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UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

Contra Capa
Aqueles que se interessam pelas verdades visíveis e invisíveis do universo acabam se
deparando, em algum momento do caminho, com o desejo de aprofundar esse conhecimento.
Muitos são atraídos quase naturalmente para o estudo da Luz e dos mistérios do cosmo.
Outros encontram respostas nas veredas da ortodoxia. Existem ainda aqueles que, durante o
percurso, preferem não permanecer atados a doutrinas fechadas ou a hierarquias
eclesiásticas. Não se deixam seduzir pelo canto de sereia do universo material e se voltam
para a vida espiritual muitas vezes como última esperança.
Nesta sagrada aventura, cujo desfecho é uma compreensão maior das verdades imortais
que compõem as leis cósmicas, o ponto de partida e as condições das estradas importam
pouco. O que realmente faz diferença é atingir o cume da montanha mais alta, a montanha do
ser – a simbologia que as escolas de mistérios de todas as eras utilizam para se referir ao
processo iniciático que leva ao autoconhecimento e à integração com Deus.
Numa linguagem simples e clara, a proposta deste livro é facilitar o caminho ao viajante,
oferecer ferramentas aplicáveis à vida diária para tornar a escalada segura e mais agradável.
Para isso, os autores trazem à tona e revelam à luz do dia ensinamentos milenares até então
restritos aos retiros dos Mestres Ascensos da Grande Fraternidade – seres iluminados que se
tornaram imortais como Confúcio e Gautama Buda.
Universidade do Espírito é um curso prático, ministrado por Jesus e pelo Mestre Kuthumi –
uma das encarnações de São Francisco de Assis – e ditado a Mark e Elizabeth Clare Prophet.
Os dois mestres ocupam na Grande Fraternidade Branca o cargo de Instrutores Mundiais e
mantêm sob sua responsabilidade a transmissão dos ensinamentos que iluminarão esta Terra
e seus habitantes durante a era que agora se inicia - a Era de Aquário. As 48 lições aqui
apresentadas são as mesmas que os discípulos dos mestres da Galiléia e de Assis recebem
nos chamados planos internos do espírito, o local para onde as almas dos seres de luz se
dirigem enquanto seus corpos físicos dormem. Abordando temas abrangentes como luz,
constância, missão, perfeição, sabedoria, amor, corpo, alma e espiritualidade, tudo o que Jesus
e Kuthumi desejam é ampliar a sua compreensão sobre a Divina Doutrina e mostrar como
enfrentar e conquistar a vida com um espírito de vitória.
2

Capa externa
Em todas as eras existiram pessoas que buscaram uma compreensão de si próprias e de
Deus que transcendeu as tradições correntes de doutrina e dogma. Impelidas por uma fé que
vislumbrava uma extraordinária possibilidade de liberdade, tentaram expandir sua consciência
sobre a vida e o Universo testando as infinitas expressões da Luz. Por meio da ciência e da
religião, penetraram nos mistérios do Espírito e da matéria e descobriram chaves valiosas para
entender a Realidade.
Universidade do Espírito se destina a homens e mulheres do Século XXI que possuem
uma busca similar, mas que, dada a complexidade do momento presente, vêm-se na
contingência de conciliar o aparentemente irreconciliável: as leis eternas da senda de evolução
espiritual com os valores temporários do mundo atual, que muitas vezes parecem caminhar, ou
caminham de fato, na direção oposta.
Patrocinados por Jesus e pelo Mestre Kuthumi – uma das encarnações de São Francisco
de Assis – os ensinamentos aqui apresentados são ecumênicos. Retratam verdades universais
que tanto falam à alma de simples buscadores, como de professores, pastores, rabinos,
padres, monges e adeptos de todos os credos. Esses ensinamentos são o mais eloqüente
exemplo de que, por trás das aparentes diferenças entre os homens, está o propósito divino e
o trabalho ininterrupto que Deus tece com suas próprias mãos no interior de cada um dos seus
filhos e no mundo exterior.

____________________________________________

Universidade do Espírito
Lições práticas para o autoconhecimento,
iluminação e aprendizado das leis cósmicas
3

Mark L. Prophet e Elizabeth Clare Prophet

Tradução
Miguel Teixeira e Maria Tereza Moras
Revisão
José Ruy de Oliveira Pedroso
Título do original em inglês
CORONA CLASS LESSONS ... for those who would teach men the way

Universidade do Espírito
Lições práticas para o autoconhecimento,

Iluminação e aprendizado das leis cósmicas

Summit Lighthouse do Brasil

2001
4

Índice

CORRESPONDÊNCIA

Fraternidade

Vós

Santo Cristo Pessoal

O Pai

Reciprocidade

Coroa

Constância

PROPÓSITO

Perfeição

Santidade

Exemplo

Coração

Inocência

Reconhecimento

Missão

TRANSFIGURAÇÃO

Luz

Aceleração

Possibilidade
5

Obediência

Poder

Sabedoria

PECADO

Lei

Amor

Consciência

Sacrifício

Expiação

Misericórdia

Responsabilidade

DISCIPULADO

Requisitos

Consagração

Visão

Vontade

O Chamado

A Oportunidade

Mestria

HÁBITO

Iluminação

Pensamento

Caráter
6

Chamado

Espiritualidade

Visão

Semente

IMORTALIDADE

Perfeição

Caridade

Corpo

Chama Trina

Alfa/Õmega

Alquimia

SER

Homem

Vida

Imagem

Alma

Coração

O Santo Graal

Amor

NOTAS

Citações Bíblicas de Abertura

APÊNDICE

Temas para sermões ou Estudos


7

Naquela mesma hora os discípulos se aproximaram de Jesus,

perguntando: Quem é o maior no reino dos céus?

Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles,

e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes

e não vos tornardes como crianças,

de modo algum entrareis no reino dos céus.

E todo aquele que receber, em meu nome,

uma criança como esta, recebe a mim.

Mas aquele que escandalizar um destes pequeninos que

Creem em mim, melhor seria que pendurasse ao pescoço

uma grande pedra de moinho, e se precipitasse

na profundeza do mar.

Ai do mundo, por causa dos escândalos! É necessário

Que venham escândalos, mas ai do homem

Por quem o escândalo vier!

Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos.

Pois eu digo que os seus anjos nos céus sempre veem a

face do meu Pai que está nos céus.

Assim também não é vontade de vosso Pai que está

nos céus que um destes pequeninos se perca.

Mateus
8

Correspondência

Correspondência. [De corresponder + nte.]

Adj. 2 g.

1. Que corresponde.
2. Apropriado, adequado.
3. V. Correlativo. ~V. ângulos – se sócio –

S.2.g.

4. Pessoa que se corresponde [v. Corresponder (5) com alguém.


5. Pessoa que trata de negócios de outra(s) fora da terra desta(s).
6. Aquele que é encarregado de dirigir a correspondência (2).
7. Jorn. Jornalista que representa uma empresa de comunicação em determina-
da cidade, região ou país, distintos daquele onde se situa a sede da empresa;
é o responsável naquele local determinado, pela cobertura e envio regular de
notícias e artigos para a empresa. [Cf., nesta acepç., enviado especial.] Cor-
respondente de guerra. Jorn. Repórter encarregado de fazer a cobertura de
uma região em guerra ou em revolução.

Correspondência
Lição 1 da Universidade do Espírito
9

Fraternidade
“Apascenta as Minhas Ovelhas”

Aos Meus Amigos Que Desposaram a Vida Espiritual - Há tanta coisa na vida que pareceis
tomar como certa; e não somente vós, pois de certa maneira toda a humanidade em maior ou
menor grau encontra-se neste estado de inconsciência, estando poucas pessoas totalmente
libertas dele.

Com simplicidade quase infantil, pessoas que em outros assuntos são sensatas, pare-
cem aceitar a criação visível de Deus sem considerar o magnífico desígnio por trás da forma e
aparência física. Todos os que refletem sobre as verdades do cosmo visível e invisível chegam
ao desejo consciente de estudar as obras das mãos de Deus com maior detalhe.

Alguns sentem-se naturalmente inclinados ao estudo da Luz e da Verdade desde a tenra


infância, e muitos de vós que participais nestas aulas estais entre eles. Alguns de vós come-
çastes seguindo orientações ortodoxas e compreendestes em certo ponto, como aconteceu
com todos nós, quão fútil é permanecer amarrado pelas raízes de cisma, por uma doutrina fe-
chada ou por uma hierarquia eclesiástica sem inspiração.

Os vossos corações convenceram-se da unidade de toda Vida, e começastes a buscar a


unidade por trás da diversidade do pensamento religioso. A busca da Verdade levou-vos bem
longe do vosso ponto de origem e começastes a viagem que leva a uma maior compreensão
das leis de Deus. Alguns de vós fostes atirados para aqui e para ali, e, não encontrando alívio
ou paz na busca de metas materiais, voltastes-vos para a vida espiritual como uma última es-
perança.

Quaisquer que tenham sido os vossos princípios ou a estrada acidentada que vos trouxe
até aqui, não é isso o que realmente importa. O importante é que estais aqui em harmonia com
os seres ascensos. Podeis declarar com o abençoado Saint Germain: “Eu estou aqui!”. Isto é
da maior importância. Sim, porque ao fazê-lo reconheceis a unidade da Presença EU SOU. E
vosso desejo de servir expandindo a Luz e disseminando a mensagem do reino do Pai entre
todos os povos torna-se claro.
10

Asseguro-vos que os braços do Pai estão abertos a todos, para receber todos os busca-
dores e auxiliar cada aspirante no processo de autoelevação aos braços da sua Presença Divi-
na – a única realidade divina e porto seguro acima das tempestades e provas da vida munda-
na.

Até hoje, a ajuda oferecida pelos Mestres Ascensos ao povo da Terra continua a ser de
valor incalculável; no entanto, para a maioria dos homens ela não é evidente. Por nos termos
graduado na escola da vida e estarmos bem familiarizados com seus problemas e suas solu-
ções, e visto que as necessidades da Terra são grandes, Deus usa muitos de nós, vossos ir-
mãos e irmãs ascensos, como Suas mãos e pés – como o Seu próprio coração oferecido como
sabedoria personificada. Através da nossa ascensão, alcançamos uma abençoada unidade
com Ele. Isto é algo que almejamos dar a cada um de vós, de acordo com a orientação da vos-
sa Presença Divina.

Lembrai-vos: Deus, a Poderosa Presença EU SOU, conhece o dia e a hora da vossa


ascensão na Luz. Este conhecimento é guardado pela vossa Presença. Podeis estar mais per-
to da vossa vitória do que pensais, porque o sinal nem sempre é dado exteriormente, nem re-
velado aos outros.

O amado Jesus e eu, como Instrutores Mundiais, empreendemos esta Universidade do


Espírito por correspondência com um propósito – a multiplicação das nossas mãos e pés. Não
será isto a verdadeira correspondência, em muitos sentidos?

Através da fé sois as nossas mãos, os nossos pés e a nossa presença na Terra. Cor-
respondeis a nós quando expressais a nossa consciência perante a humanidade. Compreen-
deis isso? Os vossos corações tornam-se cálices nos quais derramamos as fragrâncias das
nossas graças espirituais, enriquecendo assim todas as pessoas de mente e espírito receptivo
que tem a boa fortuna de entrar em contato convosco. Assim, ao ver-vos, podem começar a
acreditar que Deus habita em forma humana. Ó, espero realmente que o entendais! Pois este é
o segredo do amor que sempre existiu entre Mestre e discípulo. O objetivo da Universidade do
Espírito revelará, quando alcançado, que radiação divina envolve os fiéis e quem a produz.

Tantos filhos da terra, intrigados com seu estudo das leis de Deus, acreditam que, por
um processo mágico ou semimágico, serão automaticamente transformados em seres ascen-
sos e adeptos. Devido a esta crença incerta, muitos mercenários ganham a vida ministrando o
evangelho de uma liberdade meramente humana – freqüentemente não dando às ovelhas de
11

Cristo o necessário alimento espiritual 1. No entanto, devemos com toda a justiça dizer que,
através da sinceridade e da honra nos corações dos estudantes, muito de bom tem sido reali-
zado apesar da hipocrisia desses pastores mercenários. Certamente concordareis que um ser-
viço modesto é melhor do que nenhum.

É claro que cada um é julgado de acordo com as suas obras 2. E se fizer o bem, o bem
lhe advirá 3. A Lei não pode ser violada. No entanto, que fique bem claro que damos preferên-
cia aos mentores ungidos, cuja dedicação os trouxe até os pés do seu Santo Cristo Pessoal
com corações cheios de amor, devoção e a humildade necessária para transmitirem o nosso
ensinamento tendo em mente os propósitos dos Mestres Ascensos.

Por nada deste mundo privaríamos qualquer pessoa da sua esperança abençoada nem
a afastaríamos desnecessariamente até mesmo de um falso mestre, a menos que com isso
pudéssemos beneficiá-la; tampouco desejamos que qualquer falsa esperança venha embalá-la
num sono de falsa segurança, no qual muito tempo e energia valiosos poderiam ser perdidos
procurando atingir metas inexistentes. Por isso, procurai desenvolver o nosso agudo sentido de
discriminação, que estamos dispostos a transmitir-vos.

Nada queremos de vós, a não ser um amor desinteressado que podeis oferecer agora
mesmo, se quiserdes. Pensai nisso! Desejamos ver-vos usufruir a mesma maravilhosa liberda-
de que possuímos.

Quando eu estava encarnado como Francisco de Assis cheguei à conclusão, através do


estudo dos pássaros e animais, que o meu poder de concentração, saturado como estava com
o amor de Deus e com o Seu amor no homem, me conduziria a uma compreensão da inteli-
gência divina atuando na Natureza, que anteriormente eu tão aplicadamente ignorara. Por es-
tar mais interessado na busca do prazer do que no fervor religioso, não compreendera antes a
grandeza do amor de Deus e a alegria que esse amor podia gerar, muito superior à de qual-
quer fonte externa. Além disso, a minha contemplação anterior do reino da Natureza levara-me
a considerar o céu como um lugar separado da terra.

Imaginai, se podeis, a alegria da minha alma quando descobri que as lindas árvores
eram dotadas de seres espirituais, de guardiães angélicos de grande estatura e beleza, cujo
poder orientava o desenvolvimento da forma molecular, do padrão, do brilho das folhas e de
suas propriedades de cura inerentes. Senti a energia (força vital) radiante emanando dessas
sentinelas silenciosas capturar o coração, como fez uma majestosa deva silvestre, que inspirou
12

Joyce Kilmer a escrever o seu tão sincero poema “Árvores” 4. Descobri também, para meu
grande espanto, que as criaturinhas felpudas da floresta possuíam uma inteligência vital pró-
pria, refletindo o Criador, e vi como a vida que havia nelas respondia à Vida em mim.

Oh, o céu não estava afastado de mim! Porque percebi que tudo que é visível não é se-
não a orla do manto do céu. Só de tocar a orla física fui curado! 5 O que aconteceria quando
tocasse em todo o manto? Ansiava sabê-lo.

Para alcançar esta meta transcendente que eu acreditava firmemente ser acessível –
pois sabia no meu coração que Deus o havia ordenado – dirigi a minha mente para a senda da
iluminação espiritual. Dia após dia a minha mente foi cada vez mais santificada através do con-
tato com os reinos espirituais. A minha dedicação concentrada na Senda e a minha contempla-
ção da santidade de toda Vida – e da santidade do Deus que a tudo criou para Seu deleite, in-
cluindo o homem – foram as chaves para a minha assimilação dessa santidade, que parecia
claramente impregnar o meu ser e tudo o que me rodeava.

Amados corações, há algo de estranho à realidade na idéia de que Deus está separado
e apartado da Sua criação. A afirmação de que Deus é o Tudo-em-todos não é um mero pante-
ísmo doutrinário, mas uma verdade irrefutável.

Porque, embora seja verdade que a criação está em Deus, é também verdade que Ele
está na Sua criação; mas é evidente que o Seu amor, sabedoria e poder não podem ser conti-
dos por ela. “Os céus, e até o céu dos céus não Te podem conter, quanto menos esta casa que
eu edifiquei” – disse Salomão na Antigüidade 6. Além disso, o fato de que a Presença Divina, o
EU SOU individualizado, excede em muito a criação pessoal do indivíduo (e também a criação
macrocósmica) é prova do domínio com o qual Deus tão amorosamente dotou o vosso Eu Re-
al, feito à Sua imagem e semelhança 7.

À medida que a minha alma se expandia na luz penetrante que Deus em mim derrama-
va, eu era enaltecido repetidamente pela Sua glória expressada através do reino da Natureza.
As criaturas aparentemente irracionais do campo e da floresta uniam-se a mim através do amor
de Deus e também eu conseguia, finalmente, falar o seu idioma, chamando-lhes “irmãos”. Bem
mais ainda deveriam todos os filhos da Luz amar-se uns aos outros e respeitar a menor parte
da Vida (de Deus)!
13

Com todas estas experiências transcendentes, minha alma sentiu-se movida por um
grande desejo de comunicar aos outros a sabedoria sem fronteiras que me fora confiada por
Deus. Neste ponto do meu despertar espiritual, percebi que um autêntico muro de resistência
humana se erguera – muito mais sólido e alto do que qualquer castelo medieval – entre eu
mesmo e os meus amigos e a população de Assis. Muitos homens a quem procurava alcançar
não conseguiam compreender a minha vida, os meus objetivos ou os caminhos que Deus es-
colhera para mim – que para mim eram tão evidentes, tão fáceis de ver, tão lógicos! Para eles
tornei-me um poverello, alguém que abraça voluntariamente a Mãe Pobreza. Foi então que fui
abruptamente separado da família, dos amigos e dos recursos financeiros.

Felizmente, alguns dos meus amigos eram tão sinceros e devotos que continuaram a
rezar por mim. E Deus, cujos caminhos nem sempre são entendidos pelo homem 8, piscou-me
o olho respondendo à Sua maneira aos pedidos que lhe fizeram – levando-me cada vez mais
fundo no Seu coração e abraço, ao mesmo tempo que eles pediam assiduamente o meu retor-
no ao caminho tão batido da ortodoxia! Assim, nem fiquei desiludido com a perda dos meus
amigos, nem retornei às vaidades do mundo material. Mas, aproximando-me cada vez mais de
Deus para tornar-me um divino poverello, fui reunindo à minha volta, por afinidade de espírito,
outros com idéias e sabedoria semelhantes e com eles formei a minha ordem sagrada dos ir-
mãos franciscanos.

Citei brevemente as minhas experiências terrenas para que não vos preocupeis exces-
sivamente com os que parecerem desinteressados ou que possam ter falta de humildade
quando tentardes, com a pureza do vosso coração, dar-lhes a conhecer as leis de Deus. Lem-
brai-vos de que o Pai tentou durante muito tempo alcançar-vos para dar-vos todo o Seu amor
e, no tempo devido, retirou-vos do meio das multidões para aproximar-vos do Seu coração e da
Sua fraternidade de Luz.

Usai a vossa energia, como também o fizemos, em correção interior e estudo, com aten-
ção especial aos nossos preceitos que vos damos como maná para vossas almas – até que,
como um grande órgão de expansivo timbre e freqüência, sejais o perfeito instrumento através
do qual o Ser Divino possa tocar as delicadas harmonias de luz curadora e tom confortador,
revelando a todos através de um exemplo mais perfeito a eficácia da graça do céu.

Se enaltecerdes em vós a Presença de Deus “EU SOU”, ela atrairá todos os homens à
sua Luz maior 9. Lembrai-vos de que, como disse o amado Morya, somos uma fraternidade
franca; e não vos canseis de fazer o bem!10
14

Jesus, que chorou sobre Jerusalém 11, tem desde há muito derramado o seu amor sobre
os fatigados, os famintos, os pobres e os que não são livres – ansiando, como eu, refrescar,
nutrir, enriquecer e libertar, na dignidade do Espírito Santo, todas as almas que amam a Luz.
Gostaríamos também de libertar aqueles que, por não conhecerem a Luz, não amam a Luz.

E àqueles homens que amam as trevas mais que a luz porque as suas obras são más12,
gostaríamos de trazer Luz, o amor à Luz e um exemplo de justiça – através de vós e de todos
os que desejam ensinar o caminho aos homens ainda não iluminados.

Este é o ideal da Grande Fraternidade Branca. Esta é a senda dos homens justos que
se aperfeiçoaram através da imagem viva do Cristo13.

Para esta vocação sois conduzidos pelo Espírito da Fraternidade, para que, expandindo
a vossa Luz, possais responder ao chamado de Cristo: “Apascenta as minhas ovelhas” 14.

Que a saudação do ascenso Jesus Cristo esteja convosco, e a minha também.

Vosso mentor cósmico,

Kuthumi

Correspondência

Lição 2 da Universidade do Espírito

Vós

“E vós, Quem Dizeis Que Eu Sou?”


15

Amados Estudantes, Que Desejais Ensinar a Verdadeira Comunhão dos Santos – A carta
de introdução do abençoado Kuthumi, meu irmão, descreveu-vos maravilhosamente um pouco
da doçura do seu despertar para o poder de Deus, durante a sua encarnação franciscana.

Na sua instrução, ele defendeu sabiamente que sejam dados os ensinamentos da per-
feição da Luz a todo o investigador sincero, mas realçou a necessidade de que todo instrutor
mantenha a sua harmonia, mesmo que algumas pessoas resolvam rejeitar os ensinamentos
depois de ouvi-los 1. A cada um recomendou uma caminhada mais próxima com a Presença do
EU SOU (o Pai) e o Santo Cristo Pessoal (o Filho) como antídoto para todos os problemas. Ve-
jamos por que motivo é esta a melhor parte da sabedoria divina.

Lembrar-vos-ei talvez de que eu falei aos meus discípulos, dizendo: “E vós, quem dizeis
que eu sou?” 2. Bem, amados corações, poderíeis fazer a mesma pergunta aos vossos associ-
ados de hoje. E qual pensais que seria a resposta, ou qual gostaríeis que fosse?

Gostaríeis que vos descrevessem tão só como um tanto de energia, um tanto de peso,
com determinada idade e cor de pele, com certas características, maneirismos e idiossincrasias
pessoais? Ou preferíeis que a sua descrição incluísse toda a beleza, a perfeição milenária e as
dimensões emocionantes, sempre renovadas e expansivas da vossa Presença do EU SOU e
seu invencível poder da vitória do Amor?

A escolha é clara, como facilmente podeis ver; porque a Sabedoria escolhe sempre a
melhor parte, onde a verdade eterna daquilo que sois, a eterna esperança daquilo que sereis e
o eterno amor do Pai pelo mais puro intento da vossa alma estão em perfeita harmonia. Este
nosso conceito imaculado, mantido em prol da cada um de vós, é a vossa instrução perpétua –
eterna, imutável e, no entanto, cheia de indescritíveis glórias, de melodias nunca cantadas, de
distâncias e extensões não delineadas, que nem mesmo os ascensos exploraram.

O Amor imortal é tão profundo que, absorvidos nas profundezas, encontramos supremo
consolo. No entanto, a alegria do eterno mistério continua a existir mesmo quando tudo é expli-
cado, pois é assim a natureza do coração de Deus – o centro da inefável sabedoria, o altar da
paz eterna. Como recipientes de tal amor, como poderia o cálice do nosso zelo deixar de
transbordar no desejo de chamar toda Vida para compartilhar das bênçãos e unidade da nossa
oitava – o reino do céu!
16

Qual será, então, a melhor maneira de um mentor do reino do céu alcançar as pessoas
– especialmente quando o zelo desse mentor é muito grande, estendendo braços de amor para
abraçar o mundo inteiro? * [ * O meu estender de braços foi maravilhosamente retratado na
magnífica estátua do Cristo Redentor, que constitui, no Rio de Janeiro, um belíssimo foco do
meu amor pelos habitantes da América do Sul.]

Continuando a responder a esta questão, há um conceito que gostaria de comunicar a


cada um de vós, pois se refere ao que sois realmente:

Em cada átomo e sistema de mundos existe um foco central de grande luz. Nos siste-
mas solares a magnitude desta luz é facilmente observada; mas num sentido relativo, quando
se lida com partes microscópicas do todo, ela pode parecer uma mera centelha da imaginação
para a maioria de vós, por ser tão pequeno este foco central. No entanto, para nós continua a
ser uma chama do Grande Sol Central, por muito pequena que possa parecer.

Assim é a centelha divina dentro de vós – a chama trina da Vida ardendo no altar do
vosso coração. Embora só tenha cerca de um milímetro e meio de altura, ela constitui o centro
solar e a fonte da Vida para o vosso corpo físico.

Ora, tudo aquilo que coalesceu na matéria em torno deste centro deveria ser um instru-
mento para o cumprimento do vosso plano divino, de acordo com a idéia-semente original, con-
tida no coração da pequenina chama. Este plano da perfeição da vossa vida é para ser expan-
dido através do mundo da matéria em anéis concêntricos de luz e cor vivos, divinamente ale-
gres e radiantes; porque as energias da chama trina, nascidas da radiação* eterna, são o sus-
tentáculo de toda criação física! [ * Nascidas da glória Shekinah da Presença do EU SOU. (Ve-
ja nota 8, lição 19).]

Contrastando com isso, o abuso humano do poder da centelha divina manifesta-se co-
mo grosseiras condensações de egocentrismo, discórdia acumulada e características terrenas
que, na realidade, se solidificam em torno da chama como densidade mental, sentimentos de
ressentimento e doenças físicas.

A acumulação de discórdia no corpo e na mente subconsciente pode ser vista pelos cla-
rividentes como nuvens sombrias aglomeradas em torno da chama central do ser, impedindo a
penetração da Luz, cujos raios curadores e vivificantes dispersariam natural e rapidamente dos
17

perturbados corações dos homens o que há de cinzento e pesado no medo e dúvida acumula-
dos.

Esta purificação acontecerá quando a teimosia humana – a relutância inteiramente hu-


mana em aceitar a mudança, de despojar-se do velho homem e revestir-se do novo homem 3, e
a obstinação em ignorar a voz interior do Eu Real – deixar de enlamear a pura corrente de
energia de Deus, que flui incessantemente do Seu Espírito até as almas dos Seus.

Todos nós (os Mestres Ascensos) tivemos de deixar para trás essa consciência humana
e visão do mundo muito antes da nossa ascensão. Demos à chama de Deus – esse precioso
foco da Sua inteligência que Ele colocou em nós e em vós - a autoridade sobre os nossos
mundos individuais. Sim, amados, nós somos obedientes à chama de Deus na nossa vida; e
vós podeis ser obedientes à chama de Deus na vossa vida, se decidirdes de todo o coração
que assim há de ser!

Qual é, então, o rumo do viver mundano em que se empenham as massas da chamada


sociedade, senão fios tecidos num tear temporal? Ano após ano, o vaivém do tempo tece fios
de luz viva corrompida pelos pensamentos e sentimentos humanos. Estes retêm todos os ve-
lhos hábitos e momentuns da raça, que nunca trouxeram nem trarão aos homens a sua liber-
dade divina, nem mesmo paz pessoal.

Amados, tão intensas têm sido as cores do pensamento e sentimento humanos e tão
recoberto de poeira astral tem ficado o tecido que, embora seja pavorosa a tapeçaria tecida, as
pessoas continuaram, devido à sua matriz endurecida, a tecer padrões discordantes (até mes-
mo a estudar as vidas dos infames), imitando tudo o que troça do céu e lhe é contrário, exterio-
rizando tudo o que é anticristo (“anti” ou contra o Eu Real) e que tem, por isso, de ser elimina-
do.

O Santo Cristo Pessoal nunca pode permitir que a arte impropriamente executada pelo
indivíduo seja exposta na galeria universal da arte divina – e por isso, por lei e misericórdia
cósmicas, ele não tem outra solução senão entregar esses tecidos do eu inferior às chamas da
misericórdia e do perdão, onde as suas formas se des-integram e os seus átomos retornam ao
Coração do Grande Sol Central para serem purificados (repolarizados).

Bem, é por vezes difícil para seres não ascensos compreender como é que alguns teó-
logos, ao serem colocados face a face com a transparente simplicidade da Vida, que por si
18

mesma é quase evidente, complicaram os ensinamentos do Pai e as Suas leis a ponto de criar
grande temor nos corações dos homens. No entanto, isto é um fato, por melhores que tivessem
sido as suas intenções.

Deus é freqüentemente retratado como sendo o dispensador da vingança humana, de-


sejando apaziguamento e sacrifício pelos muitos pecados da humanidade, sem o que Ele en-
tregaria para sempre os homens a um futuro horrível ao qual não poderiam escapar (embora
esteja escrito: “Minha é a vingança [isto é, a justiça divina]; eu retribuirei, diz o SENHOR” 4). No
entanto, as escrituras que estes teólogos sujeitam à sua interpretação privada declaram eter-
namente que a misericórdia de Deus é de eternidade a eternidade 5.

Ó meus amados, a minha vida na Galiléia não foi sacrificial, mas sim sacramental. Foi
uma oferta feita de livre vontade a Deus, e que vós também fareis um dia (e alguns já começa-
ram esse processo) como parte da vossa viagem de regresso ao coração de Deus.

O abençoado Hilarion, quando encarnado como o Apóstolo Paulo, compreendeu clara-


mente a questão das obras do homem – tanto o seu carma positivo como o negativo – pois as
viu serem julgadas na prova de fogo quando declarou:

“A obra [carma] de cada um se manifestará: porque o dia [a “Estrela d’Alva” 6, o Sol res-
plandecente da Presença do EU SOU] a demonstrará. Pelo fogo [espiritual] será revelada; e o
fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte perma-
necer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá perda; o tal será sal-
vo, todavia, como pelo fogo [sagrado].” 7

Só os padrões sem proveito do carma, as vestes tecidas imperfeitamente com energias


corrompidas, tais como os cardos do ódio humano e formas-pensamento de vingança, bem
como o barro moldado sem a beleza crística capaz de agradar ao Oleiro Eterno é que são rejei-
tados.

Os abençoados átomos que sacrificam temporária e amorosamente as suas vidas para


compor e manter coesas, por vezes durante éons, essas opacidades disformes criadas pelos
humanos no homem e na Natureza, não devem ser culpados pelos erros e experiências desa-
jeitadas dos aprendizes da grande Escola de Deus – onde a vida, como Deus, determinou que
ondas (partículas) de energia obedecessem às ordens dos Seus filhos empenhados na grande
experiência do livre arbítrio.
19

Embora não pareça ser assim, se os estudantes da escola da Terra conhecessem o


plano divino ou tivessem sido persuadidos, com a convicção da certeza divina, do propósito
mais nobre que há na Vida, eles não continuariam a trazer até a porta do templo da Vida qual-
quer criação que não fosse uma perfeita obra de arte. Além disso, ajudá-los-íamos a produzir
tais obras de perfeição – como ajudaremos a vós – se ao menos pedissem o nosso auxílio 8.

Quando exclamei: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!” 9 falava não apenas
para a multidão presente naquele momento, mas também para todos os que evoluiriam no pla-
neta até o dia de hoje.

Como se pode esperar que o eu humano, tão freqüentemente moldado em imagens de


imperfeição e oprimido pelas suas próprias discórdias e opacidades (isto é, pelo carma), se su-
jeite ou responda aos apelos da perfeição? Não disse eu: “Colhem-se uvas dos espinheiros ou
colhem-se figos dos abrolhos?” 10.

É raro, portanto, que os apelos dirigidos ao homem externo produzam a resposta ven-
cedora, exceto quando esse homem, como tecelão da veste da sua alma, tenha sabiamente
integrado na sua natureza muita devoção e amor; porque assim ele responderá espontânea,
natural e rapidamente à verdade de que “EU SOU a Luz do mundo” 11.

Dirigi vossos apelos, portanto, ao Santo Cristo Pessoal dos homens, a não ser quando
as pessoas expressarem uma vontade natural de aprender. Só então deveis dar-lhes as nos-
sas palavras e ensinamentos, que são cálices que a todos levam luz e salvação.

Os mais sábios da Terra têm muito a aprender. Eu próprio recebi no templo 12 todas as
iniciações dos principiantes, embora desde o começo da minha encarnação na Galiléia os sá-
bios soubessem que eu seria considerado mais sábio do que os doutores e sábios daquele
tempo. Ensinei continuamente que quem deseja ser grande tem que ser o servo de todos 13.

Tal como foi dito, um grande chefe só se coloca acima de seus seguidores quando se trata de
assumir responsabilidades.

Quando invocais com toda a intensidade do ser a vossa perfeição na Luz, acreditando
no amado Vitória quando ele vos diz que a vossa vitória é possível hoje mesmo – só então a
tornai possível!
20

A comunhão conosco tem de ser no nosso nível, compreendeis? Nós não podemos en-
trar em comunhão com o variável eu externo, que muda conforme a temperatura do dia, e que
durante a maior parte do tempo é indeciso 14. Nós apelamos para a vossa alma e a alcançamos
através do vosso Santo Cristo Pessoal. E, acreditai-me, é assim que o fazemos agora mesmo.

Sim, porque esta dádiva santificada da personalidade concedida através do Filho de


Deus – representado pelo vosso Santo Cristo Pessoal, que é o “Sol da Justiça” brilhando com a
sua força no templo do vosso ser 15 – desceu da vossa Presença do EU SOU para atuar como
mediador, para elevar-vos ao cumprimento do vosso destino divino. O Santo Cristo Pessoal
tem o poder de alcançar, não apenas a vossa mente e ser externos, mas também a mente e
psique de cada ser humano na Terra – assim como a de todos eles! Não podem protestar con-
tra isso nem se opor à sua ação, porque as suas correntes vitais fluem também por meio do
Cristo único, que é o Senhor de tudo.

Enaltecei o Cristo Pessoal em todas as almas, e ensinai-lhes a verdadeira comunhão


dos santos, para que possam compreender que a Presença Divina de cada um é uma só com
todas as outras manifestações da Presença do EU SOU – em mundos sem fim.

Ensinai-lhes a fé simples na eterna Presença, cujos braços perpétuos as envolvem por


intermédio do seu Santo Cristo Pessoal – fazendo ressurgir os seus pensamentos, as suas
mentes, os seus mundos, as suas atividades, até mesmo as suas formas físicas, de uma prisão
de pedra (a dúvida e medo humanos solidificados) para um mundo onde não dizemos: “Eu
penso, eu creio, eu quero, eu tenho”, mas declaramos com o Pai: “Eu sei, porque EU SOU!”.

Como anseio receber-vos nessa Sagrada Comunhão com a vossa Presença do EU


SOU, que deveríeis manter diariamente em memória de mim 16 – eu que sou um com (o “EU
SOU” em mim que é um com) o vosso Santo Cristo Pessoal! Então o joio (mau carma) da vos-
sa natureza será separado do trigo (boas palavras e obras) porque o tereis desejado, como
também eu o desejo. Porque “Na mão a pá Ele tem, e limpará [purificará] a Sua eira [a vossa
consciência] 17”.

Ao longo de todos os ciclos eternos, a semente, ou idéia divina, da alma é plantada na


expressa esperança de que seja multiplicada e colhida, de que, pela refinação do calor (fogo
sagrado), ela possa tornar-se um pão sacramental tal como eu fiz ao declarar a todos: EU SOU
o pão que veio do céu... Tomai, comei, este é o meu Corpo de substância eternamente purifi-
cada, moldada voluntária e conscientemente à imagem do Pai 18.
21

Esta Vida a que chamais vossa, fluindo nas vossas veias, é na verdade o vinho consa-
grado do Pai que Ele sacrificou (santificou) para vós ao colocar a essência da Sua própria Pre-
sença no seu âmago. O Pai não requer sofrimento ou prejuízo, a não ser a renúncia àquilo que
é irreal, mas dá-vos o Seu amor e domínio temporal sobre o lote que vos cabe da Sua Vida.

É este o Seu plano divino, concebido de forma a que possais, por opção própria, apren-
der a beber sabiamente do cálice e, assim, entrardes por vosso livre arbítrio no vosso domínio
e unidade eternos com Ele. Sim, porque com a vossa autorização, Ele, atuando em vós tal co-
mo atua em nós, santificar-vos-á com a dádiva do Seu amor e eterna amizade na Vida perpé-
tua.

Todos os estudantes que desejarem beber do meu cálice, porque desejam ser instruto-
res de homens 19, invocarão certamente a implementação total da Lei do Amor que nós, os
Mestres Ascensos, oferecemos. Assim, pelo nosso poder transformador, eles beberão verda-
deiramente essa Comunhão que torna cada comungante a mesma manifestação do Filho de
Deus que EU SOU.

A esta mesa sois bem-vindos eternamente, irmão e irmã de Luz. De novo digo: Vem...,
tome de graça da água da Vida! 20

EU SOU o vosso Guia,

Um só com o vosso Santo Cristo Pessoal

Jesus, o Cristo

Correspondência
22

Lição 3 da Universidade do Espírito

Santo Cristo Pessoal

“Porque Deus Amou o Mundo de Tal Maneira...”

Amados Que de Bom Grado Ofereceis a Vossa Vida a Deus - A vossa amada Presença do
EU SOU é o cumprimento de todas as preciosas promessas que o Pai fez aos Seus descen-
dentes em todas as eras.

Quando o amado João, freqüentemente citado por clérigos e leigos, mas raramente
compreendido na íntegra, escreveu: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu o Seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha Vida eterna” 1, ele deu a
conhecer uma das mais poderosas promessas jamais feitas.

Mas, amados corações, será que Deus amou a discórdia? Será que Ele deu à manifes-
tação discordante o dom da Vida eterna? Penso que não, pois está dito claramente que, para o
dom ser eficaz, é preciso crer-se nele e aceitá-lo de boa fé; certamente que esta crença anteci-
pada deverá ser mais do que uma fé cega 2. Certamente que esta fé também requer obras 3,
em particular o serviço interno de abrir a porta do vosso coração e ensinar a vossa mente a ser
receptiva à inspiração do Espírito Santo, que vos conduzirá a toda a Verdade 4.

Abençoados, sabei que a perfeição não está tão longe quanto alguns pretendem fazer-
vos crer; pois ela habita na vossa Presença Divina, o EU SOU O QUE EU SOU, que freqüen-
temente paira a apenas alguns centímetros acima de vossa cabeça – particularmente próxima
quando dela vos acercais 5.

A abençoada Maria, quando grávida, declarou nas maravilhosas palavras do Magnificat


o poder e a presença do grande EU SOU no seu ser: “A minha alma engrandece ao Senhor e o
meu espírito se alegra em Deus meu Salvador... pois grandes coisas me fez o Poderoso. Santo
é o seu nome... Com o seu braço agiu valorosamente; dispersou os que no coração alimenta-
vam pensamentos soberbos. Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes!” 6.
23

O seu canto de louvor à divina encarnação é um mantra do Espírito da Maternidade que


deve ser recitado diariamente pelas gestantes (veja Lucas 1: 46-55). A sua repetição atrai para
si e para todos os que participam do seu canto a devoção da Mãe do Mundo bem como a pro-
ximidade da Presença do EU SOU de cada membro da família – até mesmo a Divindade da
alma que se prepara para encarnar!

Como é maravilhoso o poder da Presença de Deus agindo através da Palavra falada,


respondendo à oração e ao louvor, muitas vezes contrário aos conceitos e opiniões humanos,
para levar a cabo o mais alto benefício para vós e as soluções mais divinamente práticas para
todo e qualquer problema. Muitas vezes faltam apenas alguns passos para alguém chegar à
perfeição, e nessa altura Deus pode – e não deixa de fazê-lo – erguer rapidamente os vales
(elevar a consciência) até os cumes montanhosos da perfeição 7, ao mesmo tempo em que
aplaina as montanhas do egoísmo humano, que com tanta freqüência obstruem a visão do in-
divíduo a ponto de impedir o seu progresso espiritual durante séculos.

O abençoado Santo Cristo Pessoal é a Luz, ou o Christos * [ * A palavra Cristo deriva do


grego Christos, que significa “ungido” (de chriein, “ungir”).], cujo fluxo de amor, sabedoria e po-
der combinados é o condutor da energia de Vida do Espírito (da Presença do EU SOU) para o
corpo, alma e mente. Como tal, o Santo Cristo Pessoal é o iluminador do coração de todo ho-
mem, mulher e criança.

A chave da verdadeira sabedoria não precisa ser complicada, pois está muito simples-
mente na compreensão daquilo que Deus fez. A individualidade é uma preciosa dádiva de
Deus que faz de vós aquilo que sois!

Sempre que vos sentirdes sós, compreendei que a vossa ligação com Deus é idêntica à
de todas as outras pessoas. Como vos disse Saint Germain, o diagrama da vossa Presença do
EU SOU é a “imagem visual” da vossa conexão com o Deus do vosso ser. Os direitos divinos
de toda criação são idênticos aos de Jesus, o Cristo e aos de qualquer outro ser ascenso,
quando aceitais e assumis o vosso legítimo lugar no ordenado plano do cosmo.

Infelizmente, a compreensão humana errônea ao longo dos séculos imaginou um Cria-


dor que requer apaziguamento e sacrifícios para a expiação das violações de Sua Lei. O malo-
gro da correta compreensão desta Lei ocorreu quando o homem violou pela primeira vez o
grande mandamento: “Não matarás!” 8, enquanto que a verdadeira compreensão da oferta
aceitável a Deus sempre foi encontrada na ordem: “Darás a vida!”.
24

Deus deu vida a Jesus, deu a vida a vós, tal como deu a vida a todos os Seus filhos pa-
ra que pudessem usar esta dádiva com amor e graça e tornarem-se receptores de um poder e
glória cada vez maiores, até finalmente encarnarem o domínio absoluto da sua própria Presen-
ça do EU SOU.

Jesus ofereceu de boa vontade a sua vida a Deus (por meio da sua Presença do EU
SOU), e no Rio Jordão o Pai aceitou a sua oferta, feita da pureza da sua alma, declarando para
que todos ouvissem quando era batizado por João: “Tu és o meu Filho amado. Em ti me com-
prazo”. Em ti a Presença do EU SOU habita, compraz-se. 9

Ora, o Cristo Universal existe desde a eternidade e existirá até a eternidade. Foi esta
grande verdade que Jesus afirmou quando disse: “Antes que Abraão nascesse, EU SOU” 10. O
Mestre Jesus foi uma encarnação única desse Cristo. Recebeu a iniciação de aceitação no
Jordão, sendo ungido pela Presença para a missão da sua alma de manifestar o Verbo durante
a sua encarnação na Galiléia. Todo indivíduo tem diante de si idêntica oportunidade.

No vosso amor a Deus e devoção à Sua vontade, também podeis receber a bênção do
Pai, personificado na vossa amada Presença do EU SOU, para realizar a palavra e obra de
Cristo nesta vida. Dia a dia, através de um serviço prático e necessário à Vida, podeis revestir-
vos da Mente de Cristo 11 e tornar-vos um com o vosso Santo Cristo Pessoal, até que um dia
também vós ouvireis as palavras do Pai a vosso respeito: “Tu és o meu Filho amado. Em ti me
comprazo”.

Jesus tem-me dito com freqüência: “Uma das maiores fraquezas da chamada Cristan-
dade é o fato de me terem deificado, como um deus a ser adorado e reverenciado e a quem se
deve dirigir orações ansiosas. No entanto, descuidam com freqüência da minha missão e men-
sagem, sem saber que o seu próprio Iniciador aguarda, com abraços de amor, poder dar-lhes
tudo aquilo que eu recebi de Deus”.

Amados, ninguém é único, mas a todos é dada a oportunidade única de atingir a unida-
de suprema com Deus. Os homens podem aprender muito com a parábola do filho pródigo
acerca da situação atual do mundo 12.

Recentemente ajudamos uma mãe e sua filha ligadas por interessante laço cármico. A
mãe serviu durante anos, cuidando da filha que se encontrava paralisada e muda devido aos
efeitos da poliomielite. Um dia a mãe viu-se separada da oitava terrena, devido à transição
25

chamada morte, tendo então pedido intensamente a Deus para ajudar a filha, que estava há
cerca de seis dias sem comida nem cuidados, desamparada e desesperada, certa de que a
bendita mãe havia falecido.

Obtivemos uma dispensação especial do Conselho do Carma por intermédio da amada


Kuan Yin, a Deusa da Misericórdia, permitindo que a filha, que ao fim de muitos dias foi encon-
trada sozinha, fizesse também ela a transição, o que a livrou de uma situação desesperada,
para unir-se de novo à sua mãe querida, ficando ambas livres das cadeias do seu carma físico.
O plano de vida futuro delas apresenta agora todos os aspectos de esperança permitidos pela
oportunidade de reencarnar.

Ficaríeis talvez surpresos, se pudésseis ver a aura tão nitidamente como nós (e a vereis
quando conseguirdes manter o conceito imaculado, como nós o fazemos), com a quantidade
de pessoas que sentem ressentimento por muitos aspectos das suas vidas e que desejariam
que estas fossem diferentes.

Algumas castigam interiormente a Divindade e atribuem a Deus a culpa pela sua situa-
ção ou pelo estado do mundo. Pensam que, tendo Ele o poder para corrigir situações, deveria
usá-lo. Já não se lembram de que em certo dia e lugar pediram, em níveis interiores, a autori-
dade para governar as suas próprias atividades, e que posteriormente resolveram, voluntaria-
mente, dar ouvidos a vozes diferentes da voz da Presença de Deus. É por isso que Deus não
procura os homens; porque a Lei que eles decidiram ignorar não é violada nem mesmo pela
Divindade, que distribui imparcialmente por toda parte a confortável estabilidade da Sua eterna
constância 13.

Ao retornar à casa do Pai, como fez o filho pródigo depois de gastar o seu legado, o
homem tem de decretar o restabelecimento da autoridade de Deus e dos Mestres Ascensos no
seu próprio mundo, mente e atividades – dispondo-se a ser um servo (chela) até ter ganho de
novo a completa Filiação – sendo este o método mais prático, na terra, para qualquer um re-
gressar ao Lar. Acreditai em mim, amados, vale a pena segurar a nossa mão e ficar bem junto
da vossa Presença!

Confiando nas opiniões humanas, não ireis muito longe na direção certa. Uma das gar-
ras da criação humana são as opiniões, tão incongruentes como a própria humanidade. Geral-
mente, quando pedis o conselho de alguém e não o seguis, as pessoas ficam aborrecidas. Co-
26

nosco isso não acontece. Se decidirdes ignorar nosso conselho, não ficaremos aborrecidos,
mas é possível que vós mesmos fiqueis!

Gostaria de chamar a vossa atenção para um assunto em particular: o estabelecimento


de uma maior comunhão com a nossa oitava é dificultado pelo sentimento de autocondenação
que as pessoas por vezes têm quando estão encerradas num aparente muro de criação e dis-
córdia humanas. Por causa da velha lei do pecado e da retribuição (“olho por olho, dente por
dente” 14), que foi posta de lado há muitos anos, elas não se sentem merecedoras de orar, de-
cretar, estudar os ensinamentos dos Mestres Ascensos, ou de fazer obras de caridade que as
levariam até nós. Assim, colocam a sua atenção em assuntos humanos, por medo de nos pro-
fanar caso colocassem a sua atenção em nós.

Ora, não será isto um paradoxo? Deus manda-nos ajudar a humanidade; nós somos a
autoridade libertadora para esta terra, e o nosso caminho, que é o caminho do Cristo, é o único
suscetível de fazê-las escapar da solidão humana (porque todos os que querem escapar têm
de fazê-lo através do caminho da ascensão, que o Mestre Jesus demonstrou); no entanto é di-
vulgada a idéia sinistra de que não devemos ser profanados! E, pior ainda, os homens aceitam-
na!

Amados, nós próprios cometemos muitos erros antes da nossa ascensão; mas precisa-
mos que fixeis em nós a vossa atenção para mantermos contato com a vossa alma durante o
tempo necessário para canalizar para o vosso mundo assistência em quantidade suficiente pa-
ra libertar-vos.

Não deixeis, portanto, quando os céus parecerem pesados como chumbo, de continuar
as vossas orações e decretos – e, quando necessitardes de ajuda urgente, apelai para o ama-
do Vitória. Ele adora responder. Embora esperemos que nenhum de vós venha a ser preso,
penso que até ali ele gostaria de vos responder. Temos também um momentum de vitória, per-
cebei, porque todos nós partilhamos do seu amor.

Aquilo que Deus ama em vós é precioso. A discórdia não foi criada por Ele, mas sim por
vós – e se insistirdes em vos agarrar a ela, nunca sereis livres.

Nós somos a liberdade para esta terra. Mas a única maneira de podermos ajudar-vos a
ganhar a vossa liberdade é se nos convidardes para tal. Quanto mais forte e persistente for o
convite, maior será a resposta que podemos dar; porque, por lei cósmica, a onda da vossa
27

energia tem de ser pelo menos igualada pela nossa resposta – e o chamado não pode ficar
sem resposta!

Alguma vez reparastes como as nossas instruções são práticas? Sim, são a dádiva mais
prática da terra! No entanto, podem ser enunciadas de forma tão simples que até mesmo uma
criança pode compreendê-las. E isto é algo maravilhoso para as almas perceptivas que dão por
isso.

Por exemplo, por que motivo pensais que muitos de vós estão envolvidos em tarefas
mundanas – lavar pratos, esfregar o chão, administrar finanças, fazer jardinagem ou negócios,
ajudar pessoas ou ministrar aos doentes? Porque se trata de uma disciplina apropriada, expe-
rimentada e comprovada para treinardes a vossa mestria pessoal sobre as energias da Vida
que, de outra forma, poderíeis canalizar por ignorância ou por outra razão para tomar o céu pe-
la força 15.

A verdadeira senda do discipulado é a senda da autodisciplina através do Santo Cristo


Pessoal. Vós ajudai-nos nesta senda, ensinando e demonstrando o Caminho, clarificado à me-
dida que investem sobre os bastiões terrenos com o vosso amor, a tudo vencendo pelo poder
da vossa vitória concedida por Deus e, igualmente importante, pela graça de ajudar os outros a
encontrar o bendito caminho da esperança.

Quantos leprosos pensais que Jesus curou nos seus dias, ou quantos leprosos espiritu-
ais, desde que os seus pés pisaram as praias da Galiléia? Alguns dos nossos chelas são como
o rapazinho holandês que manteve o dedo no dique até chegar a ajuda, contendo assim as va-
gas do mar. Estes desempenham tarefas sem receber agradecimentos, fazendo tudo para a
construção de um momentum divino que resistirá quarenta dias no deserto humano 16 e, então,
ao serem elevados (enaltecidos), rejeitarão as sinistras tentações do deserto ou o desejo de
serem reconhecidos pelos homens, manifestando a mesma força que Jesus tão bem conheceu
no seu ápice em Getsêmani, enquanto os seus discípulos dormiam 17.

Também vós deveis compreender que o significado da palavra discípulo é “indivíduo au-
todisciplinado”, e deveis aquietar as vossas agitadas energias com o supremo propósito de ati-
vá-las de forma correta. A plenitude dos poderes da vossa Presença só será colocada nas vos-
sas mãos quando estiverdes livres tanto do desejo de fazer o mal como do poder de fazer o
mal. Em verdade, difamaria Deus o céu confiando o Seu governo àqueles que nem sequer se
28

conseguem entender na terra? É por isso que são dadas iniciações (pondo à prova a alma), e é
por isso que poucos encontram o caminho 18.

Para usardes a vossa veste inconsútil de luz branca 19, deveis abrir diariamente o vosso
coração e mente à comunhão com o céu. Ela deve ser valorizada acima dos assuntos terrenos.
As pessoas não aceitam de boa vontade ser privadas de comida. Que elas se recusem a ficar
sem alimento espiritual!

Amados, esta é a Verdade nua, prática. Que elas vistam as túnicas da disciplina crística
com honra idêntica a que nós sentimos. Não deixeis que os filhos da criação e do escárnio hu-
manos afetem vosso amor por Deus, a Poderosa Presença do EU SOU! Na realidade as hos-
tes do Senhor são em número maior do que os filhos de Mamon, inúmeras como as estrelas do
céu e a areia à beira-mar! 20 Isto é universalmente verdadeiro.

Lembrai-vos, também, de que a Presença se interessa por tudo o que fazeis. Se perde-
res uma agulha ou as chaves do vosso carro, chamai a vossa Presença do EU SOU para que
vos mostre onde se encontram. Aprendei a confiar sempre na Presença, fazendo do Pai vosso
confidente – e nem sempre faleis aos outros sobre a vossa vida interior, porque poderão rir-se
de vós e contar a terceiros, aumentando assim o vosso problema. Redirecionai, de todas as
maneiras possíveis, o vosso pensamento para a Fonte Divina e o reino dos Mestres Ascensos
e, passado pouco tempo, vereis a luz começar a brilhar no vosso caminho.

Ocorrerão milagres cósmicos, disso não tenhais dúvida! Para alguns isso acontecerá lo-
go; para outros, poderá demorar um pouco mais, mas acontecerá tal como a nós. Um dia vós,
que viestes do céu – o vosso Lar – em nuvens de glória, como disse o poeta 21, retornareis ao
glorioso estado divino que vos aguarda. Tal não acontece por acaso, mas por Lei, pela deter-
minação e pela entrega de si a Deus.

Sabei que todos os dias, enquanto milhões de homens vivem na discórdia, nós continu-
amos a ter e a desfrutar harmonia e comunhão crística, numa atmosfera onde o véu foi removi-
do e vemos claramente a face da nossa Presença Divina, e vivemos 22.

Embaixo como no Alto – assim seja!


29

Mantende esta chama resplandecendo diariamente no altar do vosso coração, para que
muitos possam ser iluminados e inspirados pela vossa vida. Ela é tão parte de Deus como EU
SOU!

Kuthumi

Correspondência

Lição 4 da Universidade do Espírito

O Pai

“Antes Que Abraão Nascesse, EU SOU”

Meus Amados Que Chamastes, Vinde, Peço-vos, ao Meu Mundo à Parte – EU SOU a Res-
surreição e a Vida 1 – a Presença total e incomparável que dá a doçura da Vida a todos os indi-
víduos, quer a vivenciem, conheçam, reconheçam, apreciem ou aceitem, quer não.

Eu sei tão bem que a intenção divina (esse Bem que Deus deseja para todo indivíduo)
permanece quase totalmente despercebida para a maioria dos homens naquilo que se refere à
verdadeira exteriorização da perfeição da Vida! Pensai quantos grandes cientistas, educado-
res, industriais ou financistas a vida produz; no entanto, em comparação, como são poucos
aqueles a quem chamamos santos ou seres ascensos!

O objetivo dos planos naturais de Deus é que a ascensão seja o único destino de todo
homem. Certamente que esta meta maravilhosa é de verdadeiro valor e perpétuo benefício pa-
ra todo aquele que é honrado com a sua consumação. Sim, pois não estará um ser ascenso,
conhecendo a iluminação e liberdade de Deus, acima do maior cientista que a vida humana
poderia produzir? Não disse eu que João Batista era o maior dos não ascensos, embora o me-
nor no reino do céu fosse maior do que ele? 2
30

Sabei também que o pai tem uma essência, ou fragrância espiritual, com a qual envolve
pessoas, lugares, circunstâncias e objetos (focos) num círculo santificado do Seu Amor sempre
que Ele é invocado com sinceridade e respeito. Sim, cada vez que invocais a luz do vosso Pai
celeste com intensa fé e amor enviado à vossa Presença do EU SOU, a resposta do Pai é re-
vestida da Sua essência. Esta essência é muito real e a sua tangibilidade é sentida de maravi-
lhosas maneiras por quem avança na senda espiritual. Esta senda conduz ao desabrochar da
natureza crística do homem, que EU SOU e que encarno até mesmo agora.

Naturalmente que o Pai é mais do que a Sua essência ou emanação – embora um dia
descobrireis que a essência do Pai, em toda a sua grande pureza, é também muito mais que
uma mera série de sons agradáveis e letras de alfabeto ordenadas inteligentemente. O Pai de
muitas manifestações é também a “Roda da Lei”, essa eternamente rotante e magnífica roda
do dharma do mundo girando nas órbitas que lhe foram destinadas dos ciclos eternos da Vida.

As horas voam com os séculos, e os efeitos do erro humano e a sua correspondente


servidão humana continuam a impedir que muitos compreendam a inefável alegria, doçura e
amor do Pai, a poderosa Presença do EU SOU, que conheço tão bem!

Voltando-me agora para o perene desfile da Primavera, que se manifesta diferentemen-


te nos dois hemisférios (de acordo com a lei da Natureza), e para a presente festa universal da
ressurreição, que ocupa a atenção de toda a Cristandade, contemplo o dia em que, pela pres-
são das vossas próprias exigências sobre a Vida, muitos serão obrigados a reconhecer a nos-
sa presença entre os homens como uma realidade palpável e sempre presente que atravessou
os séculos até o dia de hoje.

Continuo a caminhar por entre os velhos cenários de costume, ao mesmo tempo em que
observo convosco, amados corações, novas e diferentes cenas no palco do mundo. O drama
dos séculos está verdadeiramente em curso. Mas sei que os meus verdadeiros chelas conside-
rarão estar próximo o seu clímax quando eu aparecer diante dos seus olhos entre raios irides-
centes cuja ensolarada realidade ainda nos separa, ainda que por cortinas cada vez mais finas
de matéria luminosa. As nossas oitavas estão tão próximas!

Quando eu passar, na minha Presença luminosa, através do véu e surgir na vossa oita-
va, será para dizer-vos, tal como digo hoje: “Cala-te, aquieta-te!” e “A minha paz vos dou” 3.
31

À medida que eu for afastando a substância luminosa que forma o véu 4 (cortina) sepa-
rando o nosso reino do vosso, compreendereis que a rosa – cujas pétalas são tão maravilho-
samente suaves que superam o mais rico veludo – simboliza a doce mas simetricamente en-
cantadora carícia do amor de Deus. O Pai deseja dar a todo homem, mulher e criança o abraço
da Sua proximidade, do Seu encorajamento, da Sua Lei do Amor, e até mesmo a Sua própria
Vida a cada hora.

A fragrância do Seu coração é, portanto, um bálsamo aromático cujo doce sabor notais
freqüentemente quando a vossa Presença Divina vos presta algum serviço muito especial.
Como que por um aromático perfume, a vossa atmosfera é por Ele abençoada. A Sua luz e
grande amor fluem para o vosso mundo como uma corrente vital da vossa Presença do EU
SOU ou do eletrodo estelar do coração de um Mestre Ascenso.

Dentre todas as realizações práticas do mundo material que poderíeis alguma vez exe-
cutar, há uma para a qual desejo dirigir a vossa sincera atenção. Assim, venho hoje em respos-
ta ao vosso chamado – para chamar-vos por minha vez, ao meu reino de experiência espiritual
prática. Sim, porque pretendo ensinar-vos a ciência e o progresso anímico de toda a eternida-
de.

Vinde ao meu mundo à parte. Deixai por algum tempo as tentações do deserto – ou se-
ja, as ilusões do mundo exterior. Deixai para trás o registro e a lembrança dos conflitos e da
intolerância religiosa ou secular. Aquietai as agitadas energias que atacam o pacífico coração e
conhecei, pelo menos por algum tempo, o significado da verdadeira comunhão com o progres-
so divino da luz do vosso coração.

Chamais-me irmão, e sou-o. Esperais que uma ressurgente chama da ressurreição vos
confira, quando necessário, esperança eterna e uma Vida imortal como a minha. Esperais o
chamado da vossa Presença Divina para vos elevardes, embora permaneçais freqüentemente
na lembrança de alguns dos elementos da decadência humana.

Tal como a mulher de Ló, que se transformou num pilar de sal (com a sua consciência
cristalizada devido à sua própria recalcitrância) ao olhar para trás para o incêndio de Sodoma e
Gomorra 5, que simbolizam os elementos discordantes da vida sendo transmutados pelo fogo
sagrado, também vós haveis refletido, meditado e repetido sucessivamente a memória dos
elementos humanos de discórdia dos quais pedistes, ou deveríeis ter pedido, para serdes liber-
tados.
32

Amados, vinda do Éden, a voz do Senhor Deus que caminhava no jardim no meio das
fragrâncias espirituais da vossa Presença Divina foi ouvida por todos, mas obedecida apenas
por poucos: “De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento
do bem e do mal, dela não comerás. Pois no dia em que dela comeres, certamente morrerás” 6.

O dia que muitos se converterão a Deus está próximo 7. Está mesmo à porta! Ninguém
pode jamais enganar a Lei; e o Pai, conhecido por nenhum outro nome senão Amor, mantém a
mesma doçura. Obedecei aos meus mandamentos para vos amardes uns aos outros como vos
amei; de outra forma, como podereis ser meus ou a imagem que EU SOU? 8

Pensai no passado longínquo anterior à lembrança do erro humano ou da discórdia mor-


tal, no puro estado edênico no qual “antes que Abraão nascesse, EU SOU” 9. O plano de vida
do Pai é como a mais maravilhosa rosa que existe, cujas pétalas (a forma), ao abrirem, obede-
cem à direção da Vida e tornam-se cálices de fragrância, oferecendo uma luz líquida dourada
que pode entesourar em cada vida a alegria e glória do desabrochar do plano das eras dos
Mestres para esse indivíduo.

A Vida é Deus, a Vida é EU SOU e foi criada para ser bela, eterna, poderosa e feliz. Só
pode sê-lo quando exteriorizais tudo aquilo que é o poder (a vontade de Deus), o reino (a sa-
bedoria de Deus) e a glória (o amor de Deus). Não há outra maneira. Os sete dias da semana
são manifestações, como o são também as pessoas, dos magníficos sete raios de cor planetá-
rios, a radiação da luz do Pai.

Todos os anos durante esta época sagrada, sou levado até cada vez mais perto de todo
o coração humano com tantas bênçãos quantas permite a lei cósmica. Em verdade, estou
sempre convosco!

Não deixeis de vigiar comigo, discípulos desta hora 10, porque a Vida põe sempre à pro-
va cada um dos aspirantes, e estou tão desejoso de ajudar todos os que pedirem!

Que o mais elevado sentido de beleza e perfeição da Presença envolva os vossos cora-
ções e vidas nesta época e para sempre.

EU SOU o vosso ascenso

Jesus, o Cristo
33

Correspondência

Lição 5 da Universidade do Espírito

Reciprocidade

“Mas Eu, Quando For Levantado...”

Amados Corações Que Tudo Dão e Que Recebem a Totalidade de Deus – Na hora em que
o Pai reconheceu a glorificação do Seu nome – EU SOU O QUE EU SOU 1 – em mim, eu de-
clarei para todos os tempos e eternidade: “Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos
a mim” 2. E hoje declaro-o novamente, para que possais obter a confirmação superior da minha
Palavra na vossa vida, pois seu significado não deve ser perdido.

Este é, portanto, o verdadeiro significado desta afirmação científica da Divindade habi-


tando corporalmente 3 em cada um dos seus filhos servos e neles glorificando o Seu nome, tal
como Ele os glorificou através da dádiva da Poderosa Presença do EU SOU: Quando a Pre-
sença do EU SOU é elevada em mim e eu sou elevado com ela, levo todos os homens até à
mesma Fonte Divina da vida de cada um.

Como vedes, amados, o Nome “EU SOU” e a Presença do “EU SOU” são a glória – a
mesma glória – do Filho do homem. Ponderai agora sobre a reciprocidade do Pai e do Filho!

Há dois mil anos eu disse: “Está consumado!” 4. Milhares de anos antes o Pai viu que:
“Isso era Bom!” 5 e descansou da obra de sua criação. A conclusão é, portanto, o fim de uma
era, idade, plano ou fase. É a consumação dos esforços de Deus ou do homem quando a
constância e o esforço aderiram ao Princípio ou Propósito agora autorealizado.

A conclusão assinala a hora da glorificação do Filho do homem – na qual a luz de Deus


é intensificada no homem e na sua obra manifesta. A glorificação é o lacrar e elevar da dádiva
34

de si mesmo pelo homem no altar de Deus – significando com isto que o Pai se compraz na
manifestação de Si mesmo retratada no Seu Filho.

Bem, vejamos como a Lei do Amor e a Lei da Vida – que são o que há de melhor na sa-
bedoria divina – proporcionam a compreensão do processo necessário de dar e receber da
Senda, que só o verdadeiro amor e a vida real podem oferecer.

Amados, quase todo o amor é dado na esperança de ser retribuído, e o amor divino não
constitui exceção. Hoje em dia muitas pessoas enganam-se crendo que o chamado amor im-
pessoal é desinteressado (altruísta) e nada quer em troca. Alguns chegam a acreditar que é
errado querer algo, ter quaisquer desejos ou preferências. Isto não é verdade quando aquilo
que se quer, deseja ou prefere é necessário e benéfico, pois eles serão somente o profundo
desejo de Deus de expandir os Seus dons até vós, desejo esse comunicado por Ele através de
vós.

Quem se alimenta de maná espiritual compreenderá, através da minha parábola dos ta-
lentos 6, a afirmação divina da Presença do EU SOU relativa ao homem que enterrou o seu ta-
lento. Este infeliz servo (chela) supunha que a lei de Deus era injusta, ao acaso e confusa na
distribuição de recompensas. Julgando ser o seu senhor (guru) um “homem duro”, colhendo
onde não havia semeado e juntando onde não havia espalhado, atuou da mesma maneira.

Escondendo o talento que lhe fora confiado e mantendo-o intacto, ele desqualificou o
ganho e impediu tanto o seu progresso espiritual como material. Assim, permaneceu num es-
tado de ressentimento sombrio e doloroso, oprimido pelo seu próprio sentimento de conflito e
injustiça atroz para com o seu senhor – tudo isto devido ao seu mau uso e incompreensão das
leis de Deus.

Compreendei que Deus espera receber de vós o bom fruto conforme a sua semente 7.
Ele plantou o bem em vós. O amado Kuthumi e eu também plantamos uma boa semente atra-
vés destas lições, e também nós esperamos que se manifeste o bom fruto através da vossa
aplicação das leis de Deus e do vosso continuado progresso espiritual. À medida que fordes
revendo os nossos ensinamentos e forjando o vosso progresso juntamente com todos os Mes-
tres Ascensos, esperamos ver esses “sinais que o acompanhavam” 8 na vossa demonstração
de mestria pessoal, física e espiritual.
35

Que a vossa multiplicação dos talentos do vosso Santo Cristo Pessoal seja abundante,
imbuindo-vos da compreensão total que os Mestres Ascensos têm das escrituras, livres das
distorções humanas.

Ora, esta reciprocidade do Pai e do Filho, do Mestre e do discípulo é observada no mo-


vimento de empurrar e puxar, no “yin e yang” das Leis do Amor e da Vida. No entanto, o servo
que não produziu lucro expressa o engano nascido da avareza e do desejo descontrolado de
se apoderar e de agarrar as coisas do Espírito e da Matéria, bloqueando o fluxo do dar e rece-
ber – do autoesvaziamento e do autopreenchimento. E ele o faz por ignorar a lei da Vida abun-
dante que declara: Eu [o EU SOU] vim para que os homens possam ter vida – a plenitude de
Deus através da Poderosa Presença do EU SOU – e tê-la – Ele e os frutos da Sua Árvore da
Vida – em abundância 9.

Quem negocia com o Amor (Deus) por um dinheiro 10 não pode esperar nem mais nem
menos. Quem, como a viúva que tinha as duas pequenas moedas 11, pode abrir o seu coração
para dar a totalidade de si mesmo não pode deixar de receber a totalidade do Amor (Deus) – e
deveria esperar fazê-lo.

Porque, para receberem da Vida (Deus), que tão freqüentemente usa o disfarce humano
(homens iluminados tornam-se as Suas mãos e pés, a Sua Presença, o Seu amor, revestido
ainda de uma forma humana), os homens têm de dar sem reservas ao pedinte divino disfarça-
do naquilo que o Amor ofereceu-lhes primeiro! – de glória em glória 12.

Eu vivo hoje tão certamente como vós viveis e sou vosso amigo para toda a eternidade.
Nunca sois abandonados. Não temais. Animai-vos, sou eu quem vos consola agora – o único,
o mesmo EU SOU – que venceu o mundo 13.

E esse EU SOU é a Ressurreição e a Vida de todo o vosso Bem. Assim, as vossas boas
obras e as vossas boas palavras viverão para sempre no Corpo Causal de Deus. Assim, elevai
a Presença do Pai e do Filho, por meio de obras enaltecei o Seu nome, e Ele glorificará (eleva-
rá e intensificará) o EU SOU em vós, atraindo todos os homens até Si através da vossa aben-
çoada manifestação da Sua imagem! Compreendeis-me?

Bênçãos na glorificação do filho do homem,

Jesus, o Cristo
36

Coroa

“Recebereis a Coroa da Glória...”

Abençoados Estudantes da Universidade da Sabedoria – As sombras escuras da Sexta-


Feira da Paixão simbolizam a crucificação pelo homem do seu próprio Eu Divino e o subse-
qüente sepultamento da sua pura natureza crística, a seguir das suas débeis tentativas de dei-
xar de lado ou ignorar a voz da Lei (Logos). Os homens o fazem até silenciarem completamen-
te a Palavra na agonia da crucificação, destruindo assim, ignorante mas teimosamente, o seu
potencial crístico – a Luz e a Vida do seu próprio mundo!

A ressurreição da alma selada no coração do Cristo Pessoal é a única resolução possí-


vel para este dilema. A ressurreição prova, não somente a eterna verdade das promessas do
EU SOU, que confirmam a aliança da Vida eterna, mas demonstra também o encontro inevitá-
vel da alma com o Cristo e a conclusão lógica da sua tentativa de escapar ao ciclo sem fim da
reencarnação.

Como no caso de Saulo, o cegar dos olhos mortais que não querem ver obriga-o [o indi-
víduo] a fazer uma opção entre elevar-se ou continuar a dar murro em ponta de faca contra a
sua cristicidade inata 14. Acompanhado ou não da alma, esse Cristo, por Sua natureza imortal,
elevar-se-á novamente! Assim, há uma escolha a ser feita e uma resposta a ser dada ao Cris-
to que chama.

Quando o Fiat da Vida – a voz do Cristo que ressuscitou o filho da viúva em Naim 15, a
filha de Jairo 16 e Lázaro 17 – se faz ouvir no templo sagrado do coração de cada um, a Sua li-
derança inconfundível, Sua paz infinita e Suas promessas de imortalidade imbuem a vida do
indivíduo. Isto é algo que o discípulo precisa reivindicar para si mesmo. A isto precisa subme-
ter-se até que as sombras e as tempestades dos conflitos passados se tornem irrelevantes, na
manhã de Páscoa.

Quando a alma deixa finalmente de crucificar o seu Eu Verdadeiro, conquistando a men-


te carnal e toda a inimizade contra o Senhor 18, o EU SOU O QUE EU SOU, ela é atada para
37

sempre com as cordas do amor à cruz do Amor que dá e recebe de Si mesmo. A alma entra na
alegria da Presença. Esta é a Vitória: tudo que importa, tudo o que conta realmente foi elevado!

Converter os homens ao caminho da paz e ao caminho da sabedoria é, portanto, a meta


única de todo servo ministrante, de todo o pregador da justiça, seja qual for a escola exotérica
ou esotérica a que chama sua alma mater.

Do mesmo modo que a coroa aparece em torno do Sol, revelando o seu diadema de fo-
go como poderosos raios de luz em ação divina, também cada um de vós, portadores da nossa
luz, pode ser a sua coroa. A Luz é rei e o Amor, rainha, mas o cetro da Sabedoria é usado por
ambos.

Embora num sentido mais amplo a Universidade do Espírito ainda só tenha começado, a
nossa próxima lição irá concluir esta primeira fase. Quando estiverdes preparados, convocar-
vos-emos de novo sem fanfarras para uma viagem até uma compreensão mais elevada. A
nossa universidade é a da Sabedoria, um curso de reciclagem dado livremente pelos Mestres
Ascensos da Luz e do Amor.

Privilegiados como sois em ser a coroa do Sol da Sabedoria, pensai cuidadosamente


sobre qual a melhor maneira de representardes tudo que somos, numa conduta impecável e
que honre sempre o Cristo ressuscitado em vós.

Livremente recebestes, livremente daí à Luz a proeminência que ela merece sempre re-
ceber.

A minha bênção para vossa vitória nesta Páscoa,

Kuthumi

A Coroa Vitoriosa de Jesus

Ó Mestre Jesus, doce Rei do Amor –

Em meu coração a ti eu canto!

A Grande Presença do EU SOU, tão justa,


38

Vitória do Amor em toda parte proclama.

A coroa de espinhos que uma vez usaste

Dos homens afasta para sempre.

O espinho é só teu amor abortado,

Em forma distorcida moldado.

Na face mais linda da rosa vemos

O que Deus quis que a Vida fosse.

Para formoso símbolo desenhar,

Não de espinho, mas sim coroa de rosa.

O Amor transmuta todo o mal –

Mudanças ora vêm, ora vão –

Mas destruir o plano divino ninguém pode

Nem do dom sublime de Deus privar-me.

Contigo EU SOU agora a vitória,

O ímpeto da Vida eu sinto em mim

E sei que serei elevado também

Pela mão de Deus, para tua face ver.

Tal como todos, Teu Filho EU SOU –

Oh, vem, Senhor, de novo à Terra!

Para tudo exalar respeito em Teu nome

Para sentir o bálsamo que livra da dor;

Partidos os espinhos todos da vida,


39

Nossa vida sobe para o sol –

Onde raios de coroação assumes:*

Tua voz ouvimos dizer agora – “Fizeste bem!”

* Coroação designa a ação da Luz emanando da coroa, ou halo, do Mestre transferida agora
para o discípulo como uma coroa de vida.

Correspondência

Lição 6 da Universidade do Espírito

Constância

“A Fé sem as Obras É Morta”

Meus Queridos Irmãos e Irmãs da Luz Cósmica – Para concluir a primeira série de Lições da
Universidade do Espírito, desejo falar-vos, a vós que aspirais ser os raios da coroa que envolve
o sol da sabedoria divina, sobre a inconstância – de nenhum modo uma qualidade do sol!

Chegam ao Conselho de Darjeeling pedidos constantes de discípulos e outras pessoas


falando-nos do fundo do coração sobre um amor perdido, um êxtase fugidio que não voltou ou
que só raramente é sentido, sobre uma afeição que parece ter-se esgotado e de como deplo-
ram o lado inconstante da sua natureza.
40

Ora, amados, é justamente este o ponto: o lado inconstante da sua natureza – o lado
humano, onde a magnífica luz de Deus flui através do prisma humano imperfeito, revelando as
suas distorções.

Nós respondemos a estes pedidos com o conselho, para quem é sensato, de que o
aperfeiçoamento dos instrumentos dos seus quatro corpos inferiores permitiria, como permitiu
no nosso caso, um fluxo contínuo de pureza divina e eterna felicidade para os seus mundos –
magnificado pelo prisma da Mente Crística. É por isso que todo o discípulo sincero que busca a
origem da fonte da pureza precisa corrigir esses corpos inferiores – veículos do pensamento,
do sentimento, da ação e dos registros da memória.

Lembrar-vos-eis talvez de que os ensinamentos do cristianismo primitivo declaram que a


salvação é uma graça de Deus, “não das obras, para que ninguém se glorie” 1. No entanto, as
afirmações de Tiago também são claras: “A fé [o acreditar na promessa da dádiva divina] sem
as obras é morta” 2.

Quando os quatro corpos inferiores do homem – físico, etéreo, isto é, a memória, mental
e emocional – são levados a um estado de harmonia pelo esforço determinado e a pura cons-
tância da vontade, o serviço divino das mercês e graças de Deus pode fluir naturalmente para
o mundo do indivíduo para quebrar os padrões de dominação humana – hábitos antigos de
pensamento e sentimento que tanto frustram as florescentes aspirações espirituais dos que
buscam a Deus.

Esta purificação aliviará muitas aflições no mundo do chela não ascenso, dando-lhe bem
menos com que se ocupar, apesar da oposição que poderá encontrar por parte dos que sen-
tem necessidade de desafiá-lo, como fizeram ao amado Jesus e a outros instrutores da justiça
no passado.

O magnífico sol físico é rodeado de poderosas emanações de energia solar, derraman-


do raios de vitória da luz que aquecem e revivificam a Natureza. Aqueles que são capazes de
compreender o mistério dos corpos solares e do sol espiritual por trás do sol compreendem que
este centro do sistema solar constitui o lar dos amados Hélios e Vesta, chamas gêmeas que
são os padrinhos divinos desta cadeia planetária. O seu fogo espiritual e manifestação de po-
der físico expressam-se pela coroa permanente e perpétuo derramamento de luz, requerendo
sempre, na época da Páscoa, a ressurreição de toda Vida na Terra.
41

Num sentido mais amplo, este é o chamado elevado da Universidade do Espírito: con-
clamar os Filhos do Sol para a ressurreição em nome de Deus, EU SOU, ensinando-lhes a usar
a luz e radiação espirituais da sua Presença Divina e da chama trina, bem como as maravilho-
sas flores da sua memória divina, da sua identidade divina e da sua união anímica (solar) com
tudo o que vive de verdade.

Como é triste, amados corações, que alguns não saibam que nós, os Mestres Ascensos,
estamos mais vivos, mais saturados e imbuídos da energia do Grande Sol Central do que
qualquer ser não ascenso! Verdadeiramente vivemos na plenitude dessa Vida que é Deus não
diluído, pois transmutamos toda nossa criação humana. Assim, nossa capacidade de receber e
reter a energia ilimitada da Luz é maior no estado ascenso do que a vossa no estado terreno,
menos acelerado.

Mais ainda: até que os vossos quatro corpos inferiores estejam alinhados e sintonizados
com o padrão interno, curados de todas as divisões entre os seus membros, e até que os ras-
gões nas suas “peles” estejam cuidadosamente remendados, continuais a funcionar com veícu-
los que vazam, não conseguindo conservar a energia disponível, incapazes por isso de acumu-
lar energia para uma liberação concentrada de poder. Além disso, não tendes tantas espirais
de fogo espiritual envolvendo o pólo do ser como nós.

Estas são apenas algumas das razões pelas quais, no estado não ascenso, a vida,
consciência e energia que experimentais não são as mesmas que no nosso caso. Assim, a
vossa capacidade de manter o momentum do Magneto do Grande Sol Central também não es-
tá tão ampliada quanto a nossa.

Além disso, nossa capacidade de comunicar a Vida eterna também é maior do que a
vossa, e vós sentis a vibração da nossa transferência de amor e iluminação através do extraor-
dinário poder que foi colocado à nossa disposição. Na nossa presença, experimentais o sentido
aguçado da nossa realidade e da vossa devido à nossa capacidade de manter em vós o nosso
nível de energia quando colocais a vossa atenção na palavra falada ou escrita por nós divulga-
da.

