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Presidência da República

Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

Texto compilado
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Vigência Adolescente e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Título I econômica, ambiente social, região e local


de moradia ou outra condição que
Das Disposições Preliminares diferencie as pessoas, as famílias ou a
comunidade em que vivem. (incluído
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a pela Lei nº 13.257, de 2016)
proteção integral à criança e ao adolescente.
Art. 4º É dever da família, da
Art. 2º Considera-se criança, para os comunidade, da sociedade em geral e do
efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de poder público assegurar, com absoluta
idade incompletos, e adolescente aquela prioridade, a efetivação dos direitos
entre doze e dezoito anos de idade. referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à
Parágrafo único. Nos casos expressos profissionalização, à cultura, à dignidade,
em lei, aplica-se excepcionalmente este ao respeito, à liberdade e à convivência
Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e familiar e comunitária.
um anos de idade.
Parágrafo único. A garantia de
Art. 3º A criança e o adolescente prioridade compreende:
gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da a) primazia de receber proteção e
proteção integral de que trata esta Lei, socorro em quaisquer circunstâncias;
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, b) precedência de atendimento nos
a fim de lhes facultar o desenvolvimento serviços públicos ou de relevância pública;
físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e de dignidade. c) preferência na formulação e na
execução das políticas sociais públicas;
Parágrafo único. Os direitos
enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as d) destinação privilegiada de recursos
crianças e adolescentes, sem discriminação públicos nas áreas relacionadas com a
de nascimento, situação familiar, idade, proteção à infância e à juventude.
sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
deficiência, condição pessoal de Art. 5º Nenhuma criança ou
desenvolvimento e aprendizagem, condição adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, § 2º A parturiente será atendida
violência, crueldade e opressão, punido na preferencialmente pelo mesmo médico que
forma da lei qualquer atentado, por ação ou a acompanhou na fase pré-natal.
omissão, aos seus direitos fundamentais.
§ 2o Os profissionais de saúde de
Art. 6º Na interpretação desta Lei referência da gestante garantirão sua
levar-se-ão em conta os fins sociais a que vinculação, no último trimestre da gestação,
ela se dirige, as exigências do bem comum, ao estabelecimento em que será realizado o
os direitos e deveres individuais e coletivos, parto, garantido o direito de opção da
e a condição peculiar da criança e do mulher. (Redação dada pela Lei nº
adolescente como pessoas em 13.257, de 2016)
desenvolvimento.
§ 3º Incumbe ao poder público
Título II propiciar apoio alimentar à gestante e à
nutriz que dele necessitem.
Dos Direitos Fundamentais
§ 3o Os serviços de saúde onde o
Capítulo I parto for realizado assegurarão às mulheres
e aos seus filhos recém-nascidos alta
Do Direito à Vida e à Saúde hospitalar responsável e contrarreferência
na atenção primária, bem como o acesso a
Art. 7º A criança e o adolescente têm outros serviços e a grupos de apoio à
direito a proteção à vida e à saúde, amamentação. (Redação dada pela Lei
mediante a efetivação de políticas sociais nº 13.257, de 2016)
públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em § 4o Incumbe ao poder público
condições dignas de existência. proporcionar assistência psicológica à
gestante e à mãe, no período pré e pós-
Art. 8º É assegurado à gestante, natal, inclusive como forma de prevenir ou
através do Sistema Único de Saúde, o minorar as consequências do estado
atendimento pré e perinatal. puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 8o É assegurado a todas as
mulheres o acesso aos programas e às § 5o A assistência referida no §
o
políticas de saúde da mulher e de 4 deste artigo deverá ser também prestada
planejamento reprodutivo e, às gestantes, a gestantes ou mães que manifestem
nutrição adequada, atenção humanizada à interesse em entregar seus filhos para
gravidez, ao parto e ao puerpério e adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal 2009) Vigência
integral no âmbito do Sistema Único de
Saúde. (Redação dada pela Lei nº § 5o A assistência referida no §
13.257, de 2016) 4o deste artigo deverá ser prestada também
a gestantes e mães que manifestem
§ 1º A gestante será encaminhada aos interesse em entregar seus filhos para
diferentes níveis de atendimento, segundo adoção, bem como a gestantes e mães que
critérios médicos específicos, obedecendo- se encontrem em situação de privação de
se aos princípios de regionalização e liberdade. (Redação dada pela Lei nº
hierarquização do Sistema. 13.257, de 2016)

§ 1o O atendimento pré-natal será § 6o A gestante e a parturiente têm


realizado por profissionais da atenção direito a 1 (um) acompanhante de sua
primária. (Redação dada pela Lei nº preferência durante o período do pré-natal,
13.257, de 2016) do trabalho de parto e do pós-parto
imediato. (Incluído pela Lei nº conjunto com organizações da sociedade
13.257, de 2016) civil, e serão dirigidas prioritariamente ao
público adolescente. (Incluído
§ 7o A gestante deverá receber pela Lei nº 13.798, de 2019)
orientação sobre aleitamento materno,
alimentação complementar saudável e Art. 9º O poder público, as
crescimento e desenvolvimento infantil, instituições e os empregadores propiciarão
bem como sobre formas de favorecer a condições adequadas ao aleitamento
criação de vínculos afetivos e de estimular materno, inclusive aos filhos de mães
o desenvolvimento integral da submetidas a medida privativa de liberdade.
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016) § 1o Os profissionais das unidades
primárias de saúde desenvolverão ações
§ 8o A gestante tem direito a sistemáticas, individuais ou coletivas,
acompanhamento saudável durante toda a visando ao planejamento, à implementação
gestação e a parto natural cuidadoso, e à avaliação de ações de promoção,
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e proteção e apoio ao aleitamento materno e à
outras intervenções cirúrgicas por motivos alimentação complementar saudável, de
médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, forma contínua. (Incluído pela Lei nº
de 2016) 13.257, de 2016)

§ 9o A atenção primária à saúde fará § 2o Os serviços de unidades de


a busca ativa da gestante que não iniciar ou terapia intensiva neonatal deverão dispor de
que abandonar as consultas de pré-natal, banco de leite humano ou unidade de coleta
bem como da puérpera que não comparecer de leite humano. (Incluído pela Lei nº
às consultas pós-parto. (Incluído pela 13.257, de 2016)
Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 10. Os hospitais e demais
§ 10. Incumbe ao poder público estabelecimentos de atenção à saúde de
garantir, à gestante e à mulher com filho na gestantes, públicos e particulares, são
primeira infância que se encontrem sob obrigados a:
custódia em unidade de privação de
liberdade, ambiência que atenda às normas I - manter registro das atividades
sanitárias e assistenciais do Sistema Único desenvolvidas, através de prontuários
de Saúde para o acolhimento do filho, em individuais, pelo prazo de dezoito anos;
articulação com o sistema de ensino
competente, visando ao desenvolvimento II - identificar o recém-nascido
integral da criança. (Incluído pela Lei mediante o registro de sua impressão
nº 13.257, de 2016) plantar e digital e da impressão digital da
mãe, sem prejuízo de outras formas
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana normatizadas pela autoridade administrativa
Nacional de Prevenção da Gravidez na competente;
Adolescência, a ser realizada anualmente na
semana que incluir o dia 1º de fevereiro, III - proceder a exames visando ao
com o objetivo de disseminar informações diagnóstico e terapêutica de anormalidades
sobre medidas preventivas e educativas que no metabolismo do recém-nascido, bem
contribuam para a redução da incidência da como prestar orientação aos pais;
gravidez na
adolescência. (Incluído pela Lei IV - fornecer declaração de
nº 13.798, de 2019) nascimento onde constem necessariamente
as intercorrências do parto e do
Parágrafo único. As ações destinadas desenvolvimento do neonato;
a efetivar o disposto no caput deste artigo
ficarão a cargo do poder público, em
V - manter alojamento conjunto, necessitarem, medicamentos, órteses,
possibilitando ao neonato a permanência próteses e outras tecnologias assistivas
junto à mãe. relativas ao tratamento, habilitação ou
reabilitação para crianças e adolescentes, de
VI - acompanhar a prática do acordo com as linhas de cuidado voltadas às
processo de amamentação, prestando suas necessidades
orientações quanto à técnica adequada, específicas. (Redação dada pela Lei nº
enquanto a mãe permanecer na unidade 13.257, de 2016)
hospitalar, utilizando o corpo técnico já
existente. (Incluído pela Lei nº § 3o Os profissionais que atuam no
13.436, de 2017) (Vigência) cuidado diário ou frequente de crianças na
primeira infância receberão formação
Art. 11. É assegurado atendimento específica e permanente para a detecção de
médico à criança e ao adolescente, através sinais de risco para o desenvolvimento
do Sistema Único de Saúde, garantido o psíquico, bem como para o
acesso universal e igualitário às ações e acompanhamento que se fizer
serviços para promoção, proteção e necessário. (Incluído pela Lei nº
recuperação da saúde. 13.257, de 2016)
Art. 11. É assegurado atendimento
integral à saúde da criança e do adolescente, Art. 12. Os estabelecimentos de
por intermédio do Sistema Único de Saúde, atendimento à saúde deverão proporcionar
garantido o acesso universal e igualitário às condições para a permanência em tempo
ações e serviços para promoção, proteção e integral de um dos pais ou responsável, nos
recuperação da saúde. (Redação dada casos de internação de criança ou
pela Lei nº 11.185, de 2005) adolescente.

Art. 11. É assegurado acesso integral Art. 12. Os estabelecimentos de


às linhas de cuidado voltadas à saúde da atendimento à saúde, inclusive as unidades
criança e do adolescente, por intermédio do neonatais, de terapia intensiva e de
Sistema Único de Saúde, observado o cuidados intermediários, deverão
princípio da equidade no acesso a ações e proporcionar condições para a permanência
serviços para promoção, proteção e em tempo integral de um dos pais ou
recuperação da saúde. (Redação dada responsável, nos casos de internação de
pela Lei nº 13.257, de 2016) criança ou adolescente. (Redação dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1º A criança e o adolescente
portadores de deficiência receberão Art. 13. Os casos de suspeita ou
atendimento especializado. confirmação de maus-tratos contra criança
ou adolescente serão obrigatoriamente
§ 1o A criança e o adolescente com comunicados ao Conselho Tutelar da
deficiência serão atendidos, sem respectiva localidade, sem prejuízo de
discriminação ou segregação, em suas outras providências legais.
necessidades gerais de saúde e específicas
de habilitação e reabilitação. (Redação Art. 13. Os casos de suspeita ou
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) confirmação de castigo físico, de
tratamento cruel ou degradante e de maus-
§ 2º Incumbe ao poder público tratos contra criança ou adolescente serão
fornecer gratuitamente àqueles que obrigatoriamente comunicados ao Conselho
necessitarem os medicamentos, próteses e Tutelar da respectiva localidade, sem
outros recursos relativos ao tratamento, prejuízo de outras providências
habilitação ou reabilitação. legais. (Redação dada pela Lei nº
13.010, de 2014)
§ 2o Incumbe ao poder público
fornecer gratuitamente, àqueles que
Parágrafo único. As gestantes ou demais linhas de cuidado direcionadas à
mães que manifestem interesse em entregar mulher e à criança. (Incluído pela Lei
seus filhos para adoção serão nº 13.257, de 2016)
obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da
Infância e da Juventude. (Incluído pela § 3o A atenção odontológica à
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência criança terá função educativa protetiva e
será prestada, inicialmente, antes de o bebê
§ 1o As gestantes ou mães que nascer, por meio de aconselhamento pré-
manifestem interesse em entregar seus natal, e, posteriormente, no sexto e no
filhos para adoção serão obrigatoriamente décimo segundo anos de vida, com
encaminhadas, sem constrangimento, à orientações sobre saúde
Justiça da Infância e da bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Juventude. (Incluído pela Lei nº 2016)
13.257, de 2016)
§ 4o A criança com necessidade de
o
§ 2 Os serviços de saúde em suas cuidados odontológicos especiais será
diferentes portas de entrada, os serviços de atendida pelo Sistema Único de Saúde.
assistência social em seu componente (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
especializado, o Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (Creas) § 5º É obrigatória a aplicação a todas
e os demais órgãos do Sistema de Garantia as crianças, nos seus primeiros dezoito
de Direitos da Criança e do Adolescente meses de vida, de protocolo ou outro
deverão conferir máxima prioridade ao instrumento construído com a finalidade de
atendimento das crianças na faixa etária da facilitar a detecção, em consulta pediátrica
primeira infância com suspeita ou de acompanhamento da criança, de risco
confirmação de violência de qualquer para o seu desenvolvimento
natureza, formulando projeto terapêutico psíquico. (Incluído pela Lei nº
singular que inclua intervenção em rede e, 13.438, de 2017) (Vigência)
se necessário, acompanhamento
domiciliar. (Incluído pela Lei nº Capítulo II
13.257, de 2016)
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à
Art. 14. O Sistema Único de Saúde Dignidade
promoverá programas de assistência médica
e odontológica para a prevenção das Art. 15. A criança e o adolescente têm
enfermidades que ordinariamente afetam a direito à liberdade, ao respeito e à
população infantil, e campanhas de dignidade como pessoas humanas em
educação sanitária para pais, educadores e processo de desenvolvimento e como
alunos. sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
garantidos na Constituição e nas leis.
Parágrafo único. É obrigatória a
vacinação das crianças nos casos Art. 16. O direito à liberdade
recomendados pelas autoridades sanitárias. compreende os seguintes aspectos:
§ 1o É obrigatória a vacinação das I - ir, vir e estar nos logradouros
crianças nos casos recomendados pelas públicos e espaços comunitários,
autoridades sanitárias. (Renumerado ressalvadas as restrições legais;
do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de
2016)
II - opinião e expressão;
§ 2o O Sistema Único de Saúde III - crença e culto religioso;
promoverá a atenção à saúde bucal das
crianças e das gestantes, de forma
transversal, integral e intersetorial com as
IV - brincar, praticar esportes e b) lesão; (Incluído pela Lei nº
divertir-se; 13.010, de 2014)

V - participar da vida familiar e II - tratamento cruel ou degradante:


comunitária, sem discriminação; conduta ou forma cruel de tratamento em
relação à criança ou ao adolescente
VI - participar da vida política, na que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de
forma da lei; 2014)

VII - buscar refúgio, auxílio e a) humilhe; ou (Incluído pela Lei


orientação. nº 13.010, de 2014)

Art. 17. O direito ao respeito consiste b) ameace gravemente;


na inviolabilidade da integridade física, ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
psíquica e moral da criança e do 2014)
adolescente, abrangendo a preservação da
imagem, da identidade, da autonomia, dos c) ridicularize. (Incluído pela Lei
valores, idéias e crenças, dos espaços e nº 13.010, de 2014)
objetos pessoais.
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da
Art. 18. É dever de todos velar pela família ampliada, os responsáveis, os
dignidade da criança e do adolescente, agentes públicos executores de medidas
pondo-os a salvo de qualquer tratamento socioeducativas ou qualquer pessoa
desumano, violento, aterrorizante, vexatório encarregada de cuidar de crianças e de
ou constrangedor. adolescentes, tratá-los, educá-los ou
protegê-los que utilizarem castigo físico ou
Art. 18-A. A criança e o adolescente tratamento cruel ou degradante como
têm o direito de ser educados e cuidados formas de correção, disciplina, educação ou
sem o uso de castigo físico ou de qualquer outro pretexto estarão sujeitos,
tratamento cruel ou degradante, como sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às
formas de correção, disciplina, educação ou seguintes medidas, que serão aplicadas de
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos acordo com a gravidade do
integrantes da família ampliada, pelos caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de
responsáveis, pelos agentes públicos 2014)
executores de medidas socioeducativas ou
por qualquer pessoa encarregada de cuidar I - encaminhamento a programa
deles, tratá-los, educá-los ou protegê- oficial ou comunitário de proteção à
los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014) 2014)

Parágrafo único. Para os fins desta II - encaminhamento a tratamento


Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº psicológico ou psiquiátrico; (Incluído
13.010, de 2014) pela Lei nº 13.010, de 2014)

I - castigo físico: ação de natureza III - encaminhamento a cursos ou


disciplinar ou punitiva aplicada com o uso programas de orientação; (Incluído
da força física sobre a criança ou o pela Lei nº 13.010, de 2014)
adolescente que resulte em: (Incluído
pela Lei nº 13.010, de 2014) IV - obrigação de encaminhar a
criança a tratamento
a) sofrimento físico; ou (Incluído especializado; (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.010, de 2014) 13.010, de 2014)
V - advertência. (Incluído pela 3 (três) meses, devendo a autoridade
Lei nº 13.010, de 2014) judiciária competente, com base em
relatório elaborado por equipe
Parágrafo único. As medidas interprofissional ou multidisciplinar, decidir
previstas neste artigo serão aplicadas pelo de forma fundamentada pela possibilidade
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras de reintegração familiar ou pela colocação
providências legais. (Incluído pela Lei em família substituta, em quaisquer das
nº 13.010, de 2014) modalidades previstas no art. 28 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
Capítulo III 2017)

Do Direito à Convivência Familiar e § 2o A permanência da criança e do


Comunitária adolescente em programa de acolhimento
institucional não se prolongará por mais de
Seção I 2 (dois) anos, salvo comprovada
necessidade que atenda ao seu superior
Disposições Gerais interesse, devidamente fundamentada pela
autoridade judiciária. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 19. Toda criança ou adolescente
tem direito a ser criado e educado no seio
da sua família e, excepcionalmente, em § 2o A permanência da criança e do
família substituta, assegurada a convivência adolescente em programa de acolhimento
familiar e comunitária, em ambiente livre institucional não se prolongará por mais de
da presença de pessoas dependentes de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
substâncias entorpecentes. necessidade que atenda ao seu superior
interesse, devidamente fundamentada pela
autoridade judiciária. (Redação
Art. 19. É direito da criança e do
dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
adolescente ser criado e educado no seio de
sua família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurada a convivência § 3o A manutenção ou reintegração de
familiar e comunitária, em ambiente que criança ou adolescente à sua família terá
garanta seu desenvolvimento preferência em relação a qualquer outra
integral. (Redação dada pela Lei nº providência, caso em que será esta incluída
13.257, de 2016) em programas de orientação e auxílio, nos
termos do parágrafo único do art. 23, dos
incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
§ 1o Toda criança ou adolescente que
incisos I a IV do caput do art. 129 desta
estiver inserido em programa de
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
acolhimento familiar ou institucional terá
2009) Vigência
sua situação reavaliada, no máximo, a cada
6 (seis) meses, devendo a autoridade
judiciária competente, com base em § 3o A manutenção ou a reintegração
relatório elaborado por equipe de criança ou adolescente à sua família terá
interprofissional ou multidisciplinar, decidir preferência em relação a qualquer outra
de forma fundamentada pela possibilidade providência, caso em que será esta incluída
de reintegração familiar ou colocação em em serviços e programas de proteção, apoio
família substituta, em quaisquer das e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23,
modalidades previstas no art. 28 desta dos incisos I e IV do caput do art. 101 e
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de dos incisos I a IV do caput do art. 129
2009) Vigência desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)
§ 1o Toda criança ou adolescente que
estiver inserido em programa de § 4o Será garantida a convivência da
acolhimento familiar ou institucional terá criança e do adolescente com a mãe ou o pai
sua situação reavaliada, no máximo, a cada privado de liberdade, por meio de visitas
periódicas promovidas pelo responsável ou, estiver habilitado a adotá-la ou de entidade
nas hipóteses de acolhimento institucional, que desenvolva programa de acolhimento
pela entidade responsável, independentemente familiar ou institucional. (Incluído
de autorização judicial. (Incluído pela pela Lei nº 13.509, de 2017)
Lei nº 12.962, de 2014)
§ 5o Após o nascimento da criança, a
o
§ 5 Será garantida a convivência vontade da mãe ou de ambos os genitores,
integral da criança com a mãe adolescente se houver pai registral ou pai indicado, deve
que estiver em acolhimento ser manifestada na audiência a que se refere
institucional. (Incluído pela Lei nº o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o
13.509, de 2017) sigilo sobre a entrega. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o A mãe adolescente será assistida
por equipe especializada § 6o (VETADO). (Incluído
multidisciplinar. (Incluído pela Lei pela Lei nº 13.509, de 2017)
nº 13.509, de 2017)
§ 6º Na hipótese de não
Art. 19-A. A gestante ou mãe que comparecerem à audiência nem o genitor
manifeste interesse em entregar seu filho nem representante da família extensa para
para adoção, antes ou logo após o confirmar a intenção de exercer o poder
nascimento, será encaminhada à Justiça da familiar ou a guarda, a autoridade judiciária
Infância e da Juventude. (Incluído suspenderá o poder familiar da mãe, e a
pela Lei nº 13.509, de 2017) criança será colocada sob a guarda
provisória de quem esteja habilitado a
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida adotá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
pela equipe interprofissional da Justiça da 2017)
Infância e da Juventude, que apresentará
relatório à autoridade judiciária, § 7o Os detentores da guarda
considerando inclusive os eventuais efeitos possuem o prazo de 15 (quinze) dias para
do estado gestacional e puerperal. propor a ação de adoção, contado do dia
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) seguinte à data do término do estágio de
convivência. (Incluído pela Lei nº
§ 2o De posse do relatório, a 13.509, de 2017)
autoridade judiciária poderá determinar o
encaminhamento da gestante ou mãe, § 8o Na hipótese de desistência pelos
mediante sua expressa concordância, à rede genitores - manifestada em audiência ou
pública de saúde e assistência social para perante a equipe interprofissional - da
atendimento especializado. entrega da criança após o nascimento, a
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) criança será mantida com os genitores, e
será determinado pela Justiça da Infância e
§ 3o A busca à família extensa, da Juventude o acompanhamento familiar
conforme definida nos termos do parágrafo pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
único do art. 25 desta Lei, respeitará o (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prorrogável por igual período. § 9o É garantido à mãe o direito ao
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) sigilo sobre o nascimento, respeitado o
disposto no art. 48 desta Lei.
§ 4o Na hipótese de não haver a (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
indicação do genitor e de não existir outro
representante da família extensa apto a § 10. (VETADO). (Incluído
receber a guarda, a autoridade judiciária pela Lei nº 13.509, de 2017)
competente deverá decretar a extinção do
poder familiar e determinar a colocação da
criança sob a guarda provisória de quem
§ 10. Serão cadastrados para adoção § 6o Se ocorrer violação das regras
recém-nascidos e crianças acolhidas não de apadrinhamento, os responsáveis pelo
procuradas por suas famílias no prazo de 30 programa e pelos serviços de acolhimento
(trinta) dias, contado a partir do dia do deverão imediatamente notificar a
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, autoridade judiciária competente.
de 2017) (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 19-B. A criança e o adolescente Art. 20. Os filhos, havidos ou não da


em programa de acolhimento institucional relação do casamento, ou por adoção, terão
ou familiar poderão participar de programa os mesmos direitos e qualificações,
de apadrinhamento. (Incluído pela proibidas quaisquer designações
Lei nº 13.509, de 2017) discriminatórias relativas à filiação.

§ 1o O apadrinhamento consiste em Art. 21. O pátrio poder poder


estabelecer e proporcionar à criança e ao familiar será exercido, em igualdade de
adolescente vínculos externos à instituição condições, pelo pai e pela mãe, na forma do
para fins de convivência familiar e que dispuser a legislação civil, assegurado a
comunitária e colaboração com o seu qualquer deles o direito de, em caso de
desenvolvimento nos aspectos social, discordância, recorrer à autoridade
moral, físico, cognitivo, educacional e judiciária competente para a solução da
financeiro. (Incluído pela Lei nº divergência. (Expressão substituída
13.509, de 2017) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2o (VETADO). (Incluído Art. 22. Aos pais incumbe o dever de


pela Lei nº 13.509, de 2017) sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
§ 2º Podem ser padrinhos ou destes, a obrigação de cumprir e fazer
madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) cumprir as determinações judiciais.
anos não inscritas nos cadastros de adoção,
desde que cumpram os requisitos exigidos Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os
pelo programa de apadrinhamento de que responsáveis, têm direitos iguais e deveres e
fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, responsabilidades compartilhados no
de 2017) cuidado e na educação da criança, devendo
ser resguardado o direito de transmissão
§ 3o Pessoas jurídicas podem familiar de suas crenças e culturas,
apadrinhar criança ou adolescente a fim de assegurados os direitos da criança
colaborar para o seu desenvolvimento. estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 23. A falta ou a carência de


§ 4o O perfil da criança ou do
recursos materiais não constitui motivo
adolescente a ser apadrinhado será definido
suficiente para a perda ou a suspensão
no âmbito de cada programa de
do pátrio poder poder familiar.
apadrinhamento, com prioridade para
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
crianças ou adolescentes com remota
de 2009) Vigência
possibilidade de reinserção familiar ou
colocação em família adotiva.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. Não existindo outro
motivo que por si só autorize a decretação
da medida, a criança ou o adolescente será
§ 5o Os programas ou serviços de mantido em sua família de origem, a qual
apadrinhamento apoiados pela Justiça da deverá obrigatoriamente ser incluída em
Infância e da Juventude poderão ser programas oficiais de auxílio.
executados por órgãos públicos ou por § 1o Não existindo outro motivo que
organizações da sociedade civil. por si só autorize a decretação da medida, a
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
criança ou o adolescente será mantido em parentes próximos com os quais a criança
sua família de origem, a qual deverá ou adolescente convive e mantém vínculos
obrigatoriamente ser incluída em programas de afinidade e afetividade. (Incluído
oficiais de auxílio. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.962, de 2014
Art. 26. Os filhos havidos fora do
§ 1o Não existindo outro motivo que casamento poderão ser reconhecidos pelos
por si só autorize a decretação da medida, a pais, conjunta ou separadamente, no próprio
criança ou o adolescente será mantido em termo de nascimento, por testamento,
sua família de origem, a qual deverá mediante escritura ou outro documento
obrigatoriamente ser incluída em serviços e público, qualquer que seja a origem da
programas oficiais de proteção, apoio e filiação.
promoção. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016) Parágrafo único. O reconhecimento
pode preceder o nascimento do filho ou
§ 2o A condenação criminal do pai ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
da mãe não implicará a destituição do poder descendentes.
familiar, exceto na hipótese de condenação
por crime doloso, sujeito à pena de Art. 27. O reconhecimento do estado
reclusão, contra o próprio filho ou de filiação é direito personalíssimo,
filha. (Incluído pela Lei nº 12.962, de indisponível e imprescritível, podendo ser
2014) exercitado contra os pais ou seus herdeiros,
sem qualquer restrição, observado o
§ 2º A condenação criminal do pai ou segredo de Justiça.
da mãe não implicará a destituição do poder
familiar, exceto na hipótese de condenação Seção III
por crime doloso sujeito à pena de reclusão
contra outrem igualmente titular do mesmo Da Família Substituta
poder familiar ou contra filho, filha ou
outro descendente. (Redação dada Subseção I
pela Lei nº 13.715, de 2018)
Disposições Gerais
Art. 24. A perda e a suspensão
do pátrio poder poder familiar serão Art. 28. A colocação em família
decretadas judicialmente, em procedimento substituta far-se-á mediante guarda, tutela
contraditório, nos casos previstos na ou adoção, independentemente da situação
legislação civil, bem como na hipótese de jurídica da criança ou adolescente, nos
descumprimento injustificado dos deveres e termos desta Lei.
obrigações a que alude o art. 22.
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, § 1º Sempre que possível, a criança
de 2009) Vigência ou adolescente deverá ser previamente
ouvido e a sua opinião devidamente
Seção II considerada.

