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(Mein Kampf)
Adolf Hitler
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Prefácio
Dedicatória
PRIMEIRA PARTE
I - Na casa paterna
IV - Munique
V - A Guerra Mundial
VI - A propaganda da guerra
VII - A Revolução
XI - Povo e raça
SEGUNDA PARTE
II - O Estado
X - A máscara do federalismo
XI - Propaganda e organização
XV - O direito de defesa
Posfácio
APRESENTAÇÃO
Nélson Jahr Garcia
Minha Luta (Mein Kampf) foi a melhor obra já escrita contra o nazismo. Já se
escreveram livros, artigos, crônicas; fizeram-se filmes, peças de teatro. Por mais que
demonstrassem o totalitarismo, a crueldade e a desfaçatez daquele regime, nada conseguiu
superar o original.
A comunidade judaica, pelo menos alguns de seus setores, batalham por proibir a
divulgação do livro. Não entendo. Quanto mais se conhecer, maior se tornará o repúdio e
aversão.
É certo que os filhos de Israel foram perseguidos, mas não só. Também o foram os
negros, os eslavos, membros das "Resistências", maçons, todos originários de qualquer raça
que não fossem considerados "arianos". Em suma, perseguiu-se tantos quanto se opuseram
aos planos megalomaníacos do pequeno austríaco que resolveu tornar-se rei do universo.
Certa vez perguntei a um ex-capitão do exército mecanizado nazista: "Como foi possível
que um dos povos mais cultos da Europa apoiasse um projeto neurótico e genocida como o
dos nazis?" Respondeu-me, com certa simplicidade: "Perdêramos a I Grande Guerra,
engenheiros, médicos e tantos reviravam latas de lixo para encontrar comida, os judeus,
comerciantes em sua maioria, expunham suas mercadorias sugerindo serem beneficiados
pela situação, era solo fértil para as pregações anti-semitas".
Quanto ao anti-semitismo, além da postura racista inquestionável e confessa, havia uma
estratégia de propaganda. Hitler entendia que qualquer movimento precisava de inimigos
para fortalecer-se. Subestimando a capacidade intelectual do povo, afirmava
explicitamente, que as massas tinham dificuldades de entendimento e compreensão. Daí a
necessidade de reduzir os vários adversários a um inimigo único: os judeus. As críticas da
imprensa eram escritas por judeus, que também dominavam a literatura, as artes e o teatro.
PREFÁCIO
No dia 1.° de abril de 1924, por força de sentença do Tribunal de Munique, tinha eu
entrado no presídio militar de Landsberg sobre o Lech.
Assim se me oferecia, pela primeira vez, depois de anos de ininterrupto trabalho, a
possibilidade de dedicar-me a uma obra, por muitos solicitada e por mim mesmo julgada
conveniente ao movimento nacional socialista.
Decidi-me, pois, a esclarecer, em dois volumes, a finalidade do nosso movimento e, ao
mesmo tempo, esboçar um quadro do seu desenvolvimento.
Nesse trabalho aprender-se-á mais do que em uma dissertação puramente doutrinária.
Apresentava-se-me também a oportunidade de dar uma descrição de minha vida, no que
fosse necessário à compreensão do primeiro e do segundo volumes e no que pudesse servir
para destruir o retrato lendário da minha pessoa feito pela imprensa semítica.
Com esse livro eu não me dirijo aos estranhos mas aos adeptos do movimento que ao
mesmo aderiram de coração e que aspiram esclarecimentos mais substanciais.
Sei muito bem que se conquistam adeptos menos pela palavra escrita do que pela
palavra falada e que, neste mundo, as grandes causas devem seu desenvolvimento não aos
grandes escritores mas aos grandes oradores.
Isso não obstante, os princípios de uma doutrinação devem ser estabelecidos para
sempre por necessidade de sua defesa regular e contínua.
Que estes dois volumes valham como blocos com que contribuo à construção da obra
coletiva.
