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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

ROSANA CRISTINA VALENTE GENEZINI

UMA VIAGEM PELO MUNDO DO CONHECIMENTO

CAMPINAS
2005

1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO

ROSANA CRISTINA VALENTE GENEZINI

UMA VIAGEM PELO MUNDO DO CONHECIMENTO


Memorial apresentado ao Curso de
Pedagogia – Programa Especial de
Formação de Professores em Exercício da
Região Metropolitana de Campinas da
Faculdade de Educação da Universidade
Estadual de Campinas como um dos pré-
requisitos para conclusão da Licenciatura
em Pedagogia.

CAMPINAS
2005

2
AGRADECIMENTOS

Embora agradecer seja correr o risco de esquecer de alguém, não poderia

deixar de fazer esse registro, pois a conclusão deste trabalho só foi possível com a

ajuda de inúmeras pessoas:

Às responsáveis pelo PROESF,

Às assistentes pedagógicas,

Às famílias Valente e Genezini,

pelo incentivo, confiança e paciência e que tanto contribuíram para a realização

desta etapa tão importante da minha vida acadêmica e profissional,

Muito obrigada.

3
Aos meus amores, Adilson, meu marido e Letícia Maria, minha
filha, grandes incentivadores do caminho que escolhi, dedico
este trabalho, por serem a melhor parte das minhas memórias.

4
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO................................................................................................... 6

O RAIAR DE UMA VOCAÇÃO................................................................................ 7

A REALIZAÇÃO DO PRIMEIRO SONHO............................................................... 8

AS ALEGRIAS DA VIDA E AS TRISTEZAS DO MAGISTÉRIO.............................. 11

CURSOS REALIZADOS NO PERÍODO DE 1993 A 2001...................................... 12

OS RUMOS QUE A VIDA NOS LEVA A TOMAR................................................... 13

TEORIA E PRÁTICA................................................................................................ 14

CONCLUSÃO.......................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 35

5
APRESENTAÇÃO

Gostaria desde já de manifestar minha recusa a


certo tipo de crítica científica que insinua faltar rigor
no modo como discuto os problemas e na linguagem
demasiado afetiva que uso. A paixão com que
conheço, falo ou escrevo não diminuem o
compromisso com que denuncio e anuncio. Sou
uma inteireza e não uma dicotomia. Não tenho parte
esquemática, meticulosa, racionalista e outra
desarticulada, imprecisa, querendo simplesmente
bem ao mundo. Conheço com meu corpo todo,
sentimentos, paixão. Razão também.

Paulo Freire, 2001

Produzir esse memorial me possibilitou um estar comigo mesma em

comunhão com a vida em toda sua plenitude, isto é, sem medo e dependência

psicológicos. Fiquei diante de mim, por muitos dias. Fiquei feliz, me conhecia.

Lembrei que para Jean-Jacques Rousseau, o conhecimento de si não é um

problema, é um dado: “Passando minha vida comigo, devo conhecer-me” (apud

Starobinski, 1991, p.187). Produzindo esse texto, pude voltar à casa dos meus pais,

rever papéis antigos, revirar artigos, textos produzidos na infância, também revi tudo

que produzi como educadora, quando atuei no 1º grau e no AJA – Alfabetização de

Jovens e Adultos. Promovi uma espécie de encontro comigo mesma de maneira

vívida e radical, que apresento em seis partes, enfatizando o relato das disciplinas

do Curso de Pedagogia, esteio da experiência profissional que tenho hoje.

A vivência do reviver o vivido me provocou um pensar sobre o estilo de

apresentação desse relatório circunstanciado. Recordava-me das atividades que

podiam contribuir para um julgamento global de minha qualificação pessoal e

profissional, dos trabalhos desenvolvidos, bem como das reflexões teóricas sobre

pontos significativos de minha trajetória existencial se articulando com o projeto de

6
investigação e a linha de pesquisa Pedagógica, que fossem capazes de revelar-me,

mostrando a pertinência da minha proposta de bacharelado e a sua implicação na

vida prática e cotidiana das escolas.

O RAIAR DE UMA VOCAÇÃO

Sou a sétima e última filha de uma família humilde, sendo meus pais

descendentes de italianos.

Em 1970, quando nasci, já tínhamos uma vida melhor e os meus irmãos já

trabalhavam para ajudar no orçamento mensal; eu era muito mimada por todos.

Meus pais lutaram com a vida e com as dificuldades financeiras para gerir

nossa grande família, trabalhando de forma árdua e competente para educar a mim

e aos meus irmãos, ensinando-nos os valores da responsabilidade, do compromisso

e da seriedade com aquilo que se faz e diz.

Somos uma família muito unida; mesmo casados nos reunimos sempre que

possível na casa de meus pais para conversarmos. Posso dizer que minha família é

um exemplo a seguir, porque nos dias de hoje é difícil encontrar pessoas solidárias e

prestativas como a minha família.

Tenho vagas lembranças da minha pré-escola porque era uma criança muito

tímida, quase não brincava, fazia somente as atividades solicitadas pela professora

e depois ficava sentada na cadeira perto dela.

No primário (1ª a 4ª séries) fui inspirada a ser professora pela dedicação das

mestras que me deram aulas, mas principalmente da professora Márcia, uma jovem

que nos tratava com muita calma, carinho e amor.

7
Desde pequena sonhava em ser educadora. Iniciei o ginásio e percebi que

era um outro mundo, pois o tempo era muito curto, os professores entravam na sala,

mandavam abrir o livro didático, nós fazíamos a leitura, que era comentada e só

ouvíamos o conteúdo que quase não era assimilado, porque decorávamos as

questões para realizar a avaliação. Os conteúdos não eram passados com o

verdadeiro sentido, mas sim de maneira irreal ou de forma que pensássemos que

toda a "história" era mágica e perfeita, omitindo certos detalhes importantes

mostrando a realidade que convém.

Quando terminei a 8ª série fiquei indecisa entre as profissões de professora

ou computação, que já na época, estava no auge; optei então, para o "modismo" da

tecnologia.

Concluí assim, o primeiro ano de processamento de dados e percebi que não

era exatamente o que eu desejava para o meu futuro; resolvi parar e começar o

magistério na EESG Professor Cyro de Barros Rezende.

A REALIZAÇÃO DO PRIMEIRO SONHO

Ao conhecer as disciplinas descobri o que realmente precisava para me

realizar profissionalmente: as aulas, os estágios que freqüentava e que fazia com

enorme satisfação e aos quais me dedicava ao máximo.

Formei-me no magistério em 1989. Era Professora e acabava de realizar meu

primeiro sonho.