Da Família Natural § 1o Sempre que possível, a criança ou


o adolescente será previamente ouvido por
Art. 25. Entende-se por família equipe interprofissional, respeitado seu
natural a comunidade formada pelos pais ou estágio de desenvolvimento e grau de
qualquer deles e seus descendentes. compreensão sobre as implicações da
medida, e terá sua opinião devidamente
Parágrafo único. Entende-se por considerada. (Redação dada pela Lei nº
família extensa ou ampliada aquela que se 12.010, de 2009) Vigência
estende para além da unidade pais e filhos
ou da unidade do casal, formada por
§ 2º Na apreciação do pedido levar-se- Constituição Federal; (Incluído pela Lei
á em conta o grau de parentesco e a relação nº 12.010, de 2009) Vigência
de afinidade ou de afetividade, a fim de
evitar ou minorar as conseqüências II - que a colocação familiar ocorra
decorrentes da medida. prioritariamente no seio de sua comunidade
ou junto a membros da mesma
§ 2o Tratando-se de maior de 12 etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
(doze) anos de idade, será necessário seu 2009) Vigência
consentimento, colhido em
audiência. (Redação dada pela Lei nº III - a intervenção e oitiva de
12.010, de 2009) Vigência representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, no caso de
§ 3o Na apreciação do pedido levar-se- crianças e adolescentes indígenas, e de
á em conta o grau de parentesco e a relação antropólogos, perante a equipe
de afinidade ou de afetividade, a fim de interprofissional ou multidisciplinar que irá
evitar ou minorar as consequências acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº
decorrentes da medida. (Incluído pela Lei 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 29. Não se deferirá colocação em
§ 4o Os grupos de irmãos serão família substituta a pessoa que revele, por
colocados sob adoção, tutela ou guarda da qualquer modo, incompatibilidade com a
mesma família substituta, ressalvada a natureza da medida ou não ofereça
comprovada existência de risco de abuso ou ambiente familiar adequado.
outra situação que justifique plenamente a
excepcionalidade de solução diversa, Art. 30. A colocação em família
procurando-se, em qualquer caso, evitar o substituta não admitirá transferência da
rompimento definitivo dos vínculos criança ou adolescente a terceiros ou a
fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, entidades governamentais ou não-
de 2009) Vigência governamentais, sem autorização judicial.

§ 5o A colocação da criança ou Art. 31. A colocação em família


adolescente em família substituta será substituta estrangeira constitui medida
precedida de sua preparação gradativa e excepcional, somente admissível na
acompanhamento posterior, realizados pela modalidade de adoção.
equipe interprofissional a serviço da Justiça
da Infância e da Juventude, Art. 32. Ao assumir a guarda ou a
preferencialmente com o apoio dos técnicos tutela, o responsável prestará compromisso
responsáveis pela execução da política de bem e fielmente desempenhar o encargo,
municipal de garantia do direito à mediante termo nos autos.
convivência familiar. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Subseção II

§ 6o Em se tratando de criança ou Da Guarda


adolescente indígena ou proveniente de
comunidade remanescente de quilombo, é Art. 33. A guarda obriga a prestação
ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº de assistência material, moral e educacional
12.010, de 2009) Vigência à criança ou adolescente, conferindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiros,
I - que sejam consideradas e inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010,
respeitadas sua identidade social e cultural, de 2009) Vigência
os seus costumes e tradições, bem como
suas instituições, desde que não sejam § 1º A guarda destina-se a regularizar
incompatíveis com os direitos fundamentais a posse de fato, podendo ser deferida,
reconhecidos por esta Lei e pela liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no criança ou adolescente mediante guarda,
de adoção por estrangeiros. observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a 2009) Vigência
guarda, fora dos casos de tutela e adoção,
para atender a situações peculiares ou suprir § 3o A União apoiará a
a falta eventual dos pais ou responsável, implementação de serviços de acolhimento
podendo ser deferido o direito de em família acolhedora como política
representação para a prática de atos pública, os quais deverão dispor de equipe
determinados. que organize o acolhimento temporário de
crianças e de adolescentes em residências
§ 3º A guarda confere à criança ou de famílias selecionadas, capacitadas e
adolescente a condição de dependente, para acompanhadas que não estejam no cadastro
todos os fins e efeitos de direito, inclusive de adoção. (Incluído pela Lei nº
previdenciários. 13.257, de 2016)

§ 4o Salvo expressa e fundamentada § 4o Poderão ser utilizados recursos


determinação em contrário, da autoridade federais, estaduais, distritais e municipais
judiciária competente, ou quando a medida para a manutenção dos serviços de
for aplicada em preparação para adoção, o acolhimento em família acolhedora,
deferimento da guarda de criança ou facultando-se o repasse de recursos para a
adolescente a terceiros não impede o própria família acolhedora. (Incluído
exercício do direito de visitas pelos pais, pela Lei nº 13.257, de 2016)
assim como o dever de prestar alimentos,
que serão objeto de regulamentação Art. 35. A guarda poderá ser revogada
específica, a pedido do interessado ou do a qualquer tempo, mediante ato judicial
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº fundamentado, ouvido o Ministério
12.010, de 2009) Vigência Público.

Art. 34. O poder público estimulará, Subseção III


através de assistência jurídica, incentivos
fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a Da Tutela
forma de guarda, de criança ou adolescente
órfão ou abandonado. Art. 36. A tutela será deferida, nos
termos da lei civil, a pessoa de até vinte e
Art. 34. O poder público estimulará, um anos incompletos.
por meio de assistência jurídica, incentivos
fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a Art. 36. A tutela será deferida, nos
forma de guarda, de criança ou adolescente termos da lei civil, a pessoa de até 18
afastado do convívio familiar. (Redação (dezoito) anos
dada pela Lei nº 12.010, de incompletos. (Redação dada pela
2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1o A inclusão da criança ou Parágrafo único. O deferimento da


adolescente em programas de acolhimento tutela pressupõe a prévia decretação da
familiar terá preferência a seu acolhimento perda ou suspensão do pátrio poder poder
institucional, observado, em qualquer caso, familiar e implica necessariamente o dever
o caráter temporário e excepcional da de guarda. (Expressão substituída
medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 37. A especialização de hipoteca
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a legal será dispensada, sempre que o
pessoa ou casal cadastrado no programa de tutelado não possuir bens ou rendimentos
acolhimento familiar poderá receber a ou por qualquer outro motivo relevante.
Parágrafo único. A especialização de (Incluído pela Lei nº 12.010, de
hipoteca legal será também dispensada se 2009) Vigência
os bens, porventura existentes em nome do
tutelado, constarem de instrumento público, § 2o É vedada a adoção por
devidamente registrado no registro de procuração. (Incluído pela Lei nº
imóveis, ou se os rendimentos forem 12.010, de 2009) Vigência
suficientes apenas para a mantença do
tutelado, não havendo sobra significativa ou § 3o Em caso de conflito entre
provável. direitos e interesses do adotando e de outras
pessoas, inclusive seus pais biológicos,
Art. 37. O tutor nomeado por devem prevalecer os direitos e os interesses
testamento ou qualquer documento do adotando. (Incluído pela Lei nº
autêntico, conforme previsto no parágrafo 13.509, de 2017)
único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10
de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, Art. 40. O adotando deve contar com,
no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura no máximo, dezoito anos à data do pedido,
da sucessão, ingressar com pedido salvo se já estiver sob a guarda ou tutela
destinado ao controle judicial do ato, dos adotantes.
observando o procedimento previsto nos
arts. 165 a 170 desta Lei. Art. 41. A adoção atribui a condição
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de de filho ao adotado, com os mesmos
2009) Vigência direitos e deveres, inclusive sucessórios,
desligando-o de qualquer vínculo com pais
Parágrafo único. Na apreciação do e parentes, salvo os impedimentos
pedido, serão observados os requisitos matrimoniais.
previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei,
somente sendo deferida a tutela à pessoa § 1º Se um dos cônjuges ou
indicada na disposição de última vontade, concubinos adota o filho do outro, mantêm-
se restar comprovado que a medida é se os vínculos de filiação entre o adotado e
vantajosa ao tutelando e que não existe o cônjuge ou concubino do adotante e os
outra pessoa em melhores condições de respectivos parentes.
assumi-la. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º É recíproco o direito sucessório
entre o adotado, seus descendentes, o
Art. 38. Aplica-se à destituição da adotante, seus ascendentes, descendentes e
tutela o disposto no art. 24. colaterais até o 4º grau, observada a ordem
de vocação hereditária.
Subseção IV
Art. 42. Podem adotar os maiores de
Da Adoção vinte e um anos, independentemente de
estado civil.
Art. 39. A adoção de criança e de
adolescente reger-se-á segundo o disposto Art. 42. Podem adotar os maiores de
nesta Lei. 18 (dezoito) anos, independentemente do
estado civil. (Redação dada pela
Parágrafo único. É vedada a adoção Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
por procuração.
§ 1º Não podem adotar os
§ 1o A adoção é medida excepcional e ascendentes e os irmãos do adotando.
irrevogável, à qual se deve recorrer apenas
quando esgotados os recursos de § 2º A adoção por ambos os cônjuges
manutenção da criança ou adolescente na ou concubinos poderá ser formalizada,
família natural ou extensa, na forma do desde que um deles tenha completado vinte
parágrafo único do art. 25 desta Lei.
e um anos de idade, comprovada a sentença. (Incluído pela Lei nº
estabilidade da família. 12.010, de 2009) Vigência

§ 2o Para adoção conjunta, é Art. 43. A adoção será deferida


indispensável que os adotantes sejam quando apresentar reais vantagens para o
casados civilmente ou mantenham união adotando e fundar-se em motivos legítimos.
estável, comprovada a estabilidade da
família. (Redação dada pela Lei nº Art. 44. Enquanto não der conta de
12.010, de 2009) Vigência sua administração e saldar o seu alcance,
não pode o tutor ou o curador adotar o
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, pupilo ou o curatelado.
dezesseis anos mais velho do que o
adotando. Art. 45. A adoção depende do
consentimento dos pais ou do representante
§ 4º Os divorciados e os legal do adotando.
judicialmente separados poderão adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre § 1º. O consentimento será
a guarda e o regime de visitas, e desde que dispensado em relação à criança ou
o estágio de convivência tenha sido iniciado adolescente cujos pais sejam desconhecidos
na constância da sociedade conjugal. ou tenham sido destituídos do pátrio
poder poder familiar. (Expressão
§ 4o Os divorciados, os judicialmente substituída pela Lei nº 12.010, de
separados e os ex-companheiros podem 2009) Vigência
adotar conjuntamente, contanto que
acordem sobre a guarda e o regime de § 2º. Em se tratando de adotando
visitas e desde que o estágio de convivência maior de doze anos de idade, será também
tenha sido iniciado na constância do necessário o seu consentimento.
período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculos de Art. 46. A adoção será precedida de
afinidade e afetividade com aquele não estágio de convivência com a criança ou
detentor da guarda, que justifiquem a adolescente, pelo prazo que a autoridade
excepcionalidade da judiciária fixar, observadas as
concessão. (Redação dada pela Lei nº peculiaridades do caso.
12.010, de 2009) Vigência
Art. 46. A adoção será precedida de
§ 5º A adoção poderá ser deferida ao estágio de convivência com a criança ou
adotante que, após inequívoca manifestação adolescente, pelo prazo máximo de 90
de vontade, vier a falecer no curso do (noventa) dias, observadas a idade da
procedimento, antes de prolatada a criança ou adolescente e as peculiaridades
sentença. do caso. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo,
desde que demonstrado efetivo benefício ao § 1º O estágio de convivência poderá
adotando, será assegurada a guarda ser dispensado se o adotando não tiver mais
compartilhada, conforme previsto no art. de um ano de idade ou se, qualquer que seja
1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de a sua idade, já estiver na companhia do
2002 - Código Civil. (Redação dada adotante durante tempo suficiente para se
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poder avaliar a conveniência da
constituição do vínculo.
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao
adotante que, após inequívoca manifestação § 1o O estágio de convivência poderá
de vontade, vier a falecer no curso do ser dispensado se o adotando já estiver sob
procedimento, antes de prolatada a a tutela ou guarda legal do adotante durante
tempo suficiente para que seja possível
avaliar a conveniência da constituição do política de garantia do direito à convivência
vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, familiar, que apresentarão relatório
de 2009) Vigência minucioso acerca da conveniência do
deferimento da medida. (Incluído pela
§ 2º Em caso de adoção por Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
estrangeiro residente ou domiciliado fora do
País, o estágio de convivência, cumprido no § 5o O estágio de convivência será
território nacional, será de no mínimo cumprido no território nacional,
quinze dias para crianças de até dois anos preferencialmente na comarca de residência
de idade, e de no mínimo trinta dias quando da criança ou adolescente, ou, a critério do
se tratar de adotando acima de dois anos de juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em
idade. qualquer hipótese, a competência do juízo
da comarca de residência da criança.
§ 2o A simples guarda de fato não (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
autoriza, por si só, a dispensa da realização
do estágio de convivência. (Redação Art. 47. O vínculo da adoção
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência constitui-se por sentença judicial, que será
inscrita no registro civil mediante mandado
§ 2o-A. O prazo máximo estabelecido do qual não se fornecerá certidão.
no caput deste artigo pode ser prorrogado
por até igual período, mediante decisão § 1º A inscrição consignará o nome
fundamentada da autoridade judiciária. dos adotantes como pais, bem como o nome
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de seus ascendentes.

§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou § 2º O mandado judicial, que será


casal residente ou domiciliado fora do País, arquivado, cancelará o registro original do
o estágio de convivência, cumprido no adotado.
território nacional, será de, no mínimo, 30
(trinta) dias (Incluído pela Lei nº § 3º Nenhuma observação sobre a
12.010, de 2009) Vigência origem do ato poderá constar nas certidões
do registro.
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou
casal residente ou domiciliado fora do País, § 3o A pedido do adotante, o novo
o estágio de convivência será de, no registro poderá ser lavrado no Cartório do
mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 Registro Civil do Município de sua
(quarenta e cinco) dias, prorrogável por até residência. (Redação dada pela Lei nº
igual período, uma única vez, mediante 12.010, de 2009) Vigência
decisão fundamentada da autoridade
judiciária. (Redação dada pela Lei § 4º A critério da autoridade judiciária,
nº 13.509, de 2017) poderá ser fornecida certidão para a
salvaguarda de direitos.
§ 3o-A. Ao final do prazo previsto no
o
§ 3 deste artigo, deverá ser apresentado § 4o Nenhuma observação sobre a
laudo fundamentado pela equipe origem do ato poderá constar nas certidões
mencionada no § 4o deste artigo, que do registro. (Redação dada pela Lei
recomendará ou não o deferimento da nº 12.010, de 2009) Vigência
adoção à autoridade judiciária.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 5º A sentença conferirá ao adotado
o nome do adotante e, a pedido deste,
§ 4o O estágio de convivência será poderá determinar a modificação do
acompanhado pela equipe interprofissional prenome.
a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio § 5o A sentença conferirá ao adotado o
dos técnicos responsáveis pela execução da nome do adotante e, a pedido de qualquer
deles, poderá determinar a modificação do anos. (Redação dada pela Lei nº
prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O acesso ao processo
§ 6º A adoção produz seus efeitos a de adoção poderá ser também deferido ao
partir do trânsito em julgado da sentença, adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu
exceto na hipótese prevista no art. 42, § 5º, pedido, assegurada orientação e assistência
caso em que terá força retroativa à data do jurídica e psicológica. (Incluído
óbito. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 6o Caso a modificação de prenome Art. 49. A morte dos adotantes não


seja requerida pelo adotante, é obrigatória a restabelece o pátrio poder poder
oitiva do adotando, observado o disposto familiar dos pais naturais. (Expressão
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta substituída pela Lei nº 12.010, de
Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, 2009) Vigência
de 2009) Vigência
Art. 50. A autoridade judiciária
o
§ 7 A adoção produz seus efeitos a manterá, em cada comarca ou foro regional,
partir do trânsito em julgado da sentença um registro de crianças e adolescentes em
constitutiva, exceto na hipótese prevista no condições de serem adotados e outro de
§ 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá pessoas interessadas na adoção. (Vide
força retroativa à data do óbito. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 1º O deferimento da inscrição dar-
se-á após prévia consulta aos órgãos
§ 8o O processo relativo à adoção técnicos do juizado, ouvido o Ministério
assim como outros a ele relacionados serão Público.
mantidos em arquivo, admitindo-se seu
armazenamento em microfilme ou por § 2º Não será deferida a inscrição se o
outros meios, garantida a sua conservação interessado não satisfizer os requisitos
para consulta a qualquer legais, ou verificada qualquer das hipóteses
tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de previstas no art. 29.
2009) Vigência
§ 3o A inscrição de postulantes à
§ 9º Terão prioridade de tramitação adoção será precedida de um período de
os processos de adoção em que o adotando preparação psicossocial e jurídica,
for criança ou adolescente com deficiência orientado pela equipe técnica da Justiça da
ou com doença crônica. (Incluído pela Infância e da Juventude, preferencialmente
Lei nº 12.955, de 2014) com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia
§ 10. O prazo máximo para do direito à convivência familiar.
conclusão da ação de adoção será de 120 (Incluído pela Lei nº 12.010, de
(cento e vinte) dias, prorrogável uma única 2009) Vigência
vez por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. § 4o Sempre que possível e
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) recomendável, a preparação referida no §
3o deste artigo incluirá o contato com
Art. 48. A adoção é irrevogável. crianças e adolescentes em acolhimento
familiar ou institucional em condições de
Art. 48. O adotado tem direito de serem adotados, a ser realizado sob a
conhecer sua origem biológica, bem como orientação, supervisão e avaliação da
de obter acesso irrestrito ao processo no equipe técnica da Justiça da Infância e da
qual a medida foi aplicada e seus eventuais Juventude, com apoio dos técnicos
incidentes, após completar 18 (dezoito) responsáveis pelo programa de acolhimento
e pela execução da política municipal de Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010,
garantia do direito à convivência de 2009) Vigência
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 10. Consultados os cadastros e
verificada a ausência de pretendentes
§ 5o Serão criados e implementados habilitados residentes no País com perfil
cadastros estaduais e nacional de crianças e compatível e interesse manifesto pela
adolescentes em condições de serem adoção de criança ou adolescente inscrito
adotados e de pessoas ou casais habilitados nos cadastros existentes, será realizado o
à adoção. (Incluído pela Lei nº encaminhamento da criança ou adolescente
12.010, de 2009) Vigência à adoção internacional. (Redação
dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o Haverá cadastros distintos para
pessoas ou casais residentes fora do País, § 11. Enquanto não localizada pessoa
que somente serão consultados na ou casal interessado em sua adoção, a
inexistência de postulantes nacionais criança ou o adolescente, sempre que
habilitados nos cadastros mencionados no § possível e recomendável, será colocado sob
5o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, guarda de família cadastrada em programa
de 2009) Vigência de acolhimento familiar. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o As autoridades estaduais e
federais em matéria de adoção terão acesso § 12. A alimentação do cadastro e a
integral aos cadastros, incumbindo-lhes a convocação criteriosa dos postulantes à
troca de informações e a cooperação mútua, adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 8o A autoridade judiciária § 13. Somente poderá ser deferida


providenciará, no prazo de 48 (quarenta e adoção em favor de candidato domiciliado
oito) horas, a inscrição das crianças e no Brasil não cadastrado previamente nos
adolescentes em condições de serem termos desta Lei quando: (Incluído pela
adotados que não tiveram colocação Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
familiar na comarca de origem, e das
pessoas ou casais que tiveram deferida sua I - se tratar de pedido de adoção
habilitação à adoção nos cadastros estadual unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010,
e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob de 2009) Vigência
pena de responsabilidade. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - for formulada por parente com o
qual a criança ou adolescente mantenha
§ 9o Compete à Autoridade Central vínculos de afinidade e afetividade;
Estadual zelar pela manutenção e correta (Incluído pela Lei nº 12.010, de
alimentação dos cadastros, com posterior 2009) Vigência
comunicação à Autoridade Central Federal
Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, III - oriundo o pedido de quem detém
de 2009) Vigência a tutela ou guarda legal de criança maior de
3 (três) anos ou adolescente, desde que o
§ 10. A adoção internacional somente lapso de tempo de convivência comprove a
será deferida se, após consulta ao cadastro fixação de laços de afinidade e afetividade,
de pessoas ou casais habilitados à adoção, e não seja constatada a ocorrência de má-fé
mantido pela Justiça da Infância e da ou qualquer das situações previstas nos arts.
Juventude na comarca, bem como aos 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei
cadastros estadual e nacional referidos no § nº 12.010, de 2009) Vigência
5o deste artigo, não for encontrado
interessado com residência permanente no
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 § 1o A adoção internacional de
deste artigo, o candidato deverá comprovar, criança ou adolescente brasileiro ou
no curso do procedimento, que preenche os domiciliado no Brasil somente terá lugar
requisitos necessários à adoção, conforme quando restar comprovado: (Redação
previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº dada pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 15. Será assegurada prioridade no I - que a colocação em família


cadastro a pessoas interessadas em adotar substituta é a solução adequada ao caso
criança ou adolescente com deficiência, concreto; (Incluída pela Lei nº 12.010,
com doença crônica ou com necessidades de 2009) Vigência
específicas de saúde, além de grupo de
irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, I - que a colocação em família adotiva
de 2017) é a solução adequada ao caso concreto;
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de
Art. 51 Cuidando-se de pedido de 2017)
adoção formulado por estrangeiro residente
ou domiciliado fora do País, observar-se-á o II - que foram esgotadas todas as
disposto no art. 31. possibilidades de colocação da criança ou
Art. 51. Considera-se adoção adolescente em família substituta brasileira,
internacional aquela na qual a pessoa ou após consulta aos cadastros mencionados
casal postulante é residente ou domiciliado no art. 50 desta Lei; (Incluída pela Lei
fora do Brasil, conforme previsto no Artigo nº 12.010, de 2009) Vigência
2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de
1993, Relativa à Proteção das Crianças e à II - que foram esgotadas todas as
Cooperação em Matéria de Adoção possibilidades de colocação da criança ou
Internacional, aprovada pelo Decreto adolescente em família adotiva brasileira,
Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e com a comprovação, certificada nos autos,
promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de da inexistência de adotantes habilitados
junho de 1999. (Redação dada pela Lei residentes no Brasil com perfil compatível
nº 12.010, de 2009) Vigência com a criança ou adolescente, após consulta
aos cadastros mencionados nesta Lei;
Art. 51. Considera-se adoção (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
internacional aquela na qual o pretendente 2017)
possui residência habitual em país-parte da
Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, III - que, em se tratando de adoção de
Relativa à Proteção das Crianças e à adolescente, este foi consultado, por meios
Cooperação em Matéria de Adoção adequados ao seu estágio de
Internacional, promulgada pelo Decreto desenvolvimento, e que se encontra
no 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja preparado para a medida, mediante parecer
adotar criança em outro país-parte da elaborado por equipe interprofissional,
Convenção. (Redação dada pela Lei observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art.
nº 13.509, de 2017) 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º O candidato deverá comprovar,
mediante documento expedido pela § 2º A autoridade judiciária, de ofício
autoridade competente do respectivo ou a requerimento do Ministério Público,
domicílio, estar devidamente habilitado à poderá determinar a apresentação do texto
adoção, consoante as leis do seu país, bem pertinente à legislação estrangeira,
como apresentar estudo psicossocial acompanhado de prova da respectiva
elaborado por agência especializada e vigência.
credenciada no país de origem.
§ 2o Os brasileiros residentes no
exterior terão preferência aos estrangeiros,
nos casos de adoção internacional de identidade, a capacidade jurídica e
criança ou adolescente brasileiro. adequação dos solicitantes para adotar, sua
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de situação pessoal, familiar e médica, seu
2009) Vigência meio social, os motivos que os animam e
sua aptidão para assumir uma adoção
§ 3º Os documentos em língua internacional; (Incluída pela Lei nº
estrangeira serão juntados aos autos, 12.010, de 2009) Vigência
devidamente autenticados pela autoridade
consular, observados os tratados e III - a Autoridade Central do país de
convenções internacionais, e acompanhados acolhida enviará o relatório à Autoridade
da respectiva tradução, por tradutor público Central Estadual, com cópia para a
juramentado. Autoridade Central Federal Brasileira;
(Incluída pela Lei nº 12.010, de
§ 3o A adoção internacional pressupõe 2009) Vigência
a intervenção das Autoridades Centrais
Estaduais e Federal em matéria de adoção IV - o relatório será instruído com toda
internacional. (Redação dada pela Lei a documentação necessária, incluindo
nº 12.010, de 2009) Vigência estudo psicossocial elaborado por equipe
interprofissional habilitada e cópia
§ 4º Antes de consumada a adoção não autenticada da legislação pertinente,
será permitida a saída do adotando do acompanhada da respectiva prova de
território nacional. (Revogado pela vigência; (Incluída pela Lei nº
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência

Art. 52. A adoção internacional V - os documentos em língua


poderá ser condicionada a estudo prévio e estrangeira serão devidamente autenticados
análise de uma comissão estadual judiciária pela autoridade consular, observados os
de adoção, que fornecerá o respectivo laudo tratados e convenções internacionais, e
de habilitação para instruir o processo acompanhados da respectiva tradução, por
competente. tradutor público juramentado;
Parágrafo único. Competirá à (Incluída pela Lei nº 12.010, de
comissão manter registro centralizado de 2009) Vigência
interessados estrangeiros em adoção.
VI - a Autoridade Central Estadual
Art. 52. A adoção internacional poderá fazer exigências e solicitar
observará o procedimento previsto nos arts. complementação sobre o estudo
165 a 170 desta Lei, com as seguintes psicossocial do postulante estrangeiro à
adaptações: (Redação dada pela Lei adoção, já realizado no país de
nº 12.010, de 2009) Vigência acolhida; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
I - a pessoa ou casal estrangeiro,
interessado em adotar criança ou VII - verificada, após estudo realizado
adolescente brasileiro, deverá formular pela Autoridade Central Estadual, a
pedido de habilitação à adoção perante a compatibilidade da legislação estrangeira
Autoridade Central em matéria de adoção com a nacional, além do preenchimento por
internacional no país de acolhida, assim parte dos postulantes à medida dos
entendido aquele onde está situada sua requisitos objetivos e subjetivos necessários
residência habitual; (Incluída pela Lei ao seu deferimento, tanto à luz do que
nº 12.010, de 2009) Vigência dispõe esta Lei como da legislação do país
de acolhida, será expedido laudo de
II - se a Autoridade Central do país de habilitação à adoção internacional, que terá
acolhida considerar que os solicitantes estão validade por, no máximo, 1 (um)
habilitados e aptos para adotar, emitirá um ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
relatório que contenha informações sobre a 2009) Vigência
VIII - de posse do laudo de internacional; (Incluída pela Lei nº
habilitação, o interessado será autorizado a 12.010, de 2009) Vigência
formalizar pedido de adoção perante o Juízo
da Infância e da Juventude do local em que IV - cumprirem os requisitos exigidos
se encontra a criança ou adolescente, pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas
conforme indicação efetuada pela normas estabelecidas pela Autoridade
Autoridade Central Estadual. Central Federal Brasileira. (Incluída pela
(Incluída pela Lei nº 12.010, de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
§ 4o Os organismos credenciados
o
§ 1 Se a legislação do país de deverão ainda: (Incluído pela Lei nº
acolhida assim o autorizar, admite-se que os 12.010, de 2009) Vigência
pedidos de habilitação à adoção
internacional sejam intermediados por I - perseguir unicamente fins não
organismos credenciados. (Incluída lucrativos, nas condições e dentro dos
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência limites fixados pelas autoridades
competentes do país onde estiverem
§ 2o Incumbe à Autoridade Central sediados, do país de acolhida e pela
Federal Brasileira o credenciamento de Autoridade Central Federal
organismos nacionais e estrangeiros Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
encarregados de intermediar pedidos de 2009) Vigência
habilitação à adoção internacional, com
posterior comunicação às Autoridades II - ser dirigidos e administrados por
Centrais Estaduais e publicação nos órgãos pessoas qualificadas e de reconhecida
oficiais de imprensa e em sítio próprio da idoneidade moral, com comprovada
internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, formação ou experiência para atuar na área
de 2009) Vigência de adoção internacional, cadastradas pelo
Departamento de Polícia Federal e
§ 3o Somente será admissível o aprovadas pela Autoridade Central Federal
credenciamento de organismos que: Brasileira, mediante publicação de portaria
(Incluída pela Lei nº 12.010, de do órgão federal competente;
2009) Vigência (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
I - sejam oriundos de países que
ratificaram a Convenção de Haia e estejam III - estar submetidos à supervisão das
devidamente credenciados pela Autoridade autoridades competentes do país onde
Central do país onde estiverem sediados e estiverem sediados e no país de acolhida,
no país de acolhida do adotando para atuar inclusive quanto à sua composição,
em adoção internacional no funcionamento e situação financeira;
Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

