Vous êtes sur la page 1sur 10

Planejamento e Gestão de Projetos Públicos

Aula 01

Prof. Milton de Almeida Barbosa

1
Pró-reitoria de EaD e CCDD
Introdução
Esta disciplina destina-se a você que está em busca de conhecimentos,
seja por interesse pessoal ou profissional, assim como aos interessados em
ingressar na carreira pública.
O nosso objetivo é orientar e capacitar você quanto aos conceitos,
processos e práticas relacionados ao planejamento e gestão de projetos
públicos.
O conteúdo da disciplina que vamos estudar a partir de agora vai abranger
desde os conceitos introdutórios gerais de planejamento e gestão de projetos
públicos, até um breve histórico do planejamento público no Brasil. Vai abordar
os princípios, processos e fases do orçamento público, finanças públicas e a
participação da sociedade, os princípios da lei de responsabilidade fiscal; e, nas
duas últimas rotas, vamos nos dedicar aos estudos das etapas de projetos
públicos e de suas peculiaridades, inclusive a fiscalização e o controle,
embasados nas normas legais.

Tema 1: Planejamento e Gestão

Planejamento é o processo de busca de equilíbrio entre meios e fins,


entre recursos e objetivos, bem como a elaboração de estratégias de ações para
sua execução, visando ao desenvolvimento futuro de empresas, instituições,
setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas,
baseando-se nas condições externas e internas.
Então, resumidamente, “planejamento” é um instrumento que visa a ações
necessárias no presente, enxergando melhores soluções para o futuro, ou seja,
planejamento nada mais é do que pensar o futuro, uma forma de atingir os
nossos objetivos com sucesso.
Gestão acompanha os passos do planejamento o tempo todo, na busca
dos objetivos traçados, com foco nas ações em todas as áreas e no controle das
variáveis que podem influenciar nos resultados.

2
Pró-reitoria de EaD e CCDD
Fundamentos de planejamento público:
Planejamento público é o principal instrumento que os gestores públicos
têm para mudar uma realidade para melhor. Melhorando os serviços públicos e
concorrendo para o bem-estar da comunidade em geral. O planejamento público
visa a criar metas, objetivos e programas de ação para a sua execução,
podendo-se dizer que planejamento é uma ferramenta da gestão estratégica no
benefício ao cidadão.
Para ter um planejamento, você precisa planejar, certo?
Então, o que é Planejar?
É definir com antecedência onde quero chegar, com base na realidade
objetiva, claro, e dentro das possibilidades permitidas, e aí, então, elaborar o
planejamento estratégico que será executado.
O ato de planejar é o processo de reflexão, de tomada de decisão sobre
a ação, de previsão dos meios necessários – materiais e recursos –, para
alcançar os objetivos.
Por que planejar?
Para facilitar os nossos passos na execução do plano estratégico e atingir
os nossos objetivos com mais segurança e agilidade.
Por exemplo: você não está fazendo o Curso de Ciência Política sem,
antes, ter planejado, certo? Com certeza, você planejou realizar esse curso,
pensando em se qualificar para se promover e ter um salário melhor ou, quem
sabe, para realizar concurso e ingressar no setor público. Além disso, você ainda
tem que se planejar quanto ao horário para estudar, quanto à maneira de adquirir
os recursos para pagar as mensalidades etc. Enfim, houve um planejamento.
Dando continuidade para entendermos melhor o que é planejamento,
podemos dizer que planejamos o tempo todo, por exemplo, o horário que vamos
dormir, ao pensar no horário em que teremos de despertar, devido aos
compromissos do dia seguinte; ou ao levantar, quando já nos organizamos para
dar conta de tudo aquilo que planejamos para o decorrer do dia.