Em 1990 ingressei como estagiária na E E P S G Professor Cláudio Gomes,

onde fiquei um ano trabalhando meio período e fiz um curso de extensão cultural: “A

criança e o conhecimento retomando a proposta pedagógica do ciclo básico”. Tendo

8
iniciado como estagiária, tinha necessidade de aprender mais, para assumir minhas

futuras classes.

Em 1991 trabalhava na mesma unidade escolar como estagiária no período

da manhã e à tarde, quando uma professora se aposentou, fui escolhida para

assumir suas aulas. No segundo semestre houve um treinamento porque havia

várias vagas para as salas do AJA. Resolvi participar e entre dezenas de

professoras experientes, fui escolhida para ministrar as aulas noturnas.

Fiquei então como estagiária no período da manhã, à tarde com uma sala de

4ª série e à noite com o AJA. No início tive muita dificuldade em trabalhar com os

alunos porque alguns eram muito jovens e não me aceitavam como professora, pois

era inexperiente e com pouca idade, mas aos poucos, fui conquistando o meu

espaço como educadora e criamos um ambiente harmonioso e com muitas trocas de

experiências.

Nesse ano resolvi fazer o curso de “Leitura Escrita: um novo enfoque na

prática escolar”, pois, ao assumir a 4ª série, tinha necessidade de novidades para

aplicar. Ainda em 1991, participei do “Treinamento para capacitação de professores

de Educação de Adultos, do programa de alfabetização de alunos”, curso esse que

me deu a oportunidade de ser escolhida para assumir as aulas noturnas.

No ano de 1992 continuei com o AJA e fui para a escola rural "Santa Cândida"

para uma 1ª série com muitos alunos sem pré-escola e eu também não tinha

nenhuma prática para alfabetizá-los. Procurei então a ajuda de algumas amigas

mais experientes, principalmente para eu entender sobre as fases em que os alunos

se encontravam, porque para mim já estava distante a teoria aprendida no

magistério e a prática estava somente se iniciando.

9
Com o passar do tempo fui aprimorando mais o processo para ensiná-los. Em

1993 voltei para a E E P S G "Professor Cláudio Gomes" e assumi uma 3ª série

difícil de trabalhar porque foi feita uma reclassificação e colocaram juntas todas as

crianças repetentes, com dificuldade de aprendizagem e agitadas. Foi uma

experiência muito enriquecedora onde pude aprender muito com eles, a sala

apresentava muitas diferenças tanto na aprendizagem, quanto na cultura e também

na questão da indisciplina, estas diferenças eram muito discrepantes, isto me fez

rever minha postura quanto educadora, para me adequar e conseguir atingir a todos,

para que eles, dentro de suas diferenças, tivessem o melhor rendimento e

aprendizagem, com isso, mudei a minha visão e atitudes como educadora.

No ano seguinte não havia sobrado nada naquela unidade escolar. Fiz meu

cadastro na Delegacia de Ensino de Campinas e consegui aulas em outra escola

que estava sendo inaugurada na mesma cidade.

Escolhi a 2ª série durante dois anos. Nessa ocasião houve um

remanejamento feito pelo Estado que separou o Ensino Fundamental I do Ensino

Fundamental II em prédios diferentes. Optei, então, por outra unidade escolar E E P

G "Professora Magdalena Lébeis" no mesmo bairro, onde ministrei aulas durante

quatro anos para o ciclo um (1ª e 2ª séries). Surgiu a seguir, uma nova proposta do

Estado para a municipalização de 1ª a 4ª séries.

Em 1997, assume o novo prefeito, que concordou com a municipalização e

nos fez realizar o concurso. Prestei, passei e fui efetivada 1998, mas como eu já era

funcionária da prefeitura pelo AJA, o meu cargo apenas foi transferido para o

Fundamental I, onde continuei com a alfabetização de crianças, complementada

pelo projeto AJA com os adultos. No bairro onde trabalhava essas crianças eram

pobres, sem recursos financeiros.

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AS ALEGRIAS DA VIDA E AS TRISTEZAS DO MAGISTÉRIO

Em maio de 1998 vivi uma das minhas maiores alegrias: me casei e pude aliar

essa felicidade ao prazer de ficar com uma turma de 1ª série com 35 alunos, que era

ótima.

No ano seguinte continuei o meu trabalho na 2ª série com a mesma turma e

aí sim, vivi outra das minhas alegrias: engravidei. O contentamento das crianças ao

verem minha barriga crescendo era demonstrado acariciando-a todos os dias

quando eu parava na porta; cumprimentavam-me e também ao meu bebê,

chamando-o pelo nome e sempre traziam presentes novos ou já usados por eles

quando pequeninos. Quando nasceu minha filha, vivi, certamente, a maior alegria de

minha vida.

Em 2000, voltei para a 1ª série, numa turma numerosa e com grandes

desafios a superar. Foi uma grande satisfação conviver, ensinar e dar o melhor de

mim como educadora para crianças rebeldes por serem rejeitadas, adotivas,

espancadas pelas suas famílias, desnutridas, deficientes auditivas, estupradas por

tios e por adolescentes moradores no bairro, meninos com comportamento

afeminado e vice-versa.

Essas experiências ocorreram desde o ano de 1994 até 2001; esta situação

me mostrou a grande importância do educador na vida das crianças e me fez tentar

resolver da melhor maneira, interagindo através de diálogo e orientação aos pais, já

que na minha unidade escolar havia um auxilio de uma colega que além de

professora era psicóloga que me orientava da melhor forma possível para tentar

amenizar os problemas e aproximar os pais da realidade dos filhos dentro da escola

e os reflexos de sua vida familiar no ensino.

11
Os pais sempre me tratavam com carinho e o retorno era satisfatório, porque

contribuíram para o progresso de seus filhos levando-os aos tratamentos com

psicóloga, fonoaudióloga ou mesmo mudando as atitudes em relação aos seus

filhos.

CURSOS REALIZADOS NO PERÍODO DE 1993 A 2001

Fiz o curso que se chamava “Como escrever textos” (1993), onde foi ensinado

novas técnicas de formulação e compreensão de textos, surgiu da necessidade de

enriquecer meu trabalho, diversificando-o.

“Primeira semana de leitura de Vinhedo” promovido pela Editora Ática (1995),

por apresentar métodos diferentes para despertar nos alunos o interesse pela leitura.

“Material Dourado” (1995). Sempre ansiando por mais conhecimento, fui

aprender a manusear o material para obter mais recursos na arte de ensinar.

Curso de Informática do projeto “Giz Virtual’ (1999). Implantadas as aulas de

informática na rede municipal, fui movida pela oportunidade e necessidade de

aprimorar meus conhecimentos”.

“Vivenciando a arte-educação no trabalho escolar” (1999). Esse curso me deu

a oportunidade de ampliar a minha visão com relação às artes.