II - satisfizerem as condições de IV - apresentar à Autoridade Central


integridade moral, competência Federal Brasileira, a cada ano, relatório
profissional, experiência e responsabilidade geral das atividades desenvolvidas, bem
exigidas pelos países respectivos e pela como relatório de acompanhamento das
Autoridade Central Federal adoções internacionais efetuadas no
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, período, cuja cópia será encaminhada ao
de 2009) Vigência Departamento de Polícia Federal;
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
III - forem qualificados por seus Vigência
padrões éticos e sua formação e experiência
para atuar na área de adoção V - enviar relatório pós-adotivo
semestral para a Autoridade Central
Estadual, com cópia para a Autoridade sinais ou traços peculiares, assim como foto
Central Federal Brasileira, pelo período recente e a aposição da impressão digital do
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do seu polegar direito, instruindo o documento
relatório será mantido até a juntada de cópia com cópia autenticada da decisão e certidão
autenticada do registro civil, estabelecendo de trânsito em julgado. (Incluído
a cidadania do país de acolhida para o pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adotado; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 10. A Autoridade Central Federal
Brasileira poderá, a qualquer momento,
VI - tomar as medidas necessárias para solicitar informações sobre a situação das
garantir que os adotantes encaminhem à crianças e adolescentes adotados
Autoridade Central Federal Brasileira cópia (Incluído pela Lei nº 12.010, de
da certidão de registro de nascimento 2009) Vigência
estrangeira e do certificado de
nacionalidade tão logo lhes sejam § 11. A cobrança de valores por parte
concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de dos organismos credenciados, que sejam
2009) Vigência considerados abusivos pela Autoridade
Central Federal Brasileira e que não
§ 5o A não apresentação dos relatórios estejam devidamente comprovados, é causa
referidos no § 4o deste artigo pelo de seu descredenciamento. (Incluído
organismo credenciado poderá acarretar a pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
suspensão de seu credenciamento.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de § 12. Uma mesma pessoa ou seu
2009) Vigência cônjuge não podem ser representados por
mais de uma entidade credenciada para
§ 6o O credenciamento de organismo atuar na cooperação em adoção
nacional ou estrangeiro encarregado de internacional. (Incluído pela Lei nº
intermediar pedidos de adoção 12.010, de 2009) Vigência
internacional terá validade de 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, § 13. A habilitação de postulante
de 2009) Vigência estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil
terá validade máxima de 1 (um) ano,
§ 7o A renovação do credenciamento podendo ser renovada. (Incluído
poderá ser concedida mediante pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
requerimento protocolado na Autoridade
Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) § 14. É vedado o contato direto de
dias anteriores ao término do respectivo representantes de organismos de adoção,
prazo de validade. (Incluído pela Lei nº nacionais ou estrangeiros, com dirigentes
12.010, de 2009) Vigência de programas de acolhimento institucional
ou familiar, assim como com crianças e
§ 8o Antes de transitada em julgado a adolescentes em condições de serem
decisão que concedeu a adoção adotados, sem a devida autorização
internacional, não será permitida a saída do judicial. (Incluído pela Lei nº
adotando do território nacional. 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 15. A Autoridade Central Federal
Brasileira poderá limitar ou suspender a
§ 9o Transitada em julgado a decisão, concessão de novos credenciamentos
a autoridade judiciária determinará a sempre que julgar necessário, mediante ato
expedição de alvará com autorização de administrativo
viagem, bem como para obtenção de fundamentado. (Incluído pela Lei nº
passaporte, constando, obrigatoriamente, as 12.010, de 2009) Vigência
características da criança ou adolescente
adotado, como idade, cor, sexo, eventuais
Art. 52-A. É vedado, sob pena de Certificado de Naturalização
responsabilidade e descredenciamento, o Provisório. (Incluído pela Lei nº
repasse de recursos provenientes de 12.010, de 2009) Vigência
organismos estrangeiros encarregados de
intermediar pedidos de adoção § 1o A Autoridade Central Estadual,
internacional a organismos nacionais ou a ouvido o Ministério Público, somente
pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº deixará de reconhecer os efeitos daquela
12.010, de 2009) Vigência decisão se restar demonstrado que a adoção
é manifestamente contrária à ordem pública
Parágrafo único. Eventuais repasses ou não atende ao interesse superior da
somente poderão ser efetuados via Fundo criança ou do adolescente.
dos Direitos da Criança e do Adolescente e (Incluído pela Lei nº 12.010, de
estarão sujeitos às deliberações do 2009) Vigência
respectivo Conselho de Direitos da Criança
e do Adolescente (Incluído pela Lei § 2o Na hipótese de não
nº 12.010, de 2009) Vigência reconhecimento da adoção, prevista no §
1o deste artigo, o Ministério Público deverá
Art. 52-B. A adoção por brasileiro imediatamente requerer o que for de direito
residente no exterior em país ratificante da para resguardar os interesses da criança ou
Convenção de Haia, cujo processo de do adolescente, comunicando-se as
adoção tenha sido processado em providências à Autoridade Central Estadual,
conformidade com a legislação vigente no que fará a comunicação à Autoridade
país de residência e atendido o disposto na Central Federal Brasileira e à Autoridade
Alínea “c” do Artigo 17 da referida Central do país de origem.
Convenção, será automaticamente (Incluído pela Lei nº 12.010, de
recepcionada com o reingresso no 2009) Vigência
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência Art. 52-D. Nas adoções
internacionais, quando o Brasil for o país de
§ 1o Caso não tenha sido atendido o acolhida e a adoção não tenha sido deferida
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da no país de origem porque a sua legislação a
Convenção de Haia, deverá a sentença ser delega ao país de acolhida, ou, ainda, na
homologada pelo Superior Tribunal de hipótese de, mesmo com decisão, a criança
Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, ou o adolescente ser oriundo de país que
de 2009) Vigência não tenha aderido à Convenção referida, o
processo de adoção seguirá as regras da
§ 2o O pretendente brasileiro residente adoção nacional. (Incluído pela Lei
no exterior em país não ratificante da nº 12.010, de 2009) Vigência
Convenção de Haia, uma vez reingressado
no Brasil, deverá requerer a homologação Capítulo IV
da sentença estrangeira pelo Superior
Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº Do Direito à Educação, à Cultura, ao
12.010, de 2009) Vigência Esporte e ao Lazer

Art. 52-C. Nas adoções Art. 53. A criança e o adolescente têm


internacionais, quando o Brasil for o país de direito à educação, visando ao pleno
acolhida, a decisão da autoridade desenvolvimento de sua pessoa, preparo
competente do país de origem da criança ou para o exercício da cidadania e qualificação
do adolescente será conhecida pela para o trabalho, assegurando-se-lhes:
Autoridade Central Estadual que tiver
processado o pedido de habilitação dos pais I - igualdade de condições para o
adotivos, que comunicará o fato à acesso e permanência na escola;
Autoridade Central Federal e determinará
as providências necessárias à expedição do
II - direito de ser respeitado por seus suplementares de material didático-escolar,
educadores; transporte, alimentação e assistência à
saúde.
III - direito de contestar critérios
avaliativos, podendo recorrer às instâncias § 1º O acesso ao ensino obrigatório e
escolares superiores; gratuito é direito público subjetivo.

IV - direito de organização e § 2º O não oferecimento do ensino


participação em entidades estudantis; obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da
V - acesso à escola pública e gratuita autoridade competente.
próxima de sua residência.
§ 3º Compete ao poder público
Parágrafo único. É direito dos pais ou recensear os educandos no ensino
responsáveis ter ciência do processo fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
pedagógico, bem como participar da junto aos pais ou responsável, pela
definição das propostas educacionais. freqüência à escola.

Art. 54. É dever do Estado assegurar Art. 55. Os pais ou responsável têm a
à criança e ao adolescente: obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino.
I - ensino fundamental, obrigatório e
gratuito, inclusive para os que a ele não Art. 56. Os dirigentes de
tiveram acesso na idade própria; estabelecimentos de ensino fundamental
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos
II - progressiva extensão da de:
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
médio; I - maus-tratos envolvendo seus
alunos;
III - atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, II - reiteração de faltas injustificadas e
preferencialmente na rede regular de de evasão escolar, esgotados os recursos
ensino; escolares;

IV - atendimento em creche e pré- III - elevados níveis de repetência.


escola às crianças de zero a seis anos de
idade; Art. 57. O poder público estimulará
pesquisas, experiências e novas propostas
IV – atendimento em creche e pré- relativas a calendário, seriação, currículo,
escola às crianças de zero a cinco anos de metodologia, didática e avaliação, com
idade; (Redação dada pela Lei nº vistas à inserção de crianças e adolescentes
13.306, de 2016) excluídos do ensino fundamental
obrigatório.
V - acesso aos níveis mais elevados
do ensino, da pesquisa e da criação artística, Art. 58. No processo educacional
segundo a capacidade de cada um; respeitar-se-ão os valores culturais,
artísticos e históricos próprios do contexto
VI - oferta de ensino noturno regular, social da criança e do adolescente,
adequado às condições do adolescente garantindo-se a estes a liberdade da criação
trabalhador; e o acesso às fontes de cultura.

VII - atendimento no ensino Art. 59. Os municípios, com apoio


fundamental, através de programas dos estados e da União, estimularão e
facilitarão a destinação de recursos e
espaços para programações culturais, I - noturno, realizado entre as vinte e
esportivas e de lazer voltadas para a duas horas de um dia e as cinco horas do
infância e a juventude. dia seguinte;

Capítulo V II - perigoso, insalubre ou penoso;

Do Direito à Profissionalização e à III - realizado em locais prejudiciais à


Proteção no Trabalho sua formação e ao seu desenvolvimento
físico, psíquico, moral e social;
Art. 60. É proibido qualquer trabalho
a menores de quatorze anos de idade, salvo IV - realizado em horários e locais
na condição de aprendiz. (Vide que não permitam a freqüência à escola.
Constituição Federal)
Art. 68. O programa social que tenha
Art. 61. A proteção ao trabalho dos por base o trabalho educativo, sob
adolescentes é regulada por legislação responsabilidade de entidade
especial, sem prejuízo do disposto nesta governamental ou não-governamental sem
Lei. fins lucrativos, deverá assegurar ao
adolescente que dele participe condições de
Art. 62. Considera-se aprendizagem a capacitação para o exercício de atividade
formação técnico-profissional ministrada regular remunerada.
segundo as diretrizes e bases da legislação
de educação em vigor. § 1º Entende-se por trabalho
educativo a atividade laboral em que as
Art. 63. A formação técnico- exigências pedagógicas relativas ao
profissional obedecerá aos seguintes desenvolvimento pessoal e social do
princípios: educando prevalecem sobre o aspecto
produtivo.
I - garantia de acesso e freqüência
obrigatória ao ensino regular; § 2º A remuneração que o adolescente
recebe pelo trabalho efetuado ou a
II - atividade compatível com o participação na venda dos produtos de seu
desenvolvimento do adolescente; trabalho não desfigura o caráter educativo.

III - horário especial para o exercício Art. 69. O adolescente tem direito à
das atividades. profissionalização e à proteção no trabalho,
observados os seguintes aspectos, entre
Art. 64. Ao adolescente até quatorze outros:
anos de idade é assegurada bolsa de
aprendizagem. I - respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento;
Art. 65. Ao adolescente aprendiz,
maior de quatorze anos, são assegurados os II - capacitação profissional adequada
direitos trabalhistas e previdenciários. ao mercado de trabalho.

Art. 66. Ao adolescente portador de Título III


deficiência é assegurado trabalho protegido.
Da Prevenção
Art. 67. Ao adolescente empregado,
aprendiz, em regime familiar de trabalho, Capítulo I
aluno de escola técnica, assistido em
entidade governamental ou não- Disposições Gerais
governamental, é vedado trabalho:
Art. 70. É dever de todos prevenir a V - a inclusão, nas políticas públicas,
ocorrência de ameaça ou violação dos de ações que visem a garantir os direitos da
direitos da criança e do adolescente. criança e do adolescente, desde a atenção
pré-natal, e de atividades junto aos pais e
Art. 70-A. A União, os Estados, o responsáveis com o objetivo de promover a
Distrito Federal e os Municípios deverão informação, a reflexão, o debate e a
atuar de forma articulada na elaboração de orientação sobre alternativas ao uso de
políticas públicas e na execução de ações castigo físico ou de tratamento cruel ou
destinadas a coibir o uso de castigo físico degradante no processo educativo;
ou de tratamento cruel ou degradante e (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
difundir formas não violentas de educação
de crianças e de adolescentes, tendo como VI - a promoção de espaços
principais ações: (Incluído pela Lei nº intersetoriais locais para a articulação de
13.010, de 2014) ações e a elaboração de planos de atuação
conjunta focados nas famílias em situação
I - a promoção de campanhas de violência, com participação de
educativas permanentes para a divulgação profissionais de saúde, de assistência social
do direito da criança e do adolescente de e de educação e de órgãos de promoção,
serem educados e cuidados sem o uso de proteção e defesa dos direitos da criança e
castigo físico ou de tratamento cruel ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº
degradante e dos instrumentos de proteção 13.010, de 2014)
aos direitos humanos; (Incluído pela Lei
nº 13.010, de 2014) Parágrafo único. As famílias com
crianças e adolescentes com deficiência
II - a integração com os órgãos do terão prioridade de atendimento nas ações e
Poder Judiciário, do Ministério Público e da políticas públicas de prevenção e
Defensoria Pública, com o Conselho proteção. (Incluído pela Lei nº
Tutelar, com os Conselhos de Direitos da 13.010, de 2014)
Criança e do Adolescente e com as
entidades não governamentais que atuam na Art. 70-B. As entidades, públicas e
promoção, proteção e defesa dos direitos da privadas, que atuem nas áreas a que se
criança e do adolescente; (Incluído pela refere o art. 71, dentre outras, devem contar,
Lei nº 13.010, de 2014) em seus quadros, com pessoas capacitadas a
reconhecer e comunicar ao Conselho
III - a formação continuada e a Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos
capacitação dos profissionais de saúde, praticados contra crianças e
educação e assistência social e dos demais adolescentes. (Incluído pela Lei nº
agentes que atuam na promoção, proteção e 13.046, de 2014)
defesa dos direitos da criança e do
adolescente para o desenvolvimento das Parágrafo único. São igualmente
competências necessárias à prevenção, à responsáveis pela comunicação de que trata
identificação de evidências, ao diagnóstico este artigo, as pessoas encarregadas, por
e ao enfrentamento de todas as formas de razão de cargo, função, ofício, ministério,
violência contra a criança e o profissão ou ocupação, do cuidado,
adolescente; (Incluído pela Lei nº assistência ou guarda de crianças e
13.010, de 2014) adolescentes, punível, na forma deste
Estatuto, o injustificado retardamento ou
IV - o apoio e o incentivo às práticas omissão, culposos ou dolosos.
de resolução pacífica de conflitos que (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
envolvam violência contra a criança e o
adolescente; (Incluído pela Lei nº Art. 71. A criança e o adolescente têm
13.010, de 2014) direito a informação, cultura, lazer,
esportes, diversões, espetáculos e produtos
e serviços que respeitem sua condição Parágrafo único. Nenhum espetáculo
peculiar de pessoa em desenvolvimento. será apresentado ou anunciado sem aviso de
sua classificação, antes de sua transmissão,
Art. 72. As obrigações previstas nesta apresentação ou exibição.
Lei não excluem da prevenção especial
outras decorrentes dos princípios por ela Art. 77. Os proprietários, diretores,
adotados. gerentes e funcionários de empresas que
explorem a venda ou aluguel de fitas de
Art. 73. A inobservância das normas programação em vídeo cuidarão para que
de prevenção importará em não haja venda ou locação em desacordo
responsabilidade da pessoa física ou com a classificação atribuída pelo órgão
jurídica, nos termos desta Lei. competente.

Capítulo II Parágrafo único. As fitas a que alude


este artigo deverão exibir, no invólucro,
Da Prevenção Especial informação sobre a natureza da obra e a
faixa etária a que se destinam.
Seção I
Art. 78. As revistas e publicações
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, contendo material impróprio ou inadequado
Diversões e Espetáculos a crianças e adolescentes deverão ser
comercializadas em embalagem lacrada,
Art. 74. O poder público, através do com a advertência de seu conteúdo.
órgão competente, regulará as diversões e
espetáculos públicos, informando sobre a Parágrafo único. As editoras cuidarão
natureza deles, as faixas etárias a que não se para que as capas que contenham
recomendem, locais e horários em que sua mensagens pornográficas ou obscenas
apresentação se mostre inadequada. sejam protegidas com embalagem opaca.

Parágrafo único. Os responsáveis Art. 79. As revistas e publicações


pelas diversões e espetáculos públicos destinadas ao público infanto-juvenil não
deverão afixar, em lugar visível e de fácil poderão conter ilustrações, fotografias,
acesso, à entrada do local de exibição, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas
informação destacada sobre a natureza do alcoólicas, tabaco, armas e munições, e
espetáculo e a faixa etária especificada no deverão respeitar os valores éticos e sociais
certificado de classificação. da pessoa e da família.

Art. 75. Toda criança ou adolescente Art. 80. Os responsáveis por


terá acesso às diversões e espetáculos estabelecimentos que explorem
públicos classificados como adequados à comercialmente bilhar, sinuca ou congênere
sua faixa etária. ou por casas de jogos, assim entendidas as
que realizem apostas, ainda que
Parágrafo único. As crianças menores eventualmente, cuidarão para que não seja
de dez anos somente poderão ingressar e permitida a entrada e a permanência de
permanecer nos locais de apresentação ou crianças e adolescentes no local, afixando
exibição quando acompanhadas dos pais ou aviso para orientação do público.
responsável.
Seção II
Art. 76. As emissoras de rádio e
televisão somente exibirão, no horário Dos Produtos e Serviços
recomendado para o público infanto
juvenil, programas com finalidades Art. 81. É proibida a venda à criança
educativas, artísticas, culturais e ou ao adolescente de:
informativas.
I - armas, munições e explosivos; § 2º A autoridade judiciária poderá, a
pedido dos pais ou responsável, conceder
II - bebidas alcoólicas; autorização válida por dois anos.

III - produtos cujos componentes Art. 84. Quando se tratar de viagem


possam causar dependência física ou ao exterior, a autorização é dispensável, se a
psíquica ainda que por utilização indevida; criança ou adolescente:

IV - fogos de estampido e de artifício, I - estiver acompanhado de ambos os


exceto aqueles que pelo seu reduzido pais ou responsável;
potencial sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização II - viajar na companhia de um dos
indevida; pais, autorizado expressamente pelo outro
através de documento com firma
V - revistas e publicações a que alude reconhecida.
o art. 78;
Art. 85. Sem prévia e expressa
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. autorização judicial, nenhuma criança ou
adolescente nascido em território nacional
Art. 82. É proibida a hospedagem de poderá sair do País em companhia de
criança ou adolescente em hotel, motel, estrangeiro residente ou domiciliado no
pensão ou estabelecimento congênere, salvo exterior.
se autorizado ou acompanhado pelos pais
ou responsável. Parte Especial

Seção III Título I

Da Autorização para Viajar Da Política de Atendimento

Art. 83. Nenhuma criança poderá Capítulo I


viajar para fora da comarca onde reside,
desacompanhada dos pais ou responsável, Disposições Gerais
sem expressa autorização judicial.
Art. 86. A política de atendimento dos
§ 1º A autorização não será exigida direitos da criança e do adolescente far-se-á
quando: através de um conjunto articulado de ações
governamentais e não-governamentais, da
a) tratar-se de comarca contígua à da União, dos estados, do Distrito Federal e
residência da criança, se na mesma unidade dos municípios.
da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana; Art. 87. São linhas de ação da política
de atendimento:
b) a criança estiver acompanhada:
I - políticas sociais básicas;
1) de ascendente ou colateral maior,
até o terceiro grau, comprovado II - políticas e programas de
documentalmente o parentesco; assistência social, em caráter supletivo, para
aqueles que deles necessitem
2) de pessoa maior, expressamente
autorizada pelo pai, mãe ou responsável. II - serviços, programas, projetos e
benefícios de assistência social de garantia
de proteção social e de prevenção e redução
de violações de direitos, seus agravamentos
ou reincidências; (Redação dada pela IV - manutenção de fundos nacional,
Lei nº 13.257, de 2016) estaduais e municipais vinculados aos
respectivos conselhos dos direitos da
III - serviços especiais de prevenção e criança e do adolescente;
atendimento médico e psicossocial às
vítimas de negligência, maus-tratos, V - integração operacional de órgãos
exploração, abuso, crueldade e opressão; do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Segurança Pública e
IV - serviço de identificação e Assistência Social, preferencialmente em
localização de pais, responsável, crianças e um mesmo local, para efeito de agilização
adolescentes desaparecidos; do atendimento inicial a adolescente a
quem se atribua autoria de ato infracional;
V - proteção jurídico-social por
entidades de defesa dos direitos da criança e VI - mobilização da opinião pública
do adolescente. no sentido da indispensável participação
dos diversos segmentos da sociedade.
VI - políticas e programas destinados a
prevenir ou abreviar o período de VI - integração operacional de órgãos
afastamento do convívio familiar e a do Judiciário, Ministério Público,
garantir o efetivo exercício do direito à Defensoria, Conselho Tutelar e
convivência familiar de crianças e encarregados da execução das políticas
adolescentes; (Incluído pela Lei nº sociais básicas e de assistência social, para
12.010, de 2009) Vigência efeito de agilização do atendimento de
crianças e de adolescentes inseridos em
VII - campanhas de estímulo ao programas de acolhimento familiar ou
acolhimento sob forma de guarda de institucional, com vista na sua rápida
crianças e adolescentes afastados do reintegração à família de origem ou, se tal
convívio familiar e à adoção, solução se mostrar comprovadamente
especificamente inter-racial, de crianças inviável, sua colocação em família
maiores ou de adolescentes, com substituta, em quaisquer das modalidades
necessidades específicas de saúde ou com previstas no art. 28 desta Lei;
deficiências e de grupos de irmãos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
VII - mobilização da opinião pública
Art. 88. São diretrizes da política de para a indispensável participação dos
atendimento: diversos segmentos da sociedade.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
I - municipalização do atendimento; 2009) Vigência

II - criação de conselhos municipais, VIII - especialização e formação


estaduais e nacional dos direitos da criança continuada dos profissionais que trabalham
e do adolescente, órgãos deliberativos e nas diferentes áreas da atenção à primeira
controladores das ações em todos os níveis, infância, incluindo os conhecimentos sobre
assegurada a participação popular paritária direitos da criança e sobre desenvolvimento
por meio de organizações representativas, infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de
segundo leis federal, estaduais e 2016)
municipais;
IX - formação profissional com
III - criação e manutenção de abrangência dos diversos direitos da criança
programas específicos, observada a e do adolescente que favoreça a
descentralização político-administrativa; intersetorialidade no atendimento da
criança e do adolescente e seu
desenvolvimento integral; (Incluído VI - liberdade assistida;
pela Lei nº 13.257, de 2016) (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
X - realização e divulgação de
pesquisas sobre desenvolvimento infantil e VII - internação.
sobre prevenção da violência. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016) VII - semiliberdade; e
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de
Art. 89. A função de membro do 2012) (Vide)
conselho nacional e dos conselhos estaduais
e municipais dos direitos da criança e do VIII - internação. (Incluído
adolescente é considerada de interesse pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
público relevante e não será remunerada.
Parágrafo único. As entidades
Capítulo II governamentais e não-governamentais
deverão proceder à inscrição de seus
Das Entidades de Atendimento programas, especificando os regimes de
atendimento, na forma definida neste artigo,
Seção I junto ao Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, o qual
Disposições Gerais manterá registro das inscrições e de suas
alterações, do que fará comunicação ao
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
Art. 90. As entidades de atendimento
são responsáveis pela manutenção das
próprias unidades, assim como pelo § 1o As entidades governamentais e
planejamento e execução de programas de não governamentais deverão proceder à
proteção e sócio-educativos destinados a inscrição de seus programas, especificando
crianças e adolescentes, em regime os regimes de atendimento, na forma
de: (Vide) definida neste artigo, no Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, o qual manterá registro das
I - orientação e apoio sócio-familiar;
inscrições e de suas alterações, do que fará
comunicação ao Conselho Tutelar e à
II - apoio sócio-educativo em meio autoridade judiciária. (Incluído pela
aberto; Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - colocação familiar; § 2o Os recursos destinados à
implementação e manutenção dos
IV - abrigo; programas relacionados neste artigo serão
previstos nas dotações orçamentárias dos
IV - acolhimento institucional; órgãos públicos encarregados das áreas de
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de Educação, Saúde e Assistência Social,
2009) Vigência dentre outros, observando-se o princípio da
prioridade absoluta à criança e ao
V - liberdade assistida; adolescente preconizado pelo caput do art.
227 da Constituição Federal e pelo caput e
V - prestação de serviços à parágrafo único do art. 4 o desta
comunidade; (Redação dada pela Lei Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nº 12.594, de 2012) (Vide) 2009) Vigência

