Aluna: Maria Carolina de Oliveira Camargo

Direito do Consumidor
13.09.2018
OS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 6: direitos básicos

I – Proteção da vida, segurança, saúde. Fundamentado no princípio da dignidade
humana. Relaciona-se com os arts. 4º, 8°, 9°, CDC.

O Código de Defesa do Consumidor, ao garantir a incolumidade física do

consumidor, criou para o fornecedor o dever de segurança. Logo, não basta
que os produtos ou serviços sejam adequados aos fins a que se destinam
(qualidade-adequação); é preciso que sejam seguros (qualidade-segurança),
consoante artigos 12/14 do CDC. (Grifos do original) (CAVALIERI FILHO,
2011, p. 93).

II – Direito à proteção da vida, saúde e segurança. Princípio da equivalência negocial,

tratamento igual a todos os consumidores.
Hipervulneráveis: crianças, adolescentes, idosos e deficientes.

III – Direito à liberdade de escolha e igualdade nas contratações. Informação

adequada e clara sobre produtos e serviços (art. 5º, XIV, dispõe sobre o direito à
informação como direito fundamental). Informação equilibra o consumidor e diminui
hipossuficiência em relação ao fornecedor, promove escolha plenamente consciente.
Decreto 4.680, de abril de 2003: regula direito à informação. Art. 1°.

• STJ – REsp 1.181.066/RS (informação, cerveja sem álcool).

• STJ – REsp 1.099.634/RJ (informação, saldo remanescente, ônibus).
• TJ-DF - ACJ: 20130710037143 DF 0003714-24.2013.8.07.0007 (informação
sobre o contrato de instituição financeira).

IV – Direito à informação. Proteção contra publicidade enganosa. Relaciona-se ao art.

422, CC.
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda. Resolução 163
de 04 de abril de 2014 (considera abusiva a propaganda voltada para crianças).

V – Direito à proteção contratual. Modificação das cláusulas contratuais, onerosidade

excessiva leva à revisão contratual.

VI – Direito de proteção contra a publicidade enganosa e abusiva. Princípio da

reparação integral de danos, individuais e coletivos. Art. 81, parágrafo único, I.

• Enunciado nº 550 do CJF/STJ.

• Súmula 37 do STJ (cumulação dano moral/material)
• Súmula 387 do STJ (cumulação dano moral/estético)
• STJ – REsp 866.636/SP – Terceira Turma (dano moral coletivo, pílula de farinha),
PROCON, como entidade de defesa dos consumidores, tem legitimidade para
defesa de direitos individuais homogêneos com clara repercussão social.
O dano moral coletivo é modalidade de dano que atinge, ao mesmo tempo,
vários direitos da personalidade, de pessoas determinadas ou determináveis.
Os danos sociais “são lesões à sociedade, no seu nível de vida, tanto por
 rebaixamento de seu patrimônio moral – principalmente a respeito da
segurança – quanto por diminuição na qualidade de vida”

Proposta de inclusão de norma no sentido de se admitir expressamente toda a proteção

consumerista de ofício pelo juiz, conforme o Projeto de Lei 281/2012.

VII – Direito de acesso aos órgãos de defesa. Acesso os órgãos judiciários e

administrativos.

VIII – Direito à inversão do ônus da prova. Princípio da hipossuficiência do

consumidor, inversão do ônus da prova. Hipossuficiência pode ser técnica ou fática.

O juiz não deve inverter o ônus da prova de ofício pelo simples fato de a
matéria em discussão sofrer a regência do Código de Defesa do Consumidor,
máxime pela hipossuficiência, que pressupõe insuficiência cultural, técnica ou
econômica da pessoa. Sem conhecer a pessoa e sem que ela o diga não se
mostra razoável, até em respeito à sua dignidade, fazer juízo de valor acerca
de seu intelecto e de sua situação econômica”. (TJ-PR - AI: 5814786 PR
0581478-6, Relator: Valter Ressel, Data de Julgamento: 08/10/2009, 10ª
Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 256).

X – Direito à adequada e eficaz prestação dos serviços públicos. Prestação de serviços

adequada.

Parágrafo único: Informações prestadas devem ser acessíveis aos deficientes.

Art. 7°: Os direitos previstos no código não excluem os previstos em tratados,

convenções, legislação interna ordinária, regulamentos, e os que derivam dos princípios
gerais do direito, analogia, costumes e equidade.

Parágrafo único: Responsabilidade solidária dos autores se houver mais de um na

reparação de danos.