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Carta de Ruído da Cidade de Lisboa

Memória descritiva

Capítulo 1

Introdução

A carta de Ruído da Cidade de Lisboa foi elaborado pelo Grupo de Acústica do


Centro de Análise e Processamento de Sinais do Instituto Superior Técnico
(CAPS/IST) por solicitação da Câmara Municipal de Lisboa (CML).

As cartas de ruído são ferramentas poderosas para diagnóstico e gestão do


ambiente sonoro bem como para a redução dos níveis do ruído. Constituem
fonte de informação os cidadãos e para técnicos de planeamento do território.

A Carta do Ruído de Lisboa propõe-se dar resposta às mais recentes


exigências constantes dos quadros legais nacional e europeu.

O novo Regime Legal sobre a Poluição Sonora (Decreto-Lei nº 292/2000 de 14


de Novembro) bem como a Directiva do Parlamento Europeu relativa à
avaliação e gestão do ruído ambiente consideram os mapas de ruído como
formas privilegiadas de diagnóstico para avaliação da incomodidade das
populações ao ruído e de instrumentos para Planos de Redução de Ruído.

Em meios urbanos, a cartografia de ruído revela-se de uma importância crucial


dentro das novas políticas de melhoria do ambiente sonoro. Um estudo sobre o
“Ruído Ambiente em Portugal”, realizado em 1996 pelo CAPS/IST em
colaboração com o Ministério do Ambiente, identificou como sendo 19% a
população em Portugal exposta a níveis sonoros superiores a 65 dB(A). Na
cidade de Lisboa, verificou-se que tal percentagem é da ordem de 50%. Estes
valores estão em linha com o estado do ruído ambiente existente, na
generalidade, nos outros países da Europa. A constatação desta situação tem
justificado, em anos recentes, um particular investimento numa política
europeia concertada (e harmonizada) para uma cuidada gestão e redução do
ruído ambiente.

Neste sentido, haverá que desenvolver acções de avaliação da exposição das


populações ao ruído ambiente e resultante incomodidade bem como traçar
planos para uma cuidada gestão e redução do ruído.

Os mapas do ruído inserem-se, reconhecidamente, nesta estratégia. Durante a


segunda metade da década de 90, teve lugar na Europa uma intensificação de
políticas e de desenvolvimentos tecnológicos relativos à cartografia do ruído.

1
A Carta de Ruído de Lisboa foi desenvolvida segundo as tecnologias mais
recentes e avançadas. Traduz o estado acústico da Cidade e as influências
das fontes de ruído mais relevantes.

Capítulo 2

Objectivos

A Carta de Ruído transmite informação sobre o ruído na cidade ao cidadão e


aos técnicos envolvidos no planeamento de espaços urbanos.

A Carta de Ruído destina-se, então ao público em geral, aos técnicos de


planeamento urbano, de desenvolvimento urbanístico, de zonamento de
actividades e de controlo de ruído bem como aos decisores, para quem a
informação é apresentada de forma sistematizada e seleccionada.

O cidadão poderá informar-se do ruído ambiente exterior na sua Cidade e


avaliar da sua qualidade.

O diagnóstico permitirá aos técnicos da autarquia elaborar com fiabilidade


Planos de Redução de Ruído. Estes serão exigidos no âmbito do Regulamento
Geral sobre o Ruído e da Directiva Europeia relativa à Avaliação e Gestão de
Ruído Ambiente.

Podem, então identificar-se objectivos diversos para a Carta de Ruído da


Cidade de Lisboa:

• Fornecer informação ao público e aos responsáveis sobre o Ruído

• Identificar e quantificar a escala do problema de ruído na Cidade

• Fornecer uma base objectiva para planeamento urbano e de tráfego

• Estudar e monitorar tendências do ruído ambiente.

• Tornar mais eficazes as estratégias de Redução de Ruído a nível local e


regional.

• Estabelecer objectivos para o Controlo de Ruído

• Desenvolver planos de redução e comparar diferentes cenários

• Avaliar a exposição das populações ao ruído

• Influenciar decisões para financiamentos de planos de redução de ruído

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A Carta de Ruído de Lisboa permite uma análise estratégica, através de
uma revisão macroscópica da extensão de zonas mais e menos ruidosas.

Permite, também uma análise de detalhe que servirá de ferramenta para


gestão do espaço urbano e seu ambiente sonoro.