A vossa atenção é a alavanca que liga o vosso circuito ao nosso. Enquanto a vossa
atenção for mantida em harmonia, desfrutais do circuito fechado de unidade no amor dos Mes-
tres Ascensos que mantemos vinte e quatro horas por dia para os nossos chelas, e com eles.
42

Isto vos fará compreender por que motivo um amado chela disse ao nosso Mensageiro:
“Estas palavras que Jesus e Kuthumi proferiram hoje fazem-me sentir ainda mais a presença
do amado Mestre do que a leitura das Sagradas Escrituras do passado. Sinto que o Mestre fala
diretamente comigo!”.

Isto é verdade, amados corações – falamos mesmo! Não o preconizou o próprio Jesus
quando disse: “Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço. E as fará maiores
que essas, porque eu vou para junto do Pai?” 3.

O Mestre revela as escrituras 4: “Uma vez que a minha luz, energia e consciência estão
aceleradas hoje pela minha unidade com o Pai no céu, posso transmitir-vos, através do vosso
laço de amor para comigo, um poder maior do que quando me encontrava no estado não as-
censo. Uma vez que também vós tendes acesso ao Santo Cristo Pessoal, como eu tive há dois
mil anos, o nosso esforço combinado pode e há de produzir, por vosso intermédio, maiores
obras do que foi possível na dispensação anterior de Peixes”.

Tentai compreender, portanto, como é íntimo e direto o contato que tendes conosco
através das nossas palavras. Pelo amor de Deus e em Seu nome, realizai, sabei e compreen-
dei que nenhum dos que se empenham nesta tarefa está interessado em algo que não seja
trazer as nossas palavras e radiação a todos os homens, para o seu enaltecimento e ressur-
gente glória, para alegria da Causa eterna.

Esta é, em sentido mais amplo, a universidade cósmica da Sabedoria para toda Vida
neste planeta – para todos os que estão dispostos a ser moldados na forma de prisma perfeito,
que todo homem é em níveis internos para a projeção dos raios de luz divina através desse
padrão eternamente puro da intenção e plano original do Criador.

Não importa que tenhais errado no passado. Isso é bastante comum na terra hoje em
dia. O que conta realmente é que estejais dispostos a tornar-vos a pureza da vossa própria na-
tureza divina. Sustentando em vós essa natureza divina, manifestando boa índole com a cons-
tância de um santo, enfrentando todas as provas e tentações com calma no coração, o amor e
a prístina integridade das correntes vitais do vosso EU SOU pessoal que descem através do
cordão de cristal passarão através da matriz da vossa natureza divina, multiplicando assim as
mãos e pés de cada Mestre (Chohan) dos Sete Raios da luz cósmica.
43

Cada corrente de vida vibra principalmente com um dos sete raios coloridos – azul, ama-
relo, rosa, branco, verde, púrpura (rubi) e dourado e violeta – expandindo as qualidades da Di-
vindade como, respectivamente, (1) vontade de Deus, (2) sabedoria de Deus, (3) amor de
Deus, (4) pureza de Deus, (5) verdade de Deus, (6) devoção (serviço) de Deus e (7) liberdade
(alquimia, transmutação e perdão) de Deus. Por mérito espiritual, algumas pessoas encarnam
simultaneamente vários raios, ou mesmo todo o conjunto.

Estou interessado é no número de indivíduos que querem intensificar o seu amor a


Deus, que deploram o seu pouco progresso na Senda e que não se satisfazem com um falso
sentimento de segurança quanto a sua vida espiritual. É bom sinal quando não se entregam a
este sentimento, mas compreendem que, estejam onde estiverem, Deus quer elevá-los.

Na magnífica canção O Acorde Perdido 5 vemos expresso o sentimento, partilhado por


muitos, de que algum êxtase maravilhoso que um dia conheceram os abandonou ou foi perdi-
do. Não é assim. Foram eles mesmos que o abandonaram, optando por expressar manifesta-
ções estranhas às graças divinas; e, ao fazê-lo, podem na realidade ter perdido a fórmula da
felicidade divina.

Eles têm, portanto, de tornar-se ainda mais diligentes, derrubando as muralhas, que
construíram – como as de Jericó – e que se tornaram sepulcros da sua autoria onde sepulta-
ram a si mesmos. Têm de substituir as bagatelas humanas por boas obras em nome do Mestre
e a calúnia por conversas construtivas em Sua honra. Estas lhes proverão de um verdadeiro
tesouro espiritual 6 – da pérola de grande valor! 7

A sua sintonização conosco, pode ir e vir como uma melodia etérea que facilmente é
afogada pela discórdia humana, tornar-se-á então muito mais forte do que quaisquer forças ex-
teriores, por terem estabelecido um verdadeiro contato com o seu Eu Divino, a Presença do EU
SOU, e com aqueles de nós que são Instrutores Mundiais. Eis como saber quando é que a
vossa vitória está prestes a acontecer: quando uma ininterrupta constância de sintonia mostra
a pura onda vital do Pai em permanente manifestação.

O coração fraco nunca conquistou a vitória justa 8. Lembrai-vos de que a Vida (força di-
vina) em vós é onipotente. Só a Vida pode declarar “EU SOU”. Só essa Vida na amada Nossa
Senhora poderia coroá-la como a serva * {* Criada ou servente, discípula; alma, noiva} do Se-
nhor9. Só essa Vida em Jesus poderia ter seguido de Belém para o Gólgota passando por inú-
44

meros Getsêmanis até chegar à eterna vitória da ressurreição e da ascensão na Luz. Essa Vi-
da é a vossa vitória, se a aceitardes!

Deus é o Pai eterno de tudo o que é bom. Esta é a mensagem da Páscoa vitoriosa, que
deveria permanecer convosco, mesmo depois de passada a sua época, como inspiração pere-
ne de Deus para todos os anos vindouros. Esta foi a intenção. Deus em vós declara “EU SOU”
– e essa Vida nunca pode deixar de existir! É essa a vossa esperança e essência eterna. É es-
sa a vossa fé tornada realidade tangível.

Tal como o mineiro delimita com estacas as sua área, deveis implorar que o poder da luz
da coroa flua do coração de Deus para o vosso mundo, tornando-vos um postulante que deseja
receber as iniciações mais elevadas da Grande Fraternidade Branca. Que elas sejam passa-
das vitoriosamente! Segui esse caminho tal como nós o fizemos. Não basta reivindicar as gra-
ças e dádivas divinas; tais ganhos têm de ser desenvolvidos diligentemente, como um mineiro
que busca o seu minério.

Conheço e tenho observado ao longo dos séculos do cristianismo inúmeros santos de


ordens sagradas – incluindo os dos mosteiros cristãos, tibetanos e até mesmo dos chamados
pagãos – que se tornaram discípulos da sabedoria do Amor. Muitos trabalharam sob o peso de
enorme carma, a autoridade de abades e superiores que poderiam ter sido bem mais amáveis.
Durante toda uma vida quase nunca ouviram uma palavra de aprovação até a abençoada voz
do Mestre lhes dizer: “Fizeste bem”. No entanto, foram constantes.

Vós, que apreciais a liberdade do mundo exterior e não pertenceis a ordens sagradas –
que grande oportunidade tendes de vencer a tentação e de ser verdadeiramente fortes em de-
fesa da justiça e de Deus! Deveríeis abrir os braços à oportunidade, como o fizeram muitos dis-
cípulos do passado que nunca ficaram nos anais da história, permanecendo desconhecidos,
sem honras nem cantos de louvor.

Nada, a nossa amada irmã (Chohan do Sexto Raio e membro do Conselho do Carma),
foi um desses discípulos até a sua ascensão. Durante várias encarnações, decidiu impulsionar
o progresso alheio, sendo uma fonte de invocação divina para pedir a descida da virtude para
os membros da sua família e amigos – que eles mal compreendiam ter-lhes sido transferida
através do coração puro e amoroso dela. E ao avaliarmos o seu espírito sob a luz da antiga
máxima dos que ascendem: “É necessário que Ele cresça, e que eu diminua” 10, ela venceu –
venceu para sempre!
45

Falando de mistérios divinos e sabedoria sagrada, é difícil para os homens compreender


que existe muito mais sabedoria num raio de Sol do que em Einstein. Muitos pedem-nos uma
grande expansão da sua luz e sabedoria, muito mais do damos atualmente ou demos no pas-
sado.

O significado de “um menino pequeno os guiará” 11 e de “se não vos tornardes como cri-
anças, de modo algum [com sabedoria nenhuma] entrareis” 12 escapa-lhes completamente.
Pedem para sentar-se aos pés do Mestre, embora tenham omitido a sabedoria que Ele já lhes
deu, e continuam hoje a viver nas sombras humanas. Implicam por ninharias, enquanto a Vida
(como Deus) clama para se pôr fim à discórdia, e em todo o planeta as crises espreitam com os
seus maus presságios. No entanto, a solução é simples!

Quando eram crianças, alguns deles cantavam docemente “Jesus quer que eu seja um
raio de sol para brilhar para ele todos os dias” 13. Elas entendiam melhor o seu significado na-
quele tempo do que agora, porque os seus conhecimentos de criança ainda permaneciam into-
cados, imaculados e próprios, sendo por vezes completamente desprendidos.

Vou criar agora para vós com luz – fundindo a minha consciência com a luz do Mestre
Ascenso Jesus Cristo até serem uma só – uma afirmação ou decreto:

EU SOU um raio criado do coração de Deus. Brilho todos os dias com a luz viva e enaltecedora
da eterna chama da ressurreição, despertando a minha lembrança divina para a infinita sabe-
doria contida no raio de sol, no raio de luz dentro de mim, em todos os filhos de Deus!

Glorifico a aparente simplicidade da Luz, sabendo que nela está encerrado o maior poder, a
mais profunda sabedoria e o mais vasto amor da eternidade. A minha Presença do EU SOU
revela-me sempre este poder equilibrado pela sabedoria, manifestando diariamente todo o
amor, beleza, graça e perfeição do ascenso Jesus Cristo, manifestados agora mesmo.

Com a humildade de uma criança, sento-me aos pés dos graciosos Mestres Ascensos
até que, docemente coroado por eles, eu seja para sempre o raio de sol brilhando para eles a
cada dia!

Pax in te! Sicut parvulus in gremio matris suae, ita in me est anima mea.
Pax vobiscum!
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A paz esteja convosco! Como uma criancinha no colo de sua mãe, assim está em mim a
minha alma. A paz esteja convosco!

Kuthumi Lal Singh

Em nome do ascenso Jesus Cristo, para a glória do Cristo Cósmico Universal!

Propósito

Propósito [Do lat. Propositu.] S.m.

1. Algo que se pretende fazer ou conseguir; intenção, intento, projeto.


2. Deliberação, determinação, decisão, resolução.
3. Modo sisudo; tino, prudência.
4. Relação, ligação.
5. Fim a que se visa. [Cf. prepósito.].

A propósito.

1. A respeito de.
2. Oportunamente, convenientemente.

A propósito de.

1. Pelo fato de.


2. Com respeito a.

De propósito.

Por querer, por acinte; intencionalmente, adrede.

Fora de propósito.
47

Alheio ao assunto ou às circunstâncias presentes; despropositado.

Propósito

Lição 7 da Universidade do Espírito

Perfeição

“Não Se Turbe o Vosso Coração ...”

Aos Meus Abençoados, Que Amam e Adoram – A presente agitação no mundo inteiro é, na
realidade, uma situação de hipnose geral, disseminada pelos avançados meios de viagem e de
comunicação. Nos arquivos da história encontramos proporcionalmente tantos exemplos de ti-
rania como nos dias atuais.

Não se turbe o vosso coração 1. A paz que EU SOU e que ainda dou aos meus discípu-
los é diametralmente oposta ao estado de perturbação. Para que as pessoas possam escapar
mais rapidamente ao magnetismo de todas as situações de infelicidade – pessoais, domésticas
ou as chamadas exteriores – elas têm de reconhecer universalmente as causas primárias que
geram a sua infelicidade e, depois, tentar erradicar essas causas com a nossa assistência e
intercessão.

Desejo chamar a vossa atenção para o fato de que, ocasionalmente, pessoas que não
possuem esta compreensão vivem em estado de grande harmonia simplesmente devido à Luz
interior das suas próprias correntes de vida que neutralizam naturalmente os efeitos da infelici-
dade coletiva. Tais pessoas são como raios de sol, brilhando com luz própria; elas dão uma
48

grande contribuição à humanidade onde quer que estejam, e ampliam o sentimento geral de
bem-estar em todo o mundo.

À pessoa comum que é facilmente perturbada ou basicamente controlada pelos seus


sentimentos, mas que, no entanto, deseja ser um verdadeiro discípulo da Verdade capaz de
entender os primeiros princípios, recomendamos que comece por procurar alcançar a compre-
ensão da verdade do seu próprio ser. Isto lhe permitirá compreender melhor as diferenças es-
senciais entre as pessoas e, ao mesmo tempo, perceber a grande herança comum que todos
receberam universalmente do Criador.

Com este fim, o amado Kuthumi e eu, no desempenho do nosso papel de Instrutores
Mundiais, desejamos dar a conhecer os objetivos atuais da Fraternidade com respeito à huma-
nidade, bem como as metas específicas que qualquer mentor da verdade espiritual ou candida-
to a tal deveria enfatizar e exemplificar o melhor possível todos os dias.

A conhecida expressão “ter segundas intenções” é uma reminiscência da declaração


que proferi há muito tempo na Judéia de que toda árvore que não produz bom fruto será corta-
da e lançada ao fogo 2. Nós, da Grande Fraternidade Branca, que escapamos completamente 3
dos estratagemas do mundo e do seu controle não temos segundas intenções – nem busca-
mos vantagens políticas, religiosas ou comerciais. Pelo contrário, pretendemos expressar a vi-
bração destas verdades sagradas que desde tempos imemoriais têm tido o poder de libertar a
humanidade 4.

Ora bem, se, como parte do processo de libertação da humanidade, a lei cósmica, na
sua grande sabedoria e inteligência discriminadora, crê ser necessário derrubar a árvore infrutí-
fera, então a humanidade deve compreendê-lo como o desejo de perfeição de Deus em mani-
festação, que sempre elimina, no tempo e no espaço, as qualidades que não merecem tornar-
se permanentes. Este desejo pela perfeição é sempre contrabalançado pelo chamado livre ar-
bítrio da humanidade, que é o primeiro responsável pela manifestação do ônus da imperfeição.

Inúmeras pessoas, ao visitarem santuários religiosos do mundo, como Lourdes, Fátima


e outros (muitos deles estabelecidos pela minha bendita Mãe, Maria, para esperança e cura
dos corações dos homens), perceberam pela primeira vez a terrível futilidade da vida sem
Deus. O grande influxo da atração magnética do Divino empolgou as suas almas com tal der-
ramamento de luz, com tal sentimento de proximidade da Presença que estes expulsaram da
estrutura eletrônica da sua carne todos os padrões conflituosos que haviam estabelecido ante-
49

riormente por meio do uso incorreto do livre arbítrio. Isto produziu aquilo a que os homens
chamam um milagre, mas que eu declaro de novo ser simplesmente o restabelecimento do
amor do Pai – amor que, para começar, nunca deveria ter sido usurpado pela discórdia huma-
na!

Hoje, quando o contínuo desejo de reconhecimento é alimentado e amplificado pela raça


humana, mas raramente compreendido (até mesmo pelos psicólogos, que parecem incapazes
de justificar as suas teorias baseadas em meias-verdades 5), é cada vez mais importante que
seja também compreendida a distinção concedida a uma parte da Vida, ou a extinção temporá-
ria de outra parte da Vida.

Os mestres Ascensos têm em comum um sentimento de humildade em reconhecerem-


se como facetas onipresentes da Divindade, dedicadas como Um Só ao serviço do Todo. Co-
mo tal, permanecem sempre obedientes à inteligência cósmica da Poderosa Presença do EU
SOU no Grande Sol Central e, no entanto, suficientemente humildes e compassivos para res-
ponderem aos apelos sinceros do ser humano mais discordante ou inclemente da Terra.

Todo ser ascenso manifesta também solicitude para com todos os outros seres ascen-
sos, expressando afabilidade com a bondade característica de um Mestre Ascenso, nada afe-
tada e muito natural no nosso estado.

Digo-vos com franqueza, em vez de dizer: “Oh, somos somente humanos!”, deveríeis
declarar mais freqüentemente: “Oh, na realidade somos divinos!” e, além disso, que sois tam-
bém capazes de expressar o vosso estado natural, que é idêntico ao nosso.

O mero fato de usardes corpos de carne não altera o vosso Espírito! Como declara o an-
tigo Bhagavad Gita: “Nunca o Espírito nasceu; nunca o Espírito deixará de ser;… A morte [mor-
talidade] em nada lhe tocou, ainda que morta [extinta] pareça sua casa” 6. Assim, os homens
deveriam considerar-se, não como corpos com apetites ou desejos insaciáveis, mas sim como
centelhas do Infinito, ansiosas de se reunirem com a glória dos fogos cósmicos do Lar.

Sabemos bem que as nossas paragens podem parecer muito distantes aos homens,
formados e informados como estão pelo molde da consciência humana. Mas estou igualmente
certo de que a aventura inicial de encarnarem e de perderem a liberdade do mundo edênico
também foi a causa da grande ânsia interior de retorno aos confortos elísios no poder e na gló-
ria do reino.
50

Catedrais foram construídas por inúmeras mãos e pelos esforços de muitos corações
unidos num serviço ordenado, que nunca desejaram inscrever seus nomes em pedra alguma, e
que se satisfizeram com a frase comemorativa: “Para glória de Deus que é o Todo de nós, e
mais ainda – tudo o que alguma vez seremos, e mais ainda!”

Tantas obras hoje em dia são realizadas visando o reconhecimento futuro. Fazer algo, e
fazê-lo com cuidado e perícia infinitos, é adorar enquanto se age. O primeiro princípio do êxito
na senda individual da mestria pessoal é, portanto, o amor e adoração ativos.

Quereis criar, dotar e enobrecer a vida? Então amai e adorai enquanto fiais, teceis, pin-
tais, esculpis, construís, ensinais, curais, escreveis, servis, brincais e cantais! Amai e dai ado-
ração na alegria das relações familiares e dos laços do coração entre uns e outros. Dotai a
vossa vida de amor e adoração disseminando os ensinamentos da Summit Lighthouse ou de
outros empreendimentos construtivos;sim, porque podereis assim tornar-vos arquitetos do tem-
plo 7, e estou certo de que o Templo da Vitória da Vida será mais rapidamente manifestado 8.

Imersos no amor e na adoração, fareis o que eu fiz e sereis como EU SOU – a Luz do
mundo 9. Os vossos “faróis” individuais, feitos à imagem da Summit, o que há de mais elevado
em todo homem, farão de vós sinais luminosos onde quer que andeis 10.

Amando e adorando no reino da paz, aumentareis a vossa perícia e precaução sem que
haja tensão. Construí, portanto, não em busca de nome e fama, mas para expressar Deus. Es-
tou certo de que nenhum de vós tirará do que acabo de dizer um pretexto para uma indiferença
insensível, não oferecendo louvor ao próximo. Louvar amplia e expande. Assim, embora não
busqueis louvores para vós próprios, continuai a louvar os outros sempre e onde quer que o
louvor seja merecido.

Pois, o amor que enviares retornará a vós, como dita a Lei, livre de carma e para liber-
tar-vos do carma. Como uma chama cósmica, sempre bem-vindo, sempre a consciência de
Cristo no espírito universal da unanimidade, este amor dá todo reconhecimento a Deus, à Po-
derosa Presença do EU SOU.

Permitindo à Presença que assuma completo domínio da vossa vida, experimentareis


uma expansão da consciência crística igual, ou superior, espero, a que foi manifestada em
mim durante os meus trinta e três anos (e mais do que isso) de focalização do fogo sagrado no
templo do meu corpo, que então ainda não ascendera.
51

Que a paz eterna esteja convosco,

Jesus, o Cristo

Propósito

Lição 8 da Universidade do Espírito

Santidade

“ …Como Dizes Tu: Mostra-Nos o Pai?”

Aos Corações Alegres, Que Enaltecem o Amor Que É Deus – Várias correntes de vida que
eu conheci e com as quais servi em numerosas encarnações sofreram muito com a doença da
preocupação. Algumas dessas pessoas, abençoadas mas profundamente infelizes, resolveram
manter uma sobriedade na face que chegava à rigidez – a ponto de nunca coisa alguma pare-
cer fazê-las rir. Era como se receassem que o seu mero sorriso pudesse rachar o espelho do
universo!

Recordo-me de uma abençoada irmã pertencente a uma santa ordem, com quem em
determinada altura prestei serviço. Nascera e passara a infância num lar muito abastado e ti-
nha, por isso, o sentimento de ter feito uma grande renúncia para servir ao Senhor. Tentava
arduamente ocultar isso às outras irmãs, a ponto de, já perto do final da sua encarnação, pas-
sar a maior parte do tempo livre em oração, intercedendo em prol da sua própria alma para que
esta deixasse de ser orgulhosa 1.

Passando por períodos alternados de depressão e êxtase, sentia-se encorajada até


mesmo por um pequeno sinal de progresso, mas sempre que chegava uma nova irmã ela era
importunada pelo persistente espectro do mesmo autoenaltecimento. Não devia certamente
mostrar a essa nova irmã a sua própria grandeza – e assim, por detrás da máscara de grande
52

austeridade e da sobriedade do rosto, escondia a profundeza do seu sofrimento pessoal e a


sua luta para ser virtuosa e humilde.

Já perto do final da sua encarnação, ficou extremamente desconcertada com a chegada


de uma noviça muito jovem e animada. A sua face sorridente e encantador senso de humor
provinham da atitude de não levar muito a sério a si mesma. Assim, fazia o melhor que podia
para ver o lado bom de todas as situações – a ponto de achar graça de alguns sagrados rituais.
Na verdade isto provinha, não de uma falta de devoção, mas sim da sua alegria e juventude de
espírito, que desejava trazer alegria aos outros no meio da atmosfera por vezes sombria da vi-
da monástica.

A irmã mais idosa, chamada Verônica, surpreendia-se ao descobrir que a natureza da


irmã mais jovem parecia irritar-lhe a própria alma, trazendo-lhe desgraçadamente, no momento
em que julgava estar às portas da vitória, a maior prova da sua vida! Tornou-se de tal forma
conflituosa e desconcertada que a sua atenção, voltando-se contra ela mesma, atraiu à sua
pessoa uma doença fatal, e passado pouco tempo faleceu.

Quando o seu caso foi revisto no reino espiritual, o Conselho do Carma, baseando-se
nas boas intenções que ela demonstrara ter, decidiu dar-lhe um treino aprofundado em níveis
internos, para assim reduzir a probabilidade de que esta atenção egocêntrica, desperdiçadora
e introvertida, viesse a desviar o puro serviço da sua alma à luz (que era o verdadeiro desejo
do seu coração) na encarnação seguinte. Efetivamente, passou mais de vinte e sete anos, em
níveis internos, nos retiros da Grande Fraternidade Branca revendo os aspectos psicológicos
do seu próprio caso, recebendo instruções dos Mestres Ascensos, a fim de impedir que se re-
petisse na sua vida seguinte a excessiva preocupação consigo mesma.

Tudo isso ocorreu antes de ser chamada pelos Senhores da Vida, de acordo com a ne-
cessidade do seu carma, e entrar de novo nos portais do nascimento. O final feliz da minha his-
tória, amados, e que contém uma promessa de esperança para todos, é que ela se tornou uma
verdadeira santa logo na encarnação seguinte!

O céu traz incessantemente as suas bênçãos, por via dos Mestres Ascensos, a toda a
manifestação da Vida, mesmo quando ela parece não estar merecendo 2. Na verdade, o céu
dispõe de muitos remédios!
53

Inúmeros milhões de indivíduos bem intencionados parecem não ter o bom senso que
distingue o santo daqueles que nunca alcançaram os padrões desejados das suas aspirações
íntimas. Muito disto é causado por uma excessiva atenção à personalidade externa e por não
darem atenção suficiente à grande Inteligência discriminante do Cristo Cósmico do seu próprio
ser, o seu Santo Cristo Pessoal – também conhecido como o Corpo Mental Superior, a Consci-
ência Superior e o Mediador entre Deus e o homem.

É extremamente difícil aos homens e mulheres, educados nas várias religiões de hoje,
deixarem de lado o seu medo de sofrer conseqüências desastrosas se fosse descoberto que
alimentavam qualquer idéia não “absolutamente correta” no sentido doutrinal. No entanto, o
bom senso deveria dizer-lhes que as suas crenças religiosas, sejam elas quais forem, são só
uma pequena facção entre milhares de seitas ou divisões de seitas.

O cristão médio está ligado à tradição segundo a qual o Jesus histórico é o escolhido, o
ungido e o herdeiro “unigênito” da preferência de Deus. Parece não compreender que Deus
criou somente preferidos entre todos os Seus filhos, e que Ele espera que todos os Seus fi-
lhos e filhas procurem laboriosamente alcançar o padrão supremo da perfeição, que é inato na
imagem divina de todos e de cada um. Esta é a verdadeira imagem do Cristo, a partir da qual
todos foram feitos como filhos da Luz.

As afirmações do “EU SOU” de Jesus referiam-se ao seu Cristo Pessoal, ao Um Univer-


sal – o verdadeiro e único Filho de Deus. A imagem do Filho “conosco”, o Emanuel 3, manifes-
tado como o Cristo Pessoal de cada um, é o verdadeiro Eu, isto é, a verdadeira Luz que alu-
mia todo o homem que vem ao mundo 4.

Ao dizer “EU SOU a Luz do Mundo” 5, o Mestre afirmou que a Presença do Filho era es-
sa Luz. E prometeu que, à medida que cada um elevasse esse Filho, isto é, esse Sol ou Luz do
homem dentro de si mesmo, conheceria também esse Filho em Jesus:

Então sabereis que eu sou quem digo ser – e que o EU SOU em mim, tal como o EU
SOU em vós, é a Luz do meu mundo e do vosso mundo, e que é o Todo do Cosmos. Então
sabereis que EU SOU Ele – que eu sou a encarnação do Verbo, o Cristo. Quando tiverdes ele-
vado o Filho do homem, sabereis que nada faço de mim mesmo (do meu eu exterior); mas falo
como o Pai, a Poderosa Presença do EU SOU, me ensinou.
54

Aquele que me enviou – a Poderosa Presença do EU SOU – está comigo; ele não me
deixou só. Quando tiverdes elevado o Filho do homem no seio da vossa própria alma e do vos-
so templo, conhecereis o Pai tal como eu o conheço, pela Presença Pessoal do EU SOU O
QUE EU SOU. E esse é o Verbo que se fez carne em mim. Assim, EU SOU Jesus, o Cristo.
EU SOU Ele.

Se permanecerdes nesta Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. Então


conhecereis a Verdade, porque vos tereis tornado a Verdade que EU SOU, e a Verdade vos
libertará 6.

“EU SOU a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” 7

é um Fiat proferido pelo Santo Cristo Pessoal, que não é uma figura histórica nem uma perso-
nagem humana, mas a Pessoa Divina, ou Personalidade, de cada filho da Luz.

Esta Pessoa Divina é uma manifestação “eletrônica” da Presença de Deus, vibrando


com uma freqüência por vezes inferior à da Presença (o Pai) no desempenho do seu papel de
esforçar-se para prestar assistência direta à alma em evolução, sendo capaz de elevar ou bai-
xar sua vibração sempre que necessário. Assim, o Santo Cristo Pessoal de cada filho e filha na
Terra pode voluntariamente tornar-se um com a absoluta Presença de Deus no alto (o EU
SOU, ou o Pai) – ou a alma encarnada embaixo.

Quando a alma compreende todo o impacto desta dádiva de amor, ela torna-se como
uma maravilhosa melodia que se amplifica repetidamente cada vez que soa DEUS É AMOR 8, e
que é a Sua vontade não deixar que homens e mulheres pereçam, permaneçam no engano ou
continuem para sempre escravos de situações infelizes.

Sabei que, ao concentrar-se no Santo Cristo Pessoal, qualquer pessoa pode despojar-
se da ilusão da separação – que, como declara o Eclesiastes, é somente vaidade (um condici-
onamento humano da consciência humana). Qualquer pessoa pode superar a necessidade de
fazer psicanálise ou de salvar a sua alma por meio do vale de lágrimas ou da via dolorosa,
descobrindo, em vez disso, no seu amado Cristo Pessoal - a manifestação de Deus como Luz
que nunca falha – a esperança do universo em porção infinita, dada livremente para a integra-
ção do homem como um todo.

O problema humano do amor egocêntrico, da autopiedade e do autoengano (e neste se


incluem todos os vícios, hábitos humanos escravizantes e a predileção pela perversão sexual)
55

deixa de ser preocupação para aqueles que têm o verdadeiro conhecimento do Pai e Filho ine-
rentes. Para eles não existe a doença da excessiva preocupação consigo próprios – com o es-
tado de pecado e sentimento de conflito que a acompanham – que possa impedir ou atrasar
ainda mais o seu progresso ou prender as suas energias enquanto refletem com dor e angústia
sobre se terão ou não sido favorecidos por Deus e pelo homem 9.

É muito mais fácil para quem está completamente livre do amor egocêntrico disseminar
o bálsamo da alegria por toda parte do que para quem permanece ainda aprisionado por esta
temível doença (temida, isto é, tão somente enquanto o indivíduo é seu escravo; irreal e não
temida quando é seu senhor).

As almas que caminham na senda da abnegação, vencendo a sua presunção, perdem-


se num gigantesco interesse pelo Amor e pelo Plano de Deus, que sabem que aguardam se-
rem revelados pelo seu Cristo Pessoal. Essas almas procuram ser como os irmãozinhos de Je-
sus, unir-se aos irmãozinhos de São Francisco ou mesmo ser um irmãozinho desconhecido do
amor, que ama simplesmente a abençoada Terra, as árvores, o céu, o som de música suave e
a canção do Senhor. Gente assim encontrou a paz, encontrou a Deus.

Escutai, pois, a voz do vosso Santo Cristo Pessoal, a dádiva do Pai da vossa salvação
eterna. O Cristo é tudo isto: o sábio Arquiteto denominado o Maravilhoso, cuja sabedoria (sábio
domínio) o torna Conselheiro, cujas vibrações vos fazem sentir tão cheios de paz e calma por-
que são emanações do Príncipe da Paz 10. A Sua onipresença é a permanente proximidade do
Poderoso Deus dizendo: “Aquele que me viu, viu ao Pai”11 – o Um Eterno, o vosso próprio foco
individualizado da divindade, a Poderosa Presença do EU SOU!

Procurai estar sempre cheios de alegria. Enaltecei o Senhor, em silêncio ou de forma


audível, conforme ditar vosso coração, mas que tudo seja feito com a sabedoria de Deus em
razoável perfeição ante os homens, para que todos possam glorificar a Deus ao contemplar-
vos. Que seja essa a vossa meta.

Assim vos orientamos, o amado Jesus e eu, como Instrutores Mundiais. Fazei o mesmo
e ensinai-o, para que todos os homens possam sorrir, até mesmo de si próprios – do lado hu-
mano, pois não deveis tomá-lo demasiado a sério, e ao Santo Cristo Pessoal, pois deveríeis
levá-lo muito a sério – com um sorriso sempre presente de boas-vindas.
56

Assim é o Amor enaltecido; assim um amor maior exerce o seu poder de elevação sobre
o vosso espírito. Assim é o Pai revelado na senda da santidade.

EU SOU a fonte de Sabedoria da afeição celeste, beijando o vosso caminho diariamente


com a paz e a luz espiritual que não diminui.

Doce, mas afetuosamente,

Kuthumi

Propósito

Lição 9 da Universidade do Espírito

Exemplo

“… O Pai Está em Mim”

Almas Ávidas Que Vos Regozijais na Transferência da Chama do Pai – Ide ao mundo pro-
clamar a boa nova! 1 É geralmente aceito, abençoados, que os que proclamam as grandes ver-
dades deveriam segui-las. Isto é lógico na medida em que todos os homens amam o conforto
da segurança, bendita segurança que os liberta da dor da incerteza, com suas vacilações e ins-
tabilidade.

Embora seja verdade que o melhor ensinamento é o bom exemplo (em latim, ex signifi-

ca “fora de” e, em inglês, sample designa uma porção representativa do todo; assim, o exem-
plo é uma parte extraída do todo da vida e consciência do mentor), indivíduos vazios, destituí-
dos de espírito de justiça ou imparcialidade, quer por ignorância quer por desleixo, arranjam
57

com freqüência desculpas para as suas próprias falhas descobrindo faltas nos Mentores da
Verdade, contestando assim o seu serviço.

Amadas damas e cavalheiros que desejais ensinar a Verdade, estou certo de que ne-
nhum de vós tenciona ser algo que não o perfeito exemplo; no entanto, até terdes atingido essa
mestria, deveis, ou bem ter a coragem de dar vosso melhor esforço embora saibais ter cometi-
do alguns erros, ou então não fazer nada. Bem, eu tenho melhor opinião de quem sabe ter er-
rado, e no entanto tem a coragem de fazer o melhor possível, do que de quem, cheio de receio,
esconde os seus talentos dentro de um lenço, julgando a Lei de Deus demasiado dura e exi-
gente e os seus erros pessoais demasiado grosseiros.

Abençoados mentores, não espereis nenhuma misericórdia daqueles que, tendo sido
muito mal orientados, não querem arranjar coragem para sair e proclamar o amor de Deus,
mas que têm a audácia de aviltar a conduta de quem o faz embora mantendo algumas imper-
feições. Que todos procurem expressar o mais elevado e o melhor de si. Assim, a liberdade
chegará mais depressa para todos!

Todas as almas criadas pelo mesmo Deus foram originalmente dotadas de igual porção
do Seu poder, da Sua sabedoria e do Seu amor – por mais que se tenham desviado e vaguea-
do desde o momento do seu nascimento cósmico.

Quanto à questão das ofensas tem-se muitas vezes feito a pergunta: “Deverei eu perdo-
ar indefinidamente ao meu irmão o mal que repetidamente me vem fazendo?”. Quando falei
sobre o assunto na Judéia e na Galiléia, a minha resposta, registrada nos Evangelhos, foi de
caráter geral, levando em conta todas as situações – tanto o pecado do prévio conhecimento
como o pecado da ignorância. A mensagem eterna “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que
fazem” 2 e perdoa-lhes “até setenta vezes sete” 3 está claramente proclamada, embora haja
ainda muito que compreender sobre o assunto.

A melhor maneira de perdoardes aos outros é começardes por perdoar a vós próprios
todos os erros, e depois estender esse perdão infinitamente a todos. Certificai-vos de que co-
bris todas as situações, sem abrir exceções. Se Deus é um fogo flamejante e todos os Seus
filhos centelhas divinas, porque não haveria uma centelha de perdoar a outra, por muito que o
fogo sagrado possa ter sido abusado?
58

É verdade que uma pessoa precisa de uma sabedoria especial na resolução de certos
problemas – e, embora perdoar esteja certo, ela deve sabiamente evitar expor-se sem neces-
sidade aos perigos inerentes à vaidade humana. Todavia, o amor pode prevalecer, e prevalece
mesmo, quando se confia totalmente na Presença.

Bem, nem todos possuem ou mantêm o mesmo equilíbrio entre o amor, a sabedoria e o
poder. Algumas pessoas possuem um dos três aspectos em excesso e grande falta dos outros.
Por exemplo, se lhes falta sabedoria, por muito que amem, os seus bem intencionados atos
podem parecer não dar certo. Se lhes falta poder, por mais sábios e amorosos que possam
ser, o seu bem pode não conseguir alcançar o objetivo, nem ser tão eficaz quanto desejariam.
Se lhes falta amor, poderão descobrir que, por mais sabedoria e poder que manifestem, os
seus atos são com freqüência abortados e as suas energias tornam-se total ou parcialmente
inúteis para os grandes propósitos cósmicos.

Encontrai, assim, o vosso equilíbrio num triângulo de perfeição, numa sagrada trindade
que produz a mais intensa ação de todos esses três aspectos no coração do homem e no co-
ração da criação. Sendo assim, a grande sapiência do discriminante Santo Cristo Pessoal
chama os poderosos raios de luz da Presença para que desçam e focalizem o poder de Deus,
em si mesmo invencível.

O coração de absoluto amor da Presença sela a chama equilibrada da sabedoria e do


poder num invólucro penetrante do amor divino, que nunca pode ser distorcido pela insensatez
humana ou pela avareza. Já não susceptível de ser enganada, a chama trina representa, as-
sim, como tantas vezes disse o Amado Morya, “um impulso para um propósito”. (Que todos os
que negam a existência de um propósito na criação escutem!).

Certamente que nenhum mentor cósmico da Verdade deveria ser indevidamente critica-
do. Não digo que seus frutos devessem cair longe da árvore-mãe; todavia, lembrai-vos de que
é mais fácil verdes nos outros as mesmas características que atuam no vosso próprio mundo.
Até mesmo quando eu manifestava a perfeição, alguns homens sábios (intelectualmente sá-
bios) e alguns bem devotos (religiosamente devotos) julgavam-me possuído de um espírito ma-
léfico e profano 4.

Todos os que querem ensinar aos homens a Grande Lei de Deus devem estar prepara-
dos também nos dias de hoje para sofrer alguns equívocos e falsas acusações 5. Se não hou-
ver justo motivo para tal, a força sinistra procurará construir um e, feito isso, começará a inven-
59

tar a sua cadeia de mentiras. Se houver a mínima causa, esta injusta força, mentalmente
agressiva e agitada pela maldade, continuará a distorcer e alterar os fatos, usando das más-
línguas para perturbar o maior número possível de pessoas e, desse modo, impedir que os
santos continuem a desempenhar a sua grande missão e serviço de amor à Vida.

Coragem, e sede diligentes! Lidai sabiamente com esta cilada – mantende a fé! A vida
da luz é, acima de tudo, transcendente e digna de qualquer sofrimento ou incômodo por amor
ao meu nome, EU SOU.

Passados dois mil anos de Cristianismo, o clamor e confusão gerados em torno da per-
gunta: “Que bem farei para conseguir a vida eterna?” 6 continuam a fazer furor, e os que bus-
cam mais luz ficam com freqüência tão embrenhados na procura que perdem de vista a própria
meta!

Amados, a vossa meta é a vossa ascensão! É assim bem simples. Se toda a energia
que haveis corrompido desde o princípio pelo abuso da preciosa essência da vida for re-

investida e transmutada pelo fogo violeta do amor da liberdade e pelo ato do perdão, o que
poderá impedir a vossa ascensão ou o atingir dessa meta? No entanto, só a vossa Presença
sabe em que dia e hora isso ocorrerá.

Como pode alguma ação ocorrer a menos que a Grande Lei o saiba? Os universos, vi-
sível e invisível são o Corpo de Deus, e seguramente Ele, em toda a Sua sabedoria e inteligên-
cia, sabe sempre de toda a transação, por mais insignificante que possa parecer.

Não disse eu: “Até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados”? Não de-
clarei eu que nem mesmo um pardal cai por terra sem ser visto por Deus-Pai (a Presença do
EU SOU)? 7 Assim, todos os chamados acidentes são, sem exceção, ações da lei de causa e
efeito. E esta é a lei do carma, que um dia compreendereis ser o instrumento que vos permite
libertar-vos da servidão.

Quem quiser fazer como nós e alcançar a sua vitória pessoal, tem de estar disposto a
governar a Natureza e a si mesmo pelo poder da Divindade (Governar = Deus sobre a Nature-
za*. Assim, Deus manda os filhos do homem governar exercendo domínio na terra por meio
dos raios de luz da Presença, de acordo com a lei natural). Isto inclui assumir o controle divino
sobre os atos que geram causas (e a causação) na vossa vida para alcançar os efeitos deseja-
60

dos. A causa da vossa Ascensão é a vitória da vossa Presença, chamada por vós a agir em
todos os vossos assuntos!

* O Mestre Jesus, no texto original, explica o significado espiritual da palavra “governar”, que, por ser
intraduzível, reproduzimos aqui tal como foi dada: “Govern”: G equivale a “God” (Deus), “over” (sobre)
significa domínio, “n” denota “Nature” (Natureza); assim,” God over Nature” (Deus sobre a Natureza).
(N. do T.)

Bem, se as pessoas pensam que podem melhor do que ninguém ensinar à Presença
como governar os seus assuntos, estou certo de que a Presença levará a cabo as suas instru-
ções como um “ato cego” da Lei; no entanto, será o indivíduo e não a Presença o responsável
pelas causas desencadeadas por este abuso do poder de Deus, produzindo os efeitos da igno-
rância humana. Este abuso da Lei e do Decreto Divino é a causa de todos os transtornos e
confusões ainda existentes no mundo de hoje.

E nunca em toda a eternidade as crianças de Deus poderão mudar para melhor nem
voltar ao rebanho enquanto não demonstrarem a Lei por si mesmas, dando todo o poder e do-
mínio à Presença de Deus. O Pai dá automaticamente completa iluminação a toda a mente e
coração no próprio instante em que é chamado a agir para fazer a Sua perfeita obra e vontade.

Foi assim que alcancei a minha vitória. Eu sabia que tinha vindo de Deus e que devia
retornar a Ele. Compreendi que a forma mais segura de o fazer era o caminho do EU SOU; por
isso declarei: Eu estou no Pai e o Pai está em mim. “Quem me vê, vê o Pai. As palavras que
vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” 8.
Esta é a verdadeira e única fórmula a ser usada pelo homem exemplar que queira demonstrar
o seu domínio sobre “estas coisas” da terra.

Certamente que a Grande Fraternidade Branca precisa de mentores que possam ser
bons exemplos, mas nem mesmo os melhores exemplos atraem necessariamente os homens
para o caminho divino. Sim, porque entra aqui em jogo o fator do livre arbítrio, e alguns não
respondem de forma positiva nem mesmo perante milagres. Todavia, se os Mestres Ascensos
e a hierarquia cósmica fossem aguardar a plena manifestação da perfeição absoluta para envi-
arem mentores a proclamar a verdade da luz e do amor de Deus, a humanidade talvez tivesse
de esperar muito tempo até ser livre!
61

Estou, por isso, grato por haver quem seja suficientemente honesto e humilde para ad-
mitir os seus erros, embora suficientemente zeloso e arrojado para se sujeitar às críticas hu-
manas quando faz o melhor que pode para prestar serviço na vinha do Pai. Muitos dos que so-
frem as mais duras críticas irão mais longe para alcançar a sua vitória do que os homens pos-
sam pensar.

O justo motivo do seu coração e a devoção da sua atitude, vistos e ouvidos em níveis
superiores, atrairão na hora apropriada um estado de maior perfeição até alcançarem finalmen-
te a consciência cósmica dos imortais – embora os seus críticos continuem desviados e atados
às limitações e às confusões que criaram. No entanto, nós não queremos ver ninguém falhar
assim. Que todos estejam alerta!

Prestamos um serviço universal de amor à Terra inteira. A mensagem de Cristo está vi-
va! A busca da paz na terra e da boa vontade (a vontade de Deus) para os homens 9 continua
presente em todas as iniciativas elevadas, tanto religiosas como seculares. Até mesmo nestes
dias a meta da fraternidade universal invadiu poderosamente a própria estrutura política da so-
ciedade.

Estou de novo no templo do estado e propósito elevados de Deus para reforçar os balu-
artes da sagrada luz da liberdade contra todos os sistemas comunistas ateus, com ou sem
aparência altruísta. Os corações e mentes dos homens, das mulheres e das crianças tornaram-
se, infelizmente, um campo de batalha onde os meios de comunicação da imprensa, da televi-
são e do rádio, bem como o culto da personalidade, procuram capturar e doutrinar os habitan-
tes da terra com preconceitos e disparates humanos, servidos como um enorme coquetel co-
mercial – impetuoso, generoso, enganador e cheio de cobiça.

Eu, Jesus, tomo de novo o chicote na mão para purificar o povo da terra para que, como
instrumentos do céu, eles se unam para tomar a pena e a espada espiritual, até mesmo a es-
pada de dois gumes 10 que leva à vitória pessoal, enquanto continuam, também, a combater na
luta mundial para o triunfo do Bem sobre o Mal.

Só adotando medidas heróicas para neutralizar a apatia e o ateísmo deste dia poderão
os meus discípulos dar à minha mensagem e missão de há dois mil anos uma voz nova e efi-
caz nesta hora.
62

Que eles conquistem os corações dos homens e mulheres de hoje para entregá-los ao
amor radiante e pessoal de Deus, da Poderosa Presença do EU SOU de cada um.

Que eles vençam para que nasça em todo o mundo a manhã da paz na era de ouro, em
que a boa vontade fluirá resplandecente através de todos os corações, vinda do magnífico co-
ração cósmico de Deus, que mesmo agora ama a terra inteira como a um grande Filho (Sol?)!
Assim será!

Com todas as hostes do céu, estou comandando os meus soldados imbuídos do Cristo:

Avante! Jesus, o Cristo

Propósito

Lição 10 da Universidade do Espírito

Coração

“Vós Sois a Luz do Mundo”

Amados, Que Desejais Formar o Coração Diamantino de Maria e Morya – As reverbera-


ções dos sinos, cujos tons suaves e solenes movem docemente os corações dos homens, con-
tinuam a fazer soar uma mensagem mais elevada da voz do próprio Amor, chamando os filhos
dos homens para um eterno Angelus. E a paz de Deus instala-se sobre cidades, vilas e aldei-
as, cobrindo tudo com um manto resplandecente de luz esplêndida e sagrada, cuja tecedura
fica mais forte a cada ano que passa até chegar o dia perfeito em que a perfeição do Cristo go-
vernará em todos os corações humanos.

Isto pode se tornar realidade quando a confiança em Deus (como declara o lema da li-
berdade: “Em Deus Confiamos”) for o lema de todo homem e mulher que estende a mão firme,
sábia e amorosamente através do espesso nevoeiro das calamidades humanas para alcançar
63

a paz da calma espiritual. Quando chamada a agir, esta calma produz sentimentos santificados
de unidade e o doce murmúrio das sempre renovadas oportunidades da Vida.

Amados, a paz e o amor são, no momento, ambíguos para a humanidade que, pelo seu
contínuo gerar de agitação, atrasou a manifestação da sua perfeição, tanto pessoalmente co-
mo em escala planetária. Quando estas qualidades reinam no coração, a beleza do trabalho de
grupo dos homens em amorosa cooperação com Deus torná-los-á seus próprios arquitetos na
era de ouro.

Passei inúmeras horas, com o intuito de manter a paz e o amor no mundo, diante do
magnífico órgão que tenho no meu lar aqui em Shigatse, no Tibet, unindo conscientemente o
amor do meu coração ao onipresente amor de Deus, que resplandece através do cosmo inteiro
e que é a energia vital de todas as estrelas no vasto e estrelado mar do céu.

Atraindo essa energia universal ao meu ser em quantidades quase infinitas, criei uma
música de caráter sublime, cheia de raios de amor curadores, que atrai milhares de encantado-
res anjos deva que viajam alegremente com asas de canto ao som da minha música. Sentado
ao órgão, dirijo e irradio (transmito) conscientemente por meio do meu coração melodias ter-
nas, alentadoras e poderosamente transformadoras a todos os que andam oprimidos pela de-
pressão, desgosto, dor e qualquer tipo de força material opressiva.

Como bem sabeis, estes estados impedem que a Luz Crística penetre e a paz curadora
do Cristo se manifeste para os meus vários irmãozinhos – desde os exaustos fisicamente, co-
bertos de poeira, até os que foram ungidos com óleos suaves e perfumes tão aromáticos que
fazem lembrar o primeiro Natal com as nossas oferendas especiais de ouro, incenso e mirra 1.

Muitos corações amados desejaram-se bom Natal enquanto outros refletiam sobre a ne-
cessidade de um Natal eterno, que se prolongasse durante o ano inteiro. Sabei, abençoados,
que a Missa do Cristo *, o foco tangível da Luz, ou Christos, invisível embora espiritual, está
sempre presente em todos os homens. Como declarou o amado Apóstolo João: “Esta é a luz
que alumia todo homem que vem ao mundo”. Assim, esta Luz de grande magnitude que é o
Cristo de todo homem será um dia para todos os povos a salvação da terra 2.

* O significado literal de Christ Mass é Missa de Cristo. Quando escrito como uma só palavra,
Christmas significa Natal. (N. do T.)
64

Todos os dias, um número crescente de seguidores de Deus começa a compreender o


plano maior que Ele lhes reserva, podendo por isso mais rapidamente penetrar os chamados
mistérios do Cristianismo e de outras religiões mundiais. Assim, o estudo da religião tem emer-
gido de uma relativa obscuridade (para muitos, cheia de mistério), para um interesse quase
popular para quem se dispõe a fazer face à realidade de que a tradição não é substituto para a
Verdade, como tampouco o é a aceitação geral.

A simples embora maravilhosa idéia de que o coração de cada um é um presépio (ber-


ço) sobre o qual a pequenina e Sagrada Chama de Cristo desce para ali habitar e orientar (co-
mo o “homem interior” do Coração 3, isto é, como a manifestação humana oculta de Deus) re-
vela também que o coração do homem tem focalizado dentro de si a Vida de Deus a nível hu-
mano (na oitava física), o que faz dele, na verdade, um Santo Graal sempre cheio do resplen-
dor do amor divino. Quando este Amor é libertado e flui sem os entraves dos pensamentos e
sentimentos humanos, ele lava e expulsa todos os erros, corrigindo todas as circunstâncias ad-
versas e atuando com um curador ressurgimento de ilimitada compaixão.

Algumas pessoas entendem hoje corretamente a história do amado Jesus como o dra-
ma da busca de toda a humanidade pela Divindade. Se as pessoas aceitam a idéia negativa de
que Deus requer o sacrifício humano ou divino para a remissão do pecado (carma) do mundo –
quer vejam na crucificação uma expiação vicária retroativa dos pecados que elas iriam cometer
futuramente, quer aceitem a idéia de que também têm de passar pela agonia do Getsêmani e
do Calvário – então deveriam ser forçadas pela lógica das suas próprias crenças a aceitar vica-
riamente todas as expressões positivas do Cristo.

Deveriam em boa justiça preferir acima de tudo refletir sobre estas palavras “Tu és meu
Filho amado; Eu hoje te gerei” 4 como sendo também aplicáveis a si mesmas e à sua realidade
como filhos de Deus.

Estou certo de que quando os homens entram plenamente no reino (consciência) de


Deus, não lhes restam lágrimas nem desgostos no coração, permanecendo, pelo contrário,
continuamente num estado de graça receptiva e atenta no qual o amor positivo do Espírito
Santo por toda a criação é a única música ouvida no coração ou na mente. Nesta grande per-
cepção espiritual, a morte é tragada na vitória 5. É em homens assim que o pleno significado de
Deus (God) como sinônimo de Bem (Good) começa a surgir como uma realidade.
65

Na lição 8, alertei para os perigos de uma excessiva e egoísta preocupação consigo


mesmas que mantém as pessoas presas a uma rotina de autocondenação. Se as pessoas an-
dam cegas devido à preocupação consigo mesmas, em qualquer das suas formas, os talentos
não são usados para glória de Deus enquanto continuam às voltas no carrossel humano e à
oportunidade para a verdadeira realização do Eu Divino é-lhe negado o seu legítimo papel. En-
voltos pelo seu isolamento egoísta, aqueles que cedem aos impulsos do amor próprio egocên-
trico freqüentemente privam-se da verdadeira liberdade e justiça.

Determinados a seguir o seu próprio caminho separado de Deus, criam uma vida de ido-
latria e prazer, esquecidos das necessidades planetárias ou dos campos brancos prontos para
a colheita 6 de inúmeros milhões, que aguardam a nossa mensagem, rezando pela oportunida-
de de aprenderem mais sobre a Verdade e sobre os propósitos cósmicos de Deus Todo-
Poderoso.

O maior grau de segurança espiritual e – posso dizê-lo com justiça – até mesmo de se-
gurança material é concedido aos que se convertem ao serviço da Luz; porque um dia, quando
menos esperam e sem qualquer aviso, todos verão que, na realidade, a Luz serve a eles!

Por vezes, as pessoas abandonam sem saber, temporariamente, a orientação da sua


Presença Divina do EU SOU, esperando encontrar em alguma outra área das complexas expe-
riências da vida e das oportunidades educacionais a assistência de que necessitam para supe-
rar os seus problemas e seguir em frente. Digo-vos, em absoluta Verdade Divina, que a vossa
Presença de Deus tem tudo o que desejais. E, se vos cansa ouvir-nos repetir isso, a vossa in-
teligência crística procurará alcançar-vos e dizer amorosamente: “Aquietai-vos, e sabei que EU
SOU Deus” 7.

Compreendei que a vossa Presença quer ajudar-vos a fazer tudo bem. Assim, ela acon-
selha-vos, por intermédio do vosso Cristo Pessoal, a silenciar as características meramente
humanas e a desenvolver a vital qualidade da graça atenta e receptiva, por meio da qual, por
uma meditação de amor em Deus, procurais diligentemente conhecer e ser a Sua vontade e a
Sua sabedoria em ação. Seres preciosos, se pretendeis vencer como venceram os santos, o
requisito não é de esforços vãos ou uma tensão excessiva, mas sim a prática de uma doce
submissão que vos faz receber a dádiva das virtudes celestes, respondendo sempre ao celeste
constrangimento da doce Presença, cuja orientação é infalível quando é inflexível o vosso de-
sejo pela Verdade.
66

Todos os que persistem no erro egoísta destacam-se em baixo-relevo, como fez a mu-
lher de Lot, que se transformou num pilar de sal, como exemplos do mau direcionamento da
atenção humana. Em vez disso, elevai os olhos até os montes, como o povo de Israel vem can-
tando há milhares de anos: “Elevo os olhos para os montes, de onde me virá o socorro? O meu
socorro vem do Senhor...” o EU SOU O QUE EU SOU, que é a minha Luz, o meu Amado, a
minha Presença do EU SOU 8 – nunca tarde e nunca em escassez, digam o que disserem os
conceitos humanos; sim, porque o Divino Auxiliador é um agente da lei cósmica e tem neces-
sariamente de responder ao chamado absolutamente imperativo das almas aflitas.

O amado Morya e outros Mestres da Grande Fraternidade Branca desejam criar uma
unidade espiritual em escala mundial com a atividade da Summit Lighthouse. Naturalmente, a
oposição tentará derrotar o nosso propósito, que é todo a favor da Luz. Todavia, a Luz de

Deus não falhará! Foi por isso que Micah, o anjo do Senhor, o bendito Anjo da Unidade,
apareceu recentemente de forma palpável no estrado da Catedral Nacional de Washington.

Os de coração verdadeiro, os nossos abençoados e muito determinados chelas, com-


preenderão rapidamente como é necessário serem leais a uma causa e a um propósito. Do
mesmo modo, compreenderão com intenções claras, perspectiva correta e bom senso a ne-
cessidade de fazerem decretos em grupo para protegerem a realização deste objetivo.

O Conselho de Darjeeling está patrocinando a atividade da Summit Lighthouse a fim de


que se torne um grande centro irradiador de luz, um porto seguro para dias futuros, para todos
os que amam a Luz Crística e que são capazes de compreender a necessidade de uma tal re-
presentação central, comportando a sua estrutura os serviços dedicados e a pureza da Ordem
do Coração de Diamante. Compreendei que existe a necessidade universal de um coração
como foco através do qual possam ser direcionadas energias para qualquer pessoa ou esforço
de grupo. Isto é verdade desde o Grande Sol Central até o centro de uma célula ou ao núcleo
de um átomo.

Assim, podeis compreender por que motivo os raios de luz deste coração de diamante
de dimensões planetárias deverão ficar sob a direção da bendita Nossa Senhora e do Chohan
do Primeiro Raio, El Morya, cujo objetivo é cumprir o mais rápido possível os éditos dos anjos
que de há muito vêm cantando em coro, sob orientação divina: “Glória a Deus nas maiores al-
turas, paz na terra entre os homens, a quem Ele quer bem” 9.
67

Quem compreende a necessidade de uma organização que sirva de base ou estrutura


por intermédio da qual os Mestres Ascensos e os seus chelas possam funcionar, quem com-
preende, também, que em algumas organizações anteriores sob a nossa orientação houve
uma esclerose das artérias espirituais, e que deixaram de ser-nos inteiramente úteis, dará amo-
rosa e alegremente a sua obediência à Luz e oferecer-se-á para ser a espinha dorsal, coração
e radiação do nosso propósito de exteriorizar a Luz Crística e ensinar todos os povos a faze-
rem o mesmo – especialmente aqueles que buscam e desejam a Verdade inteira. Assim, o
nosso coração de diamante será escolhido de Deus e manifestar-se-á para benefício de todos.

Os mentores que honrarem a Cristo 365 dias por ano verão gradualmente brilhar ao lon-
go da avenida dos anos um sol resplandecente de sabedoria do Amor, irradiando, grande e
maravilhoso, por entre as árvores da vida. Os chelas do verdadeiro azul da vontade de Deus
que entrarem na senda do Segundo Raio da Iluminação a fim de responderem à urgente ne-
cessidade desta hora de se tornarem mentores do chamado de Jesus às ovelhas perdidas da
casa de Israel 10 e Judá, serão coroados pessoalmente com os raios da Universidade do Espíri-
to.

Quando tiverdes meditado sobre nossas lições, da primeira à quadragésima oitava, elas
dar-vos-ão o discernimento e a profunda compreensão da senda da cristicidade pessoal que a
Loja Branca * considera essencial para a vossa vitória nesta vida e, assim, para a abertura da
porta do céu às multidões por meio da abençoada Summit Lighthouse.

* Sinônimo de Grande Fraternidade Branca.

Usando o todo desta obra como um manual para estudo e referência à medida que for-
des, numa primeira fase, provando, e depois, vestindo com dignidade e compaixão o manto do
servo ministrante, disporeis de uma sólida base de conhecimento e de uma pedra angular de
justiça para auxiliar-vos a ser sábios e eficazes na ajuda que nos prestais na orientação e dire-
ção dos assuntos espirituais das crianças de Deus. Pela vossa cooperação consciente conos-
co, conduziremos juntos todas as crianças de Deus a planos mais vastos de adiantamento,
progresso espiritual e desenvolvimento pessoal, livres das armadilhas do passado.

Ao aproximar-se a sagrada época do Natal enquanto vos escrevo isto, espero que vos
lembreis que nos referimos com freqüência ao vosso chamado entre o povo de Deus. Sois, de
fato, chamados a representar os exércitos ascensos e o Conselho de Darjeeling perante as
68

multidões; e, assim, deveríeis solicitar a El Morya que vos instrua para que possais executar
sabiamente esse serviço. A maioria dos homens sabe tão pouco de nós como dos anjos! Com
toda a devida caridade, ensinai-lhes o caminho dos Mestres Ascensos.

Abençoados, por meio do vosso Santo Cristo Pessoal, pela grande adoração enviada ao
Amado como o “unigênito de Deus” 11, ou seja, a única parte de vós criada unicamente por
Deus, ao contrário da vossa consciência humana, deveríeis procurar diligentemente manifestar
no exterior os tesouros da Consciência Superior sobre a terra, sabendo que assim recebereis
bênçãos e ministrações angélicas idênticas às que Jesus recebeu, e que receberam também
todos os Mestres Ascensos na sua encarnação final na terra.

Os homens verão, então, as vossas boas obras 12; sim, porque a luz da vossa aura, bri-
lhando intensamente como a aura de Jesus, trará a vós, pelo poder e radiação do amor de
Deus derramado sem limite sobre todo o cosmo, as realidades espirituais que tomaram forma
palpável há muito tempo numa noite maravilhosa em Belém da Judéia, e que hoje – hoje mes-
mo aguardam renascer em vós!

Ó anjos de Deus, nossos santos irmãos, abençoai todos os filhos da Luz e especialmen-
te os nossos leitores! Abençoai todos os que buscam a Verdade e especialmente todos os
obreiros do Bem, que trarão a Paz a esta amorosa Terra.

EU SOU o vosso amigo e músico celeste,

As minhas melodias estão incessantemente às vossas ordens –

Kuthumi

Propósito

Lição 11 da Universidade do Espírito


69

Inocência
“Deus Enviou o Seu Filho... Não para que Condenasse...”

Aos Meus Que Buscam os Poderes do Espírito Santo de Forma Legítima – Uma visão do
futuro com a esperança de um amanhã melhor é a única esperança de muitos. Isto está bem,
desde que o seu futuro não venha a manifestar-se, por descuido no presente, como uma mera
miragem no deserto da vida.

Venho lembrar a todos a obrigação que o Amor cumpre no presente por meio da ação
vibratória da vossa Divina Presença. A vossa amada Presença do EU SOU inunda o vosso
mundo diariamente – sim, até mesmo de hora em hora – com uma maravilhosa corrente da
consciência de Deus que entra e resplandece no vosso mundo através do cordão de cristal, li-
gando-vos ao vosso Eu Divino e trazendo ao vosso coração e centros sagrados (chakras) múl-
tiplas bênçãos de Luz.

Abençoados, o hoje é o futuro de ontem. Já está aqui. Não precisais esperar por ele. Is-
to é a Vida – eternamente presente.

Quando eu era um rapazinho que brincava e trabalhava na oficina de carpinteiro em Na-


zaré, fui desenvolvendo, como muitas das crianças da vizinhança, um verdadeiro afeto pelas
ferramentas e utensílios que usávamos. Aprendi a sentir um doce deleite em fabricar objetos
variados, próprios para serem oferecidos, ou artigos caseiros para a minha querida mãe ou ou-
tros membros da comunidade espiritual. Aplicando-me ao trabalho em madeira ou à construção
de objetos úteis, tornei-me bastante perito nesse ofício.

O ponto que pretendo salientar é que, por mais imerso que estivesse na ação da mente
e das mãos, por mais que os meus olhos se deleitassem com a criação que se desenrolava à
minha volta, eu conseguia sempre escutar e ouvir o som do universo e o pulsar do coração do
meu Pai, sentir as ondas do Seu amor penetrarem no meu ser e depois refluírem impetuosas
na corrente de retorno, como a maré que enche e esvazia.
70

Muito mais tarde, quando a mulher que precisava se curar e que, tendo procurado em
vão por toda parte, tocou a bainha da minha veste, a minha meditação de criança foi-me útil,
pois senti a resposta instantânea a esta força que era levada da minha vida na onda de consci-
ência divina que, como uma carga elétrica, passou do núcleo cardíaco do meu ser para o seu,
dando-lhe alívio imediato e a cura total 1.

Compreendei que a sensibilidade da minha alma foi o meio que permitiu manter-me em
sintonia com o coração do Pai e armazenar a carga do seu grande amor e poder no meu corpo
e nos centros sagrados. Assim terão de fazer todos os que desejam ser curadores e consola-
dores da Vida – mantendo-vos sensíveis a Deus, prontos para esquecer as ofensas humanas e
manter a sensação da onipresença de Deus como sendo a única realidade, mesmo quando tu-
do à vossa volta se ocupa das ninharias e brilhos da inteligência meramente mortal, da opinião
das pessoas e dos sentimentos humanos, ora quentes ora frios.

A mensagem do Santo Cristo Pessoal não é de condenação, abençoados. Se por vezes


lerdes nas nossas mensagens algo que possa parecer uma crítica às características humanas,
lembrai-vos de que tentamos desenvolver em vós a discriminação crística que vos permite es-
colher a melhor e mais elevada alternativa, não por tentativa e erro, mas sim por sintonia com a
vontade de Deus. Tendes de aprender com Deus o que é certo e errado para poderdes, assim,
reivindicar vitoriosamente como filhos de Deus a vossa legítima herança – uma cultura do Espí-
rito onde vos seja possível fazer as opções corretas por terdes aprendido a distinguir o que é
construtivo para o vosso plano divino do que lhe é destrutivo, o que ajuda a promover o pro-
cesso re-criativo da vossa alma daquilo que aflige e prejudica o vosso empreendimento
imediato ou futuro.

Ninguém conhece de fato o significado da caixa de Pandora até ver que toda a dor e
mágoa foram derramadas sobre a humanidade quando as pessoas começaram a olhar para a
vida como um misto de bem e mal.

A santa inocência nunca foi, amados corações, um estado de ingenuidade e credulida-


de, senão o próprio Deus seria considerado como tal. Pelo contrário, a santa inocência é e será
sempre o reflexo exterior da mente crística na alma que busca a maior expansão da infinita
Mente de Deus. Este é o arrebatamento do verdadeiro Ser! A inocência é o sentido interior
da criancinha, uma com o Espírito de Deus.
71

Para conseguir produzir o “reflexo exterior” da Mente Crística, o indivíduo tem de traduzir
o fluxo de mensagens da Mente e Coração infinitos de Deus em ação prática nos assuntos do
seu dia a dia. Isto exige a sintonia – o sentido interior do certo e do errado, isto é, a “inocência”
– e a discriminação, outra faculdade da inocência que consiste em saber escolher de acordo
com o padrão interior do Christos : “o sim, sim, e o não, não”.

Se praticardes assiduamente a sintonização com a vossa Presença do EU SOU e a dis-


criminação por intermédio do vosso Cristo Pessoal, aumentareis a vossa sensibilidade interior
para a vontade de Deus bem como a vossa capacidade de distinguir o que é certo do que é er-
rado para vós, à medida que trilhais a senda do servo ministrante.

A meta do vosso esforço, abençoados corações, é fazerdes com que a canção do Espí-
rito Santo proclame ao mundo a sua mensagem de bondade e o perpétuo desabrochar da ale-
gria por meio do vosso labor sagrado, para que, com o vosso esforço, muitos homens possam
libertar-se do poder da energia corrompida e de uma perspectiva corrompida sobre tudo e to-
dos __ grande parte da qual surgiu devido à intromissão das forças tenebrosas dos fenômenos
psíquicos e nas inversões da psicanálise praticadas sem o benefício da orientação dos Mestres
Ascensos.

Os que já entraram no coração de Cristo e foram assumidos pela Presença do EU SOU


pela autoidentificação com esse Eu Divino no ritual da ascensão __ nós, Mestres Ascensos
__são os mentores mais qualificados para iluminar a mente e coração dos que têm por objetivo
a reunião com Deus e que estão determinados a alcançá-la por sintonização e discriminação
aplicadas à senda do Amor.

Abençoados, a santa inocência é o estado de graça atenta e receptiva a que se referiu o


meu magnífico companheiro Kuthumi na sua última mensagem. É um estado ao qual os ho-
mens ficam felizes de retornar, tal como ficam felizes quando se libertam da sua obsoleta pers-
pectiva terrena sobre pessoas, lugares, circunstâncias e coisas. Esta liberdade é a verdadeira
santa inocência e a pura qualidade da mente do próprio Deus.

Este estado não pode ser comparado ao de uma avestruz com a cabeça enterrada na
areia nem com um estado de ingenuidade; mas se pudesse, bem gostaria que mais pessoas
assim se tornassem! Reparai que eu bem sei da existência de escribas, hipócritas e fariseus __
pois tive também eu de lidar com eles pelos séculos __ cuja malícia premeditada era certamen-
72

te a antítese da santa inocência. Teriam feito bem menos carma se tivessem sido mais ingê-
nuos que maldosos. Mas não foi esse o caso.

Abençoados, tudo isso continua ainda a existir na oitava humana; assim, devo lembrar-
vos novamente que, quando vos intrometeis na vida alheia, discutindo sobre pessoas numa
perspectiva humana de crítica, analisando os seus motivos e conduta de um ponto de vista de
superioridade 2, predizendo o que elas farão ou deixarão de fazer em determinadas circunstân-
cias, deplorando os seus erros, etc., certamente que vos faltará tempo para serdes realmente
felizes!

Se, no entanto, vos dá felicidade censurar os outros, digo-vos francamente que se trata
somente de um apetite sujo que os homens desenvolvem devido aos seus “momentuns” de
bisbilhotice, e indo contra a natureza ao cobiçarem satisfações exóticas ou ocultas que estão
muito longe da senda crística.

A natureza do Espírito de Deus, das hostes angélicas e dos Mestres Ascensos e seres
cósmicos é a verdadeira imagem e padrão interior de acordo com os quais cada alma viva en-
carnada na terra foi originalmente criada. Esta encantadora imagem é o vosso Eu Divino e,
como tal, constitui o mais poderoso magneto para elevar-vos até o plano do vosso Eu Real e
levar-vos até os elevados propósitos do céu que podem ser cumpridos na terra agora e hoje
mesmo com o mais transcendente objetivo de toda a eternidade.

Sei que todo o mundo tem consciência da chamada sombra da morte; no entanto, quase
todos parecem encontrar consolo no Salmo de Davi: “Ainda que eu andasse pelo vale da som-
bra da morte, não temeria mal algum, pois Tu estás comigo” 3. Abençoados, viver diariamente
na consciência de que Tu-estás-em-mim é viver no conhecimento e na certeza de que a vossa
Poderosa Presença do EU SOU caminha dentro de vós e vos ajuda sempre a fazer o que é
perfeito.

Ah, eu bem conheço a tendência humana! Ela quer-vos zangados, quer que digais coi-
sas cáusticas, que fiqueis inchados por causa da virtude que já haveis manifestado ou por ta-
lentos desenvolvidos – sim, e por muitas outras razões sutis que fazem as pessoas emproar-se
como pavões de orgulho humano! E então,mais tarde, pela lei do círculo encontram-se frente à
frente com a energia que assim corromperam. Este é o circuito do carma humano, do qual sou
capaz de libertar-vos.
73

Quantos dos meus leitores e ouvintes conseguem ver que esta mensagem é para eles
hoje? Quanto de vós conseguem ver que nosso objetivo não é deliciar os vossos ouvidos ou
dar-vos uma falsa sensação de segurança que vos fará não reconhecer a vossa Presença Di-
vina quando ela vier? O Santo Cristo Pessoal é, de fato, o noivo, e a festa de casamento é a
comunhão pelo Sagrado Coração com todos os outros corações de Luz da mesma forma ele-
vados 4.

A iminência dessa hora, ilustrada na minha parábola das cinco virgens sensatas e das
cinco imprudentes 5, destina-se a manter as pessoas atentas às iniciações e despertas por
meio do sentido interior da Vida, de forma a velarem a todo hora com o seu Santo Cristo Pes-
soal. A nossa intenção é que, com as lições da Universidade do Espírito, elas aprendam a
construir de duas maneiras: uma, criando bom carma por meio de boas obras; outra, mantendo
o esplendor da chama do coração por meio de uma imperturbável sintonia com a Grande Fonte
Divina, o nosso Amado Pai, e de decretos dinâmicos a Ele dirigidos.

Por humildade e perseverança de propósito, por meio de reflexão sobre a fé, a esperan-
ça e o amor, e sobre Deus (o Bem), depressa começareis a manifestar em maior grau as coi-
sas do Espírito nas quais o vosso coração medita e habita. Não continuareis mais a ser um in-
trovertido indefeso habitando um mundo afastado da realidade: tampouco sereis um extroverti-
do insensível e egoísta vivendo na espuma superficial da vida. Em vez disso, sereis equilibra-
dos, capazes de elevar até Deus a mente e o coração, mas também de estender com amor e
ternura mãos auxiliadoras, livres do orgulho, aos vossos irmãos e irmãs que continuam ainda
em estado de servidão.

É nisto que falharam a maioria das organizações religiosas na presente era. A grave
mensagem da minha bendita Mãe, Maria, comunicada em Fátima, para ser aberta em 1960 em
Roma, sobre o fracasso da Cristandade em adotar o lema “EU SOU o guardião do meu irmão”,
foi a sua resposta às sucessivas condenações acumuladas por indivíduos corruptos na Igreja e
no Estado, que caminharam nas trevas. Em muito menor grau, foi a sua censura aos crédulos
que sucumbiram às táticas dos irmãos das trevas devido à sua falta de santa inocência (6).
Sim, porque a santa inocência é a imunização natural dos crentes contra os ardis das serpen-
tes que invadiram as sociedades religiosas do mundo.

Em certos quadrantes, a religião tornou-se uma proeza de orgulho, onde alguns homens
olham friamente para os outros como se fossem seres caídos e, tal como faziam os fariseus da
74

antiguidade, chamam orando: “Ó Deus, graças Te dou porque não sou como os demais ho-
mens” 7.

A necessidade da inocência da não-condenação 8 é tão evidente e quase deplorável que


espero ver muitos que não a possuem serem levados a adquirir a verdadeira e correta perspec-
tiva que dei aos meus discípulos, citada nas Escrituras como ”O Filho do homem não veio para
destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” 9.

Toda condenação é do destruidor, e não de mim ou dos meus. Ela é anti-Cristo porque
se opõe à frágil alma em evolução e vai contra a interiorização da Consciência Crística, com a
sua santa inocência original. A fonte satânica de condenação não é inocente, mas sim malicio-
sa na sua intenção assassina, astuciosamente procurando destruir a esperança, o esforço ho-
nesto e o zelo para superar as limitações pessoais na estrada do autoaperfeiçoamento.

Servos ministrantes, envio-vos em nome de Deus, como Filhos da Luz para que livreis
os meus filhos dos ardis da serpente; assim, lembrai-vos do nosso chamado, “Porque Deus
enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fos-
se salvo por ele”10.

Tem-se dito com freqüência que os maiores homens são os mais humildes e que os me-
lhores contatos não serão feitos com os funcionários menores, cheios de presunção, mas sim
com os mais altos representantes de uma companhia ou governo, que têm uma visão mais
aberto do mundo. Frequentemente isto tem se revelado verdade. Assim, sede sempre magnâ-
nimos e evitais a rigidez e a intolerância.

Ensinai aos homens o caminho do Cristo para que, por meio da comunhão com o Espíri-
to Santo, eles possam ir adiante para obter o poder de curar, o poder de abrir os olhos cegos, o
poder exorcizar os demônios da energia corrompida (que retornaram ao seu remetente e o ata-
ram), o poder de dominar os elementos e as forças da Natureza e, acima de tudo, o poder de
ascender enquanto afirmam a todos os homens tal como eu afirmei: E certamente estou con-
vosco todos os dias, até a consumação da era de Peixes _ a era em que vosso carma será ex-
presso e completamente equilibrado, se quiserdes! 11

Oh, amados, todos os mistérios serão revelados aos humildes que forem verdadeira-
mente mansos, que não temem, pois sabem que herdarão não somente a terra 12 mas tam-
bém o reino de poder espiritual para exercer domínio sobre toda a criação! Vede bem, quando
75

o Pai clama: “Sobe mais para cima”; quando o Pai olha para a vossa verdadeira compaixão in-
terior, o vosso anseio que é somente de uma vitória divina sobre as causas e efeitos humanos;
quando o Pai vê a intenção vital, absolutamente determinada do vosso coração de serdes um
com o vosso Santo Cristo Pessoal e Poderosa Divina Presença do EU SOU, então penso que
o reino não tardará a chegar! Sei que para mim não tardou.

Aos que Ele ama, Deus por vezes repreende 13, mas nunca permite nem vos dá a carre-
gar mais do que sois capazes de fazê-lo. Ao preservardes a glória perpétua servindo ao nome
de Deus EU SOU, vós mesmos descobrireis o significado oculto das palavras do meu amado
Mestre: “Quem quer que perder a sua vida (a vida do eu menor) por amor de mim achá-la-á (a
Vida do seu Eu Superior)”.

Não disse eu uma vez que quem procura salvar a sua vida a perderá, mas que quem
procura salvar a mim (abandonando, isto é, ‘perdendo’ as tendências humanas por amor a Luz)
encontrará a sua verdadeira Vida de novo (no renovar dos momentuns espirituais)? 14 Este sig-
nificado deveria agora ficar claro para todos.

A Vida que os homens reivindicam de livre vontade, a Vida que eles egoisticamente
agarram e seguram com punhos cerrados, já está perdida porque foi corrompida. A Vida que a
consciência pessoal de cada um larga e liberta para obedecer aos fiats de amor do seu aben-
çoado Eu Divino retornará a quem a enviou _ o abençoado que aprendeu finalmente o primeiro
princípio e lição de Deus:

É maior ventura dar do que receber 15.

Tais pessoas compreenderam o caráter do nosso Pai que está no céu. A elas chamo de
“irmão”. Escalemos juntos as estrelas, as esferas radiantes de cintilante esperança, amor e Vi-
da de Deus _ as Suas múltiplas moradas ! 16

Obrigado pela vossa atenção às minhas palavras. Ela permitiu que eu vos desse o meu
presente de Natal _ a dádiva do meu próprio Ser...

Pois eis que estou convosco sempre.

O vosso Conselheiro e Príncipe da Paz,

Jesus, o Cristo
76

PROPÓSITO

Lição 12 da Universidade do Espírito

RECONHECIMENTO

“O Meu Reino Não É Deste Mundo”

Abençoados Que Cresceis Para Serdes o Rei do Vosso Próprio Domínio _ Que há
de verdadeiramente milagroso em vós? Alguma vez já pensastes na divina dádiva da identida-
de individual que vos foi concedida, e que vos permite escolher entre ser um irmão mais novo
ou um irmão mais velho para toda a Vida?

Muitos disseram: “Se eu fosse rei...”. Pensando assim, as pessoas julgam que poderiam
governar melhor o mundo, ou pelo menos que, se fossem reis, governá-lo-iam de outro modo _
sem compreender que já são reis do seu próprio mundo, possuindo, como realmente acontece,
o potencial para se tornarem senhores da dádiva paterna da Vida e da identidade individual.

A dádiva do domínio absoluto pertence a homens e mulheres dotados da fé, vontade e


sabedoria necessárias para aceitarem a manifestarem no exterior desse direito dado por Deus
_ dessa opção de individualizarem a chama divina de forma única, de moldarem o destino pes-
soal de acordo com o profundo propósito da Vida.

Aqueles que governam bem a si mesmos, administrando os seus recursos de tempo,


espaço e energia como as areias de uma ampulheta _ partículas de luz descendo ao longo do
cordão de cristal _ estão mais aptos a governar um reino do que quem não o faz; do mesmo
modo, quem não tenta controlar os acontecimentos no seu mundo pessoal, certamente não es-
tá apto a governar o universo. Gente assim permanece entre os aprendizes, por mais que se
julgue qualificada para ensinar aos outros como viver.
77

Todavia, crescer até chegar ao estado crístico não precisa _ quando a alma se decide a
mudar para melhor e a organizar esse empreendimento _ ser um processo demorado, pois al-
guns santos conseguiram-no (não sem ajuda) quase de um dia para o outro. Na verdade, a
mestria pessoal é o previsto desabrochar dos talentos originalmente concedidos por Deus a to-
dos os homens.

