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“acreditamos que não é possível ultrapassar os limites das revoluções nacionais sem
passar primeiro pela fase da própria revolução nacional. […] Se cada povo não viver
no interior do quadro das suas fronteiras nacionais, formadas pela língua e pela
raça, se a questão nacional não estiver resolvida, não poderá existir o clima histórico
necessário ao desenvolvimento normal de um movimento de classe” (STERNHELL,
1994, p. 205)
Mas não é sustentável a tese de que o fascismo foi uma dissidência do partido
socialista. O fascismo italiano reuniu influências e grupos diversos, tendo como um dos
principais ideólogos o nacionalista de direita Enrico Corradini. Ele fundou em 1910 a
Associação Nacionalista Italiana (ANI) que se unificará oficialmente com o Partido de
Mussolini em 1923, após alguns anos de atuação em comum. O que nos interessa todavia
no presente contexto é a especificidade da concepção nacionalista de Corradini e
penetramos, assim, no âmago de toda confusão. Ao contrário de outros líderes
nacionalistas, Corradini atribuía um papel progressista as classes subalternas e procurou
fazer com que a ideologia nacionalista penetrasse nas massas trabalhadoras. Cunhou,
assim, a noção de nações proletárias, dominadas na arena internacional, como seria o caso
da Itália, contraposta as nações dominantes ou as nações burguesas. Tratava-se de
substituir a luta de classes entre patrões e empregados pela luta entre as nações pela
dominação imperialista mundial. Eis o primeiro grande ideólogo do fascismo.
Para colocar mais ingredientes na sopa, o fascismo recebe ainda a colaboração dos
futuristas, intelectuais fascinados com a industrialização. Entusiastas da modernidade do
século XX. A formação do Partido Nacional Socialista na Alemanha é ainda mais difusa,
ainda que sem qualquer lastro minimamente consistente nos partidos socialistas e
comunistas do país. Não retomaremos este processo aqui.
Notas
(1) A biografia de Jean Jacques-Marie sobre Stalin, levando em conta toda documentação
recente oriunda da abertura dos arquivos em Moscou após o colapso da URSS, expõem
com clareza a relação de Stálin com Hitler e os nazistas, bem como sua atuação do
primeiro na Segunda Guerra Mundial.
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