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MINAS GERAIS
Módulo Básico
Conceitos Fundamentais em Educação
Especial
Coordenação Pedagógica – IPEMIG
Belo Horizonte
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SUMÁRIO
AVALIAÇÃO ..................................................................................................... 34
Para Melo (s/d, s/p) a educação especial é um tema que, de uns tempos para
cá, vem sendo mais e mais estudada dado aos avanços das ciências médicas e
humanas de um lado e do reconhecimento da existência de pessoas que
apresentam problemas de aprendizagem, mas que precisam estar inseridas no
contexto sócio-educativo, do outro. Partindo dessa realidade, faz-se necessário que
analisemos os conceitos que fundamentam as condições que delimita quem é e
quem não é peculiar à mesma e que, portanto, acabam fundamentando
filosoficamente e ideologicamente a própria natureza da educação especial que
fazemos. Isso por uma razão bem simples: se os processos de desenvolvimento são
peculiares nas “crian as especiais”, consequentemente, também o serão os de
aprendizagem e, portanto, também devem sê-lo, os conceitos de adaptação e de
normalidade que fundamentam a educação especial. Como diz Mazzota (1987), (...)
A maioria dos indivíduos diagnosticados como mentalmente retardados revela certo
grau de diminuição nas áreas da maturação, aprendizagem e ajustamento social.
De acordo com Melo (s/d, s/p) é com essa ressignificação conceitual que, em
relação a esse ponto, podemos ter a esperança de acreditar que a conduta das
pessoas para com os alunos especiais seja a de absorver as diferenças dos
diferentes, entendendo que ser diferente não é ser melhor nem pior que ninguém,
mas, simplesmente, ser único e, portanto, especial e, isso, não por ser deficiente ou
mais eficiente. Ainda citando Mazzotta (1987), não podemos esquecer que a
educação implica um relacionamento entre pessoas, de forma a exercerem
influências recíprocas. E, essa relação supõe que cada um tenha o seu valor
reconhecido.
Para melo (s/d, s/p) em relação a esse conceito, Mazzota (1991) afirma que
se pensa mais em normas e valores sociais, e não em termos de independência
funcional. As normas de adaptação são fixadas em função de critérios particulares
de rendimento e eficácia. É a partir dessas quebras conceituais que podemos
ver
que a educação especial que atualmente é realizada, excetuando-se raras
Por esses motivos, temos a convicção que uma educação especial para o
aluno especial só é autêntica quando parte da desconstrução ideológica desses
conceitos que a fundamentam para, a partir daí, ter a legitimidade necessária para
adentrar na sua realidade, levando em conta a singularidade do desenvolvimento de
quem é portador de alguma deficiência que afeta a sua capacidade de aprender e
que precisa, portanto, de novo paradigma para o que é ser normal e para o que é
capacidade adaptativa. Enfim, como define Monte Serrat (2000), uma educação
especial que entenda que aprender, não se resume a aquisições feitas na idade
escolar, mas se amplia a todas as aquisições que o homem realiza durante a vida,
no âmbito familiar, social e institucional. (MELO, s/d, s/p)
De acordo com Di Palma, et al, (s/d, s/p) quando se trata da inclusão, deve-se
considerar aspectos ligados a formação do professor, uma vez que, este deve estar
preparado e seguro para trabalhar com o aluno com necessidade educacional
especial. Conforme já destacava Piaget (1984, p. 62): (...) a preparação dos
professores constitui questão primordial de todas as reformas pedagógicas em
perspectiva, pois, enquanto não for à mesma resolvida de forma satisfatória, será
totalmente inútil organizar belos programas ou construir belas teorias a respeito do
que deveria ser realizado. Ora esse assunto apresenta dois aspectos. Em primeiro
lugar, existe o problema social da valorização ou da revalorização do corpo docente
primário e secundário, a cujo serviço não são atribuídos o devido valor pela opinião
pública, donde o desinteresse e a penúria que se apoderaram dessas profissões e
que constituem um dos maiores perigos para o progresso, e mesmo para a
sobrevivência de nossas civilizações doentes.