O AUTOR
Landsberg sobre o Lech
Presídio Militar
DEDICATÓRIA
PRIMEIRA PARTE
Considero hoje como uma feliz determinação da sorte que Braunau no Inn tenha sido
destinada para lugar do meu nascimento. Essa cidadezinha está situada nos limites dos dois
países alemães cuja volta à unidade antiga é vista, pelo menos por nós jovens, como uma
questão de vida e de morte.
A Áustria alemã deve voltar a fazer parte da grande Pátria germânica, aliás sem se
atender a motivos de ordem econômica. Mesmo que essa união fosse, sob o ponto de vista
econômico, inócua ou até prejudicial, ela deveria realizar-se. Povos em cujas veias corre o
mesmo sangue devem pertencer ao mesmo Estado. Ao povo alemão não assistem razões
morais para uma política ativa de colonização, enquanto não conseguir reunir os seus
próprios filhos em uma pátria única. Somente quando as fronteiras do Estado tiverem
abarcado todos os alemães sem que se lhes possa oferecer a segurança da alimentação, só
então surgirá, da necessidade do próprio povo, o direito, justificado pela moral, da
conquista de terra estrangeira. O arado, nesse momento será a espada, e, regado com as
lágrimas da guerra, o pão de cada dia será assegurado à posteridade.
Quando minha mãe morreu, meu destino sob certo aspecto já se tinha decidido.
Nos seus últimos meses de sofrimento eu tinha ido a Viena para fazer exame de
admissão à Academia. Armado de um grosso volume de desenhos, dirigi-me à capital
austríaca convencido de poder facilmente ser aprovado no exame. Na escola profissional eu
já era sem nenhuma dúvida, o primeiro aluno de desenho da minha classe. Daquele tempo
para cá a minha aptidão se tinha desenvolvido extraordinariamente. de maneira que,
contente comigo mesmo, esperava, orgulhoso e feliz, obter o melhor resultado da prova a
que me ia submeter.
Só uma coisa me afligia: meu talento para a pintura parecia sobrepujado pelo talento
para o desenho, sobretudo no domínio da arquitetura. Ao mesmo tempo, crescia cada vez
mais meu interesses pela arte das construções. Mais vivo ainda se tornou esse interesse
quando, aos dezesseis anos incompletos, fiz minha primeira visita a Viena, visita que durou
duas semanas. Ali fui para estudar a galeria de pintura do "Hofmuseum", mas quase só me
interessava o próprio edifício do museu. Passava o dia inteiro, desde a manhã até tarde da
noite, percorrendo com a vista todas as raridades nele contidas, mas, na realidade, as
construções é que mais me prendiam a atenção. Durante horas seguidas, ficava diante da
Ópera ou admirando o edifício de Parlamento. A "Ringstrasse" atuava sobre mim como um
conto de mil-e-uma noites.
Achava-me agora, pela segunda vez, na grande cidade, e esperava com ardente
impaciência, e, ao mesmo tempo, com orgulhosa confiança, o resultado do meu exame de
admissão. Estava tão convencido do êxito do meu exame que a reprovação que me
anunciaram feriu-me como um raio que caísse de um céu sereno. Era, no entanto, uma pura
verdade. Quando me apresentei ao diretor para pedir-lhe os motivos da minha não aceitação
à escola pública de pintura, assegurou-me ele que, pelos desenhos por mim trazidos,
evidenciava-se a minha inaptidão para a pintura e que a minha vocação era visivelmente
para a arquitetura. No meu caso, acrescentou ele, o problema não era de escola de pintura
mas de escola de arquitetura.
Não se pode absolutamente compreender, em face disso, que eu até hoje não tenha
freqüentado nenhuma escola de arquitetura nem mesmo tomado sequer uma lição.
Abatido, deixei o magnífico edifício da "Shillerplatz", sentindo-me. pela primeira vez na
vida, em luta comigo mesmo. O que o diretor me havia dito a respeito da minha capacidade
agiu sobre mim como um raio deslumbrante a revelar uma luta íntima, que, de há muito, eu
vinha sofrendo, sem até então poder dar-me conta do porquê e do como.