O sentimento de limitação, os muitos e variados medos, as depressões da mente e mo-


ções, bem como todas as formas de infelicidade, surgem unicamente porque o cordão vital do
suprimento cósmico provendo a todos de luz, iluminação, abundância e amor foi bloqueado,
quer por ignorância da Lei, quer por egoísmo. Buscando o proveito próprio, os míopes asfixiam
a abundância material ou espiritual dos outros, por vezes conscientemente (egoisticamente),
outras sem saber (por ignorância), e, ao fazê-lo, obstruem (devido à lei do carma) as suas pró-
prias artérias.

A circulação, abençoados, começa no coração de Deus e destina-se a proporcionar o


fluxo incessante de luz através do corpo universal _ da totalidade do cosmo material. A Grande
Fraternidade Branca vem desde há muito defendendo a doutrina da Unidade como sendo a
expressão numa só palavra da qualidade essencial de Deus, e ensinando ser a Unicidade a
qualidade identificatória do Ser: “EU SOU a eterna Fonte de todo o Bem e o vosso infalível su-
primento de tudo o que é bom”.

A maravilha da mensagem crística _ que fez cantarem juntas as Estrelas da manhã e


clamarem de alegria todos os Filhos de Deus¹, enquanto as hostes angélicas entoavam as su-
as glórias, tocando os corações dos pastores e resplandecendo do Oriente na nova de Belém,
que trouxe de longe os Reis Magos² _ era inteiramente a sua universalidade!

Com ela, meros pingos de esperança transformaram-se em riachos, e riachos de espe-


rança avolumando-se, criaram poderosos rios, e os rios levaram as almas dos homens até um
grande oceano de infinito carinho paternal. Quando o Cristo nasceu, os homens acreditaram
que “Deus é Amor”. A esperança estava viva nos corações pulsantes dos mortais e a taça do
Amor transbordou; dançaram de alegria e entoaram os seus cantos de encanto pelos montes e
vales da Judéia.

O conhecimento de que todo homem pode ser rei _ ao qual o único obstáculo é o que os
seres humanos aceitam ou criam para si mesmos _ ensinado até os dias do presente pelos
verdadeiros pastores do povo, dá a todos uma esperança imaculada que nós, do reino dos
78

Mestres Ascensos, já realizamos (expressamos no mundo físico), seguindo os passos do Mes-


te Jesus, para alcançarmos a nossa própria ascensão na Luz.

O fato de a consumada inteligência crística em vós já ter iniciado o processo de matura-


ção é um sinal de esperança de que a plena identidade do vosso Eu Divino irá aparecer na
carne. Lembrai-vos de que alguns homens ainda estão na fase de bebê, outros são espiritual-
mente crianças, enquanto outros ainda encaram com equanimidade as caprichosas exclama-
ções das multidões, quer se trate de um alegre “Hosana!” (aceitação) quer de um irado “Fora
daqui com este!” (rejeição)³. Sede, portanto, pacientes para com o espírito humano em evolu-
ção; assim, todos receberão ajuda conforme a sua necessidade. Sede bondosos, sede toleran-
tes.

Quer o saibam quer não, Deus deu a todos a mais preciosa dádiva de Si mesmo: a Luz
eterna. A Luz parece mais resplandecente quando contrasta com a escuridão cada vez mais
profunda; assim, durante a época mitraica do ano, no solstício de inverno, os homens celebram
com alegria a paz do advento de uma Luz maior.

Amados, o reconhecimento é a chave! O reconhecimento cantado em coro pelos Filhos


da manhã, entoando sobre os campos no arrebatamento harmonizado dos anjos. O reconhe-
cimento pacificamente aninhado no coração de Maria, a Mãe, para ser longamente ponderado;
o reconhecimento seguro como uma rocha no braço forte de José.

Que todos aprendam a reconhecer a dádiva de Deus. Sim, é maior ventura ser Deus e
dar do que ser homem e receber. Todavia, ao receber a preciosa dádiva de amor que o homem
Lhe envia com ilimitada consciência das dádivas por ele já feitas, o próprio Deus torna-Se re-
ceptor e toda a criação recebe a benção maior.

Neste brilhante círculo da unidade de Luz, traçado em torno de todos os homens de boa
vontade na terra, o Cristo em todos é o mais belo!

Humildemente, EU SOU

Kuthumi
79

MISSÃO

“Um Sacerdote para Sempre segundo a Ordem de Melquisedeque”

Abençoados Discípulos de Hoje Que Reconheceis a Missão Pelo Que Ela É _ A im-
portância de uma viagem nunca está nas alegrias passageiras da paisagem, nem em agradá-
veis companhias no caminho, por muito prazer que estas possam dar. O verdadeiro significado
está na meta definida, cujo processo, autorealização no fim da viagem, ajuda toda Vida a subir
as escadas infinitas dos ciclos.

A missão de toda a vida tem duas facetas. Em primeiro lugar há o propósito universal,
do qual Deus pretende que todos partilhem; há, depois, a contribuição única de cada corrente
de vida, baseada nas qualidades interiores especiais que só o indivíduo pode dar.

Benditos são os maravilhosos pinheiros, abetos vermelhos e sempre vivas que os ho-
mens levam para casa para inspirá-los com a lembrança {da Natividade} nesta época sagrada.
Eu estou sempre e eternamente convosco, e para estardes muito perto de mim, basta que vos
aproximeis, por reconhecimento, da vossa chama crística interior, que é princípio animador da
vossa vida.

Não se escalam as maiores montanhas com um só salto, mas sim com os muitos e bem
colocados passos de pequenas e grandes vitórias; do mesmo modo, na vossa paciência ga-
nhai a vossa alma 4. Colocai sabiamente os vossos pés sobre a rocha e rezai também _ sem
olhar para baixo nem para trás, mas fixando o vosso olhar nas alturas dos cumes _ e vereis
que a “coroa da esperança” está em todos, manifestando e transformando-se passo a passo na
auréola do filho de Deus, no halo que envolve a cabeça de um Cristo em ação.

Para a nossa ordem sagrada dos Filhos do Altíssimo, sacerdotes de Deus com Melqui-
sedeque 5 e irmãos da Luz, eu, Jesus, recebo a todos. Ajoelhai-vos diante da vossa Presença
Divina do EU SOU, bebendo diariamente na comunhão dos santos. Sim, embora possamos ser
ou tornar-nos lindas flores sobre a terra, ainda mais lindos seremos no coração do Pai.
80

Com os vossos corações batendo agora com a Sua esperança maior, mantende o vosso
espírito de comunhão. Guardai bem a imagem e a orientação que vos envia diariamente vosso
Santo Cristo Pessoal; cada dia será, então, para vós, um dia gerador de expansão cósmica pa-
ra um eterno renascer.

Labutando na nossa vinha, logo vereis o fino véu que agora nos separa tornar-se mais
tênue até que, na vitória da era de ouro, a glória da Luz receberá o Senhor com a beleza de um
Natal diário. Vereis que a emoção de todos os corações será a sagrada quietude do crepúsculo
do homem enquanto mero homem _ e um sol nascente para todos os que, como eu, amam e
adoram a imagem divina, o Cristo de todo o homem!

Eis que EU SOU o vosso irmão sempre,

Jesus, o Cristo

TRANSFIGURAÇÃO

Transfiguração [Do lat.transfiguratione.] S.f.

1. Ato ou efeito de transfigurar (-se).

2.Mudança radical na aparência, no caráter, na forma; transformação, metamor-


fose.

3. Transformação espiritual que exalta ou glorifica: a transfiguração da natureza


pela arte.

4. Rel. Estado glorioso em que apareceu Cristo aos apóstolos sobre o monte ta-
bor.

TRANSFIGURAÇÃO

Lição 13 da Universidade do Espírito

LUZ
81

“Deus É Luz”

EU SOU a Ressurreição e a Vida!

Sim, e EU SOU também a Transfiguração que a precede!

Abençoados e Amados, Que Amais a Luz Como Se Estivésseis Adorando a Deus _ Co-
mo tendes razão, pois Deus é verdadeiramente Luz¹, e n’Ele não há treva alguma!²

Bem, estou certo de que homens e mulheres ponderados reconhecerão imediatamente


a diferença entre os usos da luz na Natureza e os usos da luz espiritual no homem. Refiro-me
ao fato de que, na Natureza, o perfil da manifestação é conseguido com um pouco mais de
sombreado aqui, um pouco mais de luz ali, retratando assim na tela da vida, cenas do céu e da
terra pintadas com luz solar e sombras, na folha verde, na luminosa rosa-da-índia e no azul
marinho das profundezas _ na espuma e na nuvem brancas, no eterno movimento do céu e do
mar.

No entanto, abençoados, este é um fenômeno inteiramente diferente das vibrações do


Espírito Santo manifestadas no homem e em seu redor como a essência de Deus, a Poderosa
Presença do EU SOU, em ação cósmica. Sim, porque na perfeição da luz de Deus não há tre-
va alguma _ não há sombreados nem nuances _ somente a pura radiação do Altíssimo.

A Natureza requer que a matéria atômica seja revestida de vários padrões moleculares
ligando-se em níveis vibratórios que definem todos os tipos e combinações de manifestações
materiais necessárias à evolução de uma determinada onda de vida. Compreendei que era in-
tenção original da Lei divina que a criação fizesse desabrochar na oitava física a beleza cós-
mica retratada na Mente de Deus e entregue pela própria mão de Deus ao Vigilante Silencioso*
em prol do homem-criança.

A razão por que os filhos de Deus consideram o seu Deus como uma chama ou fogo
universal (Moisés identificou o nosso Deus como “fogo que consome”³) é que, enquanto a Na-
tureza reflete as mudanças vibratórias por meio de um estímulo ou força de luz vindo do exteri-
or, a alma do filho de Deus tem o potencial para autorealizar o puro poder divino das forças
cósmicas a partir de dentro d si mesma.
82

Os fogos criativos estão no próprio núcleo do ser e a lembrança antiga registrada na vi-
da eletrônica é que o espírito do homem nasceu dos mesmos fogos sagrados com que os
Elohim deram à luz o cosmo. Os filhos de Deus não podem nunca esquecer que vieram do
Grande Sol Central para semearem os fogos da semente crística por toda parte nos mundos
materiais _ e para dotarem a criação do seu Pai com a luz da Vida.

Por serem feitos da mesma substância, eles sabem que o seu Pai é um fogo consumi-
dor. Se não fossem essencialmente seres de fogo, os filhos de Deus não teriam sobrevivido a
“todos os dardos inflamados do maligno”4 (a maldade projetada pelos anjos caídos) até a pre-
sente hora _ nem poderiam ter sido bem sucedidos co-criadores com os Elohim durante a sua
longa viagem através das galáxias. Assim, por direção divina, o filho de Deus pode magnetizar
em torno dos fogos internos do coração a atividade divina específica que a sua Presença do
EU SOU encarregou o Vigilante Silencioso de exteriorizar exclusivamente para a sua corrente
de vida, criada totalmente à imagem de Deus.

Na pureza imaculada desta luz e imagem perfeitas, direito inato de toda alma nascida de
Deus, não há treva alguma _ nem nenhuma das gradações requeridas nas manifestações ani-
mais do reino do estrado dos Seus pés 5.

No entanto, alguns dos ‘deuses’ roubaram os segredos da criação para modificarem a


natureza interior do homem (tanto a sua alma como os seus genes) para que esta se confor-
masse a um padrão invertido. Pelos seus hábitos mentais e emocionais desarmônicos, o ho-
mem tornou-se vulnerável a esta traiçoeira violação do núcleo do ser. Assim, uma vez que es-
ses deuses tinham motivos desonrosos ao escravizarem por via genética seres menos evoluí-
dos, submetendo-os a um controle mecanicista, eu falei a esses manipuladores da vida quando
estava encarnado como Jesus de Nazaré, e disse: “Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e
quereis executar o desejo dele” 6. (Este desejo era de se apoderarem da Luz Crística selada no
sangue das crianças dos Elohim, e igualmente da Luz do mérito crístico irradiada dos chakras
dos filhos do Grande EU SOU).

Referia-me, pois, aos abortos dos princípios cósmicos cometidos pelos sem-Deus, à
mortal inversão da Lei divina pelos caídos, que usaram a dádiva sagrada do livre-arbítrio para
inverter os propósitos de Deus aos níveis humanos, e que, com maldade premeditada, criaram
dor e desgosto às crianças de Deus. Com estes estratagemas, acrescentaram ao seu pesado
fardo um carma que eles próprios haviam contraído pela sua anterior desobediência ao Senhor
83

Deus e aos Seus subseqüentes juízos edênicos pronunciados sobre a raça pelo Grande Inicia-
dor, o Senhor Maitreya.

Contrariando e revoltando-se contra o intento divino, certos arqui-sedutores atlanteanos,


bem como geneticistas que haviam começado as suas imitações sintéticas da criação dos
Elohim em épocas pré-lemurianas, entraram em ação para submeter a humanidade aos capri-
chos da sua diabólica vontade 7.

A transfiguração é o meio planejado pela Divindade para libertar o homem de (1)todas


as manipulações e alterações degradantes visando fazer involuir a raça e(2) tudo o que não
está em completa unidade com a essência da mente de Deus e do fogo sagrado da Poderosa
Presença do EU SOU.

Com a aceleração dos anéis de fogo eletrônico da Presença que ocorre durante a inicia-
ção da transfiguração, a vibração do indivíduo é ‘acelerada’ e ele se vê revestido do manto in-
consútil 8 de luz eletrônica. Esta luz transfiguradora vem do coração de Deus e percorre todas
as ilusões e opacidades humanas que, nebulosas e astutas, procuram esconder dos seus
olhos, com mil seduções e subterfúgios, a divindade latente da semente de Cristo.

Quando esta ação transfiguradora é iniciada pela Presença e recebida pela alma na ple-
nitude da consciência divina, o discípulo alcança um estado de consciência em que deixa de se
considerar cristão, judeu, budista, maometano ou membro de uma seita religiosa separada.
Também deixa de ter consciência das características raciais estampadas na forma exterior,
mas, na alegria da divinamente abençoada experiência da transfiguração, ele é um só (tal co-
mo EU SOU) com a pura luz branca eletrônica do fogo sagrado de Deus. Esta é a verdadeira
iniciação do Espírito Santo, dada por intermédio do Santo Cristo Pessoal de cada um.

O efeito da luz de Deus sobre a consciência do homem é de grande alegria e paz.


Quando a luz e o fogo de Deus fluem através do homem com cristalina transparência 9, lavan-
do e levando consigo as anteriores impressões de infelicidade, a glória e a liberdade que ele
sente não tem limite!

Todo filho de Deus pode e deveria passar pela iniciação da transfiguração _ não somen-
te como um ritual na Páscoa, mas também como a experiência, única na vida, no alto da mon-
tanha com os Mestres Ascensos Moisés, Elias e eu próprio, de que os apóstolos foram teste-
munhas 10. Esta é a dádiva de Deus que muda definitivamente a vida do indivíduo e prepara a
84

alma para iniciações futuras na senda da cristicidade até que a ressurreição possa ser alcan-
çada.

O poder que a transfiguração tem de mudar uma vida é exemplo da ação do fogo sagra-
do, cuja luz transformadora é dia após dia o obreiro de milagres, até a alma e os quatro corpos
inferiores do discípulo estarem preparados para a plenitude da transfiguração integral.

Homens como estes, demonstrando a Lei do Amor passo a passo, descem a montanha
e seguem adiante (retomam o seu serviço em níveis humanos) melhor equipados para presta-
rem uma assistência real aos seus amigos, seres queridos e a um mundo que anseia, como
nunca antes, ser imbuído da justiça _ do conhecimento do uso correto de todos os poderes de
Deus. Em verdade, são eles os humildes que, cheios de divina força, herdarão a terra.

Estou mostrando o Caminho para a Vida eterna,

Jesus, o Cristo

*Aquele que, no nível dos Elohim, mantém o conceito imaculado da imagem divina para toda a
criação.

TRANSFIGURAÇÃO

LIÇÃO 14 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

ACELERAÇÃO

“Todos Seremos Transformados...”

Amados Que Quereis Ensinar aos Homens o Caminho da Transfiguração _ O ama-


do Jesus falou-vos na necessidade que tem o filho de Deus, de passar por uma transfiguração
pessoal como a que ele experimentou, tanto no dia-a-dia, com o Espírito a tudo renovando 1,
como no alto da montanha quando a unção do avatar de Peixes foi presenciada por iniciados
85

ascensos e não ascensos no céu e na terra, assistindo à sua comissão como Salvador e Instru-
tor do Mundo. Proferida diretamente pelo Pai, a aprovação divina fez-se ouvir: “Este é o meu
Filho Amado, em quem {Eu, o EU SOU} me comprazo. A ele ouvi!” 2 (Esta é a encarnação de
mim mesmo, o Enviado a vós no qual habita a presença do EU SOU. Recebei de mim os ensi-
namentos de Deus por seu intermédio e segui-o até o fim na regeneração 3 .)

Jesus salientou que a intensidade deste maravilhoso alvor do fogo sagrado, imbuindo a
consciência com a felicidade divina e a libertação da servidão dos sentidos, engendrariam na
alma – como efeito de reter a Luz e permanecer no seu estado de enaltecimento divino. O
Mestre também sublinhou a necessidade de se descer da montanha depois de cada sucessivo
enaltecimento em Deus, para recomeçar de novo o serviço de amor a um mundo em grande
aflição.

Desejo prestar assistência a todos os que verdadeiramente desejam ver o rito da trans-
figuração ocorrer no seu próprio ser e consciência como uma iniciação cósmica genuína, orde-
nada pelo Pai para todos os Seus Filhos.

Primeiro, convém compreender que o verbo transfigurar se decompõe no prefixo trans,


que significa “mudar” (através, além, por, de forma a mudar), e na palavra, formar”. Assim,
transfigurar é “mudar a forma ou aparência de”, ou “metamorfosear”.

A figura, na nossa análise da preparação da alma para esta iniciação, refere-se ao esta-
do do ser de cada um ao aproximar-se do evento. A forma ou aparência presentemente mani-
festada mostra qual a porção da figura de Cristo, da imagem do homem oculto no coração, que
é de fato exteriorizada pela alma – representando o estado espiritual presente em cada um.

Transfigurar refere-se, assim, a descartar a imagem humana à medida que a identidade


da alma é acelerada para revestir-se de uma veste eletrônica palpável, ou essência vital, que
nunca mais pode ser distorcida (ou reduzida em vibração) ao nível do seu estado anterior. No
contínuo processo da transfiguração, os nossos discípulos experimentam a substituição espiri-
tual de todos os fracassos humanos pelo domínio divino, pela criatividade divina e pela vitória
divina, à medida que as virtudes e atributos manifestos da Divindade vão desalojando a habitu-
al submissão à programação sintética do humano.

Quem já ficou atolado na lama sabe com que força a terra empapada pode aderir, e co-
mo ela tenta implacavelmente não largar mão de ninguém. Quando o indivíduo se liberta e sai
86

para o sol e para o vento, o barro acumulado costuma secar sobre a roupa e sobre a pele,
sendo necessário lavá-lo minuciosamente para que os pedaços de lama não fiquem grudados
e venham a estragar o dia. Do mesmo modo, quem tem a grande benção de escapar aos hábi-
tos escravizantes da terra por meio de uma divina experiência não pode permitir que os peda-
ços de lama venham arruinar as vestes do templo.

Na transfiguração dá-se uma expansão da luz de Deus que nunca falha. Do interior de
cada célula e átomo do corpo físico, esta expansão ocorre em circunstâncias tais que a própria
lama do anterior estado impuro do indivíduo é dissolvida e deixa de poder colar-se em volta
dos átomos e da estrutura celular, pois é permanentemente transmutada pela Luz.

Todos os pensamentos – tanto os acontecimentos dirigidos como as tendências incons-


cientes, tanto os pessoais como os raciais ou celulares (sim, há pensamentos celulares sub-
conscientes!) – são, por meio da transfiguração, conduzidos a um estado de êxtase divino, e os
milhões de pensamentos que compõem a consciência tornam-se como cálices de luz transbor-
dando de alegria cósmica e de divina sabedoria. Cada pensamento divino torna-se, assim, uma
esfera radiante carregada da radiação do céu, que o Pai deseja partilhar com toda Vida através
do cosmo inteiro – por vosso intermédio!

O Sol de Deus, o Cristo no interior e no alto, continua a derramar no cálice do vosso co-
ração (chakra) as suas propriedades vitalizadoras. Esta ação concentrada do fogo sagrado ex-
pulsa das regiões mais profundas da mente (inclusive do subconsciente) todas as característi-
cas inferiores à própria Luz e elimina toda e qualquer substância viscosa e corrupta do mundo
de cada um.

No ritual da transfiguração dá-se uma transferência cósmica para todos os outros seres
não ascensos que tenham a ventura de estar próximos do iniciado quando este passa pela di-
vina experiência. Esta transferência de Luz aumenta até atingir um máximo, e diminui somente
depois de adaptar a estrutura eletrônica do corpo às suas altas freqüências. O propósito desta
aceleração é de preparar cada um deles para a sua própria ascensão na Luz.

Damos esses conhecimentos aos nossos estudantes por uma boa e suficiente razão.
Esperamos que quem julga já saber estas coisas medite mais profundamente sobre elas, en-
quanto aqueles para quem é novo o conceito da transfiguração pessoal procurem receber esta
compreensão de Deus, da sua Poderosa Presença do EU SOU. Assim, que todos recorram à
87

assistência divina ao prepararem-se para esta muito abençoada experiência da expansão da


Luz (Cristo) nos quatro planos (quatro corpos inferiores) do seu mundo pessoal.

Lembrai-vos de que tendes de pedir os tesouros do céu, se desejais verdadeiramente


recebê-los!

EU SOU o vosso mentor cósmico no amor de Deus,

Kuthumi

TRANSFIGURAÇÃO

LIÇÃO 15 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

POSSIBILIDADE

“Levanta-te, Resplandece, pois Já Vem a Tua Luz”

Amados Que Caminhais na Luz Assim Como EU SOU a Luz – Enquanto o


homem se prepara para obter a sua vitória cósmica e entrar no estado de vitória que Deus pre-
tende ver todos gozar e possuir, estou confiante em que almas sinceras compreenderão ser
necessário ter fé, persistência ou constância e a devoção combinada com uma intensa grati-
dão.

A minha manifestação da radiação eterna no alto da montanha não passou de um prelú-


dio da vitória da minha ascensão. Abençoados, o drama da Sexta-feira da Paixão, as horas na
sepultura e a ressurreição1 tornaram-se relativamente mais leves devido à benção da transfigu-
ração. Espero que, ao aceitardes a realidade desta iniciação na história da minha vida, com-
preendais as possibilidades de que o mesmo ocorra na vossa própria vida e tornai-a parte tam-
bém da vossa história.

Trata-se de uma manifestação espiritual, perfeitamente natural – tão simples e doce co-
mo o próprio brilho do Sol. E acontece quase sem esforço porque, quando compreendeis ple-
namente tudo o que a vossa Poderosa Presença Divina do EU SOU pode realmente fazer por
88

vós, limitar-vos-eis a dar um passo atrás e a deixar a Presença atuar no vosso mundo, como
está acostumada.

Quando chamardes, então, a vossa querida Presença Divina, notareis o interesse de


Deus por vós como vosso próprio Pai celeste – como também eu notei – e sabereis, primeiro
que tudo, que Deus quer transfigurar-vos. Estar convencidos disso, ajudar-vos-á a passar da
consciência do possível para o estado de realização.

Que ninguém vos diga outra coisa, pois eu conheço e vivenciei essas gloriosas transi-
ções do pensamento humano para a realidade divina. Quando digo, “Estou convosco todos os
dias”, falo de reinos eternos de existência onde continua a ser-me possível estender os braços
e contatar o vosso mundo pessoal de pensamento e sentimento.

Abençoados, eu não disse que toda a planta que o meu Pai não plantou terá de ser ar-
rancada?2 É este o significado da transformação que ocorre quando a luz de Deus vos glorifi-
ca. Compreendei que, por mais glória que nós, das hostes ascensas, possamos perceber ou
absorver, a única maneira de entrardes completamente num estado de vitória divina como nós
entramos é por meio do caminho consciente que EU SOU – em outras palavras, do Caminho
do EU SOU! Isto coloca cada indivíduo diretamente diante da porta do seu amado Santo Cristo
Pessoal, para que possa bater e entrar3.

O próprio Ser é o “SOU” da existência, meus queridos. Mas, para vós (o “eu” individuali-
zado) poderdes entrar, tereis de tornar-vos o “EU” do “EU SOU” e experimentar vós mesmos os
milagres da glória de Deus. Compreendeis, abençoados? Oh, meditai sobre este ponto da Lei!

Que todo vosso ser tome, pois, cada vez mais consciência da grande Luz de Deus! To-
mais consciência de que a Sua Luz é uma realidade à vossa volta em qualquer momento, e de
que é a realidade da existência.

Senti que podeis contatar a Luz, e que esta pode contatar-vos. Senti que ela é a força vi-
tal presente em todo botão em flor, em toda doce fragrância, em todo raio solar, em todo sen-
timento de esperança no coração humano. Senti que é o laço eterno entre os corações, que é
a avenida de comunicação dos Mestres Ascensos, que é a luz de milhares de sóis resplande-
cendo na sua força. Senti que Deus pode – pelo poder de Se fazer grande ou pequeno, pelo
poder do “EU SOU” – colocar todo este resplendor de Si mesmo em cada uma das vossas cé-
lulas e em todo o vosso ser!
89

Invocai a intensificação da chama cósmica da transfiguração e a amplificação da vossa


fé nela. Se persistentes na vossa aplicação. E então, com profunda devoção e gratidão, aguar-
dai a súbita expansão do perfeito amor e luz que expulsa todo o medo4 .

Acolhei de braços abertos e coração agradecido na vossa vida o fluxo ilimitado da Luz
de Deus até que, como eu, permaneçais nos braços divinos da misericórdia transfigurante on-
de conhecereis sempre o pleno significado da liberdade Divina, de que todos vós deveríeis par-
tilhar – e um dia partilhareis!

Todas as bênçãos da alvorada cósmica para vós!

O vosso

Jesus, o Cristo

TRANSFIGURAÇÃO

LIÇÃO 16 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

OBEDIÊNCIA

“O Senhor É a Minha Luz”

Amados, Que Sois Luz no Senhor e Caminhais como Filhos da Luz – Desejo
especialmente que os estudantes da Luz em toda parte cheguem a uma compreensão consci-
ente do verdadeiro significado da transfiguração. Passar por essa experiência é uma bênção
de grande magnitude! Pensai nisto, abençoados – só relativamente poucos seres não ascen-
sos alguma vez a tiveram! No entanto, ela pode ser pedida à Grande Lei pelos fiéis que vivem
num estado elevado de consciência divina.

Quando a vossa devoção ao Amor atinge uma certa intensidade, o anseio da Luz por si
mesma faz com automaticamente a luz interior de cada célula se expanda do centro para fora
90

em espirais concêntricas para contatar a radiação divina presente na própria atmosfera. Isto
ocorre, amados, quando a Presença do Pai Eterno o ordena.

Alguns não compreendem totalmente qual o verdadeiro significado desta bênção. É ne-
cessário simplicidade para se captar o princípio e fixá-lo com firmeza na mente; todavia, quan-
do se obtém pessoalmente esta compreensão, isso não acontece por mera vontade conscien-
te, mas sim, como dádiva direta do Pai, a vossa amada Presença do EU SOU.

Abençoados, a ascensão é o rito sagrado final que vos permite entrar no vosso eterno
domínio divino junto com o amado Jesus e aqueles de nós que conquistamos a nossa liberda-
de; quando ela ocorre, a transformação é permanente e a vitória sobre tudo o que seja humano
é total. Assim, a transfiguração é possibilitada a seres não ascensos como um prelúdio da sua
elevação ao alto estado da ascensão.

De vez em quando ouvimos pessoas dizerem que preferem continuar em encarnação ou


reencarnar na Terra porque sabem que alguém tem de encarregar-se de ancorar, entre os ho-
mens, um foco de luz por meio do qual os Mestres Ascensos possam atuar. É verdade que ne-
cessitamos de chamados vindos da vossa oitava para atuarmos no vosso mundo ou para inter-
cedermos em prol da humanidade – pois a lei cósmica exige que o chamado ao qual nós temos
de responder parta de homens não ascensos em encarnação física. Mas, abençoados, poucos
homens deste planeta conquistaram a vitória da ascensão, e o mundo inteiro aguarda o nascer
do sol que verá milhares ascenderem num só dia para cumprirem o destino divino! Sabeis o
que significará para a nossa e vossa querida terra no momento em que tanta gente atingir a vi-
tória? O alargamento das nossas fileiras, a expansão do coro cósmico, a gratidão e o louvor
tão profundamente comoventes enviados à Deus, à poderosa Presença do EU SOU, por aque-
les que ascendem – deixando para sempre a mortalidade para entrarem na imortalidade, tro-
cando todas as sombras pela glória e consolo da absoluta Luz de Deus1 – não poderá ser des-
crita em palavras.

O ganho real em luz para o cosmo e todos os seres sensíveis será incomparável! Sim,
todas as moléculas da matéria serão saturadas com as correntes da chama da ascensão emi-
tidas pelos que ascenderem! Os que assistirem à sua perpétua vitória no arrebatamento do
Amor poderão, então, reivindicar o manto (o mérito espiritual) dos seus irmãos e irmãs que tive-
rem avançado para além das dimensões mortais (pois as leis da mortalidade não mais podiam
prendê-los).
91

Esta transferência de luz, tal como no episódio de Elias e Eliseu2, só pode ocorrer se al-
guns fizerem o ‘sacrifício’ de “elevarem-se” e outros ficarem para “ensinar o Caminho aos ho-
mens”. Além de ambos cumprirem a Lei do Mestre/discípulo (Guru/chela), a sua aceleração
mútua impele os restantes a entrarem pela porta de Luz.

O momentum gerado de cada onda de vida que for ascendendo, cada turma graduada,
produzirá uma contínua corrente ascendente até que um dia, num futuro não muito distante
(em termos de ciclos cósmicos) todos os que evoluem na Terra estarão ascensos na Luz e li-
vres, e a própria Terra ascenderá a oitavas douradas de luz e paz – mundos sem fim. Invocai o
horário cósmico da vossa ascensão, pois Deus conhece a hora da vossa transição.

Quero, assim, comunicar àqueles que veem agora na transfiguração o próximo passo no
destino ígneo das suas almas, o primeiro requisito essencial para serem transfigurados como
Jesus: é a obediência à Voz e à Lei da vossa amada Presença Divina tal como é aplicada pelo
vosso Santo Cristo Pessoal – o Mentor – para fazer frente a qualquer situação e teste humano
divino.

Reparai, alguns estudantes não sentem a necessidade nem o desejo de submeter com-
pletamente a sua vontade a Deus, pensando reter por direito próprio algum controle. Abençoa-
dos, examinando o registro cósmico dos séculos, nunca encontrei um só caso em que o contro-
le humano superasse ou sequer igualasse a sabedoria e perfeição do controle divino e da ori-
entação divina. E não penso que venha a encontrar!

No entanto, as pessoas mais humildes e de aparência mais comum podem ser revesti-
das de tal resplendor devido à orientação divina recebida que até mesmo quem é mundano e
saturado de conceitos humanos pode sentir a presença de algo muito especial e maravilhoso
nesses devotos que submetem a sua vontade a Deus e que são abençoados de volta com o
poder da vontade superior.

Este investimento de Deus (reparai que digo “in-vestimento”) é um ato da suprema inte-
ligência orientadora que controla todas as estrelas no céu. Neste caso, o investimento de Deus
torna-se a investidura do homem, em que o Pai investe o poder da Sua vontade nos Seus fi-
lhos e filhas que Lhe entregam as suas vontades, revestindo-os, portanto, com um manto de
autoridade e responsabilidade para expandirem o Seu reino embaixo como no alto. Este pre-
ceito foi também ensinado por Jesus na sua parábola dos talentos: Sobre o pouco foste fiel (is-
92

to é, obediente, responsável e digno de confiança), sobre o muito te colocarei (farei de ti um co-


criador comigo)3 .

A obediência é simplesmente o primeiro passo que tem que ser dado . É passar o fio pe-
lo orifício da agulha para que a obra das mãos de Deus possa surgir – o Eu Crístico cósmico,
divino, iluminado, livre. Na verdade, criais a vós próprios pela obediência ao vosso padrão inte-
rior e à Voz interior, que com tanto amor vos conduz a toda a Verdade!.

Quando trabalhais em harmonia com a vontade de Deus, deveis pensar conscientemen-


te na Luz por uma perspectiva divina. Até que um dia, subitamente, vereis que todo o vosso ser
se sente mais leve. Isto é assim porque aquilo em que pensais, vos tornareis. Neste caso, ao
pensardes na luz de Deus, tornai-vos essa luz em ação onde quer que andeis.

Trata-se de um processo automático que pode sintonizar a vossa mente com a Mente
de Deus, além de afinar a mente como um instrumento musical, uma harpa divina, para que
esteja em harmonia com todos os outros ‘instrumentos’ da orquestra cósmica. Quando a luz
avançar, radiante, com um brilhante derramamento de música harmônica, e coros celestes via-
jarem sobre feixes de luz diretamente da vossa Presença Divina para o vosso mundo e ativida-
des, sabereis que o Iniciador se aproxima.

Em princípio, começareis a fomentar o sentimento da transfiguração tal como fez Jesus


e começareis, então, a compreender como ele compreendeu, que esta sensibilidade à transfu-
são diária de luz da Presença, esta sintonia com o fluxo do Verbo criativo, é uma experiência
que vos aproxima mais do Pai, do vosso Eu divino, e da total iniciação da transfiguração dada
pelo amado Senhor Maitreya.

Que assim seja! Abençoo-vos com este conhecimento. Que o vosso coração o elucide!

Na Chama da Iluminação, EU SOU

Kuthumi

TRANSFIGURAÇÃO
93

LIÇÃO 17 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

PODER

“É-Me Dado Todo o Poder...”

A Vós Que Tendes Primeiro de Ser transformados pela Renovação da Vossa


Mente – Quando eu estava na montanha com os abençoados Pedro, Tiago e João, o mundo
parecia muito longe e Deus muito próximo! Aí está a beleza das experiências no alto da mon-
tanha.

Por ter aprendido a silenciar os sons de toda a discórdia humana, foi-me possível pro-
nunciar as palavras “Estou convosco todos os dias”. Elas foram a minha promessa de que o
meu EU SOU, focalizado na terra, na chama do meu ‘sagrado coração’, permaneceria sempre
em cada discípulo como uma Luz guardiã.

Verdadeiramente, o meu EU SOU está convosco hoje quando me procurais e encontrais


na vossa chama trina. EU SOU o Salvador dessa Luz, tal como estou nessa Luz. Essa chama
trina é a “Luz verdadeira que ilumina” toda a manifestação de Deus que desceu ao plano físico!

Alguns pensam que não tive que lutar para atingir a meta. Abençoados, todos os que al-
guma vez entraram na atmosfera onde habita a discórdia humana (o mal como véu de energia,
ou maya) tiveram de fazer frente a algum grau de conflito. Mas, como vos disse o vosso amado
Saint Germain, é o sentimento de conflito que cria o conflito1.

Assim, o conceito imaculado que a minha bendita mãe mantinha de mim, os períodos de
solidão em que me afastava da discórdia da mente das massas e os interlúdios de jejum e de
comunhão com o Pai foram fatores que contribuíram para que eu conseguisse fazer descer da
minha Fonte Divina, sempre que necessário, a energia para correr, a força para escapar às li-
mitações humanas e a sabedoria para me manter constantemente em sintonia com o Poder do
alto.

O abençoado Kuthumi disse-vos qual é o primeiro passo para a transfiguração. Disse


que é a obediência à Voz e à Lei da vossa amada Presença Divina. Amados, sabemos que o
ego humano não gosta que se lhe diga a Verdade nua e crua. Mas só a Verdade pode libertar-
94

vos! Por isso, estudai a Lei e aprendei a conhecer a Voz de Deus, que fala no interior da cha-
ma do vosso coração.

O Conselho de Darjeeling decidiu estabelecer nesta organização da Summit Lighthouse


um elevado padrão. A meta da vossa ascensão é a mais alta meta na vida. Ela exige excelên-
cia de esforço e caráter – acima de tudo, fidelidade à palavra dada; por isso não a deis levia-
namente.

Nós atingimos a meta da ascensão – a minha mãe atingiu-a, o vosso abençoado Saint
Germain atingiu-a, e quando vós a atingirdes, isso tornar-vos-á um só com os imortais. Penso,
portanto, que ninguém deveria pôr em risco tal oportunidade.

Todos nós éramos obedientes à vontade de Deus enquanto subíamos o monte da trans-
figuração. Considerávamos que sê-la e atingi-la era de todas as honras a maior, e é verdade.

Kuthumi também falou na meditação sobre a Luz, sendo este o segundo passo. O ter-
ceiro é semelhante – meditar sobre o Poder. Este Poder nunca é humano e nunca deve ser
humanamente apropriado: ele é a totalidade do Poder de Deus. É a sua “onipotência”. Fazer
estas três coisas enquanto repetis o Pai Nosso do “EU SOU” tal como o recito aqui convosco
poderá elevar grandemente a vossa consciência:

Pai Nosso que estais no céu,

Santificado seja o Vosso nome EU SOU

EU SOU o Vosso Reino manifestado

EU SOU a Vossa Vontade que está sendo cumprida

EU SOU na terra assim como EU SOU no céu

A todos eu dou hoje o pão de cada dia

Eu perdoo neste dia a toda a vida

E EU SOU também o perdão que ela me estende

Eu afasto todo homem das tentações

Eu liberto todo homem de qualquer situação nefasta

EU SOU o Reino
95

EU SOU o Poder e

EU SOU A Glória de Deus em manifestação eterna e imortal –

TUDO ISTO eu sou

A Luz de Deus em vós e o Poder de Deus em vós, ajudar-vos-ão a expandir a Luz (Cris-
tos) em todas as moléculas do vosso ser, até a vossa Presença projetar os seus raios de luz
em torrentes até o centro de cada célula e ao vosso centro cardíaco, para glorificar-vos como
um Sol de Deus, tal como fez comigo!

O que vos digo pode parecer pouco às vossas mentes externas, mas é suficiente, aben-
çoados. Os sábios usarão o que foi dito para atingir a transfiguração. Afinal, a Voz que falou,
dizendo “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”, era a Voz a qual há muito tempo
eu obedecia.

Que a paz esteja convosco, a minha paz eu vou dou. Sede, pois, essa paz!

EU SOU o Cristo vivente,

Jesus

TRANSFIGURAÇÃO

LIÇÃO 18 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

SABEDORIA

“Dá ao Teu Servo um Coração Ententido”


96

Amados, Que Quereis Aproximar-Vos com Ele do Monte da Transfiguração – As


palavras dos Mestres Ascensos são realmente taças de Luz – disso podeis ter certeza. Ama-
dos, as nossas lições sobre este tema vital da transfiguração não tem sido tão longas como
habitualmente. Existe uma razão. Estamos mais interessados em perceberdes o que esta bên-
ção significará para vós pessoalmente e para quem tiver a ventura de estar associado a vós
quando tiverdes essa experiência (que automaticamente vos sintoniza mais completamente
com Deus) do que na vossa concepção intelectual sobre ela.

Compreendemos que alguns homens e mulheres que lerem estas palavras possam não
entender totalmente as escrituras sobre estes temas sagrados ou até mesmo os propósitos de
Deus, devido ao infeliz efeito da educação que tiveram no princípio desta vida. Além disso, li-
ções amargas aprendidas nas escolas da vida deixaram cicatrizes na sua natureza.

Mais ainda, as verdades do céu perderam a clareza na memória da sua alma, sussur-
rando em sílabas para a consciência exterior aquilo que parecem símbolos esquecidos. No en-
tanto, como são ricas em significado para a consciência imortal do Espírito Santo que alimenta
o homem interno1 com o verdadeiro maná (pão espiritual) de Deus que expande na alma tudo
o que é divino!

Abençoados, contar com a nossa orientação pode não parecer importante para aqueles
que gostam de supor que são uma lei para si mesmos (e geralmente o são). Mas vós, que utili-
zastes realmente o conhecimento que comunicamos, haveis quase sempre conseguido evitar
as armadilhas e fazer progressos mais rápidos e seguros nas perfeições e maravilhas do Divi-
no. Salomão procurou obtê-la mais que a todo o resto, e recebeu por acréscimo todos os te-
souros da terra2 .

Seguir à distância o Cristo e os Mestres Ascensos com admiração poderá ser interes-
sante e informativo; porém, praticar as leis de Deus como nós praticamos e chegar a uma de-
monstração prática das nossas técnicas espirituais é o caminho mais seguro para a vitória e
para a liberdade – não só para o indivíduo, mas para o planeta inteiro!

Quem quiser continuar a pensar em padrões mentais infantis poderá fazê-lo; os que não
se contentam com isto são os construtores mais enérgicos, contados entre a gente construtiva
de todas as eras. Vem na vanguarda da experiência divina e tornam-se, quer potenciais candi-
datos à ascensão no final desta encarnação, quer futuros santos e sábios para mostrar o cami-
nho de retorno ao Lar a outros buscadores que também são filhos de Deus.
97

Sair, portanto, das limitações do pensamento e sentimento humanos e unir-vos à vossa


Presença Divina antes da ascensão é contatar a Luz que iniciou toda a criação, tanto material
como espiritual. É proporcionar canais desimpedidos de pensamento à radiação de Deus e im-
pedir que as ondas de energia discordante penetrem no vosso mundo emocional. É transfor-
mar essa energia pela transmutação da chama violeta, saturando-a com a tal magnitude de luz,
amor e poder de Deus que nunca mais venha a ser distorcida com circunstâncias ou limitações
humanas.

Trata-se de uma iniciação permanente, absolutamente construtiva, que, uma vez expe-
rimentada, traz nova compreensão à passagem das escrituras que se refere às vestes de Je-
sus durante a transfiguração – “brancas como a neve, como nenhum lavandeiro na terra as po-
deria alvejar”3 . A transfiguração é uma dádiva viva feita a todo homem e mulher por ela assim
honrados, tão imaculadamente revestidos por Deus na luz branca!

Jesus e eu aguardamos juntos vossa exteriorização desta dádiva. Que a excelência da


Luz e do Poder seja vossa, nossos discípulos que, pelo vosso exemplo, vos tornareis em breve
instrutores dos mistérios crísticos.

EU SOU a vossa progressiva mestria na Luz que nunca falha -

Vosso irmão,

Kuthumi

PECADO

Pecado [Do lat.peccatu.] S.m.

1. Transgressão de preceito religioso.

2.P.ext. Falta, erro; culpa, vício: os pecados da juventude

3.Maldade, crueldade: É um pecado exigir tanto de uma criança.

4. Pena, lástima, tristeza:Que pecado não ir à praia num dia tão lindo!
[Dim.irreg.:pecadilho]
98

PECADO

LIÇÃO 19 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

LEI

“Com a Medida com que Tiverdes Medido ...”

A Todos os que Não Condenam o Verbo, mas Tem Esperança Nele – Aos incensá-
rios fumegantes com doce incenso, balançando nos tabernáculos do deserto dos filhos de Isra-
el, juntava-se frequentemente no vento o odor das ofertas queimadas em sacrifício. Eram sa-
crifícios oferecidos para apaziguar um Deus supostamente irado, a fim de expiar os muitos pe-
cados dos filhos de Israel cometidos durante as suas caminhadas pelo deserto1 .

O desejo de apaziguar a Deus, de libertar-se dos sentimentos de culpa e da opressão


que os acompanha e a idéia de que o perdão é possível, ocupam e mente de milhões de filhos
de Deus até hoje, É, portanto, compreensível o contraste entre o doce incenso simbolizando a
oração, o amor e a adoração, e a idéia de algo repelente como sacrifícios de animais ou de se-
res humanos.

Sob a orientação do Conselho de Darjeeling da Grande Fraternidade Branca, o amado


Jesus e eu estamos presentemente divulgando esta série de lições a fim de criar um clima de
maior compreensão sobre o que o pecado é e sobre o que o pecado não é, e sobre as medidas
defensivas eficazes que podem ser tomadas para neutralizar os seus efeitos por meio da re-
moção da sua causa e núcleo. O envolvimento da consciência com o pecado, as elevadas es-
peranças que Deus alimenta para os Seus descendestes e um esclarecimento geral sobre todo
este assunto, serão condensados nas nossas Lições da Universidade do Espírito, que vos en-
viamos com todo o nosso amor.

Isto deverá mostrar-se altamente benéfico para aqueles que assimilarem cuidadosamen-
te as nossas instruções, pois estamos decididos a inserir nelas um auxílio altamente necessá-
rio para todos os discípulos que pretendem ensinar a Verdade ao coração infantil. Estamos, no
entanto, bem cientes do fato de que alguns dos nossos novos estudantes continuam a manter
99

preconceitos, ou uma certa intolerância religiosa. Encorajamos estes últimos, a que mante-
nham esses velhos momentuns de pensamento e sentimento sob controle até o fim do curso,
para impedir qualquer interferência negativa que venha bloquear o fluxo das nossas idéias divi-
nas para o seu mundo pessoal.

Para alguns, isto não será difícil, mas para outros, que podem sentir um falso sentimen-
to de lealdade para com uma ou outra doutrina, ou para com o seu proponente (como também
me ocorreu ocasionalmente antes da minha ascensão, quando me identificava com diversas
crenças religiosas), será talvez necessário um maior refreamento para dedicarem-se à com-
preensão de que a sua proximidade com Deus constituirá a melhor e mais evidente prova do
nosso ensinamento.

Abençoados, em relação a assuntos como a crença e a fé religiosas, lembrai-vos de


que, muito antes de chegardes à vossa compreensão atual nesta vida, os vossos conceitos
passaram muitas vezes por mudanças – e é sempre possível que tornem a fazê-lo no decurso
da viagem que conduz ao círculo da compreensão dos chamados mistérios da Vida.

Estes assuntos podem parecer perfeitamente definidos para quem está baseado num
determinado ensinamento; mas, para uma pessoa poder libertar-se de todo e qualquer erro ine-
rente a um sistema humano, o preço que tem de estar disposta a pagar é simplesmente o de
manter abertos a mente e o coração. Fazei por isso uma pausa, para considerar novas idéias e
para examinar de novo idéias antigas à luz resplandecente do conhecimento divino que vai ser-
vos dado.

No mundo da ciência, o verdadeiro cientista tem de estar disposto a manter abertos os


canais da receptividade e a reavaliar constantemente teorias há muito estabelecidas sobre o
universo material. Pela intensidade do seu desejo de examinar novas provas, mesmo que ve-
nham invalidar as suas conclusões anteriores, ele torna-se um canal seguro para o progresso
de todos os homens.

Os valores e princípios espirituais tem também de resistir ao teste supremo da validade


e da demonstrabilidade no tempo e na eternidade. Deveis compreender, no entanto, que os
conceitos das pessoas sobre a aplicação das verdades eternas podem ser acertados ou incor-
retos. Assim, admitindo que errar é humano, o servo ministrante precisa examinar o seu próprio
progresso espiritual, correspondente aos novos pensamentos que fluem da oitava celeste onde
eu estou – para que possais estar lá também.2
100

Os estudantes sinceros da literatura cristã se lembrarão possivelmente da cena bíblica


em que o amado Jesus se abaixou e escreveu cuidadosamente na areia as palavras que liber-
taram a mulher supostamente pecadora do escárnio daqueles que pretendiam executá-la. A
sua afirmação “Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pe-
dra”3 é uma clássica recordação da ‘humanidade’ do pecado, e apóia firmemente as observa-
ções que São Paulo faria mais tarde ao declarar “Não há um justo, nem um sequer”4 . A afirma-
ção de Davi nos Salmos, “Em pecado me concebeu a minha mãe”5 , refere-se também à idéia
de que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”6 .

Pois bem, almas abençoadas, o amado Jesus declarou frequentemente quando ainda
estava fisicamente encarnado, que o Filho do homem veio ao mundo, não para condenar o
mundo, mas sim para que por meio d’Ele o mundo pudesse encontrar o caminho para a Vida
eterna7 . É razoável supormos que, seja qual for o pecado, todo homem ou foi culpado por ele,
ou se submeteu a ele numa ou noutra ocasião.

É correto – e digo mesmo, muito mais correto – concluir que Deus como Espírito, como
Lei, e como a manifestação da glória de Shekinah8 , não está minimamente interessado em
condenar os que evoluem na Terra ou em isolar indivíduos devido ao seu estado de pecado
presente ou passado. Ele está, sim, sumamente interessado em libertá-los da ignorância do
pecado (e da pecaminosa ignorância) e dos ardis do Tentador.

Geralmente, quando as pessoas ponderam sobre as doutrinas do pecado formuladas


pelos homens, elas fazem um dos dois seguintes erros: ou arranjam desculpas para si mesmas
enquanto criam a imagem de um Deus irado feito à sua própria semelhança, alimentada pelos
seus próprios sentimentos de culpa e pela conseqüente necessidade de punição ou expiação.

A mente carnal fica satisfeita com a contemplação desta falsa imagem de Deus só por-
que ela reforça a sua própria imagem sintética e visão do mundo, e permite-lhe odiar, matar e
mutilar em nome do seu deus. A alma, porém, sabendo que na realidade, o Pai é absoluta sa-
bedoria e absoluto amor, atua de acordo com Ele quando está livre da programação (condena-
ção) da mente serpentina.

É verdade que antes do nascimento do amado Jesus, grande parte da retribuição cármi-
ca retratada nas escrituras do Antigo Testamento tendia a apoiar a idéia de um Deus irado (a
dureza da Lei não temperada pela graça do Mediador Divino); e a influência da dispensação
101

antiga sobre a nova, devido às raízes do cristianismo na tradição judaica, tem em certas áreas
afetado o pensamento cristão até o presente.

Se os olhos dos homens fossem abertos para que percebessem como é imensa a dor
mundial que é devolvida a eles diariamente (pela lei do carma) para que a redimam, se pudes-
sem ver que essa dor e o sofrimento que a acompanha são causados pelos seus errôneos
conceitos sobre o pecado e a condenação, compreenderiam como é urgente que derramemos
luz sobre toda a concentração de pensamento escura e infeliz sobre esse assunto.

O ensino sincero e a explicação correta ministrada pelos detentores do cargo de Instru-


tores Mundiais tiram dos conceitos errôneos o aguilhão e a força do erro. A ortodoxia de muitos
estudiosos da religião (muitos dos quais homens sinceros) poderá vir a ser pisoteada nesta
dissertação, mas na ‘torre de marfim’ espiritual da minha própria ascensão, não temo a censura
humana.

Assim, estou decidido – com um fervor além da habitual gentileza que me é amputada
por muitos dos chelas – a alertar quem é ativo e receptivo para estas investigações cuidadosas
sobre a Verdade dos Mestres Ascensos que conduzem à terra prometida da liberdade. Ali, o
leite e mel do pensamento espiritualmente adoçado tornam-se a compreensão que gera maior
harmonia com Deus, paz interior no indivíduo e o poder de promover a boa vontade entre os
benditos povos da Terra por quem temos profundo amor em nome de Deus, EU SOU.

Escolhemos, assim, a afirmação bíblica “o aguilhão da morte é o pecado, e a força do


pecado é a lei” para a esclarecermos. A idéia de que “a força do pecado é a lei” é uma idéia-
chave, e contém a compreensão que o amado Hilarion descreveu, na sua grande sabedoria,
quando era São Paulo.

Sob certa perspectiva, a lei a que ele se referiu é a lei da mortalidade, criada pelo ho-
mem - e fortalecida pela lei do carma. A morte só tem seu aguilhão quando o indivíduo man-
tém a sua mortalidade ao falhar em libertar-se do registro do pecado. Ele é obrigado a fazê-lo
pelo resgate do seu carma, pelas boas obras e pelo uso da chama violeta por meio de decretos
dinâmicos10 .

A força relativa do pecado está sujeita à lei da transmutação pela qual, por meio do ar-
rependimento da remissão dos pecados, o indivíduo pode transmutar pelo fogo sagrado a cau-
sa, efeito, registro e lembrança de todo erro e, assim, deixar de estar sujeito ao peso cármico
102

de atos do passado. O pecado perde todo o poder sobre o indivíduo quando este o sujeita, e a
si mesmo, completa e decisivamente à Lei do Amor.

Como sabeis, amados, parece haver tantos motivos quanto pessoas; no entanto, isso
não é verdade. Sim, porque a lista de motivos humanos esgota-se sem demora, e rapidamente
nos apercebemos de que, excetuando sutis nuances na sua variedade, os motivos humanos
são assaz básicos. Além disso, vemos que as atitudes e motivações humanas nascem na sua
maioria de uma incompreensão, ou também de uma compreensão das leis de Deus.

Quando consideram a necessidade de despojar-se dos seus chamados pecados, os


homens são frequentemente dominados por sentimentos excessivos de desânimo. Isto, por
sua vez, gera o sentimento de não serem capazes de viver à altura do elevado padrão da Lei.
Aquilo que vivenciam como sendo a “rigidez” da Lei parece favorecer a continuação do chama-
do pecado e do caminho da carne, já que a meta da vida sem pecado se lhes afigura pratica-
mente impossível de realizar. Assim, é por vezes a não compreensão da Lei abençoada e da
sua aparente inflexibilidade que, na realidade, encoraja e fortalece tanto o sentimento do peca-
do como a ação pecaminosa.

Nós, os membros da Grande Fraternidade Branca, não desejamos de forma alguma ver
as trevas ampliadas por uma falsa doutrina ou falso ensinamento, e nada pretendemos senão
ajudar cada alma a reencontrar o seu caminho de regresso ao Lar. Benditas almas, são os re-
sultados que contam – tanto em assuntos espirituais como materiais. E assim, como o espírito
prático de Deus, devemos fazer-vos notar que a bendita Lei não é, na realidade, fraca nem rí-
gida: ela é, sim, a afirmação da pureza da Verdade eterna. É a codificação de valores e pa-
drões imortais que, pela sua própria natureza, não podem ser deturpados por princípios inferio-
res – os quais parecem por vezes, por contraste, quase malignos.

Na verdade, a Lei é a maior segurança no universo, protegendo o justo e ordenando ao


injusto que abandone a pecaminosa irrealidade dos seus caminhos e eleve-se. Ao mesmo
tempo em que proporciona a todos, ampla oportunidade de misericordiosamente expulsarem o
pecado e a lei do pecado dos seus mundos, a Grande Lei promete também absoluta e divina
justiça àqueles que fazem o mal11 e nele insistem, blasfemando contra Cristo e contra o seu
Chamado.

Libertar-vos de todo o autoengano é a nossa meta nestas Lições da Universidade do


Espírito. Em relação ao que anteriormente foi dito, a vossa libertação do pecado e do sentimen-
103

to de serdes pecadores deverá libertar a vossa alma de uma apreensão opressiva sobre os
obstáculos da Lei – e daquilo que tem parecido ser uma incapacidade vossa de vencer esses
obstáculos.

Compreendei, assim, que há valores eternos e valores temporais. Certamente que Deus,
sendo totalmente perfeito, não poderia permitir que a Sua Lei permanente sustentasse um pa-
drão inferior ao da absoluta perfeição. A vida na terra revela inúmeros exemplos da misericór-
dia de Deus, diariamente concedida com a infinita paciência que Ele estende a toda a Sua cria-
ção.

Nenhum homem deverá concluir erroneamente que Deus está zangado com ele ou com
qualquer parte da Vida. Nem tampouco deverá concluir insensatamente que, pelo fato de Ele
não estar zangado, os Senhores do Carma – que seguem as perfeitas sugestões do Pai de to-
dos – deixarão passar atos deliberados ou levianos de maldade cometidos contra uma outra
parte da Vida.

Sim, porque a justiça declara: “Com a medida com que tiverdes medido, hão de vos me-
dir”12 . Esta é uma lei operacional, e diz respeito à conduta dos homens na sua interação mú-
tua. No entanto, na sua relação com a Poderosa Presença do EU SOU e com a eterna Lei da
Perfeição, existe sempre a mão orientadora do Pai paciente (estendida por meio do Filho) que,
sem condenação, adora ver os Seus filhos conhecerem a Verdade que os liberta.

Não mais permiti que as altas barreiras da Lei ou as vossas limitações temporárias vos
impeçam de demonstrar a Lei. Daí mais do que recebeis e procurai sempre, por nobreza de
espírito, engrandecer o vosso poder divino de praticar a justiça – a utilização correta (em vez
do abuso) da Lei entre todos os filhos da Luz.

Sabei que cada pequena força que reunis em vós expande a vitória da vossa alma, au-
mentando de forma palpável a Luz que vos ilumina, abençoa e cura. Cada ato que fortifica e
honra a Lei fortalece a manifestação da grande Lei causal do Amor que move toda a criação,
numa cadência medida, aos eternos tabernáculos do Espírito.

É a doçura do Amor imortal, como a fragrância do incenso subindo no ar, que não re-
quer nem sombra de sacrifício animal ou humano, mas tão somente a realização crística, que
cumpre integralmente a Lei para vós, com a Sua graça multiplicando as vossas boas palavras
e boas obras.
104

Agradeço-vos

Kuthumi Lal Sing

PECADO

LIÇÃO 20 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

AMOR

“Perdoados Estão os Teus Pecados!”

Aos Seres Abençoados que Há Tempo Demasiado Sofrem por Sentirem-se


Culpados – O poder que os homens deram, inadvertidamente, à idéia do pecado precisa ser
retirada, para que a perfeição absoluta de Deus possa ser totalmente conhecida. A humanida-
de, por força do hábito, fica recriando continuamente os sentimentos de culpa que desfiguram a
alma e turvam o brilhante fluxo da iluminação divina, fazendo-o passar como que por uma cla-
rabóia e privando com isso a corrente de luz (a corrente de vida) da maravilhosa luminescên-
cia de Deus.

Estou decidido a ajudar os amados chelas e todo estudante sincero da escola terrena a
melhorar a sua compreensão das transcendentes leis da Vida sob as quais o universo funcio-
na. Por tempo demasiado a raça humana submeteu-se a um incessante ciclo de condenações
contra si mesma e contra os outros, que resulta num abuso de energia que já se tornou hábito.
Isto gerou uma falsa consciência no subconsciente, inculcando sentimentos de culpa e de falta
de valor no indivíduo e nos outros. Estes sentimentos reforçam, por sua vez, a falsa consciên-
cia, que vem então abafar a voz interior do Um Divino – a única consciência verdadeira e digna
de confiança.

A minha parábola do filho pródigo1 ilustra a verdadeira relação de Deus com os Seus fi-
lhos amados. Ela deixa claro que o nosso Pai nunca pretendeu que os Seus filhos e filhas pe-
105

cassem, que vivessem nas limitações do pecado nem que fossem medidos pelo pensamento e
sentimento humanos.

Certamente que o Pai nunca pretendeu ver o Seu filho desperdiçar a Sua energia numa
vida dissoluta; no entanto, ao fazer opções erradas, o filho criou de fato situações cármicas de
servidão e escravidão. Isto não quer dizer que, quando quem errou decide levantar-se e jogar
fora os seus grilhões materiais, os poderes da Luz não projetem imediatamente a ajuda neces-
sária para acolher esse ser amado ao Lar, onde o perdão é total. Na realidade, é isso mesmo
que acontece.

Pelo turbilhão da consciência humana, do magnetismo descendente dos sentidos e da


freqüente recusa humana de olhar para o alto, os homens negligenciam o nosso amor – que é
uma unção preciosa – é frequentemente desperdiçado em autopiedade e amor próprio egoísta.
A tragédia é ainda maior quando consideramos a perda de períodos inteiros de uma vida e o
uso inadequado de uma energia que deveria ter sido usada para realizar a missão sagrada
desta vida.

A solução é simples: a atenção mal dirigida tem de ser focalizada de novo na Grande
Fonte Divina e ali mantida. Ao colocar a sua atenção nos seus problemas, os homens multipli-
cam-nos, em vez de os diminuírem pelo uso do amor universal e do carinho que o céu concede
constantemente. Isto é algo em que eles, frequentemente não reparam, porque olham para a
direção errada – para baixo, e não para cima!

Embora o sentimento de culpa possa levar o homem a procurar a confissão e a penitên-


cia, este sentimento nunca é o meio adequado de libertá-lo. Não vos deixeis enganar pela in-
sensatez humana! Se a culpa viesse de Deus, que é o Bem absoluto, o resultado final desse
sentimento também seria bom; mas se ela nasce do erro humano, por mais real que possa pa-
recer, ela não pode produzir qualquer benefício permanente no vosso mundo.

A culpa é uma vibração relacionada com a autocondenação ou com a condenação aos


outros; quando a aceitais ou alimentais sob qualquer forma, ficais perturbados, a menos que
mudeis rapidamente de pensamento.

Ora bem, existe de fato uma voz da consciência, e certamente não pretendo desencora-
jar o seu uso. Estou, no entanto, interessado em que o verdadeiro chela compreenda a diferen-
ça entre aquilo que alternadamente autocondena e autojustifica e aquilo que corretamente ins-
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trui, inspira e leva à Verdade, Amor e Justiça absolutas e ao cumprimento do plano divino de
Deus para cada vida preciosa, de acordo com a Lei do Amor.

Compreendei que a sistematização da Lei tem sido um requisito humano. O trabalho de


amor de Moisés, ao comungar com a sua Poderosa Presença do EU SOU, trouxe os Dez Man-
damentos do coração do Ancião de Dias. Estes são e continuam a ser de grande ajuda para o
desenvolvimento da lei e ordem humanas, limitando o comportamento humano de forma a cau-
sar menos carma destrutivo (e mais carma construtivo) no mundo.

Hoje a Lei exige que as pessoas desenvolvam por si mesmas o sentido interior da Lei do
Amor e que o manifestem numa vida consagrada à Verdade. Isto foi algo que defendi durante a
última encarnação da minha missão na Terra, e continuo a estimular com constância a sua ên-
fase nas atividades de cada um. Os Dez Mandamentos e muito mais são lidos no mais íntimo
do homem, onde Deus escreveu as Tábuas da Lei da Cristicidade pessoal, baseadas nos
dez.

A assimilação e a prática incorretas do plano divino por parte da humanidade, pode ser
comparada à utilização errada do processo fotográfico. Primeiro, ao clicarem no botão do obtu-
rador, os homens não deixam entrar luz em quantidade suficiente. Em segundo lugar, ao reve-
larem a imagem divina, adulteram o processo, ficando a prova final tão modificada que lembra
mais os traços dos rebeldes do que as justas expressões do Ser Divino.

Até mesmo hoje em dia muitas pessoas vivem num estado primitivo de consciência a
respeito da Lei do Amor. Nem a riqueza nem a educação podem assegurar a integridade espiri-
tual do homem. Por meio de uma sintonia sincera com a lei da harmonia e da educação do co-
ração e de uma potente demonstração do verdadeiro amor de Deus, o discípulo encontra alívio
face à severidade dos “faça” e dos “não faça” da Lei. Assim, por aplicação pessoal, o grande
calor da Lei do Amor atua a fim de expandir a espiritualidade de cada indivíduo.

Investida da plenitude do Espírito, a alma obedece naturalmente aos Dez Mandamentos,


numa atitude de alegria e liberdade. Com o exercício espiritual da Lei, a segurança e proteção
da Lei são garantidas a todos os que lhe obedecem. Além disso, a graça e a misericórdia da
Lei estendem também as bênçãos das oitavas superiores aos graciosos e misericordiosos ser-
vos da Lei.
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A melhor ativação dos sentidos espirituais ocorre quando se tem um espírito puro, livre
de sentimentos de condenação e culpa. A todos os sinceros chelas da Grande Lei eu digo, por
isso: “Perdoados estão os teus pecados!”

Os primeiros sinais que hão de seguir-se à vossa aceitação desta intercessão da minha
graça serão uma paz mais profunda no mundo dos sentimentos e um intenso desejo de per-
manecer sintonizado com a onipresença de Deus. Do centro do perdão crístico jorra uma en-
cantadora confiança interior de que a abundância de Deus está por toda parte em torno de vós
– um sentimento de que o amor de Deus em vós é tão magnífico que destrói completamente o
pecado e os registros do pecado! Assim, a morte e a “paga do pecado” são tragadas por uma
vitória total2.

Enquanto o mundo debate a política do dia presente e espera obter a salvação pela or-
dem social, o poder do reino do céu continua a expressar justiça divina individualmente a cada
pessoa na Terra. O destino espiritual da América no “governo interno do mundo” é ser o porta-
dor do cálice da Luz (da consciência crística) para o mundo, a fonte da Liberdade Divina para a
Terra. Compreendendo corretamente a sua Filiação divina, análoga à minha, cada discípulo
ajudará a tornar isto universalmente possível para todas as nações e povos. Assim, a missão
da vida de cada um é importante para o Pai.

É necessário compreenderdes que as distorções relativas à minha missão tem sido ter-
ríveis. A doutrina divina da remissão dos pecados, ensinada por João Batista antes de mim3, é
mal compreendida. As palavras que proferi antes e depois da minha crucificação, conferindo
aos meus apóstolos o poder de perdoar ou reter o pecado4 – indicam que até mesmo nessa
época o sacrifício de sangue não era um ingrediente necessário neste processo. Muito pelo
contrário, o perdão é uma alquimia de amor, de arrependimento, de purificação pelo Verbo e de
cura do desejo de tornar a pecar.

A muitos eu falei, dizendo: “Perdoados estão os teus pecados”5 , e também: “Não pe-
ques mais”6; no entanto, o engano religioso mundial ao qual inúmeros milhões prestam obedi-
ência, infelizmente, (julgando-se seguidores da minha vontade e da vontade do Pai) está foca-
lizado em torno desta falsa idéia de que a propiciação sob a forma de um castigo doloroso se-
ria requerida por uma Divindade vingativa. Essas pessoas consideram a minha crucificação
como um sacrifício, a minha missão como algo de único, e a minha Filiação como se fosse su-
perior a todas as outras, quando para Deus, todos os filhos já são um só com o Pai.
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Compreendei que sempre que o erro é aceito como se fosse realidade, ele torna-se, de-
vido à pressão da sua aceitação, uma falha na fundação do templo que cada um está constru-
indo. Essa falha pode desequilibrar toda a estrutura durante uma vida inteira (e em encarna-
ções subseqüentes) a menos que, e até que, seja corrigida. Deixai-me, portanto, começar tal
correção em prol da Verdade.

O “caminho da cruz” diz respeito ao encontro de Deus e do homem. Ele ilustra a mani-
festação de Deus num homem que está no processo de alcançar a perfeição da sua própria
ascensão na Luz; tal como aconteceu no meu caso. Este “homem exterior” acaba finalmente
sendo completamente absorvido pela sua Identidade perfeita; mas, se ele fosse unir-se prema-
turamente com o seu Eu Divino, que é um fogo todo-consumidor7, o tecido da identidade da
sua alma seria destruído.

A misericórdia da Grande Lei, que nunca baixa os seus padrões, nem falha na sua
compaixão, cria uma vasta espiral nos ciclos eternos do tempo e do espaço, na qual a divina
imagem do homem, gradualmente assimilada, é alimentada pelo amor e pela sabedoria de
Deus. Na parte crucial da vida o homem encontra, portanto, um caminho que conduz a uma vi-
tória permanente, e a realidade do Pai torna-se conhecida e compreendida como um ato de
amor completo e permanente. Se algum sacrifício é exigido ao homem para retornar à sua Fili-
ação natural e espiritual, este será o das características humanas de desobediência e teimosia.
Tal como o amado Kuthumi e eu declaramos anteriormente, o caminho que conduz a Deus não
é tanto uma questão de sacrifício, mas de sacramento, nem tanto sacrificatório, mas sacra-
mental.

Ide, pois, e não pequeis mais – agindo o melhor que souberdes. Mas fazei-o sem ten-
são, abençoados. Compreendei que a vossa força e sabedoria espiritual crescentes nunca de-
vem ser desperdiçadas pela autocondenação ou a condenação dos outros. Se permanecerdes
no estado de perdão amoroso, será muito mais fácil obterdes a vossa libertação total no Cami-
nho de Cristo, por meio de uma compreensão correta e da plenitude de Deus que vos envolve
agora e para sempre. Como declaram os Salmos, “Para onde me irei do Teu Espírito?”8 .

Assim, na verdade vós conheceis o Caminho, pois EU SOU o Caminho, EU SOU a Ver-
dade e EU SOU a Vida. Nenhum homem vem ao Pai (à sua presença Divina) senão por mim (o
Santo Cristo Pessoal de cada um) 9 , e é este o plano universal – idêntico para todos. Enfrentai
e vencei o pecado, a condenação, a falsa consciência e o medo. A todos estes declarai fervo-
rosamente e sabei que:
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EU SOU a plenitude de Deus, que é o Bem!

Estou caminhando para uma união diária com o Pai.

EU SOU sempre renovado na imagem de Deus,

Na imagem e semelhança de tudo o que é Bom.

EU SOU a justiça da Lei divina, que se expande para cumprir

O verdadeiro espírito da Lei divina e humana.

EU SOU a manifestação dessa Lei sagrada

E da alegria da consciência do ascenso Jesus Cristo,

EU SOU iluminado para compreender que esta Lei viva

E interior é a Regra de Ouro!

Que a paz e o poder vos acompanhem sempre.

Em verdade, EU SOU o vosso irmão mais velho,

Jesus, o Cristo

PECADO

LIÇÃO 21 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

CONSCIÊNCIA
110

“Pois Como Imaginou na Sua Alma...”

Ao Amado que Busca o Fio da Consciência - A consciência de todo homem está pro-
fundamente ligada à memória, e é o processo da memória que arquiva uma seqüência ordena-
da de eventos no armazém do ser, e que liga entre si, o passado e o presente (e até mesmo o
futuro), para formarem um todo racionalmente autorealizado. A corrente de consciência flui pa-
ra dentro do molde da memória e é a imagem resultante que, quando formada com a devida
intensidade de pensamento e sentimento, é preservada como um registro.

Vamos agora ver qual a relação entre o campo da consciência e a consciência. Usando
os processos do pensamento e do sentimento, o homem desenvolveu de forma individual e co-
letiva as chamadas normas de comportamento que considera boas ou más. Embora a fórmula
possa mudar ao longo dos anos, o homem mantém persistentemente muitos conceitos básicos
sobre aquilo que é aceitável e aquilo que é inaceitável.

Estes evoluem para formar costumes sociais que, quando reforçados por padrões de
hábito raciais e religiosos, formam a tradição. A própria tradição está enraizada em atitudes
certas e erradas do pensar e do sentir, e é o resultado da lógica humana envolta em tons emo-
cionais que moldam o padrão emergente. Os resultados nunca são definitivos, faltando-lhes
frequentemente objetividade e equidade. Raramente expressam o lustre da verdadeira huma-
nidade ou divindade.

Além destas pressões do pensamento e do sentimento, há uma influência ainda mais


forte em ação. É a voz eterna do Eu Divino de cada um. A Presença Divina de cada alma pro-
cura laboriosamente dar a conhecer a sua justiça, tentando penetrar todas as densidades hu-
manas e corrigir todas as idéias erradas.

Lembrai-vos, abençoados, que a perfeição das esferas eternas envolve a criação mate-
rial e é sempre ampliada sem limite pelas maravilhosas hostes angélicas, pelos devas e seres
cósmicos e por toda a hierarquia do céu.

Esta influência benigna afetando todos os planos do ser é maravilhosa de se contemplar


em níveis internos, quer as pessoas dela se apercebam exteriormente quer não. (Claro que, se
se aperceberem, isso torna a cooperação mais fácil! As nossas explicações são, por isso, da-
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das a todos os que precisam dessa instrução para tirarem o máximo partido das oportunidades
e bênçãos visíveis e invisíveis da Vida).

Estou certo de que sabeis que em várias eras, incluindo a presente, alguns desses ma-
ravilhosos seres apareceram a algumas pessoas, e por vezes a muitas, a fim de encorajá-las a
ter uma fé mais resoluta.

Amados, a consciência divina é o preceptor de cada indivíduo; ela é ativada num com-
partimento especial do campo da consciência ligado à memória de experiências ocorridas em
níveis internos. A sua função é gravar na alma e no eu exterior controles orientadores origina-
dos em níveis divinos. Estes refreamentos emanam da Santa Chama de Cristo – a pluma ama-
relo-dourada da iluminação, destilada pelo ‘homem oculto do coração’ – ajudando todos os que
intuem as suas, doces, mas firmes diretivas a melhor cumprirem o seu plano divino.

A verdadeira consciência divina é sensível às intimações do Cristo Pessoal, mas por ve-
zes (e com bastante freqüência em muitas pessoas) a consciência humana responde às pres-
sões da mente coletiva. As normas aceitas pelo ser humano – consideradas socialmente corre-
tas ou religiosamente justas – tem uma profunda influência sobre muitos, motivo por que exis-
tem diferentes níveis de tolerância em vários povos e culturas.

Ampliada e padronizada pelos meios de informação humanos, a mente coletiva constru-


iu uma série de valores que lhe são próprios. Embora frequentemente mecânicos, estes últimos
tem uma forte influência – pelo poder irradiador da aura humana – que se choca com a orienta-
ção divina continuamente presente na verdadeira consciência de cada um, quer ela seja facil-
mente visível, quer permaneça abaixo do nível consciente.

Uma vez que esta mescla da consciência humana adquirida com a consciência por
Deus concedida, está presente na maioria das almas presentemente encarnadas, é importan-
te que, em face das pressões vindas de todos os lados, cada discípulo compreenda a ação da
consciência moral, da memória e do campo da consciência no seu próprio ser. Se compreen-
der corretamente este ensinamento e aplicar o seu conhecimento, isso contribuirá muito para
eliminar um insensato ciclo de crítica e condenação pessoal, de pecado e autocensura.

Amados estudantes, compreendei que o vosso Eu Divino vos deu o poder do livre-
arbítrio para que decidais meditar com amor e alegria sobre o plano da vossa própria vida –
pensar sobre ele, invocá-lo, procurar segui-lo e desejar que seja manifestado. Este processo
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tem por objetivo estimular a vossa compreensão e respeito pelos valores divinos e permitir-vos
estabelecer mais eficazmente no campo da consciência a faculdade do discernimento moral,
que é um instrumento verdadeiramente sensível. Esta voz interior não induz a autotortura nem
a angústia, mas proporciona a orientação e o consolo que vos permitem decifrar a verdadeira
vontade do Pai e do Filho, sempre convosco na vossa Presença do EU SOU e Santo Cristo
Pessoal.

Da consciência sintonizada com a Divindade surge a idéia correta que transmuta a idéia
errônea, vencendo pensamentos e emoções errantes pela eterna bandeira da Verdade, da Luz
e da Justiça. Este triplo reforço do vosso Cristo Pessoal liberta a alma de todos os erros do
passado baseados na ignorância, no dogma, em controvérsias doutrinais, no eclesiasticismo,
na ‘ética situacionista’, nos deploráveis equívocos sobre a vida e missão do amado Jesus e em
todas as chamadas vibrações malignas. Então é ativada no coração a sagrada imagem de
Deus, revelada na consciência purificada e verdadeira de cada um como a radiação refletida, a
dádiva divina para todos os que escutam interiormente a voz divina de amorosa inteligência.

O principal conceito errado do homem é a recordação sempre presente de atos errados,


que o leva a identificar esse erro com o pecado e, depois, a sofrer autocondenação devido à
conclusão a que chegou. O amado Jesus sabia que só poucos na terra fazem mal intencional-
mente. Ele ensinou que, se os homens compreendessem realmente a Lei e as vastas conse-
quências dos seus atos injustos, não persistiriam nas suas grosseiras violações da consciên-
cia. A sua oração “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”1 encarna a sua misericordi-
osa compreensão para com as multidões, tão mal conduzidas.

Nos séculos que decorreram desde a sua abençoada ascensão, o Mestre desenvolveu
em seu serviço cósmico à Terra, muitas propostas espiritualmente seguras para resolver os
múltiplos problemas dos homens. Com o objetivo de darem maior liberdade aos filhos do Sol
da Justiça, a progênie do Altíssimo, os Instrutores Mundiais desejam comunicar essas soluções
a todos os que quiserem ler e espalhar as boas novas, escutando e executando a Sua palavra.
Uma das nossas grandes soluções é corrigir, uma a uma, todas as idéias erradas sobre o pe-
cado mantidas na mente.

Compreendei que, como um homem imagina no seu coração, assim é2; logo, o que cada
um imagina como processo pensante mantido na mente e na memória constitui sempre uma
parte poderosa da sua consciência quanto à identidade individual. Este pensamento, que tão
profundamente molda e limita a personalidade humana, inclui todas as opiniões, errôneas pre-
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missas e conclusões cegamente mantidas, além de francas mentiras, fabricações e fantasias a


que teimosamente aderiu apesar de todas as razões ou provas em contrário.

Pensai nos intensos sentimentos de escárnio, mantidos no corpo dos desejos, que coa-
lescem em torno de muitas idéias sem sentido sobre a política, costumes e religião! Uma vez
que qualquer distorção da realidade só existe no pensamento e sentimento humanos, é destas
zonas da mente consciente e subconsciente que o pecado e o sentimento de pecado tem de
ser expulsos.

Amados, o pensamento correto sobre Deus nem sempre é entronizado na consciência


do homem. Por exemplo: Deus é eterno, a Vida é eterna; assim, Deus é Vida e a Vida é Deus.
Por um raciocínio idêntico podemos ver que Deus é Mente e a Mente é Deus e, como tal, Ele
não só está consciente, como também é a própria Consciência.

Essa Mente que é a Consciência universal encarna a Lei da Verdade do ser para todas
as manifestações de Si mesmo – feitas à Sua imagem e semelhança. Assim, como centro de
toda a autocompreensão, incluindo a da Sua progênie, esta Mente é também a Consciência
Divina – a inteligência que distingue o bem do mal, o certo do errado, em que Ele mesmo exer-
ce (e possibilita ao homem exercer) o livre arbítrio.

