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Programa Especial de Formação Pedagógica R2

Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE

LUCIANA MARIA DOS SANTOS

Educação Prisional

São Paulo
2017

LUCIANA MARIA DOS SANTOS

Educação Prisional

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Programa Especial de Formação Pedagógica R2
Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE

Trabalho final apresentado à disciplina


Educação Prisional como exigência parcial
para a obtenção do curso de Programa
Especial de Formação Pedagógica R2 –
Turma 96, sob a supervisão do Professor
Roberto de Souza

Pólo: Jundiai

São Paulo
2017

Sumário

Introdução........................................................................................................... 04

2. Inclusão e Ressocialização do Jovem Infrator................................................ 05


3. Educação a Distância Para Apenados........................................................... 09
4. Origem e Breve Histórico do Sistema Prisional.............................................. 12
5. Tipo de Prisão no Brasil.................................................................................. 14
6. Noções Básicas Do Direito Penitencíário....................................................... 16

Conclusão........................................................................................................... 18

Referências Bibliográficas.................................................................................. 19

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Introdução

A criminalidade vem crescendo cada vez mais em nosso país, principalmente


entre os menores. A mídia mostra, praticamente, todos os dias que adolescentes
e até crianças cometendo crimes bárbaros, causando revolta em toda sociedade.
Vale ressaltar que a maioria delas não possui uma educação básica satisfatória
A Constituição Federal Brasileira prevê o direito à educação para todos,
portando, a educação para os que estão privados da liberdade baseia-se neste
princípio. É um direito humano muitas vezes negligenciado, havendo, portanto,
grandes desafios para o seu processo de estabelecimento e consolidação nesse
contexto.
O nível educacional geralmente baixo das pessoas que entram no sistema
carcerário reduz seus atrativos para o mercado de trabalho. Isso sugere que
programas educacionais pode ser um caminho importante para preparar os
detentos para um retorno bem-sucedido à sociedade.
A grande maioria dos indivíduos presos não tiveram melhores
oportunidades ao longo de suas vidas, principalmente a chance de estudar para
garantir um futuro melhor. Nesse sentido, o tempo que despenderá atrás das
grades pode e deve ser utilizado para lhe garantir estas oportunidades que nunca
teve, por meio de estudo e, paralelamente, de trabalho profissionalizante.
No Brasil a educação, apesar dos avanços significativos nos últimos anos
ainda é um desafio, veremos a seguir que quando se trata de educação prisional
esses desafios aumentam.

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1. INCLUSÃO E RESSOCIALIZAÇÃO DO JOVEM


INFRATOR

Nos últimos anos percebe-se que vem aumentando a cada dia a


criminalidade no Brasil, especialmente, entre crianças e adolescentes, por fatores
sociais, morais e psicológicos. A mídia bem como as redes sociais exibe,
diariamente adolescentes e até crianças perpetrando crimes desumanos,
causando indignação em toda sociedade. Desta forma, consistiu em demonstrar
se as medidas aplicadas aos adolescentes que praticam algum ato infracional
alcançam sua finalidade, reintegrando o infante, seja no caráter pedagógico,
ressocializando o adolescente, ou de maneira punitiva, reprimindo o adolescente
pelo ato infracional cometido. Pois, a partir da aplicação dessas medidas é que
saberemos se há sua eficácia, ao percebermos as mudanças sofridas pelo os
jovens infratores por conta das medidas socioeducativas perante seu reingresso
na sociedade, com valores e dignidade.

A Constituição Federal de 1988 constitui a qualidade de inimputável do


menor, exigindo a formação de lei específica com interesse de regularizar tal
situação. A lei específica criada foi a Lei n° 8.069/90 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), que prediz diversos direitos conferidos ao menor, nos quais prevê a
apuração de atos infracionais, seu regulamento, as medidas aplicadas e a
instituição do órgão do conselho tutelar. O Estatuto da Criança e do Adolescente
prevê medidas com caráter pedagógico, visando a ressocialização do
adolescente. Mas como é notório para a população que esses jovens infratores se
transformam em seres piores ao reingressarem na sociedade, sendo basilares
essas medidas socioeducativas não são aplicadas com esse caráter previsto no
Estatuto, mas sim com um caráter punitivo, posto que a reeducação e
ressocialização do infante não têm sido alcançadas. Vale ressaltar, que em nosso
país têm diferentes alternativas para que os jovens infratores possam de maneira
adequada se ressocializar, ou seja, se reinserir na sociedade de maneira propícia
e igualitária perante outros jovens que não praticaram nenhum delito. Uma das
medidas socioeducativas mencionadas pela lei para assegurar que esses jovens

