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DRAMATICAS DO TRANSUMANO. [apontamentos (...) © teatro nao € entretenimento — ja existe entretenimento o suficiente © teatro tampouco é reflexao — existem, hoje, inumeras insténcias destinadas a isto © teatro é, sim, 0 lugar de experienciarmos 0 tempo, o espago e a condigao humana de ‘outros modos, para além da vivéncia que a cultura nos proporciona isto, s6 0 teatro pode fazer — este lugar, $6 0 teatro pode instaurar (0 TEATRO COMO ALTERIDADE RADICAL) ‘no mais conhece-te a ti mesmo, mas sim inventa-te a ti mesmo (@ inventar-se a si mesmo, aqui, ‘opera no sentido de destruir-so a si mosmo) DRAMATICAS DO HUMANO DRAMATICAS DO TRANSUMANO ‘ordem vertical desiocamentos orientagao paterna calculo interacional verdade certezas provisérias (ficcbes performativas) da impoténcia a poténcia da impoténcia ao impossivel didlogo monodlogos articulados raciocinar ressoar compreender evocarfinvocar estatico instavel, hibrido hierarquia diferencas radicais sentido consequéncias associativas sujeito falante Personagem mods de subjetivagao palavra fala psicologia arquiteturas linguisticas edipica pés-edipica (novos moldes arquetipicos) estruturalista acoplamentos do desejo disciplina pulsao descoberta invengao individuo emissor travessia do fantasma identificacao ao sintoma indecifravel revelar 0 passado/diagnosticar o presente inventar 0 futuro transumano é a invengdio de desenhos (im)possiveis que propiciam experienciarmos a vida de outros (e imprevisiveis) modos. é a recusa de uma idéia, surgida no renascimento (com ecos da grécia do século V aC ¢ do ethos cristdo do século IV dC), que se expandiu (no iluminismo, e paradoxalmente também no romantismo) e vigorou até o final do século XX acerca do que seja o humano (e que tem agido como o maior mecanismo de controle jamais concebido); ¢ a criagao de outros modos de subjetivacao, em desenhos instavels que problematizam de modo radical uma idéia hegeménica acerca do que seja 0 sujeito © TRANS aqui nao implica em transcendéncia, mas sim na invengao de desenhos transitérios da condigao (ndo)humana, em instabilidade e hibridagao permanentes. a invengao de outros. de infinitos modos de subjetivagao, aparentemente impossiveis, imprevisiveis. significa a criagao de novos moldes arquetipicos, a serem preenchidos por pulsdes que teremos que inventar, expandindo nossa experiéncia em veredas insuspeitadas - uma questo estética é SEMPRE uma questo existencial - toda técnica, ou procedimento, ou operacdo, esta jigada a uma determinada visdo de mundo. neste sentido, empregar uma técnica existente significa compactuar com (e subordinar-se a) uma visdo especifica da condi¢ao humana. nenhuma das técnicas existentes no campo da dramaturgia se fundamenta na transumanidade; todas corroboram e se fundam em uma idéia estratificada de sujeito. novas visoes de mundo pressupée, inevitavelmente, a invencdo de outras técnicas que as traduzam e, sobretudo, que as expandam em direcdes inconcebiveis (para o receptor e para o proprio artista) (por existencial entenda-se, inevitaveimente, a integralidade do estar no mundo) © concelto de pés-drama aponta para as transformagdes que ocorreram nas construgbes, mas néo para a ‘mudanga do solo sobre o qual estas constnigbes se sustentam 2 finalidade do teatro é a reinvengaio da anatomia humana - dramaticas (no sentido de sistemas dramatiirgicos) do transumano: dramaturgia como reinvengao do homem (recusa do SER, aporte no ESTAR) - quem 6 vocé? -meu nome é legiao porque eu sou uma multidao QUEM ESCREVE QUANDO VOCE ESCREVE? ...uma escrita que nao se dé a partir de um sujeito estavel, mas sim a partir de diferentes modos de subjetivagao (incluindo modos ndo-humanos), sempre em transito 0 deslocamento é 0 centro de gravidade deslocamento entre