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Supremo Tribunal Federal

Ementa e Acórdão

Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO HABEAS CORPUS 133.695 CEARÁ

RELATOR : MIN. LUIZ FUX


AGTE.(S) : EDVAN MENDES DE OLIVEIRA
IMPTE.(S) : EMANUELA MARIA LEITE BEZERRA CAMPELO
AGDO.(A/S) : RELATOR DO HC Nº 350.554 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS.


PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE TRÁFICO ILÍCITO DE
ENTORPECENTES E DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PORTE
ILEGAL DE ARMAS. ARTIGOS 33 E 35 DA LEI Nº 11.343/2006.
ARTIGO 12 DA LEI N.º 10.826/2003. ALEGADO EXCESSO DE PRAZO.
INOCORRÊNCIA. COMPLEXIDADE DOS AUTOS. INEXISTÊNCIA
DE TERATOLOGIA, ABUSO DE PODER OU FLAGRANTE
ILEGALIDADE NO ATO IMPUGNADO. SUPERVENIÊNCIA DO
JULGAMENTO COLEGIADO DO HABEAS CORPUS IMPETRADO
PERANTE A CORTE SUPERIOR. NOVO TÍTULO PRISIONAL.
PREJUDICIALIDADE. PERDA DE OBJETO DA IMPETRAÇÃO.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. O título prisional superveniente, decorrente do julgamento
colegiado do habeas corpus pela Corte a quo torna prejudicada a
impetração. Precedentes: HC 123.431, Primeira Turma, Relator Min.
Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão: Min. Roberto barroso, DJe 06/02/2015,
HC 124.272, Primeira Turma, Relator Min. Marco Aurélio, Relator p/
Acórdão Min. Roberto Barroso, DJe 09/06/2015, HC 103.570, Primeira
Turma, Relator Min. Marco Aurélio, DJe 22/08/2014.
2. A duração razoável do processo deve ser aferida à luz da
complexidade dos fatos e do procedimento, bem como a pluralidade de
réus e testemunhas. Precedentes: HC 133.580, Segunda Turma, Rel. Min.
Cármen Lúcia, DJe de 30/03/20169, e HC 88.399, Segunda Turma, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ de 13/04/2007.
3. In casu, foi condenado e encontra-se preso desde o dia 31/01/2013
pela prática dos crimes de tráfico, associação para o tráfico de

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Ementa e Acórdão

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HC 133695 AGR / CE

entorpecentes e porte ilegal de armas, tipificados nos artigos 33 e 35 da


Lei n.º 11.343/2006 e artigo 12 da Lei n.º 10.286/2003, em razão de haver
sido flagrado na posse de de 9 g (nove gramas) de cocaína, uma pistola
380 com carregador e 19 (dezenove) munições intactas, R$ 843,00
(oitocentos e quarenta e três reais) em espécie e demais objetos, dentre
eles 12 (doze) telefones celulares, de marcas e modelos diversos. Ainda,
trata-se de feito com pluralidade de acusados, com diversos pedidos de
revogação da prisão do paciente e demais réus, o que demandou diversas
manifestações por parte do representante do Ministério Público e
pronunciamentos do Juízo, a denotar a complexidade do feito.
4. Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da


Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Marco Aurélio, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, por maioria de votos, em negar provimento ao
agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Senhor
Ministro Marco Aurélio, Presidente.
Brasília, 20 de setembro de 2016.
LUIZ FUX – RELATOR
Documento assinado digitalmente

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Relatório

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20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO HABEAS CORPUS 133.695 CEARÁ

RELATOR : MIN. LUIZ FUX


AGTE.(S) : EDVAN MENDES DE OLIVEIRA
IMPTE.(S) : EMANUELA MARIA LEITE BEZERRA CAMPELO
AGDO.(A/S) : RELATOR DO HC Nº 350.554 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RE LAT Ó RI O

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de agravo


regimental interposto por EDVAN MENDES DE OLIVEIRA contra
decisão de minha relatoria, assim ementada:

“Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado


contra ato do Superior Tribunal de Justiça consubstanciado na decisão
monocrática que indeferiu liminarmente o HC n. 350.554, sob o
fundamento de que se tratava de reiteração de writ anterior.
Os impetrantes alegam que a decisão traduz negativa de
prestação jurisdicional, porquanto a matéria posta no HC – excesso de
prazo do julgamento da apelação – é diversa da constante da
impetração anterior.
Afirmam que o paciente foi preso em 31/06/2013, como incurso
nos artigos 33 e 35 da Lei n. 11.343/2006 (tráfico e associação para o
tráfico de entorpecentes), e condenado, em 21/10/2014, à pena de 10
anos e 8 meses de reclusão, sendo-lhe negado o direito de apelar em
liberdade, sobrevindo recurso de apelação, em 24/10/2014, que subiu
ao Tribunal apenas em 14/05/2015, onde se encontra até a presente
data sem perspectiva de quando será julgado.
Alegam que a demora em julgar o recurso de apelação constitui
flagrante constrangimento ilegal a ser sanado por esta Corte.
Requerem, liminarmente, a expedição de alvará de soltura e, no
mérito, a concessão da ordem para que o paciente aguarde o
julgamento da apelação em liberdade.

