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A cana quebrada

“Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz... ... Não esmagará a cana quebrada,
e não apagará o morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo; E no seu nome os gentios esperarão.” Mateus 12.
18...21

Penso que cana quebrada aqui é aquela que não tem mais utilidade, e que já é desprezada por todos. Fazendo a analogia,
é a pessoa que já ninguém mais valoriza e todos dão por perdida dizendo “este não tem mais solução...”.

Morrão que fumega, é aquela parte queimada de um pavio de vela, ou de um pedaço de pano que queimou e está nos
últimos “suspiros” mas ainda aceso, quase se apagando, na analogia penso que é a pessoa que está no limite da
esperança, a autoconfiança já se foi, as forças já acabaram, resta ainda apenas uma pequena chama dos sonhos de
criança, do idealismo quando jovem, dos sonhos de futuro, resta apenas um pequeno clarão de risadas do passado...

O que o mundo faz com a cana quebrada e com o morrão que fumega? Esmaga e apaga a última centelha!

Você não tem mais utilidade para mim, então eu te demito.

Já não tenho mais paciência para te fazer aprender, então eu te reprovo.


Já não temos mais paixão, então eu me divorcio.
Já não vejo mais benefícios que possam vir de ti, então eu não te quero mais como amigo.
A mensagem é sempre a mesma: “Suma da minha frente, desapareça, vai cuidar da tua vida, mas bem longe de mim”.

Não é assim que o mundo faz?

O que Deus faz?

Não esmaga, nem apaga. Usa do sofrimento para pedagogicamente nos preparar para sermos novamente úteis.

Lembro de um livro que li, de Christian Chen, cujo título acho que era “A Bíblia e os números”, e lá aprendi a lição que
é a cana quebrada que está “pronta” para ser moldada para se tornar a pessoa que Deus quer que sejamos.

A lição era a da vida de Moisés.

40+40+40 = 120 anos.


Moisés viveu 120 anos.
Nos primeiros 40, foi aonde a gana, e a capacidade do homem pode levar.
Filho da filha de faraó.
Homem de poderes: General, construtor, arquiteto, sábio. O grande empreendedor. Autoconfiante. Tudo podia, o que
queria fazia. Um modelo para o mundo. Invejável.

No segundo período de 40 anos, Deus o derrubou do seu pedestal humanista, lhe tirou a condição de príncipe e o fez ir
ao deserto, fugido de faraó, apascentar ovelhas que nem suas eram, ovelhas do sogro. O tempo passou e ele ficou na
mesma função, humilhante para um ex-general, de pastor de ovelhas, no deserto e isto por 40 anos.

No início talvez sonhando com as palavras proféticas de seus pais de que ele seria o libertador do povo Hebreu, mas a
medida que ia chegando a morte já perto dos 80 anos, os sonhos talvez se apagando... pois sua expectativa de vida era
de 80 anos quando escreveu “... os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a
oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado...” Salmos 90. 10

Estava destruído, tinha chegado ao fim, sem sonhos, uma cana quebrada, um morrão quase apagando que talvez já até
duvidasse do que tinham dito dele quando criança, parece até que sua personalidade tinha mudado totalmente. Homem
tímido, não tinha mais vontade de falar. O oposto do jovem Moisés autoconfiante.

“E disse Moisés ao Senhor: Ah, meu Senhor! Eu não sou homem eloqüente, nem de ontem nem de anteontem, nem
ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua.” Êxodo 4. 10

Bem diferente do jovem Moisés que queria resolver as coisas pela sua própria força “... e aconteceu naqueles dias que,
sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e atentou para as suas cargas; e viu que um egípcio feria a um hebreu,
homem de seus irmãos. E olhou a um e a outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou o egípcio, e escondeu-o
na areia...” Êxodo 2. 11-12

Agora Moisés com 80 anos, já velho, e moído num deserto, já sem vontade de falar e sonhar, pronto para ser esmagado
pelo mundo, agora sim Moisés está pronto para na ótica de Deus ser um real instrumento de salvação.
O que o homem valoriza, para Deus é lixo.

O que o mundo despreza, a cana quebrada... é para Deus a melhor matéria-prima para um verdadeiro servo.

E sabemos então que Deus prolonga a vida de Moisés, e nos seus últimos 40 anos, ele cumpre as profecias que lhe foram
ditas quando ainda criança, um velho sem forças e calado, liberta o povo hebreu, enfrenta o mundo e faraó, retira o povo
da escravidão e lhes dá o sonho da terra prometida, lhes coloca a caminho de Jerusalém.

Qual período da sua vida você vive?

A da força do homem? Deus até pode te usar, mas bem pouco, pois a vaidade te move, a autoconfiança é a tua força.

Você está no período do deserto? Não desanime, é na fraqueza e no sofrimento que o Senhor nos prepara, na realidade
nos desconstrói do nosso próprio eu para que possamos estar prontos para sermos servos. Não é tempo de ser usado por
Deus, pois quase que nem acreditamos que Ele existe, que é justo, que seria capaz de nos colocar numa enrascada como
esta que sofremos.

Você está no período pós-deserto? Seja útil! Faça! Sirva! Olhe o próximo que está quebrado e fumegando e nele veja
Jesus e estenda a mão. A tua força não é mais a tua vaidade, nem a tua fome de ser reconhecido, nem a tua gana de ser
um sucesso, tudo isto ficou no deserto... a tua força agora vem do Senhor, e nele tudo podemos fazer e empreender. Toda
glória seja Dele.

Cana quebrada não desanime, morrão que fumega não apague.

Deus te olha com atenção.


O período do deserto já vem chegando ao fim.
Abra mão do teu eu, não prolongue estes dias.

“... Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” Lucas 4. 23

É só quando o eu morre que passamos a estar prontos para que Deus seja realmente Deus para nós.

“Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.” Mateus 10.39

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