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A REPARAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO1
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Aplicável aos acidentes de trabalho ocorridos a partir de 1 de janeiro de 2010 – art.º 188.º
3
O direito à reparação compreende as seguintes prestações:
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Para 2012 o IAS é de 419,22 €. O IAS foi instituído pela Lei n.º 53-B/2006, de 29 de dezembro e
atualizado pelas Portarias n.ºs 9/2008, de 3 de janeiro (IAS/2008), 1514/2008, de 24 de dezembro
(IAS/2009), Dec. Lei n.º 323/2009, de 24 de dezembro (IAS/2010), e Leis n.ºs 55-A/2010, de 31 de
dezembro - Aprova o Orçamento do Estado para 2011 - Suspende o regime de atualização do IAS e 64-
B/2011, de 30 de dezembro - Aprova o Orçamento de Estado para 2012 - Suspende o regime de
atualização do IAS.
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Por outro lado, a(o) sinistrada(o) tem direito ao fornecimento ou ao pagamento de
transportes e estadia3, que devem obedecer às condições de comodidade impostas pela
natureza da lesão ou da doença. Este fornecimento ou o seu pagamento abrangem as
deslocações e permanência necessárias à observação e tratamento e as exigidas pela
comparência a atos judiciais, salvo, quanto a estas, se for consequência de pedido que venha
a ser julgado improcedente.
A(O) sinistrada(o) utilizará os transportes coletivos, salvo não os havendo ou se outro for
mais indicado pela urgência do tratamento, por determinação da(o) médica(o) assistente ou
por outras razões ponderosas atendíveis.
O pagamento de transporte é, igualmente, extensivo à/ao beneficiária(o) legal da(o)
sinistrada(o) sempre que for exigida a sua comparência em tribunal e em exames necessários
à determinação da sua incapacidade.
Retribuição mensal são todas as prestações recebidas com caráter de regularidade que
não se destinem a compensar a(o) sinistrada(o) por custos aleatórios.
Em nenhum caso a retribuição pode ser inferior à que resulte da lei ou de instrumento de
regulamentação coletiva de trabalho.
O valor de referência para o cálculo das prestações é o IAS (indexante dos apoios sociais,
criado pela Lei n.º 53/2006, de 29 de Dezembro).
3
Quando a(o) sinistrada(o) for menor de 16 anos ou quando a natureza da lesão ou da doença ou outras
circunstâncias especiais o exigirem, o direito a transporte e estada é extensivo à pessoa que a(o)
acompanhar.
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FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DE PENSÕES E DE INDEMNIZAÇÕES
Sem prejuízo do disposto no Código de Processo do Trabalho, pode ser estabelecida uma
pensão provisória por incapacidade permanente entre o dia seguinte ao da alta e o momento
de fixação da pensão definitiva.
A pensão provisória destina-se a garantir uma proteção atempada e adequada nos casos
de incapacidade permanente sempre que haja razões determinantes do retardamento da
atribuição das prestações.
4
Atualmente € 460,22.
6
Na incapacidade permanente absoluta para todo e qualquer trabalho - (I.P.A. tqt):
Por incapacidade permanente absoluta para todo e qualquer trabalho – pensão anual e
vitalícia igual a 80 % da retribuição, acrescida de 10 % desta por cada pessoa a cargo5, até ao
limite da retribuição;
Subsídios:
Por incapacidade permanente absoluta para o trabalho habitual - pensão anual e vitalícia
compreendida entre 50 % e 70 % da retribuição, conforme a maior ou menor capacidade
funcional residual para o exercício de outra profissão compatível;
5
Pessoa a cargo vd. art.º 49.º
6
Até ao limite da retribuição.
7
Ou limite das despesas efetuadas
8
Idem
9
Idem
10
Idem
7
Subsídio por reabilitação = 1,1 IAS11
11
Idem
12
Idem
8
Na incapacidade temporária parcial - (I.T.P.):
A(O) enteada(o) da(o) sinistrada(o) é equiparada(o) a filha(o) o desde que este estivesse
obrigada(o) à prestação de alimentos. Por outro lado, é considerada pessoa que vivia em
união de facto aquela que preencha os requisitos do art.º 2020.º do Código Civil14.