Bem, estes são os pensamentos corretos sobre Deus. Avançando mais um passo, ve-
mos que o verdadeiro pensamento de Deus no homem (isto é, aquilo que Deus pensa no ho-
mem e por meio dele) é, portanto, a única, verdadeira e necessária consciência do homem. E
esta Consciência Divina é Deus! Equipado com esta compreensão, que seguramente adquiri-
reis por meio da unidade com a Mente universal, o primeiro e único mandamento de que o dis-
cípulo sempre deveria precisar é: Não terás outra Consciência diante de mim! 3.

Deus é todo-poderoso, todo-sabedor, inteiramente puro. O pecado nunca pode ser uma
parte deste Deus, que é a vossa vida, o vosso espírito e o vosso ser. Ele só pode ser parte de
vós se fizerdes com que assim seja, alimentando o sentimento de pecado, recriando mental-
mente estados de erro há muito abandonados e perdoados, ou empenhando-vos em atos proi-
bidos pela Grande Lei. O pecado só tem o grau de realidade que a vossa mente ou a mente
coletiva lhe der.

Uma falsa consciência é um barril de pólvora completamente cheio de ilusões teológi-


cas, psicológicas e ilógicas. Muitos dos errôneos ensinamentos judaico-cristãos encontram-se
114

centrados na idéia do pecado, do castigo e da expiação por meio do sacrifício humano ou ani-
mal. No absoluto Amor de Deus pelo homem e no homem, o pecado é inteiramente inexistente.
Do ponto de vista da imagem imaculada mantida na Mente universal, o pecado não é real! por
mais versículos das escrituras que se lhe refiram.

O pecado existe no passado morto, em idéias pagãs e supersticiosas, coloridas de for-


ma a parecerem reais – frequentemente distorcidas, notai-o bem, por gente bem intencionada
e sincera que, embora atuando de boa fé, está impregnada de uma lealdade deslocada. Todo
este erro, que nada tem de sagrado, precisa ser transmutado pela Verdade sagrada.

Se a energia que as pessoas deram ao errado conceito do pecado, atando para sempre
e constantemente os amados filhos do Pai aos fogos do inferno e da danação (imaginai que
terrível, verdadeiramente pecaminosa doutrina esta!) tivesse sido usada para reforçar os ver-
dadeiros conceitos metafísicos da virtude inata da alma, a Terra ter-se-ia há muito tempo liber-
tado da mácula da repetição do pecado – tingido na lã, acreditado e, por isso, cometido repeti-
damente.

Tradições obsoletas passadas de pais para filhos, tem a demasiado tempo, enganado
até os escolhidos4. Mesmo os que se encontram bem alicerçados nas verdades espirituais, e
que deveriam conhecer melhor a verdade, por força do hábito recomeçam de novo o processo
da condenação com o seu escárnio silencioso – expelido de quando em quando com violência
e ofensa.

Frequentemente esses indivíduos ficam deprimidos com a sua própria autocondenação,


periodicamente despejada sobre os outros, e começam a crer que as suas vidas não estão à
altura da meta. Um momento de reflexão sobre o conceito de que Deus está por toda parte,
em seu redor e de que, na realidade, não podem viver a vida só para proveito próprio (exceto
se for uma existência enganadora, vaporosa e do tipo miasma humano), fará evaporar sem
demora o seu autoengano – semeado no azedume da crítica constante – sem deixar rastro.
Que assim seja!

Enquanto a doutrina do pecado não for removida do mundo, especialmente do mundo


do discípulo, como pode ele manter com êxito um conceito imaculado de si mesmo ou daque-
les a quem pretende ensinar o caminho do perdão pela não-condenação? Enquanto uma pes-
soa pensar que existe gente vil em qualquer ponto dos reinos da perfeição de Deus, como po-
de o seu pensamento ser imaculado?
115

A falsa crença de que o pecado ou o mal tem vida própria perpetuada por Deus tem de
ser lançada nos fogos sagrados da Verdade.

Quando tiverdes transmutado completa e finalmente, pela prática da chama violeta da


pureza, o entulho cármico e os efeitos residuais deste reprovável conceito, estareis prontos pa-
ra dar o passo seguinte no caminho do servo ministrante. Como um ato de graça, a magnifi-
cência e, pelo poder do Espírito Santo e da vossa alegria, ela expressar-se-á por vosso inter-
médio para o bem de todos os que anseiam ver o sol da libertadora Verdade.

Amados, Deus é o alto padrão e a melhor regra através dos quais a criação e a individu-
alidade são gerados. O indivíduo que não expressa o mais alto padrão de que é capaz, permi-
te-se frequentemente, tomar uma atitude descuidada. Com o mau uso do livre-arbítrio, as pes-
soas permanecem entrincheiradas no papel inferior, ou pródigo. A Regra de Ouro estabelece,
por meio do vosso Santo Cristo Pessoal, o padrão segundo o qual todos os motivos e atos de-
vem ser de amor de cada parte da Vida para com todas as outras partes da Vida.

O pecado, portanto, nunca é real. É uma idéia retrógrada referente aos negros, brancos
e cinzentos da consciência humana, enquanto a consciência de Deus, que é a vossa Vida, é
toda Luz!

O pecado nunca é real e, portanto, para se libertarem dele, os homens tem de identificá-
lo como sendo nada e a Deus como sendo tudo. Há um livro razão cármico que tem de ser
equilibrado e, segundo decreta a lei do carma, o erro humano tem de ser corrigido e adjudicado
perante os Senhores do Carma.

Servir para libertar todas as partes da Vida que sofreram devido aos vossos erros, curar
feridas antigas, reparar as cercas danificadas e substituir a conduta humana pela conduta divi-
na, está de acordo com a justiça de Deus distribuída nos níveis humanos, e ninguém pode es-
capar a um jota ou til sequer da Lei ou à sua responsabilidade por toda infração cometida con-
tra qualquer parte da Vida5. As chamas da misericórdia dão liberdade a todos por meio da dili-
gente aplicação do fogo violeta e de corações ardendo com um eterno amor que não imputa o
pecado a ninguém que ame verdadeiramente a Deus e se preocupe com o Seu rebanho, como
fez Abraão na Antiguidade6.

Construí, portanto, na consciência, o celestial conceito crístico do Bem absoluto e asse-


gurai a vossa vitória. Pensando assim, não fareis descer os vossos padrões nem vos desvia-
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reis para os atalhos do engano; sim, porque, com um simples e direto contato com a vossa
Presença Divina, fareis libertar-se o poder ilimitado que vos permitirá alcançar a meta da exis-
tência sem pecado – sem defeito e sem mancha7 - a macular a veste da alma. A melhor manei-
ra de se fechar o ângulo divergente entre o humano e Deus é compreender que com Deus tudo
é, na verdade, possível8.

A verdadeira autopreservação consiste em manter ativo o Princípio Divino que anima o


templo do ser com a eterna chama do coração de Deus. A perfeição de Deus, tornar-se-á uma
sagrada Eucaristia no altar do coração, onde o fogo sagrado imbui cada um da doce verdade
de um Pai de amor habitando no amoroso coração do Seu filho obediente.

Esta é a revolucionária idéia que faz dos mortais imortais, dos homens deuses – e que
lança todos, em nome da Misericórdia e por amor Dela, na Vida do plano eterno e na Sabedo-
ria do Bem eterno.

EU SOU o amor que vos liberta de todo o pecado.

No sagrado nome da Sabedoria,

Kuthumi Lal Singh

PECADO

LIÇÃO 22 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

SACRIFÍCIO

“Sem Derramamento de Sangue...”

Àqueles Que Merecem a Senda da Alegria, Abundância e Felicidade - Primordial


entre as idéias de Deus que cintilam no universo é o amor sempre vivo que irradia alegria para
o mundo. Os pobres de espírito1, bem como os carentes dos bens deste mundo, encontrarão
sempre o suficiente na taça da consciência de Cristo, que transborda2. A Sua Luz abundante
preenche todas as necessidades humanas – e divinas.
117

EU SOU a fonte de toda a alegria, de toda a abundância, de tudo! Por que motivo, en-
tão, procuram os homens encontrar a felicidade noutro lugar? É porque, no seu sentimento de
carência, eles amplificam a sua necessidade de possuir aquilo que, na realidade, já lhes per-
tence. Trata-se de um equívoco sobre a visão divina do Amor universal, que a todos dá sem
limites.

Os movimentos religiosos são concebidos a fim de que as pessoas possam ser felizes
em Deus no presente e possam encontrar felicidade em Deus no futuro. A segurança do céu é
uma âncora pela qual os homens anseiam. Estou certo, assim, de que o Espírito do Pai envia a
Sua Luz fulgurante em resposta a cada um dos abençoados cordeiros com uma intensidade
maior do que o anseio dessa alma.

O amor de Deus pode ser observado brilhando na folhagem da Natureza, na composi-


ção eletrônica da matéria e como uma luz nos olhos dos homens. Deus é tão incompreendido,
tão pouco conhecido ou realizado pela maioria dos homens, que eles mal podem conceber o
que é a onda do Seu poder latente dentro de si mesmos.

Compreendei, abençoados, que pela lei do círculo, quando atribuís limitações a outrem,
estas retornam a vós para serem corrigidas. Quando de forma ignorante as pessoas atribuem
limitações a Deus, aos outros ou a si mesmas, esta prática, altamente perigosa, faz com que a
Grande Lei as prive dos poderes de Luz que lhes dariam a liberdade.

A declaração de que “a verdade é mais estranha que a ficção” é frequentemente verda-


deira. Pensai há quantas centenas de anos a Cristandade (significa “reino de Cristo”) vem refle-
tindo sobre os aspectos sacrificiais da minha crucificação”! Neste caso, porém, a verdade sobre
o sacrifício não poderia ser mais estranha do que a ficção que tem sido transmitida acerca da
crucificação.

Escritores bíblicos, santos, profetas e homens sagrados escreveram e ensinaram sobre


a idéia de apaziguar um Deus irado por meio do sacrifício do sangue do Seu filho. Embora
agissem com grande sinceridade, foram influenciados pela prática estritamente pagã transmiti-
da dos dias remotos em que os homens se afastaram das antigas religiões da Atlântida, onde a
verdadeira comunhão com Deus era ensinada e vivenciada como o intercâmbio (emissão sacri-
ficial) de luz entre a alma e o Espírito.
118

Mais tarde, a verdadeira arte do sacrifício (a dádiva de si mesmo a Deus) degenerou nos
usos sinistros e corruptos do fogo sagrado em ritos sexuais praticados no altar. Como substitu-
to para o ritual do autosacrifício da imagem sintética (despojando-se da pele de cobra da mente
serpentina), os falsos sacerdotes ofereciam virgens do templo (em vez de si mesmos) em sacri-
fícios de apaziguamento aos deuses. (Antes do dilúvio chegaram a oferecer jovens rapazes em
vez de mulheres.) Os sacerdotes depravados encorajavam o bizarro e o sensual nas suas con-
gregações e, atraindo magneticamente os habitantes do mundo astral por meio de encanta-
ções malignas, cooperavam com os magos negros criadores das circunstâncias que levaram
ao dilúvio de Noé e ao afundamento da Atlântida3.

O conceito cananeu do sacrifício de crianças, “queimando seus filhos e filhas no fogo”4,


da prostituição nos templos e das ofertas e sacrifícios ardentes a Baal, imitados pelos Israeli-
tas, faziam lembrar os últimos dias da Atlântida decadente. Estas abominações, de origem nefi-
lim5, foram denunciadas por Jeremias e Ezequiel, bem como por Isaías, Amós e Miquéias6.
Com o correr do tempo, passou a considerar-se preferível substituir o sangue humano pelo de
ovelhas e de outros animais nos rituais de remissão praticados nas culturas do Oriente Médio.
No entanto, até mesmo nos nossos dias podemos encontrar sacrifícios de humanos e de ani-
mais no continente africano.

Cientes dos fatos históricos que acabamos de dar-vos e de verdades espirituais por si
mesmas evidentes, vede como seria insensato supor que Deus pudesse ter exigido ou ordena-
do uma fórmula de sacrifício humano ou animal, ou de derramamento de sangue, para a propi-
ciação (remissão, expiação, saldo) do pecado (isto é, do carma).

Se, portanto, o sacrifício não é requerido para a remissão dos pecados, então, o que é
exigido pela Vida para que sejam saldadas as dívidas da humanidade? Alegra-me tornar este
ponto claro para todos os que adoram a Verdade, a qual há de libertá-los desse erro tão es-
condido, mantido ativo por uma teologia cega, mutilando assim a imagem humana e a divina no
homem, que sem isso há muito tempo teriam sido manifestadas universalmente na terra.

Examinemos juntos o mistério do sangue do Cordeiro como o sacrifício aceitável que,


segundo nos dizem, conta com a aprovação divina para a remissão dos pecados da humani-
dade7.

Vida e Deus são sinônimos e indicam a interdependência entre o divino e o humano,


pois a Vida do homem é Deus, e a Vida de Deus corre nas veias do homem. O termo vida
119

equivale a sangue no sentido escritural, e é preferido a sangue pelo estudante espiritual que
rejeita a idéia do derramamento de sangue por ser repugnante e incompatível com a verdadei-
ra humanidade e, seguramente, com a Divindade.

As escrituras declaram que “sem derramamento de sangue não há remissão” dos peca-
dos8. Declaro-vos e a todos os homens para sempre qual é a verdade sobre esta declaração
bíblica, revelada aqui de forma bem simples: sem o derramamento (o descarte) dessa vida, ou
força vital, que foi corrompida com a insensatez humana, os pecados do homem nunca podem
ser perdoados (requalificados com o plano divino de amor). Além disso, sem a liberação da es-
sência vital (isto é, do “sangue”) do Cordeiro que é o vosso Santo Cristo Pessoal, não podeis
saldar o vosso carma.

É por meio de uma contínua requalificação, conquista, governo e controle da energia


por meio da Luz de Mestre Ascenso do Santo Cristo Pessoal individualizado que homens e mu-
lheres se elevarão até o ponto em que os seus pecados do passado, que não são mais que er-
ros gravados na memória, serão apagados9 pelo Espírito Santo. Este ritual do verdadeiro sacri-
fício acontece quando eles invocam o fogo violeta do perdão, a radiação branca da pureza di-
vina e a consoladora segurança de que, à medida que se despojarem do velho homem com os
seus feitos, o novo homem – o Filho primogênito feito à imagem de Deus – virá manifestar-se
na glória da realidade 10.

A idéia de que Deus, a vossa amada Presença do EU SOU, favorece um filho e rejeita
outro é totalmente incompatível com a Lei divina. A minha própria vida foi oferecida a Deus
como uma síntese do Cristo Cósmico, para provar que o homem e a mulher em encarnação
física podem ascender da Matéria e permanecer próximos nas oitavas de Luz (invisíveis, embo-
ra ocupando simultaneamente o plano físico numa freqüência mais elevada) para, com grande
poder, ajudar a terra e os que nela evoluem a retornar ao plano divino original da Vida abun-
dante.

Continuo a fazê-lo até este dia. Bem podem dizer a meu respeito – como deveriam tam-
bém dizer de toda a alma que está destinada, quer o saiba quer não, a ser um Cristo – “EU
SOU” (a Presença do EU SOU em mim é) o Caminho, a Verdade e a Vida: ninguém vem até o
Pai se não for pelo mesmo caminho de cristicidade pessoal que demonstraram todos os que
foram encarnações do Verbo.
120

No estado purificado, o homem “derrama a luz” da Presença do EU SOU através do seu


coração santificado (sagrado) a de outros centros espirituais (chakras) para a transmutação
dos pecados (do carma) do mundo. Nesta transmissão de luz, o iniciado descobre qual o ver-
dadeiro significado da remissão do pecado pelo “derramamento de sangue”, anotado pelo es-
critor místico de Hebreus. No entanto, esta iniciação não é experimentada em toda sua força
até os registros do pecado pessoal (as violações da lei da graça) estarem consumidos pelo
Amor, nem até o carma pessoal (as obrigações para com a Vida, contraídas pela desobediên-
cia às leis de Deus) estar equilibrado pelo serviço sacrificial (palavras e obras, incluindo decre-
tos dinâmicos para a transmutação mundial).

Vemos assim que o “sem derramamento de sangue...” se refere ao fluxo da Vida de


Deus percorrendo a alma e o templo purificado do homem. A pura essência vital da Santa
Chama de Cristo é liberada em “rios de água viva” a partir do “ventre”11 – referência ao plexo
solar, ou lugar do sol – que se torna a fonte (chakra) da paz crística em todos os que também
creem no meu Cristo como sendo o poder de Deus dentro de si próprios.

Sim, sem o derramamento deste “sangue”, não há remissão mundial do pecado pelo Fi-
lho de Deus encarnado em vós! E por essa razão viemos ao mundo, vós e eu – para tomarmos
sobre o cargo da nossa cristicidade o fardo do carma mundial, para que as ovelhas perdidas
que se afastaram da Casa da Realidade pudessem experimentar um adiamento do seu carma
e um certo alívio do sofrimento enquanto aprendem comigo e com o meu verdadeiro fardo, que
é Luz12. Esta Luz, quando interiorizada por eles, permitir-lhes- á por sua vez assumir a plena
responsabilidade pelo fardo do seu próprio carma, à medida que forem também eles seguindo
a mesma senda de discipulado em vós: transformação pessoal por via da integração com Cris-
to, a Luz do vosso mundo.

É uma falácia a idéia de que Deus faz distinção entre os homens ou que favorece um
dos seus Filhos enquanto desonra outro. Alguns não repararam que são os homens mortais
que se desonram a si mesmos, mostrando desprezo pela sua própria causa perante os tribu-
nais do céu. Não estou, todavia, interessado na inconstante natureza humana, mas sim no imu-
tável Eu Divino e nas suas intenções, que são de dotar o Filho da Sua manifestação de todas
as honras e bênçãos que a alma se prepara (se qualifica) para receber,.

Um dos primeiros requisitos que o aspirante à cristicidade tem de preencher é adquirir o


conhecimento interior de que Deus não faz distinção entre as pessoas13 e que Ele está dispos-
to a conferir os Seus poderes sem limite a todos os Seus filhos quando eles provem ser dignos
121

de confiança. O aspirante deve aceitar, também, a realidade de que a Vida já se manifesta nele
mesmo com a plenitude dos benditos poderes divinos da Vida.

O conhecimento do uso correto destes poderes, para glória de Deus e para cura de todo
o Corpo de Deus da causa e efeito de todas as doenças e aflições, deve seguir-se. Esta é a
Lei!

EU SOU a dádiva crística que suspende os fardos cármicos, que cura todas as almas e
ilumina o vosso caminho!

Jesus, o Cristo

PECADO

LIÇÃO 23 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

EXPIAÇÃO

“Vai, e Não Peques Mais”

Aos Crentes na Memória de Deus Que Gostariam de Beber o Líquido Real – Todo o
amor de Deus teria há muito tempo abolido as brumas que enevoaram a consciência humana
se o homem não tivesse abusado do seu livre-arbítrio e insistido em basear a sua salvação em
interpretações errôneas das escrituras, codificadas pelos cegos que guiam os cegos1. A intro-
dução do erro tornou difícil a precisão doutrinal, e a confusão veio ocultar o plano de Deus para
a Sua criação.

Nem crenças nem sistemas de crenças podem atribuir verdade a conceitos errados. O
poder de Deus para a salvação de todo homem está no Sol de Deus2 – na Verdade iluminada
que é a única capaz de dar a liberdade ao homem.
122

Uma vez que o pecado não pode ter existência real na consciência de Deus, nem tam-
pouco na natureza divina da Sua progênie, ele só conserva a sua quase-realidade no processo
da memória. Do ponto de vista humano, o registro do pecado que é semipermanente consiste
meramente numa cronologia dos atos negativos, ou anticrísticos, de cada indivíduo.

Anticristo significa, aqui, aquilo que é “contra a Luz” ou que prejudica a plena radiação
da Luz através de sombras densificadas. Estas sombras são criadas unicamente pela diminui-
ção da freqüência vibratória do pensamento e do sentimento até um ponto em que a natureza
destes se torna pesada, ou densa.

Quando a energia é qualificada negativamente, a lei natural determina que ela deve re-
tornar ao Grande Sol Central para ser repolarizada; no entanto, ao magnetizar características
humanas e ao mantê-las pelo hábito, desejo, agitação, vaidade, medo, dúvida, etc., os ho-
mens continuam a corromper as energias recém-repolarizadas do Sol, de acordo com os ve-
lhos padrões de negatividade. Este processo repetitivo explica por que motivo o pecado (embo-
ra confessado) torna a ser criado repetidamente.

Devemos frisar que a memória do homem é, no presente, a memória de Deus, porque


os velhos padrões e registros do pecado ocupam os seus compartimentos. É necessário reco-
nhecermos igualmente que a memória do homem pode tornar-se a completa memória de Deus,
o repositório do padrão original da alma; e nesta possibilidade está a esperança de salvação na
Luz, o Cristo que ilumina (com a Sua Mente) todo homem que vem ao mundo.

Aqueles que, de livre vontade, abrem a porta para esta Mente e banco de memória con-
tendo os padrões originais daquilo que é perfeito nos céus da Consciência Superior3 de cada
um, aceitam o influxo de todas as influências boas e perfeitas do Espírito Santo.

O único requisito pedido à alma a toda hora é que abandone completamente o pecado
das manifestações perniciosas e que todo indivíduo aceite ser dirigido pela inteligência crística
da sua Poderosa Presença do EU SOU. O misericordioso fogo violeta do amor da liberdade é o
meio que permite fazê-lo permanentemente – a menos que o indivíduo decida por sua própria
vontade criar de novo as situações que já tenha eliminado.

O amado Jesus avisou-nos desta probabilidade quando disse: “Não peques mais, para
que não te suceda coisa pior”4. Assim, “Pára de pecar!” é a ordem mais segura do Cristo Pes-
soal para romper as fórmulas autoperpetuadoras da vossa tendência para o pecado.
123

Os nossos estudantes, tão acostumados a que o ungüento acessível do fogo violeta ve-
nha suavizar as dores da vida, deveriam lembrar-se de que a maioria dos homens nem sequer
ouviram falar no fogo violeta. Embora o conhecimento do fogo violeta e a sua aplicação este-
jam presentemente limitados a uma minoria, o serviço por ele prestado em prol daqueles que
evoluem na terra, continua a ser o princípio ativo da misericórdia de Deus. No entanto, os usos
do fogo violeta não são inteiramente compreendidos por muitos que o utilizam.

Digno de nota para todos os que usam ou poderão vir a usá-lo é a declaração feita há
alguns anos atrás pelo amado Elohim Arcturus que declarou ser o fogo violeta a memória divi-
na de Deus:

Deixai-me dizer-vos que um dos maiores serviços da chama violeta da transmutação,


consiste na verdade de que a memória sagrada da perfeição de Deus está contida neste fogo
violeta! Quando lho permitem, esta chama violeta eleva simplesmente as vibrações de tudo o
que contata até a ordem divina se ter manifestado por meio do seu poder misericordioso, per-
doador e transmutador de Amor Divino.

Este fogo violeta é em si mesmo a memória da perfeição daquilo que deveria existir –
em todos, em tudo, em todo lugar e todos os casos.

Onde e quando for invocado, este fogo violeta deixa sempre um resíduo da sua essên-
cia, natureza e sentimento em todas as pessoas, lugares, circunstâncias e coisas que purifica5.

Assim, podeis começar a compreender que, por meio da sua qualidade inerente de mi-
sericórdia divina, o fogo violeta transmuta, ou transforma, automaticamente tudo na harmonia
da Mente e da Vontade de Deus.

Teologicamente falando, os aspectos sacrificiais da propiciação cristã fortaleceram o pe-


cado e a divisão, criando confusão na forma como o homem compreende a Deus, a Sua von-
tade e ao plano de Vida. Pretendemos corrigir tudo isso ensinando-vos que o uso do fogo viole-
ta, quando combinado com o ritual do labor sagrado na prestação de serviços diários à Vida, é
a única expiação que a Vida requer.

Àqueles que se empenham em serviço contínuo à Vida, à comunidade e à família – e


que também amam e perdoam – o fogo violeta liberta inteiramente do pecado: causa, efeito,
registro e lembrança. O cálice que cada filho tem de beber é a comunhão com a Divindade por
124

meio da ciência de palavras e obras em afirmação da sua Presença – e a conseqüente elimi-


nação de toda a imperfeição.

Precedendo a simbólica e autêntica Última Ceia, o amado Jesus admoestou os discípu-


los, dizendo: “Bebereis o meu cálice”6. Eu declaro a todos que até o presente dia este cálice
não passará de vós7 até terdes participado desta purificação.

Este fogo violeta real líquido, simbolizado pelo néctar purpúreo da uva, faz lembrar a
permanente renovação do reino eterno e as maravilhas da graça divina, que limpam todos os
desgostos humanos, idéias errôneas e confusão, substituindo-os pela gloriosa semelhança da
imagem do Pai. Assim, a memória divina retém a pura perfeição da alma quando a chama vio-
leta remove da imagem da alma todas as camadas da consciência humana.

Compreendei que o fogo violeta não só “destrói” aquilo que é irreal, como também pre-
serva perfeitamente aquilo que é real – tal como torna a criar a totalidade do homem. Verdadei-
ramente, o fogo violeta é a Trindade de Deus em ação como o eterno Criador, Preservador e
“Destruidor”8.

Amados, chegamos ao ápice da nossa presente transmissão de ensinamentos sobre o


pecado. Declaramo-vos que por meio da transmutação – pelo amor ao fogo sagrado que é
Deus e pela obediência, que é maior do que o sacrifício9 – todos chegarão a um ponto na vida
em que, alegremente libertando todos do estigma e aguilhão da condenação, eles aceitarão a
misericórdia de Deus e farão descer suficiente fogo violeta para obterem uma vitória completa
e a plenitude da realização crística nas suas vidas.

Deste modo, a vontade do Pai, confirmada pelo Filho, vencerá pelos fogos sagrados do
Espírito Santo todos os chamados pecados veniais e mortais, aumentando em cada um o sen-
timento de identificação com a memória de Deus. Esta unidade com a Mente universal é uma
pérola de grande pureza e grande valor, dando à alma consolo, harmonia e restauração. Todo
filho de Deus encontrará nesta encantadora consciência o seu céu, a sua paz e a sua vitória. A
absolvição de Cristo e tudo o que é bom e perfeito serão seus em nome de Jesus.

Aconselho-vos a abandonar o pecado e o sofrimento que o acompanha, a ser graciosos


e inocentes como crianças, sem nunca deixar de avisar os irmãos dos ardis das mentes diabó-
licas que procuram atar os redimidos (lavados e purificados pelo sangue do Cordeiro)10 a esta-
125

dos passados – de pecados há muito tempo perdoados, repudiados e cancelados pela lei da
misericórdia e da compaixão.

Completamente revestido de esperança no novo dia, confio-vos à consciência sempre


renovada do Cristo e às palavras do meu amado irmão Jesus que vão seguir-se.

EU SOU sempre o vosso humilde irmão,

Kuthumi

MISERICÓRDIA

“O Nosso Deus É Fogo Consumidor”

A todos os que irão Dissolver os Pecados das Vidas Passadas no Fogo Violeta da
Transmutação __ Quanto à parábola do rico e de Lázaro, dada por mim como uma lição sobre
o carma, gostaria de chamar a vossa atenção para o fato de que muitos encontraram erronea-
mente nela erros doutrinários gritantes e terríveis, que causaram grande temor e sofrimento
aos fiéis. Dou-vos este esclarecimento para corrigir o conceito inventado do castigo eterno, que
está muito longe da bênção que eu pretendia dar aos meus na mensagem intrínseca desta pa-
rábola.

Amados, a dependência que os homens têm dos elementos e a sua incapacidade de


controlá-los, especialmente o fogo, provocou neles uma certa atitude de respeito e medo da
Natureza. O conceito da danação eterna tem sido apoiado por certos evangelistas mais zelo-
sos, cuja preocupação pelas almas do rebanho de meu Pai os levou a tomar uma atitude vigo-
rosa e constrangedora (por vezes desrespeitando o livre-arbítrio) para salvarem o rebanho da
ignorância e dos retrocessos, bem como para evitar que ele entre num estado que consideram
um eterno tormento.

Estou certo de que nunca um pai terreno que ama os filhos criaria para estes uma situa-
ção tão terrível que lhes tornasse impossível escapar ao sofrimento perpétuo. Amados, o sim-
ples fato de que a Vida é tão amorosamente concedida ao homem, revela a misericórdia de
126

Deus em dar aos Seus Filhos a oportunidade de alcançarem o seu lugar legítimo de felicidade
eterna.

O fato de milhões terem durante muitas encarnações vivido no erro, somente por miseri-
córdia de Deus, para que pudessem dispor de repetidas oportunidades de ser ensinados por
Deus e de retornar ao aprisco da Verdade absoluta, parece provar também que o Pai, que é
capaz de deixar as noventa e nove ovelhas para encontrar a que se perdeu, ao retornar nunca
abandonaria o resto do rebanho. Assim, sabei, abençoados, que a reencarnação é um fato.
Ela é a misericórdia de Deus manifestada, que acaba por dar a todos a certeza de poderem
escapar de todo o registro de pecado e de erro.

Não é suficiente vos cansardes da superficialidade; é preciso desenvolver o gosto pela


realidade do céu! Vivestes durante muito tempo na vaidade humana e na aflição dos vossos
espíritos. Embora tivésseis mantido um sentimento de conflito, para Deus a vossa vida é uma
vida de esperança; sim, porque Ele colocou em toda a criação, inclusive em vós mesmos, a
energia e consciência do Seu ser.

Estou, portanto, confiante em que a paciência vos mostrará como subir graciosamente,
sem retroceder.

Amados, revelo-vos agora um mistério. Falou-se de Deus como sendo um fogo consu-
midor, e Ele o é de fato. O fogo sagrado é o ser de Deus. As chamas de Deus são todas as
chamas de liberdade; sim, porque Deus é a Verdade, e o poder da Verdade liberta a todos por
meio do batismo pelo fogo do Espírito Santo. Por isso, criancinhas, não temei qualquer doutrina
construída pelos homens que fazem crer que Deus deseja algo que não seja o melhor para
vós. Ele não deseja ver-vos sofrer perpetuamente nem “para todo sempre”, mas anseia ver-vos
tornar-vos perfeitos e íntegros n’Ele.

O lago do fogo mencionado nos escritos do amado João, dentro do qual são lançados
“os medrosos, os incrédulos, os abomináveis, os homicidas, os adúlteros, os feiticeiros, os idó-
latras e todos os mentirosos”, é um lugar de transmutação e mudança onde o fogo sagrado
perpetuamente autogerado e todo-consumidor, que encarna em si mesmo as qualidades da
Mestria Divina, liberta toda Vida da dolorosa lembrança do pecador e da causa, efeito, registro
127

e lembrança do pecado. O pecado é temporal e sem dignidade. Deus é eterno e cheio de gra-
ça.

Lembrai-vos de que o meu amado apóstolo João declarou no Apocalipse recebido em


Patmos que o mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o inferno foram lançados no
lago do fogo __que arde para todo o sempre.

Primeiramente, deixai-me explicar que o mar que devolveu os mortos é o plano astral, a
oitava de vibração mais baixa do planeta Terra, conhecida pelo nome de Geena ou Hades. As
pessoas cujo abuso do livre-arbítrio pela corrupção de energia divina resultou num carma ex-
cepcionalmente pesado recebem as suas lições (ao terminarem a vida terrena e antes de reen-
carnarem) naquele nível da escola terrena. Aí, de acordo com a misericordiosa lei do carma, é-
lhes dado experimentar os efeitos do mal, ou dos “pecados”, que cometeram, para que possam
arrepender-se dos seus maus atos no ciclo seguinte de oportunidades proporcionado pela re-
encarnação.

Foi a aflição do homem rico que clamou pedindo misericórdia ao “Mestre Ascenso”
Abraão, o qual, do nível superior de vibração e consciência conhecido como o plano etérico
(chamado de paraíso __ que é realmente, quando comparado com todas as outras oitavas da
terra) o instruía sobre a Lei, preparando-o para a encarnação seguinte da sua alma.

O “grande abismo estabelecido” entre estas duas oitavas, proibindo qualquer intercâm-
bio entre Lázaro e o homem rico, é o isolamento do lugar onde habita o mal, circunscrevendo
os desobedientes às causas que puseram em movimento a fim de que possam aprender, pela
vivência direta dos efeitos dos seus atos, o sofrimento que causaram à Vida __ isto nunca, re-
parai bem, com o fim de castigar, mas sim de ensinar e inculcar o desejo de amar e de ser
amado. Assim, o próprio carma torna-se seu instrutor (pois não escutariam a mais ninguém)
para que possam compadecer-se e transformar a perdição em bênção na sua vida ( encarna-
ção física) seguinte.

A recusa por parte de Abraão ao pedido de misericórdia do homem rico ensina que as
dívidas contraídas na oitava física têm que ser pagas ali. A reencarnação, torna-se, portanto, a
sua única esperança de salvação __ isto é, de autoelevação aos planos mais elevados da
consciência. Ele a alcança aceitando a senda do perdão, da transmutação e do amor, pratica-
128

das diariamente ao assumir a sua responsabilidade pelos erros e más ações do passado __
nascido de novo para apreciar o céu azul, as estrelas da noite e a verdejante Mãe-Terra, que
fica feliz em acolher o seu filho pródigo com novas vestes de oportunidade.

Assim, quem é enviado ao plano astral não pode passar com êxito dessa escola até que
a lição requerida tenha sido aprendida e que o carma (as dívidas contraídas) esteja saldado.
Até mesmo em encarnações seguintes, essas pessoas carregarão o fardo físico do plano astral
até que decidam aproveitar a maravilhosa oportunidade de lançarem os seus pecados e o sen-
timento de pecado no lago de fogo violeta.

Embora Deus perdoe o pecado, o homem tem que fazer uso do Espírito do perdão.
Além de perdoar a si mesmo e a todos aqueles a quem fez mal ou que o maltrataram, deve
ainda ir e não pecar mais e fazer boas obras de misericórdia até que a Lei esteja cumprida e
estarem curados todos os que foram anteriormente afligidos pela sua negligência ou maldade.
Esta é a verdadeira alegria do contínuo processo da re-criação pessoal à imagem do Cristo.

Esta assunção da responsabilidade perante a Lei, juntamente com o fogo violeta, permi-
te, a todos os que o desejam, escapar à falsa doutrina do eterno tormento __”eterno” somente
no sentido em que o peso do carma parece não ter fim até ser consumido pelo fogo sagrado.
As lições da Vida, imparciais para com todos, decretam que o indivíduo tem que empenhar-se
conscientemente neste processo para poder receber a promessa da transmutação de carma do
Senhor:

“Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como
a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã... Pois
lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”.

Estas dispensações são dadas aos filhos da Luz que se perderam na paga do pecado, e
que são reencontrados porque encontraram a si mesmos em Cristo (o melhor mediador) e acei-
taram a realidade da sua própria Presença do EU SOU.

O que é, então, a segunda morte, “reservada para o diabo e seus anjos” e para aqueles
cujo nome não está escrito no Livro da Vida? Também ela é misericórdia de Deus que liberta o
mundo da consciência do pecado.
129

Abençoados corações, está escrito na Epístola de Judas e nos livros do nosso Pai Eno-
que, bem como no meu Apocalipse dado a João, um registro sobre certos anjos “que não
guardaram o seu principado, mas deixaram sua própria habitação”.

Devido aos seus ímpios feitos, estes anjos caídos foram mandados encarnar fisicamente
por decreto de meu Pai __ para desse modo serem condenados pelas suas próprias palavras e
atos, que proferiram uma vez como blasfêmia nas oitavas superiores das quais foram expulsos,
e que continuam agora com o seu escárnio da Minha Palavra nestes últimos dias”.

Assim, os escarnecedores da minha Igreja andam segundo as suas ímpias concupis-


cências __ separando-se, “sensuais”, do meu Corpo Místico, “e não têm o Espírito”. Assim, es-
tá determinado que, até o Juízo Final, os que não se arrependerem nem quiserem arrepender-
se dos seus atos não podem receber o perdão __ isto porque quebram a sua taça, até mesmo
quando sou eu a oferecê-la diretamente da minha mão. Do mesmo modo, rejeitam o testemu-
nho vivo, não desejando a comunhão com os santos, mas somente a vingança, contra mim e
contra os meus.

Uma vez que desejaram não estar em Deus, roubando com subterfúgios a minha luz
aos inocentes para consumi-la nos seus deleites e só para prolongar os seus caminhos malig-
nos, a grande misericórdia da Lei cumpre o mandato da sua não-existência __da sua não-
identificação com Deus __ e o fogo sagrado cancela a consciência do pecado, incluindo a não
identidade daqueles que se identificaram completamente com eles. Isto é a segunda morte: a
anulação da oportunidade futura de arrependimento para os malignos que não desejam qual-
quer remissão do pecado nem qualquer reintegração com o Pai por meio do Filho ou do Espíri-
to Santo. A sua experiência com o livre-arbítrio falhou. Nem habitarão eternamente no reino de
Deus, nem sofrerão para todo o sempre no lago de fogo. O seu fim é rápido e suave, pois tam-
bém eles esgotaram o seu desejo de conflito. Têm cometido suicídio espiritual há éons, e se
não fosse a própria Vida misericordiosamente a “cortar o contato”, seriam eles próprios a fazê-
lo no final da sua espiral de evolução.

Tentai compreender, preciosos corações, que o Pai já forneceu a solução para o dilema
da incessante maldade dos anjos caídos. Assim, o lançamento da morte e do inferno no lago
de fogo, significa que é chegado o fim da consciência da morte e do inferno __ e todos os que
130

de livre vontade encarnam este estado, todos os que ocupam o nível vibratório mais baixo do
Hades, são julgados de acordo com o registro cármico das suas impiedosas obras de infâmia.

Quando são julgados e o plano que ocupam é lançado no lago de fogo, tanto eles como
a sua situação cármica são totalmente transmutados (eliminados) nos fogos sagrados. Aqueles
que “não estão escritos no Livro da Vida” são os mesmos que há muito tempo perderam (dei-
xaram apagar-se) a centelha divina devido ao seu abuso da Luz. Tornaram-se gente sem no-
me, não-entidades destituídas de identidade em Deus. A sua imagem (padrão anímico) perdida
__ perdida porque a abandonaram deliberadamente __ é também cancelada pelo fogo sagrado
de Alfa e Ômega.

Quando isto ocorrer, os mundos em todas as oitavas serão vistos como “um novo céu e
uma nova terra” e não haverá mais plano (mar) astral nem habitantes nesse plano, porque to-
dos terão feito a sua escolha e a idade de ouro tornar-se-á a realidade da Vida universal para
todos os que decidiram reinvindicá-la para si próprios. Falaremos nisto, amados, noutro capítu-
lo do trabalho que prosseguimos. Por agora, aceitai simplesmente que estas situações de mor-
te, desgosto, lágrimas e dor serão dissolvidas no divino fogo da Misericórdia viva!

Sim, pois declaro-vos neste dia que na perfeição de Deus, o mar das almas humanas
que me pertencem devolverão mesmo os seus mortos ao renunciarem à sua consciência de
morte. E essas almas despertadas expressarão a Vida eterna que deve ser descoberta no fogo
sagrado por todos os que aceitam essa oferta da transmutação divina em Amor. Declaro tam-
bém a grande verdade de que os próprios elementos de morte e inferno que contaminaram a
mente das minhas criancinhas são lançados no lago de fogo e transmutados para sempre, dei-
xando apenas a prístina perfeição da Mente de Deus como o padrão anímico verdadeiro e ori-
ginal dos filhos da Luz.

Todas as lembranças humanas inferiores são lançadas no lago de fogo violeta da me-
mória divina. Assim, as crianças de Deus que se tinham afastado do caminho arrependeram-se
e retornaram ao coração do Pai. Elas avançam em nome de Deus, no Seu sagrado nome, im-
buídas da misericórdia que a Vida oferece a todos os que procuram até terem encontrado .

Aceitai o meu esclarecimento e estudai estas lições com cuidado. Assim, também vós
ficareis livres de todo engano sobre o pecado, e livres igualmente do poder da discórdia, que
131

continua a ser gerada nas vossas “festas de amor” pelos anjos caídos. E, como filhos fiéis,
aplicar-vos-eis mais diligentemente para expressar as qualidades que nenhum ser, ascenso ou
não ascenso, pode expressar por vós ou em vez de vós.

Cada um de vós, individualmente vai ajudar os Mestres Ascensos a trazer ao Lar aque-
les que evoluem na terra, e tornar possível a paz de Deus entre os da semente de Cristo __
paz esta que, estou certo, acabará por envolver os meus filhos em luz, amor e beleza viva.

Que a consciência crística da Mente Eterna habitando em vós __ unindo-se à Luz crísti-
ca de todos os Mestres Ascensos e seres cósmicos __ expresse a plenitude de Deus agora e
para todo o sempre !

Eis que EU SOU a Ressurreição e a Vida da vossa completa aceitação da grande luz da
Divina Majestade interior

Jesus, o Cristo

PECADO

LIÇÃO 24 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

RESPONSABILIDADE

“Efetuai a Vossa Salvação”

Àqueles Que Se Identificam com Deus no Sentido Messiânico – O Santo Cristo Pes-
soal de cada indivíduo mantém o conceito imaculado e, por isso, livre de pecado, em prol da
alma – quer o seu eu exterior o deseje ou manifeste, quer não. O indivíduo pode receber uma
grande ajuda do Alto quando reconhece este fato.
132

A natureza divina nunca esteve, nem pode de modo algum estar, sujeita ao controle
humano pelo uso das energias discordantes. É verdade que a energia que o homem encami-
nha para ‘formas pensamento’ discordantes e, portanto, pecaminosas, procede originalmente
da fonte de poder divino; por isso, é a qualificação incorreta pela vontade humana que carrega
essa energia (altera sua vibração) de modo a manter uma pátina de impureza – desonrando a
própria forma e dando-lhe uma aparência tão diferente do seu estado anterior que a torna irre-
conhecível.

O Guardião dos Registros da vida de cada um relata automaticamente tais atos ao Con-
selho do Carma; pela mão destes, a Lei determina como e onde a conseqüência do seu carma
deverá proporcionar-lhe a melhor lição possível – por decreto divino. A observação de que a
justiça divina é lenta mas certa, foi posta em palavras por Longfellow: “Embora os moinhos de
Deus moam lentamente, trituram muito fino; embora Ele aguarde pacientemente, com exatidão
a tudo mói”1. Mas o caráter súbito da aplicação da Lei também é visto quando o moinho atua
com a rapidez de um mensageiro de Luz, acelerando a redenção das energias corrompidas pe-
los homens.

Eclesiastes descreveu a lei operacional do carma do seguinte modo:

Sei que tudo o que Deus faz, durará eternamente; nada se lhe deve

acrescentar, e nada se lhe deve tirar.

Isto faz Deus para que haja temor diante dele.

O que já foi, e o que há de ser também já foi,

e Deus pede conta do que passou.

Vi mais debaixo do sol: No lugar do juízo, impiedade;

e no lugar da justiça, impiedade ainda.

Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio,

pois há um tempo para todo intento e para toda obra2.

Os bravos, os vitoriosos, são sempre aqueles que mantém na consciência a idéia divina
– a imagem original de Deus desenhada para o homem perfeito, ou manifestação d’Ele mes-
133

mo. A Luz sem forma dirigida para a ‘forma pensamento’ de expressão criativa manifesta a
imagem alada da vitória pessoal de cada alma.

Esquecer Deus, que é somente o Bem, preferir o padrão imperfeito ao padrão perfeito
imaginado por este magnífico Bem, é permanecer numa rotina de caos e confusão, fruto de
uma mente sem princípios nem ordem. Manter a imagem de uma mente é manter um poderoso
magneto – verdadeiramente, o padrão interior da vontade divina que automaticamente expulsa
a imperfeição e atrai mais fermento Divino (a consciência crística) para o pão humano da exis-
tência egocêntrica, onde leveda todas as facetas da expressão3.

A conclusão deste processo será o estado sem mácula – que é o estado da cristicidade
– e o nutrimento daquele desígnio divino que faz vibrar o ser do homem com a medida inteira
da sua própria divindade.

Pouco depois, as realizações florescem, a recompensa de todos os empreendimentos


de Amor frutifica e o indivíduo compreende que o paraíso de Deus está vivo dentro do homem,
no altar central do seu ser. Não meras palavras, mas a essência da realidade eterna – “O reino
de Deus está dentro de vós”4 passa a ser a lei e a chave para a realização da perfeição da Vi-
da.

A manifestação crística de cada filho de Deus é tão gloriosa que todos os esforços para
que seja alcançada, por mais longos e árduos que sejam, são considerados como “valendo a
pena!” quando o indivíduo contempla, face a face, a magnífica efusão da radiação vivente do
Cristo.

Se continuar a permitir que o pecado exerça domínio sobre si mesmo, o homem tem de
permanecer no reino da ilusão e na teimosa separação da sua identificação com a Presença
Divina. O sentido carnal da personalidade fabricada, separada de Deus 5, é ele próprio ilusó-
rio e nunca pode satisfazer os verdadeiros anseios da alma; assim, ele é vago, nebuloso e au-
todestruidor.

A continuidade espiritual é a porção imortal do indivíduo que entra no reino sem pecado
ao aceitar o domínio do seu Santo Cristo Pessoal como sendo o centro de todo o ser e existên-
cia. O bebezinho de Belém expande rapidamente a sua luz, e o seu corpo infantil cresce até a
grandeza indescritível do Cristo vivente. O êxito divino que o acompanha, que se manifesta
como o poder de curar, a sabedoria de curar e o amor de curar (de acordo com a intenção
134

cármica e divina), torna esse indivíduo uma figura dominante na cena mundial, quer seja ou
não reconhecido pelos homens.

Na realidade, o Cristo sem pecado vem até o portal do ser de cada um para manifestar o
serviço sem limite do Amor. A semente divina, representada pelo Cristo de cada um, tem de
esmagar completamente o intelecto meramente humano da cabeça da serpente6.

Quando, de livre vontade, a alma permite esta substituição do anticristo pelo Cristo no
seio da consciência, a figura do Jesus histórico torna-se pessoalmente relevante como arquéti-
po do Messias (o libertador, o ungido) que é o Santo Cristo Pessoal de cada indivíduo. Todo
aquele que foi identificado com a manifestação física de Deus no sentido adêmico torna-se
agora completamente identificado com Deus no sentido messiânico.

A expiação vicária, no sentido de salvação obtida por meio deste Enviado, é compreen-
dida como sendo o ideal universal que deve ser realizado todos os dias na senda contínua da
cristicidade pessoal. Todos os discípulos contribuem para esta redenção sempre que ampliam
a Luz que brilha como a unidade divina dos amados de Cristo, iluminando o Caminho na obs-
curidade temporária das trevas humanas que promovem a divisão.

A estrela do Oriente é a Luz da Presença do EU SOU interior que conduz cada alma ao
estado em que, em amorosa adoração, ela é capaz de ser humilde como manifestação indivi-
dual de Deus e de ver o Messias universal em natividade eterna e viva dentro de si mesma e
dos outros. Esta Luz lança os seus raios através do tempo e do espaço para enaltecer cada
homem, mulher e criança para além das estações da cruz, até o estado celestial, em que toda
a escória e opacidade da natureza humana são transmutadas no êxtase da ascensão.

No plano do Pai não existem favoritismos, não sendo possível escapar às responsabili-
dades; pelo contrário, a Sua plena medida de graça ilumina e eleva cada aspirante à sua plena
Filiação, apagando todos os desgostos e trevas, todas as nefastas influências de pecados ocul-
tos.

Verdadeiramente, a Sua graça é o pleno poder de Deus para a salvação de todos os


que acreditam na justiça divina em perfeito equilíbrio, e decidem aderir ao amor da sua Pre-
sença Divina sem falha, até terem conseguido a liberdade completa e final.
135

Isto é trabalhar para vossa própria salvação, não com medo e tremor7, mas sim pelo
caminho imortal da Sabedoria!

SOU o vosso mentor cósmico,

Kuthumi

DISCIPULADO

Discípulo. [do lat.discipulu] S.m.

1. Aquele que recebe ensino de alguém.

2.Aquele que aprende

3.Aquele que aprende ou estuda qualquer disciplina; aluno.

4.Aquele que segue as idéias ou doutrinas de outrem.

Discipulado. [Do lat.discipulatu] S.m.

1. Estado ou condição de discípulo.

2.Conjunto de alunos de uma escola

3. Aprendizado, tirocínio.
136

DISCIPULADO

LIÇÃO 25 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

REQUISITOS

“Eis-me Aqui, Envia-me a mim!”

Aos Guardiães das Verdades Eternas – Kuthumi e eu falaremos agora sobre discipu-
lado. Reis e príncipes podem viver em palácios de mármore e dormir bem protegidos durante
esta vida mortal, mas o verdadeiro discípulo vive não só para ser protegido, mas para proteger
as verdades eternas do Pai celeste de qualquer profanação.

Que as palavras: “Vigiai e orai!”1 sejam lembradas hoje – pois o perigo sob a forma de
carma, individual ou mundial, ainda espreita a Terra e aqui permanecerá até que a vitória final
seja alcançada. Com o serviço diário à Luz, muito é transmutado e o serviço a Deus prospera.
Servir a causa da liberdade por amor a Deus e à humanidade é a meta definitiva de muitas
pessoas sinceras, mas poucos realizam o verdadeiro discipulado.

Nosso propósito nesta série de instruções da Universidade do Espírito sobre o discipu-


lado é ajudar os que desejam aprender a ensinar aos homens o Caminho, e desta forma alcan-
çar maior iluminação e novas formas de servir na sua missão pessoal. Desejamos trazer o bri-
lho da iluminação divina às páginas sagradas das vidas dos devotos para que o pão concedido
pelos céus 2 seja o Verbo vivente na Terra.

Primeiro, o candidato a discípulo aprende a esquecer de dar importância à sua persona-


lidade e aprende a lembrar-se de que Deus o estima muito. Que grande desperdício é a dissi-
pação diária de energia gasta na defesa do ego e das suas caracterizações fantasiosas. O
amado Saint Germain disse, em sua encarnação como Francis Bacon: “O mundo inteiro é um
palco, todos os homens e mulheres não passam de atores. Tem suas entradas e saídas e um
homem em seu tempo representa muitos papéis.”3

Lembrai-vos das palavras de Marta a respeito de Maria: “Maria escolheu a boa parte” 4 –
e que os meus discípulos atuais aprendam também a escolher a boa parte no palco da vida,
para que a representem bem. Dedicai-vos a expressar ideais mais nobres em caracterizações
137

mais divinas, seguindo desta forma a senda que leva à Vida vitoriosa – a vossa ascensão na
Luz, alcançada com a vitória sobre todas as manifestações discordantes na estrada de Emaús
do discipulado dedicado 5.

É compreensível que, para a pessoa acostumada à vida comum, a estrada do discipula-


do que leva à cristicidade pessoal pareça no começo estranha ou difícil. Aqueles cujos cora-
ções arderam com o desejo pela proximidade com Deus acharão a senda menos difícil e cer-
tamente menos trabalhosa do que a larga senda do materialismo. Se forem constantes, garan-
to que receberão um prêmio incomparável ao final da jornada.

A minha afirmativa:”Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da bo-
ca de Deus”6, precisa ser aplicada para a compreensão das leis de Deus ao viverdes como um
filho de Deus. Viver segundo padrões materiais, mesmo que elevados, não pode de maneira
alguma ligar os nossos discípulos à puríssima vibração da compaixão espiritual que, de tal for-
ma reverencia a Palavra de Deus, que cada momento é percebido como uma oportunidade de
declarar-se um exemplo vivo – uma revelação viva de Jesus, interpretando Deus para a huma-
nidade, não por meio das idéias terrenas vãs nem da imponência da prosa elaborada, mas ex-
pressando com sucesso, aqui e agora, a encarnação divina.

O conceito do ser humano como filho de Deus e como uma manifestação divina faz par-
te do chamado mais elevado concedido a todas as almas que veem ao mundo – mas poucas
descobriram este chamado 7. Por ele, cada discípulo deve considerar-se merecedor de Deus
para que possa ancorar-se na Grande Lei que, então, caminhará na Terra por meio dele, na
pura Pessoa do seu amado Cristo Pessoal. Ao compreender que o ser humano criado à ima-
gem de Deus não é uma criatura pecadora mas um ser divino, ele será capaz de perceber o
Corpo do Senhor.

As palavras que eu disse a Pedro: “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes [a
rede cheia de peixes grandes] ?”8 destinava-se a ensinar aos meus apóstolos, e aos muitos ou-
tros discípulos que seguiriam os seus passos, que aprender a amar a Deus acima e tudo é um
pré-requisito para o discipulado.

Resumindo as condições citadas anteriormente: deixai de lado o desejo de autoengran-


decimento e cultivai o modelo que permitirá à vossa Divina Presença exaltar-vos na hora apro-
priada. Evitai desperdiçar a vossa energia na autodefesa estéril; ao contrário disso, entregai a
138

vossa proteção total aos grandes mestres e seres cósmicos, enquanto exercitai o bom senso
ao caminhardes corajosamente pela senda da sabedoria frente à humanidade.

Escolhei a melhor parte – o coração ardente do buscador. Aprendei a viver para expres-
sar a palavra de Deus todos os dias discernindo o Seu Corpo (o Espírito da graça e da glória)
e, então, segui este amor aonde quer que ele vos leve, sabendo que não fostes criados para
servir à matéria mas ao pão vivo que veio do céu, que é o Verbo encarnado em vós, testemu-
nhando a vossa origem espiritual como filho de Deus.

Existem incontáveis pessoas dedicadas que, com freqüência, ocupam a sua energia sob
premissas erradas. Muitos acreditam que, se seus motivos forem bons, alcançarão - mesmo
que seus preceitos sejam declaradamente errados. Que eles possam ser lembrados das pala-
vras de São Paulo que, bem depois da sua iluminação por mim na estrada de Damasco9, de-
clarou: “O fogo provará qual seja a obra de cada um ...Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
perda; o tal será salvo, todavia como pelo fogo” 10. Portanto, em seu ensinamento sobre o car-
ma11, Paulo também percebeu a grande necessidade do refinamento permanente da compre-
ensão espiritual da pessoa como a base sólida para a doutrina correta e obras dignas de mérito
divino – mesmo depois do encontro direto com a minha Presença.

Abençoados, bons motivos são melhores do que maus motivos, é claro; mas a ação pu-
rificadora do fogo sagrado deve e precisa preservar as qualidades do Bem (semelhantes a
Deus) e restabelecer (transmutar) tudo o mais à sua perfeição original, fazendo com que as
correntes retornem à Fonte Divina de onde vieram.

Ao buscardes a responsabilidade do servo ministrante, que vem com o discipulado


avançado, deveis estar cientes de que a energia abusada pelo livre-arbítrio humano e expressa
em discórdia é uma perda permanente para aquela corrente de vida; se ela houvesse sido qua-
lificada de forma correta, poderia ser contada como um registro de boas obras no depósito do
corpo causal. Uma vez que a energia foi mal qualificada, ela retorna a Deus sem o selo da qua-
lificação pessoal positiva – uma oportunidade perdida para expandir o reino de Deus e, de for-
ma correspondente, a Sua consciência dentro de si mesmo.

A Verdade e o Amor existem para sempre; portanto, o que quer que construís que não
seja sobre a rocha da Verdade Crística12 será totalmente apagado pela torrente do Amor Divi-
no, que leva de volta à Origem a energia que precisa de purificação. Os momentuns impuros
139

da consciência humana não podem mover a rocha da Divindade, contra a qual “as portas do
inferno não prevalecerão!”13.

Em verdade vos digo, as minhas palavras não passarão14, e cada discípulo que se anco-
rar ao coração da Palavra da eterna Verdade de Deus viverá também para sempre.

Percebeis, abençoados corações, que o verdadeiro discipulado nunca pode ser falsifica-
do? Ele precisa aprofundar-se15 para além da mente superficial e reter qualidades sólidas no
núcleo do ser. Nunca podereis enganar o vosso Eu Verdadeiro, e o discípulo genuíno nunca
tentará fazê-lo. Disso podeis estar certos – que discípulos ainda nascem, são criados e deles
se pede com urgência nesta hora que transmitam a minha palavra, radiação e poder do fogo
sagrado às crianças de Deus.

O céu não vos desprezará! Lembrai-vos da minha parábola da ovelha perdida16. Que es-
ta oportunidade de discipulado – aprender a ensinar aos homens o Caminho – seja considera-
da como a oportunidade mais elevada e nobre, exaltando cada faceta da consciência de Deus
no vosso ser. Não é impraticável ser discípulo dos grandes mestres, um estudante das discipli-
nas da Grande Fraternidade Branca. Na verdade, todos os chamados menores devem empali-
decer quando comparados à Verdade do Chamado do vosso Cristo.

Aos que dentre vós desejarem ser meus discípulos hoje, digo-vos, que estas palavras
dos nossos corações deem início a um ressurgimento das vossas aspirações espirituais. Sabei
que, para Deus, todas as coisas são possíveis e que podeis e deveis ser chamados daquilo
que sois na realidade – Filhos do Altíssimo.

Inicialmente, deveis estabelecer um sentimento abençoado de realidade e tangibilidade


das bênçãos que podeis alcançar e conceder aos outros, como um verdadeiro discípulo da
grande Fraternidade de Luz de Deus. Que vossos corações sejam humildes e destemidos, de-
sejosos de perceber os vossos erros, para corrigi-los, e as vossas virtudes para expressar gra-
tidão por elas. Então, tenho a certeza de que vereis a densidade da consciência humana dar
lugar ao refinamento dos valores eternos dentro de vós – e, conforme a vossa visão tomar a
perspectiva celeste, a realidade do reino vos envolverá como um manto de poder.

O discípulo é aquele que é disciplinado e cujo caminho é paralelo ao meu. A cada um


deles chamo amorosamente de irmão e irmã. Bem-vindos à família dos que conscientemente
140

se entregam à Vontade e ao Propósito eternos, dizendo com Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a
mim!” 17

Que a luz do céu derrame a sua realidade fulgurante sobre toda a Terra por meio de
vós, abençoando diariamente desta forma cada coração.

Amorosamente ofereço o manto da minha perfeição crística às almas tão amadas por
Deus como a minha.

EU SOU o vosso irmão da Chama da Ressurreição e vosso Instrutor Mundial –

Jesus, o Cristo

DISCIPULADO

LIÇÃO 26 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

CONSAGRAÇÃO

“Eu vos Dei o Exemplo...”

Aos Discípulos Encarnados – Existe uma radiação divina envolvendo o verdadeiro


discípulo dos Mestres Ascensos, uma ação vibratória das mais sagradas. Deveríeis ter em
mente, amados, que todos na Terra tem esta radiação fluindo do corpo causal, e que ela é ado-
rável.

A diferença entre o discípulo e a pessoa comum está na consagração e na conservação.


O discípulo está consagrado à Poderosa Presença do EU SOU e aos grandes Mestres Ascen-
sos e dedica-se a conservar a energia crística pura, que recebe da divindade. Ele sabe que, se
guardar cada sentimento precioso de amor, cada memória preciosa dos momentos sagrados
em que o Divino se aproxima dele, um dia terá acumulado um maravilhoso momentum da pura
141

energia de Deus, que se revelará no momento exato em que precisar manifestar o Cristo cura-
dor.

Reporto-me aos anos passados, quando este ensinamento ainda não fazia parte dos te-
souros espirituais recebidos pelo discípulo. Lembro-me bem dos dias em que, como Francisco
de Assis, eu perambulava em meio à confusão e conflitos da comunidade em que vivia, sem
compreender de verdade os comandos delicados da Divindade que me chamava, para que eu
me colocasse à parte e servisse ao Cristo (Luz) no meu ser. De vez em quando, eu era assom-
brado pelo desespero – um sentimento ocasional de impotência do jovem pastor aprendendo a
tocar na flauta as primeiras notas e sentindo-se lamentavelmente inadequado.

O longo caminho percorrido, desde a primeira resposta que damos ao chamado do Al-
tíssimo até a consumação da mestria da encarnação da chama do Cristo, é uma saga que ar-
rebata a alma. Um exemplo maravilhoso é o do pequeno Samuel escutando a voz de Deus e
gritando em resposta: “Fala, pois o teu servo te ouve!”1

Ele hoje é o glorioso Mestre Ascenso que conheceis como o vosso amado Saint Ger-
main.

Seu grande amor pela liberdade está exemplificado na figura do “Tio Sam”, popularizado
como o espírito profético da América. Esta terra abençoada, que ele descobriu quando era
Cristóvão Colombo, tornou-se a grande morada dos seres livres, profetizada por ele quando
era Francis Bacon, no livro A Nova Atlântida.

Quem pode saber, a não ser o vosso Eu Divino, o que sereis um dia quando, pela vos-
sa resposta obediente à voz de Deus, seguirdes também as pegadas do Mestre de Aquário
que, há muito tempo, respondeu ao chamado do Ancião de Dias. O chamado da Poderosa
Presença do EU SOU é uma bênção semelhante à descida do Paracleto2 , e é a resposta amo-
rosa que dais ao chamado de Deus que vos revestirá da plenitude do Espírito Santo. Esta in-
vestitura da radiação de Deus é para ser usada na realização do plano divino, e não para ser
consumida pela vaidade humana!

O discipulado, prelúdio precioso da ascensão! – como tornarei popular aquilo que ainda
é uma jornada longa e solitária, entre as rochas e gretas dos cumes mais elevados? O amado
Mestre Ling, na sua encarnação como Moisés, lutou com a sua alma nas alturas do monte Ho-
142

reb, a montanha sagrada; da mesma forma, todas as correntes de vida devem vencer a luta
contra as ilusões temporárias dos sentidos.

Seria muito mais simples, para alcançardes a liberdade e a vitória como discípulos dos
Mestres Ascensos, se buscásseis as graças espirituais com a mesma facilidade com que esco-
lheis os favores terrenos. É por falta de visão que o povo perece3, e é por falta de visão espiri-
tual que o discípulo sofre durante o discipulado.

Sabeis e acreditais que não existe separação em Deus e que, devido aos conflitos mor-
tais e aos sentidos espirituais cegos, a maioria dos chelas não é capaz de perceber totalmente
a graça celestial que sempre os envolve quando os Mestres Ascensos os estão abençoando.
Se fossem, visto que as bênçãos estão sempre sendo concedidas, nunca sentiriam nada além
da beleza e do amor de Deus fluindo através deles como um oceano de misericórdia cósmica;
e a sua imagem crística de imortalidade os aceleraria rapidamente acima de qualquer estratifi-
cação menos que divina.

A essência de uma das minhas orações, muito conhecida atualmente e usada por um
dos nossos discípulos modernos, contém a frase: “Ó Mestre Divino, fazei com que eu procure
mais compreender que ser compreendido” 4. Defino, portanto, a senda do discipulado como a
da gratidão pela oportunidade divina de amorosamente procurar compreender os outros, fa-
zendo-os felizes por primeiro compreender suas lutas e depois por expressar-lhes compaixão,
oferecendo orações e chamados a Deus em prol deles.

Ponderai, meus queridos, como esta qualidade de servo ministrante é crística. Procurai
compreender porque a expressão do cuidado amoroso pelo outro é essencial para o amadure-
cimento da alma e o desenvolvimento do chakra do coração do discípulo. “Em verdade vos di-
go que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” 5.

A graça de Deus é suficiente para todos 6. A vossa compreensão desta realidade ajudar-
vos-á a vencer a apatia que possais sentir em relação a certos tipos de manifestação discor-
dante que possam apresentar-se a vós. Purificar os leprosos espirituais, cobertos pela densi-
dade e sentimento materialistas e chamá-los irmãos faz parte do serviço de um Cristo 7. É ne-
cessário que tenhais sempre em mente que a meta principal do discípulo é tomar sobre si as
disciplinas do Cristo, para que ele possa ser aquele que carrega os fardos da humanidade (o
fardo cármico) 8 e ser o mensageiro da ação vibratória do amor e da luz de Deus.
143

Ao meditardes na aura luminosa de um santo, dos Mestres Ascensos ou dos seres cós-
micos e vizualizardes aquela luz em torno de vós de forma concentrada e focalizada, atraireis
para vós a intensidade da radiação crística, armazenada no corpo causal. Como a mais fina
prata, a vossa radiação pode parecer inicialmente embaçada por dúvidas ou medos cármicos,
até que a fé alcance o polimento brilhante dos gestos que expressam as obras de amor 9. Pois
o amor perfeito em ação expulsa (transmuta) todo o medo e dúvida.

Nem todas as obras de amor são dadas a conhecer a todos; algumas permanecem
completamente desconhecidas, mas mantidas na pureza da aura do discípulo abençoado. É
prerrogativa dos especialistas cósmicos avaliar, sob a luz de seu conhecimento puro, o grau de
devoção do discípulo por meio do registro da vida e da leitura áurica, verdadeira e exata.

Que os discípulos percebam que cada resposta dada ao chamado do Amor Divino –
chamado trazido por anjo, homem ou animal – quando respondido de forma amorosa e sincera,
só pode aumentar o poder daquele ser querido de prestar um serviço melhor. Assim, o reino (a
consciência de Deus) expande-se com os atos de graça.

Os atos de graça são as obras dos discípulos. Eles sempre intensificam a Presença do
EU SOU do Amor para o discípulo e são, certamente, transmutadores de carma. É, certamente,
prerrogativa (questionável) do livre-arbítrio de cada um evitar expressar a compaixão de Deus
quando a ocasião se apresenta.

Abençoados, talvez vos passe despercebido as oportunidades que a Vida oferece regu-
larmente para expressardes a vossa luz, amor e graça. A contagem final no placar da Vida re-
vela que os vencedores são as almas amorosas que nunca perderam uma oportunidade ofere-
cida pela Vida!

O amado Jesus, quando encarnado como José (filho de Jacó e Raquel), era considera-
do um sonhador pelos seus irmãos 10; entretanto, nesta vida, ele foi capaz de ajudar o faraó a
governar um império!11. A taça colocada na sacola do irmão12 simboliza aquela que, mais tar-
de, ele ofereceria aos filhos de Jacó reencarnados, quando convidou-os para a sua verdadeira
vocação de “pescadores de homens”13.

Durante a Última Ceia, eles beberam daquela taça no sentido real e espiritual. Testemu-
nharam novamente o Amor que havia cativado o “sonhador”. Viram com os seus olhos o irmão,
renascido para a sua verdadeira Filiação, demonstrar a vitória do EU SOU O QUE EU SOU so-
144

bre o mundo e sobre a própria morte. Testemunharam a sua ressurreição e ascensão, realiza-
das pelo mesmo poder que havia dado a substância de vida ao povo durante os sete anos de
fome no Egito 14. Como é maravilhosa a vida crística tecendo a veste inconsútil da imortalidade
através dos séculos de encarnações da alma!.

Viver como discípulo é a única forma de assegurarmos a mestria espiritual. A Grande Lei
Cósmica não pode ser burlada por ninguém, e nunca desapontará os que nela confiam. Ema-
ranhados de estresse e tensão são tecidos unicamente com a substância de vida de cada um,
trazida à forma, inicialmente, como pura energia de Deus, mas que, lamentavelmente, torna-se
acizentada e endurecida pelo mal dos chakras deprimidos (côncavos).

É esta mesma energia que, quando mal qualificada pela humanidade, forma o emara-
nhado astral aprisionante do carma no qual as pessoas se enredam e que cria as espirais des-
cendentes de erro humano, das quais precisam ser libertados pelo Ser Crístico.

Deveis considerar a possibilidade de viver uma vida exemplar perante os irmãos e irmãs
de Luz em vossas várias atividades. A acuidade humana na avaliação da sinceridade do pró-
ximo pode ser legitimamente questionada, mas quem pode questionar um exemplo perfeito?
As pessoas observam a vida dos discípulos, e isto vos dá a oportunidade de ser um exemplo
vivo do amor dos Mestres Ascensos em ação.

Povo abençoado, embora Deus, “não levando em conta”15, em muitos casos, os erros
humanos cometidos por corações sinceros, elevou alguns deles até a ascensão, porque por lei
cósmica tinham merecimento, desejo enfatizar que estas não são exatamente as almas que
desejamos que inspirem as massas confusas e exaustas, que buscam emular aquele a quem,
com justiça, possam idealizar como o Cristo.

Tenho outras ovelhas que não pertencem a este rebanho: devo trazê-las também, e elas
ouvirão a minha voz por meio dos meus; e pelo exemplo dado pelos meus discípulos haverá
um só rebanho e um só Pastor – o Cristo universal que é o Eu Verdadeiro de todos os filhos de
Deus. 16

Agora, de meditardes por algum tempo sobre este assunto, percebereis que a Poderosa
Presença do EU SOU é capaz de atender aos vossos pedidos, feitos com o propósito de obe-
decer ao meu chamado e ao meu ensinamento. Não importa quantos erros tenhais cometido
145

no passado, a Presença aguarda de braços abertos o momento em que o coração faminto se


elevará até ela e exigirá o cálice da perfeição.

A Vida que será derramada neste cálice do ser será eterna, e a ilustre natureza do Eu
Divino resplandecerá como o sol que ilumina a cidade colocada sobre a montanha do discipu-
lado (uma pirâmide de mestria espiritual) que não pode ser ocultada!17. Finalmente, a senda do
discipulado apresenta ao mundo e aos Mestres Ascensos mais um candidato às glórias da as-
censão sagrada à infalível Luz de Deus.

Uma nuvem de glória recebeu o Cristo, o amado Jesus, e levou-o para longe da visão
humana, mas, como sabem os seres ascensos, “esse Jesus que dentre vós foi recebido em
cima no céu, há de vir, assim como para o céu o vistes ir”18.

Buscai, então, a aparição gloriosa do Cristo no vosso ser. Ele, como o Santo Cristo Pes-
soal, vos guiará para toda a Verdade. Como o Instrutor eterno, o Santo Cristo Pessoal vos gui-
ará continuamente no caminho do discipulado.

EU SOU vosso amigo e instrutor cósmico,

Kuthumi

DISCIPULADO

LIÇÃO 27 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

VISÃO

“Para aqueles que ... tem as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem
como o mal”
146

Aos Discípulos Divinamente Vitoriosos que Buscam a Visão Eternamente Perfeita


da Beleza e do Amor do Mestre – Espera-se que o discípulo que busca emular o Mestre1 as-
simile o sentimento intenso de união com a sua Grande Fonte Divina. “O Pai está em mim e eu
nele”2 foi a afirmação que usei com freqüência para ancorar a verdade do ser verdadeiro no
meu mundo de pensamento e sentimento. Bênçãos ilimitadas fluirão para todos os que usarem
esta afirmação fielmente como um decreto divino (mantra) e reconhecerem este conceito
abençoado da sua união cósmica com Deus.

Sejam quais forem as aparências, abençoados, ao afirmardes a vossa sintonia ilimitada


com Deus, sereis capazes de elevar-vos acima delas! É necessário que saibais que, só de
pensardes em Deus, criais um vínculo tangível unindo o mundo do vosso discipulado direta-
mente ao Pai de todos.

O intelectualismo, o orgulho pessoal e dos feitos realizados são impedimentos ao de-


senvolvimento da consciência crística amorosa, que pode ser desenvolvida pela compreensão
de que é Deus em vós agindo permanentemente por vós que realiza o benefício máximo e ex-
pressa a totalidade (o ser) de Sua natureza.

Vossos sentidos físicos não podem ser profanados pela idéia que entreteis de que, por
serem físicos e ‘externos’ por natureza, eles serão necessariamente sensuais. Estas idéias ob-
soletas servem somente para dar poder ao mal! Pelo contrário, os vossos sentidos, como ins-
trumentos da vossa natureza crística, tem o poder inerente de discernir entre o Bem e o Mal e,
desta forma, de proteger-vos com o conhecimento antecipado das armadilhas do ‘Maligno”3.
Este discernimento serve como uma proteção para a vossa visão de Deus como o Bem Absolu-
to, para que não seja maculada.

Declaro que, para beber da taça do discipulado, deveis estar sempre conscientes de que
todas as coisas que vem do Alto (da vossa Consciência Mais Elevada) são boas e puras, en-
quanto forem mantidas imaculadas como idéias ou cálices divinos4. Por isso, os instrumentos
da visão, audição, olfato, paladar e tato são santificados quando usados para deliciar-vos com
a Grande Lei Cósmica.

Pelo poder da Verdade, afirmai que a vossa visão perfeita é a visão de Deus, uma ativi-
dade da Lei sem forma, expressando a perfeição geométrica daquela Lei em impecável forma
– e treinai-vos para distinguir o que não faz parte daquela visão perfeita.
147

A voz de Deus, chamada de “voz calma e suave”5 e de “voz de muitas águas”6, deve ser
compreendida como a ação vibratória da Grande Lei que pode ser escutada pelo discípulo (que
esteja sintonizado com o Eu interior) como o Verbo vivente de Deus. O sabor do néctar divino
é a doçura da Lei do Senhor, na qual o ser sincero de qualquer raça ou credo se deleita cons-
cientemente 7.

As orações dos santos foram chamadas de doce incenso ao Senhor pelo meu amado
discípulo João no Apocalipse8. Estou certo de que estas orações assemelham-se aos chama-
dos dos discípulos sinceros do presente pela manifestação do aperfeiçoamento pessoal e do
mundo.

A pureza de coração cria um veículo pelo qual a radiação do amor divino manifesta-se
como um perfume de flores ao eu exterior e como uma bênção ao homem interior. Vossos sen-
timentos, seres abençoados, especialmente o sentido do tato, são a vossa forma de comunica-
ção com a densidade exterior da Matéria, preparando-vos para o contato com a intensidade do
Espírito.

É necessário que seja sempre compreendido que toda substância é divina e possui um
núcleo de luz pura. Esse fato vos possibilitará abençoar tudo o que tocardes com a radiação
divina que resplandece na vossa chama do coração que se desenvolve. A percepção de que já
possuís sentidos espirituais que se manifestam por meio dos sentidos físicos é a chave para
elevardes os sentidos físicos às funções que lhes foram destinadas.

A noção de que os sentidos corpóreos da humanidade são, em si mesmos, malignos


precisa ser refutada; deveis colocar estes canais maravilhosos em uso adquirindo conhecimen-
to a respeito do ambiente e das circunstâncias cármicas da alma. Exaltai a visão, a audição, o
paladar, o olfato e o tato como adjuntos ao discipulado vitorioso!”’

Aos estudantes da Luz que transmitimos deveriam determinar-se a reconhecer a perfei-


ção das faculdades de percepção, seja qual for a sua aparência. A afirmativa “EU SOU a Res-
surreição e a Vida da minha visão, audição, tato, paladar e olfato perfeitos agora manifesta-
dos!” deveria ser repetida com freqüência, para elevar os sentidos à sua perfeição natural e
espiritual – mais afiada do que a espada de dois gumes perfurando as dimensões físicas.

A consciência purificada, quando usada em sua plenitude, é sempre eficiente na mu-


dança da idéia obscura de infelicidade, que induz ao erro, para a pura visão crística. Purificado,
148

o estudante observa a Grande Lei produzir a alegria eterna em seus membros9 sempre que es-
ta Lei é aplicada.

Fiz o comentário anterior para corrigir a idéia errada de que o mundo seja mau e de que
o corpo do homem seria desprezível, imperfeito ou impuro. A idéia de que uma pessoa, lugar
ou condição sejam inerentemente maus – quando considerada – pode, na realidade, gerar uma
manifestação de imperfeição. Somente ao reconhecer a perfeição da Fonte Divina os estudan-
tes da Luz podem externalizar o mundo perfeito do Pai – em si mesmos e nos outros.

Certos escritores cristãos primitivos foram muito mal interpretados e, em alguns casos -
embora fossem verdadeiros buscadores dotados de grandes bênçãos espirituais -, não apre-
enderam todos os princípios divinos tão claramente como deveriam. Eles continuaram a “ver
através de um vidro embaçado”, mas em encarnações posteriores e desde que fizeram a as-
censão, foram capazes de ver “face a face”10.

Naturalmente, quando um discípulo como este ascende e percebe consternado que é


responsável pela transmissão e mesmo codificação do erro em seus escritos e ensinamentos,
faz o que pode nos níveis interiores para corrigir os erros, procurando abrir o caminho para que
seus seguidores manifestem uma compreensão mais perfeita.

Infelizmente, muitos dos que foram influenciados pelos melhores homens e mulheres,
que deram exemplos tão dedicados que foram considerados quase infalíveis, ficaram presos
ao erro da doutrina. Por um sentimento de falsa lealdade aos santos e à Santa Igreja (pois a
verdadeira lealdade precisa ficar presa à Verdade à água da Vida – e não circunscrita pelo cá-
lice), estes estudantes não acompanharam o progresso espiritual de seus mestres. O único re-
curso do santo Ascenso para corrigir tais erros são os canais fora dos limites da ortodoxia.

Quando uma igreja ou uma religião do mundo não admite mais a revelação progressiva,
que na verdade continua a acontecer, ela bloqueia a interação direta entre o fiel e o fundador
ascenso. Os discípulos progressivos e de mente aberta precisam ser livres para perdoar os er-
ros cometidos pelos seus mestres, enquanto exaltam a Luz que estes mestres expressaram
quando encarnados, embora limitados pelas interpretações da Sagrada Escritura.

Um exemplo da grande perda gerada pela recusa do clero em seguir adiante com a Sa-
grada Verdade é a negação ou o silêncio absoluto sobre a doutrina da reencarnação e da pre-
149

existência da alma, ensinadas por mim, por meus discípulos e por Orígenes de Alexandria e
confirmadas muitas vezes pela experiência pessoal dos santos e de pessoas comuns.

Se discípulos encarnados de um Mestre Ascenso vivo não permitirem àquele Mestre


progredir além da mestria alcançada na conclusão da sua encarnação final, como pode o dis-
cípulo esperar progredir na Luz expansiva do cosmo! O progresso, como revelação progressi-
va, é a lei da evolução espiritual. Em cada nível alcançado, mesmo depois da ascensão, pano-
ramas de conhecimento abrem-se à alma, transcendendo o anterior. Parte deste conhecimento
poderá parecer contradizer a compreensão ou visão profética anteriormente alcançada por
aquela pessoa, assim como uma criança absorve novas verdades, deixando para trás a forma
de expressão obsoleta.

Recomendo, portanto, paciência com a Palavra, com seus expoentes e com vós mes-
mos. Meus discípulos através das eras fizeram o melhor que puderam no nível de percepção
em que se encontravam; e, quando avançaram na compreensão, transcendendo alguns véus e
conceitos aceitos anteriormente, alcançaram, neste novo nível que caminhavam montanha
acima junto com eles.

