feu predece{-
ihúa bulla em 22 de Abril do for lhes tinha encommendado.
… , ,. . . *.?
mefmo anno,em que ainda eta
mos, pera que logo vieffe a Ab
ba defa de Salamanca com ou
cAPITV Lo XXI. , !
||

tras religiofas de grande fatisfa Quantº trabalhou a Funda


ção, & que depois de intruir o
moteiro nos etilos regulares, fe dura porfizercorrente a obra
poderia tornar, deixando algúas defiº mºleirº, é da grande
das companheiras, as quaes fofº "takdal que nele fedef
fem profeguindo o que ela co
meçaffe.Não fabemos fe vierão: pendeu,d, thefºuro da
mas porque, a fua teima era toº º Igreja. - - -

da fobre virem as outras freiras


de C,amora,elle no anno feguin I Vtros cuidados ma
te,a os 1o do mez de Maio,inui - iores trazião mais
ou hú1 carta a Abbadefa, pela ** defuelada a D. Châ- |
qual não fomente a reprendeo. moa Gomes, porque entrou em
com rigor de auer faltado nito: fufpeitas do marido lhe faltar
mas tambem lhe mandou por | no fuor, que promettera; & to
fanta obediencia, que fem detê da impaciente fe queixou a o
ça algún lhe défe execução. Pontifice Alexandre IV. pera
Deuia entender a Abbadefa, que o obrigafse. Mas D. Rodri
º que não lhe era pofuel dar d'húa go Frojáz,fem temer, nem efpe
vez tantas freiras,& affio iria en rar taes apertos, fez a doação,
tretendo com deículpas atè elle| que auia promettido, na cidade
falecer. Succedendolhe em fim de Leão a os 13 de Setembro
Vrbano IV, no gonerno da Igre | de 1 2 58;& depois logo no anno
ja, & reduzindo a concordia os || feguinte foi inteirado das quei
pleitos, ordenou à Abbadefa, xas por duas bullas do Papapaf.
que a o menos mandafle outras fadas no mez de Maio,na cidade
- -

* * *
____
de
T → =#--
AMenores na Prºuincia de Portugal.
563
de Anagnia. Na primeira lhe ro fy'&' ('/'á -Apofolgº em Roma;& * que b.tit.7.
gaua mui encarecidamente,que andando queixofos os Portugue
não quizeffe faltar em comprir zes do mao gouerno d'el-Rei D.
fua palaura: na fegunda ordena Sancho fegundo,d/erão no ao A.
ua a o Arcebipo de Toledo, pofioligº,Q} dife º Papa: 9ual Kei qut
que quando ele faltaffe o conf zerdes, tal filhade,que feja natural do
trangeffe com centuras. E ito reino. Mas vindo á doação (obre
me{mo,que noutros podèra cau dita,dotarão a o moteiro quan:
(ar efcandalo, lhe efpertou mais to tinhão na terra d' Entrambos
o goto,com que logo na cidade os Rios, na de Paiua, em Iuguei
de C,amora,a os finquo de Oita ros, no Couto de são João, & em
bro tornou a ratificar em com-l Ribeira no condado dete nome l
panhia da me{ma fua mulher a em Galliza. Afinarão nella frei
doação
nha fobredita, que
feito. ele só ti

loan Guardian de la Ordem dos Zº/
calços em Zamora, (como ja com
2 Diferão pois ambos jun mummente nefle tempo nos
tos, como tinhão fundado efte chamauão) & feu companheiro
moteiro,alèm de outras rezões, frei Efteuão.
à honra das Zomnas, fracas ºfenore 3 Alleuiada deta parte D.
tas,que nelle etauão encerradas, Châmoa, ainda outra pontada
por outorgamento denº/* Senhor o A lhe daua muita moletia, a qual
pofolgº. Dete modo nomearão a erão os embargos importunos, |
|o Papa,como então fe vfaua,cha com que os bipos do Porto lhe |
mando he.…poholico por antono detinhão a igreja. Confentira D.
mafia, por fer elle o fucceflor de Iulião o II. em fe fazer o notei
são Pedro, que foi Principe dos ro: mas(fendo affi,que o Papa A
Apoltolos de Chrifto, & pedra ilexandrelho mandou algüas ve
fundamental depois do me{mo | zes) nunqua quiz benzer aquel-| |
Senhor da Igreja Apotolica. Af| la pedra, que fe auia de lançar
fi nomeou també a S. Gregorio por fundamento na fobredita
4,21). $ 38.
Magnº, º Roberto Antifiodoré-| igreja. E pafando hum, & outro
fe dizendo, que elle autenticara deta vida foi neceffario, que el
a regra,& vida do Patriarcha são | la negociaffe com os feus dous
Bento. Vitam Zeneditigr regulam |fuccefores:Vrbano IV.em Ro
- idem dominus Apofiolicus Gregorius | ma;& D.Vicente,no Porto.Mas
autoritate reboraut, @rfiylo. Affief | o Papa breuemente efcreueo a
creueo tambem o nofo Conde | ete Bifpo (obre a me{ma mate
). Pedro, que no tempo da con | teria, & vendo depois, que feia
aersão do Emperador Contan dilatando, por cortezia fomente |
Irine á nofia fagrada Fº,ão Sylus/} lhe inuiou outra carta em 31 de
Marco
== — = = |- +……== = ---- |-
564 Liuro V. Da bifloria Serafica dos frades
Março de 1262. & nefe proprio dral. E porque a Fundadora pre
dia auizou por húa bulla a o de tendia fabricar a do moteiro em
Cidad Rodrigo, que lançaffe a húa,chamada do Saluader,que era
benção na dita pedra, fe ete a parrochial, & de commenda, o
não benzefe. Alguns mezes adi Commendador (não nos conta, {
ante franqueou as fepulturas da de que Ordem)por nome Gonça
igreja dando licença geral a quã lo Paes renunciou feu direito no
tos nella fe quizefem fepultar, moteiro, & o Bipo fere{olueo
não obtantes os embargos do em vnirlha com etas declaraçõ
mefmo Diecefano. es.A primeira, que as freiras co
4 Com ito começou a mefem os fruitos della. A fegun
abrandarte o Bifpo, & muito da, que o Capellão, ou Cura, o
mais cos partidos, que lhe fez a qual teria cuidado de curar aos
Fundadora arratando pelas mã freguezes,o moteiro o aprefen
os do intere{{e,que (oube ofere tafe (empre a feu goto, & os
cer,as pedras,que a rezão, & juf bipos lhe dê{em confirmação.
tiça não podião abalar. De mo 5 Praóticados neta forma
do, que vierão a concerto, no os concertos inuiou procurado
qual ella lhe deu logo a herda res o Bifpo a o lugar d'Entram
de de Freimufa em terra de San bos os Rios,onde D. Chámoa ef
ta Maria, & lhe largou por fua taua, pera todos celebrarem o
morte o padroado do moteiro contrato. Forão etes Abril Pi
de Tuías, de freiras do Patriar res,Miguel Pires,& Eteuão An
cha são Bento, que fundâra mais } nes,todos Conigos da Sê,os qua
afima d'Entrambos os Rios,não es a os 14 de Iunho, anno de
(º Conde D. longe do melmo Tamaga, fua Chrito 1264.fizerão a efcritu
Ped tit. 36. bifauó - Aminhana D. Vrraca ra do modo, que temos dito. E
& 37.
iorge de
Viegas,filha de D. Egas Monis,o fendo eta motrada a o Bipo, ,
Cab. de pa Aio d'el-Rei D. Afonfo Henri não fomente lhe deu lua appro.
tf JT12 t, Cº
#
* ** * ques, o qual hoje fe acha encor uação,mas tambem mandou lo
porado noutro tambem de frei go em 21 de Iulho o Metre
|-
ras Bentas no Porto. O Bipo fe fchola com o ConigoD. Giraldo,
obrigou a conceder a dita pri & ambos por fua autoridade lan
meira pedra,& leuantar os alta çarão na igreja a dita primeira
res na igreja,em 4 (e difeffe mif. | pedra, leuantarão os altares,fize
fa, izentãdo juntaméte o motei rão a vnião da Parrochia, & dei
ro afida fua jurídição, como de xarão todas as obras correntes.
pagar a cera,& mais direitos,que 6 Na me{ma occafião dos
os moteiros,& parrochias paga concertos fe compoz outra cõ
| uão a os bipos, & Igreja Cathe tenda entre o Bipo, & D. Châ
nº O2
- - -
-* === + . -----
—=

* Menores na Prouintia de Portugal y 65 }


moa Gomes. Era a lua quetão, ]] pa Clemête IV, cõ a feitº cói #

ue ela não confentia em fe fa-||cefão:mas tambem muitos Pre


|zer:Abbadefa no feu moteiro || lados naturaes dete reino,& ef
de Tuias, conuettendo em feus trangeiros cõ os feus quaréta di- |
vfos algüa parte das rendas co a as, que largamente outorgauão,
quella liberdade, que cotuma ainda quando fe vão auíentes
uão tomar os padroeiros anti-||de teus bipados. Começou a fa
gos;&o Bipo poretame{ma re|zerlhe efta graça D. Pedr-Ean- :

|zão tinhanelle fulminado inter-|| nes Bipo de Lamego, a 21 de


| dito.Mas agora vierão a concor || Maio de 1263. Forão cótinuan
| dar,que nomeaffe ella logo a D. || do cõ ella, D. Egas Bipo de Co
|Maria Paes, & depois qualquer]|imbra logo no anno feguinte:no }
|outra Abbadefa, fe vagaffe o lu || de 1271, D.Ioão Bipo d'Ouréfe:
|gar, & por fua morte elegefie o os dous Matheus, de Lisboa, &
| conuento, dando os bipos fem-||de Coimbra a 4 de Iunho de
pre a fua confirmação.Donde fe||1273, etando ambos na cidade
ve o engano,com que diffe o Au||de Viterbo: o nofo Bifpo da
|tor da "Benedictina Lufitana, GuardaD. frei Vatco, em Leão
#. que D. Chámoa Gomes fora eõ||de França a os 13 de Janeiro de
pellida a renunciar em D.Maria || 1274: o de Lugo D; frei Aires,
C,7a
#

Paes; porque ela nunqua foi Ab||vindo a Braga no anho de 1285; :


|badefa do moteiro, mas fomen ||& comete cabedalbem empre #
|Padroeira fecular, como tam-||gado, muitas obras e poderião
| bem nos motra a carta da me{-||fazer. * * * * * * , , ! i
|ma compofição, nobilis dimina Z). * ………. …" | #
Chºmoa gºmetil, Patrona eiu/dem mo-|| CA PITV Lo; XXII." i | \

} nafter j; & nunqua o Bipo quiz, , - …… -


! nem # # que # re-|Dos faures,que os Papas f- I
nuncia[ie, lenão que º apreten-| …auf,
.… " \ T= T__ {
|taffe, ou deixafei à### zeram à Fundadº pºrtufº
# nº lugar, que ###|dele multimº 4Que ela
| "7" pºn
|º, tra
Delembargada …….
na fotº || ta na |"*
anal (2 de""
hia : ||[ |
ma, que temos #| …tº, u qual f * búa | : :
motivo,alguns materiaespode| tlat/?la "tabel . "
|ria achar juntos por aquelles cé|| ………… ...?" … | {
| dias de indulgencia,os quaes A-||1 *E D, Charoa Gomes {
}

|lexandre IV, auiaja concedido|| |


pera que ajudafeeta obra. Ou ||
S# defuelada
"-" por melhorar, o mo!
tão
|
tros fºrão,juntando não só o Pallteiro, tudo tambem lhe etaua
* ....",
*
º — — ––—Bºb-— mereº —
– - -

----
|
#66_Lar VDahjona Serã77
merecendo o Papa Alexanº | Pelo que tratou muito de propo
dre IV, que sò por ete refpei fito de fatisfazer a o de Paço de
to a fauorecia muito. E na ver |Soufa, da Ordem do Patriarcha
dade pode entrar em quetão: | são Bento,quanto elle em virtu
| lhe fundar eta cafa: e elle em
quem motraua mais amor á Or de dos tetamentos de fua mãe,
dem de fanta Clara: (e ella em & auô poderia efperar das fazen
das d'Entrambos os Rios, & Iu
lhe fazer tantos fauores por eta |- gueiros,& deulhe em recompen
me{ma rezão. No ponto,4 conf fa equiualentes herdades-Demal
tou a o Pontifice como queria | is dito, ratificou da fua parte a
edificar o moteiro, logo a rece doação do marido, referuando
"beo com todas as fuas coufas de pera fi o dito lugar d'Entrambos
|baixo do emparo da fanta Sè A osRios,& o padroado do motei
|potolica.Depois pera maior (e- ro,fomente em fua vida. Afina
|gurança, no anno de 1259, lhe rão neta fua efcritura trei Fran
ratificou a protecção por húaa]]cifco de C,amora,&frei João de
- -

|bulla notauel. Encommendou a | Deos,Vifitadores do me{mo mof


| tambem por cartas particulares |teiro,que fempre eteue na no[-
|a os dous Prelados de Braga, & fa obediencia, Finalmente brde
|de Leão,em cujos ditrictos fica | nou feu tetamento,tendo ja viu |
lua muita da fua fazenda, que am ua de D. Rodrigo Frojàz, no
|bos a emparafem. E por quan |qual em legados pios repartio
to o de Braga não femotraua muita fazenda por diferentes
|bem afecto de Anagnia lhe mã] igrejas,& moteiros febé,intétã
|dou húa graue reprensão, tor do ela fazer ete de cem religio
nando a intimarlhe com pre |fas,como auemos efcrito,ningué
|ceito de fanta obediencia eta |Quuera de arguilla em cafo, que
|propria lembrança. Do me{-| lhe deixára mais dotei a … ,
|mo modo etranhou Vrbano | ... 3 - Começou o tetamento
IV. ao Bifpo do Porto querel | por elle, porque na etimação o
la inquietar no padroado da |preferia a todos, dizendo etas
igreja de São João da Foz do palauras. Primeiramente mando, que
Douro, & remetteo ao de Ci-| fº faça º mºefieiradas dinus dela Or
|dad Rodrigo a decisão detà cau | dim de são Francfººd.…rumbºiºs |
ºlfa. --#
* * - , ,
-*.***
, , ,
. |Ãus.Edifeito,porque ainda não |
- - - -

2 Com eta beneuolencia |


| da fanta Sê Apotolica
* -- - -
re deixou trezentos moios de *
ºlica em re-|lhe
== * * *
#cabado por onde també
|zão d’ella edificar o moteiro, pão,4éterra de Soufa tinhajun
feruião mais feus defejos de o | | tos,&édinheiro duzétos maraue
* - - "; ". -
-

deixar dotado, & fem trabalhos. dispera a égky44 $mar. Deixoulhe


"— – Liliu… :
*-- •

— —* : : # >= -

• ••• - --- -- - -- - -------=-=-=-=}… |- - * ------** *


• -------

==


______--****-* ----
==#====== º22S_>→------
----------------------------+----
# -----

… Menores na Provincia de Portugal: __"#67 :


\~\~\~\~ ===
mais as herdades d'Entrambos ºCaria com ela declaf ção. É, /* 3
* -

|es Rios de hāa, & outra parte do Jºiº mandº jue?#aki não hum na
|
1

Tamagºa faber no Burgo,& no |##ão Epíteté,


• qui: alle4
cº, que os Suiz
Torrão routrás em terra de Pai- Fuiar do trat alho, q fC mauão com -> #
lua, Iugueiros Moracezes, Mon forme a leu antigo rigor em fe
te de muro,Gontingên;Campo garem as" fhas mefmasºfgaras } *

| bem feito,Outeiro das domnas, Alem dito refetuou eutras fazê


-
Homizio, & Mauès: húa vinha
no Sabugal,& a herdade da ribei ela fe mandafe (epultar. ########"
|ra do Lima,que com eté encar º 5° Concluio o teflamento
|go lhe ficara de fua prima D. Te cometa notáüel claulula. É man
|reja Garcia,pera y fuário das dinas. dº, quefe algum ºu alg㺠de meu hºa |- • "* * * • … -> --> … - ** * *
| Tambem lhe deu os e{crauos có gem quizer demandar herança em no
|

} algúas miudezas, que tinha em mofietro d'Entrambos Rios, qual dº •

fua cafa,o feruiço da capella,&re


caus###
|hia enxada, com que A

|-
},
• • •
< *"" / - 4-º , :* * * // • * #1: *" • '--', {
liquias,& cruzes do sáto Lenho, |domna h㺠peça de líng •
- }

excepta a maior,é applicou pera fênhas reções de boroa, de aguai


a igreja de Leça. E defejando, 4 |quantº pºfan titer. Eltº cláusula
•I. - - * * * * * * *, * *
depois de fua morte tiuefe al |por etas, ou femelhantes pala
gü emparo,encommendouo a o |uras era muito Practicada nos:
Papa,& da parte delle fezProtec | tetamentos ántigos, n otrando #
tor o Arcebifpo de Braga, cujo os tetadores com ela a fua fir #
cuidado lhe comprou batante me vontade de excluir da he
*
| mente com alguns moueis, & fa rança as pefoas, que não erão ;
zenda de raiz." ;
: ;
| nomeadas;às quaesporêm,fe pre {
| 4 Dos outros moteiros, á tende fem, mandauão dar como #
leuarão muito na fua repartição,
zõbando húa ccufa muito pou #
foi hum o de Santa Clara de Ci ca, pera que cõ ella (e contétaísê.
dad Rodrigo,com encargo de fa Dete modo em º tetamento do a b.arch de
S Franc de
zer húa efmola a os nofos fra |ºnno 1443. difetão Afonfo Leuria» }
des daquella me{ma cidade. Fo |Martins Euangelho, & fua nau
|rão tambem os de Tuías, Santo |lher Brites
* * * * . Rodrigue * fem
. . 2 -*. s * *Leiria
*
- •

Thirfo, & Paço de Soufa: todos |as palauras, qu


las palauras, fefeguem
queefe fºgue"> . É ar
tres do gloriofo são Bento.Não redamos todolos outrosparentes, @ pa
nomeamos herdades,porque to |rentas de nºs ambos com/nquo/alios |
dos tiuerão cuidado de cobrar |
|cada hum,cºmº he detºlum? E "Roi
* |-
-

#;• *• * * * -
••
* } --, • "• • • • • • |
as q ela lhes deixou. Ao motei Lopes morador no Louriçal cõ * • • { * * ** * * * *.** •

ro da Salzeda, da fanta Ordé de | fua mulher, Catharina Annes,


Citer, deixou as fuas herdades desherdando feus parêtes é teta
• * • • * #" { * -- - - • +

de Brittiãqe, & noue cafaes em méto do anno 1447, declararão,


_Bbb 2. 4ue •-,
--
— T; 53 — Liuro V. Da bifloria 5777;
que hj… com ênquº filhº, @hum retituio a (obredita portagem:
nãºpºfão her as herdades, nunqualhas tornou
Pucar" dagua, quemais tamb
dar em nº/os bens. Afi em D.
a dar.Os parentes,por defcende
Chamoa co a fobredita claufu rem de fua auð a Gondeía D.
|la quiz desherdar feus parentes, Toda,da qual lhe veio muita da
|mas quanto elles depois entra fua fazenda, queri㺠ter parte
|rão pela herança breuemeutefe nella, . 2 #" | …O. cii * #
|verà.Efcreueo o tetamento Io . 2 - Foi o cafo,que fua tia D.
ão Pires Tabelião de Braga no Maria Rodrigues, irmâm de fua
|feu moteiro de Tuías, a OS mãe D. Tereja Rodrigues, ca
trCS

| de Feuer eiro, Era de Cela ri39 6. fou no reino de Aragão, onde


i q vinha a fer o anno do Naíci teue duas filhas, a faber D. San
| méto de Chrito 1268, & era ja cha Examenis de Virea, & D.
|fallecida no fim d'Abril de Guilhelma Examenis de Vrrea.
12zo. quando leu tetaméteiro | A primeira foi mulher de D. Gui
| D. Rodrigo Gomes,Abbade do | lhem de Cardona,do qual ouue
| moteiro de Pombeiro, pafou |D.Berengaria de Cardona,& D.
húa certidão dos legados, áper |Raimon, ou Raimundo de Car
tencião a ete. " |- |donarete, que cafou com D.Bri
- a ltes meia irmâm da nofía Rainha
C A p ITV Lo XXIII., | fanta Ifabel:aquella,com D.Gõ
çal-Eannes do Vinhal, Senhor
2uantº perdeu o mºfleiro do| do catello d'Aguiar, & fidalgo
| que a Fundadora lhe deu,8 poderofo.Etes erão os parentes
| como foi depois fauretido de D.Châmoa Gomes,q preten
dos Reis. dião herãça:D. Raimõa parte, q
lhe cabia:D.Berégaria,não fomé
te a fua parte,mas tambem a ou
1 Scaçamente era ella tra de fua tia D. Guilhelma, que
", falecida, quando d'- nella renunciou o direito.Pelo q |
-"húa parte el-Rei D. feu marido D.Gõçalo,como ma
Afonfo III, & feus parentes da | is interefado, foi o q mais aper
outra com tanta cobiça começa tou. Apofoufe de muitas terras
rão a depennar o moteiro, que por autoridade propria, & cõ a
o deixarão depido da fazenda me{ma violencia fe cõ{eruauana
mais rendofa. El-Reitomou pol poffe. Era então Abbadefa D.
fe da portagem d'Entrambos os Mecia Ordonhes, cuja irmâm
Rios,& das herdades de Paiua di D. Sancha Ordonhes, & freira
zendo, q erão bens da Coroa; & nete moteiro motrou notauel
poto que vêdo as doações, lhe valor em feguireta demãda não |
fomente
"→=-

**

Menores na Prouintia de Portugal.


fomente pelos tribunaes do rei teuão a Prazimento
#9
Par
das
|

[CS, - s.
no, mas tambem nos de Tui, & • - |-

de Ourenfe. Montoulhe contu 4 Por caufa detes traba


do pouco,por fer muito o poder lhos,aqueles mefmos, que d'an
do aduertario, & quebrantadas tes moletarão o moteiro,fe ma
nas forças fizerão compofiçãoja goauão depois ajudandoo quan
no anno 1287, em tal forma, to lhes era poífiuel em fuas ne
que elle, & o moteiro igualmé ceffidades. Tambem el-Rei D.
te
da partirião
contenda.entre fias herdades
.•
Dinys, demais de o receber em
a protecção Real,& fazer muitas
, 3 As terras de Paiua, que e{molas, lhe confignou duzen
el-Reitinha tomado, efperàrão, tas liuras em todos óstetamen
que reinafe o feu filho D. Di tos. Pero Afºnfo feu filho, co
nys pera dar alguns juizes à cau moelle (e nomea, lhe quitou o *

fa, os quaes feu pae nunqua feruiço, que cotumaua pagar o


lhes quiz conceder. E deu do burgo d'Entrambos os Rios; fo
us de grande fatisfação, a faber bre o que lhe deu carta, efcrita
D. Eteuão Bifpo de Coimbra, em Sãtarèm ao primeiro de Mar
ºs º
& o nofo frei Eteuão, que de ço, anno de Chrifto 1 312. El.
pois alcançou os dous bipados Rei Dõ Fernando lhe daua dez
do Porto, & de Lisboa.Iulgárão fldos todos os dias, & á fua Ab
etes Iuizes, que o moteiro foí badefa cada anno doze couados de
fe logo retituido à políe: que a panno de Londres, dos grandes, pera
Coroa lhe pagaffe o rendimen feu vestir. Cõfirmou eta mercé el
todos annos da injuta retenção, ReiD.Ioão I.& outras lhe fez de
& que na propriedade o podefe nouo, como foi fazer izentos da
demandar pela via ordinaria. guerra, das fintas, & encargos |
Etando afias coufas, faio D. do Contelho não sò aos feus cria
Raimon com outra demanda dos, mas tambem oito cafeiros,
noua fobre a parte, que lhe po que morauão no Barral, & erão
dia caber, & o moteiro cança os mais continuos no feruiço do
do de tantas perfeguições, com | moteiro, em particular no tem
| ambos fe concertou: a el-Rei po de grandes cheas. Deixamos
dinittio os rendimentos pafa de referir doações, que não go
dos, defitindo ele tambem da zão priuilegio Real, & das
propriedade: a D. Raimon deu que tem efte foro, al
ametade da fazenda, que lhe a güas fe contarão
uia ficado; & affi o julgârão por adiante.
fentença Ioão Martins Chan
tre de Euora, & o dito frei Ef.
ELE , TGA.
57o Luro V.Da bifloria Serafica do frades
lide de Synanda apar de Santarem:
C A PITVL O “XXIV. outros dizem Azinhaga. Foi cafa
da com Eteuão Mendes,fidalgo
de femelhante nobreza,& fican
Da boa opinião, que o mo/lei do liure por fua morte do jugo
ro,&5 a faa Alladefa D. Be- do matrimonio, deixou filhos,

riquezas, & etado por fe vir of


ringeira lºgrarão por efte ferecer em holocautonete moí
tempo. teiro a Deos, onde forão mui
notaueis os feruiços, que lhe
I Aõ obtantes as di fez.
|- tas aduerfidades fo 2 Suítentauafe em parte a
bre os bens da fortu autoridade do moteiro no fe
na, florecia o moteiro em gran nhorio, que tinhão as Abbade{
de opinião pelo modo de viuer, fas no Couto d'Entrambos os
& qualidade das freiras. A regra Rios, & delle lhes pertencião os
era a me{ma de Santa Clara de feus direitos Reaes, com a porta
Santarèm, cujos rigores notaueis gem dos barcos, que pelos me{-
º cap"3» {idade
deixamos ja declarados.A qua
das freiras era da melhor
mos dous rios, Douro, & Tama
ga cotumauão nauegar.Tinhão
do reino,porque como nete tê tambem inteira jurifdição em
po a maior parte da nobreza fe todas as caufas ciueis, pela qual
. achaua no Entre Douro & Mi } todos os annos afinauão o lugar,
nho, muitas fenhoras illutrifi onde o pouo auia de eleger o lu
mas,deuotas de fanta Clara, nef> iz,& depois o confirmauão. Def
te feu moteiro,primeiro naquel te luiz appellauão pera ellas, &
las terras, buícauão à fua fombra dellas perà el-Rei. Nomeauão
o caminho da virtude.Mas fo com efte me{mo Iuiz dous Iura
rão tão curtas as memorias anti dos,a cujo cargo etaua almota
gas,que nem o nome das freiras, çar o que foffe neceffario, & le
que o vierão pouoar, chegou à uar as penas de quem paflaua a
nofía noticia, & effa, que alcan taixa.Etes mefmos,ou outros, á
çamos, foi em muitas efcrituras, fe chamauão Perteiros, executa
as quaes fomente tratauão dos uão as fentenças,& fazião as pri
negocios da caía.Hüa dellas pe zões. Em tudo finalmente depê
los annos de 1292, faz menção dia do moteiro ogouerno dete
de D. Sancha Hermigues filha Couto, como ainda depende,pof
de Hermigio Fernandes,aquelle to que trasladado a o Porto, on
bom Caualeiro,como lhe chamou o de conferua a me{ma jurifdição |
, ti t.68. * Conde D. Pedro, quefº achou na aff por cartas dos Reis, como
•••
por
mas**
Y

Menores na Prºuincla de Portugal. 571


por muitas fentenças. bos 6os. E efte achamos nòs em
3 E por fer ete folar tão Santa Clara de Caminha, onde
illutre, & antigo, tendo ele al ferue a o moteiro femfer feito |
cançado na mudança tanta hon pera ifo.
ra, como depois fe vera, ategora 4 Floreceo com grande fa
não acabou de largar o appelli ma de virtude particular, &talé
do de Santa Clara d'Entrambos os to húa fua Abbadefa das anti-lº
Rios, pelo qual ele me{mo feno gas,chamada D.Beringeira Fer
mea, & outros o nomearão em "nandes Ferrâz,natural da cidade
muitas das efcrituras.Hüa he de do Porto, onde teue hum irmão
D. Maria Fernandes de Maga por nome Vºko Fernandes Ferréz,
lhães, Abbadefa do moteiro muito nobre nofangue,& na fa
de Valboa em as ribeiras do Mi milia.Tiuemos della noticia por
nho, que depois fe trasladou a duas prouisões, q el-Rei D. Fer
Sant-Anna de Viana: outra de nando, affitindo em Leiria,paf.
BiÍpo do Porto D. Ioão de Aze fou à fua intancia a os finquo,&
uedo. Aquella lhe fez doação de á os feis de Dezembro, anno de
hum cafal no anno de 1443: ef. Chrifto 1376. Em húa lhe con
te no de 147o. concedeo a qué cedeo por Iuiz a Domingos Pi
lhe déffe efmola quarenta dias res das Eiras nas demandas do
de indulgencia;& ambos lhe de moteiro:em outra mandou a Lo
rão o dito nome . Demais que po Gomes de Lyra, Meirinho |
por memoria do que foi, ainda mòr no Entre Douro & Minho,
hoje fe ferue do me{mo fello, q que a ninguem confentife, por
tinha antigamente,& imprime a mais illutre que foffe, fazer al
figura da gloriofa fanta Clara güa detença fem muita neceffi
entre duas torres, femelhança dade na vizinhança do moteiro,
do moteiro, cercadas da corren ou no Couto, em rezão dos gran
te dos dous rios, com etas letras des damnos,que difo lhe refulta
por orla. S. Ahbati/e,$r conuentus uão, porque lhi danauão os laurado
Zºnãr. S. Clare de inter ambos riuos; res, @ defiobrauão/e por ef, as ter
que dizem em portuguez.Selo da ras,como diz a prouisão. Na pri
-Abbadº/a,Grconmentº das domnas dº meira lhe chamou Z). Zeringeira:
Entrambos ºs Rios. Doutro fello na fegunda, 2. Zeringuela, & fe
particular víauão as Abbadefas ouuera terceira, muito pofuel
antigas, co a imagem da Virgé feria chamarlhe Z). 2erengaria,
Senhora nofía, affentada em hú # todos etes nomes, pro
throno com feu Filho vnigenito nunciados com eta variedade,
nos braços, & á roda eta letra. vinhão a dizer o me{md, & ora
S da -Abbadº/a do nº/feirº d'Antrã huns,ora outros (e vfauão. Eito
+"
Bbb 4 me{mo, <=º
/*

572 Liuro V. "D7 hi/toria Serafica 77 T;


} me{mo notamos em D. Berenga dos, que conuinha ir Abbaden,
ria de Cardonaja nomeada afi de fóra;& qualquer,que elle fof.
ma, a qual em alguns papeis da fe, nos motra, que eta era mu
demanda, que trouxe cõ o mof lher de grande talento. Se ella
teiro,tambem fe chama Zeringei foi a me{ma ferua de Deos, a
$"á. , -

cujo imperio as freiras defuntas


5 Etando a Abbadefago em Villa do Conde fairão das
uernando fantamente o feu mof fepulturas pera lhe obedecerem
teiro d'Entrambos os Rios, foi em feu lugar o diremos.
mandada dos prelados a Santa
Clara de Villa do Conde pera C A PITVL O XXV.
la fer Abbadefa. Afio conta a
certidão d'Antonio Martins, Ta
. | belião do julgado de Penna fiel Solicíta a Rainha D. Filip
de Soufa, que elle pafou em pu pa mudança defe mo/leiro-lan
blico a os 13 de Ianeiro da Era ça el-Rei primeira pedra no
1422 que foi o anno de Chrito
1334 & relata o feguinte. A fa-l. edifício noua, & fibre ou
ber, que Xtaria Xartins Vigaira, tras mercès impetra
@r º conuento do mºfeiro d'Entram confirmação do
bos ºs Rios, @r Zºom Fernando d'As
torga 2ánistro dos frades Xteaves,gr Pontifice. .
das domnas defanta Clara da Prouin
cia de Sant-lagº requererão a o lu I Oi defcobrindo o tem
iz do feu Couto, chamado Va/co po vrgentifimas rezões
Lourençº,que mandaffe a Ioão Mi era as freiras fe motra
gueis lhes largaffe húa granja de rem defcontentes dete fittio, de
Iugueiros, a qual elle trazia mal fejando outro, o qual lhes fofe
emprazada.E diferão, que fazi melhor,porque era defpouoado,
º\,
ão ete feu requerimento perf@ & sò, & os muros não baftauão }
por º ditº mºfteiro,que era fau4 vago pera fua defensão. Em particu
por 2.2eringeira Fernandes, que del lar, quando ardião as guerras de
lefoi poítumeira Abbade/agr ora he Portugal com Catella, era ma
-Abbade/a dº mosteirº de Villa do ior o perigo, & elas fobrefalta
Conde.Não nos conta das rezões, | das ná
• lo algum defcanço
que obrigarão a darlhe eta Pre pera poderem viuer na regular
lada: mas bem poderia fer, que difciplina com aquella perfei
entre fi difcordafem no tempo ção, que pedia o epirito.Pelo q
{ó, eleição,fe
de por onde contafe
não ouue aos prela
outro ca o Metre frei Ioão Xira, fendo

feu Vifitador,& Gouernador, &


junta
- - ------- ----
|-
----*-*-* - -

juntamente Princia de Portugal. …" ; 73


Confeñornadel-Rei
# Menores •
|
1feijãoxia. Confeñor domé{
D.Ioão I, pedio com muita infº |mo Rei ha lembrana quandº |
tancia à Rainha fua mulher,por era neceffario. Quérendo pois
nome Z. Filippa; que o quizeffe étemagnifico Rei executaroé
mudar pera a cidade do Porte. ela intentou,com grande gloria
E ela,por muito afeiçoada à Or| fua,veio em pefoa ao 'orto, &
dé de fanta Clara; tomou tanto f^*# o Bipo D.Ferná
t o da Guerra (eu fobrinho o mo
a feu cargoeta generofa obra;á
| repretentando em feu nome, & do com que as primeiras pedras
das freiras a o Papa Innocencio feauião de lançar. Feito ito,a os
| VII, as fobreditas rezões, onde 28 de Março, anno de Chito
delle húa bulla, & licença pera 1416 faiô da sé pera os #
fazer a mudança. Começaua ef Carualhos a mais graue procif: {
--::= # "riº …. ** * ** * * --

tabula, Sacra Religionis:dada em são,que eta cidade terà vito atè|


|

Roma a 12 do mez de Março, hoje. Foi nellavetido de ponti.


anno de Chrito 14o 5.&primei fical o Bipo afima dito comba
ro de feu pontificado; a qual ve go, & mitra, acompanhado do
|io remettida a o D. Abbade de Cabido,& do Clero: huns com |
Santo Thirfo,da Ordem do Pa capas, outros com obtépelizes,
|triarcha são Bento,que julgadas & depois as duas communidades
• } 1 •• • • . * * * * *-* * * * *
3Spremifas lhe daria inteira de são Domingos,& São Francif
execução. Tratoufe logo do fit co, que só auia no Porto. Acom:
|panhoua el-Rei com féus filh
tio,& a cidade o deu junto,& dé

tro dos muros, onde chamauão | o Infante D. Fernando, & ofe:


ºs Carulhos dº monte,outros dizeml nhor D. Afonfo, Conde nefe té
Codºfal,pera a parte do nafcimé pode ########mé
to do fol. Mas por não perder a ro Duque de Bragança, aos que
honra do moteiro lhe etar pé esfeguia toda a Cortes todae/
#"... fionado, º lhe poz foro de fºis acidade concorresp;# Air
# jvintéis cada annº que bom fora|maro Bipo de Marrocos, D.frei
# terfeja perdoado, ou a o menos || Lourenço Bipo de Maiorgas,D,
|174. remido, pois outras Communi-frei Martim Aires Abbade de
dades que chegarão depois def; Santo Thirfo, Ioão Gomes da
} lestinguirão muito maiores# Sylaa,Al##mºr, Jo㺠Rodri.
-

SOCS. "" ||gues de Sá Camâreiro môr Perº


| ..2 Nete tempo faleceo á || Lourenço de Tauóra, Gomes
fobredita Rainha primeiro, que||Soares de Paída, Gil Vafques dº
a mudança chegafe a ter prin-||Cunha, o que fez as catas de Mõ
tipio: poto que a deixou encõ-||chique , onde agora efia outro
mendada a el-Reifeu marido,&tl moteiro da ordé de fita Glarº,
- - - -- - - - -- . – &#-eu-------
••••
— — — 574 --- Liuro V. Da hifaria Serafica dos frades
# & outros muitos fidalgos, caual- " templo de Santa Clara do Porto,
| leiros,&cidadãos da te rra,& cõ
elles húa multidão notauel de
Foi profºguiado o Bipo afolem |
nidade do ºficie, & benzeoto
homens, mulheres,&mininos;& dº aquellespaçº que ºccupa º
em fim todo o pouo... __ -_. Igreja. Depois dito cantou mil.
3 Chegando a procisão fa, º Bipo de Marroços queiº
com eta grandeza ao lugar afº tenda,quÉpera efte (acrificia di
finado, o Metre frei Ioão Xira uino etapaja preparada, & Ptê
Vifitador das freiras, que nete gou o de Maiorgas. Genta tu
cafo era feu Prócurador, prefen do do intrumento,que loão Doi
tou a o dito Abbade de Santo mingues Tabellião da cidade e
Thirío a bulla de Innocencio creueo no me{mo acto,çõoque!
VII. pera que como feu Execu vai ajutado o que temos referi
|tor, & Commifario Apotolico | do. * * * * * *--* • iii…
lhe déffe execução.O D.Abba -
Foife, el Rei, pera Cin
••• •
•• ••
-

de,que ja tinha jutificado a cau | tra, & de lâ mandou logo duas


- -

fa, lendo primeiro em voz alta a cartas notaueis á o moteiro,bña


fentença, lhe deu pote do cam de 2o, & outra de 22 d'aquelle
po,que etaua demarcado. Logº Maio feguinte. Na primeira e
o Bipo do Porto, afi como eta relata a fubtancia de toda eta
ua nas vetes pontificaes, leuan hitoria, mas diminuta,& vicia
tou no lugar, onde agora feve a da em parte por culpa de quem
capella mòr húa cruz de acypref efcreueo a carta, como ainda ve
te,& continuando com aquellas remos; & vém a dizer o Rei. E
ceremonias, que netes actos fe |ºfia certa lhes mandamos dar por me.
vsão,benzeo a primeira pedra,º | mºrialpera/empre de guarda defeu di
qual em feu nome, & do Clero reitº, @rdeshipera es, que depois de
lançou na parte direita do cru nos defenderem,auerem,65 receberê o
zeiro da igreja.El-Rei lançou a | ditº muflarº em flaguarda@r defen
fegunda por fuas proprias mãos | tmento, ºficamonas º recebemºs, por
no canto direito da me{ma igre quantº pornosfºi ºficimº ditº he,fun
ja,que età junto da porta: o In dadº@edificadº.Afegunda foicar
fante D. Fernando,a terceira no |ta de protecção, pela qual rece
outro canto, que lhe ficaua de beo no feu emparo não sò o mof
frõte:o fenhor D.Afonfo,a quar teiro nouo,fenão tambem o an
ta na outra banda do cruzeiro tigo, dando priuilegiosamplifi
em correpondencia da que o mos a ambos pera os teus calei
Bipo lançou. E fobre etas qua. ros,& pera fuas herdades.E que
tro pedras fundamentaes,& Rea rendo ainda corroborar com fir
es età hºje leuantado o ínfigne meza infalliuel o que fe tinha
{

obrado,
- - - - -
… -- --
• -- - -- - • --
->••
--—T=T== -

Menores na Prºuinca de Portugal. - 575


obrado,ouue bulla do Papa Mar erro o tem feguido depois a "Be c.tohn. As

| tinho V, que por ella approuou nedictina Luftana,& nele me{.. trat. 1.C.5.
a licença de Innocencio VII:cõ mo caio aquelle Fernão Rodri- *
firmou a eleição dete fittio: en. gues, que efcreueo a primeira |
carregou a o dito padre Xira, carta del Rei, referida no capi-|
que correffe coas obras,ordenã tulo paflado,o qual não fabendo}
dolhe. tambem, que no tempo, cuja era a licença, & ouuindo
| em que viedem as freiras, trou dizer, que efta (e publicára no
xefe com ellas feis muito anti lançar das primeiras pedras no
gas,& graues d'alguns moteiros dito moteiro nouo, quando ja o | •A

da Ordem, pera que húas,& ou |Papa João gouernaua a Igreja,


tras formafem logo conuento a elle attribuio a febredita licê -

| de grande au toridade. Começa ça. Porêm efa muito d'antes fe


| a fua bulla: His, que pro eclesiarum: auia imperrado de Hnnocencio |
| dada em Florença a 14 de Setê VII, como motrão tres é{ctitu
|bro, no anno do nafcimento de ras contetes,que não fofrem ex
|Chrito 1419, & fegundo do feu ceição. A primeira a me{ma bul
pontificado. Mas em quanto as la original:afegunda,o feutrasla
| obras no Porto correm, iremos do interto no auto,que efcréueo |
| nòs apurando algüas detas ver o dito Ioão Domingues acerca |
dades. * * * . - ? : - "" )
da fua execução: a terceira, a bul |
la de Papa Martinho V, que ja
r-C. A PITVL O XXVI. temos alegado; nas quaes todas
nòs achamos fêrella de Innocé
cio VII. " *** #cº cº"… ii
|Refluem-je com certezaal " … Foi afegunda centura-3 |
1 –1• - - - •• 2 - "1","

| guns pontos, que pertencem em dizer o Manruano,que ardê


ho -
-

à mudança dº mº/-
* 2 -
do a guerra de Portugal com |
* • ' +· ·· · - •
Catelia mudou el-Refömotei |
3. - , ,, "1 tetro. \ #…
ro:Ebem vemos,que falou com
- … # : #: algúa confusão, porque quando
ir ATT:M tres coufas centu |alicença fe pafou auia iregoas
: * *** *
.t = tt | … ", rou o "Catalogo dos no reino, & quando o moteiro
**| *-* bipos do Portoão nof| (e começou a fundareRadão as
|fo* Mantuano. A primeira, em | pazes feitas. Mas quiz dizer, que
*pag811. | dizer, como nòs tambem dife
as guerrasderão também occa.
| mos,que a bulla,pela qual (e cõ fião á mudança por repelto dos
| cedeo a mudança, era de inno damnos,& dos trabalhos, que as
|cencio VII: Porque entendeo, feiras padecião no feu tempo.
] que era de João XXII, no qual Nem fez bem em negarito o
- - - - ••• • —_Autor_
--…"
TxõTL…VIDIERS…Fa Z
• | Autor do afirmou
pois afio Tobreditoo me{mo
Catalogo,
Pa ! na dita primeira carta pelas (e-
guiates palauras. Enºmbra…",
pa Innocencio pelas feguintes. que a Rainha 2. Filippa minha mu
| palauras.Quia nennunquam,Crpre lher,º que Zeos cre/cente em a fua glo |--

| cpuèyrgentibus guerris in regno Per ria, antes de seu finamento nos encem
tugake,frequen; adilludpatetacce/us. mendou,gr pedio de mercè,que º mam
E poto que ja então etiuefem daÂemºs fazer. A terceira, fer o
| as guerras fepultadas,não efque Metre frei Ioão Xira Vificador
cião os males, que elas tinhão do moteiro,& Confeffor do di
caufado,os quaes tambem de fu to Rei,que tambem lho lembra
|turofe podião recear pela muita ua, como ele confefou na mef || |
incontancia das pazes,& das võ ma carta dizendo deta maneira.
tades. • • •
Efiando nºs na cidade dº Porto o}tes
Diz mais o dito Autor, trefa le㺠Xira,frade da Ordem de
que fe por caufa das guerras tras: são Franciscº,nºfº Confº/òrnos reque
ladaffe efte moteiro el-Rei, ifo reº,Grpedia de mercè,que edifica/emos
me{mo ouuera de executar, o q na dita cidade º mºefieirº de Santa (la
porêm nunqua fez, noutros mol| ra d'Antre ambolos Zios.Se nos ou
teiros daquelle me{mo bipado, tros moteiros concorrerão ef
que na fua deuação erão iguaes, tas proprias rezões, terião elles
& tinhão o me{morifco. Mas ef> então a ventura, & o fauor da
ta igualdade em a deuação do mudança.
Rei nos ouuera de prouar,& da .4 A terceira centura con
do que a prouaffe, ainda nete tra o me{mo Gonzaga o argüe
moteiro auia outras rezões,que de efcreuer,que no anno do naf
podião grangearlhe particulares | cimento de Chrito 14 54. fe al
fauores.A primeira,o amor e pei cançou o breue de Innocencio
cial,que lhe tinha fua mulher a pera mudar o moteiro; o que el
Rainha D. Filippa, a qual tam le não efêreue. Dife só, que no
bem em feu nome mandou pe fobredito anno fè praóticou a
dir a licença da mudança, como mudança, & nito fe enganou.
dife o me{mo Papa. Sanè charf Quiz o nofo "Annalita deícul
/2342 inChrfis file nofire Philippe.Por pallo dizendo, que fora erro de
tugalegralgarhjRegina ilíris,º quem nefa forma lhe efcreueo
earumdem Abbatfºrcanuentuipe etes numeros, auendo elles de
titia continebar. A fegunda, deixar |fer 14o4:caio porém noutra fall"
ella encommendado quando ta,onde lhe daua a mão, porque
morreo a el-Rei, que nete par nete anno vltimo nem a licen
ticular lhe comprife feus defe-i ça etaua ainda dada. Eteue
- jos, o qualito me{mo declarou pois o engano de Gonzaga em
CO[] [41.
—T
+ - - -- - - -- - • • • •••••• • •-- • - |- - - - -
Menores na Prouincia de Portugal. 577
contar os ditos annos.1454 por
annos do nafciméro de Chritto, CAPITV Lo XXVII.
fédo da Era de Cefar, dos quaes a
batédo 38 ficão fomente a Chri São mudadas as feiras pera
to 1416,& nete anno auemos
nôs ja e(crito, q foi dado o prin o Porto,onde porfeuprimor,
cipio a ete moteiro nouo. &# virtude recebem ou
5 Mas tambê reconuiremos
agora o fobredito Catalogo por trºffauvres.
chamar 2 frei Nicolas aoBipo de
Marrocos, o qual (e achou pre I - Ançadas [1] igreja có -

fente, & cantou mifía quando (e tanta folemnidade,co


lançárão as ditas primeiras pe mo ja temos efcrito, ás
dras. E nafceo efte feu erro dopedras fundamentaes,por conta
defcuido de quê efcreueo é Cin do me{mo Reife erguèrão as pa
tra a dita carta d'elRei, nomea redes,& ito nos moltrão as Íuas
da tantas vezes,porá não fabédo armas por fima da porta della.
elle a ete Bipo o nome,deixou o No demais entrou o braço,& ca
ficar em branco. Nòs vimos a bedal do moteiro, mas tão fra
"
carta original, & he verdadeiro co,4 no anno de 14 jo, a 13 do|
ete nofo tetemunho.E qué de mez de Maio não etaua acaba
pois a copiou em o archiuo da do. E pela me{ma rezão lhe vnio
|Sê encheo o epaço branco cõ a no dito dia o Arcebifpo de Bra
|letra N, a qual vulgarmente he o ga, que ja era D. Fernando da
mefmo,que Fulano.Mas achãdo a Guerra,a igreja de Sant Iago d'-
neta forma o Autor do fobredi Amorim, dizêdo etas palauras:
to Catalogo,interpretoua,cõfor Porque tanta heapouquidade das renº
me lhe pareceo,por principio de das,que desquantºha, que he começado
nome,& efcreueo Nicolao.Decla de fe fazer º ditº moefieiro, nompode
rada afi a raiz dete engano,o /er acabado. Entendemos porem,
certo he, que o Bifpo fechama que etaria perfeito no de 1457,
ua Z).free/limaro, Confeflor que | quando o Bipo de Sylues,& Le
fora da Rainha D. Filippa,& fra gado Apotolico D.Aluaro etã
de da nofia Ordem. E efte no. do neta cidade concedeo cem |
me lhe deu o dito João Domin dias de indulgencia, Adeus confer
gues no auto, que efereueo (obre uationem, a quem com fuas efmo
o lançar das pedras, o qual ete las o ajudafe ; não dife;na fabri
ue prefente, & a todos nomeou ca, fenão na conferuação ; o que
pelos feus nomes,interpondo fua | fuppunha etarem feitas as o -
-4

fé_______ bras.";" | " *, * *

----
º Ccc

2 Muito
-->
…--—
578 Liuro V. Da bifloria Serafica à fradas
2. Muito antes,como ouue darãoÍe a efte todos os feus pri
cõmodidade de cafas, em que as uilegios: outros alcançou de no
religiofasfe podefsé recolher,lo uo,& alguns tem a Camara re
go tratou dellas viré o Infãte D. giftrados nos feus liuros. Afif.
Duarte,cõquéfeu paenefetépo tem nelle Confefor, & Capel
tinha partido o gouerno,& etá lão: ambos da nofia Prouin
do em Cintra a 16 de Setêbro C13. |-

de 1427, elcreueo à cidade húa. Com eta mudança (e me


carta cõ grandiffinos empenhos lhorou o moteiro, gozando por
fobre a fua mudança. A cidade, fundação da hõra de fer motei
que o me{mo defejana,deu nito ro Real. E porifo o me{mo Rei
1
tão grande prefa, q fendo 22 de D. Ioão I, que nefa forma oti
Oitubro ja elas etauão nete nha autorizado, declarou á era
moteiro, & nefe proprio dia os feu,na carta de protecção ja re
Iuizes Mem Cerueira,& Aluaro ferida º afima, dizendo etas pa º cap. 24.
Rodrigues de S. Thirto lhes fo lauras. Fazemos/aber, que nos que:
rão dar poffe delle. rendo fazer graça,9 mercê às dom
3 Era então Abbadefa,& trou nas donº/amºfeirº de Santa(lara do
xe todas as freiras d'Entrambos Portogrc. O me{mo dif{e elRei |
os Rios, D. Mecia Aluares C,an D.Duarte, quando a 15 d'Abril
fanha,cuja memoria no regimé de 1434. *lhe confirmou todos b.arch.da
to da cafa, correndo do anno de
os feus priuilegios : motrando Cam, Ldos
* 388 em o moteiro antigo,cõ ambos,& tambem motráão ou-tegiã.
tinuaua aqui no de 1429, masja tros,que era caía Real,& da pro
dahi a dous annos feruia de Ab tecção dos Reis. * …P.
badefa D.Leonor Ferlâz,a quê 5 Mas forão bem empregados
nefe tépo o Eferiuão de hú prá nas freiras etes fauores em.re
zo chamou irmám dº Arcebifio de zão de feré agradecidas, ofere
Zrºga.Não vierão també outras, cédo a Deos cada dia orações pel
porá era falecido o Metre frei los augmentos dos reino;& do ef
Ioão Xira,ao qual Martinho V. |tado Real.E fabêdo dete feupri |
auia encõmendado que lhes ajú mor os Reis, lhes fizerão a efa !
tafefeis, trazidas doutros mof. cõta outras muitas,&grandiotas
teiros; & cõ etas do feu cõuêto mercès. ElRei D. Afonfo V, lha
antigo crefceo tanto a fua com fez dos dous padroados das igre
munidade,que paísão hoje de cé jas de Pennajoia,& Ramalde pe
to.Ficou em pé a igreja pera fer "ra poderem vnir as rédas ao mo
uir da parrochia,fem núqua mu teiro, por muitas orações, (como el
dar o nome de S. Clara do Torrão, le declarou)que fomos certos, que por
ou de Entrambos os Rios, Trasla- }los Reis pafiados, @ por nºs fazem
* 1 -. . *
6/77 - . .
==…" • • • • • •- -
*** …mass=º
-*-****---
-------------+"_"….…------

| | Menires na Prouincia de Portugal. ! #9 —,


1
, <<
em cada hum dia. Por ete me{mo! [he daua o pai roado de S. Joaoji |
+

refpeito lhe cõcedêo el-Rei D. da Folhada, porque nelle É f* } |

|
Manoel a vnião da igreja de São | ga muitº fºruçº a Zeor, grauia |
}
Miguel de Balães: a faber,como murras honraxºs; @) homºfias religio :

elle tambem diffe, por rezão da /as. Taxíto pôde a virtude, que {!
honºfiidade@ybom viuer da Abbade/ dete modo catiua os corações, |#
/* @rfreiras do dito mº/teiro, @como & vontades. " " …
• • * º

em filas orações nos encommendão a


\
Zeos.E defejando,que sépre elas CAPITV

: #;" |
Lo XXVIII. | * ** * * * *
guardaísé o rigor da regular dif *

ciplina,q por vétuta no feu tépo Memoria da infgne Al


as liberdades da Clauftra auerião 1 -: y Ar r> "… " , " ". …

mitigado, na me{ma carta, em á bad fi D. Briolanja ,


lhes fez a mercè de dez mil reis|| | … Ferràx...
cada anno na alfandega do Por |-
r .*. * * * * *
* *

