Vous êtes sur la page 1sur 3

A escolha do colégio em períodos de crise.

Como reagir a essa


pressão?

Em período de grande crise econômica no Brasil, o orçamento das famílias encontra-se


cada vez mais estreito. A redução dos custos (sobretudo os fixos), é um assunto que passa pela
cabeça dos responsáveis pelo sustento material dos lares e, naturalmente, isso também inclui
os gastos com a Educação dos filhos. Mas a verdade é que há de se tomar certas precauções
quando se pretende mexer nessa parte do orçamento familiar, priorizando a importância e o
que se deseja para a formação das crianças.

A guerra dos bolsões

Um fenômeno muito conhecido, geralmente iniciado no último trimestre do ano, é o


oferecimento de provas para bolsas de desconto. Não raro esse procedimento é adotado por
instituições que se caracterizam por um ensino de cunho preparatório para exames de
qualificação, tais como o ENEM e vestibulares. O método de captação de alunos dessas escolas
está totalmente atrelado à imagem de curso preparatório que as mesmas pretendem transmitir.

Por esse processo, visa-se também selecionar alunos com alto desempenho acadêmico,
com o objetivo de elevar a posição da escola no ranking do ENEM e nos vestibulares. Não é
incomum que se separe em “turmas especiais” os alunos com melhor desempenho, de modo
que seja dado todo um tratamento diferenciado para eles (leia-se este tratamento diferenciado
como bombardeamento de conteúdos e exercícios até a exaustão). Disso decorre alguns
fenômenos um tanto quanto controversos, tais como a formação de “unidades especiais”, que
resultam num destaque no ranqueamento dos colégios, sem considerar toda a rede da
instituição.

A disputa no ranking de aprovações

Por meio da propaganda do desempenho nos exames, muitos pais se sentem cativados
a matricularem os filhos nessas instituições, sob a nobre e correta preocupação com a aprovação
dos mesmos nas universidades, sobretudos as públicas. De fato, não há nenhum mal em ter esse
tipo de preocupação e considera-la fundamental na escolha de um colégio para o filho,
principalmente se este se encontra no Ensino Médio.

No entanto, o questionamento que fica é se não valeria mais a pena, para boa formação
dos filhos, procurar instituições que tentem associar essa preparação a outros elementos
formativos, também necessários e que não devem ser excluídos dos critérios considerados.
Apesar das dificuldades que existe em encontrar colégios com essa categoria, o que fica claro é
que não podemos aceitar que o Ensino Médio se reduza a um curso preparatório para o
vestibular e deixe de lado outros elementos essenciais nessa fase da vida dos alunos. Na prática,
o cursinho pode e deve ter seu valor, mas precisa ser encarado como um complemento à
Educação regular e não como sua essência.
O falso barato

A busca pelo menor preço nas mensalidades, como já se disse, é algo que nesses tempos
tem pesado ainda mais. Todavia, há o risco de se cair no “barato, que sai caro” ou num jogo de
marketing, nem sempre tão vantajoso quanto se anuncia. Há instituições que elevam
demasiadamente seus preços básicos e por meio de bolsas de desconto, transmitem às famílias
ideia de bom negócio, nem sempre condizente com a realidade. É muito comum que o preço
final não fique tão abaixo do que se pagava antes na outra instituição e muitas vezes poderá não
valer a pena trocar o filho de um colégio que já está adaptado aos padrões de avaliação e ensino.
Nesse sentido, se se deseja uma maior formação intelectual da criança, poderá se optar por
cursos ou reforços paralelos e, ainda, procurar uma negociação sincera e transparente junto à
direção da escola. Vale lembrar que nestes tempos, nenhuma instituição quer perder alunos.

Critérios importantes

Não estaria também acima dos critérios mencionados, o ambiente escolar que o filho
está inserido? Naturalmente pode ser que as instituições mencionamos tenham um bom
ambiente e que prezem por valores condizentes com o que as famílias entendam, mas não
podemos negar que isso se torna perigoso, já que está claro que não é bem essa a prioridade do
ideário que as rege.

Se considerarmos o tempo de vida que uma pessoa no colégio, ingressando aos 4 anos
de idade e nunca tendo repetido, veremos que ela permanecerá por volta de 14 anos ali.
Portanto, como não se preocupar com critérios de vivência que iniciam em casa, mas que deve
ser acompanhado pela escola? Dessa forma, também é prioridade um ambiente onde os alunos
possam melhorar a qualidade das amizades que possuem, que desenvolvam sua força de
vontade para o enfrentamento da vida, que os ajudem a crescer em generosidade e na
humildade, fortalecendo seu caráter, que contribua na descoberta pelo transcendente, por meio
de uma busca sadia pela verdade através da liberdade, que não deturpe os valores da família
quando os mesmos precisem aprender a viver um namoro limpo... Enfim, há um sem número
de temas às vezes não tão considerados pelos responsáveis, mas quando se pensa a significativa
quantidade de tempo que um aluno vive no ambiente escolar, não podem ser simplesmente
ignorados.

Outro critério é continuar a priorizar o acompanhamento dos estudos. Principalmente


para os alunos do Ensino Fundamental II para baixo, não é o momento adequado para se
priorizar um colégio tipo preparatório, deixando de lado esse quesito. Isso não significa escolher
uma escola de ensino fraco. Entretanto, o natural e até benéfico aumento da autonomia dos
filhos e a boa redução da presença incisiva dos pais, não poderá descartar uma instituição que
os auxilie na parceria família/escola, com um claro sistema de informações e acompanhamento
dos estudos, além do saudável contato com a instituição no percurso do ano escolar.

Além da facilidade de acompanhamento, é importante que as escolas promovam


atividades de interação e formação para e com as famílias. Um bom indicativo é que muitos
colégios têm procurado oferecer um sistema de tutorias para os alunos, com o objetivo ajuda-
los em aspectos de organização dos estudos, melhora pessoal, amadurecimento e empenho nas
responsabilidades. Ainda dentro desse ponto, a oferta de palestras, cursos e formações para
famílias, em temas importantes do seu dia-a-dia com os filhos, é outro grande diferencial, já que
demonstra uma preocupação em formar aqueles pais que possuem dúvidas e dificuldades nos
desafios mais comuns da educação dos filhos.

Nadar contra corrente

Em momentos de crise, os sacrifícios se tornam mais urgentes. A menos que haja uma
situação de particular gravidade, há de se empenhar com todas as renúncias possíveis em
detrimento de uma educação de qualidade. Não podemos permitir que a onda hedonista e
materialista que rege nossa sociedade influencie nesse aspecto. A redução de pequenos
prazeres saudáveis e muitas vezes válidos é o que antecede tudo o que agora foi refletido.
Viagens, festas de aniversário, ou mesmo aquele chopinho semanal podem esperar as coisas
melhorarem, quem sabe, no ano seguinte ou até no mesmo ano. Esse sacrifício tão comum às
gerações passadas de pais deve ser resgata por nós, pais dessa geração. Nadar contra essa
corrente, além de ser o melhor caminho, será também a melhor educação se pode oferecer às
nossas crianças.

Vous aimerez peut-être aussi