características diante das necessidades especiais dos alunos incluídos. (DI PALMA,
ET, AL, s/d, s/p)
que são aquelas necessárias para facilitar o processo de inclusão de alunos com
deficiência. (DI PALMA, ET AL, s/d, s/p)
De acordo com Di Palma, et al, (s/d, s/p) o Brasil ainda apresenta um índice
mínimo de acessibilidade digital, e as adaptações de material didático e livre acesso
aos meios de comunicação ainda deixam muito a desejar em relação a outros
países. É especialmente frustrante para pessoas com deficiências a impossibilidade
de acessar os conteúdos disponibilizados na Internet, pelas instituições de ensino
pela falta de teclados adaptados, caixas de som, ou mesmo acesso com rampas ou
bancadas adaptadas a cadeirantes nos laboratórios de informática.
1) Localizar e analisar as causas das dificuldades dos alunos em todas as áreas das
suas atividades;
1. Excepcionais Intelectuais.
1.1- Superdotados.
a) educáveis.
b) treináveis.
c) dependentes.
a) deficientes auditivos.
b) deficientes visuais.
3. Excepcionais psicossociais.
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4. Excepcionalidade múltipla.
4) Escola Especial ou Educação Especial. É aquela que foi organizada para atender
específica e exclusivamente a alunos excepcionais. Algumas atendem apenas a um
tipo de excepcionalidade, outras já atendem a diferentes tipos. Tem sido bastante
criticadas por reduzir o convívio do aluno excepcional com outras crianças não
portadoras de desvios, bem como pelo estigma de que são objetos tanto a escola,
como seus alunos. É importante que nos lembremos que sempre existirão alunos
que necessitam desse tipo de atendimento. (ZACHARIAS, s/d. s/p)
A partir desta questão, Mantoan nos mostra que nem sempre inovar é o
inusitado e que a constituição garante a educação como direito de todos os
indivíduos com deficiências, de toda ordem. Porém, sabemos que para a escola
“acolher” de fato esses indivíduos, necess rio melhorar as condi es da escola e
requer várias mudanças, no âmbito da própria sociedade, para que os diferentes
sujeitos possam vivenciar processos sociais sem preconceito e sem barreira. E para
que isso ocorra, as escolas inclusivas, as escolas que recebem as pessoas com
NEE, devem assumir que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles,
mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a
aprendizagem é concebida e mesmo avaliada. (AQUINO, 2009, s/p)
Conforme Beyer (2005, p. 13) “uma escola para todos nunca existiu. A escola
inclusiva ou a escola com uma proposta inclusão escolar tem se proposto (ao menos
paradigmaticamente) atender todas as crianças, sem qualquer exceção. Neste
sentido, não determina distinções de espécie alguma, no que tange às
características diversificadas de aprendizagem de seus alunos”. Nós sabemos que
essa proposta de inclusão parece um sonho possível, contudo será realidade
apenas com a implementação de uma escola de qualidade, igualitária, justa e
acolhedora para todos. Para tanto, é preciso punho e sustentação para enfrentar as
fragilidades ainda existentes, inclusive garantindo a presença de professores
capacitados e especializados, com formação inicial e, continuada em educação
especial, para atender as NEE desses sujeitos. Nesse sentido, ao discutir a inclusão
na Educa ão Infantil, Tartuci (2008, p. 57) afirma que “(...) o processo de formação
de professores não pode ser dissociado do processo de desenvolvimento
organizacional da escola, pois requer uma mudança de atitudes não só dos
professores, mas também de toda comunidade escolar, por isso os projetos de
formação docente deve estar associado ao de organização e adequação da
institui ão de Educa ão Infantil”. Assim, é necessário enfrentar as barreiras e
construir práticas pedagógicas e de gestão escolar que garanta educação de
qualidade a todos. Parafraseando Mantoan, é preciso construir uma escola onde
todas as crianças sejam bem vindas.