3
Pró-reitoria de EaD e CCDD
Estamos sempre pensando e planejando o que vamos fazer no trabalho,
nos negócios e assim por diante. Quando fazemos algo sem planejarmos, a
tendência é dar problemas, não é mesmo? Por exemplo, quando gastamos mais
do que recebemos, o resultado será negativo, porque não planejamos os nossos
gastos. Se estivermos viciados em fazer isso na maioria das vezes, vamos ter
algum prejuízo na nossa vida pessoal e é possível que isso nos acompanhe em
todas as áreas da nossa vida, abrangendo a família, os estudos, o trabalho, os
negócios, inclusive levando esse costume para as instituições, enfim, para toda
a nossa vida.

Tema 2: História do Planejamento Público no Brasil

Aqui será apresentada uma retrospectiva histórica das primeiras


experiências brasileiras de planejamento público. Isso quer dizer que o
planejamento sempre existiu desde que o mundo é mundo. O marco no cenário
brasileiro ocorreu na década de 1930, com a transição entre dois modelos de
Estado no Brasil.
Antes de 1930, o Brasil era conhecido como República Velha. Nesse
período, o Brasil foi marcado pelo governo de presidentes civis, com o domínio
político das elites agrárias, quando o Brasil se firmou como exportador de café.
O Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM),
ligados ao setor agrário, controlavam as eleições e dominavam o cenário político
da República, se mantendo no poder de maneira alternada. Então, ocorreu a
queda da bolsa de Nova Iorque, em 1929, atingindo a estrutura econômica, que
estava baseada na agricultura, principalmente na produção e exportação de
café, ocasionando uma redução drástica no mercado consumidor para o produto
brasileiro.
Por conta do cenário econômico negativo e de conflitos crescentes entre
as elites políticas regionais, abriu-se espaço para o movimento político que
culminou na chamada Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a
presidência em caráter provisório. Quatro anos depois, foi finalmente efetivado

4
Pró-reitoria de EaD e CCDD
no cargo, tornando-se presidente constitucional, via eleição indireta. Tudo isso
apenas para, logo em seguida, em 1937, dar um golpe nas oposições,
dissolvendo os partidos políticos e assumindo o caráter de ditador. Nesse
momento, Getúlio Vargas teve apoio de grande parte da população,
principalmente da classe média. Assim, foi estabelecido o fim do antigo modelo
e se instalou a fase da ditadura, o chamado Estado Novo.
O Estado Novo é o nome que se deu ao período em que Getúlio
Vargas governou o Brasil, de 1937 a 1945, o qual ficou marcado no campo
político por se tratar de um governo ditatorial. Ainda assim, podemos dizer
que Getúlio Vargas foi o primeiro presidente republicano a pensar no Brasil como
nação, ou seja, tentando pensar um país organizado e planejado, ainda que sob
a tutela de um ditador.
Durante o Estado Novo, é certo dizer que houve pontos positivos e
negativos para o país. No aspecto positivo, além de tratar da área econômica
com a modernização industrial e investimentos na área de infraestrutura, tomou
medidas favoráveis aos trabalhadores brasileiros, contribuindo para grandes
avanços no país. Os trabalhadores foram beneficiados com as leis trabalhistas,
garantindo, assim, diversos direitos que até então não existiam. Porém, nem tudo
foi benéfico no Estado Novo, por exemplo, a falta de democracia e a censura aos
meios de comunicação, com a criação de um Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP) para controlar e censurar as manifestações contrárias. Nesse
período, houve perseguição e repressão às manifestações políticas e sociais.
O fim do Estado Novo ocorreu em 1945, com o final da II Guerra Mundial,
quando a opinião pública começou a contestar o regime ditatorial de Vargas. A
maioria da população brasileira queria a volta da democracia e, então, a cada
dia aumentava a pressão para a renúncia de Getúlio Vargas. Os chefes militares
tomaram as providências, temendo a possibilidade de Getúlio Vargas, com o
objetivo de se manter no cargo, vir a boicotar as eleições, que aconteceriam em
dezembro de 1945. Então, com um movimento militar liderado por generais, no