Em pouco tempo, convenci-me de que um dia eu deveria ser arquiteto. O caminho era,
porém, dificílimo, pois o que eu, por teimosia, tinha evitado aprender na escola
profissional, ia agora fazer-me falta. A freqüência da Escola de Arquitetura da Academia
dependia da freqüência da escola técnica de construções e a entrada para essa exigia um
exame de madureza em uma escola média. Tudo isso me faltava completamente. Dentro
CAPÍTULO IV - MUNIQUE
Quando ainda jovem, na fase em que tudo nos sorri, nada me fazia tão triste, como o ter
nascido justamente em uma época em que todas as honras e glórias eram reservadas a
negociantes ou a funcionários do governo.
As ondas dos acontecimentos históricos aparentemente tinham arrefecido e, de tal
maneira, que o futuro, na realidade parecia pertencer à "concorrência pacifica dos povos",
isto é, a uma calma e recíproca ladroagem, pela eliminação dos métodos violentos da
reação das vítimas. Os diferentes países começavam a se assemelhar, cada vez mais, a
empresas que se solapassem reciprocamente o chão debaixo dos pés, na conquista sem
A propaganda inimiga tinha começado entre nós, no ano de 1915; desde 1916 tornou-se
cada vez mais intensa, para finalmente se transformar, no começo de 1918, numa onda
avassaladora. Podia se. então, a cada passo, reconhecer os efeitos desta conquista de almas.
O exército alemão aprendia aos poucos a pensar conforme o inimigo desejava.
A nossa reação, no entanto, falhava inteiramente.
Entre os dirigentes responsáveis pela direção do exército, havia a intenção de aceitar a
luta também para esse desideratum. Sob o ponto de vista psicológico, cometeu-se um erro,
deixando que esses esclarecimentos se processassem no seio da própria tropa. Para ser
eficiente elas deveriam ter vindo da nação. Só então poder-se-ia contar com o seu sucesso,
entre homens que há quatro anos escreviam para a história de sua Pátria páginas
imorredouras, de inigualáveis feitos heróicos, alcançados no meio das maiores dificuldades
e privações.
No entanto, o que, da Pátria, chegava às linhas da frente?
Era isso estupidez ou crime?
Em pleno verão de 1918, após a evacuação da margem sul do Mama, a imprensa,
sobretudo, a imprensa alemã se portava de modo tão miseravelmente inábil, mesmo
criminosamente imbecil, que, diariamente, a par do ódio crescente, ocorria-me perguntar se,
na realidade, não haveria mesmo ninguém capaz de pôr um fim a esse desperdício do
heroísmo do exército.
Que aconteceu em França quando, em 1914, de vitória em vitória, varríamos o solo
francês?
Que fez a Itália nos dias da derrocada de seu front do Isonzo? Que fez a França na
primavera de 1918, quando o ataque das divisões alemãs parecia abalar as suas posições
nos seus fundamentos e quando as baterias de longo alcance começaram a fazer sentir os
seus efeitos em Paris? Como lá se soube tirar partido da paixão nacional levada ao
paroxismo, lançada em rosto aos regimentos em retirada desabalada! Como trabalhou a
propaganda na influenciação da massa, no sentido de inculcar a fé na vitória final no
coração dos soldados dos fronts rompidos!
Que aconteceu entre nós?
Nada ou pior do que isso.
Naquela ocasião subiam-me à cabeça a raiva e a indignação quando, ao ler os jornais,
tinha de analisar, sob o ponto de vista psicológico, aquela matança em massa.
Mais de uma vez me atormentou a idéia de que, se a Providência me tivesse colocado no
lugar desses ignorantões ou mal intencionados incompetentes ou criminosos de nosso
serviço de propaganda, talvez outro tivesse sido o desfecho da luta.