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tenham ensejo é o programa de liberdade assistida no qual os adolescentes tem a


oportunidade de envolver a diversas atividades que tendem uma melhor
qualidade de vida, contudo em determinado casos podem não ter êxito como o
esperado provocando um incômodo até para famílias que esperam no programa e
que adorariam de colaborar.

Portanto, observamos que as medidas apresentadas pela lei, todavia


ainda carecem incentivos financeiros que cooperem com essas ações sociais e
que possam recuperar a juventude afastada e também oferecer maior
comodidade aos familiares e minimizar a criminalidade sem que apresente o
emprego de medidas extremas como a própria detenção e até mesmo a
“marginalização” desses jovens que cometeram um crime e tem a chance de se
eximir diante a sociedade. Assim, conferir-se que o ECA deveria ser aplicado
conforme as regras, para que as medidas conseguissem ter a eficácia desejada,
ou seja, para que sejam capazes de alcançar a efetiva reeducação e reintegração
do adolescente infrator, pois é dever de todos contribuírem para que esses jovens
sejam ressocializados de maneira correta na sociedade.

2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA APENADOS

Cotidianamente, muito se discute sobre EaD e sua importância para a


democratização da Educação. A AMPLIAÇÃO ao acesso à tecnologias nos
últimos anos possibilita o acesso de milhões de pessoas ao ensino. E, dentro
desta nova modalidade de aprender e ensinar, o processo educacional se
transforma radicalmente.
Inicialmente, o intuito da EAD era o de oferecer acesso à educação básica às
camadas sociais menos favorecidas economicamente, disponibilizando material
ao aluno por correspondência. Com a modernização dos meios de comunicação
(rádio, telégrafos e telefone) a difusão dessa forma de ensino foi melhorada
(MUGNOL; 2009).
O uso da EAD impactou na evolução sociocultural e tecnológica do ser humano,
pois as novas tecnologias mudaram a forma como as organizações pensavam.

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Essa mudança se deu devido à possibilidade do desenvolvimento das atividades


de estudo, sem que o aluno e/ou professor estejam necessariamente
compartilhando o mesmo horário e espaço.
Segundo PEREIRA e BIZELLI (2012), para que um aluno aprenda, a EAD deve
criar um espaço para que a aprendizagem ocorra através da geração, promoção e
implementação de situações que levam o aluno a assimilar determinado assunto.
PITALUNGA (2013) complementa que uma das vantagens da utilização da EAD é
a participação do aluno nos avanços tecnológicos, isso favorece as trocas de
experiências, esclarecimentos de dúvidas e principalmente, aquisição de
conhecimento. Com o reconhecimento oficializado pelo MEC que a EAD é uma
modalidade alternativa à educação convencional, com o decreto n. 5622/ 2005,
essa nova metodologia de ensino chamou a atenção para a criação do Projeto de
Lei n. 5189/2005 aprovando a criação de Escolas Virtuais nos presídio Federais e
Estaduais com o objetivo de oferecer mais uma nova forma de ensino aos
apenados.
Em 2005, houve pela primeira vez na história, uma iniciativa com o objetivo de se
desenvolver um projeto de educação que seria oferecida aos apenados, essa
iniciativa tinha a participação do MEC por meio da Diretoria de Educação de
Jovens e Adultos, e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade (SECADI/MEC) que foi desenvolvida integrando o Ministério da
Justiça (MJ) e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
(SDH/PR) (GRACIANO,2005).
Sob a autoria de Carlos Nader o Projeto de Lei (PL) 5189/05 aprovado determinou
a implantação de Escolas Virtuais nos presídios federais e estaduais. De acordo
com o texto será oferecido cursos de Alfabetização, Ensino Fundamental, Médio e
técnico profissionalizante a todos os agentes penitenciários e presos, as
atividades poderão ser desenvolvidas pelas entidades filantrópicas e pelas
instituições Públicas. GRACIANO (2005) cita que pela falta de maiores detalhes
do MEC, a educação oferecida aos servidores e apenados, muitas vezes
dependem da vontade do governo estadual, o trabalho que foi desenvolvido por

