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CINÉTICA DA PÓS-HIDRÓLISE ÁCIDA DO LICOR DE PRÉ-

TRATAMENTO HIDROTÉRMICO PARA A PRODUÇÃO DE E2G


Pedro Y S Nakasu1,2, Sarita C. Rabelo1, Aline C. Costa2, Jaciane L. Ienczak1

1 CTBE - Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, Brasil


2 Faculdade de Engenharia Química, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Brasil

RESUMO
A hidrólise dos xilooligossacarídeos (XO’s) obtidos após o pré-tratamento hidrotérmico é essencial para o aproveitamento das pentoses via
fermentação. Um planejamento fatorial 22 com triplicata no ponto central possibilitou um estudo cinético da pós-hidrólise com os ácidos
sulfúrico, maleico e oxálico. Os perfis de pós-hidrólise mostraram os tempos reacionais nos quais houve máxima produção de xilose com mínima
geração de furfural. O ácido sulfúrico apresentou a cinética mais rápida, com hidrólise completa dos XO’s em menos de uma hora de reação. A
fermentação das pentoses, realizada em erlenmeyers pela levedura selvagem Scheffersomyces stipitis NRRL Y-7124, mostrou que os pós-
hidrolisados destoxificados fermentaram com rendimentos que variaram entre 19,4% a 66,5%. Os resultados obtidos mostraram que a pós-
hidrólise ácida possibilita a integração das hemiceluloses na biorrefinaria da cana-de-açúcar.

1. INTRODUÇÃO 3. RESULTADOS
O pré-tratamento hidrotérmico do bagaço da cana-de-açúcar – principal Tabela 2: Composição do licor de pré-tratamento concentrado
resíduo agrícola brasileiro para a produção de bioetanol – solubiliza as
Produtos de
hemiceluloses, gerando majoritariamente xilooligossacarídeos (XO’s), o que Açúcares Concentração Oligômeros Concentração
degradação+ ácido
minimiza a degradação dos açúcares e geração de inibidores da fermentação redutores (g.L-1) (%)
acético
(g.L1)
(Garrote et al., 1999). No entanto, XO’s não podem ser diretamente fermentados Xilose 49,00 70.5 Furfural 0,24
por microrganismos. A pós-hidrólise do licor de pré-tratamento hidrotérmico é, Glucose 7,78 88.1 HMF 0,03
portanto, uma etapa compulsória quando se trata de produção de etanol de Arabinose 3,59 68.6 Ácido fórmico 0,65
Total (C5+C6) 60,37 Ácido acético 1,24
segunda geração (E2G) através da plataforma bioquímica da biorrefinaria.
60
Neste trabalho, os desempenhos das pós-hidrólises com ácidos sulfúrico, maleico 10
50
e oxálico do licor de pré-tratamento hidrotérmico do bagaço da cana, em escala 8

Furfural (g·L1)
Xilose (g·L-1)

de bancada (2,0 L), foram comparados. Uma visão quantitativa sobre a utilização 40
6
das pentoses na produção de E2G a partir de bagaço de cana é, portanto, 30

realizada neste trabalho. 20


4

10 2

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
(A) Tempo (min) (B)
Tempo (min)
60
10
50
Furfural (g·L-1)

8
Xilose (g·L-1)

40
6
30 (A)
20 4

10 2

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Tempo (min) (C) Tempo (min) (D)

Figura 2: Perfis de xilose e furfural em função do tempo de pós-hidrólise para o


planejamento factorial dos ácidos: (A)-(B) sulfúrico e (C)-(D) maleico.( ) 120°C e
0,5%; % ( ) 120° e 2,0%; ( ) 135° e 1,25%; % ( ) 150° e 0,5% e % ( )
150° e 2,0%.

Figura 1: Produção de etanol 2G via pentoses. Tabela 3: Parâmetros da fermentação dos hidrolisados hemicelulósicos destoxificados.
As duas melhores condições para cada planejamento experimental do ácido sulfúrico e
2. MATERIAIS E MÉTODOS maleico são mostradas. Os desvios foram calculados com duplicatas das amostras.
2.1 Pré-tratamento: Condição Massa
Xiloseinicial Xilitol Etanol Qp Rendimento
Amostra (°C; % m/m e secafinal
Cerca de 15 kg de bagaço in natura (50% m/m de umidade) foram min)
(g·L-1) (g·L-1) (g·L-1) (g·L-1·h-1) (%)
(g·L-1)
alimentados em um reator de aço inox de 350 L (Pope Scientific inc, Saukville, Controle Xilose pura 36.6 ± 2.38 11.3 ± 2.45 2.2 ± 0.11 9.9 ± 1.21 0.37 ± 0.01 62.7
USA). Vapor superaquecido a 12,5 bar (≈ 190 °C) foi injetado e aqueceu o reator
Ácido sulfúrico 135; 1,25 e 20 28.8 ± 0.06 13.2 ± 0.56 1.3 ± 0.18 8.3 ± 0.25 0.19 ± 0.01 57.0 ± 1.22
até atingir 9% (m/m) de carga de sólidos. Agitação constante em 200 rpm.
Ácido maleico 150; 0,5 e 55 31.6 ± 0.50 11.6 ± 2.52 1.22 ± 0.17 9.5 ± 0.35 0.13 ± 0.00 46.4 ± 4.48
2.2 Pós-hidrólise ácida:
Temperatura (120 a 150◦C) e teor mássico de ácido (0,5 a 2,0 % m/m) CONCLUSÃO
foram os fatores variados. Para cada ácido, sete ensaios foram realizados
 Ácido sulfúrico apresentou a melhor cinética de pós-hidrólise em termos de
seguindo um planejamento factorial 22 com triplicata no ponto central. A xilose
conversão de xilose — quase quantitativa — e curtos tempos reacionais —
monoméria liberada e o furfural foram consideradas as variáveis de resposta.
menos de uma hora de reação.
2.3 Fermentação:  Ácido maleico mostrou seletividade superior ao hidrolisar XO’s — quase
Após obter os perfis de xilose e furfural, os ensaios foram reproduzidos em quantitativamente — com o mínimo de degradação de xilose.
seus tempos de máxima produção de xilose e minima geração de furfural. Essas  A pós-hidrólise ácida aumenta o rendimento global de etanol do bagaço da
amostras foram então submetidas a uma destoxificação de 4 subetapas e tiveram cana-de-açúcar.
suas fermentescibilidades testadas com a levedura Scheffersomyces stipites.

Agradecimentos:
Os autores gostariam de agradecer ao CNPEM/CTBE e UNICAMP pela infraestrutura,
à CAPES pelo apoio financeiro. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP) pelo apoio financeiro através dos projetos № 2016/08526-0 e
2015/05369-2.

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