À/Ao cônjuge ou a pessoa que com ele vivia em união de facto - 30 % da retribuição da(o)
sinistrada(o) até perfazer a idade de reforma por velhice e 40 % a partir daquela idade ou da
verificação de deficiência ou doença crónica que afete sensivelmente a sua capacidade para o
trabalho;
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Segundo o Prof. José de Oliveira Ascensão, nascituro é a pessoa ainda não nascida mas que pode
nascer de progenitor ou progenitores definidos.
14
Extrato do art.º 2020.º do CC – União de Facto: “1. Aquele que, no momento da morte de pessoa não
casada ou separada judicialmente de pessoas e bens, vivia com ela há mais de dois anos em condições
análogas às dos cônjuges …”.
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Pensão anual = Retribuição anual × 30 %
À/Aos filha(o)s:
Se do acidente resultar a morte, têm direito à pensão a(o)s filha(s) que se encontrem nas
seguintes condições: idade inferior a 18 anos; entre os 18 e os 22 anos, enquanto
frequentarem o ensino secundário ou curso equiparado; entre os 18 e os 25 anos, enquanto
frequentarem curso de nível superior ou equiparado e sem limite de idade, quando
afetada(o)s por deficiência ou doença crónica que afete sensivelmente a sua capacidade para
o trabalho.
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Se do acidente resultar a morte da(o) sinistrada(o), o montante da pensão da(o)s
ascendentes e quaisquer parentes sucessíveis é, para cada, de 10 % da retribuição da(o)
sinistrada(o), não podendo o total das pensões exceder 30 % desta.
Na falta da(o)s anteriores beneficiária(o)s, a(o)s ascendentes que, à data da morte do
sinistrado, tenham rendimentos individuais de valor mensal inferior ao valor da pensão social
ou que conjuntamente com os do seu cônjuge ou de pessoa que com ele viva em união de
facto não exceda o dobro deste valor, ou outros parentes sucessíveis que, à data da morte do
sinistrado, com ele vivam em comunhão de mesa e habitação recebem, cada um(a), 15 % da
retribuição da(o) sinistrada(o), até perfazerem a idade de reforma por velhice, e 20 % a partir
desta idade ou no caso de deficiência ou doença crónica que afete sensivelmente a sua
capacidade para o trabalho. Todavia, o total das pensões previstas no número anterior não
pode exceder 80 % da retribuição da(o) sinistrada(o), procedendo-se a rateio, se necessário.
C – SUBSÍDIOS
O subsídio por morte é igual a 12 vezes o valor de 1,1 IAS à data da morte, sendo
atribuído: metade ao cônjuge, ex-cônjuge, cônjuge separado judicialmente ou à pessoa que
com a(o) sinistrada(o) vivia em união de facto e metade às/aos filha(o)s que tiverem direito a
pensão ou por inteiro ao cônjuge, ex-cônjuge, cônjuge separado judicialmente ou à pessoa
que com a(o) sinistrada(o) vivia em união de facto ou aos filhos quando concorrerem
isoladamente.
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Transporte de restos mortais de uma pessoa, de uma sepultura para outra.
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O direito ao subsídio por despesas de funeral pode ser reconhecido a pessoas distintas dos
familiares e equiparados da(o) sinistrada(o) tendo a ele direito quem comprovadamente tiver
efetuado o pagamento das despesas.
Para este efeito, o valor do IAS corresponde ao que estiver em vigor à data do acidente.
Este subsídio destina-se ao pagamento de despesas com ações que tenham por objetivo a
reintegração da(o) sinistrada(o) no mercado de trabalho e restabelecer as aptidões e
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capacidades profissionais da(o) sinistrada(o) sempre que a gravidade das lesões ou outras
circunstâncias especiais o justifiquem.
NOTAS:
1 - Deficiência ou doença crónica da(o) beneficiária(o) legal: Para os fins previstos nos artigos
59.º, 60.º e 61.º, considera-se com capacidade para o trabalho sensivelmente afetada a(o)
beneficiária(o) legal da(o) sinistrada(o) que sofra de deficiência ou doença crónica que lhe
reduza definitivamente a sua capacidade geral de ganho em mais de 75 %.