Senti, pela primeira vez, nesses meses, a maldade da sorte que me mantinha no front, ao
Um dia recebi ordem da autoridade superior para ir verificar o que se passava num
grêmio aparentemente político, cujo nome era "Partido Trabalhista Alemão". O dito grêmio
pretendia realizar uma reunião por aqueles dias, em que deveria falar Gottfried Feder. A
missão de que fui incumbido era ir até lá verificar o que se passava e, em seguida,
apresentar um relatório.
A curiosidade do exército de então em relação aos partidos políticos era mais do que
compreensível. A revolução tinha dado ao soldado o direito de participação na política.
Desse direito faziam uso justamente os mais inexperientes. Só no momento em que o
Centro e a social-democracia tiveram de reconhecer, com grande pesar, que as simpatias
dos soldados começavam a se afastar dos partidos revolucionários para se inclinarem pelo
movimento de reerguimento da nação, é que se julgou necessário retirar da tropa o direito
de voto e de participação na política.
Era óbvio que o Centro e o marxismo lançassem mão dessas medidas, pois se não se
tivesse procedido ao corte dos "direitos cívicos" - como se costumava denominar a
igualdade de direitos políticos dos soldados após a revolução - não teria havido, poucos
anos depois, o chamado governo de novembro e, consequentemente, teria sido evitada essa
desonra nacional A tropa estava naturalmente indicada para livrar a Nação dos sugadores
da Entente.
O fato de os chamados partidos "nacionais" concordarem entusiasmados com a
modificação do programa dos criminosos de novembro, para tornar, por esse modo,
ineficiente o exército como instrumento de ressurreição nacional, demonstrou mais uma vez
até onde podem levar as idéias exclusivamente doutrinárias desses "mais inocentes dos
inocentes". Essa burguesia, doente de senilidade mental, pensava com toda seriedade que o
exército voltaria a ser o que tinha sido, isto é, um sustentáculo da defesa nacional, enquanto
o Centro e o Marxismo só pensavam em lhe extrair. o dente perigoso do nacionalismo, sem
o qual o exército não é mais do que uma policia e nunca uma tropa capaz de lutar com o
A extensão da queda de qualquer corpo é sempre medida pela distância entre a sua
posição no momento e a que ocupava anteriormente. O mesmo acontece com a ruína dos
povos e dos Estados. A posição primitiva tem, por isso, uma importância capital. Só o que
se esforça por ultrapassar as fronteiras normais poderá cair e arruinar-se. A todos os que
pensam e sentem, isso faz com que a ruína do Império apareça sob aspecto tão grave e
horrível, pois assim o colapso é visto de uma altura de que, hoje, diante das proporções das
desgraças atuais, dificilmente se pode fazer uma idéia exata.
O Império tinha surgido abrilhantado por um acontecimento que entusiasmava toda a
nação. O Reich nasceu depois de uma série de vitórias sem paralelo, como um coroamento
glorioso ao imortal heroísmo dos seus filhos. Consciente ou inconscientemente, pouco
importa, os alemães estavam todos possuídos do sentimento de que o Império não devia a
sua existência às trapaças dos parlamentos partidários, mas, ao contrário, pela maneira
Há verdades de tal modo disseminadas por toda parte que chegam a escapar, por isso
mesmo, à vista ou, pelo menos, ao conhecimento da maioria do povo. Este passa
freqüentemente como cego diante destas verdades à vista de todo, mundo e mostra a
máxima surpresa, quando, se repente, alguém descobre o que todos, portanto deveriam
saber. Os ovos de Colombo andam espalhados por centenas de milhares; os Colombos,
porém, são realmente mais difíceis de encontrar.
E assim os homens erram pelo Jardim da Natureza, convencidos de quase tudo conhecer
e saber, e, no entanto, com raras exceções, deixam de enxergar um dos princípios básicos
de maior importância na sua organização a saber: o isolamento de todos os seres vivos
desta terra dentro das suas espécies.