5
Pró-reitoria de EaD e CCDD
dia 29 de outubro de 1945, depuseram Getúlio Vargas da presidência da
República.
No ano seguinte, o então Presidente Eurico Gaspar Dutra, dando
continuidade ao padrão de desenvolvimento do país, lançou um elaborado
plano econômico, chamado plano SALTE, iniciais que representavam
planejamento na área da saúde (S), alimentação (AL), transporte (T) e energia
(E), pretendendo estimular essas áreas.
A iniciativa desse plano foi com o intuito de diminuir os problemas sociais
do país, em meio a um complicado período inflacionário, como forma de
direcionar o dinheiro público para os setores emergenciais, mas o plano só foi
anunciado pelo Presidente em 1948.
O plano SALTE foi responsável por grandes avanços no crescimento e
desenvolvimento econômico do país no período em questão, porém, se tornou
um pesadelo aos trabalhadores, porque o governo cortou vários gastos, inclusive
o piso salarial, com o objetivo de diminuir a inflação. Portanto, por conta do
aumento da inflação, o plano SALTE acabou fracassando e não apareceu o
resultado esperado.
Em 1950, através de eleições democráticas, Getúlio Vargas voltou ao
poder e consolidou uma política desenvolvimentista baseada nos princípios do
planejamento econômico nos setores produtivos industriais e financeiros.
Continuou com uma política nacionalista, governando de 1951 a 1954, quando
se suicidou.
No Brasil, no que diz respeito ao planejamento público, foram na
década de 1950 que se desenvolveram as primeiras e mais expressivas
experiências de ações governamentais voltadas para o planejamento e a
execução no âmbito federal. No período de 1956 a 1961, o governo de
Juscelino Kubitschek tinha como objetivo a implantação do Plano de Metas, com
participação mais ativa do Estado na economia brasileira, para que o Brasil
crescesse “cinquenta anos em apenas cinco”, visando a um plano de

6
Pró-reitoria de EaD e CCDD
desenvolvimento que contemplava os setores da alimentação, indústria de base,
transporte, educação e energia, dividindo-o em trinta e uma metas.
O Plano era muito ousado para desenvolver e alcançar todas as metas
com eficiência e para isso o Brasil precisava de muito capital. O Plano trouxe
resultados positivos no setor da indústria, que se modernizou rapidamente,
porém, como resultado negativo, surgiu uma alta dívida internacional em
consequência dos empréstimos contraídos para o Plano. Almejando o
desenvolvimento nacional, o poder político foi levado a desempenhar ações cada
vez mais complexas, tanto de forma direta como de forma indireta, no conjunto
da economia.
O aprofundamento da experiência brasileira de planejamento
governamental prosseguiu a partir de 1964, durante o regime militar,
ganhando novos formatos e dando início a uma sequência de planos
formulados e implementados, como o Plano de Integração Nacional (PIN), o
Programa de Metas e Bases para a Ação do Governo e os Planos Nacionais de
Desenvolvimento I, II e III, com perfis economicamente concentradores de
rendas e estilo político autoritário e centralizador. É nesse contexto que se
configura o que podemos chamar de um Estado “herdado”, proveniente do
período militar, ou seja, a combinação que o país herdou desse período: um
Estado que associava patrimonialismo e autoritarismo.
No período de 1969 a 1974, no governo de Emílio Garrastazu Médici,
aconteceu um “milagre” no crescimento econômico brasileiro, com inflação baixa
e projetos de desenvolvimento governamental, como o Plano de Integração
Nacional (PIN), que apresentou resultados positivos com grandes incentivos
fiscais à agricultura e à indústria. Mas, no final da gestão do governo de Emílio
Garrastazu Médici, aconteceu mais uma crise econômica atingindo a história
política no Brasil, causada pela chamada “crise do petróleo”. Essa crise teve,
como consequência, o enfraquecimento do desempenho econômico brasileiro e
também do planejamento governamental, o qual sofreu em decorrência da
economia.