:: : {
to, acrefcentou eta claufula. E a 1 /TTEue o feu nafcimento
dita. Abhadefa,(}freirafrão obri-l! … neta cidade do Porto,
--
gadas decomerem em refeitoria. a qual della, como o
6. Tinha porém grande no mefmo moteiro, fe pôde muito |
me a muita religião,em que elas honrar. Seu pae era Afonfo Fer
florecião, não fométe na opinião ràz, fidalgo da caía do Principe |
dos Principes,mas de todos vul D.Ioão filho delRei D. Afonfo|
garmente,que etimãdo (eu cre V, & Thefoureiro de todas as |
dito lhes fazião à conta delle mil fuas terras : fua mãe chamoufe |
bés. Só tres exemplos daremos, I/ahel Fernandes no tépo, em que o |
podendo fer muitos mais. O pri Zõ,ainda na gête nobre, não an-1
meiro, do Arcebiípo de Braga, daua tão fafado.Em chegãdo ao |
que vnindo a o moteiro a dita vío de rezão,logo ambos a dedi-| |
igreja de Amorim tomou també cárão nefte moteiro a Deos de
por motiuo, auer nelle muitas,9r baixo da criação de fua tia,& Ab
mui boas freiras, gr dºnas,9r e/as de badefa perpetua D. Ifabel Fer
hone#4,6% boa vida. O fegundo,de raz. Aqui neta efcola da sãtida
Rui Dias Vigairogéral do Porto, de defcobrio tãto taléto,4 a me{
o qual diffe,que lhe vnia a igreja ma Abbadefa,fendo ella de 22 |
de Ramalde em rezão da muita annos,lhe quiz largar o lugar pe|
honºfiidade,gr boa vida das domnas do rafeu defcãço proprio,& por pro |
dito moteiro,Q} comº hiº Senhor Zeos ueito cõmú. Pelo q renúciou nas |
he bem feruida,Or louuado. O tercei mãos do Papa InnocécioVIII.cõ |
ro, de Pero de Catro Alcaide declaração,que dipéfafe cõ ella #

rmór de Melgaço, que declarou | em a idade,pera étrar no officio, #


?
Ccc 2 {e o
58o Trº V. Da bifloria Serafica dos frades - - - -

fe o conuento a quizeffe eleger. Tha fizefem perpetua. Corrião


Veio cõmettida a fua dipélação elas luas preté{ões portodos OS
a Pedr-Eannes Machucho Vi tribunaes dos Papas,Ordiharios,
gairo geral no Porto, & sédo pof & Nuncios, occupando també
ta em votos a os 4 de Dezébro | nellas os me{mos Embaxadores
de 1491, faio eleita cõ todos sé do reino,que affitião em Roma.
lhe faltar nem hum sò, Pera tudo tinha traça,& todos a
, - . . .*. * * * *
2 Começou a gouernar,& ajudauão. . . *--

fempre foi gouernando cõ rara 3 As doações,que alcãçou


prudencia,grande zelo,& induf o moteiro por fua contempla
tria,como mulher muito infigne ção,não he pofiuel cõtallas: mas
na arte. O mais,& melhor, q ho affi o merecia o feu agradecime
je tem o moteiro de rendas, & to,como fe vionete cafo. Fica
edificios,a ella fe deue tudo.Em rão por morte de hum dos ditos
húa appellação, que fez a comº abbades algüas obrigações, que
munidade quando por breue do tinhão pouco remedio, & ela as
Papa a tirauão do gouerno co emparou ajudada das mercês, 6
mo ainda diremos,(e alegoueta pera ifo pedio a el-Rei D. Ma
rezão entre muitas: a faber que noel. E como o feu intento nun
antes della importarião todas as qua foi engrofar a os parentes
rendas da cafa ao muito oitenta cõ o fanto patrimonio de Chrif.
mil reis,& q por fuas agêcias paí to, quando veio a partilhas com
fauão de quatro cétos. Seis igre feu irmão Iorge Ferràz Com
jas vnio a fi o moteiro, das qua mendador da Ordem d'Auiz, o
es ella procurou as vniões. Pera. qual a fauorecia nos negocios da
ito pedio alguns padroados, de cafa com grandes defpezas fuas,
outros alcançou confirmação,& muito mais cortou por elle, do
hum, que não lhe feruia muito, que pelo interefe da fua cõmu
logo o trocou por outro, cuja nidade.… " ": ' . . . .
igreja fe podia annexar. Como 4 Etaua apertado o mof.
tinha os padroados, fe as igrejas teiro no meio de dous caminhos,
breueméte não vagauão,trataua hum dos quaes fe mettia entre
de grãgear a võtade dos abbades, elle, & o muro da cidade. E ete,
inclinandoos a elles renúciarem que lhe fazia mais damno,tapou
nas mãos do Summo Pontifice ella, & incorporou na cerca ven
em fauor dete proprio motei cendo refitencias valentes com
ro. Pedia algüas vezes a vnião o pezo de fua autoridade. Outra
por certo tempo,porque lhe era obra intentou de grande pôrte,
mais facil, & dito mefmo fazia mas muito difficultola, como foi
depois jutiça pera procurar,que trazer a o moteiro a agua de
T

hnns
7
–=-

TMZ…Priã Phygal fºi


huns cafaes, que pertencião á … e Rio de Hradiš Mas |
meza Epifcopal: no que metteo por quanto a fraqueza humana
tanto reto, que e{Reliefcreuëo aaia ja dekaido dos rigºj, és,& af
em feu fauor. E como tinhatão, perezas antigas,& as freiras eta
forte intercefsão,o Bipo D. Pe. oão efcahpulofas alcançou duas
dro da Cota lhe fez prazo pera bulas Apofolicas pelas qüãesfe
sépre dos (obreditos cafaes,& el. <õcederão alguns fauères, & cõ
la ficou pagãdo a qué d'antesics i eles ficarão quie rasas côn{cien
trazia o valor de todas as fuas vi cias. Alcançõu tambélitêça do
das. Dete modo te fez{enhora Papa Cleméte VII. (tanto era o
da fonte,& dos cafaes;& trazen { feu zele), pera é as Abbadefas
do ja a agua por canos feitos de acõpanhadas de outras religio |
nouo, lhe pedio o Bipo D.frei ifas podefé em cada anno vificar
Balthezar Lirpo, q deixaffe vir as fuas propriedades, as quaes tô |
cõella a do chafariz da Sé, a qual a fua vitá (e fazião mais fédofas.
não vinha,auiaja muito tépo, por 6 Indo affigouernandona
eftaré detruídos os feas canos: obediencia dos Clauftraes, o

no q ela cófentio cõ algúas có: Metre Prouincial frei Fiãeifco |


dições, q não tocão a eta noffa do Porto the mãdou notificarno |
hitoria.Trouxe é fim eta gran mez de Março de 1537, a Conf
de Abbadefa pera a cidade a a tituição do Papa Paulo III, pela
gua,á os Bifpos não querião, ou qual extinguia o gouerno das
não podião trazer, cõ tãta vtili Abbadefas perpetuas ordenãdo,
dade do pouo, q el-Rei D.Ioão 4 feu oficio durafe sò hú trien
III lhe deu as graças por carta nio. Porém as religiofas, q neta
feita é Euora a 26 de Iunho de querião eternidades, appellarão *

1537,õde diz etas palauras,Esé pera o mefoo Põáfice, & tintas


e por Wo achareis em mim peravós rezões lhe derão,q ele mandou
@r todas as cou/as deja cº/a aquela há brede logo no anno feguinte,
boa vontade,que porȼ/as wrtudes, @ no qual a exceptuou da jobredi
das religio/a; dela mereceis. * * *
-*-*
talei geral, & mandou exprefa |
5 Ete era no temporalfeu imête, q toda a tua vida gouerna{|-
gouerno: no efpiritual, tinha o ife etacaf. Cótinuando cóete
mefime cuidado de futentar em grãde trabalho de reger almas à
as fubditas, quanto lhe era poff lheas,sé (e defcuidar da foa,mulº
uel, a perfeição regular. Viuião tiplicãqo virtudes, & dãdo exés » - **3-
cõ tanto credito, que a ella (e pe plos fantos, sé loja muito velha, ---->

dirão as primeiras Fúdadoras do & enferma,mandaua que à leoaf


moteiro de Nefa Senhora do fem num carrinho ao coro por
Sepulchro no TrãCofo,cujos no não filtar em os druinos louuo.
****>
Ccc 3 —–
[CS »
-

4 –*
- →

582, Luro V. Da bifioria Seraficados frades


res.Depindo vitimamére toda a fem o etado Obfetuante.
carga mortal, eu generofo epi-}} · 2 Veio o breue dirigido a
rito fe iria alleuiar na compa º Cardeal Infante D.Henrique,
| nhia dos Anjos quando pafiou pera que, affitindolhe tambem
deta vida no anno de 1552, té | os nofos frades, dèfe fim a eta
do 61 de Abbadefa, & 83 de obra tão agradanela Deos.E tra
idade.Com ella acabarão as Ab tando com grandiffimo cuidado |
badefas perpetuas, começando o fobredito Gardeal de lhe dar
as triennaes a feruir: a primeira, nete moteiro inteira execução,
D.Lucrecia de Menezes:afegã fubdelegou fuas vezes no Dou
da,outra D. Briolanja Ferráz, q tor Duarte da Cunha, que eta
era fua fobrinha: as outras vai o ! Deão do Porto, o qual aos 9 de
tempo ajunta ndo. Dezembro de 1 568. o mandou
notificar na igreja à Abbadefía,
c APITv Lo XXIX. & freiras, & ainda que algüas
appellarão foi procedêdo na cau
Do que füttedro na refºrma fa atê deixar o moteiro interdic
|defincafa; & como Dros rida to.Elas fe acatellarão, rebaten
zio algãºs religiº/as, que do feus apertos: mas como nito
não querião aceitalla. remauão, contra vento, & con
tra agua (que tudo era contra
rio), fendo ja 19 de Ianeiro do
I Vanto mais autori anno feguinte vierão afujeitarfe,
* ** * zado etana efte mof protetando mais por brio, que
• <steiro, maior traba por efperança de terem algum
lho lhe deu enjeitar os feus eti. remedio, o feguimento da fua
los antigos,pera aceitar os nouos appellação ... Os nomes das
da regular Ob{eruancia. Pelos principaes,que vierão em acei
annos de 1535. intentou refor. tar a reforma,são etes,que apõ
mallo el Rei D. loão III, em vir tamos. Anna Vietra Abbadefa,
tude de hum breue de Paulo tã Zº. Ioanna de Cytrº Vigaira da cafa,
bem III. do qual era Executor| Z). Inez, 2. Ioanna da Cunha, Z).
D. Braz Neto, Bipo do Cabo Luiza Rangel, ZD. Anna de Ataíde,
verde: mas reuogado o breue pe & outras algüas,que feguirão feu
lo mefmo fanto Padre, tornou o confelho.Logo o Deão incorpo
moteiro a ficar como etaua. De rou o moteiro neta inofa Fa
º arch.de S.
Franc. de
pois ºfe executou a fobreditare milia Obferuante, & dahia fin
Lisb. |forma por breue de Pio V, quã quo dias lhes veio tomar a tua o
do elle obrigou a os Clauftraes bediencia frei Antonio de San
dete reino, q fem replica tomaf tal êm Guardião de São Francif
co da
-->
- - - - - … -- ---…- - -

… Menores na Prºuincia de Portugal. ----- 4583


|co da me{ma cidade pela parte efpirito: a fegunda,sôr Simoa de
| dos prelados
• 3 * Feito ito mandou -o | são Pedro filha d'Afonfo Bran
da Prouincia.
dão,& de D.Maria Pereira, mo
Prouincial frei Balthezat Cura radores na Rua noua do Porto,
do noue freiras illutrifimas, & da qual dizen, que poucº antes
muito religiofas, todas de Villa de morrer lhe appareceo vífiuel.
do Conde pera que nete mof | mente, & a confortou a Virgem
|teiro plantafem a fanta vida,em | Senhora nº fsa.
- -, ">

| que elas andauão exercitadas. | 4 Quando o motéiro acei


Foi húa a Abbadefa sòr Guio tou a dita reformação, támbem :
|mar d'Afumpção: na relação da fe deu liberdade perafe fairem
| fua caía nomearemos as outras. | delle aquellas, que não gótafº |
Mas ou ella fe motrafe com do (eu modo de viuer:E faíndofe {
excef[o rigorofa, ou as me{mas | algüas, logo o Pator divino as|
condições, que auia de dobrar, | fez todas recolher a efte reba |
fcfem taes,que eftalauão de du nho fanto, fóra do qual náo eta
| ras, ela com algüas queixas tor uão tão feguras. Hña delas que
nou a ofeu moteiroja pelo fim rendo paísar hum rio, lhe appa- |
do triennio,& todas as compa receo hum homem muito feo.&
nheiras,(em nunquafe defcobrir medonho, que com aípe&tóira
de que pefoafe poderia queixar. do lhe difse etas palauras. Se tu
Ito porém obrigou a os prela não te tornas logº pera o mfieirº, aqui
dos por zelo da fua autoridade a tehei defogar. Outras tres, que el
mandarem outra noua Abbadef tauão com feus paes, vierão tam
fa, & outras Reformadoras de S. bem dizendo, que Deos adilho
Clara de Santarèm,as quaes nòs mandára, & que fóra do motei
|* noutra parte nomeamos. Sºr ro nunqua fuas almas fentirão
2taria do Prefepio fechamaua eta algum defcanço. Hña sò, que fe
fegunda Abbadefa, cujogouer chamaua sór 2tagdalena d'Annun
no ainda aqui duraua em 25 de cução, ficou na villa de Alpedri
Oitubro de 1 574, no qual dia nha em cafa de feus irmãos, por
achamos que fez hum prazo; & rezão d'hüa doença prolongada,
teue tanta ventura, que na fua & mortal mas (empre com fau
| depedida deixou, & leuou mui dades da cella,& abrazados defe
to grandes faudades. Então fo jos de feruir perfeitamente a
rão admittidas no me{mo cargo Deos. Falleceo na me{ma villa
por eleição do conuento as que | pelos annos de 1572: onde to |
nelle profefarão: a primeira,só, do o feu pouo a leuou à fe
Maria do Pé da Cruz, infigne pultura com grande ve
por humildade, & deuação do neração.
C=ITUR.
-*=-=-----…--- –"

•••••• - - - " -

- -
584 Liuro V. Da bifloria Serafica dos frades
cuidando,que fe queimana o lei- |
cAPITVLo xxx." to: mas virão sò eta luz, a qual
| durou muito tempo, & a Serua
Dalgias religiofas* logra do Senhor, alienada de fi, metti
da no meio della. " …
tão applaujºs de fan 12 - Nas outras informações,
,
- ,f
-
- tidade. * ** |-

que fizemos, nos tem ajudado


muito a madre sòr: lfabel da
1 4"N Randes coulº , & fin-| Cruz, digna de noísa memoria,
gulares virtudes auia affi por fua virtude, como pelo
de alcançar tanta ida grande zelo de efcreuer algüas
de,como tem agora efte motei coufas, que ella vio, & notou.|
ro de quafi 4oo annos: mas tu
do nos efcondeo o deícuido dos
Mas tambem não pudèm os al
cançar o neme proprio de húa
|
antigos,pouco zelofos da gloria, religiofa, que no anno de 1586.
que hoje podião ter os prefentes rematou o cunfo fanto da vida
| em louuarem os paflados. Na com fingulares indicios de ir rei
quella informação, que foi feita nar em a outra. Lembra sò o ap
por mandado do padre Gonza pellido de Fanfica, que lhe ficcu
ga,& afinada por finquo religio de quando era Claufiral. A o tê
fas no anno de 1 584, achamos pode feu venturc{o trar fito no
que fe refere a memoria de húa, tàrão os padres do collegio da
cujo cbito nòs entendemosferia Companhia de lefu pera a par
pelos annos de 149o, & contan te do moteiro hum nouo final
do della húa coufa tão notauel, no ceo, do qual forão arguíndo
como eta, ja então efquecia o as fuas felicidades; & efta noua
feu nome. Etaua no leito húa de tanta confolação mandâ1ão à
Abbadeísa. • •

noite contemplando na infinita


bondade d'aquelle grande Se 3 Outra Ifabel da Cruz, q
nhor, que fe fora conhecido ar no tempo das Claufraes fecha
rebatàra as almas, & todas as af. mou /abel de Xadureira, tendo o
{
feições. Foi entrando pela forna feu nafcimento neta cidade de
lha ardente de feu diuino amor, Porto, logo nafceo pera Deos.
que depois de nos criar,& remir Affi o amaua, que tudo o mais
com fua morte fagrada, ainda lhe aborrecia muito. Deixou o
etáfofrendo a noíla ingratidão. mundo pelo etado deuoto da
.Aqui ficou abrazada com tanto fanta Religião, & nunqua mais
fogo na alma,que as chamas re quiz communicar com elle.Tra
uerberauão por fôra em celetes tou o conuento de lhe fazer hú1
refplandores.Acodirão as freiras tença na legitima, que herdara
–1– l
de feus _>*
AMenores na Prºuilula de Portugal. # } 6)
1 de feus paes: mas nunqua o con do em deuação fua alma rogou
fentio por não perder a lembran hum dia á tarde a húa das com |
ça do Senhor, a cuja conta eta panheiras, que rezafle com ella
ua no prouimento de fuas necef matinas do outro dia, Porque
fidades. Não fe contentaua de o então etaria occupada nas def
ouuar húa vez no oficio diui pedidas da terra pera o ceo; &
no, que fe dizia no coro, & na affi lhe fuccedeo, que logo na
cella o tornaua a rezar. Derrama quella manhám feguinte, anno
ua na oração muitas lagrimas,e{- de 1574, foi liure dete penofo
| tilladas na fornalha de feu ardê deterro. Paflados ja feis,ou fe
te amor. Donde tambem lhe naf te, abrindo a fua coua,falo del
cia a compaxão entranhauel da la, & dos ofos fuauifsima fra
miferia dos pobres, nos quaes grancia,que foi batante indicio
empre achaua reprefentado o de terem cheirado bem fuas vir
me{mo Filho de Deos, que por tudes a Deos. : -

fua carídade fendo tão alto Se 5 Nete tempo veio a dito.


nhor fe abateo às miferias huma fa hora da Madre fór Anna das
nas. Choraua,gemia,& foluçaua Chagas, fideliÍsima e{pota do
fe não tinha que lhes dar; & ja Filho de Deos eterno, por cujo
as freiras andauão fobre auizo amor defprezou os cafamentos
efcondendolhe os que vinhão honrados,que podia ter no mun
pedir efmola à porta, porque sò do. Trataua (eu pae, morador
a vita delles a punha em pafla em Guimarães, de cafala com
mentos de morte. hum mancebo de fua me{ma
4 Foi Abbadefa tres an nobreza: ella lhe daua rezões
nos,briofa fempre nozelo da ob pera cortar feus intentos,& ven
feruancia, & juntamente conf. do, que não batauão, fez eta
| tante em fofrer vontades a{pe grande fineza. Era o dia dos pri
ras, com que teue mais trabalho meiros e{poforios: acodio o ef>
em futentar o oficio. Eauendo pofadó: etauachea a fala dos
gouernado conforme a lei de arentes, & amigos efperando,
Deos,ainda affi dizia na occafião que faife, & ela appareceo cõ
da morte, pera confusão eterna o cabello cortado, enuolta nu
d'aquelles, que no gouerno exe ma manta de burel, dizendo o
cutão fua paxão, & feugoto,que que fe fegue. Zefie medo, Q, com
nada temia tanto em o juizo de ºfia galas me tenhojº efio/ado com º
Deos como a conta, que lhe | Filho de Zeus, pera ºferuir em tºda a
auia de dar de quando foi Abba minha vida na Ordem de são Franc/
defa. Chegoufe o tempo della, cº, @ não pºfo mais cºfar. Defen
que fempre feria boa,& feruen ganado feu pae a trouxe a eta
caía --

→ar
58 6 Liuro V. DT S7 do frades
cala de Deos,onde abrazada em contancia leuou tambem aquel
feu honeto amor com elle fala |le agudo golpe, que noutras al
ua, com elle (e entretinha, com mas faria mais impreísão,de lhe |
elle defabafaua. Sentia tanto os cortarem o fio do feu gouerno
tormentos, & afrontas de fua | na reforma do moteiro. Era
cruel paxão, que quando cuida então Abbadefa,& como ouuio |
ua nella caia efmorecida com dizer a o publicar da bulla, da |
accidentes mortaes. Era ito ain qual ja temos tratado,que as pre
da mais ordinario em todas as ladas Clautraes auião de aca
fetas feiras,nas quaes créfcendo bar,nunqua mais vfou do none |
o fentimento co a prefença do de Abbadefa, gouernando sò a |
dia,em que elle padecéo,andaua caía como Prefidente della atè
como louca pela cafa, choran conuencer as fubditas, que ain
do, gritando, & foluçando de da etauão endurecidas, a darem |
modo,que cortaua os corações a obediencia aos nofos prelados
quê a via tão trite. Algüas vezes da regular. Obteruancia. Feito
a encontràrão na horta fufpéfa, ifto, & mudando de eftado, mu
& leuantada no ar, & depois dou tambem o appellido de V
quando tornaua em fi erão duas eira, do qual vfaua na Clautra,
fontes os feus olhos, que muito pelo fobrenome fanto das Chagas
tarde chegauão a etancar. Afi do Redemptor. E recolhida cõ
fe foi confumindo até fe pôr em elle em fantas meditações, de
etado,que fó a pelle lhe e{con tudo (e efqueceo. Etando sò,
dia os ofos,& todos elles fe po muitas vezes a ouuião conuerfºr
derião contar. falando,& repondendo,com in
6 Nasafperezas da vida,& dicios de que neffe tempo tinha
no grande fofrimento de fuas pe algúa vifita dos móradores da
nalidades era hum marmore du gloria. Declarando finalmente
ro,que nunqua femagoauá. A o dia de fua morte, & ordenando
potemoufelhe hú dedo, q teue primeiro as coufas de feu enter
necefidade de golpes,& de cau ro deixou efta vida momenta
terio, & quando foube que lho nea,& trite,& foi gozar da eter-|
querião cortar,alegre em o epi []3.
rito rogou muito, que foffe em 7 Outra e{pofa de Chrito,
feta feira,por fe parecer nalgüa chamada sor. Francisca de leu,
coufa com Chrifto. Quando em fez as mefmas diligencias por
fim lho cortàrão leuãtou a voz, não lograr outro thalamo, refif.
& dife. O Senhormo deu, o Senhor tindo tambem nifo à vontade
mºtirou: feja ºfeu nome pera fempre de feu pae. Continuaua as vin
bemdito...Amen. Com eta me{ma das dete moteiro com Pretexto
de
-- -

Menores na Prºuincia de Portugal. #-


de ouuir na fua igreja mifía,mas a aggrauauão (que não faltão ef.
o feu intento era procurar o fan tas occafiões a os jutos pera
to habito da Religião fagrada. mais merecimento), ajoelhada
Vinha à porta regral, falaua co em terra pedia perdão a efas
as Porreiras, chamaua a Abba me{mas pefoas,que a tinhão of
| defa, & dizialhe toda banhadafendido, dandolhes tambem as
em lagrimas: Não me recºlherà graças de a quererem tratar co
yofa mercè por amor de Zeos em fua mo ela merecia. Sempre diffe,
companhia?As freiras o defejauão, que com o proprio habito, que
porêm não fe atreuião a ofen vetio na entrada do moteiro,
der a leu pae, o qual era muito auia de ir à coua, & afi aconte
rico,& poderofo no Porto,& nel ceo,porque o grande rigor,com
la fundaua toda a fua deícendê que fe tinha tratado nos quatro
cia. Mas o Senhor, que lhe deu primeiros annos, a confucio de
etes defejos, lhos deixou tam maneira,que lhe faltou o alento
bem lograr, desfazendo os me{- a os 24 de idade,& no de Chrif
mos impedimentos. Entrou em to 158o foi gozar dos bens eter
fim no moteiro tão depedida nos. No "Agiologio dos Santos a Ianeir.» 3.
Lufitanos anda efcrito feu no let.D,
do mundo, que nunqua mais re
cebeo nem recado,nem prefen
te,nem efcrito,nem vifita dos pa
rentes. Nunqua tambem quiz c AP 1TvLo xxxi. |
lfaber o que paflaua no mundo,
nem ainda no moteiro,fenão sò
o que tocaua no ponto da falua
Doutras religiºfas dºfingula
ção; & formando hum deferto resvirtudes.
: r
|folitario no corpo à fua deuota
alma, (em falar fe não era per onu …pºrba dell
guntada,sô com Deos conuería
ua,& trataua. • •• · , ,
- las asôr Francifca do
* Epirito Santo,cuja vi
| abtinencia perpetua, muitos os] jejum, acompanhado de difei
+ 8. A oração era continua, à da foi tambem hum perpétuo |

jejuns de pão,& agua em grande | plinas afperrimas,& outros mui


parte do anno, as difciplinas de |tos rigores. Fizera grande efpan
|fangue quaí em todos os dias, a to o muito, que obrou nito, fe a
|camiza húa tunica de picote graça do Senhor não lhe déra
| muito grofo, que parecia cilil todas as forças batantes. De
|cio, & toda a fua vida hüa pura pois de morta lhe achárão o ei |
penitencia. Mortificada afi fi licio entranhado pela carne;&
cou como infenfiuel, & quando | coalhado de bichos. Oito horas •

* - … •
contí •• • •
*@** -**… …"
588 Liuro V. Da hi/toria Serafica dos frades
continuas etaua em oração cõ grandes thefouros depofitados
os joelhos em terra, as mãos le no ceo pelas mãos dos mefmos |
uantadas a o ceo, & os olhos ef. pobres, a quem ela as enchia
tillando duas correntes de lagri de larguiffimas e{molas. Diuidia
mas. Pera efte exercicio buíca com licença das preladas fua re
ua o filencio da noite, a quieta ção em tres partes, & tomando
ção do coro, o retiro dos luga pera fi a mais piquena co as ou
resfolitarios, onde Deos mais tras os futentaua a elles. Tinha
facilmente fe communica às al tambem repartidos os dous tem
mas, & aqui fe protraua com pos em exercicios fantos da vi.
tão grande fubmifsão na fua Re da contemplatiua, & actiua de
al prefença, que toda ficaua ef tal maneira, que fempre viuefe
tremecida. Pelo que tambem sò pera Deos. E affi todo o dia
na mifía,quando tangia o orgão, gataua em enfinar a ler, & a
ao leuantar da hotia immacula rezar as mininas,ou em curar as
da,& fanta, pota de joelhos (em enfermas: a maior parte das noi |
nunqua largar as teclas, cotu tes paflaua em oraçãº,& quando
maua adoralla com etranha hu cançada dete trabalho queria
mildade. Efta mefma teue fem tomar repoulo, era sônuma pou
pre no feruiço das doentes, aco ca de carqueja cuberta com húa
dindo a fuas necefidades, cho manta. Teue grande compaxio
rando com elas como fe fora das almas do purgatorio, pelas
enferma, & bufcando inuençõ quaes oferecia a Deos orações,
es,com que lhes alleuiafle o tra: & penitencias, ajudandoas tam
balho das doenças. No abati bem com o focorro de mifas
mento proprio, na pobreza do por via dos (acerdotes. Donde
feu habito,na modetia do roto, naíceo húa fama muito geral, &
na compofição da vida parecia contante, que muitas das ditas
húa das Santas antigas, as quaes almas, permittindoo affi a Majº
enchèrão o mundo de exemplos, tade diuina, fe vierão valer del
& efpantos. Confummando fi la, & gratificar depois a fua in
nalmente em poucos annos mui tercefão. Efta foi a fua vida, &
tos tempos,no de 1582, foi co a morte reconhecida por fan
lher no paraifo da gloria os frui t2. ! # (, , , , , .… |

tos mais temporãos da virtude | 3 Duas filhas, fendo ainda


na flor de fua idade, 2, . | mininas, ofereceo neta cafa a
| . . 2.Mas ficou continuando | o feruiço de Deos Jorge Correa
em venerauel velhice atè o de de Monte negro, Commenda
| 159o fua tia sòr Catharina dos dor de Barró no bipado de La
| Fieis de Deos,a qual deuia achar mego, cujos obitos, feparados
----
pelo
• --•-
- - - •
ZTE, #/2 FaixãZ Fragal -- - - TS 9
pelo tempo, ajunta a nota pen grado muitos de sãta opinião,elº
na, por quanto a vnião da virtu tando ja efpirando cantou em
de obrou nellas eutra maior ir voz alta etas palauras dos "pfal.
mandade. A primeira fe chama mos. Non mortui laudahunt te pomi
ua ser Chriftodolinda dos Anjos, a netneque "mes,qui defendum mínfer
qual com epirito angelico não num.Sednos qui viuimºs, benedicimus
fomente os queria imitar no ef 24minº,ex hoc nunciÇry/pue infecu
tado da pureza, mas ainda na lum. E foi o melmo, que dizer. |
pintura, & vendo 6 fe pintauão Não»» h㺠de louuar, Senhor, os mor
defcalços, andaua tambem def tºs, nem aqueles, que decem a º infer.
calça.Outras vezes, por eftõder nº. Mas nòs, que fºmos vivos, d'ago
o rigorou mottar honetidade, ra pera fempre louhamºs a º Senhor.
trazia os pês cubertos com hum Enfaiada dete modo a füadeuo
calçado fem folas, & as plantas ta alma, tanto que ella lhe incli-|
pelo chão.Defeitua não comerâ IlOU 2 cabeça, {e foi metter en
(ua imitação,& pelo menos fazia tre os coros da Virgens, confor
rigorofa abtinêcia na maior par me a os finaes, que fe virão,
te do anno. No principio da qua pera louuar eternamente a
refma engrolaua húas poucas de Deos na companhia dºs An
catanhas, & depois de as feccar Jos. , , ,
a e folcõ ellas,& (em comer ou - Chamoufe fua irmám
tra coufa,ia pafando em muitas serTheºdolinda do Prºfpiº por deua
occafiões. Entre etas afperezas, ção de húa fanta Rainha,que ou
de que vfaua configo,pera os po ue nos Longobardos, como ef.
bres de Chrito corria perenne creue º Ferrario.Não tinha mais bacial.
$S.ís Chal.
méte a fonte da caridade,& quã de dous annos quando entrou Febt; *

do não tinhaja 4lhes dar penei no moteiro, & bem podemos


raua os farelos do pão da com dizer,que viueo os nouenta,que |
munidade, & tirando algüa fari eteue nete mundo, porque fem
nha delles,com ifo os cófolaua. pre trabalhou pelos gatar em o
4 Prognoticou muitas feruiço de Deos. Dotoua efte
coufas,á fairão depois certas,co Senhor de tanta finceridade,
imo foi a morte de doze freiras que nunqua pordeo o nome de
no difcurto de humanno, a qual Pºfarinha, que as freiras lhe por
{
ella denunciou em communida zerão em a fua mininice . Foi
de publica, pera que tomando humilde por etremo, & não
todas ete autzo por fi etiueffé contente de feruir às outras
preparadas aquellas,em quê caif religiofas, era criada das cria
fe a forte. E vindo també a fua | das do conuento, às quaes fa:
no de 1597,depois de auer lo zia o feu comer, varria a cafa,
••_-__- - - -

--- ..
-- -

… - … …
- --- - t
-- ---------

--+----
__ D d d & con- - - -
59 5- Luro V. Da hina Serafita X7
|
& concertaua os leitos.Ito mef dèra a bofetada em Chrito, le
mo, que a bemquitou com to uantoufe no leito, & começou a
das, a fez tão aborrecida à ca gritar:20fetada nº Filho de Zeos!29
|nalha do inferno,que muitas ve |fetada nº Filhº de zeus! Deu logo
i
|zes foi vita epancada, & ferida húa em fi& foi rezando húa ora
dos demonios . Teue grandes |ção deuota, que trazia etudada
fentimentos da paxão de Ielu | pera efte exercicio: Apòz dito
| Chrito, que lhe cortauão a al |ficou toda eleuada, & fufpenía
ma desfazendote em lagrimas. | com o roto banhado em agua,
Nella cuidaua (empre, & della & todo abrazeado, & quando
|erão todas as luas palauras . E | tornou em fi diffe mui alegre
{ | pera communicar a todo ete |mente.Seja Zeos bemditº,que me dei
i conuento as dores,de que viuia, xou ir vificar o meu Senhor da horta.]
• -

+
| mandou fazer hüa imagem do| 'Porfinal, que tem hum ramº na mão.
Ecce homºs qual feleuaua muitas |Acodirão fete freiras,aver a fan
|vezes em procifão pelo clauf ta imagem, & acharão,que tudo
-

| tro, indo de(calça a cómunida: |era verdade, como ella o pinta


il de toda . Età hoje em grande | ua. Aquife vio outra marauilha
+

veneração na cafã do Confeffi. grande, a qual foi, que auendo


onario, onde agraça diuina tem |finquo annos,que perdera ofen


+

obrado na fua fanta prefença ad |tido de ouuir agora percebia cla


|-

}}miraueis contrições.…… ramente as orações, & os pfal


6. No me{mo ponto, em ! mos, que fe rezauão no tempo
que a morte tratou de a vifitar da agonia, alternãdoos ela com
em avltima doença,logo fentio admirauel efpirito . No fim de |
a vifita, & defenganou os medi tudo abraçou hum Crucifixo, a
cos que não fecançafem muito, fo qual entregou o coração; & a
porqueja chegaua a fua hora, {vida, feta feira pouco antes da
Dife tambem como pedira a meia noite, 11 dias de Ianeiro * - •

Deos, que foffe em feta feiraá |de 1618. * .


14. . :
honra da füafagrada morte. Li …………" .
dou fempre com hüá fanta ima
r"; r", , , , , ,, , , . ; "> . :
gem do me{mo Senhor, que età|
fobre a fonte da horta,á qualti
nha particular deuação,dizêdo a | .:.Da madres)r Meia defin |- *; , 2

lara
cada pafo, q não iria confolada Er "; * .ta C ára-ida
, : #;"> * *

+ •
• *

- 11"> …
, , ; : , i ; Gº, :
dete múdo sé della primeiro (e {
} de{pedir. Nete tépo rogou,que •

YAfceo em berçoil
|lhelefiem por húliuro da paxão, .:: : : dº lutre, na cidade de
+ & ouuindo dizer nelle como fe ---- - -
Lisboa, dê feus paes
- -
*--—
1 -_ – • •----
**=+---—–
_ - Rui — |
V
Menores na Prouincia de Portugal. __591, !
| Rui de Mello Pereira,& D.Me humilde, & depreziutlá ouwe {
|-

cia da Sylua eta ferua do Se nefte mcteiro. Referuou tão fo •

*
|nhor, cuja irmâm sór Maria do mente pera cantar feus louuo +

a cap. 29. Pè da Cruz "teue tambem nota res o vío da tecla, & da mufica:
cafa grande nome. Os dotes,que tudo o mais conuerteo em oppro
lhe deu liberalmente o Autor brio, & deprezo de fimefma.
da natureza,erão de notauel pre Não era o feu vetido, & touca
ço, & quiçá pera luftrarem me do mais que húa tecedura de re
lhor os replandores da graçafo médos,& pannos velhos,q as ou
bre tantas perfeições. Foi orna tras lançauão pelos monturos,os |
da d'húa fermofura rara, engra quaes ella ajuntaua,& cozia for
çada, & difereta, infigne mufi mando delles o habitº, & 4 tO2
ca, & tangedora de tecla, Soube lha,que trazia na cabeça.Tinha |
a lingua latina, & teue muita porêm pera os dias de feta outro |
lição da Efcritura fagrada, das habito de burel & muito pobre,
nofas Chronicas, & doutros 4 ella mais etimaua por fer das
liuros deuotos, cujos exemplos, do de efmola pelo nofo Guardi
& ditos applicaua com grande ão de Matozinhos.O calçado di
propriedade,& cõ ella efcreueo |zia có o vetido,&erão hüas cor |
algúas cartas,cheas todas de dou tiças sécouro, cubertas de efta
trina, erudição, & epirito, que menha, cu doutro panno ja ve
tambem fe inuiarão ao Vigairo lho, as quaesella concertaua por
de Chrito fobre negocios da ca| fuas proprias mãos. E concordan |
fa. Demais dito logrou fempre do cõ tudo a qualidade da cella,
hum natural tão robufto,que vi efta era hum recanto debaixo d'
uendo cento & dez annos, cor-| húa efcada, apozento muito pro
tados de penitencias, não pare prio da sãtifima pobreza,fe não
cia fer velha, nem leuou ntiqua |for da humildade; tão curto, &
fangria,nem teue neceffidade de tão etreito, q pera fe etéder foi
medico,fenão sò em a vltima do neceffario róper as taboas, cõ q
ença . Pelo que algüas vezes etauatapado. Nüqua fe quiz me
dizia o que diffe a o Tyranno a lhorar,né fair dete cãtinho,leuã
gloriofa fanta Agada, medicinam do o me{mo norte na caía do re
carnalem corpori mtº nunquam exhi feitorio,õde tãbé nãqua teue lu
but ito era,q nunqua tinha ap gar proprio, & quãdo o tinhaiti
|plicado afeu corpo medicinas. ferior às nouiças então ficaua alel
2 Mas fendo húa mulher gre.Abatida dete modo não fa
tão notauel, & tendo tanto, de ia na fua opinião da esfera das
que podia prezarfe, ella (e fez criadas,andaua fempre com el
-Por amor de Ietu Chrito a mais las trabalhando na cozinha
Ddd 2_ varren
... ……- --- *-*…
>"
\
••
592 - Luro V. Da Ta Serafica Z775
varrendo os dormitorios,& alim timéto da paxão do Redemptor, -
pando a cafa. . que quando o peníamento #
"

3 Aito (e ajuntouhtiara reprefentaua mais,o coração aba |

ra penitencia de alperrimos ri faua, & a fazia correr com o rof. ">

gores. Quantas achaua efcritas, to abrazado, & cuberto de fuor.