Já a observação mais superficial nos mostra, como lei mais ou menos implacável e
fundamental, presidindo a todas as inúmeras manifestações expressivas da vontade de viver
na Natureza, o processo em si mesmo limitado, pelo qual esta se continua e se multiplica.
Cada animal só se associa a um companheiro da mesma espécie. O abelheiro cai com o
abelheiro, o tentilhão com o tentilhão, a cegonha com a cegonha, o rato campestre com o
rato campestre, o rato caseiro com o rato caseiro, o lobo com a loba etc.
Só circunstâncias extraordinárias conseguem alterar essa ordem, entre as quais figura,
em primeiro lugar a coerção exercida por prisão do animal ou qualquer outra
impossibilidade de união dentro da mesma espécie. Ai, porém, a Natureza começa a
defender-se por todos os meios, e seu protesto mais evidente consiste, ou em privar
futuramente os bastardos da capacidade de procriação ou em limitar a fecundidade dos
descendentes futuros. Na maior parte dos casos, ela priva-os da faculdade de resistência
contra moléstias ou ataques hostis. Isso é um fenômeno perfeitamente natural: todo
cruzamento entre dois seres de situação um pouco desigual na escala biológica dá, como
produto, um intermediário entre os dois pontos ocupados pelos pais. Significa isto que o
filho chegará provavelmente a uma situação mais alta do que a de um de seus pais, o
inferior, mas não atingirá entretanto à altura do superior em raça. Mais tarde será, por
conseguinte, derrotado na luta com os superiores. Semelhante união está porém em franco
desacordo com a vontade da Natureza, que, de um modo gera], visa o aperfeiçoamento da
vida na procriação. Essa hipótese não se apoia na ligação de elementos superiores com
inferiores mas na vitória incondicional dos primeiros. O papel do mais forte é dominar. Não
se deve misturar com o mais fraco, sacrificando assim a grandeza própria. Somente um
débil de nascença poderá ver nisso uma crueldade, o que se explica pela sua compleição
fraca e limitada. Certo é que, se tal lei não prevalecesse, seria escusado cogitar de todo e
qualquer aperfeiçoamento no desenvolvimento dos seres vivos em gera.
SEGUNDA PARTE
CAPÍTULO II - O ESTADO
Já nos anos de 1920 e 1921, nosso novo movimento era constantemente acusado nos
círculos burgueses, hoje fora da época, de manter uma atitude de reação contra o Estado.
Dai concluíam todos os partidos que lhes assistia o direito de combaterem, por todos os
meios possíveis, o inconveniente campeão de uma nova doutrina. De propósito, esqueceram
esses partidos que a própria burguesia já não considera o Estado como um corpo
homogêneo e que, do mesmo, não dava e nem pode dar uma definição precisa. Ë verdade
que há professores, nas nossas universidades oficiais, que, nas suas conferências sobre
direito público, tem por tarefa encontrar uma explicação para a existência mais ou menos
feliz do Estado que lhes assegura o pão. Quanto pior um Estado é constituído tanto mais
confusa e incompreensível é a explicação da sua finalidade. Que poderia, por exemplo,
outrora, um professor da Universidade do império, escrever a respeito do sentido e da
finalidade do Estado em um país cujo Governo é a maior monstruosidade do século XX? É
realmente uma tarefa difícil, se pensarmos que, no ensino do direito público, em nossos
dias, há menos a preocupação de atender à verdade do que alcançar um determinado
objetivo. Esse objetivo consiste em conservar, a todo preço, a monstruosidade que se
designa pelo nome de Estado. Ninguém se admire de que, na discussão desse problema,
sejam postos à margem os verdadeiros pontos de vista para, em seu lugar, pôr-se um
amálgama de valores e objetivos intelectuais e morais.
Entre esses indivíduos devem-se distinguir três grupos.
a) O grupo dos que vêem o Estado como uma reunião mais ou menos voluntária de
indivíduos sob a mesma administração oficial.