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Relatório

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HC 133695 AGR / CE

É o relatório.
DECIDO.
Os impetrantes não se desincumbiram do ônus de interpor
agravo regimental da decisão que negou desproveu o agravo em
recurso especial no Superior Tribunal de Justiça, ou seja, não
exauriram a jurisdição no âmbito daquela Corte, conforme exigido
pelo artigo 102, inciso II, alínea a, da Constituição Federal, in verbis:
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data"
e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores, se denegatória a decisão” (grifei).
In casu, caberia aos impetrantes a interposição de agravo
regimental, à luz do que prevê o art. 39 da Lei n. 8.038/90: “Da
decisão do Presidente, do Tribunal, da Seção, de Turma ou de Relator
que causar gravame à parte, caberá agravo para o órgão especial, Seção
ou Turma, conforme o caso, no prazo de 5 (cinco) dias”.
O constituinte fez clara opção pelo princípio da colegialidade ao
franquear a competência desta Corte para apreciação de recurso
ordinário em habeas corpus – consoante disposto na alínea “a” do
inciso II do artigo 102 – quando decididos em única instância pelos
Tribunais Superiores. E não há de se estabelecer a possibilidade de
flexibilização dessa regra constitucional de competência, pois, sendo
matéria de direito estrito, não pode ser interpretada de forma ampliada
para alcançar autoridades – no caso, membros de Tribunais Superiores
– cujos atos não estão submetidos à apreciação do Supremo. Daí
porque, em situação similar, a Primeira Turma desta Corte, por
ocasião do julgamento do Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº
108.877/RS, relatora Ministra Cármen Lúcia, deixou expresso que
““não se conhece de recurso ordinário em habeas corpus contra
decisão monocrática proferida no Superior Tribunal de Justiça”. No
mesmo sentido, RHC 117.267/SP, relator Ministro Dias Toffoli.
Cf., no mesmo sentido, o acórdão proferido no julgamento do
RHC 111.639/DF, relator Ministro Dias Toffoli, cuja ementa possui o
seguinte teor:

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Relatório

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HC 133695 AGR / CE

“Recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Roubo


circunstanciado pelo emprego de arma. Aplicação do aumento de pena
previsto no inciso I do § 2º do art. 157 do Código Penal. Decisão
monocrática do relator do habeas corpus no Superior Tribunal de
Justiça a ele negando seguimento. Não cabimento do recurso
ordinário. Precedentes. Recurso não conhecido. Ofensa ao princípio da
colegialidade. Concessão de ordem de habeas corpus de ofício.
Precedentes. 1. Segundo o entendimento da Corte ‘não se conhece de
recurso ordinário em habeas corpus contra decisão monocrática
proferida no Superior Tribunal de Justiça’ (RHC nº 108.877/SP,
Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de
19/10/11). 2. Recurso não conhecido(...)” (grifei).

A Constituição Federal restringiu a competência desta Corte às


hipóteses nas quais o ato imputado tenha sido proferido por Tribunal
Superior, considerando o princípio da colegialidade. Entender de outro
modo, para alcançar os atos praticados por membros de Tribunais
Superiores, seria atribuir à Corte competência que não lhe foi
outorgada pela Constituição.
Ademais, o conhecimento deste writ, sem o exame da questão
pelo Tribunal a quo, configura indevida supressão de instância.
Ex positis, NEGO SEGUIMENTO ao writ, com fundamento
na Súmula 691/STF, restando prejudicado o exame do pleito
cautelar”.

Colhe-se da inicial que o paciente foi condenado e encontra-se preso


desde o dia 31/01/2013 pela prática dos crimes de tráfico, associação para
o tráfico de entorpecentes e porte ilegal de armas, tipificados nos artigos
33 e 35 da Lei n.º 11.343/2006 e artigo 12 da Lei n.º 10.286/2003, em razão
de haver sido flagrado na posse de de 9 g (nove gramas) de cocaína, uma
pistola 380 com carregador e 19 (dezenove) munições intactas, R$ 843,00
(oitocentos e quarenta e três reais) em espécie e demais objetos dentre eles
12 (doze) telefones celulares, de marcas e modelos diversos.

Inconformado interpôs apelação e, diante do não julgamento

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Relatório

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HC 133695 AGR / CE

impetrou habeas corpus junto ao Tribunal a quo, o qual teve denegada


ordem.