VI - semi-liberdade; § 3o Os programas em execução serão


reavaliados pelo Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, no
máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-
se critérios para renovação da autorização e) não se adequar ou deixar de
de funcionamento: (Incluído pela Lei cumprir as resoluções e deliberações
nº 12.010, de 2009) Vigência relativas à modalidade de atendimento
prestado expedidas pelos Conselhos de
I - o efetivo respeito às regras e Direitos da Criança e do Adolescente, em
princípios desta Lei, bem como às todos os níveis. (Incluída pela Lei nº
resoluções relativas à modalidade de 12.010, de 2009) Vigência
atendimento prestado expedidas pelos
Conselhos de Direitos da Criança e do § 2o O registro terá validade máxima
Adolescente, em todos os níveis; (Incluído de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, periodicamente, reavaliar o
II - a qualidade e eficiência do trabalho cabimento de sua renovação, observado o
desenvolvido, atestadas pelo Conselho disposto no § 1odeste artigo. (Incluído
Tutelar, pelo Ministério Público e pela pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Justiça da Infância e da Juventude;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 92. As entidades que
Vigência desenvolvam programas de abrigo deverão
adotar os seguintes princípios:
III - em se tratando de programas de
acolhimento institucional ou familiar, serão Art. 92. As entidades que
considerados os índices de sucesso na desenvolvam programas de acolhimento
reintegração familiar ou de adaptação à familiar ou institucional deverão adotar os
família substituta, conforme o caso. seguintes princípios: (Redação dada
(Incluído pela Lei nº 12.010, de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
I - preservação dos vínculos
Art. 91. As entidades não- familiares;
governamentais somente poderão funcionar
depois de registradas no Conselho I - preservação dos vínculos familiares
Municipal dos Direitos da Criança e do e promoção da reintegração familiar;
Adolescente, o qual comunicará o registro (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
ao Conselho Tutelar e à autoridade 2009) Vigência
judiciária da respectiva localidade.
II - integração em família substituta,
Parágrafo único. Será negado o quando esgotados os recursos de
registro à entidade que: manutenção na família natural ou
extensa; (Redação dada pela Lei nº
§ 1o Será negado o registro à 12.010, de 2009) Vigência
entidade que: (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência II - integração em família substituta,
quando esgotados os recursos de
a) não ofereça instalações físicas em manutenção na família de origem;
condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança; III - atendimento personalizado e em
pequenos grupos;
b) não apresente plano de trabalho
compatível com os princípios desta Lei; IV - desenvolvimento de atividades
em regime de co-educação;
c) esteja irregularmente constituída;
V - não desmembramento de grupos
d) tenha em seus quadros pessoas de irmãos;
inidôneas.
VI - evitar, sempre que possível, a cumprimento ao disposto nos incisos I e
transferência para outras entidades de VIII do caput deste artigo. (Incluído
crianças e adolescentes abrigados; pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - participação na vida da § 5o As entidades que desenvolvem


comunidade local; programas de acolhimento familiar ou
institucional somente poderão receber
VIII - preparação gradativa para o recursos públicos se comprovado o
desligamento; atendimento dos princípios, exigências e
finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei
IX - participação de pessoas da nº 12.010, de 2009) Vigência
comunidade no processo educativo.
§ 6o O descumprimento das
Parágrafo único. O dirigente de disposições desta Lei pelo dirigente de
entidade de abrigo e equiparado ao entidade que desenvolva programas de
guardião, para todos os efeitos de direito. acolhimento familiar ou institucional é
causa de sua destituição, sem prejuízo da
§ 1o O dirigente de entidade que apuração de sua responsabilidade
desenvolve programa de acolhimento administrativa, civil e
institucional é equiparado ao guardião, para criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010,
todos os efeitos de direito. (Incluído de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o Quando se tratar de criança de 0
§ 2o Os dirigentes de entidades que (zero) a 3 (três) anos em acolhimento
desenvolvem programas de acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à
familiar ou institucional remeterão à atuação de educadores de referência
autoridade judiciária, no máximo a cada 6 estáveis e qualitativamente significativos,
(seis) meses, relatório circunstanciado às rotinas específicas e ao atendimento das
acerca da situação de cada criança ou necessidades básicas, incluindo as de afeto
adolescente acolhido e sua família, para fins como prioritárias. (Incluído pela Lei nº
da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 13.257, de 2016)
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência Art. 93. As entidades que mantenham
programas de abrigo poderão, em caráter
§ 3o Os entes federados, por excepcional e de urgência, abrigar crianças
intermédio dos Poderes Executivo e e adolescentes sem prévia determinação da
Judiciário, promoverão conjuntamente a autoridade competente, fazendo
permanente qualificação dos profissionais comunicação do fato até o 2º dia útil
que atuam direta ou indiretamente em imediato.
programas de acolhimento institucional e
destinados à colocação familiar de crianças Art. 93. As entidades que mantenham
e adolescentes, incluindo membros do programa de acolhimento institucional
Poder Judiciário, Ministério Público e poderão, em caráter excepcional e de
Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº urgência, acolher crianças e adolescentes
12.010, de 2009) Vigência sem prévia determinação da autoridade
competente, fazendo comunicação do fato
§ 4o Salvo determinação em contrário em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da
da autoridade judiciária competente, as Infância e da Juventude, sob pena de
entidades que desenvolvem programas de responsabilidade. (Redação dada pela
acolhimento familiar ou institucional, se Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
necessário com o auxílio do Conselho
Tutelar e dos órgãos de assistência social, Parágrafo único. Recebida a
estimularão o contato da criança ou comunicação, a autoridade judiciária,
adolescente com seus pais e parentes, em ouvido o Ministério Público e se necessário
com o apoio do Conselho Tutelar local, X - propiciar escolarização e
tomará as medidas necessárias para profissionalização;
promover a imediata reintegração familiar
da criança ou do adolescente ou, se por XI - propiciar atividades culturais,
qualquer razão não for isso possível ou esportivas e de lazer;
recomendável, para seu encaminhamento a
programa de acolhimento familiar, XII - propiciar assistência religiosa
institucional ou a família substituta, àqueles que desejarem, de acordo com suas
observado o disposto no § 2 o do art. 101 crenças;
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência XIII - proceder a estudo social e
pessoal de cada caso;
Art. 94. As entidades que
desenvolvem programas de internação têm XIV - reavaliar periodicamente cada
as seguintes obrigações, entre outras: caso, com intervalo máximo de seis meses,
dando ciência dos resultados à autoridade
I - observar os direitos e garantias de competente;
que são titulares os adolescentes;
XV - informar, periodicamente, o
II - não restringir nenhum direito que adolescente internado sobre sua situação
não tenha sido objeto de restrição na processual;
decisão de internação;
XVI - comunicar às autoridades
III - oferecer atendimento competentes todos os casos de adolescentes
personalizado, em pequenas unidades e portadores de moléstias infecto-
grupos reduzidos; contagiosas;

IV - preservar a identidade e oferecer XVII - fornecer comprovante de


ambiente de respeito e dignidade ao depósito dos pertences dos adolescentes;
adolescente;
XVIII - manter programas destinados
V - diligenciar no sentido do ao apoio e acompanhamento de egressos;
restabelecimento e da preservação dos
vínculos familiares; XIX - providenciar os documentos
necessários ao exercício da cidadania
VI - comunicar à autoridade àqueles que não os tiverem;
judiciária, periodicamente, os casos em que
se mostre inviável ou impossível o XX - manter arquivo de anotações
reatamento dos vínculos familiares; onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do adolescente, seus
VII - oferecer instalações físicas em pais ou responsável, parentes, endereços,
condições adequadas de habitabilidade, sexo, idade, acompanhamento da sua
higiene, salubridade e segurança e os formação, relação de seus pertences e
objetos necessários à higiene pessoal; demais dados que possibilitem sua
identificação e a individualização do
VIII - oferecer vestuário e atendimento.
alimentação suficientes e adequados à faixa
etária dos adolescentes atendidos; § 1º Aplicam-se, no que couber, as
obrigações constantes deste artigo às
IX - oferecer cuidados médicos, entidades que mantêm programa de abrigo.
psicológicos, odontológicos e
farmacêuticos; § 1o Aplicam-se, no que couber, as
obrigações constantes deste artigo às
entidades que mantêm programas de
acolhimento institucional e II - às entidades não-governamentais:
familiar. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência a) advertência;

§ 2º No cumprimento das obrigações b) suspensão total ou parcial do


a que alude este artigo as entidades repasse de verbas públicas;
utilizarão preferencialmente os recursos da
comunidade. c) interdição de unidades ou
suspensão de programa;
Art. 94-A. As entidades, públicas ou
privadas, que abriguem ou recepcionem d) cassação do registro.
crianças e adolescentes, ainda que em
caráter temporário, devem ter, em seus Parágrafo único. Em caso de
quadros, profissionais capacitados a reiteradas infrações cometidas por
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar entidades de atendimento, que coloquem
suspeitas ou ocorrências de maus- em risco os direitos assegurados nesta Lei,
tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de deverá ser o fato comunicado ao Ministério
2014) Público ou representado perante autoridade
judiciária competente para as providências
Seção II cabíveis, inclusive suspensão das atividades
ou dissolução da entidade.
Da Fiscalização das Entidades
§ 1o Em caso de reiteradas infrações
Art. 95. As entidades governamentais cometidas por entidades de atendimento,
e não-governamentais referidas no art. 90 que coloquem em risco os direitos
serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo assegurados nesta Lei, deverá ser o fato
Ministério Público e pelos Conselhos comunicado ao Ministério Público ou
Tutelares. representado perante autoridade judiciária
competente para as providências cabíveis,
Art. 96. Os planos de aplicação e as inclusive suspensão das atividades ou
prestações de contas serão apresentados ao dissolução da entidade. (Redação
estado ou ao município, conforme a origem dada pela Lei nº 12.010, de
das dotações orçamentárias. 2009) Vigência

Art. 97. São medidas aplicáveis às § 2o As pessoas jurídicas de direito


entidades de atendimento que público e as organizações não
descumprirem obrigação constante do art. governamentais responderão pelos danos
94, sem prejuízo da responsabilidade civil e que seus agentes causarem às crianças e aos
criminal de seus dirigentes ou prepostos: adolescentes, caracterizado o
descumprimento dos princípios norteadores
I - às entidades governamentais: das atividades de proteção específica.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de
a) advertência; 2009) Vigência

b) afastamento provisório de seus Título II


dirigentes;
Das Medidas de Proteção
c) afastamento definitivo de seus
dirigentes; Capítulo I

d) fechamento de unidade ou Disposições Gerais


interdição de programa.
Art. 98. As medidas de proteção à
criança e ao adolescente são aplicáveis
sempre que os direitos reconhecidos nesta (três) esferas de governo, sem prejuízo da
Lei forem ameaçados ou violados: municipalização do atendimento e da
possibilidade da execução de programas por
I - por ação ou omissão da sociedade entidades não governamentais; (Incluído
ou do Estado; pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - por falta, omissão ou abuso dos IV - interesse superior da criança e do


pais ou responsável; adolescente: a intervenção deve atender
prioritariamente aos interesses e direitos da
III - em razão de sua conduta. criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros
Capítulo II interesses legítimos no âmbito da
pluralidade dos interesses presentes no caso
Das Medidas Específicas de Proteção concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 99. As medidas previstas neste
Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou V - privacidade: a promoção dos
cumulativamente, bem como substituídas a direitos e proteção da criança e do
qualquer tempo. adolescente deve ser efetuada no respeito
pela intimidade, direito à imagem e reserva
da sua vida privada; (Incluído pela Lei
Art. 100. Na aplicação das medidas
nº 12.010, de 2009) Vigência
levar-se-ão em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se aquelas que
visem ao fortalecimento dos vínculos VI - intervenção precoce: a
familiares e comunitários. intervenção das autoridades competentes
deve ser efetuada logo que a situação de
perigo seja conhecida; (Incluído pela
Parágrafo único. São também
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
princípios que regem a aplicação das
medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência VII - intervenção mínima: a
intervenção deve ser exercida
exclusivamente pelas autoridades e
I - condição da criança e do
instituições cuja ação seja indispensável à
adolescente como sujeitos de direitos:
efetiva promoção dos direitos e à proteção
crianças e adolescentes são os titulares dos
da criança e do adolescente; (Incluído
direitos previstos nesta e em outras Leis,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
bem como na Constituição Federal;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência VIII - proporcionalidade e atualidade:
a intervenção deve ser a necessária e
adequada à situação de perigo em que a
II - proteção integral e prioritária: a
criança ou o adolescente se encontram no
interpretação e aplicação de toda e qualquer
momento em que a decisão é tomada;
norma contida nesta Lei deve ser voltada à
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
proteção integral e prioritária dos direitos
2009) Vigência
de que crianças e adolescentes são
titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência IX - responsabilidade parental: a
intervenção deve ser efetuada de modo que
os pais assumam os seus deveres para com
III - responsabilidade primária e
a criança e o adolescente; (Incluído
solidária do poder público: a plena
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
efetivação dos direitos assegurados a
crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por X - prevalência da família: na
esta expressamente ressalvados, é de promoção de direitos e na proteção da
responsabilidade primária e solidária das 3 criança e do adolescente deve ser dada
prevalência às medidas que os mantenham III - matrícula e freqüência
ou reintegrem na sua família natural ou obrigatórias em estabelecimento oficial de
extensa ou, se isto não for possível, que ensino fundamental;
promovam a sua integração em família
substituta; (Incluído pela Lei nº IV - inclusão em programa
12.010, de 2009) Vigência comunitário ou oficial de auxílio à família,
à criança e ao adolescente;
X - prevalência da família: na
promoção de direitos e na proteção da IV - inclusão em serviços e
criança e do adolescente deve ser dada programas oficiais ou comunitários de
prevalência às medidas que os mantenham proteção, apoio e promoção da família, da
ou reintegrem na sua família natural ou criança e do adolescente; (Redação
extensa ou, se isso não for possível, que dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
promovam a sua integração em família
adotiva; (Redação dada pela Lei nº V - requisição de tratamento médico,
13.509, de 2017) psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial;
XI - obrigatoriedade da informação: a
criança e o adolescente, respeitado seu VI - inclusão em programa oficial ou
estágio de desenvolvimento e capacidade de comunitário de auxílio, orientação e
compreensão, seus pais ou responsável tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
devem ser informados dos seus direitos, dos
motivos que determinaram a intervenção e VII - abrigo em entidade;
da forma como esta se processa;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) VII - acolhimento
Vigência institucional; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
XII - oitiva obrigatória e participação:
a criança e o adolescente, em separado ou VIII - colocação em família substituta.
na companhia dos pais, de responsável ou
de pessoa por si indicada, bem como os
VIII - inclusão em programa de
seus pais ou responsável, têm direito a ser
acolhimento familiar; (Redação dada
ouvidos e a participar nos atos e na
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
definição da medida de promoção dos
direitos e de proteção, sendo sua opinião
devidamente considerada pela autoridade IX - colocação em família
judiciária competente, observado o disposto substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010,
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta de 2009) Vigência
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Parágrafo único. O abrigo é medida
provisória e excepcional, utilizável como
Art. 101. Verificada qualquer das forma de transição para a colocação em
hipóteses previstas no art. 98, a autoridade família substituta, não implicando privação
competente poderá determinar, dentre de liberdade.
outras, as seguintes medidas:
§ 1o O acolhimento institucional e o
I - encaminhamento aos pais ou acolhimento familiar são medidas
responsável, mediante termo de provisórias e excepcionais, utilizáveis como
responsabilidade; forma de transição para reintegração
familiar ou, não sendo esta possível, para
colocação em família substituta, não
II - orientação, apoio e
implicando privação de liberdade.
acompanhamento temporários;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 2o Sem prejuízo da tomada de autoridade judiciária competente, caso em
medidas emergenciais para proteção de que também deverá contemplar sua
vítimas de violência ou abuso sexual e das colocação em família substituta, observadas
providências a que alude o art. 130 desta as regras e princípios desta
Lei, o afastamento da criança ou Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
adolescente do convívio familiar é de 2009) Vigência
competência exclusiva da autoridade
judiciária e importará na deflagração, a § 5o O plano individual será elaborado
pedido do Ministério Público ou de quem sob a responsabilidade da equipe técnica do
tenha legítimo interesse, de procedimento respectivo programa de atendimento e
judicial contencioso, no qual se garanta aos levará em consideração a opinião da criança
pais ou ao responsável legal o exercício do ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do
contraditório e da ampla defesa. responsável. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) 12.010, de 2009) Vigência
Vigência
§ 6o Constarão do plano individual,
o
§ 3 Crianças e adolescentes somente dentre outros: (Incluído pela Lei nº
poderão ser encaminhados às instituições 12.010, de 2009) Vigência
que executam programas de acolhimento
institucional, governamentais ou não, por I - os resultados da avaliação
meio de uma Guia de Acolhimento, interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº
expedida pela autoridade judiciária, na qual 12.010, de 2009) Vigência
obrigatoriamente constará, dentre
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de II - os compromissos assumidos pelos
2009) Vigência pais ou responsável; e (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - sua identificação e a qualificação
completa de seus pais ou de seu III - a previsão das atividades a serem
responsável, se conhecidos; (Incluído desenvolvidas com a criança ou com o
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente acolhido e seus pais ou
responsável, com vista na reintegração
II - o endereço de residência dos pais familiar ou, caso seja esta vedada por
ou do responsável, com pontos de expressa e fundamentada determinação
referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, judicial, as providências a serem tomadas
de 2009) Vigência para sua colocação em família substituta,
sob direta supervisão da autoridade
III - os nomes de parentes ou de judiciária. (Incluído pela Lei nº
terceiros interessados em tê-los sob sua 12.010, de 2009) Vigência
guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 7o O acolhimento familiar ou
institucional ocorrerá no local mais
IV - os motivos da retirada ou da não próximo à residência dos pais ou do
reintegração ao convívio responsável e, como parte do processo de
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, reintegração familiar, sempre que
de 2009) Vigência identificada a necessidade, a família de
origem será incluída em programas oficiais
§ 4o Imediatamente após o de orientação, de apoio e de promoção
acolhimento da criança ou do adolescente, a social, sendo facilitado e estimulado o
entidade responsável pelo programa de contato com a criança ou com o adolescente
acolhimento institucional ou familiar acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010,
elaborará um plano individual de de 2009) Vigência
atendimento, visando à reintegração
familiar, ressalvada a existência de ordem § 8o Verificada a possibilidade de
escrita e fundamentada em contrário de reintegração familiar, o responsável pelo
programa de acolhimento familiar ou colocação em família substituta, em
institucional fará imediata comunicação à qualquer das modalidades previstas no art.
autoridade judiciária, que dará vista ao 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) 12.010, de 2009) Vigência
dias, decidindo em igual prazo.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de § 12. Terão acesso ao cadastro o
2009) Vigência Ministério Público, o Conselho Tutelar, o
órgão gestor da Assistência Social e os
§ 9o Em sendo constatada a Conselhos Municipais dos Direitos da
impossibilidade de reintegração da criança Criança e do Adolescente e da Assistência
ou do adolescente à família de origem, após Social, aos quais incumbe deliberar sobre a
seu encaminhamento a programas oficiais implementação de políticas públicas que
ou comunitários de orientação, apoio e permitam reduzir o número de crianças e
promoção social, será enviado relatório adolescentes afastados do convívio familiar
fundamentado ao Ministério Público, no e abreviar o período de permanência em
qual conste a descrição pormenorizada das programa de acolhimento. (Incluído
providências tomadas e a expressa pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
recomendação, subscrita pelos técnicos da
entidade ou responsáveis pela execução da Art. 102. As medidas de proteção de
política municipal de garantia do direito à que trata este Capítulo serão acompanhadas
convivência familiar, para a destituição do da regularização do registro civil. (Vide
poder familiar, ou destituição de tutela ou Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 1º Verificada a inexistência de
registro anterior, o assento de nascimento
§ 10. Recebido o relatório, o da criança ou adolescente será feito à vista
Ministério Público terá o prazo de 30 dos elementos disponíveis, mediante
(trinta) dias para o ingresso com a ação de requisição da autoridade judiciária.
destituição do poder familiar, salvo se
entender necessária a realização de estudos § 2º Os registros e certidões
complementares ou outras providências que necessários à regularização de que trata este
entender indispensáveis ao ajuizamento da artigo são isentos de multas, custas e
demanda. (Incluído pela Lei nº emolumentos, gozando de absoluta
12.010, de 2009) Vigência prioridade.

§ 10. Recebido o relatório, o § 3o Caso ainda não definida a


Ministério Público terá o prazo de 15 paternidade, será deflagrado procedimento
(quinze) dias para o ingresso com a ação de específico destinado à sua averiguação,
destituição do poder familiar, salvo se conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29
entender necessária a realização de estudos de dezembro de 1992. (Incluído pela
complementares ou de outras providências Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
indispensáveis ao ajuizamento da
demanda. (Redação dada pela Lei nº § 4o Nas hipóteses previstas no §
13.509, de 2017) o
3 deste artigo, é dispensável o ajuizamento
de ação de investigação de paternidade pelo
§ 11. A autoridade judiciária manterá, Ministério Público se, após o não
em cada comarca ou foro regional, um comparecimento ou a recusa do suposto pai
cadastro contendo informações atualizadas em assumir a paternidade a ele atribuída, a
sobre as crianças e adolescentes em regime criança for encaminhada para
de acolhimento familiar e institucional sob adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010,
sua responsabilidade, com informações de 2009) Vigência
pormenorizadas sobre a situação jurídica de
cada um, bem como as providências § 5o Os registros e certidões
tomadas para sua reintegração familiar ou necessários à inclusão, a qualquer tempo,
do nome do pai no assento de nascimento recolhido serão incontinenti comunicados à
são isentos de multas, custas e autoridade judiciária competente e à família
emolumentos, gozando de absoluta do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
prioridade. (Incluído dada pela Lei
nº 13.257, de 2016) Parágrafo único. Examinar-se-á,
desde logo e sob pena de responsabilidade,
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a possibilidade de liberação imediata.
a averbação requerida do reconhecimento
de paternidade no assento de nascimento e a Art. 108. A internação, antes da
certidão correspondente. (Incluído sentença, pode ser determinada pelo prazo
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) máximo de quarenta e cinco dias.

Título III Parágrafo único. A decisão deverá ser


fundamentada e basear-se em indícios
Da Prática de Ato Infracional suficientes de autoria e materialidade,
demonstrada a necessidade imperiosa da
Capítulo I medida.

Disposições Gerais Art. 109. O adolescente civilmente


identificado não será submetido a
Art. 103. Considera-se ato infracional identificação compulsória pelos órgãos
a conduta descrita como crime ou policiais, de proteção e judiciais, salvo para
contravenção penal. efeito de confrontação, havendo dúvida
fundada.
Art. 104. São penalmente
inimputáveis os menores de dezoito anos, Capítulo III
sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Das Garantias Processuais
Parágrafo único. Para os efeitos desta
Lei, deve ser considerada a idade do Art. 110. Nenhum adolescente será
adolescente à data do fato. privado de sua liberdade sem o devido
processo legal.
Art. 105. Ao ato infracional praticado
por criança corresponderão as medidas Art. 111. São asseguradas ao
previstas no art. 101. adolescente, entre outras, as seguintes
garantias:
Capítulo II
I - pleno e formal conhecimento da
Dos Direitos Individuais atribuição de ato infracional, mediante
citação ou meio equivalente;
Art. 106. Nenhum adolescente será
privado de sua liberdade senão em flagrante II - igualdade na relação processual,
de ato infracional ou por ordem escrita e podendo confrontar-se com vítimas e
fundamentada da autoridade judiciária testemunhas e produzir todas as provas
competente. necessárias à sua defesa;

Parágrafo único. O adolescente tem III - defesa técnica por advogado;


direito à identificação dos responsáveis pela
sua apreensão, devendo ser informado IV - assistência judiciária gratuita e
acerca de seus direitos. integral aos necessitados, na forma da lei;

Art. 107. A apreensão de qualquer V - direito de ser ouvido


adolescente e o local onde se encontra pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de Art. 114. A imposição das medidas
seus pais ou responsável em qualquer fase previstas nos incisos II a VI do art. 112
do procedimento. pressupõe a existência de provas suficientes
da autoria e da materialidade da infração,
Capítulo IV ressalvada a hipótese de remissão, nos
termos do art. 127.
Das Medidas Sócio-Educativas
Parágrafo único. A advertência poderá
Seção I ser aplicada sempre que houver prova da
materialidade e indícios suficientes da
Disposições Gerais autoria.

Art. 112. Verificada a prática de ato Seção II


infracional, a autoridade competente poderá
aplicar ao adolescente as seguintes Da Advertência
medidas:
Art. 115. A advertência consistirá em
I - advertência; admoestação verbal, que será reduzida a
termo e assinada.
II - obrigação de reparar o dano;
Seção III
III - prestação de serviços à
comunidade; Da Obrigação de Reparar o Dano

IV - liberdade assistida; Art. 116. Em se tratando de ato


infracional com reflexos patrimoniais, a
V - inserção em regime de semi- autoridade poderá determinar, se for o caso,
liberdade; que o adolescente restitua a coisa, promova
o ressarcimento do dano, ou, por outra
VI - internação em estabelecimento forma, compense o prejuízo da vítima.
educacional;
Parágrafo único. Havendo manifesta
VII - qualquer uma das previstas no impossibilidade, a medida poderá ser
art. 101, I a VI. substituída por outra adequada.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente Seção IV


levará em conta a sua capacidade de
cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade Da Prestação de Serviços à Comunidade
da infração.
Art. 117. A prestação de serviços
§ 2º Em hipótese alguma e sob comunitários consiste na realização de
pretexto algum, será admitida a prestação tarefas gratuitas de interesse geral, por
de trabalho forçado. período não excedente a seis meses, junto a
entidades assistenciais, hospitais, escolas e
§ 3º Os adolescentes portadores de outros estabelecimentos congêneres, bem
doença ou deficiência mental receberão como em programas comunitários ou
tratamento individual e especializado, em governamentais.
local adequado às suas condições.
Parágrafo único. As tarefas serão
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o atribuídas conforme as aptidões do
disposto nos arts. 99 e 100. adolescente, devendo ser cumpridas durante
jornada máxima de oito horas semanais, aos
sábados, domingos e feriados ou em dias
úteis, de modo a não prejudicar a freqüência atividades externas, independentemente de
à escola ou à jornada normal de trabalho. autorização judicial.

Seção V § 1º São obrigatórias a escolarização


e a profissionalização, devendo, sempre que
Da Liberdade Assistida possível, ser utilizados os recursos
existentes na comunidade.
Art. 118. A liberdade assistida será
adotada sempre que se afigurar a medida § 2º A medida não comporta prazo
mais adequada para o fim de acompanhar, determinado aplicando-se, no que couber,
auxiliar e orientar o adolescente. as disposições relativas à internação.

§ 1º A autoridade designará pessoa Seção VII


capacitada para acompanhar o caso, a qual
poderá ser recomendada por entidade ou Da Internação
programa de atendimento.
Art. 121. A internação constitui
§ 2º A liberdade assistida será fixada medida privativa da liberdade, sujeita aos
pelo prazo mínimo de seis meses, podendo princípios de brevidade, excepcionalidade e
a qualquer tempo ser prorrogada, revogada respeito à condição peculiar de pessoa em
ou substituída por outra medida, ouvido o desenvolvimento.
orientador, o Ministério Público e o
defensor. § 1º Será permitida a realização de
atividades externas, a critério da equipe
Art. 119. Incumbe ao orientador, com técnica da entidade, salvo expressa
o apoio e a supervisão da autoridade determinação judicial em contrário.
competente, a realização dos seguintes
encargos, entre outros: § 2º A medida não comporta prazo
determinado, devendo sua manutenção ser
I - promover socialmente o reavaliada, mediante decisão fundamentada,
adolescente e sua família, fornecendo-lhes no máximo a cada seis meses.
orientação e inserindo-os, se necessário, em
programa oficial ou comunitário de auxílio § 3º Em nenhuma hipótese o período
e assistência social; máximo de internação excederá a três anos.

II - supervisionar a freqüência e o § 4º Atingido o limite estabelecido no


aproveitamento escolar do adolescente, parágrafo anterior, o adolescente deverá ser
promovendo, inclusive, sua matrícula; liberado, colocado em regime de semi-
liberdade ou de liberdade assistida.
III - diligenciar no sentido da
profissionalização do adolescente e de sua § 5º A liberação será compulsória aos
inserção no mercado de trabalho; vinte e um anos de idade.

IV - apresentar relatório do caso. § 6º Em qualquer hipótese a


desinternação será precedida de autorização
Seção VI judicial, ouvido o Ministério Público.