Capítulo 3

Enquadramento Legal

Em 27 de Julho de 2000 foi aprovada uma proposta de Directiva do


Parlamento Europeu relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente. Nela é
apresentado um vasto plano para avaliação do ruído ambiente, identificação de
áreas de conflito e redução do ruído. A metodologia será aplicada às áreas
afectadas pelas grandes fontes de ruído, ou seja, as grandes áreas urbanas, e
as zonas próximas de estradas e ferrovias de grande tráfego e de aeroportos
principais.

O Objectivo essencial é a redução da exposição ao ruído das populações. Os


grupos de trabalho estabelecidos no seio da União Europeia para definir os
termos da Directiva têm, desde 1996, vindo a estudar desde a correlação entre
níveis de ruído e incomodidade a custos de implementação desta estratégia,
passando pela definição das mais adequadas técnicas de avaliação e
mapeamento de ruído. A experiência dos diversos países membros da UE
nestas áreas é muito diversificada. A homogeneização dos processos é outro
dos objectivos dos trabalhos daqueles grupos.

A proposta de Directiva traça uma planificação para os estados membros


procederem à elaboração de mapas de ruído e de planos de acção. Numa
primeira fase, estes trabalhos incidirão sobre os aglomerados com mais de
250.000 habitantes, o que é a situação da Cidade de Lisboa.

Os mapas de ruído serão elaborados recorrendo, preferencialmente, a


métodos de cálculo cujos requisitos mínimos aquele documento estabelece,
embora futuramente sejam definidas técnicas de mapeamento harmonizadas
para todo o espaço europeu.

O ainda vigente Regulamento Geral sobre o Ruído (Decreto-Lei nº 251/87 de


24 de Junho com nova redacção dos D.L. nº 292/89 de 2 de Setembro e D.L.
nº 72/92 de 28 de Abril, RGR) é um documento algo datado e desajustado das
realidades actuais. O novo texto do Regulamento publicado em Novembro de
2000 e que entrará em vigor em Maio de 2001 (Regime Legal sobre a Poluição
Sonora, Decreto-Lei nº 292/2000 de 14 de Novembro de 2000), encontra-se
em consonância geral com o conteúdo da nova Directiva Europeia.

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Os princípios subjacentes ao novo Regulamento destinam-se a incidir,
essencialmente, sobre as fases de planeamento. Prevê aquele documento que
para as áreas urbanas, sejam elaborados os competentes mapas de ruído.
Estes mapas de ruído constituem-se como elementos de avaliação do ruído
ambiente em áreas alargadas e ocupadas ou planeadas para actividades
sensíveis ao ruído mas afectadas por fontes de ruído diversas.
Estes mapas transmitem informação preciosa para a elaboração selectiva e
faseada dos planos de redução de ruído a desenvolver pelas autarquias.

Os novos quadros legais, tanto nacional como europeu, estabelecem


estratégias claras e definidas no sentido da protecção e da melhoria do
ambiente sonoro em aglomerados urbanos.

Estas estratégias passam pelo mapeamento de ruído e pelo estabelecimento


de planos de redução de ruído como instrumentos importantes para,
tendencialmente, reduzir o ruído nos aglomerados populacionais e desta
forma, reduzir a incomodidade das populações.

Capítulo 4

Ruído Urbano

Os espaços urbanos são aqueles que, pela sua elevada densidade


populacional, apresentam uma maior sensibilidade ao ruído. Aí coincidem
ocupações de habitação, edifícios de tipo escolar, hospitalar ou religioso,
espaços de lazer e entretenimento, zonas de comércio bem como bolsas de
pequena indústria, construções ou outras actividades ruidosas.

Toda esta malha é servida por uma complexa e apertada rede de


comunicações viárias que se constitui na fonte predominante de perturbação
do ruído ambiente.

A elevada concentração de actividades sociais, económicas e dos meios de


transporte torna os meios urbanos como espaços de vivência onde a
preservação do meio ambiente se revela particularmente delicada. Esta
situação tem-se agravado nos últimos dois séculos, sobretudo na era pós-
revolução industrial.

O ruído torna-se omnipresente como resultado quer dos meios de transporte


quer de equipamentos colectivos ou pessoais que fazem parte das actividades
profissionais, de lazer ou, mesmo, da vivência normal.