Esse grupo é o mais numeroso. Nas suas fileiras, encontram-se, sobretudo, os fanáticos
pelo princípio da legitimidade, para os quais, nesses assuntos, a vontade dos homens não
desempenha nenhum papel. Para esses, a simples existência do Estado dá-lhes direito a uma
inviolabilidade sagrada. Para defender essa concepção idiota eles observam uma fidelidade
A instituição que hoje erroneamente é designada pelo nome de Estado reconhece apenas
duas sortes de indivíduos: cidadãos e estrangeiros. Cidadãos são aqueles que, pelo
Se o Estado nacional socialista e racista tem como sua mais importante finalidade a
formação e educação do povo, como esteio do mesmo, é óbvio que não basta somente
favorecer os elementos raciais em si, educá-los para a vida prática. Faz-se necessário
também que a sua própria organização seja estabelecida em harmonia com esse objetivo.
Seria loucura querer medir o valor dos homens pela raça, e, ao mesmo tempo, declarar
guerra ao princípio marxista segundo o qual "um homem é sempre igual a outro", se não
estivermos resolvidos a tirar daquele axioma todas as conseqüências. A última
conseqüência do reconhecimento da importância da questão do sangue, isto é, do
fundamento do problema racial, deve consistir em levar aos indivíduos essa convicção.
Assim como eu devo estabelecer a diferença entre os povos pela raça a que pertencem,
assim também devem fazer os indivíduos dentro de uma determinada coletividade. A
afirmação de que os povos não são iguais provoca nos indivíduos de uma nação a idéia de
que nem todas as cabeças são iguais, porque, também nesse caso, embora as partes
O Estado nacionalista, que tentei pintar em linhas gerais, não surgirá apenas do
conhecimento das suas necessidades. Não basta saber que aspecto um tal Estado deverá
O ano de 1921 teve, em vários sentidos, para o movimento, uma importância capital,
Depois da minha entrada no "Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães",
tomei imediatamente conta da direção da propaganda. Eu tinha este setor, naquele
momento, como o mais importante de todos. Tratava-se menos de assuntos de organização
do que de propagar a idéia ao maior número possível. A propaganda devia preceder à
organização, conquistando o material humano necessário a esta. Além disso, sempre fui
inimigo de um trabalho de organização demasiadamente rápido e pedantesco. Daí resulta,
na maioria dos casos, somente um mecanismo morto, raras vezes uma organização viva. As
organizações estão em função da vida, do desenvolvimento orgânico de um povo. Idéias
que conquistaram um certo número de indivíduos sempre provocarão a necessidade de uma
certa disciplina, absolutamente indispensável. Mas, também aqui, se deve contar com a
fraqueza humana, inclinada a opor-se, pelo menos no começo, contra uma direção superior.
Na hipótese de uma organização sem vida surge imediatamente o grande perigo de aparecer
um homem, apontado por todos mas ainda não inteiramente experimentado e que, talvez, de
inferior capacidade, trate de impedir, dentro do movimento, a elevação de elementos mais
capazes. O mal daí resultante, pode ser, especialmente em movimento novo, de
conseqüências fatais.
Por essa razão é mais conveniente divulgar a idéia, pelo menos durante certo tempo,
centro de um determinado núcleo, para daí selecionar o material humano em condições de
dirigir o movimento. Mais de uma vez se evidenciará que, nessa seleção, não devemos
julgar pelas aparências.
Seria, porém, inteiramente falso ver, em conhecimentos teóricos, provas de capacidade
de direção.
O contrário acontece freqüentemente.
Um grande teórico é raramente um grande organizador, pois o valor do teórico consiste,
em primeiro lugar, na noção de definição de leis abstratamente exatas, enquanto o
organizador deve ser em primeiro lugar um conhecedor da psicologia popular. Deve ver os
homens como eles são na realidade. Não lhes deve dar demasiada importância nem
depreciá-los no meio da massa, Ao contrário, deve ter em conta a sua fraqueza como o seu
aspecto instintivo, para, tomando em consideração todos os fatores, organizar uma força
capaz de sustentar uma idéia e de garantir o sucesso!