Do Regime de Semi-liberdade § 7o A determinação judicial


mencionada no § 1o poderá ser revista a
Art. 120. O regime de semi-liberdade qualquer tempo pela autoridade
pode ser determinado desde o início, ou judiciária. (Incluído pela Lei nº
como forma de transição para o meio 12.594, de 2012) (Vide)
aberto, possibilitada a realização de
Art. 122. A medida de internação só IV - ser informado de sua situação
poderá ser aplicada quando: processual, sempre que solicitada;

I - tratar-se de ato infracional V - ser tratado com respeito e


cometido mediante grave ameaça ou dignidade;
violência a pessoa;
VI - permanecer internado na mesma
II - por reiteração no cometimento de localidade ou naquela mais próxima ao
outras infrações graves; domicílio de seus pais ou responsável;

III - por descumprimento reiterado e VII - receber visitas, ao menos,


injustificável da medida anteriormente semanalmente;
imposta.
VIII - corresponder-se com seus
§ 1º O prazo de internação na familiares e amigos;
hipótese do inciso III deste artigo não
poderá ser superior a três meses. IX - ter acesso aos objetos
necessários à higiene e asseio pessoal;
§ 1o O prazo de internação na
hipótese do inciso III deste artigo não X - habitar alojamento em condições
poderá ser superior a 3 (três) meses, adequadas de higiene e salubridade;
devendo ser decretada judicialmente após o
devido processo legal. (Redação XI - receber escolarização e
dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) profissionalização;

§ 2º. Em nenhuma hipótese será XII - realizar atividades culturais,


aplicada a internação, havendo outra esportivas e de lazer:
medida adequada.
XIII - ter acesso aos meios de
Art. 123. A internação deverá ser comunicação social;
cumprida em entidade exclusiva para
adolescentes, em local distinto daquele XIV - receber assistência religiosa,
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa segundo a sua crença, e desde que assim o
separação por critérios de idade, deseje;
compleição física e gravidade da infração.
XV - manter a posse de seus objetos
Parágrafo único. Durante o período de pessoais e dispor de local seguro para
internação, inclusive provisória, serão guardá-los, recebendo comprovante
obrigatórias atividades pedagógicas. daqueles porventura depositados em poder
da entidade;
Art. 124. São direitos do adolescente
privado de liberdade, entre outros, os XVI - receber, quando de sua
seguintes: desinternação, os documentos pessoais
indispensáveis à vida em sociedade.
I - entrevistar-se pessoalmente com o
representante do Ministério Público; § 1º Em nenhum caso haverá
incomunicabilidade.
II - peticionar diretamente a qualquer
autoridade; § 2º A autoridade judiciária poderá
suspender temporariamente a visita,
III - avistar-se reservadamente com inclusive de pais ou responsável, se
seu defensor; existirem motivos sérios e fundados de sua
prejudicialidade aos interesses do I - encaminhamento a serviços e
adolescente. programas oficiais ou comunitários de
proteção, apoio e promoção da
Art. 125. É dever do Estado zelar pela família; (Redação dada dada pela Lei
integridade física e mental dos internos, nº 13.257, de 2016)
cabendo-lhe adotar as medidas adequadas
de contenção e segurança. II - inclusão em programa oficial ou
comunitário de auxílio, orientação e
Capítulo V tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

Da Remissão III - encaminhamento a tratamento


psicológico ou psiquiátrico;
Art. 126. Antes de iniciado o
procedimento judicial para apuração de ato IV - encaminhamento a cursos ou
infracional, o representante do Ministério programas de orientação;
Público poderá conceder a remissão, como
forma de exclusão do processo, atendendo V - obrigação de matricular o filho ou
às circunstâncias e conseqüências do fato, pupilo e acompanhar sua freqüência e
ao contexto social, bem como à aproveitamento escolar;
personalidade do adolescente e sua maior
ou menor participação no ato infracional. VI - obrigação de encaminhar a
criança ou adolescente a tratamento
Parágrafo único. Iniciado o especializado;
procedimento, a concessão da remissão pela
autoridade judiciária importará na VII - advertência;
suspensão ou extinção do processo.
VIII - perda da guarda;
Art. 127. A remissão não implica
necessariamente o reconhecimento ou IX - destituição da tutela;
comprovação da responsabilidade, nem
prevalece para efeito de antecedentes, X - suspensão ou destituição do pátrio
podendo incluir eventualmente a aplicação poder poder familiar. (Expressão
de qualquer das medidas previstas em lei, substituída pela Lei nº 12.010, de
exceto a colocação em regime de semi- 2009) Vigência
liberdade e a internação.
Parágrafo único. Na aplicação das
Art. 128. A medida aplicada por força medidas previstas nos incisos IX e X deste
da remissão poderá ser revista artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23
judicialmente, a qualquer tempo, mediante e 24.
pedido expresso do adolescente ou de seu
representante legal, ou do Ministério Art. 130. Verificada a hipótese de
Público. maus-tratos, opressão ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a
Título IV autoridade judiciária poderá determinar,
como medida cautelar, o afastamento do
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou agressor da moradia comum.
Responsável
Parágrafo único. Da medida cautelar
Art. 129. São medidas aplicáveis aos constará, ainda, a fixação provisória dos
pais ou responsável: alimentos de que necessitem a criança ou o
adolescente dependentes do
I - encaminhamento a programa agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415,
oficial ou comunitário de proteção à de 2011)
família;
Título V Art. 134. Lei municipal ou distrital
disporá sobre o local, dia e horário de
Do Conselho Tutelar funcionamento do Conselho Tutelar,
inclusive quanto à remuneração dos
Capítulo I respectivos membros, aos quais é
assegurado o direito a: (Redação dada
Disposições Gerais pela Lei nº 12.696, de 2012)

I - cobertura previdenciária;
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão
(Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
permanente e autônomo, não jurisdicional,
encarregado pela sociedade de zelar pelo II - gozo de férias anuais
cumprimento dos direitos da criança e do remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço)
adolescente, definidos nesta Lei. do valor da remuneração mensal;
(Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 132. Em cada Município haverá,
no mínimo, um Conselho Tutelar composto III - licença-maternidade;
de cinco membros, eleitos pelos cidadãos (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
locais para mandato de três anos, permitida
uma reeleição. IV - licença-paternidade;
Art. 132. Em cada Município haverá, (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
no mínimo, um Conselho Tutelar composto
de cinco membros, escolhidos pela V - gratificação natalina.
comunidade local para mandato de três (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
anos, permitida uma
recondução. (Redação dada pela Lei Parágrafo único. Constará da lei
nº 8.242, de 12.10.1991) orçamentária municipal previsão dos
recursos necessários ao funcionamento do
Art. 132. Em cada Município e em Conselho Tutelar.
cada Região Administrativa do Distrito
Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Parágrafo único. Constará da lei
Conselho Tutelar como órgão integrante da orçamentária municipal e da do Distrito
administração pública local, composto de 5 Federal previsão dos recursos necessários
(cinco) membros, escolhidos pela ao funcionamento do Conselho Tutelar e à
população local para mandato de 4 (quatro) remuneração e formação continuada dos
anos, permitida 1 (uma) recondução, conselheiros tutelares. (Redação
mediante novo processo de escolha. dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
(Redação dada pela Lei nº 12.696, de
2012) Art. 135. O exercício efetivo da
função de conselheiro constituirá serviço
Art. 133. Para a candidatura a público relevante, estabelecerá presunção
membro do Conselho Tutelar, serão de idoneidade moral e assegurará prisão
exigidos os seguintes requisitos: especial, em caso de crime comum, até o
julgamento definitivo.
I - reconhecida idoneidade moral;
Art. 135. O exercício efetivo da
função de conselheiro constituirá serviço
II - idade superior a vinte e um anos;
público relevante e estabelecerá presunção
de idoneidade moral. (Redação dada
III - residir no município. pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 134. Lei municipal disporá sobre Capítulo II
local, dia e horário de funcionamento do
Conselho Tutelar, inclusive quanto a
Das Atribuições do Conselho
eventual remuneração de seus membros.
Art. 136. São atribuições do Conselho XI - representar ao Ministério
Tutelar: Público, para efeito das ações de perda ou
suspensão do pátrio poder.
I - atender as crianças e adolescentes
nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, XI - representar ao Ministério Público
aplicando as medidas previstas no art. 101, para efeito das ações de perda ou suspensão
I a VII; do poder familiar, após esgotadas as
possibilidades de manutenção da criança ou
II - atender e aconselhar os pais ou do adolescente junto à família natural.
responsável, aplicando as medidas previstas (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
no art. 129, I a VII; 2009) Vigência

III - promover a execução de suas XII - promover e incentivar, na


decisões, podendo para tanto: comunidade e nos grupos profissionais,
ações de divulgação e treinamento para o
a) requisitar serviços públicos nas reconhecimento de sintomas de maus-tratos
áreas de saúde, educação, serviço social, em crianças e adolescentes. (Incluído
previdência, trabalho e segurança; pela Lei nº 13.046, de 2014)

b) representar junto à autoridade Parágrafo único. Se, no exercício de


judiciária nos casos de descumprimento suas atribuições, o Conselho Tutelar
injustificado de suas deliberações. entender necessário o afastamento do
convívio familiar, comunicará incontinenti
IV - encaminhar ao Ministério o fato ao Ministério Público, prestando-lhe
Público notícia de fato que constitua informações sobre os motivos de tal
infração administrativa ou penal contra os entendimento e as providências tomadas
direitos da criança ou adolescente; para a orientação, o apoio e a promoção
social da família. (Incluído pela Lei
V - encaminhar à autoridade nº 12.010, de 2009) Vigência
judiciária os casos de sua competência;
Art. 137. As decisões do Conselho
VI - providenciar a medida Tutelar somente poderão ser revistas pela
estabelecida pela autoridade judiciária, autoridade judiciária a pedido de quem
dentre as previstas no art. 101, de I a VI, tenha legítimo interesse.
para o adolescente autor de ato infracional;
Capítulo III
VII - expedir notificações;
Da Competência
VIII - requisitar certidões de
nascimento e de óbito de criança ou Art. 138. Aplica-se ao Conselho
adolescente quando necessário; Tutelar a regra de competência constante do
art. 147.
IX - assessorar o Poder Executivo
local na elaboração da proposta Capítulo IV
orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do Da Escolha dos Conselheiros
adolescente;
Art. 139. O processo eleitoral para a
X - representar, em nome da pessoa e escolha dos membros do Conselho Tutelar
da família, contra a violação dos direitos será estabelecido em Lei Municipal e
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da realizado sob a presidência de Juiz eleitoral
Constituição Federal; e a fiscalização do Ministério Público.
Art. 139. O processo para a escolha Disposições Gerais
dos membros do Conselho Tutelar será
estabelecido em lei municipal e realizado Art. 141. É garantido o acesso de toda
sob a responsabilidade do Conselho criança ou adolescente à Defensoria
Municipal dos Direitos da Criança e do Pública, ao Ministério Público e ao Poder
Adolescente, e a fiscalização do Ministério Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
Público. (Redação dada pela Lei nº
8.242, de 12.10.1991) § 1º. A assistência judiciária gratuita
será prestada aos que dela necessitarem,
§ 1o O processo de escolha dos através de defensor público ou advogado
membros do Conselho Tutelar ocorrerá em nomeado.
data unificada em todo o território nacional
a cada 4 (quatro) anos, no primeiro § 2º As ações judiciais da
domingo do mês de outubro do ano competência da Justiça da Infância e da
subsequente ao da eleição presidencial. Juventude são isentas de custas e
(Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) emolumentos, ressalvada a hipótese de
litigância de má-fé.
§ 2o A posse dos conselheiros
tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do Art. 142. Os menores de dezesseis
ano subsequente ao processo de escolha. anos serão representados e os maiores de
(Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) dezesseis e menores de vinte e um anos
assistidos por seus pais, tutores ou
§ 3o No processo de escolha dos
curadores, na forma da legislação civil ou
membros do Conselho Tutelar, é vedado ao
processual.
candidato doar, oferecer, prometer ou
entregar ao eleitor bem ou vantagem
pessoal de qualquer natureza, inclusive Parágrafo único. A autoridade
brindes de pequeno valor. (Incluído judiciária dará curador especial à criança ou
pela Lei nº 12.696, de 2012) adolescente, sempre que os interesses
destes colidirem com os de seus pais ou
responsável, ou quando carecer de
Capítulo V
representação ou assistência legal ainda que
eventual.
Dos Impedimentos
Art. 143. E vedada a divulgação de
Art. 140. São impedidos de servir no atos judiciais, policiais e administrativos
mesmo Conselho marido e mulher, que digam respeito a crianças e
ascendentes e descendentes, sogro e genro adolescentes a que se atribua autoria de ato
ou nora, irmãos, cunhados, durante o infracional.
cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
madrasta e enteado.
Parágrafo único. Qualquer notícia a
respeito do fato não poderá identificar a
Parágrafo único. Estende-se o criança ou adolescente, vedando-se
impedimento do conselheiro, na forma fotografia, referência a nome, apelido,
deste artigo, em relação à autoridade filiação, parentesco e residência.
judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância
Parágrafo único. Qualquer notícia a
e da Juventude, em exercício na comarca,
respeito do fato não poderá identificar a
foro regional ou distrital.
criança ou adolescente, vedando-se
fotografia, referência a nome, apelido,
Título VI filiação, parentesco, residência e, inclusive,
iniciais do nome e
Do Acesso à Justiça sobrenome. (Redação dada pela Lei nº
10.764, de 12.11.2003)
Capítulo I
Art. 144. A expedição de cópia ou § 3º Em caso de infração cometida
certidão de atos a que se refere o artigo através de transmissão simultânea de rádio
anterior somente será deferida pela ou televisão, que atinja mais de uma
autoridade judiciária competente, se comarca, será competente, para aplicação
demonstrado o interesse e justificada a da penalidade, a autoridade judiciária do
finalidade. local da sede estadual da emissora ou rede,
tendo a sentença eficácia para todas as
Capítulo II transmissoras ou retransmissoras do
respectivo estado.
Da Justiça da Infância e da Juventude
Art. 148. A Justiça da Infância e da
Seção I Juventude é competente para:

Disposições Gerais I - conhecer de representações


promovidas pelo Ministério Público, para
Art. 145. Os estados e o Distrito apuração de ato infracional atribuído a
Federal poderão criar varas especializadas e adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
exclusivas da infância e da juventude,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua II - conceder a remissão, como forma
proporcionalidade por número de de suspensão ou extinção do processo;
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e
dispor sobre o atendimento, inclusive em III - conhecer de pedidos de adoção e
plantões. seus incidentes;

Seção II IV - conhecer de ações civis fundadas


em interesses individuais, difusos ou
Do Juiz coletivos afetos à criança e ao adolescente,
observado o disposto no art. 209;
Art. 146. A autoridade a que se refere
esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, V - conhecer de ações decorrentes de
ou o juiz que exerce essa função, na forma irregularidades em entidades de
da lei de organização judiciária local. atendimento, aplicando as medidas
cabíveis;
Art. 147. A competência será
determinada: VI - aplicar penalidades
administrativas nos casos de infrações
I - pelo domicílio dos pais ou contra norma de proteção à criança ou
responsável; adolescente;

II - pelo lugar onde se encontre a VII - conhecer de casos


criança ou adolescente, à falta dos pais ou encaminhados pelo Conselho Tutelar,
responsável. aplicando as medidas cabíveis.

§ 1º. Nos casos de ato infracional, Parágrafo único. Quando se tratar de


será competente a autoridade do lugar da criança ou adolescente nas hipóteses do art.
ação ou omissão, observadas as regras de 98, é também competente a Justiça da
conexão, continência e prevenção. Infância e da Juventude para o fim de:

§ 2º A execução das medidas poderá a) conhecer de pedidos de guarda e


ser delegada à autoridade competente da tutela;
residência dos pais ou responsável, ou do
local onde sediar-se a entidade que abrigar b) conhecer de ações de destituição
a criança ou adolescente. do pátrio poder poder familiar, perda ou
modificação da tutela ou guarda;
(Expressão substituída pela Lei nº b) certames de beleza.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Para os fins do disposto neste
c) suprir a capacidade ou o artigo, a autoridade judiciária levará em
consentimento para o casamento; conta, dentre outros fatores:

d) conhecer de pedidos baseados em a) os princípios desta Lei;


discordância paterna ou materna, em
relação ao exercício do pátrio poder poder b) as peculiaridades locais;
familiar; (Expressão substituída pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência c) a existência de instalações
adequadas;
e) conceder a emancipação, nos
termos da lei civil, quando faltarem os pais; d) o tipo de freqüência habitual ao
local;
f) designar curador especial em casos
de apresentação de queixa ou representação, e) a adequação do ambiente a
ou de outros procedimentos judiciais ou eventual participação ou freqüência de
extrajudiciais em que haja interesses de crianças e adolescentes;
criança ou adolescente;
f) a natureza do espetáculo.
g) conhecer de ações de alimentos;
§ 2º As medidas adotadas na
h) determinar o cancelamento, a conformidade deste artigo deverão ser
retificação e o suprimento dos registros de fundamentadas, caso a caso, vedadas as
nascimento e óbito. determinações de caráter geral.

Art. 149. Compete à autoridade Seção III


judiciária disciplinar, através de portaria, ou
autorizar, mediante alvará: Dos Serviços Auxiliares

I - a entrada e permanência de criança Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na


ou adolescente, desacompanhado dos pais elaboração de sua proposta orçamentária,
ou responsável, em: prever recursos para manutenção de equipe
interprofissional, destinada a assessorar a
a) estádio, ginásio e campo Justiça da Infância e da Juventude.
desportivo;
Art. 151. Compete à equipe
b) bailes ou promoções dançantes; interprofissional dentre outras atribuições
que lhe forem reservadas pela legislação
c) boate ou congêneres; local, fornecer subsídios por escrito,
mediante laudos, ou verbalmente, na
d) casa que explore comercialmente audiência, e bem assim desenvolver
diversões eletrônicas; trabalhos de aconselhamento, orientação,
encaminhamento, prevenção e outros, tudo
e) estúdios cinematográficos, de sob a imediata subordinação à autoridade
teatro, rádio e televisão. judiciária, assegurada a livre manifestação
do ponto de vista técnico.
II - a participação de criança e
adolescente em: Parágrafo único. Na ausência ou
insuficiência de servidores públicos
a) espetáculos públicos e seus integrantes do Poder Judiciário
ensaios; responsáveis pela realização dos estudos
psicossociais ou de quaisquer outras Parágrafo único. O disposto neste
espécies de avaliações técnicas exigidas por artigo não se aplica para o fim de
esta Lei ou por determinação judicial, a afastamento da criança ou do adolescente
autoridade judiciária poderá proceder à de sua família de origem e em outros
nomeação de perito, nos termos do art. 156 procedimentos necessariamente
da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 contenciosos. (Incluído pela Lei nº
(Código de Processo Civil). 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 154. Aplica-se às multas o
Capítulo III disposto no art. 214.

Dos Procedimentos Seção II

Seção I Da Perda e da Suspensão do Pátrio


Poder Poder Familiar
Disposições Gerais (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 152. Aos procedimentos
regulados nesta Lei aplicam-se Art. 155. O procedimento para a
subsidiariamente as normas gerais previstas perda ou a suspensão do pátrio poder poder
na legislação processual pertinente. familiar terá início por provocação do
Ministério Público ou de quem tenha
Parágrafo único. É assegurada, sob legítimo interesse. (Expressão
pena de responsabilidade, prioridade substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
absoluta na tramitação dos processos e Vigência
procedimentos previstos nesta Lei, assim
como na execução dos atos e diligências Art. 156. A petição inicial indicará:
judiciais a eles referentes. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - a autoridade judiciária a que for
dirigida;
§ 1º É assegurada, sob pena de
responsabilidade, prioridade absoluta na II - o nome, o estado civil, a profissão
tramitação dos processos e procedimentos e a residência do requerente e do requerido,
previstos nesta Lei, assim como na dispensada a qualificação em se tratando de
execução dos atos e diligências judiciais a pedido formulado por representante do
eles referentes. (Incluído pela Lei nº Ministério Público;
12.010, de 2009) Vigência
III - a exposição sumária do fato e o
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta pedido;
Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são
contados em dias corridos, excluído o dia IV - as provas que serão produzidas,
do começo e incluído o dia do vencimento, oferecendo, desde logo, o rol de
vedado o prazo em dobro para a Fazenda testemunhas e documentos.
Pública e o Ministério Público.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 157. Havendo motivo grave,
poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Art. 153. Se a medida judicial a ser Ministério Público, decretar a suspensão
adotada não corresponder a procedimento do pátrio poder poder familiar, liminar ou
previsto nesta ou em outra lei, a autoridade incidentalmente, até o julgamento definitivo
judiciária poderá investigar os fatos e da causa, ficando a criança ou adolescente
ordenar de ofício as providências confiado a pessoa idônea, mediante termo
necessárias, ouvido o Ministério Público. de responsabilidade. (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 1o Recebida a petição inicial, a Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509,
autoridade judiciária determinará, de 2017)
concomitantemente ao despacho de citação
e independentemente de requerimento do § 4o Na hipótese de os genitores
interessado, a realização de estudo social ou encontrarem-se em local incerto ou não
perícia por equipe interprofissional ou sabido, serão citados por edital no prazo de
multidisciplinar para comprovar a presença 10 (dez) dias, em publicação única,
de uma das causas de suspensão ou dispensado o envio de ofícios para a
destituição do poder familiar, ressalvado o localização. (Incluído pela Lei nº
disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e 13.509, de 2017)
observada a Lei no 13.431, de 4 de abril
de 2017. (Incluído pela Lei nº Art. 159. Se o requerido não tiver
13.509, de 2017) possibilidade de constituir advogado, sem
prejuízo do próprio sustento e de sua
§ 2o Em sendo os pais oriundos de família, poderá requerer, em cartório, que
comunidades indígenas, é ainda obrigatória lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá
a intervenção, junto à equipe a apresentação de resposta, contando-se o
interprofissional ou multidisciplinar prazo a partir da intimação do despacho de
referida no § 1o deste artigo, de nomeação.
representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, observado o Parágrafo único. Na hipótese de
disposto no § 6o do art. 28 desta Lei. requerido privado de liberdade, o oficial de
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) justiça deverá perguntar, no momento da
citação pessoal, se deseja que lhe seja
Art. 158. O requerido será citado nomeado defensor. (Incluído pela
para, no prazo de dez dias, oferecer resposta Lei nº 12.962, de 2014)
escrita, indicando as provas a serem
produzidas e oferecendo desde logo o rol de Art. 160. Sendo necessário, a
testemunhas e documentos. autoridade judiciária requisitará de qualquer
repartição ou órgão público a apresentação
Parágrafo único. Deverão ser de documento que interesse à causa, de
esgotados todos os meios para a citação ofício ou a requerimento das partes ou do
pessoal. Ministério Público.

§ 1o A citação será pessoal, salvo se Art. 161. Não sendo contestado o


esgotados todos os meios para sua pedido, a autoridade judiciária dará vista
realização. (Incluído pela Lei nº dos autos ao Ministério Público, por cinco
12.962, de 2014) dias, salvo quando este for o requerente,
decidindo em igual prazo.
§ 2o O requerido privado de liberdade
deverá ser citado pessoalmente. Art. 161. Se não for contestado o
(Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) pedido e tiver sido concluído o estudo
social ou a perícia realizada por equipe
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o interprofissional ou multidisciplinar, a
oficial de justiça houver procurado o autoridade judiciária dará vista dos autos ao
citando em seu domicílio ou residência sem Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo
o encontrar, deverá, havendo suspeita de quando este for o requerente, e decidirá em
ocultação, informar qualquer pessoa da igual prazo. (Redação dada pela Lei
família ou, em sua falta, qualquer vizinho nº 13.509, de 2017)
do dia útil em que voltará a fim de efetuar a
citação, na hora que designar, nos termos § 1º Havendo necessidade, a
do art. 252 e seguintes da Lei no 13.105, de autoridade judiciária poderá determinar a
16 de março de 2015 (Código de Processo realização de estudo social ou perícia por
equipe interprofissional, bem como a oitiva § 4o É obrigatória a oitiva dos pais
de testemunhas. sempre que esses forem identificados e
§ 1o A autoridade judiciária, de ofício estiverem em local conhecido.
ou a requerimento das partes ou do (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Ministério Público, determinará a 2009) Vigência
realização de estudo social ou perícia por
equipe interprofissional ou multidisciplinar, § 4º É obrigatória a oitiva dos pais
bem como a oitiva de testemunhas que sempre que eles forem identificados e
comprovem a presença de uma das causas estiverem em local conhecido, ressalvados
de suspensão ou destituição do poder os casos de não comparecimento perante a
familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Justiça quando devidamente citados.
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
Código Civil, ou no art. 24 desta 2017)
Lei. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 5o Se o pai ou a mãe estiverem
privados de liberdade, a autoridade judicial
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício requisitará sua apresentação para a
ou a requerimento das partes ou do oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962,
Ministério Público, determinará a oitiva de de 2014)
testemunhas que comprovem a presença de
uma das causas de suspensão ou destituição Art. 162. Apresentada a resposta, a
do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e autoridade judiciária dará vista dos autos ao
1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de Ministério Público, por cinco dias, salvo
2002 (Código Civil), ou no art. 24 desta quando este for o requerente, designando,
Lei. (Redação dada pela Lei nº desde logo, audiência de instrução e
13.509, de 2017) julgamento.

§ 2º Se o pedido importar em § 1º A requerimento de qualquer das


modificação de guarda, será obrigatória, partes, do Ministério Público, ou de ofício,
desde que possível e razoável, a oitiva da a autoridade judiciária poderá determinar a
criança ou adolescente. realização de estudo social ou, se possível,
§ 2o Em sendo os pais oriundos de de perícia por equipe interprofissional.
comunidades indígenas, é ainda obrigatória
a intervenção, junto à equipe profissional § 1º (Revogado). (Redação
ou multidisciplinar referida no § 1o deste dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
artigo, de representantes do órgão federal
responsável pela política indigenista, § 2º Na audiência, presentes as partes
observado o disposto no § 6o do art. 28 e o Ministério Público, serão ouvidas as
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº testemunhas, colhendo-se oralmente o
12.010, de 2009) Vigência parecer técnico, salvo quando apresentado
por escrito, manifestando-se
§ 2o (Revogado). (Redação sucessivamente o requerente, o requerido e
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) o Ministério Público, pelo tempo de vinte
minutos cada um, prorrogável por mais dez.
§ 3o Se o pedido importar em A decisão será proferida na audiência,
modificação de guarda, será obrigatória, podendo a autoridade judiciária,
desde que possível e razoável, a oitiva da excepcionalmente, designar data para sua
criança ou adolescente, respeitado seu leitura no prazo máximo de cinco dias.
estágio de desenvolvimento e grau de
compreensão sobre as implicações da § 2o Na audiência, presentes as partes
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, e o Ministério Público, serão ouvidas as
de 2009) Vigência testemunhas, colhendo-se oralmente o
parecer técnico, salvo quando apresentado
por escrito, manifestando-se
sucessivamente o requerente, o requerido e Art. 164. Na destituição da tutela,
o Ministério Público, pelo tempo de 20 observar-se-á o procedimento para a
(vinte) minutos cada um, prorrogável por remoção de tutor previsto na lei processual
mais 10 (dez) minutos. (Redação civil e, no que couber, o disposto na seção
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) anterior.