Ato contínuo, interpôs recurso ordinário em habeas corpus junto à


Corte Superior que denegou o pedido de liminar.

Impetrado o writ contra decisão liminar do Superior Tribunal de


Justiça, a defesa sustenta, em síntese, que o paciente sofre
constrangimento ilegal em razão do excesso de prazo para o término do
julgamento da apelação, atribuindo tal mora ao Juízo a quo. Requereu,
liminarmente e no mérito, o afastamento do óbice da Súmula 691/STF e a
concessão da ordem para que o paciente seja posto em liberdade
provisória ou, alternativamente, para que seja(m) aplicada(s) medida(s)
cautelar(es) alternativas(s) à privação da liberdade.

Nesta impetração neguei seguimento ao habeas corpus, sobrevindo o


presente recurso em que o agravante, repisa os mesmos argumentos do
pedido inicial e, requer, em síntese, a existência de excesso de prazo no
julgamento do recurso de apelação pelo Tribunal a quo.

O Ministério Público Federal manifestou-se pelo desprovimento do


agravo regimental.

É o relatório.

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Voto - MIN. LUIZ FUX

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20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO HABEAS CORPUS 133.695 CEARÁ

VOTO

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): A presente irresignação


não merece prosperar.

Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta


evidenciado das razões recursais que o agravante não trouxe nenhum
argumento capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve
ela ser mantida, por seus próprios fundamentos.

Ab initio, destaco que em consulta ao sítio eletrônico do Superior


Tribunal de Justiça, sobreveio decisão colegiada pela Quinta Turma do
Superior Tribunal de Justiça no HC n.º 336.881/SP lá impetrado, do qual
se originou o ato coator objeto do presente writ, proferido em sede de
liminar por aquela Corte.

Destarte, verifica-se haver prejudicialidade do presente habeas corpus,


uma vez que a decisão indigitada coatora não mais subsiste, tendo sido
substituída por outra proferida pelo órgão colegiado.

Consoante assentado na decisão anterior, a controvérsia a respeito


da existência, ou não, de base concreta para a manutenção da prisão
preventiva da paciente encontra-se prejudicada ante a superveniência do
julgamento colegiado do habeas na instância a quo.

A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que, nestes


casos, ocorre o prejuízo do writ, porquanto há novo título impositivo da
prisão provisória. Nesse sentido, os seguintes julgados:

“HABEAS CORPUS. CAMBISMO, ORGANIZAÇÃO


CRIMINOSA, LAVAGEM DE DINHEIRO E SONEGAÇÃO
FISCAL. PRISÃO PREVENTIVA. DECISÃO DENEGATÓRIA DE

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Voto - MIN. LUIZ FUX

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HC 133695 AGR / CE

LIMINAR NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.


SUPERVENIÊNCIA DO JULGAMENTO DO MÉRITO.
PREJUÍZO. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
consolidou o entendimento de que “A superveniente alteração do
quadro processual, resultante da prolação de outro ato decisório pelo
Tribunal Estadual, instaura situação de prejudicialidade da ação de
habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justiça” (HC 109.142,
Rel. Min. Dias Toffoli). Precedentes. 2. No caso, diante da
superveniência do julgamento do mérito do habeas corpus impetrado
no Tribunal Estadual e do ajuizamento de um novo HC no STJ,
pendente de julgamento, não compete a este Supremo Tribunal Federal
apreciar a matéria, sob pena de indevida supressão de instância. 3.
Habeas Corpus prejudicado, consequentemente extinto, cassada a
liminar deferida”. (HC 123.431, Primeira Turma, Relator Min.
Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão: Min. Roberto barroso, DJe
06/02/2015).

“Processual Penal. Habeas Corpus contra ato de Ministro do


STJ. Corrupção passiva e Fraude em procedimento licitatório. Prisão
Preventiva. Superveniência do julgamento do mérito. 1. A
superveniência de “decisão colegiada de Tribunal Superior
corresponde a novo ato a desafiar ação própria” (HC 104.813, Rel.ª
Min.ª Rosa Weber). Precedentes. 2. Hipótese em que não há
ilegalidade flagrante ou abuso de poder que autorize a concessão da
ordem de ofício. 3. Habeas Corpus prejudicado, cassada a liminar”.
(HC 124.272, Primeira Turma, Relator Min. Marco Aurélio,
Relator p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, DJe 09/06/2015).

“HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. ROUBO


QUALIFICADO. INDEFERIMENTO DE LIMINAR. SÚMULA
691/STF. PRISÃO PREVENTIVA. SUBSTITUIÇÃO DO ATO
APONTADO COMO COATOR E DO TÍTULO PRISIONAL.
NOVO TÍTULO. PERDA DE OBJETO. 1. Não se conhece de habeas
corpus impetrado contra indeferimento de liminar por Relator em
habeas corpus requerido a Tribunal Superior. Súmula 691. Óbice
superável apenas em hipótese de teratologia. 2. A superveniência de

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Voto - MIN. LUIZ FUX

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HC 133695 AGR / CE

decisão colegiada de Tribunal Superior corresponde a novo ato a


desafiar ação própria. 3. A sentença condenatória subsequente em que
o Juízo aprecia e mantém a prisão cautelar anteriormente decretada
implica a mudança do título da prisão e prejudica o conhecimento de
habeas corpus impetrado contra a prisão antes do julgamento. 4.
Habeas corpus prejudicado, extinguindo o processo sem resolução do
mérito, com a cassação da liminar anteriormente deferida.
(HC 103.570, Primeira Turma, Relator Min. Marco Aurélio, DJe
22/08/2014).

Demais disso, impende considerar que no caso inexiste


excepcionalidade que permita a concessão da ordem de ofício, ante a
ausência de teratologia na decisão atacada, flagrante ilegalidade ou abuso
de poder.

Quanto à alegação de excesso de prazo, a jurisprudência desta Corte


é no sentido de que a complexidade dos fatos e do procedimento, bem
como a pluralidade de réus e testemunhas, permitem seja ultrapassado o
prazo legal. Nesse sentido, HC 133.580, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de
30/03/2016, e HC 88.399, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ
de 13/04/2007. A comprovar a complexidade do feito, cito trechos da
decisão do tribunal de origem, verbis:

“Dito isso, não se verifica, em primeira análise, o alegado


excesso de prazo na formação da culpa, tampouco que o feito tenha
ficado inerte injustificadamente, pois foram praticados vários atos
processuais no interregno em que o paciente está recolhido
preventivamente, de modo que não se observa uma desídia por parte
da autoridade impetrada.
É de se anotar, entretanto, que ocorreram alguns percalços na
tramitação do feito, em especial no que se refere à investigação da
polícia para apurar a qualificação de uma quinta pessoa envolvida no
crime (acusada Renata), a qual se descobriu sua participação somente
durante a inquirição dos acusados e análise das mensagens trocadas
pelo aplicativo de celular "WhatsApp".

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HC 133695 AGR / CE

Como se vê, no momento do oferecimento da denúncia nem


todos os elementos relacionados à ação criminosa desenvolvida por
aquele grupo eram conhecidos, de modo que, assim que a investigação
finalizou o representante do Ministério Público imediatamente aditou
a denúncia.
Ao contrário do que alegou o impetrante, não há demora que
justifique a concessão da liberdade provisória, pois trata-se de autos
complexos, uma vez que, além de contar com pluralidade de acusados
e advogados, foram apresentados diversos pedidos de revogação da
prisão do paciente e dos comparsas, informações em habeas corpus,
sobre os quais foi necessária manifestação do Ministério Público e
pronunciamento por parte do Juízo a quo, o que também acarreta em
sensível delonga para o desfecho da lide.
Cumpre destacar que o suposto crime de tráfico de drogas e
associação para o tráfico de drogas consistia no
transporte/carregamento de entorpecentes entre as cidades de
Florianópolis/SC e Natal/RN, razão pela qual se fez necessária,
inclusive, a intervenção da Polícia Federal.”

Ex positis, NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental.

É como voto.

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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO

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20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO HABEAS CORPUS 133.695 CEARÁ

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE) – Há a


minha divergência. Continuo acreditando ter a ação constitucional de
habeas corpus envergadura maior, porque voltada a preservar a liberdade
de locomoção do cidadão, e que o processo que a veicule, devidamente
aparelhado, deve vir ao julgamento da Turma.

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Supremo Tribunal Federal
Extrato de Ata - 20/09/2016

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PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA

AG.REG. NO HABEAS CORPUS 133.695


PROCED. : CEARÁ
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
AGTE.(S) : EDVAN MENDES DE OLIVEIRA
IMPTE.(S) : EMANUELA MARIA LEITE BEZERRA CAMPELO (15499/CE)
AGDO.(A/S) : RELATOR DO HC Nº 350.554 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA

Decisão: Por maioria de votos, a Turma negou provimento ao


agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencido o Senhor
Ministro Marco Aurélio, Presidente. Ausente, justificadamente, o
Senhor Ministro Luís Roberto Barroso. 1ª Turma, 20.9.2016.

Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. Presentes à


Sessão os Senhores Ministros Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin.
Ausente o Senhor Ministro Luís Roberto Barroso em razão de
participação no encontro de juízes de Supremas Cortes, denominado
Global Constitutionalism Seminar, na Universidade de Yale, nos
Estados Unidos.

Subprocurador-Geral da República, Dr. Odim Brandão Ferreira.

Carmen Lilian Oliveira de Souza


Secretária da Primeira Turma

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