ou lhe dizião que tinhão feito os Mandou tingir de corróxa húa |
fantos, todas queria fazer, & fa alua,& vetida nella, com coroa
zia o que lhe era pofuel. Sin |de efparto, ou epinhos, & hüa
quoenta & tres annos a conuer cruz a os hombros corria os fan
fou intimamente a madre sòr |tos pafos nas fetas feiras da qua |
Ifabel da Cruz, & depois tete refma. E quando o conuento fa
munhaua,que auendo no futê zia a procifão dete (agrado
po rigorofas penitencias, empre myterio, vetida na me{ma alua |
a fua excedeo às outras todas. feia difciplinando, & depois de
Trouxe cilicio perpetuo,& quã fe cançar importunata as cria
do acõtecia defpillo, logo vindo das, que elas lhe defem a difci
de matinas o tornaua a vetir, & plina. Tinha grande deuação
cõ ellefe encoftaua no leito.Pe de rezar à meia noite matinas,
rafazer difciplina,4 era nos mais ainda depois defe perder no
dos dias, punha diante de fi húa moteiro efte louuauel cotume.
cruz,& húa câueira,cuja prefen Pelo q na mefma hora entraua
ça lhe fazia (entir menos a afpe |no coro,& conuidando pera lou
reza dos golpes.Dizia requebrcs, uai é a Deos quãros fantos acha
ao fagrado patibulo,& depois fa ua ahi pintados, formaua delles
laua a o retrato da morte. Quando dêtro da fua idea bú ajuntaméto
has de chegar, minha irmam ? Não graue,& por todos repartia os of
acabaràs de vir? Não tarde,não por ficios. Hum era Hebdomadario: |
que sépartigfiera meucar/mo Epº outros, Cátores: a outros encom
fo pera celebrar comigº as Juas vodas mendaua as lições dos tres noc
eternas. Chorauão as freiras, que turnos,os verfos, & as antifonas;
a ouuião falar,vendo tão grande & afi com eta folemnidade tor
efpirito num corpo mortificado, naua a repetir as marinas, queja
|que não parecia viuo . Sendo tinha rezado com o conuento.
} Metra das nouiças,defpia dian 5 Mas nete particular, como
|te dellas as cotas,& rogando de | tambem em fuas raras,& profun
joelhos,que todas a açoutafem, das humildades
• •• , :-
embicaua
-. 1
cada •

lhes dizia muitas vezes. Zainefia dia afoberba dos mundanos,que


peccadora, que não/abe fazer feu fi não penetrão,nem fabé os fegre
Cl0, º
dos da virtude:fe bem algum dia
4__ Era nela tão forte o fen {e hão de defenganar quando
T

forem —–=>*
“ Menores na Prouintia de Portugal. —593
# abatidos em o juizo de . Iffo mefino fuccedeo a elta ter
eos, & fublimados os fantos, a ua de Deos: mas foi talfeu fofri'
quem deprezão agora. Não fal mento, que fuas tribulações fe
tou quem lhe chamafe tonta, & conuertèrão depois em gloriofos
louca : & ella fazendo grande applaufos, veneração,&obfequi
etimação das afrõtas por amor os. Por outra parte tambem a hõ|
de Ietu Chrifto, quando mui rou o me{mo Deos, principal
to refpondia . Quem quizer ir a º mente nas obras de caridade, |
ceo, façº/º louco, gr/andeu . Fo que ela exercitaua Quizvetirº
rão contudo as perfeguições cre! húa minina pobre, & Jartres fi
cendo por occafião do zelo,que xas a outras; &rafgando tudo do
roendolhe a alma, muitas vezes cobertor do feu leito,ficou intei
a obrigou a clamar, & quando ro como d'antes.Vifiraua as en
via commetter algum defeito, fermas, punha as mãos fobre as
motrauahum quaderninho,em fuas cabeças,& rezaua o Euange |
que trazia efcrita a regra da fua lho de º são Marcos, no qual b c. 16. v. 18
Ordem, & dizia com intrepido Chrito Senhor nofo declarou,
feruor . Quardº/e a regra de nefa que com eta ceremonia darião
madre/anta Clara, 4 letra, 4 letra: os verdadeiros fieis faude a os
fêm gloza, fêm gloza . Deu tam doentes: Super agros manus imponét,
bem em auizar os prelados do @ bene habebunt; & conualeícen |
que paflaua na caía; & [obre do muitas, a ella depois de Deos
ito andaua com penfamentos | oferecião as graças. Acabando
de renouar no moteiro d'En finalmente as ditas perfeguiçõ
trambos os Rios as antigas af es, & tornadas em mar leite to
perezas,com que elle começára. das as fuas tormentas, carregº
E como tudo era pouco agrada da de virtudes tomeu o porto
|uel, vierão a condemnalla por da vida, onde cotun ão defemº
louca,inquieta, perturbadora da barcarem os fantos,que nauegão |
paz,&portaleteue écarcerada. etes mares, numa quinta-feira à
6 Não etá hoje o mundo tarde,fim de Março de 1619.
pera femelhantes zelos, porque
fe queixão os fracos, ainda que CAPITVLo xxxIII.
enganados, que não podem fo
portar tãtos rigores, como fofré Dalgias religiofas, quefore
rão os nofos antepafados,6erão
da me{ma mafa; & não falta hú terão em procedimentos sãios.
. -
verdugo dos zelofos, q os ponha
a tormento,tendo elles as colam "Nº madre à: Maria da Re
nas das Íuas communidades. furreição, natural de Gui
Ddd 3 marães,
* -- -
•••••••••• -
* -- --------
5 94 TLar VDA Ima Sã dos7777 -

marães, fe conheceo claramente trites efpectaculos, a cegou o


o proueito de húa boa doutrina, me{mo Deos, porque etando
como foi a que lhe deu neta em oraçãohtia noite lhe refplan
cafa fua tia sór Anna das Cha deceo húa luz, a qual foi repen
4, cap. 3o. gas, de quem ja temos "falado. tina, & etranha, & lhe tirou a
De minina a criou no sãto amor dos olhos.Pedia tambem, pelo 4
de Deos,o qual com tanta viue auia vito, a ete grande Senhor,
za lhe penetrou fua alma, que que lhe defe neta vida a fentir
não fe fartaua nunqua de ter parte do feu purgatorio, & foi
nelle todos os feus penfamentos admirauel coufa, que tres horas
em deuota oração.Dias,& noites antes do remate della eteue to
inteiras lhe leuaua ete fanto ex da ardendo, como podéra arder
|ercicio, em o qual reprefentan no meio d'húa fornalha, com
do afeu diuino Epofo a afeição, muitas empollas quentes, que
que lhe tinha, tambem recebia fairão pelo corpo,& na morte fe
- delle particulares fauores. Hum fumirão. Nete tempo appare
foi,& efe muito notauel, mani ceo o cilicio, que trazia e{con
fetarlhe as penas do purgatorio" dido, quando a 11 d'Abril de
d'algüas freiras defuntas, com á 162o. laio dete purgatorio cõ
elas purgauão as fuas faltas, pe e{peranças muito firmes de lhe
ra que fugindo d'aquelles me{- fer dada a gloria.
mos defeitos as foccorreffe tam 3 No me{mo anno reti
bem co as fuas orações. E dizia, tuto o efpirito de vida a o Se
que as vira penar nos me{mos nhor,que lho dêra na mefna vil
lugares, onde tinhão offendido. la de Guimarães, sòr Theodofia
Hüas no coro, com grandes pe dos Cherubins, mulher rara em
zos, que lhes dobrauão o corpo, virtude,& na caridade nímia, cõ
lançados a o pe{coço em Pena que trataua dos pobres. Dez an
de não fazerem as fantas inclina nos inteiros futentou de quanto
ções.Outras, que etando no of |ouue miter na faude, & doen
ficio diuino ditrahirão o penía ças a hum,que não tinha fizo; & .
mento, com crauos acefos atra etando co a alma na garganta,
uefados nas fontes. Outras pelo | tudo era lamentar feu deséparo.
dormitorio com mordaças de fo | Cópadecendofe della húa fua fo
go, fatisfazendo as faltas com brinha, & amiga lhe deu pala
mettidas no filencio. Outras fi ura de o tomar a feu cargo,& sò |
nalmente, conforme as fuas cul com ito defcançou. Não tinha
pas, em differentes tormentos.nem peculio, nem tença,& os
}
2 E parece, que por ella gatos erão tantos nas obras de
não vir em efquecimento detes caridade, que elles motrauão
- -- --

bem .
----… — — ────

- - --- +…--- *-* • • =* *

Menores na Prºuincia de Portugal ; y95


bem quanto he o cabedald'hia ta (uaue mutica e e{queceo de -

confiança viua, que te emprega} animar o feu corpo, por alcançar


em Deos.Começou hña obra no mais deprefa a coroa de jultiça,
celleiro, que tinha à fua conta, que com feus merecimentos la=
fem ter mais que feis alqueires urâra na vea rica das mefmas
de milho pera pagar os jornaes, mifericordias. O corpo foi fepul
& fazendo com elle todas as fe tado a os pês da sãra Cruz na fua |
rias,nunqua fe diminuio. Fez tã capella, q lhe fabricou no clauf-| |
* * * *-* - - -
bem húa capella no clautro à CTO, . * #3, . * .

honra da Cruz de Chrifto, do 5 … Não podião dar mao|


qual podemos cuidar por fua mi fruito húas aruores tão boas, co
fericordia, que neta vida lhe mo forão Henrique Nunes de
deu penhores batantes do pre |Goumea, & lua mulher Brites de
mio, que lhe guardaua na ou | Madureira, ambos nobres,& mo
{T2. " " .…… …"
radores no Porto, cujas virtudes
4 Chegou às portas da efcreueo com graue penna o pa:
morte alleuiada, como auemos dre Metre Balthezar Telles na
efcrito, do cuidado do feu po * Chronica da fagrada Compa ep. il. 1, c.
bre,& os penfamentos erão cui nhia de Iefu, a qual elles reco * 1. & 18. &
P.*.1.4 c.
dar fempre,& falar em o fagrado lherão em fuas proprias caías, & 19,
madeiro, no qual o me{mo Se nellas lhe leuantarão collegio.
nhor foi Sacerdote, & Viótima, Forão paes de tres filhos, & tres | |
- que fe quizoferecer pelos pec filhas;&tal faio eta honrada fal
cados das almas. Abraçauafe cõ | milia da fua fanta doutrina,4 to |
ele, dizia requebros, desfaziafe da fe dedicou no etado religio
em lagrimas,& continuando cõ fo ao feruiço de Deos. Das filhas,
eta meditação lhe deu hum ac á entràrão neta cafa, húa foi sòr |
cidête notauel,que a priuou dos | Maria do Deferto,a qualicuou o
fentidos, do qual tornando em curfo de fua vida pelos atalhos
fileuantou a voz, & dife. Seja do ceo, pizando fempre abro
Zeos muito louuado, que memo/trou o lhos,com que os embaraçaua o |
! eu Real estandarte nas mãos do -Apo/ maligno tentador. Viuia;& não
"lo são Pedrº, º qualguiaua hãapre viuia, fem vfar dos fentidos cor
cifão de Santos. Ditoito pedio a |poraes, que procedião da vida,
hüa religiofa, que tangeffe em fenão sò na maior necefidade.
,
|-
",r
"i.88.v. hum crauo,& cantafe eta letra: E como tinha fechadas etas ja
#
- •

* Xtífêricordias Zemim in eternum | nellas, por onde entra a morte,


cantabo, a qualqueria dizer: Pera | ficauão defimpedidas as poten |
fempre cantarei as mfertcardias do Se cias da alma pera cuidar, & º
nhor. E eleuada fua alma com e{-| mar o Suºmo Bem,que nos eftá
{ Ddd 4 mere
{ 596 | TTDTS7ãTTI
merecendo todos os nofos cui que era condemnada. Eta lan"
dados. Chegaua à meia noite co ça rebateo ella contante, por
a fua oração,& depois de dormir rèm os efcrupulos a trazião in
hum breue fomno continuaua quieta. Confultaua a os doctos,
com ella até rompera manhám. feruia na oração, continuana os
Dete modo foi gotando dos facramentos,bufcaua a Deos, &
myterios diuinos com tantafua nunqua fugia delle, o qual por
uidade, que achãdofe priuada da fua infinita piedade a alleuiou
cõmunhão,& da mifa por caufa de modo, que ficou em muita |
d'hüinterdião, de pura trifteza paz,continuando alegre nas o
fe fechou na fua cella (em co bras de feuferuiço.Nefe tempo
mer,& fem beber,& nella adoe lhe fez o me{mo Senhor húa
ceo. Emprendia grandes coutas mercé muito grande,de lhe re
tocantes a o rigor, & fentindo,4 uelar a morte, como ella decla
lhe cançanão as forças, mudaua rou,& motrárão as fuas antece
de penitencia, alleuiando húas dencias. Eftaua na faude mui
co a fuccefão de outras. Seguio inteira, quando hum dia em
o caminho perfeitiffimo de fer communidade junta te poz de
boa pera fi, & tambem pera o joelhos, & pedindo perdão das
" | proximo,tomando por exercicio culpas de fua vida fe de pedio
| ajudar a bem morrer:pera o que húa por húa das outras religio
trazia em hum liurinho muitas fas. Mandou logo cortar húas
orações deuotas, com as quaes taboas do leito, pera fe fazer lu |
naquella hora terriuel conforta gar a quem na hora da morte
ua as enfermas no fanto amor lhe auia d'affitir à cabeceira:
de Deos. # º |
rogou á madre sòr Ifabel da
6 Mas eta vida tão pura Cruz, que não a defemparafe:
intentou por muitas vias emba difpoz tambem outras coufas,
raçar o demonio, turbando com | que sò pera ete fim fe podião
o lodo de tentações,& efcrupu ordenar. Andaua admirado, &
los o me{mo regato da fua con fu(pento o conuento, defejando
folação.Parecialhe, que ofendia ver em que vinhão a parar as
a Deos,onde ella o feruia: recea fuas preparações,no qual tempo
ua,que a frequencia dos fagra ella deu de repente húa quêda,
dos facramentos foffe pera feu de que veio a morrer, & com ií
catigo: vacillaua no ponto da to fe ficàrão entendendo quaes
faluação;& atreuéofe a dizerlhe erão feus peníamentes. Rece
| em figuravifluel o infernal ini beo deuotamente os facramen
|migo, que não trataffe ja mais tos fagrados, & tão contante el
| da mifericordia de Deos, por taua na confiança de a faluar o
Senhor, –=•
= *> ……… da Da… º ___ ==
* * * Menores na Prºuincia de Portugal. # } 97
Senhor, que vendo diante de fi Joue tudo, qquanto dizia, & obra-3 |
o tentador importuno lhe dife ua, queria encaminhar afeu ar
com muita colera. Que me queres | dente amor. Não bebia pelo dif
! bjiafera: ainda aqui me persegues ? curto do dia mais que finquo tra,
Vaite abrazado, malho, que não tens gos de aguaia o jartar, & efies |
|que fazer comigº, porque seu irrua dº oferecia às finquo chagas de
Zeos. Pedio logo, que lançafem Chrito.No príncipio do cfficio |
agua benta, & com ifto cefan | diuino fechaua os olhos quando |
çou em grande paz a 27 d'Ago: |uidos |rezauafôra
nodele,por não difrahir|
coro,& tapana os ou • "

to de 1 622. * * * *
|| a attenção do efpirito. De dia,& |
cAPITV L o xxxiv.| de noite etaua em oração, medi |
itando quafi fempre na morte do
(obredito Senhor, pera o qual
Doutras religif , faureti exercicio punha diante dos ºlhºs
das de teo,& Fundadoras húa cruz do tamanho de hum
doutros mº/- ** palmo,que coflumaua trazer lan
çada a ope{coço. Acontecia ir |
teiros. feguindo fua alma com tanta |
+ -
- - - * * # -* - applicação efte deucto myte
1. (TN E os annos fizerão a fan | rio,que deixaua fuípen(os os fen
, º tidade, muitos tinha pe tidos corporaes em fuas opera
N-/ra ifo,& chegárão a no ções,& antes defe faber a caufa
uentasôr Bernarda de fanta Ma da ufpensão, muitas vezes era |
ria, filha de Diogo Brandão, julgada por morta. Neftes feus}
& Catharina de Madureira, da diuentimentos alcançou gran
Rua noua do Porto. Mas º San des fauores de Deos, & f obe
todos fantos, que os faz com fua tambem de outros, que efte Sê
graça, não efperou tanto tempo ahor fazia a os feus mimofes fer
| ipera lhe dar o foro de fua ferua, uos, alguns dos quaes manifef
porque tendo finquo annos lha tou por eftrito pera gloria do
entregarão nete moteiro feus ime{mo Deos, fem declarar o feu
|paes, & ele a recebeo debaixo nome, * c. " ": "… ::.:: …
do feu emparo. Começou a dor 2 - Com eftegrande efpiri |
mar com afperrimo rigor de vir to coflumaua contemplar no |
gilias,jejuns,difciplinas,& cilici: admirauen yterio da Concei
os a rebelião da carne,& depois ção immaculada da Virgem Se
de a ter domefliçada (eguio o ca nhora nofia, cujo officio rezaua
minho do efpirito, procurando todos os dias, & muitas vezes,
vnir tanto a fua alma com Deos, não podendo reprimir a força
• • •• • • •- • • • • • • • •• • - - -- TT_T__
da de
J98 Liuro V. Da bifloria Serafita dos frades
da deuação,rompia em feus lou diferão muito de fuas grandes
uores entoando docemente a an virtudes. •

tifona, 7ota pulchra es Xtaria. Era 3 Muitas vezes forão da


o coro a fua morada certa, pelo dos neta caía eftes aoizos do |
|
que a elle me{mo lhe trouxerão ceo (obre a vltima hora,que tem
o auizo de fua ditofa morte. E{ por leifer incerta, porque ainda |
taua nas matinas da fegúda quin no anno de 1 644.fe diffe, que os
ta feira da quarefma,quando lhe itiuera sòr Inez da Encarnação,
chegou o proprio, o qual foi hú mui reformada na vida.Ties di
accidente tão rijo, que nos bra as antes, que fe (entife doente,
ços a leuarão ao leito.Não tinha mandou concertar,& lauar a fua
frio, nem febre, fenão apertos cella, repondendo a quem nifio
grandífimos, & dores do cora reparaua,que muito cedo lhe aui
ção, que o magoauão mais por ão de dar nella os derradeiros
andar ja latimado das feridas facramentos:os quaes dados,aca
do amor,que tinha a leu Chrifº bou deuotamête.Mas femelhan
to. Indo affi padecendo pergun te fauor não o cotuma fazer
tou, que dia era, & ouuindo que a Piedade diuina fe não he por
era fegunda feira,repondeo em rezões particulares, ou a os fer
4. I • ad Co
voz baixa: Ainda mefalcão/inque. uos fieis, que º morrendo cada rinth, 14 v.
Veio o fabbado, no qual elles fe dia na fua opinião,trazem amor 41»

contauão, primeiro do mez de te atrauefada nos olhos, &to


Março de 1625,&auendo rece das as horas cuidão, que os cha
bido os facramentos com fingu ma o Senhor. Que os outros bê
lar deuação, não fomente fedef. auizados eftão co a certeza da
pedio mui alegre das outras re morte,& incerteza da hora,pera
ligiofas, mas tambem aduertio à que fejão tambem quotidianas
Abbadefa,que mandafe orde as fuas preparações,& não os to
nar pera o dia feguinte as cou me defcuidados a voz do me{mo 4.Marihas
fas do feu enterro. Efendoja on Senhor, como º achou as Vir V, II •

ze da noite, intou apertadamen gens loucas,que por não trazeré


te, que lhe rezafem o officio da prouidas Íuas alampadas ficarão
agonia,& no fim delle faio logo fóra doceo. E pelos muitos aui
detevalle lachrymofo a fua de zos, que neta cafa federão,pode
uota alma, deixando os olhos do mos nòs entender quaes erão as
| corpo tão viuos, & tão e{pertos, fuas freiras:hüas,que merecião a
ue parecião duas faifcas de fo Deos efte notavel fauor: outras,
go.Tudo ito fe diuulgou breue a quem ele motraua etes ex
mente na cidade, & os prêgado emplos pera que o merecef
res daquella me{ma manhâm fem, -

4 Em
\,
*,
–"
4:
r

, \""
Menores na Prouinciada Portugal" Ty>"
- 4 . Em rezão dos procedi -profeflou,tambem ficou futen
mentos fantos, que auia no mof> ltando o melmo fanto motei.
teiro,forão delle duas vezes fúdar |ro... * . * #*# …. º
outros algüas religiofas. A pri bi, 5 # fundação ja
meira füdação, fédo ainda Clauf depois da Obferuancia,foi Santa !
traes, foi a de Nefa Senhora do Clara de Bragança, pera onde
Sepulchroem a villa do TrãCo forão inuiadas quatro: a faber
fo,pera a qual mandarão por Ab duas irmâns;naturaes deta cida
badefa D. Guiomar da Meíqui de do Porto, & outras duas de
| ta: D. Martha, Anna de Sa,Catha Braga.Netas de Bragate affen
|
rina de Madureira,& húa noui tou o gouerno, a faber o cargo
|ça,chamada Zrites d'Annunciação, de Abbadefa em só Filippa dº
por fuas coadjutoras. A Abba Aflumpção, & em sòr Paula das
defa exercitou muitos annos ef Chagas os cuidados de Vigaira.
te penofo officio com particular As outras duas irmâns, que fe
affitencia do ceo, & grandiffi chamauão sòr /abel do Épiritofan
mos applaufos de fuas raras vir }tº;&sór3rites do fumpção por fu
tudes. Ouando os cuidados da |as grandes virtudes, em terem
|
fua communidade lhe dauão al | ainda feito humanno de profif;
|güas ferias encommendaua a são, forão efcolhidas pera que
Deos hum irmão,que refidia na as ajudafem. E tornando todas
| India;& etando húa noite no co | quatro depois de terem funda
|| to com eta me{ma demanda,el | do na regular difciplina o fôbre
i
|le lhe appareceo,& diffe etas pa Edito moteiro, a Abbadefa o foi
«Pía 1.vy.|lauras:Egº"/um vermis,G nãhumº; |fegunda vez gouernar atéfe iré
as quaes vinhão a dizer: Eu não | fazendo pera o mefmo officioas
fuhomem,mas hum bichinhº da terra, | houiças, que ella tinha criado.
Ficou perplexa com ito, perua | Mas voltando pera ete, nelle
dida porém, como depois lhe | acabou feus dias, empregados
contou, que o irmão era morto, |lem o feruiço de Deos, com tan
& comido dos bichos, mas que litos finaes de lhe auer agradado
| ainda lhe poderia fer boa co as lfua vida, que na morte appare
#

|fuas orações. Tendo em fim # ceo ofeu roto, vetudo de fermo.


-

|
| quela caía fundada a muita relí | Íura etranha. As duas irmâns do
gião,que atègora feguarda, tor-| Porto,cheas de annos, &glorio
! |nou a bufcar co as luas compa ifas virtudes rapura das no fogo
#

nheiras ofanto repoulo deta;& |ida paciencia com húa cegueira


sò duas lhe faltarão D. Martha, |trite, que dentro d'hum mezas
|a qual era fillecida, & só Brites (eícureceo a ambas:cõformes por! |
• • … * |-- 1.. .

| d'Annunciação, que como la drepanto , co a vontade diuina.


…" anino
· ·== =*"" —=- -+- ----*
*----
éSo TTLarº V. D7T7 Serafica 777;
{ snimo as em os encontros da
→T

clautro, quando foiâ porta pera


morte;&difºondo as mortalhas, dizer,que lhe chamafem pedrei
& enterro fe paffarão das treuas ro, achou o mefmo, que ella Ya
| dete mundo pera as luzes do bufcar,com todos os intrumen
outro, que não padecem ecclip tos da obra Perguntouhe,quéo
{es : a primeira pelos annos auia chamado;& repondeo,que
| de 164o, a fegunda no de da faa parte lhe tinhão dado re
| 1642. . cado: pelo que ficou cuidando,
+

|| qne algum Anjo lho dêra. Tem


cAPITvlo xxxv. tambem húa reliquia do vêo da
gloriola fanta Clara, com hum
Cafºs varios,jue nefa tafa fê dente de fanta Ifabel, filha d'el-i …
.* . * . ._/_ /*_ Rei de Hungria,& Terceira frã
* I "

virão,defauores, &5 de |cifcana. Goza porêm fobretudo


tafigºs dº teo. 1[d'húa grande affitencia da Pie
dade diuina, a qual, ou remedee
* TNA Etaatsvirtudes,cº apertos, ou catigue liberdades
mo auemos efcrito, fempre motra os amorofos af
bemfe pôde colligir fectos, com que nelle occupa os
e influxo perennifimo da gra feus cuidados.
ça,com que Deos nete motei. 2 Aconteceo pelos annos
|ro multiplica cada hora as tuas de 163o,que sôrlfabel de Chrif|
mifericordias. Ha nelle das fuas to,fundo então Abbadefa,fevio
portas a dentro tres imagens de em tanto aperto, que totalmen
uotifimas, pelas quaes lhe tem te lhe faltaua quanto auia mif |, ..
feito muitos fauores o ceo . A ter . Nem tinha dinheiro, nem
primeira,do Ecce homºafegunda, achaua quem quizeffe empref
do me{mo Senhor fabre a fontel tallo. As enfermas, & as fans, to
da horta; das quaes ambas ja" | das etauão a rifco de não lhe da
| temos dado notícia.Com etafe rem reção.Nete tempo a man
gunda fonhou húa freira, molef dou chamar à grade hum homé,
tada de maleitas, que a fua agua que ella não conheceo,& vindo
lhe concedia faude,& logo a al a praticar na miferia da cafa lhe
| cançou no ponto,que bebeo del entregou o dinheiro,que confor|
la. A terceira, da Virgem Senho me ao etado prefente lhe feria
ranofía,que ficou mais etimada necedario. Aíto acrecentou,4
pelo fuccefo feguinte.Não eta depois lho pagaria quando por
ua em lugar conueniente,& que | defe, ou quizefle; mas homem
rendo húa das fuas deuotas leuã foi elle,fe a cafo não foi Anjo,do
tar á fua honra húa capela no lqual não fe (oube até hoje.í)eta |

__*
- mefna *++++-
Menores na Prouintia de Portugal. . . sóói
| me{ma Abba defla corre fama,| | zefem defempenhallo os Anº
que lhe crecèo a farinha; & lhe||jos quando à meia hoite ho co" .
feiuéo o azeite, & que fazendo ro etanão cantando os feus lou
muitas obras não gatou nem hú |uores : Afi o tetemunhada
sò dote: batãrifima rezão perá húa mulher de mais de fetenta
Teos fauorecer tanto zelo com | annos, a qual nós ainda vimos,
fua mifericordia.… … , : feruidora do conuento , de
, 3 Outro cafo neta propria grande finceridade »
|-
muita vir
materia foi notorio, & publico tude, & conhecido epirito, de
no anno de 1 638. em todo efte uotifima do fantifimo Sacra
moteiro. He cotume cozer jun mento do altar,em cuja venera
to mais de hum moio de trigo,& ção oferecéo muitas peças, que
repartiréfe logo as reções de al ganhou por feu trabalho, & pef.
guns dias. Acõtecèo em húa ocº foa finalmente, de quem Deos
cafião não auer em toda a cafa bem podia confiar efte fauor.
fenão sò húa pouca de farinha,4 Leuantoufe hfia noite fem (aber
ferião vinte & fete alqueires, & que horas etão; & quando en
qué tinha o forno à lua cõta,não trou no coro baixo pera encom
ouzaua a os fazer amafar. Deu | mendarfe a Debs, como tinha
noticia deta falta à Abbadela,a por cotume; primeiro que tra
qual chea da confiança em Deos | balhaffe ; ouuio no coro de fi
lhe mandou, q logo os amafaf. ma húa mufica de vozes beth
fem,& vêdo,4 replicaua,lhe dif: concertadas, que a deixºtão füf
fe etas palauras. Idefazer o que vo: penfa, alegrandolhe a áfriá. E
digº em nome de nºfº madre S. Clarº, | etando algum tempo tómeta
@reu ºfii valomando por fanta obed | admiração, deu 6 felógio húa |
encia.Obedecèo à mefma religio hora, & a mufica céfoá. Ia en
fa,&logo feruèrão as marauilhas tão não auia máfiñas à meia f
| de Deos, porque a farinha cre noite, &, as freiras eftauão nos
cia em as peneiras, a mafa nos || dormitorios pelo 4fe eótendèo,
alguidares, & os pães nos tabo que os Anjos fáprião a fua falta, •

leiros. De modo, que fe fizerão em louuar naquelas horas a di- *

iquantas reções rendia dantes hú uina Majetade, ,,


moio, & fobejºu muito pão, O , ! "#õqueria fharniñol
• • •

qualife den aos pobres. .. . | sór Catharina da Gloria, a f


24. E bem poderia fer,que | qual com été intento apren -
-

em rezão detes grandes bene deo a tanger crgão : mas era |


ficios, & outros muito maiores, | defconfolada por quanto não ti
" | pelos quaes hoje deue o motei inha voz, que tambem a ajudafi
ro eternas graças a Deos; qui: "fe. Pedia a Deos,que lhe fizete;
* --- … - ………… • • --***>.*. ** * * * * Eee mercê. --* **
• -
1 -

6o2 Dr. VTDTRS7ã777;"


mercè de admittilla na fua fan que, huuar a purifima Senhora,
|

ta capella, & andando com ef tempo vira, em que vos queirais can
tes requerimentos faio de repen targ nãopºfais. Foi confama
te cõ húa voz tão fermofa, que rauilhofa, que cantando por
parecia angelica. Falleceo no feu goto em outra occafião,
anno de 1 598, & protetou na a todos defcontentou . Caio
hora tremenda da fua morte,na tambem fobre ela a mão peza
qual fe falão verdades,que nun da de Deos, com tantos acha
qua pera cantar fe negàra, nem | ques,& tantas enfermidades, que
cantára, fenão fópera louuar a o eteue entièuada vinte & dous
fupremo Senhor, & aos Santos annos, & parecia feu corpo def
da gloria. feito, & confumido, hum fac
6 Porêm o me{mo Se co de ofos defencaixados , &
nhor, (& entramos nos catigos) foltos. De maneira, que quan
que nella empregou bem ete do depois o quizerão enterrar,
vnico talento , a fór Inez do por dentro do habito lhe atarão
Minino Iefu priuou rigorofa dous bordões, pera que não fe
mente do que lhe auia da - dobrafe . Acabou efte trifte
do. Foi eta religiofa na bran purgatorio no anno de 1638.
dura, & muita fuauidade, com | com grande conhecimento da
que cantauahum verfo, o afom origem de feus males, mortifi
bro do feu tempo, & quando fe cada no corpo, viuificada na al
dizia que cantaua, não cabião ma, & muito conforme co a di
na igreja os que a vinhão ouuir. uina vontade.
Mas teue o voluntario, muito 7 Noutro cafo declarou
achado em muficos, que fe ef. o foberano Senhor o muito,
perta defejos, efcandaliza von que nos etranha a tranfgref
tades. Cantaua quando queria: faõ mais piquena de nofas o
fe lhe daua na cabeça, não can brigações, & fe talvez diffimu
taua. Chegou hum dia da Cõ la co a fraqueza humana, ou
ceição immaculada da Senho tras vezes executa a fua indig
ra Mãe de Deos, os ouuintes e nação, catigando huns pera
rão muitos, mas ella não fe acha exemplo de outros. Ito fucce
ua de vea pera poder feftejar deo aqui a húa religiofa, qué
tão grande folemnidade. Ro não etando doente, nem ten
goulhe muito a Abbadefa, que do outra defculpa pera deixar
cantafe, & quanto mais aper de dormir vetida com o feu
taua, mais graue fe lhe fazia: habito, como ordena a "Regra, * Rubr.í.
pelo que angutiada lhe dife faltou neta obferuancia, ainda
etas palauras. la que hoje não 4efa falta não era culpa mortal.
A pe
Menores na Prouintia de Portugal · 6o3 ----

A penas auia ella deípido o fan brados . Mas deixounos bom


to habito, quando de repente exemplo no feu arrependimen
fe leuantou em feu corpo húa to, com que morreo deta que
cruel tempetade de tormen da; & dito poderão tambem |
tos,& de dores, que como fettas feruir os que aqui efcreuemos:
agudas lhe atrauefauão inteiro de nos conuidarem a imitar as
o coração. Abafaua, tremia, & virtudes , que per fi parecem
não podia falar. Cuidaua, que bem, & a darmos muitas gra
ja entrara em o artigo da mor ças a o ceo, fe nos virmos fem
te, & afligiafe muito de mor os vicios, os quaes nos parecem
rer fem confiflão.No meio deta mal.
fadiga atinou co a fonte do feu
| mal : lançou as mãos a o ha C A PITV L O XXXVI.
bito, & o me{mo foi vetillo,
que ficar liure das dores, &
enfinada pera guardar inteira Dhfe conta dalgº… frades -

mente a regra até netas miu Commifarios do Papa, dbum


dezas, como prometteo naquel Confºlheiro d'el-Rei, 3 |
la mefina manhàn em plena
communidade no coro, onde d'outras toufas no
centou pera fua confusão o que tautis.
auia pafado,
8 Parecerá catual, & de 1 TNA Etiuemos de propo
{aftre ordinario, o que agora di fito a corrente or
zemos: mas julgoufe por muito dinaria do tempo,
myteriofo, & por hum dos caf pera que fe e{praiaffe quanto
tigos, que Deos dâ a palauras era necefario a relação dos mot|
de{corpotas, & paxões preci: teiros de Santa Clara de San
pitadas. Tiuerão húas entre fi tarém,& do Porto, & agora tor.
duas criadas da cafa, & húa | namos a defandar todos os ari
dife à outra . Andai vos. que | nos, que ella fe alongou do das
eu ainda vos he de pizar na coua com | fuas fundações. No de 1 2 59.ef
qies pés. Faleceo a ofendida tana no reino de Inglaterra por f
de fua morte natural, & foi en Commifario da fanta Sè Apof
terrada, fem nifo fe aduertir, tolica, corro direi breuemente, {
na parte do cemeterio, pera | o padre frei Vatco, que foi de- -
onde defcia húa efcada. Dahi | pois Bipo da Guarda. Outros |
a poucos dias caio por ella a frades Pórtuguezes andauão "*, fr Lucan/
| outra , pizou a na coua, & tambem com etas occupaçõ> * &* *an.
59.n, 1 ,.]
125o.
tambem ficou com os pès que-º "es, º quando a Ordem fagrada ? ;
Eee 2. - -
de\-
----
######+++++=…
6oa_Lar V. Dº ITASãTTT
de Cifer, querendo da fua Oitubro de 12 64, a finquo de
parte honrar a o Pae de filhos Feuereiro do anno feguinte foi
| tão benemeritos, affentou num poto no feu lugar Clemente
| capitulo geral, que nella (e IV. o qual andando depois o
| celebrafe a feta do Patriar tempo º enriqueceo as nofas Franc,
darch des
do
cha ferafico com a me{ma fo igrejas de Portugal com hum, Porto...
lemnidade, que ja tinha são grande thefouro de indulgencias * *

12 6o
Hierenymo. No feguinte lhe pera quem as vifitafe. !
ordenou o Papa Alexandre IV. |- No mefmo anno de 1265.
que decretafe o me{mo (obre 12 65 feruia Catella em prepa
a-feta do infigne Portuguez rações de guerra pera poder ré
fanto Antonio; & nefa occa fiftir a os Mouros Hefpanhoes,
fião lho agradeceo tambem & Africanos, que em brauecidos
são Boauentura nofo Minitro mais por terem perdido Murcia,
geral, mandando noutro capi que lhes tomàra el-Rei D. Afon
tulo, que rezaffemos do gloriofo fo X, a quem chamarão º Sabio,
são Bernardo. Affi feião hon bramião como leões contra o |
irando etas duas illutres Reli nome Catholico. Era tanta a tur
igiões celebrando cada húa dos bação de Helpanha, que alêm
Santos,que tem a outra. dos Reis Chriftãos vnirem as
1261. fuas forças, o fobredito Pontifi
|| 2 - Continuando o me{mo
fummo Pontifice no emparo da ce Clemente IV. lhes concedeo |
nofia fanta Familia, no anno de a Cruzada por húa º bulla, que e.fr.Lucan.
1261. inuiou em feu fauor a os expedio em Perofa no anno pre "1 265, n.11.
& " 1.
bipos, & prelados dete reino (ente de 1 265.a vinte & dous de
3.1.4.c.º. aquella celebre bulla, que ja º Iunho. Foi dada a prègação a o
temos referido: mas nefe pro padre frei Ioão Martins, Cuto
prio anno, pera nôs mais ofentir dio que já fora nete reino, &
| imos, a morte lhe atalhou feus Bipo depois da Guarda, o qual
c Platina.
piedofos intentos. Dahiº a tres difcorrêdo,&prègãdo cõ infatiga
mezes, & quatro dias, que foi a uel zelo ajútou muitos foldados:
|29 d'Agoto, lhe fuccedeo na 4 Compadecido tambem
#cadeira de são Pedro Vrbano | das aflicções de Caftella o nofo
IV. a quem nòs tiuemos as mef. Rei D. Afonfo III. lhe inuiou
... mas obrigações. No feu tempo, por terra, & juntaméte por mar
ainda que ja no anno de 1263, |hum grandiofo foccorro, alenta
celebrou Padua a primeira tranf do cõ a pefoa Real do Infante.
lação das veneraueis reliquias D.Dinys fendo ainda minino. E.
do padre fanto Antonio. E mor | porque as depezas erão grãdes, }
rendo tambem ele a os 12 de quizfe valer a principio do do:


#
•- - - ->-- ---
* - - - - --- -- -
•• nati---
*==… * =T== T *
---- - - - - -- - -
-

* *

ZI…na Fria… Pºrtugal Tögy"


natiuo dos pouos: mas depois, são hoje, como
- ••• - -
outros P**
*** *a " ****** ;
pa: istofisich | -

apertado de efcrupulos, decla rece tinhão dádo a ds ditos pre. ič |


io.c. 16. :
rou que sò por via d'empreti lados obediencia, pera que as Htt,Eccle •

mo o podia aceitar, & aceitaua godernafem pelas feis, & ob fiaft.de Lif- |-

a P.s. c. já
com encargo de o tornar a pa fertancias anºs dº Riº Rei
* ** •• - - - - - $.
/Monarek. gar. Sobre ito/mandou pafar gião. E vindo elas a faltarlhes |
tufit p.3.1. húa carta à cidade de Coimbra
16. c.f. com eta obediencia forçada, |
1 a os 14 de Maio de 12 66 por ou voluntaria,ouuerão os ditos |
frei Afonfo Albertis Prior de padres hum refcripto do Pa |

São Domingos,frei lulião Guar pa Clemente IV, o qual fe deu |

dião de São Francifco de Life em Perota a 2 1 de Feuereiro |


boa, & outros do feu Confe de 12 66, pera que eta caufa | *

lho; que como nelle entrauão fe julgafe. Os luizes, que vi-|


religiofos tão doctos,& tão te letão nomeados, era o bom Ab.
mentes a Deos , auião fempre bade do moteiro d'Alcobaça,
de fer acertados os confelhos. & os nofos Guardiães de San
Mas nem por ifo os frades, a tarem, & Lisboa. Diz agora o |- |-

quem o Rei dete modo etí fobredito Chronita, que eles


maua, que os tinha em foro não refoluerão a caula,& terião
{ de Confelheiros, deixauão de | occafião peraito: porém º moí
padecer as moletias contra os teiro hoje età em polfe pací
feus priuilegios, que nefte an fica affi, da regra, & habito
no e tranhou o dito Papa a o de fanto Agutinho, como tam:
{ cit.c.ao. Bipo de Lisboa, & nòsº aue bem da obediencia,que tem aos
.32 25 : Grft
mos contado. ,, , , " " ": ' ArcebiÍpos. ***
""" a 2, , a 1# cifixa
- º 5, º Auia por ete tempo • #…)

grandes pleitos entre os pre CAPITVLO xxxvii.


lados da Ordem de São Do 11:2 e este? *?> 3. "

mingos,& o moteiro de Chel-]


las,fittuado em hum valle apra-| Maurigº Kalºuri,
de S㺠Francified Fort
ziuel, meia legoa de Lisboa
caminhando pelas ribeiras do

** * *
+
-

, ,,
… v!", #pº
• • • ••
ºi, alegre." 2o. E º ":";
P; ….;
"t g ==…". #-t >- 1;
-->
ºres 2-4 *
. Fºi º Fº
- "| •

nobre Tejo afima . Era a ori


gem delles, que as freiras def I" A5 legeu por his. 11 66.
te infigne moteiro, ou fofem*{N feito ete_poab de:
naquele tempo da mefina Re: - Yuotifimo com o re
ligião do Patriarcha angelico, galo da terra, é o Autor da na
#Seuf, p.»
} l. *-c.13.14. comaquero leu "Chronita, ou tureza lhe preparound fea fitrio,
$$, fofem Comigºs regrãtes defanº fem que delle participaderatam
to Agatinho, do qual etadd be os pobres defefa Christo, &*_*|
*

}
|-
/*

# "T
*==
**aa * 3. affi ••.•
– • *-
•=
----

óo6 Liuro V. Da bifloria Serafia 7 Z=


afi breuemente conuidou os aigreja; porque antes de come
|##### era fua compa çar a reinar no anno de 1279,
- • • • • • • •

inhia. Era nefe tempo villa do | como ainda veremos, e achauão |


bipado da Guarda, & agora del aquifrades, Porfima dete letrei
- do anno 15 jo,cidade Epiícopal. ro apparecem as infignias Reaes
Ofereceo finquo cafas á gente fem a Orla dos Catellos, que
religiota, referuando dellastres, el-Rei D. Afonfo III. acrecen
& efas as mais antigas pera a tou no eícudo. E daquife ficou
|nofia Familia: a faber efe con perfuadindo quem fez o Memo
luento,que he # de todos: rial manufcripto da fanta Pro
outro dos me{mos frades Meno uincia do Algarue,que antes de
res, da Prouincia da Piedade: reinar o dito Rei fe começou o
hum moteiro da Ordem de fan conuento.Não he porém muito
ta Clara: outro defeiras Citer | certa eta fua conjectura, porq|
cientes, & finalmente hum colº ete me{mo Rei fez aligreja das |
legio da companhia de lefu. O freiras de Santa Clara de San
lugar, onde citamos, he muito tarèm, & pondo nella as fuas |ç tsp.»
accommodado affi em rezão Quinas Reaes, comoiavemos"|
dete, fittio fer bom, como por efeito, não ajuntou os Gatellos|
ficar vizinho a os muros da ci por quanto atè então não tinha |
dade,& fóra de feus apertos,que vlado deles, nem vfou até o an
podião efireitallo. Mas, em que no de 1267. Eito me{mo pode
tempo tomámos a pode dele, & ria fucceder nefte conuento, de
o fomos pouoando, não o fabc modo que a igreja começafie no
mos de certo;&ito me{mo nos (eu tempo, mas antes da vnião,
|
motra fer muita a fua antigui que elle fez das Quinas com cs
* * ** ",
dade. >>}_>
> fºi
/> "I i Catellos.… : " … . •º

* * * *

2." começarão 2 ecntalla |- 3 ; Centudo nem mifo to


(&não fizerão boas contas) no | mamos pè, confefando tão fo
reinado de D.Dirys os deus pa mente,que he conuento antigo,
dres "Gonzagº, & º frei Lucas, 11&quenês não lhe abemos prin |

º fundados em hum letreiro da fa cipio E pela me{ma rezão no pri


chada da igreja, o qual diz pelas meiro anno, em que nós conta
palauras feguintei, que o febre por efcritura autentica, que nele
dito Rei # moteiro:
z'minus zignºs. Portugal exer
le auia frades, ita he, no de
|1266, damos à fua noticia- Eta
|
# it hoc manufertum. Ito por e{criturasheia doação da agua
• -

rèm não nos diz,que ele princir de húa fonte, que nafcedentro
piou o conuento, fenão sò que da ferra, a qual nos deu bipadre
obrou os edificios, maiormente
=
-* # 5 -… 1 ber
--=-=-* =9#####== - P

===
__ .______--—
, !
•••

Menores na Prouincia de Portugal "…75 7. [


berdade pera vir a o conuento gor não lhes podia communicar
rompendo as fuas terras, & foi eta graça porque não erão feus |
feita em Abril da Era 1304 que fubditos,a cócefão era boa lup
repondeo a o fobredito anno; |pondo o beneplacito do prelado
- Dahi por diante occorrem etas |Ordinario, o qual por etilo fé
memorias. No de 1171, decla fuppunha em todas as concef5+
rou em tetamento o me{mo Rei
|es.Alguns makeferupulofos de
D. Afonfo,que deixada aºs frades clarauão eta claufula,como de
Atenores de Pºrt-alegre/nquenta h | clarou o Arcebipo de Braga D.
uras. No de 1272, concedeo hú frei Tello numa fprouisão, em
Bipo de Coria quarenta dias de fauordo conuento d'Alanquer,
indulgencia a quantos com feu dummidº ad id somºrfis zºísejam
d arch.de fauorou e{molas ajudafé a obra accide: mas não era "hecefa
S. Franc. de
Caria.
deta igreja. E no de # riã. :: sr-ti. … º fil er; e . :}
:
(ou húa certidão o Guardião, |
Quinás,& e letreiro,
5 . As Qu
que fechamauafrei Egas, de cor |que deixaraós apontado, nos |
mo auia vito húa bulla do Pa-||rmotrão comb o braço Realedi |
pa Gregorio IX pela qual deu |ficou o conuento, acabando D |
priuilegio a os Terceiros fecula |Dinys o que feu paecomeçára.
res de Helpanha pera affitirem Não excluímos a deuºrº dete tbsº,***dºnº3 :
} . •

nos officios diuinos em tempo pouo,que tambem ajudou mui # -*.datºs


de interdióto. - } * * * * # #;" } |to: mas bateu o que obrarão os|
4. Pela contefão do Bipo |Reisperafer caía Real; Infigne |
|jº nomeado afima inferio o Áu | foi em procedimentes fantos a |
effe|{uá antiguidade,tudo porém ella |
tor do dito Memorial,que neffe
| tempo pertencia Pott-alegre à| me{ma inuolueo em húa efcuri
diccefe de Coria, pois o Bipo ||dão, # nós agora não pode
concedia indulgências pera os môs illutrár {Não/etãé ainda
feus moradores. Masperaelle fe] muito largos os feus afinos, quan
i liurar dete engano, obuera de | & |-
##
aduertir como o Bifpo ha proui |fua mulher Maria Domingues, •
• •

são declarou,que a villa entraná ##### *# •

em o bipado da Guarda:Cumigi |pital pera pobres; & conhecen


tur religios, virifratretadnores in rufº do a caridade dos frades, lhes
|
trºquadvocatur Portoalegre, MEgiº encommendarão áh5osº (da
! tantenis átecesis denºuder.lastã *Alladminifração, do que nos da
| trunt, & que a os mefinos diece tétemunho hia pºdh da pare
} |{anos da Guardapfr/Egitaniem/em de da igreja. Contínuou o con
1 | 1. . . |-

e Laiman | diecesim uturis; concedeo as in luento com aquela diferença


ºs tract. 7. c.
I n. 5.
dulgencias Epoto que tem riº degou…ºlº prelºdeº due fºi
-
T - - -

→==
Eee 4 aZen
------- -
=

Óo8 LZ77 DTS………T FAT


fazendo o tempo na nota Reli-, |reinº&helle pera nota Fa:
|

a |
prim
gião. Por quanto eiramen milia. Nefte anno fe achou o nof
}
te, nafceo nos limites da Cufto fo Rei D. Afonfo III, Senhor
* -- |dia,chamada de Portugal;& diui abfoluto do Algarue fem quef.
# indo e ella nas duas, que (e di tão, nem dependencia, & pelo
ião de (oimbra, & Lisboa, etavl me{mo refpeito começou a no
| ima o teue no feu ditrióto atè mearfe Rei de Portugal, gr do Al
e, fain do della ,a que fe diffe | garme, víando em final dito no
|

de Eura ,o inco rpor ou configo. | feu e{cudo Real das Ouinas, &
• ••
*-*": | Pafiou tudo ainda dentro dos | dos Catellos,diuiza d'ambos os
*:> .……… |-

.*: *#*** termos da Prouincia de Sant-l reinos. Nefte anno fe vio també
lago, & leuantando depois to | a nota Ordem ferafica mãe d'-
"…".
das a nofía de Portugal, foi fe |hum filho, que entre todos os fe
guindo na fua obediencia o ef> |us foi o primeiro, que gouernou
tado dos Clauftraes, nem delles | cadeiras Epifcopaes Portugue
fe apartou quando a nota Ob |zas;& quanta mais fabidos erão
{eruancia fe tirou do feu gouer | os merecimentos nelle, alheos
no trazendo configo as luas pre de ambição, maior gloria lhe fi
eminencias. Nete etado o en |ca de o ter habilitado pera lo
"controu 4 húa bulla do Papa grar eta honra..….……… "
Paulo III.pela qual foi reforma ; ; , Etc he o dignifimo pre
' || do no anno de 1542;& comoja | lado D. frei Vafco, Bipo da
fe achauasos limites da Prouin | Guarda, & o primeiro do nome
icia do Algarue,que etauá fepa |neta infigne Igreja.Foi Peniten
rada da nota de Portugal, a ella | ciario dos Papas Innocencio IV,
fe aggregou á º . "… || & Alexandre IV.; Capellão do
- -
1 ** *

* *

|- | cºr; , , , , , , , , , >" || me{mo Alexandre : Nuncio, &


cAPITVLo XXXVIII.| Legado Apotolico em muitas
{ |- - - * * * | partes da Europa detes dous faa e.fr.Lucan,
Rºbi, º D… fiáveiº tos Pontifices. A primeira º com 1143.n.32.

mifão, de que tiuemos noticia,


| Bipº de Famaguta, e foi do dito Innocécio,que o mã
-- da Guarda.
- - - |dou a Cortona em Italia perato
i .
mar proteto a frei Elias de mor
[ //"> "Nom muitogotoche rer obediente à fanta Sè Apoto
| 1267. " - º gamos a ete anno lica, em rezão de auer acompa
- *-*" de 1267, por fer da inhado por feus particulares ref-}
qualidade d'aquelles,que os an peitos, nafcidos de ambição, a
tigos contauão por feixos bran Frederico II, Emperador feif.
cos, felicifimo pera ete nofio matico , & rebelde à me{ma
—=
A! *
s…-- |- --- -- • _ Igreja
------ -