§ 3o A decisão será proferida na Seção IV


audiência, podendo a autoridade judiciária,
excepcionalmente, designar data para sua Da Colocação em Família Substituta
leitura no prazo máximo de 5 (cinco)
dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, Art. 165. São requisitos para a
de 2017) concessão de pedidos de colocação em
família substituta:
§ 4o Quando o procedimento de
destituição de poder familiar for iniciado I - qualificação completa do
pelo Ministério Público, não haverá requerente e de seu eventual cônjuge, ou
necessidade de nomeação de curador companheiro, com expressa anuência deste;
especial em favor da criança ou
adolescente. (Incluído pela Lei nº II - indicação de eventual parentesco
13.509, de 2017) do requerente e de seu cônjuge, ou
companheiro, com a criança ou adolescente,
Art. 163. A sentença que decretar a especificando se tem ou não parente vivo;
perda ou a suspensão do pátrio poder poder
familiar será averbada à margem do registro III - qualificação completa da criança
de nascimento da criança ou ou adolescente e de seus pais, se
adolescente. (Expressão substituída conhecidos;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 163. O prazo máximo para IV - indicação do cartório onde foi
conclusão do procedimento será de 120 inscrito nascimento, anexando, se possível,
(cento e vinte) dias. (Redação dada uma cópia da respectiva certidão;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - declaração sobre a existência de
Art. 163. O prazo máximo para bens, direitos ou rendimentos relativos à
conclusão do procedimento será de 120 criança ou ao adolescente.
(cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no
caso de notória inviabilidade de Parágrafo único. Em se tratando de
manutenção do poder familiar, dirigir adoção, observar-se-ão também os
esforços para preparar a criança ou o requisitos específicos.
adolescente com vistas à colocação em
família substituta. (Redação dada Art. 166. Se os pais forem falecidos,
pela Lei nº 13.509, de 2017) tiverem sido destituídos ou suspensos do
pátrio poder poder familiar, ou houverem
Parágrafo único. A sentença que aderido expressamente ao pedido de
decretar a perda ou a suspensão do poder colocação em família substituta, este poderá
familiar será averbada à margem do registro ser formulado diretamente em cartório, em
de nascimento da criança ou do petição assinada pelos próprios
adolescente. (Incluído pela Lei nº requerentes. (Expressão substituída
12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Na hipótese de
Seção III concordância dos pais, eles serão ouvidos
pela autoridade judiciária e pelo
Da Destituição da Tutela representante do Ministério Público,
tomando-se por termo as declarações.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, § 3o São garantidos a livre
tiverem sido destituídos ou suspensos do manifestação de vontade dos detentores do
poder familiar, ou houverem aderido poder familiar e o direito ao sigilo das
expressamente ao pedido de colocação em informações. (Redação dada pela
família substituta, este poderá ser Lei nº 13.509, de 2017)
formulado diretamente em cartório, em
petição assinada pelos próprios requerentes, § 4o O consentimento prestado por
dispensada a assistência de advogado. escrito não terá validade se não for
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de ratificado na audiência a que se refere o §
2009) Vigência 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Na hipótese de concordância dos
pais, esses serão ouvidos pela autoridade § 4o O consentimento prestado por
judiciária e pelo representante do Ministério escrito não terá validade se não for
Público, tomando-se por termo as ratificado na audiência a que se refere o §
declarações. (Incluído pela Lei nº 1o deste artigo. (Redação dada pela
12.010, de 2009) Vigência Lei nº 13.509, de 2017)

§ 1o Na hipótese de concordância dos § 5o O consentimento é retratável até a


pais, o juiz: (Redação dada pela Lei data da publicação da sentença constitutiva
nº 13.509, de 2017) da adoção. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
I - na presença do Ministério Público,
ouvirá as partes, devidamente assistidas por § 5o O consentimento é retratável até a
advogado ou por defensor público, para data da realização da audiência especificada
verificar sua concordância com a adoção, no § 1o deste artigo, e os pais podem
no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado exercer o arrependimento no prazo de 10
da data do protocolo da petição ou da (dez) dias, contado da data de prolação da
entrega da criança em juízo, tomando por sentença de extinção do poder familiar.
termo as declarações; e (Incluído (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
pela Lei nº 13.509, de 2017) 2017)

II - declarará a extinção do poder § 6o O consentimento somente terá


familiar. (Incluído pela Lei nº valor se for dado após o nascimento da
13.509, de 2017) criança. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 2o O consentimento dos titulares do
poder familiar será precedido de § 7o A família substituta receberá a
orientações e esclarecimentos prestados devida orientação por intermédio de equipe
pela equipe interprofissional da Justiça da técnica interprofissional a serviço do Poder
Infância e da Juventude, em especial, no Judiciário, preferencialmente com apoio
caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da dos técnicos responsáveis pela execução da
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, política municipal de garantia do direito à
de 2009) Vigência convivência familiar. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o O consentimento dos titulares do
poder familiar será colhido pela autoridade § 7o A família natural e a família
judiciária competente em audiência, substituta receberão a devida orientação por
presente o Ministério Público, garantida a intermédio de equipe técnica
livre manifestação de vontade e esgotados interprofissional a serviço da Justiça da
os esforços para manutenção da criança ou Infância e da Juventude, preferencialmente
do adolescente na família natural ou com apoio dos técnicos responsáveis pela
extensa. (Incluído pela Lei nº 12.010, execução da política municipal de garantia
de 2009) Vigência do direito à convivência familiar.
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de Seção V
2017)
Da Apuração de Ato Infracional
Art. 167. A autoridade judiciária, de Atribuído a Adolescente
ofício ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, determinará a Art. 171. O adolescente apreendido
realização de estudo social ou, se possível, por força de ordem judicial será, desde
perícia por equipe interprofissional, logo, encaminhado à autoridade judiciária.
decidindo sobre a concessão de guarda
provisória, bem como, no caso de adoção, Art. 172. O adolescente apreendido
sobre o estágio de convivência. em flagrante de ato infracional será, desde
logo, encaminhado à autoridade policial
Parágrafo único. Deferida a competente.
concessão da guarda provisória ou do
estágio de convivência, a criança ou o Parágrafo único. Havendo repartição
adolescente será entregue ao interessado, policial especializada para atendimento de
mediante termo de adolescente e em se tratando de ato
responsabilidade. (Incluído pela Lei infracional praticado em co-autoria com
nº 12.010, de 2009) Vigência maior, prevalecerá a atribuição da
repartição especializada, que, após as
Art. 168. Apresentado o relatório providências necessárias e conforme o caso,
social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre encaminhará o adulto à repartição policial
que possível, a criança ou o adolescente, própria.
dar-se-á vista dos autos ao Ministério
Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo Art. 173. Em caso de flagrante de ato
a autoridade judiciária em igual prazo. infracional cometido mediante violência ou
grave ameaça a pessoa, a autoridade
Art. 169. Nas hipóteses em que a policial, sem prejuízo do disposto nos arts.
destituição da tutela, a perda ou a suspensão 106, parágrafo único, e 107, deverá:
do pátrio poder poder familiar constituir
pressuposto lógico da medida principal de I - lavrar auto de apreensão, ouvidos
colocação em família substituta, será as testemunhas e o adolescente;
observado o procedimento contraditório
previsto nas Seções II e III deste II - apreender o produto e os
Capítulo. (Expressão substituída pela instrumentos da infração;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - requisitar os exames ou perícias
Parágrafo único. A perda ou a necessários à comprovação da
modificação da guarda poderá ser decretada materialidade e autoria da infração.
nos mesmos autos do procedimento,
observado o disposto no art. 35. Parágrafo único. Nas demais
hipóteses de flagrante, a lavratura do auto
Art. 170. Concedida a guarda ou a poderá ser substituída por boletim de
tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, ocorrência circunstanciada.
quanto à adoção, o contido no art. 47.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos
Parágrafo único. A colocação de pais ou responsável, o adolescente será
criança ou adolescente sob a guarda de prontamente liberado pela autoridade
pessoa inscrita em programa de policial, sob termo de compromisso e
acolhimento familiar será comunicada pela responsabilidade de sua apresentação ao
autoridade judiciária à entidade por este representante do Ministério Público, no
responsável no prazo máximo de 5 (cinco) mesmo dia ou, sendo impossível, no
dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de primeiro dia útil imediato, exceto quando,
2009) Vigência pela gravidade do ato infracional e sua
repercussão social, deva o adolescente mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
permanecer sob internação para garantia de boletim de ocorrência ou relatório policial,
sua segurança pessoal ou manutenção da devidamente autuados pelo cartório judicial
ordem pública. e com informação sobre os antecedentes do
adolescente, procederá imediata e
Art. 175. Em caso de não liberação, a informalmente à sua oitiva e, em sendo
autoridade policial encaminhará, desde possível, de seus pais ou responsável,
logo, o adolescente ao representante do vítima e testemunhas.
Ministério Público, juntamente com cópia
do auto de apreensão ou boletim de Parágrafo único. Em caso de não
ocorrência. apresentação, o representante do Ministério
Público notificará os pais ou responsável
§ 1º Sendo impossível a apresentação para apresentação do adolescente, podendo
imediata, a autoridade policial encaminhará requisitar o concurso das polícias civil e
o adolescente à entidade de atendimento, militar.
que fará a apresentação ao representante do
Ministério Público no prazo de vinte e Art. 180. Adotadas as providências a
quatro horas. que alude o artigo anterior, o representante
do Ministério Público poderá:
§ 2º Nas localidades onde não houver
entidade de atendimento, a apresentação I - promover o arquivamento dos
far-se-á pela autoridade policial. À falta de autos;
repartição policial especializada, o
adolescente aguardará a apresentação em II - conceder a remissão;
dependência separada da destinada a
maiores, não podendo, em qualquer III - representar à autoridade
hipótese, exceder o prazo referido no judiciária para aplicação de medida sócio-
parágrafo anterior. educativa.

Art. 176. Sendo o adolescente Art. 181. Promovido o arquivamento


liberado, a autoridade policial encaminhará dos autos ou concedida a remissão pelo
imediatamente ao representante do representante do Ministério Público,
Ministério Público cópia do auto de mediante termo fundamentado, que conterá
apreensão ou boletim de ocorrência. o resumo dos fatos, os autos serão
conclusos à autoridade judiciária para
Art. 177. Se, afastada a hipótese de homologação.
flagrante, houver indícios de participação
de adolescente na prática de ato infracional, § 1º Homologado o arquivamento ou
a autoridade policial encaminhará ao a remissão, a autoridade judiciária
representante do Ministério Público determinará, conforme o caso, o
relatório das investigações e demais cumprimento da medida.
documentos.
§ 2º Discordando, a autoridade
Art. 178. O adolescente a quem se judiciária fará remessa dos autos ao
atribua autoria de ato infracional não poderá Procurador-Geral de Justiça, mediante
ser conduzido ou transportado em despacho fundamentado, e este oferecerá
compartimento fechado de veículo policial, representação, designará outro membro do
em condições atentatórias à sua dignidade, Ministério Público para apresentá-la, ou
ou que impliquem risco à sua integridade ratificará o arquivamento ou a remissão,
física ou mental, sob pena de que só então estará a autoridade judiciária
responsabilidade. obrigada a homologar.

Art. 179. Apresentado o adolescente, Art. 182. Se, por qualquer razão, o
o representante do Ministério Público, no representante do Ministério Público não
promover o arquivamento ou conceder a poderá ser cumprida em estabelecimento
remissão, oferecerá representação à prisional.
autoridade judiciária, propondo a
instauração de procedimento para aplicação § 1º Inexistindo na comarca entidade
da medida sócio-educativa que se afigurar a com as características definidas no art. 123,
mais adequada. o adolescente deverá ser imediatamente
transferido para a localidade mais próxima.
§ 1º A representação será oferecida
por petição, que conterá o breve resumo dos § 2º Sendo impossível a pronta
fatos e a classificação do ato infracional e, transferência, o adolescente aguardará sua
quando necessário, o rol de testemunhas, remoção em repartição policial, desde que
podendo ser deduzida oralmente, em sessão em seção isolada dos adultos e com
diária instalada pela autoridade judiciária. instalações apropriadas, não podendo
ultrapassar o prazo máximo de cinco dias,
§ 2º A representação independe de sob pena de responsabilidade.
prova pré-constituída da autoria e
materialidade. Art. 186. Comparecendo o
adolescente, seus pais ou responsável, a
Art. 183. O prazo máximo e autoridade judiciária procederá à oitiva dos
improrrogável para a conclusão do mesmos, podendo solicitar opinião de
procedimento, estando o adolescente profissional qualificado.
internado provisoriamente, será de quarenta
e cinco dias. § 1º Se a autoridade judiciária
entender adequada a remissão, ouvirá o
Art. 184. Oferecida a representação, a representante do Ministério Público,
autoridade judiciária designará audiência de proferindo decisão.
apresentação do adolescente, decidindo,
desde logo, sobre a decretação ou § 2º Sendo o fato grave, passível de
manutenção da internação, observado o aplicação de medida de internação ou
disposto no art. 108 e parágrafo. colocação em regime de semi-liberdade, a
autoridade judiciária, verificando que o
§ 1º O adolescente e seus pais ou adolescente não possui advogado
responsável serão cientificados do teor da constituído, nomeará defensor, designando,
representação, e notificados a comparecer à desde logo, audiência em continuação,
audiência, acompanhados de advogado. podendo determinar a realização de
diligências e estudo do caso.
§ 2º Se os pais ou responsável não
forem localizados, a autoridade judiciária § 3º O advogado constituído ou o
dará curador especial ao adolescente. defensor nomeado, no prazo de três dias
contado da audiência de apresentação,
§ 3º Não sendo localizado o oferecerá defesa prévia e rol de
adolescente, a autoridade judiciária testemunhas.
expedirá mandado de busca e apreensão,
determinando o sobrestamento do feito, até § 4º Na audiência em continuação,
a efetiva apresentação. ouvidas as testemunhas arroladas na
representação e na defesa prévia, cumpridas
§ 4º Estando o adolescente internado, as diligências e juntado o relatório da
será requisitada a sua apresentação, sem equipe interprofissional, será dada a palavra
prejuízo da notificação dos pais ou ao representante do Ministério Público e ao
responsável. defensor, sucessivamente, pelo tempo de
vinte minutos para cada um, prorrogável
Art. 185. A internação, decretada ou por mais dez, a critério da autoridade
mantida pela autoridade judiciária, não judiciária, que em seguida proferirá
decisão.
Art. 187. Se o adolescente, Da Infiltração de Agentes de Polícia para
devidamente notificado, não comparecer, a Investigação de Crimes contra a
injustificadamente à audiência de Dignidade Sexual de Criança e de
apresentação, a autoridade judiciária Adolescente”
designará nova data, determinando sua
condução coercitiva. Art. 190-A. A infiltração de agentes
de polícia na internet com o fim de
Art. 188. A remissão, como forma de investigar os crimes previstos nos arts.
extinção ou suspensão do processo, poderá 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D
ser aplicada em qualquer fase do desta Lei e nos arts. 154-A, 217-
procedimento, antes da sentença. A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Art. 189. A autoridade judiciária não Penal), obedecerá às seguintes
aplicará qualquer medida, desde que regras: (Incluído pela Lei nº
reconheça na sentença: 13.441, de 2017)

I - estar provada a inexistência do I – será precedida de autorização


fato; judicial devidamente circunstanciada e
fundamentada, que estabelecerá os limites
II - não haver prova da existência do da infiltração para obtenção de prova,
fato; ouvido o Ministério
Público; (Incluído pela Lei nº
III - não constituir o fato ato 13.441, de 2017)
infracional;
II – dar-se-á mediante requerimento
IV - não existir prova de ter o do Ministério Público ou representação de
adolescente concorrido para o ato delegado de polícia e conterá a
infracional. demonstração de sua necessidade, o alcance
das tarefas dos policiais, os nomes ou
Parágrafo único. Na hipótese deste apelidos das pessoas investigadas e, quando
artigo, estando o adolescente internado, será possível, os dados de conexão ou cadastrais
imediatamente colocado em liberdade. que permitam a identificação dessas
pessoas; (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)
Art. 190. A intimação da sentença que
aplicar medida de internação ou regime de
semi-liberdade será feita: III – não poderá exceder o prazo de
90 (noventa) dias, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que o total não
I - ao adolescente e ao seu defensor;
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja
demonstrada sua efetiva necessidade, a
II - quando não for encontrado o critério da autoridade
adolescente, a seus pais ou responsável,
judicial. (Incluído pela Lei nº
sem prejuízo do defensor. 13.441, de 2017)
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a
§ 1º A autoridade judicial e o
intimação far-se-á unicamente na pessoa do Ministério Público poderão requisitar
defensor.
relatórios parciais da operação de
infiltração antes do término do prazo de que
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa trata o inciso II do § 1º deste
do adolescente, deverá este manifestar se artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441,
deseja ou não recorrer da sentença. de 2017)

Seção V-A § 2º Para efeitos do disposto no inciso


(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) I do § 1º deste artigo, consideram-
se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de excessos praticados. (Incluído pela
2017) Lei nº 13.441, de 2017)

I – dados de conexão: informações Art. 190-D. Os órgãos de registro e


referentes a hora, data, início, término, cadastro público poderão incluir nos bancos
duração, endereço de Protocolo de Internet de dados próprios, mediante procedimento
(IP) utilizado e terminal de origem da sigiloso e requisição da autoridade judicial,
conexão; (Incluído pela Lei nº as informações necessárias à efetividade da
13.441, de 2017) identidade fictícia criada. (Incluído
pela Lei nº 13.441, de 2017)
II – dados cadastrais: informações
referentes a nome e endereço de assinante Parágrafo único. O procedimento
ou de usuário registrado ou autenticado sigiloso de que trata esta Seção será
para a conexão a quem endereço de IP, numerado e tombado em livro
identificação de usuário ou código de específico. (Incluído pela Lei nº
acesso tenha sido atribuído no momento da 13.441, de 2017)
conexão.
Art. 190-E. Concluída a investigação,
§ 3º A infiltração de agentes de todos os atos eletrônicos praticados durante
polícia na internet não será admitida se a a operação deverão ser registrados,
prova puder ser obtida por outros gravados, armazenados e encaminhados ao
meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, juiz e ao Ministério Público, juntamente
de 2017) com relatório
circunstanciado. (Incluído pela Lei
Art. 190-B. As informações da nº 13.441, de 2017)
operação de infiltração serão encaminhadas
diretamente ao juiz responsável pela Parágrafo único. Os atos eletrônicos
autorização da medida, que zelará por seu registrados citados no caput deste artigo
sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, serão reunidos em autos apartados e
de 2017) apensados ao processo criminal juntamente
com o inquérito policial, assegurando-se a
Parágrafo único. Antes da conclusão preservação da identidade do agente
da operação, o acesso aos autos será policial infiltrado e a intimidade das
reservado ao juiz, ao Ministério Público e crianças e dos adolescentes
ao delegado de polícia responsável pela envolvidos. (Incluído pela Lei nº
operação, com o objetivo de garantir o 13.441, de 2017)
sigilo das investigações. (Incluído
pela Lei nº 13.441, de 2017) Seção VI

Art. 190-C. Não comete crime o Da Apuração de Irregularidades em


policial que oculta a sua identidade para, Entidade de Atendimento
por meio da internet, colher indícios de
autoria e materialidade dos crimes previstos Art. 191. O procedimento de
nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241- apuração de irregularidades em entidade
C e 241-D desta Lei e nosarts. 154-A, 217- governamental e não-governamental terá
A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº início mediante portaria da autoridade
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código judiciária ou representação do Ministério
Penal). (Incluído pela Lei nº Público ou do Conselho Tutelar, onde
13.441, de 2017) conste, necessariamente, resumo dos fatos.

Parágrafo único. O agente policial Parágrafo único. Havendo motivo


infiltrado que deixar de observar a estrita grave, poderá a autoridade judiciária,
finalidade da investigação responderá pelos ouvido o Ministério Público, decretar
liminarmente o afastamento provisório do
dirigente da entidade, mediante decisão § 1º No procedimento iniciado com o
fundamentada. auto de infração, poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a
Art. 192. O dirigente da entidade será natureza e as circunstâncias da infração.
citado para, no prazo de dez dias, oferecer
resposta escrita, podendo juntar § 2º Sempre que possível, à
documentos e indicar as provas a produzir. verificação da infração seguir-se-á a
lavratura do auto, certificando-se, em caso
Art. 193. Apresentada ou não a contrário, dos motivos do retardamento.
resposta, e sendo necessário, a autoridade
judiciária designará audiência de instrução Art. 195. O requerido terá prazo de
e julgamento, intimando as partes. dez dias para apresentação de defesa,
contado da data da intimação, que será
§ 1º Salvo manifestação em feita:
audiência, as partes e o Ministério Público
terão cinco dias para oferecer alegações I - pelo autuante, no próprio auto,
finais, decidindo a autoridade judiciária em quando este for lavrado na presença do
igual prazo. requerido;

§ 2º Em se tratando de afastamento II - por oficial de justiça ou


provisório ou definitivo de dirigente de funcionário legalmente habilitado, que
entidade governamental, a autoridade entregará cópia do auto ou da representação
judiciária oficiará à autoridade ao requerido, ou a seu representante legal,
administrativa imediatamente superior ao lavrando certidão;
afastado, marcando prazo para a
substituição. III - por via postal, com aviso de
recebimento, se não for encontrado o
§ 3º Antes de aplicar qualquer das requerido ou seu representante legal;
medidas, a autoridade judiciária poderá
fixar prazo para a remoção das IV - por edital, com prazo de trinta
irregularidades verificadas. Satisfeitas as dias, se incerto ou não sabido o paradeiro
exigências, o processo será extinto, sem do requerido ou de seu representante legal.
julgamento de mérito.
Art. 196. Não sendo apresentada a
§ 4º A multa e a advertência serão defesa no prazo legal, a autoridade
impostas ao dirigente da entidade ou judiciária dará vista dos autos do Ministério
programa de atendimento. Público, por cinco dias, decidindo em igual
prazo.
Seção VII
Art. 197. Apresentada a defesa, a
Da Apuração de Infração Administrativa autoridade judiciária procederá na
às Normas de Proteção à Criança e ao conformidade do artigo anterior, ou, sendo
Adolescente necessário, designará audiência de instrução
e julgamento. (Incluído pela Lei nº
Art. 194. O procedimento para 12.010, de 2009) Vigência
imposição de penalidade administrativa por
infração às normas de proteção à criança e Parágrafo único. Colhida a prova oral,
ao adolescente terá início por representação manifestar-se-ão sucessivamente o
do Ministério Público, ou do Conselho Ministério Público e o procurador do
Tutelar, ou auto de infração elaborado por requerido, pelo tempo de vinte minutos para
servidor efetivo ou voluntário credenciado, cada um, prorrogável por mais dez, a
e assinado por duas testemunhas, se critério da autoridade judiciária, que em
possível. seguida proferirá sentença.
Seção VIII encarregada de elaborar o estudo técnico a
(Incluída pela Lei nº 12.010, de que se refere o art. 197-C desta Lei;
2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção 2009) Vigência

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, II - requerer a designação de


domiciliados no Brasil, apresentarão audiência para oitiva dos postulantes em
petição inicial na qual conste: juízo e testemunhas; (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 12.010, de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
III - requerer a juntada de
I - qualificação completa; documentos complementares e a realização
(Incluído pela Lei nº 12.010, de de outras diligências que entender
2009) Vigência necessárias. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
II - dados familiares; (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 197-C. Intervirá no feito,
obrigatoriamente, equipe interprofissional a
III - cópias autenticadas de certidão serviço da Justiça da Infância e da
de nascimento ou casamento, ou declaração Juventude, que deverá elaborar estudo
relativa ao período de união estável; psicossocial, que conterá subsídios que
(Incluído pela Lei nº 12.010, de permitam aferir a capacidade e o preparo
2009) Vigência dos postulantes para o exercício de uma
paternidade ou maternidade responsável, à
IV - cópias da cédula de identidade e luz dos requisitos e princípios desta
inscrição no Cadastro de Pessoas Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência
§ 1o É obrigatória a participação dos
V - comprovante de renda e postulantes em programa oferecido pela
domicílio; (Incluído pela Lei nº Justiça da Infância e da Juventude
12.010, de 2009) Vigência preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política
VI - atestados de sanidade física e municipal de garantia do direito à
mental (Incluído pela Lei nº 12.010, convivência familiar, que inclua preparação
de 2009) Vigência psicológica, orientação e estímulo à adoção
inter-racial, de crianças maiores ou de
VII - certidão de antecedentes adolescentes, com necessidades específicas
criminais; (Incluído pela Lei nº de saúde ou com deficiências e de grupos
12.010, de 2009) Vigência de irmãos. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
VIII - certidão negativa de
distribuição cível. (Incluído pela Lei § 1o É obrigatória a participação dos
nº 12.010, de 2009) Vigência postulantes em programa oferecido pela
Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos
Art. 197-B. A autoridade judiciária,
responsáveis pela execução da política
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará
municipal de garantia do direito à
vista dos autos ao Ministério Público, que
convivência familiar e dos grupos de apoio
no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
à adoção devidamente habilitados perante a
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
Justiça da Infância e da Juventude, que
2009) Vigência
inclua preparação psicológica, orientação e
estímulo à adoção inter-racial, de crianças
I - apresentar quesitos a serem ou de adolescentes com deficiência, com
respondidos pela equipe interprofissional
doenças crônicas ou com necessidades (Incluído pela Lei nº 12.010, de
específicas de saúde, e de grupos de 2009) Vigência
irmãos. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) Parágrafo único. Caso não sejam
requeridas diligências, ou sendo essas
§ 2o Sempre que possível e indeferidas, a autoridade judiciária
recomendável, a etapa obrigatória da determinará a juntada do estudo
preparação referida no § 1o deste artigo psicossocial, abrindo a seguir vista dos
incluirá o contato com crianças e autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
adolescentes em regime de acolhimento dias, decidindo em igual prazo.
familiar ou institucional em condições de (Incluído pela Lei nº 12.010, de
serem adotados, a ser realizado sob a 2009) Vigência
orientação, supervisão e avaliação da
equipe técnica da Justiça da Infância e da Art. 197-E. Deferida a habilitação, o
Juventude, com o apoio dos técnicos postulante será inscrito nos cadastros
responsáveis pelo programa de acolhimento referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua
familiar ou institucional e pela execução da convocação para a adoção feita de acordo
política municipal de garantia do direito à com ordem cronológica de habilitação e
convivência familiar. (Incluído pela conforme a disponibilidade de crianças ou
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescentes adotáveis. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Sempre que possível e
recomendável, a etapa obrigatória da § 1o A ordem cronológica das
preparação referida no § 1o deste artigo habilitações somente poderá deixar de ser
incluirá o contato com crianças e observada pela autoridade judiciária nas
adolescentes em regime de acolhimento hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta
familiar ou institucional, a ser realizado sob Lei, quando comprovado ser essa a melhor
orientação, supervisão e avaliação da solução no interesse do adotando.
equipe técnica da Justiça da Infância e da (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Juventude e dos grupos de apoio à adoção, Vigência
com apoio dos técnicos responsáveis pelo
programa de acolhimento familiar e § 2o A recusa sistemática na adoção
institucional e pela execução da política das crianças ou adolescentes indicados
municipal de garantia do direito à importará na reavaliação da habilitação
convivência familiar. (Redação dada concedida. (Incluído pela Lei nº 12.010,
pela Lei nº 13.509, de 2017) de 2009) Vigência