2 - Se não houver beneficiária(o)s com direito a pensão, reverte para o Fundo de Acidentes de
Trabalho uma importância igual ao triplo da retribuição anual.
3 - As pensões por morte são cumuláveis, mas o seu total não pode exceder 80 % da
retribuição da(o) sinistrada(o).
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5 - Se durante o período em que a pensão for devida às/aos filha(o)s qualquer um deles ficar
órfão de pai e mãe, a respetiva pensão é aumentada para o dobro, até ao limite máximo de
80 % da retribuição da(o) sinistrada(o).
“A remição consiste numa forma de reparação, em que, em vez de ser paga uma
pensão anual e vitalícia, é calculado um determinado capital indemnizatório, que vai ser
pago de uma só vez à/ao sinistrada(o)”16.
16
In Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, 2.ª Edição, Almedina, Carlos Alegre
14
A remição, porém, não prejudica o direito às prestações em espécie, a revisão da
prestação, a atualização da pensão remanescente17 no caso de remição parcial bem como, em
caso de falecimento da(o) sinistrada(o), os direito atribuídos às/aos respetiva(o)s
beneficiária(o)s legais.
2 – Na decisão ou sentença final proferidas pelo juiz, na fase contenciosa (art.ºs 140.º,
n.ºs 1 e 2 e 135.º do CPT.
Neste caso haverá, porém, que aguardar o trânsito em julgado, para que a secretaria
possa proceder ao cálculo.
Assim e uma vez que a taxa depende da idade da(o) beneficiária(o), para a elaboração
do respetivo cálculo são necessários os seguintes elementos: pensão anual, idade do
sinistrado e taxa correspondente.
1. Pensão anual
2. Idade do sinistrado
Para saber a idade da(o) sinistrada(o), precisamos necessariamente de duas datas: a data
do seu nascimento e a data a que se refere o cálculo. Ou, pondo a questão de outro modo: a
idade que a(o) sinistrada(o) tinha quando … ?
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Ou, segundo alguns autores, da pensão que não pode ser remida
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A data do nascimento consta necessariamente do processo, mormente da certidão de
nascimento que foi requisitada à respetiva Conservatória;
Quanto à data a que se refere o cálculo, ela dependerá de a pensão ser ou não
obrigatoriamente remível.
2.1. Se a pensão for obrigatoriamente remível, uma vez que a(o) sinistrada(o) (ou
beneficiária(o)) não chega, de facto, a receber nenhuma pensão, haverá que considerar a sua
idade na data em que aquela começaria a vencer-se, ou seja, no
dia seguinte à data da alta definitiva ou da morte, por força do disposto na última parte do
n.º 1 do art.º 75.º;
2.2. Se a pensão não for obrigatoriamente remível, quer dizer que a remição foi
requerida e admitida pelo juiz depois de ouvidos o Ministério Público e a parte não
requerente (n.º 1 do art.º 148.º CPT). Assim sendo, deveremos considerar a idade da(o)
sinistrada(o) na data em que aquele magistrado autorizou o pedido de remição, sendo certo
que, até essa data, o sinistrado tem direito a receber os proporcionais da sua pensão anual.
Em resumo: para efeitos do cálculo do capital de remição, haverá que considerar a idade
que a(o) sinistrada(o) tinha no dia seguinte ao da alta definitiva (se a pensão for
obrigatoriamente remível – ponto 2.1.) ou a idade que o sinistrado tinha na data em que o
juiz deferiu o pedido de remição (no caso de esta ter sido requerida – ponto 2.2.).
3. Taxas aplicáveis
Apesar de a lei prever que as bases técnicas e as tabelas práticas são aprovadas por
decreto-lei, enquanto este não for promulgado, mantém-se em vigor a Portaria n.º 11/2000,
de 13 de janeiro.
Assim sendo, para encontrar a taxa (correspondente à idade), há que consultar a tabela
que a cada caso for aplicável.
Sendo a remição, como já vimos, a conversão em capital de uma pensão anual e vitalícia,
é natural que, em igualdade de circunstâncias quanto ao montante da pensão de um(a)
determinada(o) sinistrada(o), seja tanto menor o capital de remição quanto maior for a sua
idade.