Por isto, não nos esquiveis do profeta no meio de vós, não o julgueis severamente de-
mais. Pois ele luta para melhorar, livrando-se completamente desta espiral mortal, se o permi-
tirdes. Daí a ele a liberdade de ser quem ele é – assim como Deus vos permite o mesmo – e,
ao fazê-lo, percebereis que a Grande Lei também vos impelirá a “subir mais para cima”!

Um dos motivos principais para ser um discípulo é a intenção de tornar-se como o Mes-
tre, que tem uma visão eternamente perfeita. A abençoada Divina Presença, o Santo Cristo
Pessoal e a perfeição dos Mestres Ascensos devem ser emuladas o tempo todo. A imitação de
idéias e exemplos humanos gerou muito aborrecimento, enquanto que emular os seres ascen-
sos tem o efeito oposto e deveria ser encorajada pelos buscadores sinceros.

Infelizmente, os candidatos a discípulo ficam, com frequência, tão envolvidos com a im-
portância que dão às suas próprias idéias que perdem de vista a perspectiva do plano do Pai –
que, afinal de contas, é só a organização das idéias de Deus ! Para serdes um discípulo genuí-
no, deveis lançar fora muitos conceitos velhos. Com freqüência, o caminho acaba sendo dife-
rente do que pensastes no princípio e, em certo momento, torna-se muito íngreme, como para
fazer-vos deixar totalmente para trás a parte humana.
150

Essa quebra dos padrões da identidade humana é assustadora para algumas pessoas
que não percebem que o contrato interior do discípulo com Deus inclui a renúncia às obras da
mente de massa, a ponto de nem mesmo se olhar para trás (ainda assim mantendo aquela
discriminação do coração que escolhe o certo e rejeita o errado).

Quando isto acontece antes que o céu esteja à vista, ou que a visão e a percepção espi-
rituais estejam em foco e abertas, às vezes (pelo menos na imaginação do estudante) este fica
mortificado pelo sentimento de aridez espiritual. A confusão e o desejo de fugir fizeram com
que alguns fossem “transformados em pilares de sal” por olharem continuamente para trás, pa-
ra sua forma humana de ver e viver, que foi rejeitada e renunciada.

Sugiro que percebais, nessa oitava imediata, a beleza e o amor de Deus manifestos.
Busqueis com diligência e vede quanta beleza natural percebereis à vossa volta todos os dias.
Atraí a perfeição divina que existe inerente em toda Vida com a qual entrais em contato e, des-
ta forma, magnificai o reino de Deus.

Considerai a página em branco de cada dia como o pergaminho de oportunidade para


expressardes a lei do discipulado. Estais, pela graça de Deus, tornando-vos mais como o Mes-
tre ao imitardes os seus atos.

Os Mestres Ascensos são exemplos de perfeição e vos convidam a ser como eles. Con-
sagrai-vos novamente, todos os dias, à senda da renovação da beleza nas pessoas, lugares,
condições e coisas. Determinai-vos a elevar a forma como vedes o mundo para acima do cam-
po de batalha entre o Bem e o Mal, para o,local da comunhão sagrada.

Abençoados, é verdade que a aceitação do mal criou aparições horrendas e assustado-


ras – mas, como discípulos, deveis ter muito cuidado para não amplificardes ainda mais as difi-
culdades humanas. Foi-vos dado a conhecer sobre os mistérios e recebestes o domínio cons-
trutivo sobre todas as manifestações imperfeitas pelo uso do amor misericordioso do fogo viole-
ta da liberdade em todas as condições em que considerais necessário.

Tenho certeza de que, quando captardes a visão interior do meu pensamento, ela fará
maravilhas e produzirá milagres de felicidade para vós. A minha missão é servir os meus ir-
mãos e irmãs continuamente, dando da minha energia para exaltar o mundo na pureza da as-
censão.
151

EU SOU o vosso irmão da Luz,

Jesus, o Cristo

DISCIPULADO
LIÇÃO 28 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

VONTADE
“E Desvendou-nos o Mistério da Sua Vontade”

Aos Filhos de Deus Ofereço a Taça da Identidade Divina – O amado Jesus


transmitiu-vos de forma significativa a nossa forma conjunta de pensar a respeito
das idéias humanas e divinas sobre a Vida. Recomendamos veementemente apa-
gardes as idéias erradas de que a Vida seja formidável ou austera, e sugerimos sua
substituição pelo conceito de que a Vida é uma maravilhosa oportunidade divina.
Abençoados, a Vida é cheia de esperança perfeita e amor glorioso e tem um
destino final que transcende todos os sonhos humanos. É essencial que todos os
discípulos verdadeiros alcancem a mestria nas formas de transmutação de todas
as manifestações exteriores que procuram corromper o princípio da Vida. A idéia de
que toda vida é uma manifestação de Deus precisa tornar-se permanente no cora-
ção de todos os discípulos.
O filho de Deus deve ser como seu Pai, adquirindo controle sobre os elemen-
tos naturais da Terra. Todos os elementos da matéria física, que os antigos alqui-
mistas categorizavam sob o gênero de fogo, ar, água e terra, estão sob a custódia
dos espíritos da Natureza, chamados elementais. As salamandras, as sílfides, as
ondinas e os gnomos obedecem a seus hierarcas, que direcionam as forças naturais
a servir o Pai e Seus filhos.
152

Desta forma, os elementais não tem direitos inerentes nem foi-lhes concedida
autoridade para governarem a si próprios. Agindo sob as ordens dos Elohim e das
Quatro Forças Cósmicas, por sua natureza também respondem a vários estímulos,
humanos e divinos. Quando sob o fardo imposto pela discórdia humana, os elemen-
tais agem como crianças mal humoradas, nem sempre obedecendo aos hierarcas
de seus respectivos domínios. Forças planetárias conflitantes, desarmonia entre
eles e fardo cármico planetário superior ao que são capazes de suportar geram ca-
taclismos naturais, que produzem um sofrimento incalculável à humanidade.
Não é necessário que isso aconteça. Para isso a amada Mestra Nada, Chohan
do Sexto Raio, pede em nome do amor e da devoção divinas que cada discípulo
sincero pondere sobre o exemplo do amado Jesus de controle sobre os elementos e
da obediência que Lhe foi prestada por eles1. Todos os chelas podem aprender a di-
rigir as forças da Natureza, conforme seja freqüente em suas vidas realizações es-
pirituais mais significativas.
Meus irmãos e irmãs – nunca é demais ressaltar a importância da paz e da
harmonia para o vosso controle divino, por meio do qual tereis acesso e controle
sobre todas as oitavas da vida natural. Assim, de todo o coração recomendo-vos,
aquietai as emoções tempestuosas, lançai a raiva, a revanche e o ódio para sempre
no fogo sagrado, e lutai a batalha do Espírito contra o ego orgulhoso, ambicioso e
terrivelmente sagaz. Para o sábio, uma só palavra é suficiente para alcançar a vitó-
ria.
Pelo fato de as idéias e conceitos serem tão importantes e o pensamento tão
poderoso, defendemos a idéia de que o discípulo deve imitar o Mestre prestando,
primeiro, total obediência ao seu Eu Divino. O verdadeiro discípulo age como uma
extensão da vontade divina, um braço da Presença do EU SOU, e comanda para
que a Vida possa obedecer à mesma vontade divina, que se tornou o fator de con-
trole consciente do seu mundo e vida. “Não se faça a minha vontade, mas a Tua”2 é
a oração permanente dos discípulos que desejam subjugar o vento e a maré dos
mares físico e astral.
Alguns pensam que a vontade de Deus é completamente oposta à vontade
humana, conceito que também faz parte da herança de erros humanos. Deus dese-
ja que o homem seja eternamente feliz e que viva aqui e agora usufruindo da
153

abundância3. O Pai deseja dar os melhores presentes ao filho amado e sabe que
qualquer experiência de privação vivida pelo esbanjador foi autoimposta pelos seus
pensamentos errôneos que, por lei cósmica, devem retornar a ele para remissão.
A vontade humana é, com freqüência, destrutiva, mas não sempre – pois em
muitas áreas a vontade humana já tornou-se de tal forma imbuída do sentimento
de justiça cósmica que as pessoas buscam ativamente a cooperação com Deus. Es-
sa unidade entre a vontade divina e a vontade humana acontece quando renunciais
à vontade carnal (e quando a submeteis), invocando o poder do Arcanjo Miguel pa-
ra atar a força que se opõe à vontade e pedindo a alquimia dos anjos da chama
violeta para abrir o caminho para que a alma expresse a pureza prístina da imagem
divina, que é a esperança do vosso mundo.
Peço vigorosamente que todos os discípulos levem à sério a responsabilidade
de serem exemplos do amor do Pai e de aceitarem as maravilhas de todos os dias
como segmentos de eternidade confiados à sua guarda e cuidado. Abençoados,
embelezar a Vida pelo uso correto dos talentos não é questão de aperfeiçoar o que
já é perfeito. Não temei fazer o vosso trabalho como Deus deseja. Aceitai os rigores
das condições cármicas como uma necessidade temporária e percebei que tendes
ao vosso alcance o poder da Luz para mudar todas as condições más na realização
vitoriosa do Cristo!
Muitos sentem-se frustrados com a doutrina religiosa e a interpretação das
escrituras, impostas pelos que acreditam sinceramente que estão fazendo a vonta-
de de Deus. Abençoados, chegou a hora da libertação destes prisioneiros cansados
(os cegos espirituais e seus cegos seguidores). “Em verdade, em verdade vos digo
que vem a hora, e já chegou em que os mortos {mortos no pecado e na ignorância,
que logo serão acelerados pelo perdão do Cristo} ouvirão a voz do Filho de Deus, e
os que a ouvirem viverão” 4

Em verdade, em verdade vos digo: a Vida é Deus, a Vida é glória, a Vida é


justa, cheia de esperança, misericordiosa e maravilhosa! E a Vida será a coroa de
realização crística quando por fim perceberdes e aceitardes na vossa alma que es-
tas afirmações são mesmo Verdade!
154

O Taj Mahal é um sonho em mármore, mas a Vida é ainda mais esplêndida.


Pois ela é a arte viva de Deus – mais maravilhosa do que as maiores expressões de
amor humano.
“Que não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em
mim”5. Com estas palavras o amado Jesus explicou a relação íntima entre a perso-
nalidade da alma em evolução e o Santo Cristo Pessoal. Ele avisou que o discípulo
não deve deixar que o coração seja perturbado por coisas exteriores pois, como
ele acredita em Deus onisciente, precisa acreditar também que esta onisciência es-
tá diretamente ligada a ele através do Grande Mediador que é Cristo.
A vosso Pai agradou dar-vos o reino6. Pois, quando o reflexo torna-se um
com a imortalidade do desenho do Arquiteto, a dádiva é por fim recebida.
O servo não é maior do que o seu senhor7. Na verdade, a humildade é valiosa
se não for falsa nem servil; maior ainda é a compreensão de que se o homem foi
feito à imagem divina, é correto que ele seja tão grande quanto o seu Senhor dese-
ja, desejo este que é a total identificação do servo com o Senhor – a Poderosa Pre-
sença “EU SOU”.
A taça da identidade divina é oferecida a todos os discípulos, e bebê-la8 signi-
fica ganhar a imortalidade; pois a partilha da essência divina, pelo uso do livre-
arbítrio é a forma natural de escapar ao aprisionamento humano.
O medo mantém a humanidade aprisionada, que teme acreditar por medo de
ser chamada de crédula e teme duvidar por medo de ser rejeitada pelo céu. Ensi-
nai-a a não reverenciar nem a crença nem a dúvida e sim a ser fiel a si mesma, a
lembrar-se das palavras de Descartes: “Penso, logo existo”9. Que a humanidade
perceba que, enquanto viver e afirmar “eu existo”, Deus vive para criar e afirmar
“EU SOU O QUE EU SOU”, e para sustentar a sua criação!
Santo Agostinho, em Cidade de Deus, descreve imagens da hierarquia celes-
te, mas essas passagens magníficas são limitadas pela comparação com as glórias
reais percebidas pela visão esférica da alma que se expande.
Lembrai-vos, abençoados, que os professores sectários que procuram conver-
ter as almas dos homens não se contentam em deixá-las na indecisão mas procu-
ram forçá-las a aceitar aquilo que acreditam ser a verdade. Instrutores da Verdade,
elevai-vos à Lei do Amor! A Justiça Divina envia a todas as correntes de vida o
155

chamado imortal para o seu destino imortal. A meta mais elevada está clara para
todos os filhos de Deus.
Ninguém deveria tomar uma decisão baseada nas pressões emocionais do
medo. A intenção dos Mestres Ascensos é de que, na era de ouro, todas as pessoas
vivam em harmonia. Se instrutores de princípios espirituais obrigarem seus vizi-
nhos a vestir seus dogmas precisamente como o fazem, alienarão as almas e impe-
dirão os brotos delicados da Verdade (que precisam ser ofertados com graça em
nome da liberdade) de enraizar e crescer no solo fértil da consciência. Que nossos
instrutores escutem as palavras de ouro: “Amarás o teu próximo como a ti mes-
mo”10, e transmitam a Verdade da mesma forma como gostariam de recebê-la – de
graça, com simplicidade e um pouquinho de cada vez.
Procurai perceber que o poder da conversão é uma dádiva exclusiva do Espí-
rito Santo; a partir dela, o homem é compelido pelo seu próprio espírito a aceitar a
idéia da sua existência imortal (que só os tolos ou ateus negam). Desta idéia iniciá-
tica da imortalidade do ser – a eternidade do ser, abrangendo eras passadas, pre-
sentes e futuras – a cada dia, flui de dentro maior compreensão da Lei divina.
Abençoadas crianças da Luz, não tentai apressar a vossa compreensão nem a
do vosso vizinho. A perseverança deve terminar a sua obra11 ao perceberdes que a
vossa diligência em trilhar a Senda de acordo com a vossa melhor parte é a forma
de Deus encorajar nos outros uma ação disciplinada.
Livres da opressão humana, todas as correntes de vida geradas na Fonte So-
lar, finalmente virão felizes ao altar da Verdade, para serem iluminadas pelo Gran-
de Eu Divino, o onipresente EU SOU do Ser!
A orientação dos Mestres Ascensos tem um valor incalculável para todos os
que estão lutando para aumentar a abrangência da sua compreensão do eu (psi-
que) em Deus. Transmitimos uma fonte permanente de sabedoria divina para au-
mentar a capacidade de interpretação de todos os que buscam, para que possam
compartilhar das profundidades de Deus. Tornamos o conceito de Vida mais lindo
para as crianças da Luz, simplesmente porque a sua premissa é Deus!
Porque a Vida é Deus, reverenciá-la a tornará mais maravilhosa ainda. A gra-
tidão expandirá bênçãos e a vitória coroará as realizações.
156

Discípulos, lembrai-vos: oportunidades gloriosas aguardam ser descobertas


por vós, todos os dias!
EU SOU o vosso irmão que segue o Cristo –
Kuthumi

DISCIPULADO
LIÇÃO 29 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

O CHAMADO
“Vinde e Eu Vos Farei Pescadores de Homens

Aos Rápidos Que Respondem sem Reservas – O prelúdio ao chamado para


serdes discípulos dos Mestres Ascensos pode ser sentido pela consciência exterior
mas, com frequência, o único sinal é a pequena voz suave nas profundezas da al-
ma, que o eu exterior dificilmente percebe.
Se estiverdes ocupados em remendar as vossas redes quando o chamado for
feito, como estavam alguns de meus discípulos, abandonareis tudo e me seguireis1.
Abençoados, a menos que a vossa resposta à voz de Deus seja imediata e sem re-
servas, sereis como o rico e jovem governante que lamentava porque tinha muitas
posses mas não ousava abandoná-las para ir em busca do reino eterno2.
Neste caso, abençoadas crianças da Luz, é o medo que controla o coração e
cristaliza a consciência na fragilidade e fraqueza humanas. Oh, a humanidade não
tem o prazer que desejaria quando se agarra às posses miseráveis. Não as recebe-
ram, em primeiro lugar, como dádivas de Deus Pai? E não lhes é pedido ser admi-
nistradores das Suas graças?
Contemplai, então, o amor do Pai e abandonai os devaneios humanos que
não vos conduzem ao portal da felicidade e da Vida eterna. Entrai pela porta estrei-
ta3 que admite somente o amor divino – e encontrai, nos reinos do Amor ternamen-
te criativo que é Deus, o poder, a amplificação, a esperança e a expansão.
Nossos estudantes com freqüência lamentam que poucas pessoas buscam
com sinceridade a senda espiritual e anseiam conhecer Deus. Fazeis parte do nosso
157

bando de crianças da Luz; por isso, abençoados, lembrai-vos: poucos encontraram,


embora muitos ainda estejam procurando a porta dos vossos corações para a pleni-
tude do amor dos Mestres Ascensos e por estardes aprendendo a ajudar a mudar
as condições mundiais para que muitos também possam seguir pela passagem es-
treita (espectro) que leva à Vida.
Ó, como será glorioso o dia em que toda a mácula e mancha do pecado for
removida – causa, efeito, registro e lembrança – das mentes e corações da huma-
nidade! Que sagrada comunhão acontecerá no dia em que a última criança da Terra
aceitar a plenitude da sua Poderosa Presença do EU SOU! Este será realmente um
grande dia.
Suplico-vos, amados, que aceiteis esta possibilidade e não vos preocupeis
com as aparências do presente. Os picos pedregosos que vedes nas escarpas mais
íngremes, cujas alturas distantes são vistas somente pelos animais selvagens e por
vós, são somente sentinelas de realizações, guardando o caminho para o cume,
que alcançareis antes da vossa ascensão.
Tenho a certeza de que todas as crianças da Luz que são sinceras, quando
iniciadas por Deus na ciência da Palavra falada, se regozijarão em remover e
transmutar as memórias mortificantes dos reinos dos quatro corpos inferiores e da-
rão as boas vindas à plenitude do plano amoroso de Deus, para que se manifeste
em suas vidas. Meus seres preciosos, com freqüência a humanidade descobre que a
sua alegria virou cinzas e que os prazeres que buscaram na ignorância mundana
levaram a um amargo desapontamento.
Como podem as batalhas e vaidades serem comparadas aos amorosos pla-
nos de Deus para a Sua criação?
Não há necessidade de luta, abençoados – a totalidade da criação é vossa
gratuitamente. “Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei e abrir-se-vos-
á”4 foram as minhas palavras aos meus discípulos e elas permanecem Verdades
eternas até hoje. Se não recebeis resposta minha a cada chamado, se não perce-
beis o progresso da vossa alma, por menor que seja, ainda assim não desafieis a
Lei com dúvida ou apreensão, mas buscai e encontrareis o erro na vossa aplicação
da Lei.
158

“Buscai primeiro o Seu reino e a Sua justiça, e todas as coisas vos serão
acrescentadas”5. Este aviso contém a fórmula da eterna aliança entre o homem e o
seu Criador. É a vossa primeira “pergunta da prova” na vossa lista de tarefas, se os
vossos resultados atuais não foram os esperados. Perguntai-vos: “Tenho realmente
buscado a consciência de Deus primeiro – todas as manhãs e antes de tomar cada
decisão – antes de me deixar enredar pelo raciocínio humano?” Se a resposta não
for um sonoro “SIM!”, digo-vos: “Consertai as redes da vossa consciência! Elevai-
vos!”
Invocai-me, abençoados, e sabei que estou sempre convosco para ajudar-vos
a expandir e revelar a radiação da vossa túnica inconsútil de luz e a bênção e con-
forto do Espírito Santo que vos guiará a toda a Verdade. Nem todos os que afir-
mam: “EU SOU o Senhor”, falam a Verdade6; mas aqueles que fazem a vontade do
Pai terão a Sua vibração sagrada para sempre. (Somente os que reconhecem que
“O ‘EU SOU’ em mim é o Senhor”, encarnam a Verdade real do ser e manifestam a
Sua vontade).
Uno-me a toda a Grande Fraternidade Branca na confirmação da lei de que
“os últimos serão primeiros, e os primeiros, últimos”7, pois todos foram chamados
mas poucos escolheram responder ao chamado8. Eu aguardo a renovação dos votos
antigos.
O rubor do primeiro amor do discípulo pelo Mestre, como a aurora rosada da
era de ouro, abrirá as janelas do céu para inundar a Terra com tanto amor que os
reinos deste mundo9 tornar-se-ão domínio dos seres crísticos que estão certos do
seu chamado e escolha10.
Estendo compassivamente a misericórdia e o amor do Pai a todos, hoje e
sempre.
Jesus, o Cristo

A OPORTUNIDADE
“Dai-lhes vós de Comer”
159

Protetores do Fogo Sagrado na Cidadela da Consciência – Este chamado ao


discipulado é tão elevado que cada um deve entrar na Presença do Grande Eu Divi-
no para receber todas as suas dádivas e a oportunidade de distribuir suas bênçãos
a todos. O discípulo da sabedoria divina precisa esforçar-se para entrar no coração
de Deus, ali comungar com esta Fonte central e, então, expressar (precipitar) todos
os dias na oitava física o maná (o pão de cada dia) que o Pai dá abundantemente a
todas as Suas crianças, que fazem o pedido para que possam recebê-lo.
O amado Jesus e os grandes Mestres que alcançaram a ascensão estudaram
e praticaram esta lei fundamental da criatividade ou precipitação universal. Ao
acessar a substância eterna do poderoso reservatório da pura energia divina, eles
são capazes de alimentar as multidões com o fermento espiritual da consciência
crística, além de suprir as necessidades mundanas – de pão, dinheiro ou vinho11.
O controle sobre os elementos, mencionado no nosso ditado anterior, é al-
cançado com a prática do ritual diário de reunir substância espiritual do altar cós-
mico (pela prática de decretos dinâmicos e meditação no sopro do fogo sagrado12)
e proteger esta substância no extrato inferior do próprio ser, pronta para liberação
imediata (através dos centros sagrados, chakras) sempre que for necessário.
Amados, a cura instantânea de todas as situações de discórdia também pode
ser realizada por aqueles discípulos que disciplinarem seus pensamentos e senti-
mentos e controlarem todo o seu fluxo de energia, assim como a absorção rítmica
da luz é subordinada à chama de Deus.
Ao absorverdes a radiação dos nossos ditados, falados ou escritos, guardai
bem a cidadela da vossa consciência, para que os pensamentos vagabundos da
mente carnal e as marés dos sentimentos humanos não venham roubar a colheita
de luz que diligentemente reunistes e que foi ampliada pelo amor do Pai. Uma das
funções principais dos ditados é transmitir-vos o fogo sagrado pulsante que é abso-
lutamente essencial para que realizeis as obras de um Mestre em encarnação física.
A meta da vida e o propósito do Pai para a vossa encarnação atual como um
chela dos Mestres Ascensos é serdes um Cristo, tendo autoridade e domínio sobre
todas as condições exteriores. Não é suficiente sentar-vos na mesa do Mestre; exis-
te atualmente uma grande necessidade de vigilância e serviço entre os estudantes,
160

para que estes ensinamentos sejam divulgados por toda parte, ”como as águas co-
brem o mar”13. Este é um pré-requisito para a vossa ascensão.
Levai a sério a passagem de Paulo, queridos seres que precisam exceder to-
das as realizações alcançadas no passado pelos que ouviram a Palavra:

Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?


A qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois
Confirmada pelos que a ouviram.
Também Deus testificou com eles, por meio de sinais, prodígios e vários
Milagres e dons do Espírito Santo, distribuídos segundo a sua vontade.14

Exortamos o estudante na Senda a ficar alerta às oportunidades do discipula-


do, a demonstrar a lei cósmica em sua vida e manter a equanimidade da consciên-
cia crística, não importando que argumento sutil possa parecer compeli-lo a descer
ao nível das vaidades mortais. Para que os estudantes avancem, é necessário que
todos façam agora uma aliança de paz e harmonia com a sua Poderosa Presença do
EU SOU, pedindo à amada Presença que sature as suas mentes e mundos com uma
poderosa ação do fogo sagrado para que a santidade transforme as suas vidas e
torne impensável a mínima perturbação desta chama preciosa.
É absolutamente essencial que os estudantes percebam que o mau uso das
energias concedidas tão amorosamente pela hierarquia não só roubá-los-á das bên-
çãos iminentes mas também impedirá progresso futuro, até que consagrem nova-
mente as suas vidas como cálices da pureza e perfeição de Deus.
A Poderosa Presença do EU SOU de Deus deseja que todas as graças conce-
didas em abundância sejam usufruídas por seus filhos amados e, por isso, estamos
prontos para ajudar todos os discípulos na senda. Ouvi o chamado, preciosos cora-
ções, e expandi a chama da Verdade nos quatro corpos inferiores, ressuscitando
cada esperança divina adormecida nos fluxos inertes da consciência da vossa alma
(da consciência solar)!
Que haja vigilância, visão e vitória em cada chela até que todos os vestígios
das limitações mortais sejam transformados na veste da glória resplandecente de
161

Deus e estejais mais uma vez frente ao altar da Poderosa Presença do EU SOU na
glória da ascensão.
EU SOU a vossa companhia constante na estrada do discipulado.
Kuthumi

DISCIPULADO

LIÇÃO 30 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

MESTRIA
“Se Permanecerdes no Meu Ensino...”

Bons Administradores da Essência de Todo o Bem – O caminho do discipulado


não termina nunca. A aceitação desta idéia é uma necessidade imperiosa se dese-
jais avançar para as alturas que a alma de Deus vos inspira! Investigai a idéia da
Sabedoria incessante, do Rio da Vida que flui perpetuamente, e da Mente infinita e
descobrireis porque assim é.
Abençoados, não são todas as coisas relativas? A relação que tendes com a
Poderosa Presença do EU SOU é íntima e amorosa, ainda assim é relativa à vossa
capacidade de absorver e reter a beleza de Deus. Se aumentardes a vossa capaci-
dade de assimilar a Luz como consciência crística, não mudará também a vossa re-
lação com o Mestre?
Percebei que é a capacidade de compreender, a sabedoria de compreender e
o amor de compreender (de assimilar) Deus que define a natureza do vosso disci-
pulado permanente nos “mundos sem fim”, ao esposardes a senda do discipulado
incessante sob cada sucessiva representação do Mestre da Vida.
Com que rapidez uma esponja absorve a água quando não está já encharca-
da ou saturada de sujeira. Ainda assim, nem todas as esponjas tem a mesma capa-
162

cidade de absorção; algumas retêm uma quantidade de água muito maior do que
outras. De forma semelhante, considerai agora a capacidade de absorver Luz do in-
divíduo. Algumas pessoas absorvem uma grande quantidade de radiação divina,
mas não a retêm; outras tem um poder menor de absorção, mas podem reter por
mais tempo as bênçãos recebidas.
“Comer” e “beber” o corpo espiritual e a essência de vida do Cristo – entrar
nele, vesti-lo e tornar-se a consciência do Mestre é o verdadeiro caminho do disci-
pulado. Vós conheceis este Caminho, pois o Amado disse a seus discípulos: “Se não
comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis Vi-
da (Deus) em vós mesmos”1.
Existe uma situação ideal a qual todos devem aspirar que é o estado mais
elevado de êxtase espiritual, no qual a identificação com a Poderosa Presença do
EU SOU é o prêmio máximo ao qual o ser inteiro aspira 2. Este desejo pelo êxtase
de Luz eleva a visão interior ao ponto onde o núcleo de fogo branco da matéria
passa a estar sob o controle consciente da pessoa, dando ao devoto o privilégio de
aumentar a sua capacidade e poder de internalizar o fogo sagrado. Assim, o Cami-
nho final é alcançado e o discípulo é guiado passo a passo através dos portais para
o Infinito, sempre mais alto na espiral ascendente do Ser.
A meta é a mestria, mas este é sempre um título conferido e uma graça as-
sumida. Vou explicar melhor dizendo que todo progresso chega às pessoas através
do coração e das mãos da Divina Presença, e esta adorável Divina Presença confere
ao discípulo vitorioso o título de “Mestre” por intermédio do Maha Chohan ou do
Senhor do Mundo.
Para alcançar a mestria (a mestria pessoal sobre os quatro corpos inferiores,
os chakras e os elementos da própria psique – pelo Amor), é necessário que o dis-
cípulo sincero assuma o papel e a postura de mestre do fogo fohático e invista a
sua consciência com graça, sintonizando-se com a Presença Eletrônica dos Mestres
Ascensos, que colocaremos sobre a aura do discípulo em resposta ao seu chamado.
É necessária uma palavra final. Os maiores Mestres consideram-se eterna-
mente discípulos porque sabem que, num universo onde só Deus é final, realizado
totalmente somente por si mesmo e só parcialmente pelas partes individualizadas,
existe uma série de oitavas de luz que se expandem eternamente como um eco
163

eterno, ou um reflexo do Infinito. Estas se estendem ad infinitum como mãos uni-


versais de receptividade estendidas para receber as idéias e conceitos transmitidos
instantaneamente pela Mente e Coração de Deus.
Ao aceitarmos esta criatividade do Pai, torna-se necessária uma comunicação
amorosa e espiritual. A mente do discípulo é mais apropriada para este fim por ser
uma mente receptiva. A mente do Mestre é uma mente transmissora, revelando o
caminho já testado com “pegadas de luz”. Além disso, a mente do discípulo recebe
diretamente do Pai um êxtase perene através do fluxo do conhecimento, do poder e
do amor, e transcende a si mesma na consciência ordenada e eterna de Deus.
Incontáveis instrutores potenciais das leis de Deus ainda não compreenderam
o seu papel único de serem eternos chelas do Grande Guru, ou relutam em explicar
aos seus pupilos os fatos a respeito da lei da mestria.
Não duvido que o ego e a ignorância humanos tenham sido os responsáveis
por este pecado de omissão por parte de muitos que buscam sinceramente ensinar
o Caminho aos homens. Por isso, precisamos esclarecer, em prol da liberdade e da
iluminação de todos os buscadores da Verdade, que a alma que caminha em dire-
ção a Deus, não importa quão avançado seja o seu grau de adepto, permanecerá
para sempre uma serva de Deus, seguidora da senda do discipulado do Cristo, a
única Luz do mundo. Portanto é bom lembrardes que um estudante da lei cósmica
nunca é propriedade de nenhum professor terreno – que nem é considerado profes-
sor se tenta controlar ou impedir a evolução de seus estudantes.
O moto do verdadeiro Mestre é: “Leva-me para a rocha que é mais alta do
que eu”3. O verdadeiro Mestre avisa seus estudantes que ele fala as palavras Da-
quele que o enviou4, direcionando desta forma os aspirantes ao cume que se eleva
acima do nível de mestria. O verdadeiro Pastor alegra-se em ver seu rebanho esca-
lar a montanha à sua frente, feliz por poder ficar para trás mais um pouco e manter
o equilíbrio do Amor para a ascensão segura e magistral do rebanho – mesmo que
isto signifique ou que outro a receba antes dele.
É bom notar que a Grande Fraternidade Branca, em seu código sagrado, exi-
ge que os verdadeiros iniciados nunca revelem seu grau de mestria uns aos outros.
Fazê-lo impediria ou interromperia o progresso espiritual da pessoa e certamente
164

destruiria o propósito da Grande Lei que conduz cada discípulo verdadeiro através
de estágios sucessivos de glória iluminada ao trono da iniciação permanente.
Os graus iniciáticos são conferidos como um estado permanente pela Grande
Lei, da mesma forma que uma universidade confere um doutorado. Uma vez confe-
rido, o grau nunca é retirado, salvo em caso de imperícia na prática, se a corrente
de vida desrespeitar deliberadamente o código da Fraternidade e enviar vibrações
perniciosas a outrem. Neste caso, o grau e a autoridade (mestria) correspondentes
podem ser suspensos até que a necessária correção seja humildemente buscada e
a Senda seja novamente adorada e seguida.
Ser um discípulo do grande Mestre Jesus é a meta de muitos que desejam
segui-lo na regeneração5. Permiti-me lembrar-vos de que todos os Mestres Cósmi-
cos e Ascensos estão unidos a todos os outros. Ser designado para um Mestre es-
pecífico, ser temporariamente transferido para um outro Mestre com o propósito de
treinamento, é a forma aceitável pela qual a Vida dá-vos a oportunidade única e
abençoada para maior aprendizado.
Recebei com alegria cada oportunidade de aumentardes a mestria espiritual
em todos os planos e percebei que o eterno estudante é um ponto de interrogação
ambulante, apoiando-se no bastão de pastor do adepto-buscador e ancorado no
ponto simbólico, embaixo da interrogação – literalmente ancorado na consciência
que focaliza o núcleo de fogo branco do verdadeiro conhecimento, poder e amor di-
vinos. Tais estudantes permanecem fazendo perguntas e buscando respostas para
os mistérios da Vida, reconhecendo que também receberam uma tocha de ilumina-
ção para a jornada segura como discípulos do Cristo.
Nem todos tem as mesmas experiências porque nem todos precisam das
mesmas coisas. Um dia, daremos aos portadores da Luz da Terra uma compreen-
são maior sobre as suas origens. Até que certas facetas da consciência crística se-
jam colocadas em uso com mestria pelo povo deste planeta, tal tesouro pode so-
mente confundir a muitos.
O que é vital e que traz conseqüências imediatas à felicidade e bem-estar da
população em geral, e dos nossos discípulos em particular, é que todos aprendam a
controlar as suas energias. Excessos emocionais geram vórtices negativos de ener-
165

gia humana mal qualificada que tendem a engolir o indisciplinado em antigos e no-
vos momentuns de carma.
Um discípulo é aquele que pratica as disciplinas do Eu Divino, controlando e
disciplinando a personalidade exterior e os padrões de idéias, mantendo consciência
divina de si mesmo como uma manifestação individual do EU SOU O QUE EU SOU.
Os que são afortunados a ponto de escolher o discipulado como forma de vida, es-
colhem servir à Luz desta forma. Ao colocarem sempre a Luz em primeiro lugar,
descobrirão um dia que a Luz os colocará em primeiro lugar – no centro da vontade
de Deus. Então, nada será impossível para o discípulo, pois nada é difícil para o
Mestre.
Em todos os momentos do dia, Deus transmite a todos na Terra a pura ener-
gia de sua natureza – a essência de toda a Bondade. Mas o resultado final desta
transmissão, concedida imparcialmente, é que uma pessoa a receberá e a multipli-
cará como um bom administrador, e outra pessoa a desperdiçará, lançando-a ao
solo6.
A idéia final que deveis ter sempre em mente é que a vigilância constante de-
ve cancelar todo impulso humano que não trouxer em si a aprovação da natureza
crística. A todo momento, o impulso humano deve ser substituído pela direção vi-
gilante da intenção celeste do Cristo Pessoal.
Fazei isto, amados, e vede como a plenitude da veste inconsútil da perfeição
crística descerá e habitará em vós, quer estejais dormindo ou acordados, conscien-
tes ou inconscientes. Em verdade vos digo que esta veste da imagem crística mag-
nificará sem limites o plano divino que invoca para vós, o discípulo, a plenitude da
imagem do Mestre.
Corajosamente na Verdade Crística, EU SOU
Kuthumi

HÁBITO
Hábito [Do Lat.habitu] S.m.
1. Disposição duradoura, adquirida pela repetição freqüente de um ato,
uso, costume: Só a educação pode criar bons hábitos.
166

2.Maneira usual de ser: Mulher pedir em casamento é contra os hábitos soci-


ais.
3.Roupagem de frade ou freira.
4.P.ext.Condição, estado de frade ou freira: Tomar hábito; Largar o hábito.
5.Vestuário.
6.Fig.Aparência exterior: “O hábito não faz o monge”(prov.)
7. Insígnia de ordem militar ou religiosa
8.Min.Aspecto de um mineral: hábito fibroso, hábito acicular. [Cf.habito, do
verbo habitar] Lançar o hábito às ervas. Abandonar o hábito de sacerdote.

HÁBITO
LIÇÃO 31 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

ILUMINAÇÃO
“Grande é o Vosso Galardão nos Céus”

Pioneiros da Inteligência Universal de Deus – O pensamento, com toda a sua


maravilha, precisa ser controlado – assim como a humanidade utiliza a maré e os
ventos. Deveis reconhecer, primeiro, que o homem não é pensamento, mas que o
poder de pensar é sempre uma faculdade da mente. O homem não é mente, mas
unicamente uma manifestação de Deus.
A fragilidade do raciocínio humano está sempre na sua identificação com o eu
finito. O sentimento de estar enredado, quando passa pelo processo de identifica-
ção com objetos e experiência vividas, impede a revelação da verdadeira natureza
espiritual do ser humano.
A idéia de Deus como criador do universo evolui facilmente para a idéia de
igualar Deus ao universo, erro conhecido como “panteísmo”, pois o universo não
poderia contê-Lo, nem Ele é limitado pelos limites finitos da substância material.
Entretanto, é verdade absoluta, amados, que Deus existe na substância e na
forma e que os elementos vivos que as compõem emanam da divindade. Mesmo
167

assim, não é correto afirmar simplesmente que a identidade de Deus esteja cir-
cunscrita ou confinada àquela substância que compõe o corpo universal da criação,
chamado cosmo.
Deus não é o universo da matéria, nem o universo é Deus. É, todavia, o re-
ceptáculo ou instrumento no qual Ele derrama a Sua Vida; e a única Vida existente
na matéria é Deus. Além disso, sem o Ser Divino estendendo uma parte de Si
Mesmo para a substância – espiritual e material – a estrutura interna daquela subs-
tância entraria em colapso. Da mesma forma, se os Elohim retirassem a sua cons-
ciência divina do alcance e da visão dos universos físicos – estes também, e tudo o
que neles existem, cessariam de existir.
Amados, Deus não é a mente que compreende e apreende por partes1. A
mente humana, que tem o potencial para perceber as coisas do Espírito, está co-
nectada e utiliza a inteligência universal de Deus. Esta inteligência espiritual sus-
surra à vida, e a vida obedece ao ímpeto dos mandatos do Amor, apressando-se
alegremente em observar o ritual do plano perfeito da Vida (de Deus), amplificando
a intenção divina à plenitude de seu poder.
A mente é um instrumento de flexibilidade maravilhosa. Quando deixada à
vontade pelo poder da imaginação (operando através do ‘terceiro olho’ – o centro
espiritual localizado na testa entre as sobrancelhas) ela pode ver uma enorme
quantidade de conceitos gloriosos que vão desde a mera fantasia à grandiosidade
criativa.
O mais importante atributo da divindade expresso pela mente iluminada é o
poder de governá-la. O intelecto desgovernado, como a emoção desenfreada, só
pode produzir desgraça devido à manifestação errada. O erro não pode afetar os
propósitos puros e sagrados do Amor universal, que estão em completa união com
a Mente de Deus perfeita, e estes não podem ser divididos pelas tramóias da mente
carnal.
A afirmativa direta do Cristo: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fa-
zem”, indica que a ignorância é o primeiro pecado sobre o qual a gigantesca torre
de Babel do erro foi construída2. Se for, então, a ignorância, o primeiro hábito a ser
corrigido, podemos reconhecer que pela chama dourada da iluminação crística o
reino das trevas será afastado.
168

Com o aconchegante fogo da iluminação expansiva, os horizontes da humani-


dade ampliam-se para explorar uma nova fronteira de conhecimento e vivência es-
piritual. Desta forma, o abismo rochoso da ignorância é transformado na via ex-
pressa de luz que, como feixes de glória, levam-nos até à cidade da felicidade e da
paz de Deus (Shamballa).
A ignorância é um hábito baseado na indolência da mente e da falta de dese-
jo de afiar e de usar o instrumento do pensamento. A falta de conhecimento deve
ser combatida pela busca alegre da glória de Deus, tanto embaixo nos aprendiza-
dos humanos, quanto nas alturas das colinas sublimes do conhecimento sagrado e
da experiência espiritual.
Quando o processo pelo qual os hábitos são formados é entendido completa-
mente, uma faculdade muito útil é criada. Para compreender como os hábitos são
formados, é necessário observar os ciclos de vida atuando na experiência de cada
dia.
O ciclo das horas, que “um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra
sabedoria a outra noite”3, é derivado da rotação diurna da Terra sobre seu eixo,
sendo os hemisférios expostos e ocultos alternadamente à radiação solar. Os ciclos
dos anos definem-se pela revolução da Terra na sua órbita elíptica em torno do Sol.
Os ciclos da civilização respondem às marés cósmicas de influência estelar geradas
pelas configurações das hierarquias do zodíaco interagindo com os corpos do siste-
ma solar. Muitos sistemas solares formam uma galáxia, muitas galáxias caminham
em procissão em torno do Grande Sol Central, apresentando um espetáculo assom-
broso ao qual, por falta de uma expressão mais apropriada, chamamos de A Imen-
sidão. Mas isto não é tudo.
Esta consideração é para que possamos compreender que a mesma lei da
energia em movimento que atua nos corpos planetários governa o processo orde-
nado que ocorre cada vez que criamos (colocamos em movimento, lançamos em
órbita) um hábito no mundo. Estando a humanidade consciente disso ou não, a lei
segue o seu ciclo de realização e estabelece um hábito, como um resultado devi-
damente reconhecido da lei do círculo.
A eletricidade e o magnetismo tomam parte no estabelecimento e na susten-
tação da ação e do poder do hábito. Usando o exemplo de um eletroímã, desejo
169

transmitir aos estudantes a consciência dos círculos usados ao enrolar o fio numa
espiral magnética; estes indicam a repetição da lei do círculo – círculo que, neste
caso, se torna um momentum em espiral que se acumula em cada volta, assim
como um hábito é fortalecido pela sua repetição. Quanto mais voltas o fio dá em
torno do núcleo magnético, maior indução e magnetismo correspondente são cria-
dos pelo eletromagneto, conforme a eletricidade flui através da espiral4.
Ao compararmos as leis naturais da física com a metafísica da psicologia hu-
mana, pedimos ao estudante que pare por um momento e analise por si mesmo es-
te reforço de atos desejados ou indesejados (como se cada ato, em si mesmo, reu-
nisse à sua volta um momentum de energia formando uma espiral à volta do altar
raquidiano) e considere que este processo de magnetizar o cerne do ser (a energia
e consciência da pessoa) acontece todas as vezes em que ele atravessa de novo
(repete) mental ou fisicamente estes ciclos de repetição (as voltas do fio), ao
transmitir mecanicamente a sua energia (eletricidade) ao mesmo padrão de hábitos
– gerando uma força magnética dominante (eletromagnética, se assim o deseja-
rem), um verdadeiro momentum atraindo o Bem ou o Mal para a sua personalidade
humana e divina.
Apresentamos estes fatos, não para amedrontar, mas para libertar, pela ilu-
minação da alma, todos os que desejam ter o controle sobre as suas vidas diárias.
Entretanto, o estudante comum vai precisar de mais do que a armadura do seu co-
nhecimento inicial para lutar contra o poder dos hábitos antigos e arraigados, inde-
sejados e infrutíferos. Estes hábitos, como a figueira seca5, não geram os frutos da
Consciência Superior (e muito menos as realizações humanas positivas para o bem-
estar social que são esperadas de todos os chelas na Senda) – embora aprisionem
uma grande quantidade de energia da humanidade numa espiral magnética de de-
sejos e atos repetitivos. Por isso, eles precisam ser “amaldiçoados” (julgados) pelo
Cristo, “purificados” pela retirada de toda a energia investida neles – suas espirais
e sua consciência e momentum lançados no fogo sagrado da transmutação, invoca-
do constantemente sob a forma de decretos dinâmicos de chama violeta.
Apresentamos-vos esta explicação básica do nosso estudo da lei e da forma-
ção do hábito neste primeiro discurso sobre o assunto para que vós, nossos discí-
pulos abençoados, possais, no espírito e na tradição de Jeremias, “desenraizar, ar-
170

rancar e destruir” todas as espirais negativas e hábitos autodestrutivos e “construir


e plantar” as espirais positivas e hábitos construtivos necessários à vossa autoreali-
zação em Deus6.
Seguiremos uma linha de estudo ordenada e veremos como a formação dos
hábitos está ligada à colocação em movimento de ciclos temporários governados
pela lei das espirais, que a pessoa coloca em movimento em algum momento e lu-
gar para si mesma. A lei do hábito determina que aquele que criou um hábito é o
único que pode destruí-lo – simplesmente por ser a sua energia, o seu livre-
arbítrio, a sua criação pessoal na senda da mestria pessoal que estão envolvidas no
processo. Se uma pessoa decidir destruir um hábito seu, ela precisa ajustar os ci-
clos de energia e liberá-los, para poder direcioná-los para canais construtivos.
É necessário compreenderdes que, quando os bons hábitos são criados e os
maus hábitos transmutados, uma natureza mais semelhante a Deus evolui, permi-
tindo mais uma vez que o Cristo vivente surja e seja honrado “na carne”. Servire-
mos melhor à causa do céu, tornando o homem mestre de seu próprio domínio
(seus quatro corpos inferiores, bem como os membros mais chegados de sua famí-
lia), capacitando-o a tomar o domínio correto planejado por Deus sobre as suas ci-
dadelas, conforme as espirais sempre expansivas (dos bons hábitos) da responsabi-
lidade fazendo dele o administrador lógico do Bem em prol das comunidades e na-
ções.
É direito do mestre espiritual escolher a forma de dar conselho prático aos
buscadores menos iluminados que podem, vez por outra, vir a ele em busca de co-
nhecimento. Tendo em mente que estes buscadores foram enviados por Deus e
pertencem somente a Ele, o mestre deve ensinar aos pupilos como combater os
elementos do materialismo, a grosseria dos conceitos mortais e a densidade dos
padrões de pensamento humano. Ele deve ilustrar cuidadosamente a forma como
os padrões de pensamento humano irradiam-se para o mundo, criando e mantendo
centros (vórtices) de influência negativa que são destrutivos e insalubres aos cor-
pos espirituais (e às almas!) das crianças de Luz em evolução.
O véu de Caxemira, tecido por encantadoras mãos etéreas, esconde a beleza
intensa da radiação crística que resplandece do Santo dos Santos na humanidade,
atravessando conceitos materiais calcificados e irradiando a todos a penetrante
171

Mente de Deus. Conforme os hábitos decadentes são desmantelados ou completa-


mente destruídos, dá-se o gradual rasgar do véu e a manifestação tangível do San-
to Graal é revelada aos olhos errantes do cavaleiro que busca a nobreza do céu.
Amorosamente, envolvo tudo no manto de iluminação divina, na veste do sol
de esplendor, resplandecendo para um dia mais perfeito.
Kuthumi

HÁBITO

LIÇÃO 32 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

PENSAMENTO
“Ninguém Pode Servir a Dois Senhores”

Gravadores da Substância Inteligente e Autoluminosa – Padrões de energia


imortal estão sendo continuamente elaborados pelas crianças de Deus, ascensas ou
não. Sejam criadas de forma descuidada ou amorosa, estas gravações ficam im-
pressas na substância inteligente autoluminosa que flui sem parar do coração da
Presença de Deus. Uma vez gravadas, elas se tornam como as tábuas da lei – como
mandamentos que, agindo no subconsciente, exercem autoridade no mundo do cri-
ador e mantenedor do padrão original.
Hoje é o dia aceitável da graça (salvação)1 em que deve ser permitido ao ma-
ravilhoso poder do Espírito de Deus, prevalecer, se a humanidade deseja ficar livre
das armadilhas, criadas por si ou por outrem.
De forma sincera e amorosa, o céu deseja libertar as mentes, corações e al-
mas cativas do aprisionamento das idéias egocêntricas. Como desejamos ver o
172

campo de força áurico das crianças de Deus saturados da pura e radiante energia
das nossas esferas!
Quem dera as vossas aspirações benignas vos libertassem! Mas vossos ansei-
os não podem exaltar-vos perpetuamente; até mesmo vossos desejos intensos não
tem poder, se não implementarem na vossa busca o ato de encontrar e emular o
Bom Pastor (o vosso Santo Cristo Pessoal) reunido as ovelhas inquietas da vossa
energia de vida dispersa e dissipada no aprisco da paz unificada e eterna.
Com freqüência, o indivíduo é conectado com a sua poderosa identidade divi-
na através de um frágil fio de contato e, mesmo este será suficiente, se as oportu-
nidades que a vida apresenta forem aproveitadas no momento certo. A salvação é
uma graça concedida por Deus1, amados, mas cada pessoa deve estender a mão
das suas aspirações e aceitar a graça preciosa.
Enquanto muitos aguardam que eu venha salvá-los e dar-lhes todo o meu
conforto – o que é meu desejo fazer – a Grande Lei da Vida, refletida na lei do ser
de cada um, exige que o discípulo do Cristo mostre que deseja trabalhar pela pró-
pria salvação com reverência (medo e temor) e com a alegria vibrante (e palpitan-
te) do Espírito Santo2. Este Santo de Deus inunda as crianças de Deus com luz e
banha seus quatro corpos inferiores com um matiz poderoso de glória angelical e
cósmica. Expandida, finalmente, à plenitude do conforto divino, a alma comunga
com a Origem Paterna e Materna da sua vida abençoada.
Há muito tempo atrás, quando expandi a minha alma até a essência da co-
munhão com o Santo Cristo Pessoal de todos através do Cristo Universal, enviei um
chamado por asas de luz ao Pai eterno, ao coração da Sua criação e ser, para que
inundasse com a essência e consciência de Si Mesmo os corações de seus filhos,
para que todos os que tem fome e sede de justiça possam beber a água da Vida li-
vremente.
Abençoados, a água da Vida flui livremente da vossa Presença do EU SOU
carregada com o sentimento da corrente ilimitada e imensurável do ser de Deus,
concedida a cada filho e filha da Vida imortal, de acordo com a sua capacidade de
recebê-la. A qualidade e poder totais da imortalidade e inteligência de Deus conti-
dos na ‘água’ (energia) da Vida, aceleram em todos os filhos e filhas da Vida o sen-
timento da missão eterna da alma.
173

Esta corrente unificadora e inteligente do coração do Criador flui para os co-


rações da sua descendência, possibilitando ao alerta e ao perceptivo assimilarem a
totalidade do seu potencial inato, a despeito de quão longe da marca da cristicidade
possam estar. O Pai é sempre uma fonte de esperança!
Se fosse possível, neste momento, que cada buscador da união com Deus ex-
pressasse a natureza divina total, não haveria a necessidade permanente de mais
esforço; pois a realidade da Vida estaria clara. Oh, este não é o caso, pois a huma-
nidade consome-se em alvos menores. Por isso, ela precisa voltar sobre seus pas-
sos, realinhar suas energias às metas mais sublimes e sentar-se aos pés da Presen-
ça Mestra do Eu Divino mais uma vez, e ali renovar seus votos e aceitar a ajuda
dos céus sem medo ou reservas.
Venho, com o amado Kuthumi, iluminar instrutores e estudantes com a ma-
ravilhosa simplicidade da compreensão divina, que permitirá que todos examinem a
forma como se subordinaram ao poder do hábito e como podem escapar de todas
as condições negativas, aprisionantes e indesejáveis, para o desabrochar eterno da
alma na rosa de luz do coração.
O hábito e o pensamento assemelham-se e são, de alguma forma, produtos
um do outro. O hábito, é claro, é gerado pela escolha consciente de pensar ou en-
treter um pensamento, e pela permissão de que as energias de vida percorram de-
terminados canais, proposital ou aleatoriamente.
O pensamento é produto do hábito da reflexão. Pode ser descrito como a
agitação (cogitação) de idéias, de ideações, resultante da focalização do raio da
iluminação da Mente Divina mesclado ao raciocínio humano – infelizmente diluído
pelo erro e energias mal qualificadas. O pensamento é capaz de expressar lógica,
como nos processos de raciocínio indutivo e dedutivo usados pela humanidade na
análise das substâncias e circunstâncias do mundo da causa e efeito.
Nas oitavas superiores, o processo de pensamento pode ser substituído pela
apreensão direta ou pela consciência a priori, instantânea, pelo contato com a Fon-
te que tudo sabe (onisciente) da sabedoria universal. Acumulada no Grande Corpo
Causal do cosmo, os frutos da cogitação dos santos são usados para abençoar a Vi-
da, como o pensamento e propriedade coletiva das manifestações (extensões) da
Mente única.
174

Os hábitos humanamente desenvolvidos, que não refletem os hábitos divinos


e nem as habitações do Ser, são a reunião enganosa de práticas perniciosas,
transmitidas de pessoa a pessoa pelo contágio de conceitos diabólicos e exemplos
deploráveis. Existem muitos hábitos bons que deveriam ser mais desenvolvidos e
assimilados. Bons hábitos amplificam o poder das oitavas mais elevadas e utilizam
a luz das dimensões superiores para unir o buscador à consciência crística no plano
físico.
O processo de respiração é, em si mesmo, um hábito resultante do impulso e
vontade de viver. Este processo involuntário funciona vinte e quatro horas por dia,
automaticamente, e serve para avivar a chama da Vida em cada corrente de vida.
Existe uma mudança de consciência que acontece periodicamente pela qual os há-
bitos voluntários estabelecidos pela mente e pelo livre-arbítrio do indivíduo tornam-
se processos involuntários, com o consentimento do elemental do corpo. Normal-
mente isto acontece quando os atos são considerados desejáveis pelo eu consciente
por sua freqüência e repetição.
É igualmente fácil para a humanidade estabelecer atitudes e estados de cons-
ciência indesejáveis, quando um episódio emocional – como a reação a um olhar,
hábitos de direção ou tons de voz – podem dar início a vórtices poderosos de raiva,
que explodem violentamente do corpo emocional como uma tempestade inespera-
da.
Esta atitude é completamente errada e a sentinela divina do altar da consci-
ência precisa ser acionada durante tal prova, se o indivíduo deseja manter seu
equilíbrio e aprender a lição de mestria do controle divino. É melhor prevenir a má-
cula do pecado antes que seja gravada na memória, do que permitir a sua entrada
descontrolada nos pensamentos e sentimentos.
A repetição da indulgência e a intensidade dos sentimentos expressos deter-
minam a profundidade da marca deixada na memória do indivíduo. Ás vezes, a re-
sistência ao mal pode intensificar, ao invés de diminuir, a ação (ou reação) do mal
– a menos que a resistência seja acompanhada pelo uso criterioso da chama violeta
da transmutação.
175

O servo ministrante precisa entender as minhas palavras: “Não resistais ao


homem mal”5, e equilibrá-las com o aviso das escrituras: “Resisti ao diabo e ele fu-
girá de vós”6.
Ao manterdes o controle sobre a palavra da Verdade7 na vossa vida diária, é
necessário que percebais que existe a hora de resistir e a hora de não resistir – se-
ja o inimigo o mau hábito ou o Maligno.
Hábitos indesejáveis podem ser vencidos com mais facilidade por meio da
prática da não resistência, quando a alma é literalmente inundada com uma bonda-
de tão intensa de Deus que as aparências discordantes ou mortais são consumidas
pela harmonia do céu. Desta forma, o Bem vence o Mal colocando em ação a sua
própria lei e inteligência ordenadora.
Entretanto, o mal belicoso quando ataca diretamente um indivíduo pela pro-
jeção mental de um pensamento malévolo – por sua natureza sutil e invisível –
precisa ser enfrentado pela firma recusa de seu poder e pela afirmação do poder
total (onipotência) do Bem para vencer e aniquilar qualquer pensamento negativo
ou condição indesejável.
Portanto, resisti a este tipo de ataque do mal, até que ele fuja de vós e retor-
ne como um bumerangue àquele que o enviou. O resultado é um influxo de energia
mal qualificada, enviado de volta sobre si mesmo, é autodestruído.
Deveis sempre ter cuidado ao lidar com a sugestão mental agressiva, usando
vossa discriminação crística e mantendo um coração sincero. Pessoas cuja natureza
não foi ainda iluminada completamente são às vezes instigadas, pela ignorância ou
pelo conhecimento limitado, a direcionar energia mal qualificada contra seus pró-
prios irmãos, pensando estar prestando com isso um serviço a Deus8.
Esta prática ignorante, porém maliciosa, pode manifestar-se como uma
agressão ou mesmo um assassinato psíquico. A energia mal qualificada produzida
fica, assim, acessível à força sinistra, que a usa para tentar o devoto de diversas
maneiras, com projeções mentais intensas e quase hipnóticas de medo, ódio, cria-
ção de ódio e a sua contrapartida, a loucura.
A energia de luz usada para manter este erro maléfico, mesmo que por indi-
víduos bem intencionados, torna-se, de qualquer forma, pervertida e transformada
em trevas dentro deles. Por isso alertei contra os que abusam do poder de Deus,
176

com as palavras: Se a Luz que em ti há são (mal qualificadas) trevas, quão grandes
são essas trevas!9
As trevas terríveis que cobrem os sentidos espirituais e tornam os chakras
mais densos, impedem que o indivíduo, ocupado com tais práticas de abuso da luz,
veja a trava em seu próprio olho e perceba a necessidade de removê-la10. Este es-
tado nebuloso de desconhecimento produz o pecado ainda maior da projeção sub-
consciente da crítica, condenação e julgamento sobre o desavisado.
O discípulo, que segue a senda do Amor por meio da Lei do Um, recusa-se
completamente a se submeter ao poder do mal, projetado contra ele vindo de
qualquer origem, conhecida ou desconhecida. Ele se agarra ao Pai e à sua amada
Presença do EU SOU como escudo supremo contra qualquer injustiça.
Abençoados, o templo de Deus é Vida, e os cambistas que procuram fazer da
Vida um covil de ladrões devem ser lançados para fora da vossa consciência e Vi-
da11. A fidelidade à honra de Deus exige que isto seja feito para manter a casa do
Pai um local de oração e comunhão com Ele.
Criancinhas, alertei-vos sobre a vinda do anticristo12. Aprendei agora que é
pelo mau hábito que ele entra no vosso mundo. Criai bons hábitos de pensamentos
positivos fortes e centrados no amor de Deus e nunca sereis desencaminhados a
cair no pior de todos os hábitos que conheço: a crítica, condenação e julgamento
dos companheiros de trabalho, que também se empenham e lutam para alcançar o
meu coração.
O precioso conceito da imortalidade requer do chela, dedicação total. E sois
testados diariamente. Para seguir adiante e completar o vosso percurso, precisais
de uma mente pura e forte, que não sucumba às armadilhas da intriga.
Mesmo ciente de que muitos me admiram como Jesus, o Cristo, considero
que a maior honra que alguém me pode oferecer é ser fiel à fonte de todo o poder
de Deus e à sua atuação na minha vida: a obediência aos preceitos de Deus – que
a vossa mente esteja sempre na constância do Seu amor, dedicada somente a Ele e
daí direcionada como um raio de luz para toda a criação. Fazei isto, e alcançai no
vosso ser a vitória do Amor. Esta é a verdadeira reverência e adoração perfeita ao
Pai.
177

Lembrai-vos sempre: estabelecer hábitos celestiais torna o discípulo capaz de


evoluir para um estado mais elevado de iluminação crística – um estado que vence
o mundo, que lança fora qualquer pensamento (ou sentimento) indesejado da cria-
ção humana e alcança a sua almejada vitória.
Unimos a nossa consciência a cada seguidor sincero da Verdade e oferecemos
aqui e agora a nossa ajuda valiosa para vencer os hábitos indesejáveis e substituí-
los por uma poderosa fonte de virtude crística.
Abençoo-vos agora com todo o poder da Chama da Iluminação.
Vosso instrutor e amigo,
Jesus, o Cristo

HÁBITO
LIÇÃO 33 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

CARÁTER
“Nota o Homem Sincero e Considera o Que é Reto”

Abençoados Buscadores do Grande Desígnio Divino – “Vindo a plenitude dos


tempos...”1 é uma frase que tem significado diferente para pessoas diferentes. Ca-
da corrente de vida tem uma matriz ou desígnio divino que ela precisa expressar
todos os dias. A menos que o eu exterior do buscador conheça esta matriz, fica difí-
cil ele cooperar com o poderoso plano da vida interior.
É muito útil quando, pela prática de oração e invocação, decreto e esforço sé-
rio, os estudantes se determinam a descobrir tudo o que for possível acerca de seu
grande desígnio divino – e, então, passam a viver todos os dias alguma parte des-
se desígnio, por meio de um plano de ação prático.
É essencial que os que desejam submeter o poder das condições negativas ao
seu Eu Real percebam que tem um ouvido sempre atento, nos planos celestes,
aguardando o seu chamado, para que os segredos do seu próprio ser lhes sejam
revelados – especialmente os meios espirituais para mudar aquilo que precisa ser
178

mudado. Quando conheceis o método pelo qual as vossas energias podem ser ali-
nhadas, podeis nadar a favor da corrente da Presença do EU SOU, ao invés de lu-
tar contra a poderosa maré da Vida.
Muitos guardam uma pálida memória da magnificência interior de seu plano
divino, e esta consciência impele-os para a externalização de alguma faceta daque-
le propósito maravilhoso. Em outros, ainda não despertos no mesmo grau, parece
existir um vazio, e eles permanecem num estado de desconhecimento e insensibili-
dade às vibrações do Eu Superior. Estes acham difícil entender como age o verda-
deiro espírito da genialidade e, com freqüência, assistem fascinados ao progresso
espiritual das pessoas, sem compreender como acontece.
Reconhecendo que existem diferenças no progresso das almas, devemos se-
guir suavemente a senda da autodescoberta e magnetizar mais fé na glória de
Deus, que resplandece logo atrás das aparências externas, dando lustre, quando
invocada, às realizações da humanidade. Conforme a fé no Eu Real aumenta, ela
atrai para a corrente de vida as qualidades de que mais precisa.
Às vezes, esta “plenitude dos tempos” parece excessivamente longa e o broto
frágil do progresso da alma parece que nunca sairá da terra para a luz do dia. Por
isso alertamos que é responsabilidade de cada estudante acompanhar de perto a
sua Presença, construindo ativamente na consciência as qualidades que represen-
tam a divindade.
Como um dos Instrutores Mundiais, conclamo os nobres estudantes a banha-
rem-se na ducha purificadora da fonte da sabedoria, sabendo que o uso correto do
poder espiritual produzirá resultados que se tornarão claros na hora apropriada.
Com freqüência, é a profundidade da mácula, entranhada em muitas camadas da
consciência, que parece resistir à aplicação da vontade de Deus. São estas “cama-
das sobre camadas” que precisam ser removidas pelo uso constante da chama vio-
leta, sendo insuficiente passar esporadicamente da esponja da atenção.
O amado Jesus e eu estamos particularmente determinados a fazer com que
o buscador entenda que ele não é rejeitado por Deus por mergulhar por algum
tempo na iniqüidade ou no chamado pecado. Entretanto, é preciso ser dito que nem
toda a virtude humana pode cancelar uma só frase da discórdia humana, sem que a
179

ação da Lei do Amor atue através do sagrado coração (o chakra do coração desen-
volvido), equilibrando a expressão da sabedoria e do poder.
É preciso que se compreenda também que o ser humano não é um vácuo
nem um vazio: durante as vinte e quatro horas do dia, energia é enviada pela Pre-
sença e usada por ele para o bem de si mesmo e dos outros, ou então para a pro-
dução de manifestações temporárias de erro, quando ele permite, por negligência,
que a intrusão de pensamentos e sentimentos ociosos de outras pessoas – encar-
nadas ou não – ocupe a sua mente.
O hábito de pensamentos e sentimentos negativos tem sido alimentado pela
atenção humana por milênios, e sua repetição constante – dando expressão ao flu-
xo de energia através dos mesmos velhos pensamentos – deve ser contra-atacada
pelo amor indomável de Deus. O amor de Deus é tão poderoso que, quando tam-
bém amais poderosamente – e amais a Ele mais do que aos vossos hábitos desgas-
tados – o Amor, como Deus, pode cancelar e cancela rapidamente muitos erros.
Conforme vos purificais dos demônios dos maus hábitos, deveis lembrar-vos
de que uma casa limpa deve ser protegida contra a invasão do hábito da mente de
massa. Não disse Ele ao que havia sido curado após trinta e oito anos de estar ‘ha-
bituado’ à enfermidade: “Não peques mais, para que não te suceda coisa pior”?2 Ele
sabia que a recriação da forma-pensamento da doença ou a condenação lançada
pelas forças do anticristo sobre a cura realizada pelo Filho, poderiam abrir a porta
da consciência para este hábito da mente de massa que, diariamente, aprisiona
novamente milhões de pessoas na sua vã repetição.
Aqueles a quem o Cristo ordena que tomem consigo a sua ‘cama de hábito’ e
caminhem realinhados com a vontade de Deus, precisam suportar uma inundação
de arrependimento, caso retornem ao hábito humano da mediocridade; contudo,
alguns escolhem (preferem) o conforto questionável da familiaridade!
Hábitos positivos poderosos são a maior garantia que uma corrente de vida
pode ter de que o poder dos hábitos indesejados desaparecerá rapidamente. O pre-
enchimento dos espaços da consciência com a Mente do Cristo, com o Amor do
Cristo e com o Poder de Cristo cria uma enorme reserva no tesouro espiritual que
deve, por direito divino, ser acumulada como crédito para o depositante. A infalibi-
lidade da lei cármica é, com freqüência, esquecida pelo chela impaciente que, num
180

momento de desespero, lança ao vento seu cuidado e comporta-se como se não


fosse eternamente uma criação de Deus.
A criação humana pode ser transitória mas, em seu disfarce de permanência,
tem aprisionado por muito tempo os que deveriam ser livres e que deveriam ter-se
libertado, desfazendo esta sua ilusão que se repete. Proclamo, com o amado Jesus,
a libertação dos cativos e a abertura das portas das prisões aos que se aprisiona-
ram3, ao investir seu poder divino de forma errada em maus hábitos.
A qualidade que gostaríamos de ver em nossos estudantes não é o medo,
mas o sentimento de deslumbramento como respeito pela perfeição da Lei. Quando
o respeito, baseado no amor pelos Instrutores Mundiais e por Aquele que eles re-
presentam, ocupar a consciência do discípulo, servirá como freio e advertência de
que, se ele se comportar bem será aceito; e se não o fizer, descobrirá, como disse
o Senhor a Caim, que o pecado (o carma de cada um, ao invés da graça) jaz à por-
ta4.
O céu aguarda por um retorno: pois a qualquer que a quem muito foi dado,
muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá5.
Existem tantos hábitos bons que podem ser incentivados que aconselhamos
ao chela alerta, que deseja vencer os assim chamados maus hábitos, que direcione
a sua atenção para os que são mais fáceis de alcançar. Cada bom hábito é um de-
grau para o teste seguinte e mais difícil; pois a Lei exige que a criança aprenda a
ter mestria, para que se torne co-herdeira6 da consciência crística total.
A escolha do pensamento correto, multiplicada pela repetição da ação corre-
ta, não pode deixar de excluir, pela força do número, as influências banais (dupli-
cadas ad nauseam) e de colocar o estudante na senda do aperfeiçoamento univer-
sal em manifestação singular no discípulo por meio de um hábito consistente, é
igual ao Amor em ação!
Demasiada atenção tem sido dedicada à autoanálise, a encontrar defeitos e
aos erros passados; muito pouca atenção tem sido dada aos Mestres Ascensos pe-
los seus chelas, como a matéria prima necessária para que a Fraternidade possa
ajudar o indivíduo a construir em seu mundo os traços de caráter essenciais ao
Cristo. Quando expressas com sinceridade, estas qualidades evoluem para torna-
181

rem-se um composto de vivas personalidades mestras, inspiradas na lei dos Mes-


tres Ascensos e destinadas a alcançar para sempre a vitória da ascensão.
Todos os que estão determinados a entrar na era do eterno Agora e a mani-
festar hoje a salvação de Deus, precisam dar as boas-vindas às influências correti-
vas do céu – sempre puras, constantes, amorosas, instrutivas e eternamente úteis
– transmitidas pelos anjos, que são os vossos instrutores e guardiões da vossa vi-
tória. (Enviados dos nossos retiros, eles sabem exatamente quais são as vossas ne-
cessidades, se os escutardes – e desenvolverdes o hábito da escuta atenta).
Todos os chelas precisam ser alertados sobre o fato de que os iniciados e os
candidatos a mestre de Luz precisam ser testados! A armadura testada na batalha
precisa ser usada. A invulnerabilidade precisa ser alcançada! Louvamos os vossos
esforços e estamos convosco –
Kuthumi

HÁBITO
LIÇÃO 34 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

CHAMADO
“Juntamente Sois Edificados para Morada de Deus”

Hóspedes Temporários da Terra Que Buscam Relacionamentos e Dimen-


sões Entre as Almas - O maior problema que a humanidade precisa resolver para
si é o poder do hábito de cometer atos negativos.
Que nenhum coração se perturbe por haver mantido por longo tempo hábitos
banais; que ninguém se sinta completamente só ou frustrado por lutar contra estas
condições indesejáveis. EU SOU o Cristo compassivo ancorado sobre cada corrente
de vida, ansiando por derramar o momentum total da minha ajuda nos cálices das
consciências receptivas.
Amados, não caminhais sozinhos. É até temerário insistir em resolver os vos-
sos problemas sem pedir a nossa ajuda. É, da mesma forma, imprudente achar que
182

uma vez tendo feito o pedido sincero por ajuda, o céu negará ao ansioso pedinte
qualquer desejo puro da alma para que mais luz e graça manifestem o desígnio di-
vinamente escolhido para a Vida Imortal!
Sois meus discípulos na Palavra quando demonstrais todos os dias a Lei do
Verbo. O círculo da vossa unidade – quando dois ou mais de vós estiverdes unidos
em oração – estabelece a polaridade Alfa e Ômega necessária para a precipitação
da luz e da vontade de Deus na oitava física. Assim, os versos de Mateus citados
frequentemente, ditos na verdade por mim aos meus, são uma fórmula científica do
Paracleto aos discípulos do Cristo universal em todos os planos da Matéria e siste-
mas de mundo.
“...Se dois de vós concordarem na terra [no universo da Matéria] acerca de
qualquer coisa [pessoa, lugar, condição, circunstância, problema ou plano – passa-
do, presente ou futuro] que pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai [a Poderosa
Presença do EU SOU], que está nos céus [no universo Espiritual]. Pois onde estive-
rem dois ou três reunidos em meu nome – EU SOU O QUE EU SOU Jesus, o Cristo –
ali estou eu [ali está a minha Presença do EU SOU] no meio deles”1
Lembrai-vos: o chamado compele a resposta. Se pedires pão ao Pai, ele não
vos dará pedra2 – pois a alquimia do Espírito Santo é precisa. Mas se pedirdes e
não receberdes, investigai na vossa alma e procurai o bom hábito da vontade de
Deus, para que o reino exterior realize a matriz (vontade) do reino dentro de vós3.
Haveis escutado ser dito que um dia com o Senhor é como mil anos, e mil anos
como um dia4. Abençoados, assim é a consciência do Criador Todo-Poderoso e do
Pai de tudo: a Sua consciência é vossa, se assimilardes a totalidade do que ela re-
presenta.
Sou eternamente grato pelos conselhos e pelo amor que foram dados com
tanta generosidade por minha mãe, Maria. Sou grato pelo amor das hostes angéli-
cas e do amado Maha Chohan, pela lealdade e devoção do Senhor Maitreya e de
todos os irmãos de branco, cuja consciência da pureza de Deus foi-me transmitida
há muito tempo, em resposta ao meu pedido.
Acrescida da beleza dos relacionamentos e das dimensões da alma, a minha
missão de dois mil anos atrás destinava-se à realização da consciência crística uni-
versal no amor do coração dos muitos que se reuniram em torno de mim, atraídos
183

pelo magnetismo do Espírito Santo e pelo desejo amoroso de ver a perfeição de


Deus manifestar-se na Terra.
Hoje, quando muitos corações estão perturbados por problemas aparente-
mente insolúveis e fardos insuportáveis de carma pessoal e planetário, suplico que
sejam abandonados os hábitos da desesperança e da depressão e evitados os mo-
mentuns de pensamentos e sentimentos que geram o desespero e alimentam a ali-
ança com o magnetismo animal.
Ao invés disso, olhai para o alto, para o campo estrelado dos céus, e adentrai
o calmo espírito de quem sabe que na expansão impressionante de Deus, está o
cuidado sempre presente do Amor eterno! Esta Presença abençoada (cuja vontade
é implementada pelos corações de miríades de anjos) aguarda para servir às ne-
cessidades de cada irmão e irmã buscadores, que encontrarão o seu caminho por
entre as trevas da noite, pelas densidades de todo tipo de oposição maquinadas
contra a Verdade, por entre as conversas vãs da humanidade, que gasta a energia
eterna de forma brutal, sem por uma vez pelo menos abençoar ou libertar uma cor-
rente de vida solitária e preciosa!
“EU SOU a consciência imortal da Verdade. EU SOU a Verdade crística que
afirma o poder e a energia inteligente da Luz para estabelecer em meu mundo,
mente e vida e perfeição do Bem permanente!”
Mantende este conceito. Decretai e determinai em vossos corações que todos
os hábitos discordantes e indignos serão dominados pelo poder do Cristo. Desta
forma, a Luz continuará a se expandir na cidadela do ser, elevando-vos e curando-
vos de todas as condições indesejáveis que perturbaram os vossos corações!
O amado Kuthumi e eu percebemos a tendência atual da juventude de se su-
jeitar às influências nefastas das drogas e da licenciosidade. Em sua busca pela li-
berdade da alma e em sua ignorância da lei espiritual, eles menosprezam as suas
almas. Os demônios tocaram as suas flautas e as crianças desta geração, lançando
às favas a precaução, estão usando as práticas mais perigosas sem restrições mo-
rais nem respeito pelos seus corpos ou pelas energias sagradas de seus chakras,
que violentam nestas atividades descontroladas.
Sabemos que muitas pessoas não são inclinadas à observância da santidade
nas ordens sagradas. Não é isto o que pedimos. Oferecemos nossas mãos a todas
184

as crianças de Deus que procuram a libertação das condições indesejáveis dos hábi-
tos sensuais e dos vícios da carne que corrompem o espírito. Não sabeis vós que o
santuário de Deus é sagrado, que o santuário sois vós e que ele não deve ser pro-
fanado?5 Bem, “Dizei a eles!” pois então a paz e a alegria habitarão na vossa vida
como é intenção de Deus, e muitos serão libertos – pelo meu Espírito agindo atra-
vés de vós – da culpa terrível, da condenação de si mesmos e dos irmãos, e dos
demônios arrogantes da alienação (de Deus, da família, da sociedade) que vemos
atualmente.
O hábito humano da censura – depois que a festa termina e a morte de um
amigo ou ídolo, devido a uma overdose torna sóbrios os descuidados – não serve
de cura para a doença da alma nem para o desejo de fugir às responsabilidades do
carma. Será necessário mais do que um momento de remorso para libertar a alma
do poder dos hábitos escravizantes reforçados pelos seres do inferno. (Atenção, eu
não estou brincando!) E aqueles que estão aprisionados, enquanto dizem que são
livres, assumem uma postura de hipocrisia que não tem força para transformá-los
ou libertá-los dos verdadeiros problemas de controle mental e emocional que preci-
sam enfrentar, cedo ou tarde, embora isto também o neguem.
Voltar ao rebanho do Amor infinito é encontrar a mão prestimosa da ajuda di-
vina, que tornará possível ao chela não só elevar-se acima das condições indeseja-
das até a sua completa transmutação, mas também fazer bom uso da energia de
Deus, antes dissipada na autoindulgência insensível. Ao abandonar a prática insidi-
osa de condenar a sociedade, os pais ou uma civilização materialista injusta, os re-
volucionários do Espírito expressam a liberdade ilimitada de Deus na construção de
um novo mundo e de uma nova era, baseada na Consciência Mais Elevada do Cristo
de cada indivíduo.
Que o habitat habitual das afirmações positivas do Bem e a efetiva negação
das obras dos iníquos gerem um momentum de poder divino na alma que vença
todo o aprisionamento autoinduzido. Que o louvor ao Santo de Deus - o amado
Cristo Pessoal – expresso de forma exaltada e maravilhosa para a glória do Altíssi-
mo e a bênção desta geração, seja a chave para a necessária mudança da humani-
dade e da sociedade!
185

Amados, há muito ainda a ser desenvolvido nos servos ministrantes acerca da


natureza e dos hábitos do Bom Samaritano6. É a construção do caráter por meio
das qualidades caridosas que fortalecem os nossos instrutores, treinados para man-
ter a atenção na Grande Fonte Divina de forma a atrair a inteligência universal do
EU SOU que os iluminará e reviverá com uma transmissão do grande amor do Pai.
Então, a vitória alcançada sem esforço será somente deles, porque estarão satura-
dos com a alegria e a radiação eternas de saber que a luz de Deus acaba com as
trevas e sombras da ignorância humana com Sua pureza maior. Como é fútil permi-
tir que a falta de graça vos impeça de expressar a plenitude da luz que já vos foi
dada. A graça é uma qualidade do coração do Cristo que contém misericórdia, per-
dão, amor e luz. Refutando a doutrina aceita de que a graça provém apenas de
mim, vós próprios podeis aumentar a graça que flui através do centro do coração
(chakra) vinda do vosso Santo Cristo Pessoal. Podeis fazê-lo de várias formas amo-
rosas, inclusive pela multiplicação (expansão e refinamento) dos talentos que vos
foram dados, ao invés de enterrá-los no guardanapo do desespero.
Estes talentos são, na verdade, os vossos momentuns de bons hábitos acu-
mulados no passado, construídos em vidas anteriores dedicadas de serviço ao Deus
da verdade. Cada talento é uma genialidade desenvolvida pelo trabalho árduo e pe-
la obediência ao dever de desenvolver o potencial interior da alma.
Os talentos que tendes atualmente em vossas mãos, são fruto de lutas e rea-
lizações anteriores, colhidos da Árvore da Vida pela Presença do EU SOU e transmi-
tidos pelo vosso corpo causal para usardes e multiplicardes, ao cuidardes do meu
rebanho nesta vida. Os talentos colocados em uso produzem graças tangíveis que
podeis compartilhar com todos os amigos da luz. Fazei isto com coração magnâni-
mo e o hábito da boa vontade e vos livrareis do pesar, da tristeza, do abatimento,
do sentimento de pequenez e do medo.
Sois muito amados, quer estejais conscientes disso ou não, e estou certo de
que, cada um que ler estas minhas palavras, sentir-me-á em sua sala na minha
Presença Eletrônica, irradiando luz para abençoá-lo com a unção preciosa da ajuda
espiritual e da vitória crística que vence o mundo.
Amados, tende bom ânimo! Porque fui capaz de vencer o mundo, podeis es-
perar fazer o mesmo. Pois sois também um com o Pai e comigo, ao abraçardes a
186

luz dentro de vós, que é Deus, a Poderosa Presença do EU SOU, em ação obediente
em toda parte e para todos os corações.
Expandir a fé no Ser Divino será de inestimável valor para alcançar a vitória.
Se acreditardes que podeis atrair de Deus as qualidades de Vida que desejais, digo-
vos que elas já são vossas. É a dúvida que dilui a essência da manifestação, até fi-
car tão tênue que não possa mais ser reconhecida.
Deveis: (I) Impedir firmemente a passagem de pensamentos e condições in-
desejáveis no vosso mundo, (2) Invocar fielmente a proteção do vosso tubo de luz,
(3) Usar a chama violeta da liberdade diariamente e (4) Invocar a proteção do céu,
a radiação dos Arcanjos e Mestres Ascensos constantemente e sem falta. Não im-
porta o que a humanidade possa dizer para negá-lo, sem a ajuda de muitos destes
maravilhosos seres de Luz eu nunca teria conseguido ter sucesso na minha missão!
Certamente, se foi necessário para mim ajuda cósmica dos Grandes Seres –
com todo o treinamento anterior e ajuda que recebi nos níveis interiores (pois eu
vim de Deus e desci de lugares celestiais) – vós, também, deveríeis sentir a neces-
sidade de invocá-los.
Algumas pessoas continuaram a invocar amor e luz sem ver resultados tangí-
veis ou colhendo poucos frutos pelo seu labor. Que eles busquem a fortaleza no
motivo, no coração e nos registros akáshicos. Se o motivo e o coração forem puros,
eles verão nos registros que a resposta foi dada, pois o chamado sempre compele a
resposta!
Nunca, nos anais dos contos celestiais com a Terra, um pedido razoável ou
justo feito com sinceridade foi negado. As ocasiões onde isso pode aparentemente
ter acontecido, foram sempre determinadas por leis internas e motivos celestes co-
nhecidos pelo Conselho do Carma. Não existe motivo para alarme neste universo.
Tudo acontece por desígnio terrível e maravilhosamente divino7; sua forma, dimen-
são e a inteligência que o guia são o amor de Deus em ação.
Com a proximidade da aurora, estou certo de que descobrireis que as trevas
vãs da noite do raciocínio humano se dissiparam. Todas as coisas serão renovadas
pelo poder do hábito do bem, estabelecido no coração do buscador como o reino
dos céus, que mesmo agora já existe dentro de vós!
Pedi o que quiserdes e meu Pai vos dará. Invocai-me e responderei.
187

Amorosamente, EU SOU
Jesus, o Cristo

HÁBITO
LIÇÃO 35 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

ESPIRITUALIDADE
“Sejais Filhos do Vosso Pai que Está nos Céus”

Às Mãos e Corações Estendidos Oferecemos as Nossas Mãos e Corações –


Somente a Vida eterna pode regar a alma com a chuva refrescante do céu. Os con-
ceitos materiais evanescentes nunca farão falta ao peregrino que segue o caminho
da paz.
Quão vigoroso é o poder dos hábitos eternos. Não é comum aos homens refe-
rirem-se ao “hábito” dos monges quando falam de suas vestes? Que o hábito da
espiritualidade vista o seguidor sincero dos Mestres Ascensos com os maiores dons
– com a magnificência incomparável das melhores dádivas que o céu pode conce-
der.
“EU SOU a veste de Luz que tudo envolve, saturada da vida, da verdade e da
radiação do Bem Divino! Nada que é humano pode perturbar-me, porque EU SOU a
consciência de Deus em ação, vitoriosa e todo-poderosa – abençoando, protegen-
do, orientando e direcionando-me em tudo o que faço!”
Abençoados, o charreteiro do passado trazia nas mãos as rédeas para contro-
lar os cavalos velozes que o levavam para perto e para longe. O domínio do contro-
le divino dos Mestres Ascensos que nada pode abalar (no qual o vosso Cristo segu-
ra as rédeas que controlam os ‘quatro cavaleiros’ dos quatro corpos inferiores) deve
manter-vos em perfeito controle de todas as situações.
Pode o raivoso mar (astral), as vãs energias iradas (da consciência de massa)
ou a sorte da matriz dos pensamentos humanos impedir ou destruir a beleza perfei-
ta dos conceitos eternos que Deus tem acerca de vós? É claro que não! Mas os pen-
188

samentos que Deus mantém para vós, como indivíduos identificados com a Vida
(EU SOU densificado, ou coalescido, na forma) precisam controlar o vosso mundo,
e os tesouros inestimáveis do céu precisam tornar-se o vosso hábito diário, antes
que possais ser revestidos do poder de todo o Bem.
Abençoados, a história atribuída à minha vida como São Francisco, acerca da
imagem do Menino Jesus que apareceu no presépio num Natal2, tem este significa-
do: a imagem da Poderosa Presença do EU SOU ativada na humanidade pela pure-
za e pelo amor, dá vida real ao conceito divino e imaculado do Cristo, o Filho de
Deus, em todas as crianças da Luz que aceitarem esta dádiva.
Na cena do presépio, rodeado por anjos em adoração e outros que compre-
endem que o Cristo de Nazaré é o Cristo de todos os homens, o hábito e a dádiva
perfeita do Natal vivem e são tornados vivos todos os anos em todos os corações
receptivos. E o poder de Deus, o Ser Divino, veste a todos com o hábito do pensa-
mento perfeito como a Ele mesmo.
Como é amorosa a oferta feita pelos que foram à frente nos degraus do pro-
gresso espiritual que leva à ascensão, de corações e mãos de luz para fortalecer os
laços entre os chelas não ascensos e os que já foram abençoados pela inteireza dos
laços de Luz da perfeição ascensa.
Segurai com firmeza as mãos de Amor que vos trouxe até aqui; pois aquele
que vos criou no passado criou também o Cristo! A Luz que brilha além dos anos
vence todo o medo e cobre-nos com a radiação áurica do amor de Deus – o círculo
mágico da união familiar do Cristo. Que tentem impedir-vos de entrar – Deus já vos
acolheu!
Sede preenchidos por Deus e tudo mais será destruído, pois o Altíssimo ven-
cerá todas as imperfeições em vós pela Sua dádiva de Luz, Amor e Vida, que per-
manece até este dia intocada por qualquer padrão que seja menos que a perfeição!
Amorosamente, EU SOU
Kuthumi

VISÃO
189

“Ele Tem a Visão do Todo-Poderoso”

Corações Pesados Pela Imagem Obscurecida, Eu Vim! - Que ninguém se re-


tarde nas densidades da estagnação humana. A piscina limpa e calma do Amor
imortal aguarda para banhar o mundo, a alma e tudo o que respira a essência da
Vida eterna, nos conceitos do próprio Deus. Como pode a imagem obscurecida con-
servar-se por mais tempo quando a face maravilhosa do céu inclina-se sobre a al-
ma para lá ver refletida a glória da Eternidade?
Vim trazer paz ao coração atribulado e repouso tranqüilo à alma na dignidade
da vida, mantida pela sabedoria das esferas iridescentes. Que todos conheçam o
poder crístico da visão dinâmica, o poder inerente do conceito da verdade de Deus
atuando aqui.
Amados, alcançamos a nossa liberdade pelo poder da Luz. Pode a Luz fazer
menos por vós? Um milhão de conceitos errôneos são como palha para que o vento
da visão exaltada de Deus em ação leva.
Qual a eira da Vida? Não é a vossa própria pessoa? E a mão da Vida não vos
serve? A destreza no mangual e a perícia do ceifeiro não vos despoja da palha para
que o grão dourado esteja pronto para o moinho – para a transmutação e a eleva-
ção até a mesa do Senhor?
Não estais destinados a serdes somente convidados, mas filhos e co-
herdeiros da Luz infalível de Deus, vestidos com a veste nupcial da imortalidade, a
alegria dos anjos e a paz onisciente do coração da Presença de Deus.
No turbilhão dos dias de hoje, confio que o estudante sincero considerará as
disciplinas do Espírito a forma correta de manter a alma expandindo-se para a sua
matriz poderosa de perfeição.
Na pequenez dos hábitos errôneos, a humanidade planta sementes imperfei-
tas. No cultivo da perfeição do pensamento de Deus, na harmonização da consciên-
cia com a sabedoria onisciente de Deus, na união suprema da unidade espiritual,
tudo mais desaparece. Todo erro e desapontamento humanos são inundados para
sempre por uma corrente de propósito amoroso, cujo fim é uma porta entreaberta
para os ciclos eternos das esferas que se sucedem, visíveis e invisíveis.
Ao brilhar ainda mais perfeita a vossa estrela-d’alva,
190

Mantende sempre em vós a consciência da Boa Vontade


Pois a paz na Terra pode vir para todos
Que, com o coração aberto, escutam o chamado
E vivem com fé, graça e amor
Em direção a Deus, que a tudo assiste do Alto,
E que estende o plano para a humanidade
Do amor em ação, Luz EU SOU!