§ 3o É recomendável que as crianças § 2o A habilitação à adoção deverá


e os adolescentes acolhidos ser renovada no mínimo trienalmente
institucionalmente ou por família mediante avaliação por equipe
acolhedora sejam preparados por equipe interprofissional. (Redação dada
interprofissional antes da inclusão em pela Lei nº 13.509, de 2017)
família adotiva. (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017) § 3o Quando o adotante candidatar-se
a uma nova adoção, será dispensável a
Art. 197-D. Certificada nos autos a renovação da habilitação, bastando a
conclusão da participação no programa avaliação por equipe interprofissional.
referido no art. 197-C desta Lei, a (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
autoridade judiciária, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, decidirá acerca das § 4o Após 3 (três) recusas
diligências requeridas pelo Ministério injustificadas, pelo habilitado, à adoção de
Público e determinará a juntada do estudo crianças ou adolescentes indicados dentro
psicossocial, designando, conforme o caso, do perfil escolhido, haverá reavaliação da
audiência de instrução e julgamento.
habilitação concedida. (Incluído sempre de 10 (dez) dias; (Redação
pela Lei nº 13.509, de 2017) dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 5o A desistência do pretendente em III - os recursos terão preferência de


relação à guarda para fins de adoção ou a julgamento e dispensarão revisor;
devolução da criança ou do adolescente
depois do trânsito em julgado da sentença IV - o agravado será intimado para,
de adoção importará na sua exclusão dos no prazo de cinco dias, oferecer resposta e
cadastros de adoção e na vedação de indicar as peças a serem trasladadas;
renovação da habilitação, salvo decisão (Revogado pela Lei nº 12.010, de
judicial fundamentada, sem prejuízo das 2009) Vigência
demais sanções previstas na legislação V - será de quarenta e oito horas o
vigente. (Incluído pela Lei nº prazo para a extração, a conferência e o
13.509, de 2017) conserto do traslado; (Revogado
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-F. O prazo máximo para VI - a apelação será recebida em seu
conclusão da habilitação à adoção será de efeito devolutivo. Será também conferido
120 (cento e vinte) dias, prorrogável por efeito suspensivo quando interposta contra
igual período, mediante decisão sentença que deferir a adoção por
fundamentada da autoridade judiciária. estrangeiro e, a juízo da autoridade
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) judiciária, sempre que houver perigo de
dano irreparável ou de difícil
Capítulo IV reparação; (Revogado pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Dos Recursos
VII - antes de determinar a remessa
dos autos à superior instância, no caso de
Art. 198. Nos procedimentos afetos à
apelação, ou do instrumento, no caso de
Justiça da Infância e da Juventude fica
agravo, a autoridade judiciária proferirá
adotado o sistema recursal do Código de
despacho fundamentado, mantendo ou
Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 5.869,
reformando a decisão, no prazo de cinco
de 11 de janeiro de 1973, e suas alterações
dias;
posteriores, com as seguintes adaptações:
VIII - mantida a decisão apelada ou
Art. 198. Nos procedimentos afetos à
agravada, o escrivão remeterá os autos ou o
Justiça da Infância e da Juventude,
instrumento à superior instância dentro de
inclusive os relativos à execução das
vinte e quatro horas, independentemente de
medidas socioeducativas, adotar-se-á o
novo pedido do recorrente; se a reformar, a
sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de
remessa dos autos dependerá de pedido
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
expresso da parte interessada ou do
com as seguintes adaptações:
Ministério Público, no prazo de cinco dias,
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de
contados da intimação.
2012) (Vide)
Art. 199. Contra as decisões
I - os recursos serão interpostos
proferidas com base no art. 149 caberá
independentemente de preparo;
recurso de apelação.
II - em todos os recursos, salvo o de
Art. 199-A. A sentença que deferir a
agravo de instrumento e de embargos de
adoção produz efeito desde logo, embora
declaração, o prazo para interpor e para
sujeita a apelação, que será recebida
responder será sempre de dez dias;
exclusivamente no efeito devolutivo, salvo
se se tratar de adoção internacional ou se
II - em todos os recursos, salvo nos
houver perigo de dano irreparável ou de
embargos de declaração, o prazo para o
difícil reparação ao adotando.
Ministério Público e para a defesa será
(Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 201. Compete ao Ministério
2009) Vigência Público:

Art. 199-B. A sentença que destituir I - conceder a remissão como forma


ambos ou qualquer dos genitores do poder de exclusão do processo;
familiar fica sujeita a apelação, que deverá
ser recebida apenas no efeito II - promover e acompanhar os
devolutivo. (Incluído pela Lei nº procedimentos relativos às infrações
12.010, de 2009) Vigência atribuídas a adolescentes;

Art. 199-C. Os recursos nos III - promover e acompanhar as ações


procedimentos de adoção e de destituição de alimentos e os procedimentos de
de poder familiar, em face da relevância das suspensão e destituição do pátrio
questões, serão processados com prioridade poder poder familiar, nomeação e remoção
absoluta, devendo ser imediatamente de tutores, curadores e guardiães, bem
distribuídos, ficando vedado que aguardem, como oficiar em todos os demais
em qualquer situação, oportuna procedimentos da competência da Justiça
distribuição, e serão colocados em mesa da Infância e da Juventude;
para julgamento sem revisão e com parecer (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
urgente do Ministério Público. de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência IV - promover, de ofício ou por
solicitação dos interessados, a
Art. 199-D. O relator deverá colocar especialização e a inscrição de hipoteca
o processo em mesa para julgamento no legal e a prestação de contas dos tutores,
prazo máximo de 60 (sessenta) dias, curadores e quaisquer administradores de
contado da sua conclusão. (Incluído bens de crianças e adolescentes nas
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência hipóteses do art. 98;

Parágrafo único. O Ministério V - promover o inquérito civil e a


Público será intimado da data do ação civil pública para a proteção dos
julgamento e poderá na sessão, se entender interesses individuais, difusos ou coletivos
necessário, apresentar oralmente seu relativos à infância e à adolescência,
parecer. (Incluído pela Lei nº inclusive os definidos no art. 220, § 3º
12.010, de 2009) Vigência inciso II, da Constituição Federal;

Art. 199-E. O Ministério Público VI - instaurar procedimentos


poderá requerer a instauração de administrativos e, para instruí-los:
procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o a) expedir notificações para colher
descumprimento das providências e do depoimentos ou esclarecimentos e, em caso
prazo previstos nos artigos anteriores. de não comparecimento injustificado,
(Incluído pela Lei nº 12.010, de requisitar condução coercitiva, inclusive
2009) Vigência pela polícia civil ou militar;

Capítulo V b) requisitar informações, exames,


perícias e documentos de autoridades
Do Ministério Público municipais, estaduais e federais, da
administração direta ou indireta, bem como
Art. 200. As funções do Ministério promover inspeções e diligências
Público previstas nesta Lei serão exercidas investigatórias;
nos termos da respectiva lei orgânica.
c) requisitar informações e § 3º O representante do Ministério
documentos a particulares e instituições Público, no exercício de suas funções, terá
privadas; livre acesso a todo local onde se encontre
criança ou adolescente.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar
diligências investigatórias e determinar a § 4º O representante do Ministério
instauração de inquérito policial, para Público será responsável pelo uso indevido
apuração de ilícitos ou infrações às normas das informações e documentos que
de proteção à infância e à juventude; requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

VIII - zelar pelo efetivo respeito aos § 5º Para o exercício da atribuição de


direitos e garantias legais assegurados às que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
crianças e adolescentes, promovendo as representante do Ministério Público:
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
a) reduzir a termo as declarações do
IX - impetrar mandado de segurança, reclamante, instaurando o competente
de injunção e habeas corpus, em qualquer procedimento, sob sua presidência;
juízo, instância ou tribunal, na defesa dos
interesses sociais e individuais b) entender-se diretamente com a
indisponíveis afetos à criança e ao pessoa ou autoridade reclamada, em dia,
adolescente; local e horário previamente notificados ou
acertados;
X - representar ao juízo visando à
aplicação de penalidade por infrações c) efetuar recomendações visando à
cometidas contra as normas de proteção à melhoria dos serviços públicos e de
infância e à juventude, sem prejuízo da relevância pública afetos à criança e ao
promoção da responsabilidade civil e penal adolescente, fixando prazo razoável para
do infrator, quando cabível; sua perfeita adequação.

XI - inspecionar as entidades públicas Art. 202. Nos processos e


e particulares de atendimento e os procedimentos em que não for parte, atuará
programas de que trata esta Lei, adotando obrigatoriamente o Ministério Público na
de pronto as medidas administrativas ou defesa dos direitos e interesses de que cuida
judiciais necessárias à remoção de esta Lei, hipótese em que terá vista dos
irregularidades porventura verificadas; autos depois das partes, podendo juntar
documentos e requerer diligências, usando
XII - requisitar força policial, bem os recursos cabíveis.
como a colaboração dos serviços médicos,
hospitalares, educacionais e de assistência Art. 203. A intimação do Ministério
social, públicos ou privados, para o Público, em qualquer caso, será feita
desempenho de suas atribuições. pessoalmente.

§ 1º A legitimação do Ministério Art. 204. A falta de intervenção do


Público para as ações cíveis previstas neste Ministério Público acarreta a nulidade do
artigo não impede a de terceiros, nas feito, que será declarada de ofício pelo juiz
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a ou a requerimento de qualquer interessado.
Constituição e esta Lei.
Art. 205. As manifestações
§ 2º As atribuições constantes deste processuais do representante do Ministério
artigo não excluem outras, desde que Público deverão ser fundamentadas.
compatíveis com a finalidade do Ministério
Público. Capítulo VI

Do Advogado
Art. 206. A criança ou o adolescente, III – de atendimento em creche e pré-
seus pais ou responsável, e qualquer pessoa escola às crianças de zero a cinco anos de
que tenha legítimo interesse na solução da idade; (Redação dada pela Lei nº
lide poderão intervir nos procedimentos de 13.306, de 2016)
que trata esta Lei, através de advogado, o
qual será intimado para todos os atos, IV - de ensino noturno regular,
pessoalmente ou por publicação oficial, adequado às condições do educando;
respeitado o segredo de justiça.
V - de programas suplementares de
Parágrafo único. Será prestada oferta de material didático-escolar,
assistência judiciária integral e gratuita transporte e assistência à saúde do
àqueles que dela necessitarem. educando do ensino fundamental;

Art. 207. Nenhum adolescente a VI - de serviço de assistência social


quem se atribua a prática de ato infracional, visando à proteção à família, à maternidade,
ainda que ausente ou foragido, será à infância e à adolescência, bem como ao
processado sem defensor. amparo às crianças e adolescentes que dele
necessitem;
§ 1º Se o adolescente não tiver
defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, VII - de acesso às ações e serviços de
ressalvado o direito de, a todo tempo, saúde;
constituir outro de sua preferência.
VIII - de escolarização e
§ 2º A ausência do defensor não profissionalização dos adolescentes
determinará o adiamento de nenhum ato do privados de liberdade.
processo, devendo o juiz nomear substituto,
ainda que provisoriamente, ou para o só IX - de ações, serviços e programas
efeito do ato. de orientação, apoio e promoção social de
famílias e destinados ao pleno exercício do
§ 3º Será dispensada a outorga de direito à convivência familiar por crianças e
mandato, quando se tratar de defensor adolescentes. (Incluído pela Lei nº
nomeado ou, sido constituído, tiver sido 12.010, de 2009) Vigência
indicado por ocasião de ato formal com a
presença da autoridade judiciária. X - de programas de atendimento para
a execução das medidas socioeducativas e
Capítulo VII aplicação de medidas de proteção.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de
Da Proteção Judicial dos Interesses 2012) (Vide)
Individuais, Difusos e Coletivos
XI - de políticas e programas
Art. 208. Regem-se pelas disposições integrados de atendimento à criança e ao
desta Lei as ações de responsabilidade por adolescente vítima ou testemunha de
ofensa aos direitos assegurados à criança e violência. (Incluído pela Lei nº 13.431,
ao adolescente, referentes ao não de 2017) (Vigência)
oferecimento ou oferta irregular:
Parágrafo único. As hipóteses
I - do ensino obrigatório; previstas neste artigo não excluem da
proteção judicial outros interesses
II - de atendimento educacional individuais, difusos ou coletivos, próprios
especializado aos portadores de deficiência; da infância e da adolescência, protegidos
pela Constituição e pela lei.
III - de atendimento em creche e pré-
escola às crianças de zero a seis anos de § 1o As hipóteses previstas neste
idade; artigo não excluem da proteção judicial
outros interesses individuais, difusos ou legitimada, o Ministério Público ou outro
coletivos, próprios da infância e da legitimado poderá assumir a titularidade
adolescência, protegidos pela Constituição ativa.
e pela Lei. (Renumerado do
Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de Art. 211. Os órgãos públicos
2005) legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua
§ 2o A investigação do conduta às exigências legais, o qual terá
desaparecimento de crianças ou eficácia de título executivo extrajudicial.
adolescentes será realizada imediatamente
após notificação aos órgãos competentes, Art. 212. Para defesa dos direitos e
que deverão comunicar o fato aos portos, interesses protegidos por esta Lei, são
aeroportos, Polícia Rodoviária e admissíveis todas as espécies de ações
companhias de transporte interestaduais e pertinentes.
internacionais, fornecendo-lhes todos os
dados necessários à identificação do § 1º Aplicam-se às ações previstas
desaparecido. (Incluído pela Lei nº neste Capítulo as normas do Código de
11.259, de 2005) Processo Civil.

Art. 209. As ações previstas neste § 2º Contra atos ilegais ou abusivos


Capítulo serão propostas no foro do local de autoridade pública ou agente de pessoa
onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou jurídica no exercício de atribuições do
omissão, cujo juízo terá competência poder público, que lesem direito líquido e
absoluta para processar a causa, ressalvadas certo previsto nesta Lei, caberá ação
a competência da Justiça Federal e a mandamental, que se regerá pelas normas
competência originária dos tribunais da lei do mandado de segurança.
superiores.
Art. 213. Na ação que tenha por
Art. 210. Para as ações cíveis objeto o cumprimento de obrigação de fazer
fundadas em interesses coletivos ou ou não fazer, o juiz concederá a tutela
difusos, consideram-se legitimados específica da obrigação ou determinará
concorrentemente: providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
I - o Ministério Público;
§ 1º Sendo relevante o fundamento da
II - a União, os estados, os demanda e havendo justificado receio de
municípios, o Distrito Federal e os ineficácia do provimento final, é lícito ao
territórios; juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citando o réu.
III - as associações legalmente
constituídas há pelo menos um ano e que § 2º O juiz poderá, na hipótese do
incluam entre seus fins institucionais a parágrafo anterior ou na sentença, impor
defesa dos interesses e direitos protegidos multa diária ao réu, independentemente de
por esta Lei, dispensada a autorização da pedido do autor, se for suficiente ou
assembléia, se houver prévia autorização compatível com a obrigação, fixando prazo
estatutária. razoável para o cumprimento do preceito.

§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio § 3º A multa só será exigível do réu


facultativo entre os Ministérios Públicos da após o trânsito em julgado da sentença
União e dos estados na defesa dos favorável ao autor, mas será devida desde o
interesses e direitos de que cuida esta Lei. dia em que se houver configurado o
descumprimento.
§ 2º Em caso de desistência ou
abandono da ação por associação
Art. 214. Os valores das multas Art. 219. Nas ações de que trata este
reverterão ao fundo gerido pelo Conselho Capítulo, não haverá adiantamento de
dos Direitos da Criança e do Adolescente custas, emolumentos, honorários periciais e
do respectivo município. quaisquer outras despesas.

§ 1º As multas não recolhidas até Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o


trinta dias após o trânsito em julgado da servidor público deverá provocar a
decisão serão exigidas através de execução iniciativa do Ministério Público, prestando-
promovida pelo Ministério Público, nos lhe informações sobre fatos que constituam
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos objeto de ação civil, e indicando-lhe os
demais legitimados. elementos de convicção.

§ 2º Enquanto o fundo não for Art. 221. Se, no exercício de suas


regulamentado, o dinheiro ficará depositado funções, os juízos e tribunais tiverem
em estabelecimento oficial de crédito, em conhecimento de fatos que possam ensejar
conta com correção monetária. a propositura de ação civil, remeterão peças
ao Ministério Público para as providências
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito cabíveis.
suspensivo aos recursos, para evitar dano
irreparável à parte. Art. 222. Para instruir a petição
inicial, o interessado poderá requerer às
Art. 216. Transitada em julgado a autoridades competentes as certidões e
sentença que impuser condenação ao poder informações que julgar necessárias, que
público, o juiz determinará a remessa de serão fornecidas no prazo de quinze dias.
peças à autoridade competente, para
apuração da responsabilidade civil e Art. 223. O Ministério Público poderá
administrativa do agente a que se atribua a instaurar, sob sua presidência, inquérito
ação ou omissão. civil, ou requisitar, de qualquer pessoa,
organismo público ou particular, certidões,
Art. 217. Decorridos sessenta dias do informações, exames ou perícias, no prazo
trânsito em julgado da sentença que assinalar, o qual não poderá ser inferior
condenatória sem que a associação autora a dez dias úteis.
lhe promova a execução, deverá fazê-lo o
Ministério Público, facultada igual § 1º Se o órgão do Ministério Público,
iniciativa aos demais legitimados. esgotadas todas as diligências, se convencer
da inexistência de fundamento para a
Art. 218. O juiz condenará a propositura da ação cível, promoverá o
associação autora a pagar ao réu os arquivamento dos autos do inquérito civil
honorários advocatícios arbitrados na ou das peças informativas, fazendo-o
conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º fundamentadamente.
5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Processo Civil), quando reconhecer que a § 2º Os autos do inquérito civil ou as
pretensão é manifestamente infundada. peças de informação arquivados serão
remetidos, sob pena de se incorrer em falta
Parágrafo único. Em caso de grave, no prazo de três dias, ao Conselho
litigância de má-fé, a associação autora e os Superior do Ministério Público.
diretores responsáveis pela propositura da
ação serão solidariamente condenados ao § 3º Até que seja homologada ou
décuplo das custas, sem prejuízo de rejeitada a promoção de arquivamento, em
responsabilidade por perdas e danos. sessão do Conselho Superior do Ministério
público, poderão as associações legitimadas
apresentar razões escritas ou documentos,
que serão juntados aos autos do inquérito
ou anexados às peças de informação.
§ 4º A promoção de arquivamento seu responsável, por ocasião da alta médica,
será submetida a exame e deliberação do declaração de nascimento, onde constem as
Conselho Superior do Ministério Público, intercorrências do parto e do
conforme dispuser o seu regimento. desenvolvimento do neonato:

§ 5º Deixando o Conselho Superior Pena - detenção de seis meses a dois


de homologar a promoção de arquivamento, anos.
designará, desde logo, outro órgão do
Ministério Público para o ajuizamento da Parágrafo único. Se o crime é
ação. culposo:

Art. 224. Aplicam-se Pena - detenção de dois a seis meses,


subsidiariamente, no que couber, as ou multa.
disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho
de 1985. Art. 229. Deixar o médico,
enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
Título VII de atenção à saúde de gestante de
identificar corretamente o neonato e a
Dos Crimes e Das Infrações parturiente, por ocasião do parto, bem como
Administrativas deixar de proceder aos exames referidos no
art. 10 desta Lei:
Capítulo I
Pena - detenção de seis meses a dois
Dos Crimes anos.

Seção I Parágrafo único. Se o crime é


culposo:
Disposições Gerais
Pena - detenção de dois a seis meses,
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre ou multa.
crimes praticados contra a criança e o
adolescente, por ação ou omissão, sem Art. 230. Privar a criança ou o
prejuízo do disposto na legislação penal. adolescente de sua liberdade, procedendo à
sua apreensão sem estar em flagrante de ato
Art. 226. Aplicam-se aos crimes infracional ou inexistindo ordem escrita da
definidos nesta Lei as normas da Parte autoridade judiciária competente:
Geral do Código Penal e, quanto ao
processo, as pertinentes ao Código de Pena - detenção de seis meses a dois
Processo Penal. anos.

Art. 227. Os crimes definidos nesta Parágrafo único. Incide na mesma


Lei são de ação pública incondicionada pena aquele que procede à apreensão sem
observância das formalidades legais.
Seção II
Art. 231. Deixar a autoridade policial
Dos Crimes em Espécie responsável pela apreensão de criança ou
adolescente de fazer imediata comunicação
Art. 228. Deixar o encarregado de à autoridade judiciária competente e à
serviço ou o dirigente de estabelecimento família do apreendido ou à pessoa por ele
de atenção à saúde de gestante de manter indicada:
registro das atividades desenvolvidas, na
forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, Pena - detenção de seis meses a dois
bem como de fornecer à parturiente ou a anos.
Art. 232. Submeter criança ou Art. 238. Prometer ou efetivar a
adolescente sob sua autoridade, guarda ou entrega de filho ou pupilo a terceiro,
vigilância a vexame ou a constrangimento: mediante paga ou recompensa:

Pena - detenção de seis meses a dois Pena - reclusão de um a quatro anos,


anos. e multa.

Art. 233. Submeter criança ou Parágrafo único. Incide nas mesmas


adolescente sob sua autoridade, guarda ou penas quem oferece ou efetiva a paga ou
vigilância a tortura: (Revogado pela Lei recompensa.
nº 9.455, de 7.4.1997:
Pena - reclusão de um a cinco anos. Art. 239. Promover ou auxiliar a
§ 1º Se resultar lesão corporal grave: efetivação de ato destinado ao envio de
Pena - reclusão de dois a oito anos. criança ou adolescente para o exterior com
§ 2º Se resultar lesão corporal inobservância das formalidades legais ou
gravíssima: com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a doze anos.
§ 3º Se resultar morte: Pena - reclusão de quatro a seis anos,
Pena - reclusão de quinze a trinta anos. e multa.

Art. 234. Deixar a autoridade Parágrafo único. Se há emprego de


competente, sem justa causa, de ordenar a violência, grave ameaça ou
imediata liberação de criança ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de
adolescente, tão logo tenha conhecimento 12.11.2003)
da ilegalidade da apreensão:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito)
Pena - detenção de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à
anos. violência.

Art. 235. Descumprir, Art. 240. Produzir ou dirigir


injustificadamente, prazo fixado nesta Lei representação teatral, televisiva ou película
em benefício de adolescente privado de cinematográfica, utilizando-se de criança ou
liberdade: adolescente em cena de sexo explícito ou
pornográfica:
Pena - detenção de seis meses a dois Pena - reclusão de um a quatro anos, e
anos. multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma
Art. 236. Impedir ou embaraçar a pena quem, nas condições referidas neste
ação de autoridade judiciária, membro do artigo, contracena com criança ou
Conselho Tutelar ou representante do adolescente.
Ministério Público no exercício de função Art. 240. Produzir ou dirigir
prevista nesta Lei: representação teatral, televisiva,
cinematográfica, atividade fotográfica ou de
Pena - detenção de seis meses a dois qualquer outro meio visual, utilizando-se de
anos. criança ou adolescente em cena
pornográfica, de sexo explícito ou
Art. 237. Subtrair criança ou vexatória: (Redação dada pela Lei nº
adolescente ao poder de quem o tem sob 10.764, de 12.11.2003)
sua guarda em virtude de lei ou ordem Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis)
judicial, com o fim de colocação em lar anos, e multa.
substituto: § 1o Incorre na mesma pena quem, nas
condições referidas neste artigo, contracena
Pena - reclusão de dois a seis anos, e com criança ou
multa. adolescente. (Renumerado do parágrafo
único, pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) Art. 241. Fotografar ou publicar cena
§ 2o A pena é de reclusão de 3 (três) a de sexo explícito ou pornográfica
8 (oito) anos: (Incluído pela Lei nº envolvendo criança ou adolescente:
10.764, de 12.11.2003) Pena - reclusão de um a quatro anos.
I - se o agente comete o crime no Art. 241. Apresentar, produzir, vender,
exercício de cargo ou função; fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer
II - se o agente comete o crime com o meio de comunicação, inclusive rede
fim de obter para si ou para outrem mundial de computadores ou internet,
vantagem patrimonial. fotografias ou imagens com pornografia ou
cenas de sexo explícito envolvendo criança
Art. 240. Produzir, reproduzir, ou adolescente: (Redação dada pela
dirigir, fotografar, filmar ou registrar, Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
por qualquer meio, cena de sexo Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis)
explícito ou pornográfica, envolvendo anos, e multa.
criança ou adolescente: (Redação § 1o Incorre na mesma pena
dada pela Lei nº 11.829, de 2008) quem: (Incluído pela Lei nº 10.764,
de 12.11.2003)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 I - agencia, autoriza, facilita ou, de
(oito) anos, e multa. (Redação dada qualquer modo, intermedeia a participação
pela Lei nº 11.829, de 2008) de criança ou adolescente em produção
referida neste artigo;
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem II - assegura os meios ou serviços para
agencia, facilita, recruta, coage, ou de o armazenamento das fotografias, cenas ou
qualquer modo intermedeia a imagens produzidas na forma do caput
participação de criança ou adolescente deste artigo;
nas cenas referidas no caput deste artigo, III - assegura, por qualquer meio, o
ou ainda quem com esses acesso, na rede mundial de computadores
contracena. (Redação dada pela Lei nº ou internet, das fotografias, cenas ou
11.829, de 2008) imagens produzidas na forma do caput
deste artigo.
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um § 2o A pena é de reclusão de 3 (três) a
terço) se o agente comete o crime: 8 (oito) anos: (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 10.764, de 12.11.2003)
2008) I - se o agente comete o crime
prevalecendo-se do exercício de cargo ou
função;
I – no exercício de cargo ou função
II - se o agente comete o crime com o
pública ou a pretexto de exercê-
fim de obter para si ou para outrem
la; (Redação dada pela Lei nº
vantagem patrimonial.
11.829, de 2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda
II – prevalecendo-se de relações
fotografia, vídeo ou outro registro que
domésticas, de coabitação ou de
contenha cena de sexo explícito ou
hospitalidade; ou (Redação dada
pornográfica envolvendo criança ou
pela Lei nº 11.829, de 2008)
adolescente: (Redação dada pela Lei
nº 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de
parentesco consangüíneo ou afim até o
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8
terceiro grau, ou por adoção, de tutor,
(oito) anos, e multa. (Redação dada
curador, preceptor, empregador da
pela Lei nº 11.829, de 2008)
vítima ou de quem, a qualquer outro
título, tenha autoridade sobre ela, ou
com seu consentimento. Art. 241-A. Oferecer, trocar,
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive
por meio de sistema de informática ou
telemático, fotografia, vídeo ou outro § 2o Não há crime se a posse ou o
registro que contenha cena de sexo armazenamento tem a finalidade de
explícito ou pornográfica envolvendo comunicar às autoridades competentes a
criança ou adolescente: (Incluído pela ocorrência das condutas descritas nos arts.
Lei nº 11.829, de 2008) 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando
a comunicação for feita por: (Incluído
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) pela Lei nº 11.829, de 2008)
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008) I – agente público no exercício de
suas funções; (Incluído pela Lei nº
§ 1o Nas mesmas penas incorre 11.829, de 2008)
quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008) II – membro de entidade, legalmente
constituída, que inclua, entre suas
I – assegura os meios ou serviços para finalidades institucionais, o recebimento, o
o armazenamento das fotografias, cenas ou processamento e o encaminhamento de
imagens de que trata o caput deste notícia dos crimes referidos neste
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, parágrafo; (Incluído pela Lei nº
de 2008) 11.829, de 2008)