O cidadão torna-se, então, crescentemente mais consciente do ruído que o


rodeia. Aqui, o ruído dos transportes torna-se determinante.

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As exigências de qualidade de vida requerem das autoridades locais uma
vigilância apertada do ruído nos espaços urbanos.

Uma carta de Ruído é um meio de diagnóstico precioso e revelador em detalhe


das emissões sonoras, das influências de diferentes fontes de ruído e da
exposição das populações ao ruído ambiente nas diferentes zonas da cidade.

A redução de ruído em meio urbano não é tarefa simples ou linear. A


intervenção numa malha estabelecida, como é a situação geral nas cidades
europeias, exige particulares cuidados e estratégias a prazo. As actividades e
vivências urbanas não podem ser perturbadas de forma radical, sobretudo se
não houver uma percepção clara por parte do cidadão do seu benefício
imediato.

Os custos das intervenções numa malha urbana, são também, elevados, pelo
que deverão ter por base uma informação qualitativa e quantitativa que apenas
se torna possível através de uma carta de ruído.

A Carta de Ruído da Cidade de Lisboa aparece, deste modo, como uma base
de dados, ferramenta essencial para o ordenamento e o planeamento urbano.
Manuseada pelos técnicos torna-se uma verdadeira base de conhecimento
fundamental para o desenvolvimento de estratégias de desenvolvimento
urbano.

Capítulo 5

Metodologia

A Carta de Ruído da Cidade de Lisboa foi desenvolvida recorrendo a métodos


de cálculo. Esta é a metodologia mais interessante por permitir actualizações
permanentes a partir de alterações dos dados de base. Esta é tendência mais
recente no espaço europeu e será recomendada para o espaço europeu pelo
EU Noise Policy Working Group 4 on Noise Mapping (EU WG4).

Os métodos de cálculo têm de ser fiáveis e exigem uma quantidade apreciável


de dados referentes ao solo e seus usos e às fontes de ruído.

Para a Cidade de Lisboa, utilizou-se como indicador de ruído o índice LAeq.


Este índice é o indicador de base considerado na nova versão do RGR. A
presente versão da nova Directiva Europeia prevê um outro indicador, o Lden,
que permite uma integração ao longo do período global de 24 horas. Para o

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período nocturno, no entanto aquele documento considera o índice Lnight que
corresponde ao valor de LAeq para o período nocturno.

A situação actual e previsível a curto prazo pareceu recomendar que se


tomassem 2 indicadores de ruído ambiente baseados no nível sonoro contínuo
equivalente LAeq.: Ldia e Lnoite. Estes correspondem ao valor de LAeq para o
período do dia (07H00-22H00) e para o período da noite (22H00-7H00),
respectivamente.

Estes índices são calculados a partir do nível de pressão sonora Lp segundo a


Norma Portuguesa NP-1730 (ISO 1996) “Descrição e medição do ruído
ambiente”.

A Carta de Ruído é uma representação visual da distribuição espacial destes


índices de ruído ambiente.

O valor do índice Lp(Xi, Yi, Zi) resultará da contribuição das diferentes fontes
sonoras localizadas ou que exercem influência na área em estudo (globalidade
da cidade ou sua área específica).

As características dos sinais sonoros (conteúdo espectral, descrição temporal)


emitidos pelas diferentes fontes são também distintas. Os regimes de emissão
sonora de cada fonte durante um período de referência são definidos com o
máximo rigor.

As fontes sonoras mais relevantes são o tráfego (rodoviário, ferroviário e


aéreo), actividades industriais, actividades desportivas, de lazer e eventos de
diferentes tipos. Outras fontes pontuais poderão ser consideradas resultantes
de emissões de ruído, permanentes ou temporárias, associadas às actividades
dos aglomerados populacionais (máquinas e/ou equipamentos, eventos).

Para cada uma das fontes do ruído contribuintes, são necessários dados
completos e fiáveis. Os pontos seguintes especificam os elementos essenciais.

O valor de Lp num ponto (Xi, Yi, Zi) é calculado a partir de:

)- f
Lp(Xi, Yi, Zi) = 10log10 ﴾Σ10Lpn(x0 - y0 - z
0 An ﴿

onde Lpn (x0, y0, z0) é o valor de Lp num ponto de referência (x0, y0, z0) devido à
fonte sonora de ordem n e fAn é o factor de atenuação do ponto (x0, y0, z0) para
o ponto (Xi, Yi, Zi) para a emissão sonora a partir da fonte de ordem n.

