Vous êtes sur la page 1sur 13
Dados Internacionals de Catalogagao na Publicagao (CIP) 07.2592 (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) cpp-371.12 Indices para catdlogo sistem: 1. Pro José Contreras A autonomia de Professores ‘Tradugdo Sandra Trabucco Valenzuela Revisdo técnica, apresentacdo e notas a edigéo brasileira Selma Garrido Pimenta CORTEZ fEDITORA © ORSON NO ENS CAPITULO 1 A AUTONOMIA PERDIDA: a proletarizacéo dos professores* ‘ma das idéias mais difundidas na atualidade com respeito a professores e, ao mesmo tempo, uma das mais polémicas é s condigao de profissional. Seja como expresso de uma aspiracéo, con descrigao das caracteristicas do oficio de ensinar ou como discuss sobre as peculiaridades ou limitagdes com que tal condigao se dé n docentes, 0 tema do profissionalismo parece bastante instaladono d curso tedrico, bem como nas expressdes dos préprios docentes sot seu trabalho. Uma das razdes que torna esse assunto probleméticc que a palavra “profissional”, e suas derivagées, embora em princi parecam apenas referir-se as caracteristicas € qualidades da prati docente, ndo sio sequer expressdes neutras. Escondem em seu b¢ opsbes e visdes do mundo, abrigando imagens que normalmente s vividas como positivas e desejaveis e que € necessario desvelar se q sermos fazer uma andlise que vd além das primeiras impressdes. tema do profissionalismo — como todos os temas em educacéo estd longe de ser ingénuo ou desprovido de interesses e agendas m: ou menos escusas. — * Para um estudo do tema da proletarizacio e profissionalizagio docente no co do magistri. Campinas, Papirus, apo do maistério. Campinas, Papas, a "A ALTONONNA De OFESSORES O problema que me interessa explorar neste trabalho 6, concre- tamente, o da autonomia profissional enquanto qualidade do oficio do- cente. Porém, uma das caracteristicas do mesmo é que ele esté afetado ideolégica e praticamente pela discussdo acerca da presenca ou da conveniéncia de determinadas qualidades, entre elas a da prépria autonomia e do que por ela se possa entender. Oensino, enquanto um oficio, ndo pode ser definido sé de modo descritivo, ou seja, pelo que encontramos na pratica real dos professo- res em sala de atlla, jé que a docéncia — novamente, como tudo em educa¢o — define-se também por suas aspiragdes e nao s6 por sua materialidade, Tampouco, porém, fica bem identificé-lo como um con- junto de aspiragdes e expressdes de grande carga simbélica que per- dem o sentido das condigées reais de sua pratica. Expressdes assim acabam servindo apenas para dotar de cobertura ideol6gica todas aquelas posicdes que to somente pretendem ocultar tanto a realida- de como a prépria fungao encobridora que exercem semelhantes dis- cursos (Lerena, 1983). Por isso, se quisermos entender as caracteristi- cas e qualidades do oficio de ensinar temos de discutir tudo 0 que se diz sobre ele ou o que dele se espera. Mas, também, o que é e 0 que nao deveria ser; 0 que se propde mas que se torna, ao menos, discutivel. Esta éa razo pela qual, se quisermos abordar o tema da autono- mia profissional, precisamos discutir os aspectos contra ambiguos que encerra. E em especi que inevitavelmente encontramos associada a aspiragao a autonomia. Desta forma, espero que possamos entender melhor tanto as armadi- Ihas que se escondem no caminho como o que de valioso nos possa revelar. A complexidade desta questao obriga a manter o debate en- tre 0 que é e ndo é, ¢ entre o que se ganha e se perde nesse confronto tanto ideolégico como pratico. Provavelmente, a melhor forma de resolver o problema seja tentar resgatar algo valioso enquanto se mantém aberto 0 debate. Minha aspiragao nesta discussao é, portan- to, conseguir manter 0 confronto ideolégico, com o objetivo de res- gatar uma posicéo comprometida com determinados valores para a pratica docente. Talvez a melhor forma seja comecando por discutir 0 problema das qualidades profissionais do ensino a partir de sua negacao, CO MorssiONAUSO WO HSNO 1 partir do que, como ocupagao trabalhista, se supde ausente ou pe dido. O tema da proletarizagao de professores, ao qual nos dedicat ‘mos neste primeiro capitulo, nos oferece uma perspectiva adequa para essa preocupacao. A tese basica da proletarizagao de professor 6 que o trabalho docente sofreu uma subtragio progressiva de un série de qualidades que conduziram os professores a perda de contr le e sentido sobre o préprio trabalho, ou seja, A perda de autonom Em primeiro lugar, irei expor os argumentos fundamentais nos qu. se sustenta essa tese. Em segundo lugar, tentarei discutir alguns seus pressupostos, relativos principalmente ao que os professor perdem e conservam nos processos de controle aos quais seu traball ésubmetido. Em terceiro lugar, veremos como os processos de tran formagao do trabalho docente em nosso contexto recente podem n ajudar a entender a teoria da proletarizagao. Tudo isso nos permiti concluir acerca da confluéncia dos processos de controle ideolégice técnico no ensino. Como tentarei mostrar, o que esté em jogo na per de autonomia dos professores é tanto 0 controle técnico ao qual po sam estar submetidos como a desorientagao ideolégica a qual possa se ver mergulhados. 1. 0 debate sobre a proletarizacio do professores Da mesma forma que 0 profissionalismo, tanto como desc cdo ou expressdo de desejo, constitui um debate vivo no seio « comunidade educativa, outro dos temas controversos é 0 da pa latina perda por parte dos professores daquelas qualidades que f ziam deles profissionais, ou, ainda, a deterioragao daquelas con¢ Ges de trabalho nas quais depositavam suas esperancas de alcang tal status. E esse o fendmeno que passou a ser chamado de proces: de proletarizagdo. Embora nao se possa falar de unanimidade entre os autores q defendem a teoria da proletarizacao de professores, a tese basica de sa posicao é a consideragio de que os docentes, enquanto categor sofreram ou esto sofrendo uma transformagao, tanto nas caracter ticas de suas condigies de trabalho como nas tarefas que realizar que 0s aproxima cada vez mais das condigées e interesses da clas operaria. Autores como Apple (1987; 1989b; Apple e Jungck, 19

Vous aimerez peut-être aussi