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este autor comenta que em São Paulo ocorreram oscilações de interesse devido
às reorganizações administrativas e orçamentárias.
GRACIANO (2010) diz que não existem dados concretos sobre as atividades
educativas que são aplicadas nas prisões, as ações existentes, segundo
pesquisas acadêmicas, e noticias, apontam que a “educação“ é tratada de uma
forma que engloba propostas educacionais não formais quanto às atividades
formais essas iniciativas são promovidas geralmente pelas Organizações não
governamentais como entidades filantrópicas e/ou religiosas. O apenado além do
benefício da elevação de sua escolaridade, consegue também recuperar sua
autoestima facilitando sua reintegração social (CUNICO, 2009). Sobre a educação
aos jovens e adultos é prevista na constituição desde 1824, relação da existência
desta lei tinha como objetivo a necessidade da população estar apta para a nova
realidade social que o Brasil queria desenhar (GRACIANO, 2010). GRACIANO
(2010) que acompanhou algumas iniciativas educativas dentro das prisões de São
Paulo relatou que, em um dos cursos passou por dificuldade de acesso a um
material de 120 páginas, primeiramente o instrutor financiou com recursos
próprios, na segunda vez um funcionário da unidade se propôs em tirar cópia,
mas este acabou não conseguindo obter o material, dizendo que o sistema
prisional dificultou a execução daquilo que ele havia se oferecido a fazer, baseado
nesta limitação ou dificuldade, a utilização de um sistema virtual poderia
solucionar este tipo de problema. Outro problema citado por este mesmo autor, é
que por razões de segurança os educadores não podem fazer um
acompanhamento constante dos apenados já que dependem diretamente da
autorização da segurança do presidio, essa outra característica também pode ser
suprida pelo fato da EAD não necessitar que aluno e professor compartilhem o
mesmo tempo e espaço. embora ainda haja paradigmas contrários ao uso da
Internet dentro do ambiente carcerário por causa do perigo de maior
disseminação do crime organizado. A Educação à Distância se torna excelente
alternativa, fazendo-se possível pelo sistema Intranet: um modelo assíncrono4
privado que registra a comunicação entre os protagonistas e permite que os
mesmos tenham acesso a conteúdo comum, tais como, arquivos, chats, fóruns e

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manuais eletrônicos. Possibilitando ainda, a utilização de material sonoro, visual e


audiovisual, incluindo recursos eletrônicos e telemáticos (ROSINI, 2007).

3. ORIGEM E BREVE HISTÓRICO DO SISTEMA PRISIONAL

A origem do conceito de prisão como pena teve seu início em mosteiros


no período da Idade Média. Com o propósito de punir os monges e clérigos que
não cumpriam com suas funções, estes que faltavam com suas obrigações eram
coagidos a se recolherem em suas celas e se dedicarem à meditação e à busca
do arrependimento por suas ações, ficando, dessa forma, mais próximos de Deus.
Inspirados com a ideia, os ingleses construíram em Londres o que foi considerada
a primeira prisão destinada ao recolhimento de criminosos. A House of Correction
foi erguida no período entre 1550 e 1552, mas o conceito de seu funcionamento
se difundiu de forma acentuada no século XVIII.1 Por vários séculos, a prisão
serviu de contenção nas civilizações mais antigas como: Egito, Pérsia, Babilônia,
Grécia, etc. e esta tinha por finalidade ser um lugar de custódia e tortura.2 A
primeira instituição penal na antiguidade foi o Hospício de San Michel, em Roma,
cuja destinação era primeiramente encarcerar “meninos incorrigí- veis”, esta se
denominava Casa de Correção (MAGNABOSCO, 1998) Até o século XVIII, o
Direito Penal era marcado por penas cruéis e desumanas, não havendo até então
a privação de liberdade como forma de pena, mas sim como custódia, isto é, uma
forma de garantir que o acusado não iria fugir e também um meio para a
produção de provas, frequentemente usando métodos de tortura, considerada
legítima. O acusado aguardava o julgamento e a pena subsequente, privado de
sua liberdade, em cárcere. O encarceramento era um meio, não o fim da punição.