“Educação Matemática” (2000). Fiz esse curso duas vezes, sendo que a

segunda vez foi exigência da diretoria da escola em que trabalhava na ocasião.

12
“Microsoft Word” (2000). Com a informática integrando cada vez mais os

currículos escolares, sempre há necessidade de ampliar o conhecimento para

renovar as aulas.

“Planejamento e avaliação em LP: Um desafio no processo de letramento”

(2000). Sempre sedenta de saber, essa foi mais uma oportunidade de aprendizado.

“Projeto de Ensino de Trânsito nas Escolas – PETE” (2000 e 2001). Esse

projeto é trabalhado até hoje na rede municipal, portanto é preciso estar sempre

atualizada quanto às novas formas de transmitir os cuidados que todo cidadão deve

ter em relação ao trânsito. Esses valores devem ser praticados desde a idade em

que a criança já tenha algum conhecimento, pois diz respeito à atenção ao

atravessar uma rua, auxílio a pessoas idosas e deficientes, e, sobretudo, quando

adultos, a se tornarem cidadãos responsáveis.

OS RUMOS QUE A VIDA NOS LEVA A TOMAR

Eu precisava levar a minha filha todos os dias para Valinhos, pois minha irmã

cuidava dela enquanto eu dava aulas. Foi ficando cada vez mais difícil conciliar tudo,

então resolvi pedir remoção. Quando deixei a escola em que lecionava, fiquei muito

triste e os pais também. Sinto muita saudade das crianças e das amigas que lá

deixei.

Fui para a escola municipal "Professor Antonio do Canto e Silva Cordeiro",

onde estou a quatro anos. Os alunos são bem diferentes porque os pais estão mais

presentes no seu cotidiano escolar e esta diferença é bem nítida com relação as

demais experiências vividas.

13
Em relação ao AJA, tenho a dizer que sempre adorei dar aula, aprendi muito

com as experiências trocadas entre professores e alunos, experiências essas

acompanhadas de amor e respeito.

Em 2002 fiquei sabendo que teria vestibular para o curso de Pedagogia pela

UNICAMP e resolvi fazê-lo. Fui aprovada e tive que desistir das aulas do AJA.

Quando fui conversar com os alunos do noturno para explicar que começaria

a fazer faculdade e que não voltaria no segundo semestre, eles ficaram tristes e ao

mesmo tempo entenderam que era para eu aperfeiçoar o meu trabalho de

professora. No último dia de aula fizeram uma surpresa: mandaram o “Amor sem

fim” e todos os alunos do AJA prepararam uma festa inesquecível. Foi maravilhoso.

No Ensino Fundamental os alunos festejaram quando a diretora e a coordenadora

vieram me parabenizar pelo fato de meu nome estar incluído na lista dos aprovados

da faculdade.

Por um lado, fiquei feliz e por outro, triste, porque estava decidida a parar com

as aulas do noturno para me dedicar mais à minha filha que cobrava minha presença

em casa, mas as oportunidades de crescer profissionalmente devem ser sempre

aproveitadas.

Pensei com muito carinho e sempre apoiada pelo meu marido e pela família,

fui fazer a faculdade. O tempo passou e finalmente chegou agosto de 2002. Quando

iniciei os estudos, percebi que a faculdade me ajudaria muito para a revisão de

alguns assuntos já vistos no magistério, aprimorando conhecimentos e relacionando

a prática à teoria.

Nesse ano (2002) realizou-se a “II Semana da Pedagogia - A educação e as

transformações sociais: o papel do professor/educador como agente transformador”.

Todos os professores da rede participaram.

14
TEORIA E PRÁTICA

O nome que dei a essa fase da minha vida – Teoria e Prática – deve-se ao

imenso valor do Curso de Pedagogia para o aprimoramento do professor que já está

exercendo o magistério. É, exatamente, aliar a teoria a pratica e mais: “unir o útil ao

agradável”. Cito esse antigo ditado, porque ele expressa tudo que senti e ainda

sinto, em relação aos anos de faculdade, que têm sido extremamente gratificantes,

pela minha inesgotável necessidade de aprender e pela ajuda do conteúdo das

disciplinas do Curso que venho aplicando som sucesso nas aulas que ministro.

No primeiro semestre tive a disciplina Teoria Pedagógica e Produção em

Português que permitiu ampliar meu conhecimento através da leitura de várias

apostilas, como: Evolução da escrita, de Emilia Ferreiro e Ana Teberoski; A

abordagem piagetiana, de Jean Piaget; Contribuições da Psicologia Concepção

Histórico/Cultural, de Vygotzky; Alfabetização e letramento, de Sergio Antônio da

Silva Leite e A Lingüística e o ensino de português, de Luiz Carlos Cagliari, que

contribuíram para me enriquecer com mais conteúdos, possibilitando uma análise

crítica da minha prática com as contribuições teóricas, fazendo-me refletir sobre a

minha alfabetização que era a tradicional, quando as crianças decoravam e repetiam

palavras fragmentadas que dificultavam a compreensão, pois havia falta de

continuidade dos conteúdos, tornando-os restritos, com falta de visão global dos

mesmos.

O ensino que tive não permitia espaço para pensar, duvidar, errar, recomeçar,

por que os conteúdos eram rigorosamente organizados através da lógica formal dos

adultos. Era tudo muito individualizado e tínhamos que sentar sozinhos, sermos

passivos, ou seja, não falar, porque éramos treinados somente para ouvir e não

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questionar. Não havia estímulo por parte dos docentes, as aulas eram dadas através

de atividades repetitivas, com cópia dos conteúdos, o uso do quadro negro e era

tudo muito mecânico, com correção de caneta vermelha e lembretes

desestimulantes, como: "fraco", "péssimo"...

Porém, mesmo com as práticas modernas de ensino de português (e isso se

aplica às outras matérias igualmente), somente o conhecimento teórico adquirido

não basta aos professores isoladamente. Não é tarefa para um só professor e diante

desse fato, escolhi, pela restrição de espaço no trabalho, dentre os autores

estudados, o texto de Leite1, que entende implicarem esses objetivos no trabalho

coletivo dos educadores, deixando, nesse momento de ser uma questão teórico-

pedagógica, para assumir um caráter político-institucional, onde está incluída a

Escola.

A disciplina “Pensamento Histórico e Educação” contribuiu muito para

aprofundar o conhecimento do Feudalismo ao Capitalismo, onde havia muita

repressão dentro da igreja católica, gerando problemas nos dias atuais para a

educação.

Com o conteúdo abordado foi possível estabelecer uma relação entre

pensamento histórico e educação, para reflexão de como funcionam as instituições

escolares públicas na nossa sociedade.

É muito importante contar aos nossos alunos a verdadeira história, como tudo

surgiu e estou utilizando muito das aulas que tive, colocando-as em prática nas salas

de 3ª e 4ª séries.