Os cálculos são efectuados de acordo com metodologias estabelecidas,


nomeadamente nas normas NP-1730 (ISO 1996) e ISO 9613-2. A norma ISO
9613-2 define um processo básico para contabilização de factores essenciais
na propagação de sinais sonoros em espaço livre. A norma NP-1730

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estabelece uma forma de cálculo de valores médios no tempo, nomeadamente
para o nível sonoro contínuo equivalente LAeq.

O campo sonoro emitido pela fonte sonora de ordem n, Lpn (x0, y0, z0), é
determinado por um conjunto de propriedades acústicas e não acústicas
(dimensões, geometria, localização e posicionamento no terreno).

Para uma fonte sonora,

Lp(Xi, Yi ) = Lp(X 0, Y0 ) - fA

Onde

fA = Σ Att

O factor fA é função do tipo de fonte sonora e incluirá efeitos de atenuação


devido a dispersão de energia, absorção na atmosfera, efeitos de ventos e
turbulência do ar, gradientes de temperatura, reflexão e difusão no solo e em
objectos, efeitos de écran.

A dispersão de energia é do tipo K.log10(Si/S0), onde K depende da forma de


distribuição da energia na frente de onda e si e s0 são as distâncias dos pontos
i e 0 à fonte. Este efeito representa, em geral, o factor de atenuação sonora
mais importante. A absorção na atmosfera depende da geometria da frente da
onda, do grau de humidade e do conteúdo espectral do sinal sonoro. Enquanto
os efeitos dos ventos poderão ter importância em zonas de ventos dominantes
com velocidades significativas, os efeitos de variações de temperatura não têm
expressão na Cidade de Lisboa. Os efeitos resultantes de dispersão, reflexão e
difracção em objectos assumem particular importância numa malha urbana
construída onde o número de superfícies de incidência das ondas sonoras é
elevado.

Os pontos de cálculo (Xi, Yi) localizam-se numa malha (Xi, Yi, Zi), onde zi representa
a altura do ponto de cálculo. O factor de atenuação fAn depende fortemente da
altura, já que o percurso de propagação é calculado num espaço tri-
dimensional. Todos os cálculos são efectuados em 3-D.

Como modelo utilizou-se o Programa de Previsão de Acústica CadnaA. Este


programa, desenvolvido pela firma Datakustik GmbH, foi adaptado em alguns
dos seus aspectos para a situação da Cidade de Lisboa. Em face dos modelos
previsionais disponíveis no mercado actualmente verificou-se, numa fase inicial
de pesquisa, que este modelo respondia adequadamente às necessidades de
cálculo dos níveis de ruído na cidade e era a ferramenta tecnologicamente
mais avançada para cartografia de ruído em áreas urbanas. A experiência de
trabalho no seio do EU Working Group 4 on Noise Mapping apontava nessa
direcção, pelo que foi adoptado aquele modelo.

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Os cálculos foram complementados com valores experimentais recolhidos em
zonas onde as previsões se revelaram menos adequadas. Estas medições
foram realizadas na área do Parque das Nações e nas docas, por exemplo.
Estas medições permitiram identificar fontes sonoras resultantes de
actividades marítimas, de lazer ou outras não tipificadas para outras áreas da
cidade. Com este procedimento, cobre-se toda a área da cidade em termos de
recepção de níveis de ruído.

As medições experimentais foram efectuadas com um sonómetro de geração


mais recente, homologado pelo Instituto Português da Qualidade e calibrado
pelo Laboratório Primário de Metrologia Acústica. Os procedimentos
experimentais seguiram as recomendações da Norma Portuguesa NP-1730.

Para a Cidade de Lisboa, foi considerada uma malha de 20 m x 20 m como


sendo a solução optimizada. Verificou-se que malhas mais apertadas não
conduziam a um maior rigor. Valores de 30 m x 30 m conduziam a
aproximações aceitáveis, em alguns casos com a vantagem de maior rapidez
de processamento.

Adoptou-se, genericamente, uma altura de 1,5 m para cálculo. Esta altura é


perfeitamente adequada à avaliação do ruído no espaço exterior da Cidade.
Considerou-se que permite uma imagem da distribuição do ruído no espaço da
cidade, à altura da recepção do cidadão na rua.