Fraternalmente,
Jesus, o Cristo

HÁBITO
LIÇÃO 36 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

SEMENTE
“o Que Semeia a Boa Semente É o Filho do Homem”

Cientistas do Espírito, Colocai em Prática a Lei dos Ciclos e Sede Livres! –


Nada é mais importante para o progresso constante da humanidade em direção à
ascensão do que o estabelecimento de bons hábitos. Eles servem para manter o
poder da justiça na órbita do mundo de cada um.
Na Natureza, o poder do hábito é a qualidade inata de cada manifestação es-
pecífica. No homem e na sociedade, ele mantém uma situação benéfica ou infeliz.
Estou plenamente convencido, pela visão clara da realidade, de que a Divindade
mantém a qualidade da perfeição em toda a parte, e que o conceito imaculado é
uma extensão direta da plenitude do Amor imortal expandindo-se por toda a mani-
festação.
A diversificação do Amor na Natureza manifesta-se como uma infinidade de
plantas diferentes, árvores, arbustos e flores cuja variedade é agradável à vista e à
sensibilidade interna. Como um símbolo, a qualidade ímpar da missão individual
(embora de alguma maneira semelhante às dos outros) é a dádiva do Espírito a to-
191

das as correntes de vida. Estas aprendem a desenvolvê-la pelo poder dos bons há-
bitos e pela sabedoria das realizações interiores, que são uma revelação do coração
da Presença do EU SOU.
Os fatores científicos que governam o estabelecimento dos hábitos são sim-
ples e claros como a areia e o céu. A aprovação e a repetição são fatores funda-
mentais no estabelecimento de hábitos positivos ou negativos. A negação e a abs-
tenção são os meios pelos quais quebram-se hábitos negativos.
A atenção não deve ser colocada na condição indesejada, nem devemos lutar
contra ela. Tal atitude agita as energias emocionais que tendem a fortalecer o as-
pecto negativo, ao mesmo tempo em que nos opomos a ele, ao invés de eliminar e
transmutar efetivamente o hábito indesejado. Com o consentimento do livre-
arbítrio, reduzir a freqüência da indulgência com relação aos maus hábitos, quando
realizado como uma retirada ordenada e indolor, enfraquece as respostas condicio-
nadas da mente subconsciente. Desta forma, o autocontrole ajuda muito a dar um
fim à perpetuação dos erros na vida.
A rejeição dos hábitos indesejáveis deve resultar da expansão da alma por
meio do sentimento divino de ser Deus em ação, e não da militância, que empurra
os desejos humanos para as catacumbas subterrâneas do subconsciente para um
dia gerarem doença ou frustração. A melhor maneira de rejeitar as qualidades hu-
manas é simplesmente esquecê-las e substituí-las pelos seus opostos crísticos. Tal
método é científico e espiritual, pois ele flui com as correntes elevadas da divinda-
de, expandindo-se do coração da humanidade e elevando-a à consciência do Cristo
universal.
É importante que o chela pare e pondere sobre algumas maravilhosas, porém
básicas, sementes de Verdade. Percebereis facilmente serem elas idéias de Deus,
que podem ser expandidas até que o ser inteiro, elevando-se com elas, seja exal-
tado à Mente do Cristo, confortável e onisciente.
Não conheço nenhuma experiência mais abençoada, que possa acontecer a
qualquer um durante o tempo do Natal (ou em qualquer outro dia do ano, durante
o processo do renascimento da consciência crística individual), do que o despertar
espiritual da realização de que o universo, como uma mãe protetora, mantém o seu
ser abençoado em estado de contemplação maravilhada. Seu amor ilimitado deseja
192

ver o Cristo vivente estender seus bracinhos na manjedoura da limitada consciência


humana e expandir-se, para alcançar finalmente o céu, brilhando como a estrela de
Belém, com paz e boa vontade para todas as manifestações divinas, dizendo com
as hostes angélicas no tom do mais puro amor: “Glória a Deus nas alturas, paz na
terra entre os homens, a quem Deus quer bem!”
O Cristo, como o menino Messias no coração da humanidade, não pode mais
permanecer um bebê, deve crescer e elevar-se, para realizar o destino e a missão
divina que a Vida exige. O mundo, doente pelo pecado da desordem social, com
energias de pobreza, pestilência, guerra e lucro – o mundo pessoal com doenças
psíquicas e emocionais, medos e frustrações – deve aceitar a idéia do Deus encar-
nado no Filho Varão. Pois Ele regerá todas as nações com vara de ferro1 e despeda-
çará2 as limitadas e limitadoras criações humanas que nunca trouxeram liberdade
ou paz aos corações ansiosos da humanidade.
Como os reinos do mundo virão a ser do nosso Senhor e do seu Cristo3,
abençoados? O poderoso preceito do céu é de que somente pela aceitação pessoal
de cada indivíduo – da sua crença na sua realidade crística (“Homem, conhece a ti
mesmo”4) – pode a salvação (a autoelevação, a elevação do Eu Divino) ocorrer.
Quando a Grande Luz elevar das multidões muitos filhos e filhas à estatura da
cristicidade, a ordem social expressará paz e abundância na terra. Deus não pode
deixar de produzir esta paz e abundância sempre que a sua lei e seu amor são co-
locados em ação pelos seres crísticos (ungidos).
A humanidade não pode querer alcançar automaticamente a graça, se per-
manecer na letargia e no descaso. A graça é concedida ao manso que busca primei-
ro o reino (a consciência) de Deus e a Sua justiça (a aplicação científica da Lei),
que sabe ter sido colocada em ação pelo Pai todo amoroso para uso dele e seu.
Este não enterra seus talentos no lenço do desserviço e do desencorajamen-
to. Ele reúne à sua volta a energia diária (concentra a sua luz nos chakras) como
um cinto de castidade (poder sagrado) e de vitória. Centrado no Cristo Pessoal, o
Sumo Sacerdote, no local do Santo dos Santos, ele invoca a purificação da sua al-
ma pela essência do coração de Deus e acredita que a Vida imortal responderá ao
seu pedido. E segue adiante vitoriosamente, com o passo dos poderosos conquista-
193

dores, senhores da vida e vitoriosos sobre o destino humano, colocando a morte e


o inferno sobre seus pés pela onipotência do Amor divino.
Considerai a maravilhosa chama da Vida nas árvores perenes cuja leveza e
verdor são eternamente adoráveis! Considerai os maravilhosos anjos devas e espí-
ritos elementais que cuidam e abençoam as crianças preciosas de Deus pelos cami-
nhos e atalhos da Natureza e se divertem na alegria divina das formas das nuvens,
que deslizam sem esforço pelos céus acima das árvores.
Amai o halo da alvorada que se transforma na radiação do caminho solar,
anunciando a jornada do Sol da humanidade, que caminha do oriente para o oci-
dente5. Que as horas da alvorada e do meio-dia toquem o vosso coração com espe-
rança e oração, ativando todo o Bem. Movei-vos com o ouro do céu ocidental, cor-
rendo para o crepúsculo como um Ângelus de paz crística, como um manto de
obras bem feitas (realizadas em nome de Deus EU SOU) sobre vilas, cabanas, cida-
des e regões, como as aspirações dos corações mansos da humanidade em toda
parte.
Caminhai todos os dias em nome de Deus como o semeador das boas semen-
tes, saturado e renovado pelas dádivas dos céus. Que o amor prevaleça pelo poder
dos novos hábitos de pensamento e sentimento, que faz com que seja fácil esque-
cer-vos do passado austero. Olhai com olhos de criança as poderosas acumulações
do Bem ilimitado que é o universo em ação.
De tudo isto, dizei a vós mesmos: Estou separado da manifestação, pois EU
SOU o todo de Deus – a totalidade de Deus, a integridade de Deus. O EU SOU é
meu Pai, e o EU SOU e eu somos um!*
Assim, estabelecei o hábito da cristicidade, do divinamente Bom Samaritano,
do Grande Pastor das ovelhas, o vitorioso Filho de Deus.
Na vitória do Amor, EU SOU
Kuthumi

*Cada vez que afirma EU SOU, você está, na verdade, dando testemunho de que:
“O Grande EU SOU em mim é...” Substitua o EU SOU em todos os decretos por es-
tas sete palavras e veja como esta frase dará novo significado e poder ao nome sa-
grado, pela sua completa identificação com ele.
194

IMORTALIDADE

Imortal.[Do lat.immortale.] Adj.2g.


1.Que não morre; eterno; imorredouro.
2.Que nuncaterá fim; infindo.
3.Que jamais será esquecido; inesquecível.
Imortal S.m.
4. Membro da Academia Francesa ou da Academia Brasileira de Letras.
Imortalismo. S.m. Doutrina filosófica que tem por base a imortalidade da al-
ma individual.
Imortalidade.S.f.
1. Qualidade ou condição de imortal.
2.Duração perpétua. Imortalidade da alma Filos.Qualidade atribuída à alma
humana, pela qual esta sobrevive indefinidamente à morte, conservando suas
características individuais.
Imortalizar.V.T.d.
1. Tornar imortal; eternizar: O alquimista procurava descobrir uma subs-
tância que o imortalizasse.
2.Eternizar na memória dos homens:”Mas Shakespeare imortalizou-se, uni-
versalizando-se” (Euclides da Cunha, Contrastes e Confrontos, p257); “O
aroma dessa flor, que o teu martírio encerra, /Se imortalizará, pelas almas
disperso” (Olavo Bilac, Poesias p.144).
4.Fazer a ascensão (Deus imortaliza a alma por meio da chama da ascen-
são – ECP).

IMORTALIDADE
LIÇÃO 37 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

PERFEIÇÃO
195

“Sede Vós, Pois, Perfeitos...”

Aos que Retornarão Ao Éden da Imortalidade Consciente – O rito da imortali-


dade, meta de todos os homens que mantém a grande verdade da chama dourada
da iluminação dentro do coração, é uma cerimônia de propósito eterno, realizada
numa dimensão de tempo e espaço pela Luz de Deus que nunca, nunca falha!
Muitos mistérios disfarçados em simplicidade, que são na realidade pilares da
Verdade para revelar as leis mais profundas que governam a manifestação imortal,
foram confiados às crianças de Deus. Mesmo quando ignoradas pela humanidade,
estas grandes leis continuam a agir da mesma maneira, pois são Verdade viva. A
penalidade pela descrença ou desatenção às leis de Deus é o falso sentimento de
existência, trabalho exaustivo, mortalidade, opressão e trevas – bem o oposto do
que Deus escolheu para exaltar a alma na glória da Vida eterna!
Que aumente o conhecimento divino sobre o coração e a intenção da mestria
espiritual. Ao mesmo tempo, que a gratidão seja expressa por todos os que são re-
cipientes conscientes de cada pétala da Verdade amorosa, que forma um tapete de
realidade perfumada por baixo dos pés da verdadeira identidade da humanidade.
As paixões das mentes inquietas são aquietadas pelo êxtase da Santidade; desta
forma, a eterna busca deve continuar, e ninguém deve desistir de buscar as mara-
vilhas do amor de Deus pela humanidade.
Um enorme poder espiritual pode expressar-se sob a forma infantil da doçura
e da simplicidade, mas no homem crístico eterno este é sempre expresso pela inte-
gridade e maturidade dos conceitos imortais.
Há milhares de anos atrás, em eras pouco lembradas nos arquivos da huma-
nidade mas nem um pouco esquecidas na sua memória subconsciente, acontece-
ram eventos cheios de iniqüidade que levaram a humanidade do Éden da imortali-
dade consciente para a escravidão dos sentidos e a angústia espinhosa da morte,
dor e separação. Nunca, em todos os registros do céu, a intenção divina predesti-
nou os filhos e filhas de Deus aos eventos aterrorizantes precipitados sobre a tela
da vida pela desobediência e dúvida mortais.
Os eventos que precederam a descida dos filhos de Deus da sua morada na
oitava etérica aos corpos densos da carne relacionam-se diretamente à traição do
196

Grande Deus pelos anjos caídos e sua corrupção da raça do Homo sapiens que po-
voava a Terra. Isto levou a humanidade a usar mal o poder do livre-arbítrio, a des-
cobrir o mau uso do fogo sagrado nas feitiçarias, criações perversas e imaginação
maligna1, que criou todo tipo de aberrações, desconectadas do grande poder da
Verdade divina.
Achais surpreendente que as bênçãos da imortalidade dependam intimamente
da chama dourada da iluminação – do uso desta chama (pela reabertura do chakra
da coroa – o centro espiritual que focaliza a Mente onisciente de Deus) e do reco-
nhecimento pelo homem de que ele é filho de Deus, que desceu do alto, peregrino
num mundo de trevas?
Quando a fé enfraqueceu nos corações dos seres mortais (o homem mecâni-
co), estes mantiveram uma pseudo fé, um culto de superstições que variava de
acordo com as suas necessidades do momento. Eles não conheciam o Deus único,
mas somente o bem e o mal relativos dos seus superdeuses (Nefilins). Eles se iden-
tificavam com as areias movediças do tempo, do espaço e das estações, sem per-
ceber que a atenção que colocavam sobre o erro era transmitida e absorvida até
mesmo pela Natureza.
Os conceitos imperfeitos, enraizados na lógica sutil da Serpente e da sua se-
mente (um pseudônimo dado a uma legião de anjos caídos que, na Atlântida e na
Lemúria, tornaram-se os arquiimpostores que lutaram contra as crianças da Luz),
gradualmente acumularam uma montanha de pressão que, finalmente, cedeu e foi
lançada sobre a vida como a desolação sem amor do medo, da decadência e de do-
enças terríveis, que o pensamento e os sentimentos errôneos sempre manifestam.
Nesses dias de perfeição e comunhão com a maravilhosa Fonte de tudo, há
muito tempo atrás, a felicidade dos filhos e filhas de Deus era suprema, tornando
possível que as raças-raízes anteriores realizassem o propósito das oitavas superio-
res sem a contaminação do raciocínio humano.A Vida desabrochava como uma flor
de beleza edênica e os seres obedientes, os filhos da Luz, banhavam-se no sol da
felicidade eterna.
Enquanto isso, o erro estava tomando forma nas profundezas do plano astral
como uma lula gigantesca, preparada para envenenar as águas límpidas da Mãe
terra, obscurecendo a verdade do ser (o Sol por trás do filho manifestado), e des-
197

truindo a civilização embrionária e a senda da mestria pessoal que gentilmente bri-


lhava no templo da corrente de vida infante sobre esta terra querida.
Vim hoje, nesta Universidade do Espírito, falar a todos os que buscam ensinar
e conhecer a plenitude da misericórdia e do amor transmutativo e que desejam en-
contrar o caminho de volta ao estado glorioso de perfeição que um dia conheceram.
A Vida, a Vida imortal, existe dentro de vocês. Existe como uma pequenina
chama de perfeição, que alimenta a esperança até que ela se torne um raio brilhan-
te nas mentes de muitos devotos da Verdade, e que concede, aos poucos que são
capazes de perceber, de forma divina, a forma viva de vencer o último inimigo que
é a morte2.
A vossa dedicação em destruir esta morte ( e o inferno, que é a morada dos
mortos sem deus), preciosos corações de Luz, unida à minha dedicação, limpará o
caminho para que a Vida imortal tome o comando, o domínio e o controle sobre a
vossa corrente de vida a partir da chama trina entronizada no altar do vosso cora-
ção.
Por meio da direção divina, e só por meio dela, a humanidade retornará ao
estado de graça pelo qual o céu é garantido no presente, ao invés de ser adiado pe-
la dúvida e pela incerteza. As leis da imortalidade e da graça destinadas ao homem
nunca podem ser interrompidas, exceto na vida do indivíduo que lamentavelmente
usa mal a dádiva preciosa do livre-arbítrio. Assim, cada ser obediente, por lei cós-
mica, alcança um estado de percepção interna reconfortante – a longa noite escura
termina e a aurora inunda a alma de paz e restabelece a esperança do retorno à
graça celestial, alcançável aqui e agora.
Todos os que desobedecem à lei da Verdade eterna na consciência exterior,
afastando a sua atenção para longe da Vida (fixando-a nas formas de morte, ex-
pressas pelos meios de comunicação de massa), não o fazem impunemente; as
frustrações diárias vividas pelos homens são provas visíveis desta lei. É tão conhe-
cido na nossa oitava que chega a ser elementar o fato de que a Divindade deseja
somente divinizar a humanidade (“glorificar como supremamente valiosa, tornar a
humanidade semelhante a Deus pela sua identificação completa com o Espírito da
Divindade) dando-lhes plena liberdade das condições (de retorno cármico) que a
oprimem.
198

Infelizmente, os que mais precisam da certeza deste conhecimento reconfor-


tante são exatamente os que acham que as idéias divinas são menos compreensí-
veis. O povo da terra absorveu muito a pseudocultura da civilização de Caim, cujos
padrões foram, com muita freqüência, determinados por pessoas com objetivos in-
feriores, que buscavam o sucesso material sem o Espírito e a popularidade sem a
Verdade e que, consequentemente, nunca entraram na corrente das águas da mes-
tria da Mãe Cósmica.
A tela de fundo magnífica para o restabelecimento da ordem mundial, para a
cura das doenças do corpo político e para o restabelecimento do controle divino em
cada homem, mulher e criança, está muito obscurecida pelo entulhamento inútil de
restos imemoriais de feudos e vendetas. A visão que a humanidade tem do futuro é
com freqüência nebulosa e vaga demais para ter alguma consequência, com a ex-
ceção de uma pequena parcela, que ela reclama como a sua cota de dias, embora
não tenha noção ao longo da vida do cargo que ocupa em suas moradas de argila.
Ainda assim, alguns corações em todas as eras responderam poderosamente ao
ímpeto do amor divino, ávidos por usar as várias avenidas de serviço celestial aber-
tas a eles, para a bênção de seus companheiros de serviço criados à semelhança de
Deus!
Estou convencido de que a esperança do mundo está na expansão da vitória
destes comparativamente poucos indivíduos iluminados por Deus e que buscam a
Deus que, em todas as eras, avançam espiritualmente. Felizmente para eles, mas
não para o mundo, muitos fazem a sua graduação da cena terrestre, alcançando a
sua liberdade e ascensão. Isto cria um certo vácuo no topo da espiral e torna o coe-
ficiente de iluminados, quando comparado à consciência de massa, parecer ínfimo,
em contraste com o “caminho espaçoso”3.
Entretanto, os ideais dos Mestres Ascensos e dos devotos de seu amor manti-
veram pessoas sérias e divinamente iluminadas ancoradas à terra e à sua atmosfe-
ra como um ato de graça e misericórdia pelo qual, da oitava ascensa, o mestre ofe-
rece as suas realizações espiritualizadas para a libertação de toda a Raça do EU
SOU. Estas são as ovelhas perdidas (prejudicadas) da casa de Israel4 às quais sou
enviado e às quais envio os meus discípulos. Elas são da semente da Realidade di-
199

vina – a descida espiritual do Ancião dos Dias (Sanat Kumara), também chamada
de a semente da Mulher5 (a Mãe Divina).
Amados, é necessário que tenhamos representantes pessoais como pontos
focalizadores para a nossa Palavra (Alfa) e a nossa Obra (Ômega) que cuidarão das
energias espirituais do céu e as venerarão numa atmosfera sagrada no altar da vida
consagrada, disseminando o nosso ensinamento, amor e luz de forma criativa de
muitas maneiras. Precisamos de correntes de vida em encarnação que desejem pu-
blicar no mundo por amor o verdadeiro entendimento das leis de Deus e o comple-
mento completo das instruções para a senda da ascensão. (Sabemos muito bem
que, por definição, para que seja realizada, esta tarefa envolve algum sacrifício
pessoal).
Nossos postos avançados realizam, desta forma, a lei cósmica que decreta
que o homem é a autoridade na terra para este mundo. Exceto em circunstâncias
extraordinárias ou por uma vida já completamente dedicada à vontade de Deus, o
céu não intervém nem intercede nos assuntos dos homens, salvo quando o livre-
arbítrio, o pedido sob a forma de oração ou um representante devoto, cujo cálice
elevado de receptividade consciente seja constante o suficiente para conter a
transmissão divina, intercedem por eles.
Assim, o nosso chamado segue adiante para que servos ministrantes sirvam
sob o nosso cargo de Instrutores Mundiais, oficiado em conjunto. Estamos procu-
rando discípulos que ensinarão à humanidade o Caminho enquanto são ainda uma
luz no mundo.
Esta Verdade é mais bem recebida pelo coração daquele que está amorosa-
mente determinado a alcançar o estado de imortalidade, ajudando os outros a al-
cançar a libertação da maldição de Edom.
Lembrai-vos sempre de que EU SOU o Caminho.
Amorosamente, EU SOU
Jesus, o Cristo


“Pela Fé Enoque Foi Trasladado...”
200

Meus Irmãos e Irmãs Que Vestem o Peitoral da Fé – Os empreendimentos


cuidadosos dos fiéis que buscam obter a sua vitória sobre a morte podem não ser
totalmente reconhecidos por aqueles que permanecem, depois que o ser que as-
cende é retirado do seu meio, mas o ceticismo da mente de massa não afeta o ilu-
minado que voa para o alto pelo poder daquela graça divina que eles invocaram fi-
elmente. Entretanto, os impedimentos da incredulidade apegam-se aos incrédulos,
atuando como um bloqueio à sua manifestação de imortalidade e vitória.
Alcançar o estado de consciência cheio de fé vital é um grande passo para ob-
ter o estado imortal. A compreensão disto pode ser alcançada pelos seguidores sin-
ceros da Luz quando percebem o efeito que a fé tem sobre o espírito do homem.
Ele vai a fé pessoal até a imortalidade e a vida se tornará valiosa. A vida se
tornará um reino de partilha e realizações, onde toda a família do Corpo do Senhor
encontrará a esperança, ampliada pelo amor, mantendo a chama do conforto eter-
no brilhando na consciência da Comunidade do Espírito Santo.
Posso perceber, na minha própria jornada espiritual, o maravilhoso advento
da fé renovada que como uma estrela guia me levou para frente e para o alto, en-
sinando-me, com o exemplo de vitória do amado Jesus, como Deus desejava que
eu fizesse minha a vitória dele. É sábio, amados, muito sábio, relacionar a Verdade
convosco. Somente ao atrairdes Deus em manifestação dentro de vós podereis ter
a esperança renovada e os meios para vencer o desespero humano com o Amor Di-
vino.
As questões sobre a origem da Vida são mais bem consideradas pela mente
finita em termos da passagem de ciclos sem princípio nem fim. Estes ciclos atra-
vessam o infinito e buscam progressivamente uma dimensão e uma maravilha mais
elevadas. Uma linha reta parece ter princípio e fim, mas uma série de ciclos ou es-
pirais continuam sempre para frente e para o alto, como decreta a intenção de
Deus, manifestando-se diariamente num descortinar abençoado de véus de Infini-
dade ao alegre coração da criança de Deus.
O amado Jesus e eu temos a intenção de dar-vos, nestas Lições da Universi-
dade do Espírito, uma consciência maior da imortalidade e da forma de alcançardes
a vossa vitória sobre a morte. Cheios de esperança, devemos informar aos estu-
201

dantes os meios de acelerarem a fé. E a fé criará uma compreensão maior da ciên-


cia do Ser que, quando aplicada, aliviará muito desconforto e o medo da consciên-
cia de massa, e possibilitará os nossos amados chelas a prestarem uma ajuda sig-
nificativa para o restabelecimento da terra ao seu estado edênico dourado, mencio-
nado pelo amado Jesus.
Dedicamos estas lições a este propósito e decretamos que as hostes angélicas
concedam bênçãos ilimitadas de ajuda imortal, que se manifestarão no mundo de
cada estudante sincero desta Luz de Deus que nunca falha.
À vitória do Amor
EU SOU dedicado para sempre,
Kuthumi

IMORTALIDADE
LIÇÃO 38 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

CARIDADE
“Ainda que Eu Falasse as Línguas...”

Amantes do Poder de Salvação de Deus – Se pudésseis perceber nos níveis in-


teriores, como nós o fazemos, o desejo profundo e quase doloroso nos corações
das crianças de Deus por terem uma maior compreensão da vida e de libertarem-se
da confusão que faz parte da experiência humana, os vossos corações (se tocados
de alguma forma pelos anseios dos vossos irmãos) se elevariam pelo grande desejo
e fervor crescente de acelerar o processo de libertação deste querido planeta!
A admirável devoção de muitos dos nossos chelas é uma coisa maravilhosa
de ser testemunhada e louvamos suas muitas atitudes benignas e corretas. Ainda
assim, atitudes indecentes ainda permeiam a consciência de massa, e transbordam,
com hábitos semiconscientes, para as vidas dos nossos chelas, impedindo a mani-
festação plena do amor imortalizado em ação.
202

É verdade que a salvação é um dom concedido pelo poder e graça de Deus e


não obra dos homens1; é verdade também que a ascensão é a totalidade da inten-
ção divina para o Filho da Luz (os termos salvação e ascensão são definidos como a
reunião da alma com Deus, a Poderosa Presença do EU SOU, por meio da mediação
do Santo Cristo Pessoal).
Entretanto é necessário que as escrituras sejam interpretadas corretamente
para que haja uma compreensão maior daquilo que, na filosofia oriental, é chama-
do de “karma yoga”2 (a união com Deus realizada pela transmutação do carma por
meio da ação correta). Em seus escritos abençoados, Tiago, discípulo de Jesus, dis-
se que se o homem tiver fé, as boas obras seguir-se-ão como testemunho dela, e
concluiu dizendo que a fé sem obras é morta. E o Amor é realmente a realização
dessa lei.
A simbologia da “mesa comum” do Senhor faz-nos lembrar que a Lei do Amor
está baseada na grande unidade da vida – um amor feito de Amor, pelo Amor e pa-
ra o Amor! Como Deus pode esquecer o homem, a quem criou, se Ele, o Criador, é
dotado de graça e misericórdia infinitas? Aqueles que são os verdadeiros seguidores
da Mente Divina, percebendo Sua graça e plenitude, devem responder como um Pai
responde à fome de seus pequeninos e com as palavras do Mestre: “Apascenta as
minhas ovelhas!”
Existem muitas correntes de vida neste planeta que, embora não tenham
compreendido totalmente a lei de seu próprio ser ou o princípio universal da Pode-
rosa Presença do EU SOU individualizada, compreendem as necessidades da huma-
nidade e respondem com boas obras e boas causas aos clamores dos corações e
necessidades gritantes das multidões. Com grande mestria, nossos devotos, com
elevada compreensão, procuram aliviar a dor e o sofrimento pela invocação direta à
Divindade por uma intercessão poderosa de Suas hostes em prol de muitos, sem
negligenciarem prestar esta assistência com cuidado amoroso, constância e espírito
de graça prático.
De forma muito real, ambos os grupos – os humanitários e os servos minis-
trantes – estão expressando a fé por meio de boas obras; algum dia eles descobri-
rão que os registros cármicos de suas vidas, sempre precisos, refletem cada boa
ação creditada nas suas contas pessoais.
203

Visto que a imortalidade é a dádiva da Vida para todos – dádiva esta que de-
ve ser apreendida e reclamada como um direito de cada filho de Deus – os que
ajudam as almas a encontrar o caminho de volta ao ser Divino amado estão, da
mesma forma, por este ato do Bom Samaritano, ajudando a si mesmos a alcançar
a sua ascensão.
Por que achais, abençoados, que aqueles de nós que se sintonizaram tão de-
vota e valentemente com a Divindade em vidas passadas elegeram o serviço hu-
milde? Por que o amado Jesus ofereceu as suas energias amorosamente aos muitos
que não eram capazes de obter por si mesmos aquela transmissão de graça espiri-
tual que ele obteve? Por que tantos avatares e servos de Deus, ilustres e conheci-
dos, lutam com a humanidade, a despeito da pouca apreciação, ingratidão e até
mesmo da hostilidade que recebem?
Abençoados, pode parecer um ato de egoísmo do ponto de vista humano,
mas do ponto de vista divino este é o autointeresse iluminado. Estes seres abenço-
ados sabiam que o seu retorno ao coração de Deus seria muito acelerado pela sua
total aceitação da oportunidade abençoada de serviço na Terra. Eles também sabi-
am que o seu serviço na Terra seria um dia transcendido pela oportunidade de mais
serviço prestado do estado ascenso, vitorioso em Deus, como presto agora.
Com os Irmãos do Mundo Dourado, sirvo a humanidade de incontáveis ma-
neiras, ajudando-a a obter a sabedoria de Deus e a beleza da chama da iluminação.
Como servo de Deus no cargo de Instrutor Mundial, é meu dever (dharma) e inten-
ção permanente intensificar em nossos estudantes, assim como em Crotona3, há
muitos anos atrás, a chama da devoção à Verdade.
Agora, amados corações amigos de todas as eras, quero deixar bem claro que
o desencorajamento é, com freqüência, o fardo dos aspirantes que medem seu
progresso na escala pouco confiável e mentirosa da personalidade humana. Se os
homens e mulheres que seguem a senda espiritual deixarem todo julgamento para
Deus através da Poderosa Presença do EU SOU, nem mesmo julgando a si próprios,
mas voltando-se para a sua Grande Fonte Divina e para os Mestres Ascensos com
amor mais intenso, verão um poder maior expressar-se em seu mundo. É este po-
der de Deus para a salvação4 que desejamos ver expandido (com sua coincidente
204

libertação do Maligno), e não as formas pensamento autodegradantes da imagem


de imperfeição de si mesmo, que só colocam a alma numa espiral descendente.
O corpo de servidores de luz (o Corpo Místico de Cristo) precisa ser reforçado
pelos que não temem ser absorvidos pela Divindade. Como é ridículo temer retor-
nar à Grande Fonte de onde se veio! Será que a humanidade acredita mesmo que
pode ser toda de Deus e ainda manter-se humana? Conforme manifesta mais de
Deus, tornando-se a sua única lamentação o fato de que a própria qualidade da au-
totranscedência impede-a de alcançar o Infinito, fazendo da busca feliz da Divinda-
de o eterno propósito autotransformador!
Será que a humanidade deseja dar poder ao barro, ao invés de dá-lo ao
Grande Oleiro5 e a sua abençoada roda que moldam as experiências da vida? Ama-
dos, a criação da personalidade da alma do Filho do homem vindouro dentro do co-
ração de Deus acontece com tão grande devoção que nenhuma gentileza, nenhum
ato mais poderoso de amor poderia ser concebido pela descendência do Altíssimo.
Jesus, meu amado companheiro de serviço, expressou o seu amor como
compaixão pelas multidões quando “tomou a si as nossas enfermidades e levou as
nossas doenças6, entrando desta forma no amor eterno e recriador do Pai, dando
diariamente nascimento e vida nova à personalidade da alma de seus filhos. Depois
da surra sofrida pelos seus pequeninos na sua caminhada pelo mundo, estou certo
de que a maioria daria mais do que as boas-vindas às ministrações reintegradoras
do Espírito Santo, concedidas ao filho pródigo.
Não pretendo entreter a noção de que a Divindade não tenha poder para in-
terferir no domínio da Terra – hipótese aventado por alguns. Amados irmãos, o po-
der de Deus não tem paralelo em parte alguma, nem no alto nem embaixo – pois,
vista sob qualquer ângulo, a onipotência é estupenda! Todos deveriam saber que
Deus tempera o vento de acordo com a tosquia das ovelhas7 aonde quer que, na
terra, pelo livre-arbítrio, o homem faz da vontade do Pai a autoridade suprema de
seus atos.
Ao falar em ovelhas, penso na escritura que declara: “Como cordeiro foi leva-
do ao matadouro, e como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu
a sua boca”8. Abençoados, o serviço compassivo oferecido por todos os seres as-
205

censos em prol das evoluções da terra não foi realizado sem oposição, conhecida ou
não.
O atoleiro abissal da ignorância humana e o mar revolto da ilusão que inunda
a consciência de massa opõem-se à expansão da Luz. Mas declaramos que eles não
tem poder nem permanência! Abençoados, desviai a vossa atenção para a estrela
de poder divino e permanência celestial e vede como os vossos desejos serão reali-
zados pela ação da lei imutável do amor e da graça.
Ao confortar o próximo, não podeis impedir-vos de receber em retorno, e o
mundo está tão carente. A imortalidade é mais bem alcançada com o serviço; pois,
quando tratais dos negócios do vosso Pai9, o fluxo de amor divino é oferecido por
meio de vós, e Deus não negará a seu próprio servo o privilégio do intercâmbio di-
vino.
Como são necessários instrumentos de serviço, não em um, mas em muitos
campos! Que todos sirvam a Deus como a grande luz do Eu Divino ordena. E que
todos sejam abençoados com as recompensas do serviço imortal, tão agradável aos
Mestres Ascensos!
As muitas mansões do Pai aguardam o desenvolvimento das correntes de vi-
da devotas que buscam conscientemente a senda da imortalidade, graduando-se da
escola da vida de forma a poder servir “aqui” ou “lá”. Em verdade, “EU SOU aqui,
EU SOU lá, EU SOU em toda parte no serviço ao meu Deus!” é a afirmativa cósmica
atual – e da estrela d’alva que surge10. Nunca deverá faltar ao oleiro a felicidade
derivada da busca da tocha da oportunidade (daqueles que seguiram no serviço
cósmico) para servir aqui na terra.
A expansão externa do amor é prerrogativa dos anjos. Entretanto, o homem,
que pouco menor foi feito na ordem da hierarquia, enquanto alcança a plenitude da
liberdade por meio da aplicação de si mesmo na graça e nas boas obras, aceita a
dádiva de Deus e é coroado com ainda maior glória e poder!11 Assim, ele é exalta-
do à plenitude do estado de honra da oitava dos Mestres Ascensos onde “um com
Deus é maioria” – expresso em atos pelo uso do poder, sabedoria e amor univer-
sais.
O eu pessoal é naturalmente infeliz quando está confinado ao estado de es-
tratificação sem escapatória. Lembro-me bem desse sentimento, que senti quando
206

era Francisco Bernardone e estava destinado a seguir os negócios de meu pai ter-
reno e trilhar a senda das glórias e honras mundanas.
Para consternação de meu pai e dos amigos, abandonei a herança terrena e
um negócio próspero para lutar por uma recompensa maior12 de meu Pai celeste.
Eu falei com meu Irmão Sol e a Irmã e Mãe Terra, tentando imprimir a ternura do
amor de Jesus e de Deus em cada grão de areia por onde passava. Eu trouxe a
chama de Deus e pedi a ele que deixasse a luz dentro de mim fluir para santificar
as minhas pegadas, para que todas as gerações futuras pudessem ser abençoadas
por elas.
Percebei que a vossa imortalidade é alcançada aqui e agora, abençoados se-
res de Luz. É alcançada pelo vosso uso feliz das horas brilhantes, na vossa expres-
são radiante e que expressa Deus na harmonia, em hinos de louvor enviados ao co-
ração de Deus dos vossos corações, maravilhosamente cheios e repletos pela maré
de amor de gratidão pela Vida.
Ide agora dar brados de alegria ao Senhor!13 Louvemos juntos as oportunida-
des de serviço imortal, magnetizadas no dia da salvação que é hoje e deixadas co-
mo marcas no caminho para todos os que encontrarão também o caminho de volta
ao Lar!

Ó Amor de Deus, Amor imortal,


Todos no teu raio vem envolver;
Envia a tua compaixão do alto
Para a todos hoje enaltecer!
Na plenitude do teu poder,
A glória dos teus raios vem derramar
Sobre tudo o que existe na Terra,
Onde a vida em trevas parece estar!
Que a Luz de Deus venha fulgurar
Para libertar os homens da dor;
Vem elevá-los e envolvê-los, ó Deus
No teu poderoso nome, EU SOU!
207

Kuthumi

IMORTALIDADE

LIÇÃO 39 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

CORPO
“Vós Sois o Corpo de Cristo”

Aos Estudantes dos Mistérios Crísticos Que Aprenderão a Lei da Imortalidade – Radian-
te perfeição da Luz, vinde aos corações dos homens e fazei com que eles compartilhem da tua
Realidade, que eles se tornem a tua Imortalidade, que eles conheçam a plenitude do Ser que
são!
Eu vim para que tenham Vida (Deus) e a tenham em abundância1. Como é possível que
aqueles que dizem acreditar em Deus não entendam que a expansão do privilégio divino é a
vontade de Deus para todos? Como a Vida é um privilégio divinamente concedido, na plenitude
da vontade de Deus todos os homens devem receber mais Vida abundante, conforme a sua fé
coloca em ação a manifestação desejada das bênçãos de Deus.
A timidez, que esconde a sua lâmpada debaixo de uma vasilha2 de negligência e racio-
nalização, não pode nunca herdar o reino de Deus. Para expressar o momentum necessário de
imortalidade vitoriosa, uma fé fraca (um coração tímido, o espírito frágil, a hesitação, a inação)
deve ser substituída pela confiança nos planos do nosso Pai e na certeza de sua realização na
humanidade.
O contato que os nossos estudantes fazem com Deus, nos níveis internos da consciên-
cia, pode não ser plenamente apreciado pela mente exterior, devido ao fato de não estarem
completamente conscientes da graça interior (luz) que já possuem (através do cordão de cristal
e da chama trina). Se os que desejam experimentar a afluência da Mente de Deus e sua orien-
tação interna pedirem com persistência a expansão da chama da iluminação divina em seus
corações, serão amplamente recompensados; pois da consciência desta graça interior (trans-
mitida pelo Santo Cristo Pessoal) vem a compreensão da Vida e a instrução de como energizar
as células do corpo físico e controlar os corpos do pensamento e do sentimento.
208

O corpo da memória da humanidade (chamado de corpo ‘etérico’ ou corpo de fogo) de-


ve, da mesma forma, ser energizado pelo poder espiritual até que as ‘partes’ do Todo que se
manifestam no homem sejam a soma de sua experiência interior. Isto é realizado, amados,
com a vossa meditação na Luz, precipitada em vossos membros pela ciência da Palavra fala-
da.
Existem estudiosos que não dão ênfase suficiente ao exercício da faculdade da memó-
ria; outros encorajam o seu mau uso no aprendizado superficial, sem a compreensão da alma
(a educação do coração) ou a integração das faculdades mentais espirituais. Devemos alertar-
vos quanto a isto – pois da memória divina da consciência permanente de si mesmo, ao longo
de todas as existências anteriores, existem impressos sobre o corpo mental, sobre o corpo de
desejos e o corpo físico os atributos (os ‘genes’ espirituais) da personalidade da alma. Estes
atributos percorrem uma órbita cíclica para manifestarem-se, não de uma vez, mas pouco a
pouco como a criança que se torna adulta, ao longo de sua vida.
Por meio do estudo e das disciplinas da Fraternidade, a mente exterior deve freqüentar
a escada espiral da memória interior, estabelecendo desta forma o canal de descida para os
poderes superiores e a expressão da genialidade alcançada em vidas anteriores – registrada
no abençoado corpo da memória, o verdadeiro arquivo da história da alma.
O abençoado veículo da memória foi criado para registrar o padrão divino de cada cor-
rente de vida, a verdade das suas experiências no plano etérico e a consciência da sua alma
nas oitavas mais elevadas do ser. Entretanto, com a evolução humana no mundo da forma, fi-
cam impressas sobre este veículo formas de pensamento discordantes, energias mal qualifica-
das da consciência de massa e trivialidades do dia-a-dia, que embaçam a pureza cristalina e a
simplicidade da contínua revelação de Deus aos homens, abundante em variedade e rica em
bênçãos.
A necessidade do momento é a purificação do corpo etérico dos restos da consciência
dos sentidos, para descobrirdes o registro original da intenção do Criador e para abrirdes espa-
ço na “pousada do ser” para a consciência da alma – a Luz do Cristo da verdadeira felicidade
na bem-aventurança da experiência divina. Não conheço nenhum meio mais eficaz de realizar
esta purificação (atualmente possível aos nossos discípulos) do que a aplicação do fogo violeta
por meio do uso diário dos decretos dinâmicos.
Oração, jejum, meditação na Presença – exercício físico, yoga, ar puro, sol – e, princi-
palmente, manter a harmonia no mundo dos sentimentos, manter a intenção elevada, repousar
o suficiente e ter uma dieta integral complementam a vossa aplicação da Palavra para alcançar
a máxima aceleração da memória divina da Mente de Deus no vosso corpo etérico e sua anco-
209

ragem nas células físicas do vosso cérebro e sistema nervoso. A observância destas recomen-
dações proverá o equilíbrio necessário para serdes serenos e energéticos, confiantes em vós e
na vossa senda e exemplos agradáveis de alegria e entusiasmo para todos! Seres como estes
respiram o ar do propósito sagrado e o realizam!
A identidade divina de cada discípulo deve ser encontrada na aceitação do poder da
Presença do EU SOU para expressar o abençoado plano divino na oitava física através dos
quatro corpos inferiores, sob a orientação e tutela do Santo Cristo Pessoal. Tendo em mente
que revelamos o corpo da memória como a pedra do cimo do arco do ser, conectando o ‘Alto
com o ‘embaixo’ da vossa consciência, considerai encarecidamente o seguinte:
Como a oitava física é o terreno para as realizações espirituais e o local onde a dádiva
da salvação é ganha com as boas obras, é aqui na terra que a identidade divina deve ser reali-
zada – não em algum estado nirvânico alcançado depois de uma vida de inatividade, contem-
plação ou práticas de yoga sem obras. Os quatro corpos inferiores (como memória, mente,
sentimentos e forma física) são os instrumentos por meio dos quais a perfeição do EU SOU
deve manifestar-se para que possa ser realizado o : “EU SOU a tua vontade realizada, assim
na terra como no céu”3.
Amados, aquilo que expressais nos vossos quatro corpos inferiores é resultado da vossa
compreensão consciente atual – ou da vossa ignorância inconsciente ou subconsciente. O que
sois e o que pensais pode ser claramente percebido pelo que está manifestado nos vossos
quatro corpos inferiores, percebido por nós e pelos instrutores não ascensos perceptivos e sin-
tonizados espiritualmente.
A visão da identidade de Deus, que vistes no princípio e depois mantivestes no cálice da
vossa consciência, é aquela que estais expressando, por mais limitado que este conceito pos-
sa ser. A Lei determina que, a menos que estejais expressando nos vossos quatro corpos infe-
riores (os quatro lados da grande pirâmide do ser) a plenitude da imagem divina, não tereis
Ainda, de fato, percebido de forma precisa aquela imagem, pois como o homem imaginou em
seu coração, assim ele é na sua expressão externa4. De forma oposta, ele não pode ser ou
tornar-se aquilo que não viu.
Desejamos muito que, da Divindade gereis aquele “Sol de Justiça”, que vos levará para
o alto nas asas curadoras do Pensamento de Deus e que manterá para vós a matriz perfeita da
vossa identidade imortal5. O corpo etérico é o veículo lógico para isto, por seu estado puro e
por ser o corpo de vibração mais elevada dentre os quatro corpos inferiores. Em cada expres-
são consciente ou inconsciente de energia, estais moldando ou aglutinando a imagem divina
210

dentro de vós – tendo como resultado a manifestação daquele padrão de energia, devidamente
consagrado ou profanado nos três corpos inferiores.
O corpo etérico é um cálice para o fogo sagrado da Presença do EU SOU, o cálice para
os chakras e o templo do vosso Cristo Pessoal – quando purificado. A alma que se elevou em
vibração confortavelmente a este plano exaltado, usa a veste etérica como um veículo para a
assim chamada ‘viagem da alma’ fora do corpo. Por isso enfatizamos que da purificação e dos
exercícios espirituais do corpo da memória feitos de forma deliberada dependem a realização
das tarefas que vos foram confiadas antes desta vida, como a meta estabelecida para esta en-
carnação.
A chave para a precipitação científica e precisa no vosso tabernáculo – o local onde po-
deis aprender a ser o mestre de obras sábio, onde Deus existe dentro de vós – será descober-
ta, amados, com o uso do conhecimento de que os quatro corpos inferiores são o cálice focal
nesta oitava para a vontade, sabedoria, amor e poder de Deus.
Deveis compreender que estes quatro corpos não são quatro cavaleiros lutando pelo
prêmio da identidade individual, mas um plantel de garanhões comandados por um cocheiro, o
Eu Verdadeiro, que usa as suas energias combinadas num esforço unificado para ganhar a ta-
ça da ação equilibrada, na luta pelo propósito imortal da identidade crística.
Vede, abençoados discípulos, é o Santo Cristo Pessoal que deve ter controle total sobre
as energias trazidas para baixo, primeiro para o receptáculo do corpo da memória, depois dire-
cionada para o corpo mental, depois ao corpo de desejos e finalmente ao corpo físico. Estas
energias são confiadas ao vosso uso para que glorifiqueis a Deus na oitava física. Ao entregar-
des as rédeas do controle ao Mentor, que traz nas mãos o esboço (mapa) do curso da vida, es-
tais declarando a aceitação do preceito encarnado no primeiro mandamento da Lei: “Não terás
outros deuses diante de mim”6.
Pelo vosso livre-arbítrio, desta forma negais o poder dos ídolos dos ‘reis’ deste mundo7 e
entrais na graça da minha missão. Tendo tomado domínio consciente sobre as tentações do
deserto8, retornareis ao reino (à consciência da Cidade Quadrangular “que de Deus descia do
céu”9) confiando que, quando o príncipe deste mundo vier, não encontrará nada dele em vós10;
pois havereis feito dos quatro corpos inferiores o tabernáculo de Deus, apoiado nos pilares da
vontade divina, iluminado pela sabedoria e expressando o poder e o amor do Criador.
Realmente, nada será encontrado naquela cidade que é quadrangular e que contamine
(corrompa11) a identidade divina; por terdes-vos submetido uma vez à lei da imortalidade, com
união de propósito com a expressão “venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade”, as leis do
pecado e da morte (mortalidade) não podem mais controlar a vossa existência.
211

Desta forma, a imortalidade é alcançada no aqui e no agora, conforme abarcais consci-


entemente, a cada dia e hora, a consciência infinita que inclui o universo com seu amor e cui-
dado e que pode compartilhar somente da inteireza do Cristo nos pensamentos e nos atos dos
quatro corpos inferiores.
Despertai, santos em potencial, ao chamado do EU SOU e do Santo Cristo Pessoal, cu-
ja voz cristalina declara: Levanta-te! Levanta-te! Levanta-te!, resplandece!13 na aceitação da
Luz e da imortalidade através da liberação consciente dos quatro corpos inferiores na corrente-
za da direção divina, que desce do alto através do cordão de cristal para o cálice elevado da
chama do coração.
Aquietai-vos e sabei que eu, que vos criei, caminharei convosco por todo o caminho,
pois EU SOU o próprio núcleo do vosso desígnio. EU SOU a vossa Luz, EU SOU a vossa Vida
e EU SOU a identificação da vossa alma com a imortalidade, agora e para sempre!
Na quietude da aurora da imortalidade, EU SOU a ressurreição das boas obras dentro
de vós, divinamente inspiradas.
Vosso irmão,
Jesus, o Cristo

IMORTALIDADE

LIÇÃO 40 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

CHAMA TRINA
“Quem Faz de Seus Ministros Labaredas de Fogo”

A Todos os Que Compartilharão do Fruto da Árvore da Vida - A senda do serviço como


forma de conhecer a totalidade de Deus foi bem definida. Vamos, portanto, estudar o melhor
meio de alcançar a imortalidade consciente como complemento ao serviço amoroso.
Abençoados, a chama trina, que é a sede da vida e da consciência, tem sido muito mal
compreendida. Esta tri-unidade de Poder, Sabedoria e Amor funciona como uma unidade:
sempre que uma qualidade se manifesta, as outras duas devem segui-la, se quisermos ex-
pressar e usufruir a plenitude do bem crístico.
212

O equilíbrio destas qualidades crísticas é, atualmente, a meta principal dos nossos estu-
dantes. Isto é alcançado pelo equilíbrio da chama trina, que deveis visualizar como um fogo
sagrado único com três ‘plumas’, semelhante a uma flor-de-lis, cada pluma focalizando uma
das qualidades divinas primárias da Trindade. Aumentar o tamanho da chama trina é uma meta
secundária porque, a menos que ela esteja equilibrada, seu aumento só traria mais problemas.
O Poder (focalizado na pluma azul), a Sabedoria (focalizada na pluma amarela) e o
Amor (focalizado na pluma rosa) estão magnificamente relacionados com a radiação angélica
da fé, esperança e caridade, com a luz do Pai, com a vida do Filho e com o amor do Espírito
Santo. De fato, estes símbolos ígneos interrelacionados da ação trina, focalizam a personifica-
ção da Santíssima Trindade dentro de vós.
Como disse Saint Germain: “A luz é a chave química”1. A compreensão e expansão dos
elementos da Luz (que são, na realidade, o vosso Poder) são as chaves para a magnificência
espiritual e a Vida Imortal, protegidas pela perfeição da Sabedoria e do Amor imortais.
A expansão da Luz divina é uma atividade espiritual científica. Por este motivo, vou en-
sinar detalhadamente sobre este assunto (tanto aqui, quanto nas aulas que assistireis nos pla-
nos etéricos, nos níveis internos’ do Retiro do Royal Teton). É meu desejo que todos se benefi-
ciem com a simplicidade desta transmissão e que a sua bênção não fique confinada aos estu-
diosos da palavra de Deus, que adoram executar coisas sagradas, como eu.
Considerai por um momento que o núcleo das partículas diminutas da substância mate-
rial é composto de luz, que emana do núcleo de fogo branco do átomo. Esta luz é direcionada
do coração de Deus no Grande Sol Central ao reino de Deus vizinho, no mundo esférico e peri-
férico da, assim chamada, matéria.
É importante que percebais que o fluxo natural deste poder sustentador é administrado
pela Inteligência Divina inerente na criação e direcionado por manifestações hierárquicas espe-
cíficas – tais como seres cósmicos, Elohim, hostes angélicas, devas da Natureza, espíritos
elementais bem como a nobre humanidade (adeptos ascensos e não ascensos) – que alcança-
ram, pela graça, vários estágios de controle sobre a lei natural.
Vede, existe um Sol por trás do Sol. Existe uma essência unificadora por trás da mani-
festação exterior que é totalmente espiritual e parte adjacente de Deus, embora contenha a
fórmula para a coalescência da matéria, molécula por molécula. O grande Mestre Saint Ger-
main sempre usa o termo Luz para representar este aspecto causativo da Divindade, assim
como o fazem outros na nossa Fraternidade. Entretanto, a discriminação é necessária, pois,
da mesma forma como existem diversos tipos de pessoas, existem também luz e Luz.
213

Ainda assim, Deus manteve em seu grande coração de amor, seguramente encerrado
na Árvore da Vida (o Corpo Causal), o fruto misterioso (a Consciência de Deus) daquela Árvore
que (quando divinamente compartilhada) torna o Filho do homem, como manifestação de
Deus, imortal2. Ainda assim, os mistérios profundos das eras passadas podem ser compreen-
didos com uma simples explicação, se nos dedicardes toda a vossa atenção – pois o amado
Jesus e eu desejamos que vos torneis como nós somos, por meio da assimilação do ‘corpo’ e
do ‘sangue’ do nosso ensinamento.
O Amor divino tem a resposta para a dádiva da imortalidade, e qualquer um que mani-
feste um sentimento inferior ao amor pela Vida ou por qualquer parte dela, estará negando a si
mesmo o elixir secreto da Vida imortal. A humanidade não pode mais enganar ou frustrar a
Grande Lei, nem elevar-se da terra e ascender fisicamente sem a ajuda do Todo-Poderoso e a
transmissão das energias espirituais de Seu Eu Divino.
O estudante aplicado deve acreditar quando dizemos que, enquanto houver um traço de
sentimento humano – antipatia, inveja ou ódio sutil – remanescente na consciência, ele não se-
rá capaz de atrair o grande magneto de amor do Sol Central para ajudá-lo a obter novamente a
entrada no paraíso de Deus, onde a Árvore da Vida expande seus galhos envolventes de bene-
ficência.
A Lei não permite exceções.
Quando a necessária purificação da consciência for realizada por meio do serviço sa-
grado à Vida combinado com um esforço de decretos e o candidato estiver purificado pela
chama violeta, liberto pela Realidade Divina (o Espírito Santo) de qualquer traço de pensamen-
tos e sentimentos impuros, ser-lhe-á permitido estender a mão para receber o fruto da Árvore
da Vida.
Esta iniciação é dada pelo Grande Iniciador – nosso Amado Mestre – o Buda Senhor
Maitreya. O ‘primeiro fruto’ é a concessão do poder de direcionar a energia de Luz (até então
magnetizada pelo iniciado da sua própria Fonte Divina, o EU SOU O QUE EU SOU) para a es-
trutura atômica dos seus quatro corpos inferiores, à vontade.
Esta Luz de Deus – que é a única luz que nunca falha – corre então pelos canais origi-
nais por onde o poder todo-sustentador fluía anteriormente. Lá, devido a sua qualidade de inte-
ligência autoluminosa, esta luz transmuta, fio por fio, o revestimento da antiga trajetória de
energia e a veste antiga da consciência humana, enquanto tece (literalmente, célula por célula)
a perfeição transcendente da veste inconsútil do Cristo vivente.
Por graça divina, algumas almas especiais na terra demonstram certas fases de realiza-
ção crística, sem passar pela experiência transfiguradora que estou descrevendo. Isto é devido
214

à grande Lei do Amor que, em sua misericórdia, responde ao coração das pessoas, seja qual
for o seu estado de consciência, libertando-as para uma Vida maior, por mérito, como um pai
ajudaria seu filho a subir as escadas até as estrelas.
É desnecessário dizer que é a vitória consciente do Cristo vivente em ação, cientifica-
mente demonstrada, que todos os discípulos do amado Saint Germain, de Nossa Senhora e de
Jesus (e de todos os Mestres Ascensos da Grande Fraternidade Branca) devem procurar ex-
pressar na vida diária.
É mesquinharia a humanidade negar a grandeza que existe dentro de si e buscar fora
de si esta Luz de Deus que alimenta a sua Vida. A graça dos céus precisa estar focalizada
dentro do verdadeiro domínio do ser e da individualidade de cada um, e agora falo em sentido
metafórico e literal.
O poder da Luz por trás de toda a luz, a infalível Luz de Deus, deve ser invocado e foca-
lizado na humanidade., para que esta possa elevar-se em consciência, antes que ascenda
àquele reino de luz de liberdade, que é o lar celestial de todos os que passaram com sucesso
nos testes da terra e ousaram atravessar o véu da ignorância humana. Assim, a gloriosa cha-
ma da iluminada obediência à Lei divina precisa expressar a plenitude da imortalidade do Amor
no homem, conforme seus pensamentos e aspirações elevam-se a Deus3.
Enquanto as armadilhas das densidades astrais e psíquicas continuam a emitir o seu
fluxo vaporoso de apelos à vaidade humana, o amado Saint Germain, assim como todos os se-
res ascensos, oferecem a imagem da realidade imortal da Identidade divina como meta da vi-
da. Apontar o caminho para a realização desta meta é o maior serviço que qualquer pessoa
pode prestar.
Continuando, então, com a transmutação, camada após camada, da sua criação huma-
na (carma), o aspirante ao cargo e chamado divino de “Servo Ministrante” faz bem em se con-
centrar em equilibrar a ação integrada da chama trina. Isto ele fará invocando e afirmando em
todos os seus assuntos uma manifestação impecável da consciência do Poder, Sabedoria e
Amor de Deus – que é sua para ser comandada pelo livre-arbítrio, de acordo com a sua inteli-
gência discriminatória.
Em primeiro lugar, ele deve providenciar para que todos os atos, palavras e obras (que
sempre requerem energia, poder, determinação e vontade para ser realizados), não estejam
comprometidos pela teimosia, rebelião, orgulho, raiva, agressividade e ambição humanas e
mau uso do Primeiro Raio da poderosa Vontade de Deus.
Em segundo lugar, ele deve equilibrar todas as atividades com a necessária aplicação
da objetividade e equanimidade da Sabedoria – precedida de meditação, estudo, pesquisa,
215

análise e consideração cuidadosa para que cada ato seja construtivo, bem organizado e que
beneficie, ou seja útil a alguma parte da Vida.
Em terceiro lugar, ele deve colocar à prova cada passo, projeto ou plano, de acordo com
a medida do Amor de Deus, purificando o seu motivo e intenção com a caridade e a compai-
xão, examinando especialmente a sua praticalidade – “Será que isto funciona?” Ele deve imbuir
seus atos de criatividade, devoção, cuidado, abnegação e gratidão, dando sempre a glória a
Deus e cuidando para que a obra e a palavra contenham o essencial para que deem frutos,
multipliquem as graças e aumentem a consciência crística na terra.
Continuando a usar estes padrões como princípios direcionadores para a ação correta,
ele deve sempre avaliar suas intenções pelo seguinte método: raciocínio correto (Sabedoria),
motivo correto (Poder) e causa correta (Amor). Com esforço consistente em direção à meta e
um plano de ação claro - realista e exequível – ele pode, então, intensificar o uso dos mantras
à chama violeta, intercalando-o com orações ao Santo Cristo Pessoal: “Equilibra a Chama Tri-
na em mim!”4 Finalmente, e não menos importante, ele deve selar o seu dia – suas palavras,
obras e todo o esforço feito em prol do Senhor – com a chama azul de proteção de São Miguel
(Arcanjo do Primeiro Raio).
Acredito que todos os estudantes sinceros desta Luz, que tenham discriminação crística,
reconhecerão sua responsabilidade como servos da Verdade para magnificar a honra, sinceri-
dade, integridade e transcendência em si e em todos os indivíduos que encontrarem, preferin-
do-a aos fenômenos psíquicos espetaculares e às predições baseadas em leituras astrais.. Um
milhão de ciladas glamourosas e brilhantes não devem ter nenhum efeito sobre vós,, amados,
se vos mantiverdes firmes na fortaleza do ser verdadeiro e em sua maravilhosa realidade.
Usai, então, a chama do Amor para purificar o mundo dos sentimentos da consciência
mortal e tecei uma veste de imortalidade, enquanto habitais temporariamente no vale do sofri-
mento e das lágrimas humanas (samsara, a condição do carma mundial). Assim, como viveu
Jesus, deveis também viver – “no mundo, mas não do mundo”5.
Vencei todas as frustrações exteriores com a intensidade da fé ardente e a força vitorio-
sa desta fé. Que ninguém vos negue o poder de Deus para a salvação. Lembrai-vos de que a
imortalidade consciente depende do poder do Amor em ação no mundo; e a transmissão deste
poder ao mundo é mais bem realizada depois que o Amor infinito libertou-vos de todas as qua-
lidades humanas limitantes.
Então, a Sabedoria divina poderá, certamente, expandir a sua ação no campo de força
da individualidade e dotar-vos de tanta iluminação que tereis sido realmente ensinados por
Deus. O sussurro divino dirá suavemente o vosso nome como a identificação divina do vosso
216

Espírito, “EU SOU”, e o significado resultante ficará aparente como o Som sem som, a Luz que
guia, a presença da Realidade manifestando-se em vós, livre da fachada do vício, da virtude
humana e do orgulho do ego. Regozijar-vos-ei na criação da vossa consciência imortal: “Viu
Deus tudo o que tinha feito, e que era muito bom!”
No espírito da paz e na boa vontade infinitas, que todos amplifiquem o poder da Luz em
todas as células do ser. Atraí e magnetizai a Luz, mas sabei que esta Luz é a ação equilibrada
do Amor, Sabedoria e Poder divinos – ensinando, cuidando e direcionando-vos sempre nos
caminhos da justiça em Seu nome EU SOU. De que outra forma, amados, poderia a humani-
dade “aquietar-se e saber que EU SOU Deus”?
Nas suas instruções iniciais, Saint Germain pediu que fosse feita por quinze minutos
uma visualização intensamente concentrada da Luz envolvendo o corpo6. Muitas pessoas fa-
zem uso deste valioso exercício espiritual por algum tempo e, então, por começarem a “sentir-
se tão bem”, esquecem a origem das suas bênçãos e não mantém a prática.
Entretanto, sois seres magníficos – e imortais também! Lembrai-vos, os Mestres Ascen-
sos estiveram um dia onde estais. Torcemos por vós, por todos vós, pela vossa ascensão e pe-
lo encontro eterno com a liberdade na Luz.
A ação da Luz divina, transmitida para vosso uso do coração da amada Presença do EU
SOU e, então, livremente carregada por vós com a Sabedoria e o Amor da chama trina em de-
senvolvimento, é o melhor elixir que podeis ter. Desta substância de imortalidade foi composto
um elixir espiritual energizante. Tomai este cálice em meu nome e bebei-o, todos vós. Bebei o
reino de Deus.
Amados, deve haver uma ‘absorção’ consciente da energia espiritual. Todos os símbo-
los e alegorias a respeito dos mistérios divinos apontam para esta verdade. É a forma de Deus
compartilhar o seu reino, é a comunhão dos santos, é o Caminho escolhido que infunde a imor-
talidade consciente e a Vida com um sentimento de santidade igualado somente pelo Cristo.
Vede, digo-vos que sois completamente de Deus!
Kuthumi

IMORTALIDADE
LIÇÃO 41 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

ALFA/ÔMEGA
217

“EU SOU o Princípio e o Fim”

Aos Filhos da Luz de Alfa e Ômega – Alfa e Ômega! Estes nomes aceleram o coração e tra-
zem lembranças antigas! Amados, a chama da Vida de Alfa e Ômega dentro de vós é imortal!
A humanidade, como manifestação individualizada de Deus, não deve ser considerada em
termos de princípio e fim, embora ela goste de fazê-lo.
Não permiti que se angustiem os vossos corações, pequeninos, pois a minha afirmativa
“EU SOU o Caminho” pode ser aplicada a muitos problemas, mistérios e requisitos da vida.
Deus é realmente o caminho para a correção de todas as condições, para produzir a perfeição
e prover o poder para lidar com as situações que se apresentam.
A energia atômica parece muito poderosa, mas o poder divino é infinitamente maior,
possuindo a capacidade de enrolar o universo como uma cortina1 e de abri-lo novamente em
seu grande esplendor. “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos”2.
Os testes, provas e iniciações, somados às experiências cármicas diárias, acontecem
aos discípulos do Verbo para prepará-los para a Vida eterna. Embora as crianças da Luz já te-
nham aquela Vida dentro delas, para que o seu magnífico poder ocupe e transcenda a sua na-
tureza finita, tudo o que é mortal e que expresse desarmonia precisa primeiro ser transmutado,
para que a glória da chama da Vida imortal possa ser aplicada de forma segura à alma podero-
samente revestida de Deus pelo potencial de Luz de cada corrente de vida.
Não seria uma pena encher a eternidade com a discórdia produzida pelos seres huma-
nos? O Deus do Amor é firme e perfeito demais para arriscar desta forma os tesouros sagrados
do Amor universal; por isso, pela grande Sabedoria de Deus, o caminho da Árvore da Vida é
guardado por “Querubins e uma espada flamejante” daquele que ainda profana seu espírito
com atos pecaminosos e impuros para que não “estenda a mão e tome também da Árvore da
Vida, e coma e viva eternamente...”3.
Como já dissemos, não desejamos alimentar o sentimento de pecado nos buscadores
sinceros da Divindade, e sim o sentimento de santidade que como um veio de ouro fica oculto
no coração da terra. A alquimia espiritual da Vida elevará os que são sinceros e que, em pure-
za, desejam avançar em direção à marca da cristicidade e alcançar o prêmio da vitória, até que
tudo o que seja humano seja transformado nas qualidades crísticas pelo anel de fogo dourado
do céu. Enquanto a mente estiver impregnada pelo sentimento de pecado e erro, será difícil
transmitir à alma o sentimento de imortalidade.
218

Amados, minhas afirmações são, na realidade, Vida e geradoras de Vida, embora pare-
çam simples; elas encarnam a lei da Vida eterna que é capaz de curar-vos quando a assimilais.
A menos que estejais dispostos a ser como uma criancinha e a entrar no reino dos céus atra-
vés do portal da simplicidade, nunca encontrareis o Caminho, mesmo que passeis por uma
longa série de encarnações.
Muitos continuam a investigar as escrituras porque pensam, como lhes foi feito acreditar,
que nelas encontrarão a Vida eterna4; embora são as próprias escrituras que me declaram
mensageiro da consciência do Cristo universal5. Esta consciência é a iluminação do Espírito
Santo, da qual todos devemos compartilhar!6
As profundidades do amor e da sabedoria de Deus são, até o momento, transmitidas
aos corações de boa vontade que fazem o pedido sagrado ao coração do céu. A porta de co-
municação nunca está fechada, pois EUSOU a porta que se abre, em resposta à súplica silen-
ciosa por mais Luz do coração amoroso até que, por fim, todas as almas viventes estejam fren-
te a frente com a sua identidade divina.
A luz celestial pode ser atraída ou, como dizemos, ‘magnetizada’ pelo poder da visão
iluminada direcionada por Deus. Os que desejam purificar a si mesmos e aos outros e que se
aproximam do trono da graça com pedidos amorosos por todas as crianças de Luz, verão uma
quantidade maior de perdão manifestar-se para si (“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como
nós perdoamos aos nossos devedores”7) e uma amplificação da oportunidade divina no servi-
ço, que será de grande ajuda ao seu progresso espiritual.
Para magnetizar a Luz de forma apropriada, a humanidade deve ter o coração puro.
Lembrai-vos de que os puros de coração são abençoados com a visão de Deus8. Com pureza
e consagração de espírito, mantende a visão do vosso ser (vizualizai a vós mesmos firmemen-
te) envoltos na Luz imortal.
Esta visualização pode produzir uma aceleração imediata da luz de Deus na vossa for-
ma física ou, pelo menos, começar o processo (a espiral) nos níveis interiores (no corpo etéri-
co). De qualquer forma, o chamado compelirá a resposta com uma eventual manifestação, se
o estudante da lei celestial acreditar com fé total no poder da Palavra e persistir em manter
uma sintonia contínua com o propósito divino de sua vida – que é realizar a imortalidade do
Grande EU SOU na alma.
A humanidade precisa desejar a imortalidade mais do que qualquer outra coisa e valori-
zar o seu poderoso direito inato, se almeja alcançar a imortalidade consciente no aqui e agora.
Embora a chama silenciosa da identidade brilhe no altar dos corações de todas as crianças de
Deus, a alma deve assumir esta chama para si mesma, pelo ritual sagrado da internalização.
219

A diferença entre os Filhos ascensos de Deus e seus filhos não ascensos é precisamente a di-
ferença no grau de internalização (de assimilação) da chama trina pelas almas. Pois todos os
que são de Deus são dotados desde o princípio com a chama da imortalidade consciente e, na
realidade, retêm na poderosa chama da Vida que faz bater os seus corações o Poder, Sabedo-
ria e Amor dos seres ascensos.
Quando Nicodemos foi ter comigo à noite, há muito tempo atrás, eu lhe disse: “Quem
não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”9. Ele, supondo que as minhas palavras se
referissem a uma volta ao ventre físico, continuou confuso por sua interpretação literal da frase.
Referia-me, entretanto, à purificação por meio do renascimento pela água (Mãe) e da acelera-
ção do espírito pelo fogo sagrado (Pai) como necessárias para que a alma entre novamente na
consciência de Alfa e Ômega (os Princípios Divinos do ‘princípio’ e do ‘fim’, personificados pelo
“Elohim Pai e Mãe’) de onde veio, e em cujo reino deve entrar10. Este renascimento por meio
da purificação pelas ‘águas’ e pelos ‘fogos’ da Vida é a forma de entrardes no Santo dos San-
tos da Presença do EU SOU. Uma compreensão gradual da Palavra e da revelação espiritual,
em encarnações subsequentes, revelou àquela alma abençoada a verdade da minha afirmati-
va.
Homens e mulheres espirituais da atualidade reconhecem que a sua identidade divina é
um vento impetuoso11 de Poder dominado pela brilhante Sabedoria infinita e saturado pelo ra-
diante Amor, sagrado e ilimitado. As almas de visão estão começando a compreender o signifi-
cado dos mistérios que ensinei aos meus apóstolos e discípulos, em segredo e nas parábolas.
Resta ao indivíduo reconhecer que Deus existe dentro dele; que, na verdade, a identidade in-
clui – na totalidade e unidade do Ser, e na externalização da chama da imortalidade – tanto o
Filho de Deus (o Santo Cristo Pessoal) quanto o Deus dos próprios Deuses (a Presença do EU
SOU). As palavras EU SOU encarnam este conceito; quando o homem declara “EU SOU”, está
afirmando aqui embaixo a natureza do ser divino no Alto. Assim, no uso diário do verbo “ser”
ele está afirmando a sua existência e a sua razão de ser – que é integrar-se com a Existência
de Deus e conhecer a satisfação da consciência do “EU SOU”.
É, portanto, uma blasfêmia negar o poder de Deus usando os vários tempos dos verbos
“ser” e “estar” para reivindicar, pelo poder do Seu nome EU SOU, qualidades humanas meno-
res. Quando dizeis: “eu estou doente, eu estou cansado, eu estou aborrecido, eu estou zanga-
do, eu estou com medo”, dais poder a estas condições de relatividade com a luz, energia e
consciência do Um, cujo nome é EU SOU O QUE EU SOU.
Ao invés disso, por que não afirmar a verdade imortal do Ser? “Eis que EU SOU Deus
em manifestação em toda parte!” é uma afirmativa muito mais precisa da vossa verdadeira
220

Identidade divina. Esta afirmativa pura, repetida como um mantra muitas vezes por dia de for-
ma contínua como uma canção do coração, anulará as negatividades insignificantes que des-
troem a vossa espiritualidade.
O sentimento imortal realiza maravilhas: ele é mágico, é alquimia espiritual, é Verdade
divina e ajuda as multidões a entrar no reino de Deus. Quando este maravilhoso sentimento de
bem-estar, na realidade uma manifestação da consciência do Ser Pai e Mãe, tomar posse de
vós (pelo maravilhoso poder do Espírito Santo, com ou sem forma), o Sol da Justiça (o amado
Santo Cristo Pessoal) virá ao vosso templo com uma luz sagrada da radiação concentrada e
consagrada, brilhando com toda a intensidade da Divindade em torno de vós.
E eis que nasce um universo! O homem “renasce” no renascimento da Verdade. E o
Senhor Deus, mais uma vez, testemunha o Bem que Ele criou no homem, porque é Ele mes-
mo.
O tecer da veste da imortalidade consciente deve ser realizado aqui, enquanto ainda es-
tiverdes na forma humana; ou o plano do céu, que a alma, encarnada há muito tempo, tem o
propósito de realizar, não poderá ser realizado. Por isso, adorai a Presença Divina diariamente.
Agradecei por tudo o que tendes e pelo que sois. Louvai e abençoai a Vida pelas dádivas per-
manentes que vos concede e, ao fazê-lo, libertai-vos do sentimento dos dogmas das eras que,
furtivamente, estabeleceram uma oposição à Verdade e encheram o espírito do homem com
um medo opressivo.
Levantai os olhos para a realidade da Luz de Deus que está em toda parte e senti a ra-
diação da Luz envolver-vos. Senti esta Luz penetrar-vos como Amor imortal, alcançando o nú-
cleo físico, emocional, mental e etérico do ser.
Esta bênção deve manifestar-se com o propósito de acelerar a ação vibratória dos qua-
tro corpos inferiores, até que o poder do três-vezes-três desça do triângulo do Ser trino: o Pai
(a Poderosa Presença do EU SOU), o Filho (o Santo Cristo Pessoal) e o Espírito Santo (focali-
zado na chama trina, que estabelece a unidade da alma com Deus). A Luz de Deus em dimen-
sões exteriores do ser, e a vitória desta Luz vence o mundo.
A unidade da Cidade Santa, a Nova Jerusalém quadrangular, e a santa tri-unidade (trin-
dade), é a consumação das sete luzes sagradas brilhando no templo do ser12. Por isso, os ci-
clos infinitos de expressão são realizados na bênção de Alfa e Ômega, que representam a vos-
sa saída e o vosso retorno ao coração de Deus. “EU SOU o Alfa e o Ômega, o primeiro e o úl-
timo, o princípio e o fim”13
Sois filhos da Luz. Como filhos de Deus, envoltos na consciência do vosso Cristo, meu
Cristo14, não estais sujeitos às condições externas. Se puderdes manter esta idéia firme no co-
221

ração e na mente, vossos abençoados quatro corpos inferiores, como receptáculos das vibra-
ções dos pensamentos e sentimentos, realizarão o axioma hermético: “Assim no Alto como
embaixo” EU SOU O QUE EU SOU. Portanto, pela Grande Lei expressa na vossa “quadratura”,
conhecereis o significado das palavras: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei!”
Ó Amor imortal, selai-os nas câmaras do teu coração até que sejam livres também, re-
tornando comigo ao sagrado altar de Luz, exaltados, onde a alegria é sempre realizar a Tua
vontade sagrada.
EU SOU a vossa vida consagrada.
Jesus,o Cristo

IMORTALIDADE
LIÇÃO 42 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

ALQUIMIA
“Amigo, Sobe Mais para Cima”

Aos Zelosos Corações em Formação Que Desejam Conhecer o Deus Interior – Peregrinos
cansados, deixai de lado vosso langor e lançai-vos na fonte curativa da identidade divina! Dizei
com o Senhor de toda a terra: “EU SOU Bom” e obedecei ao fiat da observação feita pelo Cria-
dor sobre a criação!1
A alma que pecar, essa morrerá, mas o justo certamente viverá para sempre2. A consci-
ência do pecado e o registro do pecado precisam ser lançados no fogo consumidor de Deus
para que o bem que o homem semeou, e ele mesmo, vivam para sempre. Portanto, ó Casa de
Israel, apartai-vos das vossas iniquidades e caminhai aprumados com a Presença do EU
SOU!3
Deveis compreender que a imortalidade é uma concessão semelhante e em concordân-
cia com a Vida – um direito inato e não uma usurpação. As camadas de pensamentos e senti-
mentos discordantes velaram por muito tempo com um véu de energia (uma mortalha de subs-
tância mal qualificada pela humanidade) a Luz, que é a essência da liberdade geradora de Vida
para cada átomo em manifestação.
222

A seriedade tem o seu papel na concretização da busca espiritual e, junto com o perdão
por si e pelos outros, caminha de mãos dadas com a integridade do ser, que não pode ser cor-
rompida pelas distorções da mente de massa. Lidais diretamente com Deus em vosso interior;
por isso, somente pela identificação da unidade da vossa identidade com Ele – para que este-
jais conscientes o tempo todo de que o Deus vivente está dentro de vós tão naturalmente como
está em todo o universo – podeis alcançar a realidade permanente e a consequente imortalida-
de.
A aparência da criação humana é tão enganosa e oposta à Verdade que pareceria fácil
para os filhos da Luz desmascarar as suas mentiras. Mas o oposto é verdadeiro; com freqüên-
cia, a tendência de enganar a si mesmo está baseada na necessidade, justa, que o buscador
tem de que o Bem se manifeste em seu mundo como felicidade. Quando as grandes realidades
espirituais da Vida não são expressas, muitos de sentem compelidos a sintetizarem-nas, com-
prometendo assim o plano divino e forçando-o, com seus conceitos humanos, a expressar
aquilo que acham que deveria acontecer. Também se atrasam por um tempo no deserto das
enganosas regras próprias, onde a própria realidade da criação da sua ilusão é espertamente
escondida da sua percepção.
A poderosa dádiva da imortalidade não está longe de ninguém em quem a chama da Vi-
da se manifesta, pois é um legado de Deus para cada pessoa criada à Sua imagem. A huma-
nidade que habita na beleza da floresta muitas vezes não é capaz de percebê-la, por estar to-
talmente imersa nela. Não temos intenção de destruir nada além da própria ilusão, com a cria-
ção (e da recepção) no homem da perfeição e da santidade autogovernada. Só assim a cortina
de névoa mágica será afastada e a realidade fulgurante da Verdade será vista brilhando em
sua pureza prístina.
Quando percebeis a verdade a respeito da vida, não podeis evitar que isso acelere o
vosso pulso espiritual.
A esperança crescente gera entusiasmo pelo plano divino. E o influxo de poder do Espí-
rito Santo, em alegre antecipação, acalma e inclina o coração ao nobre interesse de exaltar a
consciência a uma manifestação mais radiante e divina.
O “aqui e agora” das experiências espirituais ilumina progressivamente a tapeçaria da
Realidade, que foi cuidadosamente tecida na memória da alma. Esta Realidade faz parte da
identidade divina (o Sol por trás do sol) de cada corrente de vida, que é abençoada pelo poder
e graça do céu. A missão que escolhestes, embora estabelecida por Deus, apresenta-se como
um serviço permanente das eras; o propósito da vossa vida não é mais isolado num segmento
finito de experiência chamado tempo de vida. Ocorre a expansão da expressão do Espírito e
223

uma percepção infinita de si mesmo; a imortalidade é compreendida e magnetizada na unida-


de da chama divina.
A magnetização da força de vida através dos sete chakras é uma das funções da chama
da Vida dentro de vós. Só pela invocação da luz de Alfa e Ômega com o uso da chama trina
abençoada pode a genuína veste nupcial4 de amor imortal ser tecida de forma segura. Adorna-
da com o manto da pureza, a alma é escoltada gentilmente ao altar da consagração, onde o
Grande Iniciador oficia a união da noiva com o Cristo, ungida para a progressão cósmica na
estrada da imortalidade que leva ao Santo dos Santos, o EU SOU O QUE EU SOU.
A descoberta da chama da imortalidade não é uma revelação que acontece num mo-
mento e nem mesmo numa vida. Ainda assim, sob a tutela da Poderosa Presença do EU SOU
e a ajuda dos Mestres Ascensos, podeis acelerar a cada hora a chegada do dia em que, por
estardes para sempre selados no Cristo, tendo experimentado o casamento alquímico, sois ca-
pazes de atrair e magnetizar todo o poder de salvação de Deus.
Então, por meio do ritual da ascensão, podeis ser permanentemente saturados não só
com a chama dourada da coroa da realização crística, mas também com a pura inteligência
crística, a qualidade de discriminação da divindade. Vosso Pai vos envolverá com Seu amor
cósmico onipresente, que ele criou e colocou em expressão mínima na chama trina do cora-
ção.
Mantendo esta meta na mente mais elevada, recomendo-vos aos cuidados do Bom Pas-
tor, o Santo Cristo Pessoal, oferecendo-vos a minha ajuda – junto com a do meu amado e su-
premamente fiel Jesus – concedida como amor infinito e selada no coração da chama da Sa-
bedoria.
À sábia imortalidade do Amor divino confio a guarda do vosso ser.
EU SOU graciosamente vosso mestre amoroso,
Kuthumi

SER

Ser. [Do lat. Sedere, ‘sentar-se’, fundido com formas de esse] V.pred.
1. Liga o atributo ao sujeito: “A vida é combate” (Gonçalves Dias, Obras Poéticas,
II, p.43)
224

2. Auxilia os demais verbos na voz passiva: “Serás lido, Uraguai.” (Brasílio da Gama, O
Uraguai, V.p.101.)
3.Empregado sem sujeito, indica o ponto ou momento do tempo, a estação, a época:
“Era alta noite” (Fagundes Varela, Poesias Completas, I,p.145); É verão.
4. Imprime, às vezes, energia à frase: Ele é que não pode saber; Era que eu queria sair.
5. Estar, ficar, tornar-se: “Sonhamos. Quando, um dia, eu for velhinho, /hei de encontra-
te, velha, no caminho”. (Guilherme de Almeida, Toda a Poesia, II, p.13.)
6. Causar, produzir: Será uma alegria revê-lo.
7. Consistir em: “que sempre o mal pior/ é ter nascido!” (Antero de Quental,Sonetos,
p.172).
8. Ser muito parecido com; ser a cara de: “Minha mãe entre lágrimas:/- Mano Cosme, é
a cara do pai, não é?/- Sim, tem alguma cousa, os olhos, a disposição do rosto. É o pai
um pouco mais moderno” (Machado de Assis, Dom Casmurro, p.281).
9. Ter o sentido de; querer dizer: Não sabe que glauco é ‘verde-mar’.
10.Custar (1) Quanto é o livro? Int.
11.Ter existência real; existir, haver: “E, em troca deste amor, viver do teu carinho,/Que
eu não vivia, não, Mulher, se tu não fosses!” (José Duro, Fel.p.63); “È melhor fi-
car/Calmo, sem procela,/ No quieto mar/ Que é nos olhos dela.” (Alberto de Serpa, Fon-
te,p.33).
12.Acontecer, suceder, haver: Se agora acontecem dessas coisas, que será no futuro?
T.c.
13.Achar-se, encontrar-se, em um dado momento; estar; “Seja eu longe da pátria infini-
tas léguas,/....../Enquanto além divago, preso fica/Meu coração contigo.” (Gonçalves Di-
as, Obras Poéticas,II,p.142); “eu sou sob o poente de oiro/Que incendeia o Castelo.”
(Afonso Duarte, Obra Poética, p.159)
14.Originar-se; provir; ser natural de: Disse que era de São Paulo.
15.Ter por dono; pertencer: O livro é do menino.
16.Ter inclinação ou capacidade: Este rapaz não é para estudo.
17.Ser próprio, digno; convir: Este procedimento é de homem sério.