Menores na Prouincia de Portugal." 5õ9 * *

b.an.cit.n.
49. & 2n.
Igreja anta.Depois dito"o mã to, & letras. Aconteceo ºnete dfr Lucan. à 4 $ 9. n. 7.
- * #4 n.44. dou o mefmo Papa por feu Nun tempo inquietarfe o reino de
cio ás partes de Alemanha fobre Inglaterra, leuantando húa terri |
negocios graues, dos quaes apon uel tormenta contra Ademaro,
tamos etes.O primeiro, difpen Bipo da cidade de Vuintonia |
far no cafamento d'hum Infante Soprauão os ventos da lua tribu
de Bohemia com Margarita lação dos montes mais leuan |
| Duqueza de Auftria, que pera tados, & affi erão mais fortes. O
|ete efeito auião ja inuiado Em queixoto de lhe im-1
Rei etaua
| baxadores a Roma. Confiderou pedir as decimas,co as quaes de
| as rezões, & dipenfando com fejaua foccorrer à Terra fanta.
|elles no terceiro grao de afini Os grandes, & os Senhores do
| dade,& quarto de confanguini reino,impacientes de verem co •

| dade,foi com eta condição:a fa mo na fua republica a nação


ber,que el-Rei, & o Infante ju Franceza (e fazia poderofa,a elle
rafem, como logo no mefmo por fer Francez não o podião
ponto jurarão, que fempre af fofrer. E arrotandoo todos, fu
fitirião à fanta Igreja de Roma, gio deta tempetade fem parar,
& a o Rei dos Romanos. Foi o nem defcançar, fenão diante dos |
fegundo negocio, afêtar paz, & pès do Succeflor de são Pedro.
concordia entre o Rei de Vn Bem vio o fummo Pontifice as
|gria,& o outro de Bohemia, que | muitas dificuldades, que auia |-
| andauão em perigofas contédas. nete cafo, mas tambem confi
E nete cafo vfou de # derou, que sò a muita pruden
dencia,que conuencido o Vnga cia, & o valor de frei Vafco as
ro defpedio Embaxadores,& hú | podião abrandar:pelo que a má
delles Francifcano, pelos quaes dou a compor tudo, com pode
fefobmetteo no arbirio do Pa-| res de Legado. Entrou na Ilha |
pa,com promefa de fazer o que ete Varão Apotolico, feito bú}
" .. felle ordenafe, Paísada eta mif Anjo da paz: pacificou os ani |
são lhe deu outra o me{mo fan mos, que etanão alterados: def|
to Pontifice pera os Reis de Por fez aquelle tumulto, & deixou |
fl. 4 c.38. tugal,Catella, & Aragão,como retituído o Bipo na fua cadeira |
ja disemos f em outra parte. Epiícopal. . . .
* 3 Entrou Alexandre IV.|| | 4 "Com efies & outros me * ->" +* *

na cadeira de são Pedro por mor recimentos o achou o prouimé | " " |

te de Innocencio, & contando to do bipado de Famaguta,que |e Ferrar. in


|lhe como era fidelifimo Minifº fez em fua pefoa o mefmo Pa Catal SS.
ro da fanta Sê Apotolica,tam | pa Alexandre. He eta" hña ci. lan.6.in
comments:
# fequizajudar defeu talen-1 _dade da Ilha de Chvprefituada
: # I]3.
••••• ---- --•••
• •• •• • ••
61o Liuro V. Da hi/toria S7 dos frades
na cota oriental,que então per receo nete proprio bipado em |larch.de$
tencia a Veneza, & agora a fe tempo de D. Dinys, & "confir Clata de
Coimbra,
nhorèa o Turco, que nella tem mou na doação da villa de Tor
leuantado hum prefidio nota res nouas,que elle fez a fua mu
uel Nefte bipado procedeo mui lher à Rainha fanta Ifabel, di
fantamente, merecendo os lou zendo etas palauras,Z).Va/cº21/
uores, que lhe deu do feu gouer po da Quarda. Foi feita a fua carta
no o Papa Clemente IV.dizen neta cidade da Guarda a 24 de
do etas palauras,cuius laudabiliter Iunho da era 1342, que vinha a
praes regimini, quando o quiz fer o anno 13o4.
transferir pera a cadeira da 5 Das acções do feu gouer
Guarda.E fem duuida tratou de no,que não podião deixar de fe
o promouer, entendendo, que rem muito prudentes, não alcan |
Prelado de tanta autoridade era çamos noticia no archiuo do
sò o que conuinha a eta fanta reuerendo Cabido, onde ella fe
Igreja,quando ella, como as ou poderia achar. Porque não ob{-
tras do reino,etaua em ºficção tante o fauor, que fe nos fez,de
| por refpeito dos aggrauos d'El nós o podermos ver, etaua tão
Rei D. Afonfo III.: defempa indigeto, que por não fermos
rada tambem do feu Bipo D.Ro penofos a quem nifo auia de af
drigo, que não podendo fofrel | fiftir, nos contentamos com húa
los fe auia acolhido pera a Cor breue pe{quiza. Hum Catalogo
te do Papa, onde a morte poz manufcripto dos bipos deta
Monarch termo a feu deterro. Dizem fal Igreja nos veio a nofas mãos,
ufit.p 4 l.
5. c. 8. guns, que chegou até o anno de mas etá tão viciado,que não nos
12 68: mas não podia ferifo, fiamos delle. Contudo he coufa
pois D. frei Valco, fendo elle certa, que refidio no bipado al
falecido,lhe fuccedeo no bipa gum tempo, como tambem o
do em 17 de Setembro de 1267. fuppoz o grauiffimo Autor da … m.cit.c." |
fr.Lucan conforme às fuas letras, que é fe quinta parte da Monarchia Lu
267, n.8. derão em Viterbo no dia ja fitana dizendo, que o leuarão a
apontado, & anno terceiro do Roma as queixas contra el-Rei.
gouerno do (obredito Pontifice, E parece, que ja affitia nele a
Platina
reuiar. que º foi eleito a 5 de Feuereiro os 14 de lulho de 1269, quan
hronolog. de 12 65,no qual dia os feus ºn do D. Contança Sanches, da
nos (e começão a contar. Não qual auemos de efcreuer adiãte,
Monarch.
+
faltou º quem o fizefe da fami o fez (eu tetamenteiro, Zominum
ufit. p. 5.1 •

6. c. 11. lia dos Aluellos nefte reino: Epycopum AEgitaniem/em; porque


equiuocoufe porém com outro não he verifimel, que vendote
|
do me{mo nome,que depois flo ella junto das portas da morte
- - - - - - - - - -
– *_______-- __entre-_"
Menores na Prouincia de Portugal I, I
entregafe as coutas de fua alma leuantaua cabeça,ieperou me
|a quem etaua aufente. Tambê lhor fortuna,affitindo entretanº |
n. auch, de o "temos achado confirmar em to na companhia do Papa. E ef
S.Clara de
| Sant.
as doações Reaes, que tocão a te deuia fero D.frei Vafcocha.
mado erradamente, 1 como fe fLufit.p.
Monarch.
-

º Hifl.eccl. outros annos. Mas ito, como º |-

5.I.
de Lisb. p. 2
c.46. … ja fe aduertio, prouando a fua tem aduertido, Zifo de Cidais, a i6, c. 15;
pode,não motra a refidécia,por uendo de fer da guarda,ou daldº.
| ter etilo antigo d'aquelles pro aha
nha, quando
o qual oeteue
MetreporD.tetemu
Paio da | •

|prios tempos nomear nas doa


ções, pera lhes darem mais cre Ordem de Sant-Iago (e compro
dito, todos os prelados viuos, ain mettéo no Cardeal Metre Pe
da que quando ellas fe fazião dro nas demandas, que trazia co
não etiuefem prefentes. E por a Igreja de Sylues. O outro,
ifo o Eferiuão affentaua os feus |
cujo bipado não diffe a ef
nomes, & não fe firmauão elles, critura, feria o nofo Bifpo de
como vimos na me{ma original Càdiz frei Ioão Martins,porque
do dito Rei D.Dinys,que deixa ambos etauão então na Curia.
mos referida. Efendo a dita caufa entre partes
· 6 Etando pois gouernan Portuguezas, compromettida
do o feu bipado da Guarda,co num Cardeal Portuguez , em
meçou a padecer os aggrauos, prefença doutras muitas pefoas
com que el-Rei cffendia as Igre de Portugal, conueniencia era,
jas; & poto que o mal era corn que tambem (e achaffem ahi |
mum, a lembrança de fever em ambos: aquelle, por Bipo do
outro tempo tão repeitado dos me{mo reino: ete, por leu na
Principes,fez nele mais impref tural. - "
são. Por onde fe refolueo a to 7 Magoado D.frei Vaíco
mar aquelle me{mo caminho, dos trabalhos da fua fanta Igre
que outros Bitpos leuauão, de ir ja: cortado do fentimento de
queixarfe a o Vigairo de Chri!- não lhe poder valer, ouuio a {
to, & affitir no Concilio géra!, voz do Senhor, que o mandou
que nefe tempo fe celebraua defcançar,& receber a coroa de
em França. E de là inuiou ao feu zelo de fuas mãos liberaes.
moteiro de S.Clara d'Entram Teue licença do "Papa pera fa *# Lucan.
|bos os Ríos a prouisão de indul zer tetamento em 22.de Oitu 1173, n.24.
gencias, da qual º noutro lugar bro de 1 278, & difgõdo as cou
P. capºzr. nos lembramos, efcrita na cida fas como cõuinha,deu fua alma!
de de Leão a os 13 de Janeiro | a Deos. Era falecido ja a 24
de 1274. Mas porque em Por de Dezembro, quando o ditor
tugal o Eftado ecclefatico não } D. frei João Martins lhe fucce
dèo
- - - -*--*
)
----

612 Luro V. Da hi/toria Serafica dos frades


-

} dèo na cadeira: mas ito terâfeu de Nauarra,& Sicilia,com Edu


#2, #
tempo. # …•
----

• • •• •
ardo filho do Rei de Inglaterra,
<i #- * * * * * ** ** , " "; "..
- *
gouernando hum exercito gran
difimo de mais de duzentos mil
cAPITv Loxxxx. foldados, porêm mal afortunado
pelas notaueis degraças, cõ que
|Da prégação da Cruzada (e desbaratou. - . :-*1 -

com outras extcuçõrs em fauur 2 - Comete me{mo inten


da Terra finta;&# da fafen to foi fazendo muita gente, em
quanto Deos lhe deu vida, por
s㺠dº interditiº dº reino: meio da prêgação da Cruzada,
tammettidas tºdas pela… na qual fempre occupou os nof
Papa a 0; fra- … "
* * * #c
fos frades,& nefte reino a o Mi
nitro Prouincial. Era chamado
"…" de |frei Paio, a quem o Papa conhe
cia não sômente pelo nome,mas
Aquele proprio an pelas muitas virtudes, de que ef>
- no de 12 67,em que
taua ornado: como era húgran
*-- *: o fanto Pontifice de amor de Deos, hum defejo
Clemente IV. acodio a o empa feruentifino de todo fe empre
ro da diecete da Guarda com hú gar em o feu fanto feruiço, &
Prelado tão graue, como era D. hña boa fortuna nos negocios
frei Vafco, andaua tambem tra: mais arduos, que tinha á fua cõ
çando o remedio da terra de Pa ta. Afilho fignificou pelas pa
letina, cuja chritandade etaua lauras feguintes: Cºnde,cum dete,
mui opprimida com a furia dos 4* Zeum diligígradprºjequendum
Barbaros,& do Soldão de Baby eius beneplactum ºfiras, qui que mul
lonia, os quaes afíolauão tudo, tiplicibus doni, virtutum preditus
ofendendo grauemente a Ma laudabiliter proficis»h labores impen
jetade diuina nos mefmos laga dis, magnam in Zomino fiduciam ha
res fantos,onde ela com feu pre heamus & c. E com eta confian.
cibío fangue auia executado as ça lhe encommendou agora o
maiores piedades. Pera ito pre que mais defuelado o trazia, co
tendia fazer liga com os Princi mo era ajuntar alguns foldados
pes Chriftãos,incitandoos a vin em fauor da Terra fanta por me
garem os opprobrios da Cruz, | io da fobredita Cruzada. Come
que fora o intrumento da nofía ça a fua "bulla, Redemptornºfier: «atch.4" S,
reparação. E acabou com feu dada em Viterbo a dous do mez de Francifeº
Al20%"
zelo, que faífem de Europa cõ de Setembro, anno terceiro do
tra elles os tres Reis de França, _feu Pontificado,que vinha afer
do
2 ----

…Menores na Prouintia de Pºrtugal - {


do Naftimeto de Chrifto 1267. . i de 1268, em a domingº de Ra- 1168.
3 . E poto que o ditriélo||mos." " " " "
do nofo Prouincial fe etendia 4 - Muita fealitou #
naquelle tempo tambem por pera eta guerra fanta, & tocan
Catella a velha,Galliza, & Le do Deos tambem o coração d'-
ão, sò no nofo Portugal, onde ElRei D.Afonfo III, ellefe of
a piedade chrifiâmetaua mui fereceo pera a melma jornada,
to florente , Chrfis fidelibus rig a cuja conta pedio alguns fauo. |

ni Portugale , lhe encommen res do Papa,º que lhe fotão có t:f-Lucaº *


cedidos por finquo bullas, dadas 4 a 68 n.1;

dou o Papa deta vez a prega


ção. Tinha ele obrigação de todas em Viterbo a 3o do mez
prègar, & quando o não podef de Iulho, do anno ja iefetido -

fe fazer, auia de fubrogar frades, | 1268, & commetúdas na fia


que fofem idoneos pera efe nofos Guardiães
execução a os
miniterio. A grãde autoridade, da Guarda, & de Eudiº, &
que a todos feconcedeo, era ef> a outros dous Priores da Órdem
ta. Prêgar onde bem lhes pare Deminiana. A conceió,
#"# A###
cef[e: conuocar pera ifo todo o tres annos pera os gatos da {
clero, & pouo: fazer com elles|

htia procisão géral: dar de guar bredita jºrnads todos gºlegº


da o dia da prêgação; &cõceder | os pios, que não tocauão a pef>
a os prefentes cem dias de in |foa,ou lugar determinado:todºs
|dulgencia. Tinhão juntamente| os malacquiridos,dos uaes na
a me{ma autoridade pera darem | contaua#
domno: as
a os foldados o habito de Ca-| ções dos votos, que alguem
ualleiros da Cruz, & pera lhes | uefe feito ºpera entrar neta
# |

concederé indulgêcia plenaria,a guerra. Tinhão tambem facul


qual també poderião cõcederal dade pera abfolder de qualquer
qualquer outra pefoa, é mandaí excommunhão, & c in
Efe à fua cuta foldado,ou ajudaffel|dulgencias a quantos rfil.s
cófabfidio a guerra. Começºu |#
#
| aprêgar com grande zelo o dito |pera a mefina empreza.
empreza, E# Prº;
| Prouincial,mas vendo como era |mettendo muito grandés“aappa2
?? :-)

|-

|
+--

impofuelacodir a tãtas partes, |ratostantofabfidío do Papaiu *

{fubdelegou feus poderes nalgüs |do desfez a humana incontan ,.….……


*-* * *

|fubditos, a os quaes deu hum |cia;&a degraçado femif


rniçado #
! #fj
il do
tranfumpto
pelo Bi da bulla,
'r:í… autentica
rs M--
o pelo Bipo de Lisboa D.Mat
#
|##### Rei em
om
f) f, 1 * 1 * *
as i-ki " …" .

* #1 {
Cf ;;#; 13:11, kºi: to",

| theus,com que leºniº


uscem que feania encontrºláriºs
encontra
.………."! desejº
#######"""##########
…! Fff • i |- QCC3.-- --+

---- --- ***********__________________ *-- =-=-º---…-. ."


= –
314 Luro V. Da bifloria Seraficadosfiados |
loccafião fepultallas, pera o que|Fafes Godiz & D.Sancha Giral |-

iauiou a Portugal com os pode des, herdadoja defeu bifauó D.


res batantes Metre Guilhelme Fafes Luz, que acompanhou a
Folquini, Conigo de Narbona, o Conde Dom Henrique,quan
& !eu Capelão. E porquanto os| do entrou nete reino; Erígio
prelados das Igrejas tinhão pro |altar a eta Virgem ferafica, to
cedido com centuras, & interdi |mou fepultura dentro da tua ca- |

cit,
.fr.Luc. ótono reino, º cõmetteo a os nof|pella, & fezlhe tão largo dote,
|fos Guardiães de Santarèm, & que o Cabido, cujo foi o inte
| Leiria, que em quãto etas duui refe, leuado do leu primor a
|das tomauão algum affento, fuí crecentou os encargos, com
pendefem o interdicto por efpa que recebeo a renda. Em carre
ço de feis mezes. Foi dada a fua goulhe o Bipo, que louuaílem
|bulla a 31.defe me{mo mez, & a Santa todos os dias , fe não
| anno, a qual ellesja ião executã foffe feta dobres, ou de guar- |

|do: mas fobreuindo em menos da, cantando a antifona, lam |

de quatro mezes a morte dete /anie (lar e claritas, grc. com


Pontifice,ficarão ascõtrouerfias verfo, & oração na fobredita
• • m,

| ainda mais encruadas. . |capella: o "reuerendo Cab"lid


i-k
os* • ºf
do a ito acrecentou húa mif-no **
| c .API
| , . .
TVLo xxxx. - (a cada dia por tenção do me{- sé.
" ||
•, 1.
mo Bipo ; mas muito bem
|Das memorias infignes, que | merecia eta memoria dos ho +

|em Coimbra, no Porto,&#nou mens quem fe lembraua da San


ta, & de fi (e efquecia. E della
| tras partes/eleuantarão | tomo
\ u tambem ofeu nome húa
: - /*_ /*__ - - ** * * *
àgbrinfa fanta …" porta, chamada de Santa Clara,
• - - 1. |- -

… - -
|-
---- -
Clara, # … || que Íe abrio no cruzeiro pera a
|parte da rua, fobre a qual etá
"I Ra muito celebrado |a lua imagem entalhada numa
1268. | H. netes tempos o nome | pedra. " * - —, 1
. . i . . * . * … :::...
*-* defia Epofá de Chrif. #2 . Não efcapou ete infig
to, gran
geando de tal modo a ne Prelado dos aggrauos, que
deuação Portugueza, que huns | abrangião a todos no tempo
fundauãoáfia honra moteiros, |d-ElRei Dom Afonfo o III, &
| outros memorias nobres. Hüa indo fazer queixa a o Papa,
delas leuantou na fua Sêde Co leus merecimentos o fizerão
?, Conde D. imbra o Bipo "D.Egas Fafes, il |Arcebipo de Compotella.Tor
Ped.tit. 39. lutriffimo na virtude,& no fan |nando ja com efte houo de(pa
gue, que trazia por feus paes D. | cho, na cidade de Mompelher
• A •

** * •
====
+ = •
lhe –=

- •• • • == =
--#---#-----……----……….

AMenores na Prouincia de Portugal. T6ff |


lhe poz embargos apofe dele. a 27 d'Abril lhe foi dada (epul |
a morte,que cotuma defembar { tura. Affi o diz hùa pedra, encai }

gar os do ceo, em 9 do mez de xada na parede à vita da me{ma


Março da Era de 13o 6, que Santa(depois de noticiar em dez
foi o anno de Chrifto 12 68. verfos latinos fuas grandes dig
Mas o corpo,teus criados o trou nidades,& virtudes) pelas pala
xerão a etafua capella, na qual Ulfâs {eguintes. … ** * *

… * . ... •

Era M. CCC.VI, VII. Idus Martij, obiita


pud Montem pefulanum Dius Egeas Fafile.
Archiepifcopus Compotellanus, quondam
Epilcopus Colimbrienfis; cuius corpusductú
efthonorificëà familia fua incivitatem Colim-3 | -- !

brientem;&fepultus hicinfepulchrofuofa • • •

#
|-

bricatojuxta altare B. Clare V.Chalédas Maij •

--
• •

de eadem Era. } , , ,, ,; ,;, ,"" + * * "* * * "o:- - º |





* *

- - • * #: - - |-

3 Outra memoria nobrell 4 º Muito maiores #


defa gloriofa Santa tem a cida rias intentou tambem no Porto *

de do Porto num ho{pital do feu a piedade notauel, com que El:


nome, o qual era tão antigoji Rei Dom Manoel veneráua eta
| no anno de 1499, que o Conta: ||Santa. Pretendeo #### #
dor dos hofpitaes, & capellas, |em freiras fuas affios quatro mor -


| chamado Ziegº Zorges,
dolhe o tombo ordenan-
não lhe |teiros do
defco-||depois (e gloriolosão
vnirão nó feuBento,
da Aur4 #

###"brio principio. He "hoje admi-|| atºria: como o de Cºrpuschrif; :


|dº Portº nitrado pela Caía da S. Miferi- em Villa noua, o qual profefa à | |-

|cordia, que fatisfaz os encargos, || regra do Patriarcha Angelico. #


|| & celebra com mifa cantada p|Pera todos architectaua ja # ;
dia da fua feta. Neftehofpicio|fua Real grãdeza:pera tudo ou | #

pobre, mas cheo de caridade. { ue bullas Apofolicas, &tudo f


2P. Tellez pouzarão grandes pefoas da Gö|| impedio, como ainda diremos. - *

# panhia de Ieíu antes de terem || Mas nem porifo a Santa ficoh|| |


$###|collegio, & a primeirº licença ||ahi de mao partido, porque lo || |
| "ºpera ellefe fazer, º aquimefmo|gra o hopitalfobredito, hum }
# a concedeo a cidadeia são Fran- moteiro de freiras,do qual aue- {

º # cifco de Borja. … --- ##. E " " mos tratado.&outro,4°indº nos |


{ , ! {
=== = —*-*-
616 Luro V. Da bifloria S#
e{pera no lugar que lhe der eta: . * * * "}" > ----

Hitoria. i
} - || CAPITVLO XXXXI.
E. He grande a deuação, ] , … … .. . * . * * *
l que lhe tem os mareantes por ".…….………… dº
# Douro & Minho & # Pa figular duç㺠* D
|os *, que não chegârão Confiança Sanches comºpa
|########|#######"
# ligião, ou lhe leuantão ermi-1] : … …º uh- "…
} como tem feitoVianna, ou |Antºniº {uais hºppar
| pintão pelos altares fua fagra- cèrão nº tempo defaur
# à # º te;&# áo efiado das º
|todos por aduogada propicia || ; , ,, aº de ç Ormº, de ".
-

i # #### | nas 48. Cruz * . * * * -1

los mares de ###nião o | Coimbra. ";


feu fanor aqueles deuotosho-ji
| : , , : #;" | * * - - -

mens, que quando a inuo-| 1 (TY Hegou o tempo, em


carão em húa grande tormen-H …, \ A que a morte cpmfeu 1269.
ta virão tres luzes do ceo, as """ A
oberbo imperio aca
quaes pacificando as ondas, |bou de cortar felicemente em
vedarão tambem a nao, aber-|| D. Contança Sanches o fiotão
ta ja pela quilha , atè toma=|l quebradifo deta miferauelvi
rem o porto, onde todos fe||.da nos muitos filhos delRei D.
|faluârão. Ete milagre, o qual || Sancho I, fendo ela a derradei
landaua e{crito nas nofías*Chrollra, que lhe pagou feu tributo.
]nicas foi copiado em parte pelo | Foi filha do dito Rei, & de D.
| pincel d'hum pintorna igreja|}Maria Paes Ribeira,fidalga mui de D.
] de Santa Clara de Villa illufire, à qual º em rezão ## *];
| Conde, & muitos dos marean-H da fermofura, que mella era ef>
|_{tes daquellaterra ainda ||tranha, chamarão a Ribeirinha.
|
|
" * # º | Viueo fernpre em celibato ho
particulares fa- ….… i]]neto acompanhado de fingula
* #

| ... _, se uores. …; … ; ; ||tes virtudes, pelas quaes alcan


il..… : #;"> E º # 3 * #} çou nome de Santa, & veio a
} • •
….…. (?)… al., … || confirmallona piedade notavel,
}
|
…",} i :
.
i, , , ! • * C * . * . * …
|-
} com que no feu tehamento Or- #
-

} denou o q melhor lhe cõuinha. #………


-
• •• + * *> - { { {
* {}
|-.

|-
-


.

-•
|-


}{ }

|-r

- -
|
E [e outros tem contado o que ! #
{
## 1
lhes tocou à elles,a melma licen | .
- -- .* ** ** {
*
aº lap ..….…… … eu fºi º temos pera efereuer agora a
•{-
•;

}~
••
it is pº: " " .…" fºi …"
|
{ quillo,que fhOS pertence. a- ,- .4.*.* *
-

- * * * * - ,º • 2. De
*=* **********
* ****== *•
!

----
=-

| |-# Menores na Prowikia de Portugal. … 612* -

--><-.-><-.- —–
|-

vc… Declarou primeiramen dão de 5.Francifo, & da Pior",


| ** ***
>
te,como ela nos fazia, & queria de S. Domingos da fobredita cí-}
acabar a igreja do conuento de |dade. E quando lhes parecefe •:

S. Francifco de Coimbra, mas bem ínnouar algüa coufa, nun


porque a fua mortelho podia qua auia de fer (em confelho,
impedir, deixoulhe trezentas: & mandadó de frei Afonfo Ró--
liuras. Mandou tambem fazer drigues feu (obrinho, ou do di
nella hum, altar de# Ga to Guardião, fendo ele faleci
tharina , pera o qua deixou
-

:do. Por maneira , que tudo


.
}
finquoenta liuras; & outras vinha a ficar hºs noflas mãos,
tantas de efmola a1 etermé{mo } a quaes fendo sépre limpas,&
| conuento, com fete marcos
* - - …"
de:
- - - - - -- * Iliures de intere{{e, épre també
* **

prata, dos quaes farião tres ca forão fieis a os nofos bemfei.


lices. E lembrandote de todos | tores. Foi feito o tetamento |
os mais conuentos da nofia Cu em Coimbra a os 14 de Iulho |
todia de Portugal, a que cha da Era 1367, que he o anno |1 2 * 32 - R.
b. l.jsessº mou de Lisboa pelas rezões * de Chrifto 1 269 no qual afif | }

apontadas ; a todos juntos tio portetemunha frei Eteuão |


mandou º dar º fetenta liuras. Rodrigues,&o dito Guardião o
Tinha feito, & dotado altar roborou com o fello do cõuéto.
a fanto Antonio com alampa 3 Ordenado afito,breue
da , & mifa quotidiana na mente chegou a fua vitima ho |
igreja de Santa Cruz de Co rá deta vida momentanea, na |
imbra , & ratificou agora a qual lhe apparecérão nofos |
doação , que fizera, affi do| gloriofos padres são Francifco, - - - -

cafal da ferra, como da her |&fanto Antonio, que não cof>


dade , chamada de 24/afári. tumão faltar aos que são feus de
Mandou enterrar feu corpo notos. Etiuerão confortandoa
no me{mo Real moteiro: mas na confiança em Deos,& decla
pela fatisfação, que tinha dos randofe mais o Patriarcha fera
nofos frades, não os excluio a fico lhe difeetas palauras. Efial
|eles das difpofições da alma. difançada, filha, @ não temas fes
Nomeou entre ºfeus tetamen perigos da morte, por juantº a Empe
|teiros o nofo Bifpo da Guar ratriz do ceo te a de leuar á gloria,
da , o qual era Dom frei Val %
te darà h㺠cadeira nº santo toro
co, ordenando, que pera exe as Virgens, que com jubilos eternºs.
cutarem o que etaua no teta fãs louuando aº seu diano Espºso."
mento exprefío, ouuefe confen Alentada com eta confola
timento, & confelho do nofo ção a venerauel Princeza, foi
Minitro Prouincial, do Guar
••• gozar dos grandes bens, que
Fff *---- -
__--_ - -

*- 618._Lurº V. Da bifuria Serafadº…"


|lhe erão prometidos, no me{. rupção, & inteiro, como purifi
|mo anno a 8 do mez d'Ago mo vafo de tão preciofa alma. |
Ro. Quando depois, muito tem Na fepaltura antiga fetaua ".
hú «Monarch.
Luitpºt."
|po adiante,lhe trasladárão o cor epitafio, o qual nos verfus fºgÚ110 15 c.35.
popera ofepulchro, onde eta tes referia a dita visão dos San
uafeu Pae, foi achado fem cor-!\tos, ..….212 edit x }, , I:L-
| • ºb º , , ,,
- - , , , º "… iria; rºrrel4 … …
- ** • • • • - . - - º --> ...", - ; rrrr… "
| Antoniofociofanctus Francifcuseidem", … |
Confirmatfidem: ficait orepio. #::: ……….
Te.fcito, ne paueas,fedes Reginapolorum
Ducetinaethereas.virgineum que chorum. |-

… -
- … : : : b … " .…! # : ;,
4 . Acerca do feu etado| ab/que vºfira camília,/muler cºnfim
zes, ss,
lc.83.& ,º creuëoo"Autor do Iardim de||6*. No que fe etâmetrando,
84 e # -- - - |

Portugal, que nem ella, nem as| como ela profetou húa regra | … •

domnas do ditº moteiro de Sã |approuada, qual he a de fanto


ta Cruz erão verdadeiramente: Agutinho : como prometteo
religiofas, ou Conigas da Ordem, obediencia, pobreza, &tatida=}
| de fanto Agutinhos fenão sò de, que são os votos fuhtancia
mente beatas,& mulheres fecu es de qualquer religião, & como |
|lares, as quaes feruião a Deos na lhos aceitou, o Prelado do mo[- ]
obediencia daquelles padres,&, |teiro, chamado D. Jºãº Theatoniº.
|na fua direcção. Mas no tocante] Não era mais neceffario pera
|toàs domnas nenhum fundamen fes religiofa, a profifão neta
teve, por quanto elas fazião | forma: nem contra ifo monta
|profilsão religiofa, como feve ua, poder a profeta difoor de |
na que fez Maria Paez no anno | fua fazenda,& ordenartetamé
de 1169, que nàs achamos lan to, (e tudoito fazia, como/te-reirº
|çada no liuro dos retamentos, mos advertido, com licença do |
.r.a., chamadºs lurºmºtºr: , & cº. prelado. Pelo que religiºs lhes
#º." ]meça dete modo. Promitto ibi chamão os gAutores commum- #.*.c.11 Rºl
|-

| ºbedientiam permanum.loannis pref] mente;&


- Mmr
feellas dN não
!
erão, a fit.p.3.1.1º.
onarc. Lul
/" *-* •

|biter fecundám regulam, QrprºfeÉo que fim protetou DMórpias, fºi:


nem/anti-Augustini,vi danceps cº Fundadora primeira de 5. Clara […1 $.C. 14.1.Lu
fè, @r per conflium yºrum viuam de Coimbra, como então feve- ### -

whicumque vºlueritis, 3rmulam potif rá, quando vetio ofeu habito, et.D.
tatum habeam dand, selvendendº.»tl| # não queria obrigarfe, nem
| ahrudºgend de mmm… p/ final feus bens a eta Religilo? Coml
# fi i que
• •• •• •• • • • •• • • =-=-=-->—
é
Menores na Prºuincia de Portugal_6.19
+ • ---- !
que fundamento o Infante D. |nhas pirança, ó dia, que me foterra- |
Pedro, & elRei D. Manoel lhes. rem. ……….……….….………. º •

derão o appellido defeiras?Có]] 6 O hopital extinguiofe; *"; " |


que rezão elRei D.João III, as}} àggregando as fuas domnas às …é

mandou recolher no moteiro|outras de Santa Cruz, &ja o lo


de Sant-Anna,o qual era de Co- fante D. Pedro, tendo Regente |
nigas regrantes, fegundo logo|do reino, não fez memoria del- |-

Veré (Y)OS. …". " ||le, quando das outras catas a fez |
:', $… Tres cafas detas dom- numa carta, que fe pafou "bººmsdaal
nas teue a Ordem Canonica de || Louzàm a 11 do mez de luº ºrch.
fanto Agutinho na dita cidade |lho, de 1441, &he do teorfe
de Coimbra. A primeira, cha- guinte. Jºtandamos avó; Gil Afon
mada das domnas de Santa Cruz, Jº, que tendes carregº de receberdes º
por etar vizinha a efte Real|fruit", que fora tira em acidade de
moteiro,ou domna de S.Jºãº, por |{imbra, que num confiramisùue em
fer ela dedicada a o fagrado|ele ajão dº pagar as freiras do mºfia
Baptita.Foi intituída pelo Pri-|ras de Santa dura,de Kant.24maiºr
|or de Santa Cruz, são Theoto-[[de S㺠leão difa cidade. Etas vlti
nio, conforme aos etilos da fua || mas,que erão as melmas de San
Religião, pera que ajudafiem a [[ta Cruz; ainda etauão no feu |
os Conigos em os loudores de || moteiro a os 16 de Julho, de
Deos, & obras de piedade. Erão || 15:17, quando elRei D.Manoel | |

f *
noue, & húa dellas Priorefa, à [as mandou vifitar, & juntamen- |-

honra dos noue coros dos An-|te os Conigos pelofeu Capelão


jos. A fegunda cafa era o mo!-|Pero de Lemos, cujas intruc- #* S:|
teiro (obredito de Sant-Anna, |ções continhão eté capitulo. " |
ou Celas da ponte, como outros|Sabereis da freiras, e guardão ºs
lhe chamadão. A terceira,o hof || fatutos,º que s㺠obrigadas. Refor
pital por nome São Nicola", cujo ||mandafe depois o moteiro illu
capelão loão Mendes,& conigal trifimo dos Cohigos em tem
de Santa Cruz anda no liuro dos || po del-Rei D. joão HI., a caía
Obitos a 24 de Janeiro, & a fus||das donotas fe extinguio, & ellas
|Priorefa D.Eluíra Lourenço alfe forão depofitar no dito mof || ;
27 d'Abril. De todas efiascafas|teiro de Sant'Anna até lhe faze- -
h.arch.de
S. Clara de
fe lembrou no "tetamento dell tem outro que porèá nuhquak
Coimbra, 13 de Março, de 1331 D.foan-||fez. Aquietauão no de 1539, #!
na Gonçalues Redonda, dizen-1 do qual fizerão hum prázo; &
|do etas palauras. Atando às dom-faqui prouéo no lugar de Prioref }
nas de Clas da pontº, @ às do fi-lfa,que nefetempo vagou, a lís |
tº, º * *mes dº Santa (…</ellbelda Rºcha o ºito Rei D.João | •

C (T)

- @Eo T7 7 DZ Serafia dos # ----

} em nome de-feu filho o fenhor das domnas, como nellefe con |

nos íeus
D.Duarte, Commendatario per têm, aíta funrhac apuá hospitale
ros dos petuo de Santa Cenz, porhüa" |mohaffery SanteCrucis, & nòs não }
#ft. carta efcrita em Almeirim a 13 queremos tirá a os padres de |
d'Abril, de +543 cometa de Santa Cruz eta gloria, em cejo |
claração. Porêm a dita Isabel da |obfequio, por apurar a verdade, |
Rodha se não chamarà Prior/a em fizemos efte difcarfo,obrigados |
quantº as ditas domnas de São João juntamente da vontade com 4 |
ºfia erem nº mºfeirº de Sant-Anna, nos communicàrão os papeis *
@rem qualquer ºutra parte, onde efi feu archiuo.) * *** *
uerem fºra do ditº myteirº, se cha
mará Priorefa, comº se chamava a
dita Ataria Rºdrigues. Aqui final
capitvlo xxxxii.
mente fe confumirão de todo; Relação dºs prºdigios,8df]
& o me{mo meteiro de Sant
Anna,que foi fuafepultura,ten graças delte tempo: da afir
do mudado de fittio mudou tá ção das Igrejas, nº reinº de
bem de Religião,&habito, acei -Portugal, 83 dº Bifo de
tando o dos padres Eremitas|
| Agutinhos. E nito tambem te "Sita, tbamadº Dom
|ve a incontancia do mundo, º frei Lourençº. |
| pois auendo em Coimbra nos : *

tempos antepafados tres mof 1 / TN Hegamos a outro


teiros de Conigas regrantes,não … \\ g anno, acompanhado | 1…
#
}ha hoje nem hum fó. __ *-*" de portentos, & de |
7 Se afobredita fenhora fentimentos grandes, não sòmé.
D. Contança Sanches foi dom te em rezão do nefo reino, mas
|na profefa da me{ma Religião, tambem de toda a Chriftanda a. fr.Franc,
| não achamos e{crituras, que o |de. He o de 127o no qualºcho longus in
| digão: (pofuelhe, que as haja) uco faague na Siléfia por
nem ela o diffe no tetamento | ço de tres dias, & forão vitos
#
Breuiar.
C hronol,

| nem o liuro dos Obitos,que nôs no ar efquadrões de muita gen:


|vimos,lhe deu nome de downicº, te armada, que feramente fe ef.
| como fe e{creue no Iardim de tauão combatendo às lançadas.
Portugal. Não falta quem o af Em Polonia a 6 do mez de De
| firme: a tradição do moteiro o zembro, no crepufculo da noite
inculca: o epitafio da fepultura motrou o ceo hum te{plandor
antiga o daua a entender: dito | fermofifimo, da feição de húa
tambem he indicio, fazer ella |cruz, o qual illutrou, & admi
+
+
feu tetamento em o hofpital rou toda aquella região. Pafa
— T=TTTTTT

*** * + •••= *** =+++…


do
-* * ----
--—
+

T #-- -->

Menores na Prºuincia de Portugal. 1 621


1 do efte prodígio, mas dentrodo. todos etes defconcertos.Algúns
me{mo mez,lhe deu a terra hum fevião defemparadas dos bifos,
montro de fete pès, que no cor que não tiaerão remédio, fenão
po parecia fer bezerro, & tinha irem queixarfe à o Pontifice:ou
duas cabeças femelhantes à de tras,nem com a fua prefènça fen
cão: a maior em feu lugar, a ou tião algum emparo;& todas pe
tra pera a parte da cauda. Em la maior parte gemião amargº
Africa confumirão os feus cam mente com o pézo dos traba |
| poscom húapete maligna o grã hos, gerão infoportaueiº Aui.
diofo exercito, com o qual os no reino interdião por etame{
|-Chriftãos tinhão pafado a foc |marezão,&mdo etiuá em hum
correr a Terra fanta.Morreo são filencio trite: fechados os tem
-

Luiz Rei de França,& Terceiro |plos,emmudecidos os finos,pro


| FrãCiÍcano, El-Rei de Nauarra, hibido o ficrofanto ifierificio
o Legado Apotolico, & milha da mifa, embargados os óficiºs
res de foldados. A outra parte da diuínos, & as almas primadas da |
gente, que foi logo em direitura| füa conlolação. Era míferia ver |
da Syria, là tambem a etauão| ito. Com tanto rigorfe fulpen
--

efperando as defgraças. E con |dião os finos, que não tevíaña


# *# fºi. ad |delles nem ainda pera os aétos,
uerfos, foi desfeita húa machina ou juntas meramente feculares,
tão grande,na qual o zelo chrif; hos quaes não nos he ofeu vio
tão fe auia empenhado, femf prohibido. Pelo que acontecia
chegar
perauão,a lograr
= , o= {fruito, que ef| no moteiro d'Entrambos os
Rios{ o melino era hos outros),

2 - Por efte tempo fe acha |que e ele hete tempo adia de


ua viduada a fanta Sê Apotoli ordenar algum prazo, as freiras
ca por morte do Papa Clemen: peradfo fechamad㺠tomhum
te IV, o qual lendo falecido de maço, que feria núma taboa;&
29 de Nóuembro de 1268, ain afi como agora aduirtem os E{
da os Cardeaes não lhe dauão |etiuães, que forão chahidash; }

fucceflor. As Igrejas dete reino |fim de tampatingidº dizão eles }


etauão em miferaueletado por |então lºndhjump"pirrega " fiº 2/> ","*
rezão das controuetfias,que tra td, interlífio: ºcº 1
#

zião com El-Rei. Queixauão(e|| ##Noahnolºguintede


* . . * - - - º * - - - - --

elas de lhes quebrarem feus fo | #271;faio de luas tritezas a 127 t;


ros, de lhes tomarem as rendas, |fanta Igreja Romañá com a elei
de afligirem o Clero contra os ção de Papayº naquatteuernhi #…
Il» 1.

feus priúile ios,& de El-Rei D. #ta parte isão poaueituta nofo Penuin nas
annotáC. |

Afonfooliifomitar,oucaula" Minitrºgé…". Pºrtado ao Plat. $ !


- -- Colle
622 Liura V. Da hi/toria Serafica dos frades
Collegio fagrado dos Cardeaes, guintes. Egº frater Laurentius, E
que pois etauão difcordes fize{- p/copus de Septa, vidimus priu legium
fem Compromifarios, & etes a domini Papa grc. Affinou nelle |
eleição. Comprometterãofe em tambem D.frei Branco Bifpo de
feis, os quaes logo elegerão a Marrocos,como ja º temos efcri ºl.4 e 4.
Theobaldo, que etaua aufente to. Noutro" do me{mo teor an darch des.
em Ptolemaída por Legado A da com eles o nome de D. Du Euora. Francilc.de

potolico. Foi eleito no primeiro rando Bipo de Euora, cujas me


de Setembro, & coroandofe de morias º começão pelos annos | e.Monarch,
Lufit P4, l,
pois no Março feguinte em Vi de 1 268,& porifo damos lugar 14.c.18.
terbo,chamoufe Gregºrio X. As nete tempo a ete Bifpo de Sei
nofas Igrejas de Portugal ainda ta. Affitio em Portugal alguns
ficarão defconfoladas, & triftes annos, & deu ordens em Lif
no pego alto defuas tribulações; boa. - - - - … •• • • •

& não batou fazer elRei nete | * | ,!