Metodologicamente, foram considerados 2 períodos: dia e noite. Considera-se


o dia entre as 07H00 e as 22H00 e a noite entre as 22H00 e as 07H00.

Para o desenho das cartas foram utilizados 3 computadores Pentium III


850MHz 128/256 MB RAM.

Capítulo 6

Dados de base

A carta de Ruído da Cidade de Lisboa foi desenvolvida com base em dados


referentes ao terreno e às fontes sonoras.

A modelação do terreno da Cidade, em forma digital, foi introduzida em dois


tempos. Uma primeira versão foi fornecida no início de 1999. Foi, no entanto,
com base na versão final, actualizada, fornecida pela Câmara Municipal de
Lisboa (CML) em Novembro de 1999 que os trabalhos foram desenvolvidos.

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A cartografia da cidade incluía a altimetria e planimetria, mas não tinha as
cotas dos objectos (edifícios, muros, viadutos, pontes, outras construções).
Em face da relevância destes elementos, houve necessidade de recolher e
introduzir as cotas da totalidade deste tipo de objectos em toda a área da
cidade.
Em relação ao tráfego, foram considerados elementos referentes ao tráfego
rodoviário, ao tráfego ferroviário e ao tráfego aéreo.

A CML procedeu a um programa bastante exaustivo de contagens de tráfego


rodoviário na cidade.

Verificou-se que este levantamento era, ainda, incompleto. Foi, então,


necessário efectuar um programa complementar de contagens de tráfego em
diversas outras artérias da cidade.

As contagens foram efectuadas durante o período diurno. Para o período


nocturno, foram tomados valores obtidos por extrapolação a partir de análises
estatísticas.

O Quadro I, em Anexo, mostra os valores relativos a este tipo de tráfego que


foram tomadas nos cálculos. Foram contabilizados o número de veículos
ligeiros e o número de veículos pesados. Para cada artéria, foi atribuído um
valor para a velocidade média de circulação.

Foram, ainda, identificadas, para toda a cidade, as localizações de semáforos


nas vias de circulação rodoviária.

O tráfego ferroviário que afecta a Cidade de Lisboa corresponde à Linha do


Norte, Linha de Sintra, Linha de Cintura (Eixo Norte-Sul) e Linha de Cascais.
As linhas de Eléctricos foram, ainda, tomadas como linhas ferroviárias.

Para as linhas de comboio, tomaram-se os dados fornecidos pela CP. O


Quadro II, em Anexo, mostra os números de composições ferroviárias que
circulam nas diferentes linhas da Cidade de Lisboa.

Em relação ao ruído de circulação de eléctricos, foi criado um modelo de


circulação ferroviária cujas emissões sonoras foram aferidas através de
medições experimentais junto das carreiras E12, E15, E18, E25 e E28. O
Quadro III mostra os números de eléctricos por dia considerados para aquelas
carreiras de eléctricos. Para a situação da carreira E15, foram diferenciados os
dois tipos de eléctricos em circulação: os tradicionais (antigos) e os novos.

Para o tráfego aéreo, respeitante ao Aeroporto da Portela, que afecta


particularmente a cidade, foram tomados os valores que se apresentam no
quadro IV, fornecidos pela ANA, E.P. Neste quadro, são apresentados os
números de movimentos diários de diferentes tipos de aeronaves. Os Quadros

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V e VI mostram os valores de referência das emissões sonoras referentes às
operações de aterragem e de descolagem para as diferentes classes de
aeronaves consideradas para o Aeroporto da Portela.

Tanto o tráfego ferroviário como o tráfego aéreo não apresentam valores


expressivos no período nocturno. Por tais razões, estas fontes de ruído não
foram contabilizadas nos cálculos para o período nocturno.

Capítulo 7

Apresentação

São apresentadas as Cartas de Ruído para o ruído global e para as fontes


sonoras mais relevantes.

As fontes de ruído mais importantes foram identificadas como sendo: o tráfego


rodoviário, o tráfego aéreo e o tráfego ferroviário.

O tráfego aéreo não tem expressão no período nocturno.

O tráfego ferroviário tem uma influência relativamente localizada, na Cidade de


Lisboa.