distintas arquiteturas lingufsticas, que promovam, cada uma, habitacdes distintas da vida este € 0 ponto central das dramaticas do transumano, com todas as reverberagGes, filoséficas e existenciais, que inevitavelmente eclodem desta ‘operagao vide a obra de willem de kooning: planos pictéricos que se escavam uns de dentro dos outros (transparéncias, bloqueios, insinuacdes de figuras, obnubilacdes e desfiguracces; eventos de naturezas distintas (de texturas, cores ¢ constituidos a partir de procedimentos distintos), EVOCAGOES e INVOCACOES, em desiocamentos em diferentes velocidades) a-Deslocamentos permanentes, tanto no tempofespago quanto nos modos de subjetivago, construindo miriades de transitos em contraste e ruido, produzindo experienciagdes singulares e autonomas por parte de cada receptor, b- Polissemia, através da proposigao de signos indecidiveis quanto ao seu significado ultimo, mas poderosos o bastante para instigar nosso imaginario na procura por (ou na invengao de) seus infinitos sentidos possiveis; ¢ Construgao de mimeses cognosciveis apenas como a instauracao de solos para saltos ‘em diregao a mimeses incognosciveis (a proposicao de novas mitologias, de novos moldes arquetipicos); ¢- Outros desenhos da condi¢ao humana, que apontam para outras possibilidades de ‘experienciarmos a vida, através da criagdo de arquiteturas linguisticas que transfiguram poeticamente nossa ideia estabelecida acerca do que seja o real e que nos proporcionam outros modos de habitarmos a linguagem (e, portant, a existéncia), e-A crenga (operacional, aqui) na obra de arte como um sistema complexo de relagdes formais, construido no mais amplo didlogo com sistemas anteriores, que nos proporcione uma experiéncia estética outra, para além da vivéncia proporcionada pela cultura {como 0 foco vai para a opsis, o mythos n&o se impée como sentido (ou mecanismo estruturador) da obra (a narrativa existe como o cadaver do pai que jaz no fundo do Oceano, obnubilado pelo mar revolto instaurado pelas operacées formais perpetradas pelo autor)} problematizar a narrativa @ derivagao inevitavel da problematizagao do sujelto, posto que advém da problematizacao do sentido (a narrativa, como o sujeito, é um mecanismo de sentido) fechados, sem imaginaco, impotentes, ndo-poetas, resta-ihes falar do mundo... ndo percebom quo, ‘agindo assim, 86 mantém as coisas exatamente como estao. 4+ textos encarnados como pictocoreografias; a instancia de exploragao pictocoreograifica incide diretamente sobre a exploracao de outras possibilidades tipograficas (para além das rubricas), vivificando e ampliando 0 didlogo dramaturgo — encenador ~ atores: 2- da dramaturgia estruturalista & dramaturgia como méquinadesejante; 4- se trata de uma dramaturgia da fala (de carater performativo), e nao da palavra; 5- quando Artaud amaidigoa a palavra, ele esta se referindo a uma palavra clara, comunicacional, e ansiando por uma fala da transversalidade, que atravesse os significados, que nos aleance — e nos atravesse — de modo transversal, obliquo; 10- dois procedimentos: a SEPARACAO (ou o CORTE) entre cultura e arte; eo ESBURACAMENTO (ou ATRAVESSAMENTO), ligados a instauragao de uma experiéncia obliqua, polissémica, de atravessamento por signos que ndo podem ser fechados em significados univocos; 14-0 teatro é 0 lugar em que o homem se refaz; 15- no é que uma pega comporte também a presenga do piiblico, ela 6 (Unica exclusivamente) esta relagao (quem se destoca € 0 receptor); 21-0 inconsciente nao é um teatro: é uma usina. por extensdo, podemos aferir que a palavra nao é a expressao de algo, mas sim uma usina de imagens, sensagoes, significados indecidiveis, 22-0 inconsciente tem, portanto, mais relagéio com produgao (Artaud, Deleuze, Lacan) do

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