"… i - # {
- , -

anno tetamento, no qual lhes | CAPITVLO XXXXIII. .


mandauafatisfazer os feus dam -* . * … ! :- -- *:
nos, pera que depois fizefe em Allreuiada notiria do Real
vida o que na morte encarrega:
|ua a outros. Mas aquelle clemen | tonuento de São Francifo
"… * . * … { •

|tiffimo Senhor, que d'ante mão de Lamego. |-

| vai dif|pondo o remedio de not * * * * **


-

fas necefidades,no me{mo anno I T Em efia cidade foi 1171.


fez nafcer em Aragão a nofia : | N do numero daquel
|Rainha fanta Ifabel, que foi a las, que mais tarde
| confolação, & a honra dete rei chamarão os nofos frades, nem
| no.
….… .. …;
…" - 2: , º …… *
} . O leuou em paciencia, que elles (e
4 Florecéo por etes tem retirafem mui longe, fugindo
|pos D. Frei Lourenço Bipo de do pouoado. Pelo que lhes deu
Seita, do qual nos perfuadimos, lugar pera fazerem conuento,
| que não era sòmente Titular, onde hojefe ajuntão por meio
mas detinado pelo Papa pera de húa rua as duas partes das ca
refidir em a fua diecete, como fas, que o fittio defigual preten.
outros em Marrocos, fe o Rei | dia diuidir: como final manife
lho confentife. Achamos delle to de que no feu coração os
noticia no tranfumpto d'hüabul queria recolher. Bem podemos
la do Papa Clemente IV, que jaffirmar,que vierão muito cedo,
| | atè hojefe guarda no conuento }pois eta me{ma cidade" às frei a. cap.3.
| de Guimarães,no qual ele inter "ras de fanta Clara ofereceo hú
… poz a fua fé com as palauras fe dos primeiros moteiros que ti
… - T_______T_"

*-* *-* uerão


*">== ••••• *-******-*-
\,

-- …;-----*** - - - |-

I
AMenores na Prouincia de Portugal.
uerão nefte reino. Mas como a velhice de edificios, &poñedal
|fua vinda foi pacifica, fem etró güa renda quem o achou ja de
do de contendás, que podefem crepito em idade de mais de tre
etar viuas em papeis, ou perga zentos annos, & tirado hefe tê
minhos, tudo ficou em tão pro po da viuenda dos Clauftraes, q
fundo filencio, que fóno anno tinhão mais largo o coração:
de 1394.fe lembrou dete con não faz nilo apparente conjec
b.num». uento o nofo padre"Vuaddin tura. Melhor fetà não fefalarja
go. Maior he contudo a fua an nos mortos,como etão os Tem
tiguidade, poto que a primeira plarios,& dizer,que o congento
|efcritura, em que achamos feu foi fempre da mofa Religião.
nome, he o tetamento d'ElRei Não nos conta dos fuotes que
D. Afonfo III. efcrito a 23 de tiuemos quando ellefe fundou:
Nouembro de 1271, no qual mas pela pode, em que então }
lhe deixou finquoenta liuras, di nos achauamos de concorrerem
|zendo deta maneira: item fratri os pouos com o maior cabedal, •

bus%inoribus de Lameco quinquagin da deuação de Lamego ítomef


| talibras.Porém elle,que jà então imo fufpeitamos . No amo de
tinha frades, & etaua conheci 13oi, a leis de mez de Dezem
do pelo reino, alguns annos an bro nos largarão o Bipo, & o
|tes avia de ter principio. |Cabido húa almoinha fia, pela
E com ito reprouamos, qual etendemos o contiento;&
2
ela c.29 & como º temos reprouado, a tra fenôs lhes dêmos em troca ou
l.4.c. 13. 17
& a 2. dição importuna, que refere o tras herdades,etas nos anião da
dpag=158. {obredito Vuaddingo,º Gonza
do os fieis delefa Chrifto: "… -

e cap. 18. ga,o "Liuro manufcripto da Pro # 3 Nos edificios obrará


uincia de fanto Antonio, o qual tanto os Reis, que D. foão o * |
fAgiologº
Lu it, tom. fe chama Cartoria, &alguns/Ef. lhe chamaua ºn0ºmetheirº de são |
1. Ian, a 3.
let.G. no
criptores Portuguezes: a faber, Francifo de Lamego. Afio diffe em
| que antes dete conuento fernof ? Gatta, Huffffafque#Dentu
Com,

fo, primeiro foi de Templarios. } gala, ! # de 4 el#


#
Porque fe eles etauão na flor qualordenóà do #
da fita grandeza, o quando nès! que defendade nas obraxos ré
aqui entramos, com que poder |dimentºs dº foºtagºas, buns
da nofa parte fé auião de fairá, chamá04 #adãºs, ºnífós
Se nôs fizemos a cáfa, fegundº} mercè em regão###
logo veremos, como foi primeiº} gnado a Rainha D.Tereja#
||rofua? E querer pátrocinar cta. rá efmo 3mbe
|###########
leue prefunção cola grandeza rá efmola dos pobtes,

} L! do templo, majetade do fictíciº lh… encarregou dizemºtas|


#... # 1
— pala
•• •••

=sa

624 | Liam V. Da bifloria Serafia dos frades


1
palauras: Évos fazede, que as ditas | bem o cruzeiro da igreja, que
ºbras fºjão tifo acabadas. Pelo que como feu, nos oftenta a Cruz
| todas as vezes,que assuia na ca da Ordem de Chrito , & Qui
fa, os Reis lhe applicauão etes nas Reaes, grauadas em húa pe
| metmos rendimentos, como vi dra. : , !
|mos em muitas prouisões, & al . 4 Chamoufe Ioann-Eannts:
gúas triplicadas, de D.Pedro atè |? fobredito deuoto, Varão de
D.Afonfo V. E quando depois, boa memoria, Abbade que foi
| por não fe vir a perder, o man da Igreja de são Pedro das Agui
| darão aforar, foi com claufula as, Cancellario do Conde D.
| de darem a o conuento por ef Martinho, & depois de D. Fer
|mola quatro mil reis cada anno, nando Sanches filho d'El-Rei
& de lenha duas cargas cada | D. Dinys. Ete pela muita deua
|dia. Com etas ajudas,& outras ção, que tinha à nofa Ordem,
|tambem do patrimonio Real fe não sò mandou acabar,& cobrir
foi fazendo tão típtuofa a cafa, a igreja,mas tambem fazer a fo
que quando nella entrarão os bredita capella, que por ferlu
padres da Prouincia de fanto An garfanto, & fagrado, fechama
tonio, pera concertarem a feu ua Oufia,conforme a lingua Gre
modo os edificios todos, corta |ga. Falleceo a 25 de Janeiro de
rão muito por eles. Mas contu 1332,& foi fepultado dentro da
do o remate da igreja, que ainda | me{ma capella com o habito de
permanece,& a obra da capella N. P. S. Francifco, como elle |"
mòrantiga comifo fe occupou º ordenou. Tudo ito nos dizia | | :
hum deuoto, que logo nomeare húa pedra, que hoje não appare
mos.Arruinando depois eta #
ce, cujas palauras achamos nou-|…
tros liuros viciadas. *.
- •
*. * . .
pria capella,El-Rei D.Manoel, , : 2 "… e 11
tetaurou outra vez,fazêdotamºl ' ': < * *
-

- -

:
… :º:# |-

inta diemen
Anno Domini 1332 vigefima quinta dier |
fislanuarij obit Ioannes Ioannis, bone me-.
morie,quondamAbbas Ecclefie Sancti Petri |
-

dee A #, Cancelarius domini Martini.Co i


mitis
[1S Portugaliae,&poftmodím domíniFer…!

dinandi Sancti filij DionyfijRegis Portuga- |


(1, "… lieguifecit perficifieri, & cooperiri eccléfi • > "

|amillam. &#cititam cuiam 8 ethick-_


= --- :-
- k- --

*
— ––
puTus -
| "T"
l Menores na Prouincia de Portugal. 1 62;
… pulus inhabitu B. Francícivbiple elegre
… o tz. 1"|
|
} r_1 …",
"pulturam Cuiusanimalrequielcatinpace. - |-
* -
-

#
- ! # -*-
* * ** * ** * * * * E
-

** # : ; ; ::
\" e r =
| No anno de fua morte não con perpetuar em a morte com azei
cordão os Autóres,& sò a pedra, te, pão, & outras muitas etno-| |
fe ela apparecêra,os tirâra deta las a caridade da vida, forão |
duuida. Mas confiderando nòs, tantos, que a fua multidão |
que o fobredito Conde Poreceo não he argumento sò do âmor, [.
em tempo de Dom Dinys, & que tinhão à noia ordem, mas |
que feu filho Dom Fernando tambem da virtude, que flore
Sanches é era nafcido no an
cia nos frades, os quaes foto}
gMonarch.
Lufit.p.s.l. no de 1298, por mui proua que víafem das licenças d' quelli
I 7.C, Bº
uel julgamos, que ete feu le tempo antigo, & dos fauóres |
Cancellario morreria no an dos Papas, não definenfião as]
no ja nomeado . Os que leuão efperanças do mundo no com
fua morte a o de 1352, não primento de fuas obrigações, E#
vão fóra de caminho. Mas pode fer, que nito cooperafe
porêm os que lha derão com tambem affio nome honrado de |
frei Lucas em 1432, ou com muitos fernos de Deos, naturaes |
o Bipo Mantuano em 1532: deta cidade, que logramos des|
todos elles lhe etenderão a do tempo da regular Obferuan
vida muito mais do que conui cia:como a grande virtude dos
'nha." = "
• dous Bipos que lhe deu eta Pro
5 Suppondo etas efmo uincia,cujas noticias nòseperão
las, que pertencião à fabrica, noutras partes. . .*. * . * .
forão muitas as mercês, que * 6 ** Fundado efte cod
a Cafà Real fez fempre a o con uento no ditriao da Cuto
ucntO . E fem falar nos le dia, chamada de Portugal; pé
• |- },

|gados efcritos em tetamento,t fua diuisão,que brehemente


la
El-Rei Dom Pedro, cujo ex veremos, foi # ຠde Co .ve.gºº º
| emplo feus fuccefores tomà imbra "Ficou depois, comº
rão, lhe mandaua dar finquo os outros do reino, incorpora
foldos cada dia. O Infante D. do nanoff, Prouincia de Portu
Pedro, fendo Regedor do rei gal,quando ella faio da de Sant
no, lhe confignou dez mil reis Iago. E apartãdofe,ja dentro de
todos os annos; & antes delle feus limites, a Família Obferuan
o auia recebido em a fua pro te dogouerno dos Clauftraes,nú
tecção El-Rei Dom Ioão I. qua elle os deixou atè q todos
Os particulares, que quizerão no principio do anno de 1 368;
A - -*****-- …———— •+

7
Ggg TeºC E

………-----------*
- - - -

626 Liuro V. Da bifloria Serafita dos frades


Piº VT -
receberão a regular Obferiran | 1568 por bola de Pio V.co. • # •


cia.Etaua nefe tempoleuanta-, mo" noutras partes dife;& mais
* * * * * * *-** - - -
* * *** * *** *
Frincífco
|de Lisb,
da com as cafas da nófia Recol-' claro fe motrarà á feu tempo. # 1 c {4&
leição a Cutodia de fanto An } .4c. 10, 16
A fegunda, que neffe proprio* #18. •,

tonio, a{pirando tambem a eta anno de 1584 os Claofraes fe |


do de Prouincia,o qual nefe an reformarão à infancia dº Infan!
no alcançou por bulla de Pio V. te Cardeal. Mas efte engano ja
dada a 8 d'Agoto, que nós facil o trazemos vencido;& conuen
mente aceitamos no capitulo cido;porque fe então os não auta,
Prouincial, que logo fe cele que reforma fe podia fazer pel
brou pela feta de são Lucas. E les? Efe o Cardeal nefe tempo
como o Cardeal D. Henrique, era morto auia ja quatro annos,
que follicitaua a reforma dos como tornou a o mundo pera a
Clauftraes,fauorecia tambem os fazer o que deixaua obrado? A | .
intentos da fobredita Cutodia, terceira,que então fe mudou del
no ponto, que lhes tomou a el les pera a Prouincia de fanto
les efte conuento, o incorporou Antonio:efta caía de Lamego.
com ella, inteirando dete mo E mito ha outro erro clariffimo,
do a conta dos dez conuentos, porque quando eta. Prouincia
com os a quaes fe leuantou em {e fez da dita Cutodia,ja então
Prouincia, & dos quaes ete he auia nella algum conuento d'a-
em tempo o mais antigo. quelles, que tinhão fido Clauf
7. Sobre a fua reforma -traes,conforme à bulla da erec
tres coufas diz o fobredito Car
ção da Prouincia que Pio V.
torio » todas dignas de centura, i
paflou, & ja tenho referido: o
A primeira, que os Clauftraes que sò nete conuento fe pôde
nete reino durarão até o anno verificar, por quanto todos os
de 1584, congregados em Cuf outros nafcerão na Obferuanº
todia, que fechamaua dº Portº: cia. As palavras do Pontifice são
{o que tambem efereuèo em o ||etas. Nonnule alta domus fratrum
h. eps. feu "Memorial da Prouincia de Conuentualium ad regularem Objer

|São Gabriel o padre frei João | antiam redatiorum . Finalmente


Baptita Moles.Mas he erro ma no Archino da Carnota feno
nifeto, por quanto efa Cuto tarão os dez conuentos, com
dia, que então fe extinguio, não … que faio a Prouincia , en
era ja de Claufraes (fenão sò º tre os quaes (e ve
| de Oberuantes); nem os auia -- - - ete. 5. * ". # - *

* *. . * * * ..
no reino, porque todos, atè na - • . * * - -
-- · • Pº ** *
cafa do Porto, que foi a fua ca •
- - - • • - -

|beça, fe reformarão no anno - -

• • *
• •
Menores na Prouincia de Portugal. 627
faz notauel e{parto déluelarfe |
C A PITV L O XXXXIV. dete modo pelo homem"hum
(oberano Senhor, que não he
cefita delle, antes o vai con
Marauilhufa visão, com que feruando por fua liure vontá -

Deos allumiou a hum frade de • - -, * * 1* * * * * * ** * *

enfirmo, diminuto na - 2 Quue humfade man


toºf{ão. cebo, com quem no tempo da •

| In Orte podemais a vergonha de

\, declarar hum peccado, que o re


I Ternas graças nos etá ceio das penas eternas, & fem
I 2.72.
E nete lugar requeren
do a piedade immen
alliuio, que por ifo merecia:
Confefou os outros todos, &
fa do Senhor do ceo,& terra pe deixou de dizer ete: mas cômo •+

lo muito cabedal, com que cof. a confeiencia o etaua remor


tuma entrar em a noffa faluação. dendo, diffe a o Confeffor cômº
Afua vontade he, que nenhum amargura da alma. Paki rogai
homem fe perca: fenão, que td emor grande
mim a Zeºs , porqueºmé
tribulação jiji #•
,
dos (e fluem;& nito vai empre
gando o thefouro infinito de arrfcado a me perder perá jempre:
-

fuas mifericordias: o preço in O Confefor, que ####


comparauel de feu puriffino fan prudente, fuipeitando o "que
gue: as riquezas preciofas dos |poderia fer, perfiladiohe côm
auxilios diuinos, excitantes, & | palauras muito viuas ; que fi
adjuuantes,fuficientes, & efica zeffé inteira º cónfilsão; & e{. •

zes : húa protecção perpetua, |perafe depois na piedade de


com que affite à vontade mais Deos, porque ele o "defeja?
rebelde, oferecendolhe fempre | ua faluar. N㺠alcançou"Bo
fua graça, & fauor pera que fe rém mais, que repetir à Gen
a.Ofee 13.
defüie dos peccados. Ebéfe po fermo as fobreditas ilí#irkias;
de" defenganar Ifrael,que feelle de que fez fembrafe detidº ef;
fe perder, toda a culpa, he fua, as fuas otações… Pelo aué?ré
|
porque ete clementifitho Se correo logotá:f
|-

onte dos nóf


nhor compadecido de fua gran fos bens “; pedindo có#9mfüi
de miferia não lhe nega os focº tas lágrimas à Majetade diz
corros, com que fe pode faluar, uina , queiº tíueffé contpixão
Mas no curto ordinario de tanta daqueilla alma aflicta, & lhe
mifericordia, muitas vezes he
abrife os olhos pêra que não
|tão grande a abundancia del |ficafefepultada na fua trefiria

la, como agora veremos, que cegueira; }& coneta caritatiua
*=
>
Ggg 2 deman." *#_>*
628 Luro V. Da bifloria Serafica dos frades
demanda eteue toda a noite em | ir lograr a ventura, que hum fa
prolixa oração. uor tão notauel lhe etaua pro
3. Nefe tempoadormeceo mettendo.
o enfermo,& teue eta visão. Ef 4 Neta forma nos refe
taua Chrifto Senhor nofo no remete cafo no fim do genera
throno de fua gloria,acõpanha lato de são Boauentura notas
do de Anjos cõ toda a Corte ce Chronicas antigas, das quaes he
letial, quando por diante delle depofitaria Santa Catharina d'-
começarão apafar muitos fra Alanquer dizendo expretamen
des da nofía Ordem ferafica. te, que ete dito enfermo jug.
Chegou o primeiro, que debru enterradº nº metfieiro piquenº de
çado em terra lhe fez etape Torres vedras, no reino de Portugal.
tição (lment/mº Senhor, tem Mas nito ha grande difficulda
de piedade com aquele pubre fra de, por quanto dos dous con
de, que tantº necefta da vºº uentos, que hoje tem neta vil
myºricoréia . Pafou o fegun: la a nofía Religião, o primeio,
do , & quantos forão paf chamado de Varatojo, fe come
fando, todos pedirão o me{mo: çou nouamente a fundar nu
no fim dos quaes chegou o feu ma quinta, que pera ifo com
Confeffor, que caindo a os pês prou El-Rei Dom Afonfo V.,
do fanto Filho de Deos lhe no anno de 147o: o fegundo,
intou com muitas lagrimas, que pertence à Prouincia d'-
que nete cafo motrafe qual Arrabida, teue depois feu prin
era a fua benignidade ; a o cipio no de 157o; & nenhum
que o Senhor lhe refpendeo. pode alcançar o tempo, ou o go
Lemºntate, filhº; que eu farei º uerno do ferafico Doutor, o qual
que me rºgas. Acordou logo do acabou no anno de 1 274. Não.
fomno, & do letargo da mor alcançárão tambem o tempo,
te o fobredito enfermo, ad em que as Chronicas fe trasla
mirado da visão, & efperto ja darão na Corunha por outras
na alma cos mouimentos da tambem de mão no anno de
graça, com que Deos o exci 1465,como fe ve no fim del
tou. Mandou chamara o mef. las. Pelo que, fendo o cafo
mo Confeffor : contoulhe o mais antigo que ambos os do
que auia paflado : confefoufe us conuentos, ou elle acon
inteiramente com elle;& derra teceo nalgüa cafa, que tiaeffe
mando muitas lagrimas de con neta villa a nota Religião nos
trição, & de goto pela mercê, têpos antepafados, & depois fe
que recebêra de Deos, acabou a extinguife, da qual porém ne
vida nos braços da e{perança de nhúvetigiohazou qué trasladou
2$
–1 - M
*-
*-

Menores na Prouincia de Portugal. __ c629 -

as Chronicas,que foi hum cleri depois multiplicou . Dos nofº


go e trangeiro,& Gallego,facil fos Cutodios, fó a frei foão
mente erraria em nomear o cô Martins, o qual foi Bipo da
uento.Mas porque fuçeedeo em Guarda, & muitas vezes ternos
Portugal,bê entra neta hitoria. aqui nomeado, fabemos o nome
proprio. . É f***1 + u C_i - - - …
cAPITvLo xxxxv. · 2 Vendofe pois a Prouin
cia augmentada em conuen-}
Dividº a Cultidia de Por tos, & pela me{ma rezão mais |
cançada no gouerno, acrecen
tugalnoutras duas, & decla tou tres Cutodias no anno,que |
rão/e/eus termos. temos dito de 1472; num capi |
ltulo pela Exaltação da Cruz,
1272. Stiuerão nefte reino na cidade de Leão , Hüa del

{ E atè o anno de 1 272 to | las na me{ma Terra de campos,


dos os nofos con -
que fe chamou dº Le㺠ou
uentos vnidos numa Cutodia, tra tambem nete reino #diui
chamada de Portugal, que
«l, ca. |"**** º fora dindo em duas a nofa de Portu :
• «.3.1.*.*.*.
- {intituída no de 1219,cujo Pre- gal, que forão intituladas de | .* *',

lado immediato,& proprio, que | Coimbra, & de Lisboa: outra final


fe dizia Cytodio, era como Com mente em Galliza, partindo do!
mifíario do Minitro da Prouin me{mo modo nas duas, que fe
cia de Sant-Iago, & gouernaua chamarão de compofellº, & Ouren .32.1.*.*
*
os frades do feu ditrióto,vian fº, a Cutodia antiga, e afio ap: -acor."
. 1 : Jiāi?"
do de fello proprio, ainda que prouaffe o Minitrogêral, que
nem fazia eleições, né celebra depois o approuou. De tudo ito
c.arch.de S.
ua capitulos. Etendiafe nefe nos conta pela me{má patente Francife, do
tempo afobredita Prouincia pe original, que fobreido foi dada Porto.

los reinos de Portugal, de Leão, conforme a o affento,que feto


Catella a velha, & Galliza, fem |mou no capitulo. E que então
ter ainda em todas etas nações, não ouuefefenão as quatro Cu
fenão sò quatro Cutodias : a todiasja referidas afima,hecou
faber duas em Terra de câm fa indubitauel,pois não ouue ma
pos, às quaes erão de C,amora, is Cutodios, q firmaísécõ feus
& Salamanca: a noffa de Por. fellos a fobredita patéte em cô
tugal, & a outra de Galliza. panhia de Fr.Paio Minitro pro
Pelo que andou mui anticipa uincial,fenão os quatro que a el |
*an.» sée. do o padre º frei Lucas em lhe las pertêcião,como motrâbetas
º.14. | contar ja no anno 12 6o to feguintes palauras, Egº preditiu,
das as oito, que ella agora, & frater Plagus.htmifier (ºr 1"a": |

*+++++m
Ggg 3 Cufo- ,
----

. 63o IXTEZTES…T_T *

Cuñadºs nºfre Prante, filºu prehendiaifere conuentos de


<amorenós,Salamantinux?»rtugales frades, que erão os de Lisboa,
|
Msg Gallecks/glenºfre wppendeu: Alanquer,Leiria,&Santarém,os
|tié prºfensiyirumentº daximus afº de Euora, Etremóz,"&"Port
ponenda. Das Cutodias intitui alegre. Pertencialhe, tambem
das denouo na forma, que tes o conuento de Marrocos, & e
lmos dito,achamos aquinotícia. moteiro das freiras de Sánta
|Zuximusjiatuendungrinºpflerum rèm. . ." -

|al/eruanás", quedin Gampistres ("/> - 4 Nos fellos, de que vauão


#tude habtantºr, in Portugalia due, los (obreditos Cutodios, &vfou
|in Galesiáver na quw/Queºgen- depois o que fe diffe de Eubra,
|- --

rak.3ánifirº de duabus bidem Cufo-lauia particulares infignias, que



dishaknº
pitul iscontedatur
licentia e4 pretes,pra/emis
…b. i.
ca em parte, como outras das nof
- 1# Hasantiguidades,etão hoje elque] …:
| …} toDas noffas, a de Coimº cidas. O que poz na fobredita
|bra, ou a repeito da Corte refi patente o Cutodio de Portu
-•••••

dir neta cidade,quando nòs en gal,caio della, & porifo não fa


+

d.d.l.n.c.». tramos nella: ou em rezão" de | bemos, qual foi afua diuiza. Na •.•

& 3. nofo Padre ferafico auerja fan fcarta teftemunhauel, é o Cuí arch de$
Francift de
tificado com fua fanta prefença tedio de Coimbra frei Eteuão Aland,
|
lete pedaço do reino, ficou [em |leuou configo a capitolo gèral
|pre em melhor predicamento, no anno de 1408, etauão poí
c. fr.luc.
cit
|& quafi, de ordinario" era no tos tres fellos dos tres Cutodi
Pifan.com meada em o primeirolugar. Di os, que nefe tempo auiaja na
formit. 11. |latoufe o feutermo pela Beira, Prouincia: mas o feu, quando
|Tralosmontes, & Entre Douro nòs a encontramos, tambem el
… "+-

- ..…… 4, 1& Minho, onde tinha fis con taua perdido. O de Lisboa im
luentos: afaber o de Coimbra, primia na parte fuperior a ima
| rães, & do Porto, de Couilhàm,
que era fua cabeça, de Guima gem da Virgem Senhora nota
com o Minino nos braços: mais
da Guarda, & de Lamego,com abaixo,a figura d'hüa nao,affiti
o moteiro das freiras de Santa da de dous coruos, em memoria
Glara d'Entrambos os Rios. O do illutriffino Martyr são Vi
conuento de Bragança,poretar cente,cujas reliquias feguardão
muito aufente, foi dado na mèf. na Sè da me{ma cidade; & por
ma occafião à Cutodia de Gal peanha de tudo a imagem de nof
liza, que lhe ficana mais perto, fo Padre fantifimo cos joelhos |
A de Lisboa,etendendo feus li em terra, & as mãos leuántadas
mites por toda a Etremadura, ao ceo. E detefello, fendo elle |
Alem-Tejo, & Algarue, com tão alheo de qualquer conuento
-

:) * *_*_* par

• -*_-_- |- - - -
••••••

+++++
}
"… Menores na Prºvincia dº Portugal. só 31
=>-

|particular,vía hoje a caía de Sã . rão applaufos de fantidade, & |


Qdº Cuºiººººº?
ta Sitta. *
hde efimação: m
&# # neta
ainda que mui gatado, fareda fiftàm.
reprefentarmos tres torres, & a conta os muitos feruos, & mui
do meio mais altágofobre a qual} itas feruas de Deos,qugºbisºma
life motraua a figº…………
Santo ferafico. -
Tiemeados por occafi㺠dásca:
**lio id3 …}, º tab Mas por quanto não lhe pertencé
| sty = Nefte efiado deixamos: Falefta fúacidade, Fica tambe
agora em Portugal anofia Reli> acompanhada-de-ham Ré
gião, finquoenta & oito annox} blmaferceira Ordem: dousCon
depois de trazella em pefoa o} fefores de Reis, & ddusConfek
|-

feu fanto Patriarcha. Fica eften l\lheiros feuss, dous Penitenºtas


|dida atè as partes de Aficar:#rios hum fimbasador###
} multiplicada em quinze calas |Capellão do Papa: quatrº Nuos |
de frades,& duas de freiras vni cios,& Legados dos Polítificqui
L

da primeiro fomente numa Cu idoze Commifíarios aº:&muitos


Rodia, & agoraja repartida em Vicecommi [arios dadanta Sè ;

duas. Masetà muito alegre de *Apatolica tshhm Goleólor dº {


baixo da protecção da Majeta | fubfidio Ecclefaficăihanºde…
de diuina, que a honrou commi formador de abafos insigduzi
lagres: fauorecidados Papas, &| idos no Clero; finqboºlfpas.-&# -

efimada dos Principes. Ficão|dous Arcebí pôs a Prigadores,


em fua companhia treze Santos #Apotolicos,& outros muitosa!"
canonizados, & dous venerados finalados Varães hunsrquède
|-}

como Santos: doze dos quaes fo fóravierábricompanhallato:ou- |


rão Martyres illutres; os outros duros; que ella da fua caía man
tres,Confefores Aetes affitem dou-petafesuirem por muitas
muitos, que por fuas efclarecis#terras a Deos. É comito fe
das virtudes,& obras marauilho acaba a primeira parte da
fas, ou pelo fangue derramado fua Hitoria Se
em tetemunho da Fè alcançà- rafica,

F I N I S.

acB.Ioique
|Laus Deo, Virgin anni Matri,
de Capitr ano.Seraphico,
Parenti •

} ……….NÃ ############# Y

* ###### }
==

-- - 632 - TI… ;V. Da hi/toria Serafia 77777; - |

-1
SEGVNDA PR oTESTAcÃo.
* ** * *
- * * * - * * * * ** * . • • • •
|

erº Alamos neta Hitoria em muitos varões illutres,


#Nº & muitas Seruas de Deoscelebrados por virtude, cõ
##\\ os quaes a minha vontade foi obteruar inteiramente |
* o decreto Apotolico do Papa Vrbano VIII, confor
*** me á fua explicação, que já tenho referido em opri
meiro proteto. E afime fui fempre reportande de tal modo no ef
tilo,que achando alguns delles noutros liuros com elogios de Santºs, {
de 2eates, & de Atarvres, nunqua lhes dei os taes titulos, fe não fot
fe por deícuido, remettendoosfémente à opinião, & fama. O que
delles efcreui, achei ja em grauitimos Autores, os quaes antes, &
depois do fobredito decreto derão luz a tuas obras: ou etaua em
intrumentos antigos, & memorias autenticas: ou me contou por
nouas informações,feitas húas com grandiffimo rigor, communica
das outras por peñoas merecedoras defè. Mas porque parecerá, que
eu lhes attribâo agora o cípirito profetico,ou virtude de milagres,ou
reuelações do ceo,ou obras fuperiores às forças da natureza declaro,
me nenhtia detas confas tem hoje autoridade diuina,fenão só a hu
mana,& falliuel,& que nunqua intenteiqualificar a centura,que me
recem, mas contallas fielmente afi como fuccederão, pretendendo
conformarme quanto me era pofuel com os mandados Apatoli"
cos da fanta Igreja Romana,a qual he primeira regra de toda
| ****** verdade, & a cujos pês firmífimos fa
: "" …º jeito minha pefoa com todos os
-** # : " : º meus eferiros. -- : " "

, , º
|-
* * ** * * * :. . . . . . . . . . .
* * ** * * * * * * … ..….,

Frei Manuelda Eperança.


INDE
INDICE DAS PESSOAS,
E COVSAS MAIS NO TAVE IS,
de que trata eta Hitoria. O primeiro numero
motra a pagina,olegundo o numero della,&
ambosferepetem onde amateriahe |
mais larga, ouifofe declara º
com a palaura&c,

\$\# 2hadº/as. Remediou 479.2. * . . ,, … .


# "A Zeos algãas nos ºper- Trouxe por seu Protetor *|fr-2'e.
tos da/aa communi- siderio, ibid . , ,
dade, 6oo, 2. (ºr || Efe , @r outrºsfrades % ajudarão
I. 3 • • muito na entrada do mesmo reinº,
1.Abrantes : 29/canção nçfia villa dous ibid 3, 4 … . . a… } à_> }{

djapalos de N.P.S.F. jor, 3. || Emparºu º conuentº de Guimarães}}


S. Accurio, Xartyr em 3tarrocos, 145. f. , , , , ..….
287.2. : , começºu º de Portalegre, 6o6. *;
||
|S.Adjutº, Martyr numºfina cidade. || 6oz. 5. -, º
ibid . , , || … Fiz º krijº de Efirmírºa”. 2
zº.…fm/#II,zei:recolhwa nº/a Or-||… Edificam, gy dotºu tom grandeza?
demim Portugal.634 , , , || … mºfieiredef,0arº de Santarém.
.»andou cortar largº e/útiº de 3 || 566.f. jo7.4.520.4.1 -
lº Francifº de Lisbºa,186: 3.3s || … Fezlhe ºutras mºrtés, 519,3.
| Ajuda ******z, *_] || zagººnfiam"timbram"
| vaginou "Átriº dº primeirº comº e tº cºmentºs. 5o 3.134.2,312.
to de Coimbra, 161:1, " … + 38o. 1. 424 (6…435 3.
|
| Quandºfalectº. 306, fºi . . 607.3.623.1, a 2. \\
|z)...Afonsº III, Zei jurºu em Pariz | Concordº em Santarem 2emini
guardar as condições, tom que lhe || ; *;; @ Francifianos sobre aques;
| , fºi dadº º gºurnº ditº rinº, il! tão dipuleirºs. 451.1.___
- - --••
•-
--- - ----- • - -

-- - -- ----- • + *_*_*_
J}(an
- - •• • • •

– "A_ –*_*_*

• "- - - •• • • •º - - -- - ------

-+- -
634 Indice das coufas notautis
| J%andou/9ccorro contra 3íouros e | 2.Afov/º X.de Cafella, tomou 3íur- •

| Cafella. 6o4.4. cia a os Xouros. 6o4.3. |

Ofereceº/ºpera a guerra da Terra Repartiº os defºjos de 5culha.que


fanta. 613. 4. feu paelhes tinha tomado. 297.2.
Recebco a faconta muitos fauores Zuque de Senhor ZD.Afonfo, primeirº |

do Papa. ibid. . : , 2ragança, lançou hãa das primi


*Tudo difeompoz a sua inconfian ras pedras em S. Clara dº Perto.
cia. bid. -
' -*.
|-
.
573 2 574.3. * . .
- 2.Afonso IIII, Rei fauretes o com Iaz em S. Francifº de Chaues.
uento dº Porto. 4o9. 1. 179.1.
Profe/ou a Terceira Ordem dos fê zº, frei Afonfº d'Anhaia, Zifº d'-
culares. 35o. 2. . Ourenfe fºi /*gradº em Coimbra.
2.Afonso V, Rei
S._Antoniº. 3.2.maito
35 fºi
deusto de : 2 65.5. . . . . •

Z). Afon º de Cºfillrancº , Zipo de


Tratawa familarmente ºs frades. (ombra sentia de nós honradamen
375. 4. mente. 272. 4.
Zeferialhe muito nos dif?achos. - - - Lançou a primeira pedra nº nºfo
38 1.2. terceiro conuento da mesma cidade.
Zeu carta deprotecção a S.Fran-|| 273.6.
c/co do Porto. 41o. 3. Afonso de Torresfez obras em S.Frã
Fez grandes fauvres aºs comunto - cisco de Lisboa. 194.6.
•|-
devalanquer, Guimarães, @ Viri Z). Afonso Furtado de 2áendoça,2is
tudes. 135.2.177.1. @re. pº da Quarda mandou guardar º
Cosignou ordinaria aio de Galbúm. º dia de S. Antonio. 432. 2." -
424.6; (9 486lara de Santa . Sendº vircebispo de Lisboa \leuan
rem. 52o. 4. -* Riº … tou a seus irmãos sepultura nº cº
Fez grandes mercês a S. Clara dº|| uento dasidade. 245.4.*.*
-{ ," S. *_> !
Porto. 578,5. • * , … " | | Fr. Afonsº, por tolericº, grºkerbº
|- Tomºu pera fazer paçºs muitº par | padeceº nº Purgatorlo. 94-19; c.
º te de S. Frãeftº de Euora. 312.4; |Frafonsº trabalhou mihrºnus ºbras
º Ajudou a kuantirºfagreja. | , de S㺠Franciscº de Cambra. *>

31 1.3. * … Sº?… #"… ! -*-*

* *
*\r:#.
273 26. *-** *** *-* ••••••

#…………dradºs F4 | Fr. Jefonioide Guimarães ºffiº na


***

| cifis de Lamegº. 62453. - | | 'atil, saç㺠d'ElRei Zººm fºão 1.


| «Zeu a sittio, @rfez º conuentº 4 * 17o:2.8 * * * * # : ;
cºratºjº: Ior. 4 (9) 628. 3 F.Afonfºld, que foi netº d'ElRei
Vide Sant-Iago. ?, # =cº, 2 Safich, R K46, 4… -

}2, Afonf, vIII lectella, recolhes F"Engrandecisº cºnuentº dº Guima


*** nºfaOrdem em Hºfkanha. 42.! #
: :. " " ********** A
*######## !
- - _I._(%"c.*** - - - - -- -- - _*_*_ Fuzisse defe muitº conta nº exe
| ----
•••••
--•

- - - -------- ••• - - - --- - - - - -


*>-+-------

=
*--*-*-- --->-.->
("fur,"
+

* -- - -
----

- cução de testametos. 27o. 6.471. Serurão mos nº/oi refeitorios. 84.


| e 4 530.5. (3) 6 17,2. * * 2.44 3. 5
g, mas nofo cºzinhas,
Z).frei Agnellº, Varão .…………… 206 2.… {| …"
"
**
-

Zipo de 3arrocos. 319.3.357.1 Jor. Anna das Chagas, @r seu admira


3.388.2. * … uelespiritº. 585. 5. @r. -
|- &

2.frei Amaro Confº/or da Rainha |S, Anna de Cºimbra 7éue juntº dº ºtº,
2. Filippa, Gr2ispº de Seita fun-| degº º seuprimeiro afºito. 272. 2.
dou a milagrosa ermida de N.S.a4| Prof/aua a Ordem (anonica de S.
Encarnação em Leiria. 358. 3. |º Agºffinho, 619. j. 2 e,
Era Zispo de Xcarrocos quãao cam Recolheo as domnas de Santa Cruz,
v … ** * * **
toa mufa no lançamentº das primei - ibidº 6. * *

ras pedras de S. Clara dº Porto.[ Quando mudou deºfiado, & defi |

573: 2.577. 5. & : | tto. 62oz.6."


2. Aldonça,lofanta de Leão, resus S._Anna de vianna, %%teirº de Zen- |
citadº por S. Antonio 352. 5. || tas, fundado perfreiras de uma
-Algarue. Em que anno os Reis de Por Clara. 33. 1o, "-
tugal começarão a intitular/e dele, |Z). Anna Henriques,

deustifima
Conceiçãº,ç} sepultada *
no seu habi -

"juntando os feus ("fiellos ás gui


nas Portuguezas. 6o 8. 1. tº,em Santarem.44832. * *
.Alanquer . Zº/creage fia vila. }Annunciadas. Cºm ºfauor de hum fa
66. 1. @rc. de nollo fºi infinuida a sua Reli
| Fr. Aluaro, de nome/anto. sza. 3.]
####"…………
glao. 31. 7. * * - - *{

Fr. Aluarº d'Auelans, denuncioufua Pertence º seu gºverno àºsnº/a.


ibid. ……
* -- . .. J - - 4
morte. 463. 7.
2. Aluaro, 2ipo de Sylues, em S. |Sór Antonia da Resurreição; é seu
Francisco do Porto compoza Cidade | feruorna»irtude 55o. 1.
com o Zispo. 41o. 4. . Sor. Antonia de Padua, @ seu espiri }
Concedeo indulgencias pera cºnser tº 553.1. & 554, 2 |
uação do mesmº conuento. 4o 8.5. S. Antonio nasce em Lisboa de paes
Epera º de S. (lara. 577. 1. nobres, @rfichamado nº hepnimo
* * * *
-

Zº. Aluarº Vaz d'Almada, Conde d'- | * Fernando: 329, 2.***


.:: …Abranches,sepultouse em S. Fran Sendo depeitojº sem fraua deuoto
cisco de Lisboa. 246.6. da Senhora: ibid. …" º
|-
Fr. Andre, Cozinheiro, com as mãos |
pegauanas brazas viuas,Gr zomba
ua dos demonios. 216.3. (@c.
Primeiro soube º seu nome de Mal
ria, que º dos paes, bid; " |
(riouse na Sé da mesma cidadeibid.
S. Angelo, Xartyr em Seu4.32o. 2. º N30 foimºço do corº pelo modo dos |
*****) |
Anjos cantarão no coro de S. Francis | que o são agora: 33o. 3 | * * *

|w code_4linquer, Gr de S. Clara do fm mininº fºi santo, é migº.


|-

* * * * *---

•••
2°orto. 82.5.601.4. fº, ibid #">
•=>
Zepois
- -----
T =>

Q36 | Indice das coufas notaucis


ZDepois de prºfetar em S. Vicente dº infernº. 339.4.34.1.1.
a regra Canonica de S. Ciguña" Comia «peçonha, que lhe dauão ºs
fez mudança pera S. Cruz de Cº Bereges, gr não lhe fazia dańc.
imbra. ibid.4. -

34 U. I. ** *.

«Aqui lhe appareceo N.P.S.Fran Os demonios lhe obedecião.ibid.


cycº. 332. 7. guizhum deles ºfegallo. Ibid.
Que rezões º trouxerão à nºfº Re .Acodiºlhe a Senhora, @r certificou
ligião. Ibid. º de fua A/umpção em corpº, (3r
Em que tipº entrou nela. 333, 1. almºpera º ces. ibid. 1., 1.….
Não veiº/acerdote. 331.6. Os Anjos ºferwião. 342. 2.
Veiº letradº,mas não confiammado. Leuauãonº de hãa a outra parte,ºu
331. 5- -

Zeoso multiplicana em diferentes


Tomou ºutro nome, chamandº/e lugares. 336.4 (9rc.
Antonio, @r outrº fºr entre nos. 2Duas vezes appareceo em Lisboa
333, r. • • pera defender feu pae. 337, 5.
"Ardia nºs defºjºs de martyrio. O mininº Ig/w/e acolheo afeus bra
296. 1. gºs. 341. 2.
guando partiº pers Africa. -
?N. P. S. Francifo lhe chamaua o
333.2. + A feu 2 fiº. 331. 6:
2ue caminhº lua de (ºimbra até EHandº aufente lhe afitº por mi
Lisboa. h4. 3. lagre a hum fermão. 542. 2.
Pera empara dajua Igreja º kuº|| Introduziº na Igreja apreciÁ㺠dos
Zeus a Italia. 334. 3. 2iºplinantes. 33. II.
La começou afazer hua rarapemi Foi Profeta demartyrus. 342, 3.
| tencia. Ibid. 5.
2anfiou Zeus fêm talento.
335. I.
Profetizou a Padua a honra depof
fuir ºfeu corpo. 344. 2.
R#io cºm valentia aº Geral em
Tornou a estudar, er fendº difei fuas relaxações, 344. I.
pulº enfinaua º metre, bid. 1. ?Não fez Ordem, nem reformação
Foi admirauel Leitor, Pregador@r algia. 25.6.344.1.
E/criptor. 336.3. (@rc. 337 6. guantos anno; viu-º, @ quantos
Pregando em Portuguezº entem pafou nas duas Religiões. 345.3.
derão muitas nações, 337.6. (ºmº rematou a vida, grdefa fam
Fazia tremerpeccadores, @r Here ta mºrte, ilha. 344.2.
ges. 338. 1. Grc. 339.3. (@re. Jºtarauilhas,que nºje tempo fé vi
34Q. j. rão. 345.4.
gue efêritos nºs deixou. 336, 3. (ontendas, que "uu"febrefeu corpo.
Confirmaua a doutrina com prod ibid.
gios. 339. 2- @rc. 34o. 5. Foi achado pera ele hum/pukhro
Zefez. @r manifestou as afucias milagro/9.346. 5. •

"Ahriº
— Ta Híbria. - Tá : 2
-Abrio no enterramentº o regfirº de depois marauilhas. tbid. }
milagres, que fechāra durando as Liurou tãbê em Linhares a ZD. Lo
controuer/as. Ibid. 6. pa, enganada do demonio. 437. 2. |
|
Zreuidade,com que foicanonizado. o tºpareceo a ZD. 3rires da Sylux,
346, 7. Fundadora da Ordem aa Conceição,
Aluorºçº,que ouue nefe da em Lis alentando feu propoíto. 31.6
bºa. 197.4. (onfortou namorte a Z). Confiança
Tres vezesfeitrasladadº em Padua. Sanches. 617, 3.
349. 5. @c. -Appareceo em o termº de Zºragan
Riqueza da faa capella, @ /pul fa,perfuddindo, que lhe fize/Sem er
chro. bid 4. mida. 56. i. Ytãdou Alexan
Singular deuação , que lhe tem a dre IIII, celebrar a fua fºfia na fan
(hrifiandade. 347. 1. ta Ordem de Gfier. 6o 4: 1.
Empenhos, @ majefiadº, com que *tandow/*guardarfeu diano bipa
Paduá o venera. 348. 3. do da Guarda. 432. 2.
Zemonstrações de Lisboa; (3r que S. Antonio dos Oluses em Coimbra.
reliquias tem dele. bid 2. Zepois de termos deixado ºfie cousto
Que figura fºi */u4.345.3. nos convidarão com ele. 271. 1.
(om que imigmas/ºpinta. 347.7. *{uitos annos adiante foi poucado
Encadeou por milagres fua vida. - de nou" pelos padres da Prouincia
da Piedade, ibid.
343, 4- …
Ser2 milagre agora, fº os deixar de Vide S.Frãeifco de Coimbra.
Senhor Z). Antonio foi hºfiede de S.
fazer. 35o: 1.
ninguem he mais milagrofº, depois Francfcº em Lisboa, quando }'610
da Virgem
35o. I. fantifina. 339. 2.

do catiueiro de Africa. 2 14.4.
Fr. Antonio@rfua morte myferio/a.
fontão? alguns milagres, % tocão"| 414, 6. • •

Portugal. 35o: 2.353. 2. @c. | Fr. Antonio Alemão, gr/ua vida fam.
Porque rezão he aduogado das cºu … ta. 376. 6. -

fas perdidas. 35o: 1; Fr. Antonio Aluerme, @flas gran


Em Guimarães • he das neuidades.] desvirtudes. 416, 3.
1 53.3. ZD. Antonio d'Ataíde,(onde da Cata
zºffinuem Lisboahum fibrinho. nheira,fºpultado em S. Francifo de
2o6.4. •
Lisboa. 242.3.
. Abrandou com/ua interce/São *ira F.A…mud: Chrfo,grfia vida ad
-

de Zeus, que vinha/obre a mº/ma mirauel, morte santa, @ honrada


cidade. 197 5: ,_ ', sepultura. To7-(2) c.
Em Santarem hurouhãa mulher, Contase, que appareceo a hum naú
que queria "fºgº/e: 449, 4 fragante. 116. 5..
Entregºulhe hum efêrito, quefez. Z. Antonio de Noronha quiz antes
//h h a re-_ -*- "
555 Indice das coufas notauels
Embargarãelhe ºfie tran/ito os mem
a reção de S. Francifo, que º fauor 1
*--

dos parentes. 2 14.4. ges,(}foi citado a Koma. Ibid, 3


Z. Fr. Antonio de Santarém, foi raro | Zeu/entença em feufauer o Penti
"mãe no mundo,ç#fez depois mais º fice. 496. 3. -

joezas por amor de lefº Chrifto. Zeixou/e ficar em França, ibid.


S.
455, •{
1.3; c. (onuerreo muita gen.
- -

Florecta em gloriº/as virtudes. Ibid.


te a/eufºruíço. 456, 3. 4
Perfºguº ao demonio, gº os demo (onuerteo agua em vinho, @ fez|
mios a ele. Ibid. 4. outras marauilhas, ibid. A
Zeclarou os enredos diabolicos de |-

* Era incançºuel em conf/ar, @


Zomingos de são Atachinete. 457. pregar. ibid. .* .* * *

I. Cre. - -->{uitos amos depois de mºrto fºi


Entregou e o demonio húa mulher achado inteiro ºfeu corpo. 497.5.
olfinada, @ ºf a melhorou. Fr. tencia.
Antonio225.I.
de Serpa,. retrato da peni •

4 5 6 3.
Afuayfia falauão os grilhões dos Fr. Antonio do Crucifixo, @rfaa/anta
que erão mocentes. 457.4. morte. 276 5. •

-Acabou em Santarem fantamente. Fr. Antonio dos Santos,cºmprou a todo


• 46o. $. •

cu/to o ceo. 375. 5.