Todavia, vale ressaltar que a inclusão social não se reduz a escola, pois
conforme afirma Tartuci (p. 15) “a escola apenas um mbito da questão, e em uma
ação isolada dos demais não transformará a sociedade que aí está em uma
sociedade inclusiva, pois a desigualdade social é fruto das relações historicamente
estabelecidas entre os homens. A escola poderá contribuir para se efetuar
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Valente (s/d, s/p) aponta que desde a iniciativa oficial dos organismos
educacionais no Brasil - Ministério e Secretarias - em promover a inclusão social de
portadores de necessidades especiais (os antes denominados “deficientes”) temos
notado, por parte do professorado, além da perplexidade em ter que trabalhar nas
salas de aula, com uma clientela para eles pouco conhecida, duas manifestações:
ignorância e preconceito. Ignorância e preconceito marcam, de fato, a percepção
que a maioria do professorado de escolas públicas tem da clientela portadora de
necessidades especiais - sejam portadores de deficiências físicas, sensoriais ou
mentais. Quando se fala na inclusão de alunos portadores de necessidades
especiais em salas de aula regulares, na escola pública, duas constatações se
fazem sentir, expressadas pela maioria do professorado: ignorância e preconceito:
ignorância: por não conhecerem adequadamente as características desse tipo de
clientela (os antigamente denominados “deficientes”); e preconceito por
reproduzirem a percepção estereotipada de que se trata de “gente diferente”,
“doentes”, “inadaptados”, “defeituosos” e outras expressões igualmente
equivocadas, alimentada por mitos ou representações equivocadas sobre a natureza
do problema dos portadores de necessidades especiais. (VALENTE, s/d, s/p)
Mas não podemos criticar nossos educadores: eles expressam a forma como
a sociedade geral sempre encarou o portador de necessidades especiais - como
pessoas esteticamente indesejáveis, cujo contato e convivência geram
constrangimento e como sujeitos incapacitados para desempenharem papéis sociais
autônomos na comunidade - ou seja - eternos dependentes. Nos últimos anos, a
preocupação com problemas de exclusão social ganharam impulso, tendo o conceito
tomado lugar de muitos outros: pobreza, miséria, desemprego, exploração,
discriminação, marginalização, segregação. Com o crescimento da preocupação
com a exclusão social, o seu oposto dialético - a inclusão social - tomou
impulso,
primeiro nos meios acadêmicos e técnicos, depois junto à mídia e, mais
especificamente, junto aos setores ligados à educação e promoção social.
pelo Poder Executivo. A partir daí, deu-se a largada: a inclusão educacional, tornada
lei, portanto obrigatória, caiu como um “porrete” na cabeça dos educadores e dos
organismos educacionais: incluir, a qualquer custo, clientes deficientes em salas de
aula comuns, dentro do prazo o mais curto possível. Mas (pergunta o professor
perplexo) - o que fazer (e como fazer) - com essa clientela em sala de aula?
Algumas questões foram levantadas junto ao professorado, quanto ao problema em
relação a aluno com DM (Deficiência Mental), mas que serve também para os
demais tipos de necessidades especiais por deficiência:
Como integrar o aluno especial em classe comum, sendo que estas têm, no
mínimo, 30 alunos?
Como lidar com a dificuldade dos demais alunos e pais em aceitar um colega
diferente?
Outros casos:
5 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Durante muitos anos, para Silva (2006, s/p) os alunos foram penalizados,
responsabilizados pelo fracasso, sofriam punições e críticas, mas, com o avanço da
ciência, hoje não podemos nos limitar a acreditar, que as dificuldades de
aprendizagem, seja uma questão de vontade do aluno ou do professor, é uma
questão muito mais complexa, onde vários fatores podem interferir na vida escolar,
tais como os problemas de relacionamento professor-aluno, as questões de
metodologia de ensino e os conteúdos escolares. Se a dificuldade fosse apenas
originada pelo aluno, por danos orgânicos ou somente da sua inteligência, para
Valorize sempre o que o seu filho faz, mesmo que não tenha feito o que você
pediu;
6 EVITANDO RÓTULOS
Segundo Colli (2009, s/p) a escola é o primeiro lugar que a criança frequenta
fora de seu círculo familiar e a maneira como ela é tratada lá pode marcar toda a sua
vida. Por isso, me preocupa quando, em encontros de formação com professores,
percebo que alguns, muitas vezes, de forma inconsciente, rotulam os alunos,
principalmente os que têm necessidades especiais de aprendizagem. É possível
perceber isso ao ouvir, deles mesmos, expressões fortes, capazes de marcar os
estudantes. Por exemplo: “o Marcos é Down”. Melhor seria que o verbo fosse “ter”
no lugar de “ser”, como “o Marcos tem Down”.