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Assim, na tabela prática aplicável às/aos sinistrada(o)s, conforme a idade destes vai
aumentando, vai a respetiva taxa diminuindo.
A - REMIÇÃO OBRIGATÓRIA
Vejamos agora um exemplo de como poderá ser feito, no processo, um cálculo de capital
de remição de uma pensão de € 740,84, devida a partir de 15 de fevereiro de 2012, e fixada
em 20 de março do mesmo ano a um(a) determinada(o) sinistrada(o), nascida(o) no dia 03 de
agosto de 1974.
Capital de remição: onze mil setecentos e cinquenta e quatro euros e dezassete cêntimos, a
cargo d.......
(Data e assinatura)
NOTAS:
2.ª – Sendo a pensão obrigatoriamente remível, a data a que se refere o cálculo é o dia
seguinte à data da alta (ou da morte) (art.º 75.º, n.º 2, o que significa que, no caso em
apreço, à/ao sinistrada(o) teria sido dada alta pela seguradora no dia 14 de fevereiro de
2012.
3.ª – Embora a(o) sinistrada(o), à data a que se refere o cálculo (15 de fevereiro de 2012)
tenha ainda 37 anos de idade, há que considerar a idade correspondente ao 38.º aniversário,
por este ser o mais próximo – de facto, decorreram já mais de 6 meses desde que completou
os 37 anos.
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4.ª – Sugere-se a expressão “data a que se refere o cálculo” e não “data do cálculo” utilizada
por vezes em alguns tribunais. É que esta última poderá induzir em erro, por não ser, de
facto, a data em que o cálculo é efetuado (este é datado e assinado pela(o) Oficial de
Justiça) mas sim a data que se deve considerar para efeitos do cálculo.
5.ª – Os elementos que constam do exemplo acima são os necessários e suficientes para que
se possa proceder ao cálculo do capital de remição e, consequentemente, para que o M.º P.º,
nos termos do n.º 4 do art.º 148.º do CPT, o possa verificar.
7.ª – Se houver mais do que uma entidade responsável pelo pagamento da pensão, as suas
responsabilidades estarão necessariamente estabelecidas previamente, pelo que há que
calcular o montante total do capital e aplicar, depois, e para cada um dos responsáveis, as
respetivas proporções.
8.ª – O resultado do cálculo deve ser arredondado nos termos gerais. Assim e no exemplo em
questão, sendo o resultado do cálculo € 11 754,167, deverá o mesmo ser arredondado para €
11 754,17.
B - REMIÇÕES PARCIAIS
A seguir se alinham algumas notas, que esperamos tenham utilidade para o cálculo de
remições parciais.
Para que uma determinada pensão anual e vitalícia possa ser parcialmente remida tem
necessariamente que respeitar, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) Ser de montante superior a seis vezes a remuneração mínima mensal garantida (RMMG)
à data da autorização da pensão; e
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Se assim for levanta-se a questão sobre se esta pensão, não sendo remível, será objeto de
atualização anual? Da leitura do n.º 2 do art.º 82.º parece que a resposta seria negativa …
Deixaremos esta questão para o prudente juízo do magistrado.
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E isto porque basta que um destes requisitos não se verifique para que não seja possível a
remição da pensão.
Uma pensão anual e vitalícia, com aquelas características, pode ser parcialmente
remida, a requerimento, desde que respeite os limites que veremos a seguir.
Se assim for:
2. A parte restante (pensão sobrante) mantém a natureza de pensão anual, ficando a ser
paga à/ao sinistrada(o) (ou beneficiária(o)) nos termos do art.º 72.º.
O n.º 2 do art.º 75.º estabelece limites tanto para a pensão sobrante (al. a)) como para o
capital resultante da remição (al. b)), nos seguintes termos:
a) A pensão sobrante não pode ser inferior a seis vezes a remuneração mínima mensal
garantida em vigor à data da autorização da remissão (6 x RMMG);
b) O capital de remição não pode ser superior ao que resultaria da remição de uma
pensão daquela(e) sinistrada(o) se calculada com base numa incapacidade de 30 %.
Sendo a remição parcial requerida pela(o) sinistrada(o) (ou pela(o) beneficiária(o) legal),
é natural que esta(e) pretenda que o respetivo capital seja o maior possível, dentro dos
condicionalismos que a lei impõe.