Fr. Antonio de S.Ziegº, @/ºu abra Fr. Antonio Falcão, fºlicito da falua
| zado epirito. 4.62.5. ção d'ElRei. Ibid 4:
Fr. Antoniº de S. Francife, Prousdor Fr. Antonio Leitão, Órfeu ventur%
em Lisboa da Cºfa da/aude.224. | fim. 41 5.2. -

4. (37°C. * , º | Antonio Salaago, bem feitor d'alguns


Fr. Antonio de S . Paulo, @ hum cafº º conuentos. 79. 5-194-5.
admirauel, com que o ceo lhe deu a Fr. Apparicu,/ºbrinho de S. Antonio,
uizº da morte. 236.5.. @rfeuimitador. 2o6.4. -

|
Fr. Antoniº de Segouta, fugindo domi. -Apofiolico, ou Apºfolgº era nome
do fe acolheo a Portugal: 494. 1. || antigamente dº Papa. 563. 2.
Profe/ou em Alcobaça a Ordem Arceb/po de Zraga nomeado por ?
de S.2ernardo. 495. 1. nº/a Conferuador. 441.4. •

Trouxeo */ua com visões celfia.es Aftenção: a Ordem difenome profef


N. Serafico P. ibid-2. "] fa a nºfº regra. 29. I.
B. • º

+r-e. -Autº… Succe/o venturº de


donzelas, 4 seconºgrauão azeos.
humfrade, que não era bauti .* 56o. 2. … . . - -

zado. 4.62.3. Reagora fenºme das mulheres re


Zetas for㺠chamadas a principiº asll formadas na vida Ornevido. ibid.
_ / . . Zetra –=•
-
-- - — — # Hifloria. __639 ••

Zeira donde veio este nºme à terra, Zºfia o coºjentimento tacito, ibid.
que o tem hoje, 42 r. 1. O do Porto no foi dado por no% |
S. Zento. Pertencerão àfua Zeligião ºs Conferuador. 44o. 2. | |
*

nºfos conuentos de S. Francºfo de & Zanentura manau ; czar de são


Ripa, (Cy S. Co/maté em Kema: Zernardo na nº/a Keligião. 634.1.
512. 2. .. . ,, ,, , Jolicitou compromi/o dos Cardraes
Em nenhum deles qià o/$luado, on - numa flação do Papa. 621.3.
de N. P.fe lançºu.ibid. .. ...| Zraga. Seus Artclifos tinhão nº rol
O de Sublicº; em que º S. Abbade | das ºfmºlas º cefa de Guimarães.
felançará, abraçandº com ele é _ 178. 2: - . , ,
Patriarcha Serafico,começou a criar Zragança. Zefereu/e a cidade.47. 2.
ro/as. bid 3. cAs três primeiras pifias da fere.
Vide S. Clara. . . . mifina Cºfa dfé titulo jazem nos |
S. Zerardo, Xartyr de 2tarrocos. h%; túmuênios. 179. 1...,
187. 2. .. . . . .
2:#3rancº; Núncio Apofiálico@ |
Z).Zerungeirá, -Abbadefa d'Entram Coletior do fabido no Efiado de |
bos os Zios,depois de
…Auinhão. 5oo. 2. }
Villa do (onde | •

571.4.572.5. Terceirº Zypo de 3tarrocos.ibid. 1.


Sºr Zernarda de S. 3ári@fuiyi-|| Legado.Apiako em Africa.ibid.
da deunta. 597. f. &rc. - 1. 2. … " " - -
Z), Zernardinº de Obrigºferceirº/- * **
Veiº/licitar nºfe reino es/occorros |
cular, inflitúí, a Congregação dos da/ua Igreja. 5o 1. 2. . . , |
Enfermeiro?pobres. 39. 12. .
Trouxea a Portugal, @r em Lisboa
25"… frás 10/gne cºlladº }
/4, 579. I. @rc., |-

fundou o Recolhimento, que hoje he |sizºlíticºs dirá, e fui fin|


| das xercès. ibid. ; timentas/antis. 547.2.3, /* * * }

S. Zernardo. Seus monges / gauão aí Zriolanji Vigida Terchráficular pa/


fearas no verão. 567.4. |- faua tres dias, muitas vezes,fem co
F.3ernardº, fidente em 3arró. mer. 256.1. . . . ,
.483 4. - _ 2. º Fumimóada Senhora© do 36
Fr. Zerthalmiu de Zrºga%"Áal" = nino Ifá. ibid. … } … ** - |
uauºlvida: 429. 3 - ... 2.2.rites Kainha mulher de 7);Afon
F.zertholmeu Kato/, gy#/artir ºf, III ºfendes ºftáG começou a {
: *
tudes. 175.2.
| Éáficou
| DZetaçaneta do Emperador degre. |-… . 4. com fu maridº a de
* .. . .. . lle #……………|
z 79.4. . . . "… * * ,
|
* I " *, * * *

cia, prºfe/a na Terceira Ordem. ÁÉ |


25 /*}
"…

| …, - - -
…" * . . . . . || 2 tremoz. 447. 2. .
{ . . .
• 2 foi nã , podem eínceder indulgen | ####mulherdº2 …fºi
| fº K2, foi da Terceira Ordem:
cias em territóriº alhea, fêm confenº { # }
}_timentº dºOránáriº éº74 = }}_*yo….…_" º |
. -- … … -–……. Hhh 2 Z.X}, i.---
* —*— -- -

- - - - -*
-

* *-*… * … -
••

º
= *****… * * *". … *
----+-, º }
64o Indice das tufãs notaucis
z.Zrtes Infanta, mãe d'ElReizem da (onceição. 3 I. 6. -

%anoel, deuota do conuento de Lei. Sor Zrites d'A/umpção, cega no cor.


ria, 382.4. po pera maior luz da alma. 599,
Z).3rites de 3éenezes, primeira Con 5. - - -
defa de Villa Real, foi fepultada Sor Zºrites da Xadre de Zeos, @rfua
em Santarem,9r trasladada a Lei deuação. § 5o. I. |-

ria. 469.5. S.2rizida profefou a regra 7erceira


|Z).3rites da Sylua fundou a Ordem dos/ºculares. 38.8.
Y

J4deira de Eolo,qual he, @y Sór (atharina da Gloria : Zeus lhe cã


{ onde efia? 473.2. concertoua voz pera cantar/eus
Capuchinhos. Quem deu prin louures. 6o I. 5. "
cípio, Çr em que tempo nanº/a Or Sor Catharina dos Fieis dezeos,foi pode
dem à fua reformação. 2o. 6. rº/antercº/ora das almas. 588.2
Capucho. Quaes forão os frades do(a- Z (hànea Gomes: quÉfoipelºfangue,
pucho em He/panha? 23.3. * O cã qué ºfeue cºfada. 559.5.
?orque rezão fechamão algãs Ca Foi Padroeira do mºfeiro de Tu
puchos em Portugal: 25. 6. ías. 565. 6.
Nu "foi v2bbadº/a dele.ibid.
- -

Carmota. A ºfte conuente tinha grande


deuação ElRei Z.loão II. 135.3. Fundou o d'Aintrambos os Rios.
| Cafa. Que/gnifica fenome? 74.4. 558.4. "
| Cafanheira. A te conuento cºflumaua #… k…apa sóz.
yytar ElRei Z.loão II. 135.3. • C.

|S.Catharina V. @r Xá em Pºrtugal º Uide S. Clara do Porto.


lhe eia muito obrigada a nefa Ke Sºr Chriiodolinda dos Anjos, notaul
|- ligião. jo. 2. … à imitadora deles. 589, 3. (@re.
|Z).Catharina,Ãainha … o conué Fr. Chrfiouão Cabrito, whimo?rouin.
to d'Alanquerºr lhefez grandes cial dos Claufraes. 412. 2.
|-º mercés. 78. 3.135.4. … |- Fr. (hrfiouão Carneiro, Prigador de
º Zeixou ao de Lisboa hum cordão "fama nº futempo. 274 1.
de N.P. em canairinha deprata. *#
da Conceição,Q}/uas vir
| Z. (aharinºlofantº prºf/ou a Ter | "Suas
2. O I. I. - … "- e º
º tudºs grandes. 11%. 1 #c.
dimirauci, ºbras.122.igc.
!
Cê!)"á! Ordem. 2, 5. I. 2. … * * *
| Foi achadº na cuaç㺠peito é o
}SirCatharina da 3cadre dezes, º | raç㺠incorrupto. 124.1. Eãçºu
| …tandº au/ente da coroouuio a mui. | º fiáufmafragrátigº fiz "utras
i º dele. 541. 6. * * * | marábilhasmº tipo. Hi5.1.gc.
---- .…\\ — * ** -******-*.…………___ - =# —— —— Sua
—º
*==


= → -
- ==
+ + …-- |- - -

della Hibria, 641


Sua translação,Gr qitºfio.thul. 3.
Sujeitou ºnº/a ºbediencia. Ibid, |
à
2). Chrifiquão de (Afiro,Zipo da Guar ElRei Zom. Afonfº II/ mudº 45 }
dajazem Couilhàn. 427. 2. freiras a Santarem. so 6: 1.
Zº. Chrfiou㺠de %sura, primeiro . Em rezão dfia mudãça lhes cice
*

.»arquéz de (aftel Rodrigº, em dº muitasgraças º Pºtifire. jo7.2. |


Lisboa, 243.4. * . •
2tandoulhes dar meiras da Orde. |
Chronicas m.f. danº/a Religião, em ibid 3. . * * * * |
que tempo entrarão nefte reino as Ordenou à/na infantia, que º n%
primeiras. 1o 3: 4.628, 4. Prouincial as gauerne thià,
(huua milagro/a/e alcãçou nº Portopor Zºfereusº º mofieirº, ñ ElRei lhes
interceÉão dos 3íartyres de 3íar preparou. 5o7.4.5o8. 5. ||
rocos. 42o. 6. *
Quãofe mudarão peradle, yo8.6|
S. Clara. O infrumita de fºra căuersão He º primeirº mºfeiro defreiras
foi sòº Patriarcha Seráfico. 5134. em Santarém,gr das.%íendicantes
e habitº lhe »fio o Santo. ibid. em Portugal. 5o9.7.",
* * • \ "\

Nunque ella,nem/uas freiras ºf Vuião nele com admirauelrigºr,


tirão cºgulla preta. bid. @pobreza, bid 2. grc.
-

Nunquadrão obediencia à Ordem || N㺠aceitarão redas femãepor ºbe


: 2eneditina. Ibid, 5. diácia da S.Se ºpºfiolica. 51 1.5.
?Nunqueforão ºbrigadas a guardar Nunqua forão obrigadas 4 regra |
*/ua regra. 516. 4. Grc. 517. de S.2entº. 5 18.8.
5 18. - "Ajudou N.Serafico?. a enrijuccer
Nem pertencerão a fa Religião. ºfie mº/teirº 519. 1.
es
Teuegrãdesfamor ces (2}
dos Pºti
5 14.6.518.8.
-Ardèo a Santa no difejº de marty | Zeis. 519. 2. (2) c. 52o, 3, grc.
rio. 296. 1. Hein/gne na nobreza.jv 5-2(3rc.
Tem capella,gr hõrada memoria na 526, 3 @rc. 527. 1, grc.
sãta Sè de Coimbra. 614.1. @rc. Como/e reformou má regular Olfer
Tem no Porto hum hº/pital dº feu wancia. 537, I, grc. #"

• Ficou em grãdeperfeição. $3 8. 4.
nome. 615. 3 -

Floreceo com muitasferuas deZeos, li


Ospouos de Entre Zeuro, @Xá
nho lhe fé muita deuação. 616. 5. 527. 1. até 555. :
Headugada dos marcantes. ibid. Zeclarão/e algüas das fias deua
Vide Ordem de Santa Clara. fões. 521. 6. Crc. 539.5.
S. Clara de Sãrarèm.Começou temo Que Reformadoras,grFundadoras |
erro na cidade de Lamegº. 5o4.2 fairão defe mºfieiro pera outros.
2Não lhe derãºprincipio Frãeeza»fº 55 Jº I. * - - -- - -

não?ortuguezas.ibid 3:Cryo 5.4 S. Clara do Porto teue primeiros?íto 770 |


Fezlhe lºgº muitos fauores º Papa. lagar d'Entrãbos os rus, 558, 4.
__ 5o6.4. Foifãdado peraprºfidiº de ceº estra
Hhh 3 ----- **
- - - - -
-

……… –**=ar F

642 Indice das coufis notaucis
ºsZeulhº
efluadrões dº mfernº, bid.Gomes. os rios, ibidº 2. " ………… …,
principiopio Zº:Châmowa {

…br/#…####|
honrado. }77.3… º_> …
…A fa conta a famoreceº º Papa | º começarão ºs Reis a famorecello.}
| murº. 565. . . . . . | "569, 4; 571, 4... :*#*# .
| Intentou notavel grandeza nele. A Rainha Z). Filippa procurou
- |56|o. I. trasladalo aº Porto. S»3, 1. @
| | | Frºjàs
Ajudou 56o.
a fumarido 2. I.Rodrigº
1. 562. •"|
º 576. 3. " " ,, , ' ' +

Que ºccº/ião fe …he… # }


• | …Ambosjuntos º dotarão. 563. 2. 572. 1.575. 2. *** *#:; ****
.

| | guefazêda lhe procurou, º rºu ElRei Z. Foão I, principiou o mº/


a Fundadora. 564.4.566. 3 | : retro nºu", (3) lhe fez notauris hon
Grande parte fe perátºpºfada." ras. 573 2. 574.3. : , • L

fua morte. 568.1. @r. ] Em que anno lançºu aprimeirape


Zeixou por feu protetor o Arce-1 || | dra. 573: 2.576.3. * 1

| | bifo de Zraga. 567. 3. " Infante ZD. ZDuarte prefiou


69. 4

| | Cufoulbe muita depeza, (ºr tra •


»inda das freiras.
…telhorou? 5782. :
muito na mudança 0
| | bálhº benzer º Zipo dº Portº º }
| faa primeira pedra. 563 3. mºfaro. ibid. 4.mercès
Recebeu grandes dos Reis.|
...º Tºss { •

• 564. 4. ibid 4.5.2 . * * * •

Em que tempo fiapedrafº lançºu. . …"

| - 564. 5. * *. º Em orações fê mfirou "…


Faye fazendo a obra com muitas ibid 5." . ….…

| indulgencias de Pontifices, gr2/ Criou Iluiresfujeitos. 579. I. |


ºpos. 565, 7. /
583.3. atè 6oo. . . . .
. Nºte: primeiros principios lhefiz guando fº reformou na Olferwan :

grandesf. uores º Pontífice. 561. | tia, (2) º que nylofaccedeo.


* * * * * 582.
- 3 564.3. : I.•

ºrc, … -

Zonde mãdou vir * Papa *frei-|| Que Fundadoras Riº dº


i •

*>

sra. Fundadoras, 56o. 1: 562.5. ||


ZDe Gamora vier㺠lºgº tres. |
v

599. 4. @re. - º ,

º Fauvres,9r cºfigºs * ceo, que nf


. . ? |-

|
56o. 2. . . à tº cafajã virão 6oo.» (9rc.
. . .? ,"* . * .

Hãas beatas de grande nomeforão |SorClara da Trindade, lufira㺠com


primeiras nouiças.ibid. notícias do ceo, 541. 5. * ,
* * .* *

Em que annºfº pousou º mºñeirº. |Úlaufiraes, ºu Conuentuaes quandº Cô

- * *- 56.1.3 @rc. * * * |- megárão na nº/a Religiãº. 18. 2.


Sempre feue na nºfº ºbediencia. ||

| … ZDonde lhesmal
Não erão na ceo o nome, I 9. 3.
ºpinados mferenº.
| 3%..."""""
| Tinhagrande nome. 57o. 1. 175. I. , º
. Era Senhor do Gutº d'Entrambos | Em que anno acabarão 626. 7.
=-=-
V, ** *
7
- - Clau -
-

+
*+++++º*

————zia Hfaria. 64; T.


---————

ãZ…# compoz.S._Antonio. 336, 3 , aR 1

#4Helunas freiraí, 349.5 gre. Cºmeçou tambem as outras,que Fr.


amada das bºas 'religiº/as. | Arinº de Pradº acabou.fhd. |
554, 4... - o -
jorfºfor. Saluzu Zeo, a hum comvida
O mº/mo Senhor mandou recolher | em hia ruína grande. 426. 4., |
.*/eumºleiro algüas. 583, 4.… Con#ão. A humfrade diminato nela
O demonio cºm ameaças º executou alumiga º Senhor C0% h㺠notauel
em hia.ibid . , ivisão. 627.2., ….………
Clerigos. Conuemmosa amizade com Confirmamão,ê: «finanã, nas doações |
, eles. 162. 2. @r.….…...… # Reaes ºs aufentes. 614, 5, , , , ||
Pºr / º prºcuramos ilid. C. | Os Efirmãºs,gº n㺠des,freuãº
267.5. * * ** ** * * * osfeus nºmes. ibid. … …
Foi notauel a que com eles tuemos |&#"…fm/mº Saram…}
em Coulham.42 5. 3... for㺠mitúídas pelo Z. Fr. Cheru-ji
derigºs d'El-Rei,quaes erão. 188.3.
%3. Excelencias difia cidade. i vºs da Senhora, quefºrcup㺠em i
1

261.2., .. , \ \ , -- | ºbra, depiedade,por S.3º#menta


# - ZOes
…) grandes /ajeitos à mofa Reli.
• - ra, ibid ..., …...….…….
ião. 268.2. * . * . * …; |v4 de S. Hieronymºterºtonutrº
Commendadeiras d'Auls.O feumofici. | ter pectadores por Fr. Nicºlº Vºº
ro em Lisboa foi fundado por frei i nº.33.12. ,# 1; a 2
º ra de S. Clara. 33.1o. Congregação: que fignifica na m a Or
Commifões, nºfia prouincaficctderão | dem, 28.- 5 * * …,\ ….….….…. •

às Cºfadiaí, 1 15.5. ton/elho de Ejiado: entrauã, as nºfo;


| Commiºes cApofiolicas, remetidas 4 fades nele. 49o. 3.68 *4:
ºs frades. 53.1. g. 285, 3 | 2. Cºnfiança infantade?"rtugal, @
39o. 1. 435. 3: 472-21. | Rainha de (afiel, fºi, Terceira,
476.6.478.4.479. 2.48o. | 250 2.8, º **
º 1. ******

|
3.481. 1.484. 2. Orc. 489. |z), cºnfiança de Norºnha, primeirº
1.49o. 2.491. Ís (3ré. 5oo | Zuqueza de 3raganç##7erreirº
, -, º

|
2. 633, 1.604…3.. 6o5, 5. | Franciºsºs quem fºi nº fing",
• | • • 6o8.2.699. 2, 6t2. 2. 613, |i|... (@r

@ na virtude:
Sepultou/e
|-
em S.179, fºge.
Franciº ,
de Qui- • • • •• • • •• •

L
\,

4.614. 5..….….}, º
Conceição da Virgem $enhora nofa. … marães, i 81, 4. -- #\, 3. : vº Y

Fºi empreza dº Subul.&ntº ºfus | ###"


defensãº. 33.12.., , | ibid 1: Orr, º
emórfirações da Sè da guard, em lo.õìs…#
de Semide. N.P.S. janº, de
<ifulanur. 43%. 2.……
vida Ordem da Conceição e quem tranuidaurºkºfiene
Concordancias da Zibliº. A mºraes. exequias.278.4._. + " |
*_*_*_*--*- - |

•••• •=
—º -º f
==T= •
- - •• • • ••- - - -
•••••
- - TEMATZof_ ----
---- ----*-
- - --- - - - --- - -

- - -- - -

= =>

577 Inaue das confis notaucis…


2). Confiança Sanches, filha d'E-lRei | Re ºfeupouo muito deuoto da nºfº
2). Sancho I. (9 de Z). Ataria | Ordem. bid 3: (3; 4; 3, 4-(3-c.
Paes Ribeira, viueo em celibatºper 424. 6. *- ---- - - -

petuo. 616. 1. Cruzada : muitas vezes nos era en


Fez muitas obras na nº/a igreja de commendada a sua prºgação em fa
toimbra. 264. 3.617.4. uor da Terra santa. 484. 2.
Zeixoulhº no tefiamento efmolas, 6o4. 3.612. 2. * *
(ºr 4 os outros conuentos. 617, 2 Com quanta
nº/os frades. autoridade
613. 3. apregawão • •• •

Leuantou, @r dotou em S. (ruza!


tar a S. Antonio, ibid. ("flodia,que cousahe na rº/a Religião;
Occupou os nºfos frades na execu Cufodia de Portugal,
@r como • em que13.4.
elas diferem. tempo se
fão do feuteflamento. ibid.
Foi confortada na hora defua mor teuantou, 282. 3. (@c. # … ,

te por S. Francfco,Q} S._Antonio, Zuidindose a Prouincta de Hespa


617.3. : - "nha ficou na de Santlago. 391.3.
gue qtado foi ºféu. 62o. 7. Quando se partio nas duas de (e-
(onuentº: comºf dfingue de mºfieiro. imbra, @ Lisboa. 629. 2: *"
Nas declarac. n. 12. Em que efiadº/e achaua nºfº tem
Quaesforão º primeiro,Crfegund po. 631, 5. .
dos nºfos em Portugal.48.3 @rt Quantas aula então na Prouincia de
64. 1. (gre. . . ' , Sant-lago. 629. I. , ""
Fundiuão/e antigamentº em mut, Qual das duas sobreditas precedia.
grandepobreza. 68.1.3.62.1. 63o. 3.
423. 5. Por onde se dilatauão seus termos. |
lfo he o que comuinha. 69.2. tbid. - -

Pºrquerezão/efazem agora gran Cufodia de Eucra?ertencesa fia?ro


des.ibid @ 423, 5." uncia. 14.4. 63o 4.
?Notamel dito de N.P.S. Francif | Succedeolhe em seu lugar a dezeja.
| cº/ºbre a flagrandeza. 69.2. 14. 4. : : •

Comuertidas. Vide Ordem grc. ?Nunqua ouwe Giffodia, que se cha


Coroa da Senhora. A hum nouçº nº/o|| … mafe de Eluas. 455.2.
| firulada fia/aa duação. 33. Gfodias dº Porto forão duas: apri.
II • • ' ' ' ' -

meira deÚlaufraes. 411. 1. a se


Cºfia: %feiro de Hieronymºs,bemfei gunda de Obseruantes. 412. 2.
tor de S. Francfo de Guimarães.
149.4. • •
grc. 626.7. *- |-

Cufodia de S. Antonio, com que casas


Couas. Cheirão as de alguns Seruos de fº infinito. bid 6.
2Deos. 55.5.125. 1." Quando se leuantou em Prouincia.
Couilh4m. 24/e notícia difa vila. ibid. (3rº. \,

422. 2. @re. Cuftadia da Luz, como seprincipiou.


23. 3. —-

+
| 23-3. • • • Ob/eruancia as extingulo, 315.5.
(ufodia de São Simão em Galiza, quem Cufolio;ãoficio tinha 1 3.4.629, 1 |
foi ºfeu Autor. 419. 3. Cre C//auão todos defello, particulares
f(ufiada de Tralas montes; quaesforão || ibid. * * * *

ºs feus Fundadores. 17.5.23.3. || Quaes forão os dos (uflados de


Cuflodia do S.Euangelho: quando, Gr | Disboa,(2 de Euora, 63o. 4.
por quem começou. 23.3. | Fr.Cufodo, morreo em Lisboa curan
Cufodias antigas dfia Prouincia, « do a os feridos depºfle. 224.4
- * |- • •***

*
* {
|- D.
(Y …A. Zaniel, Xcartyr de Seita." @ Cºimbra fibre apaga do fºli.
32o. 2. dio, 49o. 2. |
Zemonio disfarçado,pera enga || "Penitenciario do Papas Conf.
'nar,em a Figura de (br/lo. 449: lheiro 3 Gr Confº/or d'ElRei .
4. Na da Virgem Senhora nº/a. || 'hid, 3. <= -

87. 4. Em nouiço, 86.3. Zigºlues da Cunha,/pultado em Co


Em fêmelhança de mulher. 437. [ "ilham 428, 4.
I. @rc. Em negro com hum só Zº. Zinyi, Kei, fez obras no conuento
* olho. 457. I. E pera intimidar, de2ragança. 5o. 3.
em monjiros. 218. 3: 225, 2 | Fausreceº as de Quimarães.
553. É ge. , , . 1494 . . . .
Zºfialtºs. Efenome he antigº na nº/a. | LAcabou a Igreja d'Alanquer. 79.
Religião. 24. 5. 56 3. 2. 4. E o conuento de Port-Alegre.
, ."> * *

Em que conjte a fua difalcºs. 606. 2. 6oz. 5. " – "

26. 3" " . , . * Tinha por seu o mofieiro de S. Cla


Fr.Zººfderiafoifrade nºjo. 479. 2. ra de Santarem, @foi magníficº
Veio por Comm/ario Apofiolico cõ com ele. 52 o 3. Grc.
º (onde de Zolonha, perá lhe darpºf * Emparou, 3;fez mercês a o d'-
fº do reino, ibid (9 3: , , || Entrambos os rios. 569.4.
Zeulha em Lisboa,ç} reduziº ou- | | Vide Rainha S.Ifabel, Vniuer
tros pouos áfuá obediencia, ibid. 3. || ... fidade. . . …",
# Intimºu em Coimbra àfºntença de Fr:Ziogo Arias, Reformador do con
º privação a ElReiz.Sanchº II | #### 98.3. 99. Í.
- ibid. , , , , , …" e º , | Z), Zugº de Gaffro, Alcaide mór de
Tui tommfão do Papá pêra ab/k|| … Coulham, jaz no conuento difa
uer os Cafielhanos, que com ele en- vila, 427. 3. :
tràrão hºje reino. 489. i. . E] Fr.2)igo de 3éonrºy,iraslidºu os º/os
__pera compor á Igrejas de Zraga, | dos Piscipulos de N.P. S. Fram
{
--—––– -
=========
----
•••-
cfcº
- - - - -
O4Ó Indice das toujas nºtautis
«feo em Éuora. 313. 1.
Trºuxe sempre cingido o seu cordão.
tbud. • • •

ZDiºgº de Torres o Cºelho, concorreo na


ºbra dº enfermaria de Lisboa. Na capela subterranca do mesmº
1946. santo Serºfitº se ve h㺠figura»e-
Fr, 374.
Ziegº,2.Roupeiro, de fanta vida. fida com o seu habito bid

'Nºtauel dito seu sobre a amizade


Z}/tºlinantes. S.. Antºnio inuentou a das duas Religiões. Ibid.
faprociÁão. 33. I I. Com º exemplo dos nº/os .3tartyres
Zjetpulos de N.P.S. Francisco. Hum de Xarrocos exhortausa os seus re
| stpultado no conuentº de Zragança. ligiosos. 296. f.
53. 2. @re. -
Fr. Zomingos, deu a vida pela Fè em
Seus /os cheirão, @ ºbrão mara .harrocos. 35 6.2.
uilhas, ibid. Fr.Zemingos da (onceiçãº, @ sua san
&/id. S.Francí{co d'Alanquer, tá morte, 378. 3. -
de Euora, de Guimarães, & Fr:Zomingos de 2rega achouse em Pa
Abrantes, fiz no juramento do Conde de 2e
lonha. 479. i.
Zom. EHe titulº se daua a ºs nº/os •

%inifros. 369. 2.446.4. E Fr. Zomingos%igueis trabalhou mui.


tô pelo conuento de Guimarães.
a os frades particulares. 523.4.
-Anº/a Religião o prohibio. thid. í45. 2. -

ZDomna. Era nome das mulheres né Zºomingos de S.3achinete.Embufici.


ro diabolico nas partes de Eluas.
bres,ºu virtuosas. 523, 3 |
Nas freiras foi ordinario ibid. 457. I. (?, c.
Efias pera afinção das outras se gue enredosfez, G como acabov.
chamauão tambem Domnas de 458. I. @rc.
Ordem. Ibid. 2ouror: era entre nós o nome do Late
Com ele nascerão Ayfreiras de san atual 17o. i. 11o. 1.
tá! Clara. ibid. j. Z Zuarte Rei,/ind, Infante tevepar
Zomnas de Robando : frei Hugo de te do gouerns com seu pae. 578. 2. ||
Zina fundou a sua congregação | …Accelerºu 4 mudança das freiras
d'Entrambos ºs rios pera o Porto.
3o. 4: . . . . thid,
Zomnas de S. Guz de Coimbra erão •

verdaduras religiosas. 618. 4. * Nomeau tem feirº por seu, @


7uerão tres mºfieiros nºfia cidade, , confirmou seus priuligios. Ibid 4. |
@ quaes fºrão. 619.5. *tandou guardar os do conmento do |
Quando se extinguirão. bid 6. Porto. 41o. 3.
S. Zomnulo , Xartyr de Seita. Zeu por onde se efiendº º de E
32 O. 2. gora, 31 2.4. -

S.Zºomingos teue efireita amizadº com | |Z), Zuarte de xenezes, terceirº con.
-

S. Francisco. 498. 3. de 4,62 anº, quem fºi nº esforçº.


—T-
. 469.
THIT. 67
- 469. I. - +
majeito/, /pukhra 469, 1.
Obrou muito em S.Francifcº de Sã. . Acompanhaº sua mulher Z). Isabel
• ••••
tarem. 447. 6, de (firo,Gr hãa ilufire de cendem
Efia encerrado hum /eu dente em ci". 47o. 1. Cyc.
E.
Clipse grande da Sol. 355. I. gal. 137.3.
TV, Z. Egas Fafes,Zipo de (oim Referemie suas excelencias. 136
bra,quemfoi. 614. I. I. @rc.
| Leuantou na sua Sè capela a S: Epitºfios memoraueis em sepulturas.
Clara,na qual fá sepultado. ibid. 243 4 245. 246, 383-1.
C. * * -

- 471. 5. •

Fr. Eleito, padeceo por Chrfio em Ermitão,retratado no retabolo de Lei


.3íarrocos. 356. 2. . . |-
ria. 375.3. • •

Z). Elutra ESteues,da Terceira Ordem, Ermitães de S. Hieronymº. Vide Or


sepultada em Lisboa. 244.2. # dem &c.
Emparedadas: em Leiria, @r noutras Espirito Santo. Com que solemnidade
partes. 367.6. | foi inflituído o seu Imperio. 132.2.
As de S. Nicolao no Porto, não es Fr. Efeuão,luiz deputado por ElRei
tauão alem do rio. 4o6.2. 569, 3... -

Endemeninhada. A h㺠hurou hum Z). Efieuão Annes,Ãepofeiro@y jºor


frade virtuoso, 485.5. , , tetro mor, (ºr sua mulher: ambos
Enfermarias. Nuns conuentos as temos da Terceira Ordem, em Lisboa.
infiituído pera enfermos dos ou-| 244 2. º ,
tros, 315. 5. __ . Fr. Efeuão de S. Francisco teve nota
Enfermeirºs pºbres.Vide D.Bernar uelbatalha com os demontos no tem
| dino de Obregon. po da sua morte. 22o. 2. (Orc.
Entr-Ambºs ºs rios.Onde hefehgar. Fr. Efeuão do Espirito santo, espelho |
557. I. de humildade. 125.2.
22se notícia dele, (ºr de quem ti Excelente Senhora começou neuiciado |
nha 0 Set/ senhorio dia. (3r 55 8. || em S. Clara de Santarem, Crpre
|- 2. @rc. fe/ou 6773 Coimbra. 52.5.3.
* -. -

| Entre Zouro, @ 2ínhº,foi centro, Execuções Apatolicas : os Pontifices


@princípiº da nobreza de Portu.] no kentarão delas. 48o. 4.
-

B.
F Amaguia, he cidade ma Ilha de | Fam…: …………… hl, hãa
Úpre, 699.4._ _i | _mulher, foi entrada do demonia. |-

_485 |
-----•*-- --
648 Indice das clufis notautis
485. 5. na igreja de S. Clara do Porto
Z. Fernando,Zei,/entia bem de nºs. 573. 2. 574. 3.
468.3. Z. Fernando da querra Zispo da mes
Profe/ou a Terceira Ordã, 2 jo. 2. ma cidade lançou outra Ibid.
Efendeo o fittio de S. Francisco de Zepois de A, cebispo de Zraga lhe
Euora. 312.4. 579 6.
vnio hia igreja.
Zeu grandefauor às obras de Qui
2. Fernando Zispo de Tai,até quando
marães. 149. 4. Ze Coulham. genernou. 146.3. :
423. 5, @r do Porto. 4o7.5. Fernão de(afilho ajudou a fazer a en
-A este conuento defendeo a sua fon fermaria de Lisboa. 194.6.
re. 4o9. 1, & lhe daua dez sºl. ZD. Fernando de Cefiro, Senhor de La
dos cada dia. 41o. 3 : nhozo (2 sua mulher,sepultados em
Zaua ai uda de cufo a osfrades pe (ouilhám, 427.3.
}'á! fudarem fora do reino. 2 1 1.1.
ZD.Fernando de 3tenezes: em Lisboa.
/zentou das decimas a S. Clara de 243.I.
Santarem. 519. 2. •

Z), Fernando de 3áoraesfez o claufiro


Con/gnoulhe ordinarias. 52o. 4. de Euera. 31 1.3.
a S. Clara de Entrambos os rios. Z), Fernando de Noronha, neto d'ElRei
569. 4. Além de ºutrºs fauo ZD. Fernando,(ºr primeiro Conde de
res. 571.4. Villa Real: sepultado em Santa
Reedificou em parte a S.Frãeisco de rêm, @ trasladado a Leiria.
Santarém. 446. 5. 469.5.
Trasladou pera ele ºs '/os da In Fez. Nºfia cidade tivemos jahum con
fanta sua mãe. 4.68.4 mento. 317. 2.
Foi depº/itado seu corpo em S. Fran Fidalgos. Sua affencia he de damno às
cisco de Lisboa. 241. 1. terras piquemas, 571.4.
Leucuse a Santarem; @ qualhe a Filhos: os melhores hão de ºferecer se.
sua sepultura. 467. 2. : us paes a ZDeos. 536. 5.
Foi depois achado nela vºfido nº Atuitos d'hum mesmo nometiuerãº
nº/ohabito. 468. 2. - ºs Reis. 531.7.
Z. Fernando º Emprazado, Rei de Z. Filipa Rainha, concorrêa na fabri
Cafiella: nunquafalou comfrade, a cada igreja de Leiria. 363.4.
quem não beija/e º habito. 499.4. 365. 1.
Na hora da morte º defendeº S. Suas armas, @ m/gnia de sua de
Francisco d'hãº/alto dos demonios. uação, ibid.
ibid.
?No conuento do Porto teue as pri
2. Fernando, lofante, quemorreo em meiras»fias com Elzei seu marido.
Fez, bemfeitor do conuentº de Lei 4O9. I- **
rta. 382.4. Pedio licença « o Papa pera mudar
Lançºu húa das primeiras pedras º mofteiro de Entrº-Ambos os rios.
- -

573. –-"
defia H7 649
573. I-(3-c. 576.3. @ padecerão muito pela defensão
Por fua morte encomendou a mu do reino. 2 1 3.2. --- * *
dança afeu marido. Ibid, | . Em fuas orações encommendauão
| Sir Filipe d'AÁumpção, Fundadora os Papas ºs bons factº/os da gre.
do mºteirº de Zragança, @/ uvê - * já. 492. 3. "..., º ………
turº/ºfm. 599. 5.….… Z). Fradique de C /"0i fpuhuufº fº)
Sºr Filippa das Chagas, gr/uas meat Letria. 383, 1, … .
tações. 551, 3..…… S. Franc fa Romana, era da Terceira
Sor Filippa de lºfº, gr/eufuores do Ordem quando infiltúio ºfeu mºfei
ceo. 55 o. I. ro. 39. I 1.
1 Z). Filipe, Kei,ajudou arfaurar a igre Ajudouan fio o/ºu confºr ,fra
ja de Santarem. 447, 5. •
de nº/o. ibid,
,
ZD.Filippe,Principe do reino de (eitaua Franc/ca da Conceição, finale pre
ca, jaz em Coimbra. 276, 6. tº de Santa (lara de Santarem.
S .Fr. Filippe,companheiro de S._Anto
, 555. 5: , .
nio. 333-2. @re 334-4. Sór Francfia de lºfa, grande ºfio/a de
Fr. Filipe morreo,grajudou 4 //10}'}'É-
Chrifto. 586. 7.
rem deus milchrfãos pelanº/a S. Francfca de 3íeira, da Terceira Or
Fè.342.2. dem: /aa(@re.vida, @r fanto nome.
127. 1. •

Fr. Filippe ZDias,Pregador Apoitolico,


@r 3áfire dos Pregadores do feu Sºr Francº/ca ao Efitrito santo,Crfua
tempo. 55.7. vida exemplar. 587. 1.
| Frade. Era nome que também tinhão S.Francº/co Patriarcha Serafico, foi
os Terceiros feculares. 239.4. Embaxador de Chrflo. 1. 1.
Frades de ElRei,Qrda Kainha: quaes
erão. 2o8. 3. Precur/or da fua segãda vinda. 3.6

2íandado áterra por grandefauor


Frades de S. Francifeo são fêmelhantes do ceo. 1. 1.
no fiado aos Anjºs,9 tem outras Kefaurador da Igreja, 3. 5. Seu
excelencias . 361.4. •
·

emparo,Cr sua cºnsolação. 1. 1.


2tais amados de Chrfio, á muitos. .Anjº da paz. 3. 6. É Efirella,
4O4. I que alumiou o mundo, ibid.
Em feus principios forão muitomº Zescobriº º caminho da perfeição
lfiados nºfertino. 388.3 @rc. Euangelica. 2.4. -

439. I. @re. 2eloso da taluação das almas. 3.


Querião antes efiar onde erão per 2. @rc. . "

feguidos, que onde os venerauão. .A fle fim encaminhaua todas as


4O2- 4. |- ' {{{4|f acções. 4.2. (@rc. -

Trabalhauão todos nº Jeruiçº dos E infirúio tres Ordens. 6. j.


conuentos, 373. 5. S} de o ver efiremecia º mundo.
Quizerão tomar armas em Lisboa, 5. 4. – –==

Itt .Yíatri
— I
= •

6 } O; Indice das coaffis notaucis


Xarriculou muitas almas em º/er-, Cafela. 44. 3. @re." ..." ?
uço de Zeºs. 4. I. º * * * * Em juimarães refº/citou hia de
Foi lmagem de Ig/* crucificado. | ;
funta, 466. *
|-

* * *
4.6- v . ? Pafou pºr z…e…?… de Li.
-Anjº /ellado com os /naes de Zeo |$ mapera Galliga. 47. 6.……… -
viu?. 4, I.
**
• • • •
V/tou em tampfella º corpº de
v4 graça lhe "fºgºu os appetites. º Sant-Iagº. 47.1. ***
I. 2. e "… v. , º *Na/ua Igrj recebiograndesfauo
4.

Seu corpº nas obras da virtude que res do reº. kid. *)


ria anticipar/e à alma. 2. 2. º Tornou a Portugalpor 3ragãº, em |


Suas acções, milagrºfas. ibid. defundou º primeiro cousto djie rei
Suas Chagas, milagre das marau no.47. 2.48. 3: (3; c.
lhas de Zeos. Ibid. Seu corpº depºis de morto ainda ef.
Em que dia as recebeo.-3o9.6. tà empè,Cr/ua alma na cadeira,de
Foi exemplar depenitentes. 2.3. que cáio Lucifer. 309. 6.
(@r 5.2. Em que tempº começºu a fºfiejar
Pedio perdão * o corpo do mao tra ºfeu da a S. Ordem de Cifier.
to, que lhe dera,na hora defua mor: 6o4. 1,
te. 2. "3. • •

-Appareceo a 2, 3rites da Sylua,


Foi aduertida por Chrifto, que com animandoa na fundação da Ordem
pendufe a mºfa fagrada Regra, da (onceição da Senhora. 31. 6. |
3O7. 2. Confortou em Coimbra a Zº.(onfiam
//e o grande Patriarcha,Q} Abra fa Sanches,Grconwerteo em Linha
hão da Lei naua. 11.1.29.1. res a ZD.Lºpa,no tempo da/ua mor
Veio a Hypanhapera receber mar. re. 437. 2.617.3.
tyrto. 41. I» ** Celebrou as milagrofas exequias
Zeos lhe impedio por meio d'h㺠da Zanha ZDomna Vrraca, @r
doença.ibid (3): 42.3.
*-* \, A - •
----
• •
affio nas d'hia deuota/ua, Ah
Não pºfiou à terra de infieis depois bade/a de Semide. 3o4. 4.
da morte dos Xartyres de Yarro 278.4.
cos. 296. 1. > Com o feucordão/e/aluewh㺠naº
Fundou os primeiros conuentos de da India, @ hum enfermo fárea.
Refpanha. 42.3. , º 2 O O. 2, ..

Entrou em Portugal pela Quarda; São milagrºfas em Guimarães, Gr


@r em que anno entrou. 43.4. Couilhám as fuas fantas Imagens.
44° I• -

152. 2.425. I.
Não defesa Alanquer,nem º Lif|| "A vfia dela em Quimarães -

boa. 44. I. fº apºgeu hum intendio. 152.


Profetizou à Rainha Zº. Veraca,
que Portugal estaria fparado de | (em a agºa tocada em fuas |
*

A
- -- (hagas •
! Zla Hora, -- - -

Chagas tem faude os enfermos. Em virtude dellaflorece aqui muito |


169.5. a virtude. 74.5.
Falecerão nºfia cº/a muitos Zif pu •

Vide S. Domingos, D.Fernan-||


do o Emprazado, li mãos da los sãos do me{mo S. Patriarcha, [.
Ordem. cuja memoria/perdeo. 75.1.gc.|
S. Francifo da Guarda. N. S. Patri -4 alma de hum delles, viofubir S.
archafantificou empefoaº/tuº def. Antonio,refilandecente aº ceo. 76. #

te conuento, 434. 1. 3. (@re. * * -

-4adadº nº fez º cºfa. 435, 3;|| Cuando/e mudarão osfrades a ofe


que nunqua foi de Zemplarios. || gundo conuento. 77. 1, &c.
433. 3- • Qué ejudou afaafabrica, @r lhe fa
Oppoge hum Guardião com º braço | grou a igreja. 78.2. (9rc. 8o. 6. ||
das cen/aras à entrada dºs Cafte Zºfreuenfº/uas grandes marau
lhanos. 432, 3. lhas. 8o. 1. Gyc. •

Outrº foi Comm/ario dº Papa. } (antàrão os Anjos no feu coro.


435. 3 82. 5. . . -

Zeu/pultura a 2.Lºpa de Linha| Trouxerão de comer a osfrades@


res. 437. I. esfruião à meza. 84. 2. grc.
Tem direito em muitos Seruos de | Perfºguião nos eruelmente ºs demo-}
ZDeos. 435.4. mos. 85. 1. Orc. •

Quando fº reformou na Objeruam ?N. Senhorafauorecia ºs noviços.


ela ibid. - 8r. 3.87. 1. @c.:: . {
A vifia delefrão impedidºspe C/ierão frades defuntos dar noua,
los merecimentos de N.P. Santifi da outra»ida. 94. 1. Oye.
fimo hãºs cargas defazenda,ñtra-|| Foi o primeiro,que neste remo acei
| zão pºde 4 cidade. 434. 2. tou a Olferuancia. 97, r. Grc.
[S. Francfºo de Alanquer. Onde fieue Reformoufe
••
com grande pºjeção, •

| nº principio fa cº/a, @ qual foi @r nelleflorece muito a regular df


| /ua pobreza. 68.1. cplina. 99.1 (Orc. Ido.4G c.|
|º Hofhedou ºprimeirº religif de S. Foi columna, ºr cabeça do Efiado
Zºomingºs, que veiº a Portugal.| Ob/eruante. 1oz. f. @rc. " " .. ';
|-

º 7o. 1. E a os ºtaryres de 3íar º ºáorada, @r/ºpultura de E/arões


rocos. 7 I. 2. *
muito m/gnes. ro4, ºrc.

1 Frºprimeirº conventº,que celebrou Suas preeminencias,º feus fluores


} feu martyrio. 72. E. (grc. }|- Reaes. 133.4. Orc. 134.243; c.
• | N.P. S.Francycolhe lançou a/aa | Vide D. Sancha Infanta: S.
| benção, pelos auer ajudado. 73. Zacharias. * . * * * *
|| …... Fr.

* * *2. @c.. *** + | S. Francifo de 2 ragança,foi o p…


Eftafe efendea 0/gundo conuento.
… tbidº2 ºrc. , … e º | º roreino.
conuento da nº/a Ordem inefie
48. 3: , , , …"
1 — à *__
=
} =77===
- 652 Indice das coufãs notaucis -

Em que tempo o fundou TN. Será Pedro. Ibid. }

fico Padre.Ibid. Çre. Não auta aqui d'antes cº/a algüa


• Que fictio lhe derão, @r quem con de Templarios. 263. 2.
correo na fabrica. 49.1.5o. 3. Z), Confiança Sanches, faa meia ir
5 I. 4. mam ºbrou muito na igreja. 264. 3
Temlhe opouo hia deuação notauel. Forfagrada por hum Arcebipo de
5o. 3. (@r 5 I.5. Toledo. 264- 4. Grc.
Tomou o à fua conta a Serenfima Zeu occº/ião pera mais fe apurar o
Cafa de Zºragança. 5o. 3. credito da Rainha fanta, @r não
Pertenceo o feugouerno a diferen queimarem ºfeu Efmler. 266 2.
tes remos,(} Gu/todas. 52.6. Nela foi afentada em (ortes a cº
Hum guardião foi (omm/arto do roação do Xáfire d'Auz. 267.4
Papa. 53: 1. "Aqui teue a C/niueridade hia das
Congos Regulares fizerão nele bha lições da S. Theologia. 266 3.
junta, ibid. Era fimado do reuerendo Cabido.
(riou m/gnes fujeitos. 55. 7. 2 67.5.
XDet;fºpultura 4 grandes Seruos de Com a Igreja de S. Zertholmeufez
Zºcos. 53. 2. hãa composição mui honrada. Ibid.
S. Francisco de Coimbra. Quando C0 Foi cº/a capitalar,3; cabeça de Cu/
meçou effe conuento em S. Antonio todia. 268.1.
dos Oliuaes. 26o. 1. Que Seruas de Zeos descançarão
Zaferezão defe nome. 261.2. nele. 269. 3. grc. .…….
Zefêreufº ofittio, Q}'pobreza nota gue pe/oas grandes forão aquife
uel dos edificios. ibid.…… pultadas. 27o. 5. @rc. "
C/iuião neleosfrades C0772 grandf -

guando /e reformou na Ob/eruan


/mo exemplo. 262.4. cia. 268. I. * * * *

Foi o primiero de Portugal, que re º Zreuemente o afogou º 2condegº.


colheo os ºtartyres de 3tarrocos, 272. 3- . -

quando vinhão de Italia. 261.3. Onde,0} em que tempo/efez o ter


"Aquiprofe/ou S. Antonio,(ºrmo: ceiro conuento.thud 4. (ºr 273.6.
roufeu companheiro S. Filippe.ihd. * Quando pº/amospera ele. 274 1.
Efia gloria nos foi fempre acompa º Que/ajeitos memoraueis gozão das
nhando nas mudanças, que fizemos. fuas/pulturas. 275.4.9rc.
ibid. A , , ….….… * * *, S. Franc/co da Couilham. Fundoufe
Porque rezões nas famos dfleft ºfe conuentº noutro/trio,mais apar
tio. 262.4- … º * tado da vila, 9 depois/etrasla
Em que tempºfºfim…ºk…" º dou pera ela. 423. # .….… .-
conuentoperto da pontedº rio-262 | Nunqua foi de Templarios. 424.
… "I. 264. 3. .*; º 5. ^ * \s* " …".
Zeulhe #u. º h/… Z)om | Pera obras, efºgã, dos frades
}
- - -
lhe
----"

Ha Hora T __653
lhe fizerão os Reis muitas mercès. Tinha3 d'antes
nes. II. 3. afua grja fête nº- |
- •

423. 5. 424. 6.
A igreja he ºfiimada, @frequen He agora das mais fumptuo/as, que |
tada do pouo. 425. 3. temos em Portugal. 312.3. |-

Tem duas imagens milagrº/as com (oncorrerão na fila fabrica Reis.


duas confrarias notaueis, ibid. 1bid. • -

1. (@re. - Huns deles lhefizerão muito damno


Nella/uccedeo hãa grande maraut. com afua vizinhança : 0t/f/'03 0 é??-
lha a hum Confefor, fiando ouuindo chão de mercès. 312.4.
hum penitente. 42 6.4. Communicauão/e por fête portas o
Hum. Quardião dºfia ca/a rebateo conuento, 3; os paços. ibia,
com cen/uras ºs e/quadrões Cafielha -A igreja dele era capela Real
mos. 423 4. Ibid.
Que pºlycas graues fião nela / pul Floreceo com muitos /ajeitos gra
tadas, 427. @yc. ues. 3 I 3. I.
Quãáofe reformou,9 % Seruos de Cafos grandes, que nele acontecerão. !
Zeos lhe pertencem. 428. 1. @; c. 3 I 4. 7. @re • •

S. Francfco de Efremoz, Zeclara/e a Era muita a fua autoridade


/ua antiguida de 441. 1. 315. 5.
Não feliurou no princípio d "agüas Foi cabeça de Cu/lodia, % depois de
contradições. 442. 2. &ammigão. Ibid. •

… O braço Real metteo mão na fia Quandºfe reformou. @pa/ou pera


fabrica. ibid. - a Prouincia do -Algarue: ibid.
… ZDuas vezes acodio por milagre o Se Vide D. João II. Rei.
S. Francfºo de Guimarães. O primeiro
nhor afuas mrcº/idades. 442.3.
443,5… … • •
conueno fºfundou fºra da villa |
Nele faleceo ElRei Z). Pedro. != -1 39. 2. (@re. •

443.6. • • *
Viueo nele fantamente humcompa
* *

| Fafipultado Fernão Pereira,irmão inheiro de S. Gualter. 1 4o. 4. :


de Z), Nun-_Aluares Pereira. Os frades frutão nos h/pitaes.
| 444.6. |- … … || ibid 5.
Quandafº reformou, @incorporou Foi o /gunda fundado mútm hºfii.
|* na Prouincia dº Algarue, ibid. 7. tal, vignhº da dita vila 141.
|S. Francifo de Eupra foi fundado por I. @rc J -

|-º tres Zyê pulos de N. P. Serafico Ela o entregou a ºs frades humá


|

* 3 1 1, 3 * * ** procifiofôlemnergy lhesfez muitos


lº: Todos tres fã, f773 ºpinião de$an faures. 142; 3. * * …
.:: .*\#\ .* * z"pois º largamos,confirangidos dº
tos. 3r3.1. -
| s". Em que tempo º fundarão. 31o.
#\:… •
-**> grº C.
perfeguições. " 143.1.
• • . * .* . …… . "
2.3 II. 3-7 * * *
– *_*_ L_L_>____ =

-

*** T===
/** 3 Tor
|
654 Indice das tufãs "tautis -

Tornamos a poucallo com muita glo- S. Franciscº de Lamego. Qual hea/ua


ria nº/a. 145.1. grc. antiguidade,(} /tuto. 622. I.
Quem ajudou as suas ºbras. 146. ?Nunqua foi de Templarios. 6 23 2
4- 3rd. Á, a muito fato telao, (2 ft mado
Zestruto/ºpor occafiao das guerras. dos Keis. Ibid. 3.625.5.
147. 1. Gyeº • 7éue muitosbem feitores. ibid.
Fizemos o terceiro mais abaixº com A m que tempofoi refo, mado na ref

grandes favores do Pontifice, dos gular Olferuancta. 625. 6. @re.