Ser. S.m.
18. O que existe ou que supomos existir; ente: Deus, o ser supremo; Há muito ser ima-
ginário.
19.Todo ente vivo e animado: os seres e as coisas.
225

20.Homem, indivíduo, pessoa: Só lhe interessa no mundo um ser: seu filho.


21.A natureza íntima de uma pessoa; sua essência: A ofensa abalou-o até o mais íntimo
do seu ser.
22.Aquilo que é real: O ser excede o parecer
23.Filos. Posição de uma coisa ou qualidade em si mesmas.{Cf.nesta acepç.) existência
(5 a 8)]
24.Filos. O que se põe como existente.
25.Lóg. Sinal de relação entre o sujeito e o predicado. Ser ali. Ser encontrado em seu
mais alto grau num indivíduo, num objeto, num lugar, etc: Mas que mulher! Beleza é ali;
Comprou uma antiguidade preciosa requinte é ali. Ser assim. Serem pessoas muito
ligadas, íntimas.{Ao empregar-se esta expr., friccionam-se, mimicamente, os dedos indi-
cadores distendidos.] Ser bem. Ser aceitável; ser justo; ser louvável. Ser bom de. Bras.
Ser eficiente, brilhante, possante, hábil, em: É bom de trabalho; É bom de murro. Ser
com. Dizer respeito a; concernir a: Esta advertência não é com ele. Ser daqui. Ser muito
bom, muito bonito, muito gostoso, etc.; Os caramelos são daqui. [Cf.da pontinha.] Ser
de. Ter propensão ou inclinação para; ser dado a: O rapaz é de briga. Ser de crer. Me-
recer fé; ser crível: É de crer que, vendo a família em dificuldades, come a trabalhar. Ser
maior e vacinado. Bras. Não ter satisfações que dar dos próprios atos; ser independen-
te. Ser morto e vivo em. Fam. Ir com excepcional freqüência a (um lugar); Antônio Joa-
quim é morto e vivo na casa da viúva; “D.Constança era morta e viva na escola primá-
ria.” (João de Araújo Correia, Terra Ingrata, p.182).

SER
LIÇÃO 43 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

HOMEM
“EU SOU a Porta”

Aos que Desejam Conhecer Deus Em Manifestação Como Homem – A frase “Que é o ho-
mem para que dele te lembres? Ou o filho do homem para que o visites?”1 pronunciada há mui-
to pelo coração do suplicante ainda engendra na humanidade a tendência à autodepreciação.
Como a soberba precede a ruína2, a falsa humildade é uma expressão desequilibrada,
que nossos estudantes não ousam manifestar. Uma compreensão mais ampla do ego humano,
226

da realidade do homem e do que este deve tornar-se fará com que cada criança do Pai entre
mais plenamente na Vida abundante.
A gratidão pelas muitas bênçãos recebidas na Vida elevar-se-á em espirais maravilho-
sas de realização e consciência divina se as pessoas forem capazes de compreender mais so-
bre a máscara da imperfeição mortal que lançam umas sobre as outras, como a calúnia, enga-
no e fofoca.
No interesse da continuidade do nosso serviço e instrução aos que ensinariam o Cami-
nho aos homens, tenho o prazer de, junto com o amado Kuthumi, transmitir à consciência de
cada aspirante um conhecimento maior sobre a sua vinda ao ser pelo maravilhoso coração de
criatividade universal do Pai.
Atentai, então, em Seu precioso nome EU SOU, para esta mensagem poderosa do Ser,
e encontrais espelhada nela e em vós a graça mais abundante, que vos ajudará a fazer como
eu fiz: voareis com asas de águia3 àquele imperceptível continente do ar, onde a virtude substi-
tui o erro e a compreensão substitui a ignorância
Lembrai-vos, amados, não é vontade de vosso Pai que um desses pequeninos se per-
ca4, mas que todos alcancem o conhecimento maravilhoso do Eu Verdadeiro – face a face –
assim como Ele sabe que cada um o é de verdade. Paulo disse: “Agora conheço em parte; en-
tão conhecerei como também sou conhecido”5 . João disse: “Sabemos que, quando ele se ma-
nifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos”6.
Então, a pergunta a ser feita pelo discípulo é: “Como o homem pode saber?” Esta é uma
pergunta válida para todos os estudantes sérios na senda da cristicidade. Ao nos direcionar-
mos para a questão do Ser, precisamos pedir primeiro a cada indivíduo que silencie voluntari-
amente a mente carnal, cheia de erros acumulados, orgulho enclausurado e resistência quanto
à expressão da Verdade divina. Aqui nos referimos à mentalidade humana, que é desprovida
da Consciência Superior e que sempre se opõe a Deus e ao Seu autoconhecimento7 precisa-
mente porque não tem autoconsciência crística.
Pois quando aquela Verdade expressar-se totalmente na alma, esta será completamen-
te libertada da dominação da mente carnal – e aquela mente, sem ter mais razão para existir,
substituída pela Mente de Deus que estava em Cristo Jesus8, cessará de existir! Pois ela sim-
plesmente não pode estar onde o Cristo está e é o Cristo e a Verdade em vós.
A verdade de Deus é a pequena voz de Sua consciência (expressando a ciência do
Ser) dentro de vós. Quando aquietais o torvelinho da ‘mente exterior’ no vosso mundo, aquela
voz, ainda mais poderosa, será ouvida em todos os seus variados tons de clareza maravilhosa
e em suas poderosas mensagens aladas de amor.
227

É este amor do Santo Cristo Pessoal que vos exaltará à plenitude da compreensão divi-
na de vós mesmos. É este amor que vos levará em suas asas para a atmosfera rarefeita do
reino do céu9, e é este amor que deve expressar por meio de vós suas mensagens tangíveis de
esperança a todas as crianças de Deus, que permanecem desqualificadas por pensamentos e
sentimentos humanos.
Enquanto permitirdes que os altos e baixos tirânicos dos pensamentos e sentimentos
humanos prevaleçam, permanecereis presos pelos pensamentos da raça (as leis mortais) da
doença, envelhecimento, decadência e morte – sem mencionar a fascinação e armadilha apri-
sionante que vos acorrenta ao maya da escravidão psíquica infindável.
Os instrumentos usados na construção da fé são tão essenciais quanto a própria fé.
Quando o sábio manipula os tijolos da forma, percebe a necessidade do uso da régua, do
compasso e do esquadro. Serão os instrumentos da mente e do coração menos importantes ou
menos reais? Digo-vos que não.
É, portanto, essencial que os que são agnósticos ou com inclinações ateístas recebam
os ensinamentos sobre o Eu Verdadeiro, assim como ensinaríamos estas verdades a uma cri-
ancinha. Reconhecemos a dificuldade desta estratégia. Recomendamos que persevereis nela.
Não prejulgueis a capacidade do vosso ouvinte de compreender a Verdade, nem subestimeis o
poder da Verdade de comunicar-se por meio de vós pelo Espírito Santo.
Aos homens e mulheres que teceram os laços de comunhão entre mundos é impensável
negar a nossa presença. Mas é, algumas vezes, muito difícil para um instrutor espiritual que
entrou em contato com a radiação crística, perceber que ainda existem homens e mulheres
sentados sob a sombra da descrença.
É essencial que seja desenvolvida uma compaixão razoável por estes, pois no estado
de torre de marfim não existe caridade crística no coração com a qual possais alcançar estes
indivíduos, que podem estar precisando desesperadamente de ajuda para atravessar o abismo
da sua descrença. Lembrai-vos do grito dos meus: “Eu creio; ajuda-me a vencer a minha falta
de fé!”10, e concedei a todos o benefício da vossa fé, como eu o fiz ao estado de consciência
de dúvida temporária do discípulo que, depois, realizaria grandes obras pela fé no meu Eu
Verdadeiro e no dele – uma fé que ele tornaria sua.
Não propomos que vos ocupeis com descrentes da realidade do Ser Divino simplesmen-
te por simpatia humana; defendemos a compreensão compassiva de seu estado e o desejo,
para o vosso próprio bem e o deles, de suprir a necessidade de fé do irmão, para que ele pos-
sa dar o salto de fé e colocar-se onde eu estou em vós – e vós em mim.11
228

Amados, sois precursores assim como eu fui; ao atrairdes a humanidade para o Pai de-
veis, primeiro, colocar-vos muito perto do Pai. Ao aproximarem-se da divindade, as pessoas
devem entender que não estão apostando na sorte, mas alcançando a vitória.
Existe uma tendência de os estudantes acreditarem demais na realidade dos sentidos e
em tudo o que percebem, sem confiarem no poder dos sentidos espirituais, território dos olhos
da alma. É necessário que vos resguardeis dos pensamentos nebulosos (enevoados e, por
isso, mistificadores) e perversos da mente serpentina, das acumulações psíquicas (astrais, do
maya) que, como um filme caleidoscópico, afasta a consciência da simetria do reino de Deus.
Ao subir a montanha espiritual, o Olimpo cósmico, não deveis buscar um Deus feito à vossa
imagem mas, pelo contrário, conformar-vos à imagem de Deus.
As qualidades dos mortais são com demasiada freqüência, imputadas aos imortais. Pa-
rece difícil para o homem compreender que os Mestres Ascensos são completamente livres de
qualquer pensamento ou sentimento imperfeito, tendo ascendido à perfeição das oitavas da
consciência do Cristo universal.
Ao ensinardes às pessoas as realidades do céu, permiti que as ondas de aspirações dos
vossos corações estejam unidas à estabilidade da lei cósmica. Pois vossa alma desposada pe-
lo Cristo possui a capacidade de elevar-se além da miragem humana e da camada psíquica (o
tenebroso plano astral), de elevar-se para o plano da consciência de Deus onde tudo é mantido
na imagem divina.
Minhas afirmativas: “EU SOU a Porta...” e “EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida:
ninguém vem ao Pai, senão por mim” subentendem que o homem não pode querer conhecer
ou alcançar Deus com os sentidos, mas que deve fazê-lo com a sintonia, com a consciência
crística, a verdadeira imagem de Deus, o Sol do EU SOU em todos os homens. Ao abandonar
a consciência dos sentidos e ao tornar-se como uma criancinha “nascida de novo”, a humani-
dade começa a tecer fios de sentimento divino pelos quais o Infinito é trazido para baixo, para o
cálice da realidade atual.
Para alcançardes o conhecimento de Deus é necessário terdes a fé de que Ele EXISTE.
A fé em que aí, onde estais, Ele pode declarar EU SOU QUEM EU SOU e desvendar-vos, co-
mo fez a Moisés, o mistério do Ser.
Para alcançardes o conhecimento de Deus é necessário que desejeis procurar ver além
das aparências, para a Luz que é “a Luz verdadeira que ilumina todos os homens, que estava
vindo ao mundo”, embora infelizmente para muitos esta é a Luz que “resplandece nas trevas, e
as trevas (do sentido material) não prevaleceram sobre elas”12.
229

A fé é o maior catalisador espiritual que transporta a alma até a realidade da consciência


de Deus. Naturalmente, a humanidade será fiel àquilo que a sua faculdade de raciocínio acei-
tar; portanto, é a ciência do Ser que deve ser transmitida ao descrente. Por que não começar a
ensinar pela Imagem da Presença como a representação gráfica do Eu Verdadeiro e do co-
nhecimento verdadeiro que é, na verdade, transmitido à alma pelo contato visual, acelerando a
memória interna e o conhecimento científico da abençoada ligação com Deus?
Ao ancorar os vossos ouvintes na Rocha da Lei do Ser do EU SOU, alertai para as arei-
as movediças da mudança súbita, presentes na matéria. Isto comunicará a ele a verdade de
que a materialidade não tem a estabilidade nem a permanência do Divino, porque a sua base
repousa sobre a imperfeição e a limitação dos sentidos.
Ensinai a eles a mudança, a mudança alquímica, em seu contexto espiritual, pode ser
autotransformadora e contínua no processo criativo da Lei do Amor. Vestir diariamente as ves-
tes da consciência do Senhor, da vossa divindade que desabrocha, produz a constância da no-
vidade da vida assentada sobre a Rocha da perfeição universal.
Vosso amado Saint Germain, em seus ensinamentos sobre a Lei do EU SOU, tem vos
transmitido por anos seguidos a estabilidade divina, enchendo o vosso mundo com a chama da
liberdade de seu próprio coração. A liberdade cósmica está imbuída com a estabilidade cósmi-
ca – com o poder, a graça, a criatividade e a expressão divina. Esta é para elevar-vos ao nosso
padrão de perfeição e beleza.
Praticai e ensinai isso, lembrando sempre das minhas palavras: “Eis que estou sempre
convosco”, até no coração do vosso ser!
No amor da Luz,
Aguardo com profundo amor,
Jesus

SER
LIÇÃO 44 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

VIDA
“Passará o Céu e a Terra, mas as Minhas Palavras Não Passarão”
230

Seres Amados Que Desejam Conhecer O Mestre Vivente em Toda Vida – A dádiva mais
maravilhosa de Deus para cada corrente de vida é a totalidade do Ser – não um mero fragmen-
to dele, mas a totalidade desta Realidade abençoada. O engodo dos sentidos impede que a
humanidade perceba toda a potência do que é de natureza infinita dentro dela e que aguarda o
reconhecimento sagrado.
Deus habita Sua eternidade, espiando através da tela do tempo e manifestando-se no
palco da vida as variadas fases da sua Realidade; ainda assim, isto também é Vida. Deste so-
nho de conhecimento parcial, a humanidade precisa despertar para conhecer o resplendor de
si mesma em todas as coisas.
Cada mestre abençoado da Verdade sagrada precisa reconhecer que é com o poder do
exemplo que ele melhor pode servir à Grande Lei, pois um bom exemplo tem o poder de dez
mil palavras e é amplificado eternamente no coração daquele que o testemunha. Se os estu-
dantes que desejam ensinar às pessoas a grande realidade da Vida (como Deus) e a manifes-
tarem-na eles mesmos, pelo poder de seu exemplo trariam o reino (a consciência) de Deus pa-
ra muito mais perto de seus vizinhos e amados do que pela aplicação de todos os outros méto-
dos de ensino.
Que fique claro que não desacredito do poder das palavras nem do valor da santa ins-
trução. Mas, tendo em mente que a Palavra de Deus encarnou na forma – e que aquele que
era o Verbo encarnado declarou: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passa-
rão”1 – desejo que amplifiqueis o poder do Verbo sagrado como exemplo da verdadeira mani-
festação da consciência crística. A isto os Mestres Ascensos chamam de Verbo vivente. E es-
te é o processo de Encarnação passo a passo que a Vida deseja que leve à vossa vitória tanto
quanto levou à do amado Jesus.
Existem certos instrutores no Extremo Oriente que, por falta de compreensão, declaram
que só um ‘Mestre vivo’ pode ensinar ou transferir aos estudantes a essência da Luz. Estes
devotos sinceros, mas mal informados, não foram ensinados sobre o sentido da Vida nem
compreendem quem ou o quê é considerado um ‘Mestre vivo’.
Certamente que a capacidade de Deus de comunicar-se com os seus não é limitada por
uma manifestação de carne e osso de si mesmo! Certamente o Verbo se fez carne para aco-
modar a compreensão da humanidade, não a de Deus! É certo que um Mestre que caminhou
pela Terra transmitindo a Palavra a seus discípulos – que realizou feitos que desafiam a física
comum, com sinais acompanhando2 curas, milagres e um corpo de ensinamentos que venceu
o rigoroso teste dos tempos – não perde nem sua vida nem sua mestria ao afastar-se da pali-
dez da vida temporal e do templo físico precário para dirigir-se às oitavas mais elevadas!
231

Parece que o querido apóstolo Paulo cobriu este assunto apropriadamente: ”Mas al-
guém dirá: Como ressurgirão os mortos? E com que corpos virão? (...) Há corpos celestes e
corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e a outra dos terrestres.”3 Asseguro-vos,
amados, que a Vida de Deus não termina quando a alma do homem sai do templo físico e tro-
ca suas vestes terenas por uma veste mais etérica.
Como a Vida é Deus, ela é contínua. O verdadeiro Mestre, no corpo ou fora dele, é
aquele onde o Verbo está encarnado como o princípio ativo para e em prol da Lei da Vida do
Todo-Poderoso. Todos os Mestres Ascensos tem o poder de comunicar-se das oitavas superio-
res com as inferiores, e é necessário que exista o pólo de um chela receptivo para transmitir a
ação vibratória da ajuda, amor e bênçãos espirituais – inclusive soluções novas para proble-
mas antigos, idéias inteligentes e inventos práticos, que são a dádiva do coração dos Mestres
aos chelas de toda a raça humana.
A Vida de Deus está presente nos reinos mineral, vegetal e animal e por todo o mundo
dos espíritos invisíveis da Natureza – um reino abundante em vida ‘elemental’, em conversas
felizes entre elfos e fadas, gnomos trabalhando (embora nem sempre assobiando!), sílfides
cuidando de nuvens e dando cambalhotas no vento, ondinas chapinhando nas ondas e sala-
mandras dançando nos anéis ígneos dos raios do arco-íris.
O peso do carma da humanidade é tão difícil de suportar que os próprios gnomos imitam
os homens, tornando-se rabugentos e irritadiços, até que surja um instrutor amável (como a
Mãe abençoada sob o disfarce de Branca de Neve) para fazê-los subir gentilmente na escala
da sua evolução terrena sob seus hierarcas Virgo e Pelleur, seres de grande mestria que man-
tém o equilíbrio de forças para a terra. Os gnomos servem no plano físico, logo além do véu
(espectro) da visão normal. Aqui são chamados de elementais da terra. Ás vezes percebemos
sua presença pelo canto do olho – e achamos que imaginamos coisas!
As sílfides servem o domínio dos céus, a purificação do ar e os sistemas de pressão.
Tudo isto podemos observar nas mudanças alquímicas de tempo, nos ciclos da fotossíntese e
na precipitação atmosférica. Estes elementais são criaturas cheias de mestria que podem ex-
pandir e contrair seus ‘corpos’ aéreos dos níveis microscópicos aos macrocósmicos, mantendo
sempre a chama para o reino da mente, o plano mental que corresponde ao elemento ar – um
dos quatro elementos assinalados pelos antigos alquimistas. Por isso, as sílfides são chama-
das de elementais do ar. Elas obedecem ao comando de seus hierarcas Áries e Thor.
A configuração do corpo e da química terrestre, reduzida a quatro estágios distintos ou
tipos de substância – fogo, ar, água e terra4 pela fraternidade mística dos primeiros cientistas,
232

cuja busca por controlar as forças naturais incluiu a meta irreal de transformar metais básicos
em ouro por meio da transmutação – era, de fato, próxima da verdade mais elevada.
Os quatro corpos inferiores do homem relacionam-se com os supostos quatro planos da
Matéria, servidos por forças cósmicas focalizadas por meio dos seres menos evoluídos da Na-
tureza. Talvez estejais interessados em saber que os elementais foram criados pelos Elohim
para servirem aos filhos e filhas de Deus, enquanto aprendem as ciências terrenas e dominam
o espaço (interior e exterior) e o tempo. Conforme a humanidade procura conquistar o seu
mundo no mar de águas e no mar de luz, nas vibrações dos reinos subatômicos e supersôni-
cos, procurando provar seu controle divino sobre o universo passo a passo em todas as face-
tas dos quatro reinos, está cooperando, sem o saber conscientemente, com os elementais que
mantém tudo sob controle por milhões de anos.
As ardentes salamandras guardam os segredos do elemento fogo, que correspondem
ao corpo etérico. Exatamente em que ponto o fogo físico, enganoso e difícil de controlar, torna-
se fogo sagrado é um mistério ensinado pelo Espírito Santo, podendo ser observado no sagra-
do coração dos santos, tocado levemente pelos cientistas nucleares, mas completamente con-
trolado pelos elementais do fogo.
Completamente obedientes aos seus hierarcas Oromassis e Diana, seu domínio vai do
núcleo dos átomos e células vivas ao centro da Terra. São professores compassivos e brilhan-
tes, prontos a ensinar a humanidade formas práticas de aproveitar a energia universal – do co-
ração do elétron ao coração do sol.
Os elementais da água, retratados nas enganosas mas encantadoras sereias, inspira-
ram muitos romances entre as evoluções humanas e elementais. A ‘intersecção’ entre os rei-
nos elemental e humano é um fenômeno conhecido. É uma porta que foi aberta e fechada no-
vamente para permitir certos casos isolados, para que um determinado elemental de valor, vir-
tude e mestria, pudesse seguir adiante na escala da evolução da família humana, para um dia
receber a centelha divina.
É mais frequente a ‘intersecção’ entre os elementais e o reino animal, acelerando a sua
evolução no serviço à humanidade em espécies muito inteligentes como elefantes, baleias, bo-
tos e particularmente os amáveis e sensíveis cães e cavalos.
A memória da raça de tais ocorrências reporta-se ao passado nebuloso da Lemúria e da
Atlântida, considerado hoje como lenda, conto de fadas, mito ou invenção por aqueles cujas
vidas seriam por demais afetadas para adaptar seu ritmo ou autoestima, se levassem à sério
este subnível de uma corrente de vida, percebido nos níveis interiores mas negado em toda
parte, exceto na peça O Sonho de Uma Noite de Verão.
233

O trabalho sério que as ondinas desenvolvem como oceanos, rios, lagos, regatos e go-
tas de chuva tem um papel importante na formação e alterações no corpo do nosso planeta e
do homem, completamente dependentes dos elementais.
As ondinas, que também riem e brincam nas ondas e cachoeiras, adoram seguir o
exemplo de seus hierarcas, Netuno, rei das profundezas, e sua consorte Luara, mãe das marés
e governante dos ciclos de fertilidade e do elemento água, que afeta o corpo emocional (co-
nhecido como o corpo da água, dos sentimentos ou dos desejos) e as expressões de alegria,
dor, culpa, raiva e amor da humanidade, através do aplano astral, que muito influencia o in-
consciente coletivo da raça.
Existe uma grande diferença de consciência entre os reinos mineral, vegetal, animal e
humano, todos servidos pelos quatro tipos de elementais. Assim como o corpo humano não
tem consciência de si mesmo durante o sono, o reino mineral não tem nenhuma consciência de
si, mas manifesta uma qualidade específica de ‘densidade mineral’ que a vida elemental colo-
cou dentro da sua substância material.
Por exemplo, os gnomos, dificilmente reconhecidos pela maioria dos ocidentais – embo-
ra conhecidos pelos irlandeses como ‘o povo pequenino’ ou como fadas maliciosas chamadas
leprechauns – existem e transmitem ao reino mineral uma qualidade maravilhosa de radiação
espiritual que atravessa a consciência do próprio ser do elemental, vinda diretamente dos pais
solares deste sistema – Hélios e Vesta. Os gnomos tem a responsabilidade de administrar o
padrão divino de cada rocha, pedra preciosa e elemento da vida mineral. De forma semelhante,
existem também muitos seres angélicos etéreos (da evolução dos devas) que são responsá-
veis por animar com o desígnio divino a ordem natural.
As árvores e as plantas certamente não tem percepção da consciência humana nem
elemental, mas foi transmitida a elas, por devas avançados que cuidam delas, uma consciência
de Vida maior do que a do reino mineral.
A animação das árvores e plantas pelos devas, que direcionam o elemental específico
das plantas designados para cada categoria de flora – e eles existem em número tão grande
que são suficientes para cuidar literalmente de tudo o que cresce – são responsáveis pelo fato
inegável de que as pessoas que sintonizam seus centros espirituais com o reino da Natureza
são capazes de falar com as árvores e as plantas de receber uma resposta fisicamente percep-
tível da centelha de consciência comunicada à planta através de seu “sistema nervoso”. A força
de vida das plantas e animais foi mostrada pela fotografia Kirlian, revelando uma aura de ener-
gia universal, um campo eletromagnético também comum ao homem.
234

Subindo na escala das expressões de Vida da flora para a fauna, descobrimos, por sin-
tonia semelhante, o grupo-alma das espécies de animais manifestar qualidades de inteligência
superior. Muitos animais possuem características quase humanas e um sentido incomum, qua-
se psíquico, em sua expressão. Isto é especialmente verdadeiro em certas raças de cachorros
e cavalos; é marcante nos elefantes e primatas inferiores.
Os mamíferos do mar, peixes, focas e pinguins tem uma inteligência maravilhosa; estu-
dos mais avançados, que deverão ser feitos por cientistas sensíveis, revelarão uma sintonia
maravilhosa entre o coração de toda Vida em toda parte da Natureza. Entomologistas nunca
cessam de se impressionar com as maravilhas realizadas pelas formigas; e a alfinetada do sá-
bio: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso...”5 indica que o homem tem muito a aprender com os
verdadeiros mistérios da Natureza.
Toda esta adorável criação, imbuída com uma porção da inteligência divina, é conside-
rada o “reino do estrado dos pés” de Deus e foi originalmente colocada sob o domínio do ho-
mem, como manifestação de Deus. Por meio de vibrações contaminadas de crueldade, a Natu-
reza absorveu a imperfeição humana. As qualidades selvagens das feras da floresta são con-
sideradas animalescas, mas, na realidade, quando a verdade da vida for conhecida e o registro
akasha e a aura planetária for lida com precisão, será conhecido que a vida animal, bem como
a elemental, absorveu originalmente suas expressões grosseiras, e algumas vezes grotescas,
da humanidade.
A selvageria, o canibalismo, a violência, a vingança e a matança, originárias das desci-
das evolucionárias mais baixas da humanidade, foram transmitidas diretamente por meio da
vibração (provando aqui que o poder do exemplo pode ser também o pior professor) às espé-
cies inferiores. Portanto, o magnetismo animal nos humanos – com freqüência subanimal, des-
carregando uma fúria diabólica – precisa ser redimido (transmutado pela chama violeta) no
processo de libertação do planeta.
Isto podeis começar a fazer imediatamente, com chamados fervorosos à ação do círculo
e da espada de chama azul de Astréa, a figura da Mãe universal atuando no nível dos Elohim
(personificada no oriente como Kali) que liberta seus filhos, que evoluem em todos os reinos,
da matriz do mal imposta pelos anjos caídos vingativos. O fogo violeta que flui dos vossos de-
cretos sinceros e determinados retira literalmente a mortalha da consciência humana de toda a
vida elemental.6 E isto é fundamental para o restabelecimento da beleza da Natureza.
O amado Saint Germain e outros Mestres Ascensos, em várias associações em suas
encarnações, tiveram contato com a vida elemental evoluindo no reino animal. Em alguns ca-
sos, foi necessária a sua intercessão posterior em prol de certos elementais encarnados sob a
235

forma de animal. A libertação destes abençoados elementais ‘aprisionados’ em corpos densos


foi, em mais de uma ocasião, a dádiva de amor e do fogo violeta do ser ascenso àquela parte
elemental da Vida com a qual tiveram contato anterior.
Com a radiação da bondade, alegria e gratidão toda a Natureza alcançará, no final, um
estado prístino de perfeição edênica, onde “morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o
cabrito se deitará; o bezerro, e o filho do leão e o animal cevado viverão juntos...”7 A cruel lei da
selva será revogada pelo poder do Cristo e os que forem afortunados de permanecer no plane-
ta serão Cristos vivos. Com a intercessão deles, todos os elementais serão libertados da prisão
temporária das formas animais. A radiação do Amor divino elevando-se à uma pulsação mais
poderosa cortará e dissolverá instantaneamente a conexão dos elementais evoluídos com a
matriz e a consciência animal limitante.
Alguns se lembrarão de haver lido sobre o meu amor pelos pássaros e as criaturas, e de
que elas não tinham medo de mim. Amados corações, na maioria dos animais o medo é resul-
tado dos sentimentos da humanidade que são, ou foram, projetados sobre eles pela mente de
massa. O instinto de sobrevivência do homem, remanescente de tempos pré-históricos, man-
tém um desejo feroz de autoproteção. A memória da raça de antigos encontros com bestas
selvagens mantém vivo o registro e o reflexo condicionado pelo qual a humanidade passa a ter
uma postura defensiva sempre que sente a presença de certos animais selvagens.
Pelo poder do Cristo, a humanidade pode fazer um apelo à grande Lei da Vida para li-
bertá-la deste medo latente, que cria uma separação entre ela e a vida elemental. Não advo-
gamos a imprudência ao aproximar-vos dos animais selvagens, porque até que o processo in-
terno de transmutação de todo o medo e dúvida em amor seja completado, as pessoas devem
evitar expor-se a perigos excessivos com a vida animal, que ainda responde ao homem dos
níveis mais baixos da consciência do mundo – pois a chama da ressurreição ainda precisa ser
transferida a eles pelos filhos e filhas da mestria divina reavida.
Lembrai-vos, amados corações, somente quando todo o medo for removido pela Grande
Presença Divina da Vida, especialmente o medo subconsciente, a energia de vibração inferior
da cobra, do leão e de todos os animais destrutivos cederá ao grande poder da vossa mestria
real no Cristo. Lembramos àqueles que estão começando a perceber que a sua mestria pesso-
al é a chave para a vitória de todas as evoluções da Terra: aquele que se guardar (os seus
quatro corpos inferiores) e guardar o portão de sua casa (a sua consciência, seu templo físico e
chakras) será maior do que o governante de uma cidade.
Como disse Salomão – e bem faríeis em considerar sua sabedoria: “Melhor é o longâni-
mo [mantendo a vigília do controle divino nos seus corpos mental e de sentimentos] do que o
236

valente, e o que governa o seu espírito [mantendo o controle divino do fogo sagrado num fluxo
de figura oito do corpo etérico para o corpo físico] do que o que toma uma cidade”8.
Ao vos preparardes para ensinar aos homens muitas das grandes leis do Ser, deveis
mostrar-lhes que estas leis estão entrelaçadas com as realidades que os rodeiam. Como pode-
rão libertar-se do maya e da ilusão das eras, a menos que sejam capazes de ver Deus tecido
na substância e de reconhecer a mão do Infinito em todas as expressões externas? O dia da
grande iluminação dourada chegou!
“Não dizeis: Ainda há quatro meses até à ceifa? Eu vos digo: Erguei os vossos olhos, e
vede os campos! Já estão brancos para a ceifa”9
Muitos são chamados mas poucos escolhidos para oferecerem-se para ser o cálice do
Mestre.
Em amor ao serviço à vida, EU SOU
Kuthumi

SER
LIÇÃO 45 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

IMAGEM
“Deus Criou o Homem à Sua Imagem”

Seres Amados de Maior Luz Que Se Dirigem ao Autoconhecimento do Reino Interior – Ao


olhar para a imagem refletida do Eu, a maioria das pessoas não percebe a realidade do Ser,
mas são capazes de compreender em parte seu significado grandioso nos variados aspectos
da Verdade. Quando “espelhos” qualificados com faculdades espirituais encarnarem, refletindo
o Espírito da Verdade com a mesma precisão com que um espelho físico reflete as imagens do
eu físico, a humanidade terá alcançado um sentido maior da Realidade.
A mente carnal é, e deve ser reconhecida como tal, um aspecto da Mente eterna que di-
famou a intenção original para a qual foi criada e tornou-se um canal para o lodo que grossei-
ramente vagueia ao longo do curso do tempo mas que, de forma alguma, interpreta para a hu-
manidade a realidade cristalina do Ser. Remover esta imagem impura é o primeiro passo para
perceber a realidade verdadeira da humanidade.
237

A minha afirmação a respeito da necessidade de regeneração mencionada a Nicode-


mos, frequentemente citada de forma apropriada ou errada, transmite ao eleito a verdade sobre
a natureza interna do ser humano: “Quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus”.
“O que é nascido da carne, é carne”1 refere-se não só à forma de carne e osso, mas também à
tudo o que é criado e procedente da natureza material da humanidade. O que procede da natu-
reza espiritual da humanidade, com todo o seu poderoso fluxo de perfeição brilhante, é a reali-
dade da Identidade Divina de cada um.
A natureza espiritual do homem, que procede do Ser de Deus, pode ser percebida so-
mente pela Mente de Deus. A mente carnal não pode conhecer a Mente de Deus: “A inclina-
ção da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz... A inclinação da carne é ini-
mizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser”2.
Existe dificuldade na compreensão deste ensinamento, inerente à própria substância da
vossa mortalidade, entrelaçada e intercalada com a vossa imortalidade. A identificação com as
camadas externas (superficiais) da consciência, a mente mortal com seus traços de personali-
dade familiares – a identificação com nome, família, raça e classe social – tende a tornar o ho-
mem esquecido da sua identidade divina.
O problema com a identificação com Deus (até hoje, alguns que professam a crença em
mim como seu Salvador, negam veementemente que Deus seja seu Eu Real!) relaciona-se
com o fato de que cada um dos quatro corpos inferiores – os veículos e faculdades necessárias
para perceber a Verdade no plano físico – tem uma cobertura de ilusão que torna o problema e
a solução da definição do Ser pouco clara.
Mas tal é a natureza da mente carnal (conforme ela colore os quatro corpos inferiores
com a cor da não identificação com o Deus vivente) da qual a alma precisa ser resgatada pelo
Cristo vivente! Ó meus amados, tende piedade das pobres almas enterradas sob a montanha
de ilusão carnal gerada pelos veículos de comunicação de massa e pelo sistema educacional –
saturando o processo de pensar, sentir e da memória de toda uma geração!
Quando afirmei: “Sempre tereis convosco os pobres”3, não estava de forma nenhuma li-
mitando o acesso à vida abundante que está acessível no universo a todas as pessoas que es-
tenderem a mão e compartilharem da água da Vida livremente.
Refiro-me ao fato de que a humanidade, no sentido carnal, está sempre no processo de
trocar este sentido – o empobrecido sentido da vida material – pela Vida abundante de Deus. E
até que ela complete este processo, permanecerá empobrecida no sentido material e espiritual
da vida. (Referi-me também ao fato de que alguém sempre ocupa o lugar mais baixo na cadeia
cármica; portanto, os mais pobres dos pobres permanecerão uma categoria econômica assim
238

como espiritual, assim como sempre existe numa formatura o primeiro e o último aluno da clas-
se).
O mundo de hoje não é diferente – exceto pelo fato de que existe uma proliferação de ri-
cos e pobres, aumentando a demanda por pastores para alimentar as minhas ovelhas e de
servos ministrantes para curar ambos os estados de consciência, pois os ricos precisam ser
curados da falsa crença a respeito da sua verdadeira identidade, da mesma forma que os po-
bres.
Quando afirmei: ”Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos
céus”4, referi-me ao fato de que aqueles que são pobres no ‘espírito’ do sentido materialista
tem normalmente menos dificuldade com as coisas deste mundo e estão mais prontos a aceitar
o sentido espiritual. (Referi-me também ao vácuo criado pelo sentimento espiritual empobreci-
do que precisa ser preenchido com o conhecimento do reino dos céus, o estado de ser não va-
zio, mas cheio do Espírito).
Gostaria de chamar a atenção dos meus estudantes para as afirmativas que fiz sobre
João Batista e das que ele fez sobre mim.
João declarou: “Eu vos batizo com água para arrependimento. Mas após mim vem aque-
le que é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará
com o Espírito Santo e com fogo”.5
Sobre João, eu disse: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher tem nascido,
não apareceu alguém maior do que João; contudo, o menor no reino dos céus é maior do que
ele”6. Obviamente, amados, o próprio João batista estava no reino dos céus (cativado pela
consciência do Espírito), e portanto, a afirmativa incluía-o.
Para entender corretamente as minhas palavras é preciso ver que elas se referem so-
mente ao sentido exterior de João Batista; embora ele fosse o maior já nascido de mulher e
maior ainda, seu sentido material não havia cedido ao sentido espiritual interior, então, do “me-
nor no reino dos céus” é maior do que o sentido material de qualquer um na terra.
Ele referiu-se a mim dizendo: “È necessário que ele cresça, e que eu diminua”7, afir-
mando com isso a necessidade de todos aumentarem a consciência crística e diminuírem seu
sentido carnal.
Faço hoje esta distinção por um motivo urgente. Durante séculos os teólogos e santos
buscadores raramente ou praticamente nunca conseguiram esclarecer para si ou para seus ir-
mãos a diferença entre o Ser Divino imortal da humanidade, completamente adorável e perfeito
e a sua criação humana.
239

A minha afirmativa: “O Filho do homem veio salvar o que estava perdido”8 denota que
uma parte do homem afastou-se do seu desígnio divino prometido. Esta parte é a alma que,
pelo livre-arbítrio, escolheu experimentar as várias fantasias da lógica carnal – e então, encan-
tada pelo glamour, estilo e aparência destas, não se despiu das fantasias! Não preferiu a pure-
za da veste do templo! Visto que aquilo que extraviou não poderia, por definição, permanecer o
reflexo da imagem divina de Deus, completamente perfeita e adorável (pois escolheu não fazê-
lo), segue-se que aquilo que compartilhou do erro é a consciência da manifestação da alma (
personalidade) que permitiu que a sua energia fluísse para padrões de imperfeição.
Esta mera má qualificação tornou-se uma forma de realidade temporal para os que
acreditam na materialidade da manifestação dos sentidos – e que vão defendê-la com o seu
próprio sentido material da vida. Os que se identificaram por tanto tempo com as más qualifica-
ções do ego humano – atravessando milhões de anos de falsa crença na mortalidade, uma en-
carnação mortal após a outra – ignoraram persistentemente pelo mesmo espaço de tempo a
possibilidade poderosa do Grande Eu Divino.
Por que? Ao observardes a psicologia daqueles a quem ministrardes, amados, conside-
rai se não é um mecanismo de defesa da mente carnal que precisa preservar o elaborado sis-
tema de segurança de mentiras e ilusões sedutoras na qual foi enrolada e mumificada aquela
alma perdida! Peço-vos, tende compaixão!
O Cristo de todos os homens é o Grande Mediador entre a perfeição de Deus, o Eu Di-
vino, e a imagem da alma desfigurada ou ‘caída’, com freqüência e vibração mais baixas, que
tornou-se o ponto focal de repetição desta criação humana, por vezes sem conta. É esta ima-
gem – esta imagem autodoutrinada permitida por um livre-arbítrio cego – que precisa ser redi-
mida e purificada para que a alma possa mais uma vez modelar seus atos de acordo com a
imagem perfeita do Cristo.
Este Cristo pode ser restaurado nos quatro corpos inferiores com um pedido de ajuda e
um ato de livre-arbítrio que, por fim, dá as boas-vindas ao Eu verdadeiro. Este grito por liberta-
ção da tirania da mente carnal é o sinal de sofrimento que coloca em movimento as forças da
Grande Fraternidade Branca – os exércitos do Fiel e Verdadeiro9. É o chamado que compele a
resposta, amados, do meu Cristo, do vosso Cristo. E podeis fazê-lo agora mesmo.
Com a Imagem da Divina Presença à vossa frente, colocai-vos de frente para o Regente
Supremo do Universo, o vosso Deus, e afirmai com todo o coração em voz alta: “A Luz de
Deus nunca falha! A Luz de Deus nunca falha! A Luz de Deus nunca falha! E a Amada e Pode-
rosa Presença do EU SOU é essa Luz!” Repeti esse chamado quatro vezes, expulsando a
mente carnal de cada um dos vossos quatro corpos inferiores a cada vez que o fizerdes. E
240

aceitai a vossa libertação e a vossa realidade pela autoridade do Cristo que EU SOU, que Vós
sois – convosco agora!
Congratulações! Começastes o processo de redenção. Neste processo as energias teci-
das na veste do ser em equívoco e má qualificação são cuidadosamente desfeitas pela alma
suplicante sob a direção do Espírito Santo. As energias do erro, coalescidas em torno da ima-
gem danificada produzindo padrões imperfeitos nos quatro corpos inferiores, precisam ser lan-
çadas no fluxo puro da consciência de Deus e transmutadas pelos fogos do juízo e da purifica-
ção.10
As energias que trazeis de volta todos os dias para a sua polaridade original por meio da
ciência da Palavra falada estão prontas para serem investidas numa nova criação – como o
barro que o oleiro usa repetidamente. Então, esta energia “repolarizada” é tecida como subs-
tância de luz dourada do Filho (Sol) de Deus na veste inconsútil do Cristo vivente. Desta forma,
o ser dual, como filho da manifestação humana e como Filho de Deus, é reinvestido da sua
Imagem Real e torna-se uma Realidade!
Comunicar esta idéia divina, este ensinamento do Eu Real à humanidade natural, casa-
da como está com a sua falsa imagem, é ‘naturalmente’ muito difícil. Fatores teleológicos, teo-
lógicos e psicológicos relacionados com o acalentado sentimento de ego vem à tona para lem-
brar-lhe de coisas exteriores e dar a ela uma idéia falsa sobre o próprio domínio de que Deus a
dotou.
Ela sente-se totalmente qualificada para julgar e, legitimamente, não delega a outro a ta-
refa de escolher neste dia a quem servirá11. Sua identificação com o sentido e o ego materiais
é tão completa que ela sente dificuldade – e deixa isto bem claro para todos os seus mestres –
em aceitar a ciência daquele Ser, daquele ‘Ser espiritual’ invisível aos seus sentidos externos.
Foi por isso que eu disse a Tomé, quando ele colocou os seus dedos nas marcas dos pregos
na minha mão e a sua mão ferida de lança no meu lado: ”Porque me viste, creste. Bem-
aventurados os que não viram, e creram”.12
As exigências que a humanidade faz à Lei para que esta realize um milagre cósmico são
muito grandes; se bem que os que são capazes de absorver, devido à sua grande fé em Deus,
a sagrada perfeição de seu próprio Ser – sem exigir o gasto da energia celestial para a criação
de manifestações miraculosas (ou assim chamadas) – são os discípulos mais avançados. Es-
tes usam o olho espiritual para identificar a substância espiritual, ao invés de usar o olho mate-
rial para isso ou a evidência empírica para confirmar ou provar a Verdade espiritual.
A Grande Lei do Ser do homem é: “Porque Tu és, EU SOU”. Sem a identidade de Deus,
toda a Vida cessaria de existir. Deus é Vida, e esta é a maior Verdade que encerra a manifes-
241

tação menor. Afirmar que a Vida é Deus, embora seja verdade, é problemático, a menos que a
vida expressa pelo homem seja a Vida que Deus criou.
A forma exterior é somente Divina quando expressa qualidades divinas: o homem, em si
mesmo, é somente uma manifestação de Deus quando está expressando os atributos divinos.
A sua identidade só é de Deus quando ele se identifica com Deus realizando palavras e obras
iguais as de Deus. Isto é possível, ou eu não teria dito aos meus: “Sede vós, pois, perfeitos,
como perfeito é o vosso Pai que está nos céus!”13
A afirmativa que fiz a outros homens e que fez tremer alguns e ainda o faz até a presen-
te data – “Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. (...) Serpen-
tes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”14 – refere-se à Grande Lei
em ação, ao Verbo que julga cada homem de acordo com as suas palavras e atos, e pelos mo-
tivos, intenções e sentimentos por trás deles. Estas expressões verdadeiras do ser, que reve-
lam o que a pessoa pensa em seu coração, identificam se a sua vontade está alinhada com a
natureza carnal do mal deificado ou com a natureza da Própria Divindade e sua justiça em
ação.
Não daí ouvidos aos orgulhosos que se vangloriam, mas observai suas obras. O que fa-
zem eles para merecer a Vida eterna? Depois observai aqueles cujas palavras (exceto pela
sua oração perpétua15) são poucas, mas cujos atos de compaixão – iluminando, curando e li-
bertando as almas – são muitos.
Assim, no final como no princípio, o homem condena a si mesmo a expressar a sua
imagem imperfeita ou justifica a si mesmo na imagem de Deus – pela qualidade do seu cora-
ção – revelada na vibração das suas palavras e obras. Isto ensinai, para que o incauto não caia
pela beira do caminho e perca o prêmio.
Conforme a terra se encher do meu conhecimento16, a Lei da Justiça seguirá aqueles
que a buscam. As pessoas não estão aqui para julgar ou criticar umas as outras, mas para jul-
gar (verificar) que elas mesmas não lancem uma pedra de tropeço no caminho de outrem. Elas
podem impedir que isso aconteça reconhecendo a perfeição do seu próprio Ser e dando priori-
dade à sua expressão, enquanto louvam a mesma possibilidade para seus companheiros. Ao
ensinarem isso e ao assimilarem esta taça da Vida que é Deus, os meus discípulos comunga-
rão para sempre com o reino do nosso Pai.
Amorosamente, EU SOU vosso irmão mais velho,
Jesus
242

SER

LIÇÃO 46 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

ALMA
“A Ti, Senhor, Elevo a Minha Alma”

Seres Amados em Busca do Conhecimento do Eu Superior – A familiaridade, com todo o


seu conforto, não produz expansão espiritual no coração do Ser.
Não desejamos desencorajar a apreciação dos nossos estudantes pelos aspectos be-
nignos do seu ambiente nem retardar a sua expressão de gratidão pelos confortos materiais
recebidos do coração de Deus.
Desejamos comunicar aos que desejam progredir na verdadeira natureza do Ser a for-
ma e maneira de destruir, à vontade, a complacência para com o seu meio e expandir a sua
consciência para os aspectos importantes do Ser, que fazem mais parte da Realidade do que
as preocupações e circunstâncias imediatas.
A contemplação da Paternidade de Deus é uma garantia preciosa quando viajamos na
consciência e saímos da rotina do dia-a-dia do mundo familiar para as vastas e infinitas exten-
sões do amor e bondade imortais de Deus.
Quando contemplais uma paisagem, percebeis que existe uma cena próxima e outra ao
fundo. A cena em primeiro plano dá a idéia de imediatismo e o sentimento de que podemos fa-
zer parte dela. A cena de fundo, embora algumas vezes ao nosso alcance, leva a imaginação a
explorar o desconhecido, e o céu ao fundo abre a mente às maiores distâncias do infinito. Com
esta metáfora da arte, iremos, pouco a pouco, relacionar a natureza do ser humano com a
Realidade espiritual.
Amados corações, não existe falta de beleza em nenhuma parte do universo, pois Deus
está em toda parte. Que ninguém tema expandir a sua consciência. A exploração da Terra, do
sistema solar e de todo o cosmo pela consciência da alma que se expande oferece mais segu-
rança e satisfação na sondagem do desconhecido do que a humanidade está experimentando
com as explorações científicas por satélites, foguetes e naves espaciais.
Hoje, quando a educação é apresentada aos jovens como um meio de alcançar maior
segurança econômica, não é difícil convencer as pessoas do seu valor. No mundo inteiro, mui-
tos desejam ter conhecimento – alguns motivados pela carreira, ganho financeiro, status ou
243

serviço comunitário, alguns pelo autoconhecimento da psicologia, e outros buscam o misticis-


mo dos santos. Esses desejos representam metas próximas e distantes, alcançáveis nos su-
cessivos estágios da vida, que se tornam legítimas (exeqüíveis) de acordo com a necessidade
da alma, as exigências do carma e o chamado do plano divino.
Ainda assim, existem muitas pessoas que preferem permanecer na ignorância a fazer
um esforço para sair dela. Esta é a letargia da ‘sonolência’ das eras. Quando não cuidada, ela
se torna uma doença crônica da criação humana. Este mal, hipnótico e repugnante, deixa suas
vítimas incapazes de reunir a energia necessária para buscar a virtude e a honra em uma ocu-
pação justa (um meio de subsistência correto).
Todas as admoestações feitas, a partir de agora, a respeito da natureza do ser do ho-
mem, serão feitas não para condenar, mas para iniciar os nossos leitores para frente e para o
alto na Vida, e para uma vida real, transportando-os do mundano das áreas imediatas do Ser
para além do limite da mestria atual e, dali, em segurança, adiante numa jornada do Ser, que
expandirá não só a capacidade intelectual mas também a consciência daquele outro eu, o eu
interior, a alma.
Enquanto, num sentido bem real, a verdadeira identidade do homem está selada com o
Pai no céu (o seu eterno Pastor é o seu Santo Cristo Pessoal), com freqüência nem a sua Divi-
na Presença nem o seu Eu Superior são reconhecidos por ele. Algumas vezes isto acontece
pela própria proximidade entre o Pai e o Filho, que contrastam tanto com a imobilização tempo-
ral do homem no seu ambiente imediato e seus muitos problemas, que o céu parece irreal e
inalcançável – tão longe quanto a cena de fundo mais distante no futuro que se torna comple-
tamente irrelevante para o momento presente.
Como forma de resistir aos estímulos enviados do alto, muitos procuram expressar-se
da forma mais física possível, negando a autenticidade das experiências e faculdades espiritu-
ais. Confiando no testemunho dos sentidos, prendem-se a um ideal empírico que irá finalmente
desabar com a dissolução do eu material no seu próprio desaparecimento.
Outras almas, por outro lado, desejando escapar da sua criação humana, esposam a
senda da santidade e, por meio do ascetismo e do misticismo, levam uma vida diferente da sua
contrapartida mais materialista, no mundo da forma.
Ao descobrir o equilíbrio da natureza do ser, o homem pode experimentar o mundo espi-
ritual, embora permaneça amarrado às salas de aula da terra, aprendendo a ter mestria sobre
as lições que lhe são requeridas aprender, usufruindo a vida ao máximo sem negligenciar o
seu dever para com a família e os amigos até, finalmente, alcançar a sua vitória sobre o eu ex-
terior e seus condicionamentos exteriores.
244

Assim como não seria sábio negligenciar o cuidado com o corpo físico, não é sábio ne-
gligenciar o cuidado com a natureza espiritual. Defendendo uma maior sabedoria, aconselho-
vos a dar atenção a ambos, de forma compassiva e abnegada. Quando a casca do materialis-
mo for superada pelo espírito vitorioso, a humanidade ascenderá ao domínio de uma glória co-
roada, maior do que a dos anjos.
O uso apropriado do livre-arbítrio tornará o homem semelhante a Deus por escolha pró-
pria. A restauração do seu estado divino liberta a sua natureza adâmica dos grilhões da terra e
permite que ele ganhe novamente entrada naquele paraíso de consciência do qual, devido a
uma inversão de Princípio, ele caiu.
A energia é impessoal. Flui através da consciência da humanidade para cumprir a sua
ordem, seja por orientação consciente ou por acidente. A consagração e a concentração nas
leis dos Mestres Ascensos produzirá, no final, uma expressão da natureza do Ser mais eleva-
da. Ao enfrentar os desafios da vida como Cristo fez na Palestina, o servo ministrante só pode
ser vitorioso.
O critério humano não deve ser usado para avaliar o progresso da alma mas, nas pala-
vras do apóstolo: “Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou co-
mo quem se entremete em negócios alheios”1. A santidade maior deve ser expressa com santo
zelo em todo o reino do ser humano.
Não é suficiente meramente elevar-se pelo poder da oração a um estado onde podemos
cientificamente extorquir a vantagem da Lei universal. As escrituras registram que “faz-se vio-
lência ao reino dos céus, e pela força apoderam-se dele”2. Mas o reino de Deus, o reino da Sua
imagem e consciência, invocado nas Suas qualidades, é a única expressão verdadeira que al-
cançará a vitória permanente para a humanidade.
Abençoados corações, existem tantos aspectos da Lei, mas na prática, a Lei é bem
simples. Está escrito: “O cumprimento da Lei é o amor” – a isto se resume a Lei do Ser huma-
no3. Por isso, não complicaremos a senda da salvação do ser humano; nem simplificaremos
demais os assuntos espirituais. Isto somente induzirá os nossos ardentes estudantes ao erro
dos desvios e das ciladas, fazendo-os perder um tempo e energia preciosos ou até comprome-
tendo uma possível vitória.
A humanidade não pode mudar o que ela é num dado momento. Realmente, “pode o le-
opardo mudar as suas manchas?”4 Bem, não imediatamente. Os ciclos necessários para a pre-
cipitação alquímica da cristicidade devem ser completados por lei.
Quer seja a medida de progresso da humanidade zero ou zero mais x, é preciso que se-
ja reconhecido que as infinitas possibilidades de realização no momento presente são alcança-
245

das por homens e mulheres que, tendo o poder da fé para acreditarem na justiça universal do
amor crístico e na precisão da Lei divina, desejam implementar sua crença por meio de bons
atos.
Isto, aliado à determinação de progredir na senda do discipulado e de adquirir a com-
preensão espiritual necessária, afastará as sombras da ignorância e iluminará o seu caminho à
grande sala do trono – a câmara secreta do coração onde o Grande Três-em-Um é revelado
como a chama trina da Vida vivente.
No laboratório do Ser, o Mestre Alquimista, o amado Ser Crístico, ensina a alma passo a
passo a empunhar a espada sagrada da Palavra para dominar completamente todas as condi-
ções impróprias nos quatro planos da Matéria e nos seus quatro corpos inferiores correspon-
dentes. Para isto, é necessário o domínio pela chama violeta todo-consumidora do carma que
retorna. Estes dois aspectos podem ser discernidos no estudo dos ciclos pessoais do Relógio
Cósmico5.
Não existe ninguém sobre a face da terra destituído de orientação espiritual – exceto por
sua própria rejeição do Espírito de orientação. A Divina Presença de cada pessoa derrama dia-
riamente uma cachoeira gigantesca de energia sobre a corrente de vida individual. O Santo
Cristo Pessoal transmite correntes de direção divina altamente qualificada; os Mestres Ascen-
sos adicionam o seu momentum de ajuda especializada à toda Vida sobre a terra.
Resta aos indivíduos sensíveis e cheios de fé garimpar o ouro que desce na corrente de
sua consciência e agarrar suas pepitas douradas. Cada um deve atrair a chama e a veste da
sabedoria para bem perto de si, tendo em mente o ensinamento de Jesus de que ao que multi-
plica engenhosamente seus talentos mais será dado, mas ao servo injusto que não tem nada
para apresentar por seus dotes espirituais e financeiros, até o que tem lhe será tirado6.
Não temei, portanto, compartilhar em santa sabedoria, sendo cuidadosos em selecionar
das pepitas de Verdade espiritual, guardadas no vosso ser imortal, dons especiais para aben-
çoar vossos irmãos e irmãs com a iluminação que bane para sempre da sua busca espiritual a
ignorância.
Existe um gesto de graça especial, concedido a todos os que buscam ensinar aos ho-
mens de menos compreensão as glórias do reino de Deus. Instrutores espirituais na terra, gui-
ados somente pela sinceridade são, devido a sua posição, anjos ministrantes sob a forma hu-
mana. Eles não serão mais escondidos7 sob a identidade obscura ou infrutífera, mas se apre-
sentarão portando o cálice da Palavra de Deus.
“Não temas, ó pequeno rebanho, pois a vosso Pai agradou dar-vos o reino”8 é a sua
mensagem. Eles reconhecem e devem ensinar que o conhecimento espiritual não é alcançado
246

pela leitura ou por ouvir verdades metafísicas, mas por colocar em prática a Presença da Vida,
de Deus e da Caridade em todos os seus assuntos. Somente assim consegue-se o conheci-
mento.
A maior expansão do Ser acontece ao compartilhar. Pois Deus é o que mais comparti-
lha. Como Cristo partiu o pão nas praias do mar da Galiléia, o Pai parte o pão do Ser e comu-
nica sua própria identidade – o pão inteiro – a cada filho de Deus que decide retornar à casa de
seu Pai.
Levanto a minha tocha na porta dourada do vosso Ser.
EU SOU vosso irmão,
Kuthumi

SER
LIÇÃO 47 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

CORAÇÃO
“... Na Sinceridade do Teu Coração”

Emanações de Luz do Coração do Pai, Como Vos Amo! A ordem do Ser procede como
emanação radiante diretamente do centro do coração de Deus. Deste centro, ou trono, da iden-
tidade de Deus, é possível ter a percepção da emanação inteira. De um ponto localizado num
dos círculos da emanação pode-se conhecer uma parte ou o todo deste determinado círculo.
Alcançar ou expandir além do ciclo atual da humanidade ou alcançar para trás do ponto
central da origem é, às vezes, difícil para os que estão colocados geograficamente e conscien-
temente nas esferas exteriores, longe e separados do centro do coração da Identidade.
Sempre desejei transmitir às crianças de Deus a natureza de seu Ser total para intensi-
ficar a realização das suas esperanças, para tornar possível a sua união com a totalidade de
Deus e para ajudá-las a expandir a sua identidade nas áreas de maior felicidade e integridade.
Na verdade, curar o aleijado, recuperar os membros deformados, magnificar o fogo sagrado da
perfeição no cadinho da identidade do homem é a minha paixão.
A identificação do Ser com a consciência não será completa até que a humanidade se
identifique totalmente com a Fonte Central da criação. Isto torna possível ao homem prosseguir
de forma ordenada deste Centro, atravessando todos os ciclos concêntricos de criação, até a
247

periferia de tudo o que existe. Não existe limite nem final último no maravilhoso Espírito de
Deus. É verdade que “o vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde
vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito”1
O espírito Santo precisa expressar as qualidades da inteligência, do poder e do grande
amor. É impensável que uma criancinha imbuída da santidade de Deus não exale a fragrância
de uma inteligência sábia e investigadora e de um amor expansivo, feliz e equilibrado – um
amor que se estende além do limite das pessoas, lugares, condições e coisas, um amor cen-
trado no coração da Verdade e da Identidade total.
Ao observardes a cena que passa em frente aos vossos olhos, o olhar rápido nas faces
dos que vos rodeiam, ao interpretardes o aborrecimento das multidões e ao vê-las como ove-
lhas perdidas do grande rebanho, tende em mente que muitas delas são vítimas voluntárias da
maré humana de transgressão das leis do Ser que aconteceram ao longo da história. Estas
marés da intenção agressiva humana foram expressas de forma voluntária e ignorante, em lu-
gar das qualidades trinas do Espírito (e em oposição a elas). O julgamento mal orientado da
humanidade, com as pessoas condenando-se umas às outras, trouxe a maldição de Caim so-
bre sua própria casa. A tirania, a rebelião, o zelo arrogante dos de mente carnal e dos ricos não
trouxe a eles nem uma pitada de liberdade eterna ou de felicidade divina.
A genuína qualidade do ser divino, o amor profundo, inabalável, permanente, que não
censura mas santifica toda Vida, transcende toda a vã teologia que procura aprisionar a hu-
manidade em compartimentos emparedados de raça e credo. Que ninguém negue a virtude do
uso correto da oportunidade e da energia. Com a avaliação correta do momento oportuno e da
amplificação do seu potencial, a humanidade fica realmente mais perto do reino de Deus. E
mesmo a ovelha mais obstinada merece atenção e compreensão.
Devemos dedicar-nos a retirar as camadas de energia mal qualificada que estão sobre
as ovelhas desgarradas; ao vesti-las de filhos de Deus, testemunharemos de forma imaculada
cada emanação da divindade como sendo uma com o coração do Pai vindas Dele.
Para testemunhar a completa divindade da humanidade, a identidade precisa ser tos-
quiada de todos os elementos da criação humana com a qual se revestiu. Suas energias de-
vem ser oferecidas no altar de Deus para serem transmutadas e consumidas pela chama viva
da Verdade e pela radiação purificada de seu Ser verdadeiro. Lavada na Vida do Cordeiro espi-
ritual de Deus que tira toda mácula e enxuga todas as lágrimas dos olhos da humanidade2,
sua consciência fica então finalmente liberta (carmicamente liberta) para identificar-se comple-
tamente com o Ser do homem que é, na verdade, o Filho de Deus.
Amorosamente, EU SOU
248

Jesus

O SANTO GRAAL
“Podeis Vós Beber o Cálice...?”

A Vós, Amantes da Verdade, Que Meditais Sobre o Grande Disco Solar – Nosso mais bon-
doso irmão mais velho, o amado Jesus, ofereceu-nos uma admirável exposição sobre a natu-
reza do Ser. Como trabalhamos no espírito de ensinamento em cooperação, ofereço à Presen-
ça da Vida a consagração de toda a integridade de Deus que já foi externalizada na minha
consciência em todas as eras. Ofereço-o no altar da identidade crística de cada discípulo.
Criancinhas, ponderai por um momento como seria o mundo se as idéias e esperanças
maravilhosas da divindade não tivessem sido oferecidas às almas da humanidade.
O desespero que despedaça e resseca o coração humano, preso na rede dos anos, cri-
aria uma desesperança tão absoluta que poucos, dentre os seres espiritualmente sensíveis no
planeta sobre os quais está colocada a esperança das multidões de receberem o bálsamo cu-
rativo da Vida, suportariam os rigores da vida diária.
Mas as glórias que emanam de longe e que se aproximam tanto – trazendo consigo
canções santificadas que há muito percorreram a Terra e a estrela Vênus do grande amor do
Pai – trazem energias de renovação, cheias de esperança, ao ser de cada um. Como a huma-
nidade parece iludida no deserto da Vida, retrocedendo à consciência sempre expansiva do Fi-
lho de Deus, pois não poderia ser de outra forma.
O que é finito tem natureza temporal e evolutiva e ainda não apreendeu o infinito. O que
é eterno não precisa de lentes para ver a própria realidade, pois está completamente consci-
ente de tudo o que existe e existirá. Por isso, a longa noite do vir-a-ser da humanidade termina-
rá com a aurora do Ser da humanidade, expressando suavemente o Primeiro Raio e expandin-
do-se nos sete complementos da individualização da chama de Deus.
Os antigos egípcios usavam o símbolo solar, bem como as religiões místicas da América
do Sul e da Atlântida. No símbolo do disco solar é venerada uma grande verdade; o Sol do Ser
humano; a Luz de Deus que nunca falha; o raio de Sol, o raio de Luz individualizado, que pode
ser usado pela alma (o ‘pequeno Sol’) para expandir-se todo de volta ao coração de Luz.
O homem, a mônada, a parte individual do Todo, pode entrar no mar brilhante onde so-
mente a pureza pode existir; mas não pode levar consigo seus ódios e frustrações, dúvidas e
desesperos. Estes precisam primeiro ser dissolvidos, antes que a completa união com Deus
249

possa ocorrer, ou a alma que está casada com os padrões gerados pelos conceitos humanos
externos será, ela mesma, dissolvida e levada de volta à substância primordial pela pressão da
grande Luz de Deus e dos fogos sagrados da perfeição.
Só a infinidade pode conhecer o Infinito. É, portanto, no estado de tornar-se Infinito, que
a humanidade verdadeiramente toca a barra da veste de seu próprio Ser e torna-se íntegra.
O sangramento que afligiu por tanto tempo a mulher, até que ela tocasse a barra da ves-
te do Cristo3, simboliza a dádiva de força de vida concedida à humanidade e seu desperdício
em anos de existência estéril. O secar desta “fonte de sangue” pelo curador do Cristo vivo sim-
boliza o redirecionamento desta Luz, que flui da fonte de energia, da Poderosa Presença do
EU SOU, para o cálice da individualidade. Esta Luz, redirecionada habilmente pelo Grande
Médico, restabeleceu a ‘mulher’ (simbolizando a natureza feminina da alma receptiva) à sua
razão original de ser: ser para sempre um Santo Graal de capacidade infinita.
Ao sentir os poderes regeneradores do Cristo, o cavaleiro andante do ser exterior procu-
ra beber a taça do Ser verdadeiro e busca esta Luz que nunca brilhou na terra nem no mar4,
pois esta é a natureza interna das coisas que nunca foram profanadas pela grosseria da ex-
pressão externa. Esta é a Luz que torna todas as coisas íntegras, cujo brilho irradia-se do
Graal e exorta a radiação menor a tornar-se maior.
Nenhuma perda é sequer uma parte daquela que, por não desejar habitar na solidão da
autoexpressão externa, entrega-se à unidade total com Deus. A suprema busca de realização
testemunha esperançosa o desafio diário de seguir sempre adiante – para encontrar certamen-
te no tempo e no espaço o tesouro do Ser eterno e sem preço.
Tudo isto EU SOU.
Amorosamente,
Kuthumi

SER

LIÇÃO 48 DA UNIVERSIDADE DO ESPÍRITO

AMOR
“O Amor Nunca Falha”
250

Aos Estudantes da Sabedoria Sagrada Que Ensinarão aos Homens o Caminho – A repro-
vação que, com demasia freqüência, a humanidade impõe sobre si mesma nos momentos de
autocensura é facilmente transferida quando a desaprovação ao próximo é registrada da tela
da consciência. Esta externalização da autocondenação subjetiva é conhecida como projeção,
e ilustra a grande lei que afirma que nunca amaremos a Deus ou à Sua manifestação mais do
que amamos a nós mesmos.
Esquecer a origem divina de toda Vida ou de qualquer parte dela é não compreender a
Lei que sempre afirma: “Fazei ao próximo o que desejais que ele vos faça”. Ou, neste caso,
“Fazei a vós o que desejais fazer ao próximo – pois certamente o fareis”1.
Entre encarnações, enquanto aguardam o renascimento, horas e horas são passadas,
de acordo com o padrão de tempo da terra, ouvindo-se professores enunciarem e ensinarem
nos níveis interiores este preceito sagrado da Regra de Ouro – e suas ramificações psicológi-
cas e espirituais – às almas noviças que estudam para serem aprovadas2 nos retiros etéricos
da Grande Fraternidade Branca. Estes estudantes, tendo falhado ou quase chegado à marca
do prêmio da regeneração em suas encarnações anteriores, preparam-se para tomar, mais
uma vez, a vestimenta de peles3 (os veículos mais densos, os quatro corpos de vibração me-
nos elevada) para enfrentar os desafios da vida e do carma na oitava física embaixo.
Não será bom tomar nota novamente nesta dissertação do Ser, que a humanidade está
num relacionamento duplo com a Grande Lei? Por um lado, em seu relacionamento com Deus,
com a Lei universal da Vida, com o Amor e a Sabedoria sagrada; por outro, em seu relaciona-
mento com o homem criado à sua imagem idêntica.
É difícil para os que ainda estão presos à roda da encarnação perceberem o Todo; pois
são como alguém que monta um quebra-cabeça e só montou poucas peças do quadro inteiro.
É por isso que a fé é necessária. Alertamos-vos para o fato de que o privilégio de que tendes
todo o tempo para rejeitar os conceitos espirituais que não vos parecem claros não deve ser
exercitado levianamente. Podeis ter a certeza de que, no tempo previsto, o ciclo da vossa
compreensão estará completo.
Não é peculiar que a humanidade esteja tão inclinada a expressar certeza absoluta a
respeito de assuntos sobre os quais sabe tão pouco, enquanto, muitas vezes, expressa incer-
teza sobre assuntos sobre os quais deveria saber muito? O poder equilibrador do Amor, quan-
do direcionado a todas as partes da Vida, é a maior alavanca que existe para elevar o caráter
da humanidade à divindade. Foi dito: “...Havendo línguas, desaparecerão; havendo ciência,
passará”; mas a Caridade, ou Amor divino, “nunca falha”4.
251

Pensais que fazeis mal ao oferecer o amor do Pai a um ser cínico, ao desdenhoso que
vos insulta e pavoneia-se do amor que ofereceis, lançando-o na vossa face? Afirmo-vos que
não; pois mesmo que esteja longe deste amor, um dia ele se lembrará e talvez busque a dádi-
va ofertada. A humanidade macula a aparência de sua alma com expressões de ódio e vergo-
nha; e, ao expressar virtude e honra, estabelece no céu a coroada vitória em prol de toda Vi-
da5.
Considerai os bilhões de correntes de vida que evoluem no planeta. Considerai o peso
do desespero e da discórdia humanos – os medos infinitos que são gerados diariamente pelas
incertezas e lutas. Perguntai-vos: Acrescentaríeis qualquer quantidade ínfima de energia a este
fardo (carma) mundial, a este desconforto e infelicidade da humanidade?
Por isso, marcai bem os momentos dourados como oportunidades para a dispensação
da graça. Deixai que o julgamento permaneça prerrogativa do Conselho do Carma; eles o ad-
ministram com boas qualificações e compaixão. E selam cada julgamento com o poder da
oportunidade, conscientes de que Deus repreende aqueles que Ele ama, e que Sua misericór-
dia cai como chuva suave sobre as almas de todos os que tem necessidade do julgamento
cármico.
Não é imposto sobre a cidadela do Ser que estude a Sabedoria sagrada, gere o Amor
santo ou use o Poder dado por Deus para expressar o reino dos céus entre os homens. Se o
mundo e tudo o que nele existe desmoronasse, a torre de glória espiritual permaneceria intacta
para sempre. Os anais de Deus, a verdadeira cronologia do Ser, tem registro de todas as virtu-
des, aspirações nobres e pensamentos santificados. Os Anjos do Registro os guardam numa
fortaleza invulnerável oculta em uma região além da compreensão mortal.
Ó Ser do Homem: com tudo o que possuís, alcança o entendimento dos princípios eter-
nos!6
Frente ao registro desta era, vosso amado Kuthumi e eu, fazendo-nos a pergunta: “Qual
a melhor forma de libertarmos a humanidade do seu sofrimento atual e restabelecermos os po-
derosos princípios que farão com que a humanidade, como instrumento, seja capaz de sobre-
viver?” reconhecemos, numa análise final, que é o reconhecimento e a autodeterminação do
próprio homem, como indivíduo, que o separa de seus semelhantes e o torna um ser de Deus.
Os registros do infame produzem sinais inequívocos semelhantes: falta de controle emocional
ou autodomínio sobre as forças mentais da pessoa, ausência de justiça com relação ao fraco e
ao pobre, uso egoísta e manipulador da energia, da sabedoria e mesmo da qualidade do amor,
pervertida para satisfazer a luxúria do ego, sujeita ao capricho do potentado autoproclamado.
252

Como contraste, examinamos o tecido de almas espiritualmente elevadas aos olhos de


Deus: reis da justiça como Melquisedeque, Rei de Salém; santos como o profeta Elias, o profe-
ta Samuel e Daniel. Atentamos também para a sabedoria de grandes seres do vosso tempo,
que escolhemos não nomear antes de terminarem seu trabalho.
Constatamos em todos, a qualidade bem comum, ou incomum (como preferis nomeá-la)
da fé inabalável na Lei do Amor, Sabedoria e Poder Universal. Percebemos em comum a reve-
rência pela Natureza e um sentimento de avaliação incomum, no qual a virtude pessoal só é
reconhecida como sacrifício e oferta razoável.
Não encontramos neles nenhuma arrogância exigindo deferência nem favores que os
separariam dos outros ou os exaltariam como pessoas, mas somente uma firme e inflexível de-
voção à meta de ser um cálice nas mãos do Ser Infinito, para assim transmitir bênçãos ilimita-
das às pessoas. O patrimônio do céu é concedido a almas como estas, quer acrediteis nelas
ou não. Miríades de anjos colocam-se frente a elas e curvam-se em adoração à chama de
Deus velada na carne.
Durante meu ministério na Galiléia, afirmei com freqüência: “Vai e não peques mais”7;
adverti também: “Vai, e faze da mesma maneira”8.
Estes mandamentos cristãos tinham a intenção de evocar uma resposta do grandioso
poder de Deus dentro das almas perdoadas ou curadas.
Hoje, digo a todos: “Cessai toda a tendência ao erro humano! Ide e não pecai mais! Que
a virtude, sabedoria, amor, beleza, coragem, fé, determinação, consagração, invocação e ado-
ração sejam elevadas na cidadela do vosso Ser... Ide e fazei da mesma maneira! Mantende a
fé, coragem e a determinação, respeitai os preceitos sagrados, mantende o vosso equilíbrio!”
Embora os anjos aguardem para levantar-vos antes que tropeceis na pedra, não cedei a
nenhuma tentação sutil da força, que procura vos fazer abandonar a senda do Senhor vosso
Deus9.
Na verdade, o Senhor vosso Deus é o meu Deus. Na verdade ele está em mim e em
vós. Na verdade, neste intercâmbio de igualdade e unidade há a esperança de que o Espírito
Santo profetizado criará uma nova geração!
Que estas palavras sejam ditas sobre vós: “Verdadeiramente este era Filho de Deus”10
Isto proclamai, ensinai e apregoai pelos telhados!
As antenas da mente recebem as ondas de muitas vibrações nos dia de hoje. Existem
vibrações de ódio, medo e terror. Existem vibrações de violência, aborrecimento e desgraça.
Filtrai-as – rejeitai-as todas! Elas não vos trarão nenhuma salvação.
253

Existem outras vibrações muito, muito acima do poder de percepção ínfimo da humani-
dade no seu estado atual, que são originadas na fonte viva do coração misericordioso de Deus.
Estas falam de misericórdia infinita, de beleza infinita e de compaixão infinita – da aurora de
uma civilização poderosa onde a era de ouro estará plenamente manifestada.
Na matriz do presente, que todos percebam na religião as qualidades que são seme-
lhantes a Deus como o amor total, o conhecimento total e a percepção total da radiação celes-
tial. Que todos nós murmuremos juntos uma oração do coração: “Venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”.
Que seja manifestada sem medo a coragem de viver na consciência daquele Ser que
EU SOU e de morrer para a tolice transitória que, na Verdade, eu não sou.
Ó vaidade e afronta do espírito, a humanidade deve abandonar-te! Ó Pai, que a huma-
nidade encontre o seu Ser em Tua Unidade! Para que eu afirme sobre todos:
“Eis que eu vim!”
“Eis que o EU SOU manifestou-se na terra nos filhos e filhas de Deus!”
Digo isto pelo amor e em nome de Kuthumi.
Vosso irmão mais velho,
Jesus

O Magnificat

Por Maria, Mãe de Jesus

A minha alma engrandece o Senhor,


E o meu espírito se alegra em Deus meu
Salvador – o Todo-Poderoso, a Presença do EU SOU.
Pois olhou para a humildade da sua serva.
Desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
Pois grandes coisas me fez o Poderoso.
Santo é o seu nome EU SOU O QUE EU SOU.
A sua misericórdia é de geração em geração
Sobre os que o temem.
Com o seu braço agiu valorosamente;
254

Dispersou os que no coração alimentavam pensamentos soberbos.


Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes.
Encheu de bens os famintos, e despediu vazios os ricos.
Auxiliou a Israel, seu servo, recordando-se da sua misericórdia;
Para com Abraão e sua descendência, para sempre.

Lucas I: 46-55

Que todas as gestantes recitem diariamente este mantra da amada Nossa Senhora em cele-
bração à encarnação universal do Cristo em Jesus e nos filhos e filhas de Deus.

NOTAS

Correspondência
Lição 1 da Universidade do Espírito

Fraternidade
1. Jo 10:1-18.
2. Cada um será julgado conforme as suas obras. Sl.62:12; Pv24:12; Jr 17:10;
32:19; Mt 16:27; Rm 2:5-13; Ap 2:23; 20:12, 13:22:12.
3. Gn 4:7
4. “Trees” [Árvores] “I think that I shall never see / A poem lovely as a tree. A tree
shouse hungry mouth is prest / Against the earth’s sweet flowing breast; / A tree that
looks at God all day I And lifts her leafy arms to pray; /A tree that may in summer
wear / A nest of robins in the hair; /Upon whose bosom snow has lain; /Who intimately
lives with rain. Poems are made by fools like me, / But only God can make a tree”
Joice Kilmer (1913) [Acho que nunca verei/ Um poema tão lindo como uma árvore /
Cuja boca faminta pressiona / O seio doce e suave da terra; / Que olha para Deus o
dia inteiro / Eleva seus braços a rezar; / Que pode usar no verão / Um ninho de tordo
255

nos cabelos; / Sobre quem a neve cai; /E que é íntima da chuva. / Poemas são feitos
por tolos como eu, / Mas só Deus pode fazer uma árvore].
5. Tocando a orla do manto. Mt 9:20-22; 14:35, 36; Mc 5:25-34; 6:56; Lc 8:43-48.
6. I Rs 8:27; 2Cr 6:18
7. Gn 1:26-28
8. Is 55:8,9
9. Jo12:32
10. Não vos canseis de fazer o bem. Gl 6:9; 2Ts 3:13; Co 15:58
11. Lc 19:41
12. Jo 3:19
13. Hb 12:23
14. Jo 21:15-17

Correspondência
Lição 2 da Universidade do Espírito

Vós
1. At.28:17-31
2. Mt 16:15
3. Ef 4:22-24; Ci 3:9, 10
4. A vingança é minha Dt.32:35; Rm 12:19; Hb 10:30
5. A misericórdia divina é eterna. SI 103:17; 118:1-4; 136; I Cr 16:34, 41; 2Cr 5:13;
7:3;6 Ed 3:11
6. 2Pe 1:19; Ap 2:28; 22:16
7. I Co 3:13-15
8. Pedi e recebereis- Mt 7:7-11; 21:21, 22; Mc 11:23, 24; Lc 11:9-13; Jo 14:13, 14;
15:7, 16; 16:23, 24; Tg 1:5; IJo 3:22; 5:14,15
9. Lc 23:34
10. Mt 7:16; Lc 6:44
11. Jo 8:12; 9:5
12. Serapis Bey, Hierarca do Templo da Ascensão em Luxor, no Egito, descreveu como
o Mestre Jesus veio até Luxor quando era um jovem mancebo e se ajoelhou diante
do hierofante, “recusando todas as honras que lhe eram oferecidas, pediu para ser
iniciado no primeiro grau da lei espiritual de mistérios. Nenhum sentimento de orgu-
256

lho manchava a sua face – nenhum sentimento de proeminência ou de falsa expecta-


tiva, embora bem pudesse ter esperado as mais altas honras”. Veja de Serapis Bey,
o Dossiê Sobre a Ascensão (Summit Lighthouse do Brasil).
13. Todo aquele que quiser tornar-se grande ...” Mt 20:26-28, 23:11; Mc 9:35; 10:43-
45; Lc 22:26, 27
14. Ap 3:15, 16
15. MI 4:2; Ap 1:16
16. Lc 22:19; I Co 11:24, 25
17. Mt 3:12
18. Jo 6:33-35, 48-58; Mt 26:26
19. Mt 20:20-23; 26:27, 28; Mc 10:35-40
20. Tome de graça da água da Vida. Jo 4:10-14; 7:37, 38; Ap21:6; 22:1, 17

Correspondência
Lição 3 da Universidade do Espírito

Santo Cristo Pessoal


1. Jo 3:16
2. O requisito da fé. Mt 8:5-13; 9:18-30; 15:22-28; 17:19, 20;21.22; Mc 5:22-43; 9:17-
27; 10:46-52; 11:22-24; Lc 7:2-10, 50; 8:41-56; 17:19; 18:35-43; Jo 11:21-45; Hb 11
3. Tg 2:14-26
4. Jo 16:13
5. Tg 4:8
6. Lc 1:46-52
7. Is 40:4; Lc 3:5
8. “Não matarás!” Ex 20:13; 21;12, 14, 20-23; Lv 24:17, 21; Nm 35:16-14, 30, 31; Dt
19:11-13; Mt 5:21; Ap 13:10 No Budismo, o primeiro dos Dez Preceitos é traduzido
como “Abstém-te de destruir vida”. De acordo com a doutrina dos Jains, que aderem
estritamente ao princípio oriental de ahimsa (não ofensa, não agressão, não destrui-
ção da vida), até mesmo a morte não intencional de uma formiga por descuido pode
ter severas conseqüências para a alma. A fundação da lei hindu é o Código ou Insti-
tutos de Manu, uma antiqüíssima coletânea de leis baseadas na tradição, no prece-
dente e nos ensinamentos dos Vedas. Este código altamente respeitado definia as
regras de conduta e a sua aplicação a todas as classes da comunidade. De acordo
257

com o código, tirar a vida implicava a pena de morte de forma a reduzir a violência
na sociedade, por demover os outros de cometer o mesmo crime, e para permitir a
expiação do pecado.
9. Lc 3:22
10. Jo 8:58
11. FI 2:5
12. O filho pródigo . Leia Lucas 15:11-32
13. Imparcialidade de Divindade. Mt 5:45; At 10:34, 35; Rm 2:11; Ef 6:8,9; Ci 3:25
14. Olho por olho...” Ex 21:23-25; Lv 24:19, 20; Dt 19:21; Mt 5:38
15. Mt 11:12
16. Quarenta dias no deserto. Mt4:1-11; Mc 1:12, 13; Lc 4:1-13
17. Jesus no Getsêmani. Mt 26:36-46; Mc 14:32-42; Lc 22:39-46
18. Mt 7:14
19. Mt 22:11, 12; Ap 19:7, 8.
20. “Multiplicarei a tua descendência...” Gn13:16; 15:5; 22:17, 18; Jr 33:22; Hb 11:12
21. Cavalgando nuvens de glória. “Our birth is but a sleep and a forgetting: /The Soul
that rises with us, our life’s Star, / Hath had elsewhere its setting, / And cometh from
afar:/ Not in entire forgetfulness, / And not in utter nakedness, / But trailing clouds of
glory do we come / From God, Who is our home...” [Somos gerados em sono e es-
quecimento: / A Alma que vem conosco, nossa Estrela da vida, / Seu destino definido
em outra parte, / E veio de longe: / Não em total esquecimento, / E não completa-
mente nua, / Cavalgando nuvens de glória viemos / De Deus que é o nosso lar...”]
William Wordsworth, Ode: Intimations of Immortality from Recollections of Early Chil-
dhood” [Ode: Insinuações de Imortalidade de Lembranças da Primeira Infância]
stanza 5 (1807).
22. Ex 33:20. Para ensinamentos sobre este versículo veja Ensinamentos Perdidos de
Jesus 2, de Mark L. Prophet e Elizabeth C. Prophet (Rio de Janeiro, Record)

Correspondência
Lição 4 da Universidade do Espírito

O Pai
1. Jo 11:25
258

2. Mt 11:11; Lc 7:28
3. Mc 4:39; Jo 14:27
4. O véu. Ex 26:31-33; 40:3, 21, 22, 26; Lv 16:2, 12, 15; 21:23; 24:3; Hb 6:19; 9:3;
10:20
5. Gn 19:26
6. Gn 2;16, 17
7. SI 22:27; Dn 12:1-3; Lc 1:16
8. Amai-vos uns aos outros...” Jo 13:34-35; 15:9-17; IJo 3:11-24
9. Jo 8:58
10. “Vigiai Comigo” Mt 26:36-46. Em 1964, o Mestre Jesus inaugurou o “Vigiai Comi-
go”, A vigília das Horas de Jesus – um serviço de orações, afirmações e canções
mantido em todo o mundo para a proteção e consciência crística de todos os filhos e
filhas de Deus. Este serviço comemora a vigília que Jesus manteve sozinho no Jar-
dim do Getsêmani quando disse: “Então, nem uma hora pudestes vigiar comigo?” O
Senhor Jesus pediu aos discípulos dos Mestres Ascensos que fizessem esta Vigília
individualmente ou em grupo uma vez por semana, para que a toda hora do dia e da
noite alguém esteja fazendo-a em algum lugar. Inicialmente, mantinha-se um quadro
na sede da Summit Lighthouse mostrando quem se tinha oferecido, para que ne-
nhum momento houvesse intervalos nessa incessante vigília para a paz e liberdade
mundiais. Pode ser adquirido em livreto na Summit Lighthouse do Brasil.

Correspondência
Lição 5 da Universidade do Espírito

Reciprocidade
1. Ex 3:13-15
2. Jo 12:23, 28-32
3. CI 2:9
4. Jo 19:30
5. Gn 1:4, 10, 12, 18, 21, 25, 31
6. Mt 25:14-30
259

7. Bom fruto segundo a sua semente. Mt 3:8, 10; 7:16-20; 12;33; Lc6:43-45; Jo 15:1-
17
8. Mc16:20
9. Jo 10:10
10. Mt 20:1-16
11. Mc 12:41-44
12. 2Co 3:18
13. “Tem bom ânimo...” Mt9:2; 14:27; Jo16:33; At 23:11

Correspondência
Lição 5 da Universidade do Espírito
Coroa

14. At 9:5; 26:14


15 Lc 7:11-17
16 Mc 5:22-24, 35-43
17 Jo 11:1-44
18 Rm 8:7

Correspondência
Lição 6 da Universidade do Espírito
Constância

1 Ef 2:8, 9
2 Tg 2:17, 20,26
3 Jo 14:12
4 Lc 24:27, 32, 45
5 “The Lost Chord”. [O Acorde Perdido] Letra de Adelaide A.Procter, música de Arthur
Sullivan (1878):”Seated one day at the organ, I was weary and ill at ease,/And my fin-
gers wondered idly over the noisy Keys;/ I know not what I was playing, or what I was
dreaming then,/But I struck one chord of music like the sound of a great Amen, / Like the
sound of a great Amen./It flooded the crimson twilight /Like the close of an angel’s
260

Psalm,/ And it lay on my fevered spirit/ With a touch of infinite calm;/It quieted pain and
sorrow like love overcoming strife,/It seemed the harmonious echo from our discordant
life./It linked all perplexed meanings into one perfect peace,/And trembled away into si-
lence as if it were loth to cease./I have sought, but I seek it vainly, that one lost chord di-
vine,/Which came from the soul of the organ and entered into mine:/It maybe that
Death’s bright angel will speak in that chord again;/It may be that only in Heaven I shall
hear that grand Amen”
6 Mt 6:19-21
7 Mt 13:45,46
8 “Faint heart never won fair lady”.(Um coração débil nunca conquistou uma bela da-
ma). Velho provérbio inglês.
9 Lc 1:26-38,46-55
10 Jo 3:30
11 Is 11:6
12 “Se não vos tornardes como crianças...” Mt 18:3;Mc 10:15; Lc 18:17
13 Tirado do hino “I’ll Be a Sunbeam” (Serei um Raio de Luz), letra de Nellie Talbot, me-
lodia de Edwin O.Excell(1900)

Propósito
Lição 7 da Universidade do Espírito
Perfeição

1. Jo 14:1,27
2. Mt 3:10; 7:19
3. 2Pe 2:18
4. Jo 8:32
5. A alma contra o ego. Muitos dos estudos de psicologia apoiaram o ego e ne-
garam a caminhada paralela da alma. A distinção que foi dada ao ego extin-
guiu a senda da alma: a alma anseia retornar a um estado de sintonia com a
Realidade mas a psicologia não soube reconhecer nem a alma nem a Pre-
sença Divina. As suas teorias baseiam-se em conceitos da “mente inferior” e
em impulsos sexuais e agressivos. O ego procura ser reconhecido por outros
261

egos. A alma procura ser reconhecida pela Presença do EU SOU. Ironicamen-


te, a raiz psyche, do qual estes estudos derivam o seu nome, significa “alma”.
6. Sir Edward Arnold, trad. O Canto Celeste ou Bhagavad-Gita (Routledge & Ke-
gan Paul, Londres, 1948), pp9
7. ICo 3:10
8. O Templo da Vitória da Vida. No dia 3 de junho de 1960, o Mestre Ascenso
El Morya anunciou uma dispensação sem precedente do Conselho do Carma:
”Um grandioso Templo da Vitória será construído nesta nação para toda a
humanidade dedicado À Presença de Deus Todo-Poderoso. Ser-lhe-á dado o
nome ‘EU SOU’ o Templo da Vitória da Vida” – o “primeiro templo da Grande
Fraternidade Branca conhecido pelo mundo exterior desde os dias da Atlânti-
da”. O plano deste magnífico e vasto templo foi transferido para os reinos eté-
ricos da terra, mas é necessário que a dádiva seja aceita e que o seu signifi-
cado seja plenamente apreciado pelos filhos e filhas de Deus para que possa
ser manifestado no plano físico.
9. Jo 1:9; 8:12; 12:46
10. Mt 5:14-16

Propósito
Lição 8 da Universidade do Espírito
Santidade

1. Que a alma não se ensoberbeça. ICo 4:6, 18, 19; 8:1; 13:4; CI 2:18
2. Rm 3:23: Fl 3:14
3. O nome Emanuel significa “Deus conosco”. Veja Is 7:14; 8:8, 10 Mt 1:23
4. Jo 1:9
5. Jo 8:12; 9:5
6. Jo 8:28-32
7. Jo 11:25
8. IJo 4:8, 16
9. Graça diante de Deus e do homem. ISm 2:26; Pr 3:1-4; Lc 2:52
10. Is 9:6
11. Jo 14:9
262

Propósito
Lição 9 da Universidade do Espírito
Exemplo

1. Mc 16:15
2. Lc 23:34
3. Mt 18:21, 22
4. Jesus é acusado de possessão. Mc 3:22; Jo 7:20; 8:48, 52; 10:20
5. São de esperar as perseguições. Mt 5:10-12; Lc 11:49, 50; 21:12-19; Jo 15:18-21
6. Que devo fazer para ser salvo? Mt 19:16, 25; Mc 10:17, 26; Lc 10:25; 13:23; 18:18,
26
7. Mt 10:29-31
8. Jo 14:9, 10
9. Lc 2:14
10. A espada de dois gumes. SI 149:6; Hb 4:12; Ap 1:16

Propósito
Lição 10 da Universidade do Espírito
Coração
1. Os Mestres Ascensos El Morya, Kuthumi e Djwal Kul foram numa das suas encarna-
ções os Três Reis Magos (Mt 2:1-12). El Morya (Melchior) trouxe ao Cristo Menino a
oferta de ouro, Kuthumi (Baltazar) a oferta de incenso e Djwal Kul (Gaspar) a de mir-
ra.
2. Jo 1:9; Lc 2:10, 11
3. IPe 3:4; Ef 3:16, 17
4. “Tu és o meu filho amado...” SI2:7; At13:33; Hb 1:5; 5:5
5. Is 25:8; ICo 15:54
6. Jo 4:35
7. SI 46:10
8. SI 121:1, 2
9. Lc 2:14
10. Mt 10:6; 15:24
11. Jo 1:14; 3:16, 18; IJo 4:9
12. Mt 5:16; IPe 2:12
263

Propósito
Lição 11 da Universidade do Espírito
Inocência

1. Mc 5:25-34
2. SI 1:1; 2Ts 3:11; IPe 4:15
3. SI 23:4
4. Mc 2:19; Jo 3:29; Ap 19:7-9
5. Mt 25:1-13
6. A mensagem de Fátima. Veja Os Ensinamentos Perdidos de Jesus 2 de Mark e Eli-
zabeth C.Prophet (Rio de Janeiro, Record)
7. Lc 18:11
8. Não condenação. Veja o ensinamento do Mestre Ascenso El Morya sobre a crítica,
condenação e julgamento em A Report, reeditado na Pèrola de Sabedoria de 26 de
outubro de 1962 (vol.5, nº43).
9. Lc 9:56
10. Jo 3:17
11. Mt 28:20
12. SI 37:11; Mt 5:5
13. O Senhor repreende a quem ama... Pr 3:11, 12; Hb12:5- 11; Ap 3:19
14. “Aquele que quiser salvar a sua vida...” Mt 10:39; 16:25; Mc 8:35; Lc 9:24; Jo 12:25
15. At 20:35; Lc 14:12- 14
16. Jo 14:2

Propósito
Lição 12 da Universidade do Espírito
Reconhecimento

1. Jó 38:7
2. Lc 2:8-20; Mt 2:1-12; Ap 22:16
3. “Hosana” “Fora daqui com este!” Mt 21:9, 15; Mc 11:9, 10; 15:13, 14; Lc 23:18-21.
Veja Pérolas de Sabedoria de 1983, vol.26 nº37, PPS 393 a 418.
264

Propósito
Lição 12 da Universidade do Espírito
Missão
4 Lc 21:19
5 Sacerdócio de Melquisedeque, Gn 14:18; SI 110:4; Hb 5:5-10; 6:20; 7

Transfiguração
Lição 13 da Universidade do Espírito
Luz
1. Uso de maiúsculas para as qualidades de Deus. Quando os atributos se tornam
personificações da Divindade ou de um membro da Trindade, escrevem-se com a
inicial maiúscula. Frequentemente, esta distinção leva à questão de saber se uma
qualidade de Deus será de fato permutável com a nossa concepção de Deus perso-
nificado em, por meio de, e como os seus atributos. Algumas palavras que se situam
nesta categoria são luz, amor, verdade, mente e ser. Cabe ao leitor compreender por
si próprio que Deus tanto possui como professa tais qualidades. Elas pertencem-Lhe
sempre. Ele é as Suas qualidades e personifica-as – por exemplo, Deus é Luz, Deus
é Amor (ambos com maiúscula). Em contraste: a luz de Deus, o amor de Deus (am-
bas com minúsculo). A Lei (com maiúscula) é Deus em manifestação. Em certos ca-
sos, quando os homens em encarnação manifestam os atributos de Deus, estes se
escrevem com minúscula. Noutros casos, uma qualidade de Deus impregna tanto o
céu como a terra, tanto a Deus como ao homem; e onde quer que se veja, é clara-
mente por meio dessa presença – dessa onipresença – bem como desse Deus pes-
soal em que ela é observada. O caráter absoluto ou relativo de uma qualidade ou a
sua natureza finita ou infinita pode também determinar o uso ou não de maiúsculas.
A decisão de o fazer pode variar de pessoa para pessoa. Cada leitor poderá manter
a sua preferência pessoal. Ele é livre de o fazer. Evidentemente que, se todas as
qualidades de Deus levassem maiúscula inicial, tudo o que vem no livro poderia es-
crever-se com maiúscula! Assim, para facilitar a leitura, só usamos maiúsculas inici-
ais para as manifestações mais notórias da Divindade. A omissão de maiúsculas não
altera, porém, o significado da própria palavra – como no caso de anjo.
2. IJo 1:5
3. Dt 4:24; 9:3
265

4. Ef 6:16
5. O reino do estrado dos Seus pés. Is 66:1; Mt 5:35; At 7:49
6. Jo 8:44
7. Para mais informações sobre a história, durante muito tempo ocultada, dos arqui-
sedutores da humanidade, sobre a criação do homem mecânico, sobre a investiga-
ção genética e evoluções retardatárias, veja as seguintes publicações da Summit
University Press: “The Mecanization Concept” [O Conceito da Mecanização], pelo
Grande Diretor Divino, Pérolas de Sabedoria de 1965, vol.8. nºs 3 a 26, PP 9 a 142;
Forbiden Mysteries Of Enoch: The Untold Story os Men and Angels, [Mistérios Proi-
bidos de Enoque: A História dos Homens e Anjos] por Elizabeth C.Prophet; e Os En-
sinamentos Ocultos de Jesus 2, por Mar e Elizabeth C.Prophet (Rio de Janeiro, Re-
cord).
8. Mt 17:2; Mc 9:3; Lc 9:29; Jo 19:23
9. Ap. 22:1
10. A transfiguração. Leia Mt 17:1-13; Mc 9:2-13; Lc 9:28-36

Transfiguração
Lição 14 da Universidade do Espírito
Aceleração
1. 2Co 5:17; Ap 21:5
2. Mt 17:5
3. Mt 19:28

Transfiguração
Lição 15 da Universidade do Espírito
Possibilidade
1. Para os relatos nos Evangelhos sobre a Sexta-feira da Paixão, da crucificação e da
ressurreição leia MT 27:28; Mc 15:16; Lc 22:66-71; 23; 24 e Jo 18:28-40; 19:20
2. Mt 15:13
3. Jo 10:7, 9; 14:6; Mt 7:7, 8; Lc 11:9, 10
4. IJo 4:18
266

Transfiguração
Lição 16 da Universidade do Espírito
Obediência
1. ICo 15:53, 54; 2Co5:4
2. 2Rs 2:1-15
3. Mt 25:23

Transfiguração
Lição 17 da Universidade do Espírito
Poder
1. Veja A Alquimia de Saint Germain. “Aliança Espiritual” (Rio de Janeiro, Record 1996,
p.146)

Transfiguração
Lição 18 da Universidade do Espírito
Sabedoria
1. Ef 3:16
2. I Rs 3:5-15; 2Cr 1:7-12
3. Mc 9:3

Pecado
Lição 19 da Universidade do Espírito
Lei
1. Incenso e ofertas em sacrifício. Ex 30:1, 7-10; 40:5, 6, 26-29; Lv 1-7; Nm15:17, 18,
22-31; 28;29
2. Jo 14:3
3. Jo 8:7
4. Rm 3:10
5. SI 51:5
6. Rm 3:23
7. Jo 3:16, 17
8. Shekinah [“habitação” ou “Presença” em hebreu]: a majestade visível da presença
de Deus que desceu para habitar entre os homens; a presença de Deus no mundo
tal como se manifesta nos fenômenos naturais e sobrenaturais. Exemplos do
267

Shekinah que podem ser encontrados no Antigo Testamento: a sarça ardente (Ex
3:2), a nuvem no Monte Sinai (Ex 24:16, 17), a Presença Divina que repousava sobre
o assento da misericórdia da Arca da Aliança (Ex 25:21, 22; Lv 16:2) e a glória do
Senhor que enchia o tabernáculo (Ex 40:34,35) e mais tarde o Templo de Salomão
(IRs 8:10,11). No Novo Testamento o Shekinah é visto na “glória do Senhor” brilhan-
do em torno do anjo que apareceu aos pastores (Lc2:9) e na nuvem sobre o monte
da transfiguração (Mt 17:5). Em última análise, os teólogos cristãos veem nela a gló-
ria de Deus que encarnou em Jesus – “O Verbo se fez carne, e habitou entre nós.
Vimos a sua glória, a glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”
(Jo 1:14).
9. I Co 15:56
10. Para mais ensinamentos sobre a chama violeta, decretos dinâmicos e a ciência da
Palavra Falada, veja as seguintes publicações: Mark L.Prophet e Elizabeth
C.Prophet, Os Ensinamentos Perdidos de Jesus 2, (Rio de janeiro, Record) “Violet
Flame:Sacred Fire of Transmutation em Studies of the Human Aura (A Chama Viole-
ta:Fogo Sagrado da Transmutação em Estudos sobre a Aura Humana) de Kuthumi
(Summit University Presss, E.U.A.) Mark L.Prophet e Elizabeth C.Prophet, A Ciência
da Palavra Falada (São Paulo, Summit Lighthouse do Brasil). Orações, Meditações,
Decretos Dinâmicos para a Revolução Vindoura na Consciência mais Elevada (São
Paulo, Summit Lighthouse do Brasil- Manual de Decretos).
11. Justiça para os que fazem o mal. Jd 4-19; SI 37:1, 2, 9; Is 31:1, 2; Jr 21:12; 23:2,
19
12. “Com a medida com que tiverdes medido...” Mt 7:2; Mc 4:24; Lc 6:38

Pecado
Lição 20 da Universidade do Espírito
Amor
1. Lc 15:11-32
2. Is 25:8; Rm 6:23; ICo 15:54
3. Mt 3:1-12; Mc 1:4; Lc 3:3
4. Poder de perdoar ou reter o pecado. Mt 16:19; 18:18; 19:28, Jo 20:23
5. Mt 9:2, 5; Lc 7:48
6. Jo 5:14; 8:11
268

7. Deus como um fogo consumidor. Dt4:24; 9:3; Hb 12:29


8. SI 139:7
9. Jo 14:6

Pecado
Lição 21 da Universidade do Espírito
Consciência
1. Lc 23:34
2. Pr 23:7
3. Ex 20:3; Dt 5:7
4. Mt 24:24; Mc 13:22
5. Mt 5:18; Lc 16:17
6. Pecado não imputado a Abraão. Gn15;6; Rm4:3, 8,20-24; Tg 2:23; SI32:2
7. IPe 1:19; Ef 5:27
8. Com Deus tudo é possível. Mt 19:26; Mc 10:27; Lc 1:37; 18:27

Pecado
Lição 22 da Universidade do Espírito
Sacrifício
1. Mt 5:3
2. SI 23:5
3. Criações distorcidas da Atlântida. Veja, da autoria de Mark L.Prophet e Elizabeth
C.Prophet, Os Ensinamentos Perdidos de Jesus 2 (Rio de Janeiro, Record); e da au-
toria de Edgar Evans Cayce, Edgar Cayce on Atlantis [Edgar Cayce na Atlântida],
Ed.Hugh Lynn Cayce (New York: Warner Books, 1968), PP 60-61, 68-72, 99-107,
131-32.
4. Sacrifício de crianças. Lv 18:21; 20:2-5; Dt 12:31; 18:10; 2Rs 16:3; 17:17; 21:6;
23:10; 2Cr 28:3; 33:6; SI 106:37, 38.
5. Nefilins [em hebreus “aqueles que caíram” ou “aqueles que foram atirados para bai-
xo”, da raiz semítica naphal, ‘cair’]: raça bíblica de gigantes ou semideuses, mencio-
nada em Gênesis 6:4 (“Havia naqueles dias gigantes na terra...”); os anjos caídos
269

que foram atirados do céu para a terra (Ap.12:7-9). Zacharia Sitchin conclui do seu
estudo de antigos textos suméricos que os nefilins eram uma raça extraterrestre que
“caiu” (aterrisou) na terra em naves espaciais há 450.000 anos. Veja de autoria de
Elizabeth C.Prophet, Forbidden Mysteries os Enoch: The Untold Story of Men and
Angels. [Os Mistérios Proibidos de Enoque: A História Secreta do Homem e dos An-
jos] Summit University Press, E.U.A.); veja também, da autoria do Grande Diretor Di-
vino, “The Mechanization Concept” [O Conceito de Mecanização], incluído nas Péro-
las de Sabedoria de 1965, Vol.8, nº15; veja igualmente, de Zacharia Sitchin, Os Nefi-
lins: O Povo dos Foguetes Faiscantes do livro O Décimo Segundo Planeta (São Pau-
lo, Beste Seller, s/d)
6. Sacrifício de crianças denunciado pelos profetas. Jr 7:31, 32; 19:1-6; 32:35; Ez
16:20, 21 36; 20:26, 31; 23:37,- 39; Is 57:5; Am5:25, 26; Mq 6:7
7. Mt 28:28; Jo 1:29; IPe I;19; Ap 7:14; 12:11
8. Hb 9:22
9. Transgressões apagadas. SI 51:1, 9; Is 43:25; 44:22; Jr 31:34; At 3:19; Hb 8:12;
10:17
10. “Vos despojeis do velho homem...” Ef 4:22-24; CI 3:9, 10; Rm 6:6
11. Jo 7:38
12. Mt 11:30
13. Deus não faz distinção de pessoas. Dt 10:17; 2Sm 14:14; At 10:34; Rm 2:11; Ef
6:9; CI 3:25; IPe 1:17

Pecado
Lição 23 da Universidade do Espírito
Expiação
1. MT15:14; Lc 6:39
2. MI 4:2
3. Hb 9:23
4. Jo 5:14
5. Arcturus, Janeiro de 1959, “Vilet Fire – The Divine Memory of Perfection” [Fogo Viole-
ta – A Memória Divina da Perfeição], incluído no livro The Lighthouse of Freedom [O
Farol da Liberdade], vpl I, nº3 (Fevereiro de 1959), pp12-13
6. Mt 20:23; Mc 10:39
270

7. Mt 26:39, 42; Jo 18:11


8. Os eternos Criador, Preservador e Destruidor” – Brahma, Vishnu e Shiva – da
Trindade hinduísta são paralelos ao conceito ocidental do Pai, Filho e Espírito Santo.
Brahma, como figura paterna e Primeira Pessoa da Trindade, é tido como o Ser
Imenso – o Criador, Supremo Governante, Legislador, Sustentador e Fonte de Todo
o Conhecimento. Vishnu, a Segunda Pessoa da Trindade, é o Filho imortal, o Pre-
servador do desígnio divino, o Restaurador do universo com a luz da Sabedoria.
Shiva, como Espírito Santo e Terceira Pessoa da Trindade, é o Senhor do Amor que
manifesta a natureza dupla de Destruidor e Libertador – o ser temível que repele o
pecado, a doença e os demônios da ilusão. De acordo com a lei da conservação da
energia, a “energia não pode ser criada nem destruída”. A energia universal passa
por fases sucessivas de transformação. Em termos técnicos, a chama violeta purifica,
refina e transmuta. Purificar faz parte do processo de criação, refinar do de preserva-
ção, e transmutar do de libertação (“destruição”) por via da dissociação e repolariza-
ção da matéria. Qualquer das três funções altera a vibração eletrônica da matéria e
da consciência. Assim, a ação alquímica da chama violeta é uma função da Trinda-
de formada pelo Criador, Preservador, Destruidor nos seus respectivos papéis de Pu-
rificador, Refinador e Transmutador.
9. ISm 15:22
10. Ap 1:5; 7:14

Pecado
Lição 23 da Universidade do Espírito
Misericórdia

11. O homem rico e Lázaro. Leia Lc 16:19-31


12. Mt 18:11-14; Lc 15:3-7. Veja também o discurso de Jesus sobre o Bom Pastor em Jo
10:1-18
13. Vaidade e vexame de espírito. Ec 1:14, 17; 2:11, 17, 26: 4:4, 16; 6:9
14. O lago de fogo. Ap 21:8; 19:20; 20:10. 14, 15
15. Ap 20:13, 14
16. Is 1:18; Jr 31:34
17. A segunda morte. Ap. 2:11; 20:6, 14, 15; 21:8; Mt 25:41
271

18. Anjos que caíram. Jd 6; Enoque 7-16; 19; 63; 68:I- 18; 85-87; 89:32, 33; 105:12-14;
Ap 12:7-9. Veja também Is 14:12- 17; 2Pe 2:4
19. Os últimos dias. Nm 24:14; Dt 4:30; 31:29; Jó 19:25; Jr 23:20; 30:24; 48:47; 49:39;
Ez 38:16; Dn 2:28; 10:14; Os 3:5; ITm 4:1; IJo 2:18
20. Escarnecedores nos últimos dias. Jd18, 19; 2Tm 3:1-9; 2Pe 3:3
21. Tg 4:3
22. Ap 21:1
23. Mt 7:7, 8; Lc 11:9, 10
24. Jd 12;2 Pe 2:13

Pecado
Lição 24 da Universidade do Espírito
Responsabilidade
1. “Retribution” (Retribuição), dos Poetic Aphorisms [Aforismos Poéticos] de Henry
Wadsworth Logfellow, traduzido da obra de Friedrich Von Logan, Sinngedichte
(1654), tirado do original em grego.
2. Ec 3:14,17
3. Mt 13:33; ICo 5:6-8; Gl 5:9
4. Lc 17:21
5. Rm 8:7; ICo 3:3
6. Gn 3:15
7. Fp 2:12

Discipulado
Lição 25 da Universidade do Espírito
Requisitos
1. Vigiai e orai. Mt 26:41; Mc 13:33; Lc21:36; IPe 4:7
2. Pão dos céus. Ex 16:4, 14, 15; Ne 9:15; Jo 6:31-35,41,47,51,58
3. Shakespeare. Como Gostais, ato 2, cena 7 linhas 138-41. Francis Bacon foi o autor
das peças de Shakespeare
4. Lc 10:42
5. Lc 24:13-35
272

6. Mt 4:4
7. Mt 7:14
8. “Amas-me mais do que estes?” Veja João 21:3-17. Jesus demonstra seu poder
capaz de produzir dinheiro, sucesso e abundância material. O teste supremo do dis-
cípulo é amar o Mestre pela própria presença da Divindade dentro d’Ele, e amar seu
poder e mestria não para ganho pessoal, mas como meio de alimentar as Suas ove-
lhas com a essência da Sua Luz. Pedro, o oportunista, precisou ser mais uma vez
lembrado de que o amor transferido a ele pelo seu Senhor destinava-se exclusiva-
mente ao conforto, cura e iluminação das crianças de Deus. A tentação estará sem-
pre presente, para construir a poderosa igreja material vazia do Espírito, cujo sacer-
dócio, ele mesmo vazio, não consegue transmitir os verdadeiros mistérios do Corpo
de Deus no ritual da Sagrada Comunhão.
9. Conversão de Paulo. At 9:1-22; 22:1-16; 26:9-18
10. ICo 3:13-15
11. Ensinamento de Paulo sobre o carma. Veja lição 2 da Universidade do Espírito,
PPS 17-18
12. Construir sobre a Rocha. Mt 7:24-27; Lc6:47-49; ICo 10:4
13. Mt 16:18
14. Mc 13:31
15. Verdadeiro discipulado. Jo 21:15. Cristo exigiu de Pedro um amor profundo (Em
grego, agapas), um amor divino que era e é exigido pela lei do discipulado abran-
gendo as iniciações da cristicidade pessoal.
16. A ovelha desgarrada. Mt 18:12-14; Lc 15:3-7
17. Is 6:8

Discipulado
Lição 26 da Universidade do Espírito
Consagração

1. Sm 3:9, 10
2. At 2:1-4
3. Pv 29:18
273

4. A origem da Oração da Paz, atribuída ao longo dos séculos a São Francisco, é in-
certa, pois não consta dos escritos autenticados de Francisco. De acordo com a pes-
quisa feita pelo Frei James Meyer, OFM, a oração pode ter vindo de um dos “Sayings
of Brother Giles” [Relatos do Irmão Giles] citado no livro de Fioretti (The Little Flowers
os Saint Francis) [As florezinhas de São Francisco]: Abençoado é o que ama e não
deseja ser amado. Abençoado é o que teme e não deseja ser temido. Abençoado é o
que serve e não deseja ser servido...” Frei Meyer explica que é também possível que
Giles tenha se inspirado em Francisco. A versão impressa mais antiga da Oração da
Paz aparece em um livro publicado em 1917 na França, que atribui sua inspiração a
William, o Conquistador. Uma cópia da oração foi apresentada ao Papa Benedito
(1914-1922), que ficou deliciado em tê-la e mandou que fosse amplamente divulga-
da. Quando foi distribuída na Europa durante a I Guerra Mundial, foi impressa no
verso de uma imagem de São Francisco. Francis Cardinal Spellman de Nova York foi
o responsável pela sua popularização durante a II Guerra Mundial, distribuindo-a pe-
la 1ª vez em inglês. Segue a versão integral da oração traduzida do francês: Senhor,
fazei-me um instrumento da vossa paz;/ Onde houver ódio, que eu leve o amor;/ On-
de houver discórdia, que eu leve a harmonia;/ Onde houver ofensa, que eu leve o
perdão;/Onde houver erro, que eu leve a verdade;/ Onde houver dúvida, que eu leve
a fé;/ Onde houver desespero, que eu leve a esperança;/ Onde houver trevas, que eu
leve a luz;/ onde houver tristeza, que eu leve a alegria;/ Ó Mestre Divino, fazei que eu
procure mais consolar, que ser consolado;/ Compreender que ser compreendido;/
Amar que ser amado;/ Pois é dando que se recebe;/ É se esquecendo de si que nos
encontramos;/ É perdoando que se é perdoado;/ E é morrendo que se nasce para a
Vida eterna. (Veja de Frei Marion A Habig, Origin of the Peace Prayer” [A Origem da
Oração da Paz] Franciscan Herald, Maio de 1974 pgs 151-52.
5. Mt 25:40, 45
6. 2Co 12:9
7. Limpai os leprosos. Mt 10:8, 11:5; Mc 1:40-45; Lc 17:12-19
Há uma história contada no Finoretti sobre um leproso que estava sendo cuidado pe-
los irmãos da ordem de São Francisco. O leproso era tão abusivo em sua linguagem
que ninguém agüentava chegar perto dele. Quando Francisco veio visitá-lo, ele re-
clamou que os irmãos não haviam cuidado dele como deviam, e Francisco ofereceu-
se para fazê-lo. O leproso perguntou o que ele poderia fazer que os outros não havi-
am podido. Francisco prometeu que faria tudo o que o leproso quisesse. O leproso
274

disse: “Quero que me lave todo, porque meu mau cheiro é tão grande que não con-
sigo suportá-lo” . Francisco preparou então um banho com ervas de cheiro doce e
começou a lavá-lo com suas mãos. Milagrosamente, todos os lugares onde Francis-
co tocava a lepra desaparecia e a ferida curava. Conforme o corpo do leproso ficava
curado, sua alma sofria uma conversão. Cheio de remorso pelos seus pecados, ele
começou a chorar amargamente, acusando-se de toda a dor que havia causado aos
outros. Depois de 15 dias de penitência profunda, ele sentiu-se mal e morreu. Sua
alma, mais brilhante que o sol, apareceu a São Francisco quando este estava em
oração na floresta. Irradiando gratidão e bênçãos, ele anunciou a Francisco que na-
quele dia ele estava indo para o Paraíso.
8. Mt 10:38; 16:24; Lc 14:27
9. Tg 2:14-26
10. Gn 37:5-20
11. Gn 41:39-44
12. Gn 44:2
13. Mt 4:18, 19; Mc 1:16, 17
14. Gn 41:15-57; 45:6, 11
15. At 17:30
16. Jo 10:16
17. Mt 5:14
18. At 1:19-11

Discipulado
Lição 27 da Universidade do Espírito
Visão

1. Leitura sugerida aos que desejam “imitar” o Mestre na senda do discipulado: A Imi-
tação de Cristo de Thomas Kempis (São Paulo, Ed.Ave Maria Ltda).
2. Jo 10:38; 14:10, 11; 17:21
3. “O Maligno”. O Diabo, Lúcifer, que primeiro deificou o Mal e depois tornou-se a per-
sonificação, ou a pessoa, daquele véu de energia endeusado. Veja na Bíblia de Je-
rusalém, Mt 13:19, 38; Jo 17:15; IJo 2:13, 14; 3:12; 5:18, 19; veja no livro Mysteries
275

of the Holy Grail [Mistérios do Santo Graal], do Arcanjo Gabriel, Good and Evil [Bem
e Mal], pgs 117-38, 153-62, 195-210 e 236-38.
4. Fp 4:8
5. IRs 19:12
6. Ap 1:15; 14:2, 19:6
7. Prazer na Lei do Senhor. SI 1:2; 112:1; 119:16, 24, 35, 47, 70, 77, 143, 174, Rm
7:22
8. Ap 8:3, 4
9. Rm 6:13, 19; 7:22, 23; ICo 6:15; CI 3:5
10. ICo 13:12

Discipulado
Lição 28 da Universidade do Espírito
Vontade

1. O controle de Jesus sobre os elementos. Mt 17:24-27; 21:18-20;Mc 4:35-41; 6:33-44;


8:1-9; Jo 2:1-11; 21:3-6
2. Lc22:42
3. Jo 10:10
4. Jo 5:25
5. Jo 14:1
6. Lc 12:32
7. Jo 13:16; 15:20; Mt 10:24
8. Mt 26:27
9. Penso, logo existo. “Cogito, ergo sum”. René Descartes, O Discurso do Método,
1637
10. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Lv 19:18; Mt 19:19, 22:39; Mc 12:31; Lc
10:27; Rm 13:9; Gl 15:14; Tg 2:8
11. Tg 1:4

Discipulado
Lição 29 da Universidade do Espírito
O Chamado
276

1. Mt 4:21, 22; Mc 1:19, 20.


2. O rico e jovem governante. Mt 19:16-22; Mc 10:17-22; Lc 18:18-23
3. Mt 7:13, 14; Lc 13:24
4. Mt 7:7; Lc 11:9
5. Mt 6:33
6. IJo 2:18
7. Mt 20:16; Mc 10:31
8. Mt 22:14
9. Ap 11:15
10. 2Pe 1:10

Discipulado
Lição 29 da Universidade do Espírito
A Oportunidade

11. Veja Lição 28 da Universidade do Espírito. Nota I


12. Meditação no sopro de fogo sagrado. Veja de Djwal Kul, Studies of the Human Au-
ra (Estudos sobre a aura humana) (Summit Press, E.U.A.) pgs.67-75
13. Is 11:9; Hc 2:14
14. Hb 2:3, 4

Discipulado
Lição 30 da Universidade do Espírito
Mestria

1. Jo 6:53
2. ICo 9:24; Fp 3:14
3. SI 61:2
4. Jo 12:44, 45, 49, 50; 14:24
5. Mt 19:28
6. Mt 25:14-30; Lc 12:42-48; 16:1-13; 19:12-26
277

Hábito
Lição 31 da Universidade do Espírito
Iluminação

1. ICo 13:9, 12
2. Gn 11:1-9
3. SI 19:2
4. Veja os ensinamentos do Senhor Maitreya sobre este assunto no capítulo A Conquista
do Medo por meio dos Decretos, no livro Ciência da Palavra Falada (São Paulo, Summit
Lighthouse do Brasil)
5. A figueira estéril. MT 21:18-22; Mc 11:12-14,20-26
6. Jr 1:10; 18:7, 9; 31:28

Hábito
Lição 32 da Universidade do Espírito
Pensamento

1. 2Co 6:2; Is 49:8


2. Ef 2:8
3. Fp 2:12
4. Hb 13:8
5. Mt 5:39
6. Tg 4:7
7. 2Tm 2:15
8. Jo 16:2
9. Mt 6:23
10. Mt 7:3,5; Lc 6:411-42
11. Os cambistas devem ser expulsos. Mt 21:12, 13; Mc 11:15-17; Lc 19:45, 46; Jo
2:13-17
12. IJo 2:18

Hábito
Lição 33 da Universidade do Espírito
278

Caráter

1. Gl 4:4
2. Jo 5:14
3. Is 61:1
4. Gn 4:7
5. Lc 12:48
6. Rm 8:17

Hábito
Lição 34 da Universidade do Espírito
Chamado

1. Mt 18:19, 20
2. Mt 7:9; Lc 11:11
3. Lc 17:21
4. 2Pe 3:8
5. ICo 3:16, 17
6. O Bom Samaritano. Veja Lucas 10:30- 37
7. SI 139:4

Hábito
Lição 35 da Universidade do Espírito
Espiritualidade

1. SI 2:1; 46:6; At 4:25


2. São Francisco e o Menino Jesus. Em 1223, o Irmão Francisco preparou uma cele-
bração especial de Natal. O desejo de seu coração era comemorar o nascimento do
Cristo de uma forma que retratasse vivamente o sofrimento e desconforto que o Sal-
vador passou. Ele pediu ao seu devotado amigo Mestre João Vellita para preparar
uma manjedoura de verdade cheia de palha, numa gruta em uma escarpa arborizada
em Greccio. Um boi e um burro foram levados ao local, como em Belém. Há meia
279

noite, na Véspera de Natal, os irmãos e povo da vizinhança levaram velas e tochas


acesas brilhantes que iluminaram a noite. Celebraram junto a Missa solene no pre-
sépio: Francisco, com uma expressão de suprema compaixão e alegria indizível, fez
um sermão comovente sobre a “Criança de Belém”. Por um momento seu amigo Jo-
ão viu um lindo bebê deitado na manjedoura, parecendo quase sem vida. Então ele
viu Francisco se aproximar e levantar a Criança, que abriu os olhos, como se desper-
tasse de um sono profundo e sorriu. A visão significava que, embora o Cristo estives-
se dormindo e esquecido nos corações de muitos, ele estava sendo trazido de novo
à vida pela devoção de seu servo Francisco. Ver de Thomas de Celano. The first os
St. Francis (A Primeira Vida de São Francisco) e de São Boaventura, Major Life of St.
Francis (A Vida Adulta de São Francisco) de Marion A. Habig, Ed.; St Francis os As-
sisi, Whitings and Early Biographies: English Omnibus of Sources for the life of St.
Francis (São Francisco de Assis, Textos e Biografias Antigas: Coletânea Inglesa de
Fontes sobre a Vida de São Francisco), 3º Ed. (Chicago: Franciscan Herald Press,
1973), pgs 299-302, 710-11; de Omer Englebert, Saint Francis of Assisi: A Biography
(Uma Biografia de São Francisco de Assis), 2ª ed.Trad. Eve Marie Cooper (Ann Ar-
bor, MIch.: Sevant Books, 1979) pgs.232-34; de Johanes Jörgensen, Saint Francis of
Assisi, trad. T.O’Conor Solane (1912; reimpressão, Garden City, N.Y.; Image
Books,1955) pgs.216-17; e de Felix Timmermans, The Perfect Jopy os Saint Fancis
(A Alegria Perfeita de São Francisco de Assis), trad.Raphael Brown (1952; reim-
pressão, Garden City, N.Y.;Image Books, 195) pgs.228-31.

Hábito
Lição 36 da Universidade do Espírito
Semente

1. Ap 12:5
2. SI 2:9
3. Ap 11:15
4. “Conhece a Ti mesmo”. Uma das máximas da antiguidade dos Sete Sábios da
Grécia, inscrita nas paredes dos pronaos (vestíbulos) do Templo de Apolo em Delfos.
Também atribuída a Platão, Pitágoras e Sócrates.
5. Mt 24:27
280

Imortalidade
Lição 37 da Universidade do Espírito
Perfeição
1. Gn 6:5; 8:21
2. ICo 15:26
3. Mt 7:13, 14
4. Ovelhas “Perdidas”. Mt 10:6; 15:24; 18:11-14. A palavra perdida vem do grego
apolluni, que também significa “prejudicado”.
5. Dn 7:9, 13, 22; Ap 12:17

Imortalidade
Lição 38 da Universidade do Espírito
Caridade

1. Ef 2:8,9.
2. Karma yoga. A senda da transmutação do fardo de carma – as causas e feitos colo-
cados em movimento nesta e em vidas passadas; a senda das boas obras evidenci-
adas nos bons pensamentos, sentimentos, palavras e obras; o disciplinar dos quatro
corpos inferiores com ênfase nos atos físicos para mudança alquímica; exercícios fí-
sicos e espirituais que incluem a invocação do fogo sagrado (agni yoga) fazendo de-
cretos de chama violeta (mantra e japa yoga); desapego ao resultado das ações rea-
lizadas ou recompensa provenientes delas. O fim da senda da karma yoga é a liber-
tação da roda da reencarnação por meio da Graça e do Amor todo-consumidores do
Espírito Santo; reunião com Deus, a Poderosa Presença do EU SOU, por meio do ri-
tual da ascensão.
3. Crotona. No sexto século a.C. Kuthumi encarnou como Pitágoras, filósofo e matemá-
tico grego que fundou uma fraternidade de iniciados em Crotona, no sul da Itália. Os
devotos aceitos nesta escola de mistérios seguiam uma filosofia baseada na expres-
são matemática da lei universal, ilustrada na música, no ritmo e na harmonia através
de uma forma de vida muito disciplinada. Cerca de 500 a.C. um candidato à Acade-
mia que foi rejeitado incitou uma perseguição violenta que resultou na morte do Mes-
tre, na dissolução da sua comunidade e na destruição trágica de grande parte do seu
281

ensinamento. É desta forma que os instrumentos do anticristo trabalham para a des-


truição da Comunidade da Grande Fraternidade Branca em todas as eras.
4. Rm 1:16
5. O Oleiro e o barro. Rm 9:20, 21; Is 45:9; 64:8; 2Co 4:7
6. Mt 8:17
7. Henri Estienne, Les Prémices, 1594
8. Is 53:7
9. Lc 2:49
10. 2Pe 1:19
11. SI 8:4; Hb 2:6-9
12. Hb 11:35
13. Brados de alegria ao Senhor. SI 66:1; 81:1; 95:1, 2; 98:4, 6; 100:1

Imortalidade
Lição 39 da Universidade do Espírito
Corpo
1. Jo 10:10
2. Não se acende uma lâmpada e se coloca debaixo de uma vasilha. Mt 5:15, 16;
Mc 4:21; Lc 8:16; 11:33
3. Mt 6:10
4. Pr 23:7
5. MI 4:2
6. Êx 20:3; Dt 5:7
7. “Reis deste mundo. Deuses nefilim chamados ‘gigantes’. Veja a Lição 22 da Uni-
versidade do Espírito, nota 5, Nefilim; e “Concealed References of the Watchers in
Scripture” [Referências Disfarçadas dos Vigilantes nas Escrituras], em Forbidden
Mysteries of Enoch: The Untold Story os Men and Angels {Mistérios Proibidos de
Enoque: A história desconhecida do Homem e dos Anjos] (contém todos os textos de
Enoque, inclusive o Livro de Enoque e o Livro dos Segredos de Enoque) pgs.263-
303
8. As tentações do deserto: as crianças de Israel e Jesus. Ex. 14:10-12; 15:22-26;
16:17:1-7; 32:33:1-6; Nm 11; 12; 14; 16; 17; 20; 21:5-9; 25; Dt 1:26-46; 8; 9; Mt 4:1-
11; Mc 1:12; 13; Lc 4:1-13
9. Ap 21:2, 10,16
282

10. Jo 14:30
11. Ap 21:27
12. Rm 8:2; 1Co 15:53, 54; 2Co 4:11; 5:4
13. Is 60:1

Imortalidade
Lição 40 da Universidade do Espírito
Chama Trina
1. A Luz é a chave alquímica. Veja o livro Alquimia de Saint Germain, “Métodos de
Transferência” (Rio de Janeiro, Record, 1996, p.68)
2. Árvore da Vida. Gn2:9; 3:22,24; Ap 2:7; 22:2, 14
3. ICo 15:53, 54
4. “Equilibra a Chama Trina em Mim!”, decreto 20.03 no Livro de Orações, Medita-
ções e Decreto Dinâmicos para a Revolução Vindoura da Consciência Superior, Par-
te I (Summit Lighthouse do Brasil)
5. Não do mundo. Jo 8:23; 15:19; 17:14-18; 18:36
6. Saint Germain e a visualização da Luz. No livro Mistérios Desvelados, o Mestre
Saint Germain ensina que “o primeiro passo para o controle de si mesmo é a quieta-
ção de toda atividade externa, tanto da mente como do corpo. Quinze a trinta minu-
tos, à noite antes de dormir, e pela manhã antes de começar o trabalho diário, de
prática do exercício que se segue, causará prodígios em quem quer que o faça com
o necessário empenho. “O segundo passo consiste em certificar-vos de que não se-
reis perturbados, e depois de vos tornardes perfeitamente tranqüilos, imaginai e senti
o vosso corpo envolvido em uma resplandecente Luz branca. Durante os primeiros
cinco minutos de concentração neste quadro, reconhecei e senti intensamente a li-
gação entre o eu exterior e vosso Poderoso Deus interior, focalizando a atenção no
centro do coração, visualizando-o como um sol dourado. “O passo seguinte é o reco-
nhecimento: Eu agora aceito alegremente a plenitude da Poderosa Presença de
Deus – o Cristo puro” Senti o grande brilho da “Luz” e intensificai-a em cada célula de
vosso corpo durante, no mínimo, dez minutos. “Encerrai então a meditação pelo co-
mando: EU SOU um filho da Luz – Eu amo a Luz – Eu sirvo a Luz – Eu vivo na Luz –
EU SOU protegido, iluminado, suprido, sustentado pela Luz e eu abençoo a Luz.
Lembrai-vos sempre: Nós nos tornamos aquilo em que meditamos e uma vez que to-
das as coisas vieram da Luz, a Luz é a Suprema Perfeição e o Controle Divino de to-
283

das as coisas. “Contemplação e adoração da ‘Luz’ induz a iluminação da mente –


saúde, força e êxito, a se manifestarem nos negócios de todo indivíduo que realmen-
te por em prática essa disciplina e mantê-la... “Se praticardes fielmente o exercício
recomendado, sentindo-o em cada átomo de vossa mente e de vosso corpo com pro-
funda, profundíssima intensidade, recebereis provas abundantes da tremenda ativi-
dade, do poder e da perfeição que residem e estão perenemente ativos dentro da
Luz. Quando tiverdes experimentado isto, mesmo por pouco tempo, não precisareis
de nenhuma prova além dessa. Tornar-vos-eis vossa própria prova. A Luz é o Reino.
Entrai nele e estareis em paz. Voltai à casa do Pai. Passados os dez primeiros dias
da prática deste exercício, é bom fazê-lo três vezes ao dia – de manhã, à tarde e à
noite. Veja Godfre Ray King, Mistérios Desvelados, (Ponte para a Liberdade, Porto
Alegre, 1992) pgs 28, 29.

Imortalidade
Lição 41 da Universidade do Espírito
Alfa/Ômega
1. “Enrolar o universo como uma cortina”. Veja Zacarias 5. O profeta vislumbra o
processo purificador e transmutador acontecer por meio da ação da lei cármica sim-
bolizada pelo “rolo volante” (o registro etérico dos pensamentos, motivações e atos
de cada indivíduo). Somente as ações dos culpados são passíveis de punição; a
exatidão do julgamento é simbolizada pelo efa (um padrão de medida) e a tampa de
chumbo (o peso do carma) equilibrado nas asas da misericórdia. As boas obras ba-
seiam-se em seu próprio mérito, sua energia é transportada para o armazém de luz,
o corpo causal.
2. Zc 4:6
3. Gn 3:22-24
4. Jo 5:39
5. Jo 3:34-36; 5:23-27; 12:44-50
6. Jo 16:13
7. Mt 6:12; Lc 11:4
8. Mt 5:8
9. Jo 3:3
10. Jo 3:5-13
11. At 2:2
284

12. Interpretação espiritual do menorah. Os sete princípios dos sete raios são gover-
nados pela alma, pela expressão da chama trina sob a forma da ação equilibrada
nos quatro corpos inferiores. Isto é realizado em sete estágios de iniciação, ou pas-
sos da precipitação, sob a orientação e tutela dos Senhores, ou Chohans dos Sete
Raios. Veja Zacarias 4: O anjo mostra ao profeta um “castiçal todo de ouro, e um va-
so de azeite em cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâm-
padas que estão em cima dele. Junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do vaso e
outra à sua esquerda”. Na visão, o castiçal de ouro descreve o cordão de cristal que
desce do coração de Deus no Grande Sol Central até a Poderosa Presença EU SOU
individualizada, passando pelo Santo Cristo Pessoal e ancorando no coração do ho-
mem a iluminação necessária para que este realize a vontade de Deus em amor. O
vaso representa a consciência do homem, que é alimentada pela energia de Luz au-
toluminosa e inteligente que flui pelo cordão de cristal. As sete lâmpadas represen-
tam os sete receptáculos chamados chakras no hinduísmo, que significam as rodas
da lei), alimentados através dos sete canudos. Os sete canudos representam os sete
raios, ou as sete facetas da criação que devem manifestar a luz de Deus através das
sete lâmpadas. As três velas centrais do menorah irradiam a chama trina do poder,
sabedoria e amor (azul, amarela e rosa) abraçando a natureza trina da Divindade – o
Pai, Filho e o Espírito Santo. As duas velas à direita da chama azul do poder repre-
sentam os corpos etérico e mental, destinados a expressar respectivamente o Quarto
Raio da pureza (branco) e o Quinto Raio da Ciência (verde). À direita da chama rosa
do amor estão as velas representando os corpos físico e emocional, destinados a
expressar respectivamente o Sexto Raio da devoção (púrpura e dourado) e o Sétimo
Raio do serviço ordenado (violeta). As duas oliveiras dos dois lados das velas são
“os dois seres ungidos, que assistem diante do Senhor de toda a Terra” – eles repre-
sentam a autoridade de Deus investida em seus representantes na Terra em todas
as eras, que levam o cetro de poder na igreja e no Estado. A árvore da esquerda é a
chama azul do poder direcionando todos os níveis de governo. A árvore da direita é a
chama rosa que preside sobre a vida religiosa do povo. O símbolo do candelabro
(especificamente o menorah na terminologia hebraica) é envolto pela chama amarela
da iluminação, a chave para a realização do homem da sua identidade sétupla. As-
sim, a forma pensamento completa das duas oliveiras (poder e amor), nos dois lados
do candelabro (sabedoria), representa a ação da chama trina na sociedade humana,
285

enquanto que as velas no centro expressam o desabrochar interno e externo da rea-


lização do plano divino da humanidade.
13. Alfa e Ômega Ap. 1:8, 11; 21:6; 22:13
14. “Vosso Cristo, meu Cristo”. A consciência do vosso Santo Cristo Pessoal e do meu
Santo Cristo Pessoal, que são um como manifestação do Filho unigênito de Deus, o
Cristo universal. Veja Jo 20:17

Imortalidade
Lição 42 da Universidade do Espírito
Alquimia
1. Gn 1:4, 10, 12, 18, 21, 25, 31.
2. Ez 18:4, 9, 20
3. Apartai-vos. Lv 20:24, 26; Dt 7; Ed 9; 10; Ne 9:2; 10:28-30; 13:23-30; 2Co 6:14-18
4. A veste nupcial. MT 22:11-14. Veja também de Serapis Bey, “O Grande Corpo Solar
Imortal”, no Dossiê sobre a Ascensão (São Paulo, Summit Lighthouse do Brasil).

Ser
Lição 43 da Universidade do Espírito
Homem
1. SI 8:4, Hb 2:6
2. Pv 16:18
3. Is 40:31
4. Mt 18:14
5. ICo 13:12
6. IJo 3:2
7. Rm 8:7; Tg 4:4
8. Fp 2:5
9. Gn 5:24; 2Rs 2:1, 11; Mc 16:19; 2Co 12:2-4; Hb 11:5; Ap 11:12
10. Mc 9:24
11. Jo 14:20
12. Jo 1:5,9.

Ser
286

Lição 44 da Universidade do Espírito


Vida
1. Mc 13:31
2. Mc 16:20
3. ICo 15:35,40
4. Os elementos. No estudo da alquimia, a substância primordial, a matéria prima, é
descrita como sem forma, como o mundo antes de sua criação (“A terra era sem for-
ma e vazio..” Gn 1:2) – antes que todas as coisas fossem separadas em elementos
distintos. Titus Burckhardt, em seu livro Alchemy (Alquimia), explica que os quatro
elementos – fogo, ar, água e terra – “não procedem diretamente da matéria prima
mas da sua primeira determinação, o éter, que ocupa igualmente todo o espaço”.
Stanistas K. De Rola, em Alckemy: The Secret Art (Alquimia: A Arte Secreta), escre-
ve: “Da interação dos Quatro Elementos e da metamorfose de um com o outro tudo
se desenvolve, e o quinto elemento, a Quintessência, é destilada”. Existe um debate
que dura séculos que questiona se o éter deve ser considerado um quinto elemento.
Aristóteles definiu-o como tal e os Hindus e Teosofistas também se referem a cinco
elementos. Quando discutem a transmutação dos elementos de uma forma para ou-
tra, entretanto, os alquimistas referem-se às quatro qualidades do fogo, ar, água e
terra, e o quinto, o éter (ou quintessência), é considerado eterno e imutável.
5. Pv 6:6
6. Veja “Cosmic Cooperation between the Children of the Sun and Elemental Life” [Co-
operação cósmica entre os filhos do sol e a vida elemental], uma série em quatro par-
tes ditada pelos Hierarcas dos Elementos intitulada A Prophecy of Karma Earth and
her Evolutions [Uma Profecia de Carma para a Terra e as Suas Evoluções] (nas Pe-
arls of Wisdom (Pérolas de Sabedoria) de 1980, vol.23, nos 14-17) pags 75-104; e
em Saint Germain on Prophecy (As Profecias de Saint Germain).
7. Is 11:6
8. Pv 16:32
9. Jo 4:35

Ser
Lição 45 da Universidade do Espírito
Imagem
1. Jo 3:3,6
287

2. Rm 8:6, 7
3. Mt 26:11; Mc 14:7; Jo 12:8
4. Mt 5:3
5. Mt 3:11
6. Mt 11:11
7. Jo 3:30
8. Mt 18:11; Lc 19:10
9. Ap 19:11-16,19
10. ICo 3:13-15; Pe 1:7; 4:12
11. Js 24:15
12. Jo 20:29
13. Mt 5:48
14. Jo 8:44; Mt 23:33
15. Lc 2:37; At 6:4; Its 5:17
16. Is 11:9; Hc 2:14

Ser
Lição 46 da Universidade do Espírito
Alma
1. IPe 4:15
2. Mt 11:12
3. Rm 13:10
4. Jr 13:23
5. A ciência do Relógio Cósmico, ensinada por Nossa Senhora à Mensageira Eliza-
beth C.Prophet, é uma astrologia da Era de Aquário que provê os meios científicos
de compreender e mapear os ciclos de carma pessoal e planetário que retorna a ca-
da um de nós diariamente como os testes e as provas que devemos passar na senda
da iniciação. Para mais informações sobre o Relógio Cósmico, consulte “The Cosmic
Clock: Psychology for the Aquarian Man and Woman” [O Relógio Cósmico: Psicolo-
gia para o Homem e a Mulher de Aquário], no livro The Great White Brotherhood in
the culture, History and Religion of America [A grande Fraternidade Branca na Cultu-
ra, História e Religião da América] PPS.173-206
6. Mt 25:28,29; Lc 19:24,26
7. Is 30:20
288

8. Lc12:32

Ser
Lição 47 da Universidade do Espírito
Coração

1. Jo 3:8
2. Jo 1:29; Is 25:8; Ap 1:5; 7:14, 17; 21:4

Ser
Lição 47 da Universidade do Espírito
O Santo Graal
3. Mc 5:25-34
4. “Ora, pois se minha houvesse sido a mão do Pintor,/Expressando o que via ali; e a
ela adicionar brilho,/A luz que não existia, no mar ou na terra,/A consagração e o so-
nho do Poeta”. William Wordsworth “Elegiac Stanzas Suggested by a Picture of Peele
Castle in a Storm”, stanza 4 (1807) Ap.21:23; 22:5

Ser
Lição 48 da Universidade do Espírito
Amor
1. Não condene a si mesmo, desta forma não condenará o próximo. Se desejar since-
ramente deixar de condenar o próximo, pare de condenar-se e vá mais além, descu-
bra porque o faz, quer seja a causa psicológica ou qualquer outra, pois, como filho de
Deus, tem a capacidade concedida pelo Pai de tornar-se como Deus. Invoque, então,
a chama violeta com grande zelo e amor, para consumir a causa e o núcleo de toda
a autocondenação.
2. 2Tm 2:15
3. Gn 3:21
4. ICo 13:8
5. 2Tm 4:8; Tg 1:12; IPe 5:4; Ap 2:10
6. Pv 4:7
7. Jo 5:14; 8:11
8. Lc 10:37
289

9. Mt 4:6
10. Mt 27:54; Mc 15:39

As definições que constam em cada início da seção foram tiradas do Novo Dicionário da Lín-
gua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

As citações bíblicas são da Edição Contemporânea de Almeida (Editora Vida).

Citações Bíblicas de Abertura


Livro
Mt 18:1-7; 10; 14

Capítulos
1. Jo 21:16-17
2. Mt 16:15
3. Jo 3:16
4. Jo 8:58
5. Jo 12:32 IPe 5:4
6. Tg 2:20, 26
7. Jo 14:1, 27
8. Jo 14:9
9. Jo 10:38; 14:10,11
10. Mt 5:14
11. Jo 3:17
12. Jo 18:36 SI 110:4 Hb 5:6; 6:20 7:17, 21
13. I Jo 1:5
14. ICo 15:51
15. Is 60:1
16. SI 27:1
17. Mt 28:18
18. I Rs 3:9
19. Mt 7:2; Mc 4:24
20. Mc 2:5
21. Pv23:7
290

22. Hb 9:22
23. Jo 8:11 Hb 12:29
24. Fp 2:12
25. Is 6:8
26. Jo 13:15
27. Hb 5:14
28. Ef 1:9
29. Mt 4;19 Mc 1:17 Mc 6:37
30. Jo 8:31
31. Mt 5:12
32. Mt 6:24
33. SI 37:37
34. Ef 2:22
35. Mt 5:45 Nm 24:4, 16
36. Mt 13:37
37. Mt 5:48 Hb 11:5
38. I Co 13:1
39. I Co 12:27
40. Hb 1:7
41. Ap 1:8
42. Lc 14:10
43. Jo 10:7, 9
44. Mc 13:31
45. Gn 1:27
46. SI 25:1
47. Gn 20:6 mt 20:22
48. I Co 13:8

Temas para Sermões ou Estudos

Correspondência
1. Fraternidade “Amas-Me?”
João 21:4-1
2. Vós “Não Foi Carne e Sangue Quem To Revelou”
291

Mateus 16:13-20
3. Santo Cristo Pessoal “Suas Obras São Feitas em Deus”
João 3:14-21
4. O Pai “Se Alguém Guardar a Minha Palavra...”
João 8:51-59
5. Reciprocidade “Onde Eu Estiver, Ali Estará Também o Meu Servo”
João 12:23-32
Coroa “De Novo Estão Crucificando Para Si Mesmos o Filho de
Deus
Hebreus 6:4-12
6. Constância As Obras dos Amigos de Deus
Tiago 2:14-26

Propósito
7. Perfeição “Vou Preparar-Vos lugar”
João 14:1-6, 12-15
8. Santidade “As palavras que vos digo, não as digo por mim mesmo
João 14:7- 11
9. Exemplo “Amai-vos Uns Aos Outros”
João 13:13- 20, 34, 35
10. Coração “O Espírito do Senhor Está Sobre Mim”
Isaías 9:2; 42:6-8; Lucas 4:16-22 Mateus 4:17
11.Inocência O Filho do Homem Veio Salvar
Lucas 9:46-56
12.Reconhecimento “A Fim de Dar Testemunho da Verdade”
João 18:29-38
Missão “Esforça-te e Tem Bom Ânimo...Porque o Senhor Teu Deus é
Contigo”
Josué 1:1- 18; 6:13-15

Transfiguração
13. Luz “Não Permanecerá o Meu Espírito Para Sempre Com o Ho
mem”
Gênesis 6:1-8
292

14. Aceleração Jesus Foi Transfigurado Diante Deles


Mateus 17:1-13
15.Possibilidade O Interesse do Pai Por Vós
Mateus 6:25-34
16.Obediência A Luz do Pai e do Filho Está no Coração Obediente
João 14:16-26
17. Poder “Pregaram Por Toda a Parte, Cooperando Com Eles o
Senhor
“Se Eu Não For, o Consolador Não Virá”
João 14:27-31; 16:7
Mateus 28:16-18; Marcos 16:15-18
Mateus 28:19,20; Marcos 16:19,20
18. Sabedoria “Peço-te Que Haja Porção Dobrada de Teu Espírito
Sobre Mim”.
Gênesis 5:24; 2Reis 2:9-14 Atos 1:7-11

Pecado
19. Lei “Nem Eu Também Te Condeno”
João 8:1-11
20. Amor “Estão Perdoados os Teus Pecados”
Marcos 2:1-12
21. Consciência “Pois Muito Amou”
Lucas 7:36-50
22. Sacrifício “Perdoa-nos as Nossas Dívidas Assim Como Nós Perdoamos
Nossos Devedores”
Mateus 18:21-35
23. Expiação “Não Peques Mais”
João 5:2, 18
Misericórdia A Lei do Carma
Lucas 16:19-31
24. Responsabilidade O Chamado e a Advertência Contra o Pecado Imperdoável
Marcos 3:13-15, 22-30
Discipulado
293

25. Requisitos “Quem Há De Ir Por Nós?”


Isaías 6:1-8
26. Consagração “Fala, Pois o Teu Servo Ouve”
I Samuel 3:1-21; 4:1
27. Visão As Coisas do Espírito São Discernidas Espiritualmente
I Coríntios 2:1-16
28. Vontade “Aquieta-te!”
Os Elementos e os Demônios Obedecem ao Cristo
Marcos 4:35-41; Mateus 17:14-21
29. O Chamado “Segue-me”
Marcos 1:16-20; 10:17, 22
A Oportunidade “Dai-Lhes Vós de Comer!”
Marcos 6:34-44
30. Mestria “Aqueles Servos, Os Quais, Quando o Senhor Vier, Achar Vi
giando”.
Lucas 12:35-40, 42-48
Marcos 10:29-31; I Coríntios 4:1, 2

Hábito
31. Iluminação Hábitos Abençoados
Mateus 5:1-12
32. Pensamento A Luz e as Trevas do Hábito
Mateus 5:13-18, 21-24; 6:22-24
33. Caráter O Hábito de Esperar no Senhor
Salmos 37:23-40
34. Chamado O Chamado aos Hábitos da Caridade
Mateus 18:15-20; Lucas 10:25-37
Mateus 7:7-12; João 16:33
35. Espiritualidade “Não Resistais ao Homem Mau”
Mateus 5:25-30, 37-48
Visão “Ora a Teu Pai Que Está em Secreto”
Mateus 6:6-18
36. Semente Semeadores da Semente dos Hábitos Bons e Maus
Mateus 13:24-30, 36-43
294

Imortalidade
37. Perfeição A Dádiva da Imortalidade Abandonada
Gênesis 2:8,9,15-18, 21, 22; 3:1-13
22-24; Mateus 5:48
Fé “Fiel É Aquele Que Fez a Promessa”
“O Meu Justo Viverá a Fé”
Hebreus 10:21-23,36-39; 11:1-6; 12:1,2
38. Caridade Diversidade de Dons Espirituais no Serviço
I Coríntios 12:1-11, 27-31; 13:1
39. Corpo “Todos Serão Vivificados em Cristo”
I Coríntios 15:20-22,35-45,47,49,51-53
40. Chama Trina Co-Herdeiros da Chama Trina com Cristo
Hebreus 1:1-4; Romanos 8:1,2,14-17
41. Alfa/Ômega Herdeiros de Deus por meio de Cristo
Gálatas 4:1-7; Colossenses 3:1-17
42. Alquimia A Iniciação da Veste Nupcial
Lucas 14:7-11; Mateus 22:2-14
Ser
43. Homem O Poder de Tornar-Vos Filhos de Deus (O Verbo se Fez
Carne...)
João 1:1-14
44. Vida “Eu Vos Dei Autoridade para Pisar Serpentes”
Lucas 10:1-12, 16-24
45. Imagem Que Era Desde o Princípio: O Verbo da Vida
I João 1, 2:1-11
46. Alma “Aquele Que Confessa o Filho, Tem Também o Pai”
I João 2:15-29
47. Coração “Que Fôssemos Chamados Filhos de Deus”
I João 3:1-10
Santo Graal “Que Nos Amemos Uns aos Outros”
I João 3:11-24
48. Amor “E Em Nós É Aperfeiçoado o Seu Amor”
I João 4:1-21

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