Essa é uma matéria complexa, pela própria extensão da História do Brasil,

sob todos os aspectos. Em relação à Educação, especificamente, o momento

1
LEITE, Sérgio Antonio da Silva. (org.) et al. Alfabetização e letramento: contribuições para as práticas
pedagógicas. Campinas: Komedi e Arte Escrita, 2001.

16
histórico importante, quando se iniciaram as reformas educacionais, abrange o

período de 1889 a 1988.

Segundo o Grupo de Pedagogia, “O movimento de reformas educacionais do

período abrange desde a Primeira República ou República Velha (1889-1930), a Era

Vargas (1930-1945), a 2ª República (1946-1963) e a Ditadura Militar (1964 a 1985)”.

Identifiquei-me com Sanfelice (1996) quando estudei o texto onde o autor tece

severa crítica àqueles que ainda não se conscientizaram do verdadeiro significado e

da importância da educação no Brasil e enaltece aqueles que, apesar de tudo, têm-

se esforçado para conseguir dar um novo rumo à Educação.

Outra disciplina que não posso deixar de citar é o Multiculturalismo e a

Diversidade Cultural. Ela nos oferece textos maravilhosos, como a apostila “O olhar

do viajante”, de Sérgio Cardoso, mostrando que vemos o mundo de forma primitiva e

percebi que temos duas formas de enxergar o mundo: o superficial, que é ver, ou

seja, observo as coisas sem explorar a situação que me cerca e vejo simplesmente

o que quero. Mas o olhar não descansa, ele explora o máximo quando olha, observa

com perspectiva de um mundo não inacabado, sempre interrogando, fazendo suas

investigações, necessitando explorar um novo. Quanto mais se olha mais se

descobre.

Foi muito importante descobrir as diferenças, pois há tantas coisas belas ao

meu redor e eu não prestava atenção; passava desapercebido por mim; com a

conversa na sala de aula, pude desfrutar e saborear muito mais a minha vida, pois

esquecemos que também somos seres humanos e precisamos parar e rever o

nosso cotidiano e pensar no que tenho feito para melhorar o ambiente familiar, a

relação com os amigos....

17
Outro aspecto importante foram os temas abordados, como: identidade, raça

e etnia, gênero de idade, a formação do povo brasileiro, etc..., e nos foram sugeridas

muitas atividades, as quais apliquei em minhas aulas, obtendo resultado satisfatório.

Utilizei os textos trocados durante as aulas para fazer uma reflexão com meus

alunos sobre as diferenças das diversas culturas, o que significa a capacidade que

os seres humanos têm de dar um significado às ações que praticam; como é sua

realidade.

O multiculturalismo é a convivência de várias culturas juntas e cada uma com

suas diferenças. O pluriculturalismo se relaciona com o respeito e a troca sem se

modificar a cultura do outro.

Segundo Oliveira2, o multiculturalismo é um assunto histórico e político em

vez de epistemológico. Ele diz que a democracia possui duas tradições: a política da

dignidade mútua, baseada na idéia de que todos os humanos merecem igualmente

respeito e direitos iguais e a política da diferença, baseada na necessidade de

reconhecimento da identidade única de indivíduos e grupos. O multiculturalismo é

uma extensão da política da dignidade com a política da diferença, ou seja, política

de respeito mútuo com a política de reconhecimento.

Na educação, defende-se o respeito mútuo e o reconhecimento para cada

cultura dentro do currículo. A educação tem falhado em superar as barreiras entre

ricos e pobres (note-se a diferença de escolas privadas e públicas), entre homens e

mulheres (o machismo ainda é fortíssimo) e entre os de descendência européia e os

de descendência africana. As políticas de ação afirmativa têm bastante resistência.

Quanto aos cursos, o tema da diversidade cultural é trabalhado por um ou outro

professor, mas não á assumido como um dos princípios orientadores da formação

2
OLIVEIRA, Julvan Moreira. Educação e Multiculturalismo. Disponível em:

18
docente, inicial e continuada. A grande dificuldade de se trabalhar estas questões

está na crença ainda bastante forte do “mito da democracia racial”.

Ainda conforme Oliveira3, nossa educação tem características fortemente

monoculturais e privilegia uma perspectiva universalista vinculada à visão iluminista

da realidade. Uma sociedade verdadeiramente democrática precisa superar as

barreiras de classe, assim como deve superar as barreiras étnicas/raciais.

A defesa de um currículo multicultural nas escolas de ensino fundamental e

médio e a defesa de políticas afirmativas nas universidades, representam um

primeiro passo para a construção da democracia.

Dentro da sala de aula tento usar a alteridade, para reforçar a identidade de

cada aluno através da diferença do outro, explicando que ele pertence a um grupo

que será aceito. O papel do professor, hoje, é menos informativo; é formativo,

porque temos o costume de anular a história da criança; temos que resgatar a sua

identidade, desenvolvendo autonomia e saber de que forma a criança vive.

Para Silva4 o multiculturalismo está na ordem do dia. Talvez seja uma opção

para a "crise de paradigmas", uma saída, dita nova, para antigos desafios sem

solução. A multiplicidade de culturas e etnias tem caracterizado as sociedades

modernas e a idéia de multiculturalismo resulta desses processos civilizatórios

marcados pela heterogeneidade.

Em 2003, foi ministrado para todos os professores da rede municipal de

ensino, nas próprias escolas, o curso para multiplicadores da metodologia “A

natureza da paisagem - energia - de combate ao desperdício de energia elétrica”, da

CPFL.

<http://geocities.yahoo.com.br/ncnusp/historia/documentos/texto/julvan.pdf.> Acesso em 9 abr. 2005. p. 23


3
OLIVEIRA, op. cit., p. 23.
4
SILVA, Maria Aparecida da. Multiculturalismo e educação. Jornal "Educa-Ação", nº 7, do Núcleo de
Estudos Negros de Florianópolis, 1998.

19
No primeiro semestre de 2003 tive a disciplina Teoria Pedagógica e Produção

da Matemática, cujas aulas foram ótimas porque tivemos a teoria relacionada à

nossa prática, justificando, mais uma vez, o nome que dei a essa fase de minha vida

profissional.

Os materiais oferecidos eram simples, aprendi muito e os utilizei na minha

sala de aula, como, por exemplo, o texto "Os números - a história de uma grande

invenção”. Ifrah5 explicou muito bem como foram inventados os números....

Outra atividade desenvolvida pelos meus alunos foram as formas

geométricas. Dei a eles os moldes de várias formas geométricas e eles as

montaram. Pedi que fossem dar uma volta pela escola e observassem tudo e depois

relacionassem com as formas geométricas; pedi também para relacionarem com o

corpo. Com as formas geométricas, as crianças construíram objetos conhecidos

como castelo, cachorro, a natureza, etc., e alguns foram criados por eles.