Vejamos então como proceder para maximizar o capital de remição de uma pensão
parcialmente remível.
Para que a parte da pensão anual a remir seja o maior possível, a pensão sobrante (a
parte não remível da pensão) deverá ser o menor possível.
Como não pode ser inferior a seis vezes a RMMG à data da autorização da remição, vamos
considerar este valor mínimo como a parte não remível da pensão.
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Para facilitar vamos chamar P6 ao valor mínimo referido em 1 e PExced à parte
excedente a esse valor, referida em 2.
Então:
P6 = 6 x RMMG
PExced = Pensão anual – P6
Porém, nem sempre a PExced pode ser remida na totalidade, uma vez que o n.º 2, al. b),
do art.º 75.º impõe como limite para o capital de remição (parcial) o montante que resultaria
da remição de uma pensão daquela(e) sinistrada(o) se calculada com base numa incapacidade
de 30 %.
Teremos então que calcular essa hipotética pensão, a que vamos chamar P30:
Obtido o valor de P30 há que compará-lo com o valor de PExced, uma vez que será
sempre o menor deles que vai servir de base ao cálculo do capital de remição.
Assim:
Se PExced for inferior ou igual a P30, significa que PExced pode ser totalmente remida,
uma vez que o capital resultante da remição dessa parte da pensão não seria superior ao que
resultaria da remição de P30.
O cálculo do capital de remição é então efetuado com base no valor de PExced, ficando o
sinistrado a receber, como pensão sobrante, o mínimo permitido pela al. a) do n.º 2 do art.º
75.º –, ou seja, o P6:
Por outro lado, se PExced for superior a P30, significa que PExced não pode ser
totalmente remida, uma vez que capital resultante da remição dessa parte da pensão seria
superior ao que resultaria da remição de P30.
O cálculo do capital de remição é então efetuado com base no valor de P30, ficando a(o)
sinistrada(o) a receber, como pensão sobrante, um valor superior ao mínimo exigido (P6). De
facto, a este valor mínimo acresce a diferença entre PExced e P30.
Mas nem sequer teremos que fazer estes cálculos, uma vez que a pensão sobrante mais
não é do que a diferença entre a pensão anual total e a parte desta pensão que foi objeto de
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remição. Como foi sobre o valor de P30 que incidiu a remição, o sinistrado ficará a receber,
como pensão sobrante:
Em esquema:
PENSÃO ANUAL (parcialmente remível)
PExced = Pensão anual – P6 (não remível na totalidade)
P6 = 6 x RMM
P30 (valor remível) Pensão sobrante
EXEMPLO 1:
- Retribuição anual:................................................. € 14 000,00
- Incapacidade (IPP):................................................ 35%
- Idade para efeitos do cálculo..................................... 40 anos
- Taxa da tabela prática (Portaria 11/2000):..................... 15,550
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- Idade para efeitos do cálculo.................................... 40 anos
- Taxa da tabela prática (Portaria 11/2000): ................... 5,550
Assim, é com base no valor de P30 que vamos calcular o capital de remição:
Como atrás se deixou dito, estes cálculos (exemplos 1 e 2) foram feitos na perspetiva de
maximizar o capital de remição a receber pela(o) sinistrada(o).
Nada impede, porém, que seja requerida a remição de uma qualquer parte da pensão,
desde que sejam respeitados os limites impostos pelas al.s a ) e b) do
n.º 2 do art.º 75º.
OUTRAS HIPÓTESES:
1.º
19
Sem prejuízo de outro entendimento por parte do respetivo magistrado dado que há autores que
referem que a pensão parcialmente remível não poderá ser superior ao limite previsto na al. a) do n.º 1
do art.º 75.º, ou seja, a parte da pensão a remir teria de se conter (em 2012) nos € 2.910,00 (6x RMMG)
ficando como parte sobrante a diferença entre a pensão anual e a parte remida.
22
- Taxa da tabela prática (Portaria 11/2000): ................ 15,550
2.º
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Coleção “Manual Prático para Oficiais de Justiça”
Autor:
Titulo:
Coordenação técnico-pedagógica:
José Cabido
Coleção pedagógica:
1.ª edição
Junho de 2012