Um grande teórico será raramente um líder. A um agitador e mais fácil possuir essas
qualidades, apesar da oposição dos teóricos puros.
Isso é perfeitamente compreensível. Um agitador capaz de comunicar uma idéia à
grande massa, precisa conhecer a psicologia do povo, mesmo que ele não seja senão um
demagogo. Mesma nessa hipótese, ele será um líder mais apto do que o teórico
desconhecedor da psicologia humana. Para ser chefe é preciso ter a capacidade para
movimentar massas. A capacidade intelectual nada tem que ver com a capacidade de
comando. Por - isso é completamente supérfluo discutir se há mais valor em criar idéias e
Duas razões me levam a submeter a exame especial as relações da Alemanha para com a
Rússia.
1. Trata-se, no caso, talvez da questão mais decisiva da política externa alemã.
2. Esse problema põe à prova a capacidade política do movimento nacional socialista
para pensar com clareza e agir com acerto.
Devo confessar que, sobretudo, o segundo ponto muitas vezes me encheu de apreensões.
Quando depusemos as armas, em novembro de 1918, foi iniciada uma política que,
segundo todas as probabilidades humanas, era destinada a conduzir à ruína. Exemplos
semelhantes, tirados da história, mostram que os povos que depõem as armas antes de
tentarem um último esforço, mais facilmente preferem, no correr do tempo, sofrer as
maiores humilhações e opressões a tentarem uma mudança de seu destino por meio de um
novo apelo à violência.
Isso é perfeitamente humano. Um vencedor inteligente fará, se possível, as suas
exigências ao vencido, por partes. Ele poderá contar, então, no caso de tratar-se de um povo
que se tornou sem caráter - e como tal se pode considerar todo povo que se rende
voluntariamente - que não encontrará em cada uma dessas opressões um motivo suficiente
para mais uma vez se pegar em armas. Quanto mais opressões forem aceitas
voluntariamente, tanto mais injustificado parece, a esses homens, porem-se em guarda ante
novas opressões, sempre repetidas, embora isoladamente, sobretudo considerando que, no
final de contas, já se tolerou muito maior desgraça em silêncio.
A decadência de Cartago é uma horrível imagem do suplício de um povo culpado.
Por isso, Clausewítz destaca, nas suas três "confissões", de maneira incomparável, esses
pensamentos e os fixa para sempre, dizendo: "que é indelével a mácula vergonhosa de uma
submissão covarde; que essa gota de veneno passa para o sangue da posteridade e paralisará
e destruirá a força das gerações vindouras"; e, em contraposição, "mesmo a derrocada dessa
liberdade após uma luta sangrenta e honrosa assegura o renascimento de um povo e é o
núcleo vital de que deitará raízes uma nova árvore."
Naturalmente, uma nação que perdeu a honra e o caráter não dará ouvidos a uma tal
doutrina, pois quem a toma a peito não poderá descer a tanto. Só decai quem a esquece ou
dela não quer mais saber. Daí não se poder esperar que os responsáveis por uma submissão
covarde caiam em si e, baseados na experiência humana, ajam de maneira diferente da de
até então. Ao contrário, justamente esses afastarão de si qualquer doutrina nesse sentido, até
que o povo se acostume definitivamente à sua situação de escravo ou até que forças
melhores aflorem à superfície para tirar o poder das mãos do perverso corruptor. No
primeiro caso, essas criaturas nem se sentem mal, pois, não raras vezes, recebem dos
inteligentes vencedores o cargo de feitor de escravos, cargo esse que essas naturezas
desbriadas exercem geralmente da maneira mais impiedosa, com relação ao seu próprio
povo, do que qualquer fera estrangeira ai colocada pelo inimigo.
Os acontecimentos, desde o ano de 1918, nos mostram que na Alemanha a esperança de,
POSFÁCIO