Optou-se, então por apresentar as seguintes Cartas de Ruído:

• Ruído global, período diurno – influência de todas as fontes de ruído


identificadas

• Ruído global, período nocturno – influência determinante do tráfego


rodoviário

• Ruído de tráfego rodoviário, período diurno

• Ruído de tráfego aéreo, período diurno.

Estas cartas permitem individualizar todas as influências contribuintes para o


ruído ambiente na Cidade. Apenas o ruído do tráfego ferroviário, de áreas de
lazer ou outras, por serem localizadas, poderão ser obtidas por diferença.

As Cartas são apresentadas nas escalas 1:50.000 e 1:10.000. As primeiras


permitem uma visão global de toda a área da Cidade e são adequadas para
uma análise estratégica. As segundas permitem uma análise com um detalhe
apropriado a intervenções para gestão e redução do ruído urbano.

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Os índices de ruído ambiente são apresentados em intervalos de 5 dB. Foram
considerados, para a representação, intervalos entre 45 e 80 dB(A). A cada
intervalo foi atribuída uma cor distinta. Foi utilizado o código de cores da
Norma NP-1730, Parte 2.

Tanto o intervalo total de representação como a codificação de cores serão


alvo de recomendação futura, quer em sede da nova Directiva europeia quer
como resultado dos trabalhos do EU WG4. As metodologias adoptadas para a
Carta de Lisboa são as que foram julgadas mais adequadas e ajustadas às
futuras proposições.

Capítulo 8

Aferição

Procedeu-se a um conjunto de medições acústicas em diversos locais da


cidade no sentido de comparar os registos experimentais com as previsões
fornecidas pelo modelo.

As medições de ruído ambiente foram efectuadas em período diurno e em


período nocturno.

A selecção de pontos na cidade foi feita dentro de um princípio de


aleatoriedade de distribuição e de cobertura de toda a área geográfica da
cidade. A identificação da distribuição de pontos de medição encontra-se
registada no Quadro VII, em Anexo.

Os Quadros VII e VIII mostram os registos experimentais e os valores previstos


nas cartas, bem como as diferenças Δ encontradas, para o período diurno e
para o período nocturno, respectivamente.

Estas diferenças têm um desvio padrão inferior a 2 dB, no período diurno, e de


cerca de 2,3 dB no período nocturno.

O desvio máximo é de 4 dB, ocorrendo apenas esporadicamente. Estes


desvios são da ordem de grandeza dos erros associados ao processo de
medição experimental ou de cálculo (associado à qualidade dos dados que lhe
está de base). Podem, então, considerar-se válidas as previsões efectuadas e
o processo de cálculo.

Considera-se que o modelo funciona adequadamente, é fiável e que os


resultados mostrados nas cartas traduzem os níveis de ruído na Cidade de
Lisboa.

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Capítulo 9

Futuros Desenvolvimentos

A carta de Ruído da Cidade de Lisboa é uma ferramenta dinâmica que fornece


elementos para intervenções de vária ordem na cidade, conforme referido
atrás. As suas capacidades não se esgotam nas cartas que agora se
apresentam.

Para além de diferentes cenários de evolução ou de alteração de tráfego, de


ordenamento e de articulação da cidade que poderão ser ensaiados, diversas
outras possibilidades podem ser oferecidas.

Poderão ser estudadas áreas onde se verifique alguma sazonalidade de


actividades, como é o caso de zonas de entretenimento, como o Parque Expo.
Este tipo de áreas poderão exibir distintas paisagens acústicas em diferentes
épocas do ano, devido a actividades ao ar livre produtoras de ruído que têm
maior incidência durante épocas mais quentes.

O mapa de densidades de tráfego (com codificação colorida) na cidade


permitirá uma visão global que poderá ser correlacionada com os mapas de
ruído.

O modelo permite, ainda, obter um indicador global para o ruído na Cidade de


Lisboa. Este indicador tem a vantagem de uma comparação com outras
cidades e com situações futuras após evolução e/ou intervenções municipais.

Outra capacidade da carta de ruído é a determinação das populações


expostas a diferentes intervalos de níveis de ruído. Estes números serão
indicadores de incomodidade dos cidadãos devidos ao ruído.

Todas estas capacidades constituem caminhos de novos desenvolvimentos e


alternativas complementares para a Carta de Ruído da Cidade de Lisboa.

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