Keis, @ todos os tres Efiados. Quando fe incorporou na Prouincia |
148. 3. grc. , de S. Antºnio.ibra
Kºfiaureuse a igreja, concorrendo S. Francyco de Leiria. O feupouo nos!
muitas maravilhas, 149. 1. (@e. pedio eňe conuento. 359. 1.
He casa de romagem ordinaria. Impedirão no os Padres de S. Cruz|
1 52. I-(Cyc. de Coimbra. 36o. 1.
Tem imagõs milagrosas.ibid.2.(?, c. Que fundamento tiuerão, ibid z.
'Não comeo em muitos annos a sua guanto nilo padecemos. 361.3.
terra o corpo de hum blasfemo. | Zºfendeanoso Pontifice, Çr que re
1 53. 3 zões o monērão. 36.1.4- 362.5.
Celebramos amigaueis concordatas Zepois nos fizerão grandesfauores
com o Cabido. @ Padres de S. Zo ºs Padres. 368. I.
mingos. 162. 1. (2) c. Alguns de/gº/tos for renouando o
Floreceo nelle o S. Fr. Rºdrigo, (} tempo, mas tambem os confumio.
outros religiosos de venerauel memo. 369. 2. @c-
rta. 164: 1- @; c.175.2. (Orc. |- Nunqua º conmento ºfeve noutro
Espancarão os demonios hum seu lugar. 362. 2. * . * . .
Vigairº do coro. 169.4. ElRei Z). loão I, Orfa mulher
Suflentou escolas publicas. 17o. 1. nos fizerão a igreja. 365 I.
Seus moradores se mofirarão mui Esta igreja hefagrada. Ibid. 2.
zelosos dos bons succfos do reino. Zefêreufêa cº/a conforme a º fia
ibid. 2. @rc. do prefente. 358.4-367.6.(grc.
Serurão com caridade aosferidos .3áemorias que fevem nela dama |
de pesfe-171.4. gnificencia Keal. 367. 6. @rc.
Tomárão coadjutores nas obras dell (a/as notaueis, que nela acontece
piedade. 172. 1. @rc. rão. 366. 5. * * * * -

Quando se reformou naregularOb Pºjoas graues que aqui temfr… -

seruancia. 175.1. ra. 365. 3.366.4.383. I.


Era muito fauorecidº dos Reis, Exercitauão antigamente osfrades |
@yc. 177.1. @rc. " a S. ho/pitalidade. 37o. I.
He amado do pouocom/ngular de Outras occupações humildes @y tra |
- uação. 178.2. (Orc balhº/as, 373. 5. 3

* •

••••••••••••=
vinião
–-"
T FT7 Tõy;
-
Vulão em grand/ima pobreza. no I 97. 4.
371. 2 (3rc. 372. 4. No dia, em que foi canonizado repi.
Facilmente recebeo fie conuento a carãos os Anjos o/eufino.ibid.
reforma Ob/eruante. 371. 2 Efia era a ºficina da maior parte
Zeu muitos Varães m/gnes, 373. dos milagres, que Lisboa alcançaua
atè 38o. porfua interce/ao ibid.
Foi #mado dos Reis, @ das pe/o- -Aqui/uou a/u4/anta imagem num
as Reaes. 38o. 1. Cyc. 382.4. trabalho da Cidade, ibid. 5.
43mnobrecido com feus priulligios. -A ela vinha em procyºao a Cida
38 I. 3. *
de gratificar as bifiorias do reinº.
"Amado do pouo com franha deua 196.3. • "

fão. 382-5. Ainda vêm o Senado celebrar hias


S. Francifo de Lisboa,foi fundação do exequias. 197. 4.
S. Fr. Zacharias. 186.3. Zºfle conhento fé embarcarão pera
Em que tempo começou. 185. *Africa os finquo Ycartyres de
1. @rc. : *arrocos, Crapºz deles º mº/mº
Com ele difempenhamos hãa pro- S. Antonio. 196.4. .
• | Foi fempre cabeça em Portugalda |
mefa Keal. 186.3.
Largamente lhe foi cortado º/ttio | nº/fa Keligião. 2o 9.5.
ibid. Zeu muitosfujeitos pera os maiores
ZDémos depois tarte dele à Cidade, | cargos da Ordem, @ do reino.
@r á Cafa de 3ragança. ibid. | 2oz. I. @rc. - • |-

4. @rc. * * * *
Floreceo muito nas letras. 2. 1o.
Quem fezas /uas primeiras ºbras. 1. @rc. , . .
* 187.1. grc. É quem concºrreº
mas outras. 19o. 2. atè 194.
|- # ElRei Z), Zinys fundou a
/niúefdadehtfiacº/a º/entouhãa,
ElRei Z). Yanoel virou a fua igre das lições da S.7hulgia; i 12.4.
|

ja da cabeça pera os pês. 192. 1. || Padeceo alguns trabalhos, fãíndo


Nas fuas capelas antigas fºfundou |- fempre bem deles. 213.1. grc.
a da Xadre de Zeos. 193.4. ?or defenderem a patria efituerão
… Excelencias notautis dºfia greja, || emperigº os feus frades de morre
195.1. (2) c… , º rem afogados no Tejo. 2 14. 3.
Tem muitas imagens deuotas, @r He
comgrande a caridade,
os pobres,(} dequeysão
p fºguíaos dafor •

| … milagrºfas. 1963. atè 199.4.|


| … Efia enriquecida de preciofas rel- º tuna.ibid 4 grc.

quias. 2 o I.ºr. @rc. , --* Nelecºncorrem os Pauos quando o


… Na/eupates apparece o trofeo d'hã || reinº fiz(ories.215.4.
milagre de N.P. Serafico.zoo. 2. || 2)e que modo entrúrão nele es nof
… Nelafêpoza primeira imagem de } fosfrades da Olferuancia, ibid., 1.
lº S. Antonio,que foi «ºfia nifere _L#trou muitº a fua reformaç㺠|
\\

*
Iii 4 _____-
tbid. *#-><-.- }
-
656 Indice das coufas notautis
ibia. 2. •
461. I. }

Acabarão/eus dias nºfia cefa mui …A /a conta os Kris lhe mºfirarãº


to; Seruos do Senhor. 2o 3. 2o5. mais amor. Ibid. 2.
2o 6. 2 1 6 - 17. 2 19. 22o. -Al os seus quardiães remettião os
2 2 1 225.229. Pontifices commi/{ões de importam
Falecerão muitos, curandº a os de clá. 453. 5.
(º}}f^{ depºfie. 22 2 1. (@re.
v4 eles, (3; a os subditos se encam
He cemeterio de fantos. 2 1 6.2. mendárão proutmentos de capelas,
mercearias (gre. ibud. @ 454 6.
E de muita gente illu/fire. 2.41.
1. @rc. 2áfiras grandes da deuação, que
S. Francfco de Santarèm nunqua foi ºfia Villa lhe tem. 451. 1. @rc.
ae Timplarios. 445. 2. (3 452.3.
Zeulhe princípio ÉlRei Z). Sancho A villa de Torres noua, lhe mfira
II. E em que tempo começou. ibid. ua afeição. 454 6.
3.446.3. •

Sepulturas Reaes, @r outras ilus


Reftaurou o em muita parte ElRei triÁrmas. 467 atè 47 1.
Z). Fernando. 446. 5. Epidios dignos de memoria.
Fiz hum coro munotauel. 447.5. 47I. 5.
gue ºbras fizerão outros Reis, ibid. S. Francisco de Port-Alegre: em que
Que obrarão alguns particulares. tempo se fundou. 6o6.2.(grc.
446.4.447, 6 . } ue Reis concorrerão na sua fabri
-4 igreja he thefouro de fºgulares Cá. Ibid. (ºr 6e7. 5.
reliquias, Ór imagens milagrº/a. Foi insigne na sua antiguidade.
448. I. Gre - ibid. * * * …
He muito insigne hãa de S. Anto Quando se fez Obseruante,Grficou
mo, ibid. 3.Çre. • |-

2 Prouincta do Algarue. 6o8.5.


3áemorauel a capella das Almas. S.Francisco do Porto. A Cidade nos
451, 7. , º pedia fe cºnuento. 397. 1.
O Apendre foi theatro de acções … O Papa lho concedeo numa bula
muito lufiro/as. 452.3. vápº/tolica. 398. I. . "",

O conuento,Vnuersidade das letras. . O campo, em que fundamos a casa,


453, 4 nos deu por esmola hum deusto. |
Zeu Varães muito illufires. 454. > thid. * * * * *: *"

... 6 |- . * … , \ \ \, , ,
Que Seruos de Zeos lhepertencem.
* Em maio defia n/a fundação nºs |

". \ "frotoufeamente º Zeão com outros


º Ibid. 1. grc. 462.5-463: 7. • { **
Capitulares. 398. 2.399. 3.
•• \ * P…" Anº • |- •

464. I. 465. 3- º ….……… lº Zescerão co mão armada pera /305 |


Caso grande, que aqui aconteceo. > lançaremfóra, ibid. º
} 462. 3- "... . > ...; * *
|-

a s.Aggrauou ainda mais as persegui. |


Keformouse com grandùmº rigor. "… fões o Ziáspo sem ter deuer câm o

*> * Papa. -- •

= …",
defia Hifloria. 657
Papa. 4oo: 1. | |
Zecanção nele grandes Seruos do
Queimou, @faqueou o conuento, @ } Senhor. Ibid. 5. (3) c.
tratou mala os frades. 4o 1. 2. S. Francisco de Paula foi nºviço da
…Acodolhes S. Gualter, o Pontifice, nº/a Ordem. 3o. 5.
o Rei;@r nada aproueitou.402.5. Fr. Francisco das Chagas, @ seus de
Prognoficoulhe o Papa grandes cas desejos de martyrio. 413. 4.
tigos do ceo,os quaes se virão depois. Fr. ticia,queteue
Francisco de daS. morte.
Zarbora,55.6.
grano •

4O I. 3. -

Insistião os frades nafundação, @r Franciscº de Zarros de Palua, primei


que causas os mourão, ibid 4. ro Gouernador da cofia da 3úna,
A Cidade os tinha em suas casas, sepultado em Lisboa. 245.5.
solicitando com o Pontifice a sua Francisco de Gouuca, Kºftaurador do
quietação, ibid (2 403. I. reino de Congº, na mesma casa.
3áorto ele,aceitamos o partido de bud. •

fundar alem do rio.404 m. Fr. Francisco de Leiria,faleceo curam


Seu Succe/or reuogou ºfie concerto, do de pefie. 2 2 2.3.
@r fizemos casa no no6o primeiro Fr. Francisco de Lisboa, vltimo Vigai
sittio. ibid ºr 4o 5.3. ro, @ primeiro Xinjirº Prouinci
Somos aqui mais antigºs, que ºs P4 aldos Obseruantes. 2 15, 1.
dres Zomunicos. bid 4. - Francisco de 3áelo Yonteiro mor,
Nem o conuento foi seu,nem a igre Gouernador do_Algarue, Çr Em
ja se fez por sua contemplação. baxador a França, em Santarem.
ibid. 5. " * •
- I || "471.3.
ZDescreuese o mesmo conuento.406. Z. Francisco de 2áenezes, Zispo de
1. (2) c. 4oz, 4.498, 6. Leiria (? - Algarue: no mesmo com
He fundação Real,fauorecida dos º uento, 47o, 2. - •

º Reis. 4o 6.3.497.5-498. 1. Fr. Francisco de Rio maior, Varão ex


| 41o. 3- - , ,, , , , ' ' * * * • + tatico. 1o 5.3. * . .
Quando vinhão ácidade,pouzawão. Fr. Francisco Peccador, raro desprezo
º nele. 4o9. 1." ? . defimesmo. 379.4.…..
; ." Z), Francisco Pereira, Embaxador a |
i \ 4o8. 6.4II.5. . . •

- . . .º ||. (afiella: em Santarem. 448. 2. ||


Foi cabeça de Prouincia,9 de Gr| . 470. 3. … - … -

| foáias.41.1.1.412. 2. | Francisco Rebelo Caualeiro do Imperio:


| Era celebrenas letras , @r quando em Lisboa. 245.4 - |
se reformou.412. 2. @r 3, º Francisco Rodrigues Lºbo, Autor de
Succef, muito notauel sobre a água, º muitas obras: no mesmo conhento. !
que vêm por canos a o conuento. ibid., 2. :
, , 499. 2. , e . " | Frei. Zeffe titulo»sauão os Ermitã

2eu graufimos sujeitos. 413.4. º ei, ºr Terceiros seculares.239.4 |


-****
* TT

*@"
freiras
658 Indice das coufãs notautis
| Freiras contratauão antigamente, Çr/2). Fulgenciº, Prior de Guimarães,trºf
- tºfauão com licença dos prelados. | ladou os º/os de São Gualter.
I 59. 2. •

52 I. 5.

G
aia: quem fundou ºfeu (ºf seu enterramento ibid. 1. @re.
Gº Efe
tello. 39 I. I. @rc.
foi º falar antiquífimo
. Cheirauão as suas chagas,9 quam
tonelas tocaua. 236.4.
do Porto. 392. 2. grc. -Appareceo a seu (onfº/or em se
Porque rezão o afoliu efiaprºpria nhos, @ º auzou da morte. ibid.
cidade. 396. 5. - 5. (37 C.
F. Garcia de 3áontãos, Reformador Sór Genebra da 3agdalena, @ suas
de Alanquer 98.3.99. I. , grandes batalhas com asforças do
Fr. Ga/par de Cuba, @/ua morte ad. inferno. 552. 1. grc. -

mirauel. 2 19. 1. (2; c. Gouerno: temem muito os virtuosos a


Fr. Gaf.arde *conte Sion, por curar a | conta, que hão de dar a Zeos dele.
os feridos de pefe deu sua vida a 585. 4.
70eos. 224, 4. Gregorio IX. chamaua seu Padre a
Fr. Gaspar do Espirito são acabou na S. Francisco. 328. 1.
/77647774 occupação ibid. S. Qualter
154. I.
foi natural de Italia.

Fr. Gaspar do Espirito santo, Porteiro,


foi valente desprezador do mundo. Sacerdote, @r discípulo do 3áfire
229, I. Serafico, ibid.
Sendo idiota, aprendeo muito com * Não entrou em Guimarãos, fenão
Zeos. ibid. 2. depois do mesmo P. S. Francisco
Arda na caridade dos pobres. ter vindo a esta vila.ibid.
23O. 3. Ele o inuiou de Italia com o S. Fr.
?Nefte santo exercício o ajudauacõ 2acharias. 58. 1. "- -

marauilhas o ceo. 231.4. Santas palauras, cºm as quaes os


Na penitencia foi aspero. ibid. 1. despedio. 59.2. * * *
Na deuação excedia a f mesmo. Fizerão fa jornada com grande
232. 2. trabalho,(8 deuação:ibid.3 @rc.
Tremião dele os demonios, ibid. 1. º Comuerterão agua em vinho em hia
C/enerauão no os homens. 233.3. necefidade. 6o. 5. * --

Sua morte admirauel, ibid 4. em º Forão efiranhados na entrada dife


a qualo confortou º P. S. Antºnio. reino, 61.° 1.…
234, 4 . . • - Em que annº chegárão a (oimbra. |-

Forão moraueis circunfancias as do + -- ibid. 2. @re." *** . * .


- -
** * *
----

|
-
-
___ ___*_______ -
7TEITE 659
Que exame fºi feito do feu fiado, -
dºfia nobilÁma cidade , 431.
@r quaeserão os testemunhos, que j | 1. @rc. -

trazão. 62. 3. •

A sua Sêfez grandes demonfira


Tuerão licença perafundarem C0/2- fões por honra da Conceição da Se.
uentos. 63.4. .* … nhora. 432. 2. " ,
?Não defêeo com o S. Fr.2acharias Guardiães do bispado de Lisboa forãº
a Alanquer, ibid, 5." •-- Comm/arios do Papa na reforma
- Foi bem recebido em Quimarães, Çr ção d'alguns abusos. 326.3. @rc.
|-

onde /e recolheo antes de fazer con ** O de 3ragança,pera


contendas. $ 3, f. compor certas •

"uento, 13 8 1 2 4. "
- •
Sua grande/antidade 1 34.2.3rc. "Zºe Santarem, @ Lisboa, luizes
Era muiçaritatiuº comprezos, @r -Apºfiolicos entre 4 Ordem de S.
com enfermos. 155.3, , | Zºomingºs, Cromºfeira 4. Chelas.
Feruente na pregação, ibid. 4. 6o 5.5.
Foi Apofiolo de Guimarães. ZDe Santarèm,Q} Leiria, (emmis
1 56.4. - *** * sarios do Papapera suspender o in
Plantou nos vizinhos hãa rara de terdisto do reino. 614. 5.
uação da nº/a Ordem Serificº, ZDa Cu trda, @r
de Euara pera
tbid. " - |- ajudarem na jornada da Terra san
Zeu principio aº conuento do Par | % . Elkaz..……º III.
|-

ro. 156 5. * * * * * * || 6 1 3.4. •

Foi milagrºfona/uafonte,Or/pul. | •
Zºe Coulham, @ da Guarda pera
rebaterem C0774 Cê773 tty'á5 hãa (*/}f}"4º
chro. 156. 1. 1 57.4. "
of pukhr, nãof dixou abalar de da de Cafielhanos. 48o. 4.
quem pretendiafurtar as fasfan. | " Alguns lhes chamão Reitores em
= =
Couilh4m. 42.5. 2. •

tas reliquias. 157. 2. :


. Lançouoko, Or chamas viuas defº VÂtão capelas. 424. 6.453.5.
gº. 156. 1. . . . . . . Vide. Nomeações &c.
3tuitas vezesfeitrasladadº/eu cor uimarães tem notauel deuação à nos
- o. 159. I. (3rc.; º sa Ordem. 148. 1. &c. 149 |
- %hº … em efia mo/ 1. Orc. 152. 1. (2) c. 178.
fa idade. 157.3. (@re. 2. (Orc. - -* * * - -

Padroeiro da vila de Guimarães. Sufientou com grande valor a voz


16o. 2. Orc. d'ElRei Z. Zinys contrafeu filho
Solemniza/e com fºfias o feu dia. ll Z). Afonso. 148. 1. ,
ibid. " - - 2). Cuiomar da Xesquita,Fundadora |
7em confraria graue. 161.4 \ || do mfirºdo Trancº/,ç5 de gran
Como fepinta a sua santa Imagem des virtudes. 599. 4.
1 6o. 2. Sor Guiomar dos Anjºs, @ sua cari- l
| Guarda. Prerºgatiuas, Q, princípiº dade ardente. 547. 3. __
-- - - - - - - - ---- _Habito ... ----
66o Indice das tuufãs nºtaucis
- * * * . * . *

• • …"
\ - •

-- - - **
- - - |- -—- •

* * •
|-
JAbito Franciscano. Zecla- 582. 2. : ;?
H rº/e a sua qualidade. 26. | |

Tinha grande águação á imagem de
Saluador nº comento de Lisboa, Gr
-Appareceo ºfido nelle Chrfio nºfo Re || celebraua no seu altar maitas ve
demptor. 499.4. zés. 196.3. * \

…Afligirão os demonios hã frade, que o || Sór Hieronyma 4-Afumpção foi fun


deplo por rezão d'hãa doença. || dar de Toledº nas Filipinas a sua
314. 2- Religião. jo5. 3
Pei formentada hua freira, que || Fr. Hieronymo: theiraua a sua coua.
jazia no leito sem ele. 6o 2. 7. $ 5. j. :

Razões de ser fimado, @ pedidº || Z.Hieronymºtourinhº, quegºficatoda


por mortalha. 499.4. a vida em o seruiço do ranº, sepul
Approua Zºros ?a $ 470/4 deuaç㺠touse em Lisboa. 146. 5. -
nos seculares. 314. 3. Z. Hieronymº de 2íenezes, Zispo de
Antigamente se daua º ágente Porto,depºftado no mesmo conuen
principal. Ibid. fº. 2.45. 4
Foi achado na sepultura com ele hã || Hospicio. Preparou muitos aos frades |
deuto, a quem se tinha negado.ibid. a duação dos fieis. 136. 5. Gr
E hum mancebo, que desjau4 ser| 178. 3 - ;
frade. 498. 2. -| Hospitaldas Chagas de S.Franciscº em
C/ide Nouiço de S.Domingos. Quimarães: quem º mandoufazer |
Hespanhol, henome que tambem se dá || 174.4. •

a os Portuguezes. 28o. 6. Vide S. Francifco de Guima


z).Henrique, Rei,falorecto o conuento rães, Leprofos.
de Quimarães, 177. 1 Fr. Hugº, padeceºpela Fe em 3 arrº
Sendo Infante (ardeal solicitou a total cos. 356. 2...
reformação dos Claufraes. 626.6. || São /Hugolino , .htartyr em Seita.
Executou a de S. Clara do Porto. 32o. 2.

I.
Z. lacme, Prouincial@Com. Ordem em Lisboa. 252.4.
mi/ario do Papa na absolui- Igrejas eftiuerão algum tempo nºfe rei
fão d 'EIRa Zºom Sancho II. no em lºftimoso fiado. 621. 2.
39o. I. |- • Imagens milagrosas, (2) deuotas: dº
Fr. Ignácio Garcia refaurou 47erceira Crucifixo em S.Franciscº d".Alan
*>
- quer.
defa. Hifloria. - •

|
quer.82.4. E de Santarem. 448. Apagárão outro em 9rjº as re
1. E em Zouças, 46 3.5... liquias dos 3íartyres de Yarro
. ZDo Ecce homo,(ºr do Senhor da cos. 42o. 5. - - -

horta em S. Clara do Porto. 59o. C/tde S. Francifco. •

5. @rc. 6oo. 1. : Sor Inez da Encarnação, auizada


Zºo Yánino lºfi em S. (lara de pelo ceo da hora de fua morte.
Santarem 536, 3. 598. 3. s.
-

Zºo Saluador em S.Frão/co de Lif Sºr Inez de lefº, admirauel na vida.


boa. 1963. . * * * 542. 7. * *
Za Xadre de Zeos nome/mo cºm Sor Inez de S.Paulo, Reformadorafa
º uento. 198. 2. … , uorecida de Zeos. 54o. 2.
Ze?N.Senhora em S.Clara do Por Sór Inez do 2ánino Iºfu, cºfigada do
to. 6oo. 1. E da Cºfanheira. ceo por não cantar numa fºfia.
1o 6. 1. 6o 2.6.
ZDe N.Senhora da Conceição em S. /ºfantas erão só as filhas legitimas dos
Francfco de Couilhám, (3; S. Claral Kets. 529.4.
de Santarém. 425.x. 536.4. Chamauão/e Rainhas nos tempos
Za (on/olação,na Guarda.433.4.| antigºs. 325.1.558. 2.
486. 2. : Infantes: he nome muito antigº nos
Za Efierança em Coimbra. filhos de Keis. 525. 1.558.
2
273. 5. . . |-

ZDa Piedade em S. Francifeo de Interdisto no reino pelo Arcebi/po de


JAlanquer. 81.3. Zºraga. 3o 5. I. * *

Za Sylua,gº de Vandama no Por Rigor com que fê guardaua 0//f/"0.


to, 395-1 - - - 62 1. 2. -

Zºe Zetancer na Sé de Lisboa. |}. Sulpenderão º primeiro os nofos


3 29. 2. ,
|-
} \, Guardiães. 614. 5. * *

Zºo Capitulo em Alanquer. 87.1. Z).loanna Peres Ferreirim, -Abbadº/a


Z'o Emparo em Lisboa. 199.4. de 5.2ento d'Euara,foi morta pe
Zºs Karores na mima cidade | - los/equazes do Xáfire d'Auz.
19o. 1. É do 3ál-Eu na Quar .:314. 4..……… " ,
da. 431, I. • -

Zemoslhe no nofo conuentº/pultu


Zºe S.Francfºo em Guimarães, @ | ?"4. 3 15. 4. {
|- * * ;

Couilhímº 152. 2.425, 1. || Ser Ioanna da Cruz, foi leuada ajui


ZDe Santa_Antonio, nos commentos| <e nºfia vida. 552.4. ,
de Lisbºa, Santarem, @Gui Sór Joanna da Xadre de Zeos,y40 ri
co de virtudes. 546.7, º ,,
marães, 197.5.448, 3-ge. @
"I 53: -3->", ', tºº …, , , , , , Sor Ioanna dos Anjºs,vificada de San
htm# "…] em Lisboa pelofuror torn4 morte. 545. 6.…….
dos Cafielhanos. 2 H 4-2….… #"Surdoanna do Zeferta, & {ua fanta
== -T--
AÇkk. ----
vida.
662 Indice das couffis notaucis
vida. 554. 3.Orc. 557.8. d Couilhám. 424.5. º |-

| Ioanna de Iºfu, Terceira de grãde espi. ·Ajudou as ºbras do de Lamego,


rito. 383. 2. que recebeo em a /ua protecção.
| Ioann-Eannes, Cancellario do Conde 623.3.624, 4.
ZD. Martinho, feza capela mor de Eximo das decimas a S. Clara de
Damegº. 624.4. Santarém. 519. 2. :
Sepultou/e nela com o nº/a habito. Em S. Francifo mandou fazer h!
ibid. " -
Crucifixº milagr%. 448. 1.
S.loão Zautifia. Nos corações nos im Fez mercês a frades particulares.
17o. 2. º •

primem
2O4. 2,
fua deuação os Anjos.
• - -

Repºfia /ua moraueljobre a ami.


S.João da Penitencia, mºleiro defiei º zade entre clerigºs, @ frades.
ras 2altezas,ºfia em Portugal/, 1 63. 2. - ** - ""

jeitº à nº/a Ordem. 32. 1o. º João II. Rei, foi jurado na au/encia
Z), loão I. xã,fio do conuento do Por defeu pae no nºjo alpendre de Sã.
to a receber a Rainha. 4o9. 1. tarem. 452. 3.
Fez dele notauelefilma çãº, confir- - Foi particular deuoto dos conuentos
mandolhe mercês, @ prtulgando d'Alanquer,Varatojº,Carmota,(gr.
oficiaes. Ibid, 41 o 3. Cºfanheira. 135.3. |
Não mudou o conuento de Letria, 1 Zeu hum grandepruilºgio 4 o Syn- |
mas feza/ua greja, 363. 3 ge. dico de Couilhám. 424. 6.
365. I. Ofereceo a fianº/a Prouincia ºs
Não a fez em penitencia de cºfar | /eus vºftidos,que tinha, quando ma
fêm 364. 5. , nemferecebeofem
ela. difeºfação • •
tou o Zuque de C//eu. 381. 2, .
2íandou fazer a igreja de S. An
-Alargou múito a faa magnificencia tonio de Lisboa, 348.2.
com S. Francfo de quimarães, do | Incorporou nos/eus paços algãas ca.
qual fê fez. Protetor. 149.4. fas de São Francyês d'Euora.
1 62.2. 177.1. •
* 3 12.4. , * –
Zoconuento d Alanquer reduzio a. º Pºr ºf refeitº lhe prºgnofiiceu hã
villa 4 fua obediencia. 134.2. frade agias degraças, as quaes fºi
'Procurou afua reformação, @ de virão compridas. 3'I3: 5. …,
-
| •

Leiria. 98.3. 381. 2. : " --* |2.Jºão III:Rei, judou muitº afabri
Fauoreceo a S Clara d'Entr-Aim | cada igreja de Lisboa, 193.3.
bos os rios. 569. 4. Nº* __"||"Faurece os dous renuentos de Qui
Lançºu a primeira pedra em S.Ga|| marães, @r do Portº. 1 77. 1.
|

1. * *
ra dº Porto. s73.2. : § 4o9. 1. ", º : "…
-

|- Fezlhe 4 fua igreja. 577. I. E Fez ºbras em Santarem. 447. 5.


JAcrecentou mercès. 574, 4.° * Ordenou , que de dou: em deus
*#*#*# … R…"
t
----
- - - -,
*-* ===… + =…swe=a+=>-- --- …"


$ ---------

# HT. —
|- 6 6 =º
|
fa alpendye *Or 4.precisão de C or |-
A Foi na tomada de …as mºrg aº
|-

pus Chuluf é 4/…grgº… } as primeras cº/as 4 Preuncia da


• }

45 2. 3. '. ' : ;- * Piedade, thid.


Facilitou na praça, G5 no açºugue -
* #"…", ……………|
º preuimento da Jua fº/tentação. *245 jº, º
-Arrilla , jaz em

Lisboa. •

461. 2. 4 …)
Frz.hãa grande mercè a S.(lara de Fr. João de S㺠lo/ph 3 frutº com
Santarém. 52o. 4. e ºutros nº pºfie de Guimarães. |

Significou bºa vontade a $.clarº dº| 1 17 I.4.° \ . -

Porte. 581. 4. .….... * . Fr. Jºão de Lamegº, Fundador do |-

Intentou a fia reformação. 2


conuento de santa Chytina, dota-l.
582. Í. - … … º
•• • •

ZD.loão IC/. Rei @r Senhor, que Z}eos 373. 1. , , , , , |


guarde, heprofe/oda/anta Ordem Fr.loão de Lisbºa, iluírado cõ muitas |
Terceira. 253.3. * -
visões do ceo. 2o 3.1 @#c.
Zo. Ioão,31/po de Coimbra, judeu º cº Fr.João de Padua, angelicº na vida.
227. 44° * * * *
uento de Leiria a/ºftentar hº/pita- |

lidade. 371.1.
A_º
.
-\
|| 2.loão de 2cenezes, Prior do Crato,
|-
|-

Fr. loão, morreº pela Fè em 3íarro \> @r (onde de Tarouca:/pultado em


cos. 356. 2. - Santarém. 47o. 2... -

Fr.loão,legº, cheo de muitas virtudes, ZD, João de Xenezes,º dos …Agourostem


2? I. 4. ºs ' , º Lisboa, 2.41. 1.
Fr.loão da Zarroca, foi Terceirº fecu Fr. João de Palmela, Gr/ua deuota
lar. 239.4.240.5. , morte. 41 5. I. ::
Teus e/pirito profetico. 138. 2. Fr. João de Plano Carpim,terceiro 2á
.»tandou o Zeos a Lisboa pera li nífiro de He/panhas@r dos conuen
urar com feus can/elhos o reino das tos Portuguezes. 318, 2. •

muasões de (ºfiella. . 237, 1. Foi grande letrado,gr Varão exé


238.3. … "Y
plar/imº. 473, 1. •

Fr. João da Ponte entregºu Pente de Embaxador, Or Legado Apºfoll


Lima a elRei Z).João. I. 179.2. co aos 7ártaros. 472. 1.
Fr. João da Pouca, valente zelador da Padeceo nºfia jornada muitos peri. -

pobreza. 372, 3. gos, 3 trabalhos. 473, 4


Fr.hão de S.2ernardinº, Procurador 474. 3.
geral em Roma, ºffiº a "fazer | -4Á#io na coroação donou, Em- -

dos Eftatutos da 3álicta da Con perador. 474, 4... - , , ,


ceição. 32.9." Foi mais filmado, que todos ºs ou
Fr. Jºão de chaues, 3ánfirº Prouin-|| tro, Embaxadores.ibid.
cial, Prior do mofieiro da Cofa,Q} } Tornou com feus companheiros km.
} 2/pº de V/eu. 171.3. dºfiachado. 475. 4. –=

#.
Ákk*__O_ —
\

664 *,
Indice das tufis notauru_ •••

Os pouo, os ffiejawão como a feus { 1 * Xabregas. -35 3. I. #…


i Z), loão Gil de Sºutrºfa,em Santarem.
Zedemptores. bid #" |
ze caminha concluio a não aos 47I. 4- … .. . .
zuthenºs cºm a Igreja
-
Ximanº. Fr. jºão Partnte, primeirº Prouincial

ibid tº * *< *>> > >


** * …de Hepanha, @ geral de toda a
Foi recebido do Papa com grand/ Ordem. 284.2. * *** #
mos applaufºs. Ibid., º "º - Foi grande lurifo"/ultº. -283 |
I» - } *C - º "…", . * * ".
Ajudoufe dele algum tempº nº gº
uêrno da Igreja. 476.6. " * Entrouxa Ordempor humf#ccº
2tandou º porfeu" legado a S. Luº | notauel. Ibid. * . * . * * * | 7 . * .* .
-

iz Rei de França.ibid." . " - | gºvernaua com grand finº exem #


ZDeulhe o arcelifiadovºntibarenfe. plo. 284. 2. … .:: : :
|
| ibid. 5. , . " . * Zezeu º generaltapor hum mo
Fr. João de 7auirayarão extaticº, @| * do muitº rarº, 285.4. -
Alcançou chuua do ceo em huane |
Apºfioleo. 428. 2. * ..
Fr. João dº "embal, primeirº Vigarrº| º ce/dade.284. 3- * * * * *
dos Obfernantes pela bula Eugenia | º Prºfetizou graue cañigº a Rºma. |
º nº. 37 . 1. …" .” ..^ ! 285. 3. . . . .'."
João Zurão Chançarel d'ElRei Z). º comuertto muita gente a ºferuiçº
Afonfo III., bemfeitor de Santa de Zeos. ibid, 4.. .
rèm. 446.4. "
F. João Pa/chºal fundador da Cufodia ••

de S.Smão (2/grandeferuo do Se
João Fernandes Cabral, Alcaide mór
" …

de Zelmonte,/pultado com fua mº *nhor. 419.3. (@re.


lher,em Couilhám.427, 3. z).Fr.loão Xartins, Cefodio de Life
}F.leão Freire, mim% da.%2e de boagy Zipo da Guardº:484.4.
ZDeos. Io 5 4. (3rc. " * Foi àlifier nºfie reino do fubádio
z). Isão galuão,Zipo de Combra, pri Ectkfaficº em foccurro da Terra

meiro (onde de Arganil


Zºom Prior S.Cruz: dequejurº,(}|
partes fantá, ibid. & 49o. 2. __

Pregador da (ruzada em Castella.


boas teue. 353.I. . 6o4.3. " -

| Foi muitº deuoto da nºfº Ordem, … Affin em Romanumcompromi/o


@r de S._Antonio, bid. Cre. … entre o Zipo de Sylues,gro3áfire
ö Santo lhe pagou efia deuação | da Ordem de Sant-Iagº. 61 1.6.
354. 2 # João Xoniz, Clerigº d'ElRei,fez grã
Foi bemfeitor do comuento de Lei. des ºbras em São Francycº de Lis
boa. 188.2. -

ria. 372.4.
Pretendº que fia Prouincia tºr. Z.Ioão Pereira, do Confºlha Real, defi
na/e a poucar o de S._Antonio dos cança em Santarem. 47o. 3.
Ohuaes. 271. I. loão Pires, grande bemfeitor do fra
| laz/pultadº em S. Francº de des,Grpae d'hã Zipo de Gimbra:
-

700
|-
- - - -- - - - - -
- -
della Hiltoria. 665 |
no mesmo conuento. 47 1. 3. lhão os frades: são muitos nº ter
| Fr. João Kiccio,frade Leigo,reformou, mo de Guimarães ºs que º defijão .

@y gauernou mosteiros de outras fer 178. 1. Gye. :

Ordens. 99. 1. -
Em Coimbra/aluou N.S.P, a hãaf
| Fr. João Rodrigues, (onf/or d'ElRei lha d'hum deles,que caira no ºtom
Z), Fernando. 4.68.3. dego. 277. 2. -1 * # : ;
Z. João Soares Alão Zifio de Sylues, S. /abel, Kainha, profe/ºu a 7erceira
fauoreceo com indulgeucias as obras Ordem. 2 jo, 2. " … - -

de_Alanquer. 79.4. -
Foi feiçoada a º conuentº de Zra
Zº. João Tello de 2áenezes, Embaxe gança. jo. 3. , !

dor em Roma, impetrou º primlºgio Inflitúío com /eu marido º Imperiº


da capela das Almas em Santa do Epiritº santo,(ºr aproefão da
rem, 2 Jazmilla, 47o. 2. Candea em -Alanquer. 132. 2.
loão c/az d'Almada: em Lisboa. 133. 3: * * *

246.6. ·A/entou a procíÁão de Corptis


Fr. João Xtra, Conf/or d'ElRei Z), Chriti nº conuento de Leiria.
João I., reformou o conuentº de 38o. 2.
Detria. 371. 2. *} 2). /abel}Rainha, mulher dez. Afon
Foi Vfrador, @r Gouernador do H. fo V. deixou no me/mo conuento
mº/teiro d'Entrambos os Rios, memoria de fua piedade infigne.
572. 1. ' ' 367. 6, - - -

Solicitou com a Zamba Z. Filip 5). /abel , mulher do Infante Z}. Pe.
… pa sua mudança pera º Porto. dro , foi da Terceira Ordem.
573: 1. ' . . 151.2. - .
Agenciou com ElRei, que lança/e Zemfeitora do conuentº de Leiria.
no mºfieiro nouo a primeira pedra. 3.82.4.
º ibid 2. 574.3.576.3. Zº. Jabel, Zuqueza de Zragança,
Correo com as ºbras dele. 575. faurecia o mº/mo conuento.
• • •• • •
-*

-
* * *
382.4. * * * *

Faleceo antes de virem as freiras. zº. Jahel, mulher dº Infantez». Zu


578. 3. - º arte,
178.2.
bemfeura de guimarães.
> …"

Jorge Cabral Gouernador da Índia, jaz . * . * … I

º em Coulham. 477. 3- 2 | 2). Jabel de %endanha, Fundadora


- ZD./orge da Cfa,Cardeal, fez. 6 comº || d'hum mº/teiro, @y deus conuen
promifo do ho/pital de S. -Antonio : :: tos, furecia tambem o de Leiria.
em Roma, 3488. I. * . * * * : - , 383. 4, • • • -

z~#cf…….…| *
Jaz fpultada no de *Lisboa,…
242.1. • *

| , venerauel memoria, em 2ragança. ||


- 1

"YX, X, º * * * * * * *
- - -

&ºlfabel da Conceição, recreada cºm


53. 3
- * ….…… • •• -> |-

Frmãos dº "/ Ordem, que "gazê-l_mufica de Anjºs. 54o. 3


—————
-+=*
Ákk 3 Sor
-+----
666 Indice das coufãs notaupis •

Sór/abel da (ruz, @rfua deuação. tanel zelo. 548. 4


384-3. (@re. //abel de S.Pedro, Terceira,»yitou ºs
/abel da Encarnação,7erceira degrã Lugares santos. 183- 4.
de fºrto. 385-5. ludeus: que tributos pagamão nºferti
Sor Jake" da Paxão, @favirtude. no. 389.5.
543-1-. luizes: má informação dº deles hum
Sor I/abel da Viatº, participante | facce/o admirauel. 283- 1.
- dos/egredos de Zeos. 541.4. | luizo de Zeos he rigorºfº. 96. 4.
Sór/abel de Chriftº,Abbade/afauc Hum frade@y hãafreira forão le.
recida em feus apertos dº ceo. uada a ele nefia vida. 82. 5.
6oo. 2. : 2.4
Sor Ifabel do Efirito santº,purificada blá… S.Francifco,7erceira, akan
nº fºgo da paciencia. 599.5. ou nome de santa. 257. 3
Sor fabel de S.Hieronymo, perfeita re Friluhão, Guardi㺠de Lisboa, foi do
ligio/9.54o. 4. confelho d'ElRei. 6o 5.4.
swils}}.….eh…)
* {\

Amego. Nefta cidade fé fun dos, @ gauernárão outros mº/lei


L Clara, que ouue em Portugal.
dou º primeiro meiteirº de S. ros. 99, I.
Leiria. Zºkrafia Cidade. 357 1.
}O4, 2. . * . . " Quando lhe foi dada %ie titulo.
Efe (e trasladou a Santarem. 35 8. I. * * -

5o 6. 1. Pertencia d'antes,nº firitualsº


ibid z-a Santa (ruz. de Coimbra.
O outro, que nela/e chama das | mente, - • , --

Chagas, he muito mais moderno.


5O4. 2. Afua Ermida da Encarnação lhe
Zecolheo tambem com grande pie a fundou o nºfo 2. Fr. Aimaro,2f
dade ºs frades da "Áa Ordem. po de Seita. ibid 3. *
622. 1. .… " . 2. Leonor, mulher d Ex.: 22…
|S.Lazaro appareceo na morte a ElRei te,fez grandes, @ perpetuas mer
ZD.Sancho II. 488. 6. cès a S. Francilco d'Alanquer
S. Leão, Xartyr em Seita. 329.2. I 34-2--> + # -

Fr. Leão padece" pela Fé em Xarrº 2. Leonor, mulher d'ElRei Z. João


cos. 356, 2. . II, prºf/ou a Terceira Ordem.
Leão,acompanhou, @r defendº os nºfº ? 2 56.12.…. y… …, .…….… >{
fos frades em 34arrocos. 317-3. Era muito desota dos conuentos de
Legºs, frades, forão entre nos prela Aliquererdas Virtude. 135.3.
ZD.Leo
-
_
=>+s*=+…
defa Hifloria.
2. Leonºr , Infanta de Portugal, @r | Encommendou o proutmento das
Rainha de Aragão,foi da Terceira /uas mercearias a o nºfo guardião.
Ordem. 251.2. • Ibid,
zº.Leonor Afonfo, filha d'ElRei Z). Sor Leonor dos Reis, a quem os An.
.Afonfº III. @r Condega,/pultou jºs na morte honrarão. 545.4.
se no conuento de Coimbra. Leprº/os. Os seus hospitaes, sem serem
27o. 6. da Ordem de S. Lazaro, se chama
mef,mo Rei,
2D, Leonor -Afon/0, filha do não cafas de Ordem, gy con
@rfreira de S. Clara, foi meia ir uentos. 172. 1.
mâm da dita (onde/a, @ pe/oa &/ide Terceiros. •

dfinita. 529, 5.53o. 6. @rc; Linhares foi antigamente cidade Epis


?Numqua teue outro nome. 528. copal: 437. 1. - -

2. @re. •

Lisboa. Onde era a suaportada Ourº.


187.5. |- •

Não foi legitima, nem Infanta.


$ 29.4. |Z), Lºpa de Linhares, andou quatorze
guem era /ua mãe, ibid. Q} amos enganada do demonio.
528.4. -

437 * . , ,
Permaneceo no estado de donzella, Namorte lhe derão o desengano S.
@r profe{ou em Santarém. Francisco, 3; S._Antonio, ilud. 2.
531.8. |Z).Fr. Lopo, segundo Zispo de Xarro
Fez largas dºações a º mºfieiro. º cos: quemforno mundo,Q} que par |
ibid. 1. 1 tes teue. 482.3. •

Tratou muito dos feus augmentos. Tinha dele grande conceito o Papa,
5 32. 2. :||
-+
@r lhe fez muitos fuores. lhág
7eue muitas virtudes,G#fez gram-|- 481. 1. |- |- …"

des marauilhas. ibid 3.533. 4-|| Encommendou º ás cidades de Lis


1 • • boa (9 de Porto, @ a muitos Po.
@c. 534.6.
Por feus merecimentos deufruito | tentados. ibid. •

hua """; fecca. 5.32.3. | Zºfidio em }{arrocos com arden


A afia de feus ojos, leuado em | tífimo zelo, 48z. 4.
procyºão, fararão muitas enfer Procurou muitas graças Apºfiol
mas. 534. 5. . cas em augmento da sua Chrfan |
Sobre elesforão vilas luzes do ceo.lt dade, ibid. { •

ibid. 6. C//tou os Santos.Apofiolos em Ko |


Suas translações, @ frultura | ma. 483.4. * *
há @ 533.5 - Renunciou o Zispado, @fiz roma
ZD.Leonor #####h-4. (Kaede |"
ria alerusalem.ibid. 5.
Vianna, fepultou/e no nºfo habito Faleceo em Caragºça, onde ºbra" |
em S. Agufinhº de Santarem-| marauilhas na sua trasladação,
+} + k = _1h4____. __*____
* ===s" * +º* &#4–25. ----• •
668 Indice das toujas nºtautis
\
tbid.
Zom Fr. Lºpo de Sequeira,2/po da •

guarda,fez jurar em Synodo a ºpi Foi-Arcebipo Antiharunfº, ibid.


niãº, que affe à pureza da Conca S. Cuis, Kei de França, @ Terceiro
ção da Senhora. 432. 2. Francifcano, falecto na conquifa |
Z. Fr.Lourençº, Zipo de 3aiorgas, da Terra fanta. 62 1 1.
pregºu no lançamento das primei 2. Luis, Infante,fauoreceo o comento
ras pedras em S. (lara do Porto. de Couilham. 42.5.3.
574• 3- •

# Fr. Luis da Cruz, grfias virtudes.


|Z). Fr. Lourençº, Zifa de Seita, ºf 465. 3.
//liº em Portugal algum tempo. Fr. Luis da Cruz, muito filmado na
622.4. Curta Romana. 55.7.
Fr. Lourençº de Portugal, foi Peniten Fr. Luis do Saluador: fua caridade,
carto da Papa. 477. 2. @r perfºguições do demoniº.
Pregador #" inutado a os \ 275.4.
Tartaros , onde fez muitas conuer 2.Luiza, Kainha, @ Senhora, que
sães. Ibid.3. 2Oeos guarde,heprºf/a na Tercei
Legado vápofiolico, Reformador da ra Ordem. 2 53.3.
Chrfandadº@r Protetor dos Chri -Aprimeira Igreja,onde entrovem
fãos Gregos nas partes do Oriente, Lisboa, foi a de São Francifco.
478.4. 196.2.
Trabalhou muito por »nir º Patriar Luiza do Rºfario, Terceira,(}/uas vir
cha de Grecia com a Igreja Romana. -
tudes. 257 5.