II – assegura, por qualquer meio, o III – representante legal e


acesso por rede de computadores às funcionários responsáveis de provedor de
fotografias, cenas ou imagens de que trata acesso ou serviço prestado por meio de rede
o caput deste artigo. (Incluído pela de computadores, até o recebimento do
Lei nº 11.829, de 2008) material relativo à notícia feita à autoridade
policial, ao Ministério Público ou ao Poder
§ 2o As condutas tipificadas nos Judiciário. (Incluído pela Lei nº
incisos I e II do § 1o deste artigo são 11.829, de 2008)
puníveis quando o responsável legal pela
prestação do serviço, oficialmente § 3o As pessoas referidas no §
o
notificado, deixa de desabilitar o acesso ao 2 deste artigo deverão manter sob sigilo o
conteúdo ilícito de que trata o caput deste material ilícito referido. (Incluído
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de pela Lei nº 11.829, de 2008)
2008)
Art. 241-C. Simular a participação
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou de criança ou adolescente em cena de sexo
armazenar, por qualquer meio, fotografia, explícito ou pornográfica por meio de
vídeo ou outra forma de registro que adulteração, montagem ou modificação de
contenha cena de sexo explícito ou fotografia, vídeo ou qualquer outra forma
pornográfica envolvendo criança ou de representação visual: (Incluído pela
adolescente: (Incluído pela Lei nº Lei nº 11.829, de 2008)
11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
(quatro) anos, e multa. (Incluído 11.829, de 2008)
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a penas quem vende, expõe à venda,
2/3 (dois terços) se de pequena quantidade disponibiliza, distribui, publica ou divulga
o material a que se refere o caput deste por qualquer meio, adquire, possui ou
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de armazena o material produzido na forma
2008) do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar física ou psíquica, ainda que por utilização
ou constranger, por qualquer meio de indevida:
comunicação, criança, com o fim de com Pena - detenção de seis meses a dois
ela praticar ato libidinoso: (Incluído anos, e multa, se o fato não constitui crime
pela Lei nº 11.829, de 2008) mais grave.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) Art. 243. Vender, fornecer, servir,


anos, e multa. (Incluído pela Lei nº ministrar ou entregar, ainda que
11.829, de 2008) gratuitamente, de qualquer forma, a criança
ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem
Parágrafo único. Nas mesmas penas justa causa, outros produtos cujos
incorre quem: (Incluído pela Lei nº componentes possam causar dependência
11.829, de 2008) física ou psíquica: (Redação dada
pela Lei nº 13.106, de 2015)
I – facilita ou induz o acesso à
criança de material contendo cena de sexo Pena - detenção de 2 (dois) a 4
explícito ou pornográfica com o fim de com (quatro) anos, e multa, se o fato não
ela praticar ato libidinoso; (Incluído constitui crime mais grave. (Redação
pela Lei nº 11.829, de 2008) dada pela Lei nº 13.106, de 2015)

II – pratica as condutas descritas Art. 244. Vender, fornecer ainda que


no caput deste artigo com o fim de induzir gratuitamente ou entregar, de qualquer
criança a se exibir de forma pornográfica ou forma, a criança ou adolescente fogos de
sexualmente explícita. (Incluído pela estampido ou de artifício, exceto aqueles
Lei nº 11.829, de 2008) que, pelo seu reduzido potencial, sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico
Art. 241-E. Para efeito dos crimes em caso de utilização indevida:
previstos nesta Lei, a expressão “cena de
sexo explícito ou pornográfica” Pena - detenção de seis meses a dois
compreende qualquer situação que envolva anos, e multa.
criança ou adolescente em atividades
sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou Art. 244-A. Submeter criança ou
exibição dos órgãos genitais de uma criança adolescente, como tais definidos
ou adolescente para fins primordialmente no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição
sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, ou à exploração sexual: (Incluído
de 2008) pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)

Art. 242. Vender, fornecer ainda que Pena - reclusão de quatro a dez anos,
gratuitamente ou entregar, de qualquer e multa.
forma, a criança ou adolescente arma,
munição ou explosivo: Pena – reclusão de quatro a dez anos
e multa, além da perda de bens e valores
Pena - detenção de seis meses a dois utilizados na prática criminosa em favor do
anos, e multa. Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente da unidade da Federação
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) (Estado ou Distrito Federal) em que foi
anos. (Redação dada pela Lei nº cometido o crime, ressalvado o direito de
10.764, de 12.11.2003) terceiro de boa-fé. (Redação dada pela
Lei nº 13.440, de 2017)
Art. 243. Vender, fornecer ainda que
gratuitamente, ministrar ou entregar, de § 1o Incorrem nas mesmas penas o
qualquer forma, a criança ou adolescente, proprietário, o gerente ou o responsável
sem justa causa, produtos cujos pelo local em que se verifique a submissão
componentes possam causar dependência de criança ou adolescente às práticas
referidas no caput deste artigo. exercício dos direitos constantes nos incisos
(Incluído pela Lei nº 9.975, de II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
23.6.2000)
Pena - multa de três a vinte salários
§ 2o Constitui efeito obrigatório da de referência, aplicando-se o dobro em caso
condenação a cassação da licença de de reincidência.
localização e de funcionamento do
estabelecimento. (Incluído pela Lei Art. 247. Divulgar, total ou
nº 9.975, de 23.6.2000) parcialmente, sem autorização devida, por
qualquer meio de comunicação, nome, ato
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a ou documento de procedimento policial,
corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, administrativo ou judicial relativo a criança
com ele praticando infração penal ou ou adolescente a que se atribua ato
induzindo-o a praticá-la: (Incluído infracional:
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - multa de três a vinte salários
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 de referência, aplicando-se o dobro em caso
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº de reincidência.
12.015, de 2009)
§ 1º Incorre na mesma pena quem
o
§ 1 Incorre nas penas previstas exibe, total ou parcialmente, fotografia de
no caput deste artigo quem pratica as criança ou adolescente envolvido em ato
condutas ali tipificadas utilizando-se de infracional, ou qualquer ilustração que lhe
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas diga respeito ou se refira a atos que lhe
de bate-papo da internet. (Incluído sejam atribuídos, de forma a permitir sua
pela Lei nº 12.015, de 2009) identificação, direta ou indiretamente.

§ 2o As penas previstas § 2º Se o fato for praticado por órgão


no caput deste artigo são aumentadas de de imprensa ou emissora de rádio ou
um terço no caso de a infração cometida ou televisão, além da pena prevista neste
induzida estar incluída no rol do art. 1o da artigo, a autoridade judiciária poderá
Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. determinar a apreensão da publicação ou a
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) suspensão da programação da emissora até
por dois dias, bem como da publicação do
periódico até por dois números.
Capítulo II
(Expressão declara inconstitucional pela
ADIN 869-2).
Das Infrações Administrativas
Art. 248. Deixar de apresentar à
Art. 245. Deixar o médico, professor autoridade judiciária de seu domicílio, no
ou responsável por estabelecimento de prazo de cinco dias, com o fim de
atenção à saúde e de ensino fundamental, regularizar a guarda, adolescente trazido de
pré-escola ou creche, de comunicar à outra comarca para a prestação de serviço
autoridade competente os casos de que doméstico, mesmo que autorizado pelos
tenha conhecimento, envolvendo suspeita pais ou responsável: (Vide Lei nº
ou confirmação de maus-tratos contra 13.431, de
criança ou adolescente: 2017) (Vigência) (Revogado
pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
Pena - multa de três a vinte salários Pena - multa de três a vinte salários
de referência, aplicando-se o dobro em caso de referência, aplicando-se o dobro em caso
de reincidência. de reincidência, independentemente das
despesas de retorno do adolescente, se for o
Art. 246. Impedir o responsável ou caso. (Revogado pela Lei nº
funcionário de entidade de atendimento o 13.431, de 2017) (Vigência)
Art. 249. Descumprir, dolosa ou Pena - multa de três a vinte salários
culposamente, os deveres inerentes de referência, aplicando-se o dobro em caso
ao pátrio poder poder familiar ou de reincidência.
decorrente de tutela ou guarda, bem assim
determinação da autoridade judiciária ou Art. 252. Deixar o responsável por
Conselho Tutelar: (Expressão diversão ou espetáculo público de afixar,
substituída pela Lei nº 12.010, de em lugar visível e de fácil acesso, à entrada
2009) Vigência do local de exibição, informação destacada
sobre a natureza da diversão ou espetáculo
Pena - multa de três a vinte salários e a faixa etária especificada no certificado
de referência, aplicando-se o dobro em caso de classificação:
de reincidência.
Pena - multa de três a vinte salários
Art. 250. Hospedar criança ou de referência, aplicando-se o dobro em caso
adolescente, desacompanhado dos pais ou de reincidência.
responsável ou sem autorização escrita
destes, ou da autoridade judiciária, em Art. 253. Anunciar peças teatrais,
hotel, pensão, motel ou congênere: filmes ou quaisquer representações ou
Pena - multa de dez a cinqüenta espetáculos, sem indicar os limites de idade
salários de referência; em caso de a que não se recomendem:
reincidência, a autoridade judiciária poderá
determinar o fechamento do Pena - multa de três a vinte salários
estabelecimento por até quinze dias. de referência, duplicada em caso de
reincidência, aplicável, separadamente, à
Art. 250. Hospedar criança ou casa de espetáculo e aos órgãos de
adolescente desacompanhado dos pais ou divulgação ou publicidade.
responsável, ou sem autorização escrita
desses ou da autoridade judiciária, em Art. 254. Transmitir, através de rádio
hotel, pensão, motel ou congênere: ou televisão, espetáculo em horário diverso
(Redação dada pela Lei nº 12.038, de do autorizado ou sem aviso de sua
2009). classificação:

Pena – multa. (Redação dada Pena - multa de vinte a cem salários


pela Lei nº 12.038, de 2009). de referência; duplicada em caso de
reincidência a autoridade judiciária poderá
§ 1º Em caso de reincidência, sem determinar a suspensão da programação da
prejuízo da pena de multa, a autoridade emissora por até dois dias.
judiciária poderá determinar o fechamento
do estabelecimento por até 15 (quinze) Art. 255. Exibir filme, trailer, peça,
dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de amostra ou congênere classificado pelo
2009). órgão competente como inadequado às
crianças ou adolescentes admitidos ao
§ 2º Se comprovada a reincidência espetáculo:
em período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente Pena - multa de vinte a cem salários
fechado e terá sua licença cassada. de referência; na reincidência, a autoridade
(Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). poderá determinar a suspensão do
espetáculo ou o fechamento do
Art. 251. Transportar criança ou estabelecimento por até quinze dias.
adolescente, por qualquer meio, com
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e Art. 256. Vender ou locar a criança ou
85 desta Lei: adolescente fita de programação em vídeo,
em desacordo com a classificação atribuída
pelo órgão competente:
Pena - multa de três a vinte salários conhecimento de mãe ou gestante
de referência; em caso de reincidência, a interessada em entregar seu filho para
autoridade judiciária poderá determinar o adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010,
fechamento do estabelecimento por até de 2009) Vigência
quinze dias.
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil
Art. 257. Descumprir obrigação reais) a R$ 3.000,00 (três mil
constante dos arts. 78 e 79 desta Lei: reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Pena - multa de três a vinte salários
de referência, duplicando-se a pena em caso Parágrafo único. Incorre na mesma
de reincidência, sem prejuízo de apreensão pena o funcionário de programa oficial ou
da revista ou publicação. comunitário destinado à garantia do direito
à convivência familiar que deixa de efetuar
Art. 258. Deixar o responsável pelo a comunicação referida no caput deste
estabelecimento ou o empresário de artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
observar o que dispõe esta Lei sobre o de 2009) Vigência
acesso de criança ou adolescente aos locais
de diversão, ou sobre sua participação no Art. 258-C. Descumprir a proibição
espetáculo: estabelecida no inciso II do art. 81:
(Redação dada pela Lei nº 13.106, de
Pena - multa de três a vinte salários 2015)
de referência; em caso de reincidência, a
autoridade judiciária poderá determinar o Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil
fechamento do estabelecimento por até reais) a R$ 10.000,00 (dez mil
quinze dias. reais); (Redação dada pela Lei nº
13.106, de 2015)
Art. 258-A. Deixar a autoridade
competente de providenciar a instalação e Medida Administrativa - interdição
operacionalização dos cadastros previstos do estabelecimento comercial até o
no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta recolhimento da multa aplicada.
Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de (Redação dada pela Lei nº 13.106, de
2009) Vigência 2015)

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil Disposições Finais e Transitórias


reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).
(Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 259. A União, no prazo de
2009) Vigência noventa dias contados da publicação deste
Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo
Parágrafo único. Incorre nas mesmas sobre a criação ou adaptação de seus órgãos
penas a autoridade que deixa de efetuar o às diretrizes da política de atendimento
cadastramento de crianças e de adolescentes fixadas no art. 88 e ao que estabelece o
em condições de serem adotadas, de Título V do Livro II.
pessoas ou casais habilitados à adoção e de
crianças e adolescentes em regime de Parágrafo único. Compete aos estados
acolhimento institucional ou familiar. e municípios promoverem a adaptação de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de seus órgãos e programas às diretrizes e
2009) Vigência princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 258-B. Deixar o médico, Art. 260. Os contribuintes do imposto
enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de renda poderão abater da renda bruta
de atenção à saúde de gestante de efetuar 100% (cem por cento) do valor das doações
imediato encaminhamento à autoridade feitas aos fundos controlados pelos
judiciária de caso de que tenha Conselhos Municipais, Estaduais e
Nacional dos Direitos da Criança e do disposições do Plano Nacional de
Adolescente, observado o seguinte: Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos
I - limite de 10% (dez por cento) da de Crianças e Adolescentes à Convivência
renda bruta para pessoa física; Familiar, bem como as regras e princípios
II - limite de 5% (cinco por cento) da relativos à garantia do direito à convivência
renda bruta para pessoa jurídica. familiar previstos nesta Lei. (Incluído
Art. 260. Os contribuintes poderão pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deduzir do imposto devido, na declaração
do Imposto sobre a Renda, o total das § 1o-A. Na definição das prioridades
doações feitas aos Fundos dos Direitos da a serem atendidas com os recursos captados
Criança e do Adolescente - nacional, pelos fundos nacional, estaduais e
estaduais ou municipais - devidamente municipais dos direitos da criança e do
comprovadas, obedecidos os limites adolescente, serão consideradas as
estabelecidos em Decreto do Presidente da disposições do Plano Nacional de
República. (Redação dada pela Promoção, Proteção e Defesa do Direito de
Lei nº 8.242, de 12.10.1991) (Vide) Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária e as do Plano
Art. 260. Os contribuintes poderão Nacional pela Primeira
efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Infância. (Redação dada dada pela
Criança e do Adolescente nacional, distrital, Lei nº 13.257, de 2016)
estaduais ou municipais, devidamente
comprovadas, sendo essas integralmente § 2º Os Conselhos Municipais,
deduzidas do imposto de renda, obedecidos Estaduais e Nacional dos Direitos da
os seguintes limites: (Redação dada Criança e do Adolescente fixarão critérios
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de utilização, através de planos de aplicação
das doações subsidiadas e demais receitas,
I - 1% (um por cento) do imposto aplicando necessariamente percentual para
sobre a renda devido apurado pelas pessoas incentivo ao acolhimento, sob a forma de
jurídicas tributadas com base no lucro real; guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou
e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de abandonado, na forma do disposto no art.
2012) (Vide) 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.

II - 6% (seis por cento) do imposto § 2o Os conselhos nacional,


sobre a renda apurado pelas pessoas físicas estaduais e municipais dos direitos da
na Declaração de Ajuste Anual, observado o criança e do adolescente fixarão critérios de
disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de utilização, por meio de planos de aplicação,
dezembro de 1997. (Redação dada pela das dotações subsidiadas e demais receitas,
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) aplicando necessariamente percentual para
incentivo ao acolhimento, sob a forma de
§ 1º - As deduções a que se refere este guarda, de crianças e adolescentes e para
artigo não estão sujeitas a outros limites programas de atenção integral à primeira
estabelecidos na legislação do imposto de infância em áreas de maior carência
renda, nem excluem ou reduzem outros socioeconômica e em situações de
benefícios ou abatimentos e deduções em calamidade. (Redação dada dada
vigor, de maneira especial as doações a pela Lei nº 13.257, de 2016)
entidades de utilidade
pública. (Revogado pela Lei nº 9.532, § 3º O Departamento da Receita
de 1997) (Produção de efeito) Federal, do Ministério da Economia,
Fazenda e Planejamento, regulamentará a
§ 1o-A. Na definição das prioridades comprovação das doações feitas aos fundos,
a serem atendidas com os recursos captados nos termos deste artigo . (Incluído pela
pelos Fundos Nacional, Estaduais e Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Municipais dos Direitos da Criança e do
Adolescente, serão consideradas as
§ 4º O Ministério Público determinará declaração: (Incluído pela Lei nº
em cada comarca a forma de fiscalização da 12.594, de 2012) (Vide)
aplicação, pelo Fundo Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, dos I - (VETADO); (Incluído pela
incentivos fiscais referidos neste Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de
12.10.1991) II - (VETADO); (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 5o A destinação de recursos
provenientes dos fundos mencionados neste III - 3% (três por cento) a partir do
artigo não desobriga os Entes Federados à exercício de 2012. (Incluído pela Lei
previsão, no orçamento dos respectivos nº 12.594, de 2012) (Vide)
órgãos encarregados da execução das
políticas públicas de assistência social, § 2o A dedução de que trata
educação e saúde, dos recursos necessários o caput: (Incluído pela Lei nº 12.594,
à implementação das ações, serviços e de 2012) (Vide)
programas de atendimento a crianças,
adolescentes e famílias, em respeito ao I - está sujeita ao limite de 6% (seis
princípio da prioridade absoluta por cento) do imposto sobre a renda
estabelecido pelo caput do art. 227 da apurado na declaração de que trata o inciso
Constituição Federal e pelo caput e II do caput do art. 260; (Incluído pela
parágrafo único do art. 4o desta Lei. Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
II - não se aplica à pessoa física
o o que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
§ 5 Observado o disposto no § 4 do 2012) (Vide)
art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de dezembro
de 1995, a dedução de que trata o inciso I
a) utilizar o desconto
do caput: (Redação dada pela Lei nº
simplificado; (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
I - será considerada isoladamente,
b) apresentar declaração em
não se submetendo a limite em conjunto
formulário; ou (Incluído pela Lei nº
com outras deduções do imposto;
12.594, de 2012) (Vide)
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
c) entregar a declaração fora do
prazo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
II - não poderá ser computada como
2012) (Vide)
despesa operacional na apuração do lucro
real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) III - só se aplica às doações em
espécie; e (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-A. A partir do exercício de
2010, ano-calendário de 2009, a pessoa
física poderá optar pela doação de que trata IV - não exclui ou reduz outros
o inciso II do caput do art. 260 diretamente benefícios ou deduções em
em sua Declaração de Ajuste vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, 2012) (Vide)
de 2012) (Vide)
§ 3o O pagamento da doação deve
§ 1o A doação de que trata ser efetuado até a data de vencimento da
o caput poderá ser deduzida até os primeira quota ou quota única do imposto,
seguintes percentuais aplicados sobre o observadas instruções específicas da
imposto apurado na Secretaria da Receita Federal do
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, em conta específica, em instituição
de 2012) (Vide) financeira pública, vinculadas aos
respectivos fundos de que trata o art.
§ 4o O não pagamento da doação no 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
prazo estabelecido no § 3o implica a glosa 2012) (Vide)
definitiva desta parcela de dedução, ficando
a pessoa física obrigada ao recolhimento da Art. 260-D. Os órgãos responsáveis
diferença de imposto devido apurado na pela administração das contas dos Fundos
Declaração de Ajuste Anual com os dos Direitos da Criança e do Adolescente
acréscimos legais previstos na nacional, estaduais, distrital e municipais
legislação. (Incluído pela Lei nº devem emitir recibo em favor do doador,
12.594, de 2012) (Vide) assinado por pessoa competente e pelo
presidente do Conselho correspondente,
§ 5o A pessoa física poderá deduzir especificando: (Incluído pela Lei nº
do imposto apurado na Declaração de 12.594, de 2012) (Vide)
Ajuste Anual as doações feitas, no
respectivo ano-calendário, aos fundos I - número de ordem; (Incluído
controlados pelos Conselhos dos Direitos pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
da Criança e do Adolescente municipais,
distrital, estaduais e nacional II - nome, Cadastro Nacional da
concomitantemente com a opção de que Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do
trata o caput, respeitado o limite previsto emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594,
no inciso II do art. 260. (Incluído pela de 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de
Art. 260-B. A doação de que trata o Pessoas Físicas (CPF) do
inciso I do art. 260 poderá ser doador; (Incluído pela Lei nº 12.594,
deduzida: (Incluído pela Lei nº de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
IV - data da doação e valor
I - do imposto devido no trimestre, efetivamente recebido; e (Incluído
para as pessoas jurídicas que apuram o pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
imposto trimestralmente; e (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) V - ano-calendário a que se refere a
doação. (Incluído pela Lei nº 12.594,
II - do imposto devido mensalmente de 2012) (Vide)
e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas
que apuram o imposto § 1o O comprovante de que trata
anualmente. (Incluído pela Lei nº o caput deste artigo pode ser emitido
12.594, de 2012) (Vide) anualmente, desde que discrimine os
valores doados mês a mês. (Incluído
Parágrafo único. A doação deverá pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ser efetuada dentro do período a que se
refere a apuração do § 2o No caso de doação em bens, o
imposto. (Incluído pela Lei nº 12.594, comprovante deve conter a identificação
de 2012) (Vide) dos bens, mediante descrição em campo
próprio ou em relação anexa ao
Art. 260-C. As doações de que trata comprovante, informando também se houve
o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e
espécie ou em bens. (Incluído pela Lei endereço dos avaliadores. (Incluído
nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Parágrafo único. As doações


efetuadas em espécie devem ser depositadas
Art. 260-E. Na hipótese da doação I - manter conta bancária específica
em bens, o doador deverá: (Incluído destinada exclusivamente a gerir os
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) recursos do Fundo; (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos
bens, mediante documentação II - manter controle das doações
hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de recebidas; e (Incluído pela Lei nº
2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)

II - baixar os bens doados na III - informar anualmente à


declaração de bens e direitos, quando se Secretaria da Receita Federal do Brasil as
tratar de pessoa física, e na escrituração, no doações recebidas mês a mês, identificando
caso de pessoa jurídica; e (Incluído os seguintes dados por
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) doador: (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide)
III - considerar como valor dos bens
doados: (Incluído pela Lei nº 12.594, a) nome, CNPJ ou
de 2012) (Vide) CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor
constante da última declaração do imposto b) valor doado, especificando se a
de renda, desde que não exceda o valor de doação foi em espécie ou em
mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
de 2012) (Vide) 2012) (Vide)

b) para as pessoas jurídicas, o valor Art. 260-H. Em caso de


contábil dos bens. (Incluído pela Lei descumprimento das obrigações previstas
nº 12.594, de 2012) (Vide) no art. 260-G, a Secretaria da Receita
Federal do Brasil dará conhecimento do
Parágrafo único. O preço obtido em fato ao Ministério Público. (Incluído
caso de leilão não será considerado na pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
determinação do valor dos bens doados,
exceto se o leilão for determinado por Art. 260-I. Os Conselhos dos
autoridade judiciária. (Incluído pela Direitos da Criança e do Adolescente
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nacional, estaduais, distrital e municipais
divulgarão amplamente à
Art. 260-F. Os documentos a que se comunidade: (Incluído pela Lei nº
referem os arts. 260-D e 260-E devem ser 12.594, de 2012) (Vide)
mantidos pelo contribuinte por um prazo de
5 (cinco) anos para fins de comprovação da I - o calendário de suas
dedução perante a Receita Federal do reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594,
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
II - as ações prioritárias para
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis aplicação das políticas de atendimento à
pela administração das contas dos Fundos criança e ao adolescente; (Incluído
dos Direitos da Criança e do Adolescente pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nacional, estaduais, distrital e municipais
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, III - os requisitos para a apresentação
de 2012) (Vide) de projetos a serem beneficiados com
recursos dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional,
estaduais, distrital ou
municipais; (Incluído pela Lei nº Art. 260-L. A Secretaria da Receita
12.594, de 2012) (Vide) Federal do Brasil expedirá as instruções
necessárias à aplicação do disposto nos
IV - a relação dos projetos aprovados arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº
em cada ano-calendário e o valor dos 12.594, de 2012) (Vide)
recursos previstos para implementação das
ações, por projeto; (Incluído pela Lei Art. 261. A falta dos conselhos
nº 12.594, de 2012) (Vide) municipais dos direitos da criança e do
adolescente, os registros, inscrições e
V - o total dos recursos recebidos e a alterações a que se referem os arts. 90,
respectiva destinação, por projeto atendido, parágrafo único, e 91 desta Lei serão
inclusive com cadastramento na base de efetuados perante a autoridade judiciária da
dados do Sistema de Informações sobre a comarca a que pertencer a entidade.
Infância e a Adolescência; e (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. A União fica
autorizada a repassar aos estados e
VI - a avaliação dos resultados dos municípios, e os estados aos municípios, os
projetos beneficiados com recursos dos recursos referentes aos programas e
Fundos dos Direitos da Criança e do atividades previstos nesta Lei, tão logo
Adolescente nacional, estaduais, distrital e estejam criados os conselhos dos direitos da
municipais. (Incluído pela Lei nº criança e do adolescente nos seus
12.594, de 2012) (Vide) respectivos níveis.

Art. 260-J. O Ministério Público Art. 262. Enquanto não instalados os


determinará, em cada Comarca, a forma de Conselhos Tutelares, as atribuições a eles
fiscalização da aplicação dos incentivos conferidas serão exercidas pela autoridade
fiscais referidos no art. 260 desta judiciária.
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de
7 de dezembro de 1940 (Código
Parágrafo único. O descumprimento Penal), passa a vigorar com as seguintes
do disposto nos arts. 260-G e 260-I alterações:
sujeitará os infratores a responder por ação
judicial proposta pelo Ministério Público, 1) Art.
que poderá atuar de ofício, a requerimento 121 ............................................................
ou representação de qualquer
cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, § 4º No homicídio culposo, a pena é
de 2012) (Vide) aumentada de um terço, se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos profissão, arte ou ofício, ou se o agente
Humanos da Presidência da República deixa de prestar imediato socorro à vítima,
(SDH/PR) encaminhará à Secretaria da não procura diminuir as conseqüências do
Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro seu ato, ou foge para evitar prisão em
de cada ano, arquivo eletrônico contendo a flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
relação atualizada dos Fundos dos Direitos é aumentada de um terço, se o crime é
da Criança e do Adolescente nacional, praticado contra pessoa menor de catorze
distrital, estaduais e municipais, com a anos.
indicação dos respectivos números de
inscrição no CNPJ e das contas bancárias 2) Art.
específicas mantidas em instituições 129 ...............................................................
financeiras públicas, destinadas
exclusivamente a gerir os recursos dos § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se
Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121,
de 2012) (Vide) § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no integral deste Estatuto, que será posto à
§ 5º do art. 121. disposição das escolas e das entidades de
atendimento e de defesa dos direitos da
3) Art. criança e do adolescente.
136................................................................
. Art. 265-A. O poder público fará
periodicamente ampla divulgação dos
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o direitos da criança e do adolescente nos
crime é praticado contra pessoa menor de meios de comunicação
catorze anos. social. (Redação dada dada pela Lei
nº 13.257, de 2016)
4) Art.
213 ............................................................... Parágrafo único. A divulgação a que
... se refere o caput será veiculada em
linguagem clara, compreensível e adequada
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de a crianças e adolescentes, especialmente às
catorze anos: crianças com idade inferior a 6 (seis)
anos. (Incluído dada pela Lei nº
Pena - reclusão de quatro a dez anos. 13.257, de 2016)

5) Art. Art. 266. Esta Lei entra em vigor


214................................................................ noventa dias após sua publicação.
...
Parágrafo único. Durante o período de
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de vacância deverão ser promovidas atividades
catorze anos: e campanhas de divulgação e
esclarecimentos acerca do disposto nesta
Pena - reclusão de três a nove anos.» Lei.

Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, Art. 267. Revogam-se as Leis n.º
de 31 de dezembro de 1973, fica acrescido 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de outubro
do seguinte item: de 1979 (Código de Menores), e as demais
disposições em contrário.
"Art.
102 ............................................................... Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da
..... Independência e 102º da República.

6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. " FERNANDO COLLOR


Bernardo Cabral
Art. 265. A Imprensa Nacional e Carlos Chiarelli
demais gráficas da União, da administração Antônio Magri
direta ou indireta, inclusive fundações Margarida Procópio
instituídas e mantidas pelo poder público
federal promoverão edição popular do texto Este texto não substitui o publicado no
DOU 16.7.1990 e retificado em 27.9.1990

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