Colli (2009, s/p) questiona: por que a rotulação de alunos com deficiência ou
com qualquer dificuldade de aprendizagem ocorre com tanta frequência? Quando o
educador percebe que a criança não aprende da forma como planejou, ele começa a
procurar uma explicação para o fato. Quem tem qualquer tipo de deficiência
geralmente recebe a “marca” de suas deficiências. Os outros, na maioria das vezes,
são encaminhados para a área de saúde para que seja feito um diagnóstico. Muitos
educadores esperam que médicos, psicólogos e psiquiatras elaborem, com seus
conhecimentos específicos, uma justificativa para o fracasso escolar. Infelizmente,
alguns atendem à demanda. O diagnóstico é importante, sim, mas apenas para que
todos os adultos que convivem com esses jovens possam sempre ajudá-los a
usufruir da relação com o outro que se estabelece na escola, a sentir prazer no ato
de aprender e a aproveitar os ambientes que frequentam da melhor maneira
possível, com propriedade e conhecimento. O parecer médico jamais pode ser
usado com a finalidade de marcar o indivíduo. (COLLI, 2009, s/p)
AQUINO, Geisianne Barra de. A educação inclusiva e uma escola para todos.
Disponível em <http://www.soprando.net/estudantes/toda-crianca-e-bem-vinda-a-
escola-inclusiva> Acesso em: 29.10.2010.
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar - O que é ? Por quê? Como
Fazer? 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2006.
MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: Contextos Sociais. Porto Alegre: Art Med,
2003.
ROSITA, Edler Carvalho. Educação Inclusiva com os Pingos nos Is. 2. Ed. Porto
Alegre: Mediação, 2005.
VITOR, Fonseca da. Educação especial. 3a. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
Sites visitados:
Disponível em <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ein_l.php?t=001>
Disponível em <http://www.conteudoescola.com.br/>
- Pedago Brasil
Disponível em <http://www.pedagobrasil.com.br/>
- Rede Saci
Disponível em <http://saci.org.br/>
AVALIAÇÃO
1) De acordo com Di Palma, et al, (s/d, s/p) quando se trata da inclusão, deve-se
considerar aspectos ligados a formação do professor. Com base nisso assinale a
alternativa que corresponde ao pensamento deste autor.
A( ) o professor este deve estar preparado e seguro para trabalhar com o aluno
com necessidade educacional especial
D( ) n.r.a
II- Crianças com necessidades especiais são aquelas que, por alguma espécie
de limitação requerem certas modificações ou adaptações no programa educacional,
a fim de que possam atingir seu potencial máximo.
D( ) n.r.a
A( ) preconceito e indignação
B( ) ignorância e preconceito
C( ) descaso e ignorância
D( ) n.r.a
( )a escola é o primeiro lugar que a criança frequenta fora de seu círculo familiar e
a maneira como ela é tratada lá pode marcar toda a sua vida.
A( ) F, V, V, F
B( ) V, F, F ,V
C( ) F, V ,V ,V
D( ) V, V, F, F
B( ) Valorize sempre o que o seu filho faz, mesmo que não tenha feito o que você
pediu;
D( ) n.r.a
A( ) função de questionar
B ( ) função libertadora
C( ) função de orientar
D ( ) n.r.s
10) O orientador educacional tem funções importantes na escola. Com base nisso
julgue os itens abaixo, e assinale a alternativa correta.
GABARITO
Nome do aluno:_______________________________________
Matrícula:___________
Curso:_______________________________________________
Data do envio:____/____/_______.
Ass. do aluno: ______________________________________________
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL
1)___ 2)___ 3)___ 4)___ 5)___