M.
Adre dezes. Imagem mi | (Reformou º mofleirº de Arauca, de
M # /Lisboa.
lagro/a am S. Francyco de
198.2.
freiras Zentas em Zernardas.
492. 2.
Nas maiores necefidades a bufaua Prºfe/ou ele efiado. 493. 2.
ºpono. 199.2. |-
Foi deuotifima, @ bemfeitora da
Tem irmandade graufma. 198 nº/a Religião ibid.
I-
O Pontifice lhe gratificos por carta
. Entravão nela Reis, Rainhas, @ efia/ua caridade.ibid.
Infantas. 199. 3. . . …Acabou fantamente. 494. 3.
*íadre Sylua. Quaes forão os (aual. Foi achada na fepultura commer.
letros diffe nome. 13o. 3. talha parda. ibuí
2. Àafalda,Infanta de Portugal, @r 2íanfredo de Alpoem, neto da grandº
Rainha de (afiella, cuja filha foi. | * 34artim de Freitas foi enterrado
|
492. 1. -
em Coimbra. 27o. 5. J%al ••

|
-
_-
* ** * defa Hifloria. } 669
*alacquiridos. O Papa nºs commet. [[#Villa nona do Porto. 61 5 4. —
º teo 4/ua composição, (ºr cobrança, || Z). Yanuel de Lima, Capitão valeroso,
em fauarda7erra fanta. 484. 3. || … jiz em Lisboa. 141, 3 |
2.3anoel, Kei, efimou muito ºn0º][Fr. Yanoel Coruo, fundou Ermida de
fo fiado da Oberuancia, z15.2. || … N. Senhora dº Loreto nº difirião
Começºu 4 igreja noua de Lisboa. - de Zºraganta. 5 6. 1. } *** |
• 193. 3. .… 1 " .….….… • Frºtanoel de 46umpçãofoi coffar
… Estentºu desfazer por amor dela a com grande risco da vida a humho
de Nº/a Senhora dos ºtartyres. | … mem, que se ºf gaua, 27 5.e3.
- 19o. 2. Grc, ……… |Frºtanoel da Cºnceição;Portaro, Q}
Não lho com/entimºs. 191. 3. |º suas grandes virtudes. 217.1.
- 7ambem fez o refeitorio defe con-||?adre Xanoel da Cofia, 24bbade da
uento. 194: 5. - # -* | Teixeira, de notauílcaridade cum os
Quiz mudar a melhor sittio º de fiº frades. 366, 4
(oimbra. 272.3. * | Fr.3áanoel da Esperança, preseruadº
Fez a igreja de S._Antonio de Lif | º pelos merecimentos da Senhora de
boa. 348. 2. . … " || hum naufrágio. 273.5..
- 4 de S.Franc/co de Eura@ºu || Frºtanoel d'Amorim, deuotifimº
fy'03 edificios grande- || ºº | da mesma Senhora. 2oo. f.
6777fumptuo/a

za. 312.3. (@c. e º º Frºtanoel de Azeueda, enterrado de |


Zeulhe pera ºficinas algãas casas ] , vinte annos, faua interro,43o. 4.
das seuspaços. Ibid. 4. || Frºtanoel de Jesu , reparou com ma
Zºfiaurou a greja de Lamego. |}… rauilhas dº ceº a greja de Guima
624. 3. "… . . || rães, 15o. 2. @rc. -

Fez obras em Alanquer. 79. 5. || Atanoel de atagalhães, Terceiro, teue


Levantou padrão de sua magnifi || grandes batalhas com º inferno@;
cencia no conuento de Leiria. seis annos depois de morto flauam
367.6. º lº corrupto. 257.4. ,
Zealhe «maior parte da cerca (ºra || Frºzanoeldo Sepulchra, sáo admira
agua d'hãafonte. bid z. . || uelmente de hã naufrágio, 116.5.
2Oeupreferencia na praça , @ nº 3íargarida das 'Neues,Terceira gran |-

açougue a S. Francisco de Sãíarem.'} | de peniente,Gr deuota. 2 58 6.


46 r. 1. - ,, |2.3zaria, lofanta de Portugal, @;
Zºeterminºu ºrdinaria a 80arada | Rainha de Cyfiela , for da Terceira
mesma cola. 52o. 4. E do Per-| | … Ordem. 251.2. * .
to,aquem fez outras mercès. 579 | [Senhora.»arta, irmam danº/a Or
5.58o. 3. , . • || dem , (3r quimada pelos Turcos.
?retendes transformar 6773 frei. ; 279. 5. -

ras de S. Clara quatro mºfeiros de Ataria Antunes, també nº/armam,


| Zentas, @ o das Zanmicas em" de grande caridade: 472 5. |
• Jºtaria
--=-="… *+++>
67o_ Indice das tuufas notautis
»aria d a/umpção,Terceira gadº de amor, bid … º *
| Sormurauel
ºtaria na
da vida. 259, @re.navir-
Columna,m/gne … • Que pagarão na jornada, @r n%
reinº. úlá. 3-6 288. 4. ,
tude. 55 r. 2. … *
* Em Coimbra lhes renelou Zeos o
Ser Xaria da Refurreição.Q}{eu pur martyrio. 3 o 3.2. * * *
gatoria nefavida. 593.1.gc. Com que »eitidos fair㺠*/……
Ser 2taria das Chagas, @ fras nota defe reno. 71.3. * .. .
uri, virtudes. 543 2. Gye. Pregár㺠valentemente aos-Mou
Ataria de Chrifo, illufirada na morte | ros de Seuilha. 288. 1- - -
com fºgº do cen. 548.3. Padecerão ahi grauss tarmentos.
289. 1. Grc. - •

Sor ºtaria do Zºfertº, perfeguida do


demºnio@amada de Zeus. 595. Em 2áarrocos, não ce/awão deprè|
| , 5. @rc gar. 29o. 2.91.292. .
| Sor 3íaria dos Anjos, ………… na Tres vezes fugirão pera a cidade,
vida. 545.5. fendo diferrados dela. 29o. 3
|3íarta Xagueis, fºpultada e/?? Life C

boa. 244 2. Zerão húa fonte milagrº/a pera


2/artim …fanfº (hichorro, filho d'El tem ela facilitar º Zautifmo.
Zel Z. Afon/ //#. prºf/ou a Ter ihd. 4.
ceira Ordem, @r/ºpultado em S. C/inte dias fiuerão no carcere/em
Clara de Santarem. 2 5 1. 2 comer. ibid. 3.
527. 6. -
Nele ºs vyitár㺠ºs Anjos.
.3íartim Afon/4 de Sºfa, Senhor dº| 292. 2.
Prado, am Lisboa. 2.43.4. Padecerão hum admirauel marty
Z.Xartim Annes, marido de Z.2el rio. 29o. 291.292.
º tºta,em Santarem. 471.4. O Emperador ºs degollow por suas
ZD.3áartim Afonfo7ello, morto pelos| mãos. 292. 3
J%íouros,quando recolha em Xar Sendo muito ºfendidos depois de
*

rocos as reliquias dos Xartyres.. mortos não ouzou º fºgº a quemal


293.4. + los. 293-4-
| Fr.»artinho de Cárdenas, Vigairo (aír㺠sobre Xarrocos grandes ca
géral@r Gouernador do Zifado de figºs,que o Senhor kuantou por in.
2úarrocos. 319. 2. tercefão dos Santos. 197. 2.

Fr.%artinho Xartins,a
jºs ajudárão quem os2o5;
/}á! cozinha. An Fizer㺠logº na mesma cidadepro.
digiosºs milagres. 293. 1.
I. (Orc. * Por eles, se enfiou sua vinda atè
Jartyres de Yarrºcos são/inquo,Gr Portugal. 294. 2. *

como fechamão. 287. 2. ElRey com a sua Corte ºs foi de


(hristo ºs folheo pera fami % 2 (oimbra receber a º caminho. |
@r S. Francifco os inuou com gra ihid 3.
Esco
*** vassei… *-*- ----
defia PTG. 57T
E/colherão pera feu depº/itario por thamauase º conuento S. Maria
meio de hum milagre º Real mºfiei de Marrocos, @y em que tempo
ro de S.(ruz, ºnde eftão mui venera começou. 316. 2. : -

dos. ibia gr 295.4. Serula sua igreja de Sè, & os fra


Zerão/e deus corpºs ao mºfeiro de des de min/iros a os Zipos. 317.
Loruão. Ibid, 3. 2.319. 2 - -

Nos nºjos conuentos timos algüas | Foi sagrada com º sangue Francis
relíquias. 2oz. 2.296.4. cano derramado pela Fe. Ibid.
Fazepanto a multidão de milagres, O ceo nos affito com milagres nas
que obrarão em Coimbra. 297. 3. nº/as occupações 317.3.
@rc. 298. 1. (gre. "… . QuandºZ mfitúídº 0 bispado.
TNo conuento de Leiria,em Grjº,C} 3 I 8. 1. (2) c. -

no Porta fe virão/uas marauilhas. Os Ziposfazão là residencia.


366.5.41o. 5. (9rc. * ibud. 2. : -

São aduogados da pefir. 3oo. 5. Fauriciaos º 2ouro, lid. 1.Q}


Com milagres grangeârão a/ua ve 388. 2.
neração. Ibid. 1. Grc. guaes forão ºs difeprimeiro tem
E#ão fritos no Catalogo dos San pº. 319 3 48o. 1. 5oo. r.
… tos. 3o I. 3. "A hum deles deu parte dos despº
Tinhão Antifona propriano ºficio
duino. Ibid. • º | jos de Seulha ElRei Z. Afonso -X
de(aftella, 197. 2.
. Com hira proct{㺠notanelfºlcmni. Foi cursando efia mº/a Christanda
za (oimbra ºfeu dia. 299.3. de entrefauores, @ trabalhos, até
(om eles se consagrarão todos ºs || que de todo se extinguio, 318.4.
efiados da no/a Religiãº. 287. 2. || 356.3. 387. 2. 388. 2.
Pertencem 481. 2.
tugal 2. 86.a I.fia Proutacia de Po|- Padecerão aqui mesmo pela Fe ou.
-

• • - *

. Accendeo em muitos santos gran tros/nquofrades da no/aReligião.


des desejºs de padecerem por Chrfio 356. 2. |

º I. … l.

a noua de seu martyrio. 296. 1. Os Anos celebrarão sua morte glo


Vide S.Francifeo d'Alanquer, riosa, ibid. -
D.Vrraca Rainha, D.Pedro Padecerão tambem sete 2úninos,
Infante, D.Sancha Infanta. cujºs %s logra hoje S. Francisco
.»tarrocos.Zepois do martyrio dos Sã de Lisboa. 2oz. 4. @rc.
tos affirão na mesma cidadefra Atarvres de Seita:forão sete@r de |
des, ainda que disfarçados. -
A
clarãosedaseus
} Zepois nomes,
morte 32o. 2.
de N.P.Santifi
316 1. - "… -

Pelos seus merecimentos nos per


mtitirão os 3íouros conuento, º @ V
mo o inutos Fr.Elias. 321.3.
Zipzerão,e deuotamente pera o san
|
bispºs danº/a Religião. 297, z | º tomartyrig. 322.4.
*
-
(Jtro
-
---- --* -> --
*
672 Indice das teu/as notautis
Oito dias forão fempre açoutados, em S. Francifo. Ibid.
@r nunque neles comerão. ºtinina chamada Santa,em S. Clara
322. I. de Santarem. 536, I. (2) c.
Pedirão com muitas lagrimas licen 2ánfiros Prouinciaes, quaes deuem
gºpera ??20%"Yerem á 6 que era pre fer. 217. 1. º sº"
lado. 323.3. . .. . Atiramulim, que /gnifica ºfie nºme.
Forão cantando pelas ruas até ferê 29o. 3
degºlados. 324.3. .3á/a: nas nofas igrejasfº/atisfaz o
Onde /tão as fuas fantas reliquias. /eupreceito. 2 13. 1.
Ibid, 4. -
Reprendo o Papa a hum Zifºo de
Leão X, os fºreuso no (atalºgº dos Lisboa, que nos quebrou fiepriu
Santos. 32 5.° 5. •

légio. ibid. * . . |- .… "

Porque rezão os contamos nos San -A detéça em ouula hurou da mor


tos dela Prouincia. 32o. 1. te a o E/moler da Rainha $.Isabel.
3ía/cate foi liure de hum cerco por S. 266. 2. :
. Antonio. 355. j. " 3tfão defrades a 2tarrocos, Grou
%atinas à meia noite, são muito my tras partes de Africa. 481. 1.
| ferio/as no tempo. 168.1. C.

(om elas fº faz guerra a o infer .htondegº, tem feito em Coimbra nota
|-


no Ibid, 3. -
ueld firuição. 271.2. 274.2.
Temos comuertido #4 alguns pecca 2íonte da Piedade,fileuantadopor
dores, que pº/auão pela rua. frei Zarnabe de Iteranna. 33.
ibid. 2. I 2.
Prouocamos o Senhor a o reme Jºáorte. Os auízos da sua hora certa
- do de nº/as necefidades. -442. dá º Senhor a alguns seruos feis.
C
598.3. _
| Sórºtécia da Conceição,/eruamimº/a %/teirºs. Castiga Zeos a quem ºs
de Zeos, 546. 1. ºfende. 27o. 5.
Sór Xáecia de S (lara, @r/uas raras O de santa Clara de Villa do Conde
º virtudes. 59o. I. Orc. nos ajudou a comprar partedofitio
Atenezes. 3áuitos fidalgos defia Fa de São Francisco de (ombra,
47O. de/canção
milia 2. em Santarem. •
273. 6. + • •

Atouros de Africa. Alguns Chrifião,


2.2tiguel de Cefiro, Arcebifio de Li/ se pº/auão antigamente a seu ser.
, boa,muito devoto do conuento d'A. ºuiço. 289. 2.
lanquer.81.2. ºfundanos não penetrão os segredos
E da Senhora do Capitulo.9o. 4. da virtude, 59 2. 5... …
Santo %ilagre de Santarem, comº acó 3ágicos são voluntários. 6o 2.6.
teceo. 451. 2. # Cºfigado ceº sobre húa freira muf
Intenton parte da vila. dpfalo sca,que n㺠quiz cântar. ibid.
N,
- - |-
defa Hifloria. 67;

N.
+ -Avfragie, em # Zeos hurou a …Algãas pertencem a fia Prouin
mtitros frades co vida. 273.5. da Ibid. (2 381. v. 453. 5.
Vide Fr. Manoel do Sepul | Noviços favorecidos da Xãe de Zeos. !
chro.
81. 3.87. 1. (Orc.
N. 2/po da Guarda,/pultado em Co Nouço de S. Zomingos de Lisboa,
ulham. 427. 2. enterrado de dous annosfe achou in
N. Keligiº/a de fanta vida. 584. 1. teiro, ºfido nonº/ehehto, 497.1.
N. Za Fonfeca, acreditada pelo ceo. Noviçº inconfiante na vocação não
thid. 2.
he mim% de ZDeos. , o 4.2.
S. Nicolao. Qual foi afaa cºfanº Por 'Nouço enganado do demonio.
to, onde fauão Emparedadas. 187.4. |-

4o 6. 2. Zemonio disfarçado em nouto.


S. Nicolao, 3íartyr em Seita. 86.3. •

32o. 2. | Fr. Nuno d'Aluerca Prouincial, de


Frei Nicolao, Legado Apºfiolico. grande nºme. 54o. 2. •

435. 3 Nuno Gonlgaues de -Atáide, Caualeiro


Nome de Iºfu: na fayeneração traba da xadre Sylua, em Alanquer. !
…lhou muito S. Zernardino. 34. 129 2. (3; c.
I 2. •
Nuno Vaz de Cafel. branco,Caualeirº
Nomeação de morgados,mercearias@y do Sant-lagº da Efiada, nº mº/mo
capelas helicita aos nºfosfrades. conuento. 1 3o. 4.
131.6. * * *

- **

·
|-

|- • •

• * - - -

- -
• - •

|- _> " • |- • • • •

#*# .
• • • • •
- - - -
|-

* *
•• • •

Rei onô… S. ……….fas - - Afiridº »yuelmente S. Fran


|
virtudes, e notícia da morte. º cyco (9; S. Antonio. ibid.
418. I. (Orc. Quandofoi appronada da Sè -Apo
| Oregº • que hº ;
ZDeclarafe 0
… falica.thud.
163.3. * Pertence aº guuerno da nº/a Zel
Ordem da criadº, fº f"…" pº gião. ibid. •

. Terceiros feculares. 37.7. |\ Xalicia da Conceição immaculada,


Ordem das freiras da Conceição:fun fundoufe com dependencia da mofa
doua Z). Zirites da Sylua Portu | .Ordem. 32. 9.
gueza. 31. 6. * ** * * * i Ordem das Comuertidas,foi refaurada
__*_*______ 4. "_br
674 Indice das toufãs notaucis
•• •

por hum frade da nº/a Keligião. ?Não lhe prohibio efiudos e/ºu S.
32.8. Patriarcha.ibid.5.
Re joia da Igreja militante ,@r/ua
Ordem de S. Clara quando foi inflitui
da 9 approuada. 29.2. com/olação. 12. 2. 18. 1.
Ouue finquo Kegras nela. Prºpriamente he Ordem dos nºfos
$ 14. I Reis de Portugal. 2o9.4.
Confia hoje de deus fiados. Efiáfermº/a com as fuas diuisões.
18. 1.
29. 2. -

Seu admirauelaugmento. 14.6. Comprehende tres Familias, das


Tuerão varios nomes as fuas quaes he principal a nº/a da Obyer
uaneta. 2 I. 7 •

freiras. 522. 1. Orc. 523.5.


524 6. 563. 2. 566 3. Todas compoem húa s? Religião.
guando deixarão fies nomes. 25, r. @rc.
524.7. Todas tem Preladogêral, @ s? º
Vide S. Clara, Domnas, D.Ma da Olferuancia fe chama generalf
noel Rei, &c. /mo.21.7.27.4.
Ordem dos Ermitães de S.Hieronymo, Em que tempo, @ por quem come
começou em Italia por Terceirosfe. çou na mºfa Ordem fa reforma
culares. 38. 1o. - Ob/eruante. 2o. 5
Ordem de S. Hieronymº, foi fundada Porque rezão lhe pozerão efieneme |
elos me/mos Terceiros em Portu thid (3): 22. 1. •

gal@r Castella.ibid. 9. Quaes farão os nomes, de quepri.


Ordem dos frades Xenores de S.Frã metro /ou. 2o. 5. |

cko, quandº foi fundada,Q, appro | Re filmada dos Pontifices.


22. I.
nada. 6.6.9rc. -

He migne nº infiiutº, @ famº/* Singular exemplo pera muitºs /


por milagres. 361.4. faluarem. Ibid.
Profeja a vida mais perfeita. | Tim Santo de tºdºs ºfus fiados.
8. 3. 2O. 4- º

#… …………… * Que principio timerão as muitas re


formações difa Ordem. 19.4.
Chrifio. 7. 1.8. 2. "
Por parte da pobreza tem fingular | -Algãas fê leuantarão no Efiado
excelencia. 8. 1. Ob/eruante, é come/e intitulão.
Ple a Ordem dos verdadeiros | 22. 2- @re. 24-4. @rc,
Pobres de fºfº crucificado. Não diferem ne/alfancia dos Ol.
IO. 4. -
fermantes antigos. 24.4. …
Tem por "fumpto a pregação E &m ntes
ferua tempo
que /* "part dososClauf
árãomefin
efies Ol
"angelica. 9.4. •

He Ordem de ?………. traes, 2o. 5. " "


1o. 4. " " . …" For㺠milagrºfºs esprincipios, @
*•• ==
algº
defla Hifloria. 67;
- augmentos dºfia Serafica Ordem. de Paula. Zeue muita parte em
I I. J. (Orc. seus princípios a nº/a Keligião. |
Quanto cresceo no reinº de Por 3o. 5.
tugal, @r nos seus Eftados. 15. Ciae Annüciadas, Afcenção,
1. @rc. D. Bernardino de Obregon,
Quaes das ditas Reformações, @ Domnas de Robando,& Ter |
Famílias tuerão entrada nele. ceiros. • •

25.7. O/os de alguns Seruos de Zeos chei


2tuitas Ordés,6 h/titutos fiorecê rauão suaumente. 54, 4 1 1 5. I.
à sua sombra. 29. 1. @c.
C/tde S. Francifco, D. Manoel S.Otho, Xartyr em 3íarrocos. 2.87.2.
Rei, Pobreza. Ow/ia he º mesmo, que ºp" mór.
Ordem dos 3ánimos de S. Francifo 624.4.

P.
Rei Pacificº de t/yºu fez vida | | 25o. 2. >
fantº. 413.5. Faleceo em S. Franciº de Efre.
Fr. Paio, Xanifiro Prouincial, º moz, 443. 6. -
gr (emmiÁario da Cruzada. Z). Pedro, hifante filho de Z). Sancho

612. 2. •
|- \ . 1. principiou o /egundo conuento de
Palauras fandalo/as, comº Zeus as Coimbra, 262. 1. -

cºfiga. 6o 3. 8. Kecolheo,gremparou os/nquo Yar


S. Pantaleão he Padroeirº do Porto. tyres em Xarrocos. 29o. 3.
395-3. Trouxe configo as fias fantas rel
Preferuºu a (idade dº cºntagio da|| quias. 294. 2. •

peite. ibid. ?Não veio com elas a Portugal,mas |


guardão/e fuas reliquias em cofre|| mandou as de -Afiorgº. bid 3.
de prata, que deu ElRei Z. 34-|} . 2 63.1. * . -

noel. Ibid, * . . .
Z). Pedro Infante, @ Regente
Pafhoal de Frias, grande bemfator aº do reino, izentou S. Clara de
do conuento de 2regança. || * (oimbra de pagar certo /eruiço.
5 I. 4. . 6 19. 6.
Fr. Paulo de Azenedogloriº/ama mor | Con/ignou finala ºrdinaria a S.
te pela Fe. 413. 4. Francycº de Lamego. 625.5.
| D. Pedro, Rei, ajudou as obras de Co.
|-
|
S. Pedrº, *artyr em 3arrocos.
ulhám, @ Lamegº. 423- 5- . . . 287. 2. •

62.4.3. : ; || Fr. Pedro, @/9a morte admirauel.


}_ ?rofe/ou a Ordem 7erceira. 414, 6 |-

— Ll 1 — — > - - - -
676 Indice das tuufs notautis
Fr. Pedro, faleceo curandº de pºle. Pero Vc d'almad, /pulado em | }

223 . 3. Lisboa. ! 46.6.


Pedro…fnf.filhº d'ElRei Z.Zmys, Penitenciario do Papa, não he o mº/mo,
fez merces a S. Clara d'Entrambos que /eu Confº/or. 477. 2.
os rios. 569. 44. •

Que ºficio tem em Koma, ibid.
Fr.Pedro Zarelho, @rfaa humildade Pefe. Se upão nella os fraaes a os en
4 36. 5. - -
fermos. I 7 I. 4.
| Fr. Pedro da Atouguia, Cr/uas vir .3íorrerão muitos ne/ia empreza
*
tudes. I O4. 1. (27º. heroica. 222. 1. 3; c. 462.4.
Fr. Pedro da Efirelli,p Áu como se Tiucrão ditfa forte... 222. 1.
tapela Purgatorio. 9 y 3. (@c. -

Por feu repeito perdoou Ze05 a Em que tempo forão as tres plumas
º terça parte das penas a outros de Lisboa. 2 2 2. 2.
| Pobres da vida pobre, não prof/auão
fades, que se glauão purgando.
ibid. <| Religião. 24o. 6.
Fr. Pedro das Chagas foi º primeiro, " Pobreza Franc/cana, he a mais ºfirei
que compoz as mujas folhas da re. ta de todas. 3o7.3.3o8.4.
Fr.Z4.
Pedro de Alemancos,
274. I. Reformador ?Não /e diminue fia /ua per--

feição com o encargo das capelas.


d '_Alanquer.98. 3. 3o9. 5: " · · ·
Fr. Pedro de S.Paulo acabou a vida, . He duza, @ Ángular orna
por nãofaltar a osferidos de pº/te. |-

mento da nº/a Ordem Serafica.


2 24 4 3o7.3. "
Fr. Pedro de Poitiers, afi#io em Pa (hrfio nos encomendou a ob/eruancia
riz ao juramento d'ElRei Z). -A- º della, ibid. " •

fonfº III. 479. 1. •

Padecem muito no Purgatorio os


. Fr. Pedro de Vou-Zela , fez vida de º mº/os Prelados, que relaxão/curi.
-Anjo. 2 69.4. " gor. 96.4.
Frei Pedro dos Santos , curando de Pontifices Romanos gratificauão as ca
pºte deu fua alma a ZDeos.
* *
.! º ridades, que nos fazão. 4O3. I.
2 2 3. Fernandes
Z), Pedro 3 de (firo,leuou os. • • •
493. 2.
Encommendawãonos por carta os.
nºfos finquo "cartyres de Seuilha bons ficcifos da Igreja. 492.
a Xtarrocos. 2.89.2.
Foi morto pelos 3áouros, quando Porto. Que,forão os Fundadores, pri
recolha as fuas fantas reliquias. metrº
39 I. folar,
I. @rc.@ nºme defia cidade. • •

293.4.
2ta/carenhas, comcoyreo no
ZD. Pedro * zºreujº ö ºfiadº , que tem ho
|- compromi/o do ho/pital de S._Anto- |

je, Grc.as /has excelencias.
I. @r - * -- 394 | -

mio em Koma. 348. I._


… . . —
- -- Z)eu
>–———"""
"-->
- - - ------- -

|
-

/**
—--
dela Híbria. 672 |
• |
Zeu princípio, @ nome a o reino. fituída. 281. 2.
ibid. 6. |

- !
* #my.
Quaes forão os feus 3ánfiros. |

-- .
Cria sujeitos imignes. 397. 6. 282. 2. 318.2. (Crc. |
1

Um úl |
Zecolheo em quatro casas a nofia Em que anno/epartio. 39o. 2.
|
Zeligião, ibid. 7. •

Prouincta de S._Antonio,he da Ordem


/** Port-Alegre,foi vila do Zipado da de S. Francifo. 15.6.
Guarda. 6o 6. 1. 'Na/ceo da de Portugalgº em que
wh … Nunqua entrou no de Cória. tempo. 23.3. ·
16:4 6o7.4.
!!!
guantas são as suas ca/as.
copal. 6, 1. a/ercidade Epif
guando6ocomeçou •
16. 2.
| C/tde Cutodia de Santo An
# Prelados, nomeauão/ºpor indignos do tonio.
}
|
###
. ºficio, 538.4.
Precifão da Candea em Alanquer.
Prouineta de Sant-Iago, por chdefe
pº |
ºfendia nos tempos antigos.
I33, 3. - - -
629, 1.
na º Zºos Nú, em Coimbra, Vide Mar 'Prouncia de Portugal,chamouf Pro
}} tyres de Marrocos. tincia fanta. 1o 1.4.
u#
{
Pela vitoria d'Aljubarrota a S. Zeu/ajeitos pera os maiores cargos
4 (lit.
I
Francifco de Lisboa. 196.3. da Religião,C# reino 2o7, 1C;c.|
Prodigos, que facceder㺠nº mundo: Floreceo /74t/ff07743 letras. 2. I G. I.

62o. 1.
|r nº @re. 453.4. , ,
Sºft Profecia he ab/luta, ou condicional. 3íandaui eu,frº? frades 77,43

45.3. (@rc, … :
- Vºu fala %irangeiras. 21 1. •

#…
| Prohincia, que cou/a hena nº/a Zeh- | I. (97c. • •

|
gito. I 3.4. -

Tomºuão nelas todos os graos da


"try" Quantas fe contão nela. ili: # fanta Theologia, ibid.3.
### dem. 3. Efies mº/mos recebião na Prouin-}
Quantas logra effe reino. 15. 2. : cia, ibid. C 212.4.
14%
gue cafasfê achão nelas. lhid@. Forão feus muitos conuentos, que ho
. * * * |
I 6.3 je tem outras Prouincias. 31o. 1.
2}} } Prouincia da Arrabida, em que tem guitos,fe ach㺠agora nella. 15. 2.
r!! {
po começou, @ quemfoi 0 feu. Aº Zuidio/e em hãa de Ob/kyuantes,
tor. 23.3. ** * . @? outra de daufraes 411. 1. ||
Quantas ca/as tem. 15. 2. || 412. 2. * * * * *
·r }
Prouincia da Piedade: quaes forão os
feus princípios. 23.3.
• Em que tempºf extingu,
#"… daí tbtd. * * * |- t"
f{/gum

* * *
-


# • • • •• •• *" - - *\ { • • -

* · 4 de Pºrtugal lhe deu os primei Prouincia dº Algarve, em que tempo


ros conuentos. 171.3. foi in?ituída. 316.5 *
-

|
Que numero fazem hoje. 15. 2. * Contão? "… cafas. 15.2. -
Prouincia de Hepanha,quando foi in Purgátoria. # rrefondem às culpas {
--

*= – L/3
678 Indice das coufis notauais
dólara fas penas, 594.1. - No/a Senhora fauorece aosfrades,
-Algäasforão reueladas a hãa/er | que fião nele. 96.4.
ua de Zeus. Ibid. - |

R.
|
\ …Aio em Lisboa, acabou a os I 66 5.
*
#-
pes de fanto Antonio.
3 54-4-
24 Jua cabeça,chamada Cabeça

fanta, cura das mordeduras de cães


|
Kecolecios, porque rezão na nº/a Or-. danados. 1 67.6.
dem lhes foi dado efe nome.
23.2. Z). Rodrigº Frajázfoi cº/ado com zº.
Quando comegárão nefe reino. Chámoa Gomes. 559.5.
Ibid. . . Ajudoulhe a fundar º moleiro d'
Ãgra he o mfnº, que forma de vi Entrambos os rios. 56o. 1.561.
Rey". 5 16.3. I. 563. 2. •

| S.Fr.Rodrigº, filarecido por miligres, O Papa lhe deu por fo as graças.


Grilºfre
(#c. - - em prºfecias. 1 64. I. •
5 6o. 1.
Fr. Romão, gr/na/anta vida. 464.
Foi fepultado nº conuenro de Qui. I. (Crc.
marães. 165.4. Áu gomes de Azºuedo, fºgundº Al:
Zemºs liberalmente feu corpo a º caldemºr d'Alanquer: jaznº cã.
Cabido a troco da fuá amizade. 4 mentº. 131, 5.
+

s
|-
+
|-
}
-

- **
*) \ …

#
** Antífimº Sacramento. A pom - 326. 3. \

(*) pa,com que fºleus e os enfer Não o quz largar/em fazer con
|- * * mos, @ «s/uas confrarias fo, uento. 67.4. * - }

rão traças do fantº fr. Cherubino. 2tudou o conuento pera os feuspa


33.° 1.1. ** * * gºs. 77. 1. @rc.
Santº/ego da Efpada. ElRei Z). Afon Sua grande caridade com ºsfradºJ.
|-

fº V. Iniuuio a fua taualaria. + 7o. 4. 32.6.3.


13 O, 4.. . " Sº… . . . A } Aprefiou e jornada dºs Atarty
Issamuel, Xartyr de Setta.\ 32o. 2. res de 3 arrocos. 71.3.188.4.
|Z).Sancha, Infanta de Portugal, cujº ||… Eles lhe 4 parecerão na hora do
•\

filha era. 325. 1. º /ºu martyrio.72. 1.


2andou chamar do caminho ao S. º Cºm os feus exemplas ferº/blues a
; º frei
-
Zacharias. 63.5. 67. 3. " # Jºrreligio/2.77.1. *
- - - - - Car

- - - ---- -
defia Hi/toria. 679
Carteau4/e com o Serafico Padre. 486. 2.
326.3. Faltoulhe a ventura de ter bons
For ornada de excelentes virtudes lados, @ ºtimítros. 485. 1.
487.4. •

325. I. (2) c.
Porfeu re/peito obrou Zeos mara (Airão suasfaltas em mao tempo.
ulhas. 326. 4. Ibid. @ 4.88.5.
Fundou junto de Gimbra º mºfiei 3tuito as afeou a paxão. ibid.
ro de Cellas de freiras Cifiercien/es. Fot pedir fauar a ElRei de Cafiel.
326.3. la pera cobrar o seu gouernº do rei
Faleceo nele fantamente. 317. no 48o. 4.
4. Tornou com mão armada de Cafe.
For/ºpultada em Loruão, ibid. lhanos. Ibid.
2.Sancha,Infanta de Leão, refº/cita Retirouse obrigado das censuras:
da pºr fanto Antonio. 351.4. ibid. •

Z).Sancha Garcia do Ca/alfreira mui Então se melhorou na virtude.


to deuota. $ 35. I. - |-

488. 6.
|2.Sancha Hermigues, depois de viuua Zºnas vezes lhe appareceo são
fe /acrfi. ºu com grande louuor a Lazaro, confortandoo na morte.
| Zeos. 57o. I. ibid.
ZD.Sancha Ordinhes, @ feu zelo dos Fot enterrado no nº/, habito, Gr
bens do mofaro, 568. 2. retratado na sepultura com ele.
2.Sancho I. Rei:/eus filhºs muito de 489. 6.
uotos da nº/a Keligião. 492. 1. Santidade, he a nºbreza mais illufire.
Z. Sancho II. Rei, teuepartes de bom 525. 1.
Principe. 485. 1. Scoto fºi acerrimº defensor da no/a
Impetrou Zreue do Papa pera fºr Fe. 2 1 1. 2.
Em seu odio chamárão os Here
abfºlio das cenjuras, que incorrefe
na guerra dos Youros, 39o. 1. ges á fogueira dos liuros Cthal
Fauoreceo as Religiões. 486.2. cos Exequias de Scoro. Ibid.
Sete conuentos fundou á nofia debai Z).Sebaftião, Rei, fez obras no conuen
3CO &#9 feu emparº, Ibid., to d'Alanquer. 79.5.
Ele nos principiou os de Santa º Fauoreceo o de Quimarães. 177.
rem, @r do Porto. 4o 6. 3. I.

Sebaflião de Jesu,7erceiro, @r sua pe


Profe/ou a Ordem 7érteira de N. mtencia. 384.4.
'P. Ser ficº. 487.3. 25o. 2. : Seita. Z'escreuese a cidade defe nome.
Por occaf㺠do habitº lhe pozerão 32o. I.
a alcunha de Capello. tbia. Semide:xofeiro antigº defreiras Zé
Em fenhos lhe reuelou a Senhora tas. 278. 3 ••

hña sua imagem escondida. No/a Senhora, cºfiga a quem encon.


Ll 4_ - - --
"a |
68o Indice das toufas notautis
t}"á! 05 prutlºgios de fuas igrejas. | 583. 3. … * *

I $ 3 4. Singularidades nos defui㺠do ceo. .


Sepultura, humildes,muitos as %êolhé. 87.4.204.2. * . .
2 4 3- I 4.
• | Sudário de Chrfio, tocado no original,
Vide Epita fios. ". em são Francyco de Lisboa.
Serra * Éfirella: qual he, @r porque 2. O I. I.

rezão tem ºfie nome. 42 I. I. Subídio Ecclfia/lico em fauor da 7èr


P.Sim㺠} Vfração,/uas letras, 37 rafanta : o Pontifice nos commer
…virtude. 377. I. teo */ua cobrança.484.4.49o.
Fr. Simão do Éfeirito santº, exempla 2. joo, 2.
riñmo na vida. 227. 5. 2).Sueiro, Zispo de Lisboa: quandofo
Sor Simoa de S. Pedro, vitada na receo. 558. 2. •

/ 7770}"té pela 2vãe de Zeos. Syndico. Vide D.Ioão II. Rei.

T.
Artaros são muito superfii. d'Alanquer. 79.4. -

T O leite das jumentas heregá


crºsºs. 473. 2.475.3. ?Não lhe sagrou a igreja.
8o. 6.
Fauoreceo as de Guimarães.
lo entre eles. 47 5.4. |- 146.2.
Fizerão hia cruelirrupção em Eu } Lançoulhe a primeira pedra na se
ropa, (2) na Afia. 472. 1. gunda igreja. lhid, 3.
Entràrão em Eurºpa com quinhã. Z).7elo de Xenezes, Senhor de Ohuei
tos mil cauallos. ibid. ra, jaz em Leiria. 383. I.
Chamase Grão Cão º seu Empe Templarios. Não foi seu o mº/o con
rador. 473. I. uento segundo de Coimbra.
'Na corºação d'hum deles se acha 263. 2.
rão mais de vinte, @r quatro mil …Até quando refidirão em Sãtarèm.
&mbaxadores. 474.4. 445 - 2.
Conutrtemos mutros com o seu Em Em que tempo forão extintos.
perador à Fë (atholica, 477. 3. ibid.
49 I. I. | Terceiros seculares. S.Francisco foi º
Tiuemos entre eles hãa Cigairaria primeiro. Fundador defle Efiado,
de fºnquo conuentos. ilid. 247.I.
Zom frei Tello , Arcebispo de 3ra Onde,Q, quando º fundou, ibid.
gº, foi modeio na concefão de | @ 3o. 3.
indulgencias em territorio alhes. Pot approuada@honrada porme
6o7. 4. tos Pontifices ºfia venerauelOrdem.
-Ajudou có elas as obras do conuento 3o. 3. 248.3. (@re. \,

?or
===;
==

delia Hyloria.
Porque rezão fechama Tercei Florecerão tambem em diferentes
ra. 248.2. •

virtudes nos tempos antipº/ado.


Pódem profe fala os religio/os d'ou 2 5 1 3.
/ • / *-* • Asº -

tras -Adminifrárão Quimarães


Que Ordens.
habito lheibid.
é777 0
• deu ofeu S.Patriar
h/piraldos Leprºfos,º albergaria
cha. 2.48.2. e peregrinos. 173.2.
/He religio/9 em certº modo º seu vºcandou a Se apofolca, que os
estado, @habita. 3 5. 2. Terceiros regulares não lança/im
Alguns trazão hñaforma de ca fie habito/em licença de certos 3/
pelo. 248 2.487.3. pos. 2 51. 3.
Virão antigamente do nome Fra % fe extinguio efia Ordem.
-

10/d.
des, @ Frei. 239.4.
Erão izentos da jurisdiçãofecula ", Quando fê reflaurou em Lisboa:
Çr tinhão os priuilegios de Clerigos. | | 2 $ 2.4.
248. 3. •

Cresceo admirauelmente em nume


Começou ºfia Ordem por dous ca/a- ro, qualidade, (37 virtude. Ibid.
do fantos. 2.49.4. @#c. 2 53.
Leuarão diferentes caminhos na || — São notaueis, @ santos seus exer
virtude. hi.. || cicios. 254.4.
Huns erão emparedados outros fa .3áuitas almas se conuertem por
z!ão vida eremitica. 24o 6 meio deles a Zeos. ibid. Ç7
Chamauã fê também Pobres de 255 5. /

Iefu Chrifto. 249, 4. | Kegulares. Os seculares fun-


Terceiros •

. Creferão em notauel multidão. dàrão a sua Keligião. 34: 1.


15. 7. •

Em que tipo começou. ilid. 2. Grc.


Prºf/arão fia Ordem lufiriº Quantº se tem fiendido. 15.7.
/7744 pe/oas. 249. 4. Trazião escapularto. 24o. 6.
Florecerão nela muitos Santos. ZDeulho hum frade nofo na Am.
• •

ibid. 5. daluzia por commi/S㺠do Pontifi


Fundárão muitas Ordens, (ºr lºft : ce. Ibid. -
tutºs deuoros. 34.1.gc. Z), Verga, Rainha, mulher do (onde
Xetratauão/e nas/epulturas, veii Zºom Henrique, deixou em La
dos no nojo habito. 244. 2. mego
bres.hum
623,souto
3. pera emola depo. •

He muito antiga em Portugal fia


Ordem. 2 5o. I. : Z.Tereja Lourençº, mãe d'ElRei Z).|
7éue nele muitos Reis, Cainhas, In . João I. sepultada em S. Francisco
fantas, @ pe/oas illufiryāmas. de Lisboa. 2.4 I. I.

25o. 2. p.Tarjºtarin, , nóra d'ElRei Z. |


A mºfºna /* …" té773 hºje. .: Ziny , foi da Terceira Ordem. |
253. 2 (}*. *… 2 y I. 2, º . . . N

=___*____
682 Indice das coufas notautis
Z). Terja Koa, guesfez muitas ºbras rº virtude. 594. 3.
em Santarem.446, 4. 2). 7heodofo, Principe defaudo/a 1776 -

Terra fanta feue em mifrauel efiado morta, prºfe/ou a Terceira regra no


pela "prefão dos infieis. 612. 1. tempo da morte. 2-53, 3.
/9e/graças d'hum cºpiº/ exercito, Fr..he…? Carrea, grande penitente.
que /aío a /occorrella. Ibid. @; 226, 3. -

62 I. I. Torres vedras. Quando começarão nºf


/effamétos. Afua execução muitas )e tarvilla os deus conuentos,que tem,
º zes/e commettia afrades. 17…. 1. da no/a Religião. 628. 4.
27o. 6, 6 17. 2. Se ouue nela algum mais antigo.
Cl tufulu norawel deles. 567 . ibid.
7 fiemunhos fº/.. Zºcos ºs afig em Tuías,mºfieiro defreiras Zentas, quem
pena de talião, e o6. 2. ºfundou. 564.4.
Sor Theºdolinda do Pre/epio, Q} feus • Efiá hoje incorporado no de S. Zen
fauores do ceo. 589.5. @rc. to do Porto, ibid.
Sór Theodofia dos Cherubins, ºrfaa ra

V. º

-Akboa,mºfeiro de Zentas, { Compozerandes controuersias nefas



ºfaua nas ribeiras do Xi|

miÁões. 6o9. 2. (2) c.
mho. 371.3 Veiº por Nuncio a Portugal@ ou
Trasladoufe a Sant'Anna de Chan | froy reth05 de Respanha. 49 I. 2.
na.ibid. 6o 9.2.
CZaratojº. Quando/?principiou fecun. For Zispo de Famagufla na Ilha de
uento. 628. 4. Chypre. 6o9.4. -

Foi fundação no e/piritual de S. Trasladado por seu valor a o bis


Francfºo d'Alanquer. IO I. 4. pado da Guarda. é 1o. 4
Sempre foi ca/ denouiços. Ibid. #m
ibid.
que tempo sefez fiapromºção.
-A ele / retirou ElRei Zom João •

II. nº feu maior /entimento. Não era da Familia dos Aluellos.


135. 3. ibid . .
2). Fr. Vasco foi Penitênciario Apo Foio primeiro do nome nefa Igreja,
olico. 6o 8.2. . •
@y º primeiro da nº/a Ordem em
(apelão de Alexandre IIII ibid. Pºrtugal. 6o8. 2. -

Comm/ario, Nuncio, 3; Legado . Ficou por testamenteiro de ZD.Con


Apofiolico em muitas partes da Eu fiança Sanches. 61o. j. 617.2.
Residio algum tempo na Quarda
ropa. 491. 1. 6o 3.1, 6o8. 2. -

6o 9.2."(?, c. 61o. 5. •• •

==T=
–1–
Ouei
|-

defa Hifloria. 683


Queixº/9 d'ElRei /edu/entou pera. Forão trasladados a Leiria.
a Curia do Papa, @r affio num | 365. 3.
Concilio geral. 61 1.6. Sor Violante d'A/umpção , muito de
Ze là inuºu prouisão de indulgen uota do Santífimo Sacramento.
cias a S. Clara d'Entramka e ri 537.5.
os. ibid. N
Sor Ciolante de S. Zertholomeu, em
• A •

…Achou/e num compromi/o entre o cuja morte cantarao os -Arfº.


Zupº de Sylues, @ º "afre de 545-4-
Sant-Iago. 6 1 1.6. | Vir.odes. Foi efe conuento fuorecido
º "Aufente defle reinofºlhe acabou * • I •
a'ElRei Z. -4/onfo V. 135 2.
vida. Ibid. 7. - | V, lado da Katha 2. Leonor,mu
|z).V.a/co, Arcebipo de Toledo,fagrou - la… de... lºãº/Sabiá. 3.
«nº/a greja de Coimbra. 264. 1. Cºntas. Em que "Olea de hum reino
C.
… a outro. 46. 5.….
-|
Z).Va/co de Atálde, Prior do Crato, Vnue fidade. Nos nºfos conuentos de
bemfeitor do conuento de Leiria, Lisboa,(gr (cimbra se começon aler
372. 3 a sua Theologia. 212.5. 266.3.
| Vasqu_Eannes Corte Real, sepultadº Z.C/rraca, Kainha, que foi no sangue,
no de Lisboa. 2.43.4. @ qualidades. 3oz. 1.
C/asco Xartins de Sousa Chichorro, Era mãe dos frades. Ibid.
muito deuoto da nº/a Religião. Entranhou na (asa Reala duçãº
131.6.", , , -
da nº/a Qrdem, ibid.
Fr.C/asco Rabiche, primeiro Cigairo |-
Fauorecéo a S. Qualter,3; seus cº
dos Obseruães em Portugal.98.2. panheiros nafundação dos conuen
Vio,nas freiras he symbolº de homºfti- •

tos. 63.4. -

dade. 538.4. Zeunos o sítio, @ fez as obras do


Fr.Cidal, companheiro dos htartyres primeiro de Coimbra. 26o. 2.
de
u", 3em(arrocos, enfermº, mas vi
Aragãº.ficou288.3. r
Fauoreceo na jornada os 3íartyres
de Xtarrocos. 288. 4. |-

| Sempre chorou a desgraça de º não . = Xferecéovernos seuspaçºs a muitos


ser no martyrio. 296. 1. º Sãºs da mesma Religião. 3o 3. 1 |
o garº do coro, espancado pelos demº Os ºtaruyres lhe reuelarão o tempº |
ntos. I 69.4.

de sua morte. Ibid. 2.
Oilla-longa. Qual fºi aprimeira Al- } Com eles, @ outros Santos lhe ce
bade/a defiem fieiro. 548.4. lebrou N.P. suas miraculosas exe
Por quem se reformou. ibid. - quias. 3o4-4.
Villa Real. Os Senhores difa casa fize
rão ºbras em Santarém.447.6. X # |- …

Aáuitos deles turrão lásepultura. | F Z.Xífio. z/arão de z… e per |


469.5. ---- | seguido dº demonio. 175.3.
Z.
- - - ***
*--
684 Indice das coufas notautis

Z.
|-
3o Fr. Zacharias,foi dfipulo a- monios. 86. 2. @rc. •

mado do N.S.P. 9 I. I. Em fuas mãos Je m'frou Chrifo


Seus exercícios,gº dos fabditos no na ho/ita con/agrada a hum incre
Primeiro conuento d Alanquer. dulo. 91.3 -

69. 3. (@rc. -
Obrou muitas marauilhas. 93.1.
Conus flua, g confilianaféuguuer Sua translação, @/pukhra. há.
no com hum (rucifixo. 9 I. 2; 2. (3;
Foi venturofo na fua guardania. V# ScalterD.Sancha In
Ibid, 1. • fanta.

Os Anjos trouxerão de comer a Zelfos, são hoje mal recebidos.


feus fabditos. 84.2. (@re. || 593.6.
Teue grandes encontros com os de:

F -I - N I S.

Erros mais notaueis da impre são.


Pagina Colina. Regra. Erro. Emenda.

I •> vltima Embraçarnos embaraçarnos.; :


$ 3 I expectaculo efpectaculo.
l O Vltima entendem o entendem.
15 23 que de cobrir que depois de cobrir ,
16 16 finquo finquo.
2, O 2O Frincis Trincis. * . * .
25 I3 nofo ri/quefe.
S8 1 23 em toda com toda.
* XO I 1 cotumão coflumauão,
14-5 I 6 I32O • I 31 O.
1°3 I I 1553 - 1523.
} G3 2 15 nºite câe.
2OO | 38 Oraão | , oraçao.
23 O 2. vltimá dão Pão.
24-2 I 3 Mendoça Mendanha. "
249 2 2,8 Vngria de Vngria.
269. 2 2s ! pofuem fe pofuem.
3 19 I 14 .. Martiho Martinho,
3 7 1 2 eftrada cntrada.
394 * vltima facrificio no acrificio.
415 2, 5 mão os mãos. - |
5o5 2. º I - 1559 1529. |
312 = L_ 25 Popcífem podefem. |

----
>:*#**
*>……………………------------

|-
42. 2.487
>

<>OSÉ573o3

… " |- , - . • = ---- S%;


- … ………… ----- - **? O
staurature +
• • • + 8274soo

Vous aimerez peut-être aussi