Foi apenas no século XVIII que a pena privativa de liberdade passou a


fazer parte do rol de punições do Direito Penal. Com o gradual banimento das
penas cruéis e desumanas, a pena de prisão passa a exercer um papel de
punição de facto. Segundo o filósofo e historiador francês Michel Foucault (1926-
1984), a mudança nas formas de punição acompanha transformações políticas do
século XVIII, isto é, a queda do antigo regime e a ascensão da burguesia. A partir
daí a punição deixa de ser um espetáculo público, por que isso passou a ser visto

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como um incentivo à violência, e adota-se a punição fechada, que segue regras


rígidas. Portanto, ao invés de punir o corpo do condenado, pune-se a sua “alma”.
Essa mudança, segundo o autor, é um modo de acabar com as punições
imprevisíveis do soberano sobre o condenado, gerando proporcionalidade entre o
crime e a punição.

É no fim do século XVIII que começam a surgir os primeiros projetos do


que se tornariam as penitenciárias que conhecemos hoje. Primeiramente com o
inglês John Howard (1726-1790) que, em 1777, publica o livro The State of
Prisons in England and Wales (As condições das prisões da Inglaterra e Gales),
onde faz uma dura crítica à realidade prisional da Inglaterra e propõe uma série
de mudanças para melhorar a condição dos presos. Considerado por muitos o pai
da ciência da penitenciária, Howard propõe a criação de estabelecimentos
específicos para a nova visão do cárcere que tem a restrição da liberdade como
punição em si.

Outro inglês, Jeremy Bentham (1748-1832), defendia a punição


proporcional. Para ele, “a disciplina dentro dos presídios deve ser severa, a
alimentação grosseira e a vestimenta humilhante”, mas todo esse rigor serviria
para mudar o caráter e os hábitos do delinquente. Em 1787, ele escreveu
“Panóptico”, onde descrevia uma penitenciária modelo – com uma estrutura
circular, uma torre no centro e as celas nas bordas – onde apenas um homem
vigiaria todos os prisioneiros ao mesmo tempo, sem que estes o vissem.

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Figura 1: arquitetura do panóptico imaginado por J. Bentham, por Willey Riveley, 1791.Fonte:
Wikipédia

No final do século XVIII e início do século XIX, surgem na Filadélfia os


primeiros presídios que seguiam o sistema celular, ou sistema da Filadélfia. O
preso ficava isolado em sua cela, em reclusão total, sem contato com o mundo
externo e com os outros presos. Em 1820 surge nos Estados Unidos o Sistema
Auburn ou Sistema de Nova Iorque, que adotava a reclusão e o isolamento
apenas no período noturno. Durante o dia, as refeições e o trabalho eram
coletivos, mas impunha-se regra de silêncio, os presos não podiam se comunicar
ou mesmo trocar olhares, a vigilância era absoluta.

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Foi também na Inglaterra, em Norfolk, que surgiu a progressão de pena,


no qual o preso passava por estágios, começando com a reclusão total, depois
somente no período noturno, até entrar no terceiro estágio, um regime
semelhante ao da liberdade condicional e, finalmente, a liberdade.

Após essa experiência em Norfolk, esse sistema é adotado e


aperfeiçoado em outros lugares. Na Irlanda, por exemplo, havia uma quarta fase
antes da liberdade condicional, na qual o preso trabalhava em um ambiente
aberto sem as restrições que um regime fechado compreende. No sistema de
Montesinos, na Espanha, o preso poderia ter um trabalho remunerado para ajudar
a regenerar o indivíduo. A Suíça cria um novo tipo de estabelecimento
penitenciário em que os presos ficavam na zona rural, trabalhavam ao ar livre,
eram remunerados e a vigilância era menor.

4. SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

O sistema penitenciário brasileiro foi marcado por episódios que revelam e


apontam para o descaso em relação às políticas públicas na área penal, bem
como para a edificação de modelos aos quais se tornaram inviáveis quando de
sua aplicação. Foi a partir do século XIX que se deu início ao surgimento de
prisões com celas individuais e oficinas de trabalho, bem como arquitetura própria
para a pena de prisão.
Até 1830, por ser ainda uma colônia portuguesa, não tinha um Código Penal
próprio, submetendo-se às Ordenações Filipinas, que, em seu livro V, elencava
crimes e penas que seriam aplicadas no Brasil. Pena de morte degredo para as
galés e outros lugares, penas corporais (como açoite, mutilação, queimaduras),
confisco de bens e multa e ainda penas como humilhação pública do réu eram
exemplos de penas aplicadas na colônia. Não existia a previsão do cerceamento
e privação de liberdade posto que as ordenações são do século XVII e os
movimentos reformistas penitenciários começam somente no fim do século
seguinte. Nesta época, portanto, as prisões eram apenas local de custódia. Em
1890, o novo Código Penal aboliu as penas de morte, penas perpétuas, açoite e
as galés e previa quatro tipos de prisão: célula; reclusão em “fortalezas, praças de

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guerra ou estabelecimentos militares”, destinada aos crimes políticos; prisão com


trabalho que era “cumprida em penitenciárias agrícolas, para esse fim destinadas,
ou em presídios militares; e disciplinar, cumprida em estabelecimentos especiais
para menores de 21 anos. Uma inovação desse Código foi estabelecer limite de
30 anos para as penas.
Desde a promulgação do Código Criminal de 1830, já se percebia uma escassez
de estabelecimentos para o cumprimento das penas previstas no Código.
São muitos os fatores que fizeram que o sistema carcerário brasileiro chegasse à
precariedade em que se encontra atualmente. Os pontos mais graves são: o
abandono, a falta de investimento e o descaso do poder público. Dessa forma,
aquele sistema que tinha o intuito de se tornar um instrumento de substituição das
penas desumanas, como as de morte e tortura, não tem desempenhado o seu
papel e, muito ao contrário, tem se tornado um motivo para o aperfeiçoamento de
criminosos, além de ter como principal atributo a insalubridade, já que se trata de
atmosferas sujas, sem espaço suficiente para todos os detentos, sendo assim,
impossível tratar da ressocialização de qualquer um deles.

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5. TIPOS DE PRISÃO NO BRASIL


De acordo com o Supremo Tribunal Federal no Brasil, existem diferentes tipos de
prisão no nosso país, ou seja, diferentes formas pelas quais uma pessoa pode
parar atrás das grades, que dependem das circunstâncias de cada caso.

Prisão Temporária: A prisão temporária é uma modalidade de prisão utilizada


durante uma investigação. Geralmente é decretada para assegurar o sucesso de
uma determinada diligência “imprescindível para as investigações”. Conforme a
Lei 7.960/89, que regulamenta a prisão temporária, ela será cabível: I - quando
imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado
não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo
com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do
indiciado nos seguintes crimes de homicídio, sequestro, roubo, estupro, tráfico de
drogas, crimes contra o sistema financeiro, entre outros.
O prazo de duração da prisão temporária, em regra, é de 5 dias. Entretanto,
existem procedimentos específicos que estipulam prazos maiores para que o
investigado possa permanecer preso temporariamente.
Prisão Preventiva: A prisão preventiva atualmente é a modalidade de prisão
mais conhecida e debatida do ordenamento jurídico. Ela pode ser decretada tanto
durante as investigações, quanto no decorrer da ação penal, devendo, em ambos
os casos, estarem preenchidos os requisitos legais para sua decretação. O artigo
312 do Código de Processo Penal aponta os requisitos que podem fundamentar a
prisão preventiva, sendo eles: a) garantia da ordem pública e da ordem
econômica (impedir que o réu continue praticando crimes); b) conveniência da
instrução criminal (evitar que o réu atrapalhe o andamento do processo,
ameaçando testemunhas ou destruindo provas); c) assegurar a aplicação da lei
penal (impossibilitar a fuga do réu, garantindo que a pena imposta pela sentença
seja cumprida).
O STF rotineiramente vem anulando decretos de prisão preventiva que não
apresentam os devidos fundamentos e não apontam, de forma específica, a
conduta praticada pelo réu a justificar a prisão antes da condenação. A

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Constituição Federal determina que uma pessoa somente poderá ser considerada
culpada de um crime após o fim do processo, ou seja, o julgamento de todos os
recursos cabíveis.
Prisão em Flagrante: A prisão em flagrante possui uma peculiaridade pouco
conhecida pelos cidadãos, que é a possibilidade de poder ser decretada por
“qualquer do povo” que presenciar o cometimento de um ato criminoso. As
autoridades policiais têm o dever de prender quem esteja em “flagrante delito”.
Prisão para execução da pena: A prisão que objetiva o início da aplicação de
uma pena foi objeto de discussão de um recente debate pelo Plenário do
Supremo Tribunal Federal. Os ministros entenderam que ela somente pode ser
iniciada quando forem julgados todos os recursos cabíveis a serem interpostos,
inclusive àqueles encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ – Recurso
Especial) e Supremo Tribunal Federal (STF – Recurso Extraordinário). Entretanto,
isso se aplica aos condenados que responderam o processo em liberdade, pois
contra estes não existiam fundamentos para decretação da prisão preventiva.
Caso surjam novos fatos que justifiquem a prisão a preventiva, os condenados
poderão ser recolhidos antes do julgamento dos recursos.
Esta modalidade de prisão é regulamentada pela Lei de Execuções Penais (Lei
7.210/1984), que possibilita, inclusive, o sistema de progressão do regime de
cumprimento das penas, trata dos direitos e deveres dos presos e determina as
sanções às faltas disciplinares, entre outros temas.
Prisão preventiva para fins de extradição: Medida que garante a prisão
preventiva do réu em processo de Extradição como garantia de assegurar a
efetividade do processo extradicional. É condição para se iniciar o processo de
Extradição. A Extradição será requerida depois da Prisão Preventiva para
Extradição, por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado que a
requerer, diretamente de governo a governo. O Ministério das Relações Exteriores
remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que o encaminhará ao STF, cabendo
ao Ministro Relator ordenar a prisão do extraditando, para que seja colocado à
disposição do Supremo Tribunal Federal.

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A importância da prisão preventiva para extradição se dá pelo fato de que seria


impossível para o país, que pretende julgar um criminoso, apresentar pedido de
extradição para um determinado estado onde o procurado foi localizado, mas logo
após este fugir para outro país.
Também de nada adiantaria conceder um pedido de extradição, mas na hora de
entregar o estrangeiro ao Estado requerente, não estar com ele em mãos.
Entretanto, em casos excepcionais, o STF tem autorizado que estrangeiros com
pedido de extradição em curso possam aguardá-lo em liberdade.
Prisão civil do não pagador de pensão alimentícia: Esta é a única modalidade
de prisão civil admitida na Justiça brasileira. Recentemente o Supremo
reconheceu a ilegalidade de outra espécie de prisão civil, a do depositário infiel.
A prisão civil do não pagador de pensão alimentícia tem por objetivo fazer com
que o pai ou mãe, ou outro responsável, cumpra sua obrigação de prestar
alimentos ao seu filho. Existem debates sobre a possibilidade do filho também
possuir o dever de prestar alimentos aos pais, quando estiverem passando
necessidades.

6. NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PENITENCIÁRIO

Denominação do Direito Penitenciário


O art. 24, I, da CF optou pelo denominação “Direito Penitenciário”, eliminando a
preferência por denominações como: direito da execução penal, direito penal
executivo.Já a exposição de motivos da Lei de Execução Penal preferiu a
denominação Direito de Execução Penal.A preferência pela denominação “Direito
Penitenciário”, funda-se no caráter da autonomia de suas normas, o que não
aconteceria com o Direito da Execução Penal, haja vista que este se forma a
partir de elementos do Direito Penal, Direito Processual Penal e Administrativo,
carecendo de um objeto próprio e autônomo.
Direito Penitenciário é o conjunto de normas jurídicas que disciplinam o
tratamento do condenado (em meio fechado ou em meio aberto). Já o Direito da
Execução Penal é o conjunto de normas que regulam a execução de todas as

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penas. Jescheck – o Direito da Execução Penal compreende os preceitos


jurídicos e administrativos relativos à aplicação, execução e controle das penas,
medidas de segurança e consequências acessórias impostas executivamente. Já
o Direito Penitenciário é a parte do Direito de Execução Penal, que regula a forma
e classe das penas e das medidas privativas de liberdade nos estabelecimentos
penitenciários. O Direito Penitenciário, com base no art. 24, I, CF, tem o amplo
sentido da moderna política penitenciária, não se reduzindo apenas à execução
da pena privativa de liberdade, mas compreendendo outras sanções penais, os
meios de ressocialização do condenado, os métodos de tratamento, a
organização dos estabelecimentos penitenciários, os diversos serviços e
organismos do Estado encarregados de outras medidas penais.

Histórico do Direito Penitenciário


As raízes do Direito Penitenciário começaram a formar-se no século XVIII, com os
estudos de Beccaria e Howard, haja vista as atrocidades cometidas com o
condenado durante a execução de pena. Foi a partir das obras dos citados
autores que começaram a surgir pontos iniciais para a renovação da Execução
Penal, posto que não compactuavam com o sistema existente. Só recentemente,
depois de variadas lutas, é se deu o reconhecimento dos direitos da pessoa
humana do condenado, ao surgir a relação de direito público entre o condenado e
o Estado.

Relação do Direito Penitenciário com as Disciplinas Jurídicas e as Ciências


Humanas
Direito Constitucional – o vínculo ocorre em virtude de que os princípios
fundamentais do Direito Penitenciário derivam da Constituição. A temática do
Direito Penitenciário liga-se fundamentalmente aos direitos do homem. Direito
Penal – são estreitas as relações do Direito Penitenciário com esse ramo do
direito, haja vista retirar dele os conceitos relativos à pena e à medida de
segurança. Direito Processual – a relação se dá a partir da jurisdicionalização da

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execução. O juiz está presente em todas as fases da execução, determinando os


atos principais a serem executados no processo.

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Conclusão

Além de um direito social, a educação tem sido entendida como um processo de


desenvolvimento humano. Mas as oportunidades e acesso a educação nem
sempre acabam sendo iguais para todos. Mesmo com os avanços alcançados
pelo Brasil nas duas últimas décadas, ainda há importantes desafios a
superarmos no que tange esse direito. Quando se trata de Educação para
apenados esses desafios aumentam ainda mais. Vale ressaltar que a cada ano
aumenta a criminalidade, assim como o número de encarcerados.
A relevância da educação prisional como instrumento de ressocialização e de
desenvolvimento de habilidades e de educação é notória no sentido de auxiliar os
reclusos a reconstruir um futuro melhor durante e após o cumprimento da
sentença.
Atualmente trabalhar com uma proposta de Ensino a Distância é algo a ser
considerado, pois, é observado um bom momento para se pensar nesse assunto,
como vimos anteriormente no gráfico sobre a evolução das matriculas da EAD,
indica que o crescimento da procura da EAD se tornou algo significativo, e que
pode combater o grande número de apenados sem ensino fundamental.
Freire adverte que “para ser válida a educação deve considerar as condições em
que o homem vive num exato lugar, momento e contexto” (FREIRE, 1980, p.34).
Sendo assim, as práticas educativas nos estabelecimentos penais devem ser
pensadas a partir das suas especificidades.

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Referências bibliográficas

CUNICO, M. M.; TUTOR DE EaD: Uma Inovação no Ensino Formal da Colônia


Penal Agrícola (CPA) do Sistema Prisional Paranaense. Universidade Federal do
Paraná, Curitiba – PR 2009.

GRACIANO, M.; A Educação como Direito Humano, A Escola na Prisão, Tese -


mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP, 2005.

GRACIANO, M.; A Educação nas Prisões: Um Estudo Sobre a Participação da


Sociedade Civil, Tese - Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP,
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