7
Pró-reitoria de EaD e CCDD
Na década de 1970, mais precisamente em 9 de novembro de 1972, foi
criado o Sistema de Planejamento Federal, com o Decreto nº. 73.353. Houve
então, a criação de um órgão central, estabelecendo a base do planejamento
que integrava várias atividades.
Em 1985, teve início a Nova República, como é conhecida na História
do Brasil, e o governo civil retomou iniciativas de planejamento, mas sem muito
sucesso inicial. Nesse período, chegou ao fim a ditadura militar e se deu início
ao processo de redemocratização, que dura até os dias de hoje.
Em 1988, a Constituição Federal trouxe diretrizes inovadoras para a
gestão pública, valorizando o planejamento público, como o plano plurianual
(PPA), sendo uma das principais novidades do marco constitucional, tornando-
se o principal instrumento de planejamento de médio prazo no sistema
governamental brasileiro. Falaremos mais sobre o PPA e outras leis na próxima
aula.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, o exercício da função do
planejamento é um dever do Estado, tendo caráter determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado. Assim, o planejamento definido no
Plano Plurianual (PPA) assume a forma legal e institucional para a ação nacional,
bem como para a formulação dos planos regionais e setoriais.
As experiências brasileiras de planejamento, principalmente nos últimos
30 anos, na era da redemocratização, continuam como um grande desafio, com
os Presidentes José Sarney (Plano Cruzado, Plano Cruzado II, Plano Bresser,
Plano Verão), Fernando Collor de Mello (Brasil Novo ou Plano Collor, Plano
Collor II), Itamar Franco (Plano Real), Fernando Henrique Cardoso (Projeto
Brasil 2020), José Inácio Lula da Silva (estabilidade econômica e inserção social)
e até os dias de hoje com Dilma Rousseff, para construir um Estado com mais
participação popular, um modelo de Estado “necessário”, que se iniciou
principalmente na gestão do Presidente Fernando Henrique Cardoso.
Estado “necessário” se define em atender às demandas necessárias
emergenciais da maioria da população. E para isso, é imprescindível gestores

8
Pró-reitoria de EaD e CCDD
públicos capacitados para promover a construção do Estado “necessário”,
principalmente no processo de elaboração de políticas públicas para a promoção
do bem-estar da sociedade e da transformação das relações Estado-Sociedade.
As transformações políticas, tecnológicas e econômicas levaram às
mudanças de planejamento e de modelos de gestão do setor público. O Brasil
encontra-se em constante mudança econômica e, por isso, surge a necessidade
de se adequar a essas transformações. Nesse cenário, o planejamento tem um
papel estratégico e fundamental para o desenvolvimento, implantação e sucesso
das ações e projetos públicos focados nas necessidades e benefícios do cidadão
brasileiro. Portanto, como ferramenta eficaz de gestão governamental, os
gestores devem contemplar o planejamento estratégico.
Para terminar essa aula, deixo claro que, no plano gerencial, que é o atual
modelo de planejamento estratégico governamental, o gestor público e todas as
suas ações devem se pautar nos princípios constitucionais da administração
pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), como
rege o artigo 37 da Constituição Federal.

Síntese

Nesta aula, falamos sobre as definições básicas de “planejamento” e


“gestão” e estabelecemos uma periodização com as principais fases do
planejamento público no Brasil, indo da Primeira República ao período atual.
Na próxima aula, abordaremos os princípios constitucionais que estão por
detrás do planejamento e da gestão na administração pública brasileira.
Aguardo vocês!
Até lá!

Referências

BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Brasília:


Senado Federal, 1988.

9
Pró-reitoria de EaD e CCDD
DAGNINO, Renato Peixoto. Planejamento Estratégico Governamental.
Florianópolis: Departamento de Ciências de Administração/UFSC; [Brasília].
CAPES: UAB, 2009.

FISCHMANN, Adalberto A.; ALMEIDA, Martinho Isnard R. Planejamento


Estratégico na Prática. Editora: Atlas, 1991.

NASCIMENTO, Edson Ronaldo. Gestão Pública. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,


2006.

10
Pró-reitoria de EaD e CCDD

Vous aimerez peut-être aussi