O tangran também é uma ótima atividade. Quebra-cabeça de origem chinesa

praticada há muitos séculos em todo o Oriente. Segundo a lenda, o jogo surgiu

quando um monge chinês deixou cair uma porcelana quadrada que se partiu em

sete pedaços – daí seu nome, que significa “tábua das sete sabedorias” ou “tábua

das sete sutilezas”.

Além de descobrir soluções para desafios já existentes, pode-se jogá-lo

criando novas formas figurativas ou geométricas. Apresento aos alunos alguns

desafios, sempre com as respectivas soluções: letras, animais, aves, peças de

xadrez, casa e utensílios e formas diversas.

5
IFRAH, Georges. Os números: história de uma grande invenção. 9ª ed. São Paulo: Globo, 1998. 367 p.

20
Continuando minha viagem pelos rumos do conhecimento, passei pela

matéria “Pensamento Sociológico e Educação”, estudo complexo, de difícil

entendimento. Norteei, portanto, este texto à luz dos ensinamentos de Martins.6

Historicamente, a sociologia é um conjunto de conceitos, de técnicas e de

métodos de investigação produzidos para explicar a vida social. Como princípio para

o autor, a sociologia é o resultado de uma tentativa de compreensão de situações

sociais radicalmente novas, criadas pela então nascente sociedade capitalista.

A sociologia constitui um projeto intelectual tenso e contraditório. Para alguns

representa uma poderosa arma a serviço dos interesses dominantes, para outros ela

é a expressão teórica dos movimentos revolucionários. Entende-se a sociologia

como uma das manifestações do pensamento moderno. A sociologia veio preencher

a lacuna do saber social, surgindo após, a constituição das ciências naturais e de

várias ciências sociais.

A sociologia constitui uma resposta intelectual às novas situações colocadas

pela revolução industrial, como por exemplo, a situação dos trabalhadores, o

aparecimento das cidades industriais, as transformações tecnológicas, a

organização do trabalho na fábrica, etc. É a formação e uma estrutura social

específica – a sociedade capitalista – que impõe uma reflexão sobre a sociedade,

suas transformações, suas crises, e sobre seus antagonismos de classe.

Para Durkheim (1858-1917) a questão da ordem social seria uma

preocupação constante. De forma sistemática, ocupou-se em estabelecer o objeto

de estudo da sociologia assim como indicar o seu método de investigação. Foi

através dele que a sociologia penetrou a Universidade, conferindo a esta disciplina o

reconhecimento acadêmico. Sua obra foi elaborada em época de crises econômicas

6
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção Primeiros Passos).

21
constantes, quando o desemprego e a miséria provocavam o acirramento das lutas

de classe, com os operários utilizando a greve como instrumento de luta e fundando

seus sindicatos.

A intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra em Max

Weber (1864-1920) um marco de referência. Durante toda sua vida, insistiu em

estabelecer uma clara distinção entre o conhecimento científico, fruto de cuidadosa

investigação e os julgamentos de valor sobre a realidade.

A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e a sua ação como

ponto chave da investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto

de partida da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos e não a análise

das “instituições sociais” ou do “grupo social”, tão enfatizadas pelo pensamento

conservador.

Quanto à disciplina ”Teoria Pedagógica e Produção em Arte”, cabe aqui o

relato do desenvolvimento dessa matéria na faculdade, que contribuiu sobremaneira

para melhorar meu desempenho como professora, em relação ao ensino da Arte na

sala de aula.

Nesse semestre (1º semestre de 2005), iniciamos a disciplina de Arte que

contribuiu para o enriquecimento não apenas teórico, mas também prático, uma vez

que os conteúdos foram voltados para a prática em sala de aula.

A disciplina nos possibilitou refletir e pensar que arte não se resume somente

em desenhos copiados em folhas e pinturas, mas ampliou a visão e,

conseqüentemente, permitiu modificar a postura do educador, mostrando-nos que

arte pode ser trabalhada como um todo desenvolvendo a expressão corporal, facial,

oralidade e exploração visual, despertando as capacidades cognitivas, sensitivas e

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22
imaginárias. Ao mesmo tempo em que o corpo se movimenta, as mãos e os olhos

adquirem habilidades. O ouvido e a palavra se aprimoram, desenvolvendo atividades

nas quais as relações interpessoais perpassam o convívio social.

Na sociedade brasileira, as pessoas não foram treinadas para apreciar a arte.

Por essa razão, através das atividades de artes, dou oportunidade para o aluno criar

e recriar desenvolvendo a sua auto-estima, autonomia, pensamento flexível,

tornando-o capaz de melhor expressar suas idéias e sentimentos, para que possa

conhecer e interpretar as diferenças existentes no mundo.

O papel fundamental da escola em relação às artes é preservar o patrimônio

cultural que é tão rico e a nossa função como mediadores é relacioná-la com o

passado e o futuro, embora isso muitas vezes não aconteça nas escolas pelo fato de

trabalharmos com as apresentações de eventos sobre as datas comemorativas, o

que é muito cobrado do educador. Muitas vezes, nessas ocasiões, a criança faz algo

por obrigação, o que acaba se tornando repetitivo, exaustivo e sem sentido.

As aulas de Arte foram dinâmicas, as alunas se empolgavam e participavam

das atividades, promovendo maior interação entre os elementos do grupo, que agia

com espontaneidade e liberdade de expressão; foram revelados vários talentos, o

que tornava as aulas mais prazerosas. Os textos eram atuais e esclarecedores com

linguagem de fácil entendimento.

Outro aspecto relevante que não posso deixar de citar são as técnicas

apresentadas pelos grupos, que contribuíram muito para enriquecer as minhas aulas

de arte, obtendo com isso, melhor resultado no desenvolvimento dos alunos. Os

materiais utilizados foram simples e ao mesmo tempo ricos, para o desenvolvimento

e a criação artística das crianças.

23
Nas aulas de Artes a professora aplicou relaxamento e massagens, dinâmicas

utilizadas para elevar nosso astral.

Neste ano, 2005, fiquei com a mesma turma e eles sempre pedem que eu

repita as atividades de artes novamente, principalmente o relaxamento, que eles

adoraram.

Com as aulas de “Pensamento Filosófico e Educação” aprendi o verdadeiro

sentido da disciplina, o que me despertou interesse em saber cada vez mais sobre

os assuntos abordados, pois as aulas foram de qualidade e ministradas de forma

esclarecedora.

Buscar o conhecimento é característica do ser humano. Querer conhecer

mais e mais o impulsiona ao crescimento, mas não à verdade absoluta. O

conhecimento resulta de uma relação entre o objeto a ser conhecido e o sujeito que

se quer conhecer, resultando em transformações das duas partes em questão.

O produto desta relação se manifesta através do pensamento e da linguagem

verbal, um sistema simbólico, convencional e dependente de aceitação, passando

de geração a geração.

Entretanto, ninguém consegue todo o conhecimento, pois ele é infinito. O

conhecimento não é uma verdade absoluta. A aquisição do conhecimento não se dá

ao mesmo tempo e nem da mesma forma para todos. Cada um pensa e sente de

formas diferentes. Assim sendo, devemos ter sempre em mente que em nossa

prática diária, nós somos transmissores de conhecimento e que este chegará aos

nossos alunos de formas diferentes, pois cada um tem o seu ritmo e o seu tempo de

amadurecimento.

24
Todos os professores conhecem as carências enfrentadas por grande parte

dos alunos e a desconcentração e falta de interesse que as necessidades básicas

causam no aprendizado.

Atualmente, quando a quantidade de informações é impossível de ser

processada pela mente humana, mais do que nunca o papel do professor é

essencial. Cabe a nós a seleção destas informações e a incutir o hábito do

pensamento reflexivo, analítico e crítico. Cabe ao professor direcionar o olhar e o

pensar de seus alunos no sentido não de restringir, mas de ampliar sua percepção

de mundo.

Segundo o professor Pedro Laudinor Goergen, da UNICAMP, em sua aula

magna de 16 de maio de 2003, necessitamos recompor o conhecimento científico

voltando nossos olhos para as teorias de Kant que nos fala da importância da razão

pura (o conhecimento), a prática (ética) e o juízo (a estética), valores tão esquecidos

nos tempos modernos.

Como professora, utilizo minha fala nas aulas de ensino religioso, onde me

aprofundo mais, trabalhando valores, porque admiro e reconheço no aluno aquilo

que os outros ainda não vêem: cada conquista de conhecimento é para ele um sinal,

uma lapidação intelectual. Os professores podem apenas colocar uma semente, que

pode articular mudanças profundas na construção do futuro da humanidade.

Como outros professores, também sinto que posso despertar um grande

construtor do futuro da humanidade, através das reflexões durante as aulas, fazendo

emergir valores inesgotáveis. Podem surgir consagrados escritores, um grande

filósofo, até um brilhante cientista ou, simplesmente, um ser humano melhor...

Vivemos em um mundo de muitos conflitos e desigualdade social, onde o

papel do educador é resgatar a moralidade humana dos alunos.

25
Uma questão muito importante é ouvir os alunos para saber sobre o seu

conhecimento sobre valores e a partir da conclusão, posso começar a trabalhar a

moral (como devo agir) e ética (que tipo de vida eu quero) esclarecendo sempre que

necessitamos de ambos para viver em nossa sociedade.

Na minha época de estudante não tive a oportunidade de explorar a arte em

minha vida. O reflexo surgiu agora, quando preciso fazer algo relacionado a Artes e

tenho dificuldade em expressá-la.

Outra forma é o trabalho feito através de imagens (figuras), que

proporcionam às crianças uma visão mais ampla sobre certo contexto trabalhado,

que já faz parte do meu cotidiano em sala de aula.

A disciplina “Pensamento Psicológico e Educação” traz as concepções de

Vygotzky a respeito das bases histórico-culturais do aproveitamento pedagógico da

criatividade na educação escolar, a influência de Henry Wallon na construção do

pensamento pedagógico e psicológico e, resumidamente, as concepções de Piaget

a respeito da educação.

Para Vygotsky7 a atividade criadora ou criatividade foi conceituada como:

Toda realização humana criadora de algo novo quer se trate de


reflexos de algum objeto do mundo exterior, quer de determinadas
construções do cérebro ou do sentimento, que vivem e se
manifestam apenas no próprio ser humano.

Segundo o autor, existem dois tipos básicos de impulsos na conduta

tipicamente humana: 1) o impulso reprodutor ou reprodutivo e 2) o impulso criador ou

combinador. O primeiro estreitamente vinculado à memória e o segundo intimamente

relacionado à imaginação.

7
VYGOTSKY, L.S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 7.

26
De acordo com Jupiassu,8 Vygotsky esclarece que é exatamente a atividade

criadora das mulheres e dos homens que faz com que a espécie humana possa

projetar-se no futuro, transformando a realidade e modificando o presente.

Imaginação ou fantasia é como ele denomina esta atividade do cérebro humano que

se baseia na combinação.

Vygotsky explica que a Psicologia atribui a estas palavras um significado

diferente daquele que o senso comum costuma lhes emprestar. Geralmente,

imaginação e fantasias estão associadas ao irreal, a tudo aquilo que não se ajusta à

realidade e que carece de qualquer valor prático. No entanto, para a Psicologia, a

imaginação – base de toda atividade criadora – se manifesta em todos os aspectos

da vida cultural, possibilitando a criação artística, científica e técnica.

De acordo com Vygotsky9, absolutamente tudo que nos rodeia e que foi criado

pela mão do ser humano, ou seja, todo o mundo da cultura, ao contrário do mundo

natural, todo ele é produto da imaginação e da criação humana baseada na

imaginação: “Todos os objetos da vida diária, sem excluir os mais simples e

habituais, vem a ser algo assim como fantasia cristalizada”

A representação cotidiana e habitual da criatividade não enquadra

suficientemente o seu sentido científico, conforme explicado por Vygotsky: 10

Existe criação não apenas onde têm origem os acontecimentos históricos,


mas também onde o ser humano imagina, combina, modifica e cria algo
novo, por insignificante que esta novidade possa parecer se comparada
com as realizações dos grandes gênios. Se somarmos a isso a existência
da criação coletiva que reúne todas essas pequenas descobertas
insignificantes em si mesmas da criação individual, compreenderemos
quão grande é a parte de tudo o que foi criado pelo gênero humano e que
corresponde à criação anônima coletiva de inventores desconhecidos.

8
JAPIASSU, Ricardo Ottoni Vaz. Vygotsky e a criação artística infantil.
Disponível em: <http://www.educacaoonline.pro.br/vygotsky_e_a_criacao.asp> Acesso em: 2 abr. 2005.
9
VYGOTSKY, op. cit., p. 10.
10
Ibid., p. 11.

27
Vygotsky explica11 que a memória e a fantasia ou imaginação são funções

psicológicas complexas e dialeticamente interrelacionadas: “A fantasia não está

contraposta à memória, mas se apoia nela e dispõe de seus dados em novas e

novas combinações”. Portanto, do mesmo modo que a imaginação se apoia na

experiência, ela pode ser construída exclusivamente a partir da mobilização do

imaginário do sujeito.

Ainda no tema pensamento psicológico, de acordo com Mrech, 12

Henri Wallon é, junto com Jean Piaget, um dos autores que teve maior
influência na construção do pensamento pedagógico e psicológico francês.
Professor em Salpêtrière de 1908-1931 e da Sorbonne de 1920-1937, será
a grande figura do pensamento psicológico francês com quem Jacques
Lacan debaterá ao longo dos primeiros quinze anos da sua obra. Na sua
obra Psicologia e Educação na Infância, Henri Wallon atribui o berço da
Psicologia ao Colégio de França. É a esta instituição que também que
designará o encaminhamento definitivo do entrelaçamento entre a
Psicologia, a Educação e a Infância.

13
De acordo com Wallon era preciso pensar o lugar da criança a partir de um

vínculo novo entre a psicologia e a educação.

A educação foi definida como a influência exercida pela sociedade dos


adultos sobre a das crianças, para torná-las aptas para a vida social numa
determinada sociedade. Assim, apresentar-se-iam dois termos : um seria o
que representa a forma social e o outro a matéria individual, fazendo a
pedagogia o traço de união e tendo por missão descobrir os meios mais
propícios para adaptar os indivíduos à sociedade. Mas uma vez feita esta
distinção, absolutamente necessária, é conveniente reconhecer quanto ela
é formal e distante da realidade concreta. [...] Os tipos de sociedade diferem
profundamente entre si. E não seria possível encontrar um indivíduo que
fosse o homem da natureza, que não fosse o homem de uma certa
sociedade. [...] A atividade da criança só pode revelar-se no momento
oportuno e por meio dos instrumentos que lhe fornecem tanto os utensílios
materiais como a linguagem usada à sua volta.

11
VYGOTSKY, op. cit., p. 18
12
MRECH, Leny Magalhães. Desenvolvimento e estrutura, verdade e ficção. 2001. Disponível em:
<http://www.educacaoonline.pro.br/art_desenvolvimento_e_estrutura.asp?f_id_artigo=16> Acesso em: 6
abr. 2005.
13
WALLON, Psicologia e educação da infância. p. 11.

28
Tanto Wallon quanto Vygotsky são autores marxistas que se preocuparam

com o vínculo entre a linguagem e a sociedade, estruturado a partir da ótica

pedagógica, afirma Mrech.14.

Para Vygotsky o símbolo ocupa no plano cultural o mesmo papel que os

instrumentos materiais ocupam no processo de construção das sociedades. São

elementos de intermediação. O símbolo é o instrumento da cultura que possibilita,

através da linguagem, o processo de constituição dos sujeitos.

Para Wallon,15

[...] O pensamento existe apenas pelas estruturas que introduz nas coisas.
Inicialmente, há estruturas muito elementares. O que é possível constatar,
desde o início, é a existência de elementos que estão sempre aos pares. O
ELEMENTO DE PENSAMENTO É ESSA ESTRUTURA BINÁRIA, não os
elementos que a constituem. A dualidade precedeu a unidade. O par é
anterior ao elemento isolado. Todo termo identificável pelo pensamento,
pensável, exige um termo complementar, com relação ao qual ele seja
diferenciado e ao qual possa ser oposto.

Nos estudos de Piaget16 sobre o desenvolvimento psicológico do ser humano,

entende o autor que a prática do ensino deveria utilizar o método ativo, por meio do

qual a criança vai reconstruir e reinventar, não somente transmitir informações ao

aluno.

Para ele, segundo Dias17 o professor não deve se limitar ao conteúdo

específico de sua disciplina, mas deve conhecer como ocorre o desenvolvimento

psicológico da inteligência humana. Todo o processo de ensino deve estar

alicerçado na experimentação por parte do aluno. O problema geral da Educação

14
MRECH, op. cit., p. 3.
15
WALLON, Henri - As origens do pensamento na criança. (publicado originariamente em 1945). São Paulo,
Sarvier, 1989, p. 30.
16
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Tradução de Ivette Braga, 14ª ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1998.
17
DIAS, Emerson dos Reis. Resenha – Piaget. Disponível em:

29
está centrado na preparação dos professores, que é o aspecto de real mudança em

qualquer reforma pedagógica.

Discutindo o direito à educação, de acordo com Piaget,18

[...] é preciso não se deixar iludir: tal situação de direito não poderia ainda
corresponder a uma aplicação universal da lei, já que o número de escolas e
de professores permanece insuficiente relativamente à população em idade
escolar [...].

A disciplina “Política Educacional e Reformas Educativas” abrange a

discussão sobre a Educação de Jovens e Adultos – EJA – anteriormente

denominada Alfabetização de Jovens e Adultos – AJA e as reformas educativas que

têm ocorrido nas últimas décadas.

Conforme a Declaração Mundial sobre Educação para Todos 19

Mais de um terço dos adultos do mundo não tem acesso ao conhecimento


impresso, as novas habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a
qualidade da vida e ajudá-los a perceber e a adaptar-se às mudanças
sociais a culturais. Para que a educação básica se torne eqüitativa, é mister
oferecer a todas as crianças, jovens a adultos a oportunidade de alcançar
um padrão mínimo de qualidade de aprendizagem.

De acordo com Guarato20

Falar sobre educação de jovens e adultos (EJA) no Brasil é falar sobre algo
pouco conhecido no contexto educacional. É reduzida a produção literária
nesta área, limitando-se a apresentação de relatos de experiências,
pesquisas, ensaios e documentos, com caráter diagnóstico da situação
vigente.

<http://www.uniube.br/institucional/proreitoria/propep/mestrado/educacao/revista/vol02/05/piaget.htm>.
Acesso em: 8 abr. 2005.
18
PIAGET, op. cit., p. 36.
19
DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS - Plano de Ação para Satisfazer as
Necessidades Básicas de Aprendizagem - Aprovada pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos -
Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem - WCEFA Nova Iorque, abril de 1990 Original: Inglês -
Jomtien, Tailândia - 5 a 9 de março de 1990. Disponível em <http://www.educacaoonline.pro.br/dmet.htm>
Acesso em 8 abr. 2005.
20
GUARATO, Mônica. Educação de Jovens e Adultos: em busca de novos parâmetros curriculares. Disponível
em <http://www.ada.com.br/finom/publicacoes/monica/educacaodejovenseadultos.htm> Acesso em 8 abr. 2005.

30
Muitos adultos excluídos do sistema formal de ensino se defrontam com a

necessidade cada vez maior de concluir sua escolaridade básica e principalmente de

saber aprender continuamente, ganhando o conhecimento cada vez mais

importância.

Outro aspecto muito importante da Educação refere-se ao Financiamento da

Educação Básica no Brasil e as Políticas Públicas.

No que tange às reformas educativas, Sousa Junior21 entende que o discurso

da melhoria da qualidade de ensino, em decorrência das reformas educativas em

curso, pode ser facilmente identificado nos documentos oficiais, além de artigos e

entrevistas dos dirigentes educacionais brasileiros e nas peças de publicidade

levadas ao ar pelos organismos estatais. Quando se fala em reformas educativas,

afirma o autor, várias são as interpretações quanto ao seu significado.

Conclui Souza Junior22 que,

Partindo dessa compreensão, ao se referir às reformas educativas, estar-


se-á tratando de mudanças efetivadas na estrutura e organização do
sistema escolar no contexto de passagem de um Estado responsabilizado
para um Estado responsabilizante. Acredita-se ainda que esta passagem se
dá num momento específico de crise do Estado moderno, em particular, do
Estado de Bem-Estar Social, e da sua incapacidade de dar resposta ao
atual período de desenvolvimento do capitalismo em nível mundial.

Ao começar os estudos da Pedagogia da Educação Infantil refleti muito sobre

a minha infância quando na família os filhos tinham direitos e deveres e as

brincadeiras eram "saudáveis".

Atualmente a infância dos alunos transformou-se pela tecnologia,

ocasionando mudança social e psicológica. Ensinam-se às crianças novas formas de

21
SOUSA JUNIOR, Luiz de. Reformas educativas e qualidade de ensino. Disponível em:
<http://www.anped.org.br/24/T0555205584949.doc.> Acesso em 5 abr. 2005.

31
agir e pensar. As crianças de hoje voltam-se para a televisão, videogame, buscando

recursos para preencherem o tempo, sozinhas, ou em outros casos, as crianças são

sobrecarregadas com funções diárias.

Hoje a infância está muito diferente da infância das crianças de poucas

décadas atrás, quando não se cobrava delas papéis de adultos, como hoje.

Como professora, tento resgatar das crianças:

o direito a brincadeira (brinquedos com sucata e brincadeiras);

atenção individual;

contato com a natureza dando ênfase a importância dela em nossa vida;

higiene e saúde;

alimentação;

proteção, afeto e amizade.

Segundo Abramowicz,23 a educação infantil passa por um momento

fundamental. Cuidar e educar, assistir ou cuidar tem sido a dicotomia instaurada no

trabalho com crianças pequenas, afirma a autora. Essa dicotomia, assistir/cuidar

e/ou educar, produzida e cultivada, faz parte das discussões sobre a importância

desses aspectos para o desenvolvimento da criança pequena e, ao mesmo tempo,

significa e diferencia os equipamentos, conforme um ou outro pressuposto.

As crianças são forças, forças ferozes, às vezes malvadas, mas também

doces, ingênuas, solidárias. É imprescindível dar condições para que todas as

22
Ibid., p. 2.
23
ABRAMOWICZ, Anete. O direito das crianças à educação infantil. Pró-Posições, v. 14, n. 3 (42) - p. 13-22
jan./abr. 2004. p. 13

32
vozes, prioritariamente as sussurrantes, falem e ecoem, para que também se

escutem todas as vozes que emudeceram, aduz Abramowicz.

CONCLUSÃO

Por tudo que estudei, aprendi e pratico, entendo que deva dar o direito às

crianças de serem indivíduos que desfrutem suas fases para construírem sua própria

cultura, através de sua curiosidade, imaginação e capacidade de expressão.

Hoje, tenho bem claro em minha mente, o rumo que pretendo dar à minha

carreira. Quero continuar meu trabalho com crianças e para isso vou aprimorar cada

vez mais meus conhecimentos teóricos e práticos.

Ao trabalhar com meus alunos, sinto que é importante retomar valores que

são diariamente distorcidos pela mídia e pela sociedade capitalista. Retomar a

consciência de que o mundo também pertence às gerações futuras e que temos

responsabilidades com nosso planeta, com o universo. Quero fazer com que o aluno

perceba que o conhecimento deve ser utilizado para a felicidade do ser humano e

para o bem comum.

Durante todo o percurso estudantil e profissional, jamais deixei de lado a

busca frenética por mais e mais conhecimento. Sei que a minha vida será sempre

assim. Aprender mais, para transmitir melhor. Dessa forma, posso ter certeza de

estar cumprindo o que me propus. Ensinar crianças, preparando-as para se

tornarem adultos conscientes de suas responsabilidades perante a vida e capazes

de exercerem plenamente sua cidadania.

33
"SE... UM POEMA PARA O MESTRE”

(autor desconhecido)

SE fores capaz de olhar as crianças e os jovens com quem trabalhares, não do alto
de um tablado, mas ajoelhado no chão ao seu lado;

SE conseguires acreditar em cada um deles como uma individualidade e uma alma


potencialmente boa e suscetível de aperfeiçoamento;

SE tiveres consciência da necessidade de florescer sua personalidade, sem rudezas


e agressões;

SE fores simples, modesto, tranqüilo e confiante, quando todos a teu redor estão
envoltos em vaidade, pretensão e desassossego;

SE tiveres a sabedoria de reconhecer que estás falhando no teu mister diário de


reconsiderar teus métodos;

SE continuares acreditando nos valores que tu mesmo te impuseste como objetivos


de vida e profissão, quando outros a teu lado estão fazendo concessões;

SE aprenderes a dominar tua irritação, quando as cabecinhas te disserem com


simplicidade: "não entendi", depois do lhe teres repetido dez vezes a mesma
explicação;

SE te esforçares por gostar daqueles que te não são simpáticos, sem que eles
percebam o quanto isso te custa;

SE tiveres a capacidade de amar incondicionalmente aquele que é feio, pouco


inteligente, ou que não é da tua raça, da tua cor, da tua religião;

SE fores capaz de suportar não apenas as dificuldades do teu trabalho, mas as


incompreensões daqueles que te deviam respeito e amor;

E SE, ao final de tudo, souberes e puderes dizer, reconhecidamente ao PAI: "Eu vos
agradeço pela minha profissão, porque Vós não me permitis que ela seja meio de
acumular os tesouros da terra que a traça come e o tempo destrói",

ENTÃO SERÁS REALMENTE UM PROFESSOR!

34
REFERÊNCIAS

ABRAMOWICZ, Anete. O direito das crianças à educação infantil. Pró-Posições, v.


14, n. 3 (42) - p. 13-22 jan./abr. 2004.

DIAS, Emerson dos Reis. Resenha – Piaget. Disponível em:


<http://www.uniube.br/institucional/proreitoria/propep/mestrado/educacao/revista/vol0
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GUARATO, Mônica. Educação de Jovens e Adultos: em busca de novos


parâmetros curriculares. Disponível em:
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35
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______. As origens do pensamento na criança. (Publicado originariamente em


1945). São Paulo: